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Revista Boa Vontade, edição 201

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

Quando fazia os acertos finais da nova edição (52ª), revista e ampliada, de As Profecias sem Mistério, que foi lançada

com sucesso na XII Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, encerrada no dia 22 deste mês, recebi a publicação da Mensagem da Legião da Boa Vontade (LBV) para a 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher, nas Nações Unidas, Nova York, EUA. Pela relevância do documento — divulgado pela ONU, em seus seis idiomas oficiais (Inglês, Espa-nhol, Francês, Árabe, Russo e Chinês) a delegações de Estado e a organizações não-governamentais —, resolvi homena-gear, essas que são o sustentáculo das na-ções, transcrevendo o material em meu livro e trazendo-o também na revista BOA VONTADE.

Passemos, então, ao conteúdo desta me-morável página:

Documento da Legião da Boa Vontade para a 49a Sessão da Comissão do Status da Mulher

“Com relação à 49a Sessão da Co-missão do Status da Mulher, sobre o tema ‘Desafios atuais e previsões de estratégias para o avanço e empode-ramento*¹ das mulheres e meninas’, a

Status da

nas Nações UnidasMulher

Sede das Nações Unidas, em Nova York, EUA.

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Legião da Boa Vontade (LBV), ONG brasileira com status consultivo geral no Ecosoc, tem recolhido e compartilhado com o sistema das Nações Unidas me-lhores práticas no tocante a estratégias do empoderamento e do avanço das mulheres e meninas para disseminá-las em caráter nacional e internacional, por intermédio de Centros Comunitários, creches e pré-escolas espalhadas na América Latina, na Europa e nos Es-tados Unidos, especialmente no Brasil, no Paraguai, no Uruguai, na Bolívia, na Argentina, em Portugal e nos Estados Unidos, pois, segundo afirma o jorna-lista, radialista e escritor José de Paiva Netto, Diretor-Presidente da LBV:

“‘Toda organização vitoriosa des-fruta a presença marcante de mulheres espiritualmente esclarecidas. A intuição, competência do Criador manifesta na criatura, é um dos poderosos instru-mentais femininos. Talvez por isso tenha Voltaire (1694-1778), um dia, exclamado: ‘Tous les raisonnements des hommes ne valent pas un senti-ment d’une femme’, isto é, todos os raciocínios dos homens não valem o sentimento de uma mulher’ (Reflexões da Alma, 38a ed., p. 17).

“A Legião da Boa Vontade defende uma estratégia justa, política, cultural, científica, filosófica na igualdade de gê-neros. Conforme se encontra na Decla-ração Universal dos Direitos Humanos, ‘todos têm o direito de fazer parte do governo do seu país. O empoderamento e autonomia da mulher e a melhoria do seu status social, econômico e político são essenciais para alcançarem transpa-rência e um governo respeitável e uma administração e desenvolvimento auto-sustentável em todas as áreas da vida’ (texto extraído da Plataforma de Ação da Declaração de Beijing — Mulher no Poder e Tomada de Decisões).

“Mesmo que as mulheres em nossos dias possam liderar grandes corpora-ções, dirigir aeronaves, conduzir ope-rações nos centros de cirurgia hospita-lares, inserir-se no mercado de trabalho, aproximando-se dos mesmos direitos que os homens, ainda existe um enorme caminho a ser trilhado. É inadmissível

Plenário das Nações Unidas (ONU), Nova York, EUA.

que, em pleno século XXI, elas ainda sofram com as penas de uma cultura milenar e sejam subjugadas.

“Por isso a LBV traz aos debates da 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher a sua cooperação para uma adoção absoluta de ação da plataforma de Beijing, trabalhando para promover parcerias entre homens e mulheres em todos os segmentos: político, cultural, científico, educacional e assim por diante. Como diz o Diretor-Presidente da LBV com relação à igualdade de gêneros: ‘Valorizar a Mulher dignifica o Homem’.

“‘Pelo nosso prisma, a mulher tem direito a ser Presidente da República, condutora de religiões, capitã de indús-tria, de aviões e navios transatlânticos; tem direito de ser médica, engenheira, professora... No trabalho, há um justo conceito de valor entre homens e mulhe-res: o da competência. Então, os sexos nisto estarão harmonizados. Que brilhe o Homem, que brilhe a Mulher, confor-me a competência de cada um. Isto não quer dizer que homens e mulheres são totalmente iguais. Aí está pelo menos, de início, a anatomia para desmentir. O que quero dizer é que não se devem

sustentar antigas barreiras e levantar novas, firmadas em tabus, preconceitos e interesses espúrios para impedir maior influência da Mulher sobre o destino do mundo. Homem e mulher dependem um do outro. Completam-se’ (Paiva Netto, extraído do livro Reflexões e Pensa-mentos — Dialética da Boa Vontade, publicado em 1987).

“Como resultado de inúmeros pro-blemas psicológicos e financeiros vividos pelas mulheres para que elas possam encarar uma gravidez saudável e decentemente criar seus filhos, a LBV criou diversos programas para minimi-zar essa situação emergente em seus Centros Comunitários e Educacionais, entre eles o SER Mulher. Essa ação desenvolve uma variedade de outras integradas para toda a família e seus membros, independentemente de idade. O objetivo principal é resgatar a auto-estima humana, profissional, intelectual e emocional. Uma equipe de profissio-nais voluntários concretiza ações para melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas como um todo, acrescentando valores éticos e espirituais aos valores materiais, objetivando o verdadeiro exercício da cidadania.

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“Uma das atividades da LBV em parceria com setores privados e departamentos governamentais é o suporte voluntário para efetiva-mente gerar resultados e melhorar a vida das mulheres menos favo-recidas na sociedade, por meio de conferências educacionais, aulas de cabeleireiro e estética, workshops, cursos ocupacionais, melhorando a renda financeira familiar e ofere-cendo ajuda jurídica e psicológica. ‘Cidadão-Bebê’ tem como finalida-de estreitar os laços afetivos entre mãe e filho, encorajar a realização do pré-natal, resgatar o significa-do da gravidez e combater a má nutrição de mamães e bebês. As mulheres começam a participar desse projeto desde o terceiro mês de gestação. Durante todos os estágios, elas são auxiliadas a preparar o enxoval e a fazer exames clínicos. Recebem ali-mentação complementar, terapia da fala, cuidados de enfermaria, assistência com terapia musical para elas e sua família. Ainda freqüentam palestras sobre a criança recém-nascida, amamentação, planejamento familiar, doenças sexu-almente transmissíveis, câncer cervical e de mama, etc. A mesma motivação é dada para que elas orem em família.

“Essa prática continua até que o neném atinja um ano de idade. Durante esse tempo, mães vão em grupos às pa-lestras, pelas quais são orientadas sobre má nutrição, nutrição, creches, higiene e saúde bucal dela e de sua prole. Outra atividade para garantir os direitos das mulheres e a assistência são as creches e as escolas da LBV, que preparam seus

filhos para atingir o potencial pleno e a cidadania. Milhares deles são tirados anualmente da situação de risco social e capacitados para a competição no mercado de trabalho. As escolas são compostas de moderno centro de pes-quisas: física, química, biologia; e de laboratórios de computadores, ginásios de esportes e grandes áreas recreativas.

“Nesse contexto, as creches e es-colas têm preponderante papel, porque

a criança, desde seu primeiro ano de vida (no berçário) até a juventude (quando freqüenta o ensino fundamental e médio), está envolvida pela LBV no processo de aprendizagem com bases sólidas. Todo esse trabalho está embasado na Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criada pelo educador Paiva Netto e aplicada com sucesso nas unidades edu-cacionais que a Obra mantém no Brasil e no mundo, levando ao aluno valores universais de Espi-ritualidade Ecumênica e o gosto pela prática da Solidariedade. Faz surgir no indivíduo valores que contribuem para o contínuo melhoramento das relações e do ambiente sociais. Esses cen-tros educacionais da Instituição

funcionam sob o lema Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração.

“Para dar apoio e amparo às meninas e mulheres em situação de risco social, desde a década de 1980 a LBV oferece à sociedade escolas e Centros Comuni-tários e Educacionais, no Brasil e Exte-rior. Nesses locais, são proporcionados gratuitamente a milhares de crianças e jovens menos favorecidos pré-educação

A mensagem da Legião da Boa Vontade (LBV) para a 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher, das Nações Unidas, Nova York — EUA, foi divulgada pela ONU, em seus seis idiomas oficiais (Inglês, Espanhol, Francês, Árabe, Russo e Chinês) a delegações de Estado e a organizações não-governamentais. Aliás, a LBV foi a primeira ONG brasileira a possuir o relevante status consultivo geral no Conselho Econômico e Social (Ecosoc). É o Brasil cumprindo seu valoroso papel de Solidariedade Ecumênica, no cenário internacional.

InglêsEspanhol

Francês

Russo

Chinês

Árabe

Conceição Malaman, representante da LBV na ONU, durante a Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, em agosto de 2000, ocasião em que entregou ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a mensagem “O Dinamismo da Paz”, de Paiva Netto.

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infantil, elementar e ensino médio, cur-sos profissionalizantes, alfabetização, entre outros. Como exemplo, temos o Centro Educacional, Cultural e Comu-nitário, na cidade do Rio de Janeiro/RJ; o Instituto de Educação, em São Paulo/SP; o Lar e Parque Alziro Zarur (da LBV), em Glorinha/RS; além de muitos outros centros profissionalizantes no País. A Pedagogia do Cidadão Ecumênico é aplicada nos centros educacionais da LBV e visa conciliar o intelecto com o sentimento à luz da Espiritualidade Ecumênica. Colabora na solução dos maiores conflitos humanos e garante participação igual às mulheres, con-forme os assuntos tratados na temática ‘igualdade de gêneros’.

Como afirma o jornalista Paiva Netto em seu Manifesto da Boa Vontade*2:

‘“(...) Cizânia, radicalismos, hos-tilidades de todos os matizes devem permanecer afastados dos debates e das proposições religiosas, filosóficas, polí-ticas, científicas, econômicas, artísticas, esportivas e o que mais o seja, pois o Ser Humano nasce na Terra para viver em sociedade, Sociedade Solidária.

“‘A proposição do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (o ParlaMundi da LBV) visa também con-ciliar o conhecimento vigente no mundo físico com o saber infinitamente amplo, situado na dimensão do Espírito eterno; unir o Ser Humano às civilizações que existem no Mundo Espiritual, ainda in-visível aos nossos pobres e restritíssimos cinco sentidos materiais.

“‘Conciliação pelo Espírito“‘Conciliar é, portanto, a nossa

grande convocação, firmados que esta-mos na extensa experiência ecumênica da LBV: o Brasil e o mundo precisam da vivência imediata do ecumenismo religioso, étnico, partidário, empresarial, social, enfim, o Ecumenismo Irrestrito, com base nos valores mais profundos do Espírito. Grande é a nação e sábio o governante que congraçam os valores de seus componentes de todas as etnias, crenças, convicções políticas... São os construtores do verdadeiro progresso.

“‘A Legião da Boa Vontade assumiu graves compromissos sociais, desde que

Falo do Criador Supremo, não dos que procuram fazer Dele, que é Amor, instrumento execrável do fanatismo, preconceito e ódio. Então, as virtudes reais serão as construídas pela própria Criatura na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos seus bens e no respeito aos alheios, na bela e instigante aventura da vida. Uma nação que se faça de homens assim será sempre grande e inviolável.

“‘A culpa é dos chamados bons “‘É a hora da união de todos quantos

acreditam na regeneração do tecido so-cial, tendo o Espírito do Homem como princípio. E o que vemos em todas as regiões do Planeta, senão a institucio-nalização da injustiça? Culpa de quem? Dos arruaceiros? Dos gananciosos? Dos corruptos? Dos exploradores? Dos revoltados? Não! Responsabilidade dos

governos e a sociedade civil devem am-pliar estratégias de resgate da qualidade da educação pública e familiar, todas elas com base na adoção de valores da Espiritualidade Ecumênica, portanto universais.”

Retrato de Mãe

Não poderia finalizar este artigo deixando de prestar nossa homenagem a todas as mães, por meio desta jóia literária do bispo chileno Dom Ramón Ángel Jara (1852-1917)*³:

“Existe uma simples mulher que possui um pouco de Deus pela imensi-dade de seu Amor, e muito de anjo pela constância de sua dedicação. Mulher que, sendo jovem, pensa como anciã; e na velhice, trabalha como se tivesse o vi-gor da juventude; se é ignorante, decifra

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seu emérito e saudoso criador, Alziro Zarur (1914-1979), sob inspiração di-vina, lançou na Terra, a partir da alma brasileira, as raízes desta Instituição. A LBV quer uma sociedade em que todos os homens sejam realmente iguais em direito, e cujos méritos sociais, por mais louvados e reconhecidos, não se tornem causa de prejuízo dos direitos e liberda-des dos demais cidadãos.

“‘Uma sociedade em que Deus e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem responsabilidade à liberdade individual, a fim de assegurar liberdade a todos.

que se julgam bons, honestos, capazes, mas que se acomodam, satisfazendo-se apenas em reivindicar os direitos huma-nos que lhes assistem, esquecendo-se de cumprir com maior arrojo e prontidão os deveres sociais, morais e espirituais que lhes cabem. Quando o território não é defendido pelos bons, os maus fazem ‘justa’ a vitória da injustiça (...)’.

“Para assegurar estratégias de previ-sões da Plataforma de Ação de Beijing no avanço e no empoderamento das meninas e mulheres na 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher, os

“A Legião da Boa Vontade defende

uma estratégia justa, política,

cultural, científica, filosófica na

igualdade de gêneros.”

(Documento da LBV à ONU)

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os problemas da vida com mais acerto do que um sábio; sendo culta, amolda-se à simplicidade das crianças; quando pobre, considera-se bastante rica com a felicidade daqueles que ama; e sendo rica, daria com prazer sua riqueza para não sofrer a injúria da ingratidão. Forte ou intrépida, entretanto estremece ante o choro de uma criancinha; franzina, se reveste, às vezes, da bravura de um leão. Mulher que, enquanto viva, não sabemos dar-lhe o devido valor, porque a seu lado todas as nossas dores se apa-gam... Mas, depois de morta, daríamos tudo o que somos e tudo o que temos para vê-la de novo um só instante e dela receber a carícia de seus abraços, uma palavra de seus lábios...

“Não exijais de mim que diga o nome dessa mulher se não quiserdes que eu inunde de lágrimas este álbum, porque já a vi passar em meu cami-nho. Porém, quando os vossos filhos crescerem, lede-lhes esta página. E eles, cobrindo-vos de beijos, dirão que um pobre viandante, em retribuição da magnífica hospedagem recebida, dei-xou gravado neste álbum, para todos, o retrato de sua própria Mãe”.

Exemplos históricos

Mulher! Sinônimo de fortaleza, coragem e compaixão... Certamente por isso o Divino Mestre contou com

o extraordinário apoio de tantas he-roínas como Madalena, Joana de

Cusa, Maria, Marta, sua irmã, além de tantas outras que o Evangelho não registra, mas o Espírito de Deus imortaliza. No momento da crucificação, elas se encontravam corajo-samente ao lado da Mãe de Jesus, enquanto os homens,

exceto João Evangelista, as-sustados, se escondiam. Depois,

vieram a redimir-se. Aliás, na hora trágica do Mestre, elas é que

permaneceram ao Seu lado. Por isso que, na volta do Taumaturgo Celes-te ao Planeta Terra, conforme está anunciado no Seu Evangelho e no Seu Apocalipse, já que Ele vem dar a cada um de acordo com as suas obras (Boa Nova do Cristo, segundo Ma-

teus, 16:27), creio que elas tenham a glória de estar à frente da equipe de recepção. Elas e todos aqueles que são capazes, pela força do Amor, de afrontar os perigos e não desonrar o seu Senhor. Pois disse Jesus:

— Aquele que me testemunhar entre os homens, Eu o testemunharei diante do Pai que está nos céus; mas aquele que me negar perante os homens, Eu também o negarei diante do Pai que está no Céu (Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 10:32 e 33).

E para terminar, este significativo provérbio judaico:

— Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães.

_________________*¹ Empoderamento (empowerment) — Termo cunhado na língua inglesa para designar um processo contínuo que fortalece a autoconfiança dos grupos populacionais desfavorecidos e os capacita para a articu-lação de seus interesses e para a participação na comunidade, facilitando-lhes o acesso aos recursos disponíveis e o controle sobre estes, a fim de que possam levar uma vida autode-terminada e auto-responsável e compartilhar do processo político. Dessa forma, a abor-dagem de empoderamento das atividades ligadas ao fomento das mulheres aponta para a autodeterminação, o aumento do nível de auto-organização, assim como para um pa-pel mais ativo do sexo feminino em todos os processos sociais. Fonte: site Compêndio do Vocabulário da GTZ (www2.gtz.de/glossar). *2 Manifesto da Boa Vontade — Impor-tante pronunciamento feito por Paiva Netto durante o lançamento, em 21 de outubro de 1991, da Pedra Fundamental do Parlamen-to Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF. O prédio foi inaugurado pelo dirigente da Legião da Boa Vontade poucos anos depois, à zero hora de 25 de dezembro de 1994. O manifesto reúne muitos conceitos lançados por ele décadas anteriores, mas que são extremamente atuais e necessários nos dias de hoje, neste mundo globalizado, que cada vez mais precisa, como ele diz, de Educação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualidade Ecumênica.*3 Ramón Ángel Jara — Nasceu em Santiago, no Chile, em 2 de agosto de 1852. Iniciou seus estudos com os padres franceses no Colégio dos Sagrados Cora-ções de Valdivia e em 1862 se incorporou ao seminário conciliar de Santiago, onde alcançou o grau de bacharel em Humani-dades. Posteriormente ingressou na Uni-versidade do Chile para seguir a carreira de Direito, mas em 1874 abandonou-a porque decidiu ser sacerdote. Recebeu a ordenação sacerdotal em 16 de setembro de 1876. Chegou a ser o quinto bispo de San Carlos de Ancud e também o quinto bispo de La Serena. Faleceu na cidade de Serena em 9 de março de 1917.

Toda organização vitoriosa desfruta a

presença marcante de mulheres espiritualmente

esclarecidas. A intuição, competência do Criador

manifesta na criatura, é um dos poderosos

instrumentais femininos. Talvez por isso tenha

Voltaire (1694-1778), um dia, exclamado: “(...) todos os raciocínios dos homens não valem o sentimento de

uma mulher”.

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Aproveito o ensejo para anun-ciar outras vitórias de nosso País em seu papel de disseminar a Solidariedade: a participação da LBV em mais dois importantes acontecimentos que se realizam na Sede da ONU.

No dia 26 de maio, representantes de nossa querida Obra — que integra o Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais de ONGs nas Nações Unidas — discorreram sobre antigo tema que escrevi “Transformação pela Consciência Espiritual e o Ecumenismo Irrestrito” durante evento promovido pelo referido comitê: Se-minário — Como as Dimensões Espirituais da Ciência e da Consciência podem ajudar as Nações Unidas e a Humanidade a alcançar melhores padrões de vida, num contexto de maior liberdade — que, por sinal, tem a LBV como co-organizadora.

O encontro contou ainda com as palestras do con-sagrado cientista e escritor Dr. Masaru Emoto, autor do The Hidden Messages in Water (Mensagens Secretas da Água), e do Embaixador Anwarul K. Chowdhury, Subsecretário-Geral da ONU e Alto Comissário para os Países Menos Desenvolvidos, Ilhados e Pequenas Ilhas em Desenvolvimento.

Outro acontecimento importante, para a minha felicidade, exatamente quando completarei 49 anos nas lides da LBV, será a entrega, pela Legião da Boa Vontade, durante a Reunião do Alto Segmento do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), do relatório com sugestões das organizações não-governamentais da América do Sul, que tem por meta contribuir para o cumprimento dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU. Esse parecer é o primeiro resultado dos trabalhos fomentados pela Rede Sociedade Solidá-ria, lançada pela LBV (Leia matéria na p. 38).

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Ciência e Fé

Sala de Conferência no 1 da ONU — Flagrantes fotográficos durante o Seminário “Como as Dimensões Espirituais da Ciência e da Consciência podem ajudar a ONU e a Humanidade a atingirem melhores padrões de vida num contexto de maior Liberdade”, evento este que superlotou a Sala de Conferência nº 1, na Sede das Nações Unidas, em Nova York (EUA). Na foto 1, aspecto geral da mesa. Na imagem 2, apare-cem a representante da Legião da Boa Vontade, Conceição Malaman, ladeada por Ida Urso (E) e Iris Spellings, ambas da Aquarian Age Communi-ty. As duas organizações lideram o subcomitê de ONGs “Dimensões Espirituais da Ciência e da Consciência nas Nações Unidas”. Na oportunidade, Conceição Malaman abriu o evento com a mensagem do escritor Paiva Netto, “Questão de Morte ou de Vida?”, dedicada aos participantes do Seminário. O público acompanhou atentamente a leitura do texto por meio de uma publicação especial do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, disponível em três idiomas (inglês, português e espanhol). O acontecimento também foi transmitido, ao vivo, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, no Brasil, e pela internet (www.boavontade.com). Nas imagens 3 e 4, Danilo Parmegiani, da LBV, aparece ao lado dos confe-rencistas convidados para o encontro: o Subsecretário-Geral das Nações Unidas e alto representante, o embaixador Anwarul Chowdhury (3), e o cientista e escritor japonês, Masaru Emoto (4). Na foto 5, a jovem Mariana Malaman (da Juventude Ecumênica da LBV) também tem registrada sua opinião nos debates da conferência, conforme pode ser visto na sexta imagem. Acompanhe a cobertura completa na próxima edição.

Fotos: Eliana Gonçalves

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Cartas

in memoriam

Parabéns, BOA VONTADE!

Venho parabenizar a revista BOA VONTADE, edição comemorativa de nº 200. A capa, as matérias abordadas e o conteúdo estão excelentes. Não há preço que pague tanta qualidade numa só revista. Faço des taque e spec i a lmen te para a matéria de

capa: “Estamos respirando a morte”. Li, com muito entusiasmo, por se tratar de Orientações Divinas. O editorial do escritor Paiva Netto faz com que governos, entidades diversas,

pessoas comuns, etc. abram os olhos para a correção de rumos a serem tomados. A propósito, estive na XII Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro e comprei o livro As Profecias sem Mistério, também do jornalista Paiva Netto. Quero confessar a jóia rara que tenho, neste momento, em minhas mãos. A obra em si já é um grande sucesso, pois responde de maneira simples, indagações íntimas das criaturas humanas e espirituais, sobre as profecias contidas, em particular, no Apocalipse. (João Carlos de Carvalho — Rio de Janeiro/RJ)

Li e gostei do editorial “Estamos respirando a morte”, do Irmão Paiva, publicado na edição nº 200 da revista BOA VONTADE. É importante

percebermos que as ações humanas, como a poluição do ar, sufocam não só o nosso corpo, mas principalmente nosso Espírito. Outro ponto que gostaria de destacar é a ligação que o autor fez entre meio ambiente e falência moral, mostrando a todos que o Planeta e os Seres Humanos são um só corpo e que é necessária a Fraternidade no mundo, inclusive para a preservação da Natureza. (Leticya Elizabeth, estudante — via e-mail)

Muito interessante a análise do Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, José Carlos Teixeira Giorgis, sobre o Protocolo de Kyoto, publicada na edição passada da revista BOA VONTADE. Destaco o último trecho do artigo, no qual o Desembargador ressalta que o sucesso desse acordo só será verificado se houver esforços por parte dos países e indústrias que devem colocar em primeiro plano a preservação da Vida e não as cifras do dinheiro. (Paulo Jorge dos Santos — Manaus/AM)

A revista BOA VONTADE, edição de nº 200, está espetacular! (...) O novo formato, o conteúdo, então, nem se fala. Continua com uma abordagem inteligente, atualizada, de agradável leitura e sempre com o toque indispensável da Espiritualidade Ecumênica. Agradeço e parabenizo ao escritor Paiva Netto. (Paulo Azor, economista — via e-mail)

Comprei a edição comemorativa da revista BOA VONTADE de número 200, com novo formato, juntamente com o informativo JESUS ESTÁ CHEGANDO! Na minha opinião ficaram com mais originalidade além de serem ambos mais práticos para leitura. Nota dez, parabéns! (Antonio Azevedo Tonin – São Paulo/SP)

Tenho em mãos a nova revista BOA VONTADE (nº 200). Está sensacional! Gostei muito do novo

Ademar Eugênio de MelloHomenagem ao renomado Professor

Faleceu, no dia 8 de maio, o Profes-sor Ademar Eugênio de Mello, Bacharel em Matemática Aplicada, membro da Antiga e Mística Ordem Rosa-cruz (AMORC) por muitos anos e pesquisa-dor da Psicofilosofia dos Kahunas (sa-cerdotes) do Havaí, sendo um dos mais importantes pesquisadores brasileiros a desenvolver trabalhos de Integração entre Ciência e Espiritualidade por meio da Física Quântica.

Participou, também, como Conse-

lheiro e Conferencista do Fórum Mun-dial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, tendo palestrado no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, em 2002 e 2004. Em sua conferência no ano pas-sado, o Professor trabalhou o tema “O delineamento de um modelo hipotético da Alma humana”, traçando a visão da essência espiritual do Homem pelas várias correntes de estudo. Na edição n° 199 da revista BOA VONTADE, foram publicados trechos de sua palestra, em que ele afirma: “quando se acende uma vela para alguém, a luz, que é formada por fótons, está atuando nos dois uni-versos. Neste que nós estamos vendo, a chamada vela; e a luminosidade dela, o fóton, aparece no Mundo Espiritual. Vejam que essa crença das pessoas de acenderem uma vela para um morto, ou no Dia de Finados, tem um certo funda-mento dentro da Física Quântica”.

A LBV solidariza-se com os parentes do professor Ademar Eugênio de Mello e envia as mais sinceras vibrações de Paz e gratidão ao seu Espírito eterno.

O saudoso Professor Ademar Eugênio de Mello durante palestra no ParlaMundi da LBV

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formato. O conteúdo nos traz assuntos da mais alta importância e é um verdadeiro ensinamento de Vida, de Trabalho, de Conhecimento, de Ação e Espiritualidade. Parabéns! (Ronei Ribeiro, via e-mail)

Educar no sentido lato

(...) A programação da LBV (Super Rede Boa Vontade de Rádio — RBV) realiza, plenamente, a função ideal de uma emissora. Ensina a falar corretamente a língua, já que ela é o instrumento transmissor das idéias. E o Paiva Netto capricha, com seu linguajar correto, claro, bem articulado. Tem o poder de formar, reformar, reforçar expressões novas, ricas, significativas — ele é inspirador. Isto é “educar” no sentido lato.

Tudo é motivo para a “informação”, seja histórica, geográfica, filosófica, científica! Dá gosto ver o nosso Paiva Netto embrenhar-se na história grega, romana, medieval, destrinchando a semântica das palavras. Ele não perde uma oportunidade para enriquecer seus ouvintes, fornecer meios para que eles o acompanhem, minuciados e capacitados para perceber tudo! A sua maneira de expor a doutrina é leve, solta, alegre (...). (Diomira Riccioppo Angerosa — Rio de Janeiro/RJ)

BOA VONTADE nas escolas

Sou leitora da revista BOA VONTADE e no exercício do meu trabalho — professora de jovens e adultos do programa Brasil Alfabetizado, do Estado do Rio de Janeiro, que funciona no CIEP Jacy Pacheco, em Niterói — afirmo que, sem sombra de dúvidas, essa publicação é imprescindível para todos os educadores. Por exemplo, lendo a revista de nº 198, trabalhei com meus alunos a questão do racismo, principalmente com relação a times de futebol da Europa, coluna escrita por José Carlos

Araújo, o Garotinho. Também na BOA VONTADE, de nº 199, senti-me lisonjeada com o artigo do jornalista Paiva Netto: “A Mulher no conSerto das Nações”. O exemplo da vida de Helen Adams Keller, que apesar de cega e surda, conseguiu romper t remendas bar re i ras , tornando-se uma das mulheres mais respeitadas da História e, por fim, a vida emblemática de humildade e renúncia de Maria Santíssima. Enfim, expus em debate com os pais dos alunos esse artigo que foi de grande esclarecimento a todos. (Edimara Portugal Nazareth Patané — professora, Rio de Janeiro/RJ).

Escreva para a revista BOA VONTADE

Av. Rudge, 938 • Bom Retiro• São

Paulo/SP — CEP 01134-000 — e-mail:

[email protected]

Eis Deus!

Venho por meio desta agradecer ao Irmão Paiva por tudo que fez e faz pelos jovens. Quero destacar a oportunidade que tem nos dado de debater e aprender sobre um assunto especialíssimo Ecce Deus! (Eis Deus!), que acompanhei na íntegra, na revista BOA VONTADE.Fantástico! Estamos muito felizes e gratos pela confiança. (Wilson da Conceição Basílio, estudante — Rio de Janeiro/RJ)

“A mi-n h a e x -periência com a LBV foi muito próxima: t i v e m o s parcerias d u r a n t e três anos

em cursos de qualificação para muitos jovens. Parti-cipei de várias formaturas lá na LBV do Bom Retiro, em São Paulo/SP (Av. Rud-ge, 700). Eram mais de mil adolescentes em cada umas das formaturas; uma festa bonita e muito bem-feita. Os jovens ficavam agradecidos porque estavam aprendendo informática e, depois, outras ferramentas profissionalizan-tes. A LBV fez isso e prestou conta de todo tostão que gastou. Não se apoderou de nenhum centavo que

não era dela, e os jovens saíram de lá contentes. Por-tanto, essa participação da Legião da Boa Vontade no Conselho Econômico e Social da ONU, o Ecosoc, represen-ta que uma instituição do porte da LBV é reconhecida internacionalmente e isso é importantíssimo. A ONU é a maior organização que temos no Planeta, seria o governo do mundo. E o governo do mun-do chama a LBV para ajudar na questão econômica e social do mundo. Por isso, está mais uma vez de parabéns por suas vitórias, e esta é uma das suas grandes conquistas. Só tenho de agradecer por mais essa oportunidade que a LBV está me dando e vamos continuar trabalhando juntos”.

Dr. Walter BarelliDeputado Federal e

ex-Ministro do Trabalho

A importância da LBV na ONU

Dr. Walter Barelli

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A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.

Estávamos em fase de fecha-mento desta edição da BOA VON-TADE quando a socióloga Sandra Fernandez, colaboradora da revista em Nova York/EUA, nos enviou uma matéria intitulada “Aborto: Suicídio da alma feminina”, reve-lando o número alarmante desta prática em todo o mundo: 46 mi-lhões por ano. O mais espantoso, nesse trabalho de reportagem que consumiu dois meses de pesquisa da socióloga, é que, para a maior parte dos abortos, não há um mo-tivo “justificado”. As que o fazem apresentam apenas o próprio “não querer” como desculpa. Claro que o assunto logo mereceu destaque. E o mais contundente: a base de argumentação da página tinha uma correlação com o Editorial do jornalista Paiva Netto, que traz o importante documento formu-lado pela Legião da Boa Vontade em colaboração à 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher, das Nações Unidas, Nova York, EUA. Neste relatório, a LBV expõe sua ampla experiência em dar subsídios para que a Mulher

Sumário

4 Editorial 10 Cartas 15 Coluna do Garotinho16 Especial22 Atualidades24 Biosfera28 História34 Perfil37 Notícias de Brasília

Edição nº 201

se fortaleça, capacitando-a para obter os recursos sociais e morais para que tenha e crie seus filhos, ou seja, a outra fatia feminina que em conseqüência da pobreza pode ser levada a interromper a gravidez. O trabalho foi divulgado pela ONU — nos seus seis idiomas oficiais (Inglês, Espanhol, Francês, Árabe, Russo e Chinês) — a delegações de Estado e a organizações não-governamentais.

Por fim, vale aqui ressaltar o sucesso da XII Bienal Internacio-nal do Livro do Rio de Janeiro, que encerrou suas atividades, em 22 de maio, recebendo mais de 600 mil pessoas; e com um dado animador: boa parte deste público era de jovens e crianças, num país que ainda possui pouca tradição de ler. Entre os títulos que mais venderam nessa megafeira está a obra As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto, o que mostra também outra faceta deste mercado livreiro em ascendência: a procura pelos temas espirituais.

Boa leitura!Os editores

Ao Leitor

Adriane Schirmer Neuza Alves Walter Periotto

Redação

BOA VONTADEANO XXIII • Nº 201 • MAIO de 2005

Diretor e Editor responsávelFrancisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Editor Executivo: Gerdeilson BotelhoSubeditora: Débora Verdan

Revisão

ArteProjeto Gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro Braga

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.

Impressão: PROL Editora Gráfica

Produção

Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: [email protected]

ColaboradoresAlvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Daniel Rocha, Elias Paulo, Maria Aparecida da Silva, Paulo Azor, Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Silvia Bovino, Wanderly Albieri Baptista e William Luz

38 Terceiro Setor40 Bem-estar42 Melhor Idade44 Memória46 Literatura54 Ação Jovem LBV56 Acontece62 Pedagogia do Cidadão

Ecumênico

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Page 13: Revista Boa Vontade, edição 201

Sumário4Editorial

Coluna de José Carlos Araújo15

Especial16

Perfil34

História 28

Literatura46

56AconteceBiosfera 24

4 Editorial

Paiva Netto apresenta importante documento, divulgado pela ONU em seis idiomas, que traz valiosa con-tribuição da LBV para a 49ª Sessão da Comissão do Status da Mulher, ocorrida em Nova York.

15 Coluna do Garotinho

A despedida de Romário dos campos de futebol é o tema abordado por José Carlos Araújo na Coluna do Garotinho deste mês.

16 Especial

No mundo, 46 milhões de abortos são praticados anualmente. Entenda por que esta prática desumana e ilegal virou fonte de renda para al-gumas clínicas especializadas e pauta para discussões políticas.

24 Biosfera

A Mata Atlântica, um dos mais importantes ecossistemas para o Homem pede socorro.

28 História

Após 60 anos do conflito, o mundo silencia em memória às vítimas da Se-gunda Guerra Mundial, um dos mais violentos episódios da nossa História.

34 Perfil

O respeitado jornalista Heródoto Barbeiro expõe seu ponto de vista sobre temas polêmicos, tais como: a informação vista como mercadoria, a obrigatoriedade do diploma acadêmi-co na profissão e a imparcialidade no conteúdo exibido pelas mídias.

46 Literatura

Paiva Netto lança na XII Bienal Inter-nacional do Livro, no Rio de Janeiro, nova edição de As Profecias sem Mistério, obra que integra coleção que já ultrapassou um milhão de exemplares vendidos.

56 Acontece

LBV recebe homenagem da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul pelos serviços prestados ao povo gaúcho.

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José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do

Rio de Janeiro/RJ

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E, quando mais se esperava de Ro-mário, lá estava ele, transformando em realidade nossos sonhos. Aquele troféu que o Brasil esperou 24 anos para erguer em triunfo é de todos os jogadores, mas pertence mais a um atleta em especial: Romário, por tudo o que fez.

Era o Romário eleito o melhor jogador do mundo. Era o Romário campeão mundial.

A festa que lhe foi oferecida como despedida da Seleção foi até modesta. Deveria ter sido contra uma Argentina, uma Alemanha, uma seleção do mundo, num palco como o Maracanã, que foi seu reino durante décadas. Mas foi contra a Guatemala, no Pacaembu.

No entanto, ele soube transformar essa festa que tinha tudo para ser morna numa noite de gala, como se estivesse comparecendo para receber o Oscar de mais um ídolo que o Brasil aposenta.

Foi uma noite em que o polêmico jogador fez de tudo. Uma noite pra lá de emocionante. O gol, é claro, não poderia faltar. Romário fez o dele, o últi-mo pela Seleção Brasileira e ele, o homenageado, apro-veitou para saudar alguém especial: sua filha, que nasceu com a Síndrome de Down.

O jovem arrogante de outros tempos deu lugar ao homem maduro, capaz de chorar ao ouvir o Hino Nacional e a torcida gritan-do seu nome.

O País inteiro viu as lágrimas rolando pela sua face. Mas Romá-

rio não pôde ver a recípro-ca, que foi verdadeira: muitas lágri-mas também rolaram por milhares de faces que ele jamais viu. Gente que, duran-te mais de 20 anos, se habituou a ir aos estádios, a ligar a televisão, a ouvir o rádio e a ler nos jornais as façanhas de um craque chamado Romário.

Quem o viu com a camisa da Se-leção Brasileira agradeça aos deuses do futebol. Com certeza, não verá mais outro com o jeito moleque e o futebol encantador desse artilheiro que se aposenta. A nós, só resta dizer uma coisa:

— Obrigado, Romário!

vira uma páginaA história do futebol brasileiro

Felizes somos nós, amantes do futebol-arte, que pude-mos acompanhar a carreira de Romário. Nem falo nos

jogos pelo clube em que ainda atua, o Vasco da Gama, ou em que atuou, como Flamengo, Fluminense, PSV e Barcelona.

Falo do Romário da Seleção Brasileira. Do Romário campeão do mundo em 1994. Do Romário polê-mico, cortado da Seleção em 1998, já na França, quando os médicos o dis-pensaram por contusão, sem ouvir sua palavra de que poderia se recuperar a tempo de disputar aquela Copa.

Romário teve sua despedida. Aos 39 anos, foi convocado para o amis-toso contra a Guatemala. Um jogo festivo. A despedida do Baixinho, dando adeus à camisa amarelinha que foi dele por quase duas décadas.

Uma camisa que Romário soube honrar. Quem não se lembra dos seus gols salvadores contra o Uruguai, no Maracanã, garantindo o Brasil na Copa de 94?

Quem não se lembra do Romá-rio, artilheiro do Brasil na Copa dos Estados Unidos? Seus gols foram bálsamos para o brasileiro, que não comemorava a conquista de um cam-peonato mundial desde 1970.

Romário foi um dos craques que assinaram a camiseta da LBV, na campanha “Brasil — bom de bola, bom de coração”, na Copa de 1994, quando o Brasil foi Tetra-campeão Mundial nos EUA.

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Coluna do Garotinho

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Especial

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da alma feminina

Sandra Fernandez Socióloga (Nova York, EUA)

O Ser Humano deve orgulhar-se de existir e lutar infatigavelmente pela Vida. Vencer a si próprio de modo a conquistar, para todo o sempre, a sua dignidade espiritual, o tesouro que o ladrão não rouba, a traça não rói nem a ferrugem consome (Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 6:19). Como revela a Sabedoria, “vencedor é aquele que vence a si mesmo. Deus, que é Vida, para a Vida o criou.”

Paiva Netto, Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, volume I.

O aborto é um dos temas mais po-lêmicos existentes no cenário mundial. Enganam-se aqueles que o associam apenas à es-

fera feminina. Esta prática é um objeto manipulado por grupos com interesses variados. Pode ser um fato político quan-do decide quem irá vencer a eleição para presidência de um país (como no caso norte-americano); também como uma mercadoria comercial quando disputa os futuros clientes de uma clínica bem mo-derna com equipamentos e confortos de última geração. O aborto é um fenômeno social quando origina movimentos em

defesa da democracia pela liberdade de escolha da mulher. Enfim, poderia ficar enumerando diversos fatores que mas-caram a demagogia em torno do assunto, mas o importante é destacar: 46 milhões de abortos são praticados anualmente em todo o mundo. São 46 milhões de crianças que não chegam a existir.

A Ciência, todavia, discute quantas semanas são necessárias para que um feto seja considerado um bebê. É interes-sante deixar claro que não é o fator exis-tência que está sendo discutido e, sim, o tempo. O que na realidade transforma o feto em um indivíduo pronto para nascer é o tempo de relação entre mãe e filho. O tempo que a mulher possui carregando a criança em seu ventre. Nessa disputa pelo tempo entram diversas convenções sociais que irão determinar, por parte da mulher, a decisão de continuar ou não sua gravidez. O fato de interromper a gestação em seu início, antes que os outros possam saber da sua existência, coopera para o não-julgamento do seu ato por parte da sociedade. Isto é, o ato de abortar tem fatores externos poderosos como a visão de mundo individualista e até mesmo utilitarista em possuir tudo o que proporciona prazer e abrir mão daquilo que não se encaixa ou dificulta os objetivos últimos. Apesar de a mídia criar a idéia de uma sociedade cada vez mais liberta de suas antigas tradições e preconceitos é comum não ser discutida a questão da responsabilidade por parte dos pais nos casos de gravidez na ado-lescência. O primeiro pensamento é: ela é muito jovem para a maternidade, que nas entrelinhas quer dizer que essa gra-videz irá dificultar um bom casamento para a filha ou marcá-la com o termo preconceituoso de “mãe solteira”.

É intenção de grupos — principal-mente presentes na mídia e na elite

intelectual do país — conduzir a massa a pensar em termos tais como pobreza, violência e idade materna na hora de discutir a interrupção de uma gravidez. Por que nunca se fala abertamente em egoísmo, eliminação de provas (de um adultério ou do que seja), projeção de figuras anônimas no cenário nacional pela defesa do direito de escolha da mulher, comércio, campanha eleitoral (pró ou até mesmo contra)? Por que nunca se discute o “benefício” que o aborto proporciona a muitos envolvidos nessa prática?

Tirania do individualismo

Richard Sennett, em O Declínio do Homem Público – As Tiranias da Intimi-dade diz que o Capitalismo aconteceu no século XIX por conta da sociabilidade gerada pela burguesia. A expansão da sociedade burguesa proporcionou uma origem de estrutura de personalidade, em que há uma distinção entre públi-co e privado. A política pertencia ao mundo público e masculino, afastado do universo privado. Esse modelo vai se esgotando no início do século XX. As pessoas começam a sair às ruas com suas famílias e ganham as calça-das. Entretanto, segundo o autor, esse estreitamento entre público e privado gera uma ideologia narcisista. Inventa-se o termo “amigo íntimo”. As pessoas se relacionam-se cada vez mais com as que se parecem com elas. Surge um tipo perverso de comunidade na qual se exclui o que não é igual. Gera, conforme Sennett, uma incivilidade, uma legião de anônimos que não se conhecem mutuamente. As pessoas sentem cada vez mais a solidão. Esse individualismo cria o culto narcisista e niilista (cético)

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que, para o autor, é o perfil conformista da sociedade contemporânea. A partir da teoria de Sennett, podemos analisar que o individualismo em seu excesso pode querer também excluir aquilo que é capaz de modificar uma vida já ideali-zada sob um modelo perfeito, isto é, uma criança não esperada pode ser o diferente não desejado nesse modelo perfeito. A solução: o aborto, a exclusão do que não é querido, do que não é igual a mim.

Outro autor, David Riesmann, em A Multidão Solitária diz que o fenômeno

da classe média cria a socie-dade da abundância, uma estrutura de personalidade geradora de insolidarismo. Uma multidão de pessoas que andam nas ruas, mas anônimas, sem nenhum laço de solidariedade em que os sistemas valorati-vos entram em declínio. “Qual a personalidade des-sa sociedade?”, pergunta

o autor. A base é uma personalidade reativa,

conformista, ajusta-da ao seu mundo,

adequada aos modismos de sua era.

Citei esses dois autores porque nas pes-quisas das or-ganizações que fazem estudos sobre o aborto, encontramos que pobreza, estupro e má formação dos órgãos são mo-tivos comuns alegados para a prática do abor-to. Entretanto, o maior índice de abortos está

relacionado ao item “sem motivo”, ou seja, sem uma razão se não o próprio “não querer”. “Que modelo de socieda-de é essa?”, perguntamos então. Como defender a prática do aborto utilizando a Democracia (que é uma teoria de governo brilhante) para legitimar o direito da mulher de excluir o não de-sejado? É a tirania do individualismo. Daqui a pouco o aborto será sinônimo de exclusão. Excluir possíveis crianças de rua, deficientes físicos, possíveis portadores de doenças, raças inteiras. Se não nos preocuparmos com a política de exclusão, estaremos pactuando com a sociedade do conformismo.

Sociedade Civilizada?

Joyce Arthur fez um estudo inti-tulado “Aborto Legal: o sinal de uma sociedade civilizada”, comparando os benefícios sociais que os países com práticas legais do aborto possuem em relação às demais nações onde a prática é condenada. Ela declara que o aborto legal está relacionado aos países com maior índice de desenvolvimento in-telectual, social e cultural. Alega que a maternidade obrigada é o único tipo de escravidão que vitimiza somente mu-lheres e crianças. O aborto, conforme a autora, é provavelmente o procedimento cirúrgico mais comum no mundo. Apro-ximadamente 46 milhões de abortos são feitos a cada ano, sendo que 20 milhões deles são ilegais. A cada mil mulheres grávidas, 35 decidem abortar. O risco de morte nesses processos cirúrgicos também foi analisado pela pesquisa, que, constatou que, em 100 mil abortos, 330 mulheres morrem provenientes de práticas clandestinas.

Em certo momento, Joyce Arthur questiona a posição do Brasil na lideran-ça dos países em fase de pleno desen-volvimento econômico e que não possui a prática do aborto amparada pela Lei. A pesquisadora menciona que 1,5 milhão de abortos são feitos anualmente no Brasil. Em conseqüência dessa prática, 250 mil mulheres são hospitalizadas e milhares morrem. Ela finaliza a citação ao Brasil com as seguintes palavras: “Apesar de todos esses motivos, você já deve ter ouvido falar sobre a séria epidemia das crianças de rua do Rio de Janeiro, em que são forçadas ao crime

e à prostituição para manterem-se a si mesmas. A polícia os consideram ver-mes, algumas vezes atiram nelas como se fossem ratos”.

Ora, é compreensível a intenção da autora em defender aquilo que acredita ser certo, porém, sendo brasileira, não posso concordar com essa afirmação que demonstra o não-conhecimento a respeito das nossas crianças pobres. Se aplicarmos a teoria de que o aborto é a solução para a problemática “menino de rua” estaremos concordando que quem nasce pobre não pode ter futuro. Isto é, se o aborto fosse uma prática legal não haveria crianças na rua. Nesse caso, o aborto seria uma política de eleição. Um dos mais importantes sociólogos brasileiros, considerado mestre por intelectuais famosos, veio de um lar extremamente pobre e esse mesmo sociólogo (alguns poderão se chocar) andou pelas ruas, não tinha onde morar. Há muitos exemplos na História e contemporâneos a nós que inverteram a situação de pobreza e mudaram seu destino. Sabemos da falta de recursos financeiros em muitos lares, mas não significa dizer que somente por ser pobre o indivíduo será ladrão ou optará pela prostituição. No Japão, por exemplo, é notório que adolescentes japonesas de classe média se prostituem para adquirir um último modelo de celular ou para ter uma bolsa de marca famosa. Nesse ponto não podemos relacionar pobreza à prostituição.

É sério e grave o problema da infân-cia pobre no Brasil, mas a discussão é outra: política, educação, cidadania, Solidariedade, mas, não ao aborto, como alerta o jornalista Paiva Netto no artigo “Aborto e Vida Eterna”: “Quanto à argumentação de alguns de que é preferível abortar a permitir às futuras gerações viverem em países incorrigíveis na falta de cuidados com a sua população humilde, trata-se de conversa muito mal explicada, porque o crescimento demográfico no Brasil, por exemplo, tem diminuído. E mais: ninguém ignora que está ocorrendo a esterilização de incontáveis mulheres brasileiras, desde as idades menores. Se não houver verdadeiro sentido de preocupação social com a nossa gente, as populações deste País poderiam cair à metade do que atualmente existe,

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e o problema da pobreza não estaria resolvido”.

Um negócio bilionárioAo escrever sobre este tema, comecei

a prestar mais atenção em minha volta e descobri a grande quantidade de anún-cios de clínicas de aborto em outdoors e nas listas de páginas amarelas nos Esta-dos Unidos. Existe um número 0800 que direciona o cliente para a clínica mais perto de sua residência. O slogan dessa central de serviços clínicos é: Pregnant and scared. We have the solution. (Grá-vida e com medo. Nós temos a solução.) Resolvi ligar para essa central argumen-tando que estava grávida e queria ouvir a experiência desses profissionais. Fui indicada para uma clínica de Montclair, cidade de alto poder aquisitivo em Nova Jersey. A recepcionista atendeu-me, com muita delicadeza, perguntando detalhes como idade, seguro médico e profissão (estudante tem desconto). Ao perceber meu sotaque, perguntou se estava em visita aos Estados Unidos. Perguntei o porquê dessa questão e a atendente me respondeu que a clínica possuía total descrição e que, se eu fosse turista, eles aceitavam cheque-viagem e cartões de crédito (observei que turistas vêm ao EUA para efetuar abortos e essa classe de pessoas, certamente, não pode ser considerada pobre). Respondi-lhe que era turista e que não entendia nada so-bre aborto. Explicou-me que a prática poderia ser de terminação médica ou cirúrgica. Quando questionei qual seria o preço para realizar um aborto, a resposta que obtive foi a seguinte: “Depende da semana em que se encontra a gestação. Até 7 semanas $330; de 7 a 14 semanas $360; de 14 a 16 semanas $580; de 16 a 19 $860; e de 19 a 20 semanas $960. Mais que 20 semanas de gestação é considerado procedimento especial. Qualquer exame ou procedimento mé-dico são considerados adicionais (o que aumenta o gasto do paciente)”.

No mesmo instante, peguei a calcu-ladora e multipliquei o número mundial de abortos legais por $360, para se tirar a média de dólares que envolvem a prática do aborto. O resultado deu a expressiva cifra de 9,36 bilhões de dólares, esse número para mais.

Quis saber dos riscos, o que res-pondeu ser um procedimento médico

seguro. Perguntei sobre a relação do aborto com o câncer de mama o qual comentou não saber nada sobre isso. Então, pedi-lhe que se informasse a respeito.

Riscos para a saúdeHá perigos na prática do aborto que

também não são muito divulgados. O Hospital Bicêtre em Paris elaborou um estudo em que o risco é 1,5% mais alto de crianças nascerem prematuras, com apenas 33 semanas de gestação quando a mãe já praticou um aborto anteriormente. A interrupção da gra-videz é indicada como principal fator de problemas emocionais, familiares, e até mesmo de separação de casais que

escolheram por essa prática. Há riscos de morte, hemorragia, infecção, perfuração do útero, histerectomia (complicações com o útero o que necessitará a remoção total desse órgão), estenose (endureci-mento de tecidos provocando cólicas sem menstruação), aborto incompleto (quando o aborto falha na remoção do tecido da gravidez e o bebê continua dentro da barriga da mãe, o que causará muita injúria ao bebê e à mãe, necessi-tando remoção cirúrgica) e o sintoma a longo prazo, que é o desenvolvimento do câncer de mama.

Dos últimos 34 estudos mundiais sobre este tipo de câncer, 27 relacionam que o aborto expõe a mulher ao câncer de mama por interromper de forma não-natural o desenvolvimento das células que produzem o leite materno. Os hor-mônios que produzem esta substância já estão presentes nos primeiros instantes da gravidez. Quando interrompido esse processo, a mulher corre o risco de

desenvolver esta enfermidade. O risco se torna maior quando há

histórico de casos da doença na família.

É inegável o caráter comercial do aborto, quando falamos de cifras como bilhões de dólares. Mas o que pensar quando utilizam o aborto como uma fer-ramenta política? Quando o governo de um país coloca sua máquina burocrática para assegurar o direito à interrupção da gravidez?

Na França, a intenção de cometer um aborto é acompanhada por psicólogos que irão atestar se a gestação irá alterar a saúde mental da mulher. A partir da conclusão, eles aprovam ou não o pro-cedimento pelo Estado.

Na Irlanda, a luta contra o aborto conseguiu um avanço nas leis: foi criada uma emenda constitucional delegando ao feto o direito constitucional de nascer. Em vez de feto foi utilizado o termo “criança por nascer”.

Este feliz exemplo dos parlamen-tares irlandeses vem ao encontro do que registrou o jornalista Paiva Netto na década de 1980 quanto à defesa legal que o feto deveria possuir em detrimento à arbitrariedade feminina: “Quem não conhece os Deveres Espi-rituais não saberá respeitar os Direitos Humanos em sua inteireza, incluídos os direitos das vítimas, que vão além dos patamares atingidos pelos seus mais atilados defensores, na maioria das vezes adstritos à análise dos fatos pelo critério unicamente material, o que não é suficiente. Cidadania, no seu sentido lato, não se restringe ao corpo físico do cidadão, pois se prolonga ao seu Espí-rito eterno. A compreensão disso será uma das maiores vitórias da sociedade no próximo milênio. A personalidade física de cidadão deveria ser estendida ao feto, para que pudesse, por meio de procuração, sob forma que o Direito determinaria, obter capacidade de defesa de sua vida, já que a Ciência está demonstrando que a existência humana tem início no instante em que o espermatozóide adentra o óvulo. (...) Quanto ao fato da possibilidade de o Direito admitir procuração do feto na sua luta inconsciente pela sobrevivên-cia a um causídico, não tem nada de ridículo. Ridícula e, muito mais que isto, trágica é a morte de quem não pode a si mesmo defender”.

Se aplicarmos a teoria de que o aborto é a solução para a

problemática “menino de rua” estaremos concordando que,

quem nasce pobre não pode ter futuro.

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contratos de trabalho a exigência de apenas um filho por empregado. Há di-versos tipos de punição para as famílias que não respeitam e tentam burlar essas leis. Os oficiais chegam de repente nas casas em busca de brinquedos, mama-deiras, chupetas, roupas que indiquem a existência de crianças não-declaradas, ou examinam os dentes da criança para certificar se a idade corresponde com a declaração de nascimento. Em decorrência do controle excessivo, o interrompimento brusco da gestação é bastante usada entre os chineses. É um aborto diferente dos demais países cujas mulheres recorrem a essa prática moti-

vadas por critérios pessoais. O aborto na China é coercitivo, motivado pela burocracia do Estado.

Abortar não é um processo natural e necessário ao Ser Humano, por isso não consegue uma aceitação unânime por toda a sociedade, como acontece, por exemplo, nos casos de mobilização pela luta de se preservar a Natureza. Por

Leis contra a Vida É o que vemos acontecer na China,

em que o aborto é exigido por lei nos casos de casais que já possuem um filho. É impressionante o estudo “Con-trole de Natalidade na China de 1949 a 2000: Política de População e Desen-volvimento Demográfico”, feito pelo pesquisador Thomas Scharping. Ele começa perguntando como é possível uma elite, pequena o suficiente, conse-guir a partir de uma oficina de trabalho controlar a reprodução de centenas de milhares de famílias? Nesse estudo, Scharping explica como e por que os líderes chineses decidiram subjugar o nascimento de crianças ao controle burocrático. O Estado vive o desafio de não poder planejar a fertilidade tão facilmente como controla os negócios econômicos. Entretanto, futuros pais em potencial são mais numerosos que as empresas estatais e mais motivados para a reprodução.

O Estado colocou em prática regras, serviços de contracepção, propagandas massivas e um sistema de oficiais treina-dos para detectar fraudes na declaração de número de filhos. Os casais que possuem apenas um filho conseguem benefícios como tratamento preferen-cial para a criança na escola, recebem melhores casas para viver, assistência médica e isenções de encargos.

Os contratos de trabalhos são as melhores armas no controle da natali-dade. Em algumas cidades consta nos

mais que ativistas pró-aborto tentem mostrar — por intermédio de estatísticas defendendo a bandeira da pobreza e da saúde da mulher — não conseguem mascarar o sentimento individualista e egoísta desse ato.

Aborto e as Leis Espirituais

José de Paiva Netto, em seu artigo “Aborto e Vida Eterna”, argumenta que aqueles que defendem a prática do abor-to o fazem firmados na visão distorcida dos Direitos Humanos, fazem-no por desconhecer os Direitos Espirituais. Prossegue o autor: “Entre eles, há pes-soas dignas do maior respeito. Contudo, seriamente equivocam-se ao pensar que a morte termina com tudo e/ou por ignorar a Lei da Reencarnação, que se trata de misericordiosa oportunidade concedida por Deus para o desenvolvi-mento de nossas Almas com a correção de nossas faltas. Assim, muitos ainda ignoram que, para o Espírito, por mais absurdo e incrível que lhes possa pare-cer, muitas vezes é necessário retornar com problemas físicos e/ou mentais, porque precisam livrar-se de desvios do passado (e surgirem luminosos como Espíritos libertos). Erros não apenas referentes ao Ser reencarnante, mas também aos pais que, por isso, no Mundo Espiritual prometeram dar ao necessitado de vencer as provações a oportunidade de voltar à carne. Abortar é, pois, transferir a prova para mais tarde, com acréscimos dolorosos para todos os infratores da Lei da Vida. Aos que apelam para o livre-arbítrio concedido pelo Criador, fraternalmente advertimos que Deus nos deixa moralmente livres, mas não irresponsavelmente livres. De Deus não se zomba, alertava Paulo em sua Epístola aos Gálatas, 6:7, comple-tando: Aquilo que o Homem semear, isso mesmo terá de colher.”

O que Paiva Netto está sugerindo é que há tempo para a criação de uma sociedade realmente solidária, pensando em seus valores e respeitando a Vida para não cair na figura do herói insano de Jean-Jacques Rousseau no Discurso da Desigualdade: “O homem selvagem, depois de ter comido, fica em paz com toda a natureza e é amigo de todos os seus semelhantes. Caso, por vezes, tenha de disputar a alimentação, jamais avança

“Quem não conhece os Deveres Espirituais

não saberá respeitar os Direitos Humanos em sua

inteireza, incluídos os direitos das vítimas (...).”

Paiva Netto

No mundo,

são praticados anualmente.

46 milhões de abortos

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e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas.”

O Cristo Jesus pode ser considerado o fruto da primeira ativista contra o abor-to mencionada pela História — Maria. Quando o Anjo anunciou à Virgem que ela traria aos olhos do mundo o Espírito

de Jesus, ela aceitou mesmo correndo o risco de ser massacrada pela sociedade da época. Passados dois mil e cinco anos, todos concordam que a sociedade era bem diferente da atual. Maria não era casada. Era noiva. Se ainda nos recentes anos 1970 (recente em relação ao ano 1 da Era Cristã) uma mulher grávida e não-casada era discriminada, não temos fatores para mensurar a dis-criminação sofrida pela Virgem Maria. Entretanto, ela aceitou a missão de ser a Mãe de Jesus. Isto é, não abortou a sua missão o que poderia ter feito usando seu livre-arbítrio. E o mais importante é que por todo o Evangelho não vemos nenhuma menção ao disse-me-disse que certamente a gravidez simbólica de Maria causou na época. Pelo contrário, ela deixa um cântico de agradecimento a Deus afirmando quão bem-aventurada era por ter a oportunidade de ser Mãe (Evangelho de Jesus, segundo Lucas,

desferindo golpes, sem antes ter compa-rado a dificuldade de vencer com a de encontrar em outro lugar sua subsistên-cia, e, como o orgulho não interfere no combate, este acaba com alguns murros; o vencedor come, o vencido vai tentar a sorte e tudo fica em paz. Mas, com o homem em sociedade, as coisas se pas-sam muito diferentemente: trata-se, em primeiro lugar, de atender ao necessário e, depois, ao supérfluo; depois, vêm as delícias e, depois, as imensas riquezas; depois, os súditos e os escravos. Não há um momento de descanso. O que há de mais singular é que, quanto mais na-turais e prementes são as necessidades, tanto mais aumentam as paixões e, o que é pior, o poder de satisfazê-las, de forma que, depois de longas prosperidades, depois de terem se devorado muitos tesouros e arruinado muitos homens, meu herói acabará por tudo sufocar até que seja ele o único senhor do universo. Esse, abreviadamente, o quadro moral, senão da vida humana, pelo menos das pretensões secretas do coração de todo homem civilizado.” (Os Pensadores, p. 298).

E continua o escritor Paiva Netto, em contrapartida à interpretação liberal dos Direitos Humanos: “O Direito tem por dever abrir os caminhos para a inte-gração do humano ao Divino, no campo das relações humanas e principalmente nas de Estado, tendo em vista a situação atual do mundo. Tristemente escreveu Jacques Austruy, em O Escândalo do Desenvolvimento: ‘Fundamentalmente, neste domínio, o papel do poder consiste em tornar a ilusão um bem de consumo e fazer da esperança um lucro’. E não há maior ilusão do que pensarmos que a morte determina o fim da Vida. Este é um equívoco de conseqüências trágicas para a Humanidade. Quousque tandem? (Até quando?) A respeito de ilusão, ponderou o Dr. Paul Gibier que a chamada realidade (restrita aos sentidos físicos) é a grande quimera dos homens. E qual tem sido a pior fraude consumida pelo mundo? Ser levado a considerar que o material está acima do espiritual. Daí todas as distorções, porque, como afirmava o saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979): ‘O que errado se inicia, errado vai até o fim’. Ora, o roteiro adequado estabeleceu-o Jesus no Seu Evangelho, segundo Mateus, 6:33: Buscai primeiramente o Reino de Deus

capítulo 1, versículos 46 a 55), provando que ser Mãe supera qualquer sofrimento. Ao contrário do que se divulga como uma solução, abortar pode retirar do Eu feminino aquilo que lhe é mais bonito, o seu direito de criação, sua Alma de Mulher.

E, para concluir, esse trecho do artigo “A maior das reformas: a do Homem” do escritor Paiva Netto: “O Planeta é belíssimo! Convida à vitória. Mas o Homem... tem sido o que se vê… Por isso, a maior das reformas é a do próprio Homem. Urge neste término de ciclo que esta preceda as demais. A Vida é uma conquista diária. Uma lição de Fé Realizante a todo momento exigida, para que a criatura de Deus não caia na ociosidade, mãe e pai dos piores males que assolam o Espírito e enfermam o corpo, conseqüentemente. Na verdade, não basta ter agido bem ontem. Necessá-rio se faz melhor caminhar hoje e ainda mais gloriosamente amanhã.”

O Cristo Jesus pode ser considerado o fruto da

primeira ativista contra o aborto mencionada pela

História — Maria. Quando o Anjo anunciou à Virgem que ela traria aos olhos do mundo o Espírito de Jesus,

ela aceitou mesmo correndo o risco de ser massacrada pela sociedade de época.

Ser mãesupera

qualquer sofrimento

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No dia 20 de maio entrou no ar a mais nova rede de rádio de notícias do País, a BAND-NEwS FM. Ligada ao Grupo

Bandeirantes de Comunicação, a emis-sora pode ser sintonizada, a princípio, nas cidades de São Paulo/SP (96,9 MHz), Rio de Janeiro/RJ (94,9 MHz), Belo Horizonte/MG (89,5 MHz) e Porto Alegre/RS (99,3 MHz). Para comemo-rar, o Grupo Bandeirantes promoveu uma festa de pré-lançamento com a presença de jornalistas, personalidades e funcionários da Band. A solenidade ocorreu na sede da Rede, no bairro do Morumbi, na capital paulista.

O Presidente do Grupo Bandeiran-tes, Sr. Johnny Saad, entrevistado pela Rede Boa Vontade de Comunicação, disse que a nova emissora será uma “rede que veio para inovar, mudar, levar uma opção ao público jovem e também ao feminino, por isso ela está toda em Freqüência Modulada. Com

Grupo BandElias Paulo

24 horas, jornais de 20 minutos, são 72 noticiários por dia, tudo ao vivo, on-news. Nem técnico de mesa de áudio ela terá, pois vai ser operada por jornalistas, exatamente para dar o ritmo e a bossa da FM com a informação”.

Amigo do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade de longa data, o Sr. Johnny agradeceu a Instituição pela presença. “Nós, da Bandeirantes, somos muito orgulhosos de sermos aliados de vocês. Acompanhamos a luta do Paiva, acompanhamos desde o tempo de Zarur e sabemos deste trabalho sério, bonito, honrado, que cuida de criança, de gente idosa, envolve todo mundo. Então, nós so-mos, em 1º lugar, fãs, admiradores e colaboradores do trabalho de vocês. Queria agradecer por estarem hoje aqui, nos prestigiando, divulgando o lançamento dessa rede nova. (...) Muito obrigado e fiquem com Deus”, agradeceu.

lança Rede de Rádio jornalística

O Sr. Johnny Saad, Presidente do Grupo Band (D) e Alziro Paiva, repre-sentando seu pai, Paiva Netto, no prestigiado evento.

Atualidades

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O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recente-mente, anunciou durante seu programa Café com o

Presidente, na Radiobrás, retrans-mitido pela Super Rede Boa Von-tade de Rádio, o relançamento do benemérito Projeto Rondon. No ar, Lula destacou seu contentamento em ver 200 estudantes que partiram para implementar o retorno dessa atividade, que visa à integração do chamado “Brasil desenvolvido” com o “Brasil não-desenvolvido”. Ou seja, jovens de centros urbanos indo ao interior do país para alfabe-tizar, pesquisar sobre saúde, além de contribuir para mantê-la nas comu-nidades locais.

Ao ser indagado sobre quem aprenderia mais, Lula respondeu: “No fundo, no fundo vai ser a gran-de aula que os estudantes vão ter. Porque normalmente os estudantes são gente de classe média, que vive em centros urbanos. E de repente vão conviver com índios ou com

Integrando oCom Projeto Rondon, o Presidente Lula une o

País desenvolvido ao não-desenvolvido.

pessoas que nunca foram à cidade grande, pessoas que não têm muitas informações sobre como cuidar da saúde. Vão aprender muito mais do que ensinar, na minha opinião.

“De forma que estou muito sa-tisfeito. Era um sonho que eu tinha que é uma forma de fazer com que a palavra Solidariedade volte a ser utilizada pelo povo brasileiro. Porque é um grande gesto de Soli-dariedade, um grande gesto de Boa Vontade um grupo de jovens sair de sua comodidade e se dirigir a uma cidade do interior para conviver com a temperatura adversa, com um calor imenso como o que estava em Tabatinga.

“E esses estudantes todos felizes, ou seja, como se estivessem também realizando um sonho. A alegria era tanta que eu podia imaginar o que cada um deles estava pensando: — ‘Finalmente vou ser Solidário a alguém. Vou poder estender os meus conhecimentos a alguém que não teve a mesma chance que eu’.”

BrasilO Vice-Presidente José de Alencar e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na

cerimônia de relançamento do Projeto Rondon.

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[R.O.]

Fonte: Radiobrás

Vilar ino wo l f f é o mais antigo cer imonia-lista em ati-v idade em Blumenau/SC, atuando, desde a dé-cada de 1970, nos mais importantes eventos da ci-dade. Há treze anos, trabalha no meio radiofônico e atualmente apresenta um programa dominical na Rádio Nereu Ramos.

Colaborador da Legião da Boa Vontade, wolff divulga as ações da Obra no programa que comanda. Também toma parte, como mestre-de-cerimônias, das aberturas oficiais de encontros, principalmente nos cursos de qualificação e educação profissional que a LBV desenvolve.

Em um dos recentes acontecimen-tos, wolff, ao término da solenidade, destacou: “É uma satisfação muito grande poder reverenciar os 49 anos de atividades do radialista José de Paiva Netto, o qual tem dedicado a sua vida aos ministérios desta ONG, que é toda voltada para ajudar na construção da felicidade do Ser Hu-mano. Ao José de Paiva Netto, me permita dirigir uma palavra direta, dizendo que Deus lhe dê muitos mais anos de vida, porque aqueles que fazem o Bem não deveriam ter a sua existência limitada ao tempo”.

Quem quiser saber mais a respeito das iniciativas da LBV em Blumenau ou ainda se tornar voluntário pode entrar em contato com o Centro Comunitário e Educacional da Insti-tuição na cidade, localizado na Rua Vidal Ramos, 100, Centro, tel. (47) 322-1480.

Blumenau

Derli Francisco

Vilarino Wolff

solidária

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verde

A Mata Atlântica, considerada um dos mais relevantes biomas do Planeta, é um exemplo claro desta situação que não pode perdurar, ela já cobriu 1,3 milhão de km² de território brasileiro, mas a ação do Homem em séculos de agressão fez com que sua

área fosse reduzida a 7% da extensão primária. Localizada principalmente às margens do Oceano Atlântico, percorre praticamente toda a costa brasileira e regiões interioranas. Apenas para se ter idéia do que per-demos em termos de extensão, basta imaginar que seu espaço original po-deria ser comparado ao tamanho da França e mais três vezes o território da Alemanha.

Até a água que utilizamos em

A Mata Atlântica, um dos mais importantes ecossistemas para o Homem, pede socorro.

Alerta

nossa casa está ligada a esta floresta, grande responsável pelo abasteci-mento nacional, à medida que regula a maior parte de fluxo dos mananciais hídricos brasileiros. Foi ela, também, que ao longo da História, ajudou a nossa economia ao preservar e me-lhorar a qualidade dos solos, propi-ciando os grandes ciclos do café e do açúcar, entre outras culturas.

O Diretor de Mobilização e um dos fundadores da SOS Mata Atlân-tica, Mário Mantovani, ONG que tem se notabilizado na defesa dessa rique-za verde, em entrevista à revista BOA VONTADE, fala da situação atual da floresta e o que vem sendo realizado para assegurar o seu futuro.

BOA VONTADE — Este mês a Fundação SOS Mata Atlântica completa 18 anos de trabalho. Re-ceba a homenagem da LBV e de seu Diretor-Presidente, José de Paiva Netto, que tem criado espaços dentro da Instituição para a defesa deste patrimônio.

Mantovani — Realmente tem sido um grande apoio e tem nos ins-pirado muito na nossa luta, renovan-

“Estamos respirando a morte”. Este in-cisivo alerta feito pelo jornalista Paiva

Netto em seu Editorial, publicado na edição de nº 200. E não é para menos, pois o assunto é vital para a nossa sobrevivência. A poluição do ar que invade os corpos tem reduzido a pers-pectiva de vida de milhões e milhões de pessoas, basta ver os estudos que estão sendo realizados pelo Planeta, apresentados pelo articulista em sua matéria.

Pisar no freio da destruição que, sucessivamente, se opera no meio ambiente é uma das grandes bandeiras das Instituições da Boa Vontade, nesta luta para salvar os últimos depositórios dos ecossistemas responsáveis por uma melhor qualidade de vida.

Os poluentes atingem o solo, a água e o ar, e, comemorando o Dia da Mata Atlântica em 27 de maio, tomar conhecimento de sua situação atual e o que tem sido feito para preservá-la é de máxima importância.

Afinal, as matas são os grandes pulmões da Humanidade, melhoran-do o que respiramos.

“A gente perde aproximadamente

um campo de futebol da floresta a cada quatro minutos.”

Mário Mantovani

Biosfera

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verde

do-a, porque lutar pela vida é sempre muito difícil. Uma das formas boas de se fazer cidadania no Brasil é estar organizado em grupos de atuação. A SOS surgiu da necessidade de prote-ger uma floresta que a gente percebia, há 18 anos, vinha sofrendo grandes agressões, só que não tínhamos idéia do tamanho delas. Achávamos que era apenas o litoral, mas trabalhando a consciência com tecnologia, com mobilização, fomos percebendo o tamanho da Mata. Quando criamos a SOS, usamos a bandeira do Brasil com aquela logomarca: “Estão tiran-do o verde de nossa bandeira”. Isso chamou muito a atenção das pessoas. Dezessete Estados do Brasil, 3.400 municípios, dos 5.500 (do País), quase 60% da população mora onde já tivemos a Mata Atlântica, e isso, para se ter uma idéia nesses 505 anos, havia sido reduzido da mancha original para apenas 7%. E, o mais grave, percebemos que a devastação

não havia parado no passado, nos ciclos econômicos, mas ela acontecia agora, quando a gente perde apro-ximadamente um campo de futebol dessa floresta a cada quatro minutos. Estamos trazendo para toda a socie-dade o que é a Mata Atlântica, porque quem não conhece não protege.

BV — Como anda a conscienti-zação do Povo brasileiro?

Mantovani — Fizemos uma pesquisa e não foi muito bom o re-sultado. Lógico que hoje há uma po-pulação que vive da mão para a boca, correndo todos os dias, e isso faz com que as pessoas não tenham muito

tempo para procurar informações, mas o nosso papel é produzi-las, tra-duzindo para a sociedade. Outro dado que notamos nesta pesquisa é que 80% desse pouco que resta de Mata Atlântica está na mão de particulares. Temos de criar incentivos para que essas pessoas a preservem, inclusive colocando isso na lei desta floresta, que está parada no Congresso.

“Estamos falando de uma floresta que garante a água que bebemos. (...) Sem esse verde, teremos problemas muito sérios, e não é que

estamos tratando de um tema de fim do mundo, e sim de

alguma coisa muito presente.” Mário Mantovani

A Mata Atlântica, um dos mais importantes ecossistemas para o Homem, pede socorro.

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BV — Em falar nesta lei, a quanto anda a aprovação no Congresso Na-cional do Projeto de Lei nº 3.285/92, cuja tramitação se arrasta por 13 anos e seu texto proíbe o corte e a explo-ração vegetal nativa da mata?

Mantovani — Esse decreto surgiu

logo depois da Eco 92, quando houve uma análise da Mata Atlântica e se viu que a situação era desesperadora. Então, ele veio com um impacto muito duro e até negativo para a proteção, porque as pessoas achavam-se proi-bidas de fazer qualquer coisa. Nesses 12 anos, se há um fato negativo de não ter uma lei que proteja a floresta, há um positivo: ela foi discutida todos esses anos e atualizada. A lei dos cri-mes ambientais, que surgiu em 1996, ajudou para que a melhorasse; a lei dos recursos híbridos também. Enfim, tudo o que aconteceu no Brasil foi incorpo-rado. A Câmara dos Deputados obteve 473 votos. Foi uma unanimidade, uma das aprovações mais bonitas que a gente já viu, falta apenas o Senado. Nesse tempo todo, cada Estado fez a regulamentação do que é a Mata e a aprovou nos Conselhos Estaduais, no Conselho Nacional, dando à legislação não apenas aquela coisa de um depu-tado que vota, de um senador, e todo mundo é obrigado a fazer, mas é uma lei discutida com todos os segmentos da sociedade (...). Hoje temos uma legislação extremamente positiva, que mostra o Brasil como um dos países mais atuais nesses termos.

BV — Vocês tiveram nesse decre-to 3.285 o apoio do Povo?

Mantovani — É verdade, conta-mos com milhares de assinaturas

A Mata Atlântica já cobriu 1,3 milhão de km² de

território brasileiro, mas a ação do homem, em séculos

de agressão, fez com que sua área fosse reduzida a 7% da extensão primária.

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que vieram da nossa Legião da Boa Vontade. Foi fantástico! Nós conseguimos milhões de assinatu-ras (no documento) que levamos a Brasília. Só de desenhos de crianças, levamos 360 mil para a Comissão de Meio Ambiente para continuar o processo de aprovação desse projeto. (...) É lógico que temos de continuar chamando a atenção, porque a sociedade precisa desses estímulos. Estamos falando de uma floresta que garante a água que bebemos. (...) Sem esse verde, teremos problemas muito sérios, e não é que estamos tratando de um tema de fim do mundo, e, sim, de alguma coisa muito presente. Toda essa devastação está acontecendo nos últimos 100 anos. (...) É im-pressionante, dos 93% do que foram destruídos só 40% são usados para a agricultura e pecuária extensiva. Os 50% que não foram desmatados es-tão passando pelo processo de ero-são. Dessa maneira para cada quilo de alimento que São Paulo produz atualmente, temos 10 quilos de solo, e, quando você fala de perder solo por falta de cobertura vegetal, não quer dizer que é somente isso, perde fertilidade, adubo que foi colocado, etc. Por isso, nossa agricultura, nossos alimentos são caros. Se falarmos de São Paulo onde temos máquinas tirando terra o tempo todo de dentro do (Rio) Tietê, só o aprofundamento da calha do Tietê custou 700 milhões de dólares, que os brasileiros que aqui vivem vão ter de pagar. Tudo em conseqüência do mau uso da terra. Além de pagar para tirá-la, também pagamos com as enchentes. Cuidar da Natureza é zelar pela criação de Deus, pela nos-sa qualidade de vida e pela garantia para as futuras gerações.

BV — Por que foi criado o cor-redor de Biodiversidade da Serra do Mar? E como ele funciona?

Mantovani — Talvez seja uma das descobertas mais graves ao

longo desse nosso percurso am-biental. Sabíamos que o fato de a Mata Atlântica estar isolada em pequenas manchas era muito grave, porque temos um fenômeno chama-do efeito de bordo, ou seja, aquele pequeno fragmento de Mata sofre com vento, veneno, fogo, sementes que invadem de outras pastagens, e tudo isso agride aquele pequeno remanescente florestal. O que não sabíamos é uma questão que cha-mamos hoje de erosão genética, ou seja, as espécies só se reproduzem entre elas. Na realidade, não temos 7%, mas, sim, 7% menos a erosão genética, menos o efeito de bordo, a pressão que vem sofrendo tudo isso. O ideal para que essa floresta se recupere é que ela tenha co-nectividade, para que haja fluxos gênicos, troca de sementes, de espécies, de tudo ao longo desses corredores. A Serra do Mar é uma área natural que serve para este fim, e precisamos ter esses espaços para garantir que não acabe toda essa grande biodiversidade.

[L.S.M]

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História

“Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso,

desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões;

sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos (....).”

Paiva Netto

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Neste mês, quando o mundo revive os 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, podemos observar

que a violência perdura ainda hoje, e a celebração de uma verdadeira Paz parece distante.

Com certeza se faz necessária a lem-brança dessas tristes páginas da história humana, escritas na primeira metade do último século. Na observação de nossos erros como civilização, podemos encontrar formas de impedir que tudo venha a se repetir.

No segundo conflito mundial ex-tinguiram-se mais vidas do que o número total de vítimas de grandes embates históricos como as Guerras Napoleônicas, a Guerra Franco-Prus-siana, a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã e a Primeira Guerra Mundial somadas. Um monumento ao ódio e à intolerância, em forma de hecatombe, que ressoa tristemente ainda hoje. Mas esse período também foi palco para exemplos de altruísmo, perseverança e fé. Histórias dignas de serem lembradas

Daniel Rocha

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da loucura:

e lições amargas que não devem ser esquecidas.

Para o melhor entendimento da ex-tensão desta guerra e sua influência na constituição do mundo atual, apresento resumo simples de alguns dos principais fatos relacionados ao conflito.

A origem do mal

É evidente que motivações políticas e econômicas não explicam a natureza irracional desta Guerra. Além das am-bições territoriais do Império do Japão e Itália, um dos principais vetores do conflito nasceu da miséria alemã.

A capitulação da tríplice Aliança (Áustria, Hungria e Alemanha), na Primeira Grande Guerra, culminou na aceitação do Tratado de Versalhes, um documento com 200 páginas e 440 artigos, acentuadamente severo com os derrotados, especialmente com a Alema-nha, apontada como principal respon-sável pelo acontecido, impondo-lhe a responsabilidade de indenizar as nações vencedoras envolvidas no conflito.

A Alemanha mergulhou no caos econômico. O desemprego disparou. Embora, após 1924, a produção indus-trial retornasse aos níveis do período pré-guerra, a quebra da bolsa de Nova York, em 1929, fez cessar o fluxo de investimentos americanos vitais à re-cuperação alemã. Este foi o golpe de misericórdia na combalida economia local. A inflação explodiu. A moeda

desvalorizou-se de tal modo que bilhões de marcos mal conseguiam comprar um pedaço de pão. A república estava desacreditada e o cenário estava monta-do para a entrada em cena de um certo personagem: Hitler.

Nascido em 20 de abril de 1889, na cidade austríaca de Braunnau, Adolf Hitler, embora não como protagonis-ta, já atuava nas arenas políticas da Alemanha. Havia, em 1923, tentado um golpe de estado com seu ainda incipiente partido, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e apelidado de “nazi”, numa ação que acabou batizada de putsch da cervejaria de Munique. Após o fracas-so do intento, Hitler acabou julgado e preso. Durante seu período de detenção, compilou o cerne de sua doutrina nacio-nalista, fanática e racista em uma obra intitulada Mein Kampf (Minha Luta), na qual apregoava o nacionalismo, o anticomunismo, o anti-semitismo e a crença na superioridade da raça ariana. Proclamava o desejo de constituir um novo estado alemão, o III Reich, capaz de promover a autonomia econômica do país, libertando-o do Tratado de Versalhes.

Em 1923, o golpe nazista malogrou diante da falta de adesão popular, mas, seis anos mais tarde, a conjuntura econômica e social germânica havia se degradado ao extremo. O povo alemão — humilhado em seu orgulho, empo-brecido sob o peso dos custos do país

endividado, sem emprego e faminto — constituía uma massa de sedentos por dignidade. Estavam prontos para o discurso nazista e, de fato, alinhavam-se nas fileiras do partido em número crescente. Soma-se a isto a expressiva adesão da burguesia — seduzida pelo discurso anticomunista do partido —, que financiava as ações de Hitler.

Após as eleições em setembro de 1930, o partido nazista elegeu 107 deputados para o Parlamento. Foi pre-ciso pouco tempo para que, finalmente, Adolf Hitler fosse, em janeiro de 1933, nomeado chanceler. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler, que já dispunha de plenos poderes delegados pelo Parlamento, tornou-se também Presidente. Era o fim da República de weimar e início de um período quase surreal na história alemã.

Com domínio total sobre a nação, Hitler coloca seu plano em marcha. Os comunistas e os judeus foram persegui-dos e presos, os direitos constitucionais foram suspensos e dissolveram-se os partidos políticos. A conversão popular se deu pela competente propaganda nazista, a cargo do ministro Joseph Goebbels. Em suas campanhas, a hipnótica prédica afirmava que Hitler, o führer, iria conduzir a raça ariana em sua conquista do espaço territorial vital, o Lebensraum, na constituição do III Reich.

Após os primeiros ajustes internos para melhorar a economia, novas provi-

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O trágico resultadoda loucura:

6 milhõesde judeus assassinados.

dências visavam à reestruturação bélica. Abandonou a Liga das Nações, reativou o serviço militar e direcionou os esforços científicos do país para o desenvolvimen-to de tecnologia militar.

Com o subterfúgio de reunir no mes-mo território os alemães que viviam fora do país, Hitler iniciou a expansão de suas fronteiras, retalhadas pelo Tratado de Versalhes. As regiões do Sarre e da Renâ-nia foram reintegradas. Os preparativos não deixavam dúvida: Hitler aprontava-se, avidamente, para a guerra.

Ostentando o seu novo poderio béli-co, o führer pressionou o governo aus-tríaco, impondo-lhe o anchluss (união), ação expressamente proibida pelo Trata-do de Versalhes. Após uma crise política, a Áustria cedeu. O artifício da ameaça foi novamente utilizado, em 1938, na tomada da Tchecoslováquia. Desta vez, Hitler contava com o apoio político de um importante aliado: Benito Mussolini, o Duce (chefe), que conduzia na Itália o regime fascista, ideologicamente afinado com o nazismo.

As peças estavam postas no tabulei-ro, o próximo movimento, um acordo secreto com a União Soviética, garantia a não-agressão mútua e combinava a futura partilha do território da Polônia, próximo alvo nos planos de conquista de Hitler.

A guerra

Em 1º de setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs (wehrmacht)

invadiram a Polônia. É o ato inicial do que viria a ser a Segunda Guerra Mun-dial. Um milhão de soldados, em 75 divisões, iniciaram a blitzkrieg* contra 600 mil poloneses fracamente armados. Com a ajuda da Luftwaffe (Força Aérea Alemã), a Polônia foi subjugada. A Fran-ça e a Grã-Bretanha, relutantes no início, não tiveram outra opção que honrar suas obrigações com aquele país e declarar guerra à Alemanha.

Com a conflagração, as tropas alemãs avançam sobre vários países europeus.

Em setembro, era assinado o Pacto Tri-partite com Itália e Japão, constituindo as forças do Eixo. A França aguardava “segura” atrás da Linha Maginot, um conjunto de fortificações construído no nordeste do país e nos Alpes, fronteiras com a Alemanha, Bélgica e a Itália. Os franceses imaginavam-se imunes aos avanços nazistas, supondo que a impres-sionante fortificação asseguraria as suas fronteiras. Em 1940, Hitler, surpreenden-

do os franceses, contorna a sofisticada linha de defesa atacando pelo bosque das Ardenas, considerada por todos uma área intransponível. Disfarçando seus movimentos, a wehrmacht invade o país rapidamente, impedindo qualquer reação. Caíra a França.

Derrotados, os franceses tiveram de aceitar a ocupação germânica, a divisão de seu território e o colaboracionismo de um novo governo. Concomitantemente às ações da guerra, em Berlim e em outras cidades dos territórios alemães, crescia a perseguição aos judeus. A po-pulação semita fora isolada em infectos guetos, espoliada de suas posses, privada de alimentação regular, água e recursos de saúde. Na aplicação da insana doutri-na nazista, milhões de judeus seguiam desses lugares para campos de concen-tração. Eram submetidos a trabalhos forçados e, sistematicamente e de forma covarde, o regime de Hitler promovia o extermínio étnico.

Com a vitória no oeste, Hitler vol-tou sua cobiça para a imensidão dos territórios do leste, em especial a União Soviética. Em 22 de junho de 1941, a Wehrmatch — que já dominava a Ro-mênia, Bulgária e Hungria e conquistara a Iugoslávia e a Grécia — invadiu o território soviético, abrindo uma nova e temerária frente de batalha para forças alemãs. Imediatamente, os soviéticos receberam o apoio dos aliados e inicia-ram as manobras de combate em defesa do país. Utilizaram estratégias de terra

No segundo conflito mundial extinguiram-se mais vidas do que o número total de vítimas de grandes embates históricos

como as Guerras Napoleô-nicas, a Guerra Franco-Prus-siana, a Guerra da Coréia, a

Guerra do Vietnã, e a Primeira Guerra Mundial somados.

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arrasada — que não deixavam nada para trás que os alemães pudessem aproveitar — enquanto promoviam o desmonte e transporte de suas indústrias para áreas distantes, além dos montes Urais, longe do alcance imediato dos nazistas. Alheios a esse esforço, os alemães avançaram até os arredores de Moscou, organizando suas linhas para a tomada da cidade.

Do outro lado do mundo, um fato mudaria totalmente o panorama da guer-ra. Os EUA, até então se esforçando em manter a neutralidade no conflito, são atacados de surpresa em 7 de dezembro, na base naval de Pearl Harbor. Os ame-ricanos finalmente declaram guerra ao Eixo e o conflito se alastra para o resto do globo. A iniciativa americana de se envolver no conflito assemelhava-se ao “despertar de um gigante”. Antes da con-flagração, os americanos desenvolveram sua indústria de guerra e reuniram uma produção bélica 50% mais poderosa do que as da Alemanha e Japão somadas. No período de 1943 a 1944, os Estados Unidos fabricavam um navio por dia e um avião a cada cinco minutos.

Mas, enquanto os EUA estavam fora de combate, japoneses ocuparam vários países na região do Pacífico. Apesar do sucesso inicial das forças do Eixo, os ventos estavam prestes a mudar e, dessa vez, sopravam contra Berlim, Roma e Tóquio.

A virada

No verão de 1940, a Inglaterra enfrentava o poderoso assédio da Luf-twaffe. Nesse período, enquanto os americanos mantinham sua neutralidade no conflito, encontrava-se praticamente sozinha no ofício da resistência à domi-nação nazista. Londres era bombardeada dia e noite. Durante os intensos ataques, os londrinos refugiavam-se nas estações e túneis subterrâneos do metrô aguardan-do o pior. A estratégia de resistência e defesa britânica dependia visceralmente da aviação inglesa. A RAF — Royal Air Force —, em desvantagem numérica, travou célebres combates nos ares sobre o Canal da Mancha, engajando-se contra os numerosos alemães com um ímpeto heróico. Com efeito, os esforços dos pilotos ingleses impediram o avanço dos planos de invasão das ilhas britânicas

e, impondo tantas perdas à força aérea inimiga, fizeram o führer recuar em sua estratégia. Um milagre operado pela co-ragem dos combatentes britânicos. Não foi sem propósito que o célebre primeiro-ministro winston Churchill proferiu em seu discurso, referindo-se aos bravos aviadores da RAF que detiveram os ataques maciços da Luftwaffe: “Nunca, na história dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos”.

A indústria soviética, já reconstituída, permite o reaparelhamento do Exército Vermelho. Em Moscou, o “General Inverno”, antigo aliado dos russos, fez sua parte castigando as divisões ale-mãs encarregadas do cerco à cidade. Com a melhora das condições de combate dos soviéticos, os alemãs, sem provisões regulares e equipa-mentos adequados ao frio intenso, vêem frustradas suas aspirações de tomar a cidade e acabam esmaga-dos pelo avanço do novo Exército Vermelho. Foi o fim das ilusões de invencibilidade do exército alemão e um marco do início da vitória aliada.

Em vantagem numérica e com equipamentos melhores, os soviéticos alcançam o triunfo contra a wehrmatch na batalha por Stalingrado. O quarto exército alemão, sob o comando do general Von Paulus, rende-se em 31 de janeiro de 1943. O combate durou cinco meses. Dos trezentos mil soldados alemães, noventa mil morrem de frio e fome e mais de cem mil são mortos nas três semanas anteriores à rendição. O povo soviético também paga caro por seu triunfo contra a barbárie de Hitler. Vinte milhões de vidas são perdidas, quase metade do número global de mortes de toda a guerra.

Na África, em maio de 1943, as for-ças do general alemão Erwin Rommel (o Afrikakorps) capitulam. Em julho de 1943, os Aliados desembarcam na Sicília e, em setembro, avançam até Nápoles. Mussolini é destituído (e morto), e a Itália muda de lado. Tropas alemãs ainda ocupavam Roma, o centro e o norte do país, mas a ofensiva aliada toma a capital em junho de 1944, chegando ao norte de Florença em setembro. Em abril de 1945, as forças alemãs na Itália, cercadas, tam-bém se rendem. É fundamental lembrar que esta importante conquista contou

com o abnegado esforço dos soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou bravamente, como em outras partes do mundo, em solo italiano, em especial na memorável tomada de Monte Castelo, em 21 de fevereiro de 1945.

Os alemães pagavam caro pelos delí-rios de poder do führer. Divididas em

A batalha dos aliados contra o

Japão prossegue até agosto quando, no

dia 6, a pequena bomba atômica “Little

Boy” foi lançada sobre Hiroshima do

B-29 “Enola Gay”.

História

Para saber mais:BeeVOR, Antony. Berlim 1945: a queda. Rio de Janeiro: Record, 2005.

Segunda Guerra Mundial : 60 anos: a ofensiva do nazismo, Volume 1. São Paulo: Abril, 2005.

Segunda Guerra Mundial : 60 anos: o mundo sob Hitler, Volume 2. São Paulo: Abril, 2005.

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Page 33: Revista Boa Vontade, edição 201

combates são sangrentos, milhares de soldados morreram ainda na praia, ten-tando transpor as fortificações do litoral da Normandia. Apesar das baixas, a operação teve êxito graças ao fato de as demais tropas alemãs permanecerem, por ordem pessoal de Hitler, no interior do país, em vez de serem estacionadas na costa, como havia pedido inutilmente o marechal-de-campo Erwin Rommel. Graças a esses erros estratégicos, foi impossível uma contra-ofensiva alemã. Os aliados estavam de volta à França.

O ataque combinado de ingleses e americanos libertou a França, os

Países Baixos e a Bélgica, fechando o cerco a Hitler pela frente ociden-tal. A fronteira alemã anterior ao início da guerra foi cruzada pelos aliados em Aachen a 12 de setembro, ao mesmo tempo em que eram realizados bombardeios aéreos contra cidades industriais alemãs. Em Dresden, o volume de bombas

foi tamanho, cerca de 3.500 toneladas, que 35 mil moradores,

incluindo crianças, morreram. O fósforo das bombas transformou os

corpos numa massa liquefeita, que se fundia no asfalto.

No início de 1945, os soviéticos, do lado leste, e os norte-americanos, do lado oeste, iniciaram uma verdadeira corrida para Berlim, no intuito de dar cabo ao conflito. A Wehrmatch, espalhada em duas frentes, apenas recuava, somando inúmeras baixas a cada quilômetro. Por fim, após diversas batalhas, o que os alemães mais temiam aconteceu: os soviéticos chegaram primeiro. Era o fim. Quando Hitler ouviu o soar das armas soviéticas a dois quarteirões do bunker da Chancelaria do Reich, num ato derradei-ro de loucura, suicidou-se com um tiro na cabeça. Sua esposa, Eva Hitler, o segue no ato insano e envenena-se. Seus corpos foram arrastados para fora e queimados. A 7 de maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capitulação alemã.

A batalha dos aliados contra o Japão prossegue até agosto quando, no dia 6, a pequena bomba atômica “Little Boy” foi lançada sobre Hiroshima do B-29 “Enola Gay”. O morticínio não tinha preceden-tes, e o mundo nunca vira arma de tama-nho poder. Como o Japão ainda resistia,

no dia 9 uma outra bomba semelhante, “Fat Man” é lançada pelo B-29 “Bock’s Car” sobre Nagasaki. Foi demais para as forças do Império do Japão. Os dois engenhos nucleares causaram cerca de 300 mil mortos instantaneamente, e um número indeterminado de vítimas posteriormente, em decorrência da contaminação pela radiação. Em 14 de agosto de 1945, o general Tojo, do Japão, apresentou a rendição incondicional, dando fim ao mais terrível conflito da História.

Infelizmente, o mundo, após o cessar- fogo, continuou a empunhar as armas. Durante o restante do século XX e, ainda hoje, o que se viu (e se vê) é o desfilar de guerras sucessivas, numa seqüência infame de morticínios injustificáveis. De fato, o silêncio no front nunca foi “ouvido”. O caminho pacífico é da re-novação profunda dos ideais humanos, como podemos ver neste trecho do livro Reflexões da Alma, da Editora Elevação, de autoria do jornalista Paiva Netto:

— “Num futuro que nós, civis, reli-giosos e militares de bom senso, deseja-mos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáve-res ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual. O Homem descobrirá que não é somente sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que lhe fala de outras vidas e outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão. A paz dos homens é, ainda hoje, a dos lobos e de alguns loucos imprevidentes que dirigem povos da Terra.

A Paz, a verdadeira Paz, nasce pri-meiro do coração limpo do Homem. E só Jesus pode purificar o coração da Humanidade de todo o ódio, porque Jesus é o Senhor da Paz.”____________________* Blitzkrieg — A guerra-relâmpago foi a tática empregada pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial para surpreender e esmagar o inimigo. Desenvolvida pelo general Heinz Guderian, con-sistia no avanço rápido de blindados, apoiados por aviões e pela infantaria motorizada. Um dos objetivos dessa estratégia era causar pânico na população civil, obrigando-a a fugir, o que dificul-tava o avanço das tropas inimigas.

várias frentes de batalha, a wehrmatch era comprimida pelas forças aliadas. Havia ainda um grave problema na cadeia de comando alemã: Hitler. Suas intervenções alucinadas em decisões estratégicas para a condução das forças alemãs haviam se mostrado, por fim,

mortais. Era evidente a deteriora-

ção de

seu quadro psicológico. Sua obsessão anti-semita chegara a

tal ponto que ele próprio ordenara o que convencionou chamar “solução final” para os judeus presos nos numerosos campos de concentração alemães espa-lhados pela Europa. O trágico resultado da loucura: 6 milhões de judeus assas-sinados.

Em 6 de junho de 1944, chamado de “Dia D” pelos Aliados, sob o comando do general Einsenhower, realizou-se o ataque estratégico, pelo Canal da Man-cha, que daria o golpe mortal nas forças nazistas que ainda resistiam na Europa. Cinqüenta e cinco mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses de-sembarcaram nas praias da Normandia, noroeste da França, na maior operação aeronaval da História, envolvendo mais de 5 mil navios e mil aviões. Os

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verbos no passado e passar a es-crevê-los no presente (o verbo no presente você escreve no jornalis-mo). Via e me perguntava: Por que a manchete de jornal tem de ser no tempo presente? Aí eu fui apren-dendo a diferença: é que a história está sempre ligada ao passado e o jornalismo ao presente. Mas quero dizer o seguinte: ajuda muito saber história para fazer jornalismo, pois qualquer fato contemporâneo que acontece, quando você consegue

aos poucos, fui deixando de ser pro-fessor e acabei virando jornalista”.

A entrevista foi concedida na redação da TV Cultura ao apresen-tador do programa Ecumenismo, da Rede Mundial de Televisão, Paulo Alziro Schnor, onde o entrevis-tado ancora um telejornal diário. Heródoto, que acumula, ainda, a função de gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio, fala sobre o papel da mídia na formação de uma sociedade mais crítica já

História e Jornalismo

A pós 25 anos ministrando His-tória, metade deste tempo na Universidade de São Paulo (USP) — onde se tornou

mestre na disciplina —, o conceituado professor Heródoto Barbeiro, 59 anos, resolveu abraçar a profissão de jorna-lista, como uma outra forma fascinante de viver a História.

A reviravolta foi tamanha que o próprio Heródoto relata que se surpreendeu com essa mudança. “Achei que iria continuar como professor universitário. Mas aí, circunstancialmente, passou pela minha frente uma coisa chamada jornalismo, que eu não conhecia em profundidade. Acho que me apaixonei pela profissão e assim,

que este mês é comemorado o Dia Mundial dos Meios de Comunica-ção (27). Também nesta entrevista, o apresentador do Jornal da CBN expõe seu ponto de vista sobre temas polêmicos, tais como a in-formação vista como mercadoria, a importância do diploma acadêmico na profissão e a imparcialidade no conteúdo exibido pelas mídias. Heródoto explica, também, que exerce no dia-a-dia a sua Espiri-tualidade.

BOA VONTADE — Como o

conhecimento histórico colabora na análise dos fatos jornalísticos?

Heródoto — Sinceramente, foi um impacto deixar de escrever os

“Sinceramente, foi um impacto deixar de escrever os ver-bos no passado e

passar a escrevê-los no presente.”

contextualizá-lo em exemplos na história, as pessoas têm mais faci-lidade para entender.

BV — Há pouco tempo o mundo passou por grandes transforma-ções, a exemplo do fim da Guerra Fria e, a mais recente, a Globali-zação. Que desafios essas mudan-ças trouxeram para os meios de comunicação?

Heródoto — O desafio é imen-so. Porque assim que a economia se globalizou, o jornalismo também se globalizou. E um dos respon-sáveis pela globalização do jor-nalismo foi, indiscutivelmente, a internet. (...) Com essa ferramenta foi globalizada a informação. Com

isso a gente pode dizer o seguinte: no mundo atual não é mais possível esconder a notícia, você coloca a notícia escrita ou falada na internet e tem certeza de que ela será ouvi-da em todos os lugares do mundo, coisa que não acontecia antes.

BV — No mundo da globali-zação capitalista, a informação é considerada uma mercadoria de alto valor, porque ela é responsável por mobilizar opiniões. Como é

Perfil

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História e Jornalismomergulhado no mundo publicitá-rio?”. É simples. Existem muitos veículos, ninguém se informa por

meio de um único veículo de comunicação. (...) Por que eu tenho de me informar por vários veículos? Porque como eles têm vieses diferentes a respeito da so-ciedade, conhecendo-os, eu posso tirar minha própria conclusão, desenvolver meu próprio espírito crítico. Então, ainda que o jor-nalismo tenha limites, de ordem econômica e de ordem ética, ele é fundamental para formar massa crítica. Aliás, o jornalismo não quer fazer a cabeça de ninguém, mas, sim, formar espírito crítico para que as pessoas sejam sujeitos da história e não objetos, como tem acontecido há algum tempo.

BV — Quando falamos de imparcialidade no jornalismo, nós estamos falando em algo que existe?

Heródoto — Não, não esta-

Rodrigo Oliveira

que nós podemos encarar o desafio ético neste novo enquadramento?

Heródoto — Se ela é merca-doria, ela pode ser vendida, pode ser comprada. Tanto assim que os telejornais, de uma maneira geral, são bancados por anúncio publicitário. Então você vai dizer: “Se tiver anúncio publicitário, tem interesse econômico nisso?”. Claro que tem, porque o mundo é capitalista. (...) A notícia não é uma mercadoria como outra qualquer, não é um pente que você compra na rua ou um gravador comprado na loja. Informação é um produto que tem ética. O jornalista tem limites éticos, não pode mentir, não pode manipular, não pode inventar, ele não pode omitir de maneira dolosa as informações.

Agora, se você me disser : “Como é que eu vou confiar num veículo de comunicação se ele está

“O jornalismo quer formar espírito crítico para que as pessoas sejam sujeitos da história e não objetos, como tem acontecido há algum tempo.”

“Credibilidade é uma coisa que você leva muito tempo

para conseguir e leva pouquinho tempo para

perder.”

(Fotos: Daniel Trevisan)

Heródoto com a revista BOA VONTADE

—No fim do dia, na redação do

Jornal da Cultura, ele se abas-tece de informações para, na manhã seguinte, apresentar

o radiojornal na CBN.

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mos. (...) Para mim, imparcialidade não existe. O que existe é isenção. Meu Deus, como pode? O jornalis-ta não é imparcial? Não! Você não é um jornalista imparcial? Não, eu sou um jornalista parcial. Olha, no momento em que externo a minha opinião, eu perco logicamente a minha imparcialidade. Por quê? Porque eu tenho a minha religião, a minha família, meu clube de fute-bol. (...) Eu sou obrigado, por dever ético, a ser um jornalista isento e é isso que eu e meus companheiros fazemos todos os dias, corremos atrás da isenção, porque isso não é coisa estática, é dinâmica, você tem de correr atrás dela todos os dias, e, ainda assim, a gente pisa na bola.

BV — Recente pesquisa feita na cidade de São Paulo aponta você como o radialista de maior credibilidade da capital paulista. Como recebeu essa notícia?

Heródoto — É uma grande responsabilidade, obviamente. Credibilidade é uma coisa que leva muito tempo para ser conseguida e pouquinho tempo para perder. En-tão, quando você começa a adquirir credibilidade tem de ficar mais atento, para não pisar no tomate, como se diz aqui na linguagem popular. Tem de lutar pra manter credibilidade. (...) Indiscutivel-mente, qualquer jornalista gostaria de ter ou saber que a pesquisa fez essa indicação.

BV — Fale um pouco sobre outro aspecto da sua vida, a Espi-ritualidade.

Heródoto — Estou ligado ao Budismo há exatamente 39 anos. (...) O Budismo que eu pratico é de uma escola japonesa, ou chinesa, chamado Zen-Budismo. Acho que é uma experiência extraordinária você poder praticar uma religião como o Budismo que, por incrível que pareça, está muito relacionada ao jornalismo. Porque o jornalismo

é fundamentalmente baseado na razão, no raciocínio, na racionali-dade, e não naquela emoção vio-lenta. O Budismo dá exatamente essa estabilidade, essa paz, essa serenidade para você tratar os fatos com mais cuidado. A sua base fun-damental é a meditação, que pode ser feita em qualquer momento do dia. Esses momentos darão estabi-lidade psicológica para enfrentar a correria e a tribulação de trabalhar com jornalismo.

BV — Como é sua rotina de trabalho?

Heródoto — Na verdade, o único trabalho que eu faço é jor-nalismo. Quando termina o Jornal da Cultura já tomei conhecimento de uma porção de coisas (...), aí eu pego todas as laudas e levo para a CBN, onde chego às 5h30. Lá tem toda a equipe que trabalhou de ma-drugada — jornalismo não é feito sozinho, tem de ter equipe. E faço a mesma coisa quando venho para a TV Cultura. Então, na verdade, é

esta conexão que me permite parti-cipar de um rádio-jornal de manhã e de um telejornal à noite com equipes de grandes jornalistas.

BV — E quanto à questão do diploma para o exercício da pro-fissão. Qual o seu posicionamento sobre o assunto polêmico?

Heródoto — Eu sou favorável a uma desregulamentação geral de todas as profissões, com exceção daquelas que coloquem em risco a vida das pessoas. Acho que tem de desregular tudo, e as pessoas precisam ser avaliadas de acordo com a sua competência, com a sua vontade, com a sua luta e não conforme os seus papéis. Então se pudesse, eu desregulamentaria todas as profissões, inclusive a profissão de jornalista. E olha, eu fiz jornalismo porque tem de ter papel, não é? Aprendi na faculdade e não estou dizendo que faculda-de não tem de existir, pois com o curso é possível formar melhor o jornalista.

BV — O que você diz aos jo-vens que pensam em trabalhar com jornalismo?

Heródoto — Se você pensa em ficar rico, não seja jornalista, porque não dará certo. Pouquíssi-mos jornalistas, não é meu caso, ganham bons salários; o resto é me-diano como eu. Mas essa profissão nos enche de orgulho. A gente se apaixona por ela, é uma profissão que está fundamentalmente pendu-rada na questão ética, uma profis-são que a gente faz porque gosta, ama, acha que está engajado nas grandes causas do mundo, como a defesa dos Direitos Humanos, da dignidade, da natureza. Quem é que não gosta de mexer com isso? Quem que não gosta de estar do lado dessas grandes causas? O jornalismo dá essa possibilidade. Então se você tem esse espírito, pode vir, que, certamente, você se encontrará no jornalismo.

“Se você pensa em ficar rico, não seja

jornalista, porque não dará certo. (...) Mas essa profissão nos enche de orgulho.”

Perfil

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Por iniciativa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), autoridades e empresários

do setor reuniram-se entre 17 e 19 de maio na capital federal para pro-mover o “23º Congresso Brasileiro de Radiodifusão”. Nos três dias de debates, cujo foco estava voltado para a temática “Brasil: nossa principal atração”, o evento apresentou novas tecnologias na área, além de discutir os desafios do crescimento no mer-cado publicitário.

A Rede Boa Vontade de Co-municação participou do encontro e, na ocasião, registrou o apoio dos parlamentares à iniciativa do Presidente da Fundação José de Paiva Netto de levar, por meio de Rádio, TV, Internet, Editora e Gra-vadora, um conteúdo de Educação a distância, Cultura e Cidadania Solidária aliadas à Espiritualidade Ecumênica.

O escritor, poeta e Ministro do Tribunal de Contas da União, Olavo Drummond, manifestou

Congresso

ABERT reúne profissionais do setor de todo o País em Brasília

Enaildo Viana

sua gratidão ao jornalista. “Meu queridíssimo Paiva Netto, eu quero fazer-lhe uma homenagem especial por essa grande figura nacional e internacional que você é. É re-almente uma figura templária de coração. Que Deus o proteja demais; você que sempre serve a Ele. Então, que Ele dê a você muitos anos de vida, porque é realmente uma pessoa muito especial, Paiva, muito mesmo! Você é um homem do bem, para o bem e, acima de tudo, da Verdade. Muito obrigado e parabéns, amigo!”.

Durante os três dias de Congresso da ABERT, foi marcante a presença de empresários e autoridades. Receberam a edição comemorativa de número 200 da revista BOA VONTADE, a exemplo do Ministro Luiz Gushiken (1); do Presidente do STF, Dr. Nelson Jobim (2); do Diretor-Geral da TV Globo de Brasília/DF, Toninho Drummond (3), nas fotos com o jornalista Enaildo Viana, da Rede Mundial de Televisão.

Também prestigiando o evento, o jornalista Paulo Cabral de Araújo (4); o escritor e Dr. ex-Ministro do TCU, Olavo Drummond (5) e a Deputada Federal Zulaiê Cobra (6), ao lado da repórter Sonia Sabatine, da Rede Mundial de Televisão.

de Radiodifusão

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4 � 6

Notícias de Brasília

Fotos: Celso de Oliveira

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tendo como foco inicial o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, propostos pela ONU. Criada e comandada pela LBV, a Rede Sociedade Solidária objetiva mobilizar de forma ecumênica a sociedade civil, reunir as boas práticas em andamento, trocar experiências, discutir os desafios co-letivos e, em conseqüência, incentivar ações em parcerias intersetoriais. Basta ver que o Parlamento Mundial da Fra-ternidade Ecumênica (ParlaMundi), da LBV, localizado em Brasília/DF, já agregou contribuições de 234 organi-zações, representando geograficamente dois países (Brasil e Argentina) e 33 cidades.

A Rede Sociedade Solidária inspira-se também numa pioneira tese do Líder da LBV, José de Paiva Netto, a qual traz avançados conceitos, capazes de estru-turar um amplo trabalho cooperativo e coordenado entre todos os setores da Humanidade.

Assim como nos dois primeiros eventos (leia reportagem da BOA VONTADE, edição nº 199), na capital paulista e no Rio de Janeiro/RJ, o en-contro em Brasília congregou dezenas de ONGs e versou sobre o tema “Alcan-çando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: progresso feito, desafios e oportunidades”. Participaram da reunião no ParlaMundi da LBV representan-

Terceiro setor

O fenômeno da globalização e da internet, interconectando todo o Planeta, alcança com força o Terceiro Setor. Num

paradoxo, essas ferramentas que talvez acirraram ainda mais as diferenças socioeconômicas servem agora para aumentar a justiça social e garantir o desenvolvimento sustentável da Terra. As redes sociais, que reúnem organiza-ções da sociedade civil com objetivos afins, têm um papel fundamental nessa transformação.

A convite da Legião da Boa Vontade, um expressivo conjunto de organizações no Brasil e no Exterior se formou em torno de um ideal de Solidariedade,

Marta Trigueiro

Sociedade civil apresenta-se como a grande aliada para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, da ONU.

Sociedade Solidárialança RedeLBV

Durante o encontro da Rede Sociedade Solidária, promovido no ParlaMundi da LBV, o debate sobre os Oito Objetivos de Desenvolvi-mento do Milênio da ONU. Na mesa, da esquerda para a direita, Ilda Peliz, Presidente da Via Social Consultoria e da Associação Bra-sileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Hemopatias (Abrace); Juan Carlos Natcheff, representante da Vice-Gover-nadoria do Governo do Distrito Federal; Ao centro, Paulo Medeiros, representante do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto; Pedro Alves de Souza Filho, Presidente da Casa da Cidadania de Brasília, e Zorilda Gomes, Diretora de Articulação e Mobilização Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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tes de entidades da sociedade civil, de lideranças comu-nitárias e de en-tidades religiosas com ação social de Brasília e cidades-satélites.

O Assessor Internacional da LBV, Danilo Parmegiani, conduziu a solenidade de abertura, apresentando os seguintes palestrantes convidados: Zorilda Gomes de Araújo, Diretora de Articulação e Mobilização Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Juan Carlos

seriedade na dispo-sição para discutir uma grande temá-tica internacional, que são os oito Ob-jetivos do Milênio”, analisa.

A Presidente da Abrace, Ilda Peliz, que colaborou com

o evento desde sua fase preparatória, parabenizou a LBV, afirmando que o acontecimento é “pioneiro no Distrito Federal”.

Neste sentido, também Pedro Alves enfatiza que é primordial esta troca de experiências, para que o caminho ven-

A Presidente da Abrace, Ilda Peliz, que colaborou

com o evento desde sua fase preparatória, parabenizou

a LBV, afirmando que o acontecimento é “pioneiro no

Distrito Federal”.

Sociedade Solidárialança Rede

Del Carpio Natcheff, representante da Vice-Governadoria do Governo do Distrito Federal; Ilda Ribeiro Peliz, Presidente da Via Social Consultoria e da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Hemopatias (Abrace); e Pedro Alves de Souza Filho, Presidente da Casa da Cidadania de Brasília. Durante o acon-tecimento, as ONGs dividiram-se em grupos temáticos de trabalho de acordo com o campo de atuação e em oficinas acerca dos oito ODMs.

Para Zorilda Gomes, esta “é uma iniciativa fantástica”, pois disponibiliza informações e mantém uma relação mais estreita com a comunidade. “É um gesto que demonstra responsabilidade,

cido por instituições mais antigas nas dificuldades do dia-a-dia sirva como trilha para outras: “A LBV está fazendo uma ação que há muito tempo outras ONGs têm procurado, têm buscado, orientando organizações para igualmen-te realizarem o trabalho social de que tanto o nosso País necessita”.

E concluiu Vandic Antônio Souza Costa, membro da Ordem Rosa-cruz: “(...) A LBV tem uma estrutura que permite organizar este tipo de acon-tecimento. E ele é muito importante hoje para que a gente possa se integrar e conhecer outros serviços que são feitos, para alcançar, cada vez mais rápido, os nossos objetivos de bem comum”.

Rede Sociedade Solidária chega à Argentina

Em Buenos Aires, Argentina, no dia 1º de abril, abriu-se a rodada de discus-sões que envolve os países da América Latina, principalmente as nações que integram o Mercosul. A Sede da LBV (Calle José Mármol, 964, Caballito, tel. (5411) 4925-5000) recebeu diver-sas entidades da capital portenha para apresentar suas visões sobre os ODMs, verificando sua aplicabilidade, por regiões e em âmbito mundial.

Os primeiros reflexos

O resultado de questionários vir-tuais de várias partes do Brasil e dos encontros presenciais realizados, em março e abril deste ano, nas três ci-dades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília) e em Buenos Aires pode ser visto no documento elabora-do com a participação dos integrantes da rede, que será elevado ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc). Por possuir status consultivo geral no Ecosoc, a LBV endereçou o relatório das ONGs como subsídio à Reunião do Alto Segmento desse con-selho em sua Sessão Substantiva, a ser realizada em julho deste ano, em Nova York, EUA.

Cabe ainda destacar que, além das propostas principais, este material traz a necessidade de se elaborar um programa coletivo de capacitação de agentes sociais, que poderão fortalecer o desempenho direto na implementação dos ODMs como parceiros no cumpri-mento de projetos eficientes. Outro pilar defendido, tendo em vista a base das ações, foi o de promover a inclusão espi-ritual e resgatar valores irrestritamente ecumênicos, agregando aos projetos sociais, educacionais, ambientais e econômicos a formação integral do indivíduo, ou seja, como ser espírito biopsicossocial, proposta educacional da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, aplicada nas escolas da LBV.

Leia o documento entregue às Na-ções Unidas e o nome das organizações não-governamentais que integram a Rede Sociedade Solidária no site da LBV (www.lbv.org.br).

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São Paulo/SP, Dr. Sidney Ferdeman, é quem comprova isso. “Com essas mudanças alimentares não só se pre-vinem doenças como também se têm oportunidade de viver com uma saúde melhor”, comenta.

Além disso, estudos recentes indi-cam que um cardápio rico em gorduras e pobre em fibras e vitaminas pode ser considerado um fator de aumento da incidência de câncer de mama, uma das causas que mais matam mulheres no País. Já nas crianças a incidência de apendicite pode estar ligada ao mau hábito alimentar. “É causada por falta de fibras. Nós, adultos e crianças, as comemos muito pouco, porque os ce-reais são refinados. O arroz integral tem fibra; o pão teria fibras se fosse feito com farinha de trigo integral. E ela dentro do estômago, do intestino estimula o

SaúdeAlimentação balanceada pode prevenir até

25 doenças, inclusive o câncer de mama.

funcionamento dos órgãos. (...) Então deveríamos comer 30 gramas de fibras, mas estamos comendo apenas cinco”.

Outra enfermidade re-lacionada ao mau hábito alimentar é a displasia mamária, que começa a aparecer a par-tir dos 18, 19 anos. A doença é igualmente gerada por gor-duras saturadas, que são queijos e carnes e que pro-vocam os tumores, estimulam o apare-cimento da displasia mamária e, como conseqüência, o câncer de mama.

começa na mesa

Bem-estar

Ao serem indagadas sobre as razões que as levam a não terem uma alimentação sau-dável, muitas mulheres ale-

gam vários motivos, tais como falta de tempo (o que impossibilita o preparo de um cardápio variado) ou até mesmo problemas financeiros — para comprar itens melhores para o organismo huma-no, a exemplo dos produtos integrais e à base de soja. Já as adolescentes simplesmente justificam o gosto ruim dessas substâncias, por isso preferem ingerir refeições apetitosas, mas nem sempre benéficas.

O curioso é que grande parte delas sabe que um dos segredos para manter o corpo em forma e sadio depende do que se come. O Diretor Clínico e Presidente do Centro de Estudos do Hospital São Camilo de

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Fotos: PhotoDisc

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Page 41: Revista Boa Vontade, edição 201

De olho no cardápio

O mais indicado a fazer, segundo o Dr. Sidney, é substituir o pão, ma-carrão, biscoito, bolo pelos mesmos produtos feitos com farinha de trigo integral. “Outra mudança muito im-portante é trocar um mantimento que é promotor do câncer. O tempo de promoção geralmente é de 20 a 40 anos, até aparecer o câncer. Você troca o alimento promotor por um inibidor do câncer. Então comece a usar de manhã, para passar no pão, o queijo de soja, que os orientais chamam de tofu”, sugere.

As alterações no hábito alimentar são tão significativas que, em lugares do interior do Japão, onde se come o tofu e o arroz integral é pequena a incidência do câncer de mama. En-tretanto, quando a mulher japonesa vai morar na capital, ela já manifesta a doença porque vai introduzindo em seu cardápio a carne e o queijo. “Quando a mulher japonesa vai para o Havaí, ela tem o dobro do câncer de mama do que em Tóquio. Quando ela vai para a Califórnia, temos o dobro do câncer de mama do que tem no Havaí”, explica Sidney, justificando que não são fatores genéticos os res-ponsáveis pela grande incidência do câncer de mama ou de ovário e sim fatores ambientais ligados aos hábitos daquela região.

O médico acredita que, com um cardápio equilibrado, é possível prevenir doenças como o câncer, o infarto, a diabete, a prisão de ventre, a obesidade e a apendicite. “São, ao todo, 25 males que se pode diminuir o risco com a reeducação alimentar”, explica.

Em conseqüência do corre-corre da vida moderna, a mulher acaba adquirindo doenças por causa des-se novo modelo de nutrição. Por isso, o médico aconselha incluir no dia-a-dia os cereais integrais, já que estes são uma grande fonte de fibras, proteínas e ácido fólico. “As proteínas de um arroz integral, de um pão integral e de um queijo de soja ou tofu nos protegem do câncer; as fibras aderem nas gor-duras, impedindo a sua absorção pelo organismo; e o ácido fólico contido no arroz integral e no pão integral, sistematicamente, destrói células cancerosas”.

O médico ainda diz que é ne-cessário comer verduras, legumes e frutas, além de praticar exercícios físicos e cortar o cigarro e as be-bidas alcoólicas. “Um copo desse tipo de bebida por dia aumenta em 10% o risco de câncer de mama e no intestino grosso. O mesmo ocorre com o uso do cigarro, com a falta de exercícios físicos e por causa da poluição atmosférica nas grandes cidades”. [R.O.]

“As proteínas de um arroz integral, de um pão integral

e de um queijo de soja ou tofu

nos protegem do câncer (...).”

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pela Instituição almoçaram no res-taurante Paulo do Peixe, a convite do proprietário do estabelecimento Paulo Pires. Ao receber dos representantes da Legião da Boa Vontade o livro Como Vencer o Sofrimento, do escritor Paiva Netto, Paulo ficou muito emo-cionado, e afirmou: “Quem merece presentes são os Vovôs da LBV e essa equipe que realiza um trabalho maravilhoso”. Um dos residentes do Lar, o sr. Aurino Cardoso (84 anos), homenageou o anfitrião com um belo poema enaltecendo o carinho que ele tem com os mais velhos.

Completando o tour pela cidade, esses Irmãos da Melhor Idade visi-taram a tradicional fábrica de Café Faraó. Um passeio muito interessante para eles, pois tiveram no local uma verdadeira aula de agronomia. As pro-prietárias da fábrica, Adriana e Jussara Guedes, explicaram atenciosamente todo o processo de plantação, a melhor região para o cultivo, além de mostrar as etapas de seleção dos grãos, degus-tação e empacotamento. Os idosos mostraram-se bastante interessados e perguntavam sobre os benefícios do produto. Após a visita, foram convi-dados a tomar o café durante o lanche da tarde, experimentando as variações da bebida e, ao final, todos ganharam brindes. A empresa Faraó também doa mensalmente café para a Instituição.

Lazer,

Lar de Idosos da LBV em Volta Redonda

investe em convívio social

e bem viver.cultura

O Lar da LBV para a Melhor Idade no município de Vol-ta Redonda/RJ (Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079,

Santa Rita do Zarur, tel. (24) 3346-7150), além de todo o atendimento que proporciona aos internos de Longa Permanência e aos Vovôs do Centro Dia (passam o dia no Lar e voltam à noite para a casa dos familiares), ofe-rece atividades externas culturais e de lazer, que visam enriquecer o convívio social e levá-los a interagir com outras pessoas.

Muitas dessas iniciativas são rea-lizadas graças ao apoio de empresas privadas e órgãos municipais, como a série de eventos que se deram no fim de abril. Primeiro, um passeio oferecido pela Prefeitura Municipal de Volta Redonda, quando o grupo pôde ir ao zoológico e, na seqüência, ao “Pesque e não pague”, recebendo varas, anzóis e iscas para a pesca, que durou a tarde inteira.Todos puderam participar de uma caminhada no par-que da cidade.

Dentro dessa programação, os atendidos pela LBV participaram de um baile estilo anos 1960, no Asilo Dom Bosco. O evento em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SMEL) reuniu os três lares para a Terceira Idade da região a fim de confraternizarem. O resultado foi além do esperado, pois todos os Vovôs re-lembraram antigos sucessos, dançando, brincando e vestindo-se a caráter.

Dias depois, os idosos atendidos

Selma Corrêa

Visite e ajudeAv. Nossa Senhora do Amparo, 5.079, Santa

Rita do Zarur, tel. (24) 3346-7150

Em Volta Redonda, os idosos que passam o dia na LBV fazem atividades de fisiote-rapia e lazer.

(Fotos: Ivan Sousa)

Melhor idade

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Page 43: Revista Boa Vontade, edição 201

Conforme prometi em coluna anterior, apresento mais alguns trechos da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, particu-

larmente o capítulo quarto do Direto à Saúde, que traz avanços relevantes para os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Vamos ao texto:

“Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde — SUS, ga-rantindo-lhe o acesso universal e iguali-tário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1° A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I — cadastramento da população idosa em base territorial;

II — atendimento geriátrico e geron-tológico em ambulatórios;

III — unidades geriátricas de refe-rência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;

IV — atendimento domiciliar, in-cluindo a internação, para a população

Estatutoque dele necessitar e esteja impossi-bilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;

V — reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.

§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medica-mentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recur-sos relativos ao trata-mento, habilitação ou reabilitação.

§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valo-res diferenciados em razão da idade.

§ 4º Os idosos portadores de defi-ciência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.

Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saú-de proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo inte-gral, segundo critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao pro-fissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é

assegurado o direito de optar pelo tra-tamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:

I — pelo curador, quando o idoso for interditado;

II — pelos familiares, quando o ido-so não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil;

III — pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;

IV — pelo pró-prio médico, quando não houver curador ou familiar conhe-cido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.

Art. 18. As insti-tuições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promoven-do o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos:

I — autoridade policial;II — Ministério Público;III — Conselho Municipal do

Idoso;IV — Conselho Estadual do Idoso;V — Conselho Nacional do

Idoso.”

Jornalista Walter Periotto

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do Idoso

“§ 3º É vedada a discriminação do

idoso nos planos de saúde pela cobrança

de valores diferen-ciados em razão da

idade.”

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No início do século XIX aparece um modelo mais democrá-tico para o poder: a idéia da soberania popular, ou seja, a

sociedade civil passa a ser conside-rada também um corpo político, que tem vontades expressas por um representante. Na Europa, esse período é marcado pelas crescen-tes exigências democrá-ticas que começaram a despontar nas reinvi-dicações de sindicatos e do próprio cidadão comum, a exemplo das escolas gratuitas e obri-gatórias para crianças. Essa iniciativa foi tomada para dar um basta à exploração do trabalho infantil (crianças de apenas 5 anos chegavam a ter uma jornada de 16 horas diárias), assim como muitas outras ações que mudaram a estrutura da organização social da época.

Dessa forma também ocorreu no Brasil, ainda que tardiamente. Aqueles que abraçaram esses mesmos ideais liberais queriam a tão sonhada liberdade econômica, não tendo mais obrigações com Portugal. Entretanto, não foram capazes de compreender o latu sensu do que vem a ser a democracia, pois, debaixo de suas próprias barbas, nas fazendas, não admitiam a libertação dos escravos, mantendo a prática desse desumano regime.

Desde então, os empresários, que buscavam a liberdade econômica, come-

çaram a perceber que, com o processo do aumento da produtividade, precisariam de mais pessoas para consumir. Essa vi-são tem sua raiz na Revolução Industrial

na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII.

Ainda assim, até o começo do século XIX, poucos

se preocupavam em solucionar o problema da escravidão ou se questionavam sobre as más condições de vida nas senzalas, até porque, para eles, era

natural o negro não ter liberdade (e até mesmo

ser submetido a maus-tratos).Na tentativa de rapidamen-

te inserir o Brasil nesse contexto, o governo britânico decretou o Bill Alber-deen (a marinha inglesa teria poderes de apreender qualquer navio negreiro que atravessasse o Atlântico rumo às terras brasileiras). Graças às empresas inglesas em território nacional, controlando mais da metade das exportações, e as ameaças militares e políticas, o governo brasileiro cedeu aos interesses britânicos e assinou a Lei Eusébio de Queirós (1850), tornan-do ilegal o tráfico de escravos. Nem por isso, os senhores de engenho desistiram de tal ato: entre os anos 1841 e 1850, mais de 378 mil africanos desembarca-ram no País. Após a assinatura dessa lei, foram contabilizados cerca de 6 mil.

Foram quase 400 anos da prática escravista. Somente em 13 de maio de

Natália Lombardi

Por uma novaabolição

1888 a Princesa Isabel, filha do então imperador do Brasil, D. Pedro II, en-quanto este viajava, assinou a conhecida Lei Áurea, que, finalmente, decretava a libertação de todos os escravos no País. Infelizmente, o que já é de conhecimento de muitos, essa lei não garantiu que certos vícios do regime desapareces-sem do cotidiano — mesmo nos dias

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Nas senzalas, os negros viviam em condi-ções subumanas.

Princesa Isabel

“É urgente expulsar do

Brasil o espírito de senzala que

envergonha nossa terra.”

Paiva Netto

Reprodução do Decreto assinado

pela Princesa Isabel, em 1888.

Memória

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Page 45: Revista Boa Vontade, edição 201

Para saber mais:WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da política II. São Paulo/SP: Ática, 2000.

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo/SP: Scipione, 2005.

atuais: preconceito étnico, desvalorização do trabalho manual e desrespeito aos tra-balhadores.

Esses fatos são apenas alguns dos agravantes que contribuem de forma negativa para as já desarmônicas relações interpessoais. O respeitado geógrafo Milton Santos (1926-2001) certa vez afirmou que “quem é negro sabe muito bem que é, porque é lembrado desta condição dia-riamente”. A escravidão deixou muitas marcas na sociedade brasileira, como a concentração de índios, negros e mesti-ços nas camadas mais pobres da popu-lação, ficando, conseqüentemente, sem acesso ao que lhes é de direito: saúde, segurança, alimentação, educação, etc. Prova disso é uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Dirigen-tes das Instituições Federais de Ensino Superior a qual revela que 55,9% dos alunos nas universidades são brancos, 28,3 % são pardos, 5,9% negros e 6,4% de outras etnias.

Liberdade

Para marcar as comemorações do dia 13 de maio, a revista Afirmativa Plural (uma publicação da Afrobras — Sociedade Afro-Brasileira de De-senvolvimento Sociocultural), edição

especial de maio/junho sobre os 117 anos da Abolição da Escravatura, publi-cou o artigo “O Abolicionista Divino”, do escritor Paiva Netto, que afirma há décadas: “Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual. A Prince-sa Isabel assinou a discutida Lei Áurea, mas a cultura escravista permanece. É urgente expulsar do Brasil o espírito de senzala que envergonha nossa terra. A verdadeira alforria será fortalecida pelo respeito à diversidade, marca registrada de nossa cultura, cuja riqueza se encon-tra na diferença. Igualmente virá pela Instrução e pela Educação, iluminadas pelo sentido da Espiritualidade Ecumê-nica, que é Amor e Justiça, Ciência e Amor para todas as etnias. Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual, de preferência em conso-nância com essa instigante sugestão do Sublime Reformador: Procurai primei-ramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas (Mateus, 6:33)”.

“Paiva Netto é uma jóia preciosa. Ele é

uma liderança, uma personalidade, uma

autoridade nesse tema (...) tem inspirado muitos

trabalhos, pois foi pioneiro. Talvez hoje seja mais fácil falar do negro, por uma

série de conjunturas. Mas antes, quando era muito

difícil ser a favor do negro, ele já o fazia. Então, é

um baluarte na condução desse tema em todos os

veículos de comunicação e nas posições doutrinárias.”

José Vicente, Presidente da Afrobras e

Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares de São Paulo/SP

A ilustração faz parte da capa do LP Negrada — Jesus, o Grande Libertador, do compositor Paiva Netto, lançado em 1983, em Salvador,

homenageando o estado baiano.

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José Vicente

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Quem entra numa grande feira de livro tem a sensação ímpar de estar em uma verdadeira vitrine de talentos, que traz

para o mundo literário os mais diversos e empolgantes assuntos. Na XII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janei-ro, que se realizou de 12 a 22 de maio, na capital fluminense, o maior evento do gênero na América Latina, isso é multiplicado por mil.

Autores novos, antigos, reno-mados, seja quem for, sempre há surpresas quando se pesquisa este mundo fantástico. Uma das obras que chamaram a atenção do público foi a nova edição, revista e ampliada, de As Profecias sem Mistério, de Paiva Netto (Editora Elevação, 496 páginas.). Para entender um pouco do fascínio que este autor exerce, é interessante talvez visitar o seu passado e ver que já na ju-ventude despontava nele um equilíbrio e perspicácia bem além da idade física. Textos impressionantes, escritos por ele aos 18 anos, como os pensamentos a seguir, são um exemplo disso: “(...) Tudo o que estudei até hoje, pensando encontrar e compreender Deus, pelo intelecto, desfaz-se ante a pureza de um coração humilde, mas transbor-dante de amor. Que grande adúltero é o cérebro sem o coração. Ó Jesus, enchei meu coração de amor! (...)” e também: “Fora do meu dicionário a vil palavra desânimo”.

Ainda jovem inicia sua incursão pelo jornalismo e, na década de 1980, lança suas primeiras obras literárias, alcançando logo a consagração como escritor, profissão que passou a abraçar

Leila Marco

também com invejável sucesso, além, é claro, de seu notório trabalho à frente da LBV.

Esta antiga busca pelo intelecto uni-do ao sentimento, e uma alma das mais religiosas, o fez debruçar, por quase meio século, a decifrar o último livro da Bíblia Sagrada. Cabedal responsável por diversos títulos seus sobre o tema. Por isso, quando trouxe novamente o assunto à tona nesta Bienal, confirmou, mais uma vez, porque é um dos autores mais lidos no Brasil e Exterior.

Como de seu primeiro lançamen-to, em 1998, quando repercutiu nos mais concorridos eventos nacionais e internacionais da área literária — a exemplo da 50ª Feira do Livro de Frankfourt (Alemanha) e da 16ª Feira Internacional do Livro da Espanha (Liber’98), em Barcelona — a obra foi outra vez uma das mais procura-das da Bienal do Rio. Vale destacar que o título integra, com Somos todos Profetas e Apocalipse sem medo, a coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que já alcan-çou a marca de mais de um milhão de exemplares vendidos.

O interesse dos leitores durante a Feira aponta também para outro dado relevante: o Apocalipse, com seus “mistérios”, continua a provocar a mesma curiosidade e inquietude de sempre, pois, apesar de dois mil anos de existência, ainda é praticamente desconhecido pela maioria das pessoas, que não o lêem ou simplesmente não o compreendem.

Daí ser bem-sucedido Paiva Netto, que proporciona a quem o lê uma série

Obra de Paiva Netto é sucesso de vendas na maior feira de livros da América Latina

As Profecias sem Mistério

BIENALLiteratura

Fotos: Alexandre Avelino, Alziro Braga, Gilso Furtado, Jorge Alexandre, Lícia Curvello, Simone Barreto e Waldomiro Manoel.

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de conclusões pioneiras a respeito do tema, que aborda com clareza, ori-ginalidade e de modo ecumênico. E, dessa forma, torna-o acessível a todos os estudiosos das Escrituras Sagradas e até mesmo para os leigos.

Livreiros destacam a obra

Renato Scolamieri, Diretor de Marketing da Laselva Bookstore, cuja rede tem foco principal nos aeropor-tos, vê com entusiasmo o lançamento: “O livro Reflexões da Alma foi um sucesso, vendeu uma quantidade muito grande. O público do aeroporto é comprador, sem dúvida, dos livros do Paiva Netto! Agora, ele está vindo com As Profecias sem Mistério, que tem capítulos novos, numa edição atualizada e revista. Não tenho dúvida que o nome do escritor é referência para este tipo de projeto. Com certeza a Laselva será uma das grandes ven-dedoras do produto”.

Para José Carlos de Carvalho, representante da DPL Distribuidora, “na maior festa da cultura e da lite-ratura brasileira não poderia faltar o lançamento do Paiva Netto, que, sem sombra de dúvidas, é um grande agre-gador e conciliador da família. Ele só vem a engrandecer este evento!”

Sobre o teor do trabalho também afirmou o representante da DPL: “A obra do Paiva Netto é rica na produ-ção e no conteúdo, dispensa qualquer argumento de venda. A obra por si já vende muito! Nós estamos felizes com o sucesso dela aqui em nosso estande. As Profecias sem Mistério está entre os mais vendidos”.

Décio Braga, profissional da área de publicidade e muito respeitado no setor editorial, no qual atuou por vários anos, é outro que faz um retrospecto das qualidades do escritor: “É um prazer estar aqui conversando sobre a comemoração de um milhão de exemplares ven-didos da coleção. Vocês não podem deixar de ler, mesmo quem já tenha (as edições antigas), garanto que é novo. Tem muita novidade neste trabalho. Eu não poderia deixar de mandar um abraço com carinho para toda a equipe e, principalmente, a você, Paiva!”.

“A obra do Paiva Netto é rica na produção e no conteúdo, dispensa qualquer argumento de venda. A

obra por si já vende muito!”José Carlos de Carvalho, representante da

DPL Distribuidora.

“O público do aeroporto é comprador, sem dúvida, dos

livros do Paiva Netto!”Renato Scolamieri, Diretor de Marketing

da Laselva Bookstore.

Público superlota o estande da Editora Elevação

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O livro As Profecias sem Mistério foi revisto e ampliado, alcançando a expressiva marca de 496 páginas, o que corresponde a quase o dobro de sua formatação original. A obra, belamente ilustrada, apresenta in-clusões preciosas na primeira parte e capítulos inéditos na segunda. Chamamos a atenção à Mensagem da Legião da Boa Vontade (LBV) para a 49a Sessão da Comissão do Status da Mulher, das Nações Unidas, Nova York — EUA, divulgada pela ONU, em seus seis idiomas oficiais (Inglês, Espanhol, Francês, Árabe, Russo e Chinês) a delegações de Estado e a organizações não-governamentais. Aliás, a LBV foi a primeira ONG brasileira a possuir o relevante status consultivo geral no Conselho Econô-mico e Social (Ecosoc). É o Brasil cumprindo seu valoroso papel de Solidariedade Ecumênica, no cenário internacional.

Paiva Netto aprofunda sua análise sobre os dramas mundiais, ocorridos nos últimos anos e décadas, unin-do harmoniosamente acadêmicos, cientistas, religiosos, ateus e as mais diversas personalidades históricas, de épocas distintas, a exemplo do

Profecias,Francisco Periotto — Jornalista

famoso líder marxista Luiz Carlos Prestes (1898-1990), bem como do renomado médico e político, atual-mente na Pátria Espiritual, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), que alertam acerca das constantes ameaças de guerra nuclear, químicas e de outros tipos, sofridas por nosso Planeta, além dos cada vez mais fla-grantes prejuízos provocados pelas mutações climáticas causadas pela desatenção humana para com a sua única morada, a Terra.

As idéias e os conceitos emitidos pelo escritor, preocupado em debater os sérios temas que aguçam o inte-resse dos povos, revelam respostas confortadoras aos Seres Humanos. Jamais percam a esperança, aconse-lhava o sempre lembrado Papa João Paulo II (1920-2005).

O autor do best seller As Profe-cias sem Mistério, Paiva Netto, por sua vez, recomenda: “Sejam, pois, os nossos olhos Luz para que possamos descobrir as belezas espirituais do Apocalipse (...) que contém frater-nas convocações à Perseverança, à Fé, às Boas Obras, à Oração, à Vigilância e à Obediência à mais elevada Ética”.

fim dos tempos e Boas Obras.

que ele escreve uma vírgula faltando, um senão. Asua obra é irrepreensível. Eu procuro usar os textos dele em sala, em minhas aulas aqui no Rio de Janeiro, no colégio onde leciono. (...) Ele é um revolucionário. (...) Realmente ele é um educador na essência”.

O autor escreveu outros best sel-lers como Crônicas & Entrevistas, Sabedoria de Vida, Cidadania do Espírito, Como Vencer o Sofrimento e Reflexões da Alma.

“Estou impressionado com a capacidade,

o discernimento, com a profundidade do

conhecimento de Paiva Netto. Ele realmente é o

supra-sumo da lingüística atual, não existe no que ele escreve uma vírgula

faltando, um senão. A sua obra é irrepreensível.Eu

procuro usar os textos dele em sala, em minhas aulas aqui no Rio de Janeiro, no colégio onde leciono. (...) Ele é um revolucionário. (...) Realmente ele é um educador na essência.”

Valmi Figueiredo da Silva, professor de Literatura Portuguesa, Brasileira e Inglesa.

Das livrarias para as salas de aula

Fora do meio livreiro, mas no

campo literário, Valmi Figueiredo da Silva — professor de Literatura Portuguesa, Brasileira e Inglesa —, não esconde sua admiração: “Estou impressionado com a capacidade, o discernimento, com a profundidade de conhecimento do Irmão Paiva Netto. Ele é realmente o supra-sumo da lingüística atual, não existe no

O especialista em Marketing Décio Braga e Gilso Furtado, da Editora Elevação.

Literatura

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Leitoresse manifestam

Muitos dos que compraram As Profecias sem Mistério, não perde-ram tempo e já “devoraram” o livro. Parte desses leitores manifestou sua opinião a respeito da obra pela Rede Boa Vontade de Comunicação. Leia, abaixo, algumas delas:

“É uma alegria muito grande ter

tido a oportunidade de adquirir essa nova edição do livro As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto, que eu conheço de longa data as obras dele. Esse livro é muito interessante pelo fato de ele nos fazer diversos alertas a fim de que tenhamos atenção ao meio ambiente, que o conservemos para que os nossos filhos e netos vivam num mundo saudável. Recomendo a todos meus amigos, advogados, familiares”. (Robson Duarte — advogado)

“As Profecias sem Mistério são 496 páginas e mais as capas de pura jóia espiritual. Minha esposa, Maria Magdalena, e eu estamos lendo com muito carinho e prazer. É até importan-te dizer que as ilustrações são ímpares, porque abrangem obras dos museus mais visitados do mundo. Do Plano Espiritual ou já reencarnados, esses autores grandiosos da Humanidade estão recebendo essa manifestação de respeito e compreendem muito bem o que significa o seu trabalho que será visto por milhões de pessoas em todo o mundo. A primeira edição dessa obra já é grandiosa. E este, então, revisto e ampliado, não temos palavras para qualificá-lo, a não ser dizer que é grandiosíssimo. Os temas do livro são fantásticos, acrescidos do tamanho da letra, facilitando a leitura pelas pessoas de mais idade. O Brasil deve se orgu-lhar ao ler As Profecias sem Mistério. Ele se traduz na vivência do Novo Mandamento de Jesus, Amai-vos como Eu vos amei, bem como pela visão bem adiantada e qualificada do Irmão Paiva. Que Jesus permita que ele nos traga, sempre, mais obras ma-jestosas como essa”. (Walter Periotto — São Paulo/SP)

O Bolo com Pudim Editorial se-parou várias opções para as crianças que estiveram visitando o estande da Editora Elevação durante a XII Bienal Internacional do Livro, que ocorreu no Rio de Janeiro/RJ. As obras da coleção Fábulas da Natureza (O João de Barro, A Formiguinha Preguiçosa, O Peixi-

nho Vermelho, A Abelhinha Corajosa e O Coelho e o Castor), estiveram à disposição da garotada. Mas não se preocupe. Se você não pôde compare-cer à Bienal, pode comprar essas obras e completar sua coleção ligando para o Clube Cultura de Paz, pelo telefone (11) 3358-6840.

na Bienal do Livro

Crianças do Centro Comunitário, Cultural e Educacional da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, fazem a festa com a coleção Fábulas da Natureza, do Bolo com Pudim Editorial.

A Bienal do Rio bateu o recorde de visitação. Mais

de 600 mil pessoas, segundo os organizadores, passaram

pelos 11 dias da Feira .

A Editora Elevação apresen-tou muitas novidades aos leitores que compareceram ao evento. Destaque para os livros: Diabetes: Como preve-nir, tratar e conviver e 100 Su-cos com Poderes Medicinais, do professor Lelington Lobo Franco; Acredite: Você tem o Poder, do renomado confe-rencista Ômar Souki; Salmos para Cura, da escritora Nivea Mallia Cittadino; e O João de Barro, do autor Legionário William Luz.

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Parafraseando o renomado poeta Fernando Pessoa, que, ao con-vidar os portugueses a jogarem suas naus ao mar para con-

quistar outros continentes, registrou o famoso dístico “Navegar é preciso” —, o título desta matéria sugere ao leitor que se faça o mesmo que na épo-ca das expansões marítimas européias: navegar. Só que o lugar a ser explorado é a imaginação, um exercício possível de ser feito por intermédio da boa leitura, por exemplo.

Um dos grandes incentivadores por despertar esse hábito são os eventos literários que ocorrem pelo mundo tais como a XII Bienal Internacional do Livro, realizada em maio na cidade do Rio de Janeiro. Este ano, o aconte-cimento homenageou a França e para isso contou com uma programação cultural diferenciada e um investimen-to de 18 milhões de reais (somando os gastos de expositores e da própria organização).

A feira mobilizou adultos, jovens e, até mesmo, as crianças. Aliás, a garotada totalizou um terço do público pre-sente. Foram mais de duas mil escolas cadastradas e cerca de 200 mil estudantes buscando nos estandes do acontecimento uma opção divertida, cultural e, acima de tudo, educativa.

Ao passar pelo espaço da Editora Elevação, alunos da 6ª série do Ensino Fundamental da Escola

Bienal do Rio aproxima público de todas as idades das obras literárias

4 de Outubro encantaram-se com a literatura de Paiva Netto e escolheram o autor como tema de trabalho escolar a ser apresentado na semana posterior à Bienal.

Também passaram por lá as crianças atendidas pelo Centro Educacional da LBV, localizado em Del Castilho, que viram de perto os lan-çamentos do escritor Paiva Netto, além de conhecerem as obras lançadas pelo Bolo com Pudim Editorial, o selo infantil da Editora Elevação. “Eu gostei muito daqui por-

que tem muitos livros e brincadeiras”, disse Gabriele Oliveira, de 7 anos.

Além da grande participação de jovens e crianças, o evento teve uma gama de opções do setor livreiro para o público. Afinal, foram mais de 100 mil títulos com temas diversificados espa-lhados pelos três pavilhões, que, juntos, somaram 55 mil metros quadrados.

Personalidades dedicam obras a Paiva Netto

Durante os 11 dias de Bienal, a Rede Boa Vontade de Comunicação esteve no local registrando os principais momentos do acontecimento. As personalidades, ao serem entrevistadas pela equipe de reportagem, fizeram questão de deixar sua mensagem ao dirigente da LBV, que, na ocasião, lançou a 52ª edição

de seu livro As Profecias sem Mistério. O Desembargador Dr. Siro Darlan

Ler é preciso!

Siro Darlan

Cristovam Buarque

Literatura

Rodrigo Oliveira, Danielly Arruda e Isabela Ribeiro

Revista Boa Vontade �0

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expressou sua gratidão pelas inicia-tivas realizadas pelo escritor. “Mais uma vez agradeço a Paiva Netto, esse grande brasileiro, pelos rele-vantes serviços prestados à causa da infância através da LBV e através da sua própria vida”. O Desembargador também dedicou seu livro Siro Dar-lan, integrante da Coleção Gente, que destaca personalidades e nesta edição traz sua biografia: “Ao Presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto. Para o grande brasileiro Paiva Netto com a gratidão pelos seus relevantes serviços à causa da criança brasileira”.

A Juíza e Deputada Federal, Drª Denise Frossard, assim se expressou: “Eu mando minha mensagem ao Pre-sidente Paiva Netto. Aquele lugar ma-ravilhoso, o Templo da Boa Vontade, que eu fui lá em Brasília e estive com vocês! Lugar que nos remete a muita meditação. E um abraço a todos os Legionários da Boa Vontade”.

Em seu livro Os direitos dos Pais, a mestre em Educação Tania Zagury escreveu: “Ao Caro Paiva Netto, com amizade e carinho, Tania”.

O Senador Cristovam Buarque fez questão de mandar um forte abraço a Paiva Netto e também lhe dedicou a obra de sua autoria Os Deuses sub-terrâneos, com a seguinte mensagem.

“Ao Presidente Paiva Netto com a melhor admiração minha”.

Quem também fez questão de deixar sua mensagem foi o Dr. Sérgio Puppin, cardiologista e nutrólogo, membro da Academia de Ciências de Nova York e professor do curso da Associação Brasileira de Medicina Bio-molecular, que lançou o título Doenças Cardiovasculares — Verdades e mitos. Ele também participa da programação da Super Rádio Brasil, emissora da Rede Boa Vontade, no Rio de Janei-ro. “Fico muito contente em poder compartilhar esses conhecimentos, sobretudo com uma rádio tão maravi-lhosa como a de vocês que, além de compartilhar saúde mental e espiritual, também se preocupa com a nutrição e a saúde do nosso povo”, destacou. O Dr. Puppin autografou um de seus livros para o dirigente da LBV. “Ao grande Paiva Netto, carinho, amizade e respeito. As verdades de um coração! Sérgio Puppin”.

Classe artística — O artista e dançarino Carlinhos de Jesus também aproveitou a realização da Bienal para lançar a obra Vem dançar comigo, de sua autoria. Durante a gravação da reportagem, ele relatou que viaja mui-to em virtude de seus compromissos profissionais, mas sempre que retorna para casa, liga a TV para assistir ao

programa Paiva Netto, na Rede Ban-deirantes. Disse que adora as palavras do Diretor-Presidente da LBV, pois o renovam para a luta diária e que é um freqüentador assíduo do Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF.

Na ocasião, enviou um exemplar de seu livro com a seguinte dedicatória: “Ao Mestre Paiva Netto. Um pouco da minha história e andanças. Obrigado! Suas palavras e ensinamentos são bem-vindos e oportunos. Abraços, Carlinhos de Jesus. 5/2005”.

O criador da Turma da Mônica, Mauricio de Souza, também enviou sua mensagem ao dirigente da LBV por meio do autógrafo em seu tra-balho literário Crescer com os pais da Turma. O cartunista registrou: “Ao amigo Paiva Netto e ao filho Emmanuel Adolfo com carinho”. Na entrevista, ele afirmou: “Eu mando um abraço para vocês da Legião da Boa Vontade, para o meu amigo Paiva Netto também. Estamos às ordens para qualquer coisa”.

Um grupo de artistas dedicou livros da Coleção Aplauso Perfil ao dirigente da LBV. Nas dedicatórias, constam: “Caro Paiva Netto: um grande abraço, Carla Camurati”; “Obrigado, Paiva Netto, Renato Consorte. Rio, 19/5/2005”; “Ao Dr. Paiva Netto, com consideração

Denise Frossard Tania Zagury Sérgio Puppin Carlinhos de Jesus

Maurício de SouzaCarla Camurati

Renato Consorte

Beth Mendes, Aracy Balabanian e Ney Latorraca

Myrian RiosZeca Camargo

Abel Silva

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e apreço. Beth Mendes”; “Paiva Netto, parabéns! Obrigada por tudo! Aracy Balabanian”; e “Ao amigo Paiva Netto, com carinho do Ney Latorraca”.

Myrian Rios, atriz, aproveitou a ocasião do evento literário para lançar sua obra Eu, Myrian Rios e autografar um exemplar de seu livro para o dirigente da LBV, desejando-lhe harmonia. “Querido Paiva Net-to, Paz! Myrian Rios”, registrou.

Feliz por dedicar uma mensagem a Paiva Netto, o jornalista Zeca Camargo disse não acreditar que estava autografando um exemplar de seu livro A fantástica volta ao mundo para o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade e que acompanha, com estima, o trabalho da Instituição há muitos anos. Na missiva, escreveu: “Paiva Netto, um grande abraço desse admirador... E boa viagem! É um mundo lindo, aproveite, Zeca”.

O jornalista Sérgio Cabral deixou grafada a mensagem: “Ao amigo Paiva Netto, para sua tolerância, com abraço do Sérgio Cabral”, em seu li-vro Sérgio Cabral (Livro da Coleção Gente), lançado na Bienal.

Outras homenagens — A mé-dica e cardiologista Rosa Célia também divulgou, na Bienal, o seu mais recente trabalho literário. Na

dedicatória encaminhada ao dirigen-te da LBV, escreveu: “Caro amigo Paiva Netto continue à frente deste trabalho maravilhoso que é a Super Rádio Brasil. Com carinho, Rosa Célia”.

O poeta e compositor Fernando Brant, o poeta Abel Silva e o cirur-gião-plástico e músico Marcos Sz-pilman também autografaram exem-plares de obras de suas carreiras . “Para Paiva Netto com o abraço do Abel Silva”; “Para o Paiva Netto, um grande abraço do Fernando Brant”; e “Ao Paiva Netto: Com admiração do Marcos Szpilman”.

Também dedicaram suas obras, a Drª Marília Berrades Marques (Saúde Pública, Ética e Mercado no entreato de dois séculos), que registrou: “Ao Paiva Netto com um grande abraço! Marília”; a escritora Marina Colasanti (A Morada do ser), escreveu: “Para Paiva Netto, com simpatia. Marina Colasanti”; e o educador e autor de livros didáticos e paradidáticos Celso Antunes, que afirmou ser um grande admirador da LBV e de seu dirigente. Na ocasião, dedicou-lhe o novo livro A lingua-gem do afeto, manifestando sua ale-gria por meio dessas palavras: “Para Paiva Netto o sincero sentimento de uma imensa admiração. Celso Antunes”.

Sérgio Cabral Fernando Brant

Rosa Célia

Marcos Szpilman

Marília B. Marques

Marina Colasanti

Celso Antunes

Literatura

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Lucimara Parisi

nos anos oitentas, o Perdidos na Noite e é diretora do Do-mingão do Faustão desde seu início, em 1988.

Em entrevista à Rede Boa Vontade de Comuni-cação no dia do lançamento do título, Lucimara falou de sua grande admiração pelo trabalho da Legião da Boa

Vontade e de seu Diretor-Presidente. Freqüentadora assídua do Templo da Boa Vontade (em Brasília/DF), em especial da Sala Egípcia, contou que já passou horas lá e nem sentiu o tempo passar. “Obrigada pelo carinho! Um abraço grande para todos. Um abraço e beijo, com muito respeito, para José de Paiva Netto, do qual eu sou muito fã.”

Ela ainda dedicou um exemplar da obra para o dirigente da Instituição, com as seguintes palavras: “José de Paiva Netto. Sou sua fã. Abraços, Lucimara Parisi”.

Viviane Lago

Uma mulher que faz

Encontros com Médiuns Notáveis, obra lançada em maio pelo conceituado as-trólogo Waldemar Falcão, narra diálogos do escritor com paranormais de grande envergadura.

O teólogo e escritor Leonardo Boff, que pre-facia o livro, destaca: “wal-demar Falcão músico, editor, tradutor, es-critor, astrólogo, espiritualista e médium, seu percurso pela Espiritualidade e pela mediunidade o levou a ter contato com médiuns notáveis, seis dos quais são aqui biografados por ele”.

“Lenta luta”

Médiuns Notáveis

Do sertão ressequido, agres-te, frutos culturais o Brasil já viu brotar. Talvez pela dificuldade climática, geo-

gráfica e econômica, esses rebentos são mais fortes e teimosos, têm uma insana e ardente vontade de viver. Assim é a autobiografia do cantor e compositor Tom Zé: Tropicalista Lenta Luta. Um livro com a cara e a alma do cantor, que relembra a infância em Irará, cidade distante 200 quilômetros de Salvador/BA. Destaca também sua trajetória nos festivais, quando pelos idos de 1970 protagonizou, ao lado de Gilberto Gil e Caetano Veloso, uma verdadeira revolução na música brasileira com o Tropicalismo. Na obra pode-se ver ainda como ocorre o processo de criação de suas can-ções, há a transcrição de textos dele que foram publicados na imprensa, sua discografia, biografia musical e ainda uma interessante entrevista feita com o compositor pelo crítico de música Arthur Nestrovski e pelo compositor e professor de Lingüística Luiz Tatit.

Tom tem também pessoas que admira, entre eles, como registrou em dedicatória num dos exemplares do título, o apreço pelo trabalho e pela causa da Legião da Boa Vontade e de seu dirigente: “Para meu caro José de Paiva Netto, um abraço do fã”.

[L.S.M.]

Durante a noite de autó-grafos, os representantes da Legião da Boa Vontade pres-tigiaram o evento, levando um fraterno abraço do diri-gente da LBV. O astrólogo retribuiu de forma efusiva, dizendo que “Paiva Netto é muito mais que um amigo, é meu irmão”, e mandou um

forte abraço e um beijo no coração dele. waldemar Falcão enviou ainda um exemplar do seu trabalho, com a seguinte dedicatória: “Para meu Irmão Paiva, com carinho, amizade e apreço do irmão waldemar”.

por Tom Zé

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Lucimara Parisi

Waldemar Falcão

A mais nova casa de eventos e espetácu-los de São Paulo/SP, CantAmerica,

foi palco, no dia 9 de maio, do lançamento do livro Uma mulher que faz, da diretora e jornalista Lucimara Parisi, na qual ela descreve sua trajetó-ria pessoal e profissional, em uma autobiografia.

Do curso de datilografia ao trabalho como figurante na TV Paulista, de dubla-dora na TV Tupi à produtora de esportes na Rádio Nacional, Lucimara construiu uma carreira fundamentada na garra e no respeito aos colegas de profissão, conquistando um lugar de destaque na história da televisão brasileira, além de muitos amigos. A autora nasceu na “Terra da Garoa” e foi criada no bairro de San-tana, Zona Norte da cidade. Aos 16 anos, trocou o nome de batismo, Maria Teresa Romano, pelo qual é conhecida. Dirigiu,

Cantor e ator Tom Zé

Simone Barreto

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A Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus entende que o mundo em que vivemos deixa muito a desejar quando se pretende uma sociedade humana, justa e feliz. Mas identificar isso não é o suficiente. Além de procurar compreender os problemas que impedem a concreti-zação de uma realidade melhor para todos, buscamos identificar o que queremos e o que podemos fazer para que sejam correspondidas nossas expectativas de mudança.

Porque a transformação acon-tece de muitas formas e a melhoria dos mundos pode seguir diversos modelos, mas o que buscamos nos questionar é: “que sociedade pode atender nossas expectativas de vida em sociedade?” (parafraseando Ma-nuel Bandeira, em “A morte absolu-ta”: “Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?”).

Nosso Congresso Internacional (já em sua 30ª edição) visa trocar idéias, informações e questionamentos, além das experiências de sucesso de pessoas das mais diferentes partes do nosso país e de outras nações, com o objetivo de ampliar a construção de um saber ecumênico e profundo, que nos impulsione a ações cada vez

Paula Schnor

melhores, porque mais corretas e competentes.

Todo esse trabalho passa por atividades que acontecem desde julho do ano passado — por uma oficina preparatória (de texto, poesia e imagem); por oficinas de vivência, debate, diálogo e planejamento (que ocorrerão no dia 25/6, data do even-to) — e se organiza a partir de cinco eixos temáticos, na investigação do tema central, escolhido pelos jovens (leia na tabela abaixo).

Para saber mais do que tem sido pensado pelos jovens e acrescentar questionamentos e idéias, compareça ao “30° Congresso Internacional do Jovem da Boa Vontade de Deus”, no dia 25 de junho, em Uberlândia/MG. Informações: (11) 3358-6805.

Rio de Janeiro/RJ — Conscientes de que muitos hospitais precisam diariamente de doadores de sangue, os militantes da Juventude Ecumênica da LBV, do Ria-chuelo, se mobilizaram para doar sangue para o Hemocentro do Hospital da Ordem Terceira do Carmo.

Salvador/BA — A militância jovem da LBV participou do I Seminário Municipal para Políticas Públicas de Juventude, um evento que discutiu a criação de atividades para uma melhor condução dos jovens na capital baiana. Deste encontro surge uma série de ações que ocorrem em todo o Brasil.

O Deputado Estadual Javier Alfaya, um dos palestrantes, reconheceu, na atuação dos militantes da Legião da Boa Vontade, uma mobilização ecumênica. “Parabenizo desde já a Juventude da LBV, porque essa organização é a forma mais abrangente que há na juventude ao lado do movimento estudantil no Brasil. Que a Juventude da LBV aproveite bem a condição de mem-bro integrante. É na juventude que a gente aprende boa parte do patrimônio que vai se utilizar depois como adulto responsável perante a sociedade. Parabenizo a LBV e me coloco à disposição”, disse.

Curtas

Políticas Públicas na Bahia

Ajudando a salvar vidas

Mobilização Mineira

Itapecerica/MG — A Praça da Matriz no centro da cidade parou no dia 15/5 para o encontro da Juventude Ecumênica da LBV. Além de uma panfletagem na região com a mensagem da Dialética da Boa Vontade, os jovens promoveram um estudo no local. O evento foi divulgado pela Rádio Liberdade, que veiculou chamadas na programação e cedeu espaço ao vivo no programa Kiki Ribeiro.

O jovem naPolítica de Deus

Eixos temáticos debatidos no 30º Congresso Jovem da LBV:

— Ética do Espírito no cotidiano;— Economia da Solidariedade Humana e o Capital de Deus;— Cidadania Ecumênica: formação para o diálogo entre as culturas;— O jovem diante da miséria espiritual, moral e social;— O Governo da Terra começa no Céu.

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Ação Jovem LBV

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A ciência humana vem mostran-do notabilíssimos avanços no campo tecnológico, modifican-do-se mais e mais a cada dia,

aprendendo a desaprender o que outrora era tido como certo, todavia não é mais, e nessa trilha segue caminhando para uma evolução jamais vista. A exemplo da concepção geocêntrica do Universo que deu lugar à heliocêntrica, dos modelos atômicos que sempre se aprimoram de acordo com as necessidades dos estudos e nem por isso representam uma verdade absoluta, e também a física quântica e os estudos de Einstein que romperam com muitos conceitos considerados “impos-síveis” para a física tradicional.

A existência do mundo e de seus componentes naturais é anterior a qual-quer ciência ou epistemologia humana, é fruto de um trabalho incessante e contínuo que opera a vida nos mundos mesmo não sendo vista, ainda, por toda forma de energia, que é vida em poten-cial, estando essa condensada ou não.

Antes mesmo de o Homem pro-curar entender e estudar as Leis que regem magistralmente o Universo e, por conseqüência, sua vida, a qual não está à parte da realidade universal, essas Leis já existiam. Como dizia o saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur: “Reli-gião, Política, Filosofia e Ciência são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus”. Portanto, trata-se de Leis Divinas desenvolvidas por uma Ciência também Divina, ou seja, o próprio Deus, e, por isso se faz infinitamente superior à ciência humana, não querendo isso dizer que a ciência humana não poderá, um dia, alcançar essa perfeição.

Como meio para sua evolução, os homens desenvolveram métodos, ciên-cias, pesquisas e estudos, a fim de procu-rar entender esses mecanismos perfeitos que fazem a vida se propagar em todas as direções e sentidos. A partir daí, o Ho-

mem veio descobrindo, redescobrindo, criando e recriando com o objetivo de aproximar-se da perfeição observada e criadora de tudo. E, para tanto, escolheu como verificador e constatador científico da realidade, a razão.

Contudo, com o passar dos séculos, o Homem, que de-senvolvia sua ciência elementar, enclausu-rou-se num casulo de uma razão extremada que, quase sempre, limita os horizontes deslumbráveis pelos seres. Isso aconte-ce como reflexos e reações às questões políticas, sociais, econômicas e religiosas deflagradas no passado, numa época posterior ao tempo em que falar de Deus não representava constrangimento científico algum nos laboratórios que, em muitos casos, eram a própria Natureza.

Dessa maneira a evolução científica humana prosseguiu até os dias atuais, porém cabe aqui relembrar que o foco principal da ciência em seus primórdios

era compreender e se aproximar da Ciência das ciências, a qual não tem um desvio sobremaneira para a razão, tampouco para a emoção desvairada, pois é uma Ciência perfeita e, por ser as-

sim, vive o equilíbrio da emoção com a ra-zão, do Espírito com a Ciência, sem pender mais para um lado do que para outro, numa harmonia sublime que desconhece impossi-bilidades.

Portanto, a ciência humana se desviou nesse ponto do funda-mento da existência,

porque, mesmo não sendo uma tarefa fácil alcançar esse equilíbrio e essa perfeição, a tentativa, a experimentação e o empenho nesse processo gradual e progressivo são obrigatórios. Assim, quando a ciência redirecionar seus paradigmas para a essência humano-espiritual, aproximando-se do centro de equilíbrio Divino, os avanços e os progressos serão muito maiores que o significativo crescimento atual.

a Razão e a Ciência.A Emoção,

Alexandre Herculano Rueda — Militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus.

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A ciência humana vem mostrando notabilíssimos

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Médico do Ratinho na LBV

O Deputado Estadual José Dilson visitou recentemen-te o conjunto educativo da Legião da Boa Vontade,

composto da Supercreche Jesus e do Instituto de Educação José de Paiva Netto, localizados em São Paulo (Av. Rudge, 630/700, Bom Retiro, tel. (11) 3225-4500). Na ocasião, participou ainda das gravações do programa Política Nacional, da Rede Mundial — A TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiri-tualidade! “Eu estou encantado com o que acabei de conhecer e sentir de perto. Este calor humano que a LBV desenvolve junto às crianças. E são crianças de 4 meses a 17 anos. Pes-soas que, desde a infância, tiveram o seu desenvolvimento todo formado dentro da Instituição. O que me fez verificar que responsabilida-de social é praticada pela LBV”, destacou.

O Deputado revelou sua boa impressão sobre o trabalho desen-volvido pela Obra. “Fiquei realmente impressionado. Como podem existir Seres Humanos capazes de ter a sensibilidade humana para cuidar do seu semelhante! Tenho de agradecer a oportunidade que vocês estão me dando de conhecer a Fundação Paiva Netto e a LBV. Espero voltar aqui e falar novamente para essa emissora de tamanha audiência. Muito obri-gado”, concluiu.

O Diário Oficial, da Assembléia Legislativa de São Paulo, edição de 6 de maio (fac-símile a seguir), fez o registro do acontecimento, o qual reproduzimos, na íntegra:

“Parlamentar visita a Legião da

Boa Vontade

“O Líder do PDT na Assembléia Legislativa, deputado José Dilson, es-teve na quarta-feira, 4/5, na Legião da Boa Vontade (LBV) no bairro do Bom

Retiro, na capital paulista. Atendendo ao convite feito pelo apresentador do Programa Política Nacional, Fábio Moreira, o deputado chegou à sede mundial da LBV, do Instituto José de Paiva Netto e dos Centros Educacio-nais que compõem a instituição por volta das 9 horas da manhã e ficou muito impressionado com o que viu.

“Recepcionado pelo coral for-mado pelas crianças que estudam no ensino fundamental da instituição, o líder pôde conhecer todas as salas de aula, laboratórios e demais dependên-cias. Foi lá, também, que o deputado José Dilson conheceu como são feitas as dublagens de filmes e deu entre-vista à Rádio Boa Vontade e à Rede Mundial de Televisão.

“‘Esse complexo educacional (da LBV) é grande, muito bonito e

quem passa na avenida não imagina o quanto de trabalho social é feito aqui’, disse o parlamentar, referin-do-se às cerca de 1.200 crianças que todos os dias têm aulas e podem levar alimentação para casa.

“Muitas das crianças o reconhe-ceram como o ‘médico do Ratinho’, graças ao trabalho que presta, de for-ma voluntária, no programa de Carlos Massa. Nas entrevistas que concedeu, o deputado também prestou contas do trabalho que desempenha na Assem-bléia”. [L.S.M.]

“Eu estou encantado com o que acabei de conhecer e sentir de

perto. Este calor humano que a LBV desenvolve junto às crianças. E são crianças de 4 meses a 17 anos. Pes-soas que, desde a infância, tiveram

o seu desenvolvimento todo formado dentro da Instituição. O que me

fez verificar que responsa-bilidade social é praticada

pela LBV.”Deputado Estadual José Dilson

Acontece

O Deputado Estadual José Dilson, ao lado do apresentador de TV Carlos Massa, o popular Ratinho.

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Reconhecimento e gratidão são alguns dos sinônimos para descrever a cerimônia promovida pela Assem-

bléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul para saudar os serviços prestados pela Legião da Boa Vontade ao povo gaúcho. A sessão especial ocorreu no Plenário do Palácio Farroupilha, na capital do Estado, neste 12 de maio, por proposta do Deputado Marco Alba.

lizados, porque criança mexe com qualquer um. Esse trabalho merece o nosso reconhecimento, pois ele trata o cidadão com dignidade, com Amor, Solidariedade e Espiritualidade. Por isso, é importante que Paiva Netto saiba que o queremos aqui no Rio Grande do Sul, agora e no ano que vem, quando ele completará 50 anos de trabalho pela LBV, porque tenho certeza que isso vai motivar ainda

vida mais digna, é um serviço de dimensão grandiosa, que completa a ação do setor público. O Rio Grande do Sul avança, e muito, com o apoio da LBV”.

Com igual júbilo, o Deputado Edson Portilho agradeceu aos co-legas e em especial a Marco Alba, pela iniciativa de realizar aquela solenidade. “Parabéns a esta Casa por ter aberto as portas para uma

Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul homenageia a LBV

A placa entregue à Instituição por ele e pelo Deputado Estadual Elmar Schneider, que presidiu a sessão, registra os motivos que levaram os legisladores da Casa a fazer esse preito: “Em nome dos gaúchos, a nossa homenagem à Legião da Boa Vontade (LBV) pelos seus 55 anos de existência, pelos 50 anos do núcleo nº 7 de Porto Alegre e pelos 45 anos do Lar e Parque Alziro Zarur, em Glorinha”.

Ao falar à Rede Boa Vontade de Comunicação, o propositor da láurea comentou: “Foi um momento emocionante! Nós, que tínhamos essa homenagem planejada em re-conhecimento ao trabalho da Legião da Boa Vontade, não esperávamos que o clima se contagiasse com as crianças. Todos os Deputados ficaram extremamente motivados e sensibi-

mais os gaúchos a colaborarem com essa forma tão bonita, inteligente e séria de conduzir e construir os desti-nos dos cidadãos que mais precisam: as nossas crianças e os que estão no campo da exclusão social”.

Várias autoridades prestigia-ram o acontecimento, a exemplo do Deputado Berfran Rosado, que comentou os programas socieduca-cionais desenvolvidos pela Obra: “Tive oportunidade de conhecer o Complexo da LBV em Glorinha e a qualidade do serviço que presta para a comunidade. Parabéns por esse trabalho bonito, solidário, humanitário, grandioso, que é pres-tado em defesa daqueles que mais precisam. Cuidar das crianças, dos adolescentes, das mulheres (que têm dificuldades), dos idosos, en-caminhá-los para uma condição de

Festa no Palácio Farroupilha

Berfran Rosado Elmar Schneider

Fernando Zacher Edson Portilho

Na imagem à esquerda (1), o plenário do Palácio Farroupilha ficou lotado durante a homenagem à LBV. Na outra foto (2), o Deputado Marco Alba, propositor da Sessão especial ladeado por Wilson Bigas, Ana Paula Campos (represen-tantes da LBV no evento) e os Guris do Lar e Parque da LBV, em Glorinha/RS.

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Conhecido como Templo da Natureza e da Criança, o Lar e Parque Alziro Zarur da LBV, no município de

Glorinha, a 40 km de Porto Alegre/RS, completou, em 23 de maio, 45 anos de atividades dedicadas ao bem-estar de milhares de meninos em situação de risco social e pessoal.

Desde a década de 1960, quando foi inaugurado, o Lar tem mudado a vida de muitos guris. Atualmente, atende, em regime residencial, cerca de cem garotos entre 6 e 18 anos que estão afastados de seus pais, por serem órfãos, ou porque seus responsáveis perderam momenta-neamente a guarda deles na Justiça, ou ainda em conseqüência das dificuldades financeiras de seus familiares.

A obra — que atua sob o lema Edu-cação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualidade Ecumê-nica — ocupa uma área com mais de

Por tudo que representa e pela beleza do lugar, em 22 de abril des-te ano, o Lar e Parque da LBV foi escolhido pelo Prefeito João Carlos Fialho Gomes para fazer parte da rota turística de Gravataí/RS, da qual fazem parte as cidades de Glorinha, Caraã e Santo Antônio da Patrulha. Os turistas, vindos de diversas partes do Rio Grande do Sul e do Brasil, terão mais um atrativo para conhecer

um milhão de metros quadrados. A Natureza é predominante no local, decorado com flores e centenas de árvores, muitas delas frutíferas.

Visando à sua integração e sociali-zação, os guris freqüentam escolas na cidade. Na LBV, recebem reforço escolar diário de professores, alimentação balan-ceada e atendimento médico completo. A Instituição firma-se na Pedagogia do Cidadão Ecumênico, inovadora propos-ta criada pelo dirigente da Instituição, o educador Paiva Netto, que cuida não apenas do cérebro, mas também do coração.

O Lar também é aberto à visita da população. Possui jardins internos, gi-násio poliesportivo, quadras de futebol e um quiosque com produtos naturais. Há ainda um CTG — Centro de Tradições Gaúchas onde os meninos participam de atividades culturais (como música e dança) e torneios esportivos.

Educação, amparo e Amor: sinônimos de um Lar muito especial.

Marta Trigueiro e Liliane Cardoso

Na rota do turismo do Sul do Paíse freqüentar a região.

Para o Prefeito, “o Lar da LBV será o melhor ponto turístico do mu-nicípio!”.

O Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, está localiza-do na Rodovia RS 030, Km 19, parada 119, em Glorinha/RS, tel. (51) 487-1033. Em Porto Alegre, o endereço é Av. São Paulo, 722, São Geraldo, tel. (51) 3325-7000.

entidade tão importante, que traba-lha com os excluídos, com aqueles que estão com fome de emprego, de segurança, de saúde, de Educação e que querem ver esse País crescer e se desenvolver. (...) Por isso, a nossa contribuição, respeito e homenagem em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores. (...) Nós temos de reconhecer, e mais do que isso, fazer com que esta Casa possa também ajudar a construir essa Rede de So-lidariedade, que hoje é internacional. E que tem sim a cara da LBV”.

Edson finalizou suas palavras ressaltando o firme comando do Diretor-Presidente da Instituição: “Parabéns, Paiva Netto, que é a liderança nacional, e àqueles que diuturnamente militam, fazem cam-panhas, e que estão no anonimato, mas que são importantes para que esse programa, para que essa enti-dade cresça e possa estar atendendo aqueles que estão excluídos (...). E nos raros momentos em que estou em casa, diante da televisão, já assisti a programas importantes e mensagens da LBV”.

Da mesma forma, o Deputado Fernando Záchia asseverou sobre a abrangência das atividades da organização, que para ele “realiza um trabalho de absoluta qualida-de, reconhecido mundialmente”, afirmando que nas mãos do Líder da Obra está o segredo de seu sucesso: “Há o reconhecimento do Brasil todo pelo Paiva Netto. Nós que militamos na política há algum tempo, acompanhamos e vivenciamos as dificuldades na-turais que a sociedade brasileira passa. E sempre se tem a refe-rência positiva nas ações, muito bem capitaneadas, muito bem comandadas pelo Paiva Netto”. [L.S.M.]

Lar e Parque da LBV, em Glorinha/RS

Rodovia RS 030, km 19, tel.: (51) 487-1033.

TEMPLO DA NATUREZA

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Fotos: Diego Basso Vanusa Ribeiro

Momentos de grande emoção marcaram a solenidade que inaugurou as novas instala-ções do Espaço Ecumênico

da Religião de Deus em Uberlândia/MG, no dia 7 de maio, da qual parti-ciparam centenas de pessoas de várias cidades do Triângulo Mineiro. O local, agora remodelado, proporcionará maior conforto aos que buscam diariamente a Espiritualidade e a Paz interior.

Durante a programação do evento, revezavam-se no palco o grupo Crível e o Coral Ecumênico Religião de Deus, entoando canções de exaltação à Paz e ao Astral Superior. Isso contribuiu para elevar ainda mais a ambiência espiri-tual, preparando o público para receber a presença do Espírito do Irmão Bezer-ra de Menezes e da Equipe Espiritual Ecumênica, no Encontro Céu e Terra — Terra e Céu, dentro da Revolução Mundial dos Espíritos* de Luz.

Um dos instantes mais aguardados foram as cerimônias de Fluidificação das Águas e de Imposição das Mãos, oportunidade em que o Irmão Bezerra se manifestou por intermédio do le-gionário sensitivo Francisco Periotto, transmitindo palavras confortadoras: “(...) Saudamos a todos com a sensiti-vidade de seu coração, riqueza maior que a criatura humana pode conceber enquanto encarnada. A riqueza espi-ritual chamada Jesus, o Mestre dos Mestres, o Senhor da vida, envia a todos os que desejam a entronização do Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei nas Almas, o Amor Paternal, que liberta das algemas que aprisionam

mentes e Almas, por todos os cantos de nossas terras. (...) Lembrem-se de que os Anjos da Guarda estão dispostos e predispostos, próximos de cada um, a embalar sua vida e sua destinação terrena e espiritual. (...)”.

A repercussão positiva do aconte-cimento pode ser comprovada em um trecho da mensagem de Silvana Ferrei-ra de Paiva que, em carta encaminhada ao Presidente-Pregador, José de Paiva Netto, destaca: “Tenho a convicção que este Espaço Ecumênico é um ponto de Luz a iluminar toda a cidade de Uberlândia, todo o Triângulo Mineiro, enfim, todo o Estado de Minas Gerais. Obrigada, Irmão Paiva, por este gran-dioso presente, que nos traz a Unção diretamente do Cristo”.

Todos os que acompanharam a Rede Boa Vontade de Rádio (www.re-deboavontade.com.br), que transmitiu o evento ao vivo para todo o Brasil, também puderam receber os benefícios e as energias revitalizadoras.

O Espaço Ecumênico da Religião de Deus — A Religião do Amor Universal —, situa-se em um lugar de fácil acesso e de boa visualização — tanto que quem passa por ali logo vê a bela estampa de Jesus no alto do prédio. O endereço é Avenida Marcos de Freitas Costa, 1.840 (esquina com a Rua Ângelo Testa), Re-zende, tel. (34) 3239-0900._____________________*Revolução Mundial dos Espíritos — Título de Alziro Zarur ao qual Paiva Netto acrescentou “de Luz”, pois esta Revolução surgiu para iluminar o Ser Humano e seu Espírito eterno, esclarecendo a todos que o Mundo Espiritual não é uma abstração.

Ambiente de Paz.Espaço Ecumênico:

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Com este título o jornal Correio Braziliense, um dos mais im-portantes veículos de comuni-cação do País, abriu a reporta-

gem sobre a horta cuidada pelos alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade (QSD 08, Área Especial 11), em Taguatinga, cidade-satélite do Distrito Federal. A in-teressante matéria, publicada na edição de 6 de maio, é assinada pela jornalista Carolina Caraballo e as fotos são do repórter-fotográfico Kleber Lima. O texto do jornal, reproduzido a seguir, mostra que iniciativas, aparentemente simples, podem acrescentar noções de meio ambiente e bons hábitos alimen-tares aos pequenos:

“Sentadas ao redor da horta, crian-ças de 3 a 6 anos assumem postura de profissionais de jardinagem. Organi-zadas, cavam buracos com as mãos, colocam sementes na terra, regam. Uma rotina seguida diariamente por 74 alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, em Taguatinga. Na última segunda-feira, eles plantaram tomate, alface roxa, pimentão verde, salsa e cenoura nos canteiros do colégio. A ta-refa faz parte do projeto Estudando com Saúde, criado no começo do ano.

“Pela primeira vez desde a fundação da escolinha, há 26 anos, as crianças serão as responsáveis pela horta. Vão cuidar para que as plantas cresçam com saúde. E, daqui a quatro meses, farão a colheita e degustarão os alimentos. Cer-ca de 120 mudas foram plantadas sob a supervisão da nutricionista do colégio, Lúcia Yuri watanabe. ‘A alface, por

“Canteiros que educam”João Areis Preda

exemplo, cresce rápido. Depois desse período, a primeira colheita já pode ser feita’, afirma a nutricionista.

“Lúcia watanabe diz que, além de aprender noções de ecossistema e eco-logia, as crianças melhoram a qualidade da alimentação depois da atividade. ‘Algumas dizem que não gostam de verduras e frutas, mas acabam queren-do provar aquilo que plantaram.’

“Animada com a horta, a aluna do Jardim II, Geovana Oliveira Santos, 5 anos, não contém a ansiedade — quer colher logo as cenouras plantadas. ‘Eu aprendi que a cenoura ajuda o cabelo a crescer mais rápido. E quero deixar o meu bem comprido’, justifica. ‘Tam-bém sei que a cenoura faz bem para a pele e para os olhos.’ Já Paulo Vítor da Silva Severo, 5, não decorou os benefícios da cenoura, cultivada pela amiga. Em compensação, o menino sabe de cor as qualidades da salsa que plantou. ‘Ela é boa para evitar anemia e tem muita vitamina C’, diz.

“A Escola de Educação Infantil Alziro Zarur é mantida pela Legião da Boa Vontade (LBV). Atende 97 crian-ças de famílias em risco social — com renda mensal até um salário mínimo e meio — que passam o dia no colégio, das 7h30 às 17h45. De acordo com a diretora Hélia Maria Ramos, todos os alimentos consumidos pelas crianças são doados. ‘Sempre contamos com a ajuda da comunidade. Só assim conse-guimos dar melhores condições de vida a essas crianças’, afirmou.

“Doações: os interessados podem ligar para o telefone 561-3788”.

Pela Paz nos estádios em Fortaleza

Leontina Maciel

No Dia do Goleiro (26/4), repre-sentando a categoria, o jogador João Bosco, titular da posição no Fortaleza Sporting Club, recebeu em comemo-ração à data um singelo tributo dos meninos e meninas atendidos pelo programa LBV: Criança — Futuro no Presente!, desenvolvido pelo Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade na capital cearense (Rua Alziro Zarur, 275, na Vila Ma-noel Sátiro, tel. (85) 484-3533).

Na ocasião, Bosco, por intermédio da Rede Boa Vontade de Comuni-cação, ressaltou a receptividade e o carinho da garotada: “Quero agra-decer em nome de toda a equipe do Fortaleza. Eu vim representar, prin-cipalmente, os goleiros, e agradecer a vocês pela linda homenagem. Que continuem desta forma”.

O goleiro ratificou seu apoio à pioneira Campanha Esporte é Vida, não violência!, realizada também pela Instituição: “Nós estamos com a LBV, no sentido de trazer Paz aos estádios. Cada um tem de fazer a sua parte e, com essa atitude louvável da LBV, esperamos que possa acontecer um dia de a gente levar nossos filhos, nossos netos a qualquer partida de futebol, principalmente Ceará x Fortaleza. Obrigado, em nome do Fortaleza, por esta homenagem ma-ravilhosa”.

Correio Braziliense:

O jogador Bosco recebe das crianças da LBV o CD Canções pela Paz, gravado pelo Coral Infantil da Instituição.

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Sentados ao redor da horta, crianças, de 3 a 6 anos, colocam sementes na terra.

Acontece

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Pedagogia do Cidadão Ecumênico

A sociedade mundial vive uma complexidade jamais registrada na história hu-mana. Como construir uma

Educação a partir de valores neste cenário?

Esta é uma difícil pergunta que o segundo Princípio da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, proposta pelo escritor Paiva Netto e implementada na Rede Educacional das Institui-ções da Boa Vontade, nos auxilia responder:

Superar os limites da razão

Para a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, educando e educador não são somente seres materiais, que um dia, não muito longínquo, irão extin-guir-se para sempre. Pelo contrário, considera-os como energias que irão perpetuar-se, e como inteligências que entre si continuarão a interagir.

Assumindo como válida a defini-ção acima, devemos discorrer, agora, sobre as características do processo educativo para o Espírito eterno, em sua experiência na vida material. A fim de cumprir esta finalidade, ele se fundamenta em valores perenes e uni-versais que transcendem as restrições culturais, étnicas, religiosas, ideoló-gicas e todas as formas limitadoras da nossa condição ecumênica.

Fazemos aqui uma advertência: a Pedagogia do Cidadão Ecumêni-co, ao abordar temas tão elevados, não realiza uma ação proselitista em favor de uma ou outra tradição religiosa, embora reconheça que a finalidade de todas seja a de promover o esclarecimento sobre o princípio espiritual. Contudo considera a idéia de que o Ser Humano seja formado,

além do corpo físico e mente, de uma parte sutil, ainda não totalmente compreendida, mas que preexiste e subsiste à vida humana, como uma concepção intrínseca à natureza da Humanidade.

Ao dissertarmos sobre valores, devemos compreender que, adqui-rindo o conceito da biodiversidade, a consciência moderna alcançou uma noção inédita de complexidade da existência. O entendimento do Espíri-to como centro de causa e efeito desse sistema deve mover o Homem para além dos limites da razão, na busca do sentido cósmico, transcendente, integral de sua natureza, para, então, reencontrar o equilíbrio vital, a paz pessoal, social e mundial, desafio surgido na era da tecnologia.

De fato, dentro dos limites ma-teriais, os valores não possuem sus-tentabilidade. Atualmente, é comum uma pessoa, mesmo tendo recebido formação familiar e acadêmica, aten-tar contra a vida do semelhante, con-tra a própria existência, contra a vida coletiva, e tantas vezes justificando

essas ações com os valores recebidos e professados e noutras ocasiões, confrontando-os diretamente. Sem constrangimento algum.

Quando se reconhece como Es-pírito eterno na condição humana, o Ser passa a vivenciar os valores reais, que não estão sujeitos aos condicionamentos e interesses tran-sitórios da sociedade, tendo origem nas próprias leis eternas que regem a vida no cosmo.

Compreendendo a biodiversidade que inclui o Espírito, os caracteres humanos expressam esta condição, sublimando atitudes e posturas. Ao reconhecer-se um Espírito eterno harmonizado com seu Criador, o Ser estabelece um mecanismo natural que promove o bem comum. Essa dinâmica possibilita a descoberta de inúmeras e inovadoras vias de realização. Em síntese, possibilita o exercício do Amor, cuja expres-são máxima é Jesus, o Cristo, que disse: Amai-vos como Eu vos amei (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34).

Educação para o

Espírito eternoEquipe de Estudos Ecumênicos

Parte II

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