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A rroz, feijão, café, frutas, hortaliças e legumes. Alimentos essenciais, presentes diariamente na mesa de milhões de brasileiros, carregam o sabor das pesquisas desenvolvidas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) ao longo de seus 128 anos. No centro de uma polêmica por conta da transferência de dois acervos históricos para São Paulo e de parte de sua estrutura instalada em Jundiaí para Campinas, o IAC tem se destacado como instituição pioneira no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação de produtos agrícolas no País e no mundo, garantindo a oferta de alimentos à população e de matéria-prima às indústrias. Fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II para estudar o café que se expandia no País, o IAC trabalha atualmente com 99 espécies de plantas e já desenvolveu 1.034 cultivares — subdivisões da espécie a partir de intervenções em laboratório — por meio de melhoramento genético funcional. Desenvolve pesquisas relacionadas à análise de solos, fertilizantes, irrigação. Também atua nas áreas de mecanização agrícola e de pós-colheita. Diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell afirma que o instituto tem como missão “gerar e transferir ciência, tecnologia e produtos para otimização dos sistemas de produção vegetal, com responsabilidade ambiental, visando ao desenvolvimento socioeconômico e à segurança alimentar”. Segundo ele, o instituto atua com foco em resultados que tragam melhoria na qualidade de vida da população — o que pode ser observado ao longo do centenário da instituição, graças ao esforço dos pesquisadores. “Nossa pesquisa tem que ser essencial, responsável, competitiva, baseada na credibilidade e importante para a sociedade. A gente também tem que ser competitivo e por isso estamos sempre em busca de uma nova solução tecnológica, procurando sair do lugar comum”, diz Carbonell. Entre os seus principais desafios está buscar soluções para problemas atuais, como é o caso dos pacotes tecnológicos gerados que envolvem o uso racional e conservação dos recursos hídricos. Café A pesquisa com café no IAC sempre foi importante e continua sendo um dos carros-chefes da instituição. Cerca de 90% das cultivares do café arábica foram desenvolvidas pelo IAC. Os trabalhos são focados no aumento da eficiência produtiva e na qualidade, procurando atender a um consumidor cada vez mais exigente. “Temos um programa de café de qualidade, desde o descafeinado, que estamos em fase de estudo, até bebidas diferentes, com sabor de hortelã, mais amadeirado, mais achocolatado. Em 2004, o instituto fez uma descoberta com repercussão internacional: uma planta de café naturalmente sem cafeína, batizada de AC, em homenagem a Alcides Carvalho, responsável por 65 cultivares de café desenvolvidas no IAC. Atualmente, pesquisadores trabalham por um produto comercialmente viável. Unanimidade entre os brasileiros, o famoso feijão carioquinha nasceu nos laboratórios do IAC. Os trabalhos com melhoramento genético de feijoeiro tiveram início em 1932 no instituto e até hoje os pesquisadores buscam o aperfeiçoamento do produto, desde o enriquecimento nutricional, resistência às pragas, passando pela redução do tempo de cozimento na panela, rendimento, coloração, tamanho, até a redução do consumo de água no cultivo. “A pesquisa nunca tem fim. O desafio é sempre a melhoria e o avanço do conhecimento. Você sempre tem o que potencializar e melhorar”, completou Carbonell. Melhoramento genético é diferente dos transgênicos Do laboratório para a panela No centro da POLÊMICA que envolve a TRANSFERÊNCIA dos ACERVOS entomológicos e de plantas PARA A CAPITAL , Instituto Agronômico de CAMPINAS mostra sua IMPORTÂNCIA por meio de pesquisas ESSENCIAIS para trazer o CAMPO até a MESA dos consumidores brasileiros Técnico mostra muda de feijão em estufa do IAC na Fazenda Santa Margarida, em Campinas: o carioquinha, que se tornou quase uma unanimidade nacional, foi criado aqui DA AGÊNCIA ANHANGUERA Sérgio Augusto Carbonell, diretor-geral do IAC: pesquisa responsável, competitiva e com credibilidade REPORTAGEM ESPECIAL [email protected] Patrimônio campineiro Total de servidores: 444 Número de pesquisadores: 158 Número de servidores de apoio: 286 Áreas de pesquisa: café, cana-de-açúcar, citricultura, ecofisiologia e biofísica, engenharia e automação, fitossanidade, frutas, horticultura, grãos e fibras, seringueira e sistemas agroflorestais, solos e recursos ambientais e recursos genéticos e vegetais. Ensino: Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical, com mestrado e doutorado. Locais das Unidades do IAC: Campinas: Sede e Centro Experimental Central (local que abriga o Centro de Café, Centro de Ecofisiologia e Biofísica, Centro de Fitossanidade, Centro de Horticultura, Centro de Grãos e Fibras, Centro de Solos e Recursos Ambientais e Centro de Recursos Genéticos e Vegetais); Jundiaí: Centro de Engenharia e Automação e Centro de Frutas; Cordeirópolis: Centro de Citricultura; Ribeirão Preto: Centro de Cana; Votuporanga: Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais. Prêmios: Desde 2003, o IAC recebeu 27 prêmios, 9 homenagens e 2 reconhecimentos Inaê Miranda O IAC foi fundado em 1887 pelo impe- rador D. Pedro II. Inicialmente foi cha- mado de Estação Agronômica de Cam- pinas. Em 1892 passou para a admi- nistração do Estado. O melhoramento genético convencional é o carro-chefe do IAC, que já desenvolveu 1.034 culti- vares de 98 espécies. O IAC esclarece que o melhoramento genético é dife- rente dos transgênicos (organismos ge- neticamente modificados). No melho- ramento genético convencional, a transferência de genes é feita dentro da mesma espécie. Na transgenia, é feita a introdução de genes de uma es- pécie diferente daquela que se preten- de melhorar — por exemplo, transfere o gene de uma bactéria para o algodão. O raio X do instituto Fotos: Janaína Ribeiro/Especial para a AAN A16 CORREIO POPULAR A16 Campinas, domingo, 27 de setembro de 2015 CIDADES

Do laboratório para a panela

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Arroz, feijão, café,frutas, hortaliças elegumes. Alimentosessenciais, presentesdiariamente na mesade milhões de

brasileiros, carregam o sabordas pesquisas desenvolvidasno Instituto Agronômico deCampinas (IAC) ao longo deseus 128 anos. No centro deuma polêmica por conta datransferência de dois acervoshistóricos para São Paulo ede parte de sua estruturainstalada em Jundiaí paraCampinas, o IAC tem sedestacado como instituiçãopioneira no desenvolvimentoda ciência, tecnologia einovação de produtosagrícolas no País e nomundo, garantindo a ofertade alimentos à população ede matéria-prima àsindústrias.

Fundado em 1887 peloImperador D. Pedro II paraestudar o café que seexpandia no País, o IACtrabalha atualmente com 99espécies de plantas e jádesenvolveu 1.034 cultivares— subdivisões da espécie apartir de intervenções emlaboratório — por meio demelhoramento genéticofuncional. Desenvolvepesquisas relacionadas àanálise de solos, fertilizantes,irrigação. Também atua nasáreas de mecanizaçãoagrícola e de pós-colheita.Diretor-geral do IAC, SérgioAugusto Morais Carbonellafirma que o instituto temcomo missão “gerar etransferir ciência, tecnologiae produtos para otimizaçãodos sistemas de produçãovegetal, comresponsabilidade ambiental,visando ao desenvolvimentosocioeconômico e àsegurança alimentar”.

Segundo ele, o institutoatua com foco em resultadosque tragam melhoria naqualidade de vida dapopulação — o que pode serobservado ao longo docentenário da instituição,graças ao esforço dos

pesquisadores. “Nossapesquisa tem que seressencial, responsável,competitiva, baseada nacredibilidade e importante

para a sociedade. A gentetambém tem que sercompetitivo e por issoestamos sempre em busca deuma nova solução

tecnológica, procurando sairdo lugar comum”, dizCarbonell. Entre os seusprincipais desafios estábuscar soluções para

problemas atuais, como é ocaso dos pacotes tecnológicosgerados que envolvem o usoracional e conservação dosrecursos hídricos.

Café

A pesquisa com café no IACsempre foi importante econtinua sendo um doscarros-chefes da instituição.Cerca de 90% das cultivaresdo café arábica foramdesenvolvidas pelo IAC. Ostrabalhos são focados noaumento da eficiênciaprodutiva e na qualidade,procurando atender a umconsumidor cada vez maisexigente. “Temos umprograma de café dequalidade, desde odescafeinado, que estamosem fase de estudo, atébebidas diferentes, comsabor de hortelã, maisamadeirado, maisachocolatado. Em 2004, oinstituto fez uma descobertacom repercussãointernacional: uma planta decafé naturalmente sem

cafeína, batizada de AC, emhomenagem a AlcidesCarvalho, responsável por 65cultivares de cafédesenvolvidas no IAC.Atualmente, pesquisadorestrabalham por um produtocomercialmente viável.

Unanimidade entre osbrasileiros, o famoso feijãocarioquinha nasceu noslaboratórios do IAC. Ostrabalhos commelhoramento genético defeijoeiro tiveram início em1932 no instituto e até hoje ospesquisadores buscam oaperfeiçoamento do produto,desde o enriquecimentonutricional, resistência àspragas, passando pelaredução do tempo decozimento na panela,rendimento, coloração,tamanho, até a redução doconsumo de água no cultivo.“A pesquisa nunca tem fim. Odesafio é sempre a melhoria eo avanço do conhecimento.Você sempre tem o quepotencializar e melhorar”,completou Carbonell.

Melhoramento genético édiferente dos transgênicos

Do laboratóriopara a panela

No centro da POLÊMICA que envolve a TRANSFERÊNCIA dos ACERVOS entomológicos e deplantas PARA A CAPITAL, Instituto Agronômico de CAMPINAS mostra sua IMPORTÂNCIA pormeio de pesquisas ESSENCIAIS para trazer o CAMPO até a MESA dos consumidores brasileiros

Técnico mostra muda de feijão em estufa do IAC na Fazenda Santa Margarida, em Campinas: o carioquinha, que se tornou quase uma unanimidade nacional, foi criado aqui

DA AGÊNCIA ANHANGUERA

Sérgio Augusto Carbonell, diretor-geral do IAC: pesquisa responsável, competitiva e com credibilidade

REPORTAGEMESPECIAL

[email protected]

Patrimôniocampineiro

✔ Total de servidores: 444✔ Número de pesquisadores: 158✔ Número de servidores de apoio: 286✔ Áreas de pesquisa: café, cana-de-açúcar, citricultura, ecofisiologia ebiofísica, engenharia e automação, fitossanidade, frutas, horticultura, grãos efibras, seringueira e sistemas agroflorestais, solos e recursos ambientais e

recursos genéticos e vegetais.✔ Ensino: Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical, commestrado e doutorado.✔ Locais das Unidades do IAC: Campinas: Sede e Centro ExperimentalCentral (local que abriga o Centro de Café, Centro de Ecofisiologia eBiofísica, Centro de Fitossanidade, Centro de Horticultura, Centro de Grãos

e Fibras, Centro de Solos e Recursos Ambientais e Centro de RecursosGenéticos e Vegetais); Jundiaí: Centro de Engenharia e Automação e Centrode Frutas; Cordeirópolis: Centro de Citricultura; Ribeirão Preto: Centro deCana; Votuporanga: Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais.✔ Prêmios: Desde 2003, o IAC recebeu 27 prêmios, 9 homenagens e 2reconhecimentos

InaêMiranda

O IAC foi fundado em 1887 pelo impe-

rador D. Pedro II. Inicialmente foi cha-

mado de Estação Agronômica de Cam-

pinas. Em 1892 passou para a admi-

nistração do Estado. O melhoramento

genético convencional é o carro-chefe

do IAC, que já desenvolveu 1.034 culti-

vares de 98 espécies. O IAC esclarece

que o melhoramento genético é dife-

rente dos transgênicos (organismos ge-

neticamente modificados). No melho-

ramento genético convencional, a

transferência de genes é feita dentro

da mesma espécie. Na transgenia, é

feita a introdução de genes de uma es-

pécie diferente daquela que se preten-

de melhorar — por exemplo, transfere

o gene de uma bactéria para o algodão.

O raio X do instituto

Fotos: Janaína Ribeiro/Especial para a AAN

A16 CORREIO POPULARA16Campinas, domingo, 27 de setembro de 2015

CIDADES

Hidroponia reduz custo etempo de cultivo no campo

IAC ajudou cultura dauva em pleno ‘deserto’

Milho ficou mais barato eganhou mais produtividade

Pesquisador científico noIAC de 1978 até 2014 (37anos), o engenheiroagrônomo Maurilo MonteiroTerra atuou na área deviticultura e não só viu comoparticipou de importantestrabalhos relacionados àcultura da uva. Primeirainstituição do País aimplantar um programa demelhoramento genético paraprodução de uvas para mesa,elaboração de vinhos, sucos,geleias e derivados na décadade 40, o IAC é também é ogrande responsável pelaprodução de uva noNordeste. Segundo Terra, nadécada de 50, o IAC, obteveos porta-enxertos tropicaisIAC 313 “Tropícal”, IAC 572“Jales”, IAC 571-6 “Jundiaí” eIAC 766 “Campinas”,adaptados às condições desolo e clima tropical do País.“A produção de uva paramesa e vinho no Nordestebrasileiro, no submédio SãoFrancisco, polo Petrolina(PE) e Juazeiro (BA), só existedevido aos porta-enxertostropicais IAC, queatualmente ocupam umaárea de 95% do totalcultivado. Isso se deve àsadaptações aos solos e climada região”, explica opesquisador. Para elaboraçãode vinho foi desenvolvida a

variedade IAC 138-22“Máximo”, hoje denominadauva paulista, considerada amelhor uva para produçãode vinho tinto seco. Ascontribuições das pesquisasrealizadas no IAC paravitivinicultura são muitas esó ocorreram graças àimportância da instituição eempenho dos pesquisadores.

“O IAC veio ao encontro dapesquisa e dodesenvolvimento agrícola doPaís, fazendo frente àsnecessidades da agricultura.Grande parte do que está namesa do brasileiro tem otrabalho do IAC”, disse opesquisador que recebeu oprêmio de pesquisador doano em 2014. (IM/AAN)

Além de maior consumidor, oEstado de São Paulo é omaior produtor de hortaliçasdo Brasil. Devido àproximidade com outrosgrandes centros de consumodas regiões Sudeste e Sul, asterras paulistas têm naprodução de hortaliças umade suas melhores opções deuso, segundo explica apesquisadora científica docentro de horticultura ArleteMarchi Tavares de Melo. NoIAC, o programa de pesquisade hortaliças foi criado em1937 e teve como marco aintrodução da “CebolaAmarela das Canárias”, quelivrou o Estado de São Pauloda necessidade de importarsementes e viabilizou a

produção nacional. Deacordo com Arlete, o trabalhode melhoramento é marcantee disponibilizou 38 cultivaresde 13 hortaliças diferentes.“Destacam-se cultivares demorango, tomate, alface,pimentão e quiabo, queforam líderes de mercadodurante décadas. Essascultivares revolucionaram osmercados paulista e brasileirode hortaliças devido aoaumento da produtividade,resistência a doenças equalidade do produto ealgumas ultrapassaram asfronteiras do Brasil”, conta.

A pesquisadora ressalta osbenefícios para todos os elosdas cadeias produtivas, desdeo produtor até o consumidor

final. “As cultivares IACpermitiram o aumento darenda e contribuiram para ainclusão social, pois gera 2,4empregos diretos porhectare.”

Arlete afirma que osdesafios para a pesquisa comhortaliças continuam. “Empoucos anos, a cadeia dashortaliças no Brasil devesofrer mudança radical emsuas formas e modelos deprodução e entre os fatoresatuais que demandam essamudança sobressai a crisehídrica. A necessáriamodernização buscandoainda mais produtividadealiada ao incremento do valornutricional das hortaliçasexige que a pesquisacontribua para potencializaros usos dos recursos naturais,financeiros e humanos.”(IM/AAN)

O primeiro programa demelhoramento de milhohíbrido no Brasil depois dosEstados Unidos teve início noInstituto Agronômico (IAC),em 1932. Sete anos mais tarde,os pesquisadores lançaram oprimeiro híbrido duplo demilho. O método daexploração do vigor de híbrido,que revolucionou omelhoramento da planta epermite que até hoje seatinjam produtividadeselevadas, completa cerca de 80anos de trabalhos no Brasil,como ressalta a pesquisadoracientífica Maria Elisa ZagattoPaterniani, do centro de grãose fibras.

A partir da década de 80, o

programa de melhoramentode milho foi redirecionadopara atender demandasespecíficas e nichos demercado. “Hoje o IACdesenvolve novos tipos dehíbridos convencionais (nãotransgênicos), para produtoresde baixa e média tecnologia.São híbridos de baixo custo,produtivos, de menor preço desementes, com resistência àsprincipais doenças foliares”,explicou. Outro segmentoimportante atendido pelo IACé o de milhos especiais, comdestaque para o programa demelhoramento demilho-pipoca, coordenadopelo Dr. Eduardo Sawazaki.Atualmente, a maioria dascultivares de milho pipoca éimportada, e o IAC é a únicainstituição oficial que estálançando híbridos de pipocano Brasil, em parceria com ainiciativa privada. (IM/AAN)

“O IAC veio ao encontro da pesquisa e dodesenvolvimento agrícola do País. Grandeparte do que está na mesa do brasileiro temnosso trabalho.”

Ex-pesquisador do IAC

MAURILO MONTEIRO TERRA

A POLÊMICA

Acima, AlissonFernando Chiorato,

diretor do centrode grãos e fibras do

IAC; à direita, umdos laboratórios na

sede do instituto,no centenário

casarão da AvenidaBarão de Itapura:tradição aliada ao

conhecimento etecnologia em

pesquisa

Frutas como maçã, pêssego,

ameixa, figo, caqui e uva podem

ser encontradas facilmente no

mercado brasileiro graças ao me-

lhoramento genético feito por pes-

quisadores do IAC, que permitiu

que essas espécies, comuns em

países de clima frio, se adaptas-

sem aos climas temperados-sub-

tropicais e tropicais no Brasil.

“Em fruticultura de clima tempe-

rado, o IAC deu uma grande con-

tribuição na área de melhoramen-

to genético”, destaca o pesquisa-

dor científico Wilson Barbosa. O

desenvolvimento do Circuito das

Frutas, em Jundiaí, por exemplo,

teve a base do IAC.

O engenheiro agrônomo Maurilo Terra atuou no IAC por 37 anos

95% OS AVANÇOS NA

FRUTICULTURA

César Rodrigues/AAN

Cultivadas noVale do SãoFrancisco são de cultivaresdesenvolvidos no IAC

A transferência de dois

acervos históricos do IAC

para São Paulo provocou a

reação da comunidade

científica, contrária às

mudanças. O Instituto teve

todo o seu acervo

entomológico, com mais de

8,5 mil amostras de insetos e

pragas, coletadas ao longo de

80 anos, transferido

definitivamente para o

Instituto Biológico, na Capital,

no início do mês. Também

seguirá para o Instituto de

Botânica de São Paulo todo o

acervo do Herbário do IAC. A

coleção de plantas conta

com mais de 56 mil amostras

e 11 mil espécies

catalogadas. Algumas delas,

são anteriores à própria

fundação do IAC, há 128

anos. A Associação dos

Pesquisadores Científicos do

Estado de São Paulo também

apontou como problemas

enfrentados pelo IAC a

defasagem de pesquisadores

científicos. A direção do IAC

também confirmou que as

atividades do Centro de

Engenharia e Automação

(CEA), que ficam em Jundiaí,

serão transferidas para

Campinas. A direção do IAC

afirma que as medidas fazem

parte da reprogramação e

alinhamento da pesquisa e

redução de custos com a

desocupação dos prédios e

reorganização dos trabalhos.

Na última quinta-feira, o

Conselho Municipal de Meio

Ambiente de Campinas

(Comdema) aprovou uma

moção de repúdio às

transferências.

Janaína Ribeiro/Especial para a AAN

César Rodrigues/AAN

DASUVAS

CORREIO POPULAR A17CIDADESCampinas, domingo, 27 de setembro de 2015

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