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A CIDADE e as serras Abordagem Sociológica Professor Júlio Cesar RO M A N C E D E E Ç A D E Q U E

Sociologia sobre a cidade e as serras

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Palestra apresentada aos alunos das 3ª séries do Ensino Médio, na E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro, pelo Prof. Júlio Cesar Lima, em Outubro de 2013.

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A CIDADE e as serras

Abordagem SociológicaProfessor Júlio Cesar Lima

RO M A N C E D E E Ç A D E Q U E I R Ó S

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PARTE 1: O MUNDO NO FINAL DO SÉCULO XIX.

PARTE 2: CONTEXTUALIZAÇÃO FUVEST 2012.

PARTE 3: LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA.

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

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Evolucionismo:

O HOMEM EVOLUI COMO QUALQUER OUTRO SER VIVO E ATRAVÉS DA LEI DA SELEÇÃO NATURAL

Positivismo:

SÓ O DADO POSITIVO (científico) É VÁLIDO. O DADO NEGATIVO (intuitivo) DEVE SER DESCARTADO.

Socialismo:

TODOS OS MEIOS DE PRODUÇÃO PERTENCEM À COLETIVIDADE.

Liberalismo

MERCADO SEM INTERFERÊNCIA DO ESTADO.

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

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- PARTE I -

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉCULO XIX

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

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EVOLUCIONISMO:

O HOMEM EVOLUI COMO QUALQUER OUTRO SER VIVO E ATRAVÉS DA LEI DA SELEÇÃO NATURAL

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

• As características biológicas dos seres vivos passam por um processo dinâmico em que fatores de ordem natural seriam responsáveis por modificar os organismos vivos.

• Os organismos vivos estão em constante concorrência e, a partir dela, somente os seres melhores preparados às condições ambientais impostas poderiam sobreviver.Charles Darwin

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EVOLUCIONISMO

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Evolucionismo Social:

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Refere-se às teorias antropológicas de desenvolvimento social segundo as quais acredita-se que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo. Nesse contexto, o primitivo é associado com comportamento animalístico; enquanto civilização é associada com a cultura europeia do século XIX.

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O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Evolucionismo Social:

EUROCENTRISMO

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POSITIVISMO:

SÓ O DADO POSITIVO (científico) É VÁLIDO. O DADO NEGATIVO

(intuitivo) DEVE SER DESCARTADO.

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Auguste Comte John Stuart Mill

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POSITIVISMO:

•O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos.

•Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.

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POSITIVISMO:

POR QUE AS PESSOAS SE SUICIDAM?

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Durkheim acreditava que um ato individual é o resultado do meio social que o cerca.

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SOCIALISMO:

TODOS OS MEIOS DE PRODUÇÃO PERTENCEM À COLETIVIDADE.

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SOCIALISMO:

Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de um sistema que visa a igualdade social e a passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, deveria-se passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma burocracia, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não existiria.

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SOCIALISMO:

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SOCIALISMO:

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Socialismo Utópico:

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• Foi uma corrente de pensamento estabelecida por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier;

• O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado;

• O socialismo utópico tinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia;

• De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma lenta e gradual.

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Socialismo Científico:

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O Socialismo Científico teve sua origem a partir da publicação, no ano de 1848, do livro ‘Manifesto Comunista’, dos autores Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), portanto, os citados autores foram os principais teóricos do socialismo científico – também denominado marxismo.

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Socialismo Científico:

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• Karl Marx, um dos principais filósofos do movimento, afirmava que o socialismo seria alcançado a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada.

• Todos os bens e propriedades particulares seriam de todas as pessoas e haveria repartição do trabalho comum e dos objetos de consumo, eliminando as diferenças econômicas entre os indivíduos.

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Socialismo Científico:

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Foice e martelo é um símbolo geralmente usado para representar o comunismo e o socialismo e seus partidos políticos. As duas ferramentas simbolizam, respectivamente, o proletariado industrial e o campesinato — as duas classes cuja aliança é considerada fundamental para o triunfo da revolução socialista.

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Países socialistas:República Popular da China, República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), República de Cuba, República Socialista do Vietnã e República Democrática Popular do Laos.

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LIBERALISMO:

Liberalismo é o nome dado à doutrina que prega a defesa da liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais são contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas. Em outras palavras, o liberalismo defende a ideia de que o Estado deve dar liberdade ao povo, e deve agir apenas se alguém lesar o próximo (conhecido como Princípio do Dano). No mais, em boa parte do tempo, as pessoas são livres para fazer o que quiserem, o que traz a ideia de livre mercado.

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Adam Smith

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LIBERALISMO:

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• Grande parte dos problemas econômicos e sociais decorre da intervenção do Estado na economia ao pretender regulamentar preços, salários, trocas comerciais etc. ;

• O melhor é deixar que os mecanismos econômicos "naturais" funcionassem. Com isto a economia se organizaria por si mesma, para o bem de todos;

• O único papel próprio do Estado seria o de assegurar as funções básicas da organização da sociedade, particularmente, a liberdade, a propriedade privada, a segurança e a justiça.

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LIBERALISMO: A MÃO INVISÍVEL

A lei do mercado (oferta e procura) por si só movimenta a economia.

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

MÃO INVISÍVEL

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LIBERALISMO: A MÃO INVISÍVEL“A mão pode ser invisível, mas suas impressões digitais não. Onde o Mercado bota a mão fica a marca. Sobretudo quando tira a mão, deixando ao relento milhares de desempregados, jogados na rua da inadimplência, enforcados em dívidas astronômicas.O Mercado é como um deus. Você crê nele, põe fé nele, venera-o, faz sacrifícios para agradá-lo, sente-se culpado quando dá um passo em falso em relação a ele – ainda que a culpa seja dele, como no caso da compra de ações que ele lhe vendeu prometendo fortunas e, agora, elas valem uma ninharia.” (Frei Betto)

O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Frei Betto

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O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Vídeo: Segunda-feira ao sol. Tempo: 1:09 min. http://www.youtube.com/watch?v=WiAy211JndI

Crítica ao Liberalismo e ao Capitalismo: nascemos cigarras ou somos transformados em cigarras?

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O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Vídeo: Encontro com Milton Santos / Privatização da água Tempo: 3:02 min http://www.youtube.com/watch?v=lhRogfUrees

Até que ponto há liberdade e defesa dos direitos?

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O QUE ACONTECIA NO FINAL DO SÉC. XIX A CIDADE e as serras

Vídeo: Encontro com Milton Santos / Exploração e desemprego Tempo: de 2:30 até 6:05 http://www.youtube.com/watch?v=YTZkN8oqbFQ

O Estado liberal serve a quem?

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- PARTE II -

OBRA E CONTEXTUALIZAÇÃO NA FUVEST

PARTE II A CIDADE e as serras

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Questão 2ª fase / FUVEST 2012Na sala, a tia Vicência ainda nos esperava desconsolada, entre todas as luzes, que ardiam no silêncio e paz do serão debandado:─ Ora uma coisa assim! Nem querem ficar para tomar um copinho de geleia, um cálice de vinho do Porto!─ Esteve tudo muito desanimado, tia Vicência! ─exclamei desafogando o meu tédio. ─Todo esse mulherio emudeceu, os amigos com um ar desconfiado...Jacinto protestou, muito divertido, muito sincero:─ Não! Pelo contrário. Gostei imenso. Excelente gente! E tão simples... Todas estas raparigas me pareceram ótimas. E tão frescas, tão alegres! Vou ter aqui bons amigos, quando verificarem que eu não sou miguelista.Então contamos à tia Vicência a prodigiosa história de D. Miguel escondido em Tormes... Elaria! Que coisas! E mau seria...─ Mas o Sr. Jacinto, não é?─ Eu, minha senhora, sou socialista...

OBRA E CONTEXTUALIZAÇÃO / FUVEST 2012A CIDADE e as serras

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Socialismo:a)Defina sucintamente o miguelismo a que se refere o texto e indique a relação que há entre essa corrente política e a história do Brasil.

b)Tendo em vista o contexto da obra, explique o que significa, para Jacinto, ser “socialista”.

OBRA E CONTEXTUALIZAÇÃO / FUVEST 2012A CIDADE e as serras

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a) Defina sucintamente o miguelismo a que se refere o texto e indique a relação que há entre essa corrente política e a história do Brasil.

OBRA E CONTEXTUALIZAÇÃO / FUVEST 2012A CIDADE e as serras

Miguelismo é definido por aqueles que defenderam o reinado de D. Miguel I de Portugal, entre 1828 e 1834. Os miguelistas se caracterizaram como conservadores, absolutistas. Tal corrente se relaciona à história do Brasil porque os Miguelistas acusavam D. Pedro de ter abandonado Portugal para ficar no Brasil, deixando sua filha, Maria da Glória, no poder.

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b) Tendo em vista o contexto da obra, explique o que significa, para Jacinto, ser “socialista”.

OBRA E CONTEXTUALIZAÇÃO / FUVEST 2012A CIDADE e as serras

Jacinto propõe um socialismo destinado a melhorar a vida dos mais pobres e necessitados. Não há uma adequação rigorosa dessas propostas ao Socialismo de Proudhon ou de Marx. Não se trata de revolução proletária ou da eliminação da propriedade privada. Há uma simples visão do patrão, que continuaria como patrão, dono dos meios produtivos, e que se preocupa com as carências observadas entre os seus colonos em Tormes.

SOCIALISMO UTÓPICO

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- PARTE III -LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA

PARTE III A CIDADE e as serras

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LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

Duas concepções de vida: vida no campo e a vida na cidade.

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Conta-se a história de Jacinto, neto de D. Galião. Órfão de pai, Jacinto nasceu e cresceu em Paris, ficando desde cedo maravilhado com a cidade e com todas as invenções e tecnologia da época (é o período conhecido como Belle Époque). Formulou então uma teoria, segundo a qual, para um indivíduo tornar-se feliz deveria ser "superiormente civilizado". Assim, reúne em seu palacete tudo o que a civilização industrial produzira até então: elevadores, telefones, engenhocas as mais diversas, além de uma biblioteca de mais de 30 mil volumes.

LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

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A história é narrada por José Fernandes, melhor amigo de Jacinto, que viera de uma propriedade rural localizada em Guiães, Portugal, e fora a Paris estudar. José Fernandes, a partir daí, pôde observar com maior atenção o amigo; suas intensas atividades o desgastavam e, com o passar do tempo, constatou que Jacinto foi perdendo a credulidade, percebendo a futilidade das pessoas com quem convivia, a inutilidade de muitas coisas da sua tão decantada civilização.

LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

MAX WEBERSociólogo (séc. XIX-XX)“Desencantamento do

mundo”

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Nos raros momentos em que conseguiam passear, confessava ao amigo que o barulho das ruas o incomodava, a multidão o molestava: ele atravessava um período de nítido desencanto. Alguns incidentes contribuíram sobremaneira para afetar o estado de ânimo de Jacinto: o rompimento de um dos tubos da sala de banho, fazendo jorrar água quente por todo o quarto, inundando os tapetes [...]

LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

A Sociologia nasce em um momento de profunda alteração

na vida social da Europa do século XIX.

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LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

“ Era fartura! O meu Príncipe sentia abafadamente  a fartura de Paris; e na

Cidade, na simbólica Cidade, fora de cuja vida culta e forte (como ele outrora gritava,

iluminado) o homem do século XIX nunca poderia saborear plenamente a "delícia de viver", ele não encontrava agora forma de

vida, espiritual ou social, que o interessasse, [...]”

Preocupado, Zé Fernandes consulta o fiel criado Grilo sobre o que está ocorrendo com Jacinto. O homem respondeu com tamanho conhecimento de causa que espantou o narrador. Uma simples palavra poderia definir todo o tédio de que era acometido: o patrão sofria de “fartura”.

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LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

Em um passeio que fazem os dois amigos pelos arredores de Paris, na colina da Basílica do Sacré-Coeur, José diz ao amigo:

"o homem pensa que tem na cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria", e Jacinto concorda: "sim, é talvez tudo uma ilusão... e a cidade a maior ilusão!”

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LEITURA SOCIOLÓGICA DA OBRA A CIDADE e as serras

A Cidade e as Serras é um romance no qual se destaca a categoria espaço, na medida em que os ambientes são fundamentais para a compreensão da história, destacando-se os contrastes por meio dos quais se contrapõem. Assim, a amplidão da quinta de Tormes contrasta com a estreiteza do universo tecnológico do 202, o que aponta para a oposição entre o espaço civilizado e o espaço natural, presente em todo o romance.

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♪ ♫ ♪ ♫ Saudade da Minha Terra (Belmonte e Amaraí) A CIDADE e as serras

De que me adianta viver na cidadeSe a felicidade não me acompanharAdeus paulistinha do meu coraçãoLá pro meu sertão eu quero voltarVer a madrugada quando a passaradaFazendo a alvorada começa a cantarCom satisfação, eu arreio o burrãoCortando o estradão, eu saio a galoparE vou escutando o galo berrandoSabiá cantando no jequitibá

Por Nossa Senhora, meu sertão queridoVivo arrependido por ter te deixadoEssa nova vida aqui na cidadeDe tanta saudade eu tenho choradoAqui tem alguém, diz que me quer bemMas não me convém, eu tenho pensadoEu vivo com pena, pois essa morenaNão sabe o sistema que eu fui criadoTô aqui cantando, de longe escutandoAlguém está chorando com o rádio ligado

Que saudade imensa do campo e do matoDo nosso regato que corta as campinaAos domingo eu ia passear de canoaNas lindas lagoas de águas cristalinasQue doce lembrança daquela festançaOnde tinha dança e muitas meninasEu vivo hoje em dia sem ter alegriaO mundo judia mas também me ensinaEu tô contrariado, mas não derrotadoEu sou bem guiado pelas mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafeiE já me cansei de tanto sofrerEssa madrugada estarei de partidaPra terra querida que me viu nascerJá ouço sonhando o galo cantandoO inhambu piando no escurecerA lua prateada clareando as estradasA relva molhada desde o anoitecerEu preciso ir pra ver tudo aliFoi lá que eu nasci, lá quero morrer.