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NESTA EDIÇÃO: INTERNACIONAL Em defesa do ser humano e seu Espírito Eterno, PAIVA NETTO escreve “Educação afasta o racismo” NAÇÕES UNIDAS LBV entrega recomendações a autoridades e delegações oficiais durante a 57 a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, um dos maiores eventos do gênero. SAÚDE DA CRIANÇA Brincar combate o sedentarismo infantil e o aparecimento de doenças precoces Com o permanente apoio da sociedade, a LBV celebra expressivo resultado de sua ação socioeducacional no ano passado. Em 2013, o empenho de todos é ainda maior. Mais de 10 milhões de atendimentos e benefícios ao povo CORAÇÃO SOLIDÁRIO Haroldo Costa O feliz casal Mariana Godoy e Dalcides Biscalquin Ariel Palacios Robert Plant Michelle Bachelet Selton Mello Walcyr Carrasco A guerreira Lucinha Araújo e a Sociedade Viva Cazuza

Revista Boa Vontade, edição 234

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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NESTA EDIÇÃO:

INTErNAcIONAl

Em defesa do ser humano e seu Espírito Eterno, Paiva Netto escreve “Educação afasta o racismo”

NaÇÕeS UNiDaS LBV entrega recomendações a autoridades e delegações oficiais durante a 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, um dos maiores eventos do gênero.

SaÚDe Da criaNÇa Brincar combate o sedentarismo infantil e o aparecimento de doenças precoces

Com o permanente apoio da sociedade, a LBV celebra expressivo

resultado de sua ação socioeducacional no ano passado.

Em 2013, o empenho de todos é ainda maior.

Mais de 10 milhões deatendimentos e benefícios ao povo

cOrAÇÃO SOlIDárIO

Haroldo Costa

O feliz casal Mariana Godoy e Dalcides Biscalquin

Ariel Palacios

Robert Plant

Michelle Bachelet

Selton Mello

Walcyr Carrasco

A guerreiraLucinha Araújo e a Sociedade Viva Cazuza

Do Ecoelce ao Baú da Leitura, do Cine Coelce ao Troca de Geladeiras. A Coelce é a responsável

por estes e muitos outros projetos sociais que, assim como a nossa energia, tornam a vida do

cearense cada vez melhor. Afi nal, ter acesso à leitura, à cultura e à sustentabilidade é ter mais

qualidade de vida. E é assim que a Coelce trabalha para fi car cada vez mais próxima de você.

Para conhecer estes e todos os projetos sociaisda Coelce, acesse www.coelce.com.br

Cada vez mais próxima de você.

Projetos Sociais Coelce.Uma energia cadavez mais presente

na vida do cearense.

OO006-13-AN REVISTA BOA VONTADE FIM.indd 1 1/24/13 11:41 AM

Do Ecoelce ao Baú da Leitura, do Cine Coelce ao Troca de Geladeiras. A Coelce é a responsável

por estes e muitos outros projetos sociais que, assim como a nossa energia, tornam a vida do

cearense cada vez melhor. Afi nal, ter acesso à leitura, à cultura e à sustentabilidade é ter mais

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Cada vez mais próxima de você.

Projetos Sociais Coelce.Uma energia cadavez mais presente

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34 Templo da Boa Vontade é escolhido como local para a assinatura da portaria que institui o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa.

12Ariel PAlAcios

retrata costumes argentinos

21José cArlos ArAúJo

escreve “E a Seleção?”

Sumário

8 “educAção AfAstA o rAcismo”Paiva Netto

12 cArtAs, e-mAils, livros e registros

21 oPinião — esPorte por José Carlos AraújoE a Seleção?

22 sAmbA & HistóriA por Hilton Abi-RihanHaroldo Costa — Pioneiro da cultura afro-brasileira

25 oPinião — educAção por Arnaldo NiskierTudo nos une?

26 Perfil Lucinha Araújo

28 culturA — selton mello Arte, câmera, ação!

30 Acontece em sergiPe

33 notíciAs de brAsíliA• Robert Plant visita o Templo da Boa Vontade (p. 33)• Pela tolerância religiosa (p. 34)

38 meio Ambiente — AmAzôniA em foco por Daniel NavaSustentabilidade e empreendedorismo indígena

42 meio Ambiente — resPonsAbilidAde sociAl Tecnologia limpa e barata

44 lbv nA onu Contra a violência de gênero

50 sAúde dA mulHer Respeito à vida que começa

54 10o fórum internAcionAl dos soldAdinHos de deusBrincar e agir com Boa Vontade

64 sAúde dA criAnçA Como prevenir o sedentarismo infantil

13micHel temer

mostra veia poética

15mino cArtA

lança O Brasil

18mArcio AtAllA

ensina a combater obesidade e sedentarismo

17mAriA dA PenHA

em defesa da mulher

8 Paiva Netto escreve: “Educação afasta o racismo”

50drA. liliAn eçARespeito à vida

que começa

68cArlos ArtHur

PitombeirAComunicação social

72PAulo KrAmer

Cidadania tributária

4 BOA VONTADE

92

76

Natal Permanente da LBV arrecada e distribui mais de 900 mil quilos de alimentos para famílias brasileiras de baixa renda

44 Nações Unidas: LBV entrega recomendações a autoridades e delegações oficiais durante a 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher.

68 oPinião — mídiA em foco por Carlos Arthur PitombeiraComunicação Social

72 oPinião — congresso em PAutA por Paulo KramerCidadania Tributária

76 bAlAnço sociAl Trabalho da LBV cresce e supera 10,2 milhões de atendimentos e benefícios em 2012

80 educAção — ensino de quAlidAdeTradicional campanha da LBV entrega 14 mil kits de material escolar e pedagógico

86 cAmPAnHAs emergenciAisSOS Calamidades

92 nAtAl PermAnente dA lbv • LBV arrecada e distribui mais de 900 mil quilos de alimentos para famílias brasileiras de baixa renda (p. 92)• Força do Bem — Artistas, atletas e personalidades da mídia unem-se para apoiar iniciativa da LBV (p. 108)

124 melHor idAde por Walter PeriottoO ser humano e a grandeza de Deus

126 Ação Jovem lbvAlém do paradoxo

130 APrendendo Português por Adriane SchirmerPrefixo "auto"

Canais da LBV na internetwww.lbv.org.br

Facebook: LBV Brasil

Twitter: @LBVBrasil

Youtube: LBV Videos

Orkut: LBV

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

fAixAs etáriAs AtendidAs PelA lbv em 2012

0 a 5 anos

6 a 15 anos

15 a 17 anos

18 a 25 anos

26 a 59 anos

mais de 60 anos

8%

8%

58%

5%

5%

16%

Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV

Balanço Social* — Trabalho da LBV cresce e supera 10,2 milhões de atendimentos e benefícios em 2012.

* Há duas décadas, a Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de a legislação que exige essa medida entrar em vigor.

20092008 2010 2011 2012

8.01

6.75

8

7.487

.023

8.50

8.48

2

9.43

4.94

3

10.2

55.8

33

BOA VONTADE 5

Ao leitor

Contribuir para uma permanente qualidade de vida da população brasileira resume o que é a missão da Legião da Boa Vontade, há mais de seis décadas. A dimensão do serviço prestado diariamente pela LBV leva em conta aspectos sociais e econômicos (sustentáveis), culturais e espirituais. É assim, enxergando o indiví-duo como um ser integral, que a Instituição come-mora o resultado de seu trabalho solidário no ano de 2012: 10.255.833 atendimentos e benefícios prestados a pessoas e famílias de baixa renda em todo o Brasil.

Fruto do esforço e da dedicação de voluntários e colaboradores nas cinco regiões do país, esse ex-pressivo número está retratado na matéria de capa e em outras reportagens desta edição, a exemplo da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Somente essa iniciativa, aliás, encerrou o ano distribuindo mais de 900 mil quilos de alimentos.

Também importante é a Campanha Criança Nota 10 — sem Educação não há Futuro!, que, no início deste ano, entregou 14 mil kits de material escolar e pedagógico a crianças e jovens atendidos em mais de 60 cidades do país. Além de dar prosseguimento às ações permanentes da Instituição em prol da infância e da adolescência, a campanha visa à melhora da autoestima e do desempenho do educando.

Na mensagem do diretor-presidente da LBV, o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, intitulada “Educação afasta o racismo”, destaque ao respeito mútuo às diferentes etnias. Para ele, elemento ca-paz de pavimentar “a vivência pacífica entre seres humanos e nações”.

Antecipando a discussão no Senado sobre o proje-to de descriminalização do aborto, a BOA VONTADE alerta para os riscos de eventual mudança na legisla-ção. O leitor acompanha a análise do tema pelo olhar da biomédica e pesquisadora em biologia molecular Lilian Piñero Eça, presidente do Instituto de Pesquisa de Células-Tronco (IPCTRON). Em entrevista, ela explica aspectos relacionados ao início da vida na reprodução humana e as graves consequências do aborto para a saúde da mulher.

A cultura está aqui bem representada, na repor-tagem com Haroldo Costa, ator, escritor e produtor cultural, e na palavra do talentoso ator e diretor Selton Mello.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADEConstantemente reitero que falta huma-nidade à Humanidade. E a LBV, desde

os seus primórdios, na década de 1940, preocupa-se em proporcionar uma vida digna às pessoas necessitadas de so-corro material e às que, embora viven-do bem, são carentes na emoção e no Espírito. Ela oferece ensino com Espiri-tualidade Ecumênica para que se forme e desenvolva o Cidadão Planetário, com

seus valores igualmente firmados no eterno, portanto, no Espírito, que não é

mera projeção da mente.Paiva Netto

Extraída de entrevista concedida à jornalista portuguesa Ana Serra, em 19/9/2008, acerca de seu

best-seller Reflexões da Alma, publicado em terras lusitanas pela Editora Pergaminho,

naquele ano.

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DiReToR e eDiToR-ResPonsáVel: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CooRDenação geRal: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

suPeRinTenDênCia De maRkeTing e ComuniCação: Gizelle Tonin de Almeida

JoRnalisTas ColaBoRaDoRes esPeCiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Daniel Borges Nava, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

equiPe eleVação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Flávio de Oliveira, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Paulo Beck, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

PRoJeTo gRáfiCo: Helen Winkler

CaPa e DiagRamação: Diego Ciusz, Felipe Tonin e Helen Winkler.

imPRessão: Mundial Gráfica

CRéDiTo Das foTos De CaPa: ariel Palacios: Priscilla Antunes; Haroldo Costa: Waldomiro Manoel; lucinha araújo e Cazuza: Divulgação; mariana godoy e Dalcides Biscalquin: Marco de Mojana; michelle Bachelet: Sâmara Malaman; Robert Plant: Lucian Fagundes; selton mello: Vivian R. Ferreira; Walcyr Carrasco: Nathália Valério.

enDeReço PaRa CoRResPonDênCia: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

a revista Boa VonTaDe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. a publicação obedece ao elevado propósito de estimular o debate ético e ecumênico dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir sobre as tendências do pensamento contemporâneo.

A N O 5 7 • N o 2 3 4 • D E Z 2 0 1 2 - J A N / F E V / m A r 2 0 1 3

Tiragem: 50 mil exemplares Edição fechada em 23/4/2013

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CONSTRUTORA

Cumprindo o seu papel social, o Jornal de Brasília idealizou o projeto Gente do Bem, que é realizado com a contribuição dos empresários do Distrito Federal que almejam contribuir para uma sociedade mais digna.

Conheça as empresas, que participaram da última edição, realizada no dia 23 de março de 2013, que transformaram a vida de 600 crianças e ajudaram várias instituições do DF e Entorno.

Educação afasta o racismo

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8 BOA VONTADE

João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

Evidenciar o respeito às diferentes etnias pavi-menta a vivência pacífi-

ca entre seres humanos e nações. Há poucos dias, a Boa Vontade TV (canal 23 da SKY) abordou, no programa Sociedade Soli-dária, o Estatuto da Igualdade Racial, instituído pelo governo do Brasil em 20/7/2010. Uma entrevista com o dr. Marco Antonio Zito Alvarenga, advo-gado criminalista e presidente do Conselho de Participa-ção e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo (CPDCN), trouxe-nos especial contribuição.

Educaçãoafasta o

racismo

Dr. Marco Antonio

Da sua palavra, este trecho esclarecedor:

— O Estatuto da Igualdade Racial, na verdade, não tem uma efetividade do poder de punir. Ele define o que é racismo, define po-líticas públicas, define o que deve ser feito no sentido da diminuição do fosso entre negros e brancos, indígenas... O que deve ser apli-cado legalmente para a punição é a Constituição Federal primei-

ro, que prevê o crime de racismo como inafiançá-vel e que não prescreve. Depois, a Lei 7.716/89, que prevê pena de um a cinco anos para racismo;

Vivia

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Fer

reira

BOA VONTADE 9

Educação afasta o racismo

Martinho Lutero

e mais ainda o artigo 140, pará-grafo 3o do Código Penal, que prevê o tipo penal definido como injúria racial. Então, esses são os instrumentos legais. Agora, não basta só isso.

Atentemos, pois, para a prática que o dr. Marco Antonio aponta. A observância legal enriquece nossa cultura e, por consequência, valo-riza todas as etnias que formam a sociedade brasileira:

— Sou um apaixonado pelo Direito Penal, mas acho que o racismo tem que ser banido não através da punição, mas também pela educação. E pela educação é que vamos visibilizar a importân-cia do povo negro na construção deste país. E para que isso ocorra, há que se aplicar a Lei 10.639/03. Que lei é essa? É a lei que prevê a aplicação, ou seja, o aprendizado da história da população negra ou do afro desde sua origem. E a

importância disso não é só para os negros, é também para os não negros, que assim terão uma visão diferenciada da nossa participa-ção na construção deste país.

A experiência do dr. Marco Antonio Zito Alvarenga na mili-tância pela justa causa da igual-dade racial merece ser levada em consideração.

* * *

Deus tem muitos sinônimos

Ora, sem o Amor, que é Deus, o ser huma-no vive desgovernado, longe da Verdade, que é a Palavra Dele. (Evan-gelho de Jesus segundo João, 17:17: “Pai, Tua

Palavra é a Verdade”.)

Se você não crê na existência do Pai Celestial, não se sinta excluído pela minha afirmativa. Pense então em bom senso, por-que quem não o exercita também vive em desgoverno.

Deus tem muitos sinônimos, tais como Fraternidade, Solida-riedade, Compaixão, Clemência, Generosidade, Misericórdia, Altruísmo, Justiça e tudo o mais que valoriza a criatura humana, conduzindo-a à Paz consigo mes-ma, extensivamente aos outros.

A Face DivinaPor consequência, o Criador não

apoia manifestações de ódio em Seu Santo Nome. Muito apreciável, por-tanto, esta admoestação de Martinho Lutero (1483-1546):

— Não desejo que as pessoas lutem

Victor Hugo

O dramaturgo e poeta francês Victor Hugo (1802-1885) ensinava que

— o Espírito se enri-quece com aquilo que re-cebe, e o coração, com o que dá.

Se você não crê na existência do Pai Celestial, não se

sinta excluído pela minha afirmativa. Pense então em

bom senso, porque quem não o exercita também vive em

desgoverno.

Arqu

ivo B

V

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10 BOA VONTADE

Deus tem muitos sinônimos, tais como Fraternidade, Solidariedade, Compaixão, Clemência, Generosidade, Misericórdia,

Altruísmo, Justiça e tudo o mais que valoriza a criatura humana, conduzindo-a

à Paz consigo mesma, extensivamente aos outros.

Dante Alighieri

em favor do Evangelho pela força e pelo morticínio. O mundo tem de ser conquistado com a palavra de Deus.

A que Deus se refere o Refor-mador? Certamente que não ao antropomórfico, criado à ima-gem e semelhança do homem, mas a respeito Daquele definido por João Evangelista, na sua Primeira Epístola, 4:16:

— E nós conhecemos e cre-mos no Amor que Deus tem por nós. Deus é Amor. E aquele que permanece no Amor permanece em Deus, e Deus, nele.

O versículo de sua preferên-cia na Bíblia fala por si, no con-cernente à ação desse Ser, com um exemplo máximo:

— De tal maneira amou Deus ao mundo, que lhe mandou o Seu Filho Unigênito, de forma que

todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna. (Evangelho do Cristo segundo João, 3:16.)

O velho pregador ger-mânico sabia que não há caminho senão o do Amor, sinônimo de Caridade.

Outro sábio da História, Dante Alighieri (1265-1321), em A Divina Comédia, escreveu:

— O Amor é a força que move o Sol e os ou-tros astros.

Por isso, viver afasta-do Dele é sofrer a orfan-dade da Alma. O Deus

divino não tem bigode nem bar-ba. A Sua Face é o Amor.

[email protected]

www.paivanetto.com

A Criação de Adão, na concepção de Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Afresco: 280 x 570 cm.

Arqu

ivo B

V

BOA VONTADE 11

Cartas, e-mails, livros e registrosCartas, e-mails, livros e registros

* No artigo “O crack e a mulher”, do jornalista e escritor Paiva Netto, publicado na revista BOA VONTADE no 233, o autor discorre sobre os riscos da dependência química e alerta para a crescente presença feminina entre os usuários da droga. O texto destaca trechos de entrevista da dra. Solange Nappo, pesquisadora do Cebrid, ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY).

A leitura de Os Argentinos, livro do jornalista Ariel Palacios, apre-sentado ao público em 21 de março, na capital fluminense, ajuda a conhecer um pouco mais a respeito de um país vizinho singular. A obra, que faz parte da coleção “Povos & Civilizações”, trata de cultura, costumes, gastronomia, mitos, política, economia e futebol.

Nascido na Argentina, mas criado no Brasil, o autor é cor-respondente do jornal O Estado de S. Paulo e da Globo News. Com o título, Palacios pretende revelar para o brasileiro muito da alma argentina.

Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento. Na ocasião, o escritor autografou um exemplar para o diretor-presidente da LBV, anotando: “Ao querido Paiva Netto, figura essencial da so-ciedade brasileira. Com admiração e afeto, abraços, Ariel”.

Ariel Palacios, correspondente de O Estado de S. Paulo e da Globo News na Argentina, lança Os Argentinos.

Ariel Palacios retrata costumes argentinos em livro

Prisc

illa A

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Schuma Schumaher

Nath

ália

Val

ério

Nádia Campeão

Dra. Solange Nappo

Vivia

n R.

Fer

reira

BOA VONTADE MulherRecebemos a revista BOA VON-

TADE Mulher, em comemoração do Dia Internacional da Mulher. Parabe-nizamos esta Entidade pelo trabalho que realiza em várias frentes ligadas à questão dos direitos humanos e, no caso em particular, à luta que deve unir todos — poder público, iniciativa privada e entidades representativas da sociedade — pelo fim da violência contra a mulher e pela garantia de seus direitos básicos. Os avanços ob-tidos nesta área, embora importantes, são ainda insuficientes, sendo assim fundamentais ações no sentido de

garantir ampliação de di-reitos. Reafirmamos nos-sos protestos de respeito e consideração. (Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo/SP.)

Acusamos o recebimento da BOA VONTADE Mulher. Os artigos são todos muitos interessantes. Penhora-damente, agradecemos a gentileza e a consideração a nós dispensadas. A tur-ma feminina da ABI agradece. Muito obrigada! (Marina, Eliana, Marlene, Zilmar, Rosangela, Queli, Sílvia, Vilma, Ivaldeci, Maria Helena, Alice, Marlene e Ilma Martins, diretoria de Assistência Social da Associação Brasileira de Imprensa, ABI, Rio de

Janeiro/RJ.)

Valores fundamentais

Recebi a revis-ta [BOA VONTADE Mulher] e gostei muito

desse número especial. (...) Para-béns pelo trabalho. (Schuma Schu-maher, coordenadora-executiva da Rede de Desenvolvimento Hu-mano — Redeh, Rio de Janeiro/RJ.)

Conteúdo de qualidadeO artigo* está muito bem es-

crito, muito fiel ao que foi dito por mim. A revista impressionou-me

pela qualidade da apresentação, dos temas que aborda e principalmente pelo quilate das pessoas que são entrevistadas. Sem dúvida foi uma honra ter sido incluída. (Dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informa-ções sobre Drogas Psi-cotrópicas — Cebrid, São Paulo/SP.)

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12 BOA VONTADE

Em concorrida sessão de autógrafos na capi-tal paulista, em 31 de janeiro, o vice-presidente da República, Michel Temer, apresentou o livro Anônima Intimidade. Além de familiares e amigos do autor, várias autoridades da política nacional prestigiaram a ocasião.

A obra reúne 120 poemas, escritos inicialmente em guardanapos de papel durante viagens de Temer entre Brasília e São Paulo. O curioso hábito que originou o livro traduz a paixão do vice-presidente pela poesia, segundo ele, cultivada desde a ado-lescência.

Representantes da Legião da Boa Vontade pres-tigiaram o evento e levaram a saudação do dirigente da Instituição. Em um exemplar da obra, o político poeta anotou esta dedicatória: “Ao líder José de Paiva Netto, com a amizade do Michel Temer”.

Michel Temer mostra veia

poética

Michel Temer, vice-presidente da República, autografa o livro Anônima Intimidade na capital paulista.

Juntos para sempre é o título do mais novo livro do autor teatral e de telenovelas Walcyr Carrasco. O lançamento ocorreu na capital fluminense, em 3 de abril, e reuniu artistas, admiradores e amigos dele.

Na obra, Walcyr conta a história de um advogado bem-sucedido na carreira e dono de uma vida apa-rentemente perfeita. O problema é um sonho que o atormenta todas as noites, no qual ele é conduzido a um amor de outra vida. A ideia da narrativa, se-gundo o autor, surgiu durante uma viagem dele à África do Sul, quando sonhou com a trama e todos os detalhes; ao acordar, pouco antes do desembar-que, o livro estava escrito em sua cabeça.

Presentes à sessão de autógrafos, representantes da LBV o cumprimentaram em nome do diretor--presidente da Instituição. Na oportunidade, ele en-caminhou um exemplar da obra, com a seguinte mensagem: “Paiva Netto, parabéns pelo seu trabalho! É iluminado por Deus! Abração. Walcyr Carrasco”.

Novo título de Walcyr Carrasco fala sobre amor e sonho

O escritor e novelista Walcyr Carrasco lança o livro Juntos para sempre, no Rio de Janeiro/RJ.

Nath

ália

Val

ério

Vivia

n R.

Fer

reira

Pela cidadaniaRecebemos a revista BOA VON-

TADE, ano 56, no 233, pelo que agra-decemos. A edição apresenta muitas reportagens interessantes, como “O crack e a mulher” e “A Grande Fa-

mília Humanidade”, que destacam a importância da família como princípio da paz e da estabilidade do mundo, sendo as crianças os principais mensa-geiros desse novo tempo. Ressaltamos que a pedagogia da Legião da Boa

Vontade oportuniza construir valores sociais, éticos e espirituais, valores esses fundamentais para o exercício da cidadania. (Marta D. Moscheto, da assessoria de Gabinete da Vice--governadoria do Estado do Paraná.)

BOA VONTADE 13

Cartas, e-mails, livros e registros

O professor, cientista político e colunista da BOA VONTADE Paulo Kramer é autor de Dante de Oliveira, volume 65 da coleção “Perfis Parlamentares” (Edições Câmara). O lançamento da obra, em fevereiro, na capital federal, reuniu familiares e amigos do autor, além de pessoas interessadas no estudo da política.

O livro, que traz ensaio biográfico e seleção de discursos, homenageia o engenheiro Dante Martins de Oliveira (1952-2006), um dos principais nomes do movimento civil Diretas Já! (1983-1984), que pedia eleição direta para a Presidência da República. O grande apoio popular à proposta de Emenda Constitucional do então deputado federal Dante de Oliveira impulsionou o pro-cesso de redemocratização do país. Dante foi eleito também prefeito de Cuiabá e governador de Mato Grosso, além de ter sido nomeado ministro de Estado.

Paulo Kramer enviou um exemplar do título ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com a dedicatória: “Ao querido Irmão Paiva Netto, um dos melhores nomes de comunicação do planeta, com o carinho, a admiração e a homenagem do amigo, irmão e discípulo”.

Obra de Paulo Kramer traz biografia de Dante de Oliveira

O cientista político Paulo Kramer (E) e Paulo Medeiros, da LBV.

Amigos e admiradores do escritor, jornalista, pa-lestrante e cantor Dalcides Biscalquin prestigiaram no Rio de Janeiro/RJ, em 5 de abril, um duplo lançamento do autor: o livro Por onde o amor me leva e o CD Alma & Coração.

O CD reúne canções que marcaram a trajetória de vida de Dalcides. No livro, ele com-partilha com o leitor lições que exaltam o poder das boas escolhas, a importância de a pessoa ser fiel a si mesma e a necessidade de adotar uma conduta firmada no amor.

“Quando escrevi Por onde o amor me leva, eu pensava em ajudar aquelas pessoas que estão mais necessitadas, sozinhas, que passam

por um período difícil. É isso que quero com esse livro”, afirmou.

Em entrevista à BOA VONTADE, o escritor lembrou o carinho dele para com a Legião da Boa Vontade. “Para-

béns pelo trabalho de vocês! E que bom, nesse momento, a gente estar junto como parceiros, porque nosso objetivo é o mesmo. Minha mãe me dizia que queria sempre ajudar as obras que vocês têm, de Boa Vontade, e ela sempre ajudou. Hoje, olho o trabalho de vocês e digo: ‘Que bom que Deus fala ao mundo por vocês.”

Ao dirigente da Instituição, Dalcides encaminhou exem-plar de seu livro e do CD, com as seguintes mensagens: “Paiva Netto, eu sempre olho para a LBV como um sinal de

que Deus acredita na humanidade! Com amor e paz”; e “Paiva Netto, sempre admiro seu trabalho. Você e sua obra são sinais do Amor de Deus”.

Jornalista e cantor Dalcides Biscalquin apresenta novidades

O autor Dalcides Biscalquin, ao lado da jornalista Mariana Godoy, sua esposa, que prefacia a obra, durante o lançamento em São Paulo/SP.

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14 BOA VONTADE

Paulo Paim escreve Para além do que os olhos veem

Mino Carta lança

O BrasilO diretor de redação da revista

Carta Capital, jornalista Mino Carta, lançou em 26 de fevereiro a obra intitulada O Brasil. Com posfácio assinado pelo professor e crítico literário Alfredo Bosi, a narrativa começa com o episódio da morte do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.

É a partir desse cenário de comoção nacional que o autor constrói um enredo entremeado por momentos de pura memória, a fim de guiar o leitor por uma investigação da história do Brasil e do jornalismo.

Em concorrida noite de au-tógrafos, na capital paulista, o jornalista recebeu familiares, amigos e estudantes de comu-nicação. Na oportunidade, de-dicou um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Ao José de Paiva Netto, com o abraço mediterrâneo de Mino Carta”.

Luiz

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O senador Paulo Paim escolheu a cidade de Porto Alegre/RS para o lançamento de seu título Para além do que os olhos veem. A obra de quase 300 páginas é resultado de recente experiência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), presidida pelo parlamentar.

Nas palavras do autor, trata-se de “um trabalho acumulado em cima de um olhar para as pes-soas”. Nele, o leitor tem a oportunidade de acompanhar ex-periências compar-tilhadas durante as audiências públicas que

a CDH realizou em 2011. Segundo Paim, a publicação procura retratar os legítimos anseios do povo na busca de seus direitos.

Em entrevista, o senador saudou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade: “Meu abraço ao grande líder Paiva Netto. Acompanho o trabalho da LBV, um trabalho de compromisso

com o social, de responsa-bilidade. Nós, que abra-

çamos causas e não coisas, somos tam-bém abraçados pelas causas”. Na ocasião, o parlamentar au-tografou: “Ao Paiva

Netto, com abraços do amigo Paulo Paim”.

O cantor, compositor e músico Gilberto Gil e o sociólogo Juca Ferreira promoveram, em 9 de abril, sessão de autógrafos para marcar o lançamento do livro Cultura pela Palavra — Coletâ-nea de artigos, entrevistas e discursos dos ministros da Cultura 2003-2010. O evento, ocorrido na capital flumi-nense, reuniu muitas personalidades e amigos dos autores.

Organizada por Armando Almeida, Maria Beatriz Albernaz e Mauricio

Siqueira, a obra traz, em 600 páginas, 19 artigos publicados na imprensa brasileira e internacional, 19 entrevistas concedidas a jornais e revistas do país e do exterior e 61 discursos proferidos pelos dois ex-ministros. Entre os temas tratados, políticas públicas e interação de governo e sociedade civil, economia criativa, cultura digital e regulamentação do setor audiovisual.

Os autores autografaram um exemplar ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com estas dedicatórias: “Palavras ditas e escritas para ajudar o desenvolvimento cultural do país, Juca Ferreira” e “Paiva Netto, um pouco do nosso texto ministerial, com carinho, Paz! Gilberto Gil”.

Gilberto Gil e Juca Ferreira em Cultura pela Palavra

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BOA VONTADE 15

Cartas, e-mails, livros e registros

Um grupo de crianças aten-didas pela Legião da Boa Von-tade em Belo Horizonte/MG homenageou o presidente da Companhia Energética de Mi-nas Gerais (Cemig), Djalma de Morais, por ocasião do aniversário dele, comemorado em 16 de março. A visita da ga-rotada à sede da Cemig foi uma surpresa, pois ocorreu alguns dias antes da data natalícia do homenageado. Contente com a presença das crianças, o aniversariante agradeceu os parabéns e o cartão especial entregue por elas.

Homenagem ao presidente

da Cemig

Um dos mais bem conceituados otorrinolaringologistas do Brasil, o dr. Jair de Carvalho e Castro remeteu à Academia Nacional de Medicina (ANM) seu trabalho a respeito da abordagem cirúrgica dos colesteatomas — formações císticas que ocorrem nas meninges, no sistema nervoso central, em ossos do crânio e, mais frequentemente, no ouvido e na mastoide. O trabalho foi apresentado como parte dos requisitos para o pesquisador concorrer à cadeira número 62.

Chefe do serviço de otorrinolaringologia da 2a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, ele fez questão de dedicar um exemplar do estudo ao dirigente da Legião da Boa Vontade. Nele, o autor anotou esta dedicatória: “Para o Presidente José Simões de Paiva Netto, com os meus maiores agradecimentos pela grande ajuda neste momento importante de minha carreira profissional, e aproveito para cumprimentá--lo pelo brilhante e importante trabalho social, realizado aqui no Brasil e também no exterior. Um abraço e a admiração do amigo”.

Homenagem — Em 8 de abril, o dr. Jair foi agraciado com a mais alta comenda da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “A Medalha Tiradentes é uma honra muito grande, pois tem uma expressão histórica. São poucas as pessoas que têm a honra de recebê-la”, afirmou.

Entre as autoridades presentes estavam o deputado estadual Paulo Melo, presidente da Alerj; o dr. Hariman Araújo, procurador-geral da Alerj; o advogado Bernardo Cabral, ex-ministro da Justiça; o dr. Sérgio Novis, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e chefe do serviço de neurologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro; e dr. Almir Ghiaroni, da diretoria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Dr. Jair de Castro apresenta estudo na Academia

Nacional de Medicina

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O dr. Jair de Carvalho e Castro, ladeado pelos familiares. A partir da esquerda, Tília de Castro, esposa; Maria José, mãe do homenageado; e os filhos Pedro e Raphael. O renomado médico foi condecorado com a tradicional Medalha Tiradentes.

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A partir da esquerda, o jornalista Gilberto Amaral, o presidente da Ce-mig, Djalma de Morais, e Ricardo José Charbel, diretor de distribuição e comercialização da Cemig, com as crianças da LBV. Participaram tam-bém do festivo encontro os repre-sentantes da LBV Paulo Medeiros, Ronei Ribeiro e Sidemar de Almeida.

16 BOA VONTADE

Quer saber aonde mais chegaram as recomendações da LBV? Veja na p. 44 reportagem que destaca a repercussão dessas boas práticas entre delegações e autoridades da ONU.

A farmacêutica bioquímica Maria da Penha Fernandes — que com sua história inspirou a criação da lei de combate e prevenção à violência de gênero no Brasil — recebeu a visita de crianças da LBV em sua residência, em Fortaleza/CE. No encontro, a garotada entregou à ati-vista brasileira de direitos femininos a revista BOA VONTADE Mulher, contendo as recomendações da Ins-tituição apresentadas na 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, na sede da ONU, em Nova York (EUA), em março.

Maria da Penha, cuja imagem ilustra a capa da publicação, des-tacou: “Eu só tenho de agradecer. No momento em que cada pessoa, instituição faz sua parte na divulga-ção de uma lei que veio para trazer harmonia, para evitar o sofrimento de uma mulher e seus filhos, é mui-to gratificante. As instituições que

Maria da Penha parabeniza revista BOA VONTADE Mulher

Fotografe o código ao lado com seu smartphone e/ou tablet e baixe a edição completa.

Para ler a revista BOA VONTADE Mulher...

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dão visibilidade à causa da mulher estão contribuindo para a Cultura de Paz no mundo”.

Ela também felicitou o dirigente da LBV por defender e valorizar o papel feminino na sociedade. “Agra-deço demais a Paiva Netto [...] por divulgar a Lei Maria da Penha. Mas, principalmente, eu o parabenizo pela visão que tem da importância da mulher no mundo. Não é porque eu sou mulher, mas ele tem razão de achar isso... Realmente, nós conseguimos transformar muitas coisas em que o homem se sente totalmente incapaz”, afirmou.

Sobre o conteúdo da edição especial da publicação, declarou: “Quero dizer que essa homenagem repercute muito bem na sociedade. Quem se apropriar dessa revista vai despertar o interesse de conhecer a lei e, com certeza, vai ajudar mu-lheres através dessa leitura”.

Cumprimento a LBV pela qualidade gráfica e de conteúdo da BOA VONTADE Mulher. Expresso [também] a minha satisfação em ter contribuído, com a minha entrevista, como relatora no Senado da República, para trazer luz sobre a Lei Maria da Penha, que é, reconhecidamente, uma das mais importantes do mundo sobre a proteção à mulher. Coloco-me, sempre, à inteira disposição de vocês, no desejo de bem servir.

Lúcia Vâniasenadora da República

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BOA VONTADE 17

O Coral Ecumênico e a Orquestra Infantojuvenil Boa Vontade parti-ciparam da inauguração do 15o monumento Marco da Paz, em 10 de março, nos jardins do Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa de São Paulo, na zona sul paulistana.

O convite à LBV partiu da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), organizadora do evento. Compostos por alunos do Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, o coro e a orquestra abrilhantaram a cerimônia no parlamento paulista, o primeiro órgão público a receber o monumento.

Idealizado pelo italiano Gaetano Brancati Luigi, o marco cultua a paz mundial e está presente na Argentina, China, Itália, México, Uruguai e outros países. “Em 13 anos, inauguramos 15 monumentos pelo mun-do. Isso aumenta a nossa responsabilidade de seguir adiante com essa mensagem, levando a proposta e lembrando aos povos a importância da Cultura de Paz. Agradeço à LBV, que sempre se soma a esta cami-nhada”, destacou o artista.

Os estudantes do Instituto de Educação José de Paiva Netto também têm participado das cerimônias comemorativas do Dia Internacional para a Cultura de Paz e Não Violência — celebrado oficialmente em 21 de setembro — promovidas pela ACSP no primeiro Marco da Paz, instalado em 2000 no Pátio do Colégio, no centro da capital paulista. Da programação consta a entrega de réplicas em miniatura do monu-mento a autoridades.

Mudar a atitude com relação ao corpo e assim ter saúde. Essa é a proposta que o educador físico Marcio Atalla, do quadro “Medida Certa”, do programa Fantástico (Rede Globo), desenvolve em seu livro Sua vida em movimento, lançado na capital fede-ral. Na obra, ele apresenta maneiras práticas de incluir a atividade física na rotina, a fim de combater o sedentarismo e a obesidade, um problema cada vez mais comum na sociedade atual.

Além de jornalistas e amigos do autor, pro-fissionais da saúde prestigiaram o lançamento da obra. Durante a sessão de autógrafos, o autor recebeu representantes da Legião da Boa Vontade e dedicou um exemplar ao diretor-presidente da LBV com a seguinte mensagem: “Para José de Paiva Netto, abraço do amigo Marcio Atalla”.

Marcio Atalla ensina a

combater o sedentarismo

Marco da PazO Coral Ecumênico e a Orquestra Infantojuvenil Boa Vontade participaram da inauguração do 15o monumento Marco da Paz, na capital paulista.

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Biografia de Casagrande é lançada em SPO comentarista esportivo e ex-jogador de futebol Walter Casagrande Júnior promoveu,

na capital paulista, em 9 de abril, sessão de autógrafos para o lançamento de sua biografia Casagrande e seus demônios. O concorrido evento reuniu personalidades, colegas de profissão e amigos. Escrito pelo comentarista e pelo editor de Esportes do jornal Diário de S. Paulo, o jornalista Gilvan Ribeiro, o livro apresenta histórias da carreira de Casagrande como atleta, além de episódios marcantes da vida pessoal.

Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento. Na opor-tunidade, o comentarista autografou um exemplar da obra ao diretor-presidente

da Instituição, com a seguinte dedicatória: “Ao José de Paiva Netto, um abração. Casagrande”.

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Fac-símile da capa do Correio Braziliense, de 23 de abril. Ao lado, a página 28 do periódico

Por meio de escolha popular, o concurso cultural Minha Brasília, promovido pelo jornal Correio Brazi-liense, anunciou, em 23 de abril, as três fotos mais votadas pelo público, e a do TBV ficou em primeiro lugar. A imagem ganhou destaque na capa da edição impressa, além de repor-tagem de página inteira no miolo.

Por ocasião dos 53 anos de Brasília/DF (21 de abril), a iniciativa mobilizou internautas, que enviaram fotos dos locais considerados por eles mais bonitos e representativos da capital federal. Depois, uma comissão julgadora selecionou 25

imagens para votação popular. Entre elas, a mais votada, a do Templo da LBV, é de autoria do funcionário público Claudinei Antonio Mariano, de 49 anos. A segunda foto preferida pelo público foi a que retratou a Tor-re de TV Digital; em terceiro, ficou a da Esplanada dos Ministérios.

Intitulada “Arquitetura e céu pre-miados”, a reportagem é assinada por Ariadne Sakkis, com cobertura fotográfica de Daniel Ferreira. O texto ressalta: “(...) A imagem mais votada foi a da lua cheia alinhada ao cristal do topo da pirâmide do Templo da Boa Vontade (LBV), na 915 Sul”.

Sobre o responsável pela foto mais votada, o jornal acrescentou: “Há anos frequenta a LBV, a quem ele atribui a mesma qualidade agregadora da capital brasileira. ‘Me sinto muito bem aqui. Do mesmo jeito que Brasília repre-senta todos os brasileiros, a LBV representa todos os sentimentos, as formas de fé’”.

Capa do jornal Correio Braziliense: foto do TBV é eleita a mais bela do DF

TEmplO DA BOA VONTADE — mONumENTO mAis VisiTADO DA CApiTAl BRAsilEiRAsGAs 915, lotes 75/76, Brasília/DF, Brasil. informações: tel. (61) 3114-1070 ou www.tbv.com.br.

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José Carlos Araújo, locutor esportivo e apresentador do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Rádio Bradesco Esportes FM 91.1 — RJ)

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José Carlos Araújo | Especial para a BOA VONTADE

A poucos meses da Copa das Confederações da Fifa (15 a 30 de junho), a maioria dos

estádios ainda não estava pronta. O Maracanã, palco da partida final, está prometido para 27 de abril. Será que a urgência para cumprir a data com-binada deixará falhas lamentáveis?

Se os estádios não estão prontos, o que dizer da Seleção Brasileira? Quando o técnico Mano Menezes começava a encontrar um time, eis que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu mudar tudo. Jogou dois anos de preparação no lixo. Demitiu Mano e chamou de volta Luiz Felipe Scolari.

Claro que se trata de excelente treinador. Não há como contestar sua competência. Afinal, foi com ele

que o Brasil conquistou seu último título mundial, em 2002, na Copa do Mundo do Japão e Coreia do Sul. Isso é fato. Felipão deixou o nome inscrito no coração da torcida como um técnico vencedor.

O que questiono é o tempo que Felipão possui para montar o time ao seu estilo. Já não terá espaço para muitas experiências e, provavelmen-te, vai convocar alguns dos veteranos que estavam afastados e sem qual-quer perspectiva na nova seleção.

Alguns já estão lá. Talvez ele qui-sesse remoçar os convocados. Talvez desejasse fazer experiências; como Mano Menezes fez, até encontrar o grupo que considerava ideal e repeti-lo, na época de sua demissão.

Contudo, ele não terá como fazer isso. Não é prudente promover ex-periências diante de seleções fortes e em plena competição. A Copa das Confederações, grosso modo, é um evento preliminar da Copa do Mundo, uma espécie de minicopa, uma prévia do que 2014 nos reserva.

Nossos principais adversários estão praticamente prontos. Itália, Ar-gentina, Inglaterra, França, Holanda,

entre outros, disputam as eliminató-rias e mostram times definidos e com ritmo de jogo. O Brasil, muito ao con-trário, nem sequer sabe quem é titular, e ficam dúvidas nas convocações.

O tempo é implacável, ele não perdoa. Tivemos todas as chances do mundo. Poderíamos — e deveríamos — ter um grupo selecionado e exaus-tivamente treinado. Pelo visto, será necessário observar, experimentar e treinar em plena competição.

Desorganização, falta de com-promisso, amadorismo e outros pro-blemas continuam contribuindo para que o melhor futebol do mundo nem sempre seja favorito. Hoje, apesar da vantagem de disputar a Copa do Mundo em casa, o Brasil não pode se considerar favorito. Candidato ao título, ele é sempre, por causa da ha-bilidade dos jogadores. O futebol de Primeiro Mundo acaba atingido pela desorganização de Terceiro Mundo.

Que sobressaia, mais uma vez, a qualidade superior de nossos esportis-tas. Que o talento deles se sobreponha aos desmandos de dirigentes frios e incapazes e nos dê o tão sonhado título de campeão mundial dentro de casa.

Opinião — EsporteJosé Carlos Araújo

E a seleção?

BOA VONTADE 21

afro-brasileira

Samba & História

Com mais de seis décadas de dedicação à arte e à cultura brasileiras, Haroldo Costa

continua despertando o interesse de crítica e público. Além de ator, escritor, jornalista, diretor e pro-dutor cultural consagrado, firmou--se como compositor, historiador de música popular e comentarista

dos desfiles de escolas de samba. Esse carioca nascido no bairro Piedade ama tanto trabalhar, que em dezembro, aos 82 anos (em 13 de maio, completa 83), apresentou o espetáculo Em Cantos do Rio, dentro do projeto Tiradentes Cul-tural. Em novembro de 2011, ele já recebera homenagem no Sesi

Pioneiro da cultura

Haroldo Costa

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Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domin-gos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Boa Vontade TV (canal 11E/40D em São José dos Campos, Geradora Educativa), aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas, e pela Boa Vontade TV — canal 23 da SKY, aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas.

22 BOA VONTADE

Haroldo Costa relembra

momentos marcantes de

uma rica trajetória

de coisas, desde a alfabetização de adultos até ensaio de peças. E foi nessa alfabetização de adultos que entrei, porque meu pai me aconselhou a ir para dar uma ajuda; lá acabei me engajando na luta.”

Enquanto Haroldo participava do trabalho social, no projeto do TEN ocorria o ensaio da peça O Filho Pródigo, escrita por Lúcio Cardoso. “Durante o en-saio faltou alguém. Como estava ali numa boa, me chamaram para ler o papel do peregrino. Termi-nei ficando com a personagem e estreei no Teatro Ginástico com a peça”, contou o ator em entrevista à BOA VONTADE.

A partir daí, nunca mais saiu de um palco. Entre um espetá-culo e outro, ele e alguns amigos resolveram fundar a Companhia de Dança Brasiliana (primeira companhia de dança brasileira a viajar pelo exterior). “A Bra-siliana foi uma consequência do Teatro Experimental do Negro. Não concordávamos com a linha que o TEN estava imprimindo àquela ocasião, achávamos que estava muito sisudo, que devia fa-zer uma coisa mais movimentada.”

Na década de 1950, o grupo excursionou pelo mundo durante cinco anos. Ao todo, visitou 25 países, sempre divulgando a cultu-ra afro-brasileira. Em Paris, o ator conheceu o poeta, compositor, jornalista e dramaturgo Vinicius de Moraes (1913-1980), à época adido cul-tural da embai-xada do Brasil

Cultural com exposição sobre sua trajetória.

A carreira de Haroldo Costa começou no Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado em 1944 por Abdias do Nascimento (1914-2011). Ali teve sua ini-ciação teatral, aos 17 anos. “Eu estudava no Colégio Pedro II e o Abdias usava os espaços da sede da UNE, União Nacional dos Estudantes, na praia do Fla-mengo, para exercitar uma série

na capital francesa. O diplomata logo se ofereceu para ajudar o grupo a conseguir isenção de impostos na prefeitura parisiense, em razão do caráter cultural do espetáculo. Foi um importante incentivo para a companhia, cujas apresentações arrebataram o público francês, e o sucesso prolongou a estada — em vez de um, foram três meses em Paris. Vinicius assistiu várias vezes ao espetáculo do grupo e, na des-pedida, organizou uma festa para os integrantes da Brasiliana. “Na saída de Paris para a Dinamarca, ele nos ofereceu uma feijoada e me deu o primeiro ato da peça Orfeu da Conceição [de sua autoria] para eu ler. Fiquei encantado, e falei: ‘Poxa! Maravilhosa!’. E ele: ‘Pois é, estamos tentando lançar...’.”

Cerca de dois anos depois daquela conversa com o célebre poeta, estreava no Theatro Mu-nicipal do Rio de Janeiro, em 25

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BOA VONTADE 23

de setembro de 1956, a peça Or-feu da Conceição, com Haroldo interpretando o protagonista da história do mito grego de Orfeu, transportada agora para um morro carioca. O trabalho tornou-se um dos mais importantes da carreira do artista. O projeto representou ainda a estreia de Vinicius de Moraes como autor e produtor teatral.

Em 1995, Haroldo foi o dire-tor de nova encenação de Orfeu da Conceição, no mesmo palco onde o espetáculo teve sua estreia, quase 40 anos antes. “Sonhava em fazer uma montagem da peça nos moldes que eu acreditava que deveria ser. Nada contra a versão do Leo Jusi, foi uma montagem bonita, com cenário maravilhoso de Oscar Niemeyer [1907-2012], mas eu tinha essa vontade e a persegui durante muito tempo.

Por acaso, no ano do centenário de Zumbi dos Palmares, conse-gui montar a minha versão, que cumpriu uma temporada boa no Theatro Municipal com a Camila Pitanga e o Norton Nascimento [1962-2007].”

Na atividade de pesquisador e escritor, Haroldo Costa já publicou mais de uma dezena de livros. Na Cadência do Samba (2000), 100 anos de Carnaval no Rio de Janeiro (2001) e Catullo da Paixão: Vida e Obra (2009) são alguns dos títulos que retratam o interesse e o fascínio do autor pelas tradições populares, especialmente pelo carnaval carioca.

À mídia da Boa Vontade, ele dedicou estas palavras: “Fico mui-to contente pelo trabalho que a Super Rede Boa Vontade realiza na difusão cultural, no sentido de prestigiar a cultura brasileira, que precisa ser prestigiada sempre, por-que é um dos nossos bens maiores, é o nosso grande formador”. E, lem-brando sua admiração pelo trabalho do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, completou: “Agra-deço muitíssimo ao jornalista José de Paiva Netto, que acompanho há anos. Muito obrigado, LBV!”.

“Fico muito contente pelo trabalho que a Super Rede Boa Vontade realiza na difusão cultural, no sentido de prestigiar a cultura brasileira, que precisa ser prestigiada sempre, porque é um dos nossos bens maiores, é o nosso grande formador.”

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24 BOA VONTADE

Sendo ou não torcedores do Vasco da Gama, os brasilei-ros em geral amam Portugal

e o seu povo. Por isso, é preciso ter paciência com a meia dúzia de filólogos lusos que andam a nos pro-vocar, a propósito do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O mínimo que dizem (e escrevem) é que queremos forçá-los a falar como brasileiros, um evidente absurdo.

Soberanamente, a reforma foi ra-tificada pelo Parlamento de Portugal, em maio de 2008, e promulgada pelo presidente Cavaco Silva em julho daquele ano. No fim de setembro, na sede da Academia Brasileira de Le-tras (ABL), o então presidente Lula sancionou, em nome do governo bra-sileiro, a lei do Acordo. Das nações lusófonas só faltou a adesão dos par-lamentos de Angola e Moçambique.

Eis que, ao apagar das luzes do ano passado, o governo brasileiro pro-

moveu um inesperado recuo, adiando a entrada em vigor do Acordo para 1o de janeiro de 2016, sob a estranha alegação de alinhar as regras com as de Portugal, onde a mudança valerá a partir de 15 de maio de 2015. Em nossa opinião, são mais três anos para aprofundar o desacordo. O professor António Emiliano, da Universidade Nova de Lisboa, disse que “a nova regra revela insensibilidade à preser-vação da estabilidade ortográfica”, numa apreciação exagerada e típica dos linguistas inconformados.

É claro que haverá tempo para umas poucas revisões, se for o caso. Se mandachuva não tem hífen, por que guarda-chuva tem? Por que cor-de-rosa se escreve assim e cor de limão não tem hifens? Há muitas exceções que exigirão grande gi-nástica mental dos usuários — isso talvez possa ser aliviado. É o caso do uso do “j” nas palavras derivadas do tupi e do árabe e do “x” quando elas tiverem origem árabe ou africana.

Agora que essa discussão se man-tém acesa, convém lembrar que não estamos órfãos de uma orientação. A ABL, pela diversidade de seus mem-bros e pela qualidade dos cultores de nossa língua, que lá se encontram, a partir do respeitado filólogo Evanildo Bechara, está atenta a todos esses

movimentos — e não faz mais do que a sua obrigação estatutária.

É igualmente respaldada pela existência do decreto no 5.765, de 18 de dezembro de 1971, que aprovou alterações na ortografia da língua por-tuguesa e constituiu outras providên-cias, como atribuir à ABL a responsa-bilidade de promover a atualização do Vocabulário Comum, o que tem sido feito com zelo exemplar desde 1981, inicialmente sob a liderança do sau-doso especialista Antonio Houaiss (1915-1999). Existem versões mais modernas do VOLP (Vocabulário Or-tográfico da Língua Portuguesa) e a ABL tem tomado o cuidado de ouvir professores, gramáticos e linguistas, para aperfeiçoar o trabalho.

A lei brasileira cita o Vocabu-lário Comum, evi-dentemente, pois é o que vigora em nosso país. Para a comuni-dade lusófona existe a previsão de um vocabu-lário de termos científicos e tecnológicos, que ainda não saiu do papel. Trata-se de outro capítulo na novela da unificação das regras do português escrito em todos os países que o adotam como língua oficial*.

Tudo nos une?

* O português é a quinta língua do mundo e a terceira de origem europeia (depois do inglês e do espanhol) mais falada no planeta; estima-se em 240 milhões o número de falantes. Hoje, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Arnaldo Niskier, licenciado em Pedagogia, é membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE–RJ.

Arnaldo Niskier | Especial para a BOA VONTADE

Opinião — EducaçãoArnaldo Niskier

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Perfil

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Fachada SociedadeViva Cazuza

Lucinha Araújo

No aniversário de 55 anos do cantor e poeta, Lucinha Araújo fala sobre o trabalho solidário inspirado na vida do filho e o desejo de ver o fim do preconceito contra os portadores do HIV

Lisias Macedo

O cantor, compositor e poeta Cazuza, que voltou à Pátria Espiritual em 1990, teria

completado 55 anos em 4 de abril deste ano. Enquanto a obra dele continua a influenciar novos artis-tas, o nome é sinônimo de trabalho solidário, graças à dedicação de sua mãe, Lucinha Araújo, que há mais de duas décadas dirige a Sociedade Viva Cazuza. Diaria-mente, a instituição assiste crian-ças e adolescentes portadores do

HIV em situação de risco social. A dor pela morte precoce do

cantor, em decorrência da aids, levou a mãe a buscar novo sen-tido na vida, até para diminuir um pouco do sofrimento pessoal. “Foi um baque muito grande que não desejo a ninguém. Imagine perder o único filho, vítima de uma doença, no auge de seus 32 anos. Quando me vi sozinha, tinha duas estradas: deitar em uma cama até morrer junto com

ele ou trabalhar para manter minha cabeça alerta. Ainda bem que decidi trabalhar”, afirmou à BOA VONTADE.

A ideia de criar a organização humanitária surgiu naturalmente. Segundo ela, depois de entregar a renda de um show em homenagem ao filho para o Hospital Universi-tário Gaffrée e Guinle, na capital fluminense, sentiu que poderia ajudar muitas outras pessoas. Por algum tempo foi voluntária no

AJUDEFachada da Casa de Apoio Pediátrico, da Sociedade Viva Cazuza. Para ajudar a casa, entre em contato

pelo tel.: (21) 2551-5368 ou visite o local: Rua

Pinheiro Machado, 39, Laranjeiras,

Rio de Janeiro/RJ.

26 BOA VONTADE

hospital e, em 1990, resolveu fundar a Sociedade Viva Cazuza. Passou então a lutar pela qualidade de vida de crianças e jovens ali atendidos, convencida de que todo esse esforço passa principalmente pelo fim do preconceito contra os portadores da doença.

Lucinha lembra que quis ter muitos filhos, mas a dificuldade para engravidar fez com que tivesse apenas um. Assim, o novo trabalho era uma maneira também de viven-ciar o sentimento de maternidade, de forma coletiva e fraterna.

Ao escrever o livro Só as mães são felizes, Lucinha procurou mostrar que era mesmo “uma mãezona”. Ao lado do marido, o produtor musical João Araújo, encontrou forças para superar os desafios e transformar a dor em oportunidade de vida para os filhos do coração. “Minha vida é assim: 50% ao casamento, de que eu não abro mão, e os outros 50% me dedico aqui [Fundação Viva Cazuza] de corpo e alma. Sempre

Sempre simpática, Lucinha Araújo (E) relata a paixão pelo trabalho que desempenha à frente da Sociedade Viva Cazuza. Ao lado, a apresentadora Simone Barreto, da Boa Vontade TV.

procuro no sorriso dessas crian-ças um pouquinho do meu filho... e sempre encontro”, disse.

Lucinha Araújo destaca que o maior legado do filho “não foi só o das belas canções, mas o teste-munho de coragem. Ele foi a primeira pessoa famosa no Brasil a se declarar soro-positivo, um ato de ex-trema coragem. Eu tenho muito orgulho dele por ter feito isso. Uma pessoa que can-ta ‘Brasil, mostra tua cara’ não pode esconder a sua num momento desses”.

No fim da entrevista, ela manifestou sua admiração e estima pelo diretor-pre-sidente da LBV: “Eu quero mandar um grande abraço para o Paiva Net to . Gosto muito dele e acompanho seu trabalho, que é muito meritório.

Cazuza dizia: ‘Quem tem um sonho não dança’. Temos que seguir nossos sonhos para ser-mos felizes”.

Compartilhe a campanha da LBV

sobre o assunto pelo Facebook:

LBV Brasil.

“Aids: o vírus do preconceito agride mais que

a doença.”Paiva Netto

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Talento do ator e diretor Selton Mello rende prêmios e reconhecimento internacional

Cultura — Selton MelloFacetas de um artista premiado

Da Redação

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Aos 40 anos de idade, o ator, dublador, diretor, produtor e roteirista Selton Mello já soma mais de três décadas de carrei-

ra. Precoce, deu os primeiros passos no mundo artístico aos 7 anos. Daí a quantidade de trabalhos realizados: 29 na televisão e 22 no cinema.

É hoje um dos principais artis-tas brasileiros, bastante premiado e também reconhecido interna-cionalmente. Recebeu o prêmio de melhor ator por sua atuação no longa-metragem Meu Nome Não é Johnny (Miami Brazilian Film Festival — Lente de Cristal, 2008) e o de melhor diretor com o filme Feliz Natal (Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles, 2008).

Roteirizado, estrelado e dirigi-do por Selton Mello, O Palhaço (2011) é sua produção mais pre-miada, sucesso de público e apre-ciado pela crítica especializada. Em novembro de 2012, foi esco-lhido como melhor filme do ano pelo júri do 3o Festival Brapeq de Cinema Brasileiro na China.

Em dezembro, o cineasta lan-çou, em parceria com o ator, compositor, roteirista e dramatur-go Marcelo Vindicatto, a obra literária O Palhaço — Roteiro do filme, que conta a comovente história retratada nessa produção cinematográfica.

Para Selton, o maior desafio nesse projeto foi o processo de redação. “Atuar é algo muito simples para mim, faço isso desde criança. Escre-ver, eu acho bem trabalhoso. É um momento um tanto solitário, vago, tudo pode estar escrito num papel. É muito legal [o roteiro] ter virado um livro, porque imortalizou esse tra-

A aluna Vitória, 9 anos, do Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, representando as crianças atendidas pela escola, presenteia Selton Mello com um cartão confeccionado por estudantes, pela passagem do aniversário do ator, em 30 de dezembro.

balho”, afirmou à BOA VONTADE durante o lançamento do livro, na capital paulista.

Em pouco tempo, O Palhaço recebeu mais de 50 prêmios, 12 deles somente no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, como melhor longa-metragem de ficção, melhor ator e melhor diretor; foram quatro estatuetas conquistadas no Festi-val de Paulínia 2011, com melhor direção e roteiro (Selton Mello e Marcelo Vindicatto) e ainda o prê-mio de Melhor Diretor de 2012 pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

“Participar desse projeto foi uma alegria enorme. Na verdade, quando a gente começa a fazer algo, é porque tem a necessidade de dizer alguma coisa, passar uma mensagem. E a mensagem desse filme é a mais nobre possível: ‘Preste atenção no seu talento natural, no seu

dom, na sua habilidade nata’. Isso é importante”, comentou o artista.

Parceria que dá certoDurante o lançamento de O Pa-

lhaço — Roteiro do filme, o roteirista Marcelo Vindicatto também mani-festou sua satisfação: “É muito legal externar aquilo que se sente e, nesse filme, a gente conseguiu isso. Foi muito bom!”.

Essa não foi a primeira vez que Selton e Marcelo trabalharam jun-tos. Em 2008, produziram o longa--metragem Feliz Natal, premiado diversas vezes e que teve o roteiro transformado em livro.

Ao receberem a saudação e o abraço do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, os autores

dedicaram-lhe um exemplar da obra, com as mensagens: “Paiva Netto, Paz e Sorte! Selton Mello”; e “Paiva Netto, com amor e carinho. Marcelo Vindicatto”.

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Marcelo Vindicatto

BOA VONTADE 29

O Centro Comunitário de Assistência Social da Le-gião da Boa Vontade na

capital sergipana conta com novas instalações. A construção do novo espaço, inaugurado e entregue ao

Novas instalações da LBV em aracaju

Acontece em Sergipe

Tatiane Oliveira 

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No refeitório, crianças recebem alimentação saudável.

público em 2 de março, é resultado da mobilização de amigos, par-ceiros e colaboradores, que não medem esforços para ajudar a LBV a oferecer sempre recursos materiais, apoio social e palavra de

conforto a quem precisa. Com essa melhoria, o atendimento no local já beneficia diariamente cerca de 350 crianças e adolescentes. Além disso, a realização de oficinas e palestras direcionadas às famílias

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dos atendidos contribui para uma melhor qualidade de vida dos par-ticipantes.

Nessa primeira fase, foram entre-gues salas amplas e arejadas, utiliza-das pelas oficinas de inclusão digital, de teatro, de dança, de música, de artes, entre outras. A Instituição teve ainda o cuidado em construir um edi-fício livre de barreiras arquitetônicas, com banheiros acessíveis, refeitório dotado de equipamentos modernos e outros benefícios. Todo o espaço dispõe de piso antiderrapante, o que representa maior segurança às pes-soas que ali circulam. No segundo semestre, a LBV concluirá a segunda etapa da obra, quando será entregue nova área para atividades recreativas e esportivas, incluindo-se a quadra poliesportiva.

(1) Na companhia de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade, o secretário de Estado da Educação de Sergipe, Belivaldo Chagas (D), a deputada estadual Ana Lúcia Vieira e os representantes da LBV José Prana e Antonio Paulo Espeleta (E) descerram a placa de inauguração das novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da Instituição em Aracaju. (2) O novo espaço conta com salas amplas e arejadas, decoração e objetos adequados à faixa etária da criança. Os 6.365 m2 de terreno, cedidos pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), foram totalmente revitalizados pela LBV para abrigar suas ações socioeducativas.

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RepeRCutiu na Web

Curta a página da LBV no Facebook (LBV Brasil).

“Parabéns, mesmo. Trabalho muito bonito. Fico feliz em saber que com uma pequena ajuda também faço parte dessa muralha que constrói tudo isso. Forte abraço a todos!” (Jefferson Alan)

“Tenho quase 90 anos e

nunca vi uma obra no Estado

de Sergipe igual a esta!”Antônio de Freitas

colaborador da LBV

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BOA VONTADE 31

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Aracaju/SE, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua Reis Lima, 181, Industrial — tel. (79) 3241-4614.

tário Belivaldo Chagas enalteceu o trabalho desenvolvido pela Insti-tuição. “A LBV é idônea e tem uma função social muito importante. Ela tira os alunos da ociosidade, nos turnos em que eles não estão na escola, com atividades socioedu-cativas, que desenvolvem no jovem um senso de responsabilidade, soli-dariedade e cidadania”, destacou.

Muitos que ali estavam aprovei-taram a oportunidade para conhecer a unidade da LBV. À medida que

percorriam cada ambiente, crescia a satisfação de todos, o sentimento de aprovação. “Obra importan-tíssima para educar, alimentar e dar tudo de bom para a juven-tude. Parabéns a José de Paiva Netto e a todos os funcionários da LBV! Que Deus ilumine muito mais os seus caminhos”, afirmou o colaborador da LBV Antônio de Freitas. E completou: “Tenho quase 90 anos e nunca vi uma obra no Estado de Sergipe igual a esta!”.

Sorridente, Adriana Santos agradeceu o apoio que sua família recebe da Instituição e ressaltou: “É importante meus filhos estarem na LBV, pois estão aprendendo coisas novas e não estão nas ruas. Aqui eles são protegidos por pessoas ótimas”.

O evento que marcou a inau-guração do espaço também serviu para promover outra importante iniciativa da Legião da Boa Vonta-de: a entrega de centenas de kits de material pedagógico, da Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!, a meninas e meni-nos atendidos pelos programas LBV — Criança: Futuro no Presente! e Espaço de Convivência.

O colaborador da LBV Marcelo de Carvalho viajou os 229 quilô-metros que separam Alagoinhas, na Bahia, de Aracaju somente para conhecer mais essa unidade socioe-ducacional da Obra. “O que a LBV mostra a toda essa criançada é o caminho do Amor, do compartilha-mento, da união, da solidariedade, da fraternidade... Educação e arte que transformam”, declarou.

Assista à reportagem do te-lejornal SETV, da TV Sergipe, afiliada à Rede Globo, sobre a entrega das novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Aracaju/SE. Baixe o leitor QR Code em seu smartphone, fotografe o código e veja.

inauguração é notícia na Globo

Ocasião festiva A cerimônia de inauguração

reuniu autoridades, colaboradores, representantes de instituições par-ceiras e a comunidade. Estiveram presentes o secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, a deputada estadual Ana Lúcia e o vereador de Aracaju e professor Iran Barbosa, entre outros. Tam-bém acompanharam a festividade diversos meios de comunicação.

Durante a solenidade, o secre-

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raAcontece em Sergipe

O secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas (E), e a diretora da Escola Estadual Ministro Geraldo Barreto Sobral (CAIC), Maria da Conceição Santos, acompanhados do gerente regional da LBV, Valdemir Ferreira (D), conhecem os novos ambientes.

32 BOA VONTADE

Cantor, músico e compositor bri-tânico, o ex-vocalista da banda Led Zeppelin, Robert Plant,

visitou, em outubro de 2012, o Tem-plo da Boa Vontade, em Brasília/DF. Acompanhado por produtores e in-tegrantes do grupo The Sensational Space Shifters, do qual ele faz parte, Plant decidiu ir até o monumento mais visitado da capital federal, se-gundo a Secretaria de Estado de Tu-rismo do Distrito Federal (Setur-DF), para meditar, antes de seguir para uma apresentação na cidade, horas depois.

Robert Plant contou que muitas vezes ouvira falar da Pirâmide da Paz, por isso fez questão de conhecer o TBV em sua primeira visita a Brasília. Ao concluir a ca-

Robert Plant visita o Templo da Boa Vontade

minhada pela espiral, destacou a qualidade da música ambiente da Nave do TBV, adequada à prática da meditação. Durante a visita, o artista foi presenteado com CD que reúne as composições do Oratório O Mistério de Deus Re-velado, de autoria do compositor Paiva Netto. Também recebeu a revista Globalização do Amor Fraterno e o folheto oficial do TBV, em inglês.

O músico ainda registrou, em imagem captada pela câmera do celular, o pensamento do fundador do TBV, Paiva Netto, grafado no Salão Nobre do monumento: “Se há noite escura, também existe manhã radiante”.

A visita do rock star Robert Plant ao Templo da Boa Vontade foi noticiada

na versão on-line da revista Rolling Stone, na edição de 26 de outubro.

O perfil da revista no Twitter também divulgou

a notícia aos seus mais de 450 mil seguidores.

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Da Redação

BOA VONTADE 33

Pela tolerância

Evento ecumênico, no Templo da Boa Vontade, celebra o Dia Mundial da Religião e o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, com

a presença de autoridades e de tradições religiosas.

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Notícias de BrasíliaCultura de Paz

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Da Redação

34 BOA VONTADE

Governo Federal lança Comitê de Diversidade Religiosa em ato ecumênico no Templo da Boa Vontade

A Secretaria de Direitos Huma-nos da Presidência da República (SDH/PR) realizou em 22 de janeiro, no Templo da Boa Vontade (TBV), um ato ecumênico, no qual foram celebrados o Dia Nacional de Com-bate à Intolerância Religiosa e o Dia Mundial da Religião, comemorados em 21 de janeiro. O objetivo do even-to foi o de fomentar a conscientização sobre a importância de reconhecer as diferenças, superar a intolerância e promover a diversidade.

Entre as autoridades presentes estiveram a dra. Maria do Rosário Nunes, ministra-chefe da SDH/PR; o dr. Gilberto Carvalho, ministro--chefe da Secretaria-Geral da Presi-dência da República; a sra. Marga Janete Ströher, assessora da Política

de Diversidade Religiosa da SDH/PR; e o sr. Gabriel dos Santos Rocha, secretário da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

Na ocasião, a ministra anunciou a promulgação da Portaria nº 92 da Secretaria de Direitos Humanos. O documento institui o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa, que tem por finalidade promover o direito ao livre exercício das diversas práticas religio-sas, disseminando uma cultura da paz, da justiça e do respeito às diferentes crenças e convicções e auxiliando a SDH/PR na elaboração de políticas de afirmação do direito à liberdade religiosa, do respeito à diversidade religiosa e da opção de não ter religião. “O que nós desejamos para o Brasil, neste ano de 2013, é a coerência, um encontro que há entre o sentimento da presidenta Dilma Rousseff e o sentimento de vocês: sentimento

de um Brasil unido, onde sejamos capazes, sempre, de assumir os de-safios de construção da Paz todos os dias — que significa justiça social, não naturalização da violência —, de respeito à diversidade e de entendi-mento amplo do que significa, enfim, direitos humanos”, declarou a dra. Maria do Rosário.

A convite da SDH/PR, firmaram o documento todos os religiosos que ali compareceram. Pela Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo assinaram o ministro ecumênico Émerson Damásio e Alziro Paolotti de Paiva, que representavam o fun-dador do TBV, José de Paiva Netto.

Em seu discurso, o ministro Gilberto Carvalho falou sobre a importância de o evento ocorrer no TBV, escolhido para sediá-lo por ser um local de Fraternidade Ecumênica e onde se propaga e se vivencia a Paz. “Nem preciso dizer da conveniência

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(1) A partir da esquerda, a sra. Marga Janete Ströher, assessora da Política de Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR); Paulo Medeiros, administrador do TBV; a dra. Maria do Rosário Nunes, ministra--chefe da SDH/PR; o dr. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Émerson Damásio, ministro ecumênico da Religião de Deus; e Alziro Paolotti de Paiva, representante do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV) e fundador do TBV, José de Paiva Netto. (2) O ministro Gilberto Carvalho assina, no TBV, a portaria de criação do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa. Ao lado, a ministra Maria do Rosário, Alziro Paolotti de Paiva (D) e Émerson Damásio.

BOA VONTADE 35

nessa perspectiva. Como diz muito bem o Irmão Paiva Netto, ‘Religião não rima com intolerância’. (...) Essa iniciativa [a criação do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa] contribui para esse diálogo, para a construção dessa verdade múltipla, que vai chegar a Deus e à Paz”.

Para a sra. Marga Ströher, o en-contro contribui para a promoção do entendimento entre religiosos ou não. “Acreditamos que há possibilidade de convivência entre as diferentes religiões, tanto pelo que há de co-mum quanto pelo respeito mútuo das diferenças, incluindo as pessoas sem religião, e que as religiões têm a potencialidade de se envolver para construir uma Cultura de Paz, demo-cracia e direitos humanos”, salientou.

Em nome do dirigente da LBV, Alziro Paolotti de Paiva enfatizou: “Sentimo-nos honrados de receber aqui no Templo da Boa Vontade, que foi construído com esse propó-sito de unir todas as pessoas, todas as religiões, etnias, ou seja, todos nós, com as nossas semelhanças e, principalmente, com as nossas dife-renças, hoje este público especial, representantes das diversas áreas do conhecimento humano, instituições religiosas e organizações”.

A abertura da cerimônia teve a apresentação do Coral Ecumênico do Templo da Boa Vontade, que saudou a todos com canções propagadoras da Cultura de Paz. Houve ainda a participação do Coral da Associação Brasileira de Arte e Filosofia da Reli-gião Wicca (Abrawicca) e de diversas crianças. Estas entraram de mãos dadas pela Nave do TBV segurando balões brancos, em uma referência simbólica à Paz.

Registro: 1950 — Ecumenismo irrestritoVivenciar o Ecumenismo é uma das grandes propostas que a Religião de

Deus, do Cristo e do Espírito Santo traz ao mundo desde seus primórdios. A 7 de janeiro de 1950, seu proclamador, Alziro Zarur (1914-1979), radialista, jornalista e poeta carioca, lançou a Cruzada de Religiões Irma-nadas, na qual representantes de diversas tradições espirituais e de ramos do pensamento puderam harmoniosamente discorrer sobre as próprias visões acerca do tema. Antecipava-se o que viria a se chamar diálogo inter-religioso, e concretizavam-se preceitos que Zarur defendia desde a década de 1920. O evento ocorreu no salão do conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e foi fruto de reuniões preparatórias realizadas em outubro, novembro e dezembro de 1949, na sala da diretoria daquela respeitada instituição. Na oportunidade, palestraram Salustiano César, reverendo protestante; Teles da Cruz, católico; Murilo Botelho, esotérico; Leopoldo Machado, espírita; Eugênio Figueiredo, livre-pensador; Samuel Linderman, judeu; e Ascânio de Farias, positivista. Pela iniciativa, na década de 1960 Zarur recebeu do Papa Paulo VI uma medalha, “por serviços prestados à causa do Ecumenismo”. A láurea foi entregue pelo núncio apostólico Dom Sebastião Baggio.

de estarmos reunidos, com esse ob-jetivo de estimular o diálogo, de es-timular a Cultura de Paz, justamente num templo que é destinado para o cultivo da Paz e lugar de acolhida de tantos milhões de pessoas, que vêm em busca da Paz espiritual e da Paz no mundo”, destacou.

Ao concluir, ele ressaltou: “Em nome da presidenta Dilma, tanto a

ministra Maria do Rosário quanto eu estamos aqui exatamente para lhes dizer, para firmar a vontade clara do governo brasileiro de nos incluir nessa perspectiva da Cultu-ra de Paz. (...) A nossa palavra de gratidão às lideranças religiosas, às lideranças espirituais que estão aqui, representando os seus grupos, é de um convite para que continuemos

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VNotícias de Brasília

36 BOA VONTADE

Todos os presentes ao ato ecumênico caminham pela espiral da Nave do TBV no encerramento do evento, gesto que simboliza a trajetória harmoniosa e pacífica do ser humano em busca de Deus e de iluminação espiritual e o respeito à diversidade religiosa.

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Templo da Boa Vontade faz históriaEstiveram presentes à soleni-

dade de assinatura da portaria que institui oficialmente o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa os seguintes Irmãos religiosos: Elianildo Nascimento, coordenador da Iniciativa das Religiões Unidas do Distrito Federal; Carlos Möller, pastor 1o vice-presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Dom Maurício Andrade, bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; Eduardo Almeida e Émerson Damásio, ministros ecumênicos, Marina Krieger, pregadora ecumênica, e Pedro Henrique de Jesus, da Juventude Ecumênica Militante, da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo; Maria de Lourdes Aguiar de Godoy e Ho-rácio de Godoy, representantes, e Sandro Vieira Nunes, ministro, da Igreja Messiânica Mundial do Brasil; Fernando de La Rocque Couto, padrinho-representante da Igreja do Culto Eclético da Fluente Luz Universal (Santo Daime), e es-posa, Clarice La Rocque; monja Sodô, da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil; Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa, representante da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia e diretora-secretária do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Bra-sil (CONIC); Cláudio Campazano, representante da Igreja Messiânica do Brasil; Maria Cristina Sato, re-presentante do Templo Budista de Brasília; padre Francisco de Assis da Cruz Feitosa, da Igreja Cató-lica Ortodoxa de Portugal; João Breyer, representante da Associa-ção das Famílias para Unificação e Paz Mundial; sacerdotisa Márcia

Maria Bianchi Prates (Mavesper Cy Ceridwen), fundadora e presidente, e Chronos Phaenon Eosphoros, sa-cerdote, da Associação Brasileira de Arte e Filosofia da Religião Wicca (Abrawicca); Iberê Lopes, repre-sentante do Conselho Nacional da Umbanda do Brasil; Maria Liosmira dos Santos (Mãe Dalila), ialorixá da Sociedade Beneficente Légua Bogi Buá; Nei Carlos Grande, re-presentante da Jnana Mandiram — Templo de Sabedoria; Raghu-vira Das, presidente da Associação Hare Krishna do Distrito Federal; Emílio Santiago Ribas Rodrigues, repre-sentante da Seicho-no-Ie; Suellen Sá, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil; Luiz Mourão e Hoeck Miranda, representantes da Comunidade Bahá’í de Brasília; padre Joanilson Pires, da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia; Mo-nica Kondziolková, coordenadora da área de representação institucional da União Marista do Brasil; Hélio Blume, diretor da Federação Espí-rita Brasileira (FEB); Bruno Maia, coordenador da Abrawicca/RJ; grão-

-mestre Moo Shong Woo, presiden-te do Conselho Cultural, e Maria Eutenir Custódio Braga, diretora de Comunicação, da Associação Being Tao (ABT); Maria do Amparo e Teresinha Divalda Ferreira (Tia Diva), representantes da Brahma Kumaris; pastora Romi Bencke, do CONIC; Lucas Correa, facilitador, e Isadora Ribeiro, representante, da Rede Ecumênica da Juven-tude (REJU); pastora Waldicéia de Moraes Teixeira da Silva, pre-sidenta da Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil; Ivone Fritzen e Palmira Miran-da, representantes da Secretaria Regional da Conferência dos Religiosos do Brasil; Mayane Burti e Mara Costa, representantes da União Planetária; Nazareno Feitosa, representante da Federa-ção Espírita do Distrito Federal; Catarina Falcomer, representante da Taguatinga Esperanto-Klubo e da Oomoto Internacional; e Rosilea Maria Roldi Wille, repre-sentante do Conselho Latino--Americano de Igrejas.

BOA VONTADE 37

Desde a queda de Constan-tinopla (1453), que para muitos historiadores repre-

sentou o fim do período medieval, e com a conquista pelos europeus do assim chamado Novo Mundo, intensificou-se um processo de crescimento econômico marcado por forte degradação ambiental. No continente americano, tal realidade, na diversidade dos contextos colo-nialistas, consumiu boa parte dos recursos naturais, comprometendo a existência de florestas, rios, fauna e, infelizmente, de muitos dos pri-meiros povos dessas regiões.

De certa forma, a História, e so-mos responsáveis por isso, demons-trou a perda irreparável de grande parte do conhecimento arquitetônico, da engenharia hídrica e de produção de alimentos, da língua e da escrita, da cultura (artesanato e pintura), da matemática e da astronomia produ-zidos por maias (atuais Guatemala, Honduras e sul do México), astecas (México), incas (região andina: Bo-lívia, Peru, Equador e Chile), dentre

Meio Ambiente — Amazônia em Foco

empreendedorismoSustentabilidade e

indígena

*1 Geólogo e mestre em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia. É professor e pesquisador da Faculdade La Salle Manaus, se-cretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas e voluntário nas atividades da Legião da Boa Vontade.

tantas outras sociedades, povos e civilizações praticamente dizimados.

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE — Censo 2010), temos no Brasil 896,9 mil indígenas, com 305 etnias, 274 línguas, em 505 terras re-conhecidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) — o que equivale a 12,5% do território brasileiro, ou 106,7 milhões de hectares, com sig-nificativa concentração na Amazônia Legal. De fato, uma das riquezas dessa região está na preservação de sua diversidade étnica indígena, provavelmente, resultado do atual processo de desenvolvimento ou falta dele (veja mapa na p. 40).

Legítimos projetos de desenvol-vimento estão sendo propostos à Amazônia, em sua maioria, alicer-çados nos mais rígidos conceitos de sustentabilidade ambiental. Con-tudo, trago aos leitores o seguinte questionamento: até que ponto esses programas têm se caracterizado pela

O compartilhamento de experiências

entre as populações indígenas nas

Américas e com outras espalhadas pelo

mundo representa interessante estratégia

ao Movimento Indigenista Mundial.

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Daniel Borges Nava | Especial para a BOA VONTADE

38 BOA VONTADE

O desafio de desenvolver a Amazônia com sustentabilidade e inclusão das populações locais

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BOA VONTADE 39

concentradoras, cujas externali-dades acabam por considerar as riquezas geradas como produto ou compensação, e não um meio para o fomento sustentável nessas comunidades, mediante efetiva política de desenvolvimento com responsabilidade social. Na Ama-zônia, isso certamente implicará a necessidade da construção de uma política indigenista que transforme o Estado brasileiro de tutor em promotor do em-preendedorismo indígena, capaz de manejar florestas, recursos hídricos, fauna, minérios, e de produzir novos conhecimentos sobre sustentabilidade, paradig-ma deste século 21.

Podemos encontrar nesses povos excelentes professores, e o compartilhamento de ex-periências entre as populações indígenas nas Américas e com outras espalhadas pelo mundo representa interessante estraté-gia ao Movimento Indigenista Mundial, na busca comum das principais pautas: o direito à vida, a conservação de suas terras, a autossustentabilidade, o acesso à saúde e à educação públicas.

Aos interessados no tema, con-vido-os a participar da Conferência sobre Sustentabilidade e Empre-endedorismo Indígena — Fibea 2013*2, nos dias 25 e 26 de junho, no Templo da Boa Vontade (SGAS 915, Lotes 75 e 76), em Brasília/DF. Mais informações podem ser obtidas na página da internet sobre o evento: http://fibea.mgt.unm.edu.

*2 Fibea — Fostering Indigenous Business & Entrepreneurship in Americas (promoção de negócios e empreendedorismo indígena nas Américas).

Meio Ambiente — Amazônia em Foco

responsabilidade socioambiental e pela inclusão das diversas popu-lações amazônicas? E destaco as indígenas, ainda tão distantes dos indicadores ideais de desenvolvi-mento humano...

Cito aqui o blogueiro e líder indígena Eliésio Marubo, em seu artigo “Terras indígenas e políticas de governo”, postado em 22 de março de 2012: “Historicamente os governos não descobriram uma finalidade para ‘integrar’ os povos indígenas ao restante do país”.

Políticas públicas para os indígenas

No mesmo texto, o autor lança um importante alerta: “O fato é

que ainda não temos uma políti-ca pública que preveja sanar as deficiências sociais existentes nas terras indígenas do país. Os pro-blemas são muitos, variam desde problemas mais básicos como: a falta de alimentação (conse-quência da política agrária) até o genocídio em áreas de difícil acesso como o Vale do Javari, onde pessoas morrem com grande frequência (fruto da política de saúde já falida)”.

Temos, portanto, uma grande oportunidade para corrigir ru-mos, e não mais submetermos as populações tradicionais e indígenas ao holocausto provo-cado por atividades econômicas

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Em Florianópolis/SC, cooperativa de mulheres produz aquecedores solares a partir de material reciclável

carentes de Florianópolis/SC, no Maciço do Morro da Cruz. Ali, a Cooperativa de Trabalhadoras e Trabalhadores Amigos de Flo-rianópolis (Coopersolar) produz aquecedores solares a partir de material reciclável (garrafas PET e embalagens Tetra Pak).

O projeto, batizado de Energia do Futuro, é uma realização das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), em parceria com a pre-feitura de Florianópolis e a Caixa Econômica Federal (CEF). A inicia-

A energia solar é uma das formas mais abundantes de energia limpa disponíveis no planeta.

Meio Ambiente — Responsabilidade Social

tiva permite a instalação do coletor solar feito de material reutilizável e produzido pela Coopersolar em casas de famílias com baixa renda. A estratégia do projeto, com sua inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, é estimular o conceito do consumo consciente, da reutilização de materiais e do cooperativismo.

Além de promover economia de energia elétrica, com benefícios diretos para o ecossistema, a ação estimula a consciência ambiental e

A ideia de empreendedorismo social, com ou sem fins lu-crativos, avança no mundo.

Cada vez mais pessoas, organizações e empresas consideram importante trabalhar de forma sustentável, por melhores condições de vida no planeta. Assim, priorizam mais o retorno social de suas atividades do que o foco no mercado e na geração de lucros.

No Brasil, o movimento também cresce, e um bom exemplo disso ocorre em uma das regiões mais

Da Redação

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ajuda a gerar trabalho e renda em prol da comunidade assistida, por meio da compra dos aquecedores solares pela Celesc. “O projeto tem ajudado de várias formas. Primeiro, está empoderando essas mulheres... a cooperativa é for-mada basicamente por mulheres, são vinte cooperadas chefes de família. Elas têm melhorado muito a questão da autoestima”, afirmou Viviani Remor, assessora de Res-ponsabilidade Social da Celesc.

Segundo a representante da empresa, o trabalho na Coopersolar serviu também para inserir outras ações: “As jovens acabam partici-pando de projetos da Celesc, como o Jovem Aprendiz e o Tô Ligado”. Em alguns casos, relata a assessora, para instalar o aquecedor solar foi preciso até colocar torneiras na casa, o que teve reflexo diretamente na questão da saúde. “Isso porque passaram a lavar as mãos, os alimentos, e aí você combate doenças. Por tudo isso, esse projeto foi levado para a Costa do Marfim [África Ocidental],

em 2008, para trabalhar também a saúde infantil.”

O programa Energia do Futuro foi um dos primeiros implementados pela Celesc, em 2006, inicialmente em oficina na Casa Familiar do Mar, em Laguna/SC. A iniciativa nasceu da necessidade de oferecer aos filhos de pescadores locais uma oportuni-dade de trabalho e geração de renda.

A parceria da empresa com o inventor catarinense José Alcino Alano, técnico em eletromecânica aposentado, foi igualmente determi-nante para o sucesso do programa, por conta da simplicidade e do baixo custo da tecnologia desenvolvida por ele. “O sr. José patenteou esse invento seu e destinou-o para populações em-pobrecidas; ninguém pode produzir em grande escala para enriquecer, mas pode fazê-lo para empoderar e ter uma fonte de subsistência. (...) A Celesc investiu em torno de 430 mil reais, e 565 famílias estão sendo beneficiadas só na Coopersolar, fora as oficinas que ocorrem em todo o Es-tado de Santa Catarina, gerando uma

(1) A instalação do coletor solar (feito de material reutilizável) em casas de famílias de baixa renda, além de promover economia de energia elétrica, com benefícios diretos para o meio ambiente, estimula a consciência ambiental. (2) Viviani Remor, assessora de Responsabilidade Social da Celesc. (3) Maria Cristina Costa, da Coopersolar, afirma que o projeto possibilitou aumento na renda de famílias da comunidade.

economia de 30% a 40% na fatura de energia elétrica dessas pessoas.”

Mais benefícios para a comunidade

A presidente da Coopersolar, Maria Cristina Costa, garante que o projeto possibilitou aumento na renda das famílias da comunidade envolvidas nessa ação. E cita o próprio exemplo dela: “O valor que ganho na cooperativa é de cerca de R$ 800,00; em outro serviço que tive não chegava a R$ 500,00. Esse dinheiro rende bastante, deu para aumentar a minha casa, para cuidar melhor das crianças”.

Trabalhar próximo de casa traz outros benefícios às cooperadas. “A maioria tem filhos que estão na creche da comunidade, e se ocorre algum acidente: ‘Ah, quebrou um braço, está com febre’, [a mãe] tem como se deslocar até a creche, ou até a escola. É bem perto, não precisa pegar ônibus, a gente tem um veículo aqui da cooperativa que vai junto”, ressaltou Maria Cristina.

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Desafiodo século 21

LBV na ONUContra a violência de gênero

Da Redação

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É hora de agir, prevenir e aca-bar com a violência contra mulheres e meninas.” A

afirmação da subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora--executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet*, feita durante a abertura da 57a sessão da Comis-são sobre a Situação da Mulher, na sede da ONU em Nova York, EUA, refletiu com precisão o sentimento dos participantes. No pronun-ciamento, resumiu as diretrizes principais do encontro, que, entre os dias 4 e 15 de março, debateu os caminhos para o empoderamento feminino e a igualdade de gênero.

O foco da reunião foi “A elimina-ção e prevenção de todas as formas

Consenso: mais de 130 países representados na 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher aprovam medidas contra a violência de gênero. A LBV brilhou no evento.

de violência contra mulheres e meni-nas”. Além disso, durante os trabalhos analisou-se “a divisão igualitária de responsabilidades entre mulheres e homens no contexto do HIV/aids”.

Para pôr fim a essa “epidemia de violência”, ressaltou Bachelet, os países devem promover conscienti-zação sobre o problema e mudança na legislação capaz de estabelecer leis fortes, que acabem com as lacunas existentes. Sabe-se que, apesar de mais de 125 países possuírem normas legais contra a violência de gênero, 603 milhões de mulheres ainda vi-vem em regiões nas quais esse tipo de agressão não é considerado crime.

Na opinião de Michelle, fatos recentes apontam uma transformação

Alziro de Paiva, representante da LBV; a então subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet (C); e a embaixadora da Libéria Marjon V. Kamara, presidente da 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher.

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* Depois de quase três anos como diretora--executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet anunciou, em 15 de março, sua re-núncia ao cargo, durante sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW, em inglês), em Nova York. Na ocasião, a ex-presidente chilena declarou: “Agora uma nota pessoal. Esta é minha última CSW. Retornarei ao meu país”. Ela deverá disputar a eleição pre-sidencial do Chile, em novembro.

BOA VONTADE 45

dinâmica por conta da crescente indig-nação mundial contra a violência e a impunidade. “Ao longo dos últimos meses, as mulheres, os homens e os jovens foram às ruas com cartazes que diziam: ‘Onde está a justiça?’. Eles declararam solidariedade a uma menina paquistanesa atingida por defender o direito à educação. Eles exigiram justiça para uma jo-vem mulher na Índia e para outra na África do Sul que foram brutalmente estupradas e mortas. Eles exigiram o fim dos casos intermináveis de estu-pro e violência, que ameaçam a vida de inúmeras mulheres e meninas em todos os países, mas nunca fazem as manchetes.”

A preocupação com o tema da desigualdade e da violência de gênero pode explicar o número recorde de participantes da sociedade civil no encontro deste ano nas Nações Uni-das — cerca de 6 mil representantes de organizações não governamentais.

LBV na ONU

Publicação especial da LBV é entregue à vice-diretora--executiva da ONU Mulheres, Lakshmi Puri (E).

Aisa Kirabo Kacyira (E), secretária-geral adjunta e vice--diretora-executiva da ONU-Habitat, toma conhecimento das recomendações da Legião da Boa Vontade.

Na foto em destaque e na principal, a embaixadora Regina Dunlop (E), representante permanente alterna

da Missão do Brasil nas Nações Unidas, e Lourdes Maria Bandeira, secretária-executiva da Secretaria de Políticas

para as Mulheres da Presidência da República (C), recebem as recomendações da LBV. Para a embaixadora, “é maravilhosa a

ampla divulgação que a LBV está fazendo da Lei Maria da Penha com os participantes da conferência”. Ao lado, Adriana Parmegiani, representante da Instituição no evento, com a BOA VONTADE Mulher em francês.

EspanholFrancês

InglêsPortuguês

A revista BOA VONTADE Mulher foi especialmente editada nos idiomas espanhol, francês, inglês e português para o evento na ONU.

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46 BOA VONTADE

Plano globalA 57a Comissão sobre a Situa-

ção da Mulher encerrou seus traba-lhos, em 15 de março, anunciando a adoção de plano global de combate à violência de gênero, assinado por mais de 130 países membros. Representantes da ONU elogia-ram o acordo, considerando-o histórico, e conclamaram os gover-nos para que traduzissem as metas ali traçadas em atos concretos. Em

Asma Khader (D), ex-ministra de Estado e porta--voz do governo da Jordânia, demonstra interesse no trabalho preventivo da Legião da Boa Vontade contra a violência doméstica. Ao lado, a jovem Tharanga Yakupitiyage, da LBV, com a BOA VONTADE Mulher em inglês.

comunicado emitido pelas Nações Unidas, o organismo destacou: “Ao adotar este documento, os governos deixaram claro que a dis-criminação e a violência contra as mulheres e meninas não têm lugar no século 21”.

Segundo a ONU, até 70% das mulheres no mundo enfrentam algum tipo de violência física e/ou sexual ao longo da vida. É igual-mente grave a constatação de que

A delegação brasileira para as operações de manutenção da paz (C34) recebe a mensagem da Legião da Boa Vontade. A partir da esquerda: Fernando Souza; Adriana Parmegiani, da LBV; Sophia Kadri, segunda-secretária da Divisão de Paz e Segurança Internacional do Ministério das Relações Exteriores; e Jorge Tomaz.

Bakhshan Zangana (E), secretária-geral do Conselho de Alto Nível para os Assuntos da Mulher do Governo Regional do Curdistão, recebe mensagem da LBV em inglês, de Eliana Gonçalves, representante da Instituição.

Bojana Didić (D), conselheira da Assembleia-Geral das Nações Unidas, toma conhecimento das recomendações da LBV.

A preocupação com o tema da desigualdade e da violência de gênero pode explicar o número recorde de participantes da sociedade civil no encontro deste ano nas Nações Unidas — cerca de 6 mil representantes de organizações não governamentais.

BOA VONTADE 47

à pobreza, que integram os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs). “Acabar com a violência contra as mulheres é uma questão de vida e morte”, ressaltou.

Experiência da LBV Foi marcante a participação da

Legião da Boa Vontade em mais uma reunião organizada pela ONU para discutir empoderamento feminino e boas práticas sobre as questões de

O diplomata Luiz Benitez, da Missão Permanente do Paraguai na ONU, ressaltou o trabalho da LBV em seu país.

Representante da LBV confraterniza com Kebbeh Monger (D), presidente do Programa Nacional de Mulheres Rurais do Ministério de Gênero e Desenvolvimento da Libéria (África), e Esther Williams (E), da delegação liberiana.

Joel Brind, Ph.D. e professor de Endocrinologia da Faculdade de Baruch, da Cidade Universitária de Nova York (The City University of New York – CUNY), EUA, com a BOA VONTADE Mulher em inglês. Ao lado, a representante da LBV Irene Santana.

A embaixadora Ramzia Abbas Aleryani (E), secretária--geral da União de Mulheres Árabes e presidente da União de Mulheres Iemenitas, informa-se a respeito das ações da LBV em favor do empoderamento feminino.

gênero. A LBV faz-se presente nesse debate desde 1995, por ocasião da 4a Conferência Mundial sobre a Mu-lher, em Pequim, China. Neste ano, a Instituição levou sua contribuição ao tema central da conferência com o lançamento de edição especial da BOA VONTADE Mulher, nos idiomas português, inglês, francês e espanhol.

Abrindo a revista, o artigo inti-tulado “Combate à violência contra

cerca de 140 milhões de meninas são submetidas a mutilação genital. Outras formas de abuso incluem o tráfico de seres humanos e o casa-mento forçado.

Para mudar essa realidade, se-gundo o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson, é necessário trabalhar pelo desenvol-vimento dos povos e da Paz. Não por acaso, o tema está intrinseca-mente ligado às metas de combate

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Teresa Martínez (E), co-ronel da Polícia Nacional da República Dominica-na, especialista no com-bate à violência de gêne-ro e intrafamiliar, recebe de Mariana Malaman, representante da LBV, informações sobre o trabalho da Instituição em favor das mulheres. Teresa Martínez afirmou ter lido a revista logo no primeiro dia do evento e, como especialista na área, ficou muito im-pressionada com a ação da Instituição no Brasil e em outros seis países onde se faz presente (com bases autônomas).

A delegação da República de Angola conhece o trabalho da LBV em favor da igualdade de gênero por meio da revista BOA VONTADE Mulher.

Soumana Anifa, assessor para assuntos de violência contra mulheres e crianças da Oxfam-Québec (organização internacional com fins humanitários) e assessor da delegação do Níger, ao lado de Sâmara Malaman, da LBV.

mulheres e meninas”, do jornalista e escritor Paiva Netto, diretor-pre-sidente da LBV, mereceu especial atenção de participantes do evento. O material de divulgação mostra a experiência da LBV na educação e no atendimento socioassistencial, por meio de programas que ajudam a melhorar a condição de vida da mu-lher e ações com foco na prevenção à violência. Traz ainda histórias de superação e uma análise da Lei Ma-ria da Penha, importante instrumento brasileiro de proteção da mulher.

Nas imagens que ilustram esta reportagem, o leitor acompanha a di-vulgação das recomendações da LBV e a boa acolhida de representantes da sociedade civil e das delegações dos países membros da ONU.

Parte da equipe da Legião da Boa Vontade que esteve na 57a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher — CSW, sigla em inglês. Entre 4 e 15 de março, os representantes da LBV levaram às delegações internacionais as boas práticas da Instituição para a promoção da igualdade de gênero.

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Fotografe o código ao lado com seu smartphone e/ou tablet e veja a galeria de fotos do evento.

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Saúde da Mulher

Angélica Beck e Leila Marco

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50 BOA VONTADE

Nesta entrevista à BOA VON-TADE, a doutora em Biolo-gia Molecular pela Universi-

dade Federal de São Paulo (Unifesp) Lilian Piñero Eça, presidente do Instituto de Pesquisa de Células--Tronco (IPCTRON), explica as-pectos relacionados ao início da vida na reprodução humana e as graves consequências do aborto para a saú-de física e mental da mulher.

Também diretora científica do Centro de Atualização em Saú-de (CAS), na capital paulista, a dra. Lilian alerta para o perigo de tornar lei o projeto de descrimina-lização do aborto no Brasil. Para isso, ela se fundamenta na longa experiência compartilhada com ou-tros profissionais, em particular no esforço da equipe interdisciplinar do CAS, no tratamento de quem interrompe a gravidez.

A especialista defende os di-reitos da cidadania a partir da fecundação, momento em que a vida do indivíduo começa. Em vez de pensar em promover a morte, recomenda a pesquisadora, antes é necessário cuidar da melhoria da qualidade da saúde do brasileiro.

A opinião da biomédica so-ma-se a uma ampla discussão que põe em foco o cuidado para com a vida — para a Legião da Boa Vontade, uma questão que en-volve as dimensões material, moral e espiritual, pois a Vida é anterior à concepção. Como afirma o diretor--presidente da LBV, José de Paiva

“Se eu começar a falar aqui o que

causa o aborto na sua saúde

física e mental, e há mulheres que realizam vários,

você não aceitará fazê-lo.”

*1 Aclamado pelo povo uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, o Templo da Boa Vontade, símbolo maior do Ecumenismo Divino, é o monumento mais visitado da capital federal, segundo dados da Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Desde que foi fundado por Paiva Netto, em 21/10/1989, já recebeu mais de 23 milhões de peregrinos. O TBV está localizado no SGAS 915, Lotes 75/76. Informações: (61) 3114-1070 — www.tbv.com.br (disponível em alemão, árabe, chinês, espanhol, esperanto, francês, inglês, italiano e português).

Netto: “Estamos corpo, mas somos Espírito”.

BOA VONTADE — Agradecemos sua disposição em atender à LBV para falar sobre as conse-quências do aborto à saúde da mulher.

Dra. Lilian Eça — É um prazer estar novamente com a Legião da

Boa Vontade. Sempre com emoção recebo esse convite. Quando estive no Templo da Boa Vontade*¹, em Brasília, comprei três cristaizinhos do Templo; ainda hoje os mante-nho no meu laboratório. Fiquei partidária de toda essa energia maravilhosa da LBV. Espero, com simplicidade, poder esclarecer as dúvidas das mulheres e também as dos homens, porque ninguém fica grávido sozinho. A gente pode tentar não engravidar através dos ciclos menstruais, mas, depois de implantada a gravidez, devemos mantê-la pela saúde da mulher.

BV — Com a gravidez, o corpo da mulher se transforma...

Dra. Lilian Eça — O início da vida humana é o encontro do espermatozoide e do óvulo. Ali se formam as células-tronco em-brionárias, que darão origem ao ser humano. Lá temos todas as proteínas e a sinalização para o futuro cérebro, as perninhas, os bracinhos. (...) Eu estudo sinais de célula de embriões no útero. Nós, mulheres, temos dois hormônios muito falados pelos ginecologis-tas: o estrógeno e a progesterona. O primeiro está presente na maior parte do tempo no organismo. As moléculas de proteína de estróge-no sinalizam todo o nosso corpo; por isso, as mulheres não têm pelos, possuem mais afetividade e o ninho da maternidade. A proges-terona, assim que sou fecundada e

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engravido, começa a ser secretada e a substituir o estrógeno. Após 48 horas de estar grávida, já há todas as transformações, nos trilhões de células que compõem a mulher, e uma delas é a afetividade, e você começa também a ter sono... Por que será que temos sono? Para que pare de gastar tanta energia. É hora de guardar energia para o bebê. Então, a mulher está toda sinalizada para a criança. Mas aí ela toma a decisão, ou sozinha ou com o parceiro, de que não deseja essa gravidez, apesar de estar toda sinalizada por progesterona nos trilhões de células, nas sinapses... Ela tem todos os sinais para formar aquele ser humano irreproduzível.

BV — O aborto pode provocar um desequilíbrio no organismo?

Dra. Lilian Eça — Ao decidir pela retirada do filho, você faz um blecaute... como arrancar a tomada do computador, sabe? Ao tentar religar esse compu-tador os chips não funcionam. Você dá um blecaute nos trilhões

de células. Estava toda afetiva, transformada para o ninho, as células secretando um monte de neurotransmissores, endorfinas... Quando você puxa a tomada, su-gando o feto, há uma interrupção dos neurotransmissores, porque cai a progesterona que comanda a secreção deles. Com isso, pode ficar com uma depressão para o resto da vida. Se a mulher tiver uma tendência maior à depressão, a falta do neurotransmissor é uma tragédia e nem a medicação con-segue recuperar.

BV — Ocorre assim uma violenta reação no próprio corpo, com alto grau de agressividade?

Dra. Lilian Eça — Uma agres-sividade total! Isso não é ser emancipada... emancipação é ir lá e sugar o seu feto? Não. Isso, cientificamente falando, é regres-são. Se você gosta do seu corpo, de você, do seu neurotransmissor, dos seus neurônios, do seu cérebro, eu aconselharia a pensar trilhões de vezes. Além disso, você correrá o

risco de infecção, o risco de sugar mais do que precisa, pois, quando quiser ser mãe, poderá não ter a camada do endométrio. Se você tira a camada do endométrio, o feto perde a mobilidade; ou mes-mo acaba havendo uma tendência maior de ter fetos em trompas; [nesse caso,] precisa ser retirado não só o feto, como também a trompa. Se eu começar a falar aqui o que causa o aborto na sua saúde física e mental, e há mulheres que realizam vários, você não aceitará fazê-lo.

BV — Falta ainda informação?Dra. Lilian Eça — Infeliz-

mente, o brasileiro em geral tem escassez de informação e, por isso, não luta por seus direitos. (...) En-tão, fazer aborto não é proteger. O médico faz um juramento a favor da vida, do início até o fim, aí ele vai lá e tira a vida? Há uma contradição. Teremos de criar uma universidade nova se essa lei vier para o Brasil. Não estamos preparados nem para fazer ultrassom em grávidas, ima-gine fazer esse exame para tirar filhos. Sem estrutura para os bebês nascerem, porque são muitos, então você imagina o que teria de fila de espera para o aborto? Sou totalmente contrária. Temos, sim, de criar mais hospitais, com mais atendimentos, melhores salários para os profissionais; temos de ter a lei da saúde.

BV — Países que permitem o aborto sentem os efeitos disso?

Dra. Lilian Eça — Nações desenvolvidas, como a Dinamar-ca, onde a lei permite o aborto,

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52 BOA VONTADE

possuem um número elevado de mulheres suicidas. Aí está exata-mente a falta de neurotransmissor. Uma pessoa só tira a própria vida quando está em uma depressão muito grande. (...) Além da minha pesquisa de sinais de células, eu tenho acompanhado há muitos anos, pelo trabalho no Centro de Atualização em Saúde, o compor-tamento de mulheres que fizeram aborto. Possuímos uma equipe interdisciplinar — psiquiatras, enfermeiros, biomédicos, den-tistas... Não sou eu sozinha que cheguei a essas conclusões, elas

*2 Anencefalia — Um tipo de malformação rara do tubo neural, caracterizado pela ausência parcial do encéfalo e da caixa craniana do feto.

são fruto também do acompanha-mento de outros profissionais.

BV — E a interrupção de ges-tação de anencéfalo*², o que pensa a respeito?

Dra. Lilian Eça — Pode ser que fiquem chocados, mas é o que penso... Eu acho que é duro, a gente sempre deseja que os nossos filhos tenham total saúde, lógico, mas, se eu faço o ultrassom e descubro que tenho um filho anen-céfalo, acho muito mais saudável dar a chance de vivenciar o luto do que se livrar dele fazendo o

aborto. Nesse caso, sabemos que a vida dele vai ser mais curta. (...) É a mesma coisa, por exemplo, no caso de você ter um filho saudável e amanhã ele sofrer um acidente, deixar de ser saudável. A mãe fi-cará ao lado dele, conviverá com esse filho, que precisará dela todos os dias. Existem contradições. Se tenho o meu filho dentro de mim, e ele está doente, eu vou e o arran-co? De jeito nenhum, a gente ama mais! (...) A partir do momento que se engravida há a responsabilidade por aquele ser que está dentro de você.

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Na 10a edição do Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, as crianças praticaram o protago-nismo infantil — aquele empenhado na construção

de um mundo melhor, pacífico e mais solidário. A partir do tema “Brincar e Agir com Boa Vontade”, escolhido por elas mesmas, organizou-se uma série de atividades lúdicas nos Centros Comunitários de Assistência Social da Legião da Boa Vontade e nos espaços culturais ecumênicos da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.

Mariane de Oliveira e Rafael Bruno

BOA VONTADE 55

Em 16 de março, ao falar de improviso para o Brasil e o mun-do pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e in-ternet — www.boavontade.com), o diretor-presidente da LBV, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, comandou o encerramento do evento.

Durante sessão solene, em que dedicou às famílias que o acompanhavam uma mensagem de Paz, o dirigente da Institui-ção fez uma saudação especial às crianças e relembrou como surgiu a ideia de criar um espaço todo delas, onde pudessem se ex-pressar. “Há dez anos, ao acom-panhar pela Super Rede Boa Vontade de Rádio o programa

10o Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus

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“É necessário estabelecer uma ambiência em que as pessoas, de

forma decidida mas educada, digam o que pensam; com o que querem contribuir a fim de transformar o

mundo para melhor. e vocês, crianças, têm esse carisma: de fazer com que

todos se sintam à vontade. Quero uma agenda

de vocês.” paiva netto

Bolo com Pudim (apresentado por crianças da Legião da Boa Vontade e dirigido ao universo infantil), senti-me motivado a entrar ao vivo na programa-ção e propor aos meninos e meninas da LBV um desafio: a criação de um fórum para que essa novíssima geração pudesse discutir e apontar soluções para os principais problemas que preocupam os pequeninos. É velha a minha assertiva de que quem pensa que criança é boba é que é bobo.”

Sobre o significado desse pen-samento, Paiva Netto esclareceu que pais, responsáveis, educado-res e pessoas de Boa Vontade de-vem despertar na criança aquilo

“Milagre não é só salvar a pessoa que sofre de uma doença incurável no

corpo. principalmente, é fazer sarar os espíritos, mostrar a eles a iluminação

que possuem.” paiva netto

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BOA VONTADE 57

que há de melhor nela, orientan-do-a a partir de princípios éticos, morais e espirituais. Para isso, convidou os que acompanhavam sua palavra a agir com bondade, respeito e caridade, tendo em mente o desejo de transformar uma triste realidade, destacada por Jesus em Seu Evangelho segundo Lucas, 16:8, segundo a qual, os filhos do Evangelho são menos perspicazes que os filhos do mundo.

Ao citar trechos de discurso dele proferido em 22 de fevereiro de 2003, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, o criador do fó-rum afirmou: “O que vemos hoje

em toda parte? Uma tremenda ganância! E vocês são a primeira vítima. É aquilo que afirmei em 2/3/1996, ao inaugurar no Rio de Janeiro o Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, e que foi destacado pela revista Is-toÉ: A criança geralmente apenas devolve aquilo que a sociedade lhe proporciona. Se a sociedade lhe oferecer lixo, em geral ela vai devolver-lhe lixo, mas, se der Amor — que significa Fraternida-de, Solidariedade, Compaixão —, vai ser mais bonita de Espírito e de rosto”.

Em seguida, Paiva Netto res-saltou o papel do protagonismo

10o Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus

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“portanto, minha preocupação, como disse numa palestra em Brasília/DF, no lançamento da Operação Jesus, em 25/3/1995, é a de abrir caminhos para uma liderança nova. as instituições da Boa Vontade têm de se apresentar ao mundo com a sua face decisiva de realizações. Jesus espera isso de cada um de nós.”

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58 BOA VONTADE

infantil no surgimento de uma sociedade mais justa e fraterna, inspirada nos preceitos ecumêni-cos do Cristo de Deus. “Portanto, minha preocupação, como disse numa palestra em Brasília/DF, no lançamento da Operação Jesus, em 25/3/1995, é a de abrir caminhos para uma liderança nova. As Instituições da Boa Vontade têm de se apresentar ao mundo com a sua face decisiva de realizações. Jesus espera isso de cada um de nós.”

E prosseguiu: “Ele revelou: ‘Vós sois deuses. Eu voltarei ao Pai, vós ficareis aqui na Terra, portanto, podereis fazer muito mais do que Eu’ (Evangelho

segundo João, 10:34 e 14:12). Milagre não é só salvar a pessoa que sofre de uma doença incurá-vel no corpo. Principalmente, é fazer sarar os Espíritos, mostrar a eles a iluminação que possuem. Vocês têm merecimento diante do Pai Celestial, ó novíssima geração!”.

Ensino e conteúdoDois mil anos atrás, Jesus,

o Cristo Ecumênico, o Divi-no Estadista, revolucionava a Educação. Ensinou lições de Amor e Fraternidade por meio de histórias curtas e de fácil compreensão, chamadas de parábolas. Durante o

fórum, uma dessas narrativas do Educador Celeste foi destacada por Paiva Netto, ao apresentar o livro A parábola do filho pródi-go — primeiro título da Coleção Ecumênica “As parábolas de Jesus”, do selo Soldadinhos de Deus, da LBV. Ele convidou as crianças a estudar a referida passagem bíblica, no Evangelho do Cristo segundo Lucas, 15:11 a 32, afirmando que há nela importantes ensinos e valores, como a caridade, a misericórdia e o perdão.

Nesses sagrados ensina-mentos , segundo o

dirigente da LBV, encontra-se a base

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BOA VONTADE 59

10o Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus

Veja mais fotos do 10o Fórum

Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, no Brasil e no

exterior.

para a Educação que alia ao conhecimento humano a Inte-ligência Divina. Tal orientação constitui a linha educacional da Instituição, criada por Paiva Netto: a Pedagogia da Boa Von-tade, formada pela Pedagogia do Afeto (para as crianças de até 10 anos) e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a partir dos 11 anos). As escolas da Legião da Boa Vontade — cujo lema é “Aqui se estuda. Formam-se Cé-rebro e Coração” — promovem educação de qualidade, por meio de uma visão além do intelecto, pois educam o sentimento e o

raciocínio. Com isso, a criança e o adolescente aprendem a exer-citar a cidadania ecumênica e a Solidariedade.

Boas açõesO Fórum Internacional dos

Soldadinhos de Deus, da LBV, deixou nesta sua 10a edição o re-cado de esperança e fraternidade de meninas e meninos dispostos a multiplicar boas ações em favor da sociedade. Assim, caminham para se tornar verdadeiramente cidadãos ecumênicos.

As próprias crianças perce-bem a importância de um espaço

JOãO PESSOA/PB ViTóRiA/ES

NATAL/RNPRESiDENTE PRUDENTE/SP

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SãO PAULO/SP

Opções no Bem!“Os jovens são a esperança. Significam o dinamismo e a renovação de que o mundo precisa. Sem gente moça, não há futuro. É preciso, contudo, que se lhes deem opções em Deus. Caso contrário, poderão buscá-las nos erros, que levam às frustrações. Daí o nosso pensamento: O jovem é o futuro, sim, mas não o futuro longínquo, ‘quanto mais distante, melhor’, como desejariam alguns equivocados. Fraternalmente, a LBV sugere: ‘O jovem é o futuro no presente’.”

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dedicado a elas, onde expressam seu pensamento e aprendem jun-tas. Em Sorocaba/SP, Letícia, 12 anos, contou: “Esse fórum nos ensina a respeitar todos e a melhorar o mundo brincando”. E fazer isso é muito simples, na opinião de Alana Maria, 9 anos, de Araxá/MG: “Compartilhar nossos brinquedos, amar, ser um amigo melhor; a gente fica mais próximo da nossa família”.

BOA VONTADE 61

galeria de fotos dos soldadinhos de deus

Isabela Winkler Reynol, 1 mês, com os pais,

Helen e André, e seus irmãos, Gabriel Kluge Reynol,

7 anos, e Lucas Winkler Baragão, 11. São Paulo/SP

Beatriz Rodrigues Carvalho do Nascimento, 3 meses. Pais: Juliane e Joelson do Nascimento. São Paulo/SP

Alice Gabrielle (E), 8 anos, e Laura Marianne de Paiva Veber,

6. João Pessoa/PB

Luiza Cassimiro dos Santos, 9 meses, e Mariane, 11 anos. Pais: Adriana e Marcos Luiz dos Santos. São Paulo/SP

Gabriel Alex Mesquita de Oliveira, 2 meses.

Pais: Pâmella Bárbara e Gabriel Alex de Oliveira.

São Paulo/SP

Samara Mendes Rodovalho,

2 anos. Pais: Débora e Michael

Rodovalho. Catalão/GO

Ingrid Melo Duarte, 3 anos. Valparaíso/GO

Davi Conde Scheidt Lopes, 9 meses. Pais:

Michelle e José Wilson Lopes Filho. São Paulo/SP

Leonardo Henrique de Castro Barduzzi,

6 anos. Lisboa, Portugal

Larissa Caroline Puga da Silva,

7 anos. Mauá/SP

Primeiro livro da coleção ecumênica“As Parábolas de Jesus”

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Do Evangelho do Profeta Divino, uma emocionante história de

perdão e misericórdia.

Ana Clara de Jesus Ferreira, 11 meses. Pais: Maria Rosa e Antonio Carlos Ferreira. São Paulo/SP

Foto

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“(...) Jesus nos ensinou que devemos sempre ser humildes, porque Ele, sendo o dono do planeta Terra, poderia nascer em uma grande casa, confortável, quentinha. Mas preferiu nascer em uma manjedoura, pois Ele veio trazer exemplo de Amor, de Justiça para Seus filhos. O que Jesus espera é que todos nós sintamos o nascimento Dele em nossos corações. Só assim seremos fiéis a Ele.”

Wesley Matos Alexandre, 9 anos.Fortaleza/CE

Comentário do Soldadinho de Deus sobre o Nascimento do Divino Amigo

Representação artística do Nascimento de Jesus.

Assim como no Natal de Jesus, 25 de dezembro, comemoramos o nascimento da Divina Esperança por um mundo melhor, exatamente um mês depois, em

25 de janeiro, ainda nesse espírito de celebração do ideal de Fraternidade Ecumênica, saudamos os pequeninos com o dia dos Soldadinhos de Deus,

como são chamadas carinhosamente as crianças na LBV.

Copyright © William Luz

BOA VONTADE 63

Saúde da criançaComo prevenir o sedentarismo infantil

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Fazer a garotada se mexer combate o sedentarismo infantil e o aparecimento de

doenças precocemente

Crianças que recebem

menos atenção dos

pais passam, em média,

30 minutos a mais por

dia em frente a aparelhos eletrônicos.

Que o sedentarismo está entre os principais fatores que levam ao aparecimen-

to de numerosas enfermidades em adultos, não é novidade. Contudo, surpreende o avanço do comportamento sedentário entre as crianças e os adolescen-tes, segundo estudos recentes. Essa condição, aliada a uma alimentação com alto teor de gordura, açúcares e sódio, tem influenciado no aumento do nú-mero de meninos e meninas com sobrepeso, obesidade, colesterol alto, glicemia elevada e pressão arterial acima do normal. Essa tendência pode fazer com que a criança e o jovem desenvolvam doenças precocemente.

O extenso contato com apare-lhos eletrônicos — computador, videogame, celular e televisão — não só determina um estilo de vida sedentário, como também contribui para que a criança e o jovem passem a ter conduta de

intolerância e agressividade. Por exemplo, até tarefas simples como arrumar o quarto ou fazer a lição escolar provocariam estresse.

Estudo recente realizado pela Universidade do Estado do Oregon (Estados Unidos) indica a criação familiar como mais um fator determinante para o comporta-mento sedentário na infância. De acordo com a pesquisa, crianças que recebem menos atenção dos pais passam, em média, 30 mi-nutos a mais por dia em frente a aparelhos eletrônicos. Esse tem-po poderia ser utilizado pelo pai ou pela mãe para brincar com o filho, incentivando-o assim a não ficar parado.

Os pesquisadores entendem que os pais são os protagonistas na luta contra o sedentarismo infantil. “Brincar é a principal atividade que [as crianças] costumam realizar, portanto, o suporte e o encorajamento da família são cruciais. Ao perce-

Mariane de Oliveira

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BOA VONTADE 65

EsportePraticar uma atividade esportiva é excelente maneira de combater o sedentarismo infantil e estimular a criança a adotar hábitos saudáveis. Clubes, escolas e academias em todo o país oferecem aulas de variadas modalidades de esporte, agrupando os iniciantes conforme a faixa etária.

berem a atividade sedentária do filho, é dever dos pais neu-tralizar esse comportamento”, aponta o estudo.

David Schary, doutorando em Psicologia do Esporte e do Exercício pela Faculdade de Saúde Pública e Ciências Huma-nas da Universidade do Oregon, explica: “Meia hora por dia não parece ser muito, mas pense isso em uma semana, um mês, e en-tão em um ano, e verá o enorme impacto causado. Uma criança poderia realizar alguma ativi-dade física em todas as semanas e caracterizar isso como padrão para o resto da vida”.

Exercício é remédioA fim de ajudar a combater

a inatividade e o sedentarismo, males da sociedade moderna, o Centro de Estudos do Labo-ratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs) lançou recentemente no Brasil a campanha Exercise is Medi-cine (Exercício é Remédio). A iniciativa, criada em 2007 pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva, visa a tornar a pres-crição de exercícios físicos uma prática habitual de médicos de todas as especialidades, como forma de combater a obesidade, a hipertensão, o diabetes e outros distúrbios.

No início de outubro, essa proposta foi amplamente divul-gada durante o 35o Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, no qual cerca de 1.200 profissionais da saúde debateram o tema “Esporte e Atividade

Academia para crianças — NOVIDADE!Nesse espaço, as crianças brincam muito e gastam bastante energia. A academia ajuda a melhorar os hábitos dos pequenos por meio de atividades variadas, com benefícios para o corpo e a mente. Além de desenvolver a coordenação motora e fazer alongamento, a garotada aprende sobre valores como amizade, companheirismo e respeito.

Videogames interativosA indústria dos games, uma das que mais crescem no mundo, oferece opções de jogos com interatividade exercida por movimentos corporais. Segundo especialistas, alguns jogos desses aparelhos, que envolvem esporte ou outra atividade, podem aumentar o gasto calórico tanto quanto em um exercício físico. A responsabilidade dos pais é acompanhar o tipo de jogo (que não estimule a violência) e que a atividade seja regrada, para não haver excessos.

Opções para a prática de atividade física da garotada

Brincadeiras Se nenhuma das opções indicadas até aqui interessou, há uma maneira bem simples de incentivar os pequenos a movimentar o corpo: brincando. Correr, pular, jogar bola... por meio de brincadeiras como essas é possível obter bons resultados quando o assunto é cuidar da saúde física. Parques, praças e outros espaços ao ar livre são ótimos locais para esse tipo de atividade.

Saúde da criança

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Física: O Legado para Saúde da População”. Por meio de pales-tras e do material de referência distribuído aos participantes, foi recomendado o incentivo à práti-

ca de atividade física como alia-da no tratamento de pacientes.

Estudo publicado pela revista médica The Lancet, em julho de 2012, mostrou que mais de 5,3

milhões de mortes ocorridas no mundo em 2008, do total de 57 milhões de óbitos naquele ano, tiveram como causa doenças as-sociadas ao sedentarismo.

Brincando e aprendendoEm entrevista ao programa

Sociedade Solidária, da Boa Von-tade TV (canal 23 da SKY), a dra. Adriana Friedmann*, pe-dagoga e cofundadora da rede Aliança pela Infância no Brasil, chamou a aten-ção de pais e responsá-veis para a importância de incentivar as crianças a brincar. Segundo ela, essa atividade espontânea e natu-ral da infância é capaz de prevenir o sedentarismo e a obesidade. A seguir, acompanhe os principais trechos da entrevista.

BOA VONTADE — As crianças muito cedo aprendem novas tec-nologias e se distraem com jogos eletrônicos. Como conciliar isso com a necessidade do brincar?

Dra. Adriana Friedmann — Hoje, é comum vermos crianças com celular, em frente a um compu-tador. Elas ficam hipnotizadas. To-dos esses eletrônicos, muitas vezes, não deixam a criança desabrochar (...). É imprescindível que elas mexam nesses aparelhos, mas vale mais a pena estarem com a mãe na cozinha, arrastarem-se na areia, na

terra, porque a criança precisa expe-rimentar os sentidos, cheirar, tocar, levar à boca, enfim, ter experiências

com diferentes texturas, gostos, sabores, cheiros... Esta é a grande brincadeira: experimentar o mundo à sua volta, os objetos; não precisa de nada sofisticado.

BV — Como os pais podem incentivar o filho a brincar?

Dra. Adriana — A primeira opção é ensinar as brincadeiras de quando eram pequenos. Hoje, várias ONGs divulgam alternativas inspiradoras para a família, pensando na questão do brincar, da expressão plástica, das artes, da música, do esporte. Outra opção são os espaços lúdicos, que alguns conhecem como brinquedo-tecas, ludotecas.

BV — Crianças de hoje não brin-cam mais como as de antigamente?

Dra. Adriana — Crianças sempre brincaram, mas se brincava natural-mente. A ONG Safer Net, da Bahia, constatou que atualmente os adultos têm receio de deixar as crianças ir até a pracinha da esquina [para brincar], porque temem pela segurança delas.

Mas a internet é o espaço mais perigoso e inseguro onde a criança está exposta, e a gente não faz ideia a quem. Com a chegada do século 21, o século da mídia, da tecnologia e, principalmente, do grande consu-mismo, a febre de consumo invadiu a vida de todos nós e, sutilmente, a dos pequenos, que estão expostos à televisão. Com isso, cria-se um desejo na criança e ela começa a pedir, porque a propaganda a con-venceu disso.

BV — E os adultos acabam cedendo a esses apelos...

Dra. Adriana — Um pouco por culpa, porque todo mundo no en-torno acaba comprando e também porque as crianças acabam até fazendo escândalos quando que-rem algo... mas, no fundo, estão pedindo é atenção. O que falta, na verdade, é esse tempo junto com os filhos. Talvez, em vez de gastar tem-po tentando convencer a criança de que um brinquedo é muito caro, fosse melhor sair, conhecer outras possibilidades de convivência com ela. É uma forma também de fazê--la sair um pouquinho da frente da televisão.

Adriana Friedmann

* Adriana Friedmann é pedagoga, doutora em Antropologia pela PUC-SP e mestre em Metodologia do Ensino pela Unicamp; professora, consultora e pesquisadora especialista na área da infância e do brincar; e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolis-mo, Infância e Desenvolvimento. É autora de A arte de brincar (2004), O universo simbólico da criança (2005) e O desenvolvimento da criança através do brincar (2006).

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BOA VONTADE 67

* “Regulamentação da profissão de jornalista” em legislação — Decreto 83.284, de 13 de março de 1979.

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Carlos Arthur Pitombeira, jornalista

A mobilização de alguns setores da sociedade pela regulamentação dos artigos 220 a 224 da Consti-

tuição Federal de 1988, os que tratam da Comunicação Social, intensificou--se nos últimos meses, aumentando as justificativas nesse sentido. A forma de se buscar assim, apressada-mente, um marco regulatório para as

Opinião — Mídia em Foco

Carlos Arthur Pitombeira | Especial para a BOA VONTADE

Regulamentação não pode prejudicar mídia comunitária

concessões e renovações dos canais de rádio e televisão e tentar acabar com o monopólio na mídia não pode mexer nos fundamentos da profissão de jornalista. A lei que dispõe sobre o exercício dessa atividade profissional já está regulamentada há 34 anos*, e qualquer mudança que nela se queira fazer agora estará fora da realidade

Comunicação

Social

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68 BOA VONTADE

educacional e cultural de nossa pá-tria. E pode decretar a morte da mídia comunitária/alternativa.

Conforme tive oportunidade de ressaltar — e nunca é demais lem-brar —, vivemos em uma nação onde 14 milhões de brasileiros são analfabetos, e desse total 49% têm mais de 60 anos de idade. De acordo com a pesquisa Idosos no Brasil — Vivências, desafios e expectativas na Terceira Idade (2007), realizada pela Fundação Perseu Abramo, por meio de seu Núcleo de Opinião Pública, em parceria com o Serviço Social do Comércio — SESC (Nacional e São Paulo), entre os idosos, 89% não passaram da 8a série do ensino fundamental. Na população com mais de 60 anos, o analfabetismo funcional totaliza 49%: 23% decla-raram não saber ler nem escrever, 4% afirmaram saber apenas escrever e ler o próprio nome, 18% nunca foram à escola e outros 22% disseram consi-derar ler e escrever uma tarefa difícil.

O Brasil figura entre os piores países na educação na América La-tina. Segundo dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os jovens de 18 a 24 anos, 36,5% abandonam a escola antes de completar o ensino médio. Nessa faixa etária, 5,46% completam o ensino superior.

Isenção de imposto e mais crédito

Essa é a mão de obra que, lidera-da por autodidatas em cada Estado, mantém vivos os jornais do interior; e agora, também, dão suporte às rádios comunitárias. Mas pouco tem sido feito a favor dessa mídia que vive de

favores. O Sebrae, com a iniciativa de fixar em R$ 60.000,00 anuais, o que representa R$ 5.000,00 por mês, o faturamento do Empreendedor Individual, tirou da informalidade diversas categorias de trabalhadores em todo o país, reduziu os impostos que eles têm a pagar e lhes assegu-rou o direito de emitir nota fiscal eletrônica.

A medida, entretanto, não alcan-çou os donos dos pequenos jornais, que precisariam de um faturamento anual mais elástico. Aqui fica a minha sugestão para que o Sebrae repense o assunto, permitindo que essa mídia se beneficie com a importante ini-ciativa. Os bancos oficiais, por sua vez, poderiam também liberar linhas de crédito auditadas e com carência para o início do pagamento, a fim de permitir que a imprensa comunitária/alternativa se organize.

Essa é a mídia que o Brasil quer ver fortalecida em cada região, capaz de constituir a base natural para que a democratização da informação ocorra no país, sem a intervenção de ninguém. Esses jornais terão que se impor por linha editorial própria, qualidade de conteúdo e apresenta-ção gráfica e editorial. O resto fica por conta da concorrência, uma práti-ca salutar nos regimes democráticos.

Regulamentar os artigos 220 a 224 da Constituição Federal é uma necessidade que se arrasta por 25 anos e não pode ser feita assim, a toque de caixa. Para atender ao arti-go 224, que trata da organização do Conselho de Comunicação Social, seus membros foram recentemente nomeados, e não eleitos (mas, tam-bém, como fazê-lo sem organizar a eleição de seus membros?). Até

A lei que dispõe sobre o exercício dessa atividade

profissional já está regulamentada há 34 anos,

e qualquer mudança que nela se queira fazer agora

estará fora da realidade educacional e cultural

de nossa pátria. E pode decretar a morte da mídia

comunitária/alternativa.

BOA VONTADE 69

regulação mais abrangente. É bom não esquecermos que ela envolve dois aspectos para os quais a Cons-tituição revela a maior preocupação em seu artigo 5o (alíneas IV e V):

anonimato e direito de resposta, esse também sem definição na mídia impressa.

Ao artigo 222 caberá cuidar da propriedade e do capital envolvido na formação das empresas jornalís-ticas e de radiodifusão, matéria esta que vai demandar muita discussão com a sociedade. O artigo 223 é aquele, polêmico, que vai ditar novas normas para outorga ou renovação de concessões, permissões e auto-rizações para utilização de canais de rádio e televisão, questão mais complexa depois que a radiodifusão se estendeu à rede comunitária. E ainda existe o ajuste disso tudo a uma nova Lei das Telecomunicações. Essa questão do marco regulatório não é tão simples assim.

Liberdade de expressão e diploma

Mas é no artigo 220 que preci-samos nos fixar. Ele estabelece que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informa-ção, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nes-ta Constituição”. E é justamente na sua apreciação — tema que deveria estar sendo debatido com a socieda-de, mas fica restrito ao noticiário na imprensa — que mais uma vez será defendida a necessidade de curso superior para o exercício da profis-são de jornalista. Indistintamente. Em qualquer parte do país. Assim ocorrendo, a mídia comunitária/al-ternativa estará inviabilizada e esse episódio marcará profundamente a história da imprensa brasileira nos seus mais de dois séculos de existência.

agora a sociedade nada sabe sobre o que fizeram esses conselheiros nem conhece as pautas das reuniões.

O artigo 221 vai dar trabalho, pois se propõe a regular a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão (as comunitárias, inclusive) que a Constituição quer ver focadas na cultura, na educação e no respeito aos valores éticos e da família. Esse assunto precisará ser amplamente debatido com a socieda-de, principalmente no que se refere a TV. Presente em cerca de 90% dos lares brasileiros, a televisão tem banalizado a violência, as cenas de sexo, além de transmitir para as crian-ças, antes mesmo de elas chegarem à escola, os primeiros ensinamentos, valores e limites.

Agora temos, ainda, o desafio da internet, das notícias e comen-tários ali veiculados, o que já exige

Presente em cerca de 90% dos lares

brasileiros, a televisão tem banalizado a

violência, as cenas de sexo, além de transmitir para as

crianças, antes mesmo de elas chegarem à escola, os primeiros

ensinamentos, valores e limites.

Opinião — Mídia em Foco

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70 BOA VONTADE

Equipamentos e microfones consagrados, Vintage e Hi-Fi.

Sistema de gravação Pro Tools HD3, com conversores Apogee

Symphony. Periféricos Manley, Millennia, SSL, Universal Audio, Avalon,

Empirical Labs, Lexicom e Eventide. Microfones Neumann, Coles, AKG, Shure,

Sennheiser. Monitoração Genelec e Aviom.

• Sonorização / Sound Design• Restauração de áudio

• Gravação (Bandas, Grupos Musicais, Corais, Orquestras de Câmara e Locução)

• Mixagem / Masterização (também on-line via FTP)• Composição de trilhas para programas de TV e publicidade

• Estrutura de iluminação para gravação de DVD/Blu-ray

Opinião — Congresso em pautaImpostos e contribuições no Brasil

Cidadania

Paulo Kramer é cientista político e assessor parlamentar.

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Paulo Kramer | Especial para a BOA VONTADE

O imperativo da transparência

tributáriaDos vassalos que impuseram a Magna Carta (1215),

ao rei inglês João Sem Terra, aos combatentes da independência dos Estados Unidos (1776) e até os

dias atuais, um dos princípios mais preciosos do regime de constitucionalismo liberal-democrático é aquele que estabelece que não pode haver tributação sem repre-sentação. Ou seja: a cobrança de qualquer imposto, taxa ou — para usar um brasileiríssimo eufemismo — “contribuição” (como se houvesse a alternativa de não contribuir ao erário...) precisa ser previamente legitimada

72 BOA VONTADE

caráter não declaratório da maioria dos impostos e contribuições, em-butidos nos preços ao consumidor, induz uma parcela considerável da população à falsa noção de que pobre não paga imposto. Na verda-de, paga e, proporcionalmente, até mais que o rico. Por exemplo, um e outro gastam o mesmo e são ta-xados em porcentagem idêntica de tributos “escondidos” num inocente pãozinho francês, muito embora a autêntica justiça consista em tratar desigualmente os desiguais...

Por isso, estou convicto de que a Câmara dos Deputados acaba de escrever uma página importante da história de nossa cidadania ao apro-var o Projeto de Lei no 1.472/2007, do senador Renan Calheiros, que

obriga o detalhamento, na nota fiscal de compra, dos tributos incidentes sobre qualquer produto ou serviço.

A proposta teve origem em iniciativa popular que contou com mais de 1,5 milhão de assinaturas, colhidas pela campanha nacional De Olho no Imposto, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a qual contou com a liderança persis-tente do vice-governador paulista Guilherme Afif Domingos. Para popularizar a campanha, a ACSP usou um recurso de comunicação muito criativo: o famoso Impostô-metro, painel digital instalado na porta da entidade que registra in-cessantemente os bilhões e bilhões de reais arrecadados pela máquina pública em todo o Brasil*.

pela expressa e majoritária aprova-ção dos representantes que o povo, mediante eleições periódicas, livres e limpas, envia ao parlamento.

Um corolário dessa exigência é o de que os próprios cidadãos tenham pleno conhecimento de quanto o Estado, nos níveis federal, estadual e municipal, extrai da sociedade para provê-la de serviços públicos essen-ciais, como segurança, justiça, saúde, educação, transporte, saneamento e assistência social aos desvalidos; até mesmo para que as pessoas possam, a qualquer momento, confrontar a qualidade dessa provisão com a quantidade de dinheiro recolhida pelo Fisco. Em outras palavras, ava-liar a distância entre a promessa e o desempenho governamentais.

Essa reflexão revela-se tanto mais relevante (e urgente!) quanto se sabe que os três níveis federados arrecadam da sociedade brasileira o equivalente a mais de um terço de toda a riqueza produzida pelo país a cada ano — carga tributária dra-maticamente superior à vigente na maioria dos países com nível socio-econômico análogo ao nosso e bem próxima à das nações desenvolvidas, que sobressaem pela excelência e variedade dos benefícios distribuídos aos cidadãos. Também é do conhe-cimento geral, já há muito tempo, que o brasileiro trabalha de quatro a cinco meses por ano somente para cumprir as obrigações fiscais, pa-gando dezenas de tipos de tributos.

Impostos penalizam mais os pobres

Para complicar ainda mais, o

* O Impostômetro da ACSP registrou a marca de R$ 1,556 trilhão em 31/12/2012: total de impostos pagos por todos os brasileiros no ano passado.

Em 28 de dezembro, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu a marca de 1,5 trilhão em tributos federais, estaduais e municipais pagos pelos brasileiros desde o primeiro dia de 2012. A marca foi alcançada com um dia de vantagem em relação aos valores de 2011. Para acompanhar a evolução do recolhimento dos tributos deste ano, é só acessar o site da ACSP (www.impostometro.com.br).

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BOA VONTADE 73

co), contribuições previdenciárias pagas pelo patrão e pelo emprega-do, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS) — o penúltimo deles estadual e o último municipal. Dez tributos!

Caso as matérias-primas que entram na composição da merca-doria representem mais de 20% do preço de venda, a nota terá de detalhar, também, o Imposto sobre a Importação (II), o PIS/Pasep--Importação e a Cofins-Importação sobre esses insumos.

Nas lojas, essas informações deverão ser exibidas, em local visível, para cada mercadoria ou serviço. Nas instituições financei-ras, como bancos, a exigência é a mesma quanto ao IOF.

Se o projeto virar lei, esta en-trará em vigor seis meses depois de sua publicação e sujeitará os comerciantes ou prestadores de serviços que a descumprirem às punições previstas no Código

de Defesa do Consumidor (CDC): multa, suspen-

são de atividade e cassação do alvará

de funcionamento do estabeleci-mento.

A grande torcida, agora, é para que a presidenta da República, mostrando-se mais sensível ao apelo da cidadania do que aos argumentos da equipe econômica, sancione a proposição sem vetos. Por uma questão de coerência até: ainda ministra da Casa Civil, Dilma patrocinou o projeto e, já na presidência, sancionou a impor-tante e avançada Lei de Acesso à Informação Pública.

Qualquer que seja o desfecho imediato, o caminho percorrido até aqui reflete o amadurecimento de uma sociedade que já faz questão de transparência nas relações de consu-mo, a fim de cobrar dos governantes mais seriedade, eficiência, menos desperdício e desvios, além de melhores resultados na destinação que é dada ao suado dinheirinho de todos nós.

Outra consequência socialmen-te relevante dessa inovação será a de estimular uma ampla cons-cientização quanto à justiça de se isentar de todo e qualquer tributo os produtos que compõem a cesta básica e ainda representam uma parcela muito grande dos gastos das famílias mais humildes no Brasil. O aumento do poder aqui-sitivo do trabalhador seria ime-diatamente sentido, acelerando o ritmo de crescimento em muitos setores da economia.

Esse avanço depende não só do compromisso de cobrarmos bons exemplos de nossos representantes na vida pública, mas também de nos pautarmos pelo mesmo grau de exi-gência em nossa vida privada.

Em termos internacionais com-parados, não há nada de extraordi-nário nisso. Afinal, quem já viajou aos Estados Unidos ou à Europa sabe que lá os impostos sobre cada compra são claramente detalhados na nota. A meu ver, o que merece destaque é o pequeno número de espécies tributárias cobrado lá fora (quase sempre, imposto sobre valor agregado — IVA —, imposto de renda e pouco mais que isso) em comparação com a quantidade de tributos cobrados em nosso país.

Assim, o texto, aprovado pelos deputados e que agora irá à sanção da presidenta Dilma Rousseff, prevê a especificação dos seguin-tes itens: Imposto de Renda (IR), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto sobre Produtos Industria-lizados (IPI), PIS/Pasep, Cofins (Contribuição para o Financiamen-to da Seguridade Social), Cide/Combustível (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômi-

Opinião — Congresso em pauta

O brasileiro trabalha de quatro

a cinco meses por ano somente para cumprir as

obrigações fiscais, pagando dezenas de

tipos de tributos.

para sua família!

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Super rede boa vontade de rádio 24 horas no ar

netCidades: aMaZONas: Manaus; RiO de JaNeiRO: angra dos Reis, Barra Mansa, Resende; sÃO PaULO: americana, araçatuba, araraquara, araras, Catanduva, Hortolândia, itapetininga, Limeira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Rio Claro.

SKY (canal 23)saiba se a sua cidade tem cobertura da Boa Vontade TV pelo tel.: (11) 3225-4500 ou acesse www.boavontade.com

Boa Vontade TV Canais 11e/40d — são José dos Campos/sP. Geradora educativa da Fundação José de Paiva Netto (FJPN).

assista à TV e ouça a Rádio pela internet: www.boavontade.com

Um conteúdo que faz bempara sua família!

Programação que leva Paz, Cidadania Plena e Fraternidade Ecumênica

São Paulo/SP: AM 1230 kHzRio de Janeiro/RJ: AM 940 kHzPorto Alegre/RS: AM 1300 kHz • OC 25 m - 11.895 kHz e OC 31 m - 9.550 kHz e OC 49 m - 6.160 kHzBrasília/DF: AM 1210 kHzSanto Antônio do Descoberto/GO: FM 88,9 MHzSalvador/BA: AM 1350 kHzManaus/AM: AM 610 kHzMontes Claros/MG: AM 550 kHzSertãozinho, região de Ribeirão Preto/SP: AM 550 kHzUberlândia/MG: AM 1210 kHz

GiGantecomo o povobrasileiroTrabalho da LBV cresce e supera 10,2 milhões

de atendimentos e benefícios em 2012

SãO PAULO/SP

CURiTiBA/PR

GOiâNiA/GO

CARVALHOS/MG

ANANiNDEUA/PA

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Balanço Social(2012)

Da Redação

76 BOA VONTADE

POçOS DE CALDAS/MG

GLORiNHA/RS

PORTO ALEGRE/RS

RiO DE JANEiRO/RJ BELéM/PA

FORTALEzA/CE

JOãO PESSOA/PB

MANAUS/AM

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BOA VONTADE 77

A Legião da Boa Vontade am-pliou o alcance social de seu trabalho solidário no ano de

2012. Foram 10.255.833 atendi-mentos e benefícios prestados à população de baixa renda em todo o Brasil. O número representa um crescimento de quase 9% em re-lação a 2011 — nesse período, a Instituição contabilizou 9.434.943 atendimentos e benefícios. Tal rea-lização só foi possível graças ao apoio e ao empenho de voluntários

ensino de qualidade, a Instituição prestou 4.922.181 atendimentos e benefícios na Educação Básica: um crescimento de quase 30% em 2012, em comparação ao ano ante-rior. Outro dado bastante positivo foi obtido no programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, por meio do qual foram prestados mais de 4,3 milhões de atendimentos e benefícios. A iniciativa favorece o protagonismo de meninos e meni-nas entre 6 e 12 anos de idade; entre as atividades, as oficinas recreati-vas, esportivas e culturais ajudam a fortalecer a convivência familiar e comunitária, com ênfase na cons-cientização dos direitos sociais.

A Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela

Missão da LBVPromover Educação e Cultura com Espiritualidade Ecumênica, para que haja Consciência Socioambiental, Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, no despertar do Cidadão Planetário.

Balanço Social

e colaboradores nas cinco regiões do país.

Mais do que o próprio apoio material, o resultado pode ser visto nos sorrisos, na melhora da auto-estima e no crescimento pessoal de milhares de pessoas atendidas diariamente. Em quase 80 cidades brasileiras, as escolas, os centros comunitários de assistência social e os lares da LBV cumprem a missão de “promover Educação e Cultura com Espiritualidade Ecumênica, para que haja Consciência Socio-ambiental, Alimentação, Seguran-ça, Saúde e Trabalho para todos, no despertar do Cidadão Planetário”.

No conjunto dessas ações, vale destacar o apoio à infância e à

juventude. Oferecendo

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Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor--presidente da LBV, muito antes de a legislação exigir. Também verificou-se o crescimento de outros importantes programas e projetos socioassistenciais da Obra no ano passado, a exemplo do LBV — Espaço de Convi-vência, 37,75%. Este colabora para a inserção sociocultural e o fortalecimento de vínculos socio-afetivos de jovens e adultos — em especial, idosos —, por meio de workshops e palestras educativas. Os temas tratados nessas ativida-des vão desde como melhorar a renda familiar até orientação sobre os direitos e noções de cidadania e Cultura de Paz.

O balanço social mostra, ainda, o cuidado da LBV para com a Ter-ceira Idade, tendo em vista a pró-pria tendência de envelhecimento da população brasileira e seus de-safios. O número de atendimentos e benefícios prestados nos Lares para idosos chegou a 268.703. Com

esse trabalho, busca-se resgatar a dignidade do atendido, muitas vezes afastado do núcleo familiar. Assim, a pessoa recebe o apoio necessário para ter uma vida mais participativa e saudável.

Além disso, o programa Capa-citação Profissional possibilitou que, em 2012, mais de 10 mil pessoas e famílias participassem

mais de 70% do trabalho socioeducacional da lBV benef icia

crianças e adolescentes Mais de 10 milhões de atendimentos e benefícios (2012)

0 a 5 anos

6 a 15 anos

15 a 17 anos

18 a 25 anos

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mais de 60 anos

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58%

5%

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16%

de cursos voltados para suas com-petências e habilidades técnicas.

Todas essas ações representam uma parte importante do trabalho desenvolvido cotidianamente pela Legião da Boa Vontade. Há mais de seis décadas, a LBV mantém-se sempre presente e de mãos dadas com o povo, por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz!

Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV

Balanço social*Número de

atendimentos e benefícios prestados pela Legião da Boa

Vontade de 2008 a 2012

* Há duas décadas, a Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela Walter Heuer (auditores exter-nos independentes), por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-pre-sidente da LBV, muito antes de a legislação que exige essa medida entrar em vigor.20092008 2010 2011 2012

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55.8

33

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Tradicional campanha da LBV entrega 14 mil kits de material escolar e pedagógico

Educação — Ensino de qualidade

A favor daEducação

(2013)

Da Redação

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Crianças e adolescentes de famílias de baixa renda atendidos na rede de ensino

da Legião da Boa Vontade e os participantes do programa LBV — Criança: Futuro no Presente! começaram o ano letivo de 2013 com importante incentivo para os estudos. Com o início das aulas,

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Curitiba/PR Belo Horizonte/MG

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foram entregues 14 mil kits de material escolar e pedagógico, em mais de 60 cidades espalhadas pe-las cinco regiões brasileiras.

A Campanha Criança Nota 10 — sem Educação não há Futuro! é uma das ações permanentes da LBV em prol da infância e da adolescência. Proporciona

Itabuna/BA

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Em Itabuna/BA, a entrega de kits de material escolar e pedagógico ocorreu durante a cerimônia comemorativa dos 56 anos de trabalho da LBV na cidade. A TV Santa Cruz (afiliada da Rede Globo) e a TV Cabrália (da Record News) destacaram o evento.

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BOA VONTADE 81

material escolar de qualidade e, assim, contribui para a melhora da autoestima e do desempenho do educando. A iniciativa é igual-mente importante para os pais que não dispõem de recursos para a compra dos itens.

“Vocês estão ajudando uma criança a vencer na vida e ter uma

A alegria das crianças marcou a distribuição

de kits de material escolar e pedagógico

em todo o país.

São Luís/MA

Goiânia/GO

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coisa maior”, afirmou Maria Alves dos Santos, mãe de Vitória, 9 anos de idade, aluna do Instituto de Edu-cação José de Paiva Netto, na capital paulista. “A única coisa que eu tenho para deixar à minha filha é um bom estudo, uma boa educação, um bom caminho. Tenho de agradecer a to-dos que me ajudaram aqui.”

Educação — Ensino de qualidade

82 BOA VONTADE

Maceió/AL

Presidente Prudente/SP

Porto Alegre/RS Salvador/BA Foz do Iguaçu/PR

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O atleta paraolímpico Tito Sena, medalhista de ouro dos Jogos

Paraolímpicos de Londres (2012), participou da entrega dos kits de material escolar e pedagógico no

Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Goiânia/GO. Na oportunidade, o atleta declarou:

“Eu vim aqui hoje na LBV conhecer esse espaço onde as crianças são

amparadas e educadas. É muito bonito ver tudo isso

que a Instituição faz com tanto

Amor. Parabenizo a LBV pela vitória

em prol da Educação”.

Goiânia/GO

Ezeg

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BOA VONTADE 83

Animada, a pequena Vitória explicou por que gosta tanto de es-tudar na LBV: “Aqui é muito bom para todas as crianças! Com essa educação, vamos ser respeitados e respeitar as pessoas. Aprendi muitas coisas: Inglês, Cultura Ecumênica, Convivência (...), isso faz a diferença para o crescimento e o desenvolvimento das crianças. E, se crescermos com respeito, o mundo não vai ter sujeira, só vai ter beleza”.

No Rio de Janeiro/RJ, os alu-nos do Centro Educacional da LBV também festejaram a che-gada dos kits escolares. Jussara Santos Vieira sabe o valor de uma boa educação para o futuro da filha Rosane, 10 anos. “A LBV é uma mãe para nossas crianças. Se não fosse essa ajuda, seria difícil manter meus filhos na escola, pois o material escolar é muito caro. Essa é uma ajuda abençoada... o material, os uniformes, a educa-ção de qualidade, a alimentação, tudo o que precisam. Que Deus continue abençoando a todos que colaboram com a Legião da Boa Vontade”, declarou.

Para Rosane o dia foi espe-cial: “Estou feliz em receber esta mochila cheia de materiais novinhos. É muito legal porque a LBV dá todos esses materiais para a gente estudar e tirar boas notas”.

Os itens que compõem cada kit incluem estojo, lápis preto e de cor, canetas, apontador, borra-chas, tesoura, tubos de cola, tinta guache, cadernos, papel sulfite reciclado, mochila, régua e jogo pedagógico.

Educação — Ensino de qualidade

Alunos da EJA agradecem kits

Os alunos da modalidade de ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos) no Instituto de Educação José de Paiva Netto, na capital paulista, receberam kits de material escolar. A iniciativa acompanha ação permanente da Legião da Boa Vontade que a cada começo de ano letivo entrega material escolar e pedagógico a crianças e adolescentes de famílias de baixa renda atendidas pela LBV.

Os kits doados pela LBV foram entregues aos alunos pelos próprios professores. Entusiasmada, dona Antônia Rodrigues de Sousa, 53 anos, comemorou o apoio: “O kit é uma beleza, tem caneta, lápis, borracha, caderno! Isso é um incentivo e eu não pretendo parar, é melhor estar na escola do que em casa vendo televisão”. Ela contou que se arrependeu de ficar mais de 30 anos sem estudar, até retomar os estudos na escola da Instituição. “Mas agora voltei, nunca é tarde demais. (...) Agradeço à LBV pela chance que eu estou tendo. Isso é muito bonito, maravilhoso!”.

A aluna Názia Teresa Mata, 46 anos, acredita no seu crescimento profissional: “Apareceu a oportunidade, temos que aproveitar. Es-tou aprendendo muitas coisas. (...) No futuro eu quero mudar de emprego, e sem estudo não tem como”. Já o incentivo que Zezita Machado de Amorim, 59 anos, precisava para voltar à sala de aula veio do filho, que concluiu o ensino médio no Conjunto Educacional Boa Vontade e rapidamente ingressou na universidade. Com o apoio dele, Zezita decidiu estudar novamente. “Há três anos que estudo aqui e agradeço pela oportunidade. Já estou lendo e escrevendo bem, melhorando cada vez mais. E agora recebo este presente; os materiais são ótimos!”

ServiçoEm São Paulo/SP, o Conjunto Educacional Boa Vontade está localizado na

Avenida Rudge, 630/700, Bom Retiro — tel. (11) 3225-4500. No Rio de Janeiro/RJ, o Centro Educacional da LBV localiza-se na Avenida

Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho — tel. (21) 3297-7100.

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Taguatinga/DFIpatinga/MG

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RepeRCutiu na Web“Muito bom ver que nossas doações são usadas corretamente. Por isso, faço questão de ajudar. A LBV mostra os resultados. E o melhor de tudo é ver esses rostinhos sorridentes e saber que você também é responsável por isso. Emocionante!” (Juliana Souza)

Curta a página da LBV no Facebook (LBV Brasil).

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Maceió/AL

BOA VONTADE 85

SOS CalamidadesAção emergencial da LBV entrega mais de 17 toneladas

de doações no Rio de Janeiro

Campanhas emergenciais(2013)

Da Redação

86 BOA VONTADE

(1)Em 17 de janeiro, o Centro Educacional da LBV, na zona norte do Rio de Janeiro/RJ, recebe doações em prol das famílias que sofreram com as enchentes. (2)A Campanha SOS Calamidades, da LBV, teve o apoio da Polícia Militar, por meio do Grupamento Marítimo e Fluvial (GMF). Uma viatura da unidade levou até Xerém, distrito de Duque de Caxias, as doações a famílias atingidas pelas fortes chuvas. Os policiais também participaram da entrega com a equipe da LBV. 2

1

O volume intenso de chuvas no início deste ano na Região Sudeste causou transtornos a

várias cidades. Em Xerém, distrito de Duque de Caxias/RJ, na Baixada Fluminense, e em Montes Claros (veja quadro na p. 89), no norte de Minas Gerais, o drama das comuni-dades mais atingidas pelos temporais exigiu a ação imediata e conjunta de governos e sociedade civil. Graças à Campanha SOS Calamidades, a Le-gião da Boa Vontade pôde mobilizar rapidamente a população de locali-dades próximas a esses municípios a fim de ajudar as famílias que tiveram de deixar suas casas.

A enxurrada que atingiu Xerém

em 3 de janeiro transbordou os rios Saracuruna, Inhomirim, Capivari e Iguaçu, provocando a destruição de duas pontes e casas perto das mar-gens. Além disso, ruas e edificações próximas foram invadidas pela lama e pela terra. Logo foi decretado es-tado de emergência no distrito, que então somava mais de 150 desaloja-dos e pelo menos uma pessoa morta, segundo a Defesa Civil.

A LBV entregou mais de 17 to-neladas de doações, entre alimentos não perecíveis, medicamentos, itens de higiene pessoal e roupas. Essa ajuda foi diretamente para os abrigos da região, beneficiando as famílias que ainda não podiam retornar para

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BOA VONTADE 87

Campanhas emergenciais

Em março, as fortes chuvas novamente atingiram o município de Duque de Caxias, além de Petrópolis, na região serrana do Rio. Equipes de voluntários e parceiros da LBV dirigiram-se rapidamente às regiões mais afetadas, levando itens de primeira necessidade às famílias prejudicadas. Com o apoio da Defesa Civil de Duque de Ca-xias, foram distribuídas na comunidade de Santa Cruz da Serra mais de 6 toneladas de doações, 4 mil litros de água potável, produtos de higiene pessoal e limpeza.

Ao presenciar essa ação emergencial, o secretário da Defesa Civil do município, tenente-coronel Silva Costa, agradeceu a ajuda da Instituição, segundo ele fundamental, e lembrou que a cidade continuava em estado de atenção. “A parceria da Defesa Civil com a LBV é importantíssima. (...) Quero fazer um agradecimento primeiro a Deus e, em especial, à LBV, que desde janeiro tem ajudado a reduzir a situação de crise das famílias. Vemos que é uma mobilização extremamente respeitável e organizada e que tem contribuído muito para salvar as vidas aqui no município. Então, muito obrigado à LBV e à sua liderança! Que possa-mos, cada vez mais, fortalecer e consolidar essa parceria para ajudar a nossa população”, afirmou.

A secretária de Assistência Social e Direitos Humanos de Duque de Caxias, Cláudia Peixoto, também ressaltou a atitude solidária para com a população: “É muito importante essa parceria com várias entidades, destacando-se a LBV, que faz um trabalho sério, conceituado”.

petrópolis e Duque de Caxias sofrem outra vez com as chuvas

sa ação solidária. O resultado da mo-bilização podia ser visto nas ruas de Xerém, onde a esperança das pessoas se renovava a cada gesto de apoio, apesar de toda a dificuldade enfren-tada. O desejo de recomeçar a vida se misturava ao sentimento de gra-tidão. O morador Rubem Mendes da Silva, ele próprio há muitos anos colaborador da Instituição, afirmou: “Minha casa encheu de água até o meio, perdi tudo. Agradeço a Deus pela minha vida”. Nesse momento difícil, Rubem e a família contaram com a ajuda da LBV. “Eu peço que as pessoas continuem doando ma-teriais para ajudar a comunidade. Agradeço por tudo o que vocês es-tão fazendo pela gente e espero que Deus [lhes] dê em dobro!”

Durante a entrega dos kits, os voluntários da Obra receberam a saudação dos moradores. Emocio-nados com a presença da Legião da Boa Vontade, muitos deles se apro-ximavam para agradecer, a exemplo da colaboradora Sheila Lopes, resi-dente em Xerém há 38 anos. Ela des-tacou que por muito tempo contribui para o trabalho solidário da LBV. “Hoje eu estou precisando e vocês estão me ajudando, colaborando comigo. Vou continuar ajudando o quanto eu puder”, disse.

O pastor Anderson Benvindo, da Igreja Batista Central de Xerém, também empenhado no auxílio aos desabrigados, comentou: “Apro-veito esse momento para agrade-cer à LBV, que chega até a nossa comunidade, como de outras vezes. Vocês realizam um trabalho social importante de amor prático”.

A dona de casa Paula de Olivei-ra, que reside na Avenida Venâncio,

vam limpar as casas e se prevenir de doenças infectocontagiosas comuns em situação de enchente.

Amparo às famíliasColaboradores, voluntários e

simpatizantes uniram-se à LBV nes-

suas moradias. A Instituição pro-videnciou, ainda, centenas de kits de material de limpeza, contendo vassoura, água sanitária, sabão, detergente, esponjas, pá de cozinha e caixa de sabão em pó. O kit foi im-portante para as famílias que precisa-

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88 BOA VONTADE

Muitos moradores de Montes Claros/MG ainda se recuperavam das dificuldades trazidas pela longa es-tiagem no fim de 2012, quando tiveram de enfrentar os transtornos com as fortes chuvas que castigaram a região no início deste ano. Para ajudar essas pessoas, a Legião da Boa Vontade fez a entrega de cestas de alimentos não perecíveis, em 25 de janeiro, à Secre-taria de Defesa Social do município, que encaminhou os itens arrecadados a centenas de famílias atingidas pelo temporal.

O secretário de Defesa Social, coronel Franklin de Paula Silveira, descreveu a situação no município: “Tivemos uma tromba d’água que atingiu 82 mm em apenas uma hora e meia. Dos 200 bairros existentes na cidade, 16 foram atingidos diretamente. Casas e ruas foram alagadas devido à proximidade de córre-gos e rios. Em alguns casos, o nível da água atingiu até 2 metros de altura. Muitas famílias tiveram móveis, documentos, remédios, alimentos e veículos danificados, mas felizmente não houve vítimas”.

Sobre a participação da LBV, o secretário ressal-tou: “Agradeço de forma especial à Legião da Boa Vontade por essas cestas de alimentos. Que a gente continue nessa parceria em prol dos necessitados”.

Por sua vez, o major Valter Nunes Peixoto, diretor de Defesa Social da prefeitura de Montes Claros, afirmou: “A campanha que a LBV está promovendo é de suma importância para as famílias atingidas pela chuva, pois ajuda a subsidiá-las na alimentação. Elas tiveram qua-se todos os seus bens danificados pelos alagamentos e contam com a solidariedade da população”.

LBV ajuda vítimas de temporal em montes Claros

(1) Montes Claros/MG — Visão parcial das cestas de alimentos doadas pela LBV a famílias atingidas pelas fortes chuvas. (2) A Guarda Municipal de Montes Claros colaborou com o transporte das doações em prol das famílias prejudicadas pelo temporal.

próximo ao rio Capivari, uma das áreas mais afetadas pela enchente em Xerém, declarou: “Recebi o kit de limpeza, água de boa qualidade, para mim e para minha família. (...) A gente sabe que o trabalho é feito de uma maneira muito séria. Continuem doando, porque nós estamos receben-do, está chegando aqui. Essa ajuda

nos coloca de pé para continuarmos lutando e vencendo as dificuldades que temos de enfrentar”.

ParceriasAs ações emergenciais da LBV

ocorreram em parceria com o Grupo Ancar, a MTD Transportes Ltda., a Super Rádio Brasil — 940 AM

(emissora da Super RBV), as redes de supermercados Mega Box e Supermarket e o Centro Universi-tário Augusto Motta (Unisuam). E contaram com o apoio do Ministério da Justiça, por intermédio da Força Nacional de Segurança, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Secretaria Municipal

A repórter Kelly Aquino e a equipe da TV Geraes registraram a entrega dos itens arrecadados pela Instituição à Defesa Social de Montes Claros.

O Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Montes Claros está localizado à Rua Germano Gonçalves, 601, São José, tel.: (38) 3221-0636.

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BOA VONTADE 89

(1) A LBV entrega mais de 17 toneladas de itens de primeira necessidade a famílias de Xerém prejudicadas pelas chuvas. (2)Em parceria com o Grupo Ancar, a LBV arrecada doações para os desabrigados e desalojados de Xerém.

Somente no município de Petrópolis, a LBV entregou às comunidades afetadas 1.200 kits de material de higiene e limpeza. Ao acompanhar o trabalho da equipe de voluntários da Instituição, Carlos Magno Alves Pereira, professor da Escola Municipal Alto Independência, afirmou: “Quando eu cheguei e vi muitas pessoas juntas entregando numa corrente os kits, emocionei-me muito. É disso que as pessoas estão precisando no momento: de pessoas com Boa Vontade para ajudar”.

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“Quero fazer um agradecimento primeiro a Deus e, em especial, à LBV, que desde janeiro tem ajudado a reduzir a situação de crise das famílias. Vemos que é uma mobilização extremamente respeitável e organizada e que tem contribuído muito para salvar as vidas aqui no município.”

Tenente-coronel Silva Costa

de Assistência Social e Defesa Civil de Duque de Caxias, do governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Civil/Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (UPP da Fazendinha, comu-nidade do Complexo do Alemão), que forneceram o auxílio logístico. “O que mais chama a atenção é a agilidade. O nome da LBV diz tudo: Legião da Boa Vontade. E a Ancar é uma empresa que também tem em seu DNA a ajuda ao próximo. Então, estamos como parceiros nessa mis-são e estaremos em muitas outras. Foram seis shoppings em todo o Rio de Janeiro recebendo doações para chegar às vítimas”, disse Denise Reis, gerente de comunicação do Grupo Ancar.

Em poucos dias, só no Boulevard Rio Shopping, chegaram mais de 2 mil itens de donativos, segundo o gerente Diego Marcondes: “A LBV está sendo uma grande parceira nossa”. Para o gerente, graças à Ins-tituição essas doações puderam ser entregues em Xerém.

Campanhas emergenciaisFo

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90 BOA VONTADE

Natal Permanente da LBVEntrega das cestas de alimentos (2012)

92 BOA VONTADE

Campanha do Natal Permanente da LBV

arrecada e distribui mais de 900 mil

quilos de alimentos para famílias brasileiras de

baixa renda

esperançaSolidariedadee mais

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Da Redação

BOA VONTADE 93

Um dos maiores movimentos humanitários no mundo, cuja atuação tem o reconhe-

cimento da Organização das Nações Unidas, a Legião da Boa Vontade se esforça para atender cada vez me-lhor pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade, no Brasil e em outros seis países, onde mantém bases autônomas. Em 2012, os programas socioeducacionais da Instituição cresceram. Assim, mais

brasileiros tiveram apoio material, incentivo, educação, capacitação para o mercado de trabalho e orien-tação sobre os direitos do cidadão.

Em dezembro, a tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! encerrou com sucesso um ano de trabalho solidário intenso. Nessa ação socioassistencial, foram en-tregues mais de 900 mil quilos de alimentos a cerca de 50 mil famílias

Natal Permanente da LBV

de localidades espalhadas por todas as regiões do país. Só foi possível atingir tal volume de arrecadações graças ao apoio do povo e a parce-rias com organizações e empresas amigas (veja pp. 106 e 107).

Em Vitória/ES, a atendente Michele Lima dos Santos agrade-ceu a ajuda especial e o amparo que a LBV oferece à sua família durante o ano. “Houve dias de faltar o ali-mento e sentir a tristeza por não ter o que oferecer às minhas filhas. Aqui tive o apoio material, moral, psico-lógico e incentivo para continuar a viver com dignidade, honestidade, conservando os bons valores que eu tanto prezo e procuro ensinar para minhas filhas. Na LBV, eu sei que elas estão seguras e vou trabalhar com tranquilidade”, disse.

Michele também participa do curso de Informática oferecido pelo

GOiâNiA/GO

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RepeRCutiu na Web“Orgulho-me de ser aluno dessa escola! Irmão Paiva Netto, obrigado por fazer o Natal de nossas famílias mais feliz! É com muito mais prazer que dedico minha gratidão ao senhor por tornar meus dias mais felizes nessa escola que transforma sonhos em realidade!!!” (Adhryel Ottoni)

Curta a página da LBV no Facebook (LBV Brasil).

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BOA VONTADE 95

Natal Permanente da LBV

Centro Comunitário de Assistência Social da Instituição na capital capixaba. Dessa forma, ela busca qualificar-se para obter melhor colocação no mercado de trabalho.

Voluntariado A alegria manifestada pelas

pessoas atendidas contagiou todos os que fizeram parte da ação solidá-ria, conforme relatou a voluntária da LBV Diana Manzano, em São Paulo/SP. “Eu me sinto muito bem [por colaborar]. Cada um tem de fazer a sua parte, contribuir com o que pode, seja com trabalho, um gesto de carinho ou um sorriso, e lembrar que o Natal é permanente, a exemplo da campanha da Legião da Boa Vontade, em todo momento da nossa vida”, destacou.

Em Manaus/AM, o entusiasmo da voluntária Rosane Calanca so-mou-se à felicidade das famílias be-iPATiNGA/MG

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96 BOA VONTADE

“É muito importante essa doação. A LBV é essencial para todos nós. Em nome de toda família de Passo Fundo, agradecemos ao Paiva Netto. que Deus o abençoe! O Brasil merece tudo isso que ele faz.”

Antônio José dos SantosPasso Fundo/RS

FEiRA DE SANTANA/BA

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BOA VONTADE 97

Em todos os países onde a Legião da Boa Vontade mantém ba-ses autônomas, a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! também foi um grande sucesso. Equipes na Argentina, na Bolívia, nos Estados Unidos (foto), no Paraguai, em Portugal e no Uruguai arrecadaram, juntas, mais de 110 mil quilos de alimentos não perecíveis, doados pelos colaboradores da LBV nesses países.

No Uruguai, a atendida Estela Mary dirigiu-se ao Instituto Educa-tivo e Cultural da Instituição em Montevidéu para obter esse apoio. “É uma bênção receber esses alimentos justamente neste período de festas. Graças à LBV, vamos passar as festas com mais tran-quilidade. Quem dera existissem mais instituições como a LBV”, declarou, agradecida.

Em cada nação, a LBV aplica diferentes estratégias, a fim de me-lhor atender a comunidade. É o caso da Argentina, onde é promovida a Campanha Nasce a Esperança, que compõe o conjunto de ações socioeducativas especiais voltadas para a melhoria da qualidade de vida de comunidades carentes. Em dezembro, a iniciativa da LBV beneficiou famílias de Puna Jujeña. Oficinas educativas para forta-lecer os laços familiares, jogos para crianças e pintura de escolas foram algumas das atividades promovidas.

Em Portugal, além das cestas de alimentos entregues às famí-lias atendidas, moradores de rua de Lisboa e da cidade do Porto foram surpreendidos com uma ceia de Natal e de ano-novo, doces e lembranças.

neficiadas com a entrega das cestas de alimentos. Na oportunidade, ela comentou a importância de partici-par dessa iniciativa de valorização do ser humano. “Este trabalho é muito gratificante. Sabemos que muitas famílias não têm nem o básico. (...) Eu me sinto realizada e feliz por contribuir. Aproveito para convidar outras pessoas para vir e ajudar.”

Gestos simples de solidariedade ajudam a mudar a vida das pessoas que mais precisam. José Iran da Silva, atendido pela LBV na capital paulista, afirma conhecer bem o valor de um apoio. “Nas maiores dificuldades procurei a LBV, e ela me ajudou (…), motivando-me a buscar respostas, soluções. (...) Esta cesta veio em boa hora, porque estou em uma situação complicada. Chegou para ajudar a me equilibrar. E não só a mim, mas a todas as pessoas que realmente precisam de verdade.”

Antes de mudar para São Paulo, José Iran já contava com o atendi-mento da Instituição no Rio Grande do Norte, onde morou e buscou qua-lificação profissional. “Fiz os cursos de Informática, de Relações Huma-nas e de Gestão. Adorei, porque [a LBV] é uma entidade que ensina a compartilhar o pão, a dividir com o próximo, a dividir sonhos. Peço a Deus que proteja sempre a LBV. Ela me ajudou não só com mantimentos, mas também com a alma. Foram as palavras que me alimentaram, me motivaram. (...) Aprendi que não podemos ficar na mesmice, e sim buscar a resposta com Deus.”

Participação ativaEm diversas localidades, a ceri-

mônia de entrega das cestas de ali-

Natal permanente da lBV pelo mundo

Natal Permanente da LBV

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mentos contou com a apresentação do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade. A presença das crianças abrilhantou ainda mais a festa do Natal Permanente da LBV, com belas canções que exaltam a Paz e o espírito de Fraternidade.

Na capital gaúcha, o superinten-dente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/RS), Glauto Melo, acompanhou a solenidade. Ali, registrou a admiração pela Obra. “A LBV é nossa parceira, uma institui-ção de reconhecida importância e de um trabalho esplendoroso. (…) Para nós, realmente é uma satisfação. Fa-zemos isso com muito prazer. Somos sempre bem acolhidos aqui, nesse sentimento de solidariedade.”

Florianópolis/SC — A dupla sertaneja

Fabio Motta & Camargo participou

da entrega de cestas às famílias

atendidas pela LBV na cidade.

A especialista em Responsabilidade Social Corporativa da Coelce, Débora Pinho (D), participa da campanha da LBV.

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Outros convidados também prestigiaram o resultado da mobilização fraterna da LBV na

Região Sul, a exemplo de Roberto Bispo Pe-reira, presidente da comissão da OAB Cidadã; de representantes do Mesa Brasil de Santa Cata-rina; e de Elizabete Luiza Fernandes, diretora do Procon de Santa Catarina. Outra importante parceria ficou por conta da RBS, repetidora da

Natal Permanente da LBV

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TV Globo, que vinculou em sua programação a campanha de Natal da LBV.

No Rio de Janeiro/RJ, famílias de baixa renda superlotaram o Centro Educacional da Legião da Boa Vontade, na zona norte. Além de personalidades, componentes do Corpo de Bombeiros e da Força Nacional de Segurança do Estado participaram da tradicional festa.

Ao receber a cesta, a dona de casa Paula Deuseli de Souza Carvalho, da capital fluminense, ressaltou: “Quero agradecer à LBV por esses alimentos. Para mim, é muito bom, faz toda a diferença na ceia da minha família. As pessoas

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Natal Permanente da LBV

que doam podem ter certeza de que está sendo tudo benfeito e a gente recebe muito da LBV”.

Caravana da Boa VontadeLugares de difícil acesso, dis-

tantes de centros urbanos importan-tes, receberam a Caravana da Boa Vontade em dezembro, somando-se às mais de 80 cidades brasileiras brindadas com a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Um exemplo é a aldeia bororó em Dourados/MS, onde cerca de 500 famílias, acom-panhadas pelo primeiro Centro de

Norte — Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins; Nordeste — Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; Centro-Oeste — Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul; Sudeste — Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; Sul — Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Campanha Natal Permanente

da LbV presente nas cinco regiões

brasileiras

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Rio de Janeiro/RJ — A campanha do Natal Permanente da LBV contou com o apoio da classe artística. A partir da esquerda, os atores Pedro Cassiano e Allan Pellegrino, o cantor Vinicius D’Black, a atriz Desirée Oliveira e o jornalista e radialista Hilton Abi-Rihan, apresentador do programa Samba & História, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY).

Referência de Assistência Social (Cras), destinado à população in-dígena, foram contempladas com as cestas de alimentos.

A iniciativa também chegou ao Vale do Jequitinhonha, região sofrida do norte mineiro. De acor-do com o Ministério da Integração Nacional, famílias de baixa renda predominam nessas localidades, com extensas áreas rurais, altas taxas de mortalidade infantil e baixa expectativa de vida. Em algumas cidades, a renda média mensal familiar não passa de meio salário mínimo, e a taxa de analfa-betismo é de 17,82% (IBGE, censo de 2010).

Nessa região, moradores dos municípios de Minas Novas, Fran-cisco Badaró, Chapada do Norte, Angelândia e Capelinha foram beneficiados pela campanha. “Es-tava faltando alimento. Tem dia

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Natal Permanente da LBV

Uberaba/MG — A partir da esquerda, o ex-jogador Djalma Santos, bicampeão mundial de futebol pela Seleção Brasileira; Sueli Comar, representante da LBV, e o advogado Sebastião Severino, comparecem a mais uma ação solidária da LBV.

CAMPO GRANDE/MS BELFORD ROxO/RJ

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que a gente come só arroz; no outro, só feijão ou só macarrão. Minha vida é essa, mas o Natal será mais feliz. Muito obrigada! Deus vai abençoar a LBV”, disse Gelcira Martins dos Santos, atendida pela Obra em Minas Novas.

A entrega das cestas da campanha coincidiu com rigoroso período de estiagem na região de Feira de Santana, na Bahia, com a população local enfrentando escassez de alimentos. De acordo com a Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec), dos 417 municípios baianos, 259 encontravam-se em situação de emergência.

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Natal Permanente da LBV

Parceiros da boa Vontade

A Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! foi um sucesso em 2012. A Legião da Boa Vontade agradece aos parceiros que apoiaram mais essa ação solidária,

representados nas empresas aqui destacadas:

106 BOA VONTADE

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Natal Permanente da LBV

108 BOA VONTADE

A Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! é um exem-plo vivo de que o espírito fraterno, renovado

a cada aniversário do Divino Mestre, deve ser diário. A tradicional ação socioassistencial coroa o trabalho desenvolvido ao longo do ano pela Legião da Boa Vontade e, ao mesmo tempo, fortalece o sentimento altruístico, tão necessário para superar os grandes desafios do país. A iniciativa beneficia pessoas em situação de risco social cadastradas anualmente nos programas que a LBV desenvolve e também aquelas apoiadas por organizações parceiras da Instituição.

Para cumprir esse compromisso, a LBV reuniu colaboradores e voluntários, com o apoio de artistas, atletas e personalidades da mídia, em torno do ideal de Fraternidade Ecumênica. Assim, a ação solidária conseguiu mobilizar o povo brasileiro para essa ajuda especial à população mais sofrida. Neste ano, a campa-nha arrecadou mais de 900 mil quilos de alimentos não perecíveis, entregues entre 5 e 22 de dezembro (leia reportagem da p. 92), em cestas, a milhares de famílias em 80 cidades, espalhadas pelas cinco regiões do país.

Paula Fernandes veste camisa da LBV Em Belo Horizonte/MG, a empreitada ganhou

o reforço da cantora e compositora mineira Paula

Luciana Gimenez, apresentadora de TV.Val Marchiori, empresária.

Identidade com o Bem“Eu me identifico muito com

a LBV. Espero que possa contribuir outras vezes.”

Paula Fernandes cantora e compositora

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Natal Permanente da LBV

oportunidade para levar esse conhecimento às pessoas, e isso é bom para todo mundo, para a sociedade. Eu quero fazer sem-pre o meu papel”.

Paula Fernandes deixou o seu recado para que todos vistam a camisa da Legião da Boa Von-tade: “Contribuam, participem sempre que puderem! Mesmo que seja pequenininha essa contri-buição, vai ser de grande impor-tância para a gente. Sempre que vocês precisarem de mim eu vou estar aqui à disposição”.

Por fim, a cantora relembrou com carinho a visita e a men-sagem que recebeu de crianças atendidas pela LBV, por ocasião do aniversário dela, em 28 de agosto de 2012. “Eu também pude encontrar as crianças, elas me fizeram uma homenagem de aniversário, foi uma gracinha.”

Fraternidade empolga São Paulo

Em São Paulo/SP, o fotógrafo Ivan Shupikov clicou artistas e personalidades para a grande

Sempre bem-humorado, o apresentador de TV Raul Gil recebeu a equipe da Legião da Boa Vontade, em setembro, no escritório dele, na capital paulista, para participar de sessão de fotos da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Para Raul, o apoio da classe artística a essa grande empreitada da Obra é importante: “O povo acredita no artista, graças a Deus! Quanto mais o artista se dedicar a ajudar a LBV, mais o povo vai se conscientizar de que a LBV trabalha em prol daqueles que necessitam”.

Na ocasião, Raul Gil também deixou registradas palavras fra-ternas ao dirigente da LBV. “Sou um dos artistas que mais gostam de colaborar nesse tipo de trabalho. No caso do Paiva Netto, sua Fé em Deus o ajuda muito. Por isso, está aí até hoje, sendo abençoado, amado, aplaudido pelo povo do mundo inteiro. As pessoas que ajudam o seu semelhante têm de ser aplaudidas.”

“LBV trabalha em prol daqueles que necessitam”

Nadja Haddad, apresentadora de TV. Lucimara Parisi, produtora de TV.

Fernandes. Apesar da agenda profissional apertada, em meio a viagens internacionais, gravações e fotos publicitárias, a artista reservou um tempo para também dizer sim à campanha do Natal Permanente da LBV. O apoio da cantora foi registrado pelas lentes do fotógrafo Weber Pádua.

Feliz em participar da ini-ciativa solidária, ela assim se expressou: “Eu me identifico muito com a LBV. Espero que possa contribuir outras vezes. Como formadora de opinião, como artista que está em toda parte, que tem voz ativa, acho que a gente deve aproveitar essa

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mobilização promovida pela LBV. No estúdio BurtiHD, do empresário Leandro Burti, em 4 de setembro, todos participaram da sessão de fotos e da gravação de um vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!.

Grande parte desses amigos de Boa Vontade colabora há vários anos com a iniciativa. É o caso do jornalista e apresentador de TV Luciano Faccioli: “Sempre que eu tenho oportunidade, participo. Nós, que somos pessoas públicas, temos a obrigação de emprestar a nossa imagem, conceito de vida, informação diária, comprometi-mento com as boas causas e ações a quem precisa”. Para Faccioli,

Luciano Faccioli, jornalista. Grupo Demônios da Garoa

Janaina Jacobina, jornalista.

Yudi Tamashiro, apresentador de TV.

João Neto & Frederico, dupla sertaneja.

Adryana Ribeiro, cantora.

Exemplo de Boa Vontade“Ter Boa Vontade é exatamente isso que nós

estamos fazendo: colaborar, ajudar, doar, dar de si para o próximo. É exatamente isso que todos deveriam fazer, e que a gente está fazendo de

coração aberto.”Dedé Paraizo

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Natal Permanente da LBV

Humanidade“O mais importante na vida é a gente respeitar e gostar do ser humano. E a LBV faz isso com muita categoria.”

Helô PinheiroA eterna Garota de Ipanema

Felicidade plena“Doar-se de coração é tudo. A doação em

si já faz com que a gente dê um passo em busca de uma felicidade plena.”

PériclesCantor

Luisa Mell, apresentadora de TV.

João Victor, cantor.Léo Maia, cantor.Maurício Manieri, cantor.

Ivan Shupikov, fotógrafo.Leandro Burti, dono do estúdio BurtiHD. Weber Pádua, fotógrafo.

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De coração aberto“Todo mundo, em algum momento, precisa de aju-da... eu também tive quando comecei (...). Espero que, fazendo isso, eu possa ajudar a LBV. Estou de coração aberto não só para o torcedor são-paulino, mas para toda a população... [pedindo] que ajudem um pouquinho, porque tem muita gente precisando de ajuda neste Brasil. Eu agradeço [a oportunidade de] participar desta campanha, é um prazer enorme poder ajudar sempre.”

Luis FabianoJogador de futebol

o próprio nome da Instituição é inspirador. “Se você não acorda com Boa Vontade, não chega a lugar nenhum. Ter Boa Vontade com algo ou para ajudar alguém é fundamental. (...) Boa Vontade faz bem à Alma, faz bem ao coração.”

Com igual entusiasmo, a apre-sentadora de TV Helô Pinheiro, a eterna Garota de Ipanema, afirmou: “O mais importante na vida é a gente respeitar e gostar do ser humano. E a LBV faz isso com muita categoria. Eu sempre digo que a LBV tem carinho,

Amor para dar, não é só esse coração desenhado, é um co-ração realmente vivo que ajuda todas as crianças que precisam. Por isso, estou aqui todo ano. Um beijo grande, Paiva Netto, meu amigo. Você mora no meu coração, você sabe disso. Boa Vontade sempre, sempre!”.

Durante a gravação da campa-nha da LBV, a jornalista Nadja Haddad também disse sim a essa ação fraterna. “A Boa Vontade é a vida, é Fraternidade. Boa Vontade é você exercer a herança

do Pai, a herança que Jesus nos deixou; é alimentar a Esperança, estender a mão para o próximo. O retorno para a gente é infinita-mente maior. (...) Eu espero que as pessoas se sintam estimuladas a fazer o mesmo. A Boa Vontade e a Solidariedade alimentam o ser humano”, comentou.

O mesmo sentimento foi des-tacado por outros apoiadores da iniciativa. Para a produtora de TV Lucimara Parisi, por exemplo, a campanha da LBV representa um momento de alegria imensa. “A

Romarinho, jogador de futebol. Fábio Santos, jogador de futebol. Guilherme, jogador de futebol.

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Natal Permanente da LBV

Carisma para o Bem“Eu acho fantástico poder apoiar a LBV. Adoro usar a minha imagem dessa forma!”

Marcos PasquimAtor

Cacá Mendes, maquiador.

Alessandra Corrêa, atriz.

Bárbara Dias, cantora.

Fernando Reski, ator.

David Santiago, promoter.

gente fica contando os dias para chegar essa época, para poder estar aqui, para pedir a você, colaborador, que doe, participe, porque realmente a LBV é gran-diosa de bondade, de doação. Eu sempre digo: ‘Eu amo a LBV, eu amo Paiva Netto, esse trabalho lindo que ele faz, reconhecido por milhares e milhares de pessoas’.

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Solidariedade todos os dias

“A Solidariedade tem de estar nos nossos

corações durante todo o tempo, na

nossa vida inteira. Pensar no próximo,

tentando o nosso melhor... o Amor é

uma coisa que só faz bem.”

Dhu MoraesAtriz e cantora

Alessandra Maestrini, atriz.Felipe Luhan, ator. Allan Pellegrino, ator.

Fernanda Pontes, atriz.Aline Carla Miranda, maquiadora

(...) É um trabalho maravilhoso, dá vontade de chamar as pessoas para que colaborem. Eu sei, eu conheço, eu visito, eu convivo, é indescritível!”, declarou.

Jogadores vestem camisa da LBV

Nomes do esporte também apoiam as ações socioassisten-

BOA VONTADE 115

Grupo Samba Pra Gente

Natal Permanente da LBV

Isabelita dos Patins, artista.Fábio Bianchini, ator. Nica Bomfim, atriz.

Diego Tirre, Gerson Junior e Rafael Aráujo, Super Rádio Brasil.

Edu Porto, ator.

Giselle Lopps, atriz.

Abraçando a LBV“Eu abraço as causas que vejo que tem um resultado bacana e eu sei para onde vai todo esse carinho e Amor que a LBV faz: Realmente vejo as crianças supereducadas, superbem tratadas.”

Desirée OliveiraAtriz e humorista

ciais da LBV. Do Sport Club Corinthians Paulista, campeão da Copa Libertadores da América 2012, vem o exemplo do técnico Tite e dos jogadores Guilherme, Romarinho e Fábio Santos, que vestiram a camisa da Solida-riedade em prol dessa vitoriosa campanha.

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Josiane Larger, Fabrício Santiago e Cleiton Moraes, atores.Paulo Mathias Jr., ator e diretor.

Marcelo Joaquim, dono do estúdio DR Bass.

Fábio Morais, André Gonçalves e Diego Magalhães, Super Rádio Brasil.

Luan Faro, Marcelo Figueiredo e Gustavo Penna, Super Rádio Brasil.

Ana Carla Ten, maquiadora.

Natal Permanente“Falar de Natal não

tem como não falar de Jesus, e que bom que a LBV traz o nascimento de Jesus todos os dias nos nossos corações.”

Fernando SampaioAtor

Na oportunidade, as crianças da LBV homenagearam o Corin-thians pelo aniversário de 102 anos, completados em setembro. Os pequenos entregaram ao téc-nico um belo quadro e um cartão confeccionado por eles. “Fico muito contente em poder partici-par da campanha. É importante

essa solidariedade, e que nós possamos de alguma forma con-tribuir. Muito obrigado a vocês e parabéns por essa mobilização, [estou] agradecido”, finalizou.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, o médio-volante Guilherme também parabenizou a Instituição pela iniciativa. “Para mim é grati-

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Natal Permanente da LBV

Doação “É muito bom contribuir, mesmo que

seja de uma forma bem modesta. Acho que se cada um fizer um pouquinho

todo mundo vive melhor.”Felipe Camargo

Ator

Arlindo Cruz, compositor e cantor. Daniela Fontan, atriz.

Vinicius D’Black, cantor e compositor.

Thaís de Campos, atriz.Nadja Pessoa, modelo.

ficante ajudar as pessoas que pre-cisam, é maravilhoso, estou feliz... Se todo mundo ajudasse, um monte de gente sairia dessa situação.” Classe artística mobiliza-se no Rio de Janeiro

Uma verdadeira maratona da Solidariedade. É como defini-

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118 BOA VONTADE

Consciência social"O negócio é colaborar, é participar, todo

mundo dar as mãos. Um dia, a gente consegue dar uma consciência social a

esse país que é tão grande."Marcello Caridade

Diretor e ator

Lua Blanco, atriz e cantora, com a banda Pietros.

André Fernandes, fotógrafo.

João Vithor Oliveira, ator.

ram muitos dos amigos de Boa Vontade mais uma vez reunidos a serviço da campanha do Natal Permanente da LBV, no estúdio do Dr. Bass, na zona oeste ca-rioca. Ali foi realizada animada sessão fotográfica, em 14 de outubro.

O entusiasmo era geral. “Eu acho fantástico poder apoiar a LBV. Adoro usar a minha imagem dessa forma!”, ressaltou o ator Marcos Pasquim. Ele também ficou feliz com a recepção do Coral Infantil Boa Vontade, formado por alunos do Centro Educacional da LBV na capital fluminense: “Que gostoso a gen-te chegar aqui e ser recebido com uma canção. Elas [as crianças] estão cantando muito bem. É gostoso ter esse carinho”.

Sensibilizada com o canto da garotada da LBV, a atriz Fer-nanda Pontes afirmou: “Fiquei emocionada com as crianças cantando, me segurei para não chorar. (...) É isso que a gente tem de incentivar nas pessoas, esse Amor, essa confraterniza-ção, e a Solidariedade. Estou muito feliz por estar aqui”.

BOA VONTADE 119

Twitter; em conjunto a gente chega mais adiante. Obrigado!”

Por sua vez, a atriz Thaís de Campos aplaudiu o compromisso da Legião da Boa Vontade de trazer o significado de fraternidade do Natal para o dia a dia das pessoas. “O mais importante é o espírito de caridade, de solidariedade, que é o espírito dessa campanha da LBV”, disse.

Nesse sentido, o recado dado pelo ator Fernando Sampaio fala direto ao sentimento: “A LBV traz o nascimento do Cris-to todos os dias nos corações das pessoas que ajudam, nos corações dos que são benefi-ciados por esse projeto. É uma iniciativa ímpar, que transforma realmente. Faça uma ligação, entre no site da LBV, procure saber como você pode ajudar”.

Quem também vestiu a camisa da LBV foi o apresentador de TV e ator Fernando Reski, que destacou: “Obras como a de vo-cês merecem o apoio de todos os artistas e de qualquer cidadão”.

No Sul, pontos para a Solidariedade

Pelo quinto ano consecutivo,

Thiago Picchi, ator.

Yaçanã Martins, atriz. Rafael Zulu, ator.

Tadeu Aguiar, ator. Miguel Roncato, ator.

Kadu Parga, modelo.

Pedro Cassiano, ator.

Para o jovem ator Miguel Roncato, que pela primeira vez apoia a iniciativa, a experiência de conhecer melhor o trabalho da Instituição foi importante. “Ago-ra eu já estou em casa aqui, faço parte da campanha; agradeço o convite, quero participar todos os anos. Apoiem, compartilhem, curtam no Facebook, sigam no

Leandro Lopes, cantor.

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Um mundo melhor “A LBV faz um trabalho sensacional, porque muitas pessoas têm dificuldade de enxergar

esta possibilidade: a de que existe um mundo melhor... e a LBV mostra isso a elas.”

Thedy CorrêaVocalista do grupo Nenhum de Nós

André Nascimento, jogador de vôlei.

Dentinho, jogador de vôlei. Felipe Kannenberg, ator.

Roberto Minuzzi, jogador de vôlei.

o renomado fotógrafo gaúcho Michael Paz colaborou com sua arte para realizar a sessão especial de fotos com artistas e personalidades da mídia que abraçaram a campanha da LBV. O encontro ocorreu em estúdio montado no Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade na capital gaú-cha, em 28 de agosto.

Os apoiadores da iniciativa foram recebidos pelo Coral Ecu-mênico Infantil Boa Vontade, formado por meninos e meninas atendidos pela Instituição.

O vocalista do grupo Nenhum de Nós, Thedy Corrêa, contou por que colabora com as ações da Obra: “Desde a primeira campanha me lembro de ter participado. (...) O Nenhum de Nós é uma banda que se preocu-pa com o conteúdo, com causas que nos lancem à reflexão e que, de alguma maneira, contribuam para que as pessoas tenham uma vida um pouco mais elevada em termos educacionais, espirituais, e é muito legal perceber que tem outras pessoas com essa mesma preocupação”.

Para o baterista da banda, Sady Homrich, foi a primeira visita ao Centro Comunitário da LBV. “Só vindo aqui para ver o trabalho que é feito e quanto é importante”, afirmou.

Na opinião do guitarrista Car-los Stein, é fundamental que as pessoas tenham consciência da

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Natal Permanente da LBV

Sou do time da LBV“Sou do time da LBV. Nessa convocação faço questão de estar presente. Fico feliz porque sei dos resultados. É muito emocionante acompanhar o sorriso e a alegria das crianças. É uma campanha vitoriosa, podem contar sempre comigo.”

PaulãoTécnico de vôlei

importância do trabalho que a LBV faz: “[Um trabalho] de res-gate... A ideia da Solidariedade é fantástica, a gente tem orgulho de poder participar”.

Já o vocalista da banda Papas da Língua, Serginho Moah , agradeceu por participar dessa maratona de Fraternidade. “É

uma belíssima iniciativa, estou aqui pra ajudar no que for pre-ciso. Agradeço a vocês por nos dar a oportunidade de falar com as pessoas e dizer que estamos aqui para ajudar também. Deus abençoe a todos! Estamos juntos com a LBV.”

Sobre a campanha da LBV, o

cantor Sandro Coelho, do grupo Tchê Garotos, destacou o alcance cada vez maior da ação solidária. “Graças a Deus, a gente tem esse privilégio de estar de mãos dadas com a LBV... [fico] muito feliz por ver todo ano o cresci-mento, a evolução desse trabalho maravilhoso.”

Michael Paz, fotógrafo. Gustavo Endres, jogador de vôlei.

Serginho Moah, vocalista da banda Papas da Língua. Grupo Tchê Garotos

Jefferson Orth, jogador de vôlei.

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122 BOA VONTADE

A galeria de fotos da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! teve grande repercussão nas redes sociais, especialmente no microblog Twitter (sob as hashtags #natalLBV e #euajudoamudar), em sites de

notícias e no Facebook. Mensagens e fotos postadas por muitos amigos de Boa Vontade em suas páginas

pessoais atingiram um número expressivo de internautas, convidando o público a participar da iniciativa. Por exemplo, o atacante Luis Fabiano, do São Paulo FC, assim registrou em seu perfil no Facebook,

com mais de 280 mil curtidores: “Hoje gravei para a mobilização solidária por um Natal mais feliz da LBV”.

Siga @LBVBrasil e @BoaVontade no Twitter e colabore também com essa ação solidária na internet.

Eu ajudo a mudar

www.lbv.org.brFacebook: LBV BrasilTwitter: @LBVBrasil

Youtube: LBV VideosOrkut: LBV

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

Colabore também com essa ação solidária na internet

BOA VONTADE 123

O ser humano

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Walter Periotto é jornalista. Foi representante da LBV dos Estados Unidos, na década de 1980.

O ser humano é a obra mais fantástica criada por Deus na Terra. Uma criatura única em

um magnífico Universo, com suas dimensões física e espiritual. Como existe o macrocosmo, isto é, o Cos-mos com suas infinitas galáxias e sistemas planetários, há também o microcosmo, representado pelo cor-po físico*. As duas grandezas com-

Estar em harmonia com as Leis Divinas traz saúde para o corpo e a Alma

e a grandeza de Deus

Melhor Idade

* Em seu artigo “A função civilizadora do comércio”, o escritor Paiva Netto explica: “Existe a Harmonia que adeja sobre todas as coisas. E sempre que alcançada é fator de sobrevivência para a Humanidade. Rege os contrários. É vital a consciência de que essa Harmonia existe do micro ao macrocosmo, de forma que possamos viver sua sintonia. Todos os grandes re-formadores, transformadores da Humanidade, de uma forma ou de outra, sabendo ou não, receberam o seu banho lustral... Deus é essa Harmonia”.

pletam-se, e o que importa quanto à parte física é que devemos manter o bom funcionamento de nosso corpo, pois Deus nos criou perfeitos e não devemos decepcioná-Lo.

Constituído por 100 trilhões de células, o corpo humano regula sua própria temperatura, pressão sanguínea e digestão de alimentos, tudo para garantir bem-estar. E

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124 BOA VONTADE

todas as funções são comandadas por um órgão maravilhoso e mais complexo do que avançadíssimos computadores: o cérebro.

Na Bíblia Sagrada, aprendemos que o Pai Celestial deseja que tenha-mos saúde. Afirma Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Evan-gelho segundo João, 10:10). Para isso, Deus pede que cuidemos bem de nossa morada física, pois nela habita o Espírito Santo.

Se nos descuidarmos, estaremos à mercê das enfermidades e das mazelas da Alma. É fundamental, portanto, manter uma alimenta-ção saudável e adotar um modo de vida equilibrado. A Legião da Boa Vontade nos ensina um caminho de saúde: cultivar bons pensamentos, boas palavras e boas ações. Conforme esclarece o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto: “Assim como preci-samos de alimento para o corpo, necessitamos de Amor para a boa saúde da Alma”.

Deus é Amor, mas também é Justiça. Então, que prêmio terá uma pessoa que vive maltratando o corpo com hábitos errados e negligencian-do a saúde? Comportando-se assim, ela se põe à margem das leis que o Pai Eterno determinou. Na Primeira Epístola aos Coríntios, 6:19 e 20, lemos: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? (...) Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”. E Paiva Netto recorda a advertência de Paulo Apóstolo — “De Deus

Busque uma alimentação saudável. Coma devagar e de forma tranquila. Mastigue bem e não tome líquidos durante as refeições.

Durma bem. Silêncio, pouca ou nenhuma luz e temperatura agradável são condições importantes.

Faça atividade física diariamente.

Não fume. Estima-se que um fumante crônico perde até 10 anos de vida.

Reduza a ansiedade. Descubra o que lhe provoca estresse e procure uma solução.

Divirta-se. Reserve pelo menos uma hora por dia para fazer o que gosta. Tenha amigos.

Faça uma revisão da saúde. Após os 40 anos, consulte o médico uma vez por ano e siga a indicação de exames para sua idade.

Aprenda mais. Os desafios intelectuais auxiliam a manter o bom funcionamento da memória e do raciocínio.

Atitudes saudáveis*

não se zomba. Aquilo que o homem semear, realmente terá de colher” (Epístola aos Gálatas, 6:7).

O conhecimento das coisas de Deus nos ajuda a cumprir nossos deveres aqui na Terra, a respeitar o próximo e a abraçar a vida com o Amor que o Cristo ensinou: “Novo Mandamento vos dou: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros” (Evangelho de Jesus segundo João, 13:34 e 35).

Em suas preces, peça o Remédio Divino, complemento essencial ao

trabalho da Medicina e dos laborató-rios. Pesquisas conduzidas por neu-rocientistas, cada vez mais, mostram benefícios do exercício da fé na saúde. Dizem eles que a fé parece estar mes-mo programada no cérebro humano. Ao mesmo tempo, dão crédito ao pa-pel da Espiritualidade na manutenção de uma vida saudável.

Sendo assim, agrademos a Deus, amando a família e os amigos, traba-lhando com dedicação — se estiver aposentado, torne-se voluntário, ajude a quem mais necessita — e lembrando-se sempre de tratar bem do corpo físico.

* Dicas comuns de médicos, educadores físicos, nutricionistas e fisioterapeutas para uma vida com mais saúde.

BOA VONTADE 125

paradoxoJuliano Bento | Especial para a BOA VONTADE

Além do

Ação Jovem LBVProbabilidade e liberdade de escolha

126 BOA VONTADE

Quando a física quântica (conjunto de teorias que incluem os fenô-menos no mundo das partículas

menores que o átomo) começou a se de-monstrar uma verdade científica, o físico e matemático Albert Einstein (1879-1955) e dois colegas físicos, Boris Podolsky (1896-1966) e Nathan Rosen (1909-1995), lançaram uma série de artigos em uma das mais importantes revistas cien-tíficas do mundo até hoje, a Physical Re-view. O conteúdo ficou conhecido como Paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen ou Experiência ou Paradoxo EPR.

O que motivou a proposição desse paradoxo foi uma das maiores discussões científicas do século passado, em torno das observações da chamada mecânica quântica. A esse respeito, explica o físico e professor doutor em Lógica e Filosofia da Ciência Silvio Seno Chibeni: “A dis-cussão do chamado realismo científico — a existência de recursos cognitivos para legitimar as teorias científicas quando transcendem o nível da percep-ção imediata — ganhou novo ímpeto no século 20. Um dos fatores importantes no reavivamento do debate acerca dessa forma de realismo foi justamente o surgi-mento da mecânica quântica”.

Para Chibeni, que é profes-sor associado (livre-docente) do Departamento de Filosofia da Unicamp, apesar do sucesso prático e da abrangência da teoria quântica,

esta trouxe características teóricas e conceituais que desafiam a intuição física ordinária, como definiu. “Isso levou a sérias controvérsias entre os pais da teoria. A maioria deles, sob a liderança de Niels Bohr, acabou, de forma sem precedentes na histó-ria da ciência, defendendo posições científicas antirrealistas, como o instrumentalismo, segundo o qual as teorias são meros instrumentos de predição dos fenômenos, sem a pretensão de que também descrevam a realidade inobservável subjacente aos fenômenos (como os elétrons, os vírus etc.). Erwin Schrödinger e, prin-cipalmente, Einstein opuseram-se a essa tendência antirrealista, ofere-cendo argumentos importantes para mostrar que as referidas característi-cas estranhas da mecânica quântica radicam-se em sua incompletude: a teoria não descreveria completamen-te certas propriedades dos objetos físicos”, afirmou o estudioso.

Em meio a esse cenário, o de-bate de Einstein, Podolsky e Rosen representou somente o primeiro de uma série de artigos trocados entre aqueles que recusavam o caráter não determinista da física quânti-ca (encabeçado por Einstein) e os que assim compreendiam (sob a influência de Niels Bohr).

Para ilustrar esse paradoxo de ma-neira simples, pensemos no exemplo de duas bolinhas de cores diferentes (azul e vermelha) colocadas em uma caixa opaca, de forma que não se possa enxergar o interior. Enquanto a física tradicional diria, com absoluta certeza, que a bolinha azul continuaria azul, mesmo que não a víssemos mais (e do mesmo modo a vermelha), a física quântica afirmaria que somente

A noção de que “Religião,

Ciência, Filosofia e Política são

quatro aspectos da mesma

Verdade, que é Deus” e a

Experiência EPR.

Arqu

ivo B

V

Militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus e mestrando em Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

BOA VONTADE 127

quando escolhêssemos uma bolinha e a retirássemos da caixa é que ela se tornaria azul ou vermelha, modifican-do assim, instantaneamente, a cor da outra bolinha dentro da caixa.

Evidentemente, o senso comum e determinista dirá que a física quântica não pode estar correta. Contudo, o que se verificou é que a mecânica dos átomos prevalece

até hoje e Einstein, nesse entender, pode ter se equivocado*¹.

Quatro aspectos da mesma Verdade

Se analisarmos uma ação qual-quer pelo prisma único da ciência, digamos, deixando de lado a religião, a filosofia e a política, correremos o risco de cair em um erro crasso, por

Ação Jovem LBV

LasersÍons

Eletrodos

Eletrodos

2,7 cm

Espelhos supercondutores de nióbio

"máquinas" quânticas

* Átomo de Rydberg — Fabricado em laboratório de física, é muito grande. Ele é produzido a partir

do átomo normal de sódio, rubídio ou potássio, cuja última camada é ocupada por um elétron solitário.

Em uma câmara de vácuo, o átomo é bombardeado com raios laser. Com a energia extra, o último

elétron se afasta do núcleo a distâncias até 10 mil vezes maiores do que a original.

O Prêmio Nobel de Física de 2012 foi entregue ao francês Serge Haroche, do Collège de France, e ao americano David J. Wineland, da Universidade do Colorado, ambos de 68 anos, por seus trabalhos com “inovadores métodos experimentais que permitem medição e manipulação de sistemas quânticos individuais”, segundo anunciou a Real Academia Sueca de Ciências. Ou seja, medir e manipular partículas fundamentais da física, menores que os átomos e os prótons, sem destruí--las. A descoberta possibilita, entre outras coisas, a explicação de fenômenos previstos pela física quântica em escala atômica ou subatômica. Conheça os sistemas criados pelos dois cientistas.

O Cristo de Deus, o Cientista Celeste,

por seu nível de evolução inimaginável,

ao provocar uma profecia, não apenas modifica a realidade,

mas também sobrepõe às nossas realidades o

Seu Sábio Desígnio.

A “armadilha” de Serge Haroche

No laboratório do físico Serge Haroche, em Paris (França), na condição de vácuo e a uma temperatura de quase zero absoluto, os fótons batem e voltam em uma pequena cavidade (de 2,7 centímetros) entre dois espelhos, durante um décimo de segundo. Antes de desaparecer, o fóton terá viajado a distância de uma jornada ao redor da Terra.

Um átomo de Rydberg* (aumentado cerca de mil vezes) é enviado pela cavidade entre os espelhos.

Na saída, é possível verificar se ele deixou um fóton “quicando”.

Os íons aprisionados de David Wineland

No laboratório do físico David J. Wineland, no Colorado/EUA,

raios laser são usados para deixar o íon em

seu menor estado de energia, a fim de

controlar e medir seu comportamento.

Os eletrodos mantêm os íons

de berílio dentro da armadilha.

Fonte: www.nobelprize.org

Fótons

*1 Existem estudos que contestam a não causalidade do modelo quântico atual e apresentam uma visão causal, contudo trabalhamos aqui com a teoria aceita e utilizada em experimentos pela física contemporânea, e nessa perspectiva Einstein pode ter se enganado.

128 BOA VONTADE

negligenciar a análise subjetiva e intuitiva do fato.

Em 2004, no artigo intitulado “A função civilizadora do comércio”, Paiva Netto, fundador da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista*², citou trecho de seu dis-curso durante o Congresso da Boa Vontade de 1969:

“(...) Prega a Política Divina que é essencial viver a Fraterni-dade interclasses para que surja a Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, cujo alicerce maior é o Mandamento Novo do Ideólogo Celeste, ou seja, realizar uma genu-ína Revolução Espiritual, firmada na ética que a Humanidade precisa praticar para que possa sobreviver:

“— Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhe-cidos como meus discípulos, se tiver-des o mesmo Amor uns pelos outros. (...) Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor (Evange-lho de Jesus segundo João, 13:34 e 35; 15:13 e 9).

“(...) Trata-se da Lei de Solida-riedade Humana e Social, um fio milagroso que une as partes anacro-nicamente separadas do organismo sociedade, razão por que incluímos aqui esta avançada afirmativa de Zarur: ‘Religião, Ciência, Filosofia e Política são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus’”.

Voltando à questão do Paradoxo EPR, Einstein poderia observar

que o determinismo ainda valia — mesmo que a física quântica não o percebesse — quando ponderamos a possibilidade de que a escolha feita pelo observador (ou de quem faz a medição) tenha uma finalidade no Universo.

Física e livre-arbítrio Essa escolha aleatória, mas es-

sencialmente intuitiva, talvez seja o que denominamos livre-arbítrio. Até mesmo no que se refere à cons-trução da realidade que se elege, abrindo mão assim de outras possibi-lidades, existe algo de intuitivamente casual, embora pareça aleatório.

Portanto, mesmo a probabilida-de faz parte dos desígnios de Deus a fim de nos conceder a liberdade de escolha na formação material e espiritual do contínuo espaço--tempo, respeitando as Leis de Deus. Podemos, pois, considerar que Deus permite que sejamos, dessa forma, coautores em escala ínfima do Universo.

Nas palavras do escritor Paiva Netto, em seu editorial na revista Jesus Está Chegando! edição 101, aprendemos que “Jesus é, com Deus, autor do Apocalipse, con-forme podemos ler nos primeiros versículos do último Sagrado Com-pêndio da Bíblia”*³. Assim, o Cristo de Deus, o Cientista Celeste, por seu nível de evolução inimaginável, ao fazer cumprir uma profecia, não apenas modifica a realidade, mas também sobrepõe às nossas reali-dades o Seu Sábio Desígnio.

Logo, o Apocalipse — obra de Deus em coautoria com Jesus — promove uma construção da realidade mediante nossas escolhas, porém, sem nunca abrir mão das leis que regem o Universo, a exemplo da mais basilar de todas elas: a Lei do Amor.

A Física além da física, a Ciência do Novo Mandamento de Jesus, por conseguinte, é uma necessidade no entender verdadeiramente científico dos fatos.

*² A Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, fundada em 2007 por José de Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, é composta pelo Instituto de Estudo e Pesquisa da Ciência da Alma e pelo Instituto de Estudo, Pesquisa e Vivência do Novo Mandamento de Jesus. Por meio da produção de conhecimento universal, tem por objetivo dessectarizar o Cristo de Deus e o Cristianismo, isto é, mostrar a influência e a aplicabilidade dos ensinamentos ecumênicos e eternos do Acadêmico Celeste em todos os campos do saber humano-espiritual.*³ Jesus, a dor e a origem de Sua autoridade (parte A).

O chamado Paradoxo ou Experiência EPR (Einstein, Podolsky e Rosen) tem origem no artigo “Can quantum-mechanical des-cription of physical reality be considered complete?” (“Pode a descrição da mecânica quântica sobre a realidade física ser considerada completa?”), publicado em 1935 (A. Einstein, B. Podolsky, and N. Rosen, Phys. Rev. 47 777), o qual levantou um dos problemas mais fundamentais da teoria quântica — sa-ber se a mecânica quântica é uma teoria completa ou se, pelo contrário, contém variáveis escondidas. “Deus não envia sinais telepáticos”, afirmava Einstein, concluindo que a mecânica quântica não fornecia uma descrição completa da realidade e que esta deveria estar “oculta” por trás da fachada da incerteza e do indeterminismo quânticos (“teoria das variáveis ocultas”).

BOA VONTADE 129

Aprendendo Português

“auto” Prefixo

gundo elemento iniciar pelas con-soantes “r” ou “s”, além de não usar o hífen, será preciso dobrá-las. Exemplos: autorretrato, autor-regeneração, autossuficiência e autossustentável.

No livro As Profecias sem Mis-tério, best-seller do escritor Paiva Netto, encontramos o uso correto de palavra iniciada pelo prefixo auto:

“Se seguirmos Jesus — não em decorrência de coisas fugazes, todavia em virtude do Pão que desce do Céu, que é a Sua Instrução Eterna —, o alimento que sustenta o corpo não nos faltará, pois teremos a fundamental elevada autoestima, excelente instrumento para der-rubar as barreiras do caminho, a começar pelas psíquicas.”

Sugestões de temas a serem abordados e dúvidas são bem-vin-das. Se você as tiver, encaminhe-as para a Redação desta revista (veja o endereço na p. 6).

Bom estudo e até a próxima!

Dani

el T

revis

an

Adriane Schirmer, professora.

Adriane Schirmer | Especial para a BOA VONTADE

Ainda surgem dúvidas quanto à colocação do hífen nas pa-lavras formadas por prefixos

ou elementos que podem funcionar como tal. Nesta lição, aprenderemos quando usá-lo em palavras iniciadas pelo prefixo auto, que significa por si próprio.

Para começar, só devemos usá-lo se o termo seguinte iniciar pela con-soante “h” ou por vogal igual, como nas palavras auto-hipnose, auto--hemoterapia, auto-ônibus, auto--oscilação. Com as demais letras, devemos grafar sem hífen mesmo, ou seja, “tudo junto”.

Muita atenção: quando o se-

130 BOA VONTADE