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Segunda água proporciona alimentação mais completa e alegria na mesa do sertanejo

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O Candeeiro - Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas, nº 1182 “A vida aqui se torna bem melhor quando a gente tem terra e água para produzir nosso alimento”. Este sentimento é compartilhado por dona Maria Narcisa de Aquino Ciriaco, conhecida como Lilia, 65 anos, mãe de 22 filhos e casada com seu José Ciriaco das Chagas, conhecido como Zé Mané, da comunidade Pedra Branca, do município de Pereiro, na região Vale do Jaguaribe, no Ceará.

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Page 1: Segunda água proporciona alimentação mais completa e alegria na mesa do sertanejo

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1182

Julho/2013

Segunda água proporciona alimentação mais completa e alegria na mesa do sertanejo

“A vida aqui se torna bem melhor quando a gente tem terra e água para produzir nosso alimento”. Este sentimento é compartilhado por dona Maria Narcisa de Aquino Ciriaco, conhecida como Lilia, 65 anos, mãe de 22 filhos e casada com seu José Ciriaco das Chagas, conhecido como Zé Mané, da comunidade Pedra Branca, do município de Pereiro, na região Vale do Jaguaribe, no Ceará.

A experiência dessa família traz marcas de enfrentamento, resistência e conquista. Assim como tantas outras pessoas do Semiárido brasileiro, dona Lilia, seu Zé Mané e os filhos sempre passaram por muitos desafios. A falta de água foi por muito tempo o maior empecilho para a consolidação de uma produção efetiva, bem como, o não acesso à terra.

Tendo que plantar em terras arrendadas, em que apenas metade da produção ficava com a família, eles passaram muitas vezes por apuros, com a falta de alimentos, por exemplo.

A plantação de sequeiro, com o cultivo do feijão, do milho e da mandioca era a principal atividade agrícola. “No ano em que chovia um pouco mais, a produção era melhor, no ano em que havia escassez de chuva, a colheita também era escassa”, relata dona Lilia.

O que dona Lilia e seu Zé Mané não imaginavam é que poderiam produzir um pouco mais durante todo o ano utilizando a área de dois hectares que possuem ao redor de casa. Mas, com as discussões relacionadas ao manejo da terra e da água, realizadas nos cursos de GRH (Gestão de Recursos Hídricos), Gestão de Água para Produção de Alimentos (GAPA) e Sistema Simplificado de Irrigação para Produção (SSIP), atividades do programa

Pereiro

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Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

de Mobilização Social para Convivência com o Semiárido, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), sua visão de produção mudou.

Com a cisterna-calçadão, de 52 mil litros de água, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da ASA, da parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e executado pela Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), eles começaram a cultivar hortaliças e frutíferas.

Atualmente, no quintal de dona Lilia e seu Zé Mané tem de tudo um pouco. “Plantamos abobrinha, alface, pimentão, couve, cheiro verde, hortelã, boldo, romã, ata, goiaba. Até milho a gente tem por aqui”, diz dona Lilia, enfatizando que a cada dia experimenta uma nova cultura.

A alegria da família é visível. Dona Lilia olha para o seu quintal e se transforma em sorrisos. “Sinto uma felicidade enorme, porque corri atrás de água que vinha de carro-pipa. Pra essa água chegar aqui eu botava num tambor, colocava uma mangueira e fazia como uma encanação até minha casa. Porque comecei botar de balde e fiquei doente do peso que carregava. Quando a cisterna foi construída eu fiquei contente. Fiz até promessa para essa cisterna encher. Quando ela sangrou eu soltei fogos, tão grande era a minha felicidade”, conta emocionada.

Ela bem sabe a importância da água para a melhoria de vida. A alimentação saudável e mais completa é o maior benefício apontado pela família. “A gente se alimenta melhor e

ainda pode vender o que sobra. É cebola, coentro, alface, pimentão, e a couve eu como, porque o pessoal aqui não gosta. Já vendi até abobrinha. Tem semana que vendo trinta maços de coentro e cebolinha a um real cada. Já é uma rendinha a mais que ajuda nos gastos da casa. Outras vezes a gente dá para os vizinhos e também pra quem chega aqui em casa”, comenta dona Lilia, ao enfatizar que por enquanto toda a produção é consumida na comunidade.

A família sonha em aumentar a plantação e fornecer os produtos também para a cidade, de forma que aumente a renda e beneficie outras pessoas com uma alimentação mais adequada .

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

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