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2009 Prof.Dr.Adonias Franco [email protected]
Nucleação Homogênea e Nucleação Nucleação Homogênea e Nucleação HeterogêneaHeterogênea
Prof. Adonias Ribeiro Franco Júnior
Transformações de Fase
Vitória, maio/2016
2009 Prof.Dr.Adonias Franco [email protected]
Solidificação de metais e ligas
A maioria das peças ou componentes metálicos passam necessariamente pelo processo de Solidificação em algum estágio de sua fabricação, com exceção de alguns componentes conformados por sinterização (metalurgia do pó).
A Solidificação ocorre na conformação de metais e suas ligas por fundição, na produção de lingotes para posterior conformação mecânica e na união de componentes metálicos por soldagem a fusão.
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Nucleação e crescimento de cristais
A Solidificação se processa em duas etapas sucessivas de nucleação e crescimento da nova fase em meio à anterior.
Nucleação: modo pelo qual a fase sólida surge de forma estável no seio da fase líquida, sob a forma de pequenos núcleos cristalinos.
Crescimento: modo pelo qual os núcleos crescem sob a forma de cristais ou grãos cristalinos.
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• Nucleação– Formação de núcleos estáveis no fundido
• Crescimento– Transformação de núcleos em cristais– Formação de uma estrutura de grãos
Nucleação e crescimento de cristais
2009 Prof.Dr.Adonias Franco [email protected]
Ilustração esquemática dos estágios da solidificação de um metal fundido; cada quadrado representa uma célula unitária. (a) Nucleação de cristais em sítios aleatórios no interior do metal fundido; a orientação cristalográfica de cada sítio é diferente. (b) e (c) Crescimento dos cristais com a solidificação. (d) Metal solidificado, mostrando grãos individuais e contornos de grão; nota-que o encontro dos grãos vizinhos pode ocorrer em diferentes ângulos.
Núcleos estáveis Cristais em crescimento
Formação de contornos Grãos formados após solidificação
Representação esquemática da solidificação
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Nucleação
• Nucleação homogênea– Próprio metal fornece átomos para formar núcleos– Subresfriamento usualmente de centenas de graus
Celsius
• Nucleação heterogênea– Presenca de agentes nucleantes: superfície do
recipiente, impurezas insolúveis, ou material estrutural– Prática industrial: subresfriamento de 0,1 a 10°C
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Nucleação homogênea
A fase sólida nucleia em meio à fase líquida, sem que haja interferência ou contribuição energética de elementos ou agentes estranhos ao sistema metal líquido/metal sólido (Esta é uma condição pouco realista).
Exemplo: para metais puros lentamente resfriados abaixo da temperatura de fusão até uma certa temperatura, numerosos núcleos homogêneos cristalinos são criados pelo movimento lento de átomos.
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Nucleação homogênea
Estrutura dos metais líquidos: estado desordenado de átomos no qual ocorre esporadicamente o surgimento aleatório de pequenas regiões atomicamente ordenadas segundo estrutura cristalina do metal correspondente.
Embriões da fase sólida: regiões com ordenação de curto alcance; podem ser determinados por difração de raios X.
Os embriões eventualmente tornam-se estáveis, crescendo posteriormente, dependendo de seu tamanho crítico e condições térmicas existentes na fase líquida.
líquidoembrião
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Nucleação homogênea
A forma aproximada dos embriões é esférica; razão pela qual pode-se associar aos mesmos um diâmetro médio (d) ou um raio médio (d/2).
Condição para sobrevivência dos embriões sob a forma de núcleos estáveis:
T< Tf (a fase líquida deve estar a uma temperatura inferior à temperatura de fusão; ou seja, o líquido precisa estar submetido a um Superresfriamento Térmico (∆T), conforme mostra Figura.
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Nucleação homogênea
Estando a fase líquida superresfriada, a fase sólida apresentará maior estabilidade termodinâmica por possuir Energia Livre (G) < a fase líquida.
Curvas de energia livre das fases líquida e sólida de um metal, mostrando a estabilidade relativa de ambas em torno do ponto de fusão.
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Nucleação homogênea
Na temperatura de fusão, G da fase líquida e a da fase sólida são iguais:
G = H - TSG = H - TSonde G G = Energia Livre, TT = Temperatura Absoluta, e S S =
Entropia
Em temperaturas menores que a de fusão, a fase sólida apresenta Energia Livre (G) menor que a fase líquida; ocorre liberação de calor:
O potencial termodinâmico (drivingdriving forceforce) para a transformação de fases constitui-se na diferença entre a Energia Livre da fase antiga e a da nova fase.
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Nucleação homogênea
Crescimento estável do embrião-núcleo implica necessariamente na diminuição de sua energia livre de volume (∆Gv<0) e aumento da energia livre de superfície (∆Gs>0):
Ocorre uma diminuição de ∆Gv e um aumento de ∆Gs com o cresciemnto do embrião estável.
Estabilidade do embrião ou núcleo da fase sólida (variação da energia livre do sistema) em função do seu tamanho (raio médio, r)
sV GGG ∆−∆=∆
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Nucleação homogênea
O núcleo com tamanho mínimo necessário para continuar o crescimento é chamado núcleo crítico e todos os núcleos com tamanhos menores (produzidas por flutuações) que o núcleo crítico são chamados núcleos sub-críticos.
Ocorre uma diluição dos núcleos que apresentam tamanhos subcríticos devido à perda (energeticamente favorável) de seus átomos para o líquido.
Não ocorre o surgimento de átomos do sólido a partir dos núcleos sub-críticos.
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Nucleação homogênea
SLvf
rLT
TrG γππ
)4(3
4 23 +
∆−=∆
Considerando esférico o volume e a superfície do núcleo-embrião:
onde Lv, calor latente de fusão (energia por unidade de volume); γSL, tensão superficial entre as fases sólida e líquida (energia por unidade de superfície)
A Energia crítica (∆Gc) corresponde a um valor de raio também crítico (rc) para o crescimento dos embriões.
r< rc → embriões diluem
r>rc → núcleos crescem
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Nucleação homogênea
TL
Tr
v
fSLc ∆
=γ2
2
22
2
3
4
3
16c
SL
v
fSLc r
TL
TG
πγπγ=
∆=∆
Energia crítica:
Raio crítico:
Influência do superrresfriamento térmico (∆T) na variação da energia livre na nucleação homogênea.
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Energias Envolvidas na Nucleação Homogênea
Nucleação homogênea
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Propriedades de interesse na nucleação dos metais
Propriedades importantes: Lv, calor latente de fusão (energia por unidade de volume); γSL, tensão superficial entre as fases sólida e líquida (energia por unidade de superfície), ∆T, Superresfriamento térmico.
[Sm
ith, 1
996:
122
]
TL
Tr
v
fSLc ∆
=γ2
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Raio Crítico dos núcleos em função do superresfriamento.
O tamanho mínimo dos embriões (passíveis de nucleação e crescimento) diminui com o aumento do superresfriamento térmico (∆T).
Nucleação homogênea
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Diagrama de Fases do sistema Ni-Cu indicando os superresfriamentos térmicos para nucleação homogênea das ligas do sistema.
Nucleação homogênea
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Freqüência ou Intensidade de nucleação (I): quantidade de núcleos sólidos que surgem em meio à fase líquida (núcleos/cm3/s).
onde: N, número de átomos por núcleo; k, constante de Boltzmann (3,3x10-
24 cal/
oK); h, constante de Planck (1,6x10
-34 cal s); T,temperatura de
nucleação (T - ∆T); Q, energia de ativação do processo (cal)
)exp(kT
Q
h
NkTI −
=
2
22
2
3
4
3
16c
SL
v
fSLc r
TL
TGQ
πγπγ=
∆=∆=
Energia para nucleação (Q):
Nucleação homogênea
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Nucleação homogênea
Variação da freqüência de nucleação em função do superresfriamento térmico do líquido na nucleação homogênea de metais.
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Nucleação heterogênea
Quando a solidificação se dá a partir de superfícies pré-existentes (paredes do molde, partículas sólidas presentes no líquido).
Comparada com a superfície criada na nucleação homogênea, a superfície criada na nucleação a partir de um substrato é menor, podendo facilitar o processo pois exige menor energia de interface (barreira energética) .
O núcleo resultante da presença de um substrato possui menor volume e portanto menor número de átomos.
A presença de qualquer tipo de substrato não é garantia de facilitar a nucleação, pois depende da tensão superficial entre núcleo e substrato, isto é, depende da molhabilidade entre ambos que, por sua vez, depende da composição química do núcleo e do substrato. Esta molhabilidade pode ser avaliada pelo ângulo de contato líquido/sólido.
A presença de substrato diminui o número de átomos, mas não diminui o raio crítico.
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Nucleação heterogênea
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Nucleação heterogênea
A nucleação é influenciada por agentes estranhos ao sistema, denominados substratos, sob a forma de núcleo sólido. A energia de superfície (γSL) desses substratos participa do jogo energético da sobrevivência do embrião.
O embrião surge na superfície do substrato sob a forma de uma calota esférica, aproveitando a energia de superfície ali disponível.
Formação de um núcleo heterogêneo sobre o substrato, mostrando o ângulo de molhamento e as tensões superficiais envolvidas. γSL, tensão sólido/líquido; γST, tensão sólido/substrato; γSL, tensão líquido/substrato.
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Nucleação heterogênea
Quanto menor o ângulo de molhamento (maior afinidade físico química) existente entre o embrião e o substrato, maior a contribuição do substrato na nucleação.
Molhamento: grau de afinidade físico-química existente entre o embrião e o substrato.
Casos-limite de molhamento entre o embrião e o substrato na nucleação heterogênea
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Nucleação heterogêneasV GGG ∆−∆=∆
vf
LT
TrGv
∆+−=∆ )coscos32(3
1 33 θθπ
[ ] [ ] )()cos1()cos1(2 222LTSTSLS rrG γγθπγθπ −−+−=∆
SL
LTSL
γγγθ −
=cos
TL
Tr
v
fSLc ∆
=γ2Raio crítico:
Energia crítica:
)coscos32(3
4 222
23
θθπγ
+−
∆
=∆TL
TG
v
fSLc
Quanto menor o ângulo de molhamento, maior será a contribuição da energia do superficial do substrato na nucleação da fase sólida.
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Nucleação heterogênea
Influência do ângulo de molhamento e do superresfriamento térmico na freqüência de nucleação.
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Nucleação heterogênea
)(2
θfT
T
G
GHET
HOM
HOMC
HETC
∆∆=
∆∆
)coscos32(4
1)( 3 θθθ +−=f
Freqüência ou Intensidade de Nucleação (I):
∆−
= )(
3
16exp
22
23
θπγ
fTkTL
T
h
NkTI
v
fSL
, para metais
∆−≅
215 )(
exp10T
fI
θ
Comparação entre as energias crítica da nucleação heterogênea e homogênea:
A nucleação heterogênea é energeticamente mais favorável que a nucleação homogênea, isto é, a energia crítica é tanto menor quanto maior for o ângulo de molhamento.