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A jornalista e empresária veste a camisa em prol do Natal Permanente da LBV e fala de seus novos projetos em defesa da igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho Ana Paula Padrão PAIVA NETTO saúda o Dia Internacional da Caridade, instituído pela ONU. TEMPO DE MULHER SEMPRE PELA VIDA Reportagem especial aborda a urgente necessidade da prevenção do suicídio com o indispensável amparo material, moral e espiritual. NOVIDADE! Baixe o app gratuito da revista BOA VONTADE para iOS e Android DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES... Cerca de 40% da população mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono. Saiba o que fazer!

Revista Boa Vontade, edição 235

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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Page 1: Revista Boa Vontade, edição 235

A jornalista e empresária veste a camisa em prol do Natal Permanente da LBV e fala de seus novos projetos

em defesa da igualdade de gênero que contemple

o melhor das diferenças e os valores da mulher

na família e no trabalho

Ana PaulaPadrão

Paiva Netto saúda o Dia Internacional da Caridade, instituído pela ONU.

tempo de mulher

SemPre Pela vida Reportagem especial aborda a urgente necessidade da prevenção do suicídio com o indispensável amparo material, moral e espiritual.

Novidade! Baixe o app gratuito da revista BoA VoNtAde para ioS e Android

durma-Se com um barulho deSSeS... Cerca de 40% da população mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono. Saiba o que fazer!

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 235

28 - 30 | Novembro | 2013EXPO CENTER NORTE • SÃO PAULO - SP

JUNTOS PELO DESENVOLVI MENTO SOCIAL DO BRASIL

5ª EDIÇÃO

E V E N T O

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LUCRATIVOS

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tel 2738-0838 / liberomais.com.br

5EDIÇÃOEDIÇÃO

Mais informações: 11 4878-5990 ou [email protected]

Acesse e faça parte desse projeto: www.ongbrasil.com.br

O MAIOR ENCONTRO INTERSETORIAL DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DA AMÉRICA LATINA

MAIS DE 500 EXPOSITORES DE 13

SEGMENTOS

MAIS DE 15.000 M² DE EXPOSIÇÃO

MAIS DE 150 PALESTRAS DE ALTO

NÍVEL

FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO E DA PARTICIPAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS

Page 3: Revista Boa Vontade, edição 235

28 - 30 | Novembro | 2013EXPO CENTER NORTE • SÃO PAULO - SP

JUNTOS PELO DESENVOLVI MENTO SOCIAL DO BRASIL

5ª EDIÇÃO

E V E N T O

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NÍVEL

FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO E DA PARTICIPAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS

Page 4: Revista Boa Vontade, edição 235

30 Cinema — Produção premiada que reúne atores com síndrome de Down tem exibição especial nas Nações Unidas

14regina casé e estevão ciavatta

escrevem o livro Buriti

17edney silvestre

Exílio e identidade

17gerson camarottiOs bastidores da escolha do papa

15otavio frias filho

lança Cinco peças e uma farsa

15míriam leitão

Estreia na literatura infantil

18adriana calcanhotto

lança antologia poética

18ruy castro

retrata desafios da vida

19fernando henrique

cardosoImortal da ABL

Sumário

8 caridade na onuPaiva Netto

11 lBv na onu

14 cartas, e-mails, livros e registros

25 opinião — esporte por José Carlos AraújoA luta por vaga na Libertadores

26 samBa & história por Hilton Abi-Rihan É bamba, é do samba

29 opinião — educação por Arnaldo NiskierModelo “di menor”

30 cinema Síndrome de Down – filme ensina inclusão

34 acontece no amazonas

36 mulher Ana Paula Padrão – Equilíbrio e decisão

42 acontece em santa catarina

45 acontece no rio de janeiro

46 onu Solidariedade Ecumênica para o desenvolvimento sustentável

54 saúde 40% da população sofre algum distúrbio do sono

60 educação Uma visão além do intelecto

70 ação jovem lBv Viver é melhor! Um brado de Amor à Vida!

8 Paiva Netto escreve: Caridade na ONU

4 BOA VONTADE

Page 5: Revista Boa Vontade, edição 235

54 Saúde — 40% da população mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono

20zeca camargo

escreve autobiografia 50, Eu?

60mario cortellaSentimento e cidadania na

Educação

78paula fonteneleInformação para preservar a Vida

108paulo Kramer

No futuro, mais sociedade e menos Estado

94dr. airton grazzioli e dra. paula jancso faBiani

Financiamento e sustentabilidade

29arnaldo nisKier

Modelo “di menor”

30marcelo galvão

Síndrome de Down, cinema e inclusão

60 Educação — Congresso Internacional da LBV discute o papel da Arte na Educação — Edição 2013

54dra. luciana palomBini

Déficit do sono

78 comportamento• Sempre pela Vida (p. 78)• Arrependimento e renovação (p. 85)

87 opinião — mídia em foco por Carlos Arthur PitombeiraO debate que está faltando

90 acontece em pernamBuco

92 terceiro setorCrescimento e gestão

94 rede sociedade solidáriaFinanciamento e sustentabilidade

97 acontece em minas gerais

100 literaturaRio de livros

106 soldadinhos de deus

108 opinião — congresso em pauta por Paulo Kramer No futuro, mais sociedade e menos Estado

111 melhor idade • ”Toda vez que danço me sinto feliz“ (p. 111)• Use o tempo a seu favor (p. 112) por Walter Periotto

114 aprendendo português por Adriane SchirmerEntre mim e ti

Canais da LBV na internetwww.lbv.org.br

Facebook: LBV Brasil

Twitter: @LBVBrasil

Youtube: LBV Videos

Orkut: LBV

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

BOA VONTADE 5

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 235

Ao leitor

A mulher profissional, a mãe e a que zela pela família são muitas vezes uma só. Facilitar a vida dessa batalhadora tornou-se um foco das novas atividades da jornalista e empresária Ana Paula Padrão. Capa desta edição, ela conduz uma produtora de conteúdo e um portal segmentado, firmado na ideia de estabelecer uma plataforma especializada que favoreça uma igualdade de gê-nero que contemple o melhor das diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho.

Caridade, sinônimo de Amor, é o destaque da mensagem do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto. “(...) É o sentimento que mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de sua existência”, defende há décadas o escritor, jornalista e radialista ao saudar o Dia Internacio-nal da Caridade, comemorado pela primeira vez, em evento oficial das Nações Unidas, em 5 de setembro. Em seu artigo, afirma que a Caridade e a Solidariedade podem contribuir para a pro-moção do diálogo inter-religioso e entre pessoas de diferentes etnias e culturas, assim como para a redução dos desafios planetários, a exemplo das desigualdades sociais.

A defesa da vida e a prevenção do suicídio constituem o tema de reportagem especial. Nela, são apresentadas estatísticas e a análise de es-pecialistas sobre as causas do comportamento potencialmente suicida, que atualmente preo-cupa por conta do aumento do número de casos, até entre os jovens. Por isso, a matéria aborda o problema em suas dimensões material, moral e espiritual. “Sucumbem em erro os que buscam o suicídio, pois a parca lhes ofuscará os olhos, que procuraram a escuridão, com mais luz, isto é, mais Vida, a lhes cobrar severas contas de antigos compromissos assumidos. Antes e depois da Vida, há Vida e as incorruptíveis Leis que uni-versalmente a regem”, adverte o dirigente da LBV, a respeito da continuidade da Alma após a morte.

O leitor encontra muito mais nesta edição: perfil da sambista Ana Costa; o cinema de inclusão de Marcelo Galvão, roteirista e diretor do filme Colegas; e o novo livro do jornalista Zeca Camargo, entre outros assuntos.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADEO suicídio é um ato que indiscuti-velmente golpeia a Alma de quem

o pratica. Ao chegar ao Outro Lado, ela vai encontrar-se mais viva do que

nunca, a padecer opressivas dores por ter fugido da sua responsabili-

dade terrena. E sempre alguém fica ferido e/ou abandonado com a deser-ção da pessoa amada ou amiga, em

quem confiava. E é de muito bom senso não olvidarmos que

no Tribunal Celeste vigora o Amor, mas não existe a impunidade.

Paiva NettoExtraída da entrevista concedida à jornalista

portuguesa Ana Serra, em 19/9/2008, acerca do best-seller dele Reflexões da Alma, lançado em terras lusitanas pela Editora Pergaminho,

naquele ano.

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

Diretor e eDitor-reSponSáVel: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CoorDenAção gerAl: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

SuperintenDênCiA De mArketing e ComuniCAção: Gizelle Tonin de Almeida

JornAliStAS ColAborADoreS eSpeCiAiS: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitom-beira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

equipe eleVAção: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

proJeto gráFiCo: Helen Winkler

CApA e DiAgrAmAção: Felipe Tonin e Helen Winkler

impreSSão: Mundial Gráfica

CréDito DA Foto De CApA: Ana paula padrão: João Periotto.

enDereço pArA CorreSponDênCiA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

A revista boA VontADe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. A publicação obedece ao elevado propósito de estimular o debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências do pensamento contemporâneo.

A N O 5 7 • N o 2 3 5 • j u N / j u l / A g O / S E T 2 0 1 3

Tiragem: 50 mil exemplaresEdição fechada em 10/10/2013

6 BOA VONTADE

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Page 8: Revista Boa Vontade, edição 235

Caridade na ONU

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8 BOA VONTADE

Page 9: Revista Boa Vontade, edição 235

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José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

Orepresentante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, informa-me que as Nações

Unidas celebraram neste ano, pela primeira vez, o Dia Internacional da Caridade. A recém-aprovada resolu-ção situou a data em 5 de setembro.

A ONU afirma que a Caridade pode contribuir na promoção do diálogo entre pessoas de diferentes civilizações, culturas e religiões, assim como a solidariedade e a compreensão mútua. E reconhece os esforços das organizações caritativas e de particulares nesse propósito.

A Caridade sustenta a vida humana

É um tema muito presente em meus artigos — e se encontra em publicações dirigidas à ONU, em

diversos idiomas, a exemplo de Paz para o Milênio (2000), Sociedade Solidária (2000), Globalização do Amor Fraterno (2007), BOA VONTADE Mulher (2009), BOA VONTADE Econômico + Social + Ambiental (2012) e BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável (2013) —, pois considero ser imprescindível à nossa sobre-vivência. Aproveito o ensejo para lhes adiantar pequeno trecho de O Capital de Deus, livro que estou preparando, com muito zelo, no qual apresento algumas das palestras que proferi a partir da década de 1960:

Meditemos sobre esta passagem do Apóstolo João, na sua Primeira Epístola, 4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não

(1) A ONU institui o Dia Internacional da Caridade (5/9), com o objetivo de mobilizar pessoas e organizações civis para ajudar o próximo. (2) Representantes da LBV participam da reunião das Nações Unidas que estabeleceu a data comemorativa. A partir da esquerda, Alziro de Paiva, Gizelle de Almeida e Danilo Parmegiani.

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PAIVA NETTO escreve: “Ciência, Tecnologia, Inovação, Cultura

e o papel da Solidariedade Ecumênica”.

A Legião da Boa Vontade apresenta recomendações aos participantes da Reunião de Alto Nível do

Conselho Econômico e Social (Ecosoc), das Nações Unidas, em Genebra, Suíça, em 2013. A LBV é uma

organização da sociedade civil brasileira com status consultivo geral no Ecosoc, desde 1999.

63 anos

João Grandino Rodas

GlaucoArbix

Suelí Periotto

Laura Bianchi

Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura: aliadas do desenvolvimento sustentável e agentes para erradicar a pobrezaLBV PREPARA PROTAGONISTAS DA PAZ

PARA UM NOVO CENÁRIO MUNDIAL PELA EDUCAÇÃO ALÉM DO INTELECTO

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

ANÁLISES E PERSPECTIVAS

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PAIVA NETTO escreve “LBV, Rio-92 e desafios da Rio+20” Paiva Netto escreve “LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20”

LBV

Conheça os expressivos resultados da Legião da Boa Vontade pela erradicação da pobreza e pela sustentabilidade das nações, a partir da educação integral de crianças, jovens, adultos e idosos de baixa renda.62 anos

ECONÔMICO + SOCIAL + AMBIENTAL

por um mundo belo e sustentávelSociedade Solidária e Ecumênica

Izabella Teixeira

José Goldemberg

Beatriz Fagundes

Paulo Saldiva

Fabio Feldmann

Marco Antonio Palermo

Adalberto Luis Val

José Alberto Machado

Daniel Arroyo

Gianfranco Beting

ANÁLISES E PERSPECTIVAS

O PLANETA TERRA AGUARDA A URGENTE REEDUCAÇÃO DOS SERES HUMANOS

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LEGIÃO DA BOA VONTADE: Organização brasileira com status consultivo geral nas Nações Unidas, desde 1999, apresenta recomendações para autoridades na Rio+20 e na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), em Nova York, EUA, em 2012.

Impresso em papel proveniente de fontes renováveis

BOA VONTADE 9

Page 10: Revista Boa Vontade, edição 235

Caridade na ONU

a globalização não vai impedir a di-versidade. Porquanto, se mundializa, dá também expressão ao regionalis-mo. De várias formas, todo mundo influencia todo mundo. No entanto, barreiras, em diversas partes do planeta, ainda tornam cada vez mais distantes ricos de pobres. Isso pode resultar em consequências profun-das, em amplitude internacional, a exemplo do que representou o fim do Império Romano. Entretanto,

desta vez, tais transformações poderão provocar providências

inusitadas até em corações de pedra, antes contrários ao

pragmático espírito de Caridade, pois serão levados a pensar que exis-tem algumas coisas vitais, até mes-mo para eles, como... a compaixão. (...) Caridade não é pífio sentimen-talismo, a que alguns gostariam de reduzi--la. Acertou, portanto, quando escreveu o grande Joaquim Na-buco (1849-1910): “À luta pela vida, que é a Lei da Natureza, a Religião opõe a Caridade, que é a luta pela vida alheia”.

Não seria essa a função de um verdadeiro político? O que seria mais importante para o fortaleci-mento das comunidades do que esse elevado espírito social?

É possível igualmente espe-rarmos do alto significado da Cari dade, na atitude diária, o decisivo caminho da verdadeira independência de nossa pátria.

Caridade é assunto sério.

[email protected]

www.paivanetto.com

Danilo Parmegiani (D), da LBV, compartilha a experiência da Instituição em favor de famílias de baixa renda em entrevista à Rádio ONU, conduzida pelo repórter Eleutério Guevane.

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Joaquim Nabuco

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou seu apoio ao trabalho da LBV assinando a capa da Globalization of Fraternal Love (a revista Globalização do Amor Fraterno foi inicialmente editada em português, inglês, francês e esperanto), durante reunião anual do Conselho: o High-Level Segment 2007, no escritório da ONU em Genebra/Suíça.

as desgraças todas que ensanguen-tam a História e que nos põem em perigo constante. Até quando?!

A Caridade sustenta a vida hu-mana. O jornalista Francisco de Assis Periotto, ao ouvir essas mi-nhas palavras, completou-as assim: “no pão e na decência”.

Elevado espírito socialO avanço tecnológico tem der-

rubado muitas fronteiras e feito algumas desabar sobre outras. Entre elas, econômicas e sociais. Contudo,

ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.

Caridade, criação de Deus, é o sentimento que mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de sua existência. Se Você me disser que não precisa de Amor, está equi-vocado, ou equivocada, enfermo, ou enferma... Em resumo, trata-se simplesmente disto: Amor, sinôni-mo de Caridade, de que tanto carece a sociedade míope, obumbrada pela cultura insidiosa, mantida por aque-les que provocaram, para os povos,

10 BOA VONTADE

Page 11: Revista Boa Vontade, edição 235

LBV na ONU

O Dia Internacional da Cari-dade foi celebrado pela pri-meira vez em evento oficial

da Organização das Nações Unidas, em 5 de setembro. A solenidade teve lugar na sede da ONU, em Nova York/EUA. A Legião da Boa Vontade participou da programação com dois painéis, em que discutiu o papel da Caridade na redução da pobreza e o da sociedade civil no desenvolvimento sustentável.

A data foi escolhida pela As-

Jéssica Botelho

Na agenda internacionalsembleia-Geral das Nações Unidas como forma de favorecer a promo-ção do diálogo, da solidariedade e do entendimento mútuo. Com a iniciativa, a entidade espera fomentar atividades educativas e de conscienti-zação no mundo em prol de ações filantrópi cas. O dia 5 de setembro faz referência à data de falecimento de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), Prêmio Nobel da Paz em

1979 e ícone no amparo aos mais pobres e vulneráveis.

“No momento em que preten-demos acelerar nossos esforços para alcançar os Objetivos de Desen-volvimento do Milênio e definir uma agenda audaz para o período pós-2015, o papel da Ca-ridade pode e deve cres-

cer”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua

Sede da ONU, em Nova York/EUA.

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Madre Teresa de Calcutá

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BOA VONTADE 11

Page 12: Revista Boa Vontade, edição 235

(1) A intervenção feita pelo representante da LBV, Danilo Parmegiani, foi transmitida ao vivo pela TV ONU. (2 e 3) Um dia depois da criação da data especial que celebra a Caridade, o representante da 67a Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić, faz seu pronunciamento durante a segunda edição do Fórum de Alto Nível sobre a Cultura de Paz, na sede das Nações Unidas, em Nova York.

o abrangente conceito de Caridade Completa (veja box na p. 13) e seu papel transformador. “Gostaria de parabenizar as Nações Unidas pela criação desta data tão importante. Como ressalta o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, Caridade é muito mais do que apenas oferecer um prato de comida. (...) Acreditamos que Caridade é sinônimo de Amor, bem como uma ferramenta estra-tégica para a sustentação da Vida. Dessa forma, se as pessoas realmente entenderem isso, poderemos realizar muitas coisas. E a experiência da Le-gião da Boa Vontade comprova isso, já que é mantida por colaboradores e voluntários. São cerca de 30 mil voluntários oferecendo 10 milhões de atendimentos ao ano.”

O representante da LBV ressaltou também a importância da Caridade no cumprimento da agenda de de-

senvolvimento sustentável da ONU. “Uma vez que estamos neste mo-mento debatendo sobre as metas de desenvolvimento pós-2015, com as quais todos os países devem se com-prometer, a sociedade civil entende que, se esclarecermos e conscienti-zarmos o mundo quanto ao valor da Caridade na agenda internacional, poderemos de fato contribuir para o cumprimento desses objetivos”, completou.

O encontro foi organizado pela Missão Permanente da Hungria nas Nações Unidas, propositora da resolução, e contou com a parceria de órgãos oficiais da ONU: De-partamento de Informação Pública (DPI), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escritório das Nações Unidas para Parcerias (UNOP) e Fundação das Nações Unidas (UNF).

Baixe o leitor QR Code em seu smartphone ou tablet, fotografe

o código e saiba mais sobre o trabalho da LBV para a agenda de desenvolvimento sustentável pós-

-2015. Acompanhe a entrevista que o representante da LBV dos

EUA, Danilo Parmegiani, concedeu a Eleutério Guevane, da Rádio

ONU, e o conteúdo da intervenção da LBV durante o evento.

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mensagem aos participantes da conferência.

Na oportunidade, o representante da LBV na ONU, Danilo Parmegia-ni, fez uma intervenção para destacar

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ivaLBV na ONU

12 BOA VONTADE

Page 13: Revista Boa Vontade, edição 235

A jovem Sâmara Malaman, da LBV, entrega a revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em inglês, a (1) Hugh Evans, cofundador e CEO do Global Poverty Project (movimento contra a pobreza extrema no mundo), (2) Guy Djorken, diretor-executivo da Unesco Center for Peace, (3) Kadri Özen, diretor de relações públicas da Coca-Cola para a Eurásia e África, e (4) Kathy Calvin, presidente e CEO da Fundação das Nações Unidas.

Caridade CompletaHá mais de seis décadas, a Legião da Boa Vontade defende sua van-

guardeira tese da Caridade Completa, lançada pelo fundador da Instituição, Alziro Zarur (1914-1979). A prática desse conceito significa ir além do amparo material, pois valoriza o indivíduo como um todo, oferecendo-lhe o apoio necessário para reerguer-se e mudar sua própria realidade.

Por acreditar que nenhuma nação se desenvolve se a população estiver desamparada, a LBV fundamenta todas as suas atividades, programas e projetos sociais e educacionais no princípio da Caridade Completa. Esse trabalho, reconhecido internacionalmente, foi, aliás, lembrado por Madre Teresa de Calcutá. A saudosa missionária, por oca-sião da inauguração do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê nica (ParlaMundi da LBV), na capital federal, em 1994, felicitou o dirigente da Legião da Boa Vontade pela iniciativa:

“Prezado sr. José de Paiva Netto, confio-lhe minhas preces por todos. Que as bênçãos de Deus estejam com vocês da Legião da Boa Vontade, e que muitas pessoas conheçam o Amor de Jesus por intermédio do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV e mantenham viva a Boa Nova de Seu Amor no mundo, amando uns aos outros como Ele nos amou. Que Deus os abençoe”.

“A Caridade desempenha um

papel importante no apoio aos valores e no trabalho das Nações Unidas. Doações de

tempo ou de dinheiro; envolvimento voluntário numa das suas próprias

comunidades ou no outro lado do mundo;

atos de Caridade e bondade sem esperar

uma recompensa; estas e outras expressões de solidariedade global nos ajudam na nossa procura partilhada de

viver em harmonia e de construir um

futuro pacífico para todos. Saúdo esta

primeira celebração do Dia Internacional da

Caridade.”Ban Ki-moon

Secretário-geral da ONU

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BOA VONTADE 13

Page 14: Revista Boa Vontade, edição 235

Cartas, e-mails, livros e registros

Chave para a igualdade de gênero

Ao receber a revista BOA VONTADE Mulher , edição especial, mais uma vez tive o prazer de constatar a relevância

dos textos que compõem esse importante veículo de comunica-ção, bem como a preocupação da

LBV com a educação em nossa sociedade. As práticas so-

cioeducativas adotadas pela LBV reafirmam

minha certeza de que atitudes solidárias em prol da educação e da cultura possibilitam a mudança social, abrindo espaço para um mundo melhor. A publicação é, sem dúvida, importante fonte de pesquisa sobre o assunto. Esse

Regina Casé e Estevão Ciavatta autografam

na Bienal do Livro RioA apresentadora Regina Casé e o diretor Estevão

Ciavatta, marido dela, receberam o público na Bie-nal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 7 de setembro, para o lançamento de Buriti, livro que compõe coleção inspirada no programa de TV Um Pé de Quê?, exibido pelo Canal Futura há 12 anos.

Apresentado por Regina e dirigido por Estevão, o programa tinha sempre como ponto de partida a ár-vore, para falar então de música, culinária, geografia, botânica, paisagismo e outras áreas do conhecimen-to. Pela coleção homônima, foram publicados títulos como Pau-Brasil e Umbu. A recente obra aborda aspectos morfológicos, o hábitat e a relação do buriti com a história humana e econômica do Brasil.

Na bienal, os autores autografaram exemplar do título ao dirigente da LBV, com estas palavras: “Paiva Netto, Saúde e Sorte! Regina Casé”; e “Paiva Netto, um pouco da nossa história para você. Abraços, Estevão”.

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Senador Cristovam Buarque

escreve Reaja!Em concorrida sessão de autógrafos na capital flumi-

nense, em agosto, o senador Cristovam Buarque lançou Reaja!. Ali estiveram presentes, além de familiares e ami-gos do autor, personalidades da política e da educação.

Inspirado no famoso manifesto “Indignem-se” (“Indignez-vous”), do pensador, escritor e diplomata franco-alemão Stéphane Hessel (1917-2013), o livro convoca o leitor a assumir uma atitude de crítica e ação, reagindo aos desafios da sociedade atual. Ao dirigente da LBV, o parlamentar e educador autografou um exemplar de sua obra: “Ao Paiva Netto, com muita admiração. Cristovam”.

Vale dizer que, em 26 de setembro, o senador foi ho-menageado com o prêmio Congresso em Foco como um dos parlamentares que mais bem representam a popula-ção em 2013, na avaliação de jornalistas e da sociedade. É a quinta vez que ele recebe a distinção. Parabéns!

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14 BOA VONTADE

Page 15: Revista Boa Vontade, edição 235

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tipo de iniciativa é a chave para a igualdade de gênero, bem como a forma mais legítima e eficaz de se combater a violência, seja ela de qualquer natureza. (Elaine Matozinhos, vereadora, Belo Ho-rizonte/MG)

Leitura obrigatóriaSaúdo o escritor Paiva Netto pelos

belos artigos que tem publicado no Jornal de Brasília. Acredito que o be-nefício é grande para a capital da Re-pública em poder ler semanalmente escritos que dignificam os mais altos

valores humanos e espirituais, arga-massa que contribui na construção de um Brasil mais justo, ético e honrado. (...) Seus artigos tornaram-se leitura obrigatória em Brasília. (Renato Matsunaga, diretor superintendente do Jornal de Brasília)

Amigos e admiradores da jornalista e escritora Míriam Leitão prestigiaram em Brasília/DF, 15 de setembro, o lançamento de A perigosa vida dos passarinhos peque-nos. A obra marca a estreia da autora na literatura infantil e fala de sua paixão por pássaros, de ecologia e sustentabilidade.

Dona de uma fazenda que é um verdadei-ro santuário para muitas espécies de aves, Míriam Leitão se inspirou em fatos ocorridos no local para escrever o livro. Representantes da Legião da Boa Vontade cumprimentaram a autora, que, na ocasião, autografou um exemplar ao dirigente da Instituição: “José de Paiva Netto, aqui tento passar alguns valores para as crianças. Abraços, Míriam Leitão”.

Míriam Leitão estreia na

literatura infantil

Jornalista e escritor Otavio Frias Filho lança Cinco peças e uma farsaO jornalista e escritor Otavio Frias Filho promoveu em 10 de

outubro, na capital paulista, sessão de autógrafos para o lança-mento de seu livro Cinco peças e uma farsa. O concorrido evento reuniu personalidades, colegas de profissão e amigos do autor.

Na obra, o diretor de redação do jornal Folha de S.Paulo pratica com virtuosismo uma ampla variedade de registros, da tragédia à farsa, pas-sando por variantes do drama, mas com temas recorrentes: as cruas práticas do poder e da guerra dos sexos em um mundo que não vê mais nenhuma utopia no horizonte.

Representantes da Legião da Boa Vontade (LBV) prestigia-ram o lançamento. Na oportunidade, o escritor autografou um exemplar ao diretor-presidente da Instituição, com a seguinte dedicatória: “Para Dr. Paiva Netto, com o abraço cordial do Otavio Frias Filho”.

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Jornalista Regina Zappa lança biografia do cantor e

compositor Gilberto GilO cantor e compositor baiano Gilberto Gil lançou em julho, no

Rio de Janeiro/RJ, sua biografia Gilberto bem perto. Para tornar o livro uma realidade, o artista foi entrevistado pela jornalista Regina Zappa (coautora), pois ele próprio afirma que não tem boa memória nem é detalhista e espirituoso. A noite de autógrafos foi bastante concorrida e reuniu, além de fãs, muitas personalidades, familiares e amigos do autor.

O livro, segundo o músico, traz tanto os momentos doces quanto as situações dramáticas, de angústia e expectativa negativa, como na época do governo militar, em que Gil ficou três meses na prisão, em 1969. A biografia não economiza detalhes da vida do artista, desde o início da carreira até as atividades atuais, passando pela experiência de ter sido ministro da Cultura.

Durante o lançamento, que também teve a presença de representantes da LBV, os autores autografaram exemplar da obra ao diretor-presidente da Instituição: “Paiva Netto, Boa Vontade sempre! Gilberto Gil”; e “Para Paiva Netto, com a esperança de que tenha o mesmo gosto que eu tive fazendo. Regina Zappa”.

A jornalista Regina Zappa e o músico Gilberto GilNa

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A vida e o trabalho de um dos maiores empresários brasileiros fo-ram tema de palestra do professor, pesquisador e sociólogo José Pastore durante o 6o seminário do Fórum Permanente de Gestão do Conhe-cimento, Comunicação e Memória, realizado em junho, no auditório do Museu de Arte de São Paulo (Masp), pela Associação Brasileira de Comu-nicação Empresarial (Aberje).

O dr. Pastore é autor do livro An-tônio Ermírio de Moraes — Memórias de um diário confidencial, lançado em junho, mês em que o biografado comemorou 85 anos. Após o semi-nário, o palestrante promoveu uma sessão de autógrafos, na qual tam-bém registrou em exemplar da obra dedicatória ao diretor-presidente da Instituição: “Ao prezado Paiva Netto, com abraço. José Pastore”.

Dr. José Pastore

Sociólogo biografa o

empresário Antônio

Ermírio de Moraes

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Exílio e identidade no novo livro de

Edney SilvestreO lançamento de Vidas provisórias, do jornalista

da TV Globo e escritor Edney Silvestre, reuniu personalidades, amigos e admiradores do autor no Rio de Janeiro/RJ. No livro, os dois personagens centrais, os exilados Paulo e Bárbara, têm histó-rias contadas paralelamente, ambos separados no tempo e na geografia, levados ao estrangeiro em variados contextos históricos. Combinando o ritmo forte e pausado do romance com a agilidade carac-terística do texto jornalístico, o escritor apresenta ao leitor, além da experiência do exílio, o estranha-mento pela perda de identidade, o isolamento e a sensação de ruptura daquelas duas vidas.

Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e saudaram o jornalista, que encaminhou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte dedicatória: “Para Paiva Netto, mais uma vez com o melhor obrigado do Edney Silvestre”.

O jornalista e comentarista político da Globo-News Gerson Camarotti lançou em Brasília, em 3 de setembro, a segunda edição do livro Segredos do Conclave, contendo entrevista exclusiva com o papa Francisco.

Prefaciado pelo escritor Ariano Suassuna, a obra apresenta os bastidores da eleição que levou o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio ao mais alto posto da Igreja Católica, em 13 de março deste ano, após dois dias de conclave. O jornalista cobriu a eleição papal de Bento 16 e de Francisco. O atual pontífice, aliás, foi entrevistado com exclusividade por Camarotti, a primeira vez desde o conclave.

Representantes da Legião da Boa Vontade pres-tigiaram o evento e saudaram o autor, em nome do diretor-presidente da Instituição. O jornalista autogra-fou um exemplar do livro, com os seguintes dizeres: “Ao José de Paiva Netto, presidente da LBV, um pouco da história dos últimos conclaves. Um abraço, Gerson Camarotti”.

Gerson Camarotti e os bastidores da escolha do

atual papa

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Em Morrer de Prazer — Crônicas da vida por um fio, o jornalista e escritor Ruy Castro apresenta um retrato intimista de sua trajetória pessoal e profissional. Lançado recentemente na capital fluminense, o livro reúne textos que evocam a paixão do autor pelo cinema e suas musas e a juventude dos anos 1960, entre outros assuntos. Nele, Ruy também selecionou crônicas a respeito dos desafios que teve de enfrentar para seguir vivendo, desde a difícil aprendizagem de como amarrar os sapatos até a luta para vencer o alcoolismo e o câncer.

A obra é dividida em partes, a exemplo de tecnologia, cidade, e oferece ao leitor detalhes do Rio de Janeiro, a partir do círculo de ami-zades do autor com Leila Diniz, Vinicius de Moraes e outros.

Representantes da LBV prestigiaram o lançamento da obra, ocasião em que o escritor encaminhou exemplar ao dirigente da Instituição, com a mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, com o abraço de Ruy Castro”.

Ruy Castro retrata desafios da vida

A cantora e compositora Adriana Calcanhotto conversou com o público no espaço Café Literário, durante a 16a edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Na ocasião, ela fez a leitura de poemas de autores brasileiros, clássicos e contemporâneos, para mar-car o lançamento de sua obra Antologia ilustrada da poesia brasileira — Para crianças de qualquer idade.

Organizado em ordem cronológica, o livro reúne coletânea de poemas de auto-res do século 19 ao 21, compondo uma amostra de diferentes épocas e estilos da poesia nacional, a exemplo de Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, escrita em 1843; e Receita para um Dálmata, de Gregório Duvivier (2008).

Na ocasião, a compositora dedicou um exemplar ao diretor-presidente da LBV: “Para Paiva Netto esta antolo-gia com um beijo carinhoso, Adriana Calcanhotto”.

Adriana Calcanhotto

lança antologia poética

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Em seu recente artigo “Violência patrimonial”, o jornalista José de Paiva Netto destaca trechos de entrevista da advogada Cíntia de Almeida, fundadora e diretora-executiva do Centro de Integração da Mulher, em Sorocaba/SP. A respeito da repercussão do texto, publicado em centenas de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, a dra. Cíntia expressou: “Senti-me honradíssima com a notícia! Ela já redundou, esclareceu pessoas e me colocou em contato com outras mulheres que hoje viven-ciam a problemática. Estou muito feliz! Agradeço ao jornalista Paiva Netto pelo privilégio. Continuamos a nossa árdua missão de promover vidas e transformar pessoas... Grande abraço! Na paz de Jesus”.

Violência patrimonial

Cartas, e-mails, livros e registros

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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso tomou posse da cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras, em 10 de setembro. A sessão solene ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon, da ABL, na capital fluminense. A concorrida cerimônia foi dirigida pela presidente da Casa de Machado de Assis, Ana Maria Machado, e coube ao acadêmico Celso Lafer a recepção ao novo imortal.

Fernando Henrique Cardoso é a sexta personalidade a tomar posse na cadeira 36, cujo fundador foi o poeta, professor e jornalista Afonso Celso, que escolheu como patrono o também poeta Teófilo Dias. FHC foi eleito na sucessão do acadêmico e jornalista João de Scantimburgo, em 27 de junho. A cadeira já foi ocupada pelo médico Clementino Fraga, pelo bioquímico Paulo Carneiro e pelo diplomata José Guilherme Merquior.

Sociólogo, professor, autor e coautor de 23 livros e mais de 100 artigos acadêmicos, também foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda, antes de governar o Brasil por dois mandatos consecutivos, de 1o de janeiro de 1995 a 1o de janeiro de 2003.

Em seu discurso de posse, destacou a honra de integrar uma cen-tenária instituição que mantém o compromisso com a diversidade e a renovação e, por isso, elege variados estilos de pensamentos. “São pessoas com formações diferentes da minha, principalmente mais voltadas para a literatura. Eu posso me diversificar, agregar mais. O importante na vida é ser curioso, aqui eu posso aguçar minha curio-sidade. (...) É preciso renovar sempre. (...) Por que não trazer outras profissões, gente de tecnologia, mais modernas? Mas vamos ver, ainda estou chegando”, afirmou.

Fonte: site da ABL

Fernando Henrique Cardoso

é novo imortal da ABL

O escritor e ex-ministro das Rela-ções Exteriores Celso Lafer lançou, em agosto, na capital paulista, o livro Norberto Bobbio: trajetória e obra. O trabalho reúne 16 textos publicados por Lafer, entre 1980 e 2011, sobre o filósofo italiano e historiador do pen-samento político que nos anos 1940 combateu a ditadura do fascismo. A obra, organizada em cinco partes, traça o perfil intelectual de Norberto Bobbio (1909-2004) e analisa as contribuições dele para as relações internacionais, direitos humanos, teoria política e inovação da reflexão jurídica.

Em sessão de autógrafos, o es-critor recebeu familiares, amigos e admiradores. Na oportunidade, dedi-cou um exemplar do título ao diretor--presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Para Paiva Netto, com o mais cordial abraço do Celso Lafer”.

Celso Lafer biografa o filósofo Norberto

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Ex-presidente e a namorada, Patrícia Scarlat, na cerimônia de posse na ABL.

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Chegar aos 50 anos de idade pode intimidar algumas pessoas, mas não Zeca Camargo, jornalista

e apresentador do Vídeo Show (assume a atração em novembro), da TV Globo. É o que ele mostra em seu primeiro livro digital, 50, Eu?, lançado em setembro, na Bie-nal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O assunto da obra é o próprio autor. Nesse e-book, Zeca fala, principalmente, sobre a sua relação com o corpo, a memória

Em entrevista à BOA VONTADE TV, o jornalista Zeca Camargo compartilha com o leitor impressões

pessoais e momentos marcantes de sua vida.

e muitas histórias

e a necessidade natural de cuidar de si mesmo. Também não faltam histórias pessoais, dos bastidores da profissão e da ligação com a família. “Eu escolhi esse formato [digital] também como um desafio. Eu gosto da novidade. Quando proponho uma pauta, é de alguma coisa que não foi feita antes... Gosto do desa-fio, de testar novas águas”, afirmou.

O jornalista acostumou-se a co-lecionar boas experiências a partir de seus projetos profissionais. Já

conheceu pelo menos 95 países e tem a meta de chegar aos 100 antes dos 51 anos. E não foram poucas as situações inusitadas vividas em suas andanças por este Brasil afora. Além disso, entrevistou celebri-dades do mundo artístico, como a cantora Madonna e o ex-beatle Paul McCartney.

Formado em Administração de Empresas e Propaganda, ele nunca exerceu as profissões. Em 1987, iniciou a carreira no jornalismo, e

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o trabalho como escritor é resulta-do de reportagens e de narrativas de viagem. É autor de outros seis livros, a exemplo de Isso aqui é seu! A volta ao mundo por patri-mônios da humanidade (2009).

Na Bienal do Livro Rio, Zeca Camargo conversou com a equipe da BOA VONTADE TV sobre literatura e o desafio de escrever uma obra autobiográfica. Ao rece-ber os cumprimentos da Legião da Boa Vontade, destacou: “Obriga-do! Retribuo o abraço para a LBV. A gente está sempre junto!”.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

BOA VONTADE — O que o atrai na atmosfera literária?

Zeca Camargo — Eu adoro livro, sempre gostei. (...) Sou um leitor inveterado em qualquer formato, seja no livro de papel, seja no virtual. O que me atrai na bienal é justamente essa energia. Todo mundo que está aqui gosta de ler, gosta dos autores. (...) É gente que quer conhecer além do livro, e isso eu acho bacana; significa que a pessoa leu, se encantou e quer saber quem está por trás da obra. É fascinante. Por isso, faço questão de prestigiar.

BV — Seus livros anteriores focalizam a trajetória profis-sional, enquanto este 50, Eu? relata o lado pessoal. Qual nar-rativa é mais desafiante?

Zeca Camargo — Tanto uma narrativa profissional quanto a pes-soal são muito difíceis. Primeiro, porque nos meus livros anteriores, derivados de reportagens que fiz

no Fantástico, há uma respon-sabilidade em transmitir as informações. Isso é um desafio. Já quando está fazendo a sua his-tória, negocia o tempo todo com você mesmo: o que eu conto? O que não conto? O que vale a pena? Nessa opção, resolvi ser supertransparente... Então, acho que essa [narrativa] tem sido um pouquinho mais difícil do que simplesmente contar uma reportagem.

BV — Qual o papel da memó-ria nesse processo, ela foi o único acervo consultado?

Zeca Camargo — Sem ela eu não teria nem escrito este livro... Nem anda muito boa, é verdade, mas era justamente por isso que estava escrevendo. As histórias vividas, os amigos e a própria família são uma grande referência. Eu não poderia escre-ver sobre mim mesmo sem olhar em volta o que acontece. Eu fui um grande ponto de partida.

BV — Quando decidiu que era hora de escrever sobre sua vida pessoal?

Zeca Camargo — Comecei a escrever de uma maneira muito espontânea, não pensava em livro. Foi durante uma viagem que fiz quando completei 50 anos. Fiz um “retiro”... e então pensei: “Estou aqui à toa, vou escrever”. Quando voltei dessa viagem, tinha um esboço inte-ressante de um livro. Aí, come-cei a pensar que aquilo poderia interessar a outras pessoas, e não só a mim.

No livro Quando eu crescer..., a premiada autora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), utiliza jogos e rimas para apresentar ao público infantil o tema da escolha da profissão. A obra foi lançada em 1o de setembro, no Riocentro, durante a 16a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.

Com ilustrações de Maria José Arce, o livro soma-se aos mais de 100 títulos de sucesso da escritora, alguns deles publi-cados em 17 países. Na sessão de autógrafos, depois de saudada por representantes da LBV, a autora dedicou um exemplar ao dirigente da Instituição, com a mensagem: “Para a LBV e suas crianças, lembranças da Ana Maria Machado”.

Nova obra de Ana Maria Machado

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O empresário e produtor musical Luiz Calai-nho conta em livro os bastidores da indústria do entretenimento e sua trajetória pelo universo da publicidade, além de sua busca espiritual. Em Reinventando a si mesmo — Uma provocação autobiográfica, o autor compartilha a experiência que fez dele um dos mais bem-sucedidos empre-sários da cultura e do entretenimento brasileiro.

Amigos, familiares e personalidades compare-ceram à sessão de autógrafos da obra na capital paulista. Na ocasião, o escritor retribuiu os cum-primentos do dirigente da LBV, com a seguinte dedicatória: “Paiva Netto, certamente nosso país precisa de pessoas inspiradoras como vocês são! Grande abraço, Calainho”.

Livro conta a trajetória

de Luiz Calainho

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O jornalista Laurentino Gomes fecha sua trilogia sobre a história brasileira no século 19 com o lançamento do volume 1889. Com o subtítulo Como um imperador can-sado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil, o livro apresenta os eventos que favo-receram a instalação da República e os fatos que marcaram o período, como a Guerra do Paraguai e o movimento pelo fim da escravidão. Os dois primeiros títulos foram sucessos editoriais: 1808, que narra a agitada transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, fugindo da guerra na Europa; e 1822, sobre o processo de independência política do país. A sessão de autógrafos ocorreu na capital paulista e reuniu familiares e amigos do escritor, além do público interessado na abordagem histórica. Na ocasião, Laurentino Gomes autografou: “Para Paiva Netto, com um abraço do autor”.

Laurentino Gomes encerra trilogia com 1889

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Doutor em Letras e escritor, Breno Serafini é autor de Millôres dias virão, livro lançado em junho, na capital gaúcha. Fruto da tese de doutorado defendida pelo autor, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e jornalista Millôr Fernandes (1923-2013), o livro traz diversas citações e crônicas do renomado multiartista e intelectual carioca, especialmen-te as publicadas nas revistas IstoÉ e IstoÉ/Senhor, de 1983 a 1993, período marcado pelo processo de redemocratização do país. Durante o lançamento, o escritor autografou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao sr. Paiva Netto, um abraço afetuoso de Breno Serafini”.

Breno Serafini apresenta estudo sobre Millôr Fernandes

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Terceiro Setor em pauta

Dois títulos publicados recen-temente explicam a natureza e o funcionamento das enti-

dades do Terceiro Setor. Em junho, a cidade de Brasília/DF foi o local de lançamento da oitava edição de Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social, de autoria do dr. José Eduardo Sabo Paes, procura-dor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; e da terceira edição de Fundações Privadas — Doutrina e Prática, es-crito pelos promotores de Justiça dr. Airton Grazzioli e dr. Edson José Rafael, ambos do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

As questões tributárias e orça-mentárias das entidades constituem o foco da obra de Sabo Paes, tornan-do-se assim importante instrumento de consulta. Fundações, Associa-ções e Entidades de Interesse Social é fruto da experiência e da pesquisa do autor. O livro, segundo ele, mos-tra “como atuam essas instituições,

essas ONGs, essas fundações e movimentos sociais, não só a parte jurídica, mas a social, a contábil e tributária”.

O nascimento, a eventual extin-ção, os direitos e deveres típicos das entidades fundacionais são apresentados em Fundações Pri-vadas — Doutrina e Prática. Para os autores, o livro traz o sentimento de satisfação por mais uma etapa de um dever cumprido. “Temos a possibilidade de contribuir, le-vando para sociedade, governo e organizações da sociedade civil a nossa visão efetivamente positiva do quanto é de bem o que fazem essas organizações em benefício da sociedade, especialmente daquela parcela da sociedade que está em situação de vulnerabilidade so-cial”, afirmou o dr. Grazzioli.

Presente no evento, o advogado e ex-presidente da OAB-DF dr. Francisco Caputo afirmou: “A LBV talvez seja a entidade do Ter-

ceiro Setor mais visível de nossa sociedade, com um trabalho social incrível, um alcance extraordinário e com uma gestão modelar. (...) O trabalho que a LBV propicia à nos-sa sociedade é invejável e digno de muitos aplausos”.

Durante a sessão de autógrafos, os autores dedicaram um exemplar de ambas as obras ao dirigente da Instituição, com as seguintes mensagens: “Ao Dr. José de Paiva Netto, digno Presidente da LBV, exemplo de dedicação às causas sociais, ofereço os novos estudos no âmbito do Terceiro Setor. Com apre-ço do José Eduardo Sabo Paes”; e “Ofereço o presente estudo a José de Paiva Netto, Digníssimo Presidente da LBV, com profundo apreço e admiração pelo trabalho social desenvolvido em benefício da sociedade civil e especialmente da parcela de pessoas que necessitam de oportunidades. Com o meu fra-ternal abraço, Airton Grazzioli”.

A partir da esquerda: o procurador dr. José Eduardo Sabo Paes; o jornalista Enaildo Viana, da LBV; e o promotor de Justiça dr. Airton Grazzioli.

O advogado e ex-presidente da OAB-DF dr. Francisco Caputo

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Apresentadora Olga Bongiovanni

visita a LBV em Cascavel

O Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade em Cascavel/PR recebeu em junho a visita da jornalista e radialista Olga Bongiovanni, apresentadora da TV Tarobá (afiliada da Rede Bandeirantes) e da Rádio Colmeia AM. Na ocasião, a comunicadora foi recebida por jovens e adultos que participam do programa LBV — Espaço de Convivência.

Além de conhecer a unidade de atendimento e um pouco mais sobre o trabalho socioeducacio-nal realizado pela Instituição no município, Olga registrou durante a visita a montagem de mantas de inverno, atividade feita por mulheres atendidas pela Obra. A iniciativa faz parte de mobilização promovida pela própria apresentadora, para que sua audiência produzisse crochê em prol da entidade beneficente Lar dos Bebês. No fim da campanha, o material confeccionado pelas telespectadoras foi enviado à LBV para finalizar a produção das mantas.

A apresentadora Olga Bongiovanni (C) acompanha a confecção de mantas de inverno feita por mulheres atendidas pela LBV.

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A estreia do ator e escritor Cacau Hygino na literatura infantil veio com o lançamento de Aninha quer dançar. A obra tem ilustrações de Thais Linhares e é uma homenagem a Ana Botafogo, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 30 de agosto, durante a Bienal do Livro Rio, foi realizada uma sessão de autógrafos.

O livro conta a história de uma menina que sempre quis dançar e, entre piruetas e passos de balé clássico, transforma a paixão pela dança na maior riqueza de sua vida. Com seriedade e disciplina, Aninha consegue superar todo tipo de obstáculo e torna-se uma bailarina de sucesso.

O escritor e a diva do balé que inspirou a obra receberam com alegria a equipe da LBV e dedicaram um exemplar do trabalho literário ao dirigente da Instituição, anotan-do: “Querido Paiva Netto, espero que curta Aninha! Abraços, Cacau”; e “Ao Paiva Netto com carinho, Ana Botafogo”.

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A bailarina Ana Botafogo e o ator e escritor Cacau Hygino, durante sessão de autógrafos.

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José Carlos Araújo, locutor esportivo e apresentador do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Rádio Bradesco Esportes FM 91,1 — RJ)

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alOpinião — Esporte

José Carlos Araújo

A luta por vaga na Libertadores

Mais uma temporada vai che-gando ao fim. A Copa do Brasil se afunila e o Campeo-

nato Brasileiro 2013 (Série A) entra na fase decisiva para quem luta pelo título, por uma vaga na Copa Liber-tadores da América, ou para fugir do rebaixamento. Quanto ao título do Brasileirão, o Cruzeiro caminha a passos largos para conquistá-lo, e merecidamente.

No chamado G-4, Botafogo, Grê-mio e Atlético-PR seguem firmes em busca da sonhada vaga na Libertado-res. Já na parte de baixo, no temido Z-4, Vasco, São Paulo, Criciúma, Náutico, Portuguesa, Ponte Preta e, para muitos, Flamengo e Coritiba prometem equilíbrio e muita emoção até o fim para escapar da degola. Nesse perde-ganha, é difícil arriscar qualquer palpite.

A Copa do Brasil, por se tratar de um tipo de competição que o torcedor brasileiro gosta bastante, ou seja, com

jogos eliminatórios (mata-mata), em que nem sempre prevalecem o favo-ritismo e o elenco mais qualificado, mostra que tudo é muito indefinido. Qualquer resultado pode acontecer.

Neste espaço, muitas vezes citei e louvei a qualidade, a categoria e o vigor dos craques veteranos. A expe-riência e a arte de conhecidos maes-tros do futebol continuam a dar as cartas nos gramados, como Juninho Pernambucano, Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto, Seedorf e Alex. Até questionamos o nível téc-nico dos atletas da nova geração, se seria inferior ao daqueles jogadores consagrados e ainda na ativa.

No decorrer do campeonato, caiu visivelmente o rendimento des-ses craques, seja por lesão ou pelo desgaste físico com a sequência de jogos. Em iniciativa inédita e até há poucos anos impensável no futebol nacional, treinadores, preparadores físicos e atletas passaram a questionar o massacrante calendário, que seria o principal responsável pelas contusões e pela queda do nível do espetáculo, posto que falta tempo para treinamen-to e recuperação física dos jogadores.

Nesse contexto, surge o movimen-to Bom Senso F.C., que propõe uma racionalização do calendário espor-tivo. Uma das consequências disso seriam jogos com a qualidade técnica

esperada pelo torcedor. Inclusive, foi sugerida uma greve dos profissio-nais, que paralisaria o Campeonato Brasileiro. Mesmo que o manifesto não vá adiante, já representa um bom começo.

Até em âmbito mundial discute--se um calendário mais humano, sem jogos no domingo, quarta-feira e domingo. No Barcelona, o craque Messi foi uma vítima dessa loucura. Aqui no Brasil, Ronaldinho Gaúcho, também por contusão muscular, corre o risco de desfalcar o Atlético Mineiro no tão sonhado Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro. O artilheiro Fred não suportou a sequência de jogos pelo Fluminen-se. O fenômeno Neymar, antes da transferência para o Barça, dava sinais de esgotamento físico. Isso compromete o trabalho do atleta e a beleza do espetáculo. Patrocinado-res e federações, que organizam os torneios, devem estar atentos a essa questão, zelando pelo bem-estar des-ses artistas da bola e pela satisfação do público, que deseja apreciar um verdadeiro jogo de futebol.

Que o ano termine trazendo a esperança de campeonatos mais bem organizados e espetáculos à altura do nosso futebol, sem esquecer que 2014 ainda será um ano apertado por conta da Copa do Mundo no Brasil.

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Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domin-gos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas.

Hilton Abi-Rihan | Especial para a BOA VONTADE | Fotos: Divulgação

I ncluir sambas tradicionais no repertório é algo natural para a talentosa cantora, compositora

e violonista carioca Ana Costa. Interessada em conhecer cada vez mais a história da música brasileira, a artista alcançou prestígio entre os novos nomes do chamado samba de raiz. Dona de voz doce e marcante,

Samba & HistóriaAna Costa

É bamba, é do samba

Talento e simpatia marcam a trajetória da cantora Ana Costa

Ana foi conquistando seu espaço na música desde 1990, sempre de forma gradativa e consistente.

Atualmente, a cantora trabalha com o material de seu terceiro álbum: Hoje é o Melhor Lugar, lançado em 2012. O CD traz 15 sambas e a regravação de clássicos como Por um dia de graça, de Luiz

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Carlos da Vila; O que é o que é, de Gonzaguinha; Filosofia de vida, de Martinho da Vila, Marcelinho Moreira e Fred Camacho; e As coisas que mamãe me ensinou, de Leci Brandão e Zé Maurício.

Nessa caminhada de sucesso, Ana Costa viveu momento especial ao interpretar Viva Essa Energia, canção-tema dos Jogos Pan-ameri-canos de 2007, no Rio de Janeiro/RJ. A música abrilhantou a cerimônia de abertura do evento, além de ter

sido acompanhada pelo público e pelos atletas ao longo de todas as competições do Pan. “Foi a minha maior emoção até hoje... atravessar aquele campo do Maracanã e ver aquela plateia lotada, todo mundo vestido de branco”, disse.

O convite para a artista participar desse importante acontecimento esportivo partiu do produtor musical Alê Siqueira. “Ele queria fazer uma festa onde estivessem artistas conhe-cidos e não tão conhecidos, para que

as pessoas pudessem conhecê-los. Acho que é a partir daí que a cul-tura se renova”, afirmou a cantora, que já compôs sambas em parceira com Zélia Duncan, Mu Chebabi, Agrião e Mart’nália.

Em entrevista ao programa Samba & História, da Boa Vontade TV (ca-nal 20 da SKY), a sambista relembrou os desafios enfrentados para iniciar a carreira. “Eu trabalhava oito horas por dia, aquela dificuldade toda, e a música era minha diversão nos

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formaram o grupo de samba Roda de Saia, posteriormente chamado O Roda, composto por mulheres. Nele ficou 11 anos. Nesse período, também investiu em outros projetos, a exemplo da participação na banda da cantora Mart’nália, até lançar seu primeiro trabalho solo, o CD Meu Carnaval (2006).

O álbum de estreia da cantora alcançou êxito também fora do país: foi o disco de música brasileira

mais vendido no Japão. Além disso, rendeu a Ana Costa o título de “Ar-tista Revelação” no 5o Prêmio Rival Petrobras de Música. “Tanta coisa aconteceu nessa minha vida musical, que é sempre uma grande aventura. (...) Quando você vê, já está lá na frente. As coisas acontecem natural-mente. Vocação é uma coisa natural. Se você está atento para isso, vai... Tem alguma coisa dentro da gente que nos move”, afirmou.

Em 2009, com o lançamento do segundo disco — Novos Alvos — veio a realização de antigo sonho da sambista: produzir uma música mais abrangente e fiel aos ritmos brasileiros, sem compromisso com tendências ou modismos. Graças ao disco, relançado no ano seguinte, a cantora cumpriu uma turnê de shows em países da Eu-ropa e da África. No Brasil, teve a oportunidade de se apresentar pela primeira vez em capitais como Salvador/BA e Recife/PE e no Distrito Federal.

* Para saber a frequência da emissora que transmite a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio na sua região, acesse o Portal Boa Vontade (www.boavontade.com) e clique em Super RBV.

Companheiro para todas as horasO rádio continua sendo um dos veículos de comunicação mais

dinâmicos. Popular e de fácil alcance, tornou-se um companheiro para todas as horas na vida da cantora Ana Costa. “A gente pode estar fazendo outras coisas, por exemplo, preparando um almoço, um jantar na cozinha, e o rádio está ali; não precisa ficar vidrada numa tela, assistindo.” A exemplo de muitos outros ouvintes, a relação da artista com esse importante meio de comunicação de massa começou na infância: “Quando era menina, ficava ligada, doida para saber as novidades. O rádio atravessou a minha vida inteira”.

Sobre a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio* (no Rio de Janeiro/RJ, AM 940 KHz), que a cada hora transmite uma Prece Ecumênica, Ana destacou: “Eu gosto de ouvir de madrugada, de noite, antes de dormir, acho saudável”.

fins de semana. Mas aí eu comecei a estudar e me aprofundar nos assuntos musicais. Percebi que, se eu quisesse me dedicar mesmo à música como profissão, teria de abandonar aquilo o que eu estava fazendo.”

Para buscar seu sonho, deci-diu então sair da empresa onde trabalhava como recepcionista. Em 1994, estreou no samba com o grupo Couer Sambá, formado pelos filhos do padrinho musical dela, o sambista Martinho da Vila. “A gente não tinha muito espaço para tocar. Era uma época muito difícil para o ritmo, e o Martinho da Vila, prestando atenção nisso, achou interessante formar um grupo de jovens cantando samba. Era um grupo misto, com homens e mulheres... para a época era mais difícil ainda ver mulheres tocando.”

Com um CD e boa recepção nas apresentações pelo Brasil, o grupo, porém, não chegou a durar muito. A dificuldade dos integrantes para con-ciliar as agendas individuais acabou por decretar o fim da iniciativa.

Em 1996, Ana Costa e a pro-dutora cultural Bianca Calcagni

Samba & História

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Page 29: Revista Boa Vontade, edição 235

os fatos são reais e consti-tuem um retrato de corpo inteiro de como as coisas

se passam na Cidade Maravilho-sa. Os nomes estão protegidos por pseudônimos, por motivos facilmente compreensíveis.

A neta de um amigo frequenta a primeira série de um afamado curso de Medicina, no subúrbio do Rio. Por questões de logísti-ca, precisa trocar de condução (ônibus) defronte ao campo do Flamengo, na Gávea. Ela já havia sido alertada sobre a insegurança na região, infestada de ladrões, em geral menores de idade. Che-gou a sua vez. Saltou do ônibus e foi abordada pelo jovem Mário Jr., de 13 anos, que lhe exigiu o celular: “Passa logo, senão vou cortar você!”.

A universitária não viu o caco de vidro, mas não pestanejou, seguindo os sábios conselhos dos

pais. Desvencilhou-se do celular e o garoto saiu andando, depois de colocar a máquina no bolso. Esterzinha caiu em prantos. Logo foi socorrida pela mãe, que chegara de carro para resgatá-la. Sabendo do ocorrido, a mãe ligou para o marido. Contou o fato. Ele teve a pronta reação de acionar o GPS. O garoto não havia desliga-do o aparelho e foi localizado. Es-tava ali perto, defronte ao Clube dos Caiçaras, confraternizando com outros possíveis menores infratores.

A mãe procurou um guarda. Encontrou o modelar Geraldo, guarda municipal há 17 anos, que se prontificou a ir ao encontro do menor. Abordou-o e encontrou o celular roubado. Apreendeu os dois e levou-os para a delegacia, em companhia da mãe e de Ester-zinha. Era preciso fazer a queixa.

Nessa hora, Mário começou a chorar. Negava o roubo evidente. A mãe titubeou, quis desistir da queixa, mas o guarda foi incisivo: “Esses meninos deveriam traba-lhar na TV Globo. São uns artis-tas. Quando apanhados, choram, esperneiam, negam tudo”. O de-legado entrou em cena. Procurou pelos antecedentes do menino de

13 anos. Era a quinta entrada dele na delegacia, por furto e até inva-são de um domicílio, na Gávea. Disse a autoridade: “A senhora fica com pena dele, mas se há cinco registros aqui é porque ele já deve ter participado de mais de 50 assaltos. As pessoas não dão queixa e isso vai se agravando”.

Descobre-se, então, que o “di menor”, como ele se qualifica, está no 5o ano da Escola Muni-cipal Henrique Dodsworth. Es-tuda de manhã e assalta à tarde. Depois, leva o produto dos furtos ou roubos para vender na comuni-dade da Rocinha. Um bom celular vale 100 reais no mercado negro.

Mário Jr. tem mãe, que trabalha o dia todo. Quem teoricamente toma conta dele é a tia, que foi procurada para vir buscá-lo na delegacia. Iria ouvir um sermão do delegado, mas esse estava desani-mado. Segundo ele, a legislação que rege a ação dos menores é bastante frouxa. Se o menino não é educado em casa nem recebe as lições devidas na escola, vai cres-cer na senda do crime. Não estaria na hora de dar uma ampla revisão no Estatuto da Criança e do Ado-lescente? A sociedade sofre com essas brechas inconcebíveis.

Modelo “di menor”

Arnaldo Niskier, doutor em Educação, é membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE–RJ.

Arnaldo Niskier | Especial para a BOA VONTADE

Opinião — EducaçãoArnaldo Niskier

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Da Redação

Filme ensina

CinemaVida plena

inclusãoProdução premiada que reúne atores com síndrome de Down tem exibição especial na ONU

Cena do filme Colegas

30 BOA VONTADE

Page 31: Revista Boa Vontade, edição 235

O Brasil tem cerca de 300 mil pessoas com Down, segun-do a Federação Brasileira

das Associações de Síndrome de Down. Muitas delas trabalham, estudam, namoram, têm vida social plena. É o caso dos atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola, protagonistas do fil-me Colegas, do roteirista e diretor Marcelo Galvão.

Em julho, o filme (Buddies, título em inglês) teve exibição especial durante a 6a Conferência de Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, na sede da ONU em Nova York (EUA). A sessão foi uma iniciativa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infân-cia) e da Missão do Brasil junto às Nações Unidas, acompanhada por delegações oficiais e repre-sentantes de ONGs presentes na conferência. Anualmente, partici-pam desse encontro os países que ratificaram a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiên-cia da ONU.

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), o cineasta falou sobre a expe-riência de dirigir jovens atores com Down. “Eu escrevi um filme que não fala sobre síndrome de Down, deficiência, mas que fala sobre sonhos. Todo mundo sonha, todo mundo quer ir atrás de seus sonhos. Então, é um filme inspi-rador e uma comédia, um filme para cima”, afirmou.

Galvão lembra que a ideia para o filme surgiu por causa de um tio dele com essa síndrome. “Passei

grande parte da minha infância convivendo com ele, e eram mo-mentos mágicos para mim. (...) Ele tinha o coração gigantesco, era um cara divertido, acreditava que tudo era possível. Então, esse astral positivo, esse astral para cima era o que eu queria dar ao filme.”

Grandes amigos, os persona-gens Stallone, Aninha e Márcio — interpretados por Ariel, Rita e Breno — vivem juntos em um instituto para pessoas com Down. Na história, eles decidem certo dia sair dali para realizar cada um seu sonho, inspirados por filmes que já tinham visto na videoteca do lo-cal, em especial Thelma & Louise (1991). Então, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem. A imprensa e a polícia vão atrás do trio, determinado a viver grandes aventuras em busca dos próprios sonhos.

“Antigamente, a gente era

tratado como coitadinho,

como mongoloide, mas a gente

não é nada disso. A gente

só quer ser reconhecido pelo nosso

trabalho. Fico emocionado.”

Ariel Goldenberg ator

Rita Pokk, Ariel Goldenberg e Breno Viola, no set do filme Colegas, em Paulínia/SP. No destaque, o cinesta

Marcelo Galvão.

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Cinema

Para o diretor, os cinco minutos iniciais dessa produção já mostram que é possível fazer bons filmes tendo atores com essa síndrome ou outras deficiências. “Você esquece que eles têm síndrome de Down, você entra na aventura, vibra, chora, ri com eles, mas com eles como atores, como personagens do filme, não como três garotos com síndrome de Down.”

AclamadoEm 2012, Colegas recebeu o

Kikito de melhor filme na 40a edi-ção do Festival de Cinema de Gra-mado, além dos prêmios de direção de arte e especial do júri, para os três jovens atores. Mais importante que esse reconhecimento, na opi-nião do cineasta, é a receptividade do espectador. “O filme dialoga não só com os sindrômicos, não só com a família deles, mas também com outras pessoas que também têm sonhos”, explicou.

Em junho deste ano, nos Estados Unidos, a produção re-cebeu a aclamação do Brazilian Film Festival of New York com o título de melhor filme do fes-tival, na escolha do público. O premiado longa-metragem, que coleciona conquistas também em festivais de cinema no Chile, Rússia, Itália e Portugal, chegou às locadoras brasileiras neste semestre, e em outubro começa a venda do DVD.

O diretor Marcelo Galvão já cogita um novo trabalho, que se chamará “Cadeirantes”: “Um filme três vezes maior que Co-legas, um projeto totalmente de inclusão social”. O realizador

São muitos os exemplos de superação e de novas conquistas de pessoas com Down. A seguir, três

casos que chamaram a atenção no noticiário.

Muito além da telona

Amanda Amaral Lopes, 24 anos.

Primeira pessoa com Down a tomar posse como vereadora na

Espanha, na cidade de Valladolid.

A solenidade de posse da auxiliar administrativa

municipal ocorreu em julho, ao substituir um vereador afastado por motivo de corrupção.

Moradora de Natal/RN, a primeira professora com Down do Brasil estudou na rede regular de ensino. Em agosto, lançou o livro Débora conta histórias. A obra é dirigida às crianças e traz fábulas que tratam do tema da inclusão. Preconceito, rejeição, confiança e amizade estão nos contos sobre os animais de uma fazenda e seus problemas, a exemplo do sapo deficiente, da galinha surda e do passarinho de asa quebrada.

Primeira baiana com síndrome de Down a

concluir um curso de nível superior.

Moradora de Vitória da Conquista, a jovem contou

com o apoio da família para vencer o preconceito.

Formada em Biologia, ela já planeja a pós-graduação na área de genética. A festa de

formatura foi em maio.

Ángela Bachiller, 29 anos.

Débora Araújo Seabra de Moura, 32 anos.

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imaginou como argumento uma cidade de cadeirantes, onde todos os habitantes andam de cadeiras

O Brasil terminou o Campeonato Mundial de Atletismo Paraolímpico com 40 medalhas, sendo 16 de ouro, 10 de prata e 14 de bronze. O país fi-cou em terceiro lugar na classificação geral do mundial, no mês de julho, disputado em Lyon, na França. Um dos destaques dessa campanha foi o velocista Lucas Prado, responsável por duas medalhas de ouro: 100 m T11 e 200 m T11 (categoria para deficientes visuais).

Nascido em Poxoréo/MT, em 1985, Lucas é um exemplo de garra e superação. Na adolescência, teve de enfrentar uma situação dramá-tica: a perda da visão. Contudo, foi buscar forças no esporte para seguir em frente. A seguir, ele conta um pouco de sua história, digna de medalhas.

BOA VONTADE — Quando você perdeu a visão?

Lucas Prado — A partir dos 17 anos fui perdendo minha visão de forma gradativa devido a um des-colamento de retina em uma das vistas; depois, [na outra vista] fui acometido por coriorretinite macular [inflamação no fundo do olho]. En-trei em depressão... tive vontade de cometer suicídio, porém, o esporte me proporcionou uma nova chance de viver.

superação no esporte Lucas Prado

BV — Qual é a principal dificulda-de para uma pessoa com deficiência visual?

Lucas — No meu caso era aceitar que estava cego, que não enxergaria mais. É comum vermos pessoas que não aceitam suas deficiências; esse preconceito contra si próprio é o pior deles. Também existem as barreiras que as pessoas colocam para o defi-ciente. Hoje, causo impacto por reali-zar as mesmas coisas que uma pessoa sem deficiência faz, como utilizar o computador, ir ao banheiro sozinho, ir à rua, pegar o ônibus, viajar etc.

BV — Então, a sociedade precisa se tornar mais inclusiva...

Lucas — Muitos acreditam que o deficiente não é capaz de realizar as mesmas atividades de uma pessoa dita normal. Talvez não saibam, mas meu professor de locomoção é cego, bem como minha professora de braile

e quem me ensinou a utilizar o computador. Eu costumo dizer que, se hoje me oferecessem a cura para minha deficiência, não aceitaria, pois acredito que me tornei uma pessoa melhor, que topa qualquer desafio.

BV — Até esse mundial em Lyon, quais foram seus principais resul-tados?

Lucas — Em 2008 conquistei três medalhas de ouro nas Para-olimpíadas de Pequim, na China. Em 2012, participei dos Jogos Paraolímpicos de Londres e trouxe duas medalhas de prata. Essa foi até minha participação mais difícil, por competir com um músculo da coxa rompido. Neste ano, conquis-tei mais duas medalhas de ouro e ainda quebrei meu próprio recorde de 11s03, atingindo 10s99 no Mundial de Atletismo Paraolímpico na França.

de roda e só um anda em pé. Essa pessoa é o “deficiente” naquele lugar, sofre preconceito e outros

tipos de discriminação. “É uma inversão da forma de como se vê a sociedade hoje.”

Em 2012, Lucas Prado

(E) conquista duas medalhas

de prata nos Jogos

Paraolímpicos de Londres.

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No livro Poemas para Brincar, o escritor e poeta José Paulo Paes fala sobre o que signifi-

ca, para ele, fazer versos: “Poesia/ é brincar com palavras/ como se brinca/ com bola, papagaio, pião./ Só que/ bola, papagaio, pião/ de tanto brincar se gastam./ As pala-vras não:/ quanto mais se brinca/

* Haikai — O termo japonês indica forma de poesia surgida no século 16 no Japão. No Brasil, criou-se uma versão desta com métrica e acentuação adaptadas.

m a N a u S / a m

Encanto pela poesiacom elas/ mais novas ficam./ Como a água do rio/ que é água sempre nova./ Como cada dia/ que é sempre um novo dia”.

Foi assim, sob a inspiração da experiência poética, que a equipe do programa socioeducacional LBV — Criança: Futuro no Pre-sente!, em Manaus/AM, iniciou em

agosto a oficina “Varal de Poesia — Haikai*”.

O projeto foi concebido com o objetivo de “fazer com que as crianças se envolvam e passem a gostar da leitura e aprimorem sua escrita e fala”, diz a pedagoga Paula Figueiredo dos Santos, responsável por conduzir a atividade. Participam

Oficina da LBV diverte a criançada com atividade de leitura e escrita

Acontece no AmazonasFo

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Da Redação

34 BOA VONTADE

Page 35: Revista Boa Vontade, edição 235

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Manaus/AM, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Av. Presidente Castelo Branco, 997, Cachoeirinha — tel. (92) 3215-7930.

dessa ação meninas e meninos de 6 a 12 anos de idade, em situação de vulnerabilidade, em período comple-mentar ao da escola.

Nessa iniciativa, os pequenos têm a oportunidade de conhecer poemas infantis de Vinicius de Moraes e Cecília Meireles, grandes poetas da língua portuguesa. “Depois, com o objetivo de aguçar a criatividade, a imaginação e a interação, foi a vez de falar da poesia haikai, da cultura japonesa, com uma métrica construída por 17 sílabas, divididas em três versos e que fala somente sobre a Natureza”, explicou a edu-cadora.

Ao todo, 50 crianças iniciaram a oficina, e os primeiros resultados do trabalho empolgaram a garotada. Elen Cristina Mendonça, de 11 anos, do 5o ano do ensino funda-mental de uma escola pública, não cansa de dizer que “gosta muito de poesia”. O aprendizado já lhe rendeu elogios: “A minha professora no colégio disse que minha leitura me-lhorou bastante”. O colega dela Davi Nunes da Silva, de 10 anos, não perde nenhuma atividade. “Eu acho muito legal, aprendo mais sobre a po-esia japonesa e posso evoluir. Tenho hoje um vocabulário maior. Sei que haikai é composto pelos vocábulos hai, significa ‘brincadeira, gracejo’, e kai, ‘harmonia, realização’.”

Mobilização, pesquisa e constru-ção poética são as etapas que com-põem o projeto. Segundo a pedagoga Paula Figueiredo, a cada encontro as crianças aprendem mais a respeito

do repertório poético de autores nacionais e do Japão; em seguida, são incentivadas a também escrever um poema. Para Igor José Lima Bentes, 11 anos, aluno do 4o ano do ensino fundamental, poetar é um desafio. “É complicado fazer a ri-mação que a poesia precisa, pensar em várias palavras, porque a poesia tem um diálogo. Ela pode ser sobre vários temas... ser romântica, en-graçada, alegre, que é a que eu mais gosto. Estou muito empolgado.”

A realização de um sarau em novembro, no Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade na capital amazonen-se, marcará o encerramento da ofi-cina. O evento, aberto ao público, celebrará a criatividade infantil, trazendo declamações das poesias produzidas ao longo do projeto. Na ocasião, será entregue um livreto com o material produzido pelos meninos e meninas atendidos pela Instituição.

(1) Vista parcial da fachada da unidade da LBV na capital do Amazonas. (2) No varal de poesia, o resultado da criatividade da garotada.

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MulherAna Paula Padrão

Pessoa decidida, empenha-da em ser feliz e disposta a compartilhar esse sentimento

com todos ao seu redor. Com esse mesmo entusiasmo, a jornalista e empresária Ana Paula Padrão valoriza a busca do equilíbrio entre a atividade profissional e a vida familiar e afetiva. Para isso, não hesitou em deixar a TV (onde comandou telejornais nas maiores emissoras do Brasil) para se de-dicar unicamente à sua produtora de conteúdo Touareg e ao Tempo de Mulher, um portal que oferece serviços e promove palestras e pesquisas com foco no público feminino.

Com o novo projeto, a ideia é estabelecer uma plataforma espe-

Angélica Beck e Leila Marco

cializada que favoreça a mulher no ambiente de trabalho. Isso por meio de “programas e práticas que tornem essa tripla jornada femini-na mais fácil, que deem conforto para ela na hora de ter um filho, e não ter que voltar correndo para o trabalho pelo medo de perder aquela função”, explicou. Para Ana Paula, essa é uma forma de pensar em um futuro melhor para o Brasil, com boa educação para as crianças e menos violência e corrupção, pois investe na família, elemento fundamental na constru-ção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Em setembro, a jornalista es-teve nos estúdios da Super Rede Boa Vontade de Comunicação

(rádio, TV, internet e publicações) na capital paulista para participar de sessão de fotos e gravação de um vídeo institucional da Campa-nha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Todos os anos, a iniciativa mobili-za artistas, personalidades da mídia e o povo brasileiro para uma ajuda especial a quem mais precisa. A meta da campanha é arrecadar 900 toneladas de alimentos não perecí-veis para entregar a mais de 50 mil famílias de baixa renda. Durante a visita, Ana Paula conversou com a equipe da BOA VONTADE.

BOA VONTADE — Como é para você participar da campanha do Natal Permanente da LBV?

Equilíbrioe decisãoDe jornalista a empresária, Ana Paula Padrão

dedica-se à igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho.

Angélica Beck e Leila Marco

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Ana Paula Padrão — É uma honra estar aqui com vocês. Mul-tiplicar a solidariedade é fazer uma sociedade melhor. A gente é atrope-lado todos os dias pela nossa rotina, pelos nossos interesses... É claro que precisamos construir e produ-zir coisas todos os dias para fazer a sociedade andar, o país crescer, mas não é só isso. É realizar isso sem atropelar o outro. Temos que olhar com Boa Vontade quem está ao nosso lado, prestar algum tipo de solidariedade a quem precisa. Não é necessário só fazer doações de alimentos, de roupas; se você doar carinho, todo dia, como sociedade a gente seria melhor, mais nobre, menos egoísta, autocentrada. Isso faz um mundo melhor, mais equi-librado, justo, menos corrompido. O tecido social só fica mais ligado, menos destruído, se você efetiva-mente ama as pessoas.

BV — Seu atual momento pro-fissional é dedicado ao público feminino. Como essa jornada teve início?

Ana Paula — Eu comecei há muitos anos a fazer pesquisas so-bre a mulher brasileira. Primeiro, para satisfazer uma curiosidade minha de jornalista. Eu sabia que o sexo feminino estava passando um momento diferente daquele da mulher dos anos 1980, que saiu de casa para trabalhar e que, muitas vezes, esqueceu o seu lado femini-no, a maternidade. Foi a época das produções independentes [ter um filho sem parceiro]. Era como se não fosse importante ter família; ou seja, fazer tudo sozinha e trabalhar como homem, imitando os padrões masculinos, inclusive porque não tínhamos modelo feminino para copiar. A partir do ano 2000, a mulher começou uma tentativa de resgate de valores eminentemente femininos, de prestar atenção nela mesma de novo.

BV — Como tem sido a recepção do público a esse lado empreen-dedor?

Ana Paula — Sinto que maior do que imaginava. Eu tenho uma

ligação muito forte com as mu-lheres. Nunca escondi do público o que queria fazer e os meus mo-mentos de felicidade e de infelici-dade, de mudanças na minha vida, de recuperar determinadas coisas que deixei para trás. (...) Então, como minha relação sempre foi de transparência com o público, tive um retorno muito grande. Isso é bom, porque sem credibilidade não se chega a lugar nenhum nes-sa área. A comunicação tem sido muito boa com essa mulher da classe média brasileira, a exemplo da comunicação com as mulheres que estão em grandes corporações e podem disseminar nessas empre-sas um ambiente de trabalho mais favorável para nós... por meio de programas e práticas que tornem essa tripla jornada feminina mais fácil, que deem conforto para ela na hora de ter um filho, e não ter que voltar correndo para o traba-lho pelo medo de perder aquela função.

BV — E o papel da comunicação social nesse processo?

Ana Paula — A comunicação é sempre muito importante. Muita gente diz: “Ah, o jornalismo vai acabar... A comunicação já não é a mesma. A notícia está se banalizan-do”. Eu até entendo, mas discordo. A notícia é um produto tão nobre, tão necessário, que nunca vai aca-bar. Podem mudar as plataformas, os interlocutores, a maneira de absorvê-la, mas a sociedade vai sempre precisar da notícia. Quanto mais democrática for a notícia, me-lhor, pois a mais pessoas chegará e mais benefícios levará.

Angélica Beck, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, entrevista Ana Paula Padrão.

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Page 39: Revista Boa Vontade, edição 235

BV — A igualdade de gênero é possível?

Ana Paula — Nós somos diferentes, homens e mulheres. Enquanto tentamos provar que éramos iguais, deu tudo errado. O feminismo foi importante inicial-mente porque abriu muitas portas para todas nós. Todo movimento radical tem que quebrar alguns tabus e ser exagerado, senão ele não provoca a mudança necessá-ria. Agora é tempo de fazer outro caminho, tempo de entender as diferenças e utilizá-las da melhor maneira possível. No ambiente de trabalho, por exemplo, os homens são mais focados, mais hierarquizados. Numa empresa

em geral, é o que se entende por gestão masculina, aquela na qual um currículo é o que vale uma vaga e pronto. O que se entende por gestão feminina são pessoas e talentos adaptados aonde vão produzir bem. Isso é aproveitar melhor a capacidade de homens e mulheres. Com isso eu estou dizendo que a gente não deva di-vidir todo o resto? Não! Temos de dividir, sim! É tanto responsabili-dade do homem quanto da mulher educar direito uma criança, amar um filho, sustentar uma família. (...) Agora, a gente pode trabalhar essa igual-dade de gêneros aproveitando o

melhor das diferenças e unindo o melhor dos resultados.

BV — Como a mulher deve li-dar com as jornadas duplas ou triplas?

Ana Paula — Quando está so-brecarregada, a última coisa que ela olha é para si mesma. Vamos ser honestas... a gente está feliz? É uma pergunta que me faço todos os dias e tento responder. Toda vez que rompo com alguma coisa que está me fazendo mal, é porque olhei para mim e falei assim: “Não dá! Estou sobrecarregada, não estou feliz!”.

Então, toda vez que vejo mu-lheres reclamando muito:

“Não dá tempo para nada!

“Usar a minha imagem a favor de uma bela causa e saber que com isso estou proporcionando um fim de ano melhor para tanta gente que realmente precisa é uma emoção. Esses 30 anos em que fiquei exposta na televisão fizeram com que as pessoas acreditassem em mim, e essa credibilidade é o que eu doo para a LBV e para essas famílias que terão um Natal mais feliz. Por isso, meus colegas e eu estamos participando desta campanha.”

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trabalho feminina, tampouco deixar de ter crianças bem-educadas, lares estáveis; a sociedade é feita de famí-lias. Ou o homem começa a dividir as coisas com a mulher, e as empresas dão mais condições para que a gente seja profissional, mulher e mãe, ou a sociedade não vai acontecer, ela vai ficar um tecido esgarçado e não vai chegar a lugar nenhum.

BV — O equilíbrio é a chave para o sucesso na vida profissional e pessoal?

Ana Paula — Tanto a mulher como o homem precisam de paz de espírito, ter tranquilidade, para ser uma pessoa equilibrada emocional-

mente. O tempo passa muito rápido, e quando a gente vê, não aproveitou o melhor. O mundo da produtividade do trabalho exige um tempo muito diferente daquele para ver uma criança crescer, e temos de equilibrar essas coisas. Pais querem ser pais, mães querem ser mães, como é que se faz a amarração dessas coisas? Para que todas elas aconteçam em seus ritmos, é necessário um dividir com o outro. Assim, não teremos de ficar 28 horas plugadas por dia, por-que diariamente só temos 24 horas e precisamos dormir, descansar, amar e sermos amadas. A vida solitária é mais pobre... uma vida mais difícil.

BV — Que mensagem deseja transmitir aos leitores da BOA VONTADE?

Ana Paula — Eu espero sin-ceramente que a sociedade evolua para mais equilíbrio. Não dá para passar por essa vida só trabalhando e também não dá para ficar só vendo os outros fazendo isso. Todo mundo quer produzir alguma coisa, quer ver a sua obra ficar. Mas à custa de quê? Em que velocidade? É nisso que precisamos pensar. É muito importante para a mulher hoje fazer parte de uma sociedade produtiva, e isso se dá de várias maneiras. O homem também precisa ver o quanto é importante, legal, e quanto gera de felicidade ter um tempo para os filhos, para a casa. Esse encontro vai acontecer de uma maneira mais fácil se cada um chegar ao meio da questão e parar de ficar um pouco nas pontas. Eu espero que isso ocorra naturalmente e, daqui a uma geração, possamos finalmente falar de outros assuntos.

Uma das jornalistas mais conceituadas do país, Ana Paula Padrão nasceu e cresceu em Brasília/DF. Foi correspondente internacional em Londres (Reino Unido) e Nova York (Estados Unidos). Nesse período, cobriu a Guerra do Kosovo, na década de 1990; o fim do regime talibã no Afeganistão, em 2001; e as consequências do acidente nuclear na usina de Tokaimura, no Japão, em 1999. Ganhou notabilidade ao observar a alma feminina em suas reportagens, mostrando a mulher de culturas, costumes e tradições diferentes. Em quase 30 anos de carreira, foi âncora de importantes telejornais do país, na TV Globo, no SBT e na Rede Record.

Alma de repórter

Eu tenho tanta coisa para fazer!”, eu penso que é muita responsabilidade para ela fazer essa mudança, olhar para si e dizer: “Onde está o ponto de infelicidade? Eu dou conta disso tudo ou só estou querendo ter o respeito social porque sou uma mulher que conseguiu fazer tudo?”. Esse negócio de supermulher ficou fora de moda. E veja que eu não estou sugerindo que a mulher pare de trabalhar e volte para casa, não. Mas que ela procure com seu companheiro, com seu che-fe e sua empresa as condições mais favoráveis para que trabalhe bem. Esse é um movimento muito forte na Europa e nos Estados Unidos. O Brasil não pode abrir mão da força de

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ajude! www.euajudoamudar.org40 BOA VONTADE

Page 41: Revista Boa Vontade, edição 235

ajude! www.euajudoamudar.org

Mais de 70% do trabalho socioeducacional da

LBV beneficia crianças e adolescentes

Atendimento (por faixa etária)0 a 5 anos

6 a 15 anos

15 a 17 anos

18 a 25 anos

26 a 59 anos

mais de 60 anos

8%

8%

58%

5%

5%

16%

Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV

Número de atendimentos e

benefícios prestados pela Legião da

Boa Vontade de 2008 a 2012

Há duas décadas, a Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de a legislação que exige essa medida entrar em vigor.

20092008 2010 2011 2012

8.01

6.75

8

8.50

8.48

2

9.43

4.94

3

10.2

55.8

33

GiGantecomo o povobrasileiro

7.487

.023

Trabalho da LBV cresce e supera 10,2 milhões de atendimentos e benefícios em 2012. Com a sua ajuda, essa marca será superada em 2013!

Page 42: Revista Boa Vontade, edição 235

Acontece em Santa Catarina

S ã o j o S é / S c

Programa da LBV ajuda gestantes

a superar inseguranças

dessa fase com afeto, informação

e permanente apoio.

com filho de até 1 ano, de famílias em situação de risco social, rece-bem amparo material e orientação por meio do programa Cidadão--Bebê. As gestantes participam de oficinas e palestras educativas sobre o cuidado com a criança e sobre a importância dos vínculos familiares, entre outros temas. Também ganham, na etapa final do curso, um enxoval para elas e para o bebê.

Uma das cidades em que esse trabalho ocorre é São José, na região metropolitana de Floria-

A maternidade costuma ser uma experiência rica e mar-cante na vida de toda mulher.

Mas também quase sempre implica mudanças no estilo de vida em face das novas responsabilidades do papel de mãe. Se não bastasse certa insegurança comum nessa fase, a realidade brasileira mostra que muitas gestantes ainda não contam com acompanhamento médico de qualidade e recursos materiais necessários para cuidar do bebê.

Por isso, na Legião da Boa Von-tade, futuras mamães e mulheres

Desafiosda maternidade

Fabíola Bigas e Mariane de OliveiraFotos: Derli Francisco

42 BOA VONTADE

Page 43: Revista Boa Vontade, edição 235

Equipe da Record News SC registra a entrega dos enxovais às gestantes atendidas pelo

programa Cidadão- -Bebê, da LBV. A reportagem completa foi exibida no Jornal do Continente, apresentado pelo jornalista Jota Pacheco.

nópolis/SC. Lá, o atendimento às mamães está sendo ampliado graças à inauguração de novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV. Com mais esse espaço, a expectativa é a de continuar expandindo as atividades que promovem cidada-nia e favorecem a autoestima e a inserção sociocultural das pessoas e famílias atendidas.

Agradecida pelo apoio recebido na Instituição, Jussara dos Santos, do primeiro grupo de mulheres assistidas pelo programa neste ano,

Quarta cidade mais populosa de Santa Catarina, São José localiza-se na região metropolitana de Florianópolis, capital do Estado. O município conta com 215.278 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, estima-tiva de 2012). A base da economia josefense está no comércio, na indústria e no setor de prestação de serviços, com destaque para atividades geradoras de renda, como a pesca artesanal. Ao mesmo tempo em que hoje a cidade experimenta rápido crescimento do mercado imobiliário e forte verticalização, também enfrenta muitos problemas decorrentes da desigualdade social.

Sobre São José

BOA VONTADE 43

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 235

Em 30 de agosto, o Centro Co-munitário da LBV em São José promoveu um encontro festivo para marcar a entrega de enxovais e do certificado de participação no progra-ma Cidadão-Bebê ao segundo grupo de gestantes atendidas. Na ocasião, agradeceram à Instituição a oportuni-dade de vivenciar um espaço único, de aprendizado e confraternização.

A atendida Michele Silva*, 28 anos, mãe de Mateus, Juliana e Igor, lembrou como era sua vida antes de participar do programa. “Eu era uma pessoa depressiva, não conseguia trabalhar, só chorava. Ficava dentro de casa, porque não queria sair durante a minha gravidez. (...) Já

“Aprendi muita coisa na LBV”

Mortalidade infantil cai 77% em 22 anos

estava quase perdendo meu bebê, tanto que fiquei quase um mês in-ternada antes de tê-lo. Eu não estava aceitando o meu neném.”

Com o apoio da Instituição, Michele passou a enxergar a materni-dade de modo diferente: “Eu agradeço muito à LBV. Eu estava com depres-são, e a equipe da LBV me ajudou bastante. Através das palestras, da ajuda da assistente social, tive vonta-de de ter o meu filho e vi que não era nada daquilo que eu pensava. A LBV me ajudou a ver que eu posso traba-lhar, me reunir com outras pessoas... Agora eu estou bem feliz”.

O aprendizado de Michele foi logo posto em prática no cuidado

dos filhos, o que incluiu a técnica da amamentação. “Eu já sou mãe de segunda viagem, mas não sabia amamentar direito. O banho, as do-res, tudo sobre o bebê eu aprendi; foi tudo novo.”

Ela e outras atendidas também ressaltaram a importância daqueles que contribuem para tornar o traba-lho socioeducacional da LBV uma realidade diária. “Eu agradeço, em nome de todas as mães, aos cola-boradores. Não deixem de ajudar, por menor que seja a quantidade, porque é muito importante. Desde uma fralda até um pão, um quilo de arroz, de feijão, o que vocês ajudam para nós é tudo”, destacou.

De acordo com levantamento do Unicef, divulgado em setembro, a

taxa de mortalidade infantil no Brasil — compreendendo crianças de até 5 anos — caiu 77% entre 1990 e 2012.

Segundo o Relatório de Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência

Infantil: Uma Promessa Renovada, o número de mortes a cada mil crianças

nascidas vivas caiu de 62, em 1990, para 14, em 2012. Com isso, o país passou a ocupar o 120o lugar de um ranking com mais de 190 nações. A queda do índice

possibilitou ao Brasil o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio

4 (ODM 4) — reduzir a mortalidade na infância — quatro anos antes do prazo

estabelecido.

declarou: “Na LBV aprendi muitas coisas, como o cuidado com o bebê, a importância da amamentação. Nas oficinas de artesanato, aprendi a fazer biscuit, toalhinhas”. Segundo ela, as lições aprendidas no curso serão passadas ao filho. “Espero que ele seja um incentivador do Bem, porque esse é o espírito da LBV, formar cidadãos de bem. Quero que meu filho seja estudioso, trabalhador e cumpridor de seus compromissos.”

Semeando o Bem

A nova unidade socioeducacio-nal da LBV em São José possibili-tou a ampliação da capacidade de atendimento em cerca de 70% na Grande Florianópolis. Com isso, aumenta o alcance do programa Es-paço de Convivência, que beneficia jovens e adultos.

Na cerimônia que marcou a entrega do novo espaço, em 9 de julho, estiveram presentes colabo-radores e parceiros da Instituição, autoridades locais e a imprensa.

Na ocasião, o secretário de As-sistência Social de São José, Lédio Coelho, representando a prefei-ta Adeliana Dal Pont, afirmou: “À Legião da Boa Vontade, nossos parabéns em nome do município! E desde já nos colocamos à disposi-ção para grandes parcerias, porque feliz é aquele que pode fazer o Bem, e a LBV tem feito isso não só em São José, mas também no mundo”. E acrescentou: “Enquanto as crian-ças cantavam, eu estava pensando que é possível mudar, é possível vencer, porque o Bem sempre vence o mal. E a LBV planta isso no cora-ção das pessoas”.

* Foram usados pseudônimos, a fim de preservar a identidade da atendida e de seus filhos.

Acontece em Santa Catarina

44 BOA VONTADE

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 235

Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania Infantil

de acordo com vários estudos, a cárie dentária é a doença crônica mais comum entre es-

tudantes de 5 a 17 anos. Atenta a essa questão, a Legião da Boa Vontade oferece atendimento odontológico a crianças e adolescentes de famílias de baixa renda em suas unidades espa-lhadas pelo país durante o ano todo. No Centro Educacional da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, por exemplo, to-dos os anos a Instituição promove o Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania Infantil.

Neste ano, a iniciativa ocorreu entre 7 e 11 de outubro, sob a coorde-nação do cirurgião-dentista e implan-todontista dr. Ariel Apelbaum e da doutora em Odontologia Preventiva e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Sonia Groisman. O mutirão contou também com a presença da fonoaudióloga Genise Ferreira, além de alunos do último período do

curso de Odontologia, profissionais com especialização em Saúde Coleti-va e Familiar e mestrandos em Clínica Odontológica, na área de orientação em Política de Saúde, todos ligados à UFRJ.

Crianças e adolescentes da escola e gestantes atendidas pelo programa Cidadão-Bebê, da LBV, assistiram a palestras educativas sobre como deve ser feita a escovação dos dentes, o que ajuda, inclusive, na prevenção de ma-

les como diabetes e doenças cardiovasculares.

“É uma ação pioneira, de longo prazo, investigando e tentando traçar um projeto para que as crianças real-mente não precisem de um

trabalho restaurador. Trazemos a pre-venção para que tenham um sorriso bonito e saudável”, afirmou à BOA VONTADE o dr. Ariel Apelbaum.

O cirurgião-dentista externou a satisfação de participar do mutirão: “Sinto-me lisonjeado em colaborar com a LBV, trabalhar com essas crianças e ver o sorriso e tudo o que vocês têm feito para elas. Isso aumenta o meu carinho não só pela LBV, mas também por todo o serviço que faz, no Rio e em todo o Brasil”.

A dra. Sonia Groisman destacou, na ocasião, a qualidade do serviço prestado pela Instituição. “O traba-lho da LBV é muito bonito; não só o odontológico, mas toda essa ação de inserção social.” E completou a professora: “Essas crianças têm a facilidade de ter o atendimento no ambiente escolar; os pais não preci-sam levá-las em lugar nenhum. Isso é a construção da cidadania, de ter o direito à saúde. O que a LBV faz é de fundamental importância”.

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ioAcontece no Rio de Janeiro

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Dra. Sonia Groisman

Genise Ferreira

Dr. Ariel Apelbaum

A partir da esquerda, Patrícia Corrêa (auxiliar de saúde bucal, da LBV) e a equipe da UFRJ e da Apelbaum Odontologia: Telma Borzino, Dafne Apelbaum, Sonia Groisman, Roberta Brito, Ana Catarina Loivos, Rafaela Torres, Marcelle Viana e Lecine Borzino.

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Page 46: Revista Boa Vontade, edição 235

ONUParticipação brasileira

46 BOA VONTADE

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 235

um dos seis órgãos principais da Organização das Nações Unidas — ao lado da Assembleia-Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho de Tutela, da Corte Internacional

de Justiça e do Secretariado —, o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) reúne representantes de países membros da ONU e organi-zações da sociedade civil para a discussão dos desafios econômicos, sociais e ambientais do planeta. De 1o a 4 de julho, em Genebra, Suíça, a Reunião de Alto Nível do Ecosoc, importante encontro anual da ONU, promoveu debates entre autoridades mundiais em torno do tema “Ciência, Tecnologia e Inovação, e o potencial da cultura na promoção do desenvolvimento sustentável e no cumpri-mento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.

De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki--moon, “ciência, tecnologia e inovação desempenharão um papel fundamental na condução do desenvolvimento sustentável”. Por isso, esses elementos deverão ter um papel cada vez mais importante na agenda colaborativa internacional, tendo em vista os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas globais que podem entrar em vigor em 2015.

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Recomendações da LBV são apresentadas oficialmente na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU em Genebra

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Sala do Conselho de Direitos Humanos e da Aliança das Civilizações no Palais des Nations, em Genebra, reestilizada pelo artista espanhol Miquel Barceló, em 2008. Na ousada obra, Miquel recobriu a abóbada da sala com o efeito de estalactites multicoloridas de alumínio, que mudam de tom dependendo do lugar de onde são vistas.

o r g a N i z a ç ã o d a S N a ç õ e S u N i d a S

BOA VONTADE 47

Page 48: Revista Boa Vontade, edição 235

ONU

Já o presidente do Conselho Eco-nômico e Social da ONU, Néstor Osorio, declarou: “Ciência, tecno-logia, inovação e cultura podem impactar de forma significativa cada uma das três dimensões do desenvolvimento sustentável — a econômica, a social e a ambien-tal. Elas apresentam enormes oportunidades, mas (...) também colocam desafios significativos”. Ambos participaram da cerimônia de abertura do encontro, acompa-nhados do presidente da 67a sessão da Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić, e do presidente da Confederação Suíça, Ueli Maurer.

(1) O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, é saudado por Adriana Rocha, da LBV, enquanto recebe a edição especial da BOA VONTADE, em inglês. Atencioso, folheou a publicação e reafirmou sua admiração pelo trabalho da Instituição. (2) Juan Manuel Santos Calderón (D), presidente da Colômbia, com o representante da LBV. Em Genebra, Calderón discursou na Sessão Substantiva do Ecosoc. (3) Recebem as recomendações da LBV, em inglês, a nigeriana Amina J. Mohammed (C), conselheira especial da ONU para o Planejamento de Desenvolvimento pós-2015, e a neozelandesa Helen Clark (D), administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A LBV abre o pronunciamento da sociedade civil na plenária da ONU em Genebra/Suíça. O discurso é feito por Danilo Parmegiani, representante da LBV nas Nações Unidas.

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48 BOA VONTADE

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Néstor Osorio (E), presidente do Ecosoc/ONU, recebe de Danilo Parmegiani, representante da LBV, a revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em inglês. Com alegria, recordou nesse encontro a participação dele na abertura da Conferência sobre Tecnologia e Educação, coorganizada pela LBV, em maio deste ano, na sede da ONU, em Nova York/EUA.

Irina Bokova (E), diretora-geral da Unesco, e a jovem Ana Paula de Oliveira (D), da LBV, conversam sobre a publicação especial da Instituição, em francês.

Razão e sentimentoA Legião da Boa Vontade esteve

representada na Reunião de Alto Nível do Ecosoc. Aos participantes do evento, apresentou suas recomen-dações. Na ocasião, foi entregue às delegações presentes a edição es-pecial da revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável (nas versões em português, inglês, fran-cês e espanhol). A publicação intro-duz a temática do encontro com uma mensagem do diretor-presidente da LBV, jornalista, escritor e radialista José de Paiva Netto. Em seu artigo “Ciência, Tecnologia, Inovação, Cultura e o papel da Solidariedade Ecumênica”, o autor mostra a im-portância do sentimento fraterno sem fronteiras no cumprimento dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Nas imagens que ilustram esta reportagem, o leitor acompanha a divulgação das recomendações da LBV e a boa acolhida do público.

Em 3 de julho, a Instituição abriu os pronunciamentos da sociedade

Representantes da LBV confraternizam com membros da delegação do Quênia. A partir da esquerda, Katherine Muoki, do Ministério de Descentralização e Pla-nejamento; Patrick Nzusi, primeiro conselheiro do Ministério de Relações Exte-riores; Sabina Wakio Maghanga, responsável pela Diretoria de Cooperação In-ternacional do Ministério do Planejamento e Desenvolvimento Nacional; Zablone Owiti, do Ministério de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia; Adriana Rocha, da LBV; o economista Joseph Masila, do Ministério de Relações Exteriores; e Noys Rocha, da LBV.

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Baixe o QR Code em seu smartphone,

fotografe o código e leia a publicação

especial da LBV para o evento: BOA VONTADE

Desenvolvimento Sustentável.

BOA VONTADE 49

Page 50: Revista Boa Vontade, edição 235

ONU

Wu Hongbo (D), subsecretário-geral do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN/Desa), recebe a publicação especial da LBV para a reunião do Ecosoc, na versão em inglês.

Dr. Ibrahim Saif (D), ministro de Planejamento e Cooperação da Jordânia, comenta sobre a revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em inglês, com Danilo Parmegiani, da LBV.

O vice-ministro do Meio Ambiente da República Unida da Tanzânia, Charles Muhangwa Kitwanga, recebe a publicação especial com as recomendações da Legião da Boa Vontade, em inglês, de Ana Paula de Oliveira, da LBV.

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Pascal Lamy, então diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), com Adriana Rocha, representante da LBV no evento.

civil, no plenário das Nações Unidas, para dezenas de autoridades interna-cionais. Na palavra do representante da LBV dos Estados Unidos, Danilo Parmegiani, foram destacadas a mensagem fraterna e as boas práti-cas da Obra, bem como o resultado dos debates promovidos pelo painel intersetorial “Cooperação Constru-tiva”, coordenado pela Instituição durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, no Rio de Janeiro/RJ.

Representante da LBV no evento entrega exemplar da BOA VONTADE especial, em espanhol, a Gladys Triveño Chan Jan (D), ministra da Produção do Peru.

50 BOA VONTADE

Page 51: Revista Boa Vontade, edição 235

5a edição do Prêmio ODM BrasilEm 2 de julho, ocorreu o

seminário de lançamento da 5a edição do Prêmio ODM Brasil, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. A iniciativa faz parte das ações do governo federal com o objetivo de reco-nhecer e valorizar práticas bem--sucedidas de organizações da sociedade civil e de prefeituras que contribuam no cumprimento dos oito Objetivos de Desenvol-vimento do Milênio (conjunto de metas globais firmadas pelas Na-ções Unidas a serem alcançadas até 2015).

Dos projetos apresentados pelas instituições, 60 serão selecionados e receberão a vi-sita de técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP)

Jorge Chediek

e de ministérios. Desses, restarão 30 projetos. Os finalistas partici-parão da cerimônia de entrega do prêmio em Brasília/DF, em 2014.

Presente no evento, uma equi-pe da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY) entrevistou o coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-mento (PNUD) no Brasil, Jorge Chediek. Segundo ele, o cumprimento das metas do milênio depen-de do ativo engajamento da sociedade civil. “A participação do que cha-mamos de Terceiro Setor, do trabalho voluntário, é a chave para complementar a ação da política pública. E a socieda-de civil brasileira tem mostrado

um grande compromisso com a construção de uma sociedade melhor. Temos gerado muitas boas práticas no Brasil, as quais têm sido compartilhadas através da rede da ONU com outros paí-

ses”, afirmou.A coordenadora do

Movimento Nós Pode-mos SP, Nancy Alemany, também considera fun-damental a participação das ONGs e demais ins-tituições. “Eu vejo o Ter-ceiro Setor, onde essas organizações estão in-cluídas, como ator prin-cipal desse movimento. (...) Elas estão mais próximas da realidade que a comunidade vive

e têm toda a condição de trazer para a gente esse raio X do que está acontecendo.”

Nancy Alemany

Com transmissão em tempo real, pela TV e Rádio ONU, para todo o mundo, o pronunciamento da LBV ressaltou o pensamento de Paiva Netto que alerta para o risco de se permitir que os avanços das pesquisas sejam condicionados por uma lógica puramente econômica e excludente: “A tão pretendida mudança estrutural deve contar, portanto, além do poder da Razão, com o melhor do Sentimento da Criatura; do contrário, continuará expressando a vontade nefelibata em que, por tantas vezes, quase se transformou. Urge, pois, aliar mente e coração. Que fitem os olhos as alturas, mas convém que os pés no chão permaneçam fir-

املتحـدة األمــمE/2013/NGO/61

واالجتماعي االقتصادي Distr.: Generalاجمللس22 April 2013 ArabicOriginal: English

230513 210513 13-30348 X (A)

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املستوى الرفيع السنوياجلزء الوزاري االستعراض

من مقدم اخلبيان لـدىوهو،ريفيلق استـشاري مركـز ذات حكوميـة غري منظمة واالجتماعي االقتصادي اجمللس

طبقـا تعميمـه يـتم الذي التايل، البيان العام األمني قـرار٣١و٣٠للفقـرتنيتلقى مـنواالجتماعي االقتصادي ١٩٩٦٣١اجمللس

联 合 国 E/2013/NGO/61

经济及社会理事会 Distr.: General 22 April 2013 Chinese Original: English

13-30349 (C) 130513 160513

*1330349C*

2013 年实质性会议

2013 年 7 月 1 日至 26 日,日内瓦

高级别部分:年度部长级审查

具有经济及社会理事会咨商地位的非政府组织友好社提交的陈述

秘书长收到以下陈述,现依照经济及社会理事会第 1996/31 号决议第 30 和

31 段的规定分发。

United Nations E/2013/NGO/61

Economic and Social Council Distr.: General 22 April 2013

Original: English

13-30350 (E) 160513

*1330350*

Substantive session of 2013 Geneva, 1-26 July 2013 High-level segment: annual ministerial review

Statement submitted by Legião da Boa Vontade, a

non-governmental organization in consultative status with the

Economic and Social Council

The Secretary-General has received the following statement, which is being

circulated in accordance with paragraphs 30 and 31 of Economic and Social Council

resolution 1996/31.

Nations Unies E/2013/NGO/61

Conseil économique et social Distr. générale 22 avril 2013 FrançaisOriginal : anglais

13-30351X (F)

*1330351*

Session de fond de 2013 Genève, 1er-26 juillet 2013 Segment de haut niveau : examen ministériel annuel

Déclaration présentée par Legião da Boa Vontade,

organisation non gouvernementale dotée du statut

consultatif auprès du Conseil économique et social

Le Secrétaire général a reçu la déclaration suivante, qui est distribuée

conformément aux paragraphes 30 et 31 de la résolution 1996/31 du Conseil

économique et social.

Naciones Unidas E/2013/NGO/61

Consejo Económico y Social Distr. general 22 de abril de 2013 EspañolOriginal: inglés

13-30353X (S)

*1330353*

Período de sesiones sustantivo de 2013

Ginebra, 1 a 26 de julio de 2013

Serie de sesiones de alto nivel: examen

ministerial anual

Declaración presentada por Legião da Boa Vontade,

organización no gubernamental reconocida como

entidad consultiva por el Consejo Económico y Social

El Secretario General ha recibido la declaración que figura a continuación, la

cual se distribuye de conformidad con los párrafos 30 y 31 de la resolución 1996/31

del Consejo Económico y Social.

Организация Объединенных Наций E/2013/NGO/61

Экономический и Социальный Совет

Distr.: General 22 April 2013 Russian Original:

13-30352 (R) 090513 140513

*1330352*

Основная сессия 2013 года Женева, 1-26 июля 2013года

Этап заседаний высокого уровня:

ежегодный обзор на уровне министров

Заявление, представленное, Легионом доброй воли, —

неправительственной организацией, имеющей

консультативный статус при Экономическом и Социальном

Совете

Генеральный секретарь получил следующее заявление, которое распро-

страняется в соответствии с пунктами 30 и 31 резолюции 1996/31 Экономиче-

ского и Социального Совета

Árabe Chinês

Inglês Russo

FrancêsEspanhol

Fac-símile de documento da LBV traduzido pela ONU para os seis idiomas

oficiais das Nações Unidas.

Para lê-lo, baixe o QR Code em

seu smarthphone e fotografe o

código.

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BOA VONTADE 51

Page 52: Revista Boa Vontade, edição 235

ONU

Zhu Min, vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), posa com a BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em inglês.

mados”. Além disso, a intervenção permanecerá gravada nos registros oficiais da Conferência e da Tele-visão das Nações Unidas.

Em sua declaração na ONU, a LBV mostrou acreditar que a socie-dade planetária pode beneficiar-se intensamente do emprego solidário das novas tecnologias — em espe-cial, as de informação e comuni-cação e as socioambientais. Tam-

Ana Paula de Oliveira e Adriana Rocha, da LBV, confraternizam com a embaixadora Angelica C. Navarro Llanos (C), da missão permanente do Estado Plurinacional da Bolívia para o Escritório das Nações Unidas em Genebra.

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Stefano Keller (D), membro do conselho administrativo da Associação Universal de Esperanto (UEA) e chefe da delegação da UEA nas Nações Unidas em Genebra, confraterniza com Ana Paula de Oliveira e Danilo Parmegiani, da LBV. Stefano recebeu publicações da Instituição em francês e em esperanto.

bém enfatizou a necessidade de se aprofundar o debate global sobre o próprio fazer científico e os valores que o permeiam.

A Legião da Boa Vontade possui desde 1999 status consultivo geral no Conselho Econômico e Social, no qual expõe suas recomendações (traduzidas para os seis idiomas oficiais das Nações Unidas: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e

russo). A LBV contribui nos eventos da ONU levando sua experiência de mais de 60 anos de trabalho humanitário e atendimento socio-educacional a famílias de baixa renda. Regularmente, apresenta a autoridades internacionais pro-postas inspiradas em valores da Solidariedade Ecumênica para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Josco Klisović (E), vice-ministro do Exterior e de Relações Europeias da Croácia, e o representante da LBV.

para sua família!

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Page 53: Revista Boa Vontade, edição 235

Super rede boa vontade de rádio 24 horas no ar

netCidades: aMaZONas: Manaus; RiO de JaNeiRO: angra dos Reis, Barra Mansa, Resende; sÃO PaULO: americana, araçatuba, araraquara, araras, Catanduva, Hortolândia, itapetininga, Limeira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim e Rio Claro.

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Rio de Janeiro/RJ: AM 940 kHzSão Paulo/SP: AM 1230 kHzPorto Alegre/RS: AM 1300 kHz • OC 25 m - 11.895 kHz e OC 31 m - 9.550 kHz e OC 49 m - 6.160 kHzBrasília/DF: AM 1210 kHzSanto Antônio do Descoberto/GO: FM 88,9 MHzSalvador/BA: AM 1350 kHzManaus/AM: AM 610 kHzMontes Claros/MG: AM 550 kHzSertãozinho, região de Ribeirão Preto/SP: AM 550 kHzUberlândia/MG: AM 1210 kHz

Page 54: Revista Boa Vontade, edição 235

com um barulho dessesDurma-se

SaúdeSono e qualidade de vida

Estresse, sobrepeso, excesso de atividades... O que faz 40% da população mundial, segundo a OMS, não ter qualidade no sono?

Mariane de Oliveira | Ilustrações: Carla Luz

54 BOA VONTADE

Page 55: Revista Boa Vontade, edição 235

Nada melhor do que acordar pela manhã com a sensação de ter descansado bem, física

e mentalmente, não é mesmo? Além de indispensável para o bem-estar de corpo e mente, ter um bom des-canso é essencial para a saúde no longo prazo. Nesse período de re-pouso, o organismo recupera ener-gias dispensadas durante o tempo em que a pessoa esteve acordada. Outras funções são atribuídas ao sono reparador, tais como conso-lidação da memória, regulação da temperatura corporal e manutenção do equilíbrio geral do corpo e das substâncias químicas no cérebro que controlam o ciclo vigília-sono.

Entretanto, a vida agitada nos dias de hoje é fator que tem preju-dicado a qualidade do sono, espe-cialmente de quem vive em grandes centros urbanos. A carga de ativi-dades diárias também compromete a quantidade de horas necessárias para garantir o descanso saudável. Por isso, homens e mulheres têm dormido menos. De acordo com a médica Luciana Palombini, do Instituto do Sono, em São Paulo/SP, temos diminuído, em média, uma hora de sono nos últimos 20 anos.

Em entrevista à BOA VONTA-DE, a especialista explica os motivos para esse déficit de sono. Segundo ela, dormir menos é uma tendência verificada mundialmente. “Isso se

deve ao aumento da competitividade e à crescente opção de atividades, estímulos, durante as 24 horas do dia. Você tem que se preparar, tem que fazer cursos para competir bem, (...) academia, a pressão é grande para se fazer mais; aí, chega em casa, tem mais trabalho, e no dia seguinte precisa acordar cedo...”

Além da sobrecarga de afazeres, que faz a pessoa acumular horas sem dormir, muitos outros fatores podem dificultar uma boa noite de sono. O estresse, por exemplo, está entre os principais causadores de distúrbios. “O estresse tem contribuído, sim, para piorar a qualidade do sono e aumentar as queixas de insônia. Agora, distúrbios relacionados à parte respiratória, como o ronco e a apneia, são outros fatores”, afirmou a dra. Luciana Palombini.

Ler antes de dormir faz o sono chegar mais rápido. No entanto, a leitura por meio de aparelhos eletrônicos, como tablets, computadores e celu-lares, pode atrapalhar o sono, segundo estudo recente do Centro de Pesquisa da Luz do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos. Isso porque a melatonina, hormônio que in-fluencia a regulação do sono, só é liberada no organismo humano quando o ambiente escurece. Se a pessoa fica exposta à luz des-ses aparelhos, o corpo deixa de produzir melatonina durante a noite, dificultando desse modo o repouso. O estudo mostrou que, depois de duas horas de intera-ção com um tablet, o hormônio que favorece o sono se reduz em 22%. Por isso, atenção: leia muito e sempre, mas, na hora de dormir, o tradicional livro de papel é ainda a melhor opção.

curiosidadesO ser humano passa cerca de um terço da vida dormindo.

O adolescente precisa dormir de oito a nove horas por noite. Atualmente, é comum muitos deles dormirem tarde e acordarem cedo para estudar, o que pode trazer prejuízo à saúde. “O adolescente tem uma tendência a começar o sono mais tarde. Por isso, a maioria está dormindo muito menos do que deveria numa fase que é extremamente importante”, alertou a dra. Luciana Palombini.

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Luz de tablets, computadores

e celulares atrapalha o

sono

Dra. Luciana Palombini

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Outro problema citado pela médica é o aumento de peso da população. “Hoje as pessoas estão mais gordas. Somente em São Paulo, mais de 50% têm sobrepeso. E isso contribui com o problema respiratório.”

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 40% da população global apre-senta algum tipo de distúrbio ou síndrome do sono. Pesquisa da So-ciedade Brasileira do Sono mostrou que 43% dos brasileiros não têm um sono restaurador e apresentam sinais de cansaço ao longo do dia.

Dormir menos que o necessário traz significativos prejuízos à saúde a médio e longo prazo. Cansaço e sonolência durante o dia, irrita-bilidade, alterações repentinas de humor, perda de memória de fatos recentes, lentidão de raciocínio e dificuldade de concentração são sintomas comuns de quem dorme pouco. A longo prazo, eles podem agravar-se, resultando na falta de vigor físico, em envelhecimento precoce, na diminuição do tônus muscular, em prejuízo ao sistema imunológico e no aparecimento de doenças cardiovasculares e gas-trointestinais, obesidade e diabetes.

Vilão da produtividade? Se de um lado há gente em

busca de tempo para ter um sono

Boa noite de sono

“Quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece é essencial para desanuviar o horizonte do coração.” Paiva Netto

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aprenda a Prece da Vigilância Espiritual, de

autoria do radialista e poeta

Alziro Zarur (1914-1979).

Medite, ore. Essa prática simples ajuda a serenar a mente, criando ambiência propícia para o descanso.

Relaxar corpo e mente é essencial. Pelo menos três horas antes de deitar-se, diminua gradativamente o ritmo de atividade.

Nesse período, evite alimentos de difícil digestão e bebidas estimulantes à base de cafeína ou de cola.

Não leve trabalho ou problemas para a cama, pois podem deixar a mente e o corpo tensos e, assim, dificultar o relaxamento.

Hábitos saudáveis influenciam o sono. Por isso, adotá-los representa uma estratégia importante para quem deseja ter um sono reparador e de qualidade. A seguir, anote al-gumas dicas simples que ajudam a promover o repouso noturno:

começa assim...

Saúde

curiosidadesDormir bem não significa neces-sariamente descansar muitas horas. Para a maior parte das pessoas, porém, um período de sono inferior a seis horas diárias pode trazer prejuízo à saúde.

!

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restaurador, de outro, há pessoas que experimentam uma estratégia de descanso alternativa: o sono polifásico. Nele, as horas de re-pouso são fracionadas e distribuí-das no decorrer do dia. Os adeptos dessa prática desejam aumentar o número de horas úteis, passando assim menos tempo dormindo e mais horas acordados. Com isso, acreditam que podem ser mais produtivos.

Esse padrão de sono, contudo, é analisado com cautela por médicos e pesquisadores da área. Eles re-comendam o sono monofásico, no qual a pessoa dorme de seis a oito horas diárias. “O sono que respeita a fisiologia normal do ser humano e a faz funcionar melhor é aquele em que a gente precisa ter um maior período de sono à noite e, durante o dia, só um cochilinho depois do almoço, de no máximo 20, 30 mi-nutos. (...) É o que respeita a nossa natureza e o que descansa mais”, disse a dra. Luciana.

Pesquisas recentes mostram que quem dorme pouco produz menos, em comparação com a pessoa que dorme a quantidade de horas adequada ao organismo. O sono insuficiente leva ao cansaço físico e mental, gerando dificuldades de concentração e memorização.

Para que de fato seja restaura-

dor, o sono depende não somente da quantidade de horas de des-canso, mas também da qualidade do repouso. “Uma pessoa pode dormir nove horas de um sono de péssima qualidade. Quer dizer, pode ficar nove horas na cama, num estágio superficial, e nunca chegar ao estágio profundo.”

De nada vale repousar muitas horas se o indivíduo não atingir o sono REM (sigla em inglês de rapid eye movement, que significa “movimento rápido dos olhos”). Nesse estágio ocorre a maior parte dos sonhos e aumenta a atividade de redes importantes para codifi-car informações úteis, por exem-plo, o que foi aprendido ao longo do dia, e manter a memória ativa.

Apoio médico e mudança de hábitos

Pouco mais de cinco anos atrás, Joaquim Valentino Marcelino,

53 anos, morador da cidade de São Paulo, mal conseguia dormir. Nesse período, a falta de sono lhe trazia sofrimento, pois seu repouso resumia-se a, no máximo, duas horas diárias. “Era um campo de batalha à noite. Tinha insônia constante, apneia do sono, o que agravava meu caso... A pressão arterial também estava alterada, assim como os triglicerídeos, o colesterol e outras coisas mais.”

Os efeitos do pouco tempo de sono passaram então a prejudicar a convivência em família e até a vida profissional. “Eu trabalhava, mas não conseguia produzir. O sono vinha na hora errada. Tinha muita sonolência durante o dia. Eu era angustiado, nervoso... tinha cansaço, falta de memória, e vivia num estado depressivo.”

A indicação de uma amiga de Joaquim o convenceu a procurar acompanhamento no Instituto

Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, EUA, afirmam que cochilar de 15 a 30 minutos após o almoço, a chamada sesta, aumenta a capacidade de aprendizado e memorização e ajuda na recuperação física e mental. A soneca nessa parte do dia pode ser considerada uma necessidade fisiológica por conta da digestão. Nesse momento, o sangue torna-se menos ácido e a temperatura do corpo diminui, contribuindo para que a pessoa fique sonolenta.

!

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Page 58: Revista Boa Vontade, edição 235

Saúde

do Sono, em 2008. Com o trata-mento, veio também a exigência de adotar hábitos mais saudáveis e uma rotina favorável ao sono. “Deixei de consumir produtos com cafeína para manter a hi-giene do sono... Tomo medica-mento recomendado pelo próprio instituto e uso um aparelhinho chamado CPAP*. Além disso, estava sedentário; aí eu procurei fazer exercício físico, estudar... Sinto-me um homem feliz. Hoje eu tenho vontade de viver, graças a Deus!”, afirmou.

As medidas para melhorar a qualidade do sono deram resul-tado. Hoje, Joaquim dorme, em média, seis horas por dia, o sufi-ciente, segundo ele. “Eu creio que vou chegar a 100% logo.” Ao re-fletir sobre a importância do sono, observou: “É uma dádiva que a Humanidade tem e precisamos zelar por ele. O sono reparador é maravilhoso, e a medicina é um presente de Deus”.

curiosidadesApenas cerca de 3% da população apresenta varia-ção genética que predispõe a pessoa a um resta-belecimento por completo dormindo poucas horas diariamente. É o que aponta estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco. Um exemplo famo-so é o da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (1925-2013), que precisava dormir ape-nas quatro horas por noite.

Mulheres que não dormem o suficiente tendem a ficar mais mal-humoradas pela manhã do que os homens. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade de Duke, na Carolina do Nor-te, EUA, a diferença hormonal entre os gêneros explica por que elas sofrem mais para manter os hormônios em equilíbrio depois de uma noite maldormida.

! !

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Como está a qualidade de seu sono?

Em 1991, o dr. Murray Johns, do Hospital Epworth, em Melbourne (Austrália), elaborou um questionário intitulado “Escala de Sonolência de Epworth”. Com ele, é possível avaliar a vontade de dormir de um indivíduo durante o dia. Simples, o teste auxilia na identificação de diagnósticos sobre distúrbios do sono e na busca por tratamento.

Para saber seu grau de sonolência, responda às questões a seguir. Analise as situações, levando em consideração seu estilo de vida, e indique a probabilidade de adormecer, na escala crescente de 0 a 3:

Sentado e lendo

Assistindo à TV

Sentado quieto em local público (exemplos: cinema, teatro,

reunião)

Como passageiro em viagem de carro durante uma hora, sem

paradas

Deitado para descansar, à tarde, quando possível

Sentado, conversando com alguém

Sentado quieto depois de um almoço

Dentro de um carro parado no trânsito durante alguns minutos

TOTAL

SITUAÇÕESPossibilidade

de cochilar (0 a 3)

0 — nunca cochilaria;1 — pequena possibilidade de cochilar;2 — possibilidade média de cochilar; 3 — grande probabilidade de cochilar.

Em caso de pontuação igual a 10 ou acima disso, recomenda-se a procura de um especialista para investigar as causas da sonolência.

* O sistema CPAP — Sigla em inglês de Continuous Positive Airway Pressure (pres-são positiva contínua nas vias aéreas). Representa forma eficaz de tratamento da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Portátil e silencioso, o aparelho consiste de um gerador de fluxo que, por meio de uma máscara nasal, fornece uma pressão de ar suplementar que mantém a via aérea desobstruída.

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Page 59: Revista Boa Vontade, edição 235

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Page 60: Revista Boa Vontade, edição 235

EducaçãoFormação continuada

60 BOA VONTADE

Page 61: Revista Boa Vontade, edição 235

Buscar novos conhecimentos e manter-se atuali-zado são práticas necessárias e cada vez mais exigidas de um profissional. Somada a isso,

a demanda de iniciativa e de comprometimento com o resultado do trabalho pode gerar o sentimento de realização na atividade escolhida. Na área educacio-nal, esse processo se refere à formação continuada, em que educadores prosseguem seus estudos a fim de aprimorar-se na prática pedagógica.

A Legião da Boa Vontade tem contribuído direta-mente para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Ao promover, há 12 anos, seu Congresso Internacional de Educação, a LBV abre espaço para o diálogo entre professores, pesquisado-res e demais profissionais do ensino interessados em desenvolver suas tarefas com excelência, aliando-as à prática de valores da Cidadania Ecumênica (como propõe com pioneirismo a Instituição). Tradicional-mente, nos três dias do evento são oferecidas palestras e oficinas pedagógicas.

Nos dias 26, 27 e 28 de junho, os participantes da 12a edição do congresso — vindos de vários Estados brasileiros, além de Portugal, Uruguai, Bolívia, Para-guai, Argentina e Estados Unidos — reuniram-se no Instituto de Educação José de Paiva Netto e no Espaço Cultural e Ecumênico da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, na capital paulista, para discutir “A Arte na arte de educar: uma visão além do intelecto”.

Congresso Internacional da LBV discute o papel da Arte na Educação

Edição 2013

Mariane de Oliveira | Fotos: Vivian R. Ferreira

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Educação e vida plenaO primeiro dia de atividades

reservou ao público uma apresen-tação especial do Coral Ecumênico Infantil e do Grupo de Instrumen-tistas Infantojuvenil Boa Vonta-de. A interpretação de músicas Legionárias e eruditas, algumas delas com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), abrilhantou a cerimônia de abertura.

Autoridades pre-sentes e congressistas receberam a saudação de Alziro Paolotti de Paiva, representante do educador Paiva Netto, diretor-pre sidente da

O Coral Ecumênico Infantil e o Grupo de Instrumentistas Infantojuvenil Boa Vontade, sob a regência do professor e maestro Nilton Duarte, apresentam-se na abertura do evento.

Educação

Alziro de Paiva

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“Este congresso possibilita ampliar o conhecimento e traz propostas práticas. Mostra o que nós podemos fazer, como sociedade, escola e pessoa, para mudar para uma vida melhor e mais significativa.”

Eduardo NataliEspecialista em deficiência auditiva e educação especial

Maria Suelí Periotto

Legião da Boa Vontade, e da super-visora da linha pedagógica da LBV, Maria Suelí Periotto, mestre em Educação. Em seu discurso, Alziro destacou trecho do livro É Urgente Reeducar!, de autoria do dirigente da Instituição, que adverte: “O Espírito tem lugar preponderante na nossa lide. Entretanto, na pre-paração de jovens e adultos para a subsistência neste mundo material de tecnologia jamais vista — e, paradoxalmente, na atu-alidade, tão instável para os que labutam pelo futuro próprio —, devemos levar na mais alta consideração que os educandos têm de ser com eficiência quali-

No Espaço Cultural e Ecumênico da Religião de Deus, convidados e palestrantes saúdam o público presente, dando início ao 12o Congresso Internacional de Educação da LBV.

ficados para a exigente demanda do acirrado mercado de trabalho”.

Alziro de Paiva encer-rou a mensagem dando as boas-vindas aos parti-cipantes: “Peço-lhes que se sintam em casa, pois a

LBV está sempre de portas abertas aos que se proponham a somar esforços em favor de causas que visam à construção de uma socie-dade mais equânime, altruística e ecumênica. E a Educação é, sem dúvida, uma dessas causas”.

Na sequência, a palestra do fi-

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lósofo e escritor Mario Sergio Cortella, mes-tre e doutor em Edu-cação, discorreu sobre o tema do encontro, enfatizando a neces-sidade de a Educação “ver além do intelecto”, conforme defende a linha educacional da LBV. Para ele, o educador precisa somar coragem, ânimo e esperança em suas decisões, ao mesmo tempo valorizando o sentimento e o exer-cício da cidadania.

Ao contemplar a estampa ma-jestosa de Jesus, o Cristo Ecumê-nico, o Divino Estadista, fixada no altar do Espaço Cultural e Ecumênico da Religião do Amor Universal, o palestrante recordou trecho da passagem do Evangelho segundo João, 10:10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Em seguida, comentou o que, na visão dele, representa essa mensagem. “Não é minivida, subvida, menos vida, é vida em abundância. E o que é uma vida abundante? É aquela na qual não se ausentam o lazer sadio, (…) a religiosidade libertadora, o tra-balho digno, a moradia honrosa.”

Experiência estéticaO segundo dia de congresso teve

início com a palestra da professora Lisie De Lucca, mestre em Edu-cação, especialista em Linguagens das Artes e bacharel em Artes Visuais. O tema tratado por ela — “A experiência estética como caminho para a semeadura do entusiasmo pelo conheci mento”

Lisie De Lucca

oFiciNaS PedagógicaS

“A promoção da saúde na arte de educar”, ministrada

pela psicóloga Alyne Vasconcelos Freires, pela enfermeira-chefe Michele Lopes Braga e por Sérgio

Dionísio Nogueira, técnico em Nutrição Dietética,

Gastronomia e Culinária. A atividade propôs a promoção

da saúde no ambiente escolar e a elaboração de

receita rápida, saborosa e nutritiva.

“O corpo aprende, o corpo ensina: o teatro na sala de aula” — atividade

conduzida pela graduanda em Pedagogia Ana Cláudia

Cordeiro Nascimento e pelo músico Rafael da Silva Souza. A oficina possibilitou a vivência das artes cênicas e seu

uso para potencializar o desenvolvimento integral

do indivíduo.

“Arte e inclusão: reflexões na prática

educativa” — ministrada por Catarina Rosalia Silva Nery, pedagoga

e pós-graduada em Psicologia Institucional,

e Karen Reis Ribeiro, pós-graduada na Língua

Brasileira de Sinais (Libras). A atividade priorizou aspectos e

ferramentas de apoio na promoção da inclusão

integral de alunos com necessidades

educacionais especiais.

Mario Cortella

Educação

64 BOA VONTADE

Page 65: Revista Boa Vontade, edição 235

Nádia Lauriti

— provocou o interesse e a partici-pação direta dos presentes.

Para ela, a estética é uma expe-riência de profunda percepção. “É quando somos estimulados pela relação com o objeto contemplado de maneira sensorial, emocional e intelectual. (...) Toda vez que somos estimulados dessa forma, passamos por uma experiência estética, que traz uma recompensa prazerosa sempre!”

Sobre esse tipo de experiência no contexto da escola, a professora Lisie pediu a opinião dos parti-cipantes do congresso: por que muitos estudantes mostram apatia e não aprendem os conteú dos, se o movimento de busca, de procura, é uma característica inata do ser hu-mano? Em resposta a essa questão, explicou que isso ocorre porque a maioria das escolas limita-se à experimentação intelectual, não despertando no educando o inte-resse pelo conhecimento estético.

“Paulo Freire chama isso de educação bancária, considerada uma narração alienante de uma realidade estática. É aquela realidade que está no livro, não vai mudar. Então, o aluno não tem que questionar, só tem de en-tender o que está ali e responder na prova. E é alienante porque afasta a escola da vivên-cia do aluno”, explicou a palestrante.

A importância de es-timular no estudante o interesse pelo conteúdo ensinado, segundo a edu-cadora, significa motivar o aluno e mostrar-lhe que esse aprendizado é válido no dia a dia dele. “Se nós

conseguirmos levar para nossas salas de aula um pouquinho da experiência estética, proporciona-remos aos alunos e a nós mesmos mais momentos de alegria e, por-tanto, oportunidades de um mundo melhor”, avaliou.

Na palestra seguinte, Nádia Conceição Lauriti, mestre em Linguística Aplicada ao Ensino

de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e graduada em Letras e Pedagogia, dis-sertou sobre a arte e a percepção na Educação.

Para Nádia, promover experi-ências satisfatórias aos educandos relaciona-se diretamente com a

comunicação em sala de aula entre o professor e a turma. A palavra nesse processo deve acompanhar outras formas de expressão, como a postura corporal global (CPG). Segundo estudos, a CPG represen-taria 55% do impacto comunicati-vo, seguida do tom da voz (38%) e da escolha das palavras (7%).

A especialista também convi-dou os presentes a refletir sobre o termo “educomunicador”. Na evolução desse conceito, ele apre-senta hoje a proposta de mostrar o professor como um profissional que lida com a inter-relação entre comunicar e educar.

Acessibilidade e inclusãoTema recorrente nos debates

“Parabéns pelo evento. Isso sim é educação do novo milênio.” Jamir Apparecido

da Silva

“Muito bom; as oficinas estavam lindas e nossos

dias foram superprodutivos!”

Cintia Souto

rePercutiu Na weB

facebook.com/lbvbrasilcurta

BOA VONTADE 65

Page 66: Revista Boa Vontade, edição 235

oFiciNaS PedagógicaS

“Arte em E.V.A.” — desenvolvida pelas

educadoras Ana Paula de Carvalho Scolari e Evaneida de Souza Ferreira.

A oficina mostrou como atividades

especialmente selecionadas podem

motivar os estudantes a desenvolverem

suas competências e habilidades.

A arte das expressões, do movimento, da troca de

informação, por meio da oralidade, da escrita ou do

próprio comportamento, foi trabalhada na oficina “A psicomotricidade: A arte da expressão do movimento ao

gesto gráfico”, conduzida pela professora Beatriz Elisabeth

Hueto e pela especialista em psicomotricidade María

Mendivil.

“A arte de brincar e suas possibilidades

no cotidiano escolar” — conduzida pelas pedagogas Bruna Helena de Souza Marques e Cintia

Souto dos Santos. A atividade promoveu a

troca de conhecimento sobre as vertentes do

brincar, do refletir, do vivenciar e do dialogar

com a utilização de estratégias lúdicas em

sala de aula.

promovidos pela Legião da Boa Vontade, o direito de todos à edu-cação ganhou atenção especial na palestra “Acessibilidade, uma nova perspectiva de inclusão”, conduzida pelo especialista em deficiência auditiva e educação especial Eduardo Natali.

Com foco na neces-sidade de se estabele-cer o acesso universal à educação, incluindo-se as pessoas com deficiênc ia e/ou com dificuldades de aprendizado, o palestran-te explicou que tal objetivo só será alcançado se houver meios para que esses grupos se sintam parte do todo. “A maioria das pessoas, ao tratar desse tema, tem preconceito ou faz julgamentos estereotipados, pois a nossa sociedade foi formada para olhar para eles de maneira diferente,

Eduardo Natali

“Eu frequento há dez anos o Congresso

Internacional da LBV. Já se tornou um marco

na educação de São Paulo. Quando se

conhece a Instituição, sente-se que aqui

se faz educação de verdade, completa,

que dá a oportunidade para que jovens e

crianças se formem integralmente: Cérebro

e Coração.”Nádia Lauriti

Mestre em Linguística

Educação

66 BOA VONTADE

Page 67: Revista Boa Vontade, edição 235

oFiciNaS PedagógicaS

“Os quatro elementos da Natureza para a energia da Alma” — ministrada pela professora de artes plásticas Christiane Aparecida Miotto. A fim de levar para o cotidiano escolar a energia da Natureza, foram utilizados recursos artísticos e proposta de reflexão sobre o tema.

Criatividade, coletividade, respeito e autoconhecimento foram os conceitos trabalhados pela oficina “A arte de educar na escola: Envolvendo corpo e movimento”, aplicada pela pedagoga Cynthia Tonin e pela professora de Educação Física Glaucia Camargo Elias.

Os professores de Educação Musical Nídia Elisa Fraga Pereira e Eduardo Estacio foram os responsáveis pela oficina “Música, um instrumento artístico: Estratégia multidisciplinar”.

mas em desigualdade e não igualda-de. E o olhar que eu quero propor para vocês é que as diferenças são muito válidas para que a gente possa aprender, conhecer e crescer.”

Para Eduardo Natali, é impor-tante que o aluno não seja visto meramente como um recipiente vazio no qual o professor despeja o conhecimento. Ainda segundo ele, na sala de aula há personalidades diferentes que precisam ser respei-tadas. Em sua avaliação, o ensino eficaz depende disto: “Fazer com que o aluno aprenda, dê significa-do e use o conhecimento”.

Educação para a PazNo terceiro dia do congresso, a

linha pedagógica da LBV, criada pelo educador Paiva Netto, foi apresentada na palestra “A prática da Pedagogia do Afeto e da Pe-dagogia do Cidadão Ecumênico”, conduzida pela supervisora da Pe-dagogia da Boa Vontade e diretora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, Maria Suelí Periotto, mestre em Educação pela PUC--SP, e pela educadora Paula Suelí,

historiadora graduada pela Universidade de São Paulo (USP).

Ao analisar os resul-tados dessa proposta de ensino, aplicada com sucesso nas escolas e

Centros Comunitários de Assistência Social da Instituição, as especialis-tas apontaram o diferencial desse trabalho: educar com Espirituali-dade Ecumênica. Para isso, a LBV promove um ensino comprometido com a formação integral do ser humano, aquele que alia cérebro

Paula Suelí

BOA VONTADE 67

Page 68: Revista Boa Vontade, edição 235

e coração. “Nós temos o intelecto a ser desenvolvido, e a Legião da Boa Vontade tem muito cuidado com isso. (...) A linha pedagógica do educador Paiva Netto nos orienta sobre esse conhecimento, o qual, se for permeado por valores éticos, ecumênicos e espirituais, será sempre direcionado para o bem da sociedade, na construção da Cultura de Paz tão almejada por todos nós”, explicou Suelí Periotto.

Com base nos ensinamentos do criador da Pedagogia da Boa Vonta-de, a professora Paula Suelí lembrou que Jesus é referência em educação para a Paz. “O Cristo Ecumênico despertou nas pessoas diferentes que encontrou em Seu caminho o que elas possuíam de divino. E esse também é o nosso papel: olhar para cada criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso — porque tem muita gente que trabalha com a Melhor Idade aqui — e enxergar o que há de elevado, de divino neles.”

Sobre o papel da arte e da cultura como valores de um ensino de qua-lidade, a pedagoga Suelí completou: “Pedagogicamente, elas são vistas como linguagem facilitadora, na medida em que provocam a razão e o sentimento, despertam a sensibilidade e o pensar crítico e possibilitam ao estudante expressar — pelo teatro, música, poesia, pintura, desenho etc. — o potencial que se encontra em sua bagagem espiritual”.

A série de palestras prosseguiu com o pro-fessor Claudio Picollo, mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e doutor em Educação, que abordou

oFiciNaS PedagógicaS

Um espaço para sensibilizar o olhar e humanizar os

sentidos. Essa foi a proposta da oficina “Educação do

olhar por meio da arte em folhas naturais ‘pata-de-

vaca’”, que mostrou como a arte pode ser um importante

caminho de reencontro, socialização e cidadania.

A atividade foi conduzida pelas educadoras Elisangela

Aparecida Pereira e Elsa Maria Rosa Ferreira.

De forma descontraída e didática, as

bibliotecárias Jeane Sampaio

e Maria Aparecida Gama

comandaram a oficina “A

arte de contar histórias”.

“A Arte de vencer as dificuldades de aprendizagem de

Leitura, Escrita e Raciocínio na

Alfabetização” foi o tema da oficina

aplicada pelas pedagogas Leilany

da Rocha e Maria Elizabeth Settanni.

Claudio Picollo

Educação

68 BOA VONTADE

Page 69: Revista Boa Vontade, edição 235

o tema “O que é interdisciplinari-dade?”. Ao público, explicou que o termo trata sempre de “projeto em parceria”.

Picollo afirmou que o educador precisa ouvir o que o aluno tem a dizer. “Sem o diálogo, a parceria [entre educador e educando], não há interdisciplinaridade. (...) Ela abraça o aluno, estabelecendo uma amorosi-dade entre ele e o professor. (...) Nós, professores, temos que ser humildes perante o conhecimento, saber ouvir o outro. Por mais rico que seja, o ‘um’ sempre é pobre. Não trabalhem como ilhas isoladas”, recomendou.

Na conclusão dos trabalhos do 12o Congresso Internacional de Educação da LBV, foi a vez de dis-cutir “Resiliência na sala de aula”. A palestra referiu-se a um termo da física, também utilizado nas áreas de psicologia e administração para de-signar a “habilidade de uma pessoa passar por um problema, uma difi-culdade e, mesmo assim, conseguir obter resultado positivo”, na defi-nição do escritor Ricardo Piovan, formado em técnicas de expansão de consciência, programação neurolin-guística, comportamento humano e liderança situacional.

Para o palestrante, a falta de resiliência pode afetar muito o de-sempenho do educador. “A pressão mexe com nossos sentimentos, bons e ruins... e o professor, como qualquer outro profissional, tem de trabalhar

no seu autoconhecimen-to, no seu autodesenvol-vimento comportamen-tal e emocional, para executar seu trabalho dentro da sala de aula com qualidade.”

oFiciNaS PedagógicaS

É possível facilitar o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo do educando por meio de jogos? A questão foi tratada na oficina “Os jogos como ferramenta de aprendizagem”, conduzida pelos professores de Educação Física Paulo César Baroni e Ricardo dos Santos Santiago.

“Jogos e Brincadeiras: Potencializando o aprendizado lógico-matemático na Educação Infantil” foi o tema da oficina ministrada pelas pedagogas Thainan Alquimim e Wânia Nayara Pires.

maiS de 80 FotoS!Para ver as imagens do 12o Congresso

Internacional de Educação da LBV, baixe o leitor QR Code em seu smartphone e fotografe o código.

Ricardo Piovan

A pessoa resiliente tem cons-ciência das dificuldades e dos desafios da vida e sabe natural-mente conviver com isso, segundo Ricardo Piovan. Em sua palestra, ele também falou sobre a necessi-dade do ser humano de desenvolver a inteligência emocional. No caso do professor, que lida muitas vezes com situações estressantes, este precisa, na opinião do palestrante, “aprender a ter jogo de cintura e ser flexível”.

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Ação Jovem LBV

Pioneira campanha da LBV pela valorização da Vida é tema do 38o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus

Vivian R. Ferreira

Mariane de Oliveira

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A conclusão das atividades do 38o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus ocorreu em data muito especial: 29 de junho. Foi no penúltimo dia des-

se mês, no ano de 1956, que o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, com 15 anos de idade, decidiu abraçar o pioneiro movimento ecumênico fundado pelo radialista, jornalista e poeta Alziro Zarur (1914-1979). Desde então trabalha diuturnamente para levar aos que mais sofrem o amparo material e a mensagem fraterna da LBV.

Em quase seis décadas de dedicação ao Ideal da Boa Vontade, o dirigente da Instituição mantém o espírito de Jovem Legionário. À frente da LBV, multiplicou os programas de promoção humana, social e educacional da Obra, no Brasil e em outros seis países (Argentina, Bolívia, Estados Uni-

Danilo Parmegiani, representante da

LBV nas Nações Unidas, a bordo

de aeronave com destino a

Genebra/Suíça, para participar da

Reunião de Alto Nível do Ecosoc,

da ONU, assiste ao vivo pela internet à sessão solene do

fórum, comandada pelo dirigente da

Instituição.

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GRANDE REPERCUSSÃO

Palestra do diretor-presidente

da LBV, José de Paiva Netto,

é transmitida, via satélite, por rádio, televisão

e internet para o Brasil e exterior.

BOA VONTADE 71

Page 72: Revista Boa Vontade, edição 235

Ação Jovem LBV

de Deus. Em sessão solene, trans-mitida, ao vivo, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet), para todo o planeta, Paiva Netto convidou os que acompanhavam suas palavras a bradarem juntos: “Viver é Me-lhor!” — bandeira esta que a LBV defende há mais de seis décadas.

Em seu discurso, ele discorreu sobre o papel da Fraternidade como importante fator no com-bate às mazelas do ser humano. “(...) Passos importantes foram empreendidos e conquistados, porém, resta muito a fazer para que possamos vivenciar a cida-dania concedida a nós pela vida em comunidade, comunidade solidária global, à qual costumo dar o nome de Cidadania Ecumê-nica. E a nossa ferramenta para erigir o Cidadão Ecumênico*¹ é algo de que não podemos abrir mão: o espírito universalista, cujo instrumental é a Solidariedade, iluminando mentes e sentimentos. O Cidadão Ecumênico é aquele que não perde tempo conflitando intolerantemente com os demais

*¹ Ecumênico — O Ecumenismo ao qual se refere o autor é um conceito propagado pela LBV desde seus primórdios no Brasil, res-gatando o sentido etimológico do termo — “de escopo ou aplicabilidade univer sal” —, portanto, não restrito ao aspecto religioso. Daí esta afirmação do dirigente da Legião da Boa Vontade: “Urge o fortalecimento de um ecumenismo que supere barreiras, aplaque ódios, promova a troca de expe-riências que instiguem a criatividade glo-bal, corroborando o valor de cooperação sócio-humanitária das parcerias, como, por exemplo, nas cooperativas populares em que as mulheres tenham forte de-sempenho, destacando o fato de que são frontalmente contra o desperdício. Há real mente muito que aprender uns com os outros”.

dos, Paraguai, Portugal e Uruguai), onde ela possui bases autônomas. Ao mesmo tempo, a preocupação dele em educar com Espiritualidade Ecumênica e promover a Cultura de Paz fez com que lançasse diversas campanhas por um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz.

Uma dessas iniciativas — a Campanha da LBV Viver é Melhor! — influenciou a escolha do tema central da 38a edição do fórum, que ao longo de um ano movimentou jovens de todas as idades em torno do tema “Viver é Melhor! — Um brado de Amor à Vida!”. No estu-do, pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica, os militantes da Boa Vontade consideraram aspectos culturais, ambientais, morais e espirituais.

A temática, escolhida pela própria juventude, também ser-

viu de inspiração para as letras das canções inscritas no Festival Internacional de Música da LBV, que foram apresentadas durante a conclusão do fórum. Na oportu-nidade, os jovens expressaram o pensamento e o sentimento deles por meio da música, contribuindo assim para o debate de opiniões. As atividades se desenvolveram nas unidades socioeducacionais da LBV (escolas e Centros Comuni-tários de Assistência Social) e nos espaços culturais e ecumênicos da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, no Brasil e no exterior.

Sessão soleneA mensagem de Paz do dirigen-

te da Instituição coroou as ativida-des do 38o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade

Assunção, Paraguai

La Paz, Bolívia Belo Horizonte/MG

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— porque estes não têm o mes-mo pensamento social, político, religioso, ou não pertencem à mesma cultura ou etnia —, mas que junta forças para diminuir a avassaladora carência que afeta comunidades, multidões ou uma única pessoa.”

Ele também recordou trechos de entrevista dele ao jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Parisi Rappoccio, em 18 de outubro de 1981, a qual foi republicada na revista Globalização do Amor Fra-terno, encaminhada para a Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU, em 2007: “(...) a Solidariedade se ex-pandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma estraté-gia, de modo que o ser humano pos-sa alcançar e garantir a sua própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globa-lização da Fraternidade, que espiri-tualiza e enobrece a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza. (...) Não se pede um repentino milagre — bem que nada seja impossível —, mas o fortalecimento de um ideal que se estabeleça, etapa por etapa, até que se complete o seu extraor-dinário serviço”.

O centro da Economia Altruísta

Em seguida, Paiva Netto cha-mou a atenção para a necessidade de se levar em alta conta o ser humano, de modo que se contra-ponha à globalização da miséria a do Amor. Esse conceito, aliás, norteia as ações da LBV desde seus primórdios. Por isso, leu trecho do

São Paulo/SP

Ribeirão Preto/SP

Rio de Janeiro/RJ

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da fome e das enfermidades mais surpreendentes (...)”.

E prosseguiu o líder da LBV: “Voltando à entrevista que con-cedi ao meu colega de jornalismo Paulo Parisi, destaco que se tornou inadiá vel iluminar a Eco-nomia com o luzeiro ético da Caridade*2, para que a ânsia desmedida pelo capital, ou seja, a corrupção e a ganância, não destrua a democracia — diga-mos — consolidada em alguns lugares e iniciante em outros. Do contrário, continuaremos a assistir, horrorizados, à negação do direito à liberdade, à vida, à saúde, ao estudo, ao emprego *2 Caridade — Leia mais sobre a ampla de-finição do autor para o assunto nas revis-tas Sociedade Solidária, Globalização do Amor Fraterno e Paz para o Milênio. Aces-se: www.boavontade.com. Acerca desse fundamental sentimento, Paiva Netto ainda escreve: “A Caridade é o centro gravitacio-nal da consciência ideológica, portanto, educacional, política, social, filosófica, científica, religiosa, artística, esportiva, doméstica e pública do Cidadão Espiritual, de modo que — se o ser humano não ti-ver compreensão dela — deve esforçar-se para entendê-la, a fim de que venha a sub-sistir em sua própria intimidade pessoal”.

Ação Jovem LBV

Curitiba/PR

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rEpErcutiu na WeB“Obrigada, Irmão Paiva. Suas palavras esclarecedoras fazem com que sintamos mais confiança nesses tempos difíceis. Que ainda tenhamos o privilégio de tê-lo entre nós por mais ainda 57 anos de serviços prestados a Jesus e à LBV.” (Madalena Preda)

Curta a página da LBV no Facebook (LBV Brasil).

artigo “Independência”, assinado por ele e publicado no Correio Braziliense, da capital do Brasil, em 9 de setembro de 1986: “O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruísta, a geratriz de todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho nem o capital nem o mercado consumidor.

“Dizia o Gandhi (1869-1948) que ‘O capital em si não é mau; o uso incorreto dele é que é ruim’.

“A riqueza de um país está no coração do seu povo. No entanto,

nações inteiras ainda sofrem miséria. Convém lembrar que barrigas va-zias e Espíritos frustrados

geralmente não estão dispostos a ouvir. (...)”

“Numa época em que pelo avan-ço da tecnologia as expectativas de produção extrapolam as projeções, a fome é realmente um escândalo! Não só a do corpo, como também a de conhecimento, isto é, Educação espi-ritualizada, sem a qual nenhum povo é forte. Anacronicamente, nunca o mundo conheceu, por um lado, tanta fartura e, por outro, tamanha penú-ria. E isso certamente poderá levar o planeta a nova série de guerras ini-magináveis e epidemias impensadas. Os ônibus, os caminhões, os navios, os aviões estão aí para espalhá-las. É a globalização da miséria e, portanto,

74 BOA VONTADE

Page 75: Revista Boa Vontade, edição 235

e à felicidade de multidões que cometeram a ousadia de nascer”.

Tecnologia sublimadaNa oportunidade, ainda leu tre-

chos de seu artigo “Ciência, Tec-nologia, Inovação, Cultura e o papel da Solidariedade Ecumênica”, constante da revista BOA VONTA-DE Desenvolvimento Sustentável, encaminhada à ONU em diversos idiomas: “Não podemos viver isoladamente numa bolha tec-nológica que não compartilhe seus benéficos efeitos, excluin-do assim as populações sem acesso à ciência de ponta. Eis um grande desafio nas discussões que travamos aqui, neste evento, nas Na-ções Unidas.

“Na década de 1980, escrevendo para o jornal Folha de S.Paulo, da ca-pital do Estado de São Paulo, Brasil, afirmei que em tempo algum a civilização alcançou ta-manho grau de tecnologia. Imedia-tamente perguntei e respondi: Que falta, pois, para que haja Paz? Resta sublimar as ações do progresso com a Espiritualidade Ecumênica, que potencialmente nos acompanha — saibamos ou não saibamos, quei-ramos ou não, razão por que nós, povos, continua mos vivos”.

Sobrevivência

Em outro momento, ressaltou a urgente necessidade de a Soli-dariedade caminhar à frente de todo progresso humano, pois dis-so dependerá a sobrevivência de nossa espécie neste orbe: “Sempre defendi e fiz constar em artigos,

na imprensa e na internet: não há limites para a solidária expansão do Capital de Deus, isto é, o ser humano com o seu Espírito Eterno.

“Portanto, a melhor tecnologia a ser desenvolvida nestes tempos de globalização desenfreada é a do conhecimento de nós mesmos. É superior a qualquer descoberta tecnológica, pois tem o poder de impedir que o indivíduo (infor-matizado ou não) caia de vez no sofrimento por ter desabado na barbárie mais completa.

“Sem o sentido de Fraternidade Ecumênica, acabaríamos com o planeta, mantendo nossos cérebros brilhantes, mas os corações opa-cos. A almejada reforma da socie-

“O Jovem de Boa Vontade constrói a amizade verdadeira na labuta diária. Sabe vencer todos os testes da vida com humildade e coragem. Valoriza o seu semelhante e não despreza as pequeninas coisas. Cumpre à risca sua tarefa. (...)”

Paiva Netto — trecho de “Ao Jovem de Boa Vontade”,

texto publicado pelo autor no Jornal da LBV no 64, na década de 1980, e no livro

Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e

do Espírito Santo, vol. III, p. 270.

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Page 76: Revista Boa Vontade, edição 235

Acima de tudo, existe a Alma, que tem de ser pastoreada. E aqui não me refiro a nenhuma religião. Um professor cônscio de seu dever, uma professora cheia de responsabilidade e Amor, ambos são seres humanos repletos do espírito de religiosidade, portanto, altamente qualificados a conduzir aquelas crianças, ensi-nando-lhes o bom caminho. Isso é a Religião da Vida, em que o respeito é ensinado a cada criatura. Do contrá-rio, é ao que assistimos no mundo...”

Segundo o dirigente da LBV, o resultado desse pensamento des-trutivo pode ser visto nas ações descontroladas, assustadoras no seio

da sociedade. “Antigamente havia guerras mundiais. Hoje, temos guerra mundializada. Explodem bombas a toda hora; vem um doido qualquer e fuzila gente que está no restaurante, no cinema, na escola ou no shopping. Estão esperando a Terceira Guerra Mundial?! Ela já está aí! O planeta Terra vive uma guerra mundializa-da, repito. Agora, tal qual um

ferimento cheio de pus, chega um momento em que ele explode. Aí vem a Terceira Guerra, a Quar-ta, a Quinta... Hoje, qualquer um pode dispará-la. Precisamos lutar contra isso fertilizando os corações com o Amor Fraterno. Isso é Política de Deus!”Em suas considerações finais,

o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade arrematou: “A Solida-riedade e a Fraternidade são jus-tamente combustíveis que motivam a ação diligente de todos os atores sociais idealistas da comunidade internacional”.

Por isso sua indignação com os que enfraquecem o pilar da família: “Há pessoas querendo desvalorizar o papel das mães; depois, a situa-ção dos jovens vai ficando pior em todo o mundo. É que a base foi toda abalada. Não venham com essa ideia de conservadorismo...

O 38o Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus desenvolveu periodicamente, ao longo de um ano, uma série de encontros temáticos e eventos de arte, cultura e comunicação. Nesse animado calendário de atividades, também não faltaram as ações socioambientais. Parte importante do fórum, as Rodas Espirituais e Culturais da LBV, realizadas em 4 e 5 de maio, em todo o Brasil, reservaram uma programação intensa, que incluiu debates sobre o tema “Viver é Melhor! — Um brado de Amor à Vida!”, oficinas de arte, apresentações culturais e momento ecumênico de orações.

dade não virá em sua plenitude se o Espírito do cidadão (ou cidadã) não for levado em alta conta. (...) O mundo precisa de progresso, sim e sempre, que lhe dê pão e estudo; todavia, necessita igualmente do indispensável alimento do Amor e, por conseguinte, do respeito”.

Rodas espirituais e Culturais da LBV

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Page 78: Revista Boa Vontade, edição 235

Comportamento

É urgente combater o suicídio, causa de um milhão de óbitos

por ano no mundo.Leila Marco | Fotos: Felipe Tonin

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Page 79: Revista Boa Vontade, edição 235

A radionovela Memórias de um Suicida, adaptação do livro homônimo psicografado

pela médium Yvonne do Amaral Pereira, retrata de forma aberta e franca as graves consequências do suicídio. Nas narrativas que compõem a radionovela, a abran-gente perspectiva espiritual (veja mais detalhes na p. 85) contrasta com o enfoque materialista da história de muitos personagens, inicialmente convencidos da noção enganosa de que a morte seria o fim de tudo.

Iniciativa do jornalista, ra-dialista e escritor José de Paiva Netto, presidente das Institui-ções da Boa Vontade*, o projeto (que conta com a participação de atrizes e atores consagrados) privilegia ampla abordagem, con-siderando as dimensões humana e espiritual do problema. Sobre o assunto, escla-rece ele: “A morte não é o término da existência humana. Você não acre-dita? Tem todo o direito. Mas se for verídico?! Premie-se, minha amiga, meu amigo, com o direito à dúvida, base do discurso científico, que, na perquirição incessante, con-tinua rasgando estradas novas para a Humanidade”, citando ainda célebre pensamento do radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da Legião da Boa Vontade: “O suicídio não resolve as angústias de ninguém”.

Partindo dessa premissa, a BOA VONTADE buscou a opi-nião de médicos e outros estu-diosos para analisar as causas do comportamento potencialmente suicida e propor meios de pre-venção. A ideia é contribuir para a conscientização e melhor compreensão do problema e suas consequências. Nessa caminhada, valores como fraternidade e a disposição para ajudar, muitas vezes, são decisivos no auxílio a quem se sente fragilizado a ponto de desejar tirar a própria vida.

Questão de saúde pública

O número estimado de um milhão de suicídios por ano preo-cupa muito, segundo a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS). Para demonstrar a gravidade do

problema no mundo, em comparação com dados locais, o psiquiatra José Manoel Bertolote, pro-fessor doutor do Depar-tamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria

da Universidade Estadual Pau-lista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e consultor da OMS para o tema, apresentou recentemente, no interior paulista, alguns dados ilustrativos. “Botucatu tem hoje 130 mil habitantes. No mundo, morrem aproximadamente sete cidades como Botucatu todos os anos de suicídio”, comparou. Vale observar que não foram considerados nesse levantamento

Números

Em média, há 24 suicídios por dia no Brasil. O número equivale a 9 mil mortes por ano e é considerado alto, já que a aids, por exemplo, é a causa

de pouco mais de 10 mil óbitos.

CRESCIMENTO DE 17%Segundo o relatório “Mapa da

Violência 2011”, elaborado pelo Instituto Sagari e pelo Ministério

da Justiça, a taxa de suicídios entre jovens supera a de adultos, ao

contrário do que ocorre na maioria dos países. No período de 1998-2008, os índices cresceram 17%.

Na população indígena, há 20 suicídios para cada 100 mil mortes,

o que equivale a quatro vezes a média nacional.

* Instituições da Boa Vontade — Formadas pela Legião da Boa Vontade (LBV); Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo; Fundação José de Paiva Netto; Fundação Boa Vontade; e Associação Boa Vontade.

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Page 80: Revista Boa Vontade, edição 235

Comportamento

dados referentes às tentativas de tirar a própria vida, cujas taxas chegam a ser nos Estados Unidos, por exemplo, 40 vezes maiores que as dos suicídios consumados.

Com base também em estudos da OMS, o especialista aponta uma constatação preocupante: a de que os jovens estão cada vez mais propensos a adotar compor-tamentos suicidas. Já seria hoje a terceira causa de morte entre os indivíduos economicamente ativos na faixa dos 15 aos 44 anos de idade, bem como a segunda principal responsável por óbitos de jovens de 15 a 19 anos. Outro segmento que inspira cuidado é o dos idosos, cujo crescimento dos índices de suicídio se relaciona ao abandono e à solidão em que vivem muitas dessas pessoas, por vezes fragilizadas por doenças crônicas ou degenerativas.

No Brasil, o psiquiatra analisa a preocupante evolução dessas taxas na população masculina. “A partir de 2000, para homens, houve um disparo das taxas de suicídio. Em 1980, tínhamos uma taxa de 4,5% para homens, e ela passa para 7,5%; portanto, quase que dobrou de 1980 para 2008.” Em sua opinião, qualquer doença que duplicasse em 20 ou 30 anos exigiria das autoridades medidas drásticas. “E isso não aconteceu no Brasil. Alguns estudos mostram que, se pegar-mos os jovens de 15 a 25 anos, [notaremos que] o aumento do suicídio nos últimos 20 anos é ainda maior. É um aumento brutal de suicídios

entre jovens do sexo masculino”, comentou.

Autor do recém-lançado O suicídio e sua prevenção, livro que traz informações e estraté-gias para prevenir o problema, o dr. Bertolote cita estudos em diversas nações que têm apontado os fatores de risco mais comuns. Assim, além do alcoolismo e das drogas, “por trás de 90% dos suicídios no mundo ocidental está uma doença mental (princi-palmente a depressão e a esqui-zofrenia)”.

Diante de fatores que indi-quem risco, é preciso estar atento para prestar apoio solidário. “É isso que temos de fazer, nos apro-ximar de quem está dando sinais de que não está bem. Pode ser incômodo, a gente pergunta: ‘Oh, como vai?’ e ninguém quer saber realmente, pois é só uma forma de polidez. Às vezes, a pessoa diz: ‘Ah, estou ótima’, mas está po-dre por dentro... Agora, se você chega e fala: ‘Olha, vejo que você não está bem. Posso fazer alguma coisa? Posso ajudar?’. Então, talvez você tenha que sair de sua atividade, acompanhar essa pessoa a algum lugar, mas poderá salvar uma vida.”

Sofrimento A informação é fun-

damental na tarefa de prevenir casos de sui-cídio, na opinião da doutora em Psicologia Blanca Susana Guevara Werlang, professora titu-

lar da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica

Para o psiquiatra José Manoel Bertolote, é um mito pensar

que quem quer mesmo se matar não fala. Ele cita estudo do qual participou, chamado “Autópsia

psicossocial”, feito a partir dos casos de suicídio em 2009

em Botucatu/SP, e nele um aspecto chamou muita atenção

dos profissionais envolvidos no trabalho. “Houve 22 casos

de suicídio e, em 60% deles, os indivíduos disseram: ‘Eu quero morrer’, ‘Eu quero ir embora’, e ninguém fez nada. Avisaram a

família, a amigos, a todo mundo.”

Mito: quem quer tirar a própria vida não fala.

O Brasil precisa investir em estratégias de prevenção,

recomendam especialistas. Segundo profissionais da área

de psiquiatria, por exemplo, não existem campanhas veiculadas

na televisão como as que alertam sobre a transmissão de doenças.

O tema do suicídio é ainda considerado tabu. No país, a pessoa encaminhada ao sistema de saúde público por tentativa de suicídio é liberada após se recuperar, e os

números mostram que um em cada quatro pacientes tenta se matar outra vez em menos de um ano.

Tabu

Dra. Blanca Werlang

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do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e coordenadora do Grupo de Pre-venção e Intervenção em Com-portamento Violento da PUC. “As pessoas não têm informação sobre o suicídio, existem muitos tabus em torno do assunto. Por exem-plo, se o profissional na escola tivesse mais conhecimento sobre os fatores de risco, quais são os fatores protetores, quais compor-tamentos podem denunciar isso, também poderia ajudar, falar com a família, fazer o encaminhamento a um psicólogo, um psiquiatra, ou a outro setor específico da saúde pública”, afirmou.

A dra. Blanca Werlang ressalta que estudar o comportamento sui-cida é também discutir a questão do sofrimento. “Esses indivíduos sofrem muito. Às vezes, até pode ser que a ideia não seja morrer, mas, sim, terminar com essa dor insuportável.” Segundo a especia-lista, no desenvolvimento psíqui-co pessoal vão ocorrendo falhas: “A pessoa começa a acumular tensão psíquica, sofrimentos psí-quicos. Se ela se comunica pouco com os outros, se tem problemas familiares, se não está vinculada a um referencial espiritual — seja ele qual for —, se tem poucos amigos, acaba sofrendo muito”.

Considerado um transtorno psicossocial de causas múltiplas, o suicídio é um evento complexo. “Não é porque a pessoa tem um transtorno depressivo que ela vai cometer suicídio. Há fatores sociais, econômicos, familiares, espirituais. A combinação de todos os elementos é que a leva, efetivamente, a se desorganizar

O diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, costuma afir-mar que nas horas de dificuldade, quando parece não haver saída para certas questões, ele recorre à oração e com ela ganha forças para vencer os obstáculos. Em seu artigo “Ateu também pode orar” (publicado em 2004, na edição 193 da BOA VONTADE), Paiva Netto aponta: “A Prece não é o refúgio dos covardes nem dos ociosos. Ela nos eleva, o trabalho nos realiza. O Papa reza, o Dalai-Lama medita, Chico Xavier orava, os rabinos entoam suas súplicas, os evangélicos cantam seus louvores a Deus, os islâmicos recitam o Corão Sagrado... O que é a Prece senão o Amor que se dispõe para grandes feitos? Um irmão ateu, quando realiza um ato que beneficia a coletividade, está orando. Rezar não é uma ação simplesmente figurativa. É o mais forte instrumental que a essência humana, o Capital Divino, possui. Como afirmava o monge católico alemão Tomás de Kempis (1380-1471), em Imitação de Cristo, ‘sublime é a arte de conversar com Deus’”.

O poder da prece

Paiva NettoJornalista, radialista e escritor.

Espere mais um pouco...“Se há noite escura, também existe manhã radiante.”

BOA VONTADE 81

Page 82: Revista Boa Vontade, edição 235

Comportamento

do ato reverbera nos que estão mais próximos. “Quando morre a pessoa, é normal que se assus-te, você não acredita que ela fez isso; depois, começa a se sentir culpado: ‘Como é que eu não percebi?’. O sentimento de culpa é normal e o de raiva também... ‘Como é que ele fez isso comigo? Ele foi irresponsável. Como pôde fazer isso com o próprio filho?’.”

Ao fazer um alerta, o livro indica os principais sinais do comportamento suicida, a fim de ajudar a combatê-lo. “A fé é muito importante, é um dos fato-res cruciais que mantêm algumas pessoas. A fé em Deus, em um Ente Superior, independentemen-te da religião que você siga, é um apoio muito parecido com o de uma pessoa que lhe estende a mão. A fé é crer no futuro, acre-ditar sempre que aquilo ali [dor, sofrimento...] vai passar.”

Para o caso de uma pessoa querida que esteja manifestando tais sinais, ela recomenda primei-ro abrir um canal de comunica-ção, dando-lhe atenção; depois, procurar entender, facilitar o desabafo. “Outra coisa muito importante que os médicos di-zem também é tentar fazer uma espécie de pacto com a pessoa: ‘Olha, me dê um mês para a gente ver se você ficará melhor ou não. É só isso que peço’. Eu fiz isso com uma amiga minha... a levei a uma psiquiatra, e ela está viva até hoje.”

“O ser humano foi criado para a Vida”

O sentimento de religiosidade

Paula Fontenelle

dedicou três anos a pesquisar o tema, estudando vários casos e entrevistando psicólogos e outros especialistas. O resultado desse trabalho é o livro Suicídio, o futuro interrompido — Guia para sobreviventes.

Na obra, a escritora comprova a importância de dar atenção às pessoas mais próximas de quem cometeu o ato de desespero, assim como a necessidade de romper com o silêncio que as envolve. “Na literatura desse campo de estudo, chamam de sobrevivente quem perde alguém para o sui-cídio, porque é um indivíduo que vai ter de conviver com aquilo pelo resto da vida e sobreviver à dor dessa perda, que é uma dor diferente... porque, quando você perde uma pessoa devido a um

acidente, uma doença, por causas naturais, você fala para todo mundo, e todos perguntam como foi. Isso faz parte do luto, você falar sobre aquilo. Mas quando é suicídio

ninguém pergunta, ninguém quer ouvir. (...) Eu lembro que a nossa família passou por isso.”

A jornalista acredita também que, de certa forma, a agressão

psiquicamente e a instalar um sofrimento intolerável.”

A psicóloga demonstra igual-mente preocupação com os altos índices desse tipo de ocorrência na população mais jovem. Nis-so, a dra. Blanca entende como importante fator a falta de refe-rências. “A sensação que passa é a de que a família transfere a responsabilidade para a escola, a escola para a família, a socie-dade também não assume; as fi-guras de representatividade estão muito atrapalhadas. (...) Hoje, os valores de fraternidade, os valo-res espirituais, a questão de não machucar o outro, emprestar e dividir as coisas com o próximo, estão esquecidos. A religiosidade é um fator protetivo, assim como ter boas relações familiares”, explicou.

Impacto na família e amigos

A morte de alguém que decidiu abandonar a vida costuma ser de difí-cil superação para a família e os amigos. A jornalista Paula Fon-tenelle conviveu de perto com essa realidade: o suicídio do pai, em 2005. Em busca de respostas,

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Alziro Zarur (1914-1979)Fundador da LBV

Nao resolve as angústias...“o suicídio não resolve as angústias de ninguém.”

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Page 83: Revista Boa Vontade, edição 235

Começa a se desfazer de bens materiais.

Isolamento.

Escreve acerca da morte e do suicídio.

Mudança repentina de comportamento.

Desânimo e baixa autoestima.

Numerosas pesquisas do comportamento suicida têm apresentado um conjunto de características comuns que indicam a ideia de tirar a própria vida. Veja, abaixo, algumas dessas manifestações.

A pessoa que pensa em se matar verbaliza, dizendo, por exemplo: “A vida não tem sentido”, “Não vale a pena viver”.

É comum a pessoa se despedir de alguém que não vê há muito tempo, de pessoas queridas.

Vive no passado, é incapaz de falar no futuro.

Preocupação exagerada com a morte.

Verbais

Gestos e sinais

Como identificar tendências suicidas

BOA VONTADE 83

Page 84: Revista Boa Vontade, edição 235

Comportamento

tem sido para os que padecem um valioso aliado na retomada da au-toestima e do desejo de viver. Além do exercício da prece e da medita-ção, comprovadamente capazes de ajudar o equilíbrio de corpo e alma, o fato de a pessoa pertencer a uma comunidade religiosa representa por si só um apoio social bastante favorável nos momentos de intenso sofrimento.

Bom exemplo desse trabalho de recuperação do ser humano está na ação da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Sua destacada pregação tem levado palavras de esperança e conforto espiritual a milhares de pessoas diariamente, ajudando-as assim a vencer os obstáculos da jornada. No artigo “O ser humano foi criado para a Vida”, publicado no jornal Correio Braziliense, de Brasília/DF, na dé-cada de 1980, o presidente-pregador da Religião Divina, José de Paiva Netto, fala sobre a extraordinária oportunidade de evolução que a existência na matéria oferece a todos. Eis um trecho:

“O ser humano deve orgulhar--se de existir e lutar infatiga-velmente pela Vida. Vencer a si próprio de modo a conquistar, para todo o sempre, a sua dignidade espiritual, ‘o tesouro que o ladrão não rouba, a traça não rói nem a ferrugem consome’ (Evangelho de Jesus segundo Mateus, 6:19). Como revela a Sabedoria, vence-dor é aquele que vence a si mesmo. Deus, que é Vida, para a Vida o criou. Dizia Napoleão Bonaparte (1769-1821) que ‘a melhor figura de retórica é a repetição’. É bom reiterar, pois, esta advertência

de Jesus: ‘Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Por não o crerdes, errais muito’ (Evangelho segundo Marcos, 12:27). Daí por que, quando o alcança a morte, dela não herda o esquecimento ou o ócio perenes, porém mais e mais Vida... A morte não existe, é um boato. Deus não nos criou para nos matar”.

“A morte não é o fim”E o autor prossegue: “Sucum-

bem em erro os que buscam o sui-cídio, pois a parca lhes ofuscará os olhos, que procuraram a escu-ridão, com mais luz, isto é, mais Vida, a lhes cobrar severas contas de antigos compromissos assumi-dos. Antes e depois da Vida, há Vida e as incorruptíveis Leis que universalmente a regem”.

Por isso, em outro texto de sua autoria — “A morte não é o fim” —, Paiva Netto recomenda a todo sofredor que não se desespe-re, por mais que as coisas estejam difíceis e a solução dos problemas pareça impossível. E completa: “Meu Irmão, minha Irmã, a Vida continua sempre, e lutar por ela vale a pena. Por pior que seja a escuridão da noite, o Sol irá nascer, trazendo claridade aos co-rações. Ainda mais, se passarmos os olhos pelo redor do nosso dia a dia, veremos que existem aqueles, seres humanos e até mesmo ani-mais, em situação mais dolorosa, precisando que lhes seja estendida mão amiga. Não devemos perder a oportunidade de ajudar. Àquele que auxilia não faltará nunca o amparo bendito que lhe possa curar as feridas. Viver é melhor”.

A tarefa da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo é oferecer conforto e esclarecimento espiri-tual. Toda pessoa pode procurar apoio nas Igrejas Ecumênicas da Religião do Terceiro Milênio. Veja o endere-ço mais próximo de sua residência no Portal Religião de Deus — www. religiaodedeus.org. Outra opção é ligar para 0300 10 07 940 (custo de ligação local mais impostos).

Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV) — Com abrangência na-cional — são 20 emissoras, 13 delas transmitindo diariamente a progra-mação 24 horas —, a Super RBV é pioneira na divulgação de campanhas de valorização da Vida e na veicula-ção, a cada hora cheia, de uma Prece Ecumênica. Para saber a frequência da emissora em sua região, acesse o Portal Boa Vontade (www.boavonta-de.com) e depois o link Super RBV.

Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) — Dados do Ministério da Saúde dão conta de que existem hoje no país 1.891 CAPs em funcionamento. Neles, são priorizados o atendimento 24 horas a dependentes de álcool e drogas e as unidades de acolhimento. São serviços de saúde oferecidos no âmbito munici-pal, abertos, comunitários, com obje-tivo de atender a população, realizar o acompanhamento clínico e promover a reinserção social de usuários pelo aces-so ao trabalho, ao lazer, pelo exercício da cidadania e pelo fortalecimento dos laços familiares e com a comunidade. Colaboraram: Alex Dias e Liliane Car-doso.

Onde procurar

ajuda

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Page 85: Revista Boa Vontade, edição 235

Arrependimentoe renovação

Radionovela conta relato emocionante de espírito após suicídio

E se a vida não termina com a morte? Se a existência continua, o que há do outro lado? O Espí-

rito saberá se falta cumprir alguma tarefa na Terra? Para quem busca resposta a essas e a outras pergun-tas, a radionovela Memórias de um Suicida reserva muita emoção e im-portantes lições de vida. A narrativa é uma adaptação do livro homônimo psicografado pela médium Yvonne

“Superdubladores para uma

superprodução! Parabéns à equipe!”Rafael Quedes

“O esclarecimento espiritual sobre a Vida após a vida é sem dúvida muito

importante. Parabéns!”Antonio Concellos

rePercutiu Na weB

curta facebook.com/lbvbrasil

BOA VONTADE 85

Page 86: Revista Boa Vontade, edição 235

Comportamento

Razão social: WRC Companhia Global de Distribuição Ltda. Endereço: Rua Doraci, 80, Bom Retiro — São Paulo/SPCEP 01134-050 — Tels.: (11) 3337-0689/ (11) 3225-4732E-mails: [email protected] e [email protected]

ServiçoTítulo: Memórias de um Suicida — Yvonne A. Pereira — RadionovelaISBN: 7898203650398Preço: R$ 29,90Editora: WRC Livros

Faça seu pedido

Veja os bastidores da gravação da radionovela Memórias de um suicida. Fotografe o código ao lado com seu smartphone e/ou tablet e surpreenda-se com essa

emocionante história.

do Amaral Pereira, transformada em radionovela por iniciativa do radialista Paiva Netto.

A história traz o relato de Camilo Cândido Botelho (pseudô-nimo), que ao ficar cego, no fim do século 19, depois de sofrer vários conflitos familiares e a decadência financeira, suicida-se, aos 65 anos de idade. Após o ato de desespero, descobre-se no mundo espiritual, mais vivo do que antes. Seu relato é o de quem enfrenta, do outro lado da vida, 50 anos de dores e sofrimentos ainda maiores, por conta do atentado cometido conta si próprio.

Lançada no formato MP3, a radionovela apresenta 41 capítulos repletos de emoção e ensinamentos

— sobre arrependimento, perdão e renovação espiritual. Nessa su-perprodução, a qualidade da trilha sonora e dos efeitos especiais alia--se à interpretação de atores e du-bladores consagrados. Os direitos autorais da obra literária pertencem à Federação Espírita Brasileira (FEB), que gentilmente autorizou sua radiofonização à Fundação José de Paiva Netto.

Algumas das mais belas vozes da dublagem brasileira

Angélica Santos, Antônio More-no, Aparecida Galdino, Araken Sal-danha, Arlete Montenegro, Armando Tiraboschi, Carlos Campanile, Carlos Silveira, Eudes de Carvalho, Fábio Lucindo, Fábio Tomasini, Fátima Silva, Gessy Fonseca, Gilberto Baroli, Guilherme Lopes, Hélio Vaccari, Her-mes Baroli, Isabel de Sá, João Ânge-lo, Jorge Barcellos, Leonardo Camilo, Leonardo Mattiuzzo, Luiz Antônio Lobue, Luiz Carlos de Moraes, Marcelo Braga, Maria Eugênia de Domênico, Mariah Campanile, Marli Bortoletto, Mauro Castro, Nair Silva, Nelson Machado, Nestor Chiesse, Nilson Gonçalves, Orlando Viggia-ni, Regina Schirmer Boyd, Renato Baragão, Ricardo Conti, Rosa Baroli, Rosana Penna, Sidney Lilla, Silvio Navas, Ulisses Bezerra, Valter Santos, Walter Cruz e Wendel Bezerra.

A partir da esquerda, à frente, Carlos Campanile, Carlos Silveira, Gessy Fonseca, Arlete Montenegro e Orlando Viggiani. Ao fundo, Luiz Antônio Lobue, Antônio Moreno, Mariah Campanile, Valter Santos e Rosana Penna.

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Opinião — Mídia em Foco

O debateque está faltando

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Carlos Arthur Pitombeira, jornalista.

A mídia comunitária/alternativa e a necessária defesa da diversidade de ideias em prol da democracia

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Carlos Arthur Pitombeira | Especial para a BOA VONTADE

O dia 13 de junho foi instituído como Dia do Jornalista de Bairro. O 1o de setembro é consagrado ao Dia do Jornal de Bairro, data escolhida para manter viva a memória histórica do primeiro

jornal de bairro que circulou em São Paulo, O Braz, em 1895. Era seu editor Albino Soares Bairão.

Contudo, a mídia comunitária/alternativa não tem o que come-morar, porquanto, na luta — que é antiga — pela democratização da informação, está valendo muito pouco sua tradição de mais de 200 anos no Brasil. Entra ano, sai ano e os movimentos sociais

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Page 88: Revista Boa Vontade, edição 235

região. Depois, como determina a lei, as pessoas interessadas serão preparadas para administrar esses canais comunitários.

Essas duas mídias (jornais co-munitários/alternativos e rádios comunitárias) são as vozes do interior, têm muito a contribuir, porque seus editores e comuni-cadores fazem parte do cotidiano do lugar; estão em contato quase diário com os acontecimentos e os problemas locais — não apenas como observadores, mas também como cidadãos que os vivenciam.

Nesses fóruns e seminários sobre a democratização da infor-mação poderia haver espaço para o debate sobre a municipalização da Lei 9.612/98, a que criou as rádios comunitárias, como forma de se buscar a descentralização das ações desse processo, sabi-damente tão importante para a inclusão social.

Defender a regulamentação dos artigos 5o, 21, 221, 222 e 223 da Constituição Federal, todos voltados ao fortalecimento da mí-dia eletrônica, como vêm fazendo setores dos movimentos sociais, é relevante, mas essa pauta po-deria incluir o pedido de linhas de crédito ao governo para que os pequenos jornais pudessem se organizar sozinhos e viessem a competir livremente no mercado.

Dessa forma, os jornais comu-nitários/alternativos buscariam seus próprios espaços. Os leito-res seriam atraídos pela reforma gráfica e editorial imprimida em cada um deles. E esta competição, livre e democrática, nortearia as agências de publicidade na hora de

dos municípios e bairros, meio pelo qual começou esse trabalho de inclusão social.

Os ativistas deveriam ampliar, e não estreitar, o leque de aliados nessa luta pela democratização da informação, incluindo nele os jornais do interior e as rádios comunitárias, no mesmo grau de importância dedicado às emisso-ras de rádio AM e FM e às TVs comerciais de sinal aberto.

As rádios comunitárias preci-sam ser instaladas logo nas comu-nidades, para que os moradores possam se servir da comunicação mais simples e rápida; para que sejam dados os primeiros passos no desenvolvimento da educação no lugar e a difusão da cultura na

Opinião — Mídia em Foco

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ainda não contemplaram o debate acerca do assunto.

Os fóruns de discussão do tema que se realizam no país priorizam questões voltadas para a mídia eletrônica, tanto na pauta como na proposta de projetos. O rádio, a televisão e agora, por último, a internet ocupam todos os espaços nessa vitrine em que o produto que fascina é o marco regulatório da comunicação.

As mesmas vozes que se levan-tam, e muito justamente, contra o Código Brasileiro de Telecomu-nicações, de 1962, e pedem nova política nas concessões dos canais de rádio e televisão, em defesa da diversidade de ideias, poderiam gritar também a favor dos jornais

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Page 89: Revista Boa Vontade, edição 235

programar as propagandas institu-cionais dos governos municipal, estadual e federal.

Outra reivindicação pertinente e merecedora de figurar nessas pautas diz respeito a medidas para regular questões ligadas ao direito de resposta e aos crimes de calúnia, infâmia e difamação. Com o fim da Lei de Imprensa (Lei 5.250, de 9/2/1967), pelo Su-premo Tribunal Federal, sem que outra viesse a substituí-la fixando limites para as indenizações, fi-cou um vazio nessas decisões. A Lei 5.250, nos seus artigos 29 a 36, por exemplo, regulava como proceder no caso do direito de resposta, uma garantia exercida pela primeira vez em 1631.

As sentenças dos juízes de primeira instância que estão sen-do proferidas nesses casos, bem como nos de calúnia, infâmia e difamação, têm como base os códigos Civil e Penal. Em mui-tos casos, são produzidas sob a influên cia de pessoas com prestí-gio nas cidades do interior, o que gera pesadas multas em dinheiro, as quais os donos de jornais inte-rioranos não têm como pagar. Por isso, muitos desses alternativos/comunitários estão fechando, e a consequência é aumento do desemprego, além de represen-tar uma baixa na campanha pela democratização da mídia.

É preciso ampliar o debate

Ao lado da defesa da comuni-cação social eletrônica, os movi-mentos sociais poderiam incluir a mídia comunitária/alternativa

no mesmo grau de importância. Esses temas há muito deveriam caminhar juntos, pois essa uni-ficação só fortaleceria a luta pela liberdade de imprensa e de informação. Os debates, na nossa maneira de ver, é que precisam ser ampliados de forma que minorias da sociedade possam participar.

A partir da realização do se-minário “Desafios da Liberdade de Expressão”, em maio de 2012, na capital paulista, representantes dos movimentos sociais intensifi-caram a mobilização para a coleta das 700 mil assinaturas de apoio necessárias para levar o “Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Comunicação Social Eletrônica” à Câmara dos Deputados. Na iniciativa, segundo alguns ativis-tas, há a justificativa de que “ele não trata de jornalismo impresso porque a atividade não precisa de permissão para ser exercida”.

Para não deixar sem respos-ta essa afirmação, observemos atentamente o que afirma o Artigo 220 da Constituição Federal: “A

manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informa-ção, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”.

Mas acrescenta: “§ 1o — Ne-nhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5o, IV, V, X, XIII e XIV”.

Ora, se o IV veda o anonimato, essa atividade é livre, mas nem tanto. O V e o X falam no direito de resposta, em danos material, moral ou à imagem. É claro que alguém terá que responder nesses casos.

O inciso XIII do Artigo 5o nos remete diretamente à lei do jornalista — profissão dis-cipl inada pelo Decreto-Lei 972/69 e regulamentada pelo Decreto 83.284, de 1979 —, qualificando o profissional de imprensa. O XIV, então, amarra definitivamente a questão: “É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o direito da fonte, quando neces-sário ao exercício profissional” (grifo nosso). Com a atividade do jornalismo impresso dispensando permissão para ser exercida, como fica o sigilo da fonte?

Será que é assim mesmo? Pode--se fazer o que bem entender com o jornalismo impresso, interpre-tando-se de acordo com a vontade de cada um o Artigo 6o da Consti-tuição? É claro que não. Esse é o debate que está faltando.

Entra ano, sai ano e os movimentos sociais ainda não contemplaram o debate acerca da

democratização da informação.

BOA VONTADE 89

Page 90: Revista Boa Vontade, edição 235

Acontece em Pernambuco

Emprego Vânia Besse | Fotos: Camila Motta

Seja em momento de crescimento ou de desaceleração da eco-nomia, pessoas com mais de 40 anos encontram dificuldades para conseguir vaga no mercado de trabalho. Os obstáculos

aumentam se faltam experiência profissional e conhecimento das novas tecnologias.

Pensando nisso, o Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade no Recife/PE oferece oportunidade de inclusão digital a pessoas nessa faixa etária. Em agosto, essa ação socioeducacional da LBV foi tema de reportagem da Rede Globo Nordeste, transmitida ao vivo pelo telejornal NETV 1a Edição.

Apresentada pelo jornalista Ronan Tardin, a matéria desta-

depois dos 40 anosRede Globo Nordeste destaca capacitação digital oferecida pela LBV

O repórter Ronan Tardin entrevista aluna do curso de Informática da LBV

A equipe da TV Globo posa com alguns

dos alunos do curso de Informática da LBV

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Page 91: Revista Boa Vontade, edição 235

cou as atividades do Laboratório de Informática da LBV, que fazem parte do programa Capacitação e Inclusão Produtiva. Nas aulas, os participantes aprendem a utilizar aplicativos (editor de texto e planilha eletrônica), progra-mas para navegação na internet e o sistema operacional do computador.

No local, são oferecidos também cursos gratuitos para o desenvolvi-mento de habilidades necessárias para uma melhor colocação profissional ou para o atendido tornar-se empreen-dedor. A iniciativa favorece, ainda, a convivência comunitária e os valores de cidadania.

O repórter ressaltou o trabalho da Instituição: “Dar oportunidade a essas pessoas que não têm condições financeiras é muito bom. (...) Sem o conhecimento de informática não se

Atualize-se sempre. É importante pensar no que fazer na segunda metade da vida. Com o crescente envelhecimento da população brasileira, há cada vez mais profissionais com larga experiência na ativa.

Elabore um bom currículo, que seja objetivo e conciso.

Prepare-se para a entrevista. Conheça a empresa e o segmento em que atua.

Procure uma atividade de trabalho que atenda a suas necessidades e seja mais adequada ao seu perfil.

Considere as muitas oportunidades no setor de varejo (redes de lojas, supermercados e postos de gasolina, por exemplo) e no de atendimento a clientes/consumidores.

Participe de cursos, palestras e outras atividades de aprendizado.

Mantenha a autoestima elevada. Tenha em mente que sempre haverá empresas precisando de um profissional com seu perfil.

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

No Recife/PE, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua dos Coelhos, 219, Boa Vista — tel. (81) 3413-8600.

Dicas para quem tem mais de 40 anos e deseja entrar no mercado de trabalho*

* As orientações são do professor Francisco Dilson dos Santos, consultor de empresas.

entra no mercado de trabalho. É mui-to legal que exista esse tipo de curso no Recife, o povo precisa”.

O professor e consultor de car-reiras Alexandre Nunes, que acom-panhou a equipe da TV Globo na visita à unidade da LBV na capital pernambucana, se disse “encantado” com o trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade: “Tem padrão de qualidade ímpar”.

“Há seis anos estou desempregada e estava

sem qualificação profissional. Encontrei na LBV um curso de computação que me proporcionará um

emprego. Estou realizada. Antes, eu não sabia sequer manusear um

computador.” Hosana Gomes da Silva,

42 anos.Aluna do curso de Informática da LBV

Assista à reportagem do telejornal NETV 1a Edição, da Rede Globo Nor-deste, sobre o curso de Informática da LBV. Baixe o leitor QR Code em seu smartphone, fotografe o código e veja.

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Page 92: Revista Boa Vontade, edição 235

O 9o Encontro Nacional do Terceiro Setor, realizado nos dias 10 e 11 de junho,

em Belo Horizonte/MG, reuniu representantes de organizações sociais e das áreas empresarial, jurídica e governamental. Na

Elvira Trindade | Fotos: Mônica Mendes

Terceiro SetorSustentabilidade

Terceiro Setor discute atuação e enfoca aspectos tributários em encontro nacional em MG

Crescimentoe gestão

pauta, foram debatidos caminhos e maneiras de construir uma sociedade melhor, mais justa e solidária.

O evento, promovido pela Federação Mineira de Funda-ções e Associações de Direito

Privado (Fundamig), abordou assuntos como investimento so-cial, educação, parcerias, gestão e profissionalização do Terceiro Setor, empreendedorismo social, aspectos tributários e negócios sustentáveis.

Abriram o 9o Encontro Nacional do Terceiro Setor, a partir da esquerda: Marisa Seoane, diretora-presidente do CeMAIS; José Galeno Filho, diretor de relações internacionais da Fundamig; Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte; Leonardo Coelho, diretor-presidente da Fundamig; Antonio Anastasia, governador de Minas Gerais; Carlos André Mariani Bittencourt, procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais; Joel Gomes Moreira Filho, da OAB/MG; Sueli Baliza, secretária de Educação de BH e conselheira da Fundamig; Solange Bottaro, diretora vice-presidente da Fundamig e da Associação Missão Ramacrisna; e Leo Charles Henri Bossard II, promotor de Justiça e presidente da Profis.

92 BOA VONTADE

Page 93: Revista Boa Vontade, edição 235

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, também presente no encontro, declarou: “O Terceiro Setor é importante para todo o Brasil. Nosso

governo conta com a ação dessas entidades nos mais diversos setores, (...) que participam ativamente das nossas políticas públicas. E assim deve ser, porque, quanto mais des-centralizados formos, mais eficien-tes seremos”. Na ocasião, o governo estadual apresentou o Manual de Excelência em Gestão para o Ter-ceiro Setor e a criação do Prêmio Mineiro de Qualidade da Gestão das Entidades do Terceiro Setor, que contemplará as organizações que obtiverem êxito na implementação de boas práticas de administração.

O presidente da Fundamig, Leonardo Coelho, comentou os resultados do encon-tro, focado na gestão e na área jurídica das organizações sociais e

nas relações delas com o primeiro e segundo setores (governo e em-presas). “Tivemos uma riqueza de debate muito profunda, [com a presença de] profissionais de no-tória competência. Um documento será redigido e encaminhado às instâncias públicas, privadas, em prol do Terceiro Setor. É motivo de muita alegria poder juntar forças numa aliança intersetorial, para uma transformação efetiva no Brasil, buscando justiça social, preservação ambiental e uma economia viável.”

Também participou do even-

to o prefeito de Belo Horizonte, Marcio La-cerda . Demonstrando confiança na capacidade de realização do setor, ele destacou: “É muito bom vermos o volunta-riado solidário buscando formas melhores, (...) uma organização bem estruturada em termos legais, de acordo com os preceitos modernos de gestão. A prefeitura de Belo Horizonte precisa da ação das organizações não governa-mentais em todas as áreas de atuação”.

Segundo o procurador--geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bitten-court, o Ministério Públi-co tem se dedicado há anos ao fomento do Terceiro Setor, tendo inclusive participado da criação da Fundamig. O magis-trado lembra que esse fato se deu pelo crescimento do trabalho: “A atividade originalmente era fiscali-

Antonio Anastasia

Leonardo Coelho

Marcio Lacerda

Carlos André

Valma da Cunha

“No que diz respeito à educação, temos uma ação muito concreta, madura em termos de alianças. (...) Quero parabenizar a LBV pelo belo trabalho que faz.”

Sueli BalizaSecretária de Educação de Belo Horizonte/MG

zação das fundações como um todo. O Terceiro Setor se agigantou ao longo dos anos, e hoje todos nós sabemos que a sociedade e o Estado necessitam do setor”.

Para uma das organi-zadoras do 9o Encontro Nacional do Terceiro Setor, a promotora de Justiça de fundações do Ministério Público de Minas Gerais Valma Leite

da Cunha, o acontecimento é uma “troca de experiências, uma avaliação do que já foi feito e o estudo de soluções para os gran-

des desafios”. Sobre a participação da LBV na iniciativa, ela afirmou: “Gostaria, mais uma vez, de agradecer à Legião da Boa Vontade, que sempre nos prestigia com

a presença, com o apoio, com a cobertura dos nossos eventos, e cumprimentar a LBV pelo tra-balho social de vanguarda que executa”.

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Page 94: Revista Boa Vontade, edição 235

Financiamento

Organizações

sociais entram

na agenda da

Secretaria-Geral

da Presidência

da República

Rede Sociedade SolidáriaCultura de doação e incentivos fiscais

e sustentabilidadeDr. Airton Grazzioli e Dra. Paula Jancso Fabiani

Desde o primeiro semes-tre a Secretaria-Geral da Presidência da República

(SGPR) tem promovido encontros com representantes da sociedade civil e do governo federal para discutir mecanismos de financia-mento e sustentabilidade econô-mica das organizações do Terceiro Setor. Nessas reuniões busca-se ouvir a sociedade civil, a fim de firmar propostas concretas, para fazerem parte da agenda do gover-

no para a promoção de melhorias no marco regulatório do setor. Em pauta, temas vitais para o funcio-namento das entidades, como a cultura de doação, simplificação e desburocratização, incentivos fis-cais, fundos públicos, cooperação internacional e empreendedorismo social.

Já no primeiro desses encon-tros, o ministro-chefe da SGPR, Gilberto Carvalho, renovou o compromisso do governo com

94 BOA VONTADE

Page 95: Revista Boa Vontade, edição 235

o setor. Nele, apresentou alguns dos esforços para a promoção de mudanças positivas no marco legal vigente para o setor sem fins lu-crativos. Também reconheceu que as políticas públicas têm estado aquém do esperado nessa temáti-ca, mas ressaltou que existe uma grande vontade do governo para acertar e promover um ambiente mais propício ao desenvolvimento do Terceiro Setor.

Uma das propostas principais é a ampliação do incentivo de até 6% do Imposto de Renda devido de pessoas físicas para quaisquer doações, e não apenas para os projetos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente. A relação entre o volume de colabo-rações e incentivos fiscais é ponto relevante em qualquer política de fomento à cultura de doação. A im-portância de criar mecanismos que facilitem a contribuição também faz parte das discussões. Outra recomendação apresentada refere--se à unificação das informações sobre as organizações sem fins lucrativos em um único banco de dados, medida esta de baixo custo e capaz de auxiliar os doadores e o próprio governo no mapeamento da área.

Desoneração O crescimento da riqueza do

país e da renda per capita nos últi-mos anos foi significativo, contudo o volume de doação não acompa-nhou esse novo patamar. Um dos entraves às doações é a legislação brasileira: o dinheiro doado para uma organização sem fins lucrati-vos é taxado da mesma forma que uma herança para uma pessoa, o que não ocorre em muitas nações.

Falta também incentivo fiscal para recursos com foco no longo prazo, ou seja, os que migram para atividades sem fins lucra-tivos de forma permanente. Di-ferentemente de outros países, o Brasil não possui legislação que permita a criação de endowments (fundos patrimoniais) ou trusts (fundos com um propósito espe-cífico, que podem ser sem fins de lucro ou não).

A instituição de mecanismos que facilitem a criação de fundos patrimoniais é de grande importân-cia para o desenvolvimento de um Terceiro Setor sustentável. Já exis-te um projeto de lei em tramitação sobre o assunto, e o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e a Endowments do Brasil estão liderando um grupo de estudos que propõe melhorias para o projeto, o qual é limitado na sua abrangência.

Outra questão de destaque é a ausência de mecanismos para financiar a capacidade institu-cional das organizações sem fins lucrativos. As leis de incentivo são voltadas ao financiamento de pro-jetos e há poucas alternativas de financiamento para a administra-ção, investimento em tecnologia da informação, profissionalização da captação de recursos, comuni-

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Dr. Airton Grazzioli

Dra. Paula Jancso Fabiani

Dr. Airton Grazzioli é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Direitos Difusos e Coletivos pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo. É mestre em Direito Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo, onde atua como curador de Fundações de São Paulo, e vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores e Promotores de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social (Profis).

Dra. Paula Jancso Fabiani é diretora-executiva do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). Economista formada pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, com MBA pela Stern School of Business da New York University, especialização em Endowment Asset Management, na London Business School e Yale, e Gestão de Organizações do Terceiro Setor pela Fundação Getulio Vargas. Também atua como membro do Comitê de Governança Corporativa do Terceiro Setor, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). É coauto-ra da publicação Fundos Patrimoniais – Criação e Gestão no Brasil.

Page 96: Revista Boa Vontade, edição 235

cação e outras atividades inerentes à vida de uma organização do Terceiro Setor.

Mais uma proposta em dis-cussão no governo é a criação de um fundo público para apoiar o desenvolvimento da capacidade institucional de organizações da sociedade civil. O baixo volume de doações das fundações e institutos empresariais para organizações sem fins lucrativos também foi alvo de crítica. Essas entidades re-cebem recursos incentivados, mas

acabam direcionando a maior parte desses para desenvolver projetos próprios, em vez de doar recursos para organizações existentes na sua área de atuação.

Por fim, há vários pontos in-teressantes sendo debatidos, que incluem a criação de regime tribu-tário diferenciado para organizações pequenas (o “Simples Social”); uma nova legislação com o objetivo de ampliar a cooperação com outros países a partir da sociedade civil; a valorização do trabalho voluntário (com a possibilidade de informá-lo na declaração do Imposto de Ren-da); e o desenvolvimento de meca-nismos de apoio para o fomento e proteção dos negócios sociais.

Essa série de eventos tem se revestido de importância não so-mente pela qualidade das pessoas envolvidas, mas especialmente pelos profícuos debates. Há de se reconhecer, no entanto, que os esforços do grupo de trabalho anteriormente constituído pela Secretaria-Geral da Presidência da República, com participação de vários ministérios e represen-tantes da sociedade, para elabora-ção de um novo marco regulatório do setor, ainda não alcançaram resultados concretos. Até o mo-mento a iniciativa concentrou esforços apenas na melhoria da relação das organizações sem fins de lucro com o Estado. En-tretanto, é imperioso acreditar na disposição renovada do governo em aprofundar o desenvolvimento das propostas, pois um Terceiro Setor estruturado e sustentável é fundamental para a construção de um país para todos.

Rede Sociedade Solidária

DeSequIlíBrIo entre rIqueza e DoaçõeS

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Apesar do crescimento da riqueza do Brasil e da renda per capita nos últimos anos, o volume de doações não

acompanhou o novo patamar. Veja, abaixo, números que mostram essa diferença.

O Brasil é o 11o país com maior número de milionários.

O país ocupa a 83a posição quanto ao hábito de doar para a caridade.

Fonte: Estudo World Wealth Report (2011), da Capgemini e da

RBC Wealth Management.

Fonte: Pesquisa anual World Giving Index (“Índice Mundial de Doações”,

em tradução livre), realizada em 2012 pela Charities Aid Foundation (CAF). No

trabalho, foram citados 146 países.

Uma das propostas principais é a ampliação do incentivo de até 6% do Imposto de Renda devido de pessoas físicas para quaisquer doações. (...) A relação entre volume de colaborações e incentivos fiscais é ponto relevante em qualquer política de fomento à cultura de doação.

96 BOA VONTADE

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Lar Alziro Zarur, da

LBV, completa 50 anos, ganha melhorias e eleva o número de atendimentos.

Em 50 anos de trabalho solidário em Teófilo Otoni/MG, a Legião da Boa Vontade acompanhou de perto o avanço econômico e social da cidade, que neste ano comemorou duplamente: o ani-

versário de 160 anos, em 7 de setembro; e a melhora da qualidade de vida da população, segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) feita com a ajuda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Fundação João Pinheiro.

respeito Texto e fotos: Patricia Oliveira 

t e ó F i l o o t o N i / m g

e carinho ao idoso

Acontece em Minas Gerais

BOA VONTADE 97

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Acontece em Minas Gerais

De acordo com o estudo, nas últimas duas décadas (1991 a 2010), o município teve aumento de 59,32% no seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), acima da média de crescimento nacional (47,46%) e estadual (52,93%).

O trabalho também indicou evo-lução da taxa de envelhecimento populacional: de 7,18% para 9,07%. Trata-se de processo semelhante ao de muitas cidades brasileiras, em que se evidencia a tendência de crescimento da população idosa, com reflexos na parcela economi-camente ativa da sociedade. Daí a importância do Lar Alziro Zarur, da LBV, que em meio século de atuação notabilizou-se pela dedi-cação no amparo à Terceira Idade, propriamente ao idoso afastado do convívio familiar e/ou em situação de vulnerabilidade.

O aniversário da unidade da Ins-tituição em Teófilo Otoni coincide com a reforma de vários ambientes, para ampliação e melhora da quali-dade do serviço. Hoje, a Instituição atende dezenas de idosos diaria-mente, e a expectativa é elevar esse número após a reforma. A conclusão das obras está prevista para este semestre.

No Lar da LBV, os idosos recebem o cuidado e o suporte necessários para que tenham uma vida saudável e participativa. Para isso, contam com alimentação balanceada, assistência médica e atendimento social, além de par-ticipar de atividades recreativas e físicas regulares, de acordo com a necessidade do atendido.

A sra. Virgínia Muniz, de 76 anos, chegou ao Lar Alziro Zarur há 10 meses e rapidamente se afeiçoou

ao lugar e às pessoas. “Gosto muito daqui. Todos me tratam com respeito e carinho. Sinto a atenção que cada um dedica a mim.” O mesmo senti-mento é compartilhado pelo residente Joaquim Lacerda, 83 anos: “Eu moro aqui há mais de 20 anos. Este é meu lar e todos aqui são minha família. É um lugar muito bom, todos nos tratam com muito carinho”.

A assistente social Edna Chaves observa que a reforma, além da melhoria de acessibilidade, tem o objetivo de promover uma maior “satisfação dos idosos em relação à sua moradia”.

InauguraçãoPara marcar os 50 anos do Lar, a

LBV inaugurou, em 28 de agosto, a nova praça recreativa e o jardim da unidade de atendimento. Presente no evento, Rafael Gusmão, coor-denador do Procon em Belo Hori-zonte, comentou: “Os idosos são vistos aqui como cidadãos, como pessoas com dignidade em todas as esferas, seja na saúde, seja na mo-radia e assistência médica. Neste lindo espaço moderno, que atende a todas as exigências legais, (...) a gente fica enobrecido, nosso tra-balho fica agraciado e completo”.

Também participou da fes-tividade a dra. Milena Ribeiro

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de Matos Xavier, promotora de Justiça de assistência ao idoso, que ressaltou a atuação da Obra em favor da Terceira Idade. “É um trabalho muito benfeito! A existên-cia da LBV é fundamental para a cidade”, declarou.

Iniciadas em julho de 2012, as obras de modernização do Lar Alziro Zarur, da LBV, vão garantir a melhora na qualidade dos ser-viços oferecidos, além de possibilitar a ampliação do atendimento.

Em Ipatinga/MG, crianças e jovens atendidos pela Legião da Boa Vontade comemoram 50 anos de atuação da LBV na cidade ao lado de voluntários, colaboradores e parceiros da Instituição. A festa marcou, ainda, a inauguração da nova quadra poliesportiva (reformada e coberta) do Centro Comunitário de Assistência Social (Rua João Patrício de Araújo, 225, Veneza I), em 4 de julho. Autoridades e personalidades locais, além da imprensa, prestigiaram o evento, a exemplo do secretário de Assistência Social de Ipatinga, Vasconcelos Lagares. “A LBV faz neste município um trabalho de muita importância com famílias, crianças e adolescentes, para que tenham garantia de direito e de qualidade de vida. Parabéns à LBV!”, destacou o secretário. 

Reforma e modernização

As salas de serviço social e de terapia ocupacional ganham novo revestimento, piso antiderrapante e portas largas para facilitar o acesso de cadeirantes.

Na área externa, foi construído um jardim com luminárias e praça para atividades de lazer e banho de sol dos idosos.

* O nome da unidade residencial da LBV em Teófilo Otoni, inaugurada em 12 de julho de 1963, homenageia o jornalista, radialista, escritor, poeta, ativista social e pregador ecumênico Alziro Zarur. Nascido no dia de Natal, em 1914, fundou a Legião da Boa Vontade, em 1950, e presidiu-a até sua passagem para a Pátria Espiritual, em 21 de outubro de 1979.

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Teófilo Otoni/MG, o Lar Alziro Zarur, da LBV, está localizado na Rua Capitão Leonardo, 620, Grão Pará — tel. (33) 3522-6555.

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Os cariocas celebraram as três décadas da Bienal Internacio-nal do Livro do Rio de Janei-

ro, que chegou à sua 16a edição. O evento literário, considerado um dos mais importantes do país, atraiu 660 mil pessoas ao Riocen-tro, na Barra da Tijuca, entre 29 de agosto e 8 de setembro.

Para Sônia Jardim, presiden-te do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) — que organizou a b ienal

em parceria com a Fagga | GL events Exhibitions —, é impor-tante destacar a renovação do público. “Foi um sucesso total. Corredor cheio de gente, de jovens (...), o que é muito bom para os livreiros por serem novos leitores ingressando no mercado”, disse. A presença de jovens de 15 a 29 anos foi maciça. Pela primeira vez, eles representaram a maioria, passando de 46% (em 2011) a 51% do total do público. Também

de livrosRio

Feira completa 30 anos comemorando forte presença do público jovem e recorde de vendas

Literatura16a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro

Nathália Valério

Da Redação

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os professores compareceram em peso: 100 mil visitaram os três pavilhões da feira.

Outro dado positivo foi o crescimento das vendas — de 2,8 milhões de livros em 2011 para 3,5 milhões. Segundo Arthur Repsold, da Fagga, 82% dos vi-sitantes compraram livros neste ano, com cada pessoa levando, em média, 6,4 livros; na edição anterior, o público comprador representou 76%.

SUCESSO DE VENDAS NA BIENALConteúdo de qualidade e preço popular, em edição especial, explicam o êxito de vendas do livro Jesus, o Profeta Divino, do escritor Paiva Netto, na Bienal do Livro Rio. Na obra, o autor ressalta o valor do conhecimento da vida espiritual, capaz, segundo ele, de mudar o comportamento antiético que arrasta o ser humano a um progresso de destruição, habilitando o indivíduo a promover a consciência socioambiental, em favor do desenvolvimento sustentável.

A boa acolhida às promoções e ofertas de produtos com desconto garantiu a satisfação de livreiros e expositores. Para ajudar as vendas na bienal, o preço médio de capa por obra caiu de R$ 20,62 (2011) para R$ 20,45. Tantos incentivos agradaram aos leitores, que assim puderam adquirir mais títulos, a exemplo de Silvia Régis, morado-ra do bairro da Tijuca, que visitou a feira acompanhada dos dois fi-lhos. “O preço está muito bom em

vários estandes. Na última bienal, não havia tanta promoção como nesta. Vim com meu orçamento fechado, mas consegui comprar mais do que estava prevendo”, afirmou. Até então, segundo ela, eram já quatro sacolas repletas de obras infantis, da literatura brasileira e sobre saúde.

O exemplo de dona Silvia ilustra bem um dado apontado pela pesquisa “Retratos da Lei-tura no Brasil”, produzida pelo

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Literatura

A programação cultural foi outro ponto de destaque da Bienal do Livro Rio. Mais de 30 mil pessoas circularam pelos sete espa-ços montados especialmente para o evento no Riocentro. Neles, o público pôde acompanhar a experiência e as ideias de 163 autores brasileiros e 25 estrangeiros — destes, nove vieram do país homenageado na edição deste ano, a Alemanha. Assim, os visitantes puderam saber mais a respeito de teoria literária, tecno-logia e variados aspectos do universo do livro. Alguns dos espaços mais concorridos foram o Café Literário, o Mulher e Ponto, o Placar Literário, #acampamento na bienal e o Planeta Ziraldo, além das prestigiadas sessões do Conexão Jovem e do Encontro com Autores. A próxima edição da bienal está prevista para ocorrer de 20 a 30 de agosto de 2015.

Universo do livro

A WRC Livros, a Editora Elevação e o selo Soldadinhos de Deus, da LBV, trouxeram para o seu estande uma variedade de títulos a preço popular.

Instituto Pró-Livro: para 47% dos entrevistados, o preço baixo é o fator mais importante na hora de definir o local de compra do livro. Profissionais do mercado livreiro consideram o incentivo de oferecer produtos que agradem ao bolso como oportunidade para alavancar as vendas, sobretudo quando se pode aliar conteúdo de qualidade a preço popular.

Em sintonia com o mercado, a WRC Livros, a Editora Elevação e o selo Soldadinhos de Deus, da LBV, trouxeram para seu estande de 200 m² na bienal uma variedade de títulos a preço popular. Nesse espaço, o público encontrou outro atrativo: um catálogo repleto de obras literárias inspiradas em valo-res da Espiritualidade Ecumênica.

Jesus, o Profeta Divino repete sucesso

Destaque no evento, o livro

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(1) No espaço Mulher e Ponto, a escritora Teresa

Montero (E) e a atriz Beth Goulart (C) debatem o tema

“Clarice Lispector — Universos femininos em expansão na

obra de uma das maiores escritoras brasileiras”, com

a mediação da jornalista e escritora Bianca Ramoneda.

(2) O bate-papo informal e intimista do Café Literário proporcionou concorridas

sessões. Depois do evento, a jornalista Sônia Bridi falou

à nossa reportagem sobre as diferentes experiências e aprendizados vividos no

jornalismo. (3) Em entrevista, o jornalista e colunista

Ancelmo Gois comenta sobre a importância da feira literária

para o público jovem.

A Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e publicações) acompanhou a movimentação de público e personalidades convidadas nos diversos espaços culturais instalados na Bienal do Livro Rio. Nos 11 dias do evento, a equipe da LBV conversou com jornalistas, artistas e escritores, que com sua imagem e talento abrilhantaram a cena do livro...

Encontros e ideias

Jesus, o Profeta Divino, de autoria do escritor Paiva Netto, repetiu o sucesso alcançado no lançamento, há dois anos, quando o título tor-nou-se um dos campeões de venda da Bienal do Livro Rio. Neste ano, a Editora Elevação apresentou aos leitores uma edição especial da obra, revista e ampliada, por um preço popular — R$ 9,90, no formato 14 x 21 cm. Com isso, buscou-se expandir a própria pro-posta da publicação, centrada no estudo ecumênico do Evangelho e do Apocalipse de Jesus.

“Esse livro é uma pérola; comprá-lo significa adquirir co-nhecimento.” Assim se expressou a dona de casa Virginia Alves de Lima ao comprar a obra. E acres-centou: “O escritor Paiva Netto traz sábios ensinamentos, o que é muito importante para o nosso dia a dia, para a gente aprender a conviver, a se relacionar com

O professor de Teologia Eduardo Faria e o filho Arthur, no estande da WRC Livros, Editora Elevação e selo Soldadi-nhos de Deus, da LBV. Lá, compraram o superkit infantil da Coleção Ecumênica “Os milagres de Jesus”.

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Literatura

A partir da esquerda, Bruno Micas, Heverton Bezerra, Bárbara Franco e Rizoneth Nascimento de Souza visitam a Bienal do Livro Rio. Eles aproveitaram a ocasião para adquirir as radionovelas Há 2000 Anos... e 50 Anos Depois.

A 16a Bienal do Livro Rio presta homenagem à Alemanha — terra de filósofos como Nietzsche, Kant e Marx. Na visita ao Riocentro, crianças atendidas pela LBV, da cidade de Petrópolis/RJ, conheceram um pouco da cultura germânica.

as outras pessoas, com os nossos familiares. Eu aprecio todos os livros dele. Hoje, vim aqui para adquirir este; inclusive, não só para mim, mas também vim bus-car mais exemplares para presen-tear. O preço está sensacional, e melhor ainda é o conteúdo desta obra”.

Admiradora da obra literária do escritor Paiva Netto, a professora Thaís Abel comentou: “Meus pais sempre fizeram a leitura dos livros dele em casa. Isso foi signi-ficativo para mim e pretendo levar para meus filhos também. A gente precisa disso para ter paz e passar a paz para as pessoas”.

A estudante Letícia Almeida também conheceu na infância

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“O escritor Paiva Netto traz sábios

ensinamentos, o que é muito importante para o nosso dia a dia, para a gente

aprender a conviver, a se relacionar com as outras pessoas,

com os nossos familiares.”

Virginia Alves de Lima

Selo Soldadinhos de DeusA Editora Elevação também comemorou na Bienal do Livro Rio

a boa aceitação do público infantil, que prestigiou os títulos do selo Soldadinhos de Deus, da LBV, em especial o kit da Coleção Ecumê-nica “Os milagres de Jesus”, composto por livros, DVD, CD e um jogo divertido para a garotada conhecer importantes ensinamentos de Jesus, o Educador Celeste.

A professora Ana Carolina Veloso aproveitou sua visita à 16a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro para levar o superkit. Ao todo, são oito produtos interativos, reunindo explicação ecumênica sobre algumas das mais célebres passagens bíblicas.

A educadora, que resolveu presentear as crianças da família com o kit, gostou de saber que o pacote incluía um DVD com desenhos animados. “Tenho uma afilhada que vai adorar, pois é muito im-portante já na primeira infância estar em contato com as histórias de Jesus, para cultivar esse sentimento de Amor, de respeito ao próximo, a caridade no coração deles desde pequeninos”, disse.

O que vem no superkit5 livros da Coleção Ecumênica “Os milagres de Jesus” (A pesca milagrosa, A cura do filho de um oficial, Jesus caminha sobre as águas, O samaritano

agradecido e No tanque de Betesda);

1 DVD com desenhos animados musicais sobre algumas das célebres passagens do Evangelho de Jesus, legendados e em versão karaoke; inclui

extras (dois desenhos e quatro videoclipes);

1 CD com músicas infantis;

1 divertido jogo de tabuleiro, que convida você, a família e os amigos a ir ao encontro de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.

as publicações do autor. Por considerar cada título dele uma rica fonte de aprendizado, ela se habituou a levar consigo os livros aos locais que frequenta. “Transmito a espiritualidade aos meus amigos, e muitos deles se tornaram adeptos da leitura do Irmão Paiva e dos livros da Editora Elevação.”

De Cabo Frio/RJ, na Região dos Lagos, Thiago da Silva Cavalcan-te, de 16 anos, foi para a capital a fim de conhecer a maior feira lite-rária da América Latina. Durante o passeio, parou para contemplar a imagem da capa do livro Jesus, o Profeta Divino. “Ele me chamou a atenção pelo fato de falar sobre a vida de Jesus e sobre o Apocalipse, pois os fatos já estão acontecendo hoje em dia. Com certeza, foi Deus que agiu na minha vida para eu estar aqui hoje comprando este livro”, afirmou.

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POESIA LEGIONÁRIAFamília, o coração do mundo.

Família é fraterna, tanto a materna quanto a paterna.

Família é amorosa e também habilidosa.Família é maravilhosa e também esperançosa.

Família é independente, quer mostrar a toda a gente.

Família é linda e também muito unida.Família é inteligente e também muito contente.

Família é amiga; quando está junta, sempre canta uma cantiga.

Família, o coração do mundo.A alegria está nela!Ela é tão poderosa,

Que ninguém vive sem ela.

“Eu quero aprender como Jesus orientou os Seus discípulos, como

fez todos se unirem em Paz. Os livrinhos [da

Coleção Ecumênica "Os milagres de Jesus"] ensinam bastantes

coisas que a gente pode aprender na Bíblia. Na pesca milagrosa, por

exemplo, eu vi que eles [os discípulos de Jesus] não estavam conseguindo nada, e o Cristo falou: ‘Lancem suas redes ao mar e

depois vocês verão’. Como eles obedeceram, vieram em troca muitos peixes. Com isso, a gente entende que, quanto mais fizer,

mais conseguirá. Não adianta querer sem realizar.”

ao ganhar de sua mãe o kit do selo Soldadinhos de Deus, da LBV, na 16a Bienal

Internacional do Livro do Rio de Janeiro. (Veja mais detalhes na p. 105)

Júlia Coelho Gomes da Silva, 10 anos, Magé/RJ, Maria Júlia de Paiva, 10 anos.

São Paulo/SP

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Prece para ter Tranquilidade

Só Jesus salva!Dele a Paz virá,Para o coração

Que quer Seu perdão.

Vem, ó Mestre, a nós!Não nos deixes sós!Tudo é sempre dorSem o Teu Amor!

(Paiva Netto)

Soldadinhos de Deus

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Galeria de fotos

Flávio Gonçalves Marinho Neto,

aos 2 meses. Pais: Vanessa e André Luiz

Drumond Gonçalves. São Gonçalo/RJ

Débora Barbosa Barros, 6 anos. Brasília/DF

Laura Bitencourt Rodrigues,

5 anos. Gravataí/RS

Rafaela Aparecida Ferreira, 1 ano. Pais:

Aparecida e Clodoaldo Aurélio Ferreira.

Novo Horizonte/SP

Maria Luiza de Castro

Moura, 7 anos. Araruama/RJ

Os irmãos Maria Eduarda, 9 anos, e Pedro Noberto de Bastos Neto, 7. Goiânia/GO

Franciellen de Souza Rodrigues, 6 anos. Fortaleza/CE

Clara Brugnolo Brasílio, aos 4 meses. Pais: Renata e Márcio Lopes Brasílio. São Paulo/SP

Benício Custódio Narciso, aos 7 meses. Pais: Thays e Alexandre dos Santos Narciso. São Paulo/SP

Marina Kathilyn Rojas Zuquette, 2 anos. Pais:

Laura e Alcides dos Santos Zuquette. São Paulo/SP

Pedro de Freitas Alves, aos 3 meses. Pais: Cristina e David Zarur Alves. Curitiba/PR

Rihanna Beatriz Biazotto Pedrozo, 1 ano. Pais: Angélica e Marcos Pedrozo. Londrina/PR

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Opinião — Congresso em pautaResponsabilidade social e cidadania

Paulo Kramer | Especial para a BOA VONTADE

No futuromais sociedadee menos Estado

Famoso monumento histórico de Berlim, o Portão de Brandemburgo

é considerado símbolo da reunificação da Alemanha. O país é a primeira economia da Europa e a

4a do mundo.

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Paulo Kramer, cientista político, professor universitário e assessor parlamentar.

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al que explica a generalizada impo-pularidade e, portanto, o descon-forto político de governantes eleitos quando chega a hora de aplicar esses remédios amargos às suas respectivas populações.

O desempenho positivo demons-trado pela economia alemã (taxa de desemprego de 6,8% — quase um quarto da grega e menos da metade da média europeia) em meio ao sofri-mento experimentado pelos outros membros do bloco monetário europeu pode ser explicado, em larga medida, por uma série de reformas estruturais de iniciativa do antecessor de Merkel (por ela derrotado, por estreita mar-gem, em 2005), o social-democrata Gerhard Schroeder. Na década passada, o governo dele adotou uma agenda ousada de cortes no imposto de renda, enxugamento da tradi-cionalmente generosa política de seguro-desemprego e flexibilização do mercado de trabalho com amplia-ção do espaço para a adoção do out-sourcing (terceirização de serviços) por muitas empresas do país.

Vale lembrar que, antes disso, em 1996, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, san-cionou uma reforma na seguridade social estabelecendo, por exemplo, prazos e condições mais rígidos

para a vigência e a concessão de be-nefícios como seguro-desemprego e auxílios a famílias situadas abaixo da linha de pobreza.

Reforma do Estado de bem- -estar social

Cada vez mais, por toda parte, impõe-se com urgência o desafio de reformar o Esta-do de bem-estar social (wel-fare state), essa criação da Alemanha de Bismarck no século 19, que se difundiria pelo Reino Unido, pela

Escandinávia e por outras regiões da Europa em resposta aos deslocamen-tos socioeconômicos causados pela Grande Depressão dos anos 1930.

Depois da Segunda Guerra Mun-dial (1939-1945), o welfare state se tornou o contrato social no qual se assentaram a prosperidade, a equi-dade, a coesão social e a estabilidade política dos países desenvolvidos.

Agora, porém, com o rápido envelhecimento da população, muitos economistas alertam para a impossibilidade de manter os mesmos níveis de benefícios aos desempregados e subsídios ao sistema de saúde. Afinal, quem vai trabalhar para pagar essa conta e garantir a renda de uma quantida-de considerável de aposentados e pensionistas?

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*1 Angela Dorothea Merkel nasceu na cidade de Hamburgo (Alemanha), em 17 de julho de 1954. Filha de pastor luterano, tem doutorado em Química pela Universidade de Leipzig. Foi ministra da Mulher e da Juventude e, depois, do Meio Ambiente. Eleita chanceler (chefe de governo) em 2005, tornou-se a primeira mulher a presidir um governo da Alemanha. Reelegeu-se em 2009. Em 22 de setembro deste ano, voltou a vencer a eleição federal. Além de defender a modernização e a flexibilização das leis trabalhistas como parte de reformas econômicas, Merkel declara-se a favor do fortalecimento da União Europeia e de uma maior responsabilidade fiscal dos países membros. *2 A indisciplina fiscal e o descontrole das contas públicas em países da zona do euro, em especial na Grécia, arrastaram o bloco para uma grave crise financeira. Contribuíram para essa situação vários fatores, como a globalização dos mercados financeiros, desequilíbrios no comércio internacional e a recessão global de 2008-2012. A crise da Grécia, iniciada no fim de 2009, foi agravada com a revelação de que mascarava seu nível de endivi-damento, o que causou impacto sobre a moeda única. Os efeitos logo se fizeram sentir em toda a zona do euro, principalmente na Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e parte da estabilidade da França. A União Europeia iniciou um pacote de ajuda aos gregos, exigindo do país medidas de austeridade. Atualmente, prosseguem os debates sobre a coordenação econômica e integração fiscal do bloco europeu.

A recente eleição na República Federal da Alemanha, que reconduziu ao poder pela

terceira vez consecutiva a chanceler democrata-cristã Angela Merkel*1, levantou, mais uma vez, algumas questões cuja seriedade e urgência transcendem as fronteiras germâ-nicas, na medida em que desafiam praticamente todos os governos e sociedades modernos. Primeira economia da Europa e quarta maior do mundo, a Alemanha de Merkel assumiu, nos últimos quatro anos, a liderança de uma resposta firme e coordenada à chamada crise do euro*2, que atingiu em cheio a eco-nomia e as finanças dos países da zona do euro, provocando o colapso fiscal econômico grego e arrastando à beira da insolvência outras nações do continente, como Espanha e Portugal.

Essa resposta cifra-se em um receituário de austeridade fiscal e cortes orçamentários profundos, o

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Na Europa, até pouco tempo atrás, os governos procuraram con-tornar essas dificuldades “empur-rando com a barriga” e cobrindo os déficts resultantes com mais endivi-damento público. A coisa começou a se complicar com a introdução da moeda única, o euro, que tirou dos tesouros nacionais a autonomia para financiar seus rombos fiscais por meio de inflação.

Agora é imperativo cair na real e encarar mudanças dolorosas, mas inevitáveis, de maneira que se possa substituir a atual estrutura por mecanismos que permitam

às pessoas e às famílias assumir novas e maiores responsabilidades pela criação e manutenção de suas próprias redes de proteção finan-ceira e social, contando com menos amparo estatal.

E não podemos pensar que, aqui no Brasil, estaremos a salvo dessas tendências. Desde o ano passado até o corrente, estima-se que nosso país contará com o maior número de habitantes em idade economi-camente ativa de toda a sua história; é essencial que saibamos aproveitar esse “bônus demográfico”, refor-mando as instituições econômicas,

trabalhistas e de seguridade social, a fim de evitar um triste cenário futuro em que envelheceríamos antes de haver prosperado.

O trabalho de organizações da sociedade civil, há décadas, mostra que é possível avançar na proteção social. Por exemplo, a atuação da Legião da Boa Vontade, orientada crescentemente para fortalecer a responsabilidade social e a cidada-nia nas tarefas assistenciais e edu-cativas, antes consideradas como exclusivas do Estado, aponta o caminho de um futuro melhor, mais justo e mais solidário.

Opinião — Congresso em pauta

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 235

“Toda vez que danço me sinto feliz”

o hábito de dançar promo-ve saúde e bem-estar, em qualquer idade. Além de

divertimento, ao ritmo da música os praticantes conseguem eliminar gorduras extras, aumentar a flexi-bilidade e melhorar o tônus mus-cular, segundo especialistas. Há, portanto, muitos benefícios para a coordenação motora, a postura, a memória e a respiração.

Não por acaso, os idosos aten-didos pela Legião da Boa Vontade em Salvador/BA, por meio do programa Espaço de Convivência, têm aderido, cada vez mais, a essa atividade oferecida pela Institui-

ção. As aulas ocorrem uma vez por semana no Centro Comunitá-rio de Assistência Social da LBV, onde hoje 110 idosos recebem atendimento. “A dança é muito importante na Terceira Idade, pois, além de elevar a autoestima, é um exercício físico. Os idosos têm a oportunidade de se relacionar e se distrair, ela só faz bem”, disse o professor de dança de salão Carlos Alberto.

Um exercício que faz bem ao corpo e traz sempre felicidade. É assim que Marta de Souza Lima, de 92 anos, define o que sente ao participar das aulas. “A dança é boa

para minha coluna, pernas, braços, e para meus nervos. Toda vez que danço me sinto feliz. A LBV repre-senta muita Paz e saúde pra mim!”

Para Aldenora Nascimento, de 63 anos, o resultado das aulas de dança foi imediato em sua saúde: “As dores que eu sentia foram aliviadas”. Agradecida por essa e outras iniciativas desenvolvidas pela Instituição, ela completou: “A LBV é uma bênção que Deus me deu. Muita coisa mudou depois que entrei aqui, pois aprendi outro modo de viver. A Legião da Boa Vontade representa uma grande família para mim!”.

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Walter Periotto é jornalista. Foi representante da LBV dos Estados Unidos, na década de 1980.

Melhor Idade

Use o tempo a seu favorUse o tempo a seu favor

Lazer ativo contribui para uma vida saudável

É clara a re lação entre a atividade de lazer e o estado de saúde. O tempo livre

pode e deve ser utilizado também para despertar o potencial cria-tivo e desenvolver a capacidade socioafetiva. Recomenda-se que toda pessoa esteja disposta a aprender, a buscar o autoconhe-cimento e a tentar coisas novas.

De acordo com estudo desen-volvido por alunos do curso de Terapia Ocupacional da Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a maior parte do tempo do idoso está dedicada ao lazer, mas mal aproveitado. Estima-se que 26% do dia é destinado ao lazer ocioso, passivo, como as-sistir à televisão e ficar deitado descansando, atividades que pou-co contribuem para a melhoria da saúde.

O trabalho, apresentado na Sessão de Posters da 35a Con-ferência da Associação Inter-nacional para Pesquisas de Uso do Tempo (Iatur), alerta para a necessidade de o idoso praticar atividade que ajude a manter cor-po e mente ativos, a exemplo de exercícios utilizados em terapia ocupacional: artesanato, jogos de

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memória, dança, rodas de con-versa e outros. O lazer ativo é o que traz mais benefícios à saúde.

Um dos responsáveis pelo es-tudo, Luís Fernando Bevilaqua destacou: “O Brasil está enfren-tando um processo de envelheci-mento rápido, então o olhar para a velhice tem que estar presente. Nosso trabalho vem trazer um pouco dessa necessidade que é pouco explorada”.

Segundo a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Cíntia Simões Agos-tinho, que analisa as informações de projeto-piloto do IBGE sobre o uso do tempo, a Pesquisa Na-cional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita anualmente pelo instituto, já inclui perguntas sobre o tema. Ela explica que o assun-to, debatido há muito tempo em outros países, só há poucos anos passou a receber atenção na Amé-rica Latina. Para Cíntia, é uma forma de captar o cotidiano das pessoas, como elas preenchem as horas diárias.

As questões consideram o uso do tempo relacionado à locomo-ção, ao cuidado de pessoas da fa-mília, aos afazeres domésticos e ao trabalho voluntário. “Além de conseguir caracterizar melhor os perfis das diferentes pessoas, a gente pode cruzar com muitas variáveis. (...) É uma pesquisa que avalia vários aspectos da vida da pessoa e pode ser muito útil. Qualquer setor público pode olhar para esses dados sob a óti-ca de políticas sociais”, afirmou a pesquisadora.

Fonte: Agência Brasil.

Exercite-seA atividade física beneficia a saúde e deve ser realizada sob a orientação de um educador físico.

LeiaAssim como boa alimentação e atividade física ajudam a manter o corpo saudável, o hábito da leitura favorece a saúde mental. Manter-se ativo intelectualmente contribui para prevenir ou retardar o surgimento de doenças neurológicas

degenerativas.

Aprenda um novo idiomaAprender uma língua estrangeira pode ser uma atividade estimulante para o idoso. A dica é procurar uma escola de idiomas que ofereça turma específica para a Terceira Idade. Isso facilitará o aprendizado da nova língua.

Conheça lugares diferentesAproveite esse momento especial da vida para conhecer novos lugares. Hoje, o idoso encontra uma variedade de pacotes turísticos e vantagens para viajar bastante e com qualidade. Outra dica: não é preciso ir muito longe para fazer um passeio agradável, pois sempre há lugares na cidade ainda pouco explorados. Sendo assim, bom passeio!

Faça novas amizadesFrequentar ambientes diferentes propicia a oportunidade de conhecer gente nova e fazer amizade.

Seja voluntárioAproveite o tempo livre para ajudar o semelhante, pois sempre existe alguém precisando de apoio ou de uma palavra amiga.

Dicas de lazer ativo

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Adriane Schirmer, professora.

Adriane Schirmer | Especial para a BOA VONTADE

A expressão “entre eu e Laís” está correta? Não está. O certo é dizer e

escrever “entre mim e Laís”. É o pronome oblíquo (mim) que se usa, e não o pronome pessoal do caso reto (eu). Por quê? Porque o pronome “eu”, repetimos, é do caso reto e só deve ser em-pregado na função de sujeito. Lembrando que sujeito é um

Aprendendo Português

termo essencial da oração, é de quem ou do quê fala o verbo. Por exemplo: “Quem acordou? O que está poluído?” A resposta às perguntas é o sujeito da oração.

Vamos analisar as seguintes orações: “Maria comprou o livro para eu ler”; “Antes de eu sair, ela chegou”; e “Ele concluiu o trabalho por eu estar cansada demais”. Então podemos usar preposição (para, de, por) antes do pronome “eu”? Bem, nos exemplos temos um verbo no infinitivo (ler, sair e estar) após o pronome, o que caracteriza uma oração reduzida: “Maria comprou o livro para que eu leia”; “Antes que eu saísse, ela chegou”; “Ele concluiu o tra-balho porque eu estava cansada demais”. Note que, em todos os casos, o pronome “eu” exerce a função de sujeito.

No caso de entre mim e você, temos a preposição “entre” antes do pronome e não existe verbo depois do pronome. Está aí a ra-zão de o correto ser “entre mim” e não “entre eu”. Se preferir, use “entre nós”.

Para guardarmos bem a dica, recorramos à Bíblia Sagrada, no livro Gênesis, 9:12 e 13: “Disse Deus: ‘Eis o sinal da aliança que instituo entre mim e vós e todos os seres vivos que estão convosco, para todas as gera-ções futuras. Porei meu arco na nuvem e ele se tornará um sinal da aliança entre mim e a terra’”. (Os grifos são nossos.)

Sugestões e temas a serem abordados e dúvidas são bem--vindas. Se você as tiver, enca-minhe-as para a Redação desta revista (veja o endereço na p. 6).

Bom estudo e até a próxima!

Entremim e ti

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SUSTENTABILIDADE.E s t e é u m d o s n o s s o s v a l o r e s .

A Celpe, empresa do Grupo Neoenergia, trabalha para fornecer energia elétrica com qualidade e confi abilidade. É por isso que a concessionária investe cada vez mais em tecnologias inovadoras e sustentáveis.

A construção de usinas solares, em São Lourenço da Mata e na Ilha de Fernando de Noronha, o desenvolvimento do Projeto de Redes Elétricas Inteligentes e dos programas Vale Luz, Nova Geladeira e Energia Verde são apenas alguns exemplos de uma gestão orientada para a sustentabilidade em todos os seus processos. Iniciativas como essas contribuem para o crescimento econômico do Estado, gerando desenvolvimento com qualidade de vida e preservação do meio ambiente para as futuras gerações.

An. Rev LBV_Sustentabilidade_Celpe_1pag_20,5x27,5cm.indd 1 06/08/13 16:57

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