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Sérgio Murillo O direito à informação Ricardo Cravo Albin Preservação da Cultura Edson Santos Consciência, cidadania e igualdade Maurício Azêdo Jornal da ABI, edição especial do centenário Marília Gabriela lança Eu que amo tanto Milú Villela Incentivo à educação brasileira BALANçO SOCIAL DE 2008 LBV apresenta expressivo número de atendimentos e benefícios socioeducacionais às comunidades de baixa renda RESPONSABILIDADE SOCIAL Ações de sucesso da iniciativa privada em prol da saúde, educação, cultura e meio ambiente fazem a diferença DOAçÃO DE MEDULA Em artigo, Paiva Netto destaca a Lei Pietro BBC DE LONDRES Templo da Boa Vontade é pauta de importante série da TV inglesa EMOçÃO Jornalistas Cristina Ranzolin e Rosane Marchetti, da RBS TV, são homenageadas pelo Dia da Mulher Fernando Mitre O diretor nacional de Jornalismo da Band fala da trajetória dele na comunicação, do trabalho na emissora e das características essenciais à profissão.

Revista Boa Vontade, edição 224

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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Sérgio Murillo O direito à informação

Ricardo Cravo Albin Preservação da Cultura

Edson Santos Consciência, cidadania e igualdade

Maurício Azêdo Jornal da ABI, edição especial do centenário

Marília Gabriela lança Eu que amo tanto

Milú Villela Incentivo à educação brasileira

BAlAnçO SOCIAl dE 2008 lBV apresenta expressivo número de atendimentos e benefícios socioeducacionais às comunidades de baixa renda

RESPOnSABIlIdAdE SOCIAl Ações de sucesso da iniciativa privada em prol da saúde, educação, cultura e meio ambiente fazem a diferença

dOAçÃO dE MEdUlA Em artigo, Paiva netto destaca a lei Pietro

BBC dE lOndRES Templo da Boa Vontade é pauta de importante série da TV inglesa

EMOçÃO Jornalistas Cristina Ranzolin e Rosane Marchetti, da RBS TV, são homenageadas pelo dia da Mulher

Fernando MitreO diretor nacional de Jornalismo da Band fala da trajetória dele na comunicação, do trabalho na

emissora e das características essenciais à profissão.

Sumário

6 A Lei Pietropor Paiva Netto

10 Cartas, e-mails, livros e registros 21 Opinião Esportiva22 Entrevista na Band — Capa

Fernando Mitre

28 MúsicaElza Soares

32 Homenagem34 Destaque

Entrega de kits escolares

40 Arte na Tela 43 Acontece44 Instituto Cultural

Entrevista com Ricardo Cravo Albin

48 JornalismoSérgio Murillo de Andrade

54 ABIAssociação Brasileira de Imprensa em festa

56 Sindicato57 Programa Segundo Tempo60 Notícias de Brasília67 Amazônia em foco

68 Acontece na Bahia70 Abrindo o Coração

Luiz Caldas

73 Cultura76 LBV é ação87 Responsabilidade Social93 SOS Santa Catarina96 Opinião — Mídia Alternativa99 Em Foco102 Instituto de Educação da LBV104 Cidadania

Em defesa da diversidade

110 Samba & HistóriaCarlos Colla

114 Ação Jovem LBV — Internacional117 Acontece nos EUA118 Saúde121 Viver é Melhor!124 Esporte126 Melhor Idade128 Soldadinhos de Deus130 Frases

créditos das Fotos de capa: edson santos: Divulgação; Fernando Mitre: Divulgação; Maurício azêdo: Salomão Sant’Ana; ricardo cravo albin: Vivian Ribeiro; Marília Gabriela: Clayton Ferreira; Milú Villela: Divulgação; sérgio Murillo: Divulgação.

Sérgio Murillo O direito à informação

Ricardo Cravo Albin Preservação da Cultura

Edson Santos Consciência, cidadania e igualdade

Maurício Azêdo Jornal da ABI, edição especial do centenário

Marília Gabriela lança Eu que amo tanto

Milú Villela Incentivo à educação brasileira

BALANÇO SOCIAL DE 2008 LBV apresenta expressivo número de atendimentos e benefícios socioeducacionais às comunidades de baixa renda

RESPONSABILIDADE SOCIAL Ações de sucesso da iniciativa privada em prol da saúde, educação, cultura e meio ambiente fazem a diferença

DOAÇÃO DE MEDULA Em artigo, Paiva Netto destaca a Lei Pietro

BBC DE LONDRES Templo da Boa Vontade é pauta de importante série da TV inglesa

EMOÇÃO Jornalistas Cristina Ranzolin e Rosane Marchetti, da RBS TV, são homenageadas pelo Dia da Mulher

Fernando MitreO diretor nacional de Jornalismo da Band fala da trajetória dele na comunicação, do trabalho na

emissora e das características essenciais à profissão.

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BOA VONTADEA N O 5 3 • N o 2 2 4 • D e z / 2 0 0 8 j A N / f e v / 2 0 0 9

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.diretor e editor-responsáVel: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JPcoordenação Geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de OliveiraJornalistas colaboradores especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes.equipe eleVação: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Raquel Bertolin, Rosana Bertolin, Sarah Jane, Silvia Ligieri, Simone Barreto, Vivian Ribeiro, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.proJeto GráFico: Helen WinkleriMpressão: Editora Parmaendereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6871 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

Duas destacadas entrevistas desta edição apontam para o papel preponderante da mídia na inclusão social e melhoria da qua-lidade de vida do nosso povo. Portanto, a informação qualificada deve ser o objetivo permanente nas redações. Nossa primeira reportagem traz a opinião do veterano Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes de Televisão. A segunda focaliza o jornalista Sérgio Murillo, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), um expoente das lutas da classe. Ambos falam de ética e credibilidade, considerando a função de informar um serviço público e, por isso, primordial à sociedade.

Ainda para refletir sobre assuntos relevan-tes de nosso país, a BOA VONTADE dedica várias páginas ao tema Educação. Brindamos o sucesso de mais uma edição da Campanha da LBV Criança Nota 10 — sem Educação não há futuro! A mobilização entregou milhares de kits de material escolar em todo o País a crianças em situação de risco social. Prestando contas do que faz, a LBV apresenta seu expressivo balanço social de 2008, quando realizou mais de 7,4 mi-lhões de atendimentos a comunidades de baixa renda das cinco regiões brasileiras.

O jornalista e escritor Paiva Netto dá outra grande contribuição ao escrever sobre os avan-ços da medicina na cura do câncer e ao ressaltar a força de quem enfrenta a doença acreditando na vida e em um Poder Superior, como o vice- -presidente da República, José Alencar, e o sambista Neguinho da Beija-Flor.

O alto-astral está também nas declarações da cantora Elza Soares, expoente do samba-jazz, e na visão musical do pai do axé, Luiz Caldas. A veia musical é ainda o ponto forte da seção “Samba & História”, que traz entrevista com o compositor Carlos Colla. Boa leitura!

Os Editores

Reflexão de BOA VONTADE“Na Economia da Solidariedade Espiritual e

Humana que, há décadas, propomos, a maior

vocação do Ser esclarecido é servir ao Criador

no amparo de Suas criaturas. Para ilustrar,

poderíamos dizer que, no trabalho de socorro

aos nossos semelhantes, o melhor não é o

suficiente. Trata-se do Ecumenismo que se

comove com o sofrimento alheio, potente

fator para o progresso ético da Humanidade.

Portanto, não percamos ocasião de fazer o

Bem. Isso nos renova sempre.” Mensagem extraída do livro Como Vencer o

Sofrimento (Editora Elevação), de autoria do es-critor Paiva Netto.

Ao leitor

Edição fechada em 17/03/2009

Revista apolítica e apartidária da espiritualidade ecumênica

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PietroA Lei

A Lei Pietro

doação de Medula“Eis o tocante pedido que deve atingir um

número expressivo de cidadãos, formando

uma corrente solidária em prol de milhares de enfermos que esperam pelo transplante. Nada fortalece e tranquiliza mais a Alma do que a certeza do dever

cumprido.”

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por Paiva Netto

6 | BOA VONTADE

PietroA Lei

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josé de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBv.

A sabedoria antiga de-monstra que as criatu-ras humanas podem ser avaliadas por sua atitude

diante da dor. Ao criar a Lei Pietro, aprovada na Câmara dos Deputados e que seguiu para análise do Senado, a qual institui a Semana de Mobilização Na-cional para Doação de Medula Óssea, o parlamentar gaúcho Beto Albuquerque dá uma lição de humanidade: “Outras vidas ainda poderão ser salvas”.

Em mensagem di-rigida aos amigos e fa-miliares, por ocasião da volta de seu querido filho à Pátria da Verda-de, em 3 de fevereiro, o deputado federal es-

creveu: “Ajude o Pietro a salvar vidas. Vá até um hemocentro e cadastre-se como doador. Esta é a maior homenagem que lhe podemos prestar. Conto, mais uma vez, com sua solidariedade”. Eis o tocante pedido que deve atingir um número expressivo de cidadãos, formando

uma corrente solidária em prol de milhares de enfermos que esperam pelo transplante. Nada fortalece e tranquiliza mais a Alma do que a certeza do dever cumprido.

Diagnóstico precoce O avanço da medicina na área da

oncologia enche-nos de confiança. Talvez, mais breve do que imagi-nemos, vençamos em definitivo o câncer, igualmente no que diz respeito aos tumores de mama e de próstata, que são os de maior inci-dência. Numa entrevista ao Viver é Melhor!, da Boa Vontade TV, canal 23 da SKY, a mastologista do Hospital A. C. Camargo, de São Paulo, dra. Fabiana Baroni Makdissi, revela que, “quando descoberto numa fase precoce, a cura chega a 90% dos casos. Então, o objetivo é fazer o trata-mento, não ter medo de se conhecer, não temer o resultado, enfrentar a doença. Hoje em dia, tem-se conse-guido uma qualidade de vida muito melhor. Antes, falar em câncer era

igual à morte. Atual mente, longe disso, a gente tem muitas curas e muito controle da doença”. Em outra matéria, o oncologista dr. Gustavo Guimarães, diretor de ci-rurgia pélvica do mesmo hospital, apontou que “os males de próstata diagnosticados em es-tágio inicial têm mais de 95% de chance de cura”.

Notícias confortadoras sempre trazem alento.

Neguinho da Beija-Flor, puro alto-astral

Outro guerreiro na ba-talha contra o câncer é Neguinho da Beija-Flor. O alto-astral contagiante foi a tônica do seu matri-mônio, no dia 23/2, em

pleno Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, com Elaine Reis, mãe de sua bela filha, Luiza Flor. O presiden te da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira-

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Neguinho da Beija-flor mostra o seu alto-astral e casa-se com elaine Reis, em plena Sapucaí, no Rio de janeiro/Rj. A cerimônia foi acompanhada por diversas personalidades.

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[email protected]

-dama, Marisa Letícia, e do governador do Estado, Sérgio Cabral, foram convidados para padrinhos do casamento. Entre as presenças ilustres, lá estavam a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, Be-nedita da Silva, e o ator Antônio Pitanga. Neguinho tem muitos planos para o futuro. Em março de 2010 pretende lançar o seu próximo álbum e, provavelmente em maio, viajar à Europa para a divulgação do trabalho.

Aqui está mais uma postura de Fé que robustece o ânimo dos que vivenciam situação semelhante.

E não podemos nos esquecer dos inúmeros anônimos, daqui e do exterior, que enfrentam ou enfrentaram a doença com ga-lhardia, e que nos ensinam a per-severança, a lutar pela existência humana.

Aliás, quero reiteradamente agradecer a Neguinho, que gra-vou o famoso bordão, com o qual anuncia a Beija-Flor na Sapucaí, para saudar também a Legião da Boa Vontade. E com este con-sagrado grito: “Olha a LBV aí, gente!”, convoca os brasileiros a colaborarem com a Instituição.

RegistroRecebi da terapeuta Marta

Lúcia Franco, de Goiânia/GO, um e-mail muito simpático.

Diz ela: “Olá, eu lhe escre-vo para parabenizá-lo por seus artigos sempre tão cheios de luz e esperança! Parabéns a você, mas, mais ainda, a todos os que recebem suas pala-vras!”.

Grato, Marta. Sua mensagem muito me alegrou o coração.

“Alma leve”

A terapeuta holística Olinda Zequi Machado também me endereçou atencioso e-mail no qual tece generosos comentários a respeito do meu artigo “Alma leve”, em que apresento um relato do repórter-fotográfico Orlando Brito sobre o Templo da Boa Von-tade, TBV, publicado no site do jor-nalista Cláudio Humberto: “Hoje quando li essa mensagem vieram à minha mente os dias maravilho-sos que passei lá no Templo da Boa Vontade, em Brasília. Jamais vou esquecer a energia que senti naquele dia e que depois continuou, é claro. Foi sensacional! Obrigada pelas mensagens encaminhadas, têm me dado muita força. Tenho transmitido esses artigos aos meus amigos. Recebi a última edição da revista BOA VONTADE (no 223), que se superou! Está maravilhosa! Abraços a todos os amigos da LBV”.

Suas palavras, cara Olinda, vieram acompanhadas de uma excelente vibração.

Aproveito o ensejo para sau-dar uma vez mais o veterano Orlando Brito, que destacou o TBV como opção neste carna-val: “(...) Muita gente preferiu a tranquilidade de lugares si-lenciosos. O Templo da Paz, por exemplo, ficou repleto de pes­soas que optaram por momentos de reflexão”.

em 3 de março, 36 dias após a cirurgia para retirada de tumores na região abdominal, o vice-presidente da República, José Alencar, retornou ao trabalho. Sobre a perseverança de Alencar, destacou o jornalista Paiva Netto em seu artigo publicado no dia 21 de fevereiro, em centenas de jornais, revistas e na internet: “Considero-o um homem notável. A luta que mantém pela saúde é um exemplo de fortaleza, e não somente para os que sofrem”.

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A Lei Pietro

8 | BOA VONTADE

APESAR DA TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA, TEM GENTE QUE NÃO VÊ O QUE ESTÁ POR TRÁS DO TRABALHO DA SABESP.

Sabesp. Cuidando do meio ambiente com transparência.Tudo o que a Sabesp faz, ela faz pensando na nossa qualidade de vida. E isso vai muito além de tratar a água que chega à sua casa. O trabalho da Sabesp é cuidar do meio ambiente como um todo. E a gente faz questão de deixar isso bem claro para você. Claro, limpo e cristalino. Proteção de mananciais, tratamento de esgotos e soluções ambientais são apenas algumas atividades da Sabesp. Fornecer uma das melhores águas tratadas do mundo é apenas conseqüência desse trabalho.

Cartas, e-mails, livros e registros

Para entender o Brasil de hoje e

de amanhã O comentarista de economia da

Rede Globo de Televisão e âncora da rádio CBN Carlos Alberto Sardenberg lançou, recentemente, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, o livro Neoliberal, não. Liberal. Para entender o Brasil de hoje e de amanhã.

A obra, bastante oportuna em tempos de crise internacional, trata de temas que vão da política econômica à questão da lei seca, em linguagem jornalística, clara e precisa, longe do restritivo eco-nomês.

Na dedicatória ao diretor-pre-sidente da LBV, escreveu: “Ao Paiva Netto, com o abraço do C. A. Sardenberg”.

Relançadas biografias de Tom Jobim e nara leão

Em comemoração ao cinquen-tenário da Bossa Nova, movimento que revolucionou a música brasileira na década de 1950, o conceituado jornalista, escritor, crítico musical e compositor Sérgio Cabral relançou duas biografias dedicadas aos astros

da MPB Antonio Carlos Jobim e Nara Leão. A sessão de autógrafos foi realizada recentemente na capital fluminense.

Os dois trabalhos relatam um pouco da vida pessoal e profissional dos dois artistas, além de episódios curiosos da carreira de ambos, e apresen-tam mais de 40 fotos e discografias completas.

Na ocasião, ao receber a reportagem da BOA VONTADE, o escritor destacou a antiga amizade com o líder da LBV. “Ele está sempre presti-giando meu trabalho”, disse. E completou em suas dedicatórias: “Para o amigo fiel Paiva Netto, com o carinho de Sérgio Cabral” e “Para Paiva Netto, amigo, com admiração do Sérgio Cabral”.

Combate à pedofiliaO presidente da

CPI da Pedofilia, se-nador Magno Malta, informou, por meio de

sua assessoria de imprensa, que foi enorme a repercussão da reporta-gem especial publicada pela BOA VONTADE (edição nº 223) em defesa da criança e do adolescente. “Agradeço imensamente, aos amigos da LBV, o grande destaque que recebi nos veículos de comunicação da Boa Vontade, na entrevista sobre a pedofilia. Percebi uma repercussão incrível. Muita gente falou comigo”, disse o parlamentar.

Estatuto da Criança e do Adolescente

Esta edição 223 da BOA VONTADE, com matérias

interessantes, uma delas pautando o Estatuto

Magno Malta

Siro Darlan

da Criança e do Adolescente no seu 18o aniversário, está muito boa. Sou

fã da revista! Gosto muito das matérias que vêm sendo publicadas. (...) Onde estou falo da LBV, pois conheço e vejo suas ações desenvol-vidas com a juventude do nosso Brasil. (...) Saúdo o

diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, sempre muito atento às ques-tões ligadas à criança e ao adolescente. (Siro Darlan de Oliveira, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro — CEDCA)

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10 | BOA VONTADE

Revista de padrão superior

A revista (nº 223) está linda! Contém personagens dos mais im-portantes do cenário brasileiro. Há também uma entrevista comigo, em que abordo algumas questões sobre Educação e Cultura. (...) A BOA VONTADE contém a ideologia da própria LBV, do nosso querido pro-fessor Paiva Netto, cuja essência é, exatamente, a Pedagogia do Afeto. Por isso, estou muito honrado em receber a revista, eu a coleciono, é de um padrão, de uma linha bastante su-perior da linguagem de imprensa, não

é uma publicação de mídia, mas de reflexão a respeito de várias questões ligadas não só à Instituição, mas também ao Brasil. Um abraço ao meu amigo Paiva Netto e a todos que participam desta Obra maravilhosa: a LBV. (Desembarga-dor criminal Cármine Antonio Savi-no Filho, vice-presidente do Instituto dos Magistrados do Brasil)

I Congresso de jornalistas do Estado do RJ

A edição n° 223 da BOA VONTA-DE foi muito bem-feita, com grande

número de páginas e matérias interessantes. É muito bom ver também que o jornalista Paiva Netto e toda a equipe da revista publicaram maté-ria a respeito do I Congresso dos Jornalistas do Estado

do Rio de Janeiro, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissio-nais do Estado do Rio de Janeiro (SJPRJ). A matéria é ilustrada com boas fotos dos participantes e diver-sos aspectos do evento. (Ernesto Vianna, pre-sidente do SJPRJ)

Dr. Cármine Savino filho

ernesto vianna

No Aeroporto Tom Jobim, na ca-pital fluminense, o diretor-presiden te da Legião da Boa Vontade, jornalista Paiva Netto, encontrou o amigo e diretor de O Globo, em Brasília/DF, Jorge Bastos Moreno, um dos gran-des nomes do jornalismo político brasileiro. Ao cumprimentar o líder da LBV, afirmou que é frequentador do Templo da Boa Vontade (TBV) e que se sente ecumênico dentro dos ambientes do monumento (o mais visitado da capital federal, segundo dados oficiais do governo do DF).

Na ocasião, Paiva Netto relem-brou a entrevista concedida pelo veterano colunista político à revista BOA VONTADE, agradecendo-lhe o simpático gesto de abrir a casa para a reportagem. Naque-la oportunidade, Moreno reuniu alunos do curso de Comunicação So-cial da Universidade Paulista (Unip), da

Encontro cordial

capital federal, do Centro Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB) — em que leciona Técnicas e Gêneros Jornalísticos. Ao lado de duas amigas de profissão —

Sílvia Faria (diretora de jornalismo da TV Globo, em Brasília) e Cristiana Lôbo (comentarista e apresentadora da Globo News) —, a conver-sa tratou de diversos temas: bastidores da

política, obrigatoriedade do diploma de jornalismo e mudanças na mídia desde o aparecimento da internet.

O dirigente da LBV ressaltou que aquele encontro, estampado na capa da edição nº 221 (para ler a matéria, acesse o endereço eletrônico: www.boavontade.com/pdf/olhares_de_brasilia), foi um grande incentivo a tantos jovens que pelo País buscam no jornalis-mo uma oportunidade de crescer no mercado de trabalho.

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Na foto, os jornalistas Paiva Netto e jorge Moreno confraternizam. Ao lado, francisco Periotto, assessor do dirigente da LBv.

BOA VONTADE | 11

Cartas, e-mails, livros e registros

A próxima edição da BOA VONTADE, nº 225, trará uma entrevista com um dos mais experientes educadores do Brasil: Arnaldo Niskier, escritor, pedagogo, jornalista, mem-bro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Centro de Integração Empresa- -Escola (CIEE), do RJ.

O bate-papo com Niskier ocorreu na sede da ABL, no centro do Rio de Janeiro/RJ. Na conversa, ele comentou a realidade educacio-nal brasileira, as mudanças no ensino após

mais de uma década da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as políticas públicas implantadas para superar os desafios, a educação integral, o papel do professor no processo educacional e a influência da TV e da internet na vida de crianças e jovens.

Durante o encontro, ao receber os cumprimentos fraternos da equipe, o professor afirmou: “O Paiva Netto é uma figura que conheço desde quando nós dois éramos bem jovens, através da revista Manchete, na qual ele ia no tempo do Alziro Zarur, que era grande amigo do Adolpho Bloch. Eu trabalhava lá e os via sempre juntos, produzindo coisas, é uma amizade antiga. Agora, apartando a amizade daquilo que se faz, também conheço, não só no Rio de Janeiro, várias escolas da LBV, inclusive em São Paulo, onde se faz um trabalho formidável, sobretudo em relação aos mais jovens, ao pré-escolar, à educação infantil, como hoje está na Constituição e na Lei Brasileira de Educação”.

E citando as qualidades da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criada pelo educador Paiva Netto e aplicada, com sucesso, nas escolas da Legião da Boa Vontade, Arnaldo Niskier acrescenta: “As professoras são muito carinhosas, a metodologia, bem brasileira, que é isso que defendo. Peço a Deus que per-

mita à LBV construir mais escolas, que dê assistência a mais alunos, porque estará fazendo um bem enorme ao Brasil”.

Sociedade e Terceiro Setor

“É fundamental a ação da socie-dade organizada, pois o Estado não pode fazer tudo sozinho”, afirmou o procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Terri-tório, José Eduardo Sabo Paes, em entrevista ao programa Sociedade So-lidária, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

O programa veiculado pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY) apre-sentou a opinião do mestre em Direito Comparado e doutor em Direito Cons-titucional, ambos pela Universidad Complutense de Madri (Espanha), sobre a importância do Terceiro Setor, uma de suas principais atuações. Ao término da entrevista, o procu-rador dedicou o segundo volume do seu livro Terceiro Setor e Tri-butação ao diretor-presidente da LBV: “Ao Professor Paiva Netto com a homenagem do autor por seu trabalho em prol da cidadania. Com apreço do José Eduardo Sabo Paes”.

O procurador de justiça do Df josé eduardo Sabo Paes (e) ao lado de Renato viana, da fundação josé de Paiva Netto.

Simone BarretoFotos: Vivian Ribeiro

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Na sede da ABL, Arnaldo Niskier e Simone Barreto, da LBv, durante entrevista à Super Rede Boa vontade de Comunicação.

12 | BOA VONTADE

A consagrada jornalista e apre-sentadora Marília Gabriela, que já mostrou talento na dramaturgia e na música, recentemente estreou na literatura com o lançamento de Eu que amo tanto, com fotos de Jordi Burch. O livro, que nasceu, segundo a autora, da reflexão sobre o amor além da conta, o amar de-mais, teve sua segunda sessão de autógrafos, em janeiro, no estande da Livraria Cultura, instalado no São Paulo Fashion Week, ocasião em que recepcionou os leitores e concedeu entrevista à BOA VON-TADE.

O trabalho reúne relatos de

Marília Gabriela lança Eu que amo tanto

mulheres que “passaram do amor para a patologia no amor”, como define a própria escritora. O tema, aliás, foi escolhido “exatamente pela complexidade”, diz.

Para compor a base da obra, a jornalista visitou o grupo Mada (Mu-lheres que Amam Demais Anôni-mas) e colheu histórias reais vividas pelas frequentadoras.“Treze delas relataram-me a sua experiência e eu peguei esses relatos e dei um verniz literário”, explica.

Nessas narrativas, Marília apre-senta os sentimentos de angústia e ansiedade, mas, ao mesmo tempo, de força e esperança das personagens. “Deu para fazer um belo mosaico, mostrando que talvez cruzemos todos os dias com essas mulheres,

que nunca tiveram voz; então elas estão falando no meu livro.”

A autora também convida os leitores a pensar a respeito de como os exemplos no lar influenciam no comportamento dos filhos na fase adulta. E, quando indagada quanto à importância de uma família estrutura-da emocionalmente, Marília comen-ta: “Não tenho a menor dúvida, foi uma constatação nessas entrevistas (...). Muitas delas repetem os pais e, se você se dedicar um pouco a fazer retrospecto da sua vida, e for lá para trás, de repente também descobrirá que as suas escolhas na juventude vêm muito, muitíssimo baseadas no que viveu”.

Ao término da entrevista, Ma-rília Gabriela, com a habitual simpatia, autografou um exemplar de seu livro ao diretor-presidente da LBV: “Ao Paiva Netto, muito amor, sempre!”.

“(...) Se você se dedicar um pouco a fazer retrospecto da sua

vida, e for lá para trás, de repente também

descobrirá que as suas escolhas na juventude vêm muito, muitíssimo baseadas no que viveu.”

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Cartas, e-mails, livros e registros

Amplitude e variedade

A revista BOA VONTA-DE é de muito boa qualidade técnica, gráfica e de conteúdo, traz reflexões importantes e, sempre que a leio, destaco alguns artigos e coloco na recepção do gabinete para que as pessoas tenham conhecimento. Isso mostra a seriedade da LBV para conseguir manter uma publicação de alto nível como essa revista. (Luzia Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Belo Ho-rizonte/MG)

A revista é muito boa, traz uma rea-lidade de vida importante, pois trans-

mite esperança e confiança. Aborda temas interessantes para que as pessoas tomem conhecimento e se esclare-çam. (Arlindo Porto Neto, vice-presidente da Compa-nhia Energética de Minas

Gerais — Cemig)

Canal de comunicaçãoA revista é um excelente canal de

comunicação, uma forma inteligente e competente de mostrar o que é feito na LBV, e as pessoas se sentem bem quando colaboram com a Instituição. (Tadeu José de Mendonça, diretor-ge-ral do Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais — Ipem/MG)

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Nívea Maria: Uma atriz real

A atriz Nívea Maria ladeada pelos autores do livro em homenagem a ela: a jornalista eliana Pace e o consultor Mauro Alencar.

Uma concorrida noite de au-tógrafos marcou o lançamento do livro Nívea Maria — Uma atriz real. A obra retrata a vida e a trajetória da atriz, que iniciou aos 2 anos de idade graças à influência do avô fotógrafo. O convívio em família e a busca pela felicidade são outros temas recorrentes do título.

Para a concretização da obra literária, Nívea Maria narrou as várias passagens de sua vida à jornalista Eliana Pace e ao con-sultor e pesquisador de teledra-maturgia da Rede Globo Mauro Alencar em dois encontros, com duração de pouco mais de oito horas.

Durante o lançamento, a atriz e os autores, ao brindarem o su-cesso do livro, autografaram um exemplar para o dirigente da LBV, com a mensagem: “Ao Paiva Netto, um grande beijo — Nívea Maria”. Os autores escreveram: “E as memórias de personagens de uma grande atriz. Com abraço do Mauro Alencar”. “Com cari-nho, de Eliana”.

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Casal-símbolo do teatro, do cinema e da televisão, Nicette Bruno e Paulo Goulart conduzi-ram animada sessão de autógrafos do livro Tudo em Família, no dia 7 de março, no Memorial da América Latina, em São Paulo/SP.

A obra, de autoria da jornalista Elaine Guerini, relata a trajetória de vida dos atores, juntos há 55 anos. Nicette e Paulo contam his-tórias de lutas e vitórias, de amor à vida e à arte, acompanhadas do testemunho dos filhos, que também seguiram a carreira dos pais.

Na oportunidade, represen-tantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e receberam, em nome do diretor-presidente da LBV, um exemplar do livro com a seguinte dedicatória: “Paiva, parabéns pelo trabalho, pelas jor-nadas e benesses... Paulo Goulart e Nicette Bruno”.

Tudo em Família

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novos rumos para o Terceiro

SetorA cidade de São Paulo/SP

sediará, no dia 30 de março, o II Congresso Brasileiro de Fun-dações. Na pauta do evento, a discussão sobre os avanços, os rumos e os atuais desafios do Terceiro Setor, incluindo uma reflexão sobre o caminho per-corrido nos últimos anos pelas fundações e entidades sociais que trabalham para alterar a realidade da população mais carente.

Promovido pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, o encontro pretende ampliar o debate sobre o tema, com o apoio de autoridades, formadores de opinião, dirigentes e colaborado-res de fundações e de entidades sociais, além de estudiosos do assunto. Entre os tópicos a serem abordados, estão “O Supremo Tribunal Federal e o Terceiro Setor”, “As Fundações prestan-do contas à sociedade civil” e “Imunidade e isenção tributária para as Fundações e Entidades de Interesse Social”.

Serviço — O II Congresso Brasileiro de Fundações ocorre, das 8h30 às 17 horas, dia 30/3, no Memorial da América Latina (Auditório Simón Bolívar), Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo/SP, tel.: (11) 3284-1787.

O Instituto Faça Parte, presidido pela dra. Milú Villela, realizou em 13 de fevereiro, na capital paulista, o I Seminário de Voluntariado Educativo, acompanhado do lançamento do IV Selo Escola Solidária.

Promovido a cada dois anos, o Selo Escola Solidária chega à quarta edição oferecendo às escolas que se inscreverem, a partir de março pelo site www.facaparte.org.br, a oportunidade de mostrar de que forma conseguem resolver questões do dia-a-dia no ensino: por exemplo, a evasão e o abandono escolar, como despertar a vontade dos alunos pelo aprender, formas de motivar a comunidade a integrar-se ao colégio e o reflexo disso na evolução do aprendizado.

Na ocasião, a dra. Milú Villela foi cumprimentada pela representante da Legião da Boa Vontade (LBV) no evento, a pedagoga Suelí Periotto, que destacou o idealismo da presidente do Instituto Faça Parte em defesa da causa da Educação e do voluntariado no nosso país.

O ilustre filósofo Mário Sérgio Cortella, professor, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, que palestrou no encontro, agradeceu a presença da LBV e lembrou que, recentemente, encaminhou um exemplar de seu livro O que é a pergunta? ao dirigente da Instituição. No autógrafo da obra, em agosto de 2008, o escritor registrou: “Paiva Netto, Sabedoria!”.

O voluntariado educativo é uma proposta comprometida a estimular a cultura do voluntariado, com caráter pedagógico, a partir do desenvolvimento de projetos que potencializam a principal função da escola: promover a aprendizagem, preparando o aluno para o trabalho e a vida adulta. Atuações sociais inte-gradas ao currículo escolar têm, também, o objetivo de melhorar a qualidade de vida da comunidade onde está inserido o estabelecimento de ensino.

A representante da LBv no evento, pedagoga Suelí Periotto, cumprimenta a dra. Milú villela, notável presidente do Instituto faça Parte. Ao lado, confraterniza com o ilustre professor Mário Sérgio Cortella.

Abertas as inscrições para o IV Selo Escola Solidária do Instituto Faça Parte

Cartas, e-mails, livros e registros

dr. Joop Theunissen, representante oficial do departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das nações Unidas, confirma presença na série de eventos

O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC-Rio), órgão oficial de divulgação da ONU no País, ratificou seu apoio ao Fórum Interseto-rial Rede Sociedade Solidária, promo-vido pela Legião da Boa Vontade, com o suporte das Nações Unidas, por meio de uma carta assinada pelo seu diretor, dr. Giancarlo Summa: “É com grande satisfação que apoiamos a VI edição do Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 3a Feira de Inovações, a ser realizado pela Legião da Boa Vontade (LBV) dos dias 20 de março a 2 de abril percorrendo cinco países latino-americanos. Este evento, cujas discussões girarão em torno do tema ‘Saúde e Qualidade de Vida’, colabora com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) das Nações Unidas que devem ser cumpridos até o ano de 2015. (...) Desejando que esta inicia-tiva tenha sucesso, enviamos nossas cordiais saudações”.

Para a série de eventos foi con-firmada a presença do dr. Joop Theunissen, representante ofi-cial do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. O UNIC-Rio ainda cedeu seu auditório para a realização do painel temático do fórum no Rio de Janeiro/RJ, que ocorrerá em 31 de março, das 10 às 13 horas, no Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196, Cen-tro). Inscrições pelo telefone: (21) 2518-0940 ou pelo e-mail: [email protected]. Além da capital fluminense, sediarão o VI

Fórum as cidades de La Paz (Bolívia), Montevi-déu (Uruguai), Assunção (Paraguai), Buenos Ai-res (Argentina) e Bra-sília/DF (Brasil).

Organizações de outras localidades também poderão participar dos encontros — cuja agen-da pode ser vista no site www.rede-sociedadesolidaria.org.br — respon-dendo a uma pesquisa que a LBV está empreendendo nos referidos países.

HistóricoO VI Fórum Intersetorial Rede

Sociedade Solidária e a 3a Feira de Inovações, em suporte à Revisão Ministerial Anual do Conselho Eco-nômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), contam com o apoio do De-partamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN/Desa), localizado em Nova York/EUA, e terão seus resulta-dos apresentados na Reunião de Alto

Segmento do Conselho, em julho.A Legião da Boa Vontade foi a

primeira organização brasileira do Terceiro Setor a associar-se, em 1994, ao Departamento de Informação Pú-blica (DPI) e a conquistar, em 1999, o status consultivo geral no Ecosoc, grau máximo de participação que uma entidade pode obter nesse Conselho. Em 2000, passou a integrar a Confe-rência das Organizações Não-Gover-namentais com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo), em Viena, na Áustria. Desde 2006, atua em Nova York como vice-presidente do Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais na ONU, grupo ligado à Congo.

Dr. Giancarlo Summa, diretor do UNIC-Rio,

ONU-Brasil. Ao lado, carta assinada

pelo jornalista e encaminhada à LBv.

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UnIC-Rio, OnU-Brasil, apoia VI Fórum Intersetorial da lBV

16 | BOA VONTADE

Crônica fotográficaRepórter-fotográfico Orlando Brito destaca o Templo da LBV na coluna

do jornalista Cláudio Humberto

fac-símile da página principal do site do jornalista Cláudio Humberto. Na legenda, Orlando Brito ressalta: “Durante o dia ou na madrugada, pessoas caminham sobre a espiral de mármore recebendo a energia do cristal purificado, encravado no topo do Templo da Boa Vontade. É um dos lados místicos da capital do Brasil”.

O repórter-fotográfico Orlando Brito, acostumado a registrar imagens históricas da política brasileira, deixou de lado, como ele mesmo afirmou em reportagem, “o lado oficial da cida-de”, para revelar um pouco da beleza, da Solidariedade e da Espiritualidade Ecumênica da capital federal. Na co-luna do jornalista Cláudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br), o fotógrafo publicou, no dia 3 de feve-reiro, um verdadeiro testemunho sobre o Templo da Boa Vontade, a Pirâmide das Almas Benditas, a Pirâmide dos Espíritos Luminosos, do qual a revista reproduz o trecho abaixo:

“Alma leveComo foi — Um casal de amigos de

São Paulo dizia que em Brasília eu só os levava para o lado oficial da cidade. Dessa vez, decidi. Nada de Esplanada, nem Planalto, nem Itamaraty e Três Poderes. Levei-os a esse lugar, onde se prega a Fraterni-dade entre homens e nações. É um ambiente curioso e interessante por vários motivos. Pri-meiro, pelo caráter ecumênico. Depois, a arquitetura diferen-ciada. A nave princi-

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pal é formada por uma pirâmide de sete lados. Em sua base superior está encravada a maior pedra de cristal puro conhecida no mundo. Tanto a luz do sol quanto a da lua traspassam a gema mineral, irradiando energia sobre as pessoas que caminham des-calças. No subsolo da Catedral dos Espíritos Luminosos, encontra-se uma réplica do Trono do Faraó Akhenaton. Nesse ambiente de penumbra e man-tras, ficaram ainda mais surpresos.

(...) Com a alma leve. Orlando Brito”. O cantor e compositor cario-

ca Martinho da Vila lançou, em 19 de fevereiro, na livraria Fnac Paulista, São Paulo/SP, seu nono livro e novo romance: A Serra do Rola-Moça, com versos inspirados no poema homôni-mo de Mário de Andrade. A narrativa, em forma de novela literária, é sobre uma história de família de Minas Gerais.

Na ocasião, o cantor, home-nageado este ano no sambó-dromo do Anhembi pela escola Tom Maior, autografou um exemplar da obra ao diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade, com a dedicatória: “Ao mestre José de Paiva Netto, com um abraço do Mar-tinho da Vila”.

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BOA VONTADE | 17

Cartas, e-mails, livros e registros

Em audiência na sede da Prefeitura de São Paulo, realizada em janeiro, a vice-prefeita Alda Marco Antonio, que também responde pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvol-vimento Social (Smads), conheceu o trabalho desenvolvido pela Associação Paulista de Fundações (APF) e suas associadas.

Compareceram ao encontro a presidente da APF e da Confedera-ção Brasileira de Fundações, Dora Silvia Cunha Bueno; o assessor jurídico da União Cultural Brasil Estados Unidos, Antonio Carlos da Silveira Laudanna; o presidente da Fundação Stickel, Fernando Diede-richsen Stickel; o vice-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (Comas-SP), Jair Gomes de Araújo; os conselheiros do Comas Joaquim Carlos Monteiro de Car-

Fundações reúnem-se com vice-prefeita de São Paulo

valho e Nilton Cesare Padredi; e o diretor-administrativo da Fundação José de Paiva Netto, Renato Viana de Souza.

Na oportunidade, a dra. Alda recebeu a edição nº 223 da BOA VONTADE, na qual pôde verificar

a matéria “O desafio da transparên-cia”, que registra o 4º Encontro de Fundações. Ao folhear a revista, a vice-prefeita ressaltou o trabalho da Legião da Boa Vontade: “Mande um abraço ao diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto”.

O jornalista, publicitário e so-ciólogo Luiz Artur de Oliveira Saraiva, em recente entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comu-nicação, ressaltou a importância de ações socioeducacionais como as que são promovidas pela Legião da Boa Vontade, porque minimizam as distâncias sociais. Doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Paris I, Sorbonne, Saraiva destacou o papel da mídia perante a sociedade e de que forma, segundo ele, o Brasil pode alcançar o pleno desenvolvimen-to. “O mundo seria melhor se tivesse mais LBVs. Pela observação e pela própria história da Instituição, o que

Prefeitura e fundações: da esq. à dir., Antonio Laudanna, jair Gomes, joaquim Carlos Monteiro, Alda Marco Antonio, Dora Silvia, Renato viana e Nilton Padredi.

Comunicação e sociedadese verifica é que, além de ser uma Obra séria, cumpre profunda e fundamental função social pela ação da Educação, da construção do Homem novo, na medida em que tem como ponto de re-ferência a doutrina cristã, sem perder o caráter universal. Ela é uma Instituição Ecumênica que acolhe”, declarou.

O jornalista comentou também o exemplo de dedicação do dirigente da Obra. “Deus age através das pessoas. Falar da LBV é falar do Paiva, falar do Paiva é falar da LBV, porque ele fez de seu trabalho um sacerdócio. A Legião da Boa Vontade é a cara dele, dessa perseverança, desse apostolado, fundamentado na Fé, que abrange e

contempla a justiça social, a Solida-riedade, a Fraternidade, a busca da sociedade melhor, e isso tudo a LBV exercita e pratica.” E complementa Luiz Saraiva, em entrevista veicula-da na Boa Vontade TV (canal 23 da SKY): “O Paiva Netto, na atualida-de, é dos poucos brasileiros que têm uma história construída. E a LBV é a expressão dessa história”.

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Sr. Luiz Artur de Oliveira Saraiva

18 | BOA VONTADE

Ronda da Caridade expande trabalho social na Europa

A LBV de Por-tugal mantém em seu Centro Social do Porto um atendimento diário aos sem-teto. Por meio da pioneira Ronda da Cari-dade, a Instituição fornece acesso a direitos básicos, como alimentação e roupas, além de apoio para a reintegração destes na sociedade.

Em razão do rigoroso inverno, com temperaturas abaixo de zero e neve (algo que não ocorria havia 30 anos), a LBV reforçou esse tra-balho nas cidades de Lisboa e do

Inauguração das instalações do Centro Comunitário da lBV

dos EUA

A cidade de Newark/Nova Jersey recebeu da LBV dos Esta-dos Unidos as novas instalações do Centro Comunitário e Edu-cacional, no bairro Ironbound. A inauguração ocorreu em 18 de janeiro, já em clima cívico, por conta das homenagens ao Dia de Martin Luther King (19), coinci-dindo também com o chamado do presidente dos EUA, Barack Obama, para o engajamento dos norte-americanos em atividades comunitárias.

No local são realizadas ações educacionais, de promoção da Cultura de Paz, segurança ali-mentar, apoio integral à mulher, além de atendimento emergencial a moradores de rua e promoção de projetos de apoio aos países menos desenvolvidos ou em situação de calamidade.

Nos EUA, para tornar- -se voluntário da LBV, dirija-se à 20 Calumet St, Newark, NJ – 07105; tel.: (+1973) 344-5338.

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Porto. Às 21 horas, os voluntários saem pela

cidade para distribuir leite quente, pão, sopa e outros alimentos, além de cobertores e agasalhos para minimizar o frio da popula-

ção em risco social.A ação ganhou destaque na

Rádio TSF e nos jornais 24 Horas, Jornal de Notícias e O Primeiro de Janeiro, entre outros meios de comunicação.

Para saber mais sobre essa e outras atividades da LBV, acesse o site www.lbv.pt.

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eduarda PereiraAdriana Rocha

L B v D e P O R t U G A L

BOA VONTADE | 19

que fisicamente nos constitui é gera-do em seu ventre (...). Componentes do gênero feminino se traduzem em elemento preponderante para a sobrevivência das boas causas. Organizações estáveis contam com mulheres estáveis. (...) O meu fito aqui é ressaltar quanto é primacial para a evolução humana e a segu-rança do mundo a missão da Mulher (...). Nossos primeiros passos no desenvolvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzir pelas mãos. A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto”.

A publicação abre espaço tam-bém para séria reflexão a respeito da violência doméstica contra a mulher. Em outra reportagem, ilus-tra as várias vertentes trabalhadas pela LBV para criar oportunidades de inclusão para mulheres de baixa renda.

No mês dedicado às mulheres, a BOA VONTADE homenageia, com uma edição especial, aquelas que bata-lham e contribuem, em todas as épocas, para um mundo melhor. Inicialmente editada em três idiomas (espanhol, in-glês e português), a publicação da LBV foi dirigida aos chefes de Estado e de-legações internacionais presentes à 53ª Comissão sobre o Status da Mulher da ONU, realizada entre 2 e 13 de março, na sede das Nações Unidas, em Nova York (leia a cobertura completa na pró-xima edição da BOA VONTADE).

A homenagem da LBV, instituição brasileira com status consultivo geral no Ecosoc (ONU), é direcionada a todas as mulheres. Como exalta o jor-nalista Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, em mensagem especial, inti-tulada “O Milênio das Mulheres”, logo nas primeiras páginas do documento: “A Mulher, o lado mais formoso da Humanidade, singulariza o alicerce de todas as grandes realizações. Aquilo

Cartas, e-mails, livros e registros

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Revista BOA VOnTAdE Especial saúda o mês das mulheres

Lançada em três idiomas, a publicação é a porta-voz da LBV à 53a Comissão sobre o Status consultivo geral

das Nações Unidas.

Secretária de Cultura, Jandira Feghali, destaca

mensagem da LBV encaminhada à ONUEm evento ocorrido no Dia Inter-

nacional da Mulher, a secretária Mu-nicipal de Cultura do Rio de Janeiro/RJ e relatora da Lei Maria da Penha na Câmara Federal, dra. Jandira Feghali, ao tomar conhecimento da BOA VONTADE Mulher, comentou: “É fundamental que as instituições coloquem como prioridade destacar a questão da mulher, porque ela é a maioria da população. É tão com-petente quanto o homem; participa da história desse País e deve ser valorizada como tal, não só como mãe, companheira, mas também como cidadã que constrói a nação”. A dra. Jandira Feghali deixou seu abraço ao dirigente da LBV pela passagem do aniversário dele (2 de março): “Parabéns ao Paiva Netto. Muito obrigada por esta idealização. Que essa contribuição se repita, pois é importante. Parabéns pelo aniversário, pela iniciativa da LBV, por esse presente, e que continue valorizando a mulher brasileira”.

feliz, a dra. jandira feghali exibe seu exemplar da BOA vONtADe Mulher. flagrante clicado por celular.

Na capa da edição em português (à esquerda), o destaque é a sra. Maria da Penha, que deu nome à Lei 11.340, a qual pune com mais rigor quem pratica violência contra a Mulher. em inglês e espanhol, a foto que ilustra é a de Eleanor Roosevelt, notável presidente da Comissão de Direitos Humanos da ONU.

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josé Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de janeiro.

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alOpinião Esportiva

Coluna do Garotinho

Num balanço do que foi o ano de 2008 nos esportes, um dado chama a atenção: o nú-mero de jogadores de futebol

exportados pelo Brasil. Foram 1.176 atletas em apenas um ano. Em mé-dia, 98 jogadores negociados a cada mês, para todos os continentes.

Não por acaso, acontece o que se vê no Vasco da Gama: Phillippe Coutinho, um jogador de 16 anos, que surgiu como a maior revelação das categorias de base do clube, não chegou a atuar nos profissionais e, embora continue no clube, já foi negociado com o futebol italiano.

Assim como ele, muitos outros deixam o País todos os anos. Jovens, quase crianças, partem em busca da realização profissional e finan-ceira. Vão em busca de conforto para suas famílias. São atletas que deixam seus clubes pelas mãos de empresários e nem são conhecidos da própria torcida.

Os quase 1.200 jogadores ne-gociados para o exterior, em 2008, agora pertencem a clubes de 96 países. Boa parte desse contingente vai para Portugal, mas muitos desses

Para onde vão nossos talentos

São jovens promes-sas que saem do País a

custo zero para defender os clubes de lá. Perdem os clubes daqui, per-

de a seleção brasileira, já que todos sentem falta da renovação. Já não há mais tantos craques à disposição.

Penso que está na hora de alguma autoridade do setor interferir nessa questão. Não se trata de impedir a realização profissional e financeira dos jovens atletas, mas de disciplinar essa verdadeira invasão estrangeira em busca dos nossos talentos. Al-guma coisa precisa ser feita, para salvaguardar os interesses dos clubes brasileiros e da nossa seleção.

Nenhum país pode se dar ao luxo de exportar tantos jogadores impu-nemente. Tudo tem limite, até mes-mo a tão falada capacidade de gerar gênios do futebol. Uma capacidade que dá sinais de esgotamento. Tanto que as consequências já podem ser vistas na escassez de craques no futebol brasileiro.

jovens acabam em locais sem nenhuma tradição no futebol. Ou seja, praticamente desaparecem do cenário esportivo e, em troca do que parece uma grande opor-tunidade financeira, abrem mão de seus sonhos de brilhar num grande clube e chegar à seleção brasileira.

É assim que, muitas vezes, nos surpreendemos com o sucesso de algum jogador brasileiro no exte-rior. Mais surpreendente ainda é tomar conhecimento de que esse mesmo profissional foi formado nas divisões de base de algum clube aqui do Brasil.

Agora, não é preciso nem mais passar pelas categorias de base de alguma agremiação. Clubes do exterior, como Milan e Roma, se antecipam e promovem as cha-madas oficinas de futebol. Aqui mesmo, no Brasil, reúnem garotos de 8, 9 ou 10 anos e selecionam os mais promissores. Os escolhidos são levados para a Itália, com seus familiares.

E os clubes brasileiros perdem a oportunidade de revelar talentos.

BOA VONTADE | 21

Entrevista na Band — Capafernando Mitre

mídiaBastidores

da

e pesquisa como fundamentos diários de todo bom jornalista.

A carreira, iniciada em Minas Gerais, na cidade de Oliveira, onde nasceu, solidificou-se no Correio de Minas, no Diário de Minas e em uma breve incursão no jornal Binômio, do saudoso José Maria Rabelo, que circulou entre 1952 e 1964, nas cidades de Belo Horizonte e Juiz de Fora. Por lá passaram grandes nomes, a exemplo dos escritores Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. A experiência nesses veí-culos estimulou a criatividade do jovem jornalista e enriqueceu o currículo, o que serviu de pas-saporte para ingressar na equipe que criaria o Jornal da Tarde, de São Paulo, em 1966, no qual, dez anos depois, se tornaria diretor de redação, ocupando o cargo em mais duas outras ocasiões.

Na Band, produziu 31 debates políticos, inclusive o primeiro da eleição direta para presidente da

disposição para exercer outras funções dentro da profissão — na emissora, é também comentaris-ta político do Jornal da Noite e entrevistador do programa Canal Livre, além de assinar uma colu-na semanal no Jornal da Tarde e publicar críticas literárias em jornais e revistas.

Para Mitre, o fato de acumular diversas tarefas, longe de atrapa-lhar, funciona em uma engrena-gem maior, isto é, como fontes alimentadoras umas das outras. Por isso, considera estudo, leitura

O local da entrevista: a Rede Bandeirantes de Televisão, em uma sala no primei-ro andar da emissora do

Morumbi, na capital paulista. O entrevistado: Fernando Mitre, veterano homem da comunica-ção, o típico jornalista inquieto, ousado na busca pela notícia e comprometido com a qualidade do telejornalismo. Apesar da intensa atividade como diretor nacional de Jornalismo da Band, uma das maiores redes de TV aberta do País, ele encontra

Leila Marco e Rodrigo de OliveiraFotos: João Periotto

por Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da . Conheça a experiência deste veterano da comunicação

22 | BOA VONTADE

mídiaBastidores

da

República, em 1989, e por isso é recordista desse tipo de cobertura pré-eleitoral na televisão bra-sileira. Nesta entrevista à BOA VONTADE, falou sobre o início da carreira e fez reflexões acerca do exercício da profissão.

BOA VONTADE — Como foi o iní-cio no jornalismo?

Fernando Mitre — Uma vocação que sur-giu naturalmente e foi se solidificando, mesmo enfrentan-do algumas ad-versidades. No interior de Mi-nas, há 40 anos, ser jornalista era bastante diferente, a perspectiva era ser en-genhei ro , médico ou advogado.

“Durante os primeiros 20 anos de vida profissional, fui um típico jornalista de mídia impressa, aquele famoso rato de redação. (...) Virei um fanático, ficava o dia inteiro na redação. (...) Essa profissão me pegou desde o primeiro dia e não me largou até hoje.”

BOA VONTADE | 23

E de fato fui estudar Direito e minha vida estudantil foi um caos completo. Passei por várias universidades, mas sempre tendo o jornalismo como objetivo. Em certo momento, já militando na imprensa, desde quando saí do interior e fui para Belo Hori-zonte, continuava a me preparar para o vestibular. Tive algumas experiên cias como jornalista na minha terra, havia escrito artigos no jornal da cidade, além de fun-dar um jornal chamado Tribuna do Estudante, com alguns colegas de escola. Essa vocação estava ali bem expressa e, uma vez na Faculdade de Direito, foi quase um passo natural tentar estágio numa redação mais próxima da faculdade.

BV — Inspirou-se em al-guém para seguir a área de comunicação?

Mitre — Na minha família, tenho um primo mais velho, o Décio Mi-tre, hoje um grande advogado. Ele começou também como jornalista e me levou para fazer estágio num jornal que estava nascendo em Belo Horizonte e, a partir daí, me treinou na redação, e nunca mais saí.

BV — Quais as boas recordações da cidade de Oliveira, onde nas-

ceu?Mitre — Oliveira,

pelo ambiente e pela atmosfera, foi muito importante na minha vida. É uma cidade com tradição bastante

aprofundada na área cultural; há conterrâ neos ilustres. Fui criado ouvindo falar do grande Carlos Chagas. Ele é de lá, e existe no local a Fundação Casa de Cultu-ra Carlos Chagas. Ministros da República nasceram na cidade, e isso tudo criou um clima: lá se valorizava o estudo, o trabalho intelectual, o que tem muito a ver com o exercício do jornalismo. O ambiente da cidade e a pers-pectiva que se criava ali, de certa forma, influiu com significação na minha escolha.

BV — Há alguma cena marcante de sua infância, de que se recorde como uma fotografia?

Mitre — Quando garoto era impressionado com os grandes

comunicadores do País. Juscelino Kubitschek esteve em Oliveira, e ouvia dizer que era um líder popular, queria vê- -lo falar. Então, ele inau-gurou [um posto dos]

Correios da minha cidade, e eu, bem pequenininho, estava lá na escadaria e o Juscelino, lá em cima, fazendo o discurso. Ele se empolgou com um gesto e acabou tocando a minha nuca e, com isso,

desci escada abaixo (risos). Quer dizer, esse interesse por política é uma coisa que me acompanha sempre; lembro-me daquelas orelhas de livros, é jornalista, político ou escritor, alguma das três coisas eu seria.

BV — Mais alguém da família se-guiu esse caminho?

Mitre — Estudei Direito, fui para a faculdade, mas não terminei o curso, depois para a faculdade de Economia e mais tarde me formei em Letras. Fiz pós-graduação em Letras, mas com a maioria dos cré-ditos em Ciências Políticas. Minha vida foi de bastante experiência e caótica também — tanto que em casa evitava, quando meus filhos estavam na adolescência, falar do meu exemplo, porque é negativo, uma falta de rumo total. Mas nunca deixei a trilha do jornalismo du-rante todos os anos que estive na universidade, durante uns 15 anos entre todos os cursos. Sempre man-tive a ação de jornalista, comecei em Minas e nunca mais parei.

BV — Para o iniciante, a redação de um meio impresso é uma das melhores escolas?

Carlos Chagas

“A primeira qualidade de um jornalista é a curiosidade. (...) O jornalista que tem realmente vocação deve estar sempre pesquisando, ser um curioso e ter fome e sede de informação nova. Essa é uma qualidade fundamental.”

juscelino Kubitschek

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Entrevista na Band — Capa

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Mitre — Sim. Durante os primeiros 20 anos de vida pro-fissional, fui um típico jornalista de mídia impressa, aquele fa-moso rato de redação. Quando cheguei a São Paulo, integrei a

equipe que fundou o Jornal da Tarde, um jornal importantíssi-mo, criativo, diferente de tudo o que se tinha feito até então. Virei um fanático, ficava o

dia inteiro na redação. Meu pri-meiro diretor foi o Mino Carta, com quem trabalhei alguns anos. Depois, o diretor que sucedeu o

Mino foi um grande jornalista, talentoso, com uma criatividade impressionante, muito importante na minha vida: Murilo Felis-berto, que já faleceu

[em 2007]. Ficava com o Murilo ali o tempo todo, meu trabalho terminava e eu não ia embora, era aquele fanatismo. Essa profissão me pegou desde o primeiro dia e não me largou até hoje.

BV — Em sua opinião, a paixão pela reportagem é a característica mais importante de um jornalista?

Mitre — A primeira quali-dade de um jornalista é a curio-sidade. É preciso pesquisar, e a busca da informação não se dá só em torno da agenda do dia: você busca informação o tempo todo, pesquisa livros e tem a internet, que facilita tudo. O jornalista que tem realmente vocação deve estar sempre pesquisando, ser um curioso e ter fome e sede de

informação nova. Essa é uma qualidade fundamental. Já as características fundamentais do exercício da profissão incluem alguns itens básicos. O compro-misso com a realidade dos fatos é uma coisa muito importante. Não deve deformar os fatos; esse, talvez, seja o primeiro compromisso. Deve ter um senso crítico diante das coisas e uma capacidade de avaliar eticamente

o que se está cobrindo. É preciso ter um olho muito atento com o poder, os poderosos de um modo geral. Então, isso aí faz parte do dia-a-dia do jornalista.

BV — O jornalismo da Band tem se destacado por sua atuação e qualidade, inclusive ganhando prêmios. A que se deve esse re-sultado positivo?

Mitre — A Band tem uma

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(1) Sr. johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação. (2) Registro da fraterna amizade entre josé de Paiva Netto e o saudoso dr. joão jorge Saad.

Mitre e Ricardo Boechat preparam mais uma edição do Jornal da Band.

Mino Carta

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BOA VONTADE | 25

vocação jornalística consolida-da, que se aperfeiçoa através do tempo. É um grupo que tem mais de 70 anos. A busca da in-formação e o compromisso com a utilidade pública sempre foram marcas registradas do grupo. E isso não poderia produzir outro efeito senão este que aí está: o grupo cresce na área de comuni-cação, na área de informação com competência, com consistência, responsabilidade e credibilidade. São características do jornalismo que fazemos, e a perspectiva é continuar crescendo, se fortale-cendo. Temos na nossa história momentos fundamentais que se confundem na História do Brasil. O jornalismo da Band, sempre muito atento, presente, é

obsessivo na busca da informação correta e completa. Na história recente do Brasil não faltaram as câmeras da Band. BV — Uma marca muito forte da emissora é a realização dos de-bates políticos, pré-eleitorais, um ponto apoiado pelo presidente do grupo, o saudoso dr. João Jorge Saad...

Mitre — Sempre apoiado. Tivemos aqui todos os debates e, até de certo modo, apostas dos diretores e acionistas. O primeiro debate entre candidatos à Presidência da República da História do Brasil foi feito aqui na Band, com nove candidatos. Eu tinha acabado de chegar aqui, não entendia de televisão. O

Johnny Saad, que na época era vice-presidente da Band, me deu a força que eu precisava para ir em frente, senão não seria possí-vel. Tecnicamente, era discutível fazer um debate com nove candi-datos... não era possível. Mas nós fizemos um cenário em forma de ferradura e foi um debate históri-co. Não havia as regras rígidas de hoje. Foi uma coisa extraordiná-ria, seguramente. Tive o apoio do Johnny Saad, e sem isso não sei se caminharia sozinho. É muito importante considerar que está dentro da vocação da Band essa história da cobertura política. Não é por acaso que os debates acon-teceram principalmente aqui, por-que a Bandeirantes sempre abriu espaços para todas as bandeiras, todos os programas e projetos. O jornalismo da Band sempre foi um debate vivo, um conflito saudável, legítimo e democrático de ideias. Então, é evidente que

SUSTEnTABIlIdAdE

“É necessário preservar e produzir, ou

seja, crescer e preservar. Essa separação

entre aqueles que pensam que uns

estão para preservar e outros para

desenvolver é um absurdo! É preciso

juntar, tem de haver uma política de

preservação acoplada a uma política de

desenvolvimento. Uma coisa não deveria

existir sem a outra, não deveria nem ser

enfocada sem a outra.”

Entrevista na Band — Capa

Fernando Mitre, entrevistado por Rodrigo de Oliveira.

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os debates ocorreriam aqui com naturalidade.

BV — Jamais deixar de praticar esse “ouvir os vários lados”, certo?

Mitre — Claro! Mesmo no tempo da ditadura, daquela coisa ferrenha em cima das redações. Nem todos os grupos de comu-nicação enfrentavam aquilo; já a Band enfrentava com naturalida-de. Alguém se lembra da famosa entrevista com Luís Carlos Pres-tes no exílio, em pleno governo militar? Foi feita aqui pela Band. A jornada das Diretas Já? Cober-tura da Band. Todo o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor? Cobertura intensa e cobertura justa, ouvindo todos os lados, sem nenhum tipo de preconceito. Isso é marca nossa.

BV — Muita dessa marca, aliás, tem a ver com o dr. João Jorge Saad. Como era a convivência com esse grande comunicador?

Mitre — Ele era uma pessoa agradabilíssima, tratar com ele era um prazer. Eu tratava com ele e o Johnny. Ele era o presidente e o Johnny, vice-presidente. Vim aqui fazer o primeiro contato a convite dele (Johnny) e foi quan-do conheci o seu João, que se mostrou tão afável, tão agradável e muito perspicaz. A partir daí, nossa relação foi muito boa.

BV — Desde o instante em que assumiu o jornalismo da Band até o dia de hoje, é possível fazer um balanço das vitórias e das corre-ções a serem feitas?

Mitre — Sempre. O aperfei-çoamento deve ser constante. O exercício do jornalismo é um processo de aprendizado. Você erra muito e tem que ter humil-dade para corrigir os erros; assim como os acertos, é preciso saber se aproveitar deles e transformá- -los em grandes soluções. É um desafio constante, vigilância, trabalho e atenção o tempo todo e, principalmente, trabalho de equipe. Em televisão, sozinho você não faz nada. E uma das características nossas é o exce-lente ambiente que temos aqui na redação. Aliás, a empresa tem um ambiente muito bom.

BV — O mundo atravessa uma grande crise econômica e se vê desafiado pela questão climática. Agora é mesmo imprescindível pensar em crescimento susten-tável?

Mitre — Só vejo uma possi-bilidade de pensar nessa questão: desenvolvimento sustentável. É necessário preservar e produzir,

ou seja, crescer e preservar. Essa separação entre aqueles que pen-sam que uns estão para preservar e outros para desenvolver é um absurdo! É preciso juntar, tem de haver uma política de preservação acoplada a uma política de desen-volvimento. Uma coisa não deveria existir sem a outra, não deveria nem ser enfocada sem a outra.

BV — Quais os planos da direção de jornalismo da emissora?

Mitre — Aperfeiçoar. O jor-nalismo da Band é um jornalismo que tem essa ambição de se aper-feiçoar e ampliar o tempo todo, lançar produtos novos. Estamos lançando programas novos e va-mos continuar nesse diapasão. E a gente nunca está satisfeito.

Ao término da entrevista, Mitre retribuiu a saudação do diretor-presidente da LBV, o jornalista Paiva Netto, com a mensagem: “Tenho uma grande admiração por ele. Um abraço nele também”.

A bela apresentadora do Jornal da Band Ticiana Villas Boas exibe exemplar da edição especial BOA vONtADe Mulher. Mitre também confere os destaques da revista.

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de todosos berços

Carioca

Uma cantora do samba que fez sucesso, inclusive no exterior, interpretando o melhor desse estilo sem,

contudo, ficar restrita a ele: “Sou carioca de todos os berços”. Isso explica a versatilidade musical de Elza Soares, nascida no morro da Água Branca, bairro de Engenho de Dentro, e criada na comuni-dade de Padre Miguel. Foi cedo que a menina descobriu o talento para cantar, e as primeiras notas já impressionavam pelo traço que seria a marca da artista nesses 50 anos de carreira: a voz rouca e afinada.

Descoberta por Ary Barroso (1903-1964), um dos mais renomados músicos bra-sileiros, durante um show de

calouros, Elza obteve as maiores notas.“Foi chocante. Aquele mi-neirão bem-humorado ensinou como me vestir e a me apresentar às pessoas. Foi sério o momento. Valeu muito, Ary”, relembra.

Em 1959, começou na profissão já recriando o samba. “Lembro do primeiro sucesso, que foi Se aca-so você chegasse, do Lupicínio Rodrigues; depois, Beija-me, Mulata assanhada, Teleco Teco

no 2, Edmundo, tanta coi-sa gostosa que gravei.” Elza alcançou notoriedade logo no primeiro LP. Seu segundo disco, Bossa Ne-gra, também foi bastante aplaudido, surgindo como

alternativa aos estilos que mais tocavam na época, o samba de raiz e a Bossa Nova.

Ary Barroso

A artista também inovou ao usar scats — técnica de canto re-corrente entre os cantores de jazz, vocalizando sílabas sem sentido (ex.: quais la gum dum, dara pa-dam) —, encantando o público e intérpretes destacados com sua originalidade. Propositadamente extravagante, conseguiu arrancar elogios até de nomes consagrados internacionalmente, como o can-tor norte-americano Louis Arms-trong, com quem dividiu uma apresentação especial na Copa do Mundo de 1962, no Chile. O auge da carreira atravessaria mais de uma década.

Para Elza, experimentar na mú-sica e agradar tem sido comum: “No meu trabalho busco ficar não só dentro do samba puro. Gosto de trazer esses ritmos que tanto

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MúsicaA versatilidade musical de elza Soares

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28 | BOA VONTADE

de todosos berços

Cariocade Brito, Jorge Ben Jor, Nei Lopes, Noca da Portela, Nel-son Cavaquinho, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius de Moraes e Zeca Pagodinho.

No ano de 1970, Elza Soares viajou em turnê pelos Estados Unidos e pela Europa. Dois anos

depois, o álbum Elza Pede Pas-sagem foi um dos mais

aclamados de sua tra-jetória, considera-

do um clássico e representante do samba soul do início da década da Disco. Hoje é possível encon-

trar o CD remaste-rizado.

Uma mulher na Avenida do Samba

São muitas as razões que levam a crítica especializada a tecer co-mentários elogiosos à cantora, mas nada se compara ao fato de ela ter sido a primeira mulher a puxar um samba-enredo na Sapucaí durante a festa mais popular do Brasil. Para Elza, aflorar a percepção pela cultura nacional no carnaval é uma “maravilha!”, exclama. E

completa: “É um momento que todo mundo canta o Brasil. Temos grandes autores de escola de sam-ba. Falar de um compositor é falar de um Silas de Oliveira, que era, na minha opinião, um maioral. Falo de Cartola, Zé Kéti, de tanta gente boa. O carnaval faz parte da nossa cultura”.

Como puxadora de samba- -enredo no Rio de Janeiro, já teve passagens pelo Salgueiro, campeã deste ano do carnaval, Mocidade Independente e Acadêmicos do Cubango.

Dando a volta por cimaElza Soares tem seu nome

marcado na história cultural do País, mas nem por isso deixou de enfrentar momentos difíceis na vida pessoal e profissional. Ficou viúva do jogador de futebol Mané Garrincha (1933-1983), passou por altos e baixos na mú-sica, pensou em desistir e perdeu Garrinchinha, em 1986, seu único filho com o jogador. Depois disso, passou nove anos fora do Brasil. De volta, lançou em 1997 a biografia Cantando para não enlouquecer.

Para vencer todas as intempé-

empolgam, o hip-hop, o funk, o samba jazz, o samba rock, enfim..., para dentro da música popu-lar brasileira. (...) Sou muito jazz e gosto do blues. Acho que o sam-ba tem uma riqueza tão imensa, uma linha melódica maravilhosa, que você pode fazer dele o que bem pretender”.

A artista fez também parce-rias com outros compositores de prestígio, a exemplo de Aldir Blanc, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Guinga, Guilherme

“O samba tem uma riqueza tão

imensa, uma linha melódica maravilhosa, que você pode

fazer dele o que bem pretender.”

O lendário jazzista Louis Armstrong Garrincha joga no Maracanã e elza ouve a transmissão pelo radinho de pilha

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ries, diz que con-tou com a Ajuda Divina: “Quan-do temos Deus dentro de nós, somos capazes de superar qualquer sacrifício. Eu me apego a Ele em qual-quer momento. Quem tem Deus dentro de si não tem medo de nada. Eu não tenho medo”.

Em reconhecimento à sua con-tribuição para a música brasileira, em 1972 ela recebeu o diploma de Embaixatriz do Samba, do conselho de música popular do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro. Em 2000, foi premiada como a “Melhor Can-tora do Universo”, pela BBC de Londres. “Ganhar esse título foi muito bom, um destaque maravi-lhoso que nem esperava que me-recesse. É muito sério carregar algo com essa dimensão toda”, admira-se.

Em 2002, o álbum Do cóc-cix até o pescoço garantiu-lhe

Amiga de longa data da Legião da Boa Vontade, Elza Soares já fez parte de diversas ações realizadas pela Obra, como salienta: “Fui algu-mas vezes visitar as crianças, porque gosto de participar, de saber o que está acontecendo. É muito importante que todos saibam o que é essa bela Instituição, esse presente que vocês têm dado sempre a essas crianças maravilhosas que precisam tanto”. A cantora felicita também o diretor--presidente da LBV: “Ao meu amigo Paiva Netto, meu grande exemplo de vida, o meu beijo, o meu carinho, pela coragem de manter a LBV de pé”.

uma indicação ao Grammy, consi-derado o Oscar da música. O disco foi mui-to bem recebido

pela crítica. Co-laboraram no tra-

balho Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlinhos

Brown, Jorge Ben Jor e outros. O lançamento impulsionou tur-nês pelo mundo. Depois desse “grande CD”, conforme diz a própria artista, um problema de saúde a levou às pressas para a mesa de cirurgia. Mesmo presa temporariamente a uma cadeira de rodas, não deixou de produzir o CD Beba-me.

Teve a honra de interpretar o Hino Nacional na abertura dos Jogos Pan-americanos Rio 2007. Pelo conjunto do seu trabalho, foi agraciada, em 2008, com a Grã-Cruz, da Ordem do Mérito Cultural, o maior prêmio do gênero concedido pelo governo federal.

“Quando temos Deus dentro de nós,

somos capazes de superar qualquer

sacrifício.”

Luiz Melodia e elza Soares apresentaram-se juntos durante o 5o festival Chorando sem parar, em São Carlos/SP, no dia 21 de dezembro de 2008.

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Há 21 anos surgiu no ce-nário musical uma banda que apostou num jeito novo, universal, de fazer

vanerão, a tchê music, dança tí-pica dos Estados da Região Sul, especialmente apreciada entre os gaúchos, que se tornou também popular em Mato Grosso. A partir dali, o grupo Tchê Barbaridade iniciou uma carreira de sucesso, lançando ao longo de duas déca-das 16 CDs e 3 DVDs.

A banda fez aniversário em dezembro, sabendo que, apesar da carreira sólida, ainda há mui-to que realizar. “É uma história realmente de luta, mas não aca-bou; é uma conquista constante”, afirma Marcos Noms, gaiteiro e tecladista do grupo.

Para comemorar a data, o Tchê

Tchê Barbaridadepromove show solidário

Barbaridade promoveu um grande show em benefício da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! A festa ocorreu no Clube Farra-pos, em Porto Alegre/RS. Sobre a iniciativa, ressaltou Marcos: “A gente pretende ainda fazer este trabalho o ano inteiro”.

Carmen Silva, vocalista da banda (ao lado de Pablo e Mar-celo), registrou o carinho e a sa-tisfação de colaborar para a Obra: “Hoje é uma noite de coração. (...) Pessoas trazendo alimentos que serão distribuídos para tantas crianças. (…) Nós abraçamos uma causa que ocorre o ano inteiro; não é só no Natal que a LBV trabalha com essas crianças”.

“Quero falar, em nome do grupo Tchê

Barbaridade, que nos declara-mos publicamente parceiros, voluntários da causa da LBV em todo o País”, destacou o empresário e diretor do grupo Paulinho Bombassaro, quando visitou o trabalho da Instituição em Glorinha/RS.

O show solidário contou tam-bém com a participação dos grupos Balanço do Tchê e Ban-davanera. Durante a apresentação, a LBV prestou homenagem aos músicos, presenteando-os com um belo quadro com a foto da visita deles ao Centro Comunitário e Educacional da Obra na capital gaúcha. [E.R.]

Ao lado, os integrantes do tchê Barbaridade. Acima, os músicos com o quadro que registra a visita do grupo à LBv.

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Homenagemjornalistas Rosane Marchetti e Cristina Ranzolin

Por ocasião do Dia Internacio-nal da Mulher, comemorado em 8 de março, meninas e meninos atendidos pela

Legião da Boa Vontade no pro-grama LBV — Criança: Futuro no Presente! visitaram a redação do Jornal do Almoço, da RBS TV (Rede Brasil Sul de Televisão), emissora filiada da Rede Globo, canal 12, em Porto Alegre/RS,

Emoção e alto-astral napara homenagear as apresentado-ras Rosane Marchetti e Cristina Ranzolin.

As jornalistas — que são âncoras de um dos principais noticiários do Rio Grande do Sul — ficaram comovidas com o carinho das crianças e com a apresentação musical feita por elas na ocasião. Cristina e Ro-sane receberam também flores e

um belíssimo quadro, contendo assinaturas das crianças e um pensamento extraído do artigo “A Mulher no ConSerto das nações”, de autoria do diretor-presidente da LBV, jornalista Paiva Netto.

Em entrevista à Boa Vontade TV, Cristina leu para os teles-pectadores trecho da mensagem do dirigente da Instituição: “Às mulheres do Brasil e do mundo,

elisa RodriguesFotos: Elisa Rodrigues

redação da

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Emoção e alto-astral na a nossa saudação pela data espe-cial: 8 de março. Todo dia, porém, é dia da mulher, cujo exemplo de coragem encontramos no Evan-gelho do Cristo, segundo João, 19:25, que relata o apoio por Ele recebido, na derradeira hora: ‘E diante da cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela e também Ma-ria Madalena, e Maria, mulher de Clopas’. Essas heroínas, no instante supremo da dor, não O abandonaram, permanecendo ao Seu lado, num inaudito sinal de bravura. Nenhuma ação humana pode, decisivamente, progredir sem o auxílio, reservado ou públi-co, das mulheres. A História está repleta de comprovações”.

E acrescentou a apresenta-dora: “E aí assinam diversas crianças, que coisa linda! Muito obrigada, fiquei emocionada, um beijo!”. Além de falar sobre o seu trabalho no Jornal do Almoço, Cristina ressaltou: “A mulher tem cumprido o seu papel de forma realmente envolvente, porque conseguimos ser mãe, mulher, esposa e profissional. É maravi-lhoso ser mulher, poder cuidar de tudo um pouco. Às vezes podemos falhar numa dessas posições, mas a gente tenta pelo menos, e isso dá muito prazer”.

Da mesma forma atenciosa, retribuiu Rosane Marchetti: “Muito lindo, especialmente

pela homenagem feita pela LBV, por esses meninos, coisa mais querida. Que amor, que mara-vilhoso o carinho grande dessas crianças! Obrigada”. Rosane destacou ainda detalhes daquela manhã especial e parabenizou a Legião da Boa Vontade e todos os seus colaboradores e volun-tários, que tornam possíveis os diversos programas socioedu-cacionais da Instituição. “Para nós, é um imenso prazer, fico emocionada de ver essas crian-ças. Conversamos com elas sobre as atividades, sobre esse carinho e o apoio que têm [na LBV]. Parabéns pelo trabalho, parabéns mesmo!”.

As apresentadoras Rosane Marchetti (1) e Cristina Ranzolin (2), do Jornal do Almoço, da RBS tv, recebem flores e quadros contendo assinaturas das crianças e a fraterna mensagem da LBv. (3) A redação do jornal parou para ouvir o canto do Coral Infantil da Instituição.

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Em todo o Brasil, autoridades, artistas e colaboradores prestigiam a tradicional iniciativa

Regina do Nascimento

Destaque

distribui milharesde kits escolares

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entrega de kits escolares

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Sabe-se que a Educação é essencial para a construção de uma sociedade justa, mais humana e autossustentável e,

portanto, para o progresso de um país. Diversos estudos e pesquisas já comprovaram sua importância. De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), se todo trabalhador brasileiro tivesse pelo menos cinco anos de estudo, a pobreza diminuiria em média 6%, e se fossem oito anos, reduzi-ria13%. Esses dados demonstram que a falta de instrução influi nas

desigualdades sociais. Outra aná-lise associa diretamente o aumento da escolaridade feminina à redução das taxas de mortalidade infantil.

A fim de que nada seja empe-cilho para que meninos e meninas de 6 a 12 anos em situação de vulnerabilidade social concluam o Ensino Básico, a Legião da Boa Vontade promove a sua tradicional Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!, que este ano entrega mi-lhares de kits de material escolar. São beneficiados com a iniciativa alunos das escolas da Instituição

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queiram fazer um bom trabalho. A LBV serve de exemplo para todo o Brasil”. Sobre o que pôde testemunhar, ressaltou: “A gente vê a alegria das crianças em receber

esse kit tão bem-feito, mochilas bem preparadas. Temos de pedir àquelas pessoas que colaboram que continuem colaborando e conheçam o trabalho da LBV, que é realmente exemplar”.

Na sequência, foi a vez de Goiânia/GO, em 9 de fevereiro. O senador Marconi Perillo, pre-sente ao acontecimento, resumiu a relevância da campanha: “Fui uma criança pobre que passou por dificuldades. Cheguei aonde estou graças ao estudo, à formação, à escola. Por isso me

Cada kit entregue pela campanha é composto de mochila, estojo, lápis preto nº 2, caixa de lápis de cor com 12 unidades, canetas hidrográficas coloridas e esferográficas, apontadores com depósito, borrachas, pincéis, tesoura sem ponta, tubos de cola, caixa de tinta guache com 6 cores, cadernos de desenho e universitário, papel sulfite reciclado, régua de 30 cm, dicionários da língua portuguesa e bilíngue (português/inglês), jogo pedagógico e fichário com zíper.

esse trabalho que a LBV faz. Sempre que posso, prestigio os eventos, por-que a LBV tem um papel fundamental na socieda-de, que é o de educar as

nossas crianças, mas, acima de tudo, não é dar uma educação apenas didática, de matemática ou português, para ser um cidadão de bem. É uma educação na alma da criança, na espiri-tualidade. A gente tem de agradecer, pois é um exemplo para outras entidades que

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Campo Grande/MSSenador jefferson PraiaSenador Marconi Perillo

Destaque

e participantes do Programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, desenvolvido nos Centros Comu-nitários e Educacionais da Obra, localizados em dezenas de cidades do Brasil.

Educação e futuroUma das primeiras ci-

dades beneficiadas pela iniciativa foi Curitiba/PR, em 6 de fevereiro. O de-putado federal Ratinho Junior entusiasmou-se com o evento e de-clarou: “Com muita alegria, acompanho, já há algum tempo,

Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!

Ratinho junior

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vamos assegurar um futuro de ci-dadania, inclusão social, respeito e igualdade para essas crianças com iniciativas como esta. (...) Vou ajudar mais ainda, porque a LBV merece a nossa atenção pe-los resultados alcançados e pela seriedade do trabalho. (...) Quero cumprimentar Paiva Netto, pelo que realiza no Brasil inteiro, e toda a equipe da Legião da Boa Vontade, e dizer que hoje é um dia

muito feliz para mim”, finalizou Perillo.

Seis dias depois da capital goiana, foi a vez de o Centro Co-munitário da LBV em Manaus/AM realizar a entrega do material escolar, que contou com a partici-pação do senador Jefferson Praia. Na opinião do parlamentar, uma das principais preocupações do Senado “deve ser a garantia da Educação para todas as crianças, principalmente para as menos fa-vorecidas”. E completou: “A LBV entra nesse espaço dando a sua contribuição. Nós percebemos uma ação importante, além de todas as atividades que são realizadas com essas crianças, que tenho a honra de conhecer nesta manhã”.

Em Salvador/BA, a entrega dos kits às crianças atendidas, em 16 de fevereiro, coincidiu com a inauguração das instalações do Centro Comunitário e Educacio-nal da Instituição, que foram am-pliadas e modernizadas. O evento teve um gosto especial para a criançada, que conheceu as novas salas onde terão atividades.

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entusiasmo tanto. As crianças são o maior tesouro da nossa vida. Se nós queremos um país melhor, temos de investir nelas”.

O parlamentar ressaltou não somente o valor da campanha, mas também o somatório dos empreendimentos desenvolvidos.

“É fantástico o que a LBV faz em

Goiás e no Brasil. Só

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pareceu. Ao ver os frutos que a iniciativa traria, destacou: “Eu fico muito feliz, porque nós, vivendo neste país pobre, numa região pobre, precisamos, cada dia mais, de iniciativas desse porte. Quero parabenizar todos vocês, parabeni-zar Paiva Netto. Que Deus ajude e fortaleça vocês para cada vez mais ampliar esse tra-balho, que é extremamen-te necessário para toda a nossa comunidade”.

Na mesma data, Cam-po Grande/MS recebia a senadora Marisa Serra-

no para a cerimônia de entrega dos kits. “Educação de quali-dade é o que as crianças do Mato Grosso do Sul precisam. Ver a LBV assim nos mostra que vale a pena lutar. Ela não está só aqui, mas no Brasil todo, lidando com

a Educação das crianças. Esses pequeninos apren-derão a ser mais felizes ao ajudar o próximo. Vejo o Amor que é fundamental em tudo isso”, registrou a parlamentar.

Um dos objetivos da LBV com essa iniciativa, rea-lizada anualmente, no período de janeiro a abril, é contribuir para a redução dos índices de reprovação e abandono escolar e, portanto, para a melhoria da qualidade de vida e da autoestima das crianças atendidas.

O senador Renato Casagran-de, presente à distribuição dos kits em Vitória/ES, em 20 de fevereiro, destacou a alegria da garotada ao receber mochilas com o material escolar, tendo nesse gesto uma

“Estou emocionado e gra-tificado por ver este trabalho desenvolvido pela LBV em um bairro carente (...). Esses jovens estão complementando a educa-ção e dizendo que vêm aqui com muito amor, satisfação e alegria para participar das atividades de aprendizado lúdico. A LBV cumpre papel importantíssimo”, afirmou o senador baiano César Borges, que prestigiou o evento.

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oportunidade a mais para prosse-guir no estudo: “É um prazer par-ticipar de evento tão importante e cheio de energia. (...) Estou muito feliz de estar aqui. São centenas de crianças que vêm receber o com-plemento escolar pelo esporte e pela cultura. Este ambiente ajuda individualmente na formação de um espírito de Fraternidade, com caráter, de preo cupação com o Ser Humano. Este é o papel que a LBV desempenha e, para isso, é preciso de todo o apoio da sociedade”.

Nesse mesmo dia, várias per-sonalidades participaram da en-trega dos kits na capital do Mato Grosso, Cuiabá. A senadora Serys Slhessarenko falou da felicidade nos olhos de meninas e meninos atendidos pela Instituição enquan-to recebiam o material escolar. “Através da contribuição gran-diosa da LBV, as crianças estão construindo seu futuro; elas têm esperança, perspectiva de vida. Temos certeza de que terão uma história de vida bonita. E isso se deve, em grande parte, à LBV e ao Paiva Netto, que é um nome

internacional, figura que tem a questão social muito presente. É a pessoa dele que inspira essa vontade, essa determinação em fazer a melhoria da qualidade de vida dos mais carentes da nossa sociedade”, comentou.

Essa iniciativa é uma das muitas ações socioeducacionais empreendidas pela Legião da Boa Vontade em defesa do desen-volvimento integral do Ser Huma-no, isto é, considerado em todos os seus aspectos: Espiritual, físico, mental, cognitivo, psicológico e social. Para a realização e manu-tenção desse trabalho, a LBV tem contado, há quase 60 anos, com o apoio e a colaboração imprescin-díveis da população.

Os interessados em obter ou-tras informações sobre o trabalho da LBV ou em colaborar com ela, seja por meio de doações, seja por meio do voluntariado, podem dirigir-se à unidade de atendimen-to da Instituição mais próxima, entrar em contato pelo telefone: (11) 3225-4500 ou acessar o site www.lbv.org.br.

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Senador Renato CasagrandeSenadora Serys Slhessarenko

A primeira-dama de Porto Alegre/RS, sra. isabela Fogaça, esteve no dia 12 de março nos estúdios da Boa Vontade TV na capital gaúcha para participar do programa Boa Vontade Entrevista. Na recepção, foi sauda-da pelo canto do Coral Ecumênico Infantil LBV. A surpresa emocionou a convidada: “Pensei que eu só iria fazer a gravação do programa, não sabia que iria receber tanto amor. Muito obrigada, estou rodeada de ternura por esses anjos queridos”. Em entre-vista, relembrou a homenagem que a Instituição prestou a ela: “Vocês foram me visitar ano passado na prefeitura e me levaram flores, mas é muito melhor vir até aqui. Tenho certeza de que todas as pessoas deveriam visitar a LBV para entender o que é o tra-balho da Legião da Boa Vontade e perceber o quanto é importante ajudar ao próximo. Eu me sinto especialmente emocionada hoje com essa gurizada querida. Muito obrigada, de coração”.

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Primeira-dama de Porto Alegre

visita a LBV

BOA VONTADE | 39

O projeto Re(vi)vendo Êxodos é um exemplo dessa prática, que merece ser adotada por outros estabelecimentos de ensino em todo o Brasil. A empreitada já está em sua sétima edição e foi desenvolvida no Centro de Ensi-no Médio Setor Leste, no Centro de Ensino Fundamental 104 Norte e na escola Nova Betânia em São Sebastião. Essas escolas do Distrito Federal demonstram que, quando o corpo docente se envolve, é possível vencer as di-ficuldades das verbas escassas e a estrutura deficiente, comuns na maioria dos colégios públicos.

O empenho e a abnegação de

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com o pé na estradaEducação

professores do Centro de Ensino Médio do Setor Leste levaram ao primeiro evento do projeto, em 2001, que de lá para cá cresceu e agregou parceiros.

A cada edição os estudantes realizam, a partir do início do ano, extensa pesquisa bibliográ-fica e de campo com a abordagem de temas contemporâneos e o aprofundamento experimental. Também constroem dossiês, portfólios, vídeos, boletins in-formativos, cartazes, folders, encenações, desenvolvem uma monografia escolar e apresentam seminários.

Além disso, os alunos monito-

* Tadeu Gonçalves é gerente de Educação Patrimonial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

É gratificante quando desco-brimos iniciativas de escolas públicas que, fugindo da mesmice, inovam o processo

de ensino e aprendizagem, bus-cando formar cidadãos engajados e conscientes das suas responsa-bilidades.

Arte na TelaInovando o processo de ensino e aprendizagem

tadeu Gonçalvesespecial para a BOA VONTADE

Fotos: Pedro Clerot

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40 | BOA VONTADE

Educação

res visitam as cidades integrantes de um roteiro preestabelecido e realizam entrevistas e pesquisas sobre o patrimônio cultural des-sas comunidades, preparando desta forma a estrutura para a caminhada de todo o grupo.

Nessa etapa estão envolvidos os estudantes, professores e cola-boradores que, assim, vivenciam a realidade das comunidades e interagem com os moradores num processo de troca e aprendiza-gem, cujas marcas acompanharão os participantes pelo resto de suas vidas.

O ano de 2008 marcou o centenário de nascimento do escritor João Guimarães Rosa e o projeto fez um mergulho em sua obra, adotando como região de pesquisa o Vale do Urucuia e adjacências, em Minas Gerais. Os jovens estudaram, refletiram sobre os textos de um dos maiores nomes da literatura brasileira de todos os tempos, entendendo-os como identidade e patrimônio de um povo, e conheceram a região e o ambiente natural e humano que formam a base da obra rosiana.

A caminhada partiu do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, Chapada Gaúcha/MG, e seguiu até o Jardim Botânico, Brasília/DF (atravessando os municípios de Chapada Gaúcha, Arinos, Morrinhos, Sagarana, Urucuia, Riachinho, Buritis, Taquaril, Vila Cordeiro e Unaí, em Minas Gerais, passando por Cabeceiras/GO, por São Sebastião e pela Reserva Ambiental Jardim Bo-tânico, no DF), com duração de 15 dias e trajeto de mais de 300

quilômetros, percorrido a pé, e 1.200 quilômetros de ônibus.

Ao término de cada encontro é realizada uma Mostra de Resultados no Espaço Cultural Renato Russo da 508 Sul, da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal. O evento promove uma exposição fotográfica, além da exibição de outros produtos idealizados e con-feccionados pelos alunos.

Para a mostra, foram selecio-nadas 200 fotos dos alunos do se-gundo e do terceiro ano do Ensino Médio. É interessante observar o resultado desse olhar, estimulado por estudos e pesquisas; é um olhar forte, contundente, às vezes duro, mas nota-se que a ternura não foi perdida.

Igualmente, é bom perceber o grau de satisfação dos alunos e uma mudança de comportamento depois do projeto. A vida ganha novos significados, os horizontes se ampliam e a consciência das próprias responsabilidades sociais norteia a postura perante a vida.

Impressiona, ainda, a estrutura empregada para a realização da caminhada, na qual mais de 100 pessoas se deslocam a pé por traje-tos que exigiram de sete a 16 dias. A logística inclui locais para dormir, para alimentação, banhos, primeiros socorros, entre outros quesitos.

O projeto não conta com pa-trocínio, embora sua organi-zação venha tentando todos os anos, sem sucesso, sensi-bilizar o setor privado. Hoje, o que existe é uma junção de

esforços liderados pelo incansável professor Luis Guilherme, que capitaneia a iniciativa. Graças ao empenho dele, foi possível sensibilizar o Exército, o qual fornece, todos os anos, a estrutura de barracas e um batalhão com caminhão para acompanhar e garantir o banho e o pernoite dos aventureiros.

Outros colaboraram, como o Iphan; o Exército Brasilei-ro, através do Comando Militar do Planalto; a 11a Região Mi-litar e suas unidades; a Polícia Militar Ambiental/PMDF e o Corpo de Bombeiros Militar/ PMDF; além dos secretários de governo do DF, MG e GO e pre-feitos envolvidos.

São projetos como esse que demonstram que é possível desen-volver ações educativas para além da sala de aula, ajudando a formar melhores cidadãos para conduzir este país. Claro que seria menos difícil se houvesse patrocinadores. Fica em aberto o convite, o nosso apelo, pois esse e muitos outros casos dão exemplo de como a união da sociedade faz a diferença e pro-move o desen-volvimento de nossos jovens.

Arte na Tela

Marta jabuonski, curadora da Galeria de Arte do templo da Boa vontade.

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Marta jabuonski

Na capital da República, na Esplanada dos Minis-térios, um grande evento no fim de 2008 chamou

a atenção de todos que por ali transitaram. A montagem de uma aldeia indígena com dez etnias, a representação de quilombolas, candomblé, além de teatro, hip-

-hop, MPB, palestras, enfim, manifestações que evidenciam a di-versidade cultural do Brasil.

O grande arquite-to Oscar Niemeyer, construtor de Brasí-

lia, por certo ficaria satisfeito se visitasse o local nesses dias, porque viveria na prática uma ideia toda sua, ou seja, entregar ao povo as praças e os espaços públicos.

Viu-se um Brasil de-monstrando para o mun-

A sofisticada cultura brasileira na Teia-2008

do que é possível convi-ver com as diferenças e, ao mesmo tempo, na luta pela igualdade dos direi-tos, pela inclusão social e, acima de tudo, para “ser diferente no direito de ser diferente”, nas palavras de Chico Simões, coordenador-geral da Teia Brasília 2008.

O Ministério da Cultura (MinC), por meio do Programa Cultura Viva, iniciou uma forma de política na qual o Es-tado promove e compar-tilha a gestão de projetos, o que possibilitou a rea-lização de programas va-riados, a exemplo da Teia, dos Pontos de Cultura e do próprio Cultura Viva. Este último conjuga arte e cidadania e utiliza-se da prática do diálogo entre o Estado e a sociedade para o desenvolvimento de projetos como Ação Griô, Escola Viva, Agentes Culturais, Cultura Di-gital.

As ações propostas criam soluções adaptadas à rea-lidade de cada segmen-to envolvido. Trata-se da cultura dinâmica, de pessoas acreditando no potencial transformador do Ser Humano e da cole-

tividade. Curiosamente, lembra Célio Turino, secretário de Programas e Projetos Culturais do MinC, o processo de seleção dos Pontos de Cultura ocorreu no Parla-

Mundi da LBV, em Brasília, em 2005: “Recebemos 2.500 proje-tos e aprovamos 400 e, depois, mais 500; quem sabe o ambiente não ajudou nessa seleção, que aconteceu de maneira bem livre

e espontânea? Alguns participantes fizeram a caminhada na espiral da nave do TBV e voltaram para a reunião de deci-são...”.

Para o ministro da Cultura, Juca Ferreira, “esse programa é a prova maior de que o desenvolvimento real só se dá quando a cultura e o humano estão na base”.

Por sua vez, o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, afir-ma: “Se o Brasil já tivesse acor-dado para construir o que fazemos hoje, já teríamos um País com menos violência, mais respeito mútuo, compreensão e solida-riedade”.

Oscar Niemeyer

Célio turino Paulo vannuchi

Chico Simões

juca ferreira

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42 | BOA VONTADE

A sofisticada cultura brasileira na Teia-2008

Durante o lançamento do projeto de ampliação do Centro Comunitário e Edu-cacional da Legião da Boa

Vontade em Florianópolis, no dia 2 de março, o senador Raimundo Colombo e o deputado estadual Darci de Matos, que prestigia-ram o evento, foram saudados com belas canções pelos meninos e meninas que participam do pro-grama LBV — Criança: Futuro no Presente!

Depois de conhecer o local, Colombo destacou o que mais lhe chamou a atenção em tudo o que viu: “O carinho. Aqui tem algo a mais, porque, na atividade públi-ca, a gente tem essa função, mas

Derli francisco

aqui é o voluntariado; há uma doação, um espírito de missão, uma entrega a essa causa, e essa é a diferença. Por isso, esse cari-nho, essa esperança, o sorriso, a convivência são essenciais. Isso diz tudo e é muito diferente. Você não está somente proporcionando complemento alimentar nem ape-nas preenchendo o tempo livre das crianças com atividades, mas no fundamento dos princí-pios, dos valores humanos, da Solidariedade é que se constrói o verdadeiro cidadão”.

O senador completou 54 anos em 28 de fevereiro e foi surpreendi-do pela garotada com o tradicional Parabéns pra você e um bolo em

comemoração à data. “Queria dar os parabéns a todas as pessoas que trabalham nesta Casa, que trazem o seu exemplo na demonstração profunda de sentido à vida. É assim que eu me sinto. Quero entregar o bolo como se estivesse fazendo isso com os meus pais no dia do meu aniversário. Do fundo do coração, vocês me deixam profundamente emocionado e fazem com que eu encontre, reforce e renove o sentido especial da vida pública, que é o de servir às pessoas. Muito obri-gado!”, disse.

Darci de Matos também se manifestou satisfeito com o que presenciou. “Estou emocionado. É um prazer estar aqui com vo-cês, o senador Raimundo Colom-bo, as crianças e os educadores. A LBV é uma opção para garantir a formação de um bom cidadão. Eu sou um admirador do trabalho da LBV”, enfatizou.

O projeto de ampliação (de-senhado por Renata Mazakina Siano, Diego Basso e Silvio de Faria) possibilitará melhorias na estrutura física da unidade com a construção de um ginásio polies-portivo e de salas para a realização de ações em prol de centenas de atendidos. Também está prevista reforma nos centros socioeduca-cionais da LBV em Joinville e Blumenau, além da abertura de uma unidade de atendimento em Lages, no Planalto Serrano.

lBV amplia trabalho socioeducacional em Santa Catarina

Acima, o senador Raimundo Colombo (D) e o deputado Darci de Matos e algumas das crianças da LBv em florianópolis/SC. Ao lado, a maquete que mostra como ficará o Centro Comunitário e educacional na cidade depois da reforma.

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iraAcontece

BOA VONTADE | 43

Educação em DebateCaminhos e desafios da sala de aula

Por décadas vigorou no meio acadêmico que indivíduo in-teligente e brilhante é aquele que domina os aspectos

linguístico e lógico-matemático. Esse rótulo, surgido do pensamento aristotélico, é resultado também da dis-seminação nos ambientes de ensino do teste de Q.I. — Quociente de Inteli-gência, criado no início do

A escolae as múltiplas

inteligênciasséculo 20 pelo psicólogo Alfred Binet e pelo psiquiatra Théodore Simon, ambos franceses.

No fim da década de 1970, tal conceito começou a ser ques-

tionado, pois estudio-sos passaram a apontar lacunas no teste. Um dos que contribuíram para essa mudança foi o psi-cólogo cognitivo e edu-cacional norte-americano

Howard Gardner, com a teoria das inteligências múltiplas. Se-gundo ele, existem, pelo menos, seis outras competências a serem observadas. Além das aptidões ló-gica, linguística e ma-temática, temos a inter-pessoal, a intrapessoal, a corporal-cinestésica, a musical, a espacial e a naturalista.

Hoje, acredita-se Alfred Binet Howard Gardner

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Leila Marco e Suelí Periotto

Pela preservação da

As ações do Instituto Cultural Cravo Albin em defesa de um dos patrimônios mais valiosos de nosso país

culturabrasileira

Simone BarretoFotos: Vivian Ribeiro

Instituto Culturalentrevista com Ricardo Cravo Albin

A música popular brasileira tem um grande aliado em sua defesa: o historiador, produtor e crítico musical Ricardo Cravo Albin. Entusiasta da produção cultural de nossa terra, tem se esmerado

no trabalho de reunir e democratizar o que de melhor é de-senvolvido por aqui. Para cumprir esse intento, o jornalista fundou o Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA), do qual é presidente: “Preservei uma área de propriedade da família, em tombamento cultural e ecológico (o Instituto encontra-se

na Urca, em plena Mata Atlântica). Já havia o Dicio-nário musical Cravo Albin na internet e a fundação

do Instituto veio complementar o projeto, para prover a preservação da música popular bra-sileira (MPB), sua dignidade, sua história e seu resguardo”.

Além desse trabalho, Albin concilia a agenda exercendo as funções de jornalista, radialista e escritor; há 37 anos também presta serviços ao Ministério da Edu-

cação. Para ele, realizar tais tarefas só é possível “graças à proteção de

Deus”. E completa: “Às vezes, acho que me excedo um pouco no trabalho, tento

44 | BOA VONTADE

cultura

apenas ter Boa Vontade, palavra- -chave deste Instituto e minha”.

Nos mais de 10 mil metros qua-drados do ICCA, estão catalogados cerca de 150 mil itens museoló-gicos, entre discos antigos, LPs, fitas e outros objetos. O visitante, ao passar por lá, poderá ver rarida-des, como um sapato de Carmen Miranda e chapéus de Pixingui-nha e Tom Jobim. Para apresentar parte desse rico trabalho, Cravo Albin recebeu a reportagem da Boa Vontade TV, canal 23 da SKY, na sede do órgão, na zona sul do Rio de Janeiro/RJ. “Há muito tempo concedo entrevistas à Boa Von-tade e tenho uma estima pessoal pelo nosso Paiva Netto”, disse, ao receber a equipe.

BOA VONTADE — Como surgiu o ICCA?

Ricardo Cravo Albin — A ideia, na verdade, ocorreu aqui na Urca. No momento, ocupo um bem familiar valioso, objeto de sedução na cidade do Rio de Janeiro — por-que a Urca é um bairro de referên-cia, que se viu um pouco ameaçado pela especulação imobiliária. En-tão, imaginei um mecanismo que pudesse inicialmente tombar todo o conjunto de apartamentos, uma área muito valiosa dentro da Mata Atlântica, embaixo dos morros da Urca e do Pão de Açúcar. Já havia o Dicionário Cravo Albin no ar [pela internet]. Juntei o útil ao agradável para fomentar o maior banco de dados que temos hoje, que é o nos-so dicionário. Imaginei constituir um Instituto, sem fins comerciais, para prover a preservação da MPB, sua dignidade, sua história, seu resguardo.

BV — Deste valioso acervo, o que mais destaca?

Cravo Albin — É um acervo muito grande. Fiz uma doação de bens com meu acervo pessoal. Estava, aliás, sendo negociado para a Biblioteca Nacional por uma quantia alta, na época, com Eduardo Portella e Paulo Fer-nando Marcondes Ferraz, e iria tudo para lá. Desde o momento em que resolvi abrir uma instituição pública, o meu acervo vem sendo agregado por acervos de pessoas de Boa Vontade, que entregam seus bens, seus patrimônios para que não se percam na voracidade dos tempos, especialmente, de maus herdeiros que não os conser-vam. A partir daí, multiplicamos o número de obras em cinco vezes, graças a beneméritos, a doadores. O público anteriormente dava

Na sede do ICCA, fachada de um dos prédios do Instituto, réplica

do velho casarão demolido no Largo da Mãe do Bispo (atual Cinelândia, no centro do Rio de janeiro). A

réplica do casarão está localizada

aos pés do Pão de Açúcar, na Praia

da Urca.

BOA VONTADE | 45

“É importante que as crianças aprendam um instrumento

aqui, outro acolá. Mas é muito mais importante que elas, no

país inteiro, tenham consciência do porquê de nossa música ser realmente importante,

miscigenada, digna e refletidora da alma nacional.”

Ricardo Cravo AlbinHistoriador, produtor e crítico musical.

discos antigos, partituras antigas e outros objetos para museus, para o arquivo público da cidade do Rio de Janeiro. Hoje eles preferem doar ao Instituto Cultural Cravo Albin, o que é uma honra e um orgulho, pois mostra todo nosso sacrifício, esforço, e a nossa Boa Vontade em preservar tudo isso. Boa Vontade é a palavra-chave. Portanto, temos aqui coisas muito especiais: um sapato de Carmen Miranda e cha-péus de Pixinguinha e Tom Jobim. Tem doações das mais diversas. Hoje, são cerca de 150 mil itens museológicos, entre discos e LPs (incluindo 78 rotações por minuto), fitas, objetos etc.

BV — Como é feito o trabalho de conservação das raridades?

Cravo Albin — Temos uma equipe basicamente acadêmica. O Instituto não funciona com funcionários públicos. Funciona

por meio de universidades, como a UniRio, a UFRJ, a UERJ e a PUC-Rio, com estudantes, através de mestrados, doutorados e pós- -doutorados. Temos bolsas de estudo financiadas, basicamente, desde 2001, pela Faperj (Fun-dação de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ) e agora pela Finep — órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. É uma instituição rigorosamente acadêmica para preservar e desenvolver, pela pesquisa, a qualidade do som do Brasil e jogando-o democratica-mente na internet. Tudo o que a gente tem coloca à disposição de todo mundo, de graça, na internet. Temos, atualmente, só na internet em torno de 150 mil pes soas que nos consultam por mês. E, é claro, muita gente vem à sede física des-te grande esforço que é o Instituto, na Urca.

BV — Essa consciência, de va-lorização da cultura brasileira, é também estendida às escolas por meio de projetos, certo?

Cravo Albin — Nós produ-

zimos produtos culturais, livros para o Sesc Rio, o Paço, sobre-tudo, para o Ministério das Re-lações Exteriores. O Itamaraty encomenda do Instituto discos e livros. Essas encomendas fazem com que o Instituto absorva as verbas para a sua manutenção, que é cara, pois são mais de 10 mil metros quadrados dentro do Pão de Açúcar, praticamente. Tudo isso é um esforço benemé-rito a favor do Brasil, mas com muito sacrifício. Aliás, cultura igual a sacrifício: é uma equação muito clara nas nossas cabeças, nas nossas razões. A gente não gosta que isso seja uma realidade concreta, mas infelizmente é. Nós temos o projeto preferencial que é o “Música Popular Brasileira nas Escolas” (MPBE). O que vem a ser isto? É exatamente aquele aprendizado básico da história da música popular, as crianças gostam, pois não sabem quem foi Chiquinha Gonzaga, Ary Barroso ou, até mesmo, Chico Buarque de Hollanda. Até os mais contemporâneos as pessoas

Instituto Cultural

Sala de exposições do casarão. No destaque, biblioteca do prédio

principal do ICCA.

46 | BOA VONTADE

tereza Porto Sérgio Cabral

* Refere-se ao Dicionário Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira (criação e supervisão geral de Ricardo Cravo Albin), que reúne biografias de autores, intérpretes e histórias de grupos dos mais variados-estilos musicais do Brasil.

Serviçoinstituto cultural cravo albinAv. São Sebastião, 02 — Ap. 302,

403 e CoberturaUrca — Rio de Janeiro/RJ — Brasil

site: www.iccacultural.com.br Telefones: (21) 2295-2532

(21) 2542-0848

não conhecem mais; só conhecem aquilo que está na moda. Por isso, é um projeto amplo, que divide a MPB em seis cortes, seis referên-cias, com vídeos, DVDs, discos, livros para cada bloco, ensinando as crianças a respeitar tudo aquilo que vem acumulado pelos sécu-los, décadas, e que gerou a nossa música popular, a mais bonita do mundo. É um esforço grande, que está sendo muito bem absorvido agora pela Secretaria Estadual de Educação. Há uma pessoa extraordinária, chamada Tereza Porto, a secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro, do governo Sérgio Cabral, que vem desenvolvendo um traço de fé, de esperança nesse projeto, de levar para as escolas a história da música popular brasileira. É importante que as crianças apren-dam um instrumento aqui, outro acolá. Mas é muito mais relevante que elas, no País inteiro, tenham consciência do porquê de nossa

música ser realmente importante, miscigenada, digna e refletidora da alma nacional.

BV — De que modo as escolas podem desenvolver esse projeto em seus ambientes?

Cravo Albin — Bom, no caso das escolas do Estado do Rio, isso deverá, evidentemente, ficar por conta da Secretaria Estadual de Educação, com a secretária Tereza Porto. No caso de outras cidades interessadas, fora do Rio de Janeiro, é só entrar em contato com o Instituto Cultural Cravo Albin. Teremos o maior prazer em colaborar com esse trabalho benemérito, de consciência. Não é apenas para aprender a história

da música, aprende-se também a cultura, a literatura, o porquê de o Brasil ser um país fraterno pela miscigenação, pela conjugação de raças, uma nação pacífica. Tudo isso está sendo dito e aprendido pela sedução da nossa música popular.

Ao término da entrevista para o programa Boa Vontade Cultura, o convidado declarou: “Fico mui-tíssimo grato, mais uma vez, à Boa Vontade, da Boa Vontade do nosso caro Paiva Netto, que é um verbete do dicionário*, compositor rele-vante, com muito sucesso e muitos discos. Quero agradecer mais uma vez e congratular com a rádio e TV da Boa Vontade”.

Serviço de restauração do acervo. Ao lado, alguns objetos da sala de exposições do casarão no ICCA.

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BOA VONTADE | 47

Jornalismo

O presidente da Fenaj ressalta o compromisso público da mídia que, como serviço voltado à coletividade, precisa oferecer qualidade com informação plural.

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Sérgio Murillo de Andrade, presidente da fenaj

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Rodrigo de oliveira

48 | BOA VONTADE

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, destaca-se

por sua aguerrida atuação nas lutas da categoria no País. Em entrevista levada ao ar pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), em meados de dezembro de 2008, ele responde às questões que dizem respeito à vida do jornalista profissional, ao direito do público de ter acesso à infor-mação com qualidade e isenção, além de contar um pouco de sua vida e desenvolvimento profis-sional.

Para Murillo, a Fenaj — que representa atualmente 31 sindi-catos e 40 mil jornalistas — é “a origem desse debate na socie-dade”. Afirma que, hoje, lutas históricas da entidade em favor da liberdade na comunicação e da democracia, como conquista inalienável do cidadão, recebem o apoio de diversos parceiros, a exemplo de movimentos da so-ciedade civil e organizações não--governamentais e religiosas.

Fundador da Cooperativa dos Jornalistas Catarinenses, Sérgio Murillo formou-se em jornalis-mo pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1984, e há dez anos leciona na área de comunicação em Joinville/SC. Ocupou por duas vezes a presidência do Sindicato da categoria em Santa Catarina e, na Fenaj, foi vice-presidente Sul e secretário-geral, também por duas gestões. Integrante do Comitê pela Democratização da Comunica ção/SC, desde a

fundação do Fórum Nacional, que leva a mesma bandeira, tem marcado presença em debates, formulações e campanhas desen-volvidas pelo comitê.

BOA VONTADE — Como surgiu o interesse pelo jornalismo?

Sérgio Murillo — Sempre gostei muito de ler e, a partir daí, a opção pelo jornalismo foi qua-se que direta: a associação com o gosto da leitura e de querer escrever em jornal, revista. Meus pais eram de origem bastante humilde. Mãe, operária; meu pai trabalhava como motorista. Felizmente, tive a condição de

“Quando você conversa com as pessoas, como

eu fazia com meus pais, percebe que elas possuem também esta percepção: de

que a comunicação é um serviço público e tem de ser

prestado com qualidade, ser plural.”

passar no vestibular para uma escola pública, num dos cursos mais disputados e qualificados no País, o da Universidade Fede-ral de Santa Catarina. Logo após a formatura, trabalhei no jorna-lismo impresso. Posteriormente, na primeira redação totalmente informatizada do Estado, a do Diário Catarinense. Fiz de quase tudo um pouco no jornalismo. Há dez anos sou professor do Instituto de Ensino Superior Luterano de Santa Catarina, que funciona em Joinville, no norte do Estado.

BV — Em sua carreira, sobressai a luta pela democratização da comunicação. O Brasil avançou nessa questão?

Sérgio Murillo — Um dos meus professores do curso era o Daniel Herz, referência na luta pela democratização da comu-nicação no Brasil e no mundo. Ele nos estimulou a nos envolver com essa questão, um assunto, na metade dos anos de 1980, muito distante da realidade do País. Não era uma pauta da sociedade. Ainda hoje há dificuldade de fazer esse debate. O Daniel foi quem aproximou essa discus-são — não só de mim, mas de toda uma geração de jornalistas. Ajudei a articular o Comitê pela Democratização [da Comunica-ção] em Santa Catarina, partici-pei do processo de discussão do texto da Constituição de 1988, do debate em torno do capítulo da comunicação, da discussão para implementação no País da TV a cabo, do debate em torno

Democratizara informação

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BOA VONTADE | 49

Jornalismo

de ser prestado com qualidade, ser plural. A LBV está presente no Brasil inteiro e deve saber como é lidar com a diversidade que este país tem, como é rico culturalmente e, às vezes, essa riqueza não é expressa nos meios de comunicação; muito pelo contrário, é excluída, de alguma forma escondida da própria so-ciedade.

CóDIgO DE ÉTICA

BV — Quais são os destaques do Código de Ética do Jornalista, atualizado no ano passado?

Sérgio Murillo — É a quarta versão do Código de Ética do Jornalista, a qual procurou re-fletir as inovações incorporadas ao cotidiano da profissão e a introdução de novas tecnologias. Por exemplo, usar ou não câmera oculta. É um debate do dia-a-dia que não existia, praticamente, nos anos de 1970 e 1980, quan-do da versão do código anterior. Ele traduz preocupações que a

sociedade incorporou ao texto da Constituição, como o tratamento diferenciado a adolescentes, ido-sos, populações marginalizadas. Trata-se de um texto moderno, que dá conta dos principais con-flitos éticos da profissão. Não é uma legislação, é um Código de Ética e como tal dá margem a interpretações, depende muito da adesão. Ele não obriga as pes-soas a cumprir esses princípios, mas orienta, define referências, determina parâmetros para a postura do jornalista. Precisamos também de uma organização, de um instrumento que o coloque como referência principal. Como na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que há um Código de Ética que os advoga-dos utilizam como referência; e a OAB tem entre as suas principais missões a de zelar para que ele seja aplicado. Não é esse o papel da Fenaj, pois é uma entidade sindical. Mas, na ausência dessa organização, trouxemos para o seu ambiente essa discussão. Por

“A exigência do diploma

para o exercício da profissão

é outro debate; queremos

que ela seja exercida com

qualidade, por pessoas que

se preparem, se formem,

porque jornalismo é serviço

público.”

da legislação que foi — e ainda é — uma referência, por ser a única lei, efetivamente, discutida com a sociedade. O muito que o País avançou — e avançamos bastante, dadas as condições históricas — em torno da demo-cracia na comunicação deve-se ao jornalista Daniel Herz.

BV — Esse posicionamento é também reflexo de sua formação familiar?

Sérgio Murillo — Claro que sim! Esse debate não era real para a minha família e ainda não é para a imensa maioria da população, mas o ambiente de liberdade, no sentido de pensa-mento, o estímulo que sempre recebi por parte dos meus fa-miliares, tudo isso permitiu que me aproximasse desse tipo de discussão. Quando você con-versa com as pessoas, como eu fazia com meus pais, percebe que elas possuem também esta percepção: de que a comunica-ção é um serviço público e tem

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50 | BOA VONTADE

isso, uma das grandes reivindi-cações da categoria é constituir um conselho profissional que tenha como principal missão zelar para que este código, que é moderno, atual, seja realidade em cada redação e assessoria de imprensa do Brasil afora.

BV — Com toda a tecnologia existente em um celular e a criação de blogs, hoje qualquer pessoa pode virar repórter?

Sérgio Murillo — Espero que não, para o bem da socieda-de. Porque a reportagem, uma das funções do jornalista, pede qualificação. Saber perguntar, conduzir uma entrevista, exige preparação, produção, que não está disponível na farmácia, não se compra. Conhecimento se ad-quire na escola. A condição que as pessoas têm hoje de se prover de informação e não depender exclusivamente da mídia é es-petacular. E nos dá muito mais responsabilidade, obriga-nos a ter profissionalismo, porque, por ser fácil publicar na internet, é também bem mais fácil desmen-tir. Você publica algo errado, vai lá e corrige, mas aquele erro mantido por alguns segundos pode provocar um dano imenso a pessoas e instituições. Por isso, é fundamental ter por trás de toda a informação jornalística um profissional habilitado, que se responsabilize por aquela imagem, texto... Não importa de onde ela vem, se do cidadão comum, não faz mal, é parte da cultura do jornalismo se pro-ver de informações das fontes,

das mais diferentes formas de tecnologia. O compromisso e a credibilidade permanecem basi-camente os mesmos e não podem ser abalados, porque esse é o nosso patrimônio. Se você publi-ca uma imagem produzida e dá a ela um grau de veracidade que não tem, é a sua credibilidade que está sendo abalada, e não a da fonte. Muda-se o ambiente da produção, mas os compromissos continuam os mesmos. E isso é cobrado pela sociedade.

LEI DE IMPRENSA E DIPLOMA

BV — Como está a questão da obrigatoriedade do diploma para jornalista no Supremo Tribunal Federal?

Sérgio Murillo — Para 2009, ficaram dois grandes debates que interessam ao povo brasileiro: a obrigatoriedade do diploma e a questão da Lei de Imprensa. A Fenaj defende a necessidade de o País ter uma Lei de Imprensa, mas não a que está em vigor. Esta

“A LBV está presente no Brasil inteiro e deve saber como é lidar com a diversidade que este país tem, como é rico culturalmente e, às

vezes, essa riqueza não é expressa nos meios de

comunicação.”

deveria ter sido revogada. É uma dívida que o Congresso Nacional tem com a sociedade, que dorme lá na Câmara Federal há mais de dez anos, um projeto que revoga esta lei e fornece à sociedade uma legislação democrática, plural, moderna. A exigência do diploma para o exercício da profissão é outro debate; quere-mos que ela seja exercida com qualidade, por pessoas que se preparem, se formem, porque jornalismo é serviço público. Isso interessa ao cidadão bra-sileiro, porque informação de qualidade é um direito dele. Fizemos uma pesquisa, pelo Instituto Census, e observamos que 75% da população brasileira é favorável ao critério de que o ingresso à profissão seja o curso superior de jornalismo. Quere-mos que o STF acompanhe essa vontade da população.

CRISE ECONôMICA

BV — Na segunda metade do ano passado, a crise econômica pegou o mundo de surpresa. As redações estavam preparadas para cobrir o fato e seus desdo-bramentos?

Sérgio Murillo — Não esta-vam. Surpreendeu as redações, os governos, as grandes organi-zações, as corporações mundiais, e essa perplexidade alcançou os meios de comunicação. Ainda não se tem resposta, e a própria mídia está tateando no escuro. Foi uma mudança com grau de radi-calização muito grande, embora alguns economistas, críticos, já

BOA VONTADE | 51

Crise econômica

“A sociedade espera dos

jornalistas respostas que eles

não têm. (...) As pessoas é

que constroem o seu dia-a-

-dia. O que devemos fazer

é cobrir essa construção e

difundir essas mudanças,

transformações, com o mínimo

de interferência.”

Jornalismo

vida: família, casa, terreno. A pes-soa volta para um lugar que não existe mais. Nesse momento, os meios de comunicação têm a fun-ção de estimular a Solidariedade. Falta é cobrar responsabilidade do Estado. Essa situação não é nova em Santa Catarina e pode se repetir. As autoridades públicas têm obrigação de cuidar do pro-cesso de degradação ambiental. É hora de o jornalismo verificar quem ainda não foi alcançado,

quem está desamparado e apurar responsabilidades.

BV — Com relação a quem de-seja atuar no jornalismo, que orientação se deve passar?

Sérgio Murillo — Temos um mercado tradicional dos meios de comunicação que estava experi-mentando um crescimento, assim como o País, de um modo geral. Infelizmente, também sofrerão os reflexos dessa freada da eco-nomia, refletindo nas redações, com algumas delas demitindo. Isso é uma preocupação hoje da Fenaj e dos nossos sindicatos. Vão encontrar uma provável recessão, mas também um mer-cado, fora desse eixo tradicional, em franca expansão, porque nas crises as pessoas precisam mais de informação qualificada, res-ponsável. (...) Em especial na internet, temos uma expansão na qual acredito não deva haver freio: a área da assessoria de im-prensa. Acredito que viveremos uma realidade, nos próximos dois anos, bastante conflituosa, experimentando uma recessão em determinados setores e expansão em outros. Não acredito em um cenário de catástrofe absoluta.

BV — O que fazer para a comu-nicação ser mais voltada para o social?

Sérgio Murillo — Ela precisa ser democratizada. De alguma forma, precisa refletir essa di-versidade, essa pluralidade que o País tem, a riqueza cultural que se expressa do Sul ao Norte, no Nordeste, no Centro-Oeste. E ao

percebessem sinais visíveis de que a economia do mundo estava pronta para dar um cavalo-de- -pau. Está-se buscando a recupe-ração. Tanto os governos como as grandes corporações e os meios de comunicação. Cada dia surge uma nova notícia, uma verdadeira bomba, e com diversas explica-ções diferentes. Dependendo da visão do profissional, você tem uma leitura da mesma realidade com um grau de diferença imen-so, conforme também o meio de comunicação. Às vezes, dentro da mesma mídia, em horários diferentes, veem-se avaliações completamente distintas. É uma demonstração clara de como se está ainda absolutamente no escuro em relação ao que de fato acontecerá.

MíDIA E SOLIDARIEDADE

BV — Como foi a cobertura da tragédia em Santa Catarina e a mobilização da categoria, in-clusive da Fenaj, para apoiar os desabrigados?

Sérgio Murillo — É um problema que persiste, as pes-soas ainda estão assustadas. A cada nova chuva há ameaças. Os meios de comunicação, em especial os jornalistas, fizeram uma cobertura de altos e baixos. Houve situações de exploração da fragilidade das pessoas, e isso deve ser condenado, mas de modo geral a mídia cumpriu o seu papel; principalmente, num primeiro momento de apoiar quem de fato precisava, gente que simplesmente perdeu tudo na

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52 | BOA VONTADE

O presidente da fenaj, acompanhado por Rodrigo de Oliveira e zenilda Moreira, conhece o Conjunto ecumênico da Legião da Boa vontade, formado pelo templo da Boa vontade e pelo Parlamento Mundial da fraternidade ecumênica, o ParlaMundi, da LBv, em Brasília/Df. Da visita, destaque para a passagem na galeria de fotos de personalidades e autoridades que apoiaram a construção dos dois monumentos (1), de frente à maquete do conjunto (2) e na nave do tBv (3).

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se democratizar, com certeza, ela assumirá uma maior responsabili-dade social. Isso é uma obrigação, uma dívida que a mídia tem com a sociedade: assumir o seu papel social e através dele contribuir para que o Brasil se desenvolva e seja mais justo e democrático com o povo.

BV — Muito obrigado pela en-trevista...

Sérgio Murillo — Eu agra-deço o espaço, a oportunidade para nós da Fenaj. É muito raro, rico, poder discutir os nossos problemas e do povo brasileiro num espaço tão democrático.

O presidente da Fenaj deixou ainda seu recado aos leitores da revista BOA VONTADE e ao diretor-presidente da LBV, o jor-nalista Paiva Netto: “Transmita ao colega e à comunidade da

Legião da Boa Vontade os votos da Federação, dos sindicatos, que representamos. Apesar de todos os sinais provocados [pela crise

mundial], saberemos, sim, fazer um 2009 muito melhor para os meios de comunicação e, em especial, para a população brasileira”.

Para os interessados em discutir o cenário brasileiro na formação de novos profissionais no campo da comunicação social, a Fenaj promove o seu sexto Pré-Fórum, no dia 17 de abril, entre 16 e 18 horas, com o tema “Políticas de relação entre área acadêmica e movimento sindical dos jor-nalistas: avanços necessários para a defesa e consolidação do campo do Jornalismo”. O evento faz parte do XII Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (XII ENPJ), que se realiza de 17 a 19 de abril.

Na mesa de debates, estará a secretária-geral da Federação Nacio-nal dos Jornalistas, Maria José braga (mestre em Filosofia pela UFG); professor Juliano Maurício de carvalho, pós-doutorando em TV Digital na Universidade Carlos III, de Madri (Espanha). A mediação dos debates será feita pelo jornalista alexandre campello, diretor do Departamento de Educação e Formação Profissional da Federação Nacional dos Jor-nalistas.

serviço: Local do evento: Faculdade Pitágoras (Campus Cidade Jardim) — Av. Prudente de Morais (Zona Sul), Belo Horizonte/MG. Infor-mações: www.fenaj.com.br

Agenda

BOA VONTADE | 53

Foi inaugurada no Centro Cul-tural Justiça Federal, no Rio de Janeiro/RJ, a exposição “ABI — 100 anos de luta

pela liberdade”, que reúne a arte de duas gerações de grandes cartunis-tas para a celebração deste marco histórico. Diversos jornalistas e membros da Associação Brasilei-ra de Imprensa (ABI) marcaram presença no evento.

Aos microfones da Super Rede Boa Vontade de Comunicação — que fez cobertura completa do acon-tecimento — o ilustre presidente da Casa do Jornalista, dr. Maurício Azêdo, saudou: “Agradeço à Super Rede Boa Vontade, que está sempre presente aos eventos da ABI. Para nós, esta é uma forma de alcançar um público maior, dando notícias destas realizações”.

O escritor e caricaturista Luis Fernando Verissimo destacou: “A ABI tem uma longa história de defesa do jornalismo, da liberdade de imprensa. Para mim, foi uma grande honra participar”. Esse ideal foi também endossado nas palavras do decano caricaturista Lan: “Através de todos esses anos, a ABI tem uma história de heroísmo,

Cartunistas ilustram os 100 anos de lutas da heroica

passando por tantos momentos, como o Estado Novo”. O cartunista Aroeira, do jornal O Dia, exaltou: “A ABI defende o direito da liber-dade de expressão. Ela é a minha Associação”. Neste contexto, regis-trou ainda Paulo Caruso (cartunista e caricaturista): “A ABI é muito importante para manter acesa a chama da liberdade de expressão. Agradeço a vocês pela Boa Vontade que tiveram com o evento”.

A mostra ficará em cartaz até 26 de abril, nas galerias do térreo do Centro Cultural Justiça Fede-ral (CCJF), na Av. Rio Branco, 241, no Centro do Rio, de terça a domingo, no horário das 12 às 19 horas. A classificação é livre.

Jornal da ABI: segunda edição especial do centenário

Dentro dos festejos dos cem anos da Casa do Jornalista, a ABI lançou, em 18 de fevereiro, no Rio de Janeiro, o segundo volume do Jornal da ABI (edição especial do centenário). Na publicação, conta o dr. Maurício Azêdo, os leitores encontrarão “informações muito importantes sobre momentos de-

cisivos da história da imprensa no Brasil nos quais a ABI esteve presente. Nós nos orgulhamos de que as bandeiras da liberdade de imprensa e dos Direitos Humanos tenham sido defendidas e erguidas pela ABI, com coragem, mesmo nos momentos mais difíceis”. Na oportunidade, o jornalista Francis-co Periotto representou o diretor- -presidente da LBV, José de Paiva Netto, membro efetivo da ABI.

Os laços de amizade entre as entidades são antigos. Foi na sala da diretoria da ABI, em outubro, novembro e dezembro de 1949, que o jornalista Alziro Zarur (1914-1979) realizou as reuniões preparatórias para o surgimento da LBV que, logo após ter sido funda-da, em 1o de janeiro do ano seguinte, Dia da Confraternização Universal, deu os primeiros passos plenos de liberdade e universalismo, ideais es-tes que igualmente inspiram a Casa do Jornalista. A primeira reunião pública da Legião da Boa Vontade, comandada por Zarur, em 7 de ja-neiro de 1950, ocorreu justamente no Salão do Conselho da ABI, com o apoio de sócios, diretores e do então presidente da associação, o

A partir da esquerda, os consagrados cartunistas e caricaturistas Aroeira, Lan, Paulo Caruso e Luis fernando verissimo

Fotos: Salomão Sant’Ana e Vivian Ribeiro

ABIAssociação Brasileira de Imprensa

54 | BOA VONTADE

ilustre jornalista Herbert Moses (1884-1972).

A respeito da parceria, o pre-sidente Maurício Azêdo declarou: “Muito obrigado. Nós temos clareza a esse respeito, admiramos muito o trabalho da Legião da Boa Vontade e de sua diretoria, tendo à frente o nosso eminente sócio dr. José de Paiva Netto. Essa edição que esta-mos lançando é fruto de parceria muito fecunda entre a ABI e a LBV”.

Logo nas primeiras páginas, a publicação reproduz selo especial com o coração azul da Legião da Boa Vontade e os dizeres: “A LBV apoia o centenário da ABI”. Mais adiante, o leitor confere o balanço do atendimento social da Instituição em 2008. Sobre a distinta amizade entre as duas instituições, o diretor de As-sistência Social da ABI, Paulo Jerô-nimo, observou: “A gente agradece

demais ao dr. Paiva Netto por todo o apoio que ele tem dado não só na nossa gestão como também em todos os eventos e, principalmente, com relação a essas edições ma-ravilhosas, que só foram possíveis graças ao apoio dele”.

O ex-senador Saturnino Braga deixou seu abraço à LBV pela ação desenvolvida em todo o País: “Esta-mos aqui para reconhecer a impor-tância de todo esse movimento que vocês da LBV vêm desempenhando e do próprio Paiva Netto, e para re-tribuir essa saudação com um abra-ço fraternal e o voto de admiração pelo trabalho desempenhado”.

O assessor de publicidade da ABI, Francisco Paula Freitas, declarou: “Mais uma vez, quero agradecer-lhes a colaboração, por-que sem vocês, efetivamente, essas festas não ocorreriam. Nós teríamos jornaizinhos, bem-feitos como sem-pre, mas não com o brilho que nos ofereceram. Isso é uma gratidão que a ABI terá sempre registrada definitivamente. Vai frutificar muito ainda. O futuro está do nosso lado. Um abraço!”. [S.B]

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No lançamento do segundo volume do Jornal da ABI, o jornalista francisco Periotto, representan-do o diretor-presidente da LBv, Paiva Netto, cumprimenta grandes nomes do jornalismo brasileiro, a exemplo dos veteranos Francisco Paula Freitas (1), Hélio Fernandes (2), Carlos Arthur Pitombeira (3), Milton Coe-lho da Graça (4), Geraldo de Paiva Rio (e), da LBv, Paulo Jerônimo, da ABI (5). Destaque também para os ex-senadores Bernardo Cabral (6) e Saturnino Braga (7). Ao lado, Periotto com o presidente da Casa do jornalista, Maurício Azêdo.

Henfil na ABIFoi realizada na sede da Asso-

ciação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro/RJ, a fundação do Instituto Henfil, que terá como objetivo preservar a obra e a imagem do saudoso cartunista, por meio da organização de eventos culturais, apoio e organi-zação de projetos sociais, educacionais, ecológicos e de saúde, que envolvam assun-tos relacionados com a doação de sangue, aids e hemofilia. O ato de fundação transformou-se numa ho-menagem, na qual foram expostas obras do cartunista, além da exibição de um vídeo, em comemoração aos 65 anos, que completaria no dia 5 de fevereiro.

A bem-humorada dedicatória, feita por

Henfil (1944-1988) no início da década de 1980, homenageia o dirigente da LBv,

Paiva Netto.

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A posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais do Esta-do do Rio de Janeiro,

eleita para o triênio 2008/2011, ocorreu, em 11 de fevereiro, no auditório da OAB/Niterói.

Em seu discurso de posse, o presidente reeleito, Er-nesto Vianna, afirmou: “É mis-são da nova diretoria defender a identidade, a independência do sindicato e trabalhar por uma instituição que proteja seus asso-ciados e a valorosa categoria dos jornalistas do Estado do Rio”.

Além de Vianna, a diretoria é composta por Antonio José Barbosa da Silva, primeiro-vice- -presidente; Maria Madalena, segunda-vice-presidente; Mario Augusto Jakobskind, secretário- -geral; Jurivelson Salomão San-tana, primeiro-tesoureiro; José Ernesto Cardoso Guadelupe,

Eleita nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do RJ

segundo-tesoureiro; e Paulo Tho-maz, Departamento Jurídico.

Fonte:www.sindicatodosjornalistas.com.br

Centenária ABIO secretário-geral do sindicato,

que também é membro da Associa-ção Brasileira de Imprensa (ABI), lembrou a importância e a tradição dessa entidade no cenário nacional da classe jornalística, destacando o centenário da casa completado em

2008. Em entrevista à BOA VON-TADE, Mario Augusto Jakobskind comentou: “É muito importante uma entidade que defende os jor-nalistas, a liberdade de imprensa, completando 100 anos. A ABI tem participado da História do Brasil em várias oportunidades”. Exaltou ainda a cobertura da Super Rede Boa Vontade de Comunicação nos grandes eventos da categoria: “É importante vocês estarem presen-tes. Parabéns!”.

Mario Augusto jakobskind, secretário--geral do sindicato e membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

ernesto vianna, presidente reeleito do Sindicato dos jornalistas do estado do Rio de janeiro.

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Sindicato

Abertura da cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos jornalistas Profissionais do Rio de janeiro.

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Criado há cinco anos pelo go-verno federal, com o intuito de democratizar o acesso ao esporte educacional de

qualidade, como ferramenta de in-clusão social, o programa Segundo Tempo vem sendo promovido, desde maio de 2008, em parceria com o Ministério do Esporte, pela Legião da Boa Vontade (LBV) e pela Associação Educacional Boa Vontade (AEBV) em 70 núcleos, localizados em 15 Estados e no Distrito Federal.

A iniciativa tem bene-ficiado, diariamente, 14 mil meni-nos e meninas de 7 a 17 anos em situação de vulnerabilidade social ao oferecer-lhes, no contraturno escolar, atividades esportivas educacionais, complementares e de lazer, possibilitando que

Ministro do Esporte aplaude parceria com a LBV

O programa Segundo Tempo, que visa democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, desenvolve diversas modalidades esportivas pelo Brasil, a exemplo da prática de futebol em Goiânia/GO (1) e da oficina de xadrez em Campo Grande/MS (2).

façam uso de seu tempo ocioso e mantenham uma interação efetiva que colabore para seu desenvolvimento integral. A ação é estendida aos fami-liares das crianças e jovens atendidos.

Em recente entrevista à Boa Vontade TV (www.boa-

vontade.com/tv), o mi-nistro do Esporte, Orlan-do Silva, elogiou a ação conjunta e falou sobre sua importância. “Juntos, no Brasil, realizamos uma parceria para permitir

esporte e lazer a crianças e jovens através do programa Se-gundo Tempo. Quero aproveitar a chance para agradecer à LBV. Eu tenho andado por aí; sempre encontro núcleos da LBV. (...) O que percebo é uma excelência no

atendimento feito a essa juventu-de”, destacou.

São vários os desportos e jogos praticados no programa: futebol, futsal, vôlei, basquete, handebol, atletismo, judô, caratê e capoeira. Atividades de xadrez, ginástica, balé e dança também estão in-cluídas.

Orlando Silva

Programa Segundo Tempo

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São Paulo/SP

BOA VONTADE | 57

A Legião da Boa Vontade utiliza em seus programas socioeducacionais a Peda-gogia do Cidadão Ecumê-

nico, proposta educacional inova-dora criada pelo educador Paiva Netto, fundamentada nos valores nascidos do Amor Fraterno. E, com esse intuito, trabalha-se nas suas escolas, lares para idosos e centros educacionais, culturais e comunitários, visando à inclusão social e o respeito às diferenças.

É visível a melhora de vida de famílias beneficiadas pelas ações

Programa Segundo Tempo acolhe crianças e jovens especiais

institucionais. Exemplo disso é o de Geralda Laurindo de Car-valho e seu filho, atendido pela LBV em Belo Horizonte/MG.

O menino possui paralisia cerebral, o que provoca dificul-dades motoras. Por recomen-dação médica, a mãe precisava encontrar um ambiente que con-tribuísse para a integração dele com outras crianças e o ajudasse a melhorar os movimentos, a fim de diminuir desconfortos e ajudar na prevenção de compli-cações futuras. Foi então que

ESPORTEInstrumento de inclusão social

Geralda encontrou na LBV o apoio que buscava.

O filho de dona Geralda parti-cipa do programa Segundo Tempo — uma parceria entre o governo federal, por intermédio do Ministé-rio do Esporte, a Associação Edu-cacional Boa Vontade (AEBV) e a LBV —, que beneficia centenas de crianças e adolescentes com o diferencial de atender às famílias na capital mineira.

A garotada dispõe de um am-biente lúdico para a prática de diversas modalidades esportivas

Programa Segundo Tempo

Mônica MendesFotos: Mônica Mendes

B e L O H O R I z O N t e / M G

Belo Horizonte/MG — No programa Segundo Tempo os alunos participam de atividades culturais, a exemplo das aulas de canto coral (à esq.), e praticam diversas modalidades esportivas.

58 | BOA VONTADE

e atividades complementares, como xadrez e oficinas educa-tivas. “Fiz a inscrição e, no dia seguinte, ele começou. A LBV é tudo de bom. (...) Os médicos estão muito felizes, dizendo que ele está no caminho certo”, con-ta a dona Geralda. Emocionada, ela completa: “Criança precisa praticar um esporte, nenhuma aguenta ficar parada. Deixar na rua eu não podia. Conseguir esporte para uma criança nor-mal é mais fácil, mas para uma criança especial é complicado. Tem o preconceito e as pessoas não estão preparadas para tra-balhar com elas. A gente encontra muita porta fechada. E eu encon-trei uma grande porta aberta, que é a Legião da Boa Vontade. Temos de pedir a Deus e lutar pelos sonhos, e na LBV realizei meu sonho”.

Na opinião da educadora da LBV Fernanda Nascimento, houve logo interação do filho de dona Geralda com todos: “Na primeira semana, já percebemos o quanto se sentiu acolhido no nosso ambiente. Nós fazemos a prece diariamente, ele faz a oração com as crianças e desen-volve as atividades de maneira fantástica”.

Também na capital mineira, outro exemplo igualmente expres-sivo é o de Márcia Alves Praxe-des e sua filha, ambas atendidas pela Instituição. A menina tem crises de ausência — que leva a perder a consciência de si tempo-rariamente. Por conta disso, ela apresenta dificuldade de concen-tração, ansiedade e nervosismo.

No seu histórico, conta ainda o fato de ter sido um bebê prematuro, com ausência de reflexo de sucção e hér-nia umbilical.

Depois de ser inscrita no programa Segundo Tempo, a menina teve a oportunidade de interagir com colegas da mesma idade, por meio da prática esportiva e das aulas de reforço escolar, canto coral e violão. Além de partici-par dessas atividades na LBV, ela passa por acompanhamento psicológico — apoio que a mãe também recebe.

“O avanço foi sensivelmente percebido pelos profissionais. A criança apresenta menos timi-dez e tem manifestado, cada vez mais, espontaneidade. Ela agora conversa normalmente com os profissionais, com os quais criou um vínculo (...). Já é capaz de ir embora sozinha para casa, o que a faz se sentir muito orgulhosa (...) e, com a adaptação ao me-

dicamento, não apresenta mais crises de convulsão”, destaca a psicóloga da LBV Meire Regina Figuei-redo.

Dona Márcia também relata com gratidão a melhora da filha: “Após o início dos atendimentos da LBV, ela apresentou progres-sos na escola e em casa (...). Minha filha adora ficar lá, adora todos os professores, sente-se especial. Vive me dizendo: ‘Mãe, na LBV, todos gostam muito de mim’. (...) Não tenho como ex-pressar a importância da LBV para mim. Lá encontrei Paz, Amor e Fé”. (Colaboração: Stella Souza)

ESPORTEInstrumento de inclusão social

LBv em Belo Horizonte/MG (Av. Cristiano Machado, 10.727, Bairro Planalto, tel.: (31) 3494-3232), imagem parcial de onde estão sendo feitas várias obras de ampliação e melhoria do espaço de atendimento. Com a reforma, o Centro Comunitário e educacio-nal da LBv na capital mineira terá salas maiores e mais arejadas, um refeitório novo, com cozinha industrial, e haverá a colocação de uma cobertura no ginásio poliesportivo. Além disso, será concluída a instalação de grades de proteção em torno do prédio.

BOA VONTADE | 59

de Londresno TBV

Dos rituais mais desconheci-dos aos famosos templos, numa excursão por todos os cantos da Terra. Assim,

a BBC de Londres (televisão pública britânica) lançou-se ao desafio de registrar as diferentes expressões da fascinação humana pelo divino com a série A volta ao Mundo em 80 crenças (Around the World in 80 Faiths).

Alusão à obra de Júlio Verne, adaptada para o cinema na década de 1950, que conta a história de um inglês que viajou pelo mundo em 80 dias —, o programa segue a jornada do pastor da Igreja Angli-cana Peter Owen Jones por todos

Templo da Boa Vontade, da LBV, é pauta de importante série da rede de TV britânica

Ecumenismo sem restrições, com o supremo objetivo de confraternizar Seres Terrestres e Celestes de todas as etnias, filosofias, credos religio-sos e políticos, bem como ateus e materialistas.

Ao adentrar a Sala Egípcia (um dos ambientes da Pirâmide da Paz), o pastor impressionou-se com a máxima de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV: “Os mortos não morrem” — grafada em dez idiomas: egípcio, português, espanhol, esperanto, francês, japonês, chinês, árabe, inglês e italiano. Prosseguindo o roteiro, passou pelo Salão Nobre e observou atentamente o painel A Evolução da Humanidade, que expõe quadros com imagens de personalidades que entraram para a História por sua atuação em fa-vor dos povos. Em outro ambien-te, fez questão de tirar uma foto ao lado de histórica imagem que registra o cordial encontro do bis-po da Igreja Anglicana Desmond Tutu com o dirigente da Legião da Boa Vontade e fundador do TBV.

Depois de desbravar, com a equipe de jornalistas, desertos na

os continentes, durante um ano, mostrando os costumes das seis maiores religiões do Planeta: Bu-dismo, Cristianismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo e Siquismo (na Índia).

Na passagem pela América Latina, o religioso encantou-se par-ticularmente pela mística da capital brasileira, que abriga o Templo da Boa Vontade — a Pirâmide dos Espíritos Luminosos, Pirâmide das Almas Benditas. O TBV, monu-mento mais visitado de Brasília/DF (pelo local passam anualmente mais de um milhão de peregrinos e turis-tas), acolhe a todos sem distinção, consolidando-se como símbolo do

Owen jones grava cena para documentário, sob o Cristal Sagrado...

... e folheia o livro Em Pauta, do escritor Paiva Netto, campeão de vendas na Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Fotos: José Gonçalo

zenilda Moreira e enaildo viana

Notícias de Brasília

de Londres

África e nas Américas, montanhas na Ásia e florestas fechadas para encontrar diferentes manifestações do sentimento religioso, Owen Jones constata: “Hoje, em um mundo que tem sido dilacerado por crenças religiosas, vir a um lugar onde está-se promovendo a Paz, a compreensão e o esclareci-mento entre as religiões do mundo e para as religiões do mundo é um alívio bem-vindo. (...) Sinto o Amor quando venho ao Templo da Boa Von tade. Foi muito importante ter vindo ao TBV. Muito obrigado pela atenção de vocês”.

“Sinto o Amor quando venho ao

Templo da Boa Vontade. Foi muito

importante ter vindo ao TBV. Muito

obrigado pela atenção de vocês.”

Peter Owen Jones

Apresentador da BBC de Londres e pastor da

Igreja Anglicana

À frente do tBv (aclamado pelo povo como uma das Sete Maravilhas de Brasília/Df), a equipe da BBC de Londres. Da esquer-da para a direita: Erin Mary Mactague, coordenadora de produção; Maria Dulce Continentino, produtora brasileira; Nicholas Holden-Sim, assistente de produção; Graham Veevers, cinegrafista e diretor fotográfico; Billy Deeter, guia turístico; Martin Qesku, operador de som; Peter Owen Jones, apresentador de tv e pastor da Igreja Anglicana; e Robert Cowling, diretor. Na ocasião, a equipe levou consigo exemplares das revistas Paz para o Milênio e Globalização do Amor Fraterno, publicações da Legião da Boa vontade, dirigidas à ONU. Na imagem abaixo, Owen jones em frente ao ParlaMundi da LBv.

BOA VONTADE | 61

Direitos Humanos

Para festejar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos*, foi rea lizado em 10 de de-

zembro, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, evento em

homenagem à assinatura desse importante documento.

Organizado pela Comissão de Direitos Humanos e Legis-lação Participativa (CDH), do Senado Federal, e pela Legião da Boa Von tade (LBV), com o apoio

do programa Cantando as Di-ferenças, o acontecimento teve a presença de personalidades e órgãos que promovem os Direitos Humanos.

O Coral Ecumênico do Tem-plo da Boa Vontade (TBV) abriu a cerimônia, apresentando can-ções com temas que valorizam a Vida. Em seu pronunciamen-

to, o se nador Paulo Paim destacou o trabalho da

LBV no cumprimento da Declaração Univer-sal e lançou a campa-nha nacional Precon-ceito, Discriminação Zero! — O alvorecer de

uma nova consciência.Em pronunciamento,

afirmou o senador: “(...) A Le-gião da Boa Vontade, que é re-conhecida pelas Nações Unidas, tem desenvolvido um trabalho socioeducacional da mais alta importância. Ela colabora, de forma incansável, para melhorar a qualidade de vida das popula-

ParlaMundi da LBV é palco das comemorações dos 60 anos da Carta da ONU

* Proclamado na cidade de Paris, na França, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 10/12/1948, o documento institui a preocupação internacional com a preservação e a eficácia dos Direitos Humanos. A Declaração expressa os direitos fundamentais, civis, políticos e sociais que devem abranger todos os Seres Huma-nos, sem discriminação de etnia, sexo, nacionalidade ou de qualquer outro tipo, independentemente do país que habite ou do regime de governo nele em vigor.

janine MartinsFotos: José Gonçalo

O senador Paulo Paim discursa no Salão Nobre do ParlaMundi da LBv. em destaque, o cantor Dante Ramon Ledesma, que compôs a música-tema da campanha nacional Preconceito, Discriminação Zero! — O alvorecer de uma nova consciência.

Notícias de Brasília

62 | BOA VONTADE

Direitos Humanos

ções em situação vulnerável ou de risco, tem sido uma defenso-ra dos Direitos Humanos, cuja Declaração Universal completa 60 anos. A LBV cumpre, com brilhantismo, a sua missão de pro-mover Educação e Cultura com Espiritualidade, para que haja Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Ecumênico. A pala-vra ‘ecumênico’ merece também palmas, une a todos, é universal, nada aqui nos separa, há o res-peito às diferenças. (...) É com esse espírito soli-dário que a LBV se soma a isso que chamamos de a Caminhada pelo Pre-conceito e Discriminação Zero! Agradeço à LBV, na pessoa do seu diretor-presidente. Obrigado, Paiva Netto, por abrir as portas deste monumento para essa campanha que certamente irá gerar excelentes frutos”.

Para João Batista de Almeida Sérgio, presidente do Conselho de Defesa dos Direitos do Negro no Distrito Federal e subsecretá-rio de Assuntos de Promoção da

Igualdade Racial em Brasília, o lançamento da campanha é mais um fator para colaborar com a conscientização dos Direitos Hu-manos: “(…) Esse momento aqui na LBV é um marco decisivo e muito importante para o Distrito Federal, a capital do País, e isso re-fletirá nos quatro cantos do Brasil. (…) A LBV está de parabéns pelo evento”.

O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade foi representado pelo Jovem Legionário Alzi-

ro de Paiva, que falou dos diversos trabalhos que a Instituição realiza em todo o Brasil e no exterior, em favor dos Direitos Humanos. Em seu discurso, ressaltou:

“(…) José de Paiva Netto afirma que ‘acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a Causa da Liber-dade. (...) É urgente conhecer os deveres espirituais para que sejam respeitados os Direitos Humanos em sua inteireza’”.

E completou o representante da LBV: “(…) E neste 10 de dezem-

bro, data especial para a Huma-nidade, que celebra seis décadas da Declaração Universal dos Di-reitos Humanos, o mundo coloca à reflexão o que já foi alcançado e o que ainda precisa ser feito. E a LBV, Organização que também caminha para a comemoração dos seus 60 anos de existência e trabalha pelos direitos fundamen-tais de cada Ser Humano, sente-se honrada em fazer parte dessa mudança de mentalidade”.

No dia seguinte, ainda cele-brando os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o lançamento da campanha, houve uma audiência pública com apoio do programa Can-tando as Diferenças e da Legião da Boa Vontade. O evento teve lugar na sala 2, Ala Nilo Coelho (CDH), do Senado Federal. As homenagens ganharam destaque nas rádios CBN e Senado, com transmissão ao vivo pela TV Se-nado, no site da Agência Senado, além da cobertura completa da Super Rede Boa Vontade de Co-municação (TV, rádio, revista e internet).

joão Batista Sérgio

Ao centro, o professor e esperantista Shigeki Maeda, representante da Oomoto Internacional, com Paulo César, Nicholas de Paiva e Paulo Medeiros, da LBv.

O senador Paulo Paim, ladeado pelos jovens Legionários Alziro (e) e Nicholas de Paiva.

BOA VONTADE | 63

Notícias de Brasília

Cerimônia de entrega de certificados aos sete monumentos ganhadores de prêmio internacional ocorre no Conjunto Ecumênico da LBV

de Brasília

O Bureau Internacional das Capitais Culturais (Ibocc) e o Governo do Distrito Fe-deral promoveram a entrega

dos certificados aos monumentos consagrados como as Sete Mara-vilhas de Brasília. A premiação ocorreu no Conjunto Ecumênico da LBV, formado pelo Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê-nica e pelo Templo da Boa Vonta-de — monumento mais visitado da

Maravilha

Maravilha

Nayara PredaFotos: José Gonçalo

capital brasileira, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET).

A escolha desses sete locais favorece o conhecimento do patri-mônio cultural da cidade de forma didática e lúdica, demonstrando aos visitantes a riqueza patrimo-nial urbana. Por meio de eleição popular pela internet, foram es-colhidos: o Palácio do Planalto,

o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, a Ponte JK, a Cate-dral de Brasília, o Santuário Dom Bosco e o Templo da Boa Vontade (TBV). Durante a cerimônia no TBV, também foi celebrado o 21° aniversário do título de Brasília como Patrimônio Cultural da Hu-manidade.

Em entrevista à Super RBV de Comunicação (TV, rádio, re-vista e internet), Swedenberger

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Barbosa, assessor especial da Presidência da República, ressal-tou: “Quero cumprimentar a LBV por ter sido muito bem escolhida dentro de uma consulta popular, de um processo democrático. (...) Todo esse espaço do TBV é uma bênção, ou seja, a escolha de ser aberto ao público perma-nentemente insere a LBV, em definitivo, no cenário da capital da República. Estamos muito confortados com essa decisão, e a LBV está de parabéns”.

Na oportunidade, o presidente da Empresa Brasiliense de Turis-mo (Brasiliatur), Rôney Nemer, comentou a importância do lo-cal: “Este Conjunto Ecumênico

da LBV representa o incentivo à Cul-tura. É um lugar de meditação, de Paz, um local em que se sente bem em estar nele, seja qual for a

crença, porque o nosso Deus é o mesmo, e aqui se congrega isso, o congraçamento da elevação do Espírito, do Amor ao próximo. Só temos a agradecer o que esse conjunto da LBV nos ajuda não só como ponto turístico, mas princi-palmente na formação cultural da sociedade”.

Presente ao evento, o deputado

Maravilha

(1) Compuseram a mesa de abertura do evento, da esq. à dir.: Rodrigo Rollemberg, deputado federal; Alfredo Gastal, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Beto Sales, secretário- -adjunto de Cultura do Distrito federal; Tadeu Filipelli, deputado federal; Xa-vier Tudela Penya, presidente do Bureau Internacional de Capitais Culturais (Ibocc); Rôney Nemer, presidente da Brasiliatur; Swedenberger Barbosa, as-sessor especial da Presidência da República; Laerte Bessa, deputado federal; Alziro de Paiva, representando o fundador do tBv, josé de Paiva Netto. (2) Os jovens Legionários Alziro de Paiva (e) e Nicholas de Paiva (D) com o jornalista Gilberto Amaral. (3) Seguram o Certificado do tBv, como uma das maravilhas de Brasília, da esq. à dir.: Kennedy Montenegro, da vice-Governadoria do Df; Paulo Medeiros, da LBv; Paulo Octávio, vice-governador e secretário de Desenvolvimento econômico e turismo do Df; e Tarcísio Melo, presidente do Senalba/Df. (4) Representantes dos 7 monumentos eleitos com seus respectivos certificados de Maravilha de Brasília.

Rôney Nemer

federal Rodrigo Rollemberg também concordou com a escolha dos monumentos:“(...) Nada mais

justo que essa homenagem, que mostra inclusive toda a diversida-de da nossa capital, seja realizada

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BOA VONTADE | 65

Um dia antes da entrega dos cer-tificados, o Conjunto Ecumênico da LBV recebeu a visita do diretor-exe-cutivo do Projeto Capital Brasileira da Cultura, Mário Vendrell royo, e do presidente do Ibocc, Xavier tudela penya, responsáveis pela organiza-ção e pela promoção do evento.

“É muito merecido o prêmio ao Templo da Boa Vontade, nós consideramos que é um patrimônio cultural do povo não só brasiliense, mas do povo brasileiro. (...) Ao visi-tar o TBV percebe-se a amplitude, a dimensão desta obra levada pelo Paiva Netto tão eficientemente. (...) Foi muito merecido, o povo soube escolher, e estamos muito felizes, a organização promotora, o Bureau Internacional de Capitais Culturais, por ter sido dado esse destaque ao Templo”, declarou Mário Vendrell. Para ele, essa iniciativa devia ser multiplicada por mil, e explicou: “No mundo em que vivemos, com tanta

desagregação das pessoas e mate-rialismo (...), vocês estão conseguindo, com essa obra, que se possa repensar um pouco o nosso papel neste Plane-ta. É um Templo

democrático, aberto a todos o tempo todo, e isso é maravilhoso, as portas nunca estão fechadas. (...) Esse é o caminho para tentar melhorar a sociedade em que vivemos”.

Da mesma forma, exaltou Xa-vier Penya: “É muito relevante que numa cidade como Brasília exista um lugar tão emblemático quanto o Templo da Boa Vontade. Encontrar espaços onde podemos sentir a Paz de maneira intensa é bastante sig-nificativo. Quero deixar [meus votos de] felicidades aos que trabalham no Templo, que continuem com seu amor de integrar a todos. (...) Nós, do Bureau Internacional de Capitais Culturais, ficamos felizes que o TBV seja uma das Sete Maravilhas de Brasília, porque isso permitirá ao mundo ver que o Templo é conside-rado, pelos próprios brasileiros, como uma de suas portas de entrada para o conhecimento do patrimônio cultural e material de Brasília”.

Patrimônio cultural do povo brasileiro

sília tem obras arqui-tetônicas magníficas, diferenciadas, e que emocionam as pes-soas que as visitam. (...) O Templo da Boa Vontade se destaca, já era um dos monumentos mais visitados. As pessoas são bem recebidas, o Templo está sempre muito bem cuidado, e eu não me canso de elogiar os jardins, as flores, a manutenção, a cordiali-dade, isso é bastante importante. As pessoas quando visitam um monumento querem ser bem rece-bidas. Todos que vêm no Templo da LBV gostam muito. Então, além do papel espiritual, da ora-ção, da busca interior, entendo que o TBV agrega todos esses predicados. Quero parabenizar Paiva Netto e toda a equipe que mantém o Templo, que é referên-cia hoje muito querida para toda a população de Brasília”.

Também compareceu ao even-to o jornalista e colunista do Jornal de Brasília Gilberto Amaral, que relembrou momen-to marcante que viveu no local. “Certa vez eu estava aqui com o Paiva Netto e passeamos pelo Templo. Quando chegamos lá fora, eu falei para ele: ‘Ô Paiva, aqui é o Templo da Paz’; e ele, imediatamente, mandou cunhar na entrada da LBV: ‘Templo da Paz’, porque aqui realmente se encontra a Paz, o Ecumenismo, todas as religiões se professam, a fé é cada vez maior, não há quem não se sinta bem dentro do Tem-plo da Legião da Boa Vontade”, disse.

no Templo da Boa Vontade, que não por acaso é uma das Sete Ma-ravilhas da capital da República. Tenho a honra de ser o autor do projeto, transformado em lei, que criou o Dia do Ecumenismo, que tem como data a inauguração do TBV [21/10/1989], por tudo o que

representa de celebração da cul-tura, do Ecumenismo, da Cultura de Paz, da compreensão”.

Para o vice-governador de Brasília, Paulo Octávio, entre os fatores que fizeram do TBV uma das Sete Maravilhas está a excelência no acolhimento: “Bra-

Notícias de Brasília

Paulo Octávio

Os empresários Mário vendrell Royo (e) e Xavier tudela Penya, em visita ao tBv.

José

Gon

çalo

66 | BOA VONTADE

Entender a grandeza da Ama-zônia é privilégio de poucos. Esse imenso continente verde, que compreende 33% das

florestas tropicais ainda existentes no mundo e 12% do total da água doce da superfície do Planeta, tem um papel fundamental na sustenta-bilidade humana, um dos grandes desafios do século 21.

Poucos contribuíram tanto para a interpretação desse universo quanto o estudioso Samuel Isaac Benchimol (1923-2002), natural de Manaus/AM. Sua produção in-telectual soma mais de 100 artigos e diversos livros publicados sobre o assunto, com uma vida dedicada à defesa do território amazônico.

Daniel Borges Nava*

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EcumenismoDaniel Borges Nava

especial para a BOA VONTADE

amazônicoNum olhar crítico sobre a precarie-dade dos serviços de saneamento básico, energia elétrica, Educação e saúde oferecidos aos povos da floresta, descreveu os contrastes de uma realidade denominada por ele de “Zênite ecológico e nadir econômico-social” — uma imensa riqueza ambiental e cultural distan-te da cidadania desejada.

Semeador dos princípios da sustentabilidade, Samuel Benchi-mol propôs a construção de uma realidade soberana da Amazônia, balizada no desenvolvimento que deveria ser estabelecido de forma “economicamente viável, ecologi-camente adequada, politicamente equilibrada e socialmente justa”.

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro/RJ, o estudioso defendeu a “Planetari-zação da Amazônia” — um pacto mundial de Solidariedade, em que haveria o pagamento de um impos-to internacional ambiental — em

contraposição ao processo político de sua internacionalização. Todo o tempo, Benchimol acreditou na unidade para a preservação ambiental e, consequentemente, a busca comum pela sobrevivência na Terra.

Tal exemplo de convicção ecumênica relativa à Amazônia deve ser perseguido por todos in-teressados em conhecer e estudar esse espaço ímpar de dimensões e riquezas naturais. É preciso que nos tornemos amazônidas, brasileiros identificados com a região. Dian-te da conscientização ambiental global, urge a capacidade de se ampliar o significado de amazônida aos cidadãos que, pelo amor e pelo respeito à região, adotem-na no sentido integral do pertencimento, de uma identidade amazônica com-prometida com a sobrevivência da natureza humana a partir do respeito ao meio am-biente.

* daniel borges nava — É bacharel em Geologia e mestre em Ciências Ambientais e Desenvolvimento da Amazônia. Profes-sor da Faculdade La Salle Manaus e secretário-executivo de Geodiversidade e Recursos Hídricos do Governo do Amazonas.

Divu

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Amazônia em foco

BOA VONTADE | 67

Pelo 18º ano consecutivo, a Legião da Boa Vontade (LBV) participa da festa religiosa mais popular da

Bahia, a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim. O evento, realizado há 264 anos e que ocor-re sempre na segunda quinta-feira do mês de janeiro, reuniu mais de um milhão de pessoas, incluindo estrangeiros, que cami-nharam por 8 quilômetros rumo ao adro da Colina Sagrada para agradecer e pedir bênçãos para o novo ano.

A majestosa estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, levada

Nizete Souza

Bahia homenageia

Jesus,o Senhor do Bonfim.

pela LBV, é presente do dirigen-te da Instituição, José de Paiva Netto, filho e neto de baianos, ao povo da Terra do Axé, e já se tornou um símbolo marcante dos festejos. Para o deputado federal

Antonio Carlos Magalhães Neto (que participou do evento ao lado pai, o senador ACM Jú-nior, presidente da Rede Bahia), “a lavagem das escadarias do Bonfim é uma festa de tradições muito importante para a reli-giosidade da Bahia”. A respeito da presença da Legião da Boa Von tade, o parlamentar afirmou: “A LBV tem um trabalho social absolutamente imprescindível em todo o País. Um trabalho sério baseado em princípios que são muito importantes para a nossa sociedade e para o nosso povo.

E é com justa razão que a LBV tem o apoio de todos nós”.

Igualmente prestigiando a marcante data do calen-dário baiano, o senador

César Borges ma-nifestou: “Eu não

falto a esta caminha-da para homenagear o Senhor do Bonfim,

que nos protege,

Acontece na Bahia

Nize

te S

ouza

68 | BOA VONTADE

uma Instituição que está presente nas grandes manifestações popula-res da nossa terra. A LBV é atuante em benefício do povo baiano”.

Personagens tradicionais no cortejo, as baianas e os Filhos de

Gandhi passam para as futuras gerações a importância do evento para manter viva a sua cultura. “Quando

a gente vê aqui esta homena-

gem a Jesus

Acima, vista aérea da Baía de todos os Santos tomada pela multidão. À esquerda, duas marcas de tradição da festa religiosa: as baianas

e a bandeira da LBv.Da esq. à dir.: valdenir ferreira, da LBv; Antonio Carlos Magalhães Neto, deputado federal; e o senador ACM júnior.

protege a Bahia e o Brasil. O povo está com Fé nas ruas, homena-geando o seu grande padroei-ro. (...) A LBV tem

um trabalho imenso com a nossa comunidade mais carente, com a população de um modo geral. Ela está presente aqui, como não poderia dei-xar de ser. É

César Borges

Bahia homenageia

Jesus,o Senhor do Bonfim.

Cristo, o glorioso Senhor do Bon-fim, a gente se emociona, busca o fortalecimento, a Fé, a gratidão, a caridade e a paz para o Brasil. Nós temos de nos curvar a Jesus e pedir por Paz, como a LBV, que eu acompanho. Ela é uma casa caridosa que ampara os desva-lidos. Eu vejo a LBV e fico muito emocionada. Até choro”, confessa Maria de Lurdes Laranjeira da Silva, baiana que participa da cerimônia há 49 anos.

Clay

ton

Ferre

ira

Crist

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anolfi

Cristiani Ranolfi

Nize

te S

ouza

Nizete

Souza

BOA VONTADE | 69

Após 25 anos de sua primeira gravação e com quase quatro décadas de carreira, o baiano Luiz César Pereira Caldas

orgulha-se de ser o pai do axé. Apresenta-se em público desde os 7 anos. “Antes já cantava em casa, brincava de cantar”, relembra. Confunde-se muito o local de nas-cimento do cantor, acreditando ser Vitória da Conquista, para onde se mudou ainda pequeno, mas a his-tória dele começa mesmo em 19 de janeiro de 1963, na cidade de Feira de Santana (a 107 quilômetros de Salvador), a “Princesa do Sertão”, no dizer de Rui Barbosa.

Embora seja multi-instrumentis-ta, o artista não se considera satisfei-to e busca conhecer outros tipos de som, diferentes dos convencionais. “O universo instrumental é muito vasto; existem aparelhos que nem sonhamos conhecer, como em al-gumas tribos que têm instrumentos de formas primitivas e deles tiram sons belíssimos, ricos”, afirma ele. O artista prometeu para este ano um trabalho diferente de tudo o que já produziu até hoje: um álbum de rock, bastante influenciado por bandas de heavy metal.

Em sua casa, em Salvador, Luiz Caldas recebeu a reportagem da BOA VONTADE para uma entre-vista. Nela, o cantor conta como foi subir pela primeira vez em um trio elétrico e fala da relação com o su-cesso e dos gostos musicais, influen-ciados fortemente, para a surpresa de muitos, pelo estilo erudito.

BOA VONTADE — Você começou a cantar bem cedo...

Luiz Caldas — Minha mãe con-

Dono de respeitável conhecimento musical, Luiz Caldas diz por que o ritmo baiano completa 25 anos de sucesso

O erudito

axépai do

Abrindo o CoraçãoLuiz Caldas

Césa

r Ras

ec

Leilla tonin

70 | BOA VONTADE

ta que aos 4 anos eu já despertava a atenção porque não usava brinque-dos normais como carrinho, bolinha de gude, essas coisas de menino daquela época. Pegava um peda-cinho de madeira e ele logo virava uma guitarra. Os meus brinquedos eram direcionados para a música, e comecei a ouvir meus irmãos mais velhos que cantavam em bailes. Com 7 anos, cantei pela primeira vez uma música chamada Aquarius Sete, em Vitória da Conquista/BA. O Jorge Matos, meu padrinho musical, levou minha mãe junto por causa do Juizado de Menores, ela segurou minha mão e cantei. A parte inicial saiu totalmente trêmula; aquela era uma sensação nova. Do meio da música em diante senti que aquilo seria a minha vida.

BV — Por sinal, a sua família é de músicos?

Luiz Caldas — Minha mãe nun-ca trabalhou com música, mas não fazia nada se não estivesse cantaro-lando, ouvia e repetia tudo. Com 8 ou 9 anos, eu já tinha um repertório maravilhoso. Antigamente, as mú-sicas eram mais difíceis que as de hoje, tinham mais qualidade. Como não tinha um professor teórico, minha mãe servia de termômetro. Isso me despertou e, com 10 anos, não morava mais em casa, morava independente, em sede de grupos. Foi quando desenvolvi o gosto de

tocar vários instrumentos, porque era só eu, Deus e eles do lado.

BV — O que costumava ouvir?Luiz Caldas — Escutava o

que chegava aos ouvidos, não tive preconceito. Nunca da minha boca saiu algo como: “Essa música é feia”, mas pensava: “Ela é dife-rente, porque há gosto para tudo”. Posso ouvir música de duas for-mas: como uma pessoa normal ou como alguém que vai ouvi-la com todos os instrumentos, de maneira mais aguçada. Existe a música que é feita com boa intenção e a que se faz com má intenção, isso sim. Hoje, gosto mais do erudito, por ser completo. Admiro Mozart e Bach. Tenho até um disco belíssimo de Altamiro Carrilho, no qual ele apresenta clássicos em choro.

BV — Você também interpreta choro?

Luiz Caldas — Sim. Tenho um disco de violão com chorinho e a canção Choro para Marco Aurélio, que compus em homenagem a um dos meus mestres, que começou a tocar violão um pouco antes de mim; ele interpreta divinamente bem e compõe.

BV — Embora seja multi-instru-mentista, há instrumentos que você não toca e outros que quer conhecer...

Luiz Caldas — Há vários. O universo instrumental é muito vasto; existem aparelhos que nem sonhamos conhecer, como em al-gumas tribos que têm instrumentos de formas primitivas e deles tiram sons belíssimos, ricos. Existem alguns convencionais que não toco, como o violino. Apesar de sua afi-nação ser a mesma do bandolim, não consigo. Tenho gastura do atrito do arco com a corda, e isso me dificulta. É o mesmo de uma pessoa que não aguenta a unha no giz ou no quadro-negro, para mim a sensação é irritante. Até aprender a tocar legal, vai parecer um gato miando (risos). Também nunca me preocupei com instrumentos de sopro, mas tenho facilidade em aprender.

BV — Na sua opinião, a música é uma ferramenta para educar e aproximar as pessoas?

Luiz Caldas — Ela nos sensi-biliza demais. Muita gente fala do cinema mudo, não havia falas, mas existia música. Charles Chaplin foi um dos grandes compositores. A força da música é fantástica, é uma linguagem universal. Uma

“O axé é um adolescente no meio dos estilos musicais. A Bossa Nova fez 50 anos, o axé, 25. Isso é legal para um estilo de música que diziam que ia morrer. Eu, como pai dele, estou muito feliz.”

em 2002, o encontro de Luiz Caldas e Gilberto Gil no trio elétrico.

Césa

r Ras

ec

ou o samba. O axé é música para dançar, essa é a melhor definição. No entanto, isso de forma nenhuma enfraquece ou tira a nobreza do mo-vimento, do estilo. Afinal de contas, são muitos anos vendendo bem, formando profissionais, mesmo com a qualidade musical deixando a desejar, se comparada à de muitos outros artistas, músicos e poetas. Po-deríamos vender uma música me-lhor, com certeza, mas essa é para dançar. O axé é um adolescente no meio dos estilos musicais. A Bossa Nova fez 50 anos, o axé, 25. Isso é legal para um estilo de música que diziam que ia morrer. Eu, como pai dele, estou muito feliz.

BV — Quando começou, na dé-cada de 1980, foi no trio elétrico Tapajós…

Luiz Caldas — Sim, e foi uma mudança grande. Tocava em bailes no fim de semana para quase mil pessoas e, de repente, subi no trio para 50 mil. É um choque térmico mesmo! Você sai meio frio e entra

num caldeirão fervendo, é muito legal. (...) Quando subi no trio, dis-se que nunca mais ia descer, por-que toquei o que queria. (...) Tive de ralar muito, fiz um disco, viajei para o Rio de Janeiro e São Paulo para tentar alguma coisa; todo mundo bateu a porta, fechou, levei

não, não e não! Aí, disse que voltaria e faria sucesso na minha terra, e eles viriam me buscar. Batalhei para que isso acontecesse. De dia era operário, e à noite, artista. Era pobre, não tinha dinheiro. Não

que agora seja rico, vivo bem. É que antes não possuía praticamen-te nada, a não ser a família. De lá para cá criei muitas coisas que até hoje as pessoas cantam e dançam, como, por exemplo, O que é que essa nega quer, Haja amor, Ajayô e Tieta.

BV — Como você administra o sucesso?

Luiz Caldas — Para mim, é como se nunca tivesse rolado nada. Sou casado com a música, adoro a música, não o sucesso. Continuo trabalhando até hoje, fazendo shows, mas com menos frequên-cia: não sou ganancioso, tenho o suficiente para viver honestamente e isso basta. O su ces so não dura para sempre, a felici dade pode durar muito. (...) Consi dero-me um bom músico, sei que sou um cara que gosta de estudar, de compor. Graças a Deus não me lembro de ter nenhum inimigo, fiz amizades. Esse é o meu jeito. Sou feliz porque ganho a vida com o meu lazer, a música.

cena, como no filme Tubarão, que precisava dar aquela sensação de suspense. (...) Sem a música, ia parecer que vinha uma sardinha nadando (risos). Daí procuraram um compositor. (...) A partitura de uma canção minha, de Caetano, Gerônimo ou Tom Jobim, aqui no Brasil ou em qualquer país, tem a mesma linguagem, as pessoas se entendem pela santa música.

BV — Certa vez você disse que a música axé é a mistura de vários ritmos baianos. Como explicar isso?

Luiz Caldas — O axé não pode ser visto como um gênero musical. Na realidade, é um grande caldeirão. Se prestar atenção, cada grupo tem sua linguagem própria, uma for-ma de tocar diferente. O ritmo do Araketu não é o mesmo do Asa de Águia, mas os dois tocam axé. Se você faz uma música relativa à festa, as pessoas fora daqui a tacham de axé music, o que é interessante. Não é um estilo definido como o rock

“Sou casado com a música,

adoro a música, não o

sucesso.”A Legião da Boa vontade, que há 18 anos participa da tradicional Lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim, confraterniza com o cantor, em 1995. Ao fundo, a majestosa estampa de jesus, homenagem do diretor-presidente da LBv ao povo baiano.

Abrindo o Coração

Jacin

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ouza

72 | BOA VONTADE

O ano de 2008 no Brasil teve um farto calendário de comemorações, entre as quais o centenário da

imigração japonesa. Os nipônicos trouxeram-nos a força do seu tra-balho e a sua cultura de sabedoria, tradições e mistérios orientais. No nosso meio artístico tem sido grande a influência: inicialmente, com os artistas nascidos no Japão e agora com seus descendentes.

Em novembro de 1995, foi co-memorado o centenário do Tratado de Amizade Brasil-Japão, firmado em Paris (França), que serviu de irmanação das duas pátrias. Naquela data, a Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade (TBV) apresentou ao público brasiliense sete samurais ativos no nosso meio artístico, a saber: Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Kazuo Wakabayashi e Yutaka Toyota, nascidos no Japão, e os nisseis que formam a segunda geração de artistas brasi-leiros de origem japonesa: Yugo Mabe, Kenji Fukuda e Takashi Fukushima. Esses samurais são guerreiros que lutam para desen-volver a nossa arte e divulgá-la no exterior, conquistando prêmios em mostras e bienais internacionais. Brasília apresentou, em 1987, uma exposição da pintora e gravadora ja-ponesa Tomie Ohtake no saudoso “Espaço Capital”. Em abril de 1999

Samuraisna arte brasileira

suas gravuras ganharam destaque numa mostra nos salões do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Noventa anos de ShinodaQuem visitar o Templo da

Boa Von tade poderá encontrar um senhor humilde, tímido e de poucas palavras que, no seu ateliê, ministra aulas e pinta. Trata-se de Umazo Shinoda, o samurai bra-siliense que merece nossas home-nagens, pois completou 90 anos de idade no dia 1o de janeiro. Shinoda nasceu no Japão, em Hokkaido. Em Hakodate, iniciou seus estudos de pintura com Miematsu Tanabe. Aos 15 anos já era premiado pela prefeitura dessa cidade japonesa e no mesmo ano de 1933 conquis-tou o 1o lugar no “Salão de Letras Artísticas”. No ano seguinte, veio com a família para o Brasil para se dedicar à agricultura; em São Paulo, exerceu atividades comer-ciais e, nas horas vagas, praticava a pintura. Na comemoração dos

50 anos da imigração japonesa, foi premiado em concurso de pintura.

Também em 1958, mudou-se para Brasília e de suas lides no campo buscou inspiração para a pintura centrada na temática da natureza-morta, retratando as coi-sas da terra, os frutos, as verduras e legumes, mantendo o viço da lavoura, o que justifica o carinhoso título de Pintor da Natureza.

Obrigado, Japão! Obrigado, samurais da Arte! Obrigado, Shinoda!

Médico e colecionador de arte

A. C. Moretzsohn de Mello

Umazo Shinoda

Caro

lina

Dutra

Abaixo, reprodução do histórico catálogo da famosa exposição que ocorreu na Galeria de Arte do TBV: “Os Sete Samurais da Arte Brasileira”.

Cultura

O talento de brasileiros para as artes plásticas está es-palhado por praticamente todas as cidades do Brasil,

mas em nenhuma delas é especial-mente marcante como em Goiâ nia/GO, uma das mais jovens capitais do País. Foi fundada em 24 de outubro de 1933 e passou ao pata-mar de capital de Estado em 1937, função antes exercida por Goiás (Goiás Velho). Calcula-se que, atualmente, perto de 50 artistas estão em atividade no município, muitos com reconhecimento na-cional e internacional. Outro dado interessante reforça a percepção da vocação de Goiânia para as artes: uma pesquisa de opinião pública, que buscava apontar o morador mais popular, não mostrou nenhum cantor, atleta ou político, mas, sim, o pintor Siron Franco.

usina de criatividade

vladimir Spinoza, jornalista e radialista.

Divu

lgaçã

o

GoiâniaPara entender esse fenômeno,

é preciso recuar ao ano de 1950, quando chegou à cidade de Goiás frei Nazareno Giuseppe Con-faloni. Lá, atuou como pároco e deixou saudades pelas qualidades de religioso e pintor. É dele a coleção Mistérios do Rosário — 15 afrescos que ornamentam a Igreja do Rosário. Em Goiânia, o frade pintou grandes murais, como Os Bandeirantes, na Estação Ferroviária, e os da Igreja São Judas Tadeu, nos quais é comum notar as pinceladas de influência expressionista e figurativa. Inquieto, frei Nazareno juntou-se ao arquiteto e escultor Gustav Ritter e ao pro-fessor Luiz Curado para criar, em 1952, a Escola Goiana de Belas Ar-tes (EGBA), na qual estudou Maria

Guilhermina, primeira mulher da Região Centro-Oeste a participar da Bienal de Artes de São Paulo.

A EGBA fechou as portas em 1972, mas a semente criativa e in-domável das artes já havia brotado e se fortalecido na Escola de Artes Plásticas, criada pela Universidade Federal de Goiás.

Concebida para ser a capital do Estado, Goiânia cresceu e se tornou metrópole regional. Esse movimen-to urbano fez com que a poética re-gionalista marcada pela linguagem sertaneja, típica das cidades interio-ranas, perdesse força e influência. A vida moderna de seus quase 1,3 milhão de habitantes — agitada em tempos de trânsito caótico, ambien-te de consumo globalizado e um

Cabeças, de Gilvan Cabral.

Referências do Centro-OesteCultura

vladimir Spinozaespecial para a BOA VONTADE

74 | BOA VONTADE

Goiânia

sem-número de informações que chegam pela mídia — apresentou um cabedal de novas referências vi-suais e um comportamento citadino que deslocara a cultura rural para algo como bagagem e referência antropológica.

Assim como a própria essência da arte, a pluralidade campeia a mente dos artistas goianienses quan-do se trata de buscar uma explicação para o maná criativo destinado à cidade. Telma Alves, que iniciou a obra artística na maturidade, apresenta um trabalho que transita entre a abstração e a sugestão da fi-gura. Para Telma, uma espiritualista convicta, “existe uma ligação trans-cendental entre um plano superior divino e um ponto geográfico no Centro-Oeste brasileiro que permite uma maior expansão da criativida-de artística”.

Outro exemplo dessa fecunda veia goianiense é Marcelo Solá. Ele aprendeu a transgredir os limites do desenho com sólidas pesquisas

e traços de subjetividade, guiados por influências da poesia de Clarice Lispector e da arquitetura. Circuns-tâncias temporais e elementos de calma urbana, além de custos aces-síveis, são argumentos que Marcelo cita para a efervescência da cena artística da cidade.

O escultor Gilvan Cabral pes-quisa uma variedade de materiais, desde resina e palha até metais e madeira, a exemplo do pau-brasil, matéria-prima usada para compor as cabeças negras e morenas, trabalho bastante conhecido do artista. Ele aposta que “a interiorização da arte é um caminho natural, já que valores singulares estão no interior do País”. Cabral lembra, ainda, que o apoio da empresária e mecenas Célia Câmara foi fundamental para o desenvolvimento desse aspecto na região. “Nos anos de 1970, ela com-prava obras do Siron, por exemplo, para que ele pudesse continuar trabalhando”, comenta.

A experimentação de materiais,

em busca de recursos expressivos, também faz parte da obra do jovem pintor Sandro Gomide, para quem “as sementes plantadas no ano de 1950 e a ascensão de artistas como Siron Franco e D. J. Oliveira, em 1970, produziram a energia criati-va que circula na cidade”.

Como encontrou terra fértil, a criatividade do artista de Goiânia não dá sinais de cansaço. Pelo contrário, multiplica-se por olhares que apontam para várias direções. Fotografia, vídeo, instalações, performances, desenho e pintura in-tegram as linguagens exploradas.

Longe de qualquer tipo de jactância, os artistas locais exi-bem orgulho sereno. De alguma maneira, sabem que a obra deles não precisa de apoio léxico para ser apreciada, porque carrega na essência a “simples complexida-de” da terra onde vivem, propor-cionando uma leitura capaz de envolver e de ser percebida em qualquer canto do mundo.

Sem Nome, de Sandro Gomide.

Autorretrato, de telma Alves.

BOA VONTADE | 75

2004

3.503

.908

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1.59

6

20075.71

7.55

4

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2005

2008

7.48

7.02

3**

Expressivo número de atendimentos

socioeducacionais realizados pela

Legião da Boa Vontade

nos últimos 5 anos:

Balanço social*

* A Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela

Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa

de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de

a legislação exigir que essa medida entrasse em vigor.

** Atendimentos e benefícios

LBV é ação!Seis décadas de trabalhoem favor do povo

Solidariedadeque transforma

Natália Lombardi

Com largo sorriso, Janaína Santiago de Brito, atendida pela LBV em Petrópolis/RJ, recebe cesta de alimentos. Ela e os dois filhos participam dos programas socioeducacionais da Obra.

2007

2006370 t

onela

das

410 t

onela

das

440 t

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das

2005

2008

LBV, ano a ano, bate

recorde de arrecadação

de alimentos.

462 t

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Vivia

n Ri

beiro

Em teresina/pi, o Coral Ecu-mênico Infantil LBV deu o tom da entrega dos alimentos, levando emoção a todos os presentes. Uma das personalidades que compareceram à solenidade, o ilustre senador Heráclito Fortes (foto ao lado) comentou a abran-gência da Campanha do Natal Permanente: “A gente vê que o raio de ação da LBV atinge a população carente. Fico muito feliz e emocionado de poder partici-par desse trabalho. (...) Como presidente da CPI que apura a irregularidade das ONGs, quero dizer que o nosso objetivo é estimular instituições como a LBV e combater as que não prestam serviço ao povo brasileiro. (...) Essa organização é modelo para o Brasil. Sigam o exemplo da LBV e procurem mudar os caminhos da desavença no mundo através, principalmente, da integração da criança ao nosso meio e da preparação dela para o futuro”. O colunista do Jornal de Brasília Gilberto amaral também registrou a satisfação de estar na LBV: “Paiva Netto faz um trabalho magnífico em todo o Brasil, não só no Piauí, mas também de leste a oeste, de norte a sul, levando ajuda àqueles que necessitam”.

Heráclito Fortes,senador

Gilberto Amaral, jornalista

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2005

2008

7.48

7.02

3**

Expressivo número de atendimentos

socioeducacionais realizados pela

Legião da Boa Vontade

nos últimos 5 anos:

Balanço social*

* A Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela

Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa

de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de

a legislação exigir que essa medida entrasse em vigor.

** Atendimentos e benefícios

Solidariedadeque transforma

Teresina/PI

Teresina/PI

Teresina/PI

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quivo

BV

BOA VONTADE | 77

“Eu só tenho a agradecer, porque a LBV já me ajudou muito; é um porto seguro para quem necessita! Ela sempre está pronta para atender, seja para alimentar, orientar e, até mesmo, para ouvir a gente. Tenho cinco crianças e meu Natal será maravilhoso!”

Rosiléia Souza Mendes

Atendida pela LBV em Belo Horizonte/MG

LBV é ação!

Florianópolis/SC

São José do Rio Preto/SPCuiabá/MT

Maringá/PR João Pessoa/PB

Natal/RN

Brasília/DF Anápolis/GO

Campina Grande/PB

Franca/SP

Campinas/SP Piracicaba/SP

Campo Grande/MS

Cabo Frio/RJ

Belford Roxo/RJ

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Curitiba/PR também foi palco de emocionante entrega de cestas de manti-mentos da campanha. O senador alvaro dias fez questão de comparecer ao evento, realizado em 19 de dezembro, e comentou: “A Solidariedade Humana é essencial para que as pessoas se tornem criaturas felizes. Não só aque-las que recebem ajuda da Solidariedade Humana, da caridade alheia, mas também as que abrem seu coração e oferecem um pouco de si para fazer os outros mais felizes. Creio que é a grande lição que a LBV nos dá nesses seus 59 anos. Essa capacidade de mobilizar pela fé, pela crença no futuro, preparando o amanhã para as nossas crianças. A LBV oferece esse trabalho de caridade, de formação, de Educação, de pro-teção às nossas crianças, e nos ensina que é possível ajudar a fazer com que o mundo se torne melhor”.

A caminho de completar 60 anos de trabalho, por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz, em

1º de janeiro de 2010, a Legião da Boa Von tade (LBV), uma das maiores organizações da so-ciedade civil no mundo, mostra energia renovada para continuar amparando famílias de todos os cantos do País que vivem em si-tuação de vulnerabilidade social. Os programas socioeducacionais da Instituição crescem, a cada ano, em número de atendimentos e com qualidade, ajudando pes-soas a reconstruírem suas vidas, preparando-as para o mercado de trabalho e devolvendo-lhes a autoestima.

Em comunidades de baixa ren-da nas cinco regiões brasileiras, novos quadros são pintados para crianças e jovens. Mães que an-tes não possuíam uma atividade que gerasse renda por não terem

A presidente do Conselho Municipal de Assistência Social de Patos de Minas/MG, Joana D’arc Soares (D), vestiu a camisa da LBv e ajudou na distribuição das cestas de mantimentos.

Curitiba/PR

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Armando Babaioff, ator“(...) A gente vê que as pessoas realmente necessitam não só de alimento, mas também de carinho e atenção. Parabéns à lBV e às pessoas que a ajudam. Para os que ainda não conhecem, que venham conhecer esse trabalho digno, sério, vejam a alegria das pessoas recebendo esta cesta e se tornem colaboradores. É fascinante!”

LBV é ação!

São Luís/MAMaringá/PR Maceió/AL

Ribeirão Preto/SP Foz do Iguaçu/PR

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Em Porto Alegre/RS, o senador paulo paim (no centro da foto ao lado)participou da entrega das cestas em uma bela festa que reuniu colaboradores, au-toridades, artistas e personalidades em nome dessa causa solidária, em 22 de dezembro. Para o parlamentar, foi “uma alegria enorme ver este gesto grandioso da LBV de amor e de carinho ao próximo, na linha do que sempre fez e orientou o nosso grande Mestre Jesus”. E Paim acres-centa: “Vemos que o nosso povo aqui é simples e está na expectativa de receber a cesta que vai permitir uma refeição me-lhor neste fim de ano (...). Que a Legião da Boa Vontade seja eterna, porque os homens passam, mas o ideal fica. A ideia liderada por Paiva Netto é imortal. Ela completa mais um ano, mas completará outras centenas e centenas de anos pelo bem da Humanidade. Sou um homem privilegiado, pois sou amigo do projeto da LBV”.

onde deixar os filhos, agora, podem fazê-lo. “A fama do bom atendimento da LBV é grande! A vida do meu filho mudou muito. Hoje, ele não está mais na rua e eu posso trabalhar sossegada”, conta Laís Lídia de Oliveira Kok, de Piracicaba/SP, uma entre os milhares de beneficiados pela Obra.

O exemplo da família de Laís retrata fielmente o que a Insti-tuição faz por tantas outras que, além de participar dos diversos programas socioeducacionais e profissionalizantes, receberam, durante o mês de dezembro, a cesta de alimentos não-perecíveis da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, que coroou um ano repleto de vitórias. Com mais essa iniciativa, a LBV visa estimular as pessoas a continuar na busca da autonomia social e financeira.

A campanha arrecadou 462 toneladas de mantimentos, graças ao apoio solidário de centenas de artistas e personalidades da mídia e de tantos voluntários que arregaçaram as mangas em prol de um Natal sem fome e feliz. “Qualquer colaboração para o benefício da Humanidade é bem-vinda. Esse é o meu lema; me sinto gra-tificado em ajudar o Ser Humano, porque estou espiritualmen-te livre”, diz Hilton Martins da Silva, do Rio de Janeiro/RJ.

Acompanhe, a se-guir, os destaques

dessa iniciativa em diversas cida-des de norte a sul do País.

Norte e NordesteEm Belém/PA, Raimunda

Gaia Cardoso diz que a ação que a beneficia é de vital importância, porque “tem gente que não tem nada para colocar na mesa e aqui

recebo muita ajuda. A LBV é uma verdadeira

mãe que aco-lhe a gen-te quando

Porto Alegre/RS

Porto Alegre/RS

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O senador amazonense João pedro, em 23 de dezembro, prestigiou o Natal Permanente da LBV em Manaus/AM. A abertura da solenidade ficou a cargo das crianças atendidas no local ao longo do ano, as quais interpretaram a prece do Pai-Nosso, musicada. “É com alegria que participo desta solenidade, deste gesto da LBV, de solidariedade, que traduz o respeito muito grande dessas pessoas. Quero prestar minha reverência a esta grande liderança que é Paiva Netto. Trabalho humanístico feito em todo o País. Na condição de senador, fico mais tempo em Brasília. (...) Tive a oportunidade de conhecer a LBV de lá. É um espaço bonito porque tem humanismo, não tem preconceito, trabalha com todos”, declarou.

“A LBV gerou mais Fé no meu coração. Não tenho palavras para dizer quanto sou grata. Que continuem olhando para nós.”

Andréia MariaMãe de aluna da Escola da LBV no Rio de Janeiro/RJ.

O sargento do exército Wilson, de São josé do Rio Preto/SP, entrega cestas na cidade.

LBV é ação!

Manaus/AM

Araxá/MGPonta Grossa/PRMogi das Cruzes/SP

Rio de Janeiro/RJ

Goiânia/GO

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Belo Horizonte/MG

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“Esta cesta vai nos ajudar muito, graças a Deus. (...) Acredito que o programa da LBV foi a melhor coisa que aconteceu na cidade.”

Márcia Cristina Lopes Souza

Mãe de atendido no Programa Segundo Tempo, parceria da

LBV com o Ministério dos Esportes, em Araçatuba/SP.

precisamos; nós somos filhos da LBV”.

No Nordeste, todos os nove Estados foram beneficiados com essa ajuda especial. Em São Luís, no Maranhão, a família de José Ribamar Martins, de 65 anos, recebe o amparo da LBV. No dia da entrega, Ribamar não conteve a alegria. Emocionado, disse estar “muito feliz” em fazer parte da família Legião da Boa Von tade. “Que Deus abençoe, cada vez mais, a LBV”.

A capital baiana recebeu o reforço de Adaílton, zagueiro do Santos Futebol Clube. Natural de Salvador, ele participou da entrega de alimentos na cidade. Para Cilene Santos de Santana, a cesta ajudou “a família a ter um Natal mais digno e feliz”.

“A LBV representa tudo em minha vida”, contou a pernambu-cana Odete Lima, que relembrou: “Passei por momentos difíceis antes de vir ao Recife. Foi quando conheci a Legião da Boa Vontade; tive total apoio e tudo melhorou na minha vida e de meus familiares. A LBV tem me ajudado muito e agradeço ao Paiva Netto. Deus abençoe a todos”.

Do lado de quem colabora, a alegria também de poder ajudar e de tornar tudo isso realidade encon tra-se no exemplo de Ma-ria Luiza da Conceição Carva-lho, de Maceió/AL: “Há muitos anos colaboro com a LBV e peço a Deus que abençoe a todos que fazem parte dela. Minha mensa-gem é que a LBV cresça mais e mais e que nunca falte Boa Von-tade a ninguém”.

Volta Redonda/RJ São Sebastião do Paraíso/MG

Salvador/BA

Maricá/RJ

Araçatuba/SP

São Paulo/SP

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Nova Friburgo/RJ

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InternacionalA LBV de outros países também entregou cestas de alimentos às famílias

de baixa renda atendidas ao longo do ano. Em Portugal, as cidades do Porto, Lisboa e Coimbra foram contempladas. Nesta última, os principais veículos de comunicação fizeram a cobertura da Campanha, entre eles a RTP (Rádio Tele-visão Portuguesa) e os jornais Diário de Notícias e Campeão das Províncias.

Na América do Sul a entrega foi realizada nas cidades de La Quiaca (Argen-tina), El Alto ( Bolívia), Assunção, San Antonio, Fernando de la Mora, Lambaré e Cidade do Leste (Paraguai).

Do Uruguai, a voluntária tatiana Frasco, integrante do grupo Mo-vimiento Scout, na capital Montevidéu, comenta: “É uma experiência muito positiva. Gosto de ajudar uma Instituição que colabora com o desenvolvimento dos Oito Objetivos do Milênio”.

“Que Jesus abençoe a LBV por esta ajuda”, agradece o uruguaio Jorge antonio bernal, atendido pela Instituição.

A banda forrozão participa da distribuição de alimentos às famílias atendidas pela LBv no interior de Minas Gerais. À esquerda, os integrantes Eloá e Eder, e à direita, Franklin e Sara.

em Santos, a judoca Danielle Zangrando (e) e o goleiro Felipe (D)

também estiveram presentes na entrega de cestas de alimentos às famílias

atendidas pela Instituição

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Rio de Janeiro/RJ

Glorinha/RS

João Pessoa/PB

Patos de Minas/MG

Cascavel/PR Cabo Frio/RJ

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Santos/SP

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Paraguai Bolívia Uruguai

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entre os artistas que conferiram de perto o coroamento da campanha do Natal da LBv, em Salvador/BA, estavam as cantoras Nara Costa (e) e Andréa Costalima (D). “Estou muito feliz em participar. Vi a estrutura, o funcionamento. É maravilhoso. A gente tem de começar pela base, pela educação, transformando a mentalidade dessas crianças, que futuramente serão adultos e a nossa esperança. (...) Estou encantada”, disse Andréia.

“Tenho quatro filhos. Três já participam do Programa LBV — Criança: Futuro no Presente! Houve uma melhora grande no comportamento deles; estão mais carinhosos e atenciosos na escola. Tenho a lBV como minha família. O trabalho dela é muito importante e nunca pode acabar. (...) Esta cesta veio em boa hora.”

Elza Ângelo de OliveiraBeneficiada pela ação da LBV em Cachoeiro

de Itapemirim/ES.

SudesteNa região mais populosa do

País, foram registrados momen-tos de muita emoção: mais de 35 municípios contemplados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Es-pírito Santo tiveram um Natal melhor.

A atriz Desirée Oliveira, presente na iniciativa da Instituição na capital fluminense destacou: “É emocionante ver no rosti-nho das pessoas a alegria em receber esta cesta. É maravilhoso! É gratifi-cante poder ajudar o próximo. Em agradecimento à primeira vez que fui à LBV e as crianças cantaram para mim, senti uma vontade de retribuir. Continuem ajudando este trabalho maravi-lhoso!”

Aliás, feliz é poder contar com a ação da Entidade no restante do ano. Mãe de duas crianças atendidas no Programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, em Bauru/SP, Regiane Crislei Lou-

renço de Moura diz que “é uma bênção” poder confiar os filhos à Instituição. “A Legião da Boa Vontade foi a melhor coisa que surgiu em minha vida. Sou muito grata.” No mesmo programa, são atendidos três dos quatro filhos da dona de casa Elza Ângelo de Oliveira, de Cachoeiro de Itape-mirim/ES. Para ela, a cesta veio

em boa hora também: “Tenho a LBV como mi-nha família. O trabalho dela é muito importante e nunca pode acabar”.

Com o projeto de um novo futuro e a esperança

renovada, Andréia Maria, mãe de Maria Clara Andrade, 4 anos, fala sobre a alegria de ter a filha na Escola da LBV no Rio de Janeiro/RJ. Ela encontrou o local em uma época atribulada da vida. “Foi realmente uma Luz de Deus”, diz comovida. “Quando a deixo na escola, fico segura. (...) Isso, para mim, é felicidade. O tratamento que recebe a faz ser diferente; eles cuidam, amam e a ensinam a amar a Deus sobre

Niterói/RJ

Bauru/SP

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todas as coisas. A LBV gerou mais Fé no meu coração.”

Centro-OesteA força voluntária impulsio-

nou o Natal sem fome no Centro- -Oeste. Como em Paranaíba, inte-rior do Mato Grosso do Sul, onde essa mobilização tornou possí-vel uma mesa farta para muitas pessoas. Para a vice-prefeita da cidade, Dininha Gasperini, “esse é um compromisso muito importante. O que a LBV faz é de suma importância”.

Em Goiânia/GO, a entrega das cestas foi acompanhada de perto pelo secretário municipal de Assistência Social, Walter Silva, que ressaltou: “A Legião da Boa Vontade tem um traba-lho incansável, significativo e marcante em todo o País. (...) A LBV já marcou o coração dos brasileiros, e é motivo de alegria muito grande para a Secretaria ter parceria com vocês”.

“Sou um voluntário porque confio na

LBV!”Ricardo CarvalhoColaborador da LBV em

Campinas/SP

Ajude as obras da LBV!banco do brasilAgência: 3344-8 • Conta: 205.010-2

banco bradescoAgência: 0292-5 • Conta: 92.830-5banco itaúAgência: 0237Conta: 73.700-2

Outras informações pelo tel. (11) 3225-4500 ou no site www.lbv.org.br.

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Salvador/BA Anápolis/GO

Campina Grande/PBAmericana/SP

Vitória/ES Joinville/SC

Paranaíba/MS Poços de Caldas/MG

Cachoeiro de Itapemirim/ES

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Na capital fluminense ocor-reu uma série de palestras, mesas-redondas e debates sobre a Revitalização da

região da Avenida Marechal Flo-riano e adjacências. O workshop realizou-se no mês de novembro e foi promovido pelo Instituto Light em parceria com o Polo Empresarial da Nova Rua Larga, a Associa-ção Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o Metrô Rio, a Embratel e o Inepac (Instituto Estadual do Patrimô-nio Cultural), com produção do Instituto Cultural Cidade Viva (ICCV).

O evento reuniu empresá-rios, acadêmicos, produtores e diretores culturais, arquitetos, urbanistas, representantes de im-portantes órgãos como a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), a Fundação Rio-Águas, a Comlurb (Companhia Municipal de Lim-peza Urbana), o Instituto de Se-gurança Pública e a Rioluz, além de comerciantes e representantes da região. No encontro foram discutidos os seguintes temas: a revitalização de bairros centrais, polos empresariais considerados modelo, segurança e iluminação

Workshop pela revitalização do Centro do Rio de Janeiro

pública, tratamento de água e esgoto, trânsito e transporte público, empreendedorismo e investimentos socioculturais, mercado imobiliário e patrimô-nio histórico e arquitetônico. No último dia, houve a participação de especialistas nas áreas de ur-banismo, arquitetura e mercado imobiliário.

A programação contemplou, ainda, a apresentação do Inven-tário Urbano da Região, por Manuel Sanches, fundador do Instituto Baía de Guanabara, e detalhes sobre o Programa de Ar-

rendamento Residencial (PAR), por Maurício Carvalho, repre-sentante da Caixa Econômica Federal.

Segundo o diretor-executivo do Instituto Light, Mozart Vitor Serra, as pessoas que trabalham no entorno da Rua Larga podem tornar-se alvo dos investimentos imobiliários na região. Os bene-fícios girariam em torno da me-lhoria de vida, o que despertaria, assim, o interesse de trabalhado-res em residir no local. Para ele, o workshop implica a produção de um diagnóstico inteligente, com

Acima, da esq. à dir.: Pedro Paulo Torres, da Super Rádio Brasil; Rosalva Figueiras, do Instituto Light; Eli Bensoussan Canetti; Milton San Román, presidente do Polo empresarial Nova Rua Larga; e Vanessa Veras, representante da LBv no evento.

Ao lado: empresários e representantes das empresas parceiras do Polo debatem melhorias para a região do Centro.

Simone BarretoFotos: Vivian Ribeiro

Responsabilidade Social

BOA VONTADE | 87

As ações da parceria firmada entre a Companhia Energética da Bahia (Coelba) e a Legião da Boa Vontade (LBV) produzem mais um bom re-sultado. Representantes das duas instituições assinaram, em 19 de dezembro, em Salvador/BA, um do-cumento que beneficiará o Hospital Martagão Gesteira, representado, na oportunidade, por Mário Augusto Freitas.

Durante a solenidade, que ocor-reu na sede da Coelba, os gestores da companhia receberam a edição nº 223 da revista BOA VONTADE, que destaca, na reportagem “Responsabi-

Parceria entre Coelba e lBV beneficia hospital de Salvador

lidade social — dever de todos”, as boas práticas da iniciativa privada. A matéria cita a Coelba e o trabalho social que a

empresa desenvolve, incentivando, discutin do e promovendo a preser-vação ambiental em comunidades pobres da Bahia, por intermédio de um comitê de responsabilidade social.

Os recursos disponibilizados ao Hospital Martagão Gesteira por essa parceria contribuirão para reduzir os gastos hospitalares com energia elétrica. Hoje, a entidade atende, em média, 400 crianças que fazem tratamento contra o câncer, na ca-pital baiana.

A partir da esquerda, valdenir ferreira, da LBv; Laís Fontenele, gestora da Coelba; Cristiani Ranolfi, da LBv; e Júlio Salazar Martini Neto, gestor da Coelba.

A partir da esquerda, Júlio Salazar Martini Neto e Lucimar Sousa Rocha, gestor e gerente da Coelba, respectivamente; Mário Augusto Freitas, representante do Hospital Martagão Gesteira; e Valdenir Ferreira, da LBv.

Da esquerda para a direita, Mário Augusto Freitas, representante do Hospital Martagão Gesteira; Valdenir Ferreira, representante da LBv no Nordeste; e Lucimar Sousa Rocha, gerente da Coelba.

propostas concretas para todos os interessados no crescimento da região.

A LBV e a Super Rádio Brasil, emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio (SRBV), localizadas na Av. Marechal Floriano, integram o Polo Em-presarial Nova Rua Larga, cujo objetivo é discutir e ampliar a

atuação de iniciativas públicas e privadas na recuperação do Centro carioca. Para Mozart Serra, o papel da mídia, re-presentada pela SRBV, “tem sido fundamental na criação de novos interesses pela re-vi talização do Centro e pela questão ambiental. E tudo isso vai ao encontro do desejo de

recuperação da região central do Rio de Janeiro”.

Da mesma forma, ressaltou o presidente do Polo Empresarial da Nova Rua Larga, Milton San Román: “A presença da LBV e da Super Rádio Brasil é extre-mamente importante nos eventos do Polo, pois trabalham para a realização dos objetivos”.

Cristiani RanolfiFotos: Arquivo BV

Responsabilidade Social

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Representantes da Legião da Boa Vontade visitaram recentemente o escritório da Companhia de Teleco-

municações do Brasil Central (CTBC), empresa do Grupo Algar, em Uberlân dia/MG. Lá tiveram a oportunidade de conhecer um pou-co das realizações da companhia, conhecida pelo comprometimento profissional de servir e integrar pessoas e negócios de forma sus-tentável.

Na ocasião, foi apresentado à empresa o trabalho realizado pela LBV no Brasil e, em especial, no Triângulo Mineiro, com destaque para o Lar Alziro Zarur — unida-de residencial direcionada para a Terceira Idade, onde a Instituição promove ações que propiciam aos idosos uma vida mais digna, saudá-vel e participativa — e os Centros Comunitários e Educacionais da

CTBC: crescimento sustentável, Educação e meio ambiente

LBV que, ao lado de programas socioeducacionais, atendem pes-soas e famílias em situação de vulnerabilidade ou risco social, o que contribui para que elas não só desenvolvam capacidades e valores, mas também exerçam a cidadania de maneira plena.

Crescimento sustentávelPelo prisma da sustentabilidade,

a CTBC investe no Ser Humano, colaborando para a melhoria da educação e da preservação ambien-tal nas regiões onde atua: com 54 anos de existência, está presente nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

A empresa destaca-se também na área social. Por intermédio do Instituto Algar de Responsabili-dade Social, a CTBC apoia inicia-

tivas de valorização à cultura e à Educação.

A exemplo do compromisso da LBV com a Educação, a CTBC firma parcerias nessa área. Uma delas se dá com estabelecimentos públicos de ensino que empre-endem atividades de formação continuada de educadores e de alunos, visando estimular a ca-pacidade de entendimento e de interpretação de conteúdos ligados à educação ambiental, à cultura popular regional e ao resgate da memória local.

A partir da esquerda, Fabiana de Araújo, Osvaldo Carrijo e Ana Paula Oliveira (1a, 2a e 4a), respectivamente, gerente de contas corporativas, diretor comercial e diretora regional da CtBC de Uberlândia, com Sidemar de Almeida, Claudio Chrisostimo, Antônio fernandes e Gilson Reis, representantes da LBv.

Serviçolar alziro Zarur, da lbV

Rua Padre Pio, 1.353 — Martins — Uberlândia/MGVisitação: segunda-feira a domingo, das 14 às 17 horas (funcionamento 24 horas).

centros comunitários e educacionais da lbV

• Av. João Moreira Sales, 255 — Padre Arasol — Araxá/MG• Rua Getúlio Borges, 97 — Vila Garcia — Patos de Minas/MG• Rua Iguatama, 160 — Abadia — Uberaba/MGVisitação: segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas.

central de relacionamento: 0800-310068

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Responsabilidade Social

a semente de um mundo melhor que florirá e frutificará em muita alegria para muitas famílias.Que

Executivos da Brasil Telecom visitam a lBV na capital paulista

A partir da esquerda, os executivos da Brasil telecom Wagner Aparecido de Almeida, Claudio Weimar Alonso e Paulo Rodolfo Araújo Albuquerque Mello são recebidos pelas crianças atendidas no conjunto educacional da LBv na capital paulista.

Wagner Aparecido de Almeida, Claudio

Weimar Alonso e Paulo Rodolfo

Araújo Albuquerque Mello (1o, 3o e 6o a

partir da esquerda), da Brasil telecom,

com Claudio Chrisostimo, Gizelle

tonin de Almeida, Sidemar de Almeida e eugênio Natalino,

representantes da LBv.

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Jesus continue abençoando a to-dos nesta Casa e parabéns pelo lindo trabalho!”.

Oconjunto educacional da Legião da Boa Vontade — formado pela Supercreche Jesus e pelo Instituto de

Educação José de Paiva Netto, situado em São Paulo/SP — re-cebeu, recentemente, a visita de Wagner Aparecido de Almeida, Claudio Weimar Alonso e Paulo Rodolfo Araújo Albuquerque Mello, respectivamente, gerente comercial de clientes especiais, executivo de contas nacional e diretor comercial da empresa Brasil Telecom. As boas-vindas a eles foram dadas pelo Coral Ecumênico Infantil LBV, com-posto de meninos e meninas que participam das ações socioeduca-cionais da Instituição.

Os executivos percorreram as diversas dependências da escola, como as salas de aula, os pátios, a biblioteca, os laboratórios, as quadras poliesportivas, o ambu-latório e os refeitórios, e conhece-ram todas as atividades realizadas no local. Sobre o que presenciou na oportunidade, Paulo Rodolfo registrou a seguinte mensagem no Livro de Visitas da escola: “À LBV, parabéns a todos os funcio-nários e voluntários pelo nobre trabalho de acolher crianças e prepará-las para o futuro. Esta é

90 | BOA VONTADE

O consumo em massa de produtos e serviços, no-tadamente em grandes estabelecimentos comer-

ciais, implica um relacionamento mais impessoal e distante a partir do lado de quem vende o bem ou presta o serviço, que já não mais é o alfaiate, o artesão ou o dono da horta. Com o aumento da quantidade de bens, também crescem os danos. Por isso, no momento de reclamar algum pro-blema, torna-se difícil ir direto à fonte. Cabe ao Estado assegurar os direitos do consumidor, para que não fique desprotegido.

A criação do Programa de Pro-teção e Defesa do Consumidor (Procon) representou um grande passo para o entendimento das

Conheça seus direitospartes. Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que completou 18 anos no fim de 2008, contribuiu profundamente para o avanço nas relações de consumo.

O Procon funciona como um órgão auxiliar do Poder Judiciário, trabalhando pela prévia solução de alguns conflitos, ou seja, antes de estes irem à Justiça. É também seu dever esclarecer a popula-ção quanto aos procedimen-tos em caso de insatisfação. Compete a ele fiscalizar, la-vrar autos de apreensão ou de infração e aplicar as punições previstas no CDC, como a mul-ta, a apreensão ou inutilização do produto e a suspensão de forneci-mento de bens e serviços.

“Aqui as crianças são felizes, pois recebem o que realmente precisam para se tornar um

cidadão do bem. A gente ouve falar da LBV, mas não sabe como é realmente grande o

que ela realiza. Tem que conhecer.”

Paulo Roberto Varejão Novaes

Coordenador do Procon do Rio de Janeiro

O órgão pode ser estadual ou municipal, integrado ao Sistema Nacional de Defesa do Consu-midor. Se alguma cidade não possuir sua sede, os casos devem ser encaminhados ao Procon mais próximo.

Flávio Henrique Caetano de Paula, coor-denador do Procon de Londrina/PR, com publicações da editora elevação: revista BOA vONtADe no 221 e o livro Crônicas e Entrevistas, de Paiva Netto.

Stael Riani Freire, coordenadora do Procon de Belo Horizonte/MG, recebeu das mãos de um menino da LBv um cartão produzido pelas crianças atendidas no local.

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Unidades do Procon pelo Brasil realizam palestras

Responsabilidade Social

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Em Uberaba/MG, crianças e idosos atendidos pela LBV foram beneficiados por um projeto social do Procon, a convite do coordenador do órgão na cidade, rodrigo Mateus de oliveira signorelli.

O grupo foi levado para um dia de lazer em um shopping center, com direito a cinema e alimentação. A ação é decorrente de sanção alternativa do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor, aplicada a empresas que cometem infrações leves. A atividade teve a cobertura de dois dos principais periódicos da cidade, o Jornal da Ma-nhã e o Jornal de Uberaba.

Ação social do Procon-Uberaba beneficia atendidos pela LBV

O coordenador do Procon de Uberaba/MG, Rodrigo Mateus, com crianças da LBv.

A defensora pública e coordenadora executiva do Procon, Adriana Fagundes Burger, foi recebida pelo grupo de danças Raízes do Rio Grande, da LBv, ao conhecer a Instituição na cidade.

Raíssa Andrade Lima de Góis, coordenadora jurídica do Procon de Natal/RN, palestrou aos beneficiados pelos programas da LBv.

Consumidor satisfeitoA falta de conhecimento pode

prejudicar o consumidor. É como um cidadão que encontra defeito no controle remoto do televisor recém-adquirido: ele precisa saber que não é dever da loja efetuar a troca imediata — a não ser que ela queira —, pois a res-ponsabilidade de resolver o caso é da assistência técnica autori-zada, segundo o parágrafo 1o do art. 18 do CDC. “O consumidor não detém as informações sobre o produto ou serviço que adqui-re, não conhece as implicações técnico-jurídicas de um contrato e está exposto à ação da publi-cidade enganosa e abusiva”, informa a diretora do Procon de Aracaju/SE, Maria Gilsa Brito Santos.

Para que não haja prejuízo de qualquer ordem, as unidades do Procon promovem palestras gratuitas, com a finalidade de informar a população sobre o Có-digo de Defesa do Consumidor. Munidos desse conhecimento, é

fácil para o consumidor recorrer ao órgão correto, evitando que pequenas causas tranquem a pauta dos juizados. Os técnicos explicam tudo de maneira didá-tica e objetiva, usando exemplos reais dos principais problemas e reclamações.

Essas mesmas palestras têm sido realizadas em diversas uni-dades da Legião da Boa Vontade (LBV) pelo Brasil, em parceria com o Procon local. Os atendi-dos pela Instituição, pessoas em situação de risco social e pessoal, podem conhecer melhor seus direitos como consumidores e cidadãos, recebendo manuais explicativos, esclarecimentos nas áreas de saúde preventiva, cida-dania, convivência familiar e há-bitos alimentares. “A gente sabe o quanto é importante dar a essas pessoas atenção e um caminho, ou seja, uma referência positiva. E isso a LBV faz”, destacou a ad-vogada Stael Riani Freire, titular da coordenadoria do Procon de Belo Horizonte/MG.

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Responsabilidade Social

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“A LBV está conosco”, afir-mou Dilma da Costa, diretora da Casa da Criança e do Adolescente, em Criciúma/SC. Há três anos as entidades são parceiras na entrega

de cestas de alimentos a famílias em situação de risco social na lo-calidade. Depois do desastre natural com as fortes chuvas que castigaram o Estado

em dezembro, atingindo mais de 1,5 milhão de pessoas, os laços com a população do Sul ficaram ainda mais fortalecidos, o que fez Dilma comentar: “A contribuição da LBV aqui na Casa faz o Natal delas bem mais feliz”.

O Brasil inteiro pôde acompa-nhar o flagelo dos catarinenses e,

com Santa CatarinaLBV de mãos dadas

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ao mesmo tempo, se co-moveu com a

situação das famílias vítimas

das enchentes. A calamidade prejudi-

cou dezenas de municí-pios. A BR-101, de vital importân-cia econômica para o Sul, chegou a ser interditada, assim como algumas rodovias estaduais.

A Legião da Boa Vontade trabalhou em parceria com a Defesa Civil, servindo de posto de arrecadação de donativos para os desalojados e desabrigados pelas chuvas, que vieram até de outros países onde a LBV atua. Essa valorosa mobilização, aliás, foi ressaltada pelo escritor Paiva Netto em sua coluna semanal, no dia 1º de dezembro, publicada em centenas de jornais, sites e revistas, no Brasil e no exterior, e divulgada em milhares de emis-soras de rádio e TV.

Imagens da devastação causada

pelas chuvas em Itajaí (2) e Blumenau

(3). também nestas cidades, as vítimas

da catástrofe receberam o apoio

dos voluntários da LBv (4 e 5), com a entrega

das doações que chegaram de todo

o País (1).

SOS Santa Catarina

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O então prefeito de Itajaí, Vol-nei José Morastoni, onde cerca de 97% das ruas, casas e estabe-lecimentos comerciais chegaram a ficar debaixo d’água, ressaltou a presença da Instituição. “É exa-tamente essa Solidariedade, esse espírito de nobreza das pessoas, de entidades como a LBV, que precisamos fortalecer e fortificar. É isso que nos dá forças para, de fato, vencer desafios como este. Como prefeito, só tenho a agra-decer. A presença de vocês aqui é

mais um ato, uma demonstração dessa importante atitude de es-tar junto nos momentos difíceis. Mais uma vez, quero agradecer à LBV”, disse.

No sul de Santa Catarina, as cidades de Içara e Araranguá estão entre as beneficiadas. A equipe da LBV deslocou-se até os municípios para levar as doações, entregues na Associação Femini-na de Assistência Social (Afasi) e no Centro de Recreação da Ter-ceira Idade, respectivamente.

Na oportunidade, Maria Clau-dete Bianchi Mazzuco, primeira--dama de Araranguá, onde mais de 900 famílias foram atingidas, comentou o apoio: “A LBV lembra sempre da gente. Agradecemos a todas as pessoas que doaram. Ver a LBV descarregar esse caminhão de doações nos deixa alegres e felizes, principalmente por sermos lembrados lá fora. A comunidade araranguaense se sente amada e querida, e o carinho que senti-mos por vocês é grande também. Em nome do povo, o meu muito obrigada”.

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Numa ação de Solidariedade internacional, voluntários da Legião da Boa Vontade dos Estados Unidos mobilizaram doações junto à popu-lação de Newark, Nova Jersey. Os mais de quatro mil itens, entre roupas e agasalhos, foram transportados para a região afetada com o apoio da transportadora Fastway Moving. No destaque, triagem das roupas e sapatos.

A LBV dos Estados Unidos está na 20 Calumet St., Newark — NJ — EUA. Informações: (1973) 344-5338.

SOS Santa Catarina

ESTADOS UNIDOS

Opinião — Mídia AlternativaCartas ou Correios

A primeira notícia do Brasil a correr a Eu-ropa foi a de seu des-cobrimento na carta de

Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal dom Manuel I, datada de 1º de maio de 1500. A corres-pondência, presume-se, chegou àquela nação em fins de junho ou princípio de julho a bordo da ca-ravela que Pedro Álvares Cabral expediu da “ilha” para este fim. A divulgação desse e de outros fatos relacionados ao Brasil Colônia, entretanto, só ocorreriam 300 anos depois, quando o nosso país

passou a conhecer a imprensa tipográfica.

Desde os primeiros anos a costa brasileira conheceu um tráfico in-

tenso, em que os franceses se destacavam no comércio

do pau-brasil, razão pela qual a França logo se familiarizou com notícias ligadas à nossa terra. Cons-

ta que já em 1509 alguns índios foram

levados a Paris, onde causaram grande sensação.

O relato dos marinheiros era outra fonte noticiosa.

Na época do descobrimen-to, segundo historiadores, os portugueses estabelecidos na

Índia e na África mantinham com a península uma troca regular de informações graças aos seus navios e caravelas. As cartas ou correios, como mais tarde ficaram conheci-das, circulavam de cá para lá nessas embarcações, constituindo-se em poderoso instrumento de comu-nicação, de tal maneira que uma dessas, de Américo Vespúcio a um armador italiano, falando da nova terra descoberta e dos “estranhos habitantes”, correu impressa em quase todos os países europeus, em 32 edições de diversos idiomas.

Em 1531, outro correio, agora de Martim Afonso de Sousa, da capitania de São Vicente, expe-dido para Portugal, registrava o sequestro que ele fizera de três navios franceses carregados de pau-brasil. Essa foi, portanto, a segunda notícia do Brasil Colô-nia na Europa. A terceira, ainda no século 16, resumia relato do

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.

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Carlos Arthur Pitombeiraespecial para a BOA VONTADE

Brasil

Notícias naEuropa e oprimeiro “furo” no

Colônia

96 | BOA VONTADE

primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, ao rei de Portugal sobre o desenvolvi-mento nas capitanias ao sul da Bahia, sugerindo a colonização e fundação da cidade do Rio de Janeiro. A justificativa para isso era a presença permanente dos franceses naquela baía. Outra providência dele em favor da co-lônia foi a importação de bois, na maioria de Cabo Verde, na África, o que contribuiu decisivamente para ampliar a ocupação rumo ao interior. Simultaneamente, o primeiro bispo, dom Pedro Fer-nandes de Sardinha, escrevia ao rei apresentando provas da existência de ouro no interior, pedindo que a informação fosse espalhada para atrair colonos.

O primeiro “furo” e a repercussão

E se esta é uma curiosidade do ponto de vista das primeiras

A famosa obra do pintor Victor Meirelles de Lima: Panorama do Descobrimento do Brasil (1937). No destaque, A Carta, de Pero Vaz de Caminha, na qual conta ao rei dom Manuel detalhes da viagem da esquadra de Cabral.

notícias do Brasil no velho con-tinente, não menos atrativa é a história do primeiro “furo”: con-tada em 1586, em Pernambuco, por um perueiro, ela pode estar ligada à colonização da área que hoje compreende os Estados do Pará, do Ceará e do Maranhão, iniciada logo na virada do sé-culo, fato da maior reper cussão na época. Segundo ele, seu ir-mão partira de terras peruanas e alcançara um grande rio pelo qual fizera longa viagem até chegar ao Atlântico. Nas cartas do século 16, a palavra perueiro define o português que viajava pelo Peru levando mercadorias para negociar no Brasil.

A primeira referência de uma comunicação feita a um grupo de pessoas na colônia ocorreu du-rante as lutas que antecederam a fundação do Rio de Janeiro. Uma parte da Baía de Guanabara ainda estava ocupada pelos franceses,

ajudados pelos índios tamoios. Os portugueses dominavam o restante, onde os jogos de cartas e de bolas se alastravam pelos acampamentos, o que deixava irritado Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil. Não demorou muito e ele tentou proi-bir essa prática. Valeu-se para isso de outra forma de comunicação: o bando, que consistia na leitura — em voz alta e em local no qual se reunisse grande número de pes soas — do texto que desejava fosse divulgado, ato precedido pelo rufar de tambores para cha-mar a atenção. O Brasil conhe-ceu bandos ao longo de todo o período em que foi colônia, até mesmo depois de já ter tipografia e um jornal.

Por deficiência de divulgação, a proibição de Mem de Sá não surtira efeito. O jogo dominava os homens que davam vida à capital brasileira, incorporava-se à ba-gagem hereditária e se espalhava pela terra. O governador-geral prendeu um número tão grande

BOA VONTADE | 97

Opinião — Mídia Alternativa

de contraventores que chegou a comprometer o efetivo do Exérci-to. E acabou concedendo perdão geral.

Não só as cartas ou os correios, os perueiros e os bandos, mas também os livros foram importan-tes instrumentos de divulgação do Brasil nos 300 anos que antecede-ram sua inclusão no rol de países que já sabiam da força da impren-sa tipográfica. Na Europa, era pos-sível encontrar algumas obras que falavam do nosso país, escritas por autores que haviam passado por experiências no sertão, em vida comum com os índios. Cir-culavam nos navios piratas ou de traficantes de madeira.

Com o fracasso de Villegaig-

non* e das sucessivas tentativas dos franceses para se apossar de terras brasileiras, até sua expul-são do Maranhão, novos livros sobre o Brasil surgiram na Fran-

ça. Além desses elementos de divulgação, havia outros meios de fazer cir cular a informação, porque todos os piratas desse tempo, inclusive os legendários capitães Cook, Drake e Ca-vendish, passaram pelo litoral brasileiro, pilhando embarcações e povoações. Um corsário inglês que apresou a nave em que via-java Fernão Cardim, provincial da Companhia de Jesus, e o levou cativo para a Inglaterra, vendeu a um livreiro de Londres um ma-nuscrito do jesuíta. Vertida para o inglês, a obra sobre o Brasil correu o mundo e deve ter feito apologistas da nova terra, pois Cardim se mostrara muito sensí-vel às suas belezas.

* O vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon (1514-1571) notabilizou-se por fundar um estabelecimento colonial francês na costa do Brasil: a França Antártica.

Desde os primeiros anos a costa brasileira conheceu um

tráfico intenso, em que os franceses se destacavam no comércio do pau-brasil. (...)

Consta que já em 1509 alguns índios foram

levados a Paris, onde causaram grande sensação.

Em Foco

Dominar um segundo idioma, cada vez mais, tem sido pré--requisito para quem busca se inserir no mercado de

trabalho. Por isso, quanto antes se iniciar esse aprendizado, tanto melhor será o resultado, garantindo a tão desejada fluência em uma língua estrangeira.

Com o objetivo de oferecer essa competência a crianças e jovens em situação de risco social, o Instituto de Educação da LBV em São Pau lo/SP criou o programa English Let’s Go! A iniciativa pretende com-plementar o aprendizado formal de língua inglesa e trabalha a vivência da cultura, do folclo-re, do calendário de feriados e das peculiaridades de países

de língua inglesa, a fim de que o conhecimento chegue ao aluno da forma mais prazerosa.

O curso é dividido em três mó-dulos: babies, kids e teens. Segun-do seu coordenador, José Gabriel Periotto Paes, cada etapa compre-ende faixas etárias e cargas horárias distintas: “Os pequeninos [babies] têm uma hora de inglês por dia;

já o Ensino Fundamental I [kids] possui uma hora e meia; o Fun-damental II [teens], duas horas”. E completa Gabriel: “Temos hoje uma equipe de monitores bilíngues altamente capacitados, treinados pela escola e fora também. Eles seguem um planejamento que é totalmente lúdico”.

Para garantir a dinâmica das aulas, há uma série de recursos colocados à disposição dos alunos: retroprojetor, jogos, flash, cards, datashow, flip chart (quadro com

bloco de folhas de papel grandes), vídeos, revistas, jornais, livros paradidáticos, áudios e textos diversos, dicionários, computa-dor com acesso à internet. Com essa estrutura educacional, a

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Programa da LBV aposta no lúdico para ensinar o idioma a crianças e jovens de baixa renda

no dia-a-diaInglês

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LBV proporciona aos jovens e às crianças muito mais que um curso de inglês, oferece-lhes experiên-cias reais com o idioma.“Fui ver quanto custaria um curso desses e não encontrei lugar algum que oferecesse duas horas em cinco dias por semana. O mais próximo que encontrei foi um curso de qua-tro dias, de 1 hora e 30 minutos, ao custo de quase cinco salários mínimos por mês. Portanto, a LBV reúne crianças em situação de ris-co social numa oportunidade que

nem o mercado está oferecendo às pessoas que têm condições de pagar”, destaca o coordenador.

“É uma oportunidade que eu não tive!”, afirma Raimunda de

Santana Oliveira, mãe de Gus-tavo Oliveira Costa, atendido pela LBV.“Surpreendeu-me demais; ele tem apenas 4 anos e já está falando muitas coisas em inglês. Estou bas-

Raimunda Oliveira e seu filho Gustavo Oliveira Costa, aluno da LBv.

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O monitor Danilo Espeleta, em atividade lúdica com os estudantes do curso. “Ter sido um aluno do Instituto de Educação da LBV foi um grande prazer. Eu posso repassar para eles o que aprendi na língua inglesa. É muito importante aprender outra língua e a cultura do idioma. E já conheço a estrutura educacional, a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, e dentro do ensino da língua inglesa nós aplicamos essa proposta pedagógica, porque ela está dentro da gente”, afirmou.

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res Ao lado, a equipe de

monitores bilíngues da escola da LBv em São Paulo/SP. No destaque, alunos apresentam as placas que confeccionaram quando aprenderam os nomes de frutas em inglês.

Em Foco

100 | BOA VONTADE

Carolina dos Santos, 15 anos, que está na 1a série do Ensino Médio.

Graças aos conhecimentos ad-quiridos na LBV, a jovem Larissa Nascimento Nunes, 13 anos, 8º ano do Ensino Fundamental, já de-senvolve uma boa conversação em inglês. “As aulas são bem lúdicas. (…) Nas outras escolas em que estudei era simples-mente o aprendizado, aqui tem mais do que isso. Aprendemos a ser caridosos, generosos, e eu sei que isso vai mudar muito a nossa vida”, relata a jovem.

O coordenador José Gabriel comenta, por fim, que oferecer o melhor ensino sempre foi preocu-pação do dirigente da Instituição. “Oferecemos qualidade para ter qualidade! E onde nós veremos o resultado? Nessas crianças e jovens, que serão multiplicadores da Pedagogia do Afeto e da Peda-gogia do Cidadão Ecumênico”.

v I S I t e , A j U D e e A PA I X O N e - S e P e L A L B v !Instituto de Educação da LBV — Av. Rudge, 700 — Bom Retiro — São Paulo/SP — Tel.: (11) 3225-4500) — www.iejpn.com.br

tante satisfeita; só tenho a agrade-cer à escola”, acrescenta a mãe.

Pedagogia inovadoraAlém do desenvolvimento edu-

cacional, as escolas da Legião da Boa Vontade primam por permear as atividades com a Espiritualidade Ecumênica formando Cérebro e Coração, objetivo da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, ambas criadas pelo educador Paiva Netto. Este é o diferencial também do programa English Let’s Go! As aulas iniciam-se com a Prece Ecumênica do Pai-Nosso em inglês, e nelas os estudantes também realizam leituras edificantes, contri-buindo para a formação de cidadãos conscientes de seu papel social.

“O curso do Instituto de Edu-cação da LBV traz não só o idioma, mas a cultura. Tudo isso embasado, com conteúdo. Esta é a preocupação do educador Paiva

Carolina dos Santos

Larissa Nunes

Netto, pois, para ele, é importante o aluno falar outro idioma, sobre-tudo para dizer coisas que elevem e dignifiquem o Ser Humano, tra-balhando por uma sociedade mais solidária, globalizando o Amor Fraterno”, ressalta José Gabriel.

Os próprios alunos apontam os bons resultados obtidos nesse

programa. “De manhã a gente tem 50 minutos de aula de inglês e à tarde, duas horas de atividades práticas. Por causa disso, este ano fiquei bem melhor no inglês. A minha fala

melhorou, aprendi outras palavras, muitos verbos, já estou entendendo o que os professores dizem. (…) A LBV forma um cidadão ecumênico, que respeita todas as religiões; [por meio dessa Pedagogia] forma o cidadão não só no lado material, so-cial, mas também espiritual”, afirma

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Luciana Cintra teixeira, diretora do Instituto de educação josé de Paiva Netto.

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Luciana Cintra teixeiraespecial para a BOA VONTADE

O recomeço das aulas no Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, em São Paulo/SP, no dia

26 de janeiro, contou com uma programação de boas-vindas e as atividades comemorativas dos 23 anos da Supercreche Jesus*. Ao adentrarem o espaço físico da escola, os estudantes tiveram a grata surpresa de ver a ambiência modificada. Seguindo

Psicologia das CoresCom essa técnica, o Instituto de Educação José de Paiva Netto oferece mais conforto aos alunos.

as determinações do diretor- -presidente da LBV, a escola faz constantemente um trabalho meticuloso para fa-cilitar o processo de aprendizagem de seus alunos. Para tal, en-trou em contato com um especialista em psicologia das cores, o professor dr. João Carlos de Oliveira César, coordenador

joão Carlos César

Instituto de Educação da LBV

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102 | BOA VONTADE

do Departamento de Tecnologia da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP).

Depois de estudar como a luz natural é aproveitada nas salas, o tipo de iluminação artificial utili-zado e a faixa etária dos alunos, ele orientou as tonalidades cromáticas mais adequadas para reproduzir internamente a harmonia da na-tureza dos ambientes externos. O objetivo: fazer com que as salas se tornem mais uma ferramenta a fa-vorecer a concentração em aula.

Um dos lugares que mais exigem a atenção é a Biblioteca Bruno Simões de Paiva. O local apresenta paredes brancas em contraste com uma única parede azul e cadeiras estofadas nesse mesmo tom. Segundo o dr. João Carlos, essa combinação do azul, uma cor fria, com o branco, cor impessoal, facilita aos usuários a interiorização dos pensamentos. O resultado é fundamental para um espaço destinado à leitura e à pesquisa e que, por isso, requer silêncio e introspecção.

Desde já, essa mudança pro-mete ser muito produtiva para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. A postura de re-novação que o dirigente da LBV mantém sempre viva na Instituição nos faz ir além, bus-cando diariamente a renovação do nosso próprio trabalho.

* supercreche Jesus — Inaugurada em 25 de ja-neiro de 1986, é um presente do dirigente da LBV à capital paulista (que celebra o aniversário de funda-ção no mesmo dia). Nesta data especial, também é celebrado o Dia dos Soldadinhos de Deus, como são carinhosamente chamadas as crianças na Legião da Boa Vontade.

(1) As salas do prédio principal, ocupadas por alunos de 7 a 12 anos, foram pintadas em tons de amarelo e verde, que, combinados com o azul das carteiras e o bege e o verde do piso, promovem um ambiente acolhedor, propiciando bem-estar e boa disposição. (2 e 3) No segundo prédio, onde estudam adolescentes de 13 a 17 anos, fase em que é maior a necessidade de concentração, em virtude de atividades cada vez mais complexas, tonalidades ainda mais suaves tomaram as salas. (4) Aspecto da Biblioteca Bruno Simões de Paiva, uma homenagem ao pai do dirigente da LBv. O Seu Bruno (destaque), no dia do nascimento do

filho, presenteou-o com um exemplar da

Bíblia Sagrada.

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BOA VONTADE | 103

Carlos Ayres Britto

Entre as ações afirmativas executadas no Brasil, me-rece realce a entrega do Troféu Raça Negra. Na

definição do ministro da Seppir, Edson Santos, corresponde ao “Oscar do movimento social ne-gro”. A sexta edição do prêmio, ocorrida em novembro de 2008, celebrou o Dia da Consciência Negra e também os 120 anos da abolição da escravatura. Durante a premiação, em São Paulo/SP, reuniram-se personalidades de to-dos os segmentos que se destacam

Em defesada diversidade

na defesa dos Direitos Humanos e na luta pela diversidade.

“Hoje temos o negro livre e com oportuni-dades, distante daquele período triste da escra-vidão, mas ainda existe o desafio de garantir plenamente a inclusão e os direitos sociais, econômicos e políticos para o povo negro do Brasil”, ressaltou o ministro dos Esportes, Orlando Silva, presen-te ao evento.

Outra autoridade que partici-

pou do acontecimento foi o mi-nistro do Tribunal Superior Elei-

toral (TSE) Carlos Ayres Britto, que diz acreditar nessa igualdade como forma de “resgatar o que há de mais essencial em cada um de nós. (...)”. E concluiu o magistrado:

“O grande objetivo da Consti-tuição é a conciliação entre a democracia mais avançada e o humanismo mais depurado”.

A Legião da Boa Vontade (LBV), por atuar na valorização

Celso de OliveiraFotos:Clayton Ferreira

troféu Raça NegraCidadania

A sexta edição do troféu Raça Negra

celebrou os 120 anos da abolição

da escravatura. Na abertura

da cerimônia, conduzida por

Paulo Betti e Sheron Menezes, o Coral Unipalmares interpretou o Hino

Nacional Brasileiro, acompanhado pela Orquestra

filarmônica Afro-Brasileira, sob a

regência do maestro Josoé Polia.

104 | BOA VONTADE

Em defesada diversidade

No centro, os anfitriões da festa de entrega do troféu Raça Negra, josé vicente e francisca Rodrigues, da Afrobras, ladeados pelos ministros edson Santos (Seppir) e Orlando Silva (esporte) e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

josé vicente, presidente da Afrobras, recebe os cumprimentos dos representantes da LBv Celso de Oliveira, Alziro e Renata de Paiva.

da cultura negra e na defesa de ideais que consolidam o respei-to ao próximo, ocupa posição de destaque entre os que lutam pela questão da diversidade e da inclusão social. A respeito desse apoio, o antigo amigo da Instituição e presidente da Afro-bras (uma das organizadoras do evento), José Vicente, relata: “Eu agradeço à LBV, que tem contribuído no desenvolvimento do nosso trabalho. Mando um abraço afetuoso a José de Paiva Netto, que faz isso com proprie-dade há muito mais tempo que nós. Do nosso lado, estamos tentando imitá-lo, fazer com que essa perspectiva de valorizar o Ser Humano, o indivíduo, seja também disponibilizada para os negros brasileiros”.

A 5a Mostra Internacional do Cine-ma Negro, realizada no Sesc Santana, na capital paulista, no fim de 2008, é, segundo os organizadores, mais um esforço que busca a afirma-ção positiva da imagem do negro e de sua cultura. Trata-se de uma preocupação hu-manista, de natureza mundial, com a tolerância e o respeito à diversidade, que constituem rica expressão da riqueza humana.

O professor celso prudente, antropólogo, cineasta, idealizador e curador da mostra, premiou o diretor- -pre sidente da Legião da Boa Vonta-de, pelo conjunto de sua obra, com a estatueta Ofó de Xangô. “Tenho um respeito profundo pelo jornalista Paiva Netto, porque ele consegue pregar o

5a Mostra Internacional do Cinema NegroEcumenismo e a diversidade no campo religioso, que é um campo por si muito delicado. E o faz com muita grandeza e senso humano. Quando premiamos

o dirigente da LBV, damos mais um testemunho objeti-vo de que é uma mostra em favor da Paz e do respeito à diversidade cultural”, des-tacou.

A ator canarinho, ho-menageado também com a láurea, em entrevista à BOA VONTADE, deixou seu recado entusiasmado: “José de Paiva Netto, sou seu fã. Acompanho esse trabalho desde Alziro Zarur. Não é qualquer um que faz esse trabalho, a LBV é uma reali-dade. Ela pacifica as almas. A pessoa

que passa pela LBV não faz agres-sões, porque a alma está pacificada”. Simpático, o ator tony tornado fez questão de cumprimentar: “Como está o meu Paiva Netto? Digam a ele que

o amo. O que ele faz é sem igual. Levem o meu beijo, abraço e respeito”.

O evento contou com a participação de importantes nomes do cenário artístico e cinematográfico, e este

ano teve como tema “Música, Reli-giosidade e Ontologia”.

Celso Prudente

Canarinho

BOA VONTADE | 105

Mais que açõesafirmativas

No dia 20 de janeiro, a sociedade norte-americana viveu uma das datas mais marcantes da sua histó-ria com a posse de Barack Hussein Obama, 47 anos, o primeiro presidente afro-americano e o 44º

da história dos Estados Unidos. Uma verdadeira revolução para um país que, até poucas décadas atrás, possuía leis de segregação racial, principalmente nos Estados do sul, com hospitais, escolas e assentos no transporte público separados para brancos e negros.

O ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promo-ção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, ressaltou a ascensão de Obama como um forte avanço: “Os EUA ama-

dureceram a ponto de ter um negro como presidente da República, mas não um candidato negro para os negros. Um homem negro que tem propostas para toda a sociedade”.

Em entrevista à BOA VONTADE, o ministro disse que o acontecimento serve de exemplo para o Brasil.

Segundo ele, apesar de os negros serem 49,4%*1 do nosso povo, são poucos os que alcançam cargos

políticos de destaque: “Você pode ver no Rio de Janeiro, Salvador, que são cidades negras, nunca tiveram um prefeito [eleito pelo povo] negro. (...) O retrato disso também está na representação institucional. É baixo o número de deputados negros no Congres-so Nacional, de vereadores nas Câmaras Municipais e, por conseguinte, também nas

Assembleias Legislativas”.

CidadaniaConsciência Negra

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Leila Marco e enaildo viana

106 | BOA VONTADE

Mais que ações

Edson Santos, que assumiu a pasta há cerca de um ano, milita na política desde o fim da década de 1970, quando era aluno do curso de Ciências Sociais da Universi-dade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e participava, então, da reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois, trabalhou no movimento comu-nitário da Cidade de Deus, favela da Zona Oeste do Rio onde morou por dez anos. Foi eleito vereador pela primeira vez em 1988, sendo reeleito quatro vezes. Em 2007, chegou à Câmara dos Deputados e, em pouco tempo, recebeu o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar o cargo atual.

Imagem distorcidaOs anos de militância leva-

ram-no a uma triste constatação: “Quando um negro, ou um pardo, é uma figura bem­sucedida, tiram a cor dele”. E isso, argumenta o ministro, contribui para a baixa au-toestima dessa população que não se vê representada: “Machado de

Assis, que é o maior escritor bra-sileiro, um dos maiores do mundo, era negro, ou mestiço, digamos assim, com grande presença negra no seu fenótipo, e não é retratado enquanto tal. (...) Daí para votar num candidato negro há uma difi-culdade, até porque a imagem do negro ainda é associada a coisas muito negativas”.

De acordo com o secretário, as políticas universais, de certa forma, beneficiam também os negros, que estão na base da pirâmide social. Para ele, no entanto,“é importante ter foco na questão da educação, da saúde, do mercado de trabalho, para que se possa, efetivamente, atuar no sentido da elevação da autoestima desse segmento no Brasil, que tende a ser majoritário

afirmativas

a partir do próximo censo, de 2010”.

Por isso, a meta da Seppir é promover a igualdade racial por meio de dois grandes segmentos de atuação: “Nas comunidades tra-dicionais, remanescen-tes de quilom-bos, e na área que definimos como de ação afirmativa, em que se busca tra-tar de te-mas atuais da inser-ção do ne-gro nas ati-

edson Santos, ministro da Secretaria especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

DEPOIS DO JURAMENTO Barack Obama e a primeira-dama, Michelle, acenam ao público durante um dos dez bailes comemorativos da posse do novo presidente americano, na noite de 20 de janeiro, em Washington.

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BOA VONTADE | 107

sucederia) a aprovação da Lei Áurea”.

Em outro trecho da obra, escre-ve Bueno que os abolicionistas tinham “certeza de que a abolição era apenas a medida mais urgente de um programa que só se cumpri-ria plenamente com uma reforma agrária, uma ‘democracia rural’ (a expressão é de Rebouças*2) e a entrada dos ex-escravos e dos traba lhadores em geral num sistema de opor tunidade plena e concorrência. (...) Nada disso se concretizou. Os libertos — quase 800 mil — foram jogados na mais terrível miséria. O Brasil imperial — e, logo a seguir, o jovem Brasil republicano — ne gou-lhes a posse de qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de hospitais. Deu-lhes, só e sobejamente, dis-criminação e repressão”.

Dentro dessa visão, há o com-promisso do governo de promover ações pela Seppir e, de forma trans-versal, com o apoio dos demais

ministérios, produzir resultados relevantes a médio e longo prazo. Edson Santos explica: “Existem estudos que dizem que levaremos 20 anos — outros afirmam que serão 65 anos — para ser um País mais igual, mas o que importa é que estamos dando passos nesse caminho. Para oferecer condição de inclusão e de promoção da população negra (...), do acesso à universidade, uma questão funda-mental para termos mão-de-obra qualificada, para a obtenção de salários melhores no mercado de trabalho”.

Entre essas ações transversais, ele dá exemplo do projeto que a Secretaria de Igualdade Racial realiza em conjunto com o Minis-tério da Educação (MEC) para a implantação da Lei 10.639/03, que estabelece obrigatoriedade do ensi-no da História da África e a revisão historiográfica do Brasil, inserindo o papel do negro na formação do Estado brasileiro. “A criança ne-gra, ao tomar contato com a nossa

vidades econômicas, no ambiente de ensino”.

Dívida históricaSegundo Edson, está-se resga-

tando uma dívida histórica: “Temos hoje contados 120 anos da Abolição da Escravidão (...), quando o negro deixou de ser escravo, mas não ob-teve do Estado as condições para a inclusão, de forma qualificada, nas atividades econômicas existentes no País”.

Ao dizer isso, o ministro nos remete a alguns fatos históricos. A chamada Lei Áurea, proclama-da em 13 de maio de 1888, era constituída apenas de dois artigos. O primeiro: “É declarada extinta a escravidão no Brasil”. No se-gundo, afirmava-se: “Revogam-se as disposições em contrário”. O escritor Eduardo Bueno, autor do livro Brasil: uma História, ressalta que o “despojamento radical do texto não disfarçava — talvez apenas reforçasse — a comple-xidade brutal que antecedera (e

“A LBV é uma instituição que presta

um relevante serviço à sociedade

(...). A gente vê a presença de muitos

jovens participando de atividades

na Legião da Boa Vontade, isso

é bastante positivo. É importante

oferecer a eles uma perspectiva para

que possam se inserir na sociedade

de forma tranquila e saudável.”

Edson SantosMinistro

André Fernandes

Cidadania

108 | BOA VONTADE

história e perceber a presença de personagens negros que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que o País se tornasse o que é hoje, terá um impacto muito po-sitivo na sua estima”, disse.

Sistema de cotas e rendaOutra questão levantada pelo

ministro foi a rara presença de negros, pardos, índios e de pessoas de baixa renda nas universidades públicas brasileiras. Aliás, a res-peito do assunto, o projeto apro-vado na Câmara dos Deputados, em 20/11/2008, prevê a reserva de cotas raciais e de renda para insti-tuições federais de ensino superior ligadas ao MEC. Serão reservadas 50% das vagas para estudantes que tenham cursado os três anos do Ensino Médio em escola pú-blica. A reserva desmembra-se em dois critérios: o primeiro é a subcota racial, dividida com a proporção da variável étnica (com base no censo do IBGE); e o segundo, a subcota de renda, pela qual são destinadas 25% das vagas para estudantes com renda familiar per capita de um salário mínimo e meio.

“Eu não acho que é a solu-ção para todos os problemas. Sou a favor da Lei de Cotas sem excluir o mérito da classificação desse jovem, que tem de passar por esse processo, ser aprovado, para depois ser beneficiado pelo sistema de cotas. O vestibular tem duas fases, cumprida a primeira, se adequaria às cotas para es-tudantes pobres e negros (...). O conceito de universidade pública para mim é aquele em que a popu-lação está representada”, defende o ministro.

Ainda segundo ele, esse proces-so é importante até para que sur-jam profissionais mais conscientes da questão. “Uma universidade não pode formar apenas o jovem médico que sai de casa de carro, chega na universidade, volta para casa, vai ao shopping e não tem contato com a vida real. Esta mescla com jovens que moram em comunidades carentes é boa

*¹ O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) considera negros os brasileiros que se declaram pre-tos e pardos. Segundo dados da entidade, em 2010 o País terá mais da metade de sua população negra.*² andré pinto rebouças (1838-1898) — Engenheiro militar e conselheiro de D. Pedro II, foi uma das vozes mais destacadas da campanha abolicionista.

para a formação do profissional.”

Nesse sentido, Edson Santos ressaltou também o trabalho da Legião da Boa Vontade: “A his-tória da LBV é bastante positiva e de grande sensibilidade social na assistência à população mais po-bre”. Outro aspecto observado pelo ministro refere-se ao investimento da Obra nas novas gerações. “A LBV é uma instituição que presta um relevante serviço à sociedade, principalmente à juventude. A gen-te vê a presença de muitos jovens participando de atividades na Le-gião da Boa Von tade, isso é bastante po-sitivo. É importante oferecer a eles uma perspectiva para que possam se inserir na sociedade de forma tranquila e saudável.”

em experiência inédita no Brasil, a faculdade da Cidadania zumbi dos Palmares, única a ter 87% de alunos negros no País, forma a primeira turma do curso de Administração.

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“Quando um negro,

ou um pardo, é uma figura

bem-sucedida,

tiram a cor dele.”Edson Santos

Ministro

BOA VONTADE | 109

Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

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Ferre

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* programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas. Outra opção é aos domingos, às 14 e 21 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados e domingos, às 23 horas; e às sextas, à 1 e às 22 horas.

Há cinco décadas, Carlos Colla respira música. O pú-blico se acostumou a entoar as canções deste que é um

dos mais requisitados composito-res da MPB. Estima-se que tenha cerca de duas mil canções grava-das, embora afirme que parou de contar no número mil. “Não sei (a quantidade certa). Comecei a ter medo de ficar convencido (risos). Aquele negócio de ‘deita na fama e descansa’ não serve, não. Então, o ideal é pensar sempre que tem pouquinhas...”, brinca.

No ano passado, o espetáculo

Sem largar o violão, o compositor canta o romantismo ao rememorar melodias e letras inesquecíveis feitas por ele e gravadas por nomes consagrados.

Carlos Colla50 anos de música

50 Anos de Música, dirigido por Luiz Carlos Miele, no Rio de Janeiro/RJ, homenageou o mú-sico, compositor e poeta Carlos Colla, que se apresentou ao lado de convidados especiais: Alcione, Wando, Ricky Vallen, Agnaldo Timóteo e Michael Sullivan.

O extenso repertório de Colla inclui sucessos marcantes na voz de grandes intérpretes, como Fa-lando Sério (Roberto Carlos), Bye Bye Tristeza (Sandra de Sá), Bijuteria (Bruno & Marrone), Não Resisto a Nós Dois (Wanes-sa Camargo), Você Vai Ver (Zezé

Samba & HistóriaMúsica popular brasileira

Divulgação

110 | BOA VONTADE

Carlos Colla

Di Camargo & Luciano), Estou Apaixonado (Daniel), Fogão de Lenha (Chitãozinho & Xororó) e Meu Vício é Você (Alcione). Somente com Roberto Carlos, foram mais de 40 sucessos.

Em sua casa, no bairro das Laranjeiras, zona sul carioca, ele recebeu a reportagem da BOA VONTADE para uma conver-sa sobre a vida, o sucesso e as recompensas pela dedicação à música. Ao ser presenteado com um distintivo da LBV, o músi-co agradeceu e ressaltou a sua simpatia pela Instituição e por seu dirigente: “Eu coloquei esse bóton bem em cima do coração porque a Boa Vontade vem daqui. Eu queria dizer ao José de Paiva Netto que tenho a maior admira-ção pelo trabalho dele, por esse movimento todo que ele faz, em nome da Boa Vontade. Que o mundo todo se torne uma “(...) Que o

mundo todo se torne uma Legião da Boa Vontade.

Seria o melhor que aconteceria para

todos nós.”

Legião da Boa Von tade. Seria o melhor que aconteceria para todos nós”.

No baú de lembranças de Car-los Colla não faltam histórias de dificuldade e superação: a emoção de ouvir pela primeira vez suas canções no rádio, o considerável adiantamento que recebeu como compositor e a ajuda financeira para sua mãe humilde e, então, cheia de dívidas. A escalada vi-toriosa começou enquanto ele exercia a profissão de advogado. “Desde 1970 eu componho... gravei a primeira música com Ro-berto Carlos”. Para o compositor, ter a sua primeira canção gravada pelo Rei da Jovem Guarda foi uma imensa alegria: “Tanto que uma vez fui ao cinema, entrei e uma menina da bilheteria estava asso-biando a minha música. Danei a

chorar. Foi minha primei-ra grande emoção”.

Diz que toda música nova é uma forte emoção: “É que nem filho”.

Antes de tor-nar-se compo-sitor, Colla foi

guitarrista. Toca-va para pagar a fa-

culdade. Foi quando conheceu Roberto Carlos:

“Eu estava tocando no Canecão (...). Tinha uma banda com Maurí-cio Duboc, meu parceiro na época, e nós fomos pedir uma música ao Roberto para gravarmos com essa banda. Ele falou: ‘Tá bom, eu dou sim, mas faz uma música para mim’. Eu disse: ‘Faço!’”. Colla lembra que não fazia ideia do que

significava ser um compositor. Mesmo assim, assumiu o desafio: “Fomos para casa, eu e Maurício. Fizemos duas músicas e mandamos para ele. No primeiro ano, ele gra-vou uma, no outro, gravou outra e, no terceiro ano, mandou pedir. De lá para cá foi sempre assim”. Logo pega o violão e canta os primeiros versos de A Namorada.

Vieram então mais canções com Roberto: Sonho Lindo (1973) e o grande sucesso Falando Sério (1977), que alavancou a carreira do compositor: “O Roberto mu-dou minha vida completamente. Antes de gravar com ele, eu estava morando de favor, devendo a todo mundo; eu e minha mãe também”. Conta que certo dia foi chamado à antiga gravadora para assinar um contrato de adiantamento da mú-sica: “Eu me lembro que o cheque tinha 1 e vários zeros”. Mal saiu do banco, viu uma guitarra de prata numa loja. “É aqui que eu paro!”, pensou. Então comprou uma guitarra e um violão: “E o vendedor ainda me deu um cava-quinho de brinde”.

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Roberto Carlos

BOA VONTADE | 111

Com dificuldade para carregar “as sacas de dinheiro, uma mala de roupas e os instrumentos”, de-cidiu comprar um carro. “De cara fui comprando tudo à vista. Não sabia dirigir, mas tudo bem, fui em primeira. (...) Consegui chegar em casa aos trancos. Minha mãe estava deitada, pensando na vida. Devendo a todo o mundo. E falei: ‘Minha mãe, o que é que é, você está de luz apagada?’. Ela respon-deu: ‘Estou. Estou com uma dor de cabeça danada’. Eu disse: ‘Mãe, você está precisando tomar um banho’. E ela: ‘Que banho, meu filho, já tomei banho’. E lhe disse: ‘Não, mãe, banho de dinheiro!’.

Peguei as malas, abri e joguei as notas em cima dela. Ela assustou- -se: ‘Meu filho, você assaltou um banco! Por que fez isso?’. Então, contei: ‘Não, mãe, ganhei com música’. E surpresa: ‘Mas como? Música não dá dinheiro!’. Paguei as dívidas todas, foi bom demais”. Carlos afirma que soube aproveitar o melhor momento para ajudar a família.

Além de Roberto Carlos, Joa-na, Fafá de Belém, Matogrosso & Matias prestigiaram o talento de Carlos Colla. A dupla Chitãozi-nho & Xororó, por sua vez, gravou Meu Disfarce, música dele em parceria com Chico Roque. Ao

lado do compositor Gilson, autor de Casinha Branca, assinou a can-ção Verdade Chinesa, marcante na interpretação de Emílio Santiago. Ele também encontrou êxito como produtor, tendo trabalhado, inclu-sive, com o grupo Menudo e com Luis Miguel, grande sucesso entre os latinos — intérprete de Contigo en la Distancia. Luis gravou A Barca, de Colla, e hoje segue pelo mundo interpretando boleros. “O Rick Martin era do Menudo, o Robby Rosa também. (...) Tive a sorte de ter esses jovens sendo di-rigidos por mim aqui no Brasil, foi um momento lindo da minha vida. Tenho o maior orgulho disso.”

“Desde 1970 eu componho... gravei a primeira música com Roberto Carlos. (...) Uma vez fui ao cinema, entrei e uma menina da bilheteria estava assobiando a minha música. Danei a chorar. Foi minha primeira grande emoção.”

1

2 3

ENTRE AMIGOS O compositor Carlos Colla, no show 50 Anos de Música, aparece com a sambista Alcione (1) e os cantores Agnaldo timóteo (2) e Wando (3).

Samba & HistóriaFo

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112 | BOA VONTADE

Mariana Malaman, graduanda em Ciências Políticas pela Rutgers (Nova jersey/eUA).Ar

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Estudos mostram que jogos, programas de TV e filmes violentos podem levar a um comportamento agressivo

2007, no qual o estudante Cho Seung-Hui, de 23 anos, matou 33 pessoas, incluindo ele próprio. Enfim, os verdadeiros motivos que levam a juventude a tanta agressão é algo a ser refletido se-riamente. Alguns pesquisadores apontam como um dos responsá-veis por esses danos a violência na mídia.

Nos Estados Unidos, a vio-lência entre jovens e crian-ças, inclusive no ambiente escolar, é motivo de cons-

tante preocupação. Diversos estu-diosos tentam entender o porquê do bullying*, das gangues, de incidentes, como o que ocorreu na Universidade Virginia Polyte-chnic Institute, em 16 de abril de

Mariana Malaman

* Bullying — Nos estudos sobre o problema da violência escolar, este termo, originário da literatura psi-cológica anglo-saxônica, define um conjunto de atitudes agressivas e antissociais, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando-lhe(s) angústia, dor e sofrimento.

Ação Jovem LBV — Internacionalviolência na mídia

seu filho está vendo?

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114 | BOA VONTADE

Os meios de comunicação de massa difundem, por vezes, visões de mundo, valores e ima-gens questionáveis. Um estudo do Gallup Youth Survey (GYS) informa que nos EUA uma crian-ça entre 2 e 11 anos assiste, em média, a 3 horas e 16 minutos de televisão por dia. Nesse mesmo trabalho, jovens disseram que veem TV “o quanto querem”. De acordo com a Associação Nacio-nal para Educação de Crianças Menores, dos EUA, 90% do que as crianças assistem na televisão são “programas designados para adultos”.

A Academia Americana de Pe-diatria, ao reconhecer a violência na mídia como risco significativo para a saúde da infância e juven-tude, recomenda limitar o tempo total diante da tela (o que inclui TV, computadores e videogames) para duas horas por dia.

Comportamento agressivoEm busca de resposta, um

estudo em grande escala promo-vido, a partir de julho de 2005, por pesquisadores da Faculdade Rutgers (Nova Jersey) e da Uni-versidade de Michigan, ambas nos EUA, fornece novas evidên-cias sobre o tema. A pesquisa, pu-blicada em fevereiro deste ano, esclarece que, mesmo quando são considerados outros fatores — tais como proble-mas acadêmicos, emocionais e in-fluências vindas da violência na

comunidade —, “a preferência pela mídia violenta era uma indi-cação de comportamento violento e agressão em geral”.

O professor de Psicologia Paul Boxer, ao comentar o traba-lho comandado por ele, ressalta: “A maioria dos estudos sobre o papel da violência na mídia no comportamento dos jovens, geralmente, é realizada em labo-ratórios sem ter interação com o público-alvo”.

Desde 2004, Boxer está en-volvido na investigação sobre a violência nos meios de comuni-cação e sua influência no com-portamento criminoso juvenil. O

cientista pondera que, apesar de os jovens não serem “obrigados a assistir violência na televisão, o fato de ela estar tão disponível na mídia faz com que se torne popular entre eles”.

A equipe concluiu que a pro-gramação com nível mais alto de violência colabora na previsão dos comportamentos agressivos. Em contrapartida, adolescentes não expostos à mídia violenta não estão tão propensos a comporta-mentos negativos. As conclusões dessa pesquisa mostram que toda a sociedade deve levar esses fa-tores em consideração, uma vez que é grande a responsabilidade dos meios de entretenimento, dos educadores e, principalmente, dos pais.

“Não há nenhuma vantagem para a criança em assistir a pro-gramas de TV, filmes e/ou brincar com jogos violentos. Não existe nada positivo para ela nisso. Somente estimula pensamentos hostis e aumenta o comportamen-to negativo”, argumenta Paul.

Este raciocínio vai ao encontro das palavras do jornalista e escritor Paiva Netto, diretor-presidente da

Legião da Boa Vontade (LBV), durante a inauguração do Cen-tro Educacional, Cultural e

Comunitário da Instituição no Rio de Janeiro/RJ, em 2

de março de 1996. Na oportunidade, diante de mais de 110 mil pessoas, fez esta re-flexão: “A criança só devolve aquilo que a sociedade lhe dá. Se a sociedade

“Não há nenhuma vantagem para a criança em assistir a programas de TV, filmes e/ou brincar com jogos

violentos. Somente estimula pensamentos hostis e aumenta o comportamento negativo.”

Paul BoxerProfessor de Psicologia

da Faculdade Rutgers, dos EUA.

seu filho está vendo?O que

BOA VONTADE | 115

Em 28 de agosto de 2003, em

Newport, Tennessee, dois adoles-

centes foram culpados de um tiroteio

que deixou um homem morto e uma

mulher ferida. Os rapazes alegaram

que a ideia para o delito surgira de

um videogame que apresenta nível

alto de violência, no qual é preciso

obter dinheiro suficiente para passar

à próxima fase do jogo. Para atingir

esse objetivo o jogador pode roubar

carros, dar tiros, espancar e assas-

sinar pessoas, entre outras ações

criminosas (Gallup Poll, 2003).

Ação Jovem LBV — Internacional

O estudoMais de 800 adolescentes fo-

ram entrevistados no Estado de Michigan — 430 alunos do ensino médio de comunidades urbanas, suburbanas e rurais; e 390 delin-quentes juvenis detidos em insti-tuições municipais e estaduais. Os pais de 720 desses jovens também passaram por entrevista, bem como professores de 717 deles.

As questões levadas aos jovens foram sobre programas preferidos na televisão, filmes, videogames e computadores, desde a infância até a adolescência. Foi ainda pergun-tado a eles se haviam se envolvido em algum tipo de violência física ou comportamentos antissociais, tais como atirar pedras ou usar arma.

A equipe de pes-quisadores investigou os fatores de risco para comportamentos agressi-vos ou de distúrbios emo-cionais dos adolescentes. Pais e professores também foram questionados sobre o que tinham observado do comportamento do(a) filho(a) ou aluno(a).

O estudo focalizou a vio-lência física na programação televisiva, jogos de videogame, sites e jogos de internet mais acessados pelos jovens. A ex-tensão da violência em shows, internet, videogames e filmes foi classificada por um sistema de código, que variou de zero (sem violência física) a quatro (nível mais alto de violência física).

lhe der lixo, ela vai devolver lixo. Mas, se der Amor — que significa Fraternidade, Solidariedade —, ela vai ser mais bonita de Espírito e de rosto”.

Ao tomar conhecimento desse discurso de Paiva Netto, o psicó-logo Paul Boxer fez o seguinte comentário: “É um paralelo justo. Mídia violenta é lixo por essa perspectiva. Ela produz violência, que também é lixo no sentido de que é indesejável para a sociedade. Então, se a substi-tuirmos por uma comunicação positiva, isso transformará a ati-tude dessas crianças. Certamen-te, a sociedade só se beneficiará se as novas gerações estiverem

expostas, cada vez menos, a uma mídia violenta”.

A preocupação com a forma-ção da cidadania ecumênica dos jovens, sem esquecer a cidadania do Espírito — como define Paiva Netto —, deve ser responsabili-dade de todos, tanto dos governos quanto das famílias. E, claro, nenhuma sociedade se beneficiará de uma juventude agressiva, re-voltada e violenta.

Ainda enfatizando o pensamento do dirigente da LBV, vale destacar trecho de seu artigo “O equilíbrio como objetivo — o sentido lato de cidadania”, compilado a partir de improvisos do autor na década de 1990, no qual fica evidente o caminho para a mudança: “A com-preensão das massas ir-se-á matu-rando até que entendam o valor da cidadania, no sentido lato, pois não é suficiente considerar o cidadão apenas no seu contexto físico, mas também no espiritual, pois qualquer componente dos grupos humanos é, em resumo, constituído por corpo e Alma. Afinal, somos na origem Espírito”.

116 | BOA VONTADE

Nos Estados Unidos, a atuação da Legião da Boa Vontade no combate à violência utiliza as sementes do Amor Fraterno

e da Solidariedade, firmados nos ensinos do Cristo Ecumênico. Entre as diversas ações que desenvolve com esses pequenos cidadãos, está o programa socioeducacional Jardim da Boa Vontade e da Paz.

O principal objetivo da ini-ciativa é permitir que jovens e crianças desenvolvam um olhar crítico e pensem maneiras de inspirar outras pessoas a praticar e promover a Paz.

Em recente edição do programa, ocorrida no mês de dezembro, na escola Lincoln Avenue, em Orange, no Estado de Nova Jersey, alunos da 1a série do ensino básico fizeram uma reflexão sobre o tema “Jesus é

Jardim da

Boa Vontade

e da Paz

a Razão”, com ênfase no verdadeiro sentido do Natal.

A educadora Conceição de Albuquerque, que coordenou a atividade, relata que as crianças tiveram como tarefa descrever Jesus, o Cristo Ecumênico, depois de estudar um trecho da revista Globalização do Amor Fraterno*. Na publicação, o jornalista e escritor Paiva Netto define o Ecumenismo dos Corações como “aquele que se comove com a dor e se sobrepõe a todos os choques de cultura, por ser Educação aberta à Paz”.

Sobre essa atividade, contou a professora Conceição: “Em poucas palavras, a resposta a que elas chegaram é que o Divino Mestre é a razão de um Natal repleto de Amor, felicidade e Solidariedade, porque disse: ‘Amai-vos como Eu

vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discí-pulos’ (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35)”.

Como resultado, pinturas e de-senhos produzidos pela garotada na atividade temática formaram um belo jardim de palavras posi-tivas, afixadas em painel no cor-redor da escola, para a apreciação de todos os alunos e professores. As crianças também confecciona-ram um pequeno livro, reunindo figuras, pinturas, orações, quebra-cabeças e colagens para contar a história do nascimento de Jesus.

A monitora Maria Diaz cola-borou nessa atividade do Jardim da Boa Vontade e da Paz, com participação especial no conteúdo em espanhol.

* Globalização do Amor Fraterno (3a edição — alemão, espanhol, esperanto, francês, inglês, italiano e português) — Pu-blicação entregue a chefes de Estado e demais representações durante o High-Level Segment 2007, da ONU, em Genebra/Suíça, e na 61ª edição da Conferência Anual das Organizações Não-Governamentais do Departamento de Informação Pública (DPI/NGO), órgão das Nações Unidas, ocorrida em Paris/França.

As crianças que participaram da ação da LBv descobriram o verdadeiro sentido do Natal. felizes, mostram as revistas usadas para compor o trabalho sobre o tema “jesus é a Razão”.

Ao lado da professora Conceição de Albuquerque, a garotada exibe as criações artísticas que contam a vida do Cristo ecumênico. As obras (que aparecem no painel) ficam à mostra nos corredores da escola.

Ação da LBV em escolas norte-americanas

Acontece nos EUAFo

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SaúdeComo prevenir o câncer de pele

na medida certaExposição

Estudo mostra que ação preventiva desde a infância pode reduzir em até 85% os casos de câncer de pele

SolE

specialistas na área da derma-tologia alertam para os perigos que a exposição inadequada ao sol pode oferecer à pele,

e o principal deles é a neoplasia cutânea, popularmente conhecida como câncer de pele. Trata-se da formação de células anormais, que passam a se multiplicar de modo desordenado em alguma camada da pele, indicando comportamento diferente das demais. Dependendo da altura que a célula alterada se instalar, um tipo diferente da doen-ça se apresentará.

Apesar de ser o tipo de câncer mais frequente — representa cer-ca de 25% do número de tumores malignos registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) —, “a grande maioria dos cânceres de pele é curável, quando o diagnóstico é precoce. Quando tardio, come-çam as complicações”, destaca a dra. Berenice Capra Valentini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Em entrevista à BOA VONTA-DE, a dermatologista falou sobre a doença, os possíveis tratamentos e a urgente necessidade de fazer a prevenção, principalmente no caso das crianças. Estudos recentes da SBD constataram que, se os cui-dados com a pele forem adotados desde a infância, a possibilidade de desenvolver o câncer de pele é reduzida em até 85%.

BOA VONTADE — Quais os ti-pos mais comuns de neoplasia cutânea?

Dra. Berenice — Basica-mente, três tipos. O carcinoma

vera Quednau e Wellington ArthurFotos: Photos.com

118 | BOA VONTADE

Solbasocelular, que corresponde a 70% dos casos, é o mais fre-quente e aparece nas áreas expostas ao sol, a exemplo do rosto, do dorso das mãos, das orelhas, das pálpebras, como se fossem bolinhas que crescem. Nesse tipo não existe risco de metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos do corpo), mas, se o paciente deixar a doen-ça evoluir, ela poderá destruir localmente o tecido. Uma ele-vação na pele que, muitas vezes, é praticamente da mesma cor e nem chama muito a atenção do paciente. Só que essa lesão não cicatriza, vai evoluindo e lenta-mente crescendo. O segundo tipo, conhecido como espinocelular, também aparece nas mesmas áreas do corpo, tendo predileção pelas mucosas. É frequente ver lesões malignas nos lábios, por conta da exposição excessiva ao sol e de fatores como o fumo e o álcool. É importante citar que o paciente que sofreu queimadura por fogo e tem cicatriz, se ela não for bem cuidada ou se pegar muito sol no local, pode ali surgir uma lesão espinocelular. Fique atento, caso em uma cicatriz de queimadura antiga aparecer uma lesão que não sara, pro-cure um médico. O último e mais grave é o melanoma, que surge a partir de sinal ou pinta escura e começa a crescer; pode coçar, doer e, eventualmente, sangrar. Apesar de todos os tratamentos existentes, ele ainda possui um alto índice de mortalidade: 25%. Claro que tudo depende do grau de evolução.

BV — Em que faixa etária o câncer de pele mais se desenvolve?

Dra. Berenice — A energia que vem do sol se acumula nas células da pele, e o dano causado também é cumulativo. Ou seja, são precisos alguns anos para que as células se alterem e se transformem em células cance-rosas. Então, a faixa etária mais acometida é dos 40 aos 60 anos. O que observamos é que vem di-minuindo essa margem. Pacientes cada vez mais jovens, entre 25 e 28 anos, já apresentam lesões por conta da exposição excessiva ao sol na infância ou mesmo na adolescência.

BV — Que cuidados deve ter uma pessoa que adquiriu esse tipo

de câncer?Dra. Berenice — Terá de

usar um filtro solar de forma sistemática. Lembrando que o filtro deve ser usado no dia-a-dia, em especial aplicado nas áreas mais ex-

postas, e não usar somente no momento que está na praia. Em

geral, as pessoas fazem a seguinte associação: “Filtro é usado nas férias; mesmo que eu vá ao sol, não preciso dele porque não é verão”. Na verdade pegamos muito mais sol na cidade, porque nos expomos diariamente, do que na praia. A orientação é que não se tome banho de sol sem proteção de um filtro e se proteja com roupas adequadas. Temos frisado muito para a população em geral que o conceito de fotoproteção (prote-ção que se faz contra a luz solar) não se restringe ao uso do protetor, pois ele não é um passaporte para que o paciente possa se expor ao sol por horas. “Eu uso o filtro, não terei problema.” Não é bem assim. Precisa de roupa adequada que cubra o corpo, chapéu de abas

“Pacientes cada vez mais jovens, entre

25 e 28 anos, já apresentam lesões por conta da exposição excessiva ao sol na infância ou

mesmo na adolescência.”

Sol na dose certa faz bem à saúdeEspecialistas recomendam tomar sol, pelo menos, de 10 a 15 minutos por

semana, pois isso traz benefícios à saúde. Comprovadamente, graças aos raios solares o corpo humano consegue sintetizar, em quantidade suficiente, a vitamina D, que tem papel importante na maioria das funções metabólicas, musculares, cardíacas e neurológicas, contribuindo também para o tratamento da hipertensão leve. Sua deficiência pode, por exemplo, precipitar e aumentar a osteoporose.

Na dose certa, os raios ultravioleta proporcionam outros benefícios, como a repigmentação, ajudando a combater certas doenças que causam desco-loração da pele, e melhora do humor.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

BOA VONTADE | 119

Saúde

BV — Prevenir é sempre o melhor remédio…

Dra. Berenice — Isso é o mais importante. As campanhas, em especial as da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia, falam sobre a prevenção. Orientamos os pais sobre a necessidade de evitar que as crianças pequenas tomem sol, elas devem ficar na sombra. Quando sair ao sol, a pessoa deve usar protetor solar adequado

ao tipo de pele, de preferência, fator 15 para cima. Não ficar exposta ao sol forte das 10 às 16 horas, ficar mais à som-bra. Um alerta: os guarda-sóis de nái-lon não protegem de maneira adequada: fazem sombra, são leves, mas deixam passar mais de 90% da radiação solar. Lembre-se também de que o filtro sai depois de um tempo que estamos na água. Então, é preciso se-car a pele e reaplicá--lo de novo. Muitas vezes isso não é fei-to e, desse modo, as pessoas terminam se

queimando. De vez em quando, elas devem

se olhar, na hora do banho, olhar os sinais que têm e, se em algum momento, eles estão se modificando; devem ficar atentas para alguma lesão nova e dirigir-se ao dermatologista para uma avaliação médica.

largas, óculos escuros. O olho é sensível à radiação solar, há pes-soas que podem contrair catarata e outras alterações de retina por conta desse excesso.

BV — O que é mais importante para a cura do câncer?

Dra. Berenice — A cura depen-derá do tipo de câncer e do estágio em que for diagnosticado. Daí a importância de fazer o diagnóstico precocemente, pois a cura é mais fácil. Em especial nos casos de carcinoma baso-celular e espinoce-lular, que possuem um índice pequeno de se espalharem pelo corpo. Uma le-são inicial pode ser tratada de diversas maneiras; inclusi-ve, cirurgicamente, com certa margem de segurança. Existem outros tratamentos: a radioterapia (proces-so químico sobre a lesão) e a crioterapia (congelamento na lesão), por exemplo. O melanoma é mais complicado porque pode provocar me-tástases, e não basta apenas tirar a lesão por cirurgia. É um paciente que depois será acompanhado por um oncologista, fará acompanhamento periódico com exames de imagem, de sangue; enfim, deve ser moni-torado em relação à evolução da doença.

“Temos frisado muito para a população em geral que o conceito

de fotoproteção (proteção que se faz

contra a luz solar) não se restringe ao uso do protetor, pois ele não é um passaporte para que o paciente possa se expor ao sol por

horas.”

120 | BOA VONTADE

Próximo de completar seis dé-cadas de existência, em 1º de janeiro de 2010, a Legião da Boa Vontade (LBV) reafirma

seu caráter jovial, vanguardeiro e renovador. Segue fiel a uma de suas características mais marcantes: a de reunir multidões de jovens congra-çados pelo ideal do Amor Fraterno. Mesmo aqueles que já somam mui-tos anos de vida e cabelos brancos têm espaço nesse Movimento e, para isso, contam com total incentivo do líder da Militância da Boa Vontade de Deus, Paiva Netto. É dele, aliás, esta célebre definição motivadora: “Jovem é aquele que não perdeu o Ideal!”.

Diante da crueza do noticiário, que ainda revela faces de uma ju-

da juventudeSaúde plena

ventude à mercê da violência e da criminalidade, os exemplos da prá-tica cotidiana da LBV brotam como contraponto sugestivo e reforçam a mensagem de que não se pode dei-xar de cultivar espaços de expressão da capacidade jovem de construir um mundo mais justo e feliz. Na memória de milhares de pessoas que na década de 1980 acompanharam as ações da Instituição, mantém-se indelével, tanto quanto nos dias de hoje, a resposta do dirigente da LBV aos que desdenhavam do papel renovador dos mais moços: “Juventude perdida, nada!”. E os jovens respondem afirmativamente a esse voto de confiança.

De forma eficiente, são dispo-nibilizadas ferramentas transfor-

madoras como Educação, Cultura, Arte, Comunicação e Esporte para a autonomia do indivíduo e seu re-conhecimento como partícipe ativo dos processos de melhoria da própria realidade. Isso tudo se resume no convite ao Ecumenismo das Almas e dos Corações e à vivência do Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discí-pulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros” (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34 e 35).

O programa Viver é Melhor!, transmitido pela Boa Vontade TV, recebeu Paula Suelí, militante jo-vem da Boa Vontade de Deus, para falar sobre as ações das Instituições

Angélica Beck

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Viver é Melhor!Protagonizando um mundo de Paz

O entusiasmo da juventude ecumênica Militante da Boa vontade de Deus em Curitiba/PR

BOA VONTADE | 121

da Boa Vontade em prol de uma juventude social e espiritualmente saudável.

BOA VONTADE — Quais fragilida-des ainda nos afastam da Paz?

Paula — Às vezes, vemos subes-timado o nosso poder de intervenção sobre o mundo e a nossa capacidade de alterá-lo para melhor, e isso é uma perda para todos. O indivíduo renuncia ao direito de protagonizar um mundo de Paz. Essa Paz não é uma situação isolada, mágica, que ocorre de uma hora para outra. É a construção cotidiana a exigir que a gente se conheça e se reconheça para além da superfície. Lançamos, por exemplo, sobre as escolas uma expectativa que excede a sua atual possibilidade de mudança. Espera--se que elas formem rapidamente os tais “cidadãos de bem”, sendo que nós, como sociedade, temos

admitido um currículo, uma grade de estudos que praticamente não passa pelas questões essenciais da vida. Fala-se de matemática, de física, de biologia, mas pouco ou nada sobre família, autoconhecimento, Espiri-tualidade.

BV — Neste cenário, quais os esfor-ços da LBV?

Paula — Eles culminam na Pedagogia do Cidadão Ecumênico, enunciada pelo educador Paiva Netto, que promove um exercício diário, validando os conteúdos da educação formal, mas, acima de tudo, fazendo pensar sobre o que faremos com esse conhecimento em sociedade; ou seja, a quem estamos servindo? Há tantos interesses repro-váveis, os quais nós mesmos conde-namos... Não gostamos do egoísmo, da inveja, da fofoca, mas quantas vezes somos instrumentos dessas atitudes, que invalidam a convivên-cia solidária? Está na hora de pensar sobre isso nas escolas, em família, na comunidade, para ter o direito de viver de forma sustentável.

BV — Qual o resultado na comuni-cação da Boa Vontade ao investir

* Trecho do livro Somos todos Profetas, p. 126, 44a ed., do escritor Paiva Netto.

Angélica Beck (e) entrevista Paula Suelí, da juventude Militante da LBv, no programa Viver é Melhor!, na Boa vontade tv, canal 23 da SKY.

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Viver é Melhor!

fortemente em espaços de diálogo para a juventude?

Paula — Isso nos faz refletir no teor educativo desses espaços e no tamanho da discussão que devemos promover quanto ao significado da comunicação social. Do contrário, nós nos isentaremos da responsabili-dade humana e espiritual que nos é inerente. O escritor Paiva Netto* analisa: “(...) Esta é uma situação (a de observarmos que a riqueza e a pobreza estão dentro de nós, e não apenas nas estruturas exteriores) que não afeta apenas o Brasil (quer dizer, a falta de reconhecimento de que somos extremamente ricos interiormente afeta todos os países), é mundial: durante gerações foi- -se oferecendo à grande parte das crianças e dos jovens pouco mais que lixo. Depois, há quem se sur-preenda com o resultado obtido por tão funesta sementeira, a cultura do crime (que se compraz no conflito entre povos, ou mesmo dentro das famílias e das nações, verdadeiras guerras civis não declaradas), da qual a mocidade é a principal vítima (como está no Apocalipse, 8), a causar outras tantas em todas as classes (...)”. Às vezes, a gente se espanta: “Oh, o jovem que é a nossa perspectiva de futuro tornou- -se o multiplicador da violência!”. Ele se torna a expressão daquilo que admitimos como os modelos sociais que nos atendem. Mas o que vemos nas frentes solidárias da LBV, em sua comunicação, são jo-vens compartilhando experiências voltadas ao sucesso, às coisas que dão certo quando há o esforço para

jovem da LBv em atividade voluntária com crianças atendidas pela Instituição.

122 | BOA VONTADE

o Bem. E representam milhões de outros jovens que conhecemos e com os quais convivemos no Brasil inteiro, nos espaços de mobilização juvenil.

BV — As crianças podem contribuir para um mundo mais solidário?

Paula — Sem dúvida. (...) Paiva Netto propôs a criação do Fórum Internacional dos Soldadi-nhos de Deus, da LBV, e lançou um desafio às crianças: que pautas-sem o que queriam ver no mundo. Anualmente, escolhem os temas, os nomes, a “cara” do Fórum. E o que eu acho invejável no caso das crianças é que não duvidam. Questionam, questionam, mas não duvidam; elas creem. E essa crença é capaz de mover as coisas, as pessoas. Muitas famílias e pais vêm contar das enormes lições que aprenderam com os filhos. Gosto muito disso porque, como afirma Paiva Netto, “o Jovem é o futuro no presente”, e não devemos ficar adiando essa possi-bilidade de mudança. A atitude do questionamento comprometido, da crítica atuante, das alternativas que podem surgir dessas parcerias

sociais, tudo isso não é abstrato, antes é efetivo, concreto e bom para nossas crianças e jovens.

BV — Precisamos estabelecer um olhar mais otimista sobre a juven-tude?

Paula — Certamente. É de emocionar, quanta gente fantástica o Brasil está produzindo a partir de uma nova lógica de Educação, inspirada pela Fraternidade Real do Novo Mandamento de Jesus! Essa nova lógica se compromete com o Espírito, não com o que alguém parece ser, com quanto dinheiro a pessoa tem, se é que tem algum — jovem geralmente nunca tem dinheiro mesmo (risos). Há futuro para o Brasil e para o Planeta quando se reconhece o Ser Humano como Ser Espiritual. Aliás, fica aqui o nosso convite para todos participarem desse Movimento nas Instituições da Boa Vontade, visitarem as Escolas da LBV e verem os verdadeiros milagres sociais que ocorrem quando se investe no Ser Huma-no e no seu Espírito eterno. Para conhecer essa militância, acesse: www.boavontade.com.

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Na primeira segunda-feira de março, dia 2, um asteroide passou de “raspão” pela Terra (a cerca de 60 mil quilômetros), sete vezes mais perto que a Lua, informou o observatório de Siding Spring, na Austrália.

O 2009 DD45 tem entre 21 e 47 metros de diâmetro e asseme-lha-se a outro que caiu na Sibéria, em 1908, com a força destrutiva de mil bombas atômicas. Ele foi detectado pelo cientista contrata-do pela NASA Rob McNaught, três dias antes da passagem.

São cerca de mil os asteroides considerados perigosos ao passar tão perto da Terra. Para o cientista, a probabilidade de que asteroides menores atinjam o planeta, com riscos para uma cidade inteira, é de uma a cada cem anos.

E é o apocalipse que assusta?

Asteroide não atinge a Terra “por pouco”

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BOA VONTADE | 123

MoMento esportivo10 anos de informação e credibilidade

Diariamente, os ouvintes da Super Rádio Brasil 940 AM, emissora da Super Rede Boa Vontade do Rio de Ja-

neiro/RJ, acompanham no progra-ma Momento Esportivo (das 12h05 às 13h30) as principais notícias do esporte, além de conferir entrevis-tas com jogadores, equipe técnica e trazer reportagens especiais.

Eleito pelo Sindicato dos Treina-dores de Futebol Profissional do Rio de Janeiro, em 2008, como melhor programa esportivo local do rádio, pelo terceiro ano consecutivo, o Momento Esportivo com-pletou, no dia 4 de janeiro, 10 anos de informação e credibilidade no ar. Na programação especial de aniversário, toda a equipe e ouvintes receberam as felicitações do radialista e jornalista Paiva Netto, criador da atração e da emissora da Boa

Karine Salles e Simone Barreto

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EsporteSuper Rádio Brasil (AM 940 kHz) em festa

* A Campanha LBV — Esporte é Vida, não violência! tem o objetivo de promover Paz nos estádios no Brasil e no mundo. A campanha recebeu o respaldo do então presidente da Fifa, dr. João Havelange, que homenageou Paiva Netto com a famosa Bola de Ouro. Grandes ícones do esporte, como Zico, romário, Zagallo, bebeto, taffarel, dunga, além do saudoso telê santana e de tantos outros craques, sempre apoiaram a iniciativa do dirigente da LBV.

Vontade. O dirigente da LBV de-dicou mensagem em que fortalece a corrente pela Paz nos esportes — um dos objetivos do programa idealizado com base na campanha pioneira da Legião da Boa Vontade: Esporte é Vida, não violência!*, destacada por meio de faixas, car-tazes e panfletos em diversos jogos de futebol em todo o Brasil, desde 1978, quando foi iniciada.

De improviso, Paiva Netto sau-dou o importante marco: “No 10o

aniversário do Momento Esportivo, da Su-

per Rádio Brasil, emissora da Boa Vontade do Rio de Janeiro, antes de tudo, quero dar os parabéns à extra-ordinária equipe que tornou rea-lidade esse pro-grama que lan-cei, porque sou um amante dos esportes. Meu abraço para o Marcelo Figuei-redo, Gustavo Adolfo, Maurício Moreira, Hugo Lago, Eduardo Freitas, André Gonçalves, Wilson Pimentel, Gerson Júnior, Rafael Araújo, José Guerra e Pedro Paulo Torres. Não posso esquecer, ainda, o entusiasmo do Francisco de Assis Periotto e desses fiéis ouvintes que nos prestigiam com sua audiência”. E completou: “O programa Mo-mento Esportivo, da Super Rádio Brasil, emissora da Boa Vontade

jornalista e professor Francisco

Aiello é comentarista

e integra a equipe

de esportes da Super Rádio

Brasil, em 2009.

Repórter da equipe de esportes

da Super RBv, desde 2008.

Rafael Araújo

124 | BOA VONTADE

MoMento esportivo O diretor-presidente da LBv com a equipe do programa Momento Esportivo, da Super Rede Boa vontade de Rádio (AM 940 kHz — Super Rádio Brasil): a partir da esquerda, Maurício Moreira, André Gonçalves, Gerson Júnior, Hugo

Lago, Gustavo Adolfo e Eduardo Freitas. No destaque, conversa com Marcelo Figueiredo, coordenador de esporte da Super RBv.

(...), é esporte de vanguarda: junta a alegria do futebol com o impres-cindível conforto aos que sofrem. Quanta alegria eles levam à gente acamada, a quem está perdido na vida, e escuta essa turma bradan-do saúde e felicidade. Muitos são levantados ao ouvir as palavras de quem lhes quer bem! Estamos, assim, diante da função social do rádio, pela valorização do Ser Humano e de seu Es-pírito eterno, com pioneiras campanhas lançadas, há décadas, pela Legião da Boa Vontade, a LBV, no combate diário às drogas e à violência nos estádios, sempre trabalhando a favor da vida saudável de crian-ças, jovens e adultos. O Momento Esportivo chega aos 10 anos, neste início de janeiro de 2009, com isenção e credibilidade. Minha saudação fraterna a todos e Viva Jesus, o Rei dos Esportes!”. A homenagem de personalidades

Durante essa edição especial, centenas de ouvintes ligaram para parabenizar a iniciativa, além de diversos amigos da mídia que acom-panham a programação. Entre as ho-menagens, a mensagem do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: “Um abraço especial ao nosso que-

rido presidente José de Paiva Netto, e para-béns pelos 10 anos do programa Momento Esportivo”.

O comunicador es-portivo da Rádio Globo

do Rio de Janeiro e colunista desta revista José Carlos Araújo mandou

seu recado: “Alô, galera! Aqui é José Carlos Araújo que está falando para cum-primentar pelos 10 anos do Momento Esportivo, esse programa da hora do almoço que já passou a

ser referência na crônica esportiva nacional e, principalmente, para as agências de informação, internet”.

Para o tetracampeão mundial Zagallo, “é de grande importância que o Momento Esportivo esteja comemorando 10 anos. Parabéns por essa garra, entusiasmo que vocês dão a todos nós do esporte. E que, cada vez mais, vocês possam, a cada momento, a cada disputa, proteger o futebol brasileiro”.

Zico, que este ano assu-miu a função de técnico do CSKA Moscou, da Rússia,

destacou: “Parabéns ao Momento Esportivo pelo excelente serviço que vem prestando ao mundo do futebol, com assuntos atuais e sempre em dia com a notícia”.

Também saudaram a década de vida do programa Eraldo Leite, presiden te da Associação de Cro-nistas Esportivos do RJ (Acerj); Luís Roberto, da TV Globo; Marcos Penido, do jornal O Globo

e vice-presidente da Acerj; Evaldo José, da CBN; Ra-fael Marques, da Rádio Globo; Daniel Pereira, da Sportv; Rodrigo Veiga, da Rádio Jovem Pan e cor-respondente da Agência

Reuters; Wellington Campos, da Rádio Itatiaia (de Minas Gerais); os técnicos Ney Franco (Botafogo),

Cuca (Flamengo) e René Simões (ex-Fluminense); Hamilton Rodrigues, lo cutor; e Adilson Cou-tinho, coordenador de esportes da TV Record do Rio de Janeiro. eduardo Paes

josé Carlos Araújo

zico

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Melhor IdadeMedicina preventiva

Walter Periotto

Walter Periotto

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Atitudes para uma vida saudável

Como viver mais e melhor? Com a ajuda de especialistas, trazemos nesta edição algu-mas dicas que, realmente,

valem a pena ser seguidas por todos.

Uma das recomendações mais indicadas é a atividade física, em especial o hábito de caminhar. Além dos benefícios comprova-dos ao corpo, favorece a mente e colabora, mesmo, para uma vida social mais ativa e feliz.

O geriatra Félix Magalhães lembra que mexer os múscu-los faz bem, inclusive, para a memória. Diversas pesquisas afirmam que exercícios regula-res, além de diminuir o risco de

pequenos acidentes vasculares cerebrais, melhoram a saúde cardiovas cular, ajudam a reduzir o estresse e ainda beneficiam a irrigação sanguínea do cérebro. Para o médico, a atividade é potencialmen te mais favorável ao idoso se for realizada em grupo. “As pessoas tendem a ter qualidade de vida, porque elas se sociabilizam mais e realizam o que normalmente não fariam sozinhas. E essa convivência é importante para estimular a memória, o corpo, mantendo equilibrada a saúde”.

O dr. Félix, contudo, ressalta que o contrário, ou seja, o isola-mento, pode acarretar uma série de doenças psicológicas e físicas, entre elas a depressão e o aumen-to da ansiedade. O médico de fa-mília e especialista em patologias Francis Fujii complementa di-zendo que é importante “ter uma fecundação segura, boa gesta-ção, cuidar desta criança, do seu crescimento, do adolescente, do adulto jovem, aí, sim, se chegará à Terceira Idade saudável”.

Quanto mais cedo, melhorFotos: Photos.com

126 | BOA VONTADE

Vilões da longevidadeO bom desempenho orgânico

depende de prioridades, declara o dr. Fujii que é necessário “ter uma boa alimentação, mesmo no mundo atual, em que a gente vive muito de fast-food. É preciso ter controle da obesidade, um problema que acomete 30% da população e é fator de risco de doenças cardiovasculares. Parar de fumar ou não fumar, que é o principal fator de risco de câncer de pulmão, o tipo que mais afeta a Melhor Idade”.

Segundo o patologista, neces-sário se faz também o mais cedo possível procurar um médico de confiança, que, conhecendo o histórico pessoal e familiar,

possa aliar a medicina pre-ventiva à curativa. Nos cuidados apontados pelo médico, existem alguns exa-mes que homens e mulheres devem fazer periodicamente, “hemograma, ureia, TGO, TGP, creatinina, glicemia (por causa do diabete), acrescentando o perfil lipídico: colesterol total, triglicerídeos, o exame de uri-na”. E completa a lista: “Depen-dendo do sexo, a investigação de determinadas aplasias, a exemplo do câncer de próstata, mama, útero”.

O dr. Fujii recomenda o há-bito de sempre aferir a pres-são arterial, pois atualmente um terço da população mundial é

hipertensa:“Sabe-se que a pressão elevada, por muito tempo, causa lesão a órgãos-alvo, como retina, coração, vasos sanguíneos, rins”. Hoje, apesar de representar um mal crônico, a hipertensão pode ser controlada, evitando-se o sal, o álcool, praticando atividade física e tomando o medicamento corre-tamente, conforme a orientação médica.

Cursos da LBV dão novas perspectivas para a Melhor IdadeA vida de Maria raimunda Mendes, 76,

mudou depois de conhecer a Legião da Boa Vontade. Há cinco anos, estava desempre-gada e resolveu conhecer a LBV em São Luís/MA. De lá para cá, a transformação foi completa, a começar pelo convívio com o semelhante: “Eu era tão ignorante que nem sabia tratar bem as pessoas”. Na LBV isso mudou, pois ela foi acolhida “com dignida-de, como cristã; e todo mundo quer ser tratado como Ser Humano!”.

Entretanto, o aprendizado de dona Raimunda apenas estava co-meçando, assim como a perspectiva de um futuro melhor. Ela participou do curso de geração de renda, profissio-nalizou-se e aprendeu, entre outras ativi-

dades, a confeccionar objetos de decoração utilizando materiais reciclados.

Ao conseguir gerar a própria renda, com o apoio da Instituição, a maranhense decidiu dar um importante passo: realizar o sonho da casa própria. “É Deus no céu e a LBV na minha vida. Com meu trabalho humilde, cheguei a construir uma casinha.”

Diante das vitórias alcançadas, dona Raimunda agradece: “Eu quero que José de Paiva Netto seja cada dia mais feliz. Que Deus lhe dê saúde, força, para com seu talento vencer e lutar pelos pobres, como tem lutado até hoje. Con-

tinue fazendo o que faz (...). Que Deus o guie na sua

trajetória”.

S Ã O L U Í S / M A

v I S I t e , A P A I X O N e - S e e A j U D e A L B v ! Rua R ibamar P i nh e i ro , 9 — M adre Deu s — São Lu í s /MA — Te l . : ( 98 ) 3214 -1428

LBVé ação!

“É Deus no céu e a LBV na minha vida.

Com meu trabalho humilde, cheguei a construir uma

casinha.”Raimunda Mendes

76 anos

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BOA VONTADE | 127

Encontre a joaninha igual à do destaque

(1) Raphael Luiz Costa Manoel, 7 anos, Rio de Janeiro/RJ, (2) Wesllei Goulart Rodrigues, 8

anos, Porto Alegre/RS (3) Lays Gonçalves Bento, 7 anos, Guarulhos/SP, (4) Maria Clara Sussai Paraíba, 3 anos, Morrinhos/GO, (5) Gabriela

Escobar, 10 anos, Belém/PA, (6) Juliano Samuel de Freitas Avanci, 11 anos, e Lucas Rafael

de Freitas Avanci, 5 anos, Campinas/SP, (7) Thamires Maria Gimenes Chagas, 4 anos, e Lucas Vinícios Gimenes Chagas, 14 anos, Patrocínio/MG,

(8) Isabela Mello Floriano, 5 anos, Campo Grande/MS, (9) Raíssa Roberta de Paula Coelho, 7 anos, Rio de Janeiro/RJ e (10) Alexandro José

Pinto Filho, 2 anos, São Gonçalo/RJ.

2 3 4

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8

9

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Quantos corações existem na figura abaixo?

Resposta: 7.Resposta: 1.

128 | BOA VONTADE

Francisco Gabriel da Silva Lima, 12 anos, de Cuiabá/MT

As pessoas que dão bons frutos são as que cumprem o Novo Mandamento de Jesus,

que “amam a Deus sobre todas as coisas”* e cuidam

de tudo que tem no mundo. Em nossa vida diária a gente tem

que participar, tirar o máximo de conhecimento das Aulas de Moral

Ecumênica, da Religião de Deus, ser multiplicador dessas ideias, fazer reunião familiar. Nós temos que ser solidários, ajudar uns aos outros e tudo

mais que seja bom.

Para darmos bons frutos em nossa vida, veja as dicas do Soldadinho de Deus Stéphany Valverde

da Conceição, 9 anos, do Rio de Janeiro/RJ:

1- Todas as coisas que nós fizermos com Jesus, com a inspiração Dele,

ficarão ótimas!

2- Não jogar lixo nas ruas, não poluir os rios, não queimar as florestas e não maltratar os

animais.

3- Ir às AMEs, fazer preces e ficar sempre na sintonia de Jesus.

Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico“Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos.(...) Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus

amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35 e 15:9).

“A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto.”

Paiva Netto

* “Amar a Deus sobre todas as coisas” é o primeiro dos 10 Mandamentos dos Soldadinhos de Deus, da LBV.

Soldadinhos de Deus, da LBV, falam sobre Jesus, o Divino Mestre, com base nos ensinamentos que aprendem nas Aulas de Moral Ecumênica (AMEs).

BOA VONTADE | 129

Quadrinha em homenagem ao Templo da Boa Vontade, composta pelo escritor, poeta e prosador Ádison do Amaral, presidente da Academia de Trovadores do Distrito Federal e fundador da Ação Paramaçônica Juvenil do Grande Oriente do Brasil.

“Ó belo Templo da Paz!És maravilha de Luz,um pedacinho de Céu

feito em nome de Jesus!”

Caro

lina

Dutra

“O trabalho da LBV é lindo e eu o conheço

de perto.”

Daiane dos Santos Ginasta

(Na foto com algumas das crianças atendidas pela LBV

em Curitiba/PR)

Campeão no Pan e na

Solidariedade“O que a LBV faz é um exemplo a ser seguido. (...) É uma satisfação

muito grande trabalhar com vocês.”

Diogo Silva Lutador de tae kwon do,

comentando sua participação na Campanha Natal

Permanente da LBV — Jesus,

o Pão Nosso de cada dia!

“Empresários, ajudem. A LBV faz um trabalho belíssimo que dignifica a vida de pequenos jovens que estão começando a vida.”

Robson CaetanoEsportista, referindo-se aos

programas desenvolvidos pela Instituição em favor

da infância e da juventude.

FRAS

ES

FRASES

Ivan

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picov

Viní

cius R

amão

Clay

ton

Ferre

ira

“Não poderia existir homenagem melhor para fechar esse dia especial. Criança significa pureza e o que elas expressam é algo sincero! Obrigada por estarem aqui. Quero ter o prazer de ver vocês formados nessa escola. Estudem bastante! Eu estou muito feliz neste momento.”

Inezita BarrosoCantora e apresentadora de TV, destaca o carinho dos alunos do Instituto de Educação da

LBV, na capital paulista, que saudaram os seus 84 anos

de vida, completados em 4 de março.

Robe

rta A

ssis