116
Paiva Netto traz mensagem de esperança e superação para vítimas e familiares da violência no Rio de Janeiro e da tragédia no Japão Expressivo balanço socioeducacional de 2010 da Legião da Boa Vontade mostra a abrangência das ações da Instituição em favor das famílias de baixa renda: 8.508.482 atendimentos e benefícios. TRABALHO PARA A CIDADANIA PLENA Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia: 70 mil famílias em vulnerabilidade social foram beneficiadas. SOS Calamidades: 544 toneladas entregues às vítimas das chuvas. Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro! : 12 mil kits escolares doados a crianças em situação de pobreza. DE MÃOS DADAS COM O POVÃO EDUCAçÃO GLOBAL Chefe da Seção de ONGs das Nações Unidas, dr. Andrei Abramov, participa do 8 o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária, da LBV, realizado no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Portugal. CULTURA A trajetória consagrada de Dona Ivone Lara, matriarca do samba TEATRO E TV Veterano ator Stênio Garcia fala de seu Amor à Natureza e à Alma humana Brasil solidário LEIA TAMBÉM VOLUNTARIADO EM AçÃO

Revista Boa Vontade, edição 229

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

Citation preview

Page 1: Revista Boa Vontade, edição 229

Paiva Netto traz mensagem de esperança e superação para vítimas e familiares da violência no Rio de Janeiro e da tragédia no Japão

Expressivo balanço socioeducacional de 2010 da Legião da Boa Vontade mostra a abrangência das ações da Instituição em favor das famílias de baixa renda: 8.508.482 atendimentos e benefícios.

tRaBaLho PaRa a CIDaDaNIa PLENa

Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia: 70 mil famílias em vulnerabilidade social foram beneficiadas.

SoS Calamidades: 544 toneladas entregues às vítimas das chuvas.

Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!: 12 mil kits escolares doados a crianças em situação de pobreza.

DE MÃoS DaDaS CoM o PoVÃo

EDuCaçÃo GLoBaL Chefe da Seção de oNGs das Nações unidas, dr. andrei abramov, participa do 8o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária, da LBV, realizado no Brasil, uruguai, argentina, Paraguai, Bolívia e Portugal.

CuLtuRa a trajetória

consagrada deDona Ivone Lara,

matriarca do samba

tEatRo E tVVeterano ator Stênio

Garcia fala de seu amor à Natureza e

à alma humana

Brasil solidárioLEIa taMBÉM

VoLuNtaRIaDo EM açÃo

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 229
Page 3: Revista Boa Vontade, edição 229
Page 4: Revista Boa Vontade, edição 229

4 | BOA VONTADE

Sumário

8

8 “exemplo de superação” e “massacre no rio”Paiva Netto

18 cartas, e-mails, livros e registros

31 opinião esportiva por José Carlos Araújo

As vantagens de quem tem um craque

32 samba & História por Hilton Abi-Rihan

Dona Ivone Lara — Matriarca do samba

35 opinião Educação — por Arnaldo Niskier

Cidadania — por Floriano Pesaro (p. 36)

38 abrindo o coraçãoStênio Garcia — Arte e coração bem brasileiros

42 balanço socialCom a ajuda do povo, a LBV promoveu mais de 8,5 milhões de

atendimentos e benefícios em 2010

44 educaçãoCriança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!

50 HomenagemMúsica, emoção e memória — Espetáculo homenageia o compositor

Paiva Netto pelos 70 anos de vida

55 espírito e ciênciaConsciência Universal — A física quântica amplia o diálogo entre

Ciência e Religião

60 opinião — mídia alternativa por Carlos Arthur Pitombeira

Primeiros jornais do Rio — No início do século 20, o Copacabana já

fazia história na imprensa carioca

Paiva Netto escreve: “Exemplo de superação” e “Massacre no Rio”

44 Em todo o Brasil, 12 mil estudantes recebem kits de material pedagógico da LBV.

35arnaldo niskier

A reforma do curso de Pedagogia

22dr. andrei abramovEm roteiro oficial, chefe da Seção de ONGs das Nações Unidas participa de evento organizado pela LBV na América do Sul

25 eliane cantanHêde

Lança José Alencar — Amor à Vida

30 miro teixeira

Colégio Pedro II homenageia ex-alunos

ilustres

36 Floriano pesaroContra o trabalho

infantil

31 José carlos araúJo

As vantagens de quem tem um craque

11 dra. tereza campelloLançamento do livro

Fome Zero

Page 5: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 5

100

62 responsabilidade socialModelo de gestão socioambiental

64 lbv na onuAcesso à Educação e ao emprego — ONU discute ações e políticas

para o empoderamento da mulher

68 notícias de brasília

70 sos calamidadesCorrente Solidária — Em poucos dias, ação da LBV em parceria

com o povo, com empresas e com a mídia arrecada e distribui 544

toneladas de doações às vítimas das chuvas.

92 arte na tela por Marta Jabuonski

• Cidadania pela Arte — Caixa Econômica Federal faz 150 anos e

reafirma apoio à cultura (p. 92)

• Memória cultural — Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus,

a população descobre a cultura e a história do país. (p. 94)

• Ligando os Pontinhos — A arte de brincar em uma série para TV

(p. 96)

98 melHor idade por Walter Periotto

Aposentadoria: conheça seus direitos

100 campanHa de natalBoa Vontade que transforma — Veja como sua ajuda à LBV garantiu

alimento à mesa no Natal de milhares de famílias em todo o país

108 ação Jovem lbv

110 soldadinHos de deus

114 in memoriamEscritor e médico Moacyr Scliar volta à Pátria Espiritual

Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Só no fim de 2010, a Instituição amparou 70 mil famílias de baixa renda.

38 stênio garcia

Arte e coração bem brasileiros

60 carlos artHur

pitombeiraPrimeiros jornais do Rio

32 dona ivone

laraMatriarca do

samba

65 micHelle bacHeletNa chefia da ONU

Mulheres

55 dr. amit goswami

Consciência Universal

71 sérgio cabral

Reconhecimento à Campanha SOS

Calamidades, da LBV

114moacyr Jaime scliar

In memoriam

70 A mobilização do povo brasileiro em torno da Campanha SOS Calamidades: 544 toneladas de doações às vítimas das chuvas.

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 229

6 | BOA VONTADE

BOA VONTADEA N O 5 5 • N o 2 2 9 • J A N / F e v / M A r 2 0 1 1

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DIREtoR E EDItoR-RESPoNSáVEL: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CooRDENAção GERAL: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

JoRNALIStAS CoLABoRADoRES ESPECIAIS: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan e José Carlos Araújo.

EqUIPE ELEVAção: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Diego Ciusz, Gizelle de Almeida, Isabela Ribeiro, Jefferson Rodrigues, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Natanael Rodrigues, Neuza Alves, Rafael Bruno, Silvia Fernanda Bovino, Simone Barreto, Vivian Ribeiro Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

PRoJEto GRáfICo: Helen Winkler

CAPA E DIAGRAMAção: Felipe Tonin e Helen Winkler

IMPRESSão: Editora Parma

CRéDIto DAS fotoS DE CAPA: Fotomontagem com imagens do atendimento socioeducacional da LBV no Brasil; Dona Ivone Lara e Stênio Garcia: Divulgação

ENDEREço PARA CoRRESPoNDêNCIA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

A revista BoA VoNtADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

Todos os anos, as ações da Legião da Boa Von tade exprimem a própria razão de existir da instituição: amparar o Ser Humano e seu Espírito eterno. Nos momentos de necessidade ou de dor, mas sempre ce-lebrando a Vida, a LBV está presente com o socorro material e com sua mensagem de Paz, Solidariedade e Fé Realizante.

Nesta edição, esse ideal acompanha o leitor desde as primeiras páginas. A começar pela palavra de ânimo e esperança do jornalista Paiva Netto, que discorre sobre a dor do Brasil diante do massacre de crianças em escola carioca e sobre a capacidade do povo japonês de superar até os mais difíceis obstáculos, como as tristes consequências da série de terremotos e do tsunami.

Para mostrar um pouco do compromisso da LBV em promover qualidade de vida, a BOA VONTADE apresenta três reportagens especiais. A abrangência do trabalho da Obra — que alcançou o expressivo resulta-do de mais de 8,5 milhões de atendimentos e benefícios em 2010 — se manifesta em cada história de superação e crescimento de crianças, jovens e adultos benefi-ciados pela Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! (no fim do ano pas-sado), pela mobilização do povo em torno da SOS Calamidades (nos primeiros dias de 2011) e pela Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro! (em fevereiro e março).

Também estão imperdíveis duas entrevistas ex-clusivas: com o ator Stênio Garcia e com a cantora e compositora Dona Ivone Lara, ícones da cultura brasileira. Confira a palavra de Amit Goswami — um dos principais físicos da atualidade, conhecido por se aprofundar na relação entre Ciência e Religião.

Musicalidade e homenagem dão o tom da se-gunda edição do concerto Noite Cultural Emoções e Memórias, no dia 2 de março, em São Paulo/SP. O espetáculo comoveu o público pela boa música e por festejar os 70 anos de vida do compositor Paiva Netto. Neste número, saudamos também o professor Arnaldo Niskier, doutor em Educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), presidente do CIEE/RJ e mais novo colunista colaborador da BOA VONTADE.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADEAmor, Harmonia, Solidariedade, espírito de Justiça

aliado à Bondade, jamais à vingança; Liberdade com respeito aos demais Entes Humanos; Verdade sem

fanatismo social, político, filosófico, religioso ou científico; auxílio aos que sofrem, no corpo ou na alma; Política

e Economia, acompanhadas pelas virtudes da Correção e da Generosidade; Instrução, Educação, Reeducação, consoante a Fraternidade Ecumênica; portanto, tudo

aquilo que na Paz ou na guerra torna forte a criatura, na Terra e no Mundo Invisível, que não é uma abstração, forma o conclusivo conceito de ideologia para o Cidadão

do Espírito: Caridade, ou seja, o ar moral que, como seres realmente civilizados, devemos respirar.

Paiva NettoExtraída do livro É urgente reeducar!, de autoria do escritor Paiva Netto. Conforme

anunciou a Livraria Saraiva, ele foi o autor nacional mais vendido de seu estande na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada em agosto de 2010.

Tiragem: 50 mil exemplaresEdição fechada em 15/4/2011

revista apolítica e apartidária da espiritualidade ecumênica

Ao leitor

Page 7: Revista Boa Vontade, edição 229
Page 8: Revista Boa Vontade, edição 229

8 | BOA VONTADE

Exemplo de superação

Exemplo de superação

Page 9: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 9

João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBv.

com ondas de mais de 10 metros, que devastaram territórios no nordeste do arquipélago. Até o fechamento desta edição, o núme-ro de mortos totalizava 13.116, e 14.377 pessoas estavam desapa-recidas. No mesmo dia chegou-se a enviar alertas de tsunami para várias regiões de área costeira no Oceano Pacífico, inclusive Amé-rica do Sul. Em consequên cia do desastre, o vazamento de radiação na usina de Fukushima tornou-se o maior problema para as auto-ridades japonesas, deixando em alerta a população. Na capital, Tóquio, muitos enfrentaram filas em estações de trem e aeroportos, tentando a todo custo se afastar da contaminação nuclear. Um quadro altamente emergencial que leva outros países a também repensar os sistemas de segurança de suas usinas.

Nós, brasileiros, que guarda-

mos fortes ligações com o Japão, estamos profundamente conster-nados com a tragédia. Endereça-mos fervorosas preces pelos que faleceram e solidariedade aos familiares, muitos deles certa-mente com parentes que residem no Brasil.

Falamos de uma nação acos-tumada a enfrentar problemas de-correntes das condições geológicas severas.

Em 1987, no livro Dialética da Boa Vontade — Reflexões e Pensa-mentos, demonstrei minha admira-ção pela capacidade do povo japo-nês de superar obstá culos: É nos momentos de crise que se forjam os grandes caracteres e surgem as mais poderosas nações. Vamos ao exemplo do Japão: país isolado em algumas ilhas. Não tem petróleo. Importa a maioria dos elementos de que precisa para sobreviver. Dizem que os japoneses perderam

O forte terremoto de 9 graus de magnitude, seguido de tsunami, que atingiu a costa nordeste do Japão, em 11 de março, deixou um rastro de destruição. (1) A foto mostra a chegada da onda gigante à cidade de Sendai. (2) Momento em que o tsunami invade Miyako, na provín-cia de Iwate. (3) Casas em Sendai atingidas por tsunami pegam fogo. (4) vista aérea da usina de Fukushi-ma Daiichi; explosões e vazamentos radioativos deixaram o Japão em estado de alerta.

O mundo ainda acompanha com ansiedade o drama do povo japonês, vítima

de um terremoto de magnitude 9, ocorrido em 11 de março, considerado o pior do país desde os primeiros registros, no fim do século 19, segundo o servi-ço geológico dos EUA. O tre-mor foi seguido de um tsunami

2

1

3 4

Page 10: Revista Boa Vontade, edição 229

10 | BOA VONTADE

Oomoto Internacional, na pessoa do ilustre professor Shigeki Mae-da, e aos nobres monges Yvonete Silva Gonçalves (Shakuni Joko) e Ricardo Mário Gonçalves (Shaku Riman), da Associação Religiosa Nambei Honganji Brasil Betsuin. O casal budista gentilmente respon-deu à mensagem em que prestei solidarie-dade ao povo japonês, a seus descendentes e familiares no Brasil: “Caríssimo Irmão e Amigo José de Paiva Netto, em nome de to-dos os nossos irmãos e amigos japoneses, pro-fundamente abalados pela inenarrável tragé-dia que se abate sobre sua Pátria, queremos agradecer do fundo do coração vossa luminosa mensagem de conforto e solidariedade, que será devidamente re-passada às pessoas e organizações afetadas

Andr

é Fe

rnan

des

a guerra. Eu, porém, acho que eles a ganharam, pois aí se fizeram uma nação de poderio internacional. (...) Você chama um nipônico, ou um descendente dele, e lhe dá, diga-mos, uma pedreira. Ali, faz surgir uma produtiva lavoura. Por quê?! Porque a luta para vencer a exigui-dade territorial das suas ilhas fez com que suplantassem as restrições e, vencendo a falta de grandes áreas férteis, se tornassem insuperáveis agricultores. Isso sem falar na imponência de sua indústria... Eis por que não devemos fugir das dificuldades. Temos de enfrentá-las e transformá-las em sucesso (...).

Com esse mesmo espírito de superação e o amparo de Deus, os nossos Irmãos japoneses haverão de seguir em frente, desenvolven-do tecnologias ainda mais avança-das de prevenção contra essas catástrofes naturais. Um modelo com o qual o planeta muito aprende.

Que as cerejeiras, símbolo de felicidade no Japão, como a que plan-

tamos no conjunto educacional da LBV em São Paulo/SP, em homenagem a tão decidido povo, floresçam em tempos melhores a todos!

Solidariedade aos irmãos japoneses

Oportuna a palavra do impera-dor Akihito na quarta-feira, 16 de março, ao pedir ao seu povo que não desista e seja solidário: “Espero, do

fundo do coração, que as pessoas deem as mãos, se tratem com compaixão e consigam ultrapassar estes tempos difíceis”.

Minha saudação fra-terna aos membros da

Exemplo de superação

É nos momentos de crise que se forjam

os grandes caracteres e surgem as mais poderosas nações.

Brasília/DF — O Templo da Boa vontade, ou Templo da Paz, como também é conhecido o monumento, ofereceu o ambiente perfeito para o Ato ecumênico de Prece dedicado às vítimas no Japão e seus entes queridos. (SGAS 915, Lotes 75/76, Brasília/DF)

Akihito

Monja Yvonete

Shigeki Maeda

Monge ricardo

Divu

lgaçã

o

Clay

ton

Ferre

iraRo

seva

lte d

os S

anto

sRo

seva

lte d

os S

anto

s

Page 11: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 11

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, dra. Tereza Campello, ladeada pelos representantes

da LBv Claudio Chrisostimo (e), Sidemar de Almeida e Paulo Medeiros (D). Ao lado, a coletânea que reúne diversos

escritos sobre o programa Fome Zero, do governo federal.

que são de nosso conhecimento. Que a Luz sem Impedimentos da Sabedoria e da Compaixão Búdicas vos ilumine e guarde!”.

No dia 18 de março, no Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, realizamos um Ato Ecumênico de prece dedicado às vítimas no Japão e seus entes queridos. [Leia repor-tagem na p. 15.]

Fome Zero

Paulo Medeiros, da LBV em Brasília, informa- -me que, na terça-feira, 15 de março, compareceu ao lança-mento da coletânea Fome Zero — Uma História Brasileira, no Palácio do Itamaraty. A obra, em três volu-mes, representa simbolicamente as três refeições diárias do programa Fome Zero. Entre os seus mais de 80 autores está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Com-bate à Fome (MDS), dra. Tereza Campello, a publicação reflete muito da estratégia do Fome Zero, “que não é uma ação só do MDS. Envolveu em conjunto o governo federal. Certamente, uma das maiores ações de integração e articulação de políticas públicas. Vários ministérios participaram ativamente, e sem eles não teríamos o sucesso que foi o Fome Zero”.

Na ocasião, os representantes da LBV cumprimentaram, além da mi-nistra Tereza Campello, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a ministra da Cultura, Ana de Hollanda.

Plantada pelos alunos no conjunto educacional da LBv na capital paulista,

em 2008, em homenagem aos japoneses (à direita), a cerejeira ou sakura no

ki, símbolo do Japão, toma corpo (foto maior)

como a sempre renovada esperança do povo

nipônico.

José

Gon

çalo

Arqu

ivo B

V

Elias

Pau

lo

[email protected] .brwww.paivanetto.com

Page 12: Revista Boa Vontade, edição 229

12 | BOA VONTADE

Massacreno Rio

Massacre no Rio

Movimentação em frente à escola Municipal Tasso da Silveira, após a tragédia.

Esta edição da BOA VONTADE já estava em fase de fechamento quando chegou à redação a triste notícia do atentado contra alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro/RJ, na manhã de 7/4, que resultou na morte de 12 crianças e deixou muitas outras feridas. Consternado, o diretor-presidente da LBV logo se manifestou pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rá-dio e portal www.boavontade.com). Reproduzimos, a seguir, artigo publicado em centenas de jornais, revistas e sites, no Brasil e exterior:

MENSaGEM DE PaIVa NEtto

Shan

a Re

is/AB

r

Page 13: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 13

Estamos todos consterna-dos com o cruel assassi-nato de 12 crianças (10 meninas e 2 meninos,

com idades entre 12 e 15 anos), da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro/RJ, na manhã de quinta-feira, 7/4. Outras foram feridas, algumas gravemente. (Até o fechamento desta edição, nenhuma morte ocorrera entre os jovenzinhos hospitalizados.) O causador dessa tragédia, Welling-ton Menezes de Oliveira, de 23 anos, que, segundo a Polícia Militar, era ex-aluno, suicidou-se após o atentado.

A presidenta Dilma Rousseff declarou que “este é um país que sempre teve uma relação de grande carinho cultural pelas crianças. É inadmissível violência em geral, mas a violência contra as crianças colo-ca todos nós em sensação de grande repúdio”. O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou

esse ato premeditado e brutal como uma tragédia sem precedentes no Brasil. Haddad pôs o Ministério da Educação, os institutos e universi-dades a ele vinculados, à disposição da Prefeitura do Rio de Janeiro, para auxiliar no que for necessário. O massacre teria sido pior se não fosse a coragem do sargento PM Márcio Alves, considerado herói pelo go-vernador Sérgio Cabral, ao impedir que o assassino continuasse a atirar.

As crianças e os jovens mere-cem total proteção. A escola é um segundo lar para eles, espaço que deveria ser visto como sagrado, onde o bullying e outros proble-mas não mais poderiam existir.

A minha solidariedade aos fami-liares das vítimas e aos feridos nesse lamentável drama. Um episódio que requer também apoio psicológico aos estudantes, professores e fun-cionários dessa unidade de ensino. As escolas, em geral, igualmente precisarão de maior preparo para prevenir eventos como esse.

A presidenta Dilma emociona-se ao homenagear os

“brasileirinhos indefesos que perderam a vida e o futuro”, durante discurso

no Palácio do Planalto, em Brasília/DF.

As crianças e os jovens merecem total proteção. A escola é um segundo lar para eles, espaço que deveria ser visto como sagrado, onde o bullying e outros problemas não mais poderiam existir.

Garantia urgenteDiante do ocorrido, muitas

questões serão revisitadas e levan-tadas acerca da barbárie que segue crescendo. Porém, as análises serão realmente funcionais, isto é, auxiliarão melhor os poderes constituídos e a sociedade civil, se observarmos pela perspectiva de que a violência está fugindo ao nosso controle. Na atualida-de, se faz mais presente em atos preconceituosos contra minorias, contra gays, negros, mulheres, no esporte, nas reli giões, no trânsito, no seio familiar; enfim, no íntimo

Anto

nio C

ruz/A

Br

Page 14: Revista Boa Vontade, edição 229

14 | BOA VONTADE

de cada criatura. Já não são mais atos isolados.

Em Somos todos Profetas, publi-cado pela Editora Elevação (1999), eu já comentava que atrocidades poderiam vir a ser uma constante em nossas vidas. Basta abrir os jornais, as revistas, ver televisão, ouvir rádio, sair às ruas. É o reino da brutalidade a que estamos as-sistindo a todo momento, em que

ninguém tem mais garantia. Tantos se cercam de grades fortes, mas os assaltos prosseguem, os assassi-natos multiplicam-se. Tudo conti-nua incerto. Por quê?! Porque não adiantam altos muros pretensamente intransponíveis para nos proteger da terrível coação que vem de fora, visto que o perigo pode encontrar- -se dentro de nossas paredes, por-quanto está havendo uma implosão dos lares com a desagregação da família, que, com urgência, precisa de amparo espiritual. Agora, como nunca, é flagrante a veracidade desta afirmativa de Alziro Zarur (1914-1979), sobre a qual devemos constantemente refletir: “Não há segurança fora de Deus”.

Suplantar a dorAos que porventura acreditem

que não seja possível modificar esse

status quo, peço que não duvidem de nossa capacidade, como Seres Humanos e Espirituais, de superar o mal, tido hoje por alguns como invencível. Temos muito mais apti-dão para sobrepujar problemas, por maiores que os julguemos. Diante disso, se as dificuldades são imen-sas, superiores serão os nossos ta-lentos para suplantá-las. Se é árduo erigirmos a verdadeira Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, então comecemos ontem!

Mudar os hábitosPor ocasião do 8o Fórum In-

ternacional dos Soldadinhos de Deus, com o tema “Boa Vontade para mudar os hábitos”, que as crianças da LBV realizaram em 26/3, recordei-me de uma palavra muito inspirada do Espírito Dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), constante de Reflexões sobre Jesus e Suas Leis (Editora Elevação), na psico-grafia do sensitivo Le-gionário Chico Periotto. É opor-tuna para meditação de todos nós:

“— Nas fases de profundo so-frimento em que o Espírito suplica ao Redentor piedade e sustentação, fontes invisíveis derramam a água torrencial do Amor de Deus sobre nossa existência terrestre. Contu-do, a incomensurável força que nos reporta do Santíssimo solicita nossa renovação. Mudar para me-lhor os hábitos, os pensamentos e as ações. O Amor vencerá sempre. E, por isso, a dor será motivada a desaparecer de nosso ainda atri-bulado caminho”.

O governador do rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito eduardo Paes decretam luto oficial de sete dias pela morte das crianças.

Se as dificuldades são imensas, superiores serão os nossos talentos para suplantá-las. Se é árduo erigirmos a verdadeira Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, então comecemos ontem!

Massacre no Rio

Dr. Bezerra de Menezes

Arqu

ivo B

V

Shan

a Re

is/AB

r

Page 15: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 15

Legionários, autoridades religio-sas e simpatizantes da Legião da Boa Vontade realizaram no dia

18 de março, no Templo da Paz, em Brasília/DF, um Ato Ecumênico pe-las vítimas do forte terremoto e do tsunami que atingiram o nordeste do Japão em 11 de março.

A cerimônia, celebrada na Nave do Templo da Boa Vontade (TBV), contou com a presença dos monges budistas Sato e Ymura e do diretor da Oomoto Internacional, professor Shigeki Maeda, além de repre-sentantes da comunidade Bahá’i e da Iniciativa das Religiões Unidas (URI) e de irmãos esperantistas.

O ministro-pregador da Reli-gião de Deus Jayme Bertolin, que conduziu o Ato Ecumênico, fez a leitura do artigo “Exemplo de su-peração”, do jornalista e radialista Paiva Netto, fundador do TBV, publicado em centenas de jornais, revistas e sites no Brasil e no exte-rior. O Coral Ecumênico do TBV

propiciou momentos de emoção ao interpretar músicas alusivas à Paz, levando conforto aos corações.

Falando ao público presente, o professor Shigeki Maeda deixou registrados o apoio e o sentimento de fraternidade a quem passa por esse momento de grande desafio, além de agradecer a realização da cerimônia naquele ambiente ecumênico.

Representando o Templo Bu-dista Terra Pura, o monge Sato declarou: “Eu quero agradecer em nome do povo japonês, meus antecedentes, e também das reli-giões japonesas presentes, essa iniciativa da LBV, com a presença tão significativa de pessoas soli-

Janine Martins

o site esperantista el

Popola Cinio, da China, divulga o artigo “exemplo de superação”,

do jornalista Paiva Netto.

Prece e SolidariedadeTBV realiza Ato Ecumênico em homenagem às vítimas da tragédia no Japão

RepercussãoJo

sé G

onça

lo

Page 16: Revista Boa Vontade, edição 229

16 | BOA VONTADE

gear as vítimas e seus familiares. Em seguida, as rosas foram gentilmente colocadas sobre a Pia Sagrada, em frente ao Trono e Altar de Deus.

A cerimônia teve a cobertura da TV Globo Brasília e divulgação por parte de vários veículos de co-municação, a exemplo do Jornal de Brasília, da Band TV e da TV Brasília e dos sites maisbrasilia.com, correioweb.com.br, clicabra-silia.com.br e rinaldogoodnews.blogspot.com.

Comunicação a serviço do Bem

Do Japão, Aparecida Tokuda, residente em Aikawa-machi, in-terior do Estado de Kanagawa, informa que as orações e as pala-

vras de Fé e ânimo dos brasileiros têm sido um apoio importante para quem está no país. “Acima de tudo, a gente tem que ter muita Fé em Deus. Aqui em casa, eu e meu marido, Valder Tokuda,estamos sempre sintonizados na Super Rede Boa Vontade. Através da internet (www.boavontade.com), acompanhamos [a transmis-são da LBV] 24 horas, e isso nos dá muita força. Muito obrigada

dárias com o sofrimento do povo japonês”.

Após entoar um mantra, co-mentou: “A oração, enviada aos japoneses e [aos] seus familiares que passam por essa catástrofe, é também um agradecimento pelas lições que esse acontecimento nos traz. O povo japonês certamente se levantará mais uma vez. Como todos sabem, o Japão (…) no pas-sado sofreu situações parecidas. E como o Irmão Paiva lembrou, superou todas elas”.

A cada participante do encontro foi dada uma rosa branca. No en-cerramento da cerimônia, durante a prece ecumênica do Pai-Nosso, as flores foram erguidas, como gesto simbólico para lembrar e homena- valder TokudaAparecida Tokuda

Repercussão

Monge Ymura e monge Sato, do Templo Budista Terra Pura, o ilustre professor Shigeki Maeda, diretor da Oomoto Internacional, e o ministro-pregador da religião de Deus Jayme Bertolin.

O público acompanha a Prece ecumênica do Pai-Nosso

Foto

s: Lu

cian

Fagu

ndes

Arqu

ivo p

esso

al

Arqu

ivo p

esso

al

Page 17: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 17

pelas orações! Vocês estão aí no Brasil, nós aqui no Japão, mas o Poder de Deus é um só. Quando estamos com o pensamento unido, essa distância desaparece, porque a vibração é tão forte que parece

que estamos juntos”, afirmou Aparecida.

Também da “Ter-ra do Sol Nascente” chega o agradecimen-to do CEO de uma multinacional japo-nesa Etsuo Miyoshi,

da cidade de Higashikagawa, na província de Kagawa, que postou em sua página no Facebook o link para o artigo “Exemplo de supera-ção”. A senhora Tahira Masako, do departamento de Rela-cionamento Internacional do Instituto Japonês de Es-peranto, em Kyoto, é outra irmã que escreve em reco-nhecimento à mensagem do diretor-presidente da LBV: “Obrigada pela solidarieda-de e pelas preces de fortalecimento dedicadas ao japoneses, sofredores de seguidas catástrofes. (...) Eu tenho muita esperança que chegue ao povo japonês uma vida de Paz”.

De Curitiba/PR, vem o teste-munho da jovem Andrea Kaori Tsuchiya Brujnolo sobre a reper-cussão do artigo do jornalista Paiva Netto: “Em meio a tanta turbulên-

cia no cenário mun-dial, em virtude dos últimos aconteci-mentos no Japão, o artigo ‘Exemplo de superação’, do es-critor Paiva Netto, foi para mim como um bálsamo, muito confortador. Sou neta de japoneses por parte de pai e fiquei muito sentida com tudo o que aconteceu. Até mesmo porque é a nação que hoje acolhe meus dois irmãos, Flávio e Patrí-cia, que trabalham e vivem lá com suas famílias. Graças a Deus estão todos bem. Minha família e eu agradecemos pela belíssima men-sagem, que nos leva a refletir sobre

o sentido de superação em nossas vidas”.

E conclui Andrea: “Fi-nalizo com este pensamen-to de autoria do Irmão Paiva, que vou encaminhar aos meus irmãos no Ja-

pão: ‘Seguros estamos na Divina Segurança das seguras mãos de Jesus’. Arigatô! [Obrigada!].”

Da capital paulista, escreve pai Dalmo Ri-bas, psicólogo, sacerdote da União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil e membro da União das Religiões Unidas (URI): “Muito oportunas as considerações do Irmão Paiva Netto sobre a tragédia japonesa, que a rigor é uma tragédia da Humanidade. Curiosamente, as-sistindo ao filme Sonhos, de Akira Kurosawa, deparei-me com o enre-do de uma das histórias contadas, que é uma premonição da fatalida-

de que viria aconte-cer. Destaque-se que o filme é de 1990”.

Da capital federal, o professor Maeda também comentou e-mail sobre o artigo “Exemplo de supera-

ção”, que ele traduziu para o japonês e encaminhou à Quinta Guia Espiri-tual da Oomoto Kurenai Deguchi, da província de Kyoto: “A mestra leu o texto e, com alegria, agradeceu muitíssimo ao Irmão Paiva que, com seu amoroso coração, se preocupa com os japoneses. A mestra pediu-me que enviasse uma saudação ao senhor Paiva Netto. Quanto ao Ato Ecumê-nico, que ocorreu na Pirâmide [do Templo da Boa Vontade], transmitiu seus agra-decimentos aos membros da LBV”.

Também de São Paulo/SP, a se-nhora Ombretta Gori Sacco, viúva do saudoso Teodoro Lausi Sacco,

que presidiu a Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), comenta: “Irmão Paiva Netto: muito oportuna a sua crônica ‘Exemplo de superação’. Nosso grupo espírita está

unindo-se com toda a Humanida-de para orar pelos irmãos em tão triste momento. Que Deus, em Sua Infinita Bondade, dê forças a esse povo tão valoroso. Unamo-nos em prece por todos eles, os en-carnados e os desen-carnados. Que Jesus os ilumine sempre! Fraternos abraços”.

Dalmo ribas

Tahira Masako

Ombretta Sacco

Kurenai Deguchi

Andrea Brujnolo e seu pai, João Tatsuo Tsuchiya

etsuo Miyoshi

Arqu

ivo p

esso

al

Arqu

ivo p

esso

al

Elias

Pau

lo

Arqu

ivo B

V

Arqu

ivo B

V

Arqu

ivo B

V

Page 18: Revista Boa Vontade, edição 229

Amiga de longa data da Legião da Boa Vontade, a atriz Nívea Stelmann começou a comemorar seu aniversário neste ano um dia an-tes, ao receber em casa, no Rio de Ja-neiro/RJ, a visita carinhosa de alguns dos alunos do Centro Educacional da LBV na capital fluminense. Na vés-pera de seu aniversário, comemorado em 6 de abril, as crianças levaram a mensagem fraterna da Instituição e os votos de feliz aniversário à atriz.

Bastante contente com a grata surpresa, Stelmann postou no mi-croblog dela: “As crianças da LBV vieram comemorar meu níver ante-cipado na minha casa. Que alegria! Um lindo presente”.

A atriz já participou de muitas ações de mobilização social pro-movidas pela LBV; no fim do ano passado, Nívea vestiu novamente a camisa da Solidariedade, trazendo seu apoio à tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! (leia re-portagem na p. 100).

Crianças da LBV parabenizam Nívea Stelmann

Foto

s: Pr

iscilla

Ant

unes

Os parabéns à atriz foram destacados por inúmeros sites, a exemplo destes:

Cartas, e-mails, livros e registros

Page 19: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 19

Uma parceria entre o professor José Eduardo Sabo Paes, pro-curador de Justiça do Ministério

Público do Distrito Federal e Territó-rios, e o também advogado e consultor jurídico Eduardo Szazi resultou no livro Terceiro Setor: Melhores Prá-ticas Regulatórias Internacionais. O lançamento da obra, em Brasília/DF, no dia 5 de abril, reuniu autoridades, estudiosos e pessoas interessadas nas novas propostas para o Terceiro Setor.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, o procurador José Eduardo Sabo Paes comentou o teor da publicação: “A obra traz aspectos de governan-ça, de financiamento governamental, de transparência, que foram objeto dos nossos estudos”.

O advogado Eduardo Szazi, por sua vez, afirmou: “Este livro é uma verdadeira parceria público-privada. Eu, advoga-do, atuando então na esfera privada; o dr. Eduardo Sabo, uma ilustre autoridade no Terceiro Setor, da esfera pú-blica. A obra traz esses dois olhares”.

Ambos os autores autografaram um exemplar do título para o diretor- -presidente da LBV, com os seguintes dizeres: “Ao digno Presidente da LBV, José de Paiva Netto, com since-ros cumprimentos do autor pela sua dedicação à sociedade. Com o apreço do Dr. Eduardo Sabo”; e “Ao Dr.

obra literária apresenta melhores práticas regulatórias internacionais para o terceiro Setor

José de Paiva Netto, honrado Presidente da LBV, com a ad-miração do Eduardo Szazi”.

Também no evento, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do DF, Francisco

Caputo, salientou: “O livro é mais uma relevante contribuição do dr. Eduardo Sabo Paes, (...) a maior autoridade brasileira neste assun-to. Ele teve a contribuição de seu colega, dr. Eduardo Szazi, que é um notório conhecedor do tema”.

O senador Pedro Simon, presente ao lançamento, acrescentou: “É im-

portante que o país dê o devido valor ao Terceiro Setor”. O parlamentar gaúcho ainda citou a excelência do trabalho solidário da LBV, que atua há mais de 61 anos levando o amparo material e espiritual a famílias brasileiras. “Está aí um exemplo do Terceiro Setor, fantástico: é o Paiva Netto [diretor-presidente da Instituição], é a Legião da Boa Von-tade. Aliás, estive hoje com a minha mulher no Templo da LBV*, aqui em Brasília. Há ali um sentimento muito elevado”, declarou.

* templo da Boa Vontade — A Pirâmide das Almas Benditas — a Pirâmide dos Espíritos Luminosos, como também é chamado o Templo da Paz, o TBV — está localizada no SGAS 915, Lotes 75/76 — Brasília/DF.

Durante o evento, o professor José eduardo Sabo Paes (C), procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e o advogado e consultor jurídico eduardo Szazi (D) recebem os cumprimentos de enaildo viana, da LBv.

Pedro SimonJo

sé C

ruz/A

Br

José

Gon

çalo

Francisco Caputo Neto

José

Gon

çalo

Page 20: Revista Boa Vontade, edição 229

20 | BOA VONTADE

Cartas, e-mails, livros e registros

Caro Paiva Netto, agradeço o nº 228 da revista BOA VONTA-DE e cumprimento- -o pelo destaque dado aos temas educacio-nais. Abraços. (Paulo

Nathanael Pereira de Souza, Gab. da Reitoria da UNISciesp, São Paulo/SP)

Os 70 anos de ju-ventude de Paiva Netto são a maior prova do progresso da LBV em todas as áreas de atua-ção que os 54 anos de trabalho do dirigente

da Legião da Boa Vontade pro-porcionaram. Viva 2 de março de 2011! Viva Paiva Netto! Viva Jesus! (Anibal Ribeiro, jornalista, São Paulo/SP)

A sra. Edicleia Ba-tista, chamada ca-

rinhosamen-te de Didi, d i r e t o r a do Jornal

Dhoje, de São José do Rio Preto/SP, enaltece os

trabalhos da revista BOA VON-TADE. Tendo em mãos a edição no 228, Didi registrou: “Adoro a revista da LBV. O conteúdo dela nos traz um aprendizado amplo, de diversos segmentos, enrique-cendo nosso conhecimento. No início de 2011, foi feita uma faxina no jornal, e pedi às meninas que guardassem as revistas da LBV na minha mesa, pois tenho o maior carinho pela BOA VONTADE”.

Sociedade mais justaPor e-mail, em mensagem da-

tada de 30 de janeiro, o presidente da seção do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), dr. Francisco Queiroz Caputo Neto, destacou: “Acredito

que para todos nós foi importante e, mais que isso, uma agradável satisfação ver uma entidade como a LBV forte e vigorosa, assim como os homens que a dirigem, voltando seus esforços para a construção de uma sociedade mais justa e

Paulo Nathanel de Souza

Anibal ribeiro

Divu

lgaç

ãoVi

vian

Ribe

iro F

erre

ira

O consagrado escritor, cronista e jornalista Ignácio de Loyola Bran-dão lançou, em 11 de abril, no Teatro Municipal de Araraquara/SP, a obra biográfica Ruth Cardoso — Fragmentos de uma vida. Compareceram à concorrida sessão de autógrafos diversas personalidades, entre as quais o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso.

A história de vida da ex-primeira-dama Ruth Cardoso (1930-2008) narrada por Brandão traz um diferencial: contou com a participação pessoal da biografada, por meio de en-trevistas exclusivas. Por essa razão, o autor apresenta histórias pouco conhecidas do público sobre a traje-tória da antropóloga araraquarense, que foi ativista social e professora da Universidade de São Paulo.

Na ocasião, o escritor dedicou um exemplar ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com as seguintes palavras: “Ao Paiva Netto, essa Ruth exemplar. Abraço. Ignácio”.

Biografia de dona Ruth Cardoso ganha livro

Presentes ao evento, a partir da esquerda, o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (com quem a saudosa dona Ruth era casada desde 1953), o escritor Ignácio de Loyola Brandão e o prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri.

ruth Cardoso

Gilb

erto

Ber

tolin

Tetê

Vivi

ani/P

refe

itura

de

Arar

aqua

ra

Page 21: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 21

fraterna. Parabéns aos que fizeram e fazem a LBV diariamente!”.

CoidealismoSou católico e trabalho muito pelo esperanto

por meio da IKUE (União Católica Internacional Esperantista). Como delegado da UEA [Univer-

sala Esperanto-Asocio], eu me correspondo com muitos coidealistas de diversas partes do mundo, prin-cipalmente africanos. A África precisa da divulgação do esperanto (...).

Sou idoso, porém, eu me sinto jovem espiritual-mente. Leio muito sobre o Paiva Netto e admiro as suas realizações: as de caráter social, as ecumênicas e as de benemerência. Sou doutor em Ciências Políti-cas e trabalhei durante 28 anos como funcionário do serviço estatal de ferrovias da Itália, nas cidades de Veneza e Verona. Reitero meus votos de paz, saúde e tranquilidade para o ano de 2011. Com amizade, coidealisticamente. (Serio Boschin, Itália)

Jane

de

Araú

jo/A

gênc

ia S

enad

oCORDIAL ENCONTRO — O presidente do Con-gresso Nacional, senador José Sarney, recebeu o kit de material pedagógico distribuído pela Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!, da Legião da Boa Vontade. Sarney apoiou a iniciativa da LBV, que nesta edição de 2011 entregou em todo o Brasil 12 mil kits a crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. (Veja a cobertura completa na p. 44.) No encontro, ocorrido em 17 de mar-ço, no Congresso Nacional, estiveram com o parlamentar (ao centro) o veterano jornalista Gilberto Amaral e o diretor-executivo da LBV, Silmar de Almeida (à esquerda), além de José Eugênio Natalino e Paulo Medeiros (à direita), também representantes da Instituição.

obra relata trajetória de José Sarney

A jornalista regina echeverria autografa exemplar da obra.

O lançamento da obra Sarney — A Biografia, da jornalista Regina Echeverria, em 22 de março, na capital federal, contou com a presença do próprio homenageado, além de autoridades e personalidades.

Em mais de 600 páginas, a autora apresenta a história do atual presidente do Senado, José Sarney, político e escritor maranhense, membro da Academia Brasileira de Letras, que entrou na cena política em 1954. Fotos ilustram as muitas fases da trajetória desse homem público, alegrias e momentos marcantes que viveu no poder.

Na ocasião, a jornalista dedicou um exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV, com estes dizeres: “Ao presidente Paiva Netto, um pedaço da nossa história. Beijo, Regina Echeverria. Mar-ço/2011”.

Lucia

n Fa

gund

es

Page 22: Revista Boa Vontade, edição 229

22 | BOA VONTADE

Cartas, e-mails, livros e registros

Em roteiro oficial, chefe da Seção de ONGs das Nações Unidas participa de evento organizado pela LBV na América do Sul

Educação global

O chefe da Seção de ONGs do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Na-

ções Unidas (UN/Desa), dr. Andrei Abramov, veio especialmente ao Brasil e ao Uruguai para participar do 8º Fórum Intersetorial Rede So-ciedade Solidária — 5ª Feira de Ino-vações em suporte à Revisão Minis-terial Anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), evento organizado pela Legião da Boa Vontade.

O encontro, que ocorreu em cidades da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bo-lívia) e em Portugal, entre os dias 10 de março e 1º de abril, discutiu o tema “Educação para o Desenvolvi-mento Global: Um Olhar Além do

Intelecto”. Na realização do fórum, a LBV conta com o suporte do UN/Desa e o apoio do Centro de Informa-ção das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio).

Paiva Netto e dr. Abramov em cordial encontro

Antes do primeiro evento oficial no país, o dr. Andrei Abramov, maior autoridade em organizações da sociedade civil com relação consultiva na ONU, reencontrou-se no dia 28 de março, na regional da Instituição no Rio de Janeiro/RJ, com o radialista e jornalista Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade.

Mais do que externar mútuo respeito e admiração, os dois ami-gos aproveitaram a oportunidade para conversar acerca da situação de crianças e jovens de famílias de baixa renda no Brasil e no exterior, assim como discutiram saídas para o problema que se apresenta no âm-bito da Educação e da Assistência Social. Durante o bate-papo, o dr. Abramov mencionou muitos talen-tos do dirigente da LBV, ressaltando que o trabalho de Paiva Netto serve de inspiração às pessoas de Bem.

Visita à comunidade pacificada da Providência

No mesmo dia, o chefe da Seção

Nath

ália

Valér

io

Page 23: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 23

de ONGs do UN/Desa conheceu o trabalho promovido pela Legião da Boa Vontade na comunidade pacifi-cada da Providência. Ali, a Institui-ção marca presença por meio do pro-grama Espaço de Convivência, que contribui para o desenvolvimento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social. Outra inicia-tiva bem-sucedida da LBV no local é a ajuda oferecida às crianças da comunidade que frequentam as aulas de caratê — realizadas pela UPP —, dentro da Campanha Esporte é Vida, não violência!.

Na oportunidade, os atletas de-monstraram técnicas do esporte ao representante da ONU. “A visita de hoje à Providência foi uma experi-ência que abriu minha mente. Tudo que presenciei pode ser replicado em países onde há uma situação de pobreza similar a esta, em que há crimes e drogas, crianças e jovens que, por falta de saída, repetem o mesmo ciclo de violência. Essa ex-periência é, em particular, valiosa aos países que saíram de conflitos, como o Haiti. Ela demonstra forte parceria entre o governo, o setor privado e organizações como a Legião da Boa Von tade”, comentou o dr. Andrei.

A atuação da LBV na Provi-dência é resultado de uma parceria entre a Instituição, a Super Rádio Brasil (940 AM) e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer. A iniciativa colabora com o projeto Rio 2016.

Educação no combate à pobreza

Depois da visita, o dr. Andrei

Abramov seguiu para o Centro Educacional da LBV, em Del Castilho, zona norte carioca, para participar do 8o Fórum Interseto-rial Rede Sociedade Solidária. Na capital fluminense, o enfoque do encontro, que reuniu representan-tes de organizações da sociedade civil, de empresas, de governos e de universidades, foi “Desafios do Brasil — A educação no combate à pobreza”.

O representante da ONU disser-tou sobre o tema do encontro. Em sua abordagem, afirmou: “Eu gos-taria de agradecer especialmente ao senhor José de Paiva Netto, presidente da LBV, e sua equipe pelo trabalho fenomenal e pela dedicação. A Instituição defende há muito tempo a importância da Educação e da criação de uma cultura de respeito dentro das famílias. Também trabalha para construir escolas, dar boas condi-

A partir da esquerda, o casal Lucimara Augusta e Paiva Netto confraterniza com o chefe da Seção de ONGs das Nações Unidas, dr. Andrei Abramov, ladeado por raquel Bertolin, da LBv.

ções de trabalho aos professores, fornecer materiais. A Legião esteve entre as primeiras organizações a reconhecer o valor da Educação para o bem-estar da família e no combate à pobreza”.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, ressaltou que a qualidade do ensino “é a chave” para a solução dos grandes problemas da atua-lidade. “Mesmo que a sociedade atingisse 100% no acesso à Edu-cação, a taxa de retenção ainda continuaria sendo muito baixa. Os pais não levariam seus filhos à escola se soubessem que esse ambiente não traria nenhum tipo de benefício.” A questão, segundo o dr. Abramov, evidencia-se em muitos indicadores sociais. Para ele, “investir dinheiro na compra de livros e construção de salas de aula não é suficiente. É importante agir nas questões que se referem aos professores, aumentar seus

Alex

andr

e He

rcula

no

Page 24: Revista Boa Vontade, edição 229

24 | BOA VONTADE

Cartas, e-mails, livros e registros

A próxima edição da BOA VONTADE trará reportagem completa sobre o 8º Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 5ª Feira de Inovações em suporte à Revisão Ministerial Anual do Conselho Econômico e Social

(Ecosoc), evento promovido pela Legião da Boa Vontade em várias cidades da América do Sul.

Da esquerda para a direita, o presidente da Superintendência de Desportos do estado do rio de Janeiro (Suderj), Everardo Candido da Silva; o administrador da LBv no rJ, Eliel Brum; o chefe da Seção de ONGs da UN/Desa, dr. Andrei Abramov; Alziro Paolotti de Paiva, representando o diretor-presidente da LBv, José de Paiva Netto; o re-presentante da LBv na ONU, Danilo Parmegiani; e o comandante da UPP-Providência, capitão Glauco Schorcht. Na ocasião, atletas de caratê receberam os ilustres visitantes.

rIO De JANeIrO, rJ — Da esquerda para a direita: a mestre em educação pela UFrJ, filósofa, conferencista e escritora, prof. Tânia Zagury; a pedagoga e diretora da escola da LBv no rJ, Gisela Portilho; o chefe da Seção de ONGs da UN/Desa, dr. Andrei Abramov; a secretária municipal de educação do rio de Janeiro, Claudia Costin; e o coordenador de projetos do viva rio, Francisco Potiguara.

salários, melhorar as condições de trabalho e de ensino”.

O representante da ONU desta-cou, ainda, a relevância do evento da LBV: “Gostei de todos os palestrantes. Eles trouxeram a riqueza de suas experiências nas apresentações. Os assuntos abor-dados neste Fórum são bastante oportunos, têm composição social e, definitivamente, são direciona-dos para a prática. Estou certo de que a Legião da Boa Vontade será capaz de produzir e levar boas recomendações ao Conselho Econômico e Social da ONU, no mês de julho deste ano, na sessão substancial que ocorrerá em Ge-nebra, Suíça”.

A l é m d e a c o m p a n h a r o s debates do Fórum na Cidade Maravi lhosa , o dr. Abramov também levou o tema de sua palestra aos encontros promo-vidos pela LBV em Brasília/DF (30 de março) e em Montevidéu (1o de abril), no Uruguai.

As boas práticas colhidas no Fórum, na Feira de Inovações e no questionário disponibilizado pelo portal www.boavontade.com ser-virão de base para o relatório que a LBV elaborará e encaminhará ao Ecosoc, em contribuição ao mais importante encontro anual desse órgão, no qual a Instituição tem status consultivo geral desde 1999: a Reunião de Alto Nível (High--Level Segment).

Prisc

illa A

ntun

es

Nath

ália

Valér

io

Page 25: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 25

Voltou à Pátria Espiritual, em 29 de março, o ex-vice-presidente da República do Brasil José Alencar, aos 79 anos de idade. Ele deixa aos brasileiros o legado de um vencedor. Destacado homem pú-blico, tornou-se exemplo de amor à vida, de confiança e humildade nos desígnios de Deus.

Além de deixar marcada forte ima-gem de superação, outra lembrança que ficará bem viva na memória dos brasilei-ros é a do constante incentivo às práticas solidárias. Amigo de longa data da Le-gião da Boa Vontade, em certa ocasião, conhecendo as atividades empreendidas pela Obra, o empresário afirmou: “Sou um admirador da atuação da LBV no Brasil e no mundo”.

Em entrevista à Super Rede Boa Von-tade de Comunicação (TV, rádio, internet e publicações), Alencar demonstrou seu entusiasmo pelo trabalho empreendido pela Obra, ao receber, no gabinete no Palácio do Planalto, a visita de alunos atendidos pela LBV, em 14 de dezembro de 2006.“É com a maior satisfação que transmito, para vo-cês da Legião da Boa Vontade, os votos de

José Alencar — Amor à vida — A Saga de um brasileiro é o título do livro da jornalista Eliane Cantanhêde sobre o ex-vice-presidente da República José Alencar (1931-2011).

Nele, a autora des-creve fatos marcantes da trajetória desse empre-sário e político minei-ro, de destacado papel na história recente do Brasil.

Ao diretor-presidente da LBV, a autora de-dicou um exemplar do livro com a mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, uma histó-ria de luta e de supera-ção. Eliane Cantanhêde. 01/2011”.

Ex-vice-presidente e crianças da LBV José alencar

em biografiaque eles [os alunos da LBV] tenham muito sucesso na vida. Eu os parabenizo pela forma com que os têm educado, de modo que é muito bonito. E pela fisionomia das crianças que estão aqui, a gente só pode fazer crescer o entusiasmo em relação ao futuro do país.”

No dia seguinte a essa homenagem, o ex-vice-presidente endereçou frater-no telegrama ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, no qual escreveu: “Com cordial visita, agradeço o lindo cartão assina-do por alunos da Escola de Educação Infantil da Legião da Boa Vontade. Na oportunidade, cumprimento-o pela atuação dessa prestigiosa Instituição no desenvolvimento de programas voltados para o atendimento de crianças, adultos e idosos. Atenciosamente, José Alencar Gomes da Silva. Vice-Presidente da República”.

Ao Espírito eterno desse notável brasileiro, as melhores vibrações de Paz da LBV e de seu dirigente, extensivas à sua querida esposa, dona Mariza, e aos demais familiares e amigos.

João

Are

is Pr

eda

Lísia

s Mac

edo

hoMENaGEM

Page 26: Revista Boa Vontade, edição 229

26 | BOA VONTADE

Cartas, e-mails, livros e registros

Evento festeja os 103 anos da ABI e o Dia do Jornalista

Dupla celebração

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio

de Janeiro (SJPMRJ), em parceria com o Instituto Casa Grande (ICG) e o Clube de Comunicação, promoveram, em 7 de abril, o fórum “O papel do jornalismo no contexto cultural contemporâneo”, realizado no edifício-sede da prestigia-da associação, na capital fluminense. O debate marcou uma dupla come-moração: o Dia do Jornalista e os 103 anos de fundação da ABI. Durante o evento, foram discutidas amplamente questões como a liberdade de imprensa e o papel do jornalismo diante do direito à formação profissional e à informação da sociedade.

Coube ao diretor de Cultura e Lazer da ABI, Jesus Chediak, a palestra de abertura da cerimônia. Além dele, também partici-param da mesa de debates o economista Carlos Lessa; o senador Saturnino Bra-ga, presidente do Instituto Casa Grande; a professora Sônia Virgínia Moreira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); os jornalistas Suzana Blass, presidente do SJPMRJ; Leonel Aguiar, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ); e Terezinha Santos, da Comissão de Ética do SJPMRJ.

À Super Rede Boa Vontade de

Comunicação (TV, rádio, internet e publicações), Jesus Chediak destacou

a principal função da Casa do Jornalista: “Desde o seu centenário, [a ABI] decla-rou 100 anos de luta pela liberdade. A liberdade é fundamental em qualquer sociedade, principalmente numa sociedade democrá-tica. Além da defesa da

liberdade individual, coletiva, esta-mos defendendo também o direito à informação”.

Ao receber os cumprimentos fra-ternos da equipe da Legião da Boa Vontade, em nome de seu diretor- -presidente, o jornalista e membro

Fran

cisco

Uch

a/AB

I

Participaram da mesa de debates na ABI, a partir da esquerda, Leonel Aguiar, professor da PUC-rJ; o senador Saturnino Braga; Suzana Blass, presidente do SJPMrJ; Sônia Virgínia Moreira, professora da UerJ; o economista Carlos Lessa (ao microfone); e Terezinha Santos, da Comissão de Ética do SJPMrJ.

Jesus Chediak

Fran

cisco

Uch

a/AB

I

Page 27: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 27

efetivo da ABI José de Paiva Netto, Chediak afirmou: “Vou mandar um recado para ele e dizer que a revista [BOA VONTADE] está muito boa! Estou recebendo sempre”.

Dando prosseguimento ao debate, Suzana Blass apontou questões que, segundo ela, dificultam o pleno exer-cício da profissão: “A mídia ocupa um espaço público, por isso defendemos que o profissional desta área tenha uma formação sedimentada na ética e na responsabilidade. (...) Defende-mos o jornalismo como um serviço de interesse público”.

O economista Carlos Lessa ressal-tou a importância simbólica de reali-zar esse debate no Dia do Jornalista. “Esse dia representa muito, porque o jornalismo e o jornalista são pe-ças fundamentais na construção das instituições sociais.” Lessa lembrou, ainda, a atuação da LBV e de seu diri-gente: “Eu tenho o maior respeito pela Legião da Boa Vontade. Vocês fazem um trabalho deslumbrante, da maior importância! Parabenizo Paiva Netto por ele existir. Ele é o que eu chamo de um brasileiro! O maior tratamento que dou a uma pessoa é dizer: fulano é um brasileiro! Paiva Netto é um brasileiro! Eu aprendi a admirar o trabalho de vocês com o exemplo de muita gente que foi salva de situações difíceis graças à LBV. Parabéns!”.

O jornalista Maurício Azêdo, ilustre presidente da ABI, o qual não pôde participar do evento, deixou seu recado para o 7 de abril durante o programa Comando da Esperança, veiculado pela Super Rádio Brasil (AM 940), emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio no Rio de Janeiro. “A profissão de jornalista é muito fascinante, porque coloca o

profissional de frente com os acon-tecimentos da vida social, de toda natureza. Esse contato pessoal com a realidade é importante, pois [o jor-nalista] vive, permanentemente, num clima que conduz à emoção”, disse.

Na entrevista, Maurício Azêdo exaltou os antigos laços que unem a Associação Brasileira de Imprensa e a Legião da Boa Vontade. “O prazer é meu em falar com vocês; temos uma relação de colaboração permanente, a Super Rádio Brasil e seus dirigen-tes, que são nossos eminentes asso-ciados, e o dr. José de Paiva Netto, presidente da LBV.”

Breve histórico

Aos ouvintes da Super Rádio Brasil, o entrevistado contou resumidamente a história da fundação da ABI. “(...) A Casa foi fundada em 7 de abril de 1908 por um grupo de oito jornalistas, tendo à frente o jornalista catarinense, radicado no Rio de Janeiro, Gustavo de Lacerda. Desde então, a Casa que es-ses visionários criaram constitui-se na mais importante instituição de impren-sa do nosso país. A trajetória da ABI é a defesa da liberdade de imprensa, de expressão, de ter opinião, e a defesa dos Direitos Humanos.”

Em dezembro de 2010, a Cam-panha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! (veja reportagem na p. 100) entregou 1,2 milhão de quilos de alimentos a mais de 70 mil famí-lias de baixa renda, de 170 cidades brasileiras. Para isso, a Instituição contou com o apoio de colaborado-res em todo o país.

Na Paraíba, a empresa de co-municação Mídia Digital TVT, que leva informação e entretenimento a usuários de transporte coletivo em pontos estratégicos de terminais de ônibus, foi parceira importante na divulgação da iniciativa da LBV.

Durante os meses de novembro e dezembro, o Terminal de Integra-ção Urbana de Campina Grande veiculou, em média, 50 inserções diárias do vídeo da campanha, com a participação de artistas e perso-nalidades empenhados em garantir um Natal sem fome e mais feliz a milhares de pessoas em situação de risco social. No Nordeste, a ação beneficiou famílias de mais de 60 municípios.

Mídia Digital tVt apoia

campanha da LBV na Paraíba

Jean

Car

los

Maurício Azêdo, presidente da ABI.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Page 28: Revista Boa Vontade, edição 229

28 | BOA VONTADE

Cartas, e-mails, livros e registros

O programa Momento Espor-tivo, da Super Rádio Brasil (940 AM), emissora da Su-

per Rede Boa Vontade de Rádio no Rio de Janeiro/RJ, celebrou, em 4 de janeiro, 12 anos no ar. Em março deste ano, o programa recebeu o Troféu João Saldanha, ao ficar entre os três finalistas da premiação esportiva, na catego-ria rádio. Conhecido por trazer as principais notícias do esporte em primeira mão, o Momento Esportivo apresenta entrevistas exclusivas com jogadores, equipe técnica e reportagens especiais dos grandes clubes e seleções.

Sobre o aniversário, o locutor es-portivo da Rádio Globo José Carlos Araújo, o Garotinho, colunista da revista BOA VONTADE, disse que

“o programa Momento Esportivo passou a ser uma bíblia do esporte e principalmente dos profissionais que trabalham [nessa área]. Todos recorrem a ele, que é a primeira fonte do dia. Eu tenho um carinho muito grande por essa equipe, pelo Irmão Paiva Netto. Acompanhamos pelos anos esse trabalho. Não é à toa que estão completando 12 anos no ar. Ninguém fica esse tempo se não tem conteúdo, uma partici-pação ativa e, principalmente, o reconhecimento de todo o público, dos esportistas e daqueles que fa-zem parte do dia a dia esportivo”.

LBV e Unisuam criam curso para prática do jornalismo esportivo

O sucesso do programa Mo-

Isabela ribeiro

Momento Esportivocompleta 12 anos

mento Esportivo serviu de inspi-ração à Legião da Boa Vontade e à Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta), unidade de Bon-sucesso, para criar o Curso de Capacitação em Radiojornalismo Esportivo. A iniciativa representa uma oportunidade de qualificação de futuros jornalistas que desejam ingressar na crônica esportiva.

Ao longo de 18 aulas, os alu-nos aprenderão os conceitos e a prática que envolvem a prepara-ção de um programa de rádio vol-tado aos esportes. O conteúdo do curso abrangerá, principalmente, tópicos como pauta, apuração, redação e edição, com atividades realizadas na sala de aula e em estúdio. Os participantes também farão visitas a treinos de atletas, a

Rica

rdo

Olive

ira

A equipe do Momento Esportivo: (em pé, a partir da esquerda) Francisco Aiello, Gustavo Penna, Marcelo Figueiredo (coordenador da equipe), André Gonçalves, Gerson Junior, Maurício Moreira e Gustavo Adolfo; à frente, Diego Tirre, Fábio Morais e Hugo Lago.

Page 29: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 29

O programa Momento Esportivo vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 12h05, pela Super rádio Brasil 940 AM.

HISTÓRICO O Momento Esportivo nasceu da vontade de levar aos esportes a Paz

e a união entre todos. Um sonho realizado pelo dirigente da Legião da Boa Von tade a partir da criação de um espaço na programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio e da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY) para as notícias esportivas do Brasil e do mundo.

As atrações também contemplam o ideal da Campanha Esporte é Vida, não violência!, lançada por Paiva Netto em 1978, com o objetivo de promover Paz nos estádios. A iniciativa recebeu os aplausos do então presidente da Federação Internacional de Futebol Associação (Fifa), dr. João Havelange, que homenageou o dirigente da LBV com o famoso Troféu Nacional Bola de Ouro, conferido a ele em duas edições. Gran-des ícones do esporte, a exemplo de Zico, Romário, Zagallo, Bebeto, Taffarel, Dunga, além do saudoso Telê Santana (1931-2006), sempre apoiaram a campanha da Instituição.

estádios e ao ambiente de trabalho de repórteres esportivos. Haverá também palestras com fonoaudió- logo e profissionais consagrados do jornalismo esportivo. Para o coordenador do curso, jornalista e professor Francisco Aiello, aprender na prática faz toda a diferença, por isso, “houve uma grande procura pelo curso. Todas as vagas foram preenchidas”. Ao término, os estudantes gravarão um piloto, simulando uma edi-ção do Momento Esportivo, nos estúdios da Super Rádio Brasil.

Os alunos mais bem avaliados terão seus dados cadastrados em um banco de talentos da emissora para futuras vagas de estágio. Ou-tras informações pelo site www.unisuam.edu.br ou pelo telefone (21) 3882-9787.

Ao centro, Francisco Aiello (camisa bege) com alunos do curso de capacitação em radiojornalismo esportivo, iniciado em 6 de abril.

Rica

rdo

Olive

ira

O roteirista e humorista Bruno Mazzeo e o publicitário Sérgio Almeida têm em comum a paixão pelo Clube de Regatas Vasco da Gama. Mas os amigos decidiram ir além desse sentimento e escreveram o livro 365 motivos para ser vascaíno, lançado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro/RJ.

Na obra, enumeraram façanhas da equipe cruz-maltina, organizadas em forma de calendário. Ou seja, para cada dia do ano há uma razão, um episó-dio, uma curiosidade, uma grande vitória do time, que explicam o amor a ele.

Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e, em nome do diretor-presidente da Instituição, saudaram os escritores, que dedicaram assim exemplar do livro: “Paiva Netto, grande abraço, Bruno Mazzeo” e “Paiva Netto, um forte abraço, saudações vascaínas. Sérgio Almeida”.

A partir da esquerda, o humorista Bruno Mazzeo com o filho, João, o presidente do vasco, Roberto Dinamite, e o publi-citário Sérgio Almeida, em noite de au-tógrafos do livro 365 motivos para ser vascaíno, no rio de Janeiro/rJ.

365 motivos para ser vascaíno

Prisc

illa A

ntun

es

Page 30: Revista Boa Vontade, edição 229

30 | BOA VONTADE

O tradicional Colégio Pedro II, no centro do Rio de Janeiro/RJ, promoveu sessão solene, em 25 de março, para entregar o título honorífico de Aluno Eminente a personalidades e autorida-des que estudaram no célebre colégio- -padrão. Receberam a homenagem o deputado federal Miro Teixeira; o vice-prefeito do Rio e secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Vieira Muniz; a cravista Rosana Lanzelotte, representada por sua mãe, Dalva de Saldanha Lanze-lotte; e o professor e sociólogo Carlos Alberto Rabaça.

“Para o colégio, é motivo de reno-vada alegria homenagear aqueles que aqui estudaram. Com o brilhantismo de cada um em sua área de atuação,

Colégio Pedro II homenageia ex-alunos ilustres

Miro Teixeira

Divu

lgaç

ão

vera Maria Ferreira rosana Lanzelotte Carlos Alberto rabaçaCarlos Muniz

mas sempre com a marca CP II [Colé-gio Pedro II], com o espírito de cida-dania que a gente aprende nessa esco-la”, comentou a diretora-geral do Co-légio Pedro II, Vera Maria Ferreira Rodrigues.

O deputado federal Miro Teixeira registrou o sentimento que o envolveu durante a solenidade. “Não dá para descrever. Eu imaginava que iria me emocionar, mas foi [uma emoção] muito maior, positiva, na minha vida. Aqui dentro não se encontram almas pequenas.”

O Colégio Pedro II e a Legião da Boa Vontade possuem fortes laços de amizade. Lá, estudaram o saudoso fundador da LBV, o radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979), e o diretor-

-presidente da Instituição, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, ele próprio Aluno Eminente do Pedro II. Em entrevista, o parlamentar saudou o dirigente da Obra. “Meu abraço ao Paiva Netto, uma pessoa que merece as admirações e homenagens de mui-tos brasileiros, entre os quais, eu”, afirmou Miro Teixeira.

O professor e sociólogo Carlos Alberto Rabaça, por sua vez, recordou- -se dos princípios éticos ensinados no conceitua do colégio. “Havia uma formação extraor dinária de valores hu-manísticos e espirituais. Os valores que nós recebíamos nessa escola respeita-vam todas as manifestações religiosas, tendo como princípio o amor e o senso de justiça. São lembranças que tenho.”

Cartas, e-mails, livros e registros

Foto

s: P

riscil

la A

ntun

es

Arqu

ivo p

esso

al

Arqu

ivo B

V

Page 31: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 31

ronaldinho Gaúcho, jogador do Flamengo.

José Carlos Araújo, comunicador da rádio Globo do rio de Janeiro.

Arqu

ivo p

esso

alOpinião Esportiva

José Carlos Araújo

Não foi por acaso que Fla-mengo, Palmeiras e Grêmio tanto disputaram o direito de contar com o futebol de

Ronaldinho Gaúcho. Todos es-tavam dispostos a pagar quantias jamais oferecidas a qualquer outro jogador aqui no país. As cifras são de atleta de Primeiro Mundo.

O detalhe é que todos sabiam que o jogador, já faz alguns anos, não vem apresentando o mesmo futebol que o levou a ser eleito o melhor do mundo. Mesmo assim, a simples possibilidade de con-tratação do craque mostrou que ele ainda é o sonho de consumo de muitos clubes no Brasil e no exterior.

Foi um verdadeiro leilão, bem arquitetado e conduzido por Assis, irmão e empresário do atleta. No fim, por escolha pessoal ou pela maior oferta financeira, o Fla-mengo levou a melhor e contratou Ronaldinho Gaúcho.

Grêmio e Palmeiras sabem muito bem o que perderam: um

jogador diferenciado, embora sem aquele vigor físico de outros tempos. Todavia, um atleta que vai representar para o clube carioca o mesmo que Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos representa-ram para o Corinthians: talvez nem tanto em campo, mas com certeza será de alta rentabilidade financeira.

Só no jogo de estreia, o Fla-mengo contabilizou a renda de um estádio lotado por seus torcedores. Além disso, teve um faturamento extraordinário com patrocinadores exclusivos para essa única apresentação.

É certo que o contrato de Ronaldinho Gaúcho é único entre jogadores que atuam no Brasil. Somente um mês de salário dele dá para pagar a folha mensal de muitos clubes por todo o país. Mas ele está longe de dar prejuízo ao Flamengo.

Ronaldinho Gaúcho no Fla-mengo e Fred no Fluminense, entre outros, confirmam as vanta-gens de contar com um supercra-que no elenco. Eles são garantia de faturamento para os clubes que defendem. Se têm direito a salários astronômicos, também asseguram aos clubes receitas extraordinárias com as vendas de direitos de transmissão de jo-gos, camisas, exibições e outros eventos.

Como admirador do futebol- -espetáculo, parabenizo o Fla-mengo e todos os clubes que tentaram até o fim a contratação de Ronaldinho Gaúcho. Seus diri-gentes deixaram claro que enten-deram que só grandes jogadores atraem grandes públicos.

Eu espero que a lição deixada por esses clubes frutifique e que outros façam o mes-mo e comecem a manter seus cra-ques ou a repatriar outros que ainda brilham no exte-rior. Quem contrata um jogador ex-trassérie a peso de ouro não está gastando; está, sim, investindo, porque sabe que logo vai recupe-rar o que de-sembolsou e muito mais.

As vantagens de quemtem um craque

shut

ters

tock

.com

Page 32: Revista Boa Vontade, edição 229

32 | BOA VONTADE

Dona

Hilton Abi-rihanespecial para a BOA VONTADE

Ivone LaraMatriarca do samba

Samba & HistóriaCanções eternas

Page 33: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 33

No rol dos bairros ca-riocas considerados redutos do samba, Oswaldo Cruz se faz

presente na zona norte do Rio de Janeiro/RJ. Sua tradição está liga-da à história da escola de samba Portela e aos seus grandes compo-sitores. Lá mora uma das matriar-cas do gênero, Dona Ivone Lara. Acompanhada por sambistas no quintal de sua casa, em entrevista ao Samba & História, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY) a cantora relembrou episódios que marcaram sua trajetória e estilo.

Aos 90 anos, ela segue tra-balhando. Antes de se consagrar uma das estrelas da música brasi-leira, Dona Ivone trabalhou como

Hilton Abi-rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

Clay

ton

Ferre

ira enfermeira especializada em Te-rapia Ocupacional e se formou, logo depois, como assistente social. Ela lembra com carinho a época que atuou em hospitais psiquiátricos, porém, sem deixar a música de lado.

Dona Ivone aprendeu cedo a tocar cavaquinho. Aos 12 anos, escreveu seu primeiro samba, após ganhar de Mestre Fuleiro e do Tio Hélio um pássaro tiê-sangue. O nome serviu de inspiração para a primeira música, Tiê, Tiê. A compo-sição fez sucesso e até recentemente foi regravada por artistas consagra-dos, a exemplo de Alcione.

A primeira parceria que lhe abriu caminho no mundo do sam-ba foi com os compositores Silas de Oliveira e Bacalhau. “Tem um samba que eu fiz com eles, Os Cinco Bailes da História do Rio, que deixou saudade. Tive e tenho bons parceiros até hoje.” E foi com esse samba que a Império Serrano desfilou no carnaval de 1965, tendo alcançado o quarto lugar. Por esse feito, Dona Ivone Lara ocupou o lugar de primeira mulher a fazer parte da ala de com-positores para o carnaval carioca.

No começo de 1970, após a morte de Silas, passou a compor com Délcio Carvalho e ganhou mais notoriedade. Ao lado dele, compôs sucessos como Acreditar, Sonho Meu e Alvorecer. “Ti-vemos a oportunidade de fazer grandes composições. Depois, chegou para somar com a gente o Hermínio Bello de Carvalho.”

Em 1978, Sonho Meu, gravada por Maria Bethânia e Gal Costa no LP Álibi, de Bethânia, recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Mú-sica. Outras canções dela ganha-ram vida nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Ribeiro. Em 1979, a Europa co-nheceu o talento dessa veterana e autêntica sambista. Nesse ano, realizou em Paris (França) uma temporada com o grupo Brasil Canta e Dança e lançou o disco Sorriso de Criança, com arranjos do maestro Nelsinho e partici-pação especial de Rosinha de Valença, ao violão, e de Clara Nunes, nos vocais. Nesse mesmo ano, Elizeth Cardoso, no LP O Inverno do Meu Tempo, incluiu a música Unhas, parceria de Dona Ivone com Hermínio Bello.

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Von-tade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entre-vistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Rede Educação e Futuro de Televisão e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas; aos domingos, às 14 e 21 horas; e às terças, às 21 horas.

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

Arqu

ivo B

VTV

Page 34: Revista Boa Vontade, edição 229

34 | BOA VONTADE

Bodas de Ouro e homenagens

Em 1997, Dona Ivone Lara completou 50 anos de carreira. Para celebrar, gravou o CD Bodas de Ouro. Nele, interpreta composições suas em dueto com alguns dos principais cantores da música popular bra-sileira, entre eles Martinho da Vila, Djavan, Zeca Pagodinho e Almir Guineto.

Colhendo os frutos de tanta dedicação ao samba, no ano seguinte foi homenageada no Festival Latino, promovido pela EuroDisney, na França. A matriar-ca também já foi agraciada com a medalha Pedro Ernesto, em sessão solene no Plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por serviços prestados à música e à cultura.

A 21a edição do Prêmio da Mú-sica Brasileira, em agosto de 2010, no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, teve como homenageada da noite Dona Ivone Lara. A grande dama do samba foi reverenciada por artistas de diferentes gerações e estilos. Subiram ao palco músicos e intérpretes de renome, a exemplo de Caetano, Maria Gadú, Rober-ta Sá, Arlindo Cruz e Lenine. Todos lembraram o talento dessa compositora obstinada, dona de sucessos do cancioneiro popular, como Alguém me Avisou e Sorriso Negro, clássicos de qualquer roda de samba que se preze.

As novas gerações agradecem

Dona Ivone Lara, legítima representante do matriarcado no

samba, alia sua vasta experiência ao potencial de jovens músicos. Sempre atuando nos palcos, não abre mão de compor e se apresentar ao lado de quem acaba de começar.

“Ela é a matriarca do samba no Brasil, todos nós recebemos o grande exemplo dela. Conseguiu se formar, conquistou estabilidade financeira e conciliou isso com o samba. E nós seguimos esse ca-minho”, disse o cavaquista Bruno Castro, que acompanha a cantora há 15 anos.

Também músico, André Lara é neto da cantora e faz parte do grupo DNA do Samba, formado por filhos e netos de grandes nomes do gênero. “Tem gente que quer comparar, mas não tem nada a ver. Nós bebemos da fonte que temos em casa, mas o resto é com a gente. Com a minha avó, compus cerca de dez sambas. O mais recente foi no avião, indo para um show em São Paulo, com

o Bruno Castro, e diz assim: ‘Pisei nesse chão que a vovó pisou, no terreiro que abrigou o amor e a saudade. Toquei no cavaco que abrigou muitas noites de esplendor no quintal do vovô. (...) Grande império de bambas que é o meu lar’”, disse.

Este trecho pertence à canção Luta Imperiana, em que Bruno e André compuseram a primeira parte e Dona Ivone Lara, a segun-da. Com o tempo, a cantora deixou de compor com tanta frequência para a escola do coração, mas se mantém madrinha da ala dos compositores. As novas gerações recebem a influência da matriarca e buscam inspiração na qualidade dos sambas e do timbre de Dona Ivone Lara, uma senhora que traz, de berço, a vocação de compor e cantar.

Colaboração: Isabela Ribeiro

1 3

2

(1) Dona Ivone dividiu o palco com Gilberto Gil algumas vezes, uma delas para gravar participação no primeiro DvD da cantora, em 2009. (2) Com Alcione, intérprete de suas canções, (3) e com a jornalista e apresentadora Marília Gabriela.

Samba & História

Foto

s: Ar

quivo

pes

soal

Page 35: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 35

de 11 anos do professor (como em outras profissões). A meta está correta, mas urge encararmos a realidade: nos tempos atuais, o índice de formandos em Peda-gogia é muito baixo (de 2005 a 2009, os alunos que concluíram essa graduação desceram de 103 mil para 52 mil), o que aponta a existência de um nível muito crí-tico de interesse dos jovens pela atividade. A baixa remuneração seria a causa principal?

O número de estudantes con-cluintes no Brasil cresceu nos úl-timos cinco anos, de 717 mil para 826 mil, mas isso não contempla, por exemplo, as licenciaturas, que cada vez despertam menor inte-resse. É preciso reverter esse qua-dro. A começar, por atrair para o magistério também os chamados “alunos bons” do ensino médio, que se afastam da atividade por motivos que precisam ser mais bem explicados. Outra medida relevante, que precisa ser reto-mada, é a reciclagem constante dos professores. Nas saudosas décadas de 1960 e 1970 havia essa preocupação — o Serviço de Orientação Pedagógica levava aos professores, mensalmente, palestras, textos, livros, enfim, uma gama de informações que

Arnaldo Niskier, doutor em educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIee-rJ.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

* De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008 o atendimento escolar a crianças de 4 e 5 anos de idade alcançou 72,8% — índice ainda aquém do verificado no ensino fundamental, em que a taxa de atendimento à faixa de 7 a 14 anos foi 97,9%.

os mantinha incentivados a mi-nistrar melhores aulas.

O Plano Nacional de Edu-cação (PNE) é ambicioso, pois quer universalizar até 2016 o atendimento escolar às crianças de 4 e 5 anos*. Todavia, ainda estamos a anos-luz dessa possi-bilidade. Será necessário grande esforço também do sistema mu-nicipal de ensino para melhorar o atual cenário. Uma verdade é cristalina: hoje, não há meios financeiros nem vontade política para que isso ocorra; nem se pode esquecer que esse problema passa também pela necessidade de bons professores.

Agora, uma grande campanha de marketing, patrocinada pelo Ministério da Educação (MEC), poderia ajudar a mudar esse quadro. E ainda seria aconse-lhável uma ação mais efetiva do Conselho Nacional de Educação (CNE), uma vez que a profissão não tem merecido os cuidados devidos. Aliás, quando estive no Conselho Federal de Educação (CFE) (período de 1986 a 1992), como presidente da Câmara de Ensino Superior, tentei de to-das as maneiras promover algo revolucionário na graduação de professores e especialistas, mas houve uma séria resistência dos diretores dos próprios cursos de formação, como se tudo estivesse no melhor dos mundos, o que, sabemos, não é verdade. A re-forma dos cursos de Pedagogia é uma prioridade inadiável. Com a palavra, o CNE.

dos cursos de PedagogiaA reforma

Arnaldo Niskierespecial para a BOA VONTADE

Opiniãoeducação

A p r e s i d e n t e D i l m a Rousseff, em sucessivos pronunciamentos, tem

defendido a ideia de valorizar o magistério brasileiro. Ao lado de outras providências essenciais, a exemplo dos cuidados com o ensino técnico e a projeção de bolsas do ProUni (Programa Universidade para Todos) e do Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica). Tem toda a razão, pois não conheço experiências vitoriosas, em países desenvolvidos, sem a prioridade dada a professores e especialistas em um duplo aspecto: formação adequada e salários compatíveis. Estamos falhando nessas duas vertentes. Com melhores educa-dores, alcançaremos a sonhada Educação de qualidade.

É preciso valorizar o magisté-rio público na educação básica, com uma escolaridade mínima

Page 36: Revista Boa Vontade, edição 229

36 | BOA VONTADE

CidadaniaCidadania

Fruto da miséria, esmola e complacência da sociedade

trabalho infantilÉ sintomático o fato de existi-

rem ainda crianças sobrevi-vendo nas ruas das grandes cidades do país. Elas são a

ponta do iceberg da duradoura tragédia social brasileira. Além do trabalho infantil, exibem as chagas da violência, do abando-no, da exploração, do descaso, da omissão, de todos os dramas intrínsecos à miséria humana.

A despeito das políticas pú-blicas desen-volvidas, do envolvimento de inúmeras o r g a n i z a -

ções não governamentais, das intervenções alternativas e ino-vadoras, dos investimentos e de contarmos com uma legislação moderna — o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) —, o fenômeno persiste. O aumento do número de crianças de rua está intimamente relacionado com a pobreza nos centros urbanos.

A cidade de São Paulo é exemplar para análise. De acor-do com o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), elaborado pela Fundação Seade, há 1,4 milhão de pessoas (ou 340 mil famílias) em situação

de vulnerabilidade social vivendo na linha ou abaixo

da linha da pobreza nas periferias do municí-

pio, com dificuldade em obter emprego e com acesso precário a serviços básicos

de educação, saúde, habitação, entre outros.

Soma-se a essas privações o fato de as famílias se-rem chefiadas, na maioria dos casos, por mulheres jovens, com baixa esco-

Floriano Pesaro

Floriano Pesaro, sociólogo e vereador de São Paulo/SP.

Ânge

lo Da

ntas

/SM

SPOpinião

Contra o

Page 37: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 37

laridade e muitos filhos, e esta-rem expostas a riscos diversos, como morte violenta e gravidez precoce.

Filhos desse “bolsão me-tropolitano de pobreza”, as crianças que vemos pedindo esmola, fazendo malabares e vendendo balas nos faróis migram para as regiões cen-trais de São Paulo a fim de trabalhar. Longe de casa e dos bancos escolares, estão expostas à violência moral, física e sexual. Na maioria das vezes, o dinheiro arrecadado não fica com elas, tampouco com as suas famílias. Estimativas revelam que dois terços do que uma criança ganha em um farol (em média, 30 reais por dia) vão parar nas mãos de um aliciador.

Outra pedra no caminho quan-do o assunto é criança de rua é a ausência de consenso entre as entidades não governamentais, a sociedade civil e as várias ins-tâncias do Poder Público sobre a forma de intervenção a ser adotada. A área é uma arena de disputa.

Nas décadas passadas, as ações apoiavam-se em uma política social assistencialista. Com o ad-vento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em julho completará 21 anos, o que eram consideradas intervenções assistencialistas vem se transfor-mando em uma jovem e robusta política pública. Em São Paulo, essa política foi coroada com a Lei Municipal no 15.276/2010, que traça diretrizes para instituir ações integradas a fim de erradi-

car e combater o trabalho infantil. É uma “lei inteligente”, pois dá diretrizes à política e, ao mesmo tempo, consolida uma série de outras leis que proíbem o trabalho infantil, obrigando a Prefeitura a se responsabilizar, em diversas frentes, a tirar a criança da rua e colocá-la na escola. A lei prioriza o atendimento integral da criança e da sua família.

Por tratar-se de tema tão

complexo, é imperativo que as divergências sejam resolvidas,

na busca de um consenso sobre a estratégia a ser ado-tada. Urge trabalharmos em rede, com sinergia e

sincronismo, estabelecendo papéis e diretrizes claras e compromissos concretos para a erradicação definiti-

va do trabalho infantil, bem como evitar sobreposições de

tarefas e desperdício de recursos.E a população tem papel fun-

damental nesse enredo. As pes soas precisam entender que, ao dar esmola ou comprar produtos de uma criança nas ruas, estão con-tribuindo para o trabalho infantil, comprometendo o futuro dessa criança, da sua família e de toda a sua comunidade. Não é dando dinheiro que se ajuda uma criança. Quem quiser contribuir, de fato, pode doar ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente ou diretamente às organizações con-veniadas, jamais nas ruas.

shut

ters

tock

.com

Símbolo da Campanha para erradicação do trabalho infantil

Page 38: Revista Boa Vontade, edição 229

38 | BOA VONTADE

Abrindo o coraçãoStênio Garcia

Arte e coraçãoAtor consagrado, Stênio Garcia fala de vida e do Amor à Natureza e à Alma humana

Divu

lgaçã

o

Page 39: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 39

A trajetória do ator Stênio Garcia e de sua família é comum à de muitos brasi-

leiros que saíram da terra natal com destino à cidade grande em busca de novas oportunidades. No entan-to, o diferencial está naquilo que pode ser distinguido nas biografias de vencedores: a determinação, o empenho e o trabalho incansável para alcançar os sonhos.

Nascido em 28 de abril de 1932, em Mimoso do Sul, interior do Espírito Santo, até os 12 anos de idade mudou-se com frequência, o que prejudicou muito seus estudos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a separação dos pais, o jovem Stênio transferiu-se com a mãe, dona Stella Garcia Faro, para o Rio de Janeiro/RJ, onde cedo precisou trabalhar a fim de ajudar no sustento da família.

Por volta dos 20 anos, frequen-tando uma escola técnica em Vila Isabel, descobriu a paixão de sua vida: o teatro. Todas as noites assis-tia aos ensaios de um grupo amador do colégio, que montava a peça

Arte e coraçãobem brasileiros

Rosas Rubras. Dono de memória privilegiada, guardou o texto de quase todo o elenco e, imediata-mente, foi apontado pelos colegas para substituir um ator que faltara. Apesar de uma primeira negativa, confessa o ator: “Acabei entrando e fiz uma farra louca... Me tornei o ator principal desse grupo. Foi o começo do começo de tudo”.

O passo seguinte foi começar a ler e a estudar intensamente. Ali tinha início uma formação autodi-data significativa, que não parece ter fim. O grande salto na carreira deu-se em 1957, quando encenava a peça Joana e os Juízes e chamou a atenção de Cacilda Becker. A já

então consagrada atriz reunia um grupo de atores de primeira para montar uma companhia. O estágio como assistente de Ziembinski foi fundamental para ele. Dois anos depois, a companhia transferiu-se para São Paulo, e Stênio estreou como ator profissional na peça Os Perigos da Pureza.

Em quase 60 anos de carreira em teatro, cinema e TV, coleciona personagens inesquecíveis, a exem-plo de Bino, caminhoneiro da série Carga Pesada, ao lado do colega Antônio Fagundes, que interpretou Pedro.

Para contar um pouco dessa história de perseverança e suces-so, Stênio Garcia recebeu a equi-pe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação em sua residência no bairro de Jacarepaguá. “É um prazer muito grande receber o pessoal da Legião da Boa Vonta-de, do Paiva Netto, e todos esses espectadores na minha ‘Natu-reza’, onde está a minha casa, pois considero a parte externa a minha verdadeira casa.”

“Agradeço todas as dificuldades, que tornaram hoje em dia tudo

muito mais fácil para mim, porque tenho qualidade no

trabalho, uma vontade enorme de conquistar as coisas.”

Simone Barreto e Leila Marco

Page 40: Revista Boa Vontade, edição 229

40 | BOA VONTADE

trabalho, uma vontade enorme de conquistar as coisas.

BV — E o teatro veio para mu-dar sua vida...

Stênio — Sim. Estava me formando em Contabilidade, trabalhava num banco e, então, pensei: “Agora que estou no banco, tenho horário, vou saber o que é teatro”. Entrei para o Con-servatório Nacional de Teatro. No primeiro ano — o Rio ainda era Distrito Federal —, todas as escolas reuniram-se para fazer um concurso para apurar quem seria o melhor aluno daquele período de 1955. Havia uma medalha de ouro instituída por uma professora e levava o nome do pai dela: Prê-mio Monteiro de Oliveira. Eram mais ou menos três turmas de quatro escolas de teatro diferen-tes: o Conservatório Nacional de Teatro, a Escola Martins Pena (da prefeitura), o Teatro do Estudante (do Paschoal Carlos Magno) e a Fundação Brasileira de Teatro (da Dulcina de Moraes). Eram uns 200 alunos, e eu ganhei a medalha de ouro.

BV — O que esse prêmio repre-sentou?

Stênio — Eu me tornei conhe-cido. Cacilda Becker, que estava começando a projetar o grupo dela de teatro e trabalhava ainda no Te-atro Brasileiro de Comédia [TBC], quis saber quem era esse aluno que havia ganhado a medalha de ouro, e eu fiz uma apresentação para ela. Continuei estudando. Um ano depois, estreei profissio-nalmente em São Paulo, fazendo o filho da Cacilda Becker em uma peça inglesa chamada Os Perigos da Pureza. Nessa altura, estava casado com a Cleyde Yáconis, atriz fantástica, que me ensinou praticamente tudo que sei.

BV — Que personagens consi-dera mais marcantes?

Stênio — Gosto de dizer que é aquele do momento, porque ca-nalizo toda a minha atenção sobre ele. Mas gosto de um personagem que fiz num Caso Especial, que fez muito sucesso e, de certa forma, me projetou nacionalmen-te: Poema Barroco [1977, TV Globo], que conta a história de Aleijadinho. Um texto de Paulo Mendes Campos maravilhoso! É uma história curta, de 45 minutos, mas fez um sucesso estrondoso. Até hoje passa em escolas, facul-dades, quando fazem um estudo sobre o escultor.

BV — Como foi compor esse e ou-tros importantes personagens?

Stênio — Passei trinta dias lá em Ouro Preto/MG, com a dire-ção de Fábio Sabag. Eu andava pelas ruas e queria receber aquela

BOA VONTADE — Que recorda-ções guarda da infância?

Stênio Garcia — A minha infância foi meio atribulada. Logo depois de eclodir a Segun-da Guerra [Mundial], o meu pai precisava mudar muito de cidade, porque trabalhava na Leopoldina; era agente de estação. Então, essa coisa me fez conhecer diversas cidades do interior do Espírito Santo, mas me dificultou o es-tudo. Só comecei a estudar real-mente com quase 12 anos. Por um lado, vivi essa coisa maravilhosa que é o interior do Brasil, em lugares como a Serra do Caparaó [localizada na divisa sudoeste do Estado do Espírito Santo com Minas Gerais]; Espera Feliz, em Minas Gerais; Mimoso do Sul, no Espírito Santo... Aprendi a nadar em rio, convivi com os bichos... Isso foi muito agradável.

BV — Foi então que a família se mudou para o Rio de Janeiro?

Stênio — Foi um aconteci-mento meio imprevisto, por causa da separação dos meus pais, e eu vim para o Rio de Janeiro com a minha mãe, por ser o mais velho. Tive de começar a trabalhar para trazer o restante da família, mais um irmão e uma irmã. Hoje sou o único que sobra dessa família, os Garcia Faro. No Rio, morava em Duque de Caxias e estudava à noite; pegava trem para trabalhar no Centro. Não foi muito fácil, mas me deu uma resistência gran-de para a vida. Agradeço todas as dificuldades, que tornaram hoje em dia tudo muito mais fácil para mim, porque tenho qualidade no

“Acabamos conhecendo profundamente o Ser

Humano, porque estudamos tanto para encarnar esse

homem, essa lição de vida. Isso é a coisa mais

importante para absorver, registrar e transmitir.”

Abrindo o coração

Page 41: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 41

energia do Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Pensa-va: “Se tiver energia dele aqui, vai pegar em mim”. E acho que consegui transpor isso para a vida do personagem. (...) Então, estudei uma série de coisas que pude usar no decorrer da minha carreira; o controle corporal, que aproveitei em teatro. Mas uma das coisas mais marcantes foi em 1979, quando comecei a fazer com o Antônio Fagundes um dos primeiros seriados no Brasil, que se chamava Carga Pesada. Foram dois anos de sucesso. Voltou quase vinte e cinco anos depois, e nós ficamos mais cinco anos em cartaz. Talvez [o Bino] seja um dos personagens de maior identificação minha com o homem brasileiro, pois pude conhecer a classe dos caminho-neiros, uma das mais sacrificadas da nossa sociedade.

BV — A construção dos per-sonagens sempre é um de-safio?

Stênio — Sou tido como um dos poucos atores com qualidade de diversificação de personagem. Isso aí dá um trabalho, sim. Há um treinamento muito grande, corporal, vocal, emocional. São mais ou menos cinco horas por dia de estudos, independente-mente de decorar o texto, que eu acho o mais fácil. Mas você treinar o corpo, cada detalhe muscular, é talvez uma das coi-sas mais difíceis. Além disso, em um veículo como a televisão, você chega a decorar por sema-na, às vezes, 70 páginas.

“Vocês, da LBV, que estão sempre preocupados com a qualidade de vida, a busca e a ajuda ao Ser Humano, doam às pessoas esse conhecimento, e nós, atores, acho que também fazemos isso com a nossa profissão.”

BV — Ao olhar para sua carrei-ra, tão aclamada, que teria a dizer aos novos atores?

Stênio — Acabamos conhe-cendo profundamente o Ser Hu-mano, porque estudamos tanto para encarnar esse homem, essa lição de vida. Isso é a coisa mais importante para absorver, regis-trar e transmitir. O Ser Humano, para mim, é esse dom divino, com a qualidade de viver neste universo maravilhoso. A gente está permanentemente presen-ciando coisas fantásticas que Deus nos dá.

BV — A vida é uma grande lição...

Stênio — Sim! Vocês, da LBV, que estão sempre preocupados com a qualidade de vida, a busca e a ajuda ao Ser Humano, doam às pessoas esse conhecimento, e nós, atores, acho que também fazemos isso com a nossa profissão. A esse grupo de pessoas que vive ligado à Boa Von-tade, desejo muita luz, energia. Um ano de 2011 fantástico para todos, para o meu amigo Paiva Netto, esse brasileiro que adoro, para essa equipe fantástica! Muito obrigado! Um beijo no coração de todos.

Antiga amizade: o ator Stênio Garcia participa, em 1996, da Campanha da LBv: Eu também disse sim!; à direita, em imagem de 1992, recebe a energia positiva da Mandala, criada pela artista plástica alemã Ula Haensell (1938-1992), durante visita ao templo da Boa vontade, em Brasília/DF.

Arqu

ivo B

V

Leon

ardo

Bor

ges

Hum

berto

Mor

aes

Page 42: Revista Boa Vontade, edição 229

A você, o nosso

muitoobrigado!

Balanço Social

Page 43: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 43

Com a ajuda do povo, a LBv promoveu mais de 8,5 milhões de atendimentos e benefícios em 2010.

Com a sua ajuda, a Legião da Boa Vontade atingiu, no ano passado, a marca recorde de

8.508.482 atendimentos pres-tados e benefícios oferecidos à população de baixa renda, nas cinco regiões brasileiras. O ba-lanço geral da LBV é auditado pela Walter Heuer Auditores Independentes, por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-

-presidente da Instituição, muito antes de a legislação exigir essa medida.

Com a missão de “Promover Educação e Cultura com Espiri-tualidade Ecumênica, para que haja Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Planetá-rio”, a LBV ampara desde a in-fância até a Terceira Idade — com

Educação Básica 3.508.013Abrigo (Lar para meninos) 53.780Abrigo (Lar para idosos) 65.605Programa LBV — Criança: Futuro no Presente! 4.173.921Capacitação profissional 113.697Programa Cidadão-Bebê 13.301Espaço de Convivência 132.735Esporte é Vida 205.436Ronda da Caridade 5.718Acolhimento Social 19.987Rede Sociedade Solidária 1.381Outros atendimentos* 214.908

* Mutirões sociais e campanhas (entrega de cestas básicas, material pedagógico, entre outros.)

Atendimentos e Benefícios

um diferencial: a Espiritualidade Ecumênica, aplicada em todas as ações educacionais e de assis-tência social. Essa atuação tem transformado para melhor a vida de famílias inteiras em situação de vulnerabilidade social.

Nas páginas a seguir, acom-panhe três grandes ações sociais da LBV, presente onde o povo precisa.

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 229

44 | BOA VONTADE

P ara um país poder crescer de forma justa e igualitária, a Educação deve ser prio-

ridade. De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educa-ção, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), se todo trabalhador brasi-leiro tivesse pelo menos cinco anos de estudo, a pobreza diminuiria 6%; se fossem oito anos de instrução, a redução seria de 13%*. Com o compromisso de educar com Espi-ritualidade Ecumênica, a Legião da Boa Vontade oferece ao povo opor-tunidades de capacitação e inclusão

Campanha da LBv entrega 12 mil

kits de material pedagógico a crianças e

adolescentes em todo o Brasil

EducaçãoLBv incentiva estudo em todo o Brasil

Criança Nota 10Sem Educação não há Futuro!

produtiva e ensino de qualidade em suas escolas e Centros Comunitários de Assistência Social.

No conjunto de ações que be-neficiam crianças em situação de vulnerabilidade, a LBV mais uma vez presenteou seus atendidos com a tradicional Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!. A iniciativa entregou 12 mil kits de material pedagógico a alunos das escolas de educação bá-sica da Instituição (em Belém/PA, Curitiba/PR, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e Taguatinga/DF) e

* Conforme dados do Cenpec divulgados no início de 2009.

São Paulo/SP

João

Per

iotto

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 45

Os kits são compostos de acordo com

a faixa etária das crianças e adolescentes.

Cada kit compõe-se de mochila, estojo, lápis preto no 2, caixa de lápis de

cor com 12 unidades, canetas esferográficas e hidrográficas coloridas,

apontador com depósito, borrachas, pincéis, tesoura sem ponta, tubos

de cola, caixa de tinta guache com seis cores, cadernos

de desenho e universitários, papel sulfite reciclado,

régua de 30 cm, dicionário de língua portuguesa, jogo

pedagógico, livro paradidático, entre outros itens.

a participantes do programa LBV — Criança: Futuro no Presente! em todo o país, o que representa ao estudante importante estímulo para o estudo.

A campanha contribui para in-centivar crianças e adolescentes a frequentar a escola e continuar os estudos, bem como ajuda a melho-rar a autoestima e o desempenho escolar deles. Também beneficia os pais que não dispõem de recursos para a compra do material escolar.

As escolas da LBV — que têm por lema “Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração”, nas palavras do dirigente da Ins-tituição, o educador Paiva Netto — promovem o desenvolvimento do intelecto e do Espírito, sempre com qualidade e competência, para que a criança e o adolescente exercitem, de maneira consciente, a cidadania plena e a Solidarie-dade. Para o cumprimento dessa missão, as unidades educacionais da LBV adotam a jornada de tem-

po integral. O resultado disso está no bom rendimento no aprendizado, na evasão escolar zero e em um ambiente sem violência.

Curitiba/PR

Salvador/BA

Belém/PA

Viní

cius R

amão

Suell

en C

arva

lho

Nino

San

tos

Page 46: Revista Boa Vontade, edição 229

“Eu gosto da LBV. Aqui, aprendi a escrever e vou estudar o ano todo. Com este material, vou tirar notas boas.”

Ana LuísaAluna da escola da LBV em Curitiba/PR

Lucia

n Fa

gund

es

Belém/PAA entrega dos kits em Belém reu-

niu alunos, pais e profissionais da Educação. Também compareceu o colaborador Antônio Claudio Trindade, que declarou: “Isto aqui é imensurável. Eu sempre tive vontade de vir aqui. O traba-

lho da Legião da Boa Vontade é sinônimo de seriedade. Se tivesse mais organizações como a LBV, o mundo seria muito melhor”.

Mãe de uma das crianças aten-didas no Centro Educacional Jesus, Ilca Maria do Amaral mora de aluguel, e, se não fosse a ajuda da Instituição, seu filho provavelmen-te não teria os itens escolares para este ano letivo. “A vida é muito difícil. Este material irá contri-buir bastante. Agradeço à LBV por tudo, porque aqui o meu filho recebe atenção, carinho e afeto.”

Curitiba/PRAna Paula Almeida conheceu

a LBV por intermédio de vizinhos cujos filhos são atendidos no Cen-tro Educacional da LBV. “Eles diziam que lá é muito bom, e eu comprovei e aprovo. Nota dez! Muitos pais não têm condições de pagar uma creche em que a

educação seja tão boa e que dê o atendimento que a LBV dá, porque tratam muito bem os meus filhos”,

disse.

Além da qualidade do ensino, Ana Paula agradeceu o presente da Instituição: “A gente não tem condições de comprar material novo, uniforme... Agora eles estão mais incentivados a estudar. (…) Com esse dinheiro que economizei, posso comprar alimentos ou um tênis novo para eles”.

Igualmente grato, Lucas Michael Oliveira comentou a mudança no comportamento dos dois filhos: “A primeira coisa que percebi foi que o gênio da minha filha melhorou. Ela era bem difícil, agora está melhor; faz oração. Ela e o irmão estão mais unidos, não brigam o tempo todo. Eu li a prece [da Criança Boa] na contracapa do material e achei isso muito bom, porque eles já vão crescendo conscientes de que Deus olha por nós”.

Após a entrega dos kits aos fi-lhos, ele afirmou: “Ajuda bastante. Tanto na escola como em casa, a gente vê que o que eles aprendem atinge o coração deles. Fico bem surpreso e feliz com tudo”.

Maringá/PR

Paulo

Ara

újo

Educação

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 47

Rio de Janeiro/RJSorrisos largos, olhares curio-

sos e felicidade estampada no rosto de crianças e pais preenche-ram todo o auditório do Centro Educacional da LBV na capital fluminense, onde ocorreu a ceri-mônia de entrega.

“Para mim, [o kit] é uma bênção, porque é tudo muito caro. As crianças ficam muito motivadas. Só tenho a agra-decer a Deus pela LBV, pois é uma felicidade ver nossos filhos satisfeitos quando abrem a mochila e veem tudo novo e da melhor qualidade. Em nome dos meus filhos e de todas as mães, agradeço ao Paiva Netto e a todos os colaboradores”, de-clarou Gisele Lander da Silva e Silva Teixeira.

A rotina da família Teixeira

mudou com a educação que os filhos recebem na LBV. Por meio da Pedagogia do Afeto**, pro-posta de Paiva Netto direcionada a crianças de até 10 anos, são desenvolvidos tanto o intelecto quanto o sentimento. “A LBV foi uma bênção de Deus na minha vida. Estou muito satisfeita com o ensino que a LBV tem passado aos meus filhos. A minha filha de 3 aninhos já sabe orar. Faz a prece em casa na hora das refeições, e todos pegaram esse hábito”, destacou Gisele.

Pai de Isac, atendido pela LBV desde o berçário, Pedro de Oliveira também externou o que sente: “Agradeço a Deus e agradeço a luta do Paiva Netto, que trabalha e favorece tantas famílias. (…) A educação que meu filho recebe aqui melhorou o

Campo Grande/MS

Niterói/RJ

Vitória/ES

Porto Alegre/RS

** A Pedagogia do Afeto (dirigida a crianças de até 10 anos) e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos) compõem a linha educacional criada por Paiva Netto. Aplicado com sucesso na rede de ensino e nos programas socioeducativos desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade, no Brasil e no exterior, esse novo modelo de aprendizado, que alia “Cérebro e Coração”, segundo o dirigente da LBV, fundamenta-se “nos valores oriundos do Amor Fraterno, trazido à Terra por diversos luminares, destacadamente Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista”.

Anali

ce B

arce

Gil R

odrig

ues

Lizian

e Ans

elmo

Lilian

e Ca

rdos

o

Page 48: Revista Boa Vontade, edição 229

48 | BOA VONTADE

no Instituto de Educação da LBV, na capital paulista. Para a família, a única forma de os filhos terem boa educação em período integral seria pagando uma for-tuna a escolas particulares. Até que encontrou a Legião da Boa Vontade. “Eles adoram a escola, ficam o dia inteiro, o que facilita bastante para eu trabalhar. E eu confio em deixá-los aqui. Vou trabalhar despreocupada.”

Os filhos de Rosângela também receberam os kits.

“Vão ajudar bastante, material escolar é muito caro. Não tenho palavras para falar o que a LBV é para a minha família, para os meus filhos. Obrigada!”, disse, emocionada. Thais, a filha mais velha, fez questão de manifes-tar o que sente pela Instituição: “Esta escola é maravilhosa. Dou graças a Deus por tudo o que vocês fazem por nós. Eu quero agradecer muito à LBV

por dar carinho e aconchego. Amei o kit”.

Taguatinga/DFO Centro Educacional Alziro

Zarur também foi palco de mo-mentos emocionantes protago-nizados por muitos pais, mães e alunos. É o caso da família de José Rodrigues de Souza Neto, pai de Ruan, de 3 anos, atendido pela LBV há um ano e meio. “Ele está tendo uma melhora muito boa. Jesus está abençoando a gente. (...) Ele chega em casa contando histórias, cantando... É maravilhoso demais!”, contou.

A dona de casa Gizele Monteiro Barbosa, mãe de Ayla, igual-mente relatou a satisfação pelo fato de a filha estudar na escola da LBV. “Sinto grande felicidade. Para mim, estava muito difícil... Eu não conseguiria pagar uma creche para ela. Aqui, consegui a creche e o material também. Já vou ter como dar o que comer à minha filha em casa, comprar uma roupinha para ela, porque nem para isso eu estava tendo condição. Eu só tenho a agrade-cer a todos.”

Educação

comportamento dele, a aprendi-zagem. Este kit ajuda bastante por conta do custo, pois é uma despesa a menos para nossa família. Nós nos alegramos cada dia mais por tê-lo nesse colégio”.

São Paulo/SPOs três filhos de Rosângela

Oliveira dos Santos estudam

Um mundo melhor pode começar por um gesto.Faça sua parte!

acesse: www.euajudoamudar.org

Rio de Janeiro/RJ

Juiz de Fora/MG

Santos/SP

João

Migu

el

Fabia

na A

mbr

ósio

Lucia

n Fa

gund

es

Page 49: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 49

Um mundo melhor pode começar por um gesto.

Faça sua parte! Acesse: www.euajudoamudar.org

Page 50: Revista Boa Vontade, edição 229

50 | BOA VONTADE

Música,emoçãoe memóriaespetáculo

homenageia

o compositor

Paiva Netto

pelos 70

anos de vida

HomenagemDécadas de vitórias e lutas no Bem

Seja qual for a área a que o nome de José de Paiva Netto esteja ligado, haverá,

certamente, a preocupação com a Cultura de Paz. O escritor, o jor-nalista, o radialista, o compositor, o poeta, o administrador e o pre-gador do Evangelho-Apocalipse de Jesus, todos na Alma de uma pessoa só, convivem harmonio-samente, porque cada obra sua envolve a Solidariedade, a Cari-dade, o respeito e a Espiritualidade Ecumênica. A trajetória desse homem de Boa Vontade, que, em 2 de março, completou 70 anos

de vida, já soma mais de meio século de trabalho na Legião da Boa Vontade.

Nessas muitas décadas de vitórias e lutas no Bem, a música esteve todo o tempo presente, apesar das nume-rosas atividades dele como diretor- -presidente da LBV, profissional de comunicação (imprensa, rádio e TV) e autor literário. Um pouco da produção musical desse com-petente compositor — cuja obra fonográfica já vendeu milhões de cópias — pôde ser apreciada na segunda edição do concerto Noite Cultural Emoções e Memórias. O

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Leila Marco

Page 51: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 51

espetáculo, uma justa homenagem à sua música e a tudo que ele tem feito pelo próximo, foi realizado na data de seu aniversário, em São Paulo/SP.

Recebido calorosamente pelo público, que lotava o Espaço Cultural Ecumênico da Religião de Deus na capital paulista, Paiva Netto respondeu com um grande sorriso aos aplausos e à saudação dos presentes. Depois, acolheu as boas-vindas do Jovem Militante da Boa Vontade Nicholas Gabriel Beck de Paiva, que ali representa-va a Família Legionária.

Na ocasião, o dirigente da LBv afirmou que, naquela noite, não comemorava apenas os 70 anos, mas dava a partida para os 80. Ao término do evento, todos os presentes receberam um pedaço do bolo comemorativo do aniversário de Paiva Netto.

Viní

cius B

ueno

Lucia

n Fa

gund

es

Page 52: Revista Boa Vontade, edição 229

52 | BOA VONTADE

Em seguida, sob a regência do maestro José Eduardo de Paiva, teve início a apresentação musical. O Coral e Instrumentis-tas Infantojuvenis Boa Vontade, formado por 80 alunos do Ins-tituto de Educação da LBV, em São Paulo/SP, e a Orquestra Boa Vontade interpretaram as três primeiras composições. Vencer com Jesus (letra e música de Reneo Trevisan Jr.), única do repertório que não era da lavra do aniversariante, foi escolhida para abrir o espetáculo, como forma de demonstrar o respeito e a gratidão ao dirigente da Instituição. A se-guir, vieram LBV para Cima e a Dança dos Soldadinhos de Deus.

Para o segundo ato, juntou-se à orquestra o coro de jovens e adul-tos da LBV, somando mais de 60 vozes. Sete obras do compositor Paiva Netto que trazem temas edificantes, como Fé, esperança e outros importantes valores da mensagem de Jesus, o Cristo Ecu-mênico, celebraram os melhores sentimentos da Criatura Humana. Entre elas, Ave, Maria! Gratia

ConsideraçõesA paixão do compositor Paiva Netto pela música foi despertada por seus

pais, Idalina Cecília (1913-1994) e Bruno Simões de Paiva (1911-2000). Deles herdou também o sentimento fraterno e o senso de humanidade, tão marcantes no conjunto de suas composições. No Colégio Pedro II (Rio de Janeiro/RJ), onde recebeu o título de Aluno Eminente (com direito a placa de bronze na sede do órgão carioca), teve aulas com o professor Homero Dornelas (1901-1990), assessor do notável compositor e maestro Villa--Lobos (1887-1959). Entre as múltiplas atividades que desenvolveu ini-cialmente, foi sonoplasta dos programas radiofônicos do saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, o radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979), o que acentuou ainda mais seu ouvido musical. Não obstante a extrema

dedicação à causa da Boa Vontade, sua ligação com a música jamais se perdeu.

A elevada sensibilidade de sua alma foi notada por renomados músicos, que, ao longo dos anos, interpretaram as obras de Paiva Netto, a exem-plo dos maestros brasileiros Isaac Karabtchevsky , Achille Picchi , José do Espírito Santo (1927-2005), Antônio Carlos Borges

Cunha e Ricardo Averbach — discípulo destacado do famoso regente da Filarmônica de Sófia, Vladi Simeonov , do bú lgaro Bedros Papazian e do norte--americano Gregory Hopkins.

O Jovem Militante da Boa vontade de Deus Nicholas Beck de Paiva fez a abertura do evento em homenagem ao aniversariante do dia.

O público superlotou o espaço Cultural ecumênico da religião de Deus, na capital paulista.

HomenagemVi

níciu

s Bue

no

Arqu

ivo B

V

Os saudosos pais, seu Bruno e dona Idalina, casal-modelo na Legião da Boa vontade, sempre deram bons exemplos ao filho, Paiva Netto. Na foto, singela demonstração de carinho para com o dirigente da LBv.

Page 53: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 53

Plena, Cântico Suave, Amar com o Amor de Deus, Deus é a minha Força e Vejo a Luz do Mundo Novo.

Prece para ter Tranquilidade, a penúltima canção interpretada na noite, teve bis e mereceu destaque do próprio autor. Para o desfecho dessa segunda edição do espetácu-lo Noite Cultural Emoções e Me-mórias, foi apresentada a primeira composição escrita por Paiva Netto: Marcha dos Soldadinhos de Deus, maneira carinhosa pela qual as crianças são chamadas na Legião da Boa Vontade.

Na sintonia da Solidariedade

No evento — transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Co-municação (TV, rádio, internet e publicações) —, público e ani-versariante viveriam ainda outros momentos especiais. Encerrada a apresentação, Paiva Netto foi saudado com o tradicional Para-béns pra você!, que uniu músicos e plateia em um só coro. Depois, apagou as velinhas do bolo trazido

pelo Jovem Alziro Paolotti de Paiva.

Emocionado, o presidente das Instituições da Boa Vontade agra-deceu a presença de todos e a inter-pretação dos coristas e dos músicos da Orquestra Boa Vontade. Em especial, cumprimentou os ilustres convidados, a exemplo do profes-sor dr. João Grandino Rodas, magnífico reitor da Universidade de São Paulo (USP), e de sua mãe, a professora Josefina Grandino Ro-das; do empresário Mário Sérgio Finamore; de João Baptista do Valle, vice-presidente da Fede-

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Felip

e To

nin

Felip

e To

nin

Felip

e To

nin

Arqu

ivo p

esso

alVi

vian

Ribe

iro F

erre

ira

Josefina Grandino rodas e João Grandino rodas João Batista do valle e eglemar Abrão Dib

ricardo Conti André FernandesMário Finamore

ração Espírita de São Paulo, e a esposa, Eglemar Catarina Abrão Dib; do tenente Sergio Ricardo da Silva, do Comando Militar do Sudeste; do ator Ricardo Conti; do maestro Eduardo Escalante; e do diretor de fotografia André Fernandes.

Em sua palavra, o homena-geado lembrou os 15 anos do Centro Educacional da Legião da Boa Vontade no Rio de Janeiro/RJ, também comemorados em 2 de março, ressaltando o indis-pensável papel da Educação no desenvolvimento de um país.

PRECE PARA TER TRANqUILIDADE Solistas: Sandra Félix e Angela Araújo (sopranos) e Patricia Maria e Dayane Bortolin (contraltos).

eduardo escalante

João

Per

iotto

Page 54: Revista Boa Vontade, edição 229

de que crianças e jovens na rua assaltam, matam, invadem as ca-sas, aborrecem as outras crianças e jovens que têm meios mais fartos de viver. Elas, porém, somente estão devolvendo o que lhes proporcionam. Se lhes oferecem lixo, como iriam retribuir? Então por que reclamar? Este assunto da infância e juventude na rua merece séria reflexão, para que sejam postas em prática medidas acertadas”.

Na noite festiva, o jornalista recordou, ainda, outros fatos mar-cantes de sua vida, afirmando que não apenas comemorava ali os seus 70 anos, mas também dava a partida para os 80.

RepercussãoProfissionais de renome da mú-

sica exaltaram características da obra artística do dirigente da LBV. Um deles, o maestro Eduardo Es-calante, comentou: “Quando se fala em música, existe um universo imenso, infinito, mas, especifica-mente ao falar do Irmão Paiva

Netto, há a lembrança da obra importante, im-portantíssima que ele está deixando. No caso

específico da música, da criatividade, ela vem para

tocar a nossa emoção. O Irmão Paiva, em especial, tem nos mos-trado isso”. E ressaltou Escalante: “A música dele é muito bonita, bem escrita; traz uma mensagem profunda”.

Quem também dei-xou registrada uma apreciação a respeito do talento do home-nageado foi o maes-tro Osman Giuseppe Gióia. Responsável pela orques-tração das obras do compositor apresentadas pela Orquestra Sin-fônica Brasileira em 30 de abril de 1983, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro/RJ, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, ele salientou: “Fui convidado a fazer os arran-jos de duas músicas do Paiva Netto para um concerto da Sinfônica Brasileira (...). Eu lembro que foi um trabalho gratificante. As obras eram bastante interessantes; ele tem uma veia musical muito gran-de. As melodias dele tocam muito o coração da gente. Lembro que o resultado foi muito bom e, no final do concerto, o público aplaudiu a orquestra; depois, a orquestra se levantou, aplaudindo as peças do Paiva Netto”.

Homenagem

Osman Gióia

Projeto musicalO Coral e Instrumentistas Infan-

tojuvenis Boa Vontade, projeto de-senvolvido no Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, na capital paulista, nasceu da preocupação do dirigente da LBV em oferecer oportunidades às novas gerações também na arte. Com o objetivo principal de elevar a autoestima e a autoconfiança de crianças e adolescentes, a iniciativa pode representar um ponto de partida

para a vida profissional de novos talentos. No projeto, eles optam pelo aprendizado de um instrumento mu-sical ou de canto coral ou, ainda, por ambos os cursos.

Rememorou o discurso feito por ele na inauguração daquela uni-dade da LBV, em 1996, diante de mais de 110 mil pessoas, confor-me noticiara a mídia. Dele desta-camos este trecho: “Reclama-se

Público acompanha a apresentação do Coral e Orquestra Boa vontade, sob a regência do maestro Legionário José eduardo Paulote de

Paiva (no destaque).

Homenagem

Vânia

Bes

se

Viní

cius B

ueno

Page 55: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 55

Espírito e CiênciaAmit Goswami

Leila Marco e Josué Bertolin

ConsciênciaUniversal

A física quântica amplia o diálogo entre Ciência e religião

shut

ters

tock

.com

o que a criatividade, a Física e Deus têm em comum? Para o renomado físico indiano Amit Goswami, essa relação abre um sem-número de possibilidades. O cientista, Ph.D. em física quântica pela Universidade de Calcutá (Índia),

conferencista, pesquisador e professor emérito do Instituto de Física Teórica da Universidade de Oregon (EUA), nem sempre pensou assim. Até experimentou ciclos quase que opostos na sua caminhada.

Nascido na Índia, filho de um guru hinduísta, conviveu com ensi-namentos religiosos na infância e na juventude, quando passou a se interessar por física nuclear. Dos 15 aos 45 anos de idade, Amit se definia um materialista; foi então que um dia acordou e começou a refletir sobre a forma como conduzia a vida e a carreira profissional. Concluiu que não eram ideais e, durante quase uma década, procurou refazer sua trajetória. Ao fim desse período, a partir de um insight, o qual qualificou de quântico, ele se voltou para a Religiosidade. Desde então, abraçou um novo ideal: trabalhar de maneira efetiva para criar uma ponte entre Ciência e Religiosidade. “Eu fui da Física para a Espiritualidade, sob o aspecto da Física”, comenta.

Autor de uma dezena de livros, cujos temas incluem mecânica

Page 56: Revista Boa Vontade, edição 229

56 | BOA VONTADE

quântica, consciência e Nova Ciência, o dr. Goswami ganhou popularidade além da sua área de atuação ao participar do filme Quem Somos Nós? (em inglês: What the Bleep Do We Know?, 2005), sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, que tornou as ideias defendidas por ele conhe-cidas em todo o mundo.

Radicado nos EUA desde a dé-cada de 1960, o físico recebe con-vites para palestrar em diversos países. Recentemente esteve no Brasil para o lançamento de seu mais novo livro e documentário: O Ativista Quântico. Nessa obra, o dr. Goswami compartilha com o público a visão do potencial ilimitado da consciência e mostra como, a partir dessa perspectiva,

é possível influenciar a mudança de valores da sociedade.

Em entrevista exclusiva à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, internet e publicações), durante sua passagem pelo país, o fí-sico e escritor relembrou a participa-ção dele no Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), de caráter per-manente, promovido pela Legião da Boa Von tade, no Parlamento Mun-dial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF. Para o dr. Goswami, a inicia-tiva da Instituição de promover o diálogo entre cientistas e religiosos foi pioneira: “Isso só começou a ser feito em 2000 no Fórum da LBV, mas agora, em 2010, (...) temos uma Ciência totalmente compatível com a tradição espiritual”.

BOA VONTADE — Tivemos a satisfação de tê-lo como pa-lestrante no 1o Fórum Mundial Espírito e Ciência (realizado entre 18 e 21 de outubro de 2000), sob o tema “Ciência e Fé na trilha do Equilíbrio”. Na ocasião, o senhor discorreu so-bre a mudança de paradigma que estava ocorrendo...

Amit Goswami — O para-digma é como um guarda-chuva de ampla cobertura. Ele nos pro-porciona uma visão global sob a qual os modelos científicos predominantes do momento são postos em prática, (...) visões de mundo pressupostas. Segundo o físico Thomas Kuhn, que arti-culou o conceito, todos os para-digmas científicos eventualmente se esgotam. Em outras palavras, as teo rias necessárias para explicar os novos dados terão inconsistências lógicas se usarmos a visão global do paradigma antigo. Este é um indicativo de que o paradigma precisa mudar. Um exemplo disso ocorreu em 1925, quando a física quântica foi descoberta e logo começou a apresentar aspectos paradoxais, paradoxos lógicos de grande porte que não seriam solu-cionados por meio do uso da visão global do materialismo científico, em que a matéria e as interações materiais compõem a base de tudo. A física quântica diz que os objetos são possibilidades. Como essas pos-sibilidades se tornam experiências reais? Podemos dizer que, quando tentamos ver uma onda de possi-bilidades, não vemos a onda, en-xergamos somente os eventos. De alguma forma, a onda localizou-se

“A evolução que ora ocorre pode ser comparada à revolução de Nicolau Copérnico. Foram necessários mais de 100 anos para que ela fosse aceita pela sociedade, pelo meio acadêmico, e assim por diante.”

Leila

Mar

co

Espírito e Ciência

Page 57: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 57

em uma partícula. Se não pode ser vista em interações materiais, então como? Isto traz a consciência para a física.

BV — Como tem sido o avanço dessa mudança de paradig-ma?

Goswami — Bem, tivemos grande progresso nas teorias. Em minha palestra no Congresso da LBV, realizado no ano de 2000, abordei a integração da Ciên cia com a Espiritualidade. Começa-mos a entender os aspectos da Espiritualidade. Por exemplo, a busca espiritual já foi reconheci-da como aspecto da criatividade, por meio da qual o novo para-digma oferece uma explicação muito boa. (...) Temos também desenvolvido uma nova teoria evolucionista, que explica os dados anômalos da evolução que o darwinismo não pôde deixar claro. Alcançamos, ainda, avanços extraordinários com dados expe-rimentais, embora, naturalmente, não tenha havido grande aceitação dos físicos tradicionais. Isso era de esperar. A evolução que ora ocorre pode ser comparada à re-volução de Nicolau Copérnico. Foram necessários mais de 100 anos para que ela fosse aceita pela sociedade, pelo meio acadêmico, e assim por diante. Portanto, não deveríamos esperar menos. Os paradigmas costumam ter raízes bastante profundas, e hoje há gran-de quantia de dinheiro envolvida na questão. Outro aspecto é que o novo paradigma é integrado. Na Nova Ciência, as fronteiras não são muito válidas. Ideias que con-

siderávamos como da Psicologia, a exemplo da consciência, agora, são apresentadas na física básica, na física quântica. A evolução é algo que não diz respeito apenas ao campo dos biólogos, mas tam-bém está presente no campo de atuação e estudo dos psicólogos.

BV — Que prejuízos causa o pensamento materialista?

Goswami — Ocorre que a sociedade tem aceitado cada vez mais essa ciência materialista, e isso está trazendo importan-tes consequências. Um grande exemplo é a Economia, confor-me fundada por Adam Smith, o capitalismo, uma ideia muito boa, completamente compatível. (...) O avanço não só da Ciência, mas também do renascimento nas artes e em outras áreas, veio depois do surgimento dessa ciên-cia moderna. Então, tudo mudou quando o materialismo começou a tomar forma e a influenciar a sociedade. A Economia mudou do capitalismo para uma econo-mia matemática (...). O resultado foi de fato a derrocada da atual economia do capital, a qual pre-senciamos em todo o mundo. Aquilo que não podemos fazer com o raciocínio, a crise, de certa forma, pode fazê-lo. Os custos médicos sobem cerca de 60% ao ano e, obviamente, a sociedade não poderá suportar esse ônus. Estamos diante de uma crise que obriga as pessoas se perguntar: “Será este o modelo certo de medicina para nós?”. Talvez haja alternativa: uma medicina integrada, em lugar da alopática.

BV — Quais conceitos dessa Nova Ciência comprovam a Espiritualidade?

Goswami — Antigamente, predominava a ideia de que tudo é matéria e interações dela. Tudo é feito de partículas elementares, construção de átomos, de moléculas e de objetos cada vez mais comple-xos, como as células do cérebro, contudo, acreditava-se também que a consciência seria um epifenômeno

O físico Amit Goswami dedica exemplar do livro e documentário O Ativista Quântico ao diretor-presidente da LBv, com a seguinte mensagem: “Ao Paiva Netto com meus sinceros cumprimentos”.

“Somos aquela consciência de Deus. Na física quântica, damos a isso o nome de ‘consciência não local’. É uma consciência que interconecta toda a Humanidade, todos os seres vivos. Não estamos separados.”

Leila

Mar

co

Page 58: Revista Boa Vontade, edição 229

58 | BOA VONTADE

Espírito e Ciência

O físico Amit Goswami recebeu da equipe da BOA vONTADe quadro com a foto do Conjunto ecumênico da Instituição, formado pelo Templo da Boa vontade e pelo ParlaMundi da LBv, em Brasília/DF.

“A LBV e eu estamos em grande sintonia, buscando Deus na Ciência e levando essa ideia adiante.”

“Ainda há muitas questões para ser integradas e, como se sabe, isso só começou a ser feito em 2000 no Fórum da LBV. Mas hoje posso afirmar, com toda a certeza, (...) temos uma Ciência totalmente compatível com a tradição espiritual.”

Leila

Mar

co (produto acidental), um fenômeno secundário do cérebro. A nova visão de mundo difere disso completa-mente; ela nos diz que a consciência é o fundamento de todo o ser, e a matéria existe como possibilidade daquela. Transformamos a noção de que o cérebro produziria a consci-ência. Isso soluciona os paradoxos e explica os dados anômalos, além de integrar todas as diferentes ciências; a isso chamamos de Ciência dentro da primazia da consciência.

BV — A base das evidências da Espiritualidade estaria na física quântica?

Goswami — A ideia de que a consciência é o fundamento do ser, nas tradições espirituais, tem expressão na crença de que Deus é tudo. Adaptamos tal conceito para o de um paradigma científico objetivo: a consciência é tudo. As tradições espirituais também falam desse Deus, ou na nossa lingua-gem, dessa consciência que possui autoridade causal, poder causal. E nós temos o conceito de causação descendente. A física quântica diz que os objetos são possibilidades no ato da escolha, as possibilidades se tornam eventos de experiência real. Então, a consciência escolhe entre as possibilidades para produ-zir experiências. Esse conceito é o da causação descendente.

BV — Existe a causação fora das forças materiais, das in-terações da matéria?

Goswami — Sim, a Nova Ciência diz que sim. Pela primei-ra vez na história da Humanidade, não somente atribuímos a Deus

uma autoridade causal, uma cau-sação descendente, como também até explicamos do que consiste.

BV — O senhor foi materialis-ta... E pela Ciência descobriu a Espiritualidade. Como foi isso?

Goswami — Eu participava, em 1973, de uma conferência e percebi que estava sofrendo de um sentimento negativo de inveja, porque acreditava que não tinha palestrado muito bem, achava que outros palestrantes estavam se saindo melhor. Eu me recordo que, lá pela uma hora da manhã, estava mexendo no meu bolso, procurando um antiácido. Notei que já havia consumido a cartela inteira. Então, sentindo desgosto, saí para tomar um ar fresco. Re-pentinamente, um pensamento invadiu minha cabeça: Por que vivo dessa maneira? Qual é o remédio para este sofrimento que experimento? A resposta era que eu me encontrava muito dividido entre “o que faço” e “quem eu sou”. Exercia a física de uma forma que ela ficava à parte da vida. Comecei a mudar. Esse processo durou cerca de dez anos, mas fui muito aben-çoado com uma nova percepção, que adquiri depois de conversar com um místico. Ele me disse que a Ciência tem de ser condu-zida de uma maneira diferente, que a consciência é a base do ser. Com essa nova visão, ficou bem mais fácil. Ainda há muitas questões para ser integradas e, como se sabe, isso só começou a ser feito em 2000 [no Fórum da

Page 59: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 59

LBV]. Mas hoje posso afirmar, com toda a certeza, que temos um bom conhecimento sobre os aspectos básicos que integram os ramos da Ciência, como a física, a biologia, a psicologia, a medicina. Temos uma Ciência totalmente compatível com a tradição espiritual.

BV — O senhor defende a cha-mada criatividade quântica e o potencial ilimitado da cons-ciência. Como explicar isso?

Goswami — A criatividade é a forma pela qual ficamos saben-do de coisas novas, descobertas a todo momento. O que acontece com nossa consciência? Somos aquela consciência de Deus. Na física quântica, damos a isso o nome de “consciência não local”. É uma consciência que interco-necta toda a Humanidade, todos os seres vivos. Não estamos separados. Tornamo-nos condi-cionados a experiências que o cérebro armazena como memó-rias, e então elas posteriormente afetam a memória; tendemos a responder aos estímulos de uma maneira igual à que já fizemos antes. Isso é o que os psicólogos chamam de condicionamento. Quando nos tornamos condicio-nados, nosso comportamento é previsível. Não desfrutamos da mesma liberdade à que fazemos jus. Começamos a armazenar co-nhecimento que nos foi entregue por outros, passamos a pensar que o objetivo da vida humana é absorver um monte de infor-mações, mas não é isso. O Ser Humano é muito mais que isso.

(...) A criatividade é o primeiro sinal para acreditarmos que po-demos ser originais. Quando um indivíduo dispõe de sua própria fonte de conhecimento, e mer-gulha nessa fonte, aí a jornada tem início.

BV — A escolha das possibili-dades que se tornarão reais conduz o pensamento princi-pal do ativista quântico?

Goswami — O ativista quân-tico realiza um pouco mais do que isso. Escolher dentre esses pensamentos os que vão se tornar um produto, assim é que começa a criatividade. Chamo isso de “criatividade externa”. Depois de algum tempo, porém, a pessoa criativa descobre que há muitas coisas dentro de si, como memórias armazenadas, circuitos cerebrais de emoções, que interferem na criatividade. Logo que descobrimos isso, não queremos sofrer com essas limitações. Por isso, limpamos nosso interior e, desse modo, pode-mos ser bem mais criativos. Quanto mais mergulharmos na consciência de Deus, e nisso cada expe -r i ênc ia de criatividade representará um encontro com Ele , per-ceberemos que Deus inclui tudo. O ativista quântico participa não só da própria melhoria dele,

como também da melhoria da sociedade onde vive.

BV — Por fim, que mensagem o senhor gostaria de deixar?

Goswami — Foi um prazer estar presente, primeiramente em 2000, e ainda me lembro daquela conferência muito bem. A LBV e eu estamos em grande sinto-nia, buscando Deus na Ciência e levando essa ideia adiante. Assim, mais nos integraremos para buscar a melhor solução para os problemas prementes do mundo de hoje, como o co-lapso econômico, a dissolução da democracia, o terrorismo e o aquecimento global. Todas essas questões não podem ser resolvidas pela visão de mundo materialista, já que, na verdade, em grande parte, ela está entre as causas desses problemas.

shut

ters

tock

.com

Page 60: Revista Boa Vontade, edição 229

60 | BOA VONTADE

O jornal Copacabana — O Novo Rio, com tiragem de 10 mil exemplares,

formato standard e assinatura anual ao custo de 5 mil réis, foi uma publicação alternativa/comu-nitária surgida em 1906, no Rio de Janeiro/RJ, na época em que o bairro de Copacabana começava a ganhar força, com a decisão do prefeito Pereira Passos de iniciar as obras de construção da Ave-nida Atlântica. Até então, a área só servia de fundos para as casas construídas na Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

Mas a história desse famoso bairro, parte da qual a gazeta documentou, remonta ao século 17, mais precisamente ao ano de 1617. Nesse período, toda aquela região, que hoje é um dos principais cartões-postais do Brasil, destinava-se ao pasto,

Primeiros jornais

No início do século 20, o Copacabana já fazia história na imprensa carioca.

do Rio

Opinião — Mídia AlternativaCrítica e irreverência na gênese da imprensa brasileira

Carlos Arthur Pitombeiraespecial para a BOA VONTADE

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.

Felip

e Fr

eitas em um cenário que combinava gado e a plantação de cana-de- -açúcar dos grandes engenhos existentes ali até onde se localiza a Lagoa Rodrigo de Freitas. Essa parte da cidade começou a se firmar em 1892, com a entrega do túnel que passou a ligar a Rua Real Grandeza com a Siqueira Campos (antiga Rua do Barroso) e sua continuação até a Serzedelo Correia, para a passagem do pri-meiro bonde, ainda de tração ani-mal. Era presidente da República o marechal Floriano Peixoto.

Quem fundou o Copacabana — O Novo Rio foi o jornalista Theo-tonio de Oliveira, priorizando as notícias do bairro, que ganhava novas feições no início do século 20. Reclamava, por exemplo, a necessidade de irrigação das ruas empoeiradas de Copacabana, por causa da grande quantidade

Arqu

ivo B

V

1929

Page 61: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 61

de terra, da mesma forma que pedia arborização para a Avenida Atlântica.

O jornal abria também espa-ço para notas sociais, com uma ponta de malícia, publicadas na seção “Copacabaninha”, em que colaboradores se divertiam divulgando, por exemplo, que “estão se tornando escandalosos os encontros de um distinto diplo-mata no Cinema Americano” ou “muito comentados os insistentes passeios de uma senhorita da Rua Barata Ribeiro em certo trecho da Avenida Atlântica”.

Trazia anúncios de vários tama-nhos, alguns em forma de versos, como este: “Moças que andais anemicas e palidas/o pezar ainda mais vos amofina/Borboletas que sois ainda crysalidas/Usai a TEU-TONIA ou a BRAHMINA”. Em outro anúncio, com foto, o jornal detalhava os serviços do Salão Co-pacabana: “Barbeiro, cabellereiro, maçagens vibratórias, etc...”.

Em seus editoriais, o Copa-cabana — O Novo Rio era con-tundente e não poupava, por vezes, críticas ao Lloyd Brasileiro [companhia estatal de navegação], como a que a empresa “não é mais commercial, ágil, capaz de acompanhar as mais ligeiras variações do commercio, atender às suas necessidades, aqui ou acolá, livrar-se mais acima ou mais abaixo da concorrência de emprezas congêneres, mas uma repartição pública complicada, cheia de directores, chefes de se-ção, verbas do thesouro, votação de orçamentos e toda essa trapa-lhada já muito conhecida”.

Assim como Bondinho, Ex, Extra, Realidade, Opinião, Idéia Nova, Mais, Movimento, Se-nhor, Pasquim, Repórter, Versus, Flor do Mal, Singular & Plural, Binômio, A Manhã e Pif-Paf, o Copacabana — O Novo Rio também tem grande importância na historiografia da imprensa al-

ternativa/comunitária brasileira. Ao lado da Gazeta Suburbana (1883), do Jornal de Ipanema (1966) e do JBJ-Jornal da Barra e Jacarepaguá (1977), pelos servi-ços que prestaram e ainda prestam (no caso desses dois últimos) à democratização da mídia, serve de exemplo a ser seguido.

Algumas das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade na capital pernambucana homenagearam a diretora de jornalismo da TV Tribuna/Record, Elisa Cavalcante, pela passagem de seu aniversário. A visita da criançada da LBV ocorreu em 11 de abril, no dia seguinte ao aniversário da jornalista (10/4). Na oportunidade, a diretora recebeu dos pequenos um presente con-feccionado por eles próprios nas atividades da Oficina de Arte, do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, no Recife/PE.

“Podem sempre contar com a nossa parceria. O trabalho da LBV é muito importante para essas crianças”, afirmou Elisa. Além de agradecer a home-nagem, a jornalista ressaltou aspectos do distintivo da LBV, no qual está representado um coração azul que integra a logomarca da Instituição: “Acho muito bonito o distintivo, transmite uma mensagem forte”.

Em seguida, a aniversariante convidou a garotada a conhecer os estúdios da emissora. O jornalista Rodrigo Asfora, apresentador do Jornal da Tribuna, animado com a presença das crianças, mostrou a elas como são editadas as matérias veiculadas no programa jornalístico.

LBV homenageia a jornalista Elisa Cavalcante

Crianças da LBv entregam um cartão e um quadro com a majestosa estampa de Jesus, o Cristo ecumênico, à jornalista.

Vânia

Bes

se

Page 62: Revista Boa Vontade, edição 229

62 | BOA VONTADE

toda empresa que respeita o meio ambiente cumpre importante papel de respon-

sabilidade social. Ao apoiar, por exemplo, projetos de educação ambiental e ações estratégicas social e ambientalmente corretas, a empresa assume uma posição de protagonismo no processo de desenvolvimento sustentável de um país.

Este é um compromisso vigente na administração da Celg Distri-buição S.A. O papel socialmente responsável da companhia energé-tica pode ser verificado nas práticas adotadas na gestão de pessoas, no relacionamento transparente, no atendimento ao consumidor e no apoio a ações sociais, culturais e ambientais relevantes para a comunidade, o que contribui para uma melhor qualidade de vida da população goiana.

Ao produzir e distribuir energia elétrica, a Celg o faz de maneira sustentável, promovendo iniciati-vas como a substituição do chuveiro elétrico por coletores solares em conjuntos habitacionais de consu-midores de baixa renda. Destaque

também para a distribuição de lâmpadas fluorescentes em escolas, para alunos, professores e funcioná-rios, o que diminui o consumo de energia elétrica e o valor da conta de luz (economia de até 80% em relação à lâmpada incandescente) e protege mais o meio ambiente.

Para minimizar o impacto am-biental em florestas provoca-do pela construção de linhas de transmissão, a empresa realiza o replantio de espécies nativas, além de promover a reciclagem com a reutilização de fios e postes, e a descontaminação do mercúrio de lâmpadas queimadas.

Entre as ações de inclusão so-cioeconômicas, foi firmado um convênio com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) para a recuperação de medidores danificados. Além de se-rem posteriormente reaproveitados pela empresa em todo o Estado, os aparelhos são utilizados na criação de vagas de estágio curricular em Eletrotécnica e investimentos em laboratórios da instituição. A inicia-tiva ainda disponibiliza bolsas para alunos carentes do IFG.

Responsabilidade Social

Juliana valin

Modelo de gestãosocioambiental

Page 63: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 63

Em busca de inovações, a tecno-logia permitiu uma parceria entre a Celg e o Centro de Democratização da Informática (CDI), regional Goiás, atuando na qualificação e na inclusão digital dos colaboradores terceirizados e de moradores da co-munidade atendida. São oferecidos cursos de informática, nos quais também estão presentes temas rela-cionados à cidadania. No espaço do CDI, a companhia emprega a tec-nologia Power Line Comunnication (PLC), que transmite dados, voz e imagem por meio da rede elétrica.

Música ao alcance de todos

Entre as iniciativas bem-su-cedidas da Celg está o Projeto Concertos Didáticos — Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (em convênio com a Endesa Cachoei-ra). Graças a ele, foi possível a realização de concertos gratuitos e de caráter didático em onze cidades do interior de Goiás, em que se buscou difundir a cultura musical para comunidades com precário ou nenhum acesso a apresentações de orquestras sinfônicas.

Pela proposta do projeto, os concertos incluem a apresentação dos instrumentos, adquiridos com a parceria, aulas e explicações sobre as obras e os compositores.

Segundo a gerente de Gestão da Qualidade da Celg, Viviane Gamoeda Mulero, para que os empreendimentos tenham êxito é preciso atuar visando também ao compromisso com a sociedade. “Atualmente as empresas pre-cisam se preocupar não apenas com o sucesso do seu negócio em

termos econômico-financeiros, mas também com o seu papel na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da comunidade onde atuam e ajudando a preservar o meio ambiente”, explica.

ParceriasTambém contaram com o apoio

e a parceria da companhia energéti-ca os programas LBV — Criança: Futuro no Presente!, que atende meninos e meninas de 6 a 12 anos em situação de risco social, e Grupo de Convivência, dirigido a crianças, adolescentes, adultos e idosos aten-didos pela Legião da Boa Vontade em Goiás.

A gerente Viviane Mulero aten-ta para a visão atual do mercado: “Cada vez mais os clientes e inves-tidores estão conscientes da impor-tância do papel social e ambiental das empresas e, por isso, preferem e valorizam as organizações que cumprem bem este papel”.

De acordo com essa visão, orga-nizações que aplicam a ferramenta da responsabilidade social podem maximizar recursos e conscientizar seu público de interesse e a socie-dade acerca da causa adotada. Com isso, agregam valores à marca, fideli-zam consumidores e envolvem cola-boradores; tornam-se assim agentes na construção de uma sociedade menos desigual e mais sustentável.

Igualmente pela via da respon-sabilidade social, a Organização das Nações Unidas (ONU) define claramente o conjunto de metas para melhorar a qualidade de vida dos Seres Humanos nos próximos anos. Trata-se dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que preveem um desenvolvimento economicamente viável, social-mente justo e sustentável. No entanto, tais metas necessitam do envolvimento direto de empresas, governo e organizações sociais, pois todos são corresponsáveis na busca por soluções.

A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás está entre as bem-sucedidas iniciativas da Celg

Divu

lgaçã

o

Page 64: Revista Boa Vontade, edição 229

64 | BOA VONTADE

tema que norteou os trabalhos da 55a Reunião da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW, sigla em inglês), realizada em Nova York, nos Estados Unidos, de 22 de fe-vereiro a 4 de março.

Criada em 1946, pelo Conselho Econômico e Social (Ecosoc), ór-gão das Nações Unidas, a CSW reú-ne anualmente ministros, assessores e representantes da sociedade civil de todo o mundo para discutir, pro-por e aprovar resoluções de caráter internacional, avaliar progressos em matéria de igualdade, identificar desafios, estabelecer metas globais e formular políticas concretas para a valorização da mulher.

Além da discussão em torno da capacitação profissional, do acesso

Acesso à Educaçãoe ao emprego

ONU discute

ações e

políticas para o

empoderamento

da mulher

à educação e ao emprego, com foco na participação feminina na área de ciência e tecnologia, o encontro recebeu, logo no primeiro dia, um importante reforço: o lançamento oficial da ONU Mulheres*.

A diretora-executiva da nova entidade, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, ao discursar na cerimônia de abertura da comissão, ressaltou o avanço dos direitos femi-ninos na última década, lembrando, todavia, o imenso esforço ainda a ser feito para que as mulheres em todo o globo sejam realmente livres e vivenciem a igualdade de gênero. “Apesar dos exemplos encoraja-dores, esse progresso é desigual e frágil. Enquanto nos reunimos nesta sala hoje, há ainda muitas mulhe-

Da redação

LBV na ONUO trabalho feminino como fator de desenvolvimento

* A ONU Mulheres reúne em torno de suas atividades a coparticipação de várias agências das Nações Unidas e, com isso, amplia a agenda de autonomia feminina e de empoderamento das mulheres.

“Acesso e participação das mulheres e das jovens à educação, à formação, à

ciência e tecnologia, inclusive para a promoção da igualdade de acesso das mulheres ao pleno emprego e trabalho decente.” Esse foi o

Arqu

ivo B

V

Page 65: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 65

Michelle Bachelet (D), ex-presidente do Chile e diretora-executiva da ONU Mulheres, recebe da Jovem Legionária Sâmara Malaman exemplar da edição em inglês da BOA vONTADe Mulher.

Alejandrina Germán (D), ministra da Mulher, da república Dominicana, com Mariana Malaman, representante da LBv no evento.

O embaixador Eduardo Ulibarri, representante da Costa rica nas Nações Unidas, recebe a mensagem da LBv.

Sâm

ara

Mala

man

Claudine Menvoula (e), do Gabão, ministra adjunta do Ministério da Saúde e Assuntos Sociais e da Família.

Manuela Aflonso (C) e Felipa Almeida (D), representantes de ONG portuguesa, com Adriana rocha, da LBv.

Danil

o Pa

rmeg

iani

David

Koll

er

Madame Mateta nee Mackela Leonie Rose, diretora-geral da Secretaria de Mulheres do Congo, com representante da LBv.

Sâm

ara

Mala

man

Sâm

ara

Mala

man

res e crianças vítimas do tráfico; empregadas domésticas que deixa-ram a família para viver em novos lugares, desprotegidas por leis ou políticas trabalhistas; muitas meni-nas obrigadas a abandonar a escola ou a se casar muito cedo; mulheres e meninas que não têm acesso a serviços como extensão agrícola, postos de saúde, transporte econô-mico e assistência judiciária. No mundo, há pouquíssimas mulheres no grupo de tomada de decisões,

quando são negociados acordos de paz, comércio ou mudanças climá-ticas”, enumerou a diretora.

Outras autoridades presentes à reunião também externaram o mesmo sentimento. O presidente do Ecosoc, Lazarous Kapambwe, por sua vez, afirmou: “Nenhum país pode se desenvolver de forma sustentável sem a participação ple-na e efetiva das mulheres em todos os aspectos da vida”.

A Legião da Boa Vontade, que

participa ativamente da comissão desde 1995, neste ano encaminhou a autoridades e delegações interna-cionais a revista BOA VONTADE Mulher. A dra. Michelle Bachelet recebeu com entusiasmo a men-sagem ecumênica da LBV, por intermédio da Jovem Legionária Sâmara Malaman. A publicação especial, editada em espanhol, francês, inglês e português, além de apresentar um resumo dos progra-mas desenvolvidos pela Instituição,

Cros

by N

ewco

mer

-Falk

Page 66: Revista Boa Vontade, edição 229

66 | BOA VONTADE

Educação e profundo compromisso com a luta pelo fim de preconceitos e discriminações, a LBV levou ao debate as práticas humanitárias, so-ciais e educacionais que empreen de há mais de 60 anos, em suas escolas, abrigos para idosos e Centros Co-munitários de Assistência Social. Com a ajuda de programas, cam-panhas e projetos socioeducativos da Instituição, milhares de mulhe-res têm a autoestima fortalecida, livram-se da violência doméstica

Amira Fahmy (e), primeira-secretária da Missão Permanente do egito nas Nações Unidas, e Safa Elbaz, do Conselho Nacional da Mulher no egito, com o representante da LBv na ONU, Danilo Parmegiani.

Adriana Rocha, da LBv, ao lado de Elvira Fernandez (e) e Arieta Flous, representantes de ONG mexicana.

que beneficiam todos os dias milha-res de famílias no Brasil e no exte-rior, traz o artigo “O Milênio das Mulheres”, do jornalista e escritor José de Paiva Netto. Nele, o diretor- -presidente da LBV presta uma justa homenagem à Alma feminina e sua capacidade de contribuir para a solução de graves problemas que afligem os povos.

ComprometimentoCom longa história de sucesso na

e entram no mercado de trabalho. A base dessas ações é a Pedagogia da Boa Vontade — formada pela Pedagogia do Afeto (para crianças de até os 10 anos) e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos) —, linha pedagógica criada por Paiva Netto.

A proposta educacional da LBV, que investe na formação integral do Ser Humano, unindo intelecto e sentimento, favorece não apenas crianças e jovens, mas também as fa-

LBV na ONUCr

osby

Folk

Mar

iana

Mala

man

Equipe solidária da LBV dos EUA na 55a CSW — em frente à ONU, a partir da esquerda, Danilo Parmegiani, Sâmara Malaman, Adriana rocha, Crosby Newcomer-Falk, Mariana Malaman, Conceição Albuquerque e Graham Norwood. Também fazem parte da delegação da Instituição os jovens eliana Gonçalves, Jacqueline Arbucci, Amado vieira, Amanda vieira e David Koller.

Arqu

ivo B

V

Albina Ruiz Ríos (e), fundadora e presidente da organização peruana Ciudad Saludable (Cidade Saudável) e palestrante na conferência da ONU, com Eliana Gonçalves, da LBv.

Cros

by N

ewco

mer

-Falk

Page 67: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 67

mílias, boa parte delas hoje chefiada por uma mulher. “As mães sempre são vistas na Legião da Boa Vontade como um ponto central de transfor-mação e de mudança na sociedade, até por serem também as maiores responsáveis pela educação dos filhos (...)”, ressalta Adriana Rocha, representante da LBV na ONU.

As recomendações da Ins-tituição foram também oficial-mente apresentadas por escrito. O Ecosoc traduziu o documento

para os seis idiomas oficiais do organismo (árabe, chinês, espa-nhol, francês, inglês e russo) e encaminhou-o aos participantes da conferência, missões governa-mentais e agências internacionais (destaque ao lado). O conteúdo da declaração já está disponível no site da ONU. Para fazer o download, basta acessar o site http://documents.un.org/ e buscar o documento, digitando a expres-são E/CN.6/2011/NGO/37.

Georgina quaisie (C), chefe do Departamento de Ciência do Ministério da educação de Gana, com Crosby Newcomer-Falk e Eliana Gonçalves, da LBv.

Justine Diffo Tchunkam (D), representante da república dos Camarões e coordena-dora nacional de Network para maior participação das Mulheres na Política, com Jacqueline Arbucci, representante da LBv.

representantes do Sudão recebem a BOA vONTADe Mulher

David

Koll

er

David

Koll

er

Jacq

uelin

e Arb

ucci

O embaixador da Missão Permanente da república Dominicana nas Nações Unidas, Francis Lorenzo (D), com representante da LBv.

Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres e chefe da delegação brasileira na reunião da CSW na ONU, Iriny Lopes, com Danilo Parmegiani.

Secretário da Missão Permanente do Iraque na ONU, Wisam Al-qaisi, com representante da LBv.

Sâm

ara

Mala

man

Mar

iana

Mala

man

Mar

iana

Mala

man

Naciones Unidas

E/CN.6/2011/NGO/37

Consejo Económico y Social Distr. general 3 de diciembre de 2010 Español Original: inglés

10-67058 (S) 221210 040111 *1067058*

Comisión de la Condición Jurídica y Social de la Mujer 55º período de sesiones 22 de febrero a 4 de marzo de 2011 Tema 3 a) del programa provisional* Seguimiento de la Cuarta Conferencia Mundial sobre

la Mujer y del vigésimo tercer período extraordinario de sesiones de la Asamblea General, titulado “La mujer en el año 2000: igualdad entre los géneros, desarrollo y paz para el siglo XXI”: consecución de los objetivos estratégicos, adopción de medidas en las esferas de especial preocupación y medidas e iniciativas ulteriores

Declaración presentada por la Legión de la Buena Voluntad, organización no gubernamental reconocida como entidad consultiva por el Consejo Económico y Social

El Secretario General ha recibido la siguiente declaración, que se distribuye de

conformidad con lo dispuesto en los párrafos 36 y 37 de la resolución 1996/31 del

Consejo Económico y Social.

* E/CN.6/2011/1.

Организация Объединенных Наций

E/CN.6/2011/NGO/37

Экономический и Социальный Совет

Distr.: General 3 December 2010 Russian

Original: English

10-67057 X (R) 210110 210110 10-67057

Комиссия по положению женщин Пятьдесят пятая сессия 22 февраля – 4 марта 2011 года Пункт 3(a) предварительной повестки дня* Последующая деятельность по итогам четвертой

Всемирной конференции по положению женщин

и двадцать третьей специальной сессии Генеральной

Ассамблеи под названием «Женщины в 2000 году:

равенство между мужчинами и женщинами, развитие

и мир в XXI веке»: достижение стратегических целей

и деятельность в важнейших проблемных областях

и дальнейшие меры и инициативы Заявление Легиона доброй воли — неправительственной организации, имеющей

консультативный статус при Экономическом

и Социальном Совете

Генеральный секретарь получил следующее заявление, которое распро-

страняется в соответствии с пунктами 36 и 37 резолюции 1996/31 Экономиче-

ского и Социального Совета.

__________________ * E/CN.6/2011/1.

Espanhol

RussoNations Unies

E/CN.6/2011/NGO/37

Conseil économique et social Distr. générale

3 décembre 2010

FrançaisOriginal : anglais

10-67056X (F)

*1067056*

Commission de la condition de la femme

Cinquante-cinquième session

22 février-4 mars 2011

Point 3 a) de l’ordre du jour provisoire

Suite donnée à la quatrième Conférence mondiale

sur les femmes et à la vingt-troisième session extraordinaire

de l’Assemblée générale intitulée « Les femmes en l’an 2000 :

égalité des sexes, développement et paix pour le XXIe siècle » :

réalisation des objectifs stratégiques et mesures à prendre

dans les domaines critiques et nouvelles mesures et initiatives

Déclaration soumise par Legiao de Boa Vontade,

une organisation gouvernementale avec statut

consultatif auprès du Conseil économique

et social

Le Secrétaire général a reçu la déclaration suivante qui est publiée

conformément aux paragraphes 36 et 37 de la résolution 1996/31 du Conseil

économique et social.

* E/CN.6/2011/1.

Francês

األمــم املتحـدة

E/CN.6/2011/NGO/37 اجملس االقتصادي واالجتماعي

لDistr.: General

3 December 2010

ArabicOriginal: English

221210 221210 10-67053X (A)

*1067053*

جلنة وضع املرأةورة اخلامسة واخلمسون

الد) أ (٣البند ٢٠١١مارس/ آذار٤ -فرباير / شباط٢٢

من جدول األعمال املؤقت*

ر العاملي الرابع املعين باملمتابعة نتائج املؤمت

يف ام والسال ةـــوالتنمين اجلنسني ــبياواة ـــسامل: ٢٠٠٠ام ــاملرأة ع” ةــونـة املعنــة العامـن للجمعيـة والعشريـة الثالثـاالستثنائي ــرأة والدورةاالستراتيجية واإل ذ األهدافــتنفي: “لقرن احلادي والعشرين

ت الواجب اختاذها فــي جمـاالتجراءا

اإلجراءات واملبادرات

احلامسة واختاذ مزيد مناالهتمام

يـدة، وهـو منظمـة غـري حكوميـة ذات من فيلـق املـساعي احلم

بيان مقدم

االقتصادي واالجتماعي استشاري لدى اجمللس

مركز

ي تعميمه وفقا للفقـرتني العام البيان التايل الذي جير

تسلم األمني

القتصادي واالجتماعي مـن قـرار ٣٧ و٣٦اجمللس ا

١٩٩٦/٣١.

* E/CN.6/2011/1.

Árabe 联 合 国 E/CN.6/2011/NGO/37

经济及社会理事会 Distr.: General 3 December 2010 Chinese Original: English

10-67054 X (C) 301210 301210 *1067054*

妇女地位委员会

第五十五届会议

2011 年 2 月 22 日至 3月 4 日

临时议程* 项目 3(a)

第四次妇女问题世界会议以及题为“2000 年妇女:

二十一世纪两性平等、发展与和平”的大会第二十

三届特别会议的后续行动:重大关切领域战略目标

和行动的执行情况以及进一步的行动和倡议

具有经济及社会理事会咨商地位的非政府组织博爱工作团提

交的声明

秘书长收到下列声明,现依照经济及社会理事会第 1996/31 号决议第 36 和

37 段的规定分发。

* E/CN.6/2011/1。

Chinês

United Nations E/CN.6/2011/NGO/37

Economic and Social Council Distr.: General 3 December 2010

Original: English

10-67055 (E) 291210 *1067055*

Commission on the Status of Women Fifty-fifth session 22 February-4 March 2011 Item 3 (a) of the provisional agenda* Follow-up to the Fourth World Conference on Women and to the twenty-third special session of the General Assembly, entitled “Women 2000: gender equality, development and peace for the twenty-first century”: implementation of strategic objectives and action in critical areas of concern and further actions and initiatives

Statement submitted by Legião de Boa Vontade, a non-governmental organization in consultative status with the Economic and Social Council

The Secretary-General has received the following statement, which is being circulated in accordance with paragraphs 36 and 37 of Economic and Social Council resolution 1996/31.

* E/CN.6/2011/1.

Inglês

Page 68: Revista Boa Vontade, edição 229

68 | BOA VONTADE

O Templo da Boa Vontade (TBV), a Pirâmide das Almas Benditas, recebeu,

em 28 de janeiro, integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil, das seções do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, em fraterna visita ao monumento. Estavam presentes o diretor-financeiro da OAB-RJ, dr. Marcello Oliveira; o consultor de Relações Institucio-nais, dr. Rodrigo Graça Aranha; e o presidente da OAB-DF, dr. Francisco Queiroz Caputo Neto.

“É impressionante a obra que foi edificada aqui, um patrimônio extraordinário para nossa cidade, motivo de orgulho para todos nós que escolhemos Brasília. O povo brasileiro tem, na capital da Repú-blica, um lugar que é efetivamente

um centro ecumênico, que atende de forma extraordinária aos an-seios da nossa sociedade”, disse o presidente da OAB-DF.

O diretor-financeiro da OAB-RJ, dr. Marcello Oliveira, compartilhou a satisfação da visita. “Fiquei muito feliz de estar aqui e ter a oportuni-dade de conhecer a Pirâmide, os espaços de ação. Nós falávamos que há espaços de reflexão e de ação para o Ser Humano crescer, desenvolver-se espiritualmente e em todos os sentidos: pessoal e profissionalmente. Que haja tanto a reflexão quanto a ação. O Templo provoca essa reflexão.”

ParceriaA Legião da Boa Vontade e a

OAB-RJ uniram-se recentemente

no apoio às vítimas das fortes chu-vas no Rio de Janeiro. Sobre a ação, o dr. Francisco Caputo comentou: “Agradeço a oportunidade única, privilegiada, de estar aqui. Quero dizer que a OAB-DF também está de portas abertas para a LBV e tenho a certeza de que teremos muitos e muitos projetos futuros, porque os nossos anseios e objeti-vos são comuns. Muito obrigado!”.

O diretor-financeiro da OAB- -RJ também citou a parceria entre as duas entidades: “Fico muito fe-liz de estar aqui, depois de termos trabalhado juntos nesse episódio lamentável. Pude constatar o traba-lho belíssimo que a Legião da Boa Vontade fez”.

Feliz com o resultado da ação conjunta, o dr. Marcello Oliveira

Templo da Paz recebe OAB do DF e do RJ

Notícias de Brasília

A partir da esquerda, dr. Marcello Oliveira, diretor-financeiro da OAB-rJ; enaildo viana, da LBv; a artista plástica Marta Tereza; dr. Francisco Caputo, presidente da OAB-DF; Pedro Paulo Torres, da LBv; dr. rodrigo Graça Aranha, consultor de relações Institucionais da OAB-rJ; e Paulo Medeiros, da LBv.

José

Gon

çalo

Janine Martins

Page 69: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 69

O escritor e pesquisador Adirson Vasconcelos lançou em Brasília/DF, em 6 de abril, o livro Chatô e seu tempo: o Bra-sil de 1924 a 1968. A obra regis-tra a participação de francisco de Assis Chateaubriand Ban-deira de Melo em momentos importantes da história do país no século 20. Chatô, como era também conhecido, foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 50, destacando-se como jornalista, empresário e político. O autor dedicou um capítulo para cada ano de vida do jornalista paraibano, nascido em 1892, traçando, assim, um resumo cronológico da trajetória de Chauteubriand até sua morte, em 4 de abril de 1968.

A concorrida noite de autógrafos, na sede do Correio Braziliense, reuniu, além de historiadores e do público em geral, escritores e jornalistas, a exemplo de Wanderval Calaça e Márcio Cotrim, secretário-executivo do Conselho da Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumêni ca, do ParlaMundi da LBV. O historiador Adirson Vasconcelos, que também é conselheiro da Ordem do Mérito da Frater-nidade Ecumênica, autografou um exemplar da obra ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com os seguintes dizeres: “Ao estimado Paiva Netto, pelo admirável trabalho que realiza pela humanidade, a homenagem e a amizade de Adirson Vasconcelos”.

declarou: “Nós estaremos ao lado da Legião da Boa Vontade nessas ações sempre que nos chamarem. Espero que não tenhamos nenhuma outra tragédia dessa natureza no Rio de Janeiro e possamos agora trabalhar para educar a população em todos os sentidos e, de alguma forma, dar outro tipo de assistên-cia de que essa população tanto carece”.

Ao término da entrevista, ressal-tou assertiva dita há décadas pelo dirigente da LBV: “Se o território não é defendido pelos bons, os maus fazem ‘justa’ a vitória da injustiça”. Concordando com a ideia, pontuou: “(...) Como diz Paiva Netto, temos que nos unir, buscar entidades, pessoas, a so-ciedade civil, para que possamos produzir resultados e que isso nos dê esperança para o futuro”.

MensagemO consultor de Relações Insti-

tucionais da OAB-RJ, dr. Rodrigo Aranha, registrou suas impressões via correio eletrônico: “Amigos, definitivamente o sucesso é fruto do trabalho, do aprimoramento, da disciplina, da perseverança e da fé, ingredientes que parecem inundar a LBV. Na ocasião da dis-tribuição dos donativos, conheci a face operacional da Entidade. Uma coordenação que parecia guiada pelas mãos do Divino, pois em meio àquele cenário de devastação, onde os agentes públicos tinham dificul-dade até mesmo no ordenamento do trânsito, a LBV se deslocava com a precisão e a velocidade de uma flecha, que conhece seu alvo, mas principalmente qual a trajetória

que deve cumprir para alcançá-lo. Nessa visita [ao TBV] com os ami-gos Marcello Oliveira e Francisco Caputo, vi competência e traquejo político, além de um roteiro interno minimamente pensado, onde cada detalhe impressiona e encanta. Desde que deixei a FGV Consulting, em 2000, travei contato com en-tidades patronais de quase todos os segmentos. Nenhuma dessas

entidades tem em suas instalações um roteiro com o apelo e a beleza daqui. Por todas essas razões, faço minhas as palavras do colega Claudio Lamachia, presidente da OAB-RS: ‘É um privilégio estar aqui contribuindo com a LBV, que certamente alavanca o nosso país para um futuro melhor!’. Recebam o caloroso abraço do Rodrigo Graça Aranha”.

Livro traz o legado de Assis Chateaubriand

O autor Adirson vasconcelos (e) recebe os cumprimentos de enaildo viana, da LBv.

José

Gon

çalo

Page 70: Revista Boa Vontade, edição 229

70 | BOA VONTADE

Corrente solidária

Números da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro Vítimas: 905 óbitosDesaparecidos: 347 Fonte: Polícia Civil do Rio de Janeiro e Ministério Público do Rio de Janeiro

Desabrigados: 9.683Desalojados: 23.118 Fonte: Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SESDEC)Atualizado em 18/2/2011

Em poucos dias, ação da LBV em parceria com o povo, com empresas e com a mídia arrecada e

distribui 544 toneladas de doações às vítimas das chuvas.

SOS CalamidadesO povo ajuda, a LBv faz!

Page 71: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 71

“A LBV está dando um show de solidariedade!!!”

(18/1/2011, à 01h21)

“Maravilha!! Viva o Rio de Janeiro!! Viva a LBV!!”

(19/1/2011, às 17h50)

Sérgio CabralGovernador do Rio de Janeiro, em

mensagens encaminhadas por e-mail.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Nos primeiros dias de 2011, o Sudeste do Brasil conheceu as consequên cias do maior de-

sastre natural do país. Até o começo de fevereiro, haviam morrido mais de 900 pessoas e cerca de 400 conti-nuavam desaparecidas só na região serrana do Rio de Janeiro, segundo dados divulgados pelas prefeituras locais. Entre os sobreviventes, o número de afetados pelas chuvas chegou a 91 mil, de acordo com a Defesa Civil.

Enquanto os brasileiros assis-tiam, comovidos, ao drama das víti-mas, crescia também a mobilização deles, traduzida em preces, doações e apoio às famílias castigadas pelas enchentes e pelos deslizamentos. O desejo era semear a esperança nos momentos de aflição.

Milhares de voluntários pronta-mente se dirigiram às unidades da Legião da Boa Vontade espalhadas pelo território nacional, especial-mente no Sudeste, e passaram a se-parar as doações que não paravam de chegar. Em três semanas, a Ins-tituição arrecadou e entregou 544 toneladas às vítimas das chuvas.

O grande volume de lama e as dificuldades geradas pelos de-sabamentos, queda de barreiras e pontes destruídas fizeram com que o acesso a muitas cidades ficasse comprometido. Contudo, nenhum obstáculo impediu que as carretas da Solidariedade, cedidas por em-presas parceiras (veja nas páginas 78 e 79), seguissem viagem.

Segundo o vice-governador e secretário de Obras do Rio de

Itens entregues às

famíliasÁgua potável, alimentos não

perecíveis e de pronto consumo (massas e sopas desidrata-das, biscoitos, cereais, enlata-dos etc.), material de limpeza (sabão, álcool, desinfetante, detergente, água sanitária, vas-souras, rodos etc.) e de higiene pessoal (sabonete, escova e creme dental, absorventes e fraldas descartáveis etc.), além de roupas, calçados, roupa de cama e banho, ração animal, brinquedos, velas e fósforos.

Page 72: Revista Boa Vontade, edição 229

72 | BOA VONTADE

“A parceria entre o governo, a sociedade civil, a LBV, com a Solidariedade do povo brasileiro, é o que nos anima a trabalhar.”

Luiz Fernando PezãoVice-governador e secretário de Obras

do Rio de Janeiro

“A parceria entre o governo, a sociedade civil, a LBV, com a So-lidariedade do povo brasileiro, é o que nos anima a trabalhar”.

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Rodrigo Neves, acompanhou o esforço e o alcance desse trabalho solidário: “Desde a primeira hora, [a Legião da Boa Vontade] somou esforços e organizou a participação da socie-dade com instituições de enorme credibilidade no Rio de Janeiro. A participação da LBV foi integra-dora, mobilizadora, porque de fato o Estado sozinho não seria capaz de dar resposta à maior tragédia da história do Brasil com a rapidez com que nós a tivemos. Hoje, não há uma família, uma comunidade, que não tenha recebido o apoio, a assistência humanitária. E a LBV contribuiu de maneira decisiva a essa resposta. Que essas doações, que essa Boa Vontade que observa-mos em todas as cidades do Brasil continue. Obrigado, e viva a LBV aqui do Rio de Janeiro!”.

Logo que chegam às comu-nidades atingidas, os donativos

SOS CalamidadesVi

níciu

s Bue

no

são encaminhados aos órgãos responsáveis pela distribuição de gêneros de primeira necessidade às famílias desabrigadas e de-salojadas, a exemplo da Defesa Civil, de órgãos das prefeituras e das associações de bairro.

Nas localidades onde a LBV foi a primeira a chegar com as colaborações, os próprios vo-luntários entregaram as doações. Os donativos em dinheiro foram revertidos para a compra de mais de 30 toneladas de alimentos e água potável.

Colaborador da LBV em Su-midouro/RJ — município também atingido pelas fortes chuvas —, Wantuil Custódio viu de perto a força do voluntariado em sua cidade e pôde, assim, comprovar a importância de sua contribuição às ações desenvolvidas pela Insti-tuição em todo o Brasil. “Fiquei impressionado com o serviço prestado pela LBV em minha ci-dade. (...) Nunca imaginei que um dia essa pequena ajuda que doo se transformasse numa gigante ajuda mútua. Obrigado à LBV por existir”, registrou, via e-mail.

Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foram “mais de 5.300 pessoas trabalhando, mais de 400 máqui-nas e 18 helicópteros”. Apesar do cenário de destruição, a ação vo-luntária coordenada pela Legião da Boa Vontade, em parceria com os órgãos competentes, para o vice- -governador, encoraja a equipe:

Page 73: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 73

“A LBV é extraordinária parceira do Governo do Estado. A atuação de vocês, em parceria com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, é fundamental para levar auxílio, ajuda humanitária às famílias. Parabéns!”

Rodrigo NevesSecretário de Assistência Social e

Direitos Humanos do Rio de Janeiro, em e-mail encaminhado à LBV.

Anto

nio G

uerra

João

Per

iottoem Santa Maria

Madalena/rJ, a frota de caminhões da LBv

chegou com as primeiras doações. A cidade,

próxima de Nova Friburgo, uma das mais afetadas pelas chuvas, teve as vias de acesso parcial ou totalmente destruídas. O auxílio

humanitário alcançou até mesmo as áreas mais

isoladas da região.

Foto

s: Jo

ão P

eriot

to

23

22

181

2

7

6

5

21

20

8

17 13 1116 12 14

1510

9

19

43

1 São Paulo2 franco da Rocha3 Sumaré4 Itamonte5 Carvalhos6 três Corações7 Pouso Alegre8 St. Maria Madalena

SP

SC

RJESMG

9 São Sebastião do Alto10 Sumidouro11 trajano de Morais12 teresópolis13 Petrópolis14 Nova friburgo15 São José do Vale do Rio Preto16 Bom Jardim

17 Areal18 Mauá19 Mimoso do Sul20 Cachoeiro do Itapemirim21 Muqui22 Joinville23 Criciúma

Cidades beneficiadas pela LBV

de544 2.600 30toneladas23toneladas

de doações entregues

participações voluntárias

cidades beneficiadas

de alimentos e água potável

compradas com doações feitas em

dinheiro

+

Sua doação chegou!

de+

Page 74: Revista Boa Vontade, edição 229

74 | BOA VONTADE

Nos dias que se seguiram à maior tragédia natural do Bra-sil, o país assistiu a inúme ros

exemplos de gente pronta a doar tempo, conhecimento, esforço e Amor em favor do próximo. Pessoas de diferentes ocupações e idades, mas com um objetivo comum: ser útil e ajudar as vítimas das chuvas, prestando o auxílio material na hora do sofrimento e levando uma palavra de conforto.

Sem os dedicados voluntários, que não emudecem nem cruzam os braços, pois sabem a im-

Maria das Graças de Sousa

Felip

e To

nin

SOS Calamidades

Mais de 2.600 participações voluntárias foram registradas na mobilização para a montagem dos kits com donativos da Campanha LBV — SOS Calamidades.

DIA E NOITE Os voluntários não mediam hora. Houve caminhão, por exemplo, carregado à meia-noite (D).

A força do voluntariadoportância de agir e fazer a dife-rença, a mobilização não teria o tamanho que teve. “O sentimento de Solidariedade é percebido pelas famílias que recebem as doações. Recebemos bilhetes com recados de Solidariedade, respei-to, e o reforço pela garantia dos direitos do cidadão”, destacou o superintendente socioeduca-cional da LBV, Antonio Paulo Espeleta.

Mesmo diante de muitas difi-culdades, voluntários e parceiros

ajudaram a LBV a arrecadar 544 toneladas de doações. As famílias agradecem. “Toda vez que a gente precisa, que a gente está

no caos, a LBV está sempre pron-ta para nos ajudar”, lembrou a presidente do Clube de Mães do Jardim Panta-nal, Maria das Graças de Sousa, na zona leste de São Paulo/SP.

Com as primeiras notícias da tragédia, a Legião da Boa Vontade colocava prontamente à disposição as suas unidades de atendimento no país e mesmo no exterior para reunir as doações.

A Instituição agradece a Soli-dariedade de todos os que fizeram parte de mais esta ação da Cam-panha LBV — SOS Calamidades e solicita que as pessoas continuem doando, pois “a rede de volun-tários e parceiros se encarrega de garantir a execução das ati-vidades, mantendo e ampliando esta Corrente de Solidariedade”, afirmou Antonio Paulo.

Felip

e To

nin

João

Per

iotto

João

Per

iotto

Page 75: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 75

Logo após as tragédias, o número de doadores e voluntários é alto e, às vezes, as entidades e os órgãos públicos se disponibilizam a receber os produtos, mas não têm experiência para otimizar o trabalho para que eles cheguem o mais rápido possível a quem precisa. Por isso, é possível adotar um procedimento de trabalho.

“Nos seus 61 anos de atividades, a LBV atuou em diversas situações de calamidade. Os voluntários são orientados de acordo com cada situação”, explica o superintendente socioeducacional da LBV, Antonio Paulo Espeleta.

“Agimos sempre em conjunto com a Defesa Civil e de acordo com a Política de Assistência Social. Conhecendo as necessidades, inicia-mos a campanha e a orientação aos voluntários e parceiros. Normalmente, as doações passam por uma triagem e cada material é separado de acordo com sua utilidade (vestimenta, alimen-tos, produtos de higiene e limpeza, utensílios de cozinha e brinquedos)”, completa.

Portal eBand noticia “Manual da doação: LBV ensina como ajudar”

Marielly Campos, do Portal eBand

LBV — Somando esforços e vencendo desafios

Sempre presente onde o povo precisa, a Legião da Boa Von tade soma esforços com

a sociedade civil em ações de cunho social, educativo, ou em mutirões organizados para atuar em situações de emergência.

A ajuda vem dos mais dife-rentes segmentos. Uma parceria entre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), o Shop-ping Nova América (adminis-

trado pela Ancar Ivanhoe) e a LBV, por exemplo, permitiu o envio de três grandes remessas de doações às cidades da região serrana do Rio de Janeiro, tota-lizando 37,8 mil litros de água potável.

O Centro Universitário Au-gusto Motta (Unisuam), do Rio de Janeiro, solicitou a ajuda de estudantes que estavam em perío do de férias para participar

com a LBV nessa empreitada. O professor Paulo Motta coor-denou a ação. “Convocamos os alunos não apenas para doar, mas, sobretudo, para o trabalho voluntário. (...) Essa parceria está sendo uma verdadeira esco-la”, ressaltou.

O time de todas as torcidas

A máxima popular de que “a LBV é o time de todas as torci-das” se confirmou mais uma vez com o apoio conjunto de Flamen-go, Fluminense, Santos e Vasco da Gama ao lado da Legião da Boa Vontade no mutirão em prol das famílias atingidas pelas chu-vas. “O Flamengo se solidariza com as vítimas das enchentes na região serrana. Estamos pedindo aos torcedores que colaborem com essa parceria, que se esten-de além das fronteiras do Rio de Janeiro”, destacou a presidente do rubro-negro carioca, Patrícia Amorim.

O vice-presidente social do clube, Cacau Cotta, também se manifestou: “A LBV tem uma história marcante em atendi-mento aos mais necessitados. O Flamengo confia na LBV. E a LBV confia no Flamengo. (...) Ela é o caminho certo de essas doações chegarem em seguran-

Page 76: Revista Boa Vontade, edição 229

76 | BOA VONTADE

SOS Calamidades

ça para aqueles que realmente precisam”.

Para o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, “a LBV é uma referência. É a certeza de que, mais do que nunca, as doa-ções vão seguir seu caminho e chegar às pessoas que estão precisando”. O dirigente do Fluminense, Peter Siemsen, compartilha da mesma opinião: “Criamos um posto de coleta aqui no clube e estamos incen-tivando o sócio-torcedor a fazer suas doações”.

Em 26 de janeiro, o San-tos Futebol Clube arrecadou doações em uma partida contra o São Caetano, na Arena Ba-rueri, válida pelo Campeonato Paulista 2011. A ação prosse-guiu nos dias seguintes na sede santista, na Vila Belmiro, em Santos/SP, tornando-se outro posto de coleta em parceria com a LBV.

Rodr

igo d

e Ol

iveira

Môn

ica M

ende

s

Karin

a Ne

to

Már

cia S

ouza

Vânia

Ban

deira

Thiag

o M

orell

o

Lucia

n Fa

gund

es

A Legião da Boa Vontade encaminhou às empresas apoiadoras da Campanha LBV — SOS Calamidades material de divulgação e prestação de contas do trabalho: uma pasta com fotos e um vídeo da distribuição das doações nas localidades atendidas, além de um certificado pela participação na iniciativa e o agradecimento da Instituição.

Elzimar Antunes, diretor-geral da Soli-tec Seguros, em São Paulo/SP, ressaltou a satisfação de receber esse registro: “Sensi-

bilizado, agradeço a grande recordação da Campanha, desenvolvida pela LBV, em socorro às vítimas das chuvas torrenciais na região serrana do Rio de Janeiro e em outras localidades, numa demonstração marcante da grandeza da LBV. (...) O aprimoramento de todos os projetos e traba-lhos realizados pela LBV se reflete no Brasil e no exterior com tamanha dimensão, que, além de divulgar diplomaticamente nosso país, elevam o seu conceito. É uma Instituição digna de ser seguida pelas nações de Primeiro Mundo. Não poderia deixar de ressaltar o grande trabalho de equipe, capitaneado pelo nosso Irmão Paiva Netto, que sempre atuou com grande sensibilidade e competência, (...) renovando-se com o passar dos anos, sem comprometer a eficiência e dedicação. (...) Conte sempre comigo e com nossa equipe, que atua ao lado da Instituição há quase 40 anos, com muito orgulho e satisfação”.

LBV: prestando contas ao povo

Chico

Aud

i

Page 77: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 77

em Teresópolis, um empresário local (que prefere não se identificar) abriu as portas do depósito de sua empresa para acolher

300 pessoas desabrigadas no bairro Granja Comari e forneceu-lhes colchonetes.

Nesse mesmo local, a LBv entregou, entre outros donativos, 800 pares de sapatos

doados pela empresa CNS. Houve também atendimento de assistentes sociais

da prefeitura, psicólogos e recreadoras voluntárias, que desenvolveram atividades

lúdicas com as crianças em um espaço improvisado com brinquedos.

Foto

s: Jo

ão P

eriot

to

EM São PAULo: ADG Drogarias; Asso-ciação Educacional Boa Vontade (AEBV); Bom Baiano Distribuidora de Doces; Buffet Flower’s Garden; Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (Caasp); Central Nacional Unimed; Centro de Orientação à Família; Chik’s Center Modas; CNS Calçados Masculinos; Companhia Mutual de Seguros; Concremix Concreto; Condo-mínio Campos Elíseos; Condomínio Nova Cachoeirinha; Condomínio Porto Seguro; Condomínio Santana Espaço e Vida; Con-sórcio Sudoeste Gato Preto; Contax; Contém 1g S/A; Controlar S/A; Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Cruz Vermelha Brasileira — Filial do Estado de São Paulo; E R Massambani — Moda grande feminina; Ecolab Química Ltda.; Edi-ções Globo Condé Nast; Editora Elevação; Escala III Indústria e Comércio Ltda.; Fábrica de Máquinas e Equipamentos Fameq Ltda.; Fênix Eventos; Fotográficos Labortec Ltda.; Fraternidade Aliança Aca Laurência e Rotary Club São Paulo — Cidade Ademar Alvorada; Fundação Boa Vontade; Fundação José de Paiva Netto; Fundação Vanzolini; Giraffas — Sanduíches e Grelhados; Gravadora Som Puro Records; Grupo Pão de Açúcar; Guarda Civil Metropolitana de SP; Habib’s

Braz Leme; Igrejas Ecumênicas da Religião de Deus — Bom Retiro, Santo André e Ponte Rasa — SP; Igreja Deus é Poder; Instituto de Cegos Padre Chico; Instituto do Câncer do Estado de São Paulo; Kroton Educacional; Laboratório Técnico de Serviços; Lógica Amé-rica do Sul ; Lojas Brandão Ltda.; Mabe Brasil Eletrodomésticos; Magnitude Assessoria em Comércio Exterior ; Mundial Gráfica Ltda.; Nova Gestão de Frotas; Opus Produtos de Higiene e Descartáveis Ltda.; Padaria Pães e Doces Iracema; Paróquia Nossa Senhora do Retiro; Paróquia Sant’ Ana; Paróquia Santuário São Judas Tadeu; Pollet Advogados Associados; PoliCryl Indústria e Comércio Ltda.; Porto Geral Shopping; Pro Stori — Comércio de Roupas Ltda.; Riachuelo; R PLigthing; Sales Equipa-mentos e Produtos de Higiene Profissional Ltda.; Sanofi Aventis — Brasil; Santil; Santos Futebol Clube; Secretaria Municipal de Assistência Social — Conchas/SP; Solitec Seguros; Sono Arte — Comércio de Móveis e Colchões; Sony Brasil; Strass & Cia; Teleperformance; Transit Telecom; T-Systems do Brasil Ltda.; Uninove — Universidade Nove de Julho; Zukin Calçados.

No RIo DE JANEIRo: Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (Caarj) ; Cas-cataí Água Mineral; Castrol BP; Centro Univer-

sitário Augusto Motta (Unisuam); Club de Re-gatas Vasco da Gama (sede São Januário); Clube de Regatas do Flamengo; Comissão da Justiça do Trabalho; Coordenadoria da Metropolitana 3 — Secretaria de Educação do Rio de Janeiro; Fluminense Football Club; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB- -RJ); Rede de shoppings centers Ancar Ivanhoe: Botafogo Praia Shopping, Rio Design Barra, Rio Design Leblon, Shopping Nova América, São Gonçalo Shopping e Do-wntown; Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos; Super Rádio Brasil (940 AM); Igrejas Ecumênicas da Religião de Deus — Del Castilho, Riachuelo, Bangu, Campo Grande, Duque de Caxias, São Gonçalo, Belford Roxo e Niterói — RJ; Linha Amarela S.A (Lamsa); Rei das Faixas — Volta Redonda/RJ; Floresta Com. Indús-tria S/A; Supermercado Zona Sul.

No DIStRIto fEDERAL: Administração Regional de Brazlândia/DF; Centro Auto-motivo do Banco do Brasil Seguro Auto; Fasthelp — Suporte Técnico Especializado; Fundação Ulysses Guimarães (FUG-DF); GVT; Serviço Federal de Processamento de Dados; Unidades Guará I, Asa Sul e Lago Sul do Supermercado da Terra.

Empresas e entidades que levaram doações até a LBV

Page 78: Revista Boa Vontade, edição 229

78 | BOA VONTADE

Toda a mobilização para a coleta de donativos de nada adiantaria se não fosse a colaboração de trans-portadoras e caminhoneiros voluntários. Graças a essa ajuda, foi possível executar a logística eficiente para a entrega do transporte do material arrecadado. A LBV agradece a esses Amigos de Boa Vontade que forma-ram uma enorme força-tarefa no socorro às vítimas das enchentes e deslizamentos na Região Sudeste.

• A. Todesco Country Style• Antonio Alves, de Santo André/SP, que utilizou carreta própria• Caixas e Chapas de Papelão Aparecida Embalagens• BigForms Formulários Contínuos Ltda.• Competicion Transportes• Di Giaimo Transportes e Logística Ltda.• Digo Brasil Transportes Ltda.• Fastway Moving• H. Romeu Transportes Ltda. — ME• Jatex Cargas Expressas• Marumby Mudanças e Transportes Ltda.• Patrus Transportes Urgentes• Ramos Transportes• TNT Express• Transhow Transportes e Locação de Equipamentos Ltda.• Transportadora Transnatalino Transportes Ltda.• Transportes Toniato Ltda.

SOS Calamidades

EUA

Carretas de Solidariedade

Arqu

ivo B

V

Viní

cius B

ueno

Felip

e To

ninJo

ão P

eriot

to

João

Per

iotto

Lucia

n Fa

gund

es

Carretas de Solidariedade

Page 79: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 79

João

Per

iotto

Viní

cius B

ueno

João

Per

iotto

Aneli

ese

de O

liveir

a

Lucia

n Fa

gund

es

Prisc

ila A

ntun

esLu

cian

Fagu

ndes

Lucia

n Fa

gund

es

Page 80: Revista Boa Vontade, edição 229

80 | BOA VONTADE

Teresópolis/RJ

SOS Calamidades

LBV — presente onde o povo precisaTeresópolis foi uma das ci-

dades mais castigadas pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Registra o maior número de pessoas desapare-cidas e mantém as buscas às vítimas nos bairros fantasmas criados pela lama. Mesmo com o acesso dificultado, as doações, vindas de diversas partes do Brasil e reunidas pela Legião da Boa Vontade, foram encaminha-das ao município.

“Quero agradecer a oportunida-de de ter sido convidada para par-ticipar desse movimento que inclui tantas empresas parceiras da LBV. (...) Disponibilizamos caminhões, transportadoras e funcionários, que trabalham como voluntários. A BP doou kits com colchonetes, travesseiros e cobertores”, disse a coordenadora de Comunicação do grupo Castrol BP, Cristina Brune. Para ela, esse é um exemplo a ser seguido. “Ações isoladas não conse-

guem atingir o tamanho do que está sendo feito nesse momento.”

Uma das atendidas pela Cam-panha LBV — SOS Calamidades em Teresópolis, Ivete Silva falou, emocionada, a respeito da ajuda: “Muitos estão abrigados na escola porque não têm para onde ir. É tudo muito triste, mas Deus nos ajuda por vocês. Nós vamos conseguir sair dessa, (...) porque Jesus é a nossa Esperança. Consideramos a LBV integrante da nossa família!”.

João

Per

iotto

João

Per

iotto

Viní

cius B

ueno

Page 81: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 81

A maior catástrofe natural já registrada no país deixou um triste saldo para a cidade: 421 mortos, o que representa quase metade do total. Para ajudar os 5.251 desalojados ou desabri-gados, a LBV destinou mais de 43 toneladas de água potável, alimentos, material de higiene pessoal e limpeza, roupas e brinquedos.

A repórter da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), no Rio de Janeiro, Lícia Curvello, dis-se ter se emocionado com o em-penho e o amor demonstrados no amparo às famílias atingidas, em especial por ver uma organi-zação do Terceiro Setor “chegar a pontos tão longínquos, quase inacessíveis”.

Gil R

odrig

ues

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Viní

cius B

ueno

Nova Friburgo/RJ

Page 82: Revista Boa Vontade, edição 229

82 | BOA VONTADE

Petrópolis/RJ

SOS Calamidades

Petrópolis tem 13% da popula-ção (cerca de 40 mil pessoas) ins-talada em áreas de risco, segundo o Comitê de Ações Emergenciais do município. Conforme infor-mações da Defesa Civil, em um único dia, 11 de janeiro, choveu 134 mm na cidade. A região tam-bém sofreu com o volume d’água que desceu de Teresópolis, res-ponsável por elevar o nível do rio Santo Antônio, que ficou mais de dois metros acima do normal.

Entre os muitos parceiros da Instituição na ajuda às vítimas, está a rede de supermercados Zona Sul. O diretor de marketing da empresa, Jaime Xavier, acre-dita que o exemplo e a força da Boa Vontade são capazes de sensibilizar a po-pulação. “Nosso grupo, unido ao Mega Box, ofe-rece doações de água e produtos de higiene para a LBV entregar a quem precisa.”

Foto

s: Jo

ão P

eriot

to

“É extremamente importante que uma organização como a LBV esteja à frente desse esforço. Sabemos que esses produtos serão entregues com seriedade e respeito às pessoas.”

Jaime XavierDiretor de marketing da rede de supermercados

Zona Sul

Mar

cos P

erell

o

Page 83: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 83

“Deus abençoe vocês! Na maior dificuldade, aparecem para ajudar. Graças a Deus tem muita gente boa!”

Júlia Rodriguesmoradora de Sumidouro, após

receber a ajuda da LBV. Ela e a famí-lia do filho perderam tudo com a

cheia do rio Paquequer. A estrutura da casa das duas famílias está con-

denada pela Defesa Civil e, por isso, não poderão voltar para lá.

A violência das águas em São José do Vale do Rio Preto der-rubou cinco pontes. “A cidade foi arrasada, casas destruídas, quatro mil pessoas desabrigadas, três dias sem água, luz, telefone ou qualquer outra comunicação”, analisou o prefeito de São José do Vale do Rio Preto, Adilson Fara-co. “Agradeço ao Paiva Netto e a todos os colaboradores que fazem parte da LBV e que estiveram aqui”, completou.

Os estragos na cidade vizinha de Sumidouro também não foram poucos. Ambas decretaram estado de calamidade pública. No local, famílias inteiras estão desapareci-das, e quem escapou perdeu tudo. A LBV se fez presente nessas localidades desde o início.

O dirigente da rádio Ativa FM, jornalista Fábio Meirelles, comentou: “A Legião da Boa Vontade tem uma ação altamente social e ecumênica de resgate ma-terial e espiritual. Nos momentos de angústia e de sofrimento, a LBV está presente”.

São José do Vale do Rio Preto/RJ

Sumidouro/RJ

Sumidouro/RJ

Aman

da F

erre

iraJo

ão P

eriot

toJo

ão P

eriot

to

São José do Vale do Rio Preto/RJ e Sumidouro/RJ

Page 84: Revista Boa Vontade, edição 229

84 | BOA VONTADE

Areal, Bom Jardim,

Santa Maria Madalena,

São Sebastião do Alto e

Trajano de Morais/RJ

SOS Calamidades

Os moradores de São Sebastião do Alto/rJ ficaram oito dias ilhados. A LBv

utilizou canoas e barcos para alcançar as comunidades mais isoladas e entregar a

ajuda arrecadada em todo o Brasil.Na foto ao lado, Lícia Curvello, da Super

rede Boa vontade de Comunicação, emocionou-se ao ver que a LBv “chegou a pontos tão longínquos, quase inacessíveis”.

Os municípios de Areal e Bom Jardim, sob estado de calamidade, e Santa Maria Madalena, São Sebas-tião do Alto e Trajano de Morais, que decretaram estado de emergência, foram amparados pela Legião da Boa Vontade.

“As comunidades atingidas ficaram isoladas (...). Estou emo-cionado por essa ajuda, estamos realmente precisando. Eu sempre colaborei com a LBV, e hoje a gente está recebendo essa resposta de uma forma muito positiva”, afir-mou o prefeito de Trajano de Morais, Carlos José Gomes de Souza.

Em Areal, o motorista Wallace dos Santos ajudou a salvar a vida de muita gente que habitava as margens dos rios Preto e Piabanha. As pessoas conseguiram aban-donar as casas antes que a água arrastasse tudo porque Wallace usou um carro de som de uma rá-dio comunitária local para alertar os moradores. “A LBV em Areal está ajudando muito a população. Hoje, eu a vi chegando com vá-rios caminhões para nos ajudar. Obrigado”, ressaltou, comovido, o motorista.

Santa Maria Madalena/RJ

Trajano de Morais/RJ

Santa Maria Madalena/RJ

João

Per

iotto

João

Per

iotto

João

Per

iotto

Gil R

odrig

ues

Gil R

odrig

ues

São Sebastião do Alto/RJ

Page 85: Revista Boa Vontade, edição 229

Minas Gerais e Espírito Santo

Três Corações/MG

Itamonte/MG Carvalhos/MG

Pouso Alegre/MG

As fortes chuvas também afe-taram de forma dramática os demais Estados do Sudeste. Foi decretada situação de emergência em mais de cem municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. No sul mineiro, 20,3 mil pessoas ficaram sem casa; na região serra-na capixaba, os córregos subiram até 5 metros acima do normal, derrubaram pontes e devastaram safras e lavouras, prejudicando mais de 400 propriedades rurais.

Nas regiões atingidas no sul de Minas, carretas com mais de 35 toneladas de donativos da LBV chegaram às cidades de

“Eu fiquei feliz quando vi pela televisão o pessoal da LBV lá na região serrana do Rio. (...) Vi o caminhão da LBV em Três Corações. Sou contribuinte há mais de dez anos e peço a todos que contribuam, pois vemos o fruto desse trabalho. Eu sou um admirador dessa Instituição, pela organização e pela idoneidade.”

Diógenes José FranciscoColaborador da LBV

Foto

s: Vi

vian

Ribe

iro F

erre

ira

Três Corações/MG

Carvalhos, Itamonte, Pouso Ale-gre e Três Corações. O trajeto dos caminhões no Espírito Santo incluiu as localidades de Mi-moso do Sul, Muqui e Cachoei-ro de Itapemirim. “A Legião da

Boa Vontade só não vai nos sur-preender porque sabemos que ela chega nas calamidades, nas neces-sidades maiores do povo. Pouso Alegre agradece muito”, disse a assistente social Maria do Socorro.

Page 86: Revista Boa Vontade, edição 229

86 | BOA VONTADE

São Paulo

SOS Calamidades

Municípios do interior do Estado de São Paulo sofreram com as cheias de rios próximos. A cidade de Franco da Rocha (a 40 km da capital) ficou uma semana completamente ilhada após a abertura de comportas da represa Paiva Castro, que atingira o nível máximo; Mauá (a 27 km) e Sumaré (a 118 km) tiveram en-chentes, deslizamentos de terra e destruição de casas. Todas essas cidades receberam ajuda da LBV.

A capital paulista, onde diver-sos bairros permaneceram quase duas semanas inundados, também contou com o apoio da Institui-ção. O auxílio chegou ao Jardim Pantanal, Vista Alegre e Francis-co Mendes. “Nós estávamos no sufoco. Foi quando a LBV nos ligou. Dei graças a Deus”, disse Efigênia Maria de Medeiros, coordenadora de cursos do Cen-tro de Referência de Assistência Social (CRAS) na zona leste de São Paulo.

O dirigente da Associação de Moradores do Jardim Vista Alegre, Eduardo Santos, ficou igualmente agradecido: “Fico emocionado ao falar da LBV, porque, toda vez que tem um problema, quem nos socorre são vocês. Para a gente, a LBV é tudo. Vocês atendem o país inteiro”.

Franco da Rocha/SP

Mauá/SP

Mauá/SP

“Era uma hora da manhã e todo mundo se ajudava. Moro aqui há 37 anos e nunca vi acontecer uma coisa dessas. (...) a gente sempre vê a LBV ajudando as pessoas e esperamos que ela possa continuar assim.”

Odete da Silvacom o filho Victor Hugo, 1 mês, moradora do Jardim Vista Alegre, São Paulo/SP. Sua

família perdeu toda a mobília e mantimentos.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Lucia

n Fa

gund

es

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Felip

e To

nin

São Paulo/SP

São Paulo/SP

Page 87: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 87

Dos 87 municípios catarinen-ses mais atingidos neste ano, os que tiveram maior número de desabrigados até o início de fevereiro foram Schroeder, com 300; Criciúma e Rio do Campo, com 200 cada; Ilhota (236) e Jaraguá do Sul (182). Após intensa mobilização, em 30 de janeiro, voluntários da Legião da Boa Vontade lotaram uma carreta com doações, que partiu de São Paulo rumo à Defesa Civil de Joinville, responsá-vel por distribuir os donativos conforme as necessidades da região — no total, 18 toneladas de ajuda.

A chegada da car-reta ao destino em Santa Catarina foi bastante comemora-da. “É uma bênção a doação da LBV. Com certeza, tudo o que veio

nesse caminhão veio com muito Amor”, disse a voluntária Luciene Gomes Pimenta.

Para Luciene, os cartões com preces ecumênicas que acompanhavam cada cesta ajudaram as famílias a se fortalecer na Fé. “A gente nunca pode perder o foco: o Homem é além do que os olhos podem ver. Enquanto o corpo precisa deste suprimento, o Espírito tem que ser alimentado com a Fé, para ter esperança e seguir em frente diante de tantas calamidades.”

Luciene Pimenta

Joinville/SC

Joinville/SC

Foto

s: Lu

cas M

orell

o

Santa Catarina

Page 88: Revista Boa Vontade, edição 229

88 | BOA VONTADE

SOS Calamidades

Esperança e reconstrução

Conforto espiritual dá ânimo a desalojados e desabrigados e lhes renova as forças para

recomeçar a vida

A dor das famílias vítimas do maior desastre natural do Brasil, com a perda de entes

queridos, da casa e de outros bens materiais, convive com a certeza de que precisam fortalecer o espírito para os próximos desafios. Será necessário mais do que tempo para recomeçar: terão de renovar a esperança na vida. Em sua ação solidária, a Legião da Boa Vontade contou, mais uma vez, com o apoio da Religião de Deus, Religião do Amor Universal, para levar confor-

to aos corações, que complementa a ajuda material da Instituição.

Todo conjunto de doações que chega às famílias é acompanhado de um item especial: um cartão no qual são dedicadas a Oração Ecumênica de Jesus, o Pai-Nos-so, e a Prece de São Francisco de Assis, Patrono da LBV.

Desde seus primórdios, o tra-balho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade é garantir apoio integral às famílias, levando a Caridade Completa — material

e espiritual — aos seus atendi-dos. Sobre esse termo, o diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, comenta em seu artigo “Ver além do intelecto” que “Caridade não é o simples ato de dar o pão, é principalmente o que mantém a nossa Alma viva. É o sentimento que afasta de nós a grosseria, portanto, lança luz à nossa inte-ligência e nos impele a construir um Brasil melhor e uma Huma-nidade mais feliz!”. Esse fator foi ressaltado por vários contribuin-tes, entre eles Geovanni Trezza, voluntário da Defesa Civil em São José do Vale do Rio Preto/RJ, um dos municípios que mais sofreram com as fortes chuvas no Estado: “Esse povo precisa de oração, estar de mãos dadas. A pessoa que tem Fé, sua autoes-tima vai lá para cima, tem mais força para passar por essas tri-bulações. (...) Instituições como a LBV trabalham isso”.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

“Só orei e agradeci a Deus por estarem todos vivos. (...) Obrigada, de coração, pela ajuda de vocês. O povo brasileiro é muito solidário.”

Maria Aparecida de Souza,moradora de Itamonte/MG. Ela acordou no meio da madrugada com a água invadindo sua casa e

perdeu todos os móveis. Na foto, Maria segura um cartão com a Prece de São Francisco de

Assis, Patrono da LBV.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Page 89: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 89

Os meios de comunicação foram grandes aliados na divulgação da iniciativa solidária em favor

das vítimas das fortes chuvas no Su-deste e no sul do Brasil. Emissoras de televisão e rádio, além de sites, jornais e revistas, reservaram espaço especial para informações sobre os postos de arrecadação, bem como a relação dos itens de maior necessi-dade, a fim de incentivar as doa ções. Entre os veículos que noticiaram a ação de Solidariedade estão a Glo-boNews, TV Globo, SBT, Band, BandNews, RedeTV!, TV Cultura, TV Gazeta, TV Brasil, Portal Terra,

Mídia em ação!UOL, Portal R7, Portal G1, site do Sidney Rezende, site do Gilberto Amaral, Rádio CBN, Rádio Jovem Pan (AM), Rádio Globo, Folha de S.Paulo, Diário de São Paulo, jornal O Globo, jornal A Tarde e revista Época.

A emissora TVI, repetidora do SBT em São José do Rio Preto/SP, divulgou em seu jornal Tele Verda-de informações sobre a Campanha SOS Calamidades, da LBV. “Esse trabalho que a LBV realiza em todo o Brasil é humano e solidá-rio. Acompanhei pelo site; a gente vê também pela televisão, vocês

chegaram rápido lá. E o trabalho que vocês estão realizando aqui em Rio Preto, com a comunidade colaborando, é uma forma de a gente, pelo menos, estar mais perto das pessoas que precisam deste tipo de ajuda”, disse o repórter Marcelo Dias.

João

Per

iotto

Viní

cius B

ueno

Solange Boulos (SBT) ricardo Lessa (GloboNews)

Ao centro, Marcelo Dias (TvI — SBT — São José do rio Preto/SP)

Luzia

Ribe

iro

Luiza Moraes (Tv Cultura)

Viní

cius B

ueno

Felip

e To

nin

Karina Pachiega (Tv Globo)

Page 90: Revista Boa Vontade, edição 229

90 | BOA VONTADE

SOS Calamidades

Simão Pedro, deputado estadual de SP.

no mundo virtualPortais, fóruns, blogs e redes sociais se mobilizam em

prol das vítimas das enchentes no Sudeste

Enquanto as doa ções eram entregues aos sobreviventes da tragédia na região serrana

do Rio de Janeiro, o meio virtual mostrou sua força e mobilizou uma série de ações em comuni-dades, bairros, pequenas associa-ções, famílias inteiras.

No Twitter, por exemplo, a hashtag #prayforbrazil (ore pelo Brasil, em tradução livre)

— criada para apoiar e sinalizar comentários sobre o tema — re-gistrou a participação de mais de 4,3 milhões de pessoas em 10 dias; foram mais de 35 milhões de mensagens do mundo inteiro.

A maioria dos internautas, ao relacionar suas mensagens aos termos, aproveitou também para pedir doações e, dessa forma, ajudar as famílias vítimas das

Mutirão

Di Ferrero, vocalista do NX Zero, veste a camisa

para apoiar a Campanha do Natal Permanente da LBv em 2008, e também

incentiva pelo Twitter a Campanha da

LBV — SOS Calamidades, em janeiro de 2011.

Divu

lgaçã

o

O diretor de TV e empresário José Bonifácio Brasil de oli-veira, o Boninho, também utilizou seu perfil oficial no Twitter para divulgar a campanha da LBV. Entre as notícias e os vídeos que o diretor costuma recomendar em sua página aos seus quase 800 mil seguidores, ele replicou a mensagem da DJ Isa Marques, com link para uma reportagem produzida pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY). No vídeo, a Instituição mostra o engajamento da sociedade em auxílio às famí-lias mais atingidas pelas chuvas. Outras matérias sobre a campa-nha, com a chegada das doações às localidades mais isoladas e depoimentos emocionados dos atendidos, também podem ser vistas pelo canal LBV Vídeos, no Youtube.

Page 91: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 91

Fazendo a diferençaNo ensolarado domingo de 16 de janeiro, a DJ Patty, sensibilizada pelo

drama vivido por famílias da região serrana do Rio, convocou seguidores dela no Twitter a levar doações até a Praça Silvio Romero, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Em apenas duas horas, conseguiram lotar três carros e seguiram direto para a região central da capital paulista, onde fica a LBV. Para lá foram também outros amigos da DJ que vestiram a camisa da Soli-dariedade. A mobilização continuou nos dias seguintes. Na imagem, a partir da esquerda: os amigos Raul Henrique, Viviane dos Santos, Patty, Lucas Vello, Mário Brambila, Luiz felipe e Suzan Sasaki.

chuvas. É o caso de outro termo amplamente divulgado, #sosser-ra, que figurou por uma semana nos trending topics Brasil — lista de assuntos mais comentados do microblog — com 4,1 milhões de citações em uma semana.

O perfil oficial da Legião da Boa Vontade — @LBVBra-sil — publicou durante todo o período da Campanha endere-ços de postos de arrecadação, espalhados nas cinco regiões brasileiras. “Meus filhos Pedro e João foram à tarde à LBV levar doações p/ vítimas do RJ e SP. Avenida Rudge, 700, Bom Retiro. Gesto simples, mas im-portante”, assinalou o deputado estadual Simão Pedro, de São Paulo, no Twitter.

Muitos usuários utilizaram o espaço para indicar a Instituição, com endereço e telefone, além de narrar o que presenciaram ao entregar os donativos. “Mais uma vez, o trabalho voluntário na LBV foi incrível. A gente vai pra doar, e somos nós mesmos que acabamos recebendo”, postou em seu perfil a voluntária Thalita Ibrahim.

A popular rede social Face-book foi também ferramenta importante na divulgação de postos de arrecadação. Assim que a página da Legião da Boa Vontade dos Estados Unidos (LGW) publicou uma mensagem com pedido de ajuda, imediata-mente apareceram parceiros e voluntários. De Nova Jersey, a LGW enviou quatro toneladas de doações, em parceria com a Fastway Moving.

Marcelo Dourado, empresário.

Andr

é Fe

rnan

des

Nadja Haddad, jornalista e

apresentadora do programa VideoNews,

da Band, também apoiou no Twitter a Campanha da LBv.

Danie

l Tre

visan

Page 92: Revista Boa Vontade, edição 229

92 | BOA VONTADE

CidAdAniApelA

arte1

2

3 4 5

6 7

Caixa econômica Federal faz

150 anos e reafirma

apoio à cultura

8 9 10

11

[1] São João (1969), Aldemir Martins; [2] Independência (1989), Yara Tupynambá; [3] Carnaval (1976), Bandeira de Mello; [4] Moema (1998), Daniel Senise; [5] Independência (1969), Di Cavalcanti; [6] Cidadão (1986), Wagner Hermuche; [7] Notícias do dia 21 de junho de 1998 (1998), Siron Franco; [8] Independência (1971), Carybé; [9] Balões (1972), Clóvis Graciano; [10] Independência (1984), Antônio Poteiro; e [11] Morro da Favela (1924), Tarsila do Amaral.

Arte na Telaexposições comemoram aniversário

Page 93: Revista Boa Vontade, edição 229

a Caixa Econômica Fe-deral completa neste ano um século e meio de fundação, período

em que se consolidou como uma instituição respeitada pelos brasi-leiros e como importante instrumento de políticas públicas. Sua atuação, no entanto, se estende também aos palcos, às salas de aula e às pis-tas de corrida, por meio do apoio a iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas.

Nos espaços da Caixa Cultu-ral, o artístico não é meramen-te contemplativo, pois neles o público encontra formas di-versas de experimentar a força transformadora da arte. Munida desses propósitos, a tradicional instituição financeira segue na de-mocratização da arte, colocando- -a ao alcance de um número cada vez maior de brasileiros.

“Preocupada com as jovens gerações, a Caixa desenvol-ve projetos educativos, porque acredita que, quanto mais co-nhecemos, mais evoluímos e mais queremos conhecer. O conheci-mento é a base da cidadania e nos torna melhores. Essa é a base do nosso trabalho”, disse o gerente nacional de marketing cultural da Caixa Econômica Federal, Gustavo Pacheco.

Para tornar esse apoio à cul-tura mais abrangente, a Caixa tem inaugurado diversos espa-ços pelo Brasil. Depois de con-templar recentemente o Rio de

Janeiro/RJ, os próximos destinos culturais do projeto serão Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS e Recife/PE, com a insta-lação de teatro, cinema e galeria de arte. Somam- -se a esses os espaços em

Brasília/DF, Curitiba/PR, Salva-dor/BA e São Paulo/SP.

Exposição celebra 150 anos

Com um acervo rico e variado, esses locais apresentam o melhor da arte brasileira. A exposição “Galeria Caixa Brasil — Obras Selecionadas” visitou as 27 capitais do país em novembro de 2010 para apresentar parte do acervo. “Todas as 49 mil

Quadro Independência (1969), de Aldemir Martins. em dezembro de 2005, o artista plástico concedeu entrevista exclusiva ao produtor cultural Fernando Mauro Barrueco, posteriormente veiculada na Boa vontade Tv (canal 23 da SKY). essa foi sua última entrevista em vida. Nascido no Ceará, em 1922, veio a falecer em fevereiro de 2006.

Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa vontade.

Arqu

ivo p

esso

al pessoas que visitaram as ex-posições votaram na sua obra preferida. Do gosto popular, sem interferência alguma, pro-duzimos outra ação social: uma nova coleção, que gerou outras cinco exposições em 12 de janei-ro de 2011”, informou Gustavo Pacheco.

A continuação da mostra “Ga-leria Caixa Brasil — Obras Se-lecionadas” foi aberta no dia 12 de janeiro — data do aniversário do banco —, simultaneamente, nos espaços da Caixa Cultural em Curitiba, Rio, Salvador e São Paulo. Em Brasília, a abertura deu-se um dia depois. Trata-se de um projeto arrojado, que levou dois anos para ser construído.

Nessa exposição figuram tra-balhos de artistas consagrados, a exemplo de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. “Pegamos mais de 600 obras, fizemos recortes, produzimos coleções distintas e colocamos à disposição do públi-co em geral, em todo o Brasil, ao mesmo tempo. Isso é sinônimo de coerência, de transparência com o acervo artístico brasileiro”, afirmou o gerente nacional de marketing cultural da Caixa.

Gustavo Pacheco

Divu

lgaçã

o

Page 94: Revista Boa Vontade, edição 229

94 | BOA VONTADE

No início do século 20 ha-via 11 museus no Brasil. A realidade atual, contudo,

espelha resultados de um processo crescente de ações de incentivo à cultura — entre as quais a criação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), há dois anos. Com isso, o país chega a 2011 com mais de três mil instituições museológicas cadastradas. Ainda assim, mesmo com esse aumento e a relevância social e cultural do setor, conti-nuam sendo muitos os desafios para

ampliar o acesso do brasileiro à sua história e à memória nacional.

Descentralizar os patrocínios, estimular a visitação e qualificar os museus para o turismo estão entre os principais desafios do setor. As cidades que vão sediar a Copa do Mundo de 2014, incluindo o Rio de Janeiro/RJ, palco dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, por exemplo, concentram mais de 600 museus. Os eventos representam uma oportunidade única para incremento da visitação

a esses espaços, onde mais turistas do Brasil e do exterior conhecerão o acervo museológico do país.

Marco do desenvolvimento da área museal brasileira, a criação do Ibram, em janeiro de 2009, consoli-dou a Política Nacional de Museus, instituída em 2003 pelo Ministério da Cultura (MinC), hoje coordena-do pela ministra Ana de Hollanda.

A comemoração de dois anos da entidade ocorreu em 2010, no Dia do Museólogo, 18 de dezembro. O local escolhido foi o Museu

Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus, mais cidadãos descobrem a cultura e a história do país.

Arte na TelaComemoração

MemóriaculturalMuseu Histórico Nacional é palco das comemorações do 2o aniversário do Ibram.

Vivia

n Ri

beiro

Fer

reira

Page 95: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 95

Histórico Nacional, na capital fluminense. “O Ibram era um sonho de todo museólogo. (...) É um prazer muito grande que nós estejamos hoje, aqui nesta festa, comemorando dois anos do Ibram. Tenho certeza de que, a partir da criação do instituto e de sua con-solidação, os museus ganharam ainda mais apoio com uma política séria para a área”, disse a anfitriã Vera Lúcia Bottrel Tostes, dire-tora do Museu Histórico Nacional.

Convidada a par t ic ipar do evento, a Fundação José de Paiva Netto (FJPN) esteve ali representada por seu diretor- -administrativo, Renato Viana de Souza. “Agradeço a vocês da FJPN, que são parceiros da primeira hora e acompanham o trabalho que vem sendo feito no campo. (...) Vocês também produ-zem marcos na história da mu-seologia brasileira, à medida que produzem acervos sistemáticos e acompanham todo esse processo. Parabéns por isso!”, afirmou

Mario Chagas, diretor de Pro-cessos Museais do Ibram.

As políticas públicas do setor, fruto do empenho do Instituto em oferecer novos ambientes para visitação e atrair um público cada vez maior, procuram atender a uma importante demanda: conforme estudo do Ministério da Cultura, cerca de 60% dos brasileiros nunca foram a um museu. “Se há uma certeza nos oito anos de trabalho à frente desta tarefa no MinC, é que acertamos a mão ao criar um instituto de museus. Nós tínhamos de criar o espaço da memória, de um diálogo com uma política importante. Somos 3.025 museus, 26 mil profissionais; isso justifica uma ação importante. (...) Estamos trabalhando para construir uma política cultural forte e que nos dê orgulho”, disse o presidente do Ibram, dr. José do Nascimento Júnior.

Com informações do Ministério da Cultura

Telma Lasmar, do Conselho Federal de Museologia, entrega a Medalha da Ordem do Mérito Museológico ao professor Mario Chagas, do Ibram.

Foto

s: Di

vulga

ção

Ibra

m

Ana de Hollanda, ministra da Cultura. Teoria das elites,

por Cristina Buarque de Hollanda

A cantora e escritora Cristina Buarque de Hollanda reuniu ami-gos, familiares e fãs para a noite de lançamento de sua obra Teoria das elites. O evento ocorreu em 5 de abril, na zona sul carioca.

Além da vocação para o canto, a artista mostra também afinado interesse pela literatura. No livro, a autora investiga versões contem-porâneas do elitismo, com Joseph Schumpeter e Robert Dahl, e seus ecos na formação da República brasileira, com atenção às obras de oliveira Vianna e Assis Bra-sil, figuras-chave do pensamento republicano autoritário e liberal, respectivamente.

Representantes da Legião da Boa Vontade (LBV) estiveram presentes ao lançamento. Na opor-tunidade, Cristina autografou um exemplar da obra para o diretor- -presidente da Instituição: “Para Paiva Netto, com a expectativa de que o livro lhe traga alguma novi-dade. Um grande abraço, Cristina”.

Page 96: Revista Boa Vontade, edição 229

LigandoA arte de brincar em uma série para Tv

os PontinhosPaiva Netto (FJPN) e a Secretaria de Cidadania Cultural, do Minis-tério da Cultura (SCC/MinC), se juntaram a uma equipe de profis-

sionais para produzir a série Ligando os Pontinhos.

“A proposta é mostrar a diversidade cultural do Bra-sil por meio das crianças e dos jovens. O seu modo de

brincar, criar, aprender e ver o mundo. Eles são os protagonistas desses programas; apresentam o espaço [os Pontos de Cultura], as atividades, os personagens locais; ensinam brincadeiras aos telespectadores”, disse o diretor e cineasta Christian Duurvoort.

A valorização do brincar como atividade lúdica e criativa é um caminho utilizado para melhorar a sociedade e ressaltar valores da cultura e da comunidade. Os dez programas que compõem a série mostram as atividades desenvol-

Uma série para a televisão na qual crianças falam entre si sobre cultura, educação e,

claro, diversas formas de brincar. Com essa ideia, a Fundação José de

Mestres da cultura com crianças do Pontão de Cultura Companhia Cultural Bola de Meia, de São José dos Campos/SP.

roda na favela da rocinha, no rio de Janeiro/rJ.

Arte na TelaProtagonismo infantojuvenil

Raph

ael B

icesto

Débo

ra V

erda

n

Page 97: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 97

vidas nos Pontos de Cultura* e o que tem sido feito para que as tradições regionais não sejam esquecidas.

Paralelamente ao trabalho da equipe de profissionais, que viajou para nove destinos dife-rentes do país, a fim de registrar o que há de mais curioso e ins-trutivo nos Pontinhos de Cultura, revelando-os, meninas e meninos mobilizaram-se. “As crianças participaram na geração de imagens; elas se apropriaram da câmera e retrataram o que mais as interessava”, contou o diretor.

Nessa primeira série, buscou- -se incentivar a imaginação infan-til mediante a linguagem televisi-va, em sintonia com o ambiente e o instrumental lúdico próprios de cada Pontinho de Cultura, sendo o mais fiel possível ao registro, ao resgate e ao encantamento das brincadeiras e dos brincantes de várias regiões do país.

Promover e preservar a formação cívica, tra-dições e costumes, as-sim como a consciência ética, moral e espiritual do povo, está entre os objetivos da Fundação José de Paiva Netto. Para a pedagoga res-

ponsável pela série, Jac-queline Baumgratz, “o brincar é fundamental para a esperança de um povo, para a alegria, pois vai além; é mais que sobreviver: é viver, criar. A criança cria suas potencialidades e exercita a Soli-dariedade”.

Primeira fasePart ic iparam da pr imei ra

fase do projeto os doze Ponti-nhos de Cultura a seguir: Pontão de Cultura Companhia Cultural Bola de Meia, de São José dos Campos/SP; Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, de Araçuaí/MG; Arte de Vencer, de Ame-ricana/SP; Casa de Cultura Tainã, de Campinas/SP; OCA — Associação da Aldeia de Carapicuíba/SP; Coco de Umbigada, de Olinda/PE; Ponto de Cultura Quintal da Aldeia/Guaim-bê — Espaço e Movimento Criativo, de Pirenópolis/GO; Ponto de Cul-tura Tambores do Tocantins/TO; Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância e Cen-tro de Cultura e Educação Lúdica da Rocinha, do Rio do Janeiro/RJ; e Centro de Referência Integral de Adolescentes, Circo Picolino, de Salvador/BA.

* Pontos de Cultura — É como são chamadas as entidades reconhecidas e apoiadas financeira e institucionalmente pelo Ministério da Cultura para desenvolver ações de impacto sociocultural em suas comunidades. Fonte: www.cultura.gov.br/cul-turaviva/ponto-de-cultura

Tambores em Olinda/Pe

Apresentação teatral em

Araçuaí/MG

em Carapicuíba/SP, o incentivo à leitura.

Raph

ael B

icesto

Raph

ael B

icesto

Débo

ra V

erda

n

Page 98: Revista Boa Vontade, edição 229

98 | BOA VONTADE

Walter Periotto

Danie

l Tre

visan

Conversando com muitos trabalhadores, percebo como as regras do Regi-me Geral de Previdência

Social (RGPS) em nosso país ainda provocam dúvidas. São tantas pessoas que passam por sérias dificuldades e não reque-rem o benefício simplesmente

por não conhecer os próprios direitos. Em entrevista à BOA VONTADE, a advogada Maria Faiock, especialista em direito previdenciário, esclarece al-gumas das principais questões relacionadas ao tema.

BOA VONTADE — Quem tem direito à aposentadoria?

Maria Faiock — Há vários tipos de aposentadoria: por tempo de contribuição, por idade, por invalidez e a especial. Para se aposentar por tempo de serviço,

o homem tem de ter, no mínimo, 35 anos de trabalho e as mulheres, 30 anos. Muita gente acha que, mesmo pelo tempo de contribui-ção, é necessário ter uma idade mínima. Na verdade, não. Já por idade, ambos precisam ter no mínimo 15 anos trabalhados e 60 anos de idade, no mínimo, para a mulher e 65 anos para o homem. Os trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos para o sexo masculino e dos 55 anos para as mulheres.

Aposentadoria: conheça seus direitos

Melhor Idade

Walter PeriottoFotos: shutterstock.com

Page 99: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 99

Outras modalidades Aposentadoria por invalidez — Destinada para quem está inca-

pacitado de forma total e permanente para o trabalho. O requerente precisa ser declarado incapaz pela perícia médica do INSS e afastar-se de toda e qualquer atividade remunerada.

Aposentadoria especial — Criada para beneficiar o trabalhador que desempenha atividades insalubres, de periculosidade ou de penosidade, ou seja, indivíduos que trabalham em condição extremamente precária, a exemplo dos cortadores de cana-de-açúcar, submetidos a sol forte, clima adverso e esforço físico intenso.

BV — Como é feito o cálculo do valor da aposentadoria por idade?

Faiock — É um cálculo feito com o salário que a pessoa recebeu desde julho de 1994 até a data em que for requerer o benefício. A aposentadoria por idade corres-ponde a 70% dessa média mais 1% por ano trabalhado. Por exemplo: se a pessoa trabalhou 15 anos e está se aposentando pela idade, receberá 70% dessa média mais 15%, que é 1% para cada ano trabalhado, ou seja, 85% no total.

BV — E o cálculo da aposenta-doria integral?

Faiock — Essa é calculada com base em todos os salários do trabalhador recebidos desde 1994 até a data em que solicitar o benefício. Desse período, o INSS excluirá 20% das meno-res contribuições, e vão sobrar as 80% maiores, que serão atualizadas. Faz-se uma média desse período e, depois, aplica- -se o fator previdenciário — um cálculo com base na expec-tativa de vida do trabalhador,

ou seja, quanto mais tempo o brasileiro viver, menor será o valor da aposentadoria. E só aí se chega à Renda Mensal Ini-cial, que as pessoas chamam de RMI. Antes de a pessoa correr para se aposentar, é interes-sante fazer uma simulação no site do INSS [www.inss.gov.br ou www.mpas.gov.br ou www.previdencia.gov.br] para ver se compensa ou não, porque, às vezes, é melhor esperar mais alguns anos e receber um valor maior.

No Brasil, a Lei orgânica da Assistência Social

(Loas) prevê um benefício assistencial, no

valor de um salário- -mínimo, para idosos

carentes. O beneficiado precisa ter, pelo menos, 65 anos de idade (ambos os sexos), e a renda per

capita da família não pode superar um quarto

do salário-mínimo.

A central de atendimento da

Previdência Social funciona de segunda-

-feira a sábado, das 7 às 22 horas, pelo tel.: 135 — a ligação é gratuita

a partir de telefone fixo ou público. Pelo celular,

o custo é de ligação local.

Page 100: Revista Boa Vontade, edição 229

100 | BOA VONTADE

SuPERaçÃo Em dezembro de 2010, a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de

cada dia! distribuiu 1,2 milhão de quilos de alimentos, beneficiando mais de 70 mil famílias de baixa renda,

de 170 cidades brasileiras.

Clay

ton

Ferre

ira

Campanha de Natal

Page 101: Revista Boa Vontade, edição 229

Boa Vontadeque transformaveja como sua ajuda à LBV garantiu alimento à mesa no Natal de milhares de famílias em todo o país

Ribeirão Preto/SP Vitória/ES Aracaju/SE

Salvador/BALondrina/PR

João

Migu

el

Clay

ton

Ferre

ira

Clay

ton

Ferre

ira

Tatia

ne d

e Ol

iveira

Silv

a

Vânia

Ban

deira

A Campanha do

Natal Permanente

da LBV, ano a

ano, se supera na

distribuição de

alimentos.

1,1

milh

ão d

e qu

ilos

410

mil

quilo

s

440

mil

quilo

s

462

mil

quilo

s

1,2

milh

ão d

e qu

ilos

20102009

20082007

2006

Page 102: Revista Boa Vontade, edição 229

Dona Clotilde Laudelina dos Santos, 61 anos, cria sozinha três netos. Ou melhor, segun-

do ela,“com a ajuda da LBV, desde que minha filha faleceu e deixou as crianças ainda pequenas”. Traba-lhando fora e com a responsabili-dade de educá-los, buscou o apoio de que precisava na Legião da Boa Vontade. “Conversei com a assistente social da escola, e todos me receberam com muito carinho. Sempre digo que a LBV é o esteio da minha vida, o que me deu forças para continuar. Aqui, eles receberam educação, carinho e conforto”, lembrou.

O caçula, Alex, está no 5o ano do ensino fundamental na escola da LBV na capital fluminense. Andressa, irmã dele, participa do grupo Portas Abertas, integrado ao programa Espaço de Convivência. O neto mais velho de dona Clotilde, Adriano, 17 anos, também alegra o coração da avó. “Todos são muito tranquilos e educados. O Adriano

fez curso de capacita-ção [profissional] na

LBV e já está tra-balhando numa rede de super-mercados. Eu

Andressa ao lado da avó

digo que, abaixo de Deus, foi na LBV que meus netos encontraram a base de tudo que são.”

A exemplo de milhares de outras pessoas atendidas pela Ins-tituição, dona Clotilde retrata bem o que tantos brasileiros diante de uma difícil situação são capazes de realizar, sobretudo quando encontram uma mão estendida e têm vontade de crescer. No fim de 2010, a entrega de cestas de alimentos arrecadados por meio da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! foi mais uma importante ajuda.

Para essa avó, acostumada a or-ganizar bem o orçamento familiar, mais esse benefício da LBV é es-pecial. “Eu sempre fiz assim: uma parte para a ceia de Natal e outra para auxiliar no período das férias deles. Desejo que Deus ilumine o Paiva Netto [diretor-presidente da LBV], todas as pessoas desta escola e aquelas que colaboram”, manifestou.

A campanha é o coroamento das ações desenvolvidas pela LBV durante todo o ano e fortalece o espírito de Solidariedade, tão ne-cessário ao Brasil na caminhada para vencer os grandes desafios.

Mais de 70 mil famílias — as atendidas pelas unidades educacio-nais e socioassistenciais da Legião da Boa Vontade, as assistidas pelas entidades que integram a Rede Sociedade Solidária e as ampara-das por organizações parceiras da Instituição — tiveram em 2010 um Natal sem fome e feliz. Foi 1,2 milhão de quilos de alimentos não perecíveis distribuídos em 170 cidades do território nacional. Tal sucesso foi possível graças à ajuda do povo, de parceiros, colabora-dores, artistas e personalidades e ao apoio de diversas empresas e órgãos da imprensa. A entrega das cestas ocorreu entre 5 e 22 de dezembro.

Natal/RN Fortaleza/CE

Lucia

n Fa

gund

es

Jean

Car

los

Leon

tina

Mac

iel

Clay

ton

Ferre

ira

Campanha de Natal

Page 103: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 103

A seguir, é apresentado um panorama geral da campanha da Instituição, promovida nas cinco regiões do país.

NordesteA Campanha do Natal Per-

manente da LBV chegou a mais de 60 cidades na região, entre as quais João Pessoa/PB, Natal/RN, Maceió/AL e Salvador/BA. So-mente na capital baiana, a Entidade distribuiu 90 toneladas de alimen-tos. Também foram favorecidos na Bahia os municípios de Wenceslau Guimarães, Sátiro Dias, Barra da Estiva, Oliveira dos Brejinhos, São José do Jacuípe, Paramirim, Alcobaça e Coronel João Sá.

Na geografia dessa ação soli-dária, Campina Grande/PB tem no exemplo da vovó Maria do Socor-ro, 60 anos, um espelho da vida de muitos nordestinos que trabalham e confiam em dias melhores. Dia-riamente, ela sai de casa às 5 horas para recolher material reciclável. A jornada é cansativa para pouco retorno financeiro. “Para minha família, uma ajuda como esta é um presente que caiu do céu. Foi o nosso presente de Natal”, disse ao receber a cesta de alimentos da LBV.

Em Fortaleza/CE, a deputada estadual Patrícia Saboya parti-cipou da entrega das cestas. Na ocasião, pôde testemunhar a força dessa ação. “Eu fico muito feliz e vejo como a LBV consegue tocar o coração das pessoas, da sociedade, para que possam ser mais genero-sas, solidárias. E hoje a gente vê na prática isso acontecer.”

No Maranhão, 14 municípios foram contemplados com 98 tone-ladas de alimentos. Além de São Luís, receberam as cestas morado-res de Anajatuba, Arari, Bacabeira, Duque Bacelar, Esperantinópolis, Penalva, Governador Edison Lo-bão, Governador Eugênio Barros, Mirador, Primeira Cruz, Raposa, Rosário, São José de Ribamar e São Domingos do Maranhão. Prestigiando o evento na capital maranhense, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, res-saltou: “A LBV mostra que está trabalhando para melhorar a vida da população excluída, de forma digna e com Solidariedade”. Para ele, “a Legião da Boa Vontade é do povo e estará sempre ao lado do povo, pois sua missão é ajudar a quem precisa”.

Outra capital nordestina onde

Clay

ton

Ferre

ira

Clay

ton

Ferre

ira

Vitória/ES Belo Horizonte/MG

Clay

ton

Ferre

ira

ocorreu a entrega das cestas foi Recife/PE. Com o apoio da Com-panhia Nacional de Abastecimento (Conab) e dos programas Mesa Brasil e Banco de Alimentos, ambos do Serviço Social do Co-mércio (Sesc), a LBV também fez a distribuição a famílias das comunidades dos Coelhos, Co-que, Joana Bezerra, São José, Santo Amaro e Cabanga, além daquelas socorridas pelo Centro de Referência de Assistência So-cial (Cras), da 1a Região Político--Administrativa (RPA 1).

Centro-OesteEm Mato Grosso do Sul foram

entregues 93 toneladas de doações. Além da capital, Campo Grande, as cestas da LBV chegaram a mo-radores das cidades de Anastácio, Bodoquena, Cara-col, Dourados, Guia Lopes da Laguna, Igua-

Page 104: Revista Boa Vontade, edição 229

104 | BOA VONTADE

e Wilder da Silva, representante do deputado distrital Joe Valle. Ali, como em tantos outros luga-res, cada família atendida deixava transparecer, além do sentimento de gratidão, histórias de superação e de mudança no lar. Uma dessas famílias é a de Eliana de Souza Coelho, cuja filha, Júlia, 4 anos, estuda no Centro Educacional Alziro Zarur, em Taguatinga/DF. “A LBV me possibilita trabalhar. A educação que dá para as crian-ças complementa a que a gente oferece em casa. Ensina a elas boas maneiras, [oferece] alimen-tação balanceada, saudável, fora o desenvolvimento didático, que é importante”, declarou.

Salvador/BA

Tatia

ne d

e Ol

iveira

Silv

a

temi, Inocência, Japorã, Parana-íba, Rio Negro e Tacuru. Para a senadora Marisa Serrano, que participou da entrega, a iniciati-va fortalece os laços familiares. O gesto, afirmou, “garantiu um Natal em família, não só pela questão dos alimentos, mas tam-bém pela união. Esse trabalho é fundamental para o fortalecimen-to familiar”.

Em Goiás, a empreitada be-neficiou 17 municípios. Entre as autoridades que compareceram à cerimônia de entrega das cestas de alimentos, o senador Demós-tenes Torres destacou: “A LBV é essa grande parceira que tenho, que o Brasil tem e muitos outros

têm, que ajuda para valer quem necessita”.

A deputada federal Flávia Mo-rais, entusiasmada com a ação da LBV, manifestou desejo de participar mais vezes. “Estamos muito satisfeitos com o resultado do trabalho e empenhados para o ano que vem. A LBV faz um traba-lho sério, responsável, que tem a credibilidade do povo.”

Em Brasília/DF, comunida-de, autoridades e colaboradores celebraram juntos a entrega das doações. Estiveram presentes, entre outros, o deputado federal Geraldo Magela; o jornalista Gil-berto Amaral; a sra. Ilza Queiroz, primeira-dama do Distrito Federal;

Campanha de Natal

São Paulo/SP

Anali

ce B

arce

Viní

cius B

ueno

Campo Grande/MS

A senadora Marisa Serrano (D) participa da entrega das cestas de alimentos da LBv a famílias sul-mato-grossenses.

Anali

ce B

arce

A partir da esquerda: a deputada federal Flávia Morais; o prefeito de varjão, Eustáquio Ricardo de Souza; o senador Demóstenes Torres; e o vereador goianiense Paulinho Graus.

Campo Grande/MSGoiânia/GO

João

Are

is Pr

eda

Page 105: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 105

A deputada estadual Patrícia Saboya, à direita, prestigia a entrega das cestas. A seu lado, Valdenir Ferreira, da LBv.

Paulo

Mur

ilo

Foto

s: M

arce

llo L

ima

O ministro de Minas e energia, Edison Lobão, ladeado por integrantes do Coral ecumênico Infantil Boa vontade, durante entrega das cestas de alimentos a famílias maranhenses. No destaque, concede entrevista à imprensa local.

NorteTrês Estados que formam a

Amazônia brasileira — Ama-zonas, Pará e Tocantins — também foram amparados pela Legião da Boa Vontade. Em Palmas/TO, o mesmo vigor na participação de vários setores da sociedade, desde o início da Campanha do Natal Permanente da LBV, repetiu-se na cerimônia de distribuição das cestas. En-tre os convidados, voluntários, colaboradores e o governador do Estado, José Wilson Si-queira Campos, acompanhado da primeira-dama, a promotora de Justiça Marilúcia Siqueira Campos, se fizeram presentes.

Também receberam o apoio da LBV comunidades carentes de Manaus/AM. Beneficiada pela campanha de Natal da Instituição, Neiva Conrado é mãe de dois me-ninos que frequentam o programa LBV — Criança: Futuro no Pre-sente!. “Meus filhos são felizes aqui (...). Desejo que Deus abençoe os colaboradores da LBV e que continuem ajudando, para que ela possa amparar muitas pessoas que precisam.”

SudesteNos quatro Estados da região

mais populosa do país, é possível notar um sentimento de alegria nos flagrantes registrados em

O deputado estadual Bruno Reis participa da entrega de cestas da LBv a famílias baianas

Tatia

ne d

e Ol

iveira

Silv

a

Campina Grande/PB

Salvador/BA

Fortaleza/CESão Luís/MA

Jean

Car

los

Anápolis/GO

João

Are

is Pr

eda

cidades do Rio de Janeiro, a exemplo de Niterói, São Gon-çalo, Nova Friburgo, Petrópolis, Maricá, Belford Roxo e da capital fluminense.

Em Minas Gerais, as cidades

Álva

ro V

allim

Palmas/TO

Page 106: Revista Boa Vontade, edição 229

106 | BOA VONTADE

de Montes Claros, Uberaba, Uber-lândia, Poços de Caldas, Patos de Minas, Araxá, São Sebastião do Paraíso, Ipatinga, Juiz de Fora e a capital, Belo Horizonte, festejaram o fim de ano em clima de Fraterni-dade e Paz.

Em Vitória/ES, a festa da Solidariedade teve a presença do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. “A entre-ga das cestas é um manifesto do grande trabalho social que a LBV realiza em todo o Brasil e aqui em Vitória. (...) Gostaria de dar um abraço no Paiva Netto

pelos 61 anos da LBV. Para-béns pelo trabalho solidário, fraterno!”, disse. A Campanha do Natal Permanente da LBV mobilizou também o interior capixaba.

Mui tas pessoas a tendi -das pela Instituição em São P a u l o / S P, a e x e m p l o d e Josineide Carneiro da Silva, fizeram um agradecimento espe-cial pela ajuda recebida, por estar vivendo momento difícil na vida. “Minha casa pegou fogo, e perdi tudo; não tinha nem o que vestir e comer, mas a LBV me ajudou.

Esta cesta está sendo um presente para mim e para meus filhos”, afirmou, emocionada.

Sul Um mutirão social foi realiza-

do durante a entrega das cestas da LBV em Maringá/PR. A iniciativa ofereceu gratuitamente diversos tipos de atendimento, entre os quais corte de cabelo, orientação jurídica e de saúde, aferição da pressão arterial, além de atividades recreativas para as crianças. Ainda no Paraná, a LBV promoveu a distribuição das cestas na capital, Curitiba, e nas cidades de Agudos do Sul, Araucária, Cascavel, Cam-po Largo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Itaperuçu, Londrina, Mandirituba, Piraquara, Ponta Grossa e Rio Branco do Sul.

Sentindo-se amparada e com igual sentimento de gratidão, a dia-rista Lisiane Freitas, de Blumenau/SC, comemorou mais essa iniciativa solidária.“Estes alimentos serão muito importantes para mim e para meus filhos. Às vezes, não temos

A sra. Ilza queiroz (e), primeira-dama do Distrito Federal, e Itamar de Souza entregam cesta para atendida pela Legião da Boa vontade.

Atendida recebe a cesta de alimentos das mãos do jornalista Gilberto Amaral (e), do deputado federal Geraldo Magela (C) e de Itamar de Souza (D), da LBv.

Brasília/DF Brasília/DF

Foto

s: Jo

sé G

onça

loCampanha de Natal

O secretário de Infraestrutura e Logística do rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, de parceria com a LBv, entrega cestas de alimentos para famílias de Passo Fundo/rS.

Clay

ton

Ferre

ira

Passo Fundo/RS

Page 107: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 107

refeição e, com esta cesta, teremos. Fico agradecida porque meus filhos levantam cedinho e vêm para a LBV, recebem café da manhã e vão para a escola com almoço. Com isso, posso trabalhar tranquila, além de saber que eles são tratados com carinho e respeito.”

Admirador do trabalho da Ins-tituição, o secretário de Infraestru-tura e Logística do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, declarou: “Conheço muita gente que já an-dou no fundo do poço, que parecia não ter mais esperança, que pare-cia não vislumbrar mais qualquer oportunidade, mas que, por ter convivido no seio da Legião da Boa Vontade, hoje são pessoas re-alizadas, trabalhando, estudando, cuidando das suas famílias, dando exemplo aos seus filhos do que é possível fazer”. Ao discursar du-rante a entrega de duas mil cestas de alimentos da Campanha do Natal Permanente em Porto Alegre/RS, o secretário bradou: “Viva a LBV!”, ao que os presentes repetiram em uníssono.

Belkís Faria João vicente Granharodrigo MafraClayton Ferreira

O acidente aéreo envolvendo membros da equipe de comunicação da LBV, vítimas da queda de um avião bimotor Beechcraft, em 9 de dezembro, em Bom Jesus do Galho, no Vale do Rio Doce (Minas Gerais), foi lembrado pelo senador Demóstenes Torres durante a cerimônia da campanha de Natal em Goiânia/GO. O parlamentar prestou homenagem aos jovens jornalistas: a repórter Belkís faria (35 anos), o fotógrafo Clayton ferreira (25 anos) e o cinegrafista Rodrigo Mafra (26 anos). Os profissionais deslocavam-se de Vitória/ES a Brasília/DF para a cobertura de mais uma etapa de entrega das cestas de alimentos. O piloto da aeronave, João Vicente Granha, voltou à Pátria Espiritual três dias após o acidente, em 12 de dezembro, na capital capixaba, onde estava internado, sob a atenção dos familiares.

Após a prece, emocionado, o senador enalteceu a trajetória dos três pro-fissionais e pediu um minuto de silêncio. Também ressaltou a retidão da LBV por dar continuidade ao seu trabalho solidário, apesar de tanta dor. Em seu perfil no Twitter, Demóstenes registrou: “À família da Belkís, do Clayton e do Rodrigo, o conforto de saber que dedicaram a vida e a carreira ao que faziam com dedicação e amor: servir. Quem conhece o trabalho da LBV sabe da impor-tância de sua permanente assistência material e espiritual aos que precisam”.

Foto

s: Ar

quivo

s pes

soais

Acidente aéreo não para trabalho

O governador do espírito Santo, Renato Casagrande, prestigia a confraternização da iniciativa e entrega cesta de alimentos a atendida pela Instituição; à esquerda, Paulo Duarte, da LBv, que se encontra hospitalizado após acidente aéreo, em recuperação gradativa.

Clay

ton

Ferre

ira

Thiag

o M

orell

o

Vitória/ES

Senhora catarinense recebe das mãos do governador do estado, Raimundo Colombo (C), cesta de alimentos da LBv. À esquerda, o deputado estadual Darci de Matos.

Florianópolis/SC

Page 108: Revista Boa Vontade, edição 229

108 | BOA VONTADE

Se o recém-nascido não cho-rasse, de que forma os pais, mesmo os mais atentos e amorosos, conseguiriam

notar que algo incomoda o bebê, que está a descobrir o mundo em velocidade tão intensa? Esse é exemplo simples, mas mostra o poder da comunicação, ou seja, transmitir informação, ideias e valores que, com o tempo, moldam a vida. E é sempre bom lembrar: jornalistas não são os únicos comunicadores. Todas as pessoas o são.

*¹ Leonardo Cegana é militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus em Ribeirão Preto/SP. O movimento foi criado em setembro de 1961, por proposição do jornalista e escritor Paiva Netto, para promover o protagonismo de jovens de todas as idades na construção da Sociedade Solidária Altruística Ecumênica. Para saber mais, acesse www.acaojovemlbv.com.br.

Leonardo Cegana

Jesus, o Grande Comunicador

Arqu

ivo B

V

Leonardo Cegana, militante da Juventude ecumênica da Boa vontade de Deus*1

Arqu

ivo p

esso

alAção Jovem LBV

Page 109: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 109

*² Conforme define o seu fundador, “A Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, surge para iluminar o conteúdo ideológico (espiritual e humano) dos Seres de Boa Vontade, da Terra e do Céu da Terra, em todas as áreas de atuação, para que seu modo de exprimir-se e de existir não seja espiritualmente vazio, e que, por isso, a Doutrina do Cristo Ecumênico, em Espírito e Verdade à luz do Seu ‘Amai-vos como Eu vos amei’ (Evangelho segundo João, capítulos 13 e 15), cumpra sua notável tarefa de esclarecer e libertar as criaturas, pois o Criador deseja que ninguém se perca (Segunda Epístola de Pedro, 3:9). Por esse motivo, instituiu a Lei das Reencarnações ou das possibilidades sucessivas de redenção”.*³ Leia mais sobre o assunto em Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, vol. II, de autoria do escritor Paiva Netto, pp. 39 e 40.

Formamos grupos, vivemos em sociedade. Podemos influen-ciar ações de indivíduos à nossa volta ou fazê-los mudar uma opinião. Então, vale a pena pensar no que desejamos para o mundo, cientes de que não são apenas as palavras que comunicam, mas igualmente as ações.

A criança presenteada com um cofrinho para guardar moedas é capaz de observar a atitude e a re-lação das pessoas mais próximas dela com o dinheiro. Muito mais importante do que as orientações passadas, a atitude dos respon-sáveis será marcante na opinião futura dela.

Transmitimos ao mundo os sentimentos e os valores que cultivamos. Daí a necessidade de darmos a devida atenção ao inte-rior, cuidando principalmente do que é perene, eterno: o Espírito. Nele, conforme destaca o funda-dor da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico*², o jornalista e es-critor Paiva Netto, deve ocorrer a decisiva e urgente reforma, pois é no campo do etéreo que surge o que conhecemos na matéria.

Certa vez, na primeira vinda visível de Jesus ao planeta Terra, questionaram o Divino Mestre sobre Sua ação para libertar um homem que sofria de séria en-fermidade espiritual (Evangelho segundo Mateus, 12:22 a 37). A resposta Dele é um alerta de

Amor Fraterno aos Seres Hu-manos: “Como podeis vós falar coisas boas sendo maus? (...) Fala a boca do que está cheio o coração!” (Evangelho do Cristo segundo Mateus, 12:34).

Muitos podem questionar acerca da ligação direta de Jesus com o exercício da comunicação. Quanto a isso, basta lembrar o seguinte comentário do próprio Educador Celeste, em Seu Apo-calipse segundo João, 21:5: “Eis que faço novas todas as coisas”. Todas! Então, por que não a co-municação?

Paiva Netto costuma ressaltar que, ao se entronizarem os ensi-namentos do Cristo Ecumênico (sem nenhum tipo de sectarismo), compreendemos Jesus como o modelo sublime para todas as áreas do saber humano-espiritual.

Para o escritor*³, o “Cristo foi Pedagogo ao facilitar o apren-dizado ensinando por parábolas, Médico ao curar numerosas enfermidades, Economista ao multiplicar pães e peixes e in-centivador do progresso do Ser Humano ao fazer expandir va-lores imprescindíveis, como a Solidariedade e a cooperação”.

Portanto, Jesus revela-se como o Grande Comunicador de todos os tempos. Não apenas porque atraiu multidões em cada sermão Dele ou porque é o tema principal do maior best-seller do mundo (a Bíblia Sagrada), mas, antes de tudo, pelos valores que apresentou à Humanidade — como o entendimento de que “a Caridade é bem mais que simplesmente alimentar o cor-po, atendendo às necessidades urgentes, é nutrir o que é eterno”.

Aliás, a respeito dos vanguar-deiros conceitos do Educador Celeste, temos ainda bastante a aprender até ser capazes de comunicá-los no seu sentido completo. Contudo, esse esforço é fundamental, porquanto ensina Paiva Netto em Diretrizes Es-pirituais da Religião de Deus, vol. II, p. 37: “Jesus é, acima de tudo, uma generosa e atualíssima ideia em marcha, que merece ser estudada e vivida por todas as almas antissectárias, libertas de preconceitos e tabus!”.

Transmitimos ao mundo os sentimentos e os

valores que cultivamos. Daí a necessidade

de darmos a devida atenção ao interior,

cuidando principalmente do que é perene, eterno:

o Espírito.

Page 110: Revista Boa Vontade, edição 229

110 | BOA VONTADE

“Talheres e Espírito“Que prazer estar hoje com vocês.

Quero destacar um fato de que a maioria já tem conhecimento: são as próprias crianças que comandam este evento. É claro que com o apoio e a experiência dos mais velhos, mas são elas que escolhem os temas e tantas atividades mais que firmam a riqueza de um fórum nascido e desenvolvido por si mesmas.

“Cidadãos Celestes“Mudar os hábitos. Como? O que é fundamental?

Muita gente deixa de comer com as mãos e passa a usar talheres. Mudaram os hábitos dessas pessoas. Mas será uma reforma suficiente? Que somos

nós? Espírito, acima de tudo Espírito, transitoriamente corpo! Então é a partir daí que temos de raciocinar. Por

isso a minha preocupação em falar-lhes tanto da cidadania do Espírito. No meu

livro É urgente reeducar!, abordo esse assunto. Porque, se não soubermos a

nossa origem, todos os nossos atos poderão ser equivocados. E vão desabar em cima de erro sobre erros.

“Que tal espiritualmente avaliarmos as situações para iniciar novos passos com acerto? Com esse conhecimento podemos realizar mudanças como nunca ocorreram antes. Se somos, em primeiro lugar, Espírito, dirigidos achamo-nos consequentemente por leis que estão

8o Fórum Internacional dosSoldadinhos de Deus, da LBV

No último 26 de março, a felicidade transbordou no coração de milhares de crianças do Brasil e do mundo. Em sessão solene, o Irmão Paiva concluiu o 8o Fórum Internacional dos Soldadinhos

de Deus, da Legião da Boa Vontade. A emocionante mensagem foi acompanhada pelos pequeninos e seus familiares em todas as Igrejas Ecumênicas da Religião do Amor Universal, nos Centros Comunitários de Assistência Social da LBV e também pela Super Rede Boa Vontade de

Comunicação, que transmitiu o evento para todo o planeta.

Após o festivo dia, as palavras do líder da Militância Legionária foram registradas em artigo, publicado em diversos jornais e sites com o título “Talheres e Espírito”, e dedicadas a todos os

Soldadinhos de Deus, que são a Esperança do mundo. Eis alguns trechos do discurso:

Repr

oduç

ão B

VTV

Soldadinhos de Deus

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 111

acima das mais expressivas construções jurídicas do planeta Terra. Por quê?! O Código Hamurabi, o Direito Romano, a reforma do Código Civil, feita por Napoleão Bonaparte (1769-1821), são de suprema valia. Mas limitam-se ao saber terreno. E nós, antes de cidadãos dos países, somos Cidadãos Celestes. Temos que partir do Espírito, que é eterno. Portanto, averiguar de que modo ele funciona.

“Riquezas incomensuráveis“A Ciência, ou melhor, alguns cientistas

vivem distanciados desse conceito por negarem a existência da Vida além da Vida e antes da vida material. E, com esse ato dogmático, o que fazem? Fecham a porta para si mesmos de campos amplíssimos. Não acessam riquezas

incomensuráveis abertas para a nossa Alma, que estão lá aguardando que sejamos realmente homens e mulheres libertos, capazes de enfrentar o estabelecido como infalível. Nada pode ser considerado imutável quando a Ciência é a descoberta diária de conhecimentos novos e mundos desconhecidos.

“Quantas coisas hoje anunciadas como verdades inamovíveis daqui a meia hora deixarão de o ser? Quem disse que vocês, crianças, não entendem isso? Estou falando para os seus Espíritos, às vezes mais velhos do que os de adultos, gente também de valor inestimável. Por isso interesso-me em falar com a Alma de vocês. Então, se somos, acima de tudo, Seres Eternos, temos de partir do princípio de que o governo da Terra começa no Céu”.

São Paulo/SPLa Paz/Bolívia

João Pessoa/PBAssunção/Paraguai

Allis

on B

ello

Jean

Car

losFe

lipe

Tonin

Rose

li Gar

cia

Page 112: Revista Boa Vontade, edição 229

112 | BOA VONTADE

O Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, é realizado em todo o Brasil desde 2003. Nesse ano, em 22 de fevereiro,

durante o programa Bolo com Pudim, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, o educador Paiva Netto propôs a criação de um fórum feito pelas e para as crianças. Prontamente, elas aceitaram o desafio e, assim, instituiu-se esse consagrado espaço de debate e exposição

de ideias na LBV, no qual meninas e meninos podem apresentar livremente sua visão sobre os problemas que ainda afligem a

sociedade.

A pesca milagrosaReserve já o seu

exemplar, ligando para o Clube Cultura de Paz

0300-1007940(custo de ligação local

mais impostos)

Como nasceu o Fórum dos Soldadinhos de Deus

Page 113: Revista Boa Vontade, edição 229

BOA VONTADE | 113

Galeria de fotos de algumas cidades que participaram do Fórum dos Soldadinhos de Deus

Buenos Aires/Argentina

Juiz de Fora/MG

Nova York/EUA

Porto/Portugal

Montevidéu/Uruguai

Maringá/PR

Maceió/AL

Rio de Janeiro/RJ

Poços de Caldas/MG

Porto Alegre/RS

Prisc

ila P

etre

caVe

rônic

a Alex

andr

e

Bettin

a Lo

pez

Fabia

na A

mbr

osio

Aline

Por

tel

Prisc

illa A

ntun

es

Paulo

Ara

újo

Már

cio F

ranc

isco

Mar

ia Al

buqu

erqu

e

Page 114: Revista Boa Vontade, edição 229

114 | BOA VONTADE

In memoriam

Aos 73 anos, o consagrado escritor gaúcho, médico e imortal da Academia Bra-

sileira de Letras (ABL) Moacyr Jaime Scliar retornou à Pátria Espiritual, em 27 de fevereiro.

Autor de mais de 70 livros (traduzidos para 12 idiomas), entre romances, contos, crônicas, ensaios e ficção, e eleito para ocupar a cadeira nº 31 da Acade-mia em 2003, Scliar publicou sua primeira obra, Histórias de um médico em formação, em 1962, ano em que se formou em Medi-cina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O escritor recebeu diversos prêmios ao longo da carreira, o último deles o Jabuti, por Manual da paixão solitária, escolhido como o melhor romance e o me-lhor livro de ficção de 2009.

Casado com Judith Vivien Oliven e pai de Roberto, Moacyr também se dedicou à literatura infantojuvenil. Costumava dizer que, escrevendo para os jovens, reencontrava o jovem leitor que ele mesmo havia sido.

Humanismo na MedicinaEm entrevista à revista BOA

VONTADE, Scliar contou como surgiu sua paixão pela escrita: “Eu me interessei por literatura por causa das histórias que meus

Escritor e médico Moacyr Scliar volta à Pátria Espiritual

pais contavam. Eram grandes narradores, essas pessoas que encantam os outros contando histórias da sua vida. Além disso, minha mãe era professora, gos-tava muito de ler e encorajava os filhos a lerem também. Em função disso, comecei não só a ler como a escrever historinhas, que mos-trava aos meus pais e vizinhos”.

O saudoso escritor igualmente defendeu a importância de dar um tom mais humano à Medi-cina: “Cuidar dos outros não é apenas uma obrigação, mas uma realização pessoal, uma maneira de descobrir novas possibilida-des dentro de nós mesmos e do semelhante. A impessoalidade é um ponto desanimador”.

Ao descrever a necessidade de cuidar “da saúde da alma através dos bons textos literários”, ele ma-nifestou simpatia à mensagem e à proposta da LBV: “Uma rede que se chama Boa Vontade corresponde a uma necessidade urgente do povo brasileiro. (...) Boa Vontade é uma expressão-chave do nosso tempo. (...) Paiva Netto é uma figura real-mente lendária neste país pelo que tem feito. O trabalho de vocês se encaixa perfeitamente no propósito de melhorar o conhecimento e a vida das pessoas em geral”.

A Legião da Boa Vontade e seu dirigente solidarizam-se com os

familiares e amigos do escritor Moacyr Scliar e enviam as mais sinceras vibrações de Paz a seu Espírito eterno, na certeza de que “os mortos não morrem”.

Com informações da ABL e da Agência Estado

Moacyr Jaime Scliar

Divu

lgaçã

o

“Uma rede que se chama Boa Vontade corresponde a uma necessidade urgente do

povo brasileiro. (...) Boa Vontade é uma

expressão-chave do nosso tempo.”

Page 115: Revista Boa Vontade, edição 229

ProjetosSociais Coelce.Uma energia cada vez mais

presente na vida do cearense.

Do Ecoelce ao Baú da Leitura, do Cine Coelce ao Troca de Geladeiras. A Coelce é a responsável por estes e muitos outros projetos sociais que, assim como a nossa energia, tornam a vida do cearense cada vez melhor. Afi nal, ter acesso à leitura, à cultura e à sustentabilidade é ter mais qualidade de vida. E é assim que a Coelce trabalha para fi car cada vez mais próxima de você.

Para conhecer estes e todos os projetos sociais da Coelce, acesse www.coelce.com.br Cada vez mais próxima de você.

OO017-11-AN LBV FIM.indd 1 08.04.11 11:17:08

Page 116: Revista Boa Vontade, edição 229