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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DE JEQUIÉ ENFERMAGEM Cintia Alves Cristiane Teixeira Ivana Ferraz Lorena Freitas Luciane Barbosa Martha Brito SEXUALIDADE, GRAVIDEZ E ABORTAMENTO Uma Conversa Franca com Adolescentes Jequié BA Março/2012

Sexualide, Gravidez e Abortamento na Adolescência

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Page 1: Sexualide, Gravidez e Abortamento na Adolescência

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DE JEQUIÉ

ENFERMAGEM

Cintia Alves

Cristiane Teixeira

Ivana Ferraz

Lorena Freitas

Luciane Barbosa

Martha Brito

SEXUALIDADE, GRAVIDEZ E ABORTAMENTO

Uma Conversa Franca com Adolescentes

Jequié – BA

Março/2012

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ENFERMAGEM

Cintia Alves

Cristiane Teixeira

Ivana Ferraz

Lorena Freitas

Luciane Barbosa

Martha Brito

SEXUALIDADE, GRAVIDEZ E ABORTAMENTO

Uma Conversa Franca com Adolescentes

Projeto apresentado pelo curso de Enfermagem da

Faculdade de Tecnologia e Ciências de Jequié, para a

Disciplina Trabalho Interdisciplinar Dirigido III (TID).

Professor: Anderson

Jequié – BA

Março/2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4

OBJETIJOS ........................................................................................................ 5

Geral ............................................................................................................ 5

Especifico .................................................................................................... 5

JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 6

REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................. 7

Sexualidade .............................................................................................. 7

Sexualidade na Adolescência ................................................................... 7

Gravidez na Adolescência ........................................................................ 9

Planejamento Familiar na Adolescência na Percepção de Enfermeiras da

Estratégia da Família ........................................................................................ 12

Aborto na Adolescência ......................................................................... 14

METODOLOGIA ............................................................................................... 18

Tipo de Estudo .......................................................................................... 18

Área de Estudo ........................................................................................ 18

Público Alvo ............................................................................................. 18

CONCLUSÃO ................................................................................................... 19

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES .................................................................. 20

QUESTIONÁRIO .............................................................................................. 21

MENSAGEM DE REFLEXÃO .......................................................................... 22

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 23

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INTRODUÇÃO

Falar sobre sexualidade, gravidez e abortamento na escola, apesar dos

avanços experimentados nos últimos anos, não é ainda tão comum e simples.

Muitas e diferentes resistências são apresentadas. Por extensão, também torna-se

complexa a abordagem da gravidez na adolescência. Não é tarefa fácil, e sabemos

disso. Aliás, em relação à gravidez, o trato da questão pressupõe ações integradas,

nunca isoladas, exigindo, portanto, articulação conjunta dos diferentes canais

sociais.

Na verdade, falar da sexualidade implica repensar preconceitos, quebrar

velhos paradigmas e, sobretudo, superar hipocrisias presentes há muito tempo.

Atualmente, a gravidez na adolescência vem chamando a atenção de diversos

profissionais, instituições e organizações, visto que, é cada vez mais crescente o

numero de adolescentes grávidas. Existem algumas condições que propiciam a

gravidez na adolescência, levando milhares de jovens a uma experiência fora de

hora, dada a inexperiência e consequente dificuldade em cuidar do filho que chega,

ou propiciando a diversas consequências causadas por um aborto.

O aborto além de ser um crime, em nosso país, é uma das principais causas

de morte de gestantes. Por ser uma prática criminosa não há serviços

especializados o que obriga as mulheres que optam por essa estratégia, a se

submeterem a serviços precários, verdadeiros matadouros de seres humanos,

colocando em risco a própria vida.

Portanto, a adolescência é o momento de formação escolar e de preparação

para o mundo do trabalho. A ocorrência de uma gravidez nessa fase, portanto,

significa o atraso ou até mesmo a interrupção desses processos. O que pode

comprometer o início da carreira ou o desenvolvimento profissional.

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OBJETIVOS

Geral

- Proporcionar informações para o público alvo sobre sexualidade, gravidez e

abortamento na adolescência.

Específicos

- Contribuir para a diminuição do grau de vulnerabilidade de adolescentes em

relação à gravidez não planejada, e conscientizá-los da importância da

responsabilidade sexual;

- Sensibilizá-los da necessidade de discutir a sexualidade como elemento

constitutivo da pessoa humana;

- Desenvolver nos adolescentes reflexões critica sobre tomadas de decisões

responsáveis a respeito de sua vida sexual;

- Debater sobre as possíveis conseqüências de uma gravidez ou aborto na

adolescência, dando ênfase à responsabilidade materna e paterna.

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JUSTIFICATIVA

Este estudo abordará de uma forma peculiar problemas vivenciados em

nossa sociedade. Falar sobre gravidez na adolescência é falar sobre modificações

no padrão de comportamento dos adolescentes, no exercício de sua sexualidade.

Há ainda as garotas que acreditam que uma gravidez pode tirá-la da sua

condição de pobreza e falta de privacidade – ter um canto que seja seu, junto com o

pai do bebê e este filho que na sua fantasia só terá amor para lhe dar. Daí porque

nos parece um equívoco pensar que a gravidez nesta fase de vida é

necessariamente indesejada. Infelizmente o que se tem visto é um final longe dos

contos de fada. Em geral, ambos não têm como se manter e, portanto continuam

nas casas dos pais, abandonam a escola, e acabam dando a seu filho privações e

culpa; dois elementos que dificultam a relação amorosa entre pais e filhos.

O projeto de pesquisa justifica-se pela tendência atual de informá-los sobre

sexualidade, gravidez e abortamento na adolescência.

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REFERÊNCIAL TEÓRICO

Sexualidade

O estatuto da criança e do adolescente, lei n° 8.069/90 Brasil 1990,

circunscreve a adolescência como o período de vida que vai dos 12 anos aos 18

anos de idade.

A Organização Mundial De Saúde (OMS) delimita a adolescência como a

segunda década de vida (10 aos 19 anos) e a juventude como o período que vai dos

15 aos 24 anos. O Ministério da Saúde toma por base a definição do OMS, definindo

o publico beneficiário como o contingente da população entre 10 e 24 anos.

Sexualidade na Adolescência

Todas as formas de vida têm a capacidade de se reproduzir, dando origem a

indivíduos da sua própria espécie e é na adolescência em que é descoberta esta

capacidade de reprodução, é nesta fase que a sexualidade se aflora.

A adolescente vai passar por diversas etapas: o desenvolvimento biológico, a

distinção física do sexo incluindo o desenvolvimento dos caracteres primários e

secundários, passando ainda por alterações hormonais a maturação sexual. Assim

como é citado no Dicionário Aurélio: “adolescência é o período da vida humana que

sucede a infância, começa com a puberdade e se caracteriza por uma serie de

mudanças corporais e psicológicas”.

Na adolescência, ocorrem muitas alterações, com variadas descobertas e

dúvidas frequentes que na maioria das vezes as adolescentes sentem vergonha de

perguntar, ter um diálogo aberto, com os pais ou qualquer outra pessoa mais velha

(adulta) e experiente que possam ensinar e alertar para a realização de ações com

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mais eficácia. No entanto o que acontece, é que muitas vezes nos deparamos com

muitas adolescentes conversando e tirando suas dúvidas uma com a outra ou ainda

pior com um namorado que com certeza vai ensinar o que ele “pensa ser correto ou

o que ele quer”. Até porque em nossa sociedade, as pessoas em geral sentem-se

envergonhadas, inibidas em fazer perguntas em relação à função sexual, pois

aprendem desde cedo que não é correto conversar sobre esses assuntos.

Segundo OSÓRIO (1992), a adolescência é uma etapa da vida na qual a

personalidade está em fase final de estruturação e a sexualidade se insere nesse

processo, sobretudo como um elemento estruturador da identidade do adolescente.

A sexualidade é uma dimensão fundamental de todas as etapas da vida de

homens e mulheres, envolvendo praticas e desejos relacionados à satisfação, a

efetividade, ao prazer, aos sentimentos, ao exercício da liberdade e a saúde.

A sexualidade humana é uma construção histórica, cultural e social, e se

transforma conforme mudam as relações sexuais. As questões de gênero permeiam

as questões relacionadas à saúde sexual e saúde reprodutiva. Os principais

problemas registrados quanto à saúde sexual e saúde reprodutiva relacionam-se

aos adolescentes e mulheres jovens. Isto se deve ao fato da responsabilização

cultural e social das mulheres pela reprodução e pelos cuidados de saúde da família,

muitas vezes reproduzidas pelos serviços de saúde, o que explica serem as

mulheres a maioria dos usuários do SUS, inclusive no segmento juvenil. Esta

situação reflete as desigualdades de poder nas relações de gênero: o menor poder

de mulheres termina por expô-las à gravidez não planejada e aos riscos de

infecções sexualmente transmissíveis, bem como a distintas formas de violência que

afetam sua saúde.

Encarar a sexualidade e reprodução de maneira positiva e como dimensão de

saúde potencializa a autoestima e fortalece adolescentes e jovens enquanto sujeitos

sociais. Alguns importantes passos têm sido dados. No último censo demográfico,

por exemplo, já se passa a considerar a faixa etária de 10 a 14 anos como idade

reprodutiva, o que tem resultado em ganhos de informações importantes para a

formulação de políticas públicas. É preciso salientar que os avanços legais, políticos

e conceituais no campo dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos são fruto da

atuação intensa dos movimentos sociais, em especial dos movimentos de juventude

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e do movimento feminista. A organização de adolescentes e jovens em espaços de

participação social, intensificada nos últimos anos, é um dos elementos

impulsionadores e de fortalecimento no avanço das políticas sociais para a

juventude.

A sexualidade é um dos importantes aspectos da adolescência, muito

enfatizado não apenas pelos dados já apontados, mas também por que é nessa fase

da vida do ser humano que a identidade sexual está se formando.

Gravidez na Adolescência

A adolescência corresponde ao período da vida entre os 12 e 18 anos, no

qual ocorrem profundas mudanças, caracterizadas principalmente por crescimento

rápido, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da

sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração

social.

Considerando que a adolescência constitui uma fase da vida, em que o jovem

passa por muitas mudanças, acreditamos que a ocorrência de uma gravidez precoce

ou indesejada nesta fase ainda há mais complexidade desse processo de transição.

Nesse sentido Brasil (2006, p. 126) afirma que:

O aumento da gravidez nessa fase da vida, que no contexto social

vigente de percepção das idades e de suas funções deveriam ser

dedicada á preparação para a idade adulta, principalmente relacionada

aos estudos e a um melhor ingresso no mercado de trabalho, vem

preocupando não só o setor publico, como outros setores que trabalham

com adolescentes e, também, as famílias, porque as repercussões de

uma gravidez em idade precoces, e se desprotegida, podem trazer risco

para as adolescentes. O abandono do parceiro ou da família, a perda de

unicidade com grupo de iguais, a descontinuidade e mesmo a

interrupção de projetos de vida e risco materno-fetais são alguns desses

agravos.

Os problemas da gravidez na adolescência são, de modo geral, enfrentados

com muita dificuldade. As adolescentes repletas de novas sensações sentem-se

tomadas por sentimentos muito fortes e às vezes até inexplicáveis para elas.

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Querem, mas não podem deixar se levar por essas sensações, e aí o sentimento e a

razão entram em choque. As sensações fortemente excitantes acabam se

comportando como um rio turbulento que inundam o átrio terreno da razão, o que na

maioria das vezes faz com que as relações sexuais entre adolescentes sejam

impulsivas, aumentando os riscos de gravidez. Ao mesmo tempo em que pensam

que a gravidez precoce não ira acontecer, a incidência das primeiras relações

sexuais sem orientação educacional e cientifica vem ocorrendo cada vez mais cedo,

aumentando o índice de gravidez na adolescência.

A gravidez neste grupo populacional vem sendo considerada, em alguns

países, problema de saúde pública, uma vez que pode acarretar complicações

obstétricas, com repercussões para a mãe e o recém-nascido, bem como problemas

psicossociais e econômicos.Quanto à evolução da gestação, existem referências a

maior incidência de anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez,

desproporção céfalo-pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo

peso ao nascer, sofrimento fetal agudo intra-parto, complicações no parto (lesões no

canal de parto e hemorragias) e puerpério (endometrite, infecções, deiscência de

incisões, dificuldade para amamentar, entre outros).

No entanto, alguns autores sustentam a ideia de que, a gravidez pode ser

bem tolerada pelas adolescentes, desde que elas recebam assistência pré-natal

adequada, ou seja, precocemente e de forma regular, durante todo o período

gestacional, o que nem sempre acontece, devido a vários fatores, que vão desde a

dificuldade de reconhecimento e aceitação da gestação pela jovem até a dificuldade

para o agendamento da consulta inicial do pré-natal.

Os fatores socioculturais têm relevante influência no processo de construção

dos valores, da identidade, do comportamento e dos hábitos determinado assim, o

modelo masculino ou feminino. Nesse sentido, corroboramos com Valdenez (1998,

p. 07) registrou que:

Há certo consenso de que a adolescência é um período de transição

combinando menor responsabilidade (diante do trabalho, da família, etc.)

com, maior liberdade e certos direitos. No entanto, em nossa sociedade,

essa transição não se apresenta igualmente nos homens e nas

mulheres, por exemplo, no que tange à experimentação e ao erro:

“coisas da idade” para o homem, enquanto para mulher condiciona-se e

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se treina sua “aptidão” ao papel que deve assumir na sociedade de mãe

e esposa [...]

As tentativas de prevenção devem levar em consideração o conhecimento

dos chamados fatores predisponentes ou situações precursoras da gravidez na

adolescência, tais como: baixa autoestima, dificuldade escolar, abuso de álcool e

drogas, comunicação familiar escassa, conflitos familiares, pai ausente e ou

rejeitador, violência física, psicológica e sexual, rejeição familiar pela atividade

sexual e gravidez fora do casamento. Tem sido ainda referidos: separação dos pais,

amigas grávidas na adolescência, problemas de saúde e mães que engravidaram na

adolescência. Por outro lado, alguns estudos sugerem que, entre as adolescentes

que não engravidam, os pais têm melhor nível de educação, maior religiosidade e

ambos trabalham fora de casa.

É importante lembrar também, que deve ser incluída nas estratégias de

prevenção, a averiguação de atitudes frente a adolescente que engravidou. Existem

evidências do abandono escolar, por pressão da família, pelo fato da adolescente

sentir vergonha devido à gravidez, e ainda, por achar que "agora não é necessário

estudar". Pode haver também rejeição da própria escola, por pressão dos colegas

ou seus familiares e até de alguns professores.

Para tanto, concordamos com Duarte (1998, p.13) ao refletimos que essa

realidade multicausal revela deficiência na formulação de politicas públicas, exigindo

movimento por parte do governo e participação da sociedade na promoção da saúde

e desenvolvimento da juventude, além disso, é necessário, cada vez mais, que os

programas e os profissionais, que tem como objetivo uma população de

adolescente, aprofundem seus conhecimentos e sua ação em cadeias de prevenção

continua, passem a combater os fatores que colocam em risco as expectativas de

futuro das adolescentes e fortaleçam os fatores que protegem a saúde e a vida.

Dessa forma, a prevenção se faz com garantias sócias no atendimento

integral, multiprofissional e intersetorial, no acesso a uma educação que

compreenda os aspectos da adolescência normal, seus riscos e seus desafios, na

criação de espaços onde a adolescente possa falar de suas duvidas, de seus

problemas de seus sonhos. Também se faz através de garantias de acesso a cultura

e esportes, com uma forma de incentivar um potencial criador, de garantias de

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direitos iguais entre homens e as mulheres, de garantias de falar, ouvir e ser

compreendido, de garantias de conviver com estilos de vidas saudáveis que levam a

adolescente a ser um agente multiplicador de sua saúde, de seus companheiros e

da comunidade em que vive.

Diante do exposto, percebemos a necessidade de conhecer melhor sonhos e

os ideais que orientam os projetos de vidas dos adolescentes de ambos os sexos,

integrando a escola, a família, as associações comunitárias e os serviços de saúde

na tentativa de se construir, em conjunto, estratégias de promoção e prevenção que

estejam mais próximas das necessidades geradas no contexto sociocultural em que

esse grupo populacional está inserido.

Planejamento Familiar na Adolescência na Percepção de

Enfermeiras da Estratégia Saúde da Família

Existe na Unidade de Saúde o atendimento de planejamento familiar, porém

não existe atendimento específico para o adolescente, ele é atendido como todo

mundo. Às vezes, um grupo deste público alvo é formado, no entanto não se

estabelece.

Segundo o DSC I, evidente que, no serviço, não há um atendimento de

planejamentofamiliarespecífico, voltado para o público adolescente, no entanto, se

nota que, até de forma ampla, este atendimento acontece.

De acordo com o Ministério da Saúde, não existe uma obrigatoriedade da

criação do planejamento familiar específico para o adolescente, porém o serviço

deve estar preparado para entender e atender a esta clientela, pois a adolescência é

uma fase de grandes mudanças, que determinam especificidadesemocionais e

comportamentais, repercutindo na saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes de

ambos os sexos.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o serviço de saúde sexual e

reprodutiva deve proporcionar aos adolescentes o direito a uma atenção eficaz,

onde a qualidade desta atenção pressupõe minimamente uma boa comunicação,

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com linguagem simples e sem julgamentos morais ou valorativos; confidencialidade

das informações; privacidade no atendimento; disponibilidade constante de insumos,

levando-se em consideração a necessidade de dupla proteção; facilidade de acesso

aos serviços; profissionaisqualificados; ênfase para a educação em saúde com

metodologia que motive mudanças; atenção especial para as faixas etárias mais

precoces (dez a 14 anos), avaliação integral dos adolescentes e permitir aos

adolescentes o direito de decidir acerca da presença ou não dos pais ou familiares.

Com efeito, é sumamente relevante que os serviços de saúde estejam

preparados para acolher os adolescentes, levando-se em consideração a

individualidade de cada um, para oferecer a estes jovens um atendimento de acordo

com suas necessidades.

Os programas de Planejamento Familiar é muito eficaz para a prevenção da

gravidez precoce e do pré-natal tendo um adequado acompanhamento após a

concepção e durante toda a gestação.

As adolescentes por ser jovens e inexperientes não estão preparadas para

lidar com uma gravidez precoce, por este motivo que muitas protelam a procura pelo

serviço de saúde, até pelo menos, o momento em que não possa escondermais seu

estado, em alguns casos, a procurapelo serviço é somente por ocasião do

nascimento do filho. Muitas vezes a decisão de procurar o serviço pode acrescentar

outras características ao problema, pois a consulta inicial gera grandes dúvidas,

culpas, vergonhas, temoresem relação à sua capacidade reprodutiva e desconfiada

de como será atendida pelo profissional.

Assim podemos perceber a necessidade de preparar um ambiente acolhedor

para recebê-los e oferecer assistência ao pré-natal de forma diferenciada, pois a

maior parte das adolescentes que ficamgrávidas de forma indesejável vivencia uma

gama de transtornos a começar dentro do seio familiar e também a sociedade, pois

a própria estrutura social se convencionou que para gerar filho, é necessário que

esteja casado. Por esta razão que é preciso que o profissional de saúde, estejaapto

a oferecerapoio sem julgamento nem preconceito, para quedesta forma estas jovens

sintam-se acolhidas e realmente orientadas paraconduzir sua vida e lidar com a

nova situação da maternidade.

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Aborto na Adolescência

Há um questionamento que muitas vezes nos pegamos fazendo de que os

meios para evitar a gravidez nunca foram tão divulgados como vem sendo nos dias

atuais e mesmo assim não entendemos o que leva a adolescente a uma gravidez

desejada ou indesejada.

Uma gravidez indesejada nas adolescentes do nosso país gera em grande

parte em abortos. Procedimento este que é feito em vários lugares e de diversas

formas e que muitas vezes sem o menor cuidado em saúde. O aborto é uma

conseqüência de uma adolescência mal acompanhada, ou de um ato de desespero

ou irresponsabilidade devido ao fato de ser uma gravidez indesejada. E esta

gravidez não é só indesejada por parte suposta da mãe, mas como uma repudia de

todos que rodeiam a tal adolescente.

Alguns fatores predispõem um aborto, fatores estes como: plasma

germinativo defeituoso, estando os óvulos e espermatozóides anômalos; diminuição

na produção de progesterona ocasionando uma maior sensibilidade uterina e

contrações que provocará a expulsão do embrião; infecções agudas que causa a

morte fetal.

Existem alguns tipos de procedimentos abortivos, no entanto, as adolescentes

para esconder a gravidez indesejada dos pais optam pela pior forma de abortar.

Métodos abortivos tais como:

Ameaça de Aborto – ocorre sangramento ou secreção vaginal, cólicas leves,

colo uterino fechado ou discretamente dilatado, desaparecendo ou evoluindo

os sintomas para um aborto que é inevitável;

Ameaça Inevitável – neste procedimento o sangramento é mais intenso, o

colo uterino está dilatado ocasionando contrações uterinas dolorosas e a

expulsão do embrião;

Aborto Habitual – é o aborto espontâneo ocorrido em gravidezes sucessivas

(3 ou mais) e de causas desconhecidas;

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Aborto Espontâneo – ocorre devido alguma anormalidade do feto tornando a

gestação impossível;

Aborto Incompleto – neste caso, geralmente o feto é expulso da placenta e as

membranas ficam retidas;

Aborto Retido – é quando o feto morre no útero e fica retido, ocorre

maceração, nenhum sintoma de aborto;

Aborto Terapêutico - é o aborto que ocorre com autorização da justiça devido

a um ato de estupro, por exemplo;

Aborto provocado – interrupção de uma gravidez, provocada pela paciente ou

por outras pessoas. Mas em geral é realizado por médicos habilitados, ou

ainda, este procedimento pode ser realizado em clinicas clandestinas. O

aborto provocado pode ser executado pela dilatação e evacuação ou

curetagem por aspiração ou utilizando aparatos de sucção e por alguns

outros meios mais conhecidos.

A gestação na adolescência é um problema mundial de saúde publica, pois

atinge principalmente a classe social mais carente e de menor escolaridade, não

queremos dizer que outras adolescentes que vivem em melhor situação não

praticam aborto, praticam sim, mais em menor número e em melhores condições

que muitas vezes são desconhecidas para as adolescentes de baixa classe

social ou até mesmo a falta de acesso financeiro de poder optar por melhores

condições. O ser humano pode interromper uma gestação de várias formas, eis

algumas:

Esquartejamento – Esse tipo de aborto consiste em esquartejar o feto ainda

dentro do ventre da mãe.

Retirada do líquido amniótico – O abortista retira o liquido amniótico de dentro

do útero e coloca uma substância contendo sal. Em algum tempo, a criança

morrerá, será retirada de sua mãe e, finalmente, jogada no lixo.

Sucção – Nesse tipo de aborto, o médico suga o bebê e tudo que o envolve,

despedaçando-o. Uma outra maneira de deixá-lo nesse estado é dando á

mãe um remédio, muitas vezes vendido em farmácias, que fará o útero expelir

tudo o que estiver em seu interior.

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Sufocamento – Esse método de aborto é chamado de “parto parcial”. Nesse

caso, puxa-se o bebê para fora, deixando apenas a cabeça dentro, já que ela

é grande demais. Daí introduz-se um tubo em sua nuca, que sugará a massa

cerebral, levando-a morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado.

O abortamento representa um grave problema de saúde pública, com maior

incidência em países em desenvolvimento, sendo uma das principais causas de

mortalidade materna no mundo, inclusive no Brasil.

Sua discussão, notadamente passional em muitos países, envolve uma

intricada teia de aspectos legais, morais, religiosos, sociais e culturais.

Vulnerabilidades como desigualdade de gênero, normas culturais e religiosas,

desigualdade de acesso à educação, e múltiplas dimensões da pobreza– com a falta

de recursos econômicos e de alternativas, a dificuldade de acesso a informação e

direitos humanos, a insalubridade, dentre outros – fazem com que o abortamento

inseguro atinja e sacrifique, de forma mais devastadora, mulheres de comunidades

pobres e marginalizadas. O abortamento espontâneo ocorre em aproximadamente

(10 a15%) das gestações e envolve sensações de perda, culpa pela impossibilidade

de levar a gestação a termo, além de trazer complicações para o sistema

reprodutivo, requerendo uma atenção técnica adequada, segura e humanizada.

Outros 10% dos abortamentos atendidos em nossos hospitais são provocados pelas

mais diferentes formas, já que, para um grande contingente de mulheres, o

abortamento resulta de necessidades não satisfeitas de planejamento reprodutivo,

envolvendo a falta de informação sobre anticoncepção, dificuldades de acesso aos

métodos, falhas no seu uso, uso irregular ou inadequado, e/ou ausência de

acompanhamento pelos serviços de saúde. É preciso destacar que, para muitas

mulheres, a gestação que motiva o abortamento resulta de violência sexual, seja por

desconhecido, seja cometida pelo parceiro ou outro membro em âmbito doméstico

e/ou intrafamiliar.

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METODOLOGIA

Tipo de Estudo

O presente projeto tem como objetivo proporcionar informações para o

público alvo sobre sexualidade, gravidez e abortamento na adolescência. Enquanto

natureza será uma pesquisa básica onde o objetivo é gerar conhecimentos novos e

úteis para informa os adolescentes possíveis riscos de uma gravidez indesejável.

Quanto à forma de abordagem será uma pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa

é indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve conceitos, idéias e entendimentos a

partir de padrões encontrados nos dados, ao invés de coletar dados para comprovar

teorias, hipóteses e modelos preconcebidos [Reneker, 1993]. Enquanto os objetivos

serão explicativos, para (Gil, 1991) visa identificar os fatores que determinam ou

contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofunda o conhecimento da

realidade porque explica a razão, o “por que” das coisas.

Área de Estudo O projeto será realizado no Colégio Polivalente Edvaldo Boaventura, situado

na Av. Franz Gedeon – Jequiezinho, localizado em Jequié no interior da Bahia, na

mesorregião do centro – sul, distante de 365 km de Salvador, possuindo 3.227 km²

de extensão e uma estimativa de 151.921 habitantes, sendo o principal centro

comercial, industrial, prestador de serviços agropecuário da microrregião que

engloba 26 municípios (IBGE, 2010).

Público Alvo

O presente projeto terá como forma de discussão uma palestra ministrada

pela Professora Sheilla Nayara Vieira; tendo como público alvo: estudantes do

ensino médio (1º e 2º Ano); faixa etária de 14 à 20 anos de idade.

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CONCLUSÃO

A discussão sobre sexualidade e reprodução na juventude não pode ocorrer

isolada do contexto sócio-cultural que modela as relações sociais nas quais os

jovens estão inseridos. Sem considerar as relações intergeracionais que têm na

família expressão particular e as relações com os pares, nas quais a iniciação

afetivo-sexual ocorre, as análises tendem a revelar aspectos parciais. Compreender

a dinâmica que rege a construção social de adolescentes e jovens na

contemporaneidade é uma via fundamental para se discutir as trajetórias sexuais e

reprodutivas juvenis em diferentes segmentos sociais. O lugar que a sexualidade

ocupa no processo de autonomização juvenil, ainda hoje muito marcado pela

hierarquia de gênero, torna-se a chave para uma leitura mais acurada do fenômeno

da gravidez na adolescência. Decorre daí a complexidade da proposta de uma

política de prevenção à gravidez na adolescência, tendo em vista que ela não pode

estar apenas ancorada na transmissão de informações relativas à contracepção. Ela

deve incorporar a lógica que orienta a experimentação sexual com o parceiro como

via principal para a construção gradativa da autonomia pessoal, mesmo em

contextos de dependência parental.

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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Atividades/Mês Março Abril

Revisão de Literatura X X

Construção do Projeto X X

Entrega do Projeto X

Execução do Projeto X

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QUESTIONÁRIO

Prezados alunos: Solicitamos sua colaboração, em responder este questionário com seriedade. 1. Idade: ( ) 14 anos ( ) 15 anos ( ) 16 anos ( ) 17 anos ou mais 2.Sexo: ( ) masculino ( ) feminino 3. Você reside com: ( ) pai ( ) mãe ( ) pais ( ) parentes 4. Grau de instrução de seu pai: ( ) sem escolaridade ( ) 2º grau incompleto ( ) superior completo ( ) 1º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) não sei informar ( ) 1º grau completo ( ) superior incompleto 5. Grau de instrução de sua mãe: ( ) sem escolaridade ( ) 2º grau incompleto ( ) superior completo ( ) 1º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) não sei informar ( ) 1º grau completo ( ) superior incompleto 6. Você costuma conversar com seus pais sobre assuntos relacionados a sexualidade como, por exemplo, namoro, carinho, amor, sexo, gravidez? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes 7. Em caso afirmativo, quem normalmente inicia a conversa? ( ) pai ( ) mãe ( ) você 8. Em caso negativo, por que você acha que seus pais não conversam com você sobre assuntos relacionados à sexualidade? ( ) sou muito novo/nova ( ) È função da escola ( ) eles não têm tempo ( ) eles têm vergonha 9. Em caso negativo, por que você não tenta conversar com seus pais sobre sexualidade? ( ) sinto-me envergonhado/a ( ) tenho medo da reação deles ( ) meus pais não me dão atenção ( ) sou muito novo/nova ( ) meus pais não têm tempo

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MENSAGEM DE REFLEXÃO

“Precisamos acolher o adolescente, acolher para facilitar o conhecer. Acolher

para não precisar recolher. Acolher para poder aqui e agora colher. Acolher para que

nem o hoje nem o amanhã possam se perder. Acolher para possibilitar o escolher.

Acolher para a vida não encolher. Acolher para ser possível... Simplesmente...

ADOLESCER”. ABEN, Projeto Acolher 2000.

Page 22: Sexualide, Gravidez e Abortamento na Adolescência

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REFERÊNCIAS

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