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uma perspectiva feminista e do comum para a II Seminário de Feminismo do IESP. UERJ. 2016 Bianca Santana [email protected] produção e circulação de conhecimento

Uma perspectiva feminista e do comum para a produção e circulação do conhecimento

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uma perspectiva feminista

e do comum para a

II Seminário de Feminismo do IESP. UERJ. 2016

Bianca [email protected]

produção e circulação de conhecimento

1. perspectiva feminista

“Feminismo é um movimento para por fim ao sexismo, à exploração machista e à opressão.”

bell hooks (2010)

“Ponto de partida formado pela luta contra a discriminação sexual e pelas lutas sobre o trabalho reprodutivo, que é a pedra angular

sobre a qual se constrói a sociedade, e a partir da qual deve ser analisada toda organização social.”

Silvia Federici (2014)

2. perspectiva do comum

Comum ou commons: recursos possuídos e compartilhados

por uma comunidade.

bens digitaisdireitos adquiridossoftware livrehortas urbanascozinhas comunitárias

(FEDERICI, 2014)

“ A primeira lição a aprender é o fato de que o bem comum é a

partilha dos meios materiais e o mecanismo primordial pelo

qual se criam o interesse coletivo e os laços de apoio mútuo (...)

a produção dos comuns requer antes de tudo uma profunda transformação do nosso modo de vida cotidiana, com o objetivo principal de rearticular aquilo que no capitalismo foi separado pela divisão social do trabalho. A brecha aberta entre produção, reprodução e consumo nos leva a ignorar em que condições são produzidas as mercadorias que comemos, vestimos ou com as quais trabalhamos (...)”

(FEDERICI, 2014, p. 152)

“ Em outras palavras, precisamos superar o estado de negação constante e de irresponsabilidade em relação às consequências de nossas ações, resultado das estruturas destrutivas sobre as quais se organiza a divisão social do

trabalho dentro do capitalismo. Sem isto, a produção da nossa vida se transforma, inevitavelmente, na produção de morte para outros”

(FEDERICI, 2014, p. 154)

Conhecimento é bem comum.

“Para mim, essa teoria [feminista] nasce do concreto, de meus esforços para entender as experiências da vida cotidiana, de meus esforços para intervir criticamente na minha vida e na vida de outras pessoas. Isso, para mim, é o que torna possível a transformação feminista. Se o

testemunho pessoal, a experiência pessoal, é um caminho tão fértil para a produção de

uma teoria feminista libertadora, é porque geralmente te constitui a base da nossa teorização.”

(HOOKS, 2013, p. 97)

“Não é fácil dar nome a essa dor,teorizar a partir desse lugar. Sou grata às muitas mulheres e homens

que ousam criar teoria a partir do lugar da dor e da luta, que expõem

corajosamente suas geridas para nós oferecer sua experiência como mostra e guia, como meio para mapear novas jornadas teóricas. O trabalho delas é libertador.”

(HOOKS, 2013, p. 103)

“Quando os acadêmicos de classe trabalhadora ou de origem trabalhadora partilham suas perspectivas, subvertem a tendência de enforcar somente os pensamentos, as.atitudes e as experiências dos materialmente privilegiados. A pedagogia crítica e a pedagogia feminista são dois paradigmas de nino que realmente deram ênfase à questão de

encontrar a própria voz.”

(HOOKS, 2013, p. 246)

A academia, com todas as suas limitações, é um ambiente de possibilidades para produzir e circular conhecimentos.

Conhecimento Livre“ o conhecimento que pode ser adquirido, interpretado e aplicado livremente, ele pode ser reformulado de acordo com as nossas necessidades, e compartilhado com os

outros em benefício da comunidade.”

empecilho para a circulação de conhecimento:

direitosAlgunsreservados

Condiçõesatribuição

sem uso comercial

Compartilhar pela mesma licença

não a obras derivadas

unas nuevas tecnologías que estan siendo crecientemente apropiadas por grupos de los sectores subalternos posibilitandoles una verdera

´revancha sociocultural´, esto es la construcción de una contrahegemonia a lo largo y ancho del mundo del mundo.

(Martín-Barbero, 2007)

““

“O desafio posto é encontrar formas de democratizar o acesso e o uso pleno da internet para o conjunto das mulheres, tornando-as potencialmente capazes de se apropriar das novas tecnologias de

informação e comunicação para seu empoderamento pessoal e sua ação política. É pensar como a visibilidade

no ciberespaço pode ajudar a difundir a ideologia feminista de transformação social, como a internet pode facilitar e fortalecer a articulação das mulheres em rede, e como essas ferramentas podem

ser usadas para a ação coletiva, a fim de ajudar a transformar a vida de todas mulheres.”(PROVAZI, 2013)

“(...)na primeira fase do desenvolvimento capitalista, as mulheres (...) foram as defensoras mais aguerridas das culturas comunais ameaçadas pela colonização europeia.No Peru, quando os conquistadores passaram a ter o controle dos povos, as mulheres escaparam para as montanhas, onde recriaram modos de vida coletivos que sobrevivem até hoje. Não é surpreendente que os ataques mais violentos contra as mulheres na história mundial tenham sido realizados nos séculos XVI e XVII: a perseguição das mulheres consideradas bruxas.”

(FERERICI, 2014)

mas nós resistimos!

Resistência, para Weitz: “ações desafiantes às ideologias que embasam a subordinação”.

Independentemente da eficácia das ações, a autora parte do

princípio de que todo pequeno ato pode pavimentar caminhos para mudanças sociais.

(WEITZ, 2003)

Referências bibliográficas

BENKLER, Yochai. The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. Yale University Press, 2006. Disponível em: http://www.benkler.org/Benkler_Wealth_Of_Networks.pdf

FEDERICI, Silvia. O feminismo e as políticas do comum em uma era de acumulação primitiva. In: Moreno, Renata (org). Feminismo, economia e política: debates para a construção da igualdade e autonomia das mulheres. São Paulo, SOF, 2014. Disponível em: http://www.sof.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Economia-e-poli%CC%81tica-web.pdf

HOOKS, bell. Feminismis for Everybody: passionate politics. Cambridge, MA: South End Press, 2000.

__________. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

MARTÍN-BARBERO, Jesus. Diversidad en convergencia. Brasília, Ministério da Cultura do Brasil. Seminário Internacional sobre diversidade Cultural, 2007. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/viewFile/90445/93216

PROVAZI, Bruna. Provazi Barreiros. Estratégias de visibilidade no ciberespaço: análise das Blogueiras Feministas. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Sociais) - Universidade Federal do ABC, 2013.

WEITZ, Rosie. Women and their hair: seeking power through resistance and accommodation. In: WEITZ, R. The politics of women’s bodies: sexuality,appearance, and behavior. New York, Oxfod University Press, 2003.

Obrigada!Bianca Santana

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