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Socorro - Minha Igreja se Dividiu

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2 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!

Socorro, Minha Igreja se DividiuMagno Paganelli

Categoria: Discipulado

C 2000 por Magno Paganelli. Todos os direitos reservados pelo autor.

Disponibilizado por EECBR

Contatos com o autor:

e-mail: [email protected]

Visite o site www.magnopaganelli.com

As citações bíblicas foram extraídas da edição Revista e Corrigida datradução de João Ferreira de Almeida, publicada pela SBB; sendo outra

fonte, será citada.

Projeto gráfico e capa: Magno Paganelli

Revisão: Onélia de Lima Salum Andrade

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Introdução

Capítulo Primeiro:A referência da salvação

Capítulo Segundo:O chamado nosso de cada dia

Capítulo Terceiro:Vai procurar sua turma

Capítulo Quarto:Sou, mas... quem não é?

Capítulo Quinto:Quando a preferência é de Deus

Capítulo Sexto:Vocação, chamada e escolha: para que servem?

Capítulo Sétimo:Você vai ser um Gerente de Deus

Biografia

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DedicatóriaD

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Dedicatória

A FRASE NÃO É MINHA, mas “dedicar um livronão é tarefa fácil”. Pretendo não cometer in-justiças ao dedicar este meu novo livro.

Penso que dedicar aos pacificadores, a quemJesus se refere em seu Sermão da Montanha,é mais que justo.

Como este trabalho se baseia, em parte,nas experiências que adquiri quando diriginossa congregação no bairro da Casa Verde,em São Paulo, sinto-me na obrigação de dica-lo a todos aqueles que conviveram comigo ecom minha esposa durante o tempo em queestivemos ali: a todos os colaboradores, obrei-ros e amigos.

Por fim, à minha esposa Roseli, que, des-de a inauguração daquela igreja, me incenti-vou e ensinou coisas que eu não sabia. Ela,com a experiência adquirida desde a infância,ao lado do pai e Pastor, pôde ser minhaauxiliadora. E, ainda mais agora, quandoministramos cursos e palestras em diversasigrejas, sua ajuda tem sido muito preciosa.Desejo que sempre seja assim. Muito obriga-do, meu ‘nenê’.

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ANTES DE COMEÇAR A LER ESTE EXEMPLAR —talvez não seja o primeiro livro que você lêem busca de orientação —, saiba que, ondequer que pessoas tenham que trabalhar e vi-verem juntas, as diferenças entre comporta-mentos, opiniões e outras irão existir.

Neste caso não estou afirmando que Deusnos tenha feito incompletos, sem a capacida-de de nos relacionarmos; apenas nos fez hu-manos. Não fomos dotados de perfeição,estamos em busca dela. E é por isso que nosreunimos durante algumas horas, de algunsdias da semana, em um culto oferecido aonosso Senhor comum: Jesus Cristo.

Quero dar-lhe outro aviso: SOCORRO,minha igreja se dividiu! não irá resolver osproblemas de sua igreja. Este livro não tempoder maior que o próprio Criador. Mas hálivros que lemos e nos ajudam. Sendo assim,

IntroduçãoIn

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IntroduçãoIntrodução

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8 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!

algumas experiências encontradas a seguir, somadas a algumas pas-sagens da Bíblia — e bastante força de vontade sua e dos mem-bros de sua igreja, sim, poderão ajudar você a encontrar o cami-nho da restauração da comunhão e do serviço entre os irmãos.

Sempre ouvi algum tipo de reclamação envolvendo mem-bros, departamentos ou igrejas inteiras. Esse é um sinal da quehá divisão nas igrejas. Desde que me converti e comecei a viajarcomo pregador itinerante, ouço reclamações de Pastores, mem-bros, músicos (esses parece que reclamam menos, mas há quemreclame deles), enfim, até mesmo das pessoas que não têm nadaa ver com alguma igreja já ouvi alguma reclamação.

E foi conversando com o dono de uma lanchonete perto dolocal onde trabalho, membro de uma igreja, que ouvi mais umareclamação. Sou membro de uma igreja com cerca de 1000membros, e um sem número de eventos e festividades. Confes-so que não acompanho todos os eventos realizados lá. Mas esseirmão com quem conversei sempre me diz tudo sobre qualquerprograma que ocorre — para minha surpresa — em minha pró-pria igreja, como se fosse membro dela!

Ficava imaginando — não sei por quê! — que a igreja daqual ele é membro era a ante-sala do céu. Mas não, a igreja deletambém tem problemas.

E foram as palavras que disse a ele, repetição de algumas quedisse num estudo apresentado na igreja que pastoreei por cercade três anos, que estão neste livro. O apóstolo Paulo organizou,fundou e dirigiu algumas igrejas. Já naquele tempo, ele identifi-cou alguns dos problemas mais comuns entre pessoas cristãs reu-nidas em torno de um Pastor e uma Bíblia.

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Quando identifiquei esses problemas na congregação quedirigi, lancei um desafio aos irmãos. Que fiasco! Não aconteceucoisa nenhuma. Passados alguns meses, porém, o desafio come-çou a ser encarado, a proposta original foi tomando forma, e aigreja encontrou o caminho que deveria seguir: fomos abençoa-dos e levamos a salvação aos perdidos.

E é sobre isso que SOCORRO, minha igreja se dividiu! vaifalar, sobre os problemas que o apóstolo Paulo identificou, queeu identifiquei, e que certamente são os problemas que a suaigreja também tem. A igreja que Paulo ajudou a plantar está empé há 2000 anos; a congregação que dirigi existe até hoje, e épastoreada por um Diácono a quem consagrei Pastor. Quer ex-perimentar o desafio?

Magno Paganelli

Introdução

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A IGREJA QUE ESTAVA NA CIDADE DE CORINTO

ERA, com certeza, uma das maiores igrejas quePaulo fundou. Em uma de suas viagens, per-maneceu ali por alguns anos, deixando para acidade uma igreja formada por obreiros emembros, muitos deles!

A importância daquela igreja tambémpode ser vista no fato de Paulo ter enviadoduas de suas maiores cartas aos corintios. Issorevela não somente sua preocupação com asaúde espiritual daqueles irmãos, mas tam-bém a importância deles como igreja estraté-gica, até mesmo pela posição geográfica queocupava.

Além disso, a igreja de Corinto era espiri-tualmente imatura. Imatura em dois senti-dos: havia problemas que revelam a mesqui-nhez daquele grupo, mas também outros querevelam a malignidade no coração de algunsmembros. Primeiro

Capítulo

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A referência da salvação

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Já no primeiro capítulo da carta, Paulo chama a atenção ecombate a divisão doutrinária. A igreja era tendenciosa quandotinham que decidir quanto ao líder a quem deviam obediência.

Paulo, na condição de apóstolo, foi o enviado para anunciara Cristo e reunir os crentes daquela comunidade. Em seguida,parece-nos que Pedro andou realizando cruzadas naquela região,e deve ter permanecido ali algum tempo. Também Apolo, pre-gador enérgico e profundo conhecedor das Escrituras, dirigiu ogrupo de crentes de Corinto. Que resultados trouxe isso para aigreja de Corinto? Divisão.

Cada um dos três, Paulo, Pedro — chamado Cefas —, eApolo foram obreiros com características ministeriais distintas.

Paulo, doutor da Lei, estava preocupado com a ordem, tantono culto quanto social. Pedro parece-nos ser o mais pentecostaldos três, e Apolo reunia caraterísticas de ambos.

As diferenças entre os líderes geraram divisão entre os irmãos,e o resultado foram “dissensões” e “contendas” a que Paulo serefere:

“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor JesusCristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não hajaentre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo senti-do e em um mesmo parecer. Porque... me foi comunicadoque há contendas entre vós”. (1Co 1.10 e 11).

Esta é, primariamente, uma das causas das divisões ocorridasnaquela igreja: uns gostavam mais de um pregador, outros, mais

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de um pastor, outros, ainda, preferiam o mestre. A questão seresumia em “gosto”, “preferência pessoal”.

Mas esse “gosto”, essa “preferência pessoal” acarreta um pro-blema ainda maior. Não um, mas vários! Quero destacar aqueleque Paulo apontou em sua carta.

O apóstolo disse que a igreja perdeu a referência da salvação,pois nem Paulo, nem Pedro nem Apolo morreram para dar sal-vação ao mundo:

“Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostesvós batizados em nome de Paulo?” (v. 13)

A referência da salvação continua sendo Cristo. O tema dasmensagens continua sendo Cristo, e este crucificado. O pano defundo nos estudos bíblicos deve ser Cristo e o principal teste-munho na evangelização deve ser a transformação que Cristo fazainda hoje.

Quando a igreja perde a referência da salvação, a tendêncianatural é que ela busque alguma outra referência. Aí começam asurgir as preferências: — Prefiro pregador mais eloqüente, prefi-ro um palestrante politicamente correto, prefiro um testemu-nho regado a muita aventura, drogas, etc.

É natural a preferência por determinado estilo ministerial.Deus não nos fez a todos iguais. Cada um de nós tem caracterís-ticas completamente distintas das dos outros.

Assim, Deus também fez os ministérios. E é o mesmo após-tolo Paulo quem fala sobre as diferentes características ministe-riais. Quando, na mesma carta aos Corintios, Paulo ensina so-

A referência da salvação

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bre as diferentes áreas de atuação da igreja, ele compara o corpode Cristo ao corpo humano, dizendo que, assim como o corpohumano, o de Cristo possui vários membros, diferentes entre si,uns com mais, outros com menos honra — mas todos igual-mente importantes.

A lição fundamental daquela passagem (1Co 12.12-22) é queo conjunto trabalha em função de Cristo e do membro a queestá ligado. Ou seja, “a orelha não pode dizer: porque não souolho, não sou do corpo”; e, ainda, “se todo o corpo fosse olho,onde estaria o ouvido?”.

Em outras palavras — e por incrível que pareça, as diferençasministeriais de um obreiro em relação a outro são necessáriaspara a edificação do próprio corpo. Pode acontecer de um irmãonão gostar da maneira como o Pastor prega; antes, prefere a pre-gação do Presbítero. Outro, ainda, não gosta de como a dirigen-te das irmãs organiza os cultos. Preferiria que o dirigente daEscola Dominical fosse responsável pela organização dos even-tos, e assim por diante.

A verdade, segundo a Bíblia, é que Deus colocou cada umdesses irmãos e irmãs para dirigir cada departamento, de acordocom o propósito que Ele, Deus, tem. Todos os ministérios sãonecessários para alcançar diferentes tipos de pessoas, com dife-rentes posições em relação à salvação. Assim, cada irmão e irmãdá a sua colaboração dentro do plano da salvação projetado porDeus: é Ele quem sabe como cada pessoa há de ser salva.

Ainda sobre as preferências de cada irmão, quero dizer que,ao afirmarem sua predileção por um ou outro obreiro e prega-dor, mostram o egoísmo próprio, em vez de preferirem que avontade de Deus seja feita.

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“Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou dePaulo; e, eu de Apolo; e, eu de Cefas; e, eu de Cristo” (vv 12).

Note a constante repetição do pronome eu. Eu, eu, eu e eu.Quatro vezes. Quatro grupos dividiam a igreja, inclusive o últi-mo, que se dizia partidário de Cristo. Faltou, até a este grupo,visão do projeto de Deus.

Note que há irmãos — e eles já existiam naquele tempo —que não assumem compromisso com nenhuma igreja:

— O irmão é de que igreja?

— Não pertenço a nenhuma igreja. Sou da igreja de Cristo— dizem.

Esse é o grupo mais disperso, porque não se identificou comnenhum outro; não consegue se unir a nenhum grupo. E, comodisse João, “como digo que amo a Deus e estou na luz, se nãoamo ao próximo, a quem Deus fez?” (1 Jo 2.9).

Quando fui Pastor Auxiliar em nossa congregação no bairroda Casa Verde, pude presenciar isso. O Pastor Titular queria abriroutras congregações. Essa era uma de suas características. Ele erabastante animado com essa idéia e isso o levava a realizar cultosdomésticos na casa de alguns irmãos, além dos cultos oficiais daigreja.

Eu, ao contrário, preferia começar um trabalho e ver o grupoamadurecer, levá-lo ao conhecimento da Palavra, para que seuscomponentes pudessem ser fortalecidos.

Isso gerou uma pequena divisão entre os irmãos. Alguns che-garam a ficar aborrecidos com o outro Pastor, pelo fato de elenão estar presente a todos os cultos oficiais da igreja. Mas o fato

A referência da salvação

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de ele não estar presente a todos os cultos não significava que osirmãos estavam desamparados. Como Pastor Auxiliar, eu tinhatotal autonomia e responsabilidade sobre o rebanho. E, além domais, era uma bênção para todos o fato dos dois líderes possuí-rem características distintas. A igreja ganhou com isso e tambémas famílias que ele sempre visitava, realizando cultos domésticosem seus lares.

Paulo era fundador de igrejas. Ele não dirigiu apenas umaigreja até ao fim de sua vida. Ao inaugurar uma igreja, permane-cia na cidade até ver que os irmãos podiam caminhar com suaspróprias pernas.

Pedro não tinha o dom de ensinar, como um Mestre. Suacaracterística ministerial era a de um evangelista que anuncia aCristo e arrebanha milhares de almas. Seria como esses grandespregadores que hoje conhecemos: Billy Graham, Larry Lea,Nilson Fanini, Silas Malafaia, entre outros.

O importante, em todos os casos, é não perder o referencialda salvação. Cada obreiro cumprirá o ministério como Cristo ocapacitou. A cada irmão cabe identificar o que Cristo quer nosensinar com essa diversidade de ministérios e obreiros.

A propósito, cada um de nós deve atender a um ministériopessoal, e pertencer a um grupo, seja o de evangelistas, seja o depastores, ou ocupar um cargo, como o de dirigente de algumdepartamento da igreja. A qual ministério você foi chamado?Como você tem respondido ao chamado feito por Cristo den-tro de sua igreja? Isso é assunto para um outro capítulo.

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O CULTO DE INAUGURAÇÃO DA NOSSA IGREJA

contou com a presença de aproximadamente120 pessoas. Era num sábado. Já no domin-go, a Banda Kadoshi foi responsável pelo lou-vor. Foi muito bom.

No primeiro culto da semana, entretan-to, numa terça-feira, conhecemos qual era onúmero de pessoas que realmente iriam per-tencer àquela igreja: 13 membros. Esse foi onúmero inicial que assumiu compromissocom o trabalho.

Evidente, com o passar dos meses, o nú-mero se elevou. Logo contávamos 60 mem-bros. O bairro tinha algumas igrejas de ou-tras denominações, mas é um bairro onde amaioria é espiritualista. Eu mesmo, antes deme converter, freqüentei um centro espíritapróximo à igreja que pastoreei.

Algumas famílias da região começaram acongregar conosco. Alguns vieram de igrejas Segundo

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O chamado nosso de cada dia

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próximas à nossa; outros, que freqüentavam a sede, após a aber-tura de uma congregação próxima à casa deles, optaram por esta;outros, ainda, eram novos convertidos.

Essa diferença de formação espiritual, devido ao fato de ser-mos todos de diferentes igrejas, gerou certa divisão entre os ir-mãos. Uns queriam fazer cultos ao ar livre; outros, cultos do-mésticos; havia os que preferiam ficar quietos e não faltavam osque não queriam fazer coisa nenhuma.

Nessa época, ministrei um seminário sobre o Apocalipse.Durante dois meses, todas as terças-feiras, estudamos aquele li-vro, capítulo por capítulo. A assistência chegou a ser comparadaà de um culto de domingo. Então, pensei: “vou aproveitar que afreqüência às terças-feiras é grande, e ministrar um estudo sobreo plano da salvação, já que boa parte dos membros era compos-ta por novos convertidos e membros antigos que tinham dúvi-das profundas sobre a própria salvação”.

Foi uma decepção! A freqüência despencou; podia contar nosdedos de uma só mão o número de irmãos que vinham ao cultode estudo bíblico. Começou a surgir preferência por determina-dos cultos. Pouco diferente da divisão na igreja de Corinto, ondeo motivo da divisão era a preferência por determinado líder, naCasa Verde os membros eram partidários de certas reuniões, cer-tos temas de cultos. E não só lá; conheço várias igrejas com esseproblema.

A freqüência aos trabalhos das quartas-feiras, quando fazía-mos campanhas específicas, aumentou, trazendo membros deoutras igrejas para aquele culto.

Gradativamente todos nós começamos a nos concentrar nostrabalhos internos da congregação. Tanto a liderança quanto a

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membresia olhávamos apenas para o interior da igreja, e nosesquecemos das almas que estavam fora, carentes da nossa pre-sença. Isso nos trouxe problemas internos: todos queriam opi-nar, e ninguém queria trabalhar.

O que fazer, então, quando a união em torno da igreja gera aprópria divisão? O que fazer quando a união traz a divisão?

Esse problema é tão antigo quanto o homem. Quando fezum pacto com Noé, Deus lhe disse para “frutificar, multiplicar-se e encher a terra” (Gn 9.1). Passados dois capítulos no mesmolivro, vemos que os descendentes de Noé reuniram-se em tornode um ideal: edificar uma cidade e uma torre que tocasse o céu,e exaltar o nome de si mesmos.

Não foi outro o resultado — a maior divisão de que se temnotícia na história da humanidade. A milenar confusão das lín-guas foi o resultado provocado pelo próprio Deus, com a finali-dade de fazer o homem cumprir o seu propósito, que era fazeras famílias crescerem, multiplicarem-se e povoarem a terra, ha-bitando-a em toda a sua plenitude.

A partir daí, o homem se espalhou, pois não conseguiu secomunicar. Foi mais ou menos o que aconteceu em Corinto; osirmãos não falavam a mesma língua dentro da igreja:

“Rogo-vos... que digais todos uma mesma coisa... antes, sejaisunidos... em um mesmo parecer” (vv 10).

Havia na igreja uma dificuldade em dizerem a mesma coisa,em terem um mesmo parecer. Apesar de estarem todos em umamesma igreja, discordavam ardentemente em pontos básicos dafé comum.

O chamado nosso de cada dia

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Dentro de nossas igrejas, é comum ver irmãos defenderemsuas posições teológicas, direcionando a salvação para o modocomo pensam. Outros reagem, por considerarem que o tempodecorrido desde sua aceitação como membro lhes garante al-gum lugar no céu. E tantos outros pontos são levantados.

Uma coisa, porém, é certa: a salvação não vem por ritual,nem por liturgia, nem tampouco por tempo de casa. A únicacoisa proveitosa a quem tem muito tempo de casa é o FGTS,Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

Na vida espiritual, a salvação não se dá por obras, nem porcargo, não vem por função desempenhada nem por mérito: épela fé:

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vemde vós; é Dom de Deus. Não vem de obras, para que nin-guém s glorie” (Ef 2.8 e 9).

É nisso que Paulo insistiu com os corintios. Alguns mem-bros daquela igreja, os da família de Cloé, contaram a Paulo osproblemas pelos quais a igreja estava passando. Ao que Paulorespondeu implacável:

“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas paraevangelizar” (vv 17).

“Não para batizar”. O batismo é um ritual interno da igreja;destina-se àqueles que optaram por entrar, por fazer parte docorpo. Paulo é claro ao dizer que não foi enviado por Cristo

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com essa finalidade, a de batizar, a de oficiar ritos internos da fécristã.

No mesmo versículo, ele se defende, dizendo que sua cha-mada é para “evangelizar”, ou seja, atuar em trabalhos extraordi-nários, no campo, adiante dos irmãos. Sua intenção ao usar aexpressão “evangelizar” é deixar claro que ele não iria perder temporesolvendo questões internas daquele grupo. Seu tempo era pre-cioso para que ficasse enroscado em picuinhas de gente grande.

Nisso a passagem de Paulo em Corinto com a passagem daconfusão das línguas se assemelha. Quando disse que o próprioDeus promoveu a divisão entre os descendentes de Noé, não mereferi a um caso específico. Durante o período monárquico deIsrael, quando o povo desobedecia à Lei de Moisés, o próprioDeus levantava uma nação inimiga para fazer guerra aos judeuse, em alguns casos, levá-los cativos. Foi o que aconteceu quandoNabucodonozor, rei da Babilônia, atacou aquele país.

Já no Novo Testamento, após o pentecostes, o grupo de ir-mãos que recebeu o Espírito Santo parece ter gostado de perma-necer em Jerusalém. O que houve então? Perseguição. O livrode Atos dos Apóstolos narra a perseguição sofrida pelos apósto-los. Só assim eles puderam cumprir o mandamento do Senhor,que era o de permanecer em Jerusalém somente até a vinda doEspírito Santo. Depois, cada um deveria cumprir a chamada quehavia sido feita:

“E ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em todaa Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8).

Como, ao receberem o Espírito Santo, eles não moveramum dedo na obra da evangelização, a perseguição feita pelos lí-

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deres do judaísmo aconteceu. Assim, os apóstolos puderam sairpelo mundo, divulgando a salvação em Cristo.

Faça a seguinte reflexão: Deus realizou uma grande obra, aoenviar seu Filho para nos salvar. Depois, cada um de nós experi-mentou essa salvação. Alguns de nós fomos libertados das dro-gas e de outros vícios. Outros tiveram os lares restaurados. Etantos outros benefícios poderia enumerar aqui.

É justo gostarmos muito da igreja onde congregamos, dasigrejas que freqüentamos. O que não é justo é fazer delas umclube, um salão social onde nos reunimos periodicamente paradiscutir a que candidato iremos apoiar nas próximas eleições, ousobre que reivindicações faremos ao administrador regional.

Quando começamos a pensar naqueles que estão fora da igreja,sem salvação, e a trabalhar pela salvação deles, por incrível quepareça, estamos “dizendo a mesma coisa” e estamos “tendo ummesmo parecer”.

Enquanto os discípulos de Jesus estavam encantados com asobras que o Mestre estava realizando, tudo ia muito bem. Quan-do dois deles começaram a discutir qual iria se assentar à direitade Cristo no trono céu, Jesus teve que repreendê-los (Mt 20.17-24).

Portanto, uma das principais causas da divisão nas igrejas é o“olhar para si mesmas”. O olhar do cristão deve estar nas almas,no evangelismo, pois para isso fomos chamados.

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QUANDO O PASTOR A QUEM EU AUXILIAVA inau-gurou uma congregação na zona leste e semudou para lá, assumi a igreja na Casa Verde.

Lancei, então, um projeto para mobilizara igreja, orientando os membros a se organi-zarem em departamentos. Tínhamos inau-gurado a igreja há cerca de um ano, talvezum pouco mais.

O projeto chamou-se “Projeto Vai Procu-rar Sua Turma”. Não fique assustado, poisestava baseado em um texto bíblico da ver-são Revista e Corrigida de Almeida:

“Estes são os filhos de Israel segundo oseu número, os chefes dos pais, e os capi-tães dos milhares e das centenas com osseus oficiais, que serviam ao rei em to-dos os negócios das turmas...” (1Cr27.1, grifo meu). Terceiro

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Israel estava organizado por turmas, e em turmas serviam aDeus. Minha proposta à igreja era que se organizassem em tur-mas, em departamentos. Acreditava que a organização iria pro-mover a expansão do nosso grupo. Afinal, via isso em quasetodas as igrejas que havia visitado.

Mas tive outra decepção. A mobilização não aconteceu ime-diatamente, como esperava. Lentamente, os irmãos começarama ser despertados, e, naturalmente, os grupos começaram a sur-gir, as turmas começaram a se reunir, animadas pela mobilizaçãoque acontecia na mocidade.

Nessa época, alguns cooperadores (que são aqueles irmãosque ainda não receberam a primeira consagração a diácono)mostraram interesse pela hierarquia da igreja. Foi então que mi-nistrei a eles um estudo sobre os dons ministeriais relacionadosem Efésios 4. Isso ajudou muito aos irmãos, que entenderamquais as áreas em que a igreja poderia atuar, e cada um dos mem-bros pôde identificar sua própria chamada.

O texto da carta de Paulo declara:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, e outros paraprofetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores edoutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para aobra do ministério, para edificação do corpo de Cristo...” (Ef4.11 e 12).

Entendo que, quando Paulo diz “querendo o aperfeiçoamentodos santos”, ele se refere aos ministros, pois são eles que lideram,ensinam e fazem “a obra do ministério”. “Ministério”, aqui, écomo o conhecemos hoje: a igreja toda, com suas atividades edepartamentos.

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Profetas

Apóstolos

A seguir, relacionei uma lista breve dos ministérios a que Paulose referiu na carta aos Efésios. Se você tiver alguma dúvida quan-to à área em que deve atuar, pode identificar-se em alguma dasque apresentarei agora:

1. Apóstolos. Os apóstolos foram os primeiros líderes da igre-ja: primeiros a serem chamados (Mt 10.1-2), primeiros na au-toridade (Mc 6.7; At 1.21-26), primeiros no ministério (At 2.37;6.1-4) e primeiros nas citações bíblicas (Ef 4.11; 1Co 12.28).Os apóstolos foram os homens que receberam a comissão e, emseguida, foram enviados por Jesus a fim de iniciar e dirigir apregação e o ensino do evangelho, e, junto a Jesus, fundarem aigreja.

O título apóstolo vem do grego apostolos, que significa ummensageiro, alguém enviado com uma missão, um apóstolo de Cris-to. O critério adotado pelos próprios apóstolos, nos primeirosdias da igreja, com a finalidade de nomear novos apóstolos, eraverificar se o candidato tinha sido uma testemunha ocular daressurreição do próprio Jesus (At 2.22).

O título missionário (enviado) parece ser o equivalente mo-derno daquele cargo, já que não há mais testemunhas ocularesda ressurreição de Jesus. O próprio Paulo se declarou ser um dosúltimos apóstolos (1Co 4.9; 1Co 15.8). Assim, quando dize-mos que alguém é um Missionário, reconhecemos que aquelapessoa atua como um apóstolo, mas não foi testemunha ocularde Cristo. É, portanto, errado em nossos dias chamar alguém deapóstolo, porque não há mais testemunhas oculares de Cristo.

2. Profetas. Esses homens, também, seguindo a ordem pro-posta pelo próprio Senhor, deram continuidade ao ministério

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Evangelistas

de Cristo. Em 1 Corintios 12.28, a ordem cronológica das cha-madas fica bem clara: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramenteapóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores (pasto-res), depois milagres, depois dons de curar, socorros...”.

Essa ordem (primeiramente) não indica importância hierár-quica, pois somos membros uns dos outros e os mais fracos sãonecessários (1Co 12.22). Tudo leva a crer que os profetas atua-ram juntamente com os apóstolos e deram continuidade aoministério iniciado por estes (Ef 2.20; 3.4, 5).

Assim, como eram pioneiros no trabalho, a única diferençaentre apóstolos e profetas parece ser que estes últimos não fo-ram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus, e provavel-mente foram discípulos dos apóstolos. Certamente o conteúdoda mensagem dos profetas era evangelístico, anunciando aosperdidos a salvação em Jesus Cristo. O sentido atual para profetaé de alguém que interpreta a palavra de Deus: o pregador (Mc16.15).

3. Evangelista. As pessoas que recebem esse título são pessoasque têm paixão pelas almas. O evangelista é alguém que procla-ma boas novas, a mensagem do Evangelho. Paulo mencionou oevangelista como um dom para o ministério (Ef 4.11). Só Fili-pe foi especialmente chamado de evangelista (At 21.8), masobreiros como Timóteo (2Tm 4.5), Lucas (2Co 8.18), Cle-mente (Fp 4.3) e Epafras (Cl 1.7; 4.12) talvez tenham trabalha-do como evangelistas.

As palavras de Paulo a Timóteo sugerem que seu verdadeirochamado foi o de evangelista: “... que pregues a palavra, instes atempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes... sê sóbrio

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Pastor-mestre

em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre oteu ministério” (2Tm 4.2, 5).

Baseados no ministério de Filipe, podemos destacar algumasatribuições do evangelista, conforme Atos 8:

1º anunciar a Palavra, a essência do Evangelho, que é Cristo,o Salvador. Ele “lhes pregava a Cristo” (vv 5, 35);

2º levar muitos a crerem e serem batizados (vv 6, 12);

3º realizar milagres, libertação e sinais que atraiam as pessoas(vv 6, 7 e 8);

4º estarem prontos para pregar a qualquer hora (vv 26);

5º estarem dispostos para viagens evangelísticas (vv 39 e 40).

Os evangelistas são pessoas responsáveis pelo crescimentonumérico da Igreja. Com isto em mente, Paulo ordenou a Ti-móteo que fizesse o trabalho de um evangelista.

4. Pastor-mestre. Por último Paulo listou pastores e mestres,concluindo a seqüência de dons ministeriais. Assim, entende-mos que os apóstolos e os profetas fundaram as igrejas, osevangelistas empenharam-se em anunciar as boas novas e animaro povo e, por fim, os pastores-mestres cuidaram do rebanholocal, alimentando-o e instruindo-o em toda a Escritura. Apesarde se poderem nomear pessoas distintas para pastorear e ensinar,é bem provável que, desde os primeiros dias da igreja, algunspastores sentissem a necessidade de exercer a função de mestre.Timóteo parece ter sido um desses pastores (2Tm 4.2, 5).

O mestre nem sempre é pastor, mas o pastor deve ser ummestre apto para ensinar (1Tm 3.2). O cuidado do rebanho sem-

Vai procurar sua turma

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Testemunho

Intercessão

Música, prosa e

poesia espiritual

pre foi uma das maiores preocupações do Senhor (Jr 23.1-4; Ez34) e o ensino das Escrituras, também (Is 1.3; Os 4.6; Mt 22.29).

Outros dons espirituais que são encontrados nas Escrituras:

1. Música, prosa e poesia espiritual (1Co 14.26; Ef 5.19). Esseministério, o de louvor, é um ministério de grande importânciana condução de um culto. Assim como a pregação da Palavra, aministração do louvor age em conjunto trazendo paz, graça, li-bertação e salvação aos ouvintes. Temos inúmeros testemunhosde pessoas que foram atraídas para a igreja através da música.

2. Intercessão (At 6.4; 1Tm 2.1). Em Êxodo 3.7, Deus decla-rou a Moisés que ouvia o clamor do povo, e, por isso, deu-seinício a uma das maiores obras de resgate de toda a Bíblia. Dian-te disso, fica clara a necessidade de um grupo de intercessoresalimentando a igreja com suas orações. A intercessão é funda-mental no resgate das almas; Jesus sempre orou para que as al-mas fossem salvas.

3. Testemunho (At 1.8; 5.32; 23.11; 26.22; 1Jo 5.6b). Jesusnunca disse que, para testemunhar sobre a salvação, alguém de-vesse ser consagrado a algum cargo especial na igreja. A capacida-de para testemunhar começa no momento da conversão. A pri-meira experiência pessoal com Cristo é o maior testemunho quealguém pode dar, porque a experiência vivida por alguém é aque mais nos convence. Assim, os grupos que saem a entregarfolhetos e realizar o evangelismo nas ruas podem ser compostospor todos os membros da igreja que desejam testemunhar suasexperiências.

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Misericórdia

Habilidades especiais

Hospitalidade

Contribuição

4. Habilidades especiais (Ex 35.30-33). A Bíblia diz que Deusdotou alguns homens com habilidades especiais, como osartesãos. Eles auxiliaram o povo na construção do Templo. Masnão são somente os artesãos que podem servir a Deus; qualqueroutra habilidade é bem-vinda, quando colocada a serviço da obrade Deus: os escritores, as pessoas bem relacionadas na comuni-dade local, uma oferta especial, o auxílio de um empresário,entre outros, são bem-vindos.

5. Hospitalidade (1Pe 4.9 e 10; 1Tm 3.2). Paulo advertiu-nos a sermos hospitaleiros. Há casos em que irmãos de outrascidades e estados precisam se hospedar na casa de algum mem-bro. Conheço irmãos que chegaram a levar para suas própriascasas pessoas carentes, necessitadas, sem moradia fixa.

6. Contribuição (Rm 12.8). O possuidor do dom da contri-buição compartilha de seus bens com outros com grande amor.“Aquele que contribui” traduz o grego ho metadidous. A palavra éencontrada em Efésios 4.28: “... antes trabalhe, fazendo com aspróprias mãos o que é bom, para que tenha que repartir(metadidonai) com o que tiver necessidade”. A mesma palavra éempregada em Lucas 3.11 por João Batista: “Quem tiver duastúnicas, reparta (metadoto) com o que não tem”.

O que tem o dom de contribuir pode canalizar seus dons atra-vés da igreja, mas ele é mais que um oficial que distribui as ofertasde outros; ele dá de seus próprios bens, motivado pelo EspíritoSanto, fazendo isso com extraordinária alegria e generosidade.

7. Misericórdia (Rm 12.8). Parece-me que o dom descritoaqui é o mesmo dom citado em 1 Corintios 12.28 como “socor-

Vai procurar sua turma

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ros”. O verbo grego correspondente a misericórdia é definidocomo ter piedade ou misericórdia de. Assim, fica claro que é umdom utilizado por quem atua na assistência social da igreja, so-correndo os pobres, os necessitados, os enfermos, e ajudando opróximo através da misericórdia concedida pelo Senhor, comoum dom de Seu poderoso Espírito.

Concluindo, temos aí, de forma concisa, uma série de áreasem que a igreja foi capacitada por Cristo para atuar no mundo.De acordo com a experiência revelada na Bíblia, tanto no Anti-go quanto no Novo Testamento, se nos envolvermos com oserviço e esquecermo-nos de nós mesmos por alguns instantes,daremos o pontapé inicial para a solução dos problemas de divi-são em nossa igreja.

Portanto, como disse em nossa igreja: “vai procurar sua tur-ma!”

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DIA DESSES UM PASTOR, amigo meu, Titularde uma igreja sede, comentou uma discussãoque aconteceu entre o vice dele e um outroPastor, que também havia sido vice-presidentedo campo.

O primeiro, Pastor novo, não era cristãohá muito tempo. O último, aproveitando-se desse fato, alardeou:

— Quem você pensa que é? Eu estou aquihá quarenta anos!

É... como a moçada diz hoje em dia...“Foi mal.” E, diga-se de passagem, muito mal;ele foi realmente infeliz em sua resposta.

Há irmãos que, de posse de um Certifica-do de Conclusão do Instituto Teológico, vãodireto à sala pastoral requerer seus direitos,como se quatro anos de estudo fossem o equi-valente a um segundo sequer de vocação echamada ministerial. Quarto

Capítulo

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Este também foi um problema que Paulo enfrentou emCorinto. Ainda no primeiro capítulo de sua carta, depois defalar sobre as divisões causadas por preferências por ou outropregador, o Apóstolo escreve que alguns membros estavam seautoproclamando sábios e inteligentes:

“Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e ani-quilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio?Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século?Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mun-do?” (vv 19 e 20)

É certo que há um abismo entre o sábio segundo o mundo eo sábio segundo Deus. Segundo o mundo, o sábio irá contraDeus; segundo Deus, o sábio é aquele que ganha almas até mes-mo quando prejudica a si mesmo (Mt 18.15).

No caso dos coríntios, as diferenças culturais também erammotivos para divisões — algo parecido com o que ocorre emsua igreja? E como é repugnante esse tipo de divisão, quandodeveríamos ter sentimentos parecidos com os de uma família!

A igreja de Corinto era formada por judeus convertidos, es-trangeiros de cultura helenista, isto é, de origem grega, famíliasde respeito e prostitutas convertidas ao cristianismo. O grupoera bastante heterogêneo. Aproveitando-se disso, alguns julga-ram ser mais entendidos das coisas de Deus, desprezando a hu-mildade de outros que, com o coração contrito, se achegavamao Senhor.

Paulo atacou veementemente essa espécie de comportamen-to, de postura. “Porventura não tornou Deus louca a sabedoria

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deste mundo?” — perguntou. Em outras palavras, ele afirmou:“a sabedoria que você possui, Deus não a pode aproveitar para coisaalguma. Satisfeito?”

Um dos obreiros que trabalhou comigo estava convencidode que algumas regrinhas do Seminário deveriam ser seguidas àrisca em uma igreja. Três meios para isso, quatro passos paraaquilo, cinco modos de conseguir aquilo outro. Esse pensamen-to é fruto do final da década. Já reparou que vivemos no tempodos guias práticos? “Guia prático para alcançar isso”, “Guia dofulano”, “Guia do beltrano”, e por aí vai...

Deus já tem o seu próprio Guia:

“Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guia-rá em toda a verdade” (Jo 16.12).

Não estou fazendo apologia da desordem eclesiástica. Masobserve se em sua congregação não há alguém com esse com-portamento. Ora, se o próprio Apóstolo Paulo enfrentou isso,que dirá nós!

E o que fazer quando um grupo da igreja quer levar-nos aos“guias práticos de teologia”? O que fazer quando surgem os sá-bios segundo o mundo?

Não há melhor remédio para resolver o problema de divisãocausada por divergência teológica ou por metodologia de traba-lho que a antiga e boa cruz. A prioridade da igreja é ganhar almase sustentar as que já possui. Para sustentar as que já possui, a igrejadeve promover o fortalecimento da fé dessas almas. E, para se-rem fortalecidas, é necessário que elas ouçam a Palavra de Deus— isso é ponto passivo.

Sou, mas... quem não é?

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34 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!

Assim, tanto para umas quanto para outras, Cristo deve seranunciado:

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem;mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (v. 18).

Observe atentamente o que motiva os irmãos a virem à igre-ja. Eles vêm porque irão aprender a Palavra? Hoje será ministra-do um estudo bíblico sobre o poder da cruz? Ou virão à igrejaporque é o primeiro dia da Campanha da Vitória Financeira?

O grupo de evangelismo sairá porque sentiu que há almaspara Cristo na vizinhança? Ou a mocidade quer verba para umprograma de rádio para poder apresentar um programa gospelde rock’n’roll?

A motivação faz a diferença. Em qualquer circunstância, quan-do houver divisão entre os membros, questione-se: — Qual amotivação para isso? A resposta deverá sempre ser algo entreCristo e almas a serem salvas. O que passar disso, não é de pro-cedência desejável.

Os membros dos departamentos na igreja devem entenderque o grupo a que pertencem é formado por membros que têma mesma característica ministerial. Dificilmente haverá um gru-po de músicos formado por uma dirigente das irmãs, um ado-lescente, um Presbítero e um novo convertido. Também sãoraros os grupos de visitas a casais que são formados por doisjovens, um diácono e o baterista da igreja.

Normalmente a nossa chamada nos leva a trabalhar em áreasequivalentes às que pertencíamos quando não éramos cristãos.

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# 35

Um dos Pastores que me auxiliava nunca escondeu de ninguém:

— Não me coloquem para trabalhar com jovens; não tenhovocação nenhuma para isso. Tenho uma chamada para trabalharcom casais.

E por que isso? Aquele Pastor, antes de se converter, haviasido adúltero. Nunca teve problemas com jovens. Tinha umcasal de filhos, mas o problema maior de sua vida antes de Cris-to era a infidelidade conjugal. Assim, quando se converteu, seuministério começou a ser conduzido para essa área.

Note as pessoas que trabalham na recuperação de drogados.Em sua maioria, elas foram viciadas um dia, ou têm ou tiveramalgum parente com aquele tipo de problema. Então, Deus ascoloca para trabalharem com a recuperação de dependentes quí-micos, porque elas conhecem as circunstâncias que cercam pes-soas com esse problema; ou elas mesmas sabem como as coisassão por experiência própria.

Se Deus nos colocou para atuar junto a outros irmãos com asmesmas vocações espirituais, devemos nos lembrar que tam-bém temos os mesmos propósitos espirituais. E isso vale paratodo e qualquer departamento, ou grupo da igreja.

Certa vez tivemos um problema específico na igreja. Sempreque ali realizávamos algum evento, escolhia-se uma das irmãspara cuidar da alimentação.

Aí surgiu uma irmã, nova convertida, que era excelente cozi-nheira — que Deus a tenha na igreja! Ela, então, me pediu paraficar responsável pela cozinha durante os eventos que realizásse-mos, já que ainda não se sentia capaz de desenvolver nenhumaoutra função. Disse a ela que não via problema nenhum, masque falasse também com a dirigente do grupo de irmãs.

Sou, mas... quem não é?

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Passou algum tempo, e, quando chegamos próximos aoNatal, uma família inteira se converteu. No jantar de fim deano, surgiu o problema: a irmã responsável pela cozinha ficouemburrada.

— Que houve, irmã? perguntei.

“— Disseram que fulano trouxesse as coxinhas, quando aresponsável pela cozinha sou eu.”

Não tiro a razão daquela irmã. Ela ficou magoada por sentirque a única coisa que sabia fazer estava sendo ameaçada, e ela seimaginou sem poder fazer outra coisa para o seu Senhor.

Perguntei à dirigente das irmãs por que aquele casal de novosconvertidos havia ficado responsável pelas coxinhas. Ela me dis-se que era para aproveitá-lo em alguma tarefa a fim de que nãose sentissem desprezados.

Não adianta querer manter as pessoas na igreja dando in-cumbências a elas. Somos um corpo bem ajustado, diz a Bíblia.Cada um irá desempenhar sua função sem que isso atrapalheoutro. Quando andamos de um lado para outro, os braços nãose incomodam com isso. Quando digitamos no teclado do com-putador, os pés não reclamam. Cada um dentro da sua função, etodos atraídos a Cristo: ele é, e sempre será, o centro e o motivode tudo.

Devemos entender e respeitar o tempo para que as coisas acon-teçam. Uma vez meu Pastor, Jabes Guedes de Alencar, me cha-mou para ensinar-me uma importante lição. Na época, eu atua-va como pregador itinerante, ministrando em diversas igrejas.Mas, como era novo na fé, cometi alguns excessos; nada grave.

Ele, então, me disse que em uma chamada ministerial háquatro pontos a serem observados.

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São eles: para quê fomos chamados, quando fomos chama-dos, nossa chamada é para onde e quando devemos começar.

Os erros mais comuns acontecem no último ponto. Sabe-mos para quê fomos chamados, se para pregador, pastor, missi-onário, cantor, etc. Temos a noção exata de quando Deus noschamou, se foi através de uma profecia, uma visão, uma voca-ção específica ou algo assim. Conhecemos a área onde atuare-mos, com que tipo de pessoas iremos trabalhar.

Normalmente ‘pecamos’, entretanto, na questão quando de-vemos começar nosso ministério. E o pior: muitos irmãos, porfalta de orientação, chegam a abandonar seus empregos, ven-dem casas, carros e outros bens e dedicam-se de corpo e alma àobra de Deus, sem que o tempo determinado pelo Senhor te-nha chegado.

Não estou afirmando que todas as pessoas que fazem issoestão fora da direção de Deus, porém conhecemos um númerogrande de pessoas que se antecipam ao tempo de Deus “e se dãomal.”

A capacidade pessoal não é o supra-sumo da chamada minis-terial. Portanto, preste atenção a esses pontos que, para mim,foram de muito valor; talvez um dos conselhos que mais vale-ram a pena seguir. Ao Pastor Jabes o meu muito obrigado. Avocê, muita atenção.

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UMA DAS MAIORES DECEPÇÕES que uma pes-soa pode ter é a rejeição. Não tenha dúvidassobre isso. É uma situação muito triste quan-do alguém pensa ser a pessoa mais apta paradesempenhar função ou pensa ser a pessoapreferida em uma determinada comunidade,e não o é.

Gosto de um exemplo bíblico sobre isso.Quando Jesus estava sendo entrevistado porPôncio Pilatos, este, vendo que Jesus estavaindiferente à situação, disse-lhe:

“Não me falas a mim? Não sabes tu quetenho poder para te crucificar e tenhopoder para te soltar?” (Jo 19.10).

Na nossa linguagem, Pilatos pensava “es-tar abafando”. Mal sabia que era apenas umapeça em toda a engrenagem: Quinto

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Quando a preferência é deDeus

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“Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se decima te não fosse dado” (v. 11).

O poder que Pilatos julgava possuir por méritos própriosvinha justamente do Pai daquele sobre quem se gabava — deDeus. Frustrante.

Como membros de uma comunidade cristã, como compo-nentes de uma instituição social, precisamos trazer sempre àmemória o seguinte: não somos os guardiães do poder de Deus— somos o testemunho de que Ele é poderoso. Não precisa-mos provar a ninguém que Deus é poderoso. O que precisamosfazer é deixar que Deus prove isso através do nosso comporta-mento, da nossa maneira de ser, transformada como resultadodesse poder.

No Antigo Testamento, Deus revelou-se de maneiras dife-rentes no Antigo e no Novo Testamento. Quando Elias estevediante dos profetas de Baal, precisou de um artifício pirotécnicopara mostrar a Sua vontade e o Seu poder. Os apóstolos de Jesusquiseram fazer o mesmo, mas o Mestre os repreendeu, dizendo-lhes que a proposta de Deus era a salvação, e não a morte dosincrédulos.

Não que Deus quisesse a morte dos profetas de Baal naquelaocasião. Não é essa a questão, mas sim o meio e a circunstânciaem que a revelação de Deus irá acontecer.

Deus quer se revelar, e isso ficou claro quando Ele enviouCristo ao mundo. Mas, de que forma Ele quer se revelar? Atra-vés das divisões na igreja? Através dos irmãos que se julgam su-periores aos demais?

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Não. Deus quer usar os que parecem loucos, os que parecemdesprezíveis, os que parecem fracos, os que parecem não ser e osque parecem vis. Por incrível que pareça, essa é a preferência deDeus no que diz respeito ao meio da revelação. Essas pessoas sãoos meios usados por Deus para que a Sua revelação aconteça.

Muito bem, por que Deus faz isso? Será que Ele é o primeiroa promover a divisão entre os irmãos para se revelar a nós? Demaneira nenhuma. Deus tem preferências, e Ele prefere se reve-lar por meios discretos.

Quem foram os palestrantes eloqüentes que não tinham ins-trução universitária? Os pescadores semi-analfabetos transfor-mados em apóstolos:

“Então eles [os sacerdotes e o capitão do templo], vendo aousadia de Pedro e João, e informados de que eram homenssem letras e indoutos, se maravilharam...” (At 4.13).

São vários os exemplos de casos como esse, tanto na Bíbliacomo fora dela. Por isso vemos que Deus não quer se eviden-ciar através de suntuosidade, de grandeza e magnificência. Éclaro, Ele pode usar uma pessoa eminente, um grande empre-sário, um artista famoso, desde que a soberania de Deus sejapreservada, ou seja, desde que fique claro a quem Ele se revelaque a capacidade humana foi sobrepujada, foi suprimida pelagrandeza divina:

“Para que nenhuma carne se glorie perante ele” (1Co 1.29).

Quando a preferência é de Deus

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A preferência de Deus é mostrar ao mundo aquilo que Ele épor essência — Deus. Quando o Senhor chamou a Moisés atra-vés da sarça ardente, Ele perguntou o que Moisés tinha na mão,ao que Moisés disse: — Uma vara (Ex 4.2).

Moisés, criado pelo faraó do Egito, erudito, formado nasciência daquele país, tinha um pedaço de pau em sua mão.Deus, então, disse-lhe que justamente aquele pedaço de pauseria o instrumento que Ele usaria para mostrar ao povo que oEu Sou, o Eterno, estava ali para tirar o seu povo de baixo dojugo egípcio.

A preferência de Deus dentro das nossas igrejas é deixar claroque um clube é um clube, uma sociedade de bairro é uma soci-edade de bairro e uma igreja é uma igreja.

Paulo disse que o Senhor estabeleceu entre nós Cristo comosabedoria, justiça, santificação e redenção. Essas quatro virtudesdevem diferenciar-nos de qualquer outra agremiação, qualqueroutra sociedade.

Neste capítulo, quero que o leitor seja um pouco mais re-flexivo, olhe para o seu interior. Falei, no capítulo anterior, so-bre as motivações que levam alguns departamentos à igreja. Mas,o que realmente o faz permanecer unido ao grupo, ou, pelomenos, o faz freqüentar a sua igreja?

Nossas preferências podem ser atendidas em algumas áreasde nossa vida. Posso atender a minha preferência por roupas emtom pastel indo a uma loja e comprando roupas nesse tom.Posso trabalhar e comprar um carro modelo esportivo, por seresta a minha preferência. Posso, em conjunto com minha espo-sa, optar por ter um, dois ou até mesmo nenhum filho, se essafor a nossa preferência.

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Posso freqüentar uma igreja por interesse e necessidade de ajudafinanceira, até que Deus me abençoe ou algum irmão me arrumeum emprego; e, então, eu saio da igreja, não volto mais lá. Umjovem pode assistir aos cultos de uma igreja por estar à procura deuma namorada. Um empresário pode freqüentar a igreja com in-tenções comerciais, interessado em vender algo para os membros.

Tudo isso é possível. Mas, com certeza, há um grupo preo-cupado com a impressão que irá causar em Deus: — Que seráque Deus vê em mim? pensam.

A esse grupo o conselho é prático — Deus busca aqueles quesinceramente dão prioridade a Cristo. Ele é o poder de Deusmanifesto. Sobre quem fará parte da família de Deus, o próprioSenhor é quem escolhe os que crêem.

“Mas vós sois dele [de Deus], em Jesus Cristo [por meio deCristo], o qual [Cristo] foi feito por Deus sabedoria, e justi-ça, e santificação, e redenção”.

Por estas quatro marcas, Deus poderá acha-lo: a sabedoria deDeus em você; a justiça que vem de Deus; a santificação peloEspírito de Deus e a redenção que há em Cristo.

Essa é a preferência de Deus — encontrar essas pessoas, eabençoá-las, e capacitá-las para que possam edificar a obra de Deus.

Isso não quer dizer que aos demais Deus sempre desprezará.Não. Para os demais, a ação do Espírito Santo de Deus tambémserá uma realidade, na tentativa de que sejam transformados, afim de atenderem às preferências do Senhor.

Aí, então, farão parte daquele grupo: os preferidos do Pai.

Quando a preferência é de Deus

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VIMOS, ATÉ AQUI, as situações e comporta-mentos do grupo de irmãos que trazem adivisão a uma igreja. Em poucas palavras, asdivisões ocorrem em igrejas onde os irmãosperderam a referência da salvação. Deixaram,ao menos por um tempo, de olhar para Cris-to, e passaram a contemplar a eloqüência, asabedoria, o conhecimento de alguns Pasto-res e pregadores.

Também vimos que Deus chama o Seupovo para um envolvimento espiritual, e queesse envolvimento depende da proposta deDeus para cada pessoa ou grupo delas.

Olhando para trás, para os “dias-em-que-passamos-divididos”, podemos notar a faltade algo — não atendemos ao chamado deDeus. Não tente procurar outra desculpa, poisdificilmente irá encontrá-la.

Noventa e nove por cento dos casos dedivisão nas igrejas acontecem quando osSexto

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Vocação, chamada e escolha:para que servem?

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membros estão, ou são, mal informados sobre a sua chamada.Para que fui chamado? Qual a minha vocação? O que farei noministério? Essas são algumas das perguntas mais comuns entreirmãos em igrejas divididas.

Há casos de igrejas muito pequenas, de irmãos de classe soci-al mais baixa que, mesmo com o desemprego e seus problemas,se mantêm unidos. Por quê? Porque, na adversidade, buscammais a Deus e se interessam e se envolvem mais com o serviçocristão.

Mas vamos por partes. Alguém já perguntou — o que é vo-cação? Vocação nada mais é do que o dom natural que Deus lhedeu. Note que dizemos que ‘algumas pessoas nascem com voca-ção para cantar, ou para serem comerciantes’, por exemplo.

Vocação não é chamada. Somos vocacionados quando reuni-mos capacidades e talentos para realizarmos determinada fun-ção. Vocação para Pastor — tem aquele obreiro que é carismático,paciente, bom mestre da Palavra de Deus. Essas são as capacida-des, as qualidades de um bom Pastor.

Paulo diz que, segundo a carne — segundo o conhecimentohumano —, não existiam muitos sábios na igreja. Quer dizer queeles se gabavam de serem tão sábios das coisas de Deus, quando,na verdade, nem das coisas do mundo entendiam direito:

“Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitosos sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nemmuitos os nobres que são chamados” (1Co 1.26).

Segundo a carne, nada interessa a Deus. Deus não chama os

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capazes segundo o ponto de vista natural, e sim pelo ponto devista espiritual.

Há pessoas na igreja que, para não assumirem responsabili-dade alguma nos trabalhos, dizem: — Ah, não tenho vocaçãonenhuma; fui chamado para ser membro de banco.

Costumo dizer que membro de banco é o prego, o parafuso,a madeira; são eles que compõem um banco de igreja; eles são osmembros de banco — nós somos membros do Corpo de Cris-to. Veja o que Paulo diz sobre isso:

“Mas o que confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu,é Deus” (2Co 1.21).

Paulo não estava escrevendo a Segunda Carta somente aosobreiros da igreja; ele escrevia a todos os membros. Assim, quandodiz que “Deus é quem nos ungiu”, quer ensinar que Deus ungiua todos, e não somente a alguns obreiros.

E para que serve a unção? você poderá perguntar. A unção é oque determina o que cada um dos filhos de Deus fará na Suaobra. A unção determina o tipo de missão de cada um.

Davi foi ungido pelo profeta Samuel para ser rei em Israel(1Sm 16.1). Jesus recebeu a tríplice unção: rei, sacerdote e pro-feta (Is 61.1); é o único caso na Bíblia de alguém que teve as trêsunções. Assim, pela unção que recebemos de Deus, os nossostalentos naturais são tornados espirituais — agora servem para oserviço cristão.

É após a unção que podemos atender à chamada. A chamadaé feita por Deus, e somente por Ele. Alguém pode cursar quatro

Vocação, chamada e escolha: para que servem?

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48 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!

anos de Seminário Teológico, ser filho ou amigão do Pastor, sero dizimista mais fiel da igreja, mas, se a chamada não for feitapelo Senhor, de nada adiantará sair às almas.

Sei de um Pastor que dirigia uma grande congregação, ondeos dizimistas eram fiéis, a evangelização era eficiente; ele moravaem uma excelente e ampla casa pastoral e sua esposa e filhoseram os melhores desse mundo, do ponto de vista dele. Noentanto, orava constantemente a Deus, queixando-se de sentirum vazio em seu interior.

Certo dia, após orar mais uma vez, fazendo a Deus a mesmareclamação, o Senhor lhe respondeu que nunca o havia chamadopara ser Pastor de igrejas. O Senhor disse a ele que a chamadadele era para ser pregador itinerante, para realizar cruzadasevangelísticas e ganhar almas, e, por isso, ele sofria aquele senti-mento de vazio interior.

Imediatamente aquele Pastor comunicou a resposta de Deusà sua família, e, em seguida, à igreja. Transferiu o cargo e deixoua casa pastoral, indo morar num casebre. Um tempo depois, eletestemunhou que o Senhor o estava abençoando de formaindescritível, e que agora sentia estar no centro da vontade deDeus.

Assim acontece conosco, quando não atendemos ao chama-do do Senhor. Tudo parece nos incomodar; temos a impressãode trazer conosco uma dívida para com o céu, isso sem falar noefeito cavalo-de-pau — parece que nunca saímos do lugar.

Por último, Paulo fala da escolha. No início dos versículos27 e 28 ele repete que Deus escolheu os “aparentemente piores”,a fim de torná-los os melhores, os melhores pelos critérios deDeus.

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Em síntese, o que os versículos 26 a 31 sugerem é que adesatenção dos coríntios ao chamado de Deus é o que, basica-mente, gerou aquele “monte” de problemas na igreja. Ao invésde unirem-se, os membros se dividiram e criaram rivalidadesentre si, rivalidades teológicas, doutrinárias e de preferências pes-soais.

O resultado foi que, além de divididos, eles não amadurece-ram espiritualmente:

“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mascomo a meninos em Cristo... Porque ainda sois carnais. Pois,havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não soisporventura carnais, e não andais segundo os homens? Por-que dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo;porventura não sois carnais?” (1Co 3.1, 2 e 4).

Agora, responda para si:

— Você foi ungido para quê? e:

— O que está fazendo agora para atender à sua chamada?

Creio que, se você não sabe onde, ou em que área ou depar-tamento da igreja poderá trabalhar, busque a orientação de seuPastor, ou no departamento de aconselhamento. Eles foram cons-tituídos por Deus para orientá-lo sobre o que deve fazer. Masnão deixe de orar e pedir a revelação de Deus para sua vida sobreo que você deverá fazer. Deus quer se revelar a nós. Ele temprazer em se deixar conhecer diariamente. Creia nisso.

Vocação, chamada e escolha: para que servem?

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COMO VIMOS, “Deus nos ungiu”. Não tenhamais dúvida sobre a unção; você viu que oapóstolo Paulo escreveu isso (2Co 1.21). Hápessoas que perdem muito tempo de suasvidas espirituais, e deixam de se desenvolvere de serem grandes obreiros ou obreiras naigreja, porque desconheciam a existência daunção sobre suas vidas.

Por isso, comece a orar, a questionar a Deuse a observar qual é a sua vocação, com quaisatividades você mais se identifica, e quais sãoas atividades desenvolvidas por você que maisfrutificam:

“Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei [cha-mei e lhes dei o meu Nome], para quevades e deis fruto” (Jo 15.16). Sétimo

Capítulo

SétimoC

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Você vai ser um gerente deDeus

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Quando prestar atenção a esses pequenos detalhes, irá desco-brir para quê foi ungido; saberá, então, qual é o seu ministério.

O passo seguinte é o que mais o irá atrair: desenvolver o seuchamado. Toda pessoa chamada por Deus pode atuar em diver-sas áreas dentro do ministério. Talvez você descubra que, para afunção a que foi chamado, já há alguém trabalhando e não háespaço para mais ninguém. Há duas opções:

- primeira: aguardar o tempo certo de você atender à cha-mada;

- segunda: procurar, dentro da mesma igreja ou ministé-rio, uma outra colocação onde possa pôr em prática asua vocação.

Costumo dizer que, na obra de Deus, somos todos comogerentes de uma grande empresa. Numa empresa são vários osdepartamentos: de vendas, de compras, de administração, dequalidade, etc. Todos esses departamentos têm um gerente. Naverdade, todos eles são os gerentes de suas áreas, mas cada umdentro da sua própria função.

O gerente de vendas é o responsável por seu setor, assim comoo de compras é responsável por aquela área, e assim por diante.Mesmo sendo todos gerentes, eles atuam em áreas distintas, comfunções distintas e utilizam ferramentas distintas.

Por exemplo: o que o gerente de vendas faz é vender, e paraisso ele necessita tabela de preços, talão de pedidos e catálogo deprodutos. Já o gerente de compras, para que possa desempenharsuas funções, necessita de amostras de produtos, requisição decompra, lista de fornecedores, etc. Para que o gerente financeiropossa trabalhar bem, ele utilizará talões de cheques, mapas decontrole financeiro, extratos das contas correntes.

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Cada um, dentro de sua própria área, está desempenhandosuas funções e utilizando ferramentas próprias para o seu traba-lho.

Assim são os gerentes de Deus. Você deve descobrir qual é asua vocação e saber para quando é a sua chamada: se é para já, ouse ainda há um tempo até que comece a trabalhar. Em seguida,após descobrir para qual área foi chamado, deverá saber quaissão as funções pertinentes à sua chamada. Se vai ser um ‘gerente’no evangelismo, se vai ser um ‘gerente’ na assistência social, sevai ser um ‘gerente’ na escola dominical, etc.

Quando souber em que área irá atuar, aí sim, poderá orar,pedindo a Deus as ferramentas próprias para o que irá fazer. Sedermos talões de pedidos e listas de preços ao gerente de com-pras, o que ele irá fazer? Nada. Se dermos requisição de compra,amostras de produtos e lista de fornecedores ao gerente financei-ro, o que ele irá fazer? Nada, também.

Assim, quando soubermos em que área iremos servir a Deus,poderemos orar pedindo-lhe as ferramentas necessárias para obom exercício de nossas funções. Se for atuar como evangelista,peça a Deus que lhe dê dons de conhecimento da palavra, sabe-doria, revelação. Se for trabalhar com recuperação de vidas, peçaque lhe dê dons de misericórdia, amor, discernimento. E assimpor diante.

Não peça uma boa voz se for trabalhar na assistência social.Se for cantar, sim. Não peça dons errados; peça aquilo que real-mente lhe será útil.

Pouco antes de entregar a direção da igreja da Casa Verde parame dedicar ao ministério do ensino e aos livros, tive uma expe-riência formidável na restauração de uma igreja dividida. Como

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tenho facilidade em escrever e preparar um folheto para ser im-presso em gráfica — pois trabalho nessa área —, elaborei umfolheto formato 5 (meia folha de sulfite), com quatro páginas,colorido, com uma mensagem, os dias de culto, os temas doscultos, telefone para contato, enfim, um folheto personalizadoda nossa igreja. Tirei uma oferta especial para a impressão dedois mil folhetos, talvez um pouco mais.

Tirei uma xerox do Guia de Ruas, na página onde nossa igre-ja se localizava. Convoquei os irmãos dispostos a distribuir osfolhetos no sábado de manhã. Reunimo-nos na igreja, e apre-sentei o pequeno — mas eficiente projeto.

Divididos em duplas, mostrei-lhes as ruas próximas à igreja,numa área de 1 km². As duplas escolheram as ruas onde iriamentregar os mais de dois mil folhetos. Saímos todos.

Pouco mais de uma hora depois, todas as duplas voltarampara a igreja. Houve algumas ligações, algumas visitas e nenhu-ma conversão. Repetimos a dose, e a igreja começou a tomargosto pelo trabalho. À medida que o tempo passava, eles mecobravam novos folhetos e nova data para a distribuição dosmesmos.

Pergunte-me o que aconteceu alguns meses depois, e eu lhedirei o seguinte.

— As irmãs começaram um pequeno trabalho de assistênciasocial na comunidade, e reforçaram a arrecadação de cestas bási-cas para os desempregados e necessitados, cristãos ou não.

— Os jovens passaram a se interessar por estudos bíblicos,pois, quando entregavam folhetos nas portas das escolas (e issopassou a acontecer durante a semana), os alunos questionavam

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sobre passagens da Bíblia, e eles viram a necessidade de se prepa-rarem melhor. Tive que começar um novo culto de estudo bí-blico só para os jovens (na verdade, alguns obreiros tambémqueriam participar e nisso insistiam).

— Alguns irmãos passaram a dedicar ofertas especiais quan-do viram que o evangelismo tinha prioridade na igreja.

— Motivados pelos irmãos que participaram dos primeirossábados de distribuição de folhetos, outros irmãos se integraramao grupo.

Assim, podemos, ainda, destacar a atribuição de outras tare-fas a novos grupos, como, por exemplo, visitas a entidades (cre-ches, orfanatos, asilos, hospitais, etc.). Essas são atividades que aigreja precisará incorporar após uma forte ação de evangelismona região.

Tenho observado ao longo dos anos como Pregador que, emmuitos casos, após pregar uma mensagem sobre determinadoassunto, alguns irmãos que ouvem a mensagem parecem não terentendido absolutamente nada. Mesmo preparando-me, estu-dando o tema, orando e procurando apresentar a mensagem daforma mais didática possível, sem usar palavras ou expressõescomplicadas, alguns irmãos sequer são tocados pela mensagem.

Observo que existe um abismo aparentemente intransponí-vel quando a igreja não está envolvida com alguma atividade,seja ela social ou evangelística. Entretanto, o envolvimento dosmembros com algumas dessas atividades os desperta, ao mesmotempo, para a Palavra de Deus; todo o grupo será impactadopela ação do Espírito Santo na igreja.

Creio que há Pastores que sentem a mesma coisa: pregamuma mensagem que julgam edificante, necessária, porém, ao

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descerem do púlpito, têm a impressão de que não foram ouvi-dos pelos membros.

Quando todos estivermos ocupados com alguma açãoevangelística, não haverá tempo para promover algum tipo dedivisão na igreja local. Combater a ociosidade e promover oserviço cristão é, sem dúvida, uma forte arma contra a divisãoentre irmãos.

Um dos grupos que eu acreditava ser o mais disperso comrelação ao ensino da Palavra era o dos jovens. Foi o que mais mesurpreendeu.

Como disse, quando eles começaram a entregar folhetos nasportas das escolas à noite, durante a semana, muitos dos alunosdessas escolas começaram a confrontá-los com perguntas difí-ceis para eles. Então, viram a necessidade de se prepararem me-lhor a fim de responderem à altura a essas questões que eramlevantadas.

Pessoalmente, comecei um grupo de estudos com os jovens.E acredito que esse trabalho, o trabalho com os jovens, deva serfeito pelo próprio Pastor ou por algum irmão ou casal da igrejacom quem os jovens se identifiquem bastante.

Nesse grupo estudávamos a Bíblia, abordando temas com-plexos, em uma linguagem descontraída, para que eles se sentis-sem bem à vontade. E isso realmente aconteceu: eles questiona-vam e punham para fora todas as dúvidas, ¾ e muitas delas‘cabeludas’ mesmo. Mas isso era realmente necessário para que ogrupo se entrosasse e permanecesse envolvido com as atividades.

O grupo de jovens cresceu e até hoje ele existe naquela igreja.Alguns daqueles jovens já trabalham como obreiros.

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Uma coisa devo dizer: os jovens não devem ser ‘inseridos’ emum trabalho. Por exemplo, eles não devem ser um grupo quedeverá participar de determinado evento da igreja ou nele traba-lhar; isso não os desperta. Eles devem ter um trabalho específicovoltado para eles, na linguagem deles e que seja dinâmico, quenão apresente limites para a criatividade deles.

Bem, certamente poderia aprofundar-me mais em todos es-ses assuntos que abordei neste pequeno livro. Sempre que o Se-nhor me orienta a escrever um livro, Ele também me dá a visãoda obra por completo. Estou seguro de que este formato é idealpara atender, em princípio, às necessidades mais urgentes da igrejaque esteja atravessando o problema que foi abordado aqui.

Meu sincero desejo é que, em sua igreja, esse problema nãotorne a atormentá-los, e tomara que em breve tenha que escre-ver um livro com o seguinte título: “SOCORRO, precisamosde um templo maior”.

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MAGNO PAGANELLI DE SOUZA, nascido a 22de agosto de 1967, é natural de Araçatuba,interior de São Paulo.

Cresceu na capital de São Paulo, onde ini-ciou seus estudos e, aos 15 anos de idade,teve os primeiros contatos com drogas leves,vindo a se tornar um viciado em cocaína anosmais tarde, na época em que concluiu o Cur-so Técnico em Publicidade.

Com as drogas vieram também as atitu-des agressivas e criminosas, o que compro-meteu sua vida profissional e familiar. Apóstentar o suicídio por algumas vezes, MagnoPaganelli esbarrou em uma revelação profé-tica de Deus que relatava toda a sua vida e,principalmente, pensamentos íntimos que elemantinha consigo. Isso aconteceu em umculto doméstico no bairro do Bom Retiro,em São Paulo, em agosto de 1991, quandojá tinha 24 anos.

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Liberto imediatamente das drogas, por intermédio da oraçãofeita por uma missionária, Magno Paganelli iniciou sua buscapor se aperfeiçoar na fé em Cristo, seu Salvador e Libertador.

Desde os primeiros meses de sua vida cristã, dispunha-se aservir a Deus, cooperando em um programa de rádio mantidopelo grupo de evangelismo da Missão Brilho Celeste.

Aos onze meses de sua nova vida, Magno Paganelli fez suaprimeira viagem acompanhando um grupo de missionários.

Apesar de não ter completado sua formação acadêmica, nempossuir formação teológica, é Professor de Teologia e desenvol-ve o ministério do ensino da palavra de Deus.

Tem sido convidado a ministrar estudos e palestras em diver-sas igrejas, centros de estudos, seminários, jornais e revistas devários estados do Brasil, chegando a marcar presença em váriosprogramas de rádio e televisão, como o Programa Impacto, dasIgrejas Batistas, no litoral paulista, e em um programaevangelístico na Rede Bandeirantes de Campinas. Seus artigossão publicados por jornais e revistas e alcançam milhares de lei-tores por mês.

Como Publicitário, há 18 anos trabalha com Produção Grá-fica no segmento editorial. Também na área editorial, coorde-nou a publicação de mais de 20 livros (incluindo livros premia-dos). É autor de 24 livros em diversas áreas e também atua comoghostwriter, produzindo textos e livros para palestrantes nacio-nais e internacionais.

É casado com Roseli Paganelli, que o auxilia no ministérioque desenvolve como pregador, pelo Ministério do Bom Retiro(Pr. Jabes Guedes de Alencar).

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Conheça as outras obras do autor“E Então Virá o Fim” (Escatologia)

• Os sinais da volta de Cristo:– sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, alterações nosmares, degelo polar, camada de ozônio e efeitoestufa são fatos publicados pela imprensa moderna,e que confirmam e dão nova perspectiva àsprofecias bíblicas. É bastante didático e interessa àtodos os grupos da igreja.Prêmio ABEC como Autor Revelação.

“Ciência & Fatos Bíblicos” (Ciência e Fé Cristã)

São vários os assuntos abordados neste livro:• ‘A criação do universo’, ‘Criação x evolução’, ‘Aorigem das espécies’, ‘O que a Bíblia diz sobre curasespirituais?’, ‘Quem são as entidades do espiritismo?’,‘Ufologia’, ‘A volta de Cristo: Sinais morais; oaquecimento global e a volta de Cristo; sinaisastronômicos da volta de Cristo’ entre outros assuntos.

“Não Estive Só” (romance baseado em

fatos verídicos)

O livro conta o testemunho pessoal do autor,quando foi preso, por problemas ocorridosantes de sua conversão. Narra o dia-a-diaem uma delegacia de polícia em São Paulo, emostra como Deus usa situações incomunspara falar com os Seus filhos.

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“Conhecedores do Bem e do Mal”

(Antropologia do NT)

Estudo sobre a formação das ‘fortalezas’(conceitos, idéias), baseado nasdeclarações do Apóstolo Paulo.Mostra como a Bíblia orienta o homem aadotar novos conceitos e valores semque isso provoque repulsa ao novoconvertido.ESGOTADO. Será relançado em

breve.

“100 Esboços de Gênesis a Apocalipse”

(Hermenêutica)

O pregador que adquire um livro de esboços neces-sita de material para uma boa preleção. “Tópicos”certamente o embaraça ainda mais! Assim, Cem

Esboços de Gênesis a Apocalipse se difere doslivros dessa categoria lançados anteriormente.

Em cada um dos cem esboços, o leitor encontra-rá Título e o ‘Objetivo’ da mensagem, isto é, qualo propósito a que ela se destina.

No decorrer do próprio esboço o leitor sentirá adiferença, quando notar comentários sobre o textolido ou sobre o assunto a ser desenvolvido.Esses comentários são mais explicativos, eproporcionam maior clareza ao futuro ouvinte.

Por fim, o tópico de ajuda ‘Apelo’ o auxiliará naconclusão da sua exposição da mensagem.

Contém, ainda, 6 estudos bíblicos adicionais.