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BOA VONTADE Setembro de 2004 BOA VONTADE A REVISTA DA ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA • ANO XXII • Nº 193 • SETEMBRO DE 2004 • R$ 7,90 por Jayme Monjardim Olga Ronda da Caridade da LBV completa 42 anos Cidadania Sandra de Sá: “ A Fé é que me segura na vida!” Dom Paulo Arns Ivete Sangalo Luís Carlos Prestes No evento, foi entregue, em edição extraordinária, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV. Brazilian Day nos EUA recebe mais de 1 milhão de pessoas No palco do Brazilian Day, o apresentador da Rede Globo André Marques, o Vice-Cônsul do Brasil em NY, Dario Campos, e o dr. Pedro Paulote de Paiva, representando na homenagem o Presidente Mundial da LBV, Paiva Netto. A posse do historiador José Murilo de Carvalho ABL Destaques Mãe Canô Paiva Netto apresenta em O Capital de Deus: Ateu também deve orar

Revista Boa Vontade, edição 193

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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B O A V O N T A D ESetembro de 2004

BOA VONTADEA RevistA dA espiRituAlidAde ecumênicA • AnO XXii • nº 193 • setemBRO de 2004 • R$ 7,90

por Jayme Monjardim

OlgaRonda da Caridade da LBV completa 42 anos

Cidadania

Sandra de Sá: “ A Fé é que me segura na vida!”

Dom Paulo ArnsIvete Sangalo

Luís Carlos Prestes

No evento, foi entregue, em edição extraordinária, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV.

Brazilian Day nos EUA recebe mais de 1 milhão de pessoas

No palco do Brazilian Day, o apresentador da Rede Globo André

Marques, o Vice-Cônsul do Brasil em NY, Dario Campos, e o dr. Pedro Paulote de Paiva, representando na homenagem o Presidente

Mundial da LBV, Paiva Netto.

A posse do historiador José

Murilo de Carvalho

ABLDestaques

Mãe Canô

Paiva Netto apresenta em O Capital de Deus: Ateu também deve orar

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Cartas

Sucesso da revista BOA VONTADE

Apresento meus cumprimentos à Vossa Senhoria pela excelência da publicação e seus interessantes temas.

General-de-brigada Sinclair J. MayerComandante da 1a Brigada de Artilharia Antiaérea

Guarujá/SP

Em minhas mãos a bem-lançada revista BOA VONTADE que, como sempre, está plena de re-portagens interessantes e valiosas. Apresentando os meus agradecimentos, valho-me do ensejo para apresentar os protestos da minha estima e admiração.

Vereador Celso CardosoCâmara Municipal de São Paulo/SP

Tenho acompanhado os trabalhos da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus e gostaria de parabenizá-la. É disso que precisamos: jovens levando a palavra de Jesus Cristo a

sério e trabalhan-do pelo Bem da Humanidade. Um abraço do amigo, telespectador do Programa Paiva Netto e leitor da BOA VONTADE.

Aldo Almeida

via e-mail

Parabenizo o jornalista Paiva Netto pela bri-lhante iniciativa, não só da revista Sociedade Solidá-ria, como também agora da revista BOA VONTADE, que, sem dúvida, já é um grande sucesso.

Valdéia PinheiroBelford Roxo/RJ

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CartasLiteratura

Especial

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Abrindo o Coração 14Atualidades 16

Notícias de Brasília 18Espírito e Ciência 21O Capital de Deus 22

Viver é Melhor 26Terceiro Setor 28

História 30

Acontece 38

6 Olga

16 ABL

28 Mães da Sé

8 Brazilian Day

22 O Capital de Deus

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Expediente

Pedagogia do Cidadão Ecumênico

Ao leitor

Índice

14 Sandra de Sá

Ação Jovem LBV 34Bolo com Pudim 36

Os Editores

B O A V O N T A D ESetembro de 2004

Diretor responsável: Francisco de Assis Periotto (RMT nº 19.229/RJ)Editor: Gerdeilson Botelho (RMT no 32.834/SP)Subeditora: Débora Verdan (RMT no 27.870/SP)Supervisor de texto: Paulo Alziro SchnorProdução editorial: Equipe ElevaçãoProjeto gráfico e capa: João Periotto Fotos da Capa: Nova York — Orlando Norberto; Sandra de Sá — Arquivo pessoal.Revisão: Equipe ElevaçãoBOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom RetiroCEP 01134-000 — São Paulo/SP — Tel.: (11) 3358-6868Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.

A edição de setembro da revista BOA VONTADE respira história, a passada e a que está acontecendo agora. Permitindo uma viagem no tempo que nos leva a conhecer os fatos que determinaram a Independência de nosso país, no século XIX, seguindo até os dias de hoje com o consagrado festival Brazilian Day in New York, realizado na Sexta Avenida, no coração de Manhattan, e que, este ano, teve um público recorde de mais de um milhão de espectadores. Uma festa que pintou de verde-amarelo as ruas da Big Apple e encheu de orgulho os brasileiros, pois destaques de nossa comunidade foram homenageados por iniciativas solidárias com a Comenda do ParlaMundi da LBV.

Sua memória é aflorada também ao percorrer as páginas da seção “Literatura” e ver a fotografia de uma difícil fase da Humanidade, registradas em dois bons livros, que mostram como a coragem e a esperança ajudaram os judeus a conviver com os horrores do Nazismo e também as transformações que o regime de Hitler infligiu ao Planeta. Por fim, amigo leitor, vale aqui pedir que leia estas páginas com atenção, medite, e dê a sua valiosa contribuição para se ter Paz, para que as diferenças sejam respeitadas e para que a Espiritualidade seja vivida em seu aspecto universal, somando, e não dividindo, fazendo este mundo melhor!

Sucesso no cinema, longa-metragem dirigido por Jayme

Monjardim é indicado para representar o Brasil na festa

do Oscar.

Mais de 1 milhão de pessoas acompanharam o festival em NY. No evento, foi entregue, em sessão especial, a Ordem do ParlaMundi da LBV.

O som da miscigenação

O historiador José Murilo de Carvalho é o mais novo imortal

O drama das famílias que perderam seus filhos

Ateu também deve orar

Cursos 41

Caro leitor, na próxima edição da revista BOA VONTADE, outubro de 200�, traremos mais um imperdível encarte especial do informativo ÍMPAR, com o fascículo “O carisma do Líder da Boa Vontade”. Nele, você conhecerá histórias da vida do dirigente da LBV, Paiva Netto, seus desafios e suas vitórias.

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Coragem, esperança e saudade são alguns dos traços do perfil de Olga Benário (1908-1942), mulher de Luís Carlos Prestes (1898-1990), líder da Intentona Comunista de 1935, colocados em relevo pelo diretor Jayme Monjardim tanto na sua obra literária quanto

no filme, que, por sinal, foi indicado pelo Ministério da Cultura para disputar uma das cinco vagas na categoria Oscar de Melhor Filme estrangeiro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que será entregue em fevereiro de 2005, em Los Angeles/EUA. Nos dois trabalhos, vê-se uma mulher que, por ser judia e comunista, mesmo estando grávida de sete meses, é deportada para a Alemanha, onde vive os horrores do Nazismo, terminando seus dias no campo de concentração de Ravensbrück, saindo de lá apenas para a câmara de gás em Bernburg.

O livro Olga por Jayme Monjardim surgiu ao longo das gravações da película cinematográfica — baseada na biografia homônima de Fernando Morais e com roteiro de Rita Buzzar — quando o próprio diretor ia capturando em sua máquina fotográ-

fica instantes mar-cantes da narrativa.

O trabalho, além das belíssimas fotos, traz depoimen-tos do biógrafo, do diretor, da roteirista e dos artistas envolvidos no longa-

metragem, que retrata não apenas a revolucionária vítima da intolerância do Nazismo, mas a alma feminina e materna desta protagonista.

Durante o lançamento do título, na capital paulista, no fim de agosto, Monjardim conversou com representantes da LBV, autografando um exem-plar da obra ao dirigente da Instituição, com a seguinte mensagem: “Ao José, com muito carinho. Um abraço no coração”.

O líder comunista — É bom destacar que toda essa história tem início quando Luís Carlos Prestes segue para Moscou e volta ao nosso país com o disfarce de marido de Olga, para levar a cabo a revolta comunista. O casal apaixona-se e passa a ser marido e mulher. Ele é preso, no ano de 1936, com o fracasso do movimento. Prestes fica incomunicável por nove anos.

Só em 1945, quando é libertado, sabe da morte da esposa no campo de concentração.

A fidelidade aos princípios que defendeu na vida pública e política lhe rendeu inúmeras prisões e, muitas vezes, foi também exilado do Brasil. Nada disso, no entanto, afastou-o dos ideais de justiça social e, da sua maneira, lutou sempre a favor do Povo brasileiro. Certa vez, em entrevista histórica à Revista LBV, em 1986, ressaltou o apoio à causa da Boa Vontade e a preocupação com a instabilidade emocional de alguns dirigentes do mundo, capazes de gerar um grande conflito mundial, o que, infelizmente, ainda preocupa a Humanidade. Vale relembrar, aqui, essas atualíssimas palavras:

“Não sou contra e nem posso deixar de apoiar todos aqueles que se dedicam à Solidariedade

Huma-na, ao estímulo da fraterni-

dade e da filantropia entre seus Irmãos. Neste sentido é que aprecio o trabalho da Legião da Boa Vontade, do Alziro Zarur, seu fundador, já falecido, e agora, do seu substituto, o Paiva Netto. Acho essa atividade muito útil e positiva, porque estimula o sentimento de Solidariedade entre cidadãos, ajudando a resolver uma série de problemas. Não só o da miséria, da fome, que é gritante, hoje, no Brasil. Até porque atravessamos, atualmente no mundo, uma situação de muito perigo. A maior ameaça que hoje pesa sobre todos é a de uma Terceira Guerra Mundial. O primeiro dever do cidadão nos dias atuais é lutar contra o desencadeamento de uma Ter-ceira Guerra, que provocaria uma hecatombe de proporções jamais vistas. Vimos o que ocorreu com aquele desastre do reator de Chernobyl, lá na União Soviética. Embora exage-radas as cifras dos jornais brasileiros, a verdade é que foi um acontecimento que mostrou o que as radiações de um reator podem causar de mal. Quantas pessoas morreram, quantas

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“Uma casa sem livros é como uma casa sem janelas.”Horace Mann

Jayme MonjardimOlga por (por Leila Marco)

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Rita Buzzar

Fernando Morais

Fotos: divulgação

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A perseguição sofrida pelos judeus na Ale-manha é tratada também em outro bom livro: Morte no Paraíso — A Tragédia de Stefan Zweig, do jornalista Alberto Dines,

que chega às livrarias numa versão revista e ampliada. Além de incluir na obra os diários do escritor austríaco Zweig (publicados em 1984), o autor fez expressivas mudanças graças às inúmeras contribuições que rece-beu desde a primeira edição do título, em 1981.

A biografia de Zweig é rica por vários pontos. Além da visão do europeu que enxergava no Brasil um país do futuro (pela convivência pacífica da nação de várias raças e cultos), o título mostra os tormentos vividos na época do Nazismo, como também as transformações que o regime de Hitler infligiu ao mundo. O currículo de Dines qualifica, ainda mais, o conteúdo do traba-lho. Crítico de cinema e roteirista; dirigiu jornais e revistas no Rio, São Paulo e Lisboa; e é o criador do programa da TV Educativa, do Rio de Janeiro: Observatório da Imprensa, que hoje possui uma versão para a internet (observatorio.ultimosegun-do.ig.com.br). Por ocasião do lançamento desta terceira edi-ção da obra, no fim de agosto, na capital paulista, o veterano jornalista conversou com a equipe da revista BOA VONTADE e deixou registrado, em um dos exemplares do livro, seu recado ao dirigente da LBV: “Para José de Paiva Netto, a homenagem de Alberto Dines”.

Ainda em São Paulo/SP, ocorreu a noite de autógrafos do Dicionário de Termos e ex-pressões da música, do escritor Henrique Autran Dourado, no qual pode-se encontrar

mais de 10 mil verbetes cuidadosamente selecionados, extraídos tanto do universo da música erudita como das tradições populares de diversos países e etnias, incluindo os termos específicos mais utilizados em vários idiomas.

A vasta experiência na área do autor enriquece ainda mais a obra. Mestre e Doutor em Artes pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), na qual ingressou como professor em 1988, lecionou na Escola Municipal de Música de São Paulo, da qual é diretor, e, em 2004, criou e passou a coordenar a Escola Superior de Música da Faculdade Cantareira, na capital bandeirante.

Na oportunidade, Henrique Dourado falou da sua admiração pela obra musi-cal do dirigente da LBV, mandou um forte abraço a ele e deixou uma carinhosa dedicatória registrada: “Ao José de Paiva Netto, pelo trabalho musical e social que tem empreendido nessas décadas”.

Ainda os horrores doNazismo

outras estão condenadas à morte nos próximos 10, 20, 30 anos. Vão morrer de câncer, em conseqüência da radiação. E sabemos que uma bomba atômica pode corresponder a cinco vezes mais do que as irradiações de Chernobyl. Imaginem, agora, o mundo bombardeado com estas armas! Quais

seriam as conseqüências? Nenhum povo

se livraria dos seus efeitos. Seria uma hecatombe de proporções jamais vistas. Um Secretário do Partido Comunista da Itália dizia que uma guerra atômica nas condições atuais levaria o mundo a retroagir 400 anos. Tudo aquilo que se acumulou de riqueza, de avanço, de civilização nestes 400 anos, desapareceria da face da Terra. O primeiro dever do cidadão brasileiro hoje, pois, é lutar contra a Terceira Guerra Mundial, o que significa lutar contra a corrida armamentista*, para evitar a acumulação das ogivas. E a tarefa da Legião da Boa Vontade é, ao mesmo tempo que cuidar da fome do Povo, da miséria em que vive nossa gente, convocar todos a se reunirem contra isso e a nos ajudarmos uns aos outros”, concluiu Prestes.

_____________* Grifo nosso

Do popular ao clássico,tudo sobre música.

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O Diretor Jayme Monjardim no set de Olga

1. Olga Benário2. Luís Carlos Prestes3. Cenas do filme Olga, dirigido por Jayme Mon-jardim.4. A protagonista de Olga, Camila Morgado, e Caco Ciocler encenam o longa-metragem.5. Olga vive na ficção os horrores do campo de concentração de Ravensbrück.

Legendas

O escritor austríaco Stefan Zweig

Alberto Dines, jornalista e escritor.

Henrique Autran Dourado: vasta experiência na área

musical.

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Com este título o Jornal Luso-Americano abriu a reportagem, de meia-página, publicada em 15 de setem-bro, a respeito de uma das maiores festas de comunidade estrangeira nas terras do Tio Sam, que, literalmente, pintou de verde-amarelo, no dia 5 deste mês, as ruas da Big Apple. Leia, abaixo, a íntegra da importante matéria, que apresenta também em destaque fotos com dois dos ganhadores do prêmio.

Realizado anualmente no coração de Manhattan, para celebrar a Independência do Brasil, o festi-val Brazilian Day in New York chegou a sua 20a edição com público recorde e um diferencial que

valorizou a imagem solidária do País. Uma sessão especial da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, criada pela Legião da Boa Vontade, fez parte da programação oficial e foi entregue no palco do evento, montado na Sexta Avenida, diante de mais de um milhão de espectadores.

Os agraciados foram brasileiros que se destacam pelas suas ações de solidariedade nos Estados Unidos.

A homenagem foi prestada logo após o show do grupo Skank. O apresentador de TV André Marques destacou os objetivos da Comenda e chamou ao palco representantes da Legião da Boa Vontade e os agraciados com o prêmio, composto por troféu, medalha e diploma. O dr. Pedro de Paiva, representante do Presidente da LBV e instituidor da Ordem, José de Paiva Netto, foi um dos portadores da honraria. Emocionado com a homenagem que recebeu, o empresário João de Matos, criador da designação oficial de “Little Brazil Street” atribuída à Rua 46, de Manhattan, e promotor do Brazilian Day in New York, declarou os seus agradecimentos e sua admiração pelo trabalho da LBV para a multidão presente e à imprensa mundial que cobria o evento: “Muito obrigado à LBV. Olha, pessoal, a LBV precisa de você. Não é só uma ajuda em dinheiro, é

Coração e alma bem brasileiros

Comenda da LBV homenageia expoentes em NY

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(por Danilo Parmegiani)

Recorde: mais de 1 milhão de pessoas participaram do festival Brazilian Day in New York, em 2004. Na oportunidade, foi entregue, em sessão extraordinária, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV.

Fotos: Orlando Norberto, Eliana Gonçalves e equipe The Brasilians/EUA.

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simplesmen-te ajudar a LBV. Ligue para eles. Eles fazem um traba-l h o f a n -tástico no Brasil e é uma gen-te maravi-lhosa. Eles precisam de ajuda. Ajude a LBV”.

A Ordem do Mérito da Frater-nidade Ecumênica também agraciou dois outros grandes brasileiros residentes nos Estados Unidos. O Vice-Cônsul do Brasil em Nova York, Dario Campos, pelo apoio na consolidação da comunidade brasileira em território norte-americano, e o Presidente da Icla Foundation, Alci da Silva, pela dedicação e apoio a crianças com leucemia. O momento solene contou ainda com a execução do Hino Nacional Brasileiro, cantado por Emílio Santiago, e do Hino Nacional Norte-Americano, interpretado por Gloria Gaylor. A top model internacional Naomi Campbell e vários artistas também participaram da festa, como Deborah Secco, Cláudia Rodrigues, Erik Marmo, Taís Araújo e outros. O grupo baiano Timbalada encerrou o dia no ritmo forte e característico da cultura brasileira.

Além da entrega da Comenda no palco, a LBV foi uma das expositoras na rua 46, apresentando sua história de mais de meio século de realizações por um mundo melhor.

A LBV nos Estados Unidos está localizada na 20 Calumet Street 1st Floor — Newark/NJ — 07105. Fone: (973) 344-5338. E-mail: [email protected], site www.lbv.org.

bem brasileiros

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Conceição Malaman (E), representante da LBV na Organização das Nações Unidas (ONU) em NY; o agraciado com a Comenda do Parla-Mundi da LBV, João de Matos (C). Na imagem, também o apresenta-dor André Marques, que ressaltou: “A Ordem do Mérito da Frater-nidade Ecumênica configura-se como a mais importante comenda do Brasil no gênero”.

O Vice-Cônsul do Brasil em NY, Dario Campos (C), recebe do dr. Pe-dro Paulote de Paiva (D), representando seu pai, e do apresentador da TV Globo André Marques a Comenda do ParlaMundi da LBV.

Conceição Malaman entrega o prêmio de Alci da Silva, Presidente da Icla Foundation, ao seu filho Airam da Silva, que o representava na homenagem.

O editor-chefe do jornal The Brasilians, Edilberto Mendes (E), Pedro de Paiva (C) e o empresário João de Matos, promotor do Brazilian Day in NY.

Da esquerda para a direita, Taís Araújo, Erik Marmo, Gloria Gaylor, João de Matos, Naomi Campbell e Emílio Santiago.

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�0 No palco, o Grupo Timbalada.

Grupo Ileaê Da esquerda para a direita, André Marques, Deborah Secco, Taís Araújo e Pedro Neschlin.

Banda Skank

Taís Araújo (E), André Marques (C) e Cláudia Rodrigues.

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Em homenagem às comemora-ções do Dia da Independência do Brasil, o famoso Empire State Building ficou iluminado com as cores verde, amarela, azul e bran-ca durante três noites seguidas.

A top model Naomi Campbell Da esquerda para a direita, os Legionários Danilo Parmegiani, Edson Teixeira, Eliane Maria, Pedro de Paiva e o simpático grupo de brasileiros em frente ao estande da LBV na festa.

O jornalista Orlando Norberto

Taís Araújo com a revista Sociedade Solidária, da LBV, em inglês.

Desde que foi instalada a primeira sede da Legião da Boa Von-tade em solo americano, na década de 1980, a Instituição tem se destacado por levar uma contribuição de Solidariedade e de cultura de Paz a este país. Por tudo isso, tem granjeado ao longo do tempo a admiração de pessoas de todas as classes sociais e das mais distintas áreas do pensamento humano. Vários profissionais da mídia dão também sua parcela de auxílio a esse trabalho. Um bom exemplo disso é o Editor-Chefe do jornal The Brasilians e Coordenador do Brazilian Day, Edilberto Mendes, que, em entrevista à Rede Boa Vontade de Comunicação, falou do esforço para organizar uma festa dessa magnitude e agradeceu à Obra por enriquecer o acon-tecimento: “A presença de vocês deu um brilho muito especial no evento, homenageou brasileiros que estão fazendo boas coisas nos Estados Unidos. E foi exatamente a LBV, que, num gesto do nosso Presidente Paiva Netto, concedeu a esses três brasileiros esse reco-nhecimento público. Nós somos parceiros já há 13 anos, tenho um carinho muito grande pela organização, por seu Presidente. Como o João de Matos disse, é hora de somar esforços e apoiar a LBV”.

Outro jornalista que manifestou sua admiração e pediu o apoio da sociedade em prol de atividades solidárias foi o repórter fotográfico Orlando Norberto, do jornal Luso-Ame-ricano, que colaborou na cobertura do Festival: “É muito importante a ação da imprensa com a LBV. Vocês precisam de divulgação para justamente canalizar mais voluntários, pessoas que queiram colaborar com esse serviço”, diz.

Orlando é também um apreciador das mensagens do Líder da Boa Vontade: “Há muitos anos tenho ouvido as palestras do saudoso Alziro Zarur e, hoje, de Paiva Netto, que tem uma maneira muito linda de se expressar. É importante essa extensão de amor, de coração, que os Legionários dão à comunidade em todos os lugares onde atuam. Gostaria de ter o prazer de conhecer pessoalmente o dirigente da LBV. Continuo ouvindo a sua mensagem, que acho brilhante. Quero tê-lo aqui um dia, para que a gente faça um grande evento nos Estados Unidos, no qual possa transmitir essas palavras tão bonitas, que ele sabe fazer com tanta categoria”.

Mídia Solidária nos EUA

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Se em Nova York a festa dos brasileiros foi especial, imagine a comemoração na Pátria mãe. Contingentes das forças armadas, escolas e organizações não-governamentais ganharam as ave-nidas do Brasil e o aplauso do público, que, aliás, foi recorde

na maioria das cidades onde ocorreram os desfiles cívico-militares, promovidos entre 1o e 7 de Setembro.

Em Brasília/DF, por exemplo, os festejos foram acompanhados por cerca de 60 mil pessoas. No palanque, também prestigiando o evento, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva; sua esposa, a Primeira-Dama, Marisa Letícia; o Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes; além de vários ministros. A voz que comandou o acontecimento foi a do mestre-de-cerimônias das Forças Armadas do Brasil (FAB) e jornalista Nilson Gonçalves (ler matéria na página 20 desta edição).

Este ano, a Semana da Independência teve um enfoque especial para a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas — foram conquistadas 10 medalhas, sendo 4 de ouro, 3 de prata e 3 de bronze. Outro ponto bem difundido tanto pelos que desfilaram quanto pelos que assistiram foi a questão da Paz no mundo.

Daí ser natural a identificação entre o público e a Legião da Boa Vontade, sempre bem-recebida pelos espectadores na festa das cinco regiões brasileiras. Todas essas apresentações trazem, em comum, a estampa de Jesus, uma tradição de todos os desfiles em que a Obra marca presença.

Coral da LBV abre cerimônia oficial em São Paulo

A participação da Legião da Boa Vontade foi notória em diversas cidades do País. Em São Paulo/SP, as vozes do Coral Infantil Ecumê-nico LBV e do Coral Ecumênico Religião de Deus — formados por crianças, jovens e adultos — abriram a solenidade oficial, que home-nageou também o aniversário de 450 anos da cidade. Os coros foram acompanhados pela Banda da Polícia Militar.

No desfile, alunos do Instituto de Educação José de Paiva Netto (Avenida Rudge, 700, Bom Retiro, São Paulo/SP) levaram as ativi-dades da escola para o Sambódromo do Anhembi. Outro destaque foi o programa socioeducativo da Instituição: a Odontoteca, um ônibus itinerante que percorre comunidades em situação de risco social, desenvolvendo ações nas áreas da saúde, educação e recreação para crianças e adolescentes.

Na capital fluminense, a LBV foi representada por centenas de alunos que são atendidos, diariamente, pela obra no Rio. Estudantes vestidos a caráter saudaram atletas brasileiros de diversas modalidades, em reconhecimento ao esforço de todos nas Olimpíadas.

No Sul do país, a Obra integrou o calendário oficial dos desfiles. Em Porto Alegre/RS, os guris do Lar e Parque da LBV tomaram parte dos festejos, uma tradição que ocorre há mais de 10 anos. O jornalista Vanderley Cunha, que narrou o histórico da Legião da Boa Vontade,

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O Dia da Pátriano Brasil

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Em São Paulo, o Coral Infantil Ecumênico LBV, o Coral Ecumênico Religião de Deus e a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo abriram os festejos da Independência, com a execução do Hino Nacional Brasileiro, numa solenidade que contou com a presença de milhares de pessoas.

(por Rodrigo Oliveira)

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O Presidente Lula, ladeado por dona Marisa e o Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes, durante desfile cívico-militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios. Numa iniciativa do Governo, este ano, a grande festa nacional teve como objetivo maior popularizar a Semana da Pátria. “Queremos fazer com que o 7 de Setembro seja comemorado por toda a sociedade. Não é uma coisa do Presidente da República ou dos militares. A independência de um país é uma conquista da sociedade brasileira, de homens e mulheres, de ricos e pobres, negros e brancos, ou seja, todos nós temos de ir para a rua para comemorar porque é um dia muito importante”, declarou Lula, no programa Café com o Presidente, em 6 de setembro. O que, aliás, vem ao encontro de antigo lema da Dialética da Boa Vontade, nascido ainda na década de 1980: “Força Armada e Civil, tudo é Brasil!”.

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enquanto a Entidade passava nas avenidas da capital gaúcha, afirmou que “a LBV é uma das maiores ex-pressões neste desfile pelo trabalho que desenvolve, pela tradição que tem com a juventude, na pregação e na reafirmação dos melhores valores cívicos e cristãos do Brasil”.

Este é o 15o ano que a LBV integra as comemo-rações pelo Dia da Independência na capital baiana. Alunos atendidos pelo programa Criança: Futuro no Presente! caminharam pelas avenidas levando, além de faixas com pensamentos da Dialética da

Boa Vontade, as bandeiras do Brasil, da Bahia e da Instituição. Em Manaus, a Organização foi incluída na programação oficial

do Estado do Amazonas para os eventos da Semana da Pátria. Estu-dantes, representando o Centro Comunitário e Educacional na ca-pital manauense, apresentaram um painel com o tema: “Amazonas: Educação, Desenvolvi-

mento e Responsabilidade Social”. Várias autoridades receberam exemplares da revista BOA VONTADE, a exemplo do Governador Eduardo Braga.

A edição do dia 8 de setembro, do Jornal do Commercio, no caderno “Cidade”, um periódico do Recife/PE, publicou matéria do jornalista Chico Bezerra, que narrou: “A Juventude foi destaque neste desfile, seja ela representada pelas 73 escolas ou por Instituições Filantrópicas como a LBV”.

A Legião da Boa Vontade ainda se apresentou nas cidades de Floria-nópolis/SC, Belo Horizonte, Uberlândia, Araxá (essas em Minas Gerais), em Vitória/ES e Araçatuba, no interior paulista.

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www.boavontade.comABRINDO O CORAÇÃO

A impressão que se tem é que Sandra Cristina Frederico de Sá já veio ao mundo trazendo em seu código genético a extraordinária vocação musical. Ainda menina, ela aprendeu, ao ouvir e admirar cantores de vários estilos, que o coração do

Povo abriga todas as tendências sonoras, lúdicas e culturais, e fez dessa lição uma diretriz para nortear o seu futuro artístico. Sua miscigenação na música tem identificação completa com a alma brasileira e de seus milhões de fãs ao redor do País e do Exterior.

A vida passada no melodioso bairro da Escola de Samba Caprichosos de Pilares e a influência dos familiares não podem ser tidos como únicos disparadores de sua carreira. Foi só depois de atuar profissionalmente por três anos, que Sandra se descobriu cantora: “É um conjunto de coisas: uma família musical, na qual se ouvia muito, não só se tocava instrumen-to; a escola de samba e o bloco de carnaval lá da rua também; e aquilo que nasce com a gente. Muitos chamam de dom e é algo tão forte que acaba nos vencendo. Assim, a música foi se desenvolvendo em mim e me dominou. Eu me dei conta disso com vinte e poucos anos. Foi então que descobri que sempre quis ser cantora”.

Cantando para a melhor “invenção de Deus”

Sandra de Sá recorda-se dos tempos de escola com a nostalgia boa de quem se refere aos momentos dourados da vida. A aluna aplicada sempre cantava, mas tinha outro projeto profissional. “Constantemen-

te falava: quando crescer, quero ser psicóloga, porque para mim o grande lance da vida é a mente, o Ser Humano, que considero a melhor invenção de Deus. O que me segura na vida, como a qualquer um, é a Fé; a coisa mais importante. Quando se tem Fé, lida-se melhor com a verdade e torna-se a personificação dela. Ela é que sustenta a Humanidade; porque se você não tem Fé, o que faz de sua vida?”.

Aos 24 anos de carreira, e com uma energia única, Sandra de Sá comemora o lançamento do primei-ro trabalho ao vivo. O CD Música Preta Brasileira traz participações de Alcione, Luciana Mello, Tony Garrido e Gabriel, O Pensador. “Eu sempre tive vontade de gravar ao vivo e o fiz com o pessoal que está comigo há um tempão, quase uma ação entre amigos. Tentei fazer uma peneira, sentindo o que mais chegou ao coração das pessoas; e o DVD terá ainda outras novidades”, adianta.

Herança da Boa Vontade

Sandra de Sá é declara-damente a maior fã de sua avó Maria, mineira de Itabira e grande alicerce da família, como relata a cantora: “É uma pessoa que não estudou, mas passou para a gente o melhor ensinamento, a melhor cultura, aquilo que ela aprendeu com a vida. E viver bem é estar em paz consigo mesmo, é saber ser o Bem para as pessoas. Na casa de minha avó, todos ouviam o Zarur, às 6 horas da tarde, com a Oração da Ave, Maria! A gente ficava ajoelhada na sala e rezava; depois ouvíamos as coisas que ele pregava, com o copinho d’água em cima da radiola. Todo mundo ficava ali curtindo ele. Perto de casa, na Abolição, tinha a distribuição da Sopa do Zarur* (vide página 38) e ela levava a gente, dizendo: ‘Vamos lá ajudar’”.

Do exemplo da avó ao exercício próprio, Sandra de Sá está no time de artistas amigos da Legião da Boa Vontade que sempre marca presença nas iniciativas fraternas da Instituição. A admiradora dos livros do escritor Paiva Netto participou de momentos históricos como a inauguração do ParlaMundi da LBV, em Brasília, feita pelo Líder da Boa Vontade no Natal de 1994. Lá, ela cantou para mais de 100 mil espectadores. Ações sociais e educativas da Obra, como a marcha Aids: o vírus do preconceito mata mais que a doença, em 1o de dezembro de 1996, no Rio de Janeiro/RJ, também tiveram o apoio da cantora, que foi à orla marítima, na praia do Leme, com dezenas de colegas da classe artística e um público de 200 mil pessoas para bradar a frase-tema desta campanha.

Sandra de Sá também é parceira da Organização nos trabalhos diretos com as comunidades em risco social. Para socorrer aqueles que viviam num lixão no subúrbio carioca, ela cantou em um espetáculo beneficente realizado pela LBV. “Com a grana do show essas famílias puderam ser levadas para Santa Cruz e quando foram fazer a Lona Cultural no bairro, todos os beneficiados, por unanimidade, não tiveram nem direito a um plebiscito, queriam que a Lona tivesse o meu nome. Fiquei muito feliz, porque eu havia me esquecido que há 12 anos fiz esse show para a Ins-tituição. Quero nessa Lona Cultural Sandra de Sá, uma Lona Cultural LBV, continuar fazendo o melhor por essas famílias”, destaca a cantora, homenageada com uma das lonas culturais criadas pela Prefeitura da capital fluminense.

Sandra de Sá,o Som do Brasil.

Angélica Beck

Sandra de Sá participa da marcha promovida pela

LBV — Aids: o vírus do preconceito mata mais que

a doença — , em 1o de dezembro de 1996, no Rio

de Janeiro/RJ. Ao fundo, o ator Guilherme Karan.

Em 1996, Sandra, ao lado de Paiva Netto, no Lar

e Parque da LBV, em Glorinha/RS, na comemora-

ção dos 40 anos dele na LBV.

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Sandra deixou ainda registrado seu carinho pelo dirigente da Obra: “A gente faz tudo de coração. Para o Paiva Netto um beijo grande, também à sua família, e a todos da LBV no Brasil e no mundo. Em Nova York, EUA, me deparo com o pessoal da Legião da Boa Vontade me mandando flores. É sempre bom estar num lugar e encontrar bons amigos”.____________*A partir do Programa Hora da Boa Vontade, na Rádio Globo, em 1949, o saudoso

Alziro Zarur (1914-1979) deu início às campanhas que culminariam na criação da Legião da Boa Vontade, em 1o de janeiro de 1950. Sem dúvida, um dos importantes momentos dessas pregações radiofônicas sintonizadas em todo Brasil, a partir da cidade do Rio de Janeiro, era a Hora do Ângelus, com a famosa Prece do Copo d’Água. Movidos por essas mensagens solidárias, os Legionários da Boa Vontade distribuíam a Sopa do Zarur, da qual se originou a Ronda da Caridade, que completou, em 1o de setembro de 2004, 42 anos de bons serviços. Hoje, sob a liderança de Paiva Netto, o programa foi expandido, atendendo os menos favorecidos em todo o território nacional e em diversos países do Exterior, onde há representação da LBV.

“Constantemente falava: quando crescer, quero ser psicóloga, porque para mim o grande lance da vida é a mente, o Ser Humano, que considero a melhor invenção de Deus.”

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Visita cordial do dirigente da LBV à matriarca dos Velloso, em Santo Amaro da Purificação/BA.

Historiador toma posse na ABL

O escritor, cientista social, histo-riador e professor da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Murilo de Carva-

lho, tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), em 10 de setembro, da cadeira número cinco, que tem como patrono Bernar-do Guimarães. Anteriormente, a cátedra foi ocupada pela escritora Rachel de Queiroz, a primeira mulher a entrar na Casa de Ma-chado de Assis, falecida em 4 de novembro de 2003.

Este mineiro de Piedade do Rio Gran-de/MG é também membro da Academia Brasileira de Ciências, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Pen Clube do Brasil. Publicou nove livros, dois dos quais traduzidos para Espanhol e um para Francês. Entre as obras literárias, destaca-se o título A Formação das Almas, que lhe rendeu o prêmio Jabuti em 1991.

O novo imortal explanou em seu discurso de posse sobre a honra de integrar a cente-nária instituição que, com sua diversidade e renovação constantes, vem elegendo variados estilos de pensamentos; afirmando-se como um autêntico intelectual coletivo, usando uma expressão do pensador italiano Antonio Gramsci.

Após a cerimônia, vários acadêmicos destacaram a impor-tância da eleição de um historiador profissional para a Casa, a partir do Presidente da ABL, Ivan Junqueira: “A Academia estava sem um historiador em tempo integral. Desde a morte de José Honório Rodrigues, que não tínhamos um homem desse quilate para ocupar a área de historiografia”.

O diplomata e advogado Affonso Arinos de Mello Franco também ressaltou: “Fico duplamente satisfeito em tê-lo como colega e ter podido saudá-lo, porque temos em comum o fato

de sermos ambos mineiros, mais ou menos da mesma região de Minas Gerais”.

Murilo Melo Filho, jor-nalista, repórter político, advogado e amigo de longa data da LBV, enfatizou que ele “substitui uma gran-de romancista, Rachel de Queiroz, uma cearense de grande valor, autora de Me-morial de Maria Moura e tantos outros sucessos”.

O acadêmico ainda apro-veitou o ensejo para agrade-cer a presença da Instituição no evento: “A nossa missão se incorpora demais à da Le-gião da Boa Vontade, porque nós temos muitos programas em comum. A LBV é uma entidade que trabalha pela Cultura e pela Educação do Povo brasileiro, e isso se insere no artigo 1o do nosso

regimento, elaborado por Machado de Assis e Joaquim Nabuco, em 1897, que diz o se-guinte: ‘O objetivo da Academia Brasileira de Letras é defender a Língua e a Literatura Nacionais’, e é exatamente isso que nos aproxima da LBV”.

Na oportunidade, o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, foi representado pelo Superin-tendente dos Órgãos Constitucionais da Instituição, Silmar de Almeida.

O evento contou ainda com presenças ilustres como a do respeitado astrônomo Rogério de Freitas Mourão.

Murilo Melo Filho

Rogério de Freitas Mourão

(por Simone Barreto e Isabela Ribeiro)

Ivan Junqueira

www.boavontade.comATUALIDADES

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Chegar a quase um século de existência com espírito jovem e alegre é uma vitória que poucos alcançam, feito, que

Dona Canô Velloso, aos 97 anos, com-pletados no dia 16 de setembro, realiza com louvor. E para se constatar isso, basta ter conferido o astral dessa ma-triarca (mãe da escritora Mabel Velloso e dos cantores Caetano Velloso e Maria Bethânia) na festa de seu aniversário, em

Santo Amaro/BA.

Na ocasião, foi celebrada uma missa em homenagem a Dona Canô, na Igreja da cidade, exatamente às 18 horas, na Hora do Ângelus, por ser ela devota de Nossa Senhora da Conceição.

Personalidades, familiares e amigos esti-veram presentes ao acontecimento, a exemplo de representantes da Legião da Boa Vontade que entregaram a ela o livro Ao Coração de Deus, uma coletânea ecumênica de preces, preparada por Paiva Netto, com dedicatória do autor para a ilustre dama.

Matriarca da família Velloso completa �� anos de bem-viverFo

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José Murilo de Carvalho, o Acadêmico eleito, ao lado do Representante da LBV

no evento, Silmar de Almeida.

O escritor Paiva Netto e sua saudosa ami-ga, a Acadêmica Rachel de Queiroz, em

um dos memoráveis eventos da ABL.Lu

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(por Leila Marco)

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Dona Canô mostra com carinho o livro do escritor Paiva Netto, Ao Coração de Deus, em que o Presidente da LBV faz carinhosa dedicatória pela passagem de seu aniversário.

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A Assembléia Legislativa do Estado da Bahia

concedeu, no dia 2 de setembro, o título

de Cidadã Baiana a Maria Rita Pontes, Su-

perintendente das Obras Sociais Irmã Dulce. Ela, que é natural do Rio de Janeiro/RJ, tem se destacado por dar

continuidade às atividades do “Anjo Bom”, como era afetuosamente conhecida sua tia, por amparar e cuidar dos desvalidos da vida.

Legionários da Boa Vontade levaram o abraço do Presidente da LBV, grande amigo da saudosa Irmã Dulce, à homenageada. Dona Dulcinha, mãe de Maria Rita, foi a primeira a encontrar a equipe da Instituição. “Que bom que vocês vieram! Meu amigo Paiva Netto!”. Em seguida, conduziu o grupo até a filha, a qual, da mesma forma, retribuiu a gentil saudação e o cartão com as congratulações do Líder da Boa Vontade: “Agradeço a Paiva Netto o carinho, a presença constante dele em todos os eventos da nossa obra. Que tudo de bom ocorra para a Legião da Boa Vontade. Que Deus sempre ilumine o trabalho de vocês”.

Homenagem à sobrinha deIrmã Dulce

O Arcebispo Emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, completou 83 anos de vida, no dia 14 de setembro.

Durante cerimônia religiosa, no Convento de São Francisco de Assis, no centro da capital paulista, em que ele foi homena-

geado, Dom Arns falou de sua experiência ao longo do tempo e agradeceu a participação do Coral Ecumênico LBV, que abriu as celebrações da Missa de Ação de Graças: “Cada aniversário é uma nova fase da vida. Eu posso dizer que Deus me fez percorrer 81 países do mundo para dizer a todos: vale a pena viver! Agora estou aqui no Brasil com 83 anos; e quem trabalha neste País merece ser feliz e vocês vão ser todos felizes! A Paiva Netto o meu abraço, as minhas saudações e os meus parabéns!”.

Para saudar este ilustre prelado, que pautou sua vida pela defesa dos direitos humanos e pela justiça social, o Coro iniciou sua apresentação com a música Jesus, de autoria do compositor Paiva Netto, sendo acompanhado pelo público, que recebeu a letra da composição.

Também presentes ao encontro, muitos amigos e parentes, entre eles, o Frei Paulo Bach, primo de Dom Arns, que disse ter ficado muito contente com a presença de tantos amigos: “Que alegria ter o Coral da LBV cantando tão

bonito, louvando a Deus pelo dom da vida. A missa de hoje, com a presença de vocês, certamente se tornou mais festiva, solene, digna desse louvor a Deus. E pedimos que, realmente, esse Cristo continue a trazer para todos nós a certeza da salvação que Ele trouxe para todas as pessoas de Boa Vontade”.

Ao término do acontecimento, o Coro ainda interpretou a Prece do Viver, de autoria do Dr. Bezerra de Menezes.

Na ocasião, o Arcebispo recebeu os cumprimentos das Instituições da Boa Vontade e de seu Presidente, por meio da representante Isabel Paes, que entregou a ele um belo quadro com a estampa de São Francisco de Assis, santo de sua devoção e que também é Patrono da LBV.

Vale ressaltar que Dom Paulo Evaristo Arns foi agraciado, em 1998, com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV, na categoria Religioso.

Dom Arns uma lição de vida aos �3 anos

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Integrantes do Coral Ecumênico LBV(por Marta Trigueiro)

Paiva Netto em uma de suas cordiais visitas à saudosa Irmã Dulce

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Na foto histórica, Paiva Netto (D) acompanha Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, durante visita ao Instituto de Educação da LBV em São Paulo.

Ivete Sangalo, que é natural de Juazeiro (norte da Bahia), recebeu da Câmara Municipal de Salvador, no dia 11 de agosto, o Título de Cidadã Soteropolitana. A homenagem a uma das vozes mais belas do País deu-se em re-conhecimento ao enorme carinho da cantora pelo Estado baiano e, em particular, pela sua capital, lugar onde iniciou realmente

a caminhada de sucesso. “Isso evidencia o meu amor pela cida-de. É uma reciprocidade grande. Estou muito grata, muito feliz”, afirmou Ivete após a cerimônia.

A garotada atendida pelo programa Criança: Futuro no Presente!, da Legião da Boa Vontade, também prestigiou o evento, entregando à cantora — que em 2004 completa dez anos de carreira — flores e um quadro com a estampa do Cristo. Ivete, visivelmente emocionada, ergueu-o e foi muito aplaudida por todos os que prestigiaram a sessão na Câmara. A artista ainda desta-cou a presença dos pequenos: “A LBV é o máximo! O que vem da criança, não existe dúvida, é Deus que está dentro dela, mais forte do que nunca. A LBV sempre teve meu cari-nho, minha atenção especial”.

(por Natália Lombardi dos Santos)

Ivete Sangalo,nova cidadã soteropolitana.

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NOTÍCIAS DE BRASÍL IAwww.tbv.com.br

Aniversário do TBV levará milhares de pessoas a Brasília

Arte, Cultura e Espiritualidade num único lugar. Assim é o Templo da Boa Vontade (SGAS 915, lotes 75/76, em Brasília/DF) que, em 21 de outubro próximo, completa 15 anos de existência: um monu-

mento dedicado ao Ecumenismo Irrestrito, idealizado e construído pelo Presidente da LBV Mundial, José de Paiva Netto.

Para comemorar o aniversário, milhares de peregrinos já se preparam para os diversos eventos que celebrarão a data e, também, para participar da Segunda Sessão Plenária do Fórum Permanente Mundial Espírito e Ciência (FMEC), que ocorre de 20 a 23 de outubro, no ParlaMundi da LBV, prédio ao lado do Templo. As inscrições para o encontro ainda podem ser feitas pelo site www.forumes-piritoeciencia.org.br.

Por sinal, uma das vertentes que serão apresen-tadas pelos palestrantes do FMEC é o crescente in-tercâmbio da ciência com a crença religiosa na pesquisa do fenômeno do pós-morte, do chamado Mundo Espiritual, da quarta dimensão. Vale, também, abrir aqui parênteses para falar de uma das mais recentes descobertas científicas, noticiada em agosto deste ano, na revista Nature, e que deve ser assunto do Fórum. Trata-se do resultado de uma pesquisa feita por físicos,

que realizaram com sucesso a teletransportação de partículas em uma distância de 600 metros sobre o rio Danúbio, na Áustria. Ou

seja, eles transferiram propriedades fundamentais de uma partícula para outra sem precisar de uma

ligação física, concretizando o que era ficção, a exemplo do famoso seriado

de televisão Jornada nas Estrelas. Uma vivência espiritual obtida por cientistas.

Ciência e Fé

Mas como afirma o Líder da Boa Vontade: “No dia em

que a Ciência ultrapassar as fronteiras estabelecidas não

por ela mesma, mas por alguns dos temerosos corifeus da sua área

de atuação, a Humanidade não mais conhecerá obstáculos para realizar o seu

notável destino de civilização civilizada. De-parará, nesse tempo, com a mais desafiadora das verdades: o Mundo Espiritual existe; a Vida não cessa com a morte. Não estamos condenados à podridão do túmulo ou ao vácuo do nada”.

(por Leila Marco)

Conjunto Ecumênico: à esquerda, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi da LBV), ao centro, a sede administrativa; à direi-ta, o Templo da Boa Vontade, monumento mais visitado de Brasília/DF, Brasil.

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E um bom exemplo dessa universalidade está no TBV, um local em que a união dessas duas Humanidades (a do Céu e da Terra) ocorre de maneira natural.

TBV sem fronteiras

A fama deste Lugar Sagrado atravessa as fronteiras do nosso país, pessoas de todas idades e das mais variadas cidades do mundo vêm ao TBV ou se ainda não o fizeram, têm enorme vontade de o conhecer. Esta busca interior

levou três Diplomatas da Costa Rica: o Ministro das Relações Exteriores, Roberto Tovar Faja; a Embaixadora Sara Gooble; e o Cônsul Honorário Samuel Levy Elbaz a visitar a Pirâmide da LBV, em 19 de agosto.

Roberto Tovar — que este-ve na capital federal dentro de uma ação de intercâmbio que está sendo realizada pelo nosso Governo e países da América do Sul e Central — em entre-vista à revista BOA VONTADE, afirmou: “Sabíamos que no Brasil existia esse Templo e, hoje, que estamos na cidade, não quis deixar de vir a ele. Mas não há dúvida de que não se sai daqui como se entra. É uma experiência verdadeira-mente positiva, uma contribui-ção para a Paz Mundial. Pois a meditação que as pessoas fazem aqui, sem dúvida as ajudam no campo em que elas se encontram para contribuir pela Paz. Por isso, recomendo a quem possa estar próximo a Brasília, do Brasil, que venha conhecer”.

A Embaixadora Sara Goo-ble, que é simpaticamente uma divulgadora do monumento,

também destacou: “Quando há pessoas importantes da Costa Rica que visitam Brasília, eu as trago ao Templo. Eu gosto muito do TBV, porque me dá uma sensação de Paz que queremos compartilhar com todos no mundo, com todos os nossos amigos”.

O Cônsul Samuel Levy relembrou, naquela data, a amizade que o unia a Adolpho Bloch (1908-1995) e Alziro Zarur, em apoio à LBV. Deixou, também, uma mensagem especial ao continuador do trabalho e atual Diretor-Presi-dente da Instituição: “Cada dia, fico mais emocionado com a obra tão bonita que nosso Deus, o Pai de todo mundo, nos dá. Ele nos concedeu uma pessoa tão boa como o Pai-va Netto, que está aqui para nos dar lições, que são vida. Temos de fazer a Paz e não a guerra que está havendo no mundo”.

Quem viajou até a capital do Brasil para conhecer de perto o TBV foi o empresário de comunicação Walter Tanure. Ele esteve no local acompanhado do economista Luís Carlos do Carmo, Presidente do Instituto Brasiliense do Bem-Estar do Servidor Público (Ibesp). Segundo Enaildo Viana, “Tanure, que reside em Salvador/BA, manifestou sua admiração pelo trabalho de-senvolvido pela Legião da Boa Vontade, fazendo questão de ressaltar que sua esposa colabora há muito tempo com a Instituição.

“O empresário disse que acompanha freqüen-temente as mensagens do dirigente da LBV no rádio, na TV e na imprensa escrita: ‘Gostaria que você transmitisse meus cumprimentos ao dr. Paiva Netto. Ele é um pregador excepcional. Acho até que ele deveria aparecer mais nos meios sociais. Sua pregação não agride, não é apelativa. Aqui vi o Ecumenismo mesmo, há quadros maravilhosos (refere-se às obras de arte expostas no Templo que retratam diversos povos, raças e religiões) e respeito a todos’”.

Fraternidade e entendimento na mídia

Cônsul Samuel Levy

Embaixadora Sara Gooble

Ministro Roberto Tovar Faja

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A migos, familiares, jornalistas, poetas, escritores e políticos reuniram-se para um

almoço no Salão Azul do Hotel Nacional, em Brasília, para festejar o aniversário de Pal-merinda Donato, Presidente da Academia Internacional de Cultura (AIC) e Conselheira do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, no último 30 de agosto.

Durante a homenagem, a aniversariante encontrou-se com Legionários da Boa Von-tade e mandou uma simpática mensagem ao dir igente da Obra: “Digam ao meu amigo Paiva Netto que estou muito honrada com todo esse carinho e atenção da parte dele. Trans-mita-lhe o meu abraço!”.

A revista BOA VONTADE, em nome do Presidente da Ins-tituição, deseja a essa benfeitora da cultura brasileira muitas felicidades e as bênçãos de Deus.

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A aniversariante Palmerinda Do-nato (E) ao lado da colunista social Jane Godoy, grande divulgadora do TBV em sua famosa coluna no Correio Braziliense.

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“Eu me vejo ali naquele dia, em outubro de 1989. Isso aqui era um verdadeiro formigueiro de gente vinda de todo o País”, relata Nilson

Gonçalves, jornalista, mestre-de-cerimônias das Forças Armadas do Brasil (FAB) e uma das muitas testemunhas que, desde o nascedouro do Templo da Paz, acompanham de perto a história do monumento, o mais visitado da capital brasileira.

Natural de Goianápolis/GO, Nilson é um grande colabo-rador das iniciativas da Legião da Boa Vontade. O carinho dele para com a Instituição é claramente percebido nas

palavras ditas durante um bate-papo nos estúdios da Rede Boa Vontade de Rádio, em Brasília. “Eu observo muito a LBV. Venho aqui e me sinto muito bem nessa Casa. Eu sei que alguma energia me puxou para cá. (...) A LBV presta um serviço muito importante para a comunidade”, ressalta.

Além disso, o jornalista manifestou seu apoio aos diálogos que a Entidade promove entre as diversas áreas do saber humano referindo-se ao Fórum Mundial Espírito e Ciência, para o qual gravou algumas chamadas para serem veiculadas em emissoras de Rádio. “Outra coisa que me empolga muito é essa coragem do Paiva Netto de abrir a LBV para o contraditório. Quando você prega o Cristo, a história Dele e, ao mesmo tempo, chama cientistas para debates, é uma coisa muito linda, uma evolução”, diz.

Sobre a seriedade do trabalho desenvolvido pela Obra, afirmou: “Quando venho ajudar a LBV como instituição, é porque acredito no pro-

pósito dela. Eu tenho provas materiais de como ela ajuda as crianças, de como é sério o seu trabalho”.

Ele também falou da obra literária Reflexões da Alma, lançada pelo escritor Paiva Netto. “É um livro espetacular, maravilhoso, uma fonte de pesquisa fantástica. (...) Gosto de ouvir o Paiva Netto, porque a gente vê que ele é um grande comunicador; mas um comunicador com fundamento. Não é aquela história de vender fantasia”, analisa.

Ao final da conversa, Nilson revelou-se orgulhoso de ter acompa-nhado, ao longo desses 15 anos, o crescimento do TBV. “Na verdade eu não imaginava que aqui fosse virar isso tudo. Hoje você entra no Templo da Boa Vontade, no ParlaMundi da LBV, e vê emissoras de rádio, escola funcionando, tudo isso crescendo, muito freqüentado pelas pessoas que vêm com interesse de buscar a Fé, com interesse de buscar a cultura, eu acho legal tudo isso. (...) Dou os parabéns ao Paiva Netto e, como já dis-se, sou admirador das ações dele. Tratar as coisas assim com tanta transparência, com tanta seriedade, vale a pena. Sinto-me orgulhoso de ter participado desse evento, que marcou a história de Brasília, certamente”, concluiu.

Templo da Paz empolga milhões de peregrinos em �� anos

Ainda dentro dos festejos do 15o ani-versário do TBV, em 28 de outubro, às 20 horas, ocorrerá o desfile meia-estação-festa do renomado estilista

Jô Pires, no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF. A renda do encontro será revertida em prol das obras sociais da Legião da Boa Vontade, e tem como madrinhas duas grandes amigas da Insti-tuição: a ex-Primeira-Dama do Brasil Maria Te-reza Goulart, esposa do saudoso Presidente João Goulart (1918-1976), e a cantora Rosemary.

João Vicente Goulart, filho do casal, que este-ve visitando o Templo no dia 15 deste mês, manifestou a satisfação da família em poder contribuir para a Instituição: “Muito obrigado a todos os amigos da LBV, do ParlaMundi. Para nós é uma satisfa-ção imensa participar com empresários, com as pessoas em geral, de tão importante evento nessa obra fantástica que a LBV presta para a sociedade do Brasil inteiro. É uma satisfação enorme que a minha mãe, a ex-Primeira-Dama Maria Tereza Goulart, venha ser madrinha”.

Para ele, a ação da Obra é “um exemplo de atitudes no País” e, por isso, deve-se sempre fazer mais por esta Casa: “Quero dar os parabéns a todas essas pessoas que estão engajadas nesse empreendimento. Porque a LBV, com seu trabalho de difusão de fé, de esperança, merece não somente os parabéns, como o nosso espírito de colaboração”.

Por fim, retribuiu a manifestação de estima enviada pelo dirigente da LBV a todos os seus familiares: “Estejam

certos de que quem agradece é a família do ex-Presidente João Goulart de estar presente. Transmitirei à minha mãe esse abraço frater-no de Paiva Netto, que sempre se dedicou à Fraternidade. A família Goulart estará pre-sente nesse evento para prestigiar e apoiar essa grande iniciativa da LBV, que se repete ano a ano”.

Desfile beneficenteNOTÍCIAS DE BRASÍL IA

(por Rodrigo Oliveira)

Mais de 100 mil pessoas na inauguração do Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, em outubro de 1989.

(por Leila Marco)

Maria Tereza GoulartJoão Vicente Goulart

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Progresso da Ciência:O Fenômeno Espiritual à luz da física quântica no século XXI

Parte II(Conferência do físico francês Patrick Druout no ParlaMundi da LBV)

Em seu livro Reflexões da Alma, o escritor e jorna-lista Paiva Netto considerou: “Longe do Amor Frater-no(1), ou Respeito, se assim quiserem apelidá-lo, o Ser Humano jamais saberá viver em Sociedade Solidária, porque a sua existência ficará resumida a um terrível ‘universo’, o mesquinho ‘universo’ do egoísmo. Por esse motivo, escreveu o pensador e sociólogo francês Augusto Comte (1798-1857): ‘Viver para os outros é não somen-te a lei do dever, mas também da felicidade’. Trata-se de uma lição que os políticos não devem esquecer em circunstância alguma”.

O ilustre físico Patrick Druout, nesta segun-da parte de sua conferência, realizada na Primeira Sessão Plenária do Fórum

Mundial Espírito e Ciência(2), demonstra quanto a transformação do ponto de vista clássico para nova visão do conhecimento comprova a necessidade de vivermos solidariamente. Boa Leitura!

A física cartesiana era a nova religião emergente. Vejam que a física clássi-ca, apesar de tudo, surge numa época difícil, mas, ao mesmo tempo, — e esse

é o paradoxo — temos um Mozart, as fugas de Bach, os vitrais das catedrais, os operários e os mestres arte-sãos da Idade Média. É como se uma cultura subjacente houvesse atravessado a História, bem sob os pés dos Seres Humanos, como algo que se incuba sob as cinzas. E mesmo naquela visão mecanicista, na qual a Ciência acreditava poder tudo explicar e solucionar, faltava alguma coisa para o Ser Humano. Faltava algo de essencial: era o retorno do homem ao homem.

Nossa atitude para com a natureza e o mundo que nos cerca também foi afetada por aquela situação. Pois se nosso Espírito é completamente diferente de nosso “eu material”; se a consciência não tem nenhum pa-pel a desempenhar no Universo, como afirma a física newtoniana, que relação podemos manter com a matéria? Não podemos, então, manter ligações uns com os outros? Houve alguém, há dois mil anos, que disse (3): Amai-vos uns aos outros, mas se estivermos separados uns dos outros, se estivermos separados da natureza, como podemos amar uns aos outros? Ficam palavras vazias de sentido. E, então, as pessoas anuem, mas não passam à ação. Porque explicaram a elas que tudo era exato, que tudo era real, que tudo devia ser observável, visível, tangível. É irônico constatar que a visão da física clássica ainda domina nossa existência e nosso pensamento.

Muitas pessoas perguntam: — Você é físico e acredita nessas coisas? Sim, acredito.— “Ah, eu não acredito”, dizem.Mas, que experiência elas têm? Será que já foram tocadas pelo dedo

de Deus? Já foram tocadas por algo que ultrapassa o Ser Humano? Como se pode afirmar que isso é verdade e aquilo não? Com se pode dizer que o outro mundo não existe?

A física clássica, aquela física acadêmica, que ainda é ensinada na maior parte das universidades do mundo, alimentando motores elétricos, que enviou homens à Lua, não ocupa o primeiro plano do pensamento criativo, pois cedeu lugar àquilo que poderíamos chamar de nova física. Todavia não há velha física e nova física; não há velhos tempos e novos tempos. Há simplesmente uma evolução das consciências; um crescimento da percepção do Ser Humano e do Universo.

Na visão da física clássica, nós nos tornamos estranhos, num mundo estranho, separados de nosso ambiente e oposto a ele. Então, o que fazemos, já que nos disseram:

— Vejam, fora há uma natureza morta, não há nada, não estamos conectados a essa natureza.

Foi o que a física clássica nos ensinou: vão destruir as florestas, conquistar, dominar, erradicar, tirar, tomar. Os

índios, bom, esse é o tema da próxima conferência, mas eu encontrei alguns índios que disseram:

— Vocês são predadores, porque tomam sem pedir.

Há toda uma educação que tem de ser refeita. Há também toda uma forma de pensar que deve ser revista. E se quisermos compreender, chamemos apesar de tudo de uma nova física. Se quisermos

compreender os fenômenos espirituais, fenômenos ligados ao Espírito, deveremos passar de um antigo

para um novo paradigma. Paradigma quer dizer um exemplo, um modelo. Então,

devemos passar de uma visão para uma outra. Transmutar essa visão, transfigurar essa visão. E, a partir desse momento, de-

veremos passar da percepção clássica para a percepção quântica. E há nessa nova física, que agora tem um século, a teoria da relatividade de Einstein e a mecânica quântica, modificando radicalmente a maneira, não apenas de praticar a física, mas de perceber o mundo.

Muitos, então, falam de quantum physics, muitos falam de física quân-tica, mesmo cientistas. Mas saibam que é realmente um salto de grau de consciência quando se passa da física clássica à física quântica. Porque se está passando mais uma vez do determinismo, do fixismo e da certeza, para a incerteza, para o não-probabilismo, para aquilo que se chama de acaso. Por exemplo: alguém está na área do pensamento clássico, que é exato, uma ciência segura de si mesma, se você tem todas as certezas, até sobre si mesmo, não há lugar para que nada mais possa entrar. Mas se você tem um certo grau de incerteza, ali o dedo de Deus poderá tocá-lo. Claro que já se deram muitas imagens e muitos nomes e formas para Deus, mas digamos que é aquela energia criadora, que é aquela respiração do Universo.

1 — Livro Reflexões da Alma, do escritor Paiva Netto, p. 76, 36a edição, Editora Ele-vação.

2 — A primeira reunião plenária do FMEC ocorreu em outubro do ano 2000, no Parla-Mundi da LBV em Brasília.

3 — Palavras de Jesus constantes de Seu Evangelho, segundo João, 13: 34: Novo Man-damento vos dou: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Esta mensagem do Cristo é a essência das Instituições da Boa Vontade, Paiva Netto costuma afirmar que o regulamento desta Lei de Solidariedade Universal vem logo a seguir no versículo 35: Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como Eu vos tenho amado.

www.forumespiritoeciencia.org.brESP ÍR ITO E CIÊNCIA

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www.paivanetto.com.brO CAPITAL DE DEUS

Ateu tambémJosé de Paiva Netto, jorna-lista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

Que nós, Seres Humanos, aprendamos a mitigar a dor dos que padecem e a nos regozi-jar no júbilo dos que se alegram. Ou seremos tudo, menos Humanidade.

(Paiva Netto)

Na mensagem desta edição, Paiva Netto convoca-nos a refletir sobre o poder da Prece, como o mais forte instrumental da Alma humana para vencer a dor e os dramas pessoais do dia-a-dia. Orar, para ele, por isso se assemelha à meditação, tantas vezes empregada por aqueles que se consideram ateus, quando se dedicam de coração puro aos semelhantes. O texto integra o capítulo 55 do livro O Capital de Deus (Editora Elevação).

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Papa João Paulo II

www.paivanetto.com.brO CAPITAL DE DEUS

Castiçal A Menorah — Símbolo tradicional da fé judaica. Presente da família Bloch, da antiga TV Manchete, a Paiva Netto, e que se encontra exposto no Salão Nobre do Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, Brasil.

Tomás de Kempis

Helen Keller

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Sete de Setembro, o chamado Dia da Independência, que precisa ser completada. Mas como tem início a libertação de um Povo, formado por religiosos, agnósticos, ateus e gozadores? Pelo esclarecimento do Espírito, qualquer que seja a forma pela qual o admitam ou

compreendam.Pensando nisso, em homenagem a todos Vocês que me honram com a

sua leitura, dedico-lhes esta página na qual desejo compar-tilhar a emoção de encontrar na Espiritualidade Superior as faustíssimas respostas para os mais profundos anseios de Paz que habitam a consciência humana daqueles que almejam a real libertação.

Amar é uma oração

A Prece não é o refúgio dos covardes nem dos ociosos.

Ela nos eleva, o traba-lho nos realiza. O

Papa reza, o Da-lai-Lama me-

dita, Chico X a v i e r

ora, os rabinos entoam suas súplicas, os evangé-licos cantam seus louvores a Deus, os islâmicos recitam o Corão Sagrado, Ma-dre Teresa de Cal-cutá rezava, Helen Keller também, até o Cony ora, no amor

à sua cadelinha Mila. Amar é uma oração.

O que é a Prece senão o Amor que se dispõe para

grandes feitos? Um irmão ateu, quando realiza um ato que beneficia a coletividade, está orando. Rezar não é uma ação simplesmente figurativa. É o mais forte instrumental que a essência humana, o Capital Divino, possui. Como afirmava o monge católico alemão Tomás de Kempis (1380-

1471), em Imitação de Cristo, “sublime é a arte de conversar com Deus.”

Nestes tempos de mundiali-zação em que muitas fronteiras caem preferentemente sobre as cabeças das populações mais pobres, o Povo procura um rumo seguro para a existência, regida por forças discrepantes. No entanto, nem sempre é o melhor de todos o destino que se lhe oferecem. E a História se repete no somatório de frustra-ções que podem desembocar num movimento incontrolável de massas. As nações também

vomitam*1.Buscam, então, alento para suas dores no In-

visível. Todavia, como diversos se acostumaram a uma visão restritiva do Poder Espiritual, muita vez erguem sua prece a um deus antropomórfico, que não lhes responde, pois nem existe (...).

Creio que até Marx proferiria a oração, como poderosa ferramenta psíquica para o fortalecimento da mente e fator de estabili-dade ante os dramas pessoais e familiares, que todos enfrentamos. Apesar da convic-ção de alguns, o criador do marxismo também era Ser Humano, a seu modo preocupado com os problemas sociais. Certamente, o polêmico autor de O Capital meditava acerca de seus ideais. Sabendo

“A Prece não é o refúgio dos covardes nem dos ociosos.

Ela nos eleva, o trabalho nos

realiza.”

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O saudoso médium Chico Xavier (1910-2002) foi homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica — edição 1997, que Paiva Netto

instituiu no Parlamento Mundial da Frater-nidade Ecumênica, o ParlaMundi da Legião da Boa Vontade. Em razão de problemas de saúde, o ilustre agraciado (categoria Religião) foi representado por seu filho, dr. Eurípedes Humberto Higino dos Reis. Na foto, Chico Xavier demonstra a satisfação de receber a Comenda, composta de medalha (trazida no peito), o diploma (em mãos) e o troféu (à sua frente) — o que foi registrado por meio de fotografias, posteriormente remetidas à LBV, com esta mensagem cordial: “Muito sensibilizados, agradecemos à venerável Instituição LBV, sob direção do nosso patrício e ilustre Dr. Paiva Netto, a homenagem do setor Religião ao companheiro Francisco Cândido Xavier, na honrosa solenidade da noite de ontem, que merece nosso respeito e admiração. Somos servidores comovidos e profundamente gratos pelo inesquecível evento”.

Vários povos já expressaram o seu entendimento dos ideais do Templo da Boa Vontade (TBV), um pólo mundial de expansão da Solidariedade Ecumênica, entre eles o Chile, a Holanda e a China.

Marrocos foi a primeira nação a agraciar o famoso monumento da LBV, logo quando foi inaugurado, em 1989, em louvor ao relevante papel

que ele desempenha na sociedade. Sua Embaixada no Brasil doou, em nome do

governo e da população marroquinos, um belíssimo mosaico de pedras carac-terístico da crença islâmica.

A Embaixada iraniana, por sua vez, contemplou o TBV com uma pintura tra-

dicional de sua arte, feita em pele de cabra, também num autêntico gesto de amizade internacional.

Cada vez mais se expande o número da-queles que, pelo mundo, compreendem ser o Templo da Boa Vontade uma Casa em que as criaturas humanas podem confraternizar.

O Dalai-Lama Tenzin Gyatso, líder religioso tibetano que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1989, e a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica do ParlaMundi da LBV, em 1999, na categoria hors-concours, acer-ca do Conjunto Ecumênico da LBV, em Brasília/DF, assim se expressou: “É maravilhoso falar a respeito do Templo da Boa Vontade e do Par-lamento Mundial da Fraternidade Ecumênica. Eles representam aquilo em que eu sempre acredi-tei, isto é, que as pessoas e todas as religiões têm o mesmo potencial para ajudar a Humani-dade. Todas levam dentro de si a mensagem de compaixão, Amor e perdão espiritual. O que a Legião da Boa Vontade faz é maravilhoso. Eu apóio esse trabalho totalmente e espero que meu Espírito e Alma possam estar sempre com vocês”. Na foto, o Dalai-Lama porta no peito a medalha da Ordem; em suas mãos, o troféu da láurea.

Karl Marx

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Martinho Lutero

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Sabendo ou não, de certa forma orava. Em Crônicas e Entrevistas*2, escrevi a res-peito de que “orar e meditar assemelham-se”. (...)

A companheira fiel

A Mestra Dor é a conse-lheira fiel a falar àqueles que dela souberem tirar a lição que a existência distraída não é capaz de oferecer porque não conhece.

Eis, porém, que sem-pre surge no horizonte da amargura a mão estendida do Deus Divino, permanen-temente disposto a levantar o caído que Lhe suplica socorro. Nessa hora, a cria-tura encontra Seu Criador, se assim for vontade dela, consoante o livre-arbítrio inviolável. Matéria e Es-pírito interagem e a solu-ção inalcançável se mostra factível para o que tem Fé Realizante. Por que Fé Rea-lizante?! Porque não basta ter Fé. É preciso torná-la ato concreto que favoreça o indivíduo e o seu coletivo. A isto se chama Solidarie-dade.

Muito a propósito, cabe aqui enriquecedora citação constante da abertura da obra literária Da Liberdade Cristã, de Martinho Lutero, traduzida pelo professor Leônidas Boutin, com o apoio dos reverendos pastores Heinz Soboll e Richard Wengan, da Comuna Evangélica de Curitiba/PR, em 1958. Por oportuno, incluí-a numa das páginas de meu livro Reflexões da Alma, com o seguinte comentário:

“Um dos maiores questionamentos de boa parte daqueles que desejam a salvação

espiritual é ‘O que mais agrada a Deus?’. O grande reformador Martinho Lutero (1483-1546) tem a resposta, citada pelo professor Leônidas Boutin: ‘ter Fé verdadeira e inabalável na Palavra de Deus, que está contida nas Sagradas Escrituras. E quem tem verdadei-ramente Fé há de praticar Boas Obras, isto é, amará ao próximo, pois é impossível ter Fé sem praticar Boas Obras, que são, assim, decorrências naturais e inevitáveis dela’.”

Orar fortalece Ao deitar-me, no amanhecer de um dia

longínquo, como de costume elevei uma oração a Deus, na esperança filial de me-recer Sua piedosa atenção. Ao abrir minha Alma ao Pai Celeste, senti Sua compassiva influência vibrando em meu Espírito. E não há nesta afirmativa qualquer jactância, por-que Jesus nos ensina que o Reino de Deus está dentro de nós (Evangelho, segundo Lucas, 17:21).

Ah! Que Excelso prazer é usufruirmos de uma gotinha que seja de Sua Carida-de! É conforto seguro neste mundo de ardentes e contínuas batalhas. Desse indi-zível contentamento foi merecedora, por persistente e humilde, a Mãe suplicante que almejava a saúde perfeita para sua filhinha (Evangelho, segundo Mateus, 15:21 a 28).

A Mulher Cananéia

Ao procurar Jesus, a desvelada mãe, que era da região dos cananeus, perseverou firmemente no intento de conseguir socorro para a filha, que se achava perturbada.

Antes, porém, de ajudá-la, o Cristo quis pôr à prova a Fé que possuía.

Disse-lhe Ele:

— Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos ca-chorrinhos.

Madre Teresa de Calcutá (in memoriam — Prêmio Nobel da Paz, em 1979). Quando da inauguração do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi da LBV), no Natal de Jesus em 1994, em Brasília, Madre Teresa enviou a seguinte mensagem ao Diretor-Presidente da Instituição: “Prezado sr. José de Paiva Netto, confio-lhe minhas preces por todos. Que as bênçãos de Deus estejam com vocês da Legião da Boa Vontade, e que muitas pessoas conheçam o Amor de Jesus através do Parla-mento Mundial da Fraternidade Ecumênica e

mantenham viva a Boa Nova de Seu Amor no mundo, amando uns aos outros como Ele nos amou. Que Deus os abençoe”.

mosaico marroquino

pintura tradicional iraniana, feita em pele de cabra.

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Ela, contudo, insistiu:

— Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das miga-lhas que caem da mesa dos seus donos.

Diante disso, Jesus afirmou:

— Ó mulher, quão grande é a tua fé! Faça-se contigo conforme desejares. E, desde aquele momento, sua filha ficou curada.

Refiro-me a essa passagem da Mulher Cananéia, na Boa Nova do Cristo, consoante o primeiro Evangelista, para lembrar a neces-sidade do desprendimento e da paciência para a conquista das promessas do Altíssimo.

Convém recordar essa declaração do saudoso jornalista, escritor e poeta Alziro Zarur (1914-1979), em dezembro de 1974, na cidade de Glorinha, Rio Grande do Sul, Brasil:

— As coisas divinas requerem sacrifício.

A Prece

Aos que também carpem as muitas lutas diárias, consagro esta conversa com Aquele que nos pode ouvir, mesmo quando arrogantes e pretensiosos:

Ó Deus, que sois o meu refúgio!

Ó, Deus!A Vós, outra vez, ergo o meu pensamento e encontro resposta aos meus

propósitos, amparo aos mais desafiantes projetos, porque jamais prostrarei a Vossa Bandeira, que preconiza:

— (...) Paz na Terra aos de Boa Vontade (Evangelho do Cristo, segundo Lucas, 2:14).

Longe de mim as cassandras do desânimo, que proclamam um Juízo Final sem remissão, quando sois Vós — em tudo — o Princípio Eterno da permanência pujante de vida. Em Vós não escuto o abismo, todavia des-lumbro a redenção.

Creio no Amor Universal, que conduz à sobrevivência o gênero humano, que é teimoso em subsistir, apesar das muitas ciladas que são dispostas em seu caminho.

Esta é a minha Fé realizante, que vive em Paz com as outras; o meu ideal ecumênico de Boa Vontade, que se esforça pela confraternização de todas as nações do mundo, por serem formadas por criaturas Vossas, ó Criador Único de Céus e Terra! Sois a Fraternidade Suprema, o abrigo dos corações. Nele não estou de passagem. (...) Achei-me a mim porque me identifiquei no Vosso Amor. Sois o auxílio conclusivo à minha Alma.

Sinto o meu ser transbordar de alegria. Em Vosso Espírito, reconheço-me como irmão dos meus irmãos em Humanidade. Nesse Éden, que é o Vosso Sublime Afeto, não me vejo como expatriado, abatido pelas procelas do desalento, distante dos entes mais queridos. Enfim me encontrei, ó Deus!, porque Vos encontrei.

Vós me esperáveis, há tanto tempo, e eu não sabia. Portanto, meu coração não mais vaga sem paradeiro: no Vosso Divino Seio, achei guarida; sob Vosso Amor, meu seguro teto; no Vosso Colo, descanso para a Alma.

Graças Vos dou, Pai Magnânimo, por me ouvirdes! Hoje, compreendo que sois integralmente Amor, por-

quanto sois Caridade, Mãe e Pai da verdadeira Justiça. Em Vós habita, com fartura, a genialidade*3 pela qual

tantos demandam, pois dela o Planeta carece: a Vossa Majestosa Claridade que desce a nós indistintamente, mesmo que não o percebamos.

Confiante em Vosso Critério Sobrenatural, entrego-Vos meu destino, porque a minha segurança de filho está na Vossa Sabedoria de Pai!

Que assim seja!

Desta forma concluí a sentida prece. Nada melhor que falar com Deus, sobretudo nas horas em que espiritualmente nos devemos fortalecer, que afinal são todas elas. Quem não sofre neste orbe ou padece da privação de alguma coisa que as satisfações terrenas mais sofisticadas não suprem a falta? Busquemos na Fé a Esperança de que necessitamos para nossa sustentação física, mental e espiritual. Que Fé? Escolha a sua.

Ao terminar a minha oração, sentia em mim o bafejo da clemência de nosso Amabilíssimo Educador.

O notável cientista francês Alexis Carrel (1873-1944), Prêmio Nobel de Medicina em 1912, após exaustivo estudo, definiu:

— A oração verdadeira é um caminho da vida; a vida verdadeira deve ser um meio de oração.

Está certo o sábio Carrel. Qualquer libertação — que não faça do Ser Humano escravo — tem início na região do Espírito. Portanto, não haverá brado de Independência definitivo se, pela indispensável educação da mente e do coração, for, no Terceiro Milênio, esquecido que não há nação forte se os seus componentes não souberem o que fazem neste mundo. Voltaremos ao assunto. *1 As nações também vomitam — Vide Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), pp. 109 e 110, de Paiva Netto.*2 Crônicas e Entrevistas — Livro de Paiva Netto, lançado pela Editora Elevação, durante as comemorações do Congresso Viva Jesus! em Belo Horizonte/MG, Brasil, em dezembro de 2000.*3 A genialidade que Jesus aprova — Leia na obra literária Somos todos Profetas, do Líder da Boa Vontade, p. 36 – 44a edição.

www.paivanetto.com.brO CAPITAL DE DEUS

O registro artístico da famosa passagem do Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 12:12 — A Mulher Cananéia — foi feito pelo grande miniaturista francês Jean Colombe (1440-1493).

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“Em Vosso Espírito, reconheço-me como irmão dos meus irmãos em Humanidade. Nesse Éden, que é o Vosso Sublime Afeto, não me vejo como

expatriado, abatido pelas procelas do desalento, distante dos entes mais queridos. Enfim me encontrei, ó Deus!, porque Vos encontrei.”

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Apresento uma série de artigos que objetivam trazer algumas dicas para que você, estimado(a) leitor(a), al-cance uma boa qualidade de vida. No

primeiro deles, chamo a atenção para uma visão geral sobre a vida.

Nos próximos, busco aliar os sistemas emo-cional, metabólico e de atividade física, para, enfim, apresentar o que equilibra estes dois que é o cardiopulmonar.

Saber manter estes três sistemas no mesmo nível é o segredo da sabedoria da vida. O último texto revela a face mais importante do âmago do Ser Humano: a fé.

Primeiramente, é válido esclarecer que a qualidade de vida está intimamente ligada ao respeito que você deve ter pela sua família, sua individualidade e com a Espiritualidade. A sensação de se “estar bem” não está relacionada ao padrão ou ao sucesso financeiro. Conhe-ço pessoas com alta posição social e elevado ganho financeiro que são infelizes e com péssima qualidade de vida. Preste atenção aos cinco pontos importantes que você deve respeitar:

Bons pensamentos

É possível cultivar bons pensamentos por meio de exercícios profundos e diários de não julgar o seu companheiro, seus amigos, etc. O julgamento contínuo provoca uma barreira, impedindo que os bons pensamentos fluam para dentro e para fora da nossa mente.

Objetivos de vida

São fundamentais para o impulso de se cumprir a missão para nós reservada. Conheço pessoas que

possuem uma capacidade de trabalho grande, e isso lhes traz imensa satisfação e alegria na vida. Felicidade é o reflexo de uma boa qualidade na vida. Tudo porque os objetivos destas pessoas são altamente qualificados para lhes trazer esta satisfação. Meu próprio pai, Arimatéa, na altura dos seus 73 anos, reviveu ao iniciar um trabalho em uma em-presa nutricional, só pelo fato de ter conquistado novos objetivos.

Boa nutrição

Não é necessário ter um “monte” de dinheiro para se ter uma boa nutrição. Pense seriamente naquilo que você ingere todos os dias. Analise friamente se você poderia substituir ou acrescentar substâncias altamente nutritivas. Tudo que vem da natureza é nutritivo e saudável. Prefira frutas, verduras, legumes, ovos, queijos, leite e alimentos derivados da soja.

Atividade física

É impressionante como o Ser Humano diminuiu sua atividade física nos últimos anos e, progressivamente, a amplitude de seus movimentos. É de tamanha impor-tância que eu considero praticamente obrigatório que você tenha e oriente seus familiares para que façam, pelo menos, uma caminhada vigorosa três vezes por semana, além de alongamento.

Lazer e altruísmo

O lazer é o descanso da mente. Com ele é possível que as “baterias” internas se refaçam. Procure ter um lazer que proporcione a você o crescimento. Porque, a partir do momento em que você doa, esse ato tende

a fortalecer você mesmo(a). Toda a criação começa de um ato de doação. O “bem”, provocado pela ação voluntária, não se limita ape-nas à atitude social, mas está forte-mente ligado à saúde das pessoas, trazendo-lhes realização interna e crescimento espiritual.

Procure, durante toda a sema-na, dosar sua vida nestes cinco pontos que citei. Distribua seu tempo. Não se esqueça disso, não apenas por você, mas pelos seus filhos e amigos. Cuide de sua missão nesta vida.

www.boavontade.comVIVER É MELHOR!

Como alcançarqualidade de vida?

Dr. José Luiz Amuratti, médico gastroenterologista.

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também conhecida como RPG

Você torce o tornozelo. A dor — quase inevitável — irá tencionar a batata da perna. O joelho, em seguida, passa a dobrar-se ligeiramente, sem que se note, para poupar a área sofrida de maiores impactos. Tal postura faz com que uma perna fique imperceptivelmente mais curta que a outra. Aí, é a vez de a bacia inclinar-se. Só que a coluna não agüenta acompanhá-la, pendendo toda para um lado, como se fosse a Torre de Pisa. (Para quem não sabe ou não lembra, essa torre, que se localiza na cidade de Pisa, Itália, é mundialmente famosa por sua inclinação perpendicular, possuindo 293 degraus de mármore e 58,5 metros de altura.) Para compensar essa inclinação, curva-se para o lado oposto. O tornozelo pode até ter uma melhora depressa, mas a coluna tende a insistir no erro, um desvio conhecido como lordose, uma das causas mais comuns de dor nas costas.

Hoje em dia, é raro encontrar quem não sofra de dores na coluna ou tensões musculares. Elas podem ser derivadas não só de problemas como o exemplo citado anteriormente, mas também do estresse, das situações desgastantes e do ritmo atribulado do dia-a-dia, os quais muitas vezes deixam seqüelas no corpo. Forçados em diferentes posições, os músculos travam e, por isso, não funcionam direito. Assim, com o tempo, surge a dor. Quando isso ocorre, a solução pode estar nas terapias corporais.

Postura global — Em vários países do mundo, existem especialistas dispostos a resolver o problema das vítimas da má postura. São fisioterapeutas que trabalham com o método denominado Reeducação Postural Global (RPG), criado pelo francês Philippe Souchard, em 1980. Como o próprio nome já in-dica, a principal característica da RPG é cuidar do paciente de forma completa, diferentemente da fisioterapia tradicional, que tem a atenção voltada apenas à queixa imediata do paciente, como, por exemplo, uma dor aguda.

O corpo é uma rede de músculos interligados, e as reações sempre ocorrem em cadeia, defendem os seguidores de Souchard. O que a RPG busca é corrigir a musculatura para dar um fim à causa do problema. Em geral, os resultados obtidos com essa técnica são excelentes.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) comparou os efeitos da RPG com os da fisioterapia clássica. A Reeducação Postural Global mostrou-se mais eficiente, tanto por derrotar o sofrimento como por evitar dolorosas recaídas.

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Reeducação Postural Global

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Numa parceria com a Rede Mundial de Televisão. A TV da Educação, da Cultura e da Cidadania

com Espiritualidade! (RMTV), a re-vista BOA VONTADE publica as mais importantes entrevistas do programa Terceiro Setor*1. A finalidade é abrir um importante canal de notícias para as organizações da área. Para isso, são mostrados projetos e programas, cujos resultados estão promovendo melhorias no Brasil.

Nesta edição apresentamos a entrevista de Ivanise Esperidião da Silva Santos, Presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), popularmente conhe-cida como “Mães da Sé”, instituição que objetiva principalmente atuar em cooperação com as autoridades do País, auxiliando na busca de pessoas desaparecidas.

BOA VONTADE — Você criou e integra hoje esse movi-mento. Isso porque, pessoalmente, tem enfrentado o problema do desaparecimento de um ente querido. Poderia contar-nos o que aconteceu?

Ivanise — Esse trabalho surgiu de um momento de muita dor. Eu, até dezembro de 1995, tinha uma vida muito normal. Era dona de casa e trabalhava numa loja; havia acabado de ingres-sar na faculdade de Direito. E, então, minha filha desapareceu. Quando vivi esse drama de forma isolada, cheguei à beira da loucura; perdi totalmente a motivação de viver. Acabei internada em um hospital. (...) Saindo dali, determinei que tinha de juntar todos os restinhos que ainda me sobravam de força para continuar vivendo e procurar a minha filha. Em março de 1996, fui para o Rio de Janeiro e conheci um grupo de mães que se intitula “Mães

da Cinelândia”, mães que se reúnem naquela cidade todas as segundas-feiras, nas escadarias da Cinelândia. (...) Retornando a São Paulo, conheci Vera Lúcia Gonçalves, e resolvemos começar um trabalho semelhante ao que existia no Rio. E, assim, nasceu o movimento “Mães da Sé”.

BV — Fale-nos sobre o desaparecimento de sua filha.Ivanise — Fabiana tinha 13 anos quando desapareceu, em 23

de dezembro de 1995. Ela faria 14 anos no dia 9 de janeiro. Hoje, ela já completou 22 anos. No dia do desaparecimento, ela saiu de casa por volta das 20 horas, para visitar uma amiga da escola que estava fazendo aniversário naquele dia. Saiu acompanhada de outra amiga que morava a três quadras da minha casa. No caminho (de volta), cada uma seguiu na direção de sua casa. A menina que a acompanhava disse que elas se separaram em um ponto de ôni-bus que ficava a aproximadamente 120 m de distância da minha casa. Foi nesse trajeto que ela desapareceu. (...) A partir daí, eu a procurei. Fui à casa de todas as amigas com quem tinha contato e também das pessoas mais próximas. (...) Quando a madrugada se aproximou, cerca de 2h30 da manhã, dirigi-me a uma delegacia de polícia. Foi quando me informaram que eu teria de esperar vinte e quatro horas para registrar um boletim de ocorrência.

BV — Qual foi sua reação?Ivanise — Briguei. Eu me lembro que a primeira coisa que

fiz foi perguntar para o delegado: “Se fosse o seu filho, doutor, o senhor esperaria?”.

BV — Ainda hoje há esse procedimento?Ivanise — Ainda existe. Eles falam que se devem esperar 24

horas. Mas, na verdade, você não precisa esperar.

BV — Quer dizer que essa espera não é obrigatória por lei?Ivanise — Não, isso não é lei. O desaparecimento é a quebra

da rotina de qualquer pessoa. É um fato atípico. Todos nós temos

ausênciaO testemunho da mãe cuja filha desapareceu e seu exemplo de trabalho no auxílio de outras mães

Ivanise Esperidião

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uma rotina de vida. A partir do momento em que esta se quebrou é porque pode ter acontecido alguma coisa. Então, quando você se dirige a uma delegacia de polícia para registrar uma ocorrência de desapa-recimento, você não tem de esperar 24 horas. A obrigação do delegado é registrar a ocorrência na hora. Ele a faz e manda o boletim de ocorrência para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que é o órgão que investiga os desaparecimentos.

BV — Qual é o trabalho preventivo que a ABCD realiza?

Ivanise — É importante que você ensine seu filho, desde cedo, a memorizar o número do telefo-ne da sua casa, o nome da rua e o número da casa, o nome do pai, o nome da mãe, enfim. Se ele se perder, saberá falar sobre si e seus familiares. E a criança pre-cisa ser conscientizada do perigo que corre todos os dias. Não é que você vá prender seu filho dentro de casa, mas não deixe que ele saia desacompanhado. Você deve orientá-lo a não dar informação para qualquer pessoa estranha que se aproxime dele, que ofereça uma bala ou qualquer coisa. São informações básicas. Se você falar e criar na criança essa consciência, ela não desaparecerá.

BV — O que você sente quando uma pessoa desaparecida é reencontrada?

Ivanise — Tenho uma dedicação muito grande por esse trabalho. Cada pessoa que eu consigo devolver para a família, seja um adulto, seja uma criança, é como se fosse minha também a alegria. A satisfa-ção que tenho é como se fosse meu filho, minha filha. Em oito anos de trabalho — o último levantamento é de janeiro de 2004 —, tínhamos 865 casos de pessoas encontradas com vida (...). Graças a Deus, pude dar essa felicidade para essas pessoas. Tenho medo de morrer sem saber o que aconteceu com minha filha. Mas, se morresse hoje, estaria satisfeita, porque ela vai existir em cada uma dessas pessoas que consegui devolver para a família.

BV — O apoio espiritual é importante para quem possui um ente desapareci-do?

Ivanise — Você tem de buscar um refú-gio espiritual em algum lugar. Sou de uma família evangélica; tenho fé muito grande em Deus. Ele tem sido tudo na minha vida. As mensagens de Paiva Netto passam para a gente muita paz, esperança, força. Assisto ao Programa Paiva Netto na madrugada. Por isso, às vezes penso: “Nossa! Que bom que existem pessoas que se preocupam em levar uma palavra de conforto!”. Ele passa

essa Espiritualidade, essa esperança a todos. Você não pode perder sua fé; tem de buscar sua força. Em 1996, quando começamos o nosso trabalho, uma das primeiras parcerias que fizemos foi com a LBV, que publicou a foto das crianças e divulgou nos seus programas de TV. Isso surtiu um resultado muito grande; muitas pessoas nos ligaram. (...) Eu só tenho de agradecer mais essa oportunidade. E o que tenho para dizer às mães que não encontraram os filhos ainda é que não desistam nunca. Uma coisa aprendi na vida: não existe uma batalha perdida. A única batalha perdida é aquela em que desistimos.

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www.paivanetto.com.brO CAPITAL DE DEUSwww.boavontade.comHISTÓRIA

Dom Pedro I Fotos: Daniel Trevisan

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A trajetória da vida de Dom Pedro I iniciou-se na tradicional cidade de Lisboa, Portugal, a 12 de outubro de 1798, data de seu nascimento. Filho de D. João VI e de Dona Carlota, embora pouco aplicado aos estudos, possuía notável inte-

ligência e dons artísticos. No primeiro contato com o solo brasileiro, em 1807,

quando a família real portuguesa mudou-se para o Brasil, por causa da invasão das tropas de Napoleão contra o território lusitano, estava com apenas 9 anos.

Recebeu, em março de 1816, com a elevação de seu pai a rei de Portugal, o título de príncipe e herdeiro do trono, em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio. Na mesma época, aos 18 anos, casou-se com a arquiduquesa da Áustria, Carolina Josefa Leopoldina (da qual tornou-se viúvo em 1826).

Em 1821, seu pai voltou a Portugal delegando a ele a missão de reger o Brasil. Uma das conseqüências da mudança da família real para as terras brasileiras foi a de que D. Pedro I não conseguiria concluir os estudos. A pretexto de retomá-los, as cortes portuguesas o convocaram para voltar à Europa. Entretanto, a notícia não foi bem-recebida pelos brasileiros, pois eles

receavam a perda das conquistas que a elevação a Reino Unido trouxera ao Brasil.

Para isso, escreveram-lhe um manifesto pedindo a permanência dele no País. A resposta dada por D. Pedro I, no dia 9/1/1822, ficou registrada

na história: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto; diga ao Povo que fico”. Daí a data

ser marcada como o dia do “Fico”. Como retaliação à medida, a Corte lusitana suspendeu o pagamento de

seus rendimentos.Dessa época em diante, começaram as lutas

entre aqueles que apoiavam o príncipe regente e os que eram favoráveis à política portuguesa. Nesse meio tempo, D. Pedro I viajou para São Paulo, com o objetivo de inspecionar o porto de Santos, litoral paulista. Na viagem de volta, nas

imediações de São Paulo, recebeu uma correspon-dência vinda de Portugal, comunicando que ele tinha

sido rebaixado da condição de regente a mero delegado das Cortes de Lisboa.

Contrariado, em 7 de Setembro de 1822, no riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI resolveu romper com o governo português e declarou a libertação do Brasil, bradando: “Independência ou Morte!”.

“Independência

Quadro “Independência ou Morte”, pintado, em 1888, por Pedro Américo de Figueiredo e Mello. A obra encontra-se no Museu do Ipiranga, em São Paulo/SP.

ou Morte!”(por Rodrigo Oliveira, Leila Marco e Paulo Alziro Schnor)

Dom Pedro I

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Emilinha Borba

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Passado um mês do fato, D. Pedro I foi proclamado Imperador do Brasil. A cerimônia de coroação foi realizada a 1o de dezembro do mesmo ano.

Declínio político

Logo depois, abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu a Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a Constituição brasileira de 1824. Em meio a dificuldades financeiras e várias rebeliões regionais, instalou, dois anos mais tarde, a Câmara e o Senado vitalício.

Com a morte de seu pai, decidiu contrariar as restrições da Consti-tuição brasileira, que ele próprio aprovou, e assumiu o poder em Lis-boa, nomeado como Pedro IV, tornando-se o 27o rei de Portugal.

Entretanto, como já era previsto na Constituição, não havia pos-sibilidades de ele ficar com as duas coroas. Por esse motivo, passou a responsabilidade do trono português à sua filha primogênita, Maria da Glória, de apenas 7 anos, e nomeou como regente seu irmão, Dom Miguel.

Sua indecisão entre ficar no Brasil ou ir a Portugal contribuiu para extirpar sua popularidade. Com isso, abdicou o trono em favor de seu filho Pedro (1830), que na época estava com 5 anos.

Voltando a Portugal, com o título de duque de Bragança, liderou a luta para devolver à filha Maria da Glória o trono lusitano, que fora tomado por seu irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos.

Inicialmente, criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão pondo fim ao reinado absolutista de Dom Miguel (ver www.arquet.pt/portal/portugal/terrashistoria/pe-dro.html/). Porém, retornou da batalha com tuberculose e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala de seu nascedouro, com apenas 36 anos de idade.

Só por curiosidade

Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

No sesquicentenário da Independência do Brasil, comemorado em 1972, seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monu-mento do Ipiranga, em São Paulo.

Cripta do monumento do Ipiranga, onde estão os restos mortais de D. Pedro I.

Emilinha Borba, dona de uma das vozes mais belas de nos-so país, tem uma trajetória de vitórias que se confunde,

em muitos momentos, com a história do rádio e de nossa música.

Eram anos dourados deste veí-culo de comunicação, que alcançava seu apogeu (1930 até 1950, época do advento da televisão), quando esta mangueirense de coração e nascimento — pois veio ao mundo em 31 de agosto

de 1923, no bairro da Mangueira, no Rio de Janeiro/RJ —, ainda menina, já freqüentava os palcos dos pro-gramas de auditório e de calouros, tempos nos quais tudo era ao vivo e a radiodifusão era a grande mania nacional.

Contemporânea de grandes nomes da música brasileira, como Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e Marlene, ainda bem jovem formou a dupla “As Moreninhas” com Bidú Reis, que durou menos de um ano.

Com a ajuda de Carmem Miranda torna-se crooner do Cassino da Urca, destacando-se entre os artistas daquela casa de espetáculos.

Mas é na carreira solo que sua estrela brilha, é contratada pela Mayrink Veiga e recebe de César Ladeira o título de “Garota Grau Dez”.

O estrondoso sucesso vem mesmo em 1942, ao assinar contrato com a Rádio Nacional (fenômeno de audiência da época), na qual permaneceu por 27 anos. Era tão freqüente sua participação nos musicais que, no ano de 1953, foi eleita a “Rainha do Rádio” pela Associação Brasileira do Rádio (ABR), sendo que o somatório de votos de Emilinha foi pratica-mente o triplo da segunda colocada. Possui fãs-clubes em todo o país. Na lista de importantes títulos constam, ainda, o de Rainha dos Músicos (1957), da Ordem dos Músicos; e de “A favorita da Marinha”.

Entre os seus principais sucessos musicais estão Escandalosa, Telefonista, Dez Anos, Cachito, Baião de Dois, Se Queres Saber, Es-candalosa, Chiquita Bacana, Tomara que chova, Primavera no Rio, e Paraíba. Participou também de diversos filmes, estreando no cinema, em 1939, com “Banana da Terra”.

A eterna Rainha do Rádio

Museu do Ipiranga

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Emilinha Borba ao lado do sau-doso Luiz Gonzaga

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www.boavontade.comA B R I N D O O C O R A Ç Ã Owww.boavontade.comHISTÓRIA

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Dia 11 de setembro de 2001 marcou indelevelmente nossa história. Episódios como este trazem à memória períodos obscuros da história da Humanidade, a exemplo das épocas de terror vividas. O que leva também a raça humana a refletir quanto ao futuro

das relações humanas.Na manhã daquele dia, quatro aviões percorreram o espaço aéreo ame-

ricano livremente até serem lançados a dois locais considerados símbolos dos poderes econômico e bélico dos Estados Unidos: as torres do World Trade Center — WTC (Manhattan, Nova York) e o Pentágono, (Washington). O quarto avião chocou-se nos arredores de Shanksville, no Estado da Pensilvânia, numa triste ação terrorista.

O que mais impressiona neste evento como no atentado em Madrid, na Espanha, em 11 de março de 2004, é verificar a fragilidade da segurança, e que as novas técnicas e táticas de terror superam as grandezas de Estados ricos, poderosos, mostrando a fraqueza das nações classificadas como “superpotências”.

Por trás destes choques de extremos, há um ódio incontido, filho dileto da absurda idéia de que se pode fazer globalização sem se pensar nos que são excluídos. Mas é preciso atentar para as causas profundas que empurram o mundo a essa situação de instabilidade e horror, e fazer isso é ter respeito às quase três mil de

vítimas do pior atentado da história, é ter solidariedade com a dor de seus familia-res e amigos.

Para contrapor o ódio e o medo pelo “diferente”, só existe uma arma realmente eficaz: o Amor. Aos que riem dessa afirmativa, vale registrar que resolver as coisas com “duelos”, violência, apenas cria mais desavenças.

Por fim, deixamos à meditação palavras do jornalista Paiva Netto, pu-blicadas em seu livro Reflexões e Pensamentos – Dialética da Boa Vontade (1987), que contrapõem de todos os meios e modos o antigo ditado latino “Se queres a Paz, prepara-te para a guerra”, proclamando: “Se queres a paz, prepara-te para a Paz”: “Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual. O Homem descobrirá que não é somente sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que lhe fala de outras vidas e outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão. A paz dos homens é, ainda hoje, a dos lobos e de alguns loucos imprevidentes que dirigem povos da Terra. A Paz, a verdadeira Paz, nasce primeiro do coração limpo do Homem. E só Jesus pode purificar o coração da Humanidade de todo o ódio, porque Jesus é o Senhor da Paz”.

�� de setembro

Falar da história da mídia impressa pode despertar curiosidade: o que muitos não sa-bem é que o Correio Braziliense, primeiro periódico a circular no Brasil, foi editado na Inglaterra. E quem realizava esse trabalho na Europa era um bra-

sileiro, nascido na Colônia do Sacramento, Rio Grande do Sul: Hipólito José da Costa. A principal razão que o levou a produzir o jornal fora do país era a de driblar a censura que a imprensa brasileira estava sujeita naquele tempo.

Há quem relate que o Correio passou a circular no dia 1o de junho de 1808. O veículo fazia uma análise profunda da situação portuguesa e bra-sileira dos fatos de época, além, é claro, de uma divulgação do Brasil.

Articulando essa novidade, estava Hipólito que, na vida acadêmica, formou-se em Direito e Filosofia, na Universidade de Coimbra (Portugal), em 1798, mesma data em que foi mandado aos Estados Unidos da América, para estudar diversas plantas nativas, a formação de pastagens, constru-ção de pontes e moinhos, entre outros assuntos, tais como mineração e pesca. A viagem durou dois

anos e resultou no livro Diário de minha viagem para Filadélfia (publicado em 1955).

Um dos episódios marcantes da vida de Hipóli-to ocorreu depois de ser nomeado para a Imprensa Real, em 1801, quando viajou para a Inglaterra e França. Ao voltar, um ano depois, foi acusado de disseminação da Maçonaria em Portugal e, por este motivo, passou cerca de três anos nos cárceres da Inquisição. Fugiu para Espanha, em 1805, e finalmente chegou a Londres, onde se estabeleceu definitivamente.

Outro importante fato se deu na participação indireta de Hipólito para Independência. Assim que soube dos objetivos mostrou-se contrário ao movimento separatista, porém, com a interferência da Maçonaria nesta questão, ele passou a apoiar as teses que levariam o País a ser livre de Portugal. Daí em diante, começou a defender a idéia da Independência por meio de textos em jornais, fato este que levou D. João VI a suspender o veículo, que tinha uma tiragem de mais ou menos mil exemplares.

Além de ter exercido grande influência e im-portância no movimento pela emancipação política do Brasil, o jornal tornou-se uma fonte, de onde o povo poderia informar-se da história da pátria naquele período.

Depois de proclamada a Independência, Hi-pólito José da Costa, considerado fundador da

Imprensa Brasileira, faleceu em 11 de setembro de 1823, num subúrbio de Londres, sem saber de sua nomeação para Cônsul-Geral do Brasil na capital inglesa.

Bons exemplos na mídia

O Correio Braziliense teve sempre como meta informar os seus leitores num sentido mais amplo e, para isso, vem por muitos anos divulgando ini-ciativas que valorizam aquilo de bom que o nosso povo faz, o Brasil que dá certo. Dentro deste perfil, veiculou em diversas ocasiões os grandes acon-tecimentos da Legião da Boa Vontade, na capital federal, a exemplo das inaugurações do Templo da Boa Vontade e do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, e a realização do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência. Além de abrir constantemente as páginas de suas seções de “Turismo” e do ca-derno “Cidades” para reportagens sobre o TBV, que é o monumento mais visitado de Brasília, e para as atividades socioeducativas promovidas pela Organização.

A amizade com a LBV vem de longa data, tendo o dirigente da Instituição, jornalista Paiva Netto, assinado, por muitos anos, coluna semanal neste conceituado periódico.

Hipólito, um homem de imprensa.

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Monumento do local onde esta-va o WTC, em homenagem às vítimas do atentado. Esta foto foi encaminhada ao Dirigente da LBV por John De Prima, da prefeitura de NY.

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www.acaojovemlbv.comAÇÃO JOVEM LBV

Optar nem sempre é fácil. Se o assunto é a escolha de que carreira seguir, torna-se ainda mais complicado — prin-cipalmente hoje em dia, quando há uma gama enorme de cursos (técnicos ou superiores) ao alcance da população.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 5% dos estudantes do País que prestam o vestibular têm certeza do que querem fazer. O fato de não saber que profissão escolher preocupa os adolescentes cada vez mais cedo. Contudo, os psicólogos advertem que isso não é nenhuma síndrome. Trata-se de um momento decisivo, pelo qual muitos passam.

Por ser um período único, contar somente com o conselho dos familiares ou amigos às vezes não auxilia muito. Nesse caso, o melhor é procurar uma orientação vocacional (OV). A revista BOA VONTADE entrevistou a psicóloga Cristina Jorge Dias, que explicou que esse tipo de orientação tem dois objetivos gerais: “O primeiro relaciona-se ao autoconhecimento, ou seja, como o jovem vê suas potencialidades. O segundo, como ele avalia as exigências do mer-cado de trabalho. Dessa forma, essa técnica visa a que o adolescente construa um ‘projeto profissional’ que seja responsável e comandado por ele mesmo”.

Ainda de acordo com a psicóloga, “ao contrário do que muitos pensam, um bom processo de orientação vocacional não deve limi-tar-se a definir a profissão de alguém. A OV deve propor-se a ajudar a pessoa para clarear seus interesses e potencialidades”. Um ponto deve ser esclarecido a respeito da técnica: ela tende a desenvolver um trabalho preventivo que objetiva minimizar frustrações ou possíveis choques profissionais que possam acontecer no futuro, e não “ditar” que atividade o indivíduo vai exercer durante a sua vida.

Experiência que deu certo

São vários os casos que comprovam a eficiência da orientação vocacional para os jovens. Mariana Alves, 19 anos, foi uma das pessoas que buscaram a técnica. Hoje, ela está no segundo ano do curso de Rádio e TV e chegou a essa conclusão graças ao auxílio. “Foi um momento de conhecer minhas aptidões, apesar de sempre saber que a minha vocação era comunicar. Comigo funcionou. Na verdade, funciona até hoje”, relata.

Alguns esclarecimentos são fundamentais antes de procurar a ajuda. É necessário, por exemplo, saber se há dúvidas com relação ao futuro profissional e/ou pessoal. Outro aspecto importante é co-nhecer o objetivo que o serviço de orientação vocacional se propõe a atingir, qual a duração e o custo do atendimento. Faculdades e universidades de Psicologia costumam oferecê-lo gratuitamente à comunidade da região onde estão localizadas.

Desafio do autoconhecimento

(por Rodrigo Oliveira)

Especialistas garantem: é preciso analisar competências e habilidades para escolher a profissão.

AÇÃO JOVEM LBV

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Carta ao Jovem deBoa Vontade

Equipe de Estudos Ecumênicos das IBVs

Aceitando a feliz sugestão do leitor Valdeci Aparecido Basso, de São Paulo/SP, a seção “Ação Jovem LBV” publica, em cada número, os itens da “Carta ao Jovem de Boa Vontade”, escrita por Paiva Netto e dedicada à

juventude. Nesta edição, escolheu-se especialmente o item XXI da referida missiva:

“XXI — O Jovem de Boa Vontade tem certeza de que todos os fatos profetizados por Jesus, desde o Velho Testamento, por inter-médio dos Seus profetas, e no Testamento Novo, principalmente no Evangelho e no Apocalipse, cumprir-se-ão neste atribulado final de ciclo. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Ora, a Hu-manidade semeou ventos; colherá, portanto, tempestades. Contudo, o Jovem de Boa Vontade nada teme, porquanto deposita toda a sua confiança no Cristo de Deus, que disse no Seu Evangelho, segundo Lucas, 21:28: Ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima”.

Daí a grande proposta do último Congresso Jovem (realizado em 3 de julho, em Goiânia/GO) ter sido a Comunicação 100% Jesus, totalmente comprometida com a Verdade, com o respeito ao Ser Humano, que não é apenas matéria. O próprio Líder da Boa Vonta-de define essa condição: “Estamos corpo, mas somos Espírito”. As advertências de Jesus, ditas pela boca daqueles que profetizaram a Sua primeira passagem visível à Terra e registradas no Antigo Testamento, ainda hoje fazem sentido.

A espada de dois gumes que o Cordeiro de Deus carrega na boca e que é descrita por João no último livro da Bíblia Sagrada é a comunicação que atinge as Humanidades da Terra e do Céu. Por isso a explicação de Paiva Netto, estudioso das Escrituras Sagradas, é referência para a Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus. Ela entende que as transformações que o ato de comunicar provoca começam no Espírito, no íntimo do Ser. Só depois se apresentam na vida em sociedade.

Para evitarmos o sofrimento que causamos a nós mesmos pela força de ações irresponsáveis, devemos aprender as lições as quais nos vão libertar da ignorância espiritual: a caridade, o respeito e todo sentimento que nasce do Amor Universal, que o Cristo nos trouxe há mais de dois milênios: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34).

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Durante muito tempo, o Quociente de Inteligência, o tão famoso Q.I, regeu os mecanismos de análise de executivos e de profissionais das

mais variadas vertentes. Q.I. alto, boas perspec-tivas de sucesso; baixo, poucas oportunidades de sobreviver ao concorrido e selvagem mercado de trabalho.

De uns anos para cá, psicólogos como o norte-americano Daniel Goleman, entre outros, apresentaram-nos o Quociente Emocional (ou Inteligência Emocional), o Q.E., como fator preponderante para o sucesso das relações humanas. Saber controlar as emoções em um mundo estressado como o nosso deixou de ser privilégio de monges, tornando-se ferramenta imprescindível para o perfeito equilíbrio das ações do Homem em sociedade. A capacidade de conciliar e o saber tomar decisões imparciais são alguns dos atributos que a Inteligência Emocional proporciona àqueles que a desen-volvem.

Hoje, muito se fala em Espiritualidade nas empresas. Seja por intermédio de orações, de sessões de relaxamento, de musicoterapia, de outras técnicas, busca-se harmonizar o Espírito do Ser Humano com o nem sempre tranqüilo ambiente de trabalho. Porém, faz-se necessário o registro, nessa área, da primazia das Insti-

tuições da Boa Vontade (IBVs) — formadas pela Religião de Deus, Legião da Boa Vontade (LBV) e Fundação José de Paiva Netto — no emprego desse conhecimento em suas ativida-des profissionais, tanto no campo da Promoção Humana e Social quanto na mídia.

Desde o seu nascedouro, em 1o de janeiro de 1950, a LBV não inicia suas atividades administrativas sem antes reunir seus funcionários para uma prece. A Religião de Deus, Religião do Terceiro Milênio, a Religião do Amor Universal, realiza, desde a década de 1970, em seus Espaços Ecumênicos, um encontro públi-co intitulado “Prece para um novo dia no trabalho”, no qual profissionais dos mais diversos setores procuram fortalecer o Espírito para encarar mais um cotidiano de labuta.

Diante desses fatos, percebo quanto José de Paiva Netto, Diretor-Presidente das IBVs, avançou no estudo da inte-ligência, pois extrapolou o campo do conhecimento (Q.I.) e da emoção (Q.E.) humanos, revelando-nos — perdoe-me a ousadia — o Quociente Deus (Q.D.) nas criaturas. Sem o banho lustral da Espiri-tualidade Superior, que é o Pai Celeste, a inteligência e a emoção tornam-se ins-

trumentos perigosos. A História está aí para não me desmentir.

É por esse motivo que as Instituições da Boa Vontade crescem a cada dia, pois des-pertam nos seus funcionários, voluntários e, principalmente, no povo esse Q.D. O próprio Cristo, há mais de dois milênios, já afirmava Vós sois deuses! e que faríamos muito mais do que Ele. Faríamos o quê? Uma perfeita admi-nistração de nossa vida humana e espiritual.

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Mário Augusto BrandãoRadialista

Espiritualidade nas empresas

Assistindo aos telejornais, lendo as revistas ou ouvindo as rádios, sempre escutamos as mesmas no-tícias. Os assuntos relacionados às

guerras que assolam a Humanidade nos dias de hoje.

Todavia não me refiro apenas às batalhas que ocorrem no Planeta. Chamo a atenção para as lutas do cotidiano que a população encara para levar o pão e o leite para casa.

Falo do combate que um pai de família enfrenta para conseguir o sustento dos fi-lhos.

Atualmente a violência ataca por todos os lados e há quem a justifique como um problema social qualquer.

A busca por um prato de comida ou os duelos entre irmãos de diversas raças são causadas pela falta de Paz e Amor no coração e na Alma de cada um de nós.

Pensem em quantos se encontram e se cumprimentam pela manhã com um sincero bom-dia, não por dever de educação que todos temos, mas, sim, pelo prazer de desejar o Bem ao próximo.

Às vezes, por deta-lhes ou poucas pala-vras, conquistamos um verdadeiro aliado para o resto de nossa vida.

Voltemos à época de Jesus, que é o maior amigo de todos. Afinal os ensinamentos Dele não dife-rem religiões, povos ou etnias. Há dois milênios o que ensinou foi Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34).

Quando proferiu esse Mandamento não houve distinção de etnia, credo ou posição social. Ele simplesmente nos mostrou que

não é difícil oferecermos uma expressão de amizade, um aperto de mão, um

abraço ou uma troca de olhar que leva o melhor para o próximo.

Os dias já são tão corridos; os combates, terríveis. Então, por que não transmitirmos um pouco de bom sentimento em nossas relações sociais?

A grande recompensa ao tra-tarmos com igualdade um seme-

lhante é o sorriso de agradecimento. Demonstrando o Amor de Deus, Ele,

como prêmio, a nós retornará, preenchendo de Luz os momentos mais difíceis de nossa exis-tência. Somente deste modo traremos ao mundo dias melhores para todos, dias de Paz.

Alziro Paiva (24 anos) — Militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus (São Paulo/SP)

Em busca da Paz por intermédio do Amor

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www.soldadinhodedeus.com.brBOLO COM PUDIM

Qual dos peixinhos é igual ao indicado?

Leve Tico ao pé de jambolão

Próximo LançamentoDesenhos: Gesiel Luz

Juca e Leo sempre foram muito dedicados nas tarefas da floresta, po-rém não se davam bem um com ou-tro. Mas essa história começa quando eles ainda estavam se preparando no céu para nascer na Terra, e um irmão espiritual os instruía, dizendo que teriam muitos compromissos juntos. Você, leitor, pode se perguntar: Como

terão compromissos juntos, se eles não se dão bem?

É aí que começa mais essa aven-tura da Coleção Fábulas da Nature-za. Neste conto, os dois personagens irão aprender A importância da amizade.

Não perca o próximo lançamento do Bolo com Pudim Editorial.

Encontre o caminho

O coelho e o castor

Page 37: Revista Boa Vontade, edição 193

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www.soldadinhodedeus.com.br SOLDADINHOS DE DEUS

Galeria de Arte

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Fazer do Brasil a pátria das pátrias — o

coração do mundo.(Alziro Zarur)

�o Mandamento dos Soldadinhos de Deus

Em todas as edições da revista BOA VONTADE, estamos publicando, na ordem em que foram escritos, um dos Dez Mandamentos dos Soldadinhos de Deus, do saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979), e, por coinci-dência, o Quarto Mandamento, que aborda a Destinação Espiritual do Brasil, é o tema do desenho desta seção e que tem tudo a ver com a Proclamação

da Independência, assunto de capa dessa revista.O desenho representa a união de todos os povos na construção de

um país melhor, tendo como base o Amor:

Larissa da Silva Bento(2 anos) — São Paulo/SP.Clara Caroline Botelho (5 anos)

Pedro Lucas Gonçalves Moreira e Silva (2 meses) — São Paulo/SP.

Thamiris Maria (6 meses) — Patrocí-nio/MG.

Érica Santos de Oliveira

(10 anos)

Gabriele Elisa Rueda de Barros (5 anos)

Soldadinhos

Leonardo Gabriel Nasci-mento Ribeiro (10 meses) — São Paulo/SP.

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Elevar a auto-estima das famílias que vivem em situação de risco social, proporcionar ações edu-cacionais com Espiritualidade e

meios para que todo indivíduo trabalhe na construção de uma sociedade mais justa constituem alguns dos propósitos do pro-grama socioeducativo Ronda da Caridade da LBV. Essa iniciativa completou, em 1o

de setembro, 42 anos de atuação.Uma programação alto-astral e di-

versificada foi preparada para que se festejasse o aniversário. Nesta data, em especial, pessoas de todo o País e do Exterior envolveram-se na Campanha Ronda da Caridade — Valorizando o Brasil no resgate da Cidadania, em que todas as unidades da Instituição, ao lado de milhares de voluntários, efetuou ações, como palestras educativas, dis-tribuição de alimentos, corte de cabelo, atendimento médico e odontológico, entre outros.

No Rio de Janeiro/RJ, a comemo-ração ocorreu na Comunidade Skol do Parque Evereste, em Del Castilho, onde vivem, precariamente, quatro mil famí-lias. Em parceria com diversas empresas e órgãos públicos, a LBV realizou: corte de cabelo, atendimento de enferma-gem, atividades recreativas, orientação bucal com aplicação de flúor, almoço, encerrando com o tradicional bolo de aniversário, ao som das belas melodias do Coral Infantil Ecumênico LBV.

Não só os atendidos vivenciam mo-mentos emocionantes, mas também os voluntários. Eles são gratos pela opor-tunidade que têm de ajudar na Institui-ção, a exemplo da cabeleireira Valdete Maria Trota: “É uma satisfação muito grande participar das ações da LBV,

porque ela faz um trabalho bonito, que conscientiza as pessoas, elevando-lhes a auto-estima. É a prática da Caridade Completa, material e espiritual. Dou os parabéns ao Paiva Netto pelos 42 anos da Ronda da Caridade”.

Da mesma forma, em Ipatinga/MG, o apoio solidário de profissionais a este serviço é fundamental para o sucesso da iniciativa. A psicóloga Sandra Yoxino, por exemplo, colabora ministrando pa-lestras de autoconhecimento; ela tomou parte também dos trabalhos desenvolvi-dos durante os festejos do programa na comunidade Morro do Sossego. “Penso que há muitas maneiras de transformar o mundo do qual fazemos parte, uma delas, sem dúvida, é ajudar as pessoas a ter consciência de seus papéis, de seus potenciais. Tem sido este meu in-tuito: levar a psicologia onde há gente querendo fazer diferente, para fazer a diferença, e isso a LBV faz.”

Cem famílias — que vivem em si-tuação de risco social, em Cascavel/PR — celebraram os 42 anos da atividade, participando de um saboroso almoço. Após a refeição, os moradores da loca-lidade puderam ainda se inscrever em diversos cursos profissionalizantes ofe-recidos gratuitamente pela Instituição.

Vale ressaltar que os princípios des-se programa são alinhados com as oito Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDMs), estabelecidas pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) e subs-critas por cerca de 190 países, com o que se estabelecem medidas diversas que têm por objetivo trabalhar vários pontos, que vão desde a erradicação da pobreza e da fome até a preservação do meio ambiente.

�2 anos trabalhando pela cidadania.

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A Ronda da Caridade da LBV é uma ativi-dade originária da Campanha Permanente da Instituição contra a fome e pela cidadania, lançada no fim da década de 1940, com a popular “Sopa dos Pobres”, também conhecida como “Sopa do Zarur”. No destaque, o jovem Paiva Netto, que participou da primeira Ronda, em 1o de setembro de 1962, no Rio de Janeiro/RJ. Abaixo, outras fotos históricas.

Ronda da Caridade da LBV:

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Nas fotos, o apoio oferecido pela LBV, em parceria com voluntários, às pessoas que vivem em situação de risco social. Nascida no Rio de Janeiro, há 42 anos, a iniciativa espalhou-se por diversas seções de atendimentos da Instituição no Brasil e no mundo.

Conheça a história

A Ronda da Caridade da LBV é uma atividade ori-ginária da Campanha Permanente da Instituição contra a fome e pela cidadania, lançada no fim da década de 1940, com a popular “Sopa dos Pobres”, também conhecida como “Sopa do Zarur”, com o objetivo de levar a milhões de pessoas menos favorecidas o socorro imediato. Paiva Netto participou da primeira Ronda, em 1o de setembro de 1962, no Rio de Janeiro/RJ. Ou-tro fato importante desse relato se deu quando Zarur lançou, pela Rádio Mundial (RJ), a “Guerra Mundial contra a Fome”. Conta Paiva Netto que, “naquele dia, completava-se o 23o ano do início da Segunda Guerra Mundial, quando Hitler invadiu a Polônia. Na LBV, faz-se o contrário: proclama-se a ‘guerra’, mas contra o desamparo e a miséria”.

A fome e a pobreza foram os problemas centrais que motivaram a ação, mas, ao lado do amparo emergencial, sempre se teve a preocupação de ensinar o cidadão a desenvolver suas habilidades, de forma a conseguir o seu próprio sustento. O Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, aprimorou a iniciativa, tornando-a uma das principais ferramentas de inclusão social.

A Ronda da Caridade atua no resgate da auto-es-tima do indivíduo, promovendo oficinas de trabalho e despertando seu potencial, contribuindo para a elevação do índice de escolaridade, estimulando a busca do crescimento pessoal, favorecendo a integra-ção social e familiar, cooperando para a erradicação da violência doméstica e dos índices de mortalidade infantil. Ao levar Espiritualidade às pessoas, a Ronda também fomenta a melhoria da nutrição e da saúde, criando cooperativas de trabalho como forma de le-var o desenvolvimento sustentável e de combater a fome. Tudo isso é feito com a participação voluntária de profissionais dos mais diferentes segmentos, que contribuem para a formação de uma sociedade mais justa e solidária.

Colabore você também com a Ronda da Caridade. Torne-se voluntário nesta ação solidária. Informações pelo tel. (11) 3225-4500 ou pelo site www.lbv.org.

Juliane Nascimento

Ronda da Caridade da LBV:

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Saúde naManaus/AM

Fora o desperdício, e um sim ao combate à fome! Belo Horizonte/MG

A chegada da primavera em setembro e, logo após, do verão faz com que as pessoas queiram usar roupas mais leves, o que desperta a preocupação com a beleza das per-nas, especialmente no que diz respei-to à presença de varizes. Entretanto, o malefício não está relacionado apenas à es té t ica; a q u e s -tão mais agravante é a saúde. A doença não é um mal exclu-sivamente feminino; em menor e s c a l a , t a m b é m atinge os homens, e tem maior incidência nos idosos.

Por tudo isso, o problema foi um dos temas do ciclo de palestras que ocorrem, regularmente, no Centro Comunitário e Educacional da LBV em Manaus/AM, onde dezenas de idosos participam do Grupo de Convivência para a Terceira Idade. Um programa que visa ampliar a qualidade de vida e resgatar a auto-estima dos seus integrantes, por

meio de atividades culturais, físicas e recreativas.

A área da saúde, uma das mais enfocadas na iniciativa, recebe o apoio voluntário de profissionais, a exemplo do cirurgião cardiovascular dr. Mariano Terrazas, que recente-mente esteve no local para explicar

como e por que surge a úlcera va-ricosa. No bate-papo, o m é d i c o passou as formas de tratamento do mal, além de dar dicas valiosas para se ter uma vida mais saudável em diversos as-

pectos. Ele explicou, também, que as úlceras (feridas) são um dos tipos de varizes mais graves, que merecem atenção especial e que o cuidado com elas deve ser seguido por orien-tações médicas de um angiologista, enfatizando a necessidade de repou-so após o seu tratamento.

A LBV em Manaus está localiza-da na Rua Manicoré, 100, Cachoei-rinha, tel. (92) 633-3221.

(por Lázara Ramos Reis e Raquel Fernandes de Souza)

Uma parceria firmada entre o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), órgão ligado ao Governo Estadual de Minas Gerais, e a Legião da Boa Vontade está ajudando a centenas de crianças e idosos atendidos pela LBV, em todo o Estado de Minas.

O programa Vitasopa — um complemento alimentar de alto valor nutritivo — feito de excedentes de legumes, verduras e cereais, doados por empresários do Ceasa e

por produtores rurais ao Servas, produz um concentrado a partir desses alimentos; evitando, assim, o desperdício, e combatendo a fome e a desnutrição.

A ação beneficiará as seções da LBV nas cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Ipatinga — nas quais a Instituição desenvolve o programa Criança: Futuro no Presente! —, além dos Lares para Idosos em Teófilo Otoni e Uberlândia, que também receberão o Vitasopa.

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Educação infantil

A Escola de Educação In-fantil Alziro Zarur, mantida pela LBV na cidade-satélite de Taguatinga, em Brasília/DF, promoveu recentemente o “Seminário Educação Infan-til em Foco”, com o objetivo de reafirmar o seu compro-misso com os profissionais em promover uma educação com qualidade para os mais de cem alunos atendidos na Instituição.

Por meio de oficinas e atividades culturais, a equipe abordou temas sobre relações humanas, direitos sociais, saúde na infância, Espirituali-dade na escola, os objetivos da educação infantil — também como instrumento de desen-volvimento psicossocial da criança —, entre outros.

A pedagoga Sandra Maria de Andrade foi uma das palestran-tes e, na ocasião, destacou: “Dou os parabéns por essa ação da LBV, pela importância da troca de experiências, descobrindo que cada um de nós tem valores que, às vezes, ficam guardados e a gente não consegue colocá-los para fora e, assim, temos

a oportunidade de saber que podemos ensinar brincando. Chegamos à conclusão de que ninguém ensina nada a ninguém, todos já sabemos, ajudamos uns aos outros a descobrir o que há dentro de nós”.

(por João Areis Preda)

(por Stella Souza)

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Melhor Idade

A escola da LBV em Brasília está localizada na QSD 8, Área Especial 11, tel. (61) 561-3788, Taguatinga/DF.

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Esperanto

Português

Inglês

Espanhol

Como vimos na última aula, para se ter a forma negativa, basta colocar “not” depois do verbo TO BE. A forma nega-tiva tem duas formas abreviadas do verbo no presente:

Contracted form (forma abreviada)

I’m notYou’re not You aren’tHe’s not He isn’tShe’s not She isn’tIt’s not It isn’tWe’re not We aren’tYou’re not You aren’tThey’re not They aren’t

Na forma interrogativa, o verbo vem antes do sujeito, como por exemplo: You are happy. (affirmative form) — Are you happy? (interrogative form). Mas, atenção! A interro-gativa-negativa na 1ª pessoa do singular fica Aren´t I?

Agora falaremos dos artigos indefinidos A — AN, que significa um, uma. A é usado no singular, diante de conso-antes. Exemplos: a book; a table. AN é usado no singular, diante de vogal ou h mudo (h não pronunciado: an hour). Exemplos: an egg; an airplane. A — AN não tem plural.

Na próxima aula traremos alguns exercícios para fixa-ção. Até lá!

Raquel Bertolin

Crase (continuação)

Prosseguindo em nosso estudo sobre a crase, destacaremos o seu uso nos pronomes demonstrativos aquele(a) (s) e aquilo. Nesses ca-sos, tudo vai depender do verbo ou do nome que vier antes desses pronomes. Se o verbo (ou nome) exigir a preposição a, haverá a crase, independentemente de o pronome demonstrativo ser feminino ou mas-culino.

Exemplos: Cheguei àquela festa (quem chega chega A algum lugar — ...cheguei A Aquela festa; juntan-do-se a com aquela, tem-se àquela); Não fiz referência àquilo (referência A algo — fiz referência A Aquilo); juntando-se a com aquilo, tem-se àquilo).

Chegamos àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas terras. / Refe-riu-se àqueles autores. / Não deu importância àquilo.

Vejamos o exemplo que Paiva Netto nos fornece em seu livro Como vencer o sofrimento:

“Há várias expressões de existên-cia, as quais não se resumem apenas àquilo que vemos ou sentimos”.

Devemos colocar crase nas in-dicações de horas, desde que de-terminadas: Chegamos às 9 horas, às 10 horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. / Ele chegou à meia-noite em ponto. A indetermi-nação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.

Na próxima edição, trataremos do uso da crase em locuções adver-biais, prepositivas e conjuntivas, além daquelas que indicam meio ou instrumento.

Adriane Schirmer

5ª Lição

5ª Lição

Nesta aula vamos às explica-ções sobre mais algumas letras que compõem o alfabeto do Esperanto, estudando as letras r, s, s, t.

O r, em Esperanto, mesmo no início ou no fim da palavra, é den-tal, isto é, para produzi-lo, levamos a ponta da língua ao contato dos dentes incisivos superiores e fa-zemo-la vibrar, ex.: rozo: significa rosa. O s nunca vale z nem x, mas sempre se lê ç ou ss, ex.: raso: lê-se “rasso”, quer dizer raça. O s soa

como ch em português, ex.: safo: lê-se “cháfo”, quer dizer carneiro. O t tem sempre a mesma pronún-cia, qualquer que seja a vogal que o acompanhe, como em ta, te, ti, to, tu; ex.: tio: lê-se “tio” (não tchiu!), significa isso; tie: lê “tie” (não tchii!), significa ali.

Na próxima aula finalizaremos nossos estudos sobre o alfabeto do Esperanto. Até lá!

Maria Aparecida da Silva

(Quinta Lección)

(Kvina Leciono)

Nessa aula estudaremos as pronúncias de mais duas letras: x e y.

A letra x tem as seguintes pronúncias: 1) antes de h ou entre vogais, corresponde ao som de ks (como o x da palavra portuguesa táxi), ex.: exhausto (exausto); examen (exame). 2) quando não é seguida de vogal ou h, tem o mesmo som que em português, ex.: expresar (ex-pressar). A letra y também tem, conforme seu empre-go, pronúncias distintas: 1) quando está só ou no fim da

palavra, tem o mesmo som que o i português, ex.: Juan y Pedro (Juan e Pedro); ley (lei). 2) quando aparece en-tre vogais ou seguida de vo-gal, tem som do j português, ex.: yo (eu); yerno (genro). Na Argentina, Uruguai e Paraguai, tem valor de “dj” português quando está entre vogais ou seguida de vo-gal, ex.: yo: pronuncia-se “djgo”; yerno: pronuncia-se “djêrno”.

Até a próxima aula!

Maria Aparecida da Silva

www.boavontade.com CURSOS

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Os princípios dawww.boavontade.comPEDAGOGIA DO CIDADÃO ECUMÊNICO

Pedagogia do Cidadão EcumênicoEquipe de Estudos Ecumênicos das IBVs

Começaremos a partir desta edição da revista BOA VONTADE a elevar aos leitores estudos realizados sobre os princípios que fundamentam a Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

Acompanhe, agora, parte do primeiro capítulo, que será publicada também nas próximas edições.

Boa leitura.

Para facilitar o entendimento da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE), criada por Paiva Netto, organizamos suas propostas em princípios interligados e complementares que serão apresentados a seguir.

Nesta exposição procuramos registrar as lições mais evidentes que pudemos auferir de cada princípio. No entanto, como a Pedagogia do Cidadão Ecumênico é um processo em desenvolvimento, acreditamos que novas conclusões surgirão como contribuição de outros estudiosos.

Objetiva-se com este trabalho apresentar os parâmetros por meio dos quais seja possível aprofundar e aperfeiçoar, de forma contínua, a prática implementada pelas Instituições da Boa Vontade que busca edificar a Sociedade Solidária, pela formação do Cidadão Ecumênico.

Primeiro Princípio:O Ecumenismo Irrestrito e Total

“O Ecumenismo Irrestrito e Total” estabelece uma abordagem integral, objetivando superar a fragmentação do conhecimento e promovendo o desenvolver completo das pessoas.

Vem ao encontro deste primeiro princípio a postura transdisciplinar explicitada pelo físico Basarab Nicolescu, na Carta da Transdisciplinaridade, divulgada em 1994, na qual lê-se no artigo 5o:

É particularmente interessante a configuração do olhar transdisciplinar no campo da educação, da filosofia e da religião. Em cada um destes campos entram em ação elementos que vão através e além das disciplinas e que as estruturam e lhes dão sentido.

Apesar da diversidade existente entre os sistemas de educação dos diversos países, percebe-se na atualidade que os problemas nesta área estão mundializados, no entanto, possuem um centro comum de questionamento, qual seja: os sistemas estão defasados diante das transformações por que passa o mundo moderno. Assim configurado, o princípio do Ecumenismo Irrestrito e Total coloca-se como um caminho que permitirá a reorientação do processo educativo.

Neste contexto, considerando-se os Quatro Pilares de um novo tipo de educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em conjunto e aprender a ser, elaborados pela Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, ligada à Unesco, observa-se que a educação só pode ser viável se for uma educação integral do Homem, dirigida à totalidade do Ser Humano, incluindo sua dimensão espiritual. A educação que privilegia de forma exclusiva a inteligência, em detrimento da sensibilidade, vai nos levar à lógica capenga de uma suposta eficácia que desemboca na autodestruição.

A educação necessária para o século XXI é também uma Reeducação Geral e continuada, não sendo apenas praticada nas instituições de ensino, de educação infantil à universitária, mas em todos os ambientes; talvez com métodos diversificados, mas com uma perspectiva comum: a formação do Ser Humano em todas as suas dimensões.

O educador Ubiratan D’Ambrósio, que foi Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário da Unicamp, faz em seu livro Transdisciplinaridade, pp. 149-150, 1997, interessantes colocações sobre a espiritualidade nas escolas. A este respeito, diz:

A pré-escola, o primeiro, o segundo e também o terceiro grau se organizaram, no Brasil e em todo o mundo, com um caráter propedêutico, sempre preparando o aluno para outra etapa, sem jamais dar à prática educativa o caráter de completar uma fase de formação como importante em si mesma. (...) Embora todas as mudanças comportamentais estejam intimamente relacionadas, a transformação na espiritualidade dos jovens em idade escolar é aquilo que nos interessa de maneira mais direta e o que é, estranhamente, praticamente ignorado. Parece não se acreditar que o jovem tenha angústias e incertezas existenciais e não se percebe que muito do que não se admite — e mesmo se reprime — do comportamento juvenil está vinculado às crises de espiritualidade. A forma de conhecimento que se transmite é disciplinar, seguindo currículos mais ou menos padronizados, de acordo com as teorias dos conteúdos e as teorias de aprendizagem vigentes. (grifos nossos)

Na próxima edição, daremos continuidade ao estudo do primeiro princípio. Até lá.

Escreva para a Equipe de Estudos Ecumênicos das IBVs: ([email protected]).

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