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VINICIUS DE MORAES “O Poetinha”

Vinicius de Moraes

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VINICIUS DE MORAES“O Poetinha”

Vinicius nasceu em 1913, no Rio de Janeiro. Nascido de uma família culta, teve incentivos para trilhar o caminho da arte. Sua mãe era pianista amadora, e seu pai, poeta e violinista amador.

Em 1924, Vinicius inicia o curso secundário no Colégio Santo Inácio, onde começou a cantar no coral e criar pequenas peças de teatro.

Em 1927, conhece e torna-se amigo dos irmãos Paulo e Haroldo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos e família.

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VIDA

Em 1929, bacharela-se em Letras, no Santo Inácio. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), se formando três anos depois.

1936: Obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde.

1938: Ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford.

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1941: Retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal “A Manhã” e tornou-se também colaborador da revista “Clima”.

1943: Ingressa na carreira diplomática e 3 anos depois assume o primeiro posto diplomático como vice cônsul em Los Angeles.

1950: Com a morte do pai, Vinicius retorna ao Brasil e mais tarde atua no campo diplomático em Paris e em Roma.

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1968: É afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir suas funções.

1980: Vinicius morre com 66 anos de idade. Foi acordado pela sua empregada na banheira, tendo dificuldades pra respirar. Toquinho e Gilda (última esposa do poeta) tentam socorrê-lo, mas não houve tempo e Vinicius morre pela manhã.

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DÉCADA DE 20: Vinicius compõe, com os irmãos Tapajós, Loura ou Morena e Canção da Noite, que têm grande sucesso.

DÉCADA DE 30: Publica seu primeiro livro intitulado O Caminho para a Distância (1933) e outros livros de poemas.

DÉCADA DE 40: Ocorre uma nova fase em suas obras literárias. Versos em linguagem mais sensual, simples e, por vezes, carregados de temas sociais.

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CARREIRA ARTÍSTICA

DÉCADA DE 50: Destaque para a publicação da sua primeira peça teatral Orfeu da Conceição. As músicas eram do próprio Vinicius e de Tom Jobim.

DÉCADA DE 60 ATÉ A MORTE: Vinicius se focou na carreira musical, fazendo várias parcerias, principalmente com Toquinho e Tom Jobim. Se tornou um dos mais importantes compositores da música popular brasileira.

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SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento .

E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

A obra de Vinícius de Moraes divide-se em duas fases:

A primeira fase insere-se na linha de um neossimbolismo, de conotações místicas, em que há um debate entre as solicitações da alma e as do corpo.

A segunda fase, iniciada com Cinco elegias, assinala a explosão de uma poesia mais viril. Nela - segundo o próprio Vinícius - estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil mas consciente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.

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CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS DO AUTOR

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Sua tendência ao verbalismo é contida pelo uso frequente do soneto.

Seu grande tema é o amor. O amor em suas múltiplas manifestações: saudade, carência, desejo, paixão, espanto. Registra uma nova concepção sentimental, mais concreta, mais livre de preconceitos, mais atenta às mulheres. Em seus poemas, destrói noções como a da eternidade do amor - dogma do Brasil patriarcal – em versos célebres como aquele “que seja eterno enquanto dure”, extraído do Soneto da fidelidade.

A partir dos anos de 1940 e 1950, o poeta se inclina por uma lírica comprometida com o cotidiano, buscando inclusive os grandes dramas sociais do nosso tempo.

ROSA DE HIROSHIMAPensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada

 PRINCIPAIS OBRASPOESIA: O caminho para a distância (1933); Forma e exegese (1935); Ariana, a mulher (1936); Novos poemas (1938); Cinco elegias (1943); Poemas, sonetos e baladas (1946); Pátria minha (1949); Livro de sonetos (1957);

CRÔNICA: Para viver um grande amor (1962); Para uma menina como uma flor (1966);

TEATRO: Orfeu da Conceição (1956); Procura-se uma rosa (1961);

MÚSICATeve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto,

Chico Buarque e Carlos Lyra.

Na MPB, foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria.

E o mais importante: Vinicius foi um dos fundadores do movimento mais marcante da música brasileira, a Bossa Nova, que é derivado do samba e tem forte influência do jazz. O LP que marca esse movimento é o Canção do Amor Demais (1959), com músicas suas e de Antônio Carlos Jobim, cantadas por Elizeth Cardoso.

Garota de Ipanema - Música marcante da Bossa Nova. É uma das poucas músicas com versão em inglês cantada originalmente pelos seus compositores a fazer sucesso no exterior.

PARCERIAS DE VINICIUS DE MORAES

TOM JOBIM - Em 1955, Vinicius montaria a peça Orfeu da Conceição, com música a cargo de um então jovem pianista; Tom Jobim.

Surgia assim uma parceria que se estenderia por toda a vida profissional e pessoal. Uma série de intérpretes gravou composições inesquecíveis da dupla, como Canções do Amor Demais, Luciana, Estrada Branca, Chega de Saudade, Garota de Ipanema, Só danço Samba, Insensatez, Ela é Carioca e Samba do Avião.

Mais do que ninguém, o maestro, pianista, arranjador e violonista Tom foi um grande amigo.

TOQUINHO - Da intensa parceria iniciada em 1969, surgiu a clássica Tarde em Itapoã. O primeiro disco da dupla foi lançado em 1971, quando os dois passaram a se apresentar em numerosos shows no Brasil e no exterior.

CHICO BUARQUE - Gente Humilde, cuja letra foi escrita a partir de um tema musical gravado na década de 50 pelo compositor Garoto, é um dos sucessos do encontro dos dois talentosos artistas. Eles trocavam cartas para resolver qual estrofe da música mudariam, ou se concordavam com o título, e elas foram encontradas.

“Quando eu digo que sou o branco mais preto do Brasil, digo a verdade. A minha comunicação com a raça negra é imensa. Sinto atração por ela, a todo momento descubro sua vitalidade. A contribuição do negro à cultura brasileira é importantíssima. Só a contribuição rítmica que eles trouxeram, a magia do mundo negro, já me liga a eles definitivamente.”

DRAMATURGIA

Além de músico e poeta, Vinícius também foi dramaturgo, tendo escrito sete peças, entre elas “Orfeu da Conceição”, escrita em 1954, baseada em uma tragédia grega, dos famosos personagens de Orfeu e Eurídice. Alguns anos mais tarde, um filme baseado na peça escrita por Vinícius, chamado “Orfeu Negro”, de Marcel Camus, recebeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Este foi o único filme brasileiro a receber um Oscar, porém este é um filme ítalo-franco-brasileiro, mas a Academia o considera como sendo somente francês.

VINICIUS E SUA BANHEIRA

Vinicius de Moraes tinha como canto principal e mais querido de sua casa a banheira. Isso mesmo. Para o poetinha, não existia algo tão bom quanto o inusitado local para ler, refletir e pinçar as mais diversas inspirações para suas belas e eternas obras. Nela, Vinicius também concedia entrevistas quando se sentia dominado pela preguiça, e assim fazia ao lado do sempre indispensável copo de uísque, o seu melhor amigo, “um cachorro engarrafado” como costumava dizer.

As manias, ou talvez meras necessidades do poeta, começavam pelas torneiras. Vinicius não se sentia a vontade sem que estivessem inclinadas sempre na mesma direção, para que o singelo fio de água quente o acalmasse e o de água fria o mantivesse aceso. Evidentemente, não era isso que o faria produzir obras para a história, que marcariam época na cultura nacional, e sim a sua genialidade, que falava mais alto, refletida na voz clara e inteligente de suas obras imortais.

ALUNAS

LORENA DELGADONATHALIA OLIVEIRA

TAMIRYS JANUTH