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RESUMO Luzia Cristina Magalhães Medeiros Maria Ladjane dos Santos Pereira AZEREDO, José Carlos de. Sintaxe e discurso, in: Iniciação à sintaxe do português. 6.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. p.120-139. José Carlos de Azeredo em Iniciação à sintaxe do português no capítulo VII, Sintaxe e Discurso, apresenta três categorias discursivas, a modalidade, a referência e a polifonia, que englobam um conjunto de variáveis que limitam, condicionam ou afetam de diversos modos a enunciação. Em relação à modalidade, Azeredo esclarece que está relacionada a dois aspectos. Um deles está associado às apreciações dos locutores sobre o conteúdo proposicional das orações, expressas por meio de sintagmas adverbiais e preposicionados, predicadores seguido de que +oração ou justapostos no enunciado, verbos modais, marcadores de foco, empregos modais dos tempos verbais, conjunções, verbos que explicitam o ato praticado pelo interlocutor e entoação. Outro aspecto, diz respeito às intenções e interesses do locutor que se exprimem por meio de predicados seguidos de infinitivo ou que + oração, verbos modais, modos dos verbos e também pela entoação. Azeredo menciona também que algumas palavras e expressões situam-se na fronteira dos sintagmas funcionando como marcadores de foco, como as que exprimem exclusão (ou restrição, conforme o autor), inclusão e designação, e ainda o verbo ser que serve como forma de realçar uma informação por meio de expressões como ser que, ser...que. Quanto à referência (meio pelo qual o locutor designa no discurso as variáveis do contexto) são analisadas as peculiaridades do sistema temporal do verbo, nesse sentido, o verbo apresenta duas variações temporais: o contexto imediato, em que as referências são presentes no ato da enunciação ou discurso; e o contexto mediato, em relação às referências distantes, como experiências de vida apenas simulada. Desse modo, Azeredo também apresenta uma distinção na referência aos tempos presente e futuro no modo subjuntivo, havendo uma neutralização da oposição presente/futuro ao fazer referência ao contexto imediato e ao contexto mediato por meio do tempo pretérito imperfeito da forma subjuntiva. Outro aspecto é a polifonia, que constitui a incorporação de outros enunciados ou discursos no dizer do locutor. São exemplos comuns da coexistência de discursos as citações e alusões. Nesses procedimentos, elementos gramaticais ou textuais como aspas, as técnicas do discurso indireto, as conjunções conformativas podem servir para formulação esquemática de nossos propósitos. Dessa forma, o discurso indireto é o mais típico recurso pelo qual um enunciador substitui o contexto imediato pelo contexto mediato, o que envolve uma série de alterações no sistema referencial como advérbios de tempo, pronomes pessoais e possessivos e tempos verbais. Ainda neste capitulo, Azeredo explica que a coesão textual concorre para conferir ao discurso o caráter de texto. Essa continuidade que há entre uma e outra parte do texto é expressa por recursos gramaticais como também pelo léxico, aponta dois aspectos de coesão: o tópico e a junção. O tópico é de forma discursiva o processo que permite avançar o texto, que possibilita, muitas vezes, a ligação entre dois períodos

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RESUMO

Luzia Cristina Magalhães Medeiros Maria Ladjane dos Santos Pereira

AZEREDO, José Carlos de. Sintaxe e discurso, in: Iniciação à sintaxe do

português. 6.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. p.120-139.

José Carlos de Azeredo em Iniciação à sintaxe do português no capítulo VII, Sintaxe e Discurso, apresenta três categorias discursivas, a modalidade, a referência e a polifonia, que englobam um conjunto de variáveis que limitam, condicionam ou afetam de diversos modos a enunciação. Em relação à modalidade, Azeredo esclarece que está relacionada a dois aspectos. Um deles está associado às apreciações dos locutores sobre o conteúdo proposicional das orações, expressas por meio de sintagmas adverbiais e preposicionados, predicadores seguido de que +oração ou justapostos no enunciado, verbos modais, marcadores de foco, empregos modais dos tempos verbais, conjunções, verbos que explicitam o ato praticado pelo interlocutor e entoação. Outro aspecto, diz respeito às intenções e interesses do locutor que se exprimem por meio de predicados seguidos de infinitivo ou que + oração, verbos modais, modos dos verbos e também pela entoação. Azeredo menciona também que algumas palavras e expressões situam-se na fronteira dos sintagmas funcionando como marcadores de foco, como as que exprimem exclusão (ou restrição, conforme o autor), inclusão e designação, e ainda o verbo ser que serve como forma de realçar uma informação por meio de expressões como ser que, ser...que. Quanto à referência (meio pelo qual o locutor designa no discurso as variáveis do contexto) são analisadas as peculiaridades do sistema temporal do verbo, nesse sentido, o verbo apresenta duas variações temporais: o contexto imediato, em que as referências são presentes no ato da enunciação ou discurso; e o contexto mediato, em relação às referências distantes, como experiências de vida apenas simulada. Desse modo, Azeredo também apresenta uma distinção na referência aos tempos presente e futuro no modo subjuntivo, havendo uma neutralização da oposição presente/futuro ao fazer referência ao contexto imediato e ao contexto mediato por meio do tempo pretérito imperfeito da forma subjuntiva. Outro aspecto é a polifonia, que constitui a incorporação de outros enunciados ou discursos no dizer do locutor. São exemplos comuns da coexistência de discursos as citações e alusões. Nesses procedimentos, elementos gramaticais ou textuais como aspas, as técnicas do discurso indireto, as conjunções conformativas podem servir para formulação esquemática de nossos propósitos. Dessa forma, o discurso indireto é o mais típico recurso pelo qual um enunciador substitui o contexto imediato pelo contexto mediato, o que envolve uma série de alterações no sistema referencial como advérbios de tempo, pronomes pessoais e possessivos e tempos verbais. Ainda neste capitulo, Azeredo explica que a coesão textual concorre para conferir ao discurso o caráter de texto. Essa continuidade que há entre uma e outra parte do texto é expressa por recursos gramaticais como também pelo léxico, aponta dois aspectos de coesão: o tópico e a junção. O tópico é de forma discursiva o processo que permite avançar o texto, que possibilita, muitas vezes, a ligação entre dois períodos

sequencializados de diferentes locutores ou entre períodos no mesmo texto. Já a junção pode ser conectiva, quando realizada por palavras e locuções em que se estabelece uma relação semântica entre sintagmas, orações, parágrafos associados no interior do discurso ou entre discursos distintos, ou pode ser por justaposição, dessa forma os segmentos de diferentes atos discursivos ou de diferentes locutores se relacionam apenas justapostos. É possível notar neste capítulo, que Azeredo faz um estudo crítico relacionando aspectos gramaticais, textuais e discursivos buscando consolidar mudanças em relação às atividades com a sintaxe em sala de aula.