79
MARCO MANUEL ROQUETE RAMOS ESTRATÉGIAS PARA A EFICIÊNCIA TÉRMICA NOS EDIFÍCIOS – SOMBREAMENTOS – Orientador: Dr. Arq.º António José de Santa-Rita Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Departamento de Arquitectura e Artes Lisboa 2009

Tese sombreamentos - final

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tese   sombreamentos - final

MARCO MANUEL ROQUETE RAMOS

ESTRATÉGIAS PARA A EFICIÊNCIA TÉRMICA NOS

EDIFÍCIOS

– SOMBREAMENTOS –

Orientador: Dr. Arq.º António José de Santa-Rita

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Departamento de Arquitectura e Artes

Lisboa

2009

Page 2: Tese   sombreamentos - final

MARCO MANUEL ROQUETE RAMOS

ESTRATÉGIAS PARA A EFICIÊNCIA TÉRMICA NOS

EDIFÍCIOS

– SOMBREAMENTOS –

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Departamento de Arquitectura e Artes

Lisboa

2009

Tese apresentada para a obtenção do Grau de Mestre em

Arquitectura no Curso de Mestrado Integrado em

Arquitectura, conferido pela Universidade Lusófona de

Humanidades e Tecnologias

Orientador: Dr. Arq.º António José de Santa-Rita

Page 3: Tese   sombreamentos - final

Tese de Mestrado Integrado Tese de Mestrado Integrado Tese de Mestrado Integrado Tese de Mestrado Integrado –––– Arquitectura Arquitectura Arquitectura Arquitectura

–––– SOMBREAMENTOS SOMBREAMENTOS SOMBREAMENTOS SOMBREAMENTOS ––––

–––– Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos ––––

Page 4: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 4

Índice

I. Agradecimentos ….………………………….………………………….………….… 7

II. Índice de figuras …….………………….………………….…………….….………... 9

1. Fotos ….…………………………………….……………………………………… 9

2. Esquemas ….…………………………………………….…………………..….… 11

3. Tabelas e quadros ……………………………………….…………………......... 13

III. Resumo …….…………………………………………….………….……………….… 15

Abstract …….…………………………………………….…….…………….…….….. 17

IV. Introdução …………………………………………………………………………...… 19

V. Objectivos ……………………………………………………………………………... 19

1. Metodologia ……………………………………………………........................... 19

2. Conceitos de heliotecnia ………………………..……………….……………….. 19

3. Análise da incidência dos raios solares …….................................................. 21

3.1. Projecções estereográficas cilíndricas ……………………………..…….. 21

3.2. Projecções polares …………………………………………………..……… 22

VI. Tipos de sombreamento ………………………………………………………….…. 23

1. Enquadramento histórico …..………………………………….……………….... 23

2. Cérceas e alinhamentos ……………………………………….……………..….. 25

3. Sombreamento vertical ……………………..………………..….…………….... 27

3.1. Vegetação …..………………………………………...……………….……... 27

3.2. Sombreadores verticais fixos …..………………………………..…….…... 29

3.3. Sombreadores verticais móveis e/ou orientáveis………………..…...…... 30

3.4. Vidros de controlo solar ..……………………………….……………...….... 31

4. Sombreamento horizontal ..…….……………………………………….….…..... 32

4.1. Sombreamento com elementos vegetais ..…….……………..………….. 32

4.2. Sombreadores exteriores fixos ..……………………………….…….….... 33

Page 5: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 5

4.3. Sombreadores exteriores móveis ..…….……..……………….….…….... 34

5. Sombreamentos interiores ..………………………………............................... 41

6. Considerações sobre sombreamentos exteriores de vãos envidraçados …. 42

6.1. O sistema de sombreamento exterior ……….……………..……………… 44

6.2. Sombreamentos a Sul ………………..……….……………..……………… 45

6.3. Vãos envidraçados de orientação a Nascente e a Poente ……..……… 46

6.4. Sobre a prevenção e a manutenção ……..……………………………… 46

VII. Análise e estudo de diversos tipos de sombreamento ….....……………… 47

1. Caracterização de um edifício tipo para estudo ………..……………………. 47

2. Cálculo de alturas solares e azimutes……………….………………………... 49

3. Pala de sombreamento horizontal sobre a fenestração ……………………. 50

4. Pala de sombreamento horizontal sobre toda a fachada ……….…………. 55

5. Pala de sombreamento vertical sobre a fenestração ………………….….… 57

6. Ganhos Térmicos Totais (considerando nulos os ganhos internos) – Dados

result. do sombreamento e uso de árvores – ver cálculos detalhados em

Anexo ………………………………………….……………………………………. 59

6.1. envidraçados sem pala e sem árvores ………….………….……………… 59

6.2. envidraçados com pala de 0,60m de profundidade e sem árvores

………….…………………………………………….………………………... 59

6.3. envidraçados sem pala e com árvores de 3,3m de altura, a 3,5m de

distância .............…….………….….…………..……………….……………. 60

6.4. envidraçados com pala e com árvores …………….………..….……......... 60

7. Quadros comparativos – Dados resultantes com demonstração de cálculos

em anexo ….………….……………………………………………….…..…..….. 61

VIII. Conclusões ………………………………..…..……………………...................... 61

1. Factor fundamental ……………………..…..………………………………....... 62

2. Sombreamento exterior ……….…….……..…………………………………….. 62

3. Sistemas vernaculares de sombreamento ……..……………….…………...... 62

4. Projecto ……………..…….……..…………………….………………................. 62

5. Análise dos dados de cálculo…………..….……....…………………................ 63

IX. Bibliografia……………………………………………………………………............. 64

1. Bibliografia principal ……………………………………………….……………. 64

Page 6: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 6

2. Bibliografia secundária ………………………………………………………….. 64

3. Sites citados………………………………………………..…..…….………….… 65

4. Sites de consulta …………………………………..…........................................ 65

5. Outras fontes…………………………………………...……………..………...... 66

X. Anexos ………………………………………………………………………….………. 67

1. Nascimento e Ocaso do Sol (Lisboa) – Jan a Jun /2008……….…………… 67

2. Nascimento e Ocaso do Sol (Lisboa) – Jul a Dez /2008 …………..………… 68

3. Crepúsculos, comprimento do dia, Alturas e Azimutes do Sol (Lisboa) – Jan

a Dez /2008…..……………………................................................................... 69

4. Diagrama solar – latitude aproximada de Lisboa……………………............ 70

5. Média anual da temperatura ambiente na Europa …………………………. 71

6. Projecção Horizontal de azimutes utilizados para os esquemas de

sombreamento……………………………….…………………………………….. 71

7. Planta do edifício em estudo……………………………….……………………... 72

8. Pormenor da parede do paramento exterior…………………………………..... 73

9. Cálculo de Ganhos Solares…………………….……………………………….. 74

9.1. pela envolvente opaca…………….………………………………………... 74

9.2. envidraçados sem pala e sem árvores………………..…………………. 75

9.3. envidraçados com pala de 0,60m de profundidade e sem árvores …. 76

9.4. envidraçados sem pala e com árvores de 3,3m de altura, a 3,5 de

distância……………………………………………………………………….. 77

9.5. envidraçados com pala e com árvores……………..……………………... 78

Page 7: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 7

I. Agradecimentos

Na conclusão desta etapa, quero expressar a minha sincera e profunda gratidão:

� aos meus pais, António Carrasco Ramos e Mª Luísa S. Roquete Ramos, sem o

apoio dos quais, não me seria possível chegar aqui!;

� Aos meus filhos, Ana Luísa de Oliveira Roquete Ramos e Marco António de

Oliveira Roquete Ramos, por quem todo o esforço vale a pena! À minha irmã,

Helena Ramos e sobrinho Pedro Pinto; aos meus tios, Diamantino Almeida e

Manuela Almeida e primos, Vera, Sónia e Bruno Almeida;

� à minha colega e amiga, Arqª Tânia Bailhote, pelo grande apoio que me deu e

pelo bom trabalho de equipa que muita alegria nos trouxe;

� Aos meus Mestres (na verdadeiro significado da palavra Mestre, enquanto tutor

da instrução de um saber incomum e referência inspiradora do discípulo):

� meu velho professor, Sr. Casimiro Pontes e ao Mestre que deu

seguimento ao seu trabalho de uma forma brilhante, Arqº Miguel Pires

– prova provada que o vernáculo e o contemporâneo não são

antagónicos, pelo contrário, são complementares – e cuja excelência

de ensino e motivação no ensinar me fizeram ganhar coragem para,

depois de grande naufrágio na minha vida, perseguir o meu sonho, a

minha vocação, fazer e cumprir o meu próprio destino; obrigado

também aos Srs. Luís Santos e Rogério Cardoso

� Meu Orientador de Tese e Mestre, Arq. António Santa-Rita, de quem,

enquanto Arquitecto, tento fazer minha própria bitola;

� Arqº Amâncio “Pancho” Guedes, cuja presença no primeiro ano, sua

competência, assertividade, cordialidade, mas sobretudo alegria de

trabalhar e de nos ouvir mais do que nos ensinar, atitude com que

encarou todas as aulas, foi determinante para me confirmar a

arquitectura como “a mulher da minha vida”;

� Engº João Guterres; Dr. Fausto Cruz; Dr. José Zaluar Basílio; Arqº Rui

Nogueira Simões; Arqª Susana Terra Motta; Arqº Jayme Ferrer

Carvalho; Engº Pacheco dos Santos; Arqº Leonildo Aguillar; Arqº

João Cunha; Arqº Manuel Lacerda; Engº João Bessa Pinto; Arqª Sara

Taveira;

� Aos meus estimados professores Arqª Ana Paula Rainha; Arqº Carlos Alho; Arqª

Cristina Mantas; Arqº F. Ribeiro da Costa; Arqº Luís Cunha; Arqº Nuno Carrôlo;

Page 8: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 8

Arqº Nuno Ladeiro; Arqº Paulo Serôdio; Arqº Pedro Gamito; Arqº Pedro Garcia

da Fonseca; Arqº Pedro Ressano Garcia; Arqº Vasco Pinheiro; Dr. José Alberto

Alho; Dr. José Gregório; Dr. Moisés Mussolovela; Engº Carlos Rainha;

� À colega, monitora e amiga, Arqª Andreia Vale; ao Arqº Gonçalo Byrne; à Profª

Ana Costa; à Drª Isabel Costa e enfermeiras do C. S. Parede – ext. Tires; ao

Hospital de Egas Moniz – ao piso da Cirurgia Plástica e ao Dr. Seixas Martins;

� A todos os meus colegas de curso, pela camaradagem, pela amizade e que

muito me honraram e distinguiram em fazer-me seu representante nos dois

últimos anos do curso, tarefa que procurei desempenhar com o maior empenho

e valor;

� Aos funcionários e auxiliares, cujo brio, prestabilidade e apoio aos estudantes

fazem funcionar, o melhor possível, a Universidade Lusófona; e de quem guardo

sentida amizade;

� À Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, sua Reitoria e ao

Departamento de Arquitectura; agradeço seu incessante investimento nas

instalações, meios de trabalho e projectos de cooperação e investigação; bem

como ao seu esforço contínuo de procurar elevar o seu próprio nome pela via do

reconhecimento e sucesso dos seus formandos! – “O triunfo do aluno é glória do

mestre!”.

A todos vós, o meu muito obrigado!

Marco Roquete Ramos

Page 9: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 9

II. Índice de figuras

1. Fotos

� Sombreamentos verticais

1. Fixos – toldos laterais ………………………………………….….. pág. 29

– www.cruzfer..pt –

2. Fixos – toldos laterais ……………………………………………... pág. 29

– www.cruzfer..pt –

3. Redes de sombreamento e malhas metálicas ……………….... pág. 29

– www.cruzfer..pt –

4. Telas verticais …………….….……………………………….…….. pág. 30

– www.cruzfer..pt –

5. Telas verticais ……………….……………………….………….….. pág. 30

– www.cruzfer..pt –

6. Painéis deslizantes …………………………………….………….. pág. 30

– Casa nel Parco –Arqº Gonçalo Byrne –

7. Vidros de controlo solar – Saint-Gobain ………….……………... pág. 31

– www.saint-gobain-glass.com –

8. Vidros de controlo solar – OKALUX ……………....……........ pág. 31

– www.cruzfer..pt –

� Sombreamentos horizontais

9. Telheiros de malhas de madeira ….……………………….…….. pág. 33

– NS – Notícias Sábado – Diário de Notícias –

–– http//www.biau.es/htm/bienal.ht –

10. Lamelas fixas ..……………………………………..……….. pág. 33

– Casa San Damian Passage - Santiago Chile

– http://www.xvbienaldearquitectura.cl/ -

11. Estores exteriores orientáveis ….……………….……………...….. pág. 34

– www.cruzfer..pt –

12. De obscurecimento ….…………………………………….……….. pág. 34

– www.cruzfer..pt –

13. De dupla-orientação ….………………………………….………….. pág. 35

– www.cruzfer..pt –

14. De dupla-orientação ….…………………………………….……….. pág. 35

– – www.cruzfer..pt –

Page 10: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 10

15. De dupla-orientação ….…………………………………………….. pág. 35

– www.cruzfer..pt –

16. Day-light para fachada dupla ……………………………...…..….. pág. 35

– www.cruzfer..pt –

17. Estores angulares ….…………………………………………….. pág. 36

– www.cruzfer..pt –

18. Estores de segurança ……………………………………………. pág. 36

– www.cruzfer..pt –

19. Em aço inox ….…………………………………….……….…….. pág. 36

– www.cruzfer..pt –

20. Em alumínio ….…………………………….……………….…….. pág. 37

– www.cruzfer..pt –

21. Telas de braço projectante ……………………………..……….. pág. 37

– www.cruzfer..pt –

22. Telas de braço projectante ………………………...……..…….. pág. 37

– www.cruzfer..pt –

23. Telas de avanço parcial ……………………………….....….. pág. 37

– www.cruzfer..pt –

24. Telas de avanço parcial …………………………….........….. pág. 37

– www.cruzfer..pt –

25. Toldos deslizantes ….…………………………………………….. pág. 38

– www.cruzfer..pt –

26. Toldos deslizantes ….………………………………………….….. pág. 38

– www.cruzfer..pt –

27. Toldos de cassete com braços retrácteis ……………….….. pág. 39

– www.cruzfer..pt –

28. Lamelas orientáveis tipo “Brise-soleil” ……………………….... pág. 39

– www.cruzfer..pt –

29. Lamelas orientáveis tipo “Brise-soleil” ……………………..….. pág. 39

– www.cruzfer..pt –

30. Lamelas orientáveis tipo “Brise-soleil” …………………..…….. pág. 40

– www.cruzfer..pt –

� Sombreamentos interiores

30. Telas horizontais ….…………………………………………….. pág. 41

– www.cruzfer..pt –

Page 11: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 11

31. Telas verticais ….…………………………………………….. pág. 41

– www.cruzfer..pt –

32. Telas verticais ….…………………………………………….. pág. 41

– www.cruzfer..pt –

33. Telas plissadas ….…………………………………………….. pág. 41

– www.cruzfer..pt –

2. Esquemas e figuras

� Ilustrativos da Introdução

� Metodologia

� Introdução a conceitos de heliotecnia

1. elíptica ………………….…………………………………........................ pág. 20

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

2. declinação ……..…………………………..…………………………….. pág. 20

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

3. trajectória solar ..…………………..…………………………………….. pág. 20

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

4. coordenadas do Sol …………………….……………………................. pág. 20

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

� Métodos de análise da incidência dos raios solares

5. Projecções estereográficas cilíndricas …………………….................. pág. 21

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

6. Projecções estereográficas cilíndricas …………………….................. pág. 21

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

7. Projecções polares – carta solal ……………….......…………….…… pág. 22

– Pedro Nunes de Freitas, Arqº – ULHT –

– Física das Construções – Clima

8. Projecções polares – transferidor ......………………………………… pág. 22

– Pedro Nunes de Freitas, Arqº – ULHT –

– Física das Construções – Clima

� Desenvolvimento da investigação

� Tipos de sombreamento

� Enquadramento histórico

9. Casa-átrio Romana ……………………….……....…. pág. 23

– Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– Imprensa Nacional Casa-da-Moeda – pág. 11 –

Page 12: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 12

10. Semi-gruta de Mesa-Verde, Colorado (EUA) .…… pág. 23

Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– Imprensa Nacional Casa-da-Moeda – pág. 51 –

11. Casas-pátio escavadas no solo, Matmata…………… pág. 24

(Tunísia)

Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– Imprensa Nacional Casa-da-Moeda – pág. 75 –

12. Casas do centro e norte da Europa ………………… pág. 25

(Alemanha e Dinamarca)

Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– Imprensa Nacional Casa-da-Moeda – pág. 157 –

� Cérceas e alinhamentos

13. Cércea ……………………….…...........………………. pág. 25

– Marco Roquete Ramos / RCCTE –

14. Orientação solar ………………………….………….. pág. 26

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

15. Desvios da orientação solar ……………………..….... pág. 26

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

� Pormenorizações de diversos tipos de sombreamento

16. Caracterização de um edifício tipo para estudo …… pág. 47

– Marco Roquete Ramos –

17. Orientada a Sul ……….………………..…………..…… pág. 48

– Marco Roquete Ramos –

18. Orientada a Poente…………………………………… pág. 48

– Marco Roquete Ramos –

19. Projecção horizontal dos azimutes ……………………pág. 49

– Marco Roquete Ramos –

� Pala de sombreamento horizontal sobre a fenestração

20. Em 21 Jun – 12, 16 e 17h00m …….………………..… pág. 50

– Marco Roquete Ramos –

21. 12h00m – Paredes orientadas a Sul…………………. pág. 50

– Marco Roquete Ramos –

22. 16 e 17h00m – Paredes orientadas a Poente …………pág. 50

– Marco Roquete Ramos –

23. Em 21 Mar/Set ………………………….…………….… pág. 52

Page 13: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 13

– Marco Roquete Ramos –

24. 12h00m – Paredes orientadas a Sul ..……………….. pág. 52

– Marco Roquete Ramos –

25. Em 21 Mar/Set – 16 e 17h00m ……………………….. pág. 53

– Marco Roquete Ramos –

26. Em 21 Dez – 12 e 16h00m …………………………… pág. 54

– Marco Roquete Ramos –

27. 12h00m – Paredes orientadas a Sul ………..………. pág. 54

– Marco Roquete Ramos –

28. 16h00m – Paredes orientadas a Poente …………….. pág. 54

– Marco Roquete Ramos –

� Pala de sombreamento horizontal sobre toda a fachada

29. Em 21 Jun – 12h00m ………………………….………. pág. 55

– Marco Roquete Ramos –

30. Em 21 Jun – 16h00m …………………....……………. pág. 56

– Marco Roquete Ramos –

31. Em 21 Mar/Set – 12 e 16h00m ………………………. pág. 56

– Marco Roquete Ramos –

32. Em 21 Dez – 12 e 16h00m ……………………………. pág. 57

– Marco Roquete Ramos –

� Pala de sombreamento vertical sobre a fenestração

33. Em 21 Jun – 12, 16 e 17h00m ………………….……. pág. 57

– Marco Roquete Ramos –

34. Em 21 Dez, Mar/Set – 12 e 16h00m ………………… pág. 58

– Marco Roquete Ramos –

3. Tabelas e quadros

� Tipos de sombreamento

� Sombreamento vertical

1. Vegetação – características de plantas para aproveitamento

solar passivo ……………………………………………. pág. 28

– Marco Roquete Ramos / Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– I.N. Casa-da-Moeda – pág. 49 –

2. Cálculo de alturas e azimutes ………………............... pág. 49

– Marco Roquete Ramos – Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº

– I. N.C. -Moeda – pág. 113 –

Page 14: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 14

� Ganhos Térmicos Totais (considerando nulos os ganhos internos) – Dados

result. do sombreamento e uso de árvores – ver Anexo

3. Pelos envidraçados sem pala e sem árvores ……... pág. 59

– Marco Roquete Ramos –

4. Pelos envidraçados com pala de 0,60m de profundidade e

sem árvores ………………………………………..…… pág. 59

– Marco Roquete Ramos –

5. Pelos envidraçados sem pala e com árvores de 3,3m de

altura, a 3,5 de distância ………………………….….... pág. 60

– Marco Roquete Ramos –

6. Pelos envidraçados com pala e com árvores …..…... pág. 60

– Marco Roquete Ramos –

7. Quadros comparativos - Dados resultantes do sombreamento

e uso de árvores …….……………………….……….. pág. 61

– Marco Roquete Ramos –

Page 15: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 15

III. Resumo

Quando o Homem procurou construir abrigos, a partir do Neolítico, soube observar

a natureza, os ciclos diários e anuais, os recursos disponíveis, para assim achar soluções

construtivas que lhe permitisse alcançar os seus objectivos de conforto, para que a

sedentarização fosse sinónimo de bem-estar. As habitações passam a ser instrumento de

domínio sobre os caprichos climatéricos.

O abrigo providenciado pelas antigas cavernas e outras formações geológicas, as

árvores e a vegetação, e até mesmo, numa fase mais evoluída da vivência de caçador-

recolector, pequenos abrigos temporários feitos de peles de animais, rochas e ramos

deixam de ser suficientes para albergar os grupos humanos que desenvolvem a agricultura

e a domesticação de animais.

Para além do primário objectivo defensivo do abrigo contra a intrusão e ataque de

animais, não só os abrigos terão de os proteger das intempéries, como também terão de o

fazer para as colheitas e o gado, assim como controlar de forma eficiente a temperatura e

humidade interiores.

A juntar à importância de factores como posições defensivas elevadas, abrangência

do campo visual, localização relativa a pontos de água, cedo descobriu o valor da orientação

solar e da posição relativa a ventos dominantes.

À medida que a sedentarização vai dando origem a crescentes aglomerados

urbanos, que haverão de se consolidar no território, moldando a paisagem, desenvolveu,

sobretudo nas culturas residentes em climas mais quentes, formas de controlar a incidência

de luz solar, quer através da própria concepção organizacional dos espaços, interagindo

entre eles próprios ou com o meio vegetal e geológico envolvente, quer através de meios

auxiliares de sombreamento.

No século XX, à medida que se generaliza o uso doméstico da electricidade, muitas

práticas de orientação solar e meios de sombreamento são negligenciados e substituídos

por soluções de climatização interior dos edifícios. O controlo da temperatura interior passou

a ficar a cargo de meios mecânicos de ar condicionado que se substituiriam à

responsabilidade conceptual da arquitectura que se “libertava” das condicionantes

ancestrais, à custa de enormes gastos energéticos que, uma ainda barata, electricidade

pré-choque petrolífero suportava.

Porém, no decurso da transição do milénio, tanto os preços dos combustíveis

fósseis dispararam e consequentemente o preço da energia; como a emergência do

conceito de Desenvolvimento Sustentável, que começou a ser mais difundido depois de

Page 16: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 16

1987, quando o Relatório Brundtland da Comissão Mundial de Ambiente e Desenvolvimento

das Nações Unidas definiu desenvolvimento sustentável como sendo o desenvolvimento

que satisfaça as presentes necessidades sem por em risco a capacidade das gerações

vindouras de poder satisfazer as suas próprias necessidades ( O Nosso Futuro Comum -

Relatório Brundtland – WCED1 - UN, 1987), e que alterou a consciência global da

necessidade de voltar aos vernaculares princípios básicos da arquitectura, reinventar as

técnicas já experimentadas e ter a preocupação de prever em projecto os meios eficazes

para o controlo de temperatura, garantindo o conforto térmico, com o recurso mínimo a

soluções electromecânicas cujo balanço energético não seja favorável, ou, para utilizar a

terminologia em voga, sustentável.

Os sombreamentos, quando utilizados de uma forma coerente e eficaz, são um

valioso contributo para controlo da radiação solar, que ao incidir nos paramentos exteriores

e vãos envidraçados, lhe transmite energia, a qual, dependente dos Coeficientes de

Transmissão Térmica e outros factores, faz aumentar a temperatura dos espaços interiores.

Contribuem assim os sombreamentos para uma eliminação dos gastos com meios auxiliares

de climatização.

Palavras-chave

Sombreamento; Conforto Térmico; Soluções Construtivas; Energia

1) WCED - Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas

Page 17: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 17

Abstract

When Man began to build protection shelters from the Neolithic period, he learned to

observe nature, the daily and annual cycles, the available resources to find constructive

solutions to enable him to achieve comfort, so that sedentarization was synonymous of

welfare. The housing will contribute to master the vagaries of nature.

The shelter provided by the ancient caves and other geological formations, trees

and vegetation, even in a more evolved stage of the life of hunter-gatherers, small temporary

shelters made of skins of animals, rocks and branches are no longer sufficient to house the

human groups and to develop agriculture and domestication of animals.

Besides the primary objective under the defensive against intrusion and attack from

animals, not just the shelters will protect them from the weather, but will have to do to crops

and livestock, as well as efficiently control the temperature and humidity inside.

In addition to the importance of factors such as high defensive positions, scope of

the visual field, located on the water points, soon discovered the value of solar orientation

and position on the prevailing winds.

As sedentarization leads toward growing urban areas, that there will be to

consolidate the country, shaping the landscape, developed, particularly in cultures living in

warmer climates, ways of controlling the incidence of sunlight, either by their own design

organization of space, interacting among themselves or with their plant and geological

environment, either through auxiliary means of shading.

In the twentieth century, as the domestic use of electricity became widespread, as

well the electrical supply system, solar orientation of many practices and methods of shading

are neglected and replaced by air-conditioning systems inside buildings. The control of

temperature inside has been made by mechanical means to replace the responsibility of the

conceptual architecture that is "released" from the ancestral conditions at the expense of

lavish spending that energy, an even cheaper, electricity pre-oil shock supported.

However, during the transition of the millennium, both the prices of oil and

consequently the price of energy fired, as the emergence of the concept of sustainable

development, which started to be more widespread after 1987, when the Brundtland Report

of the World Commission on Environment and Development defined sustainable

development as development that meets the present needs without jeopardizing the ability of

future generations to be able to meet their own needs (Our Common Future - Brundtland

Report - WCED - UN, 1987), began to alter the overall awareness of the need to return to

basic principles of vernacular architecture, reinvent the techniques already experienced and

Page 18: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 18

have the desire to provide in the project effective means to control the temperature, ensuring

thermal comfort with the use of minimum electro-mechanical devices of whose energy

balance is not favourable, or, to use the terminology in vogue, sustainable.

The shading, when used in a coherent and effective way, is a valuable contribution

to the control of solar radiation, which occurs over exterior of glazing and openings and

transmits energy, which, depending on the heat transfer coefficients and other factors,

increases the temperature of the inside. The shading thus contributes to the elimination of

costs with auxiliary means of cooling.

Keywords

Shading, thermal comfort, constructive solutions; Energy

Page 19: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 19

IV. Introdução

A presente Tese investiga a influência que os sombreamentos têm na incidência

dos raios solares nos paramentos exteriores, enumera as soluções construtivas existentes

correntes e faz uma análise comparativa de métodos de sombreamento utilizáveis,

quantificando essa mesma influência na temperatura interior dos espaços que os referidos

paramentos delimitam.

Conforme se recomenda em Ecocasa, as palas de sombreamento, estores

exteriores e demais dispositivos de sombreamento; o desenho conceptual escolhido para os

corpos edificados; a vegetação, sobretudos as árvores e plantas trepadeiras; constituem-se

como argumentos de arrefecimento solar passivo, os quais servem a mais eficaz estratégia:

a de não permitir que a radiação solar se transmita aos espaços e eleve, assim, a sua

temperatura.

A vegetação, elemento de arquitectura vernácula, nem sempre vê reconhecida a

sua extrema importância reconhecida, enquanto factor maior na regularização e equilíbrio

das condições climáticas extremas, e no estabelecimento de relações micro climáticas. As

árvores devem ser mantidas, sempre que possível, porque para além do saudável ambiente

que proporcionam contribuem também para o sombreamento e para o arrefecimento do

ambiente. (Ecocasa, 2008, www. ecocasa.org/projecto1.php).

V. Objectivos

Investigar como diversos tipos de sombreamento podem afectar a temperatura

transmitida do exterior para o interior dos edifícios, pelos envidraçados e pelos paramentos.

Analisar a temperatura, em determinada altura do ano (Solstícios e Equinócios),

que estará a ser adicionada ao interior, mediante determinado sombreamento. Avaliar o

papel efectivo dos sombreamentos exteriores e outras protecções

.

VI. Metodologia

No desenvolvimento desta investigação2, para atingir os objectivos utilizaram-se

várias formas de análise:

2 Estruturada segundo Despacho Reitoral nº 101/2009, utilizando nas citações a Norma reconhecida da American Psychological Association (APA)

Page 20: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 20

1. Conceitos de heliotecnia

Para compreender a dinâmica dos sombreamentos é preciso ter conhecimento de

como o movimento aparente do sol no horizonte se processa.

A Terra descreve uma órbita

elíptica em torno do Sol, situado

num dos focos:

fig. 1 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

Define-se como declinação o

ângulo entre a direcção da

radiação solar e o plano do

Equador:

fig. 2 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

No referencial terrestre tudo se

passa como se o Sol tivesse um

movimento aparente no horizonte,

a trajectória solar:

fig. 3 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

A trajectória solar traduz-se na

variação das coordenadas do Sol

ao longo do dia:

fig. 4 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

Page 21: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 21

2. Análise da incidência dos raios solares

2.1. Projecções estereográficas cilíndricas

A projecção estereográfica

cilíndrica é uma carta que nos

permite relacionar a altura solar

em relação ao horizonte, bem

como o azimute, em

determinada hora do dia e em

determinado dia do ano,

possibilitando que se marque

uma mancha representativa da

influência do sol durante um

determinado espaço temporal.

fig. 5 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

A obtenção de ângulos de

incidência da luz solar e

azimutes, nos vários dias do ano

e às diferentes horas do dia,

pode ser obtida com recurso,

pois, a estes diagramas de

alturas solares, como o que foi

utilizado nesta investigação para

a latitude aproximada de Lisboa,

com base nos dados climáticos

conhecidos

fig. 6 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

Page 22: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 22

2.2. Projecções polares

Com recurso a cartas solares e a transferidores é possível a determinação gráfica da

mancha das sombras pela determinação de coordenadas horizontais do sol:

fig. 6 – Pedro Nunes de Freitas, Arqº – ULHT – Física das Construções – Clima

fig. 7 – Pedro Nunes de Freitas, Arqº – ULHT – Física das Construções – Clima

Page 23: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 23

VII. Tipos de sombreamento

1. Enquadramento histórico

� “Os Romanos foram o primeiro povo a consagrar juridicamente o direito ao Sol! Preocupados em poupar madeira para aquecimento, dispunham de uma prática notável no uso da energia solar e os seus edifícios obedeciam a regras de construção de acordo com a localização geográfica.

fig. 8 – Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº - I. Nac.Casa-da-Moeda – pág. 11

A «casa-átrio», residência particular dos Romanos (cerca de 200 a. C.), é o reflexo dessa preocupação, contendo ensinamentos exemplares: o Sol, de Inverno e de Verão (1 e 2), é doseado através de janelas e sombreadores devidamente dimensionados; as funções mais privadas desenvolvem-se no edifício de dois pisos (3), recuado e protegido da rua, sem janelas a norte, e cuja fachada sul (4) é revestida de uma trepadeira de folha caduca, que regula sazonalmente a radiação no edifício; as funções principais desenvolvem-se no edifício anterior (5), próximo da rua (8); o átrio (6) é revestido de abundante vegetação, impedindo assim grandes amplitudes térmicas, e um pequeno lago com repuxo (7) cuida, nos dias quentes, da necessária refrigeração, por evaporação.”(Moita, 1987, pg.11)

� “Um importante exemplo de como outros povos antigos tiravam proveito do Sol e das

condições da Natureza para a localização das suas construções, são as semi-grutas de Mesa-Verde, no Colorado (EUA), onde tribos índias construíram verdadeiras povoações entre os anos 500 e 1300!

Estas formas de habitação no planalto de Mesa-Verde, situadas nas encostas sul dos canyons, para além da segurança que oferecem, ficam numa óptima situação micro-climática, por estarem protegidas dos ventos norte que sopram no planalto e envolvidas por uma enorme massa de terra, que, devido às suas capacidades de acumulação térmica, exerce uma acção natural de arrefecimento e aquecimento, respectivamente, no Verão e no Inverno. As partes superiores, suspensas das encostas, exercem a função de tecto natural, protegendo a povoação das chuvas no Inverno, mas também impedindo a forte radiação solar no Verão (latitude geográfica 39º, semelhante a Cascais - Lisboa).

Por outro lado, no Inverno, com a altura do Sol mais baixa, o aproveitamento da radiação solar para fins de aquecimento é total.” (Moita, 1987, pg.51)

Page 24: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 24

fig. 9 – Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº - I.Nac.Casa-da-Moeda – pág. 51

� “Em Matmata (Tunísia) encontram-se verdadeiras casas-pátios escavadas no solo, a uma profundidade de 7 m a 10 m, com divisões interiores por vezes edificadas em dois andares sobrepostos. Estas comunicam, através de pequenas aberturas, com o pátio interior, onde se encontra o poço de água, elemento de grande importância para estas regiões (A)!

Devido á ausência de paredes exteriores, não se verifica durante o dia uma radiação solar intensa na habitação, ficando a temperatura no interior desta nos níveis desejados (18°-22°). Os ventos do deserto, que sopram forte e carregados de areia, não se fazem assim sentir na habitação!

fig. 10 – Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº - I. Nac. Casa-da-Moeda – pág. 75

Quando a rocha é dura e de difícil trabalho, as habitações são escavadas nas

encostas dos montes viradas a sul, como, por exemplo, em Chemini (Sul da Tunísia) (B).” (Moita, 1987, pg.75)

� “A arquitectura rural tradicional, independentemente do seu grau de elaboração, é

geralmente um bom testemunho da forma como os povos de diferentes culturas sabiam integrar o habitat no clima.

A

Page 25: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 25

fig. 11 – Energia solar passiva I - Francisco Moita, Arqº - I. Nac. Casa-da-Moeda – pág. 157

No Centro e no Norte da Europa (Alemanha e Dinamarca), o clima é frio, as temperaturas de Inverno atingem facilmente os – 25°C e as casas rurais caracterizam-se fundamentalmente pelo notável modo de isolamento como são concebidas: sob os telhados altos situam-se vários “sótãos”, que são aproveitados para celeiros agrícolas, constituindo uma excelente zona térmica intermediária. Exceptuando uma pequena área a sul, a habitação é rodeada pelas zonas de serviços agrícolas e o estábulo situa-se na parte mais fria, a norte.

Colocado num ponto central (F), um fogo a lenha produz o calor necessário á habitação.

A escassa radiação solar justifica janelas pequenas, que são protegidas com portadas isoladas.” (Moita, 1987, pg.157)

2. Cérceas e alinhamentos

A cércea – dimensão vertical

da construção, contada a partir do ponto

da cota média do terreno no

alinhamento da fachada até à linha

superior do beirado ou platibanda ou

guarda do terraço – é um factor

importante no funcionamento do térmico

do edifício, dada a sua influência de

sombreamento do horizonte.

O respeito desta norma

urbanística assegura que o edifício terá

a fachada orientada a sul descoberta,

livre do sombreamento do edifício

defronte.

fig. 12 – M. R. Ramos / RCCTE

Desta forma, os usuários do edifício têm

a liberdade de gestão do sombreamento

do seu edifício consoante as suas

necessidades próprias de aquecimento

ou arrefecimento, consoante a estação do

ano e condições climatéricas diárias

específicas.

Page 26: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 26

� Da necessidade de garantir acesso à incidência dos raios solares, conforme se

afirma em Ciência-Viva, também os alinhamentos são importantes na implantação e

concepção do edificado.

A orientação que maximiza

a quantidade de radiação

aproveitável coincide com o

sul geográfico.

fig. 13 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

Desvios para Nascente traduzem-se num avanço à captação e desvios para Poente

num atraso à captação: 1 hora por cada 15º) (Ecocasa, 2008,

www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005)

fig. 14 – www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005

Page 27: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 27

3. Sombreamento vertical

3.1. Vegetação

A vegetação, conforme afirma Francisco Moita, nem sempre vê a sua

importância reconhecida, enquanto factor preponderante no equilíbrio das

condições climáticas extremas e sua regularização. Segundo o mesmo autor

(Moita, 1987, p. 45), contribui para elaborar interacções micro-climáticas que

potenciam a optimização da implantação, assim como a plena integração

geográfica do Homem.

Aspectos como o tipo de vegetação, sua densidade de folhagem e

copa, as suas particularidades e espécie, a forma como se ordenam entre si, a

sua localização/implantação absoluta e relativa; questões de quantidades de

evaporação, além de vários outros dados, são determinantes no

estabelecimento de micro-climas no edificado e sua implantação, permitindo

criar efeitos climáticos específicios que assim optimizem, inclusive, os próprios

micro-climas urbanos (Moita, 1987, p. 45)

Dadas as características sazonais do clima, a vegetação caducifólia é

a que melhor acompanha essa mesma variação sazonal, no que respeita à

radiação solar, concorrendo eficazmente para a regulação dessa mesma

radiação, que afecta os espaços urbanos e sua área edificada, mormente as

fachadas. Neste particular das fachadas, a melhoria do coeficiente de

condutância térmica superficial exterior (he) pode ser obtida com o auxílio de

uma camada imóvel de ar, entre o paramento exterior e a folhagem de uma

abundante ramagem de plantas trepadeiras.

Segundo afirma Moita, acerca da existência de uma camada de ar

imóvel de 5 cm na fachada exterior, esta equivalerá, em termos da capacidade

de isolamento térmico, a algo como a um valor k (coeficiente de transmissão

térmica total) de 2,9 Wh/m2.K. Digamos que corresponderia ao valor do efeito

de uma janela de vidro duplo. Refere, ainda, que mais de 5 cm conduzem a

uma optimização irrelevante do efeito ou até mesmo a efeitos negativos. (Moita,

1987, p. 47)

Page 28: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 28

As principais características a levar em consideração na escolha de

vegetação como solução de sombreamento a utilizar são enumeradas no

quadro seguinte:

Tabela 1 – Marco Roquete Ramos / Energia solar passiva I, Moita, I.N.C.Moeda – pág. 49

Page 29: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 29

3.2. Sombreadores verticais fixos

No campo dos sombreadores verticais fixo, existem diversas soluções

arquitectónicas e acessórios que são passíveis de ser utilizados.

Para além dos ressaltos no paramento exterior dos edifícios, de forma

a utilizar a sombra dos mesmos em benefício do conforto térmico interior,

destacam-se acessórios de aplicação, tanto exterior como interior aos edifícios,

tais como:

• sombreadores de lamelas verticais fixas

• palas verticais.

• toldos laterais – têm por finalidade a protecção da radiação do Sol baixo, às

primeiras e últimas horas de insolação. É de fácil manuseamento, com um

único movimento, cujo sistema tensionador mantém o toldo esticado.

1 - www.cruzfer..pt 2 - www.cruzfer.pt

• Redes de sombreamento e malhas metálicas– trata-se de um princípio

utilizado desde há muito para

sombrear e simultaneamente permitir

à luz entrar e a ventilação se efectuar,

utilizando, redes de tecido, com ou

sem cor, cujo conceito hoje se aplica

com redes em malha de aço inox ou

ainda de material plástico ou

compósito.

3 - www.cruzfer.pt/indice

Page 30: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 30

• Telas verticais – são soluções simples e eficazes de sombreamento, de

baixo peso, de fácil aplicação com uma pequena caixa de armazenamento e

guias ou cabos laterais, com uma vasta gama de tecidos disponíveis,

inclusive com padrões.

4 - www.cruzfer.pt

5 - www.cruzfer.pt

Existem telas de fachada, com guias que acompanham mesmo o curso da

fachada e seus ângulos, integrando-se assim na composição da mesma.

Torna-se, assim, uma opção válida para edifícios altos e muito expostos.

3.3. Sombreadores verticais móveis e/ou orientáveis

• Lamelas verticais orientáveis, do tipo “Brise soleil”

• Painéis deslizantes – são sistemas de controlo solar em painéis de madeira,

alumínio ou outro material, fixos na estrutura de aros que deslizam

horizontalmente

6 - Casa nel Parco –Arqº Gonçalo Byrne

Page 31: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 31

3.4. Vidros de controlo solar

• A tecnologia contemporânea permite-nos, com os devidos custos

orçamentais, alcançar o controlo da luz solar por intermédio das próprias

fachadas em vidro, equipadas com vidros para esse efeito.

Por exemplo:

a Saint-Gobain, marca de referência no sector dos vidros apresenta –

vidro duplo de Isolamento Térmico

Reforçado e de Controlo Solar SGG

CLIMAPLUS SOLAR CONTROL.

Este é um produto composto por dois

vidros dos quais um é revestido de

uma capa transparente de óxidos

metálicos nobres.

– www.saint-gobain-glass.com–

De acordo coma Saint-Gobain,

“Retém o calor do aquecimento no

interior da habitação no Inverno. Em

contrapartida, impede a entrada no

interior do calor em excesso do sol,

vantagem essencial na meia estação

e verão, nas varandas (sem bem que

o impede no Inverno quando

queremos ganhos solares directos

nas janelas). Beneficia do calor e da

luz do sol, sem excesso.” (Saint-

Gobain, 2008, http://pt.saint-gobain-

glass.com/)

7 – www.saint-gobain-glass.com –

Page 32: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 32

• E a Cruzfer, comercializa o OKALUX – que é um vidro com lamelas

orientáveis integradas na caixa-de-ar:

8 - www.cruzfer..pt

4. Sombreamento horizontal

4.1. Sombreamento com elementos vegetais

As pérgolas revestidas com um elemento vegetal do tipo videira,

trepadeira, buganvília, glicínia, etc…, são sombreamentos que permitem que os

mesmos acompanhem as necessidades de sombreamento de Verão e de

radiação solar no Inverno, visto a planta ser de folha caduca.

Page 33: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 33

4.2. Sombreadores exteriores fixos

Pode ser conseguido este efeito dês sombreamento com elementos

salientes das fachadas ou constituídos por plataformas, bem como pérgolas,

lamelas fixas ou orientáveis, telheiros de malhas de madeira ou metálicas,

redes e toldos, ou ainda prolongamentos do telhado e das lajes de cobertura.

• Telheiros de rótulas de madeira –

herança da arquitectura vernácula

em Portugal (que se vais

redescobrindo), são os telheiros

feitos com estruturas de madeira e

cobertos por uma camada de cana,

na versão mais simples, com

espaçamentos que permitem

passar a luminosidade filtrada, com

efeitos visuais espectaculares e tão

identificadores de uma arquitectura

de traços marcadamente

mediterrânicos;

ou, mais recentemente, conseguindo

esse efeito com uma trama de réguas

finas.

9 – NS – Notícias Sábado – Diário de

Notícias –

http//www.biau.es/htm/bienal.htm

• Lamelas fixas – são aplicáveis

sobre os vãos mas também são

uma opção para zonas exteriores

de estar, no fundo, recriam o

efeito da tecnologia ancestral das

canas em telheiro, de um forma

mais controlada e formal.

10 – http://www.xvbienaldearquitectura.cl/ -

Casa San Damian Passage - Santiago Chile

• Malhas metálicas – Material resistente e duradouro, malhas de aço inox,

contendo molibdénio para melhor resistência à corrosão, permitem a

filtragem constante da luz solar.

Page 34: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 34

4.3. Sombreadores exteriores móveis

• Estores exteriores orientáveis

Os estores exteriores orientáveis são a solução ideal para a protecção e

sombreamento das fachadas, reflectindo até 80% dos raios solares, a

orientação das lamelas permite a regulação da luminosidade a qualquer

altura do dia.

11 - www.cruzfer.pt

Além de preservar a privacidade interior, permite a vista para o exterior.

Podem ser aplicados tanto nas janelas como em fachadas da maioria de

edifícios.

Disponíveis numa extensa variedade de cores das suas lamelas, tornando-

se actores da composição. Podem ser comandadas de forma manual

eléctrica, por interruptor, existindo também a opção bem interessante de ser

automaticamente gerida a sua abertura / orientação por comando central

com células de medição solar e eólica.

Existem várias variantes deste tipo de estores:

o De obscurecimento – lamelas

em forma de “Z”, com um perfil

de PVC em cada lamela, para

permitir melhor obscurecimento.

12-www.cruzfer.pt

Page 35: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 35

o De dupla-orientação – indicado

para ambientes de trabalho,

transporta a luz, livre de reflexão

solar com a luz natural doseada.

A parte superior dos estores

poderá ser orientada para

receber os raios solares

permitindo a sua orientação para

os tectos das zonas de trabalho,

proporcionando a luz natural.

13 - www.cruzfer.pt

A parte inferior está fechada, o que permite a reflexão solar e evita brilhos

no ambiente de trabalho.

14 - www.cruzfer..pt

15 - www.cruzfer.pt

A opção inversa permite-nos a entrada de luminosidade na parte inferior do

vão dando luz natural e permite a exibição da projecção de slides, vídeos,

etc…

o Day-light para fachada dupla –

estores de dupla orientação,

passível de instalação em grandes

fachadas de duplo pano de vidro.

16 - www.cruzfer.pt

Page 36: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 36

o Estores angulares – são

passíveis de instalar em vãos

de geometria assimétrica,

indicado para ambientes de

trabalho, com lamelas cortadas

em ângulo nas extremidades.

17 - www.cruzfer.pt

o Estores de segurança – são

estores com lamelas em

alumínio extrudido, com

reforço de aço no interior,

indicados para actuar contra

intrusão. 18 - www.cruzfer.pt

o Estores de rolo em réguas de aço inox ou alumínio – são uma

variedade que elimina a radiação solar assim que esta se eleva a mais

de 23º no horizonte, na sua posição baixada, sem fechar os espaços

entre as réguas. Esse fecho permite regular a luminosidade até a

mesma ser nula.

É de fácil utilização, com propriedades de auto-limpeza e de

fácil lavagem. Graças à diminuição de energia que penetra nos

edifícios, os custos podem ser bastante reduzidos.

Em aço inox

19 - www.cruzfer.pt

Page 37: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 37

Em alumínio

20 - www.cruzfer.pt

• Telas de braço projectante –

protecção muito prática, que

permite a abertura até um

ângulo de 45º, com uma mola

a gás extremamente forte

integrada no braço, para

garantir a tensão ideal do

tecido, a qualquer ângulo de

abertura; podendo projectar-

se a 1,6m e até mais,

mediante vulcanização do

tecido no sentido horizontal.

É uma solução de

sombreamento muito

interessante, leve, versátil, de

baixo custo, eficaz e simples,

e de aplicação corrente.

21 - www.cruzfer.pt

• Telas de avanço parcial – semelhante à tela de

braço projectante, estas distinguem-se por

fazer a projecção parcial da tela. Uma parte do

tecido, de altura variável, mantém-se na

vertical, a outra parte avança e estende-se, de

acordo com o ajustamento dos braços que se

afinam na altura do avanço desejado.

22 - www.cruzfer.pt

Page 38: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 38

23 - www.cruzfer.pt

• Toldos (de preferência com película reflectora) – Método ancestral de

sombreamento, com larga difusão na bacia do Mediterrâneo. Todos os

povos – Gregos, Fenícios, Cartagineses, Romanos, bem como

Árabes/Berberes – que marcaram presença na Península Ibérica, fizeram

amplo uso desta tecnologia simples para auxiliar o controle da temperatura

nos edifícios. Existem várias opções actuais: fixos e deslizantes,

horizontais e laterais, orientáveis, etc…; numa panóplia de cores,

estruturas, texturas, padrões e até de material de composição da tela.

Sem dúvida eficaz e simples, à semelhança das telas, é um sombreamento

exterior que permite o seu uso para proteger, entre várias outras, grandes

superfícies e vãos de zonas comerciais e de lazer, varandas e terraços

(como as açoteias), vãos de pisos térreos, pátios, solários, estufas e ainda

coberturas de piscinas.

o Toldos deslizantes – deslizando através de guias laterais, o tecido

permanece sempre tencionado por meio de um mecanismo de molas de

tensão. Com estes toldos é possível sombrear todo o tipo de superfícies

horizontal, vertical e mesmo em arco.

Page 39: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 39

24 - www.cruzfer.pt

25 - www.cruzfer.pt

o Toldos de cassete com braços retracteis – o tecido que sobressai do

toldo na zona frontal é completamente retráctil e com sistema de

enrolamento. Assegura uma recolha perfeita do tecido dentro da caixa,

protegendo-o assim da chuva e do pó. Os braços retraem-se e alojam-

se no interior da cassete.

26 - www.cruzfer.pt

• Sombreadores de lamelas amovíveis e/ou orientáveis tipo “Brise-soleil”

– com lamelas de larguras que podem andar entre 25 a 80 cm, de secção,

normalmente, elíptica e um perfil interior de reforço em “I”, actua apoiada em

guias laterais suspensas sobre os vãos ou sobre toda a fachada.

É orientável, mecanicamente ou electricamente, com possibilidade de

orientações diferenciadas por módulos.

Page 40: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 40

27 - www.cruzfer.pt

A variedade de opções, tanto em tamanho como

em materiais constituintes das próprias lamelas e

componentes acessórios, torna-a uma opção bem

interessante e adaptável a praticamente qualquer

projecto, como as de lamelas de madeira

laminada em topos de alumínio anodizado.

28 - www.cruzfer.pt

29 - www.cruzfer.pt

Têm uma aplicabilidade horizontal, vertical e em pala, o que permite uma

variedade de opções, tanto construtivas como até de composição de

fachada.

Page 41: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 41

5. Sombreamentos interiores

• Telas horizontais – opção para sombreamento

interior de clarabóias de grandes dimensões ou na

dificuldade de o fazer pelo exterior.

30 - www.cruzfer..pt

• Telas verticais – podendo apresentar-se fixas, retrácteis em rolo e deslizantes.

Podem ser translúcidas e opacas.

31 - www.cruzfer..pt 32 - www.cruzfer..pt

• Telas plissadas – telas produzidas com tecidos resistente

e finos, de forma transparente, criando um ambiente

acolhedor na habitação ao produzir suaves efeitos de luz.

A parte exterior pode ser metalizada com alumínio ou

coberta com pigmentos para reflexão dos raios solares.

33 - www.cruzfer..pt

• Persianas e venezianas interiores – estores de lamelas orientáveis muito

práticas que permitem o controlo da luz solar tanto pela orientação das lamelas

como pela altura a que as mesmas podem ser colocadas diante do vão.

• Cortinas – as tradicionais cortinas têm hoje uma variedade de tecidos que lhes

permite apresentar uma vasta escolha de opções técnicas, consoante os espaços

que queremos arquitectar. No mercado existem tecidos como, por exemplo: de

Page 42: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 42

fibras acrílicas; Screen – fibra de vidro coberta a PVC, poliéster plastificado a

PVC, poliéster com capacidades ignífugas, etc…

As vantagens do seu uso são várias, desde a de poder ser visualizado o espaço

exterior sem comprometer a privacidade do interior, se for assim desejado até ao

facto de permitir a entrada de luz com filtragem da intensidade da mesma, dos

raios UV, e em alguns tecidos com capacidade de reflexão térmica e outros

ignífugos.

• Redes mosquiteiras – sendo óptimas no Verão a promover o ventilação do ar

interior, protegendo ao mesmo tempo da intrusão de insectos, promovem

também a filtragem dos raios solares, podendo a cor da rede e o diâmetro da

malha determinar que nível essa filtragem atingirá.

6. Considerações sobre sombreamentos exteriores de vãos envidraçados

De acordo com Livia Tirone, os vãos envidraçados necessitam ser concebidos

atendendo a conceitos de controlo da radiação solar e de serem dotados de dispositivos

auxiliares para esse efeito.

São elementos que nos propiciam o usufruto da luz natural de modo a que ela nos

sirva as actividades no interior do edificado, além de que nos permitem, também, a entrada

da radiação solar no Inverno, contribuindo, assim, para o aquecimento nos espaços

interiores do edificado.

Na estação quente permitem a eliminação do calor por ventilação natural. E, em

qualquer estação do ano, contribuem para elevar a qualidade do ar no interior por via da sua

renovação.

Dado que são os elementos de comunicação directa entre o interior do edificado e o

ambiente envolvente, as janelas têm de se apetrechar de sistemas exteriores de

sombreamento, para garantirem o controlo da radiação a incidir nos vãos, sem prejuízo das

demais vantagens proporcionadas pela existência das mesmas. (Tirone, 2007, pg. 148)

O primeiro objectivo destes sistemas é o de evitar que os raios solares atinjam os

vidros. Isto porque, atravessando-os, vêem alterados os seus comprimentos de onda de

radiação térmica, provocando o conhecido “efeito-de-estufa”.

Sobre este efeito-de-estufa provocado pela radiação solar incidente nos vidros, as

informações disponibilizadas pela Saint-Gobain (Saint-Gobain, 2009, http://www.saint-

Page 43: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 43

gobain-glass.com/), afirmam que o raio solar que atinge a superfície do nosso planeta tem

relações aproximadas de 42% de luz visível, 3% de ultra-violetas (UV) e cerca de 55% de

infra-vermelhos (IR).

A estes três tipos de radiação correspondem três faixas espectrais de comprimento

de onda, a saber: UV entre 0,28 e 0,38 µm; a luz visível entre 0,38 e 0,78 µm; IR entre0,78 e

2,5 µm.

Acontece que, ao penetrar através do vidro, é absorta tanto pelas paredes, chãos e

tectos no interior, como, inclusive, através dos próprios objectos (móveis e outros) presentes

no interior dos compartimentos. Então, são reemitidos, mas num comprimento de onda que

se situa já numa faixa do infra-vermelho remoto, ou seja, superior a 5 µm.

A esta magnitude de comprimento de onda, até os vidros mais claros são opacos, o

que aprisiona a energia térmica no seu interior.

(Saint-Gobain, 2009, http://www.saint-gobain-

glass.com/ptv2/upload/files/3.1.4_o_vidro_e_a_radiação_solar.pdf )

Aquando das escolhas das opções a aplicar para o controlo da incidência dos raios

solares, deverá ser tido em consideração as características climáticas presentes no local da

implantação e a sua conjugação com o dispositivo seleccionado, para que possa dar

resposta à exacta função para o qual foi escolhido, adequando-o também ao contexto sócio-

cultural e com os aspectos de composição, linguagem e ritmo pretendidos. Actualmente é

grande a variedade de soluções aplicáveis a integrar, desde os meios manuais simples até

soluções mecânicas e de tecnologias avançadas na gestão electrónica “inteligente”, já no

campo da domótica.

A fim de poder optimizar o desempenho energético dos edifícios e controlar a

quantidade de radiação que atinge o interior dos seus compartimentos, de acordo com as

directrizes apontadas por Tirone (Tirone, 2007 148), os sombreamentos devem estar de

acordo com determinados parâmetros:

� A ventilação natural das janelas abertas deve ser garantida independentemente do

dispositivo poder estar na posição de sombrear;

� Tanto quanto possível, deve permitir o acesso visual ao espaço exterior;

� Deve ser orientável o suficiente para poder acompanhar a inclinação da radiação

solar, permitindo diversos níveis de protecção, consoante a necessidade da mesma,

nas diversas horas do dia, ao longo de todo o ano. Convém que o sistema de

orientação se encontre no interior do edifício e de operação fácil e intuitiva;

Page 44: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 44

� A distância entre o vão e o sistema de sombreamento deverá ser o bastante para

que a ventilação natural possa ocorrer e assim contribuir para evitar a transmissão

da radiação térmica do próprio sistema ao paramento e, daí, ao interior do

compartimento;

� No Inverno, para conseguir um eficaz isolamento térmico da envolvente e assim

reduzir as perdas caloríficas, deve ser melhorado o Coeficiente de Transmissão

Térmica com o auxílio proveniente da oclusão nocturna.

� No controlo da iluminação interior, os sombreamentos devem:

o Garantir o controlo dos níveis de luminosidade;

o Ter a possibilidade de possuir lâminas de dupla função, ou seja, cuja parte

superior reflecte os raios solares para o tecto, o que permite uma maior

amplitude de abrangência da iluminação natural; ao mesmo tempo que

assegura o sombreamento junto ao vão para evitar zonas de reflexos e

brilhos nas diversas superfícies de trabalho. No inverso permite ter luz de

trabalho junto à altura de mesas e o obscurecimento da parte superior do

compartimento para projecção de multimédia;

o Podem também possuir lâminas duplas invertidas, onde a sua parte superior

consegue obscurecer o interior dos espaços e a sua parte inferior reflectir,

difusamente, a radiação solar.

É aconselhável que na instalação de dispositivos, mesmo que manuais, em novas

construções, ou em recentes intervenções de reabilitação ou requalificação, se possa pré-

instalar os circuitos eléctricos necessários à sua automatização, que assim, até poderá

ocorrer numa faz posterior. Os custos de o fazer após a conclusão das obras são

significativamente maiores. (Tirone, 2007, pg. 148-150)

6.1. O sistema de sombreamento exterior

Um bom sistema de sombreamento exterior orientável abrange todas as

particularidades salientadas anteriormente, refere Tirone (Tirone, 2007, pg. 149). É

um sistema que, normalmente, se caracteriza por lamelas de alumínio, entre 6 a 10

cm de largura, deslizantes em calhas verticais de ambos os lados, podendo ser

operadas tanto por via de motor eléctrico como manualmente.

Além das operações de recolha e abaixamento das lâminas, é possível

orientar as mesmas ao correcto ângulo para evitar a radiação solar excessiva ou a

Page 45: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 45

não desejada. Assegura, ainda, a comunicação visual com o exterior bem como a

ventilação natural do interior.

Podem reflectir até 80% dos raios solares e permitem a regulação e o

controlo da qualidade que se pretende para a iluminação natural, que serve os

espaços interiores.

Existe a variante orientável, porém fixa, de lamelas não recolhíveis, que se

podem instalar verticalmente, sobretudo para os vãos orientados a Poente, ou

instalados na horizontal para clarabóias. (Tirone, 2007, pg. 149-150)

Ainda segundo Tirone, um outro sistema de obscurecimento bastante eficaz

e válido, onde não seja possível o uso dos estores orientáveis exteriores, são as

telas.

Menos permeáveis ao ar e à vista, na sua posição para obscurecer, têm o

benefício da protecção os raios solares a um maior volume de ar.

Estão disponíveis sistemas verticais que operam entre calhas paralelas ao

vão ou à fachada a sombrear.

Existem, também, as que possuem mecanismos de braços projectantes, que

servem de toldos. (Tirone, 2007, pg. 150)

Os sistemas automatizados electrónicamente, têm a possibilidade de seguir

a orientação solar ao longo de todo o dia e ao longo do ano inteiro, adequando o

sombreamento à necessidade em cada momento, caso haja ou não necessidade de

sombrear, optimizando o sistema e minimizando os ganhos solares, bem como

reduzindo as necessidades de aquecimento nos meses de Inverno.

6.2. Sombreamentos a Sul

Palas de sombreamento e toldos são eficientes soluções , sempre que

possível a sua utilização;

As lâminas orientáveis horizontais permitem reflectir os raios solares – que a

Sul incidem entre os 28º e os 75º - sem comprometer grandemente a vista para o

exterior, dado o habitual ângulo horizontal da visão. (Tirone, 2007, pg. 150)

Page 46: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 46

6.3. Vãos envidraçados de orientação a Nascente e a Poente

Sabendo que nestas orientações o sol evolui sempre num ângulo baixo,

para assegurar a vista do exterior e também a iluminação natural, aconselha-se o

uso de sistemas como o de lâminas orientáveis verticais.

As lâminas horizontais também garantem a reflexão da radiação não

desejada mas comprometem a visão do panorama exterior, à medida que o trajecto

do sol se aproxima do seu cruzamento com o horizonte.

Atendendo ao clima existente em Portugal, os vãos a Poente são os que

mais podem contribuir para o sobreaquecimento dos espaços interiores, o que torna

imprescindível a utilização de um sistema de sombreamento, o mais adequado

possível. (Tirone, 2007, pg. 150)

6.4. Sobre a prevenção e a manutenção

o Segundo Livia Tirone, convém que haja acesso para limpeza e manutenção,

preferencialmente a ambas as faces do sistema de sombreamento e, quanto

o acesso à face exterior não seja prático, que exista a possibilidade de

desmontar a componente a limpar;

o Os sistemas orientáveis exteriores devem ser operados com regularidade

para manter a funcionar as suas partes móveis e as suas calhas

desobstruídas. ( Tirone, 2007, pg. 151)

Page 47: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 47

VIII. Análise e estudo de diversos tipos de sombreamento

1. Caracterização de um edifício tipo para estudo

Planta do espaço em estudo:

fig. 15 – Marco Roquete Ramos –

� Interiores

o 8,00m x 6,25m x 3,00m

o Área = 50,00 m2

o Volume = 150,00 m3

� Paramentos exteriores

o Espessura = 0,40m

o Dimensões (alturas incl. 0,20m laje + 0,10m murete)

o Fachada Sul - 8,80m x 3,30m

o Fachada Poente -7,05m x 3,30m

� Vidro duplo – 6mm x 10mm x 8mm

� Arvores caducifólias – considerou-se uma árvore jovem, com poucos anos de vida,

com altura próxima das que podem ser encontradas para plantio já neste estádio de

desenvolvimento:

o Altura média da copa – 3,30m

o Distância ao paramento – 3,50m

Page 48: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 48

� Pala (cortes da planta do espaço em estudo):

o Orientada a Sul, 0,60m x 2,00 m, a 2,40m de altura à cota do pavimento

fig. 16 – Marco Roquete Ramos –

o Orientada a Poente, 0,60m x 2,00m, a 2,40m de altura à cota do pavimento

fig. 17 – Marco Roquete Ramos –

Page 49: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 49

2. Cálculo de alturas solares e azimutes

Tabela 2 – Marco Ramos – Energia solar passiva I - Francisco Moita - INC.Moeda – pág. 113

fig. 18 – Marco Roquete Ramos –

Page 50: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 50

3. Pala de sombreamento horizontal sobre a fenestração

o Em 21 Jun – 12, 16 e 17h00m

fig. 19 – Marco Roquete Ramos –

� 12h00m – Paredes orientadas a Sul

fig. 20 – Marco Roquete Ramos –

� Da análise do esquema podemos inferir que:

o Uma pala horizontal de sombreamento com 60 cm de profundidade assegura

um total sombreamento da fenestração, que neste caso, é um tipo de janela

de sacada.

Page 51: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 51

� 16 e 17h00m – Paredes orientadas a Poente

fig. 21 – Marco Roquete Ramos

� Conclui-se que uma pala horizontal de sombreamento com 60 cm de profundidade:

o Pelas 16H00m, executa o sombreamento ineficaz da fenestração, dado que

permite a exposição da maior parte da fenestração à radiação solar.

o No entanto, com auxílio do elemento vegetal – uma árvore caducifólia, com

uma altura média da copa de 3,30m, plantada a cerca de 3,50m – permite o

sombreamento da quase totalidade da janela, quando o sol desce no

horizonte pelas 17h00m.

o A insuficiência da profundidade da pala, verificada nesta situação pelas

16h00m, pode ser solucionada por várias opções:

o Aumento da profundidade da pala e/ou diminuição da sua distância à verga

da janela, com as consequências / compromissos de ritmo, composição e

linguagem com que o edifício seria concebido

o Uso de pala orientável e/ou com elemento extensível;

o O encurtamento da distância da árvore ao edifício;

o Opção pouco recomendável, sobretudo em termos de segurança

o Uma árvore de copa mais elevada: Considerou-se uma árvore jovem para

este estudo.

� Mas uma árvore como um simples pessegueiro (prunus pérsica) atinge

uma média de 6,00m. No fundo, basta dar tempo à árvore para

crescer.

Page 52: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 52

o Em 21 Mar/Set

fig. 22 – Marco Roquete Ramos –

� Da análise do esquema podemos concluir que:

o Palas de sombreamento horizontal sobre as fenestrações, com esta

profundidade de 60cm, são insuficientes para garantir, só por si, a protecção

da radiação solar quer nas fachadas a Sul quer a Poente

� 12h00m – Paredes orientadas a Sul

fig. 23 – Marco Roquete Ramos –

� Neste caso, ficam a descoberto mais de 2/3 do vão envidraçado, o

que, mediante determinados factores, alguns exteriores como a

temperatura do ar, podem concorrer para um aumento da temperatura

interior.

Page 53: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 53

� Sem recurso a meios auxiliares de sombreamento – como estores,

redes de sombreamento ou vidros de controlo solar – no caso de a

temperatura exterior registar um valor elevado, grande parte dessa

radiação atravessará para o interior e se traduzirá num relevante

aumento da temperatura ambiente. Claro que, no caso de a

temperatura exterior registar valores abaixo do normal para a época

do ano, o efeito torna-se desejável.

� O elemento vegetal, dada a sua altura de copa, não tem aqui

relevância.

o Em 21 Mar/Set – 16 e 17h00m

� Paredes orientadas a Poente

fig. 24 – Marco Roquete Ramos –

� Palas com esta dimensão não têm qualquer efeito prático na defesa

contra a radiação solar do fim de tarde, nos vãos orientados a Poente.

� Contudo, o elemento vegetal assume aqui relevância. Funcionando

verticalmente como filtro dos raios solares, assegura, uma apreciável

protecção

Page 54: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 54

o Em 21 Dez – 12 e 16h00m

fig. 25 – Marco Roquete Ramos –

o Em Dezembro, seja a que horas do dia for, as protecções horizontais são

completamente ineficazes, dado a baixa declinação da radiação solar, ou

seja, o Sol está demasiado baixo no horizonte para este tipo de

sombreamento ter qualquer efeito. O que é bom, dado que contribui para o

aumento da temperatura interior dos edifícios.

� 12h00m – Paredes orientadas a Sul

fig. 26 – Marco Roquete Ramos –

Page 55: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 55

� 16h00m – Paredes orientadas a Poente

fig. 27 – Marco Roquete Ramos –

� O facto de o elemento vegetal escolhido ser caducifólio inibe a sua

acção enquanto sombreador vertical durante os meses de Inverno,

permitindo assim a insolação dos paramentos exteriores dos edifícios.

4. Pala de sombreamento horizontal sobre toda a fachada

o Em 21 Jun – 12h00m fig. 28 – Marco Roquete Ramos –

o As soluções de sombreamentos horizontais contínuos, quando bem

dimensionados nas orientações a Sul, têm a vantagem de estender os

benefícios a toda a extensão do paramento. Não só minimiza os ganhos

Page 56: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 56

solares pelo envidraçado, como também pelo restante corpo da parede.

Actua de uma forma uniforme sobre todo a composição da fachada,

prevenindo os ganhos indesejáveis tanto pelo envidraçado como pela

alvenaria ou outro material construtivo.

o Em 21 Jun – 16h00m

fig. 29 – Marco Roquete Ramos –

o Aqui pelas 16h00m de Junho, como, aliás, em todo o ano, este

sombreamento horizontal não tem efeito sobre as fachadas a Poente, só com

recurso à vegetação ou meios auxiliares de sombreamento se pode

assegurar a protecção da radiação solar.

o Em 21 Mar/Set – 12 e 16h00m

fig. 30 – Marco Roquete Ramos –

Page 57: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 57

o Como referi em 2.3.2, só por si esta solução é curta para assegurar a

protecção da radiação solar. O que é favorável ou não, consoante o efeito

seja desejável, em virtude da temperatura exterior e da necessidade de

contribuição dos ganhos solares para aumento de temperatura do espaço

interior.

o Em 21 Dez – 12 e 16h00m

fig. 31 – Marco Roquete Ramos –

o Da mesma forma que se explica em 2.3.4, em Dezembro, seja a que horas do

dia for, as protecções horizontais são completamente ineficazes. Desta forma,

todos os paramentos poderão beneficiar da exposição directa aos raios

solares.

5. Pala de sombreamento vertical sobre a fenestração

o Em 21 Jun – 12, 16 e 17h00m

fig. 32 – Marco Roquete Ramos –

Page 58: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 58

o As palas verticais são de efeito nulo contra o sol do meio-dia;

o Em Junho, só a partir do final da tarde, aproximadamente 17h00m em diante,

por força do seu azimute a partir dessa hora, é que poderão ser importantes,

dependendo da sua profundidade e distância ao vão.

o Em 21 Dez, Mar/Set – 12 e 16h00m

fig. 33 – Marco Roquete Ramos –

o Em Dezembro e mesmo nos Equinócios, dada a sua posição perpendicular à

parede, a medida de 60cm de profundidade que utilizei demonstrou ser

insuficiente para a protecção da radiação proveniente da posição do Sol a

Poente.

� Para que surta efeito, pode-se utilizar estas medidas, individual ou

conjuntamente:

• aumenta a profundidade do sombreamento;

• e/ou reduz a distância ao vão;

• utiliza-se sombreamentos orientáveis para compensar a

posição angular do Sol em relação ao Sul geográfico

Page 59: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 59

6. Ganhos Térmicos Totais (considerando nulos os ganhos internos) – Dados

resultantes do sombreamento e uso de árvores – ver Anexo

6.1. envidraçados sem pala e sem árvores

Tabela 3 – Marco Roquete Ramos –

6.2. envidraçados com pala de 0,60m de profundidade e sem árvores

Tabela 4 – Marco Roquete Ramos –

Page 60: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 60

6.3. envidraçados sem pala e com árvores de 3,3m de altura, a 3,5 de distância

Tabela 5 – Marco Roquete Ramos –

6.4. envidraçados com pala e com árvores

Tabela 6 – Marco Roquete Ramos –

Page 61: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 61

7. Quadros comparativos - Dados resultantes do sombreamento e uso de árvores

Tabela 7 – Marco Roquete Ramos –

� Fazendo a análise comparativa dos dados obtidos nesta investigação, deduzo que,

comparativamente a paramentos sem palas ou sem árvores:

o Uma pala de 0,60m x 2,00m, a 2,40m de altura à cota do pavimento, reduziu

o Ganho Térmico Total em 19%

o Uma árvore de 3,3m de altura, localizada a 3,5m do paramento, reduziu o

Ganho Térmico Total em 22%

o O uso conjunto de uma pala de 0,60m x 2,00m, a 2,40m de altura à cota do

pavimento; e uma árvore de 3,3m de altura, localizada a 3,5m, reduziu o

Ganho Térmico Total em 35%

IX. Conclusões

Da investigação sobre as práticas e tecnologias de sombreamentos que foram

feitas, podemos chegar a várias conclusões que seguidamente se apresentam. É um

raciocínio feito por base na recolha de dados e de estudos anteriores sobre o tema; da

observação dos esquemas elaborados para avaliar de que forma os raios solares incidentes

sobre os vãos e paredes, a determinadas horas do dia e em determinados dias do ano –

casos dos Solstícios e Equinócios –, são filtrados pelo uso de diversos tipos de

Page 62: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 62

sombreamentos. Recorreu-se também à análise comparativa dos cálculos. Apresentamos,

assim, as seguintes, conclusões:

1. Factor fundamental

� A melhor maneira de evitar que a radiação solar aumente de forma indesejável a

temperatura interior é, de facto, não permitir que a mesma radiação chegue a atingir

os espaços e os paramentos que os definem, para evitar ganhos directos e indirectos

de temperatura.

2. Sombreamento exterior

� Atendendo ao pressuposto anterior, é sempre de considerar o sombreamento

exterior como o mais eficaz.

� Se esse sombreamento for contínuo, então o efeito estender-se-á, não só às áreas

envidraçadas mas também às paredes.

o Como procurei demonstrar nos esquemas de sombreamentos horizontais

contínuos orientados a sul, um paramento nestas condições pode ser

protegido da incidência da radiação solar directa nos meses em que a mesma

não é desejada. Salvaguarda, porém, nos meses de frio, a possibilidade de

coexistência com “paredes de trombe”, possibilitando os ganhos solares,

transferindo essa energia ao interior do edifício por radiação das paredes

aquecidas. Isto sem ter de mexer sequer nos sombreamentos ou na

ocultação dos vidros dessas paredes: o correcto dimensionamento das palas

e correcta orientação solar tirarão proveito da trajectória solar.

3. Sistemas vernaculares de sombreamento

� Continuam válidas as técnicas ancestrais de sombreamento, dado que as suas

variáveis continuam, basicamente, as mesmas. Sobretudo no que concerne ao uso

da vegetação enquanto sistema dinâmico de sombreamento

4. Projecto

� Na concepção do edificado, é aconselhável proceder ao ensaio da implantação do

mesmo, por via de análise gráfica da incidência dos raios solares e ainda por recurso

a maquetas. Observar assim a dinâmica do binómio luz-sombra. Dessa observação o

Arquitecto, atendendo à existência de uma grande variedade de opções construtivas

e de tecnologia acessória, disporá de considerável versatilidade no uso de

sombreamentos em edifícios, qualquer que seja o programa. O sombreamento

Page 63: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 63

permite-lhe tirar partido da luz sem as nefastas consequências da excessiva

incidência da radiação solar. Mesmo quando, por opção conceptual explícita, os

sombreamentos exteriores não poderem ser contemplados, existem sempre

soluções capazes de minorar o efeito da exposição tanto de paredes como de vãos

envidraçados.

� Analisar as zonas de maior exposição e ponderar a pertinência validade das opções

arquitectónicas, tendo em conta os diversos factores de programa, composição,

ritmo, semiótica, enquadramentos paisagísticos e históricos; mas também o balanço

energético que advêm das escolhas encetadas.

� Valorizar convenientemente os diversos factores, tais como:

o a orientação solar; as cérceas; a estatística climática relativa à latitude e

condicionantes específicas do local da implantação, nas horas anuais de

insolação, temperaturas do ar e solo, ventos dominantes e demais dados; a

questão da envolvente paisagística e do uso da vegetação enquanto sistema

exterior de sombreamento vertical, ecológico, dinâmico, eficiente e pouco

dispendioso.

5. Análise dos dados de cálculo

� Decorrente da investigação, verifica-se que a diferença de ganho térmico total, por

uso de vegetação – neste caso, uma árvore de 3,3m de altura situada a 3,5 de

distância – é ligeiramente superior ao uso de uma pala horizontal com as dimensões

de 0,60x1,00m, a 2,40m de altura da cota de pavimento, num conjunto de fachadas

orientada a Sul e a Poente, numa latitude aproximada de 39º N, latitude aproximada

de Cascais: com pala – 19%, com árvore – 22%;

� Verifica-se que a diferença de ganho térmico total, por uso conjunto de vegetação e

de pala horizontal é de – 35%;

� Pode-se deduzir que o uso combinado de vegetação, enquanto sombreamento

vertical, e palas, como sombreamento horizontal, é uma boa solução que permite

reduzir cerca de um terço, pelo menos, do Ganhos Térmicos Totais transmitidos pela

incidência da radiação solar.

Page 64: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 64

X. Bibliografia

1. Bibliografia principal

� Moita, Francisco - Energia solar passiva I – Imprensa Nacional Casa-da-Moeda –

Lisboa, 1987

� Rocha, M. S. (INMG) – A radiação solar Global em Portugal Continental – Lisboa,

1982

� SMN – Atlas Climatológico de Portugal Continental – Lisboa, 1974

2. Bibliografia secundária

� Arquitectura & Construção – revista bimensal – Abril / Controljornal Editora

� A face oculta do Sol – Arquitectura e energia solar – Bricolo Lezardeur – tradução por

Manuel Crespo – Via Editora

� Bardou, Patrick; Arzoumanian, Varoujan – Sol y Arquitectura – Editorial Gustavo Gili

– Barcelona, 1980

� Berge, Bjorn – The Ecology of building materials – Oxford : Architectural Press

� Correia, M. Santos – Energia Solar – Editora Rei dos Livros – Lisboa

� Donald Watson, FAIA – The energy design handbook – The American Institute of

Architects –Washington DC

� Eco, Umberto – Como se faz uma Tese em Ciências Humanas – Editorial Presença –

Lisboa, 2007

� Gonçalves, Helder – Ambiente construido, clima urbano, utilização racional de

energia nos edifícios da cidade de Lisboa – INETI – Lisboa

� Gonçalves, Helder – Edifícios solares passivos em Portugal – INETI – Lisboa

� Gonçalves, Helder; Joyce, António, Silva, Luis - Forum Energias renováveis em

Portugal, uma contribuição para os objectivos de política energética e ambiental –

ADENE/INETI – Lisboa

� Krusche, P. e M., Althaus, D., e Gabriel, I – Oekologisches Bauen – Wiesbaden,

Berlin, 1982

� Instituto de Soldadura e Qualidade – Térmica em edifícios – Oeiras

� Morais, Simões – Desenho Básico – Desenho de construções – Porto Editora

� Ordem dos Arquitectos – A green Vitruvius

� Piedade, A. Canha – Climatização em edifícios, envolvente e comportamento térmico

– Edições Orion

Page 65: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 65

� Rocha, Rick – Alvenarias de tijolo cerâmico ou de blocos de cimento na construção

de paredes – ULHT – Lisboa, 2008

� Santos, António José – A iluminação natural nos edifícios – LNEC – Lisboa

� Viegas, J. C. – Ventilação natural de edifícios de habitação – LNEC – Lisboa

� Tirone, Livia; Ken Nunes – Construção Sustentável – Soluções eficientes hoje, a

nossa riqueza amanhã – edição Tirone Nunes – Lisboa, 2007

� Vitrúvio – Tratado de arquitectura – tradução, introdução e notas por M. Justino

Maciel – IST Press

3. Sites citados

� http://pt.saint-gobain-glass.com/

� http://construcaosustentavel.pt/

� www.acepe.pt/rccte/rccte.asp

� www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005/

� www.ecocasa.org/projecto1.php

� www.cienciaviva.pt/rede/energia/himalaya2005/

� www.cruzfer.pt

� http://www.biau.es/htm/bienal.htm

� http://www.xvbienaldearquitectura.cl/

4. Sites de consulta

� http://www.ecocasa.org/

� http://engenium.wordpress.com/2006/

12/30/verificacao-do-rccte-dl-802006/

� http://paginas.fe.up.pt/~vpfreita/te.ht

ml#I1

� www.cienciaviva.pt/rede/

� www.dowbuildingsolutions.com

� http://power.inescn.pt/claudio/

� http://www.archenergy.com/products/

visualdoe/

� http://www.arquitectura.pt/forum/

� http://www.buildingphysics.com/

� http://www.bcsdportugal.org/

� http://www.censolar.es/menu0.htm

� http://www.construirportugal.com/

� http://www.construlink.com/

� http://apps1.eere.energy.gov/buildi

ngs/tools_directory/software.cfm/ID

=398/pagename=alpha_list

� http://ure.aream.pt/main.php/aream

/ure.html

� http://engenium.wordpress.com/20

06/11/18/fichas-nova-

regulamentacao-energetica-de-

edificios/

� http://www.adene.pt/ADENE/Canai

s/SubPortais/SCE/

Page 66: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 66

� http://www.arch.hku.hk/research/BEE

R/casestud.htm#Internation

� http://www.arch.hku.hk/research/BEE

R/best.htm

� http://www.ineti.pt/

� http://www.hvacexchange.com/coolto

ols/http://www.iapmei.pt/

� http://www.dow.com/

� http://www.ecocasa.org/

� http://www.energiasrenovaveis.com/

� http://www.labeee.ufsc.br/ibpsa-

brasil/

� http://www.LNEC.pt

� http://www.nrcan-rncan.gc.ca/com/

� http://www.natural-

works.com/designbuilder/

� http://novo.oasrs.org/

� http://www.physibel.be/

� http://www.quercus.pt/scid/webquer

cus/DEFAULT.ASP

� http://www.spes.pt/pagina/

� http://www.tektonica.fil.pt/

� http://www.ursa.pt/

� http://www.vitruvius.com.br/

� www.ecocasa.org

� www.energie.fraunhofer.de

5. Outras fontes

� R.C.C.T.E.

� LNEC

� LNETI

� INETI

� ESA

� DECO

� Fraunhofer Institute

Page 67: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 67

XI. Anexos

1. Nascimento e Ocaso do Sol (Lisboa) – Jan a Jun /2008

Page 68: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 68

2. Nascimento e Ocaso do Sol (Lisboa) – Jul a Dez /2008

Page 69: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 69

3. Crepúsculos, comprimento do dia, Alturas e Azimutes do Sol (Lisboa) – Jan a Dez

/2008

Page 70: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 70

4. Diagrama solar – latitude aproximada de Lisboa

Page 71: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 71

5. Média anual da temperatura ambiente na Europa

6. Projecção Horizontal de azimutes utilizados para os esquemas de sombreamento

Page 72: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 72

7. Planta do edifício em estudo

Page 73: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 73

8. Pormenor da parede do paramento exterior

Page 74: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 74

9. Cálculo de Ganhos Solares

9.1. pela envolvente opaca

Page 75: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 75

9.2. envidraçados sem pala e sem árvores

Page 76: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 76

9.3. envidraçados com pala de 0,60m de profundidade e sem árvores

Page 77: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 77

9.4. envidraçados sem pala e com árvores de 3,3m de altura, a 3,5 de distância

Page 78: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 78

9.5. envidraçados com pala e com árvores

Page 79: Tese   sombreamentos - final

TESE DE MESTRADO INTEGRADO - Arquitectura SOMBREAMENTOS Marco Manuel Roquete Ramos

Marco Roquete Ramos – nº 2201178 Pág 79

Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos Marco Manuel Roquete Ramos –––– nº 2201178 nº 2201178 nº 2201178 nº 2201178 –––– AgostAgostAgostAgosto / 2009o / 2009o / 2009o / 2009

Tese de Tese de Tese de Tese de Mestrado IntegradoMestrado IntegradoMestrado IntegradoMestrado Integrado –––– Arquitectura Arquitectura Arquitectura Arquitectura

–––– SOMBREAMENTOSSOMBREAMENTOSSOMBREAMENTOSSOMBREAMENTOS ––––