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Tropicalismo

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Tropicalismo traz um breve relato desse importante movimento de contra cultura no Brasil

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Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: um dos marcos do Tropicalismo

Origem do tropicalismo 

O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas, cinema, poesia, teatro), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 

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O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.

O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

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O Tropicalismo, logo depois de sua "explosão" inicial, transformou-se num termo corrente da indústria cultural e da mídia. Em que pesem as polêmicas geradas inicialmente (e não foram poucas), o Tropicalismo acabou consagrado como ponto de clivagem ou ruptura, em diversos níveis: comportamental, político-ideológico, estético. Ora apresentado como a face brasileira da contracultura, ora apresentado como o ponto de convergência das vanguardas artísticas mais radicais (como a Antropofagia modernista dos anos 20 e a Poesia Concreta dos anos 50, passando pelos procedimentos musicais da Bossa Nova), o Tropicalismo, seus heróis e "eventos fundadores" passaram a ser amados ou odiados com a mesma intensidade. Atualmente, mais amados do que odiados, diga-se.

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•Atualização da linguagem musical brasileira em relação ao que se vinha fazendo, especialmente na Europa (Beatles) e Estados Unidos (filosofia hippie)

•Crítica aos valores éticos, morais e estéticos da cultura brasileira

•Rejeição à tendência lírica da MPB através de uma linguagem mais realista e atual

•Compromisso total com os estilos, com os modismos, com as coisas feitas e esgotadas

•Adoção de uma visão latino-americana inserida na realidade cotidiana

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O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

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Caetano Veloso

Gilberto Gil

Os Mutantes

Torquato Neto

Tom Zé

Jorge Bem

Gal Gosta

Maria Bethânia

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-TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes

- CAETANO VELOSO – 1968

- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil

- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat

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-Tropicália (Caetano Veloso, 1968)

- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968) - Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)

- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)

- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)

- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)

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O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.

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O Tropicalismo aparece também em outras artes: no teatro, com as experiências inovadoras do Grupo Oficina, nas montagens das peças: O Rei da Vela; no cinema, acompanhando a radicalização das teses do Cinema Novo, em torno do lançamento de Terra em Transe, de Glauber Rocha e nas artes plásticas, as experiências de Hélio Oiticica, campo onde a palavra Tropicália ganhou significado inicial, adquirindo as feições gerais que mais tarde consagraria o movimento.

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O batismo do novo termo coube às artes plásticas, diga-se, a Hélio Oiticica e sua tentativa de estabelecer uma nova objetividade como corrente principal da vanguarda brasileira. Entre parangolés, táteis e móbiles, Oiticica encontrou na sua obra-ambiência Tropicália a síntese das experiências mais atualizadas da vanguarda com a tradição popular brasileira mais despretensiosa.

As artes plásticas

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Logo após essa sua obra sintética, proclamou.

A arte já não é mais instrumento de domínio intelectual, já não poderá mais ser usada como algo supremo, inatingível, prazer do burguês tomador de whisky e do intelectual especulativo. Só restará da arte passada o que puder ser apreendido como emoção direta, o que conseguir mover o indivíduo do seu condicionamento opressivo, dando-lhe uma nova dimensão que encontre uma resposta no seu comportamento.

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O Tropicalismo, no âmbito das artes plásticas, é tributário de uma corrente de vanguarda que, desde a cisão dos artistas concretos e neo-concretos em 1959-1960, procurava apostar na emoção e na desvalorização da arte em si, como procedimento de crítica da instituição-arte e como desmistificação do artista como arauto de um projeto intelectual e ideológico coerente que deveria ser comunicado às massas. Nem pedagogia conteudista (base da arte de esquerda), nem elevação do gosto médio do público (utopia presente nas vanguardas construtivistas, como a Poesia Concreta; que defendiam a aproximação da arte e da linguagem não para desvalorizar a instituição-arte mas para valorizar e incrementar a percepção do mundo, por parte do homem moderno). As experiências de Hélio Oiticica visavam sobretudo resolver o problema de criação e intervenção artístico-cultural na sociedade brasileira, sem imitar os procedimentos e problemáticas das artes plásticas dos grandes centros internacionais, fugindo ao mesmo tempo do vanguardismo construtivista e do pedagogismo nacionalista.

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O que nos importa destacar é que as experiências das artes plásticas acabaram sendo uma espécie de ponta de lança para as problemáticas que as artes de público massivo, como o teatro e a música (no sentido das canções de mercado), acabariam radicalizando. Além disso, estas áreas de criação encontrariam públicos nos quais o choque do novo teria um efeito mais perturbador.

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“Tropicália é um tipo de labirinto fechado, sem caminhos alternativos para a saída. Quando você entra nele não há teto, nos espaços que o espectador circula há elementos táteis. Na medida em que você vai avançando, os sons que você ouve vindos de fora (vozes e todos tipos de som) revelam como tendo sua origem num receptor de televisão que está colocado ali perto. É extraordinário a percepção das imagens que se tem: quando você se senta numa banqueta, as imagens de televisão chegam como se estivessem sentadas à sua volta. Eu quis, neste penetrável, fazer um exercício de imagens em todas as suas formas: as estruturas geométricas fixas (se parece com uma casa japonesa-mondianesca), as imagens táteis, a sensação de caminhada em terreno difícil (no chão há três tipos de coisas: sacos com areia, areia, cascalho e tapetes na parte escura, numa sucessão de uma parte a outra) e a imagem televisiva. (...)

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(...) Eu criei um tipo de cena tropical, com plantas, areias, cascalhos. O problema da imagem é colocado aqui objetivamente, mas desde que é um problema universal, eu também propus este problema num contexto que é tipicamente nacional, tropical e brasileiro. Eu quis acentuar a nova linguagem com elementos brasileiros, numa tentativa extremamente ambiciosa em criar uma linguagem que poderia ser nossa, característica nossa, na qual poderíamos nos colocar contra uma imagética internacional da pop e por art, na qual uma boa parte dos nossos artistas tem sucumbido.”

(Hélio Oiticica, obra-ambiência, Tropicália. Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, 1967)