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Aula 00 Obras Viárias p/ CGM/SP - Auditor de Controle Interno - Área Infraestrutura Professor: Marcus Campiteli 00000000000 - DEMO

Curso de Obras Viárias p/ Concurso CGM-SP

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  • Aula 00

    Obras Virias p/ CGM/SP - Auditor de Controle Interno - rea Infraestrutura

    Professor: Marcus Campiteli

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  • Obras Virias e Ambiental CGM-SP/2015 Questes Comentadas

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    Ol, Pessoal

    Esto abertas as inscries para o cargo de Auditor Municipal de

    Controle Interno da Prefeitura de So Paulo, na rea de

    Infraestrutura.

    So 8 vagas imediatas e sero classificados 32 candidatos, que

    tero a prova discursiva corrigida (item 7.38.1).

    A prova est marcada para o dia 15 de novembro de 2015.

    Portanto, d tempo de se preparar, desde que de forma objetiva e

    focada. E esse o objetivo deste curso, ao apresentar a vocs a

    teoria das normas e livros de forma consolidada e amigvel,

    juntamente com as questes da Vunesp e FCC comentadas relativas

    aos assuntos tratados.

    Este curso, de Teoria, Vdeo-Aulas e Questes Comentadas de

    Obras Rodovirias, abranger as seguintes matrias do edital, com as

    respectivas datas das aulas:

    Aula Assunto Data

    0 Terraplenagem Imediato

    1 Questes de Terraplenagem Comentadas 21/9

    2 Caractersticas dos Materiais 28/9

    3 Sondagens 5/10

    4 Pavimentao 12/10

    5 Anlise Oramentria e SICRO 16/10

    6 Ensaios 19/10

    7 Drenagem 23/10

    8 Obras de Arte Especiais 26/10

    9 Meio Ambiente 30/10

    10 Acompanhamento de obras 2/11

    11 Sinalizao 6/11

    12 Canteiro de Obras 9/11

    Agora, antes de apresentar a Aula 0, deixe eu me apresentar.

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    Sou engenheiro civil formado pelo Instituto Militar de

    Engenharia - IME e trabalho como auditor de controle externo no

    Tribunal de Contas da Unio TCU. Fiz mestrado em engenharia civil

    na UnB e conclu com a dissertao: Medidas para Evitar o

    Superfaturamento em Obras Pblicas decorrente dos Jogos de

    Planilha.

    Na trajetria de concursos, aps a elaborao de resumos,

    resoluo de muitas questes e estudo focado, obtive aprovao nos

    concursos de Perito da Polcia Federal em Engenharia Civil, em 2004,

    e Auditor Federal de Controle Externo do TCU na rea de obras

    pblicas, em 2005. Hoje trabalho neste ltimo.

    Trabalhei durante seis anos como engenheiro militar e estou a

    oito no TCU, sempre participando de auditorias em obras pblicas.

    Na rea de aulas, ministrei cursos de engenharia civil,

    presenciais e distncia, para o concurso do TCU de 2009 e 2011,

    TCM/RJ de 2011, TC/DF de 2012, TC/ES 2012, Cmara dos

    Deputados de 2012, CGU de 2012, Perito da Polcia Federal 2013,

    INPI 2013, CNJ 2013, DNIT 2013, CEF 2013, ANTT 2013, Bacen

    2013, MPU 2013, TRT/15 2013, TRT/17 2013, TRF/3 2013, PF Adm

    2014, Suframa 2014, CEF 2014, CBTU 2014, TJ-PA/2014, TCE-

    RS/2014, TRF1/2014, TCE-GO/2014, Pref. Florianpolis/2014,

    Petrobras/2014, TCM-GO/2015, CGE-PI/2015, TCE-CE/2015, TCM-

    SP/2015, TRT-MG/2015 e MPOG/2015.

    Agora que vocs me conheceram um pouco, retornemos ao

    nosso curso.

    Sabemos que as bancas cobram detalhes da bibliografia

    disponvel nos livros e nas normas acerca do abrangente campo da

    engenharia civil previsto no edital. Por isso, apresento a teoria dos

    assuntos e as questes comentadas da Vunesp e FCC com base nas

    normas e manuais do DNIT.

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    Busco mesclar figuras e fotos didticas aos textos na busca de

    tornar a matria o mais amigvel possvel, de forma a facilitar ao

    mximo o entendimento das informaes truncadas das normas.

    O desafio do estudo dessa especialidade conseguir

    objetividade diante da sua vasta abrangncia. E pretendo alcanar

    esse objetivo neste curso por meio da apresentao das questes.

    Afinal, no temos tempo a perder.

    Primeiramente apresento a vocs as questes comentadas e,

    na parte final, reapresento as questes tratadas na aula, com o

    gabarito na ltima folha, para que vocs possam treinar.

    Em muitas das questes, os comentrios complementam a

    teoria trazendo mais informaes.

    Costumo destacar em negrito informaes que acho com cara

    de questo.

    Crticas e sugestes podero ser feitas no prprio sistema do

    Estrategia assim como encaminhadas ao seguinte endereo de e-

    mail: [email protected].

    Estarei no frum de dvidas para respond-los.

    Espero que caia na prova somente o que vocs estudem !!!

    Bons estudos e boa sorte !!!

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    AULA 0: TERRAPLENAGEM

    SUMRIO PGINA

    1. Terraplenagem 5

    1.1 Conceitos Bsicos 5

    1.2 Projeto de Terraplenagem 9

    1.2.1 Caractersticas dos Solos 18

    1.2.2 Distribuio de Massas 22

    1.2.3 Definio de Jazidas 34

    1.3 Compactao dos Aterros 35

    1.3.1 Aterros sobre solos com baixa capacidade de

    suporte 41

    2. Equipamentos de Terraplenagem 45

    2.1 Unidades de trao (tratores) 46

    2.2 Unidades Escavoempurradoras 50

    2.3 Unidades Escavotransportadoras 50

    2.4 Unidades Escavocarregadoras 54

    2.5 Unidades de Transporte 58

    2.6 Unidades Aplainadoras 61

    2.7 Unidades Compactadoras 61

    3. Especificaes de Servios 66

    3.1 Servios preliminares 66

    3.2 Cortes 68

    3.3 Emprstimos 73

    3.4 Aterros 76

    3.5 Caminhos de servio 83

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    4. QUESTES COMENTADAS 85

    5. LISTA DE QUESTES APRESENTADAS NA AULA 91

    6. GABARITO 118

    7. BIBLIOGRAFIA 119

    Ol pessoal,

    A parte terica desta aula de autoria do professor Fbio

    Amorim, auditor do TCU na rea de obras rodovirias, formado em

    Engenharia de Fortificao e Construo pelo Instituto Militar de

    Engenharia IME.

    Eu apresento a vdeo-aula e as questes comentadas.

    Bons estudos!

    1. Terraplenagem

    1.1. Conceitos Bsicos

    O DNIT define terraplenagem como o conjunto de operaes de

    escavao, carga, transporte, descarga e compactao dos solos,

    aplicadas da construo de aterros e cortes, dando superfcie do

    terreno a forma projetada para construo de rodovias.

    Em outras palavras, a terraplenagem propicia a obteno da forma da

    rodovia. Para tal, so realizadas diversas operaes de movimentao

    de terra, de forma a escavar o solo em determinados locais e

    deposit-lo nos locais em que isso seja necessrio. Essas aes do

    alinhamento e harmonia rodovia.

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    Essa movimentao de terra advm do princpio de que os desvios no

    alinhamento vertical de uma rodovia (subidas e descidas), bem como

    no seu alinhamento horizontal (curvas), devem ser os mais amenos

    possveis, de modo a garantir segurana, funcionalidade e conforto

    aos futuros usurios.

    Rodovia dos Bandeirantes - So Paulo

    Assim, esses desvios amenos somente so conseguidos graas

    terraplenagem, possibilitando assim a obteno de uma rodovia

    segura, funcional, e tambm confortvel.

    Longitudinalmente, podemos simplificar a terraplenagem da seguinte

    forma:

    Incio do Segmento Fim do Segmento

    Corte Corte

    Aterro

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    2

    3

    km 0

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    A linha em verde retrata o perfil vertical do terreno natural, no

    segmento onde a rodovia dever ser construda. J a linha em

    vermelho retrata o perfil vertical projetado da rodovia. Percebam que

    para se chegar ao alinhamento adequado, dever haver uma

    considervel movimentao de terra no segmento a ser construdo.

    Nesse exemplo, o solo ser escavado e carregado dos segmentos (1)

    e (3), transportado e descarregado para o segmento (2). Para

    completar a operao de terraplenagem, o solo descarregado no

    segmento (2) ser espalhado, conformado e compactado, de modo a

    alcanar o alinhamento e resistncia necessrios para a construo

    posterior do pavimento da rodovia.

    Os segmentos (1) e (3) so chamados de segmentos de corte, pois

    neles, o alinhamento ser conseguido com a escavao do terreno

    natural. J o segmento (2) chamado de segmento em aterro, pois

    nele, o alinhamento ser conseguido com o acrscimo de solo.

    Transversalmente, visualizamos da seguinte forma os segmentos de

    corte (1) e (3) e os segmentos de aterro (2):

    km 20

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    Seo de Corte

    Seo de Aterro

    Para finalizar esses conceitos bsicos, preciso dizer que nem

    sempre o volume de corte disponvel suficiente para realizar todas

    as operaes de aterro. Nesse caso, devero ser escavados solos

    oriundos de outros segmentos da prpria rodovia, ou ento, de

    jazidas com material qualificado, localizadas nas proximidades ou at

    distantes da rodovia. A essa operao d-se o nome de emprstimo.

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    Por outro lado, pode acontecer de o volume dos cortes ser superior

    ao necessrio para realizar os aterros. Ou ento, pode acontecer de a

    qualidade do material de corte no ser adequado para a construo

    dos aterros. Nesses casos, faz-se necessrio depositar os solos

    excedentes ou inapropriados em locais pr-determinados. A esses

    locais damos o nome de bota-fora, os quais se localizam fora da

    plataforma da rodovia, e, de preferncia, dentro dos limites da faixa

    de domnio.

    Pessoal, feita essa parte introdutria, vamos nos ater ao programa do

    nosso concurso!

    1.2. Projeto de Terraplenagem

    Os estudos geotcnicos que vimos na ltima aula, bem como a

    definio do projeto geomtrico da rodovia possibilitam ao projetista

    confeccionar o projeto de terraplenagem.

    Objetivo

    O Projeto de Terraplenagem tem por objetivo:

    a) a determinao dos quantitativos de servios de

    terraplenagem;

    b) a determinao dos locais de emprstimos e bota-foras;

    c) a caracterizao precisa, em termos de todos os parmetros

    geotcnicos, dos materiais a serem utilizados;

    d) a apresentao de quadros de distribuio e orientao do

    movimento de terra.

    Elaborao do Projeto - premissas

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    O projeto de uma rodovia deve ser escolhido de forma a harmonizar

    os elementos geomtricos da planta e do perfil, fornecendo uma

    estrada segura, confortvel e adequada regio por ela percorrida e,

    de preferncia, com baixo custo de construo.

    Planta e Perfil de um Projeto de Rodovia

    O custo do movimento de terra significativo em relao ao custo

    total da obra, por isso, sempre que possvel deve ser feito o equilbrio

    entre volumes de cortes e aterros, emprstimos e bota-foras, de

    forma a se ter movimentos de terra equilibrados e com reduzidas

    distncias de transporte.

    Definio das Sees Transversais

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    Um dos primeiros passos na elaborao do projeto de terraplenagem

    a definio da plataforma de terraplenagem, com base nas

    diretrizes do projeto como um todo.

    Assim, a partir das medidas projetadas para a plataforma do

    pavimento, possvel calcularmos a largura da plataforma de

    terraplenagem, bem como determinar seus principais elementos.

    Seo transversal tipo em reta

    Seo transversal tipo em curva

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    Percebam nas sees transversais tipo mostradas na figura anterior,

    a definio das medidas da plataforma de terraplenagem, da

    inclinao dos taludes de corte e aterro, bem como a previso dos

    elementos de drenagem como sarjetas e valetas.

    Definio do Perfil Longitudinal

    Um dos produtos esperados do projeto geomtrico de uma rodovia

    a definio do perfil longitudinal do terreno. a partir desse perfil que

    sero calculados os volumes de cortes e aterros.

    possvel, entretanto, que os resultados do projeto de terraplenagem

    impliquem em pontuais alteraes no projeto geomtrico. Assim,

    esses ajustes no projeto de terraplenagem e no geomtrico so feitos

    iterativamente, de forma a se obter a melhor soluo para a

    distribuio de cortes e aterros, bem como para a geometria, sempre

    atendendo s diretrizes principais de projeto.

    Perfil Longitudinal de um Segmento de Rodovia Projeto

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    Clculo de Volumes

    Definido o perfil vertical da rodovia e a seo transversal tipo,

    possvel obter todas as sees transversais do segmento a ser

    construdo.

    Convencionalmente, so obtidas as sees transversais a cada 20m

    de extenso, a partir da origem, considerando-se que haja variaes

    lineares entre duas sees consecutivas. Cada seo transversal

    corresponde a uma estaca. No exemplo abaixo, a estaca 2186

    representa o km 43+720 da obra (2186 x 20 = 43720).

    Sees transversais consecutivas

    Assim, partir do volume do prisma formado por duas sees

    consecutivas, pode-se calcular o volume entre essas duas sees,

    conforme mostra a figura a seguir:

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    O volume do prisma calculado pela seguinte frmula:

    Como estamos calculando o volume entre duas estacas consecutivas,

    o volume obtido a partir da seguinte frmula:

    Atualmente, com o avano da computao, esses clculos so

    efetuados todos por softwares especializados, no havendo para o

    projetista, nesta etapa, dificuldades na obteno das reas das

    sees.

    O resultado, pois, so registrados em planilhas com as seguintes

    informaes:

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    Na planilha mostrada, observem que para cada estaca (primeira

    coluna) indicada, direita, a rea de corte e/ou aterro respectiva,

    detalhando-se ainda o seguinte:

    a) nas sees em corte, discriminam-se as reas para cada categoria

    de material, segundo as definies do DNIT (1 categoria, 2

    categoria e 3 categoria);

    b) nas sees em aterro, discriminam-se as reas para o corpo do

    aterro (primeiras camadas), e para a camada final do aterro (ltimos

    60cm).

    Nas prximas colunas direita constam os volumes de cada prisma

    formado por duas sees consecutivas, conforme vimos

    anteriormente.

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    Por fim, as ltimas colunas direita retratam os volumes acumulados

    em corte e em aterro, ou seja, a soma dos volumes calculados

    conforme descrito no pargrafo anterior.

    Assim, ao final, possvel obter as seguintes informaes:

    Volume de corte entre cada seo consecutiva;

    Volume de aterro entre cada seo consecutiva;

    Volume total de corte para os materiais de 1, 2 e 3

    categorias;

    Volume total para o corpo de aterro;

    Volume total para a camada final de aterro.

    Essas informaes so um primeiro passo para que o projeto possa

    cumprir um de seus objetivos que a determinao dos

    quantitativos de servios de terraplenagem.

    A partir dessas informaes, possvel ainda avaliar se foi

    conseguido um equilbrio entre os volumes de corte e volumes de

    aterro, de modo a minimizar a necessidade de utilizao caixas de

    emprstimo e bota-foras ao longo da rodovia.

    Influncia das Operaes de Limpeza

    Nos segmentos a serem construdos em terrenos virgens,

    necessrio que se faa a remoo, antes de qualquer operao de

    terraplenagem, de todas as espcies vegetais e tambm da camada

    superior do terreno (camada vegetal) de caractersticas geotcnicas

    inadequadas para fins rodovirios.

    Como as operaes de limpeza removem a poro superior do

    terreno natural, ento:

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    a) Para sees de corte, o volume com que se pode contar obtido

    pela diferena entre a rea total e a rea resultante da remoo da

    camada superior, ou seja: efetiva total superior

    b) Para as sees em aterro, o processo o inverso: a remoo da

    camada vegetal feita antes da execuo do aterro e torna a rea

    efetiva, e consequentemente o volume a aterrar, maior do que a rea

    total, ou seja: efetiva total vegetal

    efetiva

    superior

    vegetal

    total Eixo 00000000000

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    Essas correes a serem feitas nas reas de corte e aterro j devem

    estar contabilizadas quando do clculo dos volumes, na planilha que

    vimos anteriormente.

    1.2.1. Caractersticas dos solos

    Vimos na nossa aula n 4 que os estudos geotcnicos possuem como

    objetivo a definio das caractersticas tcnicas do subleito, os quais

    fundamentam, de forma decisiva, o projeto de terraplenagem. Uma

    importante informao a definio da categoria dos solos.

    Definio das categorias de solos

    A forma como a escavao feita depende, entre outros fatores, do

    tipo de solo que est sendo escavado, o que influencia diretamente

    na escolha dos equipamentos, na dificuldade de execuo e na

    produtividade do servio.

    Nesse sentido, torna-se importante a definio do tipo de solo a ser

    trabalhado em cada segmento de rodovia. A metodologia elaborada

    pelo DNIT define o solo em trs categorias:

    a) 1 categoria:

    terra em geral, piarra ou argila, rocha em adiantado estado de

    decomposio, seixos1 rolados ou no, com dimetro mximo

    inferior de 15 cm, qualquer que seja o teor de umidade,

    compatveis com a utilizao de dozer, scraper rebocado ou

    motorizado;

    1 Fragmentos de rocha com dimenso maior entre 2 e 50mm. Fragmento de rocha arredondado que se encontra beira-mar e em leito de rios caudalosos.

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    Escavadeira operando em um material de 1 categoria

    b) 2 categoria

    (segundo o Manual de Implantao Bsica do DNIT): rocha

    com resistncia penetrao mecnica inferior ao granito, blocos

    de pedra de volume inferior a 1m, mataces e pedras de

    dimetro mdio superior a 15 cm, cuja extrao se processa com

    emprego de explosivo ou uso combinado de explosivos, mquinas de

    terraplenagem e ferramentas manuais comuns;

    (segundo a Norma DNIT 106/2009-ES): compreende os solos de

    resistncia ao desmonte mecnico inferior da rocha no

    alterada, cuja extrao se processe por combinao de mtodos que

    obriguem a utilizao do maior equipamento de escarificao exigido

    contratualmente; a extrao eventualmente pode envolver o uso

    de explosivos ou processo manual adequado. Esto includos nesta

    categoria os blocos de rocha de volume inferior a 2 m e os

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    mataces ou pedras de dimetro mdio compreendido entre 0,15 m e

    1,00 m.

    Talude em material de 2 categoria

    c) 3 categoria

    (segundo o Manual de Implantao Bsica do DNIT): rocha com

    resistncia penetrao mecnica superior ou igual do granito e

    blocos de rocha de volume igual ou superior a 1 m, cuja extrao

    e reduo, para tornar possvel o carregamento, se processam com o

    emprego contnuo de explosivo.

    (segundo a Norma DNIT 106/2009-ES): compreende os

    materiais com resistncia ao desmonte mecnico equivalente rocha

    no alterada e blocos de rocha com dimetro mdio superior a 1,00

    m, ou de volume igual ou superior a 2 m, cuja extrao e

    reduo, a fim de possibilitar o carregamento, se processem com o

    emprego contnuo de explosivos.

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    Talude em material de 3 categoria

    A definio de cada categoria de solo em todos os segmentos da

    rodovia a ser terraplenada, aliada ao produto dos estudos geotcnicos

    da rodovia, faz com que os materiais a serem utilizados na

    terraplenagem sejam precisamente caracterizados, em termos de

    todos os parmetros geotcnicos, atendendo, assim, a um dos

    objetivos do projeto de terraplenagem.

    1.2.2. Distribuio de massas

    No processo de confeco do projeto de terraplenagem, cabe agora,

    ao projetista, definir o destino de cada solo escavado na rodovia. A

    partir da origem e do destino de cada material possvel quantificar

    as distncias de transporte de cada volume terraplenado, atendendo

    a outro objetivo do projeto de terraplenagem, que a confeco de

    um quadro de distribuio de materiais. Vamos ver agora como

    conseguir esse objetivo!

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    Variaes Volumtricas dos Solos

    Pessoal, para ns conseguirmos compactar 1 m de solo, quantos

    metros cbicos so necessrios escavar? E, quantos metros cbicos

    so necessrios transportar? A pergunta pode parecer simples, mas a

    resposta nem tanto!

    Um material a ser terraplenado, possuidor de uma massa m, ocupa

    no corte de origem um volume Vcorte. Ao ser escavado, esse material

    sofre um desarranjo em suas partculas, de forma que a mesma

    massa passa a ocupar um volume Vsolto. Finalmente, aps ser

    descarregado e submetido a um processo mecnico de compactao,

    o material ocupar um terceiro volume Vcomp. Para os solos

    terraplenados, prevalece a seguinte relao:

    Vsolto>Vcorte>Vcomp

    Assim, em se tratando da mesma massa m, podemos concluir que:

    Dcomp>Dcorte>Dsolto

    Nota-se, portanto, que o material compactado no aterro ter uma

    densidade final superior quela do seu local de origem e,

    consequentemente, ocupar um volume menor do que o ocupado

    originalmente.

    O valor dessas densidades intrnseco a cada solo, e deve ser

    determinado a partir dos ensaios de compactao realizados durante

    os estudos geotcnicos do projeto. Desse modo, para cada solo ter-

    se- uma relao entre os volumes de corte e os volumes

    compactados.

    Para fins de simplificao dos clculos durante o projeto, o DNIT

    admite que o projetista considere uma relao mdia entre essas

    densidades.

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    Assim, para materiais de 1 categoria, o DNIT adota, de forma

    generalista, a seguinte relao:

    Densidade compactado = 1,3 x Densidade corte

    Densidade compactado = 1,6 x Densidade solto

    Ou ento,

    Volume corte = 1,3 x Volume compactado

    Volume transportado = 1,6 x Volume compactado

    Essas relaes j incluem o percentual de perdas no transporte, da

    ordem de 5%.

    A figura a seguir ilustra essa situao:

    Variaes volumtricas dos solos segundo o DNIT

    Dentro desse contexto, surgem trs coeficientes comumente

    aplicados para se efetuar a converso dos volumes de solos, so eles:

    a) Fator de Empolamento a relao entre o volume solto e o

    volume no corte.

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    b) Fator de Contrao - a relao entre o volume compactado e o

    volume no corte.

    c) Fator de Homogeneizao - a relao entre o volume no corte

    e o volume compactado.

    Diagrama de Brckner

    O diagrama de massas ou de Brckner facilita sobremaneira a anlise

    da melhor distribuio dos materiais escavados. Essa distribuio visa

    a definir a origem e o destino dos solos e rochas objetos das

    operaes de terraplenagem, e obtida a partir da tabela dos

    volumes acumulados (ver figura a seguir), que serve como base para

    construo do diagrama.

    Uma observao importante que deve ser feita nessa planilha, que

    os volumes de aterro no se referem ao volume compactado, mas

    sim, referem-se aos volumes de corte necessrio para compactar os

    respectivos volumes de aterro de cada estaca. Assim, os volumes de

    aterro j devem considerar o fator de homogeneizao como

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    conversor dos volumes de aterro em volumes de corte. Ou seja,

    vamos supor que em uma determinada estaca, o volume de aterro

    seja de 400 m. Para podermos realizar o aterro nessa estaca,

    necessitaremos de um volume maior de corte, no 400 m, mas sim,

    (400 m x Fh), que o volume a ser inserido na coluna dos aterros,

    onde Fh indica o fator de homogeneizao do material a ser

    compactado.

    Feita essa observao, vamos conhecer o Diagrama!

    Para a construo do diagrama, calculam-se inicialmente as

    chamadas ordenadas de Brckner. Essas ordenadas correspondem

    aos volumes de cortes (convencionalmente positivos) e aterros

    (convencionalmente negativos) acumulados a cada estaca. A

    somatria dos volumes feita a partir de uma ordenada inicial

    arbitrria.

    No caso de sees mistas, as ordenadas de Brckner consideram

    apenas a diferena entre os volumes de corte e aterro, haja vista que

    essa diferena representa o volume disponvel para ser movimentado

    ao longo da rodovia. O mesmo no acontece com os volumes de

    compensao lateral, os quais so desconsiderados no clculo das

    ordenadas de Brckner.

    O exemplo a seguir ilustra a situao:

    Estaca

    Volume

    Corte

    (m)

    Volume

    Aterro

    (m)

    Compensao

    Lateral (m)

    Ordenada

    de

    Brckner

    1 100 200 100 -100

    2 150 0 0 50

    3 200 40 40 210

    4 0 100 0 110

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    As ordenadas calculadas so impressas, de preferncia sobre uma

    cpia do perfil longitudinal do projeto. No eixo das abscissas

    indicado o estaqueamento da rodovia, e no eixo das ordenadas,

    numa escala adequada, os valores acumulados para as ordenadas de

    Brckner, seo a seo. Os pontos assim marcados, unidos por uma

    linha curva, forma o Diagrama de Brckner.

    A figura a seguir apresenta o perfil longitudinal de um trecho de

    rodovia e o digrama de massas correspondente.

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    Vale destacar que o diagrama de massas no um perfil, ou seja, a

    forma do diagrama de massas no guarda relao direta com a

    topografia do terreno.

    Como mostra a figura anterior, todo trecho ascendente do

    diagrama corresponde a um trecho de corte (ou de sees

    mistas com predominncia de corte). Alm disso, todo o trecho

    descendente do diagrama corresponde a um trecho de aterro

    (ou de sees mistas com predominncia de aterros em sees

    mistas).

    Vale observar tambm que inclinaes muito elevadas das linhas do

    diagrama indicam grandes movimentos de terra, seja em corte

    (ascendente) ou em aterro (descendente).

    Os pontos notveis do grfico so, da mesma forma, muito

    importantes. Os pontos de mximo correspondem passagem de

    corte para aterro, e os pontos de mnimo correspondem

    passagem de aterro para corte.

    A partir do diagrama, pode-se calcular o volume de terra entre duas

    estacas. Esse volume obtido a partir da diferena de ordenadas

    entre dois pontos do diagrama.

    Vo

    lum

    es A

    cum

    ula

    do

    s

    VA A

    VB B

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    Assim, o volume entre os pontos A e B da figura anterior

    representado pela diferena (VA - VB), representando um trecho em

    aterro, j que o grfico est numa trajetria descendente.

    Alm disso, qualquer linha horizontal traada sobre o diagrama

    determina trechos de volumes compensados (volume de corte =

    volume de aterro corrigido), conforme veremos a seguir.

    Segundo a figura acima, entre o ponto C e o ponto D tem-se um

    segmento em corte, cujo volume (VD VC). Entre o ponto D, e o

    ponto E, tem-se um trecho em aterro, cujo volume (VD VE), que

    igual a (VD VC). Portanto, entre os pontos C e E tm-se volumes

    compensando-se longitudinalmente.

    Esta horizontal, por conseguinte, chamada de linha de

    compensao (ou linha de terra). A medida do volume dada pela

    diferena de ordenadas entre o ponto mximo ou mnimo do trecho

    compensado e a linha horizontal de compensao.

    Dentro desse conceito, a posio da onda do diagrama em relao

    linha de compensao indica a direo do movimento de terra. Ondas

    positivas (linha do diagrama acima da linha de compensao) indicam

    o transporte de terra no sentido crescente do estaqueamento da

    Vo

    lum

    es A

    cum

    ula

    do

    s

    VD D

    Linha de compensao VC = VE E

    C

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    estrada. Ondas negativas indicam transporte no sentido contrrio ao

    estaqueamento.

    Importante observar ainda, que a rea compreendida entre a curva

    do diagrama e a linha de compensao mede o momento de

    transporte da distribuio considerada.

    Define-se Momento de Transporte como o produto dos volumes

    transportados pelas distncias mdias de transporte:

    Momento (m x km) = Volume (m) x DMT (km)

    A distncia mdia de transporte (DMT) de cada distribuio pode ser

    considerada como a base de um retngulo de rea equivalente do

    segmento compensado e de altura igual mxima ordenada desde

    segmento. Vejamos a figura a seguir.

    Vo

    lum

    es A

    cum

    ula

    do

    s

    Linha de compensao

    Linha de compensao

    Sentido do transporte

    Sentido do transporte

    rea = Momento de Transporte DMT

    Vo

    lum

    es A

    cum

    ula

    do

    s

    Linha de compensao

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    Quando executado um transporte de solo de um corte para um

    aterro, as distncias de transporte se alteram a cada viagem, sendo

    necessria, portanto, a determinao de uma distncia mdia de

    transporte, que dever ser igual distncia entre os centros de

    gravidade dos trechos de cortes e aterros compensados.

    Resultados do Diagrama

    Existem vrias maneiras de se executar uma distribuio de massa

    em um projeto de terraplenagem. Cada uma das alternativas

    corresponder a uma distncia mdia de transporte global e, por

    conseguinte, um determinado custo de terraplenagem. Logo, um

    projeto racional de terraplenagem dever indicar a melhor

    distribuio de terras, de maneira que a distncia mdia de

    transporte e o custo das operaes de terraplenagem sejam

    reduzidos a valores mnimos.

    Mas, como conseguir isso com o diagrama de Brckner? Resposta:

    por meio do lanamento racional de diversas linhas de compensao

    dentro do Diagrama de Brckner!

    Vamos mostrar um exemplo para vocs para podermos entender

    melhor. Vejamos o diagrama a seguir, com uma soluo otimizada de

    distribuio.

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    Entre os pontos A e C, C e E, E e G, e H e J traamos linhas de

    compensao. De forma que:

    De A a B temos um segmento em aterro com volume de 1500 m

    ajustados. Entre os pontos B e C temos um corte com volume

    tambm de 1500 m, havendo, pois, uma compensao.

    O momento de transporte igual a 1500 m x km, o que implica

    dizer que a distncia de transporte de 1 km (1500 m x km / 1500

    m) para essa compensao.

    Seguindo esse mesmo raciocnio, a distncia de transporte na

    compensao entre os pontos C e E igual a 0,85 km, ou 850 m,

    entre os pontos E e G igual a 1 km, e, entre os pontos H e J igual

    a 1,1 km. Tentem chegar tambm a esses resultados!

    Percebam que entre os pontos G e H surgiu um descompasso entre

    as linhas de compensao. Essa descontinuidade representa um

    Vo

    lum

    e s

    Acu

    mu

    lad

    os

    (m)

    3800

    2000

    1500

    4500

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J 1700

    rea=1500

    rea=1700

    rea=4500

    rea=2310

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    segmento em corte, j que um segmento ascendente. S que entre

    esses dois pontos, no h compensao, ou seja, nenhum aterro ir

    receber esse solo, pois os demais pontos j sofreram compensao.

    Sendo assim, o volume entre os pontos G e H (1700 m) ter que ser

    conduzido para um bota-fora.

    As linhas de compensao podem ser traadas de diversas formas em

    um diagrama de Brckner. A escolha das melhores linhas que

    propiciar a distribuio de massas mais eficiente possvel.

    Vejam pelo diagrama abaixo como a mesma situao pode ser

    elaborada de forma antieconmica.

    Nesse caso, entre os pontos A e B teremos um volume de aterro sem

    compensao, isso significa a necessidade de obtermos uma caixa de

    emprstimo para abastecer esse segmento, com volume na ordem de

    1.500 m.

    Vo

    lum

    e s

    Acu

    mu

    lad

    os

    (m)

    3800

    2000

    1500

    4500

    A

    B D

    C

    E

    G

    H

    I 1700

    F

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    Entre os pontos F e G teremos um volume de corte sem

    compensao, isso significa a necessidade de obtermos um bota-fora

    com volume na ordem de 3.200 m, ou um bota-fora com volume de

    1.700m, e transportar esse solo at o segmento AB, por meio de

    uma relevante distncia mdia.

    Planilha de ORIGEM-DESTINO

    O resultado da distribuio de massas a planilha de origem

    destino dos materiais, conforme o exemplo a seguir.

    Em sequncia, elabora-se, para todo o trecho, o Resumo da

    Movimentao de Terras, conforme o modelo a seguir.

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    Por essa planilha, cada servio de escavao, carga e transporte

    discriminado por intervalos de DMT, e por categorias de material.

    O resultado a obteno de todos os quantitativos de servios de

    terraplenagem, o que faz cumprir um dos objetivos do projeto de

    terraplenagem, conforme vimos no incio desta aula.

    1.2.3. Definio de jazidas

    Como vimos na Aula 4, os estudos geotcnicos possuem, como um de

    seus objetivos, a avaliao da ocorrncia de jazidas de emprstimos

    para o aproveitamento no projeto de terraplenagem.

    Ao final dos estudos, cumpre ao projeto de terraplenagem selecionar

    as jazidas que sero utilizadas, devendo-se avaliar tanto os critrios

    tcnicos quanto econmicos.

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    Ao passo que desejvel a utilizao de jazidas com timos

    resultados de CBR e expanso, no se pode abrir mo de grandes

    custos para que essas jazidas sejam aproveitveis.

    As jazidas consideradas aptas pelos estudos geotcnicos sero

    utilizadas para realizar a compensao de volumes em segmentos

    onde isso no seja possvel, conforme visto no diagrama de Brckner.

    Paralelamente a isso, no se pode afastar o atendimento s

    condicionantes ambientais, as quais impem tambm a necessidade

    de recuperar as reas degradadas nas jazidas de emprstimos,

    implicando, tambm, em custos adicionais.

    As reas destinadas a bota-fora tambm devem ser determinadas

    pelo projeto de terraplenagem. Elas sero utilizadas para depositar o

    volume de solo excedente na distribuio de massas.

    1.3. Compactao dos Aterros

    Introduo

    O aterro definido como segmento de rodovia cuja implantao

    requer depsito de materiais provenientes de cortes e/ou de

    emprstimos, no interior dos limites das sees de projeto (offsets)

    que definem o corpo estradal.

    Em outras palavras, o aterro ocorre quando a cota projetada da

    rodovia supera a cota do terreno natural em um determinado

    segmento especfico. Assim, para que se atinja a cota de projeto

    nesse segmento necessrio adicionar camadas de solo compactado,

    provenientes de cortes do prprio eixo estradal, ou ento, de

    jazidas de emprstimo de solo localizadas nas proximidades da

    rodovia.

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    Seo Tpica de Aterro

    Nesse contexto veremos a partir de agora, aspectos importantes

    sobre a execuo dos aterros, de acordo com as normas existentes

    no DNIT.

    Caractersticas dos Solos aplicadas compactao

    No tocante compactao de aterros, existem dois grandes grupos

    de solo:

    Solos coesivos So solos muito finos, com predominncia de silte2

    e argila3. A coeso tem origem na capacidade desses solos em

    absorver a umidade.

    Na compactao dos solos coesivos, a funo da gua envolver as

    partculas mais finas de solo, dotando-as de coeso. Qualquer

    acrscimo de gua superior ao necessrio faz com que as partculas

    se separem; o esforo de compactao, neste caso, utilizado para

    expulsar a gua, procurando a reaproximao das partculas.

    2 Solo constitudo de pequenas partculas de minerais diversos de tamanho de gros entre 0,05mm e 0,005mm. 3 Solo que apresenta caractersticas marcantes de plasticidade; quando suficientemente mido, molda-se facilmente em diferentes formas; quando seco, apresenta coeso bastante para formar torres dificilmente desagregveis presso dos dedos. O tamanho do seu gro inferior a 0,005mm.

    1:1,5

    Offset

    Offset

    Eixo Cota projetada

    Cota natural

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    Solos no coesivos (granulares) So solos com predominncia de

    gros de rocha de tamanho varivel. A parte fina destes solos pode

    ser arenosa ou siltosa. Exemplo: areias.

    Nos solos granulares (arenosos), h predominncia de partculas

    slidas que entram em contato entre si. Durante a compactao, a

    gua funciona como lubrificante, facilitando a movimentao e o

    entrosamento.

    Aspectos Tericos sobre a Compactao

    Teoricamente falando, a compactao o processo manual ou

    mecnico de aplicao de foras destinadas a reduzir o volume do

    solo at atingir sua densidade mxima. Entre outras razes, a

    diminuio do volume deve-se a:

    Melhor disposio dos gros do solo, permitindo aos menores

    ocupar os espaos deixados pelos maiores;

    Diminuio do volume de vazios pela nova arrumao do solo;

    Utilizao da gua como lubrificante.

    Cabe ainda considerar que essa reduo de volume pela compactao

    possvel at determinado ponto, onde a maior parte das partculas

    entra em contato umas com as outras, ocasionando uma quantidade

    mnima de vazios.

    Mecnica da compactao

    Em resumo, para realizar a compactao de um solo, necessrio:

    (1) equipamento adequado que fornea a energia de compactao

    (rolos compactadores) e (2) gua natural ou adicionada, para servir

    como lubrificante entre as partculas slidas.

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    Porm, cada tipo de solo possui um processo de compactao mais

    eficiente. Assim, so conhecidos quatro processos fundamentais de

    compactao:

    a) Por compresso o esforo proveniente da aplicao de uma

    fora vertical, de maneira constante, o que provoca o deslocamento

    vertical do solo. Este deslocamento permite uma melhor arrumao

    das partculas, objetivando sempre a diminuio do volume de vazios.

    b) Por amassamento consiste na aplicao simultnea de foras

    verticais e horizontais provenientes do equipamento utilizado. Esta

    ao simultnea de foras conseguida pelos rolos compactadores

    onde os esforos horizontais da trao so somados aos verticais do

    peso do rolo. Esse processo de compactao o adequado para os

    solos coesivos. (ex. rolo p de carneiro, rolo de pneus etc.).

    c) Por impacto consiste na aplicao de foras verticais,

    provocando impacto sobre a superfcie em que aplicada, com

    repetio at de 500 vezes por minuto (ex.: compactador manual).

    d) Por vibrao quando a aplicao das foras verticais se d com

    uma frequncia de repetio acima de 500 golpes por minuto. Esse

    processo de compactao o adequado para solos arenosos. (ex.

    rolo liso vibratrio).

    e) Misto quando combinadas dois processos num mesmo

    movimento (ex. rolo p-de-carneiro vibratrio).

    Equipamentos de compactao

    Os principais tipos de rolos compactadores so: p de carneiro,

    esttico ou vibratrio; de pneus com presso fixa ou varivel; e liso,

    esttico ou vibratrio.

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    importante destacar que cada tipo de rolo tem suas caractersticas

    especficas, o que os tornam adequados para cada tipo especfico de

    solo, o que no invalida o seu uso em outros solos, desde que se leve

    em conta a reduo do rendimento.

    Para os rolos acima citados, as principais caractersticas so:

    a) Rolos p de carneiro - Os rolos p de carneiro so mais

    eficientes em solos coesivos (argilosos e siltosos), nos quais

    necessrio aplicar altas presses para vencer a coeso do solo, com

    as patas penetrando na parte mais profunda.

    Devido a esta caracterstica, a compactao realizada de baixo para

    cima, possibilitando um grau de compactao uniforme em toda a

    espessura.

    A camada solta pode ter uma espessura at 25% maior do que a

    altura da pata, que da ordem de 20 cm. medida que o solo

    compactado, a profundidade em que a pata penetra vai diminuindo,

    at o ponto em que o rolo praticamente passeia. A eficincia do rolo

    termina nos ltimos 5,0 cm da camada, sendo, da em diante,

    improdutiva a sua utilizao.

    Os rolos p de carneiro no devem ser utilizados na

    compactao de solos granulares ou de pouca coeso, pois seu

    efeito praticamente nulo.

    Nos casos de solos em que haja a mistura de argila e areia, o rolo p-

    de-carneiro deve ser aplicado com vibrao, havendo, portanto, uma

    compactao mista nesses casos: por amassamento, e ao mesmo

    tempo por vibrao.

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    Rolos p de carneiro realizando a compactao

    b) Rolos de pneus - Podem ser classificados em leves, mdios e

    pesados. O nmero de pneus e a rea de contato so de grande

    importncia no valor da presso efetiva de compactao.

    Este tipo de rolo o mais verstil e pode ser utilizado na maioria dos

    solos (misturas de areia, silte e argila), pelas vantagens do efeito de

    amassamento produzido pelos pneus. No entanto, possui boa

    eficincia em solos de granulao fina arenosa (misturas de areia

    com silte ou argila).

    Devido ao resultante da distribuio de presses pelos pneus e o

    efeito do amassamento, a compactao se d em toda a espessura

    da camada, com a particularidade de deixar a superfcie totalmente

    fechada (selada).

    c) Rolos lisos vibratrios - So rolos metlicos dotados de um

    sistema vibratrio, que permite aplicar ao solo determinado nmero

    de golpes por minuto (frequncia).

    Este tipo de rolo de alta eficincia principalmente para solos

    granulares, arenosos. Sua eficincia se traduz numa rpida

    arrumao dos gros, atingindo em pouco tempo a densidade

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    mxima. O seu emprego, porm, est condicionado correta

    utilizao das vibraes transmitidas ao solo.

    Os rolos lisos estticos so de pouca aplicao em terraplenagem. O

    efeito de compactao destes rolos dado de cima para baixo,

    provocando, em certos casos, o aparecimento de uma camada

    superficial compactada deixando a parte mais profunda parcialmente

    solta.

    Resumo:

    A figura a seguir resume a aplicao de cada rolo para cada tipo de

    solo:

    1.3.1. Aterros sobre solos com baixa

    capacidade de suporte

    Em algumas situaes peculiares impostas pela geologia regional, o

    projetista de terraplenagem pode se deparar com problemas nas

    fundaes dos aterros. Esses problemas dizem respeito ocorrncia,

    nos terrenos de fundao, de solos possuidores de baixa resistncia

    de suporte, incapazes de resistir s presses exercidas pelos aterros

    sem apresentar rupturas ou deformaes apreciveis.

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    Esses solos normalmente so formados pela presena direta da gua

    (banhados), gerando materiais com forte contribuio orgnica e de

    pssimo comportamento geotcnico.

    Admitindo-se como premissas bsicas que os solos ocorrentes nos

    terrenos de fundao de um determinado aterro a ser construdo so

    efetivamente moles e que qualquer mudana de traado seria

    impraticvel, podem ser cogitados diversos procedimentos especiais,

    com vistas viabilizao tcnica da construo do aterro projetado.

    1 Soluo: Remoo da camada de solo mole

    Trata-se de procedimento executivo bastante recomendvel,

    principalmente par remoes com altura inferior a 3,0 m. Essa

    soluo consiste, em linhas gerais, na remoo da camada

    problemtica por equipamentos escavadores especiais, substituindo-

    se o volume resultante desta remoo por material de boa qualidade,

    normalmente inerte ao da gua. Depois de ultrapassar o nvel

    dgua, executa-se normalmente o aterro projetado.

    2 soluo: Execuo de bermas de equilbrio

    Esse procedimento consiste na execuo de aterro envolto por

    banquetas laterais, gradualmente decrescentes em altura, de sorte

    que a distribuio das tenses se faz em rea bem mais ampla do

    que aquela que resultaria da utilizao de um aterro convencional.

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    3 soluo: Execuo de aterros por etapas

    Esse procedimento consiste em sobrepor ao terreno de baixa

    resistncia ao cisalhamento, por sucessivas vezes, fraes do aterro

    projetado. A cada nova deposio de material, o adensamento da

    camada mole monitorado, at que a sua estabilidade permita a

    adio da prxima camada de solo no aterro.

    Esse processo repetido at que haja a estabilidade total do aterro,

    permitindo, assim, o alcance das cotas de aterro projetadas.

    4 Soluo: Execuo de drenos verticais

    Essa soluo fundamentada no fato de que a remoo da gua

    acelera o processo de adensamento da camada de solo de baixa

    resistncia. Uma prtica a execuo de drenos verticais preenchidos

    com areia, adequadamente dispostos em planta e seo transversal,

    aos quais se sobrepe um colcho drenante, composto pelo mesmo

    material. Posteriormente, segue-se a execuo sobre esse colcho de

    parte do aterro, a qual exercer presso sobre o sistema, forando a

    gua de saturao a atingir os drenos verticais, ascender por estes e

    ser eliminada pela camada drenante.

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    Na atualidade, os chamados geodrenos apresentam-se como uma

    opo interessante em comparao aos drenos verticais de areia

    convencionais.

    Instalao dos Geodrenos

    5 Soluo: Reforo de Terreno de Fundao com

    Geossinttico

    Essa tcnica consiste em aplicar sobre a superfcie do terreno de

    fundao um geossinttico do tipo geotxtil, geoclula ou geogrelha.

    Esse tipo de reforo atua na estabilidade do aterro e na reduo dos

    deslocamentos laterais, mas sem nenhuma influncia significativa nos

    recalques dos aterros.

    As caractersticas principais desse geossinttico so a longa

    durabilidade, a alta resistncia trao, e flexibilidade, tornando a

    soluo bastante prtica e competitiva.

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    Geossinttico aplicado como sobre a superfcie do terreno

    2. Equipamentos de Terraplenagem

    Os servios de terraplenagem, por sua natureza,

    diversificao e magnitude, requerem um processo executivo

    mecanizado, envolvendo a utilizao de uma variedade de

    equipamentos pesados.

    Podemos classificar os equipamentos de terraplenagem, de

    acordo com a sua finalidade, da seguinte forma:

    a) Unidades de trao (tratores);

    b) Unidades escavoempurradoras;

    c) Unidades escavotransportadoras;

    d) Unidades escavocarregadoras;

    e) Unidades de transporte;

    f) Unidades aplainadoras;

    g) Unidades compactadoras.

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    As unidades de a a e so responsveis pelas quatro

    operaes bsicas da terraplenagem: escavao, carga,

    transporte e descarga. Essas operaes podem ser realizadas pelo

    mesmo equipamento, ou por meio de uma equipe de equipamentos,

    atuando em harmonia em busca da maior produtividade possvel

    dentro de uma obra. As unidades f e g so responsveis pelas

    operaes complementares de conformao e compactao do

    terreno.

    Nesse contexto, iremos falar mais detalhadamente sobre

    cada tipo de equipamento.

    2.1. Unidades de trao (tratores)

    Os tratores so unidades autnomas, bsicas, as quais

    executam a trao ou empurram outras mquinas, podendo receber

    diversos implementos destinados a diferentes tarefas.

    Assim, o trator pode ser montado sobre esteiras ou sobre

    pneus, recebendo a denominao genrica de trator de esteiras e

    trator de pneus, respectivamente.

    Trator de esteiras e trator de pneus

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    Caractersticas

    Esses equipamentos possuem determinadas caractersticas

    comuns:

    a) Esforo trator: a fora que o trator possui na barra de

    trao (no caso de esteiras) ou nas rodas motrizes (no caso de

    tratores de rodas), para executar as funes de rebocar ou de

    empurrar outros equipamentos ou implementos;

    b) Velocidade: a velocidade de deslocamento da mquina,

    que depende, sobretudo, do dispositivo de montagem, sobre esteiras

    ou sobre rodas;

    c) Aderncia: a maior ou menor capacidade do trator de

    deslocar-se sobre diversos terrenos ou superfcies revestidas, sem

    haver a patinagem da esteira (ou dos pneus) sobre o solo (ou

    revestimento) que o suporta;

    d) Flutuao: a caracterstica que permite ao trator

    deslocar-se sobre terrenos de baixa capacidade de suporte, sem

    afundamento excessivo da esteira, ou dos pneus, na superfcie que o

    sustenta;

    e) Balanceamento: a qualidade que deve possuir o trator,

    proveniente de uma boa distribuio de massa e de um centro de

    gravidade a pequena altura do cho, dando-lhe boas condies de

    equilbrio, sob as mais variadas condies de trabalho.

    Com base nessas caractersticas, podemos estabelecer uma

    comparao entre os tratores de pneus e os tratores de esteiras.

    Os tratores de esteiras apresentam uma melhor aderncia

    em comparao com os tratores de pneus. Essa vantagem

    propiciada por salincias contidas nas esteiras. A consequncia disso

    a possibilidade de o trator de esteiras deterem uma grande

    capacidade de esforo trator.

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    Melhor explicando, no caso dos tratores de rodas, em

    funo da aderncia limitada, de nada adiantaria o trator de pneus

    possuir um grande esforo trator, pois a aplicao dessa trao iria

    implicar na patinao das rodas, impossibilitando o aproveitamento

    dessa grande potncia. Desse modo, a aderncia um fator limitante

    para a trao dos tratores de pneus.

    Portanto, como o trator de esteiras possui uma boa

    aderncia, isso possibilita a esse equipamento dotar de um maior

    esforo trator.

    Esteiras, com detalhe para as salincias que possibilitam uma melhor aderncia.

    As esteiras tambm possuem uma qualidade importante que

    a baixa presso exercida no solo. Enquanto que a presso de

    contato das esteiras da ordem de 0,6 kg/cm, a presso de contato

    dos pneus prximo a 4,5 kg/cm. A consequncia disso a melhor

    flutuao do trator de esteiras em comparao ao trator de pneus.

    Uma desvantagem importante dos tratores de esteiras a

    baixa velocidade de deslocamento (no mximo 10 km/h) em

    comparao capacidade dos tratores de pneus (at 70 km/h). Como

    consequncia, os tratores de pneus so mais utilizados em trabalhos

    de longas distncias.

    Por fim, quanto ao balanceamento, tanto o trator de esteiras

    quanto o trator de pneus possuem um bom desempenho, impedindo

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    que haja o tombamento desses equipamentos sob as mais adversas

    condies de carga e rampa.

    Utilizao

    Como vimos, os tratores de esteiras e os tratores de pneus

    possuem caractersticas diferentes, por isso, seus campos de

    aplicao so diferenciados.

    Os tratores de esteiras so indicados para servios que

    requerem elevados esforos de trao, com rampas de grande

    declividade, ou para servios em terrenos de baixa capacidade de

    suporte, no importando o fator velocidade.

    Os tratores de pneus so indicados para servios de

    terrenos de baixa declividade, com boas condies de suporte e

    aderncia, quando, consequentemente, pode-se aproveitar a boa

    velocidade empregada por esses equipamentos.

    Como dissemos anteriormente, os tratores so unidades

    autnomas e bsicas. Ou seja, sua utilizao nos servios de

    terraplenagem depende de determinados implementos que

    transformam os tratores em unidades escavoempurradoras,

    escavocarregadoras, aplainadoras ou compactadoras.

    Sem os implementos, os tratores so limitados a pequenos

    servios auxiliares, como o reboque de pequenas carretas, o

    desatolamento de caminhes ou rebocar a grade de discos.

    Sobre essa ltima aplicao, a funo da grade de discos

    homogeneizar a umidade do solo, visando obter boa qualidade na

    compactao, conforme a imagem a seguir:

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    Trator agrcola rebocando uma grade de discos

    Como esse tipo de servio executado em aterros, de

    pequenas declividades, com boa capacidade de suporte e aderncia,

    o trator de pneus o equipamento mais indicado para esse servio,

    quando a velocidade de deslocamento contribui bastante para a boa

    produtividade do servio.

    Vamos falar agora dos demais equipamentos!

    2.2. Unidades Escavoempurradoras

    Para os tratores de pneus, e, principalmente para os

    tratores de esteiras, so convencionalmente implantadas lminas que

    fazem desses equipamentos unidades escavoempurradoras.

    Sendo assim, com a implantao da lmina o equipamento

    passa a se chamar trator de esteiras (ou de pneus) com lmina ou

    buldozer, sendo destinados funo de escavao dos solos4 na

    terraplenagem. Em alguns desses tratores so tambm

    implementados os escarificadores, cujo objetivo facilitar o trabalho

    de escavao em solos mais duros5. Alm disso, os tratores de

    4 http://www.youtube.com/watch?v=6LVbK4KP99I 5 http://www.youtube.com/watch?v=h_HWiPC8_LM

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    esteiras com lmina so utilizados tambm nas operaes de

    desmatamento e limpeza da camada vegetal existente nas reas

    onde se implantar a rodovia.

    Trator de esteiras com lmina

    Os servios de escavao realizados por tratores com lmina

    so realizados em terrenos com grande dificuldade de suporte e

    aderncia, sendo, portanto, indicada a utilizao de tratores de

    esteiras, e no pneus, para esses servios.

    2.3. Unidades Escavotransportadoras

    As unidades escavotransportadoras realizam as quatro

    operaes bsicas da terraplenagem: escavao, carga, transporte e

    descarga de solos de consistncia mdia a distncias mdias. So

    representados por dois tipos bsicos: o scraper rebocado, o moto-

    scraper ou scraper automotriz.

    escarificador

    lmina

    esteira

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    Scraper Rebocado

    O scraper rebocado uma caamba montada sobre dois

    eixos com pneumticos, normalmente tracionado por trator de

    esteiras. Possui a mesma funo dos moto-scrapers, com a diferena

    de que o moto-scraper autopropulsado, e o scraper rebocado por

    um trator de esteiras ou de pneus.

    Como esses equipamentos so recomendados para

    condies especficas, em relao distncia de transporte,

    consistncia e caracterstica do terreno, no comum observar a

    utilizao do scraper rebocado nas obras de terraplenagem

    atualmente.

    Scraper rebocado

    Princpio de funcionamento

    A escavao do solo pelo scraper feita por uma lmina de

    corte, que entra em contato com o terreno pelo abaixamento da

    caamba do scraper.

    Ao se deslocar, o scraper carrega o solo escavado em sua

    caamba. Essas operaes de escavao e carga so as que exigem

    um maior esforo trator.

    Feito o carregamento, cumpre ao scraper tambm o

    transporte do solo at o local de destino, cuja distncia, como vimos

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    deve ser limitada para que se possa ter uma boa produtividade do

    servio.

    Por fim, a descarga realizada pelo equipamento com o

    auxlio de um ejetor, o qual se desloca dentro da caamba e ajuda a

    sada do material. Em pequenos equipamentos, essa descarga pode

    ser efetuada pela basculagem da caamba6.

    Moto-scraper

    O moto-scraper ou scraper automotriz um scraper, s que

    unido com um rebocador motorizado, de pneus, unido por meio de

    um ou dois eixos. Assim como o scraper rebocado, o moto-scraper

    executa a escavao, a carga, o transporte e a descarga dos solos.

    Esse equipamento possui um bom desempenho e produo

    em distncias pequenas de transporte, que variam entre 200 e 500

    metros. Existem trs tipos de moto-scrapers: o convencional, o

    autocarregvel e o push-pull.

    O moto-scraper convencional7, apesar de ter um motor

    prprio para a trao, no dispensa o auxlio de um trator de esteiras

    para efetuar a escavao do material, pois, caso contrrio, o moto-

    scraper no consegue realizar a escavao num tempo razovel, alm

    de poder sofrer dificuldade na trao e at mesmo a paralisao do

    motor por falta de torque.

    6 http://www.youtube.com/watch?v=LroCvExqr2M 7 http://www.youtube.com/watch?v=cFQAh1p36no

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    Moto-scraper auxiliado por um trator de esteiras

    O moto-scraper autocarregvel procura suprir essa

    necessidade de auxlio do trator de esteiras em algumas condies de

    trabalho. Esse tipo de moto-scraper possui uma fora motriz tambm

    no scraper, propiciando uma maior fora de escavao ao

    equipamento com a utilizao de dois motores.

    J o moto-scraper push-pull consiste no encaixe de dois

    moto-scrapers que se ajudam mutuamente na operao de

    escavao e carga, sem a necessidade de outro equipamento auxiliar.

    2.4. Unidades escavocarregadoras

    Essas unidades so representadas por equipamentos que

    tem a capacidade de escavar e carregar o material at as unidades

    transportadoras.

    Os equipamentos que possuem essa capacidade so as

    carregadeiras, as escavadeiras, e as retroescavadeiras.

    Carregadeiras

    As carregadeiras podem ser montadas sobre esteiras,

    entretanto, a forma mais comum a montagem sobre pneus. Uma

    vantagem das carregadeiras sobre pneus a maior agilidade no

    carregamento.

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    A operao da carregadeira (tambm chamada de p-

    carregadeira) garantida pela caamba frontal do equipamento, onde

    feita a escavao, carga e descarga do material na unidade

    transportadora.

    Importante destacar que as carregadeiras tm a

    capacidade, apenas, de fazer a escavao de materiais soltos8 ou a

    escavao de materiais de pouca resistncia. Sendo assim,

    normalmente, nas operaes de terraplenagem em que so

    empregadas as carregadeiras, a escavao do material realizada

    pelo trator de esteiras, e o carregamento, pela carregadeira.

    Carregadeira de pneus

    Escavadeiras

    As escavadeiras (ou escavadeiras hidrulicas) so

    equipamentos destinados a realizar a escavao e carga dos

    materiais at as unidades transportadoras, assim como as

    carregadeiras. Entretanto, o poder de escavao da escavadeira

    muito superior ao da carregadeira. 8 http://www.youtube.com/watch?v=uwZzdnQqStg

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    Observao: alguns autores denominam a escavadeira

    hidrulica como retroescavadeira, haja vista que o processo de

    escavao feito para trs, da o nome retro. Entretanto, utilizamos

    nesta aula a denominao adotada pelo DNIT em suas referncias.

    As escavadeiras podem ser montadas sobre esteiras (mais

    comum) ou sobre pneus.

    Uma das vantagens das escavadeiras hidrulicas a

    capacidade de trabalhar sobre qualquer terreno, pois um

    equipamento que trabalha praticamente parado, utilizando-se de seu

    eixo giratrio, que possibilita ao equipamento um giro de 360 sobre

    seu eixo.

    Alm disso, podem ser equipadas com diferentes lanas:

    a) shovel (concha) - possuem a capacidade de fazer a

    escavao em taludes de cortes altos, sendo esse seu emprego

    especfico em terraplenagem9.

    Escavadeira hidrulica com concha

    9 http://www.youtube.com/watch?v=fmC2bvznvkw&feature=related

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    b) drag-line (draga de arrasto) possui uma lana

    diferente, em forma de trelia, e uma caamba que possibilita ao

    equipamento, a dragagem de cursos dgua, lagos, atoleiros, e a

    raspagem em terras pouco consistentes e escavao de solos em

    nvel bastante inferior ao do equipamento10. Porm, a escavadeira do

    tipo drag-line no um equipamento comum de ser usado em

    rodovias.

    Escadeira hidrulica do tipo drag-line

    c) clamshell (mandbulas) as escavadeiras com a lana

    do tipo trelia podem tambm possuir uma concha na forma de

    mandbula, cuja funo efetuar a escavao e o carregamento de

    materiais soltos. A escavao se faz pela queda da caamba e

    posteriormente pelo fechamento das mandbulas, de modo que a

    remoo do material avana verticalmente em profundidade.

    Por ser um implemento fechado nos quatro lados, o

    clamshell apropriado para a escavao dentro dgua11, sendo,

    tambm, pouco utilizado em rodovias.

    10 http://www.youtube.com/watch?v=MnpIGzUSnYk 11 http://www.youtube.com/watch?v=cOClO-zYWV0

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    Retroescavadeiras

    J as retroescavadeiras so equipamentos bastante

    versteis, montados sobre rodas, e que possuem dois implementos:

    (1) uma lana com concha do tipo shovel, e (2) uma concha

    carregadeira.

    Retroescavadeira

    Em obras rodovirias, esse equipamento bastante

    utilizado na escavao de valas para a implantao de drenos

    profundos, sendo pouco utilizado nas operaes de terraplenagem

    propriamente ditas.

    2.5. Unidades de Transporte

    As unidades transportadoras so utilizadas na

    terraplenagem quando as distncias de transporte so de tal

    grandeza que o emprego de moto-scraper ou scraper rebocado se

    torna antieconmico para transportar o material.

    Assim, para grandes distncias, deve-se optar pelo uso de

    equipamentos mais rpidos, de baixo custo e com maior produo.

    concha

    carregadeira

    lana com

    concha

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    Para esses casos, so utilizados, basicamente, os caminhes

    basculantes comuns e os caminhes basculantes fora-de-estrada.

    Alm disso, so utilizados caminhes do tipo tanque, para o

    transporte de gua, conforme veremos a seguir.

    Caminhes Basculantes

    Os caminhes basculantes so equipamentos destinados ao

    transporte de solos e at de pedras. Esses equipamentos so usados

    com maior eficincia quando as distncias de transporte so grandes,

    isto , quando so superiores a 1.000m, preferencialmente superiores

    a 5 km. O solo transportado pelo caminho pode ser carregado por

    carregadeiras, por escavadeiras ou at por retroescavadeiras em

    alguns casos.

    Caminhes basculantes

    Caminhes Basculantes Fora-de-estrada

    Os caminhes basculantes fora-de-estrada so caminhes

    de estrutura reforada, que se destinam a trabalhos muito pesados e

    em condies muito severas. So utilizados, principalmente, para o

    transporte de pedras.

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    Caminho basculante fora-de-estrada

    Caminhes Tanque

    Os caminhes tanque (pipas) so caminhes utilizados no

    umedecimento dos solos durante o processo de compactao.

    Caminho tanque

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    2.6. Unidades Aplainadoras

    Os equipamentos estudados at agora so utilizados nas

    operaes bsicas de terraplenagem: escavao, carga, transporte e

    descarga. Porm, os servios de terraplenagem no se limitam a

    essas operaes.

    So importantes, tambm, as operaes de conformao e

    compactao.

    As unidades aplainadoras atuam na operao de

    conformao, ou seja, essas unidades so especialmente empregadas

    no acabamento da terraplenagem (etapa final), isto , as operaes

    de conformao do terreno ao greide final de projeto, que

    representam o ajuste fino da geometria da via conforme o

    estabelecido pelo projeto.

    O equipamento que possui essa funo denominado

    motoniveladora, e, ao final das operaes de terraplenagem, efetua a

    operao de regularizao do subleito, necessria para a execuo do

    pavimento da rodovia.

    Como principais caractersticas, esses equipamentos

    apresentam grande mobilidade da lmina de corte e preciso de

    movimentos, o que possibilita seu posicionamento nas situaes mais

    diversas.

    Sua lmina, que na maioria das operaes trabalha em

    posio horizontal12, possui uma facilidade de movimentao que

    permite o posicionamento da lmina inclusive para fora do

    equipamento, possibilitando, assim, a regularizao de taludes13.

    Alm disso, so equipados com escarificadores que podem facilitar o

    trabalho em solos mais duros. 12 http://www.youtube.com/watch?v=XTScm0bkLIY 13 http://www.youtube.com/watch?v=Kwgqf_X01dQ&feature=related

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    Motoniveladora

    2.7. Unidades Compactadoras

    Essas unidades destinam-se a efetuar a operao

    denominada compactao, isto , o processo mecnico de

    adensamento dos solos.

    Melhor explicando, os solos devem preencher certos

    requisitos para que possam servir como suporte da rodovia, ou seja,

    devem possuir certas propriedades que melhoram o seu

    comportamento tcnico. Esse objetivo atingido de maneira rpida e

    econmica por meio das operaes de compactao.

    Como as caractersticas dos solos so variveis, as unidades

    compactadoras apresentam diferenas entre si para melhor atender

    s exigncias de compactao de cada tipo de solo.

    Sendo assim, os diferentes equipamentos utilizados so os

    rolos p de carneiro e os rolos lisos, que podem ser estticos ou

    vibratrios. Alm disso, existem os rolos de pneus, que podem ser de

    presso constante ou de presso varivel.

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    Rolo p de carneiro

    um dos mais antigos equipamentos empregados na

    compactao dos aterros. Com ele obtm-se uma boa compactao

    em grande parte dos solos onde empregado. Sua utilizao ideal

    para solos coesivos (argila, por exemplo).

    O rolo p de carneiro formado por um tambor oco, no qual

    existem salincias de comprimentos variando entre 20 e 25 cm (ou

    mais), denominadas patas, e que se posicionam em fileiras

    desencontradas.

    Rolo p de carneiro

    Rolo Liso

    Nos solos no coesivos, isto , que dispem de baixas

    porcentagens de argila (solos arenosos), os rolos p-de-carneiro

    mostram-se totalmente inadequados para efetuar a compactao,

    pois apenas conseguem revolver o terreno, sem nenhum

    adensamento.

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    Assim, o rolo liso realiza a compactao dos solos no

    coesivos a partir da passagem do rolo com certa vibrao que se

    propaga pelo tambor at o terreno.

    As frequncias empregadas oscilam entre 1000 a 4800

    ciclos por minuto, sendo mais utilizadas, em geral, as mais baixas.

    Verificou-se, tambm, experimentalmente, que os rolos lisos

    vibratrios tm maior rendimento a baixas velocidades de

    deslocamento, pois a compactao depende do tempo total em que

    as oscilaes so aplicadas sobre a superfcie.

    Pela inexistncia das patas, o rolo liso possui uma menor

    superfcie de contato com o solo, e assim, a compactao no se

    torna possvel em camadas muito espessas.

    Rolo liso

    Rolo de Pneus

    Os rolos de pneus (ou pneumticos) so constitudos por

    uma plataforma metlica, apoiada em dois eixos com pneumticos. O

    nmero de pneumticos em cada eixo varivel, com um mnimo de

    trs, at seis ou mais.

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    Para melhor cobertura do terreno a ser compactado, as

    rodas dos eixos so desencontradas em seu alinhamento, de maneira

    que as do eixo traseiro correm nos espaos deixados pelas rodas do

    eixo dianteiro.

    O adensamento dos solos, no caso dos rolos pneumticos,

    depende da presso de contato entre os pneus e o terreno. De modo

    geral, quanto maior for a presso, maior facilidade h na obteno de

    densidades elevadas. Todavia, h uma limitao imposta pela prpria

    resistncia oferecida pela camada.

    Rolo de pneus

    Esses rolos, em terraplenagem, so indicados para a

    compactao de solos de granulao fina arenosa.

    Compactador Manual

    So equipamentos munidos de motores de combusto

    interna ou ar comprimido e dotados de uma placa vibratria ou um

    soquete, atravs dos quais se realiza a compactao. Tambm so

    conhecidos como sapo mecnicos.

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    So empregados em reas restritas, onde no possvel o

    uso do equipamento convencional de maior porte, como o caso de

    reaterro de valas e compactao de material nas vizinhanas de

    dispositivos facilmente danificveis pelo equipamento (poos de

    visita, caixas, bueiros, etc.).

    Compactador Manual

    3. Especificaes de servios

    Pessoal, neste item da aula vamos fazer um resumo dos principais

    aspectos trazidos pelas normas do DNIT que regulamentam a

    execuo dos principais servios de terraplenagem. Vamos l?!

    3.1. Servios preliminares

    Os servios preliminares de terraplenagem, segundo a norma DNIT

    104/2009 ES, consistem em todas as operaes de preparao das

    reas destinadas implantao do corpo estradal e das reas de

    ocorrncias de material, pela remoo de material vegetal e outros,

    tais como: rvores, arbustos, tocos, razes, entulhos, mataces, alm

    de qualquer outro considerado como elemento de obstruo, como

    linhas de transmisso de energia, de telefone, bem como cercas,

    construes e outras benfeitorias.

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    Desmatamento

    A norma estabelece diversos condicionantes para execuo do

    desmatamento, so eles:

    O desmatamento deve ser realizado dentro dos limites de

    offset da plataforma da rodovia, acrescidos de uma faixa

    adicional mnima de operao, na largura em que seja

    indispensvel a sua utilizao.

    Nas reas destinadas a cortes, a camada de 60cm abaixo do

    greide de projeto deve ficar totalmente isenta de tocos os

    razes.

    Nas reas destinadas a aterros, de altura inferior a 2,00 m,

    a camada superficial do terreno natural contendo razes e

    restos vegetais deve ser totalmente removida.

    Nas reas destinadas a aterros, de altura superior a 2,00m,

    o desmatamento deve ser executado de modo que o corte das

    rvores fique, no mximo, nivelado ao terreno natural, no

    havendo necessidade de destocamento14.

    Para vegetao de porte reduzido, com dimetro mdio

    inferior a 15 cm (medido a uma altura de 1,00 m do solo), o

    desmatamento poder ser realizado, exclusivamente, com

    tratores de esteiras. A medio desses servios de feita de

    acordo com a rea desmatada.

    No caso da vegetao de maior porte, de dimetro maior que

    15 cm (medido a uma altura de 1,00 m) o processo demanda o

    uso adicional de motosserras. Posteriormente, deve ser

    procedido o destocamento, que consiste em remover os tocos

    remanescentes. A medio desses servios realizada por

    14 Operao de remoo total dos tocos e razes das rvores.

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    unidade de rvore efetivamente destocada, considerando dois

    grupos distintos: (1) rvores com dimetro entre 15 cm e 30

    cm, e (2) rvores com dimetro superior a 30 cm.

    Podem ser assinaladas ainda pela fiscalizao, rvores de

    grande porte a serem preservadas. Nesse caso, as rvores so

    transportadas para local determinado, visando posterior

    aproveitamento.

    Na operao de limpeza, quando o terreno for inclinado, o

    trator deve trabalhar sempre de cima para baixo.

    A apropriao dos custos do servio deve englobar, alm dos

    custos de desmatamento e destocamento, as operaes

    referentes remoo/transporte/deposio e respectivo

    preparo e distribuio, no local de bota-fora, do material

    proveniente do desmatamento, do destocamento e limpeza,

    incluindo-se, tambm, as operaes referentes preservao

    ambiental.

    Outros elementos a serem removidos

    Quanto remoo de outros elementos, a norma DNIT 104/2009

    ES estabelece o seguinte:

    Com relao s linhas de transmisso, o servio normalmente

    executado pelas prprias empresas concessionrias, e nenhuma

    ao deve ser tomada sem a autorizao dessas empresas.

    A remoo de construes ou outras benfeitorias

    depender do estgio do processo de desapropriao.

    No caso de remoo de cercas, deve-se sempre construir

    primeiro a nova cerca, antes de remover a antiga, visando

    evitar estragos em plantaes ou pastagens, ou ainda, sada de

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    animais para a faixa de domnio, trazendo perigo ao trnsito de

    equipamentos.

    Todos os servios preliminares executados devem guardar

    consonncia com as normas ambientais, com o projeto de

    engenharia, com o Plano Bsico Ambiental, alm das

    recomendaes e exigncias dos rgos ambientais.

    3.2. Cortes

    Os servios de escavao, carga, transporte e classificao dos

    materiais escavados, so regulamentados pela norma DNIT

    106/2009-ES.

    A norma define como corte o segmento de rodovia, em que a

    implantao requer a escavao do terreno natural, ao longo do eixo

    e no interior dos limites das sees do projeto (offsets) que definem o

    corpo estradal, o qual corresponde faixa terraplenada.

    Preparo dos Servios

    Como condicionante ao incio dos trabalhos de corte, estabelecido o

    seguinte:

    O segmento em corte deve se apresentar convenientemente

    desmatado e destocado e estando o respectivo entulho

    removido.

    Os segmentos em aterro ou bota-fora que sero o destino dos

    solos escavados devero estar devidamente desmatados,

    destocados, entre outras operaes que os tornem aptos a

    receber o solo escavado dos cortes.

    As obras de arte correntes previstas nos segmentos em

    aterro que recebero o material do corte devem estar

    devidamente construdas.

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    As marcaes topogrficas para o corte devem, aps as

    operaes de desmatamento, ser devidamente checadas.

    As correspondentes fontes ou tomadas dgua devem estar

    preparadas e equipadas, e, em condies de abastecerem

    regularmente as operaes de compactao.

    Os caminhos de servio devero estar devidamente concludos.

    Execuo dos Servios

    A escavao dos cortes deve subordinar-se aos elementos tcnicos

    determinados pelo projeto de engenharia, inclusive no que tange ao

    transporte e deposio adequada dos materiais escavados para

    aterros, bota-foras ou praas de depsito provisrio.

    Nos cortes de altura elevada, deve ser procedida a implantao de

    banquetas, de largura mnima de 3 m, alm de valetas revestidas

    e proteo vegetal.

    Quando alcanado o nvel da plataforma dos cortes:

    Se for verificada a ocorrncia de rocha s ou em

    decomposio, deve-se promover o rebaixamento do

    greide, da ordem de 0,40 m, e o preenchimento desse rebaixo

    com material inerte;

    Se for verificada a ocorrncia de solos de expanso maior que

    2% e baixa capacidade de suporte, deve-se promover sua

    remoo, com rebaixamento de 0,60m. Em se tratando de

    solos orgnicos, o projeto ou sua reviso fixaro a espessura a

    ser removida;

    Devem ser verificadas as condies do solo in natura nas

    camadas superficiais (ltimos 60 cm). Tais condies devem

    atender s especificaes para essas camadas finais, no tocante

    s condies mnimas de compactao;

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    Os taludes de corte devem apresentar, aps as operaes de

    terraplenagem, a inclinao indicada no projeto de engenharia.

    No deve ser permitida a presena de blocos de rocha nos

    taludes que possam colocar em risco a segurana do trnsito.

    Desde que atendido o projeto, e tcnica e economicamente vivel, os

    volumes de solos que resultariam em bota-foras podem ser

    integradas aos aterros, constituindo alargamentos da

    plataforma.

    Cortes em material de 3 categoria

    Quanto execuo de cortes em material de 3 categoria devem ser

    tomados os seguintes cuidados, objetivando a segurana do pessoal e

    dos equipamentos:

    Estabelecer um horrio rgido de detonao, e cumpri-lo a

    risca;

    No trabalhar com explosivos noite;

    Abrigar bem o equipamento e possibilitar a proteo do

    pessoal;

    Avisar a comunidade local e ao trfego sobre o perodo de

    detonao;

    Evitar a aproximao de pessoal estranho nas vizinhanas do

    corte na hora da exploso.

    Controle

    Controle dos Insumos

    O controle tecnolgico dos materiais utilizados para eventual

    substituio e/ou tratamento das camadas superficiais dos cortes