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Palestra ministrada por Eduardo Chaves, com patrocínio da Microsoft Educação, no evento TecEduc@tion 2004, no dia 26 de Agosto de 2004, realizado num espaço de convenções localizado na Av. Eng Roberto Zuccolo, 555, na Vila Leopoldina (o CEP é 05307-190), em São Paulo, SP. O evento, que teve lugar de 25 a 27 de Agosto, foi organizado por Humus - Consultoria Educacional.
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Tecnologia e Educação: Meios Poderosos, Fins Confusos
Eduardo O C ChavesProfessor Titular de Filosofia da Educação, UNICAMP
Coordenador, Cátedra UNESCO de Educação e Desenvolvimento Humano, Instituto Ayrton Senna
Membro do Conselho Consultivo Internacional, “Partners in Learning”, Microsoft
Meios e fins
› “Perfeição nos meios e confusão nos fins parece ser a característica básica de nossa era” (Albert Einstein)
› Na educação a tecnologia que usamos se torna sempre mais sofisticada e poderosa, mas estamos cada vez mais confusos sobre quais são os fins a que ela deve servir
› Isso porque não temos clareza sobre os fins da educação
Meios na educação
› Gastamos bilhões de dólares por ano com nossas escolas (não necessariamente com a educação) e sentenciamos todas as nossas crianças e adolescentes a passarem pelo menos oito ou doze anos presas nelas
› No entanto, escolas e tudo o que está dentro delas (professores, currículos, materiais didáticos, tecnologia e outros recursos) são, na melhor das hipóteses, meios de educar, não fins da educação
Tecnologia e educação
› Países desenvolvidos, como os EUA, têm investido bilhões de dólares anualmente para colocar tecnologia na escolas e treinar professores para utilizá-la em seu ensino
› No entanto, admitem que o desempenho dos alunos em testes padronizados não tem se alterado significativamente e que os alunos não parecem estar mais interessados no ensino por causa do uso da tecnologia
Perplexidade
› Ninguém duvida, hoje, de que crianças, adolescentes e jovens gostem de tecnologia
› Equipamos nossas escolas com a melhor tecnologia e treinamos nossos professores para ensinar com a ajuda da tecnologia, esperando que os alunos se motivem mais e assim aprendam melhor o que está sendo ensinado...
› Mas nada disso ocorre – por quê???
Tentativa de diagnóstico do problema
› O problema não está na tecnologia – no plano dos meios – mas sim no plano dos fins: naquilo que queremos que crianças, adolescentes e jovens aprendam em nossas escolas
› Gastamos bilhões de dólares em meios e não nos perguntamos: “para que fins”?
Evidência preliminar
› Camiseta que fez sucesso nos EUA:
“Não é déficit de atenção, seu bobo: eu simplesmente não estou interessado...”
› Crianças, adolescentes e jovens aprendem com grande facilidade e rapidez, com ou sem tecnologia, aquilo em que estão interessados e que escolhem aprender...
› E dominam fácil e rapidamente a tecnologia
Desafio?
› Coloca esse fato um problema intransponível para a educação – ou apenas um desafio?
› Na verdade o desafio não é nem mesmo tão grande, se procurarmos dar uma resposta clara e sensata às questões:› Por que educar? › Para que educar?
Educação Tradicional
› O fim da educação tradicional é transmitir a cultura do grupo social ou da humanidade para as novas gerações
› Imagina-se que crianças são como tabulas rasas nas quais é preciso inscrever a cultura herdada das gerações passadas
› A ênfase pode ser conservadora ou até renovadora, mas a educação é algo que acontece “de fora para dentro” e “de cima para baixo” – daí o desinteresse dos alunos
Uma nova educação
› Numa nova visão a educação é vista como um processo de desenvolvimento humano, que tem lugar “de dentro para fora” e é auto-motivado, “de baixo para cima”
› Nascemos incompetentes e dependentes, mas com um enorme potencial de aprender
› Desenvolvêmo-nos como seres humanos através da aprendizagem, que é um processo de traduzir potenciais em competências
Quais competências?
› A programação genética do ser humano é basicamente aberta: ele é programado para aprender
› As competências que cada um precisa desenvolver são aquelas necessárias para que possa definir seu projeto de vida e transformá-lo em realidade
› Que projeto? O que escolher para si mesmo – e esse fato resolve o problema do interesse
Competências básicas
› Howard Gardner classifica as competências básicas em sete ou outro categorias (que ele chama de “inteligências”)
› A UNESCO as classifica em categorias mais finalistas, como aquelas necessárias para: › Aprender a ser › Aprender a conviver› Aprender a agir › Aprender a aprender
Educação
› “Ninguém educa ninguém; tampouco alguém se educa a si próprio. Nós nos educamos uns aos outros, em comunhão, mediatizados pelo mundo” (Paulo Freire)
› A educação ocorre através de um processo de interação humana, mas essa interação se dá tendo como pano de fundo o contexto em que vivemos – e, hoje, a tecnologia é um elemento estruturante desse contexto
Educação e tecnologia
› Felizmente a tecnologia de hoje é interativa, basicamente servindo para: › Colocar-nos em contato uns com os outros› Colocar-nos em contato com as informações de
que precisamos para tocar nossos projetos de vida individuais e coletivos
› Compartilhar informações que possam ser de interesse dos outros em seus projetos de vida
› Trabalhar, divertir-nos e aprender juntos, em colaboração uns com os outros
Tecnologia e a escola
› A tecnologia na escola deve estar a serviço da aprendizagem do aluno, isto é, do seu desenvolvimento, da construção de suas competências
› A tecnologia na escola deve explorar ao máximo as possibilidades de interação que a tecnologia oferece – com pessoas de dentro da escola e da comunidade externa
Perguntas?
[email protected]://chaves.com.br