Upload
ericka-matos
View
236
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Ericka Martins de Matos, Bióloga Mestre em Ecologia Aplicada
Unimonte, Santos - SPCidade-se, 24 out. 2016
A água de lastro transportada pelas embarcações que atracam nos portos nacionais e
seu impacto para o meio ambiente
Sumário1. Apresentar os impactos ambientais da atividade portuária2. Conceituar água de lastro e espécies exóticas invasoras3. Histórico de bioinvasão no Brasil 4. Consequências da bioinvasão5. Principais espécies invasoras no Brasil 6. Medidas preventivas e tratamento de água de lastro7. Ações para controle de espécies exóticas marinhas no Brasil8. Dificuldades9. Gestão Ambiental Portuária10. Desafios para o futuro
Evolução das embarcações
Quais os impactos ambientais de UMA embarcação?
Incrustação
(PEREIRA, 2012)
Impactos ambientais da atividade portuária1. Pela implantação de um porto:
Construção da infraestrutura
marítima e terrestre
- Alteração da linha de costa- Alteração do padrão hidrológico - Alteração da dinâmica sedimentar- Destruição ou alteração de áreas naturais costeiras- Supressão de vegetação- Modificação no regime e alteração no fundo dos corpos
d´água
Impactos ambientais da atividade portuária2. Pela operação de um porto:
Embarcações
- Resíduos de embarcações- Emissões atmosféricas- Água de lastro- Incrustações no casco das embarcações
Porto
- Dragagem- Obras de manutenção- Gestão dos resíduos de embarcações- Operação de máquinas e veículos portuários- Manuseio de cargas perigosas- Abastecimento e limpeza das embarcações
Alteração qualidade da águaPoluição do arTrânsito de veículos pesadosOdoresAlteração da paisagemRuídosDistúrbio na faunaInteração com outras atividades (turismo, pesca, recreação)
Bioinvasão
Definição de água de lastro• Segundo ANVISA (Art.4 - RDC 72/2009): “água colocada em tanques
de uma embarcação com o objetivo de alterar o seu calado, mudar suas condições de flutuação, manter a sua estabilidade e melhorar sua manobrabilidade”
• Segundo NORMAM 20/2014: “ÁGUA DE LASTRO - É a água com suas partículas suspensas levada a bordo de uma embarcação nos seus tanques de lastro, para o controle do trim, banda, calado, estabilidade ou tensões da embarcação”
Licença Creative Commons
(Associação Água de Lastro Brasil, 2009)
Água de lastro• Embora seja essencial para a segurança e eficiência das operações , a
água de lastro do navio pode representar problemas ambientais, econômicos e de saúde grave, devido à multiplicidade de espécies marinhas que ele contém. • É considerada um das grandes ameaças aos oceanos, juntamente
com a exploração insustentável dos recursos marinhos vivos, a destruição de habitats marinhos, a poluição marinha e as mudanças globais no clima.
• É toda espécie introduzida em outro ambiente onde não ocorreria naturalmente• Podem ser sinantrópicas ou não• Encontram condições ideais de
sobrevivência e reprodução“3As = ÁGUA, ABRIGO e ALIMENTO”• Exemplos: sagui, pardal, lírio do
brejo, eucalipto, plantas daninhas, chapéu de sol (amendoeira) etc.
O sagui de tufo branco (Callithrix jachhus), espécie nativa da Mata Atlântica da região Nordeste e da Caatinga, é considerado exótico no Rio de Janeiro, onde foi introduzido na Floresta da Tijuca e Ilha Grande.
O que são espécies exóticas ou bioinvasoras?
Histórico da bioinvasão no BrasilPRIMEIRA FASE: DESCOBRIMENTO ATÉ O SÉCULO XIX• A primeira fase refere-se à época da colonização e
tráfico de escravos e se caracteriza pela chegada de navios originários do continente europeu e da África. • Desde essa época, a incrustação em cascos de navios
já era responsável por um grande número de introduções marinhas no litoral brasileiro, entre elas o Mexilhão Perna perna e o vibrião da cólera.
Mexilhão (Perna perna)
Cólera (Vibrio cholerae)
Histórico da bioinvasão no BrasilPRIMEIRA FASE: DESCOBRIMENTO ATÉ O SÉCULO XIX• Nas expedições à África e às Índias, as rochas eram lançadas ao mar
no porto de destino e substituídas pela carga de especiarias, que faziam o papel de lastro na viagem de volta. • No Brasil, essa rocha era chamada de “pedra do reino”, tratava-se do
calcário lioz procedente de Lisboa que foram reaproveitado em construções, hoje históricas, como as de São Luiz do Maranhão – conjunto urbano de arquitetura colonial classificado pela UNESCO em 1997 como Patrimônio da Humanidade, em Salvador (BA), em Natal (RN) e em Santos (SP).
“Pedra do Reino” Lisboa que é considerada a “Cidade Branca”, devido a sua grande luminosidade, reflexo da proximidade do mar e ao calcário lioz branco aplicado na construção dos principais monumentos históricos. Torre de Belém
Estação de trem de Rossio
“Pedra do Reino”O lioz que se encontra no Brasil é procedente de Lisboa, vindo como lastro dos navios que voltavam à metrópole portuguesa carregados de mercadorias, por isso chamada de “Pedra do Reino”.
Museu do Pelé em Santos
Centro Histórico de São Luís, MaranhãoIgrejas históricas em Salvador, Bahia
Histórico da bioinvasão no BrasilSEGUNDA FASE: Século XIX• Grandes avanços econômicos e tecnológicos no país e no mundo
intensificaram o comércio marítimo.• Em 1880 iniciou-se o uso da água em substituição ao lastro usado
com pedras e areia. A partir daí, generalizou-se o uso de água de lastro e até hoje, não se encontrou substituto.
Histórico da bioinvasão no BrasilTERCEIRA FASE: Século XX• Intensificação das pesquisas científicas e aumento dos registros das
espécies exóticas introduzidas no Brasil. • As invasões biológicas passaram, então, a ser analisadas com uma
visão mais ampla e multidisciplinar. • O conhecimento da biologia e biogeografia das espécies, bem como
o monitoramento do ambiente marinho são fundamentais para o o entendimento e gerenciamento do problema da bioinvasão, surgindo a necessidade de se investir nos procedimentos de prevenção e controle.
(SOUZA et al, 2009)
Situação atual• Cerca de 5 bilhões de toneladas/ano de água de lastro são
transferidas no mundo • Estima-se que são transportados em torno de 7 mil espécies de seres
vivos por meio da água de lastro por dia• Aproximadamente 40 milhões de toneladas/ano de água de lastro
são lançadas em águas brasileiras • Não é possível definir se o aumento dos eventos de bioinvasão nos
anos recente deve-se ao agravamento do problema ou se reflete o resultado de uma maior esforço de pesquisa científica e conscientização a respeito
Condições para o sucesso da bioinvasão• Espécies transferidas por água de lastro podem sobreviver por longas
viagens e estabelecer uma população reprodutora no ambiente de acolhimento• Se os portos forem ecologicamente compatíveis, o risco de introdução é
relativamente alto• As características biológicas das espécies (número de indivíduos para
estabelecer uma população, tipo de reprodução)• As características do meio onde elas estão sendo introduzidas (áreas
abrigadas, substratos disponíveis, qualidade físico-químico da água, salinidade, temperatura, luminosidade, disponibilidade alimento) • Forte influência antropogênica (poluição, atividades industriais e dragagens,
ambientes degradados)
Bioinvasão – impactos ambientais • Desequilíbrio ecológico das áreas invadidas• Competição com espécies nativas – alimento e espaço• Perda de biodiversidade• Sem predadores naturais, ausência de organismos competidores,
predadores ou parasitas• Espécies com alto grau de reprodução que competem e se proliferam
rapidamente tornando-se verdadeiras pragas
Bioinvasão – impactos sociais e econômicos• A dispersão de espécies invasoras cria desafios complexos e de grande
extensão ao bem-estar das populações humanas• Embora o problema seja global, a natureza e a severidade dos
impactos variam entre diferentes países e regiões• Risco à saúde humana, disseminação de doenças em populações
costeiras• Risco às atividades pesqueiras e desestabilização social de
comunidades tradicionais• Prejuízos em atividades econômicas, custo de manutenção de
equipamentos em Usinas Hidrelétricas, hélices de embarcações etc
Percentual das regiões de origem biogeográfica das espécies exóticas marinhas reportadas para o Brasil
(LOPES et al, 2009)
Percentual de ocorrência dos vetores de transporte das espécies exóticas marinhas reportadas para o Brasil
(LOPES et al, 2009)
Principais espécies invasoras• Mexilhão zebra europeu infestou 40% das vias navegáveis dos EUA,
entre 1989 e 2000.• Alga marinha asiática que está invadindo áreas da Austrália• Água viva norte americana atingiu o Mar Negro, causando um
colapso nas atividades de pesca local• Vibrião da cólera suspeito de causar surtos da doença em Paranaguá• Siri bidu de origem indo-pacífico, prejudicou a pesca do siri nativo da
Bahia e já foi observado em SP e RJ
• Mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), originário dos rios asiáticos, principal responsável pela maior invasão no território brasileiro.
• Introduzido na Bacia do Prata, na Argentina em 1991. Causa impactos no meio ambiente e sobre as atividades econômicas na Usina de Itaipu.
• Já ocorre na região do Pantanal brasileiro.• Ampla resistência à variedade de fatores
ambientais• Rápida maturação sexual, ciclo reprodutivo
rápido e forte capacidade de dispersão• Indivíduos crescem lado a lado ou uns sobre os
outros formando camadas• Densidade supera 100.000 hab/m³
Mexilhão Dourado
(RESENDE & MARTINEZ, 2008)
Mexilhão Dourado
(RESENDE & MARTINEZ, 2008)
Mexilhão Dourado
(RESENDE & MARTINEZ, 2008)
Prejuízos causados pelo mexilhão dourado• Prejuízos à pesca, destruição da vegetação aquática, ocupação do
espaço, disputa por alimento com os moluscos nativos = menos moluscos nativos, menos alimento para os peixes• Prejuízo à empresas de Saneamento, entupimento de canos e dutos
de água para abastecimento humano, sistemas de esgoto e irrigação;• Prejuízos à UH, entupimento de sistemas de tomada de água para
geração de energia elétrica, causando interrupções frequentes para limpeza e encarecendo a produção;• Prejuízos à navegação, com o comprometimento de bóias e trapiches
e de motores e estruturas das embarcações.
Como o mexilhão se dispersa?Dispersa das larvas • A larva se desloca de modo passivo, levada pelas correntes aderidas em cascos,
redes, conchas, qualquer coisa molhada.• Pode estar presente no sistema de refrigeração do motor do barco ou nos baldes
de iscas vivas, podendo causar uma nova infestação, mais incômodo e prejuízo aos usuários dos recursos hídricos e à sociedade em geral.
Dispersão dos adultos • É feita pelo seu transporte em cascos de embarcação, redes, conchas, galhos e
outros objetos lançados ou presentes na água. Quando a concha está fechada, o mexilhão pode sobreviver bastante tempo fora da água.• Depois que as colônias estão instaladas, é impossível erradicá-las com os
recursos e os conhecimentos atuais.
O que fazer?Usuários de embarcações de qualquer tamanho• Examinar periodicamente o barco e raspar as incrustações que encontrar,
enterrando-as longe da água; • Retirar a água acumulada no fundo do barco ou em outras partes do mesmo,
descartando-a em terra firme; • Lave a embarcação com solução de água sanitária antes de colocá-lo em outras
águas.Pescadores• Descartar a água das iscas vivas em terra, longe de rios, lagos e esgotos; • Limpar os petrechos de pesca com solução de água sanitária caso vá usá-los em
outro local.
https://www.youtube.com/watch?v=wjNCJ_akzao
Coral sol• Coral sol (Tubastraea coccinea e
T. Tagusensis), organismos formadores de colônias e de crescimento rápido, que se reproduzem assexuadamente por fecundação interna. Suas larvas são planctônicas e se dispersam na coluna d´água.
Coral sol: como evitar proliferação?• Retirar os corais-sol de locais onde foram encontrados, e monitorar estas áreas
a fim de prevenir novos aparecimentos.• Realizar treinamentos junto às operadoras de mergulho, para que mais
pessoas estejam aptas a localizar espécies invasoras E COMUNICAR AO IBAMA• Mergulhadores não devem coletar nem quebrar as colônias, pois ao manipulá-
lo incorretamente, pode-se estimular a desova deste organismo, contribuindo com a amplificação do problema. • Os pescadores também podem contribuir com a remoção, mas precisam ser
treinados e qualificados. Eles devem ter acesso à tecnologia que permita a eles fazer a retirada do organismo invasor sem criar maiores problemas ao meio ambiente.
https://www.youtube.com/watch?v=iLYMDA-e1hQ
Prevenção e Tratamento • Um sistema de gerenciamento e controle pode reduzir a
probabilidade de introdução de espécies indesejáveis. • A troca de água de lastro em alto-mar é um dos mais efetivos
métodos preventivos, já que, o meio ambiente oceânico não serve de hábitat a organismos de águas costeiras. • O tratamento a ser utilizado, precisa ser seguro, prático, de baixo
custo e ambientalmente aceitável. Diversos métodos de tratamentos vêm sendo testados, entre eles: a filtração; o tratamento térmico; aplicação de biocidas; tratamento elétrico; ultravioleta; acústico; de oxigenação e biológico.
Medidas preventivas• Estabelecer normas internas referentes ao deslastro em seus portos;• Exigir, para autorizar a atração do navio, a apresentação de
certificados e documentos que demonstrem o atendimento às exigências da autoridade marítima e sanitária, e das normas aplicáveis;• Monitorar a biota existente na área de entorno do porto a fim de
detectar possíveis modificações e novas espécies invasoras.
• Convenção sobre o Direito do Mar das Nações Unidas de 1982 (Convenção de Montego Bay, Jamaica)
Ela define o mar territorial, zona contígua, zona econômica exclusiva e plataforma continental, delineando regras internacionais para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho, assim como para a realização de pesquisa científica, a transferência de tecnologia marinha e a solução de controvérsias na utilização do mar por meio pacíficos.
Artigo 196 que trata do “Uso da Técnica e Introdução de Espécies Exóticas” requer dos países membros a adoção de todas as medidas necessárias à prevenção, redução e controle da introdução intencional ou acidental de espécies exóticas em ambiente marinho.
Entrou em vigor no Brasil a partir do Decreto Federal nº 1.530/1995
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil • ECO 92 Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB): tratado
internacional multilateral que, como seu nome sugere, trata da proteção e do uso da diversidade biológica em cada país signatário.
• Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB):
“Artigo 8 - Conservação In SituCada Parte Contratante deve, na medida do possível e conforme o caso: (...)h) Impedir que se introduzam, controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem os ecossistemas, habitats ou espécies.”
• Artigo adotado também na VI Conferência das Partes (COP VI), da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (2002);
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
• Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão responsável em implantar e fazer cumpri a CDB:
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
• Agenda 21 Internacional:
Capítulo 17 Proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares, inclusives mares fechados e semifechados, e das zonas costeiras, e proteção, uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos.
Orienta a adoção de regras aproprias à descarga de águas residuais, visando a prevenção da disseminação de organismos exóticos.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
Convenção Internacional para controle e Prevenção de Água de Lastro e Sedimentos 2004• Adotada pela Organização Marítima Internacional (IMO) em 13/02/2004, a
Convenção tem como objetivo prevenir a introdução de espécies exóticas e nocivas por meio da água de lastro dos navios. • Entra em vigor 12 meses após ser ratificada por pelo menos 30 países que
juntos representem no mínimo 35% da arqueação bruta da frota mercante mundial. • No Brasil, o texto foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 148 de 15 de
março de 2010, tendo o País depositado o instrumento de ratificação junto à IMO em 14 de abril de 2010.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
Convenção Internacional para controle e Prevenção de Água de Lastro e Sedimentos 2004• Obrigação das partes em prevenir, minimizar e eliminar a transferência
de organismo aquáticos nocivos e agentes patogênicos, por meio do controle e gestão da água de lastro e sedimentos• Foco é a responsabilidade do navio• Cada parte deverá assegurar que seus portos e terminais ofereçam
instalações adequadas para limpeza ou reparo de tanques de lastro, recebimento de sedimentos• Troca de lastro deverá ocorrer, distante 200 milhas náuticas e fora de
Zona Exclusiva Econômica, e em águas com pelo menos 200 metros de profundidade.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
NORMAM nº 20 de 14 de junho de 2005:• Estabelece requisitos referentes à prevenção da poluição por parte
das embarcações em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), no que tange ao Gerenciamento da Água de Lastro. O gerenciamento tem como base fundamental a troca da Água de Lastro de acordo com a Resolução da Assembleia da Organização Marítima Internacional (IMO) A.868(20), de 1997 e com a Convenção Internacional de Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios, adotada em fevereiro de 2004.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
NORMAM nº 20 de 14 de junho de 2005:• Aplicado à todos navios nacionais ou estrangeiros dotados de tanque de lastro,
que utilizem os portos ou terminais brasileiros;• Plano de Gerenciamento de Água de Lastro;• Inspeção Naval para averiguação de conformidade com dispositivos da Norma;• Envio de Formulário de Água de Lastro para Capitania dos Portos pelos
Comandantes dos navios;• Apresentação de Certificado Internacional de Gestão de Água de Lastro, Plano de
Gestão de Água de Lastro e Livro de Registro da Água de Lastro;• Inspetores poderão coletar amostras da água de lastro para análise e comparação
com as informações do Livro de Registro e Formulário
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
NORMAM nº 20 de 14 de junho de 2005:• Troca de água de lastro deverá ocorrer a pelo menos 200 milhas da
costa, em águas com profundidade de pelo menos 200 metros e uma eficiência de 95%• Quando não possível, a água deve ser retida a bordo, autorizando-se
apenas uma descarga mínima, com prévia autorização da Capitania dos Portos• Os sedimentos só poderão ser descartados no mar se autorizados ou
em instalações ou serviços para recepção desses sedimentos, quando disponíveis.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
(Associação Água de Lastro Brasil, 2009; Licença Creative Commons)
• ANVISA - Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 72 /2009
Dispõe sobre o Regulamento Técnico que visa à promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações que por eles transitem.
CAPÍTULO VIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 115. O descumprimento das disposições contidas nesta resolução e no regulamento por ela aprovado constitui infração sanitária, nos termos da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
• ANVISA - Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 72 /2009
Seção VIDa Água de LastroArt. 62. Quando houver recomendação específica ou evidência de risco sanitário em determinada área geográfica, o lançamento de água de lastro captada nestas áreas, em águas sob jurisdição nacional, deve ocorrer após análise e autorização da autoridade sanitária.Art. 63. Toda embarcação, a critério da autoridade sanitária, está sujeita a coleta de amostra de água de lastro para análise, com vistas à identificação da presença de agentes nocivos e patogênicos e indicadores físicos e componentes químicos.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
• ANVISA - Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 72 /2009
Seção VIDa Água de LastroArt. 64. O formulário referente à troca de água de lastro deve ser preenchido conforme o modelo previsto no anexo X deste Regulamento.Art. 65. À medida que novas tecnologias e novos sistemas de gerenciamento ou tratamento de água de lastro forem desenvolvidos, a autoridade marítima estabelecerá, oportunamente, as instruções normativas apropriadas.
Ações para controle de espécies exóticas no Brasil
Dificuldades Declaração dos comandantes: • Estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa (2003)
apresenta os resultados de 99 amostragens de água de lastro de navios em 9 portos brasileiros, em que “foi verificado que 62% das embarcações cujos comandantes declararam ter efetuado a substituição da água de lastro em área oceânica, conforme orientação da IMO, provavelmente não o fizeram ou fizeram de forma parcial, por possuírem água de lastro com salinidade inferior a 35ppm” (PEREIRA et al, 2015)
Retirada de amostras:• Há dificuldades operacionais para o controle da água de lastro, com relação à
retirada de amostras, já que as embarcações mais antigas não previam instalações para essa finalidade.
• Renovação da frota mercante mundial, com previsão de instalações para retirada de amostras de água de lastro• Empresas desenvolvendo diferentes sistemas de tratamento para promover a
desinfecção da água de lastro a bordo das próprias embarcações• Internalização dos preceitos internacionais sobre troca de lastro oceânica por
meio da NORMAM 20• Portaria Secretaria Especial dos Portos nº 104/2009 que dispõe sobre a
criação e estruturação do Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho nos portos e terminais marítimos, bem como naqueles outorgados às Companhias Docas• Avanços e novo modelo de Gestão Ambiental Portuária: Porto Verde
Gestão Ambiental Portuária
20132011
Gestão Ambiental Portuária
Índice de Desempenho Ambiental - IDA• Lei Federal nº 10.233/2001 que dispõe sobre a reestruturação dos
transportes aquaviário e terrestre, Art. 11 - V: “o gerenciamento da infraestrutura e a operação do transporte aquaviário também devem ser regidos pelo princípio da sua compatibilização com a preservação do meio ambiente.” • ANTAQ instituir, por meio da Resolução nº 2650/2012, o Índice de
Desempenho Ambiental (IDA) como instrumento de acompanhamento e controle de gestão ambiental em instalações portuárias. • O IDA permite quantificar e simplificar informações de forma a
facilitar o entendimento do público e de tomadores de decisão acerca das questões ambientais portuárias.
Desafios para o futuroFatores internos e externos que comprometem melhoria dos valores indicadores de desempenho ambiental: • Falta de investimentos• Falta de pessoal capacitado ou equipe em número adequado• Falta de articulação entre partes envolvidas• Falta de poder de atuação• Falta de conscientização e comprometimento ambiental
Desafios para o futuro• Normas, legislação e fiscalização aplicadas ao controle da água de lastro• Novos estudos e monitoramento de espécies bioinvasoras marinhas propagadas
pela água de lastro • Retomar a preocupação com espécies invasoras associadas ao problema de
incrustações em vetores materiais sólidos flutuantes: LIXO MARINHO• Redução do lixo plástico que também assume um papel importante na mediação
de bioinvasões marinhas em escala global• O lixo marinho inclue madeira, plástico, borracha, isopores e materiais orgânicos
variados, que podem cruzar oceanos, rios e províncias biogeográficas, introduzindo espécies até em áreas polares como já constatado na Antártida e alguns servindo de ALIMENTO IMPRÓPRIO para muitos animais, provocando a sua morte. Portanto, seja responsável pelo descarte correto do seu lixo e oriente outras pessoas a fazerem o mesmo!
Para saber mais:
A Bioinvasão do Coral Sol na Ilha Grande – 1ª partehttps://www.youtube.com/watch?v=sACTPyljNHs
O Projeto Coral Sol – 2ª partehttps://www.youtube.com/watch?v=ihlrGCXHfBo
TRF3 forma grupo de trabalho para combater o Mexilhão Douradohttps://www.youtube.com/watch?v=buEjDmkTQPM
A mensagem do giro oceânico (termo da oceanografia física)
https://www.youtube.com/watch?v=buEjDmkTQPM
Para saber mais: NORMAM 20https://www.dpc.mar.mil.br/sites/default/files/normam20.pdf
ANVISA RDC Nº 72/2009 http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cruzeiros/documentos/2013/RDC%2072-09%20CONSOLIDADA%20COM%20RDC%2010-2012.pdf
Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasilwww.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_publicacao/147_publicacao07072011012531.pdf
O Porto Verde (ANTAQ) http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/portoverde.pdf
Guia de Boas Práticas Portuárias http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/meio-ambiente/arquivos/guia-boas-praticas-anexo.pdf
Índice de Desempenho Ambiental - ANTAQhttp://www.antaq.gov.br/portal/MeioAmbiente_IDA.asp
Organização Marítima Internacional www.imo.org
Projeto GloBallast http://globallast.imo.org/
ReferênciasAGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO. Uso da Água de Lastro. Disponível em <http://www.antaq.gov.br/Portal/MeioAmbiente_AguaDeLastro.asp> acesso em 15. out 2016
ALMADA, G. B. A bioinvasão do coral sol no licenciamento ambiental de petróleo e gás conduzido pelo IBAMA. Audiência Pública MPF/PRRJ: Medidas de ações no controle da bioinvasão do coral sol. Rio de Janeiro: 28 abr. 2014 Disponível em <http://www.prrj.mpf.mp.br/sala-de-imprensa/eventos-e-audiencias/documentos-relacionados-as-audiencias/anexo-1-ibama> acesso em 16 set. 2016
ASSOCIAÇÃO ÁGUA DE LASTRO Brasil. A água de lastro e os seus riscos ambientais. São Paulo: Associação Água de Lastro Brasil, 2009. Disponível em <ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/agua_lastro.pdf> acesso em 20 set. 2016
CUNHA, I. A. et al. Agenda ambiental do porto de Santos. Santos: Editora Universitária Leopoldianum, 2012. Disponível em <http://189.50.187.200/pdfjs/web/viewer.html?file=/down/meio_ambiente/agenda-ambiental.pdf?13042016> acesso em 18 set; 2016
FIGUEIREDO, M. G.; VARUM, H.; COSTA, A. Patologias que afetam o sistema construtivo das edificações do século XIX em São Luís do Maranhão. Anais do VII Congresso Internacional sobre patologias e reabilitação de estruturas: Fortaleza, 2011. Disponível em <http://ria.ua.pt/handle/10773/6860> acesso em 18 set. 2016.
GAMA, J.N.B. Gestão Logística dos Portos Brasileiros. Secretaria de Portos da Presidência da República. Seminário Portuário Anual Público Privado Latino Americano. Chile, 2012. Disponível em <http://pt.slideshare.net/latinports/apresentacao-jose-newton-chile-27nov2012> acesso em 10 set. 2016
INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DO MAR. Convenção sobre Água de Lastro vai entrar em vigor. Notícias. IBDMAR: Salvador-BA, 2016. Disponível em <http://www.ibdmar.org/2016/09/convencao-sobre-agua-de-lastro-vai-entrar-em-vigor/> acesso em 10 set. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE. Mexilhão dourado. Disponível em < http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/mexilhao-dourado > acesso em 15 out. 2016.
LOPES, R. M., CUNHA, D. R. & SANTOS, K. C. Estatísticas sobre as espécies exóticas marinhas registradas na zona costeira brasileira. In: Informe sobre espécies exóticas invasoras marinha no Brasil. Ministério do Meio Ambiente: Brasília-DF, 2009. Disponível em <www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_publicacao/147_publicacao07072011012531.pdf> acesso em 20 set. 2016
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Água de lastro: tecnologias de tratamento. Disponível em <http://www.mma.gov.br/destaques/itemlist/category/111-agua-de-lastro> acesso em 15 out. 2016
MARANHÃO, R. A.; STORI, N. Estratégias de gestão ambiental adotadas pelo setor elétrico para controle do Limnoperna fortunei. Anais do VI Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. IBEAS, Univerdiade Metodista: Porto Alegre, 2015. Disponível em <http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2015/XI-038.pdf> acesso em 16 out. 2016
PEREIRA, N. N.; BRINATI, H.L.; BOTTER, R.C. Uma abordagem sobre água de lastro. Anais do XXI COPINAVAL: Montevideo, Uruguay, 2015. Disponível em <http://www.ipinamericas.org/sites/ba_viejo/downloads/XXI/083_PEREIRA_NEWTON_NARCISO.pdf> acesso em 29 set. 2016.
PEREIRA, N.N. Alternativas de tratamento da água de lastro em portos exportadores de minério de ferro. Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Engenharia. Universidade de São Paulo: São Paulo, 2012. Disponível em < > acesso em 25 ago. 2016
PORTO DE SANTOS. Companhia Docas do Estado de São Paulo. Água de lastro. Meio Ambiente: Ações e Campanhas. Disponível em <http://www.portodesantos.com.br/acoesCampanhas.php?pagina=02> acesso em 16 out. 2016
RESENDE, M.F.; MARTINEZ, C.B. Impacto da infestação de condutos forçados de PCH’s pelo Limnoperna fortunei. Apresentação do VI Simpósio Brasileiro sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas. Belo Horizonte, 2008. Disponível em <http://slideplayer.com.br/slide/342209/> acesso em 16 out. 2016.
REVISTA VEJA. O salto de qualidade: conhecimentos científicos aplicados à realidade de bordo guiam a aventura. Especial ‘A Aventura do Descobrimento’. Editora Abril: São Paulo, 2000. Disponível em <http://veja.abril.com.br/idade/descobrimento/p_040.html> acesso em 12 set. 2016
SOUZA, R. C. C. L.; CALAZANS, S. H.; SILVA, E. P. Impacto das espécies invasoras no ambiente aquático. Cienc. Cult., São Paulo, v. 61, n. 1, 2009. Disponível em <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252009000100014&lng=en&nrm=iso> acesso em 19 set. 2016.
Obrigada!* [email protected]