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Qualidade de água e produção de peixes Margarete Mallasen Instituto de Pesca/APTA [email protected]

Margarete malasen

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II Workshop Piscicultura do Noroeste Paulista

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Page 1: Margarete malasen

Qualidade de água e produção de peixes

Margarete MallasenInstituto de Pesca/APTA

[email protected]

Page 2: Margarete malasen

Qualidade de água e produção de peixes

�Principais parâmetros da água para piscicultura;

�Sistema de tanque-rede;

�Projeto de monitoramento;

�Principais considerações.

Page 3: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�Temperatura:

Organismos ectotérmicos: possuem a temperatura corporal igual a do meio ambiente.

A temperatura afeta diretamente os processos fisiológicos.

Faixa térmica ideal para peixes tropicais:

- 24 a 30ºC

Page 4: Margarete malasen

Temperatura

Figura de Arana (1997)

Page 5: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�Oxigênio dissolvido:

Parâmetro da água mais importante e crítico.

Concentração ideal: valores maiores que 4,0 mg/L (maioria dos peixes tropicais).

Sinal de falta de oxigênio = quando os peixes ficam na superfície golpeando com a boca a lâmina d’água.

O fitoplâncton tem papel dominante na dinâmica do oxigênio dissolvido na água.

Page 6: Margarete malasen

Oxigênio Dissolvido

Figura de Arana (1997)

Page 7: Margarete malasen

Oxigênio Dissolvido

0,0

6,0

12,0

18,0

Oxigênio Dissolvido (mg/L)

6 12 16 24 6 12

Tempo (horas)

Comportamento do oxigênio dissolvido na água de um viveiro escavado, ao longo do dia, em função da fotossíntese e respiração.

Page 8: Margarete malasen

Oxigênio Dissolvido

Comportamento do oxigênio dissolvido na água de um local com tanques-rede no reservatório de Ilha Solteira, ao longo do dia, em função da fotossíntese e respiração.

Data: 25 e 26 de novembro de 2008

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

10:40 14:40 18:40 22:40 02:40 06:40 10:40

Hora

Oxigênio Dissolvido

(mg/L)

Page 9: Margarete malasen

Oxigênio dissolvidoPossíveis causas de redução do oxigênio dissolvido:

-excesso de peixes ou algas e resto de alimento não ingerido.

Medidas para elevar o oxigênio na água:

-aumentar a vazão de água no viveiro;

-acionar aeradores no viveiro;

-reduzir a alimentação (oferecer 25% do total) ou até mesmo suspender o fornecimento por 1 a 2 dias.

Page 10: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�pH:

Faixa ideal: 7,0 a 8,0

Prejudica o crescimento: pH menor que 6,0 e maior que 10,0.

Nos viveiros é importante evitar as variações bruscas diárias de pH, para que isto não aconteça, é preciso que a água tenha uma concentração de alcalinidade acima de 30 mg/L.

Page 11: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�Amônia:

NH3 + H2O ↔ NH4+ + OH-

O NH3 é a principal forma de excreção de nitrogênio pelos peixes.

Níveis críticos: amônia não ionizada (NH3) maior que 0,2 mg/L provoca toxicidade crônica aos organismos aquáticos.

NH3 entre 0,7 a 2,4 mg/L é letal.

Page 12: Margarete malasen

Amônia

Pelas brânquias ocorre

liberação de NH3

Pelas fezes ocorre liberação de nitrogênio orgânico e fósforo.

Os peixes recebem

alimento com altos níveis de proteína. Parte

dessas proteínas são assimiladas. O restante seráeliminado.

Page 13: Margarete malasen

Percentagem de amônia não ionizada (NH3)

em função da temperatura e pH da água.

89,087,584,179,910,0

44,641,234,628,49,0

7,56,65,03,88,0

0,80,70,50,47,0

30282420

Temperatura (ºC)pH

Figura de Arana (1997)

Page 14: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�Fósforo:

Ortofosfato é a forma assimilada pelo fitoplâncton.

Considerado o principal responsável pela eutrofização artificial dos ecossistema aquáticos.

Eutrofização Deterioração da qualidade de água.

Page 15: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�Transparência:

Importante referencial para adubação do viveiro.

Ideal para viveiros: entre 30 e 60 cm (coloração da água levemente verde).

Medição através do Disco de Secchi:

Page 16: Margarete malasen

Figura de Tundisi & Tundisi (2008)

TransparênciaExemplo de reservatório eutrofizado:

-baixa transparência com muitas algas.

Page 17: Margarete malasen

TransparênciaExemplo de reservatório eutrofizado:

-muito fitoplâncton.

Represa de Salto Grande em Americana /SP

Foto: www.macrofitas.com.br

Page 18: Margarete malasen

Principais parâmetros da água para piscicultura

�DBO:

A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia.

Page 19: Margarete malasen

Propriedades do Sistema Aquático

Físico Químico

Biológico

A interação entre os fatores físicos, químicos e biológicos da água, torna o

sistema aquático muito complexo.

Page 20: Margarete malasen

Qualidade de água e produção de peixes

�Principais parâmetros da água para piscicultura;

�Sistema de tanque-rede;

�Projeto de monitoramento;

�Principais considerações.

Page 21: Margarete malasen

Vantagens

� Utilização dos recursos hídricos represados;

� Investimento 30 a 40 % menor em relação aos viveiros;

� Mobilidade do sistema de produção.

Sistema de tanque-rede

Desvantagens

���� Liberação dos resíduos diretamente nos corpos d’água;

� Possível escape de espécies exóticas.

Page 22: Margarete malasen

Tanque-rede

Liberam diretamente no ambiente aquático

Produtos do metabolismo dos

peixes

Alimentos não ingeridos

Fontes de Nitrogênio e Fósforo

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Nitrogênio e Fósforo

Principais desencadeadores do processo de eutrofização

Quebra no equilíbrio do sistema aquático

Perda da qualidade da água

Page 24: Margarete malasen

Eutrofização

Perda da qualidade da água:

Baixo teor de oxigênio dissolvido;

Altos valores de DBO;

Possível floração de cianobactérias...

Inviabiliza o empreendimento

Page 25: Margarete malasen

Ações Importantes

����Acompanhamento frequente da

qualidade da água;

���� Manejo alimentar adequado.

Boas Práticas de Manejo

Evitar a Eutrofização

Page 26: Margarete malasen

Qualidade de água e produção de peixes

�Sistema de tanque-rede;

�Projeto de monitoramento;

�Principais considerações.

Page 27: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Objetivo:

Avaliar a influência dos tanques-rede no comportamento das variáveis físicas, químicas e biológicas da água e na taxa de sedimentação de material em suspensão, fósforo e alguns cátions em três estações de coleta no reservatório de Ilha Solteira.Apoio Fapesp Processo nº07/59677-9

Page 28: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Metodologia:

Àrea de estudo: piscicultura com 4,5ha, profundidade média de 14m com 240 tanques-rede (14 e 20m3).

Amostragens mensais em 3 estações (P1, P2 e P3).

Coletas pela manhã a 1,5m de profundidade.

Armadilhas de sedimento colocadas a 30 e 70% de profundidade.

Page 29: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Metodologia:

Rio ParanáRio Paraná

Page 30: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Metodologia:

Ponto 2

Ponto 3

342 m

529 m

Ponto 1

871 m

Ponto 2

Ponto 3

342 m

529 m

Ponto 1

871 m

Page 31: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Metodologia:

Page 32: Margarete malasen

����ResultadosTemperatura (ºC)

21,022,0

23,024,025,026,0

27,028,029,0

30,031,0

Fev/

08M

ar/0

8Ab

r/08

Mai

/08

Jun/

08Ju

l/08

Ago/

08Se

t/08

Out

/08

Nov

/08

Dez

/08

Jan/

09Fe

v/09

Mar

/09

Abr/0

9M

ai/0

9Ju

n/09Ju

l/09

Ago/

09Se

t/09

Out

/09

Nov

/09

Dez

/09

Jan/

10

Temperatura (ºC)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

30,2ºC

P1: 26,6 ± 2,4 P2: 26,6 ± 2,4 P3: 26,6 ± 2,4

Page 33: Margarete malasen

P1: 7,3 ± 0,6 P2: 6,2 ± 0,9 P3: 6,8 ± 0,8

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Fev/0

8M

ar/0

8Ab

r/08

Mai/

08Ju

n/08

Jul/0

8Ag

o/08

Set/0

8O

ut/0

8No

v/08

Dez/

08Ja

n/09

Fev/0

9M

ar/0

9Ab

r/09

Mai/

09Ju

n/09

Jul/0

9Ag

o/09

Set/0

9O

ut/0

9No

v/09

Dez/

09Ja

n/10

Oxigênio (mg/L)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

����ResultadosOxigênio Dissolvido (mg/L)

Page 34: Margarete malasen

P1: 7,7 ± 0,2 P2: 7,4 ± 0,2 P3: 7,6 ± 0,2

����ResultadospH

6,0

7,0

8,0

9,0

Fev/08

Mar

/08

Abr/0

8M

ai/0

8Ju

n/08Ju

l/08

Ago/

08Se

t/08

Out

/08

Nov

/08

Dez

/08

Jan/

09Fe

v/09

Mar

/09

Abr/0

9M

ai/0

9Ju

n/09Ju

l/09

Ago/

09Se

t/09

Out

/09

Nov

/09

Dez

/09

Jan/

10pH

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Page 35: Margarete malasen

P1: 0,06 ± 0,08 P2: 0,11 ± 0,10 P3: 0,07 ± 0,07

����ResultadosAmônia (mg/L)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

Fev/0

8M

ar/0

8Ab

r/08

Mai/

08Ju

n/08

Jul/0

8Ag

o/08

Set/0

8O

ut/0

8No

v/08

Dez/

08Ja

n/09

Fev/0

9M

ar/0

9Ab

r/09

Mai/

09Ju

n/09

Jul/0

9Ag

o/09

Set/0

9O

ut/0

9No

v/09

Dez/

09Ja

n/10

Amônia (mg/L)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Page 36: Margarete malasen

P1: 13,4 ± 20,3 P2: 22,1 ± 33,7 P3: 12,8 ± 16,5

����ResultadosFósforo (µg/L)

0,020,0

40,060,0

80,0100,0

120,0140,0

Fev/

08M

ar/0

8A

br/0

8M

ai/0

8Ju

n/08

Jul/

08A

go/0

8Se

t/08

Out

/08

Nov

/08

Dez

/08

Jan/

09Fe

v/09

Mar

/09

Abr

/09

Mai

/09

Jun/

09Ju

l/09

Ago

/09

Set/

09O

ut/0

9N

ov/0

9D

ez/0

9Ja

n/10

FID (ug/L)

P1 P2 P3

Page 37: Margarete malasen

P1: 4,3 ± 1,6 P2: 4,0 ± 1,3 P3: 3,9 ± 1,2

����ResultadosTransparência (m)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

Fev/08

Mar

/08

Abr/0

8M

ai/0

8Ju

n/08Ju

l/08

Ago/

08Se

t/08

Out

/08

Nov

/08

Dez

/08

Jan/

09Fe

v/09

Mar

/09

Abr/0

9M

ai/0

9Ju

n/09Ju

l/09

Ago/

09Se

t/09

Out

/09

Nov

/09

Dez

/09

Jan/

10Transparência (m)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Page 38: Margarete malasen

P1: 2,0 ± 1,1 P2: 2,8 ± 1,5 P3: 2,7 ± 1,2

����ResultadosDBO(mg/L)

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

10,0

Fev/08

Mar

/08

Abr/0

8M

ai/0

8Ju

n/08Ju

l/08

Ago/

08Se

t/08

Out

/08

Nov

/08

Dez

/08

Jan/

09Fe

v/09

Mar

/09

Abr/0

9M

ai/0

9Ju

n/09Ju

l/09

Ago/

09Se

t/09

Out

/09

Nov

/09

Dez

/09

Jan/

10DBO (mg/L)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Page 39: Margarete malasen

����ResultadosTaxa de sedimentação de material em suspensão µg/m2.dia:

P1: 113,3 ± 78,2 P2: 254,1 ± 125,0 P3: 102,8 ± 52,2

Taxa de sedimentação de fósforo total µg/m2.dia:

P1: 30,4 ± 15,0 P2: 83,8 ± 30,6 P3: 32,9 ± 12,0

•Mesmo os resultados no P2 foram considerados baixos emrelação aos dados da literatura.

Taxas de sedimentação dos cátions:

Cobre e cádmio não foram detectados;

Zinco e manganês não ultrapassaram valores do limite de detecção do equipamento analítico (5,0 µg/m2.dia).

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����Resultados

Clorofila “a” µg/L:

P1: 0,7 ± 0,5 P2: 0,9 ± 0,5 P3: 0,9 ± 0,5

•Valores baixos de clorofila.

Fitoplâncton:

•Durante todo o estudo foram observados baixos

valores de densidade e de dominância, características

de ambientes oligotróficos.

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Projeto de monitoramento

�Principais considerações:

O sistema de piscicultura em tanques-rede

provocou uma perturbação de baixa intensidade;

A sobrecarga de nutrientes, oriunda do manejo da

criação de peixes, não ultrapassou a capacidade

de suporte;

Não houve indícios de incremento na concentração

de nutrientes na área da piscicultura;

Page 42: Margarete malasen

Projeto de monitoramento

�Principais considerações:

O local onde foi instalada a piscicultura, na área

aquícola Ponte Pensa, apresenta características

hidrodinâmicas favoráveis, que permitiram uma

excelente dispersão dos nutrientes oriundos da

sobrecarga orgânica da criação de tilápias;

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Bibliografia consultada e sugeridaArana, L.V. Princípios químicos de qualidade da água em aquicultura:

uma revisão para peixes e camarões. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1997. 166p.

Ayroza, D.M.M.R.; Furlaneto, F.P.B.; Ayroza, L.M.S. Regularização dos projetos de tanques-rede em águas píblicascontinentais de domínio da união no estado de São Paulo. São Paulo:IP/APTA, 2006. 32p.

Baldisseroto, B. Fisiologia de peixes aplicada à piscicultura. Santa Maria: Ed. UFSM, 2002. 212p.

Ceccarelli, P.S.; Senhorini, J.A.; Volpato, G. Dicas em piscicultura: perguntas e respostas. Botucatu: Santana Gráfica e Editora, 2000. 247p.

Tundisi, J.G. e Tundisi, T.M. Limnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 631p.

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