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TVJur.com - Aulas de Direito Ambiental - totalmente gratuita - Saneamento Básico - Fernando Bolque
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LEIS Dois são os diplomas legais que buscam a proteção do saneamento básico:
- Lei 11.445, de 05/01/2007; e
- Decreto n. 7.217, de 21.06.2010, que é o Regulamento da Lei 11.445/2007.
POLÍTICA NACIONAL A Política Nacional de Saneamento Básico possui possui os seguintes pontos:
I – princípios (capítulo I);
II – exercício da titularidade (capítulo II);
III – prestação regionalizada (capítulo III);
IV – planejamento (capítulo IV);
V – regulação (capítulo V);
VI – etc.
CONCEITO A Lei 11.445/07 conceitua o saneamento básico no art. 3º, como sendo o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
a) Abastecimento de água potável: desde a captação até as ligações e instrumentos de medição;
b) Esgoto sanitário: desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente;
c) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: tratamento do lixo doméstico e originário da varrição e limpeza de ruas e vias públicas;
d) Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas: tratamento e disposição final das águas drenadas nas áreas urbanas.
PRINCÍPIOS a) Universalização do acesso: atender o maior número
possível de pessoas;
b) Integralidade: conjunto de atividades e componentes de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades;
c) Abastecimento de água, esgoto sanitário, limpeza urbana e manejo dos recursos sólidos: busca-se a proteção da saúde pública e o meio ambiente;
d) Disponibilidade, nas áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais;
e) Adoção de métodos e técnicas adequadas às peculiaridades locais e regionais: necessidade de estudo de impacto ambiental e de vizinhança.
f) Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e sua erradicação, de proteção ambiental;
g) Eficiência e sustentabilidade econômica;
h) Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;
i) Transparência de ações, baseada em sistemas de informações;
j) Controle social: participação de integrantes da comunidade;
k) segurança, qualidade e regularidade;
l) Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.
DIRETRIZES a) Prioridade para as ações de equidade social e
territorial;
b) Aplicação dos recursos financeiros administrados pelo Poder Público visando promover o desenvolvimento sustentável;
c) Estímulo ao estabelecimento de adequada regulação dos serviços;
d) Utilização de indicadores epidemiológicos e de desenvo l v imen to soc ia l no p l ane jamen to , implementação e avaliação das ações de saneamento básico;
e) Melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e saúde pública. etc
TITULARIDADE E PLANEJAMENTO
Um dos problemas mais tortuosos diz respeito à titularidade do serviço de saneamento básico, posto que a Lei não esclarece.
A lei não fala a respeito de como seria feito em relação aos contratos anteriores ao advento da lei. O problema é que muitos destes contratos estão vencendo e alguns municípios estão reivindicando os serviços, já em SP, por exemplo, os serviços são feitos pela SABESP.
Se houver a transferência para o município, o Estado terá direito ao ressarcimento dos investimentos?
Na região metropolitana de SP, o município de Arujá editou uma lei municipalizando os serviços de saneamento. Entretanto, o Estado ingressou com ADIN e conseguiu reverter a situação, sob o fundamento de que a questão é metropolitana e deve ser resolvida de forma regional. (ADIN 139.229-0/4-00, TJSP, mun. Arujá).
A Lei afirma que os titulares dos serviços poderão delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços, nos termos do art. 241 da CF e art. 8º da Lei 11.445/2007. Esta delegação deverá ser feita por meio de convênio de cooperação ou consórcio público . É necessária a elaboração de um plano. Para implantar a Política Nacional de Saneamento Básico, é necessária a elaboração de um plano nacional e regional. No âmbito federal o plano é de responsabilidade do Ministério das Cidades. Já os planos regionais devem ser elaborados de forma articulada com os estados e municípios. Estes planos devem ter horizonte de vinte anos, avaliados anualmente e revisados a cada quatro anos (art. 52). Estes planos devem devem observar minimamente o seguinte: a) Diagnóstico da situação e dos impactos nas condições de vida; b) Objetivos e metas de curto, médio e longo prazos; c) Os programas, projetos e ações para atingir os objetivos; d) As ações emergenciais e contingências; e) Os mecanismos e procedimentos para a avaliação da eficácia e
eficiência das ações.
AGÊNCIA REGULADORA
Deverá ser constituída por um colegiado formado por pessoas de origens diversas tanto do setor público como do privado, com os seguintes princípios:
a) Independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora;
b) Transparência, tecnicidade, celeridade e objetivo das decisões.
Os objetivos da agência são: a) Estabelecer o cumprimento da ações e metas; b) Garantir o cumprimento das ações e metas; c) Prevenir e reprimir o abuso do poder econômico; d) Definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços. Aos usuários é garantido: a) Amplo acesso a informações sobre os serviços
prestados; b) Prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e
penalidades a que podem estar sujeitos; c) Acesso a manual de prestação do serviço e de
atendimento ao usuário; d) Acesso a relatório periódico sobre a qualidade da
prestação de serviços.
LICENCIAMENTO SIMPLIFICADO
• CONAMA baixou a Resolução 377, em 09 de outubro de 2006, estabelecendo critérios para o procedimento simplificado de licenciamento ambiental das unidades de transporte e de tratamento de esgoto sanitário, de pequeno e médio porte.
• Esta Resolução, entretanto, não se aplica a áreas declaradas como ambientalmente sensíveis.
• Estão sujeitos a esta Resolução:
• A) transporte de esgoto de até 1000 litros/segundo; • B) tratamento de esgoto com vazão de até 400 litros/
segundo e até 250 mil habitantes; Nesta hipótese, estarão sujeitos à licença ambiental única de instalação, que autoriza a implantação e operação do empreendimento.