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13 pretty little liars esmagadas - (vol. 13) - sarah shepard

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Crushed ESMAGadas

A Pretty Little Liars Novel

SARA SHEPARD

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Conheces a ti mesmo, conheces teu inimigo.

—SUN TZU

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Prólogo MÁ SORTE

Você já teve uma má vibração de que algo terrível estava para acontecer... e isso

se tornou realidade? Como quando você estava de férias e de repente teve um lampejo de sua melhor amiga gritando em agonia — e depois ela lhe disse que ela tinha quebrado o braço dela naquele exato momento? Ou quando você teve a sensação de que você não devia ficar naquela pensão no Maine — e o telhado desabou naquela noite? Ou quando você jurou que ouviu sirenes em um cruzamento — e o pior acidente da cidade aconteceu na semana seguinte? Talvez pareça meio estranho, mas às vezes sextos sentidos sejam reais. Se uma pequena voz em sua cabeça lhe diz que algo está acontecendo, talvez você deva escutar.

Em Rosewood, muitas coisas horríveis tinham acontecido — especialmente com quatro meninas bonitas. Então, em uma noite quente de verão, quando uma delas foi atingida de forma aleatória com um mau pressentimento de que algo horrível tinha acabado de acontecer, ela tentou ignorá-lo. Um raio não caía no mesmo lugar duas vezes.

Mas adivinhem? Isso aconteceu.

* * * Apesar de ser quase três horas em Reykjavik, na Islândia, o céu ainda continuava

com o estranho branco da aurora. A única pista real de que era o meio da noite era a falta de pessoas, não havia ninguém nas margens da lagoa Tjörnin. O bar Kaffibarinn, onde Björk supostamente festejava, estava vazio. Não havia compradores andando de um lado para o outro na rua principal. Todo mundo estava a salvo na cama, com cortinas fechadas escurecendo-os e máscaras para olhos colocadas.

Bem, não exatamente todos. Aria Montgomery pulou de uma janela aberta para uma mansão escura chamada Brennan Manor fora da cidade. Seu quadril bateu no chão frio, e ela gritou em voz alta, em seguida, se levantou e fechou a janela rapidamente. No interior, os alarmes estavam soando, mas ela ainda não viu nenhum carro de polícia subindo o morro.

Ela olhou através do vidro para Olaf, um rapaz que ela acabou de conhecer. O que diabos ela estava fazendo aqui? Ela deveria estar aconchegada na cama dela na pousada ao lado do seu namorado, Noel — não invadindo um lugar com um estranho. Não a ponto de ser presa e trancada pelo resto da sua vida.

Olaf apareceu na janela, levantando uma pintura até o vidro para Aria poder ver. Brilhantes e estrelados redemoinhos cobriam a tela. A pequena cidade estava de cabeça para baixo, os pináculos parecendo estalactites de uma caverna. No canto estava a assinatura: VAN GOGH.

De Vincent.

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Uma náusea irreal tomou conta de Aria mais uma vez. Ela tinha tido a ideia de vir aqui. Ela tinha descoberto aquela pintura e a puxou para fora da parede. Mas agora ela percebeu o grande erro que isso tinha sido.

Ela olhou para Olaf. — Largue isso! — ela gritou através do vidro. — Saia antes de a polícia chegar!

Olaf levantou uma fresta da janela. — O que você quer dizer? — ele disse em seu sotaque islandês. — Isso foi ideia sua. Ou você está com dúvidas? Talvez você seja mais parecida com o seu namorado filisteu do que eu pensava. Mais americana do que eu pensava.

Aria se virou. Ela estava tendo dúvidas. Ela era americana. Eles estavam de férias, afinal de contas, tudo o que ela queria era uma noite de diversão. Férias não deveriam terminar assim.

Na primavera passada, quando Noel tinha anunciado que ele estava arranjando uma viagem para Reykjavik para ele, Aria, o irmão de Aria, Mike, e a namorada de Mike, Hanna Marin, Aria tinha estado empolgada. Ela viveu na Islândia por três anos com sua família depois que a melhor amiga das garotas, Alison DiLaurentis, desapareceu no final da sétima série, e ela mal podia esperar para voltar lá.

Ela e Hanna também precisavam de uma viagem — para qualquer lugar. Junto com suas outras duas melhores amigas, Spencer Hastings e Emily Fields, que tinham acabado de suportar meses de serem perseguidas e atormentadas por um mandador de mensagens chamado A, que era a Verdadeira Alison DiLaurentis — a Ali que elas haviam conhecido era na verdade a irmã gêmea de Ali, Courtney. Courtney tinha estado em um hospital psiquiátrico a maior parte da sua vida, mas ela trocou de lugar com a irmã no início da sexta série, e fingiu ser amiga de Aria, Spencer, Emily e Hanna. A Verdadeira Ali teve sua vingança contra Courtney ao matá-la na última noite da sétima série... e ela se voltou contra as meninas tornando-se A e quase matando-as.

Então, Aria e Hanna tinham estado animadas para vir aqui quando Noel planejou as férias. A Verdadeira Ali estava morta, A se foi, e elas não tinham nada mais a temer. Em seguida, a viagem de férias de primavera para a Jamaica aconteceu. Algumas outras coisas horríveis aconteceram lá, também. Agora, em julho, Aria e Hanna estavam guardando segredos mais uma vez. Elas mal tinham se falado desde que elas chegaram. Não ajudou que Noel não tenha ficado impressionado com a Islândia, ou que Mike odiava o lugar desde que ele tinha vivido aqui.

Hoje à noite, a situação havia afundado a um novo nível. De primeira, Aria tinha simplesmente flertado com Olaf, um desalinhado islandês intelectual que eles conheceram em um bar na rua, para irritar Noel. Após cinco doses de Peste Negra, o aguardente local, Aria encontrava-se no beco com os lábios de Olaf nos dela. Avançando algumas horas, e agora... isso.

O barulho do alarme da casa aumentou o volume. Olaf tentou levantar a janela mais para cima, mas ela estava emperrada.

Aria congelou. Se ela o ajudasse, ela realmente seria cúmplice de um roubo. — Eu não posso.

Olaf revirou os olhos e tentou mais uma vez. Ela não se moveu. Ele deixou a pintura cair ruidosamente no chão. — Vou usar a porta — ele gritou para ela. — Espere por mim, ok?

Ele desapareceu. Aria olhou através do vidro, mas tudo o que ela viu foi escuridão. Então ela ouviu um barulho estridente atrás dela. Ela foi na ponta dos pés para fora de trás dos arbustos e olhou ao redor do lado da casa. Três carros da polícia estavam descendo a rua, as luzes em cima de seus carros piscando azul contra as

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pedras elegantes da casa. Os carros derraparam até parar, e seis policiais saíram deles, de armas em punho.

Aria correu para os bosques. Ela nem tinha percebido que policiais islandeses carregavam armas.

Os policiais se aproximaram da porta da frente e gritaram algo em islandês que Aria só podia adivinhar que significava “Saia com as mãos para cima!” Ela olhou para a porta pesada e torta de trás, que ela assumiu que Olaf ia tentar usar. Não estava aberta. Talvez ela tivesse um sistema de bloqueio complexo no interior que ele não conseguiu entender. Ele foi preso? Será que a polícia o encontrou? Ela deveria esperar? Ou ela deveria ir embora?

Ela pegou o celular internacional que ela tinha comprado para a viagem e olhou para a tela. Ela precisava de conselhos... mas ela não podia ligar para Noel. Com os dedos trêmulos, ela discou outro número ao invés.

Hanna Marin nadou para fora de seus sonhos e piscou na escuridão. Ela estava em um quarto comprido e estreito. A imagem de um cavalo de pernas atarracadas estava pendurada acima da sua cabeça. O namorado dela, Mike, roncava ao lado dela, os pés pendurados do lado de fora do edredom pesado. A cama do outro lado do quarto, onde sua melhor amiga Aria Montgomery e o namorado de Aria, Noel Kahn, deviam estar dormindo, estava vazia. Hanna olhou para a placa da rua do lado de fora da janela. Era uma espécie de Inglês, mas também eram letras meio sem sentido.

Certo. Ela estava na Islândia. De férias. Isso deveriam ser férias. O que Aria via neste país? Era claro o tempo todo. Os

banheiros cheiravam a ovo podre. A comida era ruim, e as meninas islandesas eram muito exóticas e bonitas. E agora, como Hanna estava aqui, ela tinha sido atingida pelo sentimento mais sinistro. Como se alguém tivesse acabado de morrer, talvez.

Seu celular tocou, e ela pulou. Ela olhou para a tela. Ela não reconheceu o número, mas algo a fez pegá-lo de qualquer maneira.

— Alô? — Hanna sussurrou, segurando o telefone com as duas mãos. — Hanna? — a voz de Aria falou. Havia sirenes no fundo. Ao lado dela, Mike se mexeu. Hanna saiu da cama e caminhou para o corredor. —

Onde você está? — Estou em apuros. — As sirenes ficaram mais altas. — Eu preciso da sua ajuda. — Você está ferida? — perguntou Hanna. O queixo de Aria tremeu. Na frente da casa, os policiais estavam tentando

derrubar a porta da frente. — Eu não estou machucada. Mas eu meio que invadi uma casa e roubei uma pintura.

— Você o quê? — Hanna gritou, sua voz ecoando pelo corredor silencioso. — Eu vim aqui com aquele cara de mais cedo. Ele mencionou que a pintura Noite

Estrelada de Van Gogh estava em uma mansão na periferia da cidade. Ela havia sido roubada de um gueto judeu em Paris ou algo assim durante a Segunda Guerra Mundial, e o ladrão nunca tinha devolvido ela.

— Espera, você está com Olaf? — Hanna fechou os olhos com força, recordando o desconfortável desentendimento que ela tivera com Aria e aquele cara barbudo se pegando no beco mais cedo. Ele parecia perfeitamente inofensivo, mas Aria já tinha um namorado.

— Estou. — Os policiais arrombaram a porta. Todos os seis entraram como tropas de ataque. Aria agarrou o celular com força. — Nós dois entramos para encontrar a pintura. Eu não achei que nós faríamos isso... mas depois lá estava ela. Então, um monte de alarmes disparou... e eu saí. Agora os policiais estão aqui. Eles têm

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armas, Hanna. Olaf ainda está lá dentro. Eu preciso que você venha e nos pegue em uma das estradas de trás — nós cortaremos através dos bosques e encontraremos você. De nenhuma maneira nós seremos capazes de pegar o jipe de Olaf com todos esses policiais aqui.

— Os policiais estão vendo você agora? — Não, eu estou na parte de trás, na floresta. — Jesus, Aria, por que você ainda está aí? — Hanna gritou. — Corra! Aria olhou para a porta dos fundos. — Mas Olaf ainda está lá dentro. — Aria, por que você se importa? — Hanna gritou. — Você mal conhece o cara!

Corra, agora. Eu vou pegar o ciclomotor. Me dê o nome da rua em que você estiver quando você atravessar a floresta, ok?

Houve uma longa pausa. O olhar de Aria se fixou nas luzes da polícia girando. Ela avaliou a floresta por trás da mansão. Então, finalmente, ela olhou para a casa mais uma vez. Ainda nada de Olaf. E Hanna estava certa. Ela não o conhecia.

— Tudo bem — ela disse com a voz trêmula. — Eu vou. Ela desligou o celular e correu pela floresta, com o coração batendo a mil por

hora. Ela tropeçou em um tronco enorme, quebrando o salto do sapato e esfolando o joelho. Ela avançou através de um riacho raso, deixando metade do seu vestido molhado. No momento em que ela estava na estrada da cidade, ela estava fria e sangrando. Ela ligou para Hanna, disse a ela em qual rua ela estava e sentou na calçada para esperar. Ela ainda podia ouvir as sirenes estridentes à distância. Será que eles tinham encontrado Olaf? E se ele tivesse dito a eles que ela tinha estado com ele? E se eles estivessem procurando por ela?

Quando ela viu Hanna no ciclomotor no final da rua, ela quase explodiu em lágrimas de alegria. Elas dirigiram de volta em silêncio, os barulhos do motor e do vento muito altos para Hanna fazer todas as perguntas.

Na pousada, elas abriram a porta tão silenciosamente quanto podiam. Hanna acendeu uma luz na pequena cozinha e olhou para Aria com os olhos arregalados. — Oh, meu Deus — ela sussurrou. — Precisamos te limpar.

Hanna empurrou Aria até o banheiro, lavou o joelho dela, e tirou os galhos do seu cabelo. Lágrimas escorriam pelo rosto de Aria o tempo todo. — Eu sinto muito — Aria continuou dizendo. — Eu não sei o que deu em mim.

— Você tem certeza de que a polícia não te viu? — Hanna perguntou severamente, entregando-lhe uma toalha de banho.

Aria balançou sua cabeça. — Eu acho que não. Eu não sei o que aconteceu com Olaf, no entanto.

Hanna fechou os olhos. — É melhor você torcer para que ele não diga que você estava com ele. Porque eu não sei o quanto eu posso te ajudar, Aria.

— Ele não sabia o meu sobrenome — Aria disse, colocando a toalha sobre o radiador e andando para o corredor novamente. — Acho que vou ficar bem. Mas aconteça o que acontecer, por favor, não diga...

Ela parou, olhando para trás. Noel estava no fundo das escadas perto da porta dos fundos, vestido com um casaco com capuz e calça jeans, embora eles não fossem os mesmos casacos e calça jeans que ele tinha usado mais cedo naquela noite. Sua testa estava escorregadia com suor como sempre ficava depois de ele beber, mas havia um olhar compreensivo em seu rosto que fez as entranhas de Aria se revirarem. O que ele tinha acabado de ouvir?

— Aí está você. — Noel subiu a escada e deu um tapinha na cabeça molhada de Aria. — Você tomou um banho?

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— Uh, sim. — Aria cruzou as pernas para esconder o corte em seu joelho. — Onde você estava?

Noel fez um gesto para baixo das escadas. — Fumando um baseado. Aria pensou em fazer um comentário sarcástico, mas ela se absteve — quem era

ela para julgar? Ela agarrou a mão de Noel ao invés. — Vamos lá. Vamos para a cama. Seus olhos estavam bem abertos enquanto eles subiam debaixo das cobertas.

Noel se moveu ao seu lado, com as pernas nuas espinhosas contra as dela. — Então, onde você estava? — Havia amargura em sua voz. — No bar com Gayloff?

Aria se virou, a culpa escorrendo para fora de seus poros tão pungente quanto a bebida exalando de Noel. Ela se enfureceu, antecipando uma briga. Mas, então, Noel colocou os braços em volta dela e puxou-a para mais perto.

— Vamos dar uma trégua. Esta viagem foi estranha. Eu estive estranho. E eu sinto muito.

Os olhos de Aria se encheram de lágrimas. Isso era exatamente o que ela precisava ouvir... cerca de cinco horas atrás. Ela colocou os braços em torno de Noel e o apertou. — Eu sinto muito, também. — Ela nunca disse algo tão verdadeiro.

— Não há nada que se desculpar — Noel disse sonolento. — Eu te amo, A... Ele murmurou em seu travesseiro quando ele caiu no sono. Por uma fração de

segundo, Aria pensou ter ouvido ele dizer outra coisa. Algo estranho. Mas, por outro lado, Noel estava bêbado. Mesmo se ele tivesse dito o que ela achava que ele tinha, ele certamente não queria dizer isso. Não era como se Aria fosse trazer isso à tona para ele amanhã, também.

Ela nunca mais queria mencionar esta noite novamente.

* * * Na manhã seguinte, Hanna, Aria, Noel e Mike fecharam a conta da pousada e

partiram para o aeroporto. Eles atravessaram a linha de segurança e se abasteceram com lanches e revistas inúteis para a longa viagem de avião para casa. Se Aria parecia nervosa, Noel não a questionou. Quando Noel reclamou do aeroporto insignificante não ter um McDonald, Aria não gritou com ele. Quando Hanna e Aria falaram ainda menos do que o habitual, nem Mike nem Noel comentaram. Estou cansada, elas planejaram dizer se alguém as questionasse. Tem sido uma longa viagem. Sinto falta da minha cama.

O avião tinha televisão por satélite e Aria colocou na CNN Internacional após o embarque. De repente, lá estava ela: a foto da mansão. Estava com a aparência ainda mais decrépita e mal-assombrada do que ela se lembrava. Arrombamento na Brennan Manor, dizia a manchete.

Um vídeo mostrou os quartos sombrios e cheios de teias de aranha. Então apareceu uma foto borrada de Noite Estrelada... e um esboço da polícia de um retrato falado de Olaf. — Este é o ladrão que fugiu com a pintura, conforme descrito à polícia por uma testemunha que morava na mesma rua — disse o repórter. — As autoridades estão à caça dele agora.

A boca de Aria estava aberta. Olaf fugiu? Hanna olhou para a tela da TV com horror. A situação tinha mudado. Uma arte

valiosa tinha sido roubada, e Aria tinha ajudado a facilitar isso. Hanna pensou nos casos de roubo de arte que seu pai tinha trabalhado quando ele exerceu a advocacia: Até mesmo as pessoas que sabiam sobre o crime eram culpadas. Agora ela era uma dessas pessoas.

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Aria tocou o antebraço de Hanna, sentindo o que ela estava pensando. — Olaf era inteligente, Han. Ele não vai ser pego... o que quer dizer que ele nunca vai dizer que eu estava com ele. A polícia nunca vai ser capaz de me conectar ao crime. Ninguém nunca vai saber o que você sabe, ninguém. Só não conte para ninguém, ok? Nem mesmo para Emily e Spencer.

Hanna se virou e olhou para a pista, tentando distrair-se. Talvez Aria estivesse certa. Talvez esse cara, Olaf, quem quer que fosse, poderia fugir da polícia. Essa era a única maneira de o segredo de Aria permanecer seguro. Essa era a única maneira de Hanna permanecer segura também.

* * * E, felizmente, elas ficaram seguras, por quase um ano. A história surgia no

noticiário ao longo do tempo, mas não havia muitos detalhes, e os jornalistas nunca mencionaram um cúmplice. Uma vez, Hanna assistiu uma reportagem com Spencer e Emily na sala, o segredo como lava quente dentro dela. Mas ela não disse nada. Ela não podia trair a confiança de Aria. Aria não se atreveu a dizer-lhes, também — quanto menos aquelas meninas soubessem, melhor.

Depois de um tempo, o que aconteceu não assombrava mais Aria. Olaf tinha desaparecido no esquecimento, e ele tinha levado a pintura com ele. As coisas tinham melhorado entre ela e Noel, também, e aquela viagem para a Islândia era uma memória distante. Ela estava segura. Ninguém sabia.

Pensamento ilusório. Alguém sabia — e essa pessoa estava mantendo esse segredo muito, muito quieto até o momento certo. E agora, no final do último ano das meninas, esse mesmo alguém decidiu torná-lo público.

A terceira — e mais assustadora — A.

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1 TOME CUIDADO

Em uma manhã ensolarada de segunda-feira, Spencer Hastings entrou em sua

cozinha e foi recebida pelo cheiro de café e leite vaporizado. Sua mãe; o noivo de sua mãe, Nicholas Pennythistle; a filha dele, Amelia; e a irmã de Spencer, Melissa, estavam sentados ao redor da mesa grande assistindo ao noticiário. Um homem com cabelo impecável estava dando um relatório de seguimento sobre uma explosão que ocorreu em um navio de cruzeiro na costa de Bermuda uma semana atrás.

— As autoridades ainda estão investigando a causa da explosão que obrigou todos os passageiros a bordo do navio de cruzeiro a evacuar — ele disse. — Novas evidências sugerem que a explosão teve origem na sala da caldeira. Uma fita de vídeo da vigilância que foi recuperada mostra duas pessoas embaçadas. Não está claro se os indivíduos no vídeo causaram a explosão ou se foi um acidente.

A Sra. Hastings pousou a garrafa de café. — Eu não acredito que eles ainda não sabem o que aconteceu.

Melissa, que estava em Rosewood visitando amigos, olhou para Spencer. — De todos os cruzeiros, tinha que ser o seu com um Unabomber1 louco a bordo.

— Eu estou feliz por não ter estado no barco. — Amelia, que era dois anos mais nova do que Spencer e tinha o cabelo encaracolado selvagem, um nariz achatado e uma propensão para conjuntos de suéteres e Mary Janes — até mesmo depois da repaginada que Spencer tinha lhe dado na Cidade de Nova York — bufou arrogantemente. — Vocês estavam em uma missão suicida? É por isso que vocês saíram escondidas e foram para a enseada ao invés da praia?

Spencer caminhou em direção à torradeira, ignorando-a. Mas Amelia continuou falando. — Isso é o que todo mundo está dizendo, sabe, que você e as suas três amigas enlouqueceram. Talvez vocês precisem viver no quarto do pânico do papai por vinte e quatro horas por dia, hein?

O Sr. Pennythistle deu a Amelia um olhar severo. — Já basta. A Sra. Hastings colocou uma xícara de café na frente do seu noivo. — Você tem

um quarto do pânico, Nicholas? — ela perguntou, parecendo ansiosa para mudar de assunto. Ela não tinha exatamente aprendido a disciplinar Amelia ainda.

O Sr. Pennythistle entrelaçou os dedos. — No modelo da casa em Crestview Estates. Eu construí após alguns mafiosos mudarem-se para alguns dos bairros vizinhos, nunca se sabe. E, além disso, algum comprador pode gostar desse tipo de coisa. Claro, eu duvido que Spencer possa comparecer a Princeton de lá. Não tem acesso à Internet.

Spencer começou a rir, mas depois parou. O Sr. Pennythistle provavelmente não estava contando uma piada — ele era brilhante no ramo de urbanização, um magnata

1 Unabomber: É um matemático norte-americano, escritor, ativista político e terrorista, condenado a prisão perpétua na sequência de uma série de atentados à bomba, matando 3 e ferindo outras 23 pessoas.

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do mercado imobiliário e um bom cozinheiro, mas ele definitivamente não era um comediante. Ainda assim, ela não se incomodava com ele — ele fazia uma sopa de quiabo todos os sábados, ligava em sua estação de rádio favorita de esportes na cozinha enquanto estava cozinhando, e até mesmo deixava Spencer dirigir seu incrível Range Rover de vez em quando. Seria ótimo se a filha dele fosse suportável.

Spencer colocou duas fatias de pão de centeio nos buracos da torradeira. Amelia tinha razão, é claro — problema a seguia por toda parte. Talvez ela devesse ir para um quarto do pânico por um tempo. Não só Spencer tinha estado no Esplendor do Mar, mas uma de suas melhores amigas, Aria Montgomery, também tinha estado na sala da caldeira, quando ocorreu a explosão. Igualmente desconcertante, Aria havia estado com um medalhão nesse cruzeiro que pertencia a Tabitha Clark, uma garota que ela tinha ferido acidentalmente na Jamaica no ano passado. Na época, elas tinham pensado que Tabitha era a verdadeira Alison DiLaurentis, a irmã gêmea malvada que tinha perseguido e quase matado Spencer e as outras em Poconos, a casa de férias dos DiLaurentis em um incêndio explosivo. Elas pensaram que Ali tinha voltado para se vingar, então Aria tinha empurrado a menina de um telhado para se livrar dela para sempre.

Mas então veio a notícia de que Tabitha não era a verdadeira Ali, ela era uma garota inocente. Foi quando o pesadelo começou.

O colar de Tabitha as ligava à noite que Tabitha morreu, as meninas tinham certeza de que a perseguidora diabólica delas, a nova A, plantou-o para incriminar Aria. Elas sabiam que não podiam simplesmente jogar fora o colar no navio — A iria encontrá-lo e devolver a elas. Então, ao invés de evacuar para a costa após a explosão, Spencer, Aria, e suas amigas, Emily Fields e Hanna Marin, roubaram uma boia salva- vidas motorizada e partiram para uma enseada que Spencer tinha ouvido falar em sua aula de mergulho. Elas enterraram o medalhão em algum lugar que A nunca encontraria, mas depois a boia furou — certamente um plano de A, também. A equipe de resgate chegou em cima da hora.

Após essa confusão, elas decidiram confessar o que tinham feito com Tabitha, era a única forma de tirar A da cola delas. Elas se encontraram na casa de Aria para ligar para as autoridades, mas enquanto estavam esperando o investigador principal do caso atender, uma notícia apareceu na TV. O relatório da autópsia de Tabitha Clark — ela foi morta por um ferimento na cabeça, não da queda do telhado. Isso não fazia sentido, porém, nenhuma das meninas tinha batido nela. O que significava que... elas não a tinha matado.

Segundos depois, elas receberam uma mensagem de A. Vocês me pegaram, vadias — eu fiz isso. E adivinhem? Vocês são as próximas.

— Um cheiro de queimado despertou Spencer de seus pensamentos. Fumaça estava saindo da torradeira. — Merda — ela sussurrou, batendo na alavanca para abrir a torradeira. Quando ela se virou, todos da mesa a estavam olhando. Havia um pequeno sorriso no rosto de Amelia. Melissa parecia preocupada.

— Você está bem? — a Sra. Hastings perguntou. — Eu estou bem — Spencer disse rapidamente, soltando os pedaços de pão

quentes na pia de mármore grande. Sim, era um grande alívio não ter matado Tabitha, mas ainda tinha uma tonelada de segredos sobre elas, incluindo fotos delas na plataforma do telhado naquela noite. A poderia dizer que as meninas tinham ido para a praia quando descobriram que Tabitha não tinha morrido e tinham acabado com ela. E a mensagem de A confessando não serviria no tribunal — eu fiz isso poderia significar qualquer coisa.

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E o que dizer do Vocês são as próximas? Quem era A? Quem poderia querer matá-las tanto assim? No mesmo dia que elas iriam confessar, Emily havia dito as meninas que ela tinha deixado a porta aberta para a Verdadeira Ali na casa de Poconos, permitindo que ela possivelmente escapasse da explosão. Assim, ela poderia estar viva... e ela poderia ser A. Isso fazia mais sentido: a Verdadeira Ali era a única pessoa tão louca assim.

Melissa levantou-se da mesa e fez cócegas na lateral do corpo de Spencer. — Eu aposto que sei o motivo de você estar tão distraída essa manhã. Alguém está nervosa em ver um certo garoto de novo?

Spencer abaixou a cabeça. Ela deixou escapar que Reefer Fredericks, seu novo namorado, a estava visitando hoje de Princeton, onde ele morava. Eles não se viam desde o cruzeiro. Hoje era um dia de folga para ambas as escolas e o primeiro dia que os dois estavam livres.

— Vai ser divertido — ela disse com indiferença, mesmo que seu estômago tivesse começado a revirar.

— Você vai chamar ele para o baile? — Amelia perguntou. — Oh, Spence, você deveria! — Melissa gritou. — Você não pode ir sozinha com

aquele vestido lindo da Zac Posen! Spencer mordeu o lábio. Ela tinha planejado convidar Reefer para o baile, que era

daqui a duas semanas. Ela esteve olhando para o vestido da Zac Posen que ela tinha comprado em uma viagem para Nova York com sua mãe naquela manhã, sonhando em como ela ficaria nele nos braços de Reefer.

O baile nunca foi algo que Spencer tinha sonhava quando era menor — suas fantasias mais centradas era conseguir ser eleita a presidente de classe e fazer o discurso de oradora da turma na formatura. Mas nesse ano, o baile parecia uma atividade agradável e normal em sua vida totalmente anormal, e ela não queria perdê-lo. Ela já sabia que Reefer diria sim. Ela recebia mensagens românticas dele todos os dias. Ele enviou flores para a casa dela e a sala de aula. Eles falavam ao telefone durante horas toda noite, Reefer contava a ela sobre uma nova plantação de maconha que ele tinha criado e Spencer o enchia falando das horas de suspensão cansativas depois da escola que ela tinha que comparecer, a punição da escola por roubar aquele bote salva-vidas.

Todos lavaram a louça do café, e dentro de dez minutos, eles foram todos embora, deixando Spencer sozinha. Ela bateu as unhas na bancada e assistiu de braços cruzados o noticiário, mas a previsão do tempo não fez nada para acalmar seus nervos.

A campainha tocou, e ela correu e verificou seu reflexo na torradeira para se certificar de que seu cabelo loiro estava puxado em um rabo de cavalo e seu batom rosa não estava borrado. Então ela correu para a porta da frente e abriu-a. Reefer estava em pé na varanda com um sorriso tímido no rosto.

— Oi, estranho — Spencer disse. — Oi pra você também. — Reefer estava lindo como sempre, com uma camiseta

azul marinho apertada puxada contra seus ombros bem definidos, o rosto bem barbeado, seus dreadlocks puxados para trás mostrando suas maçãs do rosto altas e os olhos verdes claros. Spencer ergueu o queixo para cima e beijou-o, e apertou sua bunda de brincadeira. Reefer recuou, surpreso.

— Não se preocupe — Spencer murmurou em seu pescoço. — Minha mãe saiu. Estamos sozinhos.

— Oh, tudo bem. — Reefer se afastou. — Hum, Spence, espere. Eu tenho que te contar uma coisa.

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— Eu também tenho coisas para te dizer! — Spencer pegou as mãos dele. — Então, eu acho que eu mencionei que o nosso baile é daqui a duas semanas, e...

— Na verdade, — Reefer a interrompeu — você se importa se eu falar primeiro? Eu meio que preciso ir embora.

Havia uma expressão estranha em seu rosto que Spencer não conseguia decifrar. Ela o levou até a cozinha e desligou a TV do balcão. Quando ela fez um gesto para ele se sentar à mesa, ele alisava a toalha continuamente com os dedos, tentando fazer com que todas as dobras saíssem. Spencer teve que sorrir: Reefer provavelmente odiava a toalha enrugada tanto quanto ela. Essa era uma das razões pela qual eles se davam tão bem juntos.

— Eu consegui um estágio que eu realmente quero — ele anunciou. Spencer sorriu. Ela não estava surpresa. Reefer era um gênio. Ele provavelmente

tinha recebido centenas de ofertas de estágios. — Parabéns! Para onde? — Colômbia. — A Universidade? Em Nova York? — Spencer juntou as mãos. — Vai ser muito

divertido! Podemos experimentar novos restaurantes, ir ao Central Park, assistir um jogo dos Yankees...

— Não, Spencer, não é a Universidade Columbia. É Colômbia, o país. Spencer piscou. — Na América do Sul? — Reefer assentiu. — Bem, isso é legal

também. Quer dizer, não é tão perto, mas não demorará muito para você voltar para a faculdade. — Então ela notou a expressão séria no rosto de Reefer. — Você vai voltar para a faculdade, não é?

Reefer respirou fundo. — Talvez não. É uma oportunidade incrível com um botânico, o Dr. Diaz. Ele é, tipo, um astro do rock da área dele. Eu sempre quis trabalhar com ele, todo mundo quer, mas quando você entra, você meio que não pode sair. Eu nem sequer mencionei para você porque era meio que um tiro no escuro. Mas eu recebi a carta há dois dias me oferecendo um emprego. É por dois anos. Eu vou adiar Princeton até eu voltar. — Ele jogou um dreadlock por cima do ombro. — Honestamente, eu estava pensando em adiar Princeton de qualquer maneira, eu sentia que precisava de alguns anos para apenas, você sabe, viver. Mas, então, eu te conheci, e...

Um zilhão de pensamentos passaram pelo cérebro de Spencer. Ele sabia disso há dois dias? Eles conversaram muito ao telefone nos últimos dois dias. Ele não tinha dito uma palavra.

E dois anos... uau. Isso era meio que para sempre. Ela se sentou. — Ok. Isso ainda é incrível. Então, quando você vai embora? Ainda

temos algum tempo juntos, não é? Reefer mordeu seu polegar. — O Dr. Diaz precisa de alguém o mais rápido

possível, por isso eu vou viajar essa noite. — Hoje à noite? — ela piscou com força. — Você não pode adiar um pouco? Eu

achei que você pudesse ir ao meu baile comigo. — Ela odiava o tom implorador em sua voz.

Pelo olhar no rosto de Reefer, ela sabia que ele ia dizer não. — Eles realmente precisam de mim lá agora. E, Spencer, eu não tenho certeza se deveríamos... você sabe... esperar um pelo outro.

Spencer sentiu como se tivessem acabado de jogar um balde de gelo em sua cabeça. — Espere um minuto. O quê?

— Eu gosto de você. — Reefer não encontrou seu olhar. — Mas, eu quero dizer, são dois anos. Eu não sou muito bom em coisa de longa distância. Nós poderemos ser

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pessoas diferentes depois que tudo acabar. Eu não quero que você esteja amarrada, sabe?

— Você quer dizer que você não quer estar amarrado — Spencer deixou escapar com raiva.

Reefer olhou para o chão. — Eu entendo que isso é meio que um choque. Mas eu queria te dizer pessoalmente. É por isso que eu dirigi até aqui, mesmo que eu devesse estar fazendo as malas. — Ele olhou para o relógio. — Na verdade, eu deveria ir.

Spencer olhava impotente enquanto se dirigia para a porta da frente. Havia um milhão de coisas que ela queria dizer, mas sua boca não conseguia formar as palavras. Então era isso? E, Você está seriamente tentando me culpar por fazer você dirigir até aqui? E, E todas aquelas mensagens românticas? Você que estava me perseguindo!

Ela pensou em Reefer prometendo ficar com ela na Universidade de Princeton e mostrar a ela a vida boa. Quem faria isso agora?

No foyer, Reefer olhou para ela melancolicamente. — Spencer, espero que ainda possamos ser...

— Apenas vá embora — Spencer o interrompeu, de repente com raiva. Ela o empurrou para fora da porta e fechou-a, caindo contra ela e deslizando até o piso de madeira com as pernas abertas na frente dela.

O que. Diabos. Tinha. Acontecido? Ela imaginou o Cruzeiro Eco em sua cabeça. Reefer a levara para jantar, e eles

tiveram o primeiro beijo deles na pista de dança. Tinha sido incrível — ela sabia que ele tinha achado também. Era como se um Reefer Alienígena tivesse acabado de aparecer. A única coisa boa na vida dela tinha sido arrancada de repente.

Bip. Seu celular estava no centro do hall. Seu coração acelerou novamente quando ela

se levantou e olhou a tela. Havia uma nova mensagem de um remetente desconhecido.

Pobre Spencer, não tem um acompanhante Melhor encontrar outro antes que seja tarde demais

A menos, é claro, que eu conte Meu conto de todas as pessoas que você matou.

—A

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2 HANNA É DA REALEZA

Mais tarde naquele dia, Hanna Marin sentou-se no bar do Rive Gauche, seu

restaurante pseudo-francês favorito no shopping King James. Ela estava esperando seu namorado, Mike Montgomery, chegar, e apesar do garçom não estar servindo-a, ela se sentia superior por estar no bar ao invés de em um dos estandes. Além disso, as cabines estavam abarrotadas com outros alunos de Rosewood Day, muitos deles calouros, o que fazia Hanna se sentir melancólica e meio velha. Em poucos meses, ela estaria no FIT2 — ela tinha recebido sua carta de aceitação na semana passada. O Rive Gauche não seria nada além de um lugar para visitar durante suas férias.

Bem, esperançosamente ela visitaria o Rive Gauche durante as férias e não passaria o resto de sua vida na prisão, como a Nova A queria. Hanna não gostava de pensar nisso.

Seu celular tocou, e ela o agarrou. ALERTA DO GOOGLE PARA O ESPLENDOR DO MAR DO CRUZEIRO ECO. Hanna pressionou LER. Ela configurou um alerta para o cruzeiro que ela e suas amigas tinham estado a bordo para qualquer notícia sobre quem tinha detonado a bomba na sala da caldeira. Aria e um rapaz que ela conheceu, Graham Pratt, tinham estado lá, mas Hanna e as outras tinham quase certeza de que também tinha uma terceira pessoa — o terrorista. Elas também tinham certeza de que a pessoa era A. Se ao menos a polícia conseguisse identificar quem era a terceira pessoa. Então, tudo isso acabaria.

Graham Pratt, um passageiro do bombardeado Esplendor do Mar do Cruzeiro Eco ainda está em coma depois de sofrer várias queimaduras por causa da explosão, a primeira linha dizia.

Hanna ergueu os olhos, olhando desinteressada para uma mesa cheia de jogadores altos de lacrosse, incluindo o namorado de Aria, Noel Kahn, e James Freed. Graham não era apenas um amigo que Aria tinha feito na viagem — ele também era o ex-namorado de Tabitha. Por um momento, as meninas tinham pensado que ele poderia ser o Novo A — especialmente quando ele começou a agir assustadoramente e de forma violenta enquanto perseguia Aria até a sala da caldeira, repetindo que ele tinha algo para dizer. Com medo de que Graham fosse machucá-la, Aria tinha se trancado em um armário... e, em seguida, aconteceu a explosão.

Hanna continuou lendo. O Sr. Pratt foi transferido para a Clínica de Cirurgia Plástica de William Atlantic e Clínica de Reabilitação de Queimados fora de Rosewood, na Pensilvânia, para continuar o tratamento. A clínica de queimados ganhou o prêmio prestigiado do Melhor da Área dos Três Estados por quatro anos consecutivos, e...

Hanna olhou sua expressão aflita no espelho antigo e manchado do outro lado do bar. O pai do ex-namorado dela, Sean Ackard, trabalhava na clínica de William Atlantic, ou a “Bill Beach”, e Hanna tinha sido voluntária lá no ano passado como penitência por

2 FIT (Fashion Institute of Technology): Faculdade de moda.

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bater a BMW do Sr. Ackard após Sean terminar com ela. Jenna Cavanaugh havia sido tratada por queimaduras lá, e também a antiga melhor amiga de Hanna, Mona Vanderwaal, a primeira A. Não que Hanna gostasse de pensar nisso, tampouco.

O resto do artigo não dizia muito — só que as lesões de Graham foram graves. Um arrepio passou pela espinha de Hanna. Parecia que Graham tinha sido pego no fogo cruzado de A, assim como Gayle Riggs, outra pessoa que elas suspeitaram que era A, ela havia morrido a tiros em sua garagem na frente das meninas. Mas por que A queria machucar Graham? De primeira, as meninas ficaram preocupadas que Graham fosse A, e que quisesse confrontar Aria pelo que ela e as outras tinham feito com sua ex na Jamaica. Mas, quando elas receberam mais mensagens de A após Graham estar em coma, elas se perguntaram se ele não estava tentado avisar a Aria que A estava atrás dela. De olho em você, ele disse a Aria repetitivamente através da porta de aço pesada da sala da caldeira. Talvez ele quisesse dizer que A estava observando ela — talvez ele tenha visto A espionando. Então ele sabia quem era A? Se ele acordasse...

Outro e-mail surgiu em sua caixa de entrada. NOVA MENSAGEM DA AGENTE ESPECIAL JASMINE FUJI. Hanna olhou para a linha de assunto. Dizia, simplesmente, TABITHA CLARK.

O celular quase escorregou de seus dedos. Agente Especial? Ela abriu o e-mail com o coração batendo forte. Jasmine Fuji era uma agente do

FBI responsável pelo caso do assassinato de Tabitha, e o nome de Hanna tinha aparecido em uma lista de hóspedes que estavam no resort Cliffs na Jamaica, ao mesmo tempo em que Tabitha Clark tinha estado. Eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas sobre o que você lembra daquela noite, a mensagem dizia. Tenho certeza de que você entende que tempo é essencial, então, por favor, contate-me o mais rápido possível.

Bile subiu na garganta de Hanna. As meninas já sabiam que não tinham matado Tabitha, mas existiam fotografias incriminatórias delas falando com ela nas férias — e até mesmo uma de Aria empurrando Tabitha do telhado enquanto Hanna e as outras estavam ali, observando. A tinha tanta coisa sobre elas, também: Hanna havia escondido um grave acidente de carro, Spencer tinha feito uma garota ser presa por posse de drogas, Emily tinha aceitado dinheiro por seu bebê... embora ela tenha devolvido. Se A dissesse tudo isso a Agente Fuji, ela nunca iria acreditar que elas eram inocentes.

— Hanna? — A voz de Mike soou atrás dela. Ela virou-se para vê-lo. Ele estava adorável em sua camiseta do Lacrosse de

Rosewood Day, jeans preto apertado e tênis Vans velhos. Havia um sorriso animado de garotinho em seu rosto.

— Eu tenho uma surpresa para você! — O que é? — Hanna perguntou cautelosamente, deixando seu celular cair de

volta na bolsa. Nesse momento ela não estava no clima para uma surpresa. Mike estalou os dedos e, de repente, uma fila de jogadores do lacrosse juvenil

entrou. Depois de contar até três, em um movimento sincronizado, eles arrancaram a camisa e olharam para Hanna. Letras tinham sido pintadas em seus abdomes definidos. A primeira era um H, em seguida, um A, e, depois...

Hanna piscou com força. Seus corpos enunciavam Hanna Para Rainha Do Baile da Primavera.

Alguém no restaurante aplaudiu. Kate Randall, a meia-irmã de Hanna, que estava sentada em uma das mesas, acenou com a cabeça apreciativamente. Os olhos de uma garçonete se arregalaram com os peitorais e abdomes bem definidos dos meninos, e ela

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quase deixou a bandeja cair. Então, Mike se virou, arrancou sua camisa e sorriu para Hanna. Em seu peito nu havia um ponto de exclamação.

— Você vai concorrer, certo? — ele perguntou animadamente. — Eu já consegui os votos do time juvenil de lacrosse e do time principal do colégio.

Muda, Hanna tocou o colar da Tiffany em torno do seu pescoço. Rainha do Baile da Primavera era o termo que Rosewood Day dava para a rainha do baile. Hanna e Mike iriam para o baile juntos — ela comprou o vestido no mês passado, em uma promoção da Marchesa. Custou mais do que seu pai queria gastar, mas ele sabia o quanto a formatura significava para ela — ela costumava falar poeticamente sobre como seria sua noite ideal do baile da mesma forma que a maioria das meninas sonhavam com um casamento de conto de fadas.

Mas a rainha? Claro, Hanna já tinha pensado nisso, sonhado com isso, mas depois desse ano louco, ela não tinha realmente levado a sério. — Eu não sei — ela disse hesitante, olhando para Mike e, em seguida, a fila de rapazes sem camisa. — E Naomi?

Naomi Zeigler era a rainha de Rosewood. Naomi não tinha deixado Hanna se juntar a ela depois da morte de Mona, e apesar de Hanna ter começado a ter um progresso com Naomi no cruzeiro, tudo tinha desabado quando Hanna descobriu que a prima de Naomi era Madison, a menina que ela tinha deixado inconsciente no lado da estrada depois de bater o carro dela no verão passado. Hanna até mesmo tinha suspeitado que Naomi era A... mas ela estava errada. Quando Hanna confessou o que tinha feito, Naomi ficou tão revoltada que tinha dito para ela não falar com ela novamente.

Uma mão tocou o braço de Hanna. Kate apareceu à vista. — Naomi não vai concorrer, Han. A média de notas dela não é alta o suficiente. — Ela sorriu triunfante. Por razões que Hanna ainda não sabia, Naomi e Kate estavam brigadas.

— E você não vai concorrer, também? — Hanna perguntou. Com os longos cabelos castanhos de Kate, até mesmo os traços do rosto, e o corpo de atleta, ela era mais do que bonita o suficiente.

Kate balançou a cabeça. — Não. Não faz meu tipo. Você deveria concorrer, no entanto. Vou pedir para todos votarem em você.

Hanna piscou com força. Ela e Kate tinham feito as pazes no mês passado, mas depois de anos sendo inimigas, ela ainda não estava acostumada com isso. — E Riley? — ela perguntou.

Kate riu. Mike deu a Hanna um olhar estupefato. — Riley? Você está falando sério?

Hanna imaginou o cabelo assustadoramente vermelho de Riley e a pele pálida de vampiro — definitivamente não era o tipo de Rainha do Baile da Primavera. — Ok. Eu acho que você está certo.

Mike virou-se e começou a incitar o resto da equipe. — Han-na! — ele cantou. — Han-na! — Os outros meninos se juntaram, e Kate também. Hanna sorriu e começou a considerar isso. Ela já podia imaginar a foto fabulosa e

um pouco assustadora de si mesma e do rei no cemitério perto do Quatro Estações da Filadélfia, uma tradição de Rosewood Day que era impressa em um encarte especial no anuário. Se ela ganhasse, o seu legado em Rosewood seria a de uma menina bonita que estava usando a coroa de Rainha do Baile da Primavera — e não a de uma menina que tinha sido torturada por A.

— Mas que droga — ela disse lentamente. — Eu estou dentro! — Ótimo! — Mike enfiou a camiseta por cima de sua cabeça. — Eu vou ajudá-la

na campanha. Vamos comprar um salão de beleza e oferecer as meninas manicures de

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graça. Dar conselhos de moda. Vou até assumir uma tarefa pela equipe e me oferecer para dar beijos de graça. — Ele fechou os olhos e fez beicinho. — Somente nas garotas gostosas, no entanto.

Hanna deu um tapa nele. — Sem barraca do beijo! Mas as outras coisas parecem incríveis.

Então, uma menina bonita na porta chamou a atenção de Hanna. Tinha o cabelo preto lustroso e olhos azuis, e usava um vestido envelope bonito que Hanna tinha visto na janela da BCBG. Hanna olhou para o rosto da menina, achando-o um pouco familiar.

— Uau. — Brant Fogelnest, um dos jogadores de lacrosse sentado por perto, inclinou a cabeça para trás para dar uma olhada melhor. — Chassey!

Hanna ficou estupefata. — Ele acabou de dizer Chassey — ela sussurrou para Mike. — Bledsoe?

— Acho que sim — Mike murmurou com rugas na testa. Kate também acenou com a cabeça.

Hanna hesitou. Chassey Bledsoe era uma idiota que jogava ioiôs, usava o chapéu do filme O Gato nos Bailes, e usava mochilas enormes que a faziam parecer um carteiro. Essa menina estava usando sapatos Jimmy Choo e carregando uma bolsa delicada debaixo do braço. Parecia até que ela estava usando cílios postiços.

Mas então a menina falou. — Ah, aí está você! — ela disse para alguém do outro lado do restaurante. Era a voz de Chassey Bledsoe, a mesma voz que tinha chamado Hanna, Ali, e as outras no intervalo no ensino médio, desesperada para fazer parte do grupo delas. A nova e melhorada Chassey passou por sua melhor amiga, Phi Templeton, que estava sentada em uma cabine no canto. Embora Phi estivesse de jeans Mudd folgados e uma camiseta grande com uma mancha sobre um seio, não parecia o estilo da Nova Chassey.

— Ela não esteve fora da escola por, tipo, um mês, com herpes? — Hanna sussurrou. Chassey estava em sua aula de cálculo; a professora tinha sentido pena dela porque ela também tinha tido herpes uma vez.

— Eu acho que sim. — Mike bateu os dedos sobre o bar. — Mas, se herpes fazem isso com alguém, talvez mais meninas deveriam ter.

Kirsten Cullen, que estava sentada em uma mesa bistrô perto de Hanna, levantou uma sobrancelha, ouvindo. — Ela parece incrível. Ela deveria concorrer à Rainha do Baile da Primavera.

Mais crianças murmuraram que a Nova Chassey deveria concorrer — até mesmo alguns membros da equipe idiota de cantores de Hanna deram um desanimado “Chas-sey”. — Hanna olhou para Mike, impotente. — Você não pode fazer alguma coisa?

Mike levantou as palmas das mãos. — Fazer o quê? — Eu não sei! Eu que tenho que ser a Rainha do Baile da Primavera! Bip. O celular de Hanna brilhou insistentemente dentro de sua bolsa. Ela puxou-o para

fora. UMA NOVA MENSAGEM DE ANÔNIMO. Seu estômago revirou. Ela não tinha ouvido falar de A a semana inteira, mas ela

sabia que seria apenas uma questão de tempo. Ela olhou ao redor do restaurante, na esperança de encontrar quem mandou. Uma pessoa passou por trás de uma fonte no pátio. A porta da cozinha se fechou rapidamente, escondendo uma sombra.

Preparando-se, ela apertou em LER.

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Apenas perdedoras competem com perdedoras. Faça qualquer esforço para ganhar, e não só vai perder o meu respeito — como eu

também vou dizer a Agente Fuji sobre todas as suas mentirinhas impertinentes. —A

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3 QUERIDA EMILY, EU ESTOU

DIANTE DE VOCÊ Naquela mesma tarde, Emily Fields e sua mãe entraram em uma boutique

chamada Grrl Power em Manayunk, um bairro moderno na Filadélfia. A música de uma banda de uma menina grunge tocava pelos alto-falantes estéreos. Uma menina com um piercing na sobrancelha e uma cabeça meio raspada olhava para elas do outro lado do balcão. Duas meninas com as mãos nos bolsos uma da outra percorriam a seção de jeans. Manequins usavam camisetas que ostentavam coisas como EU NÃO CONSIGO NEM SEQUER PENSAR DIREITO! e EU NÃO SOU GAY, MAS MINHA AMIGA É.

A Sra. Fields vasculhou itens em uma mesa, em seguida, pegou um par de leggings amarelo-canário. — Estas são bonitas, você não acha? Eu poderia usá-las em minhas caminhadas matinais.

Emily olhou para elas. Havia impresso na bunda EU ADORO UM BOM MUFFIN DE MANHÃ. Ela não tinha certeza se devia rir ou chorar. Será que sua mãe sabia o que isso significava?

Então, ela olhou em volta. Todos na loja pareciam estar olhando para ela, a ponto de cair na gargalhada. Ela puxou as leggings da mão da sua mãe.

A Sra. Fields afastou-se da mesa, parecendo intimidada. No mesmo instante, Emily se perguntou se ela tinha sido muito dura. A mãe dela estava tentando tanto. Esta era a mesma mulher que tinha banido Emily para Iowa por ter saído do armário no ano passado. Emily tinha acabado de jogar outra bomba na sua mãe, também: Ela teve um bebê no verão passado e o deu para um casal em Chestnut Hill. Por um tempo, a família dela isolou-a totalmente, mas não havia nada como uma verdadeira bomba em um navio de cruzeiro e um quase afogamento no mar para colocar as coisas em perspectiva. Quando Emily voltou do cruzeiro viva, seus pais haviam lhe dado uma recepção de heroína e prometeram consertar as coisas.

Até agora, o Sr. Fields fez panquecas de banana para o café da manhã de Emily todos os dias na semana passada. Ambos os seus pais se sentaram diante do computador de Emily e olharam suas fotos do cruzeiro com ela, e se impressionaram com suas fotos do pôr do sol laranja brilhante e com as barbatanas dos golfinhos distantes. Hoje, a Sra. Fields tinha chegado no quarto de Emily às oito da manhã e anunciou que elas iriam ter um dia de meninas: manicures, almoço e, em seguida, fazer compras em Manayunk. Mesmo que mani-pedi e compras não fossem o tipo de coisa de Emily, ela concordou prontamente.

Emily colocou as leggings de volta na mesa e escolheu um par vermelho que dizia REGRAS DAS MENINAS na bunda. Ela entregou a sua mãe. — Eu acho que vermelho fica melhor em você.

O sorriso voltou ao rosto da sua mãe. É isso aí. Isso era bem melhor.

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Em seguida, o telefone da Sra. Fields tocou, e ela puxou-o para fora do seu bolso, olhou para a tela e sorriu. — Carolyn acabou de mandar uma mensagem dizendo que ela arrasou na prova final de biologia dela. Isso não é ótimo?

Emily puxou o lábio inferior em sua boca. Sua irmã estava agora em Stanford com uma bolsa de natação, e Emily tinha ouvido de segunda mão como ela lutou com o curso durante todo o ano. Carolyn não tinha dito para ela por si mesma, é claro. Sua irmã tinha amargamente escondido Emily na Filadélfia durante os últimos estágios da sua gravidez, e elas não estavam exatamente se falando.

Emily brincava com uma pulseira de couro batido em uma bandeja de exibição. — Então, quando você acha que eu vou falar com Carolyn?

A Sra. Fields redobrou uma camiseta que esteve olhando, evitando cuidadosamente o olhar de Emily. — Tenho certeza que ela vai ligar em breve para você.

— Será que ela realmente quer pedir desculpas? A pálpebra da Sra. Fields contraiu. — Devemos nos concentrar em você e em

mim, você não acha? Estou tão feliz que estamos juntas. Espero que possamos fazer isso mais vezes.

Emily levantou a cabeça. — Então... isso significa que Carolyn ainda está com muita raiva?

O celular da Sra. Fields tocou, e ela demorou bastante vasculhando através da sua bolsa para encontrá-lo. — Eu preciso atender — ela disse rapidamente, mesmo que Emily tivesse certeza de que era apenas o pai dela... ou talvez a própria Carolyn.

Emily encostou-se em uma prateleira de casacos e suspirou. Ok, então as coisas não estavam perfeitas ainda. A Sra. Fields havia dito a ela que Carolyn queria esquecer o passado, mas Emily não tinha visto nenhuma indicação disso ainda. Ela e sua família nem tinham tido uma conversa sobre a gravidez de Emily ou o bebê. Mas estas coisas levavam tempo, certo? Panquecas de banana ainda era um enorme gesto.

Quando a mãe dela saiu pela porta da frente, Emily pegou seu próprio celular e verificou seu e-mail. Havia uma nova mensagem do Comitê do Baile de Formatura da Primavera de Rosewood Day: Não se esqueça de comprar um ingresso para o baile de formatura! 7 de maio, 19:00h. No Hotel Quatro Estações, 1 Logan Square, Filadélfia. Jantar e dança.

Um sentimento de solidão a invadiu. Ela já tinha comprado um ingresso para o baile, suas amigas estavam obrigando-a a ir. Mas a única pessoa que Emily queria convidar — uma menina chamada Jordan Richards que ela conheceu no cruzeiro — não podia ir.

Felizmente, não houve novas notícias sobre Tabitha. O dedo de Emily apertou o botão para a galeria de fotos e, de repente, uma foto de Alison DiLaurentis a encarou de volta. Era a Verdadeira Alison DiLaurentis, a menina que voltou para Rosewood no ano passado e mais tarde revelou-se como A. Emily tinha tirado a foto de Ali em seu quarto no dia que Ali a tinha beijado. Sou eu, Em, Emily podia praticamente ouvir Ali dizendo. Estou de volta. Eu quis fazer isso de novo há tanto tempo. Tenho tantas saudades suas.

Emily continuava amando Ali, apesar de tudo. Mesmo depois que Ali confessou que tinha matado sua própria irmã, Emily tinha esperança de que ela recuperaria a sanidade e repararia o que ela tinha feito. Seu amor por Ali tinha sido tão intenso que ela tinha deixado a porta aberta para ela em Poconos em vez de fechá-la e deixar a suposta assassina das meninas queimar.

Ela manteve o segredo por um tempo, mas ela finalmente disse a suas amigas na semana passada. Agora, elas estavam começando a acreditar no que Emily sabia o

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tempo todo: A Verdadeira Ali não estava morta, e ela era a Nova A. Isso significava que a Verdadeira Ali tinha testemunhado todas as transgressões das meninas no verão passado, incluindo Emily contrabandeando seu bebê do hospital e levando-o para longe de Gayle Riggs, uma mulher que ela achava que era louca — e uma mulher que estava morta. Ali poderia ter estado na Jamaica, também, e ela poderia ser a verdadeira assassina de Tabitha. Isso significava também que a Verdadeira Ali tinha estado no navio de cruzeiro na semana passada. Como elas não tinham visto ela? Como é que ninguém a viu?

O polegar de Emily pairava sobre o APAGAR. Depois de A ter ameaçado a vida do seu bebê, ela finalmente chegou a odiar a Verdadeira Ali. E ainda assim ela não conseguia se decidir se apagava ou não a única foto que ela tinha dela. Suspirando, Emily rolou para o fim da sua galeria de fotos e olhou para a foto de outra menina que ela tinha certeza de que ela amava. Jordan sorria para a câmera. O corpo dela estava iluminado pelo sol escaldante de Porto Rico, e uma água azul se esticava atrás dela por quilômetros. Emily tocou a tela, desejando que ela pudesse sentir o rosto suave de Jordan mais uma vez.

— Ela é bonita. — A vendedora olhou por cima do ombro de Emily para a foto de Jordan. — É sua namorada?

Emily sorriu timidamente. — Mais ou menos. Um canto do lábio da menina se enrolou em um sorriso. — O que isso significa? Emily colocou o telefone no bolso. Isso significa que ela era uma fugitiva. Isso

significa que ela pulou de um navio de cruzeiro em Bermuda para evitar o FBI, e eu não tenho ideia de onde ela está agora ou quando eu vou vê-la novamente.

Ela vagou em direção à seção de calçados, que cheirava fortemente a couro e borracha. Ela nunca iria esquecer os últimos minutos que ela e Jordan estiveram juntas. Na vida passada de Jordan, ela tinha sido Katherine DeLong, a Ladra Patricinha, a menina que roubou barcos, carros e aviões. Quando Emily a conheceu, ela tinha acabado de escapar da prisão e de mudar seu nome, e estava pronta para um novo começo. Os agentes do FBI, provavelmente alertados pela Verdadeira Ali/Nova A, perseguiu elas duas no corrimão do navio. Jordan tinha dado a Emily um último olhar, em seguida, mergulhou na baía para escapar.

Quando Emily voltou para casa, ela recebeu um cartão postal de Jordan. Nós nos veremos outra vez. Emily estava morrendo de vontade de escrever de volta, mas Jordan não era estúpida o suficiente para incluir um endereço de retorno. Onde quer que ela estivesse — na Tailândia, no Brasil, ou em uma ilha pequenina na costa da Espanha — ela estava se escondendo bem o suficiente para fugir da polícia.

Emily passou os dedos sobre o couro liso de um par de Doc Martens em exibição, tendo uma ideia. Ela pegou o telefone novamente, abriu o aplicativo do Twitter, e entrou em sua conta. Então ela copiou e colou o convite do baile em um novo tweet. O BAILE É EM DUAS SEMANAS, ela digitou. EU GOSTARIA DE PODER LEVAR O MEU VERDADEIRO AMOR.

Ela clicou em TWITTAR, sentindo-se satisfeita. Ela esperava que Jordan o visse e entendesse o que isso significava. E mesmo que Jordan provavelmente não respondesse, pelo menos ela saberia que Emily estava pensando nela.

Quando seu telefone tocou um segundo depois, seu ânimo se elevou — já era Jordan! Mas o e-mail era de alguém chamada Agente Especial Jasmine Fuji. PRECISO FALAR COM VOCÊ SOBRE TABITHA CLARK.

A visão de Emily se estreitou. As vozes guturais da música bombeando através dos alto-falantes da loja de repente soaram como cães ferozes. Pressionando-se em um

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canto de trás, ela abriu o e-mail. Querida Senhorita Fields, lia-se. Eu sou uma agente especial encarregada da investigação do assassinato de Tabitha Clark. Seu nome estava em uma lista de hóspedes do resort Cliffs em Negril, Jamaica, ao mesmo tempo em que a senhorita Clark estava lá. O procedimento dita que eu devo entrevistar todos para obter uma melhor perspectiva do que aconteceu naquela noite. Entre em contato comigo o mais breve possível. Atenciosamente, Agente Especial Jasmine Fuji.

— Emily? Sua mãe estava olhando para ela, sua bolsa de pele de crocodilo falsa debaixo do

braço. — Você está bem? Emily lambeu os lábios secos. De nenhuma maneira ela poderia falar com essa

policial. Jasmine Fuji saberia imediatamente que ela estava mentindo. A Sra. Fields a pegou pelo braço. — Você está tão pálida. Vamos pegar um pouco

de ar. A rua cheirava a exaustão de carro e cerveja velha do bar ao lado. Emily respirou

ofegantemente, tentando dizer a si mesma que não era uma grande coisa. Mas era. Ela não podia mentir para uma agente federal.

Bip. Vertiginosamente, ela olhou para o telefone novamente. Como uma deixa, uma

mensagem de texto de um remetente anônimo tinha chegado. Emily suspirou quando ela leu a nota.

Espere até que eu diga a Agente Fuji que você e sua namorada são perfeitas uma para a outra — vocês duas são criminosas de sangue

frio. —A

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4 NINGUÉM SABE O QUE ARIA FEZ NO

VERÃO PASSADO — Vai, Noel, vai! — Aria Montgomery gritou do lado de fora do campo de lacrosse

na tarde do dia seguinte na hora do almoço. O namorado dela, Noel Kahn, atravessou a grama e tentou fazer seu quinto gol consecutivo. Aria prendeu a respiração quando a bola partiu para a rede.

— Yeah! — ela gritou, batendo as mãos nas de Hanna. A equipe de lacrosse estava arrecadando dinheiro para o abrigo local, e as pessoas tinham feito apostas de doação em qual jogador poderia obter o maior número de gols em menos de um minuto. Naturalmente, Aria tinha apostado dez dólares em Noel.

Assim que um minuto se passou — Noel ficou em segundo lugar depois de Jim Freed — Noel correu até ela. — Você foi incrível! — Aria gritou, envolvendo os braços ao redor dele.

— Obrigado, gata. — Noel beijou-a longo e duramente, fazendo as costas das pernas de Aria formigarem. Mesmo que eles estivessem namorando há mais de um ano, o estômago de Aria ainda capotava quando ela sentia seu cheiro levemente de limão, levemente suado pós-treino.

Hanna, que tinha acabado de cumprimentar seu próprio namorado jogador de lacrosse, o irmão de Aria, Mike, cutucou Noel. — Eu não posso acreditar que você tornou Aria uma fã de lacrosse. Eu não achava que isso seria possível.

Noel fez uma reverência zombeteira. — Foi um trabalho árduo, mas valeu a pena totalmente.

— Ah, obrigada. — Aria puxou seu cardigã mais apertado ao redor de seus ombros. Fazia frio para o final de abril, e o céu cinzento ameaçava chuva. Hanna estava certa: Se alguém lhe houvesse dito no início do seu primeiro ano que ela estaria assistindo ao evento de caridade de lacrosse durante o almoço, em vez de, digamos, trabalhando em uma escultura, ela teria rido na cara dele. E se essa pessoa tivesse dito que ela estaria namorando Noel Kahn, ela teria caído de sua cadeira. Aria tinha se apaixonado por Noel quando ela e Ali eram amigas no ensino médio, mas depois que Noel começou a gostar de Ali, ela tinha desistido dele. Então, quando ela voltou dos três anos de período sabático da sua família na Islândia, ela já não era o tipo de garota que namorava típicos jogadores de lacrosse. Ou assim ela pensava.

O treinador soprou o apito. Noel pegou seu taco, deu outro beijo em Aria, e correu com Mike em direção ao meio do campo para estar com sua equipe. O coração de Aria inchou quando ela olhou para as suas firmes e fortes panturrilhas. Quando as meninas tinham estado a ponto de confessar à polícia sobre a morte de Tabitha, tudo em que ela poderia pensar era em nunca ver Noel novamente — nunca beijá-lo, segurar sua mão, até mesmo ficar deitada com ele no sofá e ouvi-lo mastigar pretzels audivelmente.

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Embora elas não tivessem confessado, ela ainda sentia como se estivesse em dívida com ele.

Depois que os garotos estavam a uma distância segura, Aria pigarreou. — Então, eu recebi uma mensagem estranha ontem.

Ela mostrou a Hanna a tela do seu celular. Seu nome estava em uma lista de hóspedes do resort Cliffs durante o assassinato de Tabitha Clark... Nós precisamos conversar assim que possível... Agradeço sua cooperação.

Hanna acenou com a cabeça. — Eu recebi também. Assim como Spencer e Emily — e Mike — ela disse. — Será que Noel recebeu? — Os meninos estavam nas férias da Jamaica com elas.

Aria ficou rígida, olhando para Noel em sua roupa de proteção e chuteiras. Ele simplesmente pulou nas costas de Mason Byers, e Mason estava balançando ao redor, tentando tirá-lo. — Hum, eu não lhe perguntei — ela disse em uma voz baixa. — Noel não nos viu conversando com Tabitha, no entanto. E ele e Mike definitivamente não viram... você sabe. Não é como se eles fossem dizer alguma coisa estranha.

Assim que as palavras saíram da sua boca, ela não tinha certeza se ela acreditava nelas. Na viagem, Noel não tinha prestado atenção em Tabitha, exceto para dizer que ela parecia de alguma forma familiar. Então, quando o corpo de Tabitha tinha aparecido e estava em todos os noticiários, Noel muitas vezes mudou de canal, metade do tempo nem sequer registrando que tinha estado na Jamaica ao mesmo tempo em que ela estava. Só recentemente ele tinha começado a mostrar interesse na história. Agora, toda vez que a foto dela aparecia na TV, ele olhava para ela com curiosidade, dizendo: — Ela não te lembra alguém? — E se ele tivesse notado o quão nervosa Aria sempre ficava sempre que uma história de Tabitha aparecia? E se ele inocentemente mencionasse que Tabitha lembrava Ali? Havia todos os tipos de formas acidentais e não intencionais que Noel poderia incriminá-la.

Aria apertou as mãos. Noel provavelmente iria falar com a policial por dois minutos, no máximo. E de qualquer maneira, as meninas não tinham matado Tabitha — A tinha espancado ela na praia.

Claro, elas eram as únicas que sabiam disso. — Devemos nos encontrar com a Agente Fuji? — perguntou Hanna. — Não é como se nós pudéssemos dizer que não. — Aria mordeu uma unha. —

Talvez todas nós pudéssemos nos encontrar com ela juntas. Pelo menos então vamos todas contar a mesma história.

Então Hanna empurrou o celular para Aria. — Eu também recebi isso. Aria leu a mensagem. Apenas perdedoras competem contra perdedoras. Faça

qualquer esforço para ganhar, e não só vai perder o meu respeito — como também eu vou dizer a Agente Fuji sobre todas as suas mentirinhas impertinentes. —A

— Mike estava tentando me convencer a concorrer para o Baile da Primavera — Hanna sussurrou. — E então Chassey Bledsoe entrou parecendo toda fabulosa.

— Eu a vi! — exclamou Aria. — Ela parece meio... retocada, não é? Hanna encolheu os ombros. — Eu não sei. O estranho é, A enviou isto

praticamente no momento em que eu vi a transformação de Chassey... como se A estivesse assistindo. Havia toneladas de crianças no Rive Gauche naquele dia, mas eu não vi ninguém mandando mensagem.

— A está em toda parte — Aria sussurrou, tremendo. Elas tinham passado por tantos diferentes suspeitos de serem o Novo A, mas cada um tinha resultado em um beco sem saída — um deles literalmente — ou em um prejuízo horrível. Como Graham, o cara com quem Aria tinha feito amizade no cruzeiro que também revelou ser o ex-

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namorado de Tabitha. Por um tempo, Aria tinha medo de que Graham pudesse ser A, ele certamente tinha um motivo, e ele começou a agir de um modo estranho, insistindo que ele tinha algo a lhe dizer. Agora, ela percebeu que ele queria dizer-lhe que alguém estava de olho nela. Mas A havia detonado uma bomba antes que Graham houvesse dito isso... talvez porque A não queria que Graham identificasse ele ou ela.

— Você recebeu alguma outra mensagem de A? — Hanna colocou o celular de volta no bolso.

Aria balançou a cabeça, em seguida, mostrou a Hanna um novo iPhone em uma case de neoprene rosa. — Mas talvez seja porque eu estou com isso. Ele tem um número não rastreável.

— Bem pensado — disse Hanna. Ela olhou nervosamente para o campo. — Você acha que A poderia nos incriminar por causa de Tabitha?

Aria lambeu os lábios. A tinha todas aquelas fotos horríveis delas no telhado daquela noite. E quem sabe o que mais A não tinha mostrado ainda.

Ela estava prestes a responder quando, de repente, os alto-falantes montados na parte superior da arquibancada gritaram. — Atenção! — disse uma voz ecoando. Uma tosse forte e um som de pigarro se seguiu. Era o diretor Appleton. Por alguma razão, ele sempre pigarreava ao microfone, fazendo barulhos que muitas vezes soavam como arroto.

— Todos os sêniores! Eu tenho uma notícia emocionante! — disse Appleton. — Nós temos os nossos candidatos a Rei e Rainha do Baile da Primavera! Para o rei, é Joseph Ketchum e Noel Kahn!

Todo mundo nas arquibancadas aplaudiu. Hanna cutucou Aria, e os caras do campo deram tapinhas nas costas de Noel com diversão, como se dissessem vamos-fingir-que-o-baile-não-importa-mesmo-que-meio-que-importe.

— E para a rainha — Appleton continuou, — temos Hanna Marin... Hanna sorriu nervosamente. Aria apertou o braço dela. — ...e Chassey Bledsoe! — Appleton terminou. Vários aplausos se seguiram. Algumas pessoas franziram o cenho, se perguntando

quem Chassey era, como se todos eles não tivessem ido para a escola juntos desde a infância. Hanna apertou a boca em uma linha.

— Você não está realmente preocupada com Chassey vencer, não é? — perguntou Aria.

— Eu não posso fazer campanha! — Hanna pegou um fio solto da sua saia. — De nenhuma maneira eu vou ferrar todas vocês só para que eu possa ser a Rainha do Baile da Primavera.

O alto-falante estalou novamente. — Quanto à decoração do Baile da Primavera — Appleton disse, — nós recebemos uma série de pedidos para ser a presidente de decoração. Nós vamos fazer um anúncio assim que escolhermos!

A multidão murmurou. Hanna olhou para Aria. — Você se inscreveu para isso? — Eu queria, mas eu esqueci — Aria disse, sentindo uma vibração de decepção.

Rosewood Day levava o trabalho de presidente de decoração a sério — aqueles que estavam interessados tiveram que preencher um pedido de dez páginas com ideias de design e esboços com meses de antecedência, e muitos candidatos ainda incluíam portfólios digitais e vídeos pessoais explicando porque deveriam ser escolhidos — mas as pessoas que conseguiam o título, no passado, sempre falavam sobre como era divertido. Além de projetar toda a decoração do baile de finalistas, o presidente também fazia o blog do baile e tirava fotos de rituais de bailes idiotas-mas-exclusivos, como da grande fila de conga, e do rei e da rainha no cemitério perto do hotel Quatro

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Estações na Filadélfia, onde o evento era realizado a cada ano. Aria tinha estado tão consumida com A que ela tinha perdido o prazo de inscrição.

— Mas eu posso dizer que nós decidimos sobre um tema! — Appleton continuou. — O Conselho Estudantil decidiu por... A Noite Estrelada!

As pessoas aplaudiram. Hanna apoiou a coluna vertebral contra o muro por trás delas. — Esse é um bom tema, você não acha?

Aria apenas olhou para Hanna, o sangue escorrendo da sua cabeça. Pensando bem, graças a Deus que ela não tinha se inscrito. Era um tema terrível.

— O quê? — Hanna piscou. — Eles podem fazer grandes pinturas de Van Gogh e... oh.

A pintura. Aria podia ver o pensamento piscando na mente de Hanna, como se estivesse em neon. Aria e Hanna nunca tinham falado sobre aquela noite... mas isso não significava que Aria tinha esquecido. Ela poderia dizer que Hanna não tinha, também.

Aria colocou as mãos sobre os olhos. A viagem para a Islândia tinha sido um desastre desde o início. Eles ficaram sentados na pista por quase duas horas antes da descolagem. E então, nenhum caixa eletrônico estava funcionando no Aeroporto Keflavik, o que significava que eles tiveram que juntar os cheques de viagem por um ônibus para o hotel em vez de um táxi. O hotel cancelou suas reservas e enviou-os para uma pousada na mesma rua, que era úmida, cheirava a peixe, e era tão pequena e lotada que todos eles tiveram que dividir um quarto.

Em seguida, Noel começou a reclamar sobre tudo — do gosto estranho do leite, de como a banheira de hidromassagem do quintal era provavelmente cheia de bactérias, do quão incômodo o edredom era contra sua pele. Aria tinha atribuído isso ao cansaço da viagem de avião, só que ele reclamou no dia seguinte, também. E no próximo. Ele não parecia impressionado com seus passeios românticos pela cidade. Ele não elogiava a deliciosa cerveja local. Ele nem sequer achou o museu do pênis interessante. Ele achou os cavalos nativos ridículos, e quando Aria apontou para o lindo Monte Esja à distância, Noel disse, — É, as Montanhas Rochosas são melhores.

Mike entrou no ato, dizendo que os bares da cidade pareciam ainda mais idiotas do que quando ele morava lá. Quando Hanna reclamou sobre a falta de boutiques, Aria tinha ido para o quarto e gritou em um travesseiro. Típicos Rosewoods, ela pensou amargamente.

Na última noite, o ar tinha se enchido de tensão, e todos eles tinham ido a um bar no caminho para extravasar. Quando Aria sentou-se ao lado do garoto emo-barbudo, cabeludo e de óculos chamado Olaf, que iniciou uma conversa sobre um poeta islandês que Aria amava, ela quase o abraçou de alívio. Ali estava alguém que sabia que havia mais vida além de Rosewood. Alguém que gostava de música interessante, tinha o seu próprio pônei, e amava a Islândia tanto quanto ela.

Claro que Noel e Mike achavam que ele era ridículo. Eles o chamavam de Gayloff por trás das costas dele — não em voz baixa, no entanto — como eles também bebiam goles após goles do aguardente Black Death, contavam piadas estúpidas, e agiam de um modo tão americano e idiota que Aria queria que não fosse tão óbvio que ela estava com eles. Em seguida, eles tentaram se infiltrar na conversa de Aria e Olaf. — Você é um estudante de arte? — Noel se arrastou até Olaf. — Ei, eu gosto de arte, também.

Olaf levantou uma sobrancelha. — Quem é seu artista favorito? Aria queria se esconder. Futebol, Noel poderia falar. Mas arte? Desastre. — Uh,

aquela pintura com as estrelas estranhas e uns redemoinhos — respondeu Noel. — Daquele cara que cortou a orelha?

— Você quer dizer Van Gogh? — Olaf disse soando Van Gock.

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Noel sorriu para a sua pronúncia, mas não fez nenhum comentário. — Você ouviu que há uma pintura secreta dele escondida em uma mansão não muito longe daqui? Foi roubada por um barão alemão de um rico rapaz judeu durante o Holograma.

Ele disse Holograma em vez de Holocausto. Aria cobriu os olhos. — Onde você ouviu algo tão idiota assim? — ela murmurou, mortificada.

— Na verdade, eu o ouvi dizer isso. — Noel projetou um polegar para Olaf. Olaf levantou uma sobrancelha. — Não fui eu. — Bem, foi alguém — Noel falou arrastado. Então, ele estufou o peito, o que só o

fez perder o equilíbrio e cair para fora do banco. Mike riu muito e alto, enquanto o barman olhou para os dois, cansado, certamente pensando, Deus, eu estou tão cansado de crianças americanas.

Mas, então, Olaf tocou o braço de Aria. — Ele está certo, no entanto. Há uma pintura em uma mansão não muito longe daqui — uma pintura autêntica de Noite Estrelada. Ninguém jamais a viu.

— Sério? — Aria levantou uma sobrancelha. — Sério. — Olaf olhou para fora da janela, pensativo. — A dona da casa é muito

mesquinha com seu dinheiro e suas coisas. Dizem que ela tem todos os tipos de bens inestimáveis naquela casa que deveria estar em museus, mas ela quer eles só para ela.

— Bem, isso é tão ridículo. — Aria colocou as mãos nos quadris. — Essa é a coisa mais burguesa que eu já ouvi. As massas merecem testemunhar a grande arte tanto quanto os ricos o fazem.

— Eu concordo — disse Olaf. — Artes como estas devem ser de propriedade do mundo, e não apenas de uma pessoa.

Aria balançou a cabeça enfaticamente. — Devem ser libertadas. — Libertadas? — Noel deu uma gargalhada do chão. — Não é um tigre enjaulado,

Aria. Mas os olhos de Olaf brilharam. — Essa é a coisa mais linda que eu já ouvi —

disse ele em seu delicioso sotaque islandês. A próxima coisa que ela sabia era que estava encostada em uma parede de tijolos

do lado de fora do bar, a barba de Olaf arranhando seu rosto, seus lábios procurando os dela. Quando a porta rangeu, eles se separaram. Uma figura estava de pé na soleira da porta, e o coração de Aria parou. Noel?

Era Hanna que tinha saído. Ela parou quando ela os viu, um olhar de desgosto em seu rosto. — Por favor — Aria pedira, afastando-se de Olaf. — Não diga nada, ok?

Agora, um apito soou, arrancando Aria da sua memória. Ela olhou para Hanna e a viu morder as unhas, como se fossem feitas de chocolate. Mais abaixo no campo, Noel estava rindo com Jim Freed. Ele provavelmente não se lembrava daquela noite de conversação — ele estava tão bêbado. Graças a Deus ele não tinha ideia do que tinha acontecido naquela noite — ninguém exceto Hanna. Às vezes, em momentos sombrios, Aria se atrevia a pensar em Olaf. Nunca houve uma história sobre a polícia pegá-lo — e ela assumiu que ele e a pintura ainda estavam por aí afora. Mas como ele havia fugido da mansão? Para onde ele foi?

Blop. Aria olhou para baixo e franziu a testa. Havia, na tela de seu novo celular, um

alerta para uma mensagem de texto. Só que ela não tinha dado a ninguém seu número ainda.

Seu coração começou a bater forte. Nervosa, ela abriu a mensagem. Era uma foto do navio de cruzeiro Esplendor do Mar em chamas. Uma mensagem a acompanhava.

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Isso era um cruzeiro a vapor, Aria — tenho certeza de que seu melhor amigo Graham também pensava assim. Melhor torcer para que ele

sobreviva! —A

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5 DEIXE O INTERROGATÓRIO COMEÇAR

Na quarta-feira à tarde, Spencer ficou na frente do espelho de corpo inteiro em

seu quarto, analisando seu reflexo. A Agente Fuji viria entrevistar todas elas daqui a alguns minutos, e Spencer não conseguia se lembrar da última vez que ela tinha ficado tão aflita em escolher uma roupa.

Um blazer listrado era muito comum? Ela franziu a testa, tirou-o e provou uma blusa cor de rosa, mas só a fez parecer um grande chiclete. Ela precisava estar casual, mas séria. Uma garota doce — não, uma garota esperta. Alguém que nunca, jamais violaria uma lei.

Seu olhar se desviou para o vestido cintilante cinza-pérola da Zac Posen que estava pendurado em seu armário. Ainda estava com a etiqueta, mas ela não teve coragem de devolvê-lo. Dois dias depois, a rejeição de Reefer ainda doía. Spencer tinha enviado para ele algumas mensagens melancólicas, implorando para conversarem. Talvez ela tivesse interpretado mal o que ele quis dizer quando ele disse que eles não deveriam estar presos. Talvez ele mudasse de ideia. Mas Reefer não tinha respondido, e ela começou a se sentir tola e desesperada. O que ela precisava, ela decidiu, era de um baile para afastar sua mente dessas coisas. Mas com quem? Todos os meninos elegíveis tinham par há meses. Spencer pensou em chamar seu antigo namorado, Andrew Campbell, que havia se formado mais cedo e agora estava em Cornell, mas eles não tinham se falado desde o ano passado.

A campainha tocou, e ela tirou a blusa, se trocou de novo, e desceu as escadas com uma camisa azul oxford e calça cáqui skinny. Aria, Emily e Hanna estavam na varanda, se balançando e tremendo como um trio de garrafas de refrigerante sacudindo. Elas entraram rapidamente.

— Nós temos que fazer alguma coisa — Hanna disse. — Eu acho que A leu meus e-mails — Emily reclamou ao mesmo tempo. — Eu recebi uma mensagem de um celular confidencial — Aria proferiu

abruptamente. — Calma aí. — Spencer parou entre a porta do corredor e a sala de estar. —

Recomecem. Cada menina explicou que todas tinham recebido uma mensagem nas últimas

quarenta e oito horas. Todas elas tinham a ver com falar para os policiais sobre elas, assim como a de Spencer, e várias menções sobre a Agente Fuji. Aria estava especialmente desconcertada — A tinha descoberto seu número desconhecido em questão de horas.

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— A tem contatos na Verizon3 ou algo assim? — ela gemeu. — E eu acho que A está tentando nos culpar por machucar Graham. Como se eu tivesse provocado a explosão.

— A poderia também tentar fazer isso com Gayle — Emily disse. — Nós estávamos na garagem dela quando ela foi baleada. Eu tenho certeza de que A tem alguma coisa na manga sobre isso.

— Não se esqueçam de que A ameaçou nos matar — Hanna acrescentou. — Isso está ficando ridículo. É como se A estivesse em toda parte. — Spencer

lembrou que A tinha mandado uma mensagem quase um minuto depois que Reefer foi embora. Mas como A sabia? Spencer estava dentro de sua casa. Era como se A tivesse grampeado o lugar ou algo assim.

Ela piscou. Seria possível? Ela olhou para os cantos da sala, os espaços sob os sofás, as janelas altas. Uma pintura extravagante da Guerra Civil de um cavalo em pé que o Sr. Pennythistle tinha pendurado na sala olhou de soslaio para ela.

De repente, ela teve uma ideia. — Venham comigo — ela ordenou as outras por cima do ombro, indo em direção ao quintal.

Todo mundo a seguiu para fora da porta deslizante. Estava úmido e cinza lá fora, e o ar cheirava a grama recém-cortada e ao riacho pantanoso da floresta na parte de trás da propriedade. Uma grande lona azul cobria a piscina da família. Uma névoa sinistra pairava sobre as árvores onde o celeiro renovado dos Hastings tinha estado uma vez — antes de Ali incendiá-lo. À esquerda era a antiga casa dos DiLaurentis, embora a única lembrança que sobreviveu de lá foi a grande pedra no meio do quintal que nunca tiraram — a nova família havia retirado todos os outros vestígios deles até agora, incluindo o antigo terraço, e não havia mais um santuário de Ali na calçada da frente.

Spencer caminhou para o galpão que o Sr. Pennythistle tinha instalado algumas semanas atrás, abriu a porta e olhou em volta. Um aspirador de folha de laranja estava encostado na parede esquerda. Ela agarrou-o, arrastou-o para o meio do quintal, e puxou a corrente de partida. Suas três amigas olharam para ela como se ela fosse louca, mas havia um motivo para a sua loucura. O cabelo de todo mundo voou até que Spencer apontou o bico para o chão. O ar se encheu com o cheiro nocivo da gasolina. A parte melhor e mais importante era o barulho ensurdecedor que a coisa fazia. Ninguém, nem mesmo A, seria capaz de ouvir as meninas sobre o barulho.

Spencer gesticulou para as meninas se aproximarem. — Isso tem que acabar — ela disse com raiva. — Se A sabe onde estamos o tempo todo, então A deve estar nos gravando de alguma forma. A está tentando nos culpar por todos esses crimes que não cometemos, e se não agirmos logo, A terá sucesso.

— O que vamos fazer? — Hanna gritou sobre o aspirador de folhas. — Acho que deveríamos fazer o que não fizemos ainda — Spencer declarou. —

Nos livrar dos nossos celulares atuais e números de telefone. Se precisarmos de celulares para absolutas emergências, podemos usar um celular descartável, mas não podemos dizer nada importante umas as outras por ligações ou mensagens de voz. Deveríamos usar frases com códigos.

— Que tal isso não? — Emily interrompeu. — Perfeito — Spencer disse. — E nós não podemos dar o número para ninguém,

exceto para os nossos pais. Aria trocou seu peso. — E quanto aos namorados?

3 Verizon Communications, Inc.: É uma companhia americana especializada em telecomunicações sediada em Nova Iorque e cotada no NYSE.

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Spencer balançou a cabeça. — É muito arriscado. Aria fez uma careta. — Noel não vai contar a ninguém. — Ele pode deixar o celular em algum lugar que A possa ver, no entanto. E você

vai ter que explicar a ele o motivo de estar usando um celular descartável. — Como é que eu vou explicar o motivo de não estar usando nenhum celular? —

Aria perguntou com as mãos nos quadris. Spencer olhou para ela, exasperada. — Eu não sei! Digamos que você está fazendo

isso para um projeto da escola sobre a vida sem tecnologia por uma semana. — E e-mail? — Hanna perguntou. — Nós ainda podemos usar o e-mail para os trabalhos escolares, talvez

pudéssemos carregar os nossos celulares antigos por aí, mas só para usar WiFi. Tenho certeza de que o uso de celulares com WiFi não podem ser controlados da mesma forma que o uso com um plano de dados. E não devemos usar a Internet dos computadores das nossas casas, pelo que sabemos, A invadiu nossos sistemas. Precisamos usar computadores que não estão vinculados a nós e, definitivamente, que não tenha nenhum spyware instalado.

Emily olhou para o local onde o celeiro ficava. — Isso soa muito bem para A não saber onde estamos agora. Mas A ainda pode nos denunciar.

— Essa é a segunda parte do meu plano — Spencer gritou sobre o aspirador de folhas. — Assim que possível, precisamos ir a algum lugar realmente secreto e seguro, sentarmos e descobrirmos quem poderia ser A. Há, provavelmente, várias pistas que não estamos cogitando. E agora que sabemos o que aconteceu na noite do incêndio, A poderia ser a Verdadeira Ali.

O aspirador de folhas balbuciou. As árvores na parte de trás da casa balançaram, e por um momento, Spencer jurou ter visto um vulto na floresta.

— Parece uma boa ideia para mim — Hanna disse. — Para onde deveríamos ir? Todo mundo parou para pensar. Então o olhar de Spencer desviou para uma luz

de dentro do escritório do Sr. Pennythistle na casa. — Um dia desses, o Sr. Pennythistle me disse que em um modelo de casa em Crestview Estates tem um quarto do pânico. Esses lugares não são, tipo, à prova de som?

— Acho que sim — Hanna disse. — E às vezes têm videovigilância, assim a pessoa pode ver se alguém está em sua casa.

— Perfeito — Emily disse. — A nunca vai nos ouvir em um lugar assim. Aria apertou os olhos. — Crestview Estates é perto daqui, certo? É em Hopewell? — Sim — Spencer disse. Hopewell era uma cidade a cerca de quinze minutos de

Rosewood. — E eu aposto que eu poderia roubar a chave da casa. — O Sr. Pennythistle mantinha cópias de todas as chaves dos seus imóveis em seu escritório em casa. Iria ser simples encontrar a certa.

Os olhos de Emily brilharam. — Deveríamos ir juntas? Spencer balançou a cabeça com veemência. — Temos que ir separadas para

confundir A. Seria ainda melhor se pudéssemos ir por meios de transporte diferentes, como ônibus, metrô ou carro.

Aria apertou os pés na grama. — Bem, o transporte público vai para Hopewell. — E se alguma de nós dirigir, podemos pegar rotas diferentes — Emily disse. — A

não vai saber quem de nós seguir. E se acharmos que alguém está nos seguindo, poderíamos acelerar, parar ou retornar, e talvez conseguir pegar A no flagra. Então nós poderíamos ver quem é A.

— Ótimo — Spencer disse. Ela olhou fixamente para as outras. — Que tal amanhã à noite?

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Todo mundo concordou. Então Spencer avistou um sedan preto estacionando na garagem longa. Seu estômago revirou. Hora do show.

O carro virou e parou na parte da frente da casa. Uma mulher alta e magra com cabelos pretos longos e ondulados, e corpo esbelto dirigiu-se para a porta da frente. Quando ela notou Spencer e as outras no quintal, ela parou e acenou.

— Senhorita Hastings? — Ela olhou interrogativamente para o aspirador de folhas. — Ajeitando o jardim?

Spencer desligou o aspirador de folhas e o deixou cair no chão. Ela vagou pela grama molhada em direção à casa. — Mais ou menos.

A mulher estendeu a mão. — Eu sou Jasmine Fuji. — Ela olhou para as outras com os grandes olhos cinzentos. — Deixe-me adivinhar. Hanna, Aria e Emily — ela disse, apontando para cada menina certa. Mas por outro lado, não era difícil, as quatro estavam estampadas por toda a revista da People do ano passado, depois da Verdadeira Ali ter morrido. Até mesmo um filme feito para a TV chamado Pretty Little Killer tinha sido filmado, documentando que a Verdadeira Ali quase matou as meninas e o sofrimento que ela as causou.

Quando ninguém disse nada, ela limpou a garganta. — Que tal entrarmos para conversar?

Spencer atravessou a cozinha nervosamente, tentando não tropeçar em nada. Em seguida, elas se alinharam no sofá da sala, sentadas muito próximas. Aria sacudia as franjas de uma almofada. Emily cruzava e descruzava as pernas. O cabelo de todo mundo estava um ninho de ratos assanhados pelo vento do aspirador de folhas.

Fuji sentou-se com elas em um pufe listrado, tirou um bloco amarelo e virou em uma página limpa. Suas unhas eram impecavelmente feitas e pintadas de rosa. — Bem. Ok. Obrigada por se encontrarem comigo, em primeiro lugar. Isso é apenas uma formalidade, mas eu aprecio a cooperação de vocês.

— É claro — Spencer disse em seu tom mais maduro e profissional. Ela queria ter algo para fazer com as mãos.

— Seus nomes estavam na lista de hóspedes do resort Cliffs na Jamaica ao mesmo tempo em que Tabitha Clark foi assassinada — Fuji disse, olhando para uma folha de papel separada. — De vinte e três à trinta de março. Vocês confirmam isso?

— Sim. — A voz de Spencer falhou, e ela começou novamente. — Sim. Nós estávamos lá. Estávamos nas férias de primavera com vários colegas.

Fuji lhes deu um sorriso forçado. — Parece ter sido divertido. Spencer se contorceu. Isso soou meio amargo. Parece ter sido divertido para vocês

meninas ricas e mimadas, ou talvez, Vocês acham que podem se safar dessa, não é? Mas, então, Fuji apontou para uma aquarela de uma cena de fazenda acima do piano. — Minha avó tem uma muito parecida, só que um pouco maior.

— Oh, que legal. Eu sempre amei essa pintura — Spencer disse rapidamente. Acalme-se, ela se repreendeu.

— Então. — Fuji tirou um par de óculos de sua bolsa e colocou-os no nariz, em seguida, analisou suas anotações novamente. — Vocês conheceram a Senhorita Clark enquanto estiveram hospedadas lá?

Spencer trocou um olhar com as outras. Ontem à noite ao telefone, elas tinham conversado brevemente sobre o que elas iriam dizer, mas sua mente de repente estava em branco. — Mais ou menos — ela disse depois de um momento. — Eu tive uma conversa rápida com ela, nada importante.

Fuji tirou os óculos e colocou uma das hastes na boca. — Você poderia me dizer sobre o que foi?

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O estômago de Spencer revirou. — Ela achou que eu parecia familiar. Tipo irmãs há muito tempo perdidas.

Fuji inclinou a cabeça. Seus brincos de lágrima balançaram. — Isso é uma coisa estranha de se dizer.

Spencer deu de ombros. — Ela tinha bebido demais. Fuji escreveu alguma coisa e virou-se para as outras meninas. — Vocês se

lembram de Tabitha também? Emily assentiu. — Nós dançamos perto uma da outra. — Ela engoliu em seco. Fuji virou para Hanna e Aria, e ambas disseram que conheceram Tabitha

rapidamente, mas que não tiveram uma longa conversa. Fuji não pediu para elas detalharem, assim Emily não mencionou a pulseira de Tabitha estranhamente similar com a pulseira da Coisa de Jenna, Aria não falou sobre Tabitha ter insinuado que ela sabia que o pai dela tinha traído sua mãe, e Hanna não disse a ela que Tabitha sabia que Hanna costumava ser uma perdedora.

Todas responderam de forma clara. Se Spencer fosse espectadora da conversa, as meninas pareceriam sinceras o suficiente. Atormentadas e quietas, talvez, mas não era nada demais: Uma menina que elas tinham conhecido havia sido assassinada a poucos metros de onde elas haviam dormido.

Fuji tampou sua caneta. — Parece que várias pessoas estão me dizendo a mesma coisa, Tabitha deve ter conversado com muita gente naquela noite. Todo mundo se lembra dela, mas ninguém consegue conectá-la a ninguém em particular. — Ela largou o caderno e encontrou os olhares delas. — Ouvi dizer que vocês também estavam no navio de cruzeiro que explodiu.

— É isso mesmo — Spencer resmungou. — E eu soube que vocês estavam na casa de Gayle Riggs quando ela foi

assassinada. — Ela olhou sem piscar para as quatro meninas. Hanna acenou com a cabeça levemente. Emily tossiu. — Nós estivemos no lugar

errado na hora errada — Spencer disse. — Parece que vocês tiveram uns anos difíceis. — Um sorriso triste se espalhou

pelo rosto de Fuji. — Malucos com teorias de conspirações provavelmente teriam um ótimo dia de campo com vocês, hein, meninas? Eles poderiam dizer que vocês foram amaldiçoadas.

Todas as meninas riram, embora suas risadas fossem tristes e forçadas. Quando Fuji deu-lhes um olhar estranho e astuto, o momento pareceu elétrico. E se A já houvesse dito tudo a Fuji? E se ela estivesse apenas brincando com elas, esperando elas fracassarem?

Mas, então, Fuji pressionou as palmas das mãos na parte superior do seu caderno e se levantou. — Obrigada pelo tempo de vocês, meninas. Se vocês pensarem em outra coisa, por favor, me avisem.

Spencer levantou também. — Eu levo você até a porta. Fuji disse a elas outro adeus na porta, caminhou e entrou em seu carro. Quando

ela se afastou da garagem e virou na rua sem saída, Spencer virou-se para ficar de frente para suas amigas que estavam sentadas no mesmo lugar do sofá.

Hanna interrompeu o silêncio. — Eu achei que ela ia nos prender. — Eu sei. — Aria caiu nas almofadas do encosto. — Eu achava que ela sabia mais

do que estava dizendo. Bip. Era o celular de Spencer. Todas as espinhas das meninas ficaram eretas. O bip foi

logo seguido pelo celular de Emily. Então o de Hanna tocou. O celular de Aria fez um

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som de apito. Todas as suas telas brilharam com um alerta de que uma nova mensagem tinha chegado.

Tomando um fôlego enorme, Spencer olhou para a tela.

Eu amo umas mentiras recém-plantadas em uma bela tarde de primavera. Eu me pergunto se a Agente Fuji sente o mesmo...

—A

Spencer fechou os olhos. Deixando escapar um gemido, ela atirou o celular do outro lado da sala, onde ele bateu contra um pequeno centro. A bateria voou para fora e deslizou no chão. Então, ela olhou para as outras. — Amanhã?

— Amanhã — Aria rosnou. Emily e Hanna também acenaram com a cabeça. Era a única esperança delas. Elas iriam resolver isso de uma vez por todas.

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6 SALA DE SITUAÇÃO

Na quinta-feira, após o último sinal tocar, Hanna correu em direção ao

estacionamento, sua bolsa de couro batendo contra suas costas. Quando ela ouviu alguém chamar seu nome, ela se virou. Chassey Bledsoe estava na calçada, sorrindo ansiosamente, cada centímetro de sua pele, antes cheia de marcas, estava estranhamente livre de defeitos.

— Nós vamos filmar os vídeos da campanha — Chassey gorjeou. — Você não vem?

Hanna olhou para o estacionamento, então de volta para Chassey. — Hum, eu não posso.

Chassey pareceu desapontada. — Você quer que eu diga a eles para remarcar? Hanna mordeu o lábio. Tudo o que ela queria era fazer um vídeo que fosse um

zilhão de vezes melhor do que qualquer coisa que Chassey pudesse fazer. Mas então ela pensou na mensagem de A sobre a campanha. Era doloroso ver todos os cartazes VOTE EM CHASSEY na parede enquanto ela não poderia colocar um único HANNA PARA RAINHA DA PRIMAVERA. E se Chassey vencesse por maioria de votos? Hanna seria humilhada.

— Tudo bem. Eu tenho um compromisso que não posso perder — ela disse. — É meio difícil de explicar. Mas, boa sorte!

— Mas... — Chassey começou, mas Hanna apenas acenou, virou-se e correu até a colina onde estava seu carro. Antes que ela entrasse, colocou um gorro preto na cabeça e cobriu os ombros com um casaco de lã preto que ela tinha escondido na parte de trás do Prius. Estava na hora de entrar no modo missão secreta.

Ela entrou no carro, acelerou para fora do estacionamento — bem, tão rápido quanto um Prius poderia andar — e virou para a estrada. Ela pegou o novo celular descartável e conectou na Radio Shack no console, em seguida, olhou para o GPS do carro. O próximo retorno só seria daqui a alguns quilômetros, mas quem estava no SUV preto na cola dela? Ela olhou no espelho retrovisor para tentar conseguir ter um vislumbre do condutor. As janelas eram escuras. Seu coração começou a acelerar. SUVs pretos eram muito comuns aqui em Rosewood — poderia ser qualquer um lá dentro.

Ela pegou a saída mais próxima. Recalculando, o GPS disse. O SUV a seguia. Hanna desacelerou em uma placa de pare e virou à esquerda. O SUV fez o mesmo. — Oh meu Deus — Hanna sussurrou. Era A?

Ela avistou um posto de gasolina Wawa em frente e entrou no estacionamento. O SUV passou zunindo. Hanna pegou uma caneta para rabiscar a placa do carro, mas o carro estava fora de vista antes que ela pudesse ler as duas últimas letras. Saindo em marcha à ré, ela pegou o caminho de volta para a rodovia. Quando ela entrou no tráfego, o SUV preto não estava mais à vista. Ela desejou poder ligar para Mike e dizer a ele sobre o quão fodona ela era. Mas a partir de agora, Mike nem sequer tinha o

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número do celular descartável dela, um telefone flip horrível que Hanna nem conseguiu comprar uma case enfeitada da Tory Burch.

Vinte minutos, mais três veículos suspeitos, e várias curvas evasivas depois, Hanna estacionou na rua isolada com enormes mansões idênticas. Um lago artificial brilhava à distância — até mesmo os patos brilhantes e coloridos eram lindos. Algumas pessoas de aparência atlética estavam fora passeando com seus cachorros, apesar de uma constante chuva começar a cair. Hanna parou na longa garagem de número 11, percebendo uma luz dentro.

Ela saiu do carro e na ponta dos pés foi em direção à porta. O cheiro forte de pinho bombardeou suas narinas. Para um bairro no meio da movimentada Main Line, estava estranhamente silencioso, os únicos sons eram os ruídos agitados da natureza.

Antes que ela pudesse tocar a campainha, uma mão agarrou-lhe pelo braço por trás. Ela começou a gritar, mas a segunda mão usando uma luva preta cobriu sua boca. — Shh — Spencer sussurrou, puxando o capuz do rosto. — Eu não te disse para não vir pela frente?

— Eu esqueci — Hanna disse, de repente irritada. Ela tinha sido seguida! Ela não podia querer que ela se lembrasse de tudo.

Spencer levou-a através de uma entrada lateral e em um mudroom4 que cheirava ao produto de limpeza 409 e vela de canela. Em seguida, ela a guiou por um lance de escadas em um porão organizado com uma sala de jogos, adega e home theater. À esquerda havia uma porta de ferro grossa como um cofre de banco com fechadura. Spencer abriu-a. — Entra — ela sussurrou, empurrando Hanna para dentro como se ela fosse uma refém.

Hanna olhou na penumbra. O lugar tinha paredes sólidas e grossas. Havia um pequeno sofá de denim, algumas cadeiras e uma mesa de jogos no canto, perto de uma estante que continha algumas revistas e jogos de tabuleiro. Em duas paredes havia câmeras de vídeo visualizando a frente da casa enorme e o quintal da casa. Hanna assistiu por alguns minutos. As árvores balançavam de um lado para o outro. Um coelho pulou na frente de uma das câmeras.

Uma das telas mostrou um táxi parando na calçada. Aria, usando um capuz preto, como Spencer, saiu do carro e foi em direção à casa. Spencer apareceu na tela e levou Aria pela mesma entrada que Hanna tinha entrado.

Emily chegou alguns minutos depois. Então Spencer desdobrou um grande pedaço de papel em branco e colocou sobre a porta do cofre fechado. — Ok. Vamos começar.

Ela tirou um lápis hidrocor preto de sua bolsa e escreveu um A no topo da folha de papel. — O que sabemos até agora? — ela perguntou.

Hanna balançava sua perna. — Bem, que A matou Tabitha. Por isso, essa pessoa estava na Jamaica.

Jamaica, Spencer escreveu. — O que mais? — Vocês acham que A era um amigo de Tabitha, ou um inimigo? — Emily

perguntou. — Eu diria que um inimigo, já que A matou ela, mas talvez fosse isso que A queria que a gente pensasse.

Aria concordou. — A estava pronta na praia, por isso A sabia que Tabitha iria subir no telhado para falar com a gente. Vocês também acham que A mandou Tabitha nos dizer todas aquelas coisas como se fosse Ali? Tipo, que vocês pareciam irmãs há muito tempo perdidas, Spence? Ou que você costumava ser gordinha, Hanna?

4 Mudroom: É a área que separa a entrada e a saída de uma casa.

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— Talvez. E A poderia ter dado aquela pulseira de corda para Tabitha, também — Hanna disse. — Mas por que alguém iria querer que a gente achasse que Tabitha era Ali?

— Para despertar a nossa curiosidade, para irmos para o telhado com ela quando ela pediu? — Aria disse. — E, em seguida... o quê? Organizar as coisas para que pudéssemos empurrar Tabitha? Como é que A sabia que isso ia acontecer? A não lê mentes.

— Pode ter sido apenas um acidente ter Tabitha caído — Hanna decidiu. — E se A realmente pediu a Tabitha para me empurrar? Mas, então, Aria entrou em cena e empurrou-a ao invés. Tudo deu errado, até que A percebeu como concertar. A matou Tabitha quando ela caiu e depois nos culpou.

Spencer tampou o hidrocor. — Eu acho que pode ter acontecido desse jeito. Mas quem faria uma coisa dessas?

Emily olhou para as outras. — É óbvio, não é? Hanna engoliu em seco. — A Verdadeira Ali? Emily mudou seu peso no sofá. — Faz sentido. Primeiro de tudo, ela sabia as

nossas fraquezas, teria sido fácil para ela dizer o que Tabitha tinha que falar. Ela queria se vingar de uma vez por todas. E faz sentido como ela conhecia Tabitha, ela a conheceu na Reserva. Mas como ela conseguiu convencer Tabitha a fazer tudo isso, quase cometer assassinato por ela? O que Tabitha tinha a ganhar com isso? Vocês acham que ela a pagou?

— A família de Tabitha era rica. — Hanna inclinou-se para as telas de TV. — Além disso, Ali tem dinheiro? Mesmo que ela tivesse algum tipo de conta no banco, ela não poderia tirar, eu tenho certeza de que as contas dela estão sendo monitoradas, se é que a família dela não pegou de volta todo o dinheiro.

— Talvez alguém esteja dando dinheiro a ela. — Spencer passou o hidrocor para a outra mão.

Houve um silêncio. Estava tão quieto dentro do quarto do pânico que Hanna podia ouvir o tique-taque do relógio Cartier de Spencer. — Isso não explica o motivo de Ali ter espancado ela até a morte, no entanto — ela disse. — Quero dizer, alguém poderia ter visto. Ela se arriscou demais.

Aria inspirou. — Alguém teria visto a Verdadeira Ali na época. Não é estranho ninguém tê-la notado na Jamaica?

— Isso nos traz de volta a coisa do dinheiro — Spencer disse, escrevendo dinheiro na folha de papel. — Pensando direito nisso, a família DiLaurentis definitivamente não tem dinheiro. Quando eu descobri que Ali e Courtney eram minhas meias-irmãs, foi por causa dos DiLaurentis estarem falidos, provavelmente por pagarem as contas ultrajantes de hospitais por todos esses anos. Então, como Ali poderia ter o dinheiro para viajar para a Jamaica? E se ela é A, como ela voltou para Rosewood e continuou a nos perseguir tão habilmente?

— E ir ao cruzeiro — Aria acrescentou. — Tudo isso custa dinheiro. — Tem que ter alguém bancando ela — Hanna concluiu. — É a única coisa que faz

sentido, e não apenas pelo dinheiro, mas por causa de outras coisas também. Ela não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Não é possível.

— Então, ela tem um ajudante — Spencer disse. — Assim como nós pensamos. Hanna acenou com a cabeça. — Honestamente, nós temos certeza de que Ali já

trabalhou sozinha? Talvez ela tivesse alguém para ajudá-la a arrastar o corpo de Ian da floresta naquela noite depois que nós o encontramos. Lembram a rapidez com que ele sumiu?

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Ela estremeceu, pensando naquela noite fria e assustadora. Elas encontraram o corpo inchado e azul de Ian e correram de volta para chamar o policial Wilden e encontraram um caminho de grama achatada quando tinham retornado. Esse acontecimento sempre incomodou Hanna. Ali era forte, mas ela não era forte o suficiente para arrastar um cara de um metro e oitenta e oitenta quilos para longe de uma cena de crime em menos de dez minutos.

Spencer sentou-se no sofá. — Alguém pode tê-la ajudado a levar Ian pelas escadas e colocá-lo no armário da casa de Poconos também. Essa mesma pessoa pode ter raptado Melissa.

— E matado Jenna Cavanaugh — Hanna disse, se movendo na borda do sofá animadamente.

— E colocado fogo no quintal de Spencer — Aria acrescentou. Todas olharam uma para as outras. Parecia tão óbvio agora. Ali não era sobre-

humana. É claro que ela recebia ajuda. Mas quem era louco o suficiente para ajudá-la? — Tem que ser alguém que ama ela, obviamente — Aria disse fracamente. Spencer escreveu amor no papel. — Como um amigo ou um namorado, certo? — Claro. — Emily soou um pouco magoada. — Mas poderia ser qualquer um. Hanna se encostou para pensar. — Bem, a Verdadeira Ali esteve na Reserva por

um longo tempo. Então, talvez fosse alguém que ela conheceu enquanto estava lá. — Tipo Graham? — Emily perguntou, olhando para Aria. Aria encolheu os ombros. — Graham parecia gostar mais de Tabitha do que de

Ali, e ele me disse que nunca visitou a Reserva. E eu não acho que ele seja A, ele está em coma desde antes das últimas mensagens chegarem.

— Mas talvez Ali tenha escrito as mensagens mais recentes — Spencer sugeriu, anotando o nome de Graham de qualquer forma.

— E potencialmente ter colocado escutas nas nossas casas? Eu acho que não. — Aria enfiou os pés debaixo da bunda. — E de qualquer forma, A ameaça nos prender por ferir Graham. Eu aposto que Graham viu o ajudante de Ali. Aposto que era isso o que ele estava tentando me dizer na sala da caldeira.

Hanna se entusiasmou. — Ali tinha alguns bons amigos na Reserva, no entanto. Lembra de Iris, a colega de quarto da Ali? Quando eu estava lá, ela falou sobre Ali, bem, ela a chamava de Courtney o tempo todo.

— Oh, isso é bom. — Spencer escreveu Iris sob o nome de Graham. Então Hanna tocou seus lábios. — Mas eu acho que Iris não é a ajudante de Ali.

Ela estava na Reserva quando Ian foi assassinado. Eu não sei como ela poderia ter escapado para transportar o corpo de Ian até Poconos, tampouco. Nós vamos ter que descobrir uma forma de saber se ela estava lá quando estávamos na Jamaica.

— Ainda assim, ela poderia saber de algo. — Spencer voltou para a sua lista. — Quem mais?

— Não podemos deixar o Jason de fora — Aria ofereceu. Hanna franziu o cenho. — O irmão de Ali? Você realmente acha que ele iria ajudá-

la? — Quem sabe? — Aria encolheu os ombros. — Aquela família é super estranha. Hanna levantou uma sobrancelha quando Spencer escreveu. Era impressionante

Aria sugerir isso — ela sempre teve uma queda por Jason. — E quanto a Cassie, a amiga do hóquei de campo de Ali? — Spencer perguntou.

— Lembram, antes de Ali morrer, como ela se gabava de Cassie sem parar? Que ela ia para as festas do ensino médio. Que Cassie era a mais legal. Que Cassie ia ser a nova BFF dela.

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Emily não parecia convencida. — Eu convivi com Cassie no último Natal, e ela pareceu legal. E de qualquer forma, essa era a nossa amiga Ali, não a Verdadeira Ali.

Spencer deu um tapa na testa. — Certo. Deus. É difícil não confundir. Elas escreveram mais alguns nomes, incluindo Darren Wilden e Melissa, só porque

os dois estavam envolvidos no caso de Ali do início ao fim. Mas eles não pareciamsuspeitos muito prováveis. Spencer coçou o queixo. — Eu ainda sinto que estamos esquecendo algo importante. Talvez o ajudante de Ali esteja bem na nossa frente e nós não vimos. Há alguém além de nós quatro que tem estado perto esse tempo todo? Durante a morte de Ian, a morte de Jenna, os incêndios, a Jamaica naquele verão, tudo isso?

Hanna pigarreou. — Bem, eu posso pensar em duas pessoas, mas eu não acho que qualquer um deles seja o ajudante de Ali.

— Quem? — Os olhos de Spencer se arregalaram. — Mike. — Hanna olhou se desculpando para Aria. — ...e Noel. Aria soltou uma gargalhada. — De jeito nenhum. O hidrocor de Spencer pairou sobre o papel. — Não podemos descartar ninguém,

no entanto. Ela escreveu o nome de Noel na parte inferior, então tampou mais uma vez o

marcador. Aria olhou com raiva para ela. — Por que você não escreveu o nome de Mike?

Spencer se inclinou em um quadril. — Você acha mesmo que seu irmão faria isso com você?

Aria apertou os lábios. — Bem, talvez não. Além disso, Mike é um idiota. Hanna deixou escapar um pequeno grito. — Ei! Ele é meu namorado! — Bem, Noel é meu namorado. — Aria olhou para todas inquietamente. — Gente,

isso é loucura. Só porque Noel estava em todos os lugares com a gente não o torna culpado, é apenas uma terrível coincidência.

— Nós sabemos — Spencer assegurou. — Nós apenas temos que escrever todos, ok? Esse é o ponto dessa reunião. Nós provavelmente vamos riscá-lo da lista daqui a alguns dias. — Ela voltou para a lista. — Esse é um bom começo, não acham? Devemos investigar algumas dessas pessoas. Graham, Iris, existem algumas boas pistas aqui.

Emily olhou para Hanna. — Você deveria lidar com Graham. Você se voluntariou ao Bill Beach antes, talvez você possa conseguir o seu emprego de volta.

Hanna ficou ereta. — Eu não quero ir para lá outra vez! — Em está certa, Hanna — Spencer disse. — Faz mais sentido ser você. Você quer

resolver isso, certo? Um gosto ruim apareceu na boca de Hanna. Ela pensou no horrível cheiro de

antisséptico da clínica. O xixi amarelo dos urinóis. Lidar com Sean, seu ex. Mas por outro lado, era uma opção melhor do que ir a Reserva. Ela seria sortuda se eles a readmitissem ou algo assim.

— Eu topo — Hanna resmungou. — E eu vou conversar com Iris — Emily se ofereceu. Ela olhou para Hanna. —

Você acha que ela ainda está na Reserva? Hanna fechou os olhos, lembrando-se da última vez que todas elas tinham estado

no hospital psiquiátrico para fazer perguntas a Kelsey Pierce, a menina que Spencer tinha denunciado por posse de drogas, que, em seguida, quase pulou da pedreira Homem Flutuante. — Eu não me lembro de ter visto ela — ela murmurou.

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Spencer olhou para as câmeras de vídeo. O gramado ainda estava vazio. — Eu vou atrás da Verdadeira Ali. Talvez haja uma forma de encontrá-la. Talvez estejamos esquecendo algo. Se a encontrarmos, poderíamos acabar com isso ainda mais rápido.

— Quem eu deveria investigar? — Aria perguntou, enrolando uma mecha de cabelo em torno do dedo.

Spencer se moveu sem jeito. — Bem, você pode ficar de olho em Noel. Apenas para tirá-lo da lista.

Os olhos de Aria brilharam. — A não é Noel! — Eu sei — Spencer disse. — Mas você poderia dar olhada no quarto dele. Para

se certificar de que ele não tenha um segundo celular ou uma conta de e-mail secreta. Não que ele faria isso, é claro.

Aria pareceu miserável. — Se o meu relacionamento acabar por isso, a culpa é sua.

Elas conversaram sobre mais algumas possibilidades, solidificando seus planos. Depois de mais 15 minutos, elas se sentiram como se tivessem feito tudo o que podiam. Spencer levantou-se e se espreguiçou.

Hanna se virou para as câmeras mais uma vez. A imagem estava em preto e branco, e apareceu algo bem na extremidade do gramado. Ela inalou bruscamente. Alguém tinha acabado de se mover por trás de uma árvore?

Ela se levantou, olhando para a imagem fora de foco. Era difícil dizer se era uma pessoa, um animal, ou nada. Ela olhou para a tela do seu novo celular. Nenhum alerta veio.

Aria, Spencer e Emily olharam seus celulares também. Era como se elas estivessem esperando A escrever, dizendo Peguei vocês! Ou, Vocês realmente acham que podem me enganar? Um minuto se passou. Em seguida, outro. Finalmente, Spencer inspirou. — Eu acho que ficaremos bem.

Hanna fechou os olhos. Por toda a sua vida, ela lutou para não ser invisível, para não ser uma ninguém. Mas agora, era a melhor sensação do mundo.

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7 A NOVA HÓSPEDE DE EMILY

Mesmo que Emily tivesse ido à Reserva de Addison-Stevens apenas uma vez

antes, ela sentiu uma sensação desconfortável de familiaridade enquanto ela dirigia-se para a longa estrada. A alvenaria cinza do edifício definitivamente tinha aparecido em seus sonhos. Ela tinha rabiscado as janelas góticas nas margens do seu caderno sem saber por quê.

Ela estacionou no estacionamento dos visitantes e tentou desacelerar sua respiração. Era a tarde do dia seguinte; ela tinha faltado ao seu último período do dia, um estudo livre, para ir até a Reserva. Mas só de saber que a Verdadeira Ali passou anos aqui, planejando maneiras de matá-las, fez seu estômago revirar. E se o ajudante de Ali também houvesse estado preso por trás dessas paredes? E se os dois haviam se encolhido na triste sala de jogos juntos, planejando como eles iriam arruinar Emily, Hanna, Spencer e Aria? Emily olhou para as pessoas que passavam por um corredor com paredes de vidro. Se a próxima pessoa que passar for uma mulher, vai dar tudo certo, ela apostou em silêncio.

Um homem alto com uma jaqueta de tweed com remendos nos cotovelos passou. Isso não era encorajador.

Mas ela tinha que passar por isso. Revirando os ombros, ela saiu do carro e dirigiu-se para as portas duplas. Hoje cedo, ela ligou para o hospital perguntando se ela poderia visitar Iris Taylor. A enfermeira disse que Iris poderia ter visitantes no período da tarde, então Emily soube que Iris ainda era uma paciente. Mas quando Emily pressionou para ver quanto tempo Iris tinha estado na Reserva — ela queria rejeitar qualquer possibilidade de ela ser a ajudante de Ali — a enfermeira não lhe deu nenhuma informação.

Uma rajada de vento deslizou pelas costas de Emily e ergueu as abas do seu casaco. Antes de ela entrar, ela pegou seu celular descartável e, depois de uma pausa, conectou-se ao Twitter. Sim, isso estava quebrando a regra de não-Internet, mas ela tinha que verificar. Havia o convite de formatura e uma mensagem, mas ninguém tinha respondido ou reenviado. O que fez Emily pensar se Jordan já tinha visto.

Ela fechou os olhos e tentou imaginar o que Jordan estava fazendo agora. Sentada em um café italiano com grandes óculos de sol? Descansando em uma praia deserta nos trópicos? Ela desejava estar mexendo seu café ao lado dela ou respingando ela com a espuma do mar. O desejo era tão forte que doía fisicamente.

Suspirando pesadamente, ela se arrastou para dentro do lobby em mármore. Uma mulher de jaleco branco saudou-a com um grande sorriso. — Estou aqui para ver Iris Taylor — disse Emily. — Eu sou Heather Murphy. — Era seu nome falso; ela o usou quando ela era uma garçonete no restaurante de frutos do mar em Penn’s Landing no verão que ela estava grávida. Gayle Riggs, a mulher para a qual ela tinha quase dado o seu bebê, só a conhecia como Heather... até A se envolver.

A mulher sorriu. — Vou falar para ela.

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Com um gesto de seu braço, ela levou Emily em direção à área dos pacientes. Emily caminhou devagar, preparando-se, e estremeceu com o clique pesado do ferrolho na porta que separava o lobby da ala. O corredor estava tranquilo, havia um tapete bege manchado e cheirava a cachorro-quente. Uma risada assustadora veio de um dos quartos. Uma menina de cabelos selvagens passou, indo para outra direção. Quando ela pegou Emily observando, ela olhou para ela sem entender. — Boo! — ela gritou. Emily deu um salto, e a menina riu.

Emily abriu as portas duplas para a sala de jogos. Os mesmos balões falso-alegres feitos de papel e as estrelas estavam nas paredes desde quando as meninas tinham visitado Kelsey. Haviam quebra-cabeças empilhados em uma prateleira, e havia alguns livros em uma estante de metal. Uma placa em cima da TV dizia SEM CABO.

Quando Emily fechou a porta, algumas meninas, todas vestidas de pijama branco, viraram-se animadamente, talvez na esperança de que Emily estivesse ali por causa delas. Uma menina acima do peso que tinha uma careca visível tentou sorrir, mas parecia mais uma careta. Uma menina pálida de aparência frágil baixou a cabeça e murmurou. Emily olhou em volta procurando Kelsey, mas ela não a viu em lugar nenhum. Ela tinha estado muito nervosa para perguntar à enfermeira se Kelsey ainda estava ali.

Então Emily viu uma menina com cabelo loiro-gelo no canto. Ela combinava com a descrição que Hanna lhe dera de Iris. Limpando a garganta, Emily gritou o nome de Iris. A menina, que não poderia pesar mais de quarenta quilos, virou e deu a Emily um olhar longo e astucioso.

— Seu nome não é Heather Murphy — ela disse em uma voz seca e rígida. Suas calças de pijama branco desceram até seus quadris quando ela se levantou. — Você era uma das amigas dela, não é? — Ela se aproximou. Seu hálito cheirava a doce de leite. — Daquela vadia que roubou a vida de Alison.

Emily se encolheu. Ela podia sentir todos na sala de jogos olhando para ela, mas ela não queria dar-lhes a satisfação de parecer desconfortável. — É isso mesmo, eu sou Emily — disse ela. — Eu era amiga de Courtney. — Ainda era estranho chamar a Sua Ali de Courtney. — E eu ouvi que você era amiga e companheira de quarto de Ali. Eu tenho algumas perguntas sobre ela. Existe algum lugar onde possamos conversar em particular?

Iris cruzou os braços sobre o peito. Por um momento, Emily tinha certeza de que ela iria recusar, mas depois ela deu de ombros. — Eu não sei o que eu posso dizer sobre ela, mas claro. Vamos conversar.

Então ela virou-se e dirigiu-se para a porta. Emily a seguiu, tentando ignorar os olhares curiosos em suas costas. Ela se perguntava se elas tinham mesmo permissão para deixar a sala de jogos, mas não havia enfermeiras em volta, ninguém para detê-las.

Iris caminhou por um corredor e abriu uma porta perto da saída de incêndio. Dentro havia duas camas desfeitas. Um lado tinha pôsteres de bandas de adolescentes na parede — Justin Bieber e algumas estrelas do Disney Channel — e uma variedade de bichos de pelúcia cor de rosa na cama. O outro lado estava vazio e impessoal, como um quarto de hotel. Iris deixou-se cair sobre o lado genérico e olhou com desdém para os pôsteres de Bieber. — Minha nova companheira de quarto é uma perdedora. — Então seus olhos verdes brilhantes voltaram para Emily. — Então? Por que você quer saber sobre Ali?

Emily empoleirou-se em uma cadeira de veludo arranhada. — Eu acho que ela ainda está viva.

Iris bufou. — Que besteira. Ela estava presa dentro de uma casa explodindo.

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— Talvez não. Iris cruzou as pernas. Seus joelhos ossudos cutucaram através do tecido do

pijama. — Os policiais sabem disso? Emily sacudiu a cabeça. — Nós queríamos tentar encontrá-la nós mesmas. — Por quê? Emily olhou fixamente para o relógio digital do outro lado do quarto. Como ela

podia fazer isso soar tão inócuo? Iris não parecia ser uma idiota; se ela tinha ouvido falar sobre a Verdadeira Ali morrer dentro daquela casa, então ela provavelmente também ouviu que a Verdadeira Ali tinha atormentado elas como A. Por qual outro motivo elas quereriam encontrá-la, exceto para impedi-la para sempre? Era da amiga de Iris que Emily estava falando. Ela não queria traí-la.

— Esqueça, eu realmente não me importo — disse Iris, como se sentisse a razão para a hesitação de Emily. E, em seguida, uma luz se acendeu em seus olhos. Ela se aproximou do lado de Emily. Sua proximidade repentina fez Emily recuar. Embora Iris fosse pequena, ela irradiava uma energia colérica.

— Então, o que você quer saber? — perguntou Iris. — Eu poderia dizer-lhe todos os tipos de coisas sobre ela.

— Sério? — Emily endireitou-se. — Uh-huh. Mas só há uma maneira de eu fazer isso. Você tem que me tirar daqui. Emily riu nervosamente. — Te tirar daqui? Iris assentiu. — Eu já disse as enfermeiras que eu tenho uma avó doente no

hospital. Essa é a única maneira de eles deixarem eu sair por alguns dias, sabe — para ver parentes doentes ou ir a funerais. Muito apropriado, não é? — Ela revirou os olhos. — Eu só estava esperando a oportunidade certa, e adivinhem? Você é ela. Agora, volte para a recepção e lhes explique que você é minha prima e que você veio me buscar para que possamos ver Nana juntas.

— Nana? — Nós temos que fazer isso de uma forma convincente! — Iris parecia

exasperada. — E depois? — Emily estava lentamente começando a entender que Iris estava

falando sério. — Você quer ir para casa? — Na verdade, eu estava pensando se eu poderia ficar com você. — Comigo? Iris cruzou os braços sobre o peito. — Sem perguntas, ok? Eu estive enfiada neste

buraco por quatro anos, sem intervalo. Você não pode sequer imaginar como é isso. Eu tenho coisas muito boas sobre Ali, mas você não vai ouvir uma palavra sobre isso se você não me ajudar. Você topa ou não?

Emily mordeu sua unha. — Espera. Você esteve aqui por quatro anos seguidos? Iris apontou para uma pasta suspensa de um compartimento de plástico na porta.

— Verifique os meus registros, se quiser. Seu olhar permaneceu em Emily. Depois de uma pausa, Emily marchou até a

porta, pegou o arquivo, e folheou-o. Como esperado, havia registros de paciente de Iris que datava quatro anos. Em nenhum lugar havia sinais de que ela já tinha sido liberada, nem mesmo para um fim de semana. Iris estava dizendo a verdade.

Emily colocou o arquivo de volta no compartimento. Se Iris tinha estado aqui por quatro anos sem um intervalo, isso significava que ela não poderia ser a ajudante de Ali, matando todas as pessoas no inverno passado e assassinando Tabitha na Jamaica na primavera passada. Sentindo-se melhor, ela limpou sua garganta. — Você não tem

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uma vingança contra alguém do lado de fora, não é? Você não vai causar algum tipo de tumulto se eu te tirar daqui?

Iris zombou. — Eles não permitem que pessoas assim saiam. Porque você acha que Alison nunca voltou para casa?

Emily nunca tinha pensado nisso. — Tudo bem — disse ela em voz baixa. Então Iris ficaria com Emily por alguns dias. Se isso significava descobrir mais sobre Ali — sobre A — isso valeria a pena.

Mas suas pernas ainda tremiam enquanto ela caminhava pelo corredor em direção ao lobby. A mesma mulher que tinha feito seu registro de entrada sorriu por trás da mesa. — Hum, eu esqueci de mencionar — Emily começou, com a voz trêmula. — Eu sou a prima de Iris. Vou levá-la para ver a nossa avó.

Ela imaginou que a recepcionista não iria acreditar nisso, mas depois de algumas verificações rápidas com algumas enfermeiras e supervisores do caso de Iris, Iris foi liberada para sair. Quando ela apareceu no lobby, ela tinha se trocado para um par de jeans que estavam um pouco curto demais, como se ela tivesse comprado eles alguns anos atrás. Juntamente com um casaco rosa e uma bolsa de couro irregular, ela parecia mais ou menos... idiota, como uma garota que estava sentada sozinha no refeitório.

Elas saíram do hospital juntas. A grama esmagava sob seus pés enquanto elas caminhavam em direção ao estacionamento. Estava tão tranquilo lá fora que Emily podia ouvir sua própria respiração irregular e nervosa. Ela olhou ao redor, certa de que A estava assistindo, mas não havia um único carro na estrada ou pedestres nas pequenas trilhas que circundavam o imóvel. O único som era o borbulhar da fonte ali perto, aquela que era dedicada à memória de Tabitha Clark.

— Estamos fazendo isso mesmo, vadia! — Iris gritou quando Emily abriu o Volvo. Ela subiu no banco do passageiro, fechou a porta e puxou um pedaço de papel amassado do bolso. — Ok. Primeira parada, o Bar Metropolitan na Filadélfia.

— Como é? — Emily olhou para ela. — Por que vamos para lá? Iris segurou o papel. Parecia uma lista, escrita em uma letra frenética. Havia

Coquetéis no Bar Metropolitan. Olhar os dinossauros falsos do Instituto Franklin. Subir as escadas do Museu de Arte como se fossem as Montanhas Rochosas. Encontrar Tripp. — Estas são as coisas que eu queria fazer há quatro anos. E você vai me levar para fazê-las.

— Todas elas? — Emily baliu, lendo a lista. Tem pelo menos cinquenta itens aí. Iris levantou uma sobrancelha. — Se você quiser informações sobre Ali, tem que

fazer cada um. — Ok — Emily disse calmamente. Não havia nada como a promessa de segredos

de Ali para fazê-la ceder. E ela tinha a sensação de que Iris sabia disso, também. Ela ligou o motor, rangendo os dentes. Isso é tudo por uma boa causa, isso é tudo

por uma boa causa. Ainda assim, sua garganta estava seca. Ela olhou para seu celular descartável, certa de que A tinha enviado uma mensagem sobre como ela não ia se safar dessa.

Mas não havia nada.

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8 UM MONSTRO NO ARMÁRIO

A última aula do dia de Aria era a edição do jornal, que se realizava no celeiro de

jornalismo. Mesmo que o jornal da escola tenha entrado na era digital tempos atrás, o prédio ainda cheirava a tinta e papel de jornal. Manchetes velhas de importantes eventos de Rosewood Day decoravam as paredes, tudo a partir do Time de Futebol Masculino de 1982 de Rosewood Day ganhando o campeonato estadual até uma centena de árvores que estavam sendo plantadas no perímetro da escola para homenagear as vítimas do 11/9.

Dez minutos de aula, Noel escapuliu pela porta dos fundos. — Onde você estava? — Aria perguntou quando ele deslizou para o assento ao lado dela.

Noel deu de ombros. — Eu tentei mandar uma mensagem, mas veio uma mensagem dizendo que seu telefone estava fora de serviço.

Aria olhou para as ranhuras em sua mesa. — Eu disse a você. Eu não estou usando a tecnologia nesta semana como parte de um projeto de ciências. — A mentira parecia estranha em sua língua. Noel não ia acreditar nessa história por muito tempo.

O alto-falante estalou, e um som de pigarro familiar sinalizou que o diretor Appleton estava prestes a falar. — Estudantes — ele retumbou. — A mente de todo mundo está voltada para a nossa estação da escola? Temos algumas notícias importantes sobre o Baile da Primavera.

O Sr. Tremont, o professor, revirou os olhos, mas respeitosamente ligou a televisão que estava pendurada na parede ao lado da lousa. Penny Dietz, que fazia as notícias da manhã, apareceu. — Boa tarde, alunos de Rosewood Day! — ela cantarolou, seu rosto parecendo extremamente brilhante. — O Baile da Primavera está se aproximando, e hoje vamos ouvir alguns dos candidatos a rei e rainha do baile. Primeiro, a rainha do baile. Nós não recebemos o vídeo de Hanna Marin ainda, então vamos ouvir o de Chassey Bledsoe.

Noel fez uma careta. — Eu não posso acreditar que Hanna não fez um vídeo ontem.

Aria olhou para longe. Ela estava ocupada reunida em uma sala secreta, descobrindo quem A poderia ser.

Chassey Bledsoe apareceu na tela, falando superentusiasticamente sobre como ela ficou emocionada ao ser candidata e que ela estava dando uma Festa de Massas Vote em Chassey amanhã no local da franquia Olive Garden, que seu tio tinha.

Então, era hora de os candidatos a rei. Quando a foto de Noel apareceu, o coração de Aria fez um movimento orgulhoso. Seu cabelo estava empurrado para trás da testa, mostrando seus olhos verdes brilhantes. A camisa preta de botão que ele estava usando contrastava com a sua pele cor de oliva.

Aria o cutucou de brincadeira. — Não é de se espantar que todas as meninas querem você.

Noel sorriu preguiçosamente. — Mas eu estou com a melhor.

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Aria apertou seu braço, mas, em seguida, seu sorriso esmaeceu, e ela se virou. Spencer tinha escrito o nome de Noel no quadro de suspeitos ontem... e Aria tinha deixado ela fazer isso. Só que isso só a fez se sentir suja e envergonhada.

Durante todo o dia, Spencer esteve mandando mensagens de texto para Aria, perguntando se ela já tinha perguntado algo a Noel. Mas o que diabos Aria deveria perguntar? Ei, você matou uma garota que estava personificando Alison na Jamaica e está agora tentando nos incriminar? Spencer não pensou que seu relacionamento, a única coisa boa que Aria tinha agora, iria acabar?

Como suas amigas puderam possivelmente pensar que Noel poderia estar ajudando Ali? Ok, então Noel tinha estado na Jamaica — era possível que ele pudesse ter visto as meninas no telhado com Tabitha. Mas ele nunca, nunca teria prejudicado Tabitha do mesmo modo que Ali. E elas pensavam seriamente que ele matou Tabitha na praia? Noel deixava aranhas saírem da casa em vez de pisar nelas. Ele não podia ir para a Sociedade Protetora dos Animais, porque ele disse que levaria cada cachorro para casa com ele.

Sim, ele tinha conhecido Ali — ambas as Alis. Ele e Sua Ali até mesmo tinham saído por pouco tempo no final da sétima série, mas Ali tinha rompido com ele depois de dois encontros, provavelmente porque ela gostava de Ian Thomas.

Quando Aria olhou para cima, Penny estava de volta na tela da TV. — Eu também tenho um anúncio emocionante sobre a presidente do comitê de decoração do baile. Em um encontro secreto com a administração de Rosewood, estudantes e os nossos generosos doadores, foi decidido que a presidente de decoração deste ano para o evento temático Noite Estrelada é... Aria Montgomery!

Todo mundo se virou e olhou para Aria. Ela piscou para a televisão. Imagens de A Noite Estrelada de Van Gogh apareceram, acompanhadas por uma música tecno. Então sua foto apareceu na parte superior. ARIA MONTGOMERY, lia-se na parte inferior. PRESIDENTE DE DECORAÇÃO DO BAILE DA PRIMAVERA!

— Parabéns! — Devon Arlyss deu um tapinha nas costas de Aria. — Eu estou com tanta inveja.

— Posso ajudar? — Colleen Bebris perguntou animadamente, embora ela fosse apenas uma estudante do segundo ano.

— Isso é incrível! — o rosto de Noel apareceu na frente de Aria. — Você sempre quis ser presidente de decoração, certo?

— M-mas eu não me candidatei — Aria deixou escapar. Noel fez uma careta. — Você não quer? Aria engoliu em seco. — Eu... — Não muito tempo atrás, ela queria. Mas a última

coisa que ela queria fazer era um grande mural de A Noite Estrelada. Seus pensamentos se voltaram para aquela noite na Islândia. Depois de Hanna

pegar ela e Olaf aos beijos, todos os três tinham voltado para o bar. Aria tinha certeza de que, assim que ela entrasse, Noel saberia... mas ele estava conversando com duas meninas loiras da Polônia. As meninas estavam fazendo Noel e Mike dizer algumas palavras com sotaque americano; cada vez que Noel dizia algo novo, as meninas riram e balançaram seus peitos. Será que ele se importava que Aria tinha ficado com outra pessoa? Será que ela ainda importava?

Ela queria provar algo para si mesma naquela noite. Que ela ainda era mundana. Que ela ainda era a Aria da Islândia. Ela agarrou o braço de Olaf e sussurrou, — Vamos roubar aquele quadro que está trancado na mansão.

Olaf piscou. — Você está falando sério?

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— Sim! — Aria pulou para cima e para baixo. — Seremos os vigilantes da arte! Vamos chamar a imprensa e dizer-lhes que nós o salvamos e vamos colocá-lo em um museu. Talvez pudéssemos começar nosso próprio museu!

Havia rugas nos olhos de Olaf quando ele sorriu. — Você é tão bonita quando fica animada.

— Isto não é sobre ser bonita! — Aria gritou. — Você vai fazer isso? Olaf olhou para Noel, como se dissesse, Você não vai envolver o seu namorado

nisso, também, não é? Então ele encolheu os ombros. — Que se dane! Eles esperaram uma hora — nesse tempo, Noel estava quase inteligível, e ele,

Mike e Hanna estavam se preparando para voltar para a pousada. Aria foi com ele, mas depois disse que tinha esquecido alguma coisa no bar e precisava voltar. Noel tropeçou para a cama, sem nem mesmo questioná-la. Aria correu para o beco próximo, onde Olaf estava esperando em seu Jeep. Ele reuniu-a em seus braços, sua respiração com um cheiro doce, não totalmente embriagado — então Aria percebeu que ela só tinha visto ele beber uma única cerveja a noite toda. — Isso é tão incrível — ele sussurrou.

— Eu sei — disse Aria, mas ela se afastou. Ela estava bastante bêbada — bêbada demais até para beijar. Sua cabeça estava girando por todo o lugar.

Eles derraparam para fora da vaga de estacionamento pelas ruas esburacadas de Reykjavik. Olaf apertou o joelho de Aria com uma mão enquanto ele dirigia. Quando uma casa de pedra no cimo de uma colina apareceu, Aria realmente engasgou. Algumas das janelas da casa eram feitas de vitrais. Um cata-vento girava no topo. A casa tinha gárgulas e torres e um monte de arcos ornamentados, nada como as casas desportivas, simples e náuticas da cidade.

Eles estacionaram fora da casa e saíram. Apesar de serem duas horas da manhã, eles podiam facilmente ver as portas e janelas sob o sol da meia-noite. — Olha — Olaf sussurrou, apontando para a janela que se abria no primeiro andar. — É como se quem quer que viva aqui esteja pedindo para ser roubado.

Aria viu seus pés desaparecerem através da janela. Um segundo depois, sua cabeça passou sobre o caixilho. — Você vem?

Aria mergulhou na casa também. Ela cheirava a mofo por dentro, e havia uma fina camada de poeira no chão. Os móveis estavam cobertos com lençóis em todos os cômodos. Um relógio de pêndulo badalava alto no canto. Havia quadros com molduras douradas pendurados nas paredes, mas a maioria era mais abstrata do que A Noite Estrelada, cubos e linhas e até mesmo um que era, tanto quanto Aria poderia dizer, nada além de rabiscos azuis.

Olaf desapareceu por um corredor, e Aria o seguiu. Quando ela olhou para um pequeno escritório, ela viu uma tela de tamanho médio com redemoinhos familiares e estrelas. Ela engasgou e recuou, com a cabeça girando com a bebida. Ela piscou com força, querendo saber se ela estava imaginando coisas. Ela realmente não tinha acreditado que eles a encontrariam.

— Olaf — ela gritou, saltando sobre uma poltrona no meio da sala e tocando o quadro com as duas mãos. A pintura desalojou do gancho facilmente. Aria firmou-a em seus braços. Cheirava a lona e poeira. De perto, ela podia distinguir a assinatura de Van Gogh na parte inferior.

Ele deixou-a sóbria imediatamente. Ela segurou a pintura estendida como se tivesse acabado de assobiar para ela. Puta merda, uma voz gritou bem alto em sua mente. Ela estava segurando um Van Gogh. Ela era louca?

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— Legal! — Olaf disse da porta. Ele chamou Aria para ir até ele, mas suas pernas pareciam inúteis. Deixando escapar um gemido, ela empurrou a pintura para ele e se distanciou.

— Aria? — Olaf tinha chamado atrás dela. — Onde você está indo? — Foi então que todos os alarmes dispararam.

O sino, sinalizando o fim do período, tocou, e Aria pulou. Noel estava olhando para ela com curiosidade, mas todo mundo na sala de aula tinha voltado para seus próprios assuntos. O Sr. Tremont abriu a porta, e a classe saiu. Aria a seguiu, ainda em transe. Pessoas cercaram-na assim que ela saiu.

— Parabéns, Aria! — disse Reeve Donahue, uma das meninas da comissão de formatura.

— Muito legal! — Mai Anderson falou, dando um tapinha no braço de Aria. Riley Wolfe fungou. — Você sabe que é só porque ela está saindo com Noel — ela

sussurrou em voz alta para Naomi Zeigler. Aria piscou os olhos turvos para Noel, as palavras de Riley tocando a verdade. —

Você tem algo a ver com isso? Noel torceu a boca, parecendo culpado. — Eu pensei que você ficaria feliz com

isso. Eu sabia que você não tinha se inscrito... por isso eu inscrevi você, usando alguns de seus projetos de arte.

Aria engoliu em seco. Ela sabia que deveria estar emocionada, mas tudo o que ela sentia era pânico. — Eu só tenho um monte de coisa para lidar agora, isso é tudo — ela murmurou depois de muito tempo.

— Como o quê? — perguntou Noel. — Como... — Ela olhou ao redor e baixou a voz. — Fui questionada sobre a morte

da garota na Jamaica. Noel deu de ombros. — Sim, eu fui questionado, também. Qual é o problema? Aria olhou para ele, seu pulso acelerando. — Você falou com a Agente Fuji? O que

você disse? Eles chegaram ao edifício principal. Crianças passavam por eles nos corredores.

Alguém fechou a porta do armário. Noel girou sua combinação do armário, evitando seu olhar. — Eu não sei. Eu disse a ela que eu vi Tabitha por lá, mas não falei com ela. E eu certamente não vi alguém batendo em seu crânio na praia.

— Isso foi tudo o que você disse? Noel tirou um livro da prateleira. Um músculo ao lado de seu olho estremeceu. —

Sim. Por quê? O que está acontecendo? Ela lambeu os lábios. Se ela continuasse com esta linha de interrogatório, ela ia

parecer muito, muito culpada. — Eu só estou assustada — ela conseguiu dizer. — Depois de todas as coisas com Ali... é difícil falar com mais policiais.

Noel fechou o armário com força e tocou em seu braço. — Mas isso acabou. A senhora FBI não vai incomodá-la de novo — ela disse que tinha acabado comigo também. É uma droga que estávamos lá quando alguém morreu, mas não é como se nós a tivéssemos matado.

Nervos golpearam o peito de Aria. — Uh-huh — disse ela com a voz fraca. De repente, ela tinha que sair dali. Ela o beijou rapidamente. — Estou animada

com a coisa de presidente de decoração, de verdade. Muito obrigada. Mas agora eu tenho que ir.

* * *

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Levou apenas 10 minutos para ela chegar à casa da sua mãe, e ela tentou manter a mente em branco todo o caminho até em casa. Ela correu até a calçada e enfiou a chave na fechadura. Mas antes mesmo que ela se virasse, a porta se abriu. Normalmente eles trancavam o ferrolho também.

— Olá? — Aria chamou no corredor. Nenhuma resposta. Ela procurou na cozinha, no quintal, e então nos quartos. Sua mãe, Ella, não estava aqui.

Ela olhou em seu quarto antigo, e seu sangue gelou. Lá, em cima da cama, havia um pedaço de papel que não estava lá esta manhã. Ela pegou-o e olhou para as palavras na parte superior da página. Elas estavam em islandês. A metade inferior da página havia sido traduzida para o Inglês: Procura-se homem de Reykjavik desaparecido. Suspeito de assassinato.

Quando Aria viu o rosto na foto, ela engasgou. Olaf. Ela engoliu em seco e olhou para o artigo. Olaf Gundersson, 21 anos, desapareceu

da sua casa nos arredores de Reykjavik na noite de 4 de janeiro. Isso parecia há muito tempo. Aria voltou no tempo. Ela não tinha ideia do que

estava fazendo no dia quarto de janeiro. Relaxando — eles ainda estavam nas férias de inverno. Entediada sem Noel — sua família tinha ido para a Suíça para esquiar.

Ela continuou a ler. Ele tornou-se suspeito de um crime quando o apartamento do Sr. Gundersson foi saqueado e havia sangue no chão. Após um extenso interrogatório policial, moradores disseram que o Sr. Gundersson, que era “um pouco eremita,” tinha entrado em uma briga barulhenta e violenta na noite anterior, ainda que eles não conseguissem identificar a outra pessoa no argumento.

O Sr. Gundersson tinha sido acusado de invadir a Brennan Manor no verão passado e de roubar a pintura Noite Estrelada de Vincent van Gogh, embora o Sr. Gundersson havia alegado mais cedo que ele não tinha feito tal coisa. Na busca da polícia na casa do Sr. Gundersson a pintura não apareceu, e uma teoria é que o Sr. Gundersson levou-a com ele depois do ataque. Há uma busca em toda a cidade, tanto pelo seu corpo quanto pela obra de arte de valor inestimável, embora nada tenha sido recuperado ainda.

A cabeça de Aria rodou. Então ela notou o rabisco vermelho na parte inferior da página. Procure no seu

guarda-roupa. Alguém tinha desenhado uma seta grande e realçada, como se Aria pudesse não saber onde seu guarda-roupa era.

Tremendo, ela se virou e olhou para a porta do guarda-roupa fechada. Alguém tinha estado aqui. E ainda poderia estar. Ela devia chamar a polícia? E ela diria... o quê?

Ela avançou até a porta do guarda-roupa e puxou a maçaneta. Suas blusas e vestidos giraram nos cabides. Seus sapatos estavam pousados nas prateleiras de sapato. Mas ali, no chão de madeira empoeirado, estava uma tela enrolada. Os dedos de Aria se atrapalharam com ela quando ela levantou-a e tirou o elástico. A pintura familiar, agora fora da sua moldura pesada e desfraldada. Havia aqueles redemoinhos icônicos e as estrelas parecendo cometas. E lá, no fundo, estava uma assinatura que lhe tirou o fôlego: VAN GOGH.

Ela largou a pintura no chão. Quando ela caiu sobre a madeira, um pequeno pedaço de papel desalojou de algum lugar lá dentro. Ele pousou com a face para cima, então Aria podia ler exatamente o que dizia sem colocar um dedo nela.

Cara Aria, Não parece que a boa arte é verdadeiramente libertadora?

—A

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9 SPENCER NUNCA FOI DE SEGUIR

REGRAS... Spencer espiou pela janela da sacada da casa em Crestview Estates. A grande

mansão de pedra pairava sobre as árvores do outro lado da rua. Um pato selvagem andava na direção da água. Um carro passou zunindo na estrada, mas não diminuiu a velocidade quando passou pela casa.

Ela não queria vir aqui de novo — era irritante o suficiente roubar a chave reserva do Sr. Pennythistle uma vez. Além disso, ela tinha um trabalho de história para escrever, lição de casa de cálculo para resolver e potenciais pares de baile para convidar e sentir-se deslocada — havia Jeff Grove do anuário, embora ela não se sentisse muito animada sobre isso, e, é claro, Andrew, mas ela conseguia imaginar o tom de voz eu-sabia-que-você-iria-me-querer-de-volta se ela o chamasse, embora tivesse sido ele que terminou com ela. Mas Aria tinha ligado para os celulares descartáveis das meninas essa manhã e disse Isso não. Então, ela estava de volta ao quarto de pânico que elas tinham ido.

As outras não tinham chegado ainda, então ela se sentou no sofá-novo-de-couro-que-ainda-tinha-cheiro-de-fábrica da sala de estar genericamente decorada e olhou para seu celular velho, que ela tinha removido do plano de dados e estava usando o Wi-Fi da casa. Respirando fundo, ela digitou TEORIA DE CONSPIRAÇÃO DE ALISON DiLAURANTIS na busca.

Ela fez uma pausa antes de pressionar o botão de pesquisa. Ela odiava ter que recorrer à internet para conseguir informações sobre Ali, mas ela tinha poucas opções. Ela tinha dirigido até a casa abandonada em Yarmouth, onde os DiLaurentis viveram quando “Courtney” voltou. Ela caminhou ao redor da propriedade. O terraço estava vazio. Havia apenas um único balde de lixo na garagem, mas Spencer não pôde entrar para ver o que tinha dentro.

Ela apertou a lupa. Até que vieram os resultados do Google. CONSPIRAÇÕES DA FILADÉLFIA NÃO RESOLVIDAS era o título do primeiro site, junto com a descrição UMA FONTE REGULAR DA FILADÉLFIA SENTINEL, O JORNAL DIÁRIO DE ROSEWOOD, E O LAIS DE VEGAS DE YARMOUTH. Spencer clicou no link, e um blog carregou lentamente. A página tinha uma foto da estátua de Rocky na frente do Museu de Arte da Filadélfia. A ESTÁTUA DE ROCKY É MESMO AMALDIÇOADA?, a manchete dizia. LEIA ESSA E OUTRAS TEORIAS CONSPIRATÓRIAS RELACIONADAS À FILADÉLFIA.

Ela clicou no link. Havia postagens sobre o Experimento da Filadélfia, uma história sobre quando, em 1943, um navio de guerra ancorou na Filadélfia e desapareceu misteriosamente — as pessoas tinham certeza de que era um complô do governo para tornar os navios de guerra invisíveis. Abaixo daquilo eram posts sobre Ben Franklin ser polígamo e seus namoros homossexuais, Betsy Ross trabalhando em tempo parcial como gerente de bordel quando não estava costurando bandeiras

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americanas, e o Sino da Liberdade com anotações secretas de alienígenas. Abaixo de tudo isso havia teorias conspiratórias mais recentes, incluindo um sequestro da filha de um homem rico na década de 1970, que incluía uma série de links para os relatórios policiais e até mesmo uma mensagem de um biógrafo que tinha escrito um livro sobre o crime. Finalmente, no fundo, havia o conto deturpado de Alison DiLaurentis e sua gêmea idêntica, Courtney.

Com os dedos trêmulos, Spencer clicou no link inferior. PORQUE ALISON DILAURENTIS NÃO PODE ESTAR MORTA, lia-se em um post no blog. Foi datado a partir de abril do ano passado, não muito tempo depois do incêndio de Poconos. O post incluía um relatório da polícia sobre o incêndio, incluindo a avaliação de um médico legista que nenhum osso foi encontrado nos escombros. Havia também algumas informações sobre o Radley, onde Ali tinha estado, e A Reserva, incluindo documentos médicos e arquivos policiais que a maioria das pessoas não tinha acesso. Havia até mesmo alguns boatos sobre a vida dos DiLaurentis antes de se mudarem para Rosewood, eles não eram chamados de DiLaurentis naquela época, mas de Day-DiLaurentis. Talvez eles tenham tirado a primeira parte do sobrenome em uma tentativa de escapar do passado.

Quando Spencer terminou clicando em todos os links e imagens, sua cabeça estava girando. Quem quer que fosse esse blogueiro, ele estava certo. Trabalhar em algum desses casos deve ter aberto algumas portas para o blogger, conseguido algumas conexões. Ela se perguntou o que mais ele sabia.

O blog não tinha nenhuma evidência conclusiva do motivo de Ali não estar morta ou onde ela estava, mas o post era de um tempo atrás. Spencer rolou para baixo para ver se havia mensagens mais recentes, mas não havia. O blog ainda estava funcionando, porém, a postagem mais recente era sobre um rumor de que todos os mercados Wawa da Área dos Três Estados eram administrados pelos Cavaleiros Templários. Ela clicou no guia SOBRE MIM na parte inferior. Ele dizia que o blog era administrado por um investigador ávido chamado Chase M., mas ao invés de uma foto, havia um vídeo repetitivo de um gato estapeando outro gato. Houve um kapow! alto e falso quando a pata de um gato bateu na bochecha do outro gato. Okay.

Crack. Spencer olhou para cima. E se A estivesse aqui? Ela olhou para a rua vazia até que sua visão ficou turva.

Então ela clicou no link NOS CONTATE e escreveu um e-mail. Estou ligada ao caso de Alison DiLaurentis. Eu não posso te dizer o meu nome agora, mas eu irei, se conversarmos. Estou ansiosa para saber se você tem mais informações sobre ela.

Ela assinou como Interessada em Rosewood. No espaço onde perguntava seu e-mail ela usou um endereço que ela tinha criado naquela manhã, a senha era tão absurda e impossível de rackear que ela quase esqueceu logo quando o criou.

— Spencer? A cara de Aria apareceu no outro lado da janela. Spencer atravessou a porta e

puxou-a para dentro. Um táxi parou segundos depois, e Hanna saiu. Emily chegou quase ao mesmo tempo. Spencer levou-as ao fundo do corredor e abriu a porta pesada para o quarto do pânico. Os monitores de vídeo cintilaram. O quarto ainda cheirava levemente a pipoca de micro-ondas que elas tinham feito da última vez que estiveram aqui. Spencer pegou a lista de potenciais ajudantes de Ali e colocou de volta na porta. Os suspeitos restantes a encararam. Iris. Darren Wilden. Melissa. Jason. Graham. Noel.

— É melhor que seja importante — Emily resmungou quando tirou sua jaqueta. — Eu tive que deixar Iris na minha casa por causa disso. Quem sabe as coisas insanas que ela pode dizer aos meus pais?

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— Iris está na sua casa? — Hanna repetiu, olhando para ela. Emily assentiu com a cabeça, em seguida, explicou que Íris só lhe daria

informações sobre a Ali se Emily fizesse favores para ela por um tempo. — Eu disse aos meus pais que ela é uma estudante de baixa renda do interior da Filadélfia, que está passando por momentos difíceis em casa, e eu estou fazendo isso para um programa comunitário de Rosewood Day. Surpreendentemente, eles acreditaram.

Spencer olhou para Aria. — Então, o que está acontecendo? Aria pegou duas coisas de sua bolsa de pele de iaque. Uma parecia um artigo de

jornal. O segundo era uma nota manuscrita. Spencer reconheceu o rabisco imediatamente.

Aria mostrou o artigo para Hanna. — Reconhece esse cara? Hanna balançou a cabeça, mas, em seguida, seu rosto empalideceu. — Espera.

Esse é O-Olaf — ela gaguejou. Seus olhos percorreram o artigo. — Ele está desaparecido?

Aria concordou. — Isso aconteceu em janeiro. — Quem é Olaf? — perguntou Emily, abraçando os joelhos. — Um cara que eu conheci na Islândia. — Aria engoliu em seco. Hanna abaixou o queixo. — Ele não é só seu conhecido. — Ok, eu meio que fiquei com ele — Aria murmurou. — Eu estava muito bêbada. As sobrancelhas de Spencer elevaram. Aria parecia tão feliz com Noel — Spencer

nunca teria imaginado que ela o trairia. Um corvo pousou perto de uma das câmeras, seu corpo enorme na frente do

monitor. Spencer olhou para o rabisco no pequeno pedaço de papel que Aria tinha encontrado. Não parece que a boa arte é verdadeiramente libertadora? — O que significa isso?

Aria olhou de um lado para o outro nervosamente. — Bem, Olaf e eu fizemos mais do que apenas ficar. Nós mais ou menos... roubamos um quadro juntos.

Spencer piscou. — Vocês o quê? — Que tipo de quadro? — Emily arfou com as mãos na boca. Spencer tentou ouvir Aria explicando o que tinha acontecido, mas seu cérebro

parou quando ouviu o nome Van Gogh. — Como é que eu não soube disso? — ela respirou profundamente. Então ela olhou para Hanna, que estava com uma expressão de culpa. — Você sabia?

— Eu não queria saber — Hanna disse, cruzando os braços sobre o peito. — Ela me ligou em pânico quando a polícia chegou, eu fui buscá-la. Mas decidimos manter segredo.

— Achei que quanto menos pessoas soubessem, melhor — Aria disse baixinho, pegando na bainha de sua camiseta. — E por um tempo, ficou tudo bem — a polícia nunca pegou Olaf, o quadro nunca mais foi encontrado, e ninguém conectou o crime a mim. Mas quando eu cheguei da escola, ontem, esse artigo estava na minha cama e o quadro estava no meu guarda-roupa. Eu tenho certeza de que A o colocou lá.

O coração de Spencer parou. — Uma inestimável pintura de Van Gogh está no seu guarda-roupa?

Os olhos de Aria se encheram de lágrimas. — O artigo diz que as autoridades não conseguiram encontrar o quadro quando revistaram a casa de Olaf. Ali deve ter ido lá, matado Olaf — o artigo dizia que sangue estava por todo o chão — movido o corpo dele para algum lugar, saqueado sua casa e pego o quadro. E então ela o trouxe de volta para aqui.

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Hanna franziu o cenho. — Eu não tenho certeza se Ali poderia ter feito tudo isso. Como ela poderia ter conseguido um passaporte? E Olaf tinha mais de seis metros. É como quando foi com Ian — Ali não poderia ter sido forte o suficiente para estrangulá-lo sozinha.

Aria deu de ombros. — Talvez o ajudante dela tenha feito isso, então. Isso não muda o fato de que o Time A matou Olaf para que eles pudessem conseguir o quadro. E agora, uma chamada de A, e eu vou ter uma equipe da SWAT no meu jardim.

— Uau — Emily sussurrou. — Talvez você devesse entregar o quadro anonimamente — Hanna sugeriu,

enganchando uma mecha de cabelo em volta do dedo nervosamente. Os olhos de Spencer se arregalaram. — Roubo de arte é, tipo, um grande crime.

Você poderia estar sendo vigiada por uma câmera de vigilância. Você poderia se meter em sérios problemas.

— E agora vocês podem se meter em sérios problemas, também — Aria lamentou. — Agora todas vocês sabem o que eu fiz. Vocês sabem onde o quadro roubado está. — Lágrimas saíram dos olhos dela. — Vocês podem me denunciar se quiserem. Eu vou entender.

Emily tocou em seu braço. — Nós não vamos fazer isso. — Nós vamos solucionar isso sem qualquer uma de nós ficarmos em apuros, ok?

— Spencer acrescentou. — Eu só não entendo como A soube o que você fez. — Eu acho que A nos seguiu até a Islândia — Hanna concluiu. — E me seguiu até a mansão? — Aria segurou suas mãos no alto. — Não havia

outros carros nem mesmo na estrada até que a polícia chegou. Eu suponho que A poderia ter ido a pé, mas...

— E se A me ouviu falando com você? — Hanna interrompeu. Aria tirou uma mecha de cabelo do rosto. — Você acha que A estava hospedada

no nosso hotel? Spencer se inclinou para trás na cadeira e fechou os olhos. Sua cabeça latejava, e

ela sentiu o mesmo pânico antigo e crescente que a atormentara muitas vezes antes. Como A pode estar em tantos lugares ao mesmo tempo? Como A poderia saber de tudo?

Então ela abriu os olhos. — Aria, talvez A tenha ficado no seu quarto. Ela deve ter falado com um tom revelador porque Aria apertou a boca em uma

linha. — A não é Noel. — Você tem certeza? — Spencer ergueu as mãos. — Aria, Noel foi para todos os

lugares que coisas ruins aconteceram conosco. Jamaica. O cruzeiro. E agora, a Islândia. Você realmente acha que isso é apenas uma coincidência?

— Noel estava muito bêbado naquela noite — Aria protestou com a voz alta. Spencer andou de um lado para o outro ao redor do pequeno quarto. — Talvez

tenha sido apenas fingimento. Hanna, você lembra onde Noel estava quando você falou com Aria?

Hanna enfiou as mãos nos bolsos, a luz do relógio digital na parede cintilava vermelho em seu rosto. — Bem, ele não estava na cama quando eu acordei. E eu não o vi no corredor, foi onde eu estava na maior parte da conversa. Ele entrou quando chegamos vindo da parte de trás da casa, no entanto. Ele disse que estava fumando um baseado, mas ele não cheirava a erva daninha nem um pouco.

Os olhos de Aria brilharam. — Agora você está contra mim, também? — É claro que eu não estou contra você! — Hanna disse. — Mas, Aria, é estranho.

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Spencer se inclinou para frente na cadeira. — Lembra o quão estranho Noel estava quando “Courtney” chegou em Rosewood? — ela perguntou. — Ele estava em um grupo de apoio com ela. Ele pediu para vocês serem amigos. E você os viu dando amassos no baile do Dia dos Namorados...

Aria bateu seus braços nos lados do corpo. — Ali o emboscou! Noel não queria beijá-la. Ela só fez parecer com que ele quisesse.

— Você tem certeza? — Spencer perguntou. — Foi aquele beijo que te fez entrar no carro e ir conosco para Poconos. E se Noel planejou isso?

A boca de Aria estava aberta. — Eu não acredito em você. Um dos monitores de vigilância escureceu. O olhar de cada uma se atirou nele.

Houve uma distorção, mas, em seguida, a imagem reapareceu. O pátio estava vazio. Algumas folhas flutuavam na frente da câmera, e só isso.

Spencer balançou a cabeça. — Sinto muito, Aria. Eu não quero que seja Noel, também. Eu só queria que pudéssemos descartar Noel. O artigo dizia que Olaf foi morto no início de Janeiro. Você sabe onde Noel estava, então?

Aria passou a língua sobre os dentes. — Na Suíça. A família dele estava esquiando. Ele me chamou para ir, mas eu queria ficar em casa e passar um tempo com Lola.

— Você tem certeza de que eles foram esquiar? A Suíça não é tão longe da Islândia.

Aria bateu o punho no braço do sofá. — Ele postou um monte de fotos no Facebook! Você acha mesmo que Noel voou para a Islândia, matou um cara, e voltou para casa no dia seguinte como se nada tivesse acontecido? Você acha que ele é um mentiroso tão bom assim?

— Apenas veja se você consegue encontrar um ticket de esquiador ou algo de janeiro, ok? E pergunte onde ele estava ontem, quando alguém sorrateiramente colocou a pintura na sua casa. Deve ter sido quando estávamos na escola, certo? Então, basicamente, Noel vai dizer que ele estava no oitavo período ou qualquer outra coisa, e milhares de pessoas vão responder por ele.

Um olhar preocupado cruzou o rosto de Aria, mas ela balançou a cabeça. — Eu não vou interrogar o meu namorado. Se ele descobrir o motivo de eu estar fazendo essas perguntas, ele vai terminar comigo.

— Ninguém quer que vocês terminem — Emily disse rapidamente. — Olha, o resto de nós vai ver o que podemos descobrir — Spencer disse, caindo

contra a parede. — Até então, não faça nada com a pintura, tudo bem Aria? A boca de Aria fez um O. — Eu tenho que mantê-la no meu guarda-roupa? — Apenas a esconda. — Spencer olhou para Hanna. — E a clínica de queimados? Hanna suspirou. — Eu realmente não quero ser voluntária de lá. Mas eu vou falar

com o pai de Sean sobre isso amanhã. — E quanto a Iris? — Spencer perguntou a Emily. Emily mordeu o lábio inferior. — Eu não descobri nada sobre Ali ainda. Mas Iris

esteve na Reserva por quatro anos, então não tem como ela ter sido ajudante de Ali. — Bom. — Spencer levantou-se, destampou o marcador que tinha trazido, e

riscou o nome de Iris da lista. — Espero que ela diga quem é. Aria pôs as mãos nos quadris. — E como é que a sua investigação vai, Spence? —

ela perguntou com um tom amargo em sua voz. — Por que você não rastreou Ali ainda? Spencer enfureceu-se. — Hum, eu estou trabalhando nisso. — Ela podia sentir o

olhar de Aria sobre ela, mas ela não sabia mais o que dizer. Elas desligaram as luzes do quarto do pânico. Como Spencer estava de carro, ela

se ofereceu para levar as meninas que tinham vindo de táxis de volta para casa.

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Enquanto caminhavam para fora da porta do quarto do pânico, Spencer olhou para as costas de Aria e se perguntou o que estava acontecendo em sua mente. Ela se sentia mais ou menos... traída. Depois de tudo o que tinha acontecido, depois de A ter atormentado elas por muitas coisas, como Aria manteve segredo sobre a pintura? E agora Olaf, quem quer que ele fosse, estava desaparecido e talvez até mesmo morto. Aria estava certa: Todas elas poderiam ir para a cadeia por saber onde um quadro roubado estava escondido e não ter contado a informação.

Ping. Era o celular velho de Spencer, ainda conectado via Wi-Fi. Ela cautelosamente

olhou para a tela. Era um e-mail de sua conta recém-criada. O remetente era TEORIAS DE CONSPIRAÇÃO DA FILADÉLFIA.

Ela olhou para suas amigas. Hanna estava olhando pela janela. Aria estava olhando para o espaço, perdida em seu próprio mundo. Emily estava olhando para o seu próprio celular com uma expressão vidrada. De cabeça baixa, Spencer abriu e leu as duas frases. Nós definitivamente deveríamos conversar. Há muita coisa que você precisa saber.

Ela clicou em RESPONDER. Estou disponível a qualquer hora, ela escreveu de volta. Quanto mais cedo, melhor.

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10 COMO NOS VELHOS TEMPOS

O céu ficou escuro quando Hanna dirigiu o Prius até o estacionamento da Clínica

de Cirurgia Plástica de William Atlantic e Clínica de Reabilitação de Queimados. Ela desligou o motor e olhou para a construção moderna e grande. Ela ia mesmo fazer isso? Parte dela queria chamar Spencer e implorar por uma missão diferente.

Seu celular antigo tocou por causa de uma nova mensagem de sua conta de e-mail da escola. Era de Chassey Bledsoe: VOTE EM CHASSEY PARA RAINHA!

Hanna apertou o celular entre as mãos, desejando poder enviar um e-mail desse também. Como mais pessoas saberiam a rainha incrível que ela poderia ser? E ela tinha ouvido falar que, como o tema era A Noite Estrelada, a coroa da rainha seria ainda mais enfeitada do que nunca.

A Noite Estrelada. Suas entranhas retorceram. Era uma coincidência tão estranha que o quadro que Aria tinha roubado era o tema desse ano do baile — se fosse uma coincidência. Tudo que A teria que fazer era dizer aos policiais que a pintura estava no guarda-roupa de Aria e ela estaria acabada. E, embora a polícia não tenha como saber que Spencer e Emily sabem sobre o roubo, havia registros telefônicos de Hanna naquela noite na Islândia. Ela estaria em apuros, também. Quem sabe, talvez A até mesmo descubra uma forma de culpá-las pela morte de Olaf.

O que Aria tinha visto no Olaf, afinal? A barba dele era nojenta. O chapéu que ele usava parecia vindo de uma lixeira. Mas Aria sempre era a fim desses caras sujos — Hanna tinha sido surpreendida, na verdade, quando ela começou a namorar Noel. Nenhum deles era o tipo do outro — alguns meninos do outro time de lacrosse até brincaram por um tempo dizendo que Noel estava namorando Aria porque o pai dela, Byron, tinha acesso à maconha das boas. Hanna tinha certeza de que não era verdade, mas e se Noel tivesse um motivo para namorar Aria? E se alguém tivesse o convencido a namorá-la? Alguém tipo... Ali? Noel poderia ser o ajudante de Ali?

Hanna odiava pensar nisso, mas Ali ter um ajudante fazia muito sentido. Também encaixava Noel ser essa pessoa — por uma série de razões diferentes. No início da sexta série, quando a Verdadeira Ali ainda estava por perto e Hanna ainda era uma perdedora insignificante, seu BFF era Scott Chin. Scott não estava fora do armário ainda, ele tinha uma queda por Noel e sempre teve ciúmes das namoradas dele. — O que ele vê na Alison DiLaurentis? — ele reclamou na hora do almoço um dia, quando ele viu Ali e Noel rindo na mesa dos populares. — Ela tem cara de manteiga. Tudo nela é bonito... mas o rosto dela.

Hanna revirou os olhos. — Ela não tem cara de manteiga. — Alison era a garota mais bonita do mundo. Ela havia modelado nos desfiles de primavera e outono no Shopping King James, e havia um rumor de que ela até mesmo tinha sido chamada por uma grande agência em Nova York.

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— Oh, por favor, ela tem. — As sobrancelhas de Scott, que Hanna suspeitava que ele fazia, se juntaram. — Eu me pergunto se Noel tem que fechar os olhos quando transa com ela.

Hanna baixou o sanduíche com geleia. — Você acha que eles realmente transam? — Beijar ainda era exótico para ela. Ela não podia acreditar que as crianças de sua idade transavam.

— Oh, sim. — Scott assentiu. — Eu vi eles transando na floresta atrás do parque infantil.

Suspirando, Hanna voltou ao presente e empurrou as portas duplas. Instantaneamente, o odor familiar de gaze, antisséptico, e algo que só poderia ser descrito como pele queimada a atingiu como uma onda. Ela olhou ao redor, vendo as flores falsas sobre as mesas e as artes dos doentes nas paredes. Tudo era a mesma coisa da última vez em que ela esteve aqui, até as balas de menta no pote sobre a mesa da frente. Ela lembrou-se, de repente, de encontrar Mona nesse salão. Mona tinha agido de modo estranho e cauteloso sobre o motivo de estar aqui, não querendo admitir que ela estava recebendo tratamento para as queimaduras da brincadeira-que-deu-errado que Ali, Hanna e as outras tinham feito com Toby Cavanaugh. Em todo o tempo que elas tinham sido amigas, Hanna nunca soube que Mona estava nos Cavanaughs naquela noite, vendo Ali atirar fogos de artifício na casa da árvore, testemunhando Jenna ficar cega, talvez até mesmo ouvindo a briga que Ali e Toby tiveram depois. É claro que o silêncio de Mona tinha sido intencional.

— Hanna? Ela olhou para cima e viu as bochechas arredondadas de Sean Ackard, olhos azuis

ardentes e sorriso de bom samaritano. Ele estava na porta de um dos escritórios, usando uma camisa de botão azul que parecia ter saído direto do guarda-roupa de seu pai.

— Ei, é bom ver você! — Sean disse. — Por que você não vem aqui para podermos conversar?

Hanna brincava com uma caixa de tecido sobre a recepção. — Estou esperando seu pai.

Sean bateu no batente da porta. — Não. Sua entrevista será comigo. Hanna mordeu com força o interior da boca. Ela realmente não tinha falado com

Sean desde que as coisas desabaram no ano passado. Esses dias, ele estava saindo com Kate. Estranheza total.

Dando de ombros, ela seguiu Sean para a sala e se sentou em um sofá. Sean sentou-se em uma mesa que era preenchida por pilhas de papéis, um computador de tela plana e canecas de café vazias. Um bicho de pelúcia do Elmo estava em uma prateleira atrás dele. Havia uma foto de Sean apertando a mão do governador da Pensilvânia. — Você trabalha aqui agora? — Hanna perguntou, confusa.

— Nos fins de semana, só para ajudar o meu pai. — Sean ajeitou alguns papéis. — Estamos tão superlotados agora — dois hospitais locais fecharam suas clínicas de queimados por causa de cortes no orçamento. — Ele exalou pesadamente, em seguida, olhou para Hanna. — Então, como está Mike?

Hanna piscou os olhos, surpresa. — Uh, bem. A menção de Mike a fez querer se contorcer. Ele não sabia que ela estava aqui, ele

nunca, nunca entenderia o motivo de ela voltar para pedir seu antigo emprego. Cada história que ela contava a ele sobre esse lugar era mais nojenta do que a última. Ela lhe disse que tinha um compromisso hoje com o cabelereiro para praticar seu coque do

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baile, mas tudo o que ele tinha que fazer era ligar para o Fermata, o salão de beleza, e pegá-la na mentira.

— Bom. — Sean sorriu. — Então, você realmente quer voltar? Hanna se mexeu. — Eu me sinto mal por meu trabalho voluntário ter acabado tão

rápido — ela mentiu. — Depois de tudo o que aconteceu comigo, eu achei que deveria retribuir um pouco, sabe?

Sean arqueou uma sobrancelha. — Você não odeia isso aqui? Hanna apertou as mãos, tentando parecer séria. — Eu mudei. Voluntariado

significa muito para mim. Um amigo meu está aqui agora, na verdade, alguém que eu conheci no cruzeiro. Graham Pratt?

Sean se recostou em sua cadeira. — Sim, Graham veio há poucos dias. — Ele balançou a cabeça solenemente. — Esse cruzeiro pareceu um pesadelo. Eu também ouvi dizer sobre o que aconteceu com vocês, sobre o bote salva-vidas. Algumas pessoas estavam dizendo que era um pacto de suicídio.

Para Hanna isso não era digno de uma resposta. — Foi assustador ter que evacuar... e, em seguida, ficar presa no mar. Eu meio que tive uma epifania quando quase me afoguei — a vida é muito curta, é melhor eu fazer valer a pena. Assim... por favor, eu posso ajudar?

Sean bateu um lápis com borracha sobre a mesa. — Bem, meu pai disse que você poderia se voluntariar de novo se trabalhasse duro.

— Eu posso fazer isso! — Ok — Sean disse. Ele estendeu a mão para Hanna, e ela apertou. Então, sua

expressão de repente tornou-se quase triste. — Sabe, eu nunca cheguei a lhe dizer o quão horrível eu me senti sobre todas as coisas relacionadas a Ali.

— Oh, uh, obrigada. — Eu não posso sequer imaginar como deve ter sido — Sean continuou. Os olhos de Hanna se encheram de lágrimas. Uma coisa era um amigo, um pai, um

completo estranho oferecer simpatia, mas havia algo comovente e ao mesmo tempo estranho sobre Sean dizendo isso. — Obrigada — ela murmurou.

Sean se aproximou, colocou os braços em volta dela e lhe deu um abraço rápido. O cheiro dele era familiar, como canela, desodorante e uma mistura de perfumes que a mãe dele costumava colocar generosamente ao redor da casa. Era um cheiro agradável, um cheiro confortável. De repente, Hanna não o odiava tanto.

Ela saiu do escritório dele para a sala de funcionários femininos, onde ela trocou seu vestido Rachel Zoe com estampa de pele de cobra e sapatilhas por roupas de hospital grandes e horríveis que cheiravam a vômito. Em seguida, ela voltou ao escritório de Sean.

— Srta. Marin? — Uma mulher usando roupa de hospital rosa apareceu no canto. — Eu sou Kelly, uma das enfermeiras chefes. Estou aqui para lhe mostrar o funcionamento.

— Kelly é uma das melhores — Sean disse com orgulho. — O que você quer que eu faça? — Hanna perguntou alegremente. — O que você acha dos urinóis? — Kelly perguntou. Hanna fez uma careta, mas ela não podia reclamar com Sean ainda de pé ali. — Eu

amo urinóis. — Bem, ótimo! — Kelly inspirou profundamente. — Deixe-me mostrar a você o

que fazer! Kelly a ajudou com o primeiro urinol, dando a Hanna a oportunidade de levar a

coisa cheia de xixi pelo corredor. Um enfermeiro passou por ela indo na direção oposta.

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Hanna não pôde deixar de olhar, ele era alto, forte e extremamente bonito, com a cabeça raspada e olhos azuis brilhantes.

— Oi — o enfermeiro disse a Hanna, arregalando os olhos para os seios de Hanna. — O-oi — Hanna gaguejou de volta, em seguida, seguiu o olhar do enfermeiro. Ele

não estava olhando para os peitos dela. Ele estava olhando para o urinol. O xixi estava derramando dos lados, caindo perigosamente perto da roupa de Hanna. Ela gritou e quase deixou cair a coisa no chão.

Kelly deu uma risadinha. — Jeff sempre tem esse efeito nas pessoas. Elas continuaram no quarto seguinte. Sean estava certo sobre o lugar estar

superlotado: Havia vítimas de queimados em todos os lugares que ela olhava. Nos corredores. Três estufados em um quarto. Havia até uma cama em uma das áreas de espera.

— Isso é legal? — Hanna perguntou, quase tropeçando no suporte do monitor de alguém.

Kelly deu de ombros. — Até que a nova ala esteja pronta, não temos lugar para colocar todo mundo.

Em seguida, Kelly imitou inalar e exalar um cigarro invisível e disse que ela estaria de volta logo. Hanna voltou para o quarto de abastecimento para pegar um urinol limpo. Algo atrás dela chamou sua atenção. O posto de enfermagem estava vazio. Cada cadeira estava desocupada.

Na ponta dos pés ela deu a volta na mesa e olhou para o console do computador. Um programa apresentava uma lista dos pacientes da clínica e seus correspondentes números de quarto. Bingo. Ela arrastou o ponteiro para baixo da página. GRAHAM PRATT. De acordo com os arquivos, ele estava no quarto 142, que estava no fundo do corredor.

Ela afastou-se da mesa assim que Kelly virou a esquina, cheirando a cigarro Newport. — Ok, querida, hora de limpar!

Hanna adicionou sabão em um balde e começou a descer um corredor. Ela olhou para os números dos quartos enquanto passava: 132... 134... 138... e lá estava ele, o quarto 142. Não era um quarto propriamente dito — era mais uma pequena partição em um canto separado por uma cortina.

Ela prendeu a respiração e olhou para dentro. Lá, em uma cama, estava um menino com um grande curativo na cabeça e no pescoço. Seus olhos estavam fechados, e os tubos serpenteavam em suas mãos e boca. Várias máquinas buzinavam. Um tremor atravessou o corpo de Hanna. A era capaz disso. Hanna deve ter feito um barulho estranho porque Kelly colocou a mão em seu ombro. — Era seu amigo? Eu ouvi você falando sobre ele para Sean.

Hanna olhou para as luzes piscando nos monitores de Graham. — Era — ela disse, sentindo-se um pouco mal por ter mentido. — Como ele está?

A boca de Kelly formou um U de cabeça para baixo. — Ele está estável. — Ele disse alguma coisa? Kelly deu de ombros. — Não. Por quê? Por uma fração de segundo, ela estava olhando para Hanna com suspeita. — Você

pode me fazer um favor? — ela perguntou com uma voz inocente. — Se ele começar a acordar e eu não estiver aqui, você pode ligar para minha casa? Eu quero dizer algo importante a ele. Algo que eu deveria ter dito antes de tudo isso.

Os olhos de Kelly suavizaram. — Ele realmente significou algo para você, hein? — Ela apertou a mão de Hanna. — Pode deixar.

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Em seguida, Kelly desapareceu no corredor. Hanna permaneceu onde estava, olhando para a pessoa na cama. Os monitores de Graham apitavam constantemente. Seu peito subia e descia. Então, suas pálpebras e os lábios entreabriram.

Hanna se inclinou sobre a cama. — Graham — ela sussurrou. — Você está aí? — Você viu A? ela perguntou silenciosamente.

Um sopro de ar escapou dos lábios de Graham. Seus cílios se agitaram mais uma vez, e então ele ficou imóvel sobre o travesseiro. Hanna se afastou da cama com o coração ainda batendo forte. Graham acordaria em breve. Ela podia sentir isso.

Uma risada estridente veio do vento. Hanna endureceu e olhou para o corredor. Os pacientes estavam estendidos imóveis. Água limpa brilhava no chão. Tudo estava tão quieto e silencioso que por um segundo Hanna sentiu como se estivesse morta.

Ela estremeceu. Se ela e as outras não encontrassem Ali e seu ajudante logo, ela poderia estar.

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11 MOMENTO DE VÍNCULO FAMILIAR

Assim que Emily entrou na Saks Fifth Avenue, no Shopping King James, uma

garota supermagra apareceu com um pulverizador de vidro em forma de flor. — Quer experimentar o novo Flowerbomb?

— Absolutamente — Iris insistiu, empurrando Emily para fora do caminho e estendendo seus pulsos impossivelmente magros com veias azuis. — Agora você, Emily.

Emily encolheu os ombros e concordou. Depois que a garota perfume pulverizou o líquido frutado em seu pulso, Iris olhou para alguém por trás delas. — Você deveria provar também, Sra. Fields!

Emily se virou. A mãe dela estava na entrada, retirando seu chapéu de chuva de plástico transparente da sua cabeça. — M-mãe? — Emily gaguejou. — O que você está fazendo aqui?

A Sra. Fields enfiou o chapéu na bolsa acolchoada. — Iris me convidou. E já que eu estava à caminho de casa da farmácia CVS, eu pensei, por que não? — Então ela estendeu o pulso dela para ser aplicado o Flowerbomb e deu um sorriso caloroso para Iris.

Essa coisa toda com Iris estava pirando Emily a cada segundo que se passava. Por um lado, Emily continuava esperando que a Reserva ligasse para ela dizendo: Hum, você roubou a nossa paciente? Por outro lado, ela odiava, odiava, odiava que Iris tivesse que ficar na casa dela — às vezes sem a supervisão de Emily. Depois que Emily havia retornado do quarto do pânico ontem, ela não sabia o que esperar. E se Iris decidisse contar tudo aos seus pais? E se Iris tivesse saído e ido atrás deles com uma faca de cozinha?

Mas em vez disso, ela encontrou Iris e seus pais sentados no sofá da sala assistindo Jeopardy! e bebendo chá. De alguma forma, isso foi ainda mais aterrorizante. Iris estava agindo como se ela fosse um membro da família. — Tenho certeza que Iris está cansada, mãe — Emily deixou escapar com horror. — Ela teve um longo dia, e ela provavelmente quer ir para a cama.

— Do que você está falando? Eu estou bem acordada! — Iris disse ansiosamente, movendo-se um pouco mais perto da Sra. Fields no sofá. Ela estava comendo, Emily tinha notado, um dos flocos de arroz que a sua mãe fazia. Ninguém comia isso — eles sempre ficavam duros como pedra e com excesso de manteiga. A Sra. Fields, é claro, parecia emocionada.

Agora, Emily cutucou o lado de Iris. — Por que você convidou a minha mãe? — ela murmurou.

Iris encolheu os ombros inocentemente. — Ela é legal. Sim, certo, Emily pensou, à espera de Iris revirar os olhos e dizer algo

desagradável. Mas ela não o fez. Em vez disso, Iris virou, verificou se a menina do perfume estava de costas e a atenção da Sra. Fields estava ocupada com uma oferta de

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amostra grátis de maquiagem, e pegou uma caixa de perfume Flowerbomb de uma mesa de exibição e deslizou até a manga do moletom folgado que Emily lhe emprestara. Emily estendeu a mão para detê-la, mas Iris apenas lhe deu um olhar eu-sei-o-que-estou-fazendo. Esta era a razão pela qual elas estavam no shopping, afinal de contas. Roubar um monte de merda da Saks era o número dezesseis em sua lista de Coisas Que Eu Quero Fazer Durante Meu Tempo Fora da Reserva. Talvez houvesse pontos bônus fazê-lo na frente da mãe de Emily.

Ela parou depois que Iris desceu pelo corredor cheiroso para a seção contemporânea. Quando Emily passou pelas bolsas, alguém puxou seu braço. Spencer estava agachada atrás de uma mesa cheia de mochilas Marc by Marc Jacobs. — Psiu — ela sussurrou.

Emily abaixou-se ao lado dela. — O que você está fazendo aqui? Os olhos de Spencer viraram de um lado para o outro. — Eu pedi sapatos

especiais para o baile de formatura na Saks. — Ela olhou para o corredor para Iris, que agora estava posando na frente de um espelho de três vias. — Ela te disse alguma coisa?

— Não desde a última vez que você perguntou — Emily resmungou. — Nós estivemos muito ocupadas.

— Fazendo o quê? Emily olhou para um anúncio de perfume do outro lado do corredor. A garota na

foto parecia um pouco com Jordan, o que fez seu coração doer. — Bem, depois que eu assinei para ela sair da Reserva e antes de eu encontrar você no quarto do pânico, Iris me fez ir para a cidade para que ela pudesse ficar com um imitador de Ben Franklin. E então, esta manhã, eu tive que levá-la para a sua antiga escola. Iris queria escalar uma corda no parque infantil e tocar um sino de bronze no topo. — Ela parecia uma aranha na corda, com seus braços e pernas finas, a calça jeans que Emily emprestou sustentada por um cinto de tamanho infantil.

— Acontece que crianças do ensino médio escondem maconha naquele sino — Emily continuou. — Iris apareceu com um saco enorme. Então agora eu tenho uma doente mental fugitiva e maconheira na minha casa. Meus pais vão enlouquecer se descobrirem.

Assim que ela disse isso, ela percebeu o quão ridículo isso soou. Seus pais se assustariam ainda mais se eles descobrissem que Emily estava guardando o segredo que Aria havia roubado uma pintura de valor inestimável. E ajudou a empurrar uma menina de um telhado. E tudo mais.

Spencer trocou seu peso. — Então ela não te disse nada sobre Ali? Emily olhou em torno procurando Iris, e finalmente viu sua cabeça loura perto de

uma prateleira de minissaias. — Eu estou trabalhando nisso. — Ela pediu a Iris para dizer alguma coisa sobre Ali na noite passada, mas Iris disse que Emily não tinha feito nada que realmente merecesse alguma informação ainda — ela teria que provar a si mesma. Quando Emily perguntou a Iris o que, especificamente, ela teria que fazer para receber um pedaço abençoado de informações, Iris jogou o cabelo dela para trás, deu de ombros e disse: — Eu saberei quando eu ver.

— E A não sabe que Iris está com você, certo? — Spencer sussurrou. Emily apertou uma bolsa Michael Kors, irritada mais uma vez que Iris tivesse

mudado as regras sobre ela. O papel tecido de dentro amassou. — Não. — O que devemos fazer com aquela pintura? A mistura inebriante de perfumes estava dando uma dor de cabeça em Emily. —

Eu não sei. O que você acha que devemos fazer?

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Spencer balançou a cabeça lentamente. — Eu não tenho a menor ideia. Emily olhou para os olhos azuis claros de Spencer. Ela ainda não podia acreditar

que Aria tinha mantido isso em segredo por tanto tempo, especialmente tendo em conta que ela sabia sobre as coisas que Spencer, Emily e Hanna tinham feito durante o verão. Mas agora que ela pensava sobre isso, poderia ter havido um momento na época do Natal em que Aria tinha tentado: Elas estavam na festa anual de Spencer, e depois de algumas bebidas, Aria tinha puxado Emily de lado. — Eu fiz uma coisa tão horrível — ela sussurrou no ouvido de Emily. — Que eu nem posso viver comigo mesma.

Emily tinha assumido que ela quis dizer com Tabitha. — Qualquer uma de nós teria feito a mesma coisa.

Aria balançou a cabeça, seus olhos brilhando com lágrimas. — Você não entende. Você simplesmente não entende. O que eu fiz vai estragar tudo, e...

— Aí está você! — disse uma voz atrás delas, e de repente Noel colocou a mão no ombro de Aria. As feições de Aria se enrugaram em algo parecido com um sorriso. — Ei, você quer conhecer o meu amigo do acampamento de lacrosse? Eu não o via há anos! — disse Noel.

— Claro! — Aria disse brilhantemente, sua boca ainda balançando. E assim, ele estava conduzindo-a para longe de Emily. Em retrospecto, talvez um

pouco territorialmente. Como se Aria fosse a sua posse. Mas da próxima vez que Emily tinha olhado para ela, ela estava alegre e animada.

E se Aria estivesse tentando dizer a ela sobre ter ficado com Olaf? Sobre ter roubado a pintura?

— Ooh! Estas são bonitas! Emily saiu de seu devaneio a tempo de ver Iris mostrando para a Sra. Fields uma

calça jeans verde azulada. Elas eram um tamanho 36 e Emily achou que ainda ficaria muito grande em Iris.

Ela estava prestes a levantar-se para ir se juntar a elas, mas Spencer agarrou seu braço. — Você realmente acha que Noel estava em uma viagem de esqui no fim de semana que Olaf foi morto?

Havia um olhar determinado nos olhos de Spencer, o mesmo tipo de olhar que ela tinha quando ela, Ali, Emily, e as outras costumavam montar quebra-cabeças no chão da sala de estar de Poconos de Ali. Às vezes, elas faziam dos quebra-cabeças uma competição, e Spencer, desesperada para ganhar de Ali, colocava peças juntas, mesmo quando elas não se encaixavam.

— Eu não acho que devemos sair em uma caça às bruxas ainda — Emily disse lentamente.

— Mas Noel faz muito sentido, você não acha? — Spencer sussurrou. Emily fechou os olhos. Ela não queria que Noel fizesse sentido. Isso iria matar

Aria. — Eu não sei — disse ela, cansada. — Emily — Iris chamou. Quando Emily olhou para cima, Iris estava vindo direto

para elas. Emily empurrou Spencer para fora do caminho e se levantou. — Ei! — ela

chamou, tentando sorrir. — O que você estava fazendo no chão? — Iris olhou desconfiada para o local onde

Emily tinha acabado de estar sentada. Felizmente, Spencer correu para fora de vista. Então Iris pressionou uma braçada de blusas de seda no peito de Emily. — Coloque-as em sua bolsa. Eu já tirei as etiquetas eletrônicas.

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Ela olhou para Iris. — A minha mãe está justo ali! — A Sra. Fields estava segurando uma jaqueta com estampa de leopardo em seu torso e virando de um lado para o outro no espelho.

Iris zombou. — E? Ela não vai ver. — Ela se aproximou. — Eu vou te dar uma boa informação sobre Ali se você fizer.

— Tudo bem — Emily resmungou, puxando as blusas dos braços de Íris. Olhando para trás e para frente, ela respirou fundo e empurrou as blusas no fundo da sua sacola de mergulho que por vezes virava uma bolsa. Ela caminhou até a mãe dela e agarrou-a pelo cotovelo. — Nós estamos indo agora.

— Tão cedo? — A Sra. Fields parecia desapontada. — Acabamos de chegar aqui! E isso não é bonito? — Ela mostrou a Emily a jaqueta de leopardo. — Eu queria te dar algo especial.

— Isso é muito doce, mas, hum, Iris tem uma entrevista às quatro e meia — disse Emily, orientando-as para a saída. — É realmente muito importante — eles estão pensando em oferecer-lhe uma bolsa de estudos.

— Sério? — A Sra. Fields sorriu para Iris. — Onde? — Villanova — Emily disse rapidamente antes que Iris pudesse falar o nome de

uma faculdade inventada ou perguntasse o que diabos Emily estava falando. — Eu tenho que levá-la até lá, na verdade. Então é melhor nós começarmos a nos mexer.

Seu coração bateu forte quando ela passou pelo mostrador perto das portas. Quando seus dedos se enroscaram na maçaneta, ela se preparou para os alarmes — e a ira da sua mãe.

Mas nenhuma sirene soou quando Emily empurrou a segunda porta rapidamente e saiu para a calçada. Seu corpo inteiro estava suando. Sua cabeça latejava. Ela não podia acreditar que Jordan costumava fazer isso regularmente — exceto que era com barcos e carros.

— Ok, te vejo mais tarde, mãe — Emily disse, puxando Iris para o carro. — Isto foi ótimo, meninas! — A Sra. Fields parecia tão satisfeita que Emily quase

sentiu pena dela. Ela acenou enquanto se dirigia para a minivan da família. — Vamos fazer isso de novo!

A sacola de natação de Emily parecia um peso de chumbo na sua mão. Ela tinha certeza de que a qualquer momento alguém iria atacar ela e fazê-la devolver tudo. Só quando elas estavam no carro e em movimento que ela expirou.

Iris chutou suas pernas. — Uau, que corrida! Emily apertou as mãos no volante. — Eu não posso acreditar que você me fez

fazer isso na frente da minha mãe. Iris revirou os olhos. — Pare de ser tão dramática. — Eu definitivamente fiz a minha parte — Emily insistiu. — Agora me diga algo

sobre Ali. Iris esfregou as palmas das mãos. — O que você quer saber? A mente de Emily se espalhou em mil direções diferentes. Ela não estava

preparada para começar a escolher a sua pergunta. — Ali tinha um namorado? Iris passou os dedos através de uma de suas blusas recém-roubadas. — Todo

mundo adorava Ali. Garotos e garotas. Todo mundo queria um pedaço dela. — Havia alguém especial? Alguém que faria qualquer coisa por ela? Um sorriso apareceu no rosto de Iris. — Era você que estava apaixonada por ela,

não é? Emily se encolheu. — Quem lhe disse isso?

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Os olhos de Iris se fixaram nos de Emily. — Ali falava sobre você o tempo todo, quando ela estava na Reserva. Ela era assim, minha irmã tem uma amiga chamada Emily que tem uma queda por ela. É assim que eu vou conquistá-la. Vai ser muito fácil.

Emily focou-se nas linhas da estrada até que elas se turvaram. Foi exatamente assim que Ali tinha ganhado Emily, ela tinha beijado Emily tão apaixonadamente como Emily tinha beijado a Sua Ali na casa da árvore no final da sétima série. E então Ali tinha dito o quanto ela sempre amou Emily, mesmo quando ela estava presa na Reserva. Claro que Emily tinha acreditado nela. Isso era o que ela sempre quis ouvir.

— Ah, eu acertei um nervo? — perguntou Iris, acariciando o antebraço de Emily. Emily puxou o braço para longe. — Isso não importa. — Você ainda a ama? — Eu não vou falar sobre isso com você — retrucou Emily. — Mas não, eu não a

amo mais. — Mais uma vez, o rosto de Jordan brilhou em sua mente. Ela sentiu uma pontada de tristeza.

— Mas você ainda amava após o incêndio em Poconos, não é? Alguém roubou sorrateiramente um iPad na Reserva na época em que toda aquela coisa com Ali aconteceu, e eu me lembro de assistir um monte de filmagens. Eu vi seu rosto no noticiário. Você parecia devastada com a possibilidade de ela estar morta. Seu verdadeiro amor... se foi. Isso deve ter doído.

Emily virou a cabeça tão bruscamente para Iris que Iris se encolheu. — O que você sabe sobre amor verdadeiro? — Emily rosnou.

O lábio inferior de Iris tremeu. — Eu me apaixonei uma vez, também. O momento de repente se neutralizou. Havia lágrimas nos olhos de Iris. Ela

apertou os lábios com tanta força que eles estavam translúcidos. Emily fez a mesma coisa quando ela estava tentando mantê-los juntos.

Emily virou para frente novamente, sentindo-se mal por tê-la atacado. — Desculpa — ela murmurou. — Eu pensei que você estivesse me provocando. Você quer falar sobre isso?

Iris fungou. — Eu não vou falar sobre isso com você — disse ela exatamente no mesmo tom que Emily tinha usado.

— Touché — disse Emily baixinho. Elas passaram pela loja de conveniência Wawa e por uma loja de flores, e então

pela estrada que levava à casa de Aria. Emily tentou imaginar a pessoa pela qual Iris tinha estado apaixonada, mas quando ela tentou imaginar um rosto, ele só veio com um ponto de interrogação.

— Tudo bem, tudo bem. — Iris quebrou o silêncio. — Ali tinha alguém especial. Um cara.

O coração de Emily começou a bater mais rápido. — Ok... — Ela falava sobre ele o tempo todo. Eles eram muito próximos. Emily estava tão animada que ela direcionou para o acostamento. Carros

passavam com rapidez. Ela parou o carro e olhou para Iris. — Ele era um paciente do hospital? Ou apenas um visitante? Você sabe o nome dele?

— Ah, ah, ah! — Iris balançou seu dedo. — Você só queria saber se ela tinha um namorado, e não o seu nome. — Ela deu um tapinha na coxa de Emily. — Tudo a seu tempo, querida. Agora, eu acredito que temos mais coisas na minha lista para fazer, não é?

Então ela puxou a lista da sua bolsa e consultou-a. Emily mordeu com força o interior do seu lábio, tentando engolir sua frustração. Afinal, ela não tinha escolha senão jogar o jogo de Iris.

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Especialmente se ele levar a algumas respostas. E até Ali.

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12 BEIJANDO E CONTANDO

Na segunda-feira, Aria estava no ginásio de Rosewood Day. As arquibancadas

tinham sido dobradas para dar mais espaço para a quadra de basquete, o ar cheirava a tênis de borracha, e uma luz fluorescente piscando nas vigas estava tirando a sua concentração. As seis meninas do comitê de decoração, todas com cabelos lisos e longos, corpos perfeitamente tonificados e sapatilhas Tory Burch combinando, estavam em um círculo ao seu redor, aguardando instruções. Aria sabia que ela devia estar emocionada de estar mandando em meninas típicas de Rosewood, mas em vez disso ela se sentia inquieta.

— Hum, bem, então o tema é A Noite Estrelada — Aria disse com a voz trêmula, segurando uma grande imagem da pintura de Van Gogh em um livro da biblioteca. Só de segurá-la, apontar para ela, fez ela se sentir como uma mulher marcada. Ela tinha certeza de que todas as meninas poderiam dizer exatamente o que estava escondido no seu guarda-roupa e exatamente o que ela tinha feito.

Ela tossiu e continuou. — Então, eu vou contratar uma empresa que é especializada em esculturas de papel-machê para fazer algumas grandes luas e estrelas para nós — como temos que fazer isso até o final da semana, nós precisamos de alguma ajuda externa. — Isso era a coisa mais legal sobre Rosewood Day: Eles tinham um grande orçamento para a decoração. — Eu também vou ligar para uma empresa que tinge toalhas de mesa e eles podem até mesmo fazer revestimentos interessantes para as cadeiras. Mas nós sete definitivamente devemos pintar pelo menos um dos murais. Mas, hum, eu estava pensando em A Noite do Café, ao invés. É muito mais romântico, vocês não acham?

Uma menina loura de nariz empinado chamada Tara levantou a mão. — Hum, o tema é A Noite Estrelada por uma razão — disse ela em uma voz altiva, nasal, olhando com desdém para as botas de napa na altura da coxa de Aria.

As outras meninas murmuraram de acordo. — Hum, eu acho que você tem razão — Aria murmurou, embora a ideia de pintar

um mural de A Noite Estrelada a deixava inquieta. Era como se ela tivesse um olho de boi grande na testa, dizendo: Ei, polícia! Quer saber por que eu conheço esta pintura tão bem? Eu tenho a versão verdadeira no meu guarda-roupa!

Sob a sugestão de Spencer, ela mudou a pintura para a parte de trás do seu guarda-roupa, atrás de uma caixa de camisolas velhas. A mãe dela tinha batido na porta quando Aria estava terminando.

— O que você está fazendo? — Ella perguntou, entrando em seu quarto, como ela sempre fazia.

— Não venha aqui! — Aria gritou antes que ela pudesse se conter. — Eu vou limpar!

Ella parou na porta. — Aria Montgomery, limpando? Eu pensei que nunca veria esse dia chegar. — Ela jogou alguma coisa no quarto. — Isso chegou para você hoje.

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Era uma carta com o endereço de Aria na frente, e nada mais. Para uma segunda apreensão, Aria temia que A houvesse escrito para ela novamente, mas quando ela abriu, era um convite para um aprendizado de arte na Holanda no próximo ano. Isso seria incrível... exceto que Aria nunca iria para tão longe de Noel. Ela jogou-o em sua gaveta, em seguida, olhou para a sua mãe desaparecendo no corredor. Que desastre. Não eram apenas as suas amigas que eram culpadas por associação, mas também a mãe dela? E se os policiais viessem procurar a pintura e não acreditassem que Ella não sabia que estava aqui?

E como diabos alguém tinha entrado na casa? Não havia nenhum sinal de arrombamento, o que significava que quem entrou tinha uma chave. Byron e Meredith tinham uma chave reserva. Spencer tinha uma chave de quando ela ficou lá enquanto a família dela estava fora. A mulher da limpeza tinha uma chave, também.

Assim como Noel. Claro, isso não significava que Noel era A. Embora ela pudesse ouvir as vozes das

outras meninas em sua cabeça: Pergunte a Noel onde ele foi no dia em que você encontrou a pintura em seu guarda-roupa. Era estranho que Noel tivesse chegado atrasado para a aula de edição do jornal. Aria tinha perguntado onde ele tinha estado, também, mas ele não lhe tinha dado uma resposta direta. E a coisa com o colar de Tabitha, o que Noel supostamente “encontrou” na praia de St. Martin?, suas amigas poderiam dizer em seguida. Com um pouco de escavação, Noel poderia ter descoberto quem Graham era — ele tinha visto todo o site do memorial de Tabitha. Ou se ele estava em contato com Ali, ela poderia ter lhe dito tudo, até que Ali e Tabitha tinham sido amigas!

Aria fechou os olhos. Até mesmo a ideia de que Noel tinha sido amigo de “Courtney” — vulgo Verdadeira Ali — a fez estremecer. Havia um monte de coisas sobre o retorno de “Courtney” para Rosewood que ela tentou bastante esquecer, e o envolvimento de Noel com ela era uma delas. Ele fez parecer uma estranha coincidência que eles estavam em um grupo de apoio juntos, e Noel tinha realmente incentivado Aria a dar a “Courtney” uma chance. E se ele soubesse que ela era a Verdadeira Ali o tempo todo e estava ajudando ela com o seu plano?

— Terra para Aria! — chamou uma voz esnobe no canto. Aria saiu de seus pensamentos e piscou. As meninas do comitê riram.

Ela forçou um sorriso, murmurando alguma coisa sobre recriar pinturas de Van Gogh em grandes telas usando um retroprojetor. As meninas encolheram os ombros e começaram a trabalhar recolhendo material e encontrando cópias das pinturas online. De repente, sentindo-se exausta, Aria caiu em uma cadeira dobrável no canto e soltou um suspiro. Suas mãos tremiam. Sua cabeça parecia leve. Ela estava enlouquecendo. Noel absolutamente não poderia ser A, ele era o namorado dela. Ele não sabia que Courtney era a Verdadeira Ali. Ele não faria isso com ela. Fim da história.

Neste exato momento, dois braços fortes agarraram a cintura dela. — Você é uma mentirosa — Noel rosnou no ponto entre o pescoço e o ombro dela.

Aria enrijeceu. — O q-quê? Noel puxou-a para cima e virou-a. — Você me disse que precisava de uma carona

para casa, mas depois eu vi o seu carro no estacionamento dos estudantes... e eu te encontrei aqui! — Ele segurou seu braço e lançou um olhar enojado para o retrato de Van Gogh no laptop de Aria. — Você está me traindo com Vincent van Gogh?

— O quê? Não! — Aria quase gritou, seu rosto avermelhando com a palavra traindo.

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— Eu sei. — Noel deu a Aria um olhar como se ela fosse louca. — Eu só estou brincando com você.

Aria sentiu o coração desacelerar. — S-sinto muito — ela gaguejou. — Eu esqueci a reunião de decoração.

— Está tudo bem. — Noel acariciou seu pescoço. — Eu não quero que você perca isto. — Então, ele tocou suas mãos. — Então você está feliz com esse trabalho, certo?

O olhar de Aria se voltou para as meninas do comitê, que estavam agora preparando as telas para a pintura. — Uh-huh — ela murmurou, tentando soar sincera.

Noel inclinou a cabeça. — Isso não soou muito convincente. A cabeça de Aria parecia enlameada. Ela olhou para Noel, em seguida, caminhou

em direção ao hall. — Eu preciso te perguntar uma coisa. — Depois de um momento, Noel a seguiu.

Os pisos recém-esfregados brilhavam e cheiravam a limão. Fora das janelas do chão ao teto, Aria jurou que viu alguém se abaixar atrás do celeiro de jornalismo. Ela olhou para lá fixamente com o coração na garganta. Ninguém apareceu.

Em seguida, ela enfrentou Noel, que cheirava a colônia e parecia adorável em seu casaco com capuz do Lacrosse de Rosewood Day. — Você chegou atrasado para a aula no dia em que anunciaram que eu seria a presidente da decoração.

A expressão de Noel endureceu. — E? Será que ele estava agindo na defensiva? Culpadamente? Aria apagou um ponto

imaginário no chão com a ponta do pé, contemplando a forma de fazer a pergunta. Onde você estava? era tão desconfiado, que podia piorar as coisas. Em vez disso, ela acabou deixando escapar, — Você já pensou em Ali? Em ambas as Alis?

Noel piscou. — O que você quer dizer? — Bem, isso afetou você, também. Você era amigo dela — delas. Alguma vez

você... eu não sei, suspeitou de algo depois que Courtney e Ali trocaram de lugares? E quando a Verdadeira Ali voltou para Rosewood depois que Ian Thomas morreu?

Um músculo acima do olho de Noel contraiu. — Eu... — ele parou, parecendo totalmente confuso. — Por que você está me perguntando essas coisas?

Aria engoliu em seco e olhou através do corredor até uma sala de aula de química. Alguém tinha enfiado uma margarida em um bico de Bunsen vazio. — Eu apenas estive pensando em Ali e Courtney ultimamente, isso é tudo. Na verdade, em você e Ali — a Verdadeira Ali. Você sabe, naquele momento em que você a beijou no baile do Dia dos Namorados.

Noel deu um passo para trás, os sapatos rangendo no chão polido. — Essa é uma maneira engraçada de dizer isso. Foi Ali quem me beijou, lembra?

Aria apertou os lábios e não disse nada. Noel fez um barulho na parte de trás da sua garganta. — Nós já não superamos

isso? Ela, tipo, se jogou sobre mim. Aria olhou para suas unhas. — Eu sei, mas você era tão bom com ela. Você ficou

me pedindo para lhe dar uma chance. Você estava em seu grupo de apoio. Você... A boca de Noel estava aberta. — Você está me perguntando se eu gostava dela? Se

eu, eu não sei, sabia? Aria olhou para ele. — Talvez. Sim. Ao fundo, um grupo de garotos da banda passou correndo, rindo e empurrando.

Noel piscou. Ele coçou a orelha. Mas ele não respondeu a pergunta dela. Todo o corpo de Aria se sentiu mal-humorado. Parecia que Noel estava tentando descobrir como dizer algo. Mas se ele tinha uma resposta simples, honesta, por que ele não dizia logo?

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Noel tilintou as chaves no bolso. — Eu não sei de onde isso veio. Ou como isso se relaciona com a presidência da decoração — disse ele finalmente.

— Basta responder a pergunta — disse Aria. — Eu preciso que você me diga que você não gostava dela naquele momento.

— Eu não gostava. — O olhar irritado se derreteu do rosto de Noel, e ele tomou delicadamente as mãos dela. — Eu gostava de você, e eu nunca iria trair você, nem mesmo com Courtney, Ali ou quem quer que fosse. Eu fiquei horrorizado quando ela me beijou. E quando eu descobri que era tudo para te manipular para ir com ela para Poconos... — Ele fechou os olhos e fez uma careta. — É horrível demais para se pensar.

— Ok, ok — disse Aria. Mas a sensação de irritação não ia embora. Parecia que Noel estava quase sendo muito melodramático, como se ele estivesse atuando ou algo assim. Mas ela começou a pensar isso por que Spencer e as outras tinham plantado suspeitas em sua mente?

Ela interrompeu o aperto de Noel e se virou em direção à porta. — Eu preciso de um pouco de ar. — Talvez tenha sido relembrar o retorno da Verdadeira Ali, talvez tenha sido o pânico que ela sentiu quando pensou que Noel estava mentindo, mas ela se sentia como se não pudesse respirar.

Noel teve o bom senso de não segui-la para fora. Uma chuva fina caía, e o forte cheiro de grama fez cócegas em suas narinas. Enquanto ela subia a ladeira, ela viu o Subaru marrom da sua família aparecendo no horizonte. Mesmo de baixo do morro, ela poderia dizer que havia algo preso sob o limpador de para-brisa. Parecia uma nota.

Aria começou a correr. Ela pegou o papel, que havia encharcado da névoa, sob o limpador e olhou para ele, seus dedos tremendo. Era outra notícia. A Investigação da Premiada Pintura de Van Gogh é Reaberta.

Aria arfou. Havia a pintura prática de A Noite Estrelada. Ela examinou o texto. Inestimável pintura de Van Gogh do Barão Brennan ainda está desaparecida, e as autoridades estão reabrindo o caso após um dos suspeitos desaparecer. Novas evidências sugeriram que duas pessoas estavam envolvidas no roubo, não uma. Criminologistas estão acompanhando as informações, incluindo uma denúncia anônima...

O papel caiu dos dedos de Aria. Na parte de trás do artigo havia uma carta manuscrita. A escrita era o mesmo rabisco da nota do outro dia. Aria leu as palavras e, em seguida, encostou a cabeça no capô, de repente se sentindo fraca.

Luz da estrela, estrela brilhante, A primeira estrela que vejo hoje à noite,

Eu gostaria de poder, eu gostaria de poder, Fazer os policiais pegarem Aria sem ela resistir.

Com Amor, A.

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13 UMA CONVERSA PARA RECORDAR

— Você quer alguma coisa? — perguntou uma garota com um piercing, cabelo

verde, mascando chiclete que estava sobre a mesa de Spencer. Ela oferecia um cardápio que lia-se INTERNET CAFÉ BREWHAUS. Spencer pegou-o e abriu-o, mas as únicas opções eram apenas xícaras de cafés pequenas, médias ou grandes. Ela espiou as canecas na prateleira atrás do balcão. Pareciam empoeiradas e sujas.

— Você não tem água de coco, não é? — Spencer perguntou esperançosamente. A garota revirou os olhos. — O que você acha? — Em seguida, se afastou, os laços

da sua sandália Doc Martens batendo contra o chão quadriculado. Spencer olhou em volta, questionando mais uma vez o motivo de estar aqui. O

Internet Café Brewhaus não era nada mais do que um café de encontros na frente da estação de trem de Yarmouth. Cada trem que passava sacudia as paredes velhas, o cheiro de café velho enchia o ar, as cadeiras não eram no mesmo nível, e lá havia uma música eletrônica tocando nos alto-falantes. Mas a vantagem era que esse lugar tinha o serviço de internet mais protegido por senha do que qualquer lugar na Área de Três Estados, o que significava que a conexão era à prova de espionagem.

Quando Spencer deslizou seu celular descartável de volta para a bolsa, seus dedos roçaram uma seleção de cardápios para o jantar do baile. Ela tinha conseguido o cardápio em uma reunião do conselho estudantil naquela tarde. A Noite Estrelada, lia-se em caligrafia como a assinatura pingando de Van Gogh, e uma pequena imagem da famosa pintura estava no fundo. Spencer empurrou o cardápio mais profundo em sua bolsa. Só de ver essas nuvens curvadas a fez se sentir mal. Ela tinha assegurado a Aria que elas resolveriam isso, mas elas resolveriam? Mesmo com as mensagens ameaçadoras de A, mesmo que elas pudessem encontrar evidências de que alguém havia invadido a casa de Aria e colocado a pintura lá, a polícia acreditaria que um Van Gogh tinha aparecido no guarda-roupa dela, sem nenhum envolvimento da parte dela?

Mas, por outro lado, Spencer não tinha certeza do que mais elas poderiam fazer. Colocar a arte na porta de um museu só causaria polêmica — e, além disso, as impressões digitais de Aria estavam, provavelmente, na pintura inteira. O que elas precisavam fazer era pegar Ali e seu ajudante e forçá-los a confessar tudo. Ironicamente, A era o único modo delas se libertarem da prisão.

Uma mensagem instantânea apareceu na tela de seu computador. Eu estou aqui, alguém disse com o apelido MoscaNaParede. Era Chase, do blogger de investigação que Spencer tinha contatado no dia anterior. Eles haviam planejado conversar essa tarde, mas Spencer não tinha certeza se ele iria realmente aparecer.

Ela olhou por cima do ombro. Todo mundo estava olhando atentamente para as suas próprias telas, alheios a ela. A mensagem instantânea piscou para ela, esperando. Estou aqui, também, ela digitou de volta. Eu gostei do seu site. Você já fez várias investigações.

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Obrigado, Chase respondeu, acrescentando um emoticon. Então, qual é o seu nome?

Spencer hesitou. Eu não quero dizer ainda. Estou pensando em um apelido. Você é um cara ou uma garota? Garota, Spencer escreveu, sentindo um pouco como se estivesse preenchendo um

perfil de namoro. Que tal Britney Spears? A resposta veio de imediato. Spencer se afastou da tela e sorriu. Ela não é sua cantora favorita, é? Claro que não, Chase escreveu de volta. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Ok, então Britney Spears, Spencer escreveu. Então você está interessada no caso da Alison? ele perguntou. Spencer engoliu em seco. Mais ou menos. Todo mundo não está? É definitivamente uma história estranha, uma nova mensagem apareceu. Há algo

que não está certo nessa coisa toda. Eu só não sei o que é ainda. Você está ativamente investigando o que aconteceu? Spencer perguntou. Apenas como um hobby, Chase escreveu. Já que a investigação ainda estava em

aberto, os policiais me pediram para manter em segredo os detalhes para que eles pudessem pegar o verdadeiro assassino. Mas quando eu descobrir tudo, eu vou postar de qualquer forma.

Eu pensei que a investigação estivesse encerrada, Spencer escreveu. Ali matou a irmã dela. Não foi?

Sim, mas há algumas pontas soltas, Chase respondeu. Como Ali ter sobrevivido ao incêndio. E a polícia ainda está reunindo evidências de que Ali sozinha matou Jenna Cavanaugh e Ian Thomas.

Você conheceu Alison? Spencer perguntou. Não, mas uma coisa semelhante aconteceu comigo, é por isso que eu estou

interessado. O que você quer dizer? Houve uma pausa, então a tela piscou mais uma vez. Eu fui perseguido. Eu

frequentava um colégio interno de garotos, e eu tive um companheiro de quarto psicopata. Ele tornou-se obcecado por mim. Ele tentou me matar. Os pais dele tinham muito dinheiro, no entanto, e eles manteram a história fora dos noticiários.

Spencer recostou-se. Uau. Eu sinto muito. Você se machucou? Passou-se alguns segundos. Eu não gosto de falar sobre isso. Então isso significava que o perseguidor dele o machucou... ou não? De repente,

Spencer estava muito curiosa. Ela clicou no link SOBRE NÓS do site novamente, mas havia apenas o vídeo estúpido do gato.

Ainda assim, Spencer simpatizou imediatamente com ele. Ela certamente sabia o que era ser atormentada. Você ainda está tendo problemas por causa disso? ela perguntou. As pessoas olham para você como se você fosse... contagioso, ou algo assim?

Totalmente, Chase escreveu de volta. Eu definitivamente perdi alguns amigos por causa disso. Mas eu faço um monte de coisas para tirar isso da minha mente. Além de ser um investigador amador, eu gosto de snowboard e guitarra. E isso pode parecer nerd, mas eu participo de competições de construção de castelos de areia no verão.

Eu já participei de uma! Spencer escreveu. Ela e Melissa entraram em uma competição quando elas estavam na casa de veraneio com a avó delas em Longboat Key, Flórida. Era praticamente a única coisa que Spencer tinha ganhado de sua irmã. Eu consegui quarto!

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Legal — eu ganhei dois, Chase escreveu. Todo mundo acha idiota — eles dizem que eu deveria jogar vôlei de praia ou algo assim. Um emoticon revirando os olhos apareceu na tela. Mas é um hobby que eu tenho desde que eu era criança. Eu ainda gosto muito.

Você terminou o ensino médio? Spencer perguntou. Sim, me formei em junho do ano passado, Chase escreveu. Eu estou trabalhando em

um laboratório de biologia em Center City por um ano antes de começar a faculdade. Nós pesquisamos remédios de câncer.

Então você é inteligente, Spencer escreveu, acrescentando um smiley. Você também parece muito inteligente, Chase escreveu. Você está na faculdade? Princeton, Spencer respondeu. Ela deixou de fora a parte de não estar estudando

lá ainda. Uau, inteligente ao quadrado, foi a resposta de Chase. Se nós ficássemos juntos,

nosso QI junto em um quarto estaria fora de controle. Spencer deu uma risadinha. Ele estava flertando pela internet? A tela brilhou novamente. Mas chega de falar de mim, Senhorita Spears, como você

está conectada a Alison? Spencer hesitou. Ela não tinha certeza de quanto ela deveria dizer a ele. Ela nunca

tinha visto ele, afinal. E mesmo que ele tenha dito que os policiais não queriam que ele postasse coisas sobre o caso, e se ele a expusesse, afinal? Eu sou apenas um indivíduo preocupado que sabe muito, ela finalmente respondeu. Isso é tudo o que posso dizer no momento. E eu também tenho razões para acreditar que ela está viva.

Chase respondeu rapidamente. Os ossos teriam sido encontrados nos escombros, certo? Eles teriam encontrado joias ou dentes. Mas não havia nada. Eu acho que ela saiu da casa antes de explodir.

Definitivamente, Spencer escreveu, desejando poder dizer a ele que Emily tinha deixado a porta aberta para Ali fugir. Mas a polícia disse que às vezes os ossos ficavam tão moídos que era difícil distingui-los das cinzas.

Talvez, Chase escreveu de volta. Mas parece conveniente, eu ainda acho que ela escapou.

E fez o quê? Spencer escreveu. A casa estava em chamas. Mesmo que ela tenha conseguido escapar para o lado de fora, ela não teria se machucado? Ela não teria ido a um hospital?

A resposta de Chase foi instantânea como se ele tivesse antecipado a pergunta. Duvido. Eu acho que ela tem uma enfermeira particular para cuidar dela. Eu também acho que ela tem pelo menos um amigo para ajudá-la. Alguém que estava esperando por ela na floresta naquela noite na casa que explodiu. Alguém que a levou embora para dar os cuidados que ela precisava.

Um homem por trás de Spencer resmungou, mas quando ela se virou, ele estava olhando para a própria tela. Ela voltou para o seu próprio computador, tremendo com a resposta de Chase. Alguém na floresta naquela noite. Fazia todo sentido, especialmente com a teoria de que Ali tinha um ajudante.

Você acha que ele a ajudou a matar Ian Thomas e Jenna Cavanaugh, também? ela digitou.

Absolutamente, Chase escreveu. Eu descobri algumas informações sobre uma enfermeira particular, também. Eu duvido que a enfermeira de Alison passou por um empregador ou um fornecedor médico, por isso os suprimentos que ela conseguiu para Alison teriam que ter sido comprados através de farmácias regulares. Eu tenho um amigo que trabalha para a CVS (Sistema de Versões Concorrentes) que era capaz de entrar no banco de dados de várias lojas da área. Há uma no centro da cidade que teve pedidos

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regulares de grandes quantidades de gaze, ataduras e materiais de limpeza de feridas. Ele também me entregou um vídeo de vigilância da pessoa que foi pegar os suprimentos.

Spencer digitou rapidamente. Quem era? Um amigo de um hospital a identificou como Barbara Rogers. Ela tem mais ou

menos cinquenta anos, mas eu não consegui descobrir mais coisas sobre ela, Chase respondeu. Só mais uma coisa: Há também a questão das drogas. Ali não estaria usando uma receita, então alguém teria que estar recebendo ilegalmente. Houve um roubo na farmácia há pouco tempo na Clínica de Reabilitação de Queimados William Atlantic de Rosewood.

Spencer engasgou tão alto que uma mulher magra e pálida com cabelo louro a duas mesas de distância deu-lhe um olhar estranho. Estava tudo se conectando de maneiras terríveis.

Ela olhou para o relógio e percebeu que estava ficando tarde — ela deveria ir para casa. Ela se despediu de Chase, fazendo-o prometer que eles iriam conversar novamente.

Quando ela se levantou, uma risada tiniu através do ar. Spencer ficou ereta, mas os outros clientes ainda estavam olhando para suas telas. A barista de piercing estava atrás do balcão. Uma menina em um uniforme da FedEx marcava um jogo de palavras cruzadas em uma mesa.

Spencer pegou o celular dela, mas ela não tinha recebido nenhuma mensagem. Ela olhou pela janela para os trilhos de trem novamente. Por uma fração de segundo, uma imagem fantasmagórica olhou para ela de dentro da estação. Seu coração parou. Ali?

O trem passou correndo. Spencer não piscou nenhuma vez, esperando por um vislumbre da janela da estação novamente. Mas quando ela finalmente conseguiu olhar de novo, o rosto tinha desaparecido.

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14 HANNA É A MAIS LEGAL

Naquela tarde, Hanna e Mike descansavam no sofá da casa do pai dela, assistindo

a um episódio de Parks and Recreation em DVD. Ela estava com as mãos nos bolsos do moletom com capuz de Mike, e Mike encostava seus pés com meias nos pés descalços de Hanna. O Sr. Marin estava sentado atrás das portas de vidro do seu escritório, falando com alguém sobre sua campanha senatorial.

A campainha tocou, e ela e Mike olharam um para o outro e franziram a testa. Hanna caminhou até a porta e olhou através do vidro. Parada do outro lado estava Chassey Bledsoe, parecendo arrumada usando um vestido de seda e botas marrons enquanto segurava uma caixa da padaria em suas mãos. Hanna franziu o cenho para suas calças de yoga da Universidade da Pensilvânia.

— Uh... oi? — ela perguntou quando abriu a porta. — Oi, Hanna! — Chassey sorriu. — Eu estava no bairro e só quis dizer que estou

muito honrada de concorrer contra você para rainha. Hanna olhou para a caixa que ela estava segurando. Pela parte superior do

plástico transparente ela pôde ver vinte cupcakes gelados alinhados. Cada um deles trazia as palavras VOTE EM CHASSEY PARA RAINHA!

— Oh! — Chassey notou seu olhar e abriu a tampa. — Você quer um? Eu estive distribuindo aos potenciais eleitores.

Hanna bufou. — Provavelmente têm germes de herpes neles. Chassey parecia confusa. — Eu não tenho herpes. Hanna ergueu a cabeça. — Então por que você ficou fora da escola por um mês? Chassey piscou. — Minha mãe estava trabalhando em Los Angeles, então eu fui

com ela e tive um tutor. Eu também fui para spas incríveis, eu aposto que você teria gostado deles, Hanna.

Agora Hanna realmente não sentia pena de Chassey. Ela pegou um cupcake, falou que era bom ver Chassey, e depois fechou a porta na cara dela. Ela virou-se e entregou a Mike o cupcake — ela certamente não ia comê-lo. — Isso foi vergonhoso.

Mike tirou o embrulho e deu uma grande mordida. — Ela está realmente se esforçando para conseguir votos. Eu pensei que você estaria se empenhando mais, também.

Hanna empurrou uma mecha de cabelo por cima do ombro. — Eu acho que tenho estado muito ocupada.

Mike empurrou outro pedaço de cupcake em sua boca. — Com o quê? — Honestamente? — Hanna atirou-se para trás no sofá. — Eu me recuso a fazer

uma campanha contra Chassey. Se eu não ganhar por minha própria boa aparência e popularidade, eu não mereço.

Mike olhou para ela, mastigando. Ela sabia o quão estúpido isso soou. Mas o que ela iria dizer? Ei, Mike, um estranho psicopata que talvez seja seu melhor amigo, Noel, me disse que se eu fizesse uma campanha, ele diria ao FBI que nós matamos uma menina.

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Mike sentou-se e pegou o controle remoto. — Então, como foi ontem no salão? Hanna piscou para ele, lutando para acompanhar o assunto. — O quê? — Você sabe, o seu compromisso de prática de cabelo para o baile? Claro. Hanna tinha esquecido essa mentira. — Uh, foi bom. Mike se inclinou e cheirou a cabeça dela. — Você não cheira a fruta como você

costuma cheirar quando chega do salão. — Isso é porque eu lavei meu cabelo hoje de manhã. Dã. — Hanna moveu a

cabeça para longe. Então, ela olhou para o relógio e se levantou. — Merda. Eu preciso ir. — Seu turno na clínica de queimados começava em meia hora.

— Agora, para onde? — Mike reclamou. A mente de Hanna procurou por uma resposta, mas estava irritantemente vazia.

Ela pegou a bolsa e saiu pela porta da frente. — Eu tenho que fazer uma coisa para a minha mãe. Te vejo depois.

Mike a seguiu até o carro. Ele sabia que ela estava mentindo — ela tinha certeza. Ela lambeu os lábios prestes a dizer a ele a verdade ou alguma coisa próxima a ela. Mas quando ela virou a ignição do Prius, um relatório do noticiário soou.

A procura pelos ladrões de uma pintura de valor inestimável de Van Gogh, A Noite Estrelada, está reaberta, um repórter proferiu, e um clique de teclado bateu no fundo. No início, as autoridades pensavam que havia apenas um ladrão, mas agora há novas evidências de que o criminoso não pode ter agido sozinho. A história, o repórter continuou a dizer, era particularmente pertinente nessa área, pois Baron Brennan, de quem a pintura foi roubada, era um contribuinte importante para o Museu de Arte da Filadélfia.

O estômago de Hanna revirou. E se a nova prova tinha sido um telefonema de A? Quanto tempo levaria até que A desse o nome delas?

Ela olhou para Mike, então fechou a boca com força. Sim, ela estava mentindo para ele. Mas era para o próprio bem dele.

* * * O lobby da clínica de queimados estava tranquilo quando Hanna entrou quinze

minutos depois. Sean levantou-se da cadeira de escritório e atravessou o assoalho para encontrá-la. Hanna não pôde deixar de notar o quão mais velho ele parecia com calças cáqui e uma camisa xadrez. Nem mesmo o pai dela se vestia como um idiota.

— Kelly não está aqui hoje — ele disse, linhas de preocupação apareceram em sua testa. — Ela disse que você fez um ótimo trabalho com os urinóis, no entanto, você acha que poderia lidar com as tarefas por conta própria?

— Claro. — Hanna encolheu os ombros. — Ótimo. — Sean parecia aliviado. — Muito obrigado. Ele deu um tapinha no braço dela e voltou para o seu escritório. Hanna ouviu um

ping atrás dela e se virou, mas o lobby ainda estava vazio. Ela se arrastou até a sala dos funcionários femininos, abriu seu armário e vestiu a roupa de hospital rosa que ela tinha reivindicado. Ela gostava dela, porque ela tinha um bolso extra-grande na frente, perfeito para colocar um celular.

Então ela pegou o carrinho de limpeza e tirou alguns urinóis do armário de abastecimento. Antes de ela começar, ela se dirigiu para o corredor para a cama de Graham. Ela poderia muito bem vê-lo antes de fazer sua ronda.

A partição tinha sido parcialmente empurrada para trás. Os olhos de Graham estavam mortificados, e sons guturais como o de um animal escapava dos seus lábios. A

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enfermeira estava em cima dele, substituindo um das suas intravenosas. Ela olhou para cima com firmeza quando sentiu a presença de Hanna, mas seu rosto se suavizou quando ela viu a roupa de voluntários.

— Ele acordou? — Hanna perguntou. — Ainda não — a enfermeira murmurou. — Mas eu estou esperançosa de que ele

irá em breve. A mão de Hanna acidentalmente roçou o pé de Graham sob o lençol, e ela puxou-a

para longe rapidamente — ele estava frio e cartilaginoso como o de um cadáver. — Os doentes falam quando estão em coma? Tipo, nomes ou qualquer coisa?

— Geralmente não. — A enfermeira colocou a nova bolsa de soro no suporte. Então ela olhou para Hanna. — Qual é o seu nome mesmo?

— Não importa — Hanna disse rapidamente, esquivando-se de trás da cortina. Ela olhou para o corredor, que estava lotado com macas de vítimas de queimados

ostentando várias ataduras e bandagens. Mal havia espaço para uma cadeira de rodas passar. O lugar cheirava a urina e desinfetante Clorox, e em poucos segundos alguém soltou um gemido.

— É difícil, não é? — uma voz feminina disse. Hanna se virou. Pacientes com queimaduras estavam na direita e na esquerda.

Então, alguém cujo rosto inteiro estava coberto de ataduras fracamente ergueu um braço. — Oi — a paciente resmungou.

— O-oi — Hanna disse, inquieta, não querendo chegar muito perto. — Ele é seu amigo? A paciente, que tinha buracos cortados na gaze para que ela pudesse ver, apontou

para Graham. Hanna tossiu sem jeito. — Mais ou menos. — Ele estava pior quando chegou — a garota sussurrou. — Não como eu, é claro.

— Ela acenou com as mãos para o corpo dela, como as assistentes de mágico faziam, então riu.

Hanna não tinha certeza se poderia se juntar à brincadeira. Ela olhou para a bolsa de drenagem saindo da virilha da menina, em seguida, desviou o olhar.

— Está tudo bem. Eu também odeio olhar para isso. — A menina empurrou a bolsa para debaixo das cobertas. — Os médicos me disseram alguma besteira sobre isso ser a bolsa de uma fada mágica ou algo assim. Como se eu tivesse sete anos de idade. Acredite em mim, as únicas fadas que eu sempre vejo são quando eles me dão Percocet.

Dessa vez, Hanna riu. — Eu nunca via fadas quando eu tomava Percocet — ela disse tristemente, — mas parece incrível.

— Talvez seja porque você não tem um botão de Percocet que entra diretamente na sua veia sempre que você quiser. — A garota segurava um pequeno botão conectado a um cabo que estava ao lado dela na cama. — Você não sabia que eles são uns dos principais acessórios dessa primavera?

— Eu li sobre isso na Vogue! — Hanna riu. — Esse botão é da Chanel? — Claro — a menina disse em uma voz arrogante. — Eu tive que ficar na lista de

espera para conseguir, mas eu mereço o melhor. — Obviamente — Hanna disse, rindo. — E você viu? Meias Miu Miu! — A menina tirou seus pés debaixo do cobertor. De

fato, as meias de cashmere tinham o logotipo da Miu Miu bordadas nos dedos do pé. — Onde você as conseguiu? — Hanna perguntou, impressionada. Elas pareciam

confortáveis e caras. — O enfermeiro gostoso deu para mim. Você sabe, aquele com a cabeça raspada?

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Os olhos de Hanna espantaram-se. Ela tinha certeza de que a menina estava falando sobre o cara que ela quase derramou o urinol ontem. — Sério?

A menina bufou quando deu uma risada. — Eu bem queria. Ele é lindo, não é? Os dias que ele me dá o banho de esponja são os melhores.

— Você é tão sortuda! — Hanna gritou, em seguida, apertou a boca. Ela tinha acabado de dizer a uma vítima de queimadura que ela era sortuda?

Um sino soou no corredor, e, em seguida, uma voz veio do pager de um dos médicos. — Qual é o seu nome? — a menina perguntou. — Eu nunca vi você antes, e eu iria lembrar de você. Você é a voluntária mais legal que eu já tive.

— Obrigada — Hanna disse baixinho. — Eu sou Hanna. — Eu sou Kyla Kennedy. Talvez quando eu der o fora daqui, podemos sair de

verdade. Hanna levantou uma sobrancelha. — Dar o fora? — Oh, sim. — O tom de Kyla era brincalhão. — Eu tenho uma missão de

operações secretas em mente. Eu vou sair quando ninguém estiver vendo e conquistar o mundo pela tempestade.

Ela estendeu a mão enfaixada. Hanna hesitantemente balançou, então olhou o rosto de Kyla novamente. Ela podia ver cílios longos debaixo da gaze, mas ela não saberia mesmo dizer que cor eram os olhos dela. No entanto, ela adorava que Kyla tivesse dito que ela era legal. Depois de um momento, ela percebeu que tinha achado Kyla legal também.

— Hanna? — Sean apareceu no fim do corredor. — Tem um vazamento no salão ao lado. Você pode cuidar disso?

Hanna suspirou profundamente. — É melhor eu ir — ela disse a Kyla. — Não se preocupe — Kyla disse. Sua mão enfaixada prendeu o pulso de Hanna.

— Vou te ver outra vez? — Definitivamente — Hanna disse. Ela estava a poucos passos de distância quando Kyla gritou o nome dela. Hanna se

virou. Kyla estava sentada no meio da cama apontando freneticamente para o enfermeiro com o corpo sexy e cabeça raspada. Ela fingiu bater na bunda dele quando ele passou. Hanna riu tão alto que uma senhora idosa deitada em uma maca no corredor gritou e pulou. Hanna e Kyla trocaram um olhar significativo — bem, tão significativo quanto Hanna poderia dar a Kyla sob toda aquela gaze. E então elas começaram a rir ainda mais.

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15 SOBRE O RIACHO SEM REMO

Na tarde seguinte, Emily entrou na entrada principal do Shopping King James,

com seu coração trovejando. Quando ela examinou as portas de entrada impressionantes, ela não viu Iris esperando lá dentro, como elas tinham planejado.

Ela cravou as unhas no volante. Claro que Iris não estava lá. Que idiota iria deixar uma doente mental no shopping o dia todo? Mas como Emily não queria perder mais nenhuma aula, ela fechou um acordo com Iris, naquela manhã: Ela a deixaria no King James antes do primeiro período, Iris iria passar o dia fazendo o que quisesse, e Emily iria buscá-la após o último sinal. Então elas realizariam mais alguns itens da lista de Iris, e Iris daria a Emily alguma informação sobre Ali no final do dia. Ela esperava.

Não demorou para Iris concordar. Depois que Emily a deixou, ela percebeu o porquê: A estação de ônibus Greyhound estava à direita da rua. Iris provavelmente tinha planejado ir embora no segundo em que Emily se afastou. Emily tinha sido o seu caminho para sair da Reserva, mas Iris não precisava mais dela.

Ela estava parada no meio-fio com o estômago em nós. Ninguém estava sentado nos bancos fora da entrada. Ninguém se escondia perto dos cinzeiros metálicos. Mas, então, as portas duplas se abriram, e alguém pisou na calçada. Depois que o brilho do sol baixou, Iris brilhou à vista. Emily abriu a janela. — Você está aqui!

Iris deu-lhe um olhar estranho. — Onde mais eu poderia estar? Emily abriu as portas do carro, e Iris entrou. Assim que elas estavam em seu

caminho, Emily olhou para a sacola da Bloomingdale nos braços de Íris. — Você foi fazer compras?

— Mais ou menos — Iris falou. Ela jogou alguma coisa no rosto de Emily. — Para você.

Emily olhou para o cachecol de lã em seu colo. Tinha uma etiqueta da Burberry. — Isso é de verdade?

— Espero que sim — disse Iris. — Eu peguei um para a sua mãe, também. — Iris... — Emily parou. Ela sempre quis ter um cachecol Burberry... mas não um

roubado. Ainda assim, ela estava estranhamente tocada por Iris ter pensado nela. E na mãe dela.

— O sinal está verde — Iris disse em voz alta. — Vire à esquerda aqui. Emily virou em sua indicação. Elas estavam dirigindo na direção de Delaware. Ela

olhou de soslaio para Iris. — Para onde vamos, afinal? — Para o Riacho Keppler — respondeu Iris. — Eu quero andar em um pedalinho. Emily dirigiu até parar em outro sinal. — Eu acho que os barcos ainda não estão

abertos para a temporada. Iris zombou. — Então nós roubamos um. Emily olhou para ela duramente. — Eu não vou roubar um pedalinho. Iris deu-lhe um olhar de advertência. — Vamos lá. E, além disso, não estamos

roubando — apenas pegando emprestado por um tempinho.

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Emily sentiu uma pontada de saudade. Ela e Jordan tinham pegado emprestado um belo barco com fundo de vidro em Porto Rico e isso tinha sido fácil, para Jordan, pelo menos. Elas tiveram seu primeiro beijo fora da água. Foi o beijo mais público que Emily já teve com uma garota — havia toneladas de outros veleiros, jet skis, e navios próximos, com muitas pessoas a bordo — e ainda assim ela não se sentiu nem um pouco desconfortável. Ela sentia tanta falta de Jordan que ela tinha passado a dormir com uma das camisetas que ela emprestou para ela no cruzeiro. Se Emily respirasse forte o suficiente, ela ainda podia sentir o cheiro de jasmim do perfume de Jordan.

Ela devia ter suspirado sonhadoramente, porque Iris deu uma risadinha. — Em quem você está pensando? Em uma garota?

— Não — disse Emily rapidamente. Iris cruzou os braços sobre o peito. — Você pode me dizer. Eu não vou te julgar. Emily sentiu seu rosto corar. — Tudo bem. Eu estava pensando em uma garota

que eu conheci há algumas semanas. — Qual é o nome dela? — Jordan. Iris cruzou e descruzou as pernas. — Como ela é? Emily sorriu, tentando pensar em uma maneira simples de resumir Jordan. — Ela

é engraçada. E corajosa. E bonita. — Ela é a primeira menina que você gostou depois de Ali? Emily desacelerou para fazer uma curva. — Eu tive uma namorada por um tempo

no ano passado. O nome dela era Maya. Ela era legal, mas também era um pouco controladora.

Iris virou um anel de prata em torno de seu dedo. — Parece que você se apaixonou por Ali novamente.

Emily riu constrangida, e então olhou para Iris. — Ali era controladora com você? Iris enrolou uma mecha de cabelo em torno de seu dedo. — Acho que sim. Ela

sempre me manipulava para fazer coisas que eu não queria fazer. — Isso soa como ela — disse Emily. Até que ela se lembrou: Elas estavam falando

de duas Alis diferentes. Elas chegaram a um T na estrada, e Iris lhe disse para virar à direita. — Então

você vai me contar sobre a sua paixão? — perguntou Emily, lembrando o que Iris disse no outro dia.

Iris torceu a boca. — É chato. — Vamos lá. Eu te contei. Várias casas voaram pela janela antes de Iris falar de novo. — O nome dele é

Tripp — ela disse suavemente. Emily acenou com a cabeça, de repente lembrando a lista de Iris. Encontrar Tripp,

havia escrito. — Ele era um paciente na Reserva, também — Iris continuou. — Nós éramos

realmente grandes amigos, e as coisas foram indo definitivamente na direção romântica. Até que o deixaram sair. Ele prometeu me visitar todos os sábados, mas ele nunca o fez. E não podemos fazer ligações ou enviar e-mails na Reserva, então eu não tinha ideia de onde ele estava. Eu nunca ouvi falar dele novamente. — Ela fungou ruidosamente. — Entretanto, quem quer uma namorada do hospício?

— Então, você não tem ideia do que aconteceu com ele? — Não. — Iris amarrou o cachecol Burberry que ela tinha roubado para a mãe de

Emily em um nó bagunçado. — É por isso que eu quero encontrá-lo. Ele me deve uma explicação.

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Emily parou em um sinal de parada, à espera de duas meninas que andavam com um poodle padrão passar. — Por que você estava na Reserva, em primeiro lugar? — ela perguntou, escolhendo as palavras com delicadeza.

Iris riu. — Não é óbvio? — Ela acenou com as mãos para cima e para baixo do seu frágil corpo magro. — Anorexia nervosa. Às vezes, eu optava por não comer. Por dias.

Emily piscou duramente. — Estar lá... ajudou? Os ombros de Iris subiram e caíram. — Alguns dias sim, outros dias não. Minha

terapeuta insiste que eu fico sem comer para chamar a atenção. Meu pai foi embora quando eu era muito pequena. Minha mãe teve que trabalhar em vários empregos para nos sustentar, e então ela começou a namorar um monte de caras, cada um pior que o anterior. Ela não tinha mais nenhum tempo para mim. Ficando mais magra e mais magra eu consegui que ela parasse e me notasse. Mas depois eu fiquei desidratada e acabei no hospital por desnutrição. O médico conseguiu um plano de saúde integral para mim, e minha mãe tentou me manter lá por um tempo, mas ela simplesmente não conseguiu. Então, eu fui para a Reserva. — Ela chupou seus dentes. — A minha casa longe de casa.

— Ela está pagando para você estar na Reserva? — perguntou Emily. Iris deu um sorriso torto. — Seu novo namorado está. Ele está nadando em

dinheiro — sorte minha! Emily sabia que Iris queria que ela risse, mas isso não era realmente engraçado.

Pensando na mãe de Iris, ela sentiu um renovado senso de gratidão por sua própria família. Imagine se, em vez de cuidar de Emily com sorvete e livros de histórias quando ela tirou seu apêndice na sexta série, sua mãe houvesse declarado que Emily era um fardo e a enviasse para uma instituição. Até mesmo o banimento de Emily para Iowa depois que ela tinha saído do armário tinha sido de curta duração: Seus pais voltaram com a sua decisão rapidamente e imploraram o perdão de Emily.

Mais à frente na estrada havia uma placa de madeira que lia-se RIACHO KEPPLER DO PARQUE ESTADUAL. Emily virou para um espaço no estacionamento e desligou o motor. Um lago brilhava ao longe, mas não havia ninguém na água; ainda estava muito frio. O aluguel de estandes estava fechado, e não havia um único pedalinho em qualquer lugar. Apenas alguns pescadores em casacos xadrezes sentados no outro lado da lagoa, olhando para as suas varas de pesca.

Iris saiu do carro e observou a cena. — Bem, isso é uma merda — ela resmungou. — Agora o que vamos fazer?

Emily andou até um galpão onde os barcos provavelmente eram mantidos, mas quando ela tentou abrir a fechadura, ela estava trancada bem apertada. — Há mais alguma coisa que você queira fazer em vez disso?

Iris não respondeu. Quando Emily se virou, Iris estava em pé ao lado de uma árvore de carvalho alta, seus galhos ainda nus. Havia um estranho olhar distante em seu rosto.

— O que é isso? — perguntou Emily, caminhando até ela. Iris virou. — Eu costumava vir aqui quando eu era mais nova com meus amigos

da escola. Quando Ali e eu estávamos na Reserva juntas, descobrimos que ela costumava vir aqui também.

— Ela vinha? — perguntou Emily, inclinando a cabeça. Isso não fazia sentido, os DiLaurentis tinham um monte de caiaques, mas eles os levavam para a Lagoa Pecks, que era muito mais perto de Rosewood.

Iris assentiu. — Ela disse que adorava aqui. Ela dizia que mal podia esperar para voltar quando ela saísse do hospital.

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Emily enfiou o dedo do pé do seu tênis em um tufo de grama seca. — Você acha que ela veio para cá depois que ela foi liberada?

— Definitivamente. — Iris encostou-se no tronco da árvore. — Ela chegou a fazer planos. Nós não éramos autorizadas a assistir TV na Reserva, mas ouvíamos coisas. Até as enfermeiras queriam saber o que aconteceu com a pobre irmã assassinada de Courtney DiLaurentis. Uma delas tinha um rádio portátil, e nós nos reunimos perto de seu escritório, quando veio a notícia de que Ian Thomas havia sido preso. Ali tinha um olhar animado em seu rosto, e ela não parava de olhar para o relógio. Meus pais estão chegando, ela não parava de dizer. Eu sei. Eles vão vir hoje. E então eu vou para o Riacho Keppler do Parque. Nós não tínhamos ideia de como ela tinha certeza de que ela iria sair.

— Eu sei como ela sabia — Emily interrompeu. — Os pais de Ali a esconderam na Reserva porque temiam que ela houvesse matado sua irmã, o que, é claro, ela fez. Mas quando Ian foi preso, eles achavam que tinham cometido um erro terrível e imediatamente eles a liberaram.

— Isso faz sentido — disse Iris. — Ela parecia feliz quando Ian foi preso também. Na época, eu pensei que era porque ela estava feliz que alguém houvesse ido preso, mas talvez ela estivesse apenas contente que alguém havia sido preso por algo que ela fez.

— Espere um minuto. — Um vento forte soprou, jogando o cabelo no rosto de Emily. — Você não sabia que Ali matou Courtney?

Iris olhou-a loucamente. — De jeito nenhum. — Ela virou-se para a árvore, desbastando um pedaço de casca com a unha. — De qualquer forma, os pais dela apareceram naquele dia, exatamente como ela previu. Enquanto eles estavam assinando documentos para tirá-la de lá, Ali estava arrumando suas coisas em nosso quarto. E ela mencionou o Riacho Keppler novamente. Ela falou, Isto é incrível. Eu vou ao Riacho Keppler assim que eu estiver livre. Eu vou ver o meu melhor amigo. Eu mal posso esperar para vê-lo.

Um arrepio passou zunindo pela espinha de Emily. Ele. — Ela estava vindo se encontrar com um cara. O namorado dela?

— Eu acho que sim. — Então o namorado dela não era um paciente. Ele estava do lado de fora. Os cantos da boca de Iris torceram em um sorriso. — Você não é inteligente? Você

está certa. Era alguém do lado de fora. Ele costumava visitá-la o tempo todo. E eu aposto que ele esculpiu isso.

Ela afastou-se da árvore e apontou para algo na casca. Lá, gravado na madeira, estavam as palavras Eu Amo Ali D em um coração. Ao fundo havia uma data. Era novembro do ano passado, poucos dias depois de Ian ter sido preso.

A respiração de Emily parou, pensando na época em que ela tinha esculpido as iniciais de Ali em uma árvore. Só que quem quer que seja que tenha cortado este coração na casca tinha adicionado as suas iniciais, também, como Emily tinha. Ela tocou as letras, em seguida, olhou em torno procurando alguma câmera de vídeo próximo da lanchonete e das estruturas dos banheiros. Infelizmente, não havia nenhuma. Nada havia gravado Ali e essa pessoa com quem ela estava se encontrando... mas isso tinha acontecido. Eu vou ver o meu melhor amigo. Quem? Será que esse cara se transformou no ajudante de Ali, o novo A?

Ela agarrou a mão de Iris. — Por favor, diga-me o nome dele. Um olhar despedaçado atravessou o rosto de Iris. Por um momento, parecia que

ela ia dizer, mas então ela puxou seu braço e começou a correr em direção à praia. —

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Ei, eu sei o que podemos fazer, em vez de pegarmos um barco! — Ela chamou-a por cima do ombro. — Nadar nuas!

E com isso, ela começou a tirar as roupas dela, primeiro a camiseta, em seguida, os sapatos e as meias, então a calça jeans, que eram de Emily. Suas pernas e braços pareciam tão pálidos. As saliências da sua espinha se estendendo em destaque.

— Iris — Emily protestou, correndo atrás dela em direção à água, esquivando-se da pilha de roupas que ela tinha deixado em seu rastro. — Você vai congelar!

Mas Iris já tinha mergulhado no lago. Ela emergiu e gritou no frio, então riu. — Vamos, Emily — ela gritou. — Isso é demais!

Emily olhou para Iris, então se virou e olhou para a escultura na árvore. Foi demais descobrir algo novo sobre Ali. E a admissão de Iris de repente a fez sentir generosa. Ousada e invencível, também. Ela puxou a camiseta sobre a cabeça, tirou os jeans e entrou na água gelada perto de Iris, não se importando que os pescadores estivessem olhando. Houve um lampejo nas árvores, e Emily parou, arrepios subindo em seu estômago nu. Ali? A palavra congelou quando ela deixou seus lábios.

Mas quando ela olhou mais uma vez, a floresta estava quieta. Quem quer que estivesse assistindo havia desaparecido.

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16 ENCONTRO DAS MENTES

Na terça-feira à noite, Spencer sentou-se na mesa da cozinha com Amelia, seus

livros escolares estavam espalhados na frente delas e a estação de clássicos estava no volume baixo. Spencer gostava de fazer sua lição de casa na mesa da cozinha. E aparentemente Amelia também, ou seja, a cozinha se transformou em uma guerra de territórios.

Uma mensagem instantânea apareceu no laptop de Spencer. Era Chase. Ei, Britney.

Spencer sorriu. O apelido de Chase a tinha agradado. Mas ela hesitou antes de responder. Uma coisa era quebrar a regra da internet em uma conexão supersegura, mas A provavelmente tinha tentado invadir o laptop dela por meses.

Ela levantou-se da mesa e correu para o escritório de sua mãe, um recanto esculpido atrás da despensa. O computador da Sra. Hastings estava em um website de receitas vegetarianas. Spencer saiu dele, e entrou no login de mensagens instantâneas da mãe dela, RufusEBeatrice — a Sra. Hastings gostava de mandar mensagens instantâneas para Spencer dizendo que o jantar estava pronto e coisas assim. Ela encontrou o nome de Chase na tela e pediu para ser amigo, e disse a ele que ela era a Britney, só que estava usando a conta da mãe dela ao invés da dela.

Depois de um momento, outra mensagem de Chase apareceu. Duas coisas: primeiro, que eu tentei manter contato com Billy Ford para descobrir se ele teve alguma interação com Alison antes de ser preso.

Spencer quase deixou cair a garrafa de água de coco. Billy Ford era o cara que tinha sido acusado de assassinar Sua Ali — ele foi um dos caras que tinha cavado o buraco onde o corpo de Ali foi encontrado. As pessoas achavam que ele era A também. Os policiais encontraram fotos de Spencer e das outras em seu laptop no caminhão dele. Mas a Verdadeira Ali havia colocado lá.

Ele te disse alguma coisa interessante? Spencer perguntou. Se ela se lembrava corretamente, Billy disse aos policiais que a única vez que ele tinha visto Alison — ou melhor, Courtney — foi quando ele trabalhou no gazebo dela quando as meninas estavam na sétima série. Ele não tinha ideia de como a Verdadeira Ali tinha conseguido colocar esses arquivos do laptop dele.

Ele me disse que poucos dias antes de todo esse material ser encontrado em seu caminhão, alguém da Geek Squad veio à sua porta e se ofereceu para fazer uma varredura de segurança gratuita. Talvez essa pessoa ajudou a incriminá-lo. Talvez eles estivessem trabalhando com Alison.

Os olhos de Spencer se iluminaram. Era um cara ou uma menina? Ele disse que era um cara. Mas ele mal se lembra dele. Ele não conseguiria

reconhecê-lo. Spencer deitou a cabeça na mesa da mãe dela. Outro beco sem saída.

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Houve outro ping. Dois, acabei de receber algumas fotos interessantes de Ali e sua irmã quando eram mais jovens. Talvez elas desencadeiem uma conexão.

Spencer olhou por cima do ombro no caso de Amelia estar vendo da cozinha. Onde você encontrou? ela digitou.

A caixa de texto acendeu novamente. Você não imagina o tipo de pessoas que saem da toca quando você tem um blog com teorias de conspiração. Eu recebo todos os tipos de coisas estranhas sobre todos os tipos de temas. Essas fotos vieram anonimamente, mas eu realmente acho que elas são verdadeiras. Emocionante, né?

Spencer despejou um gole de água de coco em sua boca. Sempre que algo era feito de forma anônima, seu primeiro pensamento era de que foi A. Mas qual o motivo de A enviar uma foto das gêmeas DiLaurentis para um blog de conspiração?

É emocionante mesmo, ela escreveu de volta — e ela estava falando a verdade. Não só encontrar novas evidências, mas também falar com alguém que estava tão interessado no assunto quanto Spencer. Não apenas alguém, qualquer um, mas um cara interessante, engraçado e inteligente. Não que Spencer tivesse uma queda por ele, nem nada disso.

Ok, talvez ela tivesse. A teoria dele era tão atraente. Toda a investigação que ele tinha feito sobre Ali, a

trágica história sobre ele ter sido perseguido, até as suas escolhas de palavras no bate-papo deles. Na noite passada, ele usou a frase se dependesse da minha preferência pessoal, que era adoravelmente tão antiquado que Spencer gritou de alegria. Chase era tão inteligente e engraçado... e ambos queriam derrotar Ali. Era como se eles fossem uma dupla de super-heróis, conectados via internet. Certamente havia uma foto dele online, certo? Mas Spencer tinha passado horas na noite passada procurando de todos os tipos de formas. O trabalho que ele tinha feito com a polícia. A história de perseguição. Não havia uma única foto dele em nenhum lugar, é claro, seria bom se ela soubesse o sobrenome dele.

Ela tinha que conhecê-lo. Ela olhou para a tela e respirou fundo. Eu queria muito ver as fotos, ela escreveu.

Mas eu não queria que você enviasse pela Internet. Você acha que poderia me encontrar pessoalmente? Podia ser um risco revelar quem ela realmente era, mas ela estava disposta a correr o risco.

O cursor piscou... e piscou... e piscou. Nenhuma nova mensagem apareceu. As bochechas de Spencer ficaram vermelhas. Ela se sentiu desse mesmo jeito na sétima série quando Spencer e Ali estavam competindo para ver quem poderia beijar o maior número de caras mais velhos. Spencer tinha caminhado até Oliver Nolan, o remador campeão de St. Francis Prep, e pediu a ele para beijá-la, e ele recusou sem remorsos. Ali estava observando — ela riu descontroladamente.

Houve uma batida na porta da frente. Spencer deu um pulo da cadeira de sua mãe, atravessou a cozinha, foi até o corredor e olhou pela janela lateral. Emily estava na varanda. Seu Volvo velho estava estacionado na calçada, a cabeça loira de Iris podia ser vista no banco do passageiro.

— Qual o problema? — Spencer sussurrou enquanto abria a porta. Emily olhou para a direita e para a esquerda. Então ela puxou Spencer pelo

corredor até o banheiro feminino. Ela fechou a porta e ligou o ventilador de teto, que sacudiu ruidosamente e ligou a torneira no volume máximo.

— O que você está fazendo? — Spencer franziu o cenho para o reflexo de Emily no espelho. — E Iris?

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— Ela vai ficar bem — Emily assegurou. — Eu quero ter certeza de que ninguém nos ouça. Eu acabei de descobrir que Ali tinha um namorado, alguém do lado de fora. Os dois se conheceram logo depois que ela saiu da Reserva, depois que Ian foi preso. Tem uma escultura no Riacho Keppler do Parque Estadual, que dizia Eu te amo Ali D com a data do ano passado.

— No Parque Keppler? — Spencer se inclinou contra o suporte da pia. — Isso é quase em Delaware.

Emily mordeu o polegar. — Eu sei. Talvez o namorado dela seja de lá. Ali disse que ele era seu melhor amigo. E se esse amigo é o ajudante dela?

Spencer pensou no que Chase tinha acabado de dizer de Billy Ford: O empregado da Geek Squad que tinha plantado as fotos no laptop dele era um cara também. — Ela não disse quem ele era?

— Não. Mas talvez quem seja nos odiava tanto quanto a Verdadeira Ali. Talvez ele estivesse chateado por nós termos colocado a Verdadeira Ali na Reserva e deixado Courtney livre. Parece que estamos procurando por um cara, certo?

— Então, poderia ser Jason — Spencer disse. — Ou Wilden. Ou... espera. — Ela saiu correndo do banheiro, subiu as escadas e pegou a lista dobrada que tinha feito no quarto do pânico que ela tinha escondido em uma caixa com cadeado debaixo da cama. Ela esticou-a na pia e riscou os nomes das meninas. Jason e Wilden eram os próximos da lista.

— Se foi alguém que estava chateado por a Verdadeira Ali ter sido trancada, esse cara teria que ter conhecido a Verdadeira Ali antes de Courtney ficar no lugar dela, certo? — Emily murmurou enquanto olhava para a lista. — Jason faz sentido, obviamente, mas eu não o imagino matando por ela.

— Eu penso o mesmo de Wilden — Spencer murmurou. — Ele odeia a Ali — e mesmo assim, Ali-como-A o envergonhou com as coisas relacionadas à Amish5 no ano passado. — A mandara Emily em uma busca inútil por Amish, onde Emily tinha exposto as raízes de Wilden lá.

Emily assentiu. — Era algo que ele definitivamente não queria que as pessoas soubessem. Se ele era ajudante de Ali, eu não sei o motivo dele ter permitido isso.

Spencer colocou um ponto de interrogação ao lado do nome de Jason e desenhou um traço no de Wilden. Elas olharam para a lista novamente. Graham. Noel.

Spencer olhou para o rosto pálido de Emily no espelho. — Você falou com Aria ultimamente? — ela perguntou em voz baixa.

— Ela não atende às minhas ligações. — Emily engoliu em seco. — Eu acho que ela está chateada por estarmos fazendo tantas perguntas sobre Noel.

— Eu me sinto mal com isso — Spencer disse sinceramente. — Mas... — Ela parou de falar, seus pensamentos ainda sem foco. Ela reviu um monte de memórias sobre Noel ao longo dos últimos dias, e alguns detalhes preocupantes tinham aparecido. Como no dia depois de terem empurrado Tabitha do telhado, as meninas tinham se reunido no quarto de Spencer para discutir o que deveriam fazer. Como elas estavam em pânico, Spencer ouviu sons no corredor. Ela olhou pelo olho mágico e viu Noel de pé na porta, olhando para algo em seu celular. Ela abriu a porta e olhou para ele. — Posso ajudar?

— Oh! — Noel pareceu surpreso. — Eu só queria saber se Aria estava aqui. Eu queria levá-la para tomar café da manhã.

5 Amish: Seita protestante que se estabeleceu nos Estados Unidos e Canadá durante o século XVIII.

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Aria havia corrido para o lado de Noel e a conversa tinha terminado. Spencer não tinha pensado muito nisso — ela só tinha ficado contente de Noel não ter ouvido nada. Mas e se ele tinha ouvido? E se ele já soubesse do que elas estavam falando porque ele tinha estado lá na noite anterior?

— E a sua pesquisa? — Emily sussurrou. — Você já descobriu alguma coisa? Spencer ficou ereta. — Bem, se Ali escapou da explosão, pode haver uma

enfermeira particular que ela contratou para ajudá-la a se recuperar de suas queimaduras. Eu estou tentando rastrear onde a enfermeira mora e o que ela sabe.

— Uau. — Emily parecia espantada. — Como você descobrir tudo isso? — Ah, você me conhece. — Spencer nervosamente dobrou a toalha de mão várias

vezes. Ela podia ouvir a resposta de Emily se ela dissesse que foi de um blogger de conspiração: Você está louca? Isso é muito perigoso!

— Você acha que Ali sabe que você está procurando por ela? — Emily sussurrou. Spencer pegou uma vela perfumada e colocou de volta no lugar. — Eu espero que

não. Emily olhou para o relógio Nike em seu pulso. — É melhor eu voltar para Iris

antes que ela decida ir sem mim. Pelo menos estamos progredindo, apesar de tudo. — Nós só temos que continuar tentando — Spencer disse. Ela levou Emily até a porta, seu cérebro girando. Quando ela virou a maçaneta, o

ping revelando uma mensagem ecoou pelo corredor. Ela correu de volta para o escritório de sua mãe. A tela estava piscando. Chase tinha respondido.

Ok, Britney. Vamos nos encontrar. No Museu Mütter daqui a uma hora? — Sim! — Spencer gritou, saindo do chat. Ela saiu da cozinha com um sorriso

enorme no rosto. Amelia sorriu para ela. — Por que você está tão feliz? — Nada — Spencer respondeu, deslizando pelo corredor. Mas ela estava com as

pernas bambas e um zilhão de borboletas contra seu estômago. Ok, talvez ela estivesse feliz por se encontrar com Chase.

Só um pouquinho.

* * * Quarenta e cinco minutos mais tarde, Spencer pagou o parquímetro da Twenty-

First Street e se dirigiu para o prédio de pedras no mesmo quarteirão. MUSEU MÜTTER DE ESQUISITICES MÉDICAS, lia-se em uma placa velha em um poste. Spencer tinha estado aqui uma vez há dois anos em uma viagem da escola e quase vomitou várias vezes. O lugar não só cheirava esmagadoramente a formaldeído, mas uma das atrações era um grande conjunto de gavetas com os vários objetos que as pessoas haviam ingerido. Havia também um enorme trato digestivo humano armazenado em uma jarra grande. Isso não era exatamente o tipo da coisa que ela gostava.

Ela tinha colocado uma peruca loira da Britney Spears em sua cabeça — isso parecia apropriado, afinal de contas — e um par de óculos Ray-Ban sobre os olhos. Até mesmo os professores do museu olharam para ela como se ela fosse louca, mas ela pagou a taxa com a cabeça erguida.

O museu era essencialmente apenas uma grande sala com exposições em todo o lugar. Um casal olhava para os esqueletos pendurados. Uma velha analisava o maior intestino grosso do mundo. Pareceu bastante claro que A não estava aqui, mas o que dizer sobre Chase? Spencer olhou para um homem mais velho parado sorrindo para as gêmeas siamesas em exposição e se sentiu como se estivesse se afogando.

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— Hum, olá? Ela olhou em volta. Parado ao lado de um segurança estava um cara alto com

cabelos despenteados marrons, queixo quadrado, ombros largos e pernas esguias e longas. Ele tirou os óculos escuros e revelou olhos verdes penetrantes.

— Eu sou Chase — ele disse. — E você é...? Spencer caminhou em direção a ele aturdida. Chase tinha sobrancelhas grossas e

expressivas. Seu corpo era forte e musculoso sob sua camisa e calças de carga. E quando ele sorriu, todo o seu rosto se iluminou.

— O-oi — ela disse com a voz trêmula quando chegou perto, sentindo-se ridícula com a peruca e os óculos de sol. — Eu sou, hum, Britney. — Ela apontou para a peruca e sorriu.

— É muito bom conhecê-la. — Chase estendeu a mão para ela e sacudiu. — É muito bom conhecê-lo também — Spencer respondeu, sua mão formigando

onde Chase tinha tocado. Eles olharam um para o outro por alguns segundos. Spencer estava feliz por estar

usando um vestido curto de seda estampado, que exibia suas pernas longas. Ela não conseguia desviar o olhar dos bíceps de Chase. Ele parecia o tipo de cara que poderia levantá-la e girá-la sobre sua cabeça sem suar a camisa.

Então Chase sorriu. Spencer riu nervosamente em resposta. — Desculpe — Chase admitiu. — É só que eu normalmente não conheço pessoas assim.

— Eu sei. Nem eu — Spencer disse. Chase se sentou em um banco perto da loja de presentes com os olhos ainda

sobre ela como se ela fosse a única coisa interessante da sala — talvez do mundo. Quando o celular dele tocou, Spencer sorriu sem jeito e se afastou. Chase olhou para a tela. Ele se encolheu e começou imediatamente a digitar.

— Desculpe — ele murmurou, inclinando a tela do seu celular para longe. — Isso só vai levar um segundo.

— Sem problema — Spencer disse. — Conseguiu uma teoria urgente do blog de conspiração?

— Algo assim — Chase murmurou. Ele colocou o telefone de volta no bolso e olhou para ela de novo, de sua peruca

loira até suas botas pontiagudas Loeffler Randall. Depois de um momento, ele tocou a pulseira de prata em torno do pulso de Spencer. — Essa pulseira é muito bonita.

— Oh, obrigada. — Spencer girou a pulseira. — Minha mãe me deu. É de Prendergast.

— De Walnut? — Chase perguntou. — Eu costumava comprar coisas de lá para a minha namorada o tempo todo.

Spencer olhou para ele. — A sua... atual namorada? — Não. — Chase envolveu suas mãos ao redor dos joelhos. — Foi há muito

tempo. Antes da, hum, perseguição. Spencer assentiu rapidamente. Pelo olhar no rosto de Chase, parecia que ele não

queria falar sobre isso. Ela não o culpava, ela também não gostava de falar sobre o que Ali tinha feito com ela.

— E você? — Chase perguntou. — Namora alguém? Spencer olhou fixamente para seus pés. — Havia alguém, mas... De repente, ela contou a história de Reefer. Enquanto ela explicava, no entanto,

ela percebeu que realmente não sentia falta de Reefer tanto quanto ela sentiu há poucos dias. Ela tinha muita coisa em mente para pensar nele.

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— Isso é horrível — Chase admitiu quando ela terminou. — Ele tem que ser um verdadeiro idiota para deixar alguém como você, Senhorita Spears.

Spencer enrolou uma mecha de cabelo falso em torno do dedo. — Sabe, a pior coisa de ser rejeitada foi porque ele fez isso duas semanas antes da formatura. Não tem ninguém para me levar. Eu vou ter que ir sozinha, que é mais deprimente ainda.

— Ele é um idiota — Chase disse, trocando de posição. Quando Spencer olhou para cima, havia um pequeno sorriso esperançoso no rosto dele. De repente, uma ideia brilhou em sua mente. Ela poderia chamar Chase ao baile? Ele ficaria incrível em um smoking. Mas não, era loucura. Eles mal se conheciam.

Buzz. Era o telefone de Chase novamente. Dessa vez, ele se levantou e caminhou alguns passos antes de verificar a tela e responder.

Quando ele voltou, ele estava sério novamente, e enfiou a mão no bolso. — De qualquer forma, eu estou com as fotos que você queria ver.

Ele entregou a ela três fotos brilhantes cinco por sete. Eram várias fotos de momentos que ela achava que era da vida da Verdadeira Ali. A primeira era a foto de duas meninas gêmeas loiras com cerca de cinco anos. Ambas usavam macacões roxos, tinham fitas cor de rosa no cabelo, e estavam sorrindo. Spencer podia ver um pouco de Ali em ambos os rostos. Era impossível dizer quem era quem.

— Eu acho que essa é de quando elas viviam em Connecticut — Chase explicou. — Realmente não nos diz muito sobre o caso, apenas que as gêmeas nem sempre se odiaram. — Ele bufou. — Elas deveriam parecer psicopatas, não é? Mas por outro lado, os pais deveriam ser loucos também. Quem não percebe quando suas filhas trocam de lugar?

— É verdade — Spencer murmurou, se perguntando o que Chase diria se soubesse que essas mesmas gêmeas eram as meias irmãs dela.

Ela passou para a próxima foto e engasgou com a foto familiar. Duas meninas loiras estavam no quintal dos DiLaurentis em Rosewood. Ali — ou era Courtney? — encaravam a câmera, e a segunda loira, que todas elas achavam que era Naomi Zeigler, estava virada. Uma aparentemente inocente Jenna Cavanaugh estava ao lado delas com uma expressão perplexa no rosto. Spencer tinha visto essa foto antes: A Verdadeira Ali-como-A tinha enviado para Emily junto com um bilhete que dizia: Uma dessas coisas não está certa. Descubra rapidamente... ou então. Elas nunca tinham entendido o motivo de Ali tê-la enviado a Emily. Para culpar Jenna, talvez — ela tinha morrido pouco tempo depois e, provavelmente, porque sabia demais para seu próprio bem.

Spencer olhou para cima. — Você vai postar isso no seu blog? Chase balançou a cabeça. — Eu não posto nada até ter mais provas. — Eu queria que você descobrisse quem te mandou. Não havia uma nota com

elas? Nada? Chase encolheu os ombros. — Elas simplesmente apareceram. Spencer estremeceu. A Verdadeira Ali tinha mandado? Mas, por quê? Para

provocá-las? Para mostrar a elas o quão invencível e evasiva ela era? Ela passou para a última foto. Nessa, Ali olhava a câmera. Parecia mais velha,

quase tão velha quanto a menina que elas conheceram no ano passado, e ela usava pijama branco. Ela estava na sala de recreação da Reserva — Spencer reconheceu os recortes de papel nas paredes. Alguém estava ao lado dela, mas as palmas levantadas de Ali bloqueavam seu rosto. Era outro paciente? O namorado dela? O ajudante de A?

O celular de Chase tocou novamente. Ele digitou uma resposta, em seguida, afastou o celular. — Eu sinto muito, mas eu tenho que ir.

—Já? — ela falou abruptamente.

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Chase pareceu surpreso com a reação dela. — O que você queria mais? — ele perguntou, com uma nota de esperança em sua voz.

Spencer assentiu rapidamente, então se sentiu uma idiota desesperada. — Para falar sobre o caso de Ali, eu quero dizer. Você tem umas teorias realmente boas.

Por uma fração de segundo, Chase quase pareceu desapontado, mas então ele sorriu. — Definitivamente — ele disse. — Eu gostaria disso... e muito. — Ele estendeu a mão para Spencer balançar, mas Spencer puxou-o e deu-lhe um abraço. Ele cheirava a couro e desodorante com aroma cítrico. Spencer usou toda a sua força de vontade para não passar os dedos no cabelo dele.

Chase se afastou de Spencer, analisou-a mais uma vez e deixou seu polegar passar na bochecha dela. Um arrepio subiu na espinha de Spencer. — Talvez da próxima vez você me diga quem é você, Britney — ele brincou. E então se virou e saiu do museu, seus tênis mal fazendo sons.

Spencer seguiu-o de longe e viu quando ele caminhou até a rua lateral e virou à direita na Market. Quando ele foi embora, ela se apoiou na varanda de um prédio quase desmaiando. Isso. Foi. Incrível.

Crack. Algo soou do outro lado da rua. Spencer ficou ereta, de repente alerta. Uma garrafa de Coca-Cola Diet vazia rolou debaixo de um carro. Um rosto apareceu no para-brisa de uma van à direita, mas quando ela se virou para ver, não havia ninguém lá.

Quando o celular dela tocou, ela quase esperava por isso. Mas era seu toque antigo — ela recebeu um e-mail em sua conta da escola. Embora não tenha sido de A, Spencer piscou com força as palavras.

Spencer, tenho mais algumas perguntas para você. Vou aparecer amanhã para

termos uma conversa. Na sua casa, às quatro horas. Por favor, responda para me informar que recebeu esta mensagem.

Atenciosamente, Jasmine Fuji O dedo de Spencer hesitou sobre o botão de RESPONDER. Mas, em seguida,

engolindo um nó na garganta, apertou DELETAR.

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17 E A VENCEDORA É...

Na quarta-feira de manhã, apenas três dias antes do baile de finalistas, todos os

alunos de Rosewood Day Upper School se reuniram no auditório. As meninas mandavam mensagens de texto e jogavam Plants vs. Zombies e um grupo de alunos de teatro, perto da saída da esquerda estava encenando um duelo de Macbeth, que a escola tinha interpretado no mês anterior. Um grande banner em cima do palco dizia REI E RAINHA DO BAILE DA PRIMAVERA. Duas coroas douradas de aparência antiga com joias falsas que tinham adornado as cabeças dos reis e rainhas de anos anteriores estavam sobre uma mesa. Dois cetros reais, que o rei e a rainha carregariam no baile, estavam no palco também. A votação havia ocorrido naquela manhã, e Rosewood Day tinha computado os votos imediatamente. A reunião era para anunciar os vencedores.

Hanna sentou-se com os demais candidatos no palco, seu coração batendo a um zilhão de quilômetros por hora. Ela olhou ao redor do auditório cheio. Onde diabos estava Mike? Ele não perderia essa reunião, não é? Ela o tinha visto antes do primeiro período, nessa manhã, então ela sabia que ele não estava doente.

Em seguida, ela viu Chassey Bledsoe a dois bancos de distância dela. Chassey continuava olhando para a multidão, dando a todos sorrisos graciosos e esperançosos. Em seguida, Chassey virou-se para Hanna, e seus olhos se iluminaram. — Você está animada? — ela perguntou, sua voz tremendo ligeiramente.

Hanna acenou com a cabeça em resposta. Ela estava superexcitada e achou melhor não falar. Todos os dias que ela não fez campanha pesavam sobre ela. E se Chassey ganhasse? Ela sobreviveria?

Noel, que estava sentado ao lado de Hanna, esticou os braços atrás da cabeça e bocejou alto. Hanna se virou para ele. — Você não parece muito nervoso.

Noel deu de ombros. — Isso não é tão importante para os homens. — Então um olhar sério caiu sobre suas feições. — Ei, você sabe o que está acontecendo com Aria?

Hanna piscou. — O que você quer dizer? — Ela está agindo... estranho. — Ele puxou a manga do seu blazer de Rosewood

Day. — Eu pensei que ela estivesse gostando de ser a presidente de decoração do baile, mas é quase como se ela estivesse chateada por eu ter conseguido esse trabalho para ela.

Hanna se recostou. — Você conseguiu para ela esse trabalho? — Aria não tinha dito isso a elas.

Noel acenou com a cabeça. — Ela disse alguma coisa sobre o motivo de não querer?

Hanna analisou as unhas, evitando seu olhar. — Talvez ela só se sinta oprimida. — Isso é o que ela disse, mas eu acho que tem outra razão. — Noel olhou para a

multidão. — Ela está agindo do mesmo modo de quando voltamos da Islândia. Todos os músculos do corpo de Hanna ficaram travados com as palavras de Noel.

Onde ele estava querendo chegar? Spencer e Emily tinham partilhado a teoria de que o

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ajudante de Ali era um cara, e ela concordava. Bem, Noel era um cara. Um cara que já sabia demais por causa de sua associação com Aria. O que ele era capaz de fazer?

A cada dia que passava, as lembranças mais estranhas sobre Noel apareciam para ela. Na sexta série, depois de Scott Chin ter chegado à conclusão de que Noel e Ali estavam sexualmente juntos, Hanna tinha ficado estranhamente obcecada em espionar eles. Durante a segunda semana de aula, quando ela deveria estar na aula de música, ela olhou pela janela e viu duas cabeças correndo em direção ao parque. Uma delas era Ali, e a outra era Noel.

Ela pegou o passe de banheiro e escapou. O que eles faziam quando se beijavam? Eles fechavam os olhos, ou os deixavam abertos? Onde suas mãos ficavam? Quando — se — Hanna beijasse alguém, ela queria estar pronta.

Mas quando ela subiu a colina para o pátio de recreação, eles estavam sentados lado a lado nos balanços. A cabeça de Ali estava abaixada, e Noel estava com a mão nas costas dela. Depois de um momento, Hanna percebeu que ela estava chorando. Foi ainda mais chocante do que vê-los se beijar — ela achava que Ali nunca tinha chorado um dia em sua vida.

— Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo — Hanna tinha ouvido Ali dizer.

— Vai ficar tudo bem — Noel tinha respondido. — Eu prometo. Hanna não tinha ideia do que eles estavam falando no momento. Mas e se tivesse

sido algo a ver com a irmã gêmea dela? Courtney, Sua Ali, ainda estava no Radley nessa época, mas a troca tinha acontecido apenas alguns dias mais tarde. Talvez Ali houvesse descoberto que Courtney iria voltar. Talvez ela estivesse preocupada. E talvez ela tivesse confidencializado tudo a Noel.

E talvez, apenas talvez, Noel houvesse prometido ajudá-la — de qualquer maneira possível.

Todos no auditório começaram a aplaudir quando o Diretor Appleton pisou no palco. Hanna piscou com força e afastou a memória. As meninas da comissão de formatura o seguiram. Aria apareceu na retaguarda parecendo inquieta, estranha e parecendo desconfortável ao lado dos clones à esquerda com cabelos lisos, lábios com gloss e bolsa Tory Burch. Hanna tentou encontrar seu olhar, mas Aria não estava olhando em sua direção.

Appleton pegou o microfone. — É hora de anunciar o Rei e a Rainha da Primavera.

O coração de Hanna começou a martelar. Ela procurou ao redor por Mike de novo, mas ainda não conseguiu encontrar a cabeça de cabelos escuros.

Appleton puxou um envelope branco brilhante do interior do bolso de seu blazer e abriu-o com a unha. Ele tomou um grande cuidado em desdobrá-lo e, em seguida, teve que gastar alguns segundos ajeitando os óculos. Vamos logo com isso! Hanna queria gritar.

— Primeiro, o rei do baile. — Appleton ajustou o microfone, e um grito soou pelos alto-falantes. — O vencedor é... Noel Kahn!

Todo mundo aplaudiu. Noel levantou-se e caminhou em direção ao pódio, dando a todos o seu sorriso fácil de eu-sou-popular-e-eu-sei-disso. Hanna olhou para Aria. Ela estava batendo palmas, mas havia algo estranho em sua expressão. Hanna pensou novamente em Aria não ter dito a elas que Noel tinha arranjado seu trabalho de presidente de decoração. Era só isso que ela não tinha contado a elas?

Após a coroa ter sido colocada sobre a cabeça de Noel e os aplausos cessarem, Appleton encarou os estudantes mais uma vez. — E agora, o nome que todos estavam

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esperando: a rainha do baile. — Ele apertou os olhos nas luzes brilhantes. — A vencedora é...

As luzes intensas bateram na testa de Hanna. Uma gota de suor escorria pelas costas dela. Ela olhou para a multidão. Os olhos de todos estavam no palco. Um zilhão de pensamentos passou por sua cabeça todos de uma vez, e nenhum deles tinha nada a ver com A: Ela parecia corada e nervosa, ou equilibrada e surpreendente? E se ela ganhasse? E se ela não ganhasse?

— Hanna Marin! Hanna colocou a mão sobre a boca para controlar um grito animado. O público

aplaudiu estrondosamente. Quando ela se levantou para apertar a mão de Appleton, suas pernas tremiam. De repente, uma mão agarrou seu braço. — Parabéns — disse uma voz. — Você é a rainha perfeita.

Os olhos de Chassey lacrimejavam, mas havia um largo sorriso no rosto dela, como se ela estivesse realmente feliz por Hanna.

— O-obrigada — Hanna gaguejou, pega de surpresa. A maioria dos concorrentes mal falava com o vencedor. Era praticamente obrigatório.

Ela virou-se e dirigiu-se para o pódio. Com um piscar de olhos, centenas de balões azuis e brancos caíram do teto e saltaram para a sua cabeça. Ela afastou-os para longe, rindo. A multidão gritou. As meninas da comissão de formatura sorriram. Aria se aproximou e deu um abraço em Hanna.

Quando Hanna virou-se e aceitou a coroa, o cetro e até mesmo a manta de ombros de pele falsa azul royal, todos os seus problemas se afastaram. Por um segundo brilhante e resplandecente, ela era a rainha do baile e nada mais — não uma guardadora de segredos, não uma vítima e não uma acusada de assassinato. A não podia tocá-la. Sua vida era simples, encantada e absolutamente perfeita.

A reunião acabou, e Hanna andou pelos corredores recebendo centenas de parabéns. Quando alguém agarrou sua mão na parte de trás do auditório, ela achava que era outra pessoa parabenizando-a. Uma mulher em um terno azul escuro franziu o cenho, seus olhos cruéis e astutos. Um grito congelou na garganta de Hanna. Agente Fuji.

— Parabéns, Hanna — a Agente Fuji disse suavemente. — Eu não quero atrapalhar o momento, mas eu tenho mais algumas perguntas para você, e você é uma menina difícil de rastrear. Você se importaria se eu passasse em sua casa amanhã à tarde, talvez cerca de quatro horas e meia?

O lábio inferior de Hanna tremeu. Por que Fuji queria falar com ela de novo? — Eu tenho coisas de rainha do baile para fazer depois da escola amanhã.

— Tenho certeza de que eles podem te dar uma folga. Vai demorar apenas alguns minutos, eu prometo. — Um sorriso estranho apareceu no rosto de Fuji. — Além disso, você quer se livrar disso antes do baile, não é? — Ela puxou a alça de sua bolsa para mais acima do seu ombro e Hanna deu um aceno de cabeça. — Vejo você depois, então!

E então ela se foi. Hanna observou-a ir com o coração acelerado. Mas, de repente, algo lhe ocorreu: A agente Fuji iria se encontrar com Hanna em sua casa... mas ela não tinha dito que casa. Tudo o que Hanna tinha que fazer era se esconder no shopping por algumas horas. Qualquer que seja a casa que Fuji fosse perguntar onde ela estava, Hanna apenas diria que estava com seu outro pai o dia todo.

Ela era brilhante. O bom humor de Hanna voltou novamente, e ela praticamente pulava pelo corredor. Até que ela percebeu: A rainha recém-coroada não pulava, ela deslizava. O que foi exatamente o que ela fez.

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* * * Naquela tarde, Hanna ainda estava deslizando. Dessa vez, porém, foi no corredor

da clínica de queimados com uma garrafa de Mr. Clean balançando em sua mão. — Eu vou ser a rainha do baile — ela cantava melodicamente, parando no meio

da sala para fazer uma pirueta. Ela pensou nas comodidades que as outras rainhas do baile haviam desfrutado. A rainha do ano passado, Angelica Anderson, tinha conseguido que sua foto aparecesse na seção de estilo do Philadelphia Sentinel. O jornal ainda entrevistou Angelica sobre seu vestido de formatura e dia de pré-baile, como se ela fosse uma It Girl na noite do Oscar. Hanna também teria essa oportunidade?

Ela deu uma olhada no quarto de Graham. Hoje ele estava dormindo tão profundamente que quase parecia morto. Mas nem mesmo isso atrapalharia seu humor.

— Alguém com certeza está feliz por estar de plantão para trocar urinóis. Hanna olhou para cima. Kyla estava deitada em sua maca no mesmo lugar no

quarto onde ela estava no outro dia. Havia ataduras novas em seu rosto, e ela tinha tirado as meias e mostrava as unhas dos pés pintadas de coral. No último verão antes de Mona tornar-se A, ela estava obcecada pela mesma cor.

— Ei! — Hanna disse alegremente, surpresa e satisfeita pela forma que ela estava animada por vê-la. — Eu só tenho a melhor notícia da escola. — Ela se sentou em uma cadeira de metal ao lado da cama de Kyla. — Eu fui eleita a rainha do baile!

— Você está falando sério? — Kyla gritou. Ela procurou a mão de Hanna. Dessa vez, Hanna a deixou segurá-la. — Isso é tão incrível!

— Eu sei — Hanna disse entusiasmada. — E eu aposto que você tem um par super gostoso também, hein? — Kyla

perguntou, apoiando-se um pouco na maca. — Você é tão sortuda. Hanna corou. — Eu vou com o meu namorado. E, sim. Ele é muito gostoso. Kyla gritou. — Conta tudo! Como ele é? Há quanto tempo você está saindo com

ele? Eu quero saber tudo. Hanna sentiu outra onda de prazer no interesse de Kyla. — Eu estou realmente

chateada com ele agora — ela admitiu. — Ele perdeu a reunião onde eles anunciaram que eu ganhei. Ele vai ter que me dar massagens nas costas por horas para compensar isso.

Kyla estalou a língua. — Você merece coisa melhor do que isso. — Eu sei. — Hanna revirou os olhos. — Mas, normalmente, ele é incrível, e... Alguém bateu em seu braço, e ela parou. — Senhorita Marin? — Era Kelly. — Há

uma ligação para você na recepção. Hanna franziu o cenho. As únicas pessoas que sabiam que ela estava aqui eram os

pais dela. Ela olhou para Kyla. — Eu volto em um segundo. — Eu vou estar aqui — Kyla falou animadamente. Um telefone estava na mesa frontal da recepção quando Hanna chegou. — Alô? —

Hanna disse preocupada no telefone, se perguntando por que seus pais estavam tentando localizá-la.

— Então você está aí. — A voz de Mike aumentou do outro lado da linha. O sangue de Hanna esfriou. — O-oh! — ela gorjeou depois de um momento. —

Hum, oi, Mike! O que está acontecendo? — O que está acontecendo é que você está mentindo para mim. Você não foi fazer

coisas para a sua mãe ou ajeitar o cabelo. Você esteve na clínica de queimados. — Seu tom era cortante e acusatório.

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Hanna enrolou o fio em volta do dedo. O cheiro forte de água sanitária que eles costumavam limpar o chão fez seu nariz arder. Como Mike descobriu que ela estava na clínica de queimados? A tinha contado a ele? Mas isso não fazia sentido — A também não sabia sobre isso. Certo? Ela não tinha recebido nenhuma mensagem.

— É para ficar com Sean, não é? — Mike disse quando ela não respondeu. — Eu não entendo. O que você vê nele? Ele nem mesmo era bom para você.

Hanna sentou-se na cadeira de couro ao lado da recepção. — Espera aí, você acha que eu estou com Sean? — ela sussurrou. — Por que você acha isso?

Mike zombou. — Por que vocês tem se falado muito? Dado abraços? Hanna piscou com força, lembrando-se do momento de ternura quando ela e Sean

falaram sobre Ali. — Ok, nós nos abraçamos uma vez — ela admitiu. — Mas era totalmente platônico. Quem te disse que isso aconteceu?

— Não importa — Mike disse rigidamente. — Só importa que você está mentindo para mim.

— Tem uma boa explicação para eu estar aqui! — Hanna gritou. — Ótimo. Eu gostaria de ouvir — Mike exigiu. O olhar de Hanna se desviou para a garagem circular. Naquele momento, a

enfermeira que tinha mudado a bolsa de intravenosa de Graham no outro dia passou pelo hall de entrada com os lábios franzidos com força. — Eu não posso.

— Por que não? Você está tendo um tratamento ultra secreto para uma queimadura?

— Não... — Você está fazendo uma cirurgia plástica? — Mike parecia incrédulo. — Mike, não. É só... — É Sean — Mike concluiu. — Esse é o único motivo que faz sentido. A cabeça de Hanna estava começando a doer. — Não é Sean! É só... — Sabe de uma coisa, Hanna? — Mike parecia cansado. — Eu realmente não

quero ter essa conversa. Até que você realmente me dê uma razão, eu não vou levá-la para o baile.

— Jesus, Mike! — Hanna gritou ao telefone, tão alto que uma enfermeira no posto deu-lhe um olhar severo de não-pode-fazer-ligações-pessoais-aqui. — Espere! Não faça isso!

Em seguida, ele desligou. Hanna se virou, pretendendo chutar o lado da mesa, então notou um pedaço de papel preso em seu sapato. Franzindo a testa, ela se ajoelhou e pegou. Um rosto familiar sorrindo olhou para ela. Ali. Hanna quase podia ouvir sua risada ecoando pelo ar.

Hanna encarou a recepcionista. — Quem esteve aqui antes de mim? A mulher piscou para ela. — Ninguém — ela disse depois de um segundo. O coração de Hanna bateu com força quando ela olhou para o papel. Era a foto da

Verdadeira Ali que apareceu no Philadelphia Sentinel quando ela voltou para Rosewood no ano passado. Alguém tinha desenhado uma coroa em sua cabeça com uma caneta rosa. E debaixo do seu queixo dizia:

Você não merece a coroa, vadia, e você sabe disso. Aqui está a verdadeira rainha. —A

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18 NENHUMA DIVERSÃO PARA VOCÊ,

SENHORITA FIELDS Na manhã seguinte, Emily entrou no bairro agora familiar de Crestview Estates. A

lagoa cintilante cumprimentou-a do lado esquerdo. Havia um enorme gazebo e um jardim de flores à direita. As mansões pareciam ainda mais enormes hoje, com os lustres nos foyers brilhando através das janelas.

— O que estamos fazendo aqui? — O nariz de Iris estava pressionado na janela como uma criança.

— Eu disse a você. Uma das minhas amigas mora aqui — Emily murmurou. — Eu preciso pegar algo dela para a escola.

— Uma das suas amigas mora aqui? — Iris parecia impressionada. — O pai dela é, tipo, Bill Gates ou algo assim?

Emily dirigiu para dentro do círculo, sentindo-se mal por ela não poder dizer a Iris a verdade. Claro, ela estava mentindo para ela sobre um monte de coisas, mas as coisas entre elas tornaram-se mais fáceis desde que elas tinham mergulhado nuas na lagoa na terça-feira. Elas até desenvolveram uma piada interna sobre os velhos e fedidos chinelos de lã do pai de Emily. Mas não era como se ela pudesse trazê-la para dentro do quarto do pânico enquanto ela e suas amigas tinham outra conversa sobre a Verdadeira Ali e seu ajudante.

Emily virou para o longo caminho e estacionou ao lado da garagem para quatro carros. — Você vai ficar bem no carro por um segundo? — ela perguntou a Iris. — Não vai demorar muito, eu prometo.

Iris afundou no banco e olhou para uma cópia da revista Us Weekly que ela tinha roubado do Wawa. — Por que você não pode simplesmente pegar tudo com a sua amiga na escola?

— Porque, hum, ela está doente — Emily disse estupidamente. Iris lançou-lhe um olhar estranho, mas Emily fugiu do carro antes que ela pudesse

perguntar mais alguma coisa. Spencer puxou-a para dentro e mais uma vez levou-a para dentro do porão. Aria

já estava dentro do quarto do pânico, andando para lá e para cá. E Hanna, que parecia ainda mais maquiada e penteada hoje, estava sentada no sofá de denim, olhando para Aria melancolicamente. — Então Mike não foi para a escola com você? Você sabe onde ele está agora? Como posso falar com ele se eu não posso usar meu celular estúpido?

— Ele estava em Byron na noite passada e eu estava em Ella. — Aria parecia apologética. — Por que vocês estão brigados, afinal?

— Gente, não temos muito tempo — Spencer interrompeu, e todo mundo olhou para ela. — Eu recebi outra mensagem da Agente Fuji — continuou ela, preocupada, os olhos correndo em torno das telas de segurança. — Ela disse que há algo que não contamos a ela. Ela queria falar comigo.

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— Ela quer falar comigo também! — Hanna sussurrou. — Você vai? — O que você acha? — Spencer parecia horrorizada. — Eu apaguei a mensagem.

Eu vou fingir que não entendi. Emily sentou-se ao lado de Hanna. — Você acha que A disse alguma coisa? Spencer afundou na cadeira giratória de metal ao lado dos monitores. — Eu não

sei. Alguém recebeu algo de A? Hanna timidamente levantou a mão. — A me enviou uma mensagem. Era sobre o

baile, mas A deixou-a na recepção da clínica de queimados. Spencer arregalou os olhos. — Então A sabe que você é voluntária de lá? — Acho que sim. — O rosto de Hanna estava pálido. — Mas isso não significa que

A sabe o porquê, não é? — As únicas mensagens que eu recebi foram as duas sobre a investigação da

pintura — disse Aria, empoleirando-se no braço do sofá. — O que é assustador. Eles reabriram o caso de novo. Talvez seja sobre isso que Fuji queira falar conosco.

Emily moveu-se preocupada. — Talvez A esteja com raiva porque ele ou ela não sabe nossos novos números de celular. Talvez ele tenha dado a Fuji algumas informações como castigo.

— É com isso que eu estava preocupada, também — disse Spencer. — O que você acha que A disse a Fuji?

— Quem sabe? — Emily murmurou. Por um momento, ninguém disse nada. Nos monitores, Emily podia ver seu Volvo

estacionado no meio-fio. Iris virou uma página da sua revista, parecendo estar prestes a cair no sono.

Então Spencer puxou a lista de suspeitos da sua bolsa e colocou-a na parede. Muitos poucos nomes tinham sido riscados — eram todas meninas. Havia uma linha ondulada através de Darren Wilden e um ponto de interrogação ao lado de Jason. Apenas os nomes de Graham e Noel estavam desmarcados. Emily pegou Aria olhando para ele. Isso não era uma surpresa para ela — na noite passada, Emily parou na casa dela para lhe dizer que tinha diminuído a lista para apenas rapazes. Aria abriu a boca para dizer algo, em seguida, fechou-a rapidamente.

— O que foi? — perguntou Emily. Aria balançou a cabeça. — Nada. Emily limpou a garganta. — Então, alguém tem alguma opinião a respeito de

quem Ali pode ter encontrado no Parque Keppler? — Ela compartilhou sua descoberta com Hanna e Aria na noite passada.

Hanna balançou a cabeça. Aria pigarreou desajeitadamente e se afastou. — Não. — Sua voz chiou.

Emily observou o rosto de Aria, mas ele não revelou nada. Spencer estava observando-o também. — Você tem certeza? — ela pressionou. — Talvez Noel tenha ido lá?

Aria brincava com os enfeites do sofá. — Eu disse que tinha certeza, não foi? Noel não é A.

— Eu sei que você não quer acreditar, Aria — Spencer disse suavemente. — Mas quanto mais descobrimos, mais sentido faz ser Noel.

Os olhos de Aria brilharam. — Tudo o que descobri é que A pode ser um cara e que Ali tinha um namorado. Poderia ser qualquer um.

— Há mais do que isso. — Spencer girou a caneta nas mãos. — Acontece que alguém roubou um monte de medicamentos de prescrição de Bill Beach na primavera passada. Poderia ter sido a pessoa que estava ajudando Ali.

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Aria torceu o nariz. — E? Noel não tem uma conexão com Bill Beach. Até onde eu sei, ele nunca esteve lá.

— Ele conhece Sean, no entanto — Spencer apontou. — Eles andam nos mesmos círculos. Talvez Noel tenha feito Sean lhe dar a senha para entrar no prédio.

Aria soltou uma gargalhada. — Nós estamos falando sobre o mesmo Sean? Ele nunca faria isso.

— É verdade. — Hanna enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta. — Mas, Aria, Noel estava agindo de forma estranha na assembleia ontem. Ele perguntou se havia alguma coisa acontecendo com você. Então, ele trouxe a Islândia à tona. Por que ele faria isso?

Aria apertou os lábios. — Isso é um pouco estranho — ela admitiu. Mas então ela balançou a cabeça vigorosamente. — Isso ainda não quer dizer nada. Eu perguntei a Noel se ele percebeu que a “Courtney” que retornou não era quem ela dizia ser, e ele ficou muito chateado e na defensiva. Depois disso, não havia nenhuma maneira de eu perguntar-lhe se ele tinha dado um pequeno passeio à Islândia para assassinar Olaf durante as férias de inverno. Nós mal conversamos desde então. Vocês não veem? A quer que a gente suspeite de Noel. A quer arruinar o que Noel e eu temos. Então nós vamos terminar, não vai ser Noel, e A vai ganhar de novo.

— Se isso acontecer, você pode nos culpar por tudo — disse Spencer. — Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para devolver Noel para você, ok? Mas você pode, por favor, investigar mais um pouco?

— Nenhuma de nós quer que seja Noel — Emily acrescentou. — Nós não estamos contra você.

Aria se levantou do sofá. Seus olhos estavam pedregosos e frios. — Tudo bem — disse ela bruscamente. — Eu vou ver o que posso fazer. Mas eu não vou encontrar nada, acreditem em mim.

Ela virou-se, girou a maçaneta do quarto do pânico e saiu. Emily ouviu seus passos na escada do porão e sentiu uma pontada de remorso. A última coisa que ela queria fazer era estragar sua amizade. E se Aria estivesse certa — e se suspeitar de Noel, arruinar tudo, fosse apenas parte do plano mestre de A?

Então Spencer tocou em seu braço. — Tente tirar algo de Iris em breve, ok? Emily assentiu. — Eu vou. Em seguida, ela saiu da casa, atravessou a calçada, e entrou em seu carro.

Felizmente, Iris ainda estava sentada no banco do passageiro, folheando a revista. Emily deslizou a chave na ignição e ligou o motor.

— Como está a sua amiga doente? — Iris perguntou sem tirar os olhos da revista. — O quê? — Emily levantou a cabeça. Em seguida, lembrou-se da mentira que ela

contou. — Oh. Uh, ela está se sentindo muito melhor! Iris fechou a revista e deu a Emily um olhar astucioso. — Deus, Emily. Se você vai

mentir, pelo menos faça um trabalho melhor. — Eu não estou mentindo — disse Emily rapidamente. Iris esperou um momento. Quando Emily não disse mais nada, ela jogou para

Emily o celular dela, que estava em cima do console central. — Ele tocou enquanto você estava fora — disse ela rigidamente.

Gelo corria nas veias de Emily. Ela deu uma olhada na tela. Havia uma nova mensagem para ela no Twitter. Sua boca se abriu enquanto ela lia as palavras. EMBORA EU NÃO POSSA ESTAR LÁ COM VOCÊ PESSOALMENTE, EU VOU ESTAR LÁ EM ESPÍRITO, um usuário desconhecido do Twitter havia escrito para ela. EU VOU TE MANDAR UMA MENSAGEM SECRETA, MEU AMOR. ESTEJA PRONTA ÀS 22:00!

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— Isso é da garota que você está a fim? — perguntou Iris, ainda olhando para frente.

Emily sabia que devia estar irritada por Iris estar bisbilhotando, mas ela estava tão emocionada que ela deixaria para lá. — Acho que sim — ela gritou. — Agora eu mal posso esperar para o baile!

O pescoço de Iris virou e então ela estava de frente para Emily. Suas sobrancelhas se franziram. — Quem disse que você vai para o baile? — Ela inclinou o queixo. — Se você quer respostas de mim, então nós temos que aderir à minha agenda. À minha lista. Nada de baile para você, Cinderela.

Emily piscou duramente. — Mas... eu pensei que talvez... quero dizer, isso é importante. Eu achei que você ia entender. Como, você sabe, uma amiga. — Assim que ela disse isso, ela percebeu que ela estava falando sério. Elas meio que se tornaram amigas, de uma maneira estranha.

Iris cruzou os braços sobre o peito, um olhar ferido passando por seu rosto. — Amigos não mentem, Emily.

Emily olhou para ela. Iris parecia genuinamente magoada — tudo por causa de uma pequena mentira. Mas talvez não fosse pequena para ela. Emily de repente se perguntou quantos amigos alguém como Iris poderia ter feito na Reserva. Provavelmente não muitos.

Ela abriu a boca, desejando que ela pudesse dizer a Iris a verdade, mas então a realidade golpeou-a de volta. Ela engoliu o pensamento e olhou para fora do para-brisa. — Tudo bem — disse ela em voz baixa. — Vamos terminar sua lista.

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19 ARIA SE ABRE

Depois da escola naquele dia, Aria subiu as escadas em sua casa segurando uma

bandeja laqueada que seu pai tinha trazido de volta de uma viagem à China. Nela havia dois pratos de rolinhos primaveras de tofu frito que ela tinha feito especialmente para ela e Noel. Ela tinha decorado cada prato com manjericão, cebolinha, molho de soja, e até mesmo duas rosas vermelhas que ela tinha arrancado do vaso de sua mãe na cozinha. O namorado de Ella, um artista chamado Francis que estava em um mês de viagem a Berlim, mandou-as para ela, mas ele enviava rosas para ela o tempo todo, então Aria imaginou que Ella não sentiria falta de duas.

Ela chutou a porta para abri-la para encontrar Noel espalhado em sua cama, lendo uma revista ESPN. — O jantar está servido — ela falou em um falso sotaque francês. — Eu acho que até consegui fazer os pãezinhos direito. — Eles tinham aprendido a fazê-los em uma aula de culinária que tinham feito juntos.

Noel sorriu para a comida fumegante. — Isso cheira muito melhor do que quando nós fizemos na sala de aula. Você está praticando?

Aria apoiou um travesseiro com franjas contra a cabeceira da cama. — Talvez um pouco... para você. — Ela tocou sua mão. — Nós não nos vimos muito ultimamente. E a última vez foi tão... estranha.

Foi difícil cuspir aquela palavra. Estranha não descrevia a sua Ali-terrogação. Como ela não tinha como mandar mensagens de texto ou ligar, ela e Noel mal haviam se falado nos últimos dias. Aria não tinha percebido o quanto eles contavam com a tecnologia para se comunicar.

Mas talvez isso fosse bom: Ela precisava de algum espaço para clarear sua mente. Embora ela nunca fosse admitir isso para suas amigas, havia algumas outras coisas sobre Noel que não saíam de sua cabeça. Que a casa de Noel estava cheia de fotos da família em um piquenique no Parque Keppler — o Sr. Kahn disse que a pesca lá era a melhor do estado. Noel tinha ido a caminhadas e pesca lá com seus irmãos algumas vezes no inverno, primavera e verão. Algumas das viagens tinham sido antes da Verdadeira Ali reaparecer, algumas delas eram depois. Ele nunca tinha convidado Aria, e ela nunca tinha pensado nisso. E se ela tivesse?

Noel levou um rolinho primavera a sua boca e entrou em êxtase. — Você conseguiu até mesmo fazer o tofu ter um sabor incrível.

— Essa é uma razão para me manter por perto — Aria brincou, tentando fazer com que sua voz soasse despreocupada.

— Eu posso pensar em algumas outras razões, também. — Noel colocou seu prato no final da mesa, agarrou-a pela cintura e puxou-a para cima dele. — A única coisa mais saborosa do que este jantar é você.

Aria se aconchegou em seu pescoço. Noel passou as mãos pelos seus cabelos e beijou-lhe os lábios. Ela fechou os olhos e tentou relaxar. Um traidor não iria tocá-la

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assim. Mesmo o melhor ator do mundo não seria capaz de acariciá-la tão carinhosamente.

Bip. Aria levantou-se da cama. Ela olhou para seu celular descartável. Não estava

piscando... mas o de Noel, que estava em cima da mesa de Aria ao lado de sua carteira, estava. Ele sentou-se e examinou a tela. — Hum. Este é um número internacional? — ele perguntou, mostrando a ela.

Aria tentou processar a longa sequência de números na caixa de mensagem, mas antes que ela pudesse, Noel abriu a mensagem. Normalmente, Aria teria desviado o olhar, mas ela viu o seu nome na mensagem. Enquanto lia as palavras, um sentimento de apreensão rastejou sobre sua pele.

Olhe no armário de Aria. Ela tem algo para lhe mostrar.

Noel bufou. — Droga de spam internacional. Eles estão ficando tão bons que eles

sabem os nossos nomes agora. — Ele clicou em APAGAR. — Olhe no armário de Aria — ele disse em uma voz falsa-ameaçadora, pontuando com uma risada do Drácula. — O que tem lá?

— Nada — Aria grunhiu. Ela tentou respirar, mas continuou soluçando nervosamente.

Noel se afastou e examinou o rosto dela. — Você tem certeza disso? — ele brincou.

Ele ainda estava rindo, o que fez Aria se sentir ainda pior. — Sim! — ela disse, mas sua voz estava muito alta e estridente.

Um momento passou. Noel balançou as pernas para fora da cama e se dirigiu para o guarda-roupa. Ele tinha o mesmo olhar de quando estava prestes a fazer-lhe cócegas. — É o bicho-papão?

— Não o abra. Está uma grande bagunça aí dentro. Noel deu de ombros. — Eu aposto que o meu é mais bagunçado. Aria olhou para o celular de Noel com a frente virada para cima na sua cama. Que

diabos ela deveria fazer agora? Ela não podia contar-lhe sobre a pintura. Já era ruim o suficiente o caso ter sido reaberto e a polícia ter uma evidência nova e uma denúncia anônima que Aria tinha certeza de que era de A. Ela não podia envolver Noel nisso. A última coisa que ela queria era que ele fosse embora para sempre, também.

— Venha aqui — disse Aria, puxando Noel de volta para a cama. Ela beijou seu pescoço suavemente, esperando que isso fosse distraí-lo. Mas seus

músculos estavam rígidos; ele se afastou dela e inspecionou-a com cuidado. — O que há com você?

— O que você quer dizer? — Aria salpicou o rosto dele de beijos. — Eu estou bem. Noel sentou-se. — Você não está totalmente bem. Eu não entendo você

ultimamente. Tipo, eu realmente não entendo você. E isso está começando a me assustar. Estou começando a pensar que você não está... eu não sei. Que não está me dizendo alguma coisa.

Agora foi a vez de Aria ficar tensa. — Não pense isso — ela disse. Noel afastou-se para trás. — Seja o que for, eu ainda vou te amar. Mas não minta

mais para mim. Há alguma coisa. Eu sei. A mandíbula de Aria começou a tremer. Parecia que Noel podia ver seu segredo

feio e enrugado em seu interior. Se ela insistisse que não era nada, ele só iria continuar perguntando... ou talvez verificando o guarda-roupa de verdade. Além disso, dizer a

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verdade eliminaria algum poder de A: A certamente logo deixaria escapar para Noel sobre Olaf se Aria não o fizesse antes.

Ela respirou fundo, olhando para um dos prismas pendurado na janela para acalmar seus nervos. — Ok, eu tenho mantido uma coisa em segredo. Algo de que eu não sou muito orgulhosa.

Noel apertou os lábios. — Ok — ele disse em uma voz corajosa. Aria limpou a garganta, seu coração martelando rápido. — A razão pela qual eu

estava perguntando sobre o beijo de Ali no outro dia é por que... eu estava me sentindo culpada por algo que eu fiz. E, hum, se você tivesse dito que gostou de beijar Ali, mesmo um pouco, poderia ter feito eu me sentir um pouco melhor. — Enquanto ela se atrapalhava através das palavras, ela se surpreendeu ao perceber que elas eram realmente verdadeiras.

A testa de Noel franziu. — Como é? Aria segurou sua mão para detê-lo. — Apenas me deixe terminar. Então, uh, você

lembra de Olaf, da Islândia? — O cara barbudo? — Uma sugestão de um sorriso apareceu no rosto de Noel. —

Sim. Aria começou a tremer. — Algo meio que... aconteceu entre nós, quando eu estava

lá. Eu queria te dizer há muito tempo, mas eu estava com medo. Mas você precisa saber.

O motor de um carro resmungou do lado de fora da janela. A casa tinha um som de tranquilidade. Noel virou-se bruscamente. — Eu sabia.

— Você sabia? — Aria mordeu o lábio com força. Ela era tão transparente? Noel tinha visto?

Quando Aria e Olaf tinham escapado para o lado de fora, a porta tinha rangido algumas vezes, como se estivesse prestes a abrir, mas isso não aconteceu. Talvez Noel tivesse espiando e viu. Mas por que ele não tinha invadido o beco, dado um soco na cara de Olaf, e terminado com Aria no local? Noel poderia facilmente ter entrado em uma briga com Olaf. Mas talvez ele não soube naquela noite, talvez A tenha dito a ele mais tarde. Mas se fosse esse o caso, por que ele não tinha dito algo assim que ele descobriu?

Noel passeou pelo quarto. Ele parou na mesa de Aria, colocou as mãos sobre as costas da cadeira giratória, e olhou para ela. — Você me acusou outro dia de ter te traído com Ali, e aqui está você, me dizendo que me traiu de verdade. Jesus, Aria.

Lágrimas rolavam pelo rosto de Aria. — Sinto muito. Eu não devia ter feito isso. Eu me senti terrível desde então. Eu amo você, Noel. Eu estava realmente bêbada. Não significou nada.

Noel zombou. — Você está chateada agora porque você realmente se arrependeu, ou porque você foi pega? Eu sempre suspeitei que algo aconteceu, mas eu esperava... — Ele parou e mordeu o lábio. Então ele girou e chutou a lata de lixo na mesa dela com força. Ela fez um ruído metálico e rolou contra a parede. Aria engasgou e pulou para trás.

Então Noel girou e pegou seu celular. — Este é um número islandês, não é? É de Olaf? Você ainda tem contato com ele? Você deu o meu número a ele?

— Não! — Aria gritou. — Eu não estou em contato com Olaf. Olaf está... — Ela não podia dizer desaparecido ou morto. Noel iria perguntar como ela sabia disso, e então ela teria que abrir o artigo do jornal que tinha encontrado em sua cama... ou então ela teria que fingir que ela tinha pesquisado sobre ele, o que faria parecer que ela gostava dele.

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Tampouco podia dizer quem havia realmente enviado para Noel essa mensagem de texto agora, ela não poderia colocar Noel em perigo.

— Eu não sei de quem é essa mensagem — ela admitiu. — Talvez de Olaf, embora eu nunca tenha lhe dado o seu número. Eu acho que foi uma forma de alguém conseguir que eu lhe dissesse a verdade.

— Olhe no armário de Aria. Ela tem algo para lhe mostrar — Noel repetiu grosseiramente. — Um esqueleto.

Lágrimas pingavam dos olhos de Aria. — Eu sinto muito. — Ela odiava o jeito que ele estava olhando para ela.

— Isso é tudo o que você tem a me dizer, ou há algo mais? — Noel exigiu. O estômago de Aria rodou. — Is-isso é tudo. Eu juro. Noel levantou uma sobrancelha, como se ele não acreditasse nela. Então ele se

virou e caminhou para fora do quarto. — Noel! — Aria gritou, correndo atrás dele. — Eu tenho que ir — Noel disse rispidamente enquanto trovejava descendo as

escadas. Ele pegou as chaves em cima da mesa perto da porta, abriu-a, e correu para a entrada.

— Espera! — Aria gritou. No momento em que ela estava na porta, Noel estava em seu carro. Seus faróis acenderam, e ele se afastou bruscamente, sem se preocupar em olhar se havia alguém na estrada. As luzes traseiras desapareceram na rua rapidamente.

Aria ficou de pé na noite fria, esfregando os braços nus. Parecia que havia um peso enorme em seu peito, impedindo-a de tomar uma respiração completa. As palavras de Noel nadaram de volta para ela. Isso é tudo o que você tem a me dizer? O que isso significava?

Outra lembrança cintilou em sua cabeça, desbotada e quase esquecida. Um táxi de Reykjavik tinha pegado eles para irem ao aeroporto na manhã de seu voo para casa. Enquanto eles saíam da cidade, eles passaram pela enorme mansão na colina. Carros de polícia cercavam o local. Policiais estavam na calçada, e sirenes giravam. Aria deixou-se cair na cadeira, mas Noel olhou diretamente para lá, fascinado. — Hum — ele disse com a voz rouca de uma noite de muita bebida. — O que será que aconteceu lá? — E então ele olhou diretamente para Aria.

Mas ele não poderia saber. Certo? Ela engoliu um enorme nó na garganta e voltou para dentro da casa. Os degraus

rangeram ruidosamente enquanto ela voltava para seu quarto. Ela abriu a porta, quase explodindo em lágrimas por causa dos dois pratos inacabados de comida sobre a mesa. Ela caminhou até o guarda-roupa, abriu a porta, empurrou os moletons de lado e olhou para a tela enrolada. Se ela pudesse apenas queimá-la.

A carteira quadrada em sua mesa chamou sua atenção, e ela se endireitou. Ela não era dela, mas ela sabia disso muito bem. Ela a pegou, traçando o relevo NAK — Noel Alexander Kahn. Noel sempre colocava a carteira no bolso de trás quando eles namoravam — era muito mais confortável assim. Mas ele nunca a esqueceu antes. E Aria nunca tinha olhado para ela.

Não, ela disse a si mesma. Mas suas mãos avançaram em direção a ela de qualquer maneira.

A carteira fez um som sibilante de couro quando ela a abriu. Dentro dos bolsos estavam dois cartões de crédito, a carteira de motorista de Noel, duas notas de vinte e algumas outras notas. Sua carteira de estudante estava escondida em uma abertura de

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trás. Assim como um passe livre para a pista de kart de Rosewood e um recibo da Livros da Wordsmith para um café.

Aria olhou para o teto, de repente se sentindo rude e suja. Noel não estava escondendo nada. Isto era apenas A sendo A e estragando tudo.

Mas, então, ela notou um ingresso desbotado e amassado por trás das contas. CINEMA WOODS, lia-se em tinta roxa. Aria nunca tinha ouvido falar dele antes. O ingresso era uma entrada para um filme do Homem-Aranha. Aria fez uma careta. O último filme do Homem-Aranha tinha saído no último verão que ela estava na Islândia — antes do seu primeiro ano. Por que Noel tinha guardado isso?

Ela virou o ingresso. Havia algo desbotado escrito na parte de trás, mas Aria ainda podia distinguir as palavras. Obrigada por acreditar em mim! Da próxima vez, eu pago a pipoca.

A nota estava escrita perto de um pequeno rabisco. No começo, parecia apenas uma mancha, mas quando Aria trouxe para a luz, ele era de uma menina que jogava hóquei de campo, com as mãos enroladas em torno de um taco, a bola sendo lançada pelo ar. Aria afundou na cama. Ela tinha visto este mesmo rabisco antes — no pedaço da bandeira da Cápsula do Tempo de uma pessoa. Ela tinha ficado com ele por acaso, e ela tinha escondido ele no quarto dela desde então.

Ele tinha sido de Ali.

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20 O DESABAFO

Naquela mesma tarde, Spencer, usando mais uma vez sua peruca de Britney e

óculos de sol, andava de um lado para o outro na frente de um tríplex na Filadélfia perto do Rio Schuylkill. Barcos buzinavam. Um ônibus de dois andares cheio de turistas usando óculos falsos de Ben Franklin e camisas estampadas com o sino da liberdade. Tinha acabado de começar a chover, e o ar cheirava a cimento molhado e vapor de cano de escape. Ela olhou para o e-mail da escola em seu celular antigo, entrando com a internet WiFi sem senha de alguém. Uma nova mensagem havia chegado. Querida Spencer. Talvez nós tenhamos nos desencontrado. Eu iria vê-la em sua casa ontem, mas talvez você não tenha recebido a minha mensagem. Podemos tentar conversar amanhã? Atenciosamente, Jasmine Fuji.

Bile encheu o estômago dela. Ontem, ela tinha tomado um cuidado especial de não estar perto de sua casa por volta das quatro horas, quando a Agente Fuji disse que iria tão-casualmente aparecer. Ela tinha convidado o Sr. Pennythistle, sua mãe e Amelia para tomar sorvete no Shopping King James para que eles não estivessem em casa quando Fuji chegasse, tampouco. Mas Spencer não poderia se esquivar para sempre.

— Boo — disse uma voz. Spencer virou-se e levantou os punhos. — Sou apenas eu, Britney! — Chase ergueu as mãos em falso terror, recuando. — Não faça mais isso. — Spencer deu-lhe um empurrão brincalhão. Em seguida,

ela analisou-o mais de perto. Hoje, ele usava jeans skinny, uma polo de botão, e um colete que o fazia parecer musculoso e durão. Seria possível ele parecer ainda melhor do que da última vez que ela o tinha visto? Spencer tinha ficado emocionada quando ele mandou uma mensagem instantânea ontem dizendo: A minha conexão com a CVS encontrou o endereço de Barbara Rogers em seu sistema. 2560 Spruce Street, Apt. 4B, às 14h, amanhã?

Ela olhou para o tríplex. — O que vamos fazer agora? — Bater na porta dela — Chase disse naturalmente. Spencer deu-lhe um olhar perplexo. — Tem certeza de que ela ainda vive aqui? — Vamos descobrir. — Ele subiu as escadas e olhou para os nomes nas

campainhas, então franziu o cenho. — Hmm. Não tem Rogers listado. — Pode ser uma campainha antiga — Spencer sugeriu. — Ou talvez ela não seja a

dona. — Vamos tocar. — Chase estendeu a mão para o botão 4B. Spencer pegou o braço dele. — Espere! Talvez não devêssemos deixá-la saber que

estamos chegando. Chase olhou para ela. — Então como é que vamos entrar no prédio? Naquele momento, a porta vermelha se abriu, e um velho de cabelos brancos saiu.

Spencer tentou segurá-la, mas a porta se fechou e trancou atrás dela. Ela se virou para o homem ao invés. — Hum, eu sou a sobrinha de Barbara Rogers. Você pode me deixar entrar?

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O homem encarou a peruca de Britney Spears. — Nunca ouvi falar dela. — Ele se arrastou para baixo das escadas.

Spencer trocou um olhar com Chase. Algo lhe dizia que o cara estava mentindo. — Você tem certeza? — ela gritou para o homem.

— Eu disse que eu não sei de nada — ele falou por cima do ombro, praticamente se jogando em um Audi estacionado. Em segundos, ele ligou o motor e se afastou do meio-fio. A fumaça preta cuspiu para fora do tubo de escape.

Chase desceu os degraus e parou perto de Spencer. — O-kaaay. Spencer se inclinou contra a grade de ferro forjado, tentando dar uma olhada na

placa desaparecendo, mas já estava muito longe. — Parece que ele queria muito ficar longe de nós, não é? Quase como se alguém tivesse dito a ele para não falar nada.

— E se alguma pessoa o fez ficar calado, tinha uma razão — Chase continuou. — Talvez Barbara Rogers seja a enfermeira de Alison. — Ele olhou para o tríplex novamente. — Vamos esperar alguém sair e segurar a porta antes que ela se feche.

— Boa ideia. — Spencer sentou-se no primeiro degrau e olhou fixamente para a porta, desejando que alguém aparecesse. Carros buzinavam na avenida principal. Um casal de pombos disputava uma casca de pão na calçada. Mas ninguém surgiu no foyer. Quanto tempo eles teriam que esperar?

— Então, você resolveu a emergência do seu blog daquele dia? — Spencer perguntou.

Chase olhou para ela sem entender. — O quê? — Você sabe, o motivo pelo qual você teve que interromper nosso primeiro

encontro — Spencer o lembrou. — Foi alguma notícia sobre Benjamin Franklin ter administrado secretamente um laboratório de metanfetamina? O Salão da Independência ter sido um bordel? — Em alguns de seus chats, Chase tinha revelado alguns mitos ridículos que seus leitores debatiam.

— Oh. — Chase olhou para suas mãos. — Na verdade, não foi uma emergência do blog. Foi mais uma coisa de família. Meu irmão precisava da minha ajuda.

Um conjunto de folhas verdes pálidas rolou pela rua. Uma delas voou direto para o rosto de Chase. Spencer resistiu ao impulso de empurrá-la para longe. — É o seu irmão mais velho ou mais novo? — ela perguntou.

— Um ano mais novo — Chase disse. — Somos muito próximos. Nós não éramos quando éramos pequenos, mas depois da perseguição... — ele parou, seu olhar de repente distante.

Spencer apertou sua mandíbula. — Deve ter sido intenso — ela disse em voz baixa. — O que exatamente aconteceu, se você não se importa de eu estar perguntando?

O olhar de Chase deslizou para a direita. — No começo, o cara e eu éramos amigos. Mas então, algo mudou. Ele me ameaçou. Tentou me matar. Fazia coisas muito ruins comigo.

— Não há cicatrizes em você. — Spencer permitiu-se alguns momentos para olhar.

Chase abaixou a cabeça. Houve uma longa pausa antes dele falar novamente. — Sim, bem. A maioria das cicatrizes você não pode ver.

Spencer sabia exatamente o que ele quis dizer. E ela odiava saber. Ela observou os pedestres na rua, perdida por um momento nas lembranças de Ali. — Você sabe o que aconteceu com ele? — ela perguntou depois de um tempo. — Ele foi para a cadeia?

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Chase parecia aflito. — Ele era menor de dezoito anos, então não. E como eu disse, os pais dele eram muito ricos. Mantiveram isso longe da imprensa, pagaram a polícia. Ele deixou a escola, mas isso é tudo o que eu sei.

Spencer balançou a cabeça. — Isso é tão injusto. Então, ele está apenas andando pelas ruas?

Chase assentiu. — Eu acho que sim. Ele virou a cabeça e, em seguida, fez um barulho triste que partiu o coração de

Spencer. Ela tocou em seu braço, de repente triste e com o coração partido, tanto pela experiência de perseguição de Chase como a dela própria. Como alguém se atreveu a atormentá-lo? Como alguém se atreve a atormentá-la?

— Eu sei como é — ela sussurrou. — Eu fui perseguida, também. Chase se virou com o cenho franzido. — Você foi? Rapidamente, antes que ela pudesse mudar de ideia, Spencer tirou a peruca de

Britney e tirou os óculos de sol. — Eu sou Spencer Hastings — ela disse. — Uma das meninas que Ali tentou, uh, matar.

A boca de Chase fez um O. Todos os tipos de expressões atravessaram seu rosto em um único segundo. — Eu me perguntei se era você — ele disse depois de um momento com uma voz tão suave que fez o coração de Spencer se partir. — Mas eu tinha medo de perguntar. Eu tinha medo de te assustar.

Spencer puxou a peruca de volta para a cabeça. — Mas você não pode dizer a ninguém, ok? Estou confiando em você. Se eu ver isso aparecer no seu blog...

— Isso não vai acontecer! — Chase disse, sacudindo urgentemente a cabeça. Então ele se inclinou para trás e piscou para ela. — Jesus. Spencer Hastings. Agora eu me sinto como um idiota dizendo isso tudo de perseguição. Não tem nem comparação.

— Não, não — Spencer disse com firmeza. — A mesma coisa aconteceu com nós dois. Alguém que nós confiávamos nos ferrou da pior maneira possível. — De repente, ela sentiu as lágrimas enchendo seus olhos. Ela tinha falado com outras pessoas sobre Ali, confessado o que Ali tinha feito com os outros meninos que ela esteve interessada, mas ninguém tinha passado por isso. Ela sempre ria da expressão almas gêmeas, mas agora, com Chase, ela entendeu o que queria dizer. Se ela pudesse ver Chase sem Ali estar vigiando. Ela tinha a sensação de que poderia conversar a noite toda sem nunca esgotar coisas a dizer.

Ela engoliu em seco. — Você poderia ir ao baile comigo? Chase se recostou e piscou. — Espere. O quê? — Nós dois precisamos de algo divertido em nossas vidas. Alguma coisa para

distrair nossas mentes do que aconteceu. Nós poderíamos ir apenas como amigos. Como qualquer outra coisa. E você provavelmente não poderia dizer as minhas amigas que você tem um blog sobre Ali, e você tem que prometer que não vai falar sobre qualquer uma de nós nele...

— Spencer — Chase interrompeu. — Eu já te disse, eu nunca faria isso. Spencer assentiu. — Então o que você acha? Seu coração batia acelerado enquanto ela observava Chase inclinar a cabeça para

trás e olhar para baixo para ela, como se estivesse tentando vê-la de um ângulo diferente. Quanto mais tempo ele não dizia nada, mais ridícula Spencer se sentia. Foi uma ideia horrível. Chase tinha acabado os estudos, ele era muito descolado para ir a bailes.

Então Chase agarrou a mão dela. — Eu ficaria honrado. Apenas me diga quando e onde, e eu vou estar lá com um smoking.

— Sério? — A boca de Spencer tremeu em um sorriso.

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Chase estava prestes a dizer alguma coisa, mas, em seguida, a porta detrás deles se abriu. Uma velha senhora com um lenço sobre a cabeça e um monte de bolsas nos braços lutou para sair pela porta. Chase se levantou e a manteve aberta para ela. A velha senhora sorriu para ele. — Isso foi gentil da sua parte, querido!

— Não há de quê — Chase disse, dando-lhe uma pequena saudação. Ele e Spencer entraram pela porta antes que ela fechasse.

O corredor estava escuro e cheirava a caril picante. Havia duas portas de apartamento no piso térreo, em seguida, um conjunto de escadas. Spencer podia ver outra porta de apartamento no primeiro piso. Tinha que haver pelo menos mais quatro ou cinco apartamentos no prédio.

Ela olhou para Chase. — Então, o que vamos fazer agora? — Ir para o 4-B, eu acho — Chase disse, observando as escadas. Então ele se virou

para a porta da frente de novo. — Você sobe. Eu estarei bem atrás de você, vigiando. Spencer balançou a cabeça, em seguida, fugiu pelas escadas, passando por três

portas pintadas de vermelho, laranja e azul. Outra porta azul ainda estava com uma coroa de flores de Natal, apesar do fato de que era maio. Outra laranja tinha uma pilha de correspondência sobre o tapete. O corrimão balançou quando ela o segurou para se apoiar. Ela podia ouvir os passos de Chase nas escadas atrás dela.

No andar de cima, luz piscava atrás do 4B. Engolindo em seco, Spencer trocou um olhar com Chase, que estava a poucos degraus abaixo, então se arrastou até a porta e apertou o ouvido nela. A enfermeira de Ali estava mesmo lá dentro? E se Ali estivesse lá dentro, também?

— O que eu devo fazer? — ela sussurrou para Chase. Ele deu de ombros. Bater? ele murmurou. Tremendo, Spencer bateu uma vez, depois duas vezes. Em seguida, ela ouviu. O

volume da televisão não se alterou, mas ela pensou ter ouvido um suspiro e molas do sofá guinchando. Houve um clique no corredor, e ela se virou em estado de alerta. — O que foi isso? — ela sussurrou para Chase.

— Eu não sei — ele sussurrou de volta com os olhos arregalados. Em seguida, ele andou até o corredor. Ele parou na penúltima porta à direita e aproximou-se dela, inspecionando a maçaneta. Ele pressionou o ouvido na porta como se estivesse ouvindo, mas depois ele perdeu o equilíbrio, caindo suavemente para frente e batendo a porta com a palma da mão. Spencer cobriu os olhos. — Shhh!

— Desculpe! — Chase se afastou da porta como se estivesse antecipando um fantasma saindo.

Por um momento, ficou estranhamente silencioso. Então, um rangido soou por cima dela, e ela olhou para cima. E de repente... boom. Houve um barulho de metal, e uma lufada de ar e, em seguida, mais sons batendo e batendo. Spencer pulou para trás quando uma porta do sótão do teto se abriu e itens caíram. Primeiro um cabide pesado, então uma cabeça de veado entalhada, seus chifres afiados como pontas de facas, em seguida, uma bola de boliche. A bola bateu no chão ao lado dela e deslizou pela escada.

— Spencer? — Chase chamou através da poeira. — Jesus. Você está bem? — Eu não sei — Spencer disse, percebendo que ela tinha caído no chão. Quando

ela tocou o próprio rosto, ele estava escorregadio. Ela abaixou a mão — era suor ou lágrimas, não sangue. Mais poeira caía em cascata do teto. O alçapão estava pendurado precariamente em uma dobradiça, os parafusos perigosamente soltos.

— Vamos lá — Chase disse, se lançando sobre os escombros, agarrando a mão dela e a arrastando para as escadas. Cabeças saíam das portas dos apartamentos, boquiabertas.

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— Isso foi estranho — Spencer disse com a voz trêmula enquanto rapidamente descia as escadas.

— Estranho nem sequer descreve isso — Chase disse. Ele olhou para cima da escada. Outro thunk alto soou. — É quase como se tivesse sido planejado.

Spencer estremeceu. Ela estava pensando a mesma coisa. Era possível, talvez Ali ou seu ajudante houvessem plantado esse endereço online para Chase encontrar. E, em seguida, sorrateiramente vieram aqui e encheram o sótão com coisas perigosas. Desparafusando a porta para cair exatamente no momento certo... justamente na cabeça da pessoa certa...

Uma mensagem cruel de A girava em sua mente: Eu fiz isso. E adivinha? Você é a próxima. Talvez isso tudo tenha sido uma armadilha. E talvez o aviso de A estivesse se tornando realidade.

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21 UM CONVIDADO INESPERADO

Hanna parou no estacionamento de Bill Beach com seu celular descartável

pendurado entre o ombro e o ouvido. Que se dane a regra de sem-tecnologia. Isso era uma situação de emergência.

O correio de voz de Mike bipou. — Sou eu de novo — Hanna implorou. — Eu posso explicar. Eu quero você de volta. Eu quero ir ao baile com você. Eu estou com um celular novo, esse é o meu número. Por favor, por favor, me ligue!

Ela desligou e olhou a coroa de rainha do baile e o cetro — ela os levava com ela para todos os lugares. Lágrimas apareceram em seus olhos. Ela não ia estragar a maquiagem, no entanto. Uma futura rainha do baile precisava ter uma boa aparência, mesmo quando ela estivesse limpando xixi.

Quando algo em sua bolsa tocou, ela enfiou a mão dentro de novo, rezando para que fosse Mike. Mas era seu celular antigo. Ela conectou no WiFi do Bill Beach e carregou um novo e-mail da Agente Fuji. Por instinto, Hanna excluiu a mensagem sem mesmo lê-la.

Ela atravessou as portas duplas, vestiu a roupa de hospital e chutou o balde com a vassoura de pano pelo corredor em direção à área que separava Graham. Ela afastou as cortinas, não se importando quem a visse. Os olhos de Graham estavam fechados, mas sua boca estava se movimentando. Hanna apertou o ouvido próximo à boca dele, mas nenhum som saiu.

— Apenas me diga o que você viu — Hanna resmungou, querendo sacudi-lo. Elas não podiam, pela primeira vez, conseguir um maldito descanso? Elas poderiam encontrar A e tirar Fuji das suas costas. Elas poderiam esclarecer esse absurdo com o quadro do guarda-roupa de Aria. Ela poderia concertar as coisas com Mike também.

Mas Graham não fez nenhum som. Hanna estava tão irritada que bateu o pé com força. Sua única pisada soou ruidosamente no linóleo.

— Hanna? — Uma voz chamou. — Tudo bem? Hanna se virou. Kyla estava sentada na cama com as bandagens ainda cobrindo

seu rosto. Havia um frasco de esmalte de unha e uma lixa de unha no colo. — Na verdade, não — Hanna admitiu. Kyla fez um barulho de mm. — Problema com garotos? Hanna se aproximou. — Como você sabe? — Eu ouvi você no telefone no outro dia — Kyla disse com um encolher de

ombros. — Então, o que ele fez? — Ele não vai ao baile comigo — Hanna disse miseravelmente. — É um enorme

mal-entendido, e ele acha que eu estou mentindo sobre algo, mas eu não estou. Ele está sendo um idiota.

— Então explique para ele — Kyla disse. — Não é assim tão fácil — Hanna suspirou. Ela abriu a boca para tentar dizer a

Kyla o motivo, mas depois uma onda de exaustão tomou conta dela.

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— Nesse caso, isso vai fazer você se sentir melhor. Kyla tateou por algo na pequena bandeja ao lado de sua cama. Ela entregou a

Hanna uma pequena imagem em um porta retrato. Era uma foto do enfermeiro gostoso no vestiário sem camisa. Hanna riu. — Onde você conseguiu isso?

— Uma das enfermeiras tirou com o meu celular. — Kyla parecia orgulhosa de si mesma. — Eu fiz o upload no site da Kodak e imprimi na loja de presentes. Mas você deveria ficar com ela, Hanna. Você precisa desse estimulante mais do que eu.

— Obrigada, mas está tudo bem. — Hanna analisou as ataduras de Kyla e braços e pernas machucadas. Um sentimento ridículo tomou conta dela. Ali estava ela, fazendo uma vítima de queimadura animá-la. Ela tinha perdido toda a perspectiva?

Ela se inclinou para mais perto, de repente morrendo de vontade de saber. — O que aconteceu com você?

Kyla brincou com o frasco de esmalte de unha. — Meu irmão e eu estávamos brincando na garagem quando uma lata de ácido sulfúrico caiu de uma prateleira... e em cima de mim. Esse negócio funciona como chama — queima a pele logo depois.

Hanna fez uma careta. — E todo o seu rosto... — Ela parou de falar, não sabendo que palavras usar.

— Desapareceu? Deformou? — Kyla terminou. Ela balançou a cabeça. — Minhas bochechas estão uma bagunça. Meu queixo também. Eu preciso de um monte de transplante de pele, mas eles não podem consertar de uma só vez. Eu não era tão bonita quanto você, mas eu era ok. Popular, até. Mas não sou mais, não é? Quando eu sair daqui, vão dizer Aí vem a esquisitona!

Ela estava tentando soar tão corajosa e resistente. O coração de Hanna apertou. Como ela trataria uma garota como Kyla em Rosewood Day? A antiga Hanna que tinha sido amiga de Ali e Mona teriam sido implacáveis. Mas o que aconteceria com a menina que ela era hoje? Essa Hanna era melhor?

Ela tocou em um ponto sarado do braço de Kyla. — Ouça. Quando você tirar essas ataduras, eu quero fazer uma transformação em você. Cabelo, maquiagem, pele, joias, moda, tudo. Eu sou muito boa nesse tipo de coisa, eu prometo.

Kyla fez um barulho estranho na parte de trás de sua garganta. — Por que você faria isso?

Hanna se inclinou para mais perto. — Porque você é a garota mais legal que eu conheci há um longo tempo. As pessoas precisam ver isso, sabia? Elas precisam olhar além de algumas cicatrizes estúpidas e transplantes. Você é Kyla, e você é fabulosa. Entendeu?

Kyla riu suavemente. — Tudo bem — ela disse depois de um momento. — Você é incrível, Hanna.

— Eu sei, eu sou impressionante — Hanna disse levemente. Mas ela realmente se sentia bem. Ela mal podia esperar para escolher cores para Kyla e fazer seu cabelo. E, quem sabe? Talvez as cicatrizes de Kyla não sejam tão ruins assim. Talvez o pai de Sean pudesse fazer algum tipo de milagre.

Seu celular tocou, assustando tanto Hanna que ela quase o deixou cair no chão. O número de Mike apareceu na tela. Ela olhou para Kyla com espanto.

— É ele? — Kyla sussurrou. Hanna acenou com a cabeça. — Bem, atenda! — Kyla gritou.

Hanna engoliu em seco e se afastou. — Obrigada por me ligar de volta — Hanna disse ao telefone. Ela correu para a sala de descanso, mesmo que ela não estivesse no intervalo, no entanto, e se jogou em um dos sofás. — Como eu disse, eu posso explicar.

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A verdade é que eu realmente tenho sido voluntária na clínica de queimados. Estou aqui agora.

Mike suspirou. — Hanna, pelo menos me diga uma mentira melhor. Você odeia a clínica de queimados. Você nunca iria voluntariamente trabalhar aí novamente.

— Eu estou dizendo a verdade. — Hanna pegou um fio solto do estofamento. — O cara que ficou ferido na explosão está aqui — Graham. Tem uma coisa que você não sabe: Pouco antes da explosão acontecer, ele perseguiu Aria até a sala da caldeira. Ambos estavam lá quando a bomba explodiu — Aria teve sorte por ter saído ilesa. Queremos fazer algumas perguntas a ele quando ele acordar.

Ela prendeu a respiração, se perguntando se Mike iria acreditar em sua história meia-verdadeira... e esperando que suas amigas não a matassem por falar. Mike inspirou. — Aria nunca me disse que esteve lá.

— Eu sei. Ela estava com medo de você pirar. — Você realmente acha que é uma boa ideia falar com esse cara? Ele detonou a

bomba, certo? E se ele for perigoso? — Mike, ele está coberto de ataduras e tubos — ele não vai fazer nada. E quanto à

bomba, eu realmente não sei. Havia outra pessoa lá na época — pode ter sido ela, ao invés... Isso é o que eu quero perguntar a Graham — se ele acordar. — Ela fez uma pausa, então decidiu perguntar: — Na verdade, você se lembra onde Noel estava quando a bomba explodiu? Foi quando o show de talentos estava prestes a começar.

Houve uma longa pausa. — Você está sugerindo que Noel bombardeou a sala da caldeira? — Mike parecia horrorizado. — Que drogas você está usando, Hanna? Ele é o namorado dela!

— Eu não estou sugerindo nada. Estou apenas fazendo perguntas. Mike suspirou. — Bem, Noel e eu estávamos praticando nossa apresentação uma

hora antes do show de talentos. Mas — ok. Logo antes da bomba, ele disse que tinha que voltar para o quarto. Então, eu não sei onde ele estava, tecnicamente. — Houve um som metálico na outra extremidade. — Noel sabe que você está fazendo essas perguntas?

— Não, e eu agradeceria se você não disse a ele — Hanna disse rispidamente, com o coração batendo forte.

— Eu ainda não acredito que esse é o motivo de você estar na clínica de queimados, afinal.

Hanna bateu o pé. — Pergunte a sua irmã, ok? Mas uma coisa é certa: eu definitivamente, definitivamente não estou com Sean. Eu nem sabia que ele estaria trabalhando aqui quando eu me inscrevi. E ele e minha meia-irmã vão para o Clube V juntos. Isso é suficiente? Você vai me levar para o baile?

— Humm — Mike disse, ainda soando ofendido. — Eu vou ter que checar suas fontes.

Hanna revirou os olhos. Por que ele estava sendo tão osso duro de roer? — Quem lhe disse sobre eu estar aqui?

Mike pigarreou. — Não importa. Ele só estava tentando ser um bom amigo. Os pêlos nos braços de Hanna estavam em pé. Ele? — Apenas me diga quem. Eu

não vou ficar com raiva. — Hanna, deixe isso pra lá. Vamos para o baile, ok? Eu tenho que sair. Eu vou

entrar no meu carro. — E então, com um clique, Mike tinha desligado. Hanna olhou para os números piscando no celular com um gosto estranho na

boca.

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Como se fosse combinado, um movimento fora da sala chamou sua atenção. Uma figura familiar saiu pelas portas duplas e foi em direção à saída. Sua cabeça estava inclinada em direção ao seu celular, e ele estava falando muito baixo para Hanna ouvir. Ele usava calça jeans justas de lavagem escura, tênis Adidas e uma camisa preta estampada com palavras desordenadas em outro idioma.

O coração de Hanna começou a acelerar. Ela sabia exatamente onde a camisa tinha sido comprada: na única boutique legal em Reykjavik. Mike tinha comprado uma branca.

Era Noel.

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22 A VIAGEM ATÉ TRIPP

— Vire à esquerda no próximo cruzamento — disse a voz automatizada do GPS

que Emily tinha colocado no Volvo. Ela obedientemente parou no sinal e angulou o carro em um pleno conjunto habitacional de mansões com colunas. — Uau — ela murmurou, olhando para a direita e para a esquerda. — Chique.

Iris, que tomava seu lugar habitual no banco do passageiro, deu de ombros apaticamente. — Eu não estou surpresa que Tripp more aqui — disse ela. — Você tem que ter um monte de dinheiro para pagar a Reserva.

— Você tem certeza de que Tripp mora aqui? — Emily perguntou quando elas passaram por uma casa de pedra branca com uma versão em miniatura dela sendo uma caixa de correio. Quando ela pegou Iris no King James naquela tarde, Iris havia anunciado que ela tinha descoberto onde Tripp, sua antiga paixão, morava, e que elas iam localizá-lo naquela mesma noite. Felizmente, sua casa era só do outro lado da Filadélfia, em um bonito subúrbio de Nova Jersey que parecia muito com Rosewood. Ainda assim, havia algo sobre este bairro que fez Emily se sentir desconfortável. As casas a lembrava de Crestview Manor, exceto ainda mais cruéis e assombradas. Na verdade, este bairro lembrava o bairro grande, impessoal e estranhamente genérico que Gayle Riggs vivia quando Emily tinha conhecido ela.

— Eu pesquisei — disse Iris de maneira esnobe, olhando para um bloco de notas em seu colo. — A família dele está no 411. — Então ela apontou para uma vaga no estacionamento do country clube. — Vamos estacionar aqui e andar o resto do caminho. Eu não quero que Tripp veja um carro no meio-fio e corra.

Emily encolheu os ombros, em seguida, fez o que lhe foi dito. As coisas entre ela e Iris tinham voltado a ficar tensas novamente. Iris tinha criado um itinerário de coisas para elas fazerem neste fim de semana que não estavam em sua lista de coisas para fazer, atividades que se estenderam durante toda a noite. Era como se ela estivesse propositadamente mantendo Emily longe do baile — se Iris não poderia ser feliz, então Emily não podia, também.

Elas se dirigiram até a calçada do bairro tranquilo, que estava cheia de folhas e estranhamente imaculada por desenhos na calçada. O lugar todo quase parecia como um filme. — É a próxima casa neste bloco — Iris disse, dando um sorriso tenso para uma mulher que passava andando com seu cachorro, como se ela fosse a pessoa que não deveria estar aqui.

Finalmente, elas pararam em frente a uma enorme estrutura de tijolo e pedra com uma longa faixa de janelas em todo o nível superior. MAXWELL, dizia na caixa de correio. Revirando os ombros, Iris caminhou até a frente e tocou a campainha. Emily manteve-se no meio-fio. Uma mulher que Emily só poderia assumir que era a mãe de Tripp abriu a porta, e Iris falou. A mulher franziu a testa e balançou a cabeça. Um segundo depois, a porta se fechou. Iris bateu mais uma vez, mas ela não reabriu.

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Iris voltou para baixo com raiva. — Tripp não mora mais aqui. Aquela vadia estúpida chutou-o para fora.

— Ela disse por quê? — perguntou Emily. Iris arrancou furiosamente um narciso do canteiro perto da caixa de correio e

girou-a entre as palmas das mãos. — Tripp sempre costumava dizer que sua mãe era um osso duro de roer.

— Onde ele poderia ter ido? Iris jogou a flor no gramado. — Ela disse que ele foi morar com o pai. Eu

perguntei onde era, e ela disse que não sabia. — Ela apertou sua mandíbula. — Então eu disse que eu era a sua antiga namorada, e isso a deixou ainda mais irritada! Ela bateu a porta na minha cara! — Ela olhou fixamente para a rua. — Você acha que ele disse coisas ruins sobre mim? Por que ela fez isso?

A porta da garagem subiu, e elas voltaram para a casa novamente. Uma Mercedes prata saiu da garagem. Iris puxou Emily atrás de um grande arbusto para que a mãe de Tripp não as visse. O carro dirigiu-se para a rua e zumbiu à distância, a garagem fechando silenciosamente em seu rastro.

— Bem, eu acho que é isso — disse Emily. Iris agarrou seu braço. — Você está brincando? Tripp pode não estar lá, mas eu

aposto que algumas de suas coisas ainda estão. Se eu não vou encontrá-lo, pelo menos eu quero algo para eu me lembrar dele.

Emily colocou as mãos nos quadris, com uma sensação de vazio no estômago. — E deixe-me adivinhar. Nós entramos e roubamos?

— Ah, você me conhece tão bem! — Iris beliscou a bochecha de Emily. Em seguida, ela fez uma pirueta até a casa. Emily seguiu alguns passos atrás dela, considerando simplesmente deixar Iris aqui para fazer isso sozinha. Mas então ela pensou que se Iris ficasse presa lá dentro, e a mãe de Tripp a encontrasse, Iris iria dizer a todos que ela tinha sido sequestrada...

Iris circulou em volta da propriedade e subiu para um pátio com vários pavimentos. Ela tentou abrir uma porta de vidro deslizante, depois outra. Então ela viu uma aba para cães nas portas francesas da cozinha. — Isso.

— Iris... — Emily chamou fracamente. Impotente, ela viu quando Iris se abaixou sob os joelhos e passou pela porta de cachorro. Em seguida, ela destrancou a porta do pátio, deixando Emily entrar. — Bem-vinda — ela vibrou, pegando uma luva de forno que estava na ilha da cozinha e deslizou-a sobre sua mão. — Você gostaria de alguns muffins recém-assados? Uma xícara de chá? Eu dou uma boa dona de casa suburbana, não é?

Emily olhou ao redor da cozinha. Era enorme, com um fogão de aço inoxidável de seis bocas e a ilha com mais tampos de granito que Emily já tinha visto. Uma enorme geladeira ficava à esquerda, uma máquina de cappuccino brilhante estava no balcão, e uma geladeira cheia de garrafas de vinho estava perto da despensa. Nem mesmo a cozinha de Spencer tinha esse luxo. No entanto, ela tinha uma qualidade sem vida, os aparelhos limpos demais, nenhuma mancha de sujeira no rejunte dos azulejos, cada toalha bordada com a letra M. Era estranho pensar que um paciente com transtorno mental tinha crescido dentro destas paredes — quando Emily era mais jovem, ela assumiu que nada de ruim acontecia com as pessoas que tinham muito dinheiro.

— O que havia de errado com Tripp, afinal? — Emily sussurrou para Iris, que estava procurando por uma gaveta do outro lado da sala, a luva ainda em sua mão.

Iris inspecionou os itens pendurados na geladeira, folheou um calendário de mesa, abriu a geladeira e tirou uma garrafa de 5-Hour Energy. — Os médicos disseram

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que ele era esquizofrênico, mas acho que isso é mentira. Ele era a pessoa mais sã de lá. Super inteligente, também. Ele sempre fazia encontros divertidos para nós dentro dos muros do hospital. — Ela tirou uma foto da gaveta, olhou para ela, então deixou-a flutuar para o chão. Emily correu atrás dela para pegá-la. Um casal de idosos estava tilintando taças de vinho. O homem usava um chapéu de Papai Noel na cabeça.

— Tem que ter algo dele — Iris resmungou. Ela atravessou a sala. — Venha. Vamos lá para cima.

Ela se dirigiu ao fundo do corredor e subiu as escadas como se tivesse estado aqui antes. Pinturas a óleo coloridas cobriam as paredes, incluindo uma cheia de espirais que fez Emily se lembrar do Van Gogh de Aria. Seu estômago borbulhava. Era fácil esquecer sobre a pintura escondida dentro do guarda-roupa de Aria. Mas e se fosse isso que a Agente Fuji queria falar com todas elas?

Iris tentou abrir cada uma das portas fechadas dos quartos. Quando ela olhou pela terceira, ela arfou e entrou. Emily a seguiu. Uma cama de casal estava no canto. Havia linhas no tapete de onde o aspirador de pó tinha aspirado, e a escrivaninha estava livre de desordem. Ela lembrou Emily do espaço despersonalizado de Iris na Reserva.

Mas, em seguida, Iris abriu o guarda-roupa. Algumas camisas xadrez penduradas em cabides, e uma única caixa de leite na parte inferior. — Bingo — Iris sussurrou, estirando a luva de forno e puxando a caixa para o quarto.

Dentro havia livros de bolso, cadernos e um celular velho com uma tela rachada. Iris pegou os cadernos e folheou-os. Emily correu os dedos ao longo das páginas de um velho exemplar de 1984. Tudo isso era o que a mãe de Tripp tinha para lembrar-se dele?

— Nem uma única maldita coisa — disse Iris ao caderno, fechando-o. — O que você estava procurando? — perguntou Emily. — Meu nome em um coração. Alguma coisa. — Iris vasculhou na caixa um pouco

mais, jogando de lado bichos de pelúcia, uma garrafa de água vazia, um recipiente de desinfetante para as mãos, uma pulseira de hospital que dizia RESERVA DE ADDISON-STEVENS. Quando ela chegou ao fundo da caixa, sua mandíbula tremeu. — Bem, eu acho que isso comprova. Eu não significava nada para Tripp.

— Talvez ele levou algo seu com ele quando ele foi embora. Iris bufou. — Eu estive enganando a mim mesma por muito tempo. Tripp e eu

nunca tivemos nada de verdade. Foi estúpido eu vir aqui. De repente, ela enfiou a cabeça entre os joelhos e deixou escapar um soluço

abafado. Emily parou por um momento, sem saber o que fazer. Sua mão pairou sobre as costas de Iris, mas ela não sabia o que dizer para fazê-la se sentir melhor.

Em vez disso, ela pegou o celular e apertou o botão de ligar. Surpreendentemente, um logotipo da Motorola apareceu na tela. Ela clicou no botão CONTATOS. Tudo tinha sido excluído. Ela abriu as mensagens de texto, mas a pasta estava vazia, também. Algumas fotos tinham sido salvas, no entanto — uma nuvem em forma de pênis, um golden retriever, e então, a terceira foto, uma menina que Emily conhecia bem.

— Oh meu Deus — Emily sussurrou. O cabelo loiro de Ali caía em cascata pelos seus ombros. Seus olhos azuis

brilhavam. Ela usava o mesmo pijama branco que Iris estava usando na Reserva. Emily adivinhou que a foto tinha sido tirada há alguns anos atrás, quando Ali tinha uns quinze anos.

Iris enxugou uma lágrima e olhou para a tela, também. Ela soltou um irritado fungado. — Bem, eu acho que você encontrou alguma coisa.

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— Por que esse cara tem uma foto de Ali? — Emily perguntou com a voz trêmula. Iris se inclinou para trás em suas mãos. — Porque todos nós estávamos na

Reserva juntos. Nós éramos amigos. Emily olhou para a foto novamente. Só de ver o rosto de Ali em um lugar tão

inesperado a fez sentir coceira. Alguém que não tinha saído na foto tinha um braço pendurado em seu ombro — a única coisa que a identificava era um relógio de ouro no pulso cabeludo da pessoa. Ela olhou para ele. Ela o tinha visto antes?

Ela apontou para a mão sem corpo. — Quem é esse? Iris trouxe a foto para perto de seu rosto. Sua boca fez um O. — Sabe, esse poderia

ser ele. O namorado. Emily piscou com força. — Você quer dizer aquele que ia para o hospital todo o

tempo para vê-la? A pessoa que ela se encontrou no Riacho Keppler quando ela saiu? — Emily agarrou o pulso de Iris. — Você tem que me dizer o nome dele. Agora.

Iris balançou a cabeça. — Eu não posso. — Ela levantou-se e saiu do quarto. Emily guardou o celular com a foto de Ali e seguiu-a para baixo, para fora da

porta de trás, e para o gramado. Iris estava andando rapidamente, mas Emily finalmente a alcançou na calçada.

— Droga, Iris! — Emily gritou. Ela apontou para a casa. — Eu invadi uma casa com você! O que vem depois, assassinato? Você esteve me obrigando a fazer coisas ao longo de toda a semana, me dê algo real, ok? É pedir demais o nome desse cara?

Iris parou ao lado de um toco de árvore. Ela baixou os olhos. — Eu não posso te dizer o nome dele... porque eu não sei.

Emily sentiu como se o vento tivesse nocauteado ela. — O quê? A pele de Iris parecia ainda mais pálida à luz do sol. — Eu nunca soube. Sinto

muito. Eu não estava mentindo — Ali tinha um cara que a visitava o tempo todo. Mas ela o chamava de Mr. Big... como Carrie em Sex and the City. Eu nunca soube o nome dele. Era esse o grande segredo que ela escondia de mim. Eu nunca tinha permissão para sair com ele, também. — Sua boca se apertou. — É por isso que eu não sou fiel a aquela vadia, sabe. Ela escondia coisas de mim. Era como se não valesse a pena que eu soubesse a verdade.

Emily caiu contra uma árvore. — Por que você não me disse antes? Iris chutou um pedaço de grama. — Eu pensei que era a única maneira de você

continuar me levando por aí, me levando onde eu quisesse, me deixando ficar na casa da sua família — a única maneira das coisas poderem ser normais por um tempinho. Assim que você descobrisse que eu não sabia de nada, você iria me enviar de volta para a Reserva.

Emily piscou. Ela não tinha ideia de que Iris estava com medo disso. — Então... espera. Você gostou de ficar na casa da minha família?

— Uh, sim — disse Iris, como se fosse uma resposta óbvia. — Mas tanto faz — agora acabou. Você pode me deixar assim como minha mãe fez. Assim como Tripp fez. Está tudo bem — eu vou simplesmente voltar para a Reserva agora e apodrecer lá por mais quatro anos. Você pode ir ao baile. Siga em frente com a sua vida.

Ela se virou. Depois de um momento, balançou os ombros em silêncio. Emily estava tão atordoada que não conseguia se mover. Ela sabia que deveria estar com raiva, mas vendo Iris lá, com seus braços magros envoltos em torno de si enquanto ela soluçava, Emily não pode evitar sentir pena dela. Ela sabia o que era ser abandonada por sua família, também. E ser abandonada por alguém que ela pensava que a amava. Quando Ali riu de Emily na casa da árvore no final da sétima série, algo dentro de Emily

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tinha morrido. Outro pedaço dela tinha degenerado quando a Verdadeira Ali tentou matá-la em Poconos.

Ela olhou para silhueta trêmula de Iris. Na verdade, ela e Emily não eram tão diferentes. Se as circunstâncias de Emily tivessem sido um pouco mais duras, quem estaria dizendo a ela que tinha mentido sobre ter informações só para ter alguém para prestar atenção nela? De uma forma estranha, era quase lisonjeiro que Iris achasse Emily digna de mentir, que a vida de Emily valesse a pena. Outro pensamento surpreendente golpeou-a: Se Iris apenas tivesse pedido a Emily para sair com ela por alguns dias a mais, mesmo que ela não soubesse o nome do namorado de Ali, Emily poderia ter dito sim.

Ela colocou a mão no ombro de Iris. — Iris, eu não vou mandar você de volta para a Reserva antes de você estar pronta. Na verdade, eu acho que você deveria vir ao baile comigo. Como o meu par.

Iris fungou alto e deu-lhe um olhar incrédulo. — Sim, certo. — Estou falando sério. — A voz de Emily elevou-se. — Eu sei que um baile não

está na sua lista, mas talvez devesse estar. Alguma vez você já esteve em um? Iris colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Bem, não, mas... — Um monte de caras vai desacompanhado. Poderíamos encontrar alguém novo

para você sair. Alguém muito mais legal do que Tripp. Iris beliscou um pedaço de pele em seu braço. Um pássaro piava à distância, e um

carro passou na estrada. O coração de Emily bateu forte. Por favor, diga sim, ela pensou silenciosamente. Tanto porque ela queria ver a surpresa de Jordan... e porque ela realmente pensava que iria fazer bem a Iris ir.

Finalmente, Iris suspirou. — Bem, ok. — Eba! — Emily gritou, movendo-se para dar um abraço em Iris. Iris ficou rígida

por um momento, mas depois ela a abraçou de volta. Quando se afastou, as bochechas de Iris estavam brilhantes e rosas.

Então o celular de Emily tocou. Ela o pegou e disse alô. — Senhorita Fields? — disse uma voz brusca. — Aqui é Jasmine Fuji. Nós nos

encontramos no outro dia? Emily abriu a boca, mas apenas um pequeno grunhido saiu. Ela olhou para o

celular como se estivesse pegando fogo. — Co-como você conseguiu este número? — Sua mãe me deu. Liguei para a sua casa primeiro. A cabeça de Emily começou a girar. A mãe dela. A Sra. Fields a tinha forçado a dar

seu número a ela, e Emily não tinha pensado em avisá-la para não dar o número para ninguém. Para quem mais ela havia dado?

— Olha, eu tenho tentado entrar em contato com você e todas as suas amigas, mas eu estou começando a sentir como se vocês estivessem me evitando. — A Agente Fuji soltou uma risada áspera. — Você tem um momento para falar agora?

Emily olhou para Iris, que já tinha parado na calçada e ficou olhando para ela. — Hum, eu estou meio ocupada.

— Não vai demorar muito, eu prometo. — Eu sinto muito — Emily deixou escapar. — Mas eu não posso agora. Talvez

uma outra hora. — E então, antes que ela soubesse o que estava fazendo, ela desligou o celular.

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23 A FRIA E DURA VERDADE

— Oh, presidente de decoração! — cantarolou uma voz de soprano na sexta-feira

à tarde na sala de jornalismo. A sala estava cheia de crianças dando os toques finais nos murais de Van Gogh, pinturas de lona e sacos de doces. Taylor Swift cantava através dos alto-falantes, e duas meninas do comitê de decoração fizeram uma dança/torcida improvisada para “Love Story”.

— Iuhu! — a voz cantou novamente. — Senhorita Montgomery? Só quando Aria sentiu uma mão no ombro que ela percebeu que a menina estava

falando com ela. Era Ryan Crenshaw, uma ex-aluna de Rosewood Day que estava ajudando com a decoração do baile. Pela tradição de Rosewood Day, uma recém-formada sempre voltava e supervisionava, lembrando os comitês sobre os rituais bobos do baile, como tirar fotos do rei e da rainha do baile no cemitério perto do Quatro Estações e organizar uma conga em massa. Era uma honra voltar e ajudar com o baile, mas Ryan, que tinha o cabelo castanho e parecia ter quinze anos, tinha braços bebedores de cerveja, e lamentava interminavelmente sobre como a faculdade era uma droga, era apenas uma daquelas meninas que não queria sair da escola.

Ryan guiou Aria, que estava escondida no armário de suprimentos, enlouquecendo por causa de todos os Van Goghs, em direção a uma mesa e apontou para uma enorme câmera SLR. — Você precisa começar a tirar fotos para o anuário, paparazzo! Vamos começar tirando algumas fotos do mural de pinturas! E, olha! Ali está a nossa rainha! Vamos tirar uma dela com a sua coroa!

Do outro lado da sala, Hanna estava conversando calmamente com Scott Chin, um dos editores do anuário. Ryan conduziu Aria até lá. Assim que Hanna a viu, seu rosto empalideceu. Ela agarrou o braço de Aria e puxou-a para o corredor. — Aí está você. Eu preciso falar com você.

— E quanto as fotos, meninas? — Ryan chamou. — Em um minuto! — Hanna gritou por cima do ombro, revirando os olhos. Elas trilharam um caminho que levou a um pequeno jardim de esculturas que um

aluno rico havia doado para a parte de trás da escola na década de oitenta. Hanna caminhou até uma escultura de uma mulher cujo nariz tinha caído anos

atrás, virou-se para Aria, e respirou fundo. — Lembra que Spencer disse que o ajudante de Ali pode estar ligado a Bill Beach — onde houve o roubo de receita de remédios há um tempo atrás?

— Sim. — Inconscientemente, Aria começou a puxar a pele do lado de seu polegar.

— Bem, eu vi Noel em Bill Beach ontem. Um raio de frio percorreu Aria. — Você tem certeza? Hanna acenou com a cabeça gravemente. — Eu estou falando sério. Era

definitivamente ele.

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Aria apertou a mandíbula e olhou para uma escultura de metal de um giroscópio a alguns passos de distância. — Talvez ele tenha tido uma boa razão para estar lá.

— Como roubar medicamentos para Ali? — Hanna cruzou os braços. — Se você acha que ele é inocente, descubra por que ele estava lá.

Aria se virou. — Na verdade, Noel e eu não estamos exatamente em condições de falar agora. Eu meio que lhe contei sobre Olaf.

Os olhos de Hanna se arregalaram. — Por quê? Aria esperou por um cortador de grama barulhento passar. — Noel recebeu uma

mensagem de A que dizia que ele deveria olhar no meu guarda-roupa. A obviamente queria que ele soubesse sobre a pintura. Então, o momento ficou estranho, e Noel estava convencido de que eu estava escondendo alguma coisa, e então... bem, eu contei a verdade sobre Olaf.

— Isso é péssimo. Eu sinto muito. — Hanna balançou a cabeça tristemente. — Você está bem?

Aria olhou para Hanna bruscamente. — Por favor. Você provavelmente está secretamente empolgada.

— Aria! — Os olhos de Hanna estavam arregalados. — Não seria mais fácil se Noel e eu terminássemos? Então você seria capaz de

continuar sua caça às bruxas sem culpa. Hanna sacudiu a cabeça com veemência. — Nós não somos anti-Noel. Nós não

somos anti-você. Acredite em mim, todas nós odiamos isso. Ninguém quer que isso esteja acontecendo.

Aria tocou a mão da escultura, engolindo um soluço. Ela sabia que Hanna estava dizendo a verdade, mas ainda doía cada vez que elas vinham até ela com uma nova informação que incriminava Noel. Ela queria gritar com elas, Nós não somos amigas? Vocês não gostam de mim? Era como quando sua mãe a tinha advertido sobre seu namoro com Gunter, um menino da Islândia — ele era encrenca, e Aria sabia, e ela também sabia que sua mãe só tinha dito aquilo para protegê-la. Mas ainda assim não era nada bom ouvir isso.

Hanna encostou-se no outro braço da escultura. — A Agente Fuji ligou para você de novo?

Aria olhou para o chão. — Não... — Ela ligou para mim e Spencer. E para Emily, também. Aparentemente, ela quer

falar com a gente de novo. Aria levantou a cabeça. — Por quê? Hanna ergueu as mãos. — Como eu posso saber? Meu palpite é que A disse algo

sobre um dos nossos segredos. Talvez sobre a pintura. Talvez sobre Tabitha. Quem sabe?

O estômago de Aria torceu em nós. Por um lado, ela ficou aliviada por ela não ter recebido outra ligação, também. Por outro, porque Fuji não tinha entrado em contato com ela? — O que devemos fazer? — ela perguntou com a voz trêmula.

Só então, Ryan colocou a cabeça para fora da porta. — Aria? Nós temos uma pergunta sobre as estrelas de papel machê.

Aria olhou para Hanna, depois deu de ombros e seguiu Ryan de volta para a sala. Enquanto ela instruía como as estrelas deveriam ser, seu estômago revirou. Elas não podiam falar com a Agente Fuji, não com aquela pintura no guarda-roupa de Aria. Elas tinham que dar um jeito nisso em breve.

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E mesmo que ela tenha brigado com Hanna por causa disso, o novo detalhe sobre Noel a assustou também. Noel não conhecia ninguém em Bill Beach. Por que ele estava lá? Para ver Graham?

Para roubar remédios? Ela enfiou a mão no bolso e tocou o ingresso que tinha encontrado na carteira de

Noel ontem — ela deu a carteira a Mike para ele devolver a Noel esta manhã, e rezou para que ele não notasse que estava faltando o ingresso. O filme era de apenas alguns anos atrás, após a morte de Courtney, quando a Verdadeira Ali estava definitivamente aprisionada na Reserva. E havia a mensagem estranha na parte de trás sobre Noel acreditar em alguém. Aria não tinha contado a suas amigas sobre isso — elas saltariam totalmente sobre a menina com o taco de hóquei de campo. Outras pessoas desenhavam meninas empunhando tacos de hóquei, no entanto. Isso necessariamente não significava nada.

Ainda assim, ela estava curiosa. Arremessando sua bolsa através da sala, ela pegou seu iPad e digitou CINEMA WOODS no Google. Em uma fração de segundo, os resultados vieram. O primeiro site era de um cinema em Maplewood, Nova Jersey.

A boca de Aria ficou seca. Tabitha era de Maplewood. E Ali e Tabitha tinham estado claramente na Reserva juntas, e até foram amigas. Será que isso significava que Noel visitou Ali quando ela estava na Reserva? Ele tinha libertado Ali e Tabitha por uma noite para que eles pudessem ir ao cinema? Não fazia sentido, no entanto — por que eles iriam percorrer todo o caminho para Nova Jersey? E por que Noel disse para a Agente Fuji que ele nunca conheceu Tabitha se ele claramente a conheceu?

— Aria? Aria se virou. Noel estava atrás dela, quase como se ela o tivesse conjurado. Suas

mãos estavam nos bolsos, e havia uma expressão séria no rosto dele. — O-oi — Aria disse com a voz trêmula, colocando o iPad virado para baixo sobre

a mesa. Noel olhou para a porta. — Você pode conversar? Aria balançou a cabeça e colocou o iPad de volta em sua bolsa. Quando eles

entraram no jardim de esculturas de novo, Hanna tinha ido embora. Por um tempo, só havia o som de seus passos. Na metade do caminho, Noel parou ao lado do que todos chamavam de Colante. — Então, eu estive pensando sobre Olaf.

Aria sentiu a garganta se estreitar. — Noel, eu... Ele colocou o dedo nos lábios dela. — Eu fui um idiota naquela viagem, Aria. Eu

senti ciúmes por eu não conhecer o seu lado islandês, e eu estava com medo de que quando você chegasse lá, você mudasse e não gostasse mais de mim. Em vez de incrementar, eu agi como um chorão, um idiota ridículo. Eu deveria ter deixado você ir com Hanna e Mike em vez de ir junto, também. Eu não estou feliz por você ter ficado com o cara, mas eu meio que entendo.

Aria piscou. Essa era a última coisa que ela pensou que ele ia dizer. Na semana passada, ela teria ficado lisonjeada e tocada — aqui estava o lindo Noel, preocupando-se que ela fosse terminar com ele. Mas agora ela se sentia vazia. Suspeita. Por que Noel estava perdoando-a tão facilmente?

Noel pegou suas mãos. — Eu ainda quero estar com você. Eu quero ir em outras férias com você e fazer isso direito. Podemos até voltar para a Islândia, se você quiser. Desta vez, eu vou montar um daqueles cavalos idiotas.

Aria sabia que era para ela rir, mas ela não conseguiu reunir a emoção. Ela olhou para o lado em vez disso, com um nó na garganta. Suas mãos pareciam como dois pesos

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mortos. Ali e Tabitha, sua mente gritou. Maplewood. Garota jogadora de hóquei. Pergunte a ele.

Noel inclinou a cabeça. — Você parece triste. — Eu não estou — disse Aria, sua voz parecendo um chiado. — Eu só... — Ela

parou. Se ao menos houvesse uma maneira de trazer o nome de Tabitha a conversa sem parecer realmente aleatório ou suspeito. Mas como?

Noel puxou suas mãos para longe. — Que diabos, Aria? Aqui estou eu, me curvando para você, dizendo-lhe tudo, colocando você como presidente da decoração, aguentando seus modos estranhos, perdoando você por ter me traído, e você ainda está me tratando como merda. Está ficando meio velho, ok? Os segredos, o comportamento estranho... é como se eu não fosse totalmente parte da sua vida.

— Não diga isso — sussurrou Aria. — Eu só me distraí, isso é tudo. — Com o quê? — Noel exigiu. A garganta de Aria balançou. Tudo o que ela queria era exonerá-lo. Mas ela não

podia simplesmente pedir respostas. Ela olhou para Noel. A reentrância de algo aparecia através do bolso da sua calça

jeans. Era o celular dele. Uma ideia tentadora insinuou-se em sua mente. Ela tomou alguns momentos para se concentrar, em seguida, aproximou-se e

limpou a garganta. — Eu não consigo parar de pensar sobre o que eu fiz para você. Eu ainda me sinto horrível por causa disso. E depois da explosão no barco e de ter quase morrido no mar, eu tenho estado uma bagunça, Noel.

— Me fale sobre isso — disse Noel. — Não esconda nada. Não mantenha isso dentro de você e me faça adivinhar.

— Tudo bem — murmurou Aria, reunindo algumas lágrimas. — Eu falo. Eu prometo.

Em seguida, ela o puxou para um abraço. Por um momento, ela estava com medo de que Noel não a abraçasse de volta, mas ele timidamente passou os braços em volta dela. O coração de Aria bateu contra seu peito. Ela deslizou uma mão para baixo do comprimento da sua cintura. Com cuidado, delicadamente, ela pegou a parte superior do telefone com dois dedos e puxou-o para fora um centímetro de cada vez, tão habilmente quanto um batedor de carteiras. Noel se moveu, mas ele não pareceu notar que ele tinha sumido.

Aria deixou cair o telefone no grande bolso do seu moletom. Quando eles se separaram, Noel estava olhando para ela com amor novamente.

Ela engoliu em seco e fez um gesto para a porta da sala. — Bem, precisam de mim lá dentro.

Noel beijou sua bochecha. — Me chame quando estiver pronta, ok? — Ok — Aria disse com a voz trêmula. Em segundos, ele se foi. Ela não podia voltar para a sala rápido o suficiente; levaria apenas alguns

minutos antes de Noel descobrir que seu telefone tinha sumido. Ela correu para o seu iPad e encontrou um cabo USB dentro da sua bolsa. Ela conectou o telefone nele. Uma janela apareceu perguntando se ela queria transferir os dados para o dispositivo. Ela clicou em SIM. Números brilharam em toda a tela. Em menos de um minuto, uma mensagem apareceu dizendo que a transferência foi concluída.

Aria puxou o telefone do USB, abriu a porta da sala, e jogou o telefone na grama. Ela esperava que Noel apenas pensasse que ele o deixou cair.

Ela voltou para o iPad. As mensagens de Noel tinham carregado. Ela examinou-as rapidamente, não esperando encontrar muita coisa — se Noel era A, ele provavelmente usaria um telefone diferente, com um número não listado. Exceto as mensagens que

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Noel tinha enviado para Aria sobre coisas de casais, a maioria delas eram de seus amigos do lacrosse ou de seus familiares. Mas, quando ela deslizou mais para baixo na lista, havia algo estranho. Em dois de fevereiro, Noel tinha enviado uma mensagem para um número não listado. Tudo o que você precisar, dizia. O número não listado tinha mandado uma mensagem de volta. Obrigada por me ajudar. Você sabe o que fazer.

Aria fez as contas. Fevereiro foi quando Noel e Aria se encontraram na sessão espírita numa loja em Yarmouth. Era bizarro que ele ainda tivesse salvo esta mensagem — certamente ele tinha outro modelo de telefone naquela época. Ele deve ter transferido do outro telefone para este. Deve ter sido sentimental. Essa mensagem poderia ser de Ali? O que significava “Você sabe o que fazer”?

Aria fechou os olhos. Isso tudo era uma horrível suposição. Ela estava realmente fazendo isso? Ela tinha perdido o juízo?

Ela clicou para sair das mensagens, seus membros se sentindo pesados. Os e-mails de Noel tinham carregado, também, mas Aria não queria mais olhar para eles. Então um nome familiar chamou sua atenção. Agente Jasmine Fuji. Era de apenas dois dias atrás. Aria se sentiu tonta. Mas Noel tinha falado com ela na semana passada, certo?

Não era apenas um e-mail para Fuji, no entanto — havia seis linhas de discussão. As palavras passaram diante de seus olhos. Obrigada por seus pensamentos. A próxima: Lamento muito que perdeu sua amiga. E a última: Vamos falar mais em breve. Fiquei muito intrigada quando você disse que nem todo mundo está me dizendo toda a verdade, e eu espero que você possa me falar mais sobre isso.

Alguém riu alto atrás dela, e Aria deixou cair o iPad na mesa. Ela olhou ao redor da sala com os olhos turvos, como se estivesse presa em um pesadelo. Noel tinha perdido sua amiga... Tabitha? Ou Ali? E quem é que ele achava que estava mentindo? Aria? Era por isso que Fuji estava freneticamente tentando falar com elas?

Ela pegou o telefone e discou o número de Spencer. Isso estava ficando fora de controle. Era hora de admitir algumas dessas coisas para suas amigas. O telefone tocou uma vez, duas vezes.

— Alô? — respondeu Spencer. — Aria? Tudo bem? Bateram na janela, e Aria pulou. Noel estava do outro lado, seu celular descartado

agora na palma da sua mão. Ele sorriu tão docemente, tão ingenuamente, que o coração de Aria quebrou em um milhão de pedaços.

— Aria? — A voz de Spencer veio através do receptor. Aria acenou de volta para Noel, com lágrimas nos olhos. — Hum, eu... eu liguei

errado — disse ela para Spencer. E então ela desligou, não dizendo-lhe nada.

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24 ALGUÉM SE ENGANOU

Na tarde de sábado, poucas horas antes do baile, Spencer e Hanna estavam no

quarto de Hanna na casa do seu pai. Um espelho de corpo inteiro gigante estava perto do canto. A cama estava repleta de cases de maquiagem, secadores de cabelo e sprays de cabelo, uma variedade de grampos, presilhas e babyliss estavam no chão como um jogo de varetas. Joias emprestadas das mães de Spencer e Hanna estavam em um pano de veludo sobre a escrivaninha. Seus vestidos estavam pendurados em cabides na parte de trás das portas do closet, e seus sapatos estavam na mesma posição sobre o tapete. O ar cheirava a um vago cheiro de limpeza com produtos químicos que Spencer nunca conseguiria identificar. Ela se sentia um pouco triste que todas elas não pudessem estar aqui para se prepararem para o baile, mas nenhuma delas teve notícias de Aria e Emily, que estranhamente convidou Iris para ser seu par. Elas iriam se preparar na casa dos Fields.

Houve uma batida na porta. O pai de Hanna colocou a cabeça dentro. — Como estão, meninas? Alguma coisa que eu possa fazer?

— Eu não sei, pai. — Hanna sorriu. — Quer ajudar com a maquiagem? O Sr. Marin ergueu as mãos e se afastou. — Não é meu território. — Ele sorriu

adoravelmente para Hanna. — Você está linda, a propósito. — Você está incrível. — Kate enfiou a cabeça em seguida. Metade do seu cabelo

estava com cachos em cascatas nos ombros, mas a outra metade ainda estava liso. — Obrigada — Hanna disse, parecendo surpresa. — Você também, Kate. Então Kate e o Sr. Marin desapareceram no corredor. Hanna olhou para Spencer.

— Você acha que eu deveria ter perguntado a ela se ela queria se arrumar com a gente? — Talvez. — Spencer encolheu os ombros. Ela não queria se socializar. E a vida

simples e descomplicada de Kate, provavelmente, a irritaria no momento. Aquela garota não tinha uma A em sua vida. Ou segredos que ela estava escondendo. Ou uma ameaça de morte.

Hanna sentou de volta na cadeira, sem fazer nenhum movimento para ir para a sala e chamar Kate de volta. — Eu gostaria que Mike me ligasse e dissesse que ainda é o meu par. — Ela olhou para Spencer no espelho. — Com quem você vai, Spence?

Spencer pegou um curvex. — Oh, um cara que eu conheci. — Onde? — No King James — Spencer disse automaticamente, usando a história que ela

tinha ensaiado em sua cabeça. — Ele trabalha na boutique luxuosa de homens. — A Beauregard? — Os olhos de Hanna se iluminaram. — Eu pensei em comprar

lá umas abotoaduras de punho para Mike. Eu vou recomendar ele... Se Mike e eu ainda estivermos juntos.

— Hum, eu não sei se abotoaduras são a especialidade dele — Spencer disse, mordendo com força o interior da bochecha. Ela tinha a sensação de que ia ser uma

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noite longa. Ela estava torcendo para que Chase não quisesse conversar com uma das amigas delas.

Em falar em Chase, ela pegou o celular, inclinou-o na direção de Hanna, e mostrou-lhe a foto que ele tinha dado a ela de Ali na Reserva. — Olha.

Os lábios de Hanna franziram. — Onde você conseguiu isso? — Eu estive desenterrando coisas sobre ela. Você sabe onde é isso, não é? — Dã. Eu conheço essa sala de recreação de longe. — A testa de Hanna franziu. —

Ali parece ter a nossa idade, talvez um pouco mais nova. — Ela apontou para a outra pessoa cujo rosto não podia ver. — Quem é esse?

— Eu estava torcendo para que você soubesse. Ele está junto de Ali, você não acha?

Hanna apertou os olhos. — Pena que ele não está usando algo distinto. Todo mundo e até mesmo as mães tem um capuz preto, não é?

— Noel tem um capuz preto — Spencer disse, tossindo sem jeito. Hanna deu a Spencer um olhar sério por um longo tempo. — Parece com ele, não

é? — Eu não quero que seja ele. — Spencer se afundou na cama e esfregou os olhos. — Mas parece, não é? — Hanna perguntou suavemente. Hanna tinha dito a

Spencer sobre Mike não se lembrar onde Noel tinha ido quando a bomba explodiu no cruzeiro... e sobre ela ter visto Noel no Bill Beach. Ela balançou a cabeça. — E eu ainda não acredito que você entrou naquele prédio de apartamentos em Philly sozinha. Você poderia ter morrido.

— Eu acho que A só queria me assustar — Spencer murmurou, seu estômago revirando. Tudo parecia tão óbvio agora: Ali e seu ajudante tinham plantado esse endereço no sistema de CVS para Chase encontrar. Eles desmontaram o alçapão para cair enquanto Spencer bisbilhotava. Então isso significava que A sabia que Spencer estava bisbilhotando?

Spencer se inclinou para o espelho e tirou um pouco da sombra de olhos borrada em sua têmpora. — Eu queria poder voltar para aquele edifício, mas eu estou muito assustada.

— Por que você queria voltar? — Porque, mesmo se não seja onde a enfermeira particular de Ali mora, Ali e seu

ajudante foram lá vasculhar o lugar. E agora que a armadilha foi suspensa, há uma chance deles voltarem para recolher todo o material que haviam plantado naquele sótão. Talvez aquela bola de boliche seja do pai de Noel. Talvez alguma coisa lá em cima possa ser atribuída a Ali.

— Hum. — Hanna lentamente passou uma escova nos cabelos. — Eu não tinha pensado nisso.

Era uma teoria que Chase tinha criado. Spencer lhe pedira para ele ir no lugar dela hoje para ver se Ali e seu misterioso namorado tinham aparecido, mas ele não podia. Ele não explicou o motivo.

Seu laptop apitou como se fosse combinado. Spencer tinha recebido um novo e-mail na sua conta secreta. Ela olhou para a tela, escondendo-a de Hanna com a mão. Aguardando ansiosamente para te ver hoje à noite, Britney, Chase escreveu, acrescentando um rosto sorridente dando uma piscadela. E, por falar nisso, eu acabei de descobri algo interessante sobre Alison.

Seu coração começou a bater forte. O quê? Outro e-mail apareceu. Não quero lhe dizer online, Chase escreveu. Mas te verei em

breve.

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Spencer cerrou os dentes. Ela olhou para o relógio na mesa de cabeceira. Apenas mais três horas.

Iria parecer uma eternidade.

* * * Assim que a noite caiu, Spencer e Chase, que se encontraram na casa dela,

caminharam de mãos dadas até a limusine na calçada. Quando Chase abriu a porta para ela, ela lhe deu um sorriso tímido.

— Você está incrível — Chase disse, beijando a bochecha dela. Spencer tentou não desmaiar. — Você está ótimo, também. — O smoking de

Chase se ajustava perfeitamente. Ele tinha sido tão educado quando entregou a Spencer seu ramo de flores e posou para as fotos. Até mesmo Amelia, que torcia seu nariz com tudo, tinha observado com admiração.

A limusine saiu do beco sem saída e foi para a estrada em direção a Filadélfia. A janela da frente desceu um pouco, soprando o ar perfumado da primavera.

Mas mesmo quando Chase tirou a rolha de uma garrafa de champanhe e entregou a taça a Spencer, ela não conseguia relaxar. Ela se virou para Chase. — Agora que estamos sozinhos, você pode, por favor, me dizer o que você sabe sobre Alison?

Chase tomou um gole de sua taça de champanhe. — Eu consegui uma filmagem interessante de um amigo. É um vídeo de vigilância de um prédio não muito longe daqui. Há uma garota na filmagem que se parece com a Alison.

A pele de Spencer arrepiou. — Você está brincando. — Ela olhou para o celular de Chase que estava em seu colo. — Você está com ela? Podemos assistir?

Chase olhou para seu celular também. — Eu não estou com ela. — Oh. — Spencer desanimou. — Essa foi a única razão pela qual você quis sair comigo essa noite? — A voz de

Chase estava rouca. — Claro que não! — Spencer gritou. — Eu só... Parecia importante. Eu adoraria

ver. Ele pegou a mão dela. — Isso é importante também, apesar de tudo. Estar com

você, eu quero dizer. Eu só queria uma noite normal e calma, uma noite em que nós não falássemos sobre Ali, perseguidores ou as merdas que aconteceram com a gente. Uma noite onde, tipo, você não quase morra com algo caindo na sua cabeça. — Ele tentou rir.

Spencer piscou. — Mas... — Que tal isso. — Chase apertou a mão dela. — Que tal se eu acessar o vídeo

depois da nossa primeira dança. Isso é daqui a uma hora? Eu só quero um pouco de tempo com uma garota incrível que eu conheci chamada Spencer. Ok?

As bolhas do champanhe borbulhavam no nariz de Spencer. Ela olhou para as luzes da estrada embaçadas acima deles. Quando foi a última vez que ela só aproveitou alguma coisa? Até mesmo no cruzeiro, que deveria ter sido relaxante, foi uma confusão horrível e estressante. E era bem legal ser vista apenas como Spencer, uma garota normal, e não Spencer A Pequena Mentirosa.

— Contanto que você prometa me mostrar tudo logo que a primeira dança terminar — ela disse.

— Eu prometo. Eles se aproximaram. Chase descansou a cabeça no ombro dela. Eles olharam pela

janela enquanto a cidade da Filadélfia brilhava no horizonte, e eles começaram a conversar. Spencer perguntou-lhe sobre como o baile dele tinha sido, e quem ele tinha

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gostado de ter levado, e no que ele estava pensando em estudar na faculdade no próximo ano. Em seguida, eles falaram sobre o próximo semestre na Universidade de Princeton. Spencer contou até mesmo um pouco sobre o enorme contratempo na festa de potluck no fim de semana que ela visitou.

Eles conversaram por todo o passeio com o tráfego congestionado na cidade, e antes que Spencer percebesse, eles estavam subindo a rampa perto do zoológico. O pulso dela tinha desacelerado. Suas bochechas doíam de tanto rir. Falar sobre tudo menos do caso foi uma boa sugestão.

Então, quando eles pararam em um semáforo, o motorista ligou o rádio. E agora, voltando para a investigação do assassinato de Tabitha Clark. Investigadores dizem que fizeram progresso com o interrogatório e tem vários suspeitos em potencial.

Spencer cravou as unhas no joelho. Suspeitos? — Essa história é uma loucura, não é? — Chase cruzou as pernas. — Eu tenho

acompanhado um pouco. Algumas pessoas enviaram pedidos para eu postar sobre ela no meu site.

— Uhum — Spencer disse com a voz trêmula, empurrando uma mecha de cabelo para longe do ombro.

Chase pegou sua taça de champanhe. — Na verdade, você estava na Jamaica quando Tabitha morreu, não foi? Viu alguma coisa?

Spencer se virou e olhou para ele, uma sensação de frio escorrendo pelas costas. — Eu nunca disse que eu estive na Jamaica.

Chase piscou. — Sim, você disse. — Não, eu não disse. — Ela começou a tremer inteira. — Eu definitivamente não

disse. — Era assustador o suficiente admitir quem ela realmente era. Ela não era tão estúpida de dizer a ele sobre a Jamaica.

Chase deu um gole em seu champanhe, sem tirar os olhos dela por um segundo. Seu pomo de Adão subiu e desceu quando ele engoliu em seco. Lentamente, ele enfiou a mão no bolso para pegar alguma coisa. Foi da mesma forma que alguém poderia pegar uma faca, uma arma. Uma nova realidade se formou na mente de Spencer. E se Chase sabia que Spencer esteve na Jamaica porque ele também esteve lá?

De repente, o sangue de Spencer esfriou e todo o esquema horrível se encaixou. Como tinha sido fácil encontrar o blog de teorias de conspiração dele. O quão disposto Chase tinha estado de contar todos os detalhes sobre Ali, os segredos que ninguém sabia. Aquelas fotos que ele tinha mostrado a ela eram, obviamente, de uma coleção particular, não enviadas aleatoriamente para ele. E Chase era brilhante em invadir sistemas de computadores, o que significava que ele poderia facilmente ter plantado informações no laptop de Naomi Zeigler no cruzeiro, no computador portátil de Billy Ford, e no sistema de CVS. Se o endereço realmente veio do sistema do CVS. Spencer tinha acreditado em tudo.

Ele que a tinha levado ao apartamento com a armadilha. E então ele caiu contra a porta, batendo nela. Foi um acidente, mas e se não foi? E se ele soubesse que o alçapão ia cair? Ele de alguma forma provocou o acidente com essa batida? Ou era um sinal para alguém lá dentro?

Chase poderia ser o namorado secreto de Ali? O outro A? Todo esse tempo, as meninas tinham pensado que era Noel... e ela tinha caído direto na armadilha da Verdadeira Ali.

A mão de Spencer avançou em direção à maçaneta da porta. De repente, Chase apertou o outro pulso dela e puxou-a para perto dele. Seus olhos brilhavam. Seu sorriso feliz tinha desaparecido. — Há algo que eu preciso te dizer — ele disse com firmeza.

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— Eu... — Spencer tremia. Ela apontou para algo fora da janela. — O que é aquilo? Chase soltou o pulso dela e olhou. Spencer virou a maçaneta e abriu a porta. No

momento que Chase percebeu o truque, ela já estava na calçada. A brisa fria levantava sua saia. Seu calcanhar virou na calçada, mas ela continuou.

— Spencer! — Chase a chamou. — O que você está fazendo? Ele tentou sair do carro, também. Spencer gritou e chutou a porta com o

calcanhar, batendo em seu rosto. O sinal ficou verde. Os carros atrás da limusine buzinaram.

— Vá embora! — Spencer gritou para o motorista, que parecia assustado. Surpreendentemente, a limusine se foi. Spencer se virou e correu.

Ela passou ziguezagueando por um casal andando de mãos dadas em um beco. Ela estava em uma parte da cidade que não conhecia bem. Não havia táxis passando. As pessoas estavam sentadas em suas varandas, olhando. As crianças desapareciam nas esquinas rindo através do beco.

Ela pegou o celular descartável, o único que ela tinha trazido essa noite. Talvez ela pudesse chamar um táxi. A tela já estava piscando. Quando ela viu letras embaralhadas e números na linha do remetente, seu coração quase parou.

Você pode correr, mas você não pode se esconder, Spence! Beijos, —A

O celular tocou novamente. Era a mesma mensagem. E, em seguida, a mesma

mensagem novamente, e então novamente, pressionando seu celular até que uma alerta advertiu que seu celular estava com a memória cheia. Spencer mudou para a função de chamada, mas uma nova mensagem apareceu: SEM BATERIA. DESLIGAR.

A tela ficou escura. O céu também parecia escurecer ao seu redor, as sombras se aprofundaram. Spencer estava isolada. A venceu novamente.

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25 CHAMADA DE AVISO

Hanna estava sentada na janela da frente da casa do seu pai, tentando não

parecer muito ansiosa e patética quando olhou para o celular mais uma vez. Em seguida, ela jogou-o de volta na pequena bolsa de joias, cruzou os tornozelos e admirou seus novíssimos saltos Dior. Tinham cinco centímetros de altura, ela teve que praticar caminhadas com eles a semana inteira. Ela também teve que praticar caminhadas com seu longo vestido Marchesa para que não tropeçasse na bainha. Ela fixou a coroa do baile de modo que os lados não apertasse sua cabeça, e o cetro estava encostado no sofá com suas joias falsas brilhando. Tudo parecia perfeito. Ela estava, literalmente, toda vestida com nenhum lugar para ir.

— Nada de Mike ainda? — seu pai perguntou. Hanna balançou a cabeça. Mike não tinha ligado o dia todo. Eles não se falaram

desde a estranha conversa de pseudo-reconciliação eu-não-me-sinto-muito-bem-com-isso enquanto ela estava na clínica de queimados, bem antes de Hanna ter visto Noel. Ele não mandou uma mensagem dizendo que tinha escolhido um smoking. Ele não mandou uma mensagem para falar se traria uma limusine. Pelo que ela sabia, ele não viria.

Seu pai virou uma página da revista National Geographic que ele estava fingindo ler. Houve um som estridente na cozinha, certamente a carne assada que Isabel tinha feito para o jantar estava ficando fria. Eles já tinham visto Kate sair com Sean, tirando um zilhão de fotos. Se isso não provasse a Mike que Hanna não estava a fim de Sean, o que provaria? Por que ele simplesmente não acreditava nela?

E o que havia de errado com Noel por ter dedurado Hanna? Isso era o estilo de A... Seu celular antigo buzinou, e ela correu até ele. Era um e-mail da Agente Jasmine

Fuji. Posso passar aí essa noite? Hanna empalideceu. A mulher era implacável. Desculpe, é a noite do baile! ela

respondeu, feliz por ter uma desculpa legítima. — Querida, você está bem? — o Sr. Marin perguntou, notando a expressão aflita

de Hanna. Hanna rapidamente saiu do programa de e-mail. Ela tentou acenar com a cabeça,

mas ela sentiu as lágrimas enchendo seus olhos. — Na verdade, não. O Sr. Marin caminhou até ela. — Sabe, eu aposto que um monte de rainhas do

baile bonitas foram sozinhas. Pense em todas as atrizes que vão sozinhas para o Oscar, não é diferente. É atraente, na verdade. Isso significa que você pode se cuidar sozinha. — Ele pegou o telefone sem fio da mesa de café. — Vamos chamar o meu motorista. Vou fazê-lo parar na florista no caminho até lá e pedir-lhe que compre o maior ramo de flores.

Isso só fez Hanna chorar ainda mais. — Obrigada. — Ela se aconchegou no corpo sólido e grande dele, inalando o cheiro de seu desodorante picante e colônia de pinho.

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De repente, parecia a antiga Hanna e seu antigo pai, a relação em que ela podia dizer-lhe qualquer coisa. Antes de Isabel. Antes de Kate. Antes de A.

Ela respirou fundo e se afastou. — Não é só o baile, no entanto. É por causa de... outras coisas. — Ela fechou os olhos. — As coisas estão mais ou menos... uma bagunça.

— O que você quer dizer? Hanna lambeu os lábios. Se ela pudesse dizer a ele. Se ele aceitasse tudo o que ela

dissesse como erros horríveis que ela se arrependeu totalmente e que ela nunca faria novamente. Se elas pudessem rastrear A e fazer tudo isso parar.

Mas ela não podia dizer nada. Se ela dissesse qualquer coisa, não só a carreira política dele seria arruinada... mas também seu próximo trabalho seria dobrar metais em um pátio da prisão.

— Isso é sobre a rainha do baile? — o Sr. Marin perguntou gentilmente. Hanna ergueu a cabeça. — Por que você acha isso? O Sr. Marin trocou seu peso, parecendo culpado. — Não fique brava. Mas eu ouvi

você falando com Mike no outro dia sobre como você prefere morrer a fazer campanha contra Chassey Bledsoe. — Sua testa franziu. — Isso não é realmente uma coisa agradável de se dizer, Hanna. Cada rival é digno de uma boa campanha.

A boca de Hanna se abriu. Uma mistura de emoções surgiu através dela, traição, culpa, remorso, vergonha, frustração por causa de A.

— Não é o que você pensa — ela admitiu. — Eu realmente não queria dizer aquilo. — Mas era verdade, não era? Parte dela tinha rido por Chassey ser sua concorrente. De repente, o rosto com os olhos cheios de lágrimas de Chassey quando ela tinha perdido brilhou em sua mente.

O Sr. Marin colocou sua mão sobre a dela. — Sabe o que eu acho? Que você é uma boa pessoa. Que você faz a coisa certa — quando você ganha e perde.

Então seu olhar foi em direção a algo fora da janela. O carro de Mike estacionou no meio-fio. Ele saiu do banco do motorista, usando um smoking. Ele segurava um enorme buquê de rosas na mão.

Hanna correu até o espelho do corredor e verificou a maquiagem. Ela alisou o vestido e ajeitou a coroa. Quando a campainha tocou, ela abriu a porta. — Onde você estava?

Mike encolheu os ombros. — Desculpe, eu estou um pouco atrasado. Havia uma fila enorme no florista.

Hanna colocou as mãos nos quadris. — Você não ouviu eu ligar? Eu mandei um milhão de mensagens hoje! Eu não tinha certeza se você viria!

Mike a olhou de cima a baixo e sorriu. — Você deve ter tido certeza. — Ele suspirou. — Eu disse que viria, Hanna. E você sempre reclama quando eu falo ao telefone enquanto dirijo. — Então, ele olhou para o Sr. Marin, que se afastara para a cozinha. — Eu não deveria ter ficado tão louco por causa da clínica de queimados, tampouco. Eu falei um pouco sobre isso com a Aria, e ela me fez sentir como um idiota por ainda considerar que você poderia estar com Sean. Eu deveria ter acreditado em você.

Hanna olhou para as rosas. Elas eram púrpuras, as favoritas dela. Mike estava com uma expressão preocupada e envergonhada, implorando, e com um por-favor-me-ame em seu rosto. Talvez ele se sinta mal. Então, ela olhou para seu pai escondido na cozinha. Ela meio que queria tirar fotos.

— Tudo bem — ela disse, beijando seu rosto recatadamente. — Você está perdoado. — E então ela se virou para pegar seu pai para que ele pudesse tirar todas aquelas fotos embaraçosas que ela sempre quis.

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* * * Depois de um tráfego pesado para o Quatro Estações, Hanna entrou no grande

salão ornamentado. O ar cheirava extremamente a vieiras grelhadas. Meninas de vestidos longos de seda riam em pares e trios. Meninos em smokings bem ajustados pareciam quase como adultos. Alguns casais já estavam dançando lentamente, e havia uma fila para fotos do baile no canto. Cada parede era repleta de cor, as obras-primas de Van Gogh vivas. Flores cobriam a parede atrás da pista de dança. O enorme mural Noite Estrelada cobria o espaço atrás das mesas, cujas toalhas e pratos eram réplicas de outras obras. A comissão de formatura tinha comprado grandes estrelas e luas feitas de papel machê e ajeitou-as ao redor do salão em instalações de arte.

— Uau. — Mike balançou a cabeça em apreciação. — Esquisito. — Aria fez um trabalho realmente bom em tão pouco tempo — Hanna

murmurou, procurando por ela no meio da multidão. Ela não a via em lugar algum. — Ei, Hanna, parabéns! — Jillian Woods disse quando ela passou. — Ei você aí, rainha do baile! — Um grupo de rapazes chamou de uma mesa.

Hanna deu-lhes um aceno de miss. Mais e mais pessoas reuniram-se perto dela. Heather Jonas, que amava o Havaí

desde que passou o verão passado lá, colocou uma coroa de flores em torno do pescoço de Hanna. Becky Yee e Olivia Kurtz, que eram nerds, mas doces, pediram para tirar uma foto com ela. Até mesmo o velho amigo de Hanna, Scott Chin, que estava lá com um cara alto que parecia um modelo masculino, deu-lhe um grande abraço de urso. — Você é uma rainha bem mais gostosa do que a esquisitona da Chassey Bledsoe — ele sussurrou.

Normalmente, Hanna teria rido, mas ela afastou-se, sentindo-se irritada. Após a conversa com o pai dela, ela sentiu um pouco de culpa por ter tratado Chassey daquele jeito.

Algo à esquerda dela chamou sua atenção. Havia uma réplica de madeira na vertical do autorretrato de Van Gogh com um recorte onde seu rosto deveria estar. Phi Templeton enfiou seu rosto pelo buraco. Ela ficou zarolha e gritou: — Ai! Minha orelha está cortada! — Chassey Bledsoe, usando um vestido de seda dourado e cintilante, bateu uma foto dela e riu.

Hanna passou a língua sobre os dentes. Chassey parecia incrível esta noite. E ela tinha se esforçado mais do que Hanna para isso.

Erguendo os ombros, ela se separou de Mike, caminhou até Chassey e bateu em seu braço. A menina se virou. Seu sorriso diminuiu um pouco quando ela viu a coroa sobre a cabeça de Hanna.

Hanna desfez os grampos do cabelo, tirou a coroa e entregou-a a Chassey. — Aqui — ela disse. — Isso é para você.

Chassey olhou para a coroa nas mãos dela, claramente não entendendo. Hanna revirou os olhos. — Coloque-a, idiota — ela disse. Ela empurrou o cetro para ela, também.

Chassey piscou com força. — O-o quê? — Apenas pegue antes que eu mude de ideia — Hanna rosnou. E então, ela se

virou, deixando a coroa para trás. Mas, quando ela caminhou de volta para Mike, um sorriso se espalhou pelo seu rosto como líquido. Ela teve um vislumbre de seu reflexo no espelho. Ela parecia um milhão de vezes melhor. Essa coroa de prata tinha realmente entrado em confronto com a sua pele.

— Srta. Marin?

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Hanna se virou. Uma mulher em um uniforme do Quatro Estações estava atrás dela. — Você é Hanna Marin? — ela perguntou. Hanna acenou com a cabeça, e a mulher a pegou pelo braço. — Tem uma ligação para você na recepção. Dizem que é urgente.

Mike deu a Hanna um olhar curioso, em seguida, a seguiu para o saguão. Hanna pegou o telefone com o coração acelerado com as possibilidades. Mas quando ela disse alô, uma voz surpreendente respondeu. — Hanna — uma menina perguntou em voz alta. — É Kelly. Do William Atlantic.

— Kelly? — Hanna piscou com força. — O que houve? — É aquele cara que é seu amigo — Kelly disse. — Graham. Ele está acordando.

Liguei para a sua casa e seu pai disse que você estava no baile, mas você me disse para ligar para você a qualquer hora, não importa o quê, então...

— Obrigada — Hanna a interrompeu, segurando o telefone com força. Ela olhou para os táxis fora do lobby, sua mente girando em um milhão de direções. — Eu estarei aí em quinze minutos.

Então ela desligou, tentando descobrir a melhor rota para um motorista de táxi tomar. Mike pigarreou atrás dela. — Onde você vai estar em 15 minutos?

Hanna congelou. Mike parecia arrasado... e confuso... e preocupado. Então, ela olhou para a multidão. De repente, Aria apareceu à vista, com Noel ao seu lado. Ela imaginou Graham rolando em sua cama. Murmurando coisas. Lembrando das coisas. Elas poderiam resolver tudo em questão de minutos.

Ela virou-se para Mike. — Graham acordou. Eu preciso falar com ele. Mike se aproximou dela. — Tudo bem, vamos lá. — Vamos? — Hanna balançou a cabeça. — De jeito nenhum. — Você não vai ganhar essa. — Mike colocou as mãos em seus quadris. — Eu não

vou deixar você falar com aquele psicopata sozinha. Hanna analisou seu rosto. Não havia nenhuma forma de ele receber um não como

resposta. O que importava, afinal? Tudo estaria a céu aberto em breve. Talvez ela precisasse de proteção.

— Se você insiste — ela murmurou. — Mas, vamos lá! — E então ela o agarrou pelo braço e correu para a noite.

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26 QUEM VOCÊ AMA?

— Aria — Ryan, usando um vestido melindrosa com franjas e com o cabelo preso

no alto da cabeça, correu para Aria e deu-lhe um grande abraço. — Este lugar está incrível!

Aria parou de tirar fotos, uma parte de seu dever de presidente de decoração, e olhou ao redor do salão de baile do Quatro Estações como se ela nunca o tivesse visto antes, mesmo que tivesse estado aqui desde as três horas da tarde arrumando tudo. — Obrigada — ela disse a Ryan. — Mas, na verdade, foram as outras meninas que fizeram isso. Eu apenas dei a direção.

Ryan acenou com a mão com desdém. — Foi a sua visão. — Ela olhou para a roupa de Aria, de seus cachos ao seu vestido preto vintage simples-mas-elegante até seus sapatos altos de veludo que ela tinha comprado na França anos atrás, para esta ocasião. — Você está incrível, também. — Ela virou-se para alguém ao seu lado. — Não está?

Aria estremeceu. Noel tinha aparecido a seu lado silenciosamente. Ele estava elegante em seu smoking, sua coroa de rei do baile torta em sua cabeça. — Incrível como sempre — disse ele, como um bom namorado.

Ele era um bom namorado? Noel tinha dito que ela estava linda pelo menos vinte vezes naquela noite. E ele tinha conseguido para ela a posição de decoradora, algo que ela queria. Ele até ficou com ela quando ela agiu como uma aberração, como ela estava fazendo agora.

Ou era tudo uma farsa? A mente de Aria não tinha parado de girar no mesmo circuito alucinante de pensamentos. Era possível que Noel conhecesse Tabitha. Em seu e-mail com Fuji, ele chamou-a de amiga — ou ele quis dizer Ali? Se ele quis dizer Tabitha, foi assim que ele tinha conseguido seu colar? Foi por isso que ele disse a Aria para ficar longe de Graham no barco? Talvez Graham soubesse que Tabitha e Noel eram amigos. Talvez Noel tenha ficado preocupado que ele pudesse dizer algo. Ele não disse, é claro, mas ele ia dizer a Aria quem estava de olho nela.

E se Noel conhecia Tabitha, isso significava que ele teria conhecido sua madrasta, Gayle, também. Ele poderia ter tido informações privilegiadas sobre o bebê secreto de Emily. Ele poderia ter se escondido em torno da velha caixa de correio de Gayle, à espera de Hanna devolver o dinheiro, sem parecer muito suspeito — talvez ele disse a Gayle que ele viria para pegar algo que Tabitha tinha pegado emprestado antes dela desaparecer. Ele poderia ter mantido contato com Gayle depois que ela e seu marido se mudaram para Rosewood, ele teria sabido onde encontrá-la. E quando Gayle viu Noel na entrada da garagem na noite que Aria, Emily, e as outras tinham ido para a casa dela com medo de que Gayle tivesse sequestrado o bebê de Emily, ele a matou antes que ela pudesse gritar seu nome e expô-lo.

Poderia fazer sentido. Até mesmo a Jamaica. Aria não tinha estado com Noel a cada segundo da viagem, ele poderia ter escapado e instruído Tabitha sobre o que ela

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precisava fazer para surtar Aria e as outras. Deixe todas irritadas, ele poderia ter dito. Leve-as para o telhado e empurre Hanna.

Só que não tinha acontecido dessa maneira — elas haviam empurrado Tabitha, ao invés. Mas Noel tinha feito isso para matar Tabitha? Foi pelo mesmo motivo pelo qual ele tinha matado Gayle, porque ele temia que ela pudesse dizer algo sobre ele? E ele estava realmente fazendo isso tudo por Ali? Será que ele realmente a amava tanto assim?

Aria fechou os olhos. Não. Noel não amava Ali. Noel era uma boa pessoa, inocente. As peças se encaixavam, porque ela queria que elas se encaixassem, pois A estava forçando-as dessa forma, porque até mesmo suas amigas tinham distorcido, complicado e protelado as coisas em algo que não era verdade. Ela tinha que acreditar nisso. Ela tinha que dar a Noel uma última chance de explicar tudo isso.

Ryan olhou para seu relógio Chanel, em seguida, atirou seu braço em torno de seus ombros. — Fiquem por perto, vocês dois. Está quase na hora da sessão de fotos do rei e rainha no cemitério.

Aria olhou em volta. — Onde está Hanna? — Ela quase não tinha visto nenhuma de suas amigas a noite toda.

Noel olhou ao redor. — Acabei de ver Hanna e Mike saírem alguns minutos atrás. Mas eu tenho certeza de que eles não foram muito longe.

— Vou encontrá-los — disse Ryan, indo para a multidão. Quando ela estava longe, Noel voltou-se para Aria. — O que você acha de

pegarmos uma bebida no bar do outro lado do saguão enquanto esperamos? Ninguém vai dizer não a um rei do baile. — Ele piscou.

Aria lambeu os lábios. Seu namorado quer tomar um drinque com você, ela disse a si mesma. Ele quer um tempo a sós com você. Porque ele te ama.

De repente, uma figura apareceu em sua visão periférica. Uma mulher em um terno cinza entrou no salão, falando baixinho em um telefone celular. Agente Fuji. O que ela estava fazendo aqui?

Ela olhou para Noel, mais determinada do que nunca. — Vamos lá. Eles atravessaram o saguão e entraram em um bar escuro. Um barman limpando

a superfície do balcão com um pano olhou para cima. — O que eu posso fazer por vocês?

Noel pediu um uísque, e Aria pediu um coquetel com gim. Então ele virou seus olhos verdes doces e carinhosos para ela. — Você está realmente bem?

Aria engoliu em seco. Felizmente, o barman escolheu aquele exato momento para entregar as bebidas. Pelo menos ela tinha algo para fazer com as mãos.

— Se você acha que eu estou com raiva por causa da coisa com Olaf, eu deixei isso para trás. Eu até entendi, Aria. Eu realmente entendi.

— Eu ainda me sinto mal por isso — disse Aria baixinho. — Eu não sei o que eu estava pensando.

— Está tudo bem — Noel disse enfaticamente, tocando-lhe o pulso. — Isso não muda o que eu disse a você, no entanto. Sobre Ali, eu quero dizer.

Aria estremeceu ao som do nome dela. — Sério? — Ela me beijou. — Ele deu-lhe um aperto no pulso enfaticamente. — Eu não

queria nada com ela. Espero que você entenda isso, de verdade. — Ele puxou a cadeira mais próxima. — Você significa muito para mim, Aria. Eu não posso nem explicar o quão apaixonado eu sou por você. E se alguma coisa acontecesse com a gente, se nós terminássemos de novo, eu ficaria arrasado. — Seu queixo começou a balançar. — Eu

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poderia até morrer. Ninguém jamais me fez sentir desse jeito. Você tem que acreditar em mim.

Lágrimas caíram dos olhos de Aria. A voz de Noel estava grossa e havia lágrimas em seus olhos. Ele estava dizendo a verdade. Ela tinha certeza disso.

Noel começou a procurar algo em seu bolso. — E, na verdade, tem algo que eu quero dar a você. — Algo brilhante capturou a luz, e antes que Aria soubesse, ele estava prendendo uma pulseira de correntes de ouro em seu pulso. Uma pequena etiqueta da TIFFANY & CO. estava gravada no aro mais próximo do fecho. — Eu me senti tão mal por você ter perdido o outro colar que eu encontrei para você no cruzeiro, então eu queria dar-lhe algo especial no baile. — Noel tocou um dos aros. — Você me perguntou por que eu cheguei atrasado para a aula no dia em que anunciaram que você era a presidente de decoração, eu estava pegando isso. Eu pedi para um negociante de arte do meu pai achar isso para mim em Nova York, e ele estava na Filadélfia por algumas horas. É vintage — ele explicou.

— Oh meu Deus — Aria disse, segurando-a contra a luz. — Você não precisava dar isso para mim.

— Claro que eu precisava. — Noel serpenteou seus braços em volta dela e a puxou para mais perto. — Você é tudo para mim, Aria.

Aria encostou a cabeça em seu ombro. Era tudo o que ela queria ouvir. Noel não tinha escapado para o quarto dela naquele dia para plantar a pintura em seu guarda-roupa, ele estava com um negociante de joias comprando-lhe um presente incrível. De repente, ela sabia que tudo o que ela tinha descoberto poderia ser explicado, também, que era apenas uma questão de esclarecer as coisas. Até mesmo o que Noel tinha dito a Agente Fuji. Mesmo que ele conhecesse Tabitha. Era um mal-entendido que A tinha torcido em algo terrível. Noel não estava enganando ela.

Ela atirou-se para frente e beijou Noel nos lábios. Ele a beijou como sempre fazia, suave, docemente e com abandono, como se Aria fosse a única garota que ele tinha beijado em toda a sua vida. Ela fechou os olhos e deixou-se afundar no momento, nunca amando Noel tanto como naquele momento.

Ela se afastou e fungou. — Ei... — Noel enxugou uma lágrima do rosto dela. — Por que você está chorando?

Aria se atrapalhou com um guardanapo para enxugar os olhos. — Estou muito feliz. — Ela ergueu o punho. — E isso é tão bonito. — E assim, um peso foi tirado de seus ombros.

— De nada. — Noel apertou a cintura dela e baixou a voz. — O que você diz de ficarmos algum tempo sozinhos de verdade agora? Sem bares, nem gente, nem choro — só você e eu, felizes?

Aria sorriu lentamente. — Isso soa maravilhoso — disse ela em quase um sussurro.

Mas ela sabia que isso seria difícil, também. Ela iria dizer tudo a Noel hoje à noite, ela decidiu. Sobre A. Sobre a Verdadeira Ali. Sobre a pintura. Até mesmo sobre Tabitha. Ela não ia mais se esquivar dele. Ela precisava dele como um aliado, e não alguém que ela temia. Tudo isso estaria em aberto, e eles lutariam contra A juntos.

O volume no bar aumentou. Mais pessoas lotaram os assentos próximos a eles. Estava muito barulhento ali e muito público no salão de baile. Aria esvaziou seu copo e levantou-se, de repente sabendo o lugar onde eles poderiam falar sobre tudo sem ninguém ouvir. — Venha — disse ela, estendendo a mão para puxar Noel para fora do banco. — Vamos para o cemitério.

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27 A SÍLABA MAIS IMPORTANTE

Mike estacionou o velho Subaru dos Montgomery no estacionamento do Bill

Beach. Hanna tinha lhe dito para dirigir rápido, e eles tinham chegado aqui de Philly em nove minutos e quarenta e três segundos, que era provavelmente um tipo de recorde. Hanna tinha certeza de que ele tinha dirigido uma centena de quilômetros por hora até a via expressa.

Mike circulou o estacionamento uma vez, em seguida, novamente. Todos os espaços estavam ocupados. — Algum vai desocupar — Hanna disse, segurando a maçaneta da porta. — Deixe-me na porta da frente e me encontre lá dentro.

Mike torceu a boca como se não gostasse muito dessa ideia, mas Hanna já estava fora da porta antes que ele pudesse protestar.

Enquanto atravessava o estacionamento, seu celular tocou algumas vezes, mas ela ignorou. Ela não podia perder tempo agora. Ela tinha que chegar até Graham.

Os recepcionistas sorriram para seu vestido, saltos e maquiagem, mas Hanna passou por eles sem dizer uma palavra. Depois de rabiscar o nome na recepção, ela pegou uma curva à esquerda e partiu para baixo para o corredor de Graham. TVs brilhavam nos quartos estofados. Visitantes estavam sentados em silêncio nos sofás. Mas, no final do corredor, onde Graham estava, enfermeiros preenchiam o espaço.

Kyla estava sentada na cama do lado de fora do espaço separado de Graham. Ela acenou quando viu Hanna. — O que está acontecendo?

Hanna deu de ombros e entrou na área de Graham. Ela engasgou. O tubo de respiração de Graham tinha desaparecido. Ele se contorcia de um lado para o outro, suas pálpebras tremulavam. Seus lábios secos pronunciaram uma palavra. — Graham? — uma enfermeira gritou em seu rosto.

— Graham? — Hanna se inclinou sobre a cama também. — Você está acordado? A enfermeira olhou para ela. — Quem é você? Hanna piscou. — Está tudo bem — Kelly disse atrás delas, entrando pela cortina com uma

bandeja de agulhas e medicamentos. — Hanna é uma voluntária. — Ela olhou para as outras enfermeiras. — Eu posso lidar com isso por um minuto. Vocês chequem os pais dele. Eles disseram que estavam a caminho.

As enfermeiras desapareceram. Kelly tocou a testa de Graham, em seguida, olhou para os monitores. — Ele acordou há cerca de meia hora — ela disse a Hanna. — Nós baixamos a dose de analgésicos para ver se ele falaria, mas ele ainda parece não conseguir.

— Kelly? — Alguém gritou atrás da cortina. — A Sra. Johnson do 1-17 está tendo uma convulsão. Precisamos de você.

Os olhos de Kelly correram de um lado para o outro. — Que noite — ela murmurou. Ela colocou a mão no ombro de Hanna. — Você o vigia por um segundo, ok?

Hanna piscou. — E fazer o quê?

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— Só não toque nele. Eu estarei de volta. — Então Kelly desapareceu no corredor. Hanna se virou para Graham, que ainda estava se contorcendo. Seus dedos dobrando e desdobrando. Ele tocou nos tubos de intravenosa em suas mãos e fez sons de grunhidos não identificáveis.

— Graham — ela disse suavemente. — Você pode me ouvir? As pálpebras de Graham vibraram. Um sussurro abafado de uma palavra saiu. —

V-v-v... — ele se esforçou para dizer. O coração de Hanna bateu rápido, então ela pegou uma de suas mãos. — Aperte

um vez para sim, duas para não, ok? Você estava em uma explosão em um cruzeiro. Você se lembra disso?

Graham apertou uma vez. Uma campainha sibilou no corredor. Hanna congelou, observando os sapatos

brancos da enfermeira passando sob a cortina. — Você estava na sala da caldeira do navio — ela incitou. — Você estava conversando com Aria. Você se lembra de Aria?

Novamente, Graham apertou uma vez. — Bom. Você estava tentando dizer alguma coisa a ela. Foi que alguém estava de

olho nela? Os lábios de Graham pressionaram juntos. Ele fechou os olhos com força e fez

uma careta de dor. — V-v-v... O coração de Hanna acelerou. — Você viu o rosto da pessoa? Graham lutou com uma sílaba, seus lábios colados. — N... — Não? Você não viu? Ele balançou a cabeça, como se isso não estivesse certo. De repente, Hanna

entendeu. — Era ele, não ela? Graham apertou a mão dela uma vez. Hanna sentiu-se tonta. Ela respirou fundo e continuou. — Você sabe o nome dele? Graham abriu o olho inteiro. Sua íris estava vermelha. Seus dentes apertados, sua

língua firme entre eles. Ele tentou uma sílaba, e depois desabou, exausto, sobre o travesseiro.

— Por favor — Hanna pressionou. — Por favor, me diga o nome dele. Graham tentou novamente. — N-n... — Ele franziu os olhos fechados, parecendo

frustrado. — N-N-N! Hanna se inclinou mais perto. — N... o quê? Noel? Um olhar tonto atravessou o rosto de Graham. Ele fez o som com N novamente.

Seu queixo começou a tremer. — N-n-n — ele dizia. — N-N-N! — Aperte se for Noel, Graham! Aperte uma vez se for Noel! — Hanna insistiu. Mas, de repente, seu pescoço arqueou para trás de forma não natural. Seus olhos

rolaram para trás de sua cabeça. Seus membros começaram a tremer com os pés chutando loucamente. As máquinas começaram a soar.

Hanna recuou, aterrorizada. E se ela tivesse causado isso? E se ela tivesse o pressionado demais?

O sinal sonoro continuou. O corpo de Graham balançou com espasmos. — Oh meu Deus — Hanna sussurrou. Ela saiu de trás da cortina e olhou para o corredor. Ele estava vazio, não havia uma única enfermeira à vista. — Merda — ela murmurou baixinho. Agora, as máquinas de Graham estavam fazendo sons horríveis de zumbido.

— Eu acabei de ver alguém indo por ali — a voz de Kyla chamou por trás de Hanna. Ela apontou trêmula para a esquerda. Hanna acenou para ela, em seguida, correu pelo corredor. Mas o posto de enfermeiras estava vazio também. Depois de verificar mais três corredores, ela finalmente viu uma mulher usando roupa de hospital

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rosa atendendo um paciente perto de uma porta de saída. — Socorro! — ela gritou. — As máquinas de um paciente estão pirando!

A enfermeira veio correndo. Hanna abriu o caminho, os saltos altos batendo desajeitadamente no chão escorregadio. Ela virou a esquina para o quarto de Graham. Os sons das máquinas sendo carregados por todo o caminho do corredor.

A enfermeira passou por ela e abriu a partição. Sua boca estava aberta. — Oh, meu Deus — ela sussurrou. — Ele está em codificação. — Ela se virou e gritou para conseguir mais ajuda.

Hanna colocou a cabeça para dentro, esperando os espasmos de Graham estarem ainda maiores e mais assustadores do que quando ela saiu. Mas o seu corpo estava inerte sobre a cama. Sua cabeça estava estranhamente torcida para a direita, com a língua pendurada para fora da boca. O curativo sobre o olho tinha caído, revelando uma pele rosa cheia de bolhas. Todos os tubos de intravenosa estavam fora de suas mãos, e sangue jorrava de todos os lugares. E nas máquinas havia uma única linha plana. Havia pontos de interrogação onde a pressão arterial e os níveis de pulso deveriam estar.

Mais enfermeiras apareceram. Imediatamente, elas começaram a reanimação cardiopulmonar e estancaram o sangramento. Uma segunda equipe apareceu com um carrinho de choque, e um médico rasgou a roupa de hospital de Graham para expor seu peito nu cheio de bolhas. Voltagem estalou através das pás e, quando eles deram um choque nele, seu corpo arqueou para fora da cama. Hanna gritou. Graham caiu de volta no colchão, mas os monitores permaneceram inalterados.

Os médicos e enfermeiras deram choques três vezes. Alguém empurrou Hanna para fora da área das cortinas. Ela ficou inutilmente no corredor. Houve um som atrás dela, e Kyla estava sentada na cama, com os olhos negros sob a gaze. Ela parecia tão chocada quanto Hanna se sentia.

O desfibrilador parou. Alguém chamou uma vez, e várias enfermeiras se arrastaram para trás da cortina e caminharam pelo corredor. Hanna cobriu a boca com a mão, com medo de vomitar. Ela olhou para Kelly, que tinha acabado de sair da cortina também. Sua roupa de hospital estava salpicada com o sangue de Graham.

— Ele está...? — Hanna não podia nem dizer a palavra em voz alta. Kelly baixou os olhos. Estava claro que ela não podia dizer a palavra em voz alta,

tampouco — mas ela não precisava. Sua expressão pálida, cansada e surpresa, no entanto, dizia tudo. Graham, que tinha acabado de se comunicar com Hanna, que tinha visto A, que poderia saber de tudo, estava morto.

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28 BUSCAI, E ENCONTRARÁS

Ao mesmo tempo, Emily, usando um vestido azul sem alças que ela tinha

comprado no King James, balançou os braços e torceu a cintura no meio da pista de dança do Quatro Estações. Banners com pinturas de redemoinhos a cercava. Estrelas em forma de asterisco pairavam acima. Até mesmo a música dançante parecia energizada e psicodélica. Era como estar no interior de uma pintura de Van Gogh.

Iris, que usava um vestido rosa pálido de Emily da festa beneficente dos Foxy do ano passado, correu ao longo do bufê. — Olha! — Ela levantou uma coroa de prata. RAINHA DO BAILE, lia-se na frente em letras brilhantes.

Emily fez uma careta. — Você a pegou de Hanna? — Ela só tinha visto Hanna por um segundo, e então ela tinha perdido ela. Mas ela foi, provavelmente, ter um tempo a sós com Mike.

— Foi daquela garota ali. — Iris apontou para Chassey Bledsoe. Emily piscou com força. — Talvez você devesse dá-la de volta para ela. Ou

encontrar Hanna. Iris revirou os olhos. — Por favor. Todo mundo merece uma chance de ser rainha.

Não era com isso que todas nós sonhávamos quando éramos pequenas? — Então, ela posicionou a coroa na cabeça e saltou para a pista novamente. Ela mesma pegou o cetro real e acenou-o na frente de seu rosto como uma vara com um brilho enorme. Dois garotos pararam e sorriram para ela. Iris fez uma dança girando em torno de Dominique Helprin e Max McGarry, um desses casais que provavelmente nunca iria romper. Então, quando a música terminou, ela tirou a coroa da cabeça e colocou-a sobre a cabeça de Emily.

— Agora você que é rainha por uma música! — ela proclamou. Os dentes da coroa cravaram no couro cabeludo de Emily. Iris entregou-lhe o

cetro. — Vamos lá, garota! Ao trabalho! Em primeiro lugar, Emily recusou, mas, em seguida, a batida infectou o seu corpo.

Ela moveu um pé, depois o outro. Ela mexeu os dedos. Depois de um momento, ela acenou com o cetro ao redor como se fosse uma batuta em um desfile. Dançarinos seguiram atrás dela ao redor da pista. No meio da música, Emily começou uma linha de dança que toda a escola tinha aprendido na sétima série — e todos ainda se lembravam.

— Vai, Emily! Vai, Emily! — Iris gritava. Emily sorriu. Ela nunca sonhou em ser a rainha do baile, mas era divertido ser

por uma música. Quando uma nova música veio, Emily tirou a coroa da cabeça e passou para

Kirsten Cullen. Ela deu um grito, e dois meninos do time de futebol jogaram Kirsten no ar, coroa, cetro e tudo mais.

Emily sorriu para Iris. — Foi uma boa ideia compartilhar a coroa com todas. Iris encolheu os ombros. — Só estou tentando tirar sarro da formatura.

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— Estou feliz por você ter vindo — disse Emily, realmente dizendo a verdade. — Eu também, sua vadia louca. — Iris jogou a cabeça para trás em uma risada,

mas de repente ela puxou o lábio para dentro da sua boca e olhou para fora da janela. — É o meu último torneio em Rosewood, certo?

Emily tocou em seu braço. — Você está preparada para voltar? — Iris tinha programado para um táxi buscá-la no Quatro Estações e transportá-la de volta para A Reserva. Ela queria aparecer parecendo fabulosa em um vestido de baile, ela disse, para provar para os outros pacientes que ela tinha se divertido do lado de fora. Desta vez, ela iria trabalhar duro para realmente ficar melhor... para que eles a libertassem de verdade.

Iris fez uma cara de brava. — Quem sabe? Mas eu acho que tenho que tentar. — Ela olhou para Emily. — Você realmente vai me visitar?

— É claro — disse Emily, em seguida, cutucou-a. — Vou levá-la até mesmo para fazer compras, enquanto você prometer que não vai roubar nada.

— Feito. — Então Iris olhou para o relógio sobre as grandes portas recortadas que levavam ao saguão. — Ei, são quase dez horas.

— Oh, são? — Emily disse indiferente, como se ela não tivesse estado obsessivamente olhando o relógio a noite toda.

Iris fez uma careta. — Como você vai saber o que a surpresa de Jordan será? Pode ser qualquer coisa... em qualquer lugar.

— Eu apenas vou saber — disse Emily, enquanto caminhavam para fora da pista de dança. Será... que ela saberia mesmo? Jordan poderia ter escondido uma mensagem secreta em um dos quatro bolos decorados de Van Gogh ao redor do salão. Ela poderia ter costurado ela em uma toalha nos banheiros. Ela poderia ter gravado alguma coisa subliminar em uma das faixas do DJ. Era como procurar uma agulha em um dos Palheiros de Van Gogh.

Ela olhou ao redor do salão pela milionésima vez. Jordan saberia o que seria uma tarefa difícil e ela tentaria fazer com que a surpresa fosse algo que Emily iria ver de qualquer maneira, certo? No entanto, tudo no salão era interessante e digno de outro olhar. Os buquês de flores nas mesas. As esculturas de gelo de animais. O adolescente alto, estrelas de papel machê. O artista com tatuagem de hena no canto, a cartomante perto das escadas.

— É a hora da fila de conga, galera! — o DJ gritou, interrompendo os pensamentos de Emily. Um grande cavalete foi levado para frente de seu estande. — Onde estão o nosso rei e rainha do baile?

— Eu é a rainha do baile! — Klaudia Huusko falou, a estudante de intercâmbio, suas palavras arrastadas. Ela cambaleou em direção ao palco, a coroa de rainha do baile torta em cima de seus cabelos dourados. Quando ela estava quase na cabine do DJ, ela tropeçou na bainha de seu vestido e a coroa saiu voando. Todo mundo riu. O vestido de Klaudia escorregou de seu corpo, mostrando um sutiã que levantava os seios para parecerem maiores e — choque — uma cinta. Todo mundo deu uma gargalhada.

O olhar de Emily voltou para a cartomante. No seu segundo dia no mar, Emily tinha usado a internet lenta do navio para entrar em um site de astrologia para ver seu horóscopo diário. Quando ela disse a Jordan que ela fazia isso todos os dias para ver se as coisas iam ser boas ou ruins, Jordan olhou para ela como se ela fosse louca. — E se o horóscopo disser a você para não sair de casa?

— Então eu não saio — brincou Emily. Ela deu a Jordan um empurrão brincalhão. — Mas eles nunca dizem isso. Mesmo se você estiver tendo um dia ruim, eles dizem que isso é um desafio. Ou uma experiência de aprendizagem.

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— E você realmente acredita em tudo isso? — perguntou Jordan. — Eu acredito — Emily havia dito. Jordan tinha tocado a ponta de seu nariz. — Eu amo descobrir coisas sobre você. Agora, Emily olhou o relógio em seu celular: 21:53. Como a maioria das crianças

na pista de dança estavam formando uma longa fila de conga, ela se desviou para a mesa da cartomante. A mulher tinha um longo e desgrenhado cabelo castanho com listras grisalhas, uma verruga no nariz, e óculos de formato retangular com lentes roxas. Ela olhou para Emily com calma e firmeza, como se estivesse bebendo Emily lentamente, todo o caminho até o último gole.

Finalmente, ela sorriu, agarrou a mão de Emily, e massageou a palma da sua mão. — Você tem dedos suaves, o que significa que você é artística — ela começou. — Seu dedo polegar é forte, o que significa que você é lógica. E você está em boa forma e capaz de superar obstáculos, não é?

Não brinca, Emily pensou. Isso era um eufemismo. A mulher chegou a dizer que Emily teria um caso de amor, mas nunca se casaria e

que ela iria viver uma vida longa e feliz. Emily ficou esperando por algum tipo de referência a Jordan, mas a mulher não a mencionou. Após cerca de cinco minutos de massagem, ela acariciou a mão de Emily. — Pronto. Vá em frente e seja feliz.

Emily levantou a cabeça. — Então... você não tem mais nada para me dizer? A mulher fez uma careta. — Não, isso é tudo. — Ela retirou um carimbo de

borracha de baixo da mesa, apertou-o em uma almofada de tinta, e carimbou a mão de Emily. — Isso marca que você já esteve aqui. Eu não faço repetições.

Emily levantou-se, incapaz de esconder a decepção em seu rosto. Este desafio de repente parecia como os livros Sou Espião que ela costumava olhar na biblioteca da escola. Ela ficava louca tentando encontrar o boneco de neve escondido, ou o minúsculo amuleto de cordeiro ou o apóstrofo rosa nas fotos desordenadas, sentindo-se desatenta e nada inteligente quando ela falhava. Ou talvez Jordan só não a conhecesse tão bem. Talvez Emily não conhecesse Jordan muito bem, também.

Ela caminhou até Iris, que estava na fila de conga. Iris deixou Emily entrar na fila, em seguida, olhou para ela de forma estranha. — O que é isso na sua mão?

Emily olhou para o selo que a cartomante lhe dera. — Sem repetições — ela murmurou. Mas quando a luz estroboscópica brilhou sobre ele, ela percebeu que o selo era um grande círculo preto com as iniciais JR no centro. Ela parou. Poderia ser de Jordan Richards?

Ela saiu da fila de conga, segurou a mão dela diretamente sob uma luz embutida perto do bufê, e olhou melhor. A marca parecia um selo em um envelope. Em torno das iniciais estava a palavra Bonaire. Isso poderia ser algum tipo de pista de onde Jordan estava? Bonaire era uma agência de correios? Uma cidade?

Emily correu para fora do salão até o corredor, onde a luz era muito brilhante, e pegou seu celular antigo. O relógio no topo mostrava exatamente dez horas. Felizmente, o sinal de Wi-Fi no hotel era forte, então quando ela digitou BONAIRE no navegador, alguns resultados imediatamente apareceram. Bonaire era uma pequena ilha no Caribe. Emily clicou em uma página da Câmara de Comércio. De acordo com o site, Bonaire era um local popular para mergulho com tanque de oxigênio. O site mostrava uma apresentação de slides de imagens: peixes tropicais, pessoas brincando em um mar azul-turquesa. Em seguida, uma foto de um cinema antigo piscou na tela. Na marquise, em vez das próximas atrações, estavam as palavras EU SINTO SUA FALTA, EMILY.

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O coração de Emily quase parou. Ela olhou fixamente, sem piscar, para o site, preocupada que ela estivesse vendo coisas. Mas, em seguida, a imagem apareceu no slide novamente. EU SINTO SUA FALTA, EMILY. Ela engasgou. — Eu sinto sua falta, também, Jordan — ela sussurrou.

Ela observou ele percorrer mais seis vezes. Em seguida, às 22:01, desapareceu. Emily sentiu-se tonta. Foi a coisa mais romântica que alguém já tinha feito para ela. Se ela pudesse reservar um voo para hoje à noite para o Caribe e encontrar Jordan. Mas ela tinha certeza de que Jordan era muito inteligente para isso. Mesmo se ela tivesse estado em Bonaire, ela provavelmente estava muito longe agora.

— Aí está você, senhorita Fields! Uma mão magra e fria caiu sobre seu ombro nu. Emily deu um pulo e olhou para

cima. O sorriso da Agente Fuji era hostil. Seu terno cinza conservador parecia fora de lugar entre todos os tule e seda. — Você está me evitando?

A boca de Emily pareceu imediatamente seca. — Hum... — Eu queria dar-lhe uma chance de explicar alguma coisa — Fuji a cortou. —

Talvez pudéssemos falar agora. A boca de Emily se abriu. Explicar... o quê? Sem esperar o consentimento de Emily, Fuji guiou Emily ao final do corredor,

onde era mais silencioso. — Recebi uma denúncia anônima de que você está abrigando uma arte de valor inestimável em sua casa — disse ela com firmeza. Ela se inclinou mais perto. — Eu preciso obter um mandado de busca, senhorita Fields?

Abrigando uma arte de valor inestimável? — Não há arte na minha casa! — Emily deixou escapar.

Fuji levantou uma sobrancelha. — Há na casa de outra pessoa que você conhece? Disseram-me que uma de vocês tinha algo que devíamos saber. Se não for você, quem é?

A música bateu nos ouvidos de Emily. Ela tinha falado antes de pensar. A tinha contado... mas A não tinha contado tudo. Era um esquema brilhante: Ela estava contando com Emily para derramar o resto.

Ela olhou para Fuji novamente. — Eu não sei do que você está falando. — Ah, é mesmo? — Fuji colocou as mãos nos quadris. — Você tem certeza disso? Emily sacudiu a cabeça levemente, tentando ao máximo ficar firme. Depois de um

momento, Fuji puxou a alça da sua pasta e girou nos calcanhares. — É melhor você não estar mentindo — ela alertou.

Ela se afastou, o telefone colado ao ouvido dela antes de ela deixar o prédio. Emily se sentiu quente, depois fria. O que ela tinha acabado de fazer? Onde Fuji estava indo? Assim que os policiais achassem a pintura, elas estariam acabadas.

Ela correu de volta para o salão e olhou em volta para procurar suas amigas, mas ela não viu nenhuma delas em lugar nenhum. Seu celular descartável estava no fundo de sua bolsa, e ela o pegou e discou o número de Aria. — Não! — ela gritou após o sinal de voz. Depois ela tentou Spencer, e então Hanna. Nada. — Não, não! — ela gritou para as duas.

— Você está bem? Iris estava atrás dela, sem fôlego por causa da fila de conga. Emily deixou cair o

telefone de volta em sua bolsa, sentindo-se dispersa. — Hum... — Você conseguiu achar sua surpresa? Você correu para aqui fora tão rápido, e...

— Iris parou abruptamente, arregalando os olhos para alguma coisa do outro lado do salão.

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— O que foi? — Emily seguiu seu olhar. Fuji estava de volta? Havia uma equipe da SWAT aqui? As únicas pessoas na pista de dança eram crianças em vestidos e smokings. O DJ estava agora dirigindo a fila de conga, balançando a cabeça para trás e para frente.

Iris começou a tremer. — Eu não posso acreditar. Aquele era o cara que visitava Ali na Reserva.

Emily franziu o cenho para o DJ. Ele tinha um cavanhaque desalinhado, olhos redondos e um corpo de hidrante. — Sério?

Iris acenou com a cabeça, com seu olhar fixo. — Eu reconheceria a foto dele em qualquer lugar.

De repente, Emily percebeu que ela estava olhando para uma foto no cavalete. REI E RAINHA DO BAILE DA PRIMAVERA DE ROSEWOOD DAY! lia-se em letras serpeadas no topo. Abaixo delas estava o retrato do rei e da rainha com suas coroas. Rei e rainha deste ano. Um rei que Emily conhecia muito, muito bem. Seu olhar caiu para o relógio de ouro no pulso dele. Era o mesmo relógio de ouro que ela tinha visto na foto da casa de Tripp. A que havia sido tirada de Ali na Reserva.

Ela olhou para Iris, todas as sensações deixando suas extremidades. — Noel Kahn? Você tem certeza?

Iris assentiu gravemente e com autoridade. — Eu apostaria minha vida nisso.

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29 ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS

Spencer gastou 45 minutos, vários esconderijos para evitar os locais perigosos, e

uma caminhada de quinze blocos na direção da cidade antes de encontrar um táxi que a levaria para o Quatro Estações. Ela tinha trazido um pouco de dinheiro de emergência e seu cartão de crédito — A não tinha encontrado uma forma de atrapalhar isso. Ela tentou ligar o celular continuamente durante o caminho, mas foi inútil. A tinha enchido a caixa de entrada dela.

Ela se deu conta de algo: A sabia da sua caixa de entrada. O que significava que A sabia esse número de telefone. Claro que A sabia: A era Chase. Ele provavelmente espiou o celular dela quando ela estava saindo com ele. Ela caiu direto na armadilha dele, e as amigas dela iriam morrer por causa disso.

Ela olhou pela janela enquanto o Museu de Arte passava. Não era possível o motorista chegar ao hotel mais rápido? Ela precisava encontrar Aria, Hanna e Emily antes de Chase encontrarem-nas primeiro.

Finalmente, o Quatro Estações apareceu à direita. — Aqui está bom! — Spencer gritou na esquina, empurrando um pouco de dinheiro para o motorista e saindo do banco traseiro. Ela atravessou hesitante a quadra com seu vestido longo apertado. Vários táxis e limusines estavam estacionados na entrada do hotel. Um carro preto familiar passou voando por Spencer, levantando as pontas de seu vestido. Essa era... Fuji?

Spencer olhou para as janelas escuras, mas não pôde ver o motorista ou os passageiros. Hanna, Emily e Aria já estavam aqui? Fuji tinha falado com elas?

Ela entrou correndo no lobby do Quatro Estações e depois no salão de baile. A primeira pessoa que ela viu foi Reeve Donahue, uma das meninas do comitê de decorações. — Você viu Aria Montgomery? — ela perguntou sem fôlego.

Reeve olhou Spencer de cima abaixo, franzindo o lábio para a bainha rasgada e o cabelo despenteado de Spencer. — Essa menina esteve desaparecida a noite toda. Ela não mereceu ser presidente de decoração.

Spencer soltou um agradecimento, em seguida, deu mais uma olhada na pista de dança. Naomi Zeigler estava dançando com Henry Bennett. Sean Ackard e Kate Randall estavam sussurrando em uma mesa reservada no canto. Iris estava com a cabeça no ombro de James Freed.

Spencer estava prestes a correr até Iris e perguntar-lhe onde Emily estava quando a própria Emily apareceu na frente dela.

— Oh meu Deus — Emily disse, agarrando os antebraços de Spencer. — Onde você estava? E o que aconteceu com você?

— É uma longa história — Spencer disse. — Mas eu tenho que dizer uma coisa. — O namorado de Ali definitivamente era Noel — Emily deixou escapar, ao

mesmo tempo. Spencer recuou e olhou para ela. — Espere, o quê? Você tem certeza?

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Emily assentiu. — Iris disse que Noel visitava Ali sem parar na Reserva. A luz estroboscópica cintilou nos braços de Spencer quando ela sondou o salão de

baile. Se Noel era o namorado de Ali... então Chase não era. Ela estava enganada. Ela se contorceu desconfortavelmente, não tendo certeza se deveria se sentir horrivelmente envergonhada... ou aliviada... ou até mesmo irritada por Chase saber sobre a Jamaica de outra forma.

— Onde Noel está agora? — ela perguntou distraidamente. — E Aria? E Hanna? — Eu estou aqui — Hanna disse atrás delas, correndo pelo salão sem fôlego,

como Spencer tinha feito há pouco tempo. Seu rosto estava tenso, e suas mãos tremiam. — Nós voltamos o mais rápido que pudemos.

— Voltaram de onde? — Emily perguntou. — Do Bill Beach. — A voz de Hanna aumentou e baixou de volume. — Graham

acordou. — E você levou Mike? — Spencer ficou horrorizada. Ela olhou ao redor do salão

novamente. — Onde ele está agora? — Ele está... em algum lugar. — Hanna olhou em volta, também, depois deu de

ombros. — Eu não disse a Mike o que estava acontecendo. E ele ficou no carro, ele não viu nada. Mas, pessoal, Graham viu A. Foi o que ele queria dizer a Aria.

— Foi Noel? — Spencer exigiu. Hanna acenou com a cabeça. — Bem, tudo o que ele disse foi N... Tenho certeza de

que ele quis dizer Noel. Mas então eu tive que chamar a enfermeira, e quando eu voltei, ele se foi.

Emily deu um passo atrás. — Se foi, tipo, morreu? — Jesus — Spencer sussurrou. Emily olhou para Spencer. — O que você queria me dizer? O estômago de Spencer revirou, sua mente em Chase novamente. — Uh, nada. — Gente, nós temos que falar tudo para os policiais — Hanna disse, olhando ao

redor do salão. — Noel pode ter um espião no Bill Beach. Ele deve ter descoberto que estávamos investigando ele. Temos que ir à polícia agora e dizer-lhes tudo o que sabemos.

— Precisamos ir à polícia por outro motivo — Emily disse. — Fuji sabe que uma de nós está com a pintura... mas ela não sabe quem é. Ela achou que eu a estava escondendo, ela perguntou se havia alguma razão de eles terem que revistar a minha casa.

Spencer caiu contra a parede. — O que significa que a próxima casa que ela queira procurar seja a minha. Ou a de Hanna.

— Ou a de Aria — Emily sussurrou. — Onde Aria está? — Spencer perguntou preocupada. Todas analisaram o salão. Então Hanna caminhou em direção a uma menina perto

do bufê. Ela usava um vestido flapper6 preto de camadas e um chapéu de 1920, e ela estava segurando o cetro de rainha do baile de Hanna na mão. Um broxe que dizia DIA DO EX-ALUNO DE ROSEWOOD estava em seu peito. Ela sorriu quando Hanna se aproximou.

— Ei você aí, rainha — ela falou animada, oferecendo o cetro de volta para Hanna. — Eu amei que você tenha deixado todo mundo ser rainha por uma dança!

Hanna pegou o cetro, depois franziu a testa. — Eu deixei?

6 Flapper: É um termo usado na década de 1920 aplicado a uma nova geração de mulheres jovens ocidentais que vestiam saias curtas, não usavam espartilho, cortavam o cabelo, escutavam jazz, e tinham outras condutas similares.

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— Foi tão inovador, eu amei! — Ryan ergueu a mão para Hanna bater na palma dela. — É muito ruim a presidente de decoração não ter tirado fotos, no entanto.

Spencer e Emily trocaram um olhar. Aria era a presidente de decoração. — Você sabe onde ela está? — Spencer exigiu.

Ryan inclinou a cabeça. — Na verdade, eu pensei que ela estivesse com Hanna. Você não a viu no cemitério quando foi tirar a foto? Ela e o rei partiram há cerca de 15 minutos.

Os olhos de Hanna se arregalaram. — Eu não estava no cemitério. — Oh. — Ryan parecia confusa. — Eu vi você sair, então eu achei que você tinha

ido para lá. Spencer endureceu. — Então, Aria está em um cemitério escuro com Noel...

sozinha? Hanna engoliu em seco. — Oh, Deus. Os olhos de Ryan analisaram-nas. — O quê? Spencer se virou e correu para o saguão do hotel. As outras a seguiram. Todos os

tipos de coisas terríveis rodaram na mente de Spencer. Aria estava com o cúmplice de Ali, agora, a pessoa que tinha ajudado a queimar, destruir e matar. O corpo sem vida de Ian apareceu em sua mente. O fogo terrível na floresta. Aquela risada que elas ouviam no alto das árvores.

Elas apareceram na frente do hotel e olharam para a rua movimentada da cidade. Spencer virou-se para Hanna. — Você sabe onde é esse cemitério?

Hanna acenou trêmula com a cabeça. — Eu-eu acho que sim. Chegamos em uns dez minutos.

— Então vamos — Spencer disse, indo para a calçada. — Eu só espero que não seja tarde demais.

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30 CAVANDO SUA PRÓPRIA COVA

Mesmo que o cemitério Rittenhouse estivesse fora de uma seção ocupada da

Alameda Ben Franklin, havia algo na maneira em que os edifícios que o cercava fazia parecer que Aria e Noel estavam no meio do campo. Videiras torcidas cercavam o espaço pequeno. Lápides centenárias se projetavam do chão como dentes tortos. Uma névoa girava em torno de uma grande estátua de pedra de um anjo. Uma cerca velha e enferrujada cercava todo o lugar. Um forte chiado soou das dobradiças quando Noel e Aria abriram e fecharam o portão forjado de ferro.

Aria olhou para os nomes nas lápides, em seguida, correu os dedos ao longo de uma grande cruz de pedra. Sua pulseira brilhava sob a luz fraca. Ela correu os dedos ao longo dos aros novamente, e eles tilintaram juntos.

Noel veio por trás dela e serpenteou seus braços através das curvas de seus cotovelos, entrelaçando-os ao redor da sua frente. — Então, o que você queria falar comigo?

— Bem... — Aria tocou a ponta da asa de um anjo. Um pouco da sua confiança tinha aparecido quando ela estava sentada no bar. Este lugar era realmente privado? Certamente não era um quarto do pânico. E se A estivesse ouvindo?

Mas então ela se virou e tentou se concentrar. Isso faria eles se aproximarem. E eles poderiam lutar contra A em conjunto. — Você sabe que eu te amo, não é? — ela começou.

Os olhos de Noel suavizaram. — Eu espero que você me ame. Você está agindo de forma tão estranha.

— Claro que estou — Aria arfou. — Eu tenho agido estranho porque eu tenho escondido coisas de você — ela falou olhando para baixo, com muito medo de olhar Noel nos olhos. — Coisas grandes. Para o seu próprio bem. Eu não queria que nada de ruim acontecesse com você.

Noel puxou o queixo de Aria para cima para que ela pudesse olhar para ele. — Já não falamos sobre isso? Você pode me dizer qualquer coisa. Não importa o quão ruim seja. Não importa se me coloque em perigo. — Então ele se afastou. — Você está em perigo?

— Eu... — Naquele exato momento, seu celular descartável tocou. Aria espiou em sua bolsa a mensagem que tinha aparecido na tela. Afaste-se de Noel! Spencer escreveu em letras maiúsculas. Ele era o namorado secreto de Ali! Temos a prova definitiva!

Outra mensagem apareceu e era de Emily: Noel visitou Ali no hospital. Iris sabe disso de certeza.

E depois de Hanna: Graham me disse que era Noel que estava de olho em você no barco!

Aria bateu a mão sobre sua boca. Não. Não podia ser. Tinha que haver uma explicação.

— Aria?

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Quando ela olhou para cima, Noel estava olhando para ela. Seu olhar flutuou para baixo para a sua bolsa aberta. Aria fechou-a, sua respiração deixando seus pulmões. E se ele tivesse visto as mensagens?

Ela se afastou, correndo para uma lápide. Noel ficou onde estava, com as mãos cruzadas sobre o peito, com um sorriso estranho no rosto. Ou era apenas a luz? Ela fechou os olhos com força, tentando recentrar-se. Por mais que ela tentasse apagar as mensagens da sua mente, para retorcê-las em algo inocente, em um mal-entendido, uma sirene tocava em sua cabeça repetitivamente.

Ela engoliu em seco e olhou para Noel, que ainda não tinha se movido. — Você se lembra daquela sessão espírita que fizemos juntos? — ela deixou escapar.

Noel sorriu. — O que você acha? Foi onde eu fiz você gostar de mim. Aria estremeceu. Ela não gostou daquela escolha de palavras. — Você se lembra

de quando fui trancada no banheiro? Alguém apagou as luzes, talvez tentando me assustar?

Noel acenou com a cabeça. — Lembro. — Quando a luz voltou, eu vi o panfleto DESAPARECIDA de Ali. Por um tempo, eu

pensei que ela tinha feito isso comigo. Mas depois, eu percebi que foi outra pessoa. Noel analisou seu rosto. — É, eu não sei — disse ele finalmente. — Talvez aquele

lugar fosse assombrado. — Ele se inclinou e cheirou um buquê de flores que alguém tinha deixado em uma sepultura.

— Por que você foi naquela sessão espírita? — Aria exigiu. Noel endireitou-se e olhou para ela. — Eu disse a você, por causa do meu irmão. — Mas por que aquela sessão espírita. Você sabia que eu tinha me inscrito? Você

estava me seguindo? Noel deu de ombros. — E daí se eu estivesse? Aria olhou para ele. Porque isso é importante, ela queria dizer. Foi assim que eu me

apaixonei por você. Eu preciso saber se era real ou não. Tudo o que ela viu, em sua mente, foram as mensagens do telefone de Noel. Tudo

o que você precisar. E, Obrigada por me ajudar. E se Ali fez Noel seguir Aria? E se Ali tinha sussurrado, Vai lá, Noel, e acabe com ela. Invista em seu lado bom. Você tem que fazer o que eu digo. Então eu vou te amar para sempre. Talvez ele empacou quando ela lhe disse para trancá-la no banheiro e desligar as luzes... mas ele tinha feito isso de qualquer maneira.

Noel encostou-se em uma lápide alta. — O que isso tem a ver com o que você tinha para me dizer? É isso o que você está escondendo de mim?

Aria fechou os olhos. — Meio que sim. Quando Noel tocou em seus braços, ela tentou não recuar. — Seja o que for, me

diga. Eu te amo, Aria. Eu posso aguentar. Eu te amo, Aria. Algo na maneira em que Noel disse isso deu início a uma

memória em sua mente. Aria se lembrou de estar deitada naquela cama pequena na pousada islandesa na noite que tudo aconteceu. Ela sentia o pulsar da culpa por beijar Olaf e roubar aquele quadro. Sentindo Noel se deslocar ao seu lado, tentando ficar confortável. Tinha havido um oceano de espaço entre eles, tanto emocional quanto fisicamente. Ela tinha sentido, naquele momento, que eles talvez nunca se reconectassem.

Mas, então, Noel tinha rolado e pegado ela nos braços como se tudo estivesse bem entre eles. — Eu te amo, A... — ele murmurou no ouvido de Aria. Aria tinha pensado que ele quis dizer Aria, mas ele não tinha. Ele disse o nome de outra pessoa ao invés.

Eu te amo, Ali.

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Aria estudou seu rosto na penumbra. De repente, ela sentiu como se estivesse olhando para um estranho. Eu te amo, Ali. Era tão claro em sua mente como se tivesse sido apenas alguns momentos atrás. Talvez ele tivesse amado Ali. Seu coração parecia que estava a desmoronar em uma longa cova escura. Noel a tinha traído, ele realmente a traiu. Ela confiava nele, e, no fundo, ele a odiava completamente.

Lentamente, ela soltou a pulseira e a deixou cair no chão. Noel olhou para ela, enrugando sua testa. — Por que você fez isso?

— Você amava Alison DiLaurentis? — Aria sussurrou hesitante. Noel congelou. — O quê? — Você a visitava no hospital depois que ela matou Courtney, não era? Na

Reserva. Noel virou-se bruscamente, colocando a palma da mão sobre a parte plana de

uma lápide. — Por que isso importa? As lágrimas começaram a cair em cascata pelo rosto de Aria. — O que é que isso

quer dizer? Claro que importa! Você sabia que foi ela quem matou Courtney? Desde quando você a visitava? Há quanto tempo você a amava?

Noel virou-se para encará-la, com a boca em um triângulo feio. — Ninguém mais a amava. Eu me sentia mal por ela. Ela não parecia louca na época. E é claro que eu não sabia que ela tinha matado a irmã.

Aria estava com tanta raiva e medo que ela realmente estava tremendo. Ela nunca tinha ouvido nada tão insano em sua vida. E, de repente, algo lhe ocorreu: Isso era o que o Obrigada por acreditar em mim anotado no verso do ingresso significava. Noel acreditou o tempo todo que a Verdadeira Ali não era louca. Ele foi o único que achou que ela tinha sido presa injustamente. Ele tinha sido o único que tinha ficado ao seu lado.

Ela levantou um dedo trêmulo para ele. — Você não a visitava porque você se sentia mal por ela. Você a visitava porque a amava. Apenas admita.

Noel piscou para ela, com a boca entreaberta. Mas ele não negou. — E você sabe, não é? — Aria choramingou. — Você sabe que ela ainda está viva.

E você conhecia Tabitha Clark antes de irmos para a Jamaica. É por isso que você não quis que eu ficasse com Graham — você estava com medo que ele dissesse alguma coisa para mim conectando você a ela. Ou que você e Ali estavam secretamente juntos.

Noel fez um barulho estranho na parte de trás da sua garganta. — Sim, eu conheci Tabitha Clark. Mas foi só de passagem alguns anos atrás. Ela me pareceu familiar na Jamaica e no noticiário, mas eu realmente não a conhecia, e...

— E você está trabalhando com Ali — Aria o cortou. — Todo esse tempo que você esteve comigo era só porque ela lhe disse para ficar. Ela fez você ir para aquela sessão espírita. Ela mandou você me assustar no banheiro. Ela fez você chegar perto de mim para depois você me trair, então eu iria para Poconos com ela.

— Uau. — Noel andou em direção a ela, com os braços estendidos. Ela se esquivou. — É você quem tem estado nos perseguindo todo esse tempo. É

você que está atormentando Spencer, Emily e Hanna e agora até eu com as coisas que fizemos no verão passado. E agora você está nos culpando por matar Tabitha, apesar de ser algo que você fez. Você disse a Agente Fuji sobre nós, também. Por causa de Tabitha? Pela pintura? Talvez sobre tudo — porque você é A!

— Aria — Noel correu em direção a ela novamente. Aria cambaleou para fora do caminho. Seu olhar se voltou ao cemitério, mas só

havia uma maneira de sair — pelo portão fechado. Ela atirou-se para ele, mas seu calcanhar torceu na grama molhada. Noel fechou a mão em torno de seu tornozelo e

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caiu em cima dela. Ele pressionou todo o seu peso sobre ela. Ela lutou debaixo dele, chutando e arranhando.

— Aria, fique quieta! — Noel pediu. — Apenas me escute! Aria torceu ao redor para olhar nos olhos dele. A memória de repente inundou

sua mente: um momento na casa de Noel quando ele se jogou em cima dela, gritando — Rolo compressor! — e eles riram até que havia lágrimas em seus olhos. Mas ele tinha amado Ali o tempo todo.

Quando ele acompanhou Aria a todas as aulas de culinária, obedientemente fazendo molhos e cortando legumes, ele amava Ali, também. Quando eles fizeram sexo, tinha sido tão suave, doce e importante que Aria mal podia imaginar agora. O tempo todo, Ali, Ali, Ali.

Ele ajudou a quase matá-las. O corpo de Noel era pesado em cima dela, e Aria engasgou para respirar. — Onde

está aquela vadia? — ela gritou. — Diga-me onde ela está para que eu possa matá-la! — Eu não sei do que você está falando — disse Noel. — Você sabe, você sabe sim! — Aria gritou, sacudindo os braços e pernas. — Só

admita que você a ama! Admita que você sabe onde ela está! Noel levantou-se apenas por um momento, descansando em seus cotovelos. Sua

cabeça girou para longe, envolta em trevas. — Eu a amava. Aria mexeu-se para sair de debaixo dele e olhou em seus olhos. — E ela está viva? Noel parecia aflito. — Aria... — Ela está viva? Um vento forte fez o portão causar um estrondo. Carros buzinavam nas ruas.

Acima no céu, o farol de um jato piscava. Noel se virou. — Eu não sei — ele disse em voz baixa, num tom que indicava o contrário.

Foi tão bom como uma admissão. Fúria inundou as veias de Aria. Ela saltou sobre seus pés e se dirigiu para o portão, tropeçando nas lápides irregulares, a bainha de seu vestido suja de lama. Mãos fortes envolveram sua cintura, e ela caiu novamente, e então sentiu a queda do corpo de Noel em cima dela. Noel respirava com veemência em seu ouvido.

Aria gritou e tentou sair de debaixo dele, mas Noel era muito pesado. — Pare de agir como louca para que eu possa explicar tudo — ele implorou.

— Eu te odeio — Aria respirava com dificuldade, o peso de Noel esmagando seus pulmões. — Eu nunca, nunca mais vou ouvi-lo novamente.

— Droga, Aria — Noel disse, segurando Aria firmemente abaixo dele. Ele parecia selvagem e perigoso. Aria debateu-se embaixo dele um pouco mais, mas sem oxigênio suas pernas começaram a formigar. Um grito desesperado escapou por entre seus lábios. Ela ia morrer. O garoto que ela pensava que a amava ia ser seu assassino.

Houve uma pancada. Noel gritou de dor e saiu de cima de Aria. Aria cambaleou sobre seus pés e correu

para trás de um túmulo, sem saber o que tinha acontecido. Quando ela recuperou a respiração, várias figuras apareceram à vista. Spencer estava ao lado de Noel, o cetro do baile erguido sobre sua cabeça. Emily e Hanna apareceram atrás dela, com seus olhos arregalados.

Emily viu Aria e correu para ela, abraçando-a apertado. — Você está bem? Aria tentou acenar com a cabeça, mas seu olhar ainda estava em Noel. Spencer

levantou o cetro para acertá-lo novamente, mas ele se levantou e se afastou. — Não se atreva a correr! — ela alertou.

— Que diabos? — a voz de Noel estava rouca. — Vocês são loucas!

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Ele cambaleou através das lápides em direção à entrada. Spencer tentou persegui-lo, mas seu vestido impediu-a de se mover mais rápido. Ela parou a poucos passos de passar por uma fileira de lápides e piscou na escuridão. Noel tinha ido embora.

Então Spencer correu para Aria. — Oh meu Deus. Ele machucou você? Ela estava olhando com horror para o rosto de Aria. Estava chovendo — Aria não

tinha sequer percebido. Quando ela estendeu a mão, ela viu sangue. Lágrimas inundaram seu rosto. — Sinto muito, gente — ela desabafou. — Havia coisas que eu sabia sobre Noel, coisas que eu não disse a vocês. Eu deveria ter dito. E agora é tarde demais.

Hanna abraçou Aria apertado. — Não diga isso. Está tudo bem. — Eu só não queria que fosse ele! — Aria soluçou. — Eu queria que fosse

qualquer um, menos ele. — Nós sabemos. — Spencer passou as mãos pelo cabelo de Aria. — Nós também

queríamos que fosse qualquer um, menos ele. — Mas pelo menos você está segura agora — Emily sussurrou. — Pelo menos ele

não a machucou de verdade. Aria fungou e balançou a cabeça, em seguida, olhou para a distância escura onde

Noel tinha desaparecido. Ela não tinha certeza se o que Emily disse era verdade. Noel tinha machucado ela de verdade.

Ele havia partido seu coração em mil pedaços.

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31 O PERDÃO TEM UM PREÇO

Spencer entrou no bosque atrás de sua casa. O crepúsculo tinha caído, e ramos

espinhosos e troncos estavam espalhados pelo chão da floresta. Um riacho jorrava à distância, e os pássaros piavam nas árvores. De repente, a noite ficou mais escura do que tinha estado até poucos segundos atrás. Algo uivou por perto. Então ela ouviu um som de rosnado baixo, então o triturar de passos.

Uma pessoa apareceu das árvores, empurrando para trás os ramos dispersos. Era uma menina loira com um rosto em formato de coração e brilhantes olhos azuis — Ali.

Spencer engasgou. O rosto de Ali estava com bolhas de queimaduras. Ela andava mancando, e seu braço direito pendia sem vida ao seu lado. Ela sorriu para Spencer maldosamente. — Eu achei que te encontraria aqui.

— Fique longe de mim — Spencer alertou, protegendo o rosto e dando um grande passo para trás.

Ali riu. — Mas você não estava procurando por mim? Você estava perto, sabe. Mais perto do que eu jamais pensei que você chegaria. — Ela cobriu a boca com a mão. — Mas você não me encontrou!

— C-como você sabia que eu estava procurado você? — Spencer exigiu. Ali revirou os olhos. — Eu sei de tudo. Ele me conta tudo. Ele é a minha salvação. — Noel, você quer dizer. — Spencer recuou de modo que sua coluna foi

pressionada contra um tronco de árvore. — Nós sabemos de tudo, também. Sabemos que Noel está ajudando você.

Um sorriso orgulhoso espalhou-se nos lábios de Ali. — Spencer, você é tão fofa. Tão Sherlock Holmes.

— Estávamos certas? — Spencer exigiu. — Sinto muito. — Ali sacudiu a cabeça. — Se eu te disser, eu terei que matá-la. Na

verdade, essa é uma boa ideia. Ela se lançou para Spencer e a cobriu como uma rede. Spencer gritou e caiu no

chão sujo. As unhas de Ali cravaram na carne de Spencer. Ela tocou o ombro dela com a mão queimada. — Abra os olhos — ela exigiu no ouvido de Spencer. — Abra seus olhos para que você possa ver o que eu estou fazendo com você.

Spencer abriu os olhos com um suspiro. De repente, ela não estava mais na mata, mas em um saco de dormir no chão de sua casa. Emily se inclinou sobre ela, tocando o ponto exato no ombro de Spencer, onde a mão de Ali havia estado momentos antes.

— Acorda — Emily pediu. — Você está sonhando. Spencer sentou-se e tentou recuperar o fôlego. Emily repousou sobre seus

quadris. — Você estava sonhando com Ali? — ela perguntou. — Sim — Spencer sussurrou. — Eu percebi — Emily disse. Aria e Hanna se contorceram para fora de seus sacos de dormir. O relógio do DVD

mostrava 07h46. Seus vestidos de baile estavam em uma pilha no canto, elas deixaram

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negligentemente quando chegaram aqui ontem à noite depois de resgatar Aria. Seus sapatos e bolsas estavam em uma confusão perto da porta.

Aria pulou até o seu celular e fez uma careta quando viu a tela. — Não tem correio de voz ou mensagens dos Kahn — ela resmungou. Ontem à noite, ela ligou para a Sra. Kahn para pedir a ela para ligá-la se Noel aparecesse em casa — ela disse que ele tinha saído do baile sem ela, fazendo soar como uma noite de bebedeira ao invés de uma noite assustadora de quase assassinato no cemitério.

Hanna abraçou os joelhos. — Eu acho que isso significa que ele não voltou. Eu duvido que a família dele esteja tentando escondê-lo ou coisa desse tipo. Eles provavelmente não sabem de nada.

— Precisamos dizer aos policiais, gente — Emily insistiu. — Noel tentou matar Aria ontem à noite no cemitério antes de correr. Eles têm que saber que ele é perigoso.

— E arriscar que Noel se vingue nos dedurando? — Spencer disse. — Ou pior, dizendo a verdade? Aria ainda está com a pintura em sua casa... e Fuji sabe sobre ela. E ainda estamos ligadas à Tabitha. É muito arriscado.

Aria passou os dedos pelo cabelo bagunçado com spray pegajoso. — Então você acha que foi Noel quem disse a Fuji sobre a pintura?

Emily puxou uma colcha ao redor de seus ombros. — Eu acho que sim. — Por que ele apenas não disse que era eu, então? Por que ele iria dizer que foi

uma de nós... e fazer Fuji ameaçar procurar em todas as nossas casas? — Porque ele é A — Spencer disse. — É apenas outra forma de nos torturar. — Essa coisa toda parece uma bomba-relógio — Hanna disse em voz baixa. —

Depois que ele saiu do cemitério, eu aposto que Noel foi traçar estratégias com Ali sobre o que fazer. Talvez a melhor coisa a se fazer seja ir até Fuji e contar tudo antes que ele chegue primeiro. E se ele e Ali pretendem nos machucar? Aquela mensagem dizia que erámos as próximas.

— Eu acho que devíamos colocar Noel contra a parede neste momento — Spencer disse. — Temos provas suficientes, pelo que Aria nos disse e por todas as evidências, ele tinha algo a ver com todos os esquemas diabólicos de Ali, e agora que ele atacou Aria, temos algo para provar.

Hanna acenou com a cabeça. — Os policiais podem fazer o resto do trabalho forense para ligá-lo aos assassinatos. Eu concordo — nós precisamos acabar com isso.

Houve um som de aflição à sua esquerda. Aria cobria os olhos com as mãos. As meninas trocaram um olhar simpático.

— Aria — Emily disse em voz baixa, se arrastando até ela. Hanna atirou o braço em volta dos ombros de Aria. — É uma droga, não é?

Aconteceu comigo também, lembra? Com Mona? — Eu só não quero que seja verdade — Aria soluçou. — Eu fico achando que ele

vai aparecer e explicar tudo para nós de uma forma que faça sentido. — Eu também não quis acreditar que era Mona — Hanna disse baixinho. — Mas,

Noel admitiu que amava Ali. Ele sabia sobre a troca por tanto tempo... e ele nunca disse uma palavra. Você não deve sentir pena dele. Você deve se sentir com raiva.

Aria concordou. — Eu sei que deveria, mas... — Ela olhou ao redor para elas, com os olhos molhados e vermelhos. — Podemos dar a ele um dia? Se eu não conseguir encontrar Noel até então, nós contamos tudo a Fuji.

Spencer fechou os olhos. — E se Fuji decidir revistar sua casa? Então o quê? — Eu estou disposta a correr esse risco — Aria disse com a voz trêmula. Spencer se inclinou para trás em suas palmas. Hanna mordeu a unha do seu

polegar. Emily olhou nervosamente para fora da janela.

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— Que tal seis horas? — Spencer disse. — Então às... — ela olhou para o relógio — duas horas, se não soubermos de Noel, nós vamos fazer alguma coisa.

A mandíbula de Aria tremeu. — Isso é pouco tempo! — Se ele é inocente, ele vai aparecer, você não acha? — Spencer disse. — Mas... — Aria olhou de um lado para o outro. Em seguida, ela alisou as franjas

da manta de lã. — Tudo bem — ela disse. — Seis horas. As meninas se levantaram e recolheram seus pertences. Depois de um pouco de

café e roscas tostadas, elas se dirigiram para a porta. Assim que Hanna, Aria e Emily se afastaram, um jipe preto parou no meio-fio. Spencer olhou para fora da janela, surpresa por alguém vir visitar tão cedo. Era um cara que ela não conhecia.

Ele entrou na varanda e tocou a campainha. Spencer esperou uma batida, em seguida, abriu a porta. O cara na frente dela usava jeans e uma camisa listrada de botão. Ele tinha mais ou menos a altura de Spencer e era bem musculoso, tinha olhos verdes nítidos e uma boca rosa sensual com lábios grossos. Havia cicatrizes feias e brancas em seu rosto. Havia mais cortes em suas mãos. Uma de suas orelhas estava murcha, mal havia uma.

— Oi, Spencer — ele disse. Ela se afastou dele. — Q-quem é você? — Eu sou Chase — o cara disse. Spencer parou, esperando o final da piada. — Não, você não é — ela falou

rudemente. — Eu conheço o Chase. — Ela não sabia o que pensar de Chase — mesmo que ele não fosse A, talvez ele estivesse de alguma forma ajudando Noel e Ali. De que outra maneira ele poderia saber sobre a Jamaica?

Ela ia fechar a porta, mas o cara pegou o braço dela. — Na verdade, você conheceu o meu irmão. O nome dele é Curtis. Eu o mandei te encontrar no meu lugar. Foi comigo que você estava falando online. Fui eu quem criou o site de Alison DiLaurentis.

Manchas apareceram na frente dos olhos de Spencer. Uma buzina soou na rua ao lado, combinada com os sons dissonantes do seu cérebro. Ela pegou o telefone sem fio que estava na mesa ao lado da porta. — Saia agora, ou eu vou chamar a polícia.

O menino levantou as mãos em sinal de rendição. — Olha, me desculpe, eu menti para você. Mas tivemos uma conexão online incrível, e eu estava tão empolgado por causa de você, mas quando eu fui para o Museu Mütter e vi o quão bonita você era, eu não consegui ir lá... você sabe... do jeito que eu sou. — Ele apontou para seu rosto e sua orelha. — Meu irmão estava no carro comigo. Então eu o mandei em vez disso, disse a ele para fingir ser eu. Eu disse a ele o que dizer sobre o caso. Mas ele se apaixonou por você. E então, quando descobrimos que você era Spencer Hastings... — ele fez uma pausa e abanou a cabeça. — Então eu realmente não pude mostrar a você quem eu era. Eu tive uma queda por você desde que eu li sobre você na People.

Spencer não sabia se ria ou se chorava. — Isso não está fazendo nenhum sentido. — Eu sei. — Chase parecia atormentado. — Mas é a verdade, eu juro. Curtis me

mandava uma mensagem sobre o que você dizia durante os encontros, e eu dizia a ele o que dizer. Nós dois estávamos a fim de você — Curtis e eu tivemos uma grande briga na noite do baile, porque eu achei que deveria falar a verdade e ele não quis.

A cabeça de Spencer estava girando tão rápido que realmente machucava. — Ele mencionou algo que eu nunca disse a ele, a nenhum de vocês.

Chase piscou. — O que ele disse? Spencer engoliu em seco. — Algo sobre a Jamaica — ela admitiu. Pouco

importava o que ela dissesse agora — Noel era o culpado, não ela.

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Chase franziu a testa, em seguida, uma luz se acendeu em seus olhos. — Oh, você estava na Jamaica quando Tabitha Clark morreu, é isso?

Os olhos de Spencer brilharam, mas ela não disse nada. — Eu recebi alguns pedidos para falar sobre o assassinato de Tabitha Clark no

meu blog por ser local — Chase disse. — Eu pesquisei um pouco. Eu também espiei sua página do Facebook, algumas fotos suas são públicas, incluindo algumas do Cliffs na Jamaica na primavera passada. Curtis estava na sala quando eu estava procurando, e eu descobri que você esteve lá ao mesmo tempo em que Tabitha — foi uma coincidência tão estranha e triste. — Seus grandes olhos estavam cheios de remorsos. — Mas eu sinto muito, Spencer. É uma enorme invasão de privacidade. Eu nunca deveria ter pesquisado por você, nem perseguido sua página do Facebook. Eu deveria ter sido honesto com você desde o início.

O sol saiu de trás de uma nuvem, iluminando as cicatrizes do rosto de Chase. Spencer fechou os olhos e tentou processar o que Chase estava dizendo. Em alguns aspectos, não era assim tão diferente do que a Sua Ali fez a elas. Ela convenceu-as — a todos — que ela era alguém que ela não era. E as pessoas confiaram nela por causa disso. As pessoas acreditaram em suas mentiras.

— Por que eu deveria acreditar em qualquer coisa que você está me dizendo? — ela disse rigidamente. — Você poderia estar me perseguindo, também.

— Eu não estou. — Chase balançou a cabeça. — Eu prometo, Spencer, eu não estou. Eu nunca faria isso. Isso já aconteceu comigo, lembra?

— Exatamente! — Spencer gritou. — Você sabe como é ser perseguido como eu fui. Ou foi uma mentira, também?

Chase apertou sua mandíbula. — Olhe para mim, Spencer. Eu não estou mentindo para você. E eu nunca vou mentir para você novamente. Meu companheiro de quarto me cortou e, mesmo assim, as pessoas não acreditavam que ele pudesse fazer uma coisa dessas. Você está certa: eu não deveria ter invadido a sua privacidade desse jeito, mas eu estava apenas tentando ajudar. Do mesmo modo de quando eu enviei meu irmão no meu lugar, me diga que você não teria escapulido e se assustado com as cicatrizes. Eu vi seu rosto quando você se encontrou com Curtis. Todos nós julgamos um livro pela capa. É assim que a vida é.

Uma rajada de vento soprou seu cabelo para o lado. Como ela teria reagido? Ela era realmente tão superficial?

Chase suspirou profundamente. — Olha, eu não espero te ver de novo, mas eu quero garantir a você que tudo no meu site é real. E eu estava falando sério ontem quando eu mandei meu irmão dizer que eu encontrei uma foto de Alison em um vídeo de vigilância de um prédio não muito longe daqui. Olhe.

Ele remexeu em sua bolsa carteiro. Spencer se mexeu, tendo esquecido o que Curtis tinha mencionado no carro. Chase tirou um laptop prata, abriu-o e clicou em uma pasta. — Eu sou amigo de um grupo de policiais de Yarmouth, Rosewood, e várias outras cidades fora de Philly. Eu estava pesquisando sobre o caso do Perseguidor de Rosewood — você se lembra disso? Alguém achou ter visto o perseguidor perto de Hollis. Um amigo policial me deu alguns vídeos de vigilância, e eu vi isso.

A pasta abriu, e várias fotos carregaram. Spencer se inclinou para olhar. Uma foto em preto e branco de uma rua de Hollis apareceu. Latas de lixo estavam no meio-fio. Uma menina em uma jaqueta de couro estava em seu Fusca. Não havia nada de interessante nisso, tanto quanto ela conseguiu ver.

Mas, então, Chase apontou para duas pessoas sombrias no canto superior direito. — Essa menina não parece familiar?

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Spencer apertou os olhos. Mesmo em preto e branco, ela poderia reconhecer os cabelos loiros e longos da menina. Ela também tinha um rosto em formato de coração, e havia algo no ângulo de seu queixo que fez seu coração parar.

Ela olhou para Chase. — Alison? — Parece com ela, não é? — Chase clicou na próxima foto. Essa mostrava as

costas de Ali e a de seu ajudante. A pessoa era mais alta do que ela, e mais larga, também, definitivamente um rapaz. Spencer apertou o rosto tão perto do laptop que seu nariz quase tocou a tela. Era impossível saber, mas poderia ser Noel.

Náusea tomou conta dela. Ela passou a mão sobre a testa. Durante todo esse tempo, Ali estava em Hollis? Essa era uma grande pista. Ela precisava mostrar isso para os policiais. Ou talvez ela precisasse rastrear Ali por conta própria. Ela tinha que fazer alguma coisa.

Chase fechou o laptop e o deixou cair em sua bolsa. — Eu achei que você deveria ver isso. Mas a partir de agora, vou interromper a investigação de Alison. Eu acho que é melhor.

Spencer piscou com força, ela não esperava que ele dissesse isso. — Oh. — Foi tudo o que ela conseguiu murmurar.

Ele olhou para Spencer com os olhos cheios de tristeza e nostalgia. — Eu gostaria que pudéssemos ser amigos, mas eu entendo totalmente se você não quiser me ver novamente. Eu só espero que você encontre paz nisso tudo. Eu espero que vocês possam pegá-la de verdade. Essa menina fez coisas terríveis com você. Você é muito incrível para merecer algo assim.

Então ele girou sobre os calcanhares e saiu da varanda. Sua bolsa carteiro batia contra seu quadril enquanto ele se dirigia para o carro. Sua cabeça ainda estava baixa, e quando chegou do outro lado do quintal, os ombros de Chase subiram e caíram em um suspiro. Isso partiu o coração de Spencer. Ok, então Chase a tinha enganado um pouco, e ele nunca deveria ter perseguido o Facebook dela, mas ela podia sentir em seu coração que ele não era uma pessoa ruim. E se não fosse por Chase e suas conexões, ela não saberia onde Ali estava potencialmente escondida.

E, pra falar a verdade, ela também tentou perseguir ele no Google. — Espera — ela gritou para ele. Chase parou e se virou. — Nós descobrimos que

o namorado de Ali é o ajudante dela — ela disse. — É um cara que estuda na nossa escola, Noel Kahn.

Os olhos de Chase aumentaram. — O que você vai fazer? Os sinos de vento tilintaram juntos. Folhas rolavam na rua. — Eu não sei —

Spencer admitiu. — Mas talvez você não deva parar a investigação tão cedo. Podemos precisar de você. — Eu poderia precisar de você, ela estava com muito medo para adicionar isso.

Chase caminhou de volta para ela. — Eu faço qualquer coisa. — Bem, você sabe o endereço exato da casa que você me mostrou? Chase assentiu. — É em Atherton Street. — Talvez a gente possa ir lá amanhã. Só para ver. — Claro. Não importa o que for. Eu vou estar aqui. Spencer puxou o lábio inferior em sua boca. Ela precisava de alguém assim agora,

não é? Alguém que realmente se importava. Parado no caminho, com o sol em suas costas, Chase simplesmente parecia ser um garoto universitário simpático que gostava dela, realmente gostava dela. Lentamente, seu interior congelado começou a derreter.

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— Você realmente teve uma queda por mim desde que me viu na People? — ela perguntou em voz baixa. E quando ela espiou o rosto tímido, sincero e apaixonado de Chase, ele nem precisou dizer nada. Ela já sabia a resposta.

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32 AMOR LOUCO

Quando Emily entrou em sua garagem, a mãe dela estava curvada no canteiro da

frente, espalhando estrume. Ela limpou as mãos e sorriu para Emily quando ela saiu do carro. — Você se divertiu no baile?

Emily fingiu esfregar uma mancha invisível em seu vestido. Diversão não o descrevia totalmente. Ela ainda não conseguia envolver sua mente em torno do que tinha acontecido. Todo esse tempo, A estava bem na frente delas. Em suas festas. Em seus quartos — bem, no de Aria, mas mesmo assim. Ela não conseguia tirar a imagem do corpo de Noel em cima de Aria no cemitério da sua mente, também. Ele parecia... desesperado. Zangado. E então ele tinha fugido... para onde? Para Ali? Para a polícia? Era loucura elas darem a Aria seis horas para encontrá-lo?

A Sra. Fields empurrou o carrinho de mão até a garagem, interrompendo os pensamentos de Emily. — Onde está Iris?

— Ela foi para casa — Emily murmurou. A Sra. Fields tirou as luvas de jardinagem. — Foi bom tê-la aqui. Acho que foi bom

para você também. Emily assentiu. — Foi — disse ela distantemente, percebendo que ela estava

falando sério. No final, Iris tinha sido uma boa confidente. Ela ficou feliz por ter compartilhado o segredo de Jordan com ela. E ela revelou a conexão de Noel em cima da hora. Emily se sentiu mal por não vê-la indo para a Reserva ontem à noite, quando ela voltou do cemitério, Iris já tinha ido embora. Não era como se Iris tivesse um celular, tampouco — Emily não poderia mandar uma mensagem para ela para ter certeza de que ela chegou lá bem. Ela se dirigiu para a porta da frente, de repente morrendo de vontade de saber.

Ela pegou o telefone sem fio da cozinha e ligou para a recepção da Reserva. — Eu quero verificar se uma paciente chegou bem na noite passada — disse ela depois de uma recepcionista atender. — O nome dela é Iris Taylor.

A recepcionista digitou alguma coisa, então fez um barulho hum. — Sim, a Senhorita Taylor voltou sã e salva.

— Ok, obrigada. — Emily apertou o receptor mais perto de seu ouvido. — Eu vou marcar uma visita na próxima semana, então.

Depois de organizar a visita para Iris na próxima quarta-feira, Emily desligou o telefone e sentou em uma cadeira da cozinha. Ela se sentia bem por Iris ter voltado como ela disse que faria. Talvez desta vez, ela realmente levasse a sua estadia na Reserva a sério.

Emily conjurou uma imagem da Reserva com suas colunas gregas e pequenos terraços, então imaginou Noel dirigindo seu SUV até lá para visitar Ali, sua namorada secreta. E se ele tinha definido compromissos com “Courtney” como Emily tinha feito com Iris? Ela ainda não conseguia envolver o seu cérebro em torno do fato de que ele e

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Ali tinham trabalhado juntos durante todos esses anos. Assistindo cada movimento de Emily e suas amigas, conspirando para derrubá-las.

Ela estremeceu, pensando em todos os momentos íntimos que Noel tinha espionado. Quanto ele tinha visto de Emily e Jordan no cruzeiro? E se ele tivesse visto elas naquele barco com fundo de vidro em Porto Rico? E se ele tivesse visto elas se beijando no deque superior? Ela sabia que A estava assistindo, mas A ser alguém que elas conheciam tão intimamente machucava ainda mais. Tinha sido Noel quem tinha chamado o FBI para pegar Jordan. E foi por causa de Noel que Jordan tinha pulado do deque superior, se arriscando no mar traiçoeiro, fugindo do país para sempre. Claro, talvez Ali tivesse dito a ele para fazer isso, mas Noel realmente o tinha feito. Ele as odiava tanto.

E ele amava muito Ali. Perdida em seus pensamentos, Emily subiu as escadas e caminhou para o quarto

dela. Ela se sentou na cama e olhou para o meio do quarto, uma memória de repente chegando a ela. Ela estava no vestiário de Rosewood Day. A menina que ela tinha pensado que era Courtney havia se esgueirado ao lado dela e agiu devastada por Emily ter estado com a irmã dela na noite em que ela foi morta. Emily tinha tido pena de Courtney, dizendo que se ela precisasse de alguma coisa, Emily estaria lá para ela.

O rosto de Courtney tinha se iluminado. Talvez pudéssemos ficar juntas depois da escola amanhã? ela perguntou. Isto é, se não for muito estranho. Com Ali, eu quero dizer. E Emily havia dito sim, é claro, isso seria legal, e quando ela olhou para Courtney novamente, a menina tinha um brilho nos olhos, um toque de um sorriso em seus lábios. Será que ela está flertando comigo? Emily pensou, atordoada. Courtney tinha piscado, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. E algo semelhante a luxúria havia retumbado no peito de Emily. Esses sentimentos antigos começaram a se agitar. Aquele amor antigo.

Mas mesmo se ela fosse a única que Ali queria, ela nunca teria feito por Ali o que Noel tinha feito. Ela nunca teria machucado pessoas inocentes, suas amigas.

Ela girou e chutou a cabeceira da cama com tanta força que seu pé doeu. Talvez tenha sido uma má ideia elas não terem dito a Agente Fuji sobre A — sobre ambos os As — imediatamente. Porque se Ali e Noel estavam por aí, elas precisavam encontrá-los. Agora.

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33 QUEM É ESSA MENINA?

— Então você não soube de Noel? — Hanna disse em seu celular descartável

enquanto caminhava pela entrada traseira do Bill Beach — todo o estacionamento da frente estava cheio novamente. A entrada delimitava uma das salas comunitárias. O lugar cheirava a café requentado. Um jogo de beisebol passava na TV do lobby, e vários membros de famílias visitantes estavam reunidos em torno de camisetas dos Phillies.

— Não — Mike disse na outra extremidade. — Embora Aria também tenha me perguntado isso. O que aconteceu entre eles na noite passada?

— Não importa — Hanna disse nervosamente. — Só uma briga estúpida. — Sério? — Mike pigarreou. — Hanna, e todas aquelas perguntas que você me fez

sobre Noel e aquela bomba... — Eu não posso falar sobre isso agora — Hanna interrompeu. Mike iria descobrir

em breve, afinal. Ela não queria que ele soubesse de nada antes que fosse necessário. A notícia de que seu melhor amigo havia tentado matar sua irmã e sua namorada iria partir o coração de Mike.

Hanna ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido no cemitério na noite passada. Ela também não conseguia acreditar que Spencer teve a coragem de bater nele com o cetro. E Noel havia se ferido? Ele havia fugido, mas sua corrida foi trôpega e estranha.

O momento mais preocupante de tudo, porém, foi a sensação que Hanna teve logo após Noel fugir. Mesmo que o cemitério parecesse deserto, ela não conseguia afastar a sensação de que alguém estava lá com elas. Ela não tinha mencionado isso para suas amigas, porém, e nenhuma delas tinham dito nada a ela. Provavelmente era coisa da mente dela.

Ela abriu a porta do quarto de funcionários femininos que, estranhamente, estava vazio. Normalmente, havia duas enfermeiras lá, assistindo novelas. — O meu turno começa em breve, então é melhor eu ir.

— Então, quanto tempo você vai trabalhar aí? — Mike perguntou. — Na verdade, eu acho que hoje vai ser o meu último dia. — Hanna pegou a roupa

de hospital do seu armário e começou a desabotoar sua calça jeans. Sua investigação sobre Graham estava acabada. — Eu te ligo mais tarde.

Ela clicou em FINALIZAR. Seu celular tocou novamente uma fração de segundo depois. Era o número do pai dela. Quando ela atendeu, seu pai soou furioso.

— Hanna, alguém chamada Agente Fuji apareceu em casa essa manhã com uma equipe e um mandado de busca para o seu quarto — ele disse. — Eu consegui mandar os meus advogados mandá-los embora, mas eles voltarão. O que diabos está acontecendo? No que você se meteu?

Hanna congelou. Um mandado de busca? Spencer tinha razão: Fuji ia sistematicamente atrás de cada uma delas, tentando encontrar aquele quadro. Pelo menos ela não tinha escolhido Aria como sua próxima vítima.

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— Eu-eu não faço ideia — ela mentiu. — O que essa agente está procurando? — Ela não disse. — A voz do Sr. Marin estava tensa. — São drogas? Havia

rumores de que você estava em um pacto de suicídio — é uma arma? Estou surpreso que uma van do noticiário não apareceu aqui ainda. A última coisa que eu preciso é de um veículo do FBI aqui em casa e um monte de agentes investigando e eu sem saber o que dizer.

Lágrimas encheram os olhos de Hanna. Ela não podia deixar seu pai se envolver nisso. — O que ela está procurando não vai encontrar no meu quarto — Hanna baliu. — Eu sinto muito que você tenha que passar por isso... mas é apenas um grande mal entendido. Eu estarei em casa em breve, ok?

Ela desligou o telefone e respirou fundo. Se seu pai tinha enviado a Agente Fuji para longe, ela poderia tentar na casa de outra pessoa. Tipo, na de Aria, talvez. E depois o quê?

De jeito algum ela poderia continuar seu turno agora. Ela caminhou pelo corredor e virou-se no lobby, pronta para dizer a Sean que ela compensaria outro dia. Ele estava com várias pessoas, toneladas de vozes gritando ao mesmo tempo. O Sr. Ackard estava falando com dois homens de aparência oficial na recepção. Um policial falou em um walkie-talkie. Um homem com uma câmera de notícias entrou, seguido por um repórter em um terno. No canto, outro repórter entrevistava Sean, cujo rosto estava cheio de preocupação.

Hanna se sentiu enjoada. Isso tudo era por causa de Graham? Kelly estava na extremidade do grupo com a mão sobre a boca. Hanna puxou a

manga de sua blusa. — O que está acontecendo? A enfermeira olhou para ela com os olhos arregalados. Ela abriu a boca para falar,

mas nenhum som saiu. Hanna olhou para um dos pacientes no corredor. — Posso ir lá falar com Kyla? —

Talvez ela pudesse explicar o que estava acontecendo. A enfermeira ao lado de Kelly arregalou os olhos. — Querida, entre na fila. Hanna piscou com força. — A-Aconteceu alguma coisa com Kyla? A boca de Kelly se abriu. — Nós pensávamos que você sabia — ela disse em voz

baixa. — Querida, Kyla está morta. — O quê? — Hanna se afastou delas e esbarrou em alguém. Quando ela se virou,

era Sean. — O que está acontecendo? — ela perguntou com a voz trêmula. Os olhos de Sean correram de um lado para o outro. Então ele se aproximou. —

Alguém encontrou um corpo em uma vala no início dessa manhã. Era uma menina usando uma pulseira de hospital da clínica. O nome dela era Kyla Kennedy.

Hanna apertou a mão sobre a boca. — Não. — Seu rosto parecia quente com as lágrimas.

Ela caiu nos braços de Sean, e ele deu um tapinha no ombro dela. — Parece que alguém a matou há alguns dias, e a jogou lá — Sean disse tristemente.

Hanna se ergueu. — Espere. Isso não é possível. Eu vi Kyla noite passada. Ela estava na cama no corredor, perto da sala de Graham.

Um olhar desconfortável apareceu no rosto de Sean. — O problema é esse, Hanna. Eu não acho que era Kyla. Era... outra pessoa. Isso foi um erro terrível — um pesadelo enorme e verdadeiro.

— O quê? — Parecia que sua massa encefálica estava vazando de suas orelhas. — O que você quer dizer?

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— A polícia tem certeza de que a verdadeira Kyla, nossa paciente, morreu há vários dias, pelo menos. Mas os enfermeiros e você, obviamente, lembram-se de alguém na cama de Kyla depois disso.

— Mas... Eu falei com ela! — Hanna engasgou. — Nós ficamos amigas! Sean parecia estar passando mal. — Ontem à noite, os enfermeiros descobriram

que Kyla tinha desaparecido. Quando o corpo foi virado para cima, nós pensamos que o mistério foi resolvido, mas os dados do médico legista eram sólidos. A teoria agora é que quem quer que estivesse na cama dela assassinou a verdadeira Kyla e colocou curativos no rosto para entrar na clínica de queimados por algum motivo. E então, por algum outro motivo, ela apenas... foi embora.

— Isso não faz sentido! — Hanna reclamou. — Por que alguém faria isso? — Eu não sei — Sean disse baixinho. Flashes apareceram ao redor da sala. Um grupo de enfermeiras estava no canto,

chorando. Um homem com um casaco que dizia FORENSE começou a isolar alguns lugares da sala. Hanna encostou-se na mesa e tentou recuperar o fôlego. Quando ela se moveu, algo afiado cutucou seu lado. Era algo preso dentro do bolso de sua blusa. Hanna franziu a testa e tirou um pedaço dobrado de papel. Ela não se lembrava de deixar nada dentro de sua roupa de hospital da última vez que ela a usou.

Ela desdobrou o papel e viu minúsculas letras tortas. Letras tortas familiares, na verdade. Seu estômago começou a borbulhar. Essa letra parecia a de Ali.

Cara Hanna, começava. Eu posso explicar tudo, especialmente o motivo de eu ter feito o que eu fiz. Mas eu acho que eu sei do que você está atrás, e eu quero ajudá-la. A resposta que vocês querem está no galpão de armazenamento de Rosewood Day. Ele lhe dará a prova que vocês precisam para acabar com tudo isso. Vá lá AGORA... antes que seja tarde demais. Com amor, Kyla.

Seu rosto deve ter ficado pálido porque Sean tocou seu pulso. — O que é isso? Hanna encostou a nota no peito. — Nada — ela resmungou. E então se virou e

correu para fora do prédio.

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34 SURPRESA NO INTERIOR!

Às 01:30, Aria andava de um lado para o outro dentro da casa da sua mãe, e as

notícias retumbavam na televisão. Ela olhou para seu telefone às 1:31 e 10 segundos e, em seguida, 24 segundos, e depois 45. Nada de Noel. Ela olhou para fora da janela pela milésima vez, mas é claro que Noel não estava subindo os degraus da frente. Ela já tinha dirigido ao redor de Rosewood e Hollis, como se ele fosse estar passeando para cima e para baixo da Avenida Lancaster ou caminhando em Hollis Great Lawn sem se preocupar com o mundo.

Ele está com Ali agora, ela pensou. Mas alguma coisa em seu cérebro ainda lutava contra isso. Noel a amava. Ela podia sentir isso. Quando ele disse que amava Ali na noite passada, ele estava confuso. Ele estava sentindo algo que não existia, assim como Emily tinha feito. Ele não tinha ajudado ela. Ele não estava conspirando com ela. Isso foi um erro.

Mas ele admitiu, ela pensou. Ele mentiu, enganou e matou por ela. Fatos são fatos. Ela pegou um peso de papel em forma de cavalo islandês da mesa lateral e

considerou arremessá-lo na tela da TV, mas de repente algo chamou sua atenção. Vários trotes no caso de roubo de arte, dizia uma manchete.

Horripilantemente, o quadro A Noite Estrelada apareceu na tela. — Tem havido uma busca frenética para recuperar o quadro A Noite Estrelada, que foi roubado de um castelo em Reykjavik, na Islândia, no ano passado — disse um repórter. — A Baronesa Brennan, que está lidando com a propriedade enquanto Baron Brennan se recupera de uma longa doença, recentemente teve a pintura segurada por vinte milhões de dólares, e, felizmente, a companhia de seguros não terá que pagar. A pintura foi recuperada cerca de uma hora atrás, e nós acabamos de receber a notícia agora.

O peso de papel caiu no colo de Aria. Sua boca ficou seca. Uma foto de alguns homens usando uniformes da polícia andando em uma casa

quintessencial de Reykjavik apareceu na tela. — Embora houvesse rumores de que a pintura tinha ido para os Estados Unidos, as autoridades a rastrearam em um porão em Reykjavik. A Baronesa Brennan a identificou imediatamente, e a pintura está agora sã e salva de volta em sua casa.

A imagem na tela mudou para uma mulher de cabelos grisalhos em um casaco de pele em pé na frente do mesmo castelo que Aria tinha arrombado. Aria se inclinou para frente como se estar sentada perto da TV fosse revelar um quadro diferente. Se a pintura foi recuperada na Islândia, então o que era a pintura em seu guarda-roupa?

Ela subiu correndo as escadas, abriu a porta do guarda-roupa, e desembrulhou a tela. As estrelas de Van Gogh brilharam. Os pináculos do castelo feito por gotejamento fazendo formas escuras contra o céu brilhante. Parecia com a pintura que ela tinha visto na TV. Então ela pegou o livro de arte de Van Gogh que ela trouxe para casa da biblioteca para ela usar para a decoração do baile e abriu a página sobre a Noite Estrelada. Quando ela comparou as duas lado a lado, as cores na pintura de Aria de

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repente pareceram um pouco... diferentes. Os redemoinhos não eram tão rodopiantes. As pinceladas eram irregulares, menos calculadas. De longe, olhando rapidamente, parecia totalmente crível, mas de perto, ela era meio que uma bagunça.

A pintura era uma falsificação. Aria não ia ficar em apuros por isso. Fuji não poderia prendê-la. Era possível que Fuji nem mesmo procurasse ela agora que a pintura real tinha sido encontrada. A tinha feito tudo isso para assustá-la.

Que outras mentiras A tinha dito? Aria voltou para o andar de baixo em um torpor, ansiosa para ligar para as outras

e contar a elas a notícia. Outra coisa na TV chamou sua atenção. Ela olhou para cima, com o coração na garganta mais uma vez. Aquele era Olaf?

O rosto do âncora estava grande na tela. — A pintura estava entre as coisas de uma mulher mais velha, mas ela não sabe como ela poderia ter chegado lá. A Sra. Greta Eggertsdottir, com sessenta e seis anos de idade, é uma estalajadeira, e diz que ela tem muitos moradores entrando e saindo da casa em uma base mensal, por isso é provável que um deles trouxe a pintura e deixou-a no porão. Quando apareceu uma imagem de Olaf Gundersson, o suposto ladrão que roubou-a da propriedade da Baronesa Brennan, a Sra. Eggertsdottir tinha certeza de que ela o reconhecia. O Sr. Gundersson foi dado como desaparecido depois de um suposto ataque em janeiro, embora as autoridades acreditem agora que possa ter sido uma farsa. Eles continuam procurando pelo Sr. Gundersson, mas não há nenhuma pista de onde ele possa estar.

Aria se sentou no sofá. Esta história estava ficando cada vez mais bizarra. Então, Olaf tinha falsificado o seu ataque? Fazia sentido, de certa forma — talvez ele percebeu que os policiais estavam atrás dele e precisava de uma maneira de escapar. E talvez A viu o artigo e aproveitou a oportunidade, e nunca viajou para a Islândia e nem roubou a pintura. Tinha sido um golpe de sorte para A... mas não para Aria.

Seu telefone tocou. Ela gritou e olhou para a tela. Hanna. — Você viu as notícias? — Aria falou.

— Não... — Houve um som sibilante na outra extremidade, que soou como se Hanna estivesse dirigindo. — Mas temos que nos encontrar. Algo estranho está acontecendo.

— Algo estranho está definitivamente acontecendo. — Aria agarrou o telefone com força. — Essa pintura da Islândia é uma farsa, o que significa que a polícia não tem nada sobre nós. E ainda mais estranho? Olaf não está morto. Ele falsificou todo o ataque. Eu vi tudo na CNN.

A linha crepitava. — Hum — disse Hanna. — Então você acha que A apenas ficou sabendo da história, usou a seu favor, e forjou a pintura?

— É. — Aria olhou fixamente para fora da janela para a casa de passarinho que sua mãe tinha esculpido no ano passado. — Isso significa que nós podemos ir à polícia neste segundo sem nos preocuparmos em estar em apuros. Mesmo que A traga à tona a Jamaica, nós ainda não seríamos punidas da mesma forma que teríamos sido se a pintura fosse um verdadeiro Van Gogh. — Ela limpou a garganta, sentindo um puxão em seu peito. — Não que eu queira ir à polícia. — Ela não podia suportar a ideia de que a polícia iria atrás de Noel. Ou talvez ela pudesse. Ela não sabia.

— Bem, na verdade, eu acho que A tem forçado nossas mãos. Eu recebi uma nota na clínica de queimados sobre alguma evidência crítica que vai acabar com tudo isso. Acho que era de Ali.

— O quê? — a pele de Aria se arrepiou. — Como? — Eu vou explicar tudo quando eu ver você. Você tem que me encontrar no

galpão de armazenamento por trás de Rosewood Day. Talvez ela esteja lá.

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Aria segurou no batente da porta. — Oh meu Deus. E se for uma armadilha? — É por isso que eu chamei a polícia para vir com a gente. E antes que você pire,

Aria, eu tinha que fazer. Isto já foi longe demais. Se Ali estiver lá, se pudermos pegá-la, temos que ter os policiais envolvidos. Encontre-me lá em dez minutos.

— Ok — sussurrou Aria, apertando em FINALIZAR. Ela ficou em sua casa em silêncio por alguns momentos, olhando para as partículas de poeira no ar. Coisas demais tinham acontecido nos últimos minutos para ela lidar. Ela sabia que tinha que se encontrar com Hanna... mas e se Ali estivesse lá e Noel estivesse com ela? E se a polícia prendesse Noel também? Mas talvez isso fosse o que Aria queria. Ele mentiu para ela por mais de um ano. Ele nunca a amou. Certo?

Ela pegou as chaves do gancho no hall, um peso pesado esmagando seu peito. Ela simplesmente não podia odiá-lo, mesmo depois de tudo isso. Ela só podia esperar que acontecesse o que acontecesse, seria como retirar um Band-Aid — rápido e indolor.

* * * Aria deixou o rádio desligado e manteve a janela meio aberta. Seu olhar correu

para trás e para frente e de um lado da estrada para o outro, esperando — temente — que ela pudesse ver Noel lá. Finalmente, ela voltou-se para o estacionamento de Rosewood Day. Havia poucos carros nas vagas; o time de futebol dos meninos tinha prática aos domingos. Aria viu o Prius de Hanna estacionado na parte de trás e dirigiu-se para ele. O Volvo de Emily e o Mercedes de Spencer estavam lá também. Spencer e Emily estavam vestindo moletom e tênis, e Hanna vestia uma roupa hospitalar rosa e tamancos da clínica de queimados. Pelo que Aria podia ver, a polícia ainda não tinha chegado.

— Aqui está a nota. — Hanna estendeu para Aria quando ela chegou a seu círculo. Aria olhou para baixo e reconheceu as letras pequenas e uniformes

imediatamente. Era a mesma letra da carta odiosa que Ali tinha deslizado sob a porta do quarto em Poconos, pouco antes de ela riscar o fósforo. A resposta que vocês querem está no galpão de armazenamento de Rosewood Day... Vá lá AGORA... antes que seja tarde demais.

— Jesus — sussurrou Aria. — Ela tinha que saber que nós reconheceríamos a letra dela. E agora nós vamos apenas fazer exatamente o que ela quer?

— Nós temos pelo menos que checar, você não acha? — perguntou Hanna. — A polícia vai estar aqui a qualquer minuto.

Spencer espiou a nota novamente. — Como você conseguiu isso, afinal? — De um paciente que eu conheci na clínica de queimados. — Hanna parou por

um momento, olhando por cima da colina. Sirenes começaram a apitar. Um carro da polícia apareceu. O estômago de Aria se retorceu.

Hanna se virou para as meninas e explicou sobre o corpo que os policiais encontraram atrás do hospital. — Sua pulseira do hospital dizia Kyla Kennedy — ela sussurrou apressadamente. — Eu acho que Ali a matou, em seguida, tornou-se ela. A garota que eu conheci era completamente coberta de ataduras.

Spencer desmoronou contra o capô do carro de Hanna. — Isso soa totalmente como Ali. Quem mais poderia matar uma vítima de queimadura e trocar de lugar com ela?

Hanna acenou com a cabeça, parecendo atormentada. — A cama de Kyla estava do outro lado do quarto de Graham. E quando Graham estava tendo espasmos, Kyla me

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enviou para a direção errada para chamar uma enfermeira. Quando voltei, ele estava morto.

— Então, ela estava mantendo um olho em Graham, certificando-se de que ele não dissesse nada? — Aria sussurrou.

— Eu não posso acreditar que eu não suspeitei disso mais cedo. Eu pensei que eu seria capaz de detectar Ali há quilômetros de distância — disse Hanna, sufocando as lágrimas. — Kyla era tão... legal. Agora eu me sinto como uma idiota... de novo.

— Se ela estava com ataduras sobre ela toda — Spencer disse — teria sido fácil de enganar qualquer um.

De repente, Aria percebeu alguma coisa. — Gente, se Ali estava na clínica de queimados...

— ...então isso explica por que Noel estava lá, também — Emily terminou por ela. A esta altura, o carro da polícia tinha entrado no estacionamento, e dois oficiais

que Aria vagamente reconhecia do julgamento de Ali andou até elas. Em seus crachás lia-se COATES e HARRISON.

— Hanna Marin — Harrison, o mais alto, que tinha um rosto largo, um nariz achatado e cílios longos emoldurando seus olhos verdes, disse rispidamente. — Você disse que recebeu uma carta ameaçadora?

— Sim. — Com as mãos trêmulas, Hanna passou para eles. Coates e Harrison a olharam, então franziram o cenho. — A prova que você

precisa? — Coates, que era mais baixo e mais magro e tinha um saliente pomo de Adão, repetiu. — O que é tudo isso?

— Nós vamos explicar tudo, nós prometemos — disse Hanna, caminhando em direção aos campos de esportes. — Nós só precisamos que vocês chequem isso. Estamos com muito medo de fazê-lo por conta própria.

A polícia deu de ombros e caminhou à frente delas para o galpão, os walkie-talkies chiando a cada poucos segundos. Aria olhou para Hanna preocupada. Seria uma boa ideia ter os policiais envolvidos? E se Ali estivesse assistindo de longe? E se ela tivesse uma bomba no galpão e quando visse os policiais ela a detonasse?

De repente, o telefone de Aria tocou. Esperança queimou dentro dela, seguida por uma pitada de terror. E se fosse Noel? E se não fosse Noel?

Então, ela olhou para a tela. A mensagem era de um amontoado de letras e números.

Seus joelhos ficaram fracos. — Oh, meu Deus — ela sussurrou, olhando para cima. Os policiais estavam vários metros à frente delas. Ela sinalizou para suas amigas.

Spencer, Emily, Hanna caminharam até ela e olharam a mensagem.

Você, vadias, acham que são tão inteligentes, arrumando novos telefones, tentando esconder de mim.

Em seguida, os telefones de todas tocaram. Desta vez, uma mensagem de uma

imagem carregou. Quando Aria a abriu, ela gritou. Era uma foto da lista de suspeitos que elas haviam criado no quarto do pânico. Todos os nomes foram riscados... com exceção do de Noel.

O rosto de Spencer virou branco. — Como é que A conseguiu isso? — ela gritou, olhando para a mesma imagem em seu telefone.

Os policiais giraram e olharam para ela. — Está tudo bem? — perguntou Coates. Mas nenhuma das meninas poderia responder. Outra mensagem veio. E depois

outra, e depois outra. A nota era tão longa que eram várias mensagens.

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A minha parte favorita foi quando vocês foram ao quarto do pânico e fingiram ser James Bond para descobrir quem eu era. Mas adivinhem, vadias? Eu tenho estado um passo à frente de vocês o tempo todo. Eu sabia onde vocês estavam. Eu sabia onde estavam indo. Sou eu quem está no comando, não vocês — de uma forma que vocês não podem

sequer começar a imaginar. Mas não se preocupem — vocês me verão em breve. Basta abrirem o galpão. —A

A cabeça de Hanna levantou quando ela terminou. — Basta abrir o galpão? — Gente, é definitivamente uma armadilha. — As mãos de Spencer tremiam. — Talvez seja perigoso até estarmos aqui — sussurrou Emily. — Garotas? — Harrison pairava sobre elas, as mãos nos quadris. — O que está

acontecendo? Aria estava prestes a responder, mas então seu olhar se focou no galpão. Para seu

horror, um dos jogadores de futebol estava correndo em direção a ele. Ele estendeu a mão para a maçaneta da porta.

— Espera! — Aria correu para ele. — Não abra a porta! — Sua mente girava com todas as possibilidades do que poderia estar lá dentro. Explosivos. Animais selvagens. A própria Ali.

— Não abra a porta! — Aria gritou novamente. Spencer, Emily, Hanna e os dois policiais a seguiram, gritando com o rapaz também.

Mas já era tarde demais, ele já estava puxando a maçaneta. A porta do galpão se abriu, a parte inferior ficando presa na grama alta.

Coates empurrou o rapaz para o lado e tentou fechá-la, mas então ele parou, seu rosto tornando-se pálido. — Merda — ele sussurrou.

Aria olhou para dentro. No primeiro meio segundo, tudo o que ela viu foi escuridão. Em seguida, as formas começaram a se formar: bolas, bastões, colchões, barreiras, redes de gol. Quando ela viu o objeto sentado em uma cadeira no fundo da sala, ela pensou que era apenas mais um pedaço de equipamento desportivo, um saco de velocidade, talvez, ou um bloqueio para o time de futebol menos-que-estelar de Rosewood Day.

Em seguida, um braço apareceu. Dois pés. A cabeça pendia inerte em um pescoço. Aria deu um passo mais perto, sabendo uma fração de segundo antes de ver seu rosto quem iria ser. Ela caiu de joelhos e soltou um grito. Hanna engasgou. Spencer gritou. Emily deu alguns passos grandes para trás, a boca congelada de terror. O menino jogador de futebol virou e vomitou na grama. Coates e Harrison enxotaram os outros jogadores para longe.

— Esse é...? — Spencer lamentou. Felizmente, ela não disse o nome dele. Aria olhou para o topo da cabeça de Noel.

Ele ainda estava em seu smoking, seus braços estavam presos atrás das costas e seus tornozelos amarrados à cadeira. Havia uma grande tira de fita adesiva sobre sua boca. Sua pele estava estranhamente pálida, e havia grandes cortes em seu rosto, como se ele tivesse sido espancado.

Parecia que chocalhos estavam caindo em sua cabeça. Isso não está acontecendo. Isso não pode estar acontecendo.

— Eu preciso de uma ambulância! — Hanna gritou em seu telefone. — Faça alguma coisa! — Spencer gritou para Coates, que estava gritando algo em seu walkie-talkie. Mas Aria quase não ouviu. Ela se deitou no chão estilhaçado do galpão, incapaz

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de se mover mais perto de Noel, petrificada para ver se ele estava vivo ou morto. Tudo o que ela viu, naquele momento, foram os sapatos brilhantes em seus pés. Ela tinha estado com ele quando ele comprou aqueles sapatos. Ele provou vários pares na loja, assim como uma menina. Uma menina elegante merece um cara elegante, ele disse a ela com uma piscadela.

Seu telefone tocou em sua orelha. De algum modo, ela teve a sensação de sentar-se e olhar para a tela. Atrás dela, suas amigas estavam se mexendo ao redor, tentando entender o que elas estavam vendo. Mas, quando seus telefones tocaram, cada uma delas fez uma pausa para olhar para a mensagem de partir o coração em suas telas.

Em um piscar de olhos, em um piscar de olhos, mentirosas, Sua situação se tornou bastante terrível.

Que detetives vocês não são, vocês não resolveram nada. Noel como A? Isso não!

—A

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O QUE ACONTECE DEPOIS... Então as mentirosas finalmente descobriram que há dois de nós.

Demoraram muito tempo. Mas elas ainda não sabem a história certa. Elas estavam muito focadas em investigar Noel para ver o que está bem debaixo de seus arrogantes narizinhos: nós. Mas o cerco está se fechando e logo elas vão ser as únicas penduradas por um fio...

Hanna pode ter sido votada a rainha da corte do baile, mas a próxima corte que ela estará será a da vara criminal. A última vez que verifiquei, atropelar-e-fugir ainda é um crime... Quando os eleitores do papai descobrirem, Hanna não será a única perdedora da família Marin.

Spencer esteve caçando teorias de conspiração, e aqui entre nós, ela ficou um pouco perto demais para meu conforto. Mas Spence ainda tem muito a aprender sobre perseguição. Tipo, na verdade não estão se escondendo de nós se nós conseguimos vê-las.

Então a namoradinha de Emily está em Bonaire. Podemos pensar em algumas pessoas que possam estar interessadas nesse petisco, começando com a Agente Especial Jasmine Fuji. É melhor Emily começar a fazer uma lista de coisas para fazer ela mesma — é apenas uma questão de tempo até que ela e Jordan acabem atrás das grades. Ou pior.

E depois há Aria. Noel não pode ser A, mas ele tem duas faces como elas previam. O que ela esperava de um Típico Rosewood? Então, o que a atípica Aria irá fazer? O nosso dinheiro está em um refúgio artístico na Europa. Mas ela não sabe que todos os artistas torturados morrem jovens?

Tique-Taque, meninas. Vivam cada momento como se fosse o último. Porque em breve, será.

Até a próxima vez... —A & A

FIM!

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A Pretty Little Liars Novel

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