75
Isa Guerreiro GRUPO DE ENGENHARIA URBANA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA 1 ENGENHARIA URBANA: ENGENHARIA URBANA: CONCEITOS E CONCEITOS E PRINCÍPIOS PRINCÍPIOS Rio de Janeiro, Brasil Grupo de Engenharia Urbana Escola Politécnica / UFRJ MÓDULO 1 CIDADES E ENGENHARIAS CIDADES E ENGENHARIAS Parte 1

Apresentaçãourbano souza marques

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

1

ENGENHARIA URBANA:ENGENHARIA URBANA:CONCEITOS E PRINCÍPIOSCONCEITOS E PRINCÍPIOS

Rio de Janeiro, Brasil

Grupo de Engenharia UrbanaEscola Politécnica / UFRJ

MÓDULO 1CIDADES E ENGENHARIASCIDADES E ENGENHARIAS

Parte 1

Page 2: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 3: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

As questões ligadas às cidades têm se tornado, juntamente com as questões ligadas ao ambiente, uma

preocupação.

POR QUÊ ?

Page 4: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Iniciamos este novo milênio com a metade da população vivendo nas cidades.

Em 2050 a taxa de urbanização no mundo chegará a 65%.

Page 5: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Esse é um fato

p o s i t i v o ou

n e g a t i v o ?

Page 6: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

URBANO?

RURAL?

Page 7: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Definindo URBANO urbe = cidade

Cidade – do latim civitas sf – complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma concentração populacional não agrícola.

As Nações Unidas definem uma aglomeração urbana (urban agglomeration) como toda área construída ou densamente povoada que contenha o centro (city proper), os subúrbios e áreas conurbadas. Pode ser menor ou maior que uma metrópole.

Uma região metropolitana (metropolitan area) é o conjunto de áreas com seus governos locais formais que compreende a área urbana como um todo e as áreas imediatamente próximas.

O centro (city proper) é a jurisdição política individual que contém o centro histórico.

Page 8: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Contudo, o conceito varia de país para país, de acordo com a definição usada por seus governos:

• 105 países baseiam seu conceito por critérios administrativos, utilizando limites físicos do estado ou capitais de província, municipalidades ou outras jurisdições locais; 83 desses utilizam esse único critério para diferenciar o urbano do rural.

• 100 países definem cidade pelo tamanho de sua população ou pela densidade populacional, com concentrações mínimas que variam de 200 a 50.000 habitantes; 57 países usam esse critério como único.

• 25 países definem cidade através de critérios econômicos, embora não exclusivamente, como, por exemplo, a proporção da força de trabalho ativa em atividades não-agrícolas.

• 18 países consideram a disponibilidade de infra-estrutura de saneamento, energia e transportes em sua definição.

• 25 países não definem o termo.• 6 países consideram sua população como inteiramente urbana.

Page 9: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Exemplos:

Dinamarca: 250 habitantesFrança: 2.000 habitantesEspanha: 10.000 habitantesONU: 20.000 habitantes

Brasil: segundo o IBGE, órgão oficial do Governo Federal responsável pelos censos demográficos, qualquer comunidade urbana caracterizada como sede de município ou de distrito pode ser considerada uma cidade, independentemente de seu número de habitantes.

Page 10: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Cidades mais Populosas do Mundo

Ranking

2006

Cidade País Área (km²) População estimada

(nº hab.)

Densidade populacional

(hab/km²)

1 Mumbai Índia 437,77 12.883.645 29.430

2 Tóquio Japão 2.187 12.527.115 5.651

3 São Paulo Brasil 1.522 11.016.703 7.175

4 Moscou Rússia 1.081 10.425.000 9.634

5 Seoul Coréia do Sul

605,41 10.297.004 16.575

6 Istambul Turquia 1.538 10.034.830 6.521

7 Shangai China 6.340 9.838.000 2.804

Page 11: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Áreas Metropolitanas mais Populosas do Mundo

Ranking

2006

Cidade País Área (km²) População estimada

(nº hab.)

Densidade populacional

(hab/km²)

1 Tóquio Japão 13.500 35.197.000 2.610

2 Cidade do México México 4.980 22.850.000 3.818

3 Seoul Coréia do Sul

610 22.300.000 15.725

4 Nova York Estados Unidos

8.680 21.900.000 2.131

5 São Paulo Brasil 8.050 20.000.000 2.277

6

7

Mumbai

Deli

Índia

Índia

4.360

1.480

18.048.000

10.048.000

4.206

10.360

8 Shangai China 6.500 17.503.000 1.949

Page 12: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Posi-ção

População (habitantes)

Área

(km2)

Densidade

(hab/km2)

Planeta Terra 6.445.398.968 148.940.000 43

1 Mônaco 32.409 1,95 16.620

2 Cingapura 4.425.720 692,7 6.389

19 Índia 1.080.264.388 3.287.590 328

34 Alemanha 82.431.390 357.021 230

150 Brasil 186.112.794 8.511.965 21

191 Austrália 20.090.437 7.686.850 2

Países mais Densamente povoados

Page 13: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

As cidades são, potencialmente, territórios com grande riqueza e diversidade econômica,

ambiental, política e cultural. O modo de vida urbano interfere diretamente sobre o modo

em que estabelecemos vínculos com nossos semelhantes e com o território.

Page 14: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Relatório da UN-HABITAT – 16.06.06“O Estado das Cidades no Mundo 2006/2007

20072007o primeiro ano em que a metade da população mundial estará vivendo em

ambiente urbano

UM TERÇO DA POPULAÇÃO URBANA NO MUNDO VIVE EM ÁREAS CARENTES

“... Essa data deveria ser comemorada, pois, desde o início dos tempos, cidades são centros de crescimento econômico e

criatividade cultural. No entanto, a urbanização tornou-se sinônimo de favelização.”

Page 15: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Os mesmos problemas ocorrem em todas as cidades do mundo, da

mesma forma?

Page 16: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Países centraisElevada taxa de território urbanizado e alto padrão econômico

• Aumento dos gastos energéticos• Aumento das fontes de poluição• Aumento do consumo de área construída• Danos ao ambiente• Problemas no padrão econômico e social

Page 17: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Países periféricos e semi-periféricos Crescimento urbano acelerado e pressões de ordem social, econômica e ambiental

• Taxa de crescimento econômico não acompanhou a taxa de urbanização favelização

• Maioria da população com renda insuficiente para pagar pelos serviços urbanos, elevando os custos operacionais da cidade, desencorajando investimentos do setor privado

• Governos locais não conseguiram responder rapidamente a essa demanda

• População encontra suas próprias soluções• Condições precárias de moradia: violência

Page 18: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 19: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 20: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 21: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 22: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 23: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Page 24: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

QUESTÃO

1. Voltar à vida rural, ao campo? OU

2. Continuar vivendo na cidade, e procurar reduzir seu impacto no ambiente e melhorar a qualidade de vida, ou, em outras palavras,

caminhar para a SUSTENTABILIDADE URBANA ?

Page 25: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

DesafioComo?

- Usar razão na prática do planejamento

- Reconhecer que a cidade é dinâmica como dinâmica é a vida humana

- Capacitar dirigentes e técnicos

- Modificar a cultura institucional para permitir a prática do planejamento

- Desenvolver a prática participativa que habilitará a cidadania a controlar a gestão pública

Estará pronta a maioria dos Municípios brasileiros em levar adiante uma administração planejada?

Page 26: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Mas.....

não há outro caminho senão as iniciativas de por o planejamento em marcha:

“Caminhante, não há caminho: faz-se caminho ao andar.”

Antonio MachadoPoeta espanhol

Page 27: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

O que significam, afinal, os termos:

PLANEJAMENTO URBANO

E

GESTÃO URBANA ?

Page 28: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Administrar recursos e problemas:

PLANEJAMENTO longo prazo

GESTÃO médio e curto prazos

A administração de forma mais imediata é tão importante quanto a visão de longo alcance, portanto

Planejamento e Gestão devem ser exercidos ao mesmo tempo.

Page 29: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

PLANEJAMENTO URBANO E URBANISMO

Segundo SOUZA, M.L. (2004). Mudar a Cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil:

PLANEJAMENTO URBANO (que deve ser sempre pensado junto com a GESTÃO):

Campo interdisciplinar que reúne profissionais de diversas competências, para resolver problemas ligados à cidade: arquitetos, engenheiros de diversas especialidades, cientistas sociais, entre os quais os geógrafos, assim como os especialistas em direito urbano, e outros.

URBANISMO (ou DESENHO URBANO, termo adotado no Brasil por vários arquitetos-urbanistas)

Campo incluído no Planejamento Urbano, o Urbanismo é exercido pelos arquitetos-urbanistas, que possuem conhecimentos técnicos para resolver problemas ligados aos aspectos funcionais e estéticos do espaço urbano.

Page 30: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Segundo KORDA, Martin (1999:37) (org): Städtebau. Stuttgart e Leipzig: Teubner, 4ª Ed. Apud SOUZA, M.L. (2004):

“o Planejamento Urbano (Stadtplanung) se ocupa, acima de tudo, com o direcionamento da evolução espacial e com o uso das superfícies

de uma cidade, ao passo que a missão do Urbanismo (Städtebau) é, antes, a aplicação do planejamento e a modelagem formal do espaço urbano por intermédio da atividade construtiva”.

Portanto, os termos não são sinônimos e nem o primeiro esgota o segundo.

A diferença não significa antagonismo, mas apesar do objeto CIDADE ser um só, os treinamentos recebidos através de cada formação e os olhares de cada profissional sobre a mesma são diferentes.

Dessa forma, para benefício de suas populações, o aprendizado mútuo entre os profissionais de diversas áreas deve ser buscado.

Page 31: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Diante do exposto, qual é a tarefa da

ENGENHARIA URBANA ?

Page 32: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

ENGENHARIA URBANA – Conceito

Segundo ABIKO, A. (2006):

• uma especialidade da engenharia civil preocupada com a gestão integrada das cidades e de seus subsistemas técnicos

• Transversalidade

– urbanismo, edifícios, infraestruturas, serviços, meio-ambiente

– tecnologias, economia e ciências sociais

• Generalista

Page 33: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Engenharia Urbana – Perspectivas

• Desafios da questão ambiental / sustentabilidade

• Envelhecimento das redes

• Participação do setor privado

• Participação das comunidades

• Importância da pobreza e da informalidade urbana

Page 34: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

No que consiste a

SUSTENTABILIDADE URBANA?

Page 35: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

• Sustentabilidade urbana

• exige resposta não somente no setor construtivo, mas também no setor econômico, social e ambiental, e envolve atores públicos e privados;

• deve considerar as características do local, pois os processos de urbanização acontecem em diferentes contextos culturais e regulatórios;

• necessita de um enfoque no planejamento e na gestão, e não somente no enfoque do controle do uso do solo e da regulamentação através de planos diretores;

• deve incluir programas de redução da pobreza, de geração de emprego e renda e de governança urbana.

Page 36: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Engenharia Urbana

contribuição

Sustentabilidade Urbana

Page 37: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

ENGENHARIA URBANAENGENHARIA URBANA

INFRA-ESTRUTURA

MOBILIDADE

AMBIENTE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃO

EDIFICAÇÕES E ÁREAS LIVRES

MÓDULO 6PLANEJAMENTO E GESTÃO

MÓDULO 1CIDADES E ENGENHARIAS

INTERVENÇÃO

Page 38: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 39: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

De acordo com SOUZA (2003), o surgimento e transformação das cidades são conseqüência de três períodos históricos:

1. Revolução Agrícola período pré-histórico da Idade da Pedra Polida ou Período Neolítico prática da agricultura surgimento dos primeiros assentamentos sedentários, capazes de produzir inclusive um excedente alimentar

2. Revolução Urbana terceiro milênio antes de Cristo, logo depois da Revolução Agrícola aumento da complexidade dos assentamentos permanentes

Page 40: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

passa a abrigar inclusive população de não-produtores agrícolas, tais como governantes, funcionários, sacerdotes e guerreiros, além dos artesãos especializados, que com suas manufaturas, contribuíram para o crescimento do comércio entre os povos surgimento das primeiras cidades teve relação não somente com as mudanças econômicas e tecnológicas, mas também com as mudanças culturais e políticas, como a formação de sistemas de dominação e algumas formas centralizadas e hierárquicas de exercício do poder

É a partir da acima denominada Revolução Urbana que surgiu a cidade propriamente dita, a cidade medieval,

há cerca de 10 Séculos, como uma das inovações mais importantes da Idade Média.

Page 41: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

A cidade livre, separada do campo feudal, era amuralhada e habitada por pessoas que se distinguiam do restante da sociedade, feudal, eclesiástica

ou agrícola. Diferentemente do aristocrata, que vivia em um castelo fortificado, ou do sacerdote, que vivia em um mosteiro, ou do servo, que

vivia em um casebre, o comerciante ou artesão viviam em uma casa (RYBCZYNSKI, 2002).

3. Revolução Industrial a cidade industrial se estabeleceu no Século XIX e início do Século XX desigualdades sociais profundas, causadas por um intenso processo migratório da população rural para a cidade, devido a uma profunda transformação nos processos produtivos então praticados fábricas instalam-se nas cidades, constroem-se bairros operários aumentam as diferenças entre classes sociais a miséria que toma conta da Europa faz eclodir duas guerras mundiais, que dividem o mundo ocidental em dois sistemas políticos: o capitalista e o comunista.

Page 42: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

a posterior recuperação econômica da Europa e, consequentemente, de seu espaço urbano, não é seguida pelos países que foram suas colônias, conquistadas ainda no período da cidade barroca passam a coexistir três mundos econômicos:

a dos países ricos e desenvolvidos (ou centrais), a dos países pobres e subdesenvolvidos (ou periféricos) e dos países pobres em via de desenvolvimento (ou semiperiféricos), como o Brasil, que mesclam algumas características dos países centrais e dos periféricos.

a partir de meados do Século XX e, atualmente, no início do Século XXI, está-se diante da cidade contemporânea, caracterizada por profundas mudanças na estrutura econômica mundial, grande concentração industrial e financeira, e políticas marcadas pelo fenômeno da globalização. Nesse novo quadro, a cidade parece ainda não ter encontrado uma forma urbana adequada para cumprir com seu papel.

Page 43: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Ano Zero 20001000500 1500 1850

Idade Média Id. Moderna Id. Contemp.

Rev. Pós-Industrial

Rev. IndustrialRev. Urbana

MEDIEVAL BARROCA INDUSTRIAL

CIDADE CONTEMPORÂNEA

Page 44: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 45: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Para melhor entendermos a cidade contemporânea, será analisada a formação dos três modelos de urbanização ocorridos a partir da

Revolução Industrial, origem dos principais problemas urbanos que conhecemos:

1. A Cidade Compacta do Século XIX2. O Sistema Metropolitano do Século XX3. A Cidade Conurbada Extensa Policêntrica do Século XXI

Page 46: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

1. A Cidade Compacta do Século XIX

paradigma: Paris (segundo Walter Benjamin, “a capital do Século XIX”) resultado do processo de crescimento e concentração urbana ocorrido a

partir da revolução industrial, no final do Século XVIII incremento dos intercâmbios comerciais nacionais e internacionais entre

cidades, regiões e países perspectiva de melhores condições de vida do que no campo e nas

cidades de pequeno porte organização espacial caracterizada por um espaço edificado compacto e

contínuo e por uma escassa especialização de funções as funções urbanas dominantes na grande cidade compacta são

comerciais, de governo e culturais centros políticos e de consumo

Page 47: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

2. O Sistema Metropolitano do Século XX

paradigma: Nova York e Chicago (fim do Séc. XIX e metade do Séc. XX) resultado de processos físicos, econômicos e sociais que levaram à

formação de estruturas urbanas diferenciadas, caracterizadas por uma parte central dominante e de uma extensa área metropolitana ou periférica, dependente da primeira

Metrópolis termo utilizado na Grécia antiga, que significava cidade-mãe de assentamentos coloniais periféricos.

o desenvolvimento industrial emergente, caracterizado pela fábrica

fordista e taylorista e da nova organização do trabalho intelectual e manual por ela induzido, assume papel fundamental na formação desse modelo de cidade

Page 48: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

desenvolvimento e centralização do setor terciário nos centros das cidades

processo de descentralização urbana da fábrica fordista (segunda revolução industrial)

processo de descentralização das funções residenciais com a formação dos subúrbios e dos bairros periféricos populares favorecidos pela construção de novas infra-estruturas de transporte rápido coletivo sobre trilhos

a organização espacial interna se caracteriza pela diferenciação morfológica das diversas partes, pela formação de alguns pólos centrais, numerosas periferias e por uma forte especialização funcional e econômico-social das várias zonas

as funções de governo se separam geograficamente das funções econômicas produtivas

as metrópoles industriais e terciárias são geralmente capitais políticas dos respectivos estados nacionais

Page 49: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

3. A Cidade Conurbada Extensa Policêntrica do Século XXI

paradigma: região urbana pós-metropolitana de Los Angeles-San Diego (espaço urbano surgido a partir das últimas décadas do Século XX)

relação entre mais de um sistema urbano anteriormente distinto, caracterizado pelo desenvolvimento periférico de novas áreas centrais e de infra-estruturas para a mobilidade através do automóvel, as quais tornam-se cada vez mais elementos de atração para novos assentamentos de atividades comerciais e produtivas

é o resultado similar de percursos evolutivos locais diferentes: Estados Unidos: evolução da metrópole para a megalópole através

da relação entre diversos sistemas metropolitanos Europa: evolução da metrópole para a megalópole através da relação

entre cidades de grandes, médias e pequenas dimensões, com a presença, às vezes, de uma metrópole industrial e terciária em fase de descentralização

Page 50: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

são espaços urbanos emergentes e dominantes na época contemporânea porque neles se recompõem uma pluralidade de funções urbanas que antes eram desarticuladas territorialmente. Nesse sentido, tornam-se entidades tendencialmente independentes, autônomas, e funcionalmente completas

têm assumido, nas últimas décadas, um novo papel político no cenário nacional e internacional, subtraindo-o das capitais nacionais: Barcelona e a Catalunha Milão e a região do norte da Itália

podem constituir-se em um fenômeno similar às da cidades-estado, devido à presença simultânea de funções políticas internacionais, econômicas, de consumo e culturais

cada vez mais, no cenário econômico, é mais comum a competição entre as grandes conurbações contemporâneas do que entre os estados nacionais.

Page 51: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO ATÉ 1970– CIDADES DE PAÍSES CENTRAIS

1850 1930 1950 1970

Paris 1.100.000 5.200.000 5.900.000 8.300.000

Londres 2.200.000 8.200.000 8.900.000 8.600.000

Berlim 450.000

Milão 200.000 1.400.000 5.500.000

Nova York 10.300.000 12.300.000 16.200.000

Chicago 4.300.000 4.900.000 6.700.000

Detroit 2.000.000 2.800.000 4.000.000

Los Angeles 4.000.000 8.400.000

San Francisco 2.000.000 3.000.000

Page 52: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 53: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Na base dos fenômenos urbanos, estão os fatores de urbanização, que são de diversas naturezas:

a) Fatores físicos, geográfico-naturaisPara que aconteça um fenômeno urbano, é necessário que existam fisicamente solos que permitam esse fenômeno, e que os mesmos sejam geologicamente e geomorfologicamente adequados ao desenvolvimento urbano, seja na fase inicial como na fase de crescimento. Os estudos de geografia urbana destacam o papel:

- do sítio natural: o lugar de origem que permite um assentamento protegido, como a proximidade de um rio ou ao longo da costa e,

- da posição natural: um espaço que facilite as relações com o contexto, com o entorno, as comunicações, a acessibilidade, como uma costa acessível por via marítima e terrestre, uma planície entre o mar e a montanha, uma confluência entre vales.

Page 54: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

b) Fatores econômicos e demográficosOs proprietários da terra a partir do Século XIX (sujeitos privados em países de economia capitalista) beneficiaram-se com o desenvolvimento urbano, pois conseguiram uma renda maior daquela extraída da agricultura, colocando no mercado terrenos que seriam edificados por:

- empresários privados do setor da construção civil, que passaram a edificar tipologias e densidades que dependem do nível de renda paga aos proprietários dos terrenos e pela legislação urbanística; destaca-se aqui o papel da administração pública local que através de planos e leis regulam o espaço a ser construído; entidades locais e instituições públicas podem intervir na produção edilícia a favor da população de baixa renda.

- empresários do setor da manufatura (indústrias) e dos serviços (escritórios, atividades comerciais); a localização urbana das atividades econômicas não agrícolas cria uma demanda de trabalho que se traduz em movimento demográfico de imigração.

Page 55: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

c) Fatores antropológicos, culturais, sociais e políticosAs instituições públicas e, em parte, as privadas e religiosas, sempre forneceram serviços assistenciais (hospitais, asilos), administrativos (prefeituras), judiciários (tribunais), educacionais (escolas, universidades) e culturais (teatros, cinemas) que exercem uma atratividade sobre a população, incentivando o desenvolvimento econômico urbano; a política – entendida como arte de governo da convivência civil – interage com os fenômenos urbanos também de outros modos: de fato, estes podem ser deixados a agir livremente sobre o território de modo descontrolado, ou podem ser politicamente dirigidos e regulados através de planejamento e programação de modo a evitar uma série de consequências no plano físico (problemas de higiene, paisagens em desarmonia, problemas ambientais), no plano econômico (desequilíbrios regionais, altos custos das edificações, congestão viária) e no plano social (insegurança, atraso cultural, falta de lazer).

Page 56: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

d) Fatores tecnológicosOs fatores tecnológicos têm efeito seja sobre as dinâmicas de desenvolvimento ou declínio como nos modos e formas de morar, de trabalhar, de se locomover, de se socializar, de viver o tempo livre. Basta pensar nos efeitos de invenções como as ferrovias (a melhoria dos transportes favorecem a imigração e a atratividade dos mercados urbanos), a eletricidade (bondes e elevadores que permitiram maior mobilidade vertical e horizonta), a linha de montagem (que exigiu a descentralização periférica da grande indústria de manufatura que necessitava de amplos espaços horizontais para as implantações industriais e depósitos), e, hoje, nas novas tecnologias da informação e comunicação (computadores, Internet, telefonia celular) que facilitam processos de mobilidade, formando as condições de passagem da cidade da primeira era da máquina para a cidade informacional das redes.

Page 57: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 58: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Segundo TORRES (2004) a cidade é uma relação entre três fenômenos principais (como na metáfora orgânica animal):

a) Aglomerações – concentração de edificações, populações, instituições e atividades – pele, músculos e carne

b) Mobilidade – redes de infra-estrutura e mobilidade de pessoas, mercadorias, recursos naturais, resíduos, informações, dados e imagens – sistema circulatório e esqueleto

c) Centralização – centralização de elementos físicos, trocas econômicas e interações culturais e políticas – coração.

Essa relação é algo mais que a simples somatória desses fenômenos: é o

efeito de sua interação.

A cidade é em si um fenômeno relacional que não é compreensível fora de suas relações com o todo.

Page 59: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 60: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Os fenômenos e os modelos urbanos podem ser

observados, através da visão humana, mas também através de meios de representação como a fotografia, a aerofoto, das fotos de satélites, da pintura, do cinema escutados, através das conversas com os habitantes, os administradores, os empresários, da literatura, da percepção auditiva dos sons, ruídos e silêncios dos espaços urbanos mensurados, através do tato, do passo humano, da cartografia, dos dados estatísticos e dos modelos matemáticos

No campo dos estudos urbanos, os problemas urbanos tem sido considerados de três tipos:

Page 61: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

a) Físicos, espaciais, estético-perceptivos (da paisagem) e ambientaisreferem-se às relações entre os sentidos do corpo humano e o ambiente urbano físico-sensível circundante:

• superpopulação• insolação e ventilação insuficientes, iluminação natural escassa• carência de espaços públicos abertos, falta de espaços para

pedestres e ciclovias• fadiga excessiva nos deslocamentos entre residência e trabalho,

percursos complexos• poluição sonora, poluição visual, hídrica e atmosférica, destruição

dos recursos naturais não renováveis

Page 62: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

b) Econômicosreferentes às diversas funções consideradas incompatíveis nos mesmos espaços e

aos custos das edificações e de transporte no espaço urbano e sua má distribuição entre as diversas faixas de renda:

• falta de unidades habitacionais para população de baixa renda• percentual alto dos custos de moradia e transporte sobre a renda familiar• injustiça econômico-social• desequilíbrios urbanos

Page 63: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

c) Sociaisrelativos ao tipo e intensidade dos relacionamentos coletivos no espaço urbano:

• falta de relações de vizinhança• pouca participação na esfera de decisão pública e no plano urbanístico• dificuldade de acesso aos serviços locais e às redes de comunicação,• escassa integração entre os diversos grupos sociais• crise dos espaços públicos e dos lugares simbólicos da coletividade• violência e insegurança.

Page 64: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS

CIDADE COMPACTA DO SÉCULO XIX

FenômenosUrbanos

Problemas Físicos

Problemas Econômicos

Problemas Sociais

Aglomerações eEspaçosEdificados

assentamentos precários e degradados

pobreza “classes perigosas”

Mobilidade e Espaços Livres

drenagem e coleta de lixo precárias

não circulação de pessoas e mercadorias

prostituição e vendedores ambulantes

Centralização e Espaços Públicos

não visibilidade dos monumentos

não valorização das centralidades

medo dos contatos

Page 65: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS

SISTEMA METROPOLITANO DO SÉCULO XX

FenômenosUrbanos

Problemas Físicos

Problemas Econômicos

Problemas Sociais

Aglomerações eEspaçosEdificados

superpopulação nas áreas centrais

indústrias nas áreas centrais

crise das comunidades de vizinhança

Mobilidade e Espaços Livres

sobreposição de pedestres e meios de transporte

congestionamento da mobilidade

solidão do pendular de massa

Centralização e Espaços Públicos

falta de espaços não valorização da congestionamento

assimilação dos imigrantes

Page 66: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS

CIDADE CONURBADA ESTENSA POLICÊNTRICA DO SÉCULO XXI

FenômenosUrbanos

Problemas Físicos

Problemas Econômicos

Problemas Sociais

Aglomerações eEspaçosEdificados

fragmentação dos espaços edificados

custos da dispersão

comunidades privadas

Mobilidade e Espaços Livres

ocupação de espaços pelos automóveis

novas desigualdades

insegurança

Centralização e Espaços Públicos

não composição das centralidades periféricas

privatização dos espaços públicos

controle social e distração cultural

Page 67: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

SUMÁRIO

PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana

1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo

1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX

1.4 Principais Fatores de Urbanização

1.5 Principais Fenômenos Urbanos

1.6 Principais Problemas Urbanos

1.7 Principais Práticas de Intervenção

Page 68: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

As problemáticas físicas, econômicas e sociais têm sido enfrentadas , no âmbito de governo, com instrumentos de intervenção diversos, segundo a natureza das diferentes questões a serem tratadas. Cada instrumento constitui uma prática, um meio ou uma técnica que persegue um objetivo, ou são escolhas que são quase sempre políticas.

São atores:

• as entidades públicas locais (estados e municípios) – desenvolvem papel relevante, mas não exclusivo, na formação das práticas de intervenção e na determinação dos objetivos políticos de mudança

• os sujeitos privados formais e informais que detém uma parte de poder econômico e político

• os movimentos sociais urbanos que surgem a partir de problemáticas referentes à habitação, transportes, ambiente

Page 69: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

São instrumentos de intervenção:

• o planejamento urbano que se ocupa do controle:

a) das relações entre o espaços edificados, solo e recursos naturais,e portanto da sustentabilidade, do equilíbrio higiênico, energético e ecológico entre a cidade e o ambiente;

b) da satisfação das necessidades de espaço para moradia, atividades econômicas, serviços, espaços livres e mobilidade, da definição do uso do solo e das densidades (land use planning) ou seja, da eficiência e eficácia da cidade, da regulação do processo de produção e consumo urbanos e de seus efeitos na distribuição social da renda

c) das formas físicas, materiais, das morfologias que derivam da composição entre os diversos elementos e processos estruturais da cidade e portanto lugares concretos do habitar, do espaço das práticas cotidianas e das paisagens simbólicas e sensíveis

Page 70: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

São instrumentos de intervenção:

• as políticas econômicas setoriais que se ocupam:

a) dos investimentos públicos em capital fixo social, realizados pelas entidades locais municipais ou estaduais, no âmbito da aquisição de terrenos e imóveis para a produção de habitação popular e para o incentivo de atividades econômicas, da reabilitação de áreas industriais abandonadas, da realização de serviços públicos (escolas, hospitais) e de infra-estruturas em geral;

b) da fiscalização urbana, da distribuição comercial e das atividades produtivas e artesanais

c) novos instrumentos de intervenção e de investimento de capital fixo, com participação público-privada

Page 71: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

São instrumentos de intervenção:

• as políticas sociais públicas que têm como objeto o desenvolvimento da coesão social através de medidas com o fim de incentivar:

a) o enraizamento ou a territorialização dos interesses apoiando associações permanentes de bairro e a participação com a valorização dos espaços coletivos locais;

b) a acessibilidade urbana com inciativas como o car sharing que tem o objetivo de assegurar uma mobilidade sustentável

c) A socialização aberta nos lugares centrais com políticas culturais de apoio a eventos coletivos, políticas de segurança

Page 72: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

As diversas formas de intervenção podem ser estudadas de diferentes perspectivas:

• Através dos aspectos físicos, econômicos e sociais: efeitos esperados e imprevistos pelas diversas práticas de intervenção

• Através dos aspectos legislativos e de procedimentos: financiamentos públicos e privados e uso do solo

• Através da descrição do sistema de interações político-sociais coletivas: resultando em uma política pública setorial (habitação, transportes, saneamento, serviços) ou um plano urbanístico. Neste caso, trata-se de descrever o sistema político do planejamento, a sociologia do processo decisório, as formas de governo insitucional (government) e de auto-organização social das comunidades locais (governance).

Page 73: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

As AÇÕES – planos, projetos, políticas territoriais – devem ser INTEGRADAS e orientadas por três critérios gerais:

a) A FORMAÇÃO DE UMA CIDADE ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL E DE UMA CIDADE BELA, COMPOSTA DE UMA PAISAGEM URBANA ESTETICAMENTE AGRADÁVEL À VISÃO, AO TATO, À AUDIÇÃO, AO OLFATO

b) A REALIZAÇÃO DE UMA CIDADE JUSTA E SOLIDÁRIA DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO E SOCIAL

c) A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE DEMOCRÁTICA E ABERTA À ORGANIZAÇÃO DE SEUS ESPAÇOS DE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL PÚBLICA.

Page 74: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

Bibliografia

ABREU, Maurício de A. Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 3ª Edição. Rio de Janeiro: IPLANRIO, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1997.

CHOAY, Françoise. O Urbanismo. Tradução: Dafne Nascimento Rodrigues. 5ª Edição. São Paulo: Perspectiva, 2000.

FRIEDMANN, John R.P. Introdução ao Planejamento Democrático. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Administração Pública, Fundação Getúlio Vargas, 1959.

JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2003.MARICATO, Ermínia. Brasil, Cidades. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.MINISTÉRIO DAS CIDADES. Estatuto das Cidades. Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001.MITCHELL, William J. @-topia. Tradução: Ana Carmen Martins Guimarães. São Paulo: SENAC, 2002.REIS FILHO, Nestor Goulart. Evolução Urbana do Brasil. São Paulo: Pioneira, 1968. ROSSI, A.M.G. (Organizadora). Ambiente Construído: Reflexões sobre o Desenvolvimento Urbano

Sustentável. Rio de Janeiro, Editora Sete Letras, 2003.ROSSI, A.M.G.; SCHWEIZER, P.J. Cities of the Future in Brazil: Sustainability and Innovation. PLEA 2002.

Toulouse, France, 2002.RUANO, Miguel. Ecourbanism. Sustainable Human Settlements: 60 Case Studies. 2ª Edição. Barcelona:

Gustavo Gili 2000. SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a Cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.SCHWEIZER, Peter José. (Org.) Planejamento Participativo na Reestruturação Urbana. Rio de Janeiro:

7Letras, 2000.UNITED NATIONS. Agenda 21. United Nations Conference on Environment and Development, Rio de Janeiro,

1992.

Page 75: Apresentaçãourbano souza marques

Isa Guerreiro

GRUPO DE ENGENHARIA URBANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA

MUITO OBRIGADA !

[email protected]