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Trajetória do Serviço Social

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Trajetória do Serviço Social

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Trajetória do Serviço Social

A emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nos anos 1920 e 1930, sob influência católica europeia. Com ênfase nas ideias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica está a serviço da doutrina social da Igreja.

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Nos anos 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro recebe influência norteamericana. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.

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Nos anos 1960 e 1970, há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo.

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O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.

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Profissionais ampliam sua atuação para as áreas de:

pesquisa, administração, planejamento, acompanhamento e avaliação de

programas sociais, além das atividades de execução e

desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares.

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Cresce o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.

Com os ventos democráticos dos anos 1980, inaugura-se o debate da ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista e no humanismo cristão.

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Assume-se claramente, no Código de Ética Profissional aprovado em 1986, a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”.

O Código traz também outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a percepção do valor da denúncia (inclusive a formulada por usuários).

No âmbito da formação profissional, busca-se a ultrapassar o tradicionalismo teórico-metodológico e ético-político, com a revisão curricular de 1982. Supera-se, na formação, a metodologia tripartite e dissemina-se a ideia da junção entre a técnica e o político.

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Há ainda a democratização das entidades da categoria, com a superação da lógica cartorial pelo Conjunto CFESS/CRESS, que conquista destaque no processo de consolidação do projeto ético-político do Serviço Social.

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Nos anos 1990, se verificam, no âmbito do Serviço Social, os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da redução do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos conselhos de direitos e ocupa funções de assessoria entre outros.

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Discutindo sua trajetória profissional, ressignifica o uso do instrumental técnico-operativo e cria novos instrumentos, como mediação para o alcance das finalidades, na direção da competência ética, política e teórica, vinculada à defesa de valores sociocêntricos emancipatórios.

Partindo do pressuposto da necessidade da capacitação continuada, o Serviço Social busca superar a prática tecnicista, pretensamente neutra, imediatista ou voluntarista.

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Nos anos 2000, a conjuntura provoca novas disputas em torno da “questão social” e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais. Assistimos à diversas formas de precarização da formação profissional, como parte do processo de precarização da educação brasileira.

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A Prática do Serviço Social

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O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”. Isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho.

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Assistentes sociais se inserem nas mais diversas áreas:

saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça etc.

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Com papel de:oplanejar, gerenciar,o administrar,o executar e oassessorar políticas, oprogramas e oserviços sociais, atuam nas relações entre os seres humanos no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços.

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É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético-político, que foi construído pela categoria nas décadas de 1970 e 1980.

O Projeto ético-político expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária. Justa, democrática e garantidora de direitos universais.

Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8662/93, no código de Ética Profissional de 1993 e nas Diretrizes Curriculares.

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A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930.

O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953.

Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão.

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Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria, um novo aparato jurídico se fez necessário para expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora.

Hoje, a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais.

Em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, a lei define competência e atribuições privativas da assistente social.

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De acordo com a lei, assistentes sociais:

realizam estudos e pesquisas para avaliar a realidade e emitir parecer social e propor medidas e políticas sociais;

planejam, elaboram e executam planos, programas e projetos sociais;

prestam assessoria e consultoria a instituições públicas e privadas e a movimentos sociais;

orientam indivíduos e grupos, auxiliando na identificação de recursos e proporcionando o acesso aos mesmos;

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realizam estudos socioeconômicos com indivíduos e grupos para fins de acesso a benefícios e serviços sociais e atua no magistério de Serviço Social e na direção de Unidade de ensino e Centro de estudos.

Além da Lei, contamos também com o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória profissional.

Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS.

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O Código representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico Ele:

delineia parâmetros para o exercício profissional,

define direitos e deveres dos assistentes sociais,

buscando a legitimação social da profissão e garantia da qualidade dos serviços

prestados. O Código é expressão da renovação e do

amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia, em seus princípios fundamentais, o compromisso ético-político assumido pela categoria.

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ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DE ASSISTENTES SOCIAIS

As atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social, em todos os espaços sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos profissionais quanto pelas instituições empregadoras.

O Código de Ética se refere aos direitos dos assistentes sociais.

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O artigo 2º do Código de Ética assegura:

a)garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;

b)livre exercício das atividades inerentes à profissão;

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c)participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais e na formulação e implementação de programas sociais;

d)inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional;

e)desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;

f)aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código;

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g)pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população;

h)ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções;

i)liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos

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No que se refere aos deveres profissionais, o artigo 3º do Código de Ética estabelece:

a)desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor;

b)utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da profissão;

c)abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes.

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Lei de Regulamentação da Profissão, requisitam do profissional algumas competências gerais que são fundamentais à compreensão do contexto sócio-histórico em que se situa sua intervenção, a saber:

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apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade;

análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país e as particularidades regionais;

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compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade;

identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 1996).

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A Lei de Regulamentação da Profissão estabelece, no seu artigo 4º,como competências da/o assistente social:

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elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto à órgãos da administração pública direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;

elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam de âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;

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encaminhar providências e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;

orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;

planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais;

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planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;

prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta, indireta, empresas privadas e outras entidades;

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prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

planejamento, organização e administração de serviços sociais e de Unidade de Serviço Social;

realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto aos órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.

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No artigo 5º, apresenta como

atribuições privativas

do Assistente Social:

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coordenar, planejar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social;

planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;

assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades em matéria de Serviço Social;

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realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;

assumir, no magistério de Serviço Social, tanto a nível de graduação quanto pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;

treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;

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dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;

dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social;

elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos e outras formas de seleção para assistentes sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;

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coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

fiscalizar o exercício profissional por meio dos Conselhos Federal e Regionais;

dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;

ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional.

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O Código de Ética Profissional (1993)também

apresentaferramentas fundamentais para a atuação profissional

no cotidiano, ao colocar como princípios:

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reconhecimento da liberdade como valor ético central:

defesa intransigente dos direitos humanos; ampliação e consolidação da cidadania, com

vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras;

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defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização política e da riqueza socialmente produzida;

posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

empenho na eliminação de todas as formas de preconceito;

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garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

opção por um projeto vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação/exploração de classe, etnia e gênero;

articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste código e com a luta geral dos trabalhadores;

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compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

exercício do Serviço Social sem discriminação.

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O conhecimento da legislação social é um pré-requisito para o exercício do trabalho. No caso do Serviço Social, esta é uma matéria obrigatória prevista nas Diretrizes Curriculares.

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Entre as principais legislações que são instrumento de trabalho dos profissionais,

destacam-se: Constituição Federal – CF, 1988; Lei Orgânica da Saúde – LOS/1991; Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS/1992; Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS / 1993; Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA/1990; Estatuto do Idoso – Lei 10741/2004; Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004; Política Nacional do Idoso – PNI/1995

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Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência –PNIPD/1999;

Norma Operacional Básica de Assistência Social– NOBSUAS/2005;

Novo Código Civil; Norma Operacional Básica de Recursos

Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS/2007;

Decretos e Portarias do Ministério de Desenvolvimento Social;

Programa Brasil sem Homofobia

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As competências específicas dos/as assistentes sociais, no âmbito da política de Assistência

Social, abrangem diversas dimensões interventivas, complementares e indissociáveis:

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1. uma dimensão que engloba as abordagens individuais, familiares ou grupais na perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e equipamentos públicos.

Essa dimensão não deve se orientar pelo atendimento psicoterapêutico a indivíduos e famílias (próprio da Psicologia), mas sim à potencialização da orientação social, com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais;

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2. uma dimensão de intervenção coletiva junto a movimentos sociais, na perspectiva da socialização da informação, mobilização e organização popular, que tem como fundamento o reconhecimento e fortalecimento da classe trabalhadora como sujeito coletivo na luta pela ampliação dos direitos e responsabilização estatal;

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3. uma dimensão de intervenção profissional voltada para inserção nos espaços democráticos de controle social e construção de estratégias para fomentar a participação, reivindicação e defesa dos direitos pelos/as usuários/as e trabalhadores/as nos Conselhos, Conferências e Fóruns da Assistência Social e de outras políticas públicas;

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4. uma dimensão de gerenciamento, planejamento e execução direta de bens e serviços a indivíduos, famílias, grupos e coletividade, na perspectiva de fortalecimento da gestão democrática e participativa, capaz de produzir, intersetorial e interdisciplinarmente, propostas que viabilizem e potencializem a gestão em favor dos/as cidadãos/ãs;

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5. uma dimensão que se materializa na realização sistemática de estudos e pesquisas que revelem as reais condições de vida e demandas da classe trabalhadora, e possam alimentar o processo de formulação, implementação e monitoramento da política de Assistência Social;

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Uma dimensão pedagógico-interpretativa e socializadora de informações e saberes no campo dos direitos, da legislação social e das políticas públicas, dirigida aos/às diversos/as atores/atrizes e sujeitos da política: os/as gestores/as públicos/as, dirigentes de entidades prestadoras de serviços, trabalhadores/as, conselheiros/as e usuários/as

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A materialização dessas diversas dimensões é prenhe de possibilidades e pode se desdobrar em diversas competências, estratégias e procedimentos específicos, com destaque para:

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realizar pesquisas para identificação das demandas e reconhecimento das situações de vida da população, que subsidiem a formulação dos planos de Assistência Social;

• formular e executar os programas, projetos, benefícios e serviços próprios da Assistência Social, em órgãos da Administração Pública, empresas e organizações da sociedade civil;

• elaborar, executar e avaliar os planos municipais, estaduais e nacional de Assistência Social, buscando interlocução com as diversas áreas e políticas públicas, com especial destaque para as políticas de Seguridade Social;

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• formular e defender a constituição de orçamento público necessário à implementação do plano de Assistência Social;

• favorecer a participação dos/as usuários/as e movimentos sociais no processo de elaboração e avaliação do orçamento público;

• planejar, organizar e administrar o acompanhamento dos recursos orçamentários nos benefícios e serviços socioassistenciais nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS);

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• realizar estudos sistemáticos com a equipe dos CRAS e CREAS, na perspectiva de análise conjunta da realidade e planejamento coletivo das ações, o que supõe assegurar espaços de reunião e reflexão no âmbito das equipes multiprofissionais;

• contribuir para viabilizar a participação dos/as usuários/as no processo de elaboração e avaliação do plano de Assistência Social;

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Prestar assessoria e consultoria a órgãos da Administração Pública, empresas privadas e movimentos sociais em matéria relacionada à política de Assistência Social e acesso aos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

• estimular a organização coletiva e orientar/as os usuários/as e trabalhadores/as da política de Assistência Social a constituir entidades representativas;

• instituir espaços coletivos de socialização de informação sobre os direitos socioassistenciais e sobre o dever do Estado de garantir sua implementação;

• assessorar os movimentos sociais na perspectiva de identificação de demandas, fortalecimento do coletivo, formulação de estratégias para defesa e acesso aos direitos;

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realizar visitas, perícias técnicas, laudos, informações e pareceres sobre acesso e implementação da política de Assistência Social;

realizar estudos sócioeconômicos para identificação de demandas e necessidades sociais;

organizar os procedimentos e realizar atendimentos individuais e/ou coletivos nos CRAS;

exercer funções de direção e/ou coordenação nos CRAS, CREAS e Secretarias de Assistência Social;

fortalecer a execução direta dos serviços socioassistenciais pelas prefeituras, governo do DF e governos estaduais, em suas áreas de abrangência;

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realizar estudo e estabelecer cadastro atualizado de entidades e rede de atendimentos públicos e privados;

prestar assessoria e supervisão às entidades não governamentais que constituem a rede socioassistencial;

participar nos Conselhos municipais, estaduais e nacional de Assistência Social na condição de conselheiro/a;

atuar nos Conselhos de Assistência Social na condição de secretário/a executivo/a;

prestar assessoria aos conselhos, na perspectiva de fortalecimento do controle democrático e ampliação da participação de usuários/as e trabalhadores/as;

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• organizar e coordenar seminários e eventos para debater e formular estratégias coletivas para materialização da política de Assistência Social;

• participar na organização, coordenação e realização de conferências municipais, estaduais e nacional de Assistência Social e afins; elaborar projetos coletivos e individuais de fortalecimento do protagonismo dos/as usuários/as;

• acionar os sistemas de garantia de direitos, com vistas a mediar seu acesso pelos/as usuários/as;

• supervisionar direta e sistematicamente os/as estagiários/as de Serviço Social.

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O Serviço Social na Saúde

Os assistentes sociais na saúde atuam em quatro grandes eixos:

atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle social; investigação, planejamento e gestão;

assessoria, qualificação e formação profissional.

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O atendimento direto aos usuários se dá nos diversos espaços de atuação profissional na saúde, desde a atenção básica até os serviços que se organizam a partir de ações de média e alta complexidade, e ganham materialidade na estrutura da rede de serviços brasileira a partir das Unidades da Estratégia de Saúde da Família, dos postos e centros de saúde, policlínicas, institutos, maternidades, Centros de Apoio Psicossocial (CAPs), hospitais gerais, de emergência e especializados, incluindo os universitários, independente da instância a qual é vinculada seja federal, estadual ou municipal.

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AÇÕES SOCIOASSISTENCIAIS

Essas ações têm-se constituído como as principais demandas aos profissionais de Serviço Social. Segundo Costa (2000), a inserção dos assistentes sociais nos serviços de saúde é mediada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que se definem e redefinem a partir das condições históricas sob as quais a saúde pública se desenvolveu no Brasil.

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Essas questões vão aparecer no cotidiano dos serviços por meio das seguintes

demandas explícitas: solução quanto ao atendimento (facilitar

marcação de consultas e exames, solicitação de internação, alta e transferência);

reclamação com relação a qualidade do atendimento e/ou ao não atendimento (relações com a equipe, falta de medicamentos e exames diagnósticos, ausência de referência e contrarreferência institucional, baixa cobertura das ações preventivas, entre outros);

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não entendimento do tratamento indicado e falta de condições para realizar o tratamento, devido ao preço do medicamento prescrito, do transporte urbano necessário para o acesso à unidade de saúde, ou horário de tratamento incompatível com o horário de trabalho dos usuários;

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desigualdade na distribuição e cobertura dos serviços de saúde, nos municípios e entre os municípios, obrigando a população a ter de fazer grandes deslocamentos para tentar acesso aos serviços;

agravamento das situações de morbidade e mortalidade por doenças passíveis de prevenção.

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Outras demandas referem-se às condições reais de vida dos usuários que se apresentam como: desemprego e subemprego; ausência de local de moradia; violência urbana, doméstica e acidentes de trabalho; abandono do usuário.

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As principais ações a serem desenvolvidas pelo assistente social são:

democratizar as informações por meio de orientações (individuais e coletivas) e /ou encaminhamentos quanto aos direitos sociais da população usuária;

construir o perfil socioeconômico dos usuários, evidenciando as condições determinantes e condicionantes de saúde, com vistas a possibilitar a formulação de estratégias de intervenção por meio da análise da situação socioeconômica (habitacional, trabalhista e previdenciária) e familiar dos usuários, bem como subsidiar a prática dos demais profissionais ;

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enfatizar os determinantes sociais da saúde dos usuários, familiares e acompanhantes por meio das abordagens individual e/ou grupal;

facilitar e possibilitar o acesso dos usuários aos serviços, bem como a garantia de direitos na esfera da seguridade social por meio da criação de mecanismos e rotinas de ação;

conhecer a realidade do usuário por meio da realização de visitas domiciliares, quando avaliada a necessidade pelo profissional do Serviço Social, procurando não invadir a privacidade dos mesmos e esclarecendo os seus objetivos profissionais;

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conhecer e mobilizar a rede de serviços, tendo por objetivo viabilizar os direitos sociais por meio de visitas institucionais, quando avaliada a necessidade pelo Serviço Social;

fortalecer os vínculos familiares, na perspectiva de incentivar o usuário e sua família a se tornarem sujeitos do processo de promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde;

organizar, normatizar e sistematizar o cotidiano do trabalho profissional por meio da criação e implementação de protocolos e rotinas de ação;

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formular estratégias de intervenção profissional e subsidiar a equipe de saúde quanto as informações sociais dos usuários por meio do registro no prontuário único, resguardadas as informações sigilosas que devem ser registradas em material de uso exclusivo do Serviço Social;

elaborar estudos socioeconômicos dos usuários e suas famílias, com vistas a subsidiar na construção de laudos e pareceres sociais a perspectiva de garantia de direitos e de acesso aos serviços sociais e de saúde;

buscar garantir o direito do usuário ao acesso aos serviços;

emitir manifestação técnica em matéria de serviço social, em pareceres individuais ou conjuntos, observando o disposto na Resolução CFESS nº 557/2009.

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Formação profissional

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O Serviço Social é uma profissão de nível superior. Várias instituições de ensino oferecem a formação, com duração mínima de quatro anos, que confere o título de bacharel em Serviço Social. O diploma de bacharel é condição legal para o exercício da profissão.

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Símbolos A cor do Serviço Social é o Verde. E seus símbolos são: - Turmalina Verde - Balança com a Tocha

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O verde predominante preserva a origem da cor profissional. Seus diferentes tons visam significar a diversidade existente na classe trabalhadora.

Há, ainda, uma possível associação com a natureza. Cada vez mais se impõe ao ser humano a necessidade de utilizá-la de modo auto-sustentável, combatendo o caráter destruidor das riquezas naturais próprios do capitalismo contemporâneo.

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O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a profissão do assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais ter sido editado em 15 de maio de 1962.

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Assim, embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio da Lei no. 3252 de 27 de agosto de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal e Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de junho de 1993 – Conselho Federal e Regionais de Serviço Social.

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O assistente social não possui piso salarial. Para trabalhos, sem vínculo empregatício (consultoria, assessoria, parecer social entre outros), o Conjunto CFESS/CRESS estabeleceu a Tabela de Honorários Profissionais do Serviço Social que está disponível na área “Tabela Referencial”.

http://www.cfess.org.br Existe um projeto de lei PL

5278/2009 em tramitação no Congresso Nacional para estabelecer o piso de As.

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Referências Bibliográficas Conteúdo do site do CFESS; Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social/Centro de Documentação e Pesquisa em

Políticas Sociais e Serviço Social. Rev. Serviço Social & Sociedade. Proposta básica para o projeto de formação profissional. O Serviço Social no Século 21: Cortez, n. 50, p. 143-171, ano 27, abr. 1996.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Disponível em: <http://www. observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-47.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2008.

______. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília/DF, 1990a. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/lei_8080_90.pdf>.

Acesso em: 20 out. 2007. ______. Lei n. 8662, de 07 de junho de 1993. Lei de regulamentação da profissão de assistente

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atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2011, 62 p.

IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço social no Brasil - esboço de uma interpretação histórico metodológica. 2a. Ed. São Paulo: Cortez, 1982.

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OBRIGADA!

Conceição Amorim Bacharel em Serviços Social , especialista

em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça – especialista em Saúde Pública e da Fámilia e em Didática do Ensino Superior.

*[email protected] (99) 98203 8260