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produtividade sistêmica produtividade sistêmica produtividade sistêmica IBQP Boletim do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná v.3, n.10, out./dez. 2003 ISSN 1519-0404 SUMÁRIO O Brasil vive uma crise econômica e social há mais de 20 anos, enfrentada na última década com políticas voltadas para uma menor participação do Estado tanto produtiva quanto no sentido de dirigir e planejar o desenvolvimento. Entretanto, o Estado tem aumentado a carga fiscal e exigido de todos os segmentos da sociedade voltados à produção e ao trabalho menores expectativas em relação a bens públicos, aumento de renda e perspectivas para os próximos anos. A idéia de pactuar um novo contrato social envolvendo a todos cedeu lugar à preocupação com o não alarmar o mercado. Isto tem significado aumentar o superávit primário para pagar juros em um montante inédito na esperança de que se reduzam as incertezas em relação à economia brasileira, isto é, à capacidade de o Estado honrar contratos com o sistema financeiro e sair fora do alvo da mídia. A partir daí se espera uma queda da taxa de juros que propicie uma nova fase de prosperidade. Entretanto, não há um plano alternativo, que acertasse, por exemplo, juros menores agora, permitindo a prosperidade desde já e melhorando as receitas públicas e logo nossa capacidade de solvência interna e externa. É de se temer que num momento eventual de piora nas condições internacionais de crédito se procure uma saída desordenada ou com desdobramentos institucionais como tem ocorrido em vários países da América Latina. Essa política no que concerne aos valores universais republicanos da igualdade, fraternidade e liberdade, submete crescentemente a sociedade brasileira à lei do darwinismo social. O problema é que, no interior da crise e de diminuição das possibilidades de reprodução e realização pessoal e das empresas, isto leva a uma exacerbação do mercado quebrando laços básicos de solidariedade. O resultado tem sido um enorme aumento das desigualdades e do desemprego e redução de recursos públicos que poderiam dar outro sentido à divisa nascida na Revolução Francesa. Entre outras mazelas sociais, observam-se em conseqüência as proporções atingidas pela criminalidade e a violência cotidiana na sociedade brasileira. Insistir em valores universais neste contexto perde o sentido uma vez que eles facilmente se convertem em armas inúteis contra a solidão e a falta de perspectivas. Só com políticas econômicas e sociais alternativas poderão ascender na sociedade brasileiros valores coletivos, solidários, societários. Só assim com tais políticas terá sentido uma expansão de bens materiais e culturais que diga respeito a todos. Igor Zanoni A Economia Paranaense e o Desenvolvimento Local ....... 2 Características do Desenvolvimento Regional no Paraná na Atualidade .................................................... 13 Algumas Considerações sobre a Economia Solidária e a Experiência Paranaense ......................................... 18 Diretrizes Críticas do Desenvolvimento ......................... 26 Aspectos da Conjuntura Econômica .............................. 29 Resenha - Parcerias e Pobreza - Soluções Locais na Construção de Relações Socioeconômicas ................... 31 Alternativas Sustentáveis para Favorecer a Produtividade da Reserva Florestal Legal do Estado do Paraná ......... 33 Nota - Treinamento nas Empresas ............................... 40 Anexos .......................................................................... 41

Uso Sustentável da Reserva Florestal Legal - Jornal IBQP out-dez-2003 pag33

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Contém artigo sobre alternativas de utilização sustentável da Reserva Legal no Paraná

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produtividade sistêmicaprodutividade sistêmicaprodutividade sistêmicaIBQP

Boletim do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paranáv.3, n.10, out./dez. 2003

ISSN 1519-0404

SUMÁRIO

O Brasil vive uma crise econômica e social há mais de

20 anos, enfrentada na última década com políticas voltadas

para uma menor participação do Estado tanto produtiva quanto

no sentido de dirigir e planejar o desenvolvimento. Entretanto,

o Estado tem aumentado a carga fiscal e exigido de todos os

segmentos da sociedade voltados à produção e ao trabalho

menores expectativas em relação a bens públicos, aumento

de renda e perspectivas para os próximos anos. A idéia de

pactuar um novo contrato social envolvendo a todos cedeu

lugar à preocupação com o não alarmar o mercado. Isto tem

significado aumentar o superávit primário para pagar juros em

um montante inédito na esperança de que se reduzam as

incertezas em relação à economia brasileira, isto é, à

capacidade de o Estado honrar contratos com o sistema

financeiro e sair fora do alvo da mídia. A partir daí se espera

uma queda da taxa de juros que propicie uma nova fase de

prosperidade. Entretanto, não há um plano alternativo, que

acertasse, por exemplo, juros menores agora, permitindo a

prosperidade desde já e melhorando as receitas públicas e

logo nossa capacidade de solvência interna e externa. É de se

temer que num momento eventual de piora nas condições

internacionais de crédito se procure uma saída desordenada

ou com desdobramentos institucionais como tem ocorrido em

vários países da América Latina.

Essa política no que concerne aos valores universais

republicanos da igualdade, fraternidade e liberdade, submete

crescentemente a sociedade brasileira à lei do darwinismo

social. O problema é que, no interior da crise e de diminuição

das possibilidades de reprodução e realização pessoal e das

empresas, isto leva a uma exacerbação do mercado quebrando

laços básicos de solidariedade. O resultado tem sido um

enorme aumento das desigualdades e do desemprego e

redução de recursos públicos que poderiam dar outro sentido

à divisa nascida na Revolução Francesa. Entre outras

mazelas sociais, observam-se em conseqüência as

proporções atingidas pela criminalidade e a violência cotidiana

na sociedade brasileira. Insistir em valores universais neste

contexto perde o sentido uma vez que eles facilmente se

convertem em armas inúteis contra a solidão e a falta de

perspectivas. Só com políticas econômicas e sociais

alternativas poderão ascender na sociedade brasileiros

valores coletivos, solidários, societários. Só assim com tais

políticas terá sentido uma expansão de bens materiais e

culturais que diga respeito a todos.

Igor Zanoni

A Economia Paranaense e o Desenvolvimento Local ....... 2

Características do Desenvolvimento Regional noParaná na Atualidade .................................................... 13

Algumas Considerações sobre a Economia Solidáriae a Experiência Paranaense ......................................... 18

Diretrizes Críticas do Desenvolvimento ......................... 26

Aspectos da Conjuntura Econômica .............................. 29

Resenha - Parcerias e Pobreza - Soluções Locais naConstrução de Relações Socioeconômicas ................... 31

Alternativas Sustentáveis para Favorecer a Produtividadeda Reserva Florestal Legal do Estado do Paraná ......... 33

Nota - Treinamento nas Empresas ............................... 40

Anexos .......................................................................... 41

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A ECONOMIA PARANAENSE E ODESENVOLVIMENTO LOCAL

1. DESENVOLVIMENTO LOCAL – ASPECTOSCULTURAIS E ECONÔMICOS

Uma intensa movimentação em torno da questão dodesenvolvimento local está ocorrendo nos últimos anos, inspiradaprincipalmente pelo sucesso da experiência italiana, que se inicioucom vigor durante a década de 1980 e permanece como importantereferência sobre o assunto.

Em vários pontos do centro e do nordeste da Itália verificou-se um expressivo crescimento da interação entre pequenasempresas altamente produtivas e competitivas, baseadas em umparadigma de flexibilidade e inovação. Diversos estudiosos citamque a maior propensão ao associativismo e à cooperaçãopresentes nesta região constitui um aspecto fundamental para aeficácia das ações empreendidas. Deve-se citar que as tradiçõesculturais e políticas, ligadas fortemente ao movimento comunistaitaliano, contribuíram para um maior grau de confiança ecooperação entre os atores sociais e econômicos inseridos nadinâmica produtiva local, ou seja, o chamado “capital social”contribuiu, de fato, para que os distritos italianos do norteadquirissem vantagens competitivas oriundas das economiasexternas geradas pela interação entre agentes produtoresaglomerados em atividades econômicas similares e correlatas.Esta constatação pode ser confirmada, em parte, por outraexperiência italiana, quando o governo implementou políticas quebuscavam viabilizar os mesmos resultados na Região Sul do paíse não obtiveram os mesmos resultados, deve-se destacar que,nesta região, a tradição é de maior individualismo e desagregação,em outras palavras, o grau de confiança e disposição para acooperação é menor, ou o capital social é reduzido.

Entretanto, não se pode interpretar todas as experiênciasbem-sucedidas na Itália somente pelo prisma de uma maiorcapacidade dos pequenos empreendimentos se adaptarem a umsistema de produção flexível e inovativo, aliado a um nível decapital social mais elevado.

Um ambiente macroeconômico favorável ao investimentoé fundamental para que se criem expectativas de médio e longoprazos propícias ao surgimento de novos empreendimentos, oupara que os existentes busquem aumentar os seus dispêndiosem ampliação ou modernização da capacidade produtiva. Se aItália estivesse passando naquele momento por uma situação deextrema vulnerabilidade externa, com constantes ameaças de

Marcelo Antonio Percicotti da Silva

sofrer uma crise cambial, que se reflete em freqüentes flutuaçõesdo câmbio e, por conseqüência, classificada em um alto grau derisco para investimentos externos, em conjunto com severas metasfiscais e de inflação, como é o caso do Brasil, o resultado dequalquer estratégia de desenvolvimento de arranjos produtivoslocais seria, com certeza, bem mais restrito.

Na realidade brasileira, além das restrições macroeconômicas,pode-se citar ainda diversos fatores regionais e microeconômicosque se destacam como gargalos para o desenvolvimentosocioeconômico local.

Na questão regional destacam-se as disparidades no quediz respeito ao nível de renda e a qualidade da infra-estrutura,que impactam diretamente na formação de um eficiente sistemalocal/regional de inovação. Estes aspectos estruturaishistoricamente acentuam o padrão de concentração da renda eda disponibilidade de recursos materiais e imateriais quecaracterizam os desníveis de participação no produto da economiado país entre as regiões. Este é um fato de extrema relevânciaque demonstra a necessidade de que a promoção dodesenvolvimento de arranjos produtivos locais, ou de qualqueroutra iniciativa de desenvolvimento local, deve estar submetida,de forma complementar, a uma estratégia de desenvolvimentomais ampla e de âmbito nacional.

No ambiente micro, pode-se verificar a dura realidade dospequenos empreendimentos que buscam alternativas, muitas vezesàs margens da legalidade, para sobreviverem à situação adversa.A evasão fiscal e a busca das relações trabalhistas informais sãorecursos utilizados para se adquirir um nível de competitividadeque não se sustenta no longo prazo, pois não se baseia em desen-volvimento da capacidade de reagir as constantes oscilações queocorrem em um período de sucessivas crises econômicas e transfor-mações radicais no processo produtivo.

A qualidade na gestão dos micros, pequenos e médiosempreendimentos também revela-se extremamente frágil. Asfalhas envolvem desde a baixa qualificação da força de trabalho,o despreparo dos gestores e, muitas vezes, até a ausência deum balanço patrimonial mais consolidado, ou de qualquer outraforma de controle efetivo das finanças da firma, que possibilitem oacesso à linhas de financiamento para obtenção de crédito. Emoutras palavras, em um país desigual, que carece de necessidadessociais básicas, como uma educação pública e gratuita de

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qualidade para a sua população, o pequeno empresário esbarrana falta de conhecimento e informação para tornar o seuempreendimento competitivo e sustentável.

Uma estratégia fundamentada na promoção de agênciasde desenvolvimento local, ou de qualquer outra forma descen-tralizada de apoio deliberado, deve destinar uma parcelaconsiderável de suas políticas para o fomento na qualificação dagestão das organizações. Especialmente no caso de arranjosprodutivos locais deve-se apoiar as iniciativas voltadas para aspráticas que contribuam para a disseminação da informação, doconhecimento e da inovação.

O papel que cabe às especificidades locais, no que dizrespeito ao desenvolvimento local, refere-se ao fato de que locaismais bem estruturados, com melhor infra-estrutura econômica esocial, e com maior grau de capital social aproveitam melhor asoportunidades e suportam com mais força as crises eadversidades. Em um momento em que prevalecem as idéiasneoliberais do Estado mínimo verifica-se que, ao contrário doque se apregoa, ao Estado cabe, entre outras, a importantetarefa de promover o desenvolvimento, e isso envolve inclusiveaumentar o nível de coesão e cooperação entre os agenteseconômicos e sociais, para que se possa promover o aumentodo nível de confiança e o compartilhamento de boas práticas eresgate da cidadania.

2. A ECONOMIA PARANAENSE

O Estado do Paraná vem consolidando maior participaçãodo setor secundário na economia desde a década de 1970valendo-se da expansão econômica verificada no período.Evidentemente que vários fatores contribuíram para a diversificaçãoprodutiva do estado durante os anos 70 e meados dos anos 80,dentre alguns, pode-se destacar:

facilidade de acesso à financiamento externo;

construção de uma infra-estrutura adequada parareceber plantas industriais de grande porte;

mecanismos fiscais e creditícios, dentre os quais, deve-se destacar o FDE (Fundo de DesenvolvimentoEconômico), criado em 1962, gerido inicialmente pelaCODEPAR (Companhia de Desenvolvimento doParaná) e mais tarde pelo BADEP (Banco deDesenvolvimento do Estado do Paraná);

uma agricultura dinâmica e em processo de moder-nização, que estimula a atividade agroindustrial.

Durante a década de 1990 verifica-se um processo dereestruturação na indústria paranaense com o intuito de se adaptar,ou sobreviver, à política de abertura da economia, dessa forma,ocorre um relativo movimento de modernização do parqueprodutivo, apoiado na valorização do câmbio, em paralelo a uma

intensa transformação nas estruturas organizacionais e estratégiasempresariais. No setor agropecuário, o câmbio valorizado, aomesmo tempo em que prejudicou as exportações, possibilitou oinvestimento nas grandes propriedades em modernização dasmáquinas e dos equipamentos agrícolas.

Depois dessa fase de transição verifica-se que as mudançasocorridas atuaram no sentido de reforçar o padrão de concentraçãoque já existia anteriormente, as atividades industriais de maiorintensidade tecnológica e maior participação no valor adicionadoconcentraram-se ainda mais na RMC e, secundariamente noNorte Central e Centro-Oriental, enquanto as outras mesorregiõesdo estado mantêm as suas estruturas produtivas basicamente ematividades agroindustriais de nível intermediário e em atividadesindustriais de baixa tecnologia e intensivas em mão-de-obra,tanto que, segundo estudo do DIEESE – PR são as atividadestradicionais e alocadas no interior do estado que estãorespondendo por boa parcela dos níveis de emprego formal daeconomia paranaense.

Com a intenção de se obter um sintético mapeamento dealgumas das principais atividades econômicas e a estruturainstitucional/acadêmica de alguns dos principais municípios, queexercem algum nível de centralidade em cada uma das 10mesorregiões do Estado do Paraná, realizou-se uma resumidasistematização regionalizada que segue logo abaixo.

2.1 Noroeste Paranaense

A mesorregião noroeste compõe-se de 62 municípios. Seugrau de urbanização era de aproximadamente 75% em 1996 eé conseqüência de um intenso processo iniciado na década de1970, quando a maioria da população era rural.

Seus principais centros de importância regional sãoParanavaí, Umuarama e Cianorte, que se distribuem de tal formaque permitem atingir toda a mesorregião através das cidadesque lhe são limítrofes. Esta pode ser uma característica fundamentalda região que pode possibilitar uma estratégia de políticas públicasque consigam ser irradiadas a partir desses centros para a quasetotalidade dos municípios da região. Principalmente porque é asegunda região do Paraná com a maior taxa de crescimentonegativo da população durante o período 1991/2000 (0,25%)ao ano, perdendo apenas para a região Centro-Ocidental. Deve-se destacar, ainda, que no período 1980/1991 foi a região com amaior taxa de crescimento negativa (1,17%) ao ano.

A dinâmica populacional recente indica um crescimentourbano incipiente e um esvaziamento rural intenso. Essa forteevasão ocorre devido à forte erosão do solo que modificaram asatividades produtivas rurais, que eram baseadas em culturasintensivas em mão-de-obra e atualmente dirigiram-se para apecuária. Mesmo com a especialização na pecuária, a atividadeapresenta pouco dinamismo na região ao concentrar um dos

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maiores rebanhos, na maior área de pastagens do estado, eestar entre as regiões com menor participação no valor daprodução agrícola.

Sua estrutura industrial baseia-se predominantemente ematividades tradicionais de baixa agregação de valor, mas de enormepotencialidade para a geração de empregos, como as atividades deconfecção e têxtil, química (sucroalcooleira), agroindústria (fécula innatura, sucos, carnes e laticínios), estas ancoradas em grandesempresas ou cooperativas, como a COCAMAR (Cooperativa deCafeicultores e Pecuaristas de Maringá).

Paranavaí: município com 75.750 habitantes (IBGE 2000).

Principais atividades: agropecuária (mandioca, frutas,carnes, leite e derivados), indústrias de alimentos (fecularias efarinheiras, processadoras de laranjas) e confecções.

Estrutura institucional/acadêmica: UNIPAR (UniversidadeParanaense), FAFIPA (Faculdade Estadual de Educação,Ciências e Letras de Paranavaí), SENAI, SEBRAE.

Umuarama: município com 90.690 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: agropecuária (leite, bovino).

Apoio institucional/acadêmico: UNIPAR (UniversidadeParanaense).

Cianorte: município com 57.401 habitantes (2000).

Constitui o principal pólo da indústria têxtil e de confecçãoda região com mais de 300 lojas em 5 shoppings atacadistas e nocentro da cidade.

Apoio institucional/acadêmico: SINVEST (Sindicato doVestuário de Cianorte), ASAMODAS (Associação dos ShoppingsAtacadistas de Cianorte), UNIPAR (Universidade Paranaense),UEM (Universidade Estadual de Maringá).

2.2 Centro-Ocidental ParanaenseA mesorregião Centro-Ocidental constitui-se de 25

municípios e apresenta uma considerável evasão rural aliada aum precário grau de urbanização. Durante o período 1991/2000foi a região que apresentou a maior taxa de crescimento negativodo estado (1,24%) ao ano, com maior peso para o decréscimoda taxa de crescimento na área rural (5,07%) ao ano. A região éessencialmente agrícola e sua industrialização é pautadabasicamente no processamento de alimentos. O município maisrepresentativo, ou seja, aquele que detém o maior nível decentralidade da região é Campo Mourão, que possui seu volumede emprego no setor de serviços e boa parte de sua estruturaurbana essencialmente voltada para atender à COAMO(Cooperativa Agropecuária Mouraoense), que é a maiorcooperativa do Paraná.

A COAMO desempenha importante papel na diversificaçãoda produção agrícola da região e também na verticalização do

processamento de diversos alimentos como margarina, óleo desoja, moinho de trigo e álcool anidro.

Possui ainda uma reduzida participação no setor deconfecções puxado pela dinâmica do setor na mesorregião vizinhado Noroeste Paranaense.

Mesmo considerando a forte presença da agroindústriana região, a indústria de processamento de alimentos não têmsido suficiente para gerar um desenvolvimento regional maisdinâmico, conseqüentemente não é capaz de evitar oesvaziamento contínuo que se apresenta.

Campo Mourão: município com 57.401 habitantes (2000).

Principais atividades: agrícolas (produção de grãos) eagroindústria (margarina, óleo de soja, moinho de trigo, algodãoe álcool anidro).

Apoio institucional/acadêmico: CEFET (Centro Federal deEducação Tecnológica do Paraná), CIES (Centro Integrado deEnsino Superior), UNESPAR/FECILCAM (Universidade Estadualdo Paraná/Faculdade Estadual de Ciências e Letras de CampoMourão), TECNOCAMPO (Fundação para o DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico de Campo Mourão), EDUCERE(Incubadora Tecnológica de Campo Mourão).

2.3 Norte Central Paranaense

A mesorregião Norte Central constitui-se de 79 municípios erepresenta a segunda maior concentração populacional do estado.Seu grau de urbanização que em 1996 era de 84,79% perde apenaspara a Região Metropolitana de Curitiba. As aglomerações urbanassão polarizadas por dois municípios, Londrina e Maringá, quepossuem extensas regiões metropolitanas. Nesse aspecto, deve-sedestacar Londrina como o principal pólo da região pela diversidadede suas funções, inclusive naquelas de alta complexidade.

Contudo, diversos municípios que se localizam nas extremi-dades sul e norte da região encontram-se isolados de uma relaçãomais dinâmica com as maiores centralidades regionais. Pode-secitar como referência a microrregião de Ivaiporã que se constituide municípios que em sua maior parte apresentam baixo nível deurbanização e elevado nível de evasão rural.

Algumas das principais atividades produtivas presentesna mesorregião Norte Central são: metal-mecânica, indústria dealimentos, moveleiro, têxtil e confecções e artefatos e embalagensplásticas.

Londrina: município com 447.065 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: metal-mecânica, química, materialelétrico e de comunicações, têxtil/confecções, plásticos eembalagens, indústria de alimentos e café.

Estrutura institucional/acadêmica: UEL (UniversidadeEstadual de Londrina), PUC – PR (Pontifícia Universidade

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Católica do Paraná), UNOPAR (Universidade Norte do Paraná),UNINORTE (Faculdade Norte Paranaense), UNIFIL (CentroUniversitário Filadélfia), INESUL, Sulamericana, UMP, IPOLON(Instituto Politécnico de Londrina), SENAI, SEBRAE, ADETEC(Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina),FAUEL (Fundação de Apoio à Pesquisa da UEL), FAPEAGRO(Fundação de Apoio à Pesquisa e de Apoio ao Agronegócio),HUTEC (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológicodo Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná da UEL),INCIL (Incubadora Industrial de Londrina), INTUEL (IncubadoraInternacional de Base Tecnológica da Universidade de Londrina(Genesis/Genorp).

Maringá: município com 288.653 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: indústria de alimentos, têxtil/confecções(vestuário, uniformes e vestuários de segurança), indústria química.

Estrutura institucional/acadêmica: UEM (UniversidadeEstadual de Maringá), UNIANDRADE, CESUMAR, UNINGÁ,UNISSA, SENAI, SEBRAE, TECPAR, INFOMAR (IncubadoraTecnológica de Maringá), FADEC (Fundação de Apoio aoDesenvolvimento Científico de Maringá), IDR (Instituto deDesenvolvimento Regional de Maringá).

Arapongas: município com 85.428 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: Destaca-se por ser um dos maiorespólos moveleiros do Brasil. É especializado na produção deestofados e móveis populares para atender basicamente omercado interno. Somente no município de Arapongas concentram-se mais de 150 empresas ligadas ao arranjo produtivo moveleiro,a maioria delas compõe-se de pequenas empresas.

Estrutura institucional/acadêmica: Universidade do Móvel/ Fundação Araponguense de Ensino, SENAI/CETMAM, IAP(Instituto Ambiental do Paraná), EMATER (Empresa Paranaensede Assistência Técnica e Extensão Rural), Secretaria da Indústriae Comércio do Paraná, SIMA (Sindicato das Indústrias de Móveisde Arapongas).

Apucarana: município com 107.827 habitantes (IBGE, 2000).

Possui um arranjo produtivo local de bonés e brindes quegarante o maior número de empregos diretos e indiretos domunicípio e responde por 80% da produção nacional de bonés.A atividade é tão importante para o município que a ACIA(Associação Comercial e Industrial de Apucarana) e a FETAP(Fundação de Ensino Técnico de Apucarana) uniram esforçosno sentido de viabilizar a criação do Centro Tecnológico deDesenvolvimento Profissional do Norte do Paraná - o CentroModa de Apucarana. A conclusão do processo de implantaçãodo projeto está prevista para o ano de 2004, quando serãoofertados inicialmente dois cursos: de design de produto de modae de técnico da indústria de confecção.

Este é um projeto de suma importância para a principalatividade econômica local porque não se verifica nenhum cursode nível técnico profissionalizante ou superior especificamentevoltado para a qualificação de trabalhadores do setor que sejaofertado pelas instituições de ensino públicas ou privadas domunicípio.

Estrutura institucional/acadêmica: ACIA (AssociaçãoComercial e Industrial de Apucarana), FETAP (Fundação deEnsino Técnico de Apucarana), FECEA (Faculdade Estadual deCiências Econômicas de Apucarana), FACNOPAR (Faculdadedo Norte Novo de Apucarana) e FAP (Faculdade de Apucarana),SENAI, SEBRAE.

Na mesorregião Norte Central Paranaense deve-sedestacar ainda a microrregião de Ivaiporã que representa umaextensa área composta por 15 municípios que têm por centralidadeo próprio município de Ivaiporã e encontra-se de certa formaisolada de qualquer dinâmica mais expressiva de concentraçãoespacial e setorial de segmentos especializados. A atividadeagropecuária que participa com 20,59% do PIB municipal poderepresentar uma guinada nesse processo. O potencial existentepara a criação de um arranjo coureiro-calçadista na região podeviabilizar a inserção da pecuária da região nos elos da cadeiaprodutiva. Assim como a oferta de couro pode viabilizar a maiorinserção na atividade de uniformes de segurança.

2.4 Norte Pioneiro Paranaense

A mesorregião norte pioneiro compõe-se de 46 municípios

e configura-se em uma considerável espacialidade de

esvaziamento, no período de 1980/1991 ocorreu uma taxa de

crescimento negativa de (0,26%) ao ano, e no período de 1991/2000 a taxa foi negativa em (0,15%) ao ano. Esse pequeno

decréscimo no padrão de esvaziamento pode ser explicado em

parte por um relativo aumento no grau de urbanização de Cornélio

Procópio na medida em que este município absorve marginalmente

algumas atividades ligadas à industria de transformação do Norte

Central. Contudo, apesar do crescimento de 1,61% ao anoverificado nas aglomerações urbanas na última década, constata-

se uma significativa evasão rural na região de (4,11%) ao ano, o

que atesta o fato de que o relativo aumento no grau de urbanização

não consegue impedir o padrão de esvaziamento populacional

verificado na região.

A característica de forte especialização agropecuáriadenota sinais crescentes de enfraquecimento desde a crise dacafeicultura, que estimulou a reordenação de diversosprodutores para uma atividade pecuária de baixa produtividade.Soma-se a isso o esgotamento da possibilidade de expansãofísica da produção rural pela limitação da quantidade de terrasagricultáveis ainda disponíveis.

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Essa realidade exige a implementação de estratégias quebusquem aproveitar as potencialidades da região e, dessa forma,possam inseri-la em um novo contexto socioeconômico de maiorprodutividade e prosperidade.

Verifica-se que a ausência de grandes cooperativas e de umaindústria de transformação mais significativa intimida o crescimento daagroindustrialização que poderia aproveitar as potencialidades eaumentar a produtividade agropecuária da região, dada a limitaçãofísica de terras já mencionada. Também, poderia apresentarresultados satisfatórios nas microrregiões de Assaí, Cornélio Procópioe Jacarezinho. Não apenas porque representam as maioresaglomerações urbanas da mesorregião, como também pela presençado CEFET - PR (Centro Federal de Educação Tecnológica doParaná) no município de Cornélio Procópio, que oferece os cursosde Tecnologia em Eletrotécnica, Tecnologia em Informática eTecnologia em Mecânica, além da FAFIJA (Faculdade EstadualFilosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho) e a FUNDINOP(Faculdade Estadual de direito do Norte Pioneiro) da UNESPAR(Universidade Estadual do Paraná).

Cornélio Procópio: município com 46.861 habitantes(IBGE, 2000).

Principais atividades: agropecuária, beneficiamento, fiaçãoe tecelagem de fibras naturais, beneficiamento do café.

Estrutura institucional/acadêmica: CEFET - PR (CentroFederal de Educação Tecnológica do Paraná), FAFICOP,FECOP, FACCREI, SENAI, SEBRAE.

2.5 Centro-Oriental ParanaenseA mesorregião Centro-Oriental Paranaense agrega apenas

14 municípios e caracteriza-se por um intenso processo deurbanização na maioria de suas cidades desde a década de1970. Pode-se dizer que não se configura nessa região umaspecto muito severo de decréscimo populacional, como podeser visto na tabela 1, uma relativa evasão rural ocorrida na últimadécada (2,21%) ao ano é plenamente compensada pelo aumentoda taxa de crescimento da população urbana (2,54%) ao ano.

A região mantém-se especializada em diversas atividadesprodutivas que lhe garantem um razoável desenvolvimento local,dentre as quais pode-se destacar a produção de papel/papelão,que é a maior do estado, e constitui-se de um pólo papeleiro queabriga direta e indiretamente pelo menos seis municípios da região:Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Arapoti, Sengés, Palmeira e Piraído Sul.

Contudo, o segmento agroalimentar ainda apresenta-secomo a atividade mais representativa da região, através daprodução de commodities como soja, trigo e milho. Também,destaca-se como importante bacia leiteira do estado. A indústriade alimentos encontra-se principalmente em Ponta Grossa, onde

concentra-se a maior capacidade do estado na moagem eprocessamento de soja, e em Palmeira e Carambeí, querepresentam o principal pólo de derivados lácteos do Paraná.

O pólo de derivados lácteos da região desenvolve-se porintermédio de grandes cooperativas e caracteriza-se por umelevado padrão tecnológico. Deve-se destacar que a suacapacidade inovativa alia-se a um elevado capital social oriundodas tradições e do conhecimento tácito herdados dos traços étnicose culturais das comunidades locais.

O município de Ponta Grossa, principal centralidade da região,ainda destaca-se na indústria de bebidas, e possui relativaparticipação no setor mobiliário devido a sua forte presença no setormadereiro. Sua inserção em atividades mais modernas limita-se àmetalurgia e a mecânica, mediante a fabricação de implementosagrícolas e uma reduzida participação no gênero de transportes.

A mesorregião Centro-Oriental apresenta ainda umsignificativo potencial turístico por causa de seus atrativos naturais.

Ponta Grossa: município com 273.616 habitantes(IBGE, 2000).

Principais atividades: Agropecuária (soja, milho e trigo),Agroindústria (moagem e processamento de óleo de soja, bebidas),moveleiro, metal-mecânica (implementos agrícolas), turismo.

Estrutura institucional/acadêmica: CEFET-PR (CentroFederal de Educação Tecnológica do Paraná), UEPG (Universi-dade de Ponta Grossa), UNIANDRADE, CESCAGE, FACREILA,INTECPONTA (Incubadora Tecnológica de Ponta Grossa),Fundação ABC para Assistência e Divulgação TécnicaAgropecuária.

Palmeira: município com 30.847 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: Agropecuária (soja, aves e leite),Agroindústria (derivados do leite e rações), madeira e turismo.

Estrutura institucional/acadêmica: UEPG (Universidade dePonta Grossa).

Carambeí: município com 14.860 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: leites e derivados.

2.6 Oeste Paranaense

A mesorregião Oeste compõe-se de 49 municípios e passoupor um intenso processo de urbanização nos últimos 30 anos.Apresentou uma taxa média de crescimento anual entre 1991-2000 de 1,28%, com uma taxa de crescimento negativo nasáreas rurais de (3,51%) ao ano.

Com forte especialização na agricultura, mediante aprodução de grãos (soja, milho e trigo) e também de aves, suínose de leite, que resulta em uma estrutura agroindustrial viabilizadapor meio de um eficiente sistema cooperativista. Pode-se dizer

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que são as atividades tradicionais que mantêm boa parcela dadinâmica produtiva da região e respondem pela maioria dospostos de trabalho, principalmente a agroindústria. A região defronteira ainda se caracteriza pela forte atividade comercial ecomo pólo turístico.

Cascavel: município com 245.369 habitantes (IBGE, 2000).

Pode-se determiná-lo como um pólo regional e, como tal,possui diversas atividades terciárias de baixa e médiacomplexidade correspondentes a sua centralidade, também,caracteriza-se pela forte presença da agroindústria na economialocal, principalmente a cooperativada, como a COOPAVEL. Sãoprocessados por meio da agroindústria cooperativada diversosprodutos como leite e derivados, aves e derivados, suínos ederivados, além do processamento de óleos e gorduras vegetais.

Estrutura institucional/acadêmica: UNOESTE, FADESC,UNIPAN, UNIPAR, FAG, Dom Bosco, UNIVEL, SENAI, SEBRAE,FUNDETEC (Fundação para o Desenvolvimento Tecnológicode Cascavel).

Foz do Iguaçu: município com 258.543 habitantes.

Caracteriza-se por uma forte centralidade ao polarizar umaextensa faixa de municípios, e apresenta, inclusive, significativainteração com cidades de países vizinhos, como Puerto Iguazu(Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai).

Constitui-se em importante pólo turístico do estado (ParqueNacional do Iguaçu, Cataratas, Hidrelétrica de Itaipu) que aindacarece de melhor aproveitamento de suas potencialidades.

Estrutura institucional/acadêmica: UNOESTE, CESUFOZ,UDC, UNIAMÉRICA, ITAI/IETI (Incubadora Empresarial Tecno-lógica do Iguaçu), SENAI, SEBRAE.

2.7 Sudoeste Paranaense

A mesorregião Sudoeste constitui-se de 37 municípios, amaioria especializada na produção agropecuária baseada empequenas e médias propriedades e sustentadas pelo trabalho familiar.

Os principais centros que polarizam o dinamismo econômicoregional são os municípios de Francisco Beltrão e Pato Branco.Verifica-se um significativo processo de esvaziamento das áreasrurais, que apresentam uma taxa de crescimento negativa de(3,08%) ao ano durante o período de 1991-2000, que foiparcialmente absorvido pelo crescimento de 2,48% ao ano dasáreas urbanas no mesmo período. Essas taxas configuram amesorregião em uma espacialidade de esvaziamento (0,13%)ao ano no período 1991-2000.

Destaca-se na produção de alimentos (aves, suínos e leite)e de commodities (milho). Sua produção industrial representauma das menores participações no valor adicionado do estado.

Francisco Beltrão: município com 67.132 habitantes(IBGE, 2000)

Principais atividades: agroindústria (abate e processamentode aves, produção de leites e derivados, embutidos suínos).

Estrutura institucional/acadêmica: UNOESTE, UNIPAR,CESUL.

Pato Branco: município com 62.234 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: agroindústria, eletrodomésticos,metalurgia.

Estrutura institucional/acadêmica: CEFET, FADEC,FACMATER, SEBRAE, Incubadora do CEFET de Pato Branco(Gênesis – Empreender).

2.8 Centro-Sul Paranaense

A mesorregião Centro-Sul compõe-se de 29 municípios, agrande maioria é rural e de pequena dimensão. Guarapuavapossui um relevante nível de centralidade para a região.

Pode-se dizer que é uma região caracterizada por umprocesso mais lento de esvaziamento da população rural, porém,o baixo dinamismo econômico das áreas rurais e o incipientepadrão de urbanização da região começam a pressionar poruma determinada evasão das regiões agrícolas.

Destaca-se pela atividade agroindustrial, impulsionada porcooperativas como a Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda.e a Camilas (Cooperativa Agrária Mista de Laranjeiras do SulLtda.). Também, apresenta uma expressiva participação naindústria da madeira, especificamente nas atividades deprocessamento e desdobramento, silvicultura e papel e celulose.A cadeia da madeira da região não evoluiu significativamentepara a atividade de produção de móveis.

A indústria da madeira, principal atividade empregadorada região, passa por um momento de inflexão em sua trajetória,devido à crescente necessidade de reflorestamento e às novasexigências legais para a utilização das reservas naturais. A suaimportância social e econômica exige que se implementemestratégias que, ao mesmo tempo, reestruture e desenvolva todoo setor no sentido de reforçar a complementaridade em todos oselos da cadeia produtiva e promova a difusão e absorção denovas tecnologias de produto, processo e gestão que aumentema produtividade e a sustentabilidade do setor.

Guarapuava: município com 155.161 habitantes(IBGE, 2000).

Principais atividades: agroindústria (soja, milho), madeira(desdobramento e beneficiamento), celulose, papel e papelão.

Estrutura institucional/acadêmica: UNICENTRO, FEG, CampoReal, SENAI, SEBRAE, INTEG (Incubadora Tecnológica deGuarapuava), Projeto Phoenix – Pré-Incubadora de Guarapuava.

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2.9 Sudeste Paranaense

A mesorregião Sudeste é a que possui o menor número demunicípios (21), a maior parte constitui-se de municípios rurais depequena dimensão.

Apesar do baixo dinamismo econômico que a caracteriza,a mesorregião Sudeste apresenta uma das menores taxas deevasão da população rural. Na última década a populaçãourbana cresceu em torno de 3,09% ao ano e a população ruralcaracterizou-se por uma espacialidade de esvaziamento à taxade (1,17%) ao ano. Porém, devido à suas especificidades, atendência é de aumento da evasão rural e, possivelmente, demaior esvaziamento das áreas urbanas.

A economia da região baseia-se em atividades de baixageração de valor, como a produção agrícola de milho, arroz,feijão e batata, a produção de erva-mate, e a indústria da madeira.Deve-se ressaltar que a atividade madeireira restringe-se àsetapas iniciais do processamento, como o desdobramento e obeneficiamento da madeira, e uma relativa participação da indústriade papel e celulose. No município de São Mateus do Sul encontra-se uma importante usina de extração e beneficiamento de Xisto,entretanto, a mesma apresenta uma incipiente presença deligações produtivas com a região.

O município de União da Vitória possui um conjunto denascentes de rios, cachoeiras e quedas d’água de grandepotencial turístico, ainda não explorado devidamente.

O município de maior centralidade é União da Vitória, queforma uma importante aglomeração urbana em conjunto com PortoUnião, município de Santa Catarina.

União da Vitória: município com 48.522 habitantes(IBGE, 2000).

Principais atividades: Desdobramento e beneficiamento damadeira, agricultura, beneficiamento de erva-mate.

Estrutura institucional/acadêmica: UEPG, FACE, FAFI,SENAI, SEBRAE.

2.10 Metropolitana de Curitiba

A mesorregião Metropolitana de Curitiba constitui-se de 37municípios, que abrange desde uma extensa área rural, quecircunda a aglomeração urbana de Curitiba, até a região litorânea.

Pode-se afirmar que é a mesorregião mais dinâmica doestado, dessa forma, concentra uma parcela considerável dovalor adicionado estadual do setor secundário e terciário.

O município de Curitiba caracteriza-se como o maisimportante pólo dinâmico da região e do estado, estendendo suaárea de influência até alguns municípios limítrofes de SantaCatarina. Neste município concentram-se as atividades terciáriasde maior complexidade, e muitas atividades industriais inseridas

em um ambiente moderno e inovativo. Em seu entorno concentram-se muitos municípios que absorvem parte da dinâmica que irradiado centro, principalmente Colombo, Campo Largo e São Josédos Pinhais.

A mesorregião caracteriza-se por um intenso crescimento

populacional ao absorver intensamente o fluxo migratório

proveniente das áreas rurais e urbanas do interior do estado. No

período de 1991-2000 houve uma taxa de crescimento dapopulação de 3,13% ao ano, a maior do estado. Este valor

corresponde a uma taxa de crescimento da população urbana

de 3,28% ao ano, e uma taxa de crescimento da população rural

de 1,82% ao ano. Pode-se afirmar que a atividade rural cresce

no entorno da área metropolitana justamente para atender à

demanda da significativa expansão regional.

Curitiba: município com 1.587.315 habitantes (IBGE, 2000).

Principais atividades: metal-mecânica, eletrodomésticos,material elétrico e de comunicações, tecnologia de informação e

comunicação, madeira e mobiliário, serviços de média e alta

complexidade.

Estrutura institucional/acadêmica: UFPR, CEFET, PUC,

UNICENP, UNIANDRADE, Tuiuti, FAE, SEBRAE, SENAI,

TECPAR, MINEROPAR, IPARDES, IPEM, CITPAR, CEHPAR,

CITS, IBEG, LACTEC, LAC, LEME, LAME, SIMEPAR, ITAI, IBQP/PR, CITPAR, IPD, FUNPAR, FUNCEFET, Paraná Metrologia,

REDE TIC, Parque de Software de Curitiba, INTEC, IIES, Hotel

Tecnológico do CEFET/PR de Curitiba, NEMPS (Incubadora

Tecnológica de Curitiba).

Região Metropolitana: corresponde a 25 municípios damesorregião.

Principais atividades: automotivo (São José dos Pinhais),minerais não-metálicos, químico e petroquímico, madeira e

mobiliário, metalurgia, cerâmica.

Litoral: corresponde à microrregião de Paranaguá.

Composta pelos municípios de Antonina, Morretes, Paranaguá,

Pontal do Paraná, Guaratuba, Matinhos, Guaraqueçaba.

Principais atividades: atividade portuária, óleos e gorduras

vegetais, fertilizantes e defensivos agrícolas, turismo.

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3. CONCLUSÃO

O Paraná apresenta forte tendência de concentrar suasatividades agropecuárias em algumas commodities exportadoras ena agregação de valor obtida por uma agroindústria dinâmica ecompetitiva. Estes dois movimentos são capitaneados pelo crescimentoexpressivo do cooperativismo rural. Como a fronteira agrícolaencontra-se muito próxima do seu limite físico prevalece cada vezmais a tendência de incorporar novas tecnologias para o aumentoda produtividade, que aumentam o grau de mecanização e contribuempara a evasão rural. O ideal seria que o setor primário evoluíssecada vez mais para a diferenciação de uma gama variada de produtosindustrializados, agregando valor e competitividade sem dependerquase que exclusivamente das oscilações cambiais, como ocorrecom os produtos in natura, deve-se considerar, também, o possívelimpacto positivo sobre o emprego.

Os setores inseridos nas áreas urbanas, que compõem aindústria de transformação de baixa, média e alta tecnologia,podem assegurar importantes ganhos de produtividade aoreforçar a interação deliberada entre todos os agentes produtoresque compõem os elos de determinados segmentos especializados.A disseminação da informação, do conhecimento e da inovaçãomediante a articulação em rede, dentro de uma visão sistêmica,pode representar uma vantagem essencial para a sobrevivênciade muitas atividades econômicas em um contexto de acirradacompetição por nichos cada vez mais estreitos de mercados.

Outro aspecto a ser considerado, e que apresenta forte influêncianos resultados das políticas de promoção de arranjos produtivos locaiscom foco na disseminação do conhecimento, da informação e na difusãoe absorção de novas tecnologias, são as características que compõemcada grupo, setor ou subsetor de atividade econômica que apresentamdestacada importância local/regional, tanto no que se refere aosseus componentes estruturais como no que diz respeito ao grau deconcentração da capacidade produtiva.

As estratégias empresariais da indústria automobilística,em relação à seus principais fornecedores, podem determinar asfacilidades ou os impedimentos do grau de acesso a uma maiorinteração com fornecedores locais.

Por outro lado, o setor moveleiro paranaense apresentaespecificidades que lhe conferem a possibilidade de obter umexpressivo desenvolvimento endógeno que promova a difusãode novas tecnologias mais eficientes e produtivas e, também,aumente o valor adicionado dos produtos exportados.

No que se refere ao grau de concentração industrialverifica-se pela tabela 2 que, entre as cinco atividades quepossuem maior participação no valor adicionado da indústriaparanaense (automotivo; celulose, papel e papelão; fertilizantese defensivos; autopeças e lâminas e chapas de madeira), asmesmas caracterizam-se por uma significativa especialização daprodução em poucas empresas. A tabela 2 mostra o índice deconcentração1 dos quatro e dos oito maiores estabelecimentosdas atividades econômicas com maior participação no valoradicionado da indústria paranaense no ano de 2000.

O índice de concentração médio de 82,4, em 2000, paraos oito maiores estabelecimentos da atividade produtiva daindústria automobilística e do setor de autopeças demonstra queo setor concentra-se em torno de poucos fornecedores de primeiracamada. A estratégia de relacionamento desses principaisfornecedores da indústria automobilística com seus própriosfornecedores torna-se, portanto, crucial para uma maior interaçãocom empresas locais.

A atividade de lâminas e placas de madeira apresenta umíndice de concentração menor, mesmo assim, praticamente metadeda atividade produtiva concentra-se nos oito maiores estabelecimentos.Assim como a produção de papel e papelão apresenta um índice deconcentração de 64,2, em 2000, nos quatro maiores estabelecimentose de 82,3, em 2000, nos oito maiores estabelecimentos.

A produção de fertilizantes e defensivos agrícolas apresentauma tendência de desconcentração nos últimos anos, mesmoassim, verifica-se que os oito maiores estabelecimentos aindaapresentam um índice de concentração de 57,7, em 2000.

O fato de essas atividades industriais também apresentaremum considerável grau de concentração indica que as maioresempresas desses ramos podem desempenhar um importantepapel como indutores de maior integração vertical e difusores deinovações, porém, deve-se buscar conhecer quais são asestratégias empresariais definidas por essas firmas maisrepresentativas em relação a seus principais fornecedores.

TABELA 1 - VALOR ADICIONADO (2002) DE MUNICÍPIOS PARANAENSES COMALGUM NÍVEL DE CENTRALIDADE REGIONAL

MUNICÍPIOS VALOR ADICIONADO

Região Noroeste Paranavaí 276.401.285 Umuarama 300.060.727 Cianorte 214.647.973Região Centro-Oriental Campo Mourão 415.604.967Região Norte Central Londrina 2.802.790.162 Maringá 1.712.851.004 Arapongas 594.237.113 Apucarana 491.441.088Região Norte Pioneiro Cornélio Procópio 270.020.220Região Centro-Oriental Ponta Grossa 2.846.855.188 Palmeira 175.241.644 Carambeí 283.374.601Região Oeste Cascavel 1.438.429.546 Foz do Iguaçu 4.521.207.099Região Sudoeste Francisco Beltrão 333.817.561 Pato Branco 364.075.408Região Centro-Sul Guarapuava 903.841.931Região Sudoeste União da Vitória 244.668.714Metropolitana de Curitiba Curitiba 10.518.032.892

FONTE: www.fazenda.pr.gov.br

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Pela tabela 3, que mostra a evolução do emprego formalna indústria de transformação no Paraná, pode-se verificar apresença marcante das atividades tradicionais na indústriaparanaense. O grupo de atividades que se referem à indústriade produtos alimentícios, bebidas e produção de álcool etílicoresponde por 102.022 empregos formais de um total de 409.065empregos industriais, o que corresponde a aproximadamente25% do emprego industrial paranaense.

Os cinco grupos de atividades econômicas que maiscontratam trabalhadores no Paraná (indústria de produtosalimentares, bebidas e produção de álcool etílico; indústria damadeira e do mobiliário; indústria têxtil do vestuário e artefatos detecidos; indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários,perfumaria, sabão; indústria do papel, papelão, editora e gráfica)respondem por 294.821 empregos formais, o que correspondea 72% dos 409.065 empregos da indústria paranaense.

TABELA 2 - ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO DOS QUATRO MAIORES (CR4) E DOS OITO MAIORES (CR8) ESTABELECIMENTOS POR GRUPO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS COM MAIOR PARTICIPAÇÃO NO VALOR ADICIONADO DA INDÚSTRIA PARANAENSE - 1985 -2000

CR4 CR8 GRUPO INDUSTRIAL

1985 1990 1995 2000 1985 1990 1995 2000

Automotiva Automóveis e caminhões 100,0 100,0 99,9 99,8 100,0 100,0 100,0 100,0 Partes e acessórios da automobilística 65,9 84,5 88,7 51,3 80,6 89,3 93,1 63,4 Outras partes e peças da automobilística 89,1 79,4 73,6 63,4 91,7 84,3 86,0 83,8 Média 85,0 87,9 87,4 71,5 90,8 91,2 93,0 82,4 Produtos químicos Pigmentos, tintas, vernizes e lacas 67,3 58,7 69,2 42,2 87,2 78,7 85,1 63,9 Fertilizantes e inseticidas 56,2 70,0 41,1 37,1 80,3 82,7 60,9 57,7 Fibras e borrachas artificiais e sintéticas 95,3 96,1 90,9 81,0 100,0 99,3 95,1 89,5 Medicamentos, perfumaria e cosméticos 92,4 44,3 70,5 75,9 96,3 62,8 79,7 82,3 Média 77,8 67,3 67,9 59,0 91,0 80,9 80,2 73,4 Papel e gráfica Fabricação de papel e papelão 77,5 72,7 76,6 64,2 90,5 89,3 86,8 82,3 Editorial e gráfica 51,1 30,5 54,8 60,1 62,9 42,9 68,6 71,9 Média 64,3 51,6 65,7 62,1 76,7 66,1 77,7 77,1 Agroindústria Fiação e tecelagem 68,8 65,5 43,9 45,6 89,7 85,4 68,8 67,1 Óleos e gorduras vegetais 54,3 58,0 29,3 47,5 74,0 82,2 52,9 70,2 Rações e alimentos preparados para animais 42,3 49,5 48,8 40,7 73,0 71,4 69,4 60,0 Fumo 98,0 99,5 99,9 94,8 100,0 100,0 100,0 100,0 Média 65,8 68,1 55,4 57,2 84,2 84,7 72,8 74,3

FONTE: IPARDES

TABELA 3 - EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL POR GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA NO ESTADO DO PARANÁ

GRUPOS DE ATIVIDADES ESTOQUE EM 31/12/2001

ParanáIndústria de Produtos Minerais Não-Metálicos 18.879Indústria Metalúrgica 24.421Indústria Mecânica 21.344Indústria Material Elétrico e de Comunicação 13.078Indústria do Material de Transporte 20.093Indústria da Madeira e do Mobiliário 74.264Indústria do Papel, Papelão, Editora e Gráfica 29.949Indústria Borracha, Fumo, Couros, Peles, Sim, Ind. Diversa 15.033Indústria Química de Produtos Farmcêuticos, Veterinário, Perfumaria, Sabão 31.597Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos 56.989Indústria de Calçados 1.396Indústria de Produtos Alimentos, Bebidas e Álcool Etílico 102.022Indústria de Transformação 409.065

FONTE: DIEESE - ER/PR

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Pela tabela 4, que mostra o índice de concentração dosquatro e dos oito maiores estabelecimentos dos grupos deatividades econômicas com maior número de empregos formais,observa-se que os ramos de atividades que compõem o grupode alimentos apresentam média de 68,7, em 2000, no índice deconcentração dos quatro maiores estabelecimentos e 83,3, em2000, no que se refere aos oito maiores estabelecimentos. Verifica-se que as atividades que mais contribuem para a presença devalores médios elevados no grupo de alimentos são a indústriado café, sucos e conservas de frutas e legumes, refeições ealimentos conservados, abate e preparação de carnes esubprodutos de aves, bovinos, suínos e outros animais, açúcar eadoçantes naturais, fabricação de balas, chocolates e sorvetes.

Essas atividades constituem-se basicamente de atividadesintensivas em trabalho e de baixa tecnologia, e caracterizam-sepor um mercado de oligopólios competitivos e produtos comtendência a uma maior homogeneização. Nesse sentido, aelevada concentração deixa pouca margem de desenvolvimento

para os pequenos estabelecimentos porque a concorrênciaefetiva-se preponderantemente no preço e depende fundamen-talmente da economia de escala, o que inibe bastante apossibilidade de cooperação e interação.

A indústria da madeira e do mobiliário apresenta um índicede concentração menor, no caso da produção de móveis a grandequantidade de pequenos e médios empreendimentos que selocalizam no estado e a própria estrutura produtiva que caracterizaesse setor permite que se obtenham ganhos competitivos mediantea difusão e absorção de novas tecnologias que permitam adiferenciação de produtos e o aumento da produtividade e daqualidade, que pode ser obtido, por exemplo, pela utilização dosistema CAD (computer - aided design) para disseminar a práticado design de novos produtos. A indústria de móveis apresentatambém um enorme potencial de promoção das exportações deseus produtos, o que pode estimular a integração horizontal deprodutores que concorrem entre si em um objetivo comum.

TABELA 4 - ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO DOS QUATRO MAIORES (CR4) E DOS OITO MAIORES (CR8) ESTABELECIMENTOS POR GRUPO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS COM MAIOR EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO ESTADO DO PARANÁ - 1985 - 2000

CR4 CR8 GRUPO INDUSTRIAL

1985 1990 1995 2000 1985 1990 1995 2000

Madeira Chapas e placas de madeira 53,8 36,8 40,5 43,1 66,8 59,2 53,2 51,9 Desdobramento da madeira 19,5 14,1 23,7 23,7 29,4 21,2 31,3 32,7 Estruturas da madeira 41,9 42,1 58,3 59,1 53,7 51,8 67,4 71,9 Média 38,4 31,0 40,8 42,0 49,9 44,0 50,6 52,2 Alimentos Beneficiamento de café, mate, grãos e fibras 54,6 20,8 33,8 41,2 60,9 30,3 45,7 54,5 Moagem de trigo 72,9 76,8 68,1 61,3 95,3 94,7 87,5 79,6 Panifício e pastifício 44,0 45,7 53,6 51,2 63,3 52,2 64,8 64,7 Café 72,8 92,8 84,6 87,4 88,7 96,1 95,3 94,6 Milho, mandioca e seus derivados e farinhas diversas 78,1 67,5 44,6 47,3 86,3 83,6 61,6 66,5 Sucos e conservas de frutas e legumes 83,5 73,0 79,9 77,3 95,9 86,5 89,8 89,0 Refeições e alimentos conservados 95,8 92,3 93,5 72,4 100,0 96,7 97,2 85,3 Abate de bovinos e preparação de carnes e subprodutos 88,4 42,4 78,0 86,3 94,1 65,4 86,9 94,6 Abate de suínos e preparação de carnes e subprodutos 100,0 94,0 95,5 92,7 100,0 99,5 98,7 99,2 Abate de aves e preparação de carnes e subprodutos 74,4 84,9 64,8 55,6 99,0 98,1 91,9 76,4 Abate de reses e aves e preparação de carnes e subprodutos 92,3 99,2 93,2 100,0 100,0 99,9 99,7 100,0 Abate de outros animais e preparação de carnes e subprodutos 100,0 97,8 68,0 56,1 100,0 100,0 82,2 81,7 Leite e derivados 55,2 51,1 33,5 51,3 72,5 61,9 48,8 69,3 Açúcar e adoçantes naturais 99,8 100,0 79,0 73,3 100,0 100,0 100,0 100,0 Fabricação de balas, chocolates e sorvetes 86,0 46,1 70,4 77,5 100,0 67,5 88,7 93,5 Média 79,8 72,3 69,4 68,7 90,4 82,2 82,6 83,3 Malharia e confecções Malharia e outros produtos têxteis 76,7 27,5 42,7 50,4 89,7 44,3 68,8 66,3 Confecções 44,8 30,8 20,5 15,3 57,0 47,2 30,6 23,4 Média 60,8 29,1 31,6 32,8 73,4 45,7 49,7 44,9 Bebidas Cervejas, chopp e malte 100,0 100,0 100,0 98,2 100,0 100,0 100,0 100,0 Refrigerantes 81,0 72,3 69,5 76,8 93,9 93,0 92,2 94,7 Refrescos naturais, mate solúvel e outras bebidas 71,9 51,9 65,1 66,4 88,6 76,6 76,0 78,9 Média 84,3 74,7 78,2 80,5 94,2 89,9 89,4 91,2 Mobiliário Artefatos de madeira, bambu, vime e cortiça 33,5 52,7 34,5 55,9 52,4 73,4 59,3 69,4 Mobiliário 15,5 24,1 19,5 17,5 27,4 32,6 30,8 27,9 Média 24,5 38,4 27,0 36,7 39,9 53,0 45,0 48,6

FONTE: IPARDES

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O grupo industrial de malharia e confecções configura-sepor duas situações bastante distintas, que apresenta umasignificativa concentração das atividades no setor têxtil que secaracteriza pela existência de um grupo de empresas de grandeporte que busca atender à demanda de um setor de confecçõesrepleto de empresas de pequeno porte, que disputam um mercadomuito mais atomizado. Verifica-se que a indústria de confecçõesencontra-se espalhada por boa parte do estado, entretanto, emalgumas regiões específicas os pequenos empreendimentosconseguiram se articular de forma mais eficiente e obter vantagenscompetitivas mediante a organização de feiras, eventos, além deestratégias de comercialização e marketing que identificam alocalidade como um pólo de confecções. Dois exemplos típicosque se pode citar são os municípios de Arapongas e o deApucarana; este último é responsável por boa parte da produçãonacional de bonés.

Pelas características do setor de confecções (baixa tecnologia,pequenos empreendimentos familiares, elevado potencial de geraçãode emprego de baixa qualificação) a intervenção do governo torna-se fundamental para a implementação de estratégias que promovama capacitação empresarial e a capacidade de organização ecompartilhamento de boas práticas desses empreendimentos. Deve-se ainda destacar que as estratégias podem ser diferenciadas paraos arranjos produtivos locais mais consolidados, pode-se buscarconvênios com centros de pesquisa nacionais e internacionais quepossuam laboratórios que pesquisem novos materiais para tecidos,como o AITEX, de Valência, na Espanha.

Contudo, deve-se ressaltar, mais uma vez, que qualquerestratégia de desenvolvimento local deve ser complementar apolíticas industriais e de ciência e tecnologia de âmbito nacional,com políticas claramente definidas e voltadas para uma estratégiamais abrangente de atuação setorial em cadeias produtivas, pois,sem uma clara intenção do Governo Federal em promover ocrescimento econômico mediante suas políticas macroeconômicas,não haverá solução local ou regional que consiga surtir, de formadigna de consideração, os efeitos desejados.

4. REFERÊNCIAS

ARAUJO, Maria Celina Soares D’, Capital social. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Ed., 2003.

CARLEIAL, Liana. Redes industriais de subcontratação: um enfoque desistemas nacionais de inovação: um estudo das indústrias eletroeletrônica,metal-mecânica e de confecções na Região Metropolitana de Curitiba.São Paulo: Hucitec, 2001.

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CASAROTTO FILHO, Nelson. Redes de pequenas e médias empresase desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividadeglobal com base na experiência italiana. São Paulo: Atlas, 1998.

COUTINHO, Luciano & Ferraz J. C. Estudo da competitividade daindústria brasileira. Campinas: Papirus, Editora da UNICAMP, 1994.

DIEESE - PR (Departamento Intersindical de Estudos e EstatísticaSócio-Econômica no Paraná). O nível de emprego formal no Paraná em2002. Curitiba: 2003.

GARCIA, Renato. As economias externas como fonte de vantagenscompetitivas dos produtores em aglomerações de empresas. Textosubmetido à apresentação no VII Encontro Nacional de Economia Política.Curitiba: 2002.

HADDAD, Paulo Roberto (org.). A competitividade do agronegócio e odesenvolvimento regional no Brasil; estudo de cluster. Brasília: CNPQ/Embrapa, 1999.

IBQP/PR - Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná.Identificação das principais aglomerações econômicas nas principaisaglomerações industriais dos estados da região sul. Curitiba, 2002.

IGLIORI, Danilo Camargo. Economia dos clusters industriais edesenvolvimento. São Paulo: Iglu/Editora FAPESP, 2001.

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.Arranjos produtivos locais e o novo padrão de especialização regional daindústria paranaense na década de 90. Curitiba: IPARDES, 2003.

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico eSocial. Crescimento, Reestruturação e Competitividade Industrial noParaná - 1985-2000. Curitiba: IPARDES, 2002.

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.Paraná: Diagnóstico econômico e social. Curitiba: IPARDES, 2003.

LOURENÇO, Gilmar Mendes. A economia paranaense nos anos 90:um modelo de interpretação. Curitiba: Ed. Do Autor, 2000.

MACIEL, Maria Lúcia. Cooperativas Populares em Arranjos e Sistemasde MPME. Rede de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais. Rio deJaneiro: www.ie.ufrj.br/redesist

SUZIGAN, Wilson. Aglomerações industriais: avaliação e sugestão depolíticas. www.eco.unicamp.br

VASCONCELOS, José Romeu de (coord.) & Castro, Demian. Paraná:economia, finanças públicas e investimentos nos anos 90. Brasília:IPEA, 1999.

VILLELA, André. As micro, pequenas e médias empresas. Textos paradiscussão n º 17: BNDES, 1999.

NOTA1 Índice de concentração: CR4 = (Σ VS4 ) / VS (VS4 = Faturamento dos quatro maiores estabelecimentos / VS = faturamento global do ramo.

CR8 = faturamento dos oito maiores estabelecimentos. FONTE: IPARDES (2002).

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CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTOREGIONAL NO PARANÁ NA ATUALIDADE

Igor Zanoni Constant Carneiro Leão*

É consensual que as políticas de desenvolvimentoeconômico e de luta contra a pobreza e o desemprego passampor problemas como a informalização no mercado de trabalho, aquestão agrária, a política de salário mínimo, a oferta inadequadade serviços públicos básicos, a desigualdade entre capacidadespessoais por obter renda e os desequilíbrios regionais. Isto significaque tais políticas precisam ser localmente diferenciadas e tereficiência e eficácia para garantir que se atinjam metas de formaeficientes. 1 Quando se pensa em tais políticas de desenvolvimentoe antipobreza na forma como começa a fazer no Paraná a atualgestão estadual, é preciso recuperar a memória técnica presentenos órgãos de pesquisas como o Ipardes e em departamento depesquisas das diversas secretarias reunindo e integrando a visãoespacial e humana presente nas várias regiões do Estado,mapeando suas especificidades e seu potencial socioeconômicos.Este texto é um passo nesse sentido, complementando outrospresentes neste número do Produtividade Sistêmica.

Vejamos em primeiro lugar as tendências da dinâmicapopulacional no Estado do Paraná nas últimas décadas e suasperspectivas. Como se sabe, esta dinâmica esteve estritamenteligada aos movimentos migratórios. Assim, se até a década de1960 o Paraná apresentou um acelerado ritmo de crescimento,graças à abertura de novos espaços de atividade agrícola,atraindo grandes fluxos migratórios, a partir dos anos 70 astransformações na estrutura produtiva agrícola e a busca deoportunidades em outras regiões do país provocaram a saídamaciça de grande contingente populacional. Ao mesmo tempoas taxas de fecundidade total também começaram apresentardeclínio, tudo isso fazendo com que o Estado apresentasse nasdécadas de 1970 e 1980 as baixas taxas de crescimentopopulacional do país. Nos anos 90 o Estado vê cair seus fluxosmigratórios de saída mantendo baixas taxas de fecundidade etaxas de mortalidade em queda. Nestes anos a perda dedinamismo dos condicionantes que induziram a atração dafronteira agrícola do norte do país, bem como do mercado detrabalho urbano-industrial do sudeste brasileiro fez com que oParaná retomasse sua taxa de crescimento demográfica.

Entretanto, o Paraná retêm uma parcela maior da populaçãoapresentando um movimento migratório interno intensoenvolvendo parcela numerosa da população em deslocamentosprivilegiando a Região Metropolitana de Curitiba e em menorgrau as regiões de Londrina e Maringá. Assim, em torno dos

pólos dessas aglomerações forma-se uma densa mancha deocupação urbana, destacando-se o crescimento expressivo deum conjunto grande de municípios nessas regiões. No Oeste doParaná também há um adensamento em torno de Foz do Iguaçue Cascavel, assim como no litoral paranaense observa-se umcontingente elevado de imigrantes que denota um processo deperiferização ligado a Região Metropolitana de Curitiba.

Ao mesmo tempo, um grande número de municípios vemapresentando perdas tanto na área rural como em áreas urbanasrepresentando 79% do total dos municípios; processo esse quedeve perdurar no atual qüinqüênio. Estes deslocamentospopulacionais demandam por si formas específicas de políticasque possibilitem maior reequilíbrio econômico e populacional doscentros de médio e pequeno porte, viabilizando moradias eserviços e recursos técnicos e financeiros para políticas conjuntasdemandadas pela complexidade dos maiores espaçosdemográficos.2

Desde já se impõe uma preocupação com o mercado detrabalho no Estado. Calcula-se que os 20 maiores municípiossão responsáveis por 51,4% do total da PEA estadual. Estesmunicípios são Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu,Ponta Grossa, Cascavel, Colombo, São José dos Pinhais,Guarapuava, Paranaguá, Pinhais, Almirante Tamandaré,Apucarana, Araucária, Campo Largo, Toledo, Arapongas,Cambe, Umuarama e Fazenda Rio Grande. Oito destesmunicípios fazem parte da Região Metropolitana de Curitibaque reúne 27,4% da PEA do Estado ou 1.415 milhões depessoas. Os municípios com menor expressão em termos deestimativa da PEA encontram-se dispersos por todo o Estado erepresentam pequena parcela do seu total. Assim, “a falta deoportunidades de trabalho e as precárias condições de vidapara boa parte da população residente no meio rural ou naspequenas cidades têm gerado um grande deslocamento depessoas para os grandes centros urbanos em busca deemprego, não somente que postos de trabalho assalariado ede relações de trabalho mais formalizadas, mas também detodo tipo de trabalho oferecido pelo espaço econômicourbano”.3

Esses dados sobre a PEA reforçam as conclusões sobre acontinuidade dos deslocamentos com destino urbano, com pesosignificativo daqueles com origem também urbana; além disso,realça a importância de trocas de curta distância, indicando

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movimentos de circularidade; realça ainda a confirmação daatratividade metropolitana e, secundariamente, das principaisaglomerações urbanas interioranas; finalmente, destaca osmovimentos de partida da metrópole e dos principais pólos,majoritariamente na direção de suas periferias imediatas. Comoindica o Ipardes, “a constatação de certa padronização decomportamentos instiga a reflexão no sentido de melhor qualificaros fluxos, seja para indicar as condições socioculturais dosimigrantes (idade, sexo, instrução, renda, ocupação) seja paracompreender os elementos econômicos e institucionais daslocalidades envolvidas (atividades e padrões produtivos,disciplinas de uso e ocupação do solo, dinâmica do mercadoimobiliário, políticas públicas e atração de investimento, políticassociais) que induzam ou restrinjam a opção por trocas”. Istopermitiria compreender a dinâmica de mudanças e de organizaçãosocioespacial das áreas de chegada ou partida, contribuindopara discussões relativas às possibilidades que ainda possui arede de centros de médio e pequeno porte no reequilíbrio dadistribuição espacial da população, bem como a discussão deprioridades e políticas públicas que contenham a degradação noambiente e na sociedade dos espaços de concentração, ou aindaas discussões dedicadas à releitura das demarcações políticaadministrativa ou formais de grandes regiões que guardamposições autônomas de Estados e municípios e ao mesmo tempoestão submetidas à circularidade do trânsito.4

Essa evolução populacional e geográfica foi acompanhadapor mudanças significativas no Índice de DesenvolvimentoHumano Municipal (IDH-M) no Paraná. Este indicador em 1970atingia tão-somente 0,440 inserindo o Estado na condição debaixo desenvolvimento humano. O crescimento econômico e aurbanização, acompanhados de investimentos e infra-estruturaeconômica e social, fizeram este índice saltar para 0,700, posiçãode médio desenvolvimento. Em 1991 o índice era 0,760 e em2000 era 0,786, mantendo o Estado, portanto, na classe de médiodesenvolvimento. Há, entretanto, uma forte desigualdade nacondição de desenvolvimento entre os municípios. Nos anos 70os municípios de baixo desenvolvimento distribuíam-se por todoo Estado sobressaindo pólos regionais e sub-regionais e algunsmunicípios vizinhos a estes nas atuais áreas de aglomeraçõesurbanas e no litoral, com médio desenvolvimento. Curitibadistinguia-se de todos os municípios com o índice na classe dedesenvolvimento médio superior (0,713).

Na década seguinte um grande número de municípiosformando manchas contínuas nas proximidades do pólo caminhouem direção à classe de desenvolvimento médio superior igualando-se com Curitiba, que pouco altera sua posição (0,760). Em 1991o IDH-M mostra pouca alteração na distribuição da décadaanterior. Treze municípios se mantêm na classe de baixodesenvolvimento os demais passam a integrar a classe de médio

desenvolvimento e Curitiba atinge o nível de alto desenvolvimentohumano (0,818). Em 2000, a maior parte dos municípios inseriam-se na classe de desenvolvimento humano médio superior. Cincomunicípios permaneciam na classe de médio desenvolvimento.Pólos regionais e sub-regionais, alguns municípios dasaglomerações urbanas como a de Cascavel no Oeste igualam-se a Curitiba na classe de alto desenvolvimento humano. Ametrópole mantinha-se como município com maior IDH-M doParaná (0,856).

A homogeneidade no IDH-M entre os municípios repete-sena distribuição da população segundo as classes dos índices. Assim,“em 1970, 80% da população encontrava-se em municípios combaixo desenvolvimento humano. Essa proporção cai vertiginosamenteda década seguinte, chegando a apenas 8,5% da população emmunicípios com IDH-M nessa classe, e mantendo-se em queda aténão ter, em 2000, nenhum município nessa posição. No oposto , aproporção de população em municípios com classes dedesenvolvimento médio e médio superior cresce entre os anos 70 e80, sendo que a proporção entre os primeiros inicia um declínio até0,7% em 2000, enquanto entre os segundos cresce ligeira econtinuamente , alcançando 62,2% em 2000.”5 Assim, no ano 2000havia 0,7% da população na classe de médio desenvolvimento,62,2% na classe de médio superior desenvolvimento e 37,1% naclasse de alto desenvolvimento.

Todavia, o Paraná ainda se mantém abaixo dos índicesostentados por municípios de estados vizinhos. O Paraná encontra-se numa posição extremamente desfavorável em relação aos demaisestados do Sul e São Paulo, concentrando uma mancha contínua epredominante de municípios com IDH-M inferior ao do Brasil, aocontrário daqueles estados. Ao mesmo tempo, um terço da populaçãoparanaense vive em municípios com IDH-M inferior ao do Brasilenquanto nos demais estados menos de 10% da população vivesob esta condição. No Paraná apenas 36% da população vive emmunicípios com índice de alto desenvolvimento, mas nos demaisestados citados essa proporção é superior a 60%, atingindo 72%em Santa Catarina e São Paulo. No Paraná, 71% da populaçãorural, particularmente sensível ao desenvolvimento humano peladificuldade ao acesso a serviços e infra-estrutura, vivia em municípioscom índices inferiores ao do Brasil, enquanto no restante do Sul eSão Paulo essa concentração não ultrapassa 30%.

Mesmo as aglomerações urbanas reunindo o maior númerode municípios com índices elevados dada a sua complexidade,apresentam um elevado contingente populacional em situaçãodesfavorável. Em termos das mesorregiões do Paraná, aquelassituadas na porção central do Estado apresentam as piorescondição de vida, particularmente a centro-sul. Como o IDH-M éelaborado com base nos indicadores de educação (alfabetizaçãode taxa de freqüência escolar) longevidade e renda da população,os dois primeiros indicadores tendem a se homogeneizar dadas

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as transformações econômica e sociais verificadas nos anos 90,como a própria urbanização e as políticas públicas pertinentes.Entretanto, o componente espelhando os resultados finais doIDH-M com maior fidelidade, identificando situações de maiorheterogeneidade entre os municípios e maior precariedade nascondições do desenvolvimento humano é a renda municipal percapita. A maioria dos municípios do Paraná apresenta renda médiada população inferior a 1,5 salário mínimo. Os rendimentos acimadesse valor encontram-se apenas nas aglomerações urbanos enos pólos regionais e sub-regionais.

Os municípios com os menores IDH-M apresentam-se comáreas de evasão populacional; ao mesmo tempo os municípios –dormitórios apresentam elevado crescimento populacional,integram-se às aglomerações urbanas possuindo também osmenores IDH-M. Estes municípios de baixo IDH-M dependemfortemente das transferências federais na composição das receitascorrentes municipais, possuindo pouca flexibilidade e autonomianos seus gastos e nas suas políticas.

Como colocamos acima, as políticas públicas têm tido umpapel importante na melhoria das condições de vida e respondempela melhoria verificada no IDH-M. Essas políticas precisam seraprofundadas e melhor adequadas diante da pobreza rural, quese concentra em um grande número de municípios no Paraná, ea da pobreza urbana, concentrada e acentuada nas aglome-rações. A retomada do crescimento econômico conjugada apolíticas de desenvolvimento regional teria um papel óbvio nodesenvolvimento dos pólos dentro do Estado e no seuexpraiamento para municípios vizinhos.

Outro trabalho bastante útil do Ipardes utilizando dadossecundários dos municípios paranaenses gerou uma tipologia demunicípios com uma base territorial homogênea nos agrupamentosobtidos diante dos indicadores escolhidos. Formou-se uma base dedados com indicadores que fossem representativos das inter-relaçõessocioeconômicas e demográficas que ocorrem em nível dos municípios.Os municípios do grupo de baixo desenvolvimento refletem as “pioresposições”, os municípios de médio desenvolvimento, as “posiçõesintermediárias” e os de alto desenvolvimento refletem as melhoresposições. A utilização de cada indicador sempre levou em conta arealidade do grupo a que pertence. Assim, o indicador proporção dovalor adicionado fiscal sobre o total do Estado apresentou umatendência crescente de valores do grupo de baixo grau ao alto graude desenvolvimento, e somente este último ultrapassa a média totaldos municípios do Estado.

Nesse sentido, “tomando-se a agricultura como baseeconômica para a maioria dos municípios do Estado, considerandoque a sua contribuição em termos de valor adicionado éproporcionalmente mais baixo que as dos demais setores e, aindaque no sentido do grupo de baixo grau ao alto grau de desenvol-

vimento a agricultura é de subsistência, pouco tecnificada, atéatingir a agricultura mais dinâmica e agroindustrializada, o valoradicionado é mais baixo nos primeiros grupos e cresce até ogrupo com alto desenvolvimento. Além disso, como os demaissetores da economia acabam por ter, de um modo geral, o mesmocomportamento, o total do valor adicionado reflete os resultadosapontados, ou seja: o grupo de baixo grau de desenvolvimentoé marcado pela predominância de municípios pobres, quase queexclusivamente rurais, com a agricultura de subsistênciadiversificada (feijão, milho, mandioca, hortaliças e pequenosanimais) e baixa tecnologia. Em contraposição, o grupo de altograu de desenvolvimento compõe-se por municípios ricos, comagricultura dinâmica e altamente tecnificada. Os gruposintermediários, por sua vez, oscilam entre essas duas posições,formando grandes manchas de municípios pobres em torno dosmais ricos.”6

Os resultados acima refletem-se no indicador proporçãode responsáveis pelo domicílio com menos de um salário mínimoe sem rendimento. Quanto menor esta proporção mais elevado éo grau de desenvolvimento do município: os grupos de médio,médio-alto e alto grau de desenvolvimento apresentam os valoresmais baixos (abaixo da média geral) sendo, portanto, os demelhores posições. Para os indicadores proporção de pessoasresidentes em domicílios rurais e proporção de pessoas ocupadasna agricultura em relação ao total dos ocupados observa-se umarelação semelhante, o que indica que o desenvolvimento dosmunicípios é tanto mais alto quanto menores forem essesindicadores. Isto é explicado em boa medida porque o rendimentodas pessoas é menor na zona rural do que na zona urbana etambém menor nos municípios mais pobres.

Por outro lado, os indicadores proporção de pessoas naposição na ocupação de autônomo e proporção de pessoasocupadas na agricultura com domicílio urbano sugerem que aocupação de autônomo é maior no grupo de municípios de baixodesenvolvimento e gradativamente menor para os demais. Istoocorre dada a importância da condição de autônomo para aagricultura familiar típica dos municípios de baixo rendimento e,também, porque o número de pessoas ocupadas na agriculturacom domicílio na cidade é maior quanto mais desenvolvido é omunicípio, já que permitem que as pessoas possam estarenvolvidas em diversas atividades econômicas e produtivas, ruraise urbanas.

Os indicadores taxa de crescimento da população rural etaxa de urbanização crescem do grupo de municípios de baixodesenvolvimento para o de alto desenvolvimento, pois quandocresce a perda da população rural cresce também a taxa deurbanização. Finalmente, os indicadores proporção deresponsáveis pelo domicílio com três anos de estudo e sem

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instrução e proporção de municípios com abastecimento de águaindicam junto com os anteriores o baixo atendimento escolar aspopulações dos municípios mais pobres e a precariedade dosaneamento básico. Essas conclusões foram desenvolvidas apartir da tabela 1 comparando os graus de desenvolvimentopara os 399 municípios paranaenses. Essa tipologia dos municípiosparanaenses serve como bom ponto de partida para visualizaçãogeográfica do espaço econômico e social do Estado e para adiscussão das políticas públicas necessárias à elevação do graude desenvolvimento dos municípios paranaenses. Isto é tantomais importante quando se observa pela tabela que apenas 31municípios no Paraná podem ser considerados de altodesenvolvimento.

Um avanço no sentido de qualificar os frutos dodesenvolvimento percebidos pela população reside em quantificare caracterizar as famílias em situação de pobreza ou devulnerabilidade mais extrema como forma de fundamentarestratégias para o seu enfrentamento. Novamente recorrendo atrabalho do Ipardes seguem as considerações abaixo.

No Paraná a taxa de pobreza entre as famílias alcança20,87% e ela está presente em todos os municípios. Há umacorrespondência entre baixo IDH-M e proporção de famílias comrenda per capita até meio salário mínimo. Nas classes de IDH-Mentre 0,620 a 0,699 e 0,700 a 0,763 encontram-se 288 municípiosdo Estado que reúnem 51,38% das famílias pobres do Paraná.O nível de IDH-M destes municípios encontram-se abaixo damédia brasileira de 0,764. A taxa de pobreza referente a essesagrupamentos supera 30%. Entretanto, os 24 municípios comIDH-M igual ou superior a 0,800, de alto desenvolvimento e emsua maioria de médio e grande porte reúnem 21,49% do total defamílias com renda familiar per capita até meio salário mínimo noParaná. Considerando as sete aglomerações paranaenses(Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Litoral, Londrina, Maringá ePonta Grossa), que contam com 47 municípios, concentram36,97% das famílias pobres reunindo um total de 217.881 famíliasnessa condição. Apenas a aglomeração Metropolitana de Curitibadetém 17,01% do total estadual.

Uma qualificação importante é feita aqui. As aglomeraçõesurbanas ao possuírem uma dinâmica socioeconômica própriainfluenciam os dados no seu conjunto. Mas há uma pobrezadispersa nos municípios de pequeno porte que possuem umadinâmica socioeconômica diferenciada e ligada ao rural. Excluindoos municípios das aglomerações urbanas, ao mesmo tempo queconsiderando toda população dos municípios com até 20.000habitantes e a população domiciliada em áreas rurais dosmunicípios acima de 20.000 habitantes configura-se um espaçode “rural expandido”, definição distinta do rural segundo o IBGE.Assim, “observa-se que, quer se considere a definição do IBGE,

quer a de rural expandido, a pobreza nessas áreas é significativa.O rural definido pelo IBGE, exceto aglomerações, é responsávelpor 28,29% das famílias pobres do Estado. “Adotando-se o critériodo rural expandido, o percentual de famílias pobres no meio ruralchega a 46,94%, ou seja 276.678 famílias. Destaca-se, ainda,que os municípios que concentram essa população sãodependentes, basicamente, de atividades rurais. As áreas urbanasdos demais municípios concentram outros 16,09% da pobrezano Paraná, e as aglomerações urbanas como foi mencionada,concentram 36,97%”.7 Essa observação é importante já quepara uma autora como Sônia Rocha as populações urbanas sebeneficiam mais dos períodos de crescimento econômico enquantoas que moram nas áreas rurais dependem basicamente de políticaestruturais. Todavia, o problema maior não é se a pobreza ruraldeve ser priorizada em relação a urbana mais sim que medidassão adequadas a cada realidade e onde é necessário serreforçada a atuação do setor público.

A partir dessa última qualificação lembre-se que a produçãoagrícola do Paraná caminha em direção a uma estrutura produtivamenos diversificada, centrada em segmentos com forte inserçãono mercado internacional e pela adaptação à escassez de recursospúblicos para o financiamento agropecuário. Ao mesmo tempo asatividades características das pequenas propriedades e intensivasem mão-de-obra perdem espaço o que tem rebatimento sobre aestrutura agrária e a geração de empregos no campo: “Tantoque o número de estabelecimentos rurais no Paraná caiu de466.000 em 1985 para 370.000 em 1995, tornando nítida aintensificação de um processo de concentração fundiária. Alémdisso, também como conseqüência da inviabilidade de algumasatividades agropecuárias, o número de pessoas ocupadas nosestabelecimentos rurais do Estado declinou de 1,9 milhão para1,3 milhão no mesmo intervalo, o que pode ser atribuídoparcialmente à conformação de uma base produtiva maisadequada ao atendimento das demandas de mercado e menosdependente da intervenção governamental.”8 O problema dapobreza rural reúne assim aspectos relativos à agropecuária eàs questões agrícola e agrária mas possui um componente quepassa pelas finanças públicas e as opções de políticamacroeconômica.

Uma iniciativa interessante no sentido de melhorar ascondições de vida da população rural foi criada no segundogoverno de Fernando Henrique Cardoso, os fóruns de discussõese decisões consistentes nos Conselhos Municipais deDesenvolvimento Rural. As conclusões de uma pesquisa sobreos mesmos no Estado do Paraná aponta entretanto para questõesimportantes no seu funcionamento. À guisa de exemplos, háproblemas na forma de nomeação dos conselheiros, no tamanhodos Conselhos que os tornam incompatíveis com os interesses

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comum da comunidade, na escassa representatividade dosprodutores familiares, na superposição entre a Presidência dosConselhos e, por exemplo dos Secretários da Agricultura, poucosConselhos possuem caracter deliberativo, e poucos conselheirosparticipam com regularidade das reuniões entre outros problemas.Isso mostra o peso do patrimonialismo justamente onde seriamais importante seu combate.9

Ao longo deste artigo procuramos mostrar aspectosespaciais e de poder no desenvolvimento regional enfatizandoas dificuldades levantadas para a dinamização socioeconômica e

* Agradeço a orientação de Nádia Z. Raggio, pesquisadora doIpardes, neste texto. Agradeço também a Patrícia Lacerda Setúbal naseleção do material e na redação do artigo.

1 Patrícia Lacerda Setúbal - Resenha - Textos Recentes SobrePobreza, Produtividade Sistêmica V.3, n.9, jul./set. 2003.

2 Paraná - Projeções de População por sexo e idade 1991 - 2020 -Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social e InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística - 1999. Ver também Paraná - Projeçõesdas Populações Municipais por Sexo e Idade 2000 a 2010 n- InstitutoParanaense de Desenvolvimento Econômico e Social e Instituo Brasileirode Geografia e Estatística, 2000.

3 Projeção da população Economicamente Ativa - Paraná eMunicípios 2003-2006, Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego ePromoção Social - SETP, Coordenadoria de Estudos, Pesquisas e Relaçõesde Trabalho - CRT, 2003.

4 Movimento Migratório no Paraná (1986-91 e 1991-96): origensdistintas e destinos convergentes; Maria de Lourdes Urban Kleinke, MarleyVanice Deschamps e Rosa Moura in: Revista Paranaense deDesenvolvimento, Curitiba, n.95, jan/abr. 1999, p.48.

5 Índice de desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M - 2000,Anotações sobre o desempenho do Paraná, Ipardes 2003.

6 Tipologia dos Municípios Paranaenses Segundo IndicadoresSocioeconômicos e Demográficos, Ipardes 2003.

7 Famílias Pobres no Paraná, Ipardes, 2003. P.15.8 Júlio Takeshi Suzuki Júnior, O Reordenamento Produtivo da

Agropecuária Paranaense, in: Análise Conjuntural, maio/jun. 2003. P.17.9 Caracterização dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento

Rural do Paraná – Síntese dos Principais Resultados da Pesquisa deCampo, Ipardes, 2003 - Contrato Emater/Deser/Secretaria da AgriculturaFamiliar/PRONAF.

NOTAS

política no plano das características do Estado e de sua população.Uma ênfase foi dada à questão da pobreza e à sua relação como chamado rural expandido. Fica claro que as especificidades doEstado do Paraná não se resolvem mesmo na hipótese de alíviodas severas restrições ao crescimento que o país atravessa.Políticas públicas devem ser pensadas tendo em conta essasespecificidades. Apesar da riqueza do material estatístico e analíticodisponível no plano do Governo do Estado essas políticas emlarga medida ainda estão por ser delineadas com maior precisão.

TABELA 1 - COMPARATIVO DOS GRAUS DE DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS PARANAENSES, COM BASE NOS INDICADORESSOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS SELECIONADOS - 1991/2000

GRAUS DE DESENVOLVIMENTO (Valores médios)

INDICADORES Baixo(n=57)

Médiobaixo(n=90)

Médio(n=120)

Médioalto

(n=100)

Alto(n=31)

Valores/médiosMunicípio (n=399)

% do valor adicionado fiscal total/total do Estado 0.03 0,06 0,09 0,15 1,52 0,25% de responsáveis pelo domicílio com menos de 1 SM e sem rendimento 50,23 42,39 36,93 30,3 22,46 37,21% de pessoas residentes em residentes em domicílios rurais 79,93 62,76 46,64 29,11 12,56 47,87taxa de crescimento da população rural -1,64 -2,36 -3,24 -4,32 -4,94 -3,21taxa de urbanização 26,31 48,72 64,93 80,23 91,84 61,77% pessoas ocupadas na agric. Em relação ao total dos ocupados 77,29 66,87 54,48 40,48 16,75 53,96% pessoas ocupadas na agricultura na posição na ocupação "autônomo" 52,73 41,54 32,59 24,37 30,1 35,26% pessoas na agric. Com domicílio urbano 7,11 15,11 27,05 41,28 48,97 26,96% de responsáveis pelo domicílio com até 3 anos de estudo 51,34 46,06 42,93 39,01 29,62 42,75% de domicílios com abastecimento de água 36,82 56,84 73,19 84,25 91,78 68,59

FONTE: Tipologia dos Municípios Paranaenses, Ipardes, p.45.

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INTRODUÇÃO

O crescimento em volume e variedade das trocascomerciais não tem garantido, em termos prospectivos, efeitoestimulante às nações menos desenvolvidas. Embora a integraçãoregional e o desenvolvimento sejam questões atuais, problemasde determinação do escopo para especialização lucrativaassociada à estrutura de produção, com apropriação e distribuiçãoigualitária dos benefícios entre os seus participantes e nosintercâmbios, têm perspectivas de solução cada vez mais remotas,para não dizer o quanto esta questão é polêmica do ponto devista econômico e político. O problema da repartição tem a vercom o do desenvolvimento do homem e está no imaginário dasdiferentes sociedades, associado às respectivas culturas, valores,visões de mundo e perspectivas do futuro1 .

A ausência de respostas macroeconômicas para solucionar aquestão da pobreza e os problemas dela decorrentes deram lugarhistoricamente às intervenções locais na tentativa de alcançar resultadosmais efetivos2 . Hoje especialmente, as condições de vidaprogressivamente agravadas da população pela reestruturaçãoprodutiva e pela precarização das relações de trabalho, somadas àinternacionalização da economia, principalmente a menos favorecidae mais vulnerável em termos de qualificação e competitividade nomercado de trabalho, têm motivado as pessoas a organizarem-secada vez mais sob formas alternativas para sobreviver, instituindo oque tem sido chamado de economia solidária. O presente textoapresenta diversas interpretações, conceitos e entendimentos acercada caracterização destas organizações comunitárias que buscamsuperar ou minorar problemas de sobrevivência, decorrentes dosmodelos de sociedade implementados até então.

ECONOMIA, SOLIDARIEDADEE A CRISE DO CRESCIMENTO

A denominação Economia Solidária ganha cada vez maisamplitude com a multiplicação dessas experiências. Paradoxalmente,essa diversidade dificulta uma delimitação conceitual mais precisa.Embora já de domínio público, entre os estudiosos nem semprehá convergência para uma elaboração mais concisa: correspondeem geral a formas econômicas alternativas, com potencialemancipatório, baseadas na igualdade, na eqüidade, nasolidariedade e preservação do meio ambiente. Seriamalternativas que têm acontecido no mundo todo, com conteúdo e

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ECONOMIASOLIDÁRIA E A EXPERIÊNCIA PARANAENSE

Denise Maria Maia*

formas características opostos aos do capitalismo, por pautar-seem não reproduzir desigualdades de recursos e de poder, nemconferir primazia ao benefício pessoal ou a exploração crescentedos recursos naturais. Assim, a solidariedade como seu postuladoteria na posse coletiva dos meios de produção autogeridosdemocraticamente, na efetiva participação das pessoas em vezda burocracia e no cuidado com as condições de vida da terra, arepresentação de empreendimentos comprometidos comresultados sociais, qualitativamente diferentes destes a queassistimos hoje.

O caminho mais aceito como eficaz no equacionamento deproblemáticas estruturais aponta para a ampliação da cidadania3 .A perspectiva de revitalizar políticas sociais, em face do reconheci-mento da necessidade de ações programadas dirigidas a regiõesou segmentos desprotegidos, se faz presente tendo em vista aescalada da concentração da riqueza.

Populações destituídas dos bens sociais, necessários parasuprir a existência em termos do exercício da cidadania, alémdas necessidades básicas, enfrentam dificuldades de naturezadiversa - pessoais, econômicas, culturais, institucionais, entreinúmeras outras - que representam verdadeiros obstáculos paraque possam, isoladamente, organizar um empreendimentoeconômico-social que as beneficie mutuamente.

A forma e as condições de vida da população mais pobrenão podem ser ignoradas, já que tratamos de um fenômenoestrutural que aprofunda a distância entre classes de pessoas,com a crescente acumulação de capital e concentração do poder.O controle da tecnologia tem ampliado vantagens às corporaçõesprivadas, e, no lado humano, isso tem sido responsável por umamaior alienação dos povos, fazendo-os crer que este é o únicocaminho que permite alcançar o desenvolvimento. O fato é que aorigem da pobreza e da desigualdade é consequência, no longoprazo, deste modelo econômico.

ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESENVOLVIMENTO

As discussões teóricas sobre o desenvolvimento evoluíramsem grandes oposições ou divergências. Ao contrário, atéconvergiram, reconhecendo cada vez mais a importância doobjetivo e papel do ser humano, assim como dos investimentos,do governo, da combinação de um conjunto de fatores, sem noentanto, chegar a uma fórmula ideal que possa ser aplicada comresultados satisfatórios.

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Os requisitos preconizados pela área econômica, comoqualificação de mão-de-obra, escala de produção e equipamentoscom tecnologia de ponta para enfrentar a concorrência e acumularcapital, não estão ao alcance da população mais pobre. A naturezado desenvolvimento relacionada com as realizações materiais,as capacidades, a expectativa de vida ou direitos humanos, estáintrinsecamente vinculada às oportunidades de escolha quepermitem a cada um levar a vida que gostaria. As escolhas nãodependem só, ou necessariamente, do acúmulo de riquezasobtido, mas sim do acesso às informações e do grau de cooperaçãoque existe entre os membros de uma comunidade.

Para LAVILLE (2003, p.16), o estado social propõe-se acorrigir as desigualdades produzidas pelo mercado e sua açãoemerge do entendimento da solidariedade como uma redistribuiçãoassegurada pelo poder público, mais do que da reciprocidadedemocrática. A economia solidária surge, conforme o autor, como oterceiro pilar, que junto com o mercado e o estado social pode ser oapoio à economia que permite a todos um lugar.

A economia solidária ganha importância como tema dasconferências do Fórum Social Mundial, realizado em 2003 pelaterceira vez em Porto Alegre. Foram destacados nessa ocasiãoalguns aspectos diferenciadores da produção capitalista e dasolidária: a questão da propriedade social; a autogestão; aapropriação do tempo liberado pelo aumento da produtividade ea alternativa pós-capitalista de organização da sociedade. Assim,nas suas diversas formas, seria “um projeto de desenvolvimentoque visa a sustentabilidade, a justiça social e a democraciaparticipativa... e ainda um poderoso instrumento de combate àexclusão social...” (FÓRUM, 2002 p.10, 11). O termo é usado“para abranger todas as práticas e propostas que partilham essesprincípios, podendo dizer que a Economia Solidária não quer selimitar à organização da produção mas também o consumoorganizado e consciente, com base em princípios éticos, solidáriose sustentáveis.” (FÓRUM, 2002 p. 10)

Nesse Fórum discutiu-se como a cultura do trabalho cinde-se da cultura do desenvolvimento humano, porque “é uma culturaapenas do trabalho moral, abstrato, de um trabalho socialmenteimpedido de se realizar, de se concretizar, impedido por um modode produção estranho e alheio ao trabalhador. É uma cultura emque o desenvolvimento humano se dá apesar do trabalho, emque o trabalho inibe o desenvolvimento”. (ESTEVES, apudFórum, 2002 p.58)

Em 2003 a Economia Solidária foi abordada neste eventocomo estratégia de desenvolvimento humano enquanto um novopadrão de desenvolvimento alternativo à sociedade de mercado.A partir de sistemetizações realizadas pelo Grupo de Trabalho(GT) Brasileiro de Economia Solidária, que incluem desde asdocumentações existentes até as articulações possíveis, os marcos

conceituais são delineados e suas atividades ganham corpo,reforçado pela identidade ideológica com o evento: “O FórumSocial Mundial se opõe a toda visão totalitária e reducionista daeconomia, do desenvolvimento e da história e ao uso da violênciacomo meio de controle social pelo Estado.” (DO FÓRUM, 2003p.20) O âmbito mundial das experiências oportunizou o intercâmbioe a construção de entendimentos acerca do tema, distribuídos emquatro mesas: da experiência de rede de consumo ético, comérciojusto e solidário e produção autogestionária; de discussão sobrefinanças e sistema de financiamento solidário; sobre políticaspúblicas para o fortalecimento e difusão, e sobre práticasinovadoras e autogestão.

Entre os esforços em sintetizar alternativas desse tipo,

destacamos também o projeto de pesquisa internacional ‘Reinventar

a Emancipação Social para Novos Manifestos’, coordenado há três

anos por Boaventura SANTOS (2002). Os envolvidos neste projeto

apresentam sua Teoria do Desenvolvimento Alternativo no livro

Produzir para Viver - os caminhos da produção não capitalista,segundo dos sete livros planejados, agrupando análises teóricas e

trabalhos empíricos que, embora adotem perspectivas variadas,

partilham de um conjunto de pressupostos e propostas que

consideram a coluna vertebral da teoria.

Assim, genericamente, o desenvolvimento econômico e socialé entendido como forma de promover melhores condições de vidapara a população, especialmente os setores marginalizados. Odesenvolvimento alternativo inspira-se nos valores da igualdadee da cidadania, com a inclusão plena dos setores marginalizadosna produção e repartição dos resultados do desenvolvimento.Cabe destacar que esta teoria não rejeita a idéia de crescimentoeconômico mas lhe impõe limites, subordinando-o a imperativosnão econômicos4 . Em segundo lugar, esta concepção dedesenvolvimento é proposta a partir da base, dado que os atoresdas comunidades marginalizadas formam parte da sociedadecivil, sendo sujeitos coletivos organizados e não objetos dosprogramas de desenvolvimento. Seu caráter coletivo “gera umprocesso de construção de poder comunitário que pode criar opotencial para que os efeitos das iniciativas econômicas popularesatinjam a esfera política e gerem um círculo virtuoso que contrarieas causas estruturais da marginalização” (SANTOS, p 47). Emterceiro lugar, privilegia-se a escala local como objeto de reflexãoe de ação social, com estudos etnográficos das comunidadesmarginalizadas e com ações no âmbito local (ibid., p 49). E, porúltimo, esta abordagem caracteriza-se pelo ceticismo quanto àidéia de que as únicas alternativas de organização econômicasejam ora a forma de produção exclusivamente capitalista, ora oregime econômico centralizado e controlado pelo Estado. Emcontraposição, defende este autor a iniciativa coletiva deorganização econômica popular, com propriedade e gestão

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solidárias do capital, favorecendo estratégias econômicasautônomas que implicam iniciativas baseadas na autogestão econstrução do poder comunitário. Portanto, indo mais adiantecom esta reflexão, definido o objetivo principal (o homem), osdemais constituem caminhos escolhidos para alcançá-lo. Para oautor, esse trajeto requer considerar as condições específicasque particularizam cada situação, ou seja, a identificação esuperação das fontes de privação de liberdade, como a pobreza,tirania, oportunidades econômicas, sociais, políticas, entre outras.

ECONOMIA SOLIDÁRIA E COOPERATIVISMO

Nesta mesma linha de discussão, Paul SINGER (2000),

como representante da chamada “economia solidária” no Brasil,

considera como empresa solidária aquela que nega a separação

entre o trabalho e a posse dos meios de produção, considerandoque o trabalho e o capital estão fundidos, já que o trabalhador é

o proprietário que trabalha na atividade, prescindindo assim da

compra da força de trabalho. Nesta abordagem conceitual o autor

equipara a Economia Solidária ao cooperativismo pois, além de

ter nele sua origem, cultiva os requisitos que considera definidores

da empresa solidária, quais sejam, a posse pelo trabalhador dosseus meios de produção, o não assalariamento, já que são os

sócios aqueles que trabalham na cooperativa, e a tomada

democrática de decisões sobre a condução do empreendimento,

bem como sobre o destino dos seus resultados. Constitui-se para

ele num modo de produção inserido na formação social capitalista

que é hegemônica. Segundo SINGER, a economia solidária surgeno Brasil nesta etapa histórica, em 1981/83, provavelmente como

resposta à crise que levou várias indústrias a pedir concordata e

entrar em processo falimentar. A economia solidária abraça o

cooperativismo na sua visão mais política, pois nela cabe o

empoderamento desse ser contraditório por natureza, competitivo,

mas também solidário, que é o ser humano.

A análise detalhada das inúmeras formas pertinentes na

busca do desenvolvimento permite perceber as semelhançascom a doutrina cooperativista expressa nos valores e princípios5 .

No sentido estrito do termo, a concepção de cooperativismotem o ser humano, no coletivo, como seu objetivo e, portanto, sua

lógica não é guiada pelo lucro, mas pelo benefício que pode

proporcionar aos seus cooperados. Desse modo os resultados

dos avanços tecnológicos incorporados ao processo traduzem-

se em benefícios a todos os participantes, que passam sim pelo

crivo do mercado, mas também praticam a intercooperação e orespeito à comunidade do presente e do futuro, o que inclui a

sustentabilidade que preserva o meio ambiente, a natureza e o

homem do presente. Vale ressaltar que esta concepção tem

resistido a quase duas centenas de anos e mesmo nos dias de

hoje enfrenta os lobbies que buscam dentro do cooperativismo

incorporar a idéia do lucro. O que se pode supor aí é o sinal

verde para a contratação de empregados, já que o lucro seria a

apropriação de excedentes gerados no processo produtivo, ou,no dizer marxista, a apropriação do trabalho não pago.

Para isso, é essencial o pré-requisito da participação dequalidade, construída pela transparência das informaçõespertinentes ao empreendimento, como os termos dos contratos,da contabilidade, dos fluxos financeiros e situação devedora dacooperativa entre outras fundamentais para viabilizar escolhasacertadas de uma verdadeira cooperativa. A efetiva participaçãodo homem no processo, como determinante dos resultados deinteração social, vai compondo uma série de aspectos envolvidos,alguns deles priorizados ora em uma abordagem, ora em outra,mas conclusivos de que mais vale aquela proposta assumida enascida da base do que a trazida da cúpula; melhor dizendo,construída a partir dos beneficiários do que a imposta pelosdirigentes. Por último, cabe destacar que a solidariedade dacooperativa, como uma qualidade da organização autogestionáriatratada aqui, pode ser avaliada nas relações de trabalhoestabelecidas no desenvolvimento das atividades fins e nasrelações entre cooperativas. Conseqüentemente, a distribuiçãodos rendimentos também demonstra a qualidade da autogestãoimplementada.

Na realidade, o problema que se apresenta freqüentementeem cooperativas é a participação dos sócios ou a consciência doseu papel de cooperado nas definições de metas coletivas erespectivos desdobramentos. A falta desta participação efetivapermite que a direção atue livremente, estabelecendo metaspróprias, desconsiderando, até pela própria ausência dos demais,o interesse do coletivo. A falta da atuação consciente e ativa dosmembros de uma cooperativa pode permitir uma trajetóriadescomprometida dos objetivos e interesses dos seus integrantes.Assim, o cooperativismo promete um mundo melhor, comigualdade na condição humana e pluralidade ideológica, emboradiferente e novo para muitos, inclusive cooperados, quedesconhecem sua doutrina e os valores que inspiraram este tipode empreendimento, ou ainda, não acreditam ser possívelcontrapor-se aos objetivos individualistas que regem as escolhasno mundo hoje. Por isso, ele é até certo ponto desconhecido e,também por isso, encontra-se em construção.

OS PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMOE AS COOPERATIVAS POPULARES

A releitura pela equipe pioneira da UFRJ dos conhecidosprincípios internacionais genuínos do cooperativismo, consagradosno mundo e difundidos pela Aliança Cooperativa Internacional(ACI), balizou o trabalho das Incubadoras Tecnológicas de

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Cooperativas Populares (ITCPs)6 na discussão dos estatutosque passaram a ser um referencial para a ação nas cooperativasincubadas. Estes princípios tratam de remunerações sobre osserviços comuns ou entre sócios na proporção de suas operações;da criação de fundos para a educação permanente de seussócios; da cooperação entre cooperativas, sua autonomia e oacesso e a adesão livre e voluntária; do controle, organização egestão democráticas; além dos juros limitados ao capital; adistribuição dos excedentes para o desenvolvimento, nãopermitindo, como as ‘pseudo-cooperativas’ a precarização dotrabalho ou a evasão fiscal. A experiência das cooperativaspopulares permitem ressaltar que não é trivial trabalhar soborientações que criam contradições com as práticas individuais ede mercado. Para garantir posturas coerentes com as concepçõespropostas, as assessorias das universidades da Rede ficam atécerto ponto condicionadas ao respeito dos valores cooperativistas,como da ética, da distribuição do trabalho e respectivos resultadose das relações de compromisso com a comunidade entre outros.Os impasses criados no dia-a-dia provocam reflexões e a buscada conciliação entre posturas competitivas e solidárias, soluçõesindividuais e coletivas, direitos e responsabilidades. Emergemdaí seus próprios códigos morais e éticos. O exemplo clássico, natrajetória dos primeiros empreendimentos incubados no Rio deJaneiro, foi de os cooperados incluírem no seu estatuto que ‘homemque bate em mulher’ seria excluído da cooperativa, refletindo arealidade do seu cotidiano e, ao mesmo tempo, de uma postura ede um posicionamento crítico, de transformação.

Fruto de discussões sobre o cooperativismo, foram osPrincípios do Cooperativismo Popular, que marcam em especialsuas especificidades dentro do cooperativismo e a diferença coma simples terceirização das atividades econômicas7 . Portanto,“além da origem dos seus associados, o Cooperativismo Popularse define por princípios que norteiam suas atividades, seurelacionamento com outras cooperativas e com a sociedade emgeral”. (GUIMARÃES, 1999, p. 32)

A metodologia escolhida pela COPPE/UFRJ desde o início,foi de ir à comunidade, buscando estabelecer uma relação deconfiança, entender a dinâmica da comunidade e do grupo, criar‘regras do jogo‘, fazê-las conhecidas e respeitadas, ser fruto deampla discussão e debate político, o que nem sempre a redaçãodo estatuto conseguia refletir. Desde então consideraramimportante o grupo já ter uma estrutura existente, ‘não dá prátrabalhar com agregação zero’ como afirmou Gonçalo Guimarães,em seminário realizado no Rio de Janeiro em 1998.

CASOS CONCRETOS

No Paraná, experiências consideradas relevantes para ilustraro que foi discutido até aqui são apresentadas a seguir, sem pretensãode esgotar o tema ou os relatos, que já contam com algumas outras

versões. Vale resgatar aqui o foco do desenvolvimento humano aser privilegiado nos limites das fontes de dados disponíveis,elaborados a partir do levantamento realizado para fins de relatórios,de sistematizações das atividades das ITCPs que compõem o ProjetoIncubadores 2001/ICCO, ou de observação não estruturada, diretae indireta, permitindo a flexibilidade necessária à análise decomportamentos e situações para abordar fatos significantes do tema,que tratamos em MAIA (2003).

Por exemplo, a do Jardim Vinizia, denominada Coopercamp,viabilizou sua criação afinando as vocações e perfis diferentes dosseus membros. A formação do grupo teve origem no interessedespertado em alguns membros desta comunidade, da região daCidade Industrial de Curitiba, a convite da CUT, presentes por ocasiãodo lançamento da Incubadora na UFPR, em março de 1999. Asprimeiras reuniões realizaram-se nas escolas da região, cedidasgentilmente por suas direções, sendo local apropriado por ser pertoda residência dos participantes e acomodar todos adequadamente.8

A tentativa de alugar um espaço bem antes de vislumbraremperspectivas de receitas quase comprometeu a continuidade dasações. O processo de formação da cooperativa aconteceurelativamente rápido. A Assembléia Geral de Fundação foirealizada em 16 de setembro do mesmo ano. Foi elaborado oestatuto e fundada formalmente a cooperativa. Contou com 42sócios sendo 58% mulheres, com idade entre 20 e 45 anos, asquais tinham em comum a luta pela terra para moradia. A motivaçãopara criar a cooperativa teve origem nos próprios problemas dacomunidade.

Era um grupo de pessoas que se caracterizava por estarà margem do mercado formal, exercendo as funções devendedores ambulantes, empregadas domésticas, pedreiros,jardineiros, entre outras atividades. Esta multiplicidade de perfisprofissionais, somada à própria precariedade de formação,caracteriza sua trajetória.

Além da inserção no mercado de trabalho, aconteceu umprocesso de resgate da história da cidadania dos membros dacooperativa reforçando a união comunitária. Conseguiram nestetrajeto manter um posicionamento e desempenho consistente,monitorado e adaptado pelos cooperados sempre que necessário.

Quanto ao serviço em si, demonstraram grande interesseem desenvolver as novas habilidades profissionais, investindoem reciclagem e transmissão de conhecimentos na área de higienehospitalar, participando de cursos organizados pela cooperativae ministrados por médicos e enfermeiros do Hospital de Clínicasda UFPR atuantes na área.

Os cursos, com duração em média de trinta dias, consistemde aulas práticas e teóricas, sendo que a teoria consiste naabordagem de um complexo conteúdo formado pelo conceitoamplo de hospital, tipos de limpeza, uso e manutenção adequada

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de equipamentos de proteção, além de noções de microbiologia.Isto, com o objetivo de promover a compreensão de que ahigienização e limpeza de um hospital são tarefas mais complexasque outros tipos de limpeza. Portanto, ao desenvolver suasatividades de forma correta, o cooperado passa a auxiliar naprevenção de infecções e promoção da saúde, tornando-separceiro das equipes de enfermagem do hospital. (FERREIRA eCORDEIRO, 2002)

Como resultado do desenvolvimento humano, inserido nocontexto do processo de formação de cooperativas, podemosobservar que a incorporação dos valores e princípios cooperativistasvai acontecendo passo a passo, em episódios internos e externos doseu cotidiano. Não fosse a clareza forjada neste constante vai e vemde discussões entre os associados, é provável que a cooperativaficasse no controle de algumas pessoas que viam nela uma forma derealização pessoal, como se a cooperativa pudesse ser sua paradefinir sozinha o destino do empreendimento. O sentimento duplo deserem, ao mesmo tempo, operadores do serviço e administradoresdas atividades vai se internalizando também gradativamente noscooperados, conforme os fatos que vão vivenciando. Como exemplopositivo temos a forma do tratamento ao incidente da cooperada quedormiu no serviço: cooperativa assumiu, apesar das resistências,dar-lhe uma segunda chance. Transformam assim sua condição demeros seguidores de ordens, passando para uma relação maisigualitária com o mundo exterior. Todavia, este processo não acontecelinearmente. Sem dúvida, o desenvolvimento coletivo é fruto dodesenvolvimento dos indivíduos, o que não significa que o nível decrescimento individual se dê no mesmo grau, e ao mesmo tempopara todos. Como evidência disso temos o caso de uma cooperadaque entrou na justiça contra a Coopercamp, exigindo seus direitostrabalhistas. Ela provocou a indignação dos cooperados ao ignorar,ou não compreender, que não estava processando judicialmente umpatrão, mas um grupo de pessoas que incluía a si própria, além dofato inédito de a justiça reconhecer a autenticidade da cooperativaque ganhou a ação.

Os cooperados conseguiram neste trajeto manter umposicionamento e desempenho consistente, monitorado e adaptadopor eles mesmos, sempre que necessário. Percebem-se cada vezmais claramente mudanças nas atitudes, especialmente após aidentificação e consciência de interesses comuns: antes só comrevoltas, por vezes contidas, agora com argumentos: antes cada umpor si, agora em conjunto, estabelecendo estratégias e planejando ofuturo cada vez mais largo.

Porém, mesmo com todas essas conquistas, a Coopercamptem dificuldades em conseguir novos contratos de serviço nomercado. A vantagem competitiva de custos da cooperativa não égrande o bastante para concorrer com empresas não forma-lizadas, nem com as grandes empresas que se concentraram

mais a partir de 1994 (com a abertura de processos de falênciade algumas empresas do ramo), resultando no controle dasmelhores fatias de mercado. Esta situação fez com que o mercadode limpeza hospitalar ficasse praticamente restrito a dois tiposbem distintos de empresas: de um lado as empresas queherdaram os contratos daquelas que faliram e se tornarammegaempresas e, de outro, as informais, das pessoas com umpouco de percepção e experiência, trabalhando em geral com afamília, sem custos trabalhistas e tributários. Esta situação se explicaporque, por um lado, as pequenas não têm acesso ao Simplescomo forma de tributação e, por outro, as maiores demandantesde serviços exigem, antes de pagar a fatura mensal, oscomprovantes das guias de recolhimento pagas de todos osfuncionários. Isto requer um capital de giro que somente algumasempresas conseguem bancar.

Outro fato que podemos levantar como relevante para a análise

da Coopercamp foi justamente o que a princípio pareceu como

dificuldade, ou seja, a variedade de perfis apresentados. O grupo

provavelmente teria muito mais dificuldade em trabalhar com a

produção de qualquer outra coisa, que implicasse outros cursos não

disponíveis na UFPR ou que exigisse investimentos maiores do queos realizados, na medida em que seu único capital era o humano, ou

seja, sua própria mão-de-obra. No setor de serviços, a variedade

de perfis profissionais torna-se vantajosa porque descortina um

grande leque de possibilidades a ser trabalhado e que deve contar

com a incorporação gradativa de tecnologia para oferecer qualidade

diferenciada, a fim de ampliar e consolidar seu mercado. Estascaracterísticas dos cooperados nos fizeram acreditar que, por meio

dessa plasticidade, a cooperativa encontraria em pouco tempo

possibilidades ainda inexploradas, que permitiria consolidá-la

definitivamente como um empreendimento economicamente viável,

sem deixar ao mesmo tempo de promover o desenvolvimento humano

de seus membros.

A Cooperativa de Embalagens Brasil - COEMBRA é outro

exemplo de empreendimento popular que luta bravamente paraafirmar-se no mercado. Foi criada por trinta e duas pessoas

moradoras das vilas Maria e Uberlândia, do bairro Novo Mundo,

também na região da Cidade Industrial de Curitiba - CIC.

Formalmente fundada em dezembro de 2000, iniciou suas

atividades na casa de um dos cooperados. Os primeiros

equipamentos foram adquiridos a partir da receita obtida pormeio de eventos promovidos pelos próprios cooperados.

O perfil das pessoas que fundaram a cooperativa é depouca qualificação, composto por dezessete mulheres e quinzehomens, 91% com mais de trinta anos e nível de escolaridadeque dificilmente ultrapassa o primeiro grau regular (22%).Mestiços são majoritários e somente 14% nasceu em Curitiba,

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57% veio do interior do Estado do Paraná e o restante, 29%, deoutros estados brasileiros. Apenas 9% deles estavam empregadoscom registro. Moram em uma região que se caracteriza porinvasões recentes, ainda não legalizadas, com problemas deinfra-estrutura, saneamento, segurança, saúde, educação, entreoutros serviços básicos.

A cooperativa enfrenta atualmente problemas financeiros,além dos problemas de assiduidade dos cooperados, confiança,comunicação, disciplina, alcoolismo e discórdia no relacionamentopessoal, agravado pelo acirramento dos ânimos, resultante tambémdos muitos altos e baixos financeiro, refletindo sobre o pessoal ecria assim um ciclo vicioso. Verificam-se êxitos e retrocessos quelevam a avanços qualitativos, que consolidam, mas tambémdesgastam seus participantes: dos sócios fundadores poucospermanecem em atividade. A razão de poucos cooperados estaremtrabalhando na produção é principalmente a baixa retirada mensal.

Além dessas dificuldades, somavam-se os altos custos deprodução, representados primordialmente pelos impostos,posteriormente negociados, e pelo aluguel considerado muitocaro, atualmente também equacionado. Restam as oscilaçõesdas vendas neste mercado altamente competitivo, aliadas àimpossibilidade de contar com um planejamento e controle daprodução que comprometem as tentativas de diminuição doscustos, considerando que a formação dos preços é determinadapelo mercado. Logo, as informações utilizadas nos projetos deviabilidade econômica precisam corresponder à realidade e refletiras condições de eficiência da cooperativa.

A contribuição dos docentes e discentes da Faculdade de

Engenharia Florestal da UFPR vinculados à ITCP não foi suficiente

para superar o impasse com os problemas de produtividade daCOEMBRA. Faltou integração entre os membros das equipes

para ajustar os conhecimentos específicos da área aos do

cooperativismo e uma nova forma de gestão. Isso foi reflexo

também das flutuações no acompanhamento à cooperativa (falta

de tempo, designação de responsabilidade e tarefas). Infelizmente

a Incubadora não atingiu o objetivo de organizar e planejarsatisfatoriamente as atividades da cooperativa, que requer

incorporar mais tecnologia para obter ganhos em competitividade

e inserção da mão-de-obra feminina ou a menos qualificada para

este tipo de trabalho. Atualmente, as mulheres que conseguem

operar as máquinas existentes recebem elogios dos homens.

Com relação à arrecadação de impostos, não se verificaqualquer tratamento diferenciado às cooperativas, comorecomendado constitucionalmente. Esta reivindicação, perseguidainsistentemente após a autuação da COEMBRA pela ReceitaEstadual, obrigou o Setor Público a repensar as alternativaspossíveis a empreendimentos com estas características.

Descartada a possibilidade de enquadramento no regime Simplesde tributação, obtiveram o recolhimento com diferimento, queviabiliza o pagamento da dívida, negociada com a ajuda da ITCP.

Por falta de políticas públicas de fomento específicas paracooperativas populares, a COEMBRA enfrentou desde o inícioproblemas financeiros. Não é possível a emancipação econômicacom políticas iguais para atores em condições tão desiguais.

Processo mais lento foi da Cooperativa Serramar, dospescadores e tiradeiras de siri e de bacucu em Antonina, ondesuperaram divergências históricas em uma história comum. Osantoninenses, caiçaras, como são conhecidos os caipiras do litoralpela sua origem, apresentam cultura singular. Localizada a 80 kmda capital do Estado, no interior da bacia de Paranaguá, a cidadede Antonina foi fundada em 1714 e elevada à categoria de Vila,em 1797 (WACHOWICZ, 1072). A cidade atravessou um períodode prosperidade com a chegada da ferrovia e a construção doporto, o que a projetou nacionalmente como quarto porto brasileiroem exportação nas décadas de19 30 e 1940. Ocorreu nesseperíodo a construção do complexo de armazéns e atracadouros.

A partir da década de 1970, com o avanço na produçãode soja para exportação, os investimentos foram desviados aoporto de Paranaguá, para adequar as profundidades do seucanal ao acesso de graneleiros. O processo de declínio deAntonina foi acentuado em 1977, com a desativação do seuterminal ferroviário pela RFFSA. A cidade sempre se caracterizoupela presença de um significativo número de moradores quedependem da pesca artesanal como fonte de subsistência,atividade voltada tanto ao autoconsumo quanto ao mercado. Estaatividade veio sofrendo, ao longo dos anos, os problemasdecorrentes da degradação ecológica, tanto os provocados pelosagentes externos (poluição etc.) como os decorrentes dasobreutilização dos recursos.

A política econômica da última década, ao retirargradualmente o tradicional apoio às atividades primárias, deixouos pescadores ainda mais vulneráveis às condições ambientaise climáticas. Os acidentes provocados entre 1999 e 2000 pelaPetrobrás trouxeram somente em 2002 os recursos doressarcimento pelos danos causados à sua atividade.

A cooperativa a ser criada tinha, entre outros, o objetivo deorganizar os mariscadores de siri e bacucu, para que, juntos,pudessem dispensar a figura do ‘atravessador’, que é atualmenteum dos principais fatos impeditivos de crescimento de rendapessoal e desenvolvimento desta população. Ao longo deste trajetopropunha-se possibilitar condições para promover a melhoria daqualidade de vida dos moradores da região. Isto seria feito demaneira compatível com a preservação do meio ambiente, semimplicar danos ao mesmo.

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A Coopertaxi, por sua vez, viveu o processo intensivamente.Foi também incubada pela ITCP/UFPR, cujo trabalho constituiu-sena formação e assessoria a um grupo de motoristas de táxis de Fozdo Iguaçu interessados em associar-se, atendendo solicitação doSindicato dos Taxistas da cidade, mediante seu Escritório Regionaldo Trabalho e da SERT. A comunidade dos taxistas de Foz doIguaçu deve seu sucesso à combinação exitosa da parceria comPrefeitura, Conselhos Municipais e Estaduais do Trabalho e Bancodo Brasil da região.

O grupo interessado era vinculado ao Sindicato dosCondutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Fóz do Iguaçu.São cerca de trinta pessoas na maioria com baixa escolaridade ena faixa etária acima de 40 anos. Sentiam-se pouco motivadosquanto ao futuro e mesmo a possibilidade de financiamento emcondições especiais não parecia ser suficiente para que saíssemde uma posição defensiva.

Chamava a atenção a ausência de perspectivas para o setorem face da forte concorrência que se estabeleceu com os transportede carros, moto-boys e com os táxis paraguaios. A relação dostaxistas com todos eles é bastante tensa. Não existia serviço derádio-táxi na cidade, e as razões disso estavam associadas à baixarentabilidade da atividade, o que reduzia as possibilidades deinvestimento, comprometendo a qualidade do serviço.

As particularidades da situação, seja tanto a distância de Curitibaquanto o interesse e a urgência das autoridades locais em alterar oquadro existente, aliado à possibilidade concreta de financiamentoespecial do Banco do Brasil para aquisição de automóveis pelostaxistas, levaram à adoção de um procedimento atípico por parte daITCP à época, para viabilizar o empreendimento.

A partir de uma caracterização do grupo, das dificuldadesoperacionais e financeiras dos interessados, das formas deinserção na atividade, como proprietário ou como colaborador,(aquele que trabalha com o carro mas não é o seu proprietário),e das possibilidades concretas de obtenção de benefícios comuns,conciliação de interesses, e de avaliação de estratégias paraampliar a mobilização, seguiu-se uma programação intensa,adequada e compatibilizada com a disponibilidade e com a urgênciade ambas as partes, taxistas e equipe da Incubadora.

PAPEL E LIMITES DA AÇÃO EXTENSIONISTA

Nem todas as cooperativas incubadas alcançam resultadospositivos. A dos telefônicos, cujas dificuldades internas e externasforam negativamente decisivas, e a de Tijucas do Sul, cujoprocesso foi interrompido dados os desajustes na condução daspolíticas públicas, são exemplos das que não obtiveram êxito.

Nem, todavia, a ITCP foi capaz de proporcionar as melhorescondições, disponibilizando os recursos possíveis para odesenvolvimento do processo de criação e formação de cooperativas

e cooperativistas, fornecendo todos os meios e instrumentosnecessários à sua estruturação e autonomia, nem pôde ser tãoconstante quanto esse trabalho requer, ou alcançou os níveis deremuneração desejáveis aos cooperados. Sem dúvida, propiciacondições concretas de enfrentamento das barreiras do academicismoe do preconceito, entre outros, e, em seu trajeto contraditório,desempenha o papel de semeadora de idéias inovadoras ereformuladora do papel acadêmico na sociedade.

Quanto ao papel da pesquisa tecnológica desenvolvida

na universidade, vale a lembrança de que o saber universitárionão se dá por uma única via, nem a partir de posturas de

neutralidade. São raros, contudo, os casos em que ela tenha

sido produzida e consumida para e pelos trabalhadores; ela está

voltada fundamentalmente para o capital. Ela unicamente se volta

aos trabalhadores para focalizá-los como objeto de estudo e não

para disponibilizar uma tecnologia que possa ser apropriada poreles. As ITCPs, neste sentido, têm estimulado, quando não

desafiado, diferentes áreas a responder às suas demandas

concretas: subsidiar, respaldar, dar condições efetivas de oferecer

aos setores mais excluídos condições de produção com uma

tecnologia compatível com seus recursos financeiros e seu

conhecimento, mas que ao mesmo tempo lhes permita concorrerefetivamente no mercado.

Para os alunos da universidade, o diferencial ao participarde uma incubadora, que a sala de aula não pode oferecer, está

na oportunidade de amadurecimento ao acompanhar o processo,

no participar pensando o concreto das cooperativas ligado à sua

área, respondendo à demanda, por vezes articulada também a

outras áreas, aprendendo a usar linguagens que aproximam

saberes com terminologia capaz de transmiti-lo de forma simplese clara para os cooperados.

O cooperativismo, neste processo, é usado pela populaçãoenvolvida como um instrumento político e econômico: uma forma

positiva em um sistema que lhes desfavorece. Tal processo permite

a conscientização porque induz à reflexão; à medida que a pessoa

se torna participante do poder; as decisões não vêm de cima, nem

vêm de fora, mas são tomadas pelos próprios interessados. Não há

subordinação e o trabalho, logo, não é opressor.

É um processo transformador que alia um conjunto defatores, além do acreditar, querer fazer, insistir, ajudar, aceitar... Oamadurecimento não é linear. O ritmo e a quantidade de horasnecessárias ao processo dependem do grupo, da disponibilidadedos membros da equipe e das condições concretas existentes e/ou proporcionadas para o desenvolvimento das atividades.

A importância da cooperação no mundo hoje reside em queela é capaz de mudar comportamentos, atuar com outra racionalidadee condicionar novos hábitos, ações, posturas e regras.

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TAUILLE, José Ricardo e DEBACO, Eduardo Scotti. Autogestão noBrasil: A viabilidade econômica de empresas geridas por trabalhadores.Mimeo, s.d.

* Professora do Departamento de Economia da Universidade Federaldo Paraná – [email protected].

1 O texto aqui apresentado traz a reflexão que fizemos emMAIA (2003).

2 A economia solidária, segundo LAVILLE (2003), é um movimentoque vem do século XIX, sendo a solidariedade definida por Leroux como“o elo social voluntário que une os cidadãos livres e com direitos iguais narepública.” Embora a cultura européia ensine que as primeiras notícias deorganização cooperativa, como forma de economia solidária, datam de1844 com a Cooperativa de Consumo de Rochdale, na Inglaterra, encontra-se em texto do professor Vergílio F. PERIUS (1999), da Universidade doVale dos Sinos, fundamentado em pesquisas de Rafael C. DE MASY, quea primeira cooperativa surgiu em 1627, na redução jesuítica, denominadaENCARNACIÓN DE ITAPÚA.

3 Sobre cidadania ver Fernandes (1994), entre outros.4 Cabe destacar e também fazer uma distinção entre desenvol-

vimento alternativo por um lado e alternativas ao desenvolvimento dooutro. A teoria do desenvolvimento alternativo propõe modificações elimites ao crescimento, sem pôr em questão a própria idéia de crescimentoeconômico, enquanto nas alternativas ao desenvolvimento há a rejeiçãototal do paradigma (SANTOS), 2002, p.54). Nesta concepção o únicodesenvolvimento sustentável é o desenvolvimento sem crescimento eassim, portanto, dentro das capacidades de regeneração e assimilaçãodo ecossistema.

5 A redação adotada em Manchester em 1995, que atualiza a de1966, na Declaração sobre a Identidade e Princípios Cooperativos, diz que‘as cooperativas fundamentam-se nos valores de ajuda mútua,responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade’, e, ossete princípios, ‘associação voluntária e aberta; controle democrático dosmembros; participação econômica; autonomia e independência; educação,treinamento e informação; cooperação entre cooperativas e, compromissocom a comunidade.’ ( ACI, 1998)

6 Constituídas hoje em Rede Universitária Nacional.

NOTAS7 Assim, por ter finalidade de prestar serviços aos seus associados

para o exercício de uma atividade econômica-comunitária sem objetivarlucro, as sociedades cooperativas, enquanto Cooperativas Populares, são:Quanto à origem - formada por moradores em áreas de baixa renda; formadapor iniciativa de profissionais de um mesmo ramo, que estejamdesempregados ou vivenciando situações de precarizações do trabalho;Quanto à constituição do capital – a força de trabalho é o principal capitalsenão o único que os cooperados dispõem no processo de formação dacooperativa; a quota-parte estabelecida é igualitária para todos os associados,e é recolhida só depois da primeira remuneração recebida e proporcional aonível econômico do grupo; Quanto à gestão democrática – diretoria eleitaentre os associados periodicamente com renovação garantida de pelo menosdois terços 2/3 da direção; decisões tomadas em assembléias e registradasem ata; Conselho Fiscal e Comissão de Ética atuantes; Quanto à divisão detarefas – todo o trabalho é desenvolvido pelo associado, não havendotercerização das atividades fins; Quanto aos instrumentos de princípiosgestionários – elaborar e fiscalizar a aplicação dos instrumentos dacooperativa: estatuto, regimento, fundos, atas; Quanto ao quadro de associados– conhecer os instrumentos de gestão democrática da cooperativa; participardas assembléias; fazer curso de capacitação profissional; Quanto às garantiasde continuidade da cooperativa – possuir fundos de investimentos queproporcione seu crescimento como empresa; possuir um fundo social quepropicie a seguridade descanso remunerado, gratificação natalina e outrosbenefícios por ele proposto e possível a partir dos contatos da cooperativa;Quanto à responsabilidade social – contribuir nas ações de melhoria de suacomunidade; priorizar o ingresso de pessoas de sua comunidade nacooperativa contribuir com um percentual mínimo de 1% das sobras para ofundo intercooperativo; Quanto à distribuição de renda – remuneração pelotrabalho; fator 1 para 3 entre a menor e a maior remuneração doscooperativados, exceto quando a base de remuneração de categoria forsuperior; tabela de remuneração de todos os cooperativados inclusive direitosaprovados em assembléia geral; divisão eqüitativa das sobras; não épermitida concentração de quota- parte (GUIMARÃES, 1999, p. 32, 33).

8 Sobre relato das experiências da ITCP/UFPR ver JUSTINO, 2002.

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Este texto alinha algumas preocupações com a política dedesenvolvimento tanto do governo Lula como mais adiante, centrando-se em aspectos da política industrial. Podemos tomar como ponto departida uma entrevista do presidente da Gradiente Eletrônica econselheiro do IEDI Eugênio Staub. Para o empresário, o Brasilprecisa tomar algumas decisões estratégicas e aplicá-las comcompetência procurando ver as oportunidades do país a longo prazoe desenhando um planejamento competente e conseqüente.

Uma dessas decisões é reconhecer que a taxa de jurosinibe o desenvolvimento e torná-la competitiva internacionalmente,sem prejuízo do combate a inflação. Outra é reconhecer que apolítica cambial é peça central na geração de empregos tanto naprodução para exportação quanto para a produção para omercado interno. Uma terceira decisão é organizar o setor públicopara administrar os problemas e projetos e alcançar metas. Staubpensa que o Brasil se encontra num ponto de inflexão após 20anos de uma crise dramática na qual o setor público vendeu seusativos e se endividou desnecessariamente. Isto se acoplou auma percepção de risco político em 2002 que obrigou o governoa adotar uma política prudente para restabelecer a confiançadurante os primeiros seis meses de 2003.

Dentro da agenda do desenvolvimento um destaque deve

ser dado para a política de fortalecimento da empresa nacional,

não apenas pequenas e médias, mas grandes empresas

nacionais capazes de disputar mercados e de ser objeto de uma

boa diplomacia no terreno comercial mundial. A idéia do

empresário, coordenando o grupo empresarial do NúcleoInterministerial de Ações Estratégicas comandado por Luiz

Gushiken, é organizar junto ao governo, às entidades

governamentais e científicas, comitês temáticos que tratem de

projetos específicos a partir da mobilização de duzentos a trezentos

empresários produzindo dentro de grupos temáticos uma dúzia

de projetos estratégicos para o país.

Portanto, parece que o Brasil está disposto a voltar a fazerplanejamento. O eixo do desenvolvimento nacional neste particularsempre foi o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial – BNDES. Já há algum tempo, no final de maio, o bancohavia divulgado documento com as diretrizes de ação nestegoverno, que começava com uma declaração programática: “Odesenvolvimento é um processo caracterizado por transformaçõesestruturais em, pelo menos, quatro níveis, inter-relacionados:produção de bens e serviços, financiamento, patrimonial e

DIRETRIZES CRÍTICAS DO DESENVOLVIMENTOIgor Zanoni Constant Carneiro Leão

institucional. Retomando sua vocação de banco desenvolvimentoo BNDES tem por missão apoiar a nova estratégia nacional nestesquatro vetores do padrão de desenvolvimento de forma queresultam maior inclusão social e redução das desigualdades, nasustentabilidade do crescimento econômico e o fortalecimento dasoberania nacional e da integração regional”.

O banco teria quatro grande linhas integradas de atuação:a recuperação e o desenvolvimento da infra-estrutura nacional,a modernização e ampliação da estrutura produtiva e promoçãode exportações. A recuperação e ampliação da infra-estruturanacional, para o documento, ocupa um lugar central na atual fasedo desenvolvimento brasileiro, uma vez que condiciona acidadania econômica ao permitir que todos tenham acesso aserviços básicos como a eletricidade, comunicações, transportesurbanos e saneamento. A universalização desses serviços temefeitos diretos sobre o bem-estar e a produtividade da população,bem como a constituição dessa capacidade de oferta tem um forteefeito sobre o emprego, gerando demanda para o conjunto doaparelho produtivo. Prioritários para o BNDES são osinvestimentos em saneamento, transporte de massa urbano eeletrificação rural.

As políticas de transformação do aparelho produtivo devemter conseqüências sobre o crescimento econômico, a geração doemprego e renda, a universalização da oferta de serviçosessenciais ao bem-estar da população e ao aumento da oferta debens de consumo de massa. A política de transformação estruturaldo banco, ainda segundo o documento, deverá ser orientadaprioritariamente por cadeias produtivas e seus elos setoriais apartir da identificação, em conjunto com outras instâncias degovernos e da sociedade civil, de obstáculos a estes investimentose meios se solucioná-los. Devem jogar um papel central aí osFóruns de Competitividade estabelecidos pelo Ministério doDesenvolvimento Industrial e do Comércio Exterior. “A política doBNDES terá seis objetivos principais:

1) Ampliar e modernizar a capacidade das cadeiasprodutivas nacionais, permitindo a expansão do produtoe renda e o equilíbrio macroeconômico;

2) Modificar o conteúdo tecnológico da estrutura produtiva,ampliando sua capacidade de inovação, de forma a melhoratender o mercado interno, aumentar o dinamismo dasexportações e adensar as cadeias produtivas locais,substituindo importações por produção local;

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3) Contribuir para competitividade internacional das cadeiasprodutivas fomentando a cooperação e restruturaçãopatrimonial;

4) Contribuir para a inclusão social, através do apoio àscadeias produtivas que suprem os bens de consumode massa e os serviços sociais básicos, atividadesintensivas em trabalho;

5) Gerar oportunidades para criação, crescimento econsolidação de micro, pequenas e médias empresas,inserindo-as em cadeias produtivas regionais ounacionais através do apoio à arranjos produtivos locais,contribuindo para inclusão social através da geraçãode empregos e redução das disparidades regionais;

6) Estabelecer parcerias com empresa de outros paísesda América do Sul visando a maior integração continentale as exportações para terceiros mercados.”

Outra área importante da ação do BNDES é a promoçãodo comércio exterior, que partem da constatação de que poucamais da metade das exportações brasileiras é composta deprodutos industriais e o restante de produtos primários ou debaixo nível de processamento com baixo crescimento no mercadointernacional. Mesmo as exportações de manufaturadoscompõem-se principalmente de produtos de baixa e médiaintensidade tecnológica, em que a competitividade está ligada àprodução em larga escala, uso intensivo em mão-de-obra debaixa remuneração ou de recursos naturais. No mercadointernacional a procura por estes produtos cresce pouco, seuspreços estão sujeitos a ciclos sobre os quais o país não temcontrole e há uma tendência a excesso de oferta.

Observando agora o Plano Brasil de Todos: Participaçãoe Inclusão, que contém a estratégia geral que deverá orientar oPPA 2004-2007, o planejamento econômico e social deverá seorientar no enfrentamento da concentração de renda e riqueza,da exclusão social, da baixa criação de emprego e das barreiraspara transformação dos ganhos de produtividade em aumentode rendimentos da grande maioria das famílias trabalhadoras. Otexto reconhece que a erradicação da pobreza, do analfabetismo,do trabalho precoce e da mortalidade infantil não pode se restringira programas de emergência, mas requer crescimento sustentadocom a geração de riqueza necessária para elevar o investimentoe a massa salarial do país.

Assim, “o PPA 2004-2007 terá como objetivo inaugurar asseguintes estratégias de longo prazo: inclusão social edesconcentração da renda com crescimento do produto e doemprego; crescimento ambientalmente sustentável, redutor dasdisparidades regionais, dinamizado pelo mercado de consumode massa, por investimentos e por elevação da produtividade; e

redução da vulnerabilidade interna por meio da expansão deatividades competitivas que viabilizem esse crescimentosustentado. As políticas e programas que darão substância aessa estratégia distribuem-se em cinco dimensões: social,econômica, regional, ambiental e democrática”.

Observando o tratamento dado pelo documento à dimensãoeconômica, suas políticas deverão ter por prioridade o fortalecimentodas exportações e da substituição competitiva de importações econquista de mercados internacionais, o que requer o fortalecimentodo sistema financeiro e dos mecanismos de financiamento dosinvestimentos. As orientações para elaboração e implementação dosprogramas de ações do PPA 2004-2007 no terreno econômicodistribuem-se em sete grupos, resumidos a seguir:

1) Consolidação do equilíbrio macroeconômico por meiode ajuste das contas do setor público;

2) Fomento de pólos ou arranjos produtivos locais,fortalecendo as grandes empresas nacionais, apoiandoas pequenas e médias empresas e buscando atrair oinvestimento direto estrangeiro. Enfatizam-se setores comoo turismo, agricultura, a mineração e o enobrecimento dascadeias produtivas industriais;

3) Fortalecimento da infra-estrutura incentivando parceriasentre o setor público e o setor privado e a regulaçãodos serviços públicos, bem como o aperfeiçoamentocontínuo das agências reguladoras. Também se buscaráa integração física da América do Sul mediante umarede de infra-estrutura de transporte, energia etelecomunicações;

4) Serão fortalecidas a educação e capacitação dostrabalhadores e as atividades nacionais de inovaçãoarticulando pesquisa básica com as demandas deinovação do setor produtivo e com as políticas industriais;

5) Fortalecimento das atividades das agências de fomentonacionais, expandindo também os Fundos de Pensãobuscando sua contribuição em investimento produtivos.Serão adotadas reformas reduzindo o custo do capital eampliando o acesso ao crédito por meio do fortalecimentodas cooperativas de crédito e do aperfeiçoamento domercado de seguros, do financiamento mobiliário, domercado de capitais e da Lei de Falências;

6) Diversificação e ampliação da pauta de comércioexterior e dos mercados internacionais priorizando oMercosul, a integração econômica da América do Sul, opapel na Organização Mundial do Comércio, busca deequilíbrio na Área de Livre Comércio das América e nasnegociações Mercosul/União Européia, relaçõesbilaterais com países de importância regional com Índia,

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China e Rússia. Nas finanças internacionais seprocurará reduzir a volatilidade dos fluxos de capitais eseus efeitos;

7) Priorização das reformas constitucionais como aprovidenciaria, tributária e trabalhista.

Pondo lado a lado os dois documentos, sem fazer umacomparação exaustiva entre eles, parece que há uma perda dedensidade analítica na passagem do texto do BNDES para o doMinistério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Por exemplo, notratamento dado às exportações, o BNDES aponta no sentido demodificar o conteúdo tecnológico das exportações a salvo dasflutuações cambiais, dando apoio financeiro e suporte técnico paraas mesmas, procurando desenvolver inovações financeiras quepermitam taxas de juros competitivas, o aperfeiçoamento dosmecanismos de seguro de crédito e a busca de acordos de créditorecíproco. Além disso, o banco buscou apoio à ação internacional deempresas brasileiras, especialmente no âmbito da América do Sul,como o desenvolvimento de marcas brasileiras no exterior, opatenteamento de inovações e a construção de bases de distribuiçãode produtos brasileiros em mercados estratégicos, reduzindo avolatilidade das vendas de alguns produtos brasileiros, apropriandouma parcela maior do valor adicionado nessas cadeias produtivas efortalecendo a integração continental.

No Plano Brasil de Todos a questão é tratada de formamais genérica e mais utópica. Por exemplo, Índia, China e Rússiasão geográfica e demograficamente grandes países, mas não emtermos econômicos, e sabe-se da rejeição que provoca a(necessária) redução da volatilidade dos fluxos de capital. Maisimportante, o Plano tem uma pré-condição: o chamado regimemacroeconômico estável baseado em: “a) consistência fiscalcaracterizada por uma trajetória sustentável para a dívida pública;b) inflação baixa e estável e c) contas externa sólidas, ou seja,um saldo em conta corrente que não imponha restrições excessivasà política monetária nem torne o país vulnerável a mudanças nosfluxos de capitais internacionais”. Ora, como vem sendo discutidodiariamente na mídia e entre empresários, trabalhadores eanalistas de economia, entre outros atores, essa posição implicauma não admissão do desenvolvimento pelo conservadorismoda política do Banco Central e do Ministério da Fazenda.

Embora esse Ministério tenha conseguido reduzir a pressãoinflacionária, melhorar a balança comercial, induzir a queda dodólar e do risco-Brasil, é consensual que esses indicadores sãofrágeis. Como assinala Reinaldo Gonçalves, “A inflação foireduzida à custa de uma forte contração da absorção interna eda queda abrupta do dólar. A redução do nível de atividadesprovocou um aumento expressivo do desemprego, agravandoum dos mais sérios problemas da economia brasileira. Ademais,a queda do dólar é insustentável, pois deriva principalmente da

redução das importações (provocada pela recessão) e daentrada de capitais externos de curto prazo (atraídos pelos jurosabsurdamente elevados)”. Não é claro tampouco se a reformaprovidenciaria não enfraquecerá o Estado ou se a reformatributária irá além de meramente preservar o ajuste fiscal.

Mesmo os recentes cortes nas taxas de juros, a reduçãodo compulsório e a concessão de pequenos créditos vieramseguidos de diminuição no ritmo de crescimento e aumento nosníveis de preço. Para o mesmo autor, “A alternativa é a políticaeconômica centrada na retomada do desenvolvimento e nageração de emprego. Somente esta política garante a geraçãode 10 milhões de empregos prometidos por Lula na campanhaeleitoral. Neste caso, são necessárias mudanças significativas naatual política econômica. Dentre estas mudanças, vale destacar aredução da taxa básica de juro, o controle sobre o movimentointernacional de capitais e retomada dos investimentos públicosem larga escala”. Estas metas implicam outras como desdola-rização da dívida pública e das tarifas dos serviços de utilidadepública, redução do superávit primário e intervenção ativa nomercado cambial visando à estabilidade da trajetória dedesvalorização efetiva do câmbio.

Para Aloízio Mercadante, para citar alguém de dentro dogoverno, “É essencial para o Brasil dispor de maior flexibilidadeem pelo menos quatro aspectos principais: a exclusão dosinvestimentos das tarifas estatais da contabilidade do gasto fiscal,o rebaixamento dos tetos impostos ao sistema público definanciamento para implementação de programas de infra-estruturae outras atividades básicas nos Estados e nos municípios, adiminuição das restrições à expansão do crédito interno global eo aumento da capacidade de endividamento dos entes federativosadimplentes. Estes aspectos são vitais para viabilizar aconvergência entre as políticas de preservação da estabilidade ede retomada do crescimento econômico, sem o que não há soluçãosustentável para os problemas do país”.

Fica claro que os problemas vividos pelos brasileiros não serestringem à discussão da conjuntura. Há um pano de fundo dosúltimos vinte anos de crise interrompendo com seu pesado passivofinanceiro pesando sobre o Estado agravado nos últimos dez anoscom a política de estabilização de real supervalorizado e crençacega nas virtudes de um mercado, na verdade, sem compaixão.

Desejamos fazer uma observação final e uma última citação.

A observação é que se tem insistido nos papers sobrepolítica industrial, no próprio documento do BNDES e no Planodo Governo do Estado do Paraná, na eficácia substitutiva daspolíticas para os arranjos produtivos locais diante de impedimentosmaiores para uma política industrial mais abrangente e profunda,sempre tendo como referência o ocorrido no norte da Itália. Emprimeiro lugar, essas políticas não são mutuamente excludentes

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mas complementares. Além disso, há pouco tempo que se fazpolíticas para clusters na Itália e são exitosos especialmenteporque lá esses clusters têm mais de cem anos. Mesmo assim,encontram-se hoje diante da perspectiva de substituírem relaçõeslocais e regionais por relações no espaço global. Finalmente, aspolíticas para arranjos produtivos locais são muito específicas,cada caso é um caso, exigindo soluções próprias.

A citação vem de um artigo do Deser sobre a construçãode uma reforma democrática do Estado no âmbito das discussõessobre o PPA: “uma reforma democrática do Estado deveaprofundar a cidadania e alargar os espaços públicos e dademocracia, viabilizar investimentos públicos nos setoresestratégicos para o desenvolvimento econômico nacional, induziros processos de inclusão social, combater as diferentes formasde desigualdades e de injustiças sociais, valorizar e incentivar adiversidade cultural e artística de seu povo, potencializar de formasustentável a conservação e o uso dos ecossistemas e dabiodiversidade e, por fim, fortalecer a autonomia e a independênciados setores populares em relação às elites e às instituições políticas

dominantes”. Se esta citação é generosa e romântica, ficaríamosnós todos felizes com a possibilidade de maior autonomia eindependência das elites e das instituições políticas dominantesdiante de organismos e valores que não servem nem a elas nemao povo brasileiro.

TEXTOS UTILIZADOS:

Nova Política Industrial, Instituto de Estudos para o DesenvolvimentoIndustrial, ano 2, nº 13 - julho/agosto 2003.

Plano Brasil de Todos - Participação e Inclusão, maio, 2003.

A Retomada do Desenvolvimento: Diretrizes para Atuação do BNDES,Gazeta Mercantil, 26 de maio de 2003, p. A-8.

A Retomada do Crescimento, Aloízio Mercadante, Folha de São Paulo,24/8/2003. Republicado em Linha Aberta, Diretório Nacional do Partidodos Trabalhadores.

Política Macroeconômica e Projetos de Reforma, Reinaldo Gonçalves,Análise Conjuntural, Ipardes, maio/jun. 2003.

O Plano Plurianual 2004-07: Planejar o Brasil ouvindo a sociedade, Boletimdo Deser, junho de 2003, nº130.

Jornal da Unicamp, Diversos Artigos, www.unicamp.br.

ASPECTOS DA CONJUNTURA ECONÔMICACristiane de Almeida

Segundo as Estatísticas do século XX publicadas em outubropelo IBGE, o país apresentou no século passado, avançossignificativos na área social como o aumento da expectativa devida de 33,6 para 68,6 anos, a redução da mortalidade infantil de162,4 para 29,6 em cada mil crianças e o controle de algumasdoenças graves como a paralisia infantil e o sarampo, emboranos últimos vinte anos tenha havido um aumento nos casos demalária, hanseníase e tuberculose. A taxa média de crescimentodo Produto Interno Bruto foi de 4,49% ao ano, embora tenhampermanecido uma enorme desigualdade social e uma inflaçãocom características estruturais e conjunturais ainda hojeameaçadoras. A economia cresceu sem que o Brasil tenhaaumentado suas exportações como o percentual das exportaçõesmundiais. Ao mesmo tempo, as exigências da construção nacionale a difícil conjuntura financeira do governo no final do século XXaumentaram a carga tributária de 10% do PIB em 1900 para33% em 2000. A média da remuneração do trabalho, por suavez, caiu de R$ 485,00 em 1981 para R$ 449,00 em 1991.

A leitura desses dados mostram uma construção de umcapitalismo tardio, mas bastante dinâmico desde o final do século XIX

com o complexo cafeeiro, passando por mudanças estruturais, porexemplo, nas décadas de trinta, cinqüenta e setenta para desembocarnos últimos vinte anos de deterioração do ritmo de crescimento como aumento flagrante de desigualdade social, desestrutução domercado de trabalho, baixa inserção externa da produção brasileiranos segmentos mais modernos, crise fiscal e financeira do Estado e ageneralizada violência na cidade e no campo.

Essas observações limitam o alcance dos dados deconjuntura. Importantes para a tomada de decisões e para aavaliação da situação social da população, bem como do sucessodo governo em fronts como o combate a inflação, eles devem serlidos dentro desse quadro maior. Mais importante do que esta ouaquela mudança em um ou outro indicador é a consistência dodiagnóstico socioeconômico e os desejos do governo brasileirocontidos em sua política econômica, que, segundo Celso Furtado,teriam de ser o crescimento do mercado interno e a criação deempregos no campo com investimento em agricultura familiar,embora mantendo a produção mecanizada nas grandespropriedades exportadoras necessárias à nossa capacidade depagamento e de importação.

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Para um exame da situação do Paraná remetemos para oDiagnóstico Social e Econômico do Paraná realizado no início doGoverno Requião pelo Instituto Paranaense de DesenvolvimentoEconômico e Social (www.ipardes.gov.br) resenhado no Boletimda Produtividade Sistêmica de abril/junho de 2003.

INDICADORES DE CONJUNTURA

Segundo o IBGE, o PIB registrou um crescimento de 0,3%

no 1º trimestre de 2003. O destaque do crescimento foi a

agropecuária, com crescimento real de 5,7%. No 2º trimestre de

2003, o PIB registrou uma redução real de 1,4% sendo o

destaque de queda a indústria comum decréscimo real de 3,6%.

De acordo com esses resultados, diminuíram as projeções decrescimento do PIB para 2003. A média das projeções aponta

para uma taxa de crescimento de 1,1%. Em 2004, o mercado e

o relatório do Banco Central esperam um crescimento real de

cerca de 3%.

Existem vária previsões/projeções para a inflação em 2004.

A média de diversas instituições publicada pelo BNDES é de 6,04

(IPCA). Quanto ao PIB, a média da projeção para 2004 é uma

variação percentual de 3,3.

O índice de produção física da indústria calculada pelo

IBGE apresentou em junho queda de 2,6% na variaçãodessazonalizada em relação a maio. Em julho, o crescimento foi

de 0,4%. Observou-se a variação positiva nos indicadores: bens

intermediários (1,0%), bens de consumo duráveis (0,7%) e bens

de capital (0,4%). Em agosto, a produção industrial cresceu 1,5%

em relação ao mês anterior. Embora tenha ocorrido este

crescimento, no acumulado, a trajetória continua sendo de declínio.Entre os ramos de maior peso na estrutura industrial, destacam-

se com resultados positivos: mecânica (2,9%), material de

transporte (2,3%), têxtil (2,9%) e produtos alimentares (1,7%).

Em agosto de 2003, a taxa de desocupação de acordo

com o IBGE foi de 13%. O rendimento médio real recebido pelas

pessoas ocupadas registrou crescimento de 1,5% em relação ao

mês anterior.

Segundo o Dieese, o salário mínimo em setembro de 2003deveria ser de R$ 1.366,76 para atender às necessidades básicasadmitidas em lei, quais sejam: moradia, alimentação, educação,saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.

Em julho, a média dos índices de inflação (IPCA, IGP e

IPC) foi uma deflação de 0,03% e, em agosto, a inflação média foi

de 0,53%. No acumulado de 12 meses, a média foi uma inflação

de 16,67% até agosto. O item que apresentou a maior variação

foi habitação, com variação de 1,38% em julho. Educação,

Alimentação e Vestuário apresentaram deflação de 0,04%, 0,45%

e 0,45%, respectivamente.

O déficit público nominal foi de 5,29% do PIB no acumulado

de janeiro a agosto de 2003. As despesas com juros nominais

sobre a dívida pública atingiram 10,2% do PIB no período.

Segundo a Secretaria da Receita Federal (SRF), a

arrecadação apresentou uma contração real de 0,46% de janeiro

a agosto de 2003. A dívida líquida do setor público - excluindo abase monetária - foi de 54% do PIB em agosto de 2003.

A balança comercial registrou em setembro um superávitde US$ 2,67 bilhões. Até agosto as exportações apresentaram

um aumento de 22,9% em relação ao mesmo período de 2002.

As importações sofreram queda de 3,8% na mesma comparação.

O saldo das transações correntes em agosto foi superávit em

US$ 1.220 milhões. Os investimentos externos diretos totalizaram

US$ 10,86 bilhões no acumulado de 12 meses até agosto.

O Estado do Paraná apresentou em 2003 a terceira maior

taxa de expansão da produção industrial, bem como a liderançana evolução do emprego industrial e a menor queda no

faturamento do comércio varejista.

No primeiro semestre de 2003 a população em idade

ativa foi estimada em 2.227 mil pessoas. Sendo 59,6%

economicamente ativas. A taxa de desemprego foi de 9,5%

(jan.-jun.). Constatou-se que, da população desempregada,

40,5% são pessoas com 11 anos ou mais de estudo. Outro

ponto é que 76,4% dos desempregados possuíam experiênciade trabalhos anteriores. O grupo de atividades com maior

número de pessoas foi o comércio.

O número estimado de trabalhadores com carteira assinada

no comércio é de 341.825 no Estado do Paraná, representando

7,10% do contingente total do comércio em nível de Brasil. De

acordo com o CAGED, em julho, o nível de emprego formal

registrou alta de 0,22%. Por outro lado, o desemprego apresentou

aumento. O Dieese estima um número aproximado de 235 milpessoas desempregadas. Comércio e Serviços foram os

responsáveis por 81,4%

O rendimento médio recebido pelas pessoas ocupadas no

estado foi de R$ 799,80.

Com a variação ocorrida na alimentação básica para o

trabalhador em Curitiba (1,95%) seriam necessários R$ 453,30

(1,89 salários mínimos) para suprir apenas as necessidades com

alimentação de uma família (1 casal e 2 filhos).

A indústria de transformação paranaense registrou

crescimento no 1º semestre (jan.-jun./2003), proporcionando

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abertura de 20.097 postos de trabalho, resultado este influenciado

pelo comportamento do emprego industrial no Interior do Estado,

o qual foi responsável por 18.914 empregos (aumento de 6,89%).

A produção industrial em junho registrou queda de 3,35%sobre maio. O volume de vendas no comércio paranaenseregistrou queda de 2,70% no mês de junho em relação a maio.Considerando o semestre, a queda foi de 0,16%.

Ocorreu um aumento na plantação de soja e milho, porém omesmo não ocorreu com o algodão, o qual apresentou uma reduçãode 15,24% em relação à safra anterior. O Estado continua sendo oprincipal produtor de trigo, correspondendo a 55% da safra nacional.A produção de grãos apresentou crescimento de 31,05%. Além daexpansão na área cultivada (+9,40%), o clima e as inovaçõestecnológicas foram fatores-chave para este resultado.

A participação do Paraná na produção nacional de carrosficou em 8,97% no mês de junho. Do total de automóveis emáquinas agrícolas produzidos no Paraná no primeiro semestrede 2003, 34,08% foi exportada. O segmento de automóveis depassageiros e uso misto é o que mais exporta 40,18%.

O número total de empregos diretos nas montadoras

paranaenses em junho de 2003, foi de 7.591 postos de trabalho.

A produção da Indústria de Alimentação apresentou queda

de 10,58% no mês de junho em relação a maio. O segmento de

bebidas apresentou uma redução na produção na ordem de

13,73%. No mês de junho, o segmento de fumo também

apresentou queda de 71,70% em relação ao mês anterior.

A Indústria de Alimentos é o setor industrial que registra o

maior contingente de trabalhadores na indústria paranaense,

equivalente a 23% do total do emprego.

Após um período de muitas turbulências e instabilidade, o

mês de junho apresentou variação do índice de preços negativode 0,11%, sendo a primeira deflação desde fevereiro de 2001.

Isso ocorreu principalmente pela revalorização cambial, bem como

pelo aumento da taxa de juros pelo Banco Central.

O resultado acumulado no primeiro semestre do ano foi de

5,05%, tendo como maior contribuição Alimentos e Bebidas.

As perspectivas para o segundo semestre são animadoras

pois o índice acumulado neste semestre deverá ficar bem menor

que no primeiro. Estima-se que dificilmente o índice acumulado

no segundo semestre ultrapasse os 3%.

As exportações paranaenses totalizaram US$ 292 bilhões

nos sete primeiros meses de 2003, alcançando um aumento de

58,8% em relação ao ano passado. A União Européia totalizou30,8% das exportações. A soja foi o item mais representativo

seguido pelo material de transporte, madeira, carnes e cereais.

Patrícia Lacerda Setúbal

RESENHA - PARCERIAS E POBREZASOLUÇÕES LOCAIS NA CONSTRUÇÃO

DE RELAÇÕES SOCIOECONÔMICAS

Foi lançado recentemente um trabalho sobre “Parcerias ePobreza”, organizado por Ilka Camarotti e Peter Spink, um estudode um trabalho de pesquisa e avaliação de projetos de reduçãoda pobreza, entendida a partir da exclusão e da desigualdadesocial feito pelo Programa Gestão Pública e Cidadania da FGV/EAESP com o apoio do Instituto do Banco Mundial de Washingtone do Escritório do Banco Mundial em Brasília.

Mostrando a importância das parcerias: “Inclusão eexclusão concretizam-se e reproduzem-se no dia-a-diaenquanto fenômeno coletivo de distribuição de meios de acessoa bens e serviços. Em termos teóricos e conceituais, esse

fenômeno coletivo tende a ser o menos privilegiado no debatesobre a redução da pobreza. Na prática, a dificuldade, emâmbito nacional, é articular adequadamente políticas públicasque atuem em enorme diversidade de situações, seja peladescoordenada descentralização de poderes e financiamentos,seja ainda pelo aparecimento de estratégias locais de governoscomprometidos com a temática dos direitos, ou finalmente pelosimples fato social de que são a comunidade e o município osespaços públicos nos quais as pessoas efetivamente vivem ese relacionam, caracterizando-se assim como sua última linhade apoio”. (p. 8).

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Existem muitas ações locais e individuais como respostasespecíficas de associações e organizações civis. Porém, há umespaço emergente em meio a essas duas esferas de atividadeque suscita cada vez mais comentários e debates, e onde aumentacada vez mais a tendência a criar formas interorganizacionais deação (alianças ou parcerias), envolvendo atores governamentais,não-governamentais e privados.

Aqui, são apresentados cinco estudos sobre soluções locaisna construção de relações socioeconômicas. São resultados deum esforço coletivo para conhecer e analisar esse novo espaçode ação. São algumas das muitas experiências que sinalizamcontribuições possíveis em face da pobreza e da exclusão social.Revelam ainda o fortalecimento da capacidade de intervençãolocal na sua articulação com a política pública. Constituem,sobretudo, exemplos do envolvimento de diversos atores noapoio e na implementação de ações sociais. Os estudos foramrealizados com o apoio do Instituto do Banco Mundial, emWashington, e do escritório do Banco Mundial em Brasília e estãoinseridos num projeto especial do Programa Gestão Pública eCidadania, voltada para análise e divulgação de práticas econhecimentos sobre a temática da pobreza.

Passaremos agora a detalhar os cinco estudos: a primeiraparceria localizada em Valente – BA – Cidadania ativa: a experiênciados pequenos produtores rurais. Em meio ao quadro de extremapobreza dos habitantes da cidade de Valente e da seca que devastao território ao longo dos anos, a associação dos PequenosAgricultores do Município de Valente – Apaeb, mediante uma amplaação de desenvolvimento local, vem modificando sensivelmente opanorama da região sisaleira da Bahia.

A Apaeb iniciou suas atividades com o objetivo de chamara atenção para os problemas locais e nacionais, realizando umtrabalho educativo e de cidadania com os pequenos agricultoresda lavoura de sisal. A Apaeb nasceu, assim, com três objetivosbásicos: união e organização dos pequenos agricultores, buscade gêneros de primeira necessidade diretamente das fontes deprodução para repasse a preços mais acessíveis a seus sócios evalorização da produção dos camponeses.

O trabalho da Apaeb modificou o perfil econômico de Valentee melhorou as condições de vida dos pequenos produtores detoda a região. Em Valente, chega a haver carência de profissionaisautônomos para a realização de trabalhos temporários, como ode pedreiro.

Já em Belo Horizonte – MG tem-se o projeto Asmare: opapel das parcerias na geração de renda. A associação dosCatadores de Papéis e Materiais Recicláveis (Asmare) é umaexperiência de desenvolvimento sustentável, envolvendo eintegrando aspectos ambientais, sociais, econômicos einstitucionais.

Esse projeto é resultado de uma parceria bem-sucedidaentre o governo municipal e instituições da sociedade civil deBelo Horizonte, e a Asmare representa uma importante referênciade combate à pobreza, dentro de uma política mais abrangentede sustentabilidade socioambiental. A iniciativa mostra o alcance ea complexidade da gestão dos resíduos sólidos, com ênfase nageração de emprego e renda e na construção da cidadania.Suas ações baseiam-se no tripé: consistência, qualificação evalorização do trabalhador da limpeza urbana; e cidadania eparticipação social, podendo ser destacadas a busca dadiminuição dos efeitos nocivos ao meio ambiente e a geração derenda para os mais carentes através de conjunto de iniciativas.

No Acre tem o Projeto Couro Vegetal da Amazônia, uma

ação de parceria entre institutos de pesquisa, organizações

indígenas, associações de seringueiros, ONGs e empresas

visando à industrialização e à comercialização dos produtos dos

seringais. O Projeto Couro Vegetal promove o desenvolvimento

da Amazônia e de sua população tradicional. O produto é artesanale tradicionalmente feito pelos seringueiros para uso próprio. Trata-

se do saco encauchado, ou seja, um simples saco de farinha, o

qual, depois de banhado em látex e defumado, ganha a aparência

de couro, sendo então utilizado para transporte de ferramentas

de trabalho e do próprio látex. O processo é bastante simples, e

as pessoas envolvidas recebem treinamento adequado. A CouroVegetal da Amazônia S/A leva os insumos (tecido e mistura química)

até as áreas de produção. As populações locais (índios e

seringueiros não-índios) são responsáveis pela produção das

lâminas e pelo gerenciamento do processo produtivo, e também

por parte do controle de qualidade e pela expedição do material

até Rio Branco. Em relatório de pesquisa sobre a produção docouro vegetal, em quatro anos de operação, o produto tem se

constituído em uma alternativa concreta para a população em

termos de criação de renda mediante estratégias que não

comprometem significativamente a cobertura florestal e a

diversidade biológica da região estudada, usando estruturas de

manejo já consolidadas.

Destacando sua importância: “o projeto Couro Vegetal da

Amazônia, de certa forma não exclui ninguém. Ao contrário, éeminentemente inclusivo, gerando oportunidades de inserção no

mercado global para populações de índios e seringueiros que

vivem em plena selva, colocando-os – pelo menos potencialmente

– ao lado de grandes empresários que têm seus negócios nos

mais sofisticados centros urbanos do mundo”. (p. 75).

Em Porto Alegre, há o Projeto Pescar, que é uma iniciativa

de cidadania empresarial voltada para a formação profissional

de jovens carentes e sem acesso ao mercado e trabalho. Emparceria com empresas, fundações e o governo estadual do Rio

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Grande do Sul, este projeto, mediante a educação, vem

promovendo a inclusão social de meninos com idade entre 14 e

18 anos. A Fundação Projeto Pescar tem as seguintes obrigações:

oferecer treinamento e assessoria aos instrumentos da Aderente,desde a seleção do aluno até sua formatura, supervisionar e

acompanhar técnica e pedagogicamente os professores/

instrutores, avalizar o certificado de conclusão do curso dos alunos

aprovados no curso ministrado por esta unidade de treinamento

do Projeto Pescar, ceder de pleno direito e sem nenhum custo e

restrição todo seu conhecimento, necessário para implantação efuncionamento da Escola do projeto Pescar.

O Projeto Pescar evoluiu e tornou-se referência da atuaçãoda ação empresarial no campo do resgate da cidadania. Essa

adaptação levou o programa a expandir-se, alcançando

empresas e organizações desconhecidas da própria Fundação

Projeto Pescar. O processo de expansão atomizada e

descontrolada talvez seja seu maior indicador de sucesso. Outra

característica marcante do Projeto Pescar, também responsávelpor seu sucesso, é o baixo custo de suas ações, se comparado

com os benefícios que pode trazer, quer consideremos o processo

de inclusão social de crianças em situação de risco, quer

consideremos a exposição positiva da empresa em seu mercado.

Também em Porto Alegre encontra-se a Instituição de

Crédito PortoSol (ICC PortoSol), uma organização privada e

sem fins lucrativos. Deve ser compreendida, porém, como uma

agência de política pública voltada para a redução da pobreza,por meio da oferta de microcrédito a pequenos empreendedores

urbanos de Porto Alegre. A ICC PortoSol pode ser compreendida

como uma política pública não-estatal de concessão de crédito a

pequenos empreendedores.

A Instituição Comunitária de Crédito PortoSol foi assimconstituída e concede créditos a pequenos e microempre-endedores, formais ou informais, que desenvolvam atividadeseconômicas urbanas nas áreas de produção, comércio e serviços,na cidade de Porto Alegre, em funcionamento continuado há pelomenos seis meses.Com a finalidade de garantir que o crédito sejadirecionado de fato ao microempreendedor, são impostos limitesquanto ao número de empregados do empreendimento (nomáximo 10) e ao valor do patrimônio (no máximo R$50 mil).

Os estudos demonstram como as alianças, que podemnascer das iniciativas estatais ou civis, vêm se constituindo em umimportante vetor de mudança e de desenvolvimento social. Elesdemonstram que a afirmação de uma capacidade coletiva deação é um complemento essencial a uma política econômica justae redistributiva. Também demonstram que alianças nem semprepercorrem caminhos tranqüilos e que às vezes é necessárioenfrentar e negociar bloqueios e conflitos.

Segundo os organizadores: “As experiências apresentadasnão são e nem pretendem ser melhores práticas; sãoexperiências que chamam a atenção para as possibilidades etambém para as dificuldades e incertezas que são inerentes àprodução de um conhecimento para ação. Alianças são possíveise úteis, mas seus limites e implicações precisam ser compreendidospara evitar que a palavra “parceria” se torne mais um modismo.Cada iniciativa, à sua maneira, constitui importante contribuição àsolidariedade característica das sociedades democráticas, que éum fenômeno de certa longevidade”. (p. 10).

Hoje, os governos compreendem que não podem fazertudo sozinhos, que uma sociedade pode alcançar seus objetivospor meio da cooperação e da parceria com ampla série de atores,nomeadamente o setor privado, a sociedade civil e outros grupos.

ABSTRACT

The human occupation in Parana state caused a seriousprocess of forest devastation. The predatory timber extraction,followed by the farming and cattle breeding implantation, added tothe urban expansion, are between the principal causes off thedesolation in Parana forests. This developing scenario are causinga variety of prejudicial processes for the environment and for the

Christopher Tomas Blum*, Rosimary Fátima Oliveira**

ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA FAVORECERA PRODUTIVIDADE DA RESERVA FLORESTAL

LEGAL DO ESTADO DO PARANÁ

human being like erosion, soil fertility decrease, climatic changes,plagues proliferation and extinction of native species, betweenothers. Objecting to avoid these processes, the legislation obligesthe rural proprietor to recuperate or conserve 20% of theirproprieties as a Legal Forest Reserve. That obligation mainly isnot well accepted by the rural proprietors because it seems like toturning unproductive a fraction off their proprieties. Another factor

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that difficult the recuperation of this Legal Forest Reserves is the costsrequired for that. So, the present research has the objective of studyand reunite ecological and economical viable alternatives of rationaluse of forest reserves, enabling the consolidation? of this forestfragments in the rural proprieties and proportionate real gains for therural proprietor. The final results of this research is a collection of basicinformation that enable the increase researchers, technicians andproprietors knowledge about the diversity of possible sustainableuses for the native forest fragments in Parana state.

INTRODUÇÃO

A ocupação antrópica no Estado do Paraná desencadeouum processo de devastação das florestas que originalmenteocupavam aproximadamente 85% de todo o seu território eque hoje cobrem apenas cerca de 3,4% deste, considerandoas florestas clímax 4,14. Atividades como a extração de madeiras,seguida da implantação de lavouras e pastagens, além daexpansão urbana, estão entre as principais responsáveis peladescaracterização da fitofisionomia paranaense. Em decorrênciadeste desequilíbrio ecológico, implantaram-se inúmerosprocessos prejudiciais ao meio e ao próprio ser humano, comoerosão, deslizamentos, assoreamento de cursos d’água,empobrecimento nutricional de solos, alterações microclimáticas,proliferação de pragas e espécies exóticas, desertificação,extinção de espécies nativas, entre vários outros tanto de cunhoambiental quanto social.

No intuito de reverter tais processos, a legislação obriga oprodutor rural a recompor e/ou preservar 20% de suaspropriedades formando a Reserva Florestal Legal, além dasáreas chamadas de Preservação Permanente. Tal obrigaçãolegal, de maneira geral, não é bem vista pelos proprietários pelofato de que, aparentemente, torna improdutiva uma parcelasignificativa de suas propriedades. Outro fator que dificulta arecuperação destas áreas é o custo requerido para tal,considerado investimento perdido.

Dessa forma, é de vital importância a busca de meios paratransformar a conservação de fragmentos florestais na forma deReserva Legal em uma atividade que traga benefícios diretos eindiretos aos proprietários rurais, tornando-a desejável para estes.Este estudo objetiva estudar e reunir alternativas viáveis de uso erecuperação de Reservas Florestais Legais possibilitando suaimplantação efetiva nas propriedades rurais paranaenses, além deproporcionar ganhos reais para o proprietário rural.

O resultado final desta pesquisa é uma coletânea deinformações que permitirão aos técnicos e extensionistas rurais,além dos próprios proprietários, conhecer a diversidade de usossustentáveis possíveis para fragmentos florestais nativos,acelerando a difusão do conhecimento e conseqüentemente a

efetivação de um sólido processo de conservação e ampliaçãodos remanescentes florestais no Paraná.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo baseia-se fundamentalmente na coleta de dadosem literatura, especialmente livros técnicos, dissertações, teses eartigos científicos, os quais foram correlacionados com aexperiência adquirida em visitas a campo nas diversas regiõesdo Estado.

Foram também de significativa importância as consultas ainstituições governamentais, como IBGE, EMATER e IAP, e não-governamentais, como Fundação RURECO, FederaçãoInternacional de Astronáutica IAF e Assessoria e Serviços aProjetos em Agricultura Alternativa AS-PTA, entre outras.

Com base em tais informações obtidas, apresentadasresumidamente a seguir como resultados, foi possível proporalternativas teóricas de aproveitamento e recuperação de áreasde Reserva Florestal Legal no Paraná, considerando as diferençasflorísticas, ecológicas e culturais de cada região. Estas alternativassão apresentadas no item Discussão.

RESULTADOS

Cobertura florestal

O quadro atual de cobertura florestal e estado de conservaçãoda vegetação natural no Paraná revela uma situação alarmante. Aregião dos planaltos do interior, onde outrora predominavamexuberantes florestas, apresenta-se atualmente muito degradada,constituída de remanescentes pequenos e fragmentados, em diversosestágios de sucessão. A maior perda é verificada nas regiões Oestee Norte, onde a Floresta Estacional Semidecidual cedeu espaço aosempreendimentos agropecuários. O Centro-Sul, região da Florestacom Araucária, apresenta ainda um percentual de cobertura florestalrelativamente maior, no entanto, seus remanescentes encontram-sebastante alterados, em conseqüência da exploração madeireira. Asflorestas da região litorânea encontram-se em melhor estado, emespecial na Serra do Mar que, pela dificuldade de acesso, sofreramreduzida pressão antrópica 14.

Aspectos da Produção Agropecuária e Silvicultural

A agricultura é a principal atividade econômica do Paraná,tornando-o um dos mais importantes estados agrícolas do País. Apecuária destaca-se também, com grande desenvolvimento dosrebanhos bovinos, suínos e de aves. Com cerca de 20% de suapopulação vivendo no meio rural, o Paraná possui quase 370.000estabelecimentos rurais, os quais ocupam perto de 80% de seuterritório, equivalendo a 159.466 km2. No Paraná são cultivados55.000 km2 com lavouras, enquanto 67.000 km2 destinam-se às

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pastagens. Desta forma, destaca-se a supremacia paranaensena produção de milho, feijão, soja, trigo e aveia. São igualmenteimportantes as produções de mandioca, cevada, batata, erva-mate, seda, frango e suínos. Também são significativas asproduções de toras, cerca de 20 % do total, e de lenha, comquase 15 % do total produzido no País 6,7,17. Por outro lado, aextração vegetal comercial não é comum, excetuando-se produtostípicos como a erva-mate, o pinhão e o nó-de-pinho, cujaprodução alcança valores elevados dentro do contexto nacional.

É importante destacar que a agropecuária e a silviculturaocupam em torno de 81,9% do Paraná, abrangendo grandeparte das regiões anteriormente cobertas por florestas nativas 6.

A Reserva Florestal Legal

De acordo com informações verbais obtidas no IAP, até ofinal de 2002 foram averbadas cerca de 20.000 Reservas Legaisno Estado, representando cerca de 5,4% do total de propriedadesrurais paranaenses. Este percentual abrange, em termos de área,valores mais significativos. Isto deve-se ao fato de que taisaverbações ocorrem principalmente em grandes propriedadesagrícolas ou de silvicultura industrial, cujas áreas de ReservaFlorestal Legal representam maior extensão. As 20.000 ReservasLegais averbadas englobam em torno de 10.000 km2 do Estado,equivalente a 5,0%.

No caso das pequenas e médias propriedades, a situaçãomostra-se distinta. Os pequenos e médios proprietários,encarando a Reserva Florestal Legal como simples “imobilizaçãoeconômica” de parte de suas propriedades e aproveitando afalta de condições de fiscalização em que se encontram os órgãoambientais, acabam evitando a averbação da Reserva Legalpor entenderem que esta área seria perdida em termos deprodutividade rural. A falta de informação e de assessoria técnicapor parte dos órgãos ambientais e de extensão rural a estesprodutores contribui para a desvalorização da importância daReserva Florestal Legal.

Manejo Sustentável de Espécies da Flora Silvestre

O manejo sustentável de populações naturais é aexploração racional de recursos, visando a benefícios ao homeme ao meio. A seguir, discorre-se a respeito de algumas espéciessilvestres com potencial de manejo no Estado.

Espécies Madeireiras

Devido ao estado em que se encontram os poucosremanescentes florestais nativos no Paraná, não existem muitaspossibilidades de manejo de arbóreas nativas permitidas pelalegislação. Desta forma, a exploração de madeira em ReservasFlorestais Legais limita-se a casos especiais mediante autorização

de plano de manejo sustentável pelo órgão ambiental. A exploraçãoseletiva de espécies livres do perigo de extinção ou de árvoresmortas poderá ser permitida em especial nas pequenaspropriedades rurais tradicionais. Ainda assim, a exploração demadeira em Reservas Florestais Legais deve ser observadacomo alternativa remota de uso. Em grande parte das situaçõeso mais adequado seria o aproveitamento de espécies pioneirascom potencial calorífico como a bracatinga (Mimosa scabrella)10

durante os anos iniciais de recomposição da Reserva Legal semcomprometer a evolução ecológica da comunidade florestal emrecuperação. O aproveitamento de material lenhoso de árvoresmortas para usos artesanais também apresenta potencial.

Espécies Medicinais

Os vegetais de uso medicinal assumem crescenteimportância dentro da utilização sustentável de ecossistemasnativos. A grandiosa biodiversidade brasileira disponibilizaconsiderável variedade de plantas medicinais cujo potencial aindaé ignorado por grande parte da sociedade e dos mercados.

Espécies como espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), guaco(Mikania glomerata), óleo-de-copaíba (Copaifera lagsdorffii),embaúba (Cecropia pachystachya), pata-de-vaca (Bauhiniaforficata) e cafezeiro-bravo (Casearia sylvestris) são as medicinaisque apresentam maior potencial de aproveitamento no Paranápelo fato de já ter suas propriedades terapêuticas comprovadase por possuírem boa aceitação no mercado 11.

Recursos Alimentícios

Os alimentos vegetais silvestres mais explorados no Paranásão o pinhão (Araucaria angustifolia), o palmito (Euterpe edulis)e a erva-mate (Ilex paraguariensis). Algumas frutíferas comopitanga (Eugenia uniflora), jabuticaba (Plinia trunciflora), cerejeira(Eugenia involucrata) e araçá (Psidium catleyanum) também sãoencontradas em pomares ou consumidas in natura nosremanescentes florestais 2,5,9,13.

No entanto, grande parte das espécies comestíveis éconhecida apenas localmente devendo ser popularizada paratornar-se fonte de renda adicional e alimento aos produtoresrurais. Dentre estas ressaltam-se, além das espécies da famíliaMyrtaceae, as palmeiras como indaiá (Attelia glazioviana),brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum), tucum (Bactrislindamanniana), butiá (Butia eriospatha) e outras frutas menosconhecidas como guapeva (Pouteria torta), murici (Byrsonimaligustrifolia), ariticum (Annona cacans), mamãozinho (Caricaquercifolia) e ingás (Inga spp.). Condimentares como capororoca(Myrsine coriacea) e aroeira (Schinus terebinthifolia) ou seivascomestíveis como de guaricica (Vochysia bifalcata) emaçaranduba (Manilkara subsericea) têm igual potencial 1,2,5,8.

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Matérias primas para artesanato e ornamentação

Atualmente, no Paraná, o artesanato tradicional com matériaprima proveniente de ambientes nativos é praticado principalmentepor indígenas e populações tradicionais da região litorânea, sendoestas últimas também responsáveis pela extração de vegetaisornamentais para floricultura como a samambaia-silvestre(Rumoha adiantiformis). O artesanato pode trazer renda adicionalaos proprietários rurais, especialmente se combinado ao turismo,além de possibilitar a solução de necessidades domésticas sobbaixo custo.

Os materiais silvestres mais utilizados em artesanatos são:taquaras (Poaceae), cipó-preto (Philodendron melanorrhizum),timbupeva (P. crassinervium), embaúba (Cecropia spp.), caxeta(Tabebuia cassinoides), brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum),guaricana (Geonoma spp.), salseiro (Salix humboldtiana) egrandiúva (Trema micrantha). Estes são utilizados na produçãode cestos, peneiras, covos, coberturas, cordas, esteiras eentalhes, entre outros. De algumas espécies como a canjarana(Cabralea canjerana), o jacatirão (Miconia cinnamomifolia), osão-joão (Berberis laurina), a tajuva (Maclura tinctoria) e o pau-cigarra (Senna multijuga) pode-se extrair corantes naturais 1,2,8,16.

Com grande potencial na confecção de vasos, suportes esubstrato para plantas ornamentais cita-se o xaxim (Dicksoniasellowiana), que vem sendo largamente explorado nas florestasparanaenses. No entanto, a extração predatória, aliada àdificuldade de propagação e ao crescimento lento, tornou estaespécie em perigo de extinção, tendo seu corte proibido.

Espécies produtoras de óleos, resinas e gomas

Substâncias como óleos e taninos podem ser encontradasem diversos vegetais nativos, no entanto, sua extração eutilização, salvo exceções, é bastante limitada. Este fatoprovavelmente se deve à falta de mercado para estes. Aindaassim são citadas a seguir algumas espécies das quais podemser extraídas substâncias úteis, mesmo que só para uso doméstico,são elas: monjoleiro (Anadenanthera colubrina), que possuitanino e goma-resina; guanandi (Calophyllum brasiliense),copaíba (Copaifera langsdorfii), bicuíba (Virola oleifera), baguaçu(Talauma ovata), das quais se extrai óleo; gurucaia(Parapiptadenia rigida), que possui goma-resina; canafístula(Peltophorum dubium), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha) eguapuruvu (Schizolobium parahyba), que apresentam tanino 1.

Comercialização de sementes nativas

A crescente obrigatoriedade de recomposição de áreasdegradadas imposta pelos órgão ambientais vem aumentando ademanda por mudas de espécies florestais nativas e, porconseguinte, de sementes para a produção destas mudas. Desta

forma, a coleta de sementes em área de Reserva Florestal Legalacaba por ser mais uma alternativa de renda e aproveitamentodos remanescentes florestais.

Apicultura em áreas florestais

Durante anos a apicultura vem contribuindo para a perfeitaharmonia entre flora e fauna, sendo responsável pela perpetuaçãode espécies vegetais e também pelo aumento da produtividadeem culturas agrícolas, devido à polinização. Além disso, estaatividade disponibiliza ao produtor rural produtos saudáveis comoo mel, a geléia-real e o própolis, entre outros, complementandosua alimentação e possibilitando aumento de renda.

Sistemas Agroflorestais (SAFs)

Os sistemas agroflorestais são uma forma de uso da terra naqual espécies lenhosas perenes são cultivadas juntamente comespécies herbáceas, obtendo-se benefícios das interações ecológicase econômicas resultantes. Estes sistemas reúnem característicasdesejáveis a culturas agrícolas como boa produtividade aliada àfitossanidade e longevidade dos cultivos. Assemelham-se àscomunidades florestais naturais, sendo compostos por espéciesarbóreas de ciclos curto, médio e longo 12,15.

No Paraná, a parceria entre a Ong AS-PTA e os agricultoresde Iratinzinho rendeu algumas experiências em SAFs com erva-mate. As dificuldades encontradas pelos produtores no sistemade monocultivo da erva-mate em céu aberto geraram anecessidade de buscar alternativas mais viáveis de manejo destacultura. O plantio da erva-mate nas florestas em fases iniciais desucessão apresentou melhor desenvolvimento das mudas, semperdas pela estiagem nem danos pelo sol. Outras vantagensobservadas são a redução no ataque das formigas e a economiade roçadas e adubação visto que a sombra e a ciclagem denutrientes se encarregam de manejar a cultura 3.

Turismo Rural ou Ecoturismo

O turismo rural toma força por todo o país e tem excelentepotencial de adequação às demais alternativas de uso da ReservaFlorestal Legal descritas neste trabalho. A possibilidade de explorarturisticamente a utilização sustentável de ecossistemas naturais, alémde trazer significativos aumentos na renda por si só, ainda facilita oescoamento de produtos extraídos das florestas e seus derivadoscomo doces, geléias, mel, conservas, chás e artesanatos, contribuindotambém para a conscientização ambiental.

DISCUSSÃO

A seguir são apresentadas opções potenciais de manejosustentável de Reservas Florestais Legais considerando as diferençasecológicas e florísticas de cada fitorregião florestal paranaense.

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Região da Floresta Ombrófila Densa

Considerando os significativos índices de cobertura vegetalremanescente em bom estado de conservação desta região, sãoindicadas alternativas que privilegiem a manutenção das florestasexistentes mediante sua utilização racional, sem grandesalterações nestas comunidades. Não será proposto para estafitorregião nenhum sistema de recuperação florestal.

As espécies da flora silvestre mais utilizadas comercialmentenesta região, das quais existem informações de manejo, ecologiae comercialização, são o palmito, a caxeta, o cipó-preto e asamambaia-silvestre. Desta forma, um sistema de manejosustentável de Reserva Florestal Legal deve incluir estas espéciescomo eixos principais.

Considerando o potencial turístico do litoral paranaense, devemser privilegiadas atividades que forneçam produtos artesanais, quepoderão ser comercializados próximo aos locais de extração. Devemser valorizados os produtos alimentícios usados pelas populaçõeslocais disponibilizando-os para os visitantes e criando um mercadode alimentos regionais. Dentre estes produtos destacam-se o vinho-de-guaricica, a seiva da maçaranduba, os frutos de indaiá, brejaúva,tucum, bacupari (Garcinia gardneriana), murici, ingás, grumixama(Eugenia brasiliensis) e guapeva. Estes produtos florestais podemser beneficiados para a agregação de valor e viabilização dearmazenamento.

A extração de matérias primas e sua posterior confecçãode artesanato também é uma alternativa interessante quandoaliada ao turismo regional. A arte da cestaria com taquara, cipó-preto e outras fibras, os entalhes de caxeta e o uso de corantesnaturais possuem grande potencial econômico, especialmentequando vinculados ao sistema de manejo florestal sustentável.

Região da Floresta Ombrófila Mista

Nesta fitorregião, a diversidade de ambientes florestais,produtos da alteração antrópica e posterior sucessão vegetal,possibilita o uso de variados sistemas de manejo, considerandodiferentes disponibilidades de substrato, umidade, luminosidade ebiodiversidade local. De maneira geral serão usados dois tipos desistemas: os de recuperação florestal e os de exploração sustentávelvisando à manutenção de florestas avançadas já estabelecidas.

As espécies da flora silvestre mais utilizadas comercialmentenesta região, das quais existem informações de manejo, ecologiae comercialização, são a erva-mate, o pinhão, a bracatinga, aespinheira-santa e o guaco. Estas espécies deverão servir comoeixo principal dos sistemas de manejo sustentável. O xaxim tambémapresenta elevado valor econômico e de mercado; no entanto, afalta de estudos a respeito de seu manejo racional desaconselhasua utilização atual.

Outras espécies que possuem potencial de exploraçãosustentável e de aceitação no mercado, destacando-se frutíferascomo jabuticaba, pitanga, araçá, uvaia (Eugenia pyriformis),guabiroba (Campomanesia xanthocarpa) e cerejeira, e asmedicinais como macela (Achyrocline satureoides), carqueja(Baccharis spp.), cataya (Drymis brasiliensis), cafezeiro-bravo,japecanga (Smylax spp.), além da espinheira-santa e do guaco,devem ser igualmente consideradas. Aliados ao turismo ruralpodem ser usados produtos de uso regional como a conserva defrutos de capororoca, o vinho e a cachaça de butiá, o condimentode frutos de aroeira e as flores de ipê-amarelo (Tabebuia Alba).Os múltiplos usos da taquara também devem ser considerados.

A apicultura é outra alternativa para o aproveitamento deReservas Legais nesta região, considerando a elevadadiversidade de espécies vegetais apícolas existentes. Esta práticaé especialmente indicada nas florestas em estágios inicial e médiode sucessão. Os apiários consorciados com florestas nesta região,além de aproveitar a matéria prima próxima para a produção demel, também é aconselhável pela proteção que a vegetaçãoproporciona às colméias durante o inverno.

No caso de recomposição de florestas destinadas àReserva Legal, os sistemas agroflorestais são a prática maisindicada. Quando se parte uma área desprovida de vegetaçãoflorestal, combina-se o plantio de arbóreas pioneiras decrescimento rápido com espécies agrícolas que proporcionarãoretorno econômico em curto prazo e propiciarão aumento dabiomassa, fixação de nutrientes e microclima adequado para odesenvolvimento das espécies mais exigentes. Estas deverãoser introduzidas à medida que as condições locais forem propíciaspara seu crescimento.

Dessa forma, um exemplo teórico de um sistema derecuperação florestal seria a combinação, no 1º ano de plantio,de espécies florestais como bracatinga, erva-mate e espinheira-santa com culturas temporárias como feijão, feijão-de-corda,abóbora, milho e mamão, entre outras. No início deste sistematambém poderão ser manejadas medicinais herbáceas heliófilascomo carqueja e macela. A partir do 2º ano, à medida que ascondições ambientais melhoram, são adicionadas ao sistemaespécies mais exigentes umbrófilas ou esciófilas frutíferas da famíliaMyrtaceae (pitanga, jabuticaba, guabiroba etc.); medicinais comocafezeiro-bravo, cataya e guaco; pinheiros para produção depinhão, entre outras. No 7º ano pode-se retirar a bracatingautilizando-a como lenha. A fauna local também contribuirá paraaumentar a diversidade local trazendo sementes variadas.

Nas áreas onde já existe um esboço de desenvolvimentoflorestal, em florestas em estágio inicial de sucessão, poderão seraplicadas as mesmas práticas usadas a partir do 2º ano emsistemas que partem de solo desprovido de floresta. Nestas

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também é interessante a implantação de apiários abrindo faixasestreitas para que as abelhas possam trabalhar.

Nos remanescentes mais desenvolvidos, em estágios médioe avançado de sucessão, serão aplicadas práticas de manejosustentável de recursos já existentes. O enriquecimento comespécies de interesse econômico e doméstico é recomendado.Em clareiras ou bordaduras podem ser usados os sistemasagroflorestais citados para recuperação florestal. O sistema demanejo sustentável de um remanescente de Floresta OmbrófilaMista deve basear-se na exploração do pinhão, da erva-mate ede plantas medicinais. As populações de taquaras presentestambém podem ser manejadas, inclusive para acelerar odesenvolvimento da comunidade florestal.

Região da Floresta Estacional Semidecidual

Os maiores níveis de devastação florestal encontram-se nestafitorregião, sendo as florestas em estágio avançado de sucessãoquase inexistentes. São comuns fragmentos florestais em estágiosinicial e médio de desenvolvimento tendo sua sucessãofreqüentemente perturbada. Devido a estas condições, os sistemasde recuperação e implantação florestal são os mais indicados paraesta região, no sentido de restaurar estas comunidades.

De um modo geral, a região da Floresta EstacionalSemidecidual não apresenta potencial turístico rural significativopara comércio de produtos regionais. De fato, a rápida devastaçãodeste ecossistema impossibilitou uma integração equilibrada entrehomem e floresta, resultando num aproveitamento incipiente dosprodutos silvestres regionais.

Excetuando-se as diversas espécies madeireirasexploradas, pode-se citar somente o palmito como espéciesilvestre mais utilizada nesta região, que possui mercado epossibilidade de manejo sustentável. No entanto, são muitas asespécies com grande potencial utilitário para o produtor rural,tanto para uso doméstico como comercial. Dentre as frutíferasdestacam-se ariticum, mamãozinho, jaracatiá (Jacaratia spinosa),tajuva, sete-capotes (Campomanesia guazumifolia), guabiroba,cerejeira e jabuticaba. A gama de medicinais também é significativadestacando-se cabreúva-vermelha (Myroxylon peruiferum), café-de-bugre (Cordia ecalyculata), embaúba, cafezeiro-bravo,jaborandi (Pilocarpus pennatifolius), óleo-de-copaíba, quina-brava (Coutarea hexandra), pata-de-vaca e sangra d’água(Croton urucurana). Tendo em vista serem comuns criações deanimais como bovinos e suínos, assumem importância as espéciesforrageiras nativas como grandiúva, pau-jacaré e timbaúva. Aabundância em taquaras e taquaruçus indica que estes produtossão de interesse pelo seu uso múltiplo.

Esta região é muito adequada para a apicultura, devido aoclima ameno favorável e à diversidade de espécies apícolas. Os

apiários podem ser consorciados com remanescentes em estágiosmédio e inicial de sucessão.

Os sistemas de recomposição e implantação florestal paraReservas Florestais Legais na região da Floresta EstacionalSemidecidual seguem os mesmos princípios daqueles descritospara a Floresta Ombrófila Mista, sendo que somente as espéciesdiferem, considerando condições ambientais distintas para osdois ecossistemas.

Assim sendo, um exemplo teórico de um sistema derecuperação florestal seria a combinação, no 1º ano de plantio,de espécies florestais pioneiras madeireiras, forrageiras,produtoras de lenha ou medicinais como grandiúva, pau-jacaré,timbaúva, gurucaia, louro-pardo (Cordia trichotoma), monjoleiro,sobrasil (Colubrina glandulosa), pata-de-vaca, sangra-d’água eembaúba com culturas temporárias como feijão, feijão-de-corda,abóbora, milho, cana-de-açúcar, banana, urucum e mamão, entreoutras. A partir do 2º ano, à medida que as condições ambientaismelhoram, são adicionadas ao sistema espécies arbóreasfrutíferas, madeireiras e medicinais umbrófilas ou esciófilas comopalmito, jabuticaba, guabiroba, sete-capotes, jaracatiá,mamãozinho, tajuva, ariticum, copaíba, cafezeiro-bravo, quina-brava, cabreúva-vermelha e café-de-bugre, entre outras. Entreo 5º e o 7º ano pode-se retirar indivíduos das espécies pioneirasprodutoras de lenha proporcionando espaço para as demais. Asforrageiras são manejadas por meio de podas, garantindo aalimentação das criações em épocas de escassez.

Como já foi salientado para a Floresta Ombrófila Mista, emáreas onde já existe um esboço de desenvolvimento de umacomunidade florestal, em florestas em estágio inicial de sucessão,poderão ser aplicadas as mesmas práticas usadas a partir do 2º anoem sistemas que partem de solo desprovido de vegetação florestal.Nestas também é bastante interessante a implantação de apiáriosabrindo faixas estreitas para que as abelhas possam trabalhar.

Em remanescentes mais desenvolvidos, nesta fitorregião,devem ser aplicadas práticas de utilização sustentável dosrecursos já existentes. Pode-se também enriquecer a comunidadeflorestal com espécies de interesse econômico e doméstico. Emclareiras ou bordaduras poderão ser aplicados os sistemasagroflorestais citados para recuperação. De modo geral, o manejosustentável de uma Reserva Florestal Legal na região da FlorestaEstacional Semidecidual deverá sustentar-se principalmente sobrea produção de palmito, tendo em vista a facilidade de seu manejoe a grande aceitação deste no mercado. A exploração das densaspopulações de taquaras e taquaruçus também assume importânciatendo em vista a multiplicidade de usos que pode ser dada aestes materiais. O uso eventual de espécies madeireiras paradestinação doméstica e artesanal poderia ser efetuado valorizandoainda mais a Reserva Florestal Legal.

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CONCLUSÕES

Ainda que as alternativas propostas neste estudo possamnão ser, em curto prazo, competitivas com as práticas agrícolasconvencionais, é importante salientar que a implantação e/oumanutenção da Reserva Florestal Legal é vital para a conservaçãoambiental e obrigatória por lei. Desta forma, as alternativassugeridas têm importância no sentido de reduzir os custoseconômicos demandados na consolidação destes remanescentesflorestais. As alternativas apresentadas direcionam-se princi-palmente aos pequenos e médios proprietários rurais, quenecessitam de incentivos para recompor e manter suas áreas deReserva Florestal Legal, cumprindo com as obrigações legais etrazendo benefícios indiretos para toda a região.

Um dos maiores empecilhos à consolidação do manejosustentável de Reservas Florestais Legais no Estado são osentraves impostos pela legislação ambiental e pelo órgão ambientalque, por diversos motivos como falta de contingente e equipamentopara efetuar fiscalização, acabam por não permitir a exploraçãosustentável de recursos florestais nativos para não aumentaremseu volume de trabalho.

Universidades, institutos de pesquisa, organizações não-governamentais, e escolas agrícolas locais devem fortalecer apesquisa na área de alternativas socioambientais adequadaspara o desenvolvimento e fortalecimento das comunidades nasquais as mesmas estão inseridas. Com relação ao manejosustentável de espécies silvestres, é de suma importância oaprofundamento nas pesquisas a respeito de suas ecologia, demaneira a subsidiar planos de manejo sustentável consistentes eque garantam a conservação dessas espécies.

O proprietário rural também deve, para estabelecer umsistema de manejo sustentável da Reserva Legal, conhecer osrecursos florestais existentes em sua região, através deinventário da comunidade vegetal, de maneira a subsidiar futurasações de manejo. Não necessariamente esse conhecimentonecessita partir de pesquisas acadêmicas: o resgate culturaldas relações homem/natureza deve ser fortalecido/incentivadoem todas as ações sociais.

Salienta-se ser de vital importância a agregação de valoraos produtos oriundos da exploração sustentável da ReservaFlorestal Legal para que esta atividade alcance os melhoresretornos econômicos possíveis, viabilizando a manutenção destessistemas racionais de produção.

Dessa forma, conclui-se que existe a necessidade deuma reavaliação do conceito Reserva Florestal Legal no sentidode viabilizá-la socialmente, ambientalmente e economicamente,dentro de um processo de auxílio mútuo em que todas as partesobtêm benefícios.

REFERÊNCIAS1CARVALHO, P.E. Espécies Florestais Brasileiras: recomendaçõessilviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA–CNPF/Brasília: EMBRAPA–SPI, 1994. 640 p.2FERRÃO, J.E.M. Fruticultura Tropical – Espécies com FrutosComestíveis. v. 1, Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical –Macau, 1999. 624 p.3FUPEF. Cartilha Educativa Sobre o Pinheiro do Paraná – EstudoSobre o bioma Floresta com Araucaria no Paraná. Curitiba: FUPEF,2002. 30 p.4FUPEF & SEMA. Projeto Mapeamento dos Remanescentes daFloresta Estacional Semidecidual. Curitiba: FUPEF – SEMA, 2002.69 p. Relatório técnico.5GOMES, R.P. Fruticultura Brasileira. 9.ed. São Paulo: ed.Nobel, 1983.6IBGE. Censo Agropecuário 1995–1996. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em 14 mar. 2003.7IBGE. Produção Agrícola Municipal, Pesquisa Pecuária Municipal,Silvicultura e Produção Extrativa Vegetal – 2001. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em 15 mar. 2003.8INOUE, M.T.; RODERJAN, C.V.; KUNIYOSHI, Y.S. Projeto Madeirado Paraná. Curitiba: FUPEF/IBDF/SUDESUL/Governo do Estado,1984. 260 p.9MAZUCHOUWSKI, J. Z. A cultura da erva-mate – Série Técnicas,n.1, Curitiba: EMATER–PR/ Prog. Desenvolvimento Florestal Integrado,1989. 36 p.10MAZUCHOUWSKI, J. Z.; LAURENT, J. E.; MENDONÇA, W.Manejo de Bracatingal. Curitiba: EMATER–PR/ Proj. FAO-GCP/BRA025/FRA, 1991c. 16 p.11MONTANARI JUNIOR, I. Exploração Econômica de Plantas Medicinaisda Mata Atlântica In: SIMÕES, L. L. & LINO, C. F. (org.) SustentávelMata Atlântica – A exploração de seus recursos florestais. SãoPaulo: ed. SENAC-SP, 2002 p.35 – 54.12OSTERROTH, M.V. SAF’s versus Sustentabilidade. Agroecologia Hoje– Sistemas Agroflorestais I – Agroecológica, Botucatu, ano III, n.15,p.4, ago. 2002a.13REIS, M.S.; CONTE, R.; FANTINI, A.C.; GUERRA, M.P. O Palmiteiro(Euterpe edulis Martius) como recurso da Mata Atlântica. In: SIMÕES, L.L.& LINO, C.F. (org.) Sustentável Mata Atlântica – A exploração de seusrecursos florestais. São Paulo: Editora SENAC SP, 2002. p. 103 – 117.14SEMA. Atlas da Vegetação do Estado do Paraná – 2002. Disponívelem: <http://www.pr.gov.br/sema/atlas.shtml>. Acesso em: 20 mai. 2003.15SILVA, P.P.V.; VIANA, V.M. Sistemas Agroflorestais para Recuperaçãode Matas Ciliares. Agroecologia Hoje – Sistemas Agroflorestais I –Agroecológica, Botucatu – SP, ano III, n. 15, p. 21-24, ago. 2002.16SONDA, C. Comunidades Rurais Tradicionais da Área de ProteçãoAmbiental Estadual de Guaratuba: Caracterização Sócio-econômica eutilização dos recursos vegetais silvestres. Curitiba, 2002, 193 f. Tese(Doutorado em Ciências Florestais) – Curso de Pós-graduação em CiênciasFlorestais - UFPR.17ZARDO, V.R. Aspectos sócio-econômicos da agropecuáriaparanaense. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/seab/aspectos/aspectos.html> Acesso em 18 fev. 2003.

*Pós-graduando do Curso de Especialização em Gestão e Engenharia Ambiental - UFPR & IEP, Curitiba, PR.**IBQP - Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná, Curitiba, PR.

NOTAS

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Apesar do volume e da diversidade de conhecimentodisponível ter crescido sensivelmente nos últimos tempos, oprocesso de transferência de tais conhecimentos em salas detreinamento parece não ter evoluído na mesma proporção. Senão, vejamos.

Quantos de nós ainda se depara com instrutores queparecem estar muito mais preocupados em mostrar ao treinandoo quanto eles sabem e dominam sobre um determinado assunto,ou em falar de sua experiência, em vez de se ocuparem em fazercom que nós, os aprendentes, tenhamos oportunidades concretasde internalizarmos e passarmos a aplicar os conhecimentos queestamos ali para aprender?

Não quero dizer que compartilhar a experiência não sejaimportante, mas o fato é que em muitos casos fica-se com aimpressão de que o objetivo do instrutor está mais ligado aimpressionar o aluno do que fazer com que ele aprenda defato. O treinador deve ter o papel de informante do assunto,mas este não é o único e nem o mais importante de seus papéisem sala de aula.

Em outras palavras, ao treinador conhecer o conteúdo éfundamental, mas o modo como tal conteúdo é trabalhado é querealmente faz a diferença sob o ponto de vista de quem esta tentandoaprender. As dinâmicas empregadas, prevendo diferentes estilos deaprendizagem, e o conhecimento prévio de cada um sobre o assuntotornam os papéis de facilitador, de catalisador e de mediador, que otreinador também deve ter, muito mais importantes do que o de apenasconhecedor do assunto.

NOTA - TREINAMENTO NAS EMPRESASFrancisco Teixeira Neto*

Será que é só comigo que acontece, ou muitos de nósainda nos vemos em salas de aulas forçados a ficar passivamenteouvindo o instrutor falar por horas sem nos dar qualqueroportunidade prática de experimentar relacionar o conteúdo aalguma aplicação que nos faça sentido?

Não quero generalizar, mas é muito comum vermos que,embora seja de conhecimento público que a melhor maneira de seaprender é fazendo, e que pessoas diferentes possuem diferentesritmos e níveis de interesse na aprendizagem, poucos treinamentosfazem uso de tal informação, e o que vemos na prática é transparênciaatrás de transparência, como se a questão ali fosse passar o máximode informação possível no tempo disponível.

Não seria muito melhor receber menos conhecimento, masde uma forma que ele pudesse ser bem absorvido, do que recebermuita informação e acabarmos frustrados e com a dúvida seaprendemos ou não? Além disto, se ao final do treinamento nãoformos capazes de dizer que realmente aumentamos nossascompetências, de que valeu o treinamento?

Portanto, embora mesmo sabendo que nem todo volumede conhecimento que lhe será ensinado será necessariamenteaprendido, quando estiver escolhendo seu próximo treinamento,assegure-se de que lhe serão dadas oportunidades práticas,para exercitar, discutir, refletir e contextualizar o tema abordado.Isso significa primar pela questão de qualidade e constitui umaaplicação do construtivismo ao treinamento de empresas.

NOTA*Consultor e treinador do IBQP.

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ANEXOS

TABELA A1 - VALOR ADICIONADO(1) A PREÇOS BÁSICOS DA ECONOMIA BRASILEIRA, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES - 1990-2001

SETORES / ATIVIDADES 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Agropecuária 63.171.028 64.034.624 67.166.101 67.116.353 70.774.082 73.658.873 75.952.085 75.319.763 76.278.501 82.630.041 84.406.379 89.222.061

Indústria 217.167.532 217.829.653 209.795.774 225.818.624 241.266.809 246.057.521 252.542.682 261.308.121 255.515.731 253.555.477 267.741.403 271.067.927

Indústria Extrativa 18.248.658 17.764.305 17.460.430 17.728.555 18.923.455 19.507.000 21.171.947 22.400.895 24.622.980 26.517.461 29.392.557 30.499.512

Extrativa Mineral 4.451.198 4.558.721 4.309.887 4.382.818 4.589.653 4.826.382 4.876.481 5.034.776 5.000.092 4.589.093 4.932.630 4.908.890

Extração de óleo e gás 13.797.461 13.205.584 13.150.544 13.345.736 14.333.802 14.680.618 16.295.466 17.366.119 19.622.888 21.928.368 24.459.927 25.590.622

Indústria de Transformação 198.918.873 200.065.348 192.335.344 208.090.070 222.343.354 226.550.521 231.370.735 238.907.226 230.892.751 227.038.016 238.348.846 240.568.415

Minerais não-metálicos 8.428.282 8.525.283 7.912.635 8.329.462 8.710.900 8.993.461 9.486.526 10.072.361 9.935.405 9.690.267 10.058.079 9.963.839

Siderurgia 8.492.477 8.574.832 8.671.547 9.331.204 10.193.653 9.694.081 10.085.017 10.363.387 10.041.998 10.218.580 10.817.539 11.086.197

Metalurgia não ferrosos 3.168.046 3.212.768 3.027.885 3.343.219 3.939.313 4.008.830 4.259.493 4.266.523 3.982.421 4.221.977 4.322.457 4.523.783

Outros produtos metalúrgicos 8.004.423 7.928.585 7.656.467 8.295.478 9.148.695 9.086.626 9.469.312 10.193.546 9.813.332 9.131.391 9.575.572 10.112.312

Máquinas e tratores 21.019.231 19.405.588 18.706.299 21.260.932 24.119.075 23.620.224 23.737.910 24.897.294 23.846.131 22.724.170 26.518.023 27.508.357

Material elétrico 3.657.613 3.625.697 3.490.273 3.791.201 4.338.897 4.728.640 4.656.783 4.820.803 4.704.834 4.297.736 4.996.485 5.393.196

Equipamentos eletrônicos 7.281.208 6.962.023 5.305.430 6.487.759 8.593.984 9.895.034 10.596.924 9.952.813 7.743.416 6.340.621 6.317.595 5.897.977

Automóveis, caminhões e ônibus 5.082.347 5.823.621 5.582.490 6.896.077 7.806.108 8.107.523 8.163.156 9.404.059 7.519.320 6.547.133 8.040.148 7.693.873

Outros veículos e peças 7.036.270 6.809.583 6.663.369 7.900.042 8.956.573 9.053.738 9.117.700 9.595.352 8.621.570 8.530.183 9.713.864 9.570.989

Madeira e mobiliário 6.561.761 6.055.426 5.730.899 6.413.646 6.454.233 6.551.547 6.796.794 6.866.272 6.725.927 6.846.456 7.535.946 7.657.335

Papel e gráfica 11.023.335 11.663.961 11.463.555 12.574.516 13.033.889 13.207.339 13.456.810 13.646.093 13.579.121 13.921.185 14.317.503 14.888.642

Indústria da borracha 3.342.368 3.368.224 3.333.379 3.630.291 3.726.689 3.673.868 3.703.242 3.798.207 3.549.378 3.557.899 3.975.661 3.861.349

Elementos químicos 9.808.277 10.627.160 9.479.704 9.714.093 10.082.079 10.085.596 10.668.185 11.630.700 10.394.075 10.519.276 9.845.521 9.788.850

Refino do petróleo 27.588.723 29.047.011 29.179.132 30.903.943 32.457.700 31.625.379 32.060.438 34.415.247 35.375.681 35.403.922 35.627.084 35.612.735

Químicos diversos 7.295.377 7.870.069 7.673.435 7.991.397 8.447.458 8.452.979 8.895.143 9.045.021 8.932.437 8.771.640 9.195.687 8.758.976

Farmacêutica e perfumaria 5.857.363 6.142.506 5.698.295 6.200.659 6.148.871 6.882.706 6.745.250 7.182.418 7.293.100 7.423.966 7.319.564 7.396.554

Artigos de plástico 4.588.838 4.541.549 4.065.348 4.374.501 4.454.291 4.852.278 5.320.564 5.390.110 5.422.707 4.711.168 4.367.024 4.275.384

Indústria têxtil 5.811.064 5.531.316 5.250.500 5.432.440 5.537.013 5.213.661 4.919.385 4.592.423 4.519.956 4.303.637 4.392.870 4.321.836

Artigos do vestuário 8.930.296 7.618.704 7.075.883 7.358.752 7.572.653 7.686.354 7.559.633 6.975.203 6.840.191 6.806.611 7.567.784 6.863.312

Fabricação de calçados 4.243.523 3.906.950 4.083.821 4.707.357 4.323.477 4.056.728 4.148.055 3.844.735 3.605.706 3.596.124 3.924.035 3.970.206

Indústria do café 2.096.639 2.050.468 2.401.426 2.423.692 2.333.084 2.148.088 2.158.455 2.116.696 2.123.118 2.580.063 2.573.606 3.099.538

Beneficiamento prod. vegetais 4.322.401 4.386.810 4.350.906 4.645.193 4.832.227 5.004.931 5.167.636 5.641.493 5.570.591 5.224.535 5.640.778 5.364.962

Abate de animais 5.616.639 5.794.488 5.957.780 6.216.952 5.899.392 6.751.844 6.840.460 6.768.440 6.599.140 6.729.447 6.400.932 6.225.654

Indústria de laticínios 2.086.859 1.955.762 2.014.280 1.896.515 1.842.581 2.258.687 2.397.247 2.403.384 2.392.207 2.291.043 2.604.075 2.389.764

Indústria de açúcar 3.537.382 3.724.485 3.361.570 3.117.478 3.392.046 3.782.367 3.757.029 4.052.437 4.154.313 4.830.581 3.811.338 4.663.421

Fabricação de óleos vegetais 2.585.382 2.886.038 2.722.854 2.800.230 2.910.858 3.143.765 3.092.858 2.985.369 3.198.767 3.210.489 3.628.072 3.684.574

Outros produtos alimentares 7.370.203 7.840.984 7.368.558 7.797.458 8.525.048 9.416.258 9.568.632 9.338.002 9.651.943 9.687.100 10.200.096 10.587.735

Indústrias diversas 4.082.546 4.185.456 4.107.622 4.255.582 4.562.564 4.567.990 4.542.098 4.648.838 4.755.967 4.920.819 5.061.507 5.407.065

SIUP 26.195.851 28.044.848 28.007.854 29.394.077 30.624.334 32.960.725 34.936.973 36.996.861 38.918.537 39.447.512 41.115.355 38.795.548

Construção Civil 79.586.445 78.634.856 73.682.232 76.992.110 82.372.181 82.021.861 86.291.296 92.865.466 94.292.506 90.834.846 93.218.251 90.798.828

Serviços 500.793.926 506.131.139 509.783.464 521.711.790 539.480.609 552.500.511 565.271.941 579.821.028 584.234.651 595.527.183 618.589.434 629.861.354

Comércio 61.388.097 60.995.792 58.827.724 63.473.899 69.405.951 75.328.455 76.685.065 78.988.310 75.297.525 74.865.508 78.210.459 79.406.675

Transporte 21.707.438 22.024.977 22.616.291 23.587.596 24.545.369 26.172.376 26.847.326 27.902.661 26.885.617 26.463.371 27.276.616 28.689.158

Comunicações 9.050.777 10.769.073 11.304.434 12.530.718 14.269.000 17.538.857 19.441.429 20.417.328 22.113.651 24.793.943 28.662.820 31.507.297

Instituições financeiras 80.393.998 76.759.457 72.981.156 71.615.078 69.572.541 63.941.187 65.540.695 67.603.261 66.772.336 67.190.551 69.912.825 70.125.939

Serviços prestados às famílias 50.308.808 50.543.322 51.991.099 53.674.234 56.217.408 57.179.742 58.422.252 58.899.625 59.494.787 60.496.310 61.164.723 61.470.106

Serviços prestados às empresas 23.237.635 24.788.157 26.452.579 27.804.217 29.780.124 31.840.369 33.391.292 35.137.518 37.735.609 38.929.002 43.795.129 44.824.313

Aluguel de imóveis 96.787.015 99.712.537 102.038.026 101.708.417 107.190.214 110.218.384 112.984.048 115.889.976 118.927.688 121.691.180 124.873.688 127.516.012

Administração pública 147.578.267 150.000.216 152.927.176 156.305.325 156.987.454 158.261.615 160.415.175 163.162.083 165.564.532 169.388.636 171.886.276 173.302.087

Serviços privados não mercantis 10.341.891 10.537.607 10.644.978 11.012.306 11.512.548 12.019.527 11.544.659 11.820.266 11.442.907 11.708.682 12.806.897 13.019.767

Total da Economia (2) 911.144.359 920.532.731 915.524.690 960.611.134 1.016.834.417 1.059.783.404 1.087.958.696 1.123.550.057 1.125.032.201 1.133.869.035 1.183.313.296 1.200.060.364

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP (1) Valor Adicionado em mil reais a preços de 2001. (2) Valor Adicionado a preços de mercado.

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TABELA A2 - PESSOAL OCUPADO NA ECONOMIA BRASILEIRA, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES - 1990-2001

SETORES / ATIVIDADES 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Agropecuária 14.911.400 15.268.200 15.642.100 15.571.600 15.365.300 15.163.000 13.905.800 13.679.000 13.292.900 14.363.400 13.496.100 12.166.100

Indústria 9.424.800 8.948.200 8.541.500 8.561.100 8.603.300 8.552.600 8.227.100 8.035.200 7.864.400 7.953.000 8.711.800 8.711.600

Indústria Extrativa 335.300 311.800 293.800 297.800 276.800 261.000 232.900 229.900 234.900 226.600 249.500 255.400

Extrativa mineral 301.200 278.400 261.100 268.200 246.700 230.300 206.600 205.000 207.700 189.600 202.700 196.200

Extração de óleo e gás 34.100 33.400 32.700 29.600 30.100 30.700 26.300 24.900 27.200 37.000 46.800 59.200

Indústria de Transformação 9.089.500 8.636.400 8.247.700 8.263.300 8.326.500 8.291.600 7.994.200 7.805.300 7.629.500 7.726.400 8.462.300 8.456.200

Minerais não-metálicos 545.700 506.500 478.800 468.900 462.700 443.900 436.000 452.600 413.700 430.400 469.000 453.400

Siderurgia 136.400 126.500 117.400 108.600 104.000 96.000 84.100 79.400 73.600 70.000 80.400 80.200

Metalurgia não-ferrosos 71.800 67.000 57.300 55.600 55.900 56.300 55.000 52.400 55.200 55.300 63.200 63.100

Outros produtos metalúrgicos 707.700 661.300 615.800 594.100 602.200 611.900 627.500 640.300 662.700 642.900 712.000 712.000

Máquinas e tratores 520.000 452.200 433.000 414.600 431.100 421.800 417.500 413.200 388.200 380.900 468.500 508.900

Material elétrico 203.600 174.600 140.900 136.100 147.900 153.400 141.200 136.200 132.300 120.700 130.700 131.800

Equipamentos eletrônicos 163.000 139.700 112.700 109.100 118.500 122.800 112.900 108.700 98.400 89.500 96.800 97.600

Automóveis, caminhões e ônibus 108.400 96.500 85.900 87.700 90.200 87.900 79.200 81.800 67.500 72.500 80.000 78.300

Outros veículos e peças 290.600 258.700 230.400 235.300 242.100 236.100 212.700 206.500 193.100 207.300 229.000 224.100

Madeira e mobiliário 879.000 815.800 760.800 818.500 829.600 843.100 856.100 834.800 788.600 812.400 926.300 920.600

Papel e gráfica 458.200 447.800 439.200 408.700 427.100 433.600 423.200 410.800 410.400 423.500 429.100 421.800

Indústria da borracha 82.600 78.400 74.900 72.000 70.300 66.900 54.900 53.100 48.300 48.200 55.600 54.800

Elementos químicos 91.400 91.500 85.100 78.100 75.900 77.500 75.500 78.600 59.700 57.400 55.300 54.800

Refino do petróleo 87.600 81.900 76.600 76.900 74.600 67.600 61.700 59.900 49.100 44.900 45.100 44.700

Químicos diversos 197.800 198.000 184.400 168.900 164.200 158.900 154.800 161.100 161.100 156.900 151.100 149.700

Farmacêutica e perfumaria 118.700 120.600 119.600 126.100 123.200 128.500 125.700 126.100 128.400 119.400 124.500 123.300

Artigos de plástico 192.400 182.500 168.200 170.700 163.700 164.900 179.800 183.000 185.100 200.100 216.400 214.400

Indústria têxtil 408.000 383.100 360.000 355.900 344.900 308.000 246.700 236.800 231.000 238.000 253.400 246.600

Artigos do vestuário 1.679.000 1.574.500 1.498.900 1.575.600 1.609.400 1.644.100 1.588.500 1.448.400 1.409.700 1.472.200 1.659.500 1.697.000

Fabricação de calçados 433.700 406.800 406.300 428.100 403.100 360.500 344.000 321.300 334.500 334.300 411.900 397.300

Indústria do café 71.000 74.300 74.500 73.200 74.200 75.500 74.900 72.600 71.600 74.300 75.400 75.200

Beneficiamento prod. vegetais 324.100 322.700 322.900 316.100 319.700 324.100 313.100 327.900 322.500 321.400 326.000 317.800

Abate de animais 223.700 232.600 242.100 239.500 242.300 253.300 244.900 233.400 236.500 237.300 240.700 241.300

Indústria de laticínios 59.500 61.900 64.400 62.500 63.300 67.100 65.400 62.300 58.200 57.300 58.200 58.500

Indústria de açúcar 81.100 87.700 91.300 88.900 89.900 95.300 93.000 88.100 76.200 80.200 81.400 81.900

Fabricação de óleos vegetais 52.500 51.400 50.400 49.100 49.700 50.300 47.300 44.800 35.500 34.900 35.400 35.600

Outros produtos alimentares 636.400 668.200 669.100 652.800 660.800 670.200 647.300 650.900 667.800 665.000 675.000 669.300

Indústrias diversas 265.600 273.700 286.800 291.700 286.000 272.100 231.300 240.300 270.600 279.200 312.400 302.200

SIUP 324.000 306.900 290.700 315.100 283.500 255.100 232.100 233.900 238.000 235.000 215.200 220.500

Construção Civil 3.936.000 3.681.800 3.451.200 3.550.300 3.484.100 3.429.400 3.523.000 3.700.800 4.036.000 3.908.800 4.012.200 3.923.700

Serviços 29.984.600 30.826.300 31.326.000 31.632.200 32.670.700 33.826.000 33.876.600 34.474.000 35.335.400 36.117.700 38.715.800 39.399.300

Comércio 7.619.200 7.675.800 7.748.500 8.242.300 8.549.600 8.870.700 8.744.300 8.882.900 9.076.900 9.323.900 10.134.900 10.190.800

Transporte 2.087.300 2.061.100 2.040.300 2.064.900 2.161.800 2.265.000 2.259.800 2.368.300 2.413.900 2.383.700 2.525.200 2.598.500

Comunicações 174.200 168.200 172.200 178.200 184.600 182.600 174.000 166.000 208.500 209.100 252.400 258.300

Instituições financeiras 1.005.900 928.100 871.400 884.100 839.800 798.800 749.500 750.800 692.600 702.200 727.300 744.200

Serviços prestados às famílias 7.482.300 7.549.000 7.625.200 7.538.500 8.079.300 8.662.600 8.795.700 8.983.900 9.287.900 9.520.000 10.076.000 10.381.900

Serviços prestados às empresas 1.472.400 1.576.100 1.687.400 1.692.700 1.853.800 2.032.200 2.173.000 2.265.700 2.466.500 2.525.000 2.829.500 2.909.500

Aluguel de imóveis 313.400 273.800 244.100 227.200 254.600 287.300 279.200 269.600 257.500 238.400 240.800 248.200

Administração pública 5.713.800 5.990.100 6.279.800 5.965.500 5.633.500 5.320.000 5.366.700 5.332.000 5.506.700 5.654.400 5.880.600 5.876.900

Serviços privados não-mercantis 4.116.100 4.604.100 4.657.100 4.838.800 5.113.700 5.406.800 5.334.400 5.454.800 5.424.900 5.561.000 6.049.100 6.191.000

Total da Economia 58.580.800 59.031.400 59.251.500 59.630.300 60.406.900 61.226.100 59.764.600 60.122.900 60.766.700 62.577.900 65.151.100 64.421.200

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

Page 43: Uso Sustentável da Reserva Florestal Legal - Jornal IBQP out-dez-2003 pag33

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TABELA A3 - PRODUTIVIDADE DO TRABALHO(1) NA ECONOMIA BRASILEIRA, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES - 1990-2001

SETORES / ATIVIDADES 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Agropecuária 4.236 4.194 4.294 4.310 4.606 4.858 5.462 5.506 5.738 5.753 6.254 7.334

Indústria 23.042 24.343 24.562 26.377 28.044 28.770 30.696 32.520 32.490 31.882 30.733 31.116

Indústria Extrativa 54.425 56.973 59.430 59.532 68.365 74.739 90.906 97.438 104.823 117.023 117.806 119.419

Extrativa Mineral (exceto combustíveis) 14.778 16.375 16.507 16.342 18.604 20.957 23.603 24.560 24.074 24.204 24.335 25.020

Extr. de petróleo e gás natural, carvão e outros comb. 404.618 395.377 402.157 450.869 476.206 478.196 619.599 697.435 721.430 592.659 522.648 432.274

Indústria de Transformaçao 21.884 23.165 23.320 25.182 26.703 27.323 28.942 30.608 30.263 29.385 28.166 28.449

Fabricação de minerais não-metálicos 15.445 16.832 16.526 17.764 18.826 20.260 21.758 22.254 24.016 22.515 21.446 21.976

Siderurgia 62.262 67.785 73.863 85.923 98.016 100.980 119.917 130.521 136.440 145.980 134.547 138.232

Metalurgia dos não-ferrosos 44.123 47.952 52.843 60.130 70.471 71.205 77.445 81.422 72.145 76.347 68.393 71.692

Fabricação de outros produtos metalúrgicos 11.310 11.989 12.433 13.963 15.192 14.850 15.091 15.920 14.808 14.203 13.449 14.203

Fabricação e manutenção de máquinas e tratores 40.422 42.914 43.202 51.281 55.948 55.999 56.857 60.255 61.427 59.659 56.602 54.055

Fabric. de aparelhos e equip. de material elétrico 17.965 20.766 24.771 27.856 29.337 30.826 32.980 35.395 35.562 35.607 38.229 40.920

Fabric. de aparelhos e equip. de material eletrônico 44.670 49.836 47.076 59.466 72.523 80.578 93.861 91.562 78.693 70.845 65.264 60.430

Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus 46.885 60.348 64.988 78.633 86.542 92.236 103.070 114.964 111.397 90.306 100.502 98.261

Fabricação de outros veículos, peças e acessórios 24.213 26.322 28.921 33.574 36.995 38.347 42.866 46.467 44.648 41.149 42.419 42.709

Serrarias e fabric. de artigos de madeira e mobiliário 7.465 7.423 7.533 7.836 7.780 7.771 7.939 8.225 8.529 8.427 8.136 8.318

Indústria de papel e gráfica 24.058 26.047 26.101 30.767 30.517 30.460 31.798 33.218 33.088 32.872 33.366 35.298

Indústria da borracha 40.465 42.962 44.504 50.421 53.011 54.916 67.454 71.529 73.486 73.815 71.505 70.463

Fabric. de elementos químicos não-petroquímicos 107.312 116.144 111.395 124.380 132.834 130.137 141.300 147.973 174.105 183.263 178.038 178.629

Refino de petróleo e indústria petroquímica 314.940 354.664 380.929 401.872 435.090 467.831 519.618 574.545 720.482 788.506 789.958 796.705

Fabricação de produtos químicos diversos 36.883 39.748 41.613 47.314 51.446 53.197 57.462 56.145 55.447 55.906 60.858 58.510

Fabric. de produtos farmacêuticos e de perfumaria 49.346 50.933 47.645 49.173 49.910 53.562 53.661 56.958 56.800 62.177 58.792 59.988

Indústria de transformação de material plástico 23.851 24.885 24.170 25.627 27.210 29.426 29.592 29.454 29.296 23.544 20.180 19.941

Indústria têxtil 14.243 14.438 14.585 15.264 16.054 16.927 19.941 19.394 19.567 18.083 17.336 17.526

Fabricação de artigos do vestuário e acessórios 5.319 4.839 4.721 4.670 4.705 4.675 4.759 4.816 4.852 4.623 4.560 4.044

Fabric. de calçados e de artigos de couro e peles 9.784 9.604 10.051 10.996 10.726 11.253 12.058 11.966 10.779 10.757 9.527 9.993

Indústria do café 29.530 27.597 32.234 33.111 31.443 28.451 28.818 29.156 29.652 34.725 34.133 41.217

Benef. de produtos de origem vegetal, inclusive fumo 13.337 13.594 13.474 14.695 15.115 15.443 16.505 17.205 17.273 16.256 17.303 16.882

Abate e preparação de carnes 25.108 24.912 24.609 25.958 24.347 26.656 27.932 28.999 27.903 28.358 26.593 25.800

Resfriamento e preparação do leite e laticínios 35.073 31.596 31.278 30.344 29.109 33.662 36.655 38.578 41.103 39.983 44.744 40.851

Indústria do açúcar 43.618 42.468 36.819 35.067 37.731 39.689 40.398 45.998 54.519 60.232 46.822 56.940

Fabric. e refino de óleos veg. e de gorduras para aliment. 49.245 56.149 54.025 57.031 58.569 62.500 65.388 66.638 90.106 91.991 102.488 103.499

Outras indústrias alimentares e de bebidas 11.581 11.734 11.013 11.945 12.901 14.050 14.782 14.346 14.453 14.567 15.111 15.819

Indústrias diversas 15.371 15.292 14.322 14.589 15.953 16.788 19.637 19.346 17.576 17.625 16.202 17.892

SIUP 80.851 91.381 96.346 93.285 108.022 129.207 150.526 158.174 163.523 167.862 191.056 175.944

Construção Civil 20.220 21.358 21.350 21.686 23.642 23.917 24.494 25.093 23.363 23.239 23.234 23.141

Serviços 16.702 16.419 16.273 16.493 16.513 16.334 16.686 16.819 16.534 16.489 15.978 15.987

Comércio 8.057 7.947 7.592 7.701 8.118 8.492 8.770 8.892 8.296 8.029 7.717 7.792

Transporte 10.400 10.686 11.085 11.423 11.354 11.555 11.880 11.782 11.138 11.102 10.802 11.041

Comunicações 51.956 64.025 65.647 70.318 77.297 96.051 111.732 122.996 106.061 118.575 113.561 121.979

Instituições financeiras 79.922 82.706 83.752 81.003 82.844 80.047 87.446 90.042 96.408 95.686 96.127 94.230

Serviços prestados às famílias 6.724 6.695 6.818 7.120 6.958 6.601 6.642 6.556 6.406 6.355 6.070 5.921

Serviços prestados às empresas 15.782 15.728 15.677 16.426 16.064 15.668 15.366 15.508 15.299 15.417 15.478 15.406

Aluguel de imóveis 308.829 364.180 418.017 447.660 421.014 383.635 404.671 429.859 461.855 510.450 518.578 513.763

Administração pública 25.828 25.041 24.352 26.202 27.867 29.748 29.891 30.601 30.066 29.957 29.229 29.489

Serviços privados não-mercantis 2.513 2.289 2.286 2.276 2.251 2.223 2.164 2.167 2.109 2.105 2.117 2.103

Total da Economia (2) 15.554 15.594 15.452 16.109 16.833 17.309 18.204 18.688 18.514 18.119 18.163 18.628

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP (1) Produtividade do Trabalho em reais a preços de 2001.

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TABELA A4 - VARIAÇÃO ANUAL DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO1 NA ECONOMIA BRASILEIRA, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES - 1991-2001

SETORES / ATIVIDADES 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Agropecuária (1,00) 2,38 0,38 6,87 5,46 12,44 0,81 4,21 0,25 8,71 17,26

Indústria 5,35 0,52 7,68 6,40 2,66 6,32 5,70 (0,82) (3,16) (3,43) 1,26

Indústria Extrativa 5,40 3,32 0,21 14,22 10,01 18,76 6,64 5,15 4,41 0,23 1,50

Extrativa Mineral (exceto combustíveis) 10,80 0,81 (1,00) 13,85 12,65 12,63 4,05 (1,98) 0,54 0,54 2,82

Extração de petróleo e gás natural, carvão e outros comb. (2,28) 1,71 12,11 5,62 0,42 29,57 12,56 3,44 (17,85) (11,81) (17,29)

Indústria de Transformaçao 5,40 0,37 8,10 6,14 2,42 5,94 5,64 (1,14) (3,38) (3,71) 1,02

Fabricação de minerais não-metálicos 8,98 (1,82) 7,49 5,98 7,62 7,39 2,28 7,92 (6,25) (4,75) 2,47

Siderurgia 8,87 8,97 16,33 14,07 3,02 18,75 8,84 4,53 6,99 (7,83) 2,74

Metalurgia dos não-ferrosos 8,68 10,20 13,79 17,20 1,04 8,76 5,14 (11,39) 5,82 (10,42) 4,82

Fabricação de outros produtos metalúrgicos 6,00 3,70 12,30 8,80 (2,25) 1,62 5,50 (6,98) (4,08) (5,31) 5,61

Fabricação e manutenção de máquinas e tratores 6,17 0,67 18,70 9,10 0,09 1,53 5,98 1,95 (2,88) (5,12) (4,50)

Fabricação de aparelhos e equipamentos de material elétrico 15,59 19,29 12,45 5,32 5,08 6,99 7,32 0,47 0,13 7,36 7,04

Fabric. de aparelhos e equipamentos de material eletrônico 11,56 (5,54) 26,32 21,96 11,11 16,48 (2,45) (14,05) (9,97) (7,88) (7,41)

Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus 28,72 7,69 21,00 10,06 6,58 11,75 11,54 (3,10) (18,93) 11,29 (2,23)

Fabricação de outros veículos, peças e acessórios 8,71 9,87 16,09 10,19 3,65 11,79 8,40 (3,91) (7,84) 3,09 0,68

Serrarias e fabricação de artigos de madeira e mobiliário (0,57) 1,48 4,02 (0,71) (0,12) 2,17 3,60 3,69 (1,19) (3,46) 2,24

Indústria de papel e gráfica 8,27 0,21 17,88 (0,81) (0,19) 4,39 4,47 (0,39) (0,65) 1,50 5,79

Indústria da borracha 6,17 3,59 13,29 5,14 3,59 22,83 6,04 2,74 0,45 (3,13) (1,46)

Fabricação de elementos químicos não-petroquímicos 8,23 (4,09) 11,66 6,80 (2,03) 8,58 4,72 17,66 5,26 (2,85) 0,33

Refino de petróleo e indústria petroquímica 12,61 7,41 5,50 8,27 7,53 11,07 10,57 25,40 9,44 0,18 0,85

Fabricação de produtos químicos diversos 7,77 4,69 13,70 8,73 3,40 8,02 (2,29) (1,24) 0,83 8,86 (3,86)

Fabricação de produtos farmacêuticos e de perfumaria 3,22 (6,46) 3,21 1,50 7,32 0,19 6,14 (0,28) 9,47 (5,45) 2,04

Indústria de transformação de material plástico 4,34 (2,88) 6,03 6,18 8,14 0,56 (0,46) (0,54) (19,63) (14,29) (1,19)

Indústria têxtil 1,37 1,01 4,66 5,18 5,44 17,80 (2,74) 0,89 (7,59) (4,13) 1,10

Fabricação de artigos do vestuário e acessórios (9,02) (2,44) (1,06) 0,75 (0,64) 1,79 1,19 0,76 (4,72) (1,37) (11,31)

Fabricação de calçados e de artigos de couro e peles (1,84) 4,66 9,40 (2,46) 4,92 7,16 (0,76) (9,92) (0,21) (11,44) 4,89

Indústria do café (6,55) 16,80 2,72 (5,04) (9,51) 1,29 1,17 1,70 17,11 (1,71) 20,76

Benef. de produtos de origem vegetal, inclusive fumo 1,93 (0,88) 9,06 2,85 2,17 6,88 4,24 0,40 (5,89) 6,44 (2,44)

Abate e preparação de carnes (0,78) (1,22) 5,48 (6,20) 9,48 4,79 3,82 (3,78) 1,63 (6,23) (2,98)

Resfriamento e preparação do leite e laticínios (9,92) (1,01) (2,98) (4,07) 15,64 8,89 5,24 6,55 (2,72) 11,91 (8,70)

Indústria do açúcar (2,63) (13,30) (4,76) 7,60 5,19 1,79 13,86 18,52 10,48 (22,26) 21,61

Fabric. e refino de óleos veg. e de gorduras para aliment. 14,02 (3,78) 5,56 2,70 6,71 4,62 1,91 35,22 2,09 11,41 0,99

Outras indústrias alimentares e de bebidas 1,32 (6,15) 8,46 8,01 8,90 5,21 (2,95) 0,75 0,79 3,74 4,68

Indústrias diversas (0,51) (6,34) 1,86 9,35 5,23 16,97 (1,48) (9,15) 0,28 (8,07) 10,43

SIUP 13,02 5,43 (3,18) 15,80 19,61 16,50 5,08 3,38 2,65 13,82 (7,91)

Construção Civil 5,63 (0,04) 1,58 9,02 1,16 2,41 2,45 (6,90) (0,53) (0,02) (0,40)

Serviços (2,41) (1,30) 0,77 (1,43) (2,16) 2,11 0,77 (1,55) (0,20) (3,17) 0,09

Comércio (1,37) (4,46) 1,43 5,42 4,60 3,27 1,40 (6,71) (3,21) (3,89) 0,97

Transporte 2,75 3,73 3,05 (0,60) 1,77 2,81 (0,83) (5,47) (0,32) (2,70) 2,21

Comunicações 23,23 2,53 7,12 9,92 24,26 16,33 10,08 (13,77) 11,80 (4,23) 7,41

Instituições Financeiras 3,48 1,26 (3,28) 2,27 (3,38) 9,24 2,97 7,07 (0,75) 0,46 (1,97)

Serviços prestados às famílias (0,42) 1,84 4,42 (2,27) (5,14) 0,63 (1,29) (2,30) (0,80) (4,47) (2,46)

Serviços prestados às empresas (0,35) (0,32) 4,78 (2,20) (2,47) (1,92) 0,92 (1,35) 0,77 0,39 (0,46)

Aluguel de imóveis 17,92 14,78 7,09 (5,95) (8,88) 5,48 6,22 7,44 10,52 1,59 (0,93)

Administração pública (3,05) (2,75) 7,59 6,36 6,75 0,48 2,37 (1,75) (0,36) (2,43) 0,89

Serviços privados não-mercantis (8,91) (0,13) (0,43) (1,08) (1,26) (2,65) 0,13 (2,66) (0,18) 0,55 (0,67)

Total da Economia (0,39) (1,20) 2,63 2,25 0,39 5,20 2,36 (0,78) (1,81) (0,09) 2,52

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

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TABELA A5 - TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO ANUAL DO VALOR ADICIONADO NO BRASIL, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES

(Em %)

SETORES / ATIVIDADES 1990-1993 1994-1997 1998-2001 1990-2001

Agropecuária 2,04 2,10 5,36 3,19

Indústria 1,18 2,52 1,61 1,79

Indústria Extrativa (1,04) 4,99 4,92 3,61

Extrativa Mineral (exceto combustíveis) (0,51) 3,13 (0,61) 0,89

Extração de petr. e gás natural, carvão e outros comb. (1,10) 6,61 9,25 5,78

Indústria de Transformaçao 1,31 2,42 1,37 1,69

Fabricação de minerais não-metálicos (0,39) 4,96 0,10 1,53

Siderurgia 3,19 0,55 3,35 2,45

Metalurgia dos não-ferrosos 1,81 2,70 4,34 3,29

Fabricação de outros produtos metalúrgicos 1,20 3,67 1,01 2,15

Fabric. e manutenção de máquinas e tratores 0,38 1,06 4,88 2,48

Fabric. de aparelhos e equip. de material elétrico 1,20 3,57 4,66 3,59

Fabric. de aparelhos e equip. de mat. eletrônico (3,77) 5,01 (8,67) (1,90)

Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus 10,71 6,40 0,77 3,84

Fabric. de outros veículos, peças e acessórios 3,94 2,32 3,54 2,84

Serrarias e fabric. de artigos de madeira e mob. (0,76) 2,08 4,42 1,41

Indústria de papel e gráfica 4,49 1,54 3,12 2,77

Indústria da borracha 2,79 0,64 2,85 1,32

Fabrica. de elementos químicos não-petroq. (0,32) 4,88 (1,98) (0,02)

Refino de petróleo e indústria petroquímica 3,86 1,97 0,22 2,35

Fabricação de produtos químicos diversos 3,08 2,30 (0,65) 1,68

Fabric. de produtos farmacêuticos e de perf. 1,92 5,32 0,47 2,14

Indústria de transformação de material plástico (1,58) 6,56 (7,62) (0,64)

Indústria têxtil (2,22) (6,04) (1,48) (2,66)

Fabricação de artigos do vestuário e acessórios (6,25) (2,70) 0,11 (2,36)

Fabric. de calçados e de artigos de couro e peles 3,52 (3,84) 3,26 (0,60)

Indústria do café 4,95 (3,19) 13,44 3,62

Benef. de prod. de origem vegetal, incl. fumo 2,43 5,30 (1,25) 1,98

Abate e preparação de carnes 3,44 4,69 (1,92) 0,94

Resfriamento e preparação do leite e laticínios (3,14) 9,26 (0,03) 1,24

Indústria do açúcar (4,12) 6,11 3,93 2,54

Fabric. e refino de óleos veg. e de gorduras p/ aliment. 2,70 0,85 4,83 3,27

Outras indústrias alimentares e de bebidas 1,90 3,08 3,13 3,35

Indústrias diversas 1,39 0,63 4,37 2,59

SIUP 3,91 6,50 (0,11) 3,63

Construção Civil (1,10) 4,08 (1,25) 1,21

Serviços 0,79 2,04 2,55 1,71

Comércio 1,12 4,41 1,79 2,37

Transporte 2,81 4,37 2,19 2,57

Comunicações 11,45 12,69 12,53 12,01

Instituições financeiras (3,78) (0,95) 1,65 (1,23)

Serviços prestados às famílias 2,18 1,57 1,09 1,84

Serviços prestados às empresas 6,16 5,67 5,91 6,15

Aluguel de imóveis 1,67 2,64 2,35 2,54

Administração pública 1,93 1,29 1,53 1,47

Serviços privados não-mercantis 2,12 0,88 4,40 2,12

Total da Economia 0,93 2,47 2,16 1,86

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

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TABELA A6 - TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO ANUAL DO PESSOAL OCUPADO NO BRASIL, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES

(Em %)

SETORES / ATIVIDADES 1990-1993 1994-1997 1998-2001 1990-2001

Agropecuária 1,45 (3,80) (2,91) (1,83)

Indústria (3,15) (2,25) 3,47 (0,71)

Indústria Extrativa (3,88) (6,00) 2,83 (2,44)

Extrativa mineral (exceto combustíveis) (3,79) (5,99) (1,88) (3,82)

Extr. de petr. e gás natural, carvão e outros comb. (4,61) (6,13) 29,59 5,14

Indústria de Transformaçao (3,13) (2,13) 3,49 (0,65)

Fabricação de minerais não-metálicos (4,93) (0,73) 3,10 (1,67)

Siderurgia (7,32) (8,60) 2,90 (4,71)

Metalurgia dos não-ferrosos (8,17) (2,13) 4,56 (1,17)

Fabricação de outros produtos metalúrgicos (5,67) 2,07 2,42 0,06

Fabric. e manutenção de máquinas e tratores (7,27) (1,40) 9,44 (0,20)

Fabric. de aparelhos e equip. de material elétrico (12,56) (2,71) (0,13) (3,88)

Fabric. de aparelhos e equip. de mat. eletrônico (12,53) (2,84) (0,27) (4,56)

Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus (6,82) (3,21) 5,07 (2,91)

Fabric. de outros veículos, peças e acessórios (6,79) (5,16) 5,09 (2,33)

Serrarias e fabric. de artigos de madeira e mobiliário (2,35) 0,21 5,29 0,42

Indústria de papel e gráfica (3,74) (1,29) 0,92 (0,75)

Indústria da borracha (4,47) (8,93) 4,30 (3,66)

Fabric. de elementos químicos não-petroq. (5,11) 1,17 (2,81) (4,54)

Refino de petróleo e indústria petroquímica (4,25) (7,05) (3,08) (5,93)

Fabricação de produtos químicos diversos (5,13) (0,63) (2,42) (2,50)

Fabric. de prod. farmacêuticos e de perfumaria 2,04 0,78 (1,34) 0,35

Indústria de transformação de material plástico (3,91) 3,78 5,02 0,99

Indústria têxtil (4,45) (11,78) 2,20 (4,47)

Fabricação de artigos do vestuário e acessórios (2,10) (3,45) 6,38 0,10

Fabric. de calçados e de artigos de couro e peles (0,43) (7,28) 5,90 (0,79)

Indústria do café 1,02 (0,72) 1,65 0,52

Benef. de prod. de origem veg., inclusive fumo (0,83) 0,85 (0,49) (0,18)

Abate e preparação de carnes 2,30 (1,24) 0,67 0,69

Resfriamento e preparação do leite e laticínios 1,65 (0,53) 0,17 (0,15)

Indústria do açúcar 3,11 (0,67) 2,43 0,09

Fabric. e refino de óleos veg. e de gorduras p/ alim. (2,21) (3,40) 0,09 (3,47)

Outras indústrias alimentares e de bebidas 0,85 (0,50) 0,07 0,46

Indústrias diversas 3,17 (5,64) 3,75 1,18

SIUP (0,92) (6,21) (2,51) (3,44)

Construção Civil (3,38) 2,03 (0,94) (0,03)

Serviços 1,80 1,81 3,70 2,51

Comércio 2,65 1,28 3,93 2,68

Transporte (0,36) 3,09 2,49 2,01

Comunicações 0,76 (3,48) 7,40 3,65

Instituições Financeiras (4,21) (3,67) 2,42 (2,70)

Serviços prestados às famílias 0,25 3,60 3,78 3,02

Serviços prestados às empresas 4,76 6,92 5,66 6,39

Aluguel de imóveis (10,17) 1,93 (1,22) (2,10)

Administração pública 1,45 (1,82) 2,19 0,26

Serviços privados não-mercantis 5,54 2,18 4,50 3,78

Total da Economia 0,59 (0,16) 1,97 0,87

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

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TABELA A7 - TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO ANUAL DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO1 NO BRASIL, SEGUNDO SETORES E ATIVIDADES

(Em %)

SETORES / ATIVIDADES 1990-1993 1994-1997 1998-2001 1990-2001

Agropecuária 0,58 6,13 8,52 5,12

Indústria 4,47 4,88 (1,80) 2,52

Indústria Extrativa 2,95 11,69 2,03 6,21

Extrativa mineral (exceto combustíveis) 3,41 9,70 1,29 4,90

Extração de petróleo e gás natural, carvão e outros combustíveis 3,67 13,56 (15,69) 0,60

Indústria de Transformaçao 4,58 4,66 (2,05) 2,36

Fabricação de minerais não-metálicos 4,77 5,73 (2,92) 3,26

Siderurgia 11,33 10,02 0,44 7,52

Metalurgia dos não-ferrosos 10,87 4,93 (0,21) 4,51

Fabricação de outros produtos metalúrgicos 7,28 1,57 (1,38) 2,09

Fabricação e manutenção de máquinas e tratores 8,25 2,50 (4,17) 2,68

Fabricação de aparelhos e equipamentos de material elétrico 15,74 6,46 4,79 7,77

Fabricação de aparelhos e equipamentos de material eletrônico 10,01 8,08 (8,43) 2,79

Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus 18,81 9,93 (4,10) 6,96

Fabricação de outros veículos, peças e acessórios 11,51 7,89 (1,47) 5,29

Serrarias e fabricação de artigos de madeira e mobiliário 1,63 1,87 (0,83) 0,99

Indústria de papel e gráfica 8,54 2,87 2,18 3,55

Indústria da borracha 7,61 10,50 (1,39) 5,17

Fabricação de elementos químicos não-petroquímicos 5,04 3,66 0,86 4,74

Refino de petróleo e indústria petroquímica 8,46 9,71 3,41 8,80

Fabricação de produtos químicos diversos 8,66 2,96 1,81 4,28

Fabricação de produtos farmacêuticos e de perfumaria (0,12) 4,50 1,84 1,79

Indústria de transformação de material plástico 2,42 2,68 (12,03) (1,61)

Indústria têxtil 2,33 6,50 (3,61) 1,90

Fabricação de artigos do vestuário e acessórios (4,24) 0,78 (5,89) (2,46)

Fabricação de calçados e de artigos de couro e peles 3,97 3,72 (2,49) 0,19

Indústria do café 3,89 (2,49) 11,60 3,08

Beneficiamento de produtos de origem vegetal, inclusive fumo 3,29 4,41 (0,76) 2,17

Abate e preparação de carnes 1,12 6,00 (2,58) 0,25

Resfriamento e preparação do leite e laticínios (4,71) 9,84 (0,21) 1,40

Indústria do açúcar (7,01) 6,83 1,46 2,45

Fabricação e refino de óleos vegetais e de gorduras para alimentação 5,01 4,40 4,73 6,99

Outras indústrias alimentares e de bebidas 1,04 3,60 3,06 2,88

Indústrias diversas (1,73) 6,64 0,60 1,39

SIUP 4,88 13,56 2,47 7,32

Construção Civil 2,36 2,01 (0,32) 1,23

Serviços (0,99) 0,23 (1,10) (0,78)

Comércio (1,50) 3,08 (2,07) (0,30)

Transporte 3,18 1,24 (0,29) 0,55

Comunicações 10,61 16,75 4,77 8,07

Instituições Financeiras 0,45 2,82 (0,76) 1,51

Serviços prestados às famílias 1,93 (1,96) (2,59) (1,15)

Serviços prestados às empresas 1,34 (1,17) 0,23 (0,22)

Aluguel de imóveis 13,17 0,70 3,61 4,74

Administração pública 0,48 3,17 (0,64) 1,21

Serviços privados não-mercantis (3,24) (1,27) (0,10) (1,60)

Total da Economia 0,33 2,63 0,19 0,99

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP (1) As variações da Produtividade do Trabalho na Indústria, na Indústria Extrativa, na Indústria de Transformação, nos Serviços e no Total da Economia foram estimadas como a razão entre a variação do valor adicionado, a preços básicos do ano anterior, e a variação do pessoal ocupado.

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TABELA A8 - EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES DO VALOR ADICIONADO (VA) A PREÇOS DE MERCADO DA ECONOMIA BRASILEIRA: REMUNERAÇÕES, RENDIMENTO DOS AUTÔNOMOS, EXCEDENTE OPERACIONAL BRUTO E IMPOSTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS SOBRE A PRODUÇÃO E A IMPORTAÇÃO. 1990-2001

COMPONENTES DO VA

ANOS VALOR ADICIONADO

(VA) REMUNERAÇÕES

RENDIMENTO DE AUTÔNOMOS

EXCEDENTE OPERACIONAL BRUTO

IMPOSTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS SOBRE A

PRODUÇÃO E A IMPORTAÇÃO

1990 911.144.359 413.417.546 63.085.341 296.630.228 138.011.244

1991 920.532.731 383.391.047 64.527.032 354.308.805 118.305.846

1992 915.524.690 398.602.710 57.265.667 348.175.017 111.481.296

1993 960.611.082 433.590.980 60.568.381 339.840.350 126.611.371

1994 1.016.834.426 407.890.870 58.056.030 390.418.960 160.468.566

1995 1.059.783.404 405.545.899 62.533.273 426.813.664 164.890.568

1996 1.087.958.696 419.333.655 61.887.503 445.773.973 160.963.566

1997 1.123.550.057 420.836.779 62.748.905 480.515.386 159.448.986

1998 1.125.032.352 437.210.548 62.885.039 467.661.609 157.275.005

1999 1.133.869.035 432.546.747 64.455.004 459.438.232 177.429.052

2000 1.183.313.296 448.149.134 62.983.757 480.836.101 191.344.304

2001 1.200.060.364 444.001.688 60.469.082 491.716.255 203.873.339

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

(*) Valores em R$ mil a preços de 2001

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TABELA A9 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (VA) A PREÇOS DE MERCADO SEGUNDO REMUNERAÇÕES, REDIMENTO DOS AUTÔNOMOS, EXCEDENTE OPERACIONAL BRUTO E IMPOSTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS SOBRE A PRODUÇÃO E A IMPORTAÇÃO. 1990-2001 (Em %)

COMPONENTES DO VA

ANOS VALOR ADICIONADO (VA)

REMUNERAÇÕES RENDIMENTO DE

AUTÔNOMOS EXCEDENTE

OPERACIONAL BRUTO

IMPOSTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS SOBRE A

PRODUÇÃO E A IMPORTAÇÃO

1990 100,00 45,37 6,92 32,56 15,15

1991 100,00 41,65 7,01 38,49 12,85

1992 100,00 43,54 6,25 38,03 12,18

1993 100,00 45,14 6,31 35,38 13,18

1994 100,00 40,11 5,71 38,40 15,78

1995 100,00 38,27 5,90 40,27 15,56

1996 100,00 38,54 5,69 40,97 14,80

1997 100,00 37,46 5,58 42,77 14,19

1998 100,00 38,86 5,59 41,57 13,98

1999 100,00 38,15 5,68 40,52 15,65

2000 100,00 37,87 5,32 40,63 16,17

2001 100,00 37,00 5,04 40,97 16,99

FONTE: IBGE - Sistema de Contas Nacionais. Elaboração: IBQP

(*) Valores em R$ mil a preços de 2001

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TABELA A10 - PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, SALÁRIO MÉDIO E NUMERO MÉDIO DE ANOS DE ESTUDO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA, SEGUNDO O GRUPO DE ATIVIDADESDE BAIXA TECNOLOGIA - 1996 A 2001

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO(Em R$ mil)*

SALÁRIO MÉDIO(Em R$ mil)*

NÚMERO MÉDIO DEANOS DE ESTUDOGRUPO/DIVISÃO DE ATIVIDADES

1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Indústrias de Transformação 45,74 46,50 46,09 48,65 50,00 52,01 13,50 13,44 13,38 11,96 11,28 11,56 6,59 6,93 7,12 7,34 7,50 7,69

Baixa Tecnologia

Abate e preparação de produtos de carne e de pescado 30,50 30,74 32,43 33,53 26,05 31,07 9,08 8,83 8,13 7,82 7,38 6,86 5,45 5,66 5,76 6,10 6,31 6,49

Processamento, preservação e produção de conservas defrutas, legumes e outros vegetais

62,93 63,19 59,17 54,35 35,85 42,73 10,22 10,23 8,68 7,42 6,92 7,66 5,86 6,50 6,49 6,51 6,75 6,95

Produção de óleos, gorduras vegetais e animais 139,60 179,23 121,91 133,84 113,82 205,52 17,32 17,20 15,59 17,81 16,47 14,04 6,74 6,88 7,50 7,32 7,51 7,90

Laticínios 54,17 51,33 54,58 57,95 57,48 49,76 13,96 13,16 13,22 11,17 10,28 9,99 6,76 7,28 7,45 7,69 7,97 7,94

Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de raçõesbalanceadas para animais

66,61 61,82 67,37 60,08 52,94 62,58 12,09 12,21 12,41 10,44 9,99 10,36 6,27 6,58 6,79 6,81 7,13 7,27

Fabricação e refino de açúcar 21,17 26,53 28,86 34,34 36,40 43,24 7,85 7,20 8,28 7,31 6,62 6,41 4,95 5,11 5,51 5,49 5,38 5,32

Torrefação e moagem de café 66,93 64,63 61,04 39,43 38,65 43,47 12,85 12,27 11,48 9,47 9,21 8,44 7,22 7,64 7,78 8,20 8,42 8,75

Fabricação de outros produtos alimentícios 27,64 31,65 26,68 32,11 24,48 24,98 7,76 8,48 8,16 8,14 7,50 7,38 6,24 6,57 6,79 7,00 7,22 7,48

Fabricação de bebidas 81,60 79,30 85,05 80,79 87,41 108,24 16,48 16,15 16,37 14,75 13,44 14,32 7,31 7,73 8,16 8,31 8,47 8,86

Fabricação de produtos do fumo 122,76 105,25 106,95 154,98 152,86 156,79 18,12 18,77 19,90 19,21 20,00 17,76 5,87 6,49 6,62 8,72 8,76 9,12

Beneficiamento de fibras têxteis naturais 34,19 20,23 32,93 29,07 29,13 41,84 8,90 7,42 7,90 7,25 7,21 8,00 6,11 6,21 6,34 6,36 6,53 6,75

Fiação 26,58 24,42 25,25 29,53 27,01 23,35 9,20 9,83 9,06 7,72 7,44 7,62 6,22 6,48 6,62 6,62 6,95 7,17

Tecelagem – inclusive fiação e tecelagem 29,30 28,25 31,38 35,27 33,50 30,12 10,17 10,14 10,22 8,19 8,58 8,96 6,12 6,43 6,53 6,69 6,95 7,14

Fabricação de artefatos têxteis, incluindo tecelagem 28,16 28,83 21,93 25,44 24,88 33,20 10,10 10,84 8,73 7,92 7,73 8,85 6,24 6,55 6,74 6,98 7,18 7,38

Serviços de acabamento em fios, tecidos e artigos têxteis 18,56 20,73 24,77 18,47 17,51 18,57 8,55 9,56 9,40 7,41 7,32 7,33 6,15 6,21 6,36 6,58 6,56 6,76

Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos - exclusivevestuário – e de outros artigos têxteis

28,04 28,50 24,93 31,26 27,88 27,16 10,28 10,18 9,07 8,71 8,28 8,18 6,39 6,67 6,94 7,18 7,25 7,51

Fabricação de tecidos e artigos de malha 22,64 24,00 28,77 30,52 29,46 22,65 9,37 8,73 8,76 7,85 7,08 7,13 6,28 6,60 6,73 6,95 7,11 7,29

Confecção de artigos do vestuário 13,97 13,75 14,07 12,76 12,44 12,20 5,94 6,01 5,88 5,14 4,72 4,72 6,22 6,53 6,68 6,91 7,10 7,29

Fabric. de acessórios do vest. e de segurança profissional 17,34 19,43 16,07 16,38 19,43 14,41 7,27 7,24 7,48 5,89 5,75 5,34 6,38 6,67 6,88 7,02 7,28 7,57

Curtimento e outras preparações de couro 20,66 21,47 19,53 22,06 21,18 31,06 7,98 8,21 8,12 7,25 7,09 7,11 5,50 5,68 5,78 5,83 5,89 6,14

Fabric. de artigos para viagem e de artef. diversos de couro 13,65 12,09 16,38 12,06 12,80 11,44 5,74 5,55 5,77 4,91 5,18 4,98 6,02 6,28 6,50 6,65 6,81 6,91

Fabricação de calçados 19,38 17,78 16,32 16,60 15,44 16,43 6,77 6,62 6,04 5,41 5,12 5,47 5,34 5,75 5,89 6,11 6,25 6,40

Desdobramento de madeira 12,41 12,82 11,62 13,97 12,05 14,40 4,47 4,70 4,83 4,48 4,33 4,79 4,90 4,95 5,05 5,18 5,26 5,31

Fabricação de produtos de madeira, cortiça e materialtrançado - exclusive móveis

17,65 17,58 16,22 19,78 18,34 21,92 6,71 6,73 6,87 5,89 5,79 6,11 5,53 5,69 5,86 5,99 6,13 6,33

Fabricação de embalagens de papel ou papelão 40,11 40,28 43,19 47,14 48,39 47,00 13,63 13,22 13,15 12,24 11,80 11,01 6,42 6,79 7,10 7,33 7,53 7,76

Fabricação de artefatos diversos de papel, papelão,cartolina e cartão

60,50 57,50 52,22 57,61 62,12 50,43 15,39 15,71 15,28 14,49 14,49 13,66 6,98 7,06 7,36 7,60 7,80 8,12

Edição; edição e impressão 65,15 67,17 67,98 59,25 61,22 55,13 18,81 18,46 19,43 16,90 17,10 17,57 9,16 9,43 9,60 9,77 9,88 9,92

Impressão e serviços conexos para terceiros 32,26 32,05 33,95 29,25 28,14 28,45 10,80 11,36 12,34 9,64 9,38 9,33 7,54 7,81 8,00 8,29 8,54 8,66

Recondicionamento ou recuperação de motores paraveículos automotores

16,03 14,23 13,78 12,97 12,75 12,85 8,28 7,99 8,03 7,32 7,32 7,01 6,60 6,81 6,95 7,09 7,30 7,47

Fabricação de artigos do mobiliário 18,04 17,38 16,93 15,62 18,24 18,04 7,03 7,05 7,10 6,46 6,26 6,49 5,89 6,20 6,37 6,55 6,76 6,98

FONTE: Pesquisa Industrial Anual e Rais - Relação Anual de Informações Sociais. Elaboração: IBQP-PR

(*) Os valores estão expressos em R$ mil a preços de 2001, deflacionados pela média do deflator implícito das atividades que compõe a Indústria de Transformação Brasileira no Sistema de Contas Nacionais.Entre as alternativas analisadas estase revelou como a melhor solução metodológica.

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TABELA A11 - PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, SALÁRIO MÉDIO E NUMERO MÉDIO DE ANOS DE ESTUDO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA, SEGUNDO O GRUPO DE ATIVIDADESDE MÉDIA BAIXA TECNOLOGIA - 1996 A 2001

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO(Em R$ mil*)

SALÁRIO MÉDIO(Em R$ mil*)

NÚMERO MÉDIO DEANOS DE ESTUDOGRUPO/DIVISÃO DE ATIVIDADES

1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Indústrias de Transformação 45,74 46,50 46,09 48,65 50,00 52,01 13,50 13,44 13,38 11,96 11,28 11,56 6,59 6,93 7,12 7,34 7,50 7,69

Fabricação de celulose e outras pastas para afabricação de papel

130,83 134,94 149,02 253,52 376,59 329,45 26,71 30,41 27,50 27,83 27,62 29,77 8,02 8,33 8,07 8,44 8,48 8,74

Fabricação de papel, papelão liso, cartolina ecartão

64,98 61,47 71,34 90,02 100,05 104,68 20,80 20,19 21,39 17,63 17,30 19,71 7,19 7,64 7,94 8,18 8,45 8,66

Reprodução de materiais gravados 170,10 167,94 122,28 93,54 169,25 183,50 17,57 20,17 17,31 15,17 17,82 22,28 9,43 9,78 9,66 9,99 10,34 10,40

Coquerias 11,73 17,62 15,98 28,43 65,53 (X) 10,99 10,31 14,03 10,06 8,38 (X) 6,63 6,81 6,95 6,43 6,94 6,35

Refino de petróleo . 403,76 331,42 441,01 793,71 1.259,58 1.113,71 56,03 52,52 51,66 52,58 47,86 57,18 9,18 11,17 12,42 12,00 11,74 11,76

Produção de álcool . 33,64 38,08 38,47 40,01 53,85 (X) 9,57 10,24 10,20 8,11 8,55 (X) 9,94 10,49 10,42 10,97 11,33 5,90

Fabricação de artigos de borracha 45,33 48,33 52,12 48,84 41,15 41,48 16,45 16,69 17,70 14,18 12,50 13,54 4,93 5,18 5,58 5,72 5,75 7,44

Fabricação de produtos de plástico 36,81 34,51 33,67 34,16 32,55 33,39 11,96 12,13 11,70 10,52 9,94 10,43 6,36 6,84 6,86 7,01 7,23 7,89

Fabricação de vidro e de produtos do vidro 56,86 62,35 54,03 60,18 63,06 61,73 17,99 18,66 17,28 16,36 16,56 14,05 6,61 6,93 7,14 7,41 7,65 8,16

Fabricação de cimento 123,56 149,63 198,82 201,53 220,97 299,39 24,24 23,89 22,99 20,91 18,21 19,13 6,74 7,12 7,40 7,70 8,02 9,28

Fabricação de artefatos de concreto, cimento,fibrocimento, gesso e estuque

27,30 22,99 27,00 21,33 23,73 23,59 9,76 8,84 9,39 8,17 7,33 7,45 7,35 8,06 8,53 8,78 9,31 6,46

Fabricação de produtos cerâmicos 19,66 19,20 18,92 17,66 16,18 16,49 7,60 6,79 7,40 6,87 6,26 6,53 5,63 5,83 5,97 6,04 6,21 6,06

Aparelhamento de pedras e fabricação de cale de outros produtos de minerais não-metálicos

23,84 25,90 25,13 25,87 28,10 31,42 8,42 8,39 8,68 7,95 7,55 8,29 5,40 5,61 5,69 5,82 5,92 6,67

Siderúrgicas integradas 110,70 121,98 115,29 131,94 163,63 156,02 30,19 29,05 29,22 27,46 27,53 27,40 5,94 6,03 6,17 6,31 6,59 9,91

Fabricação de produtos siderúrgicos -exclusive em siderúrgicas integradas

51,74 57,32 63,90 82,94 82,99 111,83 14,62 14,42 15,98 14,36 13,47 16,89 8,30 8,69 8,80 9,19 9,23 7,32

Fabricação de tubos - exclusive emsiderúrgicas integradas

42,86 51,71 62,57 47,81 56,06 59,52 15,72 14,52 16,80 14,20 14,50 14,24 6,41 6,72 6,72 6,75 7,01 7,96

Metalurgia de metais não-ferrosos 67,46 82,80 74,84 103,28 110,78 120,54 21,64 21,63 21,20 19,49 17,82 19,12 7,14 7,36 7,63 7,76 8,03 8,63

Fundição 21,99 25,37 25,63 20,59 18,77 21,09 10,73 10,42 10,51 9,20 8,10 8,99 7,04 7,54 7,87 8,13 8,36 7,29

Fabricação de estruturas metálicas e obras decaldeiraria pesada

22,02 23,40 21,96 18,49 19,94 23,03 10,34 9,53 9,04 8,29 7,97 8,13 6,14 6,45 6,56 7,88 7,04 7,29

Fabricação de tanques, caldeiras ereservatórios metálicos

40,22 34,88 39,43 28,79 27,21 33,99 15,93 16,27 14,14 13,44 11,51 11,29 6,40 6,55 6,61 6,83 7,10 7,40

Forjaria, estamparia, metalurgia do pó eserviços de tratamento de metais

28,86 27,68 26,40 23,50 23,66 30,96 12,12 11,77 11,71 9,70 8,92 10,07 6,75 6,94 6,89 7,04 7,23 7,64

Fabricação de artigos de cutelaria, deserralheria e ferramentas manuais

40,48 35,92 36,39 42,78 34,31 37,60 12,72 12,62 12,84 12,31 11,20 11,23 6,38 6,70 6,86 7,14 7,38 7,55

Fabricação de produtos diversos de metal 35,07 35,24 37,19 36,28 34,27 35,85 12,84 13,04 13,12 11,51 10,39 10,79 6,28 6,56 6,86 7,12 7,35 7,71

Construção, montagem e reparação deveículos ferroviários .

33,70 30,27 57,52 77,37 42,10 50,02 15,56 12,19 15,41 18,58 15,90 12,96 6,37 6,73 6,95 7,14 7,27 8,35

Construção e reparação de embarcações 42,83 57,08 37,62 37,57 29,61 33,71 14,73 16,32 10,60 10,78 9,25 11,34 6,48 6,86 7,03 7,32 7,48 7,24

Fabricação de cabines, carrocerias ereboques

32,36 32,35 30,55 31,87 32,86 37,40 14,90 13,47 14,46 12,24 12,10 11,44 6,29 7,01 7,67 7,80 7,91 7,69

Fabricação de produtos diversos 28,19 27,20 27,14 27,66 25,43 26,67 9,35 8,93 8,90 8,37 7,84 8,29 6,50 7,08 7,16 7,45 7,74 7,88

Reciclagem de sucatas metálicas 34,13 35,66 38,33 35,34 33,38 40,07 12,73 12,03 13,21 12,18 12,17 11,19 6,10 6,16 6,18 6,30 6,43 6,56

Reciclagem de sucatas não-metálicas 22,08 19,70 19,89 14,97 12,64 13,64 7,78 7,80 7,09 6,04 4,76 5,16 5,41 5,67 5,85 5,95 6,18 6,35

FONTE: Pesquisa Industrial Anual e Rais - Relação Anual de Informações Sociais. Elaboração: IBQP-PR

(*) Os valores estão expressos em R$ mil a preços de 2001, deflacionados pela média do deflator implícito das atividades que compõe a Indústria de Transformação Brasileira no Sistema de Contas Nacionais.Entre as alternativas analisadas esta se revelou como a melhor solução metodológica.

(X) Dado numérico omitido pelo IBGE a fim de evitar a individualização da informação.

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TABELA A12 - PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, SALÁRIO MÉDIO E NUMERO MÉDIO DE ANOS DE ESTUDO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA, SEGUNDO O GRUPO DE ATIVIDADESDE MÉDIA ALTA TECNOLOGIA - 1996 A 2001

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO(Em R$ mil*)

SALÁRIO MÉDIO(Em R$ mil*)

NÚMERO MÉDIO DEANOS DE ESTUDOGRUPO/DIVISÃO DE ATIVIDADES

1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Indústrias de Transformação 45,74 46,50 46,09 48,65 50,00 52,01 13,50 13,44 13,38 11,96 11,28 11,56 6,59 6,93 7,12 7,34 7,50 7,69

Fabricação de produtosquímicos inorgânicos 121,06 112,90 105,28 143,03 134,97 148,04 29,08 23,46 23,59 22,49 21,65 22,50 8,36 8,82 8,95 9,06 9,09 9,38

Fabricação de produtosquímicos orgânicos 119,82 143,74 143,99 186,50 167,67 182,26 31,82 33,59 33,11 29,26 28,89 28,17 9,67 10,02 10,07 10,28 9,89 9,75

Fabricação de resinas e elastômeros 161,96 167,29 209,52 229,54 226,20 250,78 40,00 39,80 43,71 32,60 32,42 34,47 9,43 9,67 10,12 10,29 10,46 10,67

Fabricação de fibras,fios,cabosefilamentoscontínuos artificiais e sintéticos

60,38 75,77 60,71 110,45 96,01 91,25 21,37 20,54 20,82 21,54 23,52 24,87 7,08 8,32 8,53 8,93 9,23 9,56

Fabricaçãodesabões,detergentes,produtos delimpeza e artigosde perfumaria

76,37 70,42 69,97 72,42 67,00 64,75 17,01 18,73 17,01 15,97 14,80 14,79 7,56 7,77 7,99 8,14 8,36 8,50

Fabricação de tintas,vernizes,esmaltes, lacas eprodutos afins

72,55 75,41 73,59 84,28 63,64 74,62 20,14 21,35 21,90 19,96 18,26 23,21 8,10 8,43 8,62 8,81 9,16 9,33

Fabric. de prod. e preparados químicos diversos 75,53 69,36 71,43 92,23 81,99 83,74 23,15 22,00 21,77 21,08 18,91 18,37 8,30 8,44 8,44 8,72 8,94 9,18

Fabricação de motores, bombas, compressorese equipamentos de transmissão

51,57 49,45 54,65 51,34 51,02 56,54 20,01 19,43 19,76 16,24 15,91 17,17 7,81 8,19 8,30 8,53 8,72 8,78

Fabric. de máq. e equip. de uso geral 44,91 47,90 46,51 43,25 42,00 41,97 16,96 15,78 16,74 15,18 14,32 14,09 7,47 7,60 7,73 8,03 8,14 8,30

Fabric. de tratores e de máq. e equip. paraagric., avicult. e obtenção de produtos animais

41,94 47,58 46,09 40,03 44,12 54,10 15,44 14,03 15,12 12,27 11,61 12,04 6,80 6,88 7,53 8,08 7,91 8,03

Fabricação de máquinas-ferramenta 43,02 47,55 50,76 43,93 37,80 43,36 20,32 20,66 22,70 16,65 15,53 17,01 7,64 7,88 8,05 8,21 8,49 8,77

Fabricação de máquinas e equipamentos paraas indústrias de extração mineral e construção

59,72 71,15 75,20 68,46 62,35 66,20 20,68 19,90 21,34 18,54 18,81 15,78 8,15 7,87 8,62 8,97 8,78 8,89

Fabricação de outras máquinas e equipamentosde uso específico

40,16 43,55 38,67 37,45 34,26 37,68 18,46 17,75 17,70 15,40 13,46 13,45 7,48 7,73 7,91 8,07 8,22 8,47

Fabric. de armas, munições e equip. militares 40,41 67,39 36,39 38,79 36,04 51,13 16,91 18,96 9,85 14,66 14,16 16,00 7,51 7,90 8,20 8,31 8,54 9,01

Fabricação de eletrodomésticos 74,88 67,76 54,72 57,41 54,18 64,50 17,22 18,53 17,60 15,34 14,61 15,77 7,48 7,79 8,10 8,37 8,61 8,93

Fabricação de geradores,transformadores emotores elétricos

40,14 41,76 48,13 51,65 42,73 57,12 18,87 17,25 16,00 17,72 14,73 15,97 7,74 7,87 8,25 8,54 8,81 9,15

Fabricação de equipamentos para distribuição econtrole de energia elétrica

44,32 61,64 52,65 46,27 48,17 71,80 19,20 18,64 21,39 19,22 18,26 13,09 7,40 8,07 8,40 8,60 8,74 8,83

Fabricação de fios, cabos e condutores elétricosisolados

52,53 52,15 59,21 61,78 51,45 70,30 14,99 13,80 16,01 15,81 14,77 15,52 7,56 7,91 8,22 8,42 8,61 8,71

Fabric. de pilhas, baterias e acumuladoreselétricos

67,98 64,08 55,04 50,84 36,79 39,26 18,44 17,36 17,75 13,74 12,98 14,43 7,08 7,47 7,73 7,96 8,18 8,19

Fabricação de lâmpadas e equipamentos deiluminação

34,02 29,91 34,28 30,54 31,44 27,68 14,40 14,00 15,04 15,17 12,76 13,27 6,94 7,11 7,39 7,63 7,57 7,85

Fabricação de material elétrico para veículos –exclusive baterias

53,80 56,16 38,71 37,96 42,24 50,38 23,51 22,11 20,23 13,74 12,88 15,43 7,40 7,86 8,10 8,79 8,92 9,18

Fabric. de outros equip. e aparelhos elétricos 33,07 39,84 41,60 43,36 33,74 43,17 12,49 13,52 14,44 13,15 10,79 13,42 7,41 7,84 7,78 8,20 8,60 8,61

Fabric. de aparelhos e inst. para usos médico-hospit., odont. e de laborat. e ap. ortopédicos

34,08 36,11 36,25 35,19 38,66 39,48 13,63 14,81 13,27 11,55 11,88 12,11 7,71 8,14 8,24 8,49 8,76 8,94

Fabric. de aparelhos e inst. de medida, teste econtrole – exclusive equip. p/ controle deprocessos industriais

44,18 41,91 41,75 40,79 44,50 51,59 16,61 16,06 18,83 15,13 14,27 15,44 7,95 8,50 8,80 8,84 9,15 9,46

Fabric. de máq.,aparelhos e equip. de sistemaseletrônicos dedicados à automação industrialecontrole do processo produtivo

50,74 46,38 55,60 67,92 87,82 64,01 16,33 22,08 19,78 19,28 20,28 17,86 9,15 9,58 9,69 9,85 9,99 10,20

Fabric. de aparelhos, instrumentos e materiaisópticos, fotográficos e cinematográficos

25,18 28,96 29,71 34,22 32,37 40,19 10,01 10,12 9,81 10,23 9,60 9,85 7,42 7,80 8,09 8,35 8,53 8,90

Fabricação de cronômetros e relógios 83,87 73,43 79,31 70,04 69,14 71,53 14,59 15,53 16,33 14,47 13,67 10,73 7,16 8,73 9,01 9,30 9,43 9,62

Fabric. de automóveis, caminhonetas e utilitários 109,15 107,77 122,57 79,56 109,34 105,52 29,98 30,97 38,19 36,68 34,27 34,19 7,21 8,45 8,95 9,13 9,41 9,71

Fabricação de caminhões e ônibus 84,40 95,12 119,63 118,53 147,04 145,07 43,44 37,18 41,85 38,77 35,80 43,28 8,76 9,08 9,57 9,93 10,20 10,52

Fabric. de peças e aces. para veíc. automotores 48,38 48,68 50,69 49,48 60,39 53,67 20,42 18,91 19,72 16,44 16,02 16,24 7,22 7,65 8,10 8,40 8,65 8,89

Fabric. de outros equipamentos de transporte 54,12 64,14 62,01 56,64 64,37 68,27 14,95 15,63 15,61 13,25 13,36 12,69 7,21 7,61 7,87 8,12 8,17 8,69

FONTE: Pesquisa Industrial Anual e Rais - Relação Anual de Informações Sociais. Elaboração: IBQP-PR

(*) Os valores estão expressos em R$ mil a preços de 2001, deflacionados pela média do deflator implícito das atividades que compõe a Indústria de Transformação Brasileira no Sistema de Contas Nacionais.Entre as alternativas analisadas estase revelou como a melhor solução metodológica.

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TABELA A13 - PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, SALÁRIO MÉDIO E NUMERO MÉDIO DE ANOS DE ESTUDO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA, SEGUNDO O GRUPO DE ATIVIDADESDE ALTA TECNOLOGIA - 1996 A 2001

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO(Em R$ mil*)

SALÁRIO MÉDIO(Em R$ mil*)

NÚMERO MÉDIO DEANOS DE ESTUDOGRUPO/DIVISÃO DE ATIVIDADES

1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Indústrias de Transformação 45,74 46,50 46,09 48,65 50,00 52,01 13,50 13,44 13,38 11,96 11,28 11,56 6,59 6,93 7,12 7,34 7,50 7,69

Fabricação de produtos farmacêuticos 112,83 108,19 109,06 108,14 95,97 83,26 26,41 26,42 28,12 26,94 25,25 24,25 9,09 9,46 9,69 9,87 10,06 10,37

Fabricação de defensivos agrícolas 136,76 150,47 179,99 279,36 208,25 236,90 38,14 36,30 41,49 35,92 33,37 37,37 9,32 9,44 9,66 9,90 9,72 10,12

Fabricação de máquinas para escritório 90,17 136,38 118,50 104,92 330,14 459,16 18,21 22,06 29,71 24,94 42,07 31,73 9,62 10,31 10,82 10,93 11,02 10,86

Fabric. de máq. e equip. de sistemas eletrônicospara processamento de dados

91,24 75,78 85,27 127,09 95,69 110,18 19,11 20,09 21,32 20,14 21,25 23,65 9,35 10,04 9,97 10,37 10,68 10,81

Fabricação de material eletrônico básico 58,92 61,26 50,42 51,36 45,11 53,38 18,81 20,43 19,79 15,67 13,96 16,36 8,09 8,57 8,91 9,19 9,49 9,71

Fabric. de aparelhos e equip. de telefonia eradiotelef. e de transm. de televisão e rádio

145,58 170,90 146,64 154,57 162,15 220,11 26,59 31,75 28,28 27,10 25,73 41,35 9,19 10,31 10,35 10,48 10,12 11,01

Fabric. de aparelhos recep. de rádio e telev. e dereprod., grav. ou amplif. de som e vídeo

89,37 66,68 66,18 57,02 86,23 78,59 17,46 19,06 19,33 15,43 15,44 16,51 8,74 9,26 9,58 9,88 10,08 10,16

Const., montagem e reparação de aeronaves 66,65 97,68 100,15 179,24 196,40 272,84 30,45 33,14 30,35 28,18 30,99 35,19 10,00 10,41 11,29 11,45 11,62 11,85

FONTE: Pesquisa Industrial Anual e Rais - Relação Anual de Informações Sociais. Elaboração: IBQP-PR

(*) Os valores estão expressos em R$ mil a preços de 2001, deflacionados pela média do deflator implícito das atividades que compõe a Indústria de Transformação Brasileira no Sistema de Contas Nacionais.Entre as alternativas analisadas esta se revelou como a melhor solução metodológica.

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TABELA A14 - INDICADORES DE SALÁRIO E DE PRODUTIVIDADE E RESPECTIVAS TAXAS DE CRESCIMENTO, EM PAÍSES SELECIONADOS - 1980-1999

HORAS MÉDIAS TRABALHADAS POR SEMANA

SALÁRIO MÍNIMO (U$ POR ANO)

SALÁRIO AGRÍCOLA (U$ POR ANO)

CUSTO DO TRABALHO POR TRABALHADOR

NA INDÚSTRIA - SALÁRIO MÉDIO (U$ POR ANO)

VALOR ADICIONADO POR TRABALHADOR

NA INDÚSTRIA (U$ POR ANO)

PAÍSES

1980-84 1995-99 a 1980-84 1995-99 a

TAXA CRESC.

(%) *

1980-84 1995-99 a

TAXA CRESC.

(%) *

1980-84 1995-99 a

TAXA CRESC.

(%) *

1980-84 1995-99 a

TAXA CRESC.

(%) *

África do Sul 42 41 .. b - 888 .. - 6.261 8.475 35,36 12.705 16.612 30,75 Alemanha 41 40 .. b - .. .. - 15.708 33.226 111,51 34.945 79.616 127,83 Argentina 41 40 .. 2.400 - .. .. - 6.768 7.338 8,42 33.694 37.480 11,23 Austrália 37 39 .. 12.712 - 11.212 15.124 34,89 14.749 26.087 76,87 27.801 57.857 108,11 Áustria 33 32 .. b - .. .. - 11.949 28.342 137,18 20.956 53.061 153,20 Bangladesh .. 52 .. 492 - 192 360 87,96 556 671 20,63 1.820 1.711 -5,98 Belarus .. .. .. .. - 1.641 410 -75,04 2.233 754 -66,24 .. .. - Bélgica .. 38 7.661 15.882 107,30 6.399 .. - 12.805 24.132 88,46 25.579 58.678 129,40 Bolivia .. 46 .. 529 - .. .. - 4.432 2.343 -47,15 21.519 26.282 22,13 Botsuana 45 .. 894 961 7,46 650 1.223 88,13 3.250 2.884 -11,28 7.791 .. - Brasil .. .. 1.690 1.308 -22,62 .. .. - 10.080 14.134 40,22 43.232 61.595 42,48 Bulgaria .. .. .. 573 - .. 1.372 - 2.485 1.179 -52,55 .. .. - Burkina Faso .. .. 695 585 -15,93 .. .. - 3.282 .. - 15.886 .. - Canada 38 38 4.974 7.897 58,77 20.429 30.625 49,91 17.710 28.424 60,50 36.903 60.712 64,52 Chile 43 45 663 1.781 168,49 .. .. - 6.234 5.822 -6,62 32.805 32.977 0,52 China .. .. .. .. - 349 325 -6,98 472 729 54,36 3.061 2.885 -5,76 Cingapura 46 47 .. .. - .. 4.856 - 5.576 21.317 282,30 16.442 40.674 147,38 Colômbia .. .. .. 1.128 - .. .. - 2.988 2.507 -16,12 15.096 17.061 13,01 Coreia, Rep. 52 48 .. 3.903 - .. .. - 3.153 10.743 240,75 11.617 40.916 252,20 Costa Rica .. 47 1.042 1.638 57,17 982 1.697 72,83 2.433 2.829 16,27 7.185 7.184 -0,01 Côte d’Ivoire .. .. 1.246 871 -30,10 .. .. - 5.132 9.995 94,75 16.158 .. - Dinamarca .. 37 9.170 19.933 117,38 .. .. - 16.169 29.235 80,81 27.919 49.273 76,48 Egito,Rep. Árabe 58 .. 343 415 20,90 .. .. - 2.210 1.863 -15,73 3.691 5.976 61,90 Equador .. .. 1.637 492 -69,95 .. .. - 5.065 3.738 -26,21 12.197 9.747 -20,09 Espanha 38 37 3.058 5.778 88,92 .. .. - 8.276 19.329 133,55 18.936 47.016 148,29 Estados Unidos 40 41 6.006 8.056 34,13 .. .. - 19.103 28.907 51,32 47.276 81.353 72,08 Federação Russa .. .. 863 297 -65,56 2.417 659 -72,75 2.524 1.528 -39,48 .. .. - Filipinas 47 43 915 1.472 60,82 382 .. - 1.240 2.450 97,61 5.266 10.781 104,73 Finlândia .. 38 .. b - .. .. - 11.522 26.615 131,00 25.945 55.037 112,13 França 40 39 6.053 12.072 99,43 .. .. - 18.488 .. - 26.751 61.019 128,10 Grécia .. 41 .. 5.246 - .. .. - 6.461 15.899 146,08 14.561 30.429 108,97 Guatemala .. .. .. 459 - .. .. - 2.605 1.802 -30,80 11.144 9.235 -17,13 Holanda 40 40 9.074 15.170 67,18 .. .. - 18.891 34.326 81,71 27.491 56.801 106,62 Honduras .. 44 .. .. - 1.623 .. - 2.949 2.658 -9,87 7.458 7.427 -0,41 Hong Kong, China 48 46 .. .. - .. .. - 4.127 13.539 228,04 7.886 19.533 147,71 Hungria 35 33 .. 1.132 - 1.186 1.766 48,99 1.410 2.777 96,90 4.307 6.106 41,76 Iemen, Rep. .. .. .. .. - .. .. - 4.492 1.291 -71,26 17.935 5.782 -67,76 Índia 46 .. .. 408 - 205 245 19,31 1.035 1.192 15,16 2.108 3.118 47,89 Indonésia .. .. .. 241 - .. .. - 898 1.008 12,22 3.807 5.139 34,98 Irã, Rep. Islamica .. .. .. .. - .. .. - 9.737 30.562 213,89 17.679 89.787 407,87 Iraque .. .. .. .. - .. .. - 4.624 13.288 187,39 13.599 34.316 152,34 Irlanda 41 41 5.556 12.087 117,55 .. .. - 10.190 22.681 122,59 26.510 86.036 224,54 Israel 36 36 .. 5.861 - 4.582 7.906 72,55 13.541 26.635 96,70 23.459 35.526 51,44 Itália .. 32 .. b - .. .. - 9.955 34.859 250,17 24.580 50.760 106,51 Jamaica .. 39 782 692 -11,48 .. .. - 5.218 3.655 -29,96 12.056 11.091 -8,00 Japão 47 47 3.920 12.265 212,86 .. .. - 12.306 31.687 157,50 34.456 92.582 168,69 Jordânia .. 50 b - .. .. - 4.643 2.082 -55,16 16.337 11.906 -27,12 Kyrgyz, Rep. .. .. .. 65 - 1.695 168 -90,06 2.287 687 -69,98 .. .. - Malásia .. .. .. b - .. .. - 2.519 3.429 36,13 8.454 12.661 49,77 Marrocos .. .. .. 1.672 - .. .. - 2.583 3.391 31,25 6.328 9.089 43,63 Maurício .. .. .. .. - .. .. - 1.465 1.973 34,63 2.969 4.217 42,04 México 43 45 1.343 768 -42,79 1.031 908 -11,91 3.772 7.607 101,68 17.448 25.931 48,62 Noruega 35 35 .. b - .. .. - 14.935 38.415 157,21 24.905 51.510 106,83 Nova Zelândia 39 39 3.309 9.091 174,70 .. .. - 10.605 23.767 124,10 16.835 32.723 94,37 Panamá .. .. .. .. - .. .. - 4.768 6.351 33,20 15.327 17.320 13,00 Paraguai 36 39 .. .. - 1.606 1.210 -24,63 2.509 3.241 29,18 .. 14.873 - Polônia 36 33 320 1.584 395,14 1.726 1.301 -24,63 1.682 1.714 1,90 6.242 7.637 22,35 Portugal 39 40 1.606 4.086 154,50 .. .. - 3.115 7.577 143,21 7.161 17.273 141,21 Quênia 41 39 .. .. - 508 568 11,78 104 94 -9,80 234 228 -2,94 Reino Unido 42 40 .. b - .. .. - 11.406 23.843 109,04 24.716 55.060 122,77 Rep. Dominicana 44 44 .. 1.439 - .. .. - 2.191 1.806 -17,58 8.603 .. - República Tcheca 43 40 .. .. - 2.277 1.885 -17,21 2.306 1.876 -18,63 5.782 5.094 -11,90 Romênia .. 40 .. .. - 1.669 1.864 11,73 1.739 1.190 -31,54 .. 3.482 - Senegal .. .. 993 848 -14,55 .. .. - 2.828 7.754 174,15 6.415 .. - Serra Leoa 44 .. .. .. - .. .. - 1.624 .. - 7.807 .. - Síria, Rep. Árabe .. .. .. .. - .. .. - 2.844 4.338 52,54 9.607 9.918 3,25 Sri Lanka 50 53 .. .. - 198 264 32,89 447 604 35,12 2.057 3.405 65,58 Suécia 36 37 .. .. - 9.576 27.098 182,98 13.038 26.601 104,03 32.308 56.675 75,42 Tailândia 48 .. .. 1.083 - .. .. - 2.305 2.705 17,36 11.072 19.946 80,15 Tunisia .. .. 1.381 1.525 10,42 668 968 44,92 3.344 3.599 7,63 7.111 .. - Turquia .. 48 594 1.254 111,00 1.015 2.896 185,38 3.582 7.958 122,18 13.994 32.961 135,53 Uruguai 48 42 1.262 1.027 -18,65 1.289 .. - 4.128 3.738 -9,46 13.722 16.028 16,81 Venezuela 41 .. 1.869 1.463 -21,72 .. .. - 11.188 4.667 -58,29 37.063 24.867 -32,91 Zâmbia .. 45 .. .. - .. .. - 3.183 4.292 34,84 11.753 16.615 41,37 Zimbabwe .. .. .. .. - 1.065 .. - 4.097 3.422 -16,48 9.625 11.944 24,10

FONTE: Banco Mundial - World Development Indicators 2001. Elaboração IBQP NOTAS: Salário Mínimo, Salário Agrícola, Salário Médio e Valor Adicionado por trabalhador na Indústria foram convertidos em dólares, a partir da taxa de câmbio média para cada ano. (a) Dados em itálico referem-se ao período 1990-94. (b) País tem salário mínimo setorial, mas nenhuma política de salário mínimo.(...) Dado não-disponível. (*) As taxas de crescimento foram obtidas pela diferença entre os dados de 1980-84 e 1990-99 e posterior divisão pelos dados do período mais remoto (1980-84). O Salário Médio é igual ao total de remunerações dividido pelo nº total de empregados (ou pelo total de trabalhadores engajados na indústria); o Salário Mínimo corresponde ao regime salarial das atividades não-agrícolas e; o Valor Adicionado por Trabalhador na Indústria é estimado pela divisão entre o valor adicionado da indústria e o número total de trabalhadores.

Page 55: Uso Sustentável da Reserva Florestal Legal - Jornal IBQP out-dez-2003 pag33

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2003

IBQ

P

TABELA A15- EVOLUÇÃO DO PRODUTO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM PAÍSES SELECIONADOS - 1950-2001

ANO ESTADOS UNIDOS

CANADÁ JAPÃO CORÉIA TAIWAN BÉLGICA DINAMARCA FRANÇA ALEMANHA (1) ITÁLIA HOLANDA NORUEGA SUÉCIA REINO UNIDO

1950 ... 22,70 2,87 ... ... ... 25,87 21,08 16,42 11,90 19,56 35,53 30,03 55,73

1955 ... 29,41 6,39 ... ... ... 28,47 26,23 31,14 18,37 26,70 43,50 34,69 65,51

1959 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1960 ... 34,47 13,95 ... ... 34,46 39,38 35,51 47,00 27,09 36,89 52,56 44,61 75,62

1961 ... 35,81 16,82 ... ... 36,03 41,51 38,14 49,83 29,92 38,17 54,76 47,62 75,96

1962 ... 39,83 18,25 ... ... 38,83 45,08 40,89 52,32 33,10 40,05 55,22 51,31 76,07

1963 ... 42,52 20,34 ... ... 40,63 45,66 43,99 53,34 35,22 41,80 58,52 53,84 78,88

1964 ... 46,54 23,60 ... ... 44,33 51,06 48,11 57,98 35,69 45,67 62,64 58,60 85,96

1965 ... 51,08 24,51 ... ... 45,79 54,44 50,52 62,29 37,57 48,83 65,93 62,68 88,43

1966 ... 54,59 27,77 ... ... 48,48 55,60 55,10 63,31 40,99 51,52 69,87 64,43 90,00

1967 ... 55,62 33,38 ... ... 49,05 56,18 57,73 61,95 45,11 53,51 72,16 66,57 90,56

1968 ... 58,82 38,46 ... ... 52,41 60,52 60,94 68,29 49,23 58,67 73,90 69,97 97,30

1969 ... 62,64 44,85 ... ... 58,59 63,80 68,27 76,33 52,41 64,29 79,30 75,51 101,01

1970 ... 60,78 51,11 14,34 19,75 64,65 65,64 73,42 80,29 56,65 69,20 82,97 78,43 101,35

1971 ... 64,50 53,46 17,01 24,11 67,45 66,99 78,01 81,09 57,48 71,55 85,07 78,91 100,34

1972 ... 70,07 58,28 19,47 29,39 72,62 72,78 81,67 83,58 60,66 73,42 89,01 79,40 102,47

1973 ... 77,30 65,71 25,20 34,68 79,24 76,74 87,86 88,90 68,43 78,69 94,14 85,03 112,02

1974 ... 78,95 64,02 29,30 32,66 82,38 77,99 89,58 88,00 72,79 81,62 97,34 89,60 110,56

1975 ... 72,65 60,76 33,20 34,21 76,21 76,06 87,74 83,92 68,67 76,23 95,24 89,89 102,92

1976 ... 78,84 65,97 40,78 41,99 81,93 79,73 92,90 90,37 78,80 80,91 94,78 89,89 104,83

1977 80,56 81,32 68,06 46,72 47,59 82,27 80,12 97,14 92,07 81,63 84,89 94,78 84,74 106,97

1978 85,00 85,86 70,01 56,35 57,70 83,39 79,83 99,43 93,77 85,63 87,59 92,86 82,51 107,53

1979 87,78 88,65 76,14 61,68 62,21 85,52 84,36 102,29 98,64 94,58 89,81 96,61 87,76 107,30

1980 84,22 86,27 78,75 61,27 68,43 87,77 88,22 101,60 96,60 99,41 89,93 95,60 88,14 97,98

1981 88,00 89,37 81,62 67,01 73,56 86,64 85,42 100,00 95,58 96,35 90,16 93,86 85,52 91,91

1982 82,89 81,22 84,22 70,90 75,43 90,24 86,78 101,03 92,30 94,46 89,11 93,41 85,81 91,80

1983 88,00 85,14 86,83 80,94 84,14 94,95 92,57 100,80 93,66 93,76 91,92 92,12 91,25 93,82

1984 97,33 94,74 92,57 94,26 96,73 97,87 96,91 99,66 96,49 96,82 97,19 96,61 98,45 97,19

1985 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

1986 98,44 99,90 98,44 118,65 116,17 100,00 100,00 100,00 101,59 101,77 102,58 99,73 101,07 101,35

1987 107,11 103,92 103,00 140,37 131,10 99,66 95,95 99,89 99,66 104,83 103,98 102,11 103,60 106,18

1988 114,67 111,97 111,21 157,17 136,39 104,71 97,39 105,61 102,94 111,90 107,85 97,16 106,71 113,93

1989 113,78 114,86 118,51 162,70 141,21 111,22 100,77 111,34 106,46 115,78 113,11 93,50 107,77 118,54

1990 112,89 109,39 126,60 177,66 139,97 113,36 99,23 113,52 112,23 117,08 116,98 92,40 107,00 118,43

1991 109,22 102,17 132,99 194,67 149,46 113,02 97,97 114,32 116,42 116,96 117,56 90,66 101,17 112,36

1992 111,11 103,20 130,38 204,92 155,52 112,23 96,53 114,55 113,25 117,79 117,10 91,58 97,18 112,36

1993 115,00 109,29 125,55 215,98 159,25 108,87 92,28 109,62 103,96 113,66 115,22 93,13 99,03 113,93

1994 123,44 117,75 123,73 239,34 168,74 113,80 101,93 114,89 105,89 120,61 122,48 95,79 113,80 119,21

1995 131,56 123,43 128,94 266,19 178,69 116,95 107,72 120,16 106,12 126,27 126,58 98,26 124,78 121,12

1996 134,78 123,43 134,29 284,22 187,09 119,64 102,99 119,82 104,76 124,15 127,28 101,01 127,41 121,91

1997 142,11 131,79 138,85 302,87 199,53 127,72 111,20 125,66 108,49 128,15 130,56 104,58 134,11 123,48

1998 147,89 137,05 130,64 280,33 206,22 130,64 111,68 131,73 114,04 130,39 134,43 104,12 143,44 124,49

1999 156,89 145,51 132,86 339,34 220,06 132,44 111,10 135,97 ... 130,15 138,29 104,03 153,35 124,83

2000 163,33 153,56 140,29 393,24 236,08 137,15 118,63 142,15 ... 134,16 144,85 100,92 163,95 127,30

2001 157,00 148,50 129,20 400,00 221,77 136,59 122,30 144,67 ... 134,98 ... 99,73 162,68 124,38

FONTE: U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics – BLS November 2002. Elaboração: IBQP NOTAS: Índices: (1985=100) (...) Dados não-disponíveis (1) A partir de 1991 os dados se referem à Alemanha Unificada. Antes de 1991, os dados se referem à antiga Alemanha Ocidental.

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TABELA A16 - EVOLUÇÃO DO EMPREGO TOTAL EM PAÍSES SELECIONADOS - 1950-2001

ANO ESTADOS UNIDOS

CANADÁ JAPÃO CORÉIA TAIWAN BÉLGICA DINAMARCA FRANÇA ALEMANHA (1) ITÁLIA HOLANDA NORUEGA SUÉCIA REINO UNIDO

1950 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1955 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1959 59,21 48,01 74,34 ... ... ... ... 79,94 91,14 94,64 72,57 ... 81,44 87,10

1960 60,30 49,31 75,65 ... ... ... ... 79,96 91,77 93,20 73,42 ... 82,78 88,30

1961 61,02 50,15 76,51 ... ... ... ... 79,89 92,65 93,16 74,17 ... 83,36 89,33

1962 61,16 50,88 77,38 ... ... ... ... 80,54 92,90 92,17 75,64 ... 83,91 90,34

1963 62,21 51,90 78,01 ... ... ... ... 82,04 93,19 90,20 76,73 ... 84,09 90,85

1964 63,30 53,32 78,99 ... ... ... ... 83,25 93,17 90,28 78,23 ... 84,04 91,53

1965 64,48 54,92 80,28 ... ... ... ... 84,07 93,55 89,16 79,02 ... 84,58 92,22

1966 65,62 57,63 82,02 ... ... ... ... 84,73 93,30 88,10 79,77 ... 85,71 92,58

1967 66,99 59,58 83,57 ... ... ... ... 85,51 91,39 88,71 80,21 ... 85,33 92,09

1968 68,19 61,15 84,87 ... ... ... ... 85,88 90,98 88,92 80,91 ... 86,39 91,79

1969 69,92 63,02 85,49 ... ... ... ... 86,90 91,83 88,11 81,79 ... 87,14 91,81

1970 71,69 64,57 86,42 ... ... ... ... 88,30 92,80 88,40 82,75 ... 88,45 91,71

1971 73,08 66,44 86,97 ... ... ... ... 89,01 93,29 88,26 83,40 ... 89,53 91,05

1972 75,38 68,43 87,19 ... ... ... ... 89,68 93,85 87,69 83,73 ... 89,74 91,73

1973 77,45 71,34 89,32 ... ... ... ... 90,84 94,93 88,45 83,71 ... 89,90 92,64

1974 79,64 74,13 89,05 ... ... ... ... 91,83 94,86 89,33 84,19 ... 91,39 92,95

1975 81,22 76,71 89,27 ... ... ... ... 92,22 94,07 90,24 85,81 ... 93,33 93,46

1976 83,28 80,86 90,19 ... ... ... ... 93,40 93,55 91,61 86,37 ... 93,92 93,92

1977 85,75 82,86 91,43 ... ... ... ... 94,80 93,57 92,90 87,08 ... 94,35 94,28

1978 88,56 85,66 92,77 ... ... ... ... 95,47 94,17 93,34 88,09 ... 95,14 95,01

1979 90,91 88,61 93,85 ... ... ... ... 96,44 95,26 94,73 89,33 ... 96,47 95,95

1980 92,62 91,22 94,75 ... ... ... ... 97,10 96,72 95,91 92,75 ... 97,60 96,05

1981 94,12 94,00 95,71 ... ... ... ... 97,78 97,95 97,07 97,23 ... 97,92 95,82

1982 95,45 94,57 96,83 ... ... ... ... 98,75 98,83 96,97 99,21 ... 98,46 95,53

1983 96,61 96,32 98,76 ... ... ... ... 99,07 98,99 98,18 98,49 ... 98,89 96,26

1984 98,34 97,98 99,40 ... ... ... ... 99,75 99,18 99,20 99,28 ... 99,25 98,63

1985 100,00 100,00 100,00 ... ... ... ... 100,00 100,00 100,00 100,00 ... 100,00 100,00

1986 102,06 101,96 100,96 ... ... ... ... 100,62 101,01 101,51 100,88 ... 99,14 100,55

1987 103,81 103,92 102,03 ... ... ... ... 101,16 101,69 102,39 112,00 ... 98,85 101,53

1988 105,38 105,98 103,40 ... ... ... ... 101,54 102,46 103,77 114,59 ... 99,91 102,74

1989 107,28 108,04 105,15 ... ... ... ... 102,32 103,12 103,26 115,99 ... 101,15 103,44

1990 108,99 109,53 107,06 ... ... ... ... 102,79 105,09 103,50 118,81 ... 102,26 104,29

1991 109,43 110,21 109,09 ... ... ... ... 103,51 135,53 104,88 121,44 ... 101,85 103,50

1992 110,95 110,46 110,31 ... ... ... ... 104,05 134,40 104,93 123,54 ... 100,09 103,06

1993 111,90 111,56 110,93 ... ... ... ... 104,27 133,72 98,56 122,75 ... 97,65 102,85

1994 113,51 112,50 111,44 ... ... ... ... 104,89 133,82 98,03 124,76 ... 96,43 103,71

1995 114,59 113,44 111,79 ... ... ... ... 104,96 132,99 98,04 128,91 ... 97,65 103,31

1996 116,01 114,60 112,54 ... ... ... ... 106,05 138,82 98,53 130,86 ... 97,42 105,18

1997 118,05 116,54 113,82 ... ... ... ... 106,82 143,88 99,04 133,61 ... 96,38 105,13

1998 119,24 118,58 113,92 ... ... ... ... 107,99 144,96 100,27 135,92 ... 96,18 109,19

1999 120,71 120,91 113,68 ... ... ... ... 109,28 145,97 101,06 138,32 ... 97,40 109,90

2000 122,00 123,05 113,47 ... ... ... ... 110,28 147,40 101,98 ... ... 98,60 109,93

2001 122,83 124,95 113,23 ... ... ... ... ... 147,45 102,87 ... ... 99,80 ...

FONTE: U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics - BLS November 2002. Elaboração: IBQP NOTAS: Índices: (1985=100) (...) Dados não-disponíveis (1) A partir de 1991 os dados se referem à Alemanha Unificada. Antes de 1991, os dados se referem à antiga Alemanha Ocidental.

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v.3,n.1

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2003

IBQ

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TABELA A17 - EVOLUÇÃO DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM PAÍSES SELECIONADOS - 1950-2001

ANO ESTADOS UNIDOS

CANADÁ JAPÃO CORÉIA TAIWAN BÉLGICA DINAMARCA FRANÇA ALEMANHA (1) ITÁLIA HOLANDA NORUEGA SUÉCIA REINO UNIDO

1950 79,53 72,94 ... ... ... ... 80,23 103,09 79,24 67,49 119,60 98,76 100,00 136,48

1955 87,83 79,87 51,12 ... ... ... 82,41 102,73 100,63 72,87 127,67 103,65 106,31 146,85

1959 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1960 87,36 79,40 67,17 ... ... 130,48 98,95 106,00 113,91 84,59 135,64 101,16 112,95 152,82

1961 84,91 78,75 72,19 ... ... 134,71 101,71 106,73 117,28 87,33 138,57 103,32 115,82 154,98

1962 87,55 80,99 76,26 ... ... 137,79 104,28 107,82 117,81 90,08 141,19 104,56 116,56 153,48

1963 88,21 82,87 79,25 ... ... 139,13 103,90 110,18 116,97 92,91 141,93 105,73 116,72 151,08

1964 89,53 86,61 81,71 ... ... 143,08 106,46 112,18 116,97 93,19 143,71 106,64 118,28 153,40

1965 93,68 90,73 82,78 ... ... 142,98 108,27 111,09 119,07 91,02 144,55 108,38 118,69 155,39

1966 99,43 95,88 85,24 ... ... 142,79 107,22 111,64 117,81 90,45 143,61 109,88 117,21 155,80

1967 100,66 96,72 90,16 ... ... 138,37 102,19 111,27 111,49 93,38 139,31 110,54 113,36 151,00

1968 102,36 97,19 93,26 ... ... 136,06 103,14 109,36 112,33 94,71 138,47 109,29 111,48 149,59

1969 104,34 98,97 95,94 ... ... 140,67 105,89 112,45 116,97 97,92 140,15 109,79 113,44 151,66

1970 100,28 97,28 98,29 ... ... 144,42 106,37 115,45 119,70 101,13 140,78 112,28 115,25 151,41

1971 96,42 97,75 98,72 ... ... 143,85 102,00 116,91 118,97 103,88 138,57 112,95 111,39 146,27

1972 99,06 100,84 98,72 ... ... 141,73 104,66 118,27 116,75 103,97 133,65 114,11 109,67 142,79

1973 104,25 105,34 102,89 ... 58,15 142,69 106,08 120,73 117,49 106,24 131,87 114,36 111,31 143,62

1974 103,87 106,65 101,93 ... 59,02 144,90 102,28 122,00 114,75 110,49 131,45 115,60 113,69 144,20

1975 94,91 103,84 96,26 ... 57,18 136,06 93,63 119,00 107,69 112,00 126,83 114,77 114,59 137,56

1976 98,30 103,65 95,72 ... 64,32 130,58 94,30 118,36 105,27 112,57 121,59 114,61 114,26 133,17

1977 102,08 101,59 94,76 ... 69,33 125,48 93,63 117,91 105,69 113,52 118,55 114,77 110,25 133,67

1978 106,32 104,59 93,48 ... 75,31 120,19 93,16 116,45 105,37 113,42 115,83 112,70 107,13 133,08

1979 109,06 108,33 93,26 ... 78,50 117,12 93,92 114,64 106,64 115,22 114,57 111,20 107,38 132,34

1980 105,28 107,77 95,08 ... 81,39 114,71 92,40 113,36 107,69 115,88 113,00 111,37 107,30 125,87

1981 104,72 107,49 96,04 ... 83,12 108,08 89,16 109,73 105,69 113,04 110,06 109,54 104,10 114,43

1982 97,64 97,66 95,51 ... 83,22 105,00 88,97 108,00 102,63 110,68 105,87 105,64 100,33 107,71

1983 96,04 95,13 97,11 ... 87,27 102,69 89,26 105,82 99,16 107,47 101,05 100,25 98,28 102,16

1984 100,75 97,75 99,14 ... 96,82 101,63 94,20 102,82 98,74 102,46 98,74 99,25 98,77 100,41

1985 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

1986 98,58 103,37 99,47 108,72 104,53 99,04 103,71 98,18 101,58 98,20 101,15 101,00 99,92 97,84

1987 98,77 106,46 98,29 121,92 107,81 96,63 102,38 95,73 101,58 96,88 102,10 101,08 99,26 96,85

1988 100,57 110,11 100,43 128,77 108,20 96,54 100,10 94,36 101,48 97,64 102,73 96,51 101,07 98,09

1989 100,94 111,80 102,57 130,01 104,44 97,79 98,95 94,91 102,85 98,11 104,09 89,96 99,34 98,34

1990 99,43 105,99 104,28 129,89 97,78 98,56 99,14 95,55 105,69 98,87 105,97 87,30 96,07 95,69

1991 96,04 97,47 106,74 127,65 95,95 97,60 97,34 94,09 107,27 97,83 105,56 84,56 90,08 88,31

1992 94,34 93,63 106,95 124,53 96,43 96,15 95,06 90,91 105,37 94,52 104,82 82,99 81,97 82,92

1993 94,43 92,79 103,53 121,17 96,05 92,40 90,78 86,55 99,05 91,49 101,57 84,48 75,90 80,10

1994 95,57 94,48 100,11 122,17 97,78 88,94 91,06 84,27 94,10 90,55 96,86 86,72 75,41 80,27

1995 96,70 98,13 96,36 124,03 96,34 88,37 93,25 84,27 91,99 90,36 95,70 88,80 80,25 81,92

1996 96,42 99,81 95,51 121,92 94,60 87,21 93,44 83,45 89,15 89,89 94,65 90,21 80,00 83,00

1997 97,36 103,00 95,29 114,94 95,76 85,67 92,68 82,64 87,04 90,08 95,81 94,02 79,18 83,42

1998 98,11 107,02 91,44 99,00 96,05 85,96 93,54 82,73 86,83 92,16 96,65 95,19 80,16 83,25

1999 96,60 109,64 88,98 100,25 96,62 85,38 92,78 82,64 ... 91,78 96,86 91,45 79,75 80,43

2000 96,04 113,48 87,38 109,09 98,65 85,67 92,02 83,36 ... 91,59 97,48 89,21 80,74 77,78

2001 92,08 113,01 84,92 109,96 94,21 86,06 91,16 84,36 ... 91,78 ... 87,80 79,92 74,46

FONTE: U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics - BLS November 2002. Elaboração: IBQP NOTAS: Índices: (1985=100) (...) Dados não-disponíveis (1) A partir de 1991 os dados se referem à Alemanha Unificada. Antes de 1991, os dados se referem à antiga Alemanha Ocidental.

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TABELA A18 - EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM PAÍSES SELECIONADOS - 1950-2001

ANO ESTADOS UNIDOS

CANADÁ JAPÃO CORÉIA TAIWAN BÉLGICA DINAMARCA FRANÇA ALEMANHA (1) ITÁLIA HOLANDA NORUEGA SUÉCIA REINO UNIDO

1950 ... 31,20 ... ... ... ... 32,28 20,40 20,62 17,71 16,31 35,94 29,98 40,79

1955 ... 36,82 12,55 ... ... ... 34,52 25,57 30,93 25,31 20,89 41,90 32,58 44,58

1959 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1960 ... 43,33 20,83 ... ... 26,37 39,80 33,50 41,25 32,04 27,26 51,93 39,45 49,46

1961 ... 45,53 23,26 ... ... 26,72 40,81 35,64 42,53 34,29 27,60 52,92 41,11 49,05

1962 ... 49,17 23,87 ... ... 28,12 43,25 37,91 44,36 36,78 28,38 52,81 43,96 49,59

1963 ... 51,38 25,58 ... ... 29,17 43,96 39,92 45,54 37,91 29,39 55,24 46,09 52,17

1964 ... 53,69 28,87 ... ... 30,92 47,92 42,82 49,52 38,28 31,84 58,77 49,53 56,10

1965 ... 56,34 29,60 ... ... 31,97 50,25 45,34 52,31 41,27 33,85 60,86 52,73 56,91

1966 ... 56,89 32,64 ... ... 33,96 51,78 49,37 53,71 45,39 35,87 63,51 54,98 57,72

1967 ... 57,55 37,03 ... ... 35,36 54,92 51,89 55,53 48,25 38,44 65,27 58,65 60,03

1968 ... 60,64 41,29 ... ... 38,51 58,58 55,67 60,79 52,12 42,35 67,59 62,68 65,04

1969 ... 63,40 46,65 ... ... 41,66 60,20 60,71 65,20 53,62 45,92 72,22 66,47 66,53

1970 ... 62,51 51,89 ... ... 44,69 61,73 63,60 67,02 55,99 49,16 73,87 68,01 66,94

1971 ... 66,04 54,20 ... ... 46,91 65,69 66,62 68,10 55,24 51,62 75,30 70,85 68,70

1972 ... 69,57 59,07 ... ... 51,23 69,44 69,02 71,54 58,35 54,97 77,95 72,39 71,68

1973 ... 73,43 63,82 ... 59,52 55,54 72,39 72,80 75,62 64,46 59,66 82,25 76,30 77,91

1974 ... 73,98 62,73 ... 55,48 56,83 76,24 73,43 76,69 65,96 62,12 84,23 78,79 76,69

1975 ... 70,01 63,09 ... 59,84 56,01 81,22 73,68 77,87 61,22 60,11 82,91 78,44 74,80

1976 ... 76,07 68,82 ... 65,32 62,78 84,57 78,46 85,82 70,07 66,59 82,58 78,67 78,73

1977 79,03 80,04 71,74 ... 68,71 65,46 85,48 82,37 87,11 71,95 71,73 82,47 76,90 79,95

1978 79,98 82,14 74,91 ... 76,61 69,31 85,69 85,26 88,94 75,56 75,64 82,25 76,90 80,76

1979 80,57 81,81 81,61 ... 79,35 73,05 89,85 89,17 92,37 82,04 78,44 86,77 81,75 81,03

1980 79,98 80,04 82,83 ... 84,03 76,55 95,43 89,67 89,69 85,91 79,66 85,78 82,11 77,78

1981 84,10 83,13 84,90 ... 88,55 80,16 95,74 91,06 90,33 85,29 81,90 85,56 82,11 80,22

1982 84,92 83,13 88,06 ... 90,65 86,00 97,56 93,45 89,90 85,41 84,25 88,42 85,43 85,23

1983 91,64 89,53 89,40 ... 96,45 92,42 103,76 95,21 94,41 87,28 91,06 91,84 92,77 91,87

1984 96,58 96,91 93,30 ... 99,84 96,27 102,84 96,85 97,64 94,64 98,44 97,24 99,53 96,75

1985 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

1986 99,88 96,69 98,90 109,23 111,29 100,93 96,35 101,89 99,89 103,62 101,56 98,68 101,07 103,52

1987 108,48 97,68 104,75 115,32 121,61 103,15 93,71 104,28 98,07 108,35 101,90 100,99 104,27 109,62

1988 114,13 101,76 110,72 122,24 126,13 108,52 97,26 111,84 101,40 114,71 105,03 100,55 105,57 116,12

1989 112,72 102,76 115,47 125,21 135,16 113,77 101,73 117,25 103,33 118,08 108,72 103,75 108,41 120,60

1990 113,43 103,20 121,44 137,07 143,23 114,94 100,00 118,77 106,12 118,45 110,39 105,84 111,26 123,71

1991 113,78 104,85 124,48 152,72 155,81 115,75 100,61 121,54 108,49 119,70 111,40 107,17 112,20 127,24

1992 117,79 110,25 121,80 164,74 161,29 116,69 101,52 125,94 107,41 124,69 111,73 110,25 118,48 135,50

1993 121,79 117,86 121,32 178,42 165,97 117,74 101,52 126,57 104,83 124,44 113,41 110,14 130,33 142,14

1994 129,21 124,59 123,51 196,05 172,58 128,00 111,88 136,27 112,46 133,29 126,48 110,36 150,83 148,51

1995 136,16 125,80 133,62 214,99 185,32 132,21 115,43 142,44 115,25 139,90 132,29 110,58 155,45 147,83

1996 139,81 123,70 140,56 233,44 197,90 137,22 110,15 143,45 117,40 138,28 134,41 111,91 159,00 146,88

1997 145,94 127,89 145,68 263,76 208,39 149,01 119,90 152,14 124,60 142,39 136,31 111,14 169,31 148,10

1998 150,88 128,11 142,87 283,69 214,84 151,93 119,29 159,07 131,36 141,52 138,99 109,26 178,79 149,46

1999 162,43 132,75 149,21 338,88 227,74 154,96 119,80 164,36 ... 141,90 142,79 113,67 192,18 155,15

2000 170,08 135,28 160,29 361,12 239,35 160,09 128,83 170,53 ... 146,63 148,60 113,01 202,84 163,69

2001 170,55 131,31 151,89 364,25 235,48 158,69 134,11 171,41 ... 147,26 ... 113,45 203,44 166,94

FONTE: U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics - BLS November 2002. Elaboração: IBQP NOTAS: Índices: (1985=100) (...) Dados não-disponíveis (1) A partir de 1991 os dados se referem à Alemanha Unificada. Antes de 1991, os dados se referem à antiga Alemanha Ocidental.

IBQPPresidente do Conselho de Administração

Sérgio Marcos Prosdócimo

Diretor SuperintendenteFulgencio Torres Viruel

Produtividade SistêmicaElaboração

ISSN 1519-0404

Cristiane de AlmeidaKerlyng Cecchini

Igor Zanoni Constant Carneiro Leão

Patrícia Lacerda SetúbalMarcelo Antônio Percicotti da Silva

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Rua Dr. Correa Coelho, 741 Jardim Botânico

CEP 80210-350 Curitiba-PR Tel. (41) 264-2246 / Fax: (41) 264-2270

e-mail: [email protected] home-page: http://www.ibqppr.org.br

Instituto Brasileiro da Qualidadee Produtividade no Paraná

IBQP