148
Hélio Costa Marcos Palmeira Aparecida Liberato Airton Grazzioli Roberto Menescal Vera Fischer Isabel Fillardis Eva Sopher Carlos Heitor Cony Ivete Sangalo Rodolfo Konder Gilberto Amaral SOS Norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para desabrigados das recentes inundações Educação em foco 7 o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior Meio Ambiente e Sustentabilidade Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP Sérgio Britto Aos 86 anos, o consagrado ator, roteirista e diretor diz que teatro é para a vida toda e não esconde a satisfação de poder inovar no palco. O carinho e a alegria de dona Marisa Letícia, primeira-dama do Brasil, com as crianças da LBV . Amor de Mãe

Revista Boa Vontade, edição 225

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

Citation preview

Page 1: Revista Boa Vontade, edição 225

Hélio Costa

Marcos Palmeira

Aparecida Liberato

AirtonGrazzioli

Roberto Menescal

Vera Fischer

Isabel Fillardis

Eva Sopher

Carlos Heitor Cony

Ivete Sangalo

Rodolfo Konder

Gilberto Amaral

SoS norte e nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para desabrigados das recentes inundações

Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior

Meio Ambiente e Sustentabilidade Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva netto

Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe Selo organização Parceira 2009/2010, do CVSP

Sérgio BrittoAos 86 anos, o consagrado ator, roteirista e diretor diz que teatro

é para a vida toda e não esconde a satisfação de poder inovar no palco.

o carinho e a alegria de dona Marisa Letícia, primeira-dama do Brasil, com as crianças da LBV.

Amor de Mãe

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 225
Page 3: Revista Boa Vontade, edição 225
Page 4: Revista Boa Vontade, edição 225

Sumário

6 Mudanças climáticas assustamPaiva Netto

10 Cartas, e-mails, livros e registros 21 Opinião Esportiva

José Carlos Araújo22 Abrindo o coração

Isabel Fillardis 28 Televisão

Marcos Palmeira31 Música 32 Arte na Tela 35 Acontece no Paraná 36 Academia Brasileira de Letras

Carlos Heitor Cony40 Associação Brasileira de Imprensa

Rodolfo Konder43 Comunicação46 Homenagem48 Perfil

Arthur Virgílio51 Oportunidade52 LBV é Ação!

SOS Norte e Nordeste57 Amazônia em foco58 Acontece no Rio60 Teatro

Sérgio Britto64 Samba & História

Roberto Menescal

68 Nações Unidas/Nova York (EUA)73 Nações Unidas/Genebra (Suíça)75 Acontece no Piauí76 Acontece em Goiás78 Educação em foco88 Especial94 Tudo pelo social97 Acontece em Santa Catarina

Raimundo Colombo100 Terceiro Setor102 Atualidades107 Ecosoc — ONU/EUA112 Numerologia

Aparecida Liberato116 Melhor Idade117 Memórias122 Notícias de Brasília124 Opinião Política126 Turismo128 Responsabilidade Social130 Opinião — Mídia Alternativa133 Acontece no mundo136 Internacional138 Acontece em Minas Gerais140 Saúde142 Soldadinhos de Deus144 Ação Jovem LBV

créditos das Fotos de capa: airton Grazzioli: Daniel Trevisan; aparecida Liberato: Leilla Tonin; carlos Heitor cony: Ivan Souza; eva sopher: João Preda; Gilberto amaral: Arquivo pessoal; Hélio costa: Divulgação; isabel Fillardis: Clayton Ferreira; ivete sangalo: Divulgação; Marcos palmeira: Jair Bertolucci; dona Marisa Letícia: Ricardo Stuckert/ABr; roberto Menescal: Vivian Ribeiro; rodolfo Konder: Elias Paulo; sérgio Britto: João Periotto; Vera Fischer: Divulgação.

Hélio Costa

Marcos Palmeira

Aparecida Liberato

AirtonGrazzioli

Roberto Menescal

Vera Fischer

Isabel Fillardis

Eva Sopher

Carlos Heitor Cony

Ivete Sangalo

Rodolfo Konder

Gilberto Amaral

SOS Norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para desabrigados das recentes inundações

Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior

Meio Ambiente e Sustentabilidade Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto

Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP

Sérgio BrittoAos 86 anos, o consagrado ator, roteirista e diretor diz que teatro

é para a vida toda e não esconde a satisfação de poder inovar no palco.

O carinho e a alegria de dona Marisa Letícia, primeira-dama do Brasil, com as crianças da LBV.

Amor de Mãe

6

64 112

21 22 28 44

6052

40

140Vírus Influenza A

avança pelo mundo

4 | BOA VONTADE

Page 5: Revista Boa Vontade, edição 225

BOA VONTADEA N O 5 3 • N o 2 2 5 • M A r / A b r / M A i / J u N 2 0 0 9

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.diretor e editor-responsáVeL: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JPcoordenação GeraL: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de OliveiraJornaListas coLaBoradores especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes.equipe eLeVação: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Letícia Rio, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Raquel Bertolin, Rosana Bertolin, Sarah Jane, Silvia Ligieri, Simone Barreto, Vivian Ribeiro, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.proJeto GráFico: Helen WinkleriMpressão: Editora Parmaendereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6871 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

A equipe da BOA VONTADE reuniu nes-ta edição nomes dos mais representativos do cenário brasileiro. A entrevista com o veterano ator e diretor Sérgio Britto é um bom exemplo: com 86 anos, e conservando a mesma paixão pelo teatro de quando jovem, mostra que se mantém atualizado nos assuntos da dramaturgia e nos leva ainda a revisitar o passado.

O leitor vai conhecer um pouco melhor a tra-jetória da atriz Isabel Fillardis: mulher guerreira que, além das dificuldades próprias da profissão, é exemplo de força e coragem na vida em família. Con-ta como enfrentou a grave doença de seu segundo filho, Jamal, que comprometia o desenvolvimento psicomotor dele, e soube reverter a experiência em ânimo e informação para muitos outros pais que passam pelo mesmo drama.

Confira ainda neste número entrevista com o ator Marcos Palmeira, que cedo aprendeu a amar a cultura indígena, tornando-se um defensor dela.

Falando em boas reportagens, destaca-se a do 7o Congresso Internacional de Educação da LBV. Vale ressaltar também a matéria que conta sobre a carreira do talentoso Roberto Menescal, cuja vida como compositor se confunde com a trajetória da própria Bossa Nova; a reflexão do acadêmico Carlos Heitor Cony sobre a história de JK; e a conversa com a numeróloga e fonoaudióloga Aparecida Liberato. Igualmente, chama a atenção o bate-papo com o jornalista e escritor Rodolfo Konder, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e coordenador das atividades da Re-presentação da Casa do Jornalista em São Paulo/SP.

Merece especial destaque o artigo do jornalista Paiva Netto intitulado “Mudanças climáticas assus-tam”. Nele, o também escritor avalia as dramáticas consequências previstas, em 2007, pelo Painel Inter-governamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Nesta análise, defende o urgente e necessário cuidado com o planeta.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADE“Como escrevi em Dialética da Boa Vontade — Reflexões e Pensamentos, lançado em 1987: Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual. O Ser Humano descobrirá que não é somente sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que lhe fala de outras vidas e outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão.”

Paiva Netto, no livro Reflexões da Alma, lançado pela Editora Elevação. A obra literária já vendeu

mais de 400 mil exemplares.

Ao leitor

Edição fechada em 14/7/2009

revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE | 5

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 225

João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LbV.

Mudanças climáticas assustamPaiva Netto

Mudanças climáticasassustam

Em 2007, durante o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, as predições acerca

das consequências do aqueci-mento global foram dramáticas. E hoje, dois anos depois, vozes respeitáveis levantam-se para de-clarar que o assunto é muito mais grave do que se pensa. No Polo Sul, o derretimento das geleiras, em um decênio, cresceu quase 80%. No fim deste ano, ocorrerá, na capital da Dinamarca, impor-

6 | BOA VONTADE

Page 7: Revista Boa Vontade, edição 225

O presidente dos Estados unidos, Barack Obama,

assumiu importan-tes compromissos

que mostram avan-ço na consciência

ecológica. Entre eles, reduzir as emissões de carbono

dos EuA em cerca de 80% até 2050 e participar ativamente na negociação

do tratado global que substituirá o Protocolo de Kyoto. Obama também se

comprometeu a investir, nos próximos dez anos, uS$ 150 bilhões em fontes

de energia renováveis.

tante reunião política com autori-dades de diversos países.

A situação é realmente inquie-tante.

Planeta Terra — a casa de todos

No início da década de 1990, em uma série que fiz para rádio e TV, denominada O Apocalipse de Jesus para os Simples de Cora-ção, comentei que o pre-sidente John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), dos Estados Unidos, já pressentira tal panorama insensato provocado pelo desprezo ao nosso orbe, como se pode inferir de seu dis-curso proferido em 10 de junho de 1963, em Washington, D.C.:

— “(...) Não seja mos, pois, cegos quanto a nossas diferenças, mas dirijamos também a atenção para nossos interesses comuns e para os meios pelos quais as dife-renças pos sam ser resolvidas. Se não pudermos, agora, pôr paradei-ro a elas, poderemos, pelo menos, auxiliar a propor cionar segurança ao mundo — não obstante nossas

dificuldades —, pois, em última aná lise, nosso elo comum e básico está em todos nós habitarmos este planeta. Respiramos todos o mesmo ar. Todos acari-nhamos o futuro de nossos filhos. E todos somos mortais (...)”.

Contudo, em muitas ocasiões, alguns até desfazem de tama-nho infortúnio anunciado. Parte

dos ecologis tas ainda é apelidada de “ecochatos”. Importu no, porém, será o quadro com o qual a Huma-nidade irá deparar-se.

Mas, voltando aos dias atuais, referindo-se às se-

cas e aos dilúvios que se têm der-ramado sobre o Brasil, o presidente Lula, atento aos fatos, no seu pro-grama matinal das segundas-feiras, Café com o Presidente, no dia 11 de maio, assim se manifestou, res-pondendo a uma pergunta que lhe fez o repórter Luciano Seixas, da Radiobrás:

“Luciano, a avaliação é que al-guma coisa está nos chamando a atenção para que a gente tome mais cuidado com o planeta Terra.

As mudanças que estão acontecendo no mundo, aqui no Brasil nós as no-tamos também, quando faz muita seca no lugar onde não tinha seca, quando chove demais no lugar

onde não chovia. É para chamar a atenção da gente de que algumas coisas estão mudando no mundo e que precisamos começar a olhar com muito mais atenção. Daí por que a nossa ida a Co penhague em dezembro deste ano para discutir a questão do clima é muito impor-tante. E o Brasil vai jogar um peso muito grande na sua delegação”.

Lula

barack Obama

John Kennedy

Divu

lgaçã

o

Divu

lgaçã

o

Arqu

ivo B

V

Clayton Ferre

ira

O Brasil e Os efeitOs das mudanças climáticas O Nordeste brasileiro, acostumado a severas estiagens, viveu situação oposta nos meses de abril e maio. Chuvas intensas castigaram a região e também o Norte do país, provocando enchentes que deixaram rastros de destruição. Para socorrer as vítimas desse desastre natural, a LbV promoveu mobilização solidária que distribuiu mais de 60 toneladas de alimentos. Essa iniciativa é destaque na página 52 desta edição.

Lu M

oral

Clay

ton

Ferre

ira

Page 8: Revista Boa Vontade, edição 225

Homenagem a frei RovílioDesde menino, com as histórias contadas pelo meu saudoso pai, Bruno si-

mões de paiva — que na sua mocidade andou pelos pampas —, nutro carinho especial pelo Rio Grande do Sul. Na maturidade, a graça divina premiou-me com um filho nascido neste rincão. Povo hospitaleiro, ofertou-me amizades leais. Uma delas, o professor, escritor e editor frei rovílio costa, deixou-nos no sábado, 13 de junho. Seu amor pelos pobres e zelo com o desenvolvimento da cultura sempre nos acompanharão. Caro amigo, receba, onde estiver, pois os mortos não morrem, as minhas sinceras homenagens e da Legião da Boa Vontade. Sua vida prossegue em novos pagos e que, do seio do Criador, suas obras continuem a nos inspirar. Deus o abençoe!

colocou à disposição do público vários postos de atendimento para arrecadar doações de remédios, garrafas de água potável, coberto-res e alimentos não-perecíveis, os quais serão entregues às vítimas das chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Todos os que puderem participar da campanha devem ligar para uma destas unidades da LBV: Belém/PA: (91) 3225-0071; Fortaleza/CE: (85) 3484-3533; Natal/RN: (84) 3613-1655; Salva-dor/BA: (71) 3312-0555; São Luís/MA: (98) 3214-1428; Teresina/PI: (86) 3213-3099. Se preferir, pode acessar o site www.lbv.org.br e obter outras informações”.

Daniela e Moacyr Franco — um destino traçado

Com satisfação, tenho comi-go o simpático livro Me espere até amanhã, acompanhado das fraternas dedicatórias da autora, Daniela Franco, e de seu esposo, o consagrado ator, cantor e come-

diante brasileiro Moacyr Franco. Moa, como carinhosamente é

chamado o Moacyr por Daniela, escreveu-me: “Zé, se você nos ler, obrigado”. E digo agora: Eu é que agradeço a oportunidade de apreciar a bela história de uma construção de Amor, “um destino que foi mesmo traçado para os dois”, como afirma o primogênito de Vocês, João Vitor, de 14 anos.

As narrativas de Daniela, em que explica os numerosos bilhe-tinhos do Moa, correspondentes a momentos especiais da vida do casal, são um verdadeiro encanto.

Bonita a união de Vocês! Faz bem ao leitor.

O Amor nos torna adolescen-tes, igualzinho ao Moacyr (rsrs). Ou seja, nossa Alma se revigora e somos capazes de transcender em contagiante alegria e paz em prol dos que nos cercam.

[email protected]

Que assim seja, pois nosso país tem muito a contribuir, desde o seu natural sentimento de Solida-riedade.

SOS Norte e NordesteDe Salvador/BA chega-nos a in-

formação, divulgada no portal Boa Von tade (www.boavontade.com), de que “em parceria com a Defesa Civil, a Legião da Boa Vontade

O consagrado ator Moacyr Franco com sua simpática esposa, Daniela.

Clay

ton

Ferre

ira

Mudanças climáticas assustam

Lilian

e Ca

rdos

o

Elisa

Rod

rigue

s

Frei rovílio Costa e Paiva Netto em fraterno encontro no sul do país. No destaque, carinhosamente abraça as crianças em agradecimento pela homenagem recebida, um quadro de são francisco de assis, Patrono da LbV.

8 | BOA VONTADE

Page 9: Revista Boa Vontade, edição 225
Page 10: Revista Boa Vontade, edição 225

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, em 25 de maio, na cidade de Cachoeira/BA, o primeiro câmpus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Participaram também da solenidade o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade; o ministro da Educação, Fernando Haddad; o ministro da Cul-tura, Juca Ferreira; o governador da Bahia, Jaques Wagner; e Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan.

Na ocasião, o superintendente da Fundação José de Paiva Netto, Lu­ciano Duarte Pereira, entregou um exemplar da Boa Vontade ao presidente Lula, que agradeceu e mandou um abraço ao dirigente da LBV, Paiva Netto.

Lula recebe exemplar da revista Boa Vontade das mãos de Luciano Duarte, da LbV.

Rica

rdo

Stuc

kert/

ABr

Mário Soares destaca Boa Vontade Mulher

O dr. Mário Soares, estadista português, rece-beu com entusiasmo um exemplar da Boa Vontade Mulher. Ele conversou com integrantes da LBV de Portugal durante evento realizado na cidade do Por-to, em 1º de abril, e agradeceu a homenagem feita à sua esposa, dra. Maria de Jesus Barroso Soa res,

destacada na revista, em texto biográfico que descreve, entre outras realizações,

o trabalho dela em favor dos direitos humanos.

Agradeceu também a men-ção de seu nome e o registro de

uma foto sua, na qual aparece recebendo a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, entregue por Paiva Netto, diretor--presidente da Instituição, em 1997, no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF.

Mar

co S

embla

no

JOsé saramagO na feira dO livrO dO POrtO Prêmio Nobel de Literatura, o escritor José saramago presenteou a invicta, como também é conhecida a cidade do Porto, com sua tradicional visita à Feira do Livro, realizando uma sessão de autógrafos, no dia 2 de junho, da obra A viagem do elefante. Na foto, o autor com o livro Reflexões da Alma, do escritor Paiva Netto, lançado em Portugal pela Editora Pergaminho.

Rica

rdo

Ribe

iro

Rica

rdo

Stuc

kert/

PR

Lula inaugura universidade do Recôncavo Baiano

Carlo

s Bar

ral (p

or ce

lular

)

lula receBe PrêmiO da unescO O presidente luiz inácio lula da silva recebeu, no dia 7 de julho, em Paris, o Prêmio Félix Houphouët-boigny pela busca da Paz, da Organização das Na-ções unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unesco). Lula foi escolhido por suas ações em favor da Paz, da erradicação da pobreza e da proteção dos direitos das minorias. Na foto, ao lado do presidente do brasil estão Koïchiro matsuura (E), diretor-geral da unesco, e o estadista português mário soares (D).

10 | BOA VONTADE

Page 11: Revista Boa Vontade, edição 225

Alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade (QSD 8, Área Especial 11), em Taguatinga/DF, homenagearam a primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia

(1) A simpática dona Marisa Letícia conversa com crianças da LbV. Nas imagens 2 e 3, a ilustre homenageada posa com alguns dos alunos da instituição.

Primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia,recebe homenagem das crianças da LBV

Lula da Silva, por ocasião do seu aniversário, em 7 de abril.

Na oportunidade, as crianças entregaram à dona Marisa um cartão confeccionado por elas próprias e uma camiseta com o coração da LBV,

1

32

toda desenhada com as mãos da garo-tada, além de um arranjo de orquídeas e a revista Boa Vontade Mulher. Na despedida, a primeira-dama declarou que a alegria das crianças havia sido o seu melhor presente.

Foto

s: Ri

card

o St

ucke

rt/AB

r

BOA VONTADE | 11

Page 12: Revista Boa Vontade, edição 225

Cartas, e-mails, livros e registros

Periodicamente a Agência Cen-tral de Inteligência (CIA), órgão dos Estados Unidos, divulga o seu relatório com previsões e perspec-tivas quanto à sociedade e suas instituições políticas e econômicas no mundo no futuro.

A versão em português desse trabalho foi lançada recentemente no Brasil. A tarde de autógrafos ocorreu na capital paulista e teve a presença do jornalista e historiador Heródoto Barbeiro, que assina a apresentação do livro, intitulado O Novo Relatório da CIA: Como Será o Amanhã. Nele as previsões foram atualizadas, estendendo-se até 2025, em relação ao título anterior: O Relatório da CIA: Como Será o Mundo em 2020, também apresentado por Barbeiro.

Heródoto — atualmente, gerente de jornalismo da Rádio CBN e apresentador do Jornal da Cultura e do programa Roda Viva — destacou que acompanha assiduamente, por meio da Boa Vontade, o “trabalho vertiginoso da LBV e de seu dirigente”, para quem, inclusive, autografou um exemplar da obra, com a seguinte mensagem: “José de Paiva Netto, um abraço do Heródoto Barbeiro”.

Relatório da CIA traz previsões para o mundo

O lançamento do livro Família de Alta Performance: conceitos contem-porâneos na educação, de autoria do psiquia-tra, psicodramatista e educador Içami Tiba, ocorreu em 20 de maio, em São Paulo/SP.

Comemorativa dos 40 anos de atividade profissional, a obra é também resul-tado de extensa pesquisa, da prática clínica e da consultoria familiar do autor. Nela, Içami Tiba avalia que, para

melhorarmos a vida no planeta, em todos os aspectos, é preciso haver uma

mudança de atitude por parte de cada pessoa, a fim de que possa fazer parte de uma família de alta performance.

Na oportunidade, muito simpático e recep-tivo, o educador recebeu

os cumprimentos da LBV e dedicou um exemplar do livro, com estas palavras: “Ao mestre Paiva Netto a admiração e o abraço do Tiba”.

Viní

cius B

ueno

Luiz

Antô

nio B

arce

los d

a Si

lva

Por uma família planetária

O livro Cuidando do doente em casa, lançado recentemente durante palestra e sessão de autógrafos na Li-vraria Cultura, do Shopping Bourbon Country, de Porto Alegre/RS, é um guia prático para auxiliar a família, cuida-dores e profissionais na reabilitação de pacientes neurológicos.

Organizada pelos neurocirurgiões doutores Leandro Infantini Dini e Amauri Dalacorte, a obra con-ta com colaboradores importantes, entre os quais a odontóloga doutora Elaine Camargo, autora do capítulo “Cuidados com a saúde da boca”, que enviou um exemplar ao diretor- -presidente da LBV. Na oportunidade, ela ressaltou a influência dos aspectos de cunho psicológico e humanitário na recuperação do doente e, na dedicatória ao dirigente da Instituição, registrou: “Ao querido mestre inspirador e compadre Paiva Netto, ofereço esse capítulo como um degrau conquistado sob sua bandeira. Viva Jesus! Elaine”.

Os médicos Leandro Infantini Dini e Amauri Dalacorte deixaram seu reca-do: “Ao ilustre e respeitado sr. Paiva Netto, que comunga conosco do desejo de que esta obra auxilie a muitos”.

Guia prático de saúde

Lucia

n Fa

gund

es

A simpática dra. Elaine Camargo, ao lado dos doutores Leandro Dini (E) e Amauri Dalacorte.

12 | BOA VONTADE

Page 13: Revista Boa Vontade, edição 225

Educação e voluntariado em altaInstituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da LBV,

recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do Centro de Voluntariado de São Paulo, presidido pela ilustre dra. Milú Villela

Da esquerda para a direita: maria lúcia meirelles reis, do CVSP, a pedagoga suelí Periotto, da LbV, a dra. milú villela, aline ferreira, da LbV, e silvia maria louzã naccache, do CVSP.

Dra. milú villela, presidente do Centro de Voluntariado de São Paulo, em entrevista à Super rbV de Comunicação.

O Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da Le-gião da Boa Vontade (LBV), locali-zado na capital paulista, foi premiado com o Selo Organização Parceira 2009/2010, oferecido pelo Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP). O título, entregue em 14 de julho, possui validade de dois anos e é conferido a organizações que mantêm parceria ativa com o CVSP e oferecem pro-grama de volun-tariado organi-zado, atuante e transformador.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, a presi-dente do CVSP e diretora-presidente do Instituto Faça Parte, dra. Milú Villela, ressaltou a importância do voluntariado e do trabalho das orga-nizações agraciadas com o Selo. “A cada ano temos mais organizações

sociais participando. E é com muito orgulho

que fazemos par-te dessa causa.

Acredi tamos que, ao ser voluntários, realmente po-demos fazer

uma mudança, uma transformação no mundo”, afirmou.

A ilustre presidente do CVSP des-tacou, ainda, o perfil do trabalho vo-luntário no país: “O Brasil tem se ex-pandido e dado uma amostra de que o brasileiro é solidário, é voluntário”. Ao finalizar, a dra. Milú parabenizou a LBV pela ação socioeducativa que tem realizado em parceria com o Centro de Voluntariado de São Paulo.

Esta é a segunda vez que o Insti-tuto de Educação da LBV recebe o Selo Organização Parceira.

SAIBA MAIS:www.voluntariado.org .br

Foto

s: Vi

níciu

s Bue

no

BOA VONTADE | 13

Page 14: Revista Boa Vontade, edição 225

Cartas, e-mails, livros e registros

O Centro Comunitário e Educa-cional da Legião da Boa Vontade em Natal/RN (Rua dos Caicós, 2.148, Dix-Sept Rosado) recebeu, em 15 de maio, a visita da senadora Rosalba Ciarlini Ro­sado. Na recepção à parlamentar, o Coral Ecumênico Infantil, formado por crianças aten-didas pela Insti-tuição, interpretou músicas com temas ligados à Natureza, à Educação e à Cultura de Paz. A garotada presenteou-a também com um quadro, confeccio-nado pelas próprias crianças, e com a apresentação da peça: Emília, a boneca-gente, dentro das atividades das oficinas de cultura e musicali-zação infantil, do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!

Visivelmente emocionada, a senadora declarou: “Pude ver um trabalho que nos deixa entusiasma-dos, pelo carinho, a forma como a criança está sendo tratada. (…) Só assim poderemos ter um mundo de

paz, um Brasil mais forte. A LBV trabalha

com crianças que estão na fai-

xa de risco, trazen-do apoio e educação

integral, com mais esporte, cultura, ensino de qualidade”.

Depois de visitar todos os am-bientes do Centro Comunitário e Educacional, Rosalba registrou no livro de visitas a seguinte mensa-gem: “Parabéns à LBV! O trabalho realizado em todo o Brasil com mi-lhares de crianças e jovens é algo de grande valor. O futuro dessas crianças, com certeza, revelará meninos e meninas de Boa Vontade, que construirão uma civilização de paz (…)”.

Crianças da LBV emocionam

senadora

“Parabéns à LBV! O trabalho realizado em

todo o Brasil com milhares de crianças e jovens é algo de

grande valor.”Rosalba Rosado

Senadora

Instituto Cravo Albin

Estou muito feliz com a Boa Vontade nº 224. A matéria cultural sobre o Instituto e a nossa entrevis-ta para a Boa Vontade TV foram excelentes. A publi-

cação é maravilhosa. Fiquei muito feliz com todas as reporta-gens divulgadas. Agradeço muito ao amigo Paiva Netto a lembrança e a gentileza. Muito obrigado! (Ricardo Cravo Albin, jornalista, escritor, produtor e crítico

musical, fundador do Instituto Cultural Cravo Albin — ICCA, no Rio de Janeiro/RJ)

Ariva

ldo O

liveir

a

Goleiro titular do São Paulo FC desde 1997,

Rogério Ceni lançou em abril, em parce-ria com o jornalista André Plihal, o livro Maioridade

Penal: 18 anos de histórias inéditas da

marca da cal. Considerado oficialmente o maior goleiro artilheiro de todos os tempos, Ceni presenteia os fãs com histórias de vida emocionantes, envolvendo os bastidores do futebol, a trajetória profissional, as amizades, as dificuldades e as conquistas.

Alunos da escola da Legião da Boa Vontade na capital paulista prestigia-ram o lançamento da obra e levaram o abraço da Instituição ao consagrado goleiro. Mesmo muito solicitado, Ceni recebeu as crianças e disse o quão feliz se sentiu com a presença delas.

Aproveitou a ocasião para dedicar dois exemplares de seu livro: um para a escola da LBV e o segundo para o líder Instituição, com a seguinte dedicatória: “Um abraço ao sr. Paiva Netto, felicida-des fraternais. Um grande beijo a todos da LBV. Rogério Ceni”.

Rogério Ceni e os 18 anos de

carreira

Pedr

o Pa

ulo R

odrig

ues

ricardo Cravo Albin

Vivia

n Ri

beiro

14 | BOA VONTADE

Page 15: Revista Boa Vontade, edição 225

Depois de tomar o caminho das lembranças de infância para pro-duzir seu primeiro livro, Pequena Moisi, a atriz Vera Fischer, agora, mergulha na vida adulta e publica Um leão por dia, biografia recém--lançada no Rio de Janeiro. A artista foi prestigiada na noite de autógra-fos por amigos e colegas famosos, como Maurício Mattar, Mara Manzan, Isabelita dos Patins e Rosane Gofman.

Também compareceram ao lan-çamento representantes da Legião da Boa Vontade, que cumprimen-taram a atriz em nome do diretor- -presidente da LBV. Por sua vez, a ex-Miss Brasil retribuiu com grande simpatia a saudação: “Ah, o Paiva. Que saudades dele! Mandem um grande beijo para ele, e obrigada pela presença”. Com o mesmo cari-nho, registrou em exemplar do livro esta dedicatória: “Paiva, saudades e beijos. Vera Fischer”.

Vera Fischer lança nova biografia

Em ritmo de axé, a cantora Ivete Sangalo comandou animada festa no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, em 31 de maio, antes da partida entre Vitória e Grêmio, pela Série A do Campeonato Brasileiro de futebol. Ao lado do cantor Tatau, a artista, à época grávida de cinco meses, acompanhou o anúncio de Salvador na lista das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Em entrevista à Super Rádio Cristal (AM 1.350), emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, Ivete Sangalo destacou a admiração dela pelo trabalho da Legião da Boa Vontade. “Quanto mais se é bom, quanto mais se ajuda o próximo, mais você se coloca na posição do outro que está sendo ajudado, mais frutos terá; energicamente falando, mais filho de Deus você será”, afirmou.

A amizade da cantora com a Instituição é antiga. Em 2004, ela recebeu uma homenagem das crianças atendidas pela LBV, além de um quadro com a Majestosa Estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, durante entrega do título de Cidadã de Salvador, na Câmara Municipal. “O tempo de ser bom é indeterminado. (...) Parabenizo a LBV! Sei do trabalho de vocês, é um trabalho sério! Sou uma mulher da benevolência também, da filan-tropia, e sei que isso só nos traz grandes presentes na vida”, declarou.

A futura mamãe também ressaltou o valor de desde cedo despertar na criança o sentimento de Solidariedade, uma prática que observa nas ações da LBV: “Isso tem de partir de casa, do berço. O pai e a mãe têm de mostrar que ser bom, compartilhar, ser solidário, é um grande princípio, e aí a gente vai levando e colaborando com quem precisa, e sendo ajudado, porque o Amor das pessoas e a gratidão são muito importantes”. E comple-tou a artista baiana: “Boa sorte e continue com esse trabalho lindo. Um beijo a toda a turma da LBV. Parabéns por esse trabalho e ao Paiva também, que é um querido! Obrigada pelo carinho”.

“Parabenizo a LBV! Sei do trabalho de vocês,

é um trabalho sério. (...) Um beijo a toda a

turma da LBV. Parabéns por esse trabalho e

ao Paiva também, que é um querido! (...)”Ivete Sangalo

Durante comemoração, Ivete Sangalo enaltece trabalho da LBV

Salvador na Copa de 2014

Vivia

n Ri

beiro

Felip

e Pa

nfili/A

g. N

ews/A

gênc

ia O

Dia

Page 16: Revista Boa Vontade, edição 225

Cartas, e-mails, livros e registros

Boa Vontade MulherAgradeço a iniciativa da Boa Von-

tade em apoiar a causa da mulher e dar-lhe visibilidade. Em especial, agradeço ao escritor, jornalista, poeta e comunicador Paiva Netto, antes de tudo um empreendedor social que mostrou, desde cedo, seu envolvimento social

e optou por orientar suas ações na luta pela digni-dade humana. (Maria da Penha, farmacêutica, bioquímica aposentada e símbolo da luta contra a violência doméstica, de Fortaleza/CE)

Principais personagens do noticiário nacional

Edição bem cuidada da Boa Vonta-de, sob os aspectos gráfico e editorial. Nessa edição 224, o jornalismo foi

mais uma vez tema de destaque, mostrando aos leitores os assuntos e os personagens principais do noticiário nacional. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais agradece

Homenagem à TV Globo MinasNo 44º aniversário de fundação

da TV Globo Minas, comemora-do em 26 de abril, a emissora foi homenageada pelas crianças aten-didas pela Legião da Boa Vontade na capital mineira. O coordenador de Comunicação da TV, Paulo Valadares, recebeu em nome dos demais empregados uma lem-brança confeccionada pela própria garotada.

Paulo agradeceu a presença das crianças e ressaltou o valor desse gesto: “Essa homenagem da LBV é muito importante, é mais um caminho de aproximação, de relacionamento e interlocução com as instituições

que trabalham com a criança, a educação, o idoso, e promovem a melhoria da qualidade de vida de nossa cidade, do nosso Estado”.

Paulo Valadares recebe quadro confeccionado pelas crianças da LbV

Môn

ica M

ende

s

Presidente do TCE de Minas Gerais parabeniza

revista Boa VontadeCom meus cordiais cumpri-

mentos, agradeço a revista Boa Vontade (ano 53, no 224). Parabe-

nizo a equipe envolvida nesta publicação pela excelência do trabalho realizado. (Conselhei-ro Wanderley Ávila, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais)

ASCO

M/T

CE/M

G

Em recente visita ao Templo da Boa Vontade, a Pirâmide das Almas Benditas, em Brasília/DF, o sociólogo e escritor Denizard de Souza, conselheiro do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, apresen-tou seu novo livro: Em Busca do ser INTEGRAL, e autografou um exem-plar especialmente para o diretor- -presidente da LBV.

A obra aborda de forma transdis-

ciplinar a questão da Educação integral, in-cluindo fatores como saúde, violência ju-venil e comunidades virtuais. Na ocasião, escreveu a seguin-te dedicatória: “Ao sublime idealizador

da Pedagogia Ecumênica, Paiva Netto. Com votos de continuidade e crescente universalidade do luminoso trabalho educacional realizado pela LBV há seis décadas junto à gente brasileira. Denizard de Souza”.

Lina

Silva

Caminhos da Educação integral

a página dedicada à posse da nova diretoria (triênio 2008/2011) e a atenção que a equipe LBV tem com a representação dos jornalistas flumi-nenses. Saudações cordiais. (Ernesto Vianna, presidente do Sindicato dos

Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro)

Mensagem encorajadoraLi, com muita alegria, a revista Boa

Vontade. Confesso que fiquei tocada Ernesto Vianna

Vivia

n Ri

beiro

Maria da Penha

Leon

tina

Mac

iel

16 | BOA VONTADE

Page 17: Revista Boa Vontade, edição 225

revista Boa Vontade Mulher, em espanhol e inglês.

pelo sentimento de fé expressado pelo seu líder maior, José de Paiva Netto, orientando, encorajando-me nesta difí-cil, mas gratificante tarefa de dirigir os destinos do município. Tenho certeza, vou precisar muito das orações de todo o segmento representativo da Legião da Boa Vontade. Um abraço carinhoso. (Béia Savassi, prefeita de Patos de Minas/MG)

Responsabilidade socialA Boa Vontade nº 224 superou

as expectativas em termos de con-teúdo. Reportagens de interesse social primorosamente veiculadas com a já tradicional qualidade da publicação produzida pela LBV. Muito me impressionou a matéria nas páginas de respon-sabilidade social so-bre a Revitalização da Rua Larga. É com trabalhos como este que construímos um projeto de qualidade como nossa cidade

merece. Obrigada e parabéns! (Ro-salva Almeida, do Instituto Light, Rio de Janeiro/RJ)

Com o objetivo de expandir a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, desse modo, tornar sua atuação cada vez mais eficaz nas relações em sociedade, a Universidade Iguaçu (Unig), na cidade de Nova Iguaçu/RJ, deu início ao curso de pós- -graduação lato sensu em Direitos da Criança e do Adolescente.

Coordenador do curso, o desem-

Direitos da Criança e do Adolescentebargador Siro Darlan de Oliveira apresentou a aula inaugural (foto), em 30 de maio, tratando de temas dis cutidos na 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adoles-cente, que se realiza até o fim deste ano nas etapas estadual e distrital.

O conteúdo programático com-preende variadas disciplinas, entre as quais: Estudos do Direito da Criança e do Adolescente, A violência contra

infância e juventude e Ato Infra-cional do adolescente e as medidas socioeducativas.

O curso é direcionado a gradua-dos em Direito, Psicologia, Serviço Social, Pedagogia, e a licenciados em qualquer disciplina da área de Educação e tem a duração de 18 me-ses. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: (21) 2765-4000, 2765-4013 e 0800-212013.

Curso de pós-graduação da Unig, em Nova Iguaçu/RJ, visa à formação de conselheiros tutelares

registro da aula inaugural do curso de pós-graduação em Direitos da Criança e do Adolescente. Na foto ao lado, os graduados com o desembargador Siro Darlan (em pé, o quinto a partir da esquerda), que também é presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do rio de Janeiro (CEDCA). Na imagem acima, vista da aula inaugural.Fo

tos:

Divu

lgaçã

o

BOA VONTADE | 17

Page 18: Revista Boa Vontade, edição 225

Uma das grandes represen-tantes da cultura gaúcha e brasileira, sra. Eva Sopher, presidente da Fundação

Theatro São Pedro, em 27 de maio visitou o Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião da Boa Vonta-de — o Templo da Natureza e da Criança, em Glorinha/RS.

A sra. Eva Sopher foi caloro-samente recebida com o canto e a alegria das crianças que integram o Coral Ecumênico Infantil LBV, composto por meninas e meninos

Lar e Parque da LBV recebe visita de dama da cultura

atendidos pela Instituição. Na opor-tunidade, esta dama da cultura foi presenteada com um quadro arte-sanal confeccionado pelas próprias crianças, além de uma cesta com produtos coloniais ali produzidos.

Grata pela recepção, a sra. Eva Sopher afirmou: “Fiquei surpresa, encantada. Realmente o trabalho da LBV é magnífico; a recepção das crianças foi muito especial, simpática. É sempre uma ale-gria ver as crianças com essas carinhas queridas, como aqui

Foto

s: Lil

iane

Card

oso

Dona Eva foi a anfitriã da “Noite Cultural Emoções e Memórias”, ocorrida no Theatro São Pedro em 20 de junho de 2006, em Porto Alegre/RS, da qual constou um concerto sob a regência do talentoso maestro antônio carlos Borges cunha. O evento iniciou as comemorações dos 50 anos de trabalho de Paiva Netto na Legião da Boa Vontade. O povo superlotou a casa de espetáculo, que teve a presença de diversas personalidades gaúchas.

demonstraram e cantaram com tão Boa Vontade”.

Ela fez questão de ressaltar a beleza do local: “Realmente é muito lindo! As acomodações das crianças são maravilhosas, a limpeza é 100%, a disciplina me agrada muito; com certeza, daqui sairão completamente diferentes de quando entraram, o que é muito positivo. Nada melhor do que dar educação às crianças”.

Ao término da visita, essa im-portante incentivadora da cultura e

Emoções e Memórias

a ilustre sra. eva sopher é recebida com festa pelo coral ecumênico infantil lBv

Cartas, e-mails, livros e registros

18 | BOA VONTADE

Page 19: Revista Boa Vontade, edição 225

Diversas oficinas educativas, re-creativas e culturais são realizadas no Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Glorinha/RS, para despertar nas crianças atendidas habilidades manuais e novos talentos, além de desenvolver a concentração, a convivência em grupo e a conscien-tização sobre os cuidados com o meio ambiente.

As atividades fazem parte do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, o qual atende, no con-traturno escolar, meninos e meninas dos 6 aos 11 anos de idade que vivem em situação de vulnerabilidade so-cial e/ou pessoal, contribuindo para o protagonismo infantil.

no Parque da Boa VontadeCrianças da LBV desenvolvem talentos e novas habilidades

Em uma das atividades promovidas pela Instituição, a Oficina dos Arteiros, as crianças reaproveitam materiais reciclados e os transformam em obras- -de-arte. Aos poucos, embalagens, jornais, garrafas PET, latas e outros objetos ganham nova forma e cor. Dei-xam de ser apenas material descartável para servir de objeto de apreciação e admiração dos visitantes do Lar e Par-que, onde ficam expostos os trabalhos criados pelos arteiros mirins da Legião da Boa Vontade.

Essa atividade das crianças da LBV teve, recentemente, repercussão na mídia impressa, com destaque nos jornais Correio de Gravataí, Jornal de Gravataí e Jornal de Glorinha.

Lilian

e Ca

rdos

o

“Fiquei surpresa, encantada. Realmente o trabalho da LBV é magnífico; a recepção das crianças foi muito especial,

simpática. É sempre uma alegria ver as crianças com essas

carinhas queridas, como aqui demonstraram e cantaram com

tão Boa Vontade.” Eva Sopher

Presidente da Fundação Theatro São Pedro, de Porto Alegre/RS

das artes declarou: “Estou aqui no lugar certo para dizer da minha certeza de que a educação dos nossos jovens, a cultura, são as bases para uma vida feliz, e aqui neste chão da LBV é que a gente sente esse recado. Vamos tratar dos jovens, porque teremos um futuro melhor”. E ainda escreveu no Livro do Coração: “Encantada com tudo que me foi mostrado, recebam meu aplauso, minha admiração e os votos de muito sucesso sempre. Obrigada pela carinhosa recepção. Eva Sopher”.

As oficinas educativas foram pauta de diversos jornais da região, a exemplo do Correio de Gravataí, Jornal de Glorinha e Jornal de Gravataí.

Page 20: Revista Boa Vontade, edição 225

Este é o título do mais recente trabalho do es-critor, sensitivo e orador espírita Divaldo Franco, lançado na capital baia-na. Ditado pelo espírito Joanna de Ângelis, o livro dedica-se a trazer ensinamentos que levem a uma busca da verdade interior, ressaltando o exemplo do Cristo Jesus para a conquista de uma vida mais feliz. Em entrevista à Boa Vontade, o escritor classificou a obra de “estudo psicológico da parábola do filho pródigo, entre ou-tras, demonstrando que a existência atual está muito bem desenhada no Evangelho de Jesus e que a maior psicoterapia para a sociedade con-temporânea é a compreensão dos objetivos essenciais da vida”.

Divaldo Franco manifestou também seu apreço pelo trabalho da Legião da Boa Vontade e do

dirigente da Institui-ção: “Ao nosso querido amigo venerando Paiva Netto, a quem a socie-dade terrestre muito deve, o nosso mais afe-tuoso abraço de carinho e gratidão com votos de progresso ininterrupto na instalação do Reino

de Deus entre as criaturas da Ter-ra. Tive a alta honra de conhecer Alziro Zarur. Acompanho a obra da LBV desde quando foi desenhada no Mundo Espiritual. A voz inol-vidável de Zarur permaneceu na Terra como um guia que o nobre amigo Paiva Netto tem sabido honrar e ampliar”.

O veterano orador espírita dedicou um exemplar ao diretor- -presidente da LBV, com estas pa-lavras: “Para o caro amigo Paiva Netto com votos de Paz, Divaldo Franco”.

Em Busca da Verdade

Lucia

n Fa

gund

es

Homenagem a Raul Brunini

O radialista e ex-deputado Raul Bru­nini voltou à Pátria Espiritual no dia 13 de junho, no Rio de Ja-neiro/RJ, por falência múltipla dos órgãos. Aos 90 anos, Brunini

lutava contra um câncer. Ele era casado com Neusa Alves Brunini, com quem teve um filho.

Nascido em 1919, em Rio Claro, interior de São Paulo, o jornalista ficou conhecido por seu programa radiofônico, pioneiro na apresentação de debates ao vivo. Até 1945, participou de trans-missões de rádio voltadas para o entretenimento das tropas brasi-leiras enviadas à Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua trajetória política, foi deputado estadual e federal e chegou a ser secretário de Estado, no Rio, no governo de Carlos Lacerda. Tam-bém foi o vereador mais votado do Distrito Federal no pleito de 1954.

Amigo da Legião da Boa Von-tade de longa data, ressaltou o radialista certa vez: “Tenho a convicção de que Zarur, com sua mensagem, está tendo um grande sucessor: Paiva Netto, que pros-segue engrandecendo mais ainda a LBV, essa Entidade que tem feito tanto bem a tanta gente”.

Os sentimentos da Legião da Boa Vontade aos familiares e ami-gos, e ao Espírito eterno de Raul Brunini as melhores vibrações de Paz, na certeza de que “os mortos não morrem”.

Arqu

ivo B

V

Clodovil HernandesDesencarnou, no dia 17 de

março, o deputado federal Clodo­vil Hernandes, em de-corrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Nascido em 17 de junho de 1937, foi adotado por Domingos Hernandes e Izabel Sanches Her­nandes, casal de origem espanhola.

Ao longo da vida exerceu di-versas atividades, sempre ligadas

à arte e à cultura: estilista, ator, cantor e apresentador de TV. A in-

cursão na política ocorreu em 2005, sendo eleito, no ano seguinte, para o cargo de deputado federal, com a terceira maior votação do Estado de São Paulo.

Ao Espírito eterno de Clodovil as vibrações de

Paz da Legião da Boa Vontade, que se estendem igualmente a familiares e amigos.

i n m e m O r i a m

Fabio

Poz

zebo

m/A

Br

Cartas, e-mails, livros e registros

20 | BOA VONTADE

Page 21: Revista Boa Vontade, edição 225

Opinião EsportivaJosé Carlos Araújo

Não é segredo para ninguém que a saúde financeira da maioria dos clubes brasileiros é preocupante.

Dívidas foram se acumulando, ano após ano, e chegaram a níveis absurdos. Em alguns casos, se tornaram impagáveis, superando em muito o patrimônio das insti-tuições. Em outros, os dirigentes nem sequer conseguem saber quanto deve o clube.

Os processos contra os clubes são de todos os tipos, princi-palmente trabalhistas, resultado de salários atrasados, contratos rompidos, acordos não cumpridos e tudo o mais. Com isso, a todo momento o patrimônio acaba penhorado, assim como as rendas dos jogos e o dinheiro de patro-cínios, que deveriam ir para os cofres do clube.

Em recente entrevista, o ex- -lateral Leonardo, que jogou no Flamengo e no São Paulo e foi campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994, abordou o assunto. Atualmente exercendo a função de técnico do Milan, da

Itália, ele surpreendeu ao afirmar que o Flamengo deveria ser vendi-do. Citou o Flamengo, mas deixou claro que outros grandes clubes do futebol brasileiro deveriam seguir o mesmo caminho.

A declaração provocou revolta em vários dirigentes. Mas Leo-nardo não se abalou e manteve a opinião. Explicou que a situação financeira desses clubes exige mudança radical na forma de administrá-los. O ex-atleta, for-mado em administração esportiva, lembrou que não há mais espaço para o amadorismo.

Ele levantou uma situação que, em lugar de revolta, deveria gerar reflexão. Leonardo, com a lucidez de sempre, está dando mais uma contribuição ao futebol brasileiro. Certo está quando afir-ma que é preciso administrar os clubes profissionalmente, como grandes empresas, tal e qual são, na verdade.

Concordo com ele. É preciso profissionalismo. Tudo tem de ser transparente. Tudo tem de ser muito bem planejado, com metas a serem alcançadas. Não há mais espa-ço para curiosos, mesmo que bem- -intencionados. To-das as funções exi-gem profissionais experientes.

Por que clubes ita-

A saída para os clubesJosé Carlos Araújo, comunicador da rádio Globo do rio de Janeiro.

Arqu

ivo p

esso

al lianos, ingleses, franceses e outros menos poderosos têm condições de investir em grandes jogadores e os brasileiros não? Por que o Brasil tem cinco títulos mundiais e muitos outros continentais, mas não consegue ter sucesso adminis-trativo e financeiro?

A resposta pode estar na entre-vista de Leonardo. Não digo que a solução seja a venda dos grandes clubes, mas, sim, a profissiona-lização de seus administradores. Saídas existem. Apenas precisam ser adaptadas a cada instituição, de acordo com suas necessidades.

Todas as sugestões devem ser avaliadas. Os clubes brasileiros têm de encontrar seus caminhos. Quem é o melhor dentro de campo não pode estar falido fora dele. Primeiro, é preciso saber ouvir. Mas, acima de tudo, é fun-damental mudar, tentar, buscar o rumo certo.

BOA VONTADE | 21

Page 22: Revista Boa Vontade, edição 225

Isabel Fillardis: guerreira na arte e no papel de mãe

sucessosuperação

História dee

Leilla Tonin

Abrindo o coraçãoisabel Fillardis

Fotos: Arquivo pessoal

22 | BOA VONTADE

Page 23: Revista Boa Vontade, edição 225

Ainda bem jovem, a atriz Isabel Fillardis já chamava a atenção, e o talento da menina despontava. Aos 11

anos fez as primeiras fotos como modelo. Quatro anos depois, pro-fissionalizou-se ao participar de campanhas publicitárias para re-vistas. Nesses primeiros trabalhos, a espontaneidade e improvisação de Isabel encantavam fotógrafos e gente ligada à dramaturgia. A agenda de manequim, sempre lo-tada, tornou-se algo comum para a jovem. Para chegar à televisão “foi um pulo”, lembra.

Em 1992, aos 19 anos, Isabel participou de um casting. Não era essa a primeira opção — ela estu-dava para o magistério, para ser professora —, todavia seu desem-penho fez que fosse selecionada. Hoje, com quase duas décadas de carreira, coleciona numerosos personagens de sucesso vividos em novelas, no cinema e no teatro.

Esposa e mãe de dois filhos, Analuz (8 anos) e Jamal Anuar (6), ela ainda encontra tempo para se engajar em causas sociais, aliando

a imagem de atriz a instituições e eventos que beneficiem a população menos favorecida. Um exemplo dessa atitude é o apoio às Cam-panhas da Legião da Boa Vontade (LBV). Também entre as ações nessa área, fundou as entidades Doe Seu Lixo (2003) e A Força do Bem (2006), esta voltada a quem necessita de cuidados especiais (de-ficientes visuais, mentais, auditivos e/ou motores).

Sempre alinhada a projetos e atividades sociais, Isabel viu o sentimento de compromisso com o próximo surgir ainda mais forte nos primeiros meses de vida do segundo filho. A artista perce-bera dificuldades do bebê na sucção durante a amamentação: o menino era portador de uma doença rara chamada síndrome de West (um padrão de ondas cerebrais associadas a crises epiléticas, o qual compromete o desenvolvimento psicomotor da criança), exigindo um tratamen-to caro e intensivo. Desde os 2 anos, Jamal está livre da doença

e, no momento, continua no ca-minho da re cuperação.

Atualmente, estima-se que haja três milhões de portadores da sín-drome no Brasil, de acordo com a entidade presidida pela atriz, que se acha à disposição do Ministério Público do Trabalho para coloca-ção dessas pessoas no mercado. “É um número aproximado que a gente tem para que haja políticas de Estado para elas”, comenta.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, Isabel Fillardis falou um pouco da trajetória artística, da apreensão ao descobrir a doença do filho, e explicou por que comemorar cada movimento, primeiros passos ou palavras de uma criança com necessidades especiais representa conquistas emocionantes.

BOA VONTADE — Em seu traba-lho, a família está muito presente. Sua mãe, por exemplo, é também empresária...

Isabel Fillardis — Isso foi a melhor coisa que fiz. Claro que há casos e casos. Acredito que existem mães e filhas que não poderiam

“Quando o Jamal completou 2 anos, fez um eletroencefalograma. E ele não tinha mais a síndrome. (...) Foi quando resolvemos fundar A Força do Bem, para dividir um pouco dessa alegria, dizer que era possível encurtar o caminho para algumas crianças.”

Page 24: Revista Boa Vontade, edição 225

trabalhar juntas, por uma incom-patibilidade de personalidades, de pensamentos, mas quando dá certo é muito mais seguro, praze-roso. Então, consegui unir o útil ao agradável; minha mãe aprendeu a ser empresária no pulso, porque ela era dona de casa, mas não tinha para onde correr. Foi um desafio para ambas, na verdade. Meu pai colocou para mim: “Você vai terminar os estudos. Se quiser ir trabalhar, tudo bem, pode ir, mas as minhas condições são estas: sua mãe acompanha e você termina os estudos”. Foi difícil, porque estava concluindo a escola e começando na televisão. Foi uma loucura, mas consegui.

BV — Da carreira de modelo para a de atriz foi um pulo. Quais foram os maiores desafios nessa transição?

Isabel — Acho que a técnica de atuação. O Luiz Fernando de Carvalho, que foi o meu primeiro diretor, sempre dizia que eu tinha muita espontaneidade, luz própria, que jamais deveria fazer um curso de interpretação, porque poderia perder esta minha intuição. Hoje dou razão a ele. Meus trabalhos ao longo desses anos foram com muita intuição e sensibilidade. Às vezes, quando se é extremamente técnico, perde-se um pouco disso. E enfrentar isso perante os cole-gas... A grande maioria era forma-da, tinha anos de televisão. Viver esse preconceito foi um pouquinho complicado. Também foi a questão ilusória da fama. Era uma menina que saía de casa e ia para a escola, fazia estágio e, de repente, comecei a trabalhar na TV. Fui do Rio de

Janeiro até a Bahia, fiquei lá 15 dias, e quando voltei minha vida estava completamente mudada: todo mundo falava de mim nas ruas ou, então, vinha pedir autógrafo. O que era autógrafo? Eu nem sabia o que era isso! Foi uma mudança bastante radical.

BV — O ator não pode se iludir com a fama?

Isabel — Não. Fama é real-mente uma ilusão. Trabalha-se muito. O ator tem de estudar, ler para ter diversidade de ideias e de conteúdo para desenvolver o trabalho. Isso é constante. O artista precisa estar sempre observando o Ser Humano, a vida, enfim, um eterno aprendizado. Esse glamour é momentâneo; você é bajulado, todo mundo diz que é maravi-lhoso, que é isso, aquilo. Daqui a pouco faz um trabalho que é “mais ou menos”, e ninguém fala nada; aí é que fica o problema, onde é que está o suporte? O meu veio da minha criação, de casa, da família, que nunca deixou essa realidade. Sou atriz, mas não respiro isso 24

horas por dia. É preciso ter o pé no chão, porque papel de prota-gonista não é garantia de sucesso. Essa vida é uma montanha-russa. É difícil lidar com o sucesso; tem que se estar preparado para a des-cida também.

BV — Como é trabalhar em tantas frentes: teatro, cinema, televisão, ativismo social, família?

Isabel — Conto com um staff enorme. Minha mãe me ajuda demais e meu marido é superpar-ceiro também, apesar de ter muito trabalho. Todos nós atuamos nas duas entidades. Minha irmã e meu marido são mais atuantes do que eu.

BV — Como reagiu quando soube que seu segundo filho tinha a sín-drome de West?

Isabel — Não foi legal. Não esperávamos isso, mas, sim, um filho perfeito, que fala, anda, se comunica bem, tem uma evolu-ção normal. Aí recebemos uma criança completamente diferente, com algo de que você nunca ouviu falar. É a mesma coisa que traçar um roteiro de viagem para a Eu-ropa no frio, por exemplo, e no meio da viagem o avião se perde e para no Havaí. (...) É muito as-sustador. O acesso à informação não é tão grande, e isso poderia salvar uma vida. A gente nunca perdeu a fé de que ele pudesse ter uma qualidade de vida melhor. No início, o médico falou que, se conseguíssemos evitar atitudes compulsivas dele até uns 5 anos, ele poderia até ficar normal. Então, lutamos a favor disso o tempo

“Fama é realmente uma ilusão. Trabalha-se muito. O ator tem de estudar, ler para ter diversidade de

ideias e de conteúdo para desenvolver o trabalho.

(...) O artista precisa estar sempre observando o Ser

Humano, a vida, enfim, um eterno aprendizado.”

Abrindo o coração

24 | BOA VONTADE

Page 25: Revista Boa Vontade, edição 225

inteiro, com medicação, carinho e atenção a tudo, procurando as me-lhores terapias possíveis. Era tudo muito caro, importado. Quando o Jamal completou 2 anos, fez um eletroencefalograma. E ele não ti-nha mais a síndrome. A gente nem acreditou. Fomos abençoados. Foi quando resolvemos fundar A Força do Bem, para dividir um pouco dessa alegria, dizer que era possível encurtar o caminho para algumas crianças.

BV — O amor foi determinante, o fator responsável pelos avanços do Jamal?

Isabel — Foi sim, o amor, a união em prol da melhora dele, porque isso modifica tudo, sua rotina, o jeito pelo qual vê a vida. Mexeu com a família como um todo. Ficamos todos voltados para isso; a Analuz acabou amadurecen-do um pouco, por conta de ver a nossa luta diária, muito sofrimento, principalmente nos dois primeiros anos. Essa síndrome deixa sequelas respiratórias, então ele tinha várias internações, ficava uma semana para poder curar um broncoespas-mo... até pneumonia já chegou a ter muito pequenininho; era muita luta, pela vida mesmo, sabe? Esse tipo de sofrimento amadurece qualquer pessoa, faz olhar o Ser Humano com outros olhos e ver quanta coisa de errado existe no mundo.

BV — Qual mensagem tem para os leitores da BOA VONTADE?

Isabel — Para resumir tudo, se a gente for pensar, os problemas da Humanidade também são nossos; todos estamos interligados, faze-

mos parte de um mesmo planeta, bebemos da mesma água, come-mos os frutos da mesma terra, somos irmãos! O que acontece na vida de um interfere direta ou indiretamente na existência do ou-tro. As pessoas têm de ficar felizes com a felicidade do próximo: essa vibração de alegria é contagiante, tem uma energia de cura grande. O amor seria a pílula que es-taria faltando na Humanidade para que possamos caminhar e evoluir sem destruir a fa-mília, os valores, o planeta. Precisamos resgatar coisas lá atrás, para sobreviver, para que os nossos filhos pos-sam usufruir desta Terra, porque ela não é minha, ou sua, é nossa enquanto esta-mos aqui, depois vamos para outro lugar, ficar per-tinho de Jesus Cristo. Um

beijo para todos. Obrigada pela oportunidade. (...) Tenho um ca-rinho pela LBV. Estava me lem-brando outro dia quantos lugares conheci da Instituição. Conheci a LBV de Portugal, o Templo da Boa Vontade... aquela Pirâmide é um lugar sério!

“Tenho um carinho pela LBV. Estava me lembrando outro dia quantos lugares conheci da Instituição. Conheci a LBV de Portugal, o Templo da Boa Vontade... aquela Pirâmide é um lugar sério!”

isabel Fillardis, o esposo, Júlio, e os filhos, Jamal e Analuz, vestidos

com a camiseta da ONG A Força do bem, responsável pelo cadastro nacional de pessoas com

a síndrome de West.

Em dezembro de 1996, os atores Paulo figueiredo e isabel

fillardis (no destaque) participaram da festa

de Natal com crianças e famílias atendidas pela LbV

de Portugal. A comemoração ocorreu no Teatro Sá da

bandeira, na cidade do Porto.

Page 26: Revista Boa Vontade, edição 225

Acontece no Mato Grosso do Sul

c a m P O g r a n d e / m s

Respeitoàs diferenças

Programa da LBV incentiva convivência entre culturas

Entre os propósitos do amplo trabalho socioeducacional desenvolvido pela Legião da Boa Vontade está o de pro-

mover a valorização da mulher. Nos Centros Comunitários e Edu-cacionais da LBV são oferecidos cursos de capacitação profissio-nal e apoio especial a gestantes, acompanhando-as desde o 4o mês de gestação até o primeiro ano de vida do bebê. Essa importante ação da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico

Vista parcial da Aldeia urbana Marçal de Souza, residência de famílias da

tribo terena, e do Memorial da Cultura indígena. No

destaque, crianças conhecem o acervo do Museu.

viabiliza o bom resultado obtido com as diversas atividades: mais saúde para mãe e filho.

Em Campo Grande/MS, a história de índias terenas — as irmãs Sebastiana e Antônia e a cunhada Jacira Marcelino — expressa bem a importância des-se tipo de atendimento da LBV. Jacira tem oito filhos, Antônia é mãe de cinco, e Sebastiana, de seis.

As três estavam desempre-gadas e o fato de não terem

formação profissional específica nem local para deixar os filhos reduzia bastante as oportunidades de colocação no mercado de tra-balho. Por isso, a assistente social da Instituição logo encaminhou-as para a Oficina de Tecelagem em lã de carneiro, na qual aprenderam a confeccionar tapetes. Outra inicia-tiva foi matricular a garotada

Sarah JaneFotos: Analice Barcelá

26 | BOA VONTADE

Page 27: Revista Boa Vontade, edição 225

reunida, a família Marcelino reflete a alegria de estar na LbV.

no programa LBV – Criança: Futuro no Presente!.

Pela diversidadeQuando começaram a partici-

par das atividades, os meninos e meninas terenas tiveram dificul-dade de interação com as demais crianças. Para vencer a barreira cultural, foi decisiva a Pedagogia do Afeto — proposta educacional criada pelo diretor-presidente da LBV, Paiva Netto — que, firmada no amor fraterno e nos valores éticos, espirituais e ecumênicos, ensina o respeito às diferenças.

Nessa proposta, a equipe de profissionais da Instituição pôs em prática o projeto Diversidade Cultural, com o tema: “Conhe-cendo nossa cidade e suas ori-gens”. A ação resgatou a cultura indígena e teve o objetivo de sensibilizar as crianças e levá-las

a compreender que há diferenças e todos têm os mesmos direitos e deveres.

A atividade contemplou a histó-ria da capital sul-mato-grossense, destacando que esta foi a primeira cidade brasileira a possuir aldeia indígena urbana. São 135 ocas de alvenaria construídas pela prefeitu-ra, localizadas em um dos pontos mais visitados do município: a Al-deia Urbana Marçal de Souza, onde residem famílias da tribo terena. Ali, o projeto foi concluído com a visita das crianças da LBV à aldeia e ao Museu da Cultura Indígena.

A ação aproximou-as e aumen-tou a integração de mães e filhos. “Somos testemunhas de uma mu-dança significativa na vida desses meninos”, avaliou a assistente social.

Para Sebastiana, a transformação mais expressiva foi no compor-tamento dos filhos: “Eles não se misturavam com as outras crianças. Hoje estão bem mais entrosados,

brincam e conversam, tanto na LBV quanto na escola”.

Jacira, por sua vez, ressaltou o convívio familiar: “Com o apoio da LBV melhorei bastante e meus filhos também. Antes eles brigavam muito e até se agrediam fisicamente, o que já não acontece; eles ficam em paz. Nós aprendemos a conversar mais uns com os outros”.

Durante a realização do pro-jeto, Jacira, Sebastiana e Antônia contaram também com atendi-mento psicológico, o que as aju-dou a entender melhor os próprios filhos nos problemas de convívio. “O resultado foi excelente. Era a orientação de que precisávamos, corrigimos as coisas erradas que aconteciam em casa”, disse Antônia.

Com o apoio que receberam da LBV, a situação das três famí-lias transformou-se para melhor. “Dou graças a Deus por ter conhecido a LBV”, afirma Jacira.

Em Campo Grande/MS, a Le-gião da Boa Vontade está localiza-da na Avenida Marechal Deodoro, 5.055, Aero Rancho, tel.: (67) 3317-6300.

BOA VONTADE | 27

Page 28: Revista Boa Vontade, edição 225

VISIBILIDADEaos guardiões da florestaQ

uando não está interpretan-do, ou antes de se preparar para viver novo persona-gem, o ator Marcos Pal­

meira dedica seu tempo a uma atividade pela qual também é apaixonado: faz o registro histórico de etnias indígenas. No dia 15 de maio, durante evento na TV Cultu-ra, comemorou um ano de sucesso do programa A’Uwe, apresentado por ele na emissora. Foram ao ar 38 documentários inéditos, com o diferencial de retratar o índio da maneira mais realista possível e, ainda, contando na sua elaboração com a participação indígena: do total desses programas, 16 foram dirigidos ou codirigidos por índios. “Essa é uma forma de enxergar melhor também os brasileiros, as nossas origens estão todas ali; é

Marcos Palmeira: um

entusiasta e defensor

da cultura indígena

Na segunda temporada, ini-ciada em junho, A’Uwe — que significa “povo indígena” — passou a apresentar também ví-deos internacionais. A presença cultural de outros países é, na opinião do apresentador, um modo “de enriquecer e talvez até aproximar mais todas as comunidades”.

Palmeira defende uma política indigenista que garanta a esses grupos étnicos papel relevante na conservação do meio ambiente. “Se realizarmos uma pesquisa no Brasil, [veremos que] as áreas mais preservadas estão dentro de comunidades indígenas. Então eles poderiam ser os guardiões da floresta, ganhar para isso, criar o turismo étnico, para se viajar a essas aldeias, podendo conhecê-

uma janela muito rica nesse sen-tido. Fico feliz de o programa ser um espaço diferente, verdadeiro”, comenta Palmeira.

TelevisãoO ator Marcos Palmeira

Du S

anto

s

Divu

lgaçã

o

Débora Verdan e Leila Marco

28 | BOA VONTADE

Page 29: Revista Boa Vontade, edição 225

-los, participar dos cantos, dos rituais deles”, ressalta o ator em entrevista à BOA VONTADE.

Para ele, a emoção sentida pelos irmãos Orlando, Cláudio, Leo­nardo e Álvaro Villas Boas nos primeiros contatos com os índios, ainda na década de 1940, existe ainda hoje. No programa, o públi-co tem também a oportunidade de acompanhar o que é feito a partir desse momento em que diferentes culturas fazem contato. “Esses registros me emocionam bastante (...). É um trabalho típico para as escolas, para se acabar de vez com aque-las histórias básicas da origem do Brasil; e você vê que nós temos muito mais deles do que se imagina, até em ter-mos espiri tuais”, comenta.

Momento crucialQuanto aos que criticam essa

aproximação, o artista lembra que a situação representa um imperativo, haja vista a expansão das fronteiras agrícolas e das ci-dades, cada vez mais próximas de territórios indígenas. Além disso, boa parte dos índios se encontra em processo de empobrecimento, seja pelo contato com a cultura branca, seja pelo modelo de de-senvolvimento implantado em suas terras, levando muitos a uma

condição de marginalidade econômica.

Palmeira argu-menta: “É um mo-mento crucial de se preservar as comu-nidades indígenas, de olhar para eles com outro olhar .

Eles estão muito ca-rentes, querem

visibilidade, estão muito mais abertos do que nós. Esse primeiro olhar é importante”.

Batismo indígenaA ligação de Marcos Palmeira

com o tema não é recente. Em 1978, o pai dele, o cineasta Zeli­to Viana, sempre lembrado com muito carinho por Paiva Netto, produziu e dirigiu o documentário Terra dos Índios, já naquela época um verdadeiro mergulho na cultura indígena brasileira. “E aí ele deixou o

“A vontade de todos os índios, de modo geral, é a de resgatar a

cultura e, ao mesmo tempo, serem aceitos, para que

possam participar da nossa sociedade.”

O sertanista Orlando Villas boas, pioneiro no contato com os indígenas, em visita à Aldeia Kamayurá, em 1998. A revista bOA VONTADE (no 200) publicou a última entrevista com o saudoso defensor dos índios.

Jair

Berto

lucci

Arqu

ivo B

V

Zelito Viana

Arm

ando

Kita

mur

a

BOA VONTADE | 29

Page 30: Revista Boa Vontade, edição 225

nosso endereço na aldeia. Um belo dia chegou uma Kombi lá em casa, abarrotada de índios da aldeia xavante [São Pedro, da terra indígena de Parabubure]. O carro veio de Mato Grosso cheia de artesanato. Eu tinha uns 15 anos e fiquei de cicerone, de intérprete deles... E as pessoas na rua achavam que eles eram figurantes de novela. Foi muito engraçado”, relembra.

O ator conta que aquela con-vivência o ligou definitivamente à causa: “Ano-novo, carnaval, todo esse período os índios xa-vantes passaram com a gente e me convidaram para participar, em julho, do ritual de passagem de adolescente para adulto na aldeia deles; peguei um ônibus e fui”. A amizade com índios da tribo se consolidou, e o jovem Marcos foi batizado com o nome xavante de Tsiwari, que significa “sem medo”. “Morei com eles cerca de dois meses, só voltei porque fiquei doente. Ia mandar notícia para o meu pai: ‘Eu me achei, está tudo bem! (risos)’.

Quando voltei, queria fazer algo ligado aos índios.”

A oportunidade apareceria em breve, graças ao convite do antro-pólogo e etnólogo Carlos Morei­ra Neto para ingressar no Museu do Índio, no Rio de Janeiro/RJ. “Trabalhei na parte de imagem com João Domingos de Lamô-nica, que tinha sido fotógrafo do Marechal Rondon; foi um cara que me ensinou muito. Depois, eu e Luís Carlos Saldanha, que cuidava dos vídeos, conseguimos documentar os índios que tinham

Laine Milan, diretora e roteirista do programa A’Uwe.

O jornalista Paulo markun, diretor-pre-sidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da rádio e TV Cultura.

acabado de ser descobertos na época (1981).”

Após essa passagem pelo Mu-seu do Índio, a carreira de ator ganhou projeção, levando-o para outros caminhos. Ele, porém, não se esqueceu dos amigos indígenas. Em 2004, 25 anos depois da pri-meira visita, a pedido dos próprios xavantes, Marcos Palmeira voltou ao coração de Mato Grosso com o objetivo de fazer um registro da situação da comunidade. Do projeto, surgiu o documentário A Expedição A’Uwe, a Volta de Tsiwari. Nele, denuncia a precarie-dade da vida dos indígenas. “Eles perderam terra, não têm comida, frutas e peixe, e a [situação na] fronteira com os fazendeiros está, cada vez mais, acirrada.” Apesar de tudo, ressalta Palmeira: “Há muita esperança (...). A vontade

de todos os índios, de modo geral, é a de resgatar a

cultura e, ao mesmo tempo, serem acei-tos, para que possam participar da nossa sociedade”.

Jair

Berto

lucci

Lucia

no P

iva

Guide

Viag

gi

Iber

ê Th

enór

io

Televisão

“Se realizarmos uma pesquisa no Brasil, [veremos que] as áreas mais preservadas estão dentro de comunidades indígenas. Então eles poderiam ser os guardiões da floresta, ganhar para isso, criar o turismo étnico.”

30 | BOA VONTADE

Page 31: Revista Boa Vontade, edição 225

g O i  n i a / g O

Jorge & MateusAmigos de boa Vontade

Joílson Nogueira

Káss

ia Be

rnar

de

A dupla Jorge (D) e Mateus durante homenagem feita pelas crianças da LbV

Osertanejo universitário é uma das novidades da música brasileira e cada vez mais ganha espaço em

todo o país. Esse movimento, que mescla axé, forró, rock e pop ao estilo sertanejo, gera um ritmo bem diferente daquele conhecido desde a década de 1970.

Dentro do novo estilo, uma das duplas de maior sucesso é a dos goianos Jorge & Mateus, de Itumbiara, de onde saíram para apostar na carreira artística. De-pois de dois anos se apresentando em vários bares, festivais e casas de show, alcançaram o sucesso logo com o primeiro CD e DVD, gravados ao vivo em Goiânia.

Nem a correria do dia-a-dia nem a agenda lotada fazem com que a dupla deixe para segundo plano valores importantes, como a Solidariedade. Recentemente, conheceram o trabalho desenvol-vido pela Legião da Boa Vontade na capital do Estado, que beneficia centenas de meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social. Sensibilizados, doaram cestas de chocolates para os que participam do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!.

Em retribuição ao gesto dos

cantores, a garotada preparou uma surpresa para a dupla durante a gra-vação do programa de TV Odair Terra: foi entregue aos amigos de Boa Vontade o quadro de Mérito à Solidariedade. Emocionado, Jorge afirmou: “É uma alegria muito grande, não sabíamos desta homenagem. A LBV tem a nossa dupla para o que der e vier. Esta-mos aí para dar força. Mais uma vez, agradecemos a homenagem das crianças”.

“Ficamos até sem voz”, acres-centa Mateus. “É legal ver o sorriso de uma criança, é verda-deiro. Ser parceiro da LBV é muito importante para a gente. Tudo que

vem de coração é legal, e uma coisa que faz bem para a alma. Ver o trabalho sério que a LBV faz e poder ajudar, fazer parte disso, é muito importante, ficamos honrados e emocionados.”

Ao término da gravação do programa, os sertanejos se disse-ram encantados com o potencial musical das crianças que inte-gram o Coral Ecumênico Infantil LBV e anunciaram outro impor-tante apoio à Instituição: doarão violões e contratarão músicos profissionais para ensiná-las. Em breve será inaugurada uma Sala de Música no Centro Educacional da LBV em Goiânia.

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V ! centro educacional da lBv — rua Jamil abraão, 645, setor rodoviário, tel.: (62) 3531-5000 — goiânia/gO

Música

BOA VONTADE | 31

Page 32: Revista Boa Vontade, edição 225

Criação do abre novas perspectivas na área museológica

culturaIncentivo à

Marta Jabuonski

Vivia

n Ri

biero

Arte na TelaAções em defesa do patrimônio cultural do brasil

Vista do Museu Histórico Nacional, no rio de Janeiro/rJ.

32 | BOA VONTADE

Page 33: Revista Boa Vontade, edição 225

Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da boa Vontade.

Arqu

ivo p

esso

al

Conhecer um museu está lon-ge de representar uma visita a local empoeirado, repleto de velharias, comprometido

em mostrar aspectos do poder de uma época ou de classes sociais. Antes, é um convite para grandes aventuras e descobertas, capazes até de levar à transformação dos rumos da história atual. Cabe então perguntar: mudaram os mu-seus ou os conceitos? Ou talvez o homem tenha descoberto que

A partir da esquerda: luiz fernando de almeida, presidente do iphan; o ministro das relações Exteriores, celso amorim; o presidente do Senado, José sarney; o presidente luiz inácio lula da silva; o ministro da Cultura, Juca ferreira; o ex-ministro da Cultura gilberto gil; e José do nascimento Júnior, presidente do instituto brasileiro de Museus (ibram), na cerimônia de posse da diretoria da entidade, no Palácio do itamaraty.

não pode avançar sem primeiro buscar no passado a reflexão para fundamentar o presente e semear o porvir.

O certo é que essas “grandes escolas”, em quantidade conside-rável no Brasil e no mundo inteiro, nos esperam dia a dia, boa parte delas gratuitamente, para conos-co “dialogar”. Trazem para nós assuntos e formas diferentes, mas em todas elas o protagonista é o homem e sua história.

No Brasil, os primeiros meses de 2003 foram fundamentais para avanços no setor. Nesse período começavam a ser difundidas as diretrizes básicas da área museoló-gica e, em 16 de maio daquele ano, se implantava a Política Nacional de Museus, em evento oficial no Museu Histórico Nacional (MHN) do Rio de Janeiro/RJ.

Posse da diretoria do Ibram

Em janeiro deste ano, outro grande passo: a criação do Institu-to Brasileiro de Museus (Ibram), cuja diretoria tomou posse em 11 de maio, em cerimônia realizada no Palácio do Itamaraty, em Bra-sília/DF, com a presença do presi-dente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Tomaram posse no Ibram, além de José do Nascimento Júnior, na presidência, os diretores: Má­rio Chagas, no Departamento de Processos Museais; Eneida Bra­ga, no Departamento de Difusão, Fomento e Economia de Museus; Rose Miranda, coordenadora geral de Sistemas de Informação Museal; e Cláudia Storino, asses-sora da presidência.

Em entrevista à BOA VON-

Clay

ton

Ferre

ira

BOA VONTADE | 33

Page 34: Revista Boa Vontade, edição 225

TADE, Nascimento afirmou que as sementes dessa política surgi-ram “no Rio Grande do Sul, no Fórum Estadual de Museus, em 2002, quando profissionais da área museo lógica reuniram-se para discutir e preparar um documento que foi entregue para candidatos a presidente e governador. Como não existia na época o Fórum Nacional, o trabalho ganhou esta reper-cussão”. Talvez tenha ali ocorrido até por causa da tradição cultural desse Estado, o segundo da fede-ração em número de museus: 360.

O presidente do Ibram ponde-

Esse modelo de gestão está sendo copiado por outras nações, a exemplo da Espanha, da Colômbia, do Chile e da Argentina. A troca de experiências com esses países é gratificante e enriquece a nós, bra-sileiros; basta olhar a quantidade de editais e projetos em curso.

Nessa marcha, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus re-lembra apoios importantes, como o do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, que acreditou no projeto e em sua continuidade, e do atual mi-nistro, Juca Ferreira. Para Nasci-mento, “o Ibram é o filho caçula do Ministério e, como em toda família, o mais novo é sempre o mais cuida-do, o que ajuda bastante. O governo enxerga a política de museus como estratégica. Esse legado deixaremos para as futuras gerações”.

Segundo ele, a estruturação do novo órgão, do ponto de vista administrativo, é mais do que justificada. “Saímos de dentro do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] com a tarefa de articular a Po-lítica Nacional de Museus e o Sistema Brasileiro de Museus como um todo: os 2.650 museus que possui o país e um milhão de itens a serem preservados. É uma área que gera empregos, turismo, desenvolvimento, educação.”

Além disso, garante, a equipe é formada por profissionais de vários ramos da cultura, o que dá consis-tência e experiência para enfrentar a empreitada. Ele explica: “É um time, cada um na sua posição, cum-prindo o papel, buscando resultado. Todo mundo está imbuído, remando para o mesmo lado.

ra sobre o caminho de sete anos percorrido desde o lançamento da ideia no Sul: “Menos rápido do que gostaria, mas no tempo certo de amadurecimento do setor, de acordo com as condições que havia na época”.

O Ibram será responsável por gerenciar a política pública para a área museológica, trabalhando pelo aumento de visitação e arrecadação dos museus e pelo fomento de polí-ticas de aquisição e preservação de acervos, de programas de capacita-ção e de legislação, integrando as ações entre os museus brasileiros.

José

Fra

ncisc

o Alve

s

Arte na Tela

Fachada do Museu de Arte do rio Grande do Sul — MArGS.

34 | BOA VONTADE

Page 35: Revista Boa Vontade, edição 225

m a r i n g á / P r

Pelo gosto de lerIniciativa da LBV mobiliza crianças na criação e interpretação de histórias, estimulando a criatividade

Paulo Araújo

Paulo

Ara

újo

A partir da esquerda: Olga Agulhon, Nilsa Alves de Melo, Eliana Palma, Vandré Fernando e Alberto Paco, com os alunos da LbV premiados: bruno Pires Calixto, rodrigo Micheleto e ingrid Pimenta.

destaque na mídia Diversos veículos de comunicação divulgaram o concurso Melhor Contador de Histórias, promovido pela LbV. Além do jornal O Diário do Norte do Paraná, também o Jornal do Povo deu destaque ao evento, inclusive, com cha-mada em primeira página. Os jornalistas Ângelo rigon (pelo seu blog), verdelírio Barbosa (colunista do Jornal do Povo) e Joel cardoso (colunista do Hoje Notícias) igualmente exaltaram a iniciativa.

veis. O tempo mostrará os bons frutos que a LBV está plantando”, disse o conselheiro.

Os três contadores de histórias mais bem colocados este ano foram, respectivamente, Ingrid Sara Pi­menta da Silva (9 anos), Rodrigo Micheleto Marciano (6) e Bruno Pires Calixto (11). Eles foram premiados com livros da Editora Elevação e uma coleção da ALM. Outro aspecto positivo do concurso é a participação espontânea de pais e amigos. Por exemplo, entre os finalistas, os familiares ajudaram na composição do vestuário e de outros acessórios usados pelas crianças para dar mais vida ao conto. D

espertar na criança o hábito da leitura e, com isso, es-timular o aprendizado por meio do lúdico tem sido, nos

últimos anos, um dos grandes desa-fios dos educadores. No ano passa-do, o concurso Melhor Contador de Histórias, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV), convidou dezenas de crianças a escolher um livro de histórias infantis para, em seguida, lê-lo e contar aos colegas o que aprenderam.

O sucesso do evento foi tanto que, agora em 2009, a Instituição realizou a segunda edição do concur-so reunindo, desta vez, um número maior de participantes. Durante uma semana, as crianças puderam viajar pelo mundo da imaginação. “Elas participam desse evento porque

gostam”, ressaltou a presidente da Academia de Letras de Maringá (ALM), Olga Agulhon. “Esta é uma iniciativa maravilhosa. O in-centivo à leitura tem que fazer parte da pauta de trabalho de todas as instituições. (...) A Acade-mia estará presente”, confirmou.

Na fase classificatória, foram selecionados doze pequenos para a final do concurso. Os jurados que atuaram na última etapa são mem-bros da ALM: além da presidente, participaram os acadêmicos Nilsa Alves de Melo, Alberto Paco e Eliana Palma, e o conselheiro tu-telar Vandré Fernando Alvarenga. “Parabéns à LBV por este evento emocionante. Cumprimento todos por mostrar que é possível oferecer às nossas crianças opções saudá-

LBVé ação!

Acontece no Paraná

BOA VONTADE | 35

Page 36: Revista Boa Vontade, edição 225

Academia Brasileira de LetrasEntrevista com Carlos Heitor Cony

O jornalista, escritor e imortal da Academia Bra-sileira de Letras (ABL) Carlos Heitor Cony já era prosador quando criança. A inclinação para as letras veio de modo natural: foi, para

ele, o primeiro refúgio e vocação profissional. Um defeito de dicção lhe dificultava o falar, então a solu-ção do pequeno Cony foi valer-se de outra maneira de se comunicar. “Minha carreira de escritor começou lá atrás. Quando era criança, possuía um defeito na língua, tinha uma dificuldade muito grande de pronunciar certas palavras; tenho até hoje. Devido a isso, era garotinho, tinha 6 ou 7 anos, comecei a me expressar por bilhetes. Lembro-me de que mandava bilhetes para minha mãe, pedindo: ‘Mamãe, quero comer bife à milanesa com purê de batata’”, conta o veterano jornalista.

Acadêmico conta um pouco de sua história, da vocação de escritor e analisa a cassação de Juscelino

JK por Carlos Heitor Cony

Divu

lgaçã

o

Carlos Heitor Cony e Enaildo Viana, da revista bOA VONTADE.

36 | BOA VONTADE

Page 37: Revista Boa Vontade, edição 225

Esse apego, explica ele, surgiu também para evitar repreensões: “Se falasse errado, minha mãe me corrigia, então escrevia ao invés de pedir. Conheci a literatura em Minas Gerais e vi que seria o meu destino, e estou nela até hoje”.

Em 1939 operou o freio da língua e, inspirando-se no método do brilhante orador grego Demós­tenes*¹ (gago até a adolescência), fez exercícios com bola de gude na boca, a fim de dar mais mobili-dade à língua. Aos poucos corrigiu praticamente o problema. Depois, seguindo os passos do pai, o jor-nalista Ernesto Cony Filho, esse carioca de São Cristóvão começa a trabalhar, em 1952, como redator da rádio Jornal do Brasil.

Seis anos mais tarde, o jovem jornalista lança O Ventre, o primeiro dos 16 outros romances de sua la-vra, entre os quais Quase Memória, (1995) e A Casa do Poeta Trágico

(1997), escolhido o Livro do Ano, e com o qual obteve o Prêmio Ja-buti (categoria Ficção). Versátil em outros gêneros literários, é autor de diversos livros de crônicas e de adaptações da literatura universal.

Com várias obras suas levadas para o cinema, lançou-se a escrever roteiros de filmes. Colaborou por mais de 30 anos na revista Manche-te e, como diretor de Teledramatur-gia da extinta Rede Manchete, foi responsável pelo projeto e sinopse das novelas A Marquesa de Santos, Dona Beija e Kananga do Japão.

Em 2000, foi eleito membro da ABL, onde ocupa a cadeira nº 3. Atualmente, é colunista da Folha de S. Paulo e de vários jornais do país, além de comentarista da rádio CBN e da TV Band News.

No dia 30 de junho, o escritor palestrou na sessão solene come-morativa do 45º aniversário de fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, que fora criado em 3 de junho de 1964, cinco dias antes de o pre-

“Juscelino tinha formação religiosa. (...) Ele chegou a fazer um cursilho para

apaziguar um pouco, porque estava inquieto,

sofrendo muito, mas não concretizava esse sofrimento

numa conspiração, numa retaliação. Tomava como

modelo no exílio duas figuras tutelares, que eram

D. Pedro II e José Bonifácio.”*¹ demóstenes (384-322 a.C.), orador e político de Atenas, praticava a oratória em frente do mar, decla-mando para as ondas com a boca cheia de pedrinhas.

Foto

s: Ri

ck L

igthe

lm

Divu

lgaçã

o

BOA VONTADE | 37

Page 38: Revista Boa Vontade, edição 225

Academia Brasileira de Letras

uma admiração muito grande pelo movimento já do tempo do Alziro Zarur. Eu admirava o trabalho dele, porque toda pessoa que cria uma mensagem, uma campanha pela Boa Vontade, pela felicidade, pela concórdia, pela paz, é um mé-rito, deve receber todo o prestígio e aplauso”.

BOA VONTADE — Durante a pales-tra, o senhor disse que não foram os militares que pressionaram pela cassação de Juscelino. O que ocorreu de fato?

Carlos Heitor Cony — A cassação foi uma reivindicação, uma exigência do empresaria-do paulista, civil. Podia ter um ou outro apoio militar, mas não foram eles que se levantaram contra JK. Depois, realmente o negócio mudou muito, e logo depois do movimento militar de março, abril de 1964, os militares não pouparam Juscelino; apenas não incluíram na primeira lista que cassou João Goulart, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luís Carlos Prestes. O empresariado paulista tinha compromissos com a UDN e com Carlos Lacerda, que precisava então limpar a barra. JK já era candidato lançado pelo PSD, homologado pelo partido para concorrer às eleições de 1965. Por isso, o empresariado paulista, o Abreu Sodré, que era governador [de São Paulo], e outros próximos resolveram pressionar Castello Branco, através do ministro Costa e Silva, que levou Castello até São Paulo, e lá falaram claramente a ele: “Ou você cassa o Juscelino ou São Paulo não apoia o plano

econômico-financeiro do gover-no”. Diante disso, não teve outro jeito senão cassar JK.

BV — O que se temia?Cony — As forças que manipu-

laram os militares em março, abril de 1964 eram muito ligadas ao La-cerda. Ele foi o grande insuflador do golpe, da revolução, o conspirador e candidato natural. Carlos Lacerda mesmo dizia que o sonho dele era ser presidente da República, e a oportunidade estava ali, o campo livre, mas havia um empecilho, e era JK, uma peça do xadrez im-portantíssima, porque tinha tudo para vencer: as pesquisas davam a vitória a Juscelino tranquilamente para 1965. Lacerda e o pessoal de São Paulo acharam que removendo Juscelino seria fácil para Lacerda. E realmente ficaria (...) se a máquina política não continuasse rodando; e rodou tanto, que terminou tam-bém com o próprio Lacerda sendo cassado.

BV — JK apoiava o parlamenta-rismo?

Cony — Ele não era parla-mentarista. Porque tinha feito o governo dele. A vida toda de Juscelino foi de grande executivo, em Minas Gerais, como prefeito de Belo Horizonte, como governador de Minas e presidente da Repú-blica. Possuía na mão o poder de realizar, de poder, de criar. Achava que o parlamentarismo reduziria o presidente. Que seria ele se houvesse eleição? Uma rainha da Inglaterra, ou seja, uma figura decorativa. Então, JK era contra o parlamentarismo.

sidente Juscelino Kubitschek, o construtor de Brasília, ter o mandato de senador cassado e da suspensão dos seus direitos políti-cos por 10 anos. Profundo conhe-cedor da biografia de Juscelino, inclusive com obras publicadas sobre o assunto*², Cony comentou importantes aspectos do episódio que levou JK ao exílio voluntário logo após a cassação.

No bate-papo com a reportagem da BOA VONTADE, o renomado escritor agradeceu o ensejo de fa-lar à revista e recordou momentos em comum com a Legião da Boa Vontade. “O prazer é meu de dar uma entrevista para a LBV. Quando tomei posse na Academia Brasileira de Letras, toda a diretoria da LBV me apoiou. Paiva Netto, inclusive, foi na minha posse na Academia”, ressaltou.

E acrescentou Cony: “Recebo material da LBV em casa e tenho

*² Carlos Heitor Cony é autor dos livros JK: Memorial do Exílio (1982) e JK: Como nasce uma estrela (2002).

Coronel affonso Heliodoro (D), amigo do saudoso Juscelino Kubitschek e presidente do instituto Histórico e Geográfico do DF, é cumprimentado por Enaildo Viana, da LbV, pela passagem do 45o aniversário da entidade.

Divu

lgaçã

o

38 | BOA VONTADE

Page 39: Revista Boa Vontade, edição 225

“O prazer é meu de dar

entrevista para a LBV.

Quando tomei posse na

Academia Brasileira de

Letras, toda a diretoria

da LBV me apoiou.”

BV — O senhor disse que JK era um homem sem ressentimentos, mesmo estando no exílio não fez retaliação contra os perseguido-res?

Cony — Juscelino tinha forma-ção religiosa. Ele não tinha voca-ção para padre, mas foi seminaris-ta. Até o fim da vida dele continuou sendo homem de religião. Naquele tempo havia uma mania de fazer cursilho: reuniam-se pessoas de vários segmentos — operários, médicos, profissionais liberais —, que ficavam numa espécie de retiro espiritual. Ele chegou a fazer um cursilho para apaziguar um pouco, porque estava inquieto, sofrendo muito, mas não concretizava esse sofrimento numa conspiração, numa retaliação. Tomava como modelo no exílio duas figuras tutelares, que eram D. Pedro II e José Bonifácio.

BV — No exílio em Paris, JK chegou a receber Lacerda?

Cony — Não. Já no fim, quando Lacerda estava cassado e a sociedade civil reclamava, pedin-do liberdade, juntaram-se as três lideranças civis mais importantes daquela época na Frente Ampla: Juscelino (que representava mais ou menos o centro), João Goulart (a esquerda) e Lacerda (a direita). Os três líderes juntos davam 100% do eleitorado, foi um movimento que assustou os militares. Tanto que eles dissolveram a Frente Ampla. Depois, por coincidência ou não, o fato é que os três mem-bros da Frente (Jango, Juscelino e Lacerda) morreram num espaço de nove meses.

BV — Trabalhando na imprensa, o senhor se mostrou contrário ao golpe desde o início...

Cony — Eu nunca fui um animal político, sempre evitei me interessar pela política, mas em 1964 escrevia uma coluna num jornal influente, o Correio da Ma-nhã, no Rio de Janeiro, e tinha de me manifestar sobre o que estava havendo. Tomei conhecimento do que se passava no Brasil e, evi-dentemente, comecei a criticar o regime militar, que me levou seis vezes à prisão.

BV — E a vida de acadêmico?Cony — Completo 10 anos

como acadêmico. Relutei muito para ser da ABL, mas, depois de muitas pressões de amigos acadêmicos, um dia me telefonam à noite insistindo: “Olha, tem uma vaga, ela é tua, en-tra, é preciso. Fará bem para você e para a Academia”. Então, atendi ao apelo e fui; não estou arrependido.

BV — O senhor chega bem aos 83 anos. Existe um segredo?

Cony — A função faz o homem. Trabalhar no sentido lato, ou seja, ter uma missão, não no sentido no-bre, mas ter um encargo, um com-promisso com a vida, aí realmente o indivíduo supera-se e vai adiante. Eu tinha um amigo que afirmava: “Se tiver uma dívida para pagar amanhã de um milhão de reais, e não tiver dinheiro, posso atraves-sar a avenida de olhos fechados e ninguém me atropela; agora, se não tiver dívida nem trabalho, se não tiver nada, uma carrocinha me atropela e mata”.

Na ocasião de sua posse na AbL (em 2000), o veterano jornalista carlos Heitor cony, acompanhado de sua simpática esposa, dona Beatriz, é cumprimentado pelo dr. Pedro Paulote de Paiva, da LbV. À esquerda, o renomado jornalista Paulo Parisi.

Ivan

Sous

a

BOA VONTADE | 39

Page 40: Revista Boa Vontade, edição 225

Membro do Conselho De-liberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) desde abril de 2008,

em mandato de três anos, o jorna-lista e escritor Rodolfo Konder, desde março, coordena as ativi-dades da Representação da ABI na capital paulista. Em entrevista

militanteJornalismo

Rodolfo Konder, um veterano na defesa da liberdade de expressão e dos Direitos Humanos

à BOA VONTADE, o experiente profissional da comunicação — foi repórter, editor, diretor de publica-ções, editorialista, articulista e cro-nista de jornais e revistas do Brasil e do exterior — fala de liberdade de imprensa e Direitos Humanos com a autoridade de quem abraça há décadas essas causas.

Nascido em Natal/RN e criado no Rio de Janeiro/RJ, mudou-se para São Paulo em 1968. Seu tra-balho está voltado totalmente ao jornalismo, à Educação e à Cultura: autor de 20 livros, entre contos, crônicas e memórias, recebeu em 2001 o Prêmio Jabuti pela obra Hóspede da Solidão; foi secretário

Associação Brasileira de ImprensaLiberdade de imprensa e Direitos Humanos

Elias

Pau

lo

40 | BOA VONTADE

Page 41: Revista Boa Vontade, edição 225

de Cultura de São Paulo/SP, diretor do Masp e professor de Jornalismo na Faap; fez parte do Conselho da Fundação Padre Anchieta e da diretoria da Bienal de São Paulo. Antes de aceitar o convite da ABI, era diretor cultural das Faculdades Metropolitanas Unidas.

Duas vezes exilado, Konder foi um dos fundadores da Seção Brasileira da Anistia Internacional. Costuma ressaltar a valorização da diversidade. Para ele, o compro-misso maior é com os princípios e valores claramente universais: a luta pela democracia, a garantia da liberdade (de expressão, de imprensa, da mulher) e a defesa da ecologia. Na ocasião, Konder retribuiu o abraço fraterno do diretor-presidente da LBV, Paiva Netto: “Muito obrigado. Eu retri-buo o abraço e agradeço a vocês pela atenção”.

BOA VONTADE — Com vasta experiência no jornalismo (rádio, televisão e meio impresso), o senhor acrescenta a função de professor e atua na defesa dos Direitos Humanos...

Rodolfo Konder — Todas es-sas minhas experiências decorrem essencialmente do fato de que estou com mais de 70 anos. Aos 71 anos, você tem já uma história marcada por uma série de iniciativas e mu-danças. O mundo à minha volta sempre esteve em mudança. O Ho-mem não se banha duas vezes nas águas do mesmo rio, como nos en-sinou Heráclito. E eu participei de diversas situações... situações que se transformaram e que ajudaram a transformar o País também. Fui

1

3

2

4

dirigente sindical, depois me tornei jornalista ao voltar para o Brasil. Trabalhei na Agência Reuters; eu sabia ler e escrever, uma coisa ainda rara, e sabia inglês, então fui traduzir telegramas. Depois disso, trabalhei em O Paiz.

BV — Alguma cena o marcou nesse primeiro contato com o jornalismo?

Konder — Bem, eu trabalha-va (na Reuters) e quem chefiava a redação era a dona Jane Braga, uma americana alta, corpulenta. Ela gostava de mim porque tra-balhava direito, sempre muito disciplinado, e acabou me pro-

movendo logo a chefe de reda-ção; até pediu ao Itamaraty uma credencial para que eu cobrisse uma conferência da OEA [Orga-nização dos Estados Americanos] lá no Rio, no Hotel Glória. Entrei em pânico e lhe disse: “O Itama-raty vai dizer: ‘Mas esse cara não está no Brasil’”. Porque eu tinha voltado clandestinamente pela fronteira de Rivera [Uruguai] e Santana do Livramento [Brasil]. Felizmente, o Itamaraty me deu a credencial, ninguém reclamou, e fiz a cobertura para a Reuters des-sa conferência. Depois, trabalhei no O Paiz, na área internacional, uma área que sempre atraiu muito

(1) rodolfo Konder com fernando Henrique cardoso, na década de 1980; (2) com tancredo neves, em 1983; (3) com o atual secretário Estadual de Educação de São Paulo, Paulo renato souza; (4) e com teotônio vilela, em 1983.

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

BOA VONTADE | 41

Page 42: Revista Boa Vontade, edição 225

a minha atenção. (...) Vivi inten-samente também o período da guerra fria, que foi um período empobrecedor. Sabe por quê? O maniqueísmo, o lado bom e o lado mal, não existe isso. Depois, o sonho que tive em relação ao socialismo revelou-se um pesade-lo, porque o que a gente descobriu é que, em todos os lugares onde o socialismo foi implantado, nós acabamos com ditaduras ferozes, sanguinárias.

BV — Como abraçou a causa dos Direitos Humanos?

Konder — As mudanças me levaram nessa direção. Já no meu segundo exílio, em Nova York, eu me tornei amigo de um dirigente da Anistia Internacional e, quando voltei ao Brasil, ajudei a organizar a Seção Brasileira da Anistia Inter-nacional. Acabei sendo eleito vice- -presidente, depois presidente da Seção Brasileira. (...) Enquanto isso, trabalhei em rádio, em televisão. Durante os dois anos em que estive exilado no Canadá [de 1976 a 1978], trabalhei na Rádio Canadá [de Mon-treal], em revistas e jornais...

BV — O senhor também é conhe-cido como pioneiro no jornalismo multimídia... Dessas escolas da comunicação, qual o atrai mais?

Konder — O meio que me deu mais projeção e prestígio foi a televisão. O rádio é um meio tam-bém muito importante, que soube inclusive se adaptar às mudanças... Quando a televisão nasceu e se de-senvolveu, muita gente acreditava que o rádio ia morrer, e o rádio não morreu, continuou muito vivo. Agora, como eu gosto de escrever, estou publicando o meu vigésimo livro, sempre me dei bem com o jornalismo impresso, com o qual eu mais me identifico.

BV — Sobre a ABI, que comemo-rou 101 anos, a principal bandeira dela é a defesa da liberdade, da democracia. Como vê o papel da ABI hoje?

Konder — Veja, eu acho que são gêmeos siameses, a liberdade de imprensa e a democracia. Não é possível desligar uma da outra. Então, a defesa da liberdade, da democracia, passa indispensavel-mente pela defesa da liberdade de

imprensa. E até este slogan adotado pela ABI, para comemorar o cen-tenário, foi sugestão minha: “100 anos de luta pela liberdade”. (...) Não admito falta de liberdade de imprensa, seja em Cuba, seja na Coreia do Norte, seja em qualquer lugar onde as pessoas não podem se ver... A imprensa é o espelho em que a sociedade se vê, a socie-dade descobre o seu próprio rosto se olhando na imprensa livre e na sua diversidade. Há órgãos da imprensa que são melhores, há outros que são piores; alguns que dizem a verdade, há outros que mentem, mas o retrato está ali.

BV — Imprensa livre reúne bons profissionais e não raro vários íco-nes. Gostaria de citar alguns deles?

Konder — Convivi muito com vários desses jornalistas, a partir do Rio de Janeiro, com Alberto Dines, Milton Coelho da Graça, que depois reencontrei aqui em São Paulo, Maurício Azêdo. Agora, lá na ABI tenho tido contatos também regulares com Tarcísio Holanda, que foi eleito, na última reunião do Conselho Deliberativo, vice-presidente da Casa. Tenho muitos amigos na área jornalística; aqui em São Paulo eu convoquei... “con-voquei” é uma coisa assim meio de velho militante. Mas eu con-videi Luthero Maynard, James Akel, Reginaldo Dutra e Fausto Camunha a me ajudarem na divul-gação e representação da ABI em São Paulo; eles são hoje os meus conselheiros consultivos.

Colaboração: Jefferson Rodrigues

rodolfo Konder com lygia fagundes telles, em 1995 (à esquerda), e em conversa com Jorge amado, em 1994; ao fundo, Jack lang, então ministro da

Cultura da França.

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

Associação Brasileira de Imprensa

42 | BOA VONTADE

Page 43: Revista Boa Vontade, edição 225

Alencar, no exercício da Presi-dência naquele ato. Alencar deu os parabéns aos participantes, desejando “votos de crescentes sucessos para a classe, devido aos relevantes serviços que pres-ta ao país através da notícia, do entretenimento, da música, da cultura”. Entre as personalidades que compareceram ao congresso, destaque para o ministro das Co-

O compromisso da radiodi-fusão com o país foi jus-tamente o tema central do 25° Congresso Brasileiro

de Radiodifusão, realizado em Brasília/DF, entre os dias 19 e 21 de maio. Promovido pela As-sociação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o encontro trouxe comunicadores, técnicos, pesquisadores e em-

com o Brasil.

Radiodifusão:

presários do setor para debater, entre outros assuntos, a liberdade de expressão, novas tecnologias, o marco regulatório e a gestão de empresas. O evento discutiu, ainda, o combate à radiodifusão ilegal e a participação na 1a Con-ferência Nacional de Comunica-ção (de 1º a 3 de dezembro).

A abertura foi feita pelo vice- -presidente da República, José

compromissoEnaildo Viana

Phot

os.co

m

25o Congresso brasileiro de radiodifusãoComunicação

BOA VONTADE | 43

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 225

(1) O diretor de relações institucionais da Abert, dr. Flávio Cavalcanti Júnior. (2) O presidente da Abert, Daniel Slaviero (E), recebe a revista bOA VONTADE das mãos de Celso de Oliveira, da Fundação José de Paiva Netto.

Michel Temer José roberto Arruda

O presidente em exercício, José Alencar, abriu o 25o Congresso brasileiro de radiodifusão.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, durante entrevista a respeito das decisões tomadas no evento.

municações, Hélio Costa; o pre-sidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer; o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda; o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero; e o senador Cristovam Buarque.

Otimista, o presidente da Abert afirmou que as discussões daquele acontecimento eram de máxima importância para o futuro do país: “Esse encontro, que reuniu mais de 1.400 empresários e profissionais do setor, é a demonstração da ra-diodifusão com desenvolvimento do Brasil”. Nesse contexto, Sla-viero destacou a expectativa para a Conferência Nacional das Comu-nicações: “Será um amplo fórum de debates sobre a comunicação social, e o setor terá uma posição

Fabio

Rod

rigue

s Poz

zebo

m/A

Br

José

Cru

z/ABr

Mar

lon F

erre

ira

José

Gon

çalo

muito ativa. Apoiamos e entendemos que ela é importante, mas desde que vise a nortear polí-ticas públicas com olhos no futuro, no que será a comunicação daqui para a frente”.

A digitalização na televisão e, sobretudo no rádio, foi outra pauta muito discutida no con-

gresso. O ministro das Comunicações anunciou, na ocasião, a assinatura da portaria para a realização de consulta pública que permitirá a concorrência dos principais padrões

digitais de rádio e, posteriormente, a definição do modelo a ser ado-tado pelos milhares de emissoras brasileiras. Segundo o ministro

Cristovam buarque

José

Gon

çalo

José

Gon

çalo

José

Gon

çalo

“Estamos num momento de transição, num instante em que saímos do modelo analógico para o modelo digital. Em poucos anos

teremos de desligar o sistema analógico, e o rádio digital está

aparecendo.”Hélio Costa

Ministro das Comunicações

Comunicação

1 2

44 | BOA VONTADE

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 225

Hélio Costa, o processo está sendo encaminhado de maneira satisfatória e merece toda a prio-ridade. “Estamos num momento de transição, num instante em que saímos do modelo analógico para o modelo digital. Em poucos anos teremos de desligar o sis-tema analógico, e o rádio digital está aparecendo.”

Sobre o tema, o vice- -governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, citou a relevância do momento para o setor e a própria população. “A discussão tem que ser travada. Estamos na era da digitalização, as empresas investem maciçamente e, no fim, ganhará quem está em casa assis-tindo à televisão, ouvindo o rádio em casa ou no carro; quem ganha é o consumidor brasileiro”, disse.

Diante dos resultados alcan-çados no evento, o diretor de Relações Institucionais da Abert, Flávio Cavalcanti Júnior, co-mentou: “Estamos orgulhosos

Paulo Octávio

do que foi realizado. Os debates foram bem profundos, sérios, consistentes. Os nossos mil con-gressistas aqui reunidos estão satisfeitos com o trabalho”. Na oportunidade, o dirigente da Abert também deixou afetuoso abraço

ao diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto.

Para o senador Cristo-vam Buarque, hoje já não se pode mais separar a comunicação da questão educacional: “É impor-

tante que, deste salto grande da comunicação, tiremos muitas vantagens para a educação. (…) Antigamente a educação era na família, depois na escola, hoje tem que ser família, escola e mídia, não tem jeito. A escola sozinha não educa, a família sozinha não educa, e a mídia também. Temos que casar as três coisas”.

Essa mesma percepção, aliás, se mostra em sintonia com a filosofia da Fundação

José de Paiva Netto (FJPN), que no encontro da Abert marcou pre-sença por meio de seus veículos de comunicação — Boa Vontade TV, Rede Mundial de Televisão e Super Rede Boa Vontade de Rádio —, que transmitem pro-gramação elevada e primam pela educação, sempre orientadas pelo compromisso com o desenvolvi-mento socioeducacional, cultural e espiritual das pessoas.

José

Gon

çalo

Arqu

ivo B

V

Cerimônia de abertura do 25o Congresso brasileiro de

radiodifusão, em brasília/DF.

“Esse encontro, que reuniu mais de 1.400 empresários e profissionais do setor, é a demonstração da radiodifusão com desenvolvimento

do Brasil.”Daniel SlavieroPresidente da Abert

Page 46: Revista Boa Vontade, edição 225

O Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Flo-rianópolis/SC recebeu,

em 5 de junho, representantes da Rede Brasil Sul (RBS), para ho-menagear o grupo pelos 30 anos de atividade em Santa Catarina, completados no dia 1o de maio.

Estiveram presentes: Claiton Selistre, diretor de jornalismo da RBS TV; Claudio Thomas, edi-tor-chefe do Diário Catarinense;

f l O r i a n Ó P O l i s / s c

Miguel Minguillo, coordenador da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho; os jornalistas Laine Valgas e Mário Motta, apre-sentadores do Jornal do Almoço; além de Nani Oliveira e Rafael Martini, da área de comunicação social.

Para o encontro, foi preparada uma programação especial. Logo na chegada dos convidados, o Coral Ecumênico Infantil LBV, regido pelo maestro Nilton Duarte

e composto por crianças e adoles-centes atendidos pela Instituição, apresentou várias músicas, com destaque para as canções Seja bem-vindo à nossa casa e SOS Terra, do CD Minha casa é o planeta Terra, que emocionaram a todos.

Na Oficina dos Arteiros, os meninos e meninas do programa LBV — Criança: Futuro no Pre-sente! ofertaram aos visitantes réplica de um aparelho de TV,

surPresa e emOçãO representantes do Grupo rbS são recepcionados pelas crianças atendidas pela LbV, no Centro Comunitário e Educacional da instituição, para festejar os 30 anos do grupo em Santa Catarina.

Alegria e descontração nos 30 anos da no Estado

Homenagem

Derli FranciscoFotos: Xande Freitas

Festa para os 30 anos da rbS em Santa Catarina

46 | BOA VONTADE

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 225

criada pela própria garotada, contendo caricaturas de alguns apresentadores da emissora.

Em seguida, os integrantes do Grupo RBS foram convidados a acompanhar um vídeo institucio-nal da Legião da Boa Vontade e ouviram explanações dos repre-sentantes da LBV sobre o projeto de ampliação do trabalho da Insti-tuição em Santa Catarina e no país.

Na volta ao pátio do Centro Comunitário, os convidados se surpreenderam novamente: ao som da tradicional Parabéns pra você, as crianças os esperavam para cortar o bolo feito para co-memorar os 30 anos do Grupo RBS em Santa Catarina.

Sobre a homenagem, o jornalista Mário Motta ressaltou: “Gostaria de agradecer em nome de todos os nossos companheiros da RBS TV. Trago o carinho especial dos apre-sentadores de TV. Fui Soldadinho de Deus na época em que o nosso querido e saudoso Alziro Zarur (1914-1979) tinha um programa na Rádio Mundial, do Rio de Ja-neiro. (...) Então, esse trabalho de comunicação que a LBV faz muito bem é o que nós, da RBS, buscamos realizar: aproximar as pessoas, esclarecer a elas como a sociedade precisa viver, qual a importância de cada criança. Em nome da RBS, há 30 anos em Santa Catarina e há mais de 50 no Rio Grande do Sul (...), gostaria de agradecer essa homenagem, ternu-ra e carinho de vocês, que chegou ao nosso coração com muita força”.

Laine Valgas e Mário Motta, apresentadores do Jornal do Almoço, cortam o bolo com ajuda das crianças da LbV.

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V !centro comunitário e educacional da lBv: rua general eurico gaspar dutra, 226 — estreito — florianópolis/sc — tel.: (48) 3271-4300.

Emocionado, continuou o apre-sentador: “Enquanto algumas pessoas deste mundo ainda ficam ensinando coisas ruins para as crianças, a LBV as orienta no que deve ser feito corretamente. Muito obrigado à Legião da Boa Vontade. Um beijo no coração de vocês em nome da RBS”.

Com a mesma simpatia, Laine Valgas comentou: “Levo dessa homenagem da LBV que, mesmo quando nos sentimos solitários, sozinhos, temos de lembrar que existe alguém muito especial, que é Deus, que oferece outras pessoas especiais para cuidar dessa gente e, juntos, consegui-mos seguir em frente. Essa é a parceria que vem do Amor, e não do interesse”.

BOA VONTADE | 47

Page 48: Revista Boa Vontade, edição 225

Perfil

Senador Arthur Virgílio fala sobre essa importante floresta brasileira

Dono de personalidade mar-cante e de uma trajetória política em favor da luta pela igualdade social e

pelo desenvolvimento susten-tável da Amazônia, o senador Arthur Virgílio do Carmo Ri­beiro Neto, nascido em Manaus, Amazonas, é casado com Maria Goreth e pai de quatro filhos:

Cibelli Pietrangello

João

Pre

da Arthur Bisneto, Nicole, Juliano e Ana Carolina; também avô de Henrique (3 anos) — filho de Nicole, Arthur (2 anos) e Júlia (3 meses), ambos filhos de Arthur Bisneto.

É bacharel em Direito, for-mado pela Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (UFRJ) e ingressou no curso de Sociolo-

da AmazôniaEm defesa

48 | BOA VONTADE

Page 49: Revista Boa Vontade, edição 225

tados, onde cumpriu mais dois mandatos. Em fevereiro de 2003 foi eleito senador, sendo também na atualidade conselheiro da Car-reira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores.

Proteção da florestaO senador Arthur Virgílio é

autor do projeto de lei 460/08, em tramitação na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). O projeto acrescenta dispositivo à Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) que torna imprescritíveis e ina-fiançáveis crimes como desma-tamento, destruição ou danos à Floresta Amazônica ou explora-ção econômica sem autorização e impedimento da regeneração natural da vegetação.

Para o senador, existe uma sensação de impunidade por parte de quem comete crime am-biental: “Eles não temem a apli-cação da lei, tendo em vista as reduzidas penas a que estariam sujeitos”. Ressalta ainda que, à exceção do artigo 40 da Lei 9.605/98, todos os delitos contra a flora possuem penas de até quatro anos somente.

Nesse aspecto, a proposição legisla-tiva 460/08 apre-senta a finalidade de aumentar o ri-gor da repressão penal das condutas e atividades lesi-vas ao ambiente, de forma que a punição

Phot

os.co

m

gia e Política da Universidade Católica do Rio de Janeiro, mas não o concluiu. Estudou Teoria das Relações Internacionais, na Universidade de Brasília (UnB), e estagiou no Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos de Paris.

Em 1982 assumiu seu pri-meiro compromisso político ao ser eleito deputado federal pelo Estado do Amazonas. Entre os anos de 1989 e 1992 exerceu o cargo de prefeito na cidade de Manaus e, posteriormente, retornou à Câmara dos Depu-

Maior rigor — Está em tramitação o projeto de lei 460/08 na Comissão

de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle

(CMA). O projeto acrescenta dispositivo à Lei de Crimes

Ambientais (9.605/98) que torna imprescritíveis e inafiançáveis crimes como desmatamento, destruição

ou danos à Floresta Amazônica ou exploração

econômica sem autorização e impedimento da regeneração

natural da vegetação.

BOA VONTADE | 49

Page 50: Revista Boa Vontade, edição 225

Política, marca de família.A aptidão da família do senador do Amazonas para a política começou com

o bisavô, seguindo gerações, com avô, tio-avô, pai e filho.Quando não está exercendo a política, Virgílio gosta de ir ao cinema com

a família, além de ler e estudar obras das áreas de economia, diplomacia e, claro, política.

Divu

lgaçã

o

Perfil

João

Pre

da

A segunda edição do Fórum de inovações rede Sociedade Solidária, promovido pela LbV, ocorreu no Parque Municipal do Mindu, no coração de Manaus/AM, com 33 hectares de biodiversidade. uma vitrine de espécies da flora e da fauna locais, o parque foi inaugurado por Virgílio quando prefeito, em 1992.

mais severa contribua para a pre-venção dos delitos em geral e, em particular, dos crimes ambientais.

Em 2008, Arthur Virgílio par-ticipou, no papel de palestrante e representante do Legislativo, da segunda edição do Fórum de Ino-vações Rede Sociedade Solidária, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV), com o suporte do Departamento de Assuntos Eco-nômicos e Sociais da ONU (UN/Desa) e o apoio do UNIC-Rio. O fórum intersetorial, realizado no Brasil e na Argentina sob o tema “Desenvolvimento Sustentável”, teve foco específico na conser-vação e no manejo florestal na capital amazonense.

Durante a palestra, o senador chamou a atenção para o des-matamento, alertando: “Nossa região, no seu conjunto, absorve o CO2 emitido por outros países, daí a importância essencial que tem para a Humanidade. Parado-xalmente, é extremamente vulne-rável às mudanças climáticas”.

Não é à toa que, no mesmo ano, o Ministério do Meio Ambiente divulgou dados alarmantes. So-mente em abril do ano passado, o sistema de Detecção do Desma-tamento em Tempo Real (Deter) anunciou recordes históricos, com desmatamento oito vezes maior que a média em apenas um mês: 1.123 km², uma área do tamanho

da cidade do Rio de Janeiro. Ainda em 2008, em maio, um tímido de-créscimo desses números foi mo-tivo de comemoração: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que uma área de 1.096 km² foi desmatada, 27 km² a menos do que no mês anterior.

Mesmo diante de pequenos avanços rumo à sustentabilida-de, o senador continua atento. “A nossa floresta pode virar um deserto se não tivermos a capa-cidade de tomar as atitudes todas necessárias”, completou.

50 | BOA VONTADE

Page 51: Revista Boa Vontade, edição 225

VIAJAR A NEGÓCIOS NÃO PRECISA DAR TRABALHO.

OTHON BUSINESS. TUDO O QUE VOCÊ PRECISA

PAR A SUA VIAGEM DE NEGÓCIOS.

Apartamentos em andares especiais • Check in e Check out expresso em ambiente diferenciado • Café da manhã em ambiente privativo • Prioridade em Early Check in e Late Check out

• Jornais diários em seu apartamento • Acesso à internet com banda larga e/ou WiFi nos apartamentos e áreas comuns • Business Lounge equipado com computador, impressora,

máquina de fotocópia e fax • Serviço de chá, café, refrigerantes, sucos e dry snacks • Welcome Drink • Overnight Laundry + Shoe shine: Lavagem de camisa, serviço de passagem de terno e

lustragem de sapatos durante o período noturno • Entre outros.

• Leme Othon Palace • Rio Othon Palace • Bahia Othon Palace• Belo Horizonte Othon Palace • Othon Palace Fortaleza

Informações e reservas, ligue: 0800 725 0505 ou (21) 2106 0200

[email protected]

www.othon.com.br

Embr

atur

011

44.0

021.

0 / A

BAV

023

AF R

J

An Bussines 20,5x13,75.indd 1 5/22/09 11:25:29 AM

L O N D r i N A / P r

Capacitação para uma vida melhorrosana Serri

A Legião da Boa Vontade oferece diversos cursos de capacitação profissional em todo o país, a fim de

proporcionar qualificação neces-sária e oportunidade de geração de renda à população em risco social. No Centro Comunitário e Educacional da LBV em Lon-drina/PR (localizado à rua São Francisco de Assis, 171, Centro) funciona, gratuitamente, o Curso de Informática. A iniciativa, além de propiciar inclusão digital dos

alunos, representa um meio de transformar a vida dessas pessoas para melhor, como é o caso de Roberto Aparecido Braga.

Desempregado e atravessando um momento de muita dificulda-de, o jovem encontrou na Insti-tuição a oportunidade de mudar a própria história. “Fiz o curso básico de informática e com ele fui buscando mais conhecimento, até que consegui ter a minha pró-pria empresa de hospedagem e criação de sites”, conta Roberto.

A par-tir desse primeiro pas-so, Roberto pôde vencer novas etapas, vislum-brando assim um futuro melhor, segundo ele, graças ao apoio da LBV. “Fico muito feliz por ter sido um atendido da LBV e, mais ainda, em [saber] que ela existe pela ajuda de tantos colaborado-res pelo Brasil”, completa.

Arqu

ivo B

V

Oportunidade

LBVé ação!

Page 52: Revista Boa Vontade, edição 225

Leontina Maciel e Marcello Lima

SOSNorte e Nordeste

LBV é Ação!Mobilização ajuda famílias atingidas pelas fortes chuvas

LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para ajudar vítimas das enchentes

das enchentesOs números*

* Dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, divulgados no fim de maio.

281.350127.503

42912

desalojados

desabrigados

municípios afetadosestados atingidos

Clay

ton

Ferre

ira

Com índices pluviométricos normalmente abaixo da média nacional, o Nor-deste viveu uma situação oposta ao que geralmente se verifica nesta região nos meses de abril e maio. A quantidade de chuva

prevista para cair em três meses chegou ao solo em três sema-nas. As enchentes

deixaram rastros de destruição e

números su-perlativos

52 | BOA VONTADE

Page 53: Revista Boa Vontade, edição 225

(leia o quadro “Os números das enchentes”).

Sempre atenta aos problemas que atingem os menos favore-cidos, a Legião da Boa Vontade mobiliza toda a população para ajudar vítimas de desastres naturais e outras catástrofes. Além disso, a LBV possui diversos programas de socorro emergencial. Desse modo, em parceria com a Defesa Civil, a Instituição anga-riou doações de remédios, material de higiene pes-soal, água potável, roupas, cobertores e alimentos não-perecíveis, para dis-tribuir entre as famílias atingidas pelas enchentes no Norte e Nordeste.

Em Salvador/BA, houve suspensão de aulas e o risco de deslizamentos ameaça a vida de milhares de pessoas, em razão da quantidade de morros dessa metrópole. A Legião da Boa Vontade, atendendo ao pedi-do do senador César Borges, entregou ao prefeito da capital baiana, João Henrique Barra­das Carneiro, 20 toneladas de alimentos, acondicionados em cestas. A doação chegou ao gal-pão 10 da Codesal (Companhia das Docas de Salvador). Em en-

trevista coletiva, o prefeito agra-deceu em nome da população: “Contrapondo estes momentos de tristeza e dor que a gente sente, nós temos momentos tam-bém de alegria como este que a LBV está nos proporcionando. Receber um caminhão com 20 toneladas de alimentos é um momento de muita gratidão e felicidade, porque a gente sabe que esses alimentos estão saindo daqui diretamente para as famí-lias que estão precisando deles. É um momento de gratidão e Solidariedade Humana”.

O senador César Borges, em recente visita à unidade educa-cional que a LBV mantém na cidade, pôde conferir de perto a qualidade do atendimento prestado à população de baixa renda. “É um trabalho digno de elogios e aplausos. É isso que nós devemos fazer. Quando a socie-dade está organizada, através de entidades como a LBV, pode dar o apoio que eu vi lá: um apoio educacional, suplementar e com-plementar àquele ensino formal que se faz na escola no período normal de estudo. Vi a satisfa-

Da esquerda para a direita: César borges, senador; bruno reis, assessor do deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto; Tércia borges, ex-primeira- -dama da bahia; Maurício Andrade, deputado federal; Antônio brito, secretário municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão; e João Henrique barradas Carneiro, prefeito de Salvador.

piauí piauí

Clay

ton

Ferre

ira

Naam

an d

o Va

lle

Barras/pi

Mais de 22 toneladas de alimentos já foram distribuídas pela LbV no Piauí, beneficiando vítimas das enchentes em Teresina, Campo Maior, barras, Luzilândia e Joca Marques, entre outras cidades.

Foto

s: Cl

ayto

n Fe

rreira

BOA VONTADE | 53

Page 54: Revista Boa Vontade, edição 225

ção das crianças e dos idosos atendidos na LBV; eles têm uma atividade útil para a sociedade e, principalmente, para si próprios e para suas famílias”, destacou César Borges.

Também acompanharam a en-trega das cestas o secretário mu-nicipal do Trabalho Assistência Social e Direitos do Cidadão, An­tônio Brito, o deputado federal Maurício Andrade; Bruno Reis, assessor do deputado federal An­tônio Carlos Magalhães Neto; a ex-primeira-dama da Bahia Tércia Borges; o presidente da Petrobahia, Luiz Gonzaga

“A presença da LBV foi de grande alegria porque veio atender a uma necessidade de quem se encontrava ilhado, em áreas alagadas, e perdeu toda sua plantação. (...) Principalmente no momento em que fizemos a prece, com certeza, houve a presença do Espírito Santo, fazendo uma verdadeira elevação espiritual no coração desse povo que está sofrendo.”

Maria do Rosário de Fátima Costa MoraisConselheira Comunitária em Teresina/PI. O atendimento, no Piauí, também

chegou a famílias dos povoados de Alegria, Torrões, Maitá e Cantinho do Sul.

Valdenir Ferreira, da LbV, a sra. Graça Amorim (secretária do Trabalho, da Cidadania e da Assistência Social de Teresina), o apresentador de TV Mariano Marques e o major John Feitosa.

Clay

ton

Ferre

ira

(1 e 2) No sertão nordestino, milhares de flagelados da seca de 1998 foram socorri-dos graças à mobilização que arrecadou e distribuiu mais de 4,1 milhões de quilos de ali-mentos. A campanha, promo-vida em parceria com a band, ficou conhecida como SOS Nordeste e chegou a 1.100 cidades. (3) registro da ami-

zade fraterna entre José de Paiva netto e o saudoso dr. João Jorge saad (1919-1999), fundador do Grupo bandeirantes de Comunicação.

Histórico — 1998: LBV de mãos dadas com o nordeste há décadas

LBV é Ação!

Dr. Sílvio Mendes, prefeito da capital do Piauí, com Valdenir Ferreira, da LbV.

1

23

54 | BOA VONTADE

Page 55: Revista Boa Vontade, edição 225

Andrade; o secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira; e o vo-calista da banda Motumbá, Alexandre Guedes.

Piauí — Foi um dos Estados que mais sofreram com as enchentes: aproxi-madamente 3.600 famílias da zona urbana e rural foram prejudicadas.

Teresina foi a primeira cidade a receber as doações: foram 8 to-neladas de alimentos. O prefeito, dr. Sílvio Mendes, agradeceu a

maranHãO Em parceria com escolas, a LbV angariou alimentos e peças de roupas para entregar a famílias atingidas pelas enchentes.

ajuda: “A ci-dadania serve de exemplo

para todo o país. Quanto à LBV, o próprio nome já diz: Legião da Boa Vontade; já demonstra qual é a sua missão, serve de exemplo com atitudes. A LBV

vem com a ajuda real, com a Solidariedade para diminuir o sofri-mento das pessoas. Agradecemos em nome da cidade de Teresina”.

A secretária do Trabalho, da Cidadania e da As-sistência Social, Graça Amorim, também exaltou a iniciativa: “Já conhecemos o trabalho da LBV aqui em Teresina; é muito importante para a sociedade. A ajuda da LBV é vital, chegou em

Foto

s: Cl

ayto

n Fe

rreira

teresina/pi Luzilândia/pi

campo Maior/pi

Barras/pi

Leon

tina

Mac

iel

Clay

ton

Ferre

iraCl

ayto

n Fe

rreira

Clay

ton

Ferre

ira

BOA VONTADE | 55

Page 56: Revista Boa Vontade, edição 225

Ajude a LBV a ajudar a quem precisa!Tel.: (11) 3225-4500Site: www.lbv.org.br

um momento oportuno para o atendimento que vamos fazer”.

O major John Feitosa, coor-denador da Defesa Civil de Te-resina, também esteve presente na entrega dos alimentos, que contou com ampla cobertura da imprensa local. O apresentador da TV Antena 10, repetidora da Rede Record, Mariano Mar­ques registrou sua admiração pelo trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade: “Quan-do tive a oportunidade de ir à LBV, eu me encantei com o trabalho que vi com aquelas crianças e senhoras de idade. A partir daquele momento me apaixonei! Sou um admirador da LBV e hoje já faço parte da família Legião da Boa Vonta-

de, com muito orgulho! Ela é sensacional. O Paiva Netto é extraordinário! Não consigo ver o Brasil sem a LBV!”.

São Luís/MA — A Legião da Boa Vontade entregou à Defesa Civil Estadual, no bairro João Paulo, 20 toneladas de alimentos não-perecíveis. Emissoras de TV, jornais e sites estiveram presentes ao evento. Dezenas de volun-tários foram mobilizados para auxiliar na entrega das doações.

Olga Simão, chefe de Gabi-nete da governadora Roseana Sarney, prestigiou a cerimônia de entrega das cestas de alimen-tos, que teve ampla cobertura dos meios de comunicação. O repórter Eduardo Ericeira, da TV Difusora/SBT, destacou

o valor da iniciativa: “Já co-nheço o trabalho da LBV há anos e sei que a valorização do Ser Humano é o seu prin-cipal foco. Quero parabenizá- -los pela maravilhosa iniciativa e dizer que, nós, da mídia, sem-pre estaremos ao lado daqueles que lutam pelos mais excluídos, afinal, esse é o nosso papel”.

O repórter Barack Fernan­des, da TV Cidade Record, des-tacou: “A Legião da Boa Vontade assume um importante papel social na vida das pessoas. Ações como esta só fazem elevar ainda mais o seu nome e o respeito que temos pela Instituição. Parabéns à LBV pela iniciativa”.

Colaboração: Cristiani Ranolfi

Belém/pa

LBV é Ação!

Luzilândia/pi

Joíls

on N

ogue

ira

Clay

ton

Ferre

ira

Clay

ton

Ferre

ira

Mar

cello

Lim

a

Olga Simão, chefe de Gabinete da governadora do Maranhão, roseana Sarney, recebe de Mauro rodrigues, representante da LbV, cesta de alimentos para os desabrigados das chuvas no Maranhão.

Diversos meios de comunicação cobriram a

mobilização solidária. Na foto, o repórter Eduardo Ericeira, da TV Difusora (SbT), entrevista Mauro

rodrigues, da LbV.

Page 57: Revista Boa Vontade, edição 225

Amazônia em foco

Daniel borges Nava*

Arqu

ivo p

esso

al

O primeiro alerta do Serviço Geológico do Brasil anun-ciou, no fim de março, uma grande cheia no sistema dos

rios Solimões, Negro e Amazonas, provavelmente, o maior evento já observado na Amazônia Ocidental desde 1903, primeiro ano de uma série histórica monitorada a partir da cota do rio Negro no porto de Manaus.

Rendo uma homenagem ao en-genheiro civil Ramiro Fernandes Maia Neto (1945-1999) que, como técnico, foi o primeiro a catalogar as ocorrências de enchentes no sistema Negro—Solimões e a propor, já na década de 1990, um modelo de ge-renciamento de cheias em Manaus.

Este estudo, hoje conhecido como Alerta de Manaus, permite antecipar em 75 dias a magnitude da cheia nos principais rios da região, com base no tratamento estatístico de dados hidrológicos provenientes de uma rede hidrometeorológica for mada por mais de 300 estações de monitoramento de responsabili-

Daniel borges Navaespecial para a bOA VONTADE

dade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo Serviço Geo-lógico do Brasil, e dos dados de cli-matologia fornecidos pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

Na Amazônia, a natureza das cheias obedece a um ciclo hidroló-gico. Sua intensidade pode atingir níveis diferentes a cada ano, mas sua periodicidade não se modifica. É preciso ressaltar que o comporta-mento dos rios na cheia amazônica determina às populações ribeirinhas a convivência em situações de emer-gência por cerca de 45 dias (uma mé-dia, considerando cheias como esta de 2009, que atingiu cota superior a 29 metros acima do nível do mar).

Recorro ao documento-síntese do Programa de Apoio ao Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea), estudo coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e elaborado por especialistas de diferentes uni-versidades públicas brasileiras, que analisou 17 municípios localizados no Alto e Médio rio Solimões, e no Médio, Baixo e Foz do rio Ama-zonas, para caracterizar as conse-quências da constante ameaça de inundações aos moradores de áreas alagáveis amazônicas (mais de dois milhões de pessoas).

O estudo aponta que, por causa do ritmo de subida dos rios Soli-

mões e Amazonas, os moradores das várzeas perdem seus roçados ou têm suas culturas perenes destruídas no fundo das águas; o fenômeno erosivo das terras caídas pode levar ao solapamento dos terrenos das casas; e as dificuldades do manejo dos animais de criação, sujeitos a sucumbirem afogados e/ou desnu-tridos, se não conduzidos para terras firmes. Descreve, ainda, a ausência de planos de emergência municipais para enfrentar tais calamidades.

É oportuno analisar, no momento em que parte da Amazônia enfrenta mais um evento crítico de cheia dos rios, que as ações solidárias da sociedade e das instituições públi-cas, tão importantes, não devem vir isoladas, como se o entendimento, sob a visão determinista, construísse um presente e futuro de inevitável e natural associação entre as enchentes e as perdas materiais das populações ribeirinhas.

A elaboração de planos emer-genciais deve ser resultado de am-plo investimento na construção de um Plano de Gestão dos Recursos Hídricos Amazônicos que contem-ple, além do entendimento e da previsão dos fenômenos climáticos e hidrológicos, o reconhecimento de uma etnodiversidade amazô-nida, persistente e determinada a sempre reconstruir diante da força das águas.

* daniel Borges nava — É bacharel em Geologia e mestre em Ciências Ambientais e Desenvolvimento da Amazônia. Professor da Faculdade La Salle Manaus e secretário-executivo de Geodiversidade e Recursos Hídricos do Governo do Amazonas.

A força das águasVermac Santos

BOA VONTADE | 57

Page 58: Revista Boa Vontade, edição 225

Sustentabilidade:Arte pela

conscientização ambiental no Projac,

da TV Globo

cinco grandes painéis seus da exposição, firmando-se no pensa-mento do jornalista Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, que afirma: “A des-truição da Natureza é a extinção da Raça Humana”. Para André, “qualquer campanha ecológica mundial, se resume nessa frase do dirigente da LBV”.

Por esse motivo, na primeira imagem trouxe o ator e diretor de núcleo da Rede Globo, Jorge Fernando, que foi padrinho da Campanha do Natal Permanen-te, promovida pela LBV, e que distribuiu mais de 460 toneladas de alimentos a famílias de baixa

renda em todo o país. Dois outros painéis são do conjunto educacional da Instituição na capital pau-lista. Segundo o fotógrafo, as imagens simbolizam a harmonia das crianças e

adolescentes com as modernas e amplas instalações do local, cer-cado de árvores centenárias: “Sou voluntário na Legião da Boa Von-tade e vejo como as crianças são bem tratadas, a felicidade delas por estarem ali”, completa André.

Também fez parte da mostra a foto da atriz Flávia Alessandra, em um set de gravação, da nove-

imagem e conscientização

Acontece no Rio

André Fernandes

Vivia

n Ri

beiro

Foto

s: An

dré

Fern

ande

s

A 13ª Mostra de Artes Central Globo de Produções (CGP) 2009, realizada na sede do Projac, zona oeste da

capital fluminense, entre 5 e 19 de junho, contemplou como tema neste ano a questão ambiental, destacando aspectos da fauna e flora, além da reciclagem de materiais. A organiza-ção do evento seleciona as produções artísticas produzidas por funcio-nários, apresentando-o aos colegas de trabalho e a convidados especiais.

Pelo segundo ano consecutivo, o operador de câmera da emissora André Fernandes teve seu tra-balho exposto nessa tradicional mostra: “É muito importante as empresas incentivarem esse cui-dado com o planeta, levar isso aos empregados e familiares deles”.

O fotógrafo disse que esco-lheu o material para compor

58 | BOA VONTADE

Page 59: Revista Boa Vontade, edição 225

Painéis em eXPOsiçãO (1) Jorge Fernando, ator e diretor de núcleo da TV Globo. (2) A atriz Flávia Alessandra, em set de gravação na África do Sul. (3) Ensaio fotográfico com o apresentador do programa Globo Ecologia, o ator Max Fercondini. (4 e 5) Cenas do dia-a-dia de milhares de crianças e adolescentes atendidos pela Legião da boa Vontade na capital paulista. As imagens mostram um pouco da convivência dos alunos nas dependências da unidade educacional, em área repleta de árvores centenárias. Acima, lê-se: “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana”, frase de autoria de Paiva Netto.

la Caras & Bocas, na África do Sul. “O objetivo dessa fotografia é chamar a atenção para uma necessária ação do Ser Humano de integração e preservação da fauna”, comenta ele.

Em outro painel, um ensaio fotográfico com o apresentador do programa Globo Ecologia, o ator

Max Fercondini: as imagens são da Pedra Bonita, situada na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ. Ao tér-mino da mostra, André Fernandes presenteou a atriz Flávia Alessandra e o diretor Jorge Fernando com as obras em exposição. Jorge colocou o quadro em destaque na sua sala no Projac (foto ao lado).

2

1

4

3

5

Page 60: Revista Boa Vontade, edição 225

Paixãoe ousadiapela arteC

om uma trajetória de vida marcada pelo amor ao teatro e pela transgressão do óbvio — são incontáveis os papéis e

as temporadas de sucesso, em cen-tenas de peças — o veterano ator, diretor, apresentador de TV e rotei-rista Sérgio Britto esbanja paixão e ousadia no que faz. Formado em medicina, em 1948, nunca exerceu a profissão. Começou a atuar em 1945, no Teatro Universitário, em uma montagem de Hamlet, que trazia Sérgio Cardoso no papel principal.

Fundou com a ajuda de amigos o Teatro dos Doze, o Teatro dos

Sete, a companhia Sérgio Britto Produções Artísticas e a escola de formação Casa das Artes de Laranjeiras. Atuou nas principais companhias teatrais, como o Teatro de Arena, a Companhia Sandro Polloni, o Teatro Maria Della Costa e o Teatro Brasileiro de Comédia. É pioneiro do teleteatro, além de ter participado de muitas novelas, minisséries e especiais de televisão.

Com entusiasmo, Sérgio Britto, aos 86 anos, empolga-se ao falar da peça que estreou na capital paulis-ta: o aplaudido espetáculo duplo A Última Gravação de Krapp e Ato sem Palavras 1. O ator revela

que dedicação e arrojo não são territórios explorados apenas pelos mais jovens.

É visível a disposição dele na montagem desse monólogo, composto de duas peças curtas do poeta e dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989). O mergulho no texto veio de for-ma inovadora. A princípio ficou surpreso, mas não desconsiderou o apelo inicial da diretora Isabel Cavalcanti: “Eu não quero que represente, não quero o ator, esse eu conheço; quero o Sérgio Britto, você é o Krapp, tem a idade e toda a vivência”. E é assim que

TeatroSérgio britto

Leila Marco

60 | BOA VONTADE

Page 61: Revista Boa Vontade, edição 225

Aos 86 anos, o consagrado ator Sérgio Britto diz que teatro é para a vida toda e não esconde a alegria de poder inovar no palco.

esse senhor ator, que aniversariou no dia 29 de junho, mostra fôlego para recriar uma maneira de che-gar ao texto, com a autoridade de quem soma mais de seis décadas de aplaudida carreira.

A escolha da peça logo mos-trou o acerto: sucesso de crítica e bilheteria na temporada cario-ca; e a atuação de Sérgio Britto rendeu-lhe, em março deste ano, o Prêmio Shell de Melhor Ator — um dos mais importantes das artes cênicas do país.

Nesta entrevista à BOA VON-TADE, cita nomes de colegas com quem contracenou em espetáculos

memoráveis, a exemplo de Fer­nanda Montenegro e Nathália Timberg, confirmando a própria máxima sobre o que é representar: “Se o ator é aquele que vai mexer com todos os sentimentos, sen-sações e atrações possíveis, não pode trabalhar superficialmente”.

BOA VONTADE — Como é inter-pretar Beckett?

Sérgio Britto — A grande sa-tisfação de ter feito este Beckett, o terceiro na minha vida, é que vejo, cada vez mais, que esse autor está se aproximando do povo brasilei-ro. Beckett daqui a pouco se tor-nará um autor de sucesso, popular, possível de se encontrar. Quando montei a primeira vez, em 1970, Fim de Jogo, ninguém sabia quem era ele, nem nós sabíamos muito bem o que fazíamos. Mais tarde, fiz com Gerald Thomas Quatro Vezes Beckett [1985], já no Teatro dos Quatro, um teatro que construí com dois amigos meus, Paulo Mamede e Mimina Roveda. Esse do Gerald já tinha um aprofunda-mento melhor, uma compreensão de que ao lado do desespero do

Beckett precisa haver humor; é humor negro, mas tem de haver. E este atual, com a Isabel Cavalcanti, uma jovem diretora, tem toda essa coisa importante dele, o público ri muito e sai chorando também.

BV — Depois de São Paulo, onde o espetáculo recebe muitos elogios, pretende levar a peça a outras cidades?

Britto — São Paulo era uma cidade prevista desde o início. Quando faço um trabalho em São Paulo, penso no dia em que vai ao Rio; quando faço no Rio, penso no dia em que vai a São Paulo. Não é uma briga, são duas cidades que se enfrentam, que duelam levemente o teatro que fazem. O Rio de Janeiro é a capital cultural, projeta mais o es-petáculo; São Paulo às vezes é mais denso, mais profundo. (...) Depois do SESC Santana, devo viajar pelos SESCs do Estado do Rio, as cidades menores; é interessante, um público maravilhoso, que reage muito bem aos textos. Brasília também eu vou, com certeza.

BV — Há outros projetos?

O ator Sérgio britto em cenas do

espetáculo duplo A Última Gravação

de Krapp e Ato sem Palavras 1

João

Per

iotto

Divu

lgaçã

o

João

Per

iotto

BOA VONTADE | 61

Page 62: Revista Boa Vontade, edição 225

Britto — Eu tenho um progra-ma de televisão [Arte com Sérgio Britto, na TV Brasil]. No segundo semestre, Eduardo Tolentino vai me dirigir em uma peça chamada Recordar é Viver, de Hélio Sus­sekind de Mendonça; no elenco, Suely Franco e eu fazemos um casal que tem três filhos... uma peça muito bonita.

BV — O seu trabalho nesse monó-logo tem um caráter novo. Com 63 anos de carreira, há ainda surpre-sas no processo de representar?

Britto — Algo novo no pro-cesso de chegar ao texto, porque o Krapp, especialmente, é um homem que vive ouvindo gravações que fez pela vida afora, come bananas e bebe, é um alcoólatra. Nas grava-ções ele vê a história do momento em que não se perdoa, em que chutou a mulher que amava muito e, depois, ela morreu segurando a mão dele. Isso aconteceu com Beckett na vida particular. Então, a peça é meio autobiográfica: ele a escreveu em homenagem àquela mulher que chutou, do que se ar-rependeu. Isabel me disse assim: “Você tem a idade, a estrutura do Krapp, o peso Krapp, mas eu não quero que represente, não quero o ator, esse eu conheço; quero o Sér-gio Britto”. E eu falei: “Mas como assim? Eu não vou representar?”. Ao que Isabel afirmou: “Não, ouça as gravações pensando nessa mu-lher que chutou”.

BV — Uma proposta ousada...Britto — Sim. E Isabel disse:

“Você vai se lembrar da sua mãe, fica lembrando dela enquanto ouve

as gravações, de alguém que você chutou, e de que se arrependeu de-pois”. Inicialmente pensei: “Não, não chutei ninguém”. Pensei bem, até que cheguei à conclusão de que havia chutado algumas pessoas, mas me lembrei de uma que depois morreu segurando a minha mão, de câncer. Olha que coincidência incrível! Então, Krapp passa essa última gravação sem se mexer qua-se, ouvindo-a e só pensando nessas figuras. Eu não faço expressão de sofrimento, nada disso, é tudo quie-to; meus olhos devem passar a dor que sinto, lembrando essas pessoas. Não acreditava muito no que Isabel me propunha de início, mas deu certo. O público se emociona muito, chora e me diz: “É emocionante ver o seu rosto, os seus olhos”.

BV — O processo de representar nessa peça é inédito?

Britto — Para mim é um pro-cesso de trabalho inédito, e acho que para muitas pessoas também. Não conheço ninguém que te-nha feito algo nesse sentido, tão aprofundado. Isabel é uma grande diretora.

BV — O senhor contracenou com nomes consagrados da dramatur-gia. Que lembranças lhe são mais queridas?

Britto — O Hamlet, do Teatro do Estudante [com o Sérgio Cardo-so], começou tudo. Em São Paulo,

no ano de 1950, interpretei Uma Mulher e Três Palhaços, no Teatro de Arena, do José Renato [Péco­ra]. Depois, em 1954, com O Canto da Cotovia, no Teatro Maria Della Costa, ganhei meu primeiro prêmio como ator. Já em A Pulga Atrás da Orelha, eu fazia um fanhoso, um papel muito divertido porque ele devia provocar risos; era meio incômodo isso, um defeito físico provocar riso. Então, inventei uma maneira de fazer o fanhoso: pronun-ciava as vogais e as consoantes eu as substituía por um “h” aspirado. A soma das palavras era ridícula, o público ria; uma mulher que brou a cabeça de tanto rir porque bateu a cabeça na cadeira da frente; era hilariante. Lembro-me de que mais tarde, no TBC [Teatro Brasileiro de Comédia], com Panorama Visto da Ponte, fazia um advogado que acompanhava a história e con-versava com o público. Depois, a estreia do Teatro dos Sete em com-panhia da Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Ítalo Rossi e Gianni Ratto.

BV — Com quem foi melhor tra-balhar?

Britto — Fernanda Monte­negro e Nathália Timberg foram duas pessoas com quem tra-balhei muito, são duas amigas

“Só vale a pena fazer teatro se você tiver por ele uma paixão absoluta. Ele é completo, torna você forte, presente.”

Teatro

Erick

Este

vão

62 | BOA VONTADE

Page 63: Revista Boa Vontade, edição 225

queridas, muito ligadas a mim, a gente está sempre junto de alguma maneira. Fernanda e eu fizemos Maria Della Costa, TBC, Teatro dos Sete, e quando acabou tudo isso fizemos com a Torres e Britto Diversões Ltda. Começamos em 1954 e fomos até 1970, depois nos separamos, vim para o Rio. Logo em seguida, montei uma peça e chamei a Fernanda para fazer O Marido vai à Caça, de Feydeau, com direção de Amir Haddad. E mais tarde a Fernanda fez, no Teatro dos Quatro, já em 1982, um dos maiores sucessos da carreira dela: As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Rainer Wer­ner Fassbinder. Nos últimos anos, tenho também coisas muito boas...

fiz com a Cleyde Yáconis Longa Jornada de um Dia Noite Adentro.

BV — Atuar ou produzir, o que é mais difícil?

Britto — O pior é produzir, mas eu já fiz. Produzia, dirigia, representava, fazia tudo, hoje não aguento mais. Tenho um produtor executivo que faz isso para mim. Represento, escrevo o meu progra-ma na TV Brasil: Arte com Sérgio Britto, que completou 10 anos este ano e gosto muito de fazer. Quan-do estou livre, assisto a tudo que posso para comentar no programa.

BV — Entre a primeira vez que subiu ao palco e hoje, é diferente o sentimento?

Britto — A expectativa existe, mas há um pouco mais de calma. Vou ao teatro duas horas antes, faço sempre isso. Vou antes e não quero conversar muito, penso na peça, repasso o texto, faço exercícios e me concentro. E ainda baixa, de vez em quando, uma insegurança, um medo.

BV — Qual recado aos novos atores?

Britto — Só vale a pena fazer teatro se você tiver por ele uma paixão absoluta. Ele é completo, torna você forte, presente. É tan-to prazer que, quando acabo um espetáculo, não sei falar muito bem com as pessoas; recebo os abraços, mas estou na minha. É um momento meu.

Arqu

ivo p

esso

al

Arqu

ivo p

esso

al

Arqu

ivo p

esso

al

Guga

Melg

ar

Alair

Gom

es

Arqu

ivo p

esso

al

(1) Sérgio britto na peça Morte Acidental de um Anarquista, de dario fo, no Teatro dos Quatro, em 1980. (2) Na peça O Mambembe, em 1959, com graça moema, fernanda

montenegro e ítalo rossi. (3) Com nathália timberg em A Cerimônia do Adeus, de mauro rasi, em 1987, no Teatro dos Quatro. (4) Em 1954, contracenando com maria della costa em O Canto da Cotovia. (5) rubens

corrêa e sérgio Britto em Quatro Vezes Beckett, 1985, peça com direção de gerald thomas. (6) Com fernanda montenegro em O Marido vai à Caça, de georges feydeau e direção de amir Haddad, no Teatro Senac, em 1981.

2

4

3

65

1

BOA VONTADE | 63

Page 64: Revista Boa Vontade, edição 225

Samba & Históriaroberto Menescal

Autor de O Barquinho, Roberto Menescal divulga a Bossa Nova pelo mundo.

bossa novaAtitude

A vida de Roberto Me­nescal como composi-tor se confunde com a história da Bossa Nova,

e vice-versa: sem esse capixaba radicado no Rio de Janeiro, o fes-tejado movimento da música po-pular brasileira não seria o mesmo. Hoje atua também como diretor e produtor musical, dedicado a descobrir e lançar talentos.

Em 1958 vieram as primeiras composições. “Quando me inte-ressei por música, resolvi ser mú-sico, sem saber direito o que era.” Para o pai dele, porém, isso não era trabalho, e disse ao filho que deveria ganhar o próprio dinheiro. Foi então que Menescal conheceu Carlos Lyra, com quem fundou mais tarde, no Rio, a academia de violão. Entre os alunos, Nara Leão e Marcos Valle. “Ele também es-tava no mesmo dilema, e eu falei:

Hilton Abi-rihanespecial para a BOA VONTADE

Vivia

n Ri

beiro

64 | BOA VONTADE

Page 65: Revista Boa Vontade, edição 225

Hilton Abi-rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

Clay

ton

Ferre

ira

* programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas e às quartas, às 22 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 21 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados e domingos, às 23 horas; às terças, à 1 hora e às sextas, 22 horas.

‘Carlinhos, todas essas menininhas da Zona Sul do Rio estão querendo a tal batidinha. Vamos armar uma escolinha de música aqui’. (...) E foi um sucesso.” A música que fa-ziam, lembra, não era ainda Bossa Nova, mas “já tinha a batidinha do samba moderno”.

De escolinha para academia, as melodias, as letras e o jeito novo de cantar efervesciam no bairro de Copacabana. “Nara Leão, Edu Lobo, Marcos Valle, Dori Caym-mi, Wanda Sá, todo mundo passou por lá, vivia ali.” Na opinião de Menescal, o lugar tornava-se mes-mo um centro da nova MPB: “Ali se desenvolveram coisas paralelas, como as que o Edu fazia. Todo mundo que gostava de uma música moderna passou por ali”.

“Vá ser músico!”Na infância, Menescal estudou

piano, aprendeu acordeão, gaita e violão, instrumento em que se especializou, e teve também aulas de harmonia, arranjo e composi-ção com importantes maestros. Uma influência marcante na vida do compositor foi Tom Jobim,

sobretudo no início. “Foi antes da academia; eu estava dando aula no final da tarde, e tocou a cam-painha; de repente abro a porta, e era Tom Jobim me procurando para fazer um convite. E fazia já um ano que eu tentava conhecer o Tom. Se me diziam: ‘O Tom vai à casa de não sei quem’, lá ia eu.”

O trabalho de Menescal fora recomendado para a trilha do filme Orfeu do Carnaval (1959). Ele se recorda: “Fomos jantar em Copa-cabana, num daqueles restaurantes à beira-mar, e Tom me perguntou: ‘O que você está fazendo da vida?’. Respondi: ‘Não estou fazendo, estou tentando. Talvez faça ainda arquitetura’. E ele: ‘Mas você não quer ser músico?’. Eu disse que sim. ‘Então pare com essa besteira de arquitetura, vá ser músico!’ . Era

tão simples isso... Mais tarde, cheguei em casa e, com toda a moral, disse: ‘Sou músico!’”. Na casa de Menescal ninguém sabia direito quem era Tom Jobim, mas para o jovem o encontro foi defini-tivo: “Ele foi meu mestre de sempre, e o é até hoje”.

O BarquinhoO primeiro disco produzido

pelo compositor foi para Maysa: O Barquinho (1961), título da famosa canção que cor-reu e encantou o mundo, feita em parceria com Ronaldo Bôs­coli. A bonita mensagem da música é

Sylvia Telles, Tom Jobim, roberto Menescal e Marcos Valle (1964). No destaque, roberto Menescal e ronaldo bôscoli.

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

BOA VONTADE | 65

Page 66: Revista Boa Vontade, edição 225

ressaltada por Menescal: “Um dia de luz, de uma festa de sol, vontade de velejar por esse mar...”.

Embora a composição tenha sido feita para a jovem cantora, o compo-sitor lembra que saiu primeiramente na voz de Pery Ribeiro. “Na ver-dade, algumas coisas aconteceram juntas. Quando gravamos com a Maysa, fomos lançar esse disco na Argentina e passamos um mês lá. Quando voltamos, paramos em São Paulo, e havia um programa de TV em que estava tocando O Barquinho e apresentando o Pery. Já era su-cesso em São Paulo. Assim, quando eu estava na Argentina, a gravação do Pery entrou, e logo depois um divulgador falou: ‘Mas tem outra gravação do Paulinho Nogueira’. Eu disse: ‘Pôxa, três gravações da minha música!’.”

Menescal estima que existam hoje perto de 1.800 versões gra-vadas da canção. “Toda semana recebo uma gravação de gente conhecida, profissional. Outro dia vi uma holandesa tocando, não sabia quem era. Também recebi de

uma coreana uma gravação linda, ela com violão, muito zen... Eu me joguei no chão de tão emocionado (...), de ver gente botando toda a emoção na música... O barquinho agora vai ser velão.”

Em raro momento como in-térprete, Menescal apresentou a célebre composição em Nova York (Estados Unidos), durante um festival de Bossa Nova no famoso Carnegie Hall, em 1962.

“Chegando lá, aconteceu uma coisa muito engraçada. Éramos vidrados nos jazzistas norte-ameri-canos, caras como Gerry Mulligan e Oscar Peterson, e quando estou passando no controle de passa-portes, vejo uns seis deles. A gente pegava aqueles discos de jazz, ouvia o ano inteiro e todo mundo junto tentava tirar lições daquilo, e de repente eu os vejo. ‘Moçada, olha a sorte que a gente tem, os caras do jazz chegando conosco’, avisei. Mas então me disseram: ‘Eles vieram receber vocês’.” Ficou sur-preso por saber que aqueles ícones do jazz conheciam os brasileiros e

os aguardavam. “Esse primeiro im-pacto mostrou que a nossa música já estava lá, foi para o exterior, e não sabíamos de nada.”

No dia do show, soube que teria de se apresentar sozinho, ele e o violão. Sua reação foi primeiro dizer a Sérgio Mendes que não cantaria. E este retrucou: “O quê? Você está há dez dias aqui, veio, ficou nos hotéis e não vai cantar?”. Menescal fez ali sua estreia como cantor: “Pela primeira vez eu cantei na vida, e foi no Carnegie Hall. Não conheço ninguém que tenha estreado lá! (...) Foram duas músicas, uma delas O Barquinho”.

Depois disso, decidiu dedi car- -se à composição, dizendo: “Não sou cantor, mas ando sempre jun-to de uma estrela. Meu parceiro Ronaldo Bôscoli dizia: ‘Você é o famoso rabo de cometa, está sempre atrás de uma estrela’. E é verdade”.

Sobre o saudoso jornalista e compositor Ronaldo Bôscoli, Menescal reconhece no antigo parceiro um defensor e divulgador obstinado da Bossa Nova. “Era um cara muito mais rápido de raciocínio, bem formado, bom le-trista, um poeta da Natureza...” Da união dessa dupla nasceram belas músicas, tais como: Você, Ah, se eu pudesse, Errinho à-toa, Vagamente e Nós e o mar.

Bossa Nova em mandarimAlém da sensibilidade e do ta-

lento como compositor, Menescal tornou-se empresário. Montou um estúdio de qualidade, criou o selo Albatroz e começou a exportar. São centenas de discos produzidos,

“A gente queria ganhar o mundo. E Tom e Vinicius vieram com esse novo jeito.”

Samba & HistóriaVi

vian

Ribe

iro

66 | BOA VONTADE

Page 67: Revista Boa Vontade, edição 225

muitos deles de sucesso em países da Europa e da Ásia. “Aqui o pes-soal de repente nem conhece, mas lá os discos estão sendo vendidos e tocados nas emissoras de rádio.”

Muito cedo ele começou a ir ao Japão; são dezenas de viagens desde 1985, quando lá esteve pela primeira vez. “Comecei a ver que ali tinha um mercado. Quando falo do Japão, estou falando do Oriente. Comecei a investir nis-so por muitos anos. Hoje somos conhecidos como a gravadora da Bossa Nova do Oriente.” Segundo ele, basicamente são produzidos quatro CDs por mês para esse mercado: “É muito trabalho, e graças a Deus estamos muito bem colocados lá. (...) Também, foram anos descobrindo, pesquisando como é o negócio lá. Isso divulga o Brasil...”.

Afirma que leva a música que foi sucesso no mundo inteiro, não só a Bossa Nova, mas também tudo em torno dela. “Por exemplo, fizemos um disco para a China, a música chinesa em Bossa Nova”.

Segundo Menescal , em dez anos de trabalho foram produzidas e en-viadas para o mercado oriental pelo menos duzentas obras fono-gráficas. A matriz, aliás, está aqui e logo poderá também chegar ao público brasileiro; a exemplo de Stevie Wonder em Bossa e quatro volumes de Os Beatles em Bossa.

O DVD Swingueira, com Wanda Sá e Roberto Menescal, e participação especial de Carlos Mielle, foi lançado no Brasil e

também ficou entre os mais bem colocados no Japão — o registro de um show com músicas anto-lógicas, gravadas em Minas Ge-rais. Entre os clássicos da MPB presentes nesse DVD está Eu sei que vou te amar, na opinião de Menescal, uma das mais belas

composições de Tom e Vini­cius de Morais:

“Teve importância mui-to grande para a gente, porque o que se tocava antes da Bossa Nova era samba-canção, que em

98% dos casos tinha letras pesadas, (...) retrata um sofri-

mento eterno. Imagine a gente com 18 anos de idade cantando uma coisa assim.” E completa: “A gente queria ganhar o mundo. E Tom e Vinícius vieram com esse novo jeito: ‘Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar...’, ou ‘Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver’. Trouxeram a esperança para o samba-canção”.

Colaboração: Jefferson Rodrigues

roberto Menescal em visita ao instituto de Educação da LbV na capital paulista.

Foto

s: An

elies

e de

Oliv

eira

Arqu

ivo p

esso

al

roberto Menescal participando de um programa de rádio em Tóquio, Japão.

BOA VONTADE | 67

Page 68: Revista Boa Vontade, edição 225

Nações Unidas/Nova York (EUA)LbV participa de evento pela igualdade de gêneros

Epidemiaglobalizada

Natália LombardiFotos: Adriana Rocha e Danilo Parmegiani

Durante a 53a Sessão sobre o Status da Mulher, a ONU analisa avanço

do HIV/aids e propõe ações de igual responsabilidade entre os gêneros

para os cuidados com a doença.

A velocidade com que o vírus HIV se espalha em regiões po-bres e o fato de a epidemia não mostrar sinais de retrocesso

em outros países preocupam autori-dades e populações. De acordo com o Ministério da Saúde, de 1980 até meados de 2007 foram notificados no Brasil 474.273 casos da síndro-me de imunodeficiência adquirida. Ainda segundo o Ministério, ao longo do tempo, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva. Em 1985, havia 15 casos em homens para um do grupo feminino. Dados recentes mostram que a relação caiu, sendo de 1,5 para 1 a diferença entre os gêneros.

Em março deste ano, durante a 53ª Sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (em inglês, CSW), cerca de dois mil repre-sentantes internacionais da socie-dade civil — entre os quais a Le-gião da Boa Vontade, que possui status consultivo geral no Ecosoc (Conselho Econômico e Social da ONU) desde 1999 — e delegações dos países membros das Nações Unidas se reuniram na sede do órgão, em Nova York (EUA), para debater a divisão igualitária de res-ponsabilidades entre os gêneros e os cuidados no contexto do HIV/aids. O evento reafirmou a Plataforma de Ação e Declaração de Beijing (China) e ratificou a necessidade de eliminar quaisquer formas de discriminação contra a Mulher.

Luta pela vidaA adoção de medidas que aju-

dem a diminuir o índice de indiví-duos infectados com o vírus HIV, em especial entre as mulheres, foi

68 | BOA VONTADE

Page 69: Revista Boa Vontade, edição 225

debatida na 53ª edição da CSW. Esse objetivo deve ampliar-se para além do continente africano, onde a situação da doença é mais grave, atingindo também países ricos, a exemplo dos Estados Unidos, efetivando-se como uma resposta ao problema.

Por sinal, em solo norte-ameri-cano a LBV mantém um trabalho voltado à prevenção e à conscien-tização global da aids, em parceria com o Hospital Universitário de Nova Jersey. A presidente de uma Entidade que auxilia soropositi-vos na África, a senegalesa Adja Mame Diarra Seck Wade, acre-dita na vida: “Sou uma pessoa com HIV que tem esperança. Desde que contraí a doença tem sido muito difícil, mas tento viver de maneira otimista para ajudar os que estão com a mesma enfermidade que eu”.

Justa homenagemOs participantes do evento da

ONU receberam, das mãos de re-presentantes da LBV, a publicação especial BOA VONTADE Mulher (em inglês, português e espanhol), que presta justa homenagem à alma feminina e sua capacidade de superação e de contribuir para a solução dos graves problemas que afligem os povos. “Eu lhes desejo coragem, porque vocês têm uma missão muito importante, que é a transmissão não somente da informação, mas da educação da raça humana”, declarou a representante do Conse-lho de Religiões contra o HIV/aids das Ilhas Maurí-cio, Homa Mungapen.

mensagem da lBv é destaque nas nações unidas(1) Sr. michel sidibé, diretor-executivo da uNAiDS e subsecretário-geral das Nações unidas, recebe das mãos de Mariana Malaman a revista Globalização do Amor Fra-terno. (2) O embaixador Hilario davide Jr. (D), chefe da Missão das Filipinas na ONu, com Danilo Parmegiani, da LbV. (3) Delegação do brasil: césar Bonamigo, membro da Missão do brasil na ONu; Janete mazzieiro, secretária-executiva do Fórum de Mulheres do Mercosul; dra. lourdes m. Bandeira, porta-voz da Delegação do brasil no evento e subsecretária de Planejamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (representante da ministra nilcéia freire); dra. cecília Bacellar sardenberg, antropóloga do Núcleo de Estudos interdisciplinares sobre a Mulher — NEiM, da uni-versidade Federal da bahia, com Adriana rocha, da LbV. Frequentadoras do Templo da boa Vontade, Janete e a profa. Lourdes destacaram que o monumento contribui para as questões da Paz e da harmonização da família. A apresentação do brasil versou sobre a Lei Maria da Penha e os participantes se alegraram ao ver no artigo do diretor-presidente da LbV a abordagem sobre a lei. (4) Conceição de Albuquerque com o presidente da 53a CSW 2009, Olivier Belle, da delegação da bélgica.

1 2

43

Português Espanhol inglês

Page 70: Revista Boa Vontade, edição 225

A psicóloga Martha Gallahue, representante da National Service Conference of the American Ethical Union na ONU, salientou: “Essa revista é linda. Estou impressionada com a diversidade do conteúdo. Não está honrando apenas a tradição de Eleanor Roosevelt, mas de outras mulheres admiráveis, como Asha-Rose Migiro e Wangari Maathai e, portanto, é uma descrição ma-ravilhosa de lutas antigas e novas, e terá implicações para o futuro”. E completou Martha: “Existe um avanço incrível em termos de alterar o poder de dominação para o de cooperação. E, certamente, a revista demonstra que estas mulheres notá-veis foram poderosas, mas também extremamente cooperativas”.

Como exalta o escritor Paiva Netto, em artigo de sua autoria publicado na revista BOA VON-TADE Mulher, intitulado “Milênio das Mulheres”: “A Mulher, o lado

Sra. ana milagros martínez, da delegação de Cuba, a segunda a partir da esquerda, com as representantes Legionárias Mariana (E) e Conceição de Albuquerque (D).

Sra. arleen elias (E), da Care and Hope Women’s Center (ONG americana que ofe-rece apoio para que as mulheres não pra-tiquem aborto), e Adriana rocha, da LbV.

Sra. Homa mungapen, membro da Dele-gação das ilhas Maurício e coordenadora de projetos do Conselho das religiões no combate à aids.

rosana bertolin, da LbV, conversa com a sra. millie lace (D) e a sra. april Hymen (C), diretora da Client Services of Pregnancy Center.

Sra. michele fedoroff (E), ex-chefe adjunta da Seção de ONGs do Ecosoc, com Adriana rocha, da LbV.

A porta-voz da delegação do Senegal na 53a Ses-são da Comissão sobre o Status da Mulher, sra. awa dieng, e o saudoso consultor da ONu Joseph Owondo, do Gabão, com a revista bOA VONTADE Mulher. À esquerda, rosana bertolin, da LbV.

Sra. fatou mbye, presidente do Conselho Nacional da Mulher no Gâmbia, com Mariana Malaman.

Amigo de idealA BOA VONTADE abre espaço

aqui para homenagear o con-sultor sênior nas Nações Unidas Joseph owondo, nascido no Ga-bão (África). Ele estava no voo 447, da Air France, que partiu do Rio de Janeiro/RJ, no dia 31 de maio, com destino a Paris, e caiu no Oceano Atlântico.

Owondo sempre manifestou simpatia pelo trabalho da Legião da Boa Vontade. Por isso, o des-taque feito pelo diretor-presidente da Instituição, Paiva Netto, em seu artigo “A Fé e a dor”, no qual relembrou essa amizade: “Desde o acidente com o voo 447, temos, na LBV, feito preces por esses que foram levados pelo destino, e nos mantido solidários com os seus entes queridos. Também um grande amigo de ideal, o consultor gabonês nas Nações Unidas, Joseph Owondo, que foi colaborador voluntário de nosso trabalho na ONU, estava nesse voo. Para os que nos deixaram tão abruptamente, peço a Deus o amparo e o conforto espiritual às suas almas. Onde quer que este-jam, pois os mortos não morrem, recebam as nossas vibrações de amor e serenidade”.

70 | BOA VONTADE

Page 71: Revista Boa Vontade, edição 225

ReeducaçãoO norte-americano richard Jordan, membro do Comitê Executivo do De-

partamento de Informação Pública (DPI/NGO), mostrou-se empolgado com as propostas do dirigente da LBV para o fomento de uma sociedade fraterna a partir da urgente reeducação dos povos. “Precisamos nos voltar às palavras de José de Paiva Netto e sua Pedagogia do Afeto. Estive no Brasil, vi o que a LBV faz, então, sei exatamente como é o trabalho, vivenciei tudo isso. Foi maravilhoso. Fico feliz de ser entrevistado e compartilhar minhas lembranças de quando estive no Rio e em Belo Horizonte. Muito obrigado. Vocês fazem um ótimo trabalho. Deus abençoe a todos!”, comentou Jordan.

Também presente no encontro, a israelense Mazal renford, diretora do Golda Meir Mount Carmel International Training Center, vê a Educação como uma questão crucial. E ressalta: “É preciso incorporar todos os programas e unir as pessoas em todos os níveis para superar os obstáculos e realmente pôr em prática as recomendações feitas na Conferência de Beijing. De doze áreas críticas, oito estão sendo levadas diretamente em consideração pela sociedade civil em Israel”. A organização dirigida por ela trabalha pelo empoderamento da mulher, oferecendo formação profissional e treinamentos em áreas diversas.

Danilo Parmegiani, da LbV, en-trega a revista bOA VONTADE Mulher ao integrante do Comitê Executivo da Conferência DPi/NGo richard Jordan (E).

A sra. mazal renford ao lado da sra. asha--rose migiro, vice-secretária-geral da ONu, uma das homenageadas que tiveram a biografia publicada na revista bOA VONTADE Mulher.

UN P

hoto

/Eva

n Sc

hneid

er

A psicóloga martha gallahue, represen-tante na ONu da ONG National Service Conference of the American Ethical union, ao lado de Danilo Parmegiani, da LbV.

Ao centro, aparna mehrotra, diretora do Departamento Focal para a Mulher na ONu, com Danilo Parmegiani e Adriana rocha, da LbV.

(1) A sra. chantal Kambiwa, vice-presidente da Socialist international, com sua filha, Nelly; e (2) a sra. mballa cecile, primeira-secretária da missão de Camarões nas Nações unidas, ao lado de Conceição de Albuquerque (E), da LbV.

Delegação sul-africana: à esquerda, a dra. manto tshabalata-msimang, ministra da Presidência da África do Sul.

1 2

mais formoso da Humanidade, singulariza o alicerce de todas as grandes realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado em seu ventre (...). O meu fito aqui é ressaltar quanto é primacial para a evolução humana e a segurança planetária a missão da Mulher (...). Nossos primeiros passos no desen-volvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzir pelas mãos. A estabilidade do mundo

começa no coração da criança. Por isso, na LBV aplicamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto. (...) Conforme escrevi na Folha de S.Paulo em 1987, a Mulher quan-

do integrada em Deus é a base da civilização”.

O fato de a alma feminina estar representada na publicação por biografias excepcionais mereceu

Page 72: Revista Boa Vontade, edição 225

da violência doméstica e familiar contra a Mulher. O repúdio a esse comportamento foi reafirmado pelo secretário-geral das Nações Unidas em discurso no plenário. Para Ban Ki­moon, o ato se configura como “um crime contra a Humanidade. (...) É, portanto, um ataque contra todos nós, na base da civilização”.

Em todos os dias do encontro, a LBV levou aos participantes um histórico e exemplos das diversas ações socioeducacionais que desen-volve em favor das mulheres. Essa experiência pôde ser conferida no estande da LBV com a apresenta-ção dos programas e projetos pro-movidos em favor da igualdade de direitos e deveres entre os gêneros.

“Há um longo relacionamento com a Legião da Boa Vontade e, nesse período, tenho visto seu tra-balho em favor da Mulher. O bonito da LBV é que ela traz Amor a tudo, sempre. Notei que isso está escrito na bela re-vista lançada por Paiva Netto. Esse é o mais relevante ingrediente no que diz respeito ao tema da igualdade de gênero”, disse a norte-americana Sharon Hamilton­Getz, presiden-te e fundadora do Projeto Harmonia e Paz Mundial.

rosana bertolin entrega a revista bOA VON-TADE Mulher a representantes do governo do Sudão, que se interessaram pelo trabalho da LbV e fizeram questão de trocar cartões para que continuem a par das atividades da Obra.

(1) Sra. dunstanette macauley, diretora da Zonta (delegação da Libéria), e sra. norah Winyi, diretora-executiva da African Women’s Development and Communication Ne-twork (delegação do Quênia), e Adriana rocha, da LbV. (2) A sra. elza Pais, da pre-sidência do Conselho de Ministros de Portugal e presidente da Comissão para a Cida-dania e igualdade de Gênero, com Sâmara Malaman (E) e Danilo Parmegiani, da LbV.

A sra. shazia marri (E), ministra pa-quistanesa, com a Jovem Legionária Mariana Malaman. Na ocasião, a re-presentante do Paquistão recebe as pu-blicações da LbV.

A porta-voz do Vaticano nas Nações unidas, sra. annalisa sacca, expressa alegria ao ver na revista a homenagem que o diretor-presidente da LbV faz à madre teresa de calcutá.

A Legião da boa Vontade promove diversas Campanhas de Valorização da Vida. Exemplo disso foi a marcha organizada pela instituição, sob o slogan criado por Paiva Netto: “Aids — o vírus do preconceito agride mais que a doença”. A ação mobilizou 200 mil pessoas no rio de Janeiro/rJ, brasil, em 1o de dezembro de 1996.

Arqu

ivo B

V

1 2

destaque. A exemplo do que co-mentou Norah Winyi, do Quênia, ao deparar com a história de vida e luta da conterrânea Wangari Maathai, relatada nessa edição da revista: “Estimo o fato de terem reconhecido e valorizado diferentes mulheres no mundo que contribuí-ram para transformações de base.

Vocês reconheceram uma queniana que começou com ações pequenas, mas grandes em visão, e tem sido capaz de atrair muita gente para implementar aquilo que não con-seguiria sozinha”.

Nas páginas finais da BOA VONTADE Mulher, o leitor en-contra uma séria reflexão a respeito

Sharon Hamilton-Getz

Page 73: Revista Boa Vontade, edição 225

N E W S L E T T E R / / B U L L E T I NAnnée 4 — Juin/2009

Special Edition — Year 4 — June/2009

The Solidary Society Network Newsletter is a publication of the Legion of Good Will. It is a vehicle with national and international circulation destined to propagate the advances of the civil society.

Le bulletin Réseau Société Solidaire est une publication de la Légion de la Bonne Volonté. Journal à tirage national et international destiné à propager les avancées dans le Troisième Secteur.

LBV

The right to health // Le droit à la santé

ASUNCIÓN (PARAGUAY)

Health and human development // Santé et développement humain

BRASÍLIA (BRAZIL)

Social and economic determinants of health// Déterminants socioéconomiques de la santé

BUENOS AIRES (ARGENTINA)

Family, community and intercultural health // Santé familiale, communautaire et interculturelle

LA PAZ (BOLIVIA)

Complete health care promotion // Prévention et promotion de la santé intégrale

MONTEVIDEO (URUGUAY)

Community participation and social control // Participation communautaire et contrôle social

RIO DE JANEIRO (BRAZIL)

Report on the 6th Multi-stakeholder Forum of the

Solidary Society Network and the 3rd Innovation Fair, both

conducted by the Legion of Good Will (LGW) in support

to the Annual Ministerial Review of the United Nations

Economic and Social Council (ECOSOC), in which the LGW

holds general consultative status since 1999.Rapport du 6e Forum Intersectoriel Réseau Société

Solidaire — 3e Foire de l’innovation, réalisé par la Légion

de la Bonne Volonté (LBV), comme support à l’Examen

ministériel annuel du Conseil économique et social des

Nations Unies (ECOSOC), dans lequel la LBV possède un

statut consultatif général depuis 1999.LGW’s work in the Northern Hemisphere towards health // Action de la LBV dans l’hémisphère nord en faveur de la santé

TOUS POUR LA SANTÉ

FOR HEALTHEVERYONE

LGW

I N F O R M A T I V OEdición Especial — Año 4 — Junio/2009

Edição Especial — Ano 4 — Junho/2009

Direito à saúde // Derecho a la salud

ASSUNÇÃO (PARAGUAI)

Saúde e desenvolvimento humano // Salud y desarrollo humano

BRASÍLIA (BRASIL)

Determinantes socioeconômicos da saúde // Determinantes socioeconómicos de la salud

BUENOS AIRES (ARGENTINA)

Saúde familiar, comunitária e intercultural // Salud familiar,

comunitaria e intercultural

LA PAZ (BOLÍVIA)

Prevenção e promoção da saúde integral // Prevención

y promoción de la salud integral

MONTEVIDÉU (URUGUAI)

Participação comunitária e controle social //Participación comunitaria y control social

RIO DE JANEIRO (BRASIL)

O informativo Rede Sociedade Solidária é uma publicação da Legião da Boa Vontade. Veículo de circulação nacional e internacional destinado a propagar os avanços no Terceiro Setor.

El informativo Red Sociedad Solidaria es una publicación de la Legión de la Buena Voluntad. Medio de comunicación de distribución nacional e internacional destinado a divulgar los avances en el Tercer Sector.

LBV

LBV

Relatório do 6o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária

— 3a Feira de Inovações, realizado pela Legião da Boa Vontade

(LBV), em suporte à Revisão Ministerial Anual do Conselho

Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), no qual a

LBV possui status consultivo geral desde 1999. Informe del 6º Foro Intersectorial Red Sociedad Solidaria

— 3ª Feria de Innovaciones, realizado por la Legión de la

Buena Voluntad (LBV), en apoyo a la Revisión Ministerial

Anual del Consejo Económico y Social de las Naciones

Unidas (Ecosoc), en el cual la LBV tiene status consultivo

general desde 1999.Atuação da LBV no Hemisfério Norte em prol da saúde // Actuación de la LBV en el Hemisferio Norte en pro de la salud

TODOS POR LA SALUD

PELA SAÚDETODOS

A Legião da Boa Vontade (LBV) apresentou aos parti-cipantes da Reunião de Alto Nível do Conselho Econô-

mico e Social das Nações Unidas (Ecosoc) — no qual a Instituição tem status consultivo geral — as suas recomendações dentro do tema “As metas e compromissos acordados internacionalmente para a melhoria da saúde pública global”. O encontro ocorreu no Palais des Nations, escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade de Genebra, Suíça, entre 6 e 9 de julho.

A ONU recebeu as recomen-dações da LBV, traduziu-as para os seis idiomas oficiais do órgão (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo) e disponibilizou o documento aos conferencistas — o qual pode ser acessado no site do-cuments.un.org, inserindo-se o sím-

Saúde pública: solução globalbolo de busca: E/2009/NGO/4. Na oportunidade, a Instituição lançou a edição especial do informativo Rede Sociedade Solidária (disponível em duas edições bilíngues: português e espanhol, inglês e francês).

A manifestação de autoridades e delegações internacionais ao rece-berem a publicação da Instituição foi de entusiasmo. A exemplo de Sylvie Lucas, presidente do Con-selho Econômico e Social (Ecosoc), que parabenizou a mobilização intersetorial da LBV e ainda Geor­ge Sipa­Adjah Yankey, ministro da Saúde da República de Gana; Rudyard Spencer, ministro da Saúde da Jamaica; e Jennifer de Laurentis, secretária do Ecosoc.

O governador de São Paulo, José Serra, que palestrou em painel paralelo ao evento, sobre medidas de seu governo na área de saúde, recebeu homenagem da

Eduarda Pereira

Nações Unidas/Genebra (Suíça)

LBV recomenda importantes propostas a delegações em Reunião de Alto Nível, da ONU, em Genebra (Suíça).

Divu

lgaçã

o

Repr

oduç

ão B

VTV

“O trabalho da LBV é de Solidariedade, de interesse pelo próximo, que é muito

bem-vindo. Tem um significado, uma dimensão grande; admiro

aqueles que dedicam sua vida à Solidariedade.”

José SerraGovernador do Estado de São Paulo,

homenageado em Genebra/Suíça.

BOA VONTADE | 73

Page 74: Revista Boa Vontade, edição 225

(1) rudyard spencer (D), ministro da Saú-de da Jamaica, integrante da delegação daquele país e noys rocha (E), da LbV. (2) danilo Parmegiani, representante da LbV na ONu, aparece ao lado de sylvie lucas, presidente do Conselho Econômico e Social da ONu (Ecosoc), (3) da embai-xadora maria luiza ribeiro viotti, chefe da delegação do brasil, (4) de george sipa-adjah Yankey, ministro da Saúde da república de Gana, e (5) de andrei abra-mov, chefe da Seção de ONGs do Ecosoc.

Nações Unidas/Genebra (Suíça)

ONG World Family Organization. A embaixadora Maria Luiza

Ribeiro Viotti, chefe da delega-ção brasileira, ficou igualmente satisfeita ao receber o informa-tivo da LBV e pediu mais exem-plares para distribuir aos demais membros da delegação.

No último dia do encontro, a Legião da Boa Vontade fez pro-nunciamento durante o Café da Manhã e Mesa-redonda Ministe-rial, promovido pela UN-Habitat, sobre assentamentos humanos e os determinantes sociais da saúde; foi recebida com grande interesse pelos participantes.

A edição especial do Rede Socie-dade Solidária traz o resultado do ciclo de debates realizado durante o 6º Fórum Intersetorial — 3ª Feira de Inovações, promovido pela Legião da Boa Vontade em cinco países (Argentina, Bolívia, Brasil, Para-guai e Uruguai), de 20 de março a 2 de abril, mobilizando os participan-

Pelos Direitos Humanos As ações socioeducacionais da LBV têm contribuído para assegurar os Direitos

Humanos, pois resultam na elevação dos padrões de saúde e da qualidade de vida da população, desse modo avançando rumo aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, compromisso firmado pelos países membros da ONU. A Instituição entende, pois, que a saúde do indivíduo tem de ser integral, é preciso considerar não apenas os aspectos biológicos, mas também o emocional, o mental e o espiritual. Conforme afirma o diretor-presidente da LBV, Paiva Netto: “A reforma do social deve vir pelo espiritual”. Anualmente, a Legião da Boa Vontade presta 7 milhões de atendimentos e benefícios à população em situação de vulnerabilidade em todo o país. Além disso, exporta sua tecnologia social e atua hoje com bases autônomas permanentes na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Portugal e Estados Unidos. O eixo central das recomendações levantadas pela LBV e dirigidas ao plenário da ONU refere-se à atuação sobre os determinantes sociais da saúde, isto é, as condições nas quais os Seres Humanos vivem e trabalham, que abrangem questões complexas ligadas às áreas de habitação, saneamento, serviços de saúde e educação.

Em toda ação e nos fóruns promovidos pela LBV, está presente a noção de que garantir saúde à população é dever do Estado, entretanto, cabe à sociedade acompanhar e cobrar o cumprimento desse direito, por meio de mecanismos judiciais e de participação direta (a exemplo dos Conselhos de Saúde, no Brasil), e para assegurá-lo, sobretudo, é fundamental contribuir com ações efetivas.

1

4

2

5

3

Adria

na R

ocha

Adria

na R

ocha

Edua

rda

Pere

iraAd

riana

Roc

ha

Edua

rda

Pere

ira

tes em torno do tema central: “Saúde e Qualidade de Vida: Cumprindo os Oito Objetivos do Milênio”, de

acordo com a orientação do Ecosoc (leia mais a respeito dessa série de encontros na p. 107).

74 | BOA VONTADE

Page 75: Revista Boa Vontade, edição 225

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V !

rua anísio de abreu, 2.470 — marquês teresina — tel.: (86) 3213-3099.

A Legião da Boa Vontade ofe-rece em Teresina/PI pro-gramas socioeducacionais voltados às comunidades

em situação de vulnerabilidade social, de forma que desenvolvam capacidades, talentos e valores, e usufruam de seus direitos, exer-cendo, assim, a cidadania plena.

Para levar um atendimento ainda mais eficiente ao povo teresinense, a Instituição está ampliando o seu Centro Comu-nitário e Educacional na cidade. Na unidade, será construído um refeitório moderno, no qual está prevista a instalação de um balcão térmico para as próprias crianças se servirem. O projeto contempla

também cinco novas salas, para a realização dos cursos de geração de renda e de atividades do pro-grama LBV – Criança: Futuro no Presente!, como a Oficina do Saber, as Aulas de Cultura Ecumê nica e o Espaço Brincar. Os ambientes terão, ainda, janelas e portas bem amplas, o que garante mais claridade e ventilação.

Com a reforma, a LBV amplia as ações socioeducacionais em Teresina, passando a ter capaci-dade de atender 400 crianças e adolescentes, além de milhares de famílias.

t e r e s i n a / P i

investe em infraestruturaDarina Serra

Clay

ton

Ferre

ira

Darin

a Se

rra

Esperança renovada

O senador Heráclito Fortes, que acompanha o trabalho da LBV no Piauí, esteve recentemente na Instituição durante a entrega dos kits de material escolar, iniciativa que faz parte da tradicional Cam-panha da LBV Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!.

“O sentimento da criança traz uma força positiva, é isso que faz um homem público se emocionar. Vivemos em um país com violência, a criminalidade aumenta a cada dia, e um trabalho como esse da LBV reacende a esperança de todos nós. O melhor testemunho é ver o olhar de cada criança”, destacou o senador.

Foto

s da

pers

pecti

va d

o pr

ojeto

: Sílv

io Fa

ria.

Perspectiva do projeto de ampliação da unidade da LbV no Piauí.

Acontece no Piauí

Senador Heráclito Fortes prestigia a entrega de kits escolares a crianças de baixa renda em Teresina/Pi.

BOA VONTADE | 75

Page 76: Revista Boa Vontade, edição 225

No mês de maio, a popula-ção goiana comemorou o aniversário de 39 anos da unidade educacional da Le-

gião da Boa Vontade na capital do Estado. Há motivos de sobra para festejar: ao longo de quase quatro décadas, a Instituição tem prestado constantemente atendimento de qualidade à população de baixa renda, proporcionando saúde e educação, de modo a promover melhorias na qualidade de vida e na autoestima de milhares de fa-mílias beneficiadas pela Obra. E o principal: todas essas ações visam formar o Cidadão Ecumênico, bandeira maior da Educação com Espiritualidade Ecumênica, pro-posta pelo educador Paiva Netto.

Para celebrar a data, diversos amigos da Instituição estiveram no Centro Comunitário e Edu-

39 anos de atendimentos, da

cacional, manifestando o apoio à iniciativa. No dia 25, o senador Demóstenes Torres reservou espaço na agenda para visitar as instalações da LBV. Logo que chegou, emocionou-se com a recepção musical, por parte do Coral Ecumênico Infantil LBV, formado por meninas e meninos atendidos pela Instituição em Goiânia.

Em entrevista à imprensa, o parlamentar destacou a satisfação de visitar novamente a Obra. “Fico muito feliz em vir aqui, de ter sido muito bem recebido, e verificar o que a LBV faz. Já conhecia, tive oportunidade de vir outras vezes e, voltando aqui, verifico que tudo foi ampliado e melhorado. Fiquei bastante impressionado! Vocês têm capoeira, futebol, leitura, artes plásticas, atendimento médico,

tudo isso numa pequena amostra de um trabalho que acontece no dia-a-dia, que atende milhões de brasileiros. Tenho que aplaudir de forma veemente e eficaz”, disse.

As unidades educacionais da Legião da Boa Vontade aplicam, com sucesso, nas atividades diárias, a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico — que compõem a proposta educacional criada pelo diretor-presidente da LBV. Ao conhecê-las de perto, o parlamentar afirmou: “Quando in-vestimos em Educação e a criança é bem olhada, bem educada, bem orientada, ela não fica nas ruas, correndo riscos. É certo que estas crianças, que aqui recebem este atendimento, amanhã estarão contribuindo para que outras, na mesma situação que se encontram hoje, também sejam beneficiadas.

senador demóstenes torres com o coral ecumênico infantil lBv, que o recepcionou na instituição.

Acontece em Goiás

g O i  n i a / g O

Juliana ValinFotos: Clayton Ferreira

à população de baixa renda em Goiânia,

76 | BOA VONTADE

Page 77: Revista Boa Vontade, edição 225

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V !centro comunitário e educacional da lBv: rua Jamil abraão, 645 — setor rodoviário — goiânia/gO — tel.: (62) 3531-5000.

Temos de nos preocupar para que nossas crianças sejam bem cui-dadas, porque são nosso futuro. (...) O trabalho da LBV em favor do Brasil é fantástico, bem-feito, e conta com meu aval e apoio”.

Na oportunidade, também visitou a Obra o vereador Pau­linho Graus que igualmente manifestou sua admiração: “A LBV está de parabéns pelo tra-balho maravilhoso que realiza! Fiquei muito feliz em conhecer de perto tudo o que aqui é realizado: o cuidado com as crianças, onde são formadas para se tornarem verdadeiras cidadãs do Bem”.

O dr. George Morais, parcei-

ro da LBV, participou do projeto Saúde em Movimento — que oferece consultas médicas e exames gratuitos à população em situação de vulnerabilidade social. Essa parceria possibilitou a realização do II Mutirão de Saúde, que ainda teve o apoio do Lions Clube Goiânia Norte, no dia 18 de maio.

A festa da LBV recebeu ampla cobertura dos veículos de comunicação, entre eles a TV Goiânia (repetido-ra da Rede Bandeiran-tes), a TV Serra Dourada (SBT), a UCG TV, além do Jornal Hoje, do Jornal

Clique e das rádios Brasil Central e Difusora.

crime cibernético, com atenção especial para o pedobusiness. Para se ter noção da escalada

do crime na internet, em 1998 a Operação Catedral deixou o mundo estupefato quando revelou que a organização criminosa que operava sob o código de “país das maravi-lhas” possuía um estoque de 100 mil imagens de crianças expostas em situação de abuso sexual. Em 2001, o Instituto de Criminologia Australiano, um dos centros mun-diais de excelência no combate à pedofilia, estimou a existência de pelo menos um milhão de imagens dessa natureza disponíveis para comercialização. Hoje, apesar do esforço integrado de todos os gover-nos responsáveis e da própria ONU em combater a pedofilia, o número é praticamente incalculável.

Há uma saída? Perfeitamente, e ela passa neces-sariamente pelo endurecimento das sanções penais. Em primeiro lugar, é preciso entender que a pedofilia, em si, não é crime, mas desvio de sexualidade. No entanto, existem condutas pedófilas tipificadas como crime, a exemplo do estupro, do atentado violento ao pudor e outras descritas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). São previsões legais insuficientes para conferir efetividade punitiva para os crimi-nosos dessa natureza e que precisam ser alteradas.

A CPI da Pedofilia do Senado, da qual sou relator, elaborou uma série de propostas com a finalidade precípua de dotar o Estado brasileiro do esforço legal imprescindível para enfrentar o problema. A primeira

alteração diz respeito ao artigo 240 do ECA que trata do crime de pro-dução de material visual utilizando-se criança ou adolescente em cena pornográfica, de sexo explícito ou vexatória. Neste caso, a pena pro-posta foi majorada para quatro a oito anos. Foi criada a figura do agencia-dor ou intermediador da produção, e ainda feita a previsão de aumento da pena em um terço para o agente que comete o crime em uma série de circunstâncias, como as relações domésticas, o parentesco, a tutela, a relação empregatícia, entre outros. A segunda medida proposta

aperfeiçoa o artigo 241 do ECA ao tipificar a conduta de quem oferece, troca, disponibiliza, transmite ou distribui material pornográfico, o que certamente será um duro golpe em quem difunde práticas pedófilas por intermédio da internet. No mes-mo artigo é proposta a punição ao provedor que não atende à ordem regularmente efetuada para desabi-litar material de conteúdo ilícito. A providência é necessária para aca-bar, principalmente, com a terra sem lei estabelecida pelos operadores de internet no País. Consoante minha proposta, três

novos tipos penais devem ser cria-dos para fechar o cerco à pedofilia. Condutas como adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, produtos audiovisuais que conte-

nham pornografia in-fanto-juvenil passam a ser crime. No mesmo sentido, a proposição passa a considerar como delituoso qualquer ato que simule, por meio de adulteração ou montagem, cena de sexo explícito ou pornográfi-ca com criança ou adolescente. Além disso, o meu relatório vai sugerir a tipificação da conduta do aliciamento, do assédio, da instigação e do constrangimento de criança, por qualquer meio de comunicação, com fim de realizar ato libidinoso. Por fim, as alterações legais

sugeridas contemplam a amplia-ção necessária do artigo 244-A do ECA no que se refere à exploração sexual ou à prostituição da criança ou do adolescente. É difícil prevenir a pedofilia, mas a prática pode ser combatida com rigor por intermédio da conjugação de esforço legal com o trabalho de inteligência. A coope-ração social é também importante e tem apresentado ótimos resultados, especialmente a partir das centrais de disque-denúncia, muito comuns em países avançados. No Brasil já existem sites dedicados a processar esse tipo precioso de informação. É um equívoco entender o pedó-filo tendo em vista o “coitadismo” patológico. Por detrás dessa mente degenerada há um lucrativo negócio que despedaça vidas inocentes.

“É um equívoco entender o pedófilo tendo em vista o ‘coitadismo’ patológico. Por detrás dessa mente degenerada há um lucrativo negócio que despedaça vidas inocentes.”

Demóstenes TorresSenador

Opinião Política

Phot

os.co

m

46 | BOA VONTADE

Demóstenes Torres, procurador de Justiça, senador da República e relator da CPI da Pedofilia.Ro

osew

elt P

inheir

o/AB

r

Há pelo menos 50 anos a psi-quiatria forense realiza um esforço científico enorme para definir o perfil do pedó-

filo. Entre as dezenas de caracterís-ticas constam o fato de o criminoso ter sido abusado sexualmente na infância; possuir história de doença mental na família; nutrir um res-sentimento contra a sociedade em geral; e pertencer majoritariamente ao sexo masculino. Apesar de os estudos levantarem inúmeras hipó-teses que tentam explicar a razão da compulsão perversa, o fato é que pedófilo é um criminoso sem cara definida, pois o seu maior estratage-ma é parecer uma pessoa de bem.

O bandido atua na clandestinida-de e tem no comportamento secreto o grande trunfo para materializar a obsessão por sexo com criança. In-suspeito, o pedófilo pode ser o mo-

C E R C O À P E D O F I L I A

torista da van escolar, o técnico de futebol, o padre, o chefe de escoteiro ou professor particular de matemá-tica, por exemplo. Normalmente a criança ofendida o conhece bem e nutre pelo pedófilo uma relação de confiança ou parentesco. A prisão do procurador-geral do Estado de Roraima ou a do presidente do Conselho Tutelar da Infância e Juventude de uma cidade de Santa Catarina, sob a acusação da prática de pedofilia, expressa a dificuldade de identificação do criminoso.

A pedofilia encontrou na internet um meio extraordinário de propa-gação e passou a ser considerada pelas autoridades policiais o crime da era global. Por intermédio da rede mundial de computadores, os pedófilos puderam se articular em escala nunca antes imaginada e criaram um sistema de suporte que permitiu converter o que era uma anomalia individual em uma organi-zação criminosa altamente lucrativa. Há exatamente 10 anos, desde que a Operação Catedral fulminou uma rede de pedófilos em 14 países, existe uma cooperação policial em escala planetária para quebrar a es-pinha dorsal dessa forma perversa de banditismo.

O trabalho não é fácil, pois os criminosos aprimoram os métodos de difusão da atividade e, ao mesmo tempo, de ocultação de suas iden-tidades à medida que os recursos tecnológicos evoluem. Por essa razão, a grande arma das instituições policiais no combate à pedofilia é a capacidade de inteligência insta-lada. A Grã-Bretanha, os EUA e a Espanha são países que obtiveram extraordinário êxito no combate ao crime justamente por incorporarem tecnologia específica aos meios de investigação.

O Brasil evoluiu muito neste sentido e todo mérito deve ser atri-buído à Polícia Federal, mas precisa seguir a orientação dos países do Primeiro Mundo que ao lado do aparato de inteligência trataram de adequar as suas le-gislações penais aos novos tempos. O objetivo principal é possuir um estatu-to penal que tipifi-que com a maior margem de al-cance possível as condutas do que se chama

Mentes criminosas, vidas despedaçadas

Opinião PolíticaDefesa da criança e do adolescente

Phot

os.co

m

Demóstenes Torres

BOA VONTADE | 45

(1) O visitante observa aula de capoeira, uma das ações do programa da LbV Esporte é Vida, não violência!(2) Durante a visita o senador recebeu quadros confeccionados pelas crianças da LbV na Oficina dos Arteiros, que integra o programa LBV — Criança: Futuro no Presente!(3) Ao lado, o ônibus do projeto Saúde em Movimento.

Defensor dos di-reitos da criança e do adolescente, Demóstenes Torres es-creveu o artigo “Mentes criminosas, vidas despe-daçadas”, publicado na edição 223 da revista bOA VONTADE. Nele, o parlamentar expõe seu ponto de vista sobre novos mecanismos implanta-dos para intensificar o combate à pedo-filia.

1

3

2

Paulinho Graus

BOA VONTADE | 77

Page 78: Revista Boa Vontade, edição 225

Educação em foco7o congresso internacional da lBv

A formação integral dos edu-candos e as formas de trazer uma vivência mais fraterna e solidária para a realidade

da sala de aula ganharam amplo espaço de discussão na Legião da Boa Vontade. Promovido em São Paulo/SP, entre 29 de junho e 1º de julho, o 7º Congresso In-ternacional de Educação da LBV teve como tema central “Educar: um olhar além do intelecto”. Ao grafar esta frase, o educador Paiva Netto, pensando na capacitação contínua dos profissionais de

além do intelectoCongresso Internacional da LBV enfoca valores éticos e espirituais na prática pedagógica

Educaçãoensino e nas maneiras de aplicar essa abordagem nas salas de aula, para a vivência em família e em sociedade, lançou no mundo da educação escolar uma nova e re-volucionária forma de ensino: a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico. Ambas compõem a proposta educacional aplicada, com sucesso, nas escolas e nos programas socioeducativos da Instituição.

O objetivo principal do evento foi levar a profissionais e es-tudiosos da área temáticas que

Aneli

ese

de O

liveir

aFo

tos:

Jonn

y Cés

ar

Aneliese de Oliveira

78 | BOA VONTADE

Page 79: Revista Boa Vontade, edição 225

permitam agregar aos conceitos pedagógicos valores éticos e ecumênicos, a fim de que a exce-lência intelectual, cada vez mais necessária ao bom preparo dos educandos, receba a soma da Espi-ritualidade Ecumênica, sobretudo nestes tempos de globalização, em que uma das maiores demandas está em conciliar conhecimento e formação.

A presença de renomados edu-cadores nesse encontro da LBV garantiu o debate e a apresentação de propostas atuais em torno do tema, por meio de pa-lestras, mesas-redondas e oficinas. A solenida-de de abertura do Con-gresso reuniu diversas autoridades, a exemplo do dr. Carlos Alberto Xavier, assessor especial do mi-

nistro da Educação, Fernando Haddad; Nelson Hervey Costa, secretário-adjunto da Secretaria do Governo Municipal, de São Paulo/SP; Alziro Paolotti de Paiva, representante do diretor--presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto; Maria Auxiliadora Seabra Re­zende, secretária de Educação e Cultura do Tocantins e presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação); e Suelí Periotto, pedagoga e diretora do Instituto de Educação da LBV.

Em seu pronuncia-mento, Carlos Xavier expôs detalhes do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), com prioridade para a educa-ção básica de qualidade,

além de investimentos também

Nelson Costa

Aneli

ese

de O

liveir

a

Alziro de Paiva

Erik

Estê

vão

Dr. Carlos Xavier

Aneli

ese

de O

liveir

a

em nível profissional e superior. “Sempre procuramos, além das salas de aula, atender às necessi-dades de educação e de atividades socioculturais de formação do Ser Humano integral, como a LBV prega”, destacou o assessor do MEC.

Em nome do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, o secretário Nelson Costa saudou os participantes e a organização do evento: “É uma honra estar aqui hoje. Parabenizo a LBV por todo esse trabalho socioeducacional, pelas campanhas, pela conscien-

Foto

s: An

elies

e de

Oliv

eira

BOA VONTADE | 79

Page 80: Revista Boa Vontade, edição 225

tização social e pelo 7º Congresso Internacional de Educação”. Pos-teriormente, em entrevista à BOA VONTADE, ele completou: “Este Congresso é uma grande oportu-nidade para troca de experiências, para a melhoria da educação na nossa cidade e país”.

Um grupo de alunos do Ins-tituto de Educação da Legião da Boa Vontade demonstrou na prática como essa abordagem diferenciada tem revelado valores na arte. Esses meninos e meninas atendidos pela Instituição formam o Coral Ecumênico Infantil e a Orquestra Infanto-Juvenil LBV e se apresentaram magnificamente na noite de abertura do evento. O coro iniciou a programação interpretando o Hino Nacional Brasileiro, enquanto a orquestra fez o encerramento da cerimônia, levando ao público clássicos da MPB e da música internacional. As crianças ainda homenagearam as autoridades e palestrantes com cartões e lembranças confeccio-nados por elas próprias.

(1) danilo Parmegiani, representante da LbV na ONu; suelí Periotto, diretora do instituto de Educação José de Paiva Netto; anna christina nascimento, oficial de projetos da Organização das Nações unidas (ONu) para a Educação, a Ciência e a Cultura (unesco) em São Paulo; Paula suelí schnor, ex-aluna do instituto de Educação José de Paiva Netto, da LbV; e Katia gonçalves mori, coordenadora de Educação do instituto Faça Parte. (2) Suelí Periotto com rodrigo nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet brasil, e (3) com a dra. neide de aquino noffs, diretora da Faculdade de Educação da PuC/SP.

“É uma honra estar aqui presente, pela respeitabilidade do trabalho desta Instituição. Também é uma grande alegria ter essa amável receptividade com que vocês me distinguem.”

Dr. Pedro Salomão José KassabPresidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação e

diretor-geral da Fundação Liceu Pasteur

“Sou fã do trabalho que a LBV faz no Brasil inteiro, preconi-zado pelo dr. Paiva Netto: a educação para além da educa-ção formal, do cuidado com a criança desde a creche, tudo isso que a LBV faz. Hoje participo, com muita honra, deste 7º Congresso de Educação da LBV, pessoas do mundo intei-ro tratando sobre como podemos realmente construir uma educação de Amor, para a Paz, uma convivência harmoniosa

entre o Ser Humano e o seu planeta, que é o que faz a LBV (...). Por isso, a Insti-tuição está de parabéns. Estou aqui hoje prestigiando e aprendendo!”

Floriano PesaroVereador pela cidade de São Paulo/SP

Viní

cius B

ueno

Divu

lgaçã

o

“Os nossos cumprimentos e agradecimentos pela oportuni-dade de estar aqui. Com o professor José de Paiva Netto estaremos sempre muito bem. Desejo aos congressistas que levem daqui informações e novidades para que sejam apli-cadas em benefício da educação brasileira.”

Dra. Dora Silvia Cunha BuenoPresidente da Associação Paulista de Fundações (APF) e da Confederação

Brasileira de Fundações (Cebraf)

Aneli

ese

de O

liveir

a

Educação em foco

1 2 3

Viní

cius B

ueno

Jonn

y Cés

ar

Viní

cius B

ueno

80 | BOA VONTADE

Page 81: Revista Boa Vontade, edição 225

(4) suelí Periotto e o professor celso antunes, membro da Associação internacional pelos Direitos da Criança brincar. (5) José Pacheco, professor licenciado em Ciências da Educação e mestre em Educação da Criança pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da universidade do Porto, Portugal; suelí Periotto; maria auxiliadora seabra rezende, secretária da Educação e Cultura do Estado do Tocantins e presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação); marcos rogério silvestre vaz Pinto, superintendente da área de Educação da Seicho-no-le do brasil; e luiz antonio gomes, também da mesma Superintendência.

A palavra de Alziro Paolotti de Paiva foi recebida igualmente com muitos aplausos, especialmente durante a leitura de trechos da publicação É urgente reeducar!, entregue aos participantes do Con-gresso, com texto de autoria do jornalista e escritor Paiva Netto, e encaminhada às Nações Unidas, em diversos idiomas, a partir de 2000.

1º dia — Ênfase ao sentimento

Esta foi a tônica dos palestran-tes no primeiro dia do Congresso de Educação, que procuraram mostrar de que forma tudo o que se passa dentro e fora da escola contribui para uma educação de qualidade. A exemplo da apresen-tação do professor José Pacheco, da Escola da Ponte, de Portugal. Ele ressaltou o envolvimento da família e seu papel fundamental no êxito escolar.

Indagado sobre a questão da diversidade no ambiente escolar e como deve ser tratada perante os estudantes, o professor explicou:

“O contexto de equipe foi um dos grandes esteios do nosso projeto. (...) Há 33 anos, os alunos da Ponte eram jovens oriundos de classes sociais muito desfavorecidas, che-gavam sujos, descalços, embria-gados, com fome, cheios de piolhos, cheiran-do mal. Hoje não é mais assim, te-mos crianças de todos os estratos sociais. Deixou de haver a escola dos pobres e a dos ricos, porque aquela escola dos pobres transformou-se na escola com a melhor nota das pro-vas nacionais; fizemos dela uma oportunidade para todos”.

O professor José Pacheco acre-dita que “um grande problema no Brasil é ensinar a todos como se fossem um só; é um dos modos pelos quais se cria o analfabetis-mo literal, porque cada criança é um ser único, que não se repete, dotado de determinado estilo e inteligência”.

susan BellO (EuA), Ph.D. em Psicologia da

Arte e Terapia Expressiva, mestre em Psicologia Humanís-

tica e bacharel em Educação. A educadora norte-americana desenvolveu oficina com o tema “Pintura espontânea

— Conceituação e prática”. Durante a experimentação proposta pela dra. Susan, os participantes exercitaram a imaginação, pintando sem dicas nem

direções (foto em destaque), apenas atentos ao próprio interior, expressando

suas emoções.

A família ganhou atenção es-pecial também na palavra da pre-sidente do Consed (Conselho Na-cional de Secretários de Educação)

4 5

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Aneli

ese

de O

liveir

a

Viní

cius B

ueno

(Continua na p. 83)

BOA VONTADE | 81

Page 82: Revista Boa Vontade, edição 225

Ao contrário dos casos de violência que, infelizmente, ainda ocorrem em escolas brasileiras, esse problema pas-sa longe das unidades educacionais da Legião da Boa Vontade. Atribuem-se a esse e outros bons resultados — como o índice de evasão escolar zero — a aplicação da Pedagogia do Cidadão Ecumênico e da Pedagogia do Afeto, que compõem a inovadora proposta pedagógica do educador Paiva Netto, as quais possuem sua própria meto-dologia: o Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI).

Foram 16 oficinas pedagógicas oferecidas aos congressistas. E a re-ceita eficaz de como unir Matemática e Solidariedade, História e Cidadania, Química e Respeito, entre outros con-teúdos disciplinares, foi a tônica de nove oficinas apresentadas por profissionais do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade. Desse modo, os participantes do 7º Congresso da LBV puderam constatar como se aplica o método em sala de aula.

Oficinas sobre a aplicação da proposta pedagógica da LBV são sucesso

Professora de escola particular de São Paulo/SP, denise Maria de souza, animada, deseja logo executar o que assimilou nas oficinas do MAPREI. “A ex-periência foi marcante. (...) Eu me sentia solitária e aqui dentro deste Congresso da LBV me senti acolhida. A Solidariedade envolveu a todos. Estou até com dó porque tenho 30 dias de férias e queria que a aplicação fosse imediata. Sei que o meu campo de ação ficou muito mais ampliado”, avaliou Denise.

Liliane Barbosa é coordenadora do Centro de Referência de Jandira/SP e também elogiou a metodologia aplicada pela LBV: “São lições para a vida pro-fissional e para o crescimento pessoal dos participantes. Uma oportunidade enriquecedora para troca de conheci-mento com pessoas que compartilham do mesmo sonho: uma educação de qualidade”.

Os professores argentinos par-ticipantes do Congresso avaliaram positivamente as oficinas do MAPREI: “Pudemos conhecer mais sobre a meto-dologia da LBV, de uma maneira muito

interativa. A oficina superou nossas expectativas”. O professor e jurisfilósofo paulista Luiz Flávio Florenço da silva igualmente destacou: “É um método a ser utilizado, porque não podemos ficar avessos às diversas circunstâncias que permeiam nossos educandos e, por conseguinte, a aprendizagem deles. Esse método é maravilhoso porque possibilita um contato amplificado e efetivo na aprendizagem”.

MapreiFundamenta-se na pesquisa e

acredita na intuição como um dos bons instrumentos capazes de conduzir o aluno a assimilar os temas propostos em aula. Para a correta aplicação dessa linguagem, são realizadas capacitações continuadas pela equipe de educadores da LBV, que atendem às numerosas solicitações de instituições de ensino que decidiram implementar esse mé-todo pedagógico.

O MAPREI pode ser aplicado em qualquer tipo de atividade educacional e a toda faixa etária, uma vez que não

Educação em focoEr

ik Es

tevã

o

Erik

Este

vão

Pedr

o Ri

oJo

nny C

ésar

Erik

Este

vão

Erik

Este

vão

Aneli

ese

de O

liveir

a

82 | BOA VONTADE

Page 83: Revista Boa Vontade, edição 225

secretária de Educação e Cultura do Tocantins, professora Dorinha: “É muito bom estar aqui, ter a oportunidade de con-versar com educadores de outros lugares do mundo que lidam com projetos que vão além do intelecto”.

Ela discorreu sobre o ensino no Tocantins e a experiência a partir da parceria com a LBV: “O projeto Humanização das Escolas por uma Cultura de Paz tem o princípio de continuar valorizando os proces-sos formativos, mas o nosso maior desafio é o respeito ao Ser Humano e como garantiremos a formação do educador para lidar com esse projeto de formação de um cidadão que cuida de si mesmo e do outro, que gosta do que faz. (...) Contamos com a presença da LBV na capaci-tação dos professores, pela prática e vivência que ela tem”.

2º dia — Impacto das tecnologias sociais

No segundo dia do Congresso, realizou-se a mesa-redonda “(In)Formação e conhecimento — A Educação no mundo globalizado”.

Nela, sociedade civil, po-der executivo e iniciativa privada trocaram experi-ências bem-sucedidas e “tecnologias sociais”, este um tema recorrente no evento. O conceito implica

algum tipo de produto, método ou processo capaz de propiciar a solu-ção de determinado problema e, ao mesmo tempo, atender aos quesitos de baixo custo, fácil aplicabilidade e impacto social comprovado.

Representando a dra. Milú Villela, que preside o Instituto Faça Parte, a mestre em Educação Katia Gonçalves Mori, coordenadora das atividades do instituto e autora do livro Voluntariado Educativo — Uma tecnologia social, iniciou os debates sobre o assunto. “Quando a escola se preocupa com os proje-tos sociais da comunidade, coloca os alunos na situação de volun-tários. Eles passam a aprender cidadania e participação social, articulando isso com o que apren-deram em sala de aula”, defendeu.

Katia Mori ainda conceitua: “O voluntariado convencional busca a transformação social. A pessoa sai do estado de indignação e vai para

Educadores de Jandira/SP no Congresso da LBV

De Jandira, interior paulista, mais de 50 profissionais inscreveram-se e partici-param do evento. O secretário municipal de Educação, paulo edson de paiva, enfatizou o valor do encontro. “É muito importante que a LBV tenha esse Congresso para tratarmos de educação e levarmos aos nossos professores informações do Brasil e do mundo. Nós vemos aqui educadores, jovens da comunidade que trabalham com a escola, pais, diretores, supervisores, que estão trabalhando em prol da Educação.”

Oficinas sobre a aplicação da proposta pedagógica da LBV são sucesso

dimensiona o estudante somente pelo papel de

receptor de informações. O educando é estimulado a atuar mais no processo de aprendizagem. Essa participação o motiva a permanecer no ambiente escolar e, mais que isso, reforça sua autoestima na continuidade dos estudos — fator que incentiva o ingresso na universidade. Também é inserida nesse método a integração da família à vida escolar.

A razão de embasar o ensino em valores éticos e espirituais está direta-mente ligada ao princípio socioeduca-cional da LBV de valorizar a formação integral do Ser Humano, contemplando não apenas sua capacidade intelec-tual, como também o potencial interior que vem de seu Espírito eterno. “Nas unidades educacionais da LBV, o aluno é considerado um ser Espírito-biopsi-cossocial, pois acreditamos que ele já traz consigo o registro de experiências que contribuirão para o aprendizado”, afirma Suelí Periotto, diretora do Insti-tuto de Educação da LBV.

Paulo Edson de Paiva

Aneli

ese

de O

liveir

a

Dra. Milú Villela

Divu

lgaçã

o

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

BOA VONTADE | 83

Page 84: Revista Boa Vontade, edição 225

um poder ainda maior sobre ele”, comentou Paula.

A oficial de projetos da Unesco em São Paulo, Anna Christina Nascimento, abordou o tema “Parcerias globais — Suporte ao educador”, apresentando ferramen-tas e iniciativas que podem auxiliar o educador em sala de aula, a fim de aprimorar o conteúdo e gerar conhecimento mútuo. “Parabéns à LBV pela iniciativa e a todos vocês por estarem aqui. É maravilhoso ver um auditório lotado de pessoas que buscam mais, que sabem tanto e querem compartilhar”, afirmou, logo no início da sua exposição.

A Unesco apoia ações destinadas a capacitar as pessoas a acessar e contribuir com o fluxo de informa-ção e conhecimento. Um exemplo dos projetos promovidos pelo órgão é a Biblioteca Digital Mundial, o maior acervo do gênero gratuito no mundo. “É nosso direito ter infor-mação. É prioridade da Unesco, em parceria com os governos, facilitar mecanismos para que ela seja aces-sível e transparente”, explicou.

Entre os tópicos abordados, Anna Christina ressaltou os objeti-vos das Nações Unidas, organização criada para acompanhar o desen-volvimento mundial e, ao mesmo tempo, auxiliar na busca de soluções para problemas que desafiam as sociedades, incluindo o compro-misso de colaborar ativamente na construção de uma Cultura de Paz.

Acerca desse trabalho, o repre-sentante da Legião da Boa Vontade na ONU, Danilo Parmegiani, dis-correu sobre a atuação da LBV no órgão e a cadeira de vice-presidente que ocupa no Comitê de Espirituali-

“Tenho acompanhado o Educação em Debate aos domingos, às 7 horas [Super Rede Boa Vontade AM 1230 (kHz)], e vejo a seriedade com que o trabalho é desenvolvido. Já estive em Brasília/DF no Templo da Boa Vontade e fico admirada com a amplitude de todo o trabalho desenvolvido. Vocês estão de pa-rabéns! Estou muito feliz de estar aqui hoje. (...) Acredito que é uma visão holística e integral do Ser Humano que está faltan-do, qualquer pedagogia é falha se não abarcar esse lado do coração, da intuição e da Espiritualidade, como a LBV faz. Esse é o caminho verdadeiro. Tenho certeza disso.”

Evelin Patah HaddadEducadora

“O principal que percebi já na abertura é que foi enfocada a questão do Amor, da afetividade dentro da área de Edu-cação, e é o que hoje está faltando. Parabenizo a LBV pela iniciativa, que mantém essa proposta e, com certeza, tem muito a contribuir com a Educação brasileira. Nós estamos iniciando agora, inclusive com a ajuda da LBV, a forma com que vocês trabalham a Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

(...) O trabalho da LBV, nesse sentido, é manter firme essa chama, essa esperança no coração das pessoas, de que realmente há um caminho de afetividade, de Amor, que pode ser aplicado na escola, respeitando-se a ideologia, a religiosidade de cada um.”

Marcos Rogério Silvestre Vaz PintoSuperintendente da área de Educação da Seicho-no-Ie do Brasil

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

a ação. Na escola, usamos essa preocupação de transformar algo com que não concorda em uma experiência de educação”.

Na palestra seguinte, dando continuidade à abordagem, a ex--aluna do Instituto de Educação José de Paiva Netto Paula Suelí Periotto Schnor, graduanda em História pela Universidade de São Paulo (USP), falou sobre o “Co-nhecimento solidário — O papel dos jovens”. “Essa percepção é muito importante para que ele se reconheça como ser construtor, e um construtor solidário. (…) Os educadores, como facilitadores,

devem ser fraternos a essa tão de-safiadora etapa da vida.”

Testemunha da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, sua base educacio-nal, Paula relatou o valor que teve na sua vida a união do intelecto ao coração e falou de práticas construtivas para formar cidadãos mais conscientes e participativos: “‘O Jovem é o futuro no presente! Confiemos nele.’ Esse pensa-mento de Paiva Netto sempre me marcou bastante, porque, quando somos estimulados à crítica, pen-samos no futuro (…), e quando o futuro está no presente, temos

Educação em foco

84 | BOA VONTADE

Page 85: Revista Boa Vontade, edição 225

dade, Valores e Interesses Globais, na ONU, no qual a LBV é sua cofundadora.

Para ele, a ação da Instituição ajuda a fomentar “lideranças soli-dárias e conscientes no mundo. É aí que entra o trabalho dos educado-res. Todos fazemos parte de uma co-munidade e precisamos estimular a consciência de que o educando é capaz de produzir impacto de melhoria nela (...), tornando-os agentes ativos, com senso crítico produtivo, e estimulados a mudar suas realidades”.

Acrescentou, ainda, que a educa-ção de qualidade só se dá realmente quando ela atinge a todos, firmando seu discurso nesta premissa do diretor-presidente da LBV: “Cuida do Espírito, reforma o Ser Humano. E tudo se transformará”.

3º dia — A escola e as múltiplas inteligências

No último dia do 7º Congres-so Internacional de Educação, a profa. dra. Neide de Aquino Noffs, diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP, apresentou a palestra “As diferentes inteli-gências e o processo educacional: Subsídios à ação docente”, que

trouxe momentos de descontração e troca de experiências vividas du-rante seus 30 anos em sala de aula.

Para ela, o educador precisa ser todo o tempo um “pesquisador”, porque, além de oferecer aos alu-nos o conteúdo das disciplinas, tem de conhecer a história de vida dos seus educandos e utilizar de estratégias extras na sala de aula, como filmes educativos e os que apresentam lições que edificam e divertem. “Aprendi a ser bem-humorada, isso me ajudou a edu-car.” E acrescentou: “Não é fácil conviver com as fragilidades do outro, mas a Solidariedade é um

caminho de sucesso”.Outro palestrante que

contribui nesse enfoque é o professor Celso An­tunes. Dono de larga vi-vência como educador e

uMa internet seGura taMBéM educa — A pa-lestra conduzida pelo diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil, o psicólogo rodrigo nejm, pesquisador na área de novas mídias e subjetividade, no segundo dia do evento, chamou a atenção para um delicado assunto, que está cada vez mais presente na agenda da Educação. Com o tema Estudar, brincar e… navegar: Educação para o uso ético da internet, Nejm falou sobre o uso seguro e ético da mídia eletrô-nica, contribuindo para uma cultura de responsabilidade que habilite crianças, jovens e adultos a construir relações sociais saudáveis e seguras por meio do uso adequado das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Nejm chamou especial atenção de todos os envolvidos na educação de crianças e adolescentes para a pedofilia ou o aliciamento on-line, para o ciberbullying e outros crimes cibernéticos, isto é, que ocorrem a partir do espaço público virtual (internet).

psicopedagogo, também formado em Geografia pela Universidade de São Paulo, tornou-se especia-lista em Inteligência e Cognição e mestre em Ciências Humanas. De maneira descontraída, apresentou estudo do avanço da neurologia e a emersão de novas teorias peda-gógicas. Antunes expôs os con-ceitos da Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, e mostrou maneiras eficientes de estimulá-las.

E aconselhou: “Professores, pais, mães, avôs e avós: se qui-serem ser estimuladores de inte-ligências, levem sempre quando encontrarem com crianças uma porção de pontos de interrogação. Não pontos de interrogação para resposta que se sabe, mas aquelas perguntas aparentemente sem res-posta, porque a pergunta que se induz ao pensamento é uma forma significativa de estimulação”.

Ao término da sua palestra, o professor Antunes comentou: “Quando o pedido é da LBV, dou prioridade incontestável, porque

Jonn

y Cés

ar

érika valadares, do Sebrae-SP, realizou a oficina “Empreendedorismo: Formando jovens para a vida”.

Aneli

ese

de O

liveir

a

BOA VONTADE | 85

Page 86: Revista Boa Vontade, edição 225

jamais deixarei de aceitar um convite dela, não apenas pela amizade que a LBV me desperta, mas também pela grandeza da obra de Paiva Netto, pelo signifi-cado que esse trabalho representa e pelo projeto que a Instituição desenvolve. Na verdade, não es-tava assumindo um compromisso, mas cumprindo uma obrigação. Muito obrigado! Foi uma honra, uma felicidade estar com vocês”.

Pedagogias do Afeto e do Cidadão Ecumênico

A pedagoga Suelí Periotto, diretora do Instituto de Educa-ção da LBV na capital paulista,

expôs de forma abrangente a aplicabilidade da Pedagogia do Afeto (direcionada às crianças de até 10 anos de idade) e da Pe-dagogia do Cidadão Ecumênico (que contempla a aprendizagem para faixas etárias a partir dos 11 anos).

A proposta pedagógica da Legião da Boa Vontade possui metodologia própria, o MAPREI: “Falamos de um ensino que atenda às expectativas do Espí-rito eterno, cuja dimensão não nos é possível mensurar. E, por isso, este Congresso compartilha a importância do envolvimento total dos educandos na própria

aprendizagem, para que sejam partícipes diretos da construção de um conhecimento solidário, no positivo e eficaz somatório de sua intelectualidade aos valores éticos, ecumênicos e espirituais, e isto é possível”.

Para a diretora, os resultados positivos e eficazes podem ser vistos diariamente nos centros de ensino da LBV. “Quando o educando se vê na sua integra-lidade, se vê respeitado e se vê alvo da atenção do educador, ele corresponde. Então, é um com-partilhar também do educando, socializando, com o educador”, conclui Suelí.

A educadora adriana ferro de souza, do Sistema universitário de Ensino, desenvolveu a oficina “Laboratórios e práticas pedagógicas”.

A WCF-brasil (associada à World Childhood Foundation) levou ao encontro o tema “A exploração sexual de crianças e adoles-centes — Como a escola pode romper o silêncio e desenvolver ações efetivas”, por meio da participação da psicóloga marga-rete marques.

Dentro da proposta do projeto Criança e Consumo, do instituto Alana, a psicóloga clínica maria Helena masquetti apresen-tou a oficina “A publicidade na formação física e emocional das crianças”.

A oficina conduzida pela artista plástica, especialista em Arte-terapia, silvia queiroz, da Associação brasileira de brinquedo-tecas (Abbri), mostrou a importância do espaço de brincar no desenvolvimento da criatividade infantil.

Educação em focoJo

nny C

ésar

Aneli

ese

de O

liveir

aEr

ik Es

tevã

o

Jonn

y Cés

ar

86 | BOA VONTADE

Page 87: Revista Boa Vontade, edição 225

Pedagogia do Afeto, da LBV, é destaque em universidade

A Pedagogia do Afeto (di-recionada às crianças de até 10 anos de idade) e a Pedagogia do Cidadão

Ecumênico (que contempla a aprendizagem para a faixa etária a partir dos 11 anos), criadas pelo diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, têm inspirado educadores e profissionais do ensino a con-tribuir para uma cidadania mais fraterna. Um exem-plo disso está no relato da carta encaminhada pela estudante Irani Maria dos Santos, que cursa Biblioteconomia e Ci-ência da Informação no Centro Universitário Assunção (Unifai).

Durante seminário rea lizado nessa instituição de ensino, a

irani Maria dos Santos

“Em qualquer parte do mundo onde forem implantadas a Pedagogia do Cidadão

Ecumênico e a Pedagogia do Afeto, a educação dos povos nunca mais será a mesma!

Tudo terá sido transformado para melhor, pois Jesus estará

na base da formação.”

universitária precisava apresentar um trabalho com base em entre-vista feita com um profissional da área de biblioteconomia a res-peito do perfil ideal para o exer-cício da profissão. Irani trouxe a experiência relatada por Maria Aparecida Gama, responsável pela Biblioteca Bruno Simões de Paiva, do Instituto de Educação da LBV, na capital paulista.

Ao explicar a escolha dessa proposta pedagógica, que em essência busca formar Cérebro e Coração, a estudante defendeu: “Em qualquer parte do mundo onde forem implantadas a Peda-gogia do Cidadão Ecumênico e a Pedagogia do Afeto, a educação dos povos nunca mais será a mesma! Tudo terá sido trans-formado para melhor, pois Jesus estará na base da formação”.

A Hora do Bebê-contoDurante a palestra, a estu-

dante enfocou a Pedagogia do Afeto no incentivo à leitura,

citando a atividade Hora do Bebê-conto, desen-volvida pelas educa-doras que cuidam dos bebês da Supercreche Jesus da Instituição: “Dentro da programa-

ção pedagógica das escolas da LBV, há a atividade na qual as crianças, desde a mais tenra idade, são estimuladas a desen-

Aneli

ese

de O

liveir

a

Rodr

igo d

e Ol

iveira

volver o gosto pela leitura; cada aluno lê quatro livros por mês. No caso dos bebês, eles são co-locados com livros infantis — de pano e de plástico — num local apropriado e confortável. Espa-lhados em volta, ao alcance de suas mãozinhas, os livros são fo-lheados, e as crianças destacam logo as ilustrações, instante em que as professoras aproveitam para ensinar-lhes canções e ou-tras atividades que as auxiliem a desenvolver as capacidades cog-nitivas, sempre em conjunto com o sentimento em seus pequeninos corações”.

A universitária recorda a boa aceitação da palestra pela pla-teia: “Foi um sucesso! Todo a classe ficou atenta, em silêncio total. (...) E muitos vieram so-licitar informações de como se tornar um voluntário da LBV”.

Irani Maria comenta também que a professora de Ciência da Informação, Jeane Passos, ao término da apresentação, expli-cou por que não por acaso essa palestra encerrou o seminário — para ela, foi o “desfecho de ouro”. E completa a professora: “Justamente por trazer um exem-plo tão rico para os colegas, de forma que percebam o perfil ideal que o profissional da infor-mação deve desenvolver em si, que coloca o Amor no exercício da sua profissão”.

BOA VONTADE | 87

Page 88: Revista Boa Vontade, edição 225

Paiva Netto: há 53 anos, formando Seres Humanos fraternos e solidários

para a Cidadania Ecumênica.

Mais de meio século pela

Reeducação53 anos de trabalho na LbVEspecial

Foto

s: An

dré

Fern

ande

s

88 | BOA VONTADE

Page 89: Revista Boa Vontade, edição 225

filHO e netO de BaianOs Em 2 de março de 1941, um belo domin-go de sol, nascia José Simões de Paiva Netto, nome dado em homenagem ao avô paterno. Filho de idalina cecília de Paiva (1913-1994) e de Bruno simões de Paiva (1911-2000), foi o primeiro bis-neto, neto, filho e primo daquela família baiana a nascer no rio de Janeiro/rJ. Dos pais herdou também o amor pelo co-nhecimento, pela leitura, e a sensibilidade para as artes, principalmente a musical.

amizade que nãO cessa nem cOm a mOrte Em 28/6/1957, já integrando as fileiras da Legião da boa Vontade, acompanhado de sua irmã, Lícia Margarida, visitou Alziro Zarur no orfanato Casa de Luciá, onde o fundador da LbV residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, no rio de Janeiro/rJ. Naquela data, o famoso jor-nalista, radialista e poeta conversou com o jovem Paiva, então com 16 anos. Numa impressionante ligação de afinidade, exclamou: “Até que enfim você apareceu, menino! Há quanto tempo eu o esperava!”. Automaticamente selam amizade, que não findou nem com a morte de Zarur: Paiva Netto esteve presente em momentos de grande desafio vividos pelo criador da LbV e tornou-se, com o seu falecimento, por ser o secretário-geral da instituição, o sucessor natural, expandindo a Obra e fazendo, inclusive, cumprir as promessas feitas pelo velho amigo. fOtOs (1) José de Paiva netto, alziro zarur e dr. Osmar carvalho e silva. (2) Já na juventude, Paiva Netto assumia grandes desafios na LbV. (3) A ronda da Caridade faz parte da Campanha Permanente da LBV contra a fome do corpo e da Alma, lançada no fim da década de 1940, com a popular Sopa dos Pobres, também conhecida como Sopa do Zarur. No destaque, o jovem Paiva Netto, que participou da primeira ronda, em 1/9/1962, no rio.

O 29 de junho é data especial aos que, pelo mundo, cele-bram a Boa Vontade, pois nesse dia, há 53 anos, José

de Paiva Netto ingressou na LBV. De 1956 para cá, mais de meio sé-culo de serviços ininterruptos e três décadas à frente da Legião da Boa Vontade, transformando-a em um dos maiores movimentos humani-tários do planeta.

Essa disposição em mudar para melhor a sociedade — utilizando como ferramenta a Solidariedade Ecumênica — acompanha Paiva Netto desde muito novo. Aos 15 anos de idade, logo que escutou uma canção natalina (Noite Feliz, de Joseph Mohr e Franz Grüber) durante o programa Campanha da Boa Vontade, na Rádio Tamoio, do Rio, intrigado, exclamou: “Mãe, música de Natal em junho!” e, na sequência, ouviria ainda o saudo so fundador da LBV, Alziro Zarur

1 2

3

Foto

s: Ar

quivo

BV

Arqu

ivo B

V

BOA VONTADE | 89

Page 90: Revista Boa Vontade, edição 225

Centros de excelência de ensinoDesde o início de sua gestão à frente da LBV, preocupou-se em criar

órgãos com fins educativos, viabilizando escolas e centros comunitários e educacionais em todo o país, que oferecem educação infantil, ensino funda-mental, médio, supletivo e EJA — Educação de Jovens e Adultos, além de cursos profissionalizantes a milhares de adolescentes e adultos de comuni-dades de baixa renda.

(1914-1979), repetir a passagem do Evangelho em que os Anjos anunciam o Nascimento do Cristo: “Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens de Boa Von-tade”. Jesus (Lucas, 2:14).

O que lera cerca de três anos antes, aos 12 anos, na publicação editada pela LBV chamava-lhe de novo a atenção: no opúsculo, de marcante conteúdo, que recebeu de uma formosa senhora negra, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil, encontrou des-critos, no pioneiro movimento inter-religioso promovido por Zarur com a Cruzada de Religiões Irmanadas,

Glorinha/rs

aracaju/se

cascavel/pr

rio de Janeiro/rJ

são paulo/sp

Vivia

n Ri

beiro

Arqu

ivo B

V

Vivia

n Ri

beiro

Lilian

e Ca

rdos

oTa

tiane

Oliv

eira

Fran

cieli d

a Si

lva

Andr

é Fe

rnan

des

são paulo/sp

Andr

é Fe

rnan

des

Especial

90 | BOA VONTADE

Page 91: Revista Boa Vontade, edição 225

os ideais que ele próprio almejava. Por tudo isso, determinado, disse: “Mãe, é com esse que eu vou!”. Outra coisa que o impressionou foi a sonoridade do nome: Alziro Zarur.

Com essa firmeza de caráter, construiu uma carreira destacada como radialista, jornalista, escritor, compositor e administrador. Conci-liou os próprios talentos e alcançou uma síntese rara: ao mesmo tempo, é pensador, comunicador e homem de ação.

Não foi por acaso a escolha do dia 29 para abrir o 7º Congresso Internacional de Educação da LBV,

LBV presente na Organização das Nações Unidas — ONU

Sob a administração de Paiva Netto, a Legião da Boa Vontade tornou-se a primeira organização da sociedade civil brasileira a associar-se ao Departamento de Informação Pública das Nações Unidas (DPI), a partir de 1994. Em 1999, a LBV foi também a primeira associação civil brasileira a conquistar na ONU o status consultivo geral no Conselho Econômico e Social (Ecosoc). E em 2000 passou a integrar a Conferência das ONGs com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo), em Viena, na Áustria. O trabalho da LBV está presente com bases autônomas em sete países (Argentina, Bolívia, Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Portugal e Uruguai).

Vocação musicalCompositor e produtor musical de talento, obteve seu primeiro grande

sucesso com um tributo ao povo baiano: o disco Negrada — Jesus, o Grande Libertador! (1983). A partir daí, vários outros trabalhos ganharam notoriedade, a exemplo de uma série de músicas dedicadas a Maria Santíssima, com as quais homenageia o Brasil e vários de seus Estados (década de 1980); o Poema Sin-fônico Argentina (1982); a Sinfonia Apocalipse (1987), escrita em parceria com o maestro almeida prado; a Suíte Aquarius — A Dança dos Mundos (1993), com orquestração do compositor búlgaro alexander Yossifov; e o Oratório O Mistério de Deus Revelado (com mais de 500 mil cópias vendidas), composto em Portugal, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul (1998), Brasil, sob a inspiração do genial Villa-Lobos (1887-1959).

paraguai

uruguai

Arqu

ivo B

V

Arqu

ivo B

VJo

ão P

eriot

to

Goiânia/Go

Clay

ton

Ferre

ira

Page 92: Revista Boa Vontade, edição 225

Espírito e CiênciaO líder da Instituição criou ainda, em

2000, o Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, que se tornou o maior movimento mundial do gênero na formação de novos paradigmas do pensamento humano, fundamentados na convergência e no inter-câmbio entre o conhecimento científico e as diversas tradições religiosas, havendo dele já participado nomes de grande destaque do cenário nacional e internacional. Paiva Netto fundou também a Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, composta pelo Instituto de Estudo e Pesquisa da Ciência da Alma e pelo Instituto de Estudo, Pesquisa e Vivência do Novo Mandamento de Jesus.

Templo da Boa Vontade e ParlaMundi da LBVEm 21 de outubro de 1989, Paiva Netto fundou, em Brasília/DF, capital do Brasil, o Templo da Boa Von-

tade (TBV), com a presença de mais de 50 mil participantes. O TBV é o polo do Ecumenismo Irrestrito, que preconiza a conciliação de todas as criaturas e povos da Terra, e do Ecumenismo Total, que proclama a urgente necessidade da comunhão entre a Humanidade da Terra e a Humanidade do Céu. Considerado “a maior construção piramidal do século 20” pelo tradicional Diário de Notícias, de Lisboa, Portugal. Por iniciati-va também de Paiva Netto, foi fundado, em 1994, ao lado do Templo da Paz, com a participação de mais de 100 mil pessoas, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, obra que integra o conjunto arquitetônico mais visitado de Brasília (na Quadra 915 Sul, Lotes 75/76), segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET). Desde sua inauguração, já foi visitado por quase 20 milhões de peregrinos e turistas.

André Fernandes

Arqu

ivo B

V

Especial

92 | BOA VONTADE

Page 93: Revista Boa Vontade, edição 225

cujo tema Educar: um olhar além do intelecto homenageia o dirigen-te da LBV, criador da Pedagogia do Afeto (direcionada às crianças de até 10 anos de idade) e da Pe-dagogia do Cidadão Ecumênico* (que contempla a aprendizagem a partir dos 11 anos de idade), que têm inspirado educadores e profis-sionais do ensino a contribuir para uma cidadania mais fraterna. Nessa

ComunicadorPaiva Netto criou a Editora Elevação, a Gráfica da Boa Vontade, a Gravadora

Som Puro Records, o Portal Boa Vontade (www.boavontade.com), a Super Rede Boa Vontade de Rádio (primeira rede em sistema digital com equipamentos próprios), a Boa Vontade TV (programadora de conteúdo para TV a cabo) e a Rede Mundial de Televisão, as três últimas com dezenas de emissoras de norte a sul do país.

Todas essas importantes mídias prestam contas das realizações da LBV e levam ao público a men-sagem de Fé Realizante e Esperança, sob o lema: Educação e Cultura com Espiritualidade, para que haja Alimentação, Segu-rança, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Ecumênico.

camPeãO de vendasPaiva Netto é autor de várias obras literárias, que já venderam cerca de 4 milhões de exemplares. Entre seus livros se destacam os três volumes da coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração (As Profecias sem mistério, Somos todos Profetas e Apocalipse sem Medo), Crônicas & Entrevistas, Como Vencer o Sofrimento e Reflexões da Alma. Muitos títulos do escritor já foram traduzidos para dezenas de idiomas, sendo sucesso nos maiores eventos literários do mundo.

proposta pedagógica, dedicada a formar cérebro e coração, crianças e jovens, e por extensão suas famí-lias, são os principais beneficiados.

Durante o Congresso, reali-zado na capital paulista de 29 de junho a 1o de julho, educadores e representantes da LBV apresen-taram a experiência da Instituição em unir conteúdos pedagógicos a valores de Fraternidade, Espiritua-

lidade e Ecume nismo, o que tem gerado excelentes resultados nas unidades socioeducacionais da Legião da Boa Vontade.

Por isso, a revista BOA VON-TADE apresentou esta reportagem fotográfica, cujo principal intento é sintetizar algumas das grandes transformações empreendidas pelo líder da LBV no constante desafio de construir um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz.

Arqu

ivo B

V

Arqu

ivo B

V

Danie

l Tre

visan

Danie

l Tre

visan

CONHEÇA MAIS:www.paivanetto.com

* ecumenismo — Que pensa o jornalista e escritor Paiva Netto sobre o assunto? Quer saber? Leia É urgente reeducar!, publicação de sua autoria encaminhada às Nações Unidas, em diversos idiomas, disponível pelo Clube Cultura de Paz: 0800 77 07 940.

BOA VONTADE | 93

Page 94: Revista Boa Vontade, edição 225

Diga SIM!“Quando a LBV chamar, atenda com o coração: diga SIM!” Essa

é a mensagem da Campanha relançada no dia 1º de abril, pela Legião da Boa Vontade em todo o Brasil, com o objetivo de angariar recursos para a manutenção dos programas socioeducacionais que a Instituição desenvolve no país.

A iniciativa favorece diretamente milhares de pessoas amparadas pela LBV, em suas escolas de Educação Básica, lares para crianças e adolescentes e para a Terceira Idade e Centros Comunitários e Edu-cacionais. Nesses locais, a LBV realiza ações que contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos atendidos nas comunidades em que

CampanhaTudo pelo social

Londrina/pr cascavel/pr

Vitória/es

Arqu

ivo p

esso

al

Juliana BortolinSandra Teixeira

Clay

ton

Ferre

ira

LbV é ação nas cinco regiões do brasil

Page 95: Revista Boa Vontade, edição 225

vivem. Exemplos disso são os cursos de capacitação profissional, as oficinas de geração de renda, as palestras educativas e aulas de alfabetização, as atividades esportivas, lúdicas, pedagógicas e culturais, além do atendimento médico, de enfermagem, odonto-lógico, jurídico, psicológico, entre outros, e da distribuição de cestas de alimentos e kits escolares.

Belo Horizonte/MG

porto alegre/rs

Maringá/pr

campinas/sp

são paulo/sp

são paulo/sp

curitiba/pr

Belo Horizonte/MGrecife/pe

Volta redonda/rJ

Andr

é Fe

rnan

desVi

níciu

s Ram

ãoM

ônica

Men

des

Paulo

Ara

újoEl

isa R

odrig

ues

Diog

o Fr

ancoMôn

ica M

ende

s

Scho

ol Pi

cture

João

Migu

elVi

vian

Ribe

iro

Page 96: Revista Boa Vontade, edição 225

Abrangência Somente no ano pas-

sado, para se ter ideia do alcance da atuação da LBV, vale destacar que ela prestou 7.487.023 atendimentos e benefícios

a populações em situação de vulnerabilidade. Essas ações

beneficiaram cerca de 120 mil pessoas, nas áreas de educação, cultura, alimentação, além de apoio no campo da segurança, da saúde e do trabalho, com um diferencial: a Espiritualidade Ecumênica, princí-pio que a LBV aplica em tudo que realiza.

Todos estão convidados a par-ticipar da Campanha Diga SIM! e, desta forma, colaborar com a Legião da Boa Vontade para que continue não apenas a prestar auxílio àqueles que a procuram, mas também, e principalmente, aprimorar cada vez mais a qualidade do que oferece a seus atendidos. As doações podem ser feitas nas unidades da LBV, pelo tel.: (11) 3225-4500 ou pelo site www.lbv.org.br.

Glorinha/rs

cuiabá/Mt

salvador/Ba

campo Grande/Msipatinga/MG niterói/rJ

Anali

ce B

arce

Clay

ton

Ferre

ira

Álida

San

tos

Vivia

n Ri

beiro

Lilian

e Ca

rdos

o

Belém/pa

Criada por Paiva netto, a Campanha LBV — Es-porte é Vida, não violência! é uma das atividades educativas desenvolvi-das pela Legião da boa Vontade por meio da Super rede boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, revista e in-ternet), presente nos estádios do brasil desde 1978. Na foto, o repórter Wil-son Pimentel (E), eliel Brum (C), res-ponsável geral pela equipe de espor-tes, e Pedro Paulo torres, supervisor do programa Momento Esportivo (das 12h05 às 13h30), da Super rádio brasil AM 940, emissora da Super rbV do rio de Janeiro/rJ.

“Esporte é Vida, não violência!”Pioneira campanha educativa da LBV pela Paz

nos Esportes, realizada desde 1978

Joíls

on N

ogue

ira

Ismae

l Brit

o

Page 97: Revista Boa Vontade, edição 225

Acontece em Santa Catarina

Catarina voltou a enfrentar difi-culdades por conta do clima: um largo período de estiagem desde o início de março. As regiões norte, oeste, planalto e Vale do Itajaí — esta uma das áreas mais atin-gidas pelas chuvas no fim do ano passado — somam mais de 130 municípios em estado de emergên-cia. De acordo com a Defesa Civil catarinense, ao menos um milhão de habitantes devem sofrer com os efeitos da seca.

Apesar de todos esses desafios, o Estado tem mostrado grande

Juliana bortolin

capacidade de superação, um aspecto ressaltado pelo senador Raimundo Colombo, natural de Lages. O parlamentar recebeu a reportagem da BOA VONTADE em seu gabinete, em Brasília/DF, para discutir vários temas, em especial os caminhos de Santa Catarina para sobressair no atual cenário de crise financeira, o que exige criatividade dos municípios brasileiros.

Seis meses depoisUm dos problemas graves cita-

Clay

ton

Ferre

ira

Desafios Senador Raimundo Colombo destaca o que tem sido feito para superar os efeitos

das catástrofes climáticas e da crise financeira

Foto

s: Di

vulga

ção

Quatro meses depois de so-frer com as fortes chuvas — um dos maiores desas-tres naturais de que se tem

notícia na Região Sul — Santa

de Santa Catarina

BOA VONTADE | 97

Page 98: Revista Boa Vontade, edição 225

dos por Colombo foi a falta de mo-radia para os 78 mil desabrigados pelas fortes chuvas. Em Blumenau, por exemplo, até hoje cerca de 600 pessoas ainda vivem em abrigos coletivos, onde as famílias o cupam espaços divididos apenas por len-çóis ou sobras de móveis. “Isso traz um transtorno terrível para todos. A construção de novas casas é urgente, é o grande desafio. Mas é uma tarefa longa, difícil, que vai precisar de muitos recursos. (...) Estamos fazendo um trabalho forte de acompanhamento para que o dinheiro de fato chegue”, disse. Quando a ajuda emergencial dimi-nui, é hora de o governo, a socieda-de civil e a população trabalharem juntos. “Agora existem problemas que ficaram e vão se estender por longo tempo.”

As enchentes deixaram 63 mu-nicípios em estado de emergência, atingindo mais de 1,5 milhão de pes-soas, e comprometeram atividades econômicas locais importantes. Para Colombo, o fato de Santa Catarina dispor de uma linha de atuação di-versificada atenuou essa situação: “O Estado tem características pró-prias em cada região. Por exemplo, no sul há uma termoelétrica muito forte, além do setor têxtil, de ce-

râmica, pecuária, agroindústria e polos metal-mecânico e turístico”.

Entre as ações para sanar o prejuízo está uma ajuda de R$ 800 milhões. O senador detalha: “A obra no porto de Itajaí está em andamento. São R$ 100 milhões para a recuperação das rodovias federais, o que também está em curso. Outros 360 milhões são para os municípios atenderem as pessoas, incluindo a reconstrução das casas, que é o que está demo-rando mais”.

Crise e recuperaçãoO senador Raimundo Colombo

afirmou estar preocupado quando o assunto é a atual crise internacio-nal. A queda de arrecadação já afeta milhares de municípios pelo Brasil, e isso representa “um componente perigoso”, na visão do senador. “Começou a cair muito a receita dos municípios e do governo do Estado. A gente começa a ter uma crise no setor público”, alertou.

Na opinião dele, o cenário eco-nômico é bastante prejudicial ao Estado, já que este tem vocação para exportação e os mercados a que se destinam seus produtos estão en-fraquecidos, refletindo numa queda de quase 40% nessa atividade em

relação ao mesmo período do ano passado. “Isso está deprimindo a economia catarinense, que ainda se recupera das enchentes. O porto de Itajaí, peça fundamental nessa ca-deia de desenvolvimento, por onde exportamos quase tudo, ainda não está pronto. (...) O momento é duas vezes mais difícil para a gente”, declarou.

O ponto forte do porto, interdita-do pelas inundações, é o embarque de carnes (bovina, suína e aves). Com as atividades portuárias sus-pensas àquela altura, era mais um motivo de preocupação: “Fizemos uma audiência pública no Senado, com todas as pessoas envolvidas, agroindústria, governo, produtor rural, para ver o que a gente faria para minimizar essa situação, porque o pessoal não conseguiria resistir muito tempo com R$ 80,00 de prejuízo por animal”.

A suinocultura, aliás, poderia representar mais um fator funda-mental para um balanço negativo do Estado, por diversos motivos: as enchentes, a crise e, mais recen-temente, a Influenza A (H1N1). Mas as notícias não são tão ruins. Apesar do pessimismo presente no merca-do, para os maiores produtores da carne no Brasil o clima é diferente.

Andr

é Alm

eida

Mur

ilo78

Divu

lgaçã

o

Acontece em Santa Catarina

Page 99: Revista Boa Vontade, edição 225

Empresários e criadores nacionais acreditam que a suspensão da com-pra de carne suína de fornecedores das regiões-foco da doença, México e Estados Unidos, coloque o Estado na mira dos grandes importadores, como Rússia (onde 50% da carne de porco consumida vem dos EUA) e China.

Apesar de tantas dificuldades, está-se trabalhando pela superação. Muito dessa característica, segundo Colombo, está presente na trajetória do Estado: “A história de Santa Catarina é de uma força fantásti-ca. Desde os imigrantes alemães,

italianos e portugueses, as pessoas têm uma vida co-munitária intensa, e essa é uma característica marcante. Nosso povo se une; é impressionante sua solidariedade”. Sem perder o tom de esperança, e celebrando os avanços, o sena-dor finaliza: “Quero agradecer ao Brasil todo, que ajudou de uma for-ma extraordinária. (...) Ainda temos muito a fazer, muitos problemas que precisam ser superados, mas o povo catarinense é forte, se reergueu e já está trabalhando”.

Entusiasta das boas causas

Desde muito cedo envolvido com as causas sociais, o senador Raimundo Colombo disse ter sido marcante o momento em que conheceu a LBV: “Quando fui a Florianópolis visitar a Legião da Boa Vontade, me reencontrei com as minhas raízes”. Foi na juventu-de que se tornou líder comunitário na cidade de Lajes. Há 28 anos, em situação semelhante à atual, ajudou a população após um ven-daval que destruiu várias casas.

Colombo mostrou o trabalho de recuperação desen-

volvido no local ao en-tão governador, Jor-ge Bornhausen , durante visita ofi-cial às áreas afeta-

das. Posteriormente, Bornhausen chamou

aquele jovem entusiasta para trabalhar no governo do Estado de Florianópolis. Já foi deputado estadual, prefeito e de-putado federal.

“Desde aquela época até hoje, eu praticamente me dediquei só à vida pública”, conta o senador, que também declarou: “O trabalho que a LBV faz é um exemplo para a socie-dade; nós precisamos construir. (...) Quero doar um pouco de mim para o trabalho que vocês estão fazendo. Ali, me senti animado e renovado para trabalhar mais. (...) Que bom que há exemplos de solidariedade que nos animam e mostram o cami-nho para que façamos bem o nosso trabalho”.

O senador raimundo Colombo durante visita ao Centro Comunitário da LbV em Florianópolis. Na ocasião, as crianças atendidas entregaram-lhe um cartão personalizado de boas-vindas.

Andr

é Alm

eida

Divu

lgaçã

o

Clay

ton

Ferre

ira

João

H

BOA VONTADE | 99

Page 100: Revista Boa Vontade, edição 225

Terceiro Setor

O II Congresso Brasileiro de Fundações, realizado em 30 de março no Me-morial da América La-

tina, na capital paulista, reuniu mais de 1.200 participantes para discutir os avanços e desafios do Terceiro Setor em sua tarefa de alterar a rea lidade da população em situação de risco social. O evento, organizado pelo Mi-nistério Público do Estado de São Paulo, atraiu formadores de opinião, dirigentes e colaborado-res de fundações e de entidades

sociais, além de estu-diosos do assunto, em torno da reflexão sobre os caminhos percorridos pelo Terceiro Setor e do estabelecimento de no-vos rumos e objetivos a serem alcançados pelas fundações e entidades sociais. E contou com o apoio de entidades, a exemplo da Fundação José de Paiva Netto.

As palestras abordaram os seguintes tópicos: “O Supremo Tribunal Federal e o Terceiro

Setor”, “As Fundações prestando contas à socie-dade civil” e “Imunidade e isenção tributária para as Fundações e Entida-des de Interesse Social”.

Na abertura dos tra-balhos, o dr. Enrique

Ricardo Lewandowski, minis-tro do Supremo Tribunal Federal (STF), discursou sobre a relação entre o STF e as organizações do Terceiro Setor, ressaltando: “(…) É impossível para o Estado pres-tar todos os serviços públicos

Terceiro SetorAvanços e desafios doTerceiro Setor

Dr. Enrique ricardo

Daniel Guimarães e Sarah JaneReprodução: BVTV

ii Congresso brasileiro de Fundações

100 | BOA VONTADE

Page 101: Revista Boa Vontade, edição 225

que lhe competem, essa parceria com as entidades privadas é absolutamente funda-mental e necessária”.

Em entrevista à BOA VONTADE, o

promotor de Justiça do Minis-tério Público Paulista e curador de Fundações de São Paulo/SP, dr. Airton Grazzioli, afirmou: “O grande pro-veito deste Congresso é dar a oportunidade de um debate amplo, franco e transparente. O Terceiro Setor hoje é imprescindível para uma so-

ciedade mais justa e mais solidária; ele merece o devido res-peito para que possa efetivamente prestar um excelente servi-ço”.

Por sua vez, a dra. Lígia Cris­tina Araújo Bisogni, desembar-gadora do Tribunal de Justiça

de São Paulo, defi-niu aquele momento como “de reflexão. (…) Para que as pes-soas conheçam um pouco mais do que isso significa para toda a comunidade.

Não é só entender essa dinâmi-ca, mas aplaudir o trabalho e incentivar a continuida-de dele”.

Menta l idade essa compartilhada por mui-tos parlamentares, como evidencia o deputado federal Rodrigo Sobral

Rollemberg: “O Con-gresso discute temas relevantes do Terceiro Setor, que hoje presta um serviço inestimável”.

Com a finalidade de promover a discussão em torno das leis que regem a atuação das organizações vol-tadas para o social, o evento

teve também o apoio da Fundação Conrado Wessel, representada por seu diretor financeiro, dr. José Caricatti, que presidiu também a mesa de abertura. No seu pro-

nunciamento, Caricatti valorizou as conquistas alcançadas pelas entidades: “Temos uma ação das fundações na sociedade que precisa ser vista em todos os ân-gulos, e é esse o objetivo deste congresso”.

Ainda sobre a importância desse movimento, a presiden-te da Associação Paulista de Fundações (APF) e da Confe-deração Brasileira das Funda-ções (Cebraf), dra. Dora Silvia Cunha Bueno, comentou: “É um momento ímpar para troca de informações, principalmente entre o Ministério Público e os dirigentes fundacionais”.

Para a presidente da Co-missão de Direito do Terceiro

Setor da OAB/SP, Lúcia Maria Bludeni, muitas vitórias têm sido alcan-çadas: “O trabalho re-levante que as fundações e associações privadas desenvolvem, ao longo

de tantos anos, tem um caráter de perenização e aprimoramento de di-reitos sociais e também de deveres, é bom que se diga”.

Segundo o dr. José Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do Ministério Público do DF e presidente da Associação Nacional de Procuradores e Promotores de Jus-tiça de Fundações e Entidades de Inte-resse Social (Profis), o evento abordou a “temática fundamental dos recursos públi-

cos, que devem e podem ser direcionados para as entidades privadas”. No que foi seguido pela tri-butarista Iliana Graber de Aquino, que avaliou a importância do encon-

tro pelo fato de “provocar não só o debate, como estimular o [Terceiro] Setor a fazer a defesa de seus interesses. E, mais do que isso, defender os direitos constitucionais”.

Ao estimar a influência e o pa-pel dessas fundações e entidades, a diretora do Instituto MC de Educação Social, Maria Cecília Medeiros de Farias Kother, concluiu: “É um trabalho para-lelo às atividades do Primeiro Setor, mas tem já o seu espaço definido e uma relevância que não é mais substituí-vel, pela extensão e pela qualidade do que fazem”.

Dr. Airton Grazzioli Dr. José Eduardo

iliana de Aquino

Dra. Lígia bisogni Dra. Dora bueno

Maria Cecília Kother

Dr. José Caricatti

rodrigo rollemberg

Lúcia bludeni

Divu

lgaçã

o

Danie

l Tre

visan

Arqu

ivo p

esso

al

BOA VONTADE | 101

Page 102: Revista Boa Vontade, edição 225

AtualidadesCongresso de Municípios em Santos reúne 4 mil participantes

Há mais de meio século o Estado de São Paulo tem um es-

paço que reúne diversas auto-ridades e palestrantes de renome para a discussão de temas importantes e troca de experiências na administra-ção pública. Em sua 53a edição, o Congresso Estadual de Municípios, promovido pela Associação Paulista de Municípios (APM), entre os dias 31 de março e 4 de abril, em Santos, teve a participação de 4 mil pessoas. A crise econômica internacional e as práticas que levam a uma gestão eficiente nortearam o encontro. O presidente da entidade, Marcos Monti, faz um balanço positivo do evento: “A APM representa os 645 municípios de nosso Estado (...); aqui a participação das auto-

Crise econômicae suas oportunidades

ridades municipais foi expressiva, tendo mais

de 400 municípios repre-sentados”.

A programação incluiu ple-nárias, momento cultural e painéis sobre lei orgânica, finanças, meio ambiente, saneamento, Educação, o TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), emprego, habitação, direitos da pessoa com deficiência, gestão pública, relação com o Con-gresso Nacional, entre outros temas.

O principal objetivo foi apontar os melhores caminhos para uma administração eficiente, a qual, na visão de Monti, se consolida com “a capacidade de economizar cada centavo e cortar gastos no seu município para continuar com os investimentos”. Outra caracte-rística do encontro, destacada pelo

dirigente, está no fato de reunir di-ferentes regiões paulistas, cada uma delas com necessidades específicas, para apresentar suas experiências. “Aqui é um laboratório de ideias”, afirmou.

A APM esclarece os municípios sobre mudanças na legislação que os afetem, além de representar os interesses contínuos do movimento municipalista de São Paulo no Con-gresso Nacional.

DesafiosA exemplo de outras nações, o

Brasil diariamente também enfrenta os desafios da tensão econômica mundial. Muitas cidades foram afe-tadas com a queda da arrecadação e, de forma mais evidente, com a di-minuição dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “A crise é internacional. À medida que ela chega, gera desemprego e a economia desaquece. (...) Cabe ao poder público criar condições para recuperar o poder aquisitivo [do povo]. Entendo que a nossa priori-dade no momento é não deixar que os índices de desemprego aumentem mais ainda e evitar a queda brutal de arrecadação de recursos dos municípios”, comentou Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo.

Para o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, o

Foto

s: Al

exan

dre

Salle

s

102 | BOA VONTADE

Page 103: Revista Boa Vontade, edição 225

grande desafio dos bons gestores no momento de crise de crédito, que ele chama de travessia, é “enxugar, ser eficiente e fazer mais com menos”. A fórmula para isso, segundo o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, é “usar a criati-vidade: buscar recursos onde não tínhamos olhado anteriormente e ter eficiência no gasto desse dinhei-ro”. Ele destaca ainda o fôlego que a economia local tomou no primeiro trimestre de 2009, por exemplo, com as boas vendas no setor auto-mobilístico, ancoradas, em grande parte, pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

“Nós tivemos um setor financei-ro muito ruim na época da inflação, o crediário era escasso e começou a crescer apenas há três, quatro anos.

(1) dilma rousseff, ministra da Casa Civil, presente na abertura do evento. (2) marcos monti, presidente da Associação Paulista de Municípios (APM). (3) gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, ladeado por Luciano Duarte Pereira e renato Viana, da rede Mundial de Televisão. (4) Guilherme Afif Domingos, secretário estadual do Emprego e relações de Trabalho. (5) eduardo cury, prefeito de São José dos Campos. (6) Jorginho maluly, deputado federal. (7) sidney Beraldo, secretário estadual de Gestão Pública. (8) Ângelo Oliveira, empresário português. (9) simão Pedro, deputado estadual.

1

5

2

6

3

7

4

8

(...) Temos uma menor dependência ao crédito [em relação a outros países]. Vamos passar por uma tra-vessia, mas o dano no nosso casco será bem menor que no casco dos outros”, avaliou o secretário Afif Domingos.

Neste contexto, o congresso apresentou formas de auxiliar os gestores públicos na busca de alter-nativas que facilitem e modernizem suas administrações, por meio da exposição de produtos e serviços de diversos segmentos espalhados por uma centena de estandes. “O momento é de muita reflexão e controle de gastos. É a mesma coisa em casa. Quando se está apertado, não se troca a televisão. A questão é estabelecer prioridades, que, hoje, são a Saúde e a Educação”, disse o

deputado federal Jorginho Maluly. O empresário português Ânge­

lo Oliveira cruzou o oceano para apresentar aos brasileiros novas fer-ramentas tecnológicas de uso peda-gógico, produto este finalizado em 2007 e presente hoje em 30 países. Para ele, a crise não deve atingir o setor da Educação. “É interessante observar as prioridades de cada país ou região, inclusive o modo como a economia afeta os investi-mentos públicos. Todo país tem uma política comercial adaptada àquela realidade”, diz o diretor-geral da Clasus. Na opinião do empresário, 2009 será o ano do boom das tec-nologias da informação no ensino.

Para o deputado Maluly, nada ajudará tanto o país quanto maior investimento na educação — ele

9

Foto

s: Al

exan

dre

Salle

s

BOA VONTADE | 103

Page 104: Revista Boa Vontade, edição 225

(10) geraldo alckmin (E), secretário estadual de Desenvolvimento, com Luciano Duarte, da rede Mundial de Televisão. (11) arnaldo Jardim (D), deputado federal. (12) monica serra, presidente do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo. (13) suely maia, secretária de Educação de Santos. (14) artur mainarde Junior, diretor-geral da Somai. (15) renato amary, deputado federal. (16) Herculano castilho Pas-sos Junior, prefeito de itu. (17) João de almeida sampaio filho, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. (18) João Paulo tavares Papa, prefeito de Santos.

acredita que qualquer outra ação apenas reduzirá os impactos finan-ceiros.

O secretário estadual de Gestão Pública, Sidney Beraldo, ressal-tou a capacidade de São Paulo de realizar investimentos de mais de R$ 20 milhões, o que dá subsídio ao Estado para conter o prejuízo. “À medida que realizamos grandes programas habitacionais e a cons-trução de estradas, metrôs, geramos emprego e melhoramos a vida das pessoas. (...) Fizemos um levanta-mento na secretaria e todos esses investimentos irão gerar mais 850 mil empregos. É a parceria com os

municípios: liberar recursos para diversas obras contribui para que a crise seja menor no Estado e nos municípios.”

Para que a boa administração funcione e sirva bem ao povo, o deputado estadual Simão Pedro apontou o papel da população, para ele, um braço tão importante quanto a Câmara Municipal ou o Tribunal de Contas, na hora de fiscalizar. “Ela [a população] precisa enten-der como funciona o orçamento, onde o prefeito gasta, e, através dos conselhos, participar da definição do orçamento, porque o dinheiro é público.”

10 12

16

151413

17 18

A veia política de Minas Gerais e sua influência no cenário nacional não é só destaque do passado.

Ainda hoje o Estado mantém o compromisso de participar dos debates sobre as grandes ques-tões e a agenda do país.

Essa vocação norteou as atividades do 26o Congresso Mineiro de Municípios, promo-vido pela Associação Mineira de Municípios (AMM), em Belo Horizonte. Participaram prefeitos de todas as regiões do Estado, autoridades, secretá-rios, ministros e personalidades nacionais.

O vice-governador de Minas, Antônio Augusto Anastasia, dá o exemplo do choque de gestão: não evidenciar os processos, mas as atividades-fim, por meio de metas e compromissos a se-rem assumidos, reorganizando e implementando novos modelos de administração pública. “Foi uma bandeira lançada no Es-tado. (...) Hoje, os governos do Rio Grande do Sul, Rio de Ja-neiro, Distrito Federal, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, enfim, todos estão vocacionados para a gestão pública eficiente. O objetivo é muito simples: fazer o Estado funcionar bem,

Caminhos para vencer a crise e buscar o desenvolvimento

11Re

prod

ução

RM

TV

104 | BOA VONTADE

Page 105: Revista Boa Vontade, edição 225

de municípiosconseguir mais com cada real gasto”.

De acordo com o prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Mil­ton de Carvalho, que acabou de assumir a presidência da entidade organizadora do evento, este é o momento de dar continuidade ao que já vinha sendo feito pela Associação e buscar novos cami-nhos para ampliar as conquistas. “Temos toda a estrutura necessá-ria para avançar em tudo aquilo que é bandeira da AMM”, disse.

Algumas das prioridades ci-tadas pelo prefeito José Milton estiveram na pauta dos debates: a atual crise econômica internacio-nal, a administração municipal, perspectivas de crescimento, o índice de desenvolvimento huma-no e outros assuntos vitais para o crescimento dos 853 municípios mineiros e, por extensão, para todo o Brasil.

“É uma ocasião muito apro-priada para que os prefeitos se reúnam. Estamos vivendo um momento nacional e estadual difícil em razão de uma crise iniciada no exterior, mas que certamente traz preocupação ao país. (...) Tenho certeza de que os prefeitos neste congresso vão poder mostrar os seus pontos de vista e que estão colaborando.

Certamente serão ajudados pelos governos estadual e federal”, dis-se o ministro das Comunicações, Hélio Costa.

Uma das principais preo-cupações das prefeituras, a que-da da arrecadação, foi tema de comentário do vice-presidente da República, José Alencar, que procurou tranquilizar os prefei-tos. Ele afirmou que a medida provisória que aumentará o re-passe do Fundo de Participação

Hélio Costa

José Alencar

congresso mineiroAtualidades

Em Minas, oportunidades de crescimento em pauta

Stella Souza e Aneliese de OliveiraFotos: Alexandre Salles

de Municípios (FPM) não deve encontrar barreiras para ser apro-vada no Congresso Nacional.

O secretário de Estado de De-senvolvimento Regional e Política Urbana, deputado Dilzon Melo, acredita que é nessa hora que o go-verno se mostra parceiro dos mu-nicípios, ou seja: “Reeducando, profissionalizando os funcionários públicos, sendo companheiro durante essas adversidades, in-clusive nas verbas estaduais. (...)

Valte

r Cam

para

to/A

Br

BOA VONTADE | 105

Page 106: Revista Boa Vontade, edição 225

O mais interessante é capacitar as prefeituras para que elaborem projetos estruturadores e, com isso, a gente possa alavancar recursos”.

Exportando experiênciasO congresso abriu um im-

portante espaço para a troca de ideias, soluções, e para a intera-ção entre a iniciativa privada e o poder público. Além do choque de gestão, o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, apontou outras medidas tomadas em Minas que repercutem dentro e até fora do país. Uma delas é a que está transformando favelas em bairros. “O projeto Vila Viva é

uma referência mundial e inspirou o governo federal. A ONU já veio a Belo Horizonte e está levando-o para o mundo”.

Mais uma iniciativa mineira está no campo da saúde. “O Centro Metropolitano de Es-pecialidades Médicas resolve um dos grandes problemas da saúde pública hoje, que são os exames especializados”, infor-ma o vice-prefeito. O centro reúne 80 consultórios, salas para pequenas cirurgias, curativos e tratamento em especialidades como cardiologia, dermatologia, endocrinologia, gastroentero-logia, ginecologia, mastologia, nefrologia, neurologia, ortope-

dia, otorrino e pediatria, com capacidade para realizar até 40 mil consultas mensais.

Os avanços também devem chegar a municípios do interior mineiro em situação crítica e com nível baixo de IDH — índice de desenvolvimento humano. Para esses casos, o secretário estadual de Transportes e Obras Públicas, Fuad Noman, anuncia a recupe-ração de estradas de acesso, para ele, “um grande indutor do desenvolvimento econômico e social, pois as rodovias trazem escolas, hospitais, negócios... melhoria de renda”. A previsão é ter 100% das vias de acesso asfaltadas até 2010.

(1) José milton de carvalho, atual presidente da AMM. (2) Paulo césar silva, prefeito de Poços de Caldas, no estande da rede Mundial de Televisão. (3) antônio augusto anastasia (D), vice-governador de Minas Gerais, com Enaildo Viana, da rede Mundial de Televisão. (4) Vice-prefeito de belo Horizonte, roberto de carvalho. (5) márcio lacerda, prefeito de belo Horizonte. (6) alberto duque Portugal, secretário estadual de Tecnologia, Ciência e Ensino Superior. (7) gustavo corrêa, secretário estadual de Esporte e Juventude. (8) fernando Pimentel (D), ex-prefeito de belo Horizonte, com Luciano Duarte, da rede Mundial de Televisão. (9) Ex-ministro da Cultura, dr. aluísio Pimenta. (10) marcus Pestana, secretário de Saúde de Minas Gerais. (11) dilzon melo, secretário de Desenvolvimento regional e Política urbana. (12) fuad noman, secretário estadual de Transportes e Obras Públicas.

1 42 3 5

6 7 8 9 10

11 12

Repr

oduç

ão B

VTV

Repr

oduç

ão B

VTV

Foto

s: Al

exan

dre

Salle

s

106 | BOA VONTADE

Page 107: Revista Boa Vontade, edição 225

da saúde integralEm defesa

Avanços e desafios na pauta de fórum intersetorial, da LbV

LBV

Ecosoc — ONU/EUA

Os indicadores falam por si: todos os anos 11 mi-lhões de bebês morrem em decorrência de causas

diversas; complicações na gravidez ou no parto matam mais de meio milhão de mulheres por ano. Estas são algumas das estatísticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) que refor-çam a necessidade de um esforço, ainda maior, da sociedade para o cumprimento dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) — conjunto de metas as-sumidas pelos 191 países membros

da ONU para serem alcançadas até 2015, que prevê avanços impor-tantes, entre os quais a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna e o combate ao HIV/aids, à malária e a outras doenças.

Reconhecendo o valor do tema — e por considerar o bem-estar não apenas do ponto de vista físico, mas dentro de uma perspectiva de saúde integral —, a Legião da Boa Vontade realizou, de 20 de março a 2 de abril, uma série de encontros buscando identificar e disseminar tecnologias sociais inovadoras que, ao mesmo tempo, tenham baixo

custo e produzam alto impacto. Esse é o objetivo a que se propôs o 6o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária (3a Feira de Inovações), promovido pela LBV em cinco países (Argentina, Bolí-via, Brasil, Paraguai e Uruguai), em suporte à Revisão Ministerial Anual do Ecosoc, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.

Representações oficiais da ONU estiveram presentes ao evento, a exemplo do chefe-adjunto da Seção de ONGs do UN/Desa, dr. Joop Theunissen. Assim, o encontro constituiu-se em espaço no qual

Apoiorealização

Page 108: Revista Boa Vontade, edição 225

os organismos do Sistema ONU, governos nacionais e locais, uni-versidades e institutos de pesquisa, empresas e organizações da socie-dade civil, por intermédio de seus representantes, dialogar sobre o tema “Saúde e Qualidade de Vida: Cumprindo os Oito Objetivos do Milênio”, conforme orientação do Ecosoc, no qual a LBV possui status consultivo geral desde 1999.

Os eventos tiveram o suporte do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN/Desa) e o apoio dos centros de informação das Nações Unidas para o Brasil e para Argentina e Uruguai (respectivamente, UNIC- -Rio de Janeiro e CINU Buenos Ai-res), da Organização Pan-America-na de Saúde (OPAS) na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uru-guai; do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) na Ar-gentina e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) na Argentina e no Paraguai, entre outros parceiros.

Os resultados des-se ciclo de debates serão apresenta-dos à sociedade latino-americana e também às au-

Na primeira foto, da esquerda para a direita: dr. Joop Theunissen, do uN/Desa, a sra. Valéria Schilling, do uNiC-rio, e Alziro de Paiva, representante do diretor-presidente da LbV. Ao lado, dr. Giancarlo Summa, diretor do uNiC-rio, ONu-brasil.

toridades e delegações presentes à Reunião de Alto Nível (High-Level Segment), encontro este que se realizará entre os dias 6 a 9 de julho, em Ge-nebra (Suíça). O relatório produzido pela Legião da Boa Vontade, com a chan-cela da ONU, foi traduzi-do pelas Nações Unidas para os seus seis idiomas oficiais (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), e será entregue no evento de Genebra.

Rio de Janeiro/BrasilA análise dos fatores externos

capazes de influenciar a saúde da população — pensando, é claro, em medidas preventivas — centralizou os debates realizados no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro/RJ, em 31 de março. A mesa de abertura contou com a presença do dr. Joop Theunissen, chefe-adjunto da Se-ção de ONGs do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da

ONU; da sra. Valéria Schilling, do Centro de Informação

da ONU para o Bra-sil (UNIC-Rio); da

sra. Anamaria Schneider, da Secretaria Mu-

nicipal de Saúde e Defesa Civil; da sra. Nely de Azeredo, da Secretaria

Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro; e de Alziro Paolotti de Paiva, representante do diretor-presidente da LBV.

Para Valéria Schilling, que na ocasião representou o diretor do UNIC-Rio, dr.

Giancarlo Summa, o fato de o en-contro estimular a par-ticipação comunitária enriquece o resultado dos debates. “Eventos como este são mais do que bem-vindos para nós, das Nações Uni-das (…). Eles dão voz a vários atores responsáveis pelo de-senvolvimento, pela melhoria das condições de saúde, de cidadania da população; tanto aqueles que fazem parte dos governos quanto dos movimentos populares.”

Essa visão mais abrangente sobre o tema também foi um aspecto mencionado pela coordenadora-exe cutiva do Centro de Promoção da Saúde (Cedaps), sra. Kátia Edmundo. Ela sin-tetizou alguns pontos

Már

cio F

erre

ira

Vivia

n Ri

beiro

Anamaria Schneider

Nely de Azeredo

Kátia Edmundo

Ecosoc — ONU/EUA

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

uruguai

Page 109: Revista Boa Vontade, edição 225

debatidos no Palácio ao longo do dia: “É preciso pensar nos outros fatores que incidem sobre a saúde, como as condições de moradia, o desemprego, as condições de escolaridade. É nessa perspectiva que entendemos a importância de

estimular a partici-pação qualificada da comunidade”. E acres-centou: “É por meio da sociedade civil, da mobilização da chama-da democracia partici-

pativa, que se pode contribuir na formulação e no aperfeiçoamento de políticas mais efetivas”.

Entre as diversas organizações que colaboraram nos debates está o Serviço Social do Comércio (Sesc) do Rio de Janeiro, representado no evento por Gilberto Fugimoto, que, por sua vez, ressaltou a neces-sidade de planejar ações conjuntas. “Não é possível enfrentar um pro-blema complexo com soluções sim-

ples, mas, sim, com so-luções pactuadas entre a sociedade”, afirmou. Em sintonia, a sra. Ro­salva Figueiras, coor-denadora de projetos do Instituto Light, que

integra o Polo Empresarial Nova Rua Larga, declarou: “Saúde e qualidade de vida interessam a to-dos nós, principalmente aos menos favorecidos socialmente”.

Na opinião do desembargador Cármine Antonio Savino Filho, “a saúde tem uma repercussão em todas as outras áreas”. Sobre a iniciativa do Fórum, o vice-presi-dente do Instituto dos Magistrados do Brasil salientou: “Eu estou sempre presente, não só nessas iniciativas, mas permanentemente. Na conversa com os ami-gos, políticos, falo desse grande modelo pedagó-gico que a LBV conseguiu criar. (...) A LBV não se preocupa só com a instrução das pessoas, mas, sobretudo, com a Educação. Não é uma pedagogia instrucional, mas formadora do Homem. Por isso é que eu sou um ‘soldado raso’ desse exército maravilhoso que é a LBV”.

Brasília/BrasilOcorrido em 2 de abril, no

Parlamento Mundial da Fraterni-dade Ecumênica (ParlaMundi da LBV), o Fórum na capital federal

debateu a importância das políticas públicas de saúde para a melhoria dos indicadores nacionais de de-senvolvimento humano. Compu-seram o painel temático o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Ministério da Saúde e a Escola Superior de Ciências da Saúde. Em sua exposição, o dr. Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos Sociais do Ipea, traçou

um panorama do Brasil dentro dessa perspectiva: “Nesta área, que envolve três Objetivos [de Desen-volvimento do Milênio], o que nós temos verificado é o seguinte: a mortalidade

infantil, que é o indicador mais importante, tem caído, mas ainda é muito alto o índice brasileiro e tem muita diversidade de resultados, considerando por região. Então, a Região Nordeste está numa situa-ção ainda hoje pior do que a Região Sul e a Região Sudeste em quase todos os indicadores, o que mostra que a ação pública, a ação das ONGs e as Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) são bem-vindas, se vistas pelo lado regional.”

Importantes personalidades do rosalva Figueiras

Dr. Cármine Filho

Gilberto Fugimoto

O dr. Joop Theunissen, chefe de Seção de ONGs do uN/Desa, é recebido pelos alunos do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LbV no rio de Janeiro/rJ, brasil. Na imagem ao lado, o Fórum intersetorial, realizado na Embaixada do brasil na Argentina.

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

Vivia

n Ri

beiro

Page 110: Revista Boa Vontade, edição 225

cenário político brasileiro com-puseram a solenidade de abertura do Fórum. O médico e deputado federal por São Paulo Arlindo Chinaglia afirmou que o fórum desempenha um papel funda-mental na divulgação de práticas bem-sucedidas. “Outras experiên-cias, em outras partes do mundo, eventualmente nós as poderíamos trazer para o nosso país, até por-que, através de nossa experiência do Sistema Único de Saúde (SUS), com certeza temos o que oferecer de bom para outros países tam-bém”, destacou. O senador pelo Estado de Roraima Mozarildo Cavalcanti, por sua vez, advertiu: “O grande problema na saúde não é necessariamente, como muitos dizem, a falta de recursos. É o gerenciamento desses recursos e a ‘departamentalização’ das ações de saúde”. Em consonância com as palavras do integrante do Senado, o deputado distrital Charles Roberto de Lima, que é igualmente médico, apontou: “Nós temos lugares, hoje, em que as coisas básicas, a atenção primária, não funcionam. Se você tem ainda um recrudescimento, por exemplo, da dengue em nosso país, da tuberculose aqui e em algumas

partes do mundo, é porque alguma coisa não vai bem”.

Na ocasião, os três parlamenta-res também firmaram seu reconhe-cimento à atuação da Legião da Boa Vontade. “Nós parabenizamos a LBV pela capacidade de se inserir e de participar em âmbito mundial, através dos conselhos de que parti-cipa na ONU. (...) Na cidade de São Paulo, conheci o trabalho da LBV nas periferias, atendendo os que mais precisam”, declarou China-glia. O senador Mozarildo fez coro: “Quero dizer o meu testemunho da importância da LBV no Brasil, nos lugares mais pobres principalmen-te, e dar à LBV os meus parabéns pelo trabalho que desenvolve e aos seus parceiros que estão aqui pre-sentes”. No discurso ao público, o deputado distrital Charles Roberto acrescentou: “Parabéns à LBV por organizar um movimento dessa magnitude para que nós possamos melhorar a vida de todos”.

Buenos Aires/ArgentinaOs elementos que ocasio-

nam situações de precariedade da saúde constituíram o tema que norteou o Fórum na Argenti-na, no dia 31 de março. O even-

to, realizado na Embaixada do Brasil na capital portenha, teve o apoio da Organização Pan- -Americana de Saúde (Opas) na Ar-gentina; do Centro de Informação das Nações Unidas para Argentina e Uruguai (CINU Buenos Aires); do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) na Argentina; e do Fórum do Setor Social.

O economista Daniel Kostzer, coordenador de Desenvolvimento Social do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Argentina, ministrou conferência sobre o papel da so-ciedade civil no cumprimento dos ODMs.

A dra. Lílian Correa palestrou sobre o perfil da saúde ambiental da infância na Argentina. O evento também teve a participação da dou-tora em psicologia Liria Guedes.

La Paz/BolíviaCom o apoio da Organização

Pan-Americana da Saúde (Opas) no país, o Fórum na Bolívia, no dia 20 de março, teve a participação do Ministério da Saúde e Esportes. Na solenidade de abertura, a mesa de cerimônias foi composta pelo dr. Fernando Camacho (representan-te do ministério), pelo responsável nacional por Recursos Humanos e Interculturalidade da Opas, sr. Hugo Rivera, e por Roseli Garcia, coordenadora da área social e de comunicação da LBV da Bolívia.

Na Feira de Inovações, articula-da pela Legião da Boa Vontade no país pela primeira vez, diversas instituições ligadas à área da saú-de apresentaram suas práticas de sucesso. A LBV, por sua vez, com-

Alunos da Escola de Educação infantil da LbV, em Taguatinga/DF, abrilhantam a abertura do Fórum na capital federal.

Clay

ton

Ferre

ira

110 | BOA VONTADE

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 225

partilhou a experiência que possui na promoção da saúde bucal. Com o apoio de dentistas voluntários, a Instituição desenvolve amplo pro-jeto com famílias de baixa renda. Presente também ao encontro, José Luís Chile, técnico da Unidade de Nutrição do Ministério da Saúde.

Montevidéu/UruguaiNo dia 30 de março a Legião

da Boa Vontade realizou no Uru-guai o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 3a Feira de Inovações, com o suporte do Depar-tamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU e o apoio, no país, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde Pública (MSP) e da Associa-ção Nacional de Organizações Não- -Governamentais (Anong). O even-to foi sediado no Crystal Palace Ho-tel de Montevidéu, capital uruguaia.

A jornada teve início com a palestra do dr. Fernando Dora, representante-residente da OPAS. Também palestraram no evento o dr. Wilson Benia, diretor da Rede de Atenção Primária do MSP; Rossanna Carrasco, agente co-munitária na área de saúde; Gra­

ciela García, diretora do Sistema de Atenção Integral para a Saúde, de Montevidéu; Gabriela Núñez, médica da Policlínica que funciona no Instituto da LBV; e a dra. Eliana Irigoyen, do Programa de Saúde Bucal do Ministério da Saúde.

Assunção/ParaguaiEm Assunção, o Fórum foi rea-

lizado no dia 31 de março e ocupou o Auditório das Nações Unidas no Paraguai, com o apoio local da Or-ganização Pan-Americana da Saú-de (Opas), do Ministério de Saúde Pública e Bem-Estar Social e da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid), responsável por promover

no país uma série de projetos liga-dos à saúde.

O grupo de conferencistas con-tou com a participação da ex-minis-tra da Saúde, dra. Cynthia Prieto, diretora-executiva do Centro de Es-tudos da População (Cepep); da sra. Patrícia Segurado, representando a Opas no fórum; da sra. Diana Rodríguez, diretora de Promoção da Saúde do ministério; do dr. Ni­colas Aguayo, diretor do Programa Nacional de Luta contra a aids; e do dr. Bernardo Uribe, coordenador do Projeto Deliver, da Usaid.

Para informações adicionais, confira edição on-line do Informa-tivo da Rede Sociedade Solidária (www.lbv.org.br).

A partir da esquerda, dr. Joop Theunissen, da ONu, o senador Mozarildo Cavalcanti e Paulo Medeiros, representante da LbV.

À direita, a secretária de Cidadania e Trabalho do Estado de Goiás, Flávia Morais, acompanhada por Mauro rodrigues e Gizelle de Almeida, da LbV.

Os debates na bolívia centraram-se nos desafios da atuação conjunta dos diversos atores sociais relacionados ao tema.

Clay

ton

Ferre

ira

Clay

ton

Ferre

iraM

elina

Vale

ncia

BOA VONTADE | 111

Page 112: Revista Boa Vontade, edição 225

NumerologiaAparecida Liberato

Por que alguém decide estudar a significação dos números e a influência deles no Ser Humano? No caso de uma

das mais conhecidas numerólogas do país, a também escritora e fono-audióloga Aparecida Liberato, o interesse de pesquisar, de conhe-cer a história, a antropologia, e a vontade de auxiliar o semelhante foram decisivos.

A necessidade de compreender a própria existência e ajudar as pessoas a superar dificuldades já se apresentava na atividade de terapeuta de linguagem, a qual ela exerceu por mais de duas décadas. Por isso, Aparecida logo soube no primeiro curso que fez de numero-logia que aquele seria um assunto para se dedicar. “Descobri que o meu nome fala sobre mim, por isso estudei mais a fundo; gostei de me conhecer não só pela psicologia, pela ciência, mas dessa maneira diferente”, destaca a estudiosa ao relembrar as impressões iniciais ao se dedicar ao tema.

Segundo ela, os números sem-pre estiveram presentes na história dos povos, independentemente de tempo e cultura. Eles registram a

Aparecida Liberato falada energia dos númerose da influência deles navida das pessoas

Leila Marco

Leilla

Tonin

Page 113: Revista Boa Vontade, edição 225

as culturasEm todas

e temposorganização do Universo, os ciclos da vida, portanto, conhecê-los é primordial para beneficiar-se de suas vibrações favoráveis.

Além de mostrar como a nume-rologia pode ajudar no autoconhe-cimento e no enfrentamento dos desafios do dia-a-dia, Aparecida Liberato afirmou que poucas vezes sentiu-se tão à vontade para contar fatos ligados à família como na entrevista à BOA VONTADE, em razão de uma afinidade de ideais: “Estou feliz de falar para todo esse público da Legião da Boa Vontade e, claro, abro as portas da minha casa, da minha vida para vocês. A mensagem que a LBV traz é sempre de união, de entendimento. Trabalho também nessa seara da compreensão, levando um pouco de Amor para as pessoas”.

BOA VONTADE — O interesse pela numerologia teve origem na família?

Aparecida Liberato — Na realidade são dois trabalhos e igual intenção, que é o conhecimento hu-mano, para trazer um alento para as pessoas em suas angústias. Sou for-mada em fonoaudiologia, durante

25 anos fui terapeuta de linguagem, trabalhava com essas dificuldades; depois como numeróloga, em um processo de mais de 15 anos, tam-bém a mesma coisa. Isso é uma necessidade, tenho de fazer esse serviço, assim como outros têm de se desenvolver em áreas diferentes. Mas há também muito dessa união familiar, de todos os preceitos que meus pais passaram.

BOA VONTADE — Como é a con-vivência com seus pais e irmãos?

Aparecida — Todos muito uni-dos. Uma família pequena, porque veio de Portugal para cá, poucos irmãos, tenho pouquíssimos tios, os avós por parte da minha mãe — os

do meu pai já haviam falecido — todos no Brasil. Sempre juntos, passando as mesmas dificuldades, alegrias, (...) tudo isso fez com que nós, os irmãos, tivéssemos essa relação bastante próxima. Somos três irmãos, o mais velho, o Amândio, possui três filhos; o mais novo do que eu, o Gugu, três filhos também, e eu tenho dois. A família vai aumentando com os filhos e os sobrinhos, mas existe um núcleo: minha mãe e meu pai. É um núcleo forte, e nós todos nos reportamos aos dois.

BV — E este núcleo fortalece toda a família...

Aparecida — Sim. Tudo acon-tece sempre na casa dos dois, o almoço de sábado (não pode ser no domingo por causa do programa do Gugu), a comemoração do meu aniversário. É fundamental esse sentido de união, de que as coisas podem ser resolvidas em família.

BV — A influência portuguesa deve ter sido forte em sua for-mação...

Aparecida — Imagine que na minha infância, e até hoje, é

Portugal e família — “Uma vez fomos todos nós, inclusive os netos. Estivemos no local

da infância da minha mãe, na casa que era dela (...).

Foi lindo! Imagine ver o lugar do qual você ouviu seus pais

falar a vida inteira.”

BOA VONTADE | 113

Page 114: Revista Boa Vontade, edição 225

como se vivesse em dois mundos. Embora meus pais só viajem para lá de visita, a infância, a vida, o casamento deles foi em Por-tugal. O meu irmão mais velho é português, nasceu lá e veio com oito meses de idade para o Brasil. Ouvíamos as histórias de Portugal, da cidade deles, sobre os invernos que passaram, as vindimas nas plantações de uva, o vinho, o azeite, quer dizer, existe uma cultura muito portuguesa.

BV — A família já visitou o lugar onde seus pais nasceram?

Aparecida — Sim. Foi uma viagem lindíssima. Uma vez fo-mos todos nós, inclusive os netos. Estivemos no local da infância da minha mãe, na casa que era dela; fazia muito frio, e comemos lá. Foi lindo! Imagine ver o lugar do qual você ouviu seus pais falar a vida

inteira. Creio que para eles também tenha sido muito bom. Quase 60 anos depois, porque o meu irmão tem 50 e tantos anos, voltar a esse local, a essa casa em que a minha mãe nasceu, em 1929, realmente foi uma experiência única.

BV — Como a numerologia surgiu na sua vida?

Aparecida — Sempre fui uma pesquisadora. Gosto de ir mais além, de saber de história, de antropologia, de conhecer os rituais dos povos. Uma pessoa também me convidou: “Vamos fazer um curso?”. Do quê? “Numerologia.” Vamos! Quando abri a apostila e comecei a calcular os números do meu nome, pensei: Nossa, que coisa impressionante! Descobri que o meu nome fala sobre mim, por isso estudei mais a fundo; gostei de me conhecer não só pela psicologia, pela ciência, mas dessa maneira diferente. Aí comecei a estudar para valer.

BV — Os números revelam carac-terísticas pessoais?

Aparecida — Os números falam, eles são energia, e o nome traduz as características da pes-soa; eles falam sobre o destino dela, as dificuldades que pode encontrar, a maneira pela qual pode resolver as angústias, os problemas. A data de nascimento é outra informação, pois indica o que veio cumprir na vida. Trata-se de uma ciência também, porque é observável, muito interessante. Quem leva isso a fundo e estuda realmente encontra respostas para a vida.

BV — Você tem livros publicados sobre o assunto...

Aparecida — Tenho editados no Brasil os livros Vivendo me-lhor através da numerologia e O poder que vem do seu nome; este ensina a escolher bem o nome que vai ser colocado no cartão pro-fissional, por exemplo. E tenho mais um livro, que é Diga-me o seu nome e direi quem você é, que orienta os pais na escolha do nome do filho e também no trato com a criança que possui deter-minado número.

BV — Pela análise numerológica, é possível conhecer o que a pes-soa traz na alma?

Aparecida — Cada letra cor-responde a um número e, ao se somarem todas as vogais do nome de nascimento de uma pessoa, tem-se o número da alma. É ele que fala sobre aquilo que está no seu inconsciente; é a memória, a informação de outra existência.

“Uma das coisas mais importantes na LBV, que

tocam muito o nosso coração, é o amparo, e não apenas o material, físico. É o amparo geral, humano mesmo, (...) o

auxílio educacional, moral e religioso, no sentido bem amplo da palavra ecumênico, que vem do

religar, da união.”

Cida

Lina

res

Aparecida Liberato, durante visita à Supercreche Jesus, em 3 de março de 2000, data de seu aniversário.

Numerologia

114 | BOA VONTADE

Page 115: Revista Boa Vontade, edição 225

BV — Como a numerologia ana-lisa uma data importante para a LBV: 4/3/1949, aniversário do Programa Hora da Boa Vontade*, que deu origem à Instituição?

Aparecida — É preciso somar quatro mais três, de março, e o ano. Então, 1949 dá vinte e três, com quatro e três, 30, número da popularidade, por excelência da comunicação. Um projeto inicia-do num 30 atinge uma população grande, expande-se. O três é o triângulo, a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. É um número superbonito, que tem a ver com a ideia de passar adiante. Ele é como um gerador que ex-pande, não para, atinge cada vez mais pessoas. Essa data proporciona tal projeto, exatamente tudo o que aconteceu depois que foi lançado.

BV — A partir desse progra-ma surge a LBV, que no dia 1º de janeiro de 2010 completa 60 anos de existência.

Aparecida — Expandiu, gerou. Existe uma ordem no Universo, de um até nove, e nós ocupamos um lugar nela, que está ligado à data de nascimento. A cada aniversá-rio seguimos uma ordem que é temporária. As pessoas de grande intuição e espiritualidade escolhem os momentos corretos para tomar determinadas atitudes. São seres iluminados, que têm enorme per-cepção; intuitivamente, escolhem um bom dia, um bom número,

“É fundamental esse sentido de união,

de que as coisas podem ser resolvidas

em família.”

para começar o proje-to. Naturalmente,

alguém que se motivou a fazer um programa de rádio com o intuito de espa-

lhar a Fraterni-dade entre as pes-

soas não é comum.

BV — Que recado deixaria aos leitores da BOA VONTADE?

Aparecida — Uma das coisas mais importantes na LBV, que tocam muito o nosso coração, é o amparo, e não apenas o material, físico. É o amparo geral, humano mesmo, que a LBV proporciona. É tão maravilhoso ter uma Institui-ção, pessoas como vocês, o Irmão Paiva, que se preocupam em trazer o auxílio educacional, moral e reli-gioso, no sentido amplo da palavra ecumênico, que vem do religar, da união. O amparo espiritual é muito

importante em uma época em que as pessoas estão competitivas. Um dia desses li uma matéria que falava como o Ser Humano está perdendo a identidade, porque quer conquis-tar, conquistar... E esse amparo que a LBV traz dá fundação para a pessoa, pois diz: “Olha, cresce, busca a tua identidade”. A Legião da Boa Vontade vai exatamente nessa seara, que é uma das mais relevantes para a Humanidade. Estou feliz de poder falar aos que consideram a Instituição uma casa delas. Que várias outras pessoas possam se juntar, se unir à família LBV, e que ela cresça muito mais ainda.

BV — Também estamos felizes por tê-la na família LBV...

Aparecida — Muito obrigada e meu apreço ao Irmão Paiva, que guardo no meu coração. Espero que ele me guarde também no dele.

* Em 4 de março de 1949, o radialista, jornalista e poeta alziro Zarur (1914-1979) inovou o meio radiofônico com o Programa Hora da Boa Vontade. Dos microfones da Rádio Globo, no Rio de Janeiro/RJ, ouviam-se mensagens de conforto aos doentes do corpo e da Alma, com palavras de Fé, Esperança, Solidariedade e Espiri-tualidade Ecumênica. O Programa serviu de embrião para a iniciativa de criar a Legião da Boa Vontade, fundada a 1º de janeiro de 1950 (Dia da Confraternização Universal).

maria do céu e augusto claudino, queridos pais de aparecida e gugu liberato, no lançamento de um dos livros da filha.

Vivia

ne L

ago

Prop

heta

BOA VONTADE | 115

Page 116: Revista Boa Vontade, edição 225

Dia de festa

u b E r L Â N D i A / M G

Homenagem no Lar Alziro Zarur, da LBV, para idosos

Ledilaine Santana

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V ! lar alziro zarur: rua Padre Pio, 1.353 — Osvaldo rezende — uberlândia/mg — tel.: (34) 3292-0900.

imagens de alguns dos ambientes (dir.) e de parte da fachada do Lar Alziro Zarur, da LbV (esq.). No destaque, o deputado federal João bittar Júnior com uma Jovem da Melhor idade atendida pela instituição.

Foto

s: Le

dilain

e Sa

ntan

a

O deputado federal João Bittar Júnior passou o próprio aniversário, 17 de abril, em um local muito

especial para ele: o Lar Alziro Za-rur, da Legião da Boa Vontade em Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro. Na ocasião, o parlamen-tar recebeu uma homenagem dos residentes no Lar e também foi presenteado com uma estatueta de São Francisco de Assis, Patrono da LBV.

Depois da fraterna recep-ção, João Bi t tar recordou alguns fatos por ele vividos naquele lugar. “Hoje é um dia bastante feliz para mim, pois recebi esta linda homenagem na LBV. Era voluntário aqui quando tinha 17 anos. Co-mecei a ajudar o próximo, a valorizar o idoso, e aprendi muito com eles. São lembran-ças boas que não esqueço”, disse emocionado.

E mostrando um carinho especial pela Instituição, Bittar comentou: “A LBV está de pa-rabéns pelo trabalho extraordi-nário, maravilhoso! Fico cada vez mais encantado com a obra do Paiva Netto, vocês fazem tudo com muito Amor. Obrigado, de coração, por se lembrarem do meu aniversário e por esta linda homenagem. Estou à disposição da LBV para ajudar no que for preciso!”.

Môn

ica M

ende

sMelhor Idade

116 | BOA VONTADE

Page 117: Revista Boa Vontade, edição 225

Gilberto Amaral, jornalista e colunista do Jornal de Brasília

Arqu

ivo p

esso

al

Os presidentes e eu,

de JK a Lula

O que falar sobre Brasília nos seus 49 anos? A capital que eu vi nascer e crescer e hoje comporta uma população

que ultrapassou os limites do pla-no de Lúcio Costa? Convocado por Filinto Epitácio Maia, que

foi o grande comandante da trans-ferência, participei ativamente da mudança para o Planalto Central, mas nada vi no dia 21 de abril de 1960, pois recebia os funcionários que aqui chegavam. Que Brasília, quase cinquentona, está inundada de carros e que um dia vai parar, isso vai! Que as cidades-satélites não foram feitas como Juscelino queria, tivessem vida própria, e que acabaram virando cidades- -dormitórios!

Como recordar é viver, resol-vi contar um pouco das minhas histórias com os presidentes que ocuparam o Palácio do Planalto,

sem falar em crises e problemas políticos que ninguém me contou. Eu vi. Um pouquinho dessas histo-rinhas, já que a cobrança é grande, vai acabar em um livro que já tem título: Ninguém me contou. Eu vi...

O primeiro presidente da Re-pública que conheci foi Juscelino Kubitschek, quando fui ao Pa-lácio das Laranjeiras, juntamen-te com meu sogro, o deputado França Campos e minha querida Mara, convidá-lo para ser nosso padrinho de casamento, que este ano completa 50 anos, Bodas de Ouro. Quando candidato a gover-nador, eu era UDN, e JK, PSD,

b r A S í L i A 4 9 A N O S

Gilberto Amaralespecial para a BOA VONTADE

Arqu

ivo B

V

Jornalista Gilberto Amaral e histórias da capital brasileiraMemórias

BOA VONTADE | 117

Page 118: Revista Boa Vontade, edição 225

num comí-cio no meu Pa-

raíso, insuflado pela Banda de Música da UDN, acabamos com a sua festa. Depois como governa-dor de Minas, de longe, comecei a admirá-lo, pelo seu gesto aberto, seu sorriso largo e sem rancor. Depois que assumiu a Presidência da República, estive com ele uma só vez, na Base Aérea, quando ele recebia o rei da Etiópia, Hailé Selassié. Saí na minha Kombi do aeroporto e quando vi a movimen-tação fui ver o que era. Estava de guarda-pó, cheguei até ele, que esperava enquanto o rei passava em revista a tropa, identifiquei- -me, e JK levou-me para a fila dos ministros, mesmo de guarda-pó, para cumprimentar o rei. Depois do que fizeram com ele, tornei- -me seu amigo de todas as horas e todas as noites na macarronada do Ildeu. JK assistiu comigo, em meu apê da 304, à renúncia de Nixon. Perplexo com o que via e ouvia, Juscelino foi escorregando

pelo sofá e caiu no chão com os olhos fixos na televisão, ouvindo a renúncia de Nixon e exclamou: “Jamais pensei na minha vida que eu fosse assistir à renúncia de um presidente da República da maior potência mundial”.

Os presidentes da Revolução de 1964

Com o primeiro presidente da Revolução de 1964, Castello Branco, meu único contato foi num jantar no Clube do Congresso oferecido pelo deputado Mário Gomes da Silva, presidente do clube. Lembro-me bem de que, antes do jantar, Castello foi levado até o cais do clube para ver de per-to o Lago Paranoá. Seus passinhos curtos e rápidos deixaram muita gente cansada e para trás. Viúvo, sua filha Antonieta fazia as honras de primeira-dama e foi uma das dez mais elegantes de minha lista.

Com o presidente Costa e Sil­va e dona Yolanda foi grande o convívio. Quando ele instituiu o

governo itinerante pelas capitais, fomos a Belo Horizonte, como bom mineiro, recepcioná-lo. Na recepção no Palácio das Man-gabeiras, oferecida por Israel Pinheiro, quando Costa e Silva me viu veio com os braços abertos e disse: “Quer dizer que hoje à noite não teremos o Flash Social” — que era o meu programa pela TV Brasília. Respondi que havia deixado gravado e que amanhã já estaria de volta. Costa e Silva contestou dizendo que eu teria que ficar com ele durante toda a semana em Belô. Palavra de pre-sidente é uma ordem. Ficamos no Hotel Del Rey e o Diário da Tarde no dia que ele chegou estampou a seguinte manchete: “Costa e Silva é nosso”. No primeiro encontro com a imprensa mineira e nacio-nal houve um desentendimento, máquinas fotográficas foram quebradas, e o mesmo Diário da Tarde estampou no dia seguin-te: “Costa e Silva já não é mais nosso”. Criou-se um clima dos

(1) Juarez Abdulmassih, Hélcio Miziara e Gilberto cumprimentam JK, o construtor de brasília. (2) O jornalista (no centro) cobre a transmissão de cargo para a Presidência da república. Pascoal ranieri Mazzili (de pé), que assumiu interinamente o posto, saúda o presidente empossado pelo Movimento de 1964: o general Humberto de Alencar Castello branco. No destaque, Gilberto Amaral e a esposa, Mara, são abraçados pelo presidente Juscelino Kubitschek, padrinho de

casamento deles.

1 2

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

Memórias

118 | BOA VONTADE

Page 119: Revista Boa Vontade, edição 225

piores durante a visita. Procurei amenizá-lo reunindo no bar do ho-tel o editor do jornal mineiro, meu amigo Fábio Doyle, o ministro da Justiça, Gama Filho, e o chefe do SNI, general Médici, quando entreguei ao Médici um manifesto violento que estava sendo distri-buído na cidade contra a visita do presidente. Cheguei até a propor que “seu” Arthur, como escrevia Ibrahim Sued, fosse tomar um café no tradicional Café Pérola, na Praça 7, como costumava fazer Juscelino. Acharam melhor não, por falta de segurança. Quando deixamos Belô foi debaixo de ovo podre com que os gentis universi-tários nos homenagearam. E tem muitos outros fatos para contar sobre a dona Yolanda, uma das minhas “Dez mais elegantes”, e o jantar em que reuni a sociedade de Brasília no Alvorada, no dia que antecedeu o Ato Institucional Nº 5, quando fui fotografar dona Yolan-da para minha lista e ela me contou tudo o que estava acontecendo e os nomes que faziam parte do go-verno, mas contra Costa e Silva. Quando fui deixando o Alvorada, perguntei à primeira-dama se po-deria contar tudo na minha coluna e ela disse: “Claro que pode...”. E se eu for preso? E ela: “É melhor não contar...”. Tudo vai no livro Ninguém me contou. Eu vi...

Antes mesmo de Costa e Sil-va ficar doente subitamente, já estavam articulando o nome do general Emílio Garrastazu Mé­dici para sucedê-lo. Naquela época, quando Médici era chefe do SNI, nós frequentávamos a Pousada do Rio Quente. Numa

manhã, bem cedo, fui acordado pelo saudoso embaixador Celso Machado, que me informou: “O seu amigo general Médici está aqui na Pousada”. Troquei-me rapidamente e cheguei no bar e Médici tomava uma cervejinha. Fui logo dizendo: “Foram me acordar porque o senhor estava aqui”. Médici riu e comentou: “O seu SNI está funcionando melhor do que o meu, porque eu não sabia que você estava aqui”. Convidou--me para voltar com ele, mas agradeci. Naquele tempo não era muito chegado a avião. Todo dia 4 de dezembro éramos convida-dos a jantar com ele e dona Scila, para festejar seu aniversário. Aos domingos, antes de assumir a Pre-sidência, eram nossos parceiros

de biriba no Clube do Congresso.No governo do general

Ernesto Geisel, o clima era outro, mais fechado. O evento social que marcou o seu governo foi a reali-zação do Prêmio Molière, sob o patrocínio da Air France, sempre trazendo um cantor francês para o show. Era sempre realizado em noite de gala no Cine Brasília, com renda para a extinta Legião Bra-sileira de Assistência (LBA). Mas tive um bom relacionamento com Geisel. Foi ele quem deu início ao projeto de reabertura política lenta e gradual, afastando todos os radicais do poder para abrir a eleição de João Figueiredo.

Dona Dulce contribuiu mui-to para que o presidente João Figueiredo fosse mais social.

Gilberto Amaral e o convívio com quatro outros generais que chegaram ao cargo máximo da república: (3) João Figueire-do; (4) o sorriso de Ernesto Geisel, com seu ministro ueki; (5) Garrastazu Médici; e (6) com o casal Costa e Silva.

3

5

6

4

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

BOA VONTADE | 119

Page 120: Revista Boa Vontade, edição 225

Com ele fomos ao Marrocos e depois à Espanha. Gostava de andar a cavalo e, à noite, saía de moto, com seu amigo coronel Nunes Gay. Na volta de sua viagem à Espanha, ele me apre-sentou ao rei Juan Carlos e, na volta para Brasília, convidou- -me a vir no seu avião. Num des-file do Clodovil, organizado por Mara Amaral, dona Dulce e o presidente compareceram ao Clu-be do Exército. Sua popularidade foi grande no fim do governo; participei de uma movimentação para a sua reeleição, promoven-do um jantar no Hotel Aracoara. Ele não queria de forma nenhu-ma. Quem sabe bem da vida de Figueiredo é seu amigo Pedro Rogério.

O Palácio do Planalto depois de Tancredo Neves

Estava marcada para o dia 15 de março a posse de Tancredo Neves. O seu vice, José Sarney, nem pensava em ser presidente da República e, mesmo como vice, nem almejava por morar na residência oficial, o Palácio do Ja-buru. Um dia perguntei a Sarney quando ele iria morar no Palácio. “Não, Gilberto. Marly e eu va-mos ficar quietinhos no nosso apê da 309.” Falei: “O quê? Você é o vice e vai ter que se mudar para o Jaburu”. No dia 13 de março, num churrasco na casa de Toni­nho Resende, para despedidas de Jair Soares, ministro da Pre-vidência, fui chamado num canto pelo grande cirurgião Pinheiro da Rocha. Com toda a reserva, o amigo Pinheiro contou-me: “O

homem (Tancredo) não toma pos-se, sua infecção é generalizada. Mas não conte e nem divulgue”. Naquela noite, Maria Ignês e Israelzinho Pinheiro promo-viam um jantar em homenagem ao ministro Leitão de Abreu e ao deputado Nelson Marchezan. Já havia contado o fato para meu amigo Pedro Rogério e para mi-nha mulher. Em lá chegando, por um dever de Estado, achei por

bem dar a informação ao ministro Leitão, chefe da Casa Civil, para que ele informasse a situação ao presidente Figueiredo. Não o fez. Deixou para o dia seguinte na reunião das 9, não citando meu nome e que tinha recebido a informação de uma fonte fide-digníssima. E pediu ao coronel Periassu que saísse em campo para maiores informações. E deu no que deu. Sarney assumiu,

Depois da campanha das Diretas Já (1984), movimento pela redemocratização do brasil, Gilberto Amaral continua sua história com os ocupantes do Palácio do Planalto: (7) sorrisos da vitória, no encontro com Fernando Collor; (8) com José Sarney, amizade para sempre; (9) com itamar Franco, a figura do conciliador; por fim, (10) um encon-tro especial: o então chefe do Executivo, Fernando Henrique Cardoso, a monarquia, representada pelo rei Juan Carlos, da Espanha, e a imprensa, por Amaral.

7

9

8

10

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

Memórias

120 | BOA VONTADE

Page 121: Revista Boa Vontade, edição 225

incorporou bem a situação e fez um governo magnífico com um grande chefe militar, o ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves.

Havia uma grande dúvida se o presidente Sarney iria passar a faixa para Fernando Collor, por causa das rixas de campanha. Garanti a Collor que Sarney era um estadista, uma instituição na-cional, e tal não aconteceria. Só lembrei a Collor que ele deveria pedir uma audiência a Sarney, como é de praxe fazer todo pre-sidente eleito. Aliás, foi Sarney, num jantar na casa do ministro José Aparecido, que me chamou num canto e me alertou da praxe. Sarney nessa noite usava paletó estilo Mao Tsé­tung. Collor assumiu e manteve um bom rela-cionamento com o presidente que saía. Num almoço no Pericumã, quando deixávamos o sítio de Sarney, vem na poeira um carro da Rede Globo. Paramos para saber o que era. Pedro Rogério indagou e a reportagem queria sa-

ber se Sarney iria receber Collor, pois o general Agenor Homem de Carvalho, chefe do Gabinete Militar, havia ligado para o ge-neral Bayma Denis, do Gabinete Militar de Sarney, pedindo uma audiência para Collor. Sobre Collor há muito o que falar: a abertura do Brasil para o mundo, a melhoria dos carros... o que no livro vou contar tintim por tintim.

Itamar Franco , vice de Collor, assumiu após a saída do atual senador das Alagoas. Fez um governo calmo, tranquilo, algumas marcas carnavalescas no Rio, onde tudo pode acontecer. Agora está decidindo, em Juiz de Fora, o seu destino político e para qual partido vai. Itamar foi um bom presidente.

Quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito, não existia ainda o instituto da reeleição. De-pois foi aprovada e ele, reeleito. Dentro da tese de que ele havia sido eleito antes da reeleição, pensei que pudesse ocupar um terceiro mandato. Até que não re-

fugou total. Em certa recepção no Itamaraty, quando o cumprimen-tei, comentei: “Vai topar ou não a sua reeleição?”. Ele se virou para o deputado Inácio Arruda (hoje ele é senador), que vinha logo atrás para os cumprimentos, e falou: “Depende deles, isto é do parlamento”.

Sempre fui contra o Sucatão, que servia para transportar os pre-sidentes em suas viagens. Já estava tudo acertado para a compra de novo e moderno avião, quando numa recepção ainda no Itamaraty, desta vez jantar, numa roda com o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, e o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, per-guntei a quantas andava a compra do novo avião, quando chegou o presidente FHC. Os dois responde-ram que o presidente tinha cortado a verba para a referida compra. Soltei o verbo contra o presidente, dizendo que o Brasil não podia ficar rezando para que o Sucatão não caísse. Fez muito bem Lula ao comprar um avião seguro.

O fenômeno Lula é o governo que estamos vivendo. Estamos assistindo à sua atuação e ao prestígio que tem dado ao Brasil no concerto das demais nações. Tenho autoridade para falar, pois a mostra está aí, a olhos vistos. Poucos jornalistas tiveram tanta intimidade com o poder. Só que eles lá e eu aqui. Lula hoje “é o cara”. Sua popularidade não é só no Brasil. É no mundo todo. Ainda agora na Cúpula das Américas, suas decisões foram aceitas e muito bem acatadas. Como em time que está ganhando não se mexe, para bom entendedor, meia palavra basta. Quem manda é o povo. Foi assim que me inspirei nas comemorações dos 49 anos de nossa Brasília. No ano que vem é o seu cinquen-tenário. Viva! JK está feliz.

Gilberto amaralO presidente lula conversa com gilberto amaral

Arqu

ivo p

esso

al

BOA VONTADE | 121

Page 122: Revista Boa Vontade, edição 225

Notícias de BrasíliaPeregrinos e turistas do mundo inteiro se encontram no Templo da boa Vontade

“É o lugar mais lindo do mundo!”

É o que afirmou a professora anne rõsel, que veio da Alemanha interessada em conhecer a Pirâmide das Almas Benditas, a Pirâmide dos Espíritos Luminosos. “Soube a res-peito desta espiral e vim tirar fotos para levar para os meus alunos. As-sim poderei explicar para eles o que eu vi aqui no Templo da LBV. Gostei muito porque não é para uma religião específica. É o lugar mais lindo do mundo! Eu vim a Brasília porque sou-be que no Brasil a busca pela Paz, as maneiras de unir as religiões, está em estado bem avançado.”

“Este Templo da Paz foi feito com muita atenção para que todas as culturas e religiões mundiais possam se sentir bem-vindas.”

Helena Escojjier (a segunda a partir da esq.)

Turista de Nova York (EUA) que, acompa-nhada de amigas, conheceu o monumento.

“Neste Templo da LBV deve-se vir para passar o dia. Temos de trazer muitos moçambicanos aqui.”

Murade Isaac Miguigy Murargy

Embaixador de Moçambique no Brasil, em visita ao monumento, acompanhado

de Frances Rodrigues, embaixadora do país africano na Suíça.

FRASES

Um teto para

122 | BOA VONTADE

Page 123: Revista Boa Vontade, edição 225

a Humanidade

cHineses visitam tBvEm passagem pela capital do brasil, turistas da China fizeram uma visita ao Templo da LbV, uma das Sete Maravilhas de brasília. Eles finalizaram a peregrinação com a caminhada na espiral, recebendo as energias do cristal — considerado a maior pedra de cristal puro do mundo — que se encontra no pináculo da Pirâmide.

califÓrnia—Brasíliaum grupo de peregrinos dos Estados unidos

se encantou com a ambiência de Paz do Templo da boa Vontade. Na imagem, estão

em frente à maquete do conhecido ponto turístico.

aclamado pelo povo como uma das sete maravilhas de Brasília/df, Brasil, o templo da Boa vontade (tBv), símbolo maior do ecumenismo divino, é o monumento mais visitado da capital federal, segundo dados oficiais da Secretaria de Desenvolvimento econômico e turismo do distrito federal (sdet). desde que foi fundado por Paiva netto, em 21/10/1989, já recebeu mais de 19 milhões de peregrinos e turistas. na foto, da esquerda para a direita, o Parlamento mundial da fraternidade

ecumênica, o Parlamundi da lBv, a sede administrativa e o tBv. visite: sgas 915,

lotes 75/76. informações: (61) 3245-1070/www.tbv.com.br.

BOA VONTADE | 123

Page 124: Revista Boa Vontade, edição 225

Ciro Nogueira, deputado federal, advogado e empresário

Saulo

Cru

z/SEF

OT/S

ecom

Ciro Nogueiraespecial para a BOA VONTADE

Fotos: Photos.com

no resgate da cidadania, do orgu-lho de ser brasileiro.

É indiscutível a assertiva de que o futebol é acessível a todas as classes sociais e extrapola o limite do esporte. Uma festa da qual todos podem participar. Po-rém, a proximidade da realização da Copa no Brasil (faltam apenas cinco anos) remete-nos para a ne-cessidade de atuar no sentido de despertar as grandes massas para questões fundamentais relaciona-das a esse megaevento: superar as dificuldades de infraestrutura e logística, bem como enfrentar o problema de segurança pública, especialmente o combate à violên-cia nos estádios.

Devemos ressaltar que o Mun-dial demandará investimentos da ordem de R$ 35,9 bilhões, que

Brasil campeãoresultarão em uma renda de R$ 64 bilhões e geração de 3,6 milhões de empregos. Ou seja, é uma oportuni-dade ímpar de aquecer a economia e incrementar o turismo, para tor-nar o Brasil plenamente campeão.

Após 36 anos, haverá nova-mente uma competição mundial de futebol na América do Sul. Será a segunda vez que o Brasil sediará uma Copa do Mundo. A primeira, em 1950, teve partidas disputadas em seis cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife.

Na Copa 2014, serão doze an-fitriãs e apenas uma coisa é certa: os gestores dessas cidades devem priorizar a estrutura não somente dos estádios, mas considerar, ainda, aspectos como a rede hoteleira, o sistema de transporte urbano,

Só o Brasil é penta e ninguém contesta o fato de o nosso futebol ser o melhor do mun-do. Por essa razão, temos

a responsabilidade de fazer, em 2014, a melhor Copa do Mundo dos últimos tempos. É uma grande tarefa, mas acreditamos que o Bra-sil saberá fazer desse um momento único de patriotismo, que resultará em ganhos não só econômicos, mas, sobretudo, preponderantes

Opinião PolíticaDesafios da Copa do Mundo de 2014

As 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014rio de Janeiro/rJsão paulo/spBelo Horizonte/MGBrasília/dFporto alegre/rs

curitiba/prcuiabá/Mt

salvador/Barecife/penatal/rn

Fortaleza/ceManaus/aM124 | BOA VONTADE

Page 125: Revista Boa Vontade, edição 225

ANÚNCIO

aeroportos, a segurança pública e opções de lazer.

As reformas ou construções dos estádios devem começar no máximo até o dia 31 de janeiro de 2010 e o prazo final para a entrega definitiva de todos os estádios em plenas condições de uso será 31 de dezembro de 2012. Em 2013, haverá a Copa das Confederações, que servirá como uma espécie de ensaio geral para o Mundial.

No que se refere à violência nos estádios, o torcedor deve ter em mente que todos estamos, literalmente, no mesmo time. O evento levará o Brasil à vitrine do mundo, atraindo turistas de todas as partes nos anos subsequentes à Copa. Todos entusiasmados com

exemplo, o qual pode se preparar dentro de curtíssimo tempo. Outra grande ameaça, maior até mesmo que a dos Estados Unidos, é a estru-tura da Inglaterra: o Campeonato Inglês ocupa a quarta posição entre as ligas de esporte mais rentáveis do planeta. Ou seja, está com tudo pronto para qualquer megaevento, podendo oferecer segurança aos torcedores e comodidade aos com-petidores e turistas.

Assim, esta é uma chance de lançarmos um olhar sobre os pro-blemas reais do Brasil e buscar-mos um salto para a modernidade e o desenvolvimento. O Brasil pós-Copa é o que ficará para nós, brasileiros, portanto, vamos todos vestir essa camisa.

a calorosa receptividade do povo brasileiro.

Os números dos países que já sediaram o Mundial de Futebol comprovam a grande capacidade de geração de recursos para os se-tores envolvidos em sua realização.

Caso o Brasil não consiga aten-der aos padrões da Fifa, o Mundial poderá ser transferido para outro país que já tenha a estrutura pron-ta, como os Estados Unidos, por

“É uma oportunidade ímpar de aquecer a economia

e incrementar o turismo, para tornar o Brasil

plenamente campeão.”

Page 126: Revista Boa Vontade, edição 225

TurismoFesta de São João promete levar mais alegria à terra do axé

LençóisMorro de São Paulo - CairuCosta do Descobrimento - Porto Seguro

Aneli

ese

de O

liveir

a

BahiaDestino em todas as épocas

Defendido como fator de de-senvolvimento econômico e social, o turismo no Brasil tornou-se um gerador de di-

visas e postos de trabalho (direta e indiretamente), ajudando assim na distribuição de renda e contribuin-do na luta contra o desemprego. A excelência no atendimento e a quantidade de opções de lugares chamam a atenção tanto do pró-prio turista brasileiro quanto do estrangeiro. Um bom exemplo é o Estado da Bahia. O povo alegre, criativo, musical, herdeiro de um rico folclore e fiel às suas relevan-tes manifestações culturais, cativa a todos.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, durante o 31º Encontro Co-mercial Braztoa — o encontro das oportunidades financeiras, ocorrido recentemente na capital paulista —, o secretário de Turismo do Estado

da Bahia, Domingos Leonelli Neto, falou sobre as novidades para o turismo no Estado, a eco-nomia gerada pelo setor e a cultura baiana. De início, ressaltou: “É um prazer enorme estar no programa da Legião da Boa Vontade, que já conheço há muitos anos”.

Ele anunciou, na oportunidade, a criação de uma nova estratégia para atrair um número maior de turistas à Bahia. “Estamos aqui confirmando um lançamento feito no ano pas-sado: o nosso São João. É uma data muito querida dos baianos, a maior fes-ta regional do Brasil, realizada simultanea-mente em 417 municí-pios, reunindo famílias. (...) Nossa ideia é que

essa festa se consti-tua em um produto turístico capaz de gerar emprego e renda para os baianos e alegria para aqueles que nos visitam.”

Conhecida internacional-

“Gostaria muitíssimo

de que os brasileiros de

todos os cantos desse

país imenso e bonito

pudessem compartilhar

conosco da alegria

do São João.”

Domingos Leonelli Neto

Secretário de turismo da Bahia

Aneliese de OliveiraFotos: Jota Freitas

126 | BOA VONTADE

Page 127: Revista Boa Vontade, edição 225

Gruta Manoel do Ioiô - Chapada Diamantina Costa do Dendê - Camamu

Portal Rio Una - Valença

Costa do Descobrimento - Porto Seguro

Morro Três Irmãos - Chapada Diamantina

São João

mente pelo carnaval, considerada a maior festa popular do mundo, a Bahia deseja investir na autentici-dade da festa de São João e, assim, atrair um número maior de turistas ao Estado em outras épocas do ano. “Queremos que brasileiros compartilhem dessa alegria co-nosco”, disse o secretário. “Um dos problemas econômicos que o turismo tem é a questão da sazonalidade, que nós estamos tentando vencer. (...) Trabalhamos para que eventos importantes con-tribuam para evitar aquilo que é muito prejudicial para o turismo, porque quando os hotéis não têm hóspedes, despedem empregados e param de comprar da mão dos agricultores, dos produtores, dos comerciantes. Então é importante que a gente mantenha no Brasil inteiro uma atividade turística permanente.”

A Bahia se prepara para receber os turistas nacionais e estrangeiros nas festas juninas, resgatando a história e divulgando o São João, festividade tão tradicional no país. O projeto é tornar a data líder no potencial turístico, ampliando novidades para o ano todo, até 2010. “A Bahia é o terceiro destino internacional do Brasil, apenas ficamos atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa terceira po-sição agora está sendo disputada por Pernambuco, por Minas e pelo Rio Grande do Norte, e isso é muito positivo. Somos o primeiro aeroporto em movimento de pas-sageiros do Nordeste. Gostamos da concorrência, porque nos obriga a trabalhar mais e melhor. Mas, para isso, devemos aprimorar o produ-to”, avaliou Leonelli, que também foi deputado federal, trabalhou na área de publicidade e já esteve à

frente da Secretaria Estadual de Comunicação e da Secretaria Mu-nicipal de Economia, Emprego e Renda de Salvador.

O secretário enfatiza a associa-ção de inovações tecnológicas à já conhecida hospitalidade baiana: “A Bahia hoje tem um call center que funciona 24 horas em por-tuguês, inglês e espanhol, além de uma estrutura receptiva que deixou de ser postos de informa-ção para se tornar serviços de atendimento. E estamos lançando produtos para justamente inovar e manter a nossa liderança no Nordeste”.

O São João na Bahia conta com uma programação bem extensa, mobilizando muitas cidades do interior, ao mesmo tempo, com toque caipira e caseiro e o tradi-cional campeonato de danças de quadrilha.

Rita

Bar

reto

BOA VONTADE | 127

Page 128: Revista Boa Vontade, edição 225

Responsabilidade Social

Tarde de alegria na

Os colaboradores internos da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) tiveram uma tarde especial,

no dia 27 de maio. Meninas e meninos atendidos pelo programa LBV — Criança: Futuro no Pre-sente!, na capital baiana, estiveram no auditório da sede central da em-presa para apresentar uma mostra do trabalho socioeducacional pro-movido pela Instituição no Estado.

Muitos destes pequeninos inte-gram o Coral Ecumênico Infantil LBV que, na ocasião, interpretou parte de seu repertório, que inclui músicas sobre a preservação do meio ambiente, Educação e Paz. A plateia acompanhou atenta cada uma das canções e, no desfecho da visita, a apresentação de um vídeo institucional da LBV e a entrega de CDs com músicas do Coral da Instituição.

Colaboradores internos da Coelba confraternizam com crianças atendidas pela LbV. No destaque, adriana serrado, gestora da unidade de Consultoria interna, com aluno da LbV.

Amigos de boa Vontade

Nize

te S

ouza

128 | BOA VONTADE

Page 129: Revista Boa Vontade, edição 225

emociona colaboradores

O Centro Comunitário e Edu-cacional da Legião da Boa Vontade em Salvador/BA esteve em festa no mês de

maio. Os colaboradores residentes na península de Itapagipe — pró-xima às instalações da unidade da Instituição — tiveram a oportuni-dade de conhecer pessoalmente todo o trabalho feito na capital baiana.

No local são desenvolvidos, diariamente, dois importantes programas: Ronda da Caridade e LBV — Criança: Futuro no Pre-sente!, responsáveis por uma série de ações socioeducativas. Ambos atendem às necessidades básicas das famílias: desde a prevenção de doenças e a diminuição dos índices de analfabetismo, de evasão escolar e de desemprego até a capacitação

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V !centro comunitário e educacional da lBv: av. Porto dos mastros, 19 — ribeira — salvador/Ba — tel.: (71) 3312-0555.

profissional e a orientação e in-formação necessárias para que os usuários possam conscientizar-se de seus direitos e deveres como cidadãos e, assim, aprender a atuar em comunidade, despertando para o exercício da cidadania plena.

Para o colaborador Elesbão Santana Filho, a visita renovou, ainda mais, a vontade de amparar o próximo. Emocionada também com a homenagem, a amiga da Instituição Maria José de Oli­veira Silva comentou: “Este dia é muito especial para mim, pois é meu aniversário. Fui presenteada com um convite para visitar a LBV e amei! É um presente de Deus saber que ainda existem pessoas que se preocupam com os outros. Que o Senhor nos faça sempre um instrumento de Sua Paz!”.

“Fiquei impressionado! Contribuo com a LBV há mais de 10 anos e estou bastante contente... Já sabia que a Instituição fazia muita coisa. É uma beleza, todas as crianças felizes, cantando alegres. Que a LBV prossiga com este serviço, porque continuarei ajudando por toda a vida. Muito obrigado, estou satisfeito com o que vi. Para mim, é um prazer ser colaborador da LBV. Estou me sentindo realizado.”

Elesbão Santana FilhoColaborador da LBV

Geyse FrancielleFotos: Marcelo Ferrão

s a l v a d O r / B a

BOA VONTADE | 129

Page 130: Revista Boa Vontade, edição 225

Opinião — Mídia Alternativa

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da Abi.

Felip

e Fr

eitas

A imprensa dos imigrantes e os jornais de empresas, dos sindicatos e dos negros são exemplos

de uma tradição do espírito co-munitário. O fim do século 19 e as primeiras décadas do século 20 foram marcados por grandes mo-vimentos migratórios motivados pelo processo de industrialização. Os estrangeiros recém-chegados, notadamente espanhóis e italianos, mantiveram aqui jornais comba-tivos, de inspiração socialista ou anarquista. Os italianos envolve-ram-se em debates e polêmicas de grande repercussão, como O Garibaldo, alvo de severas críticas do jornal Província de São Paulo, no primeiro semestre de 1889, por se intrometer nas questões internas do país.

Apesar de a literatura brasileira

Jornais dos imigrantese influência na mídia comunitária

não contemplar estudos específicos sobre esses periódicos, sabe-se que até o ano de 1914 eles representa-ram mais de 200 títulos no Brasil, a maioria de procedência italiana, permeando a própria história da imprensa brasileira.

A partir de alguns registros do historiador Affonso de Freitas, conclui-se que o primeiro jornal de imigrantes em nosso país foi O Germânia, voz da colônia alemã. Com apenas quatro páginas, cir-culou em São Paulo pela primeira vez em abril de 1878. Sete anos mais tarde, surgiam os jornais São Paulo Andaluzia e São Paulo Es-panha, ambos com uma proposta definida: angariar recursos para as vítimas de um cataclismo que assolou aquela região espanhola. Em 1886, surgiram as revistas francesas Revue Française e Revue de São Paulo. As publicações luso--brasileiras datam de 1894 e eram, em geral, revistas de arte e litera-tura; o semanário Eco Português é de abril de 1897 e A Vanguarda Portuguesa já circulava em Santos/SP no ano de 1902.

Tão importante quanto a mídia dos imigrantes e a sindical no espírito comunitário é a imprensa

negra. Embora pouco conhecida e divulgada, constituiu-se em São Paulo, entre 1915 — quando o jornal O Menelick foi lançado pelo poeta negro Deocleciano Nasci­mento — e 1963, época em que houve uma paralisação de ações da militância (cuja retomada ocorreria apenas em meados de 1970), em uma mídia alternativa capaz de re-fletir os anseios e as reivindicações daquela comunidade.

Outras publicações do gênero que se seguiram nessa primeira fase, na qual os negros busca-vam com a sua própria imprensa integrar-se na sociedade brasileira, foram A Rua e O Xauter (1916), O Bandeirantes e O Alfinete (1918), A Liberdade (1919), A Sentinela (1920), O Kosmos (1922) e o Ge-tulino (1923).

O segundo momento dessa imprensa estendeu-se, de 1924 a 1937, com os jornais então preo-cupados em propiciar um novo nível de consciência, “alguma coisa mais de elevação, cultura, instrução e compreensão para o negro”. Nesse período, aparecem O Clarim d’Alvorada, com uma pauta voltada para a reivindicação racial e social, e A Voz da Raça,

História da imprensa brasileira

130 | BOA VONTADE

Page 131: Revista Boa Vontade, edição 225

Carlos Arthur Pitombeiraespecial para a BOA VONTADE

Jornais dos imigrantese influência na mídia comunitária

representando a tomada de posi-ção ideológica daquele segmento social. Também pertencem a essa mesma época os jornais Elite, Au-riverde, O Patrocínio e Progresso, Chibata, A Evolução, O Clarim, Estímulo, A Raça, Tribuna Negra e Alvorada.

O terceiro período da imprensa negra, de 1945 a 1963, é marcado por grandes reivindicações políti-cas. A tônica inicial é a integração do negro brasileiro na sociedade como cidadão, estendendo-se até o movimento que incentiva a comunidade a se filiar a partidos políticos ou a se candidatar a cargos eletivos. Os jornais que tiveram decisiva atuação nessas questões foram Senzala (1946), Mundo Novo (1950), O Novo Horizonte (1954), Notícias do Ébano (1957), O Mutirão (1958), Hífen e Niger (1960), Nosso Jornal (1961) e Correio d’Ébano (1963).

Além dos jornais de imigrantes e dos negros, a imprensa dos sin-dicatos, conforme já observamos, teve importante papel na afirmação do espírito comunitário, que se reflete nos jornais do interior. No início ela se consistia em alguns tabloides de periodicidade irregular

e distribuição precária, redigidos e editados pelos próprios sindica-listas com linguagem complicada e apresentação gráfica que não despertava a menor atenção para a leitura.

Foi depois dos movimentos grevistas de 1978 que a imprensa sindical brasileira sofreu a grande transformação, retratando uma nova etapa na comunicação entre os trabalhadores. Os jornais passa-ram a informar mais rapidamente as decisões de assembleias e a ter influência na gestão dos sindicatos, obrigando, por ocasião das elei-

ções, antigas diretorias e chapas concorrentes a mostrar serviço. A comunicação virava palavra-chave. Para cumprir essa tarefa, foram contratados jornalistas profissio-nais, prática que perdura até hoje. O jornal Oboré, em São Paulo, foi pioneiro nessa revolução da mídia sindicalista.

A história não deixa dúvidas quanto a esta realidade mundial: a verdadeira imprensa é localizada e, por isso, apesar do fenômeno da globalização e de todos os avanços tecnológicos, aliados aos investimentos dos representantes dos monopólios e oligopólios da mídia brasileira, o rádio, a televisão e os chamados grandes jornais não eliminam a força do jornalzinho do interior.

Para ele, entretanto, tudo con-tinua muito difícil para que possa cumprir o seu fundamental papel de contribuir para a democratiza-ção da informação no país. Mesmo pressionado pelas circunstâncias (alto custo da impressão, depen-dência comercial e dificuldade de acesso às novidades tecnológicas e a profissionais atualizados), o jornal do interior resiste. Sua apresentação gráfica e editorial

Os chamados grandes jornais não têm condições de preencher satisfatoriamente

algumas das funções do periódico comunitário,

como atender às legítimas reivindicações daquela

sociedade, registrar todas as misérias da vida local (...), dar cobertura a pessoas e valores

da região onde circula.

BOA VONTADE | 131

Page 132: Revista Boa Vontade, edição 225

Opinião — Mídia Alternativa

ainda deixa a desejar. Quanto à distribuição, há alguns que saem periodicamente, outros rodam al-gumas vezes ou param por certo tempo para voltar a circular em épocas de eleição, por exemplo, por ocasião de grandes festivi-dades na cidade, como a data de fundação ou a festa em louvor ao seu padroeiro ou padroeira.

Aos estudiosos do jornalismo, a mídia comunitária/alternativa (jornais do interior, de bairro, sin-dicatos, empresas, clubes recreati-vos, igrejas, serviços etc.) continua sendo um desafio.

Por razões desconhecidas (ou não reveladas), ela permanece inexplorada, como se tivesse pouca ou nenhuma relevância no

contexto da atividade jornalística do país. Professores, jornalistas, estudantes e pesquisadores não prestigiam esses veículos em seus

estudos. Mesmo quando analisam a comunidade no conceito socio-lógico, resistem à ideia de que são esses periódicos, circulando em pequenos núcleos urbanos, o melhor modelo para a democrati-zação da mídia, bandeira que todos defendem sem, contudo, apontar um caminho lógico. Sabem que os chamados grandes jornais não têm condições de preencher satis-fatoriamente algumas das funções do periódico comunitário, como atender às legítimas reivindica-ções daquela sociedade, registrar todas as misérias da vida local, do cumentar e esclarecer atos, fatos e decretos municipais e, ainda, dar cobertura a pessoas e valores da região onde circula.

A história não deixa dúvidas quanto a esta realidade mundial: a verdadeira

imprensa é localizada e, por isso, apesar do fenômeno da globalização e de todos

os avanços tecnológicos (...), o rádio, a televisão e os

chamados grandes jornais não eliminam a força do jornalzinho do interior.

Page 133: Revista Boa Vontade, edição 225

Acontece no mundo

Numa demonstração de Soli-dariedade Ecumênica sem fronteiras, a Legião da Boa Vontade dos Estados Unidos

(Legion of Good Will – LGW) entregou à população de Newark, Nova Jersey, as novas instala-ções do seu Centro Comunitário, onde já estão sendo promovidos diversos programas de cunho educacional, social e de saúde. A inauguração do espaço, reformado integralmente por voluntários a partir de doações da comunidade local, coincide com o pedido do presidente dos EUA, Barack Obama, para que o povo ameri-cano se engajasse em atividades comunitárias como estratégia para superar a crise econômica. A seguir, conheça algumas das ações desenvolvidas no país.

dos EUA amplia atuação comunitária

Adriana rochaFotos: Adriana Rocha e Eduardo Lemos

Ronda da CaridadeCom o novo espaço, tiveram

início programas como o Charity Round (Ronda da Caridade), que busca resgatar a autoestima e a cida-dania de quem não tem onde morar, especialmente no momento em que milhares de pessoas perdem o em-prego em razão do cenário de crise. A parceria com as empresas A.C.B. Produce Inc, Alvaro’s Pastry Shop & Deli e Portuguese Baking Com-pany garante a doação de pães, bolos e frutas. Os Legionários or-ganizam os kits a serem entregues, além de preparar a substanciosa sopa e o café com leite.

Pelas madrugadas, depois de realizarem uma prece ecumênica antes da atividade, voluntários da LGW saem na ronda levando uma palavra de conforto espiritual,

folhetos de orientação social e ju-rídica, roupas, agasalhos, alimento e itens de primeira necessidade. O trabalho também inclui visitas de suporte domiciliar, nas quais são entregues mantimentos.

Contra o câncer na mulherOs serviços na área de saúde,

prestados gratuitamente, também foram ampliados. O SAVE Program, por exemplo, oferece consultas e exames de prevenção ao câncer na mulher. Nos EUA, a doença é apontada como uma das maiores causas de morte, podendo tornar-se a principal em todo o mundo em 2010, de acordo com a nova edição do World Cancer Report (Relatório Mundial sobre Câncer*), da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, em inglês).

BOA VONTADE | 133

Page 134: Revista Boa Vontade, edição 225

A fim de assegurar um eficiente monitoramento das mulheres aci-ma dos 40 anos de idade, o projeto passou a ser realizado mensalmente e conta com um ônibus itinerante, cedido pelo Hospital Universitário de Nova Jersey, que se desloca até a Legião da Boa Vontade, levando modernos equipamentos para a realização de exames no local, in-cluindo mamografia e Papanicolau. Palestras sobre a prevenção por meio do autoexame também fazem parte da estratégia de ação.

Prevenção a DSTsA Instituição lançou em maio

outra iniciativa com a ajuda do Hospital Universitário de Nova Jer-sey. Por meio do programa STOP

— Spending Time On Prevention (Dedicando tempo em prevenção*), oferece palestras de orientação, aconselhamento e exames gratuitos de sangue. Voltado a pessoas de todas as idades, em especial jovens e adultos, o programa passou a realizar testes de gravidez, HPV e HIV/aids — vírus que contamina um cidadão norte-americano a cada 9 segundos e meio, segundo dados do governo —, além de diagnóstico para diversas doenças. Quanto mais cedo determinadas enfermidades forem detectadas, maiores serão as chances de cura.

SOS CalamidadeVítimas de desastres naturais

e outras catástrofes encontram na Organização importante apoio por meio do SOS Calamidade, que

mobiliza a comunidade e a força- -tarefa voluntária para angariar doações a serem direcionadas para o lugar atingido. No ano passado, um dos destinos beneficiados foi o Estado brasileiro de Santa Catarina, castigado por fortes enchentes que deixaram nas ruas um cenário deso-lador, tal qual o de um pós-guerra, repleto de destroços e milhares de famílias desabrigadas. Com a ajuda de voluntários e da parceria com a empresa transportadora Fastway Moving, a LBV dos Estados Uni-dos pôde enviar para o local mais de 4 mil itens, entre os quais roupas, agasalhos, sapatos e brinquedos, além de artigos de primeira ne-cessidade. A ação emergencial do SOS Calamidade promoveu, ainda, apoio às vítimas do furacão Noel, que provocou grandes estragos em * Tradução livre

Os exames oferecidos pelo SAVE (fotos 1, 2 e 3) são gratuitos e ajudam na prevenção do câncer na mulher. No programa STOP, a unidade móvel da universidade de Nova Jersey (4) dirige-se até a Legião da boa Vontade dos EuA, com seus modernos equipamentos, para realizar atendimento, também sem custos.

1

2

3 4

Acontece no mundo

134 | BOA VONTADE

Page 135: Revista Boa Vontade, edição 225

sua passagem pela República Do-minicana, no fim de 2007.

Valores e Espiritualidade na educação infantil

Crianças com idade entre 6 e 12 anos têm atenção especial no Centro Comunitário por meio do programa Living on Values and Ecumenical Spirituality Classes – LOVES Clas-ses (Aulas de Moral Ecumênica – AMEs). Nesse trabalho, promovido com apoio da Igreja Ecumênica da Religião de Deus, os pequenos,

carinhosamente chamados de Sol-dadinhos de Deus, participam de atividades artísticas e lúdicas, que transmitem valores de Solidariedade Ecumênica. A Instituição leva tam-bém a estabelecimentos de ensino da região o projeto Peace and Good Will Garden (Jardim da Boa Vontade e da Paz), que estimula, por meio da arte, uma consciência de harmonia no ambiente escolar, ajudando a combater a onda de violência entre crianças e jovens norte-americanos.

Voluntariado

O êxito de todas essas ações é resultado de numerosas parcerias, mas principalmente uma delas ga-

nha destaque: os voluntários, que doam tempo e conhecimento. Para eles, a Instituição se apresenta como uma oportunidade para o exercício da cidadania solidária. O Centro Comunitário da LBV dos EUA está localizado na 20 Calumet Street, Newark/NJ, tel.: (++973) 344-5338.

Além do alcance comunitário, a LBV ainda atua em Nova York, participando do processo de elabo-ração de políticas públicas interna-cionais das Nações Unidas. Desde 1999, possui status consultivo geral no Conselho Econômico e Social (Ecosoc) e, desde 1994, está afiliada ao Departamento de Informação Pública (DPI) da ONU.

A LbV dos Estados unidos conta com o apoio de vários veículos de comunica-ção na divulgação de suas atividades, a exemplo de mídias das comunidades his-pânica, brasileira e portuguesa, uma vez que a cidade de Newark é considerada uma das áreas com maior população fa-lante de língua portuguesa no país.No destaque, os jornais 24 horas, Brazi-lian Press, Brazilian Voice, The Brasilians e LusoAmericano (em dois idiomas), que noticiaram a entrega das novas instala-ções do Centro Comunitário da LGW.

A Campanha SOS Calamidade é um dos destaques entre as ações da LGW na América do Norte. Nas imagens, os voluntários fazem a triagem de roupas e sapatos e a entrega de alimentos, remédios e água (5 e 6). A sra. luise Pedroso Kipler (D) e o sr. arvind swamy, integrantes do programa Census do governo norte-americano, também participam como voluntários da Ronda da Caridade (7). As Jovens Legionárias mariana e sâmara malaman (8) participam das aulas da LOVES para crianças.

5

6 78

BOA VONTADE | 135

Page 136: Revista Boa Vontade, edição 225

A cidade de Fort Lauderdale, na Flórida/EUA, sediou dois importantes eventos, entre os dias 6 e 9 de maio: o Focus

Brazil (encontro das lideranças comunitárias, culturais e mídias brasileiras no exterior) e a entrega anual do Press Award 2009. Am-bos contaram com delegações bra-sileiras, representando 17 Estados norte-americanos e oito países. Além disso, mais de 40 veículos de comunicação de brasileiros no exterior também marcaram

presença em nova reunião da As-sociação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter).

Por sua atuação permanente em relação consultiva com a ONU e pelas atividades voluntárias e de solidariedade desenvolvidas em seu centro comunitário na cidade de Nova Jersey, a Legião da Boa Vontade foi homenageada com mais um troféu Press Award, na categoria Mérito Comunitário. O organizador da iniciativa, jornalista Carlos Bor­ges, declarou apoio à Instituição:

“Parabéns por terem ganhado mais um prêmio, que para mim deveria ser concedido a vida inteira”.

A mensagem ecumênica da LBV foi transmitida para quase mil pessoas, que lotavam o Ama-turo Theater, no Broward Center for the Performing Arts. Autorida-des também foram agraciadas, a exemplo do embaixador do Itama-raty Oto Agripino Maia, além de personalidades do meio artístico, como o ator e diretor Milton Gon­çalves (que representou a Rede Globo de Televisão) e o cantor e compositor Toquinho. Na opor-tunidade, exemplares das revistas BOA VONTADE e Globalização do Amor Fraterno, em inglês e

Internacional

Fotos: Adriana Rocha e Danilo Parmegiani

f l Ó r i d a / e u a

focus Brazil LBV recebe homenagem internacional

Danilo Parmegiani

e Press award 2009

(1) Na abertura, discurso do organizador do evento, Carlos borges. A Conferência Focus brazil promoveu vários painéis sobre cultura, arte, comunicação e comunidade brasileira no exterior. (2) O teatro encontra-se no broward Center for the Performing Arts, em Fort Lauderdale, na Flórida. (3) Danilo Parmegiani, representante da LbV dos EuA, discursa no Amaturo Theater, durante a entrega da láurea à instituição. (4) No espaço, a LbV expôs aos participantes dos eventos sobre seu trabalho solidário nos EuA.

3

1

4

2

Presença brasileira no exterior

136 | BOA VONTADE

Page 137: Revista Boa Vontade, edição 225

português, foram entregues aos participantes. Ao receber as pu-blicações, por sua vez, Toquinho agradeceu e lembrou com muita alegria a visita que fez ao Tem-plo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, no início da década de 1990.

Presente também ao evento, o editor-chefe do The Brasilians e coor denador do festival Brazilian Day in New York, Edilberto Mendes, ressaltou: “Gosto muito do trabalho e me identifico com a filosofia da LBV. Acho que todos deveriam conhecer um pou-co mais do trabalho dessa Instituição. Tenho certeza de que vai tocar o coração de vocês, como me tocou”. (Veja a matéria na íntegra acessando o link: http://www.youtube.com/watch?v=5NJUBAt2vBU).

V i S i T E , A PA i X O N E - S E E A J u D E A L b V ! centro comunitário da lBv dos eua — 20 calumet street — newark — new Jersey — tel.: (+1973) 344-5338

O ator e diretor de TV Milton Gonçalves em entrevista à Super rede boa Vontade de Comunicação.

PARABÉnS A EDILBERTo Entre os veículos de comunicação de brasileiros no exterior, destaque para The Brasilians, dirigido por Edilberto Mendes. Por sinal, o jornalista completou mais um ano de vida em 30 de junho. Os parabéns da LbV a este amigo.

Adriana rocha, da LbV, com o cantor e compositor Toquinho, que se lembrou da visita que fez ao TbV.

“Tive uma aula visual e afetiva de como a LBV cuida das crianças”, afirma o jornalista Carlos Borges.

No Brasil, o jornalista Carlos Borges, organizador do Press Award, reservou espaço na agenda para visitar o conjunto educacional da Legião da Boa Vontade na capital paulista, no dia 10 de junho. Na ocasião, res-saltou: “Acompanho o trabalho da LBV lá nos Estados Unidos, que é muito importante também. Sempre que a gente se lembra de uma atitude boa, que está sendo feita aqui no nosso país, se lembra imediatamente da LBV”.

O jornalista também destacou o atendimento diferenciado da Instituição: “São crianças que se sentem amadas, protegidas, independentemente de etnia, de cor, de religião, de origem social. Vi crianças de outros países aqui

(…), é muito poderosa essa Instituição. Tive uma aula visual e afetiva de como a LBV cuida das crianças. (…) Eu vi Amor, cuidado, higiene, empenho e vi no rosto de cada criança o reflexo disso, de uma forma inacreditavelmente positiva”.

No Livro do Coração, no qual os visi-tantes registram suas opiniões, escreveu: “Emoção, Alegria e Fé. Essa é a minha

segunda visita à LBV. Se eu já era um profundo admirador dessa Obra fabulosamente meritória, saio daqui com uma sensação impagável de alegria e propósito de vida. Em cada rostinho iluminado, em cada sorriso genuíno, pleno, em cada palavra de receptividade, fica clara a poderosa força afetiva humana e espiritual que envolve a tudo e a todos. Obrigado por me darem esta linda e inesquecível oportunidade. Carlos Borges”.

Viní

cius B

ueno

Elian

a Go

nçalv

es

BOA VONTADE | 137

Page 138: Revista Boa Vontade, edição 225

Acontece em Minas Gerais

B e l O H O r i z O n t e / m g

Atendimento de qualidadeTexto e fotos: Mônica Mendes

Salas mais amplas e arejadas, quadra de esportes coberta e novo refeitório com cozinha industrial para o preparo de

refeições diárias. Essas melhorias são fruto de recente reforma pela qual passou o Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Belo Horizonte/MG. Com o investimento na estrutura, por consequência, também houve ganho de qualidade do trabalho e cresceu o número de atendimen-tos, beneficiando assim várias faixas etárias da população em situação de risco social.

Um dos programas desenvolvi-dos é o LBV — Criança: Futuro no Presente!. Nele, meninos e meninas de 6 a 11 anos participam de atividades lúdicas, no período inverso ao da escola, como a Oficina dos Arteiros, as aulas de

cultura ecumênica, o espaço do brincar, a oficina do saber, as aulas de música e atividades esportivas. Além disso, recebem alimentação completa e atendimento psicológi-co, fator que contribui para o bom desenvolvimento infantil.

Lucas, 11 anos, sabe bem dis-so: “Gosto de ficar na LBV e de participar de atividades variadas que me ajudam na leitura. Tem a oficina de música: faço violão e é uma boa opção para o meu futuro. A LBV é um lugar muito bom, a gente não fica na rua, ela é minha segunda casa. Agradeço aos colaboradores, porque cada ajuda que eles dão é a felicidade de uma criança”.

Lucas e outros milhares de crianças e adolescentes trilham na Legião da Boa Vontade um cami-nho seguro e mais feliz. É a opi-

nião de Rosilene Alves Pereira, mãe de quatro crianças atendidas nesse programa da Instituição: “Hoje, meus filhos estão mais calmos e a família, mais unida. Sou muito grata por existir a LBV, pois, se não fosse ela, nossos filhos estariam na rua. Assim, posso trabalhar tranquila, porque eles estão aqui”.

Cursos profissionalizantesPara quem busca oportunidade

no mercado de trabalho, o Centro Comunitário da LBV na capital mineira oferece, gratuitamente, o curso de informática, exigido por boa parte das empresas e empre-gadores. “Quando procurei a LBV para fazer o curso, fui muito bem recebida. Hoje, em qualquer lugar em que se procura emprego, eles pedem o curso de informática.

LBV oferece apoio a crianças, jovens, adultos e idosos de baixa renda

138 | BOA VONTADE

Page 139: Revista Boa Vontade, edição 225

Para pagar, eu não teria como; a LBV realizou meu sonho”, afirma, agradecida, Donata Félix.

No curso oferecido pela Ins-tituição, há muito mais do que orientação e conteúdo profissio-nais, estão presentes noções de cidadania e atitude solidária. A aluna Marizete Rocha ressal-ta: “Tive uma depressão muito grave, e o médico me pediu que,

além da medicação, procurasse uma tera-pia, um lazer, um meio que ajudasse a sair da doença. Estou ado-rando o curso. Todos são muito bons e têm paciência. Eu adoro e

agradeço o acolhimento”.

Melhor IdadeEmpenhado em promover

ações para valorizar a Terceira Idade, o Centro Comu-nitário da LBV mantém o grupo de convivência Lição de Vida. Nele, as pessoas da Melhor Idade aprendem a executar tra-balhos manuais e partici-pam do curso de informática, de palestras educativas e de passeios.

As atividades proporcionam bem-estar físico e mental, além de estimular novas amizades e tornar o envelhecimento mais saudável. “É importante estar na LBV, um remé-

dio, de tão bem que nos sentimos aqui. Há mais de seis anos, quan-

do entrei para o grupo, estava deprimida e uma amiga me trouxe para cá. Eu melhorei muito. Fico contando os dias para os encontros. Sem essa con-vivência, não sei o que se-ria de nós”, conta a dona

Maria Beatriz Furst Pereira.Para colaborar com o trabalho

solidário da Legião da Boa Von-tade ou obter mais informações sobre o atendimento oferecido pela Instituição em todo o país, acesse o site www.lbv.org.br.

Parte das instalações do Centro Comunitário e Educacional da LbV em belo Hori zonte/MG, localizado na Av. Cristiano Machado, 10.727, Planalto, tel.: (31) 3494-3232.

Marizete rocha

Maria beatriz Pereira

Môn

ica M

ende

s

Page 140: Revista Boa Vontade, edição 225

SaúdeAções para combater a nova gripe

Walter Periotto

Danie

l Tre

visan

Prevenção

Ministério da Saúde anuncia medidas para conter a Influenza A

É inverno no Hemisfério Sul e as mais baixas temperaturas, tradicionalmente registradas entre junho e setembro,

favorecem a circulação dos di-versos tipos do vírus influenza, causador da gripe. Esse é um dos principais fatores associados ao aumento do número de casos confirmados da Gripe A (H1N1) no Brasil, nas últimas semanas.

À medida que crescem os registros de pessoas contami-nadas, há também o aumento do número de pacientes com sintomas leves ou de infectados

por outros vírus que procuram atendimento, sobrecarregando desse modo os 68 hospitais de referência em funcionamento no país — centros preparados para receber e tratar casos gra-ves. Diante desse cenário, novas estratégias foram anunciadas pelo Ministério da Saúde (leia quadro na página ao lado), a fim de garantir atendimento ágil a pacientes em estado grave e, assim, evitar óbitos.

A falta de informação pode ser um complicador. Portanto, é funda-mental que o cidadão esteja atento

Ao tossir ou espirrar,

cobrir o nariz e a boca com um lenço, de preferência descartável.

Lavar as mãos frequente-mente com

água e sabão, especialmente depois de tossir

ou espirrar.

Não compartilhar alimentos,

copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

Pessoas com qualquer tipo de gripe não

devem frequentar ambientes fechados e

aglomerações.

Em caso de suspeita de infecção pela

Influenza A (H1N1), procurar logo uma unidade de saúde para diagnóstico e correto tratamento.

Não usar medicamentos sem orientação

médica; a automedicação

pode ser prejudicial à saúde.

Walter PeriottoFonte: Ministério da Saúde

140 | BOA VONTADE

Page 141: Revista Boa Vontade, edição 225

Novas recomendações do Ministério da Saúde• Ao sinal de sintomas de gripe (febre, suor e calafrios,

dores de cabeça, tosse seca, dores musculares, fadiga, perda

de apetite, congestão nasal), deve-se procurar o serviço de

saúde mais próximo.• Se os sintomas forem leves, o médico fará as recomen-

dações necessárias para isolamento domiciliar. Nesses casos,

não será necessária confirmação por exame laboratorial.• Caso o quadro clínico inspire cuidados ou se mostre

grave, indicando necessidade de internação, o paciente será encaminhado para um dos 68 hospitais de referência.

• A confirmação por exame laboratorial se dará ape-nas nos casos de pessoas com maior vulnerabilidade à doença, casos graves ou em amostras para surtos localizados.• Todas as estratégias de vigilância em

ações de fronteira continuam e se man-têm nos portos, estradas e aeroportos.

às orientações disponibilizadas na mídia e procedentes de fontes confiáveis.

Alerta contra a automedi­cação — Pacientes de países como a Dinamarca e o Japão, além da região de Hong Kong, já demonstraram resistência a medicamentos, resultado do uso desnecessário de remédios e da automedicação. De acordo com novas orientações do Ministério da Saúde, o medicamento será in-dicado aos pacientes com estado de saúde agravado nas primeiras 48 horas do início dos sintomas ou às pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave, segundo a avaliação médica.

Outra importante recomenda-ção é evitar viagens a países onde a doença está mais disseminada,

Combate à Influenza A “O Ministério tem trabalhado com todas as possibilidades de mudanças. Estamos nos

antecipando constantemente.”José Gomes Temporão

Ministro da Saúde

tais como: Argentina, Chile, Ca-nadá, Estados Unidos, México, Austrália e Reino Unido. Essa medida é importante no caso do Brasil porque todos os casos noti-ficados (até a primeira semana de julho) são resultado de contágio com pessoas que estiveram no exterior; ou seja, não houve no período registro de caso autóc-tone ou transmissão sustentada.

Valte

r Cam

pana

to/A

Br

Quem precisa viajar para o ex-terior deve seguir as orientações sanitárias: se apresentar sintomas de gripe em até dez dias após o retorno ao Brasil, é preciso pro-curar as autoridades de saúde, detalhando, inclusive, o roteiro da viagem.

www.saude.gov.br0800 61 1997

Outras infOrmações

BOA VONTADE | 141

Page 142: Revista Boa Vontade, edição 225

Encontre o gato igual ao do destaque

Resposta: 1.

1 2

7

3

896

10

5

4

(1) Luiza Portela Gomes, 4 anos, e Izabela Maria Guerra Moreira Sotero, 5 anos, Rio de Janeiro/RJ; (2) Anna

Clara Rodrigues Mendes, 5 meses. Pais: Cássia e Decival

Rodrigues, Belo Horizonte/MG; (3) Daiane Felix, 9 anos, Rio

de Janeiro/RJ; (4) Francisco Zarur Gomes, 1 ano. Pais: Leila de Lourdes e Marcos Antonio Gomes, Citrolândia/MG; (5) Gabriela

Arruda Miranda, 2 anos. Pais: Danielly e Rafael Miranda, Rio de Janeiro/RJ; (6)

Janaína de Andrade, 6 anos, Salvador/BA; (7) Guilherme Anselmo, 3 anos, Vitória/ES; (8) Os irmãos Júlio César, 3 anos, e Sofia, 3 meses. Pais: Marilda e Fernando Barbieri, São Paulo/SP; (9) Lucas Marchesan da Conceição, 1 ano. Pais: Cláudia e Fabiano Marchesan, Curitiba/

PR; (10) Anna Clara, 1 ano e sete meses e Guilherme Vitor de Figueiredo Caetano,

10 anos, Glorinha/RS; e (11) Sofia Freitas Brandão, 1 ano e dois meses, Gravataí/RS.

O Amor à LBV cresce em famíliaO casal Heloísa e Maurílio Mariano de Faria e os filhos Isabela, Augusto (C)

e Leonardo, São Paulo/SP.

11

142 | BOA VONTADE

Page 143: Revista Boa Vontade, edição 225

O Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 15:21 a 28, narra a história de uma mãe cananeia. O povo cananeu, do qual ela fazia parte, sofria preconceito de outras nações, mas, mesmo assim, decidida, ela iria buscar a solução para a filha que tinha grave doença. Ela reconhecia o Poder

do Divino Mestre, por isso não desistiu de pedir Seu auxílio.Essa história completa está no livro A Mulher Cananeia, da Coleção Ecumênica Os Milagres de

Jesus, do selo editorial Soldadinho de Deus. Adquira agora mesmo o seu, pelo telefone 0800 77 07 940, e descubra o que acontece no fim dessa passagem tão rica de ensinamentos

do Cristo Ecumênico.Acompanhe a opinião dos Soldadinhos de Deus, da LBV, sobre esse importante fato narrado

no Evangelho do Divino Mestre:

A Mulher CananeiaInterpretação do Evangelho de Jesus pelos Soldadinhos de Deus

A mulher cananeia amava muito a sua filha e tinha Fé, por isso que ela procurou Jesus, porque acreditava que Ele poderia curar

sua filha. A gente tem que amar as nossas mães

porque elas fazem prece para Jesus proteger a gente. Eu convido todo mundo para participar da Aulinha de Moral Ecumênica, porque ela é muito importante!

A grande lição dessa história é Amor. Por exemplo, se ela não tivesse Amor pela filha, não teria suplicado a Jesus a cura dela. Quando temos um problema devemos suplicar a Jesus para nos ajudar e confiar, como a mulher cananeia fez, e com certeza Jesus vai atender o nosso pedido.

Ana Carolina de Oliveira, 8 anos.Petrópolis/RJ Informações:

www.soldadinhosdedeus.com.br

Jéssica Caroline Mariano, 8 anos.Brasília/DF

Page 144: Revista Boa Vontade, edição 225

Juliano Carvalho bento, bacharel em Física pela unicamp.

Arqu

ivo B

V

Ciência e desenvolvimento

Newton, Einsteine “a perspectiva do conhecimento”

“Qui genus humanum ingenio superavit*.” Quem visitar a capela do Trinity College, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, irá depa-rar com essa frase aos pés de uma imensa estátua de Isaac Newton (1643-1727), considerado o pai da física pela excelência e influência de seus trabalhos, como Philoso-phiae Naturalis Principia Mathe-matica (Princípios matemáticos da filosofia natural). Diante da bela obra-de-arte, muitos a ana-lisariam aludindo a diferentes

* Qui genus humanum ingenio superavit — Assim traduzida: “Com seu talento superou a raça humana”, a inscrição observada no pedes-tal da estátua de Isaac Newton é originalmente do poema de Lucrécio (98-55 a.C.) De Rerum Natura (Sobre a natureza das coisas), no qual o

autor latino expõe a filosofia do grego epicuro de samos (341-270

a.C.).

Ação Jovem LBV

144 | BOA VONTADE

Page 145: Revista Boa Vontade, edição 225

aspectos. “Veja que olhar firme”, alguns diriam; outros: “Quantas vestiduras sobrepostas!”; e outras ainda interrogariam: “O que ele tem nas mãos?”. Haveria ainda pessoas que não se deteriam na obra, mas na frase em latim, reproduzida an-teriormente, que poderia ser assim traduzida: “Com seu intelecto supe-rou a raça humana”. Seria mesmo?

Longe de duvidar da capacidade intelectual do gênio da física ou de comparar inteligências com a dele, questiono isso justamente para ana-lisar qual foi o diferencial do cien-tista. A própria ciência explicita que grandes descobertas ocorreram por uma questão de interpretação, como veremos. Um trabalho literário, por exemplo, pode trazer mensagem muito diferente para cada um; uma música pode agradar a certos ouvidos e não passar de ruído para outros. O próprio leitor, aqui neste texto, pode observar certos aspectos que mesmo quem o escreveu não tenha reparado. Isso ocorre porque cada pessoa tem características únicas, um ser difere dos demais, o que, por sinal, é maravilhoso, pois é o que faz o mundo tender a novas culturas, ideias, e abrir alas para conhecimentos nunca antes imagi-nados, por intermédio de pontos de vista diferentes.

Se um objeto (tal qual a estátua) pode ser visto de várias maneiras, o que dizer de uma frase, um texto ou, ainda, uma mecânica?

Voltemos, pois, à análise da frase sob os pés da estátua. Poderíamos afirmar, categoricamente, que nun-ca houve um intelecto mais apurado que o de Newton? Para os físicos — embora ainda o considerem um

O cientista Albert Einstein e alguns de seus manuscritos.

Repr

oduç

ão B

Vdos maiores cientistas — certa-mente também está incluso nesse hall Albert Einstein (1879-1955), por numerosos trabalhos de grande valor, inclusive aprimorando o pró-prio legado do físico inglês. Nesse contexto, podemos considerar, ainda, esta afirmação do pai da re-latividade: “Minhas ideias levaram as pessoas a reexaminar a física de Newton. Naturalmente alguém um dia irá reexaminar minhas próprias ideias. Se isto não acontecer haverá uma falha grosseira em algum lu-gar”. O que isso nos sugere? Que o conhecimento não é absoluto, finito e impassível de erros. Pelo contrá-rio. Pela análise sugestiva dos pró-prios Seres Humanos — que não raro necessitam abrir mão do bom senso ou daquilo que entendem por realidade para adentrar em um novo aspecto do real — o processo de visualização da verdade, principal-mente experimental, se fundamenta na interpretação. Daí a necessidade de teorias que expliquem o que ocorre na natureza.

Então, evoquemos os exemplos humanos citados, aliando-os à His-tória, para enriquecer esse ponto. No século 17, o físico holandês Christian Huygens (1629-1695) propôs uma teoria para descrever a luz, dizendo que essa era de fato uma onda se propagando no “éter lumi-nífero”, tal como as ondas na água.

Naquele mesmo século, Newton trouxe explicações para novos fe-nômenos associados à luz em seu livro Opticks (Óptica). Afirmou que na realidade se podia explicar a luz não como ondas, mas como feixe de partículas, desenvolvendo um novo modelo para descrevê-lo.

Diante da gran-de fama do proposi-tor da teoria da gravidade, poucas vozes se manifestaram contra esse modelo durante mais de 100 anos. Somente no início do século 19, o inglês Thomas Young (1731-1777) e o francês Augustin Fresnel (1788-1827) elaboraram a teoria ondulatória, que não ape-nas explicava os experimentos de Newton, como também partia para a realização de novas experimen-tações, calculando ainda, com esse método, o suposto comprimento de onda da luz.

Dado o extraordinário sucesso da teoria ondulatória, esta prevale-ceu, tendo sido aceita durante todo o século 19. Somente no início do século 20 é que um jovem físico alemão, Albert Einstein, provou que na realidade a luz não era nem onda nem corpúsculo: era ambos! Em determinados experimentos a luz se comportava como partícula e em outros se portava de forma ondula-tória; a esse princípio deu-se o nome de “Dualidade Onda Partícula”;

BOA VONTADE | 145

Page 146: Revista Boa Vontade, edição 225

Ação Jovem LBV

posteriormente tal foi verificado para todas as partículas subatômicas.

Como se observa, ramos que pareciam totalmente opostos se mostraram numa única forma eficaz para compreender como se proces-sa determinado fato da Natureza, no caso, a composição da luz. O que concluir disso? Que o Ser Humano não vislumbra o conhecimento pleno, mas, na verdade, um aspecto dele. É isto que propõe o escritor e jornalista Paiva Netto, em seu arti-go “Ecce Deus!”: “(...) Ninguém é dono da Verdade nem ditador do saber, pois neste mundo só existe perspectiva de conhecimento”. E arremata o jornalista no texto intitulado: “É urgente reeducar!”: “(...) Pois ainda vivemos apenas

a expectativa dele, não o Conhe-cimento, no sentido lato, que seria imergir no oceano do Saber Divino; de corpo e Alma, banhar-se no mar luminoso da Sapiência de Deus”.

Portanto, alguém apresentar uma teoria ou um fato como defini-tivo, verdadeiro e eterno significa rumar por paragens não científicas, longe daquilo que nos revela o objeto de estudo da Ciência e do próprio Isaac Newton nesta frase, também difundida nas obras do escritor Paiva Netto:

“Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus aparento apenas ter sido como um menino brincando à beira- -mar, divertindo-se com o fato de encontrar de vez em quando um

seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade perma-nece completamente por descobrir à minha frente”.

Sábio Newton, que se fez grande ainda mais por portar-se humilde-mente perante a imensidão do co-nhecimento e, até mesmo, de suas perspectivas.

Experimento de Newton da visualização do espectro da luz, por meio de um prisma.

Avenida PalaceHotel

H a r m o n i z a Na t u r e z a , C o n f o r t o , L a z e r e

Ne g ó c i o s .

Avenida Presidente Wilson, 10 — Gonzaga CEP: 11065-200 – Santos/SP

(13) [email protected]

Page 147: Revista Boa Vontade, edição 225

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anu_sao jose_205x275.pdf 1 22/05/09 16:11

Page 148: Revista Boa Vontade, edição 225