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VI. APARELHO RESPIRATÓRIO O termo respiração é definido como a união do oxigênio com o alimento nas células, e a liberação subseqüente de energia para o trabalho, o calor, e a liberação de gás carbônico e água. O aparelho respiratório tem por objetivo fornecer ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando permanentemente no sangue, uma concentração de oxigênio, necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida, servindo como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico. Também contribui para a exalação de vapor d’água e é sede para os receptores da olfação. Esse processo implica numa respiração externa, absorção de oxigênio e remoção de gás carbônico e uma respiração interna, troca gasosa entre as células e seu meio líquido. A passagem do ar faz-se ao nível dos pulmões, mas para atingi-los o ar deve percorrer diversas porções de um tubo irregular, que recebe o nome de vias aéreas. As vias aéreas podem ser divididas em nariz, faringe, laringe, traquéia e brônquios. NARIZ O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente, conhecida como cavidade nasal. Nariz Externo Tem a forma de uma pirâmide triangular. As duas faces laterais constituem o dorso do nariz. Sua extremidade superior é a raiz do dorso e a inferior com a anterior das bases da borda é o ápice do nariz. As faces laterais apresentam as asas do nariz. Os orifícios são as narinas, separadas pelo septo nasal.

V Sistema Respiratório

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VI. APARELHO RESPIRATÓRIO

O termo respiração é definido como a união do oxigênio com o alimento nas células, e a liberação subseqüente de energia para o trabalho, o calor, e a liberação de gás carbônico e água.

O aparelho respiratório tem por objetivo fornecer ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando permanentemente no sangue, uma concentração de oxigênio, necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida, servindo como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico. Também contribui para a exalação de vapor d’água e é sede para os receptores da olfação.

Esse processo implica numa respiração externa, absorção de oxigênio e remoção de gás carbônico e uma respiração interna, troca gasosa entre as células e seu meio líquido.

A passagem do ar faz-se ao nível dos pulmões, mas para atingi-los o ar deve percorrer diversas porções de um tubo irregular, que recebe o nome de vias aéreas.

As vias aéreas podem ser divididas em nariz, faringe, laringe, traquéia e brônquios.

NARIZ

O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente, conhecida como cavidade nasal.

Nariz Externo

Tem a forma de uma pirâmide triangular. As duas faces laterais constituem o dorso do nariz. Sua extremidade superior é a raiz do dorso e a inferior com a anterior das bases da borda é o ápice do nariz.

As faces laterais apresentam as asas do nariz. Os orifícios são as narinas, separadas pelo septo nasal.

O esqueleto é constituído por uma parte óssea e outra cartilagínea. A parte óssea é o processo frontal da maxila e os ossos nasais; e a cartilagínea, por cartilagens (laterais, septal e as alares). A cartilagem septal forma a parte anterior do septo nasal. As cartilagens laterais são expansões como asas da cartilagem septal. As cartilagens alares são em forma de U e estão localizadas no lado do nariz abaixo das cartilagens laterais.

Sobre o esqueleto ósteo-fibroso há os músculos prócero (longitudinal) e o nasal (transversal).

Cavidade Nasal

É subdividida pelo septo nasal em 2 compartimentos (direito e esquerdo). O septo é formado pela lâmina perpendicular do osso etmóide, vômer e cartilagem septal. Cada compartimento apresenta orifícios anteriores, as

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narinas e posteriores, as coanas que comunicam a cavidade nasal com a faringe (parte nasal).

O teto da cavidade é constituído na sua maior extensão pela lâmina crivosa do osso etmóide, completada pelo corpo do esfenóide.

O soalho é formado pelo processo palatino da maxila e lâmina horizontal do osso palatino.

A parede lateral da cavidade nasal possui três projeções ósseas, as conchas nasais superior, média e inferior. Sobre as conchas nasais há uma grossa membrana mucosa que funciona no aquecimento e no umedecimento do ar.

O espaço entre as conchas são os meatos (superior, médio e inferior), onde há orifícios que comunicam a cavidade nasal com outras partes.

Além da narina, há uma porção dilatada, o vestíbulo, rico em pêlos em sua cútis. O restante da cavidade é forrada por mucosa: região olfatória (teto da cavidade) e região respiratória (restante).

SEIOS PARANASAIS

São cavidades pneumáticas (cheias de ar), escavadas nos ossos que se dispõem em torno da cavidade nasal, constituindo pequenas bolsas cujas aberturas estabelecem comunicação com esta cavidade.

Podem ser subdivididas em:- Anterior: seio frontal, seio maxilar e células anteriores dos seios

etmoidais.- Posterior: seio esfenoidal, seio palatino e células posteriores dos seios

etmoidais.

A principal função do seio paranasal é manter os ossos do crânio mais leves. Secundariamente, eles funcionam para fornecer muco para a cavidade nasal e agir como câmaras de ressonância para a produção de som.

Os seios são revestidos por uma túnica mucosa, que faz continuação à mucosa nasal, através dos orifícios de abertura nos meatos. Em seu interior, a túnica adere intimamente ao periósteo e a inflamação desta túnica (gripes, resfriados), podem contaminar a mucosa dos seios, com edema nos orifícios, onde os seios passam a cavidades fechadas (pús) – sinusite.

Uma infecção no seio esfenoidal pode lesar a visão devido à sua proximidade com o nervo óptico.

FARINGE

É representada pela metade posterior de um tubo músculo-mucoso vertical, formando uma goteira de concavidade para frente, que se estende da base do crânio até o esôfago. Constitui um entroncamento para a passagem de ar e dos alimentos. O ar deve ser conduzido à laringe e os alimentos, ao esôfago. Sua parte posterior está em contato com as vértebras cervicais.

Os compartimentos da cavidade nasal se comunicam com a faringe pelas coanas.

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A faringe se divide em 3 porções. Para determinação destas há dois planos horizontais (um pelo palato mole e outro pelo ápice da epiglote): Nasofaringe (parte nasal): situada atrás do nariz (entre o fórnix ou

abóbada faríngica e o plano do palato mole). Sua cavidade permanece sempre aberta. Em sua parede lateral há o óstio faríngeo da tuba auditiva. Na parede posterior há uma saliência (tecido linfático), a tonsila faríngica (na infância se hipertrofia – adenóide).

Orofaringe (parte oral): entre o plano que passa pela epiglote e o do palato mole. Em sua parede lateral há as tonsilas palatinas, também conhecidas como amígdalas (na abertura entre a boca e a orofaringe). A tonsila lingual se localiza na orofaringe, na base da língua.

Laringofaringe (parte laríngea): abaixo do plano da epiglote até o limite inferior da laringe (cartilagem cricóide).

LARINGE

É o segmento das vias aéreas que segue a faringe e liga-a com a traquéia. Também denominada “caixa da voz”. Sua abertura está na base da língua. Além da passagem de ar tem a função da fonação.

Na deglutição é movimentada no sentido de obturar sua entrada e impossibilitar a entrada de alimentos em direção aos pulmões.

Situada anteriormente, no meio do pescoço, onde é palpável uma proeminência, que pertence à cartilagem tireoídea, a proeminência laríngica (pomo de Adão).

As paredes da laringe têm como arcabouço uma série de cartilagens, onde se inserem vários músculos.

As cartilagens são: ímpares e pares. As cartilagens ímpares:- Tireoídea: é a maior delas, representa a proeminência laríngica.- Cricóide: anel por baixo da cartilagem tireóide, com o engaste voltado

para trás.- Epiglote: ligeiramente côncava para trás, em posição vertical.

As cartilagens pares:- Aritenóides, Corniculada, Cuneiforme.

Internamente a laringe apresenta dois pares de pregas: vestibulares (superior) e vocais (inferior).

As vestibulares são constituídas pelo ligamento vestibular. As vocais têm como arcabouço os músculos vocais reforçado pelo ligamento vocal.

TRAQUÉIA

É o tubo que faz continuação com a laringe, penetra no tórax e se bifurca nos 2 brônquios principais.

Conduz o ar e secreções para fora do pulmão.

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Localização: medianamente, por diante do esôfago e na sua terminação desvia-se para a direita.

Constituição: contém aproximadamente 20 anéis cartilaginosos incompletos para trás.

Entre as cartilagens há anéis de tecido conjuntivo, os ligamentos anulares.

Na parte posterior das cartilagens há uma faixa vertical de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas que constituem a parede membranácea.

Nesta parede, a nível de cada cartilagem encontramos fibras musculares lisas, que formam o músculo traqueal.

Interiormente, a traquéia é forrada por mucosa (com abundância de glândulas) e o epitélio é ciliado, o que facilita a expulsão de muco e corpos estranhos.

Inferiormente a traquéia se bifurca em 2 brônquios principais. A junção dos brônquios principais é ocupada por uma crista ântero-posterior – carina da traquéia.

BRÔNQUIOS PRINCIPAIS

Fazem a ligação da traquéia com os pulmões. São dois, um direito e um esquerdo.

- BRÕNQUIO PRINCIPAL DIREITO: é menos oblíquo, mais grosso e mais curto. Essa disposição facilita a entrada de corpos estranhos.

- BRÔNQUIO PRINCIPAL ESQUERDO: é mais fino, mais alongado e mais verticalizado, cruzando pela frente do esôfago.

Os brônquios principais, ao atingirem os pulmões (onde participam do pedículo) subdividem-se nos brônquios lobares (brônquios de 2ª ordem).

Como o pulmão direito tem 3 lobos, os brônquios lobares são: SUPERIOR, MÉDIO e INFERIOR direitos.

O pulmão esquerdo apresenta dois lobos, portanto o brônquio principal esquerdo se divide em SUPERIOR e INFERIOR esquerdos.

Os brônquios lobares dividem-se em brônquios segmentares (brônquios de 3ª ordem), que se ramificam em bronquíolos, que penetram nos lóbulos.

Dentro dos lóbulos os bronquíolos se dividem e formam os bronquíolos terminais, que se subdividem em bronquíolos respiratórios. Estes formam ductos alongados, os ductos alveolares ou originam porções alargadas, os sáculos alveolares.

Nas paredes dos bronquíolos respiratórios, ductos e sáculos há pequenas depressões côncavas – os ALVÉOLOS PULMONARES.

Os bronquíolos lobares perdem gradativamente os anéis cartilaginosos e desaparecem a nível de bronquíolos, onde a elasticidade pulmonar os mantém permanentemente abertos.

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PULMÕES

São 2 vísceras situadas uma de cada lado, onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, ocorrendo a hematose.

O pulmão direito é mais volumoso e mais baixo.

Os pulmões são divididos em lobos: o esquerdo em dois e o direito em três. Essa divisão é estabelecida por sulcos profundos, as fissuras.

Em ambos os pulmões há a fissura oblíqua, que percorre o meio da face costal dirigindo-se obliquamente para baixo e para frente.

No pulmão direito ainda há a fissura horizontal que parte do meio da fissura oblíqua dirigindo-se horizontalmente para frente, criando o lobo médio.

O pulmão esquerdo apresenta uma lingüeta (que representa o lobo médio deste pulmão), a língula do pulmão esquerdo.

Cada lobo é dividido em segmentos que constituem unidades pulmonares completas, por apresentarem brônquios segmentares e ramos próprios da artéria e veias pulmonares.

O pulmão direito apresenta 10 segmentos e o esquerdo 9 segmentos.O hilo pulmonar, na face medial, dá passagem à raiz (pedículo) do

pulmão, que é constituída pelo brônquio principal, subdividido nos brônquios lobares, e pelos ramos da artéria e veia pulmonares.