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Resenha critica a partir da Obra Ensinar a Pensar: Teoria e Aplicação Louis Raths
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BRAUN, Adriano1
LOCHE, Laênio.2
Resenha Crítica
Obra: Ensinar a Pensar.
Autores: Raths, Louist E.; Jonas, Arthur; Rothestein, Arnold M.; Wassermann,
Selma. Trad. Dante Moreira Leite, 2ed. São Paulo, EPU, 1977.
ENSINAR A PENSAR: TEORIA E APLICAÇÃO
A obra trata da retomada das questões relativas aos métodos de ensino, tomando
como foco uma aprendizagem provocada por um pensar orientado. Ensinar a pensar
propõe um ensino que privilegia a experiência do pensar que é dirigido pelo professor, e
compreendido e determinado pelo aluno diretamente para aquilo que se quer apreender.
Os exercícios que os autores apresentam demostram que: se pode orientar o pensamento
objetivamente, intencionalmente, tanto do ponto de vista da ensinagem como da
aprendizagem. Significa que o professor necessita pensar o pensamento, o seu, o do
programa e antecipar o pensar do aluno, para poder orientá-lo no processo de
aprendizagem.
“O trabalho do professor, sua responsabilidade profissional e dar
experiências ricas.” (RATHS, Louis E; Ensinar a pensar, p.4).
O destaque da obra a nosso ver está em que: é o aluno o sujeito da
aprendizagem, e ele mesmo precisa conduzir seu pensar para aquilo que ainda não esta
percebido, organizado, descoberto e, de novo organizar o visto, o percebido e a própria
organização já elaborada.
“O pensamento é concebido como processos ligados a perguntas e
decisões.” (RATHS, Louis E; Ensinar a pensar, p.5).
Nesta perspectiva, aprender é pensar o processo, no todo e nas partes e destas
entre si e cada uma com o todo. Numa dinâmica que permite a pluralidade de olhares,
ângulos e continuidade do entendimento. Pensamento aqui é método, diretriz, não uma
propriedade da inteligência, mas uma ação deliberada da vontade da inteligência e do
corpo nas condições ou não de maturidade.
1 Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Docência em Ensino Superior, do Programa
de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul. 2 Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul.
“Pensar é uma forma de aprender. Pensar e uma forma de perguntar pelos
fatos, e se o pensamento tem algum objetivo, os fatos assim encontrados serão
significativos para esse objetivo. (...) Reconhecemos a importância do pensamento
para o crescimento e a manutenção de uma sociedade livre, e se reconhecemos as
contribuições das experiências de pensamento para a maturidade (...).” (RATHS,
Louis E; Ensinar a pensar, p.15).
A aprendizagem pelo viés do pensar ensinado torna o pensar como algo que
dependa do emocional, do físico, da maturidade.E esse pensar pensado garantirá uma
aprendizagem mais completa, mais dinâmica e autodeterminada onde o professor é um
orientador do pensar e não do que é apreendido.Cada sujeito aprende de acordo com sua
capacidade de repensar, de pensar a experiência, e de fazer a experiência com o pensar.
“A contribuição mais significativa para o processo de maturação e dada
pela experiência. Os professores não podem garantir que qualquer atividade
específica se torne uma experiência para os alunos da classe. Os professores podem
e devem trabalhar no processo contínuo de desenvolvimento de um currículo que
pareça rico em qualidades ligadas ao conceito de experiência. As oportunidades
para pensar estão nesta categoria.” (RATHS, Louis E; Ensinar a pensar, p.5).
Aação que configura o pensar já é em si uma experiência de autodeterminação.
As operações clássicas do pensamento como raciocinar, formular juízos, fazer análises,
classificar, caracterizar, são apresentadas e estimuladas pelo professor como
aprendizagem e são efetivo conteúdo. O método considera esse o conteúdo do currículo,
os exercícios e operações do pensar, e não os sentidos e as habilidades adquiridas a
partir do que é pensar. São nessa direção, ensino e aprendizagem, que o exercício do
pensar que se traveste de observação na pesquisa de análise, na crítica e de juízos nas
escolhas e, se fazendo dedução ou analogias nas comparações.
O que se ensina e se almeja como aprendizagem é o desenvolvimento de
habilidades de pensamento de toda ordem, para capacitá-lo a quaisquer áreas do
conhecimento, setores profissionais do desenvolvimento humano. Uma metodologia
que utiliza o pensamento como conteúdo, instrumento e recurso. Cuja pretensão é
formar indivíduos-sujeitos que não se sintam estranhos nas mais diversas situações da
vida.
“Acentuam-se as oportunidades para pensar, de forma que a
pesquisa possa continuar, de forma que as decisões e conclusões tenham base mais
sólida. (...) Sugerimos que as crianças e os adultos têm muitas capacidades para
pensar, que, se o pensamento for acentuado em nossas escolas, haverá maior
tendência para usar operações de pensamento para a solução de muitos problemas
da vida.” (RATHS, Louis E; Ensinar a pensar, p.6,7).
Se observemos com algum rigor o modo como os programas são organizados, e
as ciências e as artes são produzidas, veremos que isso não é novo. É uma sabedoria já
subsumida. O que difere das grandes obras filosófico-pedagógicas, é que separao pensar
do programa, ou seja, mostra como o pensamento se conduz em cada uma das suas
operações e se delega ao professor essa tarefa.
“O pensamento e dividido em várias maneiras:
O primeiro sentido é... Colocar em ação as faculdades mentais; usar a
mente para chegar a conclusões, tomar decisões, fazer inferências, etc., realizar,
racionalmente, qualquer operação mental.
A segunda explicação para a palavra think (pensar)... julgar, concluir,
decidir, aceitar como opinião estabelecida; acreditar;por exemplo, pensar bem de
uma pessoa.
O terceiro sentido diz... Ter objetivo; ter intenção; por exemplo, pensei em
ajuda-lo.
O quarto sentido... imaginar; meditar; refletir; pesar mentalmente).”
(RATHS, Louis E; Ensinar a pensar, p.8)
Antes dessa exposição o professor ensinava como um dado conteúdo, assunto
ou fato era constituído. Agora se privilegia os modos como o pensar deve ser orientado
para entender melhor, maise mais rápido um dado conteúdo, fato ou estrutura. De certo
modo liberta o pensar do programa escolar preparando o aluno e o próprio professor
para pensar qualquer programa em quaisquer níveis.A nosso ver não se trata de uma
teoria nova, mas sim outro modo de usar as operações de pensamentos, tão usuais nos
exercícios filosóficos e em aulas bem preparadas. O que nos parece interessante é que se
indiquem aos professores essas diferentes possibilidades de se aplicar com eficiência
um ensino em direção ao entendimento dos processos de ação, um ordenamento de
raciocínio e o incentivo a investigação autônoma.
Consideramos proveitosa a indicação da obra para leitura e experimentação,
principalmente nos cursos de licenciatura.
BIBLIOGRAFIA
RATHS, Louis E; Ensinar a Pensar: Teoria e Aplicação, Trad. Dante Moreira Leite,
2.ed, São Paulo, EPU, 1977.
SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do
conhecimento, 5.ed., Rio de Janeiro, DP&A, 2002.
ADRIANO BRAUN
cursou Licenciatura em Filosofia/ UNIOESTE,
Pós Graduação em Desenvolvimento Gerencial/ UNIOESTE e
Atualmente e Professor da SEED/Pr.
e-mail: [email protected]