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Extensões e exceções à transmissão mendeliana Prof. Rinaldo Pereira Programa de Pós Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia

V Exceções a transmissão Mendeliana

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Apresentação utilizada pelo Prof. Rinaldo W. Pereira em sua disciplina de Genética - Formação Geral para alunos dos Cursos de Biologia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia.

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Page 1: V Exceções a transmissão Mendeliana

Extensões e exceções à transmissão mendeliana

Prof. Rinaldo PereiraPrograma de Pós Graduação em

Ciências Genômicas e Biotecnologia

Page 2: V Exceções a transmissão Mendeliana

Segregação Mendeliana

• Como vimos na aula anterior– Existe um conjunto de fenótipos que apresentam

um padrão de segregação que pode facilmente ser explicado pela segregação igual ou segregação independente (quando analisamos mais de um fenótipo)

Ou seja:

Page 3: V Exceções a transmissão Mendeliana

Fenótipo dominante Fenótipo recessivo

Fenótipo dominante Fenótipo dominante

Fenótipo dominante Fenótipo recessivo

X

X

P:

F1:

F2:

AA aa

1 A 1 a

Aa Aa

½ A; ½ a ½ A; ½ a

¼ AA; ½ Aa ¼ aa

3 : 1

Segregação igual

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dominante; recessivo Recessivo; dominante

Dominante;dominante Dominante,dominante

dominante; dominante

X

X

P:

F1:

F2:

AAbb aaBB

1 Ab 1 aB

AaBb AaBb

¼ AB; ¼ Ab; ¼ aB; ¼ ab A; ½ a

¼ A_B_

¼ AB; ¼ Ab; ¼ aB; ¼ ab A; ½ a

dominante; recessivo

recessivo; dominante

recessivo; recessivo

¼ A_bb

¼ aaB_

¼ aabb

93331

Segregação independente

Page 5: V Exceções a transmissão Mendeliana

As extensões e exceções à análise mendeliana colocadas no contexto das interações gênicas

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Interação gênica

• Interação entre alelos de um mesmo gene– Relações de dominância

• Dominância completa• Dominância incompleta• Codominância• Alelos letais

• Interação entre alelos de genes diferentes– Epistasia

• Penetrância e expressividade

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Relações de dominância

• Até o momento apresentamos locos onde os alelos apresentam uma relação de dominância e recessividade– É uma simplificação com raízes nos estudos

estabelecidos por Mendel, que não explica a grande maioria das relações gene-fenótipo

• Uma pergunta básica– A característica genética de interesse é resultado

da contribuição de um gene ou mais genes

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Teste de complementação• Diferentes mutantes para

a característica em questão

• Cruzamento entre os mutantes e verificação dos padrões de complementação

• Do ponto de vista molecular:

Page 9: V Exceções a transmissão Mendeliana

Dominância incompleta

Page 10: V Exceções a transmissão Mendeliana

Dominância incompleta

• Cruzamento entre plantas de pétalas vermelhas e plantas de pétalas brancas, F1 apresenta plantas de pétalas rosa

• Cruzamento de F1– ¼ plantas com pétalas

vermelhas– ½ plantas com pétalas rosa– ¼ plantas com pétalas

brancas

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Dominância incompleta em humanos• Capacidade de sentir o gosto amargo de

feniltiocarbamida– Controlada por um loco principal com dominância

incompleta• Reddy BM, Rao DC . Phenylthiocarbamide taste sensitivity revisited:

complete sorting test supports residual family resemblance. Genet Epidemiol. 1989;6(3):413-21.

– Gene TAS2R38 – cromossomo

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Codominância• Exemplo do sistema ABO

Page 13: V Exceções a transmissão Mendeliana

Codominância• Exemplo do sistema ABO

– Diferentes oligossacarídeos na membrana da hemácea

– Gene ABO codifica para uma glicosiltransferase– Loco com grande heterogeneidade

Page 14: V Exceções a transmissão Mendeliana

Codominância• Anemia falciforme

– Alelos: HbA, HbS

– Genótipos:• HbA HbA – Hemáceas normais• HbS HbS – Anemia servera; frequentemente fatal;

hemoglobina anormal faz com hemáceas adquiram forma de foice

• HbA HbS – Não ocorre anemia, mas hemáceas adquirem forma de foice sob baixas concentrações de oxigênio

Page 15: V Exceções a transmissão Mendeliana

Codominância

• Anemia falciforme• Codon CAG - CTG

Page 16: V Exceções a transmissão Mendeliana

Codominância

• Análise de hemoglobina S através de eletroforese

Page 17: V Exceções a transmissão Mendeliana

Dominância incompleta e codominância

Page 18: V Exceções a transmissão Mendeliana

Alelos letais - Pleitropia

AY

AML

M

AYA AYA

AYAY letalAYA amarelo

AA preto

X

Hetrozigotos – sem caudaHomozigotos para o aleo ML

letal

Page 19: V Exceções a transmissão Mendeliana

Outro exemplo de alelo letal

Page 20: V Exceções a transmissão Mendeliana

Alelos letais em humanos

• Fibrose cística– Em homozigose e sem tratamento pode ser letal

• Fenilcetonúria– Em homozigose e sem tratamento pode ser letal

• Doenças ligadas ao X recessivas– Maior letalidade em homens

• Ex. Incontinent Pigmenti

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Um pouco mais sobre pleitropia

• Quando a região genômica afetada por alguma forma de variação interfere na síntese de uma proteína com múltiplos papeis no organismo o conjuntos de sintomas pode ser amplo dificultando a análise de segregação

Vejamos o exemplo da porfiria variegata

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• Mutações no gene que codifica para a enzima protoporfirogênio oxidase (biosíntese do grupo heme)

• Acúmulo de porfirinas

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Síndrome de Marfan

• Outro exemplo de doença com pleitropia– Autossômico dominante– Incidência de 1/10.000 norte americanos– É clinicamente caracterizada por defeitos no

sistema ocular (miopia; deslocamento de cristalino), esquelético (dolicoestenomelia: membros anormalmente longos e delgados; peito escavado, escoliose...) e cardiovascular (prolapso da válvula mitral)

Page 24: V Exceções a transmissão Mendeliana

EpistasiaGene epistático- o gene que tem efeito de interferir no efeito de outros genes. Os genes epistáticos podem ser recessivos ou dominantes.

Gene Hipostático- o gene que sofre interferência

Page 25: V Exceções a transmissão Mendeliana

Interação entre alelos de diferentes genes:Epistasia na coloração de concha

1. Base molecular da complementação2. Epistasia: Duplo recessivo

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TYPE A_ B_ A_ bb aa B_ aa bb mendelian ratio… 9 3 3 1

parallel pathways… 9 3 3 1 dominant epistasis… 12 3 1 recessive epistasis… 9 3 4

duplicate additive genes… 9 6 1 duplicate dominant genes… 15 1 duplicate recessive genes… 9 7

recessive suppression (sup. has phenotype)… 10 6 recessive suppression (sup. has no phenotype)… 13 3

Interações gênicas

Mendel Vias paralelasEpistasia dominanteEpistasia recessivaGenes duplicados aditivosGenes duplicados dominantesGenes duplicados recessivosSupressão recessiva (1)Supressão dominante (2)

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Vias paralelas

bw+/_; st+/_ 9

bw+/_; st/st 3

bw/bw; st+/_ 3

bw/bw; st/st 1

9 : 3 : 3 : 1

Page 28: V Exceções a transmissão Mendeliana

Vias paralelas

o+/_; b+/_ 9

o+/_; b/b 3

o/o; b+/_ 3

o/o; b/b 1

9 : 3 : 3 : 1

Page 29: V Exceções a transmissão Mendeliana

Epistasia dominante

Page 30: V Exceções a transmissão Mendeliana

Epistasia dominante

D/_; W/_ 9

d/d; W/_ 3

D/_; w/w 3

d/d; w/w 1

12 : 3 : 1W D gene expression

Page 31: V Exceções a transmissão Mendeliana

Epistasia recessiva

w+/_; m+/_ 9

w+/_; m/m 3

w/w; m+/_ 3

w/w; m/m 1

9 : 3 : 4

Page 32: V Exceções a transmissão Mendeliana

Interação GênicaInteração gênica provoca uma modificação nas proporções dihíbrido

mutações com fenótipos diferentes proporção fenotípica 9:3:4

Interação gênica na mesma rota metabólica

epistasia recessiva e padrão de pelagem em cães labradores

B/-.E/- b/b.E/- B/-.e/e ou b/b.e/e

cor da pelagem deposição do pigmentoalelo B - preto alelo E - deposição nos pelosalelo b - marrom alelo e - não deposita nos pelos

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Genes duplicados dominantes

A1/_; A2/_ 9

A1/_; a2/a2 3

a1/a1; A2/_ 3

a1/a1; a2/a2 1

15 : 1 1 allelo dominante pigmentoFormato de fruto em Capsella bursa-pastoris

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Genes duplicados recessivos(ação complementar)

C/_; P/_ 9

C/_; p/p 3

c/c; P/_ 3

c/c; p/p 1

9 : 7 1 alelo recessivo pigmentação

Page 35: V Exceções a transmissão Mendeliana

Epistasia em humanos

• Atualmente é consenso que a variação genética normal e patólogica em humanos tem suas bases em interação entre alelos de diferentes locos

• Métodos para identificar e caracterizar esta interação estão em desenvolvimento

Page 36: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Penetrância: proporção de indivíduos com genótipo para um determinado fenótipo, manifestando o fenótipo

– Penetrância completa• Todos Indivíduos com alelos para a doença/fenótipo apresentam a doença/fenótipo

– Penetrância incompleta• Indivíduo apresenta o genótipo para a doença, mas não a manifesta• Determinada mais facilmente em herança dominante• Indivíduo que certamente teria o alelo, não manifesta o fenótipo• Pode ocorrer também em herança recessiva, nos indivíduos homozigotos, porém é

mais difícil de detectar. Implica na avaliação de uma grande número de famílias e aplicação de métodos estatísticos.

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Penetrância incompleta

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Cálculo da penetrância

• Número de irmandades com pelo menos um irmão e seu genitor afetado/ Número de irmandades com pelo menos um irmão afetados

• Este cálculo vale para herança dominante• Há métodos mais elaborados para cálculos

de penetrância (fogem ao escopo de nosso curso)

Page 39: V Exceções a transmissão Mendeliana

Penetrância incompleta

Page 40: V Exceções a transmissão Mendeliana

Causas da penetrância incompleta

• Genes epistáticos– Genes não alélicos que interagem com o gene em

questão• Genes modificadores

– Genes não alélicos que alteram a expressão do gene em questão

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Penetrância dependente da idade

• Doença de Huntington– Sintomas não vistos normalmente até os 30 anos

de idade– Autossômica dominante

Normal

Huntington

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Page 43: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Expressividade variável

– Variabilidade na manifestação fenotípica

• Para doenças genéticas, variação de um estado mais brando até um estado mais grave

• A variação é mais comum em indivíduos de diferentes famílias• Evidência para epistasia (genes modificadores)

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Expressividade variável

Page 45: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Heterogeneidade genética-a maioria das doenças genéticas humanas apresentam

heterogeinidade genética, ou seja, diferentes mutações podem causar fenótipos idênticos ou similares

• Novos conceitos– Heterogeinidade alélica

• Mutações diferentes no mesmo loco– Ex.: Distrofias musculares de Duchenne e Becker. Doenças

clinicamente diferentes, devido a mutações diferentes no gene DMD

– Heterogeinidade do loco• Mutações em locos diferentes

– Ex.: Amelogenesis imperfecta

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Heterogeneidade genética

Page 47: V Exceções a transmissão Mendeliana

Heterogeneidade genética

Page 48: V Exceções a transmissão Mendeliana

Heterogeneidade genética

Genealogia de uma família onde a surdez infantil profunda é causada por genes situados em locos diferentes

Page 49: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Pleiotropia– Os genes que exercem efeitos em múltiplos

aspectos da fisiologia ou anatomia são pleiotrópicos

– A pleitropia é uma característica comum dos genes envolvidos em doenças genéticas humanas

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Pleiotropia

Page 51: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Imprinting genômico– Síndrome de Algeman – Síndrome de Prader-Willi

– Trataremos deste tópico em Epigenética

Page 52: V Exceções a transmissão Mendeliana

Imprinting genômico

Page 53: V Exceções a transmissão Mendeliana

Variações nos padrões de herança mendelianos

• Antecipação e Expansão de repetições– Distrofia miotônica

– Trataremos no futuro

Page 54: V Exceções a transmissão Mendeliana

AntecipaçãoDistrofia miotônica

Vamos no futuro discutir as bases moleculares

Page 55: V Exceções a transmissão Mendeliana

Ligação Genética(Segregação não independente)

AABB AABb AAbb AaBB AaBb Aabb aaBB aaBb aabb

Genótipos possíveis para dois locos

Gametas Segregação Independente

Conceito de fase de ligação (cis ou trans)

AB ABAb

Ab ABaB

ABAbaBab

Abab

aB aBab

ab

AB/ab Ab/aB

Gametas Segregação Dependente

ABab

AbaB