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App gratuito da revista BOA VONTADE Esperança que vem de Paris CONFERêNCIA DO CLIMA 2015 O olhar do mundo volta-se para a COP 21, que ocorrerá na França com a expectativa de firmar um novo protocolo entre as nações para evitar a elevação de 2 graus na temperatura média do planeta até o fim do século LBV É AÇÃO! Mobilização da Legião da Boa Vontade atende milhares de famílias atingidas pelo frio intenso no Centro-Sul e pela seca no Nordeste CIDADANIA SUSTENTáVEL O jornalista e escritor André Trigueiro e o engajamento em compartilhar uma nova ética civilizatória PAIVA NETTO escreve “Conscientização hoje...” e destaca: “Nosso brado é este: Educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente também somos Natureza”. (Íntegra na p. 8.) O compromisso com o planeta a partir de nossas atitudes MEIO AMBIENTE E PROFECIAS EXCLUSIVO Cientista russa e Ph.D. em Geografia Médica, Natalia Shakhova e o alerta que vem do ártico ANáLISES E PROPOSTAS De Educação a Ciência e Tecnologia, alternativas para um mundo melhor

Revista Boa Vontade - Edição 240

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Page 1: Revista Boa Vontade - Edição 240

App gratuito da revista

BOA VONTADE

Esperança que vem de Paris

conferência do clima 2015

o olhar do mundo volta-se para a coP 21, que ocorrerá na frança com a expectativa de firmar um novo protocolo entre as nações para evitar a elevação de 2 graus na temperatura média do planeta até o fim do século

lBV É aÇÃo! mobilização da legião da Boa Vontade atende milhares de famílias atingidas pelo frio intenso no centro-Sul e pela seca no nordeste

cidadania SuStentáVel o jornalista e escritor andré trigueiro e o engajamento em compartilhar uma nova ética civilizatória

PaiVa netto escreve “conscientização hoje...” e destaca: “nosso brado é este: educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente também somos natureza”. (Íntegra na p. 8.)

o compromisso com o planeta a partir de nossas atitudes

meio amBiente e ProfeciaS

eXcluSiVo

cientista russa e Ph.d. em Geografia médica, natalia Shakhova e o

alerta que vem do ártico

análiSeS e ProPoStaS

de educação a ciência e tecnologia, alternativas para

um mundo melhor

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8 evangelho de jesus e meio ambiente por Paiva NettoConscientização hoje...

12 Cartas, e-mails, livros e registros 19 opinião — esporte por José Carlos Araújo

Campeonato termina antes do fim 20 samba & história por Hilton Abi-Rihan

Xande de Pilares — Talento e perseverança 23 opinião — eduCação por Arnaldo Niskier

Edupark,uma grande inovação 24 lbv é ação 30 opinião — terCeiro setor por dr. Airton Grazzioli

Eficiência e inovação 32 ComuniCação André Trigueiro — A grave crise ambiental 37 Caderno espeCial — ConferênCia mundial sobre o Clima

• O que substituirá o protocolo de Kyoto? (p. 37)• Entrevista exclusiva com Natalia Shakhova — Ameaça que vem do Ártico (p. 40)• José Goldemberg — O Brasil e a importância da energia eficiente e limpa (p. 46)• Paulo Saldiva — Saúde, poluição e economia (p. 47)• Suelí Periotto — Cidadania solidária e ecumênica (p. 48)• Bel Pesce — Protagonismo socioambiental (p. 49)• José Antonio Marengo — Extremos climáticos e crise hídrica (p. 50)• Bárbara Rubim — A importância de investir em fontes renováveis (p. 51)• Ações da LBV para preservar o planeta (p. 52)• Consciência sustentável e espiritual por Nathália Helena Azevedo Pereira (p. 60)

• Sustentabilidade planetária e profecias por Daniel Borges Nava (p. 62) 65 internaCional

Medalhistas no Pan de Toronto recebem homenagem da LBV

sumário

Reflexão de Boa Vontade “(...) Conforme respondi ao jornalista italiano

radicado no Brasil paulo parisi rappoccio, em en-trevista que lhe concedi, a 18 de outubro de 1981, a Solidariedade se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar e garantir a sua própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade, que espiritualiza e enobrece a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza. Por isso, é fundamental convergir todas as ferramentas disponíveis para a Solidariedade Ecumênica e compartilhá-las, para que se promova, com maior rapidez, a transição para o pleno desenvol-vimento sustentável. Integrados esses instrumentos que visam ao bem comum, pelo autêntico sentido de Amor Fraterno e de Justiça, que nos distinguem dos animais ferozes, poderemos fazer cessar os horrores que ainda persistem no mundo. Além de superar todas as mazelas sociais — dure o tempo que durar a luta —, é nosso dever construir, unidos, um modelo novo de desenvolvimento que efetivamente preserve a vida neste orbe (...).”

trecho da mensagem de paiva netto encaminhada aos participantes da histórica Cúpula das nações unidas sobre o desenvolvimento sustentável 2015, realizada de 25 a 27 de

setembro, em nova York, eua. a íntegra do documento encontra-se no blog paiva netto (www.paivanetto.com).

84 educação em deBateConhecimento ou informação? Congresso Internacional de Educação da LBV discute o papel da pesquisa na aprendizagem significativa.

8 eVangelho de jesus e meio amBientepaiva netto escreve: “Conscientização hoje...”.

4 BOA VONTADE

Page 5: Revista Boa Vontade - Edição 240

20Xande

de Pilares

19José Carlos

Araújo

25Mílton Jung

74Dr. Alberto

Padova

112Dr. Eduardo

Tosta

66 lbv na onu • Os desafios do planeta pós-2015 (p. 66)• LBV é convidada para cúpula histórica da ONU (p. 72)

74 onu na lbvCidadania além-fronteiras

78 ação jovem lbv Atitude e convicção no Bem

84 eduCação em debateConhecimento ou informação? Congresso Internacional de Educação da LBV discute o papel da pesquisa na aprendizagem significativa

92 Campanhas emergenCiais da lbvPresente onde o povo precisa! O amparo da Legião da Boa Vontade chega a milhares de famílias castigadas pela estiagem e pelo inverno rigoroso

106 saúde buCal Sorriso em dia 108 fórum mundial espírito e CiênCia, da lbv

Espiritualidade + Ciência + Saúde — fórmula do bem viver

112 espiritualidade e saúde por Eduardo TostaO poder curativo do Amor

118 templo da boa vontade

120 opinião — Congresso em pauta por Paulo Kramer O dilema previdenciário brasileiro 124 opinião — mídia alternativa por Carlos Arthur Pitombeira

Novos caminhos e desafios da mídia 126 melhor idade por Walter Periotto

Quedas na terceira idade

128 soldadinhos de deus, da lbv

130 aprendendo português por Adriane SchirmerAtenção ao emprego de palavras parecidas

51Bárbara Rubim

40Natalia

Shakhova

32André

Trigueiro

49Bel

Pesce

46José

Goldemberg

50José Antonio

Marengo

47Paulo

Saldiva

62Daniel Borges

Nava

32 a gRaVe cRise amBiental e cadeRno esPecialconfeRência mundial soBRe o climaCOP 21 traz esperança de novo acordo global para diminuir a emissão de gases de efeito estufa

108 fóRum mundial esPíRito e ciência, da lBVEspiritualidade + Ciência + Saúde — fórmula do bem viver

18Laurentino

Gomes

30Dr. Airton Grazzioli

106Dr. José Peixoto

Ferrão Jr.

parlamundi da lbv no df

BOA VONTADE 5

Page 6: Revista Boa Vontade - Edição 240

pode acelerar, de maneira dramá-tica, o aquecimento global.

Aqui no Brasil, outros relevantes pontos foram trazidos por interlo-cutores da temática socioambien-tal, como bárbara rubim, coorde-nadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil; bel pesce, empreendedora e fundadora da escola FazINOVA; josé goldem-berg, físico e presidente da Fapesp; josé marengo, meteorologista e chefe da Divisão de Pesquisas do Cemaden; paulo saldiva, patolo-gista e coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP; e suelí periotto, supervisora da linha pedagógica da LBV.

Ainda sobre o meio ambiente e as consequências das desastrosas ações humanas nele, a revista traz o artigo “Conscientização hoje…”, do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, o jornalista, radialis-ta e escritor josé de paiva netto, em que ele enfatiza: “Pode ser chocante, mas os filhos da atual geração e, posteriormente, seus

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, lançada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.Diretor e eDitor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JPchefe De reDação: Rodrigo de Oliveira — MTE/DRTE/SP 42.853 JP • coorDenação geral De pauta: Gerdeilson BotelhosuperintenDência De marketing e comunicação: Gizelle Tonin de AlmeidaJornalistas e colaboraDores especiais: Dr. Airton Grazzioli, Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Daniel Borges Nava, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.equipe elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Giovanna Pinheiro, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira Luz, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Valéria Nagy, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.proJeto gráfico e capa: Helen Winkler • Diagramação: Diego Ciusz e Helen Winklerimpressão: Mundial Gráfica • créDito Da foto De capa: andré trigueiro: Odevan Santiago; imagem da capa: shutterstock.com; e natalia shakhova: Arquivo pessoalenDereço para corresponDência: Rua Doraci, 90 • CEP 01134-050 • Bom Retiro • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista boa vontaDe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. a publicação obedece ao elevado propósito de estimular o debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências do pensamento contemporâneo.Tiragem: 50 mil exemplares

Edição fechada em 8/10/2015

ANO 59 • No 240JUN/JUL/AGO/SET/2015

canais Da lbv na internet: www.lbv.org.br Facebook: LBV Brasil Twitter: @LBVBrasil Youtube: LBV Videos

netos pedem socorro aos que hoje gastam, de maneira condenável, o que o planeta lhes oferece”. Além dessa inspiradora mensagem, há a entrevista do também jornalista andré trigueiro, ocasião em que o repórter da TV Globo conta como se interessou pela ecologia e de que forma isso transformou sua vida e carreira.

O leitor igualmente poderá sa-ber como foi a mobilização da LBV em prol do socorro emergencial de populações em situação de risco social castigadas por dois fenô-menos climáticos que impactaram nosso país: de um lado, as baixas temperaturas e as fortes chuvas que atingiram localidades no Sul; e, de outro, a seca nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Por fim, merece realce nesta edição o bate-papo com o can-tor Xande de pilares, na seção “Samba & História”, no qual falou sobre os desafios que enfrentou até alcançar o sucesso profissional.

Boa leitura!

Por que a 21a Conferência das Partes (COP 21), que ocorre-rá em dezembro, em Paris,

na França, interessaria a você? De que modo os temas a serem dis-cutidos nesse encontro influenciam seu dia a dia? Em busca de respos-tas a esses e a outros importantes questionamentos, as quais tornam expressões como efeito estufa e uso de energias renováveis aconteci-mentos mais próximos de nossa realidade, a revista BOA VONTADE ouviu especialistas de várias áreas da sociedade para compor o espe-cial “Conferência Mundial sobre o Clima”.

Primeiramente, destaque para os sérios alertas feitos pela cien-tista russa natalia shakhova, doutora em Ciências em Geologia Marinha e Ph.D. em Geografia Médica. Em entrevista exclusiva à publicação, ela comentou que análises realizadas no solo oceâ-nico da Plataforma Ártica Leste--Siberiana revelam crescentes emissões de metano, fato que

o desafio da sustentabilidade

ao leitor

6 BOA VONTADE

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AF-Anuncio-JBr-Papel Digital-20,5x27,5.pdf 1 02/10/15 18:08

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evangelho de jesus e meio ambiente

... antes que seja tarde para os

inquilinos da terra.

Conscientização

hoje...

8 BOA VONTADE

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João

Pre

da

josé de paiva netto, jornalista, radialista e escritor. é diretor-presidente da lbv.

quando nos aproximamos da 21a Conferência das Partes (COP 21), que terá vez em Paris, França, de 30

de novembro a 11 de dezembro de 2015, apresento neste editorial contributo mo-desto aos debates que a agenda do clima urgentemente reclama.

Há décadas, venho insistindo que a destruição da Natureza é a extinção da raça humana. Fica evidente que essa não é uma simples frase de efeito para chamar a aten-ção desta Humanidade, sempre apressada, muitas vezes rumo ao próprio extermínio.

Em geral, as criaturas se movem como se não houvesse amanhã. Desse modo, deixam de avaliar o resultado futuro de seus atos no presente. É preo cupante, porque, quando os efeitos devastadores da má semeadura chegam, o quadro pode ser irreversível ou acompanhado de imensos prejuízos.

Sustentabilidade é palavra da moda. Contudo, agimos em consonância com seu significado? Os problemas relacionados aos recursos naturais aumentam a cada dia. Ve-jam a diminuição dos reservatórios de água em diversas cidades brasileiras!

Vez por outra, vêm à tona estudos de-monstrando que qualquer ação desenfreada contra o meio ambiente traz algum tipo de desequilíbrio local ou à distância. Mesmo assim, as árvores continuam sendo “estorvo” ou objeto de ganância sem fim na Amazônia, na Mata Atlântica ou em qualquer lugar. Até quando?sh

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BOA VONTADE 9

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evangelho de jesus e meio ambiente

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.comatitudes deCididas de

preservaçãoNa década de 1980, pesquisa-

dores já alertavam para o risco de a capital bandeirante vivenciar clima semelhante ao do Nordeste do Brasil. Com seguidas massas de ar seco sobre a região, falta de chuva recor-rente, poluição sem controle, sua famosa marca de “terra da garoa” vai ficando no passado. Ainda que o comportamento climático também seja cíclico, tal fato não sugere que devamos baixar a guarda.

A esperança é que o povo — e isso em todo o orbe, desde as pes-soas mais simples às que dirigem as nações — tome atitudes decididas de preservação de nossa espécie. Se as coisas persistirem como andam, lá na frente poderemos ler anúncios assim: “Restam poucos exemplares humanos em tal localidade. A região, antes repleta de vida, tornou-se hostil, sendo totalmente prejudicada pela aridez e pela falta de visão de seus moradores”. Pode ser chocante, mas os filhos da atual geração e, posteriormente, seus netos pedem socorro aos que hoje gastam, de maneira condenável, o que o planeta lhes oferece.

hawking: Colonizar o espaço para sobreviver

O conceituado astrofísico inglês stephen hawking chegou mesmo às raias de afirmar ao site Big Think que “nossa única chance de sobrevivência em longo prazo não é permanecer na Terra, mas se espalhar pelo espaço”. E prossegue: “Eu vejo um grande perigo para a raça humana. Houve vezes, no passado, em que a sobrevivência [do ser humano] foi incerta. (...) Nossa população e o uso

de recursos finitos do planeta Terra estão crescendo exponencialmente, assim como nossa capa-cidade técnica de mu-dar o ambiente para o bem e para o mal”, disse Hawking. Vejam que não se trata de nenhum alarmista.

É de se destacar também que muita gen-te idealista e pragmática — a exemplo do próprio professor lucasiano emérito da Universidade de Cambridge — vem dando voz

ativa à fauna e à flora que nos cercam.

Entretanto, é preciso que essa consciência se multiplique por toda parte, começando pelas crianças, em casa e nas escolas.

aplaCar as tempestadesConfiantes, rogamos a Deus que

aplaque as intempéries meteoro-lógicas que levam, todos os anos,

sofrimento a multidões no mundo. E sejamos cida-dãos conscientes de que, se merecedores, jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, em pessoa no-vamente, fará os prodígios relatados no Evangelho, segundo lucas, 8:24, quando o Celeste Timonei-

ro acalma uma tempestade. O Mestre dos Milênios virá e re-

preenderá o vento e a fúria da água, hoje simbolizada igualmente pela escassez dela própria. Usufruir de bonança na atualidade depende do convívio harmônico com a Natureza.

E finalizo este editorial com trechos da mensagem “LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20”, que humildemente enderecei aos chefes de Estado do mundo inteiro e a suas comitivas, além de aos represen-

jesus

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stephen hawking

10 BOA VONTADE

Page 11: Revista Boa Vontade - Edição 240

veitamento das águas da chuva, excelentes trabalhos de cientistas e outros estudiosos prometem bons resultados no curto e no longo prazo. Por exemplo, é intensa a pesquisa na área energética, sobretudo em relação a fontes renováveis e limpas: biocombustível, biomassa, energia azul, energia geotérmica, energia

hidráulica, hidreletricidade, energia solar, energia maremotriz, energia das ondas e energia eólica, além de outros objetos de estudo pouco conhecidos e aqueles que nem mesmo sabemos ainda que serão descobertos. a fé é o combustível das boas obras.

“não jogam a toalha”Destaco, por devido, o esforço

militante, pela causa do meio am-biente, de entidades governamentais e do Terceiro Setor, sérias e ativas, no Brasil e no mundo; de multidões de idealistas que “não jogam a toa-lha” e continuam na linha de frente pelejando por um planeta realmente melhor.

Nosso brado é este: educar. pre-servar. sobreviver. humanamente também somos natureza.

tantes da sociedade civil, presentes à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá-vel (CNUDS), a Rio+20, realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na capital fluminense. Espe-cialmente para o evento, remetemos a revista especial BOA VONTADE Meio Ambiente nos idiomas por-tuguês, inglês, espanhol e francês.

gente que lutaPara que nosso planeta sobreviva

aos efeitos de tanta ganância pelos séculos, verdade seja dita, temos visto notáveis esforços de pesqui-sadores e de cidadãos engajados na melhora da qualidade de vida por todo o globo. Aliados às iniciativas que buscam a alimentação sau-dável, por intermédio da agricultura or gânica, meios de transporte alternativos e a proteção do meio ambiente, pela reciclagem e pelo tratamento racional do lixo e apro-

“(...) os filhos da atual geração e, posteriormente,

seus netos pedem socorro aos que hoje gastam, de maneira condenável, o que o

planeta lhes oferece.”

[email protected]

www.paivanetto.com

é hora de agir!todos os anos, milhares de quilômetros quadrados da floresta amazônica e de outras áreas verdes no mundo são desmatados indiscriminadamente, situação que contribui para a instabilidade do clima em todo o orbe e para o desequilíbrio do ecossistema.

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BOA VONTADE 11

Page 12: Revista Boa Vontade - Edição 240

Cartas, e-mails, livros e registros

publiCaçãodiversifiCada

Recebi a revista BOA VONTA-DE [no 238, com a chamada de capa] “65 anos de Fraterni-dade Ecumênica por um Brasil

melhor e por uma Humanidade mais feliz”, de 2015, e dela tudo se apro-veita para o desen-volvimento moral, espiritual, físico e

intelectual de todas as pessoas, in-distintamente. A publicação é mui-to bonita, rica e diversificada em seu conteúdo, quer pela relevância de seus articulistas, quer pelos tra-balhos altruísticos, beneméritos, pedagógicos e literários em nosso favor, além de ser articulada e ensinar a língua de Camões. Não me surpreenderam os meritórios prêmios internacionais concedidos à LBV (...), identificada com e em Cristo Jesus. (marco antonio azkoul, escritor, mestre e doutor em Direito Constitucional, de são Paulo/sP.)

eCumenismo motivavisita À lbv

Agradecemos a simpatia da equipe da Legião da Boa Von-tade no acolhimento ao nosso

grupo do 8o ano de catequese, da Paróquia de São Julião de Ca-lendário. [O nosso] muito obrigado pela vossa alegria, entusiasmo contagiante e disponibilidade para nos receber na vossa casa. Que Deus vos dê tudo de que precisais para prosseguir com a ajuda que prestais a todos os que recorrem à Instituição. (maria Goreti sá e eugénia Faria, catequistas, de

* Leia mais artigos sobre o assunto em http://www.paivanetto.com/pt/ecumenismo

Vila Nova de Famalicão, Portugal, após visita à lBV daquele país, com um grupo de 11 jovens, para

conhecerem de perto o ecume-nismo irrestrito* praticado pela entidade.)

Em junho, a socióloga e educadora maria alice setubal, co-nhecida como Neca Setubal, reuniu, em uma livraria da capital paulista, amigos, autoridades e empresários para o lançamento de Educação e sustentabilidade: princípios e valores para a for-mação de educadores (Editora Peirópolis). O livro traz conceitos debatidos e conectados com práticas que revelam que os valores e princípios da sustentabilidade devem ser incluídos na formação de professores e educadores. Na opinião da autora, temas como a diversidade cultural e a equidade social são pontos que têm de estar presentes no currículo escolar para que se criem cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. “É isto que a gente quer: que os alunos sejam formados para poder participar desta so-ciedade em que vivemos hoje e da que eles participarão daqui a dez anos”, destacou.

No evento, Neca ainda escreveu, em um dos exemplares da obra, estas palavras ao dirigente da LBV: “Caro José de Paiva Netto, com a educação poderemos construir um país mais justo e melhor. Abraços”.

educação esustentabilidade,por neca setubal

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Portugal

12 BOA VONTADE

Page 13: Revista Boa Vontade - Edição 240

CresCimento humano Agradeço a gentileza e atenção e apresento cumprimentos à equipe responsável pela publi-

cação da revista BOA VONTADE,

enquanto prevaleço-me da oportu-nidade para, também, externar os meus votos de louvor pelo trabalho realizado pela LBV e divulgado em parte pela revista, sempre buscan-

A jornalista míriam leitão lançou, em agosto, na capital federal, o livro História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI (Editora Intrínseca), resultado de extenso trabalho de reportagem, que incluiu quatro anos de pesquisas, análises, viagens e entrevistas com especialistas em assuntos de interesse da sociedade.

Na publicação, ela indica tendências que não podem ser ignoradas em áreas como meio ambiente, demografia, educação, economia, política, saúde e tecnologia. “O convite que faço aos leitores é o de seguir comigo a linha — nada linear — do tempo que nos trouxe do passado ao presente e nos levará ao futuro. Não por predestinação, mas por escolha”, ressalta em trecho da obra.

Representantes da Legião da Boa Vontade estiveram no evento de lançamento e cumprimentaram a autora. Na ocasião, ela registrou a seguinte dedicatória em um exemplar do título: “Para o presidente da LBV, José de Paiva Netto. Um abraço da Míriam Leitão”.

O escritor e cartunista ziraldo lançou, em 13 de setembro, durante a 17a Bienal Inter-nacional do Livro do Rio de Janeiro, Nino, o menino de Saturno. Na obra literária, ele narra as aventuras de um garoto que adora deslizar pelo espaço com sua prancha de surfe. Quando, sem qualquer explicação, os anéis de Saturno amanhecem sem cor, o personagem parte em busca de uma solução para esse mistério. Com ilustrações do próprio Ziraldo, o trabalho apresenta aos leitores mirins a riqueza da criação de grandes pintores, entre estes matisse, picasso e miró.

Representantes da LBV estiveram na tarde de autógrafos e cumprimentaram o autor, que encaminhou aos atendidos pela Instituição um exemplar do título autografado, com a seguinte dedicatória: “Viva as crianças da LBV! Ziraldo”.

míriam leitãoconvida leitores aolhar para o futuro

Ziraldo apresentanino, o menino

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do a valorização e o crescimento do ser humano em sua essência. (Wanderley Ávila, conselheiro do Tribunal de Contas do estado de minas Gerais.)

BOA VONTADE 13

Page 14: Revista Boa Vontade - Edição 240

Cartas, e-mails, livros e registros

educador Paulo nathanaelé homenageado em livro

te, ele é reitor da Universidade Corporativa Sciesp (UNISciesp), ex-presidente da Academia Paulista de Educação (APE) e presidente emérito do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee).

Em um gesto muito gentil, o educador encaminhou ao diretor-presidente da LBV um livro (lançado em maio de 2014), acompanhado de cartão, no qual registrou a seguinte mensagem: “Caro Paiva Netto, continuo antenado nessa bem-aventurada obra da Legião, quer através da revista BOA VONTADE, que regularmente recebo e leio, quer por amigos que colaboram regularmente com os projetos — notada-mente educativos —, que fazem de vocês uma força viva na construção do País. Parabéns, como sempre, e, junto com os cumprimentos, este exemplar de Relógio do Tempo, uma biografia escrita, para meu orgulho, pela historiadora Yvonne Capuano. Abraços”.

Na primeira página da publicação, o biografado inscreveu esta dedicatória: “Ao Paiva, meu confra-de nesta árdua tarefa de servir o Brasil através da educação de suas crianças. Com as homenagens do Paulo Nathanael. 2015”.

Relógio do tempo — Perfil biográfico do educador Paulo Nathanael Pereira de Souza (Miró Editorial) é o título mais recente da historiadora Yvonne Capuano, que também é médica e mestre em Educação, Admi-nistração e Comunicação. Na obra, a autora debruça--se sobre a vida de um dos principais pensadores da educação brasileira, o dr. paulo nathanael pereira de souza, que ocupou a presidência do Conselho Federal de Educação, além de ter sido curador da Fundação Padre Anchieta e de outras instituições. Atualmen-

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No dia 24 de setembro, o jornalista ricardo viveiros lançou, em São Paulo/SP, seu oitavo livro biográfico, Uma Vida pelo Seguro: A trajetória de Hélio Opípari (Editora Azulsol). Nele, o escritor discorre sobre o filho de imigrantes italianos que começou a atuar na área de seguros aos 16 anos e hoje é um profissional cujo nome ecoa no mercado de seguros como arauto da confiabilidade. A obra, que aborda o período de 1929 até os dias atuais, enfoca importantes momentos da história política e econômica do Brasil, além de reunir fotos de arquivo da família Opípari.

Por ocasião do lançamento, biografado e autor receberam os cumprimentos de representantes da Legião da Boa Vontade e, com muita simpatia, dedicaram exemplar do título ao diretor-presidente da LBV. Opípari escreveu: “Ao grande amigo Paiva Netto, com nossa admiração”. Viveiros, por sua vez, registrou: “Ao meu amigo Paiva Netto, com um fraterno abraço, esta vida bem vivida”.

Biografia de hélio opípari é lançada na capital paulista

hélio opípari (e) e o jornalista ricardo viveiros, autor do livro biográfico Uma Vida pelo seguro: a trajetória de Hélio Opípari.

14 BOA VONTADE

Page 15: Revista Boa Vontade - Edição 240

cacá diegues e a

autobiografia

carlos chagasrelembra história

nacional

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Em junho, o cineasta alagoano Carlos die-gues, mais conhecido como Cacá diegues, esteve em Fortaleza/CE para a sessão de autógrafos de Vida de cinema: antes, durante e depois do Ci-nema Novo (Editora Objetiva), sua mais recente obra literária. Autobiografia cheia de bom humor, o título conta façanhas do autor desde menino e provoca risos ao descrever o dia em que ele ensaiou fazer uma fotonovela baseada na peça Romeu e Julieta com seus irmãos e a empregada. Essa veia artística logo ficou evidente e revelou o notável talento do premiado diretor de cinema, haja vista os filmes Chuvas de verão (1977) e Bye bye Brasil (1979), dois dos maiores suces-sos dele.

Por ocasião do evento na capital cearense, o escritor recebeu um exemplar da edição no 238 da revista BOA VONTADE e autografou seu livro para o diretor-presidente da LBV, no qual fez constar: “Para Paiva Netto, com o abraço do Cacá Diegues”.

O jornalista Carlos Chagas, que também é comentarista da rede de televisão paranaense CNT e professor emérito da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), lan-çou em agosto, na capital federal, sua mais recente obra literária, intitulada A ditadura militar e a longa noite dos generais: 1970-1985 (Editora Record). Com a publicação, que se soma ao título A ditadura militar e os golpes dentro do golpe: 1964-1969 (Editora Record, 2014), Chagas encerra o impecável tra-balho sobre o governo militar no Brasil — o qual resume “a história contada por jornais e jornalistas”.

Durante o evento de lançamento, o autor dedicou um exemplar do livro ao diretor-presidente da LBV, em que escreveu: “Ao caro amigo e mestre José de Paiva Netto, com as homenagens do Carlos Chagas”.

Com a revista boa vontade no 238 em mãos, Cacá diegues confraterniza com leandro ribeiro nunes, da lbv, que segura o novo livro do cineasta.

BOA VONTADE 15

Page 16: Revista Boa Vontade - Edição 240

Cartas, e-mails, livros e registrosFo

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Ranking divulgado em 31 de agosto pelo site MelhorEscola.Net (www.melhorescola.net) aponta o Instituto de Educação José de Paiva Netto (que, ao lado da Supercre-che Jesus, forma o Conjunto Educacional Boa Vontade) em 1o lugar entre 97 escolas particulares de São Paulo/SP. A avaliação, feita por pais, alunos, ex-alunos e professores, leva em conta a motivação dos estudantes, a estrutura física do estabelecimento de ensino, a participação da comunidade, o desenvol-vimento socioemocional dos educandos e a preparação deles para o vestibular.

De acordo com os criadores do site — que, em pouco mais de dois anos de exis-tência, já foi visitado por mais de um milhão de pessoas —, a página foi idealizada para ajudar os pais a escolher os melhores colé-gios para os filhos.

Cabe destacar que, na edição de 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a escola atingiu 624,43 pontos, quase 30% a mais do que a média nacional, de 486,20 pontos, conforme divulgou, à época, o Insti-tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova.

1o lugar no ranking do melhorescola.net

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ison

Alve

s

sábado literário na eduCação infantil

o incentivo à leitura na primeira infância é uma das práticas bem-sucedidas nas escolas da legião

da boa vontade. em são paulo/sp, por exemplo, na supercreche jesus, a relação dos pequeninos com a

leitura começa já no berçário, com o uso de livrinhos de plástico, que deixam o banho mais divertido.

somam-se a isso diversas iniciativas, entre elas o “sábado literário”. ocorrida em agosto,

a atividade contou também com a participação dos familiares dos

educandos. na ocasião, os professores fomentaram espaços para contação

de histórias, além de realizar apresentações teatrais e muitas

brincadeiras.

16 BOA VONTADE

Page 17: Revista Boa Vontade - Edição 240

Em setembro, o Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo/SP, organizou o 10o Encontro de Comunicação e Letras. Uma das ações realizadas foi o 5o Fórum de Pesquisa, que ocorreu entre os dias 17 e 18 daquele mês e teve como objetivo estimular a pesquisa acadêmica. Nele, diversos alunos puderam mostrar seus trabalhos e res-ponder às perguntas sobre os tópicos expostos por eles.

A graduanda em Letras sarah jimena moreno de paula, de 21 anos, falou acerca dos bons resultados al-cançados pelos estudantes do Conjunto Educacional Boa Vontade, localizado na capital paulista, o qual aplica a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico criadas pelo educador Paiva Netto.

Entusiasmada com a acolhida de sua apresentação

encontro fraterno

O cardeal Dom odilo scherer, arcebispo metropolitano de São Pau-lo, prestigiou a participação do Coral Ecumênico e do Grupo de Instrumen-tistas Infantojuvenil Boa Vontade, em 29 de setembro, na capital paulista, na abertura artística do encontro lau-dato si’ — Um chamado à ecologia integral, que discutiu o compromisso com o meio ambiente e a luta contra a pobreza na perspectiva do papa francisco. O evento ocorreu no TUCA,

Proposta educacional da LBV é destaque em evento universitáriopelo público presente, Sarah escreveu ao dirigente da LBV para relatar a experiência. “(...) Pude perceber o brilho nos olhos dos professores que mediavam a mesa temática da qual participei, assim como nos dos alunos, meus colegas de curso, que acompanharam e demonstraram grande interesse quanto ao assunto que apresentei. Mesmo com outros temas em discussão, o foco da atenção de todos foi notoriamente o trabalho da LBV. Todos me dirigiram perguntas, pois queriam saber mais e mais sobre a Pe-dagogia da Legião da Boa Vontade e a sua extraordinária metodologia própria (MAPREI). Assim, tive a oportunidade de discorrer amplamente sobre a proposta da LBV de formar ‘Cérebro e Coração’, intelecto e sentimento, des-tacando a Espiritualidade Ecumênica como eixo norteador das ações educacionais da Entidade”, declarou.

Foto

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Teatro da Pontifícia Universidade Ca-tólica de São Paulo (PUC-SP), e, na ocasião, as crianças entoaram nesse recinto e em áreas de convivência do campus, canções que exaltam a Natureza e a vida, sendo aplaudidas

por universitários e educadores. O convite para essa apresentação partiu do Núcleo de Estudos do Futuro (NEF) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade (GEPI), dessa universidade.

BOA VONTADE 17

Page 18: Revista Boa Vontade - Edição 240

Cartas, e-mails, livros e registros

laurentino gomes: “sou mais um legionário!”

lançamento Laurentino Gomes apresentou, em 5 de setembro, na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, a obra O Caminho do Peregrino – seguindo os passos de Jesus na Terra (Globo Livros). O título surgiu de uma longa e profunda busca de natureza espiritual, que teve entre seus momentos marcantes uma viagem que o autor realizou a Israel. Ele encaminhou um exemplar da obra ao dirigente da LBV, com estas palavras: “Para o amigo Paiva Netto, com um grande abraço, a admiração e a gratidão do autor”.

foi dessa maneira que o re-nomado escritor, jornalista e historiador laurentino gomes

descreveu o sentimento que viveu ao conhecer o Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, em 7 de agosto. Para ele, “visitar essa unidade é recuperar energias e conseguir um ânimo novo para viver”.

Autor da trilogia de suces-so 1808, 1822 e 1889 (Editora Globo), o escritor emocionou-se ao ser homenageado pelo Coral Ecumê-nico e Grupo de Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade. Em entrevista à BOA VONTADE, afir-mou: “Percebo que a LBV tem um

Vivia

n R.

Fer

reira

assista à entrevista de laurentino gomes na boa vontade tv

trabalho muito grande de fazer essa formação alicerçada em va-lores sólidos de raiz ecumênica. E é tudo o que nós precisamos: uma sociedade que cultive valores que nos possam levar a outro patamar de cidadania, de honestidade, de ética, de respeito pelo outro. Sem-pre fui muito acolhido na Legião da Boa Vontade e é com gratidão que venho aqui hoje. Muito obrigado!”.

Na opor tunidade, o autor doou seis livros de sua autoria à Bi-blioteca Bruno Simões de Paiva, que conta com mais de 20 mil volumes, adquiridos pelo Programa Perma-nente de Incentivo à Leitura. “é um trabalho extremamente relevante,

um trabalho de inclusão social, de educação, de acolhimento. e estou encantado de ver como isso tudo se alia à leitura”, afirmou ele.

Em sua página no Facebook, Lau-rentino destacou a visita feita à LBV: “Com estudantes do coral da Legião da Boa Vontade (LBV), unidade Bom Retiro, em São Paulo, que ontem me receberam para uma homenagem ao Dia do Escritor, comemorado em 25 de julho. Obrigado pela acolhida. Fiquei profundamente tocado pela beleza desse projeto, que apoia crianças e adolescentes de famílias carentes da região. A partir de agora, sou mais um Legionário!”.

18 BOA VONTADE

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falta pouco para o fim do Cam-peonato Brasileiro, e, ainda que o futebol seja dinâmico,

podemos dizer que o Corinthians é o virtual campeão de 2015. Apesar das constantes reclamações sobre favorecimento da arbitragem, foi o time que apresentou o melhor futebol ao longo da competição, sempre seguido pelo vice-líder Atlético Mineiro. Linhas compactas, velocidade, eficiência, como manda o figurino das grandes equipes mun-diais, pautaram a sua campanha.

A luta pelas outras duas vagas na Copa Libertadores da América está acirrada. O Grêmio está quase ga-rantido, e na briga pela última vaga estão Palmeiras, Santos, São Paulo, Flamengo e Internacional. É difícil arriscar um prognóstico, tamanho o equilíbrio e a instável gangorra no campeonato.

No chamado Z-4, surpreende a reação tardia do Vasco, que precisa de um milagre para se salvar. Mas, com determinação, vem reagindo e conta com o peso da camisa para se livrar, no que, aliás, não está sozinho. Brigam igualmente pela salvação Joinville, Chapecoense, Coritiba, Avaí e Goiás. Essa parte da tabela promete emoção.

Não podemos esquecer-nos da boa campanha do Botafogo na série B. Está prestes a obter o acesso à eli-te com folga. Também já discutimos a questão, mas não custa relembrar que as famosas marcas, os clubes de massa, de tradição, têm que estar na série A. Em nenhum outro país há tantos times tradicionais. Um

percentual de 20% dos participantes com risco de rebaixamento absurdo, um índice altíssimo!

Tínhamos o modelo perfeito para clubes, patrocinadores e tor-cedores; porém, decidimos imitar os europeus na fórmula de compe-tição, com pontos corridos e, por consequência, muitas definições com rodadas de antecedência. Re-sultado: um torneio chato. Mais uma observação sobre a mania de imitar o que vem de fora: hoje, o Velho Continente experimenta a antiga escola brasileira, e nós copiamos o jogo duro, bruto, repleto de volantes deles. Uma inversão total de valores.

Cabe destacar ainda a fase das eli-minatórias para a Copa do Mundo de 2018, que já começaram. E o técnico dunga, mais uma vez, surpreende na convocação, ao chamar o veterano atacante ricardo oliveira, do Santos, atual artilheiro do Brasileirão. Futebol é momento, e, na ausência de revela-ções para a posição, é justa a escolha. Temos que mostrar o que temos de melhor na atualidade.

josé Carlos araújo é locutor esportivo na super rádio tupi do rio de janeiro/rj e apresentador do programa sBT esporte Rio, da

tv sbt-rio.

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esso

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por josé Carlos araújo | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

opinião — esporte

Campeonato termina

antes do fim

BOA VONTADE 19

Page 20: Revista Boa Vontade - Edição 240

alexandre silva de assis, deu um passo adiante em sua trajetória profissional, lançando-se, no ano passado, em carreira solo com o lançamento do disco Perseverança, título de um dos sambas, no qual belos versos relatam não só as lutas, como também as vitórias conquista-das ao longo da sua jornada. “Essa música tem tudo a ver com a minha vida, porque, quando eu desci o morro [para correr atrás do meu sonho], a minha família achava que não ia dar certo, porque, em uma família de músicos como a minha, a maioria não conseguiu oportuni-dade, até porque uns desistiram, outros não acreditaram... Mas botei

hilton abi-rihan | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

na cabeça que eu ia ter que enfren-tar tempestade, sol, qualquer coisa, mas alguma coisa iria acontecer”, contou o artista durante entrevista ao programa Samba & História, da Boa Vontade TV.

Para alcançar o sucesso, trabalho nunca foi problema para o artista. Entre as muitas atividades que exerceu antes de se consolidar no cenário musical brasileiro, chegou a limpar o Maracanã, tradicional estádio de futebol na capital flu-minense, e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Por sinal, retornou a este último em 2014 para a gra-vação do CD e do DVD 25o Prêmio da Música Brasileira: Homenagem

* programa samba & História — É transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV) e pelo canal 989 da Oi TV, aos do-mingos, às 14 e às 20 horas; pela Rede Educação e Futuro de Televisão, às sextas-feiras e aos sábados, às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY, canal 212 da Oi TV e canal 45.1 da TV digital aberta em São Paulo/SP e na região metropolitana), aos domingos, às 14 horas; às segundas-feiras, às 19 horas; e às quintas-feiras e aos sábados, às 22 horas.

Os desafios da vida que impulsionaram Xande de Pilares a se tornar um dos sambistas mais queridos da Música Popular Brasileira

Talento e

Vinte anos depois de ter iniciado a bem-sucedida carreira no Grupo Revelação, o cantor,

compositor e músico Xande de pilares, cujo nome de batismo é

perseverança

hilton abi-rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa samba &

História*, da boa vontade tv e da super rede boa vontade de rádio.

Clay

ton

Ferre

ira

samba & história

20 BOA VONTADE

Page 21: Revista Boa Vontade - Edição 240

ao Samba. Na ocasião, dividiu o palco com importantes nomes da Música Popular Brasileira (MPB), entre eles péricles, arlindo Cruz, beth Carvalho e dudu nobre.

Como compositor, Xande de Pilares igualmente tem colhido bons frutos. Os sambas-enredos de 2014 e 2015 do Grêmio Recrea-tivo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, dos quais é coautor, conseguiram pontuação máxima, contribuindo para que a agremiação obtivesse a segunda colocação no carnaval carioca nesses dois anos. “Eu tive a oportunidade de ganhar um primeiro samba-enredo, e foi o momento mais emocionante da minha vida. A escola fez um des-file espetacular, não levou o título, mas, graças ao samba-enredo de 2014, parceria minha com Dudu Botelho, miudinho, Betinho de Pilares, Rodrigo Raposo e Jassa, conseguimos devolver para a es-cola o Estandarte de Ouro — que não ganhava desde 1978 — e recebemos o Prêmio Tamborim de Ouro e o Troféu Gato de Prata. Graças a Deus, os dois sambas supergabaritados, e o Salgueiro com duas histó-rias bonitas, e eu sou um dos autores. De certa forma, o sonho que tenho de entrar para a história da minha escola está começando por aí”, relatou.

Além do samba, o seu outro grande amor é a família. “A minha mãe é tudo para mim, a minha crioula preferida. Quando a gente se reúne, fica lembrando das coisas que antigamente fazia chorar, e a gente ri de tudo o que passou.” Entre esses momentos difíceis está a chuva que der-rubou barracos onde morou, nos morros da Chacrinha e

Divu

lgaç

ão

Xande de pilares

Page 22: Revista Boa Vontade - Edição 240

“Venha PaRa a lBV! colaBoRe! Vale a Pena.”

O cantor e compositor Xande de Pilares visitou, em julho, o Centro Educacional José de Paiva Netto, da Legião da Boa Vontade, localizado na zona norte da capital fluminense. Na oportunidade, ele percorreu os diversos ambientes do estabelecimento de ensino e pôde ver o trabalho que é desenvolvido na escola, que atende as comunidades do entorno.

O artista foi recepcionado pelo Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, formado por alunos da unidade educacional. Enquanto a garotada entoa-va músicas que propagam a Paz e a valorização da Vida, ele registrava o momento por meio de fotos e vídeo. “Foi emocionante! Fiquei ali, segurando para não chorar, porque me lembrei de quando era criança e cantava e não sabia se ia conseguir gravar um disco. Você faz uma viagem no tempo. Este coral tem um diferencial, tanto que me emo-cionou”, destacou.

De acordo com o cantor, a semana começou muito bem. “A minha segunda-feira foi gratificante, porque eu vim conhecer de perto o trabalho que a LBV realiza pelas nossas crianças.”

Emocionado, Xande aproveitou o ensejo para convidar o público a vivenciar os mesmos sentimentos experimentados por ele na visita à escola da Instituição. “Quem ainda não veio à LBV, venha! Você vai saber por que eu estou desta maneira. Quero deixar meu agradeci-mento a todos os que trabalham na Legião da Boa Vontade, levando solidariedade a quem precisa.” À classe artística, deixou o seguinte recado especial: “Você jogador, ator, cantor, venha para a LBV! Cola-bore! Vale a pena”.

do Andaraí. “Mas nunca abaixa-mos a cabeça. Ninguém passou fome; todo mundo estudou, sabe cozinhar, lavar... (...) Tudo o que aconteceu na minha vida é coisa de Deus. [Por isso,] Ele tem que estar presente na maioria das minhas canções, porque, acima Dele, não tem nada.”

Sobre a sua história com a Le-gião da Boa Vontade, Xande decla-

rou: “Eu cresci ouvindo estes nomes: LBV, José de Paiva Netto, que é o pre sidente. Comecei a compor com o Gilson Bernini ali atrás da [escola da] LBV, em Del Castilho, que eu vi ser cons-

truída. A gente já foi muito lá buscar leite para as crianças,

para o meu irmão mais novo, o meu primo Carlos alberto... É bom estar aqui hoje dentro de uma Ins-tituição que você cresceu vendo os exemplos, que são seguidos [por outros], porque a lBV influenciou muita gente que hoje faz caridade, que tem trabalho social. a lBV é uma das grandes pioneiras. então, meus parabéns!”.

Xande de pilares é recepcionado pelo Coral ecumênico infantil boa vontade no Centro educacional josé de paiva netto, da lbv, localizado na capital fluminense. após a visita à escola, o cantor postou em sua conta no facebook o vídeo que gravou na ocasião.

samba & história

Foto

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riscil

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- cuRiosidade - Além de lançar o primei-

ro disco em carreira solo, em 2014, Xande de Pilares fez sua estreia como ator no filme Made in China, dirigido por estevão Ciavatta. No longa-metragem, o artista interpretou o personagem Carlos Eduardo, par romântico da personagem protagoniza-da pela apresentadora e atriz regina Casé, com quem também trabalha no programa dominical Esquenta!, da TV Globo.

22 BOA VONTADE

Page 23: Revista Boa Vontade - Edição 240

No momento em que se discute no Brasil o aperfeiçoamento dos currículos da educação

básica, chega ao país uma ferra-menta de primeira ordem. Trata-se do projeto Edupark, criado no Estado de Israel, pela Life Changing Expe-riences, para ajudar nos cuidados com a nossa Terra e a nossa gente. Destinado aos níveis Fundamental II e Médio do ensino, recebeu desde logo o apoio indispensável da Secre-taria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e da Fundação Cesgranrio. Essas entidades, especialmente o professor Carlos alberto serpa de oliveira, compreenderam o alcance da programação revolucionária do projeto para o enriquecimento dos

conhecimentos dos jovens em maté-rias determinadas, como inicialmen-te as que enfocam o meio ambiente (Planeta Casa) e a prevenção ao uso de drogas (Dependentes da Vida).

Filmes, produzidos com grande esmero, serão apresentados em 3D, com óculos especiais emprestados aos alunos, e equipamentos moder-níssimos de interatividade. Assim, haverá uma avaliação automática dos resultados do seu uso.

Fez-se uma cuidadosa adaptação à nossa realidade, de tal modo que o aproveitamento das preciosas lições será total. No caso do consumo de drogas, aborda-se o emprego do crack, cuja presença no nosso am-biente escolar é motivo de permanen-te preocupação. Ao se tratar em outro filme (com 1h30 de duração) das questões ligadas ao meio ambiente, já foi possível referir-se à encíclica Laudato Si’ (Louvado sejas), há pou-co lançada, com muita propriedade, pelo papa francisco.

A programação será desenvolvida em espaços adequados, de preferên-cia em escolas públicas, para facilitar a troca de ideias entre alunos e pro-fessores. Segundo os organizadores, pertencentes ao Instituto Antares, prevê-se uma série de apresentações sucessivas para 150 alunos de cada

vez, até chegar, no fim da primeira fase, ao total de 32 mil jovens devi-damente capacitados.

O projeto Edupark é uma expe-riência educacional completa, que se utiliza de tecnologias avançadas e de uma plataforma multissensorial, misturando entretenimento e educa-ção. Com projeção em 3D de filmes belíssimos, serão apresentados, ao longo da série, temas como geologia (pré-sal), animais, corpo humano, arte, história, arquitetura, ecologia e educação cívica. Cada assunto abordado terá indispensável acom-panhamento de material de apoio impresso, de tal modo que se facilite a tarefa dos professores.

As experiências não se encerram nelas mesmas. O material de apoio foi todo concebido em formato criativo e dinâmico, com informações adicio-nais sobre as experiências temáticas. Isso tudo tem o propósito de promover uma útil reflexão crítica, valorizando a formação dos estudantes fluminenses. Os filmes são todos narrados em por-tuguês. Já estão sendo apresentados, com muito sucesso, em Israel, nos Estados Unidos e no México (onde o Ministério da Educação apoiou plenamente a adoção do projeto). É uma inovação que fará muito sucesso também aqui.

opinião — eduCação

arnaldo niskier, doutor em educação, formado em matemática e em pedagogia, é membro da academia brasileira de letras (abl), presidente do Centro de integração

empresa-escola do rio de janeiro (Ciee/rj) e professor emérito da

universidade Cândido mendes (ucam).

Divu

lgaç

ão

arnaldo niskier | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

Edupark,uma grande inovação

BOA VONTADE 23

Page 24: Revista Boa Vontade - Edição 240

+1,6

91

milhão

57+milhõesde

de

de atendimentos e benefícios a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social

unidades socioeducacionais em sete países

de pessoas impactadas pelas ações da lBV

A Legião da Boa Vontade foi criada oficialmente em 1o de janeiro de 1950 (Dia Mundial da Confraternização Universal e da Paz), no Rio de Janeiro/RJ, Brasil, pelo jornalista, radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979), sucedido na presidência da Instituição pelo também jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto. Os dados abaixo correspondem ao trabalho da LBV de sete países:

Argentina, Bolívia, Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Portugal e Uruguai.

Além de escolas, Centros Comunitários de Assistência Social e lares para idosos, a LBV utiliza meios de comunicação social (rádio, TV, internet e publicações) para fomentar educação, cultura e valores de cidadania. Mais de 17 mil especialistas de todo o Brasil participaram, em 2014, da programação da Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

Número de atendimentos e benefícios prestados pela Legião da Boa Vontade do

Brasil de 2010 a 2014*

* Há mais de duas décadas, a Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral analisado e aprovado pela Walter Heuer, auditores externos independentes, em uma iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de a legislação que exige essa medida entrar em vigor.

2010 2011 2012 2013 2014

8.5

08.4

82

9.4

34.9

43

10.2

55.8

33

11.0

53.1

13

11.8

81.4

19

NÚMEROS DE 2010 a 2014

lBV no mundo

lbv é ação!

24 BOA VONTADE

Page 25: Revista Boa Vontade - Edição 240

momento que eu cheguei. Essa é a sensação que tive durante toda a visita, desde o passo inicial que dei aqui dentro. A gente percebe isso não só no olhar dos pequenos, mas também dos voluntários, profissio-nais que desenvolvem este trabalho e que fazem [parte] dessa missão. É tocante. Eu certamente voltarei, porque o trabalho que realizam con-tagia a Alma e é difícil se distanciar depois”, declarou Jung.

Em entrevista à BOA VONTADE, Jung também falou do relevante papel da comunicação. Para ele, “se usada com correção, pode transfor-mar [para melhor] as pessoas e a sociedade”. Ele confidenciou que o

mílton jung homenageado na lBVamor à profissão e tudo de bom que ela pode oferecer, herdou da figura paterna, do consagrado radialista gaúcho milton ferretti jung: “Apesar de eu ser um jornalista capacitado para os mais diferentes veículos de comunicação e, no decorrer de trinta anos de carreira, ter trabalhado em jornal, televisão, internet, revista, a minha vida está muito mais identi-ficada com rádio, até porque está no meu DNA. Eu nasci no rádio, meu pai é um radialista, e o rádio contaminou-me logo no início da carreira; identifico-me muito com esse veículo pela maneira como a gente consegue chegar até as pes-soas, mobilizá-las”.

São Paulo/SP

O jornalista mílton jung, apresen-tador da Rádio CBN, visitou, no dia 2 de setembro, o Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista. Esse gaúcho de nascimento, radica-do em São Paulo/SP desde 1991, foi recebido pelo grupo de coralistas e instrumentistas formado por alunos da escola, que o surpreenderam com uma homenagem pelo Dia do Rádio, celebrado no dia 25 daquele mês.

“A primeira sensação que eu tive foi de emoção e foi transmitida pelo olhar das crianças que me re-ceberam aqui. E, se há um meio de comunicação que melhor leve uma mensagem é a alma das crianças, e elas fizeram isso comigo no primeiro

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BOA VONTADE 25

Page 26: Revista Boa Vontade - Edição 240

lbv é ação!

do encontro de rian de almeida, de 9 anos, com olindo josé de menezes, de 71 anos, resultaram risos e a memória de um dia inesquecível.

teatRo e cuidados com a saúde Bucal

a equipe do sesc recebe o carinho dos atendidos pela lbv e as lembranças confeccionadas por eles próprios durante oficina de arte e Cultura.

Maceió/AL

Salvador/BATatiane Oliveira

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26 BOA VONTADE

Page 27: Revista Boa Vontade - Edição 240

encontRo entRe geRações

Meninas e meninos que participam do programa Criança: Futuro no Presente!, da Le-gião da Boa Vontade, na capital baiana visitaram, em 17 de julho, o Lar Maria Luiza, organização que abriga e cuida de idosos. “O momento mais emocionante para mim foi quando eu toquei violão com o moço (foto). Demos muitas risadas. Foi bem legal!”, contou rian de almeida, de 9 anos, ao interagir com o senhor olindo josé de menezes, um dos atendidos na Casa.

A alegria e a emoção tomaram conta dos vovôs e das vovós ao ouvirem as crianças entoar músicas do repertório legionário, que ressaltam o respeito e valorizam a vida. No intervalo da apresentação, elas, em um gesto de carinho, entregaram flores e lembranças à plateia. Entusiasmada com a surpresa, valdelice magalhães, de 94 anos, fez questão de agradecer a visita. “Estou muito alegre e satisfeita. Elas cantaram para mim, me abraçaram. Estou me sentindo uma pessoa única”, disse.

Com o apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc), a LBV ofereceu em julho, na capital alagoana, palestra educativa sobre saúde bucal. As orientações foram transmitidas por dentistas do Sesc em forma de teatro com fantoches.

Os pequeninos aprenderam, por exemplo, a maneira correta de escovar os dentes e a im-portância de usar o fio dental. Na sequência, os profissionais aplicaram flúor nos dentes das crianças e entregaram a elas kits de higiene bucal, com escova, creme e fio dental.

Um dos voluntários na iniciativa, o dentis-ta rodolfo almeida afirmou: “Já conhecia a ação da LBV. É um projeto excepcional e de inclusão ímpar”. Fazendo coro com o colega, a educadora de Saúde Bucal do Sesc daniela dos santos complementou: “Lindo o trabalho! A LBV está de parabéns!”.

“A cidade recebe hoje um presente que vai marcar nossas memórias e a vida de todas estas pessoas. (...) Quantas vidas são salvas pela LBV por este Brasil afora! Aqui tem a Alma, o coração, o sentimento da presença de Deus a cada momento.”

márCio búrigo Prefeito de Criciúma, durante a cerimônia de

inauguração, na qual compareceram outras autoridades locais, colaboradores, voluntários, atendidos e a

comunidade em geral.

a legião da boa vontade inaugurou, em 19 de agosto, as novas instalações de seu Centro Comunitário de assistência social em Criciúma/sC. o prédio, localizado em um espaço de mais de 5.000 m² e cedido a título de comodato pela prefeitura da cidade, foi amplamente remodelado a fim de aumentar o atendimento às famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.

noVas instalações

Criciúma/SC

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Liliane Cardoso

BOA VONTADE 27

Page 28: Revista Boa Vontade - Edição 240

lbv é ação!

Visite, aPaixone-se e ajude a lBV!

comPRomisso com o meio amBienteCuidar de nosso planeta e buscar soluções

para o desenvolvimento sustentável parecem tarefas destinadas às novas gerações, mas, na Legião da Boa Vontade, o incentivo à contribuição para o progresso de nossa morada global ocorre em todas as idades. Por isso, os idosos atendidos por meio do programa Vida Plena, da LBV, em Manaus/AM, visitaram o Parque Municipal do Mindu, em 10 de julho.

O passeio proporcionou aos idosos uma rotina diferente, longe da correria da capital amazonen-se e em um ambiente ao ar livre. Além de ser um bom exercício para o corpo, a atividade ofereceu a eles o contato com a bela paisagem.

Para jaqueline medeiros, assistente social da LBV na cidade, a iniciativa é muito importante para o progresso do grupo. “Fortalece a cidada-nia, desenvolve potencialidades intelectuais dos idosos e oportuniza novas formas de convívio social pela sustentabilidade”, destacou.

Manaus/AM

caR dáPio de qual idade caRdáPio de qualidade

Glorinha/RS

Paul

o Ar

aújo

Telma Carilei

28 BOA VONTADE

Page 29: Revista Boa Vontade - Edição 240

inclusão e cultuRa de PaZ

Maringá/PR

acesse: www.lbv.org.br/conheca

o Centro Comunitário de assistência social da lbv em glorinha/rs desenvolveu uma oficina lúdica para as crianças atendidas com o objetivo de fazer o plantio de uma horta e incentivá-las ao hábito da alimentação saudável. a atividade iniciou-se na sala de aula, com as educadoras sociais da instituição organizando uma roda de debates. nela, foram discutidas a importância de um cardápio balanceado e da conscientização das meninas e dos meninos sobre o desperdício. no segundo momento, eles, pondo as mãos na massa, aprenderam a plantar mudas de alface, couve, cebolinha verde e salsa. desde então, têm acompanhado o crescimento das verduras e fazem questão de colhê--las, com a supervisão das orientadoras, para que estejam no cardápio oferecido pela entidade.Com o cultivo da horta, muitos modificaram seus hábitos alimentares e levaram essa ideia a seus pais e familiares. “Vejo que as verduras fazem bem para a saúde. aqui na lBV, a gente cultiva vários tipos delas. eu gosto muito”, declarou natália, de 9 anos.

idosos realizam mostra Cultural

uma viagem ao passado para recordar bons momentos da vida, refletir sobre eles e trocar experiências. esse foi o objetivo da 1a mostra Cultural, promovida pela legião da boa vontade na capital pernambucana, entre 28 de julho e 3 de agosto, da qual participaram idosos atendidos por meio do programa Vida Plena. o evento teve apresentações de dança e exposição de trabalhos manuais confeccionados com material reciclável pelos próprios idosos. edith severina, de 74 anos, uma das participantes, aprovou a realização do projeto. “Relembrei coisas que pareciam distantes, mas que são tão boas, como o dia de meu casamento, os presentes que ganhei... Trouxe até uma chaleira que guardo com carinho dessa data tão especial.” finalizando, ela destacou: “a lBV é só alegria em minha vida; tem sido muito boa para mim. aqui tenho amigos e participo de diversas atividades, como o coral e o grupo de dança”.

O Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Maringá/PR realizou, no mês de junho, oficina lúdica especial com uma série de atividades esportivas inclusivas. A ação buscou mostrar a meninas e meninos as dificuldades enfrentadas por aqueles que têm algum tipo de deficiência física ou mobilidade reduzida, ressaltando o papel dos demais cidadãos na inclusão social dessas pessoas.

As dinâmicas foram elaboradas para estimular os cinco sentidos (audição, tato, visão, olfato e paladar). Na impos-sibilidade de utilizar um deles, a garotada buscava, com o apoio dos amigos, outras formas de interação. “Podemos aprender muito com uma criança que tem alguma defi-ciência ou mobilidade reduzida. Podemos brincar e sorrir juntas”, disse luana luiza, de 11 anos.

A atividade propiciou também a valorização das ati-vidades em grupo. “Com os olhos vendados, fiz várias tarefas com o auxílio de um colega e pude sentir como é importante o outro na nossa vida”, destacou laodicéia vitória, de 13 anos.

Recife/PE

Brun

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aújo

BOA VONTADE 29

Page 30: Revista Boa Vontade - Edição 240

dr. airton grazzioli, bacharel em direito pela faculdade de direito da universidade

de são paulo (usp) e especialista em direitos difusos e Coletivos pela escola

superior do ministério público do estado de são paulo (esmp-sp), é mestre em direito Civil pela pontifícia universidade Católica

de são paulo (puC-sp), membro do ministério público do estado de são paulo, promotor de justiça, curador de fundações de são paulo, além de vice-presidente da

associação nacional dos procuradores e promotores de justiça de fundações e entidades de interesse social (profis).

Vivia

n R.

Fer

reira

por airton grazzioli | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

e inovaçãoPalavras de ordem no novo cenário brasileiro

Eficiência

Falar do Terceiro Setor implica trazer à tona uma estrutura bastante complexa de orga-

nizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, as quais orientam suas ações para o desenvolvimen-to de práticas cuja finalidade é a de contribuir para o progresso e a melhoria da qualidade de vida daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social ou para o debate de pautas que interessem à sociedade, vista esta de maneira ampla.

No Brasil, esse setor foi cons-truído, em um primeiro momento, tendo por base um modelo absolu-tamente privado. Basta lembrar das Santas Casas, dos abrigos de órfãos

e desamparados, além de outras instituições desse gênero, que, vindas à nossa realidade há muitas décadas, prestavam serviços aos necessitados em cenário bem mais restrito que o atual.

A partir dos anos 90 do século passado, no entanto, iniciou-se um processo de transformação bastante radical. O Terceiro Setor aproximou-se do Estado, ou melhor, o Estado veio para perto dele. Essa aproximação, facilitada pela edição de novas leis reguladoras da área de atuação, entre as quais as das organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) e as das organizações sociais (OSs), permi-tiu que a sociedade civil melhor se

opinião — terCeiro setor

shutterstock.com

30 BOA VONTADE

Page 31: Revista Boa Vontade - Edição 240

Tribunais de Contas e o Ministério Público.

Nos dias atuais, em que os di-versos setores da sociedade sofrem sensível retração e há a expectativa de que essa realidade não tenha melhora pelo menos nos próximos dois ou três anos, é preocupante a situação do Terceiro Setor, que enfrenta e continuará enfrentando, além da escassez de recursos, o aumento progressivo da exclusão social.

O Poder Público já vivia dificul-dade de organização da partilha do orçamento em suas várias frentes de atuação. Essa árdua tarefa se tornou, sobremaneira, mais complicada em 2014 e tende a se agravar nos próximos anos.

organizasse, passando a ter parti-cipação política e social mais ativa. Assim, agem, em regra, atualmente as organizações na educação, na saúde, na assistência social, na cultura, na defesa e na conservação do patrimônio histórico e artístico, na segurança alimentar e nutricio-nal, na defesa e na preservação do meio ambiente, na promoção do desenvolvimento sustentável, na pesquisa científica e tecnológica, na promoção da ética e da cidada-nia, na defesa da democracia e dos direitos humanos, bem como em outras esferas de atividade.

Com efeito, o modelo construído a partir dos anos 1990 fez surgir um conjunto de estruturas, insti-tuições e relações que podemos chamar de híbridas, pois, ao mes-mo tempo em que se utilizam de concepções privadas, têm práticas públicas. Esse modelo também possibilitou a transferência de re-cursos do Estado para as Oscips e as OSs. Isso é o que denominamos de financiamento público no Tercei-ro Setor. Devem-se considerar, além desse investimento, o das empresas e o dos particulares.

esCassez de reCursosÉ verdade, porém, que a maio-

ria dessas entidades não recebe recursos públicos para o exercício de suas práticas sociais, mas não se pode desconsiderar que, ainda que o número de organizações be-neficiadas com verbas públicas não seja grande, o volume de recursos repassados a elas é efetivamente significativo. Por essa razão, a transferência desses valores para o Terceiro Setor é objeto de atenção permanente do governo e, especial-mente, dos órgãos de fiscalização, entre eles as Controladorias, os

Consequentemente, o repasse de recursos públicos para as orga-nizações do Terceiro Setor tende, neste momento, a agravar, como é natural e esperado, o corte de repasse para as ações sociais por parte dos empresários, que focam sua preocupação prioritária na ati-vidade econômica.

Em relação às doações de pes-soas físicas para as entidades, não se espera cenário melhor. Com a expectativa do aumento do desem-prego, não é de se aguardar o cres-cimento do volume de contribuições de particulares. Pelo contrário. Este deverá diminuir.

Nesse quadro não desejado, ou seja, em momentos de crise, ad-quire maior relevância a otimização dos recursos materiais, humanos e, principalmente, financeiros das organizações da sociedade civil.

A tônica atual para o Terceiro Setor, pois, é dar importância su-perlativa aos processos inovadores de gestão, passando pelo absoluto profissionalismo nas ações e na questão atinente à transparência. Necessário se faz realizar mais (em termos sociais) com os mesmos ou menos recursos. É preciso, por-tanto, inovação. As entidades que estão preparadas para esta nova conjuntura certamente terão uma viagem melhor neste mar revolto, motivado pela crise de recursos trazida à tona. Aquelas que aden-traram o século 21 com um modelo de gestão do passado possivelmen-te terão de tratar, na agenda delas, da retração das próprias atividades sociais, ou, até mesmo, do encerra-mento destas. Infelizmente, quem sofrerá com isso será a parcela da sociedade que mais necessita das ações sociais: aquela em situação de vulnerabilidade social.

A tônica atual para o Terceiro Setor é dar importância superlativa aos

processos inovadores de gestão, passando

pelo absoluto profissionalismo nas ações e na

questão atinente à transparência. Necessário se faz realizar mais (em

termos sociais) com os mesmos ou menos

recursos.

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A iminente crise ambiental que ameaça o mundo deve alterar drasticamente nossa

forma de pensar, agir e fazer planos para o futuro. Principalmente nas últimas décadas, o ser humano desmatou florestas, pescou sem medidas, poluiu o ar e a água, extraiu tudo o que podia da casa Terra, com pouquíssima ou nenhu-ma preocupação com a continui-dade e a conservação dos recursos naturais.

Muita gente, no entanto, tem buscado o equilíbrio perdido, afir-mando que é preciso deixar de lado o individualismo, ser mais solidário e abraçar causas em benefício desta morada global. Entre os que seguem à frente nessa luta está o escritor, jornalista e palestrante andré trigueiro, que trabalha, como ele mesmo afirma no slogan de seu blog, Mundo Sustentável

crise ambientalA grave

Para o jornalista e escritor André Trigueiro, o cenário hostil criado pelo aquecimento global exigirá nova ética civilizatória.

CBN, costuma viajar pelo Brasil e pelo exterior em busca de pautas socioambientais. A seguir, os prin-cipais trechos dessa conversa.

boa vontade — seu nome está muito associado à questão da sustentabilidade. o jornalis-mo levou-o para esse caminho?

andré trigueiro — Com toda a franqueza, foi uma adesão pessoal, espiritual. Na verdade, se eu não fosse jornalista (...), certamente estaria convergindo na direção de um protocolo de atividades asso-ciadas ao senso de urgência que o planeta requer de nós (...), estaria motivado a construir pontes entre a atividade profissional e esse engajamento com uma nova ética civilizatória que permitisse a espe-rança, a chance de a Humanidade viver num planeta sem escassez do que a nós é essencial: água boa de

(www.mundosustentavel.com.br), “abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação”. Ele recebeu a equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rá-dio, TV, portal e publicações) nas dependências da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), na qual é professor e criador do curso de Jornalismo Am-biental, para falar dos desafios do momento atual e das expectativas em relação à 21a Conferência das Partes (COP 21), que se realizará em dezembro, na capital francesa.

Na esclarecedora entrevista, Trigueiro deu informações valiosas acerca desses e de outros tópicos relevantes, fazendo-o com conhe-cimento de causa, pois, na quali-dade de editor-chefe do programa Cidades e Soluções — transmitido pela GloboNews —, repórter da TV Globo e comentarista da Rádio

ComuniCação

rodrigo de oliveira

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beber, terra fértil e ar respirável. Esse risco [de escassez] não é exagero. Não é sensacionalismo ou alarmismo. Infelizmente, o atual modelo de desenvolvimento ainda significa risco para nossa espécie. (...) Qualquer pessoa que esteja viva e minimamente informada sobre o que está acontecendo de-veria perceber que não há tempo a perder. (...) Eu, sinceramente, me tornei uma pessoa melhor com esse viés ambientalista, apesar de muitas imperfeições e problemas, porque ele me fez ser mais solidá-rio e mais preocupado em realizar, no dia a dia, pequenos gestos que interferem na qualidade de vida da comunidade.

bv — para chegar a esta sala no quarto andar, você utilizou as escadas. isso reflete essas pequeninas ações?

trigueiro — Isso faz parte. Eu diria [que estas] são exer-cícios espirituais. Enquanto estivermos por aqui, preci-samos deixar um legado, e o legado não necessaria-mente precisa ser o que é visível, o que alguém está percebendo; é o que você na sua intimidade realiza. Isso expressa uma verdade, uma convicção que [você] construiu. É assim que a gente se remodela e se educa para um mundo diferente. Esse

“Não existe neutralidade no Universo. Para você fazer o Bem, tem de sair da zona de conforto e prontificar-se a realizar. Para fazer o mal, por vezes basta a omissão.”

Oder

van

Sant

iago

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que ela é a primeira que admite as propostas voluntárias dos países. Nós teremos a condição de verificar qual é a disposição de cada nação em fazer a sua parte para que o planeta não adentre a segunda metade do século 21 com o cenário extremamente hostil, causado pela elevação da temperatura acima de 2 graus. Segundo ponto importan-te: foi emblemática a maneira como a China e os Estados Unidos, que juntos respondem por metade das emissões de gases [de efeito] estu-fa, antes da conferência de Paris já disseram o que pretendem fazer — o que é bastante interessante, [pois ambos estão] gerando pressão sobre outros países. Terceiro: acho que, a partir [desse evento] de Paris, aceleraremos o processo na direção de uma economia de bai-xo carbono. Significa dizer que se abre caminho, por exemplo, para a Organização Mundial do Comércio não mais tolerar que um produto que venha de um país que não tem nenhum rigor na redução das emissões de gases [de efeito] estufa seja vendido mais barato porque o país não está investindo nada para substituir carvão, petróleo e gás. Você criará um ambiente onde os produtos que tenham a pegada de carbono muito elevada não pos-sam mais ser competitivos por ser ineficientes. Também espero que a COP de Paris tenha a coragem que a Rio+20 não teve de eliminar subsídio para combustível fóssil. Nós temos entre 800 bilhões e 1 trilhão de dólares gastos por ano em subsídio para um setor que já é lucrativo. (...) Não quero viver no mundo que estabelece subsídio para os piores inimigos do efeito estufa. Minha avó dizia algo sábio: “Você não faz omelete sem quebrar

“Espero que a COP de Paris tenha a coragem que a Rio+20 não teve de eliminar subsídio para combustível fóssil. (...) Não quero viver no mundo que estabelece subsídio para os piores inimigos do efeito estufa.”

sucessivas existências — somos, os espíritas, reencarnacionistas —, vamos avançando por todos os reinos da Natureza. Mas, veja, eu não faço proselitismo. [A crença na reencarnação] é assunto individual. Cada um tem o direito de crer ou não crer. Agora, o que faz a diferença, do ponto de vista espiritual, é o que você pratica. É bem possível que no céu dos espíritas, dos católicos, dos budistas e dos islâmicos haja muita gente numa condição privilegiada que não acreditava em nada na Terra, mas fazia toda a diferença em favor do seu semelhante, do planeta e de si mesmo.

bv — falando nesse esforço global, o que o mundo espera da Conferência do Clima 2015?

trigueiro — Primeiro, a singu-laridade dessa conferência é [a de]

ComuniCação

mundo melhor e mais justo começa por nós.

bv — logo no início de nossa conversa, você falou sobre o fator espiritual. Como ele o ajudou nesse caminho?

trigueiro — Quando se fala de meio ambiente, se está falando de uma totalidade integrada e de um universo sistêmico, de todas as partes que se interconectam, interagem e são interdependen-tes. Essa é a visão que a Ciência moderna tem. Essa é uma visão espiritual, quer dizer, em certa me-dida, quando discorremos sobre a totalidade integrada, essa poderia ser uma definição de Deus. Eu sou espírita, e na leitura das obras bá-sicas de allan kardec vemos, por exemplo, essa visão da totalidade integrada, em que todos nós, por

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o jornalista andré trigueiro (d), repórter da tv globo, e rodrigo de oliveira, da revista boa vontade.

34 BOA VONTADE

Page 35: Revista Boa Vontade - Edição 240

os ovos”. A melhor negociação é aquela [de] que ninguém sai to-talmente satisfeito. Desculpe-me quem não se tocou de que o terceiro milênio nos traz um cenário cada vez mais hostil e difícil, porque não estamos, desde já, encarando os problemas como deveríamos. Este é um mundo que está demandando maior protagonismo, voluntarismo, altruísmo... Nós precisamos fazer a nossa parte.

bv — em recente reportagem, você destacou que no setor da energia eólica não há crise. ela já responde por 5% de toda a energia consumida no país. em 2020, deverão ser impres-sionantes 10,5%. quais são as perspectivas das energias renováveis no nosso país?

trigueiro — A utilização de energia eólica é um case de suces-so internacional. Há cinco anos, ninguém imaginaria ser possível [isso]. O Brasil, de fato, surpreendeu o mundo e os próprios brasileiros. Eu fiquei muito entusiasmado ao entrevistar o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema

“Quando se fala de meio ambiente, se está falando de uma totalidade integrada e de um universo sistêmico, de todas as partes que se

interconectam, interagem e são interdependentes. Essa é a visão que a Ciência moderna tem. Essa é uma visão espiritual, quer dizer, em certa medida, quando discorremos sobre a totalidade integrada,

essa poderia ser uma definição de Deus.”

Elétrico), hermes Chipp, que disse: “Eu mudei de ideia em relação à eólica. Assustava-me a presença de uma fonte instável, porque nem toda hora venta”. Hoje, ele acredita que, nos próximos anos, haverá um desempenho ainda mais impressio-nante. Somos testemunhas de um período histórico, e o Brasil parte, de forma assertiva, na direção de outras fontes de energia, que são abundantes no nosso território. Os ventos do Nordeste são os melhores do mundo. Quem está investindo em parque eólico nessa região está impressionado com o que eles chamam de fator de capacidade. A média mundial é de 30%, ou seja, 30% desse fator estão gerando

Divulgação

energia do jeito que se espera. Os outros 70%, não. No Nordeste, em 12 de agosto de 2015, o fator de capacidade dos parques eólicos da região foi de inacreditáveis 80%! E a [energia] solar vai na mesma di-reção. Eu estive, [no] ano passado, na China e, em 2013, na Alemanha e nos Estados Unidos e vi a energia solar bombar. O curioso é que o melhor lugar da Alemanha para instalar um parque eólico equivale ao pior lugar do Brasil. É incrível o nosso potencial!

bv — qual é a responsabilidade de cada cidadão para com as metas mundiais?

trigueiro — Consumir de forma

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Pela VidaEm pleno Setembro Amarelo — movimento mundial destinado a

promover a conscientização da sociedade para o problema do suicídio e suas consequências —, a Super Rede Boa Vontade de Comunicação também conversou com o jornalista André Trigueiro sobre o tema. Ele é autor, entre outras obras literárias, de Viver é a melhor opção, lançado recentemente.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano, uma média de um caso a cada 40 segundos. No território nacional, a questão também é bastante séria. “Quando a gente calcula ou compara os números absolutos, o Brasil já é o oitavo país do mundo em ocorrência de suicídios”, destacou André. Ele ainda comparou a iniciativa de realização da campanha internacional ao gesto da atriz Cássia kiss de, há vinte e sete anos, ter aparecido na TV com os seios à mostra, ensinando as mulheres a fazer o autoexame deles para prevenir o câncer de mama. “Os moralistas e os puritanos ficaram escandalizados, achando que aquilo era pornografia. No entanto, profissionais da área da saúde pública fizeram a conta e viram a avalanche de gente que passou a procurar posto de saúde e a se livrar de uma doença que mata muitas mulheres no Brasil. Isso só foi possível porque se falou com clareza e objetividade do problema.” Da mesma forma ocorre com o suicídio, que, ainda de acordo com a OMS, em 90% dos casos pode ser prevenido, por estar associado a patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, sobretudo a depressão. Para o jornalista, uma das melhores manei-ras de fazer isso “é abrir espaço na mídia para falar do assunto, como está sendo feito aqui”. “Não parece, mas este ato banal de conversar sobre prevenção do suicídio inexiste na maioria absoluta dos veículos de comunicação, porque se fechou um lacre. Esse é um tabu”, lamentou.

Segundo Trigueiro, diante de fatores que indiquem risco, entre os quais um estado de tristeza que se prolonga, prostração ou desâni-mo, é preciso estar atento para prestar apoio solidário. Por isso, elogiou a atuação do Cen-tro de Valorização da Vida (CVV), para o qual doou os direitos autorais do referido livro. “Ela foi a primeira organização civil a lançar, em 1962, um trabalho voluntário, sem vincula-ção político-religiosa, de ajuda emocional e prevenção do suicídio. Já são mais de 800 mil ligações feitas para o CVV. O trabalho deles é fenomenal, porque acolhe aqueles que não estão conseguindo na sociedade desabafar, conversar sobre os problemas.”

consciente. O consumismo agrava o efeito estufa, porque todos os produtos ou serviços, para serem ofertados a nós, demandaram emissões de gases [de efeito] estufa. Se eu consumo com mo-deração, estou desacelerando essa emissão de CO2. Usar energia de forma moderada. O brasileiro já o está fazendo por conta das tarifas caríssimas de energia elétrica, mas é importante introjetar isso na roti-na sempre. Privilegiar o transporte público ao máximo ou a bicicleta, quando houver segurança, ou ir a pé a deslocamentos razoáveis, que faz bem à saúde. Precisa-mos valorizar as áreas verdes na cidade, [pois] cada vegetal que cresce retira ou sequestra o CO2 da atmosfera, e reduzir o consu-mo de água. Nós somos filhos de Deus existindo na Terra. Esta casa não nos pertence; somos inquili-nos. E, pela lei do inquilinato, eu tenho que devolver o imóvel, no mínimo, em perfeitas condições, como o encontrei. (...) Não existe neutralidade no Universo. Para você fazer o Bem, tem de sair da zona de conforto e prontificar-se a realizar. Para fazer o mal, por vezes basta a omissão. A gente precisa disponibilizar-se para [a] mudança, e isso requer atitude, engajamento. Não tenha medo de se comprometer com uma causa, porque isso empresta sabor à vida.

Ao término da entrevista, André Trigueiro retribuiu a saudação do diretor-presidente da LBV, o jorna-lista Paiva Netto, com a mensagem: “Obrigado! Mande um abraço para ele. Estamos juntos. (...) Façamos a nossa parte por um mundo melhor e mais justo, um planeta sustentável”.

ComuniCação

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Page 37: Revista Boa Vontade - Edição 240

o que suBstituiRá o PRotocolo

de Kyoto?Cop 21 em paris traz esperança de novo acordo global

para diminuir a emissão de gases de efeito estufa

Colaboraram: jully anne, renata tabach de paiva, ricardo Chagas e roberta assis

cadeRno esPecial — confeRência mundial soBRe o clima

Page 38: Revista Boa Vontade - Edição 240

Para falar das expectativas que envolvem a 21a Conferência das Partes (COP 21)*, que

se realizará em dezembro de 2015, em Paris, na França, a revista BOA VONTADE entrevistou especialistas de vários segmentos da sociedade

* 21a Conferência das partes (Cop 21) — É o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), elaborada durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, na capital fluminense. Nesse encontro, os países signatários da convenção, que entrou em vigor em 29 de maio de 1994, comprometeram--se a criar uma estratégia global “para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras”, tendo como meta principal es-tabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça transformações drásticas do clima no planeta.

c o n f e r ê n c i a m u n d i a l s o B r e o c l i m a

sobre os mais destacados temas do encontro e as graves consequências das transformações climáticas no dia a dia das pessoas em todo o mundo, facilmente percebidas em razão da maior ocorrência de fenômenos na-turais extremos, entre estes cheias e

O que vOcê encOnTra nesTe cadernO especial

Exclusivo

NAtAliA shAkhovAAmeaça que vem do Ártico

José GoldemberGCIêNCIA E TECNOLOGIAO Brasil e a importância da energia eficiente e limpa

suelí periottoEDUCAçãO E ESPIRITUALIDADECidadania solidária e ecumênica

bel pesceINOVAçãO E NEGóCIOS SOCIAISProtagonismo socioambiental

pAulo sAldivAPOLíTICAS PúBLICAS E SUSTENTÁVEISSaúde, poluição e economia

40

46 48

4947

Divu

lgaç

ão

plenário da Cop 3, reunião que aprovou o protocolo de kyoto, no

japão, em dezembro de 1997.

secas, e de enfermidades favorecidas por essas transformações.

O principal objetivo da confe-rência é aprovar o novo documen to — que começará a vigorar em 2020 — em substituição ao Protocolo de Kyoto, o qual, criado em 1997, obri-

Especialistas convidados

38 BOA VONTADE

Page 39: Revista Boa Vontade - Edição 240

Leia também

José mAreNGoCLIMATOLOGIAExtremos climáticos e crise hídrica

boAs práticAsAções da LBV para preservar o planeta

coNsciêNciA susteNtável e espirituAlpor Nathália Pereira

susteNtAbilidAde plANetáriA e profeciAspor Daniel Borges Nava

bárbArA rubimSOCIEDADE CIVILA importância de investir em fontes renováveis

50 52

6062

51

O governo brasileiro anunciou que suas metas de redução de gases de efeito estufa são de 37% até 2025 e de 43% até 2030, tendo como base os cálculos de 2005. De acordo com especialistas, a proposta do Brasil tem a capacidade de influenciar positivamente os debates na 21a Conferência das Partes.

Vale destacar que, na proposição, há o comprometimento de, entre outras ações, zerar o desmatamento ilegal até 2020, restaurar 12 milhões de hectares de florestas devastadas, recuperar 15 mi-lhões de hectares de pastagens degradadas e integrar 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas. Além disso, o país assumiu o compromisso de aumentar a utilização de energias renováveis no total da matriz energética de 28% para 45%.

metas BRasileiRas PaRa a coP 21

ga países industrializados a reduzir as emissões de CO2 com os mesmos índices de emissões de 1990. Na oportunidade, serão analisadas as Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs, na sigla em inglês), metas de cada governo para promover economia de baixo carbono. Espera-se que a soma das INDCs de todos os países gere o corte nas emissões dos gases de efeito estufa necessário para limitar o aquecimento da temperatura global em 2 graus até o fim deste século.

Entre as proposições dos países, está a questão da transparência no cumprimento das ações de redução das referidas emissões, bem como uma atenção maior à agenda de adaptações, além de iniciativas direcionadas às populações mais pobres, que devem ganhar força na COP 21. Diante das preocupantes alterações climáticas em curso, o acordo que se quer ver assinado na capital francesa precisa ser ambicioso no que se refere ao es-tabelecimento de objetivos globais e oferecer respostas concretas à sociedade mundial acerca das prá-ticas que têm de ser realizadas para que se promova o desenvolvimento sustentável, ou seja, aquele que alie o combate à pobreza e a inclusão social ao cuidado com os recursos naturais do planeta.

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a meta é reduzir os gases de efeito estufa para 37% até 2025 e 43% até 2030

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que Vem do áRtico

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c o n f e r ê n c i a m u n d i a l s o B r e o c l i m a

40 BOA VONTADE

Page 41: Revista Boa Vontade - Edição 240

Arqu

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pesquisadora russa adverte que emissões de metano podem acelerar, de forma dramática, o aquecimento global.

leila marCo e rosana bertolin

Questões muito sérias têm sido levantadas pela cientis-ta russa natalia shakhova,

que, ao lado do compatriota igor semiletov, lidera um grupo de pesquisadores internacionais preo-cupados com a crescente liberação de metano (CH4) no solo oceânico da Plataforma Ártica Leste-Siberiana (East Siberian Arctic Shelf — Esas), situada na costa norte do leste da Rússia. As observações deles mostram que, em alguns pontos, a concentração do gás é até milhares de vezes maior do que a esperada. Segundo os estudiosos, no verão, quando o mar descongela, o CH4 pode ser visto borbulhando na su-perfície das águas em estruturas de escoamento contínuas, impressio-nantes e poderosas, de mais de mil metros de diâmetro.

Em agosto, Shakhova, que é professora pesquisadora da Uni-versidade Politécnica de Tomsk, na Sibéria, Rússia, e da Universidade do Alasca Fairbanks, no Alasca, Es-tados Unidos, além de membro da Academia Russa de Ciências, abriu espaço em sua apertada agenda para falar sobre o tema em entre-vista exclusiva à BOA VONTADE. Na ocasião, a doutora em Ciências em Geologia Marinha e Ph.D. em Geografia Médica explicou que o fenômeno acima referido, mapeado por ela e seus colegas desde 2003 em uma das mais remotas e isola-das áreas do mundo, é resultado do progressivo degelo do permafrost (solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas, permanentemente congelado), debaixo do qual os pesquisadores estimam poder existir de milhões a bilhões de toneladas de metano, um dos gases de efeito estufa cuja capacidade de reter calor é vinte

vezes maior que a do dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico.

Ao comentar os impactos da descoberta de seu grupo, Shakhova aproveitou a oportunidade para expor um fato extremamente preo-cupante: “(...) as fontes de metano no Ártico nunca foram incluídas no orçamento global de metano, tampouco foram consideradas nos modelos climáticos globais, que visam prever os cenários climáticos futuros para o planeta”. Em outras palavras, a liberação do CH4 que há naquela vasta região pode fazer com que o aquecimento global se agrave cada vez mais e de maneira rápida.

Apreensiva pela possibilidade de concretização desse quadro

natalia shakhova é professora pesquisadora da universidade politécnica de tomsk, na sibéria, rússia, e da universidade do alasca fairbanks, no alasca, estados unidos, além de membro da academia russa de Ciências.

Divu

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BOA VONTADE 41

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área de estudo: Conforme as explicações da dra. Natalia, a Plataforma Ártica Leste-Siberiana (East Siberian Arctic Shelf — Esas) inclui três mares árticos russos: o de Laptev, o Leste-Siberiano e o de Chukchi, que abrangem uma área total de mais de 2 milhões de quilômetros quadrados. No círculo marcado em terra, o porto de Tiksi, onde se iniciam a maioria das expedições marítimas e todas as campanhas de perfuração.

Com o derretimento do permafrost (solo encontrado na região, constituído por terra, gelo e rochas e, em tese, permanentemente congelado), imensas quantidades de metano e dióxido de carbono estão sendo liberadas na atmosfera, aumentando drasticamente o efeito estufa.

degelo excessiVo do áRtico assusta

Metano chegando à atmosfera

Água (de -0,5o C a -1,8º C)Permafrost (de -0,5oC a 17o C) perfurado em consequência da alta temperatura em ambos os lados

Reservas de metano

Litosfera com manta quente

Fonte: NSF

c o n f e r ê n c i a m u n d i a l s o B r e o c l i m a

Nos mares, o metano borbulha.

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sombrio, a pesquisadora ainda destacou: “Nem eu nem ninguém de nossa equipe científica já esteve no Brasil, mas sabemos que o povo brasileiro estima os valores familiares. Esperamos que essa qualidade se espalhe pelo mundo para que todas as pessoas que vivem no planeta comecem a cuidar umas das outras e da Mãe Natureza da mesma forma que se preocupariam com os próprios familiares. Isso tornaria nosso orbe um lugar muito mais seguro e feliz para viver”.

boa vontade — sua equipe trouxe significativos alertas à comunidade científica mundial sobre os perigos da iminente desestabilização do permafrost ártico. Como tem sido a rotina de pesquisa de vocês nesse local?shakhova — A Plataforma Ártica Leste-Siberiana, onde trabalhamos, é a maior plataforma continental do mundo (com 2 milhões de quilôme-tros quadrados), sendo uma vasta área de pesquisas. Quando come-çamos os estudos, nada se sabia sobre as emissões de metano. (...) Era como procurar uma agulha num palheiro. Tivemos a sorte de encon-trar algumas zonas ativas em 2003 e acreditamos que devia haver ou-tras mais. Desde então, realizamos expedições marítimas todos os anos. Em 2011, começamos a perfurar o permafrost, que existe abaixo do lei-to marinho. Instalamos nossa sonda de perfuração no gelo fixo, extraímos núcleos de sedimentos e pesquisa-mos o estado atual do permafrost submarino, importante fator de controle das emissões de metano na Esas. (...) Nosso trabalho científico no mar inclui testes e pesquisas 24

Expedição realizada no cabo Buor-Khaya, no mar de Laptev, localizado na costa norte do leste da Rússia, para perfuração e estudo do permafrost no inverno.

Pesquisa em camPo

De julho a setembro

de 2014, mais de 80

cientistas de várias partes

do mundo, a bordo

do quebra-gelo Oden,

participaram de expedição

de pesquisa na Esas.

Helicóptero utilizado no levantamento aéreo

Imagem do processo de perfuração

Acampamento no local, com duas casas móveis (laboratório e alojamento), quadriciclo e trenó de provisões.

Quebra-gelo OdenFoto

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gelo (as chamadas polínias) estão aumentando, e o período de racha-dura do gelo está começando mais cedo. Houve um ano no qual nossa expedição foi quase arrastada por um fluxo de água formado pelo gelo derretido — bem antes do que o previsto —, oriundo do rio Lena.

bv — o que pode representar o degelo do permafrost ártico?shakhova — Ele é feito de solo congelado em áreas terrestres e de sedimentos congelados abaixo do leito marinho. Na Esas, o per-mafrost formou-se nas eras frias, como o período Pleistoceno, entre 2,6 milhões e 11,7 mil anos atrás. A última era glacial acabou com o fim do Pleistoceno, dando início ao atual período, mais quente: o Holoceno. As geleiras acumula-vam grande quantidade de água no estado sólido, e, portanto, os níveis do mar eram mais baixos no Pleistoceno do que são hoje em até 100 metros. Boa parte da Esas fica, atualmente, a menos de 50 metros de profundidade, de forma que seu raso leito marinho já foi exposto a

temperaturas do ar muito baixas. Os sedimentos da Esas congelaram-se a poucas centenas de metros de profundidade e tornaram-se per-mafrost, o qual armazena enorme quantidade de carbono orgânico. Se os sedimentos que contêm esse material derreterem, imensas quantidades de metano e dióxido de carbono serão produzidas e liberadas na atmosfera, aumentan-do drasticamente o efeito estufa, que já está causando mudanças climáticas globais. A intensa libe-ração de gás metano proveniente de depósitos desestabilizados no leito marinho teria consequências imprevisíveis em nosso sistema climático. Tais efeitos permanecem incertos, porque as fontes de meta-no no Ártico nunca foram incluídas no orçamento global de metano, tampouco foram consideradas nos modelos climáticos globais, que visam prever os cenários climáticos futuros para a Terra. O objetivo de nossas pesquisas é preencher essa lacuna do conhecimento, tornar o futuro mais previsível e, em última instância, ajudar nosso planeta e

horas por dia. Não dormimos muito durante as expedições.

bv — quais são os principais desafios encontrados quando estão em campo?shakhova — Além das dificuldades logísticas, o Ártico é um ambiente inóspito, e trabalhar nele é sempre um desafio, especialmente nos dias atuais, porque a região se está aquecendo a um ritmo duas vezes mais rápido do que o restante do mundo. Toda a criosfera está afetada: o gelo marinho, as gelei-ras e o permafrost. Tempestades acontecem com maior frequência do que antes, as ondas são mais altas, e existe a possibilidade de encontrar as chamadas ondas as-sassinas ou gigantes, de até 100 pés de altura [aproximadamente 30 metros]. Uma onda desse tipo poderia afundar nossa embarcação em questão de minutos ou até me-nos. (...) A realização de expedições no inverno está se tornando ainda mais difícil, porque o gelo marinho está diminuindo de espessura, as áreas de águas abertas no meio do

“A intensa liberação de gás metano proveniente de depósitos desestabilizados no leito marinho teria consequências imprevisíveis em nosso sistema climático.”

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todos os organismos que nele exis-tem, incluindo nós, seres humanos, a sobreviver.

bv — é possível prever as consequências das emissões de metano para o planeta? shakhova — O Ártico dispõe de grandes quantidades de metano, como um gás pré-formado, e de carbono orgânico, que pode servir de um substrato para a metanogênese (formação de metano) quando o permafrost derreter. Felizmente, o permafrost de áreas terrestres, que constitui a maior parte desse solo no mundo, permanece largamente estável. Já o permafrost submarino está passando por mudanças drás-ticas em seu sistema térmico, por causa do aquecimento da água do mar e de outros fatores. Lembrem--se de que, na Esas, o permafrost foi formado durante uma era glacial em que o atual leito marinho da pla-taforma não estava debaixo d’água, e sim exposto a temperaturas [do ar] congelantes. Quando as geleiras começaram a derreter e a Esas se encheu de água, os sedimentos congelados foram cobertos de água bem mais quente do que o ar, e, inevitavelmente, a temperatura no local começou a subir até o ponto de degelo. Esse fato é muito per-turbador.

bv — o que pode ocorrer com o degelo do permafrost subma-rino?shakhova — Ele vedou depósitos de metano que estavam no fundo do mar há milhares de anos, tem-po em que o metano continuou a se acumular nesses lugares. (...) Se esse material for liberado su-bitamente e em grande número, o aumento repentino dos níveis

de metano na atmosfera poderá causar consequências imprevisíveis no clima do planeta. Infelizmente, nosso conhecimento atual ainda é limitado, e uma especulação maior a esse respeito seria irresponsável. (...) Precisamos dar seguimento a nossas pesquisas até que possamos determinar mecanismos para evitar esse cenário. Enquanto isso, tudo que puder ser feito para diminuir nossas emissões de gases de efeito estufa será um passo na direção certa.

bv — qual é a expectativa quanto à 21ª Conferência sobre o Clima, a ser promovida pela onu, em paris?shakhova — Tento permanecer oti-mista quando se fala de cooperação internacional acerca de questões de mudanças climáticas. Também sei que quaisquer decisões tomadas e declarações anunciadas devem ser construtivas e viáveis. Para isso, responsáveis por decisões e políticas públicas devem receber in-formações imparciais e abrangentes a respeito dos processos e gatilhos efetivos que levam o sistema cli-

“Temo que exista um problema com as instituições mais influentes — por exemplo, o Painel

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas — que há alguns anos aparentavam ser mais

progressivas e visionárias, mas, agora, tornaram- -se mais inertes, conservadoras e obstrutivas

quando se trata de aceitar novo conhecimento e incorporá-lo a seus domínios. Isso pode ser

percebido de forma clara especialmente quando se refere à região ártica. Se isso não mudar, todos

nós pagaremos um preço muito alto.”

mático para fora da normalidade. Temo que exista um problema com as instituições mais influentes — por exemplo, o Painel Intergoverna-mental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) — que há alguns anos aparentavam ser mais progressivas e visionárias, mas, agora, tornaram-se mais inertes, conservadoras e obstrutivas quando se trata de aceitar novo conhecimento e incorporá-lo a seus domínios. Isso pode ser percebido de forma clara especialmente quan-do se refere à região ártica. Se isso não mudar, todos nós pagaremos um preço muito alto.

bv — qual é o maior legado que quer deixar com suas pesquisas?shakhova — O que um cientista pode deixar para a Humanidade é um novo conhecimento que ajudará as pessoas a manter o planeta vivo e saudável. Fazemos o trabalho no Ártico russo, com o clima severo deste, às vezes colocando nos-sa vida em risco, pelo futuro de nossos filhos e para que todos os indivíduos do planeta possam ter vida normal.

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boa vontade — Como as mudanças climáticas podem afetar a geração de energia em nosso país?goldemberg — O aumento da temperatura da Terra está criando mais instabilidades nos fatores que determinam o clima, o que faz com que haja precipitações anormais em certos lugares, por isso tem havido en-chentes extraordinárias, sem precedentes na China e em alguns países da Europa Oriental, e em outros lugares são secas extraordinárias, como a que estamos atravessando aqui no Brasil. (...) Havendo menos chuva, os reservatórios não conseguem ser preenchidos e algumas dessas usinas hidrelétricas param de funcionar. Esse é o caso do Estado de São Paulo, a Usina de Porto Primavera praticamente deixou de produzir energia elétrica e vários outros reservatórios na Região Sudeste estão nessa situação. Cerca de 25% da energia elétrica que é usada hoje no Brasil não provêm mais de hidroelétricas, mas de usinas que queimam derivados de petróleo.

bv — quais setores do brasil precisam repensar suas estratégias?goldemberg — O principal é o da geração de energia, o das hidrelétricas, [para] evitar que elas sejam substituídas por usinas que queimam com-bustíveis fósseis. O outro é o do transporte. Cerca de 40% das emissões brasileiras vêm dele. Precisamos introduzir padrões de emissão, pois os veículos brasileiros emitem mais do que os usados no exterior. No caso da indústria, é necessário adotar medidas para modernizá-la, produzir mais utilizando menor energia, além de estimular o uso de energias renováveis, como a eólica, a solar e a biomassa.

bv — a Cop 21 abre espaço para os países repensarem suas economias de forma sustentável?goldemberg — Certamente que sim. É claro que, para os países ricos, é fácil falar isso, porque eles usam energias em quantidades imensas, e economizar um pouco não fará grande diferença. Mas há exemplos como o da China, que está crescendo 7% ao ano e percebeu que o progresso à base do uso do carvão e do petróleo cria problemas de poluição. As des-pesas com saúde crescem extraordinariamente lá por causa desse modelo de desenvolvimento. Por isso, a China está se voltando para a energia renovável. No passado, o Brasil mostrou isso com o desenvolvimento de usinas hidrelétricas. Éramos exemplo para o mundo, com mais de 80% de nossa matriz energética limpa e renovável. Perdemos esse papel por causa das perdas elétricas e da seca. Temos que recuperá-lo.

josé goldemberg

o que faz: doutor em Ciências físicas, professor e presidente da fundação de amparo à pesquisa do estado de são paulo (fapesp).

CIênCIa E tECnologIa

“(...) o progresso à base do uso do

carvão e do petróleo cria problemas de

poluição. as despesas com saúde crescem extraordinariamente

(...) por causa desse modelo de

desenvolvimento. por isso, a China está se voltando para a energia renovável.”

o BRasil e a imPoRtância da eneRgia eficiente e limPaVi

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PolítICas PúblICas sustEntávEIs

boa vontade — a poluição é igual em todos os centros ur-banos?dr. paulo saldiva — Não. Isso muda de cidade para cidade, e, para variar, nos países mais pobres há maior poluição. (...) Uma termoelé-trica velha, a carvão, não morre. O que ocorre é que ela é desmontada e levada para países com menor poder aquisitivo, ou seja, existe de-fasagem tecnológica. Esse tipo de estratégia se vê muito também no próprio Brasil, quando você pega um ônibus da cidade de São Paulo que, depois de dez anos, não pode mais rodar na frota cativa e o vende a outros municípios. Isso mostra que, quanto menores a consciência ambiental e o nível de organização da sociedade, [mais] acabamos aceitando coisas baseadas somente na equação dos negócios.

bv — Como fugir dessa visão imediatista? há iniciativas bem--sucedidas que levam em conta a consciência ecológica?dr. saldiva — Exemplo clássico é o do prefeito de Dublin, capital da Irlan-da, um dos países que mais produzem carvão no mundo. Ele substituiu o carvão [que é mais poluente] por gás na cidade para o aquecimento das casas. Foi a maior chiadeira, mas, para cada libra investida na mudança da matriz energética, ele ganhou, no ano seguinte, oito libras em saúde. Em que investimento de negócio, de qualquer área, você investe um e ganha oito em um ano? O cobenefício de saúde deveria nortear a política de mudanças climáticas, e isso não vai ser discutido na COP 21. O Brasil já tentou por duas edições da COP, mas sempre foi voto minoritário. (...) E não há argumento moral, ético ou humanitário que justifique a perda de milhões de vidas em nome de qualquer negócio.

bv — quais são as doenças causadas pela poluição?dr. saldiva — Tudo o que é provocado pelo fumo e que está na emba-lagem do maço de cigarro também é [causado] pela poluição: câncer de pulmão e de bexiga, infarto do miocárdio, agravamento de problemas respiratórios crônicos, rinites, sinusites, baixo peso ao nascer e prema-turidade. (...) Nós fumamos em São Paulo/SP de quatro a cinco cigarros por dia. Eu não queria fumar isso... A autoridade ambiental não tem força [para combater o problema]; ela perde para o setor econômico. O desafio é fazer políticas públicas integradas e sustentáveis e colocar como objetivo principal a qualidade da saúde humana. Enquanto cada um pensar dentro da sua caixa, não funcionará.

paulo saldiva

o que faz: é patologista, professor universitário e coordenador do laboratório de poluição atmosférica da universidade de são paulo (usp).

“o cobenefício de saúde deveria

nortear a política de mudanças climáticas,

e isso não vai ser discutido na Cop 21. (...) e não há argumento moral,

ético ou humanitário que justifique a perda de milhões de vidas

em nome de qualquer negócio.”

saúde, Poluição e economia Vi

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boa vontade — de que maneira as escolas da lbv despertam o interesse de crianças e jovens em adotar uma postura sustentável?suelí periotto — Desde cedo, incentivamos os alunos, por meio da Peda-gogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (saiba mais sobre essa proposta educacional na p. 84), idealizadas por Paiva Netto, a ter uma postura de criticidade, de modo que tudo que aprenderem e em que se en-volvam não seja benéfico somente para si, mas também para a sociedade. Se construirmos essa criticidade e mentalidade de proteção ao planeta — que se dá também nas relações com o próximo, em como nos posicionamos na vida daqueles que nos rodeiam —, formaremos cidadãos ambientalistas, independentemente da área em que atuarão, que se preocupam com suas ações para que elas não afetem de maneira negativa nosso orbe.

bv — o mercado de trabalho tem passado a valorizar os bens intangíveis, os do intelecto, os da criatividade... Como a pedagogia da lbv prepara os educandos para essa realidade?suelí periotto — Tornar o educando partícipe de discussões é um de nossos focos, porque, se ele souber discutir, saberá também sugerir e respeitar. Essa interação favorece o desenvolvimento dos valores. Se há perspectiva de um coração bem formado, além da intelectualidade reforçada, temos mais possibilidades de a sustentabilidade do planeta ocorrer naturalmente, não por imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte. Ao formar-se cérebro e coração, ou seja, raciocínio e sentimento, como apregoa o educador Paiva Netto, haverá inteligência para novas criações e sensibilidade para que se pense em soluções transformadoras e inovadoras.

bv — a escola também precisa incluir o diferente e lidar com ele.suelí periotto — O trabalho educacional da LBV preconiza a Cidadania Ecumênica e Planetária. Temos em nossas unidades situações de alunos vindos de outros países da América Latina, de religiões diversas, com deficiências físicas, e, ali, todo o trabalho é realizado para o bem-estar desses estudantes, não só por meio da estrutura do ambiente, como também da motivação para que eles exponham o que pensam. Esse convívio é muito salutar, porque, ao se olhar para o outro, não se en-xergam apenas aspectos físicos ou deficiências, mas aquilo que ele tem de melhor, e isso favorece o relacionamento escolar e ajuda a promover uma mudança: a transformação da sociedade.

suelí periotto

o que faz: supervisora da pedagogia do afeto e da pedagogia do Cidadão ecumênico. é doutoranda e mestre em educação pela puC-sp, conferencista e apresentadora do programa educação em Debate, da super rede boa vontade de rádio.

EduCação E sustEntabIlIdadE

“se há perspectiva de um coração bem formado,

além da intelectualidade reforçada, temos

mais possibilidades de a sustentabilidade

do planeta ocorrer naturalmente, não por

imposição ou por medo, mas pelo desejo sincero dos indivíduos de fazer realmente sua parte.”

cidadania solidáRia e ecumênicaVi

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boa vontade — qual é a proposta da fazinova?bel pesce — Ela é uma escola bem diferente. A gente ajuda pessoas de todas as idades a realizar todos os tipos de sonho. Há diversos cursos que mostram ferramentas e conteúdos que podem auxiliar a transfor-mar ideias em projetos de verdade, com liderança, autoconhecimento, produtividade, negociação, visão, iniciativa e criatividade.

bv — o que é necessário para iniciar um projeto?bel pesce — É essencial ter perseverança, porque as coisas não dão certo de primeira. É sempre mais complicado do que se imagina. Precisa ter determinação. Qualquer pessoa que quer ser protagonista da sua própria vida tem de ser resiliente, porque são muitos passos e tropeços.

bv — Como o empreendedorismo pode colaborar no desafio global de progredir com sustentabilidade?bel pesce — O empreendedor, para mim, é alguém que olha para o mundo, encontra necessidades reais e cria produtos ou serviços que as atendam. Sustentabilidade é uma necessidade real; portanto, para quem está procurando oportunidade, algo [com] que possa trabalhar, que realmente vai tocar vidas, pode ser um pilar importante e gerar diversas ideias de um empreendimento que agregue o que se precisa no mundo. (...) Grande parte dos desafios de sustentabilidade tem a ver com o uso inadequado de recursos, e isso é possível mudar. Trata-se de um assunto que mexe com conscientização, exemplos e novas soluções.

bv — que novas práticas implantadas pelas empresas têm contribuído para uma relação mais equilibrada entre o ser hu-mano e a natureza?bel pesce — Eu tenho visto embaixadores de sustentabilidade dentro das empresas. E quando falo em sustentabilidade, é geral, não só [re-lativamente à] Natureza; são todos os recursos, até mesmo o uso do tempo do funcionário. Estive em uma conferência (...), e lá havia um desses embaixadores, que afirmou que esse “não é mais um diferencial. Os clientes querem ver isso”. São práticas que a gente está criando, desde conseguir que produtos que não estão 100% perfeitos possam ser doados até, realmente, uma interação maior com a Natureza de não desperdiçar recursos. É preciso ser uma empresa sustentável em todos os níveis.

bel pesCe

o que faz: empreendedora e fundadora da fazinova, escola de empreendedorismo e habilidades.

Inovação E nEgÓCIos soCIaIs

“qualquer pessoa que quer ser protagonista

da sua própria vida tem de

ser resiliente, porque são

muitos passos e tropeços.”

PRotagonismo socioamBiental Vi

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boa vontade — as mudanças climáticas serão um dos gran-des temas da Cop 21. Como a população as percebe?josé marengo — Estamos no inverno, mas, nos últimos meses, há recor-des de temperatura alta. Segundo a Nasa [agência espacial americana], a primeira metade de 2015 foi a mais quente dos últimos cinquenta anos. É perceptível que os invernos estão mais quentes, e estamos nos adaptando sem perceber. (...) Precisamos trabalhar para que o aque-cimento global não ultrapasse os 2 graus, para que os impactos sejam os menores possíveis: o degelo das calotas polares, que pode elevar o nível do mar e afetar as áreas costeiras; o impacto na biodiversidade na Amazônia, no cerrado e nos campos; as doenças tropicais, que podem ser mais frequentes; a energia [elétrica], que deve ficar mais cara... A principal causa [desse aquecimento] é o aumento na concentração de gases de efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono.

bv — qual é o papel da amazônia na crise hídrica?josé marengo — Temos notas, não pesquisas científicas, de que o des-matamento da Amazônia é a causa da seca no Sudeste, mas isso não é 100%. Seria um indicador de mudança climática se [essa seca] acontecesse todos os verões durante trinta, quarenta anos. A chuva na região da seca (São Paulo e Serra da Cantareira) vem de várias fontes: da Amazônia, das brisas do Oceano Atlântico e das frentes frias. Durante dezembro de 2013 e o verão de 2014, formou-se uma bolha de ar quente sobre toda essa região. Foi como uma parede, um bloqueio. As frentes frias não consegui-ram penetrar [essa barreira] e foram para o Sul. O mesmo ocorreu com as brisas. A umidade que vinha da Amazônia também não chegou ao Sudeste.

bv — a crise hídrica do sudeste continuará nos próximos anos?josé marengo — É difícil fazer uma previsão, porque, normalmente, o Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia], com o Cemaden, realiza a previsão sazonal do clima, [analisa] como ele será em três meses. As chuvas nessa região devem começar em outubro. Se isso não ocorrer, teremos uma extensão da seca. A situação pode piorar muito. Estamos esperando a primeira frente fria que consiga decretar o início da estação chuvosa. É cedo para dizer se a seca continuará ou acabará, mas, ainda assim, para encher o [sistema] Cantareira, precisaria de muita chuva, 100% acima do normal. Para recuperá-lo, mesmo que chova normal-mente, levará, pelo menos, uns cinco anos.

josé antonio marengo

o que faz: Climatologista, meteorologista e chefe da divisão de pesquisas do Centro nacional de monitoramento e alertas de desastres naturais (Cemaden), vinculado à secretaria de políticas e programas de pesquisas e desenvolvimento (seped), do ministério da Ciência, tecnologia e inovação (mCti).

ClIMatologIa

“segundo a nasa, a primeira metade de 2015 foi a mais quente dos últimos cinquenta anos. é perceptível que os

invernos estão mais quentes, e estamos nos adaptando sem

perceber.”

extRemos climáticos e cRise hídRicaVi

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boa vontade — o setor energético aumenta as emissões de gás carbônico na atmosfera?bárbara rubim — É, hoje, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil. Só fica atrás do uso do solo — responsável por boa parte do desmatamento —, mas já existem estudos que mostram que, nos próximos trinta anos, ele será o maior emissor que teremos. Portan-to, o setor energético possui papel relevante nas mudanças climáticas.

bv — quais são as energias renováveis mais viáveis para o nosso país?bárbara rubim — Tirando-se as hidrelétricas, que são renováveis, mas não sustentáveis, por todas as consequências que elas ge-ram — por exemplo, nas comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia —, há outras fontes renováveis, como a energia eólica, a solar e a da biomassa, e o Brasil é riquíssimo em todas elas. Nos últimos quatro anos, temos visto o crescimento da energia eólica na nossa matriz energética, mas a energia solar, que é uma fonte abundante no país — ninguém duvida de que ele é um “país tropi-cal, abençoado [por Deus e bonito] por natureza” — e que poderia estar gerando eletricidade na casa de todos os brasileiros, segue esquecida e ignorada (...). O Greenpeace trabalha com a meta de 100% de energia renovável na nossa matriz energética até 2050. Isso é possível tecnicamente. O exemplo da Alemanha é marcante, porque o melhor lugar naquele país para a utilização da energia solar é 20% pior do que o pior lugar no Brasil. Mesmo assim, eles têm dez milhões de alemães sendo beneficiados por essa fonte de energia, enquanto o Brasil acabou de bater o recorde de 700 siste-mas instalados — uma diferença grande.

bv — qual é o principal papel da sociedade civil neste momento?bárbara rubim — O principal papel da sociedade brasileira é, de fato, o de acompanhar as negociações que estão acontecendo no mundo, os comunicados do Ministério das Relações Exteriores — que cuidou da elaboração da nossa INDC [Intended Nationally Defined Contribu-tion, na sigla em inglês, ou Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida] —; e o de pressionar o governo [para que seja cumprida]. Não podemos mais acreditar que não temos poder de mudança, porque temos, sim.

bárbara rubim

o que faz: Coordenadora da campanha de Clima e energia do greenpeace brasil.

soCIEdadE CIvIl

“(...) a energia solar, que é uma fonte

abundante no país (...) e que poderia

estar gerando eletricidade na

casa de todos os brasileiros, segue

esquecida e ignorada (...).”

a imPoRtância de inVestiRem fontes RenoVáVeis Vi

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alguns dos alunos do maternal 2, da supercreche jesus, percorrem as alamedas do bosque do Conjunto educacional boa vontade, na capital paulista, e aprendem a reconhecer os diferentes tipos de flores e frutos.

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LBV e meio

amBienteleila marCo

a Legião da Boa Vontade faz parte do grupo de orga-nizações que, desde a década de 1960, percebia o risco iminente de graves crises ambientais e

sociais por causa da conduta, muitas vezes, egoísta do ser humano, na ânsia de enriquecer a qualquer preço. A fim de ajudar na mudança dessa mentalidade, a LBV, desde os seus primórdios, trabalha pela edificação da Sociedade Solidária Altruística Ecumênica*, uma fórmu-la concebida para rever o paradigma atual de produção e consumo que já esgota os recursos naturais. A Instituição aposta sempre na transformação operada pelo Amor, pela Fraternidade Real, como fonte de entendimento e alavanca para políticas públicas de desenvolvimento sustentável e de inclusão social. “Numa sociedade cons-tantemente ameaçada pela destruição, convém lembrar que, a cada dia, pela queda das barreiras de espaço e tempo, os seres da Terra devem compenetrar-se de que formam a imensa família chamada Humanidade”, afirma o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto. A seguir, conheça algumas das principais ações da Obra nesse caminho de conscientização.

* sociedade solidária altruística ecumênica — Conceito defendido por Paiva Netto há décadas, reiterado durante o 1o Congresso Interna-cional dos Irmãos Operários de Deus (ocorrido em 1o de maio de 1983, no Botafogo Futebol e Regatas, na cidade do Rio de Janeiro/RJ) e publicado em diversos órgãos de imprensa do Brasil e do exterior.

Vivia

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camPanha da lBV ganha PRêmio

mundialNeste histórico, o leitor conhecerá um

pouco da participação da LBV em importantes encontros no Brasil e exterior e suas ações em favor do meio ambiente e do ser humano. Por exemplo, durante a Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desen-volvimento, a Rio-92, na capital fluminense, quando a Instituição lançou a Campanha Gente também é bicho. Preserve a criança brasileira. A resposta da sociedade foi ime-diata. Com o apoio da mídia e a adesão de quase uma centena de artistas, a empreitada alcançou expressivo êxito. Seu objetivo prin-cipal foi despertar as pessoas para a urgente necessidade de investir no futuro do expoente maior da Natureza: a criança. Dela se espera a construção de um mundo melhor, a partir da Educação para a Paz e de uma mentalidade que privilegie a preservação ambiental.

A campanha, desenvolvida pela agência DPZ, ganhou os prêmios Leão de Ouro, no Festival de Publicidade de Cannes, França, e Galo de Ouro, no Festival de Gramado, ambos em 1993.

Também há mais de duas décadas, pionei-ramente, a Instituição alertou para o fato de que o debate da questão ambiental teria de incluir os pilares econômico e social, pois é im-praticável discutir sustentabilidade e cuidado

com o meio ambiente sem considerar a imediata provi-dência de tirar da extrema pobreza tantas populações espalhadas pela Terra.

Na Rio+20, a LBV apresentou um painel temático que contou com a colaboração de vá-rios palestrantes e teve grande re percus são no evento.

lBV na onuPara desenvolver programas e projetos de inclusão so-

cial e de desenvolvimento sustentável, a LBV estabelece parceria com agentes dos principais setores da sociedade (poder público, empresas com responsabilidade socioam-biental, organismos internacionais, escolas, associações comunitárias e outras organizações do Terceiro Setor). Em comum, os participantes desse tipo de iniciativa têm espí-rito de cooperação e compromisso de solidariedade, pelo bem-estar do próximo.

A Legião da Boa Vontade associou-se ao Departamento de Informação Pública da ONU (DPI), órgão das Nações Unidas, a partir de 1994. Em 1999, foi a primeira organi-zação brasileira a obter status consultivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), em votação unânime em comitê formado por 28 países-membros. Essa condição concedeu à LBV o direito de participar e contribuir em todos os temas de interesse do organismo em Nova York (EUA), em Genebra (Suíça) e em Viena (Áustria). Com sua experiência de mais de seis décadas em diversas áreas da sociedade e com capilaridade internacional, a LBV tem fraternalmente advogado as recomendações na implementação de políticas públicas internacionais. No ano seguinte, passou a integrar a Conferência das ONGs com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo), com sede em Viena.

Rede sociedade solidáRia

A LBV ainda colabora com os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e já prossegue apoiando a nova agenda de desenvolvimento pós- -2015: os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável (ODS), a partir da articulação de várias ações sociais, promovendo encontros e oficinas temáticas, com a disseminação de informações em cidades da América Latina e da Europa. Desse conjunto de atividades surgiu a Rede Sociedade Solidária, movimento que tem cooperado, em nível regional, para uma atuação intersetorial de grande amplitude em prol do desenvolvimento sustentável e integrado.

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LBV : L’Organisation brésilienne ayant un statut consultatif général à l’ECOSOC, des Nations Unies, présente des recommandations pour les autorités participantes au Débat de haut niveau du Conseil économique et social de l’ONU, au Palais des Nations, à Genève, Suisse, du 4 au 7 juillet 2011.

PAIVA NETTO écrit « La machine humaine et l’huile du sentiment »

Éducation

LBV61 ans

Une proposition innovatrice de la Légion de la Bonne Volonté (LBV) : L’éducation formelle et informelle et l’éradication de la misère pour le développement des nations

Culture de Paix : Les valeurs de la Spiritualité Œcuménique dans la formation de citoyens solidaires

Des histoires exemplaires de succès : Les résultats atteints par la LBV dans des communautés de bas revenus et des écoles du Brésil et de différents pays

SOCIÉTÉS DURABLES

Rééduquer

la planètepour transformer

Recomendações da lBV

Nos diversos eventos internacionais da ONU, a Instituição tem contribuído com importantes documen tos e publicações, editados em vários idio-mas e entregues a chefes de Estado, conselheiros ministeriais e representantes da sociedade civil. Desse material, vale destacar as revistas Sociedade Solidá-ria, Paz para o Milênio, Globalização do Amor Fraterno, BOA VONTADE Mulher, BOA VONTADE Educação e BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável 2015. Esta última — encami-nhada para a Reunião Anual de Alto Nível do Conselho Econô-mico e Social da ONU, realizada em julho, em Nova York, nos Estados Unidos — foi recebida com muito entusiasmo pelas autoridades (Saiba mais sobre o encontro na p. 66).

em genebra, autoridades presentes à reunião do High-level segment 2011 receberam dos representantes da lbv a publicação especial da instituição para o evento: a boa vontade educação. entre elas (1) o secretário-geral das nações unidas, ban ki-moon; (2) nikhil seth (e), diretor do departamento de assuntos econômicos e sociais da onu, e asha-rose migiro, vice-secretária-geral das nações unidas; e (3) irina bokova (d), diretora-geral da unesco, que conversa com angélica periotto, da lbv, sobre a inovadora proposta pedagógica da legião da boa vontade.

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moBiliZações solidáRiasPor iniciativa de Paiva Netto, as décadas de 1980 e

1990 assistiram a uma série de mobilizações e atos pú-blicos pela conscientização da necessidade de preservar o meio ambiente. De norte a sul do país, Legionários da Boa Vontade de diferentes gerações saíram em passeatas, levando à sociedade as bandeiras da Campanha A destrui-ção da Natureza é a extinção da raça humana, a qual a LBV mantém viva até os dias atuais.

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BiodiVeRsidade e inclusão social

Desde 1960, o Centro Comunitário de Assistência Social Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Glorinha/RS, é uma das unidades-modelo da Instituição. Construído em uma imensa área, o conjunto socioeducacional tem ao mesmo tempo forte vocação solidária e ecológica. Ao longo de décadas, Paiva Netto ampliou substancialmente e modernizou o local, tornando-o referência no trabalho de inserção social associado à educação ambiental, em que as pessoas aprendem a se relacionar de forma mais construtiva e harmônica com a Natureza. Cerca de 60% da propriedade compõe-se de mata nativa e de espécies procedentes de reflorestamentos.

No espaço reservado ao trabalho solidário do Centro Comunitário, destaque para os progra-mas Criança: Futuro no Presente! (que atende meninos e meninas de 6 a 12 anos) e Espaço de Convivência (para adolescentes de 12 a 17 anos). Por meio dessa ação socioeducativa, cen-tenas de crianças e jovens têm a oportunidade de frequentar oficinas culturais (música, artes etc.), com aproveitamento de recursos da Natu-reza e materiais recicláveis; realizam atividades lúdicas e têm lições de Cultura Ecumênica e de agricultura orgânica (horta, pomar e lavouras).

cidades mais VeRdes

Para harmonizar Natureza e concreto, o dirigente da LBV preocupa-se em criar nas unidades socioeducacionais da Instituição (escolas, centros comunitários de assistência social e lares para idosos) espaços para horta e jardim, adequadamente servidos de ventilação, luz e beleza. A iniciativa desperta em alunos e atendidos o cuidado com o meio ambiente.

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PRotagonismo infantil

Exercitar a cidadania plane-tária desde os primeiros anos da infância. É assim que a Legião da Boa Vontade trabalha com as crian-ças. Em 2008, durante o 5o Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, em cidades do Brasil e de outros países da América do Sul, dos Estados Unidos e de Portu-gal, essa turma pôde dar sugestões e debater o tema “Minha casa é o planeta Terra”. O objetivo principal da iniciativa foi conscientizar as no-vas gerações da urgência em cuidar do meio ambiente.

tecnologias sociaisA busca de equilíbrio entre proteção ambiental e progresso socioeconômico norteia as atividades da

Legião da Boa Vontade há décadas e foi o enfoque principal dos trabalhos do 5o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 2a Feira de Inovações, entre 4 e 19 de março de 2008, em cidades do Brasil e na Argentina. Promovida pela LBV, a série de encontros gerou troca de experiências e divulgação de boas práticas. O resultado forneceu subsídios ao relatório que a Obra elaborou e apresentou com recomen-dações durante a Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), de 30 de junho a 3 de julho daquele ano, na sede da ONU em Nova York (EUA). Na oportunidade, a Instituição levou à ONU boas práticas de mais de 1.600 organizações da América Latina.

A iniciativa teve o suporte do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN/Desa), além do apoio e da chancela do Centro de In-formação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio). A série de eventos tratou de novas tecnologias sociais para temas como conservação e manejo florestal, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas, recursos hídricos, saúde e meio ambiente, educação ambiental e resíduos sólidos.

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atuação juVenilDesde sua fundação (1950), a LBV tem no jovem um agente da Paz

e da transformação socioambiental. Dentre as iniciativas nesse sentido, destaca-se o fórum permanente de debates e ações em que são con-templados assuntos relacionados ao progresso do ser humano e de seu Espírito Eterno. De junho de 2007 a junho de 2008, em uma série de encontros, a juventude discutiu em profundidade o tema “Amar a Terra é proteger o futuro!”. Levada pela mocidade da Instituição aos mais variados segmentos das sociedades brasileira e mundial, a questão teve seu ponto alto em 28 de junho de 2008, com a realização do 33o Fórum Internacional do Jovem Ecumênico da Boa Vontade de Deus.

Na ocasião, foram debatidos os caminhos para alcançar, de forma prática, o desenvolvimento sustentável. Para isso, conduziram a discussão com base em quatro teses do diretor-presidente da LBV: “A destruição da Natureza é a extinção da raça humana; Progresso sem destruição; Economia da Solidariedade Espiritual e Humana; e Globalização do Amor Fraterno”.

mídia da Boa Vontade Pela sustentaBilidade do coRPo e do esPíRito

Transmitir uma mensagem de Paz e Fraternidade, fundamentada nos valores universais exemplificados por Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, é compromisso da Legião da Boa Vontade desde seus primór-dios (fim da década de 1940). Para expandir esse e outros nobres ideais, o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, criou a Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, portal e publicações). Em sintonia com esse propósito, a mídia da Boa Vontade produz conteúdo que prioriza a conscientização do ser humano em relação ao semelhante e ao meio em que vive, para que, com a efetiva mudança de atitudes, se promovam a Cultura de Paz e o desenvolvimento sustentável. Por acreditar que uma comunicação de qualidade contribui para a construção de um mundo melhor, incentiva sua audiência a adotar hábitos saudáveis e ecologicamente responsáveis. Entre as atrações está o programa Biosfera, transmitido pela Boa Vontade TV e apresentado pela repórter jully anne (foto), que, com mais de 18 horas mensais na grade de programação da emissora, se caracteriza por dar visibilidade a ações de preservação socioambiental.

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por nathália helena azevedo pereira | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

Como o aprendizado na LBV me instigou a ampliar a visão sobre o cuidado com o planeta

o termo “sustentabilidade” tem feito parte, há algum tempo, de nosso vocabulário diário com certa fre-

quência e transpassa diversas áreas do conhecimento, entre as quais a Adminis-tração, a Educação e a Cultura. Mas qual é sua abrangência? Para ciências como a Ecologia e a Economia, a palavra ainda carrega uma noção imprecisa e obscura. Por esse motivo, nos últimos anos, ela vem sendo investigada minuciosamente quanto à validade de seus argumentos científicos a fim de se obter uma definição que permita direcionar ações concretas nos campos político, ambiental e social.

No contexto das divergências pragmá-ticas sobre suas limitações há questiona-mentos importantes, sobretudo no que diz respeito à dinâmica ambiental, que merecem ser levados em conta: “Até que ponto o ambiente pode ser sustentável?”, “De que forma articular escalas espaciais e temporais para ampliar a compreen-são?”, “Com relação a seus indicadores,

como medir a sustentabilidade?”. Mesmo com tantas dúvidas, existe uma convicção coletiva de que esse é um dos ideais mais generosos surgidos no panorama político e econômico mundial no século passado.

Aprofundando esse olhar, é válido re-fletir sobre a definição mais difundida da expressão “sustentabilidade ambiental”, ou seja, o anseio de suprir as neces-sidades do presente sem interferir nas gerações futuras. Desse modo, abrimos espaço para indagar quais são essas necessidades. Como estas foram esta-belecidas e por quê? Seriam realmente essenciais para nossa permanência plena como espécie neste planeta? A facilidade com que o termo “necessidade” pode ser articulado para favorecer posicionamen-tos políticos lança luz sobre os desafios que acompanham a busca pela compa-tibilização de metas econômicas, sociais e ambientais.

Parte da dificuldade de conciliar essas metas nasce da ganância e do egoísmo de

consciência sustentáVel e esPiRitual

nathália helena azevedo pereira, de 27 anos, é

bióloga pela universidade federal de são paulo

(unifesp) e mestranda em ecologia pela universidade

de são paulo (usp). possui publicações nas

áreas de ensino de Ciências e ecologia e

atuou em diversos projetos de divulgação científica. ex-aluna do Conjunto

educacional boa vontade, em são paulo/sp, ministra, como voluntária, aulas na modalidade educação de jovens e adultos (eja),

nesse estabelecimento de ensino, desde 2009.

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nossa espécie. Para ser aplicada em sua amplitude, conciliando o ambientalmente suportável e o socialmente necessário, a sustentabilidade ambiental precisa estar firmada no princípio ético da solidariedade entre as gerações. Essa é a chave de sua efetivação. O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, o educador José de Paiva Netto, enuncia que “a solidariedade é um caminho para a Paz entre aqueles que tudo têm e os que necessitam de auxí-lio”. De acordo com esse entendimento, o equilíbrio que buscamos não virá apenas daquele entre a espécie humana e o meio ambiente, mas também daquele entre todos nós, indivíduos da mesma espécie. Como podemos falar sobre sustentabilida-de e desvinculá-la do que está no coração do ser humano? Não podemos, pois “a guerra, antes de explodir no mundo, cres-ce no interior das criaturas”, conforme diz o dirigente da LBV.

Abordar a questão da sustentabi lidade à luz da Espiritualidade Ecumênica é fun-damental, porque esse conceito carrega valores inerentes à solidariedade e à Paz. Há outro elo entre estes dois: o fato de sermos Espírito Eterno. Quanto a isso, o escritor Paiva Netto destaca: “O ser hu-mano, antes de ser corpo físico, é Espírito Eterno. Sem esse conhecimento, todo intelecto se resume à escola primária da existência”. Ao considerarmos tal afirma-tiva, sabemos que habitamos esta Casa, que chamamos de Terra, em existências distintas, usufruindo, portanto, das con-dições e dos recursos dela em diferentes épocas. Temos, por isso, o compromisso moral e o espiritual de honrar todas as formas de vida e os seus recursos vitais.

Passei os primeiros catorze anos de minha vida como aluna do Instituto de Educação José de Paiva Netto, durante os quais fui despertada para os ideais do Amor Fraterno e da Paz. Foi nos espaços verdes do Conjunto Educacional Boa Vontade e em excursões a parques e a museus, organizadas por meus dedicados

professores, que pude identificar minha afinidade com a Biologia. Ao longo dessa etapa de minha formação, recebi não apenas o cuidado com a instrução for-mal, mas, principalmente, o estímulo à vivência de valores pautados pelo Ecume-nismo, entre os quais o respeito e a to-lerância, que me motivam diariamente a adotar uma vida inspirada nos princípios da Fraternidade.

Com satisfação, tenho tido a oportu-nidade de atuar na referida escola, desde 2009, como professora voluntária na modalidade Educação de Jovens e Adul-tos (EJA), numa tentativa de retribuir um pouco do muito que aprendi nesse espaço de Paz. Busco trabalhar o conhecimento científico com meus alunos sem esquecer as implicações espirituais desse saber. A sustentabilidade é um conceito revo-lucionário; entretanto, segundo ensina o dirigente da LBV, “Revolução verdadeira é aquela que ergue o Espírito do ser humano”.

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(1) voluntariamente, nathália dedica-se ao ensino de biologia na modalidade educação de jovens e adultos (eja). (2) alunos da lbv durante passeio ecológico ao pico do jaraguá, em são paulo/sp.

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o Apocalipse, último Livro das Escri-turas Sagradas, por meio de suas profecias, suscita em nós a visão

permanente de um mundo renovado — que devemos sempre buscar construir —, conforme revela no versículo primeiro de seu capítulo 21: “Vi novo céu e nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.

Vivemos em uma casa planetária enferma, com indícios de fragilidade do modelo e dos blocos econômicos vigentes, com intolerância cultural e religiosa e com graves desigualdades sociais, evidenciadas estas pelos fluxos migratórios de milhares de seres humanos em regiões do Medi-terrâneo, da África, da Ásia e do Caribe; pela ocorrência de novas endemias; e pelo ressurgimento de doenças tidas como erradicadas.

Em um universo dinâmico, como o nos-so, as dificuldades impostas pelas mudan-ças climáticas são agravadas por atitudes humanas de desrespeito à conservação da Natureza*¹, entre elas a exploração predatória dos recursos naturais; o uso de processos produtivos contribuintes para o aquecimento global; o assoreamento, a

daniel borges nava é geólogo, mestre em Ciências ambientais

e sustentabilidade da amazônia, analista

ambiental do instituto de proteção ambiental do amazonas (ipaam) e

professor da faculdade la salle manaus.

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poluição e a contaminação dos mananciais hídricos; e os desmatamentos ilegais. Pa-rece que ainda não nos apercebemos dos sinais dos Sete Flagelos*², anunciados no Livro das Profecias.

É tempo, pois, de reagir, mobilizar, discutir, empreender e inovar o conceito de sustentabilidade e o desejo de vivên-cia dela. A propósito, cito a revista BOA VONTADE especial para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012. Na publicação da LBV, pode-se ler a seguinte mensagem*³ do diretor-presidente da Instituição, o jor-nalista, radialista e escritor José de Paiva Netto: “Preconizamos a harmonia de todos para o bem de todos, enquanto há tempo, pois compartilhamos uma única morada, a Terra, e os abusos de seus habitantes vêm exigindo providência imperativa: ou integra ou desintegra (...), razão por que devemos trabalhar estrategicamente em parcerias que promovam prosperidade efetiva para as massas populares”.

Vem ao encontro desse pensamento a encíclica do papa francisco sobre o meio ambiente, que foi publicada em 18

por daniel borges nava | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

sustentaBilidade PlanetáRiae PRofecias

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Page 63: Revista Boa Vontade - Edição 240

*¹ O conceito de conservação implica o uso sustentável dos recursos da Natureza.*² Como exemplos: o Segundo e o Terceiro Flagelos sinalizam a poluição dos oceanos e dos rios; e o Quarto Flagelo indica o aquecimento global.*³ Extraído da revista Globalização do Amor Fraterno, p. 30, publicação dirigida aos participantes da Reunião de Alto Segmento (High--Level Segment 2007) do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), órgão das Nações Unidas, no qual a LBV possui status consultivo geral.*4 Fonte: www.pnud.org.br.

de junho deste ano e na qual ele fala da responsabilidade de todos na proteção planetária e da necessidade urgente de uma mudança radical no comportamento da Humanidade, reforça o caráter explícito e grave das fragilidades ambiental, social e econômica, que nos afetam como socie-dade, consequência de nossas escolhas descompromissadas com a vida em uma morada comum e da ausência de cuidado para com essa habitação coletiva.

Depois de passadas mais de duas déca-das de negociações desde a Rio-92, a falta de resultados positivos das ações empreen-didas e de comprometimento de parte dos países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) — em especial de alguns países desenvolvidos, entre eles os Estados Unidos, que nem sequer ratificaram o principal acordo global da convenção, o Protocolo de Kyoto, de

1997 — tornou nula a proposta de enga-jamento mundial na luta pelo alcance das metas de enfrentamento das mudanças climáticas a partir da redução das taxas de emissão de gases de efeito estufa.

Se os resultados das ações humanas têm agravado os impactos das mudanças climáticas no orbe terrestre, o conhecimen-to e a tecnologia compartilhados mundial-mente podem e devem constituir-se em um grande movimento de extensão planetária de solidariedade, que, espera-se, seja empreendido a partir da assinatura, na 21a Conferência das Partes (COP 21), do novo Acordo ou Protocolo Global, e esteja disposto a consolidar a importante Agenda 21, representada pelos Objetivos de De-senvolvimento Sustentável, em discussão na Organização das Nações Unidas*4.

É preciso reconhecer a atuação do Brasil na aplicação de sua Política Nacional de Mudanças Climáticas, bem como seu empe-

o conhecimento e a tecnologia

compartilhados mundialmente

podem e devem constituir-se

em um grande movimento de extensão planetária de solidariedade.

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nho para atingir as metas nacionais voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa na ordem de 36% a 38%, tendo a diminuição do desmatamento, em especial nas áreas amazônicas, contribuição im-portante para esse resultado*5.

As discussões surgidas na COP 21 não podem estar dissociadas também do debate sobre as ne-cessidades das populações de seguranças hídrica, alimentar e de energia; sobre o combate contínuo das diversas formas de pobreza, das desigualdades, da corrupção e dos

atos discriminatórios raciais e de gê-nero a partir do acesso à justiça para todos e da construção de instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis; e sobre a busca do crescimento econômico apoiado em padrões de produção e de con-sumo sustentáveis.

O fortalecimento dos mecanis-mos de revitalização da parceria global para o desenvolvimento sustentável passa ainda pelo reco-nhecimento da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima como principal fórum inter-

nacional e intergovernamental para o estabelecimento das respostas de combate às mudanças climáticas e aos impactos delas, que proporcio-narão, em última análise, maior re-siliência (capacidade de adaptação e de enfrentamento) à Humanidade.

“Todo dia é dia de renovar nosso destino.” Que essas palavras de Paiva Netto inspirem o sentimento e o desejo mais nobres àqueles que se preparam para participar da COP 21, que se realizará entre 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015, em Paris, na França.

*5 Entre 2006 e 2013 foi verificada uma redução de desmatamento de 8,7 milhões de hectares, correspondente a 4,2 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2) que deixaram de ser emitidas para a atmosfera. O cálculo de correlação foi estabelecido a partir dos parâmetros do Decreto Federal no 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), disposta na Lei Federal no 12.187/2009. Fonte: Carta de Cuiabá, documento construído durante o X Fórum dos Governadores dos Estados da Amazônia Legal, rea-lizado em Cuiabá/MT, em 29 de maio de 2015.

ANÚNCIO DOMÍCIO MÓVEIS

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medalhistas no Pan de toronto recebem homenagem da LBV

garotada que lá estava entregou car-tões confeccionados pelos próprios meninos e meninas a cada um dos medalhistas.

O nadador thiago pereira, atleta brasileiro mais premiado na história dos Pan-Americanos, com 23 me-dalhas no total, agradeceu a home-nagem. “Esse carinho das crianças é o que nos move. Eu sempre digo: medalhas, recordes, essas coisas sempre vêm e passam, mas esse carinho é o que fica. Estou bastante feliz. O que eu puder fazer mais ainda para motivar essa criançada

a um dia, quem sabe, representar o nosso país, a buscar esse sonho, farei”, acrescentou.

Medalhista de bronze no reve-zamento 4 x 100 metros livre, a nadadora daiane becker contou aos atendidos como iniciou sua carrei-ra esportiva e incentivou-os a não desistir de alcançar o que desejam. “Foi muito legal o presente que as crianças deram para a gente. Fiquei feliz mesmo! É bom saber que a gente inspira pessoas e que pode mostrar que sonhos são realizáveis. Muito obrigada!”, declarou.

crianças e adolescentes par-ticipantes do programa so-cioeducacional Criança: Fu-

turo no Presente!, da Legião da Boa Von tade, em Belo Horizonte/MG, homenagearam os atletas do Minas Tênis Clube que obtiveram resul-tados expressivos nos Jogos Pan--Americanos de 2015, realizados em Toronto, no Canadá. No encer-ramento da coletiva de imprensa deles, em 24 de agosto, um dos atendidos leu, em nome dos de-mais, mensagem de congratulação aos esportistas, e, na sequência, a

no fim da coletiva de imprensa, os medalhistas receberam homenagens entregues por algumas das crianças atendidas pela lbv. no destaque, o nadador thiago pereira.

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os desafios do Planeta Pós-2015

LBV leva suas recomendações a líderes mundiais em encontro anual nas Nações Unidas

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desde seu estabelecimento, em setembro de 2000, os Obje-tivos de Desenvolvimento do

Milênio (ODM) têm contribuído, em nível global, para salvar a vida de milhões de pessoas e melhorar as condições em que elas se encontram. Isso pode ser constatado no relatório 2015 das Metas do Milênio, cujos dados e análises foram apresentados pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ban ki--moon, na Reunião Anual de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) da entidade, que se realizou entre os dias 6 e 10 de julho, em Nova York, nos Estados Unidos.

Essas informações comprovam que, com intervenções específicas, estra-tégias sólidas, recursos adequados e suporte político, mesmo os países mais pobres podem conquistar pro-gressos realmente significativos.

Os ODM foram instituídos pela ONU, com o apoio de 191 nações, para se combaterem, de maneira abrangente, a extrema pobreza e outros males sociais. Com a aproxi-mação do término do prazo para o cumprimento deles — o que ocorrerá no fim deste ano —, o organismo internacional vem atuando em con-junto com governos, a sociedade civil e outros parceiros. O intuito é apro-

veitar o impulso gerado pelos ODM e prosseguir o trabalho empreendendo uma agenda de desenvolvimento pós-2015 ambiciosa, que receberá o nome de Objetivos de Desenvolvi-mento Sustentável (ODS).

Entre as dezessete novas metas a serem alcançadas há uma especí-fica em apoio à igualdade de gênero e ao empoderamento de todas as mulheres e meninas. Esse tema ga-nha ainda mais destaque diante dos desafios globais: 35% das mulheres já sofreram algum tipo de violência física ou sexual, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“(...) Estou confiante de que somos capazes de cumprir nossa responsabilidade partilhada para eliminar a pobreza, criar um mundo melhor e não deixar ninguém para trás.”

ban ki-moonSecretário-geral da ONU

a presidente da libéria, ellen johnson sirleaf, é cumprimentada pela equipe da lbv na reunião de alto nível do ecosoc e recebe a revista boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015 em inglês.

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o presidente do zimbábue e da união africana (ua), robert mugabe (e), confraterniza com danilo parmegiani, da lbv, que lhe entrega a publicação especial da entidade.

a ministra da promoção da mulher e de gênero de burkina faso, bibiane ouedraogo-boni (d), com a publicação da legião da boa vontade em francês. ao lado, adriana rocha, da lbv.

a equipe da legião da boa vontade dos estados unidos, formada também por jovens universitários de diversas etnias, no novo escritório da instituição no país.

a vice-primeira-ministra do quirguistão, damira niyazalieva (e), recebe da jovem amanda vieira a revista da lbv.

o secretário-geral da Conferência das nações unidas sobre Comércio e desenvolvimento (unCtad, na sigla em inglês), mukhisa kituyi, recebe a publicação da lbv.

a mensagem da lbv na conferência também é entregue à correspondente e âncora da bbC em nova York, laura trevelyan (C). À esquerda, as jovens amanda vieira e Catherine murray (da irlanda) da instituição.

a ministra de assuntos sociais de barém, faeqa bent saeed essaleh, com a boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015, em inglês.

Em discurso transmitido, por videoconferência, na abertura da reunião, Ban Ki-moon deu o tom da preocupação da ONU, diante desses novos objetivos: “Não podemos per-mitir que os avanços conquistados com tanto esforço sejam revertidos”.

Presente ao evento, o embaixador sul-coreano oh joon, vice-presidente do Ecosoc, chamou a atenção de to-dos para a mudança de consciência se desejar atingir as novas metas

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a ministra de silvicultura, pesca e desenvolvimento sustentável de belize, lisel alamilla, tem em mãos as recomendações da lbv.

a diretora de assuntos multilaterais do ministério das relações exteriores de angola, margarida izata (C), com os jovens sâmara Caruso e felipe duarte, da lbv.

a ex-primeira-ministra da austrália, julia gillard, conversa com o representante da lbv e destaca ter conhecido o trabalho da instituição durante a rio+20.

o ministro de desenvolvimento humano e inclusão social da Costa rica, Carlos alvarado quesada (e), informa-se sobre o trabalho da lbv por meio da publicação especial da instituição para a conferência.

a ministra de ação social e solidariedade nacional de burkina faso, nicole angéline zan-Yelemou (C), e o ministro da juventude, da formação profissional e do emprego desse país, salifou dembélé (d), recebem a revista da lbv.

para os próximos quinze anos. “Se quisermos dar o toque final e im-plementar uma agenda universal, transformadora e centrada nos in-divíduos, precisamos mudar nossas mentalidades. (...) Uma agenda in-tegrada exigirá uma visão integrada, particularmente no nível conceitual de elaboração de políticas. (...) Es-tamos na iminência de elaborar um feito excepcional. Vamos fazê-lo de forma correta”.

na plenária da onu, o representante da lbv nas nações unidas, danilo parmegiani, fala do trabalho da instituição, em pronunciamento transmitido, em tempo real, pelas rádio e tv onu para todo o mundo. veja o pronunciamento na íntegrahttp://goo.gl/q6anwe.

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“Foi muito bom saber que a LBV está disposta e determinada a partilhar as ideias que tem com o mundo. (...) As pessoas de todo o mundo são iguais. O que elas precisam é de união e determinação para cumprir seus objetivos.”

margarida izataDiretora de Assuntos Multilaterais

do Ministério de Relações Exteriores de Angola

BOA VONTADE 69

Page 70: Revista Boa Vontade - Edição 240

a concluir as tarefas inacabadas; e a responder aos novos desafios”, diz trecho do documento.

o papel da soCiedade Civil

Para o cumprimento desses obje-tivos, o Conselho Econômico e Social da ONU conta com o apoio efetivo de organizações não governamentais (ONGs). Com a experiência do traba-lho diário, essas entidades reúnem boas práticas e as compartilham, visando à efetivação das metas propostas. Entre elas está a Legião da Boa Vontade, que, por possuir status consultivo geral no Ecosoc desde 1999, participa anualmente da Reunião de Alto Nível do referido conselho. Nesses eventos, apresenta as contribuições, que são fruto de seus 65 anos de atuação.

Além de tomar parte ativamente na série de encontros que compõem esse importante evento, a LBV foi convidada, neste ano, a se pronunciar na plenária da ONU para as auto-ridades presentes. Em 9 de julho, o representante da Instituição nas Nações Unidas, danilo parmegiani, falou do trabalho que ela desenvolve, tendo sido o discurso transmitido, em tempo real, pelas Rádio e TV ONU para todo o mundo. Danilo ainda ressaltou a força da sociedade civil e o papel da educação como prin-cipal ferramenta para o alcance dos objetivos pós-2015, educação essa que deve ser mais eficiente e forma-dora de cidadãos plenos e solidários. Aproveitando a ocasião, convidou os participantes a ler a revista BOA VONTADE Desenvolvimento Susten-tável 2015 (disponível em português, espanhol, inglês e francês), preparada especialmente para a ocasião (veja informações sobre como baixar a publicação nessa página).

o diretor da unidade de Coordenação interministerial da secretaria de Coordenação-geral do governo da república de honduras, olvin aníbal villalobos velásquez, conversa com eliana gonçalves, da lbv.

os representantes da missão permanente do brasil junto às nações unidas recebem a revista da legião da boa vontade. a partir da esquerda, anna Carolina spinardi; nelson jarrín, da lbv; vicente de azevedo; danilo parmegiani, da instituição; e vicente bezerra.

a diretora de organizações internacionais do ministério das relações exteriores e de Cooperação internacional da república democrática do Congo, pascaline gerengbo Yakivu (e), confraterniza com Conceição albuquerque, da lbv.

lbv na onuAd

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Em declaração ministerial, o conselho firmou o compromisso de fixar um novo conjunto de metas de sustentabilidade que sejam inclusivas. “Nós, ministros, nos comprometemos a estabelecer uma agenda de desenvolvimento pós-2015 forte, universal, ambi-ciosa, abrangente e direcionada à população, que será elaborada a partir das bases estabelecidas e da experiência adquirida pelos Objeti-vos de Desenvolvimento do Milênio;

baixe o app gratuito da revista boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015

Espanhol Francês

PortuguêsInglês

70 BOA VONTADE

Page 71: Revista Boa Vontade - Edição 240

Super rede boa vontade de rádio

Um conteúdo que faz bem para sua família!

BrasilAM 940 kHz - Rio de Janeiro/RJAM 1.230 kHz - São Paulo/SPAM 1.300 kHz - Porto Alegre/RSOC 25 m - 11.895 kHz - Porto Alegre/RSOC 31 m - 9.550 kHz - Porto Alegre/RSOC 49 m - 6.160 kHz - Porto Alegre/RSAM 1.210 kHz - Brasília/DFFM 88,9 MHz - Santo Antônio do Descoberto/GOAM 1.350 kHz - Salvador/BAAM 610 kHz - Manaus/AMAM 550 kHz - Montes Claros/MGAM 550 kHz - Sertãozinho, região de Ribeirão Preto/SPAM 1.210 kHz - Uberlândia/MGAM 1.310 kHz - Maringá/PR (de 2a a 6a, das 16 às 19h)AM 1.270 kHz - Curitiba/PR (das 16 às 19h)AM 1.210 kHz - Araçatuba/SP (de 2a a sábado, das 16 às 19h)AM 820 kHz - Goiânia/GO (das 22 às 6h)FM 95,1 MHz - Recife/PE (de 2a a 6a, das 21 às 22h)Oi TV - canal 989

Web: www.boavontade.com/tv

SKY – Canal 20

Oi TV – Canal 212

KiT SAT BOA VOnTAdeFrequência: 3.649.00 MHz • Symbol Rate 3002

• Polarização descida: horizontal • Satélite: Star One C3.

AnTenA PARABÓLiCA — CAnAL TeRRA ViVAPrograma O Poder da Fé Realizante • De 2a a 6a, das 7h às 7h30.

Frequência: 1.360 MHz • Polarização descida: horizontal • Satélite: C2

neT no estado de São Paulo: Sertãozinho (canal 9), Americana, Araras, Hortolândia,

Limeira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Rio Claro, Santa Bárbara D’Oeste, Sumaré (canal 192) e São José dos Campos (canal 15).

OUTRAS TVS POR ASSinATURACANAL 24 — Telec NE: São Luís/MA; CANAL 33 — Cabo Serviços de

Telecomunicações: Natal/RN e Mossoró/RN; CANAL 29 — TV Costa do Sol: Cabo Frio/RJ; CANAL 26 — TVC Assis: Assis/SP; CANAL 29 — TVC Ourinhos: Ourinhos/

SP; CANAL 26 — Pontal Cabo: Penápolis/SP; CANAL 39 — TVCA Tietê: Tietê/SP; CANAL 45 — TV Conectcor: Jaú/SP e Dois

Córregos/SP; CANAL 34 — RCA: Curitiba/PR e Paranavaí/PR; CANAL 23 — TV a Cabo São Bento: São Bento do Sul/SC;

CANAL 36 — Sarandi TV a Cabo: Sarandi/PR; CANAL 48 — TVN Telecomunicações Nordeste: São Luís/MA.

TV ABeRTACANAL 45.1 digital: São Paulo/SP; CANAIS 11 e 11.1 digital: São José dos

Campos/SP; CANAL 9: Águas Formosas/MG; CANAL 53: Apucarana/PR; CANAIS 9 e 32: Arceburgo/MG; CANAL 31: Brodowski/SP; CANAL 58: Campos do

Jordão/SP; CANAL 40: Cruzeiro e Monteiro Lobato/SP; CANAL 23: Glorinha/RS; CANAL 7: Guaratinguetá/SP; CANAL 28: Londrina e Umuarama/PR; CANAL 51:

Luz/MG; CANAL 35: Pindamonhangaba/SP; CANAL 58: Poços de Caldas/MG; CANAL 21: Mococa, Santa Rosa do Viterbo e Cássia dos Coqueiros/SP; CANAL 69: Tapiratiba/SP e Guaranésia/MG; CANAL 29: Marechal Cândido Rondon/PR; CANAL

26: Guarapuava/PR; CANAL 41: Campo Mourão/PR.

Buenos Aires, Argentina: FM 104.7 (de 2a a 6a, das 5 às 6h e das 10 às 11h; sábado e domingo, das 7 às 8h) e AM 1.590 (de 2a a 6a, da 0 à 1h e das 18 às 19h) • La Paz, Bolívia: AM 860 (de 2a a 6a, das 7 às 8h e das 13 às 14h) • Assunção, Paraguai: FM 90.7 (de 2a a 6a, das 8 às 9h) • Portugal — Porto: FM 88.1 (das 23 à 0h) — Lisboa: FM 92.8 (das 23 à 0h) — Coimbra: FM 96.2 (das 7 às 8h) — Pampilhosa: FM 92.6 (das 15 às 16h).

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Page 72: Revista Boa Vontade - Edição 240

de 25 a 27 de setembro, a Or-ganização das Nações Unidas (ONU) realizou uma de suas

mais importantes reuniões: a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desen-volvimento Sustentável 2015. Logo no início do evento, ocorrido na sede da entidade em Nova York, nos Esta-dos Unidos, as novas metas globais foram acordadas, por unanimidade, pelos 193 Estados-membros que a integram.

Entre milhares de organizações da sociedade civil de todo o mundo, a Legião da Boa Vontade foi uma das convidadas a participar da cúpu-la, em virtude do reconhecimento internacional conquistado pelo seu relevante trabalho na área socio-educacional e por importantes contri-buições nos processos preparatórios para a formulação do documento “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvi-mento Sustentável”. No primeiro dia do encontro, a Instituição marcou presença no painel temático sobre combate à pobreza, um dos seis que compuseram a programação oficial do evento. Esse importante debate, para o qual colaboraram organiza-ções de 50 países — uma delas a LBV, representando o Brasil —, também teve a participação de grandes autoridades no assunto, entre estas o empresário e filantropo norte-americano bill gates.

participantes da Cúpula das nações unidas sobre o desenvolvimento sustentável 2015 têm contato com a publicação da legião da boa vontade, editada em espanhol, francês, inglês e português.

lBV é conVidada PaRa cúPula históRica das nações unidas

da redação

lbv na onu

72 BOA VONTADE

Page 73: Revista Boa Vontade - Edição 240

o presidente do quênia, uhuru kenyatta, exibe a revista boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015 em inglês, que recebeu no evento da onu.

a revista da legião da boa vontade é entregue ao primeiro-ministro da eslovênia, miro Cerar (d), pelo representante da instituição danilo parmegiani.

a ministra brasileira do desenvolvimento social e Combate à fome, tereza Campello, com a revista da legião da boa vontade.

a publicação especial da lbv também chegou às mãos da presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarović, durante a Cúpula das nações unidas.

o primeiro-ministro de são vicente e granadinas, ralph gonsalves (e), recebe a publicação da lbv.

o representante da lbv entrega a vladimir Cuk (d), ator norte-americano e empreendedor da internet, a boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015.

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mensagem do dirigente da lbv aos partiCipantes da Cúpula das nações unidas

sobre o desenvolvimento sustentável 2015baixe o leitor QR Code em seu smartphone ou tablet, fotografe o código e leia o texto.

Ainda na ocasião, a LBV apre-sentou a chefes de Estado, a repre-sentantes de governo e a notórias personalidades mensagem de seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, intitulada “Altruísmo — uma revolução” e publicada na revis-ta BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável 2015. No texto, ele ressalta: “Quando mais o ameaça a violência, o desenvolvimento de um povo não pode prescindir do espírito filantrópico, portanto, humanitário, aliado ao de íntegra justiça e com-petente gestão”.

É oportuno mencionar que, de acordo com as Nações Unidas, a referida agenda servirá como pla-taforma de ação da comunidade internacional para promover o fim da pobreza extrema, reduzir as desi-gualdades e as injustiças e combater as mudanças climáticas globais e os impactos destas. A proposta contém os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas cor-respondentes.

a instituição foi a única organização da

sociedade civil brasileira participante do painel de

combate à pobreza

BOA VONTADE 73

Page 74: Revista Boa Vontade - Edição 240

lbv na onu

Chefe de Seção de ONGs da ONU visita unidades da LBV e destaca papel da Obra na educação de crianças e jovens

em risco social

cidadaniaalém-fronteiras

da redação

onu na lbv

74 BOA VONTADE

Page 75: Revista Boa Vontade - Edição 240

em visita oficial ao Brasil no fim de julho, o dr. alberto padova, chefe da Seção de ONGs do Departamento de Assuntos Econômicos e

Sociais das Nações Unidas (UN/Desa), do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), esteve no Rio de Janeiro/RJ e em São Paulo/SP. Na ocasião, ele conheceu o trabalho realizado pela Legião da Boa Vontade nessas cidades, bem como participou da cerimônia de abertura do 14o Congresso Internacio-nal de Educação da LBV (leia sobre o assunto na p. 84) e da gravação de edição especial do programa Sociedade Solidária, veiculado pela Boa Vontade TV e pela Super Rede Boa Vontade de Rádio. Neste, o representante da ONU discorreu sobre o combate aos efeitos socioeconômicos decorrentes das mudanças climáticas e sobre a implantação das metas da agen-da global pós-2015: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

- B i o g R a f i a - Italiano radicado nos Estados Unidos, o dr.

Alberto Padova lidera esforços para promover a participação da sociedade civil nas atividades das Nações Unidas. Tem cerca de trinta anos de experiência profissional, havendo iniciado a carreira no setor privado como analista e, depois, trabalhado como repórter de finanças internacionais em Milão, na Itália. Atua, há mais de duas décadas, na ONU, no cargo de economista, com enfoque em assuntos rela-cionados ao sul da África, à América Latina, ao financiamento para o desenvolvimento, aos Objetivos do Milênio, à agenda de desenvolvi-mento pós-2015, entre outros.

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(1 e 2) o dr. alberto padova (centro) e os representantes da lbv posam com o Coral ecumênico infantojuvenil e o grupo infantojuvenil de instrumentistas do Conjunto educacional boa vontade. na foto ao lado, padova assiste à performance dos alunos, que também foi feita libras (língua brasileira de sinais). (3) o representante da onu também visitou o Centro Comunitário de assistência social em vila isabel, no rio de janeiro/rj.

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Page 76: Revista Boa Vontade - Edição 240

ênfase no ensino de qualidade

Em 29 de julho, o dr. Alberto Padova seguiu para a capital paulis-ta e foi ao Conjunto Educacional Boa Vontade. Depois de percorrer os ambientes do estabelecimento, ele ressaltou mais uma vez a qualidade do atendimento prestado pela Obra. “O trabalho que conheci no Rio de Janeiro é relevante, pois os esforços para proporcionar a assistência es-sencial em termos de educação e de saúde se estabelecem exatamente no centro de regiões mais carentes. (...) A escola e as instalações em São Paulo falam por si, não só pelas várias aulas e pela infraestrutura, mas também pelo fato de que muitos

lbv organiza enContro na oab-sp(1) o presidente da seção são paulo da ordem dos advogados do brasil (oab-sp), dr. marcos da Costa (e), e o dr. alberto padova. (2) À esquerda, a presidente da Comissão de direito do terceiro setor da oab-sp, dra. lúcia bludeni, que também participou do encontro, junto a representantes da lbv.

uma visão além do inteleCto

Nos dias 27 e 28 de julho, du-rante visita ao Centro Educacional e ao Centro Comunitário de Assistência Social da LBV, ambos localizados em Del Castilho, na capital fluminense, o dr. Padova obteve informações a respeito da inovadora linha educa-cional criada pelo diretor-presidente da Instituição, o jornalista, radialista e educador José de Paiva Netto.

Em entrevista à BOA VONTADE, o chefe da Seção de ONGs da ONU destacou os bons resultados alcan-çados pela linha pedagógica da LBV (formada pela Pedagogia do Afeto e pela Pedagogia do Cidadão Ecumê-nico). “Estou muito feliz de poder

na foto, a partir da esquerda: o representante da abong, sérgio andrade; o coordenador executivo do programa Cidades sustentáveis, dr. maurício broinizi; a diretora-executiva do instituto gpa, dary bacellar; o mediador, daniel guimarães, da lbv; o representante das nações unidas dr. alberto padova; o representante da lbv nas nações unidas, danilo parmegiani; o reitor da universidade zumbi de palmares, dr. josé vicente; e o secretário-executivo do movimento nós podemos, rodrigo loures.

presenciar o trabalho maravilhoso que a Legião da Boa Vontade realiza, de ver que o que vocês fazem não se re-sume em oferecer apenas a formação acadêmica básica às crianças, mas também uma proposta holística, que inclui o bem-estar delas, começando pelos recém-nascidos e envolvendo toda a família. Essa é uma receita poderosa e muito bem-sucedida, pelo que pude notar. Esse diferencial, que vejo sendo promovido aqui, vai além do intelecto acadêmico; é muito mais amplo, porque desenvolve o indivíduo de forma plena, tornando-o um agen-te para o bem-estar da comunidade, e está focado em importantes valores, que são a base de uma sociedade saudável e produtiva”, disse.

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assista à edição especial do programa sociedade solidária, dividido em quatro partes, transmitido pela boa vontade tv.

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76 BOA VONTADE

Page 77: Revista Boa Vontade - Edição 240

o dr. alberto padova (d) e o jornalista eliseu Caetano recebem homenagem dos alunos de judô do Centro educacional da lbv, na cidade do rio de janeiro.

joRnalista da tV gloBo inteRnacional afiRma: “o difeRencial da lBV é o de

tRansfoRmaR o Pouco em muito e faZeR a felicidade de tanta gente”.

O jornalista eliseu Caetano, da TV Globo Internacional, acompanhou a visita do dr. Alberto Padova às unidades de atendimento da Legião da Boa Vontade e declarou na ocasião: “Eu nunca tinha vindo aqui na LBV em Del Castilho e acredito que tenha sido uma excelente oportunidade de estar um pouco mais perto de tantas pessoas que trabalham diariamente para fazer a vida de outras pessoas melhor. A estrutura deste local é incrível. Estou impressionado! (...) Eu já tinha passado aqui [pela rua] algumas vezes — sou do Rio, apesar de morar fora do país — e não imaginava que [o local] fosse tão grande e que tantas pessoas fossem atendidas diariamente”. Completando, deixou o seguinte recado aos cidadãos brasileiros: “Eu realmente acredito nas palavras de Paiva Netto sobre a importância de todo mundo fazer a sua parte, e não só ajudar financeiramente, pois aqui tem um monte de gente que doa tempo, esperança, expectativa, felicidade, alegria... Então, venham! Ajudem! Façam parte disto”.

Ele expôs suas considerações sobre a atuação da LBV dos Estados Uni-dos, que, há mais de vinte anos, auxilia famílias de baixa renda e age em causas humanitárias no território norte-americano. “Vocês [da sociedade] não têm noção de como é bonito o trabalho da LBV dos Estados Unidos. Sempre que eu tenho tempo, participo da doação de sopa, de material escolar, de material de berçário... O que mais me impressiona — e deve impressionar vocês também — é o fato de que, quando a pessoa recebe [a doação], ela olha e fala: ‘Que alívio! Eu não tinha condição de comprar esta fralda, e a LBV me deu a fralda’. Isso, para muitos, não é nada, mas, para outros, é muita coisa. O diferencial da lBV é o de transformar o pouco em muito e fazer a felicidade de tanta gente.”

dos alunos que se formaram aqui encontraram um trabalho formal, não só na própria Instituição, mas também na área urbana.”

O chefe da Seção de ONGs da ONU ainda comentou o aguardado acordo entre as nações integrantes da entidade no qual serão definidos os ODS. “Eu acredito que a nova agenda se está concentrando não somente no que foi incluído nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em termos de educação, como atingir plenamente a educação básica para todos. (...) Temos visto em muitos países que, embora possa haver escolarização básica completa, as crianças não estão sendo necessaria-mente preparadas para o futuro no mercado de trabalho. Somente com maiores esforços pela qualidade da educação, podemos garantir que elas sejam os trabalhadores de amanhã e que não acabem desempregadas e voltem a viver em situação de po-breza”, concluiu.

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“A escola e as instalações em São Paulo falam por si, não só pelas várias aulas e pela infraestrutura, mas também pelo fato de que muitos dos alunos que se formaram aqui encontraram um trabalho formal, não só na própria Instituição, mas também na área urbana.”

alberto padovaChefe de Seção de

ONGs da ONU

BOA VONTADE 77

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ação jovem lbv

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Page 79: Revista Boa Vontade - Edição 240

Jovens protagonizam estudos e ações solidárias durante fórum internacional da LBV

Pessoas de todas as idades — com destaque para as das novas gerações — do Brasil,

da Argentina, da Bolívia, do Para-guai, do Uruguai, de Portugal e dos Estados Unidos participaram, ao longo de um ano, de diversas ações e encontros fraternos com foco no estudo dos conceitos solidários e mariane de oliveira luz

ecumênicos constantes do livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós, quinta obra da coleção “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, de autoria do escritor josé de paiva netto. Tais atividades fizeram parte da programação do 40o Fórum Internacional do Jovem

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grande reperCussão palestra do diretor-presidente da lbv, josé de paiva netto, é transmitida, via satélite, por rádio, televisão e internet para o brasil e o exterior.

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Page 80: Revista Boa Vontade - Edição 240

lançamentos

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Ecumênico da Boa Vontade de Deus, cuja conclusão ocorreu em 27 de junho e teve como tema central o título estudado.

A mensagem de Paz do dirigente da Instituição coroou o evento. Em sessão solene, transmitida, ao vivo, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet) para todo o planeta, Paiva Netto convidou os que acompanhavam suas palavras a um diálogo sobre assuntos celestes. Depois de agrade-cer as homenagens a ele destinadas pelos 59 anos de trabalho na Seara da Boa Vontade (completados em 29 de junho), destacou a emoção de ver tantos Soldadinhos de Deus — como carinhosamente são chama-das as crianças na LBV —, atentos às elevadas lições de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.

Discorrendo acerca do impor-tante papel da Fraternidade no combate à violência que campeia pelo mundo, recorreu à leitura da passagem “O Sexto Flagelo”*, 16:12 a 16, constante do último livro da Bíblia Sagrada, o Apocalipse de Jesus, e comentou-a: “Temos de estar muito atentos a isso. O Irmão alziro Zarur, fundador desta Casa, asseverava que ‘nenhum Legionário da Boa Vontade será apanhado de surpresa’; contudo, se for mesmo Legionário da Boa Vontade de Deus, Cristão do Novo Manda-mento de Jesus, não os distraídos. Estes serão sempre apanhados de surpresa, infelizmente. Falo assim para que ninguém fique na dúvida. Estes assuntos são muito sérios. E os alertamentos, igualmente, pre-cisam ser fortes, eloquentes, quer dizer, que entrem pelos ouvidos das pessoas e se instalem nas mentes eloquentemente”.

Nessa linha de raciocínio, pros-

montevidéu, uruguai

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revista boa vontade Desenvolvimento sustentável 2015 (espanhol, francês, inglês e português)

122a edição da revista JesUs esTÁ CHeGaNDO!, em português

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Cd especial que traz a fraterna e empolgante pregação de paiva netto intitulada “jesus aplaca a tempestade”.

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Page 81: Revista Boa Vontade - Edição 240

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“Por que se falha tanto neste mundo? Porque está faltando esse sentido da Fraternidade Divina. Então, as pessoas não sabem aonde chegar. E vão pela brutalidade se não acreditam no entendimento. Se não alcançarmos a Fraternidade, o outro lado é o que está se vendo por aí na Humanidade: uma grosseria, uma estupidez até não poder mais.”

paiva netto

* Nos capítulos de 27 a 30 do livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós, intitulados “O amplo sig-nificado do Sexto Flagelo”, o escritor Paiva Netto faz análise profunda dessa passagem do Apocalipse. Adquira seu exemplar — Clube Cultura de Paz: 0300 10 07 940.

seguiu: “Vivemos um fim de ciclo e o início de outro maravilhoso. Muita gente fica atenta às advertências do Apocalipse, mas distraída das maravilhas que ele anuncia. (...) Eu já disse muitas vezes: o Apocalipse não é para apavorar ninguém. Tal qual um amigo, ele nos adverte: ‘Olhe, prepare-se!’ (...) Se Vocês fizerem isso, vão sobreviver a este mundo que, renovado, viverá sob os auspícios do Novo Mandamento de Jesus — ‘Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos’ (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35) —, que ditará as ordens. Mas, para que isso aconteça, as coisas não serão fáceis. Os sinais deixados por Jesus estão aí, como podemos ler em Seu Sermão Profé-tico (Grande Tribulação), ou Sermão do Fim do Mundo, constantes do Evangelho, segundo mateus, 24:29 a 31; marcos, 13:24 a 27; e lucas, 21:25 a 27”.

Em seguida, chamou a atenção dos presentes para a necessidade de se divulgarem, por todos os meios possíveis, os ensinamentos do Cristo, firmados em Seu Novo Mandamento. Para tanto, enfatizou o potencial da internet como valo-rosa ferramenta capaz de levar a todas as criaturas esses sublimes preceitos, despertando nos seres humanos a devoção aos assuntos sagrados. “O Novo Mandamento de Jesus é a importância suprema que a inteligência humana pode alcançar. É o toque divino em todos os setores da vida humana. Por que

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Page 82: Revista Boa Vontade - Edição 240

jovens da lbv em açãoBaixe o leitor QR Code

em seu smartphone ou tablet, fotografe o código e veja as fotos da edição 2015 das Rodas Espirituais e

Culturais e do Festival Internacional de

Música da LBV, em todo o Brasil.

se falha tanto neste mundo? Porque está faltando esse sentido da Fra-ternidade Divina. Então, as pessoas não sabem aonde chegar. E vão pela brutalidade se não acreditam no entendimento. Se não alcançarmos a Fraternidade, o outro lado é o que está se vendo por aí na Humanida-de: uma grosseria, uma estupidez até não poder mais”, afirmou.

E concluiu: “Nós somos o con-trário disso, não porque sejamos

melhores, não! É porque nos foi dada essa luz. Portanto, não pode-mos pegá-la e escondê-la, quando Jesus manda colocar na parte mais alta da sala. Disse o Cristo: ‘Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debai-xo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontram na casa. Assim brilhe também a

vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus’ (Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 5:14 a 16). É isso! Peguemos a Bandeira do Novo Mandamento do Sábio dos Milênios e a levemos ao mundo”.

Preparando o ambiente para a prece de encerramento do fórum, Paiva Netto compartilhou com todos mensagem do Espírito dr. bezerra de menezes, datada de 20 de junho de 2015, na qual o nobre Irmão destaca a passagem “Jesus anda sobre o mar” (Evangelho, segundo Mateus, 14:22 a 33). Após a vibrante leitura do conteú-do, convidou os que o ouviam a entoar, com fervor e juntamente com ele, a oração do Pai-Nosso, deixada pelo Divino Mestre a toda a Humanidade.

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Ao concluir o 40o Fórum Internacional do Jovem Ecumênico da Boa Vontade de Deus, o diretor- -presidente da LBV deu início à 41a edição do encontro, lançando o tema que dará base às discussões até junho de 2016: “O Espiritualmente Revolucionário Novo Mandamento de Jesus — A estrutura de um mundo novo”.

ação jovem lbv

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A realização do 40o Fórum Internacional do Jovem Ecumênico da Boa Vontade de Deus foi o momento propício para a celebração de outra relevante conquista para as Instituições da Boa Vontade: a inauguração das novas instalações da LBV dos Estados Unidos. Situado na Rua 45 (entre a 5a e a 6a Aveni-das), em Nova York, o local funciona como escritório de representação da Obra junto às Nações Unidas em Manhattan e abriga atividades edu-cacionais, humanitárias e culturais em um dos maiores centros urbanos do planeta.

Em visita à unidade, a sra. sharon hamilton-getz, presidente emérita

seis países. Ela ainda encaminhou a seguinte mensagem ao diretor--presidente da Instituição: “Eu quero felicitar o senhor, Irmão Paiva Netto, por esta celebração maravilhosa de inauguração das novas instalações da LBV em Nova York. Estou muito feliz, porque esta é uma forma de cooperação para trazer a plenitude do Espírito Santo e de Deus para o mundo. Muito obrigada!”.

A sra. alessandra esporin, fun-cionária da Missão do Brasil na ONU, também fez questão de registrar seu agradecimento. “Obri-gada pelo carinho e por fazerem a diferença! Que Deus continue iluminando a todos vocês!”

do Comitê de Espiritualidade, Va-lores e Interesses Globais na ONU, enalteceu o trabalho realizado pela Instituição. “Este espaço da Legião da Boa Vontade é um enorme abraço em Nova York, por causa do amor, da alegria e da plenitude de espí-rito que a LBV traz ao mundo. (...) A impressão que eu tenho é que o Sol está brilhando aqui na LBV. (...) Todas as fotos transmitem um grande impacto e uma mensagem muito profunda. De onde vem tudo isso? De Deus!”, disse, referindo-se a uma galeria de imagens com as prin-cipais ações sociais e educacionais que a Entidade desenvolve em ter-ritório norte-americano e em outros

noVas instalações da LBV dos eua

“Este espaço da Legião da Boa Vontade é um enorme abraço em Nova York, por causa do amor, da alegria e da plenitude de espírito que a LBV traz ao mundo. (...) A impressão que eu tenho é que o Sol está brilhando aqui na LBV.”

sharon hamilton-getzPresidente emérita do Comitê de Espiritualidade,

Valores e Interesses Globais na ONU

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(1) jovens dos estados unidos acompanham as palavras do dirigente da lbv pela internet. (2) ambiente das novas instalações da lbv dos eua, em nova York. (3) a sra. alessandra esporin (e), funcionária da missão do brasil na onu, ao lado de danilo parmegiani e adriana rocha, da lbv. (4) a sra. sharon hamilton-getz durante visita à unidade da instituição.

NOva YORK, EUa

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eduCação em debate

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Congresso Internacional de Educação da LBV discute o papel da pesquisa na aprendizagem significativa

giovanna pinheiro e wellington Carvalho de souza | fotos: vivian r. ferreira

Ou iNfOrmAçãO?CONhECimENTO

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eduCação em debate

o fim de julho foi bastante agi-tado para muitos educadores na capital paulista, mesmo

sendo esse um mês de férias esco-lares. Isso porque o Conjunto Edu-cacional Boa Vontade e o Espaço Cultural e Ecumênico da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo em São Paulo/SP sediaram o 14o Congresso Internacional de Educação da LBV, entre os dias 29 e 31. Anualmente, o evento reúne docentes, pesquisadores, estudan-tes, profissionais de áreas ligadas à Educação e demais interessados, com o intuito de colaborar para a formação continuada deles e de promover um ensino que alie à qualidade pedagógica a Espirituali-dade Ecumênica, para a construção da Cultura de Paz, como propõe, com pioneirismo, a Legião da Boa Vontade. Este ano, os parti-cipantes do congresso — vindos de vários Estados brasileiros, além do Uruguai, da Bolívia, do Para-guai, da Argentina e dos Estados Unidos — dialogaram sobre o tema “Pesquisa — Caminho para

a aprendizagem significativa: uma visão além do intelecto”.

O primeiro dia de atividades re-servou ao público uma apresentação especial do Coral Ecumênico e do Grupo de Instrumentistas Infantoju-venil Boa Vontade. Interpretando o Hino Nacional, eles abriram os tra-balhos do congresso e, em seguida, brindaram a plateia com a canção Em tons de Paz, que teve tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Esta, aliás, tam-bém foi utilizada nos discursos que se seguiram.

alziro paolotti de paiva, repre-sentando o diretor-presidente da Entidade, josé de paiva netto, deu as boas-vindas a todos os presentes e afirmou: “(...) O obje-tivo da LBV é que as instituições escolares possam atingir, juntas, a educação de excelência que tanto vislumbramos”.

A solenidade de abertura foi prestigiada por convidados e autori-dades brasileiras e do exterior, entre as quais o dr. alberto padova, chefe da Seção de ONGs do Departamento

alziro de paivadr. alberto padova

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* pedagogia do afeto e pedagogia do Cida-dão ecumênico — Educar com Espirituali-dade Ecumênica é o diferencial da proposta pedagógica criada por Paiva Netto, que se compõe da Pedagogia do Afeto (destinada a crianças de até os 10 anos de idade) e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (a indiví-duos a partir dos 11 anos). Nela, o cuida-do com a formação integral do ser humano une, conforme afirma o dirigente da LBV, “Cérebro e Coração”, ou seja, raciocínio e sentimento.

oficinas Pedagógicastema: “semeandovalores na arte deeducar”. oficineiras:evaneida de souzaferreira, pedagoga;e Christianeaparecida baptistamiotto, professorade artes.

tema: “desenvolvendoo raciocínio e aorientação espacialpor meio de jogos”.oficineiros: pauloCésar baroni e ricardodos santos santiago,professores deeducação física.

tema: “pesquisa:caminho estratégicopara o raciocínio lógico”.oficineiras: márciaguimarães e santos,pedagoga; e Carolinagato dos santos,graduanda em pedagogiae em matemática.

tema: “a arte de lere contar histórias”.oficineiras: marilaineCaroline de Campose weslainy fernandade Campos rodrigues,graduandas empedagogia.

tema: “Criando erecriando — reutilizandoe decorando com Cdse dvds”. oficineiras:débora mirandanascimento, pedagoga;e greyce aparecidasilva, graduanda empedagogia.

de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN/Desa), que integra o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) da ONU. Em visita oficial ao país, o italiano, radicado nos Estados Unidos, fez questão de saudar os participantes em portu-guês. “Uma boa educação é o pas-saporte para um futuro melhor. Por isso, o futuro do Brasil está em suas mãos. A estratégia educacional que alia qualidade acadêmica, forma-ção para o trabalho e consciência de proteção do meio ambiente em que todos vivemos, que são pontos centrais do trabalho da LBV, forma uma receita poderosa para o bem--estar das futuras gerações e do nosso planeta”, ressaltou.

Supervisora da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico* e doutoranda em Edu-cação, suelí periotto, depois de também saudar o público, destacou que a parte emocional do aluno é tão importante quanto a racional e que as duas precisam ser levadas em conta conjuntamente para que o educando consiga alcançar os re-sultados que almeja. “O objetivo da linha pedagógica da LBV é desen-volver as habilidades investigativas do estudante, desde a mais tenra idade, valorizando o pré-conheci-mento de cada indivíduo, conside-rando suas bagagens cultural e es-piritual e o contexto social no qual está inserido, preparando-o com a

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Também falou da importância de se unirem as várias áreas do pensa-mento científico, base da interdis-ciplinaridade, para se encontrarem meios que permitam ao educando não só receber o conhecimento, mas também interagir com este, de modo que tal conhecimento se concretize. “Professor é um artesão. Ele preci-sa ir ‘costurando’. Não é possível pesquisar sem fazer costuras entre autores, entre diferentes visões de mundo”, apontou. O diálogo, a inclu-são, a participação, a democracia e o respeito às diferenças motivados pelo docente são fatores imprescindíveis para a efetividade das pesquisas, na opinião da conferencista.

Emília Cipriano ainda salientou, em entrevista à BOA VONTADE, a importância do congresso. “É a construção de uma rede humana a serviço da vida, da transformação de uma realidade que não é esta — do consumo, da visão superficial —, mas é aquela que dá sentido para a existência. Encontros desta natureza nos fortalecem.”

entendimento para o aprendizado

No segundo dia do evento, o pedagogo júlio furtado, doutor em Ciências da Educação e diplomado em Psicopedagogia, expôs o tema “O desafio de promover a aprendiza-gem significativa em sala de aula”. Ele declarou que o ato de ensinar so-mente será efetivo com a mudança do modelo passivo de transmissão de conhecimento, o famoso “ouvir e decorar”. “A aprendizagem, para ser significativa, tem que fazer com que o aluno construa um signifi-cado, não um sentido. (...) Só há ensino quando há aprendizagem. Por isso, o papel do professor não é ensinar, é fazer aprender.”

excelência intelectual que possi-bilite seu acesso às universidades mais concorridas e motivando-o sempre a buscar a realização dos seus sonhos”, completou.

transmitindo ConheCimento

Para dar início ao ciclo de pales-tras programadas, que ocorreram nos três dias do evento, foi convi-dada a professora emília Cipriano, secretária-adjunta de Educação da cidade de São Paulo. Doutora em Educação e mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universida-de Católica de São Paulo (PUC-SP), ela afirmou que existe um movimento bastante forte na área educacional que tem valorizado a percepção de que informação não é conhecimento.

júlio furtadoemília Cipriano virginia gudiño

eduCação em debate

a jornalista mônica bergamo divulgou em sua

coluna na Folha de s.Paulo de 29 de julho a realização

do 14o Congresso internacional de educação

da lbv, na capital paulista.

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De acordo com ele, para criar esse novo paradigma dialogal, o professor precisa ter em mente três aspectos, que são: “Ajudar a cons-truir sentido; apresentar novo con-teúdo e construir o conhecimento junto do aluno; e verificar se houve aprendizagem”.

Igualmente convidada para palestrar no congresso, virginia gudiño, neuropsicoeducadora, neuropsicocapacitadora e copes-quisadora da Universidade Yeshiva, em Nova York, nos Estados Unidos, dissertou sobre o tópico “A contri-buição do neurocapital humano no processo do aprendizado”. Ela expli-cou como o educador pode utilizar o conhecimento acerca do cérebro a fim de tornar o ato de ensinar uma experiência positiva. Ainda enfatizou que, para que isso ocorra, é neces-sário compreender os dois tipos de aprendizado: o emocional e o cog-nitivo. O primeiro efetiva-se pela rá-pida assimilação do conteúdo e pela fácil memorização. No segundo, no entanto, a aquisição do conteúdo é mais difícil, e o esquecimento das informações é frequente.

A especialista fez questão de destacar que é importante entender certas etapas da construção do conhecimento para garantir que o educar seja satisfatório e proveito-so. Uma delas é a dos três filtros cerebrais. “O professor, com a in-formação de como atravessar esses filtros, terá ferramentas para trazer à prática docente, cotidianamente, o que queira transmitir, com maior possibilidade de [esse conteúdo] se alojar no córtex cerebral.” Ela disse que, para ultrapassar o primeiro filtro, o pedagogo precisa capturar a atenção do aluno; no segundo, é ne-cessário manter o interesse dele no assunto; e, no terceiro, o educador

oficinas Pedagógicastema: “teatrando — odesenvolvimento daexpressão por meio doteatro improvisado”.oficineiras: elisabetedos santos vasconcelos,graduanda em letras; etalita Calusni da silva,psicóloga.

tema: “pesquisar ebrincar: um caminhopara a aprendizagemsignificativa”.oficineiros: eduardoluckmann e ruanaCosta silveira,educadores.

tema: “identificar o meioambiente e transformá-lo, brincando comexperimentos”. oficineiras:diana fernando uribe,psicóloga; mariela álvarez,professora; e Yaninapaludi diaz, licenciada empsicomotricidade.

tema: “brincar: umaproposta inovadorae facilitadora daaprendizagem”.oficineiras: mariadora dos santose maísa santana,pedagogas.

tema: “ler paraestudar e ler paraescrever”. oficineiras:Claudiane mariade freitas mendes,pedagoga; e danielletonin de almeidabosso, graduada emletras.

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caPacitação PaRa PRofessoRes

Quem desejar receber a capacitação na Pedagogia do Afeto e na Pedagogia do Cidadão Ecumênico no Brasil e no exterior pode fazê-lo acompanhando entrevistas e análises sobre a linha educacional da LBV no programa Educação em Debate, transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), às segundas-feiras (às 2 horas e às 13 horas) e aos sábados (às 12 horas); e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY e canal 212 da OiTV), às segundas-feiras (às 20 horas), às quintas-feiras (às 2 horas e às 20 horas), às sextas-feiras (às 15h30), aos sábados (às 4h30 e às 11h30) e aos domingos (às 2 horas e às 21 horas).

Outras informações sobre o assunto podem ser obtidas pelo tel. (11) 3225-4590 ou no site www.iejpn.com.br.

trabalho em ConjuntoO terceiro dia do congres-

so teve a palestra do professor marcos méier. Graduado em Mate-mática e em Psicologia e especialista em Educação Matemática, ele aler-tou sobre a crescente passividade dos alunos em sala de aula e sobre como isso prejudica os estudos.

De acordo com o educador, as crianças de hoje estão acostumadas

a obter tudo instantaneamente, e tal fato se estende até a adolescência. O tempo excessivo que passam em frente a dispositivos eletrônicos é nocivo ao desenvolvimento de per-cepções sensoriais, da criatividade, da curiosidade e de outras faculdades inatas ao ser humano, cujo impulso é essencial nessa fase da vida.

O palestrante ainda afirmou que é fundamental saber estimular o lado criativo do educando e que a interdisciplinaridade tem papel importantíssimo no aprendizado, porque leva o indivíduo a interligar conteúdos de disciplinas diferentes, o que o conduz a melhor fixação do conhecimento.

metodologia da lbv: destaque para a pesquisa

A série de palestras ainda ocorreu com a participação das pedagogas Suelí Periotto, dou-

“Estar ao lado de pessoas que buscam ‘uma visão além do intelecto’ é uma experiência única, contagiante e maravilhosa. Até então, eu, estudante de Relações Públicas, iria apenas concluir a graduação, mas, depois de participar deste congresso, pretendo um dia lecionar, seja como professora em minha área, seja, de forma voluntária, em algum trabalho social da LBV.”

nadiele bortolinGraduanda em Relações Públicas — Porto Alegre/RS

terá de consolidar o conhecimento no cérebro do estudante de uma maneira que este se lembre de tal conhecimento mais tarde.

Virginia encerrou a palestra apre-sentando aos participantes a pirâmi-de do aprendizado. O objetivo desse gesto foi mostrar como diferentes abordagens educativas interferem na aquisição de conhecimento do educando.

suelí periotto

aline trevisan e gisela portilho

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marcos méier

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toranda em Educação; gisela portilho, pós-graduada em Adminis-tração Escolar e em Psicopedagogia; e aline trevisan, pós-graduada em Metodologia das Ciências Exatas. Abordando a pesquisa como prá-tica da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que compõem a linha educacional criada pelo educador Paiva Netto, elas explicaram à plateia de que forma o ato de pesquisar está in-cluído no Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI), que objetiva o desenvolvimento integral do educan-do, visto este como sujeito ativo e construtor do conhecimento. Nesse processo, são considerados a capa-cidade subjetiva, o interior — em que habitam respostas a diversos questionamentos — e novas pers-pectivas do indivíduo. “A pesquisa é uma ferramenta constante de busca de informações a fim de que crian-ças e jovens se acostumem à verifi-cação dos diferentes saberes inte-lectuais, sempre ecumenicamente conciliados. Ela reforça a percepção da realidade e a consciência de que o saber e a informação fazem parte de um amplo universo social. Essa investigação deixará o aluno apto a ser crítico e a questionar”, ressaltou Suelí Periotto.

Segundo Aline Trevisan, toda a bagagem adquirida pelo estudante ao longo dos anos por meio da pesquisa, hábito esse que pode ser incentivado desde a mais tenra idade de qualquer pessoa, resultará em grandes ganhos para o edu-cando quando este, por exemplo, sair da escola em busca de uma colocação no mercado de trabalho. “Ele terá proatividade e êxito na resolução dos desafios”, salientou a professora.

oficinas Pedagógicastema: “estilos de aprendizagem: visual, auditivo e sinestésico”. oficineiras: andressa silva dos santos e raquel oliveira Costa soares, pedagogas.

tema: “pesquisa sonora — do conhecimento à criação”. oficineiros: eduardo da rosa estácio, graduado em Composição e regência e licenciado em música; e nídia elisa pereira, licenciada em música.

tema: “sustentabilidade — a mudança está dentro de cada um”. oficineiras: daiana evaristo de oliveira e marcia lourdes Cardoso, biólogas.

tema: “busca individual? pesquisa? o que fazer? Conheça estratégias que vão além do intelecto”. oficineiras: patricia giordano Calicchio da silva e debora stelzer, pedagogas.

em É Urgente Reeducar!, paiva netto apresenta, com praticidade e clareza, sua experiência de quase seis décadas em aplicar os valores da espiritualidade ecumênica na educação.

Clube Cultura de Paz (0300 10 07 940 e www.clubeculturadepaz.com.br).

adquira

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Campanhas emergenCiais da lbv

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em julho e agosto deste ano, a legião da boa vontade mobilizou o povo brasileiro para o socorro emergencial de populações em risco social cas-tigadas por dois eventos climáticos: de um lado, as baixas temperaturas

e as fortes chuvas que atingiram localidades no sul; e, de outro, a seca nas regiões nordeste, sudeste e Centro-oeste.

nas próximas páginas, apresentamos cenas emocionantes e o relato de voluntários que viajaram milhares de quilômetros brasil adentro para fazer a ajuda do povo brasileiro chegar às mãos de quem mais precisa.

o amparo da legião da boa vontade Chega a milhares de famílias Castigadas pela

estiagem e pelo inverno rigoroso

onde o PoVoPRecisa!

PResente

da redação

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Vencendo a fome“Saímos de São Luís/MA em 22 de julho,

por volta das 14 horas, com destino a Belágua, localizada no mesmo Estado e a 280 quilô-metros da capital maranhense. Apesar de ser um município relativamente próximo de nossa origem, a viagem teve quase o dobro do tempo que estimamos, por causa das condições da estrada e de outros imprevistos no caminho.

“Já era noite quando chegamos à cidade. Não perdemos tempo e logo organizamos as 500 cestas de alimentos que seriam entregues às famílias da região. muitas delas sobrevivem com menos de r$ 140 por mês.

“Na manhã seguinte, o Centro Social de Belágua, onde ocorreu a ação, ficou lotado. Cidadãos que vivem na zona rural percorreram vários quilômetros e enfrentaram estradas de areia até chegar à unidade de atendimento, tudo isso para garantir alimento à mesa. O Centro de Referência de Assistência Social e a Secretaria de Assistência Social do município apoiaram a iniciativa.

“Na sequência, fomos à região central do Estado, em Marajá do Sena (a 400 quilômetros da capital). É a segunda cidade mais pobre do brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE). Percebemos que, para as famílias das duas localidades, mais pesado que carregar os alimentos da cesta entregue é o peso da preocupação de não ter o que comer em casa.

“Finalizamos a entrega das cestas transmi-tindo a todos os presentes uma mensagem de esperança e agradecendo, por meio de uma oração, essa oportunidade de agir no Bem. Ao longo de toda essa ação, vimos aquilo pelo que passam os moradores dessas regiões diaria-mente. Encontramos um povo esforçado, bata-

lhador e, acima de tudo, acolhedor.”

paulo araújo(na foto, de

camisa verde)São Luís/MA

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Campanhas emergenCiais da lbv

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benefíCiodistribuição de 6 mil cestas de alimentos

loCalidadesmaranhão: marajá do sena e belágua.paraíba: sumé, são josé dos Cordeiros, ouro velho, amparo e zabelê.rio grande do norte: espírito santo, baía formosa, taipu, martins e antônio martins.Ceará: irauçuba, itapipoca, santa quitéria e Canindé.pernambuco: pedra, alagoinha, buíque, venturosa e arcoverde.bahia: juazeiro, sento sé, sobradinho, uauá e Curaçá.

desafios desta regiãodos seis estados nordestinos contemplados com as doações da lbv, três — bahia, paraíba e maranhão — estão entre os dez mais pobres do brasil, tendo este último o segundo pior índice de desenvolvimento humano (idh) brasileiro, segundo dados do Censo 2010.

regiãonordeste

“Esta ação é muito boa, importante, essencial para a população de Belágua. Se eu já ajudava com gosto, agora vou ajudar muito mais. (...) Eu saio daqui feliz por ser um colaborador da LBV.”

raimundo ChagasColaborador e voluntário da Instituição em Belágua/MA

marajá do sena/ma

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“Desde que soube do objetivo da Caravana da Boa Vontade, achei o máximo. Além das centenas de famílias que a LBV atende, diariamente, em João Pessoa e em Campina Grande, na Paraíba, a iniciativa seria levada também ao interior do Estado, em uma época tão sofrida, como é a da estiagem.

“Viajar mais de dois mil quilômetros da capital até a região onde ficam as cidades beneficiadas foi o de menos. A expectativa de registrar e compartilhar a alegria das famílias superou o cansaço do percurso. Foram oito dias seguindo na caravana pela Paraíba e pelo Rio Grande do Norte. Trinta mil quilos de ali-mentos foram entregues a duas mil famílias de dez municípios. Centenas de sorrisos sinceros foram da-dos como forma de agradecimento. Era nos momentos de oração, ao iniciarmos a entrega das cestas, que ficava ainda mais visível a gratidão dos atendidos.

“A falta de vento logo evidenciou o clima quente e seco da região. A temperatura elevada não desa-nimou quem estava trabalhando. A corrente de so-lidariedade formada por policiais, bombeiros e nós, voluntários, em todas as cidades em que estivemos mostrava a vontade de mudar aquela cruel realidade.

“Gosto de tirar fotografias. Por isso, a cada opor-tunidade, pedia para registrar a alegria das pessoas amparadas em receber o apoio da LBV. Era bonito ver que, com os alimentos nos braços, faziam questão de demonstrar a felicidade que sentiam, fosse por meio de um sinal de positivo com as mãos, fosse com um sorriso generoso, sem, muitas vezes, se importar com a falta de dentes na boca.

“Não há palavras que consigam descrever tanta emoção vivida por mim durante aqueles dias. O carinho e a satisfação demonstrados a todo instan-te pelo povo sertanejo, com sua recepção sempre calorosa, nos motivam ainda mais a realizar ações em benefício da população brasileira.”

jean Carlos da silva(na foto, à

esquerda, em primeiro plano)João Pessoa/PB

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Campanhas emergenCiais da lbvregião

nordeste

a legião da boa vontade, de parceria com a Casa da Caridade, levou a mil famílias do sertão do Ceará cestas de alimentos não perecíveis, roupas e produtos de higiene pessoal. a ajuda foi transportada com o apoio de 60 voluntários, que seguiram da capital cearense para as cidades de santa quitéria, itapipoca, irauçuba e Canindé, em um comboio de 23 carros particulares e um caminhão. antes de cada entrega, a equipe e os milhares de pessoas que seriam beneficiados pela ação uniam-se para fazer a prece ecumênica do Pai-Nosso, formando, assim, uma corrente em prol dos que têm sofrido por causa da forte estiagem naquelas e em outras localidades do país.

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benefíCiodistribuição de 1.500 cestas de alimentos

loCalidadesminas gerais: almenara, bandeira, jenipapo de minas, jordânia, lufa (distrito de novo Cruzeiro), palmópolis e rubim.

desafios desta regiãoo vale do jequitinhonha é uma das regiões mais pobres do país. entre os municípios atendidos pela campanha da lbv está a cidade de novo Cruzeiro, que ocupa a 28ª pior colocação no índice de desenvolvimento humano municipal (idhm) no ranking das 853 cidades do estado de minas gerais, de acordo com dados do Censo 2010.

regiãosudeste

Vale de esPeRança “Depois de ver a realidade de muitas

famílias que vivem no Vale do Jequitinhonha (nordeste do Estado de Minas Gerais), percebi, com maior clareza, quanto o alimento é fun-damental para pessoas que não têm em casa nem um pouco de arroz ou feijão para comer.

“Percorremos 721 quilômetros da capital mineira até Almenara/MG, um dos municípios mais carentes da região e, por isso mesmo, escolhido para receber as cestas. Chegamos à cidade às vésperas do evento, em 15 de julho, e logo fomos preparar o ginásio onde se daria a entrega de alimentos.

“Na data tão especial, o local estava lotado. Havia centenas de famílias, muitas crianças e idosos. Outra cena que não sai da minha cabe-ça é a das mães com seus filhos no colo, agra-decidas e com os olhos marejados de lágrimas por causa da cesta que estavam recebendo. Pensava: ‘E se essa fosse a minha situação?’. Eu me colocava no lugar delas e imaginava como seria não ter o que dar de comer a um filho. Ali, muitas mamães, infelizmente, vivem essa triste realidade.

“O Vale do Jequitinhonha é conhecido como o Vale da Miséria, mas, nesse lugar, aprendi e vi que é o Vale da Esperança, onde há in-divíduos que vivem com tão pouco ou quase nada, mas com brilho no olhar e a crença de um amanhã melhor.

“Terminado o evento, retornamos a Belo Horizonte. Fisicamente, estávamos cansados; porém, no coração, tínhamos a certeza do dever cumprido e o sentimento de que, de alguma forma, contribuímos para minimizar o sofrimento de cada um que ali estava. O Amor ao próximo que aprendemos diariamente na LBV, mais uma vez, foi demonstrado na prática.”

Carla môniCa mendesBelo Horizonte/MG

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vale do jequitinhonha/mg

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coRações aquecidos em aldeia indígena“No dia 30 de junho, às 10 horas, che-

guei com a equipe da Legião da Boa Von-tade à aldeia indígena Bororó, no município de Dourados/MS (a 220 quilômetros da capital do Estado, Campo Grande). Ali re-sidem as etnias Guarani-Kaiowá, a Guarani Ñandeva e a Terena. Nesta região, o inverno sempre chega rigoroso, com a sensação tér-mica negativa e com temperaturas mínimas na casa dos 3 graus. Por isso, fomos levar cobertores a essas famílias.

“Logo começamos os preparativos no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Indígena. A coragem daquelas pessoas, que vinham de longe, seja de bicicleta, de carroça, a pé — algumas percorreram até 10 quilômetros para estar presentes no local —, era mais uma moti-vação, não só para mim, mas para todos os que ali trabalhavam. Mesmo com tanto frio e chuva, nosso coração estava aquecido com o Amor Fraterno e foi recompensado pelo sorriso delas.

“Muitas mães atendidas relataram as dificuldades que passam durante o inver-no. Uma delas é marli fernandes, que tem cinco filhos e mora há vinte anos na comunidade. Conversamos com ela, que se mostrou bastante agradecida pela ajuda que a LBV levou àquela localidade, pois, quando era criança, passava por diversas dificuldades, principalmente na estação mais fria.

“Foi muito emocionante colaborar para essa campanha da Instituição. Sem dúvida alguma, tudo o que meus olhos presencia-ram pode ser resumido em uma palavra:

gratidão.”

genivaldo oliveira marquiza

Campo Grande/MS

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Campanhas emergenCiais da lbv

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“A gente precisa muito de cobertores, principalmente agora, nesta época de frio. Eu vivo doente e recebo auxílio somente para os remédios. Então, este cobertor está vindo numa boa hora, porque estou precisando muito. Fico feliz mesmo. Parabéns por este trabalho!”

maria vaz da silvaBrasília/DF

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Page 101: Revista Boa Vontade - Edição 240

benefíCiosdistribuição de 1.500 cobertores e mil cestas de alimentos

loCalidadesdistrito federal: brasília.mato grosso do sul: dourados.goiás: aparecida de goiânia e trindade.

desafios desta regiãono atendimento da lbv a esta região, foram entregues cobertores nas cidades mais frias, com temperaturas mínimas em torno de 13 graus, e 15 toneladas de alimentos não perecíveis em comunidades em situação de risco social.

regiãoCentro- -oeste

“Nós já sofremos muito no frio, e é um orgulho receber estes cobertores para nossos filhos. Eles dormem juntos para se aquecer. É uma dificuldade tremenda, mas creio que, depois desta doação, tudo isso vai mudar em casa.”

marli fernandesDourados/MS

coRações aquecidos em aldeia indígena

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solidaRiedade Vence inVeRno RigoRoso“O dia 16 de julho foi de muita alegria

para mim. Logo pela manhã, antes de aden-trarmos o ginásio de esportes do Jardim Zanelato, em São José/SC, no qual cobertores seriam entregues a centenas de famílias, de-parei com várias pessoas, que aguardavam o início do evento, enquanto, dentro do recinto, os voluntários da LBV davam os retoques finais para o começo das atividades.

“Santa Catarina é um dos Estados em que o inverno é mais rigoroso no Brasil. No dia da entrega, a temperatura na cidade oscilava entre 13 e 14 graus. Com a chuva fina naquela manhã, a sensação térmica era inferior a 10 graus. Apesar do frio, as muitas palavras de agradecimento daqueles que tinham ido receber o atendimento da LBV aqueciam nosso coração.

“Logo após a entrega, nossa caravana partiu para Biguaçu/SC, a segunda localida-de que receberia os cobertores. No trajeto, dentro do veículo em que viajávamos, os comentários dos voluntários eram os mais animadores. Chegamos ao local da entrega por volta das 12h30, e o evento começaria às 14 horas. Para nossa surpresa, quase uma centena de pessoas já esperavam por nossa presença. Lembro de ver uma jovem que ajudava, também voluntariamente, na distri-buição dos cobertores. Ela usava um avental com o coração azul da Legião da Boa Vontade e se emocionava às lágrimas por presenciar o resultado da iniciativa solidária da LBV.

“O meu muito obrigado à Instituição por me dar a oportunidade de estar ao lado de indivíduos que tanto precisam de auxílio material e espiritual. Também agradeço a tantos colaboradores, cidadãos anônimos, que destinam parte de seus recursos para ver

este Brasil melhor e mais solidário.”

derli franCisCoFlorianópolis/SC

Campanhas emergenCiais da lbvAr

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benefíCiodistribuição de 5 mil cobertores

loCalidadesparaná: Curitiba e ponta grossa.rio grande do sul: porto alegre.santa Catarina: são josé e biguaçu.

desafios desta regiãonas cidades atendidas pela lbv, as temperaturas mínimas neste inverno variaram entre 9 e 15 graus.

regiãosul

“Agradeço, de coração, esta parceria importante para nosso município. Eu conheço a LBV desde jovem; assistia pela TV às palavras do Paiva Netto. Uma Entidade com tantos anos de fundação e de trabalhos realizados e que continua fazendo um serviço sério, honesto e dedicado merece todo o nosso respeito.”

ramon wollingerPrefeito de Biguaçu/SC

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caRidade comPleta*“Essa campanha da Legião da Boa Vontade foi de grande valor

para as famílias socorridas do Rio Grande do Sul, por causa do frio intenso, típico da região Sul do Brasil na época do inverno, e das recentes fortes chuvas. Elas se emocionaram ao receber a ajuda da Entidade. Várias mães, inclusive, beijaram os cobertores doa-dos, certas de que seus filhos ficariam bem aquecidos com eles.

“As doações, não só de cobertores, mas também de alimentos, foram entregues, nos dias 15 e 16 de julho, nas comunidades pobres da capital gaúcha alagadas pelos temporais, entre elas a Ilha do Pavão e a Ilha Grande dos Marinheiros. Enquanto fazía-mos esse trabalho voluntário, diversas pessoas nos levaram até as residências para nos mostrar as necessidades que passavam e de que forma o apoio que estavam recebendo era tão importante para elas. Em muitos desses lares, vimos cômodos cheios de água e de animais, como ratos, cobras e sapos. Era uma situação muito difícil. O pior é que, como os moradores dessas ilhas vivem à margem do rio Guaíba, quando há elevação das águas, as casas deles são as primeiras a ser atingidas.

“Conforme costuma ocorrer em momentos de calamidade, inúmeras famílias não sabiam o que fazer. Uma senhora que perdeu todos os bens materiais nessa enchente, desesperada, chegou a falar até em cometer suicídio, pois não aguentava mais tanto sofrimento. Lembro que ficamos bastante comovidos com a situação dela e, imediatamente, transmitimos palavras de espe-rança e de ânimo àquela mulher para que não desistisse da vida, esse bem precioso dado por Deus a todos nós. Fizemos a prece do Pai-Nosso e conversamos com ela a respeito do que aprendemos na LBV sobre os valores fundamentais de nossa existência. Para nossa felicidade, ela ficou mais calma e entendeu que, se faltasse a seus filhos, eles padeceriam ainda mais.

“Para mim, é sempre uma honra participar das ações da Insti-tuição. O apoio ofertado pela Legião da Boa Vontade, com a valiosa colaboração do povo, àqueles indivíduos significou dias melhores, menor sofrimento e um pouco de conforto e paz em seus lares.”

aleX diasPorto Alegre/RS

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soCampanhas emergenCiais da lbv

* Caridade Completa — Trata-se de um conceito van-guardeiro da Legião da Boa Vontade. Esclarece que tão importante quanto ofertar o alimento a quem tem fome, saciando, assim, as necessidades do corpo, é o trabalho que visa ao fortalecimento do interior, da Alma da criatu-ra, a partir dos valores espirituais, éticos e ecumênicos, de modo que, ante os embates da existência, ela consiga suplantar a Dor. O escritor Paiva Netto (www.paivanetto.com), em seu artigo “Equação Divina”, discorre sobre o

assunto.

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“Este inverno será mais quente com os cobertores doados pela LBV. Estou muito contente. Obrigada! A todos da LBV, que Deus e Nosso Senhor Jesus deem sempre muita saúde!”

dorotília ribeiro pereiraPorto Alegre/RS

Comunidades de porto alegre/rs alagadas pelos temporais, entre elas a ilha do pavão e a ilha grande dos marinheiros.

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saúde buCal

Ao pensarmos em medicina, logo temos uma ideia mí-nima de qual especialista

cuida de cada caso. Mas, com relação à odontologia, a maioria das pessoas não sabe diferenciar as especialidades ou não conhece grande parte destas. Para abordar o assunto e cuidados com a saúde bucal, a Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, portal e publicações) entrevistou o odon-tólogo josé peixoto ferrão júnior, professor adjunto e responsável pela disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande.

Na oportunidade, o dr. Ferrão

Sorriso

ressaltou que a odontologia é um campo muito amplo e que, com o avanço da Ciência, foi necessário dividi-lo em ramos específicos, que lidam com cada questão de forma separada, não deixando de levar em conta o tratamento global. “Hoje, nós temos várias áreas, como a odontopediatria, que trata só de criança; a endodontia, que faz tratamento de canal; a periodontia, que cuida da gengiva, das estru-turas e do suporte do dente, de prótese, de implante, de cirurgia buco-maxilo-facial, entre outras.”

A seguir, os principais trechos desse esclarecedor bate-papo.

boa vontade — o que é tra-tado com a periodontia?

dr. josé peixoto ferrão júnior — Hoje, quando se fala de tratamento de periodontia, temos de imaginar que existe uma amplitude muito maior do que simplesmente tra-tar a gengiva. A gente trabalha também com o que suporta e mantém o dente na boca, que é o osso, o cemento* e o ligamen-to. Atualmente, as enfermidades mais comuns são as inflamações da gengiva. Nós as chamamos de gengivite e periodontite, que são causadas por placa bacteriana, por biofilme dental. (...) Todos nós temos milhões de bactérias soltas na boca. Essas bactérias aderem à superfície do dente e começam a produzir uma toxina, um veneno, que vai levando essa gengiva a ter

da redação

Periodontia e os principais cuidados com os processos inflamatórios bucais

em dia

* Cemento — Tecido fino e rico em cálcio que recobre a raiz dos dentes e assegura a coesão destes com o maxilar. (Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.)

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uma reação inflamatória inicial. Nesse caso, quando acomete só a gengiva, nós a chamamos de gen-givite. Se não há um tratamento para isso, essa doença sofre uma progressão e pode chegar ao osso e destruí-lo progressivamente, até que você acaba perdendo o dente. [Aqui,] nós vamos falar de prevenção, porque, a partir do momento que se instala a inflama-ção, temos de tratá-la de maneira rápida, porque muitas vezes ela é silenciosa. Sinais simples, como um sangramento de gengiva ao escovar os dentes, ao passar um fio, muitas vezes achamos que é normal. Na verdade, a gengiva não pode sangrar nunca.

bv — Como a gengivite deve ser tratada?

dr. ferrão jr. — A maneira mais correta de tratar é procurar o periodontista, ir ao dentista ao primeiro sinal, porque existem alguns tipos de tratamento que temos que individualizar. (...) Mas deixo [registrado], desde já, que a principal forma de tratar a gengivi-te, além do tratamento periodontal profissional, é o cuidado doméstico muito grande no controle da placa

lícia Curvello, da boa vontade tv, e o odontólogo dr. josé peixoto ferrão júnior, professor adjunto e responsável pela disciplina de periodontia da faculdade de odontologia da fundação universidade federal de mato grosso do sul (ufms), em Campo grande.

bacteriana, com o fio e a escova dentais. Isso é fundamental.

bv — quais são os riscos do descuido da saúde bucal?

dr. ferrão jr. — Quando temos uma inflamação na gengiva, esta-mos com uma doença periodontal (...). Eu sempre uso uma explicação muito simples: o sangue que passa na gengiva é o mesmo que passa no dedão do pé. Por que cuidar de

“Todos nós temos milhões de bactérias soltas na boca. Essas bactérias aderem à superfície do dente e começam a produzir uma toxina, um veneno, que vai levando essa gengiva a ter uma reação inflamatória inicial. (...) Se não há um tratamento para isso, essa doença sofre uma progressão e pode chegar ao osso e destruí-lo progressivamente, até que você acaba perdendo o dente.”

prof. dr. josé peiXoto ferrão júnior Odontólogo

Assista à entrevista com o dr. José Peixoto Ferrão Júnior na Boa Vontade TV.

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uma infecção em outros órgãos do corpo e não fazer isso com uma infecção bacteriana na boca? Bac-térias caem na corrente sanguínea durante todo o dia, várias vezes. Dependendo da minha condição física específica, essa bactéria pode resolver, por algum motivo, parar no coração, numa válvula, desenvol-vendo uma endocardite bacteriana, e levar o paciente a óbito. Eu posso [também] desenvolver uma pneu-monia por aspiração (...). Temos de cuidar da doença periodontal como [quem tem o seguinte pensa-mento:] “Eu vou perder os dentes porque estou com um problema de saúde, que preciso tratar”. A boca está dentro do corpo, faz parte de um contexto geral.

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fórum mundial espírito e CiênCia, da lbv

fórmula do bem viverCiênciaEspiritualidade

tualidade e Saúde (Nupes), abriu o ciclo de palestras discorrendo sobre o tópico “Espiritualidade e saúde — Quanto mais conhecemos, mais precisamos conhecer”. “Gostaria de agradecer pela oportunidade de estar aqui, de poder conversar com vocês a respeito destes temas, que são tão importantes para a nossa vida e para o mundo, de forma geral; ao jornalista José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV; e a toda a equipe organizadora deste evento. (...) O meu coração está aquecido pelo sentimento de fraternidade que encontrei nesta casa”, ressaltou na apresentação.

do Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), da LBV. Na ocasião, cinco prestigiados nomes das áreas cientí-fica e religiosa compartilharam com o público presente experiências e rele-vantes estudos, realizados em todo o planeta, que confirmam a importância da Espiritualidade para a manutenção do bem-estar pleno do indivíduo, para a superação de enfermidades ou para que se aprenda a conviver com elas.

Um dos especialistas convida-dos para o encontro, o dr. andré stroppa, psiquiatra, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mestre e doutorando do Núcleo de Pesquisa em Espiri-

nos últimos anos, vários cien-tistas e pesquisadores têm se debruçado sobre o tema

Ciência e Fé a fim de compreender como a Espiritualidade e a crença em uma Força Superior podem contribuir na saúde. Foi com esse objetivo que uma multidão, entre médicos, cientistas, pesquisadores, religiosos, acadêmicos e outros interessados no assunto, se reuniu, em 12 de agosto, superlotando os auditórios no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, e participaram do painel temático “Ciência, Saúde e Espiritualidade”, uma das atividades

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Ação pioneira de Paiva Netto, há décadas, o Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, promove painel temático em Brasília/DF.

tiva das tradições afrodescendentes” — enalteceu a iniciativa da Legião da Boa Vontade de promover o fórum. “Quero trazer, em nome do Ilê Axé Oyá Bagan, os agradecimentos ao nosso José de Paiva Netto por este espaço para trazermos este assunto. É um tema que a nossa população está precisando ouvir, entender e abraçar. Quero agradecer também à LBV o acolhimento que tive neste espaço. Surpreendi-me muito.”

de ateu a religiosoAs contribuições que as tradições

orientais podem oferecer para a medi-cina ocidental foram o tema da palestra

do monge shôjo sato, intitulada “Saú-de e Espiritualidade na perspectiva budista”. Ao iniciar seu discurso, o coordenador do Templo Budista Terra Pura de Brasília recordou-se da história que tem com o Templo da Boa Vonta-de. “Queria agradecer, antes de mais nada, ao jornalista Paiva Netto. Certa-mente, esta frase é dele: ‘Fórum Mun-dial Espírito e Ciência — Ciência e Fé na Trilha do Equilíbrio’. (...) Minha ligação é antiga [com o TBV], porque, antes de me tornar monge [em 1998] — talvez a responsabilidade seja da LBV —, eu vinha muito ao Templo da Boa Vontade. Ficava andan do na espiral e chegava embaixo do cristal

diálogo essenCialDando continuidade à série de

debates, mãe adna santos de araújo — presidente do centro de umbanda Ilê Axé Oyá Bagan; coordenadora, no Distrito Federal, da Rede de Saúde Afrodescendente (Renafro) e chefe de divisão de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro, da Fundação Cultural Palmares — explicou como o saber das tradições religiosas africanas pode auxiliar no tratamento de pa-cientes com problemas de saúde. À Super Rede Boa Vontade de Co-municação (rádio, TV, internet e pu-blicações), ela — que falou acerca de “Saúde e Espiritualidade na perspec-

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o plenário josé de paiva netto (1 e 2) e o auditório austregésilo de athayde (3) alcançaram sua capacidade máxima.

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se combater a postura intoleran-te, compartilhando memória que conserva desde a Segunda Guerra Mundial, quando foi hostilizado por crianças com quem tinha conví-vio pelo fato de pertencer a família de ascendência japonesa. Nesse tocan-te, mencionou o artigo “Hiroshima”, do dirigente da LBV, publicado em centenas de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior. “Paiva Netto recentemente escreveu sobre isso, sobre Hiroshima e [alertou contra] a ignorância humana.”

estudos divulgados em primeira mão

Também presente ao evento, o dr. julio peres, psicólogo e doutor

em Neurociências e Comporta-mento pela Universidade de São Paulo (USP), apresentou estudo inédito de neuroimagem (conhecida como tomografia por emissão de pósitrons) de pintores mediúnicos, realizado pela Universidade Aachen, na Alemanha. Ele, que dissertou sobre “Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia”, ainda declarou: “A LBV está de parabéns por esse pioneirismo fundamental. Que esse diálogo seja cada vez mais aberto e transparente entre esses domínios, que ficaram por bastante tempo isolados e de maneira equivocada, porque a Ciência conversa, sim, com a Espiritualidade, e vice-versa. O entendimento mais claro desse diálogo saudável entre Ciência e Espiritualidade favorece as melho-res abordagens psicoterapêuticas destinadas às pessoas que trazem sofrimentos também de ordem es-piritual. (...) Portanto, esta é uma iniciativa muito, muito importante. Que seja seguido este belo exemplo da LBV por mais pessoas”.

Ao discorrer sobre o tópico “O poder curativo do amor — Evidências científicas” (leia artigo assinado pelo pesquisador na p. 112), o dr. Carlos tosta, imunologista e professor emé-rito da Faculdade de Medicina da

diversos veículos da imprensa destacaram a realização do fmeC, entre eles o Correio Braziliense; o Jornal de Brasília, na coluna do jornalista gilberto amaral; o Jornal da

Comunidade; e o Coletivo. ao lado, imagem da matéria, de página inteira, da jornalista paloma oliveto publicada no caderno “Ciência” do Correio Braziliense.

fórum mundial espírito e CiênCia, da lbv

para receber a luz que passa por ele. Isso contribuiu muito para me levar para a Espiritualidade. Na época, eu era ateu”, afirmou.

O monge Sato também relembrou o período em que chegou à capital federal. “Vim trabalhar em Brasília em 1986. (...) Certamente, busquei esse equilíbrio sem saber que ele é tão importante na LBV. Por isso, não vou agradecer só à equipe da LBV, mas à pessoa do jornalista Paiva Netto, que construiu e mantém o ParlaMundi e consolida a Paz no mundo realizando seminários como este. Quero agradecer, de coração, por estar aqui presente”, disse.

Ainda durante sua fala, chamou a atenção para a importância de

os palestrantes cumprimentam o público e agradecem a receptividade no evento. ao centro (de terno), o mediador do painel, josué bertolin, da lbv.

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Universidade de Brasília (UnB), que encerrou o painel temático do fórum, mostrou a qualidade extraordinária que o Amor carrega em si para gerar o bem-estar das pessoas e de quem está ao redor delas. Expôs também, em primeira mão, a Teoria das Redes Metenergéticas, na qual tem traba-lhado há alguns anos. “Metenergia vem do grego meta, que é além de energia. [Ou seja,] transcende as energias físicas”, destacou.

O médico igualmente enalteceu não apenas a ação vanguardeira da Legião da Boa Vontade de unir o conhecimento científico ao saber religioso, como o trabalho socioedu-cacional que a Instituição desenvolve, de forma ininterrupta, há sessenta e cinco anos. “Manifesto minha gratidão à LBV, pois está engajada nessa obra tão nobre de reduzir as disparidades sociais neste país desde a década de 1940 e de promover, com muita ousadia e coragem, fóruns como este. (...) A iniciativa da LBV — que, lamentavelmente, ainda é rara no nosso país — é fantástica, altamente elogiável. Se a LBV não tivesse nada além disso para ter orgulho, isso só seria suficiente.” Completando, ele salientou: “Mas a LBV é muito mais. Quanto mais eu conheço esta obra social, educativa, essa vontade de colocar na educação o componente espiritual, [mais] acho essencial. É fantástico também o fato de a LBV estar promovendo nestes debates a inter-relação entre Ciência e Espiritualidade. Não há nenhum obstáculo ou separação entre uma coisa e outra. O que faço em meu trabalho é Ciência da Espiritualidade. Ciência e Espiritualidade, para mim, são uma coisa só”.

objetivos do fórumCriado em 2000, pelo diretor-

-presidente da LBV, José de Paiva Netto, o Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC) proporciona o en-contro harmônico entre os diversos setores sociais para a discussão de temas de grande relevância para o progresso da Humanidade. Além do debate teórico, o FMEC pretende estimular a implementação de suas propostas no campo pragmático das realizações da sociedade civil.

Em suas duas primeiras sessões plenárias — respectivamente, em 2000 e em 2004 — houve a par-ticipação de renomados cientistas, pesquisadores, filósofos e religiosos do Brasil e do exterior para, em conjunto com a sociedade, realizar intercâmbio entre o conhecimento

científico e as tradições religiosas lá representadas.

Na edição de 2004, a palestran-te norte-americana diane williams, então presidente do Comitê de ONGs sobre Espiritualidade, Valo-res e Interesses Globais, do qual a Legião da Boa Vontade é cofunda-dora, afirmou ter ficado impressio-nada com o resultado dos debates ali desenvolvidos. Em virtude desse sucesso, a LBV foi convidada a li-derar um subcomitê para que esse diálogo e atividades afins igualmen-te tivessem fórum na sede da ONU em Nova York, nos Estados Unidos.

Atualmente, a Instituição brasi-leira participa do corpo executivo do Comitê de ONGs sobre Espi-ritualidade, Valores e Interesses Globais.

Para saber a respeito da cobertura completa do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, basta acessar o site www.forumespiritoeciencia.org.

aVançada missão do PaRlamundi da lBVNo lançamento da Pedra Fundamental do ParlaMun-

di da LBV, em 21/10/91, Paiva Netto anunciou assim a notável proposta desse fórum, idealizado e fundado por ele, à zero hora do Natal de Jesus de 1994, em Brasília/DF, na presença de mais de cem mil pessoas:

“O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê-nica manterá suas portas abertas a todos os seres de

Boa Vontade. Ele propõe a conciliação universal de todo o conhecimento espiritual e humano, numa poderosa força a serviço dos povos.

“Cizânia, radicalismos, hostilidades de todos os matizes devem per-manecer afastados dos debates e das proposições religiosas, filosóficas, políticas, científicas, econômicas, artísticas, esportivas e o que mais o seja, pois o ser humano nasce na Terra para viver em sociedade, socie-dade solidária altruística ecumênica.

“A proposição do ParlaMundi da LBV visa também conciliar o co-nhecimento vigente no mundo físico com o saber infinitamente amplo, situado na dimensão do Espírito Eterno; unir o ser humano às civilizações que existem no Mundo Espiritual, ainda invisível aos nossos pobres e restritíssimos cinco sentidos materiais”.

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Um estudo sobre a influência das emoções no organismo humano.

eduardo tosta

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– e v i d ê n c i a s c i e n t í f i c a s –

o que é o amor?Não há quem não tenha expe-

rimentado o amor. Entretanto, se tentarmos defini-lo, todos teremos dificuldade. Três categorias de pes-soa, por sua sensibilidade, são mais propensas a entender o que é o amor: os místicos, os filósofos e os poetas. patañjali, místico indiano criador de importante sistema de ioga, que viveu em torno de 400 a.C., ensinou-nos que “o amor é uma forma de conhecimento. Conhecemos, realmente, uma coisa ou pessoa tornando-nos um com ela através do amor. Assim, o amor tem uma sabedoria que a mente não alcança, e através dele nos unificamos com o que está além de nossos limites pessoais, o que é um imenso passo na di-

reção da liberdade”. Por sua vez, platão, um dos maiores filósofos ocidentais, que viveu na Grécia aproximadamente entre 428 e 348 a.C., considerava o amor como a disposição para elevar-se em busca do que é eterno, perfeito e imutável, ou seja, do que liga o humano ao divino. Se Patañjali acreditou ser o amor aquilo que une as pessoas, Platão complementou essa defini-ção afirmando que ele é o caminho da união do humano com o divino. Para um poeta, o amor é transcen-der de si e ver-se no outro; é en-contrar o divino em nós e no outro e, ao deparar com Deus, alcançar a libertação. A primazia do amor faz parte dos ensinamentos de todos os grandes mestres e profetas e forma a base da maioria das religiões.

eduardo tosta é graduado em medicina pela universidade do estado do rio de janeiro e tem especialização em

alergia e imunologia Clínica pela mesma universidade, mestrado em medicina

tropical pela universidade federal do rio de janeiro e doutorado e pós-doutorado em imunologia pela universidade de londres.

é pesquisador e professor emérito da faculdade de medicina da universidade de

brasília.

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qual é a natureza do amor?

Podemos considerar que ele constitui a própria essência da Alma humana, mantendo a vida, de nós emanando e transformando existên-cias. Por isso, tem características que o assemelham à metenergia. Entende-se por metenergia aquilo que vai além de todas as energias ou forças físicas conhecidas, entre as quais as eletromagnéticas, a gravitacional e as associadas aos átomos. Isso porque o amor: (1) não é limitado ao espaço, atuando instantaneamente, alcançando a pessoa-alvo onde quer que ela esteja e agindo tanto no mundo físico como no espiritual; (2) não é limitado ao tempo, pois atua no presente e no passado (no futuro?), é eterno e transcende existências; (3) não é bloqueável pela matéria, como o são todas as energias eletromag-néticas (eletricidade, magnetismo, som, luz, radioatividade etc.); (4) é inesgotável, pois, quanto mais se doa, mais se tem; e (5) é sujeito à intencionalidade, já que preces

intercessoras e tratamentos a dis-tância, práticas essas de doação de amor, serão tanto mais eficazes quanto maior for a disposição com-passiva, ou seja, a intenção das pessoas que os realizam de ajudar o próximo.

As preces intercessoras e os tratamentos a distância são os melhores modelos para entender a natureza do amor, e a esse respeito existe grande quantidade de pes-quisas científicas. Está comprovado que tais práticas podem atuar a distâncias intercontinentais e agir tanto no presente como retroagir ao passado, atingindo a pessoa-alvo onde quer que ela esteja. Sua eficá-cia depende do grau de compaixão de quem as realiza.

quais são as propriedades do amor?

Comportando-se como metener-gia, esse sentimento tem estranhas propriedades, que o distinguem de todas as energias conhecidas: (1) o amor é contagiante, pois podemos mudar as pessoas e, consequente-

quais são as Categorias do amor?

De acordo com seu alvo, o amor pode ser categorizado como amor vital (à vida), filial (dos filhos aos pais), grupal (ao grupo), social (às relações sociais), fraterno (aos irmãos e amigos), romântico (ao companheiro), materno/paterno (dos pais aos filhos), altruístico (ao próximo), incondicional (também ao próximo, só que sem precondições) e transcendental (a Deus). Os alvos e, consequentemente, as categorias do amor sucedem-se ou tornam-se mais fortes de acordo com as diver-sas fases da existência, do recém--nascido ao idoso. As motivações e consequências das várias categorias do amor são diferentes. Enquanto o romântico redunda em prazer, completude e companheirismo, o materno é instintivo e provoca a autoperpetuação e a preservação da espécie. O incondicional, a mais sublime emanação de nossa Alma, não tem qualquer motivação além do desejo de doá-lo a quem dele precisa.

“Podemos considerar que o amor constitui a própria essência

da Alma humana, mantendo a vida, de nós emanando e transformando

existências.”

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mente, o mundo, contagiando-os com ele; (2) obtém-se amor doando-o, o que é o grande paradoxo dele, pois, quanto mais se o dá, mais se o tem; (3) o amor destrói as barreiras que nos separam de nós, porque constitui nossa própria essência, condição essa que nos permite considerar que se impregnar dele é o mesmo que se espiritualizar, se autoconhecer, encontrar nossa essência ou alcançar a transcendência; (4) o amor destrói as barreiras que nos separam do outro, entre as quais o preconceito, a arrogância, o egoísmo, a desconfian-ça, o ciúme e a animosidade, porque é ele que nos liga ao outro. Assim, amar os outros como a si mesmo é o mesmo que alterizar, colocar-se no lugar do outro e procurar sentir o que este sente e aceitá-lo, ainda que não entendamos suas razões ou

discordemos de suas opiniões; (5) o amor destrói as barreiras que nos separam de Deus, a fonte de toda a amorosidade e sua expressão maior e mais sublime; e (6) o amor gera saúde, porque é a mais poderosa das forças reequilibradoras, e saúde é equilíbrio.

qual é a relação entre o amor e a espiritualidade?

Como o amor constitui a própria essência da Alma humana, pode-mos considerar a Espiritualidade como sinônimo de amorosidade. Nossa saúde espiritual será tan-to maior quanto maior for nossa capacidade de expressar amor. Reconhece-se que a saúde espiritual nutre e influencia a física, a psíquica e a interpessoal.

Como o amor pode gerar saúde e Curar doenças?

Inicialmente, convém lembrar que ele é: (1) o mais universal de todos os medicamentos, porque é a própria natureza da Alma humana; (2) o mais global, porque pode estar presente em todos os sistemas de saúde; (3) o mais antigo, porque sempre existiu; (4) o mais holístico, porque atua em todas as dimensões do ser — física, psíquica, interpes-soal e espiritual; (5) o mais seguro, porque nunca prejudica e é isento de efeitos colaterais; (6) o mais efetivo, porque sempre funciona; (7) o mais barato, porque é dado e recebido a custo zero; (8) o mais poderoso, por-que pode ser usado para manter a saúde e tratar qualquer doença; (9) o mais democrático, porque todos

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quais são as vantagens de ser um profissional de saúde amoroso?

A amorosidade do profissional de saúde não só beneficia sua pró-pria pessoa, mas também aumenta seu poder de cura. O profissional de saúde compassivo é aquele que considera seu paciente como a razão de ser de sua vida profissional, e não como um estorvo ou um mal neces-sário; atua centrado no paciente, e não em sua doença; sabe acolher seu paciente; sabe “tocar a Alma” do paciente com palavras e atitudes; é atencioso, sensível, sincero, honesto e humilde; explica para o paciente, com clareza, a razão dos padecimen-tos dele; não é prepotente; compar-tilha suas decisões com o paciente; e, muito importante, jamais destrói a esperança do doente. Assim, o profissional de saúde compassivo estabelece, de imediato, uma relação afetiva com seu paciente, a qual torna sua atividade profissional mais prazerosa e eficaz, reduz o sofrimento e a ansiedade do paciente e evita o excesso de medicamentos e exames. Todos ganham com isso.

o paradoXo de uma humanidade Cada vez mais sadia e mais doente

Existem indicadores inquestioná-veis de que a Humanidade está cada vez mais sadia: a expectativa de vida aumentou de 37 para 73 anos no último século; houve redução significativa da mortalidade infantil, da desnutrição e das doenças infec-ciosas; e aumento geral dos índices da saúde e da qualidade de vida das pessoas. Devemos esses avanços ao maior acesso da população à vaci-nação, aos alimentos e à água pura; à melhora do saneamento básico; à maior ênfase na prevenção das doenças; ao estímulo à adoção de estilos de vida saudáveis; à melhoria dos métodos de diagnóstico e dos tratamentos; à conscientização do custo social das doenças; e à ten-dência ao retorno da visão integral do ser humano. Por outro lado, a ansiedade e a depressão atingem níveis epidêmicos; ocorre aumento significativo das patologias asso-ciadas à ansiedade, entre as quais a hipertensão arterial, as corona-riopatias, o diabetes, a obesidade, a osteoporose e as alergias, e dos níveis de colesterol, dos distúrbios de atenção e dos distúrbios sexuais; o individualismo, a competitivida-de e o consumismo prevalecem na sociedade; eleva-se o grau de desconfiança, de preconceito e de hostilidade entre as pessoas; a frequência de crimes sexuais e de violência de toda espécie, inclusive a causada por intolerância religio-sa, amplia-se assustadoramente; e cresce o consumo de drogas, lícitas e ilícitas, enquanto o número de suicídios ultrapassa a taxa de um milhão por ano, ou 2.740 por dia, na população mundial.

podem doar e receber; (10) o mais simples dos medicamentos, porque não exige registros nem patentes para ser utilizado.

A Ciência reconhece que as emoções antiamorosas, entre as quais o ódio, o remorso, a mágoa, o ressentimento, o desprezo, o desgosto, a vergonha, o ciúme, a revolta, a agressividade, o pessimis-mo, a desconfiança e a vingança, são altamente desestabilizadoras, podendo comprometer o sistema imunoneuroendócrino e causar desequilíbrio psíquico e orgânico e, consequentemente, sendo capazes de induzir ou agravar doenças. Por sua vez, emoções amorosas, como a compaixão, a afetuosidade, a cordia-lidade, a generosidade, a felicidade, a paciência, a tolerância, o perdão, a conciliação, a aceitação, a con-fiança, o otimismo e a ternura, são estabilizadoras do sistema imuno-neuroendócrino, causando equilíbrio psíquico e físico e, em consequência, concorrendo para a manutenção da saúde e a cura de doenças. O amor é capaz de gerar saúde e cura porque transmuta as emoções antiamorosas em amorosas.

O amor, comprovadamente, atua sobre nosso organismo, modifican-do a produção de hormônios e de neuropeptídios do sistema nervoso e causando redução da ansiedade e da depressão, aumento da imuni-dade e da sensação de bem-estar, diminuição da pressão arterial, melhora da memória e redução da neurodegeneração associada a quadros demenciais. Além disso, ele facilita a formação de vínculos pessoais; aumenta o senso de co-nectividade, de humor positivo e de autoestima; estimula a adoção de hábitos saudáveis de vida; e reduz o risco de mortalidade.

espiritualidade e saúde

“(...) emoções amorosas (...) são

estabilizadoras do sistema imunoneuroendócrino, causando equilíbrio psíquico e físico e, em consequência, concorrendo para a

manutenção da saúde e a cura de doenças.”

116 BOA VONTADE

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A que atribuir essa terrível situa-ção por que passa a Humanidade? Podemos considerar que a principal razão desses males é o fato de vivermos dominados pelos quatro vazios: o vazio de valores (“O que são honra e dignidade?”), o vazio ideológico (“Em que acreditar?”), o vazio existencial (“Qual é o sentido da vida?”) e o vazio espiritual (“Quem sou eu?”). Este último é especial-mente deletério, porque alimenta os demais vazios. Ele se manifesta pelas falsas identidades que adotamos em nossa existência: “Sou meu corpo”, “Sou minhas sensações e meu pra-zer”, “Sou minha posição social”, “Sou minhas posses”, “Sou minha fama”, “Sou meu poder”, “Sou mi-nha família”, “Sou minha rede de amizades”, “Sou minhas roupas e adereços”, “Sou meu sofrimento”, “Sou minhas virtudes” etc. As con-sequências de adotarmos falsas iden-tidades são várias: o vazio espiritual,

o vazio existencial, o egocentrismo, o materialismo, o consumismo, a frustração, o medo, a ansiedade, a angústia, a infelicidade, as doenças, entre outras.

a mensagemTodas as grandes tradições re-

ligiosas nos ensinam que somos algo que transcende ao corpo físico. O cientista, filósofo e sacerdote francês pierre teilhard de Chardin (1881-1955) foi muito feliz quando afirmou: “Não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais tendo uma experiência humana”. Ao longo da existência, temos frequentes vislum-bres de nossa natureza espiritual: a sensação de que existe algo maior e mais profundo; a convicção de que somos mais do que julgamos ser; o sentimento de que a vida assim não faz sentido; a emoção ante o belo, o bom, o justo e a criação; o sentimen-

to de nostalgia, associado a algo que não conseguimos definir, expressão da saudade de quem somos, mas que deixamos perder; a inclinação natural do ser humano para a prática do Bem; e as consequentes “dores da Alma” quando essa prática não ocorre. O grande escritor, pintor e poeta libanês khalil gibran (1883-1931) descreveu, magistralmente, em sua obra-prima O Profeta, ins-pirada em Jesus, a razão de ser de nossa existência: “(...) E eu vos digo que a vida é realmente escuridão, exceto quando há um impulso. E todo impulso é cego, exceto quando há saber. E todo saber é vão, exceto quando há trabalho. E todo trabalho é vazio, exceto quando há amor. E o que é trabalhar com amor? É pôr em todas as coisas um sopro de vossa Alma”. Que aproveitemos nossa passagem pelo mundo para distribuir sopros de nossa Alma em forma de amor!

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Page 118: Revista Boa Vontade - Edição 240

templo da boa vontade

“Fiquei muito bem impressionado [com o TBV]. Aqui é um lugar de paz, de encontro, de fraternidade, de compartilhar as experiências espirituais.(...) Precisamos de mais lugares como este no mundo inteiro. É especial, com muita Espiritualidade e boas energias, sem dúvida! (...) A energia do Cristal [Sagrado] é o que mais caracteriza este lugar, é a concentração suprema da energia. É um lugar onde você pode encontrar a ligação, este elo com a Espiritualidade. (...) É uma grande vantagem para os moradores de Brasília ter um local com essas características, tão especial para meditar, para ver pessoas de distintas religiões, sem as restrições que normalmente temos.”

dr. alan bojaniCEngenheiro agrônomo, o representante da

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil conheceu em julho de 2015 o

Templo da Boa Vontade.

VISITE! SGAS 915 • Brasília/DFBrasil • Tel.: (61) 3114-1070

www.tbv.com.br/conheca

Eduardo Izaias

dr. alan bojanic (d) recebe de paulo medeiros, da lbv, a edição 239 da revista boa vontade.

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çalo especial para meditar

Recanto de Paz que fortalece

a alma

Eleito em votação popular, realizada em junho de 2008, uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, Brasil, o Templo da Boa Vontade (TBV), símbolo maior do Ecumenismo Divino, completa neste mês mais um aniversário, reafirmando o ideal de trazer ao mundo uma mensagem de Paz e União entre todos os povos, etnias e tradições religiosas. Paiva Netto idealizou e fundou o TBV, inaugurando-o a 21 de outubro de 1989, data que regis-trava dez anos da volta à Pátria Espiritual do fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), como forma de homenageá-lo, pois foi ele que, pela primeira vez, sonhou com um templo totalmente ecumênico.

O TBV é o monumento mais visitado da capital brasileira, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), tendo recebido mais de 26 milhões de pessoas, entre peregrinos e turistas, desde sua inauguração. Ao lado do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi) e de sua sede administrativa, a Pirâmide da LBV integra o Conjunto Ecumênico da Instituição.

tBV 26 anos

118 BOA VONTADE

Page 119: Revista Boa Vontade - Edição 240

o templo do ecumenismo divino, monumento mais visitado da capital federal, foi destaque na página oficial do ministério do turismo no instagram. na rede social, o órgão recomenda a visita ao tbv. “O Templo da Boa Vontade, em Brasília (DF), é um espaço de espiritualidade e reflexão muito apreciado pelos turistas que visitam a capital. Visite e volte recarregado de energias positivas!.”

|| leia mais em http://goo.gl/pfnu0q

casa de reconhecimento

pessoal“[Visitar o Templo da Boa

Vontade] foi uma experiência maravilhosa. Esta casa é alta-mente espiritualizada, e a gente encontra muito [respeito] aqui de acordo com aquilo em que acre-dita, com o que sente. É um lugar para a gente se encontrar. Estou me sentindo muito bem. Uma paz muito grande. (...) Um lugar desses é bom para abrir a mente das pessoas para que elas entendam que tudo é uma coisa só, que estamos todos ligados. O Criador disso tudo está acima de todas as religiões, de tudo isso aí que existe; está muito acima. A beleza maior [do TBV] está na energia, no sentimento que a gente encontra aqui.”

netinhoDepois de receber indicações de amigos, o cantor baiano visitou

pela primeira vez o monumento, em julho de 2015.

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O Templo da Boa Vontade (TBV) recebeu, em 15 de agosto, do em-baixador do Escritório Econômico e Cultural de Taipei (cidade situada ao norte de Taiwan, República da China) no Brasil, isaac tsai, um quadro da artista taiwanesa shen lee. A obra ficará exposta na Galeria de Congratulações do monumento, a fim de que todos os que o visitarem possam admirá-la.

Segundo o diplomata, “este é o primeiro presente de Taiwan a um país sul-americano”. Ele também explicou por que o TBV foi escolhi-do para a homenagem. “Com esta imagem de Jesus, desejo demonstrar que tanto brasileiros quanto taiwaneses têm o mesmo espírito bondoso e caridoso. Que esta obra de arte fique disponível aos olhos do público no Brasil, em Brasília, para que todos saibam da estima de Taiwan pela LBV.”

Completando, fez questão de destacar: “Taiwan, assim como o Brasil, é um país com pluralismo religioso, e as pessoas têm toda a liberdade religiosa, sendo iguais, in-dependentemente de suas filosofias ou religiões. É com grande prazer e honra que ofereço este singelo quadro, feito de madeira nobre, para adornar este templo da Legião da Boa Vontade (LBV), em Brasília”.

embaixada de taiwan presenteia o tBVtaiwan

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Page 120: Revista Boa Vontade - Edição 240

paulo kramer, professor doutor, cientista político e assessor parlamentar.

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opinião — Congresso em pauta

e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos”. Agora, se não houver veto da presidente à data estipulada pelo Senado, o cálculo será alterado progressivamente a partir de 2019, com as somas de idade e tempo de contribuição sendo majoradas em um ponto a cada dois anos. Assim, o segurado que requerer aposentadoria em 2019 precisará ter mais um ano de contribuição ou idade para chegar à pontuação que dá direito ao benefí-cio de valor integral (86 pontos para mulheres; 96 para homens); 87/97 em 2021; 88/98 em 2023; 89/99 em 2025; e 90/100 de 2027 em diante.

A esta altura, vale recordar a ori-gem do fator previdenciário, e, para tanto, louvo-me do ótimo estudo dos consultores legislativos do Senado Federal fernando b. meneguin e pedro fernando nery, “Fator Previdenciário ou Fórmula 85/95? A Construção de uma Alternativa”.

do ajuste fiscal projetado pelo mi-nistro da Fazenda, joaquim levy), haviam aprovado, como alternativa ao fator, para mulheres seguradas do INSS cuja soma de idade com tempo de contribuição à Previdên-cia Social perfaz 85 anos/pontos; e, para os homens, 95.

Em 7 de outubro, o plenário do Senado fez mudanças à medida enviada pelo Executivo, adotando o escalonamento a partir de 2019.

Com o objetivo expresso de “preservar a sustentabilidade da Previdência”, o texto da MP diz: “o segurado que preencher o requisito para aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de con-tribuição [...], na data de requeri-mento da aposentadoria for: igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem; e igual ou superior a oitenta

paulo kramer | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

O DILEMApreVidenciÁrio Brasileiro

contra o pano de fundo de uma dupla crise (econômica e política) ainda sem des-

fecho previsível, a presidente da República dilma rousseff lançou um ramo de oliveira ao Congresso Nacional, editando a Medida Pro-visória no 676/2015, ao mesmo tempo em que vetou a flexibilização do fator previdenciário. O novo texto tornava progressiva, já em 2017, a “fórmula 85/95”, que os parlamentares, ao modificarem a MP no 664/2014 (um dos pilares

120 BOA VONTADE

Page 121: Revista Boa Vontade - Edição 240

O fator foi introduzido na cha-mada primeira reforma da Previ-dência, no segundo mandato do ex-presidente fernando henrique Cardoso, pela Lei no 9.876/1999, como índice a ser multiplicado à média dos salários de contribuição, para dar direito ao salário-benefício da aposentadoria. Trata-se de uma fórmula complexa em que entram variáveis como tempo de contribui-ção, idade, expectativa de sobrevida à época da aposentadoria para ambos os sexos (esta calculada e periodicamente recalculada pelo IBGE). A finalidade do fator, claro, é estimular o segurado a que adie a decisão de se aposentar: benefício menor se ele (ou ela) se aposenta mais jovem e maior se deixa para fazê-lo mais velho(a), independen-temente de já ter cumprido o tempo mínimo de contribuição (homens: 35 anos; mulheres: 30).

Como lembram Meneguin e Nery, a fórmula 85/95 já havia sido

debatida anteriormente, durante a segunda reforma da Previdência (primeiro mandato do ex-presidente

luiz inácio lula da silva), resul-tando nas Emendas Constitucionais nos 41/2003 e 47/2005, aplicada como “regra de transição” para o funcionalismo público. E o texto alterado da MP 664/2014, aprova-do pelo Legislativo e rejeitado pelo Executivo, “se assemelha ao subs-titutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei no 3.299/2008, do senador Paulo Paim”.

que diferença isso faz para quem vai se aposentar?

Pelo fator previdenciário, uma mulher com 55 anos de idade e 30 de contribuição se aposentaria com 70% do salário de contribuição; e um homem com 60 anos de idade e 35 de contribuição, com 85%. Já pela fórmula 85/95, a mesma mulher e o mesmo homem se apo-sentariam com 100% do salário de contribuição. Sob a regra atual, a mulher, para ter direito a 100%,

“No Brasil, os demógrafos advertem

sobre o iminente fechamento (2030) da janela de oportunidade

consistente na presente situação, quando é maior o

número de pessoas em idade de trabalhar do que o de crianças e

adolescentes, de um lado, e o de

idosos, do outro.”

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Page 122: Revista Boa Vontade - Edição 240

opinião — Congresso em pauta

“Considerandoo rápido

amadurecimentoda pirâmide etáriabrasileira, o país

corre grave risco deenvelhecer antesde ficar rico. Umalerta para todos

nós, governantes egovernados.”

teria que se aposentar mais tarde (aos 61 anos, com 36 de contri-buição); e o homem, aos 63 e 38, respectivamente.

De acordo com o Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher brasileira com 55 anos de idade tem, hoje, uma expectativa de sobrevida de mais 28 anos, um pouco menor apenas que o tempo de contribuição (30 anos), na hipótese de adoção da fórmula 85/95. Na mesma hipó-tese, a aposentadoria com valor integral do salário de contribuição (100%) corresponde a mais que o triplo da alíquota de contribuição (31%, na soma dos recolhimentos da empregada e do patrão), o que se reflete no desequilíbrio (déficit) das contas da Previdência. Um desequilíbrio que o fator previden-ciário atenua, mas não elimina. No entendimento dos experts, para atingir o equilíbrio dessas contas (ou chegar mais perto disso) seria preciso estabelecer uma idade mí-nima, relativamente elevada, para a aposentadoria, algo que nem o Executivo nem o Legislativo fizeram até hoje.

Apenas para ilustrar com um exemplo bem atual, em 2010, pressionada pelos efeitos da grande recessão global de dois anos antes, a Grécia fixara esse mínimo, para homens, em 65 anos. Agora, em meio ao dramático agravamento da crise de sua dívida (172% do PIB em dezembro de 2014), o governo do premiê alexis tsipras, fortemen-

te pressionado pela chamada troika (Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia e Fundo Mo-netário Internacional) – e também pela Alemanha da chanceler angela merkel, maior potência econômica da eurozona –, aumentou essa idade mínima para 67 anos, entre outras medidas de reestruturação das finanças públicas.

O déficit previdenciário grego corresponde a 18% do PIB; o bra-sileiro já bate em 10%.

Voltando ao Brasil, os demó-grafos advertem sobre o iminente fechamento (2030) da janela de oportunidade consistente na presente situação, quando é maior o número de pessoas em idade de trabalhar do que o de crianças e adolescentes, de um lado, e o de idosos, do outro. É evidente que esse “bônus demo-gráfico” só poderia ser plenamente aproveitado se o nosso país efetuasse suficientes investimentos bem dire-cionados para a qualificação profis-sional da população trabalhadora; a inovação tecnológica baseada em sólidas parcerias entre universidades e empresas; e a modernização acele-rada da infraestrutura de transportes, logística e comunicações, providên-cias indispensáveis para catapultar o Brasil do seu atual patamar de renda média para o nível de renda das nações desenvolvidas – tudo com vistas ao incremento geral da produtividade, sem o qual aumentos nominais de salário (e também do valor das aposentadorias e pensões) servem apenas para atiçar o fogo inflacionário.

Considerando o rápido amadu-recimento da pirâmide etária bra-sileira, o país corre grave risco de envelhecer antes de ficar rico. Um alerta para todos nós, governantes e governados.

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Page 123: Revista Boa Vontade - Edição 240

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Page 124: Revista Boa Vontade - Edição 240

opinião — mídia alternativa

o vídeo de um policial branco flagrado agredindo uma adolescente negra de 14

anos em McKinney, cidade do Texas, nos Estados Unidos, teve ampla repercussão nas redes sociais e, em seguida, em jornais e emissoras de rádio e televisão norte-americanos e de outros países. Nas imagens, gravadas por um cidadão comum, o

por Carlos arthur pitombeira | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

Carlos arthur pitombeira, jornalista.

Felip

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eita

s agente da polícia aparece empurran-do a menina ao chão, puxando seus cabelos e, ainda, apontando a arma contra outros jovens negros, que criticavam sua truculência. Além de provocar a punição do policial e acender polêmicas em torno do racismo, o vídeo reabre um debate importante: como o jornalismo parti-cipativo pode atuar como um aliado dos grandes veículos de comunica-ção, incentivando a participação popular na produção de conteúdos?

O flagrante no Texas foi conside-rado excelente trabalho por garantir o poder às comunidades e se trans-formar em algo de fácil abordagem e relevante para a maioria das pessoas nesta fase, em que a tecnologia vai mudando a atividade das empresas de comunicação; em que jornalismo de gabinete vai cedendo lugar à notícia local; em que os internautas

com perfis no Twitter e Facebook e os que mantêm blogs se vão aos poucos conscientizando de que a internet, embora seja um território livre, precisa ser usada com respon-sabilidade. Essa, com certeza, é a maior dificuldade encontrada pela grande mídia para poder prestar serviço à comunidade, aprimoran-do os detalhes da informação que melhoram o conteúdo.

As redações têm, sim, como ser-vir de laboratório de jornalismo par-ticipativo e do microjornalismo, que, mais que uma questão geográfica, fala dos interesses de cada indivíduo, quer percorrendo determinada rede, quer percorrendo a mídia social, le-vando sempre em conta a credibilida-de de quem conta a história. Antes, porém, precisamos que as redações ajudem a desmascarar a desinforma-ção, tirando de circulação um bom

Novos caminhose desafios da mídia

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124 BOA VONTADE

Page 125: Revista Boa Vontade - Edição 240

número de “jornalistas” de internet, uns com e outros sem registro pro-fissional, publicando matérias sem apuração e ainda injuriando pessoas. Algumas dessas intervenções ainda destacam fotos montadas e boatos como informação séria.

demoCratização e jornalismo

É preciso ainda treinar leitores e vizinhos para serem participantes ativos e testemunhas oculares; tra-balhar para que eles, nos locais de ocorrência, ajudem as redações a tirar dúvidas das informações para uma reportagem, levando em conta a ética jornalística da qual deverão es-tar cientes; e preparar as escolas de comunicação para que tenham maior acesso prático a treinamentos para esse novo modelo que se quer alcan-çar de um jornalismo participativo e

de um microjornalismo, ambos com transparência e responsabilidade, contribuindo, em sua totalidade, para ajudar os indivíduos a compreender qual a melhor forma de criar e com-partilhar dados confiáveis.

Esse é o gigantesco desafio para ajustar os caminhos da co-municação nestes novos tempos de sobrecarga de informação, quando muitas coisas que vemos, ouvimos ou lemos são equivocadas, deso-nestas ou mesmo perigosas. Agora não é mais o cidadão-repórter que procura o jornal para publicar seu relato, mas, sim, o jornalista que mergulha nas mídias sociais em busca de algo relevante para trans-formar em notícia com conteúdo.

O caminho, ao que nos parece, é dar o primeiro passo: conter a desinformação on-line, com jornais, emissoras de rádio e televisão pro-

curando o engajamento direto nas comunidades e trazendo-as para o processo de obtenção e veiculação da informação e tornando-as conscien-tes de sua força para mostrar valores. Nesse processo, ainda é necessário instruir os moradores em como é feita uma reportagem por meio da produção de conteúdos responsáveis.

Outro ponto que merece reflexão é o seguinte: diante de tanto assunto oferecido pelas redes de “confiança” e amigos, o noticiário convencional é relevante para quem?

O jornalismo participativo e o microjornalismo, corrigidas as dis-torções presentes hoje no uso da internet, podem ser um forte aliado nas regiões metropolitanas, desper-tando os sentimentos mais primários de cidadania. Eles formam outro segmento para a democratização da mídia no país.

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Page 126: Revista Boa Vontade - Edição 240

na terceira idadeQuedas

— um proBlema de saúde púBlica —

por walter periotto | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

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Melhor idade

Page 127: Revista Boa Vontade - Edição 240

a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2050, a população com

mais de 60 anos de idade chegará a 2 bilhões* em todo o mundo e que, em 2020, a quantidade de idosos ultrapassará, pela primeira vez na História, a de crianças com menos de 5 anos. Essas previsões têm esti-mulado os debates sobre o aumento da longevidade, especialmente quanto à melhora da qualidade de vida e à solução das questões en-frentadas pelas pessoas da terceira idade em todos os âmbitos sociais.

Nesse contexto, o problema das quedas, muito comuns nessa faixa etária, tem recebido atenção especial. Médicos argumentam que um tombo com fratura pode ser o disparador de complicações no organismo do paciente, que podem

levá-lo a óbito. De acordo com o diretor do Insti-tuto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), dr. joão antonio

matheus guimarães, “o que acon-tece com o paciente idoso é que, às vezes, ele sofre uma queda da própria altura, queda essa que, num paciente mais jovem, pode não

walter periotto é jornalista. foi representante da lbv dos estados unidos

da américa na década de 1980.

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Para evitar que acidentes com quedas aconteçam, especia-listas recomendam ao idoso exercícios físicos que aumentem a força muscular e trabalhem o equilíbrio dele, feitos sem-pre com prescrição médica e o devido acompanhamento profissional. Destaco, a seguir, algumas medidas que podem dificultar a ocorrência de quedas.

• Prefira tapetes emborrachados e que não escorre-guem, inclusive nos banheiros.

• Deixe espaço livre para caminhar.• Tenha cuidado especial com os tropeços em animais domés-

ticos.• Peça ajuda para retirar do caminho fios ou extensões elétricas

e objetos espalhados no chão.• Procure sentar em sofás e cadeiras altos e firmes e em pol-

tronas com braço.• Evite escadas sem corrimão ou com degraus estreitos.• Utilize fitas antiderrapantes nos degraus para não escorregar.• Instale barras de segurança nos banheiros.• Preste bastante atenção quando estiver andando em lugares

que não conhece ou mal iluminados.• Atravesse a rua somente na faixa de pedestres e fique atento

ao semáforo.• Tenha cuidado também com o piso das calçadas.

todo cuidado é Pouco

trazer consequências mais graves, mas, num idoso, principalmente se for um idoso que tenha osteoporose, pode terminar numa fratura que acabe necessitando de cirurgia”.

A dra. monica perracini, fisiote-rapeuta e professora da Universida-de da Cidade de São Paulo (Unicid), destaca que o perigo maior ocorre justa-mente nos casos em que se tenha de fazer intervenção cirúrgica. “As complica-ções no pós-operatório no idoso é que podem ser mais deletérias para a saúde dele do que

propriamente a queda e a fratura. Ele pode ter outras complicações que venham a causar até a morte, em razão da queda.”

Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos uma vez por ano cerca de 30% dos indivíduos com mais de

65 anos sofrem alguma fra-tura ao cair, estatística que cresce no cenário global, em que de 30% a 60% da população idosa cai anual-mente. Dessas quedas, de 40% a 60% levam a algum

tipo de lesão, conforme divulgou a OMS. Precisamos ficar atentos!

Fonte: Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

dr. joão antonio guimarães

dra. monica perracini

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* Em novembro de 2014, o número de idosos no mundo todo era de 841 milhões.

BOA VONTADE 127

Page 128: Revista Boa Vontade - Edição 240

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guilherme de oliveira barral, 9 anos.salvador/ba

Quando a gente segue os ensinamen-tos de Jesus — de Amor, de Respeito, de Paz —, a gente fica com a luz muito grande e pode iluminar todo mundo.

Para a nossa luz brilhar, temos que obedecer ao pai e à mãe da gente e res-peitar todas as pessoas do mundo, não praticar violência em lugar nenhum, não praticar bullying, porque é uma coisa

muito feia. Tudo de bom que a gente tem deve brilhar. Devemos ser educados, para que as pessoas vejam e respeitem a gente.

(...)Quanto mais a gente faz o Bem, maior

Bem a gente recebe e maior a nossa luz vai ficar e vai iluminar todo mundo!

Ensinou o Divino Mestre ao povo:“Vocês são a luz do mundo! Não se pode esconder uma

cidade construída sobre um monte; nem se acende uma vela para colocá-la debaixo de um móvel; porém, em um lugar alto,

de modo que sua claridade ilumine a todos os que estão na casa.“Assim, brilhe também a luz interior de cada um de vocês

diante dos homens, para que eles vejam as Boas Obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai que está nos Céus”.

Os discípulos, a luz do mundo(Adaptação do Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 5:14 a 16.)

Comentário do Soldadinho de Deus

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(1) Yara Cruzeiro dos santos, 10 anos. uberlândia/mg; (2) luiz gustavo Camargo de matos, 10 anos. ventania/pr; (3) stefany arceno, 6 anos. biguaçu/sC; (4) maria luiza brugnolo Corrêa, 1 ano. pais: silvana e marco antonio Corrêa. são paulo/sp; (5) helton leandro barroco júnior, 9 anos. arapongas/pr; (6) tarcylla vitória da silva oliveira, na foto com 3 meses. pais: kelly

da silva meireles e tiago de oliveira. moreno/pe; (7) antony marcos santos de menezes, 11 anos. recife/pe; (8) tarsila alves viana, 6 anos, em momento de prece. brasília/df; (9) os irmãos lívia, 10 anos, e felipe de souza mendes, 2. salinas/mg; (10) larissa figueiredo marques, 9 anos. são joão da boa vista/sp; (11) bruno daniel de freitas paresqui, 6 meses. pais: maria

das graças freitas paresqui e alan lincoln barbosa do amaral paresqui. rio de janeiro/rj; e (12) mariah letícia dutra, 1 ano. pais: Crislayne karyne e andré santos. Campo grande, rio de janeiro/rj.

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Quem nunca ouviu alguém dizer “O carro deu perca total” ou “Isso é uma perca de tem-

po”? O uso de perca em construções como essas não é correto, devendo ser aplicado no lugar desse termo o vocábulo perda. O engano ocorre porque ambas as palavras são pa-rônimas, isto é, aquelas com grafia e pronúncia semelhantes. Então, quando se devem empregar uma e outra? Vejamos.

As duas palavras são relacionadas ao verbo perder. perda é substantivo feminino e significa fato de deixar de possuir ou de ter algo, sendo tam-bém sinônimo de extravio, sumiço, privação, dano total ou parcial e fim. Exemplos:

“Precisamos chegar à cidade mais próxima sem perda de tempo”; e

“A perda da disciplina é uma falta grave”.

perca é a forma conjugada do verbo perder na primeira e na terceira pessoa do singular do presente do

adriane schirmer, professora.

Dani

el T

revis

an subjuntivo ou na terceira pessoa do singular do imperativo (tanto afirma-tivo quanto negativo). Exemplos:

“Deus, não permita que eu perca a esperança”;

“Não quero que ele perca o sorriso nos lábios!”;

“perca peso de forma saudável”;“perca o medo de dirigir”; “Menino, não perca a hora!”; e“Ninguém vive perdido por toda a

Eternidade. É do interesse do Criador que nenhuma de Suas criaturas se perca. E Ele a todos criou” (Paiva Netto, no artigo “‘Ide e pregai’. A missão é nossa!”, parte 2).

Uma dupla de verbos que pode igualmente causar confusão é absol-ver e absorver. absolver quer dizer inocentar, perdoar, remir. Exemplo:

“Os jurados absolveram o réu”.Deriva de absolver o substantivo

feminino absolvição, que é a decisão judicial a qual reconhece improce-

dente uma acusação contra alguém ou o perdão de faltas e erros.

absorver é o mesmo que embe-ber, aspirar, sorver, ingerir. Exemplos:

“Um pano absorverá toda aquela água”; e

“Os viajantes foram obrigados a absorver a poeira do caminho”.

O verbo absorver ainda pode ser empregado no sentido de “as-similar”, conforme escreveu Paiva Netto neste trecho de seu artigo “O Milênio das Mulheres”: “Cada vez que suplantarmos arrogância e preconceito, existirá sempre o que absorver de justo e bom de todos os componentes desta ampla ‘Arca de Noé’, que é o mundo globalizado de hoje”.

Bom estudo e até a próxima!Sugestões de temas e dúvidas são

bem-vindas. Se você as tiver, encami-nhe-as para a Redação desta revista. (Veja o endereço na página 6)

adriane sChirmer | ESPECIAL PARA A BOA VONTADE

aprendendo português

atenção ao emprego de palavras parecidas

William Luz/Renato Moura

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