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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Goiano Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental GESIANE RIBEIRO GUIMARÃES DIVERSIDADE E CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL, BIOLÓGICA, BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Colletotrichum spp. 1

TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

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Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia GoianoCurso de Tecnologia em Gestão Ambiental

GESIANE RIBEIRO GUIMARÃES

DIVERSIDADE E CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL, BIOLÓGICA,

BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Colletotrichum spp.

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URUTAÍ - GO2011

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Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia GoianoCurso de Tecnólogo em Gestão Ambiental

GESIANE RIBEIRO GUIMARÃES

DIVERSIDADE E CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL, BIOLÓGICA,

BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Colletotrichum spp.

Monografia apresentada para obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão Ambiental ao Instituto Federal Goiano – CampusUrutaí. Orientador: Dr. Milton Luiz da Paz Lima.

URUTAÍ - GO2011

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GESIANE RIBEIRO GUIMARÃES

DIVERSIDADE E CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL, BIOLÓGICA,

BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Colletotrichum spp.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

D.Sc. Marcus Vinícius Vieitas Ramos (Revisor)

_______________________________________

M.Sc. Fernando Godinho de Araújo (Revisor)

_______________________________________

D.Sc. Milton Luiz da Paz Lima (Orientador)

Data da Defesa: Urutaí, 22 de dezembro de 2011.

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Dedico a meus pais Geraci e Ana Maria e aos

meus irmãos Giselle, Geraci Junior, Germi e

Gelza,que sempre me apoiaram com todo seu

amor e carinho e me estimularam a nunca

desistir dos meus objetivos. E ao meu

orientador pelo esforço e dedicação.

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“Seja a mudança que você quer ver no

mundo.”

Mahatma Gandhi.

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AGRADECIMENTOS

A Deus.

Aos meus pais e irmãos pelo amor, carinho e compreensão que sempre me apoiaram e me

incentivaram a não desistir dos meus ideais. Ao Instituto Federal Goiano campus Urutaí em especial

o Laboratório de Microbiologia, agradeço não só a formação acadêmica, mas também a oportunidade

e todo apoio para realização desta monografia. Quero agradecer de modo especial ao meu orientador

Milton, por sua atenção, apoio, otimismo, confiança e amizade.

Obrigada por esta oportunidade de aprender e contribuir com a Ciência.

Aos membros da banca examinadora, M. Sc. Fernando Godinho de Araújo (Revisor), Dr. Marcus

Vinícius Vieitas Ramos (Revisor), Dr. Milton Luiz da Paz Lima (Orientador), por terem aceitado

participar da avaliação deste trabalho.

Aos professores do curso que contribuíram para minha formação profissional:

Leonice A. Carvalho, Sandra Zago, Carlos Alberto, Rogério C. Machado, Telma Moura, Lucas C. B.

de Azevedo, Sue Éllen Ester Queiroz, Guilherme Malafaia, Bruno G. A. da Veiga, Aline Sueli de L.

Rodrigues, Alexandre Igor de A. Pereira, Juliano Avelar, José Antônio, Muza do Carmo Vieira,

Marcos de Morais, Marcos Fernandes e Milton Luiz da Paz Lima.

A vocês que dedicaram seu tempo e sua experiência, o meu muito obrigado e eterno reconhecimento.

Obrigada especialmente aos eternos amigos Luiz Paulo, Fagner, Mirella, Gleciene e a todos que

torceram por mim.

Obrigada também aos amigos que passaram pelo Laboratório de Microbiologia, Michelle, Éder,

Jovan, Priscila, Ana Cristina, Sara, Aldemir, Edilson Silva, Maurílio, Felipe, Alessandra, Flávio,

Vânia, Lucas, Anelise, João Marcos e Gianne Amorim.

À minha amiga Gaby, por sempre somar entusiasmos e alegrias.

Obrigada por tantos momentos de alegria e amizade. Sentirei muito a falta de vocês!

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RESUMO

GUIMARAES, G.R. Diversidade e caracterização morfocultural, bioquímica e molecular de isolados

de Colletotrichum spp. Projeto de Monografia de Final de Curso. 2011.

Estudos de diversidade de microrganismos evidenciam variações importantes que muitas vezes

questionam e desvalidam importantes conceitos de espécies. Aspectos morfológicos de muitas

espécies de Colletotrichum não são suficientes para sua perfeita identificação, principalmente para

C. gloeosporioides, que em literatura e considerado uma espécie-grupo. Isolados de Colletotrichum

spp. foram obtidos de várias hospedeiras, oriundos de diferentes regiões de coleta. Serão estudados

quatro critérios de diferenciação: i) aspectos morfoculturais, ii) aspectos morfológicos e

morfométricos das estruturas reprodutivas, iii) testes biológicos, iv) uso de fontes diferenciadoras de

C e N, v) identificação molecular. Os isolados foram obtidos através do isolamento em meio ágar-

agua (AA), preparando-se culturas monospóricas, sendo repicados para formação de culturas puras

em meio de cultura BDA. A partir destas culturas puras foram empregados os quatro marcadores de

diferenciação fenotípica. A coloração das colônias teve em seu verso coloração branca, salmão,

acinzentado, alaranjado e creme, e o reverso variando entre alaranjado e acinzentado. A classificação

do micélio variou de aéreo ou intermediário, e esta forma variou de cotonosa a rosácea. Avaliando o

crescimento micelial, o isolado oriundo de dracena teve melhor crescimento no primeiro dia de

avaliação chegando a atingir 18 mm No primeiro experimento a área abaixo da curva de progresso

do crescimento micelial (AACPCM) variou de 145 a 359 (isolados de mamão e dracena,

respectivamente), e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1. No segundo experimento a

AACPCM variou de 160 a 262 mm.dia-1, e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1

(isolados caqui e antúrio, respectivamente). O teste de patogenicidade cruzada revelou a

suscetibilidade dos frutos e das folhas testadas. Todos os isolados foram patogênicos em seus

hospedeiros de origem (exceção sem ferimento abacate, caqui, dracena e iuca). No tratamento com

ferimento as folhas da fruta do conde apresentaram maior porcentagem de infecção dos isolados

inoculados (95,8 %). No tratamento sem ferimento as folhas de abacate apresentaram maior

porcentagem de infecção pelos isolados testados (45,8 %). O isolado oriundo de conde foi o isolado

que apresentou maior gama de hospedeiras (total de 22 hospedeiros) nos tratamentos com ferimento;

e nos tratamentos sem ferimento os isolados de abacate, cana e mamão foram mais agressivos nos

hospedeiros testados. Os isolados com menos gama de hospedeiros e consequente maior

especificidade destacam-se os isolados de goiaba e falso massambará com ferimento e os isolados de

goiaba e soja sem ferimento. As principais fontes de carbono para os isolados testados continham em

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suas combinações dextrose e sorbitol, pois os maiores valores de AACPCM e TC, foram para

tratamentos que continham essas fontes de C. A sacarose não demonstrou uma fonte de C eficiente

para a morfofisiologia dos isolados. Cinquenta % dos isolados (árvore-da-fortuna, banana fruto,

caqui e conde) apresentaram maiores valores de AACPCM para a combinação dextrose e nitrato de

potássio. Trinta e oito % dos isolados (banana folha, banana fruto e caqui (folha),) tiveram TC

maiores para isolados também submetidos a combinação de dextrose e nitrato de potássio. Os

isolados de conde, chuchu e árvore da fortuna apresentaram os menores valores médios de AACPCM

e TC. As características fenotípicas dos isolados de Colletotrichum permitiram desenvolver uma

análise comparativa para identificação do complexo grupo. Os melhores pares de oligonucleotídeos

importantes para amplificação de sequencias de isolados de Colletotrichum foram os pares de

oligonucleotídeos ITS e Actina. Através desse trabalho pode-se caracterizar uma população de

isolados de Colletotrichum spp. utilizando parâmetros fenotípicos e moleculares.

Palavras-chave: inoculação cruzada, antracnose, doenças foliares.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... 9

RESUMO ............................................................................................................................................. 10

LISTAGEM DE FIGURAS .................................................................................................................. 12

LISTAGEM DE TABELAS ................................................................................................................. 12

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 13

2. OBJETIVO ....................................................................................................................................... 13

2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................... 13

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 13

3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................... 14

3.1. HOSPEDEIROS ............................................................................................................................ 14

3.1.1. Abacate (Persea americana Mill – Lauraceae) ................................................................. 14

3.1.2. Amora (Morus nigra Linneu - Moraceae) ......................................................................... 14

3.1.3. Antúrio (Anthurium andreanum Linden. - Araceae) ......................................................... 15

3.1.4. Árvore da Fortuna (Polyscias fructicosa Linneu – Araliaceae) ......................................... 15

3.1.5. Banana (Musa paradisíaca Linneu – Musaceae) .............................................................. 15

3.1.6. Cana (Saccharum officinarum Linneu - Poaceae) ............................................................. 15

3.1.7. Caqui (Diospyros kaki Linneu - Ebenaceae) ...................................................................... 15

3.1.8. Chuchu (Sechium edule Jacq. - Cucurbitaceae) ................................................................ 16

3.1.11. Dracena (Dracena fragans Linneu - Liliaceae) ................................................................ 16

3.1.12. Falso massambará (Sorghum arundinaceum Linneu- Poaceae) .................................... 16

3.1.13. Goiaba (Psidium guajava Linneu - Myrtaceae) .............................................................. 16

3.1.14. Iuca (Yucca elephantipes Regel - Agavaceae) ................................................................. 17

3.1.15. Mamão (Carica papaia Linneu - Caricaceae) ................................................................. 17

3.1.17. Manga (Mangifera indica Linneu - Anacardiaceae) ....................................................... 17

3.1.18. Mangaba (Hancornia speciosa Gomes - Apocynaceae) ................................................. 17

3. 1.19. Negramina (Siparuna guianensis Aublet - Siparunaceae) ............................................. 18

3.1.20. Soja (Glycine max Linneu - Fabacaeae) .......................................................................... 18

3.1. 21. Tomate (Lycopersicon esculentum Linneu - Solanaceae) ............................................... 18

3.1.22. Uva (Vitis vinifera Linneu - Vitaceae) .............................................................................. 18

3.2. A DOENÇA – ANTRACNOSE .................................................................................................... 19

3.3. GÊNERO COLLETOTRICHUM ............................................................................................................. 19

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3.3.1. Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz e Sacc. (1884). ........................................... 20

3.3.2 COLLETOTRICHUM CAPSICI (H.SYD.) E. BUTL. E BISBY (1931) ....................................................... 21

3.3.3 COLLETOTRICHUM MUSAE (BERKELEY & M.A. CURTIS) ARX (1957) ............................................... 21

OS PRINCIPAIS HOSPEDEIROS DESTE PATÓGENO SÃO ESPÉCIES DE MUSA SPP. COMO M. TEXTILIS, CONTUDO FOI

REGISTRADA SUA OCORRÊNCIA EM MALUS PUMILA (MAÇA), MANGIFERA INDICA (MANGA), PERSEA AMERICANA

(ABACATE), PSIDIUM GUAJAVA (GOIABA) AND VIGNA SP. (ATRAVÉS DE NODULAÇÕES). ..................................... 21

APRESENTA COMO BAINÔMIO MYXOSPORIUM MUSAE BERK. & M.A. CURTIS 1874, E SINONÍMIA GLOEOSPORIUM

MUSARUM COOKE & MASSEE 1887. PARA ESTE ANAMORFO AINDA NÃO FOI IDENTIFICADO EM LITERATURA A SUA

FORMA TELEOMÓRFICA. .......................................................................................................................... 21

3.3.4 COLLETOTRICHUM FALCATUM (BERK. & CURT.) (1957) .................................................................. 21

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................................. 21

4.1. CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL E MORFOLOGIA DE ESTRUTURAS REPRODUTIVAS. ................................ 22

4.2.CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA (TESTE DE PATOGENICIDADE CRUZADA) ..................................................... 22

4. 3. CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA ....................................................................................................... 22

4.4. SELEÇÃO MOLECULAR DE PRIMERS ESPECÍFICOS PARA DETECÇAO ........................ 23

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 24

5.1.CARACTERIZAÇÃO CULTURAL E MORFOLÓGICA DOS ISOLADOS ................................................................. 24

5.2. CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA (TESTE DE PATOGENICIDADE CRUZADA) .............. 39

5.3. CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA ......................................................................................... 41

5.4. IDENTIFICAÇÃO DE OLIGONUCLEOTÍDEOS PARA CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR 44

6. CONCLUSÕES ................................................................................................................................ 46

7. ASPECTOS FORMATIVOS ............................................................................................................ 46

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 46

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LISTAGEM DE FIGURAS

LISTAGEM DE TABELAS

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1. INTRODUÇÃO

A antracnose em frutíferas é considerada uma doença economicamente importante, ela

ataca os ramos novos, folhas, inflorescências e frutos. Nas folhas, há o aparecimento de

manchas escuras e de contornos irregulares, que resultam em lesões ou perfurações quando os

tecidos necrosados se destacam. As inflorescências afetadas apresentam flores escuras,

tomando o aspecto de queimadas pelo fogo, morrendo em seguir. As lesões nos ramos podem

levar à queda dos frutos, antes da maturação fisiológica, ou mumificação quando ainda novos.

No período de maturação, há o aparecimento de lesões escuras e deprimidas na superfície do

fruto, que podem atingir também a polpa. A doença pode ocasionar prejuízos que variam em

função do grau de suscetibilidade da planta hospedeira e das condições ambientais (SERRA et

al., 2008).

Podem provocar perdas de até 100% na produção quando os fatores cultivar

suscetível, ambiente favorável e sementes infectadas estiverem simultaneamente presentes

durante o período de cultivo.

Entre as medidas de controle deste patógeno, destacam-se: o uso de sementes

certificadas, a rotação de culturas, o controle químico e a resistência genética, sendo esta

última mais eficaz, por minimizar os custos de produção e reduzir os danos causados ao

ambiente (SILVA, 2004). A disseminação do fungo de uma planta para outra se dá

principalmente através de respingos de chuva, pois os conídios estão aglutinados por uma

substância gelatinosa hidrossolúvel e não são facilmente carregados pelo vento. Os conídios

uma vez em contato com o hospedeiro, sob condições de umidade, germinam e o pró-micélio

resultante, com prévia formação de apressório, penetra diretamente através da cutícula pela

emissão do tubo de infecção (GALLI et al., 1978).

A taxonomia e nomenclatura do gênero Colletotrichum é bastante confusa. Hyde et al.

(2009) apontaram que existem 66 espécies de Colletotrichum válidas, e destas, 19

permanecem com a nomenclatura obscura.

A consequência da infecção por espécies de Colletotrichum é a podridão na pré e pós-

colheita, que limitam a produção, comercialização e exportação de frutas, hortaliças e culturas

perenes, incluindo diversas frutíferas de regiões tropicais e subtropicais (BAILEY e JEGER,

1992; SREENIVASAPRASAD e TALHINHAS, 2005; HINDORF, 2000; HYDE et al., 2009;

SERRA et al., 2008).

O gênero Colletotrichum é um dos mais importantes entre os fungos fitopatogênicos

do mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, envolve espécies que causam

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doenças de expressão econômica em leguminosas, cereais, hortaliças e culturas perenes,

incluindo diversas frutíferas (SERRA et al., 2008). As espécies de Colletotrichum spp.

possuem como teleomorfos espécies de Glomerella spp. (SUTTON, 1992; ARMSTRONG-

CHO e BANNIZA, 2006; PFENNING et al., 2007) e os nomes C. gloeosporioides e

Glomerella cingulata, bastante utilizados para caracterização das espécies tipo dos gêneros de

anamorfos e teleomorfos. Entretanto, o conceito de espécies aplicado para anamorfos e

teleomorfos, nem sempre coincide entre si, dificultando a identificação dos táxons (CANNON

et al., 2000). Para o anamorfo e teleomorfo, a preferência é o uso de nomes mais antigos

(SHENOY et al.,2007; CROUS, 2009) e estes podem ser observados no Index Fungorun

(2011). Há necessidade de esclarecimentos sobre a real taxonomia deste importante patógeno

inespecífico e hipervariável. Cepas podem produzir teleomorfo (heterotálicas) com frequência

diferenciada em meios de culturas artificiais, ou seja, em condições artificiais desenvolvem-se

como homotálicas, dificultando a caracterização. Já alguns isolados parecem serem não tão

agressivos aos seus hospedeiros (GUERBER e CORRELL, 2001; ARMSTRONG-CHO e

BANNIZA, 2006).

Os conídios germinam de seis a nove horas após o contato inicial com o hospedeiro se

as condições forem favoráveis. Há formação do tubo germinativo, seguido do apressório, que

penetra mecanicamente pela cutícula e pela epiderme da planta. O aparecimento de sintomas

pode ser observado a partir do sexto dia após o início da infecção (KIMATI et al., 1997).

Esses fungos são os causadores de uma diversidade de doenças como antracnose, podridão de

pedúnculo e varicela (BAILEY & JEGER, 1992).

Espécies de Colletotrichum spp. são tradicionalmente diferenciadas com base em

caracteres morfológicos e culturais, que devem ser considerados simultaneamente nunca

isoladamente. Características tais como morfologia de conídios, presença de setas e do

teleomorfo, coloração de colônia, e taxa de crescimento têm sido usadas para diferenciar

espécies morfologicamente próximas (SILVA, 2004).

As dificuldades encontradas na identificação das espécies de Colletotrichum estão

relacionadas à grande diversidade fenotípica, influência de fatores ambientais na estabilidade

dos caracteres morfológicos e culturais, existência de formas intermediárias e falta de

padronização de condições culturais empregadas nos diferentes estudos (SUTTON, 1992;

FREEMAN et al., 1998; LOPEZ, 2001). A diferenciação entre espécies com base no círculo

de hospedeiros ou hospedeiro de origem também não é um critério confiável para espécies

como, por exemplo, C. gloeosporioides e C. acutatum que infectam diferentes hospedeiras

(FREEMAN et al., 1998; PERES et al., 2005). É frequente a ocorrência de mais de uma

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espécie de Colletotrichum associada a uma mesma hospedeira e uma mesma espécie pode

atacar múltiplas hospedeiras (FREEMAN et al., 1998). O fungo Colletotrichum

gloeosporioides e C. acutatum causam, em geral, sintomas semelhantes como as podridões de

frutos em pós-colheita de morangueiro (PERES et al., 2002). O morangueiro (Fragaria x

ananassa Duch.), por exemplo, pode ser infectado por C. fragariae Brooks, C. acutatum e C.

gloeosporioides (GUNNEL & GUBLER, 1992). As três espécies causam antracnose, mas a

podridão do pedúnculo, inflorescências e frutos conhecida como "Flor Preta" é atribuída a C.

acutatum na cultura do citros. Outras culturas como a amêndoa (Prunnus amygdalu L.)

(FORSTER & ADASKAVEG, 1999), maçã (Malus domestica Borkh.) (BERNSTEIN et al.,

1995), abacate (Persea americana Mill.) (JONHSTON&JONES, 1997), pêssego (Prunnus

persica (L.) Batsch.) (ADASKAVEG&HARTIN, 1997); citros (BROWN et al., 1996; GOES

& KIMATI, 1997) e algumas solanáceas (TOZZE JR. et al., 2006) são infectadas por C.

acutatum e C. gloeosporioides.

Nutricionalmente carbono e nitrogênio exercem efeito nos processos fisiológicos de

fungos, principalmente aqueles relacionados ao crescimento, produção de conídios,

germinação e peso seco (Cochrane, 1958) e permitem também, estabelecer diferenças entre os

isolados de Colletotrichum spp., pela sua habilidade em usar determinada fonte de carbono e

nitrogênio. A identificação de fungos por metodologia tradicional baseia-se na morfologia

celular, seguindo as informações supracitadas. No entanto, estes estudos às vezes geram

resultados ambíguos, por causa da variabilidade intrínseca ao isolado de uma espécie e das

características fisiológicas na condição de cultivo. Atualmente, os estudos da diversidade,

taxonomia e identificação de microrganismos estão sendo realizados com base nos

conhecimentos atuais da taxonomia polifásica, a qual integra diferentes dados e informações

de análises, fenotípicas, genotípicas e filogenéticas, para caracterizar o microrganismo em

teste (VALE, 2009).

O desenvolvimento dos novos métodos para estudo da diversidade de existente entre

isolados de Colletotrichum spp. (YANG et al., 2009; DAMM et al., 2009; PRIHASTUTI et

al., 2009). As técnicas moleculares de amplificação são utilizadas devido a sua maior precisão

em comparação com os métodos convencionais.

Além dos métodos tradicionais de caracterização, análise cultural e morfológica,

outros métodos vêm sendo empregados recentemente com maior frequência, entre eles a

patogenicidade, os grupos de compatibilidade vegetativa, a análise isoenzimática, e os

métodos moleculares, como RAPD e RFLP. Recentemente, observa-se a necessidade de

utilizar diferentes métodos de caracterização aliados aos métodos moleculares principalmente

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devido a grande variabilidade genética encontrada dentro do gênero Colletotrichum sp.

(MENEZES, 2002).

Técnicas moleculares têm sido utilizadas para caracterizar diversos táxons fungicos,

particularmente para Colletotrichum sp., e as têm auxiliado grandemente na demonstração da

variabilidade inter e intraespecífica. As técnicas mais empregadas com essa finalidade são o

“Restriction Fragment Length Polymorphism” (RFLP) e “Random Amplified Polymorfic

DNA” (RAPD). Braithwaite et al., (1990), utilizaram a técnica de RFLP para demostrar a

divergência genética entre C. gloeosporioides tipos A e B, duas populações com diferenças

morfológicas, patogênicas e bioquímicas que ocorrem em Stylosanthes spp., na Austrália.

Utilizando essa técnica, esses autores revelaram que ambas as populações são geneticamente

homogêneas, porém distintas entre si. O fato de não ocorrerem nas fases perfeitas de nenhuma

dessas populações na Austrália, explica a uniformidade genética intrapopulacional e descarta

a possibilidade de especialização patogênica dessa espécie. Dessa forma, os autores concluem

que a existência de duas populações tão diferentes só pode ser explicada por duas diferentes

introduções do patógeno no pais.

A técnica de RAPD foi utilizada no Brasil, numa série de trabalhos, para caracterizar

isolados de C. lindemuthianum do feijoeiro (VILARINHOS et al., 1995; ALZATE-MARIN et

al., 1997; MESQUITA et al., 1998). Nesses trabalhos, foram utilizados diversos isolados do

fungo, numa tentativa de discriminar as diferentes raças por meio da técnica de RAPD.

Apesar dos resultados não terem permitido o mesmo agrupamento obtido como os testes de

inoculação da variabilidade patogênica de C. lindemuthianum. Além dessa espécie, o RAPD

já foi utilizado, com sucesso, para caracterizar a variabilidade de C. graminicola (GUTHRIE

et al., 1992; BROWNING et al., 1999), C. orbiculare (CORRELL et al., 1993) e C.

gloeosporioides (ALAHAKONN et al., 1994; HAYDEN et al., 1994; KELEMU et al., 1999).

A taxonomia e a filogenia do gênero Colletotrichum é confusa (HYDE et al., 2009a;

CAI et al., 2009). Historicamente, a antracnose foi encontrada em um substrato para o qual

não há registros de que a relação fungo/hospedeiro era conhecida, então a espécie foi

interpretada como sendo nova, sendo formalmente descrita (CANNON et al., 2000). Esta

prática foi posteriormente rejeitada (von ARX 1957; SUTTON, 1980; BAXTER et al., 1983),

mas novas espécies são ocasionalmente, descritas e pertencentes ao gênero Colletotrichum sp.

(SIVANESAN et al, 1993;. NAKAMURA et al., 2006; LIU et al., 2007). Há agora mais do

que 706 táxons listados no Índex Fungorum (INDEX FUNGORUM, 2011). Baseado em um

estudo morfológico, von Arx (1957) incluiu mais de 600 sinônimos em C. gloeosporioides e

84 sinônimos em C. dematium. Sutton (1992) listou 39 espécies válidas de Colletotrichum

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spp. Nos últimos anos, ferramentas moleculares têm sido empregadas para inferir a evolução

relações das espécies de Colletotrichum. Baseado em rDNA ITS dados de sequência e

morfológicas características, algumas espécies têm sido segregados do Colletotrichum

gloeosporioides complexas, como C. boninense Moriwaki, Toy. Sato & Tsukib. (MORIWAKI

et al., 2003). Embora a sua sequência de dados ajude na identificação das espécies

Colletotrichum, não pode ser usado sozinho por tratar-se que muitas espécies são

estreitamente relacionadas (CROUCH et al., 2009a). Pesquisadores recentemente tentaram

examinar genes múltiplos dados de sequência para distinguir espécies em Colletotrichum (DU

et al, 2005; JOHNSTON et al., 1997; CROUCH et al., 2009b; FARR et al., 2006; SHENOY

et al., 2007abc; QUE et al., 2008ab; MORIWAKI e TSUKIBOSHI, 2009). Usando estudos

filogenéticos, CROUCH et al. (2006, 2009b).

São conhecidos outros métodos como sequenciamento do material genético, ou

caracterização com utilização de marcadores moleculares, que vêm apresentando bons

resultados em estudos com o gênero Colletotrichum (CANNON et al., 2000; MENEZES,

2002).

2. OBJETIVO

2.1. Objetivo geral

O objetivo deste projeto é caracterizar um complexo de isolados de Colletotrichum

spp. utilizando marcadores morfo-culturais, biológicos, bioquímicos e moleculares.

2.2. Objetivos específicos

• Verificar aspectos culturais como coloração, esporulação e padrões de crescimento.

• Identificar a presença da forma teleomórfica.

• Verificar a morfologia do apressório a fim de adequar as morfologias das espécies

propostas por SUTTON (1992).

• Realizar uma análise morfométrica dos conídios e suas estruturas morfológicas a fim

de verificar divergências para a espécie.

• Caracterizar a fisiologia do crescimento utilizando como parâmetros a taxa de

crescimento e a área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial.

• Verificar a agressividade e patogenicidade de isolados de Colletotrichum spp. nos seus

hospedeiros de origem.

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• Verificar a especificidade em avaliações de inoculação cruzada.

• Efeito da relação carbono/nitrogênio no crescimento micelial.

• Identificar a partir de oligonucleotídeos universais (primer) uma região gênica

exclusiva para isolados de Colletotrichum spp.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Hospedeiros

A seguir serão apresentadas algumas características gerais dos hospedeiros de origem

dos isolados de Colletotrichum estudadas neste trabalho.

3.1.1. Abacate (Persea americana Mill – Lauraceae)

Presente em regiões colonizadas pelos espanhóis (México, Guatemala e Antilhas), o

abacate se espalhou até a América do Sul e pode ser encontrado em todas as regiões do globo

que possuam solos férteis e onde haja calor que seja suficiente. Produtores e exportadores de

abacate distribuem-se entre os vários países da África e das américas do Sul e Central, além

de Israel, Espanha e Estados Unidos, na região da Califórnia.

Segundo Pio Corrêa, o abacate foi introduzido no Brasil como espécie cultivável

apenas no início do século XIX e, atualmente, encontra-se à venda nas feiras livres e

supermercados ao longo de quase todo o ano.

As plantações do interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais são responsáveis

por quase dois terços do total da produção nacional (THOMSEN, 1999).

3.1.2. Amora (Morus nigra Linneu - Moraceae)

A amoreira é uma frutífera de grande potencial para as regiões brasileiras com período

de inverno marcante que propícia para pequenas propriedades agrícolas. Os frutos podem ser

utilizados para consumo in natura e para produção de geleificados e doces caseiros, sendo

assim, potencial para as famílias que trabalham com o ecoturismo regional. Além destas

características, praticamente não necessita de insumos químicos, sendo ótima opção para o

cultivo orgânico, além das propriedades nutricionais e medicinais dos frutos. Amora apresenta

duas espécies principais: a preta (Morus nigra L.) e a branca (M. alba L.). Ambas são

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medicinais e alimentícias. A amoreira branca (Bombyx mori L.) é cultivada quase que

exclusivamente para a criação do bicho-da-seda muito comum no Oriente. Este inseto

alimenta-se das folhas da amoreira-branca. Também pertencem à família botânica, a jaca,

figo, a fruta-pão, fícus, umbaúba, entre outros (MIRANDA, 2010).

3.1.3. Antúrio (Anthurium andreanum Linden. - Araceae)

O antúrio, é uma das flores mais comercializadas do mundo, ainda é pouco difundida e

pode ser plantada em todo o país. Seu centro de origem abrange a Venezuela e Colômbia. No

Velho Mundo, passou pelos primeiros de muitos os programas de melhoramento, antes de se

tornar a segunda flor tropical mais comercializada no mundo, perdendo apenas para as

orquídeas. Existem mais de 500 espécies de antúrios, muitos deles nativos no Brasil, como o

A. harrisi (LORENZI & SOUZA, 2001).

Antúrio ou A. andreanum trata-se de uma planta semi-herbácea, ereta, perene, possui

de 0,30-1,0 m de altura, sua folhagem e inflorescência possui caráter ornamental. As flores

são formadas na primavera e verão. Suas brácteas possuem diversas cores e tamanhos.

Cultivadas sempre a meia-sombra em canteiros. Também são utilizadas para corte,

proporcionando flores muito duráveis (LORENZI & SOUZA, 2001).

3.1.4. Árvore da Fortuna (Polyscias fructicosa Linneu – Araliaceae)

Esta é uma planta originária da Polinésia e cercada por lendas urbanas curiosas,

existem duas espécies pertencentes ao gênero das Polyscias spp. que recebem o nome de

árvore-da-felicidade, a Polyscias guilfoylei e a P. fructicosa, que são respectivamente

chamadas de “macho” e “fêmea”, embora não sejam plantas da mesma espécie e que

necessitem trocar gametas entre si. Existe o hábito de sempre plantar essas duas plantas juntas

para atrair boa sorte. Embora o nome popular dessa planta faça-nos pensar em uma árvore,

devido a seu porte máximo de cinco metros ela é mais corretamente classificada como um

arbusto, podendo ser cultivada em lugares sem muito espaço (LORENZI, 2001).

3.1.5. Banana (Musa paradisíaca Linneu – Musaceae)

A banana é a fruta mais popular no Brasil, sendo consumida tanto sob forma fresca

quanto cozida, frita ou processada industrialmente como doces ou passas. Excetuando

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algumas regiões sob baixo nível tecnológico, resultado em plantios onde os problemas

fitossanitários, especialmente doenças, ocorrem em elevadas intensidade, contribuindo para

uma baixa produtividade e qualidade dos frutos. Considerando-se que a bananeira é cultivada

em todas as regiões do País, sob diferentes condições de clima e solo, as doenças que ocorrem

nessa cultura assumem, portanto, importância regional, sendo também influenciadas pela

variedade cultivada. Dentre os fitopatogênicos que incita doenças na cultura da bananeira

destacam-se os fungos, por serem responsáveis pelo maior número de enfermidades que

ocorrem na cultura, por causarem perdas elevadas na produção e por depreciarem a qualidade

dos frutos. Outras enfermidades importantes para a cultura são também causadas por bactérias

e vírus.

A antracnose é a doença mais importante dos frutos da bananeira, ocorrendo infecções

tanto na pré quanto na pós-colheita. As lesões de antracnose originam-se de duas formas

distintas: lesões originadas de infecções que ocorreram em frutos verdes, permanecendo

latentes até seu amadurecimento; lesões oriundas de infecções ocorridas em pós-colheita,

decorrentes de ferimentos na superfície dos frutos, resultando em lesões não latentes

(STOVER, 1972; FEAKIN, 1977).

3.1.6. Cana (Saccharum officinarum Linneu - Poaceae)

A cana-de-açúcar é originária da Nova-Guiné e foi levada para o sul da Ásia onde foi

usada, de início, principalmente em forma de xarope. A primeira evidência do açúcar em sua

forma sólida, data do ano 500, na Pérsia (MOZANBANI et. al., 2006). A cana-de-açúcar é um

produto de suma importância econômica e social no Brasil, em virtude dos seus derivados,

principalmente o álcool e o açúcar. Atualmente, o Estado de São Paulo destaca-se por

contribuir com cerca de 60 % da produção nacional, o que equivale a aproximadamente 300

milhões de toneladas anuais (RAIZER, 1998).

Dentre as principais doenças que ataca a cana-de-açúcar destaca-se a podridão-

vermelha-da-cana-de-açúcar, doença essa que causa grandes prejuízos à cultura. Esta doença

ocorre em épocas quentes e chuvosas, podendo incidir de maneira drástica nas folhas, toletes

e principalmente em colmos, prejudicando a produção e a qualidade do produto para a

comercialização e a industrialização (RAGO e TOKESHI, 2005). A doença existe desde o

início do cultivo da cana e ocorre no mundo todo. A podridão vermelha causa prejuízos

importantes à cultura, sobretudo pela inversão de sacarose, o que diminui o rendimento no

processamento da cana. São frequentes os relatos de perdas de 50 % a 70 % de sacarose em

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colmos atacados simultaneamente pelo fungo e pela broca-da-cana, pois ao perfurar o colmo

ela abre caminho para a entrada do fungo (SANTIAGO e ROSSETTO, 2010).

3.1.7. Caqui (Diospyros kaki Linneu - Ebenaceae)

O caqui é um fruto subtropical cuja cultura vem despertando grande interesse, devido

aos elevados rendimentos que proporciona aos produtores (SARRIA, 1998). O Brasil possui

8.322ha plantados com caqui com uma produção de 164.849 ton e produtividade de

19.839kg/ha (REETZ, 2007). No entanto, a produção brasileira se concentra na cv. Fuyu, que

tem sua colheita nos meses de março e abril. O curto período de colheita e o baixo tempo de

conservação pós-colheita (FAGUNDES et al., 2006) causam um excesso de oferta no período

de safra, ocorrendo queda do preço do produto. A maturação é concentrada em um curto

período de tempo e pode levar a perda de frutos no início da colheita, principalmente em

condições adversas de campo (MASIA et al., 1998).

3.1.8. Chuchu (Sechium edule Jacq. - Cucurbitaceae)

O chuchu, espécie da família das cucurbitáceas, é nativo da América Latina é uma

planta herbácea, perene e trepadeira, muito conhecida, sendo cultivado em várias regiões

tropicais e subtropicais no mundo. O Brasil é o maior produtor de chuchu do mundo que é

uma das dez hortaliças mais consumidas no país, sendo cultivado em várias regiões tropicais e

subtropicais e é usado como alimento, na indústria de compotas de frutas, forragem e

remédio. (FILGUEIRA, 2003).

A família Cucurbitaceae compreende cerca de 118 gêneros e 825 espécies, com uma

distribuição predominantemente tropical. Mais de 90 % das espécies estão localizadas na

África, América Latina e Ásia. Aproximadamente nove gêneros e 30 destas espécies são

utilizadas com fins econômicos, destacando-se as abóboras, buchas vegetais, porongos,

chuchus, melancias, melões e pepinos (BARBIERI, 2007).

Antracnose causada pelo fungo Colletotrichum pode ser considerada a principal

doença do chuchu no Brasil. O fungo ataca diversas outras cucurbitáceas, causando

principalmente podridões de frutos. No chuchu, o ataque se dá principalmente nas folhas e

frutos, em qualquer estádio de desenvolvimento. Nas folhas são formadas lesões circulares

grandes, que podem coalescer (juntar-se) e provocar queima das mesmas. No caule ou nos

frutos as lesões são elípticas deprimidas. Ataques severos causam queda de folhas e

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apodrecimento dos frutos. A doença também é muito comum em pós-colheita em frutos de

chuchu, que são colhidos aparentemente sadios e desenvolvem os sintomas após alguns dias

da colheita. Nas lesões, pode aparecer um mofo de coloração pálido-róseo, que são os esporos

do fungo. A doença é favorecida por chuvas ou irrigações excessivas, alta temperatura e alta

umidade relativa do ar (REIS, 2008).

3.1.9. Coco (Cocus nucifera Linneu - Arecaceae)

O coco pertencente à família Arecaceae, da ordem das Arecales, possui mais de 240

gêneros e cerca de 2.600 espécies. São elementos importantes na composição do paisagismo

nacional, pois, juntamente com as árvores, arbustos, gramados e plantas rasteiras, são

satisfatoriamente utilizadas pelos paisagistas na formação de parques e jardins. São as plantas

mais características da flora tropical, podendo transmitir ao meio onde são cultivadas, algo do

aspecto luxuriante e do fascínio das regiões tropicais O mercado das palmeiras ornamentais

cresceram consideravelmente nos últimos anos, sendo cultivadas as mais diferentes espécies

por viveiristas e produtores (LORENZI et al., 2004).

3.1.10. Conde (Annona squamosa Linneu - Annonaceae)

A pinha, conde, ata ou fruta-do-conde, pertence à família das Anonáceas e

possivelmente originária da ilha de Trindad, nas Antilhas. Essa família compreende mais 120

gêneros e 2.000 espécies, sendo o gênero Annona sp. um dos mais importantes, com

aproximadamente 90 espécies, das quais se destacam: pinha (A. squamosa L.), cherimóia (A.

cherimoia Mill.), graviola (A. muricata L.), condessa (A. reticularta L.), araticum-do-campo

(A. dioca) e a atemóia (híbrido de A. cherimoia Mill. com A. squamosa L.). Vegeta melhor em

clima quente, com poucas chuvas e estação seca bem definida, como ocorre no Nordeste. A

fruta-do-conde começa a produzir três anos após o plantio. O período de colheita vai de

fevereiro a junho, podendo estender-se um pouco mais em culturas irrigadas. A produção

varia de 150 a 200 frutos por pé/ano, sendo consumidos ao natural (LOPEZ, 2005).

3.1.11. Dracena (Dracena fragans Linneu - Liliaceae)

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A dracena, coqueiro-de-vênus ou pau-d’agua é uma planta oriunda da África é

amplamente cultivada no mundo. Possui porte arbustivo, podendo alcançar de 3 a 6 metros.

Apresenta tronco colunar e geralmente nu, com rosetas de folhas ornamentais coriáceas,

lanceoladas e arqueadas em seu ápice (LORENZI & SOUZA, 1995).

3.1.12. Falso massambará (Sorghum arundinaceum Linneu- Poaceae)

O gênero Sorghum apresenta duas espécies representativas S. arundinaceum e S.

halepense. No Brasil a distribuição ainda está restrita em algumas regiões, mas nos países

onde mais ocorrem causam grandes prejuízos. Com o avanço de cultura tem se deparado com

infestações onde estas espécies predominam. O capim-falso-massambará é uma planta anual,

herbácea, cespitosa, ereta com inflorescências grandes do tipo panícula aberta do tipo

pendente com 40 a 60 cm de comprimento e coloração marrom-avermelhada quando maduras

(LORENZI, 1991). O capim-massambará é muito similar, mas é uma planta perene e

entouceirada que apresenta inflorescência menor (15 a 30 cm). Além disso, apresenta rizomas

subterrâneos que auxiliam no seu alastramento (LORENZI, 1991).

3.1.13. Goiaba (Psidium guajava Linneu - Myrtaceae)

De origem asiática ou americana a goiabeira é um assunto muito discutido. Durante o

período entre 1514-1557, o cronista espanhol Oviedo escreveu “as goiabeiras”, utilizando o

nome de “guayabo” e fazendo considerações sobre o seu comportamento vegetativo em

algumas regiões das Índias (RUEHLE, 1964, KOLLER 1979) refere-se à goiabeira como

sendo originárias de regiões de clima tropical “Américas”. A goiabeira é a espécie mais

importante do gênero Psidium sp., onde estão agrupadas mais de 150 espécies, sendo todas

consideradas plantas nativas da América, com espécies produtoras de frutos com grande

número de sementes. Os frutos da goiabeira são bagas de tamanho, forma e coloração da

polpa variável, em função da variedade (KOLLER, 1979)

No Brasil, um dos maiores produtores mundiais de goiaba, destaca-se a produção

paulista com 60% da produção nacional, com mais de um milhão de pés de goiaba que

ocupam 2,7 mil hectares, produzindo 51 mil toneladas ano e empregando 3812 pessoas. Os

principais municípios produtores são Mirandópolis (32%) e Valinhos (16%). Maior produtor e

consumidor, o Estado de São Paulo é o centro de origem (95%) e destino (77%) das 4,3 mil

toneladas de goiaba recebidas anualmente pela CEAGESP (IRRIGAR, 2009).

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3.1.14. Iuca (Yucca elephantipes Regel - Agavaceae)

A família é constituída de mais de 18 gêneros, distribuída em regiões tropicais e

subtropicais de todo o mundo, especialmente nas regiões áridas. É originário do México e

Guatemala. Faz parte da ordem Asparales, da classe Liliopsida (LORENZI et al., 2001). São

plantas herbáceas ou lenhosas, possuem folhas carnosas. Em geral, grande e longa,

paralelinérvea, muitas vezes nota-se a presença de fibras. As flores são pequenas em geral

reunidas em grandes inflorescências brancas muito utilizadas em arranjos e na arborização

urbana é uma planta tolerante a solo árido. Tem folhas verde-brilhante, rígidas, eretas ou

curvadas, e possuem até 2 m de comprimento (JOLY, 2002).

3.1.15. Mamão (Carica papaia Linneu - Caricaceae)

O mamão pertence à família Caricaceae, é a espécie mais cultivado em todo o mundo,

tendo sido descoberto pelos espanhóis no Panamá. É uma planta herbácea, tropical, com

origem proveniente da América do Sul. O mamão é uma fonte importante de papaína, enzima

proteolítica de ação semelhante à da pepsina, usados na indústria têxtil, farmacêuticas de

alimentos e de cosméticos (DANTAS, 2002).

O Brasil possui cerca de 22.820 ha cultivados com mamoeiro, destaca-se por ser o

maior produtor de mamão, 29 % da oferta mundial sendo o Estado do Espírito Santo um dos

seus principais produtores (SEAGRI, 2002). O Brasil exporta menos de 1 % de sua produção,

que correspondeu a 11 % do comércio internacional de mamão, em 1999 (FAO, 2000). Um

dos fatores limitantes à exportação de mamão são as doenças pós-colheita, principalmente a

antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) e a podridão peduncular,

causada por diversos outros fungos (ALVAREZ & NISHIJIMA, 1987).

3.1.16. Mandioca (Manihot esculenta - Euphorbiaceae)

A antracnose da mandioca ocorre em vários países produtores. No Brasil, a doença

esta presente em todas as regiões produtoras, porém é mais severa no Nordeste e no Sudeste,

onde as condições ambientais são mais favoráveis à sua ocorrência (Embrapa 2010).

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Originária da América do Sul, a mandioca constitui um dos principais alimentos

energéticos para cerca de 500 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento,

onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. Mais de 80 países produzem

mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de 15% da produção mundial (Embrapa

2010).

De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os Estados brasileiros, situando-

se entre os nove primeiros produtos agrícolas do País, em termos de área cultivada, e o sexto

em valor de produção (Embrapa 2010).

3.1.17. Manga (Mangifera indica Linneu - Anacardiaceae)

A cultura da manga foi introduzida no Brasil durante o século XVI e logo em seguida

disseminou-se por todas as regiões do país. No nordeste brasileiro a fruteira encontrou as

melhores condições para o seu desenvolvimento atingindo altas produtividades e frutos com

alta qualidade. A manga é hoje a principal fruta exportada para países europeus e os Estados

Unidos, que são os maiores consumidores, mas na sua grande maioria a manga é absorvida

pelo mercado interno que não possui muitas exigências de qualidade e variedade, tão

rigorosas como o consumidor europeu e americano, que exige frutos com alta qualidade

fitossanitária e isento de resíduos químicos (GENÚ e PINTO, 2002).

3.1.18. Mangaba (Hancornia speciosa Gomes - Apocynaceae)

É nativa dos tabuleiros costeiros, baixada litorânea e cerrados do Brasil, constitui-se

em uma das mais importantes matérias primas para a indústria de sucos e sorvetes do

Nordeste e está entre as dez espécies selecionadas como de altíssima prioridade pelo

programa Plantas do Futuro do CNPq/World Bank/GEF/MMA/Probio, com maior potencial

de uso imediato entre as fruteiras nativas da região Nordeste (FERREIRA et al., 2005). A

mangabeira é agrupada botanicamente nos táxons, segundo classificação de Cronquist (1988),

citado por Silva Junior & Lêdo (2006): Reino Platae, Divisão Magnoliophyta, Classe

Magnoliopsida, Subclasse Asteridae, Ordem Gentianales, Família Apocynaceae e Gênero

Hancornia sp.

O gênero Hancornia sp. é considerado monotípico e, assim, constituído de sua única

espécie é H. speciosa Gomes (SILVA JUNIOR & LÊDO 2006). A mangabeira é uma árvore

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de porte médio, com 2 a 10 m de altura, podendo chegar até 15 m, e copa ampla, às vezes

mais espalhada que alta (LEDERMAN et al., 2000), sendo que as mangabeiras do Cerrado

possuem de 4 a6 m de altura e de diâmetro da copa (SILVA et al., 2001).

É uma planta originária Brasil e encontrada em várias regiões. Apresenta frutos

aromáticos, saborosos e nutritivos, com ampla aceitação de mercado, tanto para o consumo in

natura, quanto para a indústria. Apesar disso, pelo fato da cultura ainda continuar sendo

mantida no habitat natural, sua exploração é feita de modo extrativista. As áreas em que se

prática o cultivo tecnificado, são quase inexistentes. Os maiores produtores da fruta são os

Estados de Sergipe, Minas Gerais e Bahia, com produções respectivas de 524, 478 e 170

toneladas de mangaba no ano de 2000 (SOUSA et al., 2005).

3. 1.19. Negramina (Siparuna guianensis Aublet - Siparunaceae)

Apesar da Siparuna sp. ser reconhecida por muitos taxonomistas como pertencente a

família Monimiaceae e citada sob essa classificação em inúmeros artigos, o sistema APG II

(Grupo para a Filogenia das Angiospermas), de 2003, segregou o gênero Siparuna sp.,

reconhecendo-o como sendo da família Siparunaceae, o que será também adotado nesta

revisão. Siparunaceae consiste em dois gêneros, Glossocalyx sp., uma espécie da África

Ocidental, e Siparuna sp., com aproximadamente 65 espécies nos neotrópicos, a maior parte

nos Andes (RENNER,1997). A única espécie de Glossocalyx sp., reconhecida é uma arvoreta,

que geralmente não ultrapassa 12 metros de altura. O gênero Siparuna sp. compreende

espécies de arbustos e arvoretas, exceto para 15 espécies que são árvores de 20 a 40 metros de

altura, com troncos com diâmetros maiores que 120 cm, que ocorrem geralmente na

Amazônia (RENNER & HAUSNER, 2005).

O gênero Siparuna sp. ocorre na maioria dos tipos de vegetação neotropical em

elevações entre o nível do mar e 3800 metros (RENNER & HAUSNER, 2005). Comparando

a escassa presença no Velho Mundo Tropical (uma espécie), Siparunaceae tem se

diversificado de forma impressionante nos Andes (45 espécies). Baseado nesta atual

distribuição, Siparunaceae poderá ser uma grande família ocidental. As espécies

filogeneticamente basais desta família ocorrem em todas as áreas da planície Amazônica e nas

áreas protegidas das Guianas, sugerindo que este grupo inicialmente diversificou depois da

adaptação em grandes altitudes, como nas elevações dos Andes.

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3.1.20. Soja (Glycine max Linneu - Fabacaeae)

A cultura da soja é originária da Ásia, mais precisamente da China e, somente no

século passado, iniciou-se o seu cultivo na América Latina. Um dos principais produtos

agrícolas nacionais ocupa lugar de destaque no país, gerando importante fonte de divisas (ITO

& TANAKA, 1993). Nas últimas cinco décadas, a soja tem apresentado uma taxa de

crescimento superior à taxa de crescimento populacional, ocupando papel fundamental na

alimentação humana e animal nos cinco continentes (CARRARO, 2003).

Segundo Black (2000), do total mundial de produção das sete oleaginosas: soja,

algodão, amendoim, girassol, colza, linho e palma, estimada em 280 milhões de toneladas, a

soja participa com cerca de 56 % ou seja, cerca de 157 milhões de toneladas, sendo a

leguminosa de maior expressão econômica do planeta, com teor de óleo compreendido entre

20 e 22 % e apresentando alto teor de proteína, de 40 a 42 % nas variedades difundidas,

características essas que levaram à formação de um complexo industrial destinado ao seu

processamento.

Nos últimos vinte anos foi surpreendente o desenvolvimento do complexo soja em

todo o planeta, a produção global, da ordem de 62 milhões de toneladas, no início da década

de 1980, atingiu o recorde de 196 milhões de toneladas na safra de 2002/2003. Esse aumento

de produção se deveu à elevada expansão da demanda nos principais países consumidores do

grão de soja e seus derivados. O consumo, no mesmo período, saltou de 68 milhões para 192

milhões de toneladas (AGRIANUAL, 2004). Acredita-se que no território brasileiro existam,

atualmente, cerca de 120 milhões de hectares cultiváveis, dos quais somente 50 milhões de

hectares são atualmente explorados. Assim, a produção poderá apresentar um crescimento de

69 % no período subsequente, atingindo o volume de 89 milhões de toneladas.

3.1. 21. Tomate (Lycopersicon esculentum Linneu - Solanaceae)

O tomateiro tem como centro de origem as ilhas Galápagos (DARWIN et al., 2003;

PERALTA et al., 2005), Chile, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia (RICK & HOLLE, 1990;

ESQUINAS-ALCÁZAR & NUEZ, 1995; FONTES & SILVA, 2002). Este gênero abrange 13

espécies que podem ser agrupadas em dois complexos de acordo com a presença de barreiras

de cruzamento com a espécie cultivada S. lycopersicum: o complexo Esculentum e o

complexo Peruvianum (PERALTA et al., 2005). O cultivo do tomateiro foi introduzido em

quase todos os países (FONTES & SILVA, 2002) e em poucos anos a tomaticultura espalhou-

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se em todos os continentes. A cultura apresenta grande importância econômica no país pelo

volume e valor da produção.

Atualmente, o Brasil ocupa a nona posição no ‘ranking’ mundial, com produção de 3,4

milhões de toneladas, sendo a região Sudeste a maior produtora, responsável por 43% do total

produzido (CNPH, 2011). O cultivo do tomateiro em quase todas as regiões brasileiras e

praticamente o ano todo propicia condições favoráveis ao desenvolvimento de pragas e

patógenos, tanto em lavouras destinadas ao consumo in natura como para indústria (SOUZA

& REIS, 2003).

3.1.22. Uva (Vitis vinifera Linneu - Vitaceae)

A videira, vinha ou parreira tem sua origem no Oriente, no árido Cáucaso. É uma das

frutas mais antigas e mais cultivadas no mundo com uma produção que se espalha desde a

antiguidade. Mas só a partir do descobrimento da poda em 600 a.C é que o cultivo obteve-se

melhores frutos. No Brasil o cultivo predomina desde 1532, introduzido por Martim Afonso

de Souza, onde se registram o transporte de bacelos das videiras portuguesas para o Brasil,

sendo os estados da Bahia e Pernambuco os pioneiros (TODA FRUTA, 2007).

No Estado de Goiás a produção de uva está se iniciando, mas já podemos destacar

produções com sucesso. Em Goiás a cultura esta restrita a vinhedos no sul (Goiatuba), no

sudoeste (Santa Helena) e centro do Estado (Anápolis e Hidrolândia). A produção

predominante é a de uva de mesa, destinada ao consumo in natura. A produção goiana pode

reforçar o abastecimento do mercado interno de uva de mesa que está em expansão. Nos

últimos dez anos, quase dobrou. Saltou de cerca de 300 mil toneladas ao ano pra 580 mil

toneladas. O consumo da fruta in natura passou de 2,79 quilos por pessoa em 1993 para 3,42

quilos por pessoa em 2002. Além dessa demanda, o país exporta 20,5 mil toneladas de uva de

mesa (VAZ, 2008).

3.2. A doença – Antracnose

A antracnose é uma doença causada por fungos pertencentes principalmente ao gênero

Colletotrichum. Contudo existem registros em Kimati et al.,( 2005), são doenças de grande

importância para muitas plantas cultivadas. Parmagnani (2004) relata que esta doença pode

ser considerada comum, de ocorrência generalizada no Brasil, especialmente quando o

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período de cultivo coincide com chuvas e a incidência de clima quente e úmido. O fungo é

disseminado pela água de chuva e vento, e pode ser transmitido por sementes, sobrevivendo

ainda em restos de cultura.

O patógeno pode afetar toda a parte aérea da planta, porém, sua ação mais importante

se dá nos frutos. Em um ataque severo, até 100 % dos frutos podem ser afetados, ocasionando

perda total para o produtor. As hastes afetadas têm lesões escuras em forma de estrias, e as

folhas manchas necróticas, secas, irregulares e de coloração parda. Nos frutos, onde as lesões

são mais típicas, essas são deprimidas, circulares, de bordos elevados e de diferentes

tamanhos (VIANA et al., 2007). A antracnose é responsável também por antracnose pós-

colheita, a infecção que ocorre no campo dificilmente é detectada até a colheita, pois os

sintomas da doença normalmente surgem durante ou após o transporte dos frutos para os

mercados consumidores (TATAGIBA et al., 2002). A sobrevivência e a atividade da maioria

dos fungos fitopatogênicos depende das condições predominantes de temperatura e umidade

ou da presença de água em seu meio ambiente (MICHEREFF, 1997).

Dentre as espécies deste gênero, C. gloeosporioides é considerada a mais disseminada,

heterogênea e importante, principalmente nos trópicos. Seus conídios são hialinos e

unicelulares produzidos no interior de acérvulos subepidérmicos dispostos em círculos

(REZENDE et al., 2005), geralmente formados em conjuntos de coloração salmão, retos e

cilíndricos, com ápices obtusos e bases às vezes truncadas, medindo 12-17 x 3,5-6 µm. Os

apressórios formados por esta espécie são clavados, ovóides, obovados ou lobados, de

coloração castanha e medindo 6-20 x 4-12 µm. Forma colônias variáveis, de coloração

branco-gelo a cinza escuro e micélios aéreos geralmente uniformes–aveludado ou repleto de

conidiomas (SUTTON, 1992).

O gênero Colletotrichum engloba os fungos imperfeitos pertencentes à ordem

Melanconiales da classe Coelomycetes, os quais apresentam uma associação teleomófica com

estirpes homotálicas ou heterotálicas de ascomicetos do gênero Glomerella (SKIPP et al.,

1995). As espécies de Colletotrichum apresentam uma ampla distribuição geográfica,

particularmente em ambientes quentes e úmidos dos trópicos (JEFFRIES et al., 1990;

WALLER, 1992) e são extremamente diversas, incluindo saprófitas e fitopatógenos. Os

patógenos ocorrem em diversas espécies de hospedeiros, desde culturas agrícolas e plantas

medicinais, aos arbustos e árvores silvestres, causando podridões de colmos, caules e frutos,

seca de ponteiros, manchas foliares, infecções latentes e antracnoses. O último termo descreve

doenças caracterizadas por lesões necróticas profundas e delimitadas nos tecidos

(AINSWORTH, 1971).

Page 30: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

A antracnose (Colletotrichum gloeosporioides Penz.) ou podridão-negra-dos-frutos é

considerada a moléstia mais importante da fruteira do conde, chegando a provocar até 70 %

de perdas de frutos quando as chuvas são prolongadas durante a floração e a formação de

frutos. Ocorrem em todos os países que cultivam anonáceas. Incide, preferencialmente nos

tecidos jovens de folhas, ramos, folhas e frutos. Na folhagem, produz lesões irregulares no

limbo ou nas nervuras, sendo inicialmente pardo-escuras e, depois, esbranquiçadas no centro e

cercadas de pontuações pretas e salientes. As folhas atacadas podem cair. Em frutos maduros

observam-se pontos escuros que coalescem. O resultado é uma podridão de rápida (LOPEZ,

2005). Além do Brasil, houve relatos do Colletotrichum gloeosporioides no fruto-do-conde,

na China, Cuba, EUA, Índia, Porto Rico e nas Ilhas Virgens (FARR e ROSSMAN, 2010).

A doença é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz. que na forma

perfeita ou teleomorfa, corresponde ao fungo Glomerella cingulata (ston.) Spauld e Scherenk.

Esse fungo sobrevive de um período ambiental favorável para outro em ramos secos, lesões

antigas, frutos e partes afetados remanescentes no chão ou na planta, sobre os quais esporula

quando há calor e umidade. A disseminação é feita principalmente pelo vento e por respingos

de chuva. A umidade é o principal fator determinante da gravidade da doença. Longos

períodos de chuva e de dias nublados, bem como o orvalho noturno intenso são condições

favoráveis ao desenvolvimento da doença. Alta umidade, aliada a temperaturas noturnas de 20

ºC a 24 ºC, adubações inadequadas da planta ou ataque de pragas, favorece a doença que se

encontra disseminada em todas as regiões produtoras de fruta-do-conde e de outras anonáceas.

(BERGAMIN FILHO et al., 1995).

A antracnose é considerada uma das mais graves doenças em frutos de goiabeiras,

causada pelo fungo Colletotrichum (Penz) (FRUPEX, 1996). O patógeno pode afetar folhas

em qualquer fase de desenvolvimento, ramos novos, flores e frutos. Os sintomas nas folhas e

frutos são geralmente áreas mais ou menos circulares e de coloração escura. Quando a

infecção se dá pelo botão floral, o fruto apresenta podridão, ocorrendo escurecimento a partir

do pedúnculo em parte ou em toda a fruta. Nos frutos com ataque precoce, na fase inicial,

aparecem manchas circulares, secas, elevadas. Em ataques mais severos, as lesões são

deprimidas, encharcadas, de coloração marrom, principalmente em locais danificados por

insetos, podem coalescer resultando em uma grande mancha de formato irregular. A área

atacada não acompanha o crescimento do fruto e se rompe. A infecção não penetra na polpa,

mas inutiliza os frutos para o mercado de consumo. No caso de infecção severa, os frutos

tornam-se mumificados e pretos. A penetração do fungo se dá por meio de ferimentos

causados por insetos, lesões durante o manuseio e pela cavidade floral. Pela superfície intacta

Page 31: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

do fruto, ocorre a penetração direta pela prévia formação de apressórios (JUNQUEIRA,

2000).

Dentre as doenças que ataca a cultura da mandioca, podemos citar a antracnose. Ainda

não se teve registro de danos econômicos, porém está presente em todos os Estados

produtores do Brasil, e é mais severa no Nordeste e no Sudeste, onde as condições ambientais

são mais favoráveis à sua ocorrência (MASSOLA et al., 2005).

A antracnose é uma das doenças mais sérias do mamoeiro e não só ataca os frutos

como também causa amarelecimento e danos aos pecíolos das folhas. Ainda que os frutos

colhidos não apresentem sintomas da doença, ela se manifesta na fase de embalagem,

transporte, amadurecimento e comercialização (OLIVEIRA et al., 2000).

O mamão se caracteriza por uma série de doenças ou podridões que surgem após a

colheita, devido a sua pouca resistência e por ser desprovido de uma casca em maior

resistência barreira natural à penetração de fungos e bactérias (GAYET et al., 1995).

Em geral, os agentes causadores de podridões em pós-colheita apresentam uma

característica comum, que é a capacidade de se estabelecerem no fruto imaturo e

permanecerem em estado latente, sem o aparecimento de sintomas, até que haja condições

para que o processo de infecção tenha lugar (NERY-SILVA, 2001). Na cultura da manga, no

Brasil, já foram descritas 56 patógenos associados à cultura (CENARGEN, 2010),

provocando danos ao seu desenvolvimento e rendimento potencial, o que nos traz a

necessidade de um controle eficiente dos patógenos na cultura, diminuindo as injúrias

provocadas pelos mesmos.

As doenças mais importantes da cultura da manga são devidas só ataque de fungos e

bactérias, não sendo conhecidas doenças causadas por vírus e similares ou por nematóides. As

flores e os frutos são órgãos mais prejudicados pelas doenças, destacando-se a antracnose, a

seca-da-mangueira, a morte-descendente, a mancha-angular e os distúrbios fisiogênicos,

embonecamento ou malformação e colapso interno. Essas doenças, além de reduzirem a

quantidade de frutos produzidos, interferem a quantidade de frutos produzidos, interferem na

sua qualidade onerando, sobremaneira, os custos de produção, principalmente, para a

obtenção de frutos destinados á exportação (SINGH, 1978).

A antracnose causa perdas consideráveis em panículas florais, diminuindo a produção

de frutos. Nestes, os sintomas podem aparecer em qualquer estádio, porém as maiores perdas

se verificam em condições ambientais favoráveis ao patógeno durante o período de

amadurecimento do fruto, com reflexos posteriores durante o armazenamento e transporte.

Nos frutos jovens, causa podridões e abscisão (SINGH, 1978). Além de reduzir a

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produtividade e desqualificar comercialmente os frutos, a antracnose provoca ferimentos ou

lesões nos frutos que beneficiam a infestação de fungos oportunistas e insetos (pragas), os

quais podem provocar rapidamente a morte da planta ou parte desta que foi afetada (CUNHA

et al., 2000).

No Brasil, em torno de 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus

já foram relatadas (identificadas). Esse número tende a aumentar devido à expansão da soja

para novas áreas de cultivo e também como consequência da monocultura. Atualmente as

doenças mais comuns são: ferrugem asiática, oídio, mofo branco, doenças de final de ciclo,

podridão negra da raiz (ou podridão de carvão), podridão de fitóftora, mancha alvo e

antracnose (HENNING, 2009).

3.3. Gênero Colletotrichum

A história da taxonomia de Colletotrichum spp. envolve vários outros gêneros a qual

tem sido descritos como deuteromicetos tal como 11 sinonímias genéricas descritas. Alguns

desses são sinônimos taxonômicos e outros sinônimos nomenclaturais. A evolução dos

diferentes sistemas de classificação para identificação das espécies em 200 anos tem sido

modificado devido trocas de conceitos de espécies, agregando elementos que ressaltam a

importância dos diferentes aspectos da morfologia dos fungos, combinados com os avanços

dos conhecimentos da interação patógeno-hospedeiro e círculo de hospedeiros (SUTTON et

al., 1992).

O fungo Colletotrichum spp. e seu teleomorfo Glomerella spp. tem sido apresentado

no mundo especialmente causando doenças pós-colheita nos trópicos, no entanto, pode ser

encontrado causando tombamentos e manchas foliares. Com sua infecção pode causar

infecções locais latentes ou quiescentes representando o mais importante patógeno pós-

colheita. O conceito de espécie é baseado na morfologia do fungo, no substrato natural,

cultivo em meio de cultura e especificidade no seu hospedeiro (SUTTON et al., 1992).

O teleomorfo de Colletotrichum é um coelomiceto que engloba muitas espécies

causadoras de doenças em possui uma ampla e extensiva gama de hospedeiros (BAILEY &

JEGER, 1992).

Fungos do gênero Colletotrichum são tidos como modelos para processos de

infecções, sendo o gênero patogênico mais estudado (BAILEY & JEGER, 1992).

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Estes patógenos desenvolvem uma série de estruturas de infecção especializadas,

incluindo tubos germinativos, apressórios, haustórios, hifas intracelulares necrotróficas

secundárias e acérvulos (SUTTON, 1980).

Trata de um fungo mitospórico sensu Kirk et al., (2001), pertencente ao grupo dos

Coelomicetos muito estudado por Sutton (1980) e Nag Raj (1993) que apresenta micélio bem

desenvolvido, septado e ramificado (AGRIOS, 2005).

O processo de infecção no gênero Colletotrichum é composto por uma sequência

comum de eventos: adesão do conídio, germinação, elongação do tubo germinativo, formação

do apressório, desenvolvimento de peg de infecção, penetração de células epidérmicas,

crescimento das hifas intracelularmente, necrose celular e desenvolvimento de lesões

(JEFFRIES et al., 1990 apud PEREIRA, 2009).

Este fungo é frequentemente relatado em diferentes espécies de plantas cultivadas em

todo o mundo causando doenças em plantas vivas e/ou de sobrevivendo em condições de

saprofitismo (LOPEZ, 2001). Representa um patógeno que causa destruição de órgãos de

reserva sendo expressa através de podridões moles, além de ocasionar manchas foliares. A

sintomatologia típica das podridões moles efetiva-se devido à produção de enzimas

pectolíticas e toxinas pelo patógeno, as quais promovem desorganização a nível celular

correspondente às lesões de aspecto encharcado que se desenvolvem com rapidez, além de

deprimidas apresentam massa cotonosa constituída de hifas e estruturas de frutificação

(BEDENDO, 1995).

O fungo Colletotrichum gloeosporioides é conhecido como um dos patógenos mais

importantes, pois infecta pelo menos 1000 espécies de plantas (PHOULIVONG et al., 2010).

A consequência da infecção por espécies de Colletotrichum é a podridão na pré e pós-colheita,

que limitam a produção, comercialização e exportação de frutas, hortaliças e culturas perenes,

incluindo diversas frutíferas de regiões tropicais e subtropicais (BAILEY e JEGER, 1992;

SREENIVASAPRASAD E TALHINHAS, 2005; HINDORF, 2000; HYDE et al., 2009a;

SERRA et al., 2008).

O número de espécies validas de Colletotrichum é variável sendo apontadas 11 por

von Arx (1957), 22 por Sutton (1980), cerca de 40 espécies por Sutton (1992), mais de 60 no

“Dictionary of Fungi” (KIRK et al., 2008), enquanto que há 706 espécies, variedades e

formae speciales deste fungo (INDEX FUNGORUN, 2011). Além disso, este fungo pertence

ao Reino Fungi, grupo dos Fungos Mitospóricos e sub-grupo dos Coelomicetos. Sua fase

teleomórfica pertencente ao gênero Glomerella sp., Reino Fungi, Divisão Ascomycota (KIRK

et al., 2001).

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O gênero Colletotrichum é um dos mais importantes entre os fungos fitopatogênicos

do mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, envolve espécies que causam

doenças de expressão econômica em leguminosas, cereais, hortaliças e culturas perenes,

incluindo diversas frutíferas (SERRA et al., 2008). As espécies de Colletotrichum spp.

possuem como anamorfos Glomerella spp. (SUTTON, 1992; ARMSTRONG-CHO e

BANNIZA, 2006; PFENNING et al., 2007) e os nomes C. gloeosporioides e Glomerella

cingulata, bastante utilizados, para caracterização das espécies tipo dos gêneros de anamorfos

e teleomorfos. Entretanto o conceito de espécies aplicado para anamorfos e teleomorfos, nem

sempre coincide entre si, dificultando a identificação dos táxons (CANNON et al., 2000).

Para anamorfo e teleomorfo, a preferência é o uso de nomes mais antigos (SHENOY et al.,

2007; CROUS, 2009) e estes encontram-se listados no Index Fungorun (2011). Há

necessidade de esclarecimentos sobre a real taxonomia deste importante patógeno até o nível

de espécie. Cepas podem produzir teleomorfos (heterotálicas) com frequência diferenciada em

meios de culturas artificiais, ou seja, em condições artificiais desenvolvem-se como

homotálicas, dificultando a caracterização. Já alguns isolados parecem serem não tão

agressivos aos seus hospedeiros (GUERBER e CORRELL, 2001; ARMSTRONG-CHO e

BANNIZA, 2006).

Os conídios germinam de seis a nove horas após o contato inicial com o hospedeiro se

as condições forem favoráveis. Há formação do tubo germinativo, seguido do apressório, que

penetra mecanicamente pela cutícula e pela epiderme da planta. O aparecimento de sintomas

pode ser observado a partir do sexto dia após o início da infecção (KIMATI et al.,1997). Esses

fungos são os causadores de uma diversidade de doenças como antracnose, podridão de

pedúnculo e varicela (BAILEY & JEGER, 1992).

Espécies de Colletotrichum spp. são tradicionalmente diferenciadas com base em

caracteres morfológicos e culturais, que devem ser considerados simultaneamente nunca

isoladamente. Características tais como morfologia de conídios, presença de setas e do

teleomorfo, coloração de colônia, e taxa de crescimento têm sido usadas para diferenciar

espécies morfologicamente próximas (SILVA, 2004).

As dificuldades encontradas na identificação das espécies de Colletotrichum estão

relacionadas à grande diversidade fenotípica, influência de fatores ambientais na estabilidade

dos caracteres morfológicos e culturais, existência de formas intermediárias e falta de

padronização de condições culturais empregadas nos diferentes estudos (SUTTON, 1992;

FREEMAN et al., 1998; LOPEZ, 2001). A diferenciação entre espécies com base no círculo

de hospedeiros ou hospedeiro de origem também não é um critério confiável para espécies

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como, por exemplo, C. gloeosporioides e C. acutatum que infectam diferentes hospedeiras

(FREEMAN et al., 1998; PERES et al., 2005). É frequente a ocorrência de mais de uma

espécie de Colletotrichum associada a uma mesma hospedeira e uma mesma espécie pode

atacar múltiplas hospedeiras (FREEMAN et al., 1998). O fungo Colletotrichum

gloeosporioides e C. acutatum causam, em geral, sintomas semelhantes como as podridões de

frutos em pós-colheita de morangueiro (PERES et al., 2002). O morangueiro (Fragaria x

ananassa Duch.), por exemplo, pode ser infectado por C. fragariae Brooks, C. acutatum e C.

gloeosporioides (GUNNEL & GUBLER, 1992). As três espécies causam antracnose, mas a

podridão do pedúnculo, inflorescências e frutos conhecida como "Flor Preta" é atribuída a C.

acutatum. Outras culturas como a amêndoa (Prunnus amygdalus L.) (FORSTER &

ADASKAVEG, 1999), maçã (Malus domestica Borkh.) (BERNSTEIN et al., 1995), abacate

(Persea americana Mill.) (JONHSTON & JONES, 1997), pêssego (Prunnus persica (L.)

Batsch.) (ADASKAVEG & HARTIN, 1997); citros (BROWN et al., 1996; GOES & KIMATI,

1997) e algumas solanáceas (TOZZE JR. et al., 2006) são infectadas por C. acutatum e C.

gloeosporioides.

Nutricionalmente carbono e nitrogênio exercem efeito nos processos fisiológicos de

fungos, principalmente aqueles relacionados ao crescimento, produção de conídios,

germinação e peso seco (COCHRANE, 1958) e permitem também, estabelecer diferenças

entre os isolados de Colletotrichum spp., pela sua habilidade em usar determinada fonte de

carbono e nitrogênio. A identificação de fungos por metodologia tradicional baseia-se na

morfologia celular, seguindo as informações supracitadas. No entanto, estes estudos às vezes

geram resultados ambíguos, por causa da variabilidade intrínseca ao isolado de uma espécie e

das características fisiológicas na condição de cultivo. Atualmente, os estudos da diversidade,

taxonomia e identificação de microrganismos estão sendo realizados com base nos

conhecimentos atuais da taxonomia polifásica, a qual integra diferentes dados e informações

de análises, fenotípicas, genotípicas e filogenéticas, para caracterizar o microrganismo em

teste (VALE, 2009).

O desenvolvimento dos novos métodos para estudo da diversidade de existente entre

isolados de Colletotrichum spp. (YANG et al., 2009; DAMM et al., 2009; PRIHASTUTI et

al., 2009). As técnicas moleculares de amplificação são utilizadas devido a sua maior precisão

em comparação com os métodos convencionais.

Além dos métodos tradicionais de caracterização, análise cultural e morfológica,

outros métodos vêm sendo empregados recentemente com maior frequência, entre eles a

patogenicidade, os grupos de compatibilidade vegetativa, a análise isoenzimática, e os

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métodos moleculares, como RAPD e RFLP. Recentemente, observa-se a necessidade de

utilizar diferentes métodos de caracterização aliados aos métodos moleculares principalmente

devido a grande variabilidade genética encontrada dentro do gênero Colletotrichum

(MENEZES, 2002).

Técnicas moleculares tem sido utilizadas para diversos fungo, porém, na

particularidade para o gênero Colletotrichum, e as têm auxiliado grandemente na

demonstração da variabilidade inter e intraespecífica. As técnicas mais empregadas com essa

finalidade são o “Restriction Fragment Length Polymorphism” (RFLP) e “Random Amplified

Polymorfic DNA” (RAPD). Braithwaite et al. (1990), utilizaram a técnica de RFLP para

demostrar a divergência genética entre C.gloeosporioides tipos A e B, duas populações com

diferenças morfológicas, patogênicas e bioquímicas que ocorrem em Stylosanthes spp., na

Austrália. Utilizando essa técnica, esses autores revelaram que ambas as populações são

geneticamente homogêneas, porém distintas entre si. O fato de não ocorrerem nas fases

perfeitas de nenhuma dessas populações na Austrália, explica a uniformidade genética

intrapopulacional e descarta a possibilidade de especialização patogênica dessa espécie. Dessa

forma, os autores concluem que a existência de duas populações tão diferentes só pode ser

explicada por duas diferentes introduções do patógeno no pais.

A técnica de RAPD foi utilizada no Brasil, numa série de trabalhos, para caracterizar

isolados de C. lindemuthianum do feijoeiro (VILARINHOS et al., 1995; ALZATE-MARIN et

al., 1997; MESQUITA et al., 1998). Nesses trabalhos, foram utilizado diversos isolados do

fungo, numa tentativa de discriminar as diferentes raças por meio da técnica de RAPD.

Apesar dos resultados não terem permitido o mesmo agrupamento obtido como os testes de

inoculação da variabilidade patogênica de C. lindemuthianum. Além dessa espécie, o RAPD

já foi utilizado, com sucesso, para caracterizar a variabilidade de C. graminicola (GUTHRIE

et al., 1992; BROWNING et al., 1999), C. orbiculare (CORRELL et al., 1993) e C.

gloeosporioides (ALAHAKONN et al., 1994; HAYDEN et al., 1994; KELEMU et al., 1999).

A taxonomia e a filogenia do gênero Colletotrichum é confuso (Hyde et al., 2009; Cai

et al., 2009). Historicamente, antracnose encontrada em um substrato para o qual não há

registros de que a relação fungo/hospedeiro era interpretada como uma nova espécie

(CANNON et al., 2000). Esta prática foi posteriormente rejeitado (von ARX 1957; SUTTON,

1980; BAXTER et al., 1983), sendo as descrições para o gênero Colletotrichum apresentadas

por muitos autores em literaturas (SIVANESAN et al., 1993; NAKAMURA et al., 2006; LIU

et al., 2007).

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Mais do que 706 táxons encontram-se listados no Índex Fungorun (Index Fungorum,

2011).

Baseado em um estudo morfológico, von Arx (1957) incluiu mais de 600 sinônimos

em C. gloeosporioides e 84 sinônimos em C. dematium. Sutton (1992) listou 39 espécies de

Colletotrichum. Nos últimos anos, ferramentas moleculares têm sido empregadas para inferir

a evolução relações das espécies de Colletotrichum. Baseado em nu-rDNA ITS dados de

sequência e morfológicas características, algumas espécies têm sido segregados do

Colletotrichum gloeosporioides complexas, como C.boninense Moriwaki, Toy. Sato &

Tsukib. (MORIWAKI et al., 2003). Embora a sua sequência de genes importantes do genoma

pode ajudar na identificação das espécies Colletotrichum, não pode ser usado sozinha por se

tratar adequadamente da delimitação das espécies estreitamente relacionadas (CROUCH et

al., 2009a).

Inúmeras sequencias foram estudadas em literaturas para distinguir espécies de

Colletotrichum spp. (DU et al, 2005; JOHNSTON et al, 1997; CROUCH et al., 2006,2009bc;

FARR et al, 2006; SHENOY et al., 2007ab; QUE et al, 2008ab; MORIWAKI e

TSUKIBOSHI, 2009; Crouch et al. 2006; 2009b).

A seguir serão apresentados alguns elementos morfológicos essenciais para a

identificação de espécies de Colletotrichum spp. identificadas nesse trabalho.

3.3.1. Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz e Sacc. (1884).

Esta espécie bastante polífaga e presente e muitas hospedeiras é considerado uma

espécie complexo devido apresentar imensa variabilidade genética dentre os isolados

analisados, contudo apresenta imensa variabilidade biológica e molecular.

Este táxon pertencente ao subgrupo dos coelomicetos apresenta como teleomorfo o

ascomiceto Glomerella cingulata (Stonem.) Spauld. e Von Schrenk (1903).

Em meio de cultura possui colônias variáveis, de coloração cinza claro a cinza escuro,

seu micélio é aéreo, formando aglomerações associadas ao acérvulo, no lado reverso da placa

também possui coloração branca acinzentada com a idade. As setas podem ou não estarem

presentes. Escleródios são ausentes. Apressórios clavados, sua forma pode apresentar-se como

ovados, obovados, algumas vezes lobados, de coloração marrom escura, apresenta dimensões

de 6-20 x 4-12 µm, seus conídios formados em massas de colorações salmão, possuem

formato reto, cilíndrico, ápice obtuso, base truncada, 12-17 x 3,5-6 µm. A produção de

conídios é bastante heterogênea em meio de cultura (SUTTON, 1992).

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A variabilidade fisiológica de C. gloeosporioides é representada por 21 formae

specialis e variedades [C.gloeosporioides (C.g.) f.sp. alatae, C.g. f.sp. gloeosporioides, C.g.

f.sp. heveae, C.g. f.sp. melongenae, C.g. f.sp. nectrioides, C.g. f.sp. aeschynomenes, C.g. f.sp.

clidemiae, C.g. f.sp. cucurbitae, C.g. f.sp. cuscutae, C.g. f.sp. manihotis, C.g. f.sp. pilosae,

C.g. f.sp. uredinicola, C.g. var. aleritidis, C.g. var. cephalosporioides, C.g. var.

gloeosporioides, C.g. var. gomphrenae, C.g. var. hederae, C.g. var. minus, C.g. var. minus,

C.g. var. nectrioidea] registradas em literatura (INDEX FUNGORUM, 2011).

3.3.2 Colletotrichum capsici (H.Syd.) E. Butl. e Bisby (1931)

Possuem colônias densas, de coloração branca a cinza escuro, marrom reversos,

escleródios ausentes, setas abundantes, apressórios abundantes de formato clavado a ovado,

marginado, forma cadeia irregular, de 14 x 6,5-11,5 µm. Conídios formados em massas de

coloração salmão, de forma falcada, fusiforme, gradualmente afilada nas extremidades,

apresentam dimensões de 18-23 x 3,5-4 µm. Considerando o sinônimo de C. dematium por

von Arx. (1957) e mais tarde uma distinta espécie em Capsicum sp. Sutton (1980) distinguiu

P. capsici de C. dematium pela espessura do conídio e a patogenicidade em pimentão.

A variabilidade fisiológica de C. capsici é representada por duas formae specialis C.

capsici f. sp. capsici e C. capsici f.sp. Cyamopsidicola (INDEX FUNGORUM, 2011).

3.3.3 Colletotrichum musae (Berkeley & M.A. Curtis) Arx (1957)

Este patógeno produz acérvulos em frutos, caules, pecíolos e ocasionalmente folhas.

Produz lesoes esfericas ou alongadas de 400 µm de diâmetro, e nesta lesão pode apresentar

finas setas. Os conidióforos formados a partir de um pseudo-parenquima, são cilíndricos, e no

topo da célula conidiogênica podem apresentar um estreitamento, são hialinos, septados,

apresentam 30 µm de comprimento, 3-5 µm de largura, na sua porção terminal possui uma

abertura fialídica. O conídio é hialino, asseptado, de formato oval a elíptico ou cilíndrico,

muitas vezes achatado na base, seu ápice é obtuso, variavelmente gutulado, suas dimensões

são de 11-17 x 3-(4,5)-6 µm, os esporos são produzidos em massas de coloração marrom a

laranja. As colônias em meio de cultura batata-dextrose-ágar possuem coloração branca.

Cinza ou oliváceas com micélio aéreo flocoso. Os acérvulos podem ser marrons escuros ou

negros, abundantes distribuídos uniformemente, as setas raramente são formadas em meio de

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cultura; os conídios também podem ser produzidos por fiálides produzidas pelo micélio

vegetativo; o apressório possui formato navicular a ovado, tornando-se ao final lobado,

marrom escuro, e apresenta de 6-12 µm de comprimento por 5-10 µm de largura.

Os principais hospedeiros deste patógeno são espécies de Musa spp. como M.

textilis, contudo foi registrada sua ocorrência em Malus pumila (maça), Mangifera

indica (manga), Persea americana (abacate), Psidium guajava (goiaba) and Vigna

sp. (através de nodulações).

Colônias muitas vezes com micélio branco abundante aéreo tornando-se cinza com a

idade, a canela, ocre, abundante massas de conídios, geralmente coalescentes ausentes. Cerdas

escleróticas ausentes, conídios reto, cilíndrico, com lóbulos grandes ou profundos, 9-13 x 9-

11,5 µm, muitas vezes tornando-se complexa. (SUTTON 1980).

Apresenta como bainômio Myxosporium musae Berk. & M.A. Curtis 1874, e

sinonímia Gloeosporium musarum Cooke & Massee 1887. Para este anamorfo

ainda não foi identificado em literatura a sua forma teleomórfica.

3.3.4 Colletotrichum falcatum (Berk. & Curt.) (1957)

Colônias acinzentadas com micélio aéreo esparsas e pequenas manchas densa, em

outros lugares reverter cinza branco, salmão massas de conídios (corrida leve) rosa algumas

culturas abundante micélio branco acinzentado aérea com esporulação pobres e não acérvulo

distintos (raça escura). Escleródios ausentes ambas as raças. Cerdas esparsas. Conídios

falciformes (mas não muito), fusiformes, ápices obtusos, 15,5 26.5 x 4-5 µm. esparsas

apressórios, clavado parda ou circular, borda inteira, 12,5-14.5 x 9.5-12 µm (SUTTON, 1980).

4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia. Os isolados foram

obtidos folhas e frutos com sintomas de diversos locais. Os hospedeiros analisados foram:

(Persea americana) abacate (Urutaí-GO), (Morus nigra) amora (Urutaí-GO), (Anthurium

andraeanum) antúrio (Ipameri-GO), (Polycias frusticosa) árvore da fortuna (Urutaí-GO),

(Musa paradisiaca ) banana (Brasília-DF), (Musa paradisiaca) banana (folha) (Brasília-DF),

(Saccharum officinalis) cana (Urutaí-GO), (Diospyros kaki) caqui (Urutaí-GO), (Sorghum

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arundinaceum) cevadilha (falso massambará) (Urutaí-GO), (Sechium edule) chuchu (Brasília-

DF), (Cocos nucifera) coco (Urutaí-GO), (Annona coriacea) conde (Urutaí-GO), (Dracena

fragans) dracena (Urutaí-GO), (Psidium guajava) goiaba (Brasília-DF), (Psidium guajava)

goiaba(folha) (Brasília-DF), (Yucca elephantipes) iuca (Brasília-DF), (Carica papaia) mamão

(Brasília-DF), (Manihot esculenta) mandioca (folha) (Urutaí-GO), (Anacardium mangiferae)

manga (Brasília-DF), (Hancornia speciosa) mangaba (Goiânia-GO), (Sipurana guianensis)

negramina (Urutaí-GO), (Glycine max) soja (Urutaí-GO), (Solanum lycopersicum) tomate

(Urutaí-GO), (Vitis vinifera) uva (Brasília-DF) (Tabela 1).

Tabela 1. Informações dos hospedeiros por onde os isolados foram obtidos considerando o nome científico, família botânica e local de coleta.

Nome científico Família botânica Local de coleta1 Abacate Persea americana Lauraceae Urutaí/GO2 Amora Morus nigra Moraceae Urutaí/GO3 Antúrio Anthurium andraeanum Araceae Ipameri/GO4 Árvore da Fortuna Polycias frusticosa Araliaceae Urutaí/GO5 Banana Musa paradisiaca Musaceae Brasília/DF6 Banana (folha) Musa paradisiaca Musaceae Brasília/DF7 Cana Saccharum officinalis Poaceae Urutaí/GO8 Caqui Diospyros kaki Ebenaceae Urutaí/GO9 Chuchu Sechium edule Cucurbitaceae Brasília/DF

10 Coco Cocos nucifera Arecaceae Urutaí/GO11 Conde Annona coriacea Annonaceae Urutaí/GO12 Dracena Dracena fragans Liliaceae Urutaí/GO13 Falso Massambará Sorghum arundinaceum Poaceae Urutaí/GO14 Goiaba Psidium guajava Myrtaceae Brasília/DF15 Goiaba (folha) Psidium guajava Myrtaceae Brasília/DF16 Iuca Yucca elephantipes Agavaceae Brasília/DF17 Mamão Carica papaia Caricaceae Brasília/DF18 Mandioca Manihot esculenta Euphorbiaceae Urutaí/GO19 Manga Anacardium mangiferae Anacardiaceae Brasília/DF20 Mangaba Hancornia speciosa Apocynaceae Goiânia/Go21 Negramina Sipurana guianensis Siparunaceae Urutaí/GO22 Soja Glycine max Fabacaeae Urutaí/GO23 Tomate Solanum lycopersicum Solanaceae Urutaí/GO24 Uva Vitis vinifera Vitaceae Brasília/DF

Hospedeiro

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4.1. Caracterização morfocultural e morfologia de estruturas reprodutivas.

Fragmentos de tecidos foram retirados das regiões marginais, desinfestados

superficialmente em solução de hipoclorito de sódio [1%] e, em seguida, lavados com água

destilada e esterilizada. Os fragmentos foram depositados em meio de cultura ágar-água (AA)

e, incubados à temperatura ambiente por dois dias. As colônias que se desenvolveram a partir

dos tecidos lesionados foram transferidas para novas placas de Petri contendo meio BDA, e

incubadas em uma câmara com temperatura a 25°C por sete dias. A multiplicação do inóculo

foi feita por repicagem de fragmentos de micélio (cultura monospórica) que se encontravam

em placas de Petri em meio BDA (batata-dextrose-ágar) e transferidas para novas placas.

Logo após, discos de meio de cultura de aproximadamente 10 mm contendo fragmentos

miceliais, foram acondicionados em câmara de incubação sob temperatura de 25°C por sete

dias. O experimento foi constituído de 24 tratamentos, três repetições, totalizando 72 unidades

experimentais.

A avaliação do crescimento das colônias foi determinada medindo-se os dois diâmetros

ortogonais da colônia, com auxilio de uma régua. Fez-se a média destas leituras, as medidas

foram realizadas a partir do segundo dia de crescimento, sendo avaliada com intervalos de 24

horas, totalizando sete avaliações.

Discos de micélios de aproximadamente 10 mm foram transferidos para outra placa de

Petri contendo BDA. As placas foram mantidas à temperatura de 25°C. Após sete dias foram

realizadas observações do tipo de micélio (cotonoso, rosáceo e crisantêmico), altura do

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micélio (elevado, intermediário e raso), coloração das colônias no verso e reverso da placa

(acinzentado, branca, creme, salmão e vermelho), presença de esporulação, foram borda do

micélio (irregular ou lisa) (Tabela 2).

Os conídios foram submetidos ao teste de germinação para indução de formação de

apressórios e preparo de laminas semi-permanentes. Os conídios e apressórios (total de 50)

foram medidos em microscópio ótico.

4.2.Caracterização biológica (Teste de patogenicidade cruzada)

Utilizou-se o método da folha destacada no teste de patogenicidade. Depositou-se

frutos e folhas sadios de seus respectivos hospedeiros (Tabela 1), assepticamente

desinfestados com álcool (70%), por dois minutos e depois em hipoclorito de sódio, 1%,

durante dois minutos, e então, lavados em água destilada (3 vezes).

Após a secagem, os frutos e folhas foram dispostos em potes de polietileno de baixa

densidade (PPEBD), previamente desinfestadas com as soluções anteriores. No fundo dos

respectivos potes, foram colocados papel mata-borrão umedecidos om água destilada, em

quantidade suficiente para manter o papel umedecido sem excesso.

Em cada embalagem, folhas ou estruturas vegetativas das hospedeiras de origem

foram adicionadas. Depositou-se um bloco de meio de cultura (10 mm2) contendo micélio dos

isolados nas áreas da folha com ferimento (CF) e sem ferimento (SF) com um perfurador

flambado com pontas. Após este procedimento os potes foram cobertos, identificados com

filme de polietileno para a formação de câmara úmida, por um período de sete a dez dias em

temperatura entre 25 a 30 ºC. A avaliação da infecção foi realizada com o aparecimento de

lesões formadas nas superfícies. O delineamento experimental utilizado foi o delineamento

inteiramente casualizado (DIC) constituído de 24 tratamentos e 24 repetições, totalizando 576

unidades experimentais (UE).

4. 3. Caracterização bioquímica

As fontes de carbono utilizadas neste estudo (dextrose, sacarose e sorbitol) foram

combinadas com três fontes de nitrogênio (asparagina, peptona e nitrato de potássio), na

proporção de 10:1 (10 g de C para 1 g de N). O meio basal para adição das combinações

carbono/nitrogênio foi composto de: 0,5 g de MgSO4.7H2O; 1,0 g de KH2PO4; 17 g de ágar,

q.s.p. 1.000 mL de água destilada (LILLY & BARNETT, 1951), sendo o pH ajustado para 5,5.

Após a autoclavagem, os meios foram vertidos em placas de Petri, em volume aproximado de

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20 mL/placa. Discos de micélio (10 mm2 de diâmetro) dos 24 isolados, oriundos de colônias

jovens (cinco dias de crescimento), foram transferidos para o centro das placas de Petri, e as

culturas foram incubadas em condições de claro contínuo e temperatura de 25 °C, durante sete

dias. A avaliação do crescimento micelial consistiu na determinação do diâmetro das colônias

de cada isolado usando-se a média de duas leituras efetuadas em dois sentidos diametralmente

opostos. O experimento foi constituído de nove (dextrose x asparagina, dextrose x peptona,

dextrose x nitrato de potássio, sacarose x asparagina, sacarose x peptona, sacarose x nitrato de

potássio, sorbitol x asparagina, sorbitol x peptona, sorbitol x nitrato de potássio)tratamentos

para cada isolado, duas repetições repetições, totalizando 432 unidades experimentais.

A determinação da esporulação foi realizada logo após a avaliação do crescimento

micelial, mediante o preparo de uma suspensão de conídios de cada placa de Petri, contendo

as diferentes combinações carbono/nitrogênio. Para o preparo da suspensão, foram

adicionados 20 mL de água destilada esterilizada em cada placa de Petri, para facilitar a

remoção dos conídios do micélio, foi utilizado uma lâmina de vidro, cuidadosamente passada

na superfície da colônia. O material removido foi filtrado em duas camadas de gaze, e a

concentração de conídios determinada em câmara de Neubauer, obtendo-se uma média de

duas leituras para cada repetição dos tratamentos.

Para a determinação do peso seco, os isolados serão cultivados individualmente

durante cinco dias em frascos de Erlenmeyer, sem agitação das culturas, contendo 50 mL de

cada combinação C/N, adicionados ao meio líquido basal. As condições de incubação serão as

mesmas anteriormente citadas. Ao final do período de incubação, as culturas serão filtradas

em gaze dupla, e a massa micelial coletada será depositada em caixas de papel alumínio, com

peso previamente determinado e isentas de umidade. As caixas serão colocadas em estufa a 50

°C, durante quatro dias e, ao final deste período, serão determinadas por diferença, o peso

seco da massa micelial de cada isolado, o qual será expresso em miligrama.

4.4. Seleção molecular de primers específicos para detecçao

Isolados de Colletotrichum spp.: Vinte e quatro isolados de Colletotrichum spp. foram

selecionados da coleção de fungos do laboratório Microbiologia do Instituto Federal Goiano

campus Urutaí. Dentre estes destacam-se os isolados tidos como “espécie-tipo” de

C.gloeosporioides, C. dematium e C. falcatum para comparação entre os isolados.

Crescimento dos isolados para extração de DNA: Discos de micélio (aproximadamente

nove mm) foram retirados da margem de culturas, aos sete dias de idade, sendo adicionados

em Erlemeyers contendo meio de cultura líquido de ervilha (100 g de ervilha, 1,5 g CaCO3 e 1

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L água destilada), num volume de 100 mL por Erlemeyer com capacidade de 250 mL. Após

incubação por um período de 10 dias o micélio foi coletado, retirado assepticamente e

congelado a –70ºC para conservação e posterior extração de DNA.

Extração do DNA: Isolados de Colletotrichum spp. foram submetidos à extração de DNA

segundo protocolo CTAB + Solventes.

Identificou-se os tubos (EPPENDORF), com o número de acesso, sendo as espécies

estudadas Persea americana, Morus nigra, Anthurium andraeanum, Polyscias fructicosa,

Musa paradisiaca, Saccharum officinalis, Diospyros kaki, Sorghum arundinaceanum,

Sechium edule, Cocos nucifera, Annona coriacea, Dracena fragans, Psidium guajava, Yucca

elephantipes, Carica papaia, Manihot esculenta, Anacardium mangiferae, Hancornia

speciosa, Siparuna guianensis, Glycine max, Solanum lycopersicon e Vitis vinifera., cujo

número de acesso era 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,9, 10, 11,13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24.

Deste modo, foram pesadas de cada amostra, aproximadamente 0,2 g a 0,5 g.

Em seguida foi feita a maceração da amostra utilizando-se pistilos (bastão) devidamente

autoclavados, assim, após a adição de Nitrogênio líquido, o material foi macerado.

Em seguida adicionou-se CTAB + β-mercaptaetanol, sendo este um agente redutor que

desnatura peroxidases e polifenoloxidases, impedindo a ação destas enzimas sobre ao DNA.

Após a adição do mesmo misturou-se para que ocorresse a homogeneidade.

Na sequência todas as amostras foram levadas para o banho-maria a 65 ºC por 30

minuto (agitando a cada 10 minutos as amostras manualmente até completar 30 minutos).

Após o banho-maria adicionou-se 600 µl de CIA (Clorofil-24-Clorofórmio para 1 álcool

isoamílico)

Agitou-se com auxílio do agitador, em seguida as amostras foram levadas para a

centrifuga á 12000 rpm por 10 minutos.

Extraiu-se o sobrenadante de cada amostra com o auxílio de pipetas de 1000 µL e em

seguida transferiu para um novo microtúbulo.

Adicionou aos tubos de sobrenadante a 400 µL de isopropanol para proporcionar o

aparecimento do pellet.

Deixou precipitar por pelo menos 1 hora no freezer.

Em seguida, foi centrifugado novamente todas as amostras por um período de 10 a 15

minutos a 12.000 rpm.

Lavou-se o pellet com 600 µL de etanol a 70 % e depois com o álcool 95 %.

Descartou-se o etanol, tendo sempre o cuidado para não descartar o pellet juntamente

com o etanol.

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Deixou secar e depois ressuspendeu o pellet com água destilada ou MilliQ.

Reação de PCR: As reações de amplificação foram preparadas para um volume final de 552

µL, contendo, 2 µL de cada primer ITS4 (5’-TCCTCCGCTTATTGATATGC-3’), ITS5 (5’-

GGAAGTAAAAGTCGTAACAAGG-3’), ACT 512F(ATGTGCAAGGCCGGTTTCGC),

ACT 783R (TACGAGTCCTTCTGGCCCAT), CL1 (GARTWCAAGGAGGCCTTCTC),

CL2 (TTTTTGCATCATGAGAGTTTGAC), BT2b (ACCCTCAGTGTAGTGACCCTTGGC)

57,5 µL de tampão 10X; 18,4 µL de MgCl2; 46 µL de dNTP; 5,75 µL de Taq DNA

polimerase; 2 µL de DNA. A reação foi realizada utilizando um termociclador com o ciclo de

35 a 94 ºC 30 segundos, a 58 ºC por 30 segundos a 72 ºC a 1 minuto.

M 9 13 14 15 17 21 2424211715141310 1093311

Figura 1.Gel de agarose do DNA total de isolados de Colletotrichum spp. quantificados inicialmente.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.Caracterização cultural e morfológica dos isolados

A maioria dos isolados identificados foram oriundos de plantas pertencentes a 20

famílias botânicas, demonstrando a imensa gama de hospedeiras e pouca especificidade

perante famílias botânicas ou grupos de hospedeiros. Jerger (1992) apontou também que o

gênero Colletotrichum sp. é polígafo e algumas espécies possuem variabilidades fisiológicas

(INDEX FUNGORUN, 2011).A maioria dos isolados foram coletados na região Centro-oeste

do Brasil, sendo principalmente coletados nos estados do Distrito Federal e Goiás (Tabela 1).

Os 24 isolados de Colletotrichum spp. cultivados em meio BDA, obtidos a partir dos

frutos e folhas de plantas com sintomas de antracnose, coletadas na região de Brasília-DF,

Ipameri-GO, Urutaí-GO, de acordo com as características observadas todos foram

identificados como sendo pertencentes ao gênero Colletotrichum e ainda a maioria dos

isolados pertencem a espécie-tipo Colletotrichum gloeosporioides sensu Sutton (1992).

Foi observado heterogeneidade na coloração da colônia variando de tons entre branco,

acinzentado, salmão, vermelho e creme com o reverso da placa variando entre as cores

salmão, branco, vermelho, creme e acinzentado (Figura 8 e Figura 9). Foi verificada

diferenciações entre as cores na frente e reverso das placas de Petri. Em relação à altura do

micélio foi classificado como micélio elevado e o tipo de micélio foi identificado como

micélio cotonoso, e sua borda variou entre irregular e lisa (Tabela 2). Apenas 17 % dos

isolados tiveram esporulação em procedimentos padrões de cultivo (meio de cultura BDA),

confirmando a dificuldade esporulativa de algumas cepas em condições de crescimento

artificial (Tabela 2).

A taxa de crescimento micelial entre os isolados apresentou uma amplitude de 2,9

mm.dia-1(isolado mangaba) a 8,4 mm.dia-1 (isolado chuchu), demonstrando maior e menor

atividade fisiológica, respectivamente, dos isolados em condições artificiais (Figura 8 e

Tabela 3). Os isolados tomate e abacate são fortes candidatos em programas de seleção de

plantas resistentes a antracnoses, devido ao fato de oferecer rápido crescimento e produção

micelial (Tabela 3), e ainda mais além e mais importante os isolados de banana, coco, mamão

e negramina, merecem destaque por produzirem em abundância conídios em condições

artificiais sendo importantes para processos de inoculação e estudos de resistência (Tabela 2).

Os isolados de mangaba (2,9 mm.dia-1 121,8) e abacate (11,6 mm.dia-1 271,6) que

apresentaram as maiores taxas de crescimento apresentaram os maiores valores de AACPCM,

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representando que estes, em condições artificiais apresentaram maior atividade fisiológica

(Tabela 3 e Figura 2).

A partir do terceiro dia de incubação os isolados divergiram quanto à velocidade de

crescimento merecendo destaque o isolado oriundo de abacate, acompanhado pelo isolado de

chuchu, por apresentarem maiores crescimentos miceliais (Figura 1 e 2).

Ao primeiro (Figura 4A) e segundo (Figura 4B) dia os isolados não apresentaram

diferenças significativas do diâmetro da colônia. Somente a partir do terceiro dia (Figura 3A)

o isolado abacate diferiu numericamente dos demais isolados quanto ao diâmetro da colônia,

não igualando-se sua média ao demais isolado ao sexto dia (Figura 4B).

Houve uma diversidade da atividade fisiológica dos isolados provavelmente associada à

característica genéticas e de interação com o substrato para crescimento.

A diversidade da colônia pode ser observada pelos aspectos coloniais e diâmetro da

colônia podem ser observados na Figura. 8 e 9.

Tabela 2. Características morfo-culturais dos isolados de Colletotrichum spp., de acordo com seu hospedeiro de origem, presença de esporulação, cor do micélio na frente e verso da placa de Petri, forma do micélio, borda micelial e altura da colônia, observadas em meio BDA após 7 dias incubados a 25°C.

Hospedeiro Esporulação Cor do micelio frente cor do micelio reverso Forma micelio Borda AlturaAmora - salmão salmão cotonosa irregular elevadoAbacate - branco/azincentado azincentado cotonosa lisa elevadoAntúrio - salmão salmão cotonosa lisa elevado

Árvore da Fortuna - branca/salmão/claro salmão cotonosa lisa elevadoBanana + branco/salmão salmão cotonosa lisa elevado

Banana (folha) - branco/salmão salmão cotonosa irregular elevadoCana - branco/salmão salmão cotonosa lisa elevadoCaqui - branco branco cotonosa lisa elevado

Chuchu - vermelho vermelho cotonosa lisa elevadoConde - azincentado azincentado cotonosa lisa elevadoCoco + creme/salmão salmão cotonosa lisa elevado

Dracena - azincentado azincentado cotonosa irregular elevadoFalso Massambará - branco salmão cotonosa lisa elevado

Goiaba - branco creme cotonosa lisa elevadoGoiaba (folha) - branco/salmão salmão cotonosa lisa elevado

Iuca - branco/salmão salmão cotonosa lisa elevadoMamão + branco/salmão salmão cotonosa lisa elevado

Mandioca - branco/salmão salmão cotonosa irregular elevadoManga - creme salmão cotonosa lisa elevado

Mangaba - branco creme cotonosa irregular elevadoNegramina + branca/salmão salmão cotonosa irregular elevado

Soja - branco salmão cotonosa lisa elevadoTomate - salmão salmão cotonosa lisa elevado

Uva - salmão salmão cotonosa irregular elevado

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Tabela 3. Média do diâmetro da colônia (expressa em mm) dos isolados de Colletotrichum spp. avaliados em sete dias após a inoculação, valores de área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM), e taxa de crescimento (Tx. Cresc.).

Ordem Isolados AACPCM Tx Cresc1 Abacate 271,6 11,62 Amora 147,4 4,63 Antúrio 181,0 5,44 Árvore da Fortuna 184,9 6,65 Banana 149,2 5,46 Banana (folha) 154,1 5,27 Cana 148,5 4,88 Caqui 155,8 5,79 Chuchu 233,4 8,410 Coco 158,7 5,411 Conde 197,6 7,012 Dracena 124,9 3,113 Falso Massambará 152,2 5,314 Goiaba 157,4 5,615 Goiaba (folha) 150,2 5,016 Iuca 197,4 6,017 Mamão 146,4 4,318 Mandioca 175,3 4,619 Manga 151,8 5,320 Mangaba 121,8 2,921 Negramina 158,0 5,522 Soja 183,2 6,223 Tomate 224,4 7,524 Uva 188,2 5,2

Dias de Incubação

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Os conídios, oriundos de cada isolado, quando observados ao microscópio ótico,

apresentaram-se hialinos, unicelulares, retos e gutulados. Com exceção dos isolados de cana-

de-açúcar e cevadilha, todos os isolados mostraram praticamente o mesmo comprimento, não

diferindo entre si (Tabela 4). Quanto à largura, não houve variação (Tabela 4), com o tamanho

dos conídios dentro dos limites estabelecidos para C. gloeosporioides, e nem para o C.

falcatum e C. dematium (SUTTON, 1980). Pela relação comprimento e largura (C/L), pode-se

observar que os isolados produziram conídios relativamente semelhante. A avaliação do

tamanho dos conídios pela relação C/L parece ser uma boa medida, indicando que quanto

maior o quociente dessa relação, os conídios são mais longos e delgados e vice-versa

(VERAS, 1997).

Um fato relatado por Menezes & Hanlin (1996) ao trabalharem com C.

gloeosporioides. Essa segregação pode estar relacionada à condição nuclear dos conídios.

Estudos realizados por Tebeest et al., (1989), em três espécies de Colletotrichum, mostraram a

existência de conídios uninucleados (97%), binucleados (2,2%) e trinucleados (1%). Segundo

esses autores, o número de núcleos variou com o meio de cultura (líquido ou sólido) e que, em

geral, os conídios com mais de um núcleo eram maiores em relação àqueles típicos da espécie

de C. gloeosporioides.

Todos os isolados produziram apressórios de formato, circular, lobado e fracamente

lobado, sendo possível a utilização dessas estruturas para diferenciá-los. A pigmentação dos

apressórios do gênero Colletotrichum está relacionada com a capacidade de penetração no

tecido do hospedeiro. Deising et al., (2000), citaram que isolados de Colletotrichum spp.

tratados com inibidores da biossíntese de melanina são incapazes de penetrar no tecido

hospedeiro. Do mesmo modo, Kubo et al. (1982) trabalhando com isolados de C. lagenarium

observaram uma relação entre a falta de capacidade para penetrar numa membrana de

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nitrocelulose com a pigmentação dos apressórios. Em alguns isolados foi visível a produção

de massas de conídios na superfície da colônia, de cor laranja. As colônias variaram, também,

quanto à formação de micélio aéreo, desde flocoso sem conídios aparentes, até micélio

escasso, submerso e bem esporulado, sete dias após à incubação. Ferraz (1977) classificou

isolado de espécies do gênero Colletotrichum em grupos e subgrupos, em função da variação

observada nas características culturais. Mesmo os isolados pertencentes à mesma espécie

apresentaram entre si grande variabilidade no mesmo substrato, admitindo estar este fato

relacionado com a presença de raças fisiológicas. Considerando que uma espécie fúngica é

representada por populações de biótipos, e tendo em vista que estes não tenham a mesma

constituição genética, ou seja, encontre-se em condição heterozigótica para um dado caráter,

possivelmente ocorrerá a segregação de biótipos de comportamento variável, de acordo com o

ambiente de cultivo da espécie.

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Tabela 4. Média de crescimento micelial (cm), morfologia e morfometria de conídios e identificação de isolados de C. gloeosporioides, C. dematium e C. falcatum em meio BDA.

*média das dimensões de 50 conídios, produzidos em BDA, após 7 dias de cultivo (25 ºC, 12 h fotoperíodo); média das

dimensões de 50 apressórios; formato dos conídios: cilíndrico; fusiforme; formato dos apressórios: frac. lobado= fracamente

lobado.

Com base em caracteres morfológicos e morfométricos, observou-se a prevalência de

isolados de C. gloeosporioides [22/24; retos, cilíndricos, obtusos no ápice, dimensões de 9-24

Crescimento Mice lial (cm)

7diasForma de conídios Dimensões de conídios (µm) Dimensões de

apressórios (µm)Formato de apressório Táxon

1 Abacate 79,2 Cilíndrico 17,5-(15)-12,5x2,5-(4,75)-5 12-(8)-7,2x7,2-(4)-9,6 circular/liso C. gloeosporioides2 Amora 41,2 Cilíndrico 17,5-(13,3)-7,5x5-(5)-7,5 6-(4,1)2x4-(2,1)-4 lobado C. gloeosporioides3 Antúrio 45,5 Cilíndrico 15-(13,4)-10x5-(5)-7,3 10-(6,6)-4x2-(3,5)-5 lobado C. gloeosporioides4 Árvore da Fortuna 52,3 Cilíndrico 20-(14,7)-10x5-(5)-7,5 6-(4,4)-3x2-(3,6)-4 frac. Lobado C. gloeosporioides5 Banana 40,5 Cilíndrico 25-(16,3)-10x2,5-(5)-7,5 5-(3)-3x4-(3)-3 circular C. gloeosporioides6 Banana (folha) 41,7 Cilíndrico 22,5-(13,0)-5x0-(5)-7,5 5-(3)-3x4-(3)-3 lobado C. gloeosporioides7 Cana 38,7 Fusiforme 50-(31,1)-17,5x5-(5)-5 6-(4,2)-3x4-(4)-4 lobado C. facaltum8 Caqui 45,2 Cilíndrico 17,5-(10,5)-2,5x2,5-(4)-5 10-(6)-4x2-(3)-5 frac. Lobado C. gloeosporioides9 Chuchu 64,0 Cilíndrico 25-(17,0)-7,5x5-(5)-7,5 7-(4,5)-2x2-(2,1)-4 circular/liso C. gloeosporioides10 Coco 43,3 Cilíndrico 25-(9,5)-5x2,5-(2,9)-5 6-(4,2)-3x4-(4)-4 frac. Lobado C. gloeosporioides11 Conde 53,0 Cilíndrico 20-(12,1)-5x2,5-(4,4)-5 6-(4,4)-3x2-(3,6)-4 frac. Lobado C. gloeosporioides12 Dracena 31,2 Cilíndrico 22,5-(9,5)-2,5x2,5-(3,4)-5 3-(2,5)-2x2-(2)-2 lobado C. gloeosporioides13 Falso Massambará 41,7 Fusiforme 20-(9,1)-2,5x2,5-(3,4)-5 3-(2,5)-2x2-(2)-2 lobado C. dematium14 Goiaba 43,3 Cilíndrico 22,5-(6,7)-2,5x2,5-(3,3)-5 5-(3,8)-3x4-(3,4)-3 frac. Lobado C. gloeosporioides15 Goiaba (folha) 38,8 Cilíndrico 22,5-(17,0)-12,5x12,5-(5)-7,5 5-(3,8)-3x4-(3,4)-3 circular/liso C. gloeosporioides16 Iuca 49,2 Cilíndrico 22,5-(17,5)-7,5x5-(5)-5 7-(5,6)-4x2-(2,4)-2 circular C. gloeosporioides17 Mamão 36,5 Cilíndrico 22,5-(14,2)-5x5-(5)-5 7-(4,5)-2x2-(2,1)-4 lobado C. gloeosporioides18 Mandioca 41,3 Cilíndrico 22,5-(16)-5x5-(5)-5 6-(4,1)2x4-(2,1)-4 lobado C. gloeosporioides19 Manga 42,2 Cilíndrico 22,5-(16,7)-7,5x5-(5)-7,5 7-(5,6)-4x2-(2,4)-2 frac. Lobado C. gloeosporioides20 Mangaba 30,8 Cilíndrico 25-(16,4)-7,5x5-(5)-5 3-(2,5)-2x2-(2)-2 lobado C. gloeosporioides21 Negramina 44,7 Cilíndrico 22,5-(13,2)-2,5x2,5-(4,8)-5 6-(4)-3x3-(4)-4 lobado C. gloeosporioides22 Soja 47,3 Cilíndrico 22,5-(15,3)-2,5x5-(5)-5 5-(4)-3x2-(3)-4 frac. Lobado C. gloeosporioides23 Tomate 57,2 Cilíndrico 25-(15,4)-2,5x5-(5)-5 9-(6)-4x3-(4)-5 circular/liso C. gloeosporioides24 Uva 46,3 Cilíndrico 22,5-(13,1)-2,5x2,5-(4,8)-5 7-(4,5)-2x2-(2,1)-4 circular/liso C. gloeosporioides

Isolados

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x 2-5 µm], contudo foi observado C. dematium [1/24; conídios fusiformes, dimensões de 19-

24x2-2,5 µm] e C. falcatum [1/24; fusiforme, dimensões de 15-26x4-5 µm]. Os isolados mais

predominantes (C. gloeosporioides), (sensu Sutton 1992), apresentaram conídios hialinos,

gutulados e/ou obclavados, sendo o isolado de cana-de-açúcar identificado como sendo C.

falcatum, e o isolado oriundo de cevadilha como C. dematium (Tabela4).

As características que melhor distinguiram os isolados foram o formato dos conídios e

a produção de apressórios lobados ou fracamente lobados. A diferenciação entre espécies com

base nas dimensões de conídios e apressórios foi dificultada pela sobreposição dos valores

descritos por Sutton (1992), pois a maioria dos isolados apresentou dimensões dentro da faixa

de variação descrita para as duas espécies, C. gloeosporioides e C. acutatum. O telemorfo é

também um critério usado para a definição de espécie Jerger (1992). No entanto, no presente

estudo, dos 24 isolados, apenas um (isolado antúrio) apresentou a fase teleomórfica

(Glomerella cingulata).

O isolado 24 apresentou características intermediárias, com apressórios de margens

lisas e conídios elipsóides, e foi identificado como C. gloeosporioides por possuir tamanho

dos conídios e apressórios que se enquadram na descrição desta espécie (além da coloração de

colônia branca). Apesar dos isolados terem os apressórios circulares e lisos, apresentaram

conídios predominantemente cilíndricos, típicos de C. gloeosporioides (Tabela 4).

A predominância do formato reto e/ou cilíndricos (SUTTON, 1980) foi a característica

mais útil para a identificação dos isolados como C. gloeosporioides. Baseado principalmente

nesse critério e levando em consideração o crescimento micelial a 28 ºC e o comprimento de

conídios, os 22 isolados foram identificados como da espécie C. gloeosporioides. Os demais

foram identificados com C. falcatum e C. dematium (Tabela 4).

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Figura 2. Curvas de progresso do crescimento micelial dos isolados de Colletotrichum spp. oriundos de diferentes hospedeiros.

0,0

10,0

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1 2 3 4 5 6 7

Amora

Antúrio

Árvore da Fortuna

Banana

Banana (folha)

Cana

Caqui

Chuchu

Coco

Conde

Dracena

Falso Massambará

Goiaba

Goiaba (folha)

Iuca

Mamão

Mandioca

Manga

Mangaba

Negramina

Soja

Tomate

Uva

Abacate

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Figura 3. Área abaixo da curva de crescimento progresso micelial (AACPM) de diferentes isolados do Colletotrichum sp. analisados (sete dias de incubação).

0,0

50,0

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150,0

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250,0

300,0

AACPM

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.

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20,0 ADiâmetro da colônia em (mm)

0,0

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25,0

30,0

Diâmetro da colônia em (mm)

B

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Figura 4. Diâmetro médio da colônia dos isolados de Colletotrichum spp. oriundos de diferentes hospedeiros ao primeiro (A) e segundo (B) dia após a inoculação (dap) .

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ADiâmetro da colônia em (mm)

B

Diâmetro da colônia em (mm)

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Figura 5. Diâmetro médio da colônia dos isolados de Colletotrichum spp. oriundos de diferentes hospedeiros ao terceiro (A) e quarto (B) dia após a inoculação (dap) .

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80,0

ADiâmetro da colônia em (mm)

B

Diâmetro da colônia em (mm)

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Figura 6. Diâmetro médio da colônia dos isolados de Colletotrichum spp. oriundos de diferentes hospedeiros ao quinto (A) e sexto (B) dia após a inoculação (dap) .

.

Page 62: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

Figura7. Diâmetro médio da colônia dos isolados de Colletotrichum spp. oriundos de diferentes hospedeiros ao sétimo (A) dia após a inoculação (dap) .

0,0

10,0

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ADiâmetro da colônia em

mm

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BA D

SR

E

Q

POM

LKJI

HGF

N

T

XU WV

C

Q

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Figura 8. Aspecto micelial de colônias fúngicas de Colletotrichum spp. A. amora verso B. amora reverso, C. antúrio (inflorescência) verso D. antúrio (inflorescência) reverso, E. árvore da fortuna (folha) verso F. árvore da fortuna (folha) reverso, G. banana (fruto) verso H. banana (fruto) reverso, I. banana (folha) verso J. banana (folha) reverso K. cana (folha) verso L. cana (folha) reverso, M. caqui (folha) verso N. caqui (folha) reverso, O. chuchu (folha) verso P. chuchu (folha) reverso, Q. coco (fruto) verso R. coco (fruto) reverso, S. conde (fruto) verso T. conde (fruto) reverso U. dracena (folha) verso V. dracena (folha)reverso, W. falso massambará (folha) verso X. falso massambará (folha) reverso.

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B CA D

F HGE

JI LK

NM O

RQ

P

U

S

V

T

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Figura 9. Aspecto micelial de colônias fúngicas de Colletotrichum spp. A. goiaba (fruto) verso B. goiaba (fruto) reverso, C. goiaba (folha) verso D. goiaba (folha) reverso, E. iuca (folha) verso F. iuca (folha) reverso G. mamão (fruto) verso H. mamão (fruto) reverso I. mandioca (folha) verso J. mandioca (folha)reverso, K. manga (folha) verso L. manga (folha) reverso M. mangaba (inflorescência) verso N. mangaba (inflorescência) reverso O. negramina (inflorescência) verso P. negramina (inflorescência)reverso Q. soja (folha) verso R. soja (folha)reverso S. tomate (fruto) verso e T. tomate (fruto) reverso U. uva (folha) verso V. uva (folha)reverso.

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5.2. Caracterização biológica (Teste de patogenicidade cruzada)

Para o teste de patogenicidade, aos sete dias após a inoculação, todas as plantas

apresentavam sintomas da infecção pelo patógeno.

O teste de patogenicidade cruzada revelou a suscetibilidade dos frutos e das folhas

testadas. Todos os isolados foram patogênicos em seus hospedeiros de origem (exceção sem

ferimento abacate, caqui, dracena e iuca, Tabela 6). No tratamento com ferimento as folhas da

fruta do conde apresentaram maior porcentagem de infecção dos isolados inoculados (95,8 %;

Tabela 5). No tratamento sem ferimento as folhas de abacate apresentaram maior porcentagem

de infecção pelos isolados testados (45,8 %; Tabela 6.).

O isolado oriundo de conde apresentou maior gama de hospedeiras (total de 22

hospedeiros sintomáticos) nos tratamentos com ferimento; e nos tratamentos sem ferimento os

isolados de abacate, cana e mamão mostraram-se mais agressivos. Peres et al., (2003) relatam

que isolados de C. gloeosporioides possuem o potencial de afetar diversas frutas tropicais por

meio de infecções cruzadas, sendo o mesmo potencial não verificado para outras espécies de

Colletotrichum spp. Os isolados com menor gama de hospedeiros e consequente maior

especificidade destacam-se os isolados de goiaba e falso-massambará com ferimento e os

isolados de goiaba e soja sem ferimento.

Os resultados deste trabalho, aliados aos resultados de Tozze-Júnior et al. (2006)

apontam para uma certa especificidade por hospedeiro por parte dos isolados de

Colletotrichum. Estudos envolvendo inoculação cruzada, com vários isolados e diferentes

hospedeiras são necessários para determinar reações diferenciais (Tabela 5 e 6).

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Tabela 5. Patogenicidade cruzada dos 24 isolados inoculados nos 24 hospedeiros de origem e porcentagem de patogenicidade cruzada (%) nos experimentos onde procedeu-se ferimento (CF).

*Os números ordenados no cabeçalho representam os isolados fúngicos e seus hospedeiros de origem indicados na primeira coluna vertical

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 %1 Abacate + + + + + + + - - - + - + + + + + + + + + + - - 75,02 Amora + - + + + + - - + - + - + + + + + + + + - + - - 66,73 Antúrio + - - + + + + - - - + - + - + - - + + + - + - - 50,04 Árvore da Fortuna + + - + - + + + + + - + - + + - + + + + + + + + 79,25 Banana + + - + + + - + + - + - + - + - + + + + - + - - 62,56 Banana (folha) + + - + - + - + - + + - + - + - - + + + + + + - 62,57 Cana + + - + + + + - + - + - + - - - + + + + - + - - 58,38 Caqui + + - + + + + + - - - - - + + - + - + + - + - - 54,29 Chuchu + + - + + + + - + + - + - + + - - + + + + - + + 70,810 Coco + + - - + + + - + - - - + + - - + + + + - + - + 58,311 Conde + + + + + + + + + + + - + + - + + + + + + + + - 87,512 Dracena + + - + + + + + + + + - + + - - - + + + + - + - 70,813 Falso Massambará + - - + + + - + - - - - + + + - - + + + - + - - 50,014 Goiaba + - - + - + + - - - - - + - + - + + + + + + - - 50,015 Goiaba (folha) + - + + + + + + + + - - + + - + + + + + + + + - 79,216 Iuca + + - + + + + - + + + - - + + - + + - + + + + + 75,017 Mamão + - - + + + + + + - + - - + + - - + + + - + - - 58,318 Mandioca - + + + - + + + + - - - + - + + + + + + - + - - 62,519 Manga + - + + + - - - + - - - - + + + + + + + - + - - 54,220 Mangaba + - - + + + - + + + + + + + - - - + + + + + + - 70,821 Negramina + + - + + - - + + - + - + + - - + + + + - + - + 62,522 Soja + - + + - + + + - - - - - + + + + + + + - + - - 58,323 Tomate + - - + - + + - + + + - - - - - + + + + + + + - 58,324 Uva + - + + + + + + + + + - - + + + - + + + + + + - 79,2

HospedeirosIsolados de acordo com sua procedência (hospedeiros)

Page 70: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

Tabela 6. Patogenicidade cruzada dos 24 isolados inoculados nos 24 hospedeiros de origem e porcentagem de patogenicidade cruzada (%) nos experimentos onde não procedeu-se ferimento (SF).

*Os números ordenados no cabeçalho representam os isolados fúngicos e seus hospedeiros de origem indicados na primeira coluna vertical.

Características culturais são bastante difundidas para distinguir isolados de

Colletotrichum sp. mas esses fatores são muitas vezes insuficientes e contraditórios, em

decorrência da elevada diversidade genética e molecular do gênero.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 20 22 23 24 %1 Abacate - - - + - - + - + - + - + + - - - + + + + + - - 45,82 Amora - - - - - - - - - - + - - + + - - - - + - + - + 25,03 Antúrio - - - - - + - - - - - - - - + - - + - - + + - - 20,84 Árvore da Fortuna - - - - - - + - + - - - - + - - - - + + + + - + 33,35 Banana - - - - + - - - + - - - + - + - - - - + + + - - 29,26 Banana (folha) - - - - - - - - - - - - - - + - - + - + - + - - 16,77 Cana - - - - - + + - - - - - + - - - - + + + + + - - 33,38 Caqui - - - - + - - - - - - - - + - - - - - + + + - + 25,09 Chuchu - - - + - - - - + - - - - + + - - - - - + - - + 25,010 Coco - - - - - - - - + - - - - + - - + + - + + + - + 33,311 Conde - - - - - - - - - - - - + + - - - + + - + + - + 29,212 Dracena - - - - - - - - - + + - - + - - + + - - + - + - 25,013 Falso Massambará - + - - - - - - - - - - + - + - - - - - + + - - 20,814 Goiaba - + - - - - - - - - - - + - + - - - - - - + - - 16,715 Goiaba (folha) - - - - - - - - - - - - - + + - - + - - + + - - 20,816 Iuca - - - - - - - - - - - - - + + - - - + + + + - - 25,017 Mamão - - - - + - + - + - - - - + + - + + - - + + - - 37,518 Mandioca - - - - - - - - + - - - + - + - + + - + + + - - 33,319 Manga - - - - - - - - + - - - - + + - - + + - + + - - 29,220 Mangaba - - - - - - - - + - - - + + - - - + - - + + - - 25,021 Negramina - - - - + - - - + - - - - - + - - - - - + + - - 20,822 Soja - - - - - + - - - - - - - + + - - + - - + + - - 25,023 Tomate - - - - - - - - - + - - - - - + - - - + + + - 20,824 Uva - - - - - - - - - + + - - + - - - + + - + + + - 33,3

HospedeirosIsolados de acordo com sua procedência (hospedeiros)

Page 71: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

As características que melhor distinguiram os isolados foram às dimensões do conídio,

formato dos conídios e a produção de apressórios lobados ou fracamente lobados. A

diferenciação entre espécies com base nas dimensões de conídios e apressórios foi dificultada

pela sobreposição dos valores descritos por Sutton (1992), pois a maioria dos isolados

apresentaram dimensões dentro da faixa de variação descrita para as duas espécies, C.

gloeosporioides e C. acutatum.

O isolado 24 apresentou características intermediárias, com apressórios de margens lisas

e conídios elipsóides, e foi identificado como C. gloeosporioides por possuir tamanho dos

conídios e apressórios que se enquadram na descrição desta espécie (além da coloração de

colônia branca). Apesar dos isolados terem os apressórios circulares e lisos, apresentaram

conídios predominantemente cilíndricos, típicos de C. gloeosporioides (Tabela 4).

5.3. Caracterização bioquímica

É o efeito da relação carbono/nitrogênio no crescimento micelial, esporulação e peso

seco de Colletotrichum spp. Em geral, as médias do crescimento micelial dos isolados nas

combinações das fontes de carbono (dextrose, sacarose, sorbitol) e como fontes de nitrogênio

(asparagina, peptona e nitrato de potássio). Esta diferença também foi observada por Tandon

& Chandra (1962), para C. gloeosporioides.

As combinações dextrose/ peptona e sacarose/peptona foram as que induziram maiores

médias de peso seco da massa micelial, 5,3 e 5,4 mg, respectivamente, destacando-se

significativamente das médias das demais fontes C/N. Na combinação sacarose/peptona, não

ocorreram diferenças significativas entre os isolados, o mesmo acontecendo nas combinações

de dextrose/asparagina(T1) e sorbitol/peptona(T8). (Tabela 7, 8 e 9). Analisando-se os dados

do crescimento micelial, esporulação e peso seco do micélio, constatou-se uma correlação

positiva entre o crescimento micelial e o peso seco do micélio, r(Pearson) = 0,5121, ou seja,

os isolados que demonstraram maior habilidade de crescimento no meio sólido, tiveram

também maior peso seco da massa micelial no meio líquido.

Segundo Tandon & Chandra (1962), um bom crescimento micelial está associado a

uma boa esporulação. No presente estudo foi verificado que alguns isolados apresentaram boa

produção de conídios, aliada a elevado crescimento em meio sólido e líquido, confirmando os

dados dos autores mencionados. Às vezes, um meio ótimo para o crescimento rápido resulta

na exaustão dos nutrientes e os metabólitos secundários liberados pelo fungo nesse meio,

inibem a produção de esporos (GRIFFIN,1994). Por outro lado, o crescimento micelial

reduzido pode estimular a esporulação naquele substrato. As principais fontes de carbono para

Page 72: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

os isolados testados continham em suas combinações dextrose e sorbitol, pois os maiores

valores de AACPCM e TC foram para tratamentos que continham essas fontes de Carbono. A

sacarose não demonstrou uma fonte de C eficiente para a morfofisiologia dos isolados.50 %

dos isolados (árvore-da-fortuna, banana fruto, caqui e conde) apresentaram maiores valores de

AACPCM para a combinação dextrose e nitrato de potássio. Trinta e oito % dos isolados

(banana folha, banana fruto e caqui (folha), tiveram maiores taxas de crescimento para

isolados também submetidos a combinação de dextrose e nitrato de potássio. Os isolados de

conde, chuchu e árvore da fortuna apresentaram os menores valores médios de AACPCM e

TC.

Tabela 7. Valores F da analise de variância dos fatores hospedeiros de origem e tratamentos e os valores dos parâmetros das variáveis dependentes peso seco de micélio e área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM).

Fatores Valor FPeso Seco AACPCM

Hospedeiro de origem 1,48ns 8,35**Tratamentos (C/N) 7,52** 3,23**Interação 0,000002ns 3,27 ns

A análise de variância para o arranjo fatorial para os fatores (variáveis independentes)

hospedeiros de origem, tratamentos com carbono e nitrogênio e a interação das variáveis

independentes analisou-se as medias e os desvios padrões das variáveis dependentes peso

seco de micélio e dos valores de área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial

(AACPCM), sendo que rejeitou-se a hipótese de nulidade (~0,01) para a variável

independentes apenas para o fator tratamento C/N (F=7,52**), não rejeitando para diferenças

entre hospedeiros de origem (F= 1,48ns) e interação (F=0,000002ns). Para a variável

dependente AACPCM rejeitou-se a hipótese de nulidade para as variáveis hospedeiros de

origem (F=8,35**) e tratamentos C/N (F=3,23**), não rejeitando-se a hipótese de nulidade

para interação entre os dois fatores (Tabela 7)

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Tabela 8. Médias dos pesos secos de micélio (PS) e dos calores de área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM) dos isolados submetidos a diferentes concentrações de carbono e nitrogênio (C/N).

Or. Hospedeiros de origem PS (g)* Hospedeiros de origem AACPCM*1 Mangaba 3,16 a Iuca 16,4 a2 Negramina 3,16 ab Mandioca 15,89 a3 Conde 3,16 ab Antúrio 15,7 ab4 Abacate 3,16 ab Tomate 15,6 bc5 Banana 3,16 ab Uva 15,6 bc6 Manga 3,16 ab Chuchu 15,5 bc7 Goiaba (folha) 3,16 ab Soja 15,3 bc8 Falso massambará 3,16 ab Árvore da fortuna 16,3 cd9 Caqui 3,16 ab Abacate 15,1 de10 Antúrio 3,16 ab Coco 14,8 ef11 Árvore da Fortuna 3,16 ab Manga 14,6 fg12 Uva 3,16 ab Cana 14,3 fg13 Cana 3,16 ab Dracena 14,3 gh14 Mandioca 3,16 ab Negramina 14,1 gh15 Goiaba (Fruto) 3,16 ab Conde 13,4 gh16 Amora 3,16 ab Mangaba 13,4 gh17 Banana (fruto) 3,16 ab Amora 13,1 gh18 Iuca 3,16 ab Goiaba (fruto) 12,8 gh19 Chuchu 3,16 ab Falso massambará 12,8 gh20 Soja 3,16 ab Goiaba 12,7 gh21 Tomate 3,16 ab Mamão 12,5 gh22 Coco 3,16 ab Banana (fruta) 12,2 gh23 Mamão 3,16 ab Banana 12,2 gh24 Dracena 3,16 ab Caqui 11,9 h

*Médias seguidas de mesma letra na vertical na diferem entre si ao teste Tukey (P~0,05) medias transformadas

por √ x+ 10

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Tabela 9. Médias dos pesos secos do micélio (PS) e área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM).

Trat. Descrição PS(g)* Trat. Descrição AACPCMT3 Dextrose-nitrato de potássio 3,16 a T2 Dextrose-triptona 15 aT2 Dextrose-triptona 3,16 ab T1 Dextrose-asparagina 14,5 abT6 Sacarose-Nitrato de potássio 3,16 ab T9 Sorbitol-Nitrato de potássio 14,4 abT5 Sacarose-Triptona 3,16 ab T3 Dextrose-nitrato de potássio 14,4 abT1 Dextrose-asparagina 3,16 ab T8 Sorbitol-Triptona 14,3 abT4 Sacarose-Asparagina 3,16 bc T7 Sorbitol-Asparagina 13,9 abT8 Sorbitol-Triptona 3,16 bc T5 Sacarose-Triptona 13,8 bT7 Sorbitol-Asparagina 3,16 c T4 Sacarose-Asparagina 13,5 bT9 Sorbitol-Nitrato de potássio 3,16 c T6 Sacarose-Nitrato de potássio 13,4 b

*Médias seguidas de mesma letra na vertical na diferem entre si ao teste Tukey (P~0,05); medias transformadas

por √ x+ 10

5.4. Identificação de oligonucleotídeos para caracterização molecular

A amplificação utilizando-se os oligonucleotídeos ITS 4, ITS 5,ACT 512F,ACT 783R,

CL1, CL2, T1 e BT2b obteve reações positiva para a amplificação de DNA de 20 dos 24

isolados em estudo. Quando se utilizou CL BT2b, não detectou-se amplificação dos isolados

de caqui, mamão e mandioca (isolados nº7,16e 17). (Tabela10)Com o isolado de cana (nº 6)

não foi obtida amplificação com nenhum dos oligonucleotídeos testados, mesmo após serem

testadas variações nas condições da reação de PCR (temperaturas de anelamento de 55 e 60

°C) e diferentes concentrações de DNA. Com o oligonucleotídeos CL, a reação de

amplificação foi negativa com os isolados de chuchu e conde (nº 9 e 11). (Tabela 10)

Diferentes regiões do genoma e a região ITS do rDNA, foram amplificadas com os

oligonucleotídeos universais ITS 4, ITS 5,ACT 512F,ACT 783R, CL1, CL2, T1 e BT2b,

geraram um fragmentos de diferentes tamanho (~ 600 pb) região (ITS) para todos os 24

isolados (Figura 1).

Observado a presença de DNA na amostra após a extração, o isolado de cana-de-açúcar

não mostrou resultados positivos para nenhum do quatro pares de oligonucleotídeos

utilizados. As PCRs com os oligonucleotídeos ITS4/ITS5, ACT512F/ACT783R, CL1/CL2 e

T1/Bt2b apresentaram reações positiva para a amplificação de DNA de 20 dos 24 isolados em

estudo.

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M 6 7 9 10 11 14 15 16 6 7 10 11 14 15 169 6 7 10 11 15 16149 6 7 11 16149 15

ITS ACTACT CL1 BT2B

M 17 18 2219 20 21 23 24 17 18 2219 20 21 23 24 17 18 2219 20 21 23 24 17 18 2219 20 21 23 24

ITS ACT CL1 BT2B

ITSM 1 2 3 4 5 B 1 2 3 4 5 B 1 2 3 4 5 B 1 2 3 4 5 B

ACT CL1 BT2B

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Figura 10. Gel de agarose do produto de PCR dos isolados de Colletotrichum spp., utilizando os oligonucleotídeos universais ITS 4, ITS 5,ACT 512F,ACT 783R, CL1, CL2, T1 e BT2b.

Os isolados que apresentaram bandas com a utilização de oligonucleotídeos especifico

para Colletotrichum spp., apresentaram características culturais, morfológicas ou patogênicas

comuns entre si, todos os isolados são oriundos de sua hospedeira de origem. Da mesma

forma, os isolados não apresentaram reação positiva com oligonucleotídeos CAL e BT2B,

apresentaram características comuns entre si, que não pudessem explicar os resultados obtidos

(Tabela10).

No processo de extração de DNA os isolados oriundo de antúrio, chuchu, conde,

mangaba e soja tiveram os melhores rendimentos na produção de micélio (matéria prima para

extração (Tabela 10). Os amplicons gerados a partir do ITS e ACT amplificaram 87,5% dos

isolados, já 75% dos isolados foram amplificados com oligonucleotídeos gerados a partir do

gene BT, e por fim, 62,5% dos isolados produziram amplicons a partir dos genes CAL.

Tabela 10. Resultados da amplificação do DNA utilizando primer universais para Colletotrichum spp.

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Ordem HospedeiroProdução

de MicélioITS ACT CAL BT

1 Amora ++ + + + +2 Antúrio +++ + + + +3 Árvore da Fortuna + + + + +4 Banana + + + + +5 Banana (folha) + + + + +6 Cana ++ - - - -7 Caqui ++ + + - -8 Cevadilha (F.M) - - - -9 Chuchu +++ + + - +10 Coco + + + + +11 Conde +++ + + - +12 Dracena - - - -13 Goiaba + + + + +14 Goiaba (folha) + + + + +15 Iuca ++ + + + +16 Mamão ++ + + - -17 Mandioca + + + - -18 Manga + + + + +19 Mangaba +++ + + + +20 Negramina + + + + +21 Soja + + + + +22 Abacate +++ + + - +23 Tomate + + + + +24 Uva ++ + + + +

PCR

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6. CONCLUSÕES

Foi observado através dos isolados uma grande variabilidade fenotípica molecular. A

espécie tipo C. gloeosporioides, foi a mais freqüentemente identificada perante os isolados

analisados Contudo, esta espécie apresenta grande variabilidade de acordo com os critérios

aplicados.

Os isolados apresentam comportamentos fisiológicos diferenciais ligados a

particularidades dos isolados Os comportamentos diferenciados e a agressividade promovida

pelo isolados de Colletotrichum permitiram verificar o amplo e restrito espectro de virulência

ligado aos isolados estudados.

As características fenotípicas dos isolados de Colletotrichum permitiram desenvolver

uma análise comparativa para identificação do complexo grupo. As espécies de

Colletotrichum spp. oriundas de diversas hospedeiras foram identificadas considerando

características morfológicas e morfométricas, sendo o fungo C. gloeosporioides a espécie

predominante.

Foi verificado uma variabilidade quanto ao uso de fontes de C e N, evidenciando a

combinação dextrose e nitrato de potássio, excluindo o uso de sacarose. Os melhores pares de

oligonucleotídeos importantes para amplificação de sequencias de isolados de Colletotrichum

foram ITS e Actina.

7. ASPECTOS FORMATIVOS

Dentre as atividades curriculares de publicação as atividades desenvolvidas foram:

Participação do XXXIII Congresso Paulista de Fitopatologia 2010 de 02 a 04 de fevereiro de

2010 em Ituverava-SP, apresentado os trabalhos i) Anamorfo e teleomorfo da mancha foliar

de antúrio (Anthurium andraeanum - araceae), ii) Patogenicidade do Colletotrichum

gloesporioides em folhas de uva, Iii) Cercospora ipomoeae incidente em campainha

(Ipomoea nil.), vi) Pseudocercospora sp. Incidente em folha de mutambo (Guanxuma

ulmifolia - sterculiaceae) no Rio de Janeiro, v) Fase sexual e assexual de ferrugem de erva-de-

santa-luzia (Chamaesyce hirta-Euphorbiae), vi) Incidência manchas foliares na cultura da uva

recebidas na clínica fitopatológica do IFG, vii) Ferrugem branca (Albugo spp.) incidentes em

plantas invasoras no centro-oeste, viii) Doenças incidentes em plantas daninhas, ix)

Levantamento de doenças em plantas no campus do IFG, x) Ocorrência de Phoma sp

incidente em folha de Buva (Coryza bonariensis - Asteraceae), xi) Incidência de Uromyces sp.

em folhas de Guanxuma (Sida cordifolia- Malvaceae) na cidade de Urutaí, (CD-Room Grupo

Paulista de Fitopatologia), Resumo publicado no XXXIII Congresso Paulista de

Page 80: TCC: Gesiane Ribeiro Guimarães, Orientador: Milton Luiz da Paz Lima

Fitopatologia). xi) Participei do mini curso Doenças causadas por vírus bactérias e fungos e

plantas ornamentais. No período de 15 a 19 de agosto de 2010 participou do 43º Congresso

Brasileiro de Fitopatologia. Neste Congresso houve apresentação dos trabalhos científicos: i)

Diversidade de fungos associados a sementes e frutos de plantas do Cerrado. Tropical Plant

Pathology35(suplemento):176, 2010; ii) Sanidade, fisiologia e verificação da

transmissibilidade de fungos associados a sementes, frutos e inflorescências de plantas do

Cerrado. Tropical Plant Pathology 35(suplemento):s176, 2010; iii) Estudos fisiológicos e

morfo-culturais de isolados de Colletotrichum spp. Tropical Plant Pathology

35(suplemento):s175, 2010; iv) Morfometria e patogenicidade de isolados de Colletotrichum

spp. Tropical Plant Pathology 35(suplemento):s175, 2010;

Participação VI Congresso Brasileiro de Micologia de 29 de novembro a 02 de

dezembro de 2010 em Brasília-DF, apresentando o trabalho “Análise da aerobiota micológica

da biblioteca do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí”, resultado de estudos realizados no

Instituto Federal Goiano, Campus Urutaí (29/11/2010 a 02/12/2010).

Participou no ano de 2011 da I Semana de Ciências Agrárias, Ambientais, Alimentos e

Administração (I SICAAAA) e III Semana de Ciências Agrárias (III SECIAGRI) dos mini-

cursos Recuperação de matas ciliares e áreas degradadas e Diagnose de Viroses de Plantas e

ministrei o mini-curso Práticas em Microbiologia de solo.

No período de 14 a 19 de agosto de 2010 participou do 44º Congresso Brasileiro de

Fitopatologia neste, Congresso houve apresentação dos trabalhos científicos: i) Aspectos

morfológicos de isolados de Colletotrichum spp.; ii) Patogenicidade cruzada de isolados

Colletotrichum gloeosporioides, C. falcatum e C. dematium, iii) Cercosporiose (Cercospora

bidenticola) em picão preto (bidens pilosa) incidente na cidade de Urutaí, Go, iv) Uso de

fontes de carbono e nitrogênio no crescimento de isolados de Colletotrichum spp

Participei da II Jornada de Iniciação do Instituto Federal Goiano campus Urutaí, nos dias 19 e

20 de outubro de 2011, com a apresentação de trabalhos i) Identificação molecular de

diferentes pares de oligonucleotídeos para amplificação e reconhecimento de isolados de

Colletotrichum sp. ii) Patogenicidade cruzada de isolados Colletotrichum gloeosporioides, C.

falcatum e C. dematium. iii) Cercosporiose (Cercospora bidenticola) em picão preto (Bidens

pilosa) incidente na cidade de Urutaí, Go. iv)Uso de fontes de carbono e nitrogênio no

crescimento de isolados de Colletotrichum spp. As temáticas destes trabalhos refletem os

temas abordados pelo projeto de PIBIC e atividades desenvolvidas com colegas do

laboratório.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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