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Curso de Extensão Universitária

Toxicologia

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Curso de Extensão Universitária

Módulo:

Introdução à Toxicologia

Responsáveis:

Prof. Dr. José María Monserrat

Prof. Dra. Laura Geracitano

Instituto de Ciências Biológicas

Universidade Federal do Rio Grande

Mecanismos de ativação e

detoxificação de compostos

tóxicos

Xenobiotico Metabólito

não tóxico Eliminação

Metabolito “ativado”

“Binding” a biomoléculas

(enzimas,receptores,

membranas, DNA)

Reparo celular

(Reparo de DNA,

síntese de

proteínas, etc)

Toxicidade (alterações

fisiológicas, injuria celular,

câncer)

Mecanismos de ativação e detoxificação

Mecanismos de ativação e detoxificação

Xenobi ó tico

Citocromo P450 + O 2

Xenobi ó tico

oxidado

Transferases + GSH

Conjugado

Fase 0: Incorporação

Fase I: Oxidação

Fase II: Conjugação

Fase III: Exportação

ATP ADP

Xenobi ó tico

Citocromo P450 + O 2

Xenobi ó tico

oxidado

Transferases + GSH

Conjugado

ATP ADP

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase 0

Condicionada pela quantidade de proteínas ou

canais presentes em cada tipo celular e pela

capacidade da molécula tóxica de poder se

mimetizar com metabolitos fisiológicos

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase 0: Exemplo da incorporação da cianotoxina microcistina

Transportadores de ânions

orgânicos (OATPs)

Extracel.

Intracel.

OATP

GSH

MYC

HIPÓTESE

Aumento inicial

Depleção

Efeitos sobre a [glutationa] (GSH)

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase 0: Exemplo da incorporação de microcistina em diferentes

órgãos

Fonte:

Cazenave et al.

(2005). Aquat.

Toxicol., 75:

178-190

(B) Corydora paleatus

(A) Jenynsia multidentata

(C) Odontesthes bonariensis

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase 0: Exemplo da incorporação de diferentes formas

inorgânicas do arsênio

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase 0: Exemplo da incorporação de arsênio

Diferentes linhagens celulares com

diferentes níveis constitutivos da

forma 9 da aquaporina (AQP9)

apresentam diferente sensibilidade ao

arsênio

Fonte: Leung et al. (2007).

Blood, 109: 740-746

Mecanismos de ativação e detoxificação

Incluem reações

que podem estar

associadas a um

aumento da

toxicidade do

composto

parental

O processo

fisiológico

normal

OHCH3

CH3

O

P450 aromatase

Testosterona

OH

CH3OH

Estradiol

1

2

3

4

567

8

9

10

11

12

benzo[a]pirenoO

benzo[a]pireno 4,5 epoxido

Epoxidação

Hidroxilação

Fase I

Mecanismos de ativação e detoxificação

Espécie Composto Concentração Taxa metabólica

o grupo no tecido (pmol/min/g)

animal (nmol/g)

Carassius PCP 10,0 19,20 3,70

auratus

Moluscos PCP 10,0 4,82 6,61

Peixe BaP 10,0 19,10 6,30

Crustáceos BaP 10,0 2,05 0,19

Fase I: Pode se observar nos peixes maior capacidade de

oxidação

Mecanismos de ativação e detoxificação

Xenobiótico | Hemo3+-O2 | P450

NADPH Xenobiótico | Hemo3+ | P450

e-

NADPH o NADH

e- Xenobiótico | Hemo2+ | P450

O2

O2 Hemo3+ | P450

H+

H20 +

Xenobiótico-OH

Xenobiótico | Hemo2+ | P450

Xenobiótico

Sistema de

monooxigenases

dependente do

citocromo P450

Fase I: Citocromo

P450

Mecanismos de ativação e detoxificação

Proteína

translocadora

(Hsp90) Agente indutor

(PAH, por exemplo)

Receptor Ah

Complexo

ativado

Citoplasma

Núcleo

Fase I

Mecanismos de ativação e detoxificação

Núcleo

TATA Exon 1 Responsive

element

mRNA

mRNA

mRNA

Transcripção

Traducção Citocromo P450

Fase I

Mecanismos de ativação e detoxificação

Análise imunocitoquímico de

CYP1A em brânquias de tilapia

(Oreochromis niloticus)

A: peces amostrados em um

local contaminado o (reservatório

Billings, São Paulo).

B: peces amostrados num local

referência.

Fase I

A

B

Fonte: Bainy et al. (1999).

Aquat. Toxicol., 44: 289-305

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase II

Mecanismos de ativação e detoxificação

Estas reações são

catalisadas por

enzimas

chamadas

glucuronidos

transferasae,

enzimas

associadas ao

retículo

endoplasmático,

onde ocorrem as

reações de Fase I,

diminuindo a vida

média dos

produtos desta

fase.

Fase II: Conjugação com derivados do ácido glucurônico

Mecanismos de ativação e detoxificação

Esta é uma

das reações

de

conjugação

mais

estudadas.

Fase II: Conjugação com glutationa

Mecanismos de ativação e detoxificação

Desde o ponto

de vista

ambiental,

existem toxinas

como a

microcistina

que são

substrato para

a conjugação

com a

glutationa

reduzida (GSH,

círculo

vermelho).

Fonte: Pflugmacher et al. (2001). Environ. Toxicol. Chem., 20: 846-852.

Fase II: Conjugação com glutationa, catalisada pela enzima glutationa-S-

transferase (GST)

Mecanismos de ativação e detoxificação

GSH MIC + GSH MIC GST

Fonte: Pflugmacher et al. (1998).

Biochim. Biophys Acta, 1425: 527-533.

CI50 (g/l) Índice

Microcistina 36,33 8,37

Mic-GSH 272,51 4,43

Fonte: Metcalf et al. (2000).

FEBS Lett. 189: 155-158.

MIC+

GSH

MIC+

GSH

MIC

MIC

para fosfatases hepatossomático Fase II: Conjugação

com glutationa,

catalisada pela enzima

glutationa-S-

transferase (GST)

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase II: A atividade da GST é muitas vezes utilizada como um índice da

capacidade de detoxificação de um organismo

Hypophthalmichthys molitrix

Aristichthys nobilis

Carassius auratus

Culter ilishaeformis

Fonte: Qiu et al. (2007). Toxicon, 50: 365-376.

Ejemplo de

aplicação

Mecanismos de ativação e detoxificação

Neohelice granulata

(Decapoda)

Exemplo de aplicação: Aumento da

GST em brânquias posteriores dos

caranguejos expostos à microcistina

Exemplo de aplicação: Aumento da

GST em hepatopáncres dos

caranguejos expostos à microcistina

Fonte: Pinho et al. (2003). Comp.

Biochem. Physiol., C 135: 459-468

Fonte: Vinagre et al. (2003). Comp.

Biochem. Physiol., C 135: 67-75

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase II: A atividade da GST é muitas vezes utilizada como um índice da

capacidade de detoxificação de um organismo

Exemplo de aplicação:

O trabalho de Best et al.

(2002) mostra que os lipo-

polisacárideos (LPS)

associados à

cianobactérias induzem

inibição da GST, o que

jogaria em contra do

processo de detoxificação

Danio rerio

Fonte: Best et al. (2002). Aquat.

Toxicol., 60: 223-231

Mecanismos de ativação e detoxificação

GST 4 semanas

Órgão

Cérebro Músculo Fígado Brânquias 0

50

100

Controle

+AL

Ativid

ade

da G

ST

(n

mo

les C

DN

B-G

ST

/min

/mg d

e p

rote

ína

s) *

50

Corydora paleatus

Fase II: Estratégias de quimioprevenção com utlização

de antioxidantes (ácido lipoico, por exemplo)

Fonte: Monserrat et al. (2008).

Comp. Biochem. Physiol., C 148:

287-292

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Mecanismos de ativação e detoxificação

Pgp : eliminação de toxinas, drogas antineoplásicas ,

hidrocarbonetos, etc. Os transportadores MDR formam parte das Pgp

MRP : eliminação de toxinas por co-transporte com -

MDR

1 MRP

2

MDR

1

MRP

2

Ntcp Oatp

Apical

Baso -

lateral MRP

1

Transportadores de sais biliares Sódio dependentes : Ntcp

Sódio independentes: Oatp {

Transportadores da família ABC {

União estreita

GSH (MRP1) ou de conjugados com GSH (MRP2)

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Inibidores das glicoproteínas P

Diretos: inibição por bloqueio do sítio ativo da

P-gp: verapamil

Indiretos: inibição da proteína quinase C que

fosforila as P-gp e as ativa: staurosporina

Quimio-sensibilisadores

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Se verifica um aumento da concentração de proteína P-gp com dois

tipos de tóxicos. A funcionalidade é medida pela capacidade de

eliminação de rodamina: quanto menor é a fluorescência, maior é a

actividade. Observe que isso é verificado após exposição com cádmio

NA AUSÊNCIA DO INIBIDOR VERAPAMIL

Fonte: Eufemia e Epel (2000). Aquat. Toxicol., 49: 89-100.

Mytilus californianus

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

As células tipo

Lucena possuem

o fenótipo MDR,

que ameniza a

toxicidade da

microcistina em

concentrações de

0,8 µg/L. Isto

sugere um papel

das proteínas da

família MDR na

eliminação de

microcistinas

Fonte: Votto et al.

(2007). Cell Biol. Int., 31:

1359-1366.

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

As células tipo

Lucena possuem

fenótipo MDR e

apresentaram

menor dano de

DNA que as

células tipo K562.

Isto sugere um

papel das

proteínas da

família MDR na

eliminação de

microcistinas

Fonte: Votto et al.

(2007). Cell Biol. Int., 31:

1359-1366.

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Fonte: Votto et al.

(2007). Cell Biol. Int., 31:

1359-1366.

As células tipo

Lucena possuem

fenótipo MDR e

apresentaram

menor

concentração de

espécies reativas

de oxígênio (RSO)

que as células tipo

K562. Isto sugere

um papel das

proteínas da

família MDR na

eliminação de

microcistinas

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Diferenças na expressão da P-gp entre

“sea urchin” (Lytechinus amanesus) e

Urechis caupo quando expostos a petróleo

bio-degradado se traduz em uma maior

sensibilidade no caso da “sea urchin”

Fonte: Hamdoun et

al. (2002). Aquat.

Toxicol., 61: 127-140.

Lychetinus amanesus Urechis caupo

Mecanismos de ativação e detoxificação

Jenynsia

multidentata

A exposição a 2 µg/L de microcistina levou a um aumento da expressão da P-gp (Fig. A) nas

brânquias do peixe J. multidentata, com um conseqüente aumento da quantidade de proteína

(Fig. B). Isto sugere um papel das proteínas da família MDR na eliminação de microcistinas

Fonte: Amé et al. (2007). Chemosphere, 74: 1179-1186.

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

Jenynsia

multidentata

Fuente: Amé et al. (2007). Chemosphere, 74: 1179-1186.

Mecanismos de ativação e detoxificação

Fase III: Eliminação de metabólitos de substancias tóxicas para fora da célula

A exposição a 2 µg/L de microcistina levou a um aumento da expressão da P-gp (Fig. A) no

cérebro do peixe J. multidentata, com um conseqüente aumento da quantidade de proteína

(Fig. B). Isto sugere um papel das proteínas da família MDR na eliminação de microcistinas