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Apostila projeto de pesquisa 2010

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Material de apoio a projeto de pesquisa da Faculdade Pitágoras em Linhares/ES - 2010

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Page 1: Apostila projeto de pesquisa 2010

FACULDADE PITÁGORAS DE LINHARES

PROJETO DE PESQUISA

LINHARES

2010

Page 2: Apostila projeto de pesquisa 2010

1

APRESENTAÇÂO

Caros alunos,

Esta apostila visa auxiliar o estudante e futuros profissionais na elaboração de

projeto de pesquisa. Embora a apostila enfoque o aspecto teórico que envolve o

processo de criação do projeto científico, a real preocupação desta disciplina está

na prática. O interesse deste material consiste em apresentar aos iniciantes de

maneira simples e acessível, os princípios básicos para a elaboração de um

projeto de pesquisa científica. Entretanto é bom que se deixe claro que não se

trata de um receituário e que o assunto, necessita de uma melhor discussão, pois

um assunto tão complexo como a criação científica não seria suscetível de tal

redução.

Obs.: Este material é uma reprodução da obra de Antônio Carlos Gil (1996), com

algumas adaptações.

Vasconcelos Zuqui

Page 3: Apostila projeto de pesquisa 2010

2

SUMÁRIO

1 PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA ............................................................. 3

1.1 O QUE É PESQUISA? .................................................................................... 3

1.2 PORQUE REALIZAR UMA PESQUISA? ......................................................... 4

1.3 O QUE É NECESSÁRIO PARA SE FAZER UMA PESQUISA? ....................... 4

1.3.1 Qualidades pessoais do pesquisador ............................................................ 4

1.4 POR QUE ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA? ................................. 5

1.5 QUAIS OS ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA? ....................... 6

1.6 COMO ESQUEMATIZAR UMA PESQUISA? ................................................... 7

2 ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS DO PROJETO DE PESQUISA ....................... 9

2.1 TEMA ............................................................................................................... 9

2.2 DELIMITAÇÃO ............................................................................................... 10

2.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 10

2.4 PROBLEMA A SER INVESTIGADO ............................................................. 11

2.4.1 Fundamentação e formulação do problema ................................................ 11

2.5 DEFINIÇÃO DOS TERMOS ........................................................................... 13

2.6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (TEORIA DE BASE) .......................................... 13

2.7 OBJETIVOS ................................................................................................... 14

2.7.1 Objetivo geral ............................................................................................. 14

2.7.2 Objetivos específicos................................................................................... 15

2.8 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES .................................................................. 15

2.8.1 Como chegar a uma Hipótese? ................................................................... 16

2.9 METODOLOGIA ............................................................................................. 17

2.91 Procedimentos metodológicos .................................................................... 17

2.9.2 Método de pesquisa, ou método de investigação ....................................... 17

2.10 CRONOGRAMA ........................................................................................... 18

2.11 ORÇAMENTO .............................................................................................. 19

2.12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 20

2.13 CITAÇÕES ................................................................................................... 20

2.14 APÊNDICE OU ANEXO(S) .......................................................................... 21

2.15 LEITURAS RECOMENDADAS: ................................................................... 22

Page 4: Apostila projeto de pesquisa 2010

3

1 PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA

1.1 O QUE É PESQUISA?

De acordo com Tersariol (1997, p. 337) o verbo pesquisar significa

“buscar com diligência; inquirir, indagar, informa-se acerca de; investigar”. Porém

existe uma certa diferença entre pesquisa científica e simplesmente pesquisa. A

literatura especializada em projetos científicos conceitua pesquisa como sendo

um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar

respostas aos problemas que são propostos. Para Gil (1996, p. 19) uma pesquisa

científica é requerida quando “ ... não se dispõe de informações suficiente para

responder ao problema”, ou também quando a informação disponível se encontra

em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao

problema.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso de conhecimentos

disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos

científicos. Dessa forma, a pesquisa é desenvolvida ao longo de um processo que

envolve inúmeras fases, desde a adequada formação do problema até a

satisfatória apresentação dos resultados.

O método é um instrumento do conhecimento que proporciona aos

pesquisadores, em qualquer área de sua formação, orientação geral que facilita

planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar investigações, realizar

experiências e interpretar os resultados.

Todo trabalho científico deve ser apreciado em procedimentos

metodológicos, que conduzem uma operação denominada conhecer, outra agir e

outra de fazer. Tais operações são desempenhadas pelo ser humano, a fim de

desenvolver adequadamente um estudo.

Page 5: Apostila projeto de pesquisa 2010

4

1.2 PORQUE REALIZAR UMA PESQUISA?

Há muitas razões que determinam a realização de uma pesquisa.

Podem, no entanto, ser classificadas em dois grandes grupos: Razões de ordem

intelectual e razões de ordem prática. As primeiras, decorrem do desejo de

conhecer pela própria satisfação de conhecer. As últimas, decorrem do desejo de

conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente.

Tem sido comum designar as pesquisas decorrentes desses dois

grupos de questões como “puras” e “aplicadas” e discuti-las como se fossem

mutuamente exclusivas. Essa postura é inadequada, pois a ciência objetiva tanto

o conhecimento em si mesmo quanto as contribuições práticas decorrentes desse

conhecimento.

Assim, objetiva-se apresentar nesta apostila estratégias e táticas de

pesquisa adequada ao objetivo tanto das pesquisas “puras” quanto das

“aplicadas”. Daí porque será dedicada idêntica atenção tanto aos requisitos

básicos das pesquisas acadêmicas quanto das pesquisas elaboradas para a

solução de problemas práticos.

1.3 O QUE É NECESSÁRIO PARA SE FAZER UMA PESQUISA?

1.3.1 Qualidades pessoais do pesquisador

O êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas

qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, dentre as quais estão:

a) Conhecimento do assunto a ser pesquisado;

b) Curiosidade;

c) Criatividade;

Page 6: Apostila projeto de pesquisa 2010

5

d) Integridade intelectual;

e) Sensibilidade social;

f) Imaginação disciplinada;

g) Perseverança e paciência;

h) Confiança na experiência.

É muito difundida a visão romântica de ciência que procura associar as

invenções e descobertas exclusivamente à genialidade do cientista. Não há como

deixar de considerar o papel capital das qualidades pessoais do pesquisador no

processo de criação científica, mas é também muito importante o papel

desempenhado pelos recursos de que dispõe o pesquisador no desenvolvimento

e na qualidade dos resultados da pesquisa. Ninguém duvida que uma

organização com amplos recursos tem maior probabilidade de ser bem-sucedida

num empreendimento de pesquisa que outra cujos recursos sejam deficientes.

Por essa razão, qualquer empreendimento de pesquisa, para ser bem-

sucedido, deverá levar em consideração o problema dos recursos disponíveis. O

pesquisador deve ter noção do tempo a ser utilizado na pesquisa e valorizá-lo em

termos pecuniários. Deve prover-se dos equipamentos e materiais necessários ao

desenvolvimento da pesquisa. Deve estar também atento aos gastos decorrentes

da remuneração dos serviços prestados por outras pessoas. Em outras palavras,

isto significa que qualquer empreendimento de pesquisa deve considerar os

recursos humanos, materiais e financeiros necessários à sua efetivação.

1.4 POR QUE ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA?

Como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige que as

ações desenvolvidas ao longo de seu processo sejam efetivamente planejadas.

De modo geral concebe-se o planejamento como a primeira fase da pesquisa,

que envolve a formulação do problema, a especificação de seus objetivos, a

construção de hipóteses, a operacionalização dos conceitos etc.

Page 7: Apostila projeto de pesquisa 2010

6

A moderna concepção de planejamento, que é apoiada na Teoria Geral

dos Sistemas, envolve quatro elementos necessários à sua compreensão:

processo, eficiência, prazos e metas.

O planejamento da pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de

um projeto, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao

longo do processo de pesquisa.

1.5 QUAIS OS ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA?

Não há, evidentemente, regras fixas acerca da elaboração de um

projeto. Sua estrutura é determinada pelo tipo de problema a ser pesquisado e

também pelo estilo de seus autores. É necessário que o projeto esclareça como

se processará a pesquisa, quais as etapas que serão desenvolvidas e quais os

recursos que devem ser alocados para atingir seus objetivos. É necessário,

também, que o projeto seja suficiente detalhado para proporcionar a avaliação do

processo de pesquisa.

Os elementos habitualmente requeridos num projeto são os seguintes:

Tema da pesquisa;

Justificativa;

O problema a ser pesquisado;

Marco teórico (Revisão bibliográfica);

Objetivos da pesquisa

Hipóteses de estudo

Metodologia da pesquisa;

Cronograma;

Referências bibliográficas

Bibliografia

Anexos

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7

Um projeto de pesquisa coeso deve responder a diversas perguntas. E

são os elementos bem elaborados que dão suporte as respostas, tais como:

1. O que fazer (definição do tema e problema);

2. Por que fazer (justificativa da escolha do tema e problema);

3. Para que fazer (propósito do estudo: objetivo);

4. Quando fazer (cronograma);

5. Onde fazer (local: campo da pesquisa);

6. Com o que fazer (recursos: custeio);

7. Como fazer (metodologia);

8. Feito por quem (pesquisadores);

A elaboração de um projeto depende de inúmeros fatores, porém o

primeiro e mais importante deles refere-se à natureza do problema.

Rigorosamente, um projeto só pode ser definitivamente elaborado

quando se tem o problema claramente formulado, os objetivos bem determinados,

assim como o plano de coleta e análise dos dados.

1.6 COMO ESQUEMATIZAR UMA PESQUISA?

Como foi notado, a elaboração de um projeto é feita mediante a

consideração das etapas necessárias ao desenvolvimento da pesquisa. Para

facilitar o acompanhamento das ações correspondentes a cada uma dessas

etapas, é usual a apresentação do fluxo da pesquisa sob a forma de diagrama,

conforme a figura 1.1.

É conveniente lembrar que a ordem dessas etapas não é

absolutamente rígida. Em muitos casos, é possível simplificá-la ou modificá-la.

Esta é uma decisão que cabe ao pesquisador, que poderá adaptar o esquema às

situações específicas.

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Figura 1.1. Diagramação da pesquisa

Introdução Histórico

Justificativa

Conceitos

Problema

Hipótese

Objetivo Geral

Teoria de Base

Metodologia

Objetivos Específicos

Descrição Metodológica

Cronograma

Bibliográfia

Page 10: Apostila projeto de pesquisa 2010

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2 ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS DO PROJETO DE PESQUISA

Esta parte da apostila procura evidenciar o conceito dos principais

elementos que constituem um projeto de pesquisa. Entretanto é necessário

esclarecer que apesar do conteúdo aqui abordado ser necessário para o nosso

estudo, esta é apenas uma abordagem simples sem maior aprofundamento. Caso

o aluno queira se aprofundar é só consultar as leituras recomendadas no final

deste capítulo.

2.1 TEMA

O primeiro passo da pesquisa. O assunto pode surgir de um interesse

particular ou profissional, de algum estudo ou leitura. É necessário que o assunto

corresponda ao gosto do pesquisador, além de proporcionar-lhe experiências de

valor e contribuir para o progresso das ciências. O assunto será, naturalmente,

adequado às suas possibilidades, quanto ao tempo e aos recursos financeiros. Na

escolha do assunto, deve-se, igualmente, levar em conta o material bibliográfico,

que deve ser suficiente e estar disponível.

Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar.

Escolher o tema significa:

A) Selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as possibilidades, as

aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho

científico;

B) Encontrar um objetivo que mereça ser pesquisado cientificamente e tenha

condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa.

A disponibilidade de tempo, o interesse, a utilidade e a determinação

para se prosseguir o estudo, apesar das dificuldades e para terminá-lo devem ser

levados em consideração.

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10

O tema dever ser preciso, bem determinado e específico. Responde à

pergunta: o que será explorado?

2.2 DELIMITAÇÃO

Feita, portanto a escolha do assunto, passa- se a fixar a extensão do

mesmo. Delimitar um assunto é selecionar um tópico ou parte a ser focalizada.

para facilitar esta operação, pode-se recorrer, por um lado, à divisão do assunto

em suas partes constitutivas e, por outro lado, à definição da compreensão dos

termos.

A decomposição do assunto eqüivale ao desdobramento do mesmo em

partes, enquanto a definição dos termos implica a enumeração dos elementos

constitutivos ou explicativos que os conceitos envolvem. Nem todos os assuntos

poderão ser delimitados com auxílio dessas técnicas especiais. De acordo com a

natureza do assunto selecionado, recorrer-se-á a uma ou outra das técnicas

delimitação.

Assim, para delimitar o assunto, pode-se ainda fixar circunstâncias,

sobretudo de tempo espaço: trata-se de indicar o quadro histórico e geográfico,

em cujos limites se localiza o assunto.

Além disso, o pesquisador pode indicar sob que ponto de vista vai

focalizar o assunto. Um mesmo assunto pode receber diversos tratamentos tais

como psicológico, sociológico, histórico, filosófico, estatístico, entre outros. Esses

tratamentos correspondem à luz sob a qual o assunto será focalizado.

2.3 JUSTIFICATIVA

Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de

ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização

da pesquisa. É necessário enfatizar:

Page 12: Apostila projeto de pesquisa 2010

11

O que se quer com o projeto?

Por que quer o projeto?

Para que o projeto?

A importância do tema;

Descoberta de soluções para casos gerais e /ou particulares.

Evidencia as razões da preferências pelo assunto escolhido e sua

importância em face de outros temas. No relatório de pesquisa, esse

item consta na introdução.

2.4 PROBLEMA A SER INVESTIGADO

2.4.1 Fundamentação e formulação do problema

Conforme já enfocado, toda pesquisa se inicia com algum tipo de

problema, ou indagação. Todavia, a conceituação adequada de problema de

pesquisa não constitui tarefa fácil, em virtude das diferenças acepções que

envolve este termo.

Ferreira (1975, p. 305) indica os seguintes significados de problema:

Questões matemática proposta para que se lhe dê a solução.

Questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer

domínio do conhecimento.

Proposta duvidosa que pode ter diversas soluções.

Qualquer questão que dá margem ‘a hesitação ou perplexidade, por

difícil de explicar ou resolver.

Conflito afetivo que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do

indivíduo.

Page 13: Apostila projeto de pesquisa 2010

12

A acepção utilizado por nós será a segunda, pois é a que mais

apropriadamente caracteriza o problema científico. O importante é também deixar

evidente que nem todo problema é passível de tratamento científico.

Constituir um problema científico não constitui tarefa de extrema

facilidade. É importante observar, que por se vincular estreitamente ao processo

criativo, a formulação de problemas não se faz mediante a observação de

procedimentos rígidos e sistemáticos. No entanto, existem algumas condições

que facilitam essa tarefa, tais como: estudo sistemático no objeto, estudo da

literatura existente e discussão com pessoas que acumulam muita experiência

prática no campo de estudo.

Definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e

exatos. A experiência acumulada dos pesquisados possibilita o desenvolvimento

de certas regras práticas para a formulação de problemas científicos, tais como:

O problema deve ser formulado como pergunta;

O problema deve ser claro e preciso;

O problema deve ser empírico;

O problema deve ser suscetível de solução;

O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável.

Assim, formular um problema consiste em dizer, de maneira explícita,

clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade, com a qual nos

defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando

suas características.

Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e

objetividade, pois palavras a mais ou a menos podem confundir o pesquisador e o

leitor. É útil que se encontre o equilíbrio desejado. O problema deve ser

levantado, formulado, de preferência em forma interrogativa. É um processo

contínuo de pensar reflexivo, cuja formulação requer conhecimentos prévios do

assunto. A caracterização do problema quando bem delimitado, simplifica e

facilita a maneira de conduzir a pesquisa, no entanto, deve-se considerar que o

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13

tema é uma proposição mais abrangente e a formulação do problema é mais

específica, ou seja, do tema procede o problema a ser investigado.

2.5 DEFINIÇÃO DOS TERMOS

O objetivo principal da definição dos termos é torná-los claros,

compreensivos, objetivos e adequados. É importante definir todos os termos que

possam dar margem a interpretações errôneas. O uso de termos apropriados, de

definições corretas, contribui para a melhor compreensão da realidade observada.

Alguns conceitos podem estar perfeitamente ajustados aos objetivos ou fatos que

eles representam. Outros, menos usados, podem oferecer ambigüidade de

interpretação e ainda há aqueles que precisam ser compreendidos com um

significado específico. Muitas vezes, as divergências de certas palavras ou

expressões são devidas às teorias ou áreas do conhecimento, que se enfocam

sob diferentes aspectos. Por isso, os termos devem ser definidos, esclarecidos e

explicitados. Se o termo utilizado não condiz ou não satisfaz ao requisito que lhe

foi atribuído, ou seja, não tem o mesmo significado intrínseco, causando dúvidas,

deve ser substituído ou definido de forma que evite confusão de idéias. O

pesquisador não está precisamente interessado nas palavras em si, mas nos

conceitos que elas indicam, nos aspectos da realidade que elas mostram.

2.6 TEORIA DE BASE (ESTUDO BIBLIOGRÁFICO)

Citação das principais conclusões que outros autores chegaram,

salientando a contribuição da pesquisa. Escolher conceitos básicos de acordo

com o assunto, fazendo uma revisão bibliográfica. Associar os conceitos que irão

ser utilizados na pesquisa.

Boa parte das pesquisas científicas no campo da Psicologia,

Sociologia, Antropologia, Ciência Política e Economia apóia-se em certos

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14

supostos teóricos. Nestes casos torna-se conveniente indicar a teoria ou as

teorias que forneçam a orientação da pesquisa.

Há que se considerar, no entanto, que nem sempre na elaboração de

um projeto de pesquisa científica é possível definir com clareza qual a teoria que

lhe dará sustentação. Muitas outras pesquisas são desenvolvidas sem que se

possa identificar uma teoria que as sustente. Por essa razão este item não

aparece em muitos projetos de pesquisa.

2.7 OBJETIVOS

Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se

vai procurar e que se pretende alcançar. Deve partir, de um objetivo limitado e

claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos ou de verificação de

hipóteses.

O objetivo torna explícito o problema, aumentando os conhecimentos

sobre determinado assunto. O objetivo da ciência não é somente aumentar o

conhecimento, mas o de aumentar as nossas possibilidades de continuar

aumentando o conhecimento.

Os objetivos podem definir "a natureza do trabalho, o tipo de problema

a ser selecionado, o material a coletar. Responde às perguntas: por quê? Para

quê? Para quem?

2.7.1 Objetivo geral

Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se

com o objetivo, intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias

estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da pesquisa proposta

pelo projeto.

Page 16: Apostila projeto de pesquisa 2010

15

2.7.2 Objetivos específicos

Apresentam caráter mais concreto, têm função intermediária e

instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e de outro, aplicar

este a situações particulares.

2.8 CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES

A hipótese é entendida como a fase executiva do trabalho científico.

Em função dos fenômenos observados ou dos fatos conhecidos, ou

fundamentados em dados teóricos a que foi subordinado um projeto de pesquisa,

tenta-se adquirir novos conhecimentos. Para quem se propõe a desenvolver uma

pesquisa de cunho científico, a norma mais adequada para obter resultados

adequados é por meio da elaboração da hipótese.

Obedecendo a um raciocínio lógico, a hipótese consiste na passagem

dos fatos particulares para um esquema geral, ou seja, são supostas respostas

para o problema em questão.

Os procedimentos metodológicos trazem diversas vantagens no

manuseio da hipótese, permitindo que ela:

a. Restrinja a amplitude do campo de estudo, orientando o pesquisador;

b. Preveja fatos com probabilidade de acertos; e

c. Caso abranja fatos de um campo genérico, possa ser adaptada para um

campo específico.

A literatura revela que a hipótese, por ser suposta resposta e pela sua

formulação está baseada, geralmente, em relações dedutíveis, provavelmente se

transformará em teoria.

Page 17: Apostila projeto de pesquisa 2010

16

2.8.1 Como chegar a uma Hipótese?

O processo de elaboração de hipóteses é de natureza criativa.

Todavia, em boa parte dos casos a qualidade mais requerida do pesquisador é a

experiência na área. Não é possível, no entanto, determinar regras para a

elaboração de hipóteses.

Porém, a análise da literatura referente à descoberta científica mostra

que as hipóteses surgem de diversas fontes. Serão enfocadas aqui as principais.

a) Observação

Este é o procedimento fundamental na construção de hipóteses. O

estabelecimento assistemático de relações entre os fatos no dia-a-dia fornece os

indícios para a solução dos problemas propostos pela ciência. Alguns estudos

valem-se exclusivamente de hipóteses dessa origem. Todavia, por si sós, essas

hipóteses têm menor probabilidade de conduzir a um conhecimento

suficientemente geral e explícito.

b) Resultados de outras pesquisas

As hipóteses elaboradas a partir dos resultados de outras

investigações geralmente conduzem a conhecimentos mais amplos que aquelas

decorrentes da simples observação. À medida que uma hipótese se baseia em

estudos anteriores e o estudo em que se insere a confirma, o resultado auxilia na

demonstração de que a relação se repete regularmente.

c) Teorias

As hipóteses derivadas de teorias são as mais interessantes no sentido

de que proporcionam ligação clara com o conjunto mais amplo de conhecimentos

das ciências. Todavia, nem sempre isso se torna possível, visto que muitos

Page 18: Apostila projeto de pesquisa 2010

17

campos da ciência carecem de teorias suficientemente esclarecedoras da

realidade.

d) Intuição

Também há hipóteses derivadas de simples palpites ou de intuições. A

história da ciência registra vários casos de hipóteses desse tipo que conduziram a

importantes descobertas. Como, porém, as intuições, por sua própria natureza,

não deixam claro as razões que as determinaram, torna-se difícil avaliar a priori a

qualidade dessas hipóteses.

Em suma, hipótese é uma suposição que se faz na tentativa de explicar

o que se desconhece. Esta suposição tem por característica o fato de ser

provisória, devendo, portanto, ser testada para se verificar a sua validade”.

2.9 METODOLOGIA

2.91 Procedimentos metodológicos

2.9.2 Método de pesquisa, ou método de investigação

O método concretiza-se nas diversas etapas ou passos que devem ser

dados para solucionar um problema. Esses passos são as técnicas ou processos.

Técnicas são consideradas um conjunto de preceitos ou processos de que se

serve uma ciências, são também, a habilidade para usar esses preceitos ou

normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, à parte prática de coleta

de dados, cujo objetivo é obter informações da realidade.

Segundo (SALOMON, 1999 : 222), em geral a pesquisa se faz em

equipe, convém explicitar:

Page 19: Apostila projeto de pesquisa 2010

18

Composição da equipe da pesquisa;

Titulação, função e tarefas de cada integrante;

Organograma de suas atividades;

Fluxograma das operações

É comum desdobrar a metodologia em itens específicos como:

a) método de amostragem adotado (sua descrição e a justificação de escolha);

b) população e amostra a serem pesquisados ( não esquecer da necessidade de

caracterizar o universo, donde se extrairá a amostra, pois dessa

caracterização decidir-se-á pelo volume da amostra e definir-se-á sua

representatividade, significância e índice de confiabilidade);

c) coleta de dados, ou seja, exposição dos instrumentos de coleta de dados

como: questionários, entrevistas, escalas de mensuração, testes, técnicas

estatísticas de coleta e agrupamento de dados, elaboração de tabelas,

descrição gráfica e codificação (sobretudo quando se almeja analisar os dados

pelo computador)

d) análise de dados que, em geral, na pesquisa em ciências humanas e sociais,

se apresenta sob duas modalidades:

análise estatística (apresentar-se-ão as estatísticas descritivas,

analíticas a serem usadas tanto na mensuração das variáveis e suas

relações como no teste de hipótese).

Análise qualitativa (que tipo de análise usará: análise de texto, análise

do discurso; análise de conteúdo, método fenomenológico de leitura de

entrevista e estudo de casos, etc.)

É o processo de analisar e interpretar as informações obtidas e

denomina-se análise e interpretação de dados. De acordo com o tipo de

informações que se deseja obter, há uma variedade de instrumentos que podem

ser utilizados e maneiras diferentes de operá-los.

2.10 CRONOGRAMA

Page 20: Apostila projeto de pesquisa 2010

19

O projeto deve esclarecer acerca do tempo necessário ao

desenvolvimento da pesquisa. Convém que seja indicado o tempo

correspondente a cada uma das fases da pesquisa. E não se pode esquecer que

muitas das atividades são desempenhadas simultaneamente pelos membros da

equipe.

Uma maneira prática de representar o tempo a ser despendido no

desenvolvimento da pesquisa é mediante a elaboração de um cronograma,

conforme figura abaixo.

Etapas do Trabalho

ANO 2001

MESES

JUNHO JULHO

1. Levantamento das fontes bibliográficas e estatísticas

2. Leitura da bibliografia

3. Coleta e tabulação dos dados

4. Análise e interpretação dos dados coletados

5. Pesquisa de campo

6. Associação de dados

7. Análise e interpretação dos dados coletados

8. Preparação do texto final

9. Digitação e revisão do texto

10. 10.impressão e entrega do texto

11.

12.

2.11 ORÇAMENTO

O projeto deve representar uma estimativa dos custos da pesquisa.

Uma forma prática consiste em reunir os gastos previstos em vários itens, que por

sua vez, são agrupados em duas categorias: gastos com pessoal e gastos com

material.

Page 21: Apostila projeto de pesquisa 2010

20

RUBRICAS QUANTIDA

DE VALOR

UNITÁRIO TOTAL

1 Pessoal

1.1 Remuneração do Pesquisa

2 Material de consumo

2.1 Material de escritório

2.2 Combustível

3 Pesquisa de campo( questionário e entrevista)

4 Serviços de terceiros

4.1 Fotocópias

4.2 Digitação

4.3 Desenhos cartográficos

Subtotal

5 Reserva técnica 10%

Total

2.12 REFERÊNCIAS

É o conjunto de indicações precisas e minuciosas que possibilitam a

identificação de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de

material, no todo ou em parte. Corresponde ao material bibliográfico citado pelo

autor. As referências bibliográficas podem ser organizadas alfabeticamente,

sistematicamente ou cronologicamente.

2.13 CITAÇÕES

As citações são menção no texto de uma idéia ou informação colhida

em outra fonte tendo sempre o cuidado de dizer o autor, a data e em que página

foi colhida a informação (LEITE, 2000, p.200) exemplo do sistema autor - data.

Sistema autor- data

No sistema autor - data a referência é indicada no próprio texto onde a

Page 22: Apostila projeto de pesquisa 2010

21

citação se localiza, o sobrenome do autor, seguido da publicação e da página

entre parênteses, exemplo:

" O emprego não mora mais aqui. onde é a sua nova morada? este

será o dilema do século XXI. (LEITE, 2000, p.25).

Havendo dois autores mencionar sempre os dois separados por vírgula

(,) ex. (LEITE, CAFÉ 2000, p.300).

O sistema autor-data tem, em geral, menor custo na digitação. as

referências bibliográficas das obras citadas serão indicadas um única vez no final

do trabalho, evitando-se a duplicação. No texto, o leitor é informado do autor, data

da informação citada e da página. Melhor flexibilidade na redação da citação, ou

seja, o autor do texto pode utilizar palavras como: segundo, conforme, de acordo,

entre outras.

2.14 APÊNDICE OU ANEXO(S)

O apêndice ou anexo é facultativo, fica a critério do autor do trabalho e

só será incluído em função da necessidade. Consta de matéria suplementar,

elaborado pelo autor como tabelas, gráficos, desenhos, mapas, entre outros, que

se junta ao texto de um trabalho como esclarecimento, embora não constitua

parte essencial da obra. os anexos são colocados no final do documento, após

todos os outros elementos evitando-se assim, interromper a seqüência lógica da

exposição. Os anexos, quando são tabelas, mapas, gráficos são numerados com

algarismos romanos. No texto, devem ser mencionados entre parênteses,

indicando a categoria e o número do anexo. São identificados através de letras

maiúsculas consecutivas e respectivos títulos, por exemplo:

Page 23: Apostila projeto de pesquisa 2010

22

2.15 LEITURAS RECOMENDADAS:

Barbosa Filho, Manuel. Introdução à pesquisa: métodos, técnicas e

instrumentos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1980.

Fachin, Odília. Fundamentos de metodologia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

Gil, Antônio Carlos Gil. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo:

Atlas, 1996.

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