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1 AGASSIS PAULO BEZERRA ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO - CIÊNCIAS BIOLOGICAS E TEOLOGIA - BACHAREL UIRAÚNA – PB, JUNHO DE 2011 IDADE MÉDIA RESUMO A Idade Média compreende o período entre o século V (queda de Roma, em 476) até o século XV (queda de Constantinopla, em 1453). A expressão Idade Média surgiu com uma conotação depreciativa e injusta. Até hoje, muitas pessoas, quando ouvem a expressão “Idade Média”, logo pensam em fanatismo religioso, Inquisição, guerras, pestes, e toda a sorte de catástrofes. É bom lembrar que a maioria das mulheres queimadas como bruxas da Reforma o foram depois da Contra-Reforma (século XVI), Portanto, Já na Idade Moderna. Em relação às guerras, podemos dizer que as medievais foram bem menos mortíferas que as contemporâneas. O mesmo pode dizer das pestes e da fome, que não foram apanágio da Idade Média. Durante a Idade Média, tivemos três civilizações: a cristã ocidental, a bizantina e a mulçumana, sem relacionar é claro, as civilizações do Extremo-Oriente e da América Pré- Colombiana.

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Resumo elaborado com diversas fonte, mas que conserva a real veracidade.

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AGASSIS PAULO BEZERRA

ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO - CIÊNCIAS BIOLOGICAS E TEOLOGIA -

BACHAREL

UIRAÚNA – PB, JUNHO DE 2011

IDADE MÉDIA RESUMO

A Idade Média compreende o período entre o século V (queda de Roma, em

476) até o século XV (queda de Constantinopla, em 1453).

A expressão Idade Média surgiu com uma conotação depreciativa e injusta.

Até hoje, muitas pessoas, quando ouvem a expressão “Idade Média”, logo pensam

em fanatismo religioso, Inquisição, guerras, pestes, e toda a sorte de catástrofes. É

bom lembrar que a maioria das mulheres queimadas como bruxas da Reforma o

foram depois da Contra-Reforma (século XVI), Portanto, Já na Idade Moderna.

Em relação às guerras, podemos dizer que as medievais foram bem menos

mortíferas que as contemporâneas. O mesmo pode dizer das pestes e da fome, que

não foram apanágio da Idade Média.

Durante a Idade Média, tivemos três civilizações: a cristã ocidental, a

bizantina e a mulçumana, sem relacionar é claro, as civilizações do Extremo-Oriente

e da América Pré-Colombiana.

Durante a Alta Idade Média (séculos V a X), a civilização bizantina, de

religião cristã e língua grega, estava econômica e culturalmente muito mais

adiantada do que o Ocidente latino. Pode-se dizer o mesmo da civilização

muçulmana, cuja ciência, filosofia, e matemática eram bastante desenvolvidas. Já na

Baixa Idade Média (séculos X a XV), o Ocidente Cristão teve um grande surto de

desenvolvimento, notadamente durante o século XV o Ocidente Cristão teve um

grande surto de desenvolvimento, notadamente durante o século XI ao XIII, período

em que o mundo feudal chegou ao apogeu.

Alta Idade Média e Baixa Idade Média

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O império Romano do Ocidente desagregava a partir do governo de

Diocleciano, em 284, iniciando-se a decadência do Império Romano.

A desorganização administrativa aliada à decadência moral e econômica

deu inicio a esse processo. O exército romano enfraquecia-se, o mesmo ocorrendo

com toda Roma.

Em quanto isto, na Ásia, os bárbaros preparavam-se para invadir a Europa

em procura de terras férteis.

Roma costumava denominar de bárbaros todos aqueles que não falavam o

latim e não viviam dentro das fronteiras de seu Império.

Os primeiros povos a invadirem Roma foram os humos, comandado por

Átila, no século V. embora tenham causado a eles grandes prejuízos, não

conseguiram dominá-la.

Nessa mesma época, o mundo romano sofria novas invasões de povos

bárbaros,

Os visigodos, comandados por Alarico, depois de terem saqueado Roma,

foram se fixar na península Ibérica:

Os francos invadiram e tomaram a Gália;

Os anglo-saxões dominaram a Grã-Bretanha;

Os vândalos atacaram o norte da África.

Em 476, os Bárbaros hérulos, comandados por Odoacro vencem os

romanos, comandados por Rômulo Augusto. Era o fim do Império

Romano do Ocidente.

Com a queda de Roma tivemos como conseqüências:

O desaparecimento das cidades;

O fim do comercio;

O aparecimento dos reinos bárbaros;

A miscigenação das culturas dos bárbaros com a cultura Romana;

A cristianização dos invasores.

Durante a invasão dos bárbaros, muitos particípios, sábios e artistas de

Roma procuram asilar-se no Império Romano do Oriente, rumando para

Constantinopla.

A expansão do Império Bizantino

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Bizâncio era uma antiga colônia grega localizada onde os romanos ergueram

Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente.

A civilização bizantina ocupava a Europa Balcânica e parte da Síria, do Egito

e da Ásia menor, além de outros pequenos territórios.

Assim, é comum denomina-se de império bizantino, o Império Romano do

Oriente. Ele tinha como sua principal atividade econômica o comércio, talvez por sua

localização estratégica, rota obrigatória dos navios que singravam o mar

mediterrâneo e negro.

Bizâncio caracterizou-se como grande exportador de produtos agrícolas,

púrpura, seda e objetos de ourivesaria.

O apogeu do império bizantino ocorreu no período de 525 a 565, durante o

governo de Justiniano. Este Imperador vislumbrou a possibilidade de reunificar e

reconquistar todas as terras anteriormente integrantes do grande Império romano.

Mandou seus exércitos marcharem sobre a Espanha e a Itália, comandados

pelo general Belizário. A reconquista consumou-se com a vitória das tropas

bizantinas. Ordenou, em seguida, a reconquista do norte da África.

Durante o governo de Justiniano os matemáticos, os sábios, os filósofos e os

arquitetos fizeram do Império Bizantino o centro de suas atividades, desenvolvendo

uma intensa atividade cultural. Enquanto isto o Ocidente permanecia envolvido no

marasmo cultural imposto pela presença dos bárbaros. Neste período, ocorrem:

A codificação do antigo Direito Romano, dando Origem ao Código de

Justiniano;

As construções de aquedutos, sistemas de esgotos de uma grande

muralha e da igreja de santa Sofia;

Intenso desenvolvimento da capital, Constantinopla;

Progresso nas artes e na cultura, destacando-se a arquitetura e o largo

emprego de belos e famosos vitrais e mosaicos.

O cristianismo era a religião oficial do Império Bizantino. Porém, problemas

de interpretação levavam a sérias divergências, que determinaram o surgimento, em

1054, do Cisma. Houve então a separação entre as igrejas de Roma e de

Constantinopla, dando origem ao catolicismo e á igreja ortodoxa.

Após Justiniano sucederam se reinados anárquicos, até que Constantinopla

cai em poder dos turcos otomanos em 1453, marco considerado divisório, colocando

termino a Idade Média e iniciando a Idade Moderna.

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A expansão Árabe

A expansão árabe se deu pelas armas. Perseguidos pelos sacerdotes, a

cuja classe pertencia, Maomé foi obrigado a empreender fuga que o levou de Meca

para Medina. A fuga de Maomé é conhecida como hégira e ocorreu no ano de 622.

Chegando a Medina iniciou grande trabalho, reunindo os clãs, cuja unidade

foi constituída e mantida pela fé. Toda via, este elemento acabou por servir de pólo

aglutinador para elementos da mesma raça, pois a partir daí a expansão do Islã se

deu pelas armas, como já afirmamos inicialmente.

Partiu inicialmente para a conquista de Meca, conseguido esse objetivo no

ano de 622. Embora tenha falecido nesse mesmo ano, através do seu Alcorão,

Maomé uniu a maioria das tribos árabes.

Os árabes eram impiedosos guerreiros e passado um século da hégira, já

dominavam a Índia, a Mesopotâmia, a Ásia menor, o Egito, a África setentrional, de

onde chegaram à Espanha e, por conseguinte, ao território europeu.

No ano de 771 os Mouros derrotam o último rei visigodo da península

Ibérica, Roderico. As Astúrias resistem e tornam-si o único foco da reconquista

cristã. Embora tivessem tomado a Gália os mouros são dali expulsos, em 732, na

batalha de Poitiers, sendo os cristãos comandados por Carlos Martel.

Pouco tempo após o restabelecimento da dinastia dos abásidas, em 750,

Absrrhaman chega à Espanha e funda o Califado de Cordoba. Esse árabe pertencia

a dinastia dos omíadas e acabou criando, com a fundação daquele califado, o

primeiro desmembramento do império árabe.

A morte de Maomé havia também cindido o mundo islâmico, cuja liderança

disputada por três califas: o de Bagdá, o de Córdoba, e o do Cairo. Nos anos de 786

a 809 verificou-se a chamada era de oura de Bagdá, cujo orei (califa) era Harum ao

Rachid. As artes, a cultura e o luxo era a marca de Bagdá durante esse período.

Não tardaram porem, as lutas intensas que enfraqueceram esse califado e

culminaram com a dissolução do califado do oriente. Dessa situação se

prevaleceram outros expoentes políticos da época e fundaram califados

independentes na África setentrional.

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Segue-se a invasão dos otomanos, na Ásia, retalhando-a em números

califados fracos e política e militarmente. Os otomanos, vindos então da Ásia central,

acabaram por tomar Bagdá em 1058.

Ao lado do período de ascensão e decadência do califado de Bagdá,

firmava-se no sul da Espanha o califado de Córdoba, propiciando uma fase de

grande processo material e intelectual. Durante a administração árabe verificou-se:

Desenvolvimento da agricultura, propiciado pelo emprego de modernos

sistemas de irrigação;

Desenvolvimento científico, invejado por toda Europa;

Uma efetiva contribuição para o vocabulário ibérico;

Criação e modernização de universidades;

Notável progresso no campo da medicina;

Respeito às liberdades, muito maior que na fase anterior e posterior ao

domínio árabe.

Com a tomada de Toledo, pelas tropas de Afonso VI, em 1085, começa a

expulsão dos árabes pelos espanhóis. Com isto os habitantes da Espanha davam

início a preparação de um dos períodos mais tristes de sua história: a Inquisição.

O Feudalismo Medieval Europeu: Fatores do Aparecimento, Estrutura Social e

Política.

Denomina-se de feudalismo ao sistema político e sócio-econômico

desenvolvido na região ocidental do continente europeu, durante os séculos de IX ao

XI.

Causas do Feudalismo:

Invasão do continente europeu pelos Árabes;

Invasões bárbaras, que isolavam as comunidades européias;

Estabelecimento do império de Carlos Magno;

Falência do poder central, que se enfraqueceu possibilitando o

surgimento de poderes locais dirigido spelos senhores feudais;

Afirmação da política de lealdade recíproca entre indivíduos, alicerçada

na posse da terra e que tinha como fundamentos as instituições romanas:

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beneficium benefício em terras

clientela proteção dos ricos

comitatos lealdade entre os guerreiros

Estrutura Social e Política

A sociedade feudal não permitia a mobilidade social, isto é, filho de nobre

seria sempre nobre, filho de servo seria sempre servo. Ela estava dividida em

estamentos:

A nobreza, que detinham as terras cultivadas pelos camponeses. Estes

eram obrigados a destinar parte da produção aos nobres, que viviam em

atividades de laser.

O clero: bastante rico, era detentor de grandes extensões de terras,

cultivadas pelos camponeses, no mesmo esquema daqueles

pertencentes aos nobres. Estava dividido em alto clero, ligado a nobreza

e baixo clero, vinculado aos servos.

Os vilões, que culminavam por comprar suas liberdades. Muitos deles

chegaram a ser burgomestres, com o surgimento das cidades.

Os servos, totalmente submissos aos interesses e vontade dos senhores

feudais. Eram convocados como soldados durante as guerras. Estavam

obrigados a pagar impostos extorsivos, com consórcios, que incidia sobre

o casamento. A submissão era tão grande que, em algumas regiões da

Europa, afora do pagamento do consórcio, a noiva era obrigada a passar

a noite de núpcias com o senhor feudal.

O rei: sua única “responsabilidade” era usufruir das mordomias e dirigir as

relações de classe entre suseranos e vassalos, os primeiros recebedores

e os segundos prestadores de homenagens.

Estrutura Econômica

A economia feudal era voltada para o consumo interno, exclusivamente.

Baseava-senas atividades agrícolas. O lucro pele venda de produtos era proibido,

assim como a cobrança de juros. As moedas circulavam em pequena quantidade.

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A Igreja Cristã Medieval

A igreja, através do clero, constituía uma das classes em que estava dividida

a sociedade feudal.

O clero possuía grandes extensões de terra, obrigando os camponeses a

cultivá-las e delas destinarem parte da produção para a igreja. Através de um

sistema de convivência com o poder econômico e político a igreja medieval

amealhou grande fortuna.

Durante este período Jerusalém, que estava em poder dos árabes, cai em

mãos dos turcos. Estes começaram a dificultar as visitas dos cristãos ao Santo

Sepulcro. Usando esse fato como motivo, a igreja busca apoio dos senhores e reis e

consegue organizar um motivo armado, denominado de cruzada, com objetivo de

liberar Jerusalém e reconquistar o direito dos cristãos.

Todavia, na realidade, a igreja busca novas riquezas em ouro e, através de

possíveis vitorias o novo período de glórias. Na realidade pode-se afirmar que os

objetivos das cruzadas eram, alem da libertação de Jerusalém:

Conquistar tesouros no continente asiático:

Atrair e conviver com as riquezas e o luxo orientais;

Conquistar uma abertura para o Mediterrâneo, através da qual pudesse

ser viabilizado o comercio veneziano;

Diminuir a população da Europa.

Valendo-se do poder da igreja, o papa Urbano II convocou o concilio de

Clemont, em 1095. Nele os cristãos foram chamados a luta, como meio de

reconquistas Jerusalém. Através dessa luta era-lhes prometido e céu, pela

purificação. Na realidade, de todos os que propunham e seguiam para os campos de

batalha, poucos conseguiam sobreviver e voltar.

No período compreendido entre os anos de 1095 a 1270 foram organizadas

oito cruzadas. Desse empreendimento militar-religioso adveio:

O declínio do poder feudal, em virtude dos inúmeros insucessos e das

grandes somas gastas;

O conseqüente aumentou do poder real;

O aparecimento de novas ordens religiosas: templários, caleiros

Teutônico e Hospitalários, dentre outras:

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A transformação de Gênova, Piza, e Veneza em grandes centros

comerciais;

O aumento da cultura oriental em terras do Ocidente.

Crise Feudal

A economia feudal era voltada para o consumo interno. A economia era

voltada para as atividades agrícolas.

As cruzadas, em números de oito, realizadas de 1095 a 1270, contaram

inclusive com a participação dos reis e nobres, e tiveram como resultados:

A conquista do monopólio comercial no Mar Mediterrâneo pelas cidades

italianas: Gênova, Piza, e Veneza:

O estabelecimento de contatos dos europeus com os povos orientais

bizantinos e mulçumanos;

A introdução, na Europa, de novas técnicas agrícola, bem como de novos

produtos;

A transformação da base econômica agrícola, com desenvolvimento de

uma economia que tinha como base a moeda;

O surgimento de um grupo poderoso de comerciantes.

Essas alterações foram repercutir nas relações de produção, no seio do

regime feudal. Assim começou-se a cultivar as terras abandonadas e a emprega-se

a irrigação e novas técnicas agrícolas que acabaram por aumentar em muito a

produtividade do solo.

O trabalho braçal e estafante do auge do período feudal começava a ser

amenizado pelo emprego daquelas técnicas mais modernas: o emprego do arado e

de animais no trabalho agrícola. Isso provocou uma substancial mudança na vida

dos servos, que escutavam tarefas menos pesadas. Nessa época surgiram os

jornaleiros, trabalhadores que realizavam serviços temporários e que eram pagos

pela realização de tarefa.

Paralelamente a isso, muito dos senhores feudais,encantados com a vida de

conforto e prazeres, oferecida aos moradores das cidades que surgiram, mudavam-

se para elas, deixando suas terras aos cuidados de administradores. Estes por sua

vez, querendo poupa-se, acabavam por arrendar partes de suas terras a

camponeses.

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O vínculo entre o senhor feudal e servo passou a sofrer uma modificação

muito grande:

Os senhores feudais passaram a aceitar dos servos pagamentos de suas

obrigações em moedas e não mais em dias de trabalho, como ate então;

Aceitavam, esses senhores feudais, libertar os seus servos em troca de

pagamento em moedas

Objetivando conseguir as moedas necessárias a obtenção das regalias

oferecidas e a conquista da liberdade, os camponeses rumavam para as cidades e

as feiras, onde vendiam o excedente de sua produção.

Diante desse quadro, podemos citar como fatores que levaram a decadência

do sistema feudal:

O desligamento de grande número de pessoas das tarefas agrícolas,

motivada pelas cruzadas;

Concentração populacional nos centros urbanos que começavam a surgir;

A mudança nas relações de trabalho entre os servos e senhores feudais;

O crescimento da população da Europa;

O declínio do poder dos senhores feudais e o conseqüente aumento do

poder real.

As Cruzadas

Reportemo-nos ao item “A Igreja Cristã Medieval” e verifiquemos que, ao

tomarem Jerusalém, os turcos começavam opor obstáculos para que os cristãos

visitassem o Santo Sepulcro. Valendo-se desse agrupamento, a Igreja apelou aos

seus aliados de poder: os senhores feudais e reis, e organizou as Cruzadas,

movimento religioso-militar que objetivava a retomada de Jerusalém e a reconquista

dos direitos dos Cristãos.

Todavia, esse era o argumento posto, que ocultava os reais objetivos de:

Conquistar os tesouros do continente asiático;

Atrair e conviver com as riquezas e luxos orientais;

Conquistar uma abertura comercial para o mediterrâneo, viabilizando o

comércio das cidades italianas, sobretudo Veneza;

Diminuir a população européia;

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Para conduzir as Cruzadas, o papa Urbano II convocou o Concilio de

Clemont, em 1095, prometendo o céu e purificação para os cristãos que pegassem

em armas para conquistar Jerusalém. As Cruzadas apresentaram como resultados,

sucintamente:

O restabelecimento das rotas comerciantes entre o Oriente e o Ocidente;

O surgimento das cidades italianas de Veneza, Gênova e Piza como

grandes centros comerciais;

A chegada ao mercado europeu de novos produtos asiático, que ali eram

negociados em grandes quantidades;

A transformação do sistema feudal: os senhores feudais tiveram o seu

poder político diminuído, enquanto se verificava fortalecimento do poder

real (central);

O aparecimento de novas ordens religiosas, como a dos Templários, a

dos Hospitalários e a dos Cavaleiros Teutônicos;

O aumento da influência da cultura oriental em terras do Ocidente;

O desligamento de muitas pessoas das atividades agrícolas e o

conseqüente desenvolvimento das cidades e da atividade comercial.

Expansão Comercial

O comércio em desenvolvimento motivou o renascimento das cidades

européias. Houve uma polarização e uma troca: desenvolvimento Urbano

desenvolvimento comercial.

Todavia, durante a alta Idade Média duas regiões do continente europeu

conseguiram manter suas atividades Urbanas e comerciais: as cidades italianas e o

norte da Europa.

As cidades italianas, principalmente, Veneza, Bari, Gênova, Tarento , Piza e

Almafi, mantiveram intenso comércio, valendo-se para isso dos produtos originários

de Constantinopla e da proteção do Império Bizantino.outros produtos, originários de

Alexandria, China e Índia ali também eram colocados. Por outro lado, grandes

mercadores encarregavam-se de buscar ali as mercadorias e vende-las em outros

centros europeus, notadamente na Franca (Marselha) e na Espanha (Barcelona).

Já na parte Norte do continente europeu, situado entre os mares Norte e

Báltico, o comércio era representado por maiores vendas lãs e tecidos, produzidos

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notadamente na planície de Flandres, quem envolvia os atuais territórios da Franca,

Holanda e Bélgica.os principais centros comerciais e urbanos dessa região era

Bruges, Lille e Ypres.

Visando defender seus interesses os comerciantes constituíram associações

denominadas de guildas. A maior e a mais poderosa delas foram Liga Hanseática, e

era constituída por cidades do Norte da Europa.

A Liga Hanseática controlava todas as operações realizadas nos mares do

Norte e Báltico.

Esse intenso comercia das cidades italianas e do norte europeu, começou a

se interiorizar para as regiões centrais, constituindo grandes rotas de comércio. Não

tardaram a surgir, então, as chamadas feiras.

A partir do final do século XII as feiras passaram a ser vitais para a

economia da Europa medieval. Realizavam-se periodicamente e sempre nos

mesmos locais. Uma delas, da Champanha, extrapolou a sua importância local e

regional e acabavam atraindo comerciantes de toda Europa.

As feiras eram organizadas de tal maneira que certos produtos eram

comercializados nos primeiros dias deixando-se para os últimos dias outros tipos de

mercadorias. Os negócios envolviam moedas diferentes, que eram trocadas pelos

denominados cambistas.

Com o desenvolvimento das feiras intensificaram-se as atividades de trocas

envolvendo excedentes de produção; o artesanato ganhou impulso e vida própria

deixando de ser atividades subsidiárias da agricultura e intensificou-se o uso da

moeda.

Evolução das Monarquias

Verifica-se, com a queda do poder feudal, um fortalecimento do poder dos

reis, que se desenvolveu paralelamente ao crescimento das atividades comerciais e

ao surgimento das cidades.

A centralização e o aumento do poder real tiveram como conseqüência

imediata, na Europa, o surgimento das monarquias nacionais. Elas começaram a se

caracterizar:

Pelo surgimento das nações, constituída cada uma delas por um povo

com sua língua própria, religião, costumes e historia.

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Pele delimitação territorial de cada uma delas; região geográfica.

Pela implantação e exercício de um poder nacional, representado por um

poder real, válido para toda a nação.

O crescimento do poder real e a conseqüente instalação das monarquias

nacionais não foi um processo calmo, pois constantes choques ocorreram com os

senhores feudais e a Igreja, que se viam perdendo o poder econômico e político.

Para fazer valer o seu poder, os reis acabaram por criar os exércitos reais,

pagos pela Coroa, que substituíam a cavalaria feudal, da nobreza. Por outro lado, os

reis passavam a contar com o apoio da burguesia, que se constituía dos grandes

comerciantes que começavam a surgir.

A Espanha

Nesse período via-se fortalecer na Espanha o poder real. Os reis católicos,

Fernando e Isabel, resolveram empreender a Reconquista, uma guerra com a qual

pretendiam libertar o Reino de Granada do domínio muçulmano.

Para tanto organizarem a infantaria espanhola, constituida de soldados

provenientes das zonas rurais e urbanas. Ao lado dessa infantaria lutou a chamada

Santa Irmandade, uma milícia sustentada pelo povo e que teve grande apoio dos

comerciantes (burguesia), interessados em diminuir o poder da nobreza e fortalecer

o poder real.

O exemplo espanhol, vitorioso, servia de incentivo e modelo para outros

regimes monárquicos nacionais europeus. Estes colocaram seus exércitos para

impor leis e cobrar seus impostos.

Os reis começaram a exigir o pagamento de tributos não só da nobreza,

como também dos artesãos, da Igreja, dos camponeses e da burguesia nascente.

A França

Instalou-se a dinastia Capetíngia, que através de seus reis:

Adquiriu o Ducado da Aquitânia (Luiz VI);

Desenvolveu o comercio e as cidades (Luiz VII);

Libertou os centros urbanos dos domínios feudais (Felipe Augusto);

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Com o apoio da burguesia e do clero submeteu a nobreza (Felipe

Augusto);

Expandiu os territórios reais (Felipe Augusto);

Anexou ao território francês o Condado de Toulose (Felipe III);

Aumentou as rendas reais, organizando o sistema de impostos, que

recaíam sobre a Igreja (dízimo) (Felipe IV);

Confiscou os bens da Ordem dos Templários, organizacao religiosa

criada durante a primeira Cruzada (Felipe IV);

Convocou os Estados Gerais, uma assembléia composta de

representantes do clero, da burguesia e da nobreza (Felipe IV).

A morte de Carlos IV, filho de Felipe IV, em 1328, abriu o processo de

sucessão do tono francês. A disputa se polarizou em torno de Felipe de Valois e

Eduardo III. O primeiro era filho de Carlos Valois, sobrinho de Felipe IV, em quanto o

segundo era filho de Henrique II e Isabel, esta filha de Felipe IV. Eduardo III, embora

inglês, era neto do ex-soberano francês.

Não aceitando a possibilidade de serem governados por rei estrangeiro, os

franceses valeram-se da antiga Lei Sálica, que em texto proibia a sucessão por linha

feminina. Com isso o trono francês passava às mãos de Felipe VI, de Valois.

Encerrava-se a dinastia dos Capetíngios e trono francês passava a ser ocupado pele

dinastia dos Valois.

A Inglaterra

A formação do poder real, na Inglaterra, iniciou-se no ano de 1066, quando o

Duque Guilherme, da Normandia, invadiu e conquistou o território inglês. Instalou ali

um regime de feudos, embora menores que os franceses. A nobreza da Inglaterra

não gozava dos mesmos privilégios da francesa, e devia obediência e fidelidade ao

rei.

Com a morte de Guilherme na Normandia, assumiu o trono inglês Henrique

II que organizou a justiça e o exército real e impôs a cobrança de tributos aos

nobres. Todavia, Henrique II não conseguiu impor sua política ao clero, chegando a

profundas divergências com o bispo Thomas Becket, que mais tarde foi assassinado

por um grupo de cavaleiros do rei. Sucederam a Henrique II:

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Ricardo Coração de Leão: Após ter participado da Cruzada dos reis, foi

assassinado quando tentava combater as rebeldias dos nobres.

João Sem Terra: Durante seu governo uniram-se os nobres, o clero e a

burguesia, que por pressão, obrigaram o rei assinar a Carta Magna, que

estabelecia:

Que a criação de novos impostos somente poderia ser feita desde que

ouvido o Grande Conselho, constituído de bispos, condes e barões;

Que os cidadãos ingleses passavam a contar com instrumentos de

proteção contra o arbítrio do poder real;

A prisão de qualquer homem somente poderia ocorrer após seu

julgamento.

Henrique III: O grande conselho, criado durante o governo de Joao Sem

Terra, passou ao controle da nobreza. Simon de Mont Fort, que era o

dirigente maior desse grande Conselho, acabou por efetivar uma unidade

entre a nobreza, o clero e a burguesia, que se colocaram em confronto

direto com o poder real. Daí originou-se o Grande Parlamento, que tinha

amplitude nacional. O governo de Henrique III caracterizou-se pele

impopularidade.

Eduardo I: Durante o seu governo, o parlamento inglês foi transformado

em uma assembléia constituída de nobres, do clero e da burguesia. Ele

tinha caráter permanente.

Durante os reinados seguintes, Eduardo II e Eduardo III, houve um continuo

aumento do poder parlamentar. O parlamento foi 1350, dividido em duas câmaras:

A câmara dos Lordes: formada pela nobreza e pelo clero.

A Câmara dos Comuns: constituída pela burguesia e pelos cavaleiros.

Assim, entre as duas monarquias constitucionais, a da França e a da

Inglaterra verificaram-se uma diferencia substancial: na França houve um

progressivo aumento do poder real, que chegou a predominar sobre a nobreza e a

Igreja; na Inglaterra, houve, paulatinamente, uma limitação do poder real e um

aumento do poder do Parlamento.

A Guerra dos Cem Anos

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Conflito entre a Inglaterra e a França, que se prolongou entre 1337 e 1453.

Teve como causas:

As pretensões do rei Eduardo III, da Inglaterra, de ocupar o trono francês,

após a morte de Carlos IV, da França, em 1328.

O interesse de ambos os países de dominar a região de Frandes, que na

época era ricas produtoras de tecidos, produto em constante elevação no

mercado internacional.

Após inúmeros combates, muitas mortes e um conflito prolongado,

verificaram-se como resultado principal da Guerra dos Cem Anos, o

fortalecimento do poder real, em ambos os países.