If you can't read please download the document
Upload
marcos-salaibe
View
201
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Uma homenagem ao
Rio de Janeiro...
a Cidade Maravilhosa!
Por ti, formosa, o meu sonhar de loucoE o dom fatal, que desde o bero meu;Mas se os cantos da lira achares pouco,Pede-me a vida, porque tudo teu
Se queres culto como um crente adoro,Se preito queres eu te caio aos ps,Se rires rio, se chorares choro,E bebo o pranto que banhar-te a tez
Casimiro de Abreu, Sculo XIX
O rapaz chegou-se para junto da moa e disse: Antnia, ainda no me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.A moa olhou de lado e esperou. Voc sabe quando a gente criana e de repente v uma lagarta listada?
A moa se lembrava: A gente fica olhando...A meninice brincou de novo nos olhos dela.O rapaz prosseguiu com muita doura: Antnia, voc parece uma lagarta listada.
Manuel Bandeira, Sculo XX
A Revoluo Artstica do incio do Sculo XX
Prof. Marcos SalaibeC. E. Dr. Feliciano Sodr, 2010
Vanguarda Europeia
Movimento Artstico e Cultural de contestao que propunha uma nova esttica
Ruptura radical com o passado
Tem como objetivo chocar a opinio pblica
Paralelo atual: os movimentos de contracultura advindos de Woodstock
Principais Tendncias da Vanguarda
Futurismo
Expressionismo
Cubismo
Surrealismo
Dadasmo
Futurismo
Vises simultneas
(Boccioni)
Trechos do Manifesto Futurista
Ns queremos cantar o amor ao perigo, o hbito energia e
temeridade.Os elementos essenciais da nossa poesia sero a coragem,
a audcia e a revoltaNs queremos glorificar a guerra a nica higiene
do mundo o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos
anarquistas, as belas ideias que matam,
o desprezo muilherNs queremos demolir os museus, as bibliotecas,
combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas
e utilitrias
dolorosa luz das grandes lmpadas eltricas da fbricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. rodas, engrenagens r-r-r-r-r-r eterno!Forte espamo retido dos maquinismos em fria!Em fria fora e dentro de mim.
lvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Expressionismo
Me morta
(Munch)
A arte expressionista
Manifestaes do mundo interior do artista
Pouca importncia para os conceitos belo ou feio
Formas pontiagudas
Cores fortes
Pouca variao de tonalidade
Expresso de angstia
Eu, filho do carbono e do amonaco,Monstro de escurido e relutncia,Sofro, desde a epignese da infncia,A influncia m dos signos do zodaco.
Profundissimamente hipocondraco,Este ambiente me causa repugnncia...Sobe-me boca uma nsia, anloga nsiaQue escapa da boca de um cardaco.
Augusto dos Anjos
J o verme este operrio das runasQue o sangue podre das carnificinasCome, e vida em geral decreta guerra.
Anda a espreitar meus olhos para ro-losE h de deixar-me apenas os cabelos,Na frialdade inorgnica da terra!
Surrealismo
Rosa medidativa
(Salvador Dali)
A arte surrealista
Influncia da psicanlise e da Revoluo Socialista
Humor, sonho, utopia
Rejeio ao pensamento lgico
Elementos reais em um mundo irreal
Aproximao da poesia prosa
Crtica burguesia
Nesse momento um mulato da maior mulataria trepou numa esttua e principiou um discurso entusiasmado explicando pra Macunama o que era o dia do Cruzeiro. No cu escampado da noite no tinha uma nuvem nem Capei. A gente enxergava os conhecidos, os pais-das-rvores os pais-das-aves os pais-das-caas e os parentes manos pais mes tias cunhadas cunhs cunhats, todas essas estrelas piscapiscando bem felizes nessa terra sem mal, adonde havia muita sade e pouca sava, o firmamento l.
Mulher proletriaMulher proletria nica fbrica
que o operrio tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superproduo de mquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braos para o senhor burgus.Mulher proletria,
o operrio, teu proprietrio
h de ver, h de ver:
a tua produo,
a tua superproduo,
ao contrrio das mquinas burguesas
salvar o teu proprietrio.
Cubismo
Guitarra e fruteira em cima da mesa (Juan Griss)
A arte cubista
O autor fraciona a realidade e depois a recria em formas geomtricas
Na Literatura:Humor
Linguagem mais ou menos catica
Preocupao com a disposio grfica do poema
Augusto dos Anjos
Anatomia do monlogo
ser ou no ser?er ou no er?r ou no r?ou no?on?
Dadasmo
Recorte Kurt Schwitters
Dad
DAD NO SIGNIFICA NADAEu escrevo um manifesto e no quero
nada,
eu digo portanto certas coisas e
sou por princpio contra os manifestos,
como sou tambm contra os princpios.Liberdade: DAD DAD DAD,
uivos de dores crispadas, entrelaamento dos contrrios e de todas as
contradies,
dos grostescos, das inconseqncias: A VIDA.
Tristaz Tzara
Tristan Tzara
RECEITA PARA UM POEMA DADASTA
Pegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo do tamanho que voc deseja dar a seu poema.Recorte em seguida algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedao um aps o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas so tiradas do saco.O poema se parecer com voc.E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do pblico.