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Pétalas de Amor

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Page 1: Pétalas de Amor
Page 2: Pétalas de Amor

Sou como a lua. Ilumino os teus mais íntimos desejos

nas noites mais escuras.E nos dias claros de tuas alegrias,

nem te lembras de mim.

Page 3: Pétalas de Amor

Com todasas Letras

Libório Melo

Page 4: Pétalas de Amor

Pétalasde Amor

Angelo Tomasini

Page 5: Pétalas de Amor

COM TODAS AS LETRAS01

Hoje, eu fui teuMas não te aproveitasses de mimApenas deixastes teu corpo ser meuE me entregastes teus princípios, teus meios, enfim

Entregas

Page 6: Pétalas de Amor

PÉTALAS DE AMOR01

Hoje, eu fui teuMas não te aproveitasses de mimApenas deixastes teu corpo ser meuE me entregastes teus princípios, teus meios, enfim

Entregas

Page 7: Pétalas de Amor

ANGELO TOMASINI02 COM TODAS AS LETRAS03

Deste meu olhar Que tanto te causa ruborQue te convida a fazer amorE ao mesmo tempo te faz recuar

Deste meu olharQue te desnuda a almaQue nunca te permite manter a calmaE te faz de mim se afastar

Deste meu olharQue parece te arrancar inconfessáveis segredosQue parece conhecer teus íntimos medosMas que apenas espera o teu se entregar

Hoje voei contigoVoei ao teu lado, bem juntinhoMas voastes para longeE te afastasses de mim, cedinho

Ousei voar para o alto, bem altoPensei ser mais fácil de te ver, te encontrarMas aos poucos fostes sumindo, te afastandoPorisso resolvi voltar

Então voei rasteiroSempre roçando teu corpoE nos arrastamos pela areia, pela camaAté te inebriar com meu cheiro

Do que foges Voos

Page 8: Pétalas de Amor

LIBÓRIO MELO02 PÉTALAS DE AMOR03

Deste meu olhar Que tanto te causa ruborQue te convida a fazer amorE ao mesmo tempo te faz recuar

Deste meu olharQue te desnuda a almaQue nunca te permite manter a calmaE te faz de mim se afastar

Deste meu olharQue parece te arrancar inconfessáveis segredosQue parece conhecer teus íntimos medosMas que apenas espera o teu se entregar

Hoje voei contigoVoei ao teu lado, bem juntinhoMas voastes para longeE te afastasses de mim, cedinho

Ousei voar para o alto, bem altoPensei ser mais fácil de te ver, te encontrarMas aos poucos fostes sumindo, te afastandoPorisso resolvi voltar

Então voei rasteiroSempre roçando teu corpoE nos arrastamos pela areia, pela camaAté te inebriar com meu cheiro

Do que foges Voos

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Fostes chegando de mansinhoTarde das horas, te fiz carinhosNas horas ardentes, tremi todinhoNos dias carentes, dormi sozinho

Fui chegando por outros caminhosNos desencontros, ficamos louquinhosNa despedida, fiquei tristinhona longa estrada, segui sozinho

Fomos ficando perdidinhosO amor em crise, nós dois coitadinhosCorações ardentes, desejos escondidinhosLoucos de vontade de repetir tudinho

Diminuto intervalo Sobre mulheres e lobas

Ferozes Caçam sozinhas ou em matilhasTecem mil e uma armadilhasTransformam em presas ex-algozes

Velozes animaisCavalgam sem viseiras, selas ou arreiosTrotando sua liberdade mundo aforaEm busca de loucos prazeres, veraneiosQuiçá de um utópico amor, ou amores da horaOu de uma felicidade irreal demais

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Fostes chegando de mansinhoTarde das horas, te fiz carinhosNas horas ardentes, tremi todinhoNos dias carentes, dormi sozinho

Fui chegando por outros caminhosNos desencontros, ficamos louquinhosNa despedida, fiquei tristinhona longa estrada, segui sozinho

Fomos ficando perdidinhosO amor em crise, nós dois coitadinhosCorações ardentes, desejos escondidinhosLoucos de vontade de repetir tudinho

Diminuto intervalo Sobre mulheres e lobas

Ferozes Caçam sozinhas ou em matilhasTecem mil e uma armadilhasTransformam em presas ex-algozes

Velozes animaisCavalgam sem viseiras, selas ou arreiosTrotando sua liberdade mundo aforaEm busca de loucos prazeres, veraneiosQuiçá de um utópico amor, ou amores da horaOu de uma felicidade irreal demais

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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Amor Cachorrinho Quem se vai

Quem se vaiLeva sempre alguma coisa assim:Uma lembrança, uma esperançaUm pedacinho de mim

Quem se esvaiTambém deixa algo assim para mim:Um sabor de beijos, um calor de desejosUma certeza do fim

Mas quem ficaÉ a certeza de que algo valeu a penaO resto passa, e o coração saraQuando a alma não é pequena

Não sei brincar de amor cachorrinhoLatir romântico pra ganhar teu carinhoGrudar em teus passos, mundo afora, afimSempre a te divertir, sem nem pensar em mim

Prefiro ser o teu cão de guardaCuidar de ti, te entender melhorEstar por perto por horas a fioLamber-te toda, ao farejar teu cio

Mas pra você sou aquele cão vadioQue passa os dias a colher sobras de tiCompadecida, dás-me ossos para roerA mão retiras, supondo que vou morder

Mas cão sem dono tem mais liberdadeE o seu cheiro não cheira à madameTambém tem sonhos, mas sobrevive à realidadeAma quem quer, e o resto que se dane

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Amor Cachorrinho Quem se vai

Quem se vaiLeva sempre alguma coisa assim:Uma lembrança, uma esperançaUm pedacinho de mim

Quem se esvaiTambém deixa algo assim para mim:Um sabor de beijos, um calor de desejosUma certeza do fim

Mas quem ficaÉ a certeza de que algo valeu a penaO resto passa, e o coração saraQuando a alma não é pequena

Não sei brincar de amor cachorrinhoLatir romântico pra ganhar teu carinhoGrudar em teus passos, mundo afora, afimSempre a te divertir, sem nem pensar em mim

Prefiro ser o teu cão de guardaCuidar de ti, te entender melhorEstar por perto por horas a fioLamber-te toda, ao farejar teu cio

Mas pra você sou aquele cão vadioQue passa os dias a colher sobras de tiCompadecida, dás-me ossos para roerA mão retiras, supondo que vou morder

Mas cão sem dono tem mais liberdadeE o seu cheiro não cheira à madameTambém tem sonhos, mas sobrevive à realidadeAma quem quer, e o resto que se dane

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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Bem vinda

Quem vem lá?Pra ocupar meu coraçãoAlegrar minha poesiaLevantar-me deste chão?

Quem me quer?Coração despedaçadoCacos de mim pelo chãoSentimentos destroçados?

Quem vai ser?Minha musa inspiradoraSorridente ou sofredoraMas que mude meu viver?

Vou saberMesmo com estes olhos embaçadosVou sentir o peito renovadoE o sol de novo perceber!

Não se pode contentar a todos. Até porque, mesmo se fosse a apenas um, estaria sujeito a

mudar de opinião.

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Bem vinda

Quem vem lá?Pra ocupar meu coraçãoAlegrar minha poesiaLevantar-me deste chão?

Quem me quer?Coração despedaçadoCacos de mim pelo chãoSentimentos destroçados?

Quem vai ser?Minha musa inspiradoraSorridente ou sofredoraMas que mude meu viver?

Vou saberMesmo com estes olhos embaçadosVou sentir o peito renovadoE o sol de novo perceber!

Não se pode contentar a todos. Até porque, mesmo se fosse a apenas um, estaria sujeito a

mudar de opinião.

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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Quando eu mais amei À luz de velas

Ah! O amor... O amor é como uma velaQue tremula no peito dos amantesSua chama pode incendiar um quartoOu faltar acender o vício dos fumantes

Pode iluminar um coração escuro e vazioOu transpor seu fogo para outras velasAumentar sua chama quando está no cioOu apagar com a brisa vinda da janela

Pode ressaltar uma silhueta à meia-luzAlquebrar-se como um sopro no ouvidoChoramingar baixinho como um gemidoFazer dançar como uma sombra que seduz

Pode pingar nas mãos como um gozo quentePode varar a noite iluminando nossa camaAinda manter-se aceso quando o sol se faz presenteOu derreter-se todo assim como quem ama

Quando eu me ameiTinha um olhar apaixonadoTinha sempre um sorriso escancaradoCom certeza também te amei

Quando eu me ameiEstava sempre bem vestidoAndava imune às flechadas de CupidoDecerto só você que amei

Quando eu me ameiMeus dias eram das mais intensas alegriasÀ noite eu imaginava contigo as mais loucas fantasiasAcho que foi quando eu mais te amei

Mas sei que quando eu mais me ameiFoi quando percebi que, de nós dois, só eu amavaQue os meus sentimentos você esnobavaAgora me amo muito mais depois que te deixei

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Quando eu mais amei À luz de velas

Ah! O amor... O amor é como uma velaQue tremula no peito dos amantesSua chama pode incendiar um quartoOu faltar acender o vício dos fumantes

Pode iluminar um coração escuro e vazioOu transpor seu fogo para outras velasAumentar sua chama quando está no cioOu apagar com a brisa vinda da janela

Pode ressaltar uma silhueta à meia-luzAlquebrar-se como um sopro no ouvidoChoramingar baixinho como um gemidoFazer dançar como uma sombra que seduz

Pode pingar nas mãos como um gozo quentePode varar a noite iluminando nossa camaAinda manter-se aceso quando o sol se faz presenteOu derreter-se todo assim como quem ama

Quando eu me ameiTinha um olhar apaixonadoTinha sempre um sorriso escancaradoCom certeza também te amei

Quando eu me ameiEstava sempre bem vestidoAndava imune às flechadas de CupidoDecerto só você que amei

Quando eu me ameiMeus dias eram das mais intensas alegriasÀ noite eu imaginava contigo as mais loucas fantasiasAcho que foi quando eu mais te amei

Mas sei que quando eu mais me ameiFoi quando percebi que, de nós dois, só eu amavaQue os meus sentimentos você esnobavaAgora me amo muito mais depois que te deixei

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Doando-me Sobre bravas mulheres

Coitadas dessas pobres mulheres mal amadasQue logo cedo geraram outra vidaE que viver antes só que mal acompanhadasEra sempre sua frase preferida

Ralaram pra criar os filhos, construir um larSem ajuda do pai evadido ou da própria famíliaAlgumas deixaram de estudar, crescer e multiplicarOutras viveram com medo de cair na mesma armadilha

Agora que os filhos estão crescidos e educadosNão reconhecem seus sacrifícios, esses ingratosAo invés de mimos, cobrem-nas de maus tratosSó o futuro mostrará o quanto estão errados

Logo essas mães que são de uma geraçãoQue outrora também se rebelou contra seus paisSofreu, penou e sobreviveu, sempre na contramãoSem que para o seio materno tenha retornado jamais

Bravas mulheres que na vida fizeram do coração um aprendizQue tiveram uma juventude agitada e afastada dos seusAgora vão recuperar seu tempo perdido e procurar ser felizPois entregam o destino dos filhos às mãos de Deus

Para quem amaOfereço minha dor e tudo que me há de ruimPara que de cada amorSobre um pouco para mim

Para quem não amaOfereço uma flor colhida do meu próprio jardimPara que esse desamorNão recaia sobre mim

Para quem me amaNão posso oferecer mais nada, pois já me dei todinho enfimTudo o que me restou foi este amorQue já nem cabe mais em mim

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Doando-me Sobre bravas mulheres

Coitadas dessas pobres mulheres mal amadasQue logo cedo geraram outra vidaE que viver antes só que mal acompanhadasEra sempre sua frase preferida

Ralaram pra criar os filhos, construir um larSem ajuda do pai evadido ou da própria famíliaAlgumas deixaram de estudar, crescer e multiplicarOutras viveram com medo de cair na mesma armadilha

Agora que os filhos estão crescidos e educadosNão reconhecem seus sacrifícios, esses ingratosAo invés de mimos, cobrem-nas de maus tratosSó o futuro mostrará o quanto estão errados

Logo essas mães que são de uma geraçãoQue outrora também se rebelou contra seus paisSofreu, penou e sobreviveu, sempre na contramãoSem que para o seio materno tenha retornado jamais

Bravas mulheres que na vida fizeram do coração um aprendizQue tiveram uma juventude agitada e afastada dos seusAgora vão recuperar seu tempo perdido e procurar ser felizPois entregam o destino dos filhos às mãos de Deus

Para quem amaOfereço minha dor e tudo que me há de ruimPara que de cada amorSobre um pouco para mim

Para quem não amaOfereço uma flor colhida do meu próprio jardimPara que esse desamorNão recaia sobre mim

Para quem me amaNão posso oferecer mais nada, pois já me dei todinho enfimTudo o que me restou foi este amorQue já nem cabe mais em mim

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Uma morte anunciada De amor e de sexo

Não sei se fizemos amorSe embevecido fiquei a te olhar gozandoTodo teu corpo como a me dizer arfando:Sou toda tua, seja pro que for

Decerto não foi apenas sexoSe palavras ditas apaixonaram nossos sentidosAlgumas soaram até sem muito nexoPor terem sido abafadas por nossos gemidos

Feliz, voltasses a te sentir mulherSem qualquer pudor em teus dedos molharCom a boca pronta pro que der e vierUrrar, gemer, morder, sentir prazer em abocanhar

Se houve amor ou apenas sexo por sexoHá controvérsias que só nos levam a um talvezJá que o destino nos condenou a um querer complexoO corpo pede, mas teu coração só dá direito a uma única vez

Ele já não tinha a mesma saúde de antesEstava fraco de desejos, indolente às tuas vontadesE o ciúme por ti já não lhe causava rompantesSó te via os defeitos e as tuas ambiguidades

Tantas vezes te pediu socorro, fingisses não ouvirEle buscou ajuda da Lua para aplacar sua dorMas, apaixonada pelo Sol, só querias dele escapulirE cada vez mais definhando ele perdeu seu calor

O passar do tempo o deixou cada vez mais moribundoEle já não se lamentava e não mais seguia teus passosFoi quando foi percebendo outras mulheres no mundoAí o meu amor por ti finalmente morreu... Em teus braços

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Uma morte anunciada De amor e de sexo

Não sei se fizemos amorSe embevecido fiquei a te olhar gozandoTodo teu corpo como a me dizer arfando:Sou toda tua, seja pro que for

Decerto não foi apenas sexoSe palavras ditas apaixonaram nossos sentidosAlgumas soaram até sem muito nexoPor terem sido abafadas por nossos gemidos

Feliz, voltasses a te sentir mulherSem qualquer pudor em teus dedos molharCom a boca pronta pro que der e vierUrrar, gemer, morder, sentir prazer em abocanhar

Se houve amor ou apenas sexo por sexoHá controvérsias que só nos levam a um talvezJá que o destino nos condenou a um querer complexoO corpo pede, mas teu coração só dá direito a uma única vez

Ele já não tinha a mesma saúde de antesEstava fraco de desejos, indolente às tuas vontadesE o ciúme por ti já não lhe causava rompantesSó te via os defeitos e as tuas ambiguidades

Tantas vezes te pediu socorro, fingisses não ouvirEle buscou ajuda da Lua para aplacar sua dorMas, apaixonada pelo Sol, só querias dele escapulirE cada vez mais definhando ele perdeu seu calor

O passar do tempo o deixou cada vez mais moribundoEle já não se lamentava e não mais seguia teus passosFoi quando foi percebendo outras mulheres no mundoAí o meu amor por ti finalmente morreu... Em teus braços

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O terceiro lobo

Dizem que quando sentimos raivaPor uma injustiça sofrida qualquerSoltamos nossos lobos internosSejamos homem ou mulher

Um deles é um lobo bom e não magoaVive com tanta harmonia que até parece boboSe não tiver motivo, não se ofende à toaSó se for preciso é que briga com outro lobo

O outro é aquele que está sempre raivosoMesmo por pequenas coisas se lança num ataque de iraJá nem pode pensar, pois seu ódio é um círculo viciosoBriga por qualquer motivo com os outros da matilha

Às vezes fica difícil conviver com essas ferasQue tentam determinar cada intenso sentimentoE nessa peleja interna não adianta querelasPois só sobrevive aquele lobo que alimento

Mas há um terceiro lobo que é mais habilidosoÉ o mais independente e o mais sábio da matilhaPra sobreviver busca seu próprio alimentoNão se contenta com restos, é quem faz a partilha

Tal como o velho mestre que não perde em sapiênciaQue contra o discípulo incauto usa de toda a sua astúciaAssim age esse sábio lobo interno, chamado de vivênciaAlimenta-se dos nossos erros e em troca nos dá mais argúcia

(*) Inspirado na parábola Lobos Internos, de autoria desconhecida, que circula na Internet.

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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O terceiro lobo

Dizem que quando sentimos raivaPor uma injustiça sofrida qualquerSoltamos nossos lobos internosSejamos homem ou mulher

Um deles é um lobo bom e não magoaVive com tanta harmonia que até parece boboSe não tiver motivo, não se ofende à toaSó se for preciso é que briga com outro lobo

O outro é aquele que está sempre raivosoMesmo por pequenas coisas se lança num ataque de iraJá nem pode pensar, pois seu ódio é um círculo viciosoBriga por qualquer motivo com os outros da matilha

Às vezes fica difícil conviver com essas ferasQue tentam determinar cada intenso sentimentoE nessa peleja interna não adianta querelasPois só sobrevive aquele lobo que alimento

Mas há um terceiro lobo que é mais habilidosoÉ o mais independente e o mais sábio da matilhaPra sobreviver busca seu próprio alimentoNão se contenta com restos, é quem faz a partilha

Tal como o velho mestre que não perde em sapiênciaQue contra o discípulo incauto usa de toda a sua astúciaAssim age esse sábio lobo interno, chamado de vivênciaAlimenta-se dos nossos erros e em troca nos dá mais argúcia

(*) Inspirado na parábola Lobos Internos, de autoria desconhecida, que circula na Internet.

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Acácia

Como uma flor nascida dos ciosExalas teu peculiar perfumeIncensas sonhos e desvariosE a outras flores causas ciúme

Como uma delicada flor Vais desabrochando bem devagarAté voluptuosamente abrir-se sem pudorPondo meu teso desejo a delirar

Ah, flor que de mil pensamentos me valhoSentindo-te as pétalas transpirar em gotas de orvalhoSe fincada no talo, preferes estar por cimaOu rebolando em êxtase frente à minha rima

Rara flor do amor, quase em extinçãoSonho ser teu caule sem ser tua muletaNão me importa as rosas, se beijo teu coraçãoE teus lábios rosados ou cor de violeta

Estradas

Havia uma estrada à frenteCortei caminhoE por muito, muito tempo Caminhei e caminhei sozinho

Havia uma multidão crescenteMostrei-lhe o melhor caminhoSegui em direção contráriaE fui aprisionado sozinho

Havia corações solitáriosE eu me sentindo sozinhoMas na bifurcação da estradaFiquei sem nenhum carinho

Aí eu te vi na estrada e pareiAmbos cansados de andar sozinhosEntão o amor nos deu caronaPorém levando-nos por seus próprios caminhos

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Acácia

Como uma flor nascida dos ciosExalas teu peculiar perfumeIncensas sonhos e desvariosE a outras flores causas ciúme

Como uma delicada flor Vais desabrochando bem devagarAté voluptuosamente abrir-se sem pudorPondo meu teso desejo a delirar

Ah, flor que de mil pensamentos me valhoSentindo-te as pétalas transpirar em gotas de orvalhoSe fincada no talo, preferes estar por cimaOu rebolando em êxtase frente à minha rima

Rara flor do amor, quase em extinçãoSonho ser teu caule sem ser tua muletaNão me importa as rosas, se beijo teu coraçãoE teus lábios rosados ou cor de violeta

Estradas

Havia uma estrada à frenteCortei caminhoE por muito, muito tempo Caminhei e caminhei sozinho

Havia uma multidão crescenteMostrei-lhe o melhor caminhoSegui em direção contráriaE fui aprisionado sozinho

Havia corações solitáriosE eu me sentindo sozinhoMas na bifurcação da estradaFiquei sem nenhum carinho

Aí eu te vi na estrada e pareiAmbos cansados de andar sozinhosEntão o amor nos deu caronaPorém levando-nos por seus próprios caminhos

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Na moda Embriagada

Zonza, zigzagueias e não zarpas.Zíper não zela, transborda a zona.Vinhas do vinho, vagueias em vão? Vadias a mão, várias vazões,Vigorosas versões.

Não me importa teu desdém nem teu brilhoQuando passas em saltos altos equilibradaMetida num vestido Valentino e eu maltrapilhoEstampando meu melhor sorriso na cara enlevada

Não me importa que desfiles na passarelaMetida em trapos que jamais usarás outra vezVestindo a fantasia de quem quer ser magrelaOu apenas possuir um vestido caríssimo talvez

Não importa se mudas de calçadaComo se por perto de mim evite passarPois o amor nunca estará fora de modaSeja qual for estação que aflorar

Não me importa se viajes mundo aforaPois meu coração viaja contigo tambémNão importa que nem me percebas agoraUm dia haverei de nem te notar. Amém

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Na moda Embriagada

Zonza, zigzagueias e não zarpas.Zíper não zela, transborda a zona.Vinhas do vinho, vagueias em vão? Vadias a mão, várias vazões,Vigorosas versões.

Não me importa teu desdém nem teu brilhoQuando passas em saltos altos equilibradaMetida num vestido Valentino e eu maltrapilhoEstampando meu melhor sorriso na cara enlevada

Não me importa que desfiles na passarelaMetida em trapos que jamais usarás outra vezVestindo a fantasia de quem quer ser magrelaOu apenas possuir um vestido caríssimo talvez

Não importa se mudas de calçadaComo se por perto de mim evite passarPois o amor nunca estará fora de modaSeja qual for estação que aflorar

Não me importa se viajes mundo aforaPois meu coração viaja contigo tambémNão importa que nem me percebas agoraUm dia haverei de nem te notar. Amém

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Quem é ela Onde encontrar o amor

O amor está sempre a dois passosNão importa a direção que você caminharEstá facilmente à distância de um laçoSeja você ou o outro a se manifestar

Muitas vezes damos apenas um único passoCom medo do coração se machucarNo entanto se ou outro também dá um passoÉ certeza o amor dois corações encontrar

O amor pode estar a dois palmos da nossa ânsiaComo na poesia exalada da tela do computadorFazendo nosso íntimo percorrer uma imensa distânciaSó pra satisfazer nossa vontade sem nenhum pudor

No entanto, se ousamos dar dois passos pra frenteE o amor que encontramos não nos aprazÉ preciso confrontar o nosso coração carenteDando então dois longos passos para trás

Mas se o amor encontrado satisfaz plenamenteMesmo tendo que aprender duras lições que a vida ensinaÉ melhor dar a mão à pessoa amada firmementeE os dois juntos elevar-se vários passos acima

Ela é ela, não importa se Maria ou JoãoTrata a todos indiscriminadamenteCom gestos finos e com toda atençãoDeixa que falem, é meiga e indulgente

Apaixona-se fácil por homem ou mulherEstá sempre pronta pro que der e vierAdapta-se ao sexo que lhe convierFaz da sua vida sempre o que bem quer

Ela é ela, do amor uma eterna aprendizMas tem sempre que com prudência procederPois se não conseguimos só com o sexo oposto ser felizImagine quem entre os dois sexos tem que escolher

Ela é ela, não importa se Maria ou JoãoE sua sina é sofrer em dobro decepções do amorE se temos ao par rim, pulmão, seja lá que órgão forPara ser feliz ela careceria de mais um coração

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Quem é ela Onde encontrar o amor

O amor está sempre a dois passosNão importa a direção que você caminharEstá facilmente à distância de um laçoSeja você ou o outro a se manifestar

Muitas vezes damos apenas um único passoCom medo do coração se machucarNo entanto se ou outro também dá um passoÉ certeza o amor dois corações encontrar

O amor pode estar a dois palmos da nossa ânsiaComo na poesia exalada da tela do computadorFazendo nosso íntimo percorrer uma imensa distânciaSó pra satisfazer nossa vontade sem nenhum pudor

No entanto, se ousamos dar dois passos pra frenteE o amor que encontramos não nos aprazÉ preciso confrontar o nosso coração carenteDando então dois longos passos para trás

Mas se o amor encontrado satisfaz plenamenteMesmo tendo que aprender duras lições que a vida ensinaÉ melhor dar a mão à pessoa amada firmementeE os dois juntos elevar-se vários passos acima

Ela é ela, não importa se Maria ou JoãoTrata a todos indiscriminadamenteCom gestos finos e com toda atençãoDeixa que falem, é meiga e indulgente

Apaixona-se fácil por homem ou mulherEstá sempre pronta pro que der e vierAdapta-se ao sexo que lhe convierFaz da sua vida sempre o que bem quer

Ela é ela, do amor uma eterna aprendizMas tem sempre que com prudência procederPois se não conseguimos só com o sexo oposto ser felizImagine quem entre os dois sexos tem que escolher

Ela é ela, não importa se Maria ou JoãoE sua sina é sofrer em dobro decepções do amorE se temos ao par rim, pulmão, seja lá que órgão forPara ser feliz ela careceria de mais um coração

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Teu cheiro O amor que fica

Tem dias que nos pegamos tristonhosAcometidos de uma estranha nostalgiaTrechos da nossa vida nos vêm como em sonhosRelembrando pessoas como há muito não se fazia

Algumas são entes queridosOutras são amizades adquiridasNa maioria são amores outrora perdidosQue foram importantes na nossa vida

Então nos bate uma saudade danadaEsse sentimento que ninguém bem explicaMas se pensarmos de uma forma simplificadaSaudade nada mais é do que o amor que fica!

É intenso teu cheiro de fruta guardadaQue me apetece os sentidos e me desperta desejosMas guardo-me teso para saborear-te adocicadaTeu gosto maduro com o furor dos meus beijos

Assim como o cheiro do teu minúsculo botãoQue guardo como se presente o aroma com saudadeSugando teu pranto adocicado de prazer e vitalidadeNum beijo lambido que só enamorados dão

Beijos com gosto de chuvas de orgasmosVertidos sobre mim em teus frenéticos espasmosAcordo iludido com o cheiro de ti em mimExalado do teu sexo e da tua boca carmim

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Teu cheiro O amor que fica

Tem dias que nos pegamos tristonhosAcometidos de uma estranha nostalgiaTrechos da nossa vida nos vêm como em sonhosRelembrando pessoas como há muito não se fazia

Algumas são entes queridosOutras são amizades adquiridasNa maioria são amores outrora perdidosQue foram importantes na nossa vida

Então nos bate uma saudade danadaEsse sentimento que ninguém bem explicaMas se pensarmos de uma forma simplificadaSaudade nada mais é do que o amor que fica!

É intenso teu cheiro de fruta guardadaQue me apetece os sentidos e me desperta desejosMas guardo-me teso para saborear-te adocicadaTeu gosto maduro com o furor dos meus beijos

Assim como o cheiro do teu minúsculo botãoQue guardo como se presente o aroma com saudadeSugando teu pranto adocicado de prazer e vitalidadeNum beijo lambido que só enamorados dão

Beijos com gosto de chuvas de orgasmosVertidos sobre mim em teus frenéticos espasmosAcordo iludido com o cheiro de ti em mimExalado do teu sexo e da tua boca carmim

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Orgasmo Dias de mulher

O perfume mais ativo que invade minhas narinasAnuncia levemente tua mudança de humorSe te toco os mamilos com minhas mãos ladinasLogo sinto afastar-te com evidente expressão de dor

No teu beijo claramente sinto o aumento de salivaO teu ventre saliente anuncia a feminina sinaMas o desejo que te aflora com a libido mais ativaNão combina com tua língua que se torna mais ferina

Se recolhida lá num canto arrisco te fazer carinhoResmungas frases desconexas estragando o momentoSe eu insisto, dás-me um beijo e sussurras bem baixinhoAo meu ouvido confidente dás sinais de sangramento

Estranhamente o cheiro da fêmea, nesses dias encarnadosFaz aumentar a libido do macho, deixando-o mais excitadoA não ser que ele tenha manias de puritanoE se abstenha do ato por considerá-lo profano

Dependendo do humor manipulas solidáriaMeu desejo insistente e carente de carinhoOu então viras de costas e te recolhes solitáriaNuma clara insinuação de que devo me virar sozinho

Mas esses dias logo passam segundo opinião femininaSe houver o amor e a solidariedade masculina!

Não sei bem quanto tempo fiquei paradoApontando com o dedo em risteEm direção ao branco do meu tecladoSem sair nenhuma palavra que fosse feliz ou triste

Gotejavam memórias de mimAs letras gritavam sem nexoTudo embaralhado numa noite que enfimEu passei desfrutando do teu sexo

O suor pingando da minha fronteO desejo de escrever babando de tão tesoA mão trêmula a tocar a parte defronteImitando em concha o toque do teu beijo

E finalmente saíram essas letras lambuzadasCom o odor característico do nosso desejoQue jorraram com força de minha mente abusadaNum orgasmo poético cumprindo meu ensejo

Ahhhhhhhhh... A inspiração veio com tudo!

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Orgasmo Dias de mulher

O perfume mais ativo que invade minhas narinasAnuncia levemente tua mudança de humorSe te toco os mamilos com minhas mãos ladinasLogo sinto afastar-te com evidente expressão de dor

No teu beijo claramente sinto o aumento de salivaO teu ventre saliente anuncia a feminina sinaMas o desejo que te aflora com a libido mais ativaNão combina com tua língua que se torna mais ferina

Se recolhida lá num canto arrisco te fazer carinhoResmungas frases desconexas estragando o momentoSe eu insisto, dás-me um beijo e sussurras bem baixinhoAo meu ouvido confidente dás sinais de sangramento

Estranhamente o cheiro da fêmea, nesses dias encarnadosFaz aumentar a libido do macho, deixando-o mais excitadoA não ser que ele tenha manias de puritanoE se abstenha do ato por considerá-lo profano

Dependendo do humor manipulas solidáriaMeu desejo insistente e carente de carinhoOu então viras de costas e te recolhes solitáriaNuma clara insinuação de que devo me virar sozinho

Mas esses dias logo passam segundo opinião femininaSe houver o amor e a solidariedade masculina!

Não sei bem quanto tempo fiquei paradoApontando com o dedo em risteEm direção ao branco do meu tecladoSem sair nenhuma palavra que fosse feliz ou triste

Gotejavam memórias de mimAs letras gritavam sem nexoTudo embaralhado numa noite que enfimEu passei desfrutando do teu sexo

O suor pingando da minha fronteO desejo de escrever babando de tão tesoA mão trêmula a tocar a parte defronteImitando em concha o toque do teu beijo

E finalmente saíram essas letras lambuzadasCom o odor característico do nosso desejoQue jorraram com força de minha mente abusadaNum orgasmo poético cumprindo meu ensejo

Ahhhhhhhhh... A inspiração veio com tudo!

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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Leão domado Insano

Ah, mortos de espírito Que querem dar fim à vidaQue trazem dentro do peito, explícitoDa desilusão a sangrenta ferida

Ah, defuntos em decomposiçãoQue se adiantam em enterroDefinhando por causa de um erroDo seu traiçoeiro coração

Moribundos nem se apercebemDe alguma mão amiga estendidaEm lamentações se excedemNão vêem que o sofrer Também faz parte desta vida.

Viver é uma ordem!

Que venha essa leoa no cioQue se revela apenas em certos diasCom a fome voraz que tanto aprecioSerei seu repasto em tempos de orgias

Que venha essa leoa ferozQue me abocanhe onde bem lhe apeteçaQue se empanturre de mim o seu desejo de nósQue satisfeita depois em meu colo adormeça

Que seja uma sensual carnificinaMeu dorso lanhado por garras felinasMeu sexo manchado por vazões femininasPois na cama ou na selva a lua nos ilumina

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Leão domado Insano

Ah, mortos de espírito Que querem dar fim à vidaQue trazem dentro do peito, explícitoDa desilusão a sangrenta ferida

Ah, defuntos em decomposiçãoQue se adiantam em enterroDefinhando por causa de um erroDo seu traiçoeiro coração

Moribundos nem se apercebemDe alguma mão amiga estendidaEm lamentações se excedemNão vêem que o sofrer Também faz parte desta vida.

Viver é uma ordem!

Que venha essa leoa no cioQue se revela apenas em certos diasCom a fome voraz que tanto aprecioSerei seu repasto em tempos de orgias

Que venha essa leoa ferozQue me abocanhe onde bem lhe apeteçaQue se empanturre de mim o seu desejo de nósQue satisfeita depois em meu colo adormeça

Que seja uma sensual carnificinaMeu dorso lanhado por garras felinasMeu sexo manchado por vazões femininasPois na cama ou na selva a lua nos ilumina

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Ao som de Chico Buarque Poema feminino

Ela é feita dos meus mais íntimos desejosEla é feita também menina de sonhosEla luta por tudo que eu também almejoE quando perde seus olhos ficam tão tristonhos

Ela é adulta e sempre vai à lutaMas é menina e chora quando perdeSe entrar numa briga a ninguém escutaMas quando brinca qualquer um percebe

Ela é também muito corretaAo mesmo tempo em que é uma menina travessaEla é simplesmente ela mesma e está certaQue até nos erros acerta e nada é tudo às avessas

Ela é humana igual a você, imperfeitaÀs vezes é careta, outras vezes modernaSente medo e frio, reage contra alguma desfeitaSente fome e sede, abarca o mundo com as pernas

Sofre quando perde, sorri quando ganhaChora quando simplesmente quer chorarEstá protegida por lei quando do marido apanhaFalo da Mulher, homem, que você deve respeitar!

AH, SE JÁ PERDEMOS A NOÇÃO DA HORA...

O calor que te dá em teu corpo excitadoAplaco com beijos da minha boca molhadaO suor que escorre pelo teu corpo extasiadoSorvo passando minha língua deixando-te alucinada

O licor que brota da tua flor desabrochadaEmbriaga-me o olfato, o paladar e outros sentidosÉ pra mim uma música excitante e despudoradaOs gemidos de ti que me chegam aos ouvidos

O relógio perdeu-se em contar nossas horasE de números só lembramos o sessenta e noveTeus cabelos são rédeas neste galope sem esporasTeu prazer a pedir que estocadas profundas eu renove

Nossas roupas jogadas em qualquer lugarTua calcinha e minha cueca formando um parO tempo, já esquecido de nósFoi qualquer outro casal espreitarSó tuas pernas abertas em ponteiros Lembram que é o nosso momento de recomeçar

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Ao som de Chico Buarque Poema feminino

Ela é feita dos meus mais íntimos desejosEla é feita também menina de sonhosEla luta por tudo que eu também almejoE quando perde seus olhos ficam tão tristonhos

Ela é adulta e sempre vai à lutaMas é menina e chora quando perdeSe entrar numa briga a ninguém escutaMas quando brinca qualquer um percebe

Ela é também muito corretaAo mesmo tempo em que é uma menina travessaEla é simplesmente ela mesma e está certaQue até nos erros acerta e nada é tudo às avessas

Ela é humana igual a você, imperfeitaÀs vezes é careta, outras vezes modernaSente medo e frio, reage contra alguma desfeitaSente fome e sede, abarca o mundo com as pernas

Sofre quando perde, sorri quando ganhaChora quando simplesmente quer chorarEstá protegida por lei quando do marido apanhaFalo da Mulher, homem, que você deve respeitar!

AH, SE JÁ PERDEMOS A NOÇÃO DA HORA...

O calor que te dá em teu corpo excitadoAplaco com beijos da minha boca molhadaO suor que escorre pelo teu corpo extasiadoSorvo passando minha língua deixando-te alucinada

O licor que brota da tua flor desabrochadaEmbriaga-me o olfato, o paladar e outros sentidosÉ pra mim uma música excitante e despudoradaOs gemidos de ti que me chegam aos ouvidos

O relógio perdeu-se em contar nossas horasE de números só lembramos o sessenta e noveTeus cabelos são rédeas neste galope sem esporasTeu prazer a pedir que estocadas profundas eu renove

Nossas roupas jogadas em qualquer lugarTua calcinha e minha cueca formando um parO tempo, já esquecido de nósFoi qualquer outro casal espreitarSó tuas pernas abertas em ponteiros Lembram que é o nosso momento de recomeçar

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Previsão do tempo Todas as Luas

A Lua que traz saudadesDos amores que já não se temÉ a mesma que ilumina a felicidadeDo coração que conheceu novo alguém

Então a saudade só faz seu ninhoSendo tão covarde e tão traiçoeiraQuando encontra um coração sozinhoMais propenso a uma melancolia passageira

Não, minha amiga poetisaO dia nem sempre é uma melodia do solTem vezes que ele nos traz alegria na brisaOutras vezes temporais sob o nosso lençol

Mas a chuva às vezes de alegrias me inundaSe não estou sozinho encolhido na camaPois um bom chamego nos dá sensação profundaSe estamos com quem realmente nos ama

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Previsão do tempo Todas as Luas

A Lua que traz saudadesDos amores que já não se temÉ a mesma que ilumina a felicidadeDo coração que conheceu novo alguém

Então a saudade só faz seu ninhoSendo tão covarde e tão traiçoeiraQuando encontra um coração sozinhoMais propenso a uma melancolia passageira

Não, minha amiga poetisaO dia nem sempre é uma melodia do solTem vezes que ele nos traz alegria na brisaOutras vezes temporais sob o nosso lençol

Mas a chuva às vezes de alegrias me inundaSe não estou sozinho encolhido na camaPois um bom chamego nos dá sensação profundaSe estamos com quem realmente nos ama

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Nenhuma flor Sonhos nada angelicais

Sonhe, sonhe com o que de anjo há em mimMesmo que eu não seja tão angelical assimNunca fui casto nem com as donzelasNão deixo dúvidas sobre meu sexoIsso pode perguntar a elas

Mas posso criar asas na imaginação Voar contigo e te levar ao céuUsando as penas da tua caudaDe teu amante vou fazendo meu papelPois ninguém é anjo se tiver tesão

Uma flor decerto de mim receberiasSe não fosse tão pouco pra te homenagearPois se ao ano tens até mais que 365 diasCada dia uma flor eu deveria te dar

Mas se fazes de flor meu sincero carinhoAcolhendo-o em teu lado esquerdo do peitoEle não te faltará durante o ano todinhoE um jardim florido de mim será teu por direito

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Nenhuma flor Sonhos nada angelicais

Sonhe, sonhe com o que de anjo há em mimMesmo que eu não seja tão angelical assimNunca fui casto nem com as donzelasNão deixo dúvidas sobre meu sexoIsso pode perguntar a elas

Mas posso criar asas na imaginação Voar contigo e te levar ao céuUsando as penas da tua caudaDe teu amante vou fazendo meu papelPois ninguém é anjo se tiver tesão

Uma flor decerto de mim receberiasSe não fosse tão pouco pra te homenagearPois se ao ano tens até mais que 365 diasCada dia uma flor eu deveria te dar

Mas se fazes de flor meu sincero carinhoAcolhendo-o em teu lado esquerdo do peitoEle não te faltará durante o ano todinhoE um jardim florido de mim será teu por direito

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Segunda feira Conto de fadas moderno

Era uma vez uma adormecida princesaQue morava num castelo lá distanteVivia com a libido sempre acesaDesejando um dia encontrar um amante

Por tempos sonhou ter um príncipe encantadoMas temia beijá-lo e tranformá-lo num sapo viadoUm dia despertou no colo de um príncipe taradoE para sempre viveram felizes e excitados

Dou bom dia à vidaE aos prédios das minhas esquinasÀ poluição sonora que abrigaUm tênue suspirar da moçasE os risos alegres das meninas

O relógio é o meu patrãoVive gritando: de novo atrasado?Mas tomo meu banho sem pressaDetesto essa vida de gadoMas se não tem jeito, vamos nessa!

Porém, logo que saio de casaA natureza me dá as boas vindasRelembra-me toda a poesia que existeNo farfalhar das folhas E no canto do pássaro que ouço ainda

Então sigo sorrindo e cantandoVolto à minha alegria costumeiraFeliz passo o dia trabalhandoEsquecendo que é segunda feiraPois logo a Lua aparecerá brejeira

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Segunda feira Conto de fadas moderno

Era uma vez uma adormecida princesaQue morava num castelo lá distanteVivia com a libido sempre acesaDesejando um dia encontrar um amante

Por tempos sonhou ter um príncipe encantadoMas temia beijá-lo e tranformá-lo num sapo viadoUm dia despertou no colo de um príncipe taradoE para sempre viveram felizes e excitados

Dou bom dia à vidaE aos prédios das minhas esquinasÀ poluição sonora que abrigaUm tênue suspirar da moçasE os risos alegres das meninas

O relógio é o meu patrãoVive gritando: de novo atrasado?Mas tomo meu banho sem pressaDetesto essa vida de gadoMas se não tem jeito, vamos nessa!

Porém, logo que saio de casaA natureza me dá as boas vindasRelembra-me toda a poesia que existeNo farfalhar das folhas E no canto do pássaro que ouço ainda

Então sigo sorrindo e cantandoVolto à minha alegria costumeiraFeliz passo o dia trabalhandoEsquecendo que é segunda feiraPois logo a Lua aparecerá brejeira

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Caminhos em mão dupla Inconstâncias

Vieram me perguntarPor que mudei o teor dos meus versosSe antes era visceral meu versejarHoje são de desejos confessos

Ora, o ser humano é feito de fasesE também muitas são as minhas andançasNem é preciso uma paixão revolver nossas basesPois na vida, a única coisa que é constante São as próprias mudanças.

Meus caminhos na tua estradaSão traçados em mão dupla:Uma em forma de garça, Que anseia te conhecer adentro.A outra que te bica o pequenino botãoQue abres em flor.Encharcas ambas de puro deleite.

Nessa bifurcação de tiGozos vão, gozos vêm

Nossos desejos seguem juntos.Emparelhados.E mesmo quando mantêm Dupla distânciaHaverão de se encontrar

No horizonte ou a pinoComo a Lua e o Sol Que às vezes são visto juntosAo final da tardeOu ao raiar de um novo diaNum breve encontro.Corpos na contramão.

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Caminhos em mão dupla Inconstâncias

Vieram me perguntarPor que mudei o teor dos meus versosSe antes era visceral meu versejarHoje são de desejos confessos

Ora, o ser humano é feito de fasesE também muitas são as minhas andançasNem é preciso uma paixão revolver nossas basesPois na vida, a única coisa que é constante São as próprias mudanças.

Meus caminhos na tua estradaSão traçados em mão dupla:Uma em forma de garça, Que anseia te conhecer adentro.A outra que te bica o pequenino botãoQue abres em flor.Encharcas ambas de puro deleite.

Nessa bifurcação de tiGozos vão, gozos vêm

Nossos desejos seguem juntos.Emparelhados.E mesmo quando mantêm Dupla distânciaHaverão de se encontrar

No horizonte ou a pinoComo a Lua e o Sol Que às vezes são visto juntosAo final da tardeOu ao raiar de um novo diaNum breve encontro.Corpos na contramão.

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Espermatozóide Amor Credicard

Uma passagem só de idapara o paraíso dos amantes: desejos reais

Levar-te café na cama e esperar-teacordar espreguiçosamente: tesões reais

Não aguentar te esperar acordar e eriçar-te os mamilos e desabrochar tua flor orvalhada: prazeres reais

O que se segue depois de acordares excitada: Não tem preço!

Está lá o corpoEstendido no chãoMorreu de amorPelas próprias mãos

Uma nova vida o encorajouPerdeu a luta contra o tesãoDo solitário prazer se jogou Espatifou-se no chão

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Espermatozóide Amor Credicard

Uma passagem só de idapara o paraíso dos amantes: desejos reais

Levar-te café na cama e esperar-teacordar espreguiçosamente: tesões reais

Não aguentar te esperar acordar e eriçar-te os mamilos e desabrochar tua flor orvalhada: prazeres reais

O que se segue depois de acordares excitada: Não tem preço!

Está lá o corpoEstendido no chãoMorreu de amorPelas próprias mãos

Uma nova vida o encorajouPerdeu a luta contra o tesãoDo solitário prazer se jogou Espatifou-se no chão

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Beija-flor Dois pra lá, dois pra cá

São dois desejos que se encontramAmbos febris nos mais ternos pensamentosMatam a vontade de estarem juntos e se encantamatravés dos seus escrevinhamentos

Ele viaja em pensamento pra láEm forma de beija-flor ou príncipe taradoEla também viaja em quereres pra cáCada perfume de flor o deixa mais encantado

São dois amantes separados por léguasSempre juntos cada um em sua imaginaçãoA vontade de tocar o outro nunca lhes dá tréguaEncurtam as distâncias dos corpos no alcance das mãos

Beijo, beijo, beijoBeijo tua florAfloro meu desejoFloresce nosso amor

Então enfio meu longo bicoNa tua flor orvalhadaPois se excitado eu ficoAh! Que beija-flor que nada!

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Beija-flor Dois pra lá, dois pra cá

São dois desejos que se encontramAmbos febris nos mais ternos pensamentosMatam a vontade de estarem juntos e se encantamatravés dos seus escrevinhamentos

Ele viaja em pensamento pra láEm forma de beija-flor ou príncipe taradoEla também viaja em quereres pra cáCada perfume de flor o deixa mais encantado

São dois amantes separados por léguasSempre juntos cada um em sua imaginaçãoA vontade de tocar o outro nunca lhes dá tréguaEncurtam as distâncias dos corpos no alcance das mãos

Beijo, beijo, beijoBeijo tua florAfloro meu desejoFloresce nosso amor

Então enfio meu longo bicoNa tua flor orvalhadaPois se excitado eu ficoAh! Que beija-flor que nada!

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Memórias de mim Quase não te vi

Estavas há tempos escondidinhaLá nos recônditos do meu coraçãoAlgumas vezes senti tua presençaEm algum poema que me veio às mãos

Depois me aparecestes assim de repenteRevolvendo, expondo, me tirando a razãoExpulsando os segredos da minha menteEjaculando desejos do meu coração

Eu te amo te amo, te amo poesia!!!Um amor de repente feito alucinaçãoUm vício que já me consome o dia a diaAgora não mais consigo prender a emoção

Minha memória quase não perde nadaDas boas coisas acontecidasNem das amizades conquistadasNem das paixões quase esquecidas

A nenhuma sensação palpávelÀ minha mão se torna insensívelNenhum desejo que seja saudávelMesmo que seja repreensível

Até as coisas findas que me foram lindasDecerto sempre me ficarãoE a essência das flores sempre será bem vindaPois é dela que minha memória sente tesão

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Memórias de mim Quase não te vi

Estavas há tempos escondidinhaLá nos recônditos do meu coraçãoAlgumas vezes senti tua presençaEm algum poema que me veio às mãos

Depois me aparecestes assim de repenteRevolvendo, expondo, me tirando a razãoExpulsando os segredos da minha menteEjaculando desejos do meu coração

Eu te amo te amo, te amo poesia!!!Um amor de repente feito alucinaçãoUm vício que já me consome o dia a diaAgora não mais consigo prender a emoção

Minha memória quase não perde nadaDas boas coisas acontecidasNem das amizades conquistadasNem das paixões quase esquecidas

A nenhuma sensação palpávelÀ minha mão se torna insensívelNenhum desejo que seja saudávelMesmo que seja repreensível

Até as coisas findas que me foram lindasDecerto sempre me ficarãoE a essência das flores sempre será bem vindaPois é dela que minha memória sente tesão

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Poema desesperado À luz da Lua

Pela janela escancaradaEu me farei raios de luarPerceberei tua flor desabrochadaMas trouxe uma rosa para te dar

De música, ouvirei só nossos gemidosEm teu corpo irei um pouco de vinho derramarEmbriagando-me com a seiva dos teus sentidosÀ minha boca te renderás enquanto a noite rolar

Na tua pele escreverei o meu nome com a bocaDos teus lábios sugarei todo o teu desejoÀ tua flor me apresento te deixando loucaCom o que trago de mim esperando teu beijo

Quando não mais existir nada que valha a penaNem o torpor do dormir disfarce o que te condenaQuando não mais persistir a mão no barbeadorQuando até Deus se afastar em silêncio deixando-te a dorQuando até tua consciência perder a batalhaQuando os bons momentos à memória te falhaQuando tua sombra deitar ao lado da tua camaQuando nada te interessar nem quem tu amasQuando precisares de amigos e te virarem as costasQuando virares a mesa, mesmo ela estando postaLembras que tudo no mundo é contraditórioViva tudo ao acaso e ame tudo que for transitórioAté a própria vida. Então verás que ainda tem saídaUm dia acabam esses tempos de corno De amizades safadas e de mulher traída!

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Poema desesperado À luz da Lua

Pela janela escancaradaEu me farei raios de luarPerceberei tua flor desabrochadaMas trouxe uma rosa para te dar

De música, ouvirei só nossos gemidosEm teu corpo irei um pouco de vinho derramarEmbriagando-me com a seiva dos teus sentidosÀ minha boca te renderás enquanto a noite rolar

Na tua pele escreverei o meu nome com a bocaDos teus lábios sugarei todo o teu desejoÀ tua flor me apresento te deixando loucaCom o que trago de mim esperando teu beijo

Quando não mais existir nada que valha a penaNem o torpor do dormir disfarce o que te condenaQuando não mais persistir a mão no barbeadorQuando até Deus se afastar em silêncio deixando-te a dorQuando até tua consciência perder a batalhaQuando os bons momentos à memória te falhaQuando tua sombra deitar ao lado da tua camaQuando nada te interessar nem quem tu amasQuando precisares de amigos e te virarem as costasQuando virares a mesa, mesmo ela estando postaLembras que tudo no mundo é contraditórioViva tudo ao acaso e ame tudo que for transitórioAté a própria vida. Então verás que ainda tem saídaUm dia acabam esses tempos de corno De amizades safadas e de mulher traída!

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Nua Estou em tuas mãos

Dá-me tua mão e eu me apresentarei por dentroEm cada parte da anatomia sentirás o meu calorA mão contra o meu peito decifrará meus sentimentosApalpar meu torso com carinho medirá o meu amor

Se subir com ela um pouco taparás minha boca adentroLerás nestes meus olhos as frases que teu gesto abafouSe afagares meus cabelos não sairás dos meus pensamentosSe abraçares minha nuca, receberás meus beijos com furor

Percorra com tua mão todo o meu corpo oferecidoNão desça com ela não aos meus desejos escondidosNem suba tão depressa acelerando minha pulsaçãoPois nesse sobe e desce já não contenho a excitação

Dispa-seLivre-se das cores escuras que ainda te cobremDa viuvez de sentimentos que te incomodemE se vista do vermelho vivo das rosasMas lembre-se que há rosas de outras coresEntão livre-se depressa de teus falsos pudores

E dispa-seApresente-se a mim como uma flor nuaSem aquele papel transparente que vemos na ruaCobrindo a beleza dos buquês de floresOfertados na ânsia de conquistar amores

E vista-seCom as tuas mais íntimas fantasiasE desfile pra mim como numa noite de orgiasDesnudando-me de todos os meus ocultos desejosNão importa que num instante, assim como magiaCada peça de ti meu olhar e meus beijos

Novamente Dispa-te

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Nua Estou em tuas mãos

Dá-me tua mão e eu me apresentarei por dentroEm cada parte da anatomia sentirás o meu calorA mão contra o meu peito decifrará meus sentimentosApalpar meu torso com carinho medirá o meu amor

Se subir com ela um pouco taparás minha boca adentroLerás nestes meus olhos as frases que teu gesto abafouSe afagares meus cabelos não sairás dos meus pensamentosSe abraçares minha nuca, receberás meus beijos com furor

Percorra com tua mão todo o meu corpo oferecidoNão desça com ela não aos meus desejos escondidosNem suba tão depressa acelerando minha pulsaçãoPois nesse sobe e desce já não contenho a excitação

Dispa-seLivre-se das cores escuras que ainda te cobremDa viuvez de sentimentos que te incomodemE se vista do vermelho vivo das rosasMas lembre-se que há rosas de outras coresEntão livre-se depressa de teus falsos pudores

E dispa-seApresente-se a mim como uma flor nuaSem aquele papel transparente que vemos na ruaCobrindo a beleza dos buquês de floresOfertados na ânsia de conquistar amores

E vista-seCom as tuas mais íntimas fantasiasE desfile pra mim como numa noite de orgiasDesnudando-me de todos os meus ocultos desejosNão importa que num instante, assim como magiaCada peça de ti meu olhar e meus beijos

Novamente Dispa-te

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Um plágio de ti Bom dia

Bom dia, bom dia, bom dia!!!Regado a amor e também a poesiaBeijo na boca e café na camaCarinho safadinho de quem te ama

Espreguiçar bem manhosaOlhar através da janela um beija-florE se estiver nua e bem fogosaDesabrochar aos beijos do teu amor

Pensar num banho gostoso e não estar à mínguaPreliminares com direito a banhos de línguaDepois que estiver debaixo do chuveiro ser saciadaDo prazer de ter o botão e a flor bem regada

Nem se enxugar e fazer dos lençóis tua toalhaGemer bem alto como se estivesse ferida numa batalhaDepois vestir languidamente uma roupa para ir trabalharSair sorridente sem nem ao menos no desjejum tocar

Num gesto bem feminino jogar os cabelos molhadosNo corpo só o perfume do sexo ainda excitadoSorrir para todos demonstrando uma imensa alegriaEscrever mentalmente ao teu acordar uma linda poesia

Um dia escreverei assim como uma poesia tuaCom o amor aflorando pelas pontas dos dedosDe todos os pudores estando inteiramente nuaEscorrendo palavras, pingando segredosJorrando orgasmos de uma forma toda sua

Um dia ainda escreverei tantas coisas de nósArfando em cio só de ver o despontar da LuaExcitado em sonhos como se lançasse anzóisPescando declarações de amor na poesia nuaCheirando nos lençóis perfumes do que vivi a sós

Um dia, durante vários dias, escreverei como tuCom tuas mãos em meu corpo a despertar os sentidosTodo meu desejo ao teu prazer também fará jusEntão escreverei uma página inteira só com gemidosPois perto de ti ao teu dispor meu corpo estará nu

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Um plágio de ti Bom dia

Bom dia, bom dia, bom dia!!!Regado a amor e também a poesiaBeijo na boca e café na camaCarinho safadinho de quem te ama

Espreguiçar bem manhosaOlhar através da janela um beija-florE se estiver nua e bem fogosaDesabrochar aos beijos do teu amor

Pensar num banho gostoso e não estar à mínguaPreliminares com direito a banhos de línguaDepois que estiver debaixo do chuveiro ser saciadaDo prazer de ter o botão e a flor bem regada

Nem se enxugar e fazer dos lençóis tua toalhaGemer bem alto como se estivesse ferida numa batalhaDepois vestir languidamente uma roupa para ir trabalharSair sorridente sem nem ao menos no desjejum tocar

Num gesto bem feminino jogar os cabelos molhadosNo corpo só o perfume do sexo ainda excitadoSorrir para todos demonstrando uma imensa alegriaEscrever mentalmente ao teu acordar uma linda poesia

Um dia escreverei assim como uma poesia tuaCom o amor aflorando pelas pontas dos dedosDe todos os pudores estando inteiramente nuaEscorrendo palavras, pingando segredosJorrando orgasmos de uma forma toda sua

Um dia ainda escreverei tantas coisas de nósArfando em cio só de ver o despontar da LuaExcitado em sonhos como se lançasse anzóisPescando declarações de amor na poesia nuaCheirando nos lençóis perfumes do que vivi a sós

Um dia, durante vários dias, escreverei como tuCom tuas mãos em meu corpo a despertar os sentidosTodo meu desejo ao teu prazer também fará jusEntão escreverei uma página inteira só com gemidosPois perto de ti ao teu dispor meu corpo estará nu

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Prazer em te conhecer Que não me falte teu riso

Que me falte o feijão, o pão, o sim pelo nãoMas que nunca me falte o teu riso abertoQue me escondas tua flor, teu rubor, teu tesãoMas que teu riso espontâneo seja sempre certo

Pode-me faltar o ar, o luar ou seja lá o que forPode até no firmamento as estrelas ficarem ao léuMas nunca me falte o teu riso feliz, minha florPois ao ouvi-lo saberei que te deixei perto do céu

Num recanto sem data e sem encantoConheci-te em versos dos quais nem me lembroSó sei que não eram versos de acalantoTalvez poemas quentes como um verão de setembro

Foi neste recanto cheio de desencantos e ternurasQue nos aproximamos em poemas bem banaisE pra meu espanto palavras impregnadas de luxúriasForam então se infiltrando em nossos versos carnais

Agora meus versos se entranham de forma seguraDeixando de haver recanto de ti que não desejeiColonizando teu corpo na mais sensual aventuraDesbravei teus segredos e os meus te entreguei

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Prazer em te conhecer Que não me falte teu riso

Que me falte o feijão, o pão, o sim pelo nãoMas que nunca me falte o teu riso abertoQue me escondas tua flor, teu rubor, teu tesãoMas que teu riso espontâneo seja sempre certo

Pode-me faltar o ar, o luar ou seja lá o que forPode até no firmamento as estrelas ficarem ao léuMas nunca me falte o teu riso feliz, minha florPois ao ouvi-lo saberei que te deixei perto do céu

Num recanto sem data e sem encantoConheci-te em versos dos quais nem me lembroSó sei que não eram versos de acalantoTalvez poemas quentes como um verão de setembro

Foi neste recanto cheio de desencantos e ternurasQue nos aproximamos em poemas bem banaisE pra meu espanto palavras impregnadas de luxúriasForam então se infiltrando em nossos versos carnais

Agora meus versos se entranham de forma seguraDeixando de haver recanto de ti que não desejeiColonizando teu corpo na mais sensual aventuraDesbravei teus segredos e os meus te entreguei

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Letras bêbadas

Por incrível que pareçaNunca fui muito chegado a poesiasAchava ruim à beçaQuando na escola interpretações fazia

Também naqueles tempos juvenisSó conheci poeta com jeitinho afeminadoHoje vejo que eram preconceitos infantisPelo machismo estive contaminado

Foi quando um dia me peguei amarguradoNuma mesa de bar minhas mágoas bebendoQue vi na parede um belo poema postadoE embriagado fui lendo e tantas vezes relendo

Eram letras de um poeta ilustre da minha cidadeQue costumava freqüentar aquele bar nas noitesMorrera precocemente deixando versos e saudadesE um poema na parede fustigando-me como açoite

O poema de Carlos Pena Filho eu jamais esqueciDizia exatamente assim os versos que li e reli:“Por isso aqui no Bar SavoyO refrão será sempre assim:São trinta copos de chopeSão trintas homens sentadosSão trezentos desejos presosTrinta mil sonhos frustrados”.

A partir daquele diaEu jurei pra mim mesmo sem o saberFinalmente tocado pela poesia:Um dia poemas haveria de escrever

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Letras bêbadas

Por incrível que pareçaNunca fui muito chegado a poesiasAchava ruim à beçaQuando na escola interpretações fazia

Também naqueles tempos juvenisSó conheci poeta com jeitinho afeminadoHoje vejo que eram preconceitos infantisPelo machismo estive contaminado

Foi quando um dia me peguei amarguradoNuma mesa de bar minhas mágoas bebendoQue vi na parede um belo poema postadoE embriagado fui lendo e tantas vezes relendo

Eram letras de um poeta ilustre da minha cidadeQue costumava freqüentar aquele bar nas noitesMorrera precocemente deixando versos e saudadesE um poema na parede fustigando-me como açoite

O poema de Carlos Pena Filho eu jamais esqueciDizia exatamente assim os versos que li e reli:“Por isso aqui no Bar SavoyO refrão será sempre assim:São trinta copos de chopeSão trintas homens sentadosSão trezentos desejos presosTrinta mil sonhos frustrados”.

A partir daquele diaEu jurei pra mim mesmo sem o saberFinalmente tocado pela poesia:Um dia poemas haveria de escrever

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A outra Que não me falte teu riso

Que me falte o feijão, o pão, o sim pelo nãoMas que nunca me falte o teu riso abertoQue me escondas tua flor, teu rubor, teu tesãoMas que teu riso espontâneo seja sempre certo

Pode-me faltar o ar, o luar ou seja lá o que forPode até no firmamento as estrelas ficarem ao léuMas nunca me falte o teu riso feliz, minha florPois ao ouvi-lo saberei que te deixei perto do céu

Chamo teu nome e ela chega sempre antesPerfumada, sorridente, lábios rosadosNem liga se eu e você somos namorados Age como se de mim fôsse a amante

Não consigo disfarçar a excitaçãoE ela nem respeita tua presençaAbocanha-me o sexo com sofreguidãoSem se importar com o que você dela pensa

E até fica feliz quando me faz gemer teu nomeBaba-me todo quando sugo cada teu seioDeixando-me assim dividido em minha fomeEscolher entre você e ela dá coluna do meio

Fica difícil nessa hora saber de quem eu gosto maisSe do teu amor que me apraz e me faz tão bemOu dessa diluviana intrusa que tanto me satisfazJá que quando fechas as pernas também nos damos bem

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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A outra Que não me falte teu riso

Que me falte o feijão, o pão, o sim pelo nãoMas que nunca me falte o teu riso abertoQue me escondas tua flor, teu rubor, teu tesãoMas que teu riso espontâneo seja sempre certo

Pode-me faltar o ar, o luar ou seja lá o que forPode até no firmamento as estrelas ficarem ao léuMas nunca me falte o teu riso feliz, minha florPois ao ouvi-lo saberei que te deixei perto do céu

Chamo teu nome e ela chega sempre antesPerfumada, sorridente, lábios rosadosNem liga se eu e você somos namorados Age como se de mim fôsse a amante

Não consigo disfarçar a excitaçãoE ela nem respeita tua presençaAbocanha-me o sexo com sofreguidãoSem se importar com o que você dela pensa

E até fica feliz quando me faz gemer teu nomeBaba-me todo quando sugo cada teu seioDeixando-me assim dividido em minha fomeEscolher entre você e ela dá coluna do meio

Fica difícil nessa hora saber de quem eu gosto maisSe do teu amor que me apraz e me faz tão bemOu dessa diluviana intrusa que tanto me satisfazJá que quando fechas as pernas também nos damos bem

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Asas partidas Desencontros

Ontem estive contigoMas você não estava láEstava um corpo molhado de desejosComo uma poesia derramada na cama

Tua flor me oferecia abrigoMas você não estava láTinha o olhar carente de beijosChorando a distância de quem você ama

Ontem quis brindar contigoLevei uma rosa pra te ofertarE derramei o champanhe em teu corpoTentando te acordar

Mas você não estava láViajara num clarão da LuaPegando atalhosIndo me procurar

CaíTantas vezes que nem seiTentei voar e não conseguiRodopiei e estrebucheiMas finalmente aprendi

DaíFinquei o pé e me projeteiPor sobre abismos milAbri minhas asas e voeiPena que ninguém viu

VoeiE depois caídos sonhos que acalenteiDa vida que escolhi pra mimSobraram os restos de onde errei

AprendiEntão meus anseios modernizeiDeixei de voar na contramãoAgora até de vida melhoreiDepois que preferi voar de avião

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Asas partidas Desencontros

Ontem estive contigoMas você não estava láEstava um corpo molhado de desejosComo uma poesia derramada na cama

Tua flor me oferecia abrigoMas você não estava láTinha o olhar carente de beijosChorando a distância de quem você ama

Ontem quis brindar contigoLevei uma rosa pra te ofertarE derramei o champanhe em teu corpoTentando te acordar

Mas você não estava láViajara num clarão da LuaPegando atalhosIndo me procurar

CaíTantas vezes que nem seiTentei voar e não conseguiRodopiei e estrebucheiMas finalmente aprendi

DaíFinquei o pé e me projeteiPor sobre abismos milAbri minhas asas e voeiPena que ninguém viu

VoeiE depois caídos sonhos que acalenteiDa vida que escolhi pra mimSobraram os restos de onde errei

AprendiEntão meus anseios modernizeiDeixei de voar na contramãoAgora até de vida melhoreiDepois que preferi voar de avião

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Miopia Estações

Quem disse que as estações duram quatro meses?Vivemos todas elas num ínfimo tempo de um ato de amorSe como num frio de Inverno nos abraçamos forte às vezesE como Primavera cresce meu caule e desabrocha tua flor?

Como num Verão tu ardes num ritmo quente que te molheComo na Primavera exalas do corpo perfumes de amorComo no frio do Inverno, meu sexo depois do amor encolheTuas pétalas murcham e caímos num sono de Outono renovador

Não te vejo bemSigo teu cheiro de fruta maduraTateio-te na imaginação e sigo alémAperto tua mão e segues segura

Não te vejo, bemTalvez porque esteja de olhos fechadosÀs vezes te encontro em meus sonhos acordadoPois sei que sonhas comigo também

Não te vejo de tão longe bemQuisera curar-me dessa miopiaEstar à distância de um beijo do meu bemDepois cegar nosso amor para nossas ousadias

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Miopia Estações

Quem disse que as estações duram quatro meses?Vivemos todas elas num ínfimo tempo de um ato de amorSe como num frio de Inverno nos abraçamos forte às vezesE como Primavera cresce meu caule e desabrocha tua flor?

Como num Verão tu ardes num ritmo quente que te molheComo na Primavera exalas do corpo perfumes de amorComo no frio do Inverno, meu sexo depois do amor encolheTuas pétalas murcham e caímos num sono de Outono renovador

Não te vejo bemSigo teu cheiro de fruta maduraTateio-te na imaginação e sigo alémAperto tua mão e segues segura

Não te vejo, bemTalvez porque esteja de olhos fechadosÀs vezes te encontro em meus sonhos acordadoPois sei que sonhas comigo também

Não te vejo de tão longe bemQuisera curar-me dessa miopiaEstar à distância de um beijo do meu bemDepois cegar nosso amor para nossas ousadias

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O cio da chuva Embrulhada pra presente

Será que ela dorme nuaCom um jeitinho inocente?Ou será que seu corpo suaEncoberto de amor urgente?

Será que por baixo dos lençóisEla dorme com uma roupinha diferenteOu será que fica pensando em nósE descobre-se em desejos frementes?

Imagino-a vestida numa lingèrie pretinhaOu seria de um vermelho bem ardente?Ah, se pra mim ela se desse assim nuinhaComo se os lençóis a embrulhasse para presente!

Cai a chuva torrencialComo uma ejaculação do céuPenetra na rachadura entre as pedrasE deixa macio o lagedo ao léu

Insinua-se serpenteanteComo uma ninfeta em desvarioDepois corre barulhentaFaz-se correnteza no cio

Deixa seu cheiro de amor à terraPreenchendo tudo que é buracoAté que se entrega a um riacho virilE assim engravida e pari um rio

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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O cio da chuva Embrulhada pra presente

Será que ela dorme nuaCom um jeitinho inocente?Ou será que seu corpo suaEncoberto de amor urgente?

Será que por baixo dos lençóisEla dorme com uma roupinha diferenteOu será que fica pensando em nósE descobre-se em desejos frementes?

Imagino-a vestida numa lingèrie pretinhaOu seria de um vermelho bem ardente?Ah, se pra mim ela se desse assim nuinhaComo se os lençóis a embrulhasse para presente!

Cai a chuva torrencialComo uma ejaculação do céuPenetra na rachadura entre as pedrasE deixa macio o lagedo ao léu

Insinua-se serpenteanteComo uma ninfeta em desvarioDepois corre barulhentaFaz-se correnteza no cio

Deixa seu cheiro de amor à terraPreenchendo tudo que é buracoAté que se entrega a um riacho virilE assim engravida e pari um rio

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Adeus ao Mar A moça apaixonada

É tão solitária a silhueta na janelaQuase não se move olhando em direção à LuaA luz apagada do quarto não deixa ver se elaEstá quase despida ou completamente nua

No céu a Lua ilumina-lhe o rosto tristeTão solitário mesmo se numa multidãoPensando ela num amor que tem certeza que existeOu será que faz parte apenas da sua imaginação?

Mas de repente está no ar um perfume de rosasE ela se volta para a escuridão do quartoSorri feliz e afaga a si mesma com mãos carinhosasComo se um amante a envolvesse num terno abraço

Depois se deita em sua cama maciaContorce o corpo muito louco de desejosCom um amante imaginário sua fome saciaDe ser amada enquanto é coberta de beijos

Depois aperta as coxas uma contra a outraE extasiada morde e agarra-se aos lençóisGeme alto sem se importar que alguém a ouçaAté dormir sussurrando um nome num fio de voz

Despeço-me dele com os olhosNão que não vá vê-lo maisIsso nãoMas não o verei talvez desta posição

O privilégio dos prédios é o MarQue eu vejo da varanda do meu apartamentoO movimento das ondas está em meus olhosQue marejam despedindo-se de tanto encantamento

Adeus, Mar. Não esquecerei esta visãoEstou de mudança para outro bloco distanteOnde as pessoas parecem tambem feitas de concretoMas que cujas emoções afloram como vagalhões

Adeus, Mar. Adeus...Minha tristeza não permite que me despeça em rimasQuisera fazer um perfeito soneto inspirado por DeusPara te dizer do quanto olhar pra ti me fascina

Dizer que eu adoro a tua calmaria, MarVer a lua refletida em ti é como me ver refletido num espelhoProcurarei te encontrar poraíE unirei meu corpo à tua praia num feliz abraço. Até já...

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Adeus ao Mar A moça apaixonada

É tão solitária a silhueta na janelaQuase não se move olhando em direção à LuaA luz apagada do quarto não deixa ver se elaEstá quase despida ou completamente nua

No céu a Lua ilumina-lhe o rosto tristeTão solitário mesmo se numa multidãoPensando ela num amor que tem certeza que existeOu será que faz parte apenas da sua imaginação?

Mas de repente está no ar um perfume de rosasE ela se volta para a escuridão do quartoSorri feliz e afaga a si mesma com mãos carinhosasComo se um amante a envolvesse num terno abraço

Depois se deita em sua cama maciaContorce o corpo muito louco de desejosCom um amante imaginário sua fome saciaDe ser amada enquanto é coberta de beijos

Depois aperta as coxas uma contra a outraE extasiada morde e agarra-se aos lençóisGeme alto sem se importar que alguém a ouçaAté dormir sussurrando um nome num fio de voz

Despeço-me dele com os olhosNão que não vá vê-lo maisIsso nãoMas não o verei talvez desta posição

O privilégio dos prédios é o MarQue eu vejo da varanda do meu apartamentoO movimento das ondas está em meus olhosQue marejam despedindo-se de tanto encantamento

Adeus, Mar. Não esquecerei esta visãoEstou de mudança para outro bloco distanteOnde as pessoas parecem tambem feitas de concretoMas que cujas emoções afloram como vagalhões

Adeus, Mar. Adeus...Minha tristeza não permite que me despeça em rimasQuisera fazer um perfeito soneto inspirado por DeusPara te dizer do quanto olhar pra ti me fascina

Dizer que eu adoro a tua calmaria, MarVer a lua refletida em ti é como me ver refletido num espelhoProcurarei te encontrar poraíE unirei meu corpo à tua praia num feliz abraço. Até já...

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De mãos dadas A Lua nem apareceu

Mudei-me. Finalmente tornou-se fatoCarreguei meu coração para outro lugarMal acondicionado no meu peito, veio em tantos cacosQue nem num caminhão-baú deu para transportar

Mas as lembranças vieram todas comigoJunto com a saudade daquele lugarOnde por tantos anos considerei meu abrigoOnde eu realmente pude chamar de lar

As minhas roupas agora cheiram a gasolinaAs mesmas que por anos traziam o cheiro do MarMeus móveis ainda retêm traços da maresia, ó sinaMinhas narinas a novos odores terão que se adaptar

Meus ouvidos ainda insistem em ouvir o canto dos passarinhosQue todas as manhãs improvisavam um coro para me acordarMeus cabelos reclamam que a brisa já não lhe faz mais os carinhosQue os deixavam revoltos nas manhãs que eu ficava admirando o Mar

A Lua é bem capaz de não aparecer refletida na minha alma a me saudar

Não dá pra acompanhar a vidaSem conhecer suas estradasEntão a desbravemos juntos, queridaSigamos em frente de mãos dadas

Não dá pra voar muito altoComo felizes criaturas aladasEntão sigamos sem sobressaltoSempre adiante e de mãos dadas

Não dá pra te levar às estrelasSaciar desejos em noite enluaradaA menos que voemos juntos nas trelasEu ou você tendo as mãos atadas

Mas dá pra usar da imaginaçãoMesmo voando com asas quebradasPois mesmo à distância nos juntamos em emoçãoComo se nossas poesias estivessem de mãos dadas

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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De mãos dadas A Lua nem apareceu

Mudei-me. Finalmente tornou-se fatoCarreguei meu coração para outro lugarMal acondicionado no meu peito, veio em tantos cacosQue nem num caminhão-baú deu para transportar

Mas as lembranças vieram todas comigoJunto com a saudade daquele lugarOnde por tantos anos considerei meu abrigoOnde eu realmente pude chamar de lar

As minhas roupas agora cheiram a gasolinaAs mesmas que por anos traziam o cheiro do MarMeus móveis ainda retêm traços da maresia, ó sinaMinhas narinas a novos odores terão que se adaptar

Meus ouvidos ainda insistem em ouvir o canto dos passarinhosQue todas as manhãs improvisavam um coro para me acordarMeus cabelos reclamam que a brisa já não lhe faz mais os carinhosQue os deixavam revoltos nas manhãs que eu ficava admirando o Mar

A Lua é bem capaz de não aparecer refletida na minha alma a me saudar

Não dá pra acompanhar a vidaSem conhecer suas estradasEntão a desbravemos juntos, queridaSigamos em frente de mãos dadas

Não dá pra voar muito altoComo felizes criaturas aladasEntão sigamos sem sobressaltoSempre adiante e de mãos dadas

Não dá pra te levar às estrelasSaciar desejos em noite enluaradaA menos que voemos juntos nas trelasEu ou você tendo as mãos atadas

Mas dá pra usar da imaginaçãoMesmo voando com asas quebradasPois mesmo à distância nos juntamos em emoçãoComo se nossas poesias estivessem de mãos dadas

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Como uma nuvem Tralhas

Sair de um relacionamento é como estar de mudançaEmbalamos tudo que ainda queremos com muito carinhoAquelas coisinhas quebradas que de colar a gente não cansaEmbrulhamos com cuidado e se quebrar de novo damos um jeitinho

Já tem coisas que um dia amamos porém deixamos lá num cantoAlgumas em perfeito estado outras já não nos servem para nadaSão como relacionamentos que um dia perderam seu encantoQue como as tralhas de uma mudança deixamos lá abandonadas

Hoje acordei leve como uma nuvem a flutuarEm volta de mim um imenso céu azul desconhecidoMeus olhos alcançaram mais longe onde devo desbravarChega de cantar tristeza, chega de desejo contido!

Uma nuvem nunca volta e o passado não haverá de voltarHá uma imensidão à frente e esse será sempre meu rumoAo sabor dos novos ventos minha forma hei de adaptarErrante num céu sem gente vou procurando meu aprumo

Por mais alto que more a nuvem nunca está além da saudadeMas se o sol for indulgente essa saudade em mim evaporaSeguirei juntando-me a outras nuvens e crescendo de verdadeOu despencarei meus sonhos como uma nuvem que chora

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Como uma nuvem Tralhas

Sair de um relacionamento é como estar de mudançaEmbalamos tudo que ainda queremos com muito carinhoAquelas coisinhas quebradas que de colar a gente não cansaEmbrulhamos com cuidado e se quebrar de novo damos um jeitinho

Já tem coisas que um dia amamos porém deixamos lá num cantoAlgumas em perfeito estado outras já não nos servem para nadaSão como relacionamentos que um dia perderam seu encantoQue como as tralhas de uma mudança deixamos lá abandonadas

Hoje acordei leve como uma nuvem a flutuarEm volta de mim um imenso céu azul desconhecidoMeus olhos alcançaram mais longe onde devo desbravarChega de cantar tristeza, chega de desejo contido!

Uma nuvem nunca volta e o passado não haverá de voltarHá uma imensidão à frente e esse será sempre meu rumoAo sabor dos novos ventos minha forma hei de adaptarErrante num céu sem gente vou procurando meu aprumo

Por mais alto que more a nuvem nunca está além da saudadeMas se o sol for indulgente essa saudade em mim evaporaSeguirei juntando-me a outras nuvens e crescendo de verdadeOu despencarei meus sonhos como uma nuvem que chora

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Noites insones Voos rasos

Somos como aquele casal de passarinhosQue voava cada um do lado de um muroSabiam que outro voava no mesmo alinhoMas a transladar o muro nenhum se sentia seguro

E por uns tempos voaram lado a ladoApenas uma barreira impedindo seus sonhosAté que um deles sentiu-se cansadoAos poucos seus anseios tornaram-se enfadonhos

Ainda hoje essa história repete-se com muitos casaisQue só tranpõem esse muro na sua imaginaçãoA distância que os separa impede de fazê-los ousar maisSaciando-os apenas em versos de saudade e tesão

Um dia quando a poesia não mais contentarE a vontade de estar com o outro não arrefecerIr para o outro lado do muro um deles terá de ousarE de tantos arrulhos de amor um ninho irá se fazer

E finalmente estou a ponto de quedar extenuadoda viagem que fiz ida e volta por todo teu corpoMas meu corpo também lê da tua pele o recadoNas entrelinhas curvilíneas em que se vê absorto

No teu rosto um sorriso floresce como uma rosaDa tua boca exala um perfume de flor carmimOs teus seios eriçados fazem de ti mais formosaDesabrochas a flor do desejo que sorri para mim

Em teu monte de vênus falo todos os teus idiomasDa tua culinária já conheço ávido todos os saboresE se gemes sem estar doente a me dizer de sintomasNossos corpos já despiram-se de todos os pudores

Quando enfim beijo tua boca e sussurro que te amoTu rebates em poesias que amas muito mais que euE então voltamos a nos tatear sob os suados panosAté que durmo sobre teu corpo ou você sobre o meu

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Noites insones Voos rasos

Somos como aquele casal de passarinhosQue voava cada um do lado de um muroSabiam que outro voava no mesmo alinhoMas a transladar o muro nenhum se sentia seguro

E por uns tempos voaram lado a ladoApenas uma barreira impedindo seus sonhosAté que um deles sentiu-se cansadoAos poucos seus anseios tornaram-se enfadonhos

Ainda hoje essa história repete-se com muitos casaisQue só tranpõem esse muro na sua imaginaçãoA distância que os separa impede de fazê-los ousar maisSaciando-os apenas em versos de saudade e tesão

Um dia quando a poesia não mais contentarE a vontade de estar com o outro não arrefecerIr para o outro lado do muro um deles terá de ousarE de tantos arrulhos de amor um ninho irá se fazer

E finalmente estou a ponto de quedar extenuadoda viagem que fiz ida e volta por todo teu corpoMas meu corpo também lê da tua pele o recadoNas entrelinhas curvilíneas em que se vê absorto

No teu rosto um sorriso floresce como uma rosaDa tua boca exala um perfume de flor carmimOs teus seios eriçados fazem de ti mais formosaDesabrochas a flor do desejo que sorri para mim

Em teu monte de vênus falo todos os teus idiomasDa tua culinária já conheço ávido todos os saboresE se gemes sem estar doente a me dizer de sintomasNossos corpos já despiram-se de todos os pudores

Quando enfim beijo tua boca e sussurro que te amoTu rebates em poesias que amas muito mais que euE então voltamos a nos tatear sob os suados panosAté que durmo sobre teu corpo ou você sobre o meu

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As cores da noite Esta noite

Esta noite, será pouco, senhoritaPara do meu corpo te fazer senhoraEntão para que teu corpo do meu se torne guaritaFaz-se urgente nossas preliminares agora

Ceda-me sua nuca para eriçar-se com o beijo meuSinta minha língua molhada bem dentro dos ouvidosMinha boca em teu mamilo que já intumesceuE o toque do meu dedo no vórtice dos teus sentidos

Anseie o prazer nas ancas com minhas tapinhasSinta o botão deflorando sem precisar de açoiteExploda de prazer com as estocadas minhasDepois sugue o néctar jorrado no decorrer da noite

Mas não pare por aí, nem fique puritanaNão ouse fechar as pernas antes que eu me afoiteExtravaze esse prazer que lá do âmago se derramaHoje quero-te mais ousada do que dama da noite

Prefiro quando as noites se dão cores azuisPois nelas, nada de mal há de acontecerOs sonhos das crianças são cheios de luzE os casais se amam até o amanhecer

Tudo parece correr bem nas noites dessa corAs pessoas parecem estar sempre sorrindoA lua lá no céu convida os casais ao amorE tudo mais é paz como num sonho lindo

As noites brancas são aquelas mais insonesOnde o tempo parece correr em câmera lentaE quem ama padece de tédio ou de sexual fomeA solidão massacra e o coração não aguenta

Mas as piores noites são as de escuridão profundaNelas parece que tudo acontece ao contrárioDesencontros, separações, e tristezas nos inundaQue para tantos infortúnios não há quem seja páreo

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As cores da noite Esta noite

Esta noite, será pouco, senhoritaPara do meu corpo te fazer senhoraEntão para que teu corpo do meu se torne guaritaFaz-se urgente nossas preliminares agora

Ceda-me sua nuca para eriçar-se com o beijo meuSinta minha língua molhada bem dentro dos ouvidosMinha boca em teu mamilo que já intumesceuE o toque do meu dedo no vórtice dos teus sentidos

Anseie o prazer nas ancas com minhas tapinhasSinta o botão deflorando sem precisar de açoiteExploda de prazer com as estocadas minhasDepois sugue o néctar jorrado no decorrer da noite

Mas não pare por aí, nem fique puritanaNão ouse fechar as pernas antes que eu me afoiteExtravaze esse prazer que lá do âmago se derramaHoje quero-te mais ousada do que dama da noite

Prefiro quando as noites se dão cores azuisPois nelas, nada de mal há de acontecerOs sonhos das crianças são cheios de luzE os casais se amam até o amanhecer

Tudo parece correr bem nas noites dessa corAs pessoas parecem estar sempre sorrindoA lua lá no céu convida os casais ao amorE tudo mais é paz como num sonho lindo

As noites brancas são aquelas mais insonesOnde o tempo parece correr em câmera lentaE quem ama padece de tédio ou de sexual fomeA solidão massacra e o coração não aguenta

Mas as piores noites são as de escuridão profundaNelas parece que tudo acontece ao contrárioDesencontros, separações, e tristezas nos inundaQue para tantos infortúnios não há quem seja páreo

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Adeus às acácias A flor solitária

Tantas foram as flores que cultiveiCada uma com sua beleza ímparTodas elas por tantas vezes cheireiQuando sempre ia meu jardim limpar

Protegia todas das ervas daninhasSempre uma nova espécie estive a plantarTinha orgulho de todas as flores minhasMas um dia o jardim do vizinho me pus a olhar

Daí começou a minha total perdiçãoQuando vi uma flor solitária lá num cantinhoParecia tristonha e carente de atençãoE olhava pra mim como a mendigar carinho

No entanto era uma flor que tinha patronoApaixonei-me olhando-a iluminada pela LuaMas limitei-me a fazer poemas sobre seu abandonoQuando apenas bastaria atravessar a ruaTrazê-la ao meu jardim e cuidá-la como se fosse dono

Nas mudanças que houve em minha vidaAcabei pisoteando frágeis flores perfumadasPreteri os perfumes de rosas e margaridasImpregnei-me do cheiro de acácias e mais nada

Hoje sigo com o cuidado guiando meus pésOlhos fixos em jardins com os quais me deparoSempre cauteloso aos perfumes que inalo de viésPara outras fragâncias do amor o coração preparo

Pois a flor só enternece o coração sensívelSe está ao alcance de um vivaz olharDe longe sentir seu perfume se faz impossívelJá que o vento todas as fragâncias faz dissipar

Mas guardarei o perfume dos sentimentosQue por tempos impregnaram meu coraçãoCada pétala de sonhos ou de deslumbramentosQue um dia inspiraram poemas à minha solidão

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Adeus às acácias A flor solitária

Tantas foram as flores que cultiveiCada uma com sua beleza ímparTodas elas por tantas vezes cheireiQuando sempre ia meu jardim limpar

Protegia todas das ervas daninhasSempre uma nova espécie estive a plantarTinha orgulho de todas as flores minhasMas um dia o jardim do vizinho me pus a olhar

Daí começou a minha total perdiçãoQuando vi uma flor solitária lá num cantinhoParecia tristonha e carente de atençãoE olhava pra mim como a mendigar carinho

No entanto era uma flor que tinha patronoApaixonei-me olhando-a iluminada pela LuaMas limitei-me a fazer poemas sobre seu abandonoQuando apenas bastaria atravessar a ruaTrazê-la ao meu jardim e cuidá-la como se fosse dono

Nas mudanças que houve em minha vidaAcabei pisoteando frágeis flores perfumadasPreteri os perfumes de rosas e margaridasImpregnei-me do cheiro de acácias e mais nada

Hoje sigo com o cuidado guiando meus pésOlhos fixos em jardins com os quais me deparoSempre cauteloso aos perfumes que inalo de viésPara outras fragâncias do amor o coração preparo

Pois a flor só enternece o coração sensívelSe está ao alcance de um vivaz olharDe longe sentir seu perfume se faz impossívelJá que o vento todas as fragâncias faz dissipar

Mas guardarei o perfume dos sentimentosQue por tempos impregnaram meu coraçãoCada pétala de sonhos ou de deslumbramentosQue um dia inspiraram poemas à minha solidão

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Me ame bem baixinho Eu, você e ele

Hoje escancarei as janelas do meu coraçãoPara deixar sair aquele cheirinho de amores estragadosCatei tudo quanto era pétala resseca do seu chãoDeixei apenas os restos de sentimentos perfumados

Fiz toda a faxina antes que a noite chegasseArrumei meu coração como nunca fizera antesDeixei que o cheiro de mofo no ar se evaporasseVesti-me do melhor sorriso dos meus dias radiantes

Ao cair da noite meu coração pulsante viu você chegarLinda, de brilho esfuziante e nua, do jeito que imagineiE ele sorriu feliz e satisfeito, ansioso para voltar a amarPois foi em noites de lua como essa que mais me apaixonei

Apurarei de pronto as narinas procurando sentir ao te verUm suave perfume de rosas, margaridas, ou qualquer florAo luar deixei meu coração bem arrumado para te receberNem sei quem és, mas decerto virás acompanhada do amor

Se for me dizer que me amaPor favor diga-mo bem baixinhoSenão o meu coração reclamaPois está carente de carinho

Mas não diga ao meu ouvidoNem num tom muito sensualPois assim me despertará a libidoProvocando em mim desejo sexual

Diga-me então de um jeito românticoComo se fosse um poema com perfume de florE eu responderei te fazendo um lindo cânticoOu escrevendo em tua pele frases de amor

Mas diga que me ama de uma forma claraSem arrodeios e sem frases misteriosasSenão terei que ser agudo e sem aparasFazendo-te gritar de amor enquanto gozas

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Me ame bem baixinho Eu, você e ele

Hoje escancarei as janelas do meu coraçãoPara deixar sair aquele cheirinho de amores estragadosCatei tudo quanto era pétala resseca do seu chãoDeixei apenas os restos de sentimentos perfumados

Fiz toda a faxina antes que a noite chegasseArrumei meu coração como nunca fizera antesDeixei que o cheiro de mofo no ar se evaporasseVesti-me do melhor sorriso dos meus dias radiantes

Ao cair da noite meu coração pulsante viu você chegarLinda, de brilho esfuziante e nua, do jeito que imagineiE ele sorriu feliz e satisfeito, ansioso para voltar a amarPois foi em noites de lua como essa que mais me apaixonei

Apurarei de pronto as narinas procurando sentir ao te verUm suave perfume de rosas, margaridas, ou qualquer florAo luar deixei meu coração bem arrumado para te receberNem sei quem és, mas decerto virás acompanhada do amor

Se for me dizer que me amaPor favor diga-mo bem baixinhoSenão o meu coração reclamaPois está carente de carinho

Mas não diga ao meu ouvidoNem num tom muito sensualPois assim me despertará a libidoProvocando em mim desejo sexual

Diga-me então de um jeito românticoComo se fosse um poema com perfume de florE eu responderei te fazendo um lindo cânticoOu escrevendo em tua pele frases de amor

Mas diga que me ama de uma forma claraSem arrodeios e sem frases misteriosasSenão terei que ser agudo e sem aparasFazendo-te gritar de amor enquanto gozas

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Coração ancoradouro Um poema do que sinto

Ontem quem me ama me pediuUm poema dizendo do meu amorE até do meu jeito sem jeito riuPois bem sabe que não sou trovador

Mas de tanto insistir resolvi cederE comparei-a assim como a uma florQue desabrocha tão bela de se verSó para alguém ofertá-la com amor

Essa é a sua natureza raraEncantar corações com a sua poesiaÉ deixar um sorriso estampado na caraDespertar paixões em seu dia a dia

Meu amor ama efusivamenteMas carece de quem a ame bem alémSeu amor é tão puro e tão inocenteQue não vê que a amo assim também

Que seja bem vindo esse barcoQue veleja ao sabor dos ventosQue faz do meu sexo um arcoApenas com meus pensamentos

Que meu corpo seja sua praiaMeu mastro seu ancoradouroAs velas içadas seja tua saiaTremulando um amor vindouro

Que ancore em mim esse barcoAdentre as brumas do meu coraçãoE que seu prazer não me seja parcoSeja do tamanho da minha paixão

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Coração ancoradouro Um poema do que sinto

Ontem quem me ama me pediuUm poema dizendo do meu amorE até do meu jeito sem jeito riuPois bem sabe que não sou trovador

Mas de tanto insistir resolvi cederE comparei-a assim como a uma florQue desabrocha tão bela de se verSó para alguém ofertá-la com amor

Essa é a sua natureza raraEncantar corações com a sua poesiaÉ deixar um sorriso estampado na caraDespertar paixões em seu dia a dia

Meu amor ama efusivamenteMas carece de quem a ame bem alémSeu amor é tão puro e tão inocenteQue não vê que a amo assim também

Que seja bem vindo esse barcoQue veleja ao sabor dos ventosQue faz do meu sexo um arcoApenas com meus pensamentos

Que meu corpo seja sua praiaMeu mastro seu ancoradouroAs velas içadas seja tua saiaTremulando um amor vindouro

Que ancore em mim esse barcoAdentre as brumas do meu coraçãoE que seu prazer não me seja parcoSeja do tamanho da minha paixão

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

Page 85: Pétalas de Amor

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Quem eu amo O meu melhor beijo

Dos poemas que escreviTodos foram de desejos sentidosAlguns feitos logo que te viSempre à mesma flor, oferecidos

Mas meu poetar andarilhoCansou de voar sob o luar em vãoNão achou em teus versos estribilhoApenas inseguros refrões de separação

Até que um dia o beija-flor desapareceuLevando meu néctar a outros desejosMorrendo na praia de um mar que era teuSalvando-se apenas meus melhores beijos

Quem eu amo não me amaPois me deixa a mercê do amorE depois da minha dor reclamaTornando-me na vida um amador

Quem eu amo não me querMe lança a qualquer navioBasta que ele tenha nome de mulherE eu fico assim em eterno desvario

Quem eu amo faz tudo que é precisoPara deixar meu coração sempre infelizEntão deixarei de amar como NarcisoE passarei a amar minha alma aprendiz

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Quem eu amo O meu melhor beijo

Dos poemas que escreviTodos foram de desejos sentidosAlguns feitos logo que te viSempre à mesma flor, oferecidos

Mas meu poetar andarilhoCansou de voar sob o luar em vãoNão achou em teus versos estribilhoApenas inseguros refrões de separação

Até que um dia o beija-flor desapareceuLevando meu néctar a outros desejosMorrendo na praia de um mar que era teuSalvando-se apenas meus melhores beijos

Quem eu amo não me amaPois me deixa a mercê do amorE depois da minha dor reclamaTornando-me na vida um amador

Quem eu amo não me querMe lança a qualquer navioBasta que ele tenha nome de mulherE eu fico assim em eterno desvario

Quem eu amo faz tudo que é precisoPara deixar meu coração sempre infelizEntão deixarei de amar como NarcisoE passarei a amar minha alma aprendiz

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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A tristeza era feliz comigo Quando o dia nascer

Quando o sol clarear nossa camaJá não serei eu nem você será vocêPassaremos a ser o casal que mais amaEstaremos mudados quando o dia nascer

Tudo estará diferente quando o dia nascerJá não precisarás atravessar de volta a ruaNão iremos mais nossos sentimentos esconderPoderás caminhar por essa casa sempre nua

Quando o primeiro raio da manhã aparecerE se derramar neste nosso lençol manchadoClareará o sangue da virgindade derramadoFará o amor em nós bem mais intenso florescer

Quando um novo dia nascerJá serei teu homem e você minha mulherEstaremos prontos para o que der e vierRepetindo o ato de amor a cada novo anoitecer

Ah, tristeza, te sinto a léguas de distânciaDo meu coração que um dia feliz amouE num peito que não entende a intolerânciaDe quem amou e logo depois desamou

Não vês, tristeza, que moras tão ao longeQue a flor ao vento seu perfume dispersouQue o tempo hoje já não está pra mongeQue a abstinência não combina com o amor

Então, tristeza, que sejas felizSe amor platônico é do teu feitioMas se um dia pousares no meu chafarizBeberemos da água de um encontro tardio

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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A tristeza era feliz comigo Quando o dia nascer

Quando o sol clarear nossa camaJá não serei eu nem você será vocêPassaremos a ser o casal que mais amaEstaremos mudados quando o dia nascer

Tudo estará diferente quando o dia nascerJá não precisarás atravessar de volta a ruaNão iremos mais nossos sentimentos esconderPoderás caminhar por essa casa sempre nua

Quando o primeiro raio da manhã aparecerE se derramar neste nosso lençol manchadoClareará o sangue da virgindade derramadoFará o amor em nós bem mais intenso florescer

Quando um novo dia nascerJá serei teu homem e você minha mulherEstaremos prontos para o que der e vierRepetindo o ato de amor a cada novo anoitecer

Ah, tristeza, te sinto a léguas de distânciaDo meu coração que um dia feliz amouE num peito que não entende a intolerânciaDe quem amou e logo depois desamou

Não vês, tristeza, que moras tão ao longeQue a flor ao vento seu perfume dispersouQue o tempo hoje já não está pra mongeQue a abstinência não combina com o amor

Então, tristeza, que sejas felizSe amor platônico é do teu feitioMas se um dia pousares no meu chafarizBeberemos da água de um encontro tardio

PÉTALAS DE AMORLIBÓRIO MELO

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Reencontro tardio Mais do que tua boca diz

Tua boca me fala palavras sem sentidoQuando me abraça de corpo excitadoE cochicha quereres febris ao meu ouvidoDepois urra de gozo tendo o sexo empalado

Tua boca que me diz palavras desconcertantesCobrando-me ciúmes de tuas noites sozinhaA sonhar-me perdido em braços de outras amantesSó pra depois mostrar-me o quanto és toda minha

Ah, essa boca que diz tantas vezes me amarA cada beijo em tua flor ardente de amorBoca carnuda que percorre o meu corpo a suarFalando todos os idiomas do sexo feito com furor

O amor que um dia eu tiveAdormece sobre a camaJamais tanto prazer obtiveDe quem agora diz que me ama

Mas esse amor foi da puberdadePerdeu-se em fases da minha vidaNos reencontramos por casualidadeDisse que de mim nunca estivera esquecida

Agora de novo esse sentimento no peitoQue não sei se é paixão ou puro desejoSe for perene depois descobriremos num beijoMas se for fogo fátuo se apagará sobre o leito

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Reencontro tardio Mais do que tua boca diz

Tua boca me fala palavras sem sentidoQuando me abraça de corpo excitadoE cochicha quereres febris ao meu ouvidoDepois urra de gozo tendo o sexo empalado

Tua boca que me diz palavras desconcertantesCobrando-me ciúmes de tuas noites sozinhaA sonhar-me perdido em braços de outras amantesSó pra depois mostrar-me o quanto és toda minha

Ah, essa boca que diz tantas vezes me amarA cada beijo em tua flor ardente de amorBoca carnuda que percorre o meu corpo a suarFalando todos os idiomas do sexo feito com furor

O amor que um dia eu tiveAdormece sobre a camaJamais tanto prazer obtiveDe quem agora diz que me ama

Mas esse amor foi da puberdadePerdeu-se em fases da minha vidaNos reencontramos por casualidadeDisse que de mim nunca estivera esquecida

Agora de novo esse sentimento no peitoQue não sei se é paixão ou puro desejoSe for perene depois descobriremos num beijoMas se for fogo fátuo se apagará sobre o leito

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Amores presumidos Mudanças de hábitos

Então você deitou-se em minha cama e pediu para ficarDisse-me que estava cansada de ir, vir e depois partirQue já zanzou por lugares que nem convém lembrarE que dos amores que teve sempre achou melhor fugir

Então você me confessou que nunca amou tanto assimQue nunca tivera alguém com este meu modo light de serDisse que com o tempo passou a se apaixonar por mimE adormeceu sem nem esperar o que eu tinha para dizer

Então me convenci de que quem precisava partir era euAo perceber o dia amanhecer tão lindo pela primeira vezDeixei todas as portas abertas como a te dizer adeusSoube depois que ainda me esperasses quase por um mês

Eu te amei por tanto tempo em vãoFiz do meu amor o suficiente para nós doisAcreditei ter o teu coração à palma da mãoCom a certeza de que me amarias também depois

Tecemos o encontro dos sonhos por anos a fioVivendo cada momento que se insinuava em nosso letrarAté que finalmente face a face confrontamos os nossos vaziosSó para descobrir que nossas almas nunca irão se complementar

Agora sobra essa doída sensação no peitoQue a distãncia moldou em nós um amor desvairadoE essa dor irá doer muito mais se eu não aceitoTer por tanto tempo investido num amor equivocado

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Amores presumidos Mudanças de hábitos

Então você deitou-se em minha cama e pediu para ficarDisse-me que estava cansada de ir, vir e depois partirQue já zanzou por lugares que nem convém lembrarE que dos amores que teve sempre achou melhor fugir

Então você me confessou que nunca amou tanto assimQue nunca tivera alguém com este meu modo light de serDisse que com o tempo passou a se apaixonar por mimE adormeceu sem nem esperar o que eu tinha para dizer

Então me convenci de que quem precisava partir era euAo perceber o dia amanhecer tão lindo pela primeira vezDeixei todas as portas abertas como a te dizer adeusSoube depois que ainda me esperasses quase por um mês

Eu te amei por tanto tempo em vãoFiz do meu amor o suficiente para nós doisAcreditei ter o teu coração à palma da mãoCom a certeza de que me amarias também depois

Tecemos o encontro dos sonhos por anos a fioVivendo cada momento que se insinuava em nosso letrarAté que finalmente face a face confrontamos os nossos vaziosSó para descobrir que nossas almas nunca irão se complementar

Agora sobra essa doída sensação no peitoQue a distãncia moldou em nós um amor desvairadoE essa dor irá doer muito mais se eu não aceitoTer por tanto tempo investido num amor equivocado

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Para uma poetisa O Dia da Namorada

Ah, moça faceira, linda e namoradeiraQue adora brincar com o coração da genteFlerta comigo sempre rindo e alcoviteiraSó pra no dia 12 ganhar de mim um presente

Ah, moça sapeca, ainda bem que és tão dadaSenão esse teu corpo não haveria onde guardarOs presentes que te dou na frente e na retaguardaE ainda abres a boca para que eu possa entornar

Ah, moça assanhada que adora o mês de junhoApesar de passar o ano todo com seus anseios afloradosMas neste dia até se faz presentear do próprio punhoFazendo verter todo meu néctar no Dia dos Namorados

Para uma poetisa não se escreve eu te amoPois essas são palavras banais escritas no dia-a-diaRebusca-se o vernáculo a descrever um amor de fantasiaÉ de forma floreada que assim o meu amor proclamo

Para uma poetisa não se diz palavras simples e usuaisRebusca-se no vocabulário aquelas até de tom mundanoEsmera-se em carinhos e em tudo aquilo que ela gosta maisSó para depois ouvir satisfeito um simples eu te amo!

88 89 COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Para uma poetisa O Dia da Namorada

Ah, moça faceira, linda e namoradeiraQue adora brincar com o coração da genteFlerta comigo sempre rindo e alcoviteiraSó pra no dia 12 ganhar de mim um presente

Ah, moça sapeca, ainda bem que és tão dadaSenão esse teu corpo não haveria onde guardarOs presentes que te dou na frente e na retaguardaE ainda abres a boca para que eu possa entornar

Ah, moça assanhada que adora o mês de junhoApesar de passar o ano todo com seus anseios afloradosMas neste dia até se faz presentear do próprio punhoFazendo verter todo meu néctar no Dia dos Namorados

Para uma poetisa não se escreve eu te amoPois essas são palavras banais escritas no dia-a-diaRebusca-se o vernáculo a descrever um amor de fantasiaÉ de forma floreada que assim o meu amor proclamo

Para uma poetisa não se diz palavras simples e usuaisRebusca-se no vocabulário aquelas até de tom mundanoEsmera-se em carinhos e em tudo aquilo que ela gosta maisSó para depois ouvir satisfeito um simples eu te amo!

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Encontrando a Poesia O teu coração em meu peito

Quando te ameiEu não sabia muito de mimO amor me chamou e vimDe modo inocente me dei

Quando eu te ameiDo bom e do melhor eu fizAté o impossível para te ver felizPor fim meu coração pelo teu troquei

Foi aí que fiquei com os sentimentos a esmoDescobri que em mim teu coração não me amavaEssa troca comprovou o que eu já desconfiava:Amar é gostar mais do outro que de sí mesmo

Achei que havia encontrado a poesiaNas curvas delicadas do teu corpoMas o corpo se torna apenas carne friaQuando o poeta por ele se faz absorto

Então procurei a poesia em teus movimentosSinuosos, contínuos e de beleza felinaMas a poesia parecia mudar ágil em pensamentosTal era a inconstância da tua alma feminina

Aí procurei a poesia apenas nas letrasEssas sim são inconstantes mas completasTraduzem meus sentimentos e ainda penetraNa icógnita do teu ser atingindo minhas metas

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Encontrando a Poesia O teu coração em meu peito

Quando te ameiEu não sabia muito de mimO amor me chamou e vimDe modo inocente me dei

Quando eu te ameiDo bom e do melhor eu fizAté o impossível para te ver felizPor fim meu coração pelo teu troquei

Foi aí que fiquei com os sentimentos a esmoDescobri que em mim teu coração não me amavaEssa troca comprovou o que eu já desconfiava:Amar é gostar mais do outro que de sí mesmo

Achei que havia encontrado a poesiaNas curvas delicadas do teu corpoMas o corpo se torna apenas carne friaQuando o poeta por ele se faz absorto

Então procurei a poesia em teus movimentosSinuosos, contínuos e de beleza felinaMas a poesia parecia mudar ágil em pensamentosTal era a inconstância da tua alma feminina

Aí procurei a poesia apenas nas letrasEssas sim são inconstantes mas completasTraduzem meus sentimentos e ainda penetraNa icógnita do teu ser atingindo minhas metas

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Pra que lado a vida foi?

A vida seguiu seu cursoÀ esquerda do meu saberE à direita do meu quererMas me deixou mais arguto

A vida ficara paradaÀ espera que eu a vivesseSeja com quem eu escolhessePara ser a minha amada

Por fim a vida cansouDas minhas escolhas erradasOu das minhas conclusões apressadasE partiu levando quem me amou

O mapa do meu nada

Eis aqui um mapa de mimDesse vazio que me enche o peitoNão há nada de tão bom nem tão ruimMas estou feliz assim desse jeito

Eis um mapa de todos os meus caminhosTrilhados na trizteza e também na alegriaOs espaços em branco que estive sozinhoE os sonhos que tive em minha cama vazia

Eis um mapa que mostra muito alémDo encontro que tive com a felicidadeDesfilei meu sorriso por toda a cidadeDescobri que sem ti eu estou muito bem

COM TODAS AS LETRASANGELO TOMASINI

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Pra que lado a vida foi?

A vida seguiu seu cursoÀ esquerda do meu saberE à direita do meu quererMas me deixou mais arguto

A vida ficara paradaÀ espera que eu a vivesseSeja com quem eu escolhessePara ser a minha amada

Por fim a vida cansouDas minhas escolhas erradasOu das minhas conclusões apressadasE partiu levando quem me amou

O mapa do meu nada

Eis aqui um mapa de mimDesse vazio que me enche o peitoNão há nada de tão bom nem tão ruimMas estou feliz assim desse jeito

Eis um mapa de todos os meus caminhosTrilhados na trizteza e também na alegriaOs espaços em branco que estive sozinhoE os sonhos que tive em minha cama vazia

Eis um mapa que mostra muito alémDo encontro que tive com a felicidadeDesfilei meu sorriso por toda a cidadeDescobri que sem ti eu estou muito bem

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Page 99: Pétalas de Amor

Começo, meio e fim

Romper um namoroPode até ser uma coisa boaAs mágoas são afogadas no choroe parece-nos que a tudo o coração perdoa

Mas viver rompendo o namoro constantementeÉ sinal de que existe algo de erradoTalvez seja até mais prudenteCada um ir pro seu lado

O coração até sangraDá vontade de voltarNo início é bem ruimAté que um diaA dor chegaAo seuFim

Um dia ainda escreverei sobre os meus versos, pois sobre mim

está quase tudo neles escrito.

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Começo, meio e fim

Romper um namoroPode até ser uma coisa boaAs mágoas são afogadas no choroe parece-nos que a tudo o coração perdoa

Mas viver rompendo o namoro constantementeÉ sinal de que existe algo de erradoTalvez seja até mais prudenteCada um ir pro seu lado

O coração até sangraDá vontade de voltarNo início é bem ruimAté que um diaA dor chegaAo seuFim

Um dia ainda escreverei sobre os meus versos, pois sobre mim

está quase tudo neles escrito.

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