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REGULAGEM DAS MOENDAS A regulagem das moendas consiste em três operações básicas: A. Cálculo das aberturas B. Posicionamento dos rolos (triangulação) C. Traçado da bagaceira A. Calculo das aberturas Na realidade, calculamos somente a abertura de saída em trabalho de cada terno. As outras aberturas são conseqüências destas aberturas. a) Abertura de saída em trabalho (S), entre rolo superior e saída com o superior em sua posição mais alta. b) Abertura de saída em repouso (s), entre rolo superior e saída com o superior em sua posição mais baixa. c) Abertura de entrada em trabalho (E), entre rolo superior e entrada com o superior em sua posição mais alta. d) Abertura de entrada em repouso (e), entre rolo superior e entrada com o superior em sua posição mais baixa. e) Abertura do rolo de pressão em trabalho (P), entre rolo superior e de pressão com o superior em sua posição mais alta. f) Abertura do rolo de pressão em repouso (p), entre rolo superior e de pressão com o superior em sua posição mais baixa.

Regulagem das moendas

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Page 1: Regulagem das moendas

 

REGULAGEM DAS MOENDAS A regulagem das moendas consiste em três operações básicas: A. Cálculo das aberturasB. Posicionamento dos rolos (triangulação)C. Traçado da bagaceira 

A. Calculo das aberturas 

Na realidade, calculamos somente a abertura de saída em trabalho de cada terno. As outras aberturas são conseqüências destas aberturas. 

a) Abertura de saída em trabalho (S), entre rolo superior e saída com o superior em sua posição mais alta.

 b) Abertura de saída em repouso (s), entre rolo superior e saída com o superior em sua posição mais baixa. 

c) Abertura de entrada em trabalho (E), entre rolo superior e entrada com o superior em sua posição mais alta. 

d) Abertura de entrada em repouso (e), entre rolo superior e entrada com o superior em sua posição mais baixa. 

e) Abertura do rolo de pressão em trabalho (P), entre rolo superior e de pressão com o superior em sua posição mais alta.

 f) Abertura do rolo de pressão em repouso (p), entre rolo superior e de pressão com o superior em sua posição mais baixa.  

   Na determinação das aberturas, os diâmetros usados são os diâmetros médios. Dm = Di + G Onde:Dm = diâmetro médioDi = diâmetro interno

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G = altura dos frisos

  A.1 Abertura de saída em trabalho 

A finalidade da moagem é extrair o máximo possível do caldo da cana. O ideal seria extrair o caldo todo. Se isto fosse possível, teríamos que ter uma abertura de saída que deixasse somente passar a fibra, visto que a cana consiste de caldo e fibra. 

Exemplo: 

Uma usina tem seis ternos de moendas de 30"x 54" com rolos de 0,8m de diâmetro médio e 1,37m de largura. A rotação de todas as moendas é de 6,5 rpm. A usina moí 200 toneladas de cana por hora com uma fibra de 12,0%. 

O peso da fibra é: 

200 x 12 / 100 = 24 ton.Coma a densidade da fibra (sem vazios) é 1,52 ton. / m3, o volume da fibra é: 

24 / 1,52 = 15,79 m3

 

Imaginemos uma placa de fibra de 15,79m3 com um comprimento igual a distancia percorrido por um ponto na superfície do rolo superior, e sua largura igual a largura do rolo. 

Comprimento = D x N x 60  = 0,8 x 6,5 x 60  = 980,18m largura = 1,37m

 

  

A altura da placa seria a abertura de saída em trabalho

Comprimento x Largura x Altura = Volume C x L x X = V  X = V / (CxL)  X = 15,79 / (980,18 x 1,37)  X = 0,01176m ou 11,76mm

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 Na pratica, não é possível remover todo o caldo. Isto é devido ao fato que uma parte do caldo não consegue drenar em tempo, e acaba passando junto com o bagaço. Portanto devemos prever um espaço na abertura da moenda para acomodar este caldo. Por experiência sabemos a quantidade de caldo que podemos esperar no bagaço após cada terno, e por conseqüência, a quantidade ou porcentagem de fibra no bagaço. 

  4 Ternos 5 Ternos 6 Ternos1° Terno2° Terno3° Terno4° Terno5° Terno6° Terno

33414650 

3340454850

333943454850

Fibra % bagaço 

Como a quantidade de fibra pode ser considerada constante ao longo do tandem, a quantidade de caldo muda, mantendo os teores acima citados. Devemos então calcular o volume de caldo no bagaço após cada terno, e somá-lo ao volume da fibra. 

No nosso exemplo, o peso do caldo do bagaço do primeiro terno seria: 

= ton. bag / hora - ton. fibra / hora

= ton. fibra por hora / fibra%bagaço x 100 - ton. fibra / hora

= (24 / 30 x 100) – 24

= 56,0 ton. caldo por hora

Considerando a densidade do caldo = 1,08 ton. / m3, o volume seria: 

= 56,0 / 1,08  

= 51,85 m3

 

Imaginando o caldo também em forma de placa, o comprimento e largura seriam iguais a da fibra:

       

 

 C x L x Y = 51,85 m3

  Y = 51,85 / (980,18 x 1,37)  Y = 0,0361 m ou 38,61 mm 

Somando as duas alturas

(X +Y) = 11,76 +38,61 = 50,37 mm 

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Portanto, teoricamente, a nossa abertura de saída do primeiro terno deveria ser 50,37 mm, mas ainda não é a abertura que usaremos, devido ao fenômeno chamado "reabsorção". Reabsorção 

A pratica tem nos mostrado que o volume do bagaço é maior que o volume traçado pela abertura entre os rolos superior e saído. Isto quer dizer que a altura da "placa" de fibra e caldo é maior que a altura da abertura.

Isto teoricamente não é possível, mas é provavelmente devido dois fatores principais:

 a. caldo extraído pelo rolo de pressão que passa por cima do rolo superior e se junta novamente ao o bagaço.

 b. Caldo que passa pela abertura de saída junto a fibra, porém a uma velocidade superior a velocidade da fibra, dando assim uma densidade aparente maior que do bagaço. Fator de reabsorção (Fa)Fa = volume de bagaço (sem vazios) / volume traçado pelos rolosEste fator pode variar entre 1,3 e 1,7 (média = 1,5)

Podemos então diminuir a abertura de saída em trabalho pelo fator de reabsorção: Abertura de saída em trabalho = S = 50,37 / 1,5 = 33,58 mm Podemos agora juntar todos estes parâmetros para encontrar uma única formula para calcular a abertura:  S = c x f x 1000 d x r x 60 x p x D x L x N x F Onde: S = abertura de saída em trabalho (mm)c = ton. cana por horaf = fibra % canad = densidade do bagaço (ton. / m3)r = fator de reabsorçãoD = diâmetro médio dos rolos (m)L = largura dos rolos (m)N = rotação dos rolos (rpm)F = fibra % bagaço A expressão d x r pode variar entre 1,6 e 1,9 ton. / m3. Usaremos a média de 1,75 para todos os ternos. Portanto, a formula passa a ser: S = c x f x 1000 1,75 x 60 x p x D x L x N x F

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 Simplificando mais ainda:  S = 3 x c x f (mm) D x L x N x F A.2 Calculo da abertura entrada em trab. (E) As aberturas de entrada em trabalho são uma relação da abertura de saída em trabalho. Hoje em dia, com o uso de chutes "Donnely" e a aplicação de solda nas superfícies dos rolos, podemos usar as seguintes relações. Primeiro terno = 2,0 : 1Outros ternos = 1,8 : 1 ou seja: primeiro terno E = 2,0Soutros ternos E = 1,8S A.3 Abertura de saída em repouso A abertura de saída em repouso [s] é: s = S - 0,8L Onde: s = abertura de saída em repouso S = abertura de saída em trabalhoL = 30% da oscilação máxima do rolo

Superior Este valor normalmente varia entre 15 e 40mm. É boa pratica escolher em torno de 30% pelas seguintes razões:1 - Permite uma margem caso um objeto estranho passe através da moenda;2 - Permite suficiente "jogo" no rolo superior, caso o ajuste da velocidade não seja suficiente para compensar uma alteração na massa de fibra por hora, que sempre acontece. Considere que DP = DT visto que é muito pequeno. 

S = DT + Ftcosa - (R + R1)s = DT - (R + R1) K = Ftcosa + s Ous = S - Ftcosas = S - Lcosas = S - Lcos35s = S - 0,8L

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Em moendas que tem castelos inclinados a 15o em relação a entrada s = 0,94Le = 0,64L Considerando que a = 35o  O'B = Lcos (a - 15)

= Lcos (35 - 15)= Lcos 20= 0,94L

O'A = Lcos (a + 15)= Lcos (35 + 15)= Lcos 50= 0,64L

 

Nota! Algumas marcas têm o rolo de saída 15o abaixo do rolo de entrada, ao invés de inclinar o castelo.

S = DF - (R + R1) s = DT - (R + R1)DF = DP + DF

= DP + Ftcosa= DT + Ftcosa

S = DT + Ftcosa - (R + R1)s = DT - (R + R1)

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Castelos

São armações laterais domoenda, construídos em aço e são fixados em bases de assentamento. São responsáveis pela sustentação da moenda.

Podem ser de dois tipos:

inclinados

castelo

ou retos.

Castelo inclinadoCastelo inclinado

Tem como função conduzir o bagaço do rolo de entrada para o rolo de saída. É resultante do traçado de cada terno objetivando o melhor desempenho do terno.Se for instalada muito alta, a carga sobre o rolo superior é muito elevada, ocorrendo desgaste da bagaceira, aumentando a potencia absorvida, sufocando a passagem de bagaço. Resultando em alimentação deficiente do terno. Se for instalada muito baixa, o bagaço ao passar sobre ela não é comprimido suficientemente para impedir que o rolo superior deslize sobre a camada de bagaço resultando em embuchamento.

Bagaceira

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OSCILAÇÃO.

Oscilações demasiadamente pequenas podem ocorrer devido a problemas de alimentação e ocasional perda na extração, umidade reta.

Oscilação exageradas podem ocorrer devido a carga hidraúlica baixa, regulagem ou rotação inadequada. Pode ser causada pela alimentação desuniforme, ou pressão inadequada do balão de nitrogênio do acumulador hidraúlico.

Oscilações desiguais entre os dois lados podem ocorrer devido a alimentação irregular devido problemas na guias de um dos mancais que impedem sua livre movimentação, e esforços do acionamento (rodete).

OSCILAÇÃOROLO SUPERIOR

CAUSAS PROVÁVEIS

Muito pequenas Alimentação insuficiente das moendas;

Carga hidráulica excessiva;

Regulagem das aberturas inadequadas ou alta rotação;

MesschartsSão sulcos efetuados entre

os frisos do rolo de pressão.Deve ter uma atenção especial,

pois se enchem de bagaço rapidamente, para se efetuar a

limpeza contamos com os seguintes acessórios:

- Jogo de facas para remoção dos sulcos;

- Eixo quadrado para fixação de facas;

- Braço de Regulagem.Vantagens

Melhora a capacidade da moenda permitindo extrair uma quantidade de caldo que, sem eles provocaria engasgo;

Permite maior porcentagem de embebição; Melhora, sobretudo a extração

pelo aumento da proporção de caldo.

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Muito elevadas

Alimentação desuniforme;

Carga hidráulica baixa;

Regulagem das aberturas inadequadas ou baixa rotação;

Variações excessivas

Alimentação desuniforme das moendas, variações muito grandes de embebição;

Carga hidráulica baixa e pressão inadequada no balão de nitrogênio do acumulador hidráulico.

Desiguais nos lados da moenda ( * )

Alimentação irregular ao longo do comprimento do rolo;

Problemas na guia de um dos mancais;

Esforços de acionamento.

Estes problemas podem ser contornados, utilizando-se pressões hidráulicas diferentes de cada lado da moenda.

SISTEMA HIDRAÚLICO.

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Função: Manter uma pressão constante sobre a camada de bagaço.

Operação: Para avaliar a carga máxima a um terno de moenda, devemos atentar para os seguintes limites:

1. Pressão máxima no sistema hidráulico Deve-se verificar os limites de pressão das tubulações, acumuladores e demais componentes do sistema hidráulico.

2. Pressão máxima nos mancais (pm) Deverá estar dentro dos limites de pressão admissível do material, por exemplo o bronze não deve ultrapassar 1400 lb/pol² ou 100 Kg/cm².

3. Pressão hidráulica especifica (phe) Tem por objetivo relacionar à carga total aplicada a camada de bagaço ao diâmetro e ao comprimento da camisa.