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Departamento de Ciências Florestais LCF/ ESALQ/ USP LCF 0694 – Auditoria e Certificação Ambiental Sistema de Gestão - ISO 14001, Auditoria e Certificação Ambiental nas Organizações 1 Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes http://lattes.cnpq.br/3559496026857773 Janeiro/ 2012 1 Apostila desenvolvida para fins didáticos como material de apoio das aulas de SGA, ISO 14001, auditoria e certificação ambiental da disciplina LCF 0694 – Auditoria e Certificação Ambiental – LCF/ ESALQ/ USP – Piracicaba/ SP.

Gestão ambiental

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Departamento de Ciências Florestais LCF/ ESALQ/ USP

LCF 0694 – Auditoria e Certificação Ambiental

Sistema de Gestão - ISO 14001, Auditoria e Certificação

Ambiental nas Organizações 1

Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes http://lattes.cnpq.br/3559496026857773

Janeiro/ 2012

1 Apostila desenvolvida para fins didáticos como material de apoio das aulas de SGA, ISO 14001, auditoria e certificação ambiental da disciplina LCF 0694 – Auditoria e Certificação Ambiental – LCF/ ESALQ/ USP – Piracicaba/ SP.

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Sistema de Gestão - ISO 14001, Auditoria e Certific ação

Ambiental nas Organizações Profª Drª Clauciana Schmidt Bueno de Moraes 2

http://lattes.cnpq.br/3559496026857773

SUMÁRIO

Parte 01 – Sistemas de Gestão e ISO 14001 1. Sistema de Gestão Ambiental e ISO 14001 nas Organizações 01 1.1. Conceitos 01 1.2. Surgimento da Gestão Ambiental nas Organizações/ Empresas 01 1.3. A Busca pela Certificação Ambiental 05 1.4. Os Benefícios da Certificação Ambiental/ ISO 14001 para as Organizações 07 1.5. A Implantação do Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14001 09 1.6. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental/ ISO 14001: 2004 14 1.7. Etapas da Implantação da ISO 14001 20 2. Principais normas da série ISO 14000 21 Parte 02 – Auditoria Ambiental e a ISO 19011 3. Auditoria Ambiental 25 3.1. Breve Histórico da Auditoria Ambiental 25 3.2. Conceitos 26 4. Tipos de Auditoria 27 4.1. Quanto à aplicabilidade 27 4.2. Quanto ao tipo 27 4.3. Quanto à execução 29 5. O profissional – auditor ambiental 29 5.1. Atores do processo de auditoria ambiental 29 5.2. Qualificação de auditores ambientais 31 6. Etapas da Auditoria Ambiental 33 7. Aplicações e Vantagens da Auditoria Ambiental 36 7.1. Benefícios 36 7.2. Motivações 36 7.3. Desvantagens 36 8. Normas da Auditoria Ambiental 37 8.1. A Norma NBR ISO 19011:2002 38 8.2. Requisitos da norma ISO 19011: 2002 39 9. Instrumentos da Auditoria Ambiental 60 9.1. Questionário de Auditoria Ambiental de Certificação 60 9.2. Relatório de Auditoria Ambiental 61 Parte 03 – Sistema de Gestão Integrado (SGI) 10. Sistema de Gestão Integrado (SGI) nas Organizações 63 10.1. O que é SGI? 63 10.2. Considerações Gerais sobre o SGI 66 11. Considerações Finais 67 12. Referências Bibliográficas 68 Glossário 71 Anexos 72 Este trabalho é somente para uso privado de atividades de pesquisa e ensino. Não é autorizada sua reprodução para quaisquer fins lucrativos. Esta reserva de direitos abrange a todos os dados do documento bem como seu conteúdo. Na utilização ou citação de partes do documento é obrigatório mencionar nome da pessoa autora do trabalho.

2 Professora-Colaboradora (voluntária) da disciplina. Docente Responsável pela disciplina LCF 0694_2012 – Prof. Dr. Edson José Vidal da Silva.

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Parte 01 – Sistemas de Gestão e ISO 14001 1. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA E ISO 14001. 1.1. Conceitos. SGA - Sistema de gestão ambiental: A parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. ISO: International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização) ISO 14001: norma internacionalmente aceita que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental. Observação: Verificar glossário geral ao final da apostila. 1.2. Surgimento da Gestão Ambiental nas Organizaçõe s/ Empresas.

A relação do ser humano com o seu meio ambiente apresenta imediatamente a questão de como ele constrói as suas condições de vida, as quais são reflexos das opções econômicas adotadas. Cabe salientar aqui que a qualidade de vida do homem é uma conseqüência direta da qualidade ambiental. Ambas são interdependentes e relacionam-se diretamente com a questão econômica (Seiffert, 2010). A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais surgiu com a percepção, após a Revolução Industrial, de que a capacidade do ser humano de alterar o meio ambiente aumentou significativamente, levando a conseqüências positivas e negativas e evidenciando uma interdependência entre a economia e o meio ambiente. A constatação da existência de limites ambientais ao crescimento econômico vem levando a uma preocupação crescente com a elaboração de políticas que permitam a conciliação da atividade econômica com a proteção ambiental, ainda que em um primeiro momento pareça inviável conciliar ambas. A partir da década de 1950 a relação entre a questão ambiental e o desenvolvimento econômico passou a ser analisada como conseqüência de uma reavaliação dos resultados do crescimento econômico (Donaire, 2004). Os problemas ambientais em nível mundial começam a se tornar preocupantes. Como exemplos significativos, destacam-se o aumento de temperatura da Terra, a destruição da camada de ozônio, o esgotamento acelerado dos recursos naturais, etc. Todos estes problemas levam à busca de um novo modelo de crescimento econômico que considere mais a preservação do meio ambiente. Segundo Cavalcanti (1998), a economia não pode ser vista como algo à parte da natureza. Não é possível extrapolar, no sentido econômico, a chamada “curva de transformação” ou “possibilidades de produção” da natureza, sendo que desta forma a sustentabilidade implica o requisito de que os conceitos e métodos a serem usados na

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ciência econômica devem levar em consideração as restrições ambientais ao desenvolvimento social. As conseqüências ambientais do crescimento populacional e desenvolvimento econômico desenfreado causam degradações ambientais que hoje estão tomando proporções globais. Ocorrem danos ambientais, mas também ocorrem perdas financeiras. É necessário conciliar as atividades econômicas e a questão ambiental para a busca da sustentabilidade nos 3 eixos: social, econômico e ambiental. Seiffert (2010) cita que a inserção da problemática ambiental no panorama institucional vem levando a um contínuo debate da questão, o qual vem desenvolvendo um senso comum, entre a maioria dos países do globo, de que as medidas de proteção ambiental não foram criadas para impedir o desenvolvimento econômico. Estas medidas incorporam-se nas avaliações de custo/ benefício ambiental associadas ao desenvolvimento de projetos econômicos, o que por sua vez vem levando à criação de novas regulamentações cada vez mais restritivas, dentro de um contexto de execução de políticas governamentais. A relação entre meio ambiente e desenvolvimento está associada à necessidade da adoção de posturas fundamentadas na compreensão de qual deve ser o caráter do desenvolvimento adotado, analisando-se de forma integrada os custos sociais, econômicos e ambientais dele decorrentes. A busca de formas integradas de abordar as questões ambientais e do desenvolvimento levou à necessidade da criação de conceitos que permitissem trabalhar de forma harmônica essa dualidade (Seiffert, 2010). As relações entre ambiente e desenvolvimento econômico estão integradas, é devem buscar sempre o eixo da sustentabilidade. Neste ponto é que entra a busca pela sustentabilidade, ou seja, a empresa deve buscar cumprir os requisitos das normas que se propõem a implantar, as exigências das licenças ambientais, enfim, mas deve visar no uso de todos os instrumentos de planejamento e gestão ambiental na empresa os princípios da sustentabilidade. O termo sustentabilidade foi bem explicado pela primeira vez dentro de um estudo realizado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente das Nações Unidas, mais conhecido como Relatório Brundtland, que o define da seguinte maneira: “é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações em satisfazer suas necessidades” (WECD, 1987). Neste relatório, entre outras coisas, chegou-se à conclusão de que era necessária uma mudança de base no enfoque do desenvolvimento, já que o planeta e todos seus sistemas ecológicos estão sofrendo graves e irreversíveis impactos negativos. Segundo Sachs (2002, p. 85), o planejamento do desenvolvimento voltado para a sustentabilidade deve considerar alguns principais aspectos como: social, cultural, ecológico, ambiental e territorial, descritas a seguir: - Sustentabilidade social: aquela em que se alcança um patamar razoável de homogeneidade social; distribuição de renda justa; emprego pleno e/ ou autônomo com qualidade de vida decente; igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais; - Sustentabilidade cultural: a que se refere às mudanças no interior da comunidade (equilíbrio entre respeito à tradição e inovação); capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e endógeno e alta confiança combinada com abertura para o mundo. Implica ainda na necessidade de se buscar solução de âmbito local, utilizando-se das potencialidades das culturas e do modo de vida da cidade, assim como da participação da população residente nos processos decisórios e nas formulações de programas e do desenvolvimento turístico;

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- Sustentabilidade Ecológica: a que decorre da preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos renováveis, da limitação do uso de recursos não renováveis, da limitação em como do respeito da capacidade de carga máxima de suporte dos ecossistemas; - Sustentabilidade Ambiental: aquela que respeita e realça a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais; - Sustentabilidade Territorial: a que se refere às configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações urbanas nas alocações do investimento público). Ainda no contexto da sustentabilidade Barbieri (1996, p. 29) descreve que “o objetivo da sustentabilidade é aumentar as opções das pessoas, respeitando não só as gerações atuais como também as gerações futuras”. Com a inserção do contexto da sustentabilidade nas empresas, e a obrigatoriedade de se cumprir as leis ambientais, surgiu a série de normas ISO 14000, como um marco de auxílio na busca da implantação de uma gestão ambiental efetiva nas empresas. A primeira versão da ISO 14001 disponível foi no ano de 1996, a qual foi atualizada em 2004. Os primeiros sistemas de gestão ambiental foram desenvolvidos na década de 80, depois de graves acidentes ecológicos. Devido a necessidade de uma abordagem permanente, coordenada, e a criação de normas e diretrizes que servissem de base para a política ambiental surgiu a norma BS 7750, que serviu de base para o desenvolvimento da série ISO 14000. Foram criadas por um comitê internacional composto por representantes de 95 países responsáveis por 95% da produção industrial do mundo, cujo objetivo foi especificar normas para um sistema de gestão ambiental que se aplique a qualquer tipo de organização. Impulsionadas pela série de certificações ISO 9000 no Brasil uma certificação da série 14000 vem sendo o mais novo "prêmio" da indústria brasileira que deseja competir nos mais exigentes mercados internacionais , e porque não dizer nacionais também. Assim, ergue-se a seguinte discussão: qual o verdadeiro papel, isto é, os reais benefícios da certificação ISO 14001, que especifica as diretrizes de um sistema de gestão ambiental. Um dos resultados do processo de discussões em torno dos problemas ambientais e de como promover o desenvolvimento econômico frente a essa questão foi o surgimento das normas ISO 14000, as quais procuram desenvolver uma abordagem organizacional que leve a uma gestão ambiental efetiva (Seiffert, 2010). A mudança de hábitos do consumidor representa uma questão-chave na construção de um elemento objetivo que despertou nas organizações o interesse pela gestão ambiental. Segundo Seiffert (2010), a gestão ambiental integra em seu significado: - a política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ ou governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do ambiente; - o planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa a adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ ou governamentais expressas formal ou informalmente em uma política ambiental, através da coordenação, compatibilização, articulação e implantação de projetos de intervenções estruturais e não-estruturais. - o gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente, e a avaliar a conformidade

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da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental. A gestão ambiental em uma empresa não deve ser apenas para evitar a inadimplência legal e restrições ou riscos ambientais, mas também uma forma de adicionar valor a organização. Barbieri (2007) indica que a abordagem ambiental na empresa pode ser de três tipos. A primeira delas é chamada de controle da poluição, pois os esforços organizacionais são orientados para o cumprimento da legislação ambiental e atendimento das pressões da comunidade, mostrando-se marcadamente reativa, vinculadas, pois, exclusivamente à área produtiva. Por outro lado, a internalização da variável ambiental na empresa pode ser preventiva, ou seja, nela a organização objetiva utilizar eficientemente os insumos; a preocupação ambiental e mais incisiva na área manufatureira, mas começa a se expandir para toda a organização. No último estágio, a questão ambiental se torna estratégica para a empresa, e as atividades ambientais encontram-se disseminadas pela organização. Segundo Reis (1995), nos países desenvolvidos, as exigências legais e normativas, além das restrições de mercado e proliferação de “selos verdes”, vêm obrigando as empresas a lançarem mão de programas de gerenciamento ambiental. Desta forma uma síntese de alguns determinantes, entre os quais predominam aqueles oriundos de exigências de mercado, na forma de um consumo seletivo e governamental, na forma de exigências legais e normativas. No Brasil assim como nos demais países do mundo fica evidenciado de modo geral que as ações que fomentaram, inicialmente, mecanismos de gestão ambiental nas organizações foram induzidas notadamente pela intervenção governamental, a qual é reflexo da evolução histórica do país. Todavia, as políticas orientadas pelo mercado hoje acabam sendo mais eficientes do que mecanismos de imposições como regulamentações ambientais. As normas ambientais que vem sendo desenvolvidas na área de meio ambiente. A proposição de normas e leis revela um aspecto básico da questão ambiental relacionada ao ambiente produtivo, que é o estabelecimento de parâmetros do que vem a ser um processo produtivo ambientalmente adequado. No decorrer do desenvolvimento das normas ISO 14000, buscou-se assegurar que estas estivessem relacionadas à padronização de processos, e não ao estabelecimento de parâmetros de desempenho ambiental, os quais, por sua vez, são atribuíveis unicamente à legislação ambiental. Em virtude disso, estas normas apresentam, os elementos necessários à construção de uma sistema que alcance as metas ambientais estabelecidas pela organização. Segundo Seiffert (2010), um motivo para essa abordagem é que existe uma multiplicidade de pontos de vista diferentes sobre o que é uma boa gestão de desempenho ambiental. Isso se relaciona em parte às diversas tecnologias existentes para alcançar os objetivos ambientais de uma organização. Essa razão pela qual os objetivos de normas como as ISO 14000 estabelecem uma base comum para uma gestão ambiental mais uniforme, eficiente e eficaz. Portanto, haverá maior confiança por parte daqueles envolvidos no processo de gestão ambiental, de que o processo realizado por uma empresa conduzirá a maior cumprimento à lei, além de conformidade a outras exigências e a níveis mais elevados de desempenho ambiental. A ISO 14001 é apenas um dos muitos instrumentos disponíveis que podem auxiliar as organizações na evolução no que se refere às questões ambientais.

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1.3. A Busca pela Certificação Ambiental Neste ponto iremos apresentar uma visão geral da busca pela certificação ambiental das empresas no Brasil, com apresentação de alguns dados e a discussão de alguns fatores que levam as empresas a buscar esta certificação ambiental. Segundo dados da ABNT, no ano de 2005 o Brasil possuía 1.800 organizações certificadas de acordo com a norma ISO 14001, enquanto que o Japão possuía 17.882 organizações certificadas de acordo com esta norma sendo este o país com o maior número de certificações. Em termos de Brasil a região sudeste é a que mais possuía organizações certificadas na ISO 14001, com 67 % das certificações totais no país (Anexo 01 ). 1.3.1. Porque as empresas buscam a certificação? As razões que levam as empresas a adotar e praticar a gestão ambiental são várias. Estas razões podem transcender os procedimentos obrigatórios de atendimento da legislação ambiental até a fixação de políticas ambientais que visem a conscientização de todo o pessoal da organização. A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo-se aí a adoção de um Sistema Ambiental (SGA), na verdade, encontra inúmeras razões que justificam a sua adoção. Os fundamentos predominantes podem variar de uma organização para outra. No entanto, eles podem ser resumidos nos seguintes básicos: Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e estão sendo fortemente afetados pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades públicas ou privadas, portanto estão cada vez mais escassos, relativamente mais caros ou se encontram legalmente mais protegidos. Os bens naturais (água, ar) já não são mais bens livres/grátis. Por exemplo, a água possui valor econômico, ou seja, paga-se, e cada vez se pagará mais por esse recurso natural. Determinadas indústrias, principalmente com tecnologias avançadas, necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, uma residência num bairro com ar puro custa bem mais do que uma casa em região poluída. O crescimento da população humana, principalmente em grandes regiões metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce forte conseqüência sobre o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular. A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio ambiente, exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação ambiental. Pressões públicas de cunho local, nacional e mesmo internacional exigem cada vez mais responsabilidades ambientais das empresas. Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente sadias ou exigem taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras. A sociedade em geral e a vizinhança em particular está cada vez mais exigente e crítica no que diz respeito a danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e atividades. Organizações não-governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a reparação de danos ambientais ou impedem a implantação de novos empreendimentos ou atividades.

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Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada vez mais produtos que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis. A imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas. Acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem investir em empresas lucrativas sim, mas ambientalmente responsáveis. A gestão ambiental empresarial está na ordem do dia, principalmente nos países ditos industrializados e também já nos países considerados em vias de desenvolvimento A demanda por produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatível cresce mundialmente, em especial nos países industrializados. Os consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o meio ambiente. Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou mesmo certificados ambientais específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc. Tais exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”, mediante a rotulagem ambiental. Acordos internacionais, tratados de comércio e mesmo tarifas alfandegárias incluem questões ambientais na pauta de negociações culminando com exigências não tarifárias que em geral afetam produtores de países exportadores. Esse conjunto de fundamentos não é conclusivo, pois os quesitos apontados continuam em discussão e tendem a se ampliar. Essa é uma tendência indiscutível, até pelo fato de que apenas as normas ambientais da família ISO 14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental encontram-se em vigor. É importante considerar que uma das orientações básicas para a elaboração da norma ISO 14001 é sua aplicabilidade a todos os tipos e portes de organizações, em variadas condições geográficas, culturais e sociais, a qual permitirá um aprimoramento contínuo dos processos, através do comprometimento de todos os níveis organizacionais, como forma de alcançar um equilíbrio entre proteção ambiental e necessidades socioeconômicas. Essa flexibilidade pode ser considerada como um importante fator motivador de sua implantação e difundida aceitação em nível mundial (Seiffert, 2010). A implantação da norma ISO 14001 deve servir como um importante fator determinante na realização de negócios, tornando-se um pré-requisito para transações entre clientes e fornecedores tanto domésticos quanto internacionais (Seiffert, 2010). As estratégias e instrumentos sofrem influências relacionadas às particularidades das empresas. A implantação de qualquer forma estruturada de gestão ambiental deve considerar fatores subjetivos das empresas, como exemplo valores, estilo de gestão, etc. Algumas das motivações mais comuns para a busca da implantação do SGA e da certificação ambiental são:

- Melhoria da reputação e da imagem da organização. - Exigências de clientes - Relacionamentos com partes interessadas. - Inovação de processos.

Todavia, também podemos citar algumas dificuldades encontradas, que impedem muitas vezes a empresa de seguir com o planejamento e implantação de um SGA:

- Baixa prioridade a temas ambientais. - Dificuldades com tempo e dinheiro. - Pressões – mercado e financeiras ainda são fracas. - Falta de conscientização em grande parte das empresas.

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Cabe lembrar que a empresa é a única responsável pela adoção de um SGA e por uma política ambiental. Nenhuma empresa hoje é obrigada a adotar um SGA e/ou Política Ambiental; porém caso optem pelo mesmo, depois de adotados, deve-se cumprir o estabelecido sob pena da organização cair num tremendo descrédito no que se refere às questões ambientais e ao mercado como um todo. 1.3.2. Como as empresas buscam a certificação nos d ias atuais? Muitas empresas apresentam hoje sistemas de gestão (controle e planejamento) que são gerenciados por profissionais multifuncionais que cuidam de várias áreas ao mesmo tempo. Este fator se não bem gerenciado, muitas vezes dificulta a atenção dada a cada área especificamente, e neste caso o setor de meio ambiente acaba sempre sendo deixado por último caso a ser resolvido. È importante ressalta a interação do meio ambiente com o contexto do todo na empresa com as demais áreas, como qualidade, saúde e segurança, produção, compras, enfim, em todos os projetos e decisões que envolvem este questão dentro da organização. Evitando assim, problemas futuros com a falta de planejamento e integração dessas áreas. Todavia, vem crescendo a consciência das empresas com relação a esta questão. Muitas que não possuem a estrutura buscam profissionais especializados (empresas de consultorias, criação de área específica com profissional especializado) para que possam implantar um SGA – Sistema de Gestão Ambiental efetivo na empresa. Outra alternativa muito utilizada pelas empresas é o uso de softwares (exemplo: sisoft) para a implantação e gerenciamento do SGA, onde este facilitara o trabalho do profissional sendo este especializado ou não na área. Todavia, estes softwares embora eficientes geram custos os quais nem sempre as empresas estão dispostas a pagar, ou mesmo não tem disponíveis visto que no processo de implantação terão muitos gastos com as possíveis implantações de infra-estrutura, kits de emergências ambientais, ações corretivas, dentre outros. Contratar este tipo de serviço para implantar o SGA em uma empresa tem suas vantagens, porém também tem seu lado preocupante na questão que a empresa terá que depender da ação dos consultores para a implantação e para a manutenção deste sistema. Portanto, caso haja a necessidade deste tipo de trabalho a empresa deve buscar manter profissionais especializados na sua equipe para que possam dar continuidade e eficácia ao trabalho. 1.4. Os Benefícios da Certificação Ambiental – ISO 14001 para as Organizações. A implantação de um SGA e a certificação ambiental em conformidade com a ISO 14001 tem proporcionado as empresas uma ótima oportunidade não só de cumprir com os requisitos legais, como também de se tornar mais competitiva e de melhorar seu desempenho ambiental, aumentando também os lucros da empresa. As organizações devem ser capazes de demonstrar uma sólida gestão empresarial que inclua a preocupação com o meio ambiente. A cada dia, são maiores as evidências de que essa preocupação resulta em vantagens para as áreas de

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finanças, seguros, marketing, regulamentos e outras áreas operacionais (GRUMMT FILHO, WATZLAWICK, 2008). Alguns dos benefícios na implantação da ISO 14001 na melhoria do desempenho ambiental abrangem especialmente dois enfoques: - Benefícios para o processo. - Benefícios para o produto. Benefícios para o processo:

- Economia de material. - Aumento no rendimento do processo. - Redução de paralisações – falhas no processo. - Melhor utilização dos subprodutos. - Conversão dos desperdícios em valor. - Economia de energia. - Redução de custos de armazenagem e manuseio de materiais. - Ambiente de trabalho mais seguro. - Eliminação ou redução do custo das atividades – resíduos.

Benefícios para o produto: - Produtos com melhor qualidade e mais uniformidade. - Redução de custo do produto. - Redução de custos de embalagem. - Uso mais eficiente dos recursos pelos produtos. - Aumento da segurança dos produtos. - Redução dos custos líquido do descarte do produto pelo cliente. - Maior valor de revenda e de sucata do produto.

Benefícios gerais para a organização: Algumas razões gerais para investimentos na questão ambiental empresarial visando a melhoria contínua e o desempenho ambiental:

- Maior satisfação do cliente. - Melhoria da imagem da empresa. - Conquista de novos mercados. - Redução dos riscos com penalidades legais e acidentes. - Melhoria da administração da empresa – maior controle dos processos

organizacionais. - Maior permanência do produto no mercado. - Maior facilidade na obtenção de financiamentos. - Demonstrar a clientes, vizinhos e acionistas a existência de um sistema

ambiental bem estruturado, o qual pode proporcionar vantagens as empresas.

A ISO 14001 é uma norma flexível que pode ser aplicada em pequenas empresas como também em grandes multinacionais, possibilitando o acesso ao mercado mundial.

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1.5. A Implantação do Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14001. A norma ISO 14001 é uma norma flexível e pode ser implementada em empresas públicas e privadas, de pequeno porte a grandes multinacionais, em instituições educacionais, escritórios, etc. A ISO 14001 surge como um instrumento de gerenciamento ambiental comum para as empresas, sendo esta uma resposta para as exigências da lei, do mercado, mas principalmente uma alternativa de implantar a gestão ambiental na empresas. Embora existam hoje muitas empresas que parecem ignorar a questão ambiental, observa-se que este cenário começa a mudar significativamente nos dias atuais. Ocorre o aumento da conscientização ambiental entre consumidores, poder legislativo e o uso de normas como a ISO 14001, e como isso um estímulo maior do uso de técnicas de controle para a qualidade ambiental das organizações. Apesar de as normas serem de adesão voluntária pelas organizações, as mesmas são de grande importância como instrumentos de comando e controle da qualidade ambiental. De acordo com Seiffert (2010) embora essas normas sejam consideradas instrumentos de gestão ambiental do tipo “autocontrole”, não apresentando, portanto, o mesmo nível de pressão que mecanismos de tipo “comando e controle” (leis e normas ambientais), passam a funcionar como um mecanismo de “comando e controle” indiretamente. Isso ocorre principalmente porque a organização, ao implantar e certificar um SGA, é compelida a cumprir a legislação ambiental pertinente a sua atividade, em virtude de ser este um dos requisitos principais do sistema. A norma ABNT NBR ISO 14001: 2004 especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e informações referentes aos aspectos ambientais significativos (ABNT, 2004). A evolução das iniciativas ambientais nas organizações trouxe a necessidade de a gestão ambiental ser tratada enquanto sistema. Segundo Tibor e Feldman (1996), um SGA e a ISO 14001 tem entre seus elementos integrantes uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e metas, o monitoramento e medição de sua eficácia, a correção de problemas associados à implantação do sistema, além de sua análise e revisão como forma de aperfeiçoá-lo, melhorando dessa forma o desempenho ambiental geral. O SGA apresenta-se como um processo estruturado que possibilita a melhoria contínua. Apesar de a adoção e a implantação de formas sistemáticas de gestão ambiental terem o potencial de proporcionar excelentes resultados a todas as partes envolvidas, não existe garantia de que as resultados ambientais a nível de excelência sejam efetivamente alcançados. De acordo com Reis (1995), para que sejam atingidos os objetivos de qualidade ambiental, o sistema de gestão ambiental deve estimular as organizações a considerar a adoção de tecnologias disponíveis, levando em consideração a relação benefício/ custo das mesmas e condicionantes estratégicas envolvidas. Frente à questão da implantação de sistemas de gestão ambiental, a norma ISO 14001 (e série) tem-se apresentado como um novo elemento no panorama gerencial das organizações. Nota-se o crescimento da busca pelas certificações por parte das empresas.

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A tendência mundial atual é buscar a melhoria no processo de gestão ambiental, a qual deixou de ser somente uma função complementar das operações empresariais. Para muitas empresas a gestão ambiental tornou-se uma questão estratégica, e não somente uma questão de atendimentos aos requisitos legais. Muitas empresas hoje incluem a questão ambiental no plano estratégico da empresa. Atualmente as empresas estão expostas a cobranças de posturas mais ativas com relação à responsabilidade sobre seus processos industriais, resíduos e efluentes produzidos e descartados, bem como o desempenho de seus produtos e serviços em relação à abordagem de ciclo de vida. É importante analisar o produto como um todo, ou seja, desde a matéria-prima até o descarte final. As empresas são consideradas pela sociedade como os principais responsáveis pela poluição, por isso muitas vezes tornam-se vulneráveis a ações legais, recusa por parte dos consumidores, que hoje consideram a qualidade ambiental como uma de suas necessidades principais a serem atendidas (MOURA, 2002). A questão ambiental nas empresas tem sido analisada não só pelos órgãos ambientais e pelo mercado, mas também pelos clientes e consumidores destas empresas. O papel das pessoas e suas motivações não são um tema novo para as organizações, mas frente à questão ecológica vêm revelando uma conjunção de fatores os quais se apresentam, por exemplo, na forma de um ganho de importância para a questão ambiental, sobretudo graças à evolução dos meios de comunicação que possibilitam muitas vezes acesso imediato aos fatos. Sendo assim, as empresas constataram a importância dada pelos seus clientes e consumidores à qualidade ambiental (MOURA, 2002). O comportamento do consumidor e cliente passa a ser um elemento chave neste processo estratégico das empresas, pois são os mesmos que ajudam a sustentar a organização a qual adquiriu o produto. Outra questão que merece ser dada importância para a implantação de um SGA/ ISO 14001 é a necessidade indispensável de integrar ecologia e economia em conjunto no plano estratégico das empresas. Segundo Seiffert (2010), outro elemento que vem à tona devido aos imperativos da questão ambiental que se apresentam às organizações diz respeito aos efeitos que os determinantes externos á organização exercem sobre o seu ambiente interno. Existe uma visão predominante de que há um dilema entre ecologia e economia, ou seja, de um lado os benefícios sociais provocados pelas normas ambientais rigorosas e do outro os custos privados das indústrias, os quais acarretam aumento de preços e redução da competitividade, existindo dessa forma um permanente conflito entre estas duas questões. Deve-se mudar a visão de que as preocupações ambientais podem aumentar e trazer novos custos as organizações, sendo esta uma questão que deve ser analisada particularmente. O que se nota é que na maioria das vezes a melhoria do desempenho ambiental da empresa pode melhorar os resultados financeiros. Portando, deve-se buscar a viabilidade econômica de sua atividade produtiva sem que, entretanto, os desdobramentos ambientais das alternativas tecnológicas e de produção utilizadas apresentem impacto ambiental excessivo. Ou seja, deve assegurar que seu desempenho ambiental, no mínimo, seja compatível com as exigências legais de onde está instalada. LUCENA (2002) acrescenta que administrar uma organização envolve a harmonia do gerenciamento dos seus riscos conscientes ou não, com aspectos legais,

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financeiros e administrativos. Em função dos altos encargos inerentes ao inadequado gerenciamento ambiental, as empresas passaram a repensar suas estratégias voltadas à minimização dos seus impactos. Uma questão que deve ser analisada é o fato que de muitas vezes a administração das empresas não focalizam problemas ambientais dentro do ambiente de negócios como possibilidade objetiva de lucro (Seiffert, 2010). Podemos citar como exemplo o uso de tecnologias mais limpas, que auxiliam na redução de desperdício de materiais no processo produtivo, bem como os gastos com processos de remediações ambientais e ações corretivas dentro da organização, dentre outros. Coral (2002) destaca que em um ambiente altamente competitivo, é necessário planejar o desenvolvimento futuro das organizações, de forma que elas possam se desenvolver em um ambiente competitivo, enfrentar novos desafios, procurando inserir no planejamento estratégico da organização as questões ecológicas e sociais, normalmente relegadas para um segundo plano em função do privilégio das questões econômicas. A mudança de atitude vem ocorrendo, com base em experiências do passado, com registros de perdas financeiras em função de acidentes ambientais que acarretaram multas emitidas por órgãos ambientais, além de expressivos gastos com a remediação do meio ambiente (CHIUMMO, 2004). Por fim, é importante ressaltar que na idealização da implantação de um SGA – Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa deve obrigatoriamente considerar todos os setores envolvidos com a questão ambiental. Ao contrário do que se pensa o setor ambiental não é algo único ou separado do restante da organização e um trabalho que envolva as questões ambientais empresariais, envolvem desde aquisição de matéria-prima para a produção até o setor de vendas de uma organização. É de grande importância a interação que deve ter o setor responsável pelas ações de meio ambiente com os demais setores da empresa. O objetivo desta relação é buscar uma integração profissional responsável e com harmonia de interesses e foco nos resultados. È claro que os setores envolvidos com a questão ambiental variam conforme tamanho e estrutura da empresa. Geralmente, hoje a responsabilidade da implantação pelo SGA e a certificação da ISO 14001 em uma empresa é centralizada no setor de qualidade e ou saúde e segurança. Todavia, pode-se dizer que uma grande parte das empresas estão criando setores específicos da área ambiental que possam tratar especialmente destas questões na empresa, interagindo como os outros setores e realizando grande parte dos projetos com mais agilidade e eficácia. Todavia, é errado também afirmarmos que a questão ambiental na empresa deve ser de única responsabilidade do setor ambiental. Considerando toda a trajetória do produto, desde a aquisição de matéria-prima até o descarte do produto final, várias são as áreas envolvidas em uma organização em que devemos considerar como eixo de ligação, seja direta ou indiretamente, com as questões ambientais da empresa (FIGURA 01).

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FIGURA 01 – Áreas da organização e sua ligação com o meio ambiente empresarial. Fonte: Moura, 2002; Moraes, 2011a. Podemos citar alguns pontos que cada uma dessas áreas poderá contribuir para a questão ambiental em uma empresa (MOURA, 2002): Compras: especificações e aquisições de matérias-primas que produzam menor quantidade de resíduos e poluentes, qualificação de fornecedores que possuam bom desempenho ambiental, armazenamento e manuseio de matéria-prima. Planejamento: programação de atividades e investimentos decididos pela direção da empresa. Engenharia: incorporação da variável ambiental no projeto dos produtos e serviços. Pesquisa e Desenvolvimento: estudar tendências do mercado quanto às exigências ambientais de novos produtos a serem lançados pela empresa. Conceber lançamento de produtos com bom desempenho ambiental – “marketing ecológico”. Produção: melhoria dos processos produtivos, melhoria da confiabilidade de processos com vistas a reduzir acidentes, caracterização de resíduos, atividades de reaproveitamento, reciclagem e recuperação de materiais, transportes, etc. Qualidade: aprovação de documentos, verificação de processos, controle de qualidade, metrologia, elaboração de estatísticas de emissões, etc. Segurança do Trabalho: preparação de procedimentos, documentos necessários que possam auxiliar nas emergências ambientais, dentre outros.

MEIO AMBIENTE PLANEJAMENTO

ENGENHARIA

COMPRAS

QUALIDADE

PRODUÇÃO

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

SEGURANÇA DO TRABALHO

OUTRAS ÁREAS

ORGANIZAÇÃO

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Cabe lembrar que o próprio sentido de organização já supõe a interligação das áreas umas com as outras. Uso da Metodologia PDCA Para implantação de sistemas de gestão, como a ISO 14001 é comum o uso da metodologia PDCA.

Uso da Metodologia PDCA

FIGURA 02 – Método PDCA aplicado na implantação do SGA/ ISO 14001. Fonte: Baseado em ABNT ISO 14001: 2004.

Planejar Estabelecer objetivos e processos

necessários para atingir os resultados em concordância com a política ambiental da organização.

Desenvolver/ Fazer Implementar os processos.

Checar/ Verificar Monitorar / Medir os

processos e relatar os resultados.

Agir / Analisar Agir para melhorar continuamente o

desempenho do sistema de gestão

ambiental

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1.6. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental/ ISO 14001: 2004.3 Baseado na metodologia PDCA é apresentado nesta apostila um check list inicial para a verificação da situação da organização fundamentado nos requisitos da norma ISO 14001, os quais são citados a seguir, conforme o número dos requisitos da própria norma (Anexo 02 ). 4.1 Requisitos gerais A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com os requisitos da norma NBR ISO 14001 e determinar como ela irá atender a esses requisitos. A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema da gestão ambiental. O escopo de um sistema de gestão ambiental deve indicar a localidade da instalação e todos os processos realizados naquela localidade. 4.2 Política ambiental A alta administração deve definir a política ambiental da organização e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema da gestão ambiental, a política: a) Seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, b) Inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição, c) Inclua um comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que se relacione a seus aspectos ambientais, d) Forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas ambientais, e) Seja documentada, implementada e mantida, f) Seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu nome, e g) Esteja disponível para o público. 4.3 Planejamento 4.3.1 Aspectos ambientais A organização deve estabelecer e manter procedimento (s) para: a) identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, dentro do escopo definido de seu sistema de gestão ambiental, que a organização possa controlar e aqueles que ela possa influenciar, levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados, as atividades e serviços novos ou modificados, b) determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente, isto é, aspectos ambientais significativos. A organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas. A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do seu sistema da gestão ambiental. 4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: 3 Fonte: Baseado na norma ABNT NBR ISO 14001: 2004.

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a) Identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos pela organização, relacionados a seus aspectos ambientais, e b) Determinar como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais. A organização deve assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema de gestão ambiental. 4.3.3 Objetivos e metas e programa de gestão ambien tal A organização deve estabelecer implementar e manter objetivos, e metas ambientais documentados, nas funções e níveis relevantes na organização. Os objetivos e metas devem ser mensuráveis, quando exequível, e coerentes com a política ambiental, incluindo-se os comprometimentos com a prevenção de poluição, com o atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização e com a melhoria contínua. Ao estabelecer e analisar seus objetivos e metas, uma organização deve considerar os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos, e seus aspectos ambientais significativos. A organização também deve considerar suas opções tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a visão das partes interessadas. A organização deve estabelecer, implementar e manter programa(s) para atingir seus objetivos e metas. O(s) programa(s) deve(m) incluir: a) Atribuição de responsabilidade para atingir os objetivos e metas em cada função e nível pertinente da organização, e b) Os meios e o prazo no qual estes devem ser atingidos. Estes programas equivalem a planos de ação, portanto podemos utilizar o 5W1H - what, why, how, who, when, where (o que, porque, como, quem, quando e onde). Os objetivos devem ser específicos - Pode haver múltiplas metas para cada objetivo - Objetivos e metas devem considerar medidas preventivas 4.4 Implementação e operação 4.4.1 Estrutura e responsabilidade A administração deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão ambiental. Esses recursos incluem recursos humanos e habilidades especializadas, infra-estrutura organizacional, tecnologia e recursos financeiros. Funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e comunicadas visando facilitar uma gestão ambiental eficaz. A alta administração da organização deve indicar representante(s) específico(s) da administração, o(s) qual(is), independentemente de outras responsabilidades, deve(m) ter função, responsabilidade e autoridade definidas para: a) Assegurar que um sistema da gestão ambiental seja estabelecido, implementado e mantido em conformidade com os requisitos da norma NBR ISO 14001, b) Relatar à alta direção sobre o desempenho do sistema da gestão ambiental para análise, incluindo recomendações para melhoria.

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Conforme a estrutura da organização podemos ter vários profissionais cumprindo este papel, por exemplo o gerente da qualidade ou de meio ambiente ou de saúde e segurança do trabalho, porém para meio ambiente é necessário que este gerente tenha o conhecimento técnico e da legislação ou ele deve ter um profissional que seja ao menos um técnico em meio ambiente como suporte para efetivamente conseguir cumprir esta função. 4.4.2 Treinamento, conscientização e competência A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para fazer com que as pessoas que trabalhem para ela ou em seu nome estejam conscientes a) da importância de estar em conformidade com a política ambiental e com os requisitos do sistema da gestão ambiental, b) dos aspectos ambientais significativos e respectivos impactos reais ou potenciais associados com seu trabalho e dos benefícios ambientais proveniente da melhoria do desempenho pessoal, c) de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com os requisitos do sistema da gestão ambiental, e d) das potenciais conseqüências da inobservância de procedimento(s). 4.4.3 Comunicação Com relação aos seus aspectos ambientais e ao sistema da gestão ambiental, a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: a) Comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização, b) Recebimento, documentação e resposta à comunicação pertinentes oriundas de partes interessadas externas. A organização deve decidir se realizará comunicação externa sobre seus aspectos ambientais significativos, devendo documentar sua decisão. Se a decisão for comunicar, a organização deve estabelecer e implementar método(s) para esta comunicação externa. 4.4.4 Documentação A documentação do sistema de gestão ambiental deve incluir: a) Política, objetivos e metas ambientais, b) Descrição do escopo do sistema de gestão ambiental, O escopo de um sistema de gestão ambiental é diferente do escopo de um sistema da gestão da qualidade, para qualidade podemos implantar a norma em parte dos processos de uma determinada localidade, já na gestão ambiental todo endereço deve ser incluído. c) Descrição dos principais elementos do sistema da gestão ambiental e sua interação e referência aos documentos associados, d) Documentos, incluindo registros, requeridos pela ISO 14001, e e) Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como sendo necessários para assegurar o planejamento, operação e controle eficazes dos processos que estejam associados com seus aspectos ambientais significativos. 4.4.5 Controle de Documentos Os documentos requeridos pelo sistema da gestão ambiental e pela NBR ISO 14001 devem ser controlados . Registros são um tipo especial de documento e devem

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ser controlados de acordo com os requisitos estabelecidos. A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: a) aprovar documentos quanto à sua adequação antes de seu uso, b) analisar e atualizar, conforme necessário, e re-aprovar documentos, c) assegurar que as alterações e a situação atual da revisão de documentos sejam identificadas, d) assegurar que as versões relevantes de documentos aplicáveis estejam disponíveis em seu ponto de uso, e) assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis f) assegurar que os documentos de origem externa requeridos pela organização como sendo necessários ao planejamento e operação do sistema da gestão ambiental sejam identificados e que sua distribuição seja controlada, e g) prevenir a utilização não intencional de documentos obsoletos e utilizar identificação adequada nestes, se forem retidos para quaisquer fins. 4.4.6 Controle Operacional A organização deve identificar e planejar aquelas operações que estejam associadas aos aspectos ambientais significativos identificados de acordo com sua política, objetivos e metas ambientais para assegurar que elas sejam realizadas sob condições especificadas por meio de: a) Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimento(s) documentado(s) para controlar situações onde sua ausência possa acarretar desvios em relação à sua política e aos objetivos e metas ambientais, b) Determinação de critérios operacionais no(s) procedimento(s), e c) Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimento(s) associado(s) aos aspectos ambientais significativos identificados de produtos e serviços utilizados pela organização e a comunicação de procedimentos e requisitos pertinentes a fornecedores, incluindo-se prestadores de serviço. 4.4.7 Preparação e respostas à emergências A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para identificar potenciais situações de emergência e potenciais acidentes que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente, e como a organização responderá a estes. A organização deve responder às situações reais de emergência e aos acidentes, e prevenir ou mitigar os impactos ambientais adversos associados. A organização deve periodicamente analisar e, quando necessário, revisar seus procedimentos de preparação e resposta à emergência, em particular, após a ocorrência de acidentes ou situações emergenciais. A organização deve também periodicamente testar tais procedimentos, quando exeqüível.

4.5. Verificação 4.5.1 Monitoramento e medição A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para monitorar e medir regularmente as características principais de suas operações que possam ter um impacto ambiental significativo. O(s) procedimento(s) deve(m) incluir a documentação de informações para monitorar o desempenho, os controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas ambientais da organização.

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A organização deve assegurar que equipamentos de monitoramentos e medição calibrados ou verificados sejam utilizados e mantidos, devendo-se reter os registros associados. 4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros De maneira coerente com seu comprometimento de atendimento a requisitos, a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos legais aplicáveis. A organização deve manter registros dos resultados das avaliações periódicas. A organização deve avaliar o atendimento a outros requisitos por ela subscritos. A organização pode combinar esta avaliação com a avaliação referida acima ou estabelecer procedimento em separado. 4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preve ntiva A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para tratar as nãoconformidades reais e potenciais, e para executar ações corretivas e preventivas. O(s) procedimento(s) deve(m) definir requisitos para a) identificar e corrigir não-conformidade(s), e executar ações para mitigar seus impactos ambientais, b) investigar não-conformidade(s), determinar sua(s) e executar ações para evitar sua repetição, c) avaliar a necessidade de ação(ões) para prevenir não-conformidades e implementar ações apropriadas para evitar sua ocorrência, d) registrar os resultados da(s) ação(ões) corretiva(s) e preventiva(s) executada(s), e) analisar a eficácia da(s) acão(ões) corretiva(s) e preventiva(s) executada(s). As ações executadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e ao(s) impacto(s) encontrado(s). A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças necessárias na documentação do sistema da gestão ambiental. 4.5.4 Controle de registros A organização deve estabelecer e manter registros, conforme necessário, para demonstrar conformidade com os requisitos de seu sistema da gestão ambiental e da norma NBR ISO 14001, bem como os resultados obtidos. A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para a identificação, armazenamento, proteção, recuperação, retenção e descarte de registros. Os registros devem ser e permanecer legíveis, identificados e rastreáveis. 4.5.5 Auditoria interna A organização deve assegurar que as auditorias do sistema da gestão ambiental sejam conduzidas em intervalos planejados para determinar se o sistema da gestão ambiental: - está em conformidade com os arranjos planejados para a gestão ambiental, incluindo-se os requisitos da norma NBR ISO 14001, e - foi adequadamente implementado e é mantido, e - fornecer informações à administração sobre os resultados das auditorias. Programa(s) de auditoria deve(m) ser planejado(s), estabelecido(s), implementado(s) e mantido(s) pela organização, levando-se em consideração a importância ambiental da(s) operação(ões) pertinente(s) e os resultados das auditorias anteriores.

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Procedimento(s) de auditoria deve(m) ser estabelecido(s), implementado(s) e mantido(s) para tratar: - das responsabilidades e requisitos para se planejar e conduzir as auditorias, para relatar os resultados e manter registros associados, - da determinação dos critérios de auditoria, escopo, freqüência e métodos. - a seleção de auditores e a condução das auditorias devem assegurar objetividade e imparcialidade do processo de auditoria.

4.6 Análise crítica pela administração As entradas para análise pela administração devem incluir: a) Resultados das auditorias internas e das avaliações do atendimento aos requisitos legais e outros subscritos pela organização, b) Comunicação(ões) proveniente(s) de partes interessadas externas, incluindo reclamações, c) O desempenho ambiental da organização, d) Extensão na qual foram atendidos os objetivos e metas, e) Situação das ações corretivas e preventivas f) Ações de acompanhamento das analises anteriores, g) Mudança de circunstâncias, incluindo desenvolvimento em requisitos legais e outros relacionados aos aspectos ambientais, e h) Recomendações para melhoria. As saídas da análise pela administração devem incluir quaisquer decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças na política ambiental, nos objetivos, metas e em outros elementos do sistema da gestão ambiental, consistentes com o comprometimento com a melhoria contínua. A seguir é descrito os processos de certificação relacionando cada requisito da norma ISO 14001 com o método PDCA. É importante ressaltar que o método é flexível e variável e será aplicado dependendo de cada caso, ou seja, aspecto ambiental e seu problema. A etapa de certificação deverá ser proposto somente após a implantação do Sistema de Gestão Ambiental, a qual geralmente é composta por uma pré-auditoria (que antecede a auditoria final) e a auditoria de certificação, que é o processo final, mas também inicial do ciclo. Chama-se de processo inicial, porque o ciclo deve continuar, o SGA deve ser gerenciado/ monitorado e no período estipulado pelo órgão certificador buscar a re-certificação e assim, a manutenção do sistema (Figura 03).

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1.7. Etapas da Implantação da ISO 14001 FIGURA 03 – Principais etapas de implantação da ISO 14001 segundo PDCA. Fonte: Baseado em Seifert, 2008. Elaborado por Moraes, C. S. B, 2011.

A P C D

PLANEJAR 4. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental 4.1 Requisitos gerais 4.2 Política ambiental 4.3 Planejamento 4.3.1 Aspectos ambientais 4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos 4.3.3 Objetivos e metas e programa de gestão ambiental

DESENVOLVER/ FAZER 4.4 Implementação e operação 4.4.1 Estrutura e responsabilidade 4.4.2 Treinamento, conscientização e competência 4.4.3 Comunicação 4.4.4 Documentação 4.4.5 Controle de Documentos 4.4.6 Controle Operacional 4.4.7 Preparação e respostas à emergências

AGIR/ ANALISAR 4.6 Análise crítica pela administração

CHECAR/ VERIFICAR 4.5 Verificação 4.5.1 Monitoramento e medição 4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros 4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva 4.5.4 Controle de registros 4.5.5 Auditoria interna

Certificação ISO 14001

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2. PRINCIPAIS NORMAS DA SÉRIE ISO 14000. Até recentemente, as questões relacionadas com o meio ambiente vinham sendo atendidas, no campo da regulamentação técnica, pela definição de padrões e limites de emissões que deviam ser respeitados pelos geradores de impactos ambientais e os esforços de normalização realizados pelos diversos países se restringiam, quase sempre, a métodos de ensaio e de amostragem que permitissem avaliar o atendimento aos padrões e limites legalmente estabelecidos (VALLE, 2000). Segundo Valle (2000), para evitar problemas que poderiam ser ocasionados ao comércio internacional pela proliferação de diversas normas sobre sistemas de gestão ambiental, a Organização Internacional de Normatização (ISO) criou, em 1993, o comitê técnico TC 207, incumbido de elaborar normas internacionais que assegurem essa abordagem sistêmica à gestão ambiental e possibilitem a certificação das organizações e dos produtos que as cumpram. O comitê técnico TC 207 foi dividido em seis subcomitês (SC) técnicos e um grupo de trabalho (comitê coordenador), sendo os subcomitês: SC 1 – Sistemas de Gestão Ambiental; SC 2 – Auditoria Ambiental; SC 3 – Rotulagem Ambiental; SC 4 – Avaliação de Desempenho Ambiental; SC 5 – Análise de Ciclo de Vida; SC 6 – Termos e Definições. Em 1996, a ISO oficializou, com base na BS 7750, as primeiras normas da série ISO 14000, estabelecendo as diretrizes para a implementação do sistema de gestão ambiental e para avaliação e certificação destes sistemas, com metodologias uniformes e aceitas internacionalmente, podendo ser aplicada a todos os tipos e partes de organizações, independentemente de suas condições geográficas, culturas e sociais (MORILHAS, 2007). As normas ISO 14000 são voluntárias e não prevêem a imposição de limites próprios para medida da poluição, padronização de produtos, níveis de desempenho, etc,. São concebidas como um sistema orientado para melhorar o desempenho ambiental da organização através da melhoria contínua de seu sistema de gestão (VALLE, 2000). Conforme cita MORAES (2011a) na implantação da série das normas ISO 14000, encontramos enfoques de aplicação na gestão ambiental nas organizações, ou seja, podemos encontrar dois grupos: 1) Organização. 2) Produto/ processo.

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FIGURA 04 – Grupos da série ISO 14000 de gestão ambiental nas organizações. Fonte: Moraes, 2011a. Estes dois grupos contém os itens que são trabalhados nas organizações no que se refere a gestão ambiental. A seguir são descritos brevemente o enfoque na gestão ambiental e as respectivas normas, de acordo com os itens abaixo (MORAES, 2012; SEIFFERT, 2010; ABNT, 2012; BARBIERI, 2007), ressaltando que serão apresentadas somente as normas brasileiras da série 14000, ou seja, da ABNT as quais serão utilizadas no contexto deste trabalho. a) Organização - Sistema de Gestão Ambiental: NBR ISO 14001, NBR ISO 14004, NBR ISO 14063, NBR ISO 14064, NBR ISO 14050. A NBR ISO 14001 é a única que permite certificações por terceiros de um SGA, sendo também a única cujo conteúdo é auditado nas formas de requisitos obrigatórios do SGA. A NBR ISO 14004 é uma norma que visa orientação, fornecendo informações para a implantação da ISO 14001. A NBR ISO 14063 é uma norma que fornece a uma organização as diretrizes sobre princípios gerais, política, estratégia e atividades relacionadas com a comunicação ambiental, tanto interna quanto externa. Esta Norma usa abordagens

GESTÃO AMBIENTAL

ORGANIZAÇÃO

PRODUTO E PROCESSO

• Rotulagem Ambiental • Avaliação do Ciclo de

Vida • Aspectos Ambientais

em Normas e Produtos.

ORGANIZAÇÃO

• Sistema de Gestão Ambiental

• Avaliação de Desempenho Ambiental

• Auditoria Ambiental

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comprovadas e reconhecidas para a comunicação, adaptadas às condições específicas existentes na comunicação ambiental. Ela se aplica a todas as organizações que, independentemente de seu porte, tipo, localização, estrutura, atividades, produtos e serviços, tenham ou não um sistema de gestão ambiental implementado. A NBR ISO 14064 é referente aos gases do efeito estufa onde contém três partes (ISO 14064-1, ISO 14064-2, ISO 14064-3) as quais fornecem especificações com guias para tratar do assunto. A NBR ISO 14050 é uma norma que contém conceitos e suas definições, tais como são empregados na série de normas ISO 14000 relativas à gestão ambiental. - Avaliação de Desempenho Ambiental: NBR ISO 14031. A NBR ISO 14031 fornece orientação para o projeto e uso da avaliação do desempenho ambiental em uma organização. Ela é aplicável a todas as organizações, independentemente do tipo, tamanho, localização e complexidade. - Auditoria Ambiental: NBR ISO 19011, NBR ISO 14015. A NBR ISO 19011 fornece orientação sobre os princípios de auditoria, gestão de programas de auditoria, realização de auditorias de sistema de gestão da qualidade e auditorias de sistema de gestão ambiental, como também orientação sobre a competência de auditores de sistemas de gestão da qualidade e ambiental. A NBR ISO 14015 fornece orientação de como conduzir uma avaliação ambiental de locais e organizações (AALO) por meio de um processo sistemático de identificação de aspectos e questões ambientais, e como determinar se apropriado, suas conseqüências nos negócios. b) Produto e processo - Rotulagem ambiental: NBR ISO 14020, ISO 14021, ISO 14024. A NBR ISO 14020 estabelece princípios orientadores para o desenvolvimento e uso de rótulos e declarações ambientais. A NBR ISO 14021 especifica os requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Ela descreve, ainda, termos selecionados usados comumente em declarações ambientais e fornece qualificações para seu uso. Esta Norma também descreve uma metodologia de avaliação e verificação geral para autodeclarações ambientais e métodos específicos de avaliação e verificação para as declarações selecionadas nesta Norma. A NBR ISO 14024 estabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental do tipo l, incluindo a seleção de categorias de produtos, critérios ambientais dos produtos e características funcionais dos produtos, e para avaliar e demonstrar sua conformidade. Esta Norma também estabelece os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo. - Avaliação do Ciclo de Vida: NBR ISO 14040, ISO 14044, ISO 14047, ISO 14048, ISO 14049. A NBR ISO 14040 descreve os princípios e a estrutura de uma avaliação de ciclo de vida (ACV). A NBR ISO 14044 especifica os requisitos e provê orientações para a avaliação do ciclo de vida (ACV). - Aspectos Ambientais em Normas e Produtos: ISO/ TR 14062, ISO GUIA 64. A ISO TR 14062 apresente um relatório técnico que descreve conceitos e práticas usuais correntes relativas ao projeto do produto e seu desenvolvimento, onde "produto" é entendido como bens e serviços. A ISO GUIA 64 fornece orientação sobre como considerar questões ambientais em normas de produtos.

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É importante saber a função de cada norma no processo de implantação do SGA – Sistema de Gestão Ambiental e/ ou do gerenciamento ambiental de uma organização. Baseado em Moraes (2011a); Seiffert (2010); Barbieri (2007) e em pesquisas diretas junto a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (2012) pode-se verificar na tabela 1 os grupos de normas da ABNT que pertencem a família da série ISO 14000. TABELA 01 - Alguns grupos e respectivas normas ABNT da série ISO 14000.

GRUPO NORMAS ABNT Série ISO 14000

Sistemas de Gestão Ambiental

NBR ISO 14001: 2004 NBR ISO 14004: 2007 NBR ISO 14063: 2009 NBR ISO 14064: 2007 NBR ISO 14050: 2004

Avaliação de Desempenho Ambiental NBR ISO 14031: 2004

Org

aniz

ação

Auditoria Ambiental NBR ISO 19011: 2002 NBR ISO 14015: 2003

Rotulagem Ambiental NBR ISO 14020: 2002 NBR ISO 14021: 2004 NBR ISO 14024: 2004

Avaliação do Ciclo de Vida NBR ISO 14040: 2009 NBR ISO 14044: 2009

Pro

duto

e

Pro

cess

o

Aspectos ambientais na padronização de produtos

ISO/TR 14062: 2004 ISO GUIA 64: 2010

Fonte: Baseado em Moraes, 2011a; Seiffert, 2010; ABNT, 2012; Barbieri, 2007. Elaborado pelo autor Moraes, C. S. B. Muitas empresas não consideram o potencial existente para a implantação do ISO 14001, dentro dos padrões de desempenho ambiental mais alinhados à perspectiva da produção mais limpa, principalmente no que tange à racionalização e eficácia de seu processo produtivo, que se refletirá positivamente em sua rentabilidade (SEIFFERT, 2011). E conseqüentemente, muitas empresas certificadas ou não ambientalmente deixam de utilizar importantes instrumentos de gestão ambiental, como elementos facilitadores e impulsionantes do seu processo de melhoria contínua tanto na área ambiental, como em demais setores da empresa. Para Dias (2011), para que uma empresa possa desenvolver a responsabilidade com a sustentabilidade, acima de tudo tem que seguir a legislação de todas as formas, pois isto exige que as empresas assumam maior responsabilidade social, econômica e ambiental ao definir seus papéis e ações. Cabe ressaltar que antes de iniciar um processo de implantação do SGA e de outras normas de gestão ambiental, deve ser verificada se a mesma está em vigor junto ao órgão responsável, bem como acompanhar possíveis atualizações durante a implantação, e após no processo de gerenciamento do sistema.

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Parte 02 – Auditoria Ambiental e a ISO 19011 3. AUDITORIA AMBIENTAL 3. 1. Breve Histórico da Auditoria Ambiental. A auditoria ambiental teve sua origem nos Estados Unidos, através da realização de auditorias voluntárias na década de 1970. As auditorias consistiam em análises críticas do desempenho ambiental ou auditorias para verificação de conformidade, uma vez que se destinavam a reduzir os riscos dos investidores às ações legais que pudessem resultar das ações da empresa. O órgão americano de proteção ao meio ambiente (EPA – Environmental Protection Agency) serviu de instrumento para tornar as auditorias ambientais compulsórias em alguns setores industriais.4 Com o aumento da intensidade e das conseqüências dos acidentes ambientais, as empresas iniciam os processos de verificação, ou seja, de auditorias ambientais com mais freqüência. Desde o final dos anos de 1980, as auditorias ambientais se tornaram uma ferramenta gerencial muito comum nos países desenvolvidos e vem sendo cada vez mais aplicada nos países em desenvolvimento, tanto pelas empresas estrangeiras que neles operam como pelas empresas locais. Becke (2003) afirma que a auditoria ambiental sobre base normatizada começou a ser discutida internacionalmente em 1991, com a criação do Strategic Advisory Group on Environment (Sage), no âmbito da ISO. A discussão amplia-se mundialmente em 1994 com a divulgação dos projetos de norma dentro da série ISO 14000. Em 1996, tais projetos são alçados à categoria de normas internacionais, sendo adotadas pelos países participantes da ISO. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentou, em dezembro de 1996, as normas NBR ISO 14010, 14011 e 14012, relacionadas a auditoria ambiental, as quais em 2002, foram substituídas pela norma ABNT NBR ISO 19011: 2002. Segundo La Rovere (2001), as novas concepções de gestão empresarial têm como princípio estabelecer uma política da qualidade, inclusive ambiental, colocando a atividade industrial em foco para a promoção de um real desenvolvimento sustentável. A integração com o ecossistema e os meios político, econômico e social, o uso racional dos recursos naturais e a conservação de energia encontram em organizações industriais ampla margem de aplicação. O setor produtivo passa a ser não só como uma alavanca para o crescimento dos países, mas também como um propiciador de condições e recursos para solucionar os problemas ambientais existentes. Essa nova proposta é resultado de um longo percurso, que passa desde a maior conscientização dos consumidores em relação à manutenção de um meio ambiente saudável até a maior rigidez da legislação e da atuação dos órgãos reguladores ambientais.

4 Campos, 2009.

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3.2. Conceitos

Auditoria: Processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar de forma objetiva, evidências que determinem se o SGA de uma organização está em conformidade com os critérios de auditoria do SGA estabelecido pela organização, e para comunicar o resultado deste processo à administração. Segundo Donaire (2007) a auditoria ambiental e uma atividade administrativa que compreende uma sistemática e documentada avaliação de como a organização se encontra em relação à questão ambiental, e visa facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental da empresa. Constatações de auditoria: resultados da avaliação de evidência de auditoria coletada, comparada com os critérios de auditoria. Conclusão de auditoria: resultado de uma auditoria, apresentado pela equipe de auditoria após levar em consideração os objetivos da auditoria e todas as constatações de auditoria. Cliente de auditoria: organização ou pessoa que solicitou uma auditoria. Plano de auditoria: descrição das atividades e arranjos para uma auditoria. Escopo da auditoria: abrangência e limites de uma auditoria. Objetivos da auditoria: o que queremos atingir, pode ser uma auditoria interna para avaliação da conformidade da empresa com uma norma ou com procedimentos internos, ou pode ser uma auditoria de certificação ou de manutenção da certificação etc. Critérios de auditoria: a auditoria deverá ser realizada com base na norma ISO 9001 ou 14001, etc. Competência: atributos pessoais demonstrados e capacidade demonstrada para aplicar conhecimento e habilidades.

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4. TIPOS DE AUDITORIA. 5 As auditorias ambientais podem ser classificadas: - Quanto à aplicabilidade; - Quanto ao tipo; - Quanto à execução. 4.1. Quanto à aplicabilidade. Quanto à aplicabilidade as auditorias são classificadas em três categorias: primeira, segunda e terceira partes. Auditoria de primeira parte São realizadas pela própria organização para determinar se o sistema e os procedimentos estão possibilitando, e melhorando progressivamente, o desempenho ambiental da organização de acordo com seus objetivos. Esta auditoria é iniciativa da própria organização para melhorar sua eficiência. Auditoria de segunda parte São realizadas nos fornecedores potenciais ou atuais, ou mesmo nos prestadores de serviços. A finalidade dessas auditorias pode ser exercer pressão para melhorar o desempenho ambiental da cadeia produtiva como um todo além de proporcionar a identificação e estimativa dos efeitos de uma organização no ciclo de vida do produto. Auditoria de terceira parte São consideradas como serviços, pois são realizadas por organizações independentes da auditada, como uma empresa de auditoria ou um auditor especialista. No que se refere a auditoria da norma ISO 14001: 2004 trata-se da avaliação de uma organização certificadora. 4.2. Quanto ao tipo. Quanto ao tipo as auditorias podem ser classificadas como: Conformidade ( compliance ) As auditorias de conformidade podem ser realizadas em vários níveis, dependendo do escopo definido entre as partes interessadas. Podem incluir avaliações de diferentes origens, como: - exigências legais atuais ou futuras; - normas e diretrizes do setor industrial; - políticas ambientais e normas internas; - melhores práticas ambientais, entre outras.

5 Campos, 2009.

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Aquisição, fusão e alienação ( due diligence ) Este tipo de auditoria ambiental é normalmente solicitada por um comprador, intermediário ou cessionário em uma transação comercial, tal como fusão, aquisição ou ainda compra de ações. A principal motivação para uma auditoria de due diligence é a de querer evitar que se assuma uma responsabilidade por riscos ambientais em potencial ou algum tipo de passivo ambiental. Normalmente ocorre em três fases: Fase I: uma investigação e avaliação sistemática de todos os problemas ambientais reais e potenciais associados à instalação. Fase II: um estudo intrusivo, utilizando técnicas de amostragem e estimativas científicas, visando confirmar e/ ou descobrir a extensão dos possíveis problemas descobertos na fase I. Fase III: ações corretivas para remover ou reduzir os riscos ambientais identificados. Sistema de Gestão Ambiental São recomendadas para as organizações que possuam ou estejam implementando um Sistema de Gestão Ambiental – SGA, conforme a norma ISO 14001. As auditorias do SGA podem ser; - auditoria de pré-certificação ou auditoria inicial. - auditoria de certificação. - auditoria de manutenção. - auditoria de recertificação. Auditoria de questões isoladas ou de desempenho Constitui-se por análises críticas do desempenho ambiental em uma área particular, e podem ser divididas em: - auditoria de atividade: realiza a análise crítica em uma atividade particular, mesmo que envolva outras instalações. - auditoria de processo: avalia a tecnologia e as técnicas de controle de um processo para verificar se seu desempenho ambiental pode ser melhorado. - auditoria de questões emergentes: antecipação de um cenário futuro com a finalidade de avaliar a extensão da capacidade da organização para responder a novos desafios. Segundo Campos (2009) outros tipos de auditorias quanto ao tipo que podem ser encontradas são: - Auditoria ou análise crítica ambiental. - Fase I e Fase II.

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4.3. Quanto à execução. Quanto à execução, as auditorias são classificadas como: Auditoria interna Busca o aperfeiçoamento e o monitoramento das normas traçadas pela empresa. Pode ser executada por pessoas pertencentes à própria organização auditada ou independentes da unidade auditada e especializadas no objeto de auditagem. É vista como auditoria de primeira parte. Auditoria externa É executada por pessoas independentes da empresa, isto é, sem qualquer subordinação à empresa que está sendo auditada. Seu objetivo principal é apresentar opinião sobre o segmento auditado, apresentando pareceres sobre o escopo e a confiabilidade dos trabalhos dos auditores internos, quando houver, e identificando as possíveis oportunidades de melhorias na empresa auditada, no que concerne ao objeto de auditagem. É vista como auditoria de segunda e terceira parte. Exemplos: auditoria de fornecedor e uma auditoria externa de segunda parte e auditoria de certificação é uma auditoria externa de terceira parte. 5. O PROFISSIONAL – AUDITOR AMBIENTAL. 6 5.1. Atores do processo de auditoria ambiental. Geralmente, são previstos cinco atores diferentes no processo de auditoria ambiental, onde cada um terá suas funções e responsabilidades. São estes: - Auditor líder. - Auditor. - Cliente. - Auditado. - Demais membros da equipe de auditoria. Auditor Líder O auditor líder é a figura principal no processo de condução da auditoria ambiental, e é responsável por assegurar ao cliente a eficiência e eficácia da auditoria. Algumas de suas responsabilidades são: - determinar os critérios e o escopo da auditoria, em conjunto com o cliente, e se for o caso, com o auditado. - obter informações necessárias e suficientes para atingir os objetivos da auditoria, incluindo: detalhes das atividades, produtos e serviços do auditado, localidade, imediações, e detalhes de auditorias anteriores.

6 Campos, 2009 e ABNT NBR ISO 19011: 2002.

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- determinar ser foram atendidos os requisitos para uma auditoria ambiental: foco ambiental, informações suficientes, recursos e cooperação adequados. - formar a equipe de auditoria, evitando conflitos de interesses e submetendo sua composição à concordância do cliente. - etc. Auditor Algumas das responsabilidades do auditor são: - seguir as instruções do auditor líder, dando-lhe apoio. - planejar e executar a tarefa que lhe for incumbida com objetividade, eficácia e eficiência, dentro do escopo da auditoria. - coletar a analisar evidências de auditoria, relevantes e suficientes, para definir as constatações de auditoria. - preparar documentos de trabalho sob a orientação do auditor líder. - documentar cada constatação de auditoria. - etc. Cliente São responsabilidades do cliente: - determinar a necessidade da auditoria. - contatar o auditado para obter sua total cooperação e iniciar o processo, quando o auditado e o cliente não forem a mesma organização. - definir os objetivos da auditoria. - selecionar o auditor líder ou a organização auditora e, se apropriado, aprovar a composição da equipe de auditoria. - etc. Auditado Entre as atribuições e responsabilidades do auditado, citam-se: - informar aos funcionários os objetivos e o escopo da auditoria, conforme necessário. - prover à equipe de auditoria recursos necessários para assegurar um processo de auditoria eficaz e eficiente. - designar pessoal responsável e competente para acompanhar os membros da equipe de auditoria, atuando como guias e assegurando que os auditores estejam atentos aos aspectos de saúde, segurança e outros requisitos apropriados. - prover acesso às instalações, ao pessoal e às informações e registros pertinentes, conforme solicitado pelos auditores, - etc. Demais Membros da Equipe de Auditoria Podem ser necessárias algumas outras funções dentre de um processo de auditoria ambiental, como: - secretário: responsável pelos registros. - cronometrista: responsável direto pelo zelo com o tempo. - observador de externalidades: responsável por desvendar o óbvio, notando fatos e informações que ajudem a equipe de auditoria.

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5.2. Qualificação de auditores ambientais. No requisito 7 da norma ISO 19011: 2002 cita-se sobre a competência e avaliação dos auditores, especificando em seus subitens os requisitos necessários para um auditor do sistema de gestão da qualidade e/ ou ambiental.

Segundo estes itens da norma contidos no item 7, podem-se descrever de uma forma geral como é feita a avaliação e escolha do auditor ambiental, bem como as competências que cabem a este profissional (Figura 05).

Convém que um auditor seja (requisito 7.2) Ético , isto é, justo, verdadeiro, sincero, honesto e discreto; Mente aberta , isto é, disposto a considerar idéias ou pontos de vista alternativos; Diplomático , isto é, com tato para lidar com pessoas; Observador , isto é, ativamente atento à circunvizinhança e as atividades físicas; Perceptivo , isto é, instintivamente atento e capaz de entender situações; Versátil , isto é, se ajuste prontamente a diferentes situações; Tenaz, isto é, persistente, focado em alcançar objetivos; Decisivo , isto é, chegue a conclusões oportunas baseado em razões lógicas e análise; Autoconfiante , isto é, atue e funcione independentemente enquanto interage de forma eficaz com outros.

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Competência

Educação Experiência Profissional

Treinamento em auditoria

Experiência em auditoria

(7.4) Atributos Pessoais

(7.2) FIGURA 05 – Competências do auditor. Fonte: Baseado em ABNT ISO 19011: 2002.

Mas, adiante no item que cita sobre as normas de auditoria ambiental, em específico nos requisitos da norma ISO 19011: 2002 pode-se ter acesso aos detalhes de cada um dos itens contidos na figura 5.

Qualidade

Conhecimento e habilidades

específicas em qualidade ( 7.3.3 )

Ambiental

Conhecimento e habilidades ambientais específicas

( 7.3.4 )

Conhecimento e

habilidades genéricas (7.3.1 e 7.3.2)

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6. ETAPAS DA AUDITORIA AMBIENTAL. Neste item discutiremos as etapas do processo de auditoria ambiental , as quais basicamente se dividem em: - Planejamento. - Preparação. - Execução. - Elaboração do Relatório Final. O planejamento e a preparação da auditoria ambiental são etapas prévias, pois são geralmente realizadas fora do local a ser auditado. Verifiquemos a seguir na Tabela 02 e Figura 06 cada uma dessas etapas, os possíveis locais a serem realizados e atividades. Tabela 02 – Etapas da auditoria ambiental.

ETAPA

LOCAL

ATIVIDADES

Planejamento da

auditoria

Atividades prévias

(fora das instalações)

Definição dos objetivos e escopo. Definição dos critérios. Definição dos recursos necessários.

Preparação da auditoria

Atividades prévias

(fora das instalações)

Definição da equipe auditora. Análise preliminar de documentos. Plano de auditoria. Elaboração/ adaptação dos instrumentos de trabalho. Estudo da legislação/ normas.

Execução da Auditoria

Atividades nas instalações

Reunião de abertura. Coleta e avaliação das evidências. Constatações. Reunião de encerramento e apresentação dos resultados.

Elaboração do Relatório

Final

Atividades pós-auditoria (dentro e/ ou fora das

instalações)

Conteúdo, formato e distribuição do relatório. Plano de ação (quando acordado no escopo).

Fonte: Baseado em Campos, 2009. Com relação ao processo de auditoria ambiental de certificação , podemos citar as seguintes etapas: a) pré-auditoria ou auditoria inicial. b) auditoria de certificação. c) auditorias de acompanhamento. d) auditorias de recertificação.

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a) pré-auditoria ou auditoria inicial. Nesta etapa o auditor líder realizará uma análise preliminar do sistema de gestão nas instalações do cliente. Nesta visita ocorre a verificação formal da documentação e uma avaliação do grau de implementação do sistema. O auditor líder elabora um relatório dos resultados com uma avaliação final que indica a necessidade de providências e potencial de melhoria visando a certificação. b) auditoria de certificação. Esta etapa determina o nível e a eficácia da implementação do sistema de gestão. A auditoria é realizada na empresa auditada com base em uma lista de verificação desenvolvida a partir dos requisitos da norma certificável. A equipe de auditoria deve discutir com o auditado eventuais pontos fracos constatados, que devem ser relacionados em relatórios de não-conformidades e serem entregues ao final da auditoria pelo cliente, que deve definir ações corretivas adequadas e os prazos para implementação. Caso não existam não-conformidades que possam comprometer o efetivo funcionamento do sistema de gestão, os auditores recomendam a certificação da organização. c) auditorias de acompanhamento. Estas também são denominadas auditorias de manutenção, e são realizadas com freqüência semestral ou anual. Cada auditoria em geral reexamina parte do sistema de gestão, dentro do ciclo de três anos, que é o prazo de duração da certificação. d) auditorias de recertificação. Após o prazo de três anos, deve ser realizada uma auditoria de recertificação que consiste no recomeço do ciclo de auditoria de certificação.

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ROTEIRO PARA EXECUÇÃO DE AUDITORIA AMBIENTAL

FASE 1FASE 1FASE 1FASE 1

FASE 2FASE 2FASE 2FASE 2

FASE 3FASE 3FASE 3FASE 3

FASE 4FASE 4FASE 4FASE 4

FASE 5FASE 5FASE 5FASE 5

FASE 6FASE 6FASE 6FASE 6

FASE FASE FASE FASE 7777

FASE 8FASE 8FASE 8FASE 8 FASE 9FASE 9FASE 9FASE 9

FASE 10FASE 10FASE 10FASE 10 FASE 11FASE 11FASE 11FASE 11

FIGURA 06 – Roteiro para Execução da Auditoria Ambiental. Fonte: ABNT, 2002; MORAES, 2011a.

ÍNICIO

Definição do Escopo

Planejamento e Programação das Auditorias da qualidade

Preparação da Lista de Verificação baseada na documentação do SGQ

Notificação ao Auditado

Reunião Inicial entre Auditores e Auditados

Realização da Auditoria

Evidências Objetivas

N

Análise Prévia da Documentação

Houve NC

S

Registrar NC individualmente

Reunião Final

Prazo para Implementação Ações

Relatório de Auditoria

Reunião Final

Relatório de Auditoria

Acompanhamento das Açõe s Corretivas e Verificação de Eficácia

FIM

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7. APLICAÇÕES E VANTAGENS DA AUDITORIA AMBIENTAL. 7 7.1. Benefícios Os principais benefícios da auditoria são:

• Identificação dos passivos ambientais, existentes ou potenciais, em relação às leis aplicáveis;

• Redução de conflitos com os órgãos públicos responsáveis pelo controle ambiental;

• Redução de conflitos e harmonização de relações com a comunidade e partes interessadas;

• Harmonização de práticas e procedimentos nas diversas unidades operacionais de uma organização;

• Priorização de investimentos, avaliando-se as inadimplências mais graves; • Avaliação de passivos ambientais de organizações ou atividades em processos

de vendas ou fusão, evitando-se surpresas em virtude de esses passivos não serem considerados em escrituração contábil;

• Geração de oportunidades de redução de custos, através do controle de perdas de matéria e energia;

• Melhoria de posicionamento e mercados com requerimentos ambientais específicos.

7.2. Motivações Dentre os principais motivos, podemos destacar: - desenvolver uma política ambiental corporativa; - buscar conformidade legal; - analisar as práticas gerenciais e as operações existentes; - estimar os riscos e as responsabilidades; - analisar procedimentos de resposta a emergências; - melhorar a utilização dos recursos; - aumentar a competividade; - criar vantagens competividades estratégicas. 7.3. Desvantagens Podem ocorrer também em contrapartida algumas desvantagens da aplicação da auditoria ambiental, sendo algumas: - necessidade de recursos adicionais para implementar o programa de auditoria ambiental; - possibilidade de incorrer em dispêndio inesperado e expressivo de recursos para atender às não-conformidades detectadas na auditoria ambiental; - indicar falsa sensação de segurança sobre os riscos ambientais, caso a auditoria seja conduzida de forma inexperiente ou incompleta; - possibilidade de que as indústrias sofram pressões de órgãos governamentais e de grupos ambientais para demonstrar os resultados da auditoria ambiental. 7 Campos, 2009 e La Rovere, 2001.

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8. NORMAS DE AUDITORIA AMBIENTAL. 8 Atualmente existem diversas normas de gestão ambiental, tais como a norma britânica BS 7750, o padrão da União Européia (EMAS) e as normas da série ISO 14000. A norma BS 7750, Especificações para Sistemas de Gestão Ambiental, lançada em 1992, é composta de um único documento, numerado de modo a refletir sua associação com a norma BS 5750, referente a Sistemas da Qualidade. Tem a seguinte forma: prefácio, especificação (introdução, escopo, referências informativas, definições e exigências do sistema de gestão ambiental) e anexos. Esta norma não estabelece exigências absolutas para o desempenho ambiental, além do atendimento à legislação e normas aplicáveis e um compromisso para com a melhoria contínua do SGA, mas exige que as organizações formulem políticas e estabeleçam objetivos, levando em consideração a disponibilização das informações sobre efeitos ambientais significativos. O Sistema Europeu de Eco-Gestão e Auditorias (EMAS - Eco-Management and Audit Scheme), que iniciou em 1995, definiu critérios para certificações ambientais de processos industriais. A estes critérios foram adicionados posteriormente: um sistema de gestão e de auditoria, padrões de desempenho, verificações por terceiros, e declarações públicas após uma revisão ambiental inicial e conclusão de cada auditoria. Este sistema tem o objetivo de promover a melhoria contínua do desempenho ambiental de atividades industriais através: do estabelecimento e implementação de políticas ambientais, programas e sistemas de gestão pelas organizações, da avaliação sistemática, objetiva e periódica do desempenho dos elementos contidos na regulamentação, das informações à comunidade sobre o desempenho ambiental da organização. Apóia os princípios do poluidor/ pagador e a disponibilidade pública de informações sobre o meio ambiente, principalmente da indústria. A ISO (International Organization for Standardization), sensibilizada por todas as ações em nível internacional e pelo surgimento das normas de gestão ambiental citadas anteriormente e sentindo a necessidade de avaliar a questão ambiental de forma mais abrangente, iniciou uma investigação para avaliar a necessidade de normas internacionais para gestão ambiental. Em agosto de 1991, criou a Strategic Advisory Group on Environment (SAGE), que tinha por finalidade: - promover uma abordagem comum à gestão ambiental semelhante à gestão da qualidade. - aperfeiçoar a capacidade das organizações para alcançar e medir melhorias no desempenho ambiental. - facilitar o comércio e remover barreiras comerciais. A partir deste grupo foram elaboradas as normas da série ISO 14000, a qual abrange cinco grandes áreas: sistema de gestão ambiental, auditoria ambiental, avaliação de desempenho ambiental, avaliação de ciclo de vida e rotulagem ambiental. Neste ponto do curso (aula) daremos ênfase a norma que envolve a auditoria ambiental, ou seja, a norma ISO 19011: 2002.

8 La Rovere, 200, Campos, 2009, ABNT, EMAS.

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8.1. A Norma NBR ISO 19011:2002. A norma ABNT NBR ISO 19011 – Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ ou ambiental , foi lançada em 2002. A mesma foi lançada com o intuito de integração dos sistemas de gestão da qualidade certificáveis pela norma ISO 9001 e dos sistemas de gestão ambiental certificáveis pela norma ISO 14001, mas sua estrutura é aplicável para auditorias em qualquer norma de sistemas de gestão como: - OSHAS 18001 – Saúde e Segurança do Trabalhador - ISO 22001 – Alimentos - SA 8000 – Responsabilidade Social - TS 16949 – Automotiva - E outras Não importa a norma de sistema de gestão, a base metodológica para realização de auditorias e avaliação de auditores é a mesma, porém o profissional deve conhecer profundamente a norma em questão para conseguir realizar uma auditoria eficaz. A série de normas NBR ISO 9000 e NBR ISO 14000 enfatizam a importância de auditorias como uma ferramenta de gestão para monitorar e verificar a eficácia da implementação da política da qualidade e/ou ambiental de uma organização. Auditorias também são uma parte essencial das atividades de avaliação da conformidade, tais como certificação / registro externo e avaliação e acompanhamento da cadeia de fornecedores. A norma ISO 19011 fornece orientação sobre a gestão de programas de auditorias, sobre a realização de auditorias internas ou externas de SGQ ou SGA, assim como sobre a competência e avaliação de auditores. É intenção da ISO 19011 ser aplicada a um grande número de usuários potenciais, incluindo auditores, organizações que implementam SGQ ou SGA, organizações que precisam realizar auditorias de SGQ ou SGA por razões contratuais e organizações envolvidas em certificação ou treinamento de auditor, em certificação / registro de sistemas de gestão, em credenciamento ou em padronização na área de avaliação da não conformidade. A norma ISO 19011 é flexível, o uso das diretrizes pode diferir de acordo com o tamanho, natureza e complexidade da organização, como também com o objetivo e escopo da auditoria. Onde sistemas de gestão da qualidade e ambiental são implementados conjuntamente, fica a critério do usuário da norma se as auditorias do SGA e do SGQ serão realizadas em conjunto ou separadas. A ISO 19011 fornece apenas orientação, mas as organizações podem aplicá-la no desenvolvimento de seus requisitos relativos a auditorias. A ISO 19011 foi desenvolvida para auditorias de SGA e SGQ mas pode ser aplicada em outros tipos de auditoria incluindo outros sistemas de gestão. Podemos realizar auditorias em: – Sistemas; – Processos; – Produtos.

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8.1.1. Objetivos da Auditoria Interna • Determinar conformidades e não conformidades; • Determinar eficácia do Sistema de Gestão – se este atende as necessidades e expectativas dos clientes; • Indicar oportunidades para melhoria; • Atender requisitos legais; • Viabilizar a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade/ Ambiental; • Base para relação contratual entre organizações e seus fornecedores; • Favorecer melhoria contínua dos processos. Precisa Promover: • Identificação e redução de não conformidades reais; • Prevenção de não conformidades potenciais; • Fonte de dados para análise de desempenho da organização;

8.1.2. Benefícios da ISO 19011. A elaboração da norma ISO 19011, pode trazer benefícios como: - maior aplicabilidade à realização de auditorias internas e também maior utilização pelas empresas de pequeno e médio porte. - abordagem mais flexível das qualificações do auditor e da seleção da equipe de auditoria. - aplicabilidade a auditorias unificadas, encurtando assim a lacuna entre as ferramentas de gestão da qualidade e as ferramentas de gestão ambiental. 8.2. Requisitos da norma NBR ISO 19011: 2002. 9 Neste ponto serão apresentados os requisitos da norma ISSO 19011 – auditoria ambiental/ qualidade. Os números dos requisitos também são apresentados aqui para maior entendimento conforme a norma descrita. 1. Objetivo e campo de aplicação A ISO 19011 fornece orientação sobre princípios de auditoria, gestão de programas de auditoria, realização de auditorias, como também orientação sobre a competência de auditores. É aplicável a todas as organizações que necessitam realizar auditorias internas ou externas de SG ou gerenciar um programa de auditorias. A aplicação da ISO 19011 para outros tipos de auditoria é possível contanto que seja dada consideração especial à identificação da competência necessária aos membros da equipe de auditoria. 2. Referências normativas Os documentos normativos relacionados a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições desta norma. As referências normativas desta norma são: ISO 9001 e ISO 14050. 9 Fonte: Norma ABNT NBR ISO 19011: 2002.

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3. Termos e definições Para os efeitos desta norma aplicam-se os termos das definições das normas ISO 9001 e ISO 14050 e termos do item 3.1 desta norma. 4. Princípios de auditoria A auditoria é caracterizada pela confiança em alguns princípios. A aderência a estes princípios é um pré-requisito para fornecer conclusões de auditoria que são relevantes e suficientes, e para permitir que auditores que trabalhem independentemente entre si cheguem a conclusões semelhantes em circunstâncias semelhantes: - Conduta ética – o fundamento do profissionalismo - Apresentação justa – a obrigação de reportar com veracidade e exatidão - Devido cuidado profissional – aplicação de diligência e julgamento na auditoria. - Independência – a base para a imparcialidade da auditoria e objetividade das conclusões de auditoria - Abordagem baseada em evidência – o método racional para alcançar conclusões de auditoria confiáveis e reproduzíveis em um processo sistemático de auditoria. 5. Gerenciando um programa de auditoria 5.1 Generalidades Um programa de auditoria pode incluir uma ou mais auditorias, dependendo do tamanho, natureza e complexidade da organização a ser auditada. Essas auditorias podem ter uma variedade de objetivos e também podem incluir auditorias combinadas ou em conjunto. Um programa de auditoria também inclui todas as atividades necessárias para planejar e organizar os tipos e números de auditorias e para fornecer os recursos para conduzi-las eficaz e eficientemente dentro do período de tempo especificado. Uma organização pode estabelecer mais de um programa de auditorias. Convém que a alta direção da organização conceda a autoridade para gerenciar o programa de auditoria, e estes responsáveis: - estabeleçam, implementem, monitorem, analisem criticamente e melhorem o programa de auditoria e; - identifiquem os recursos necessários e assegurem que eles sejam providos. Se uma organização a ser auditada opera mais de um sistema de gestão auditorias combinadas podem ser incluídas no programa de auditoria, e neste caso deve-se prestar atenção a qualificação dos auditores. Duas ou mais organizações auditoras também podem cooperar entre si para realizar uma auditoria conjunta, neste caso deve-se prestar atenção a divisão de responsabilidades, provisão de recursos, competência da equipe auditora e procedimentos apropriados. Convém que o entendimento a esses pontos ocorram antes do início da auditoria.

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5.2 Objetivos e abrangência do programa de auditori a 5.2.1 Objetivos de um programa de auditoria Convém que sejam estabelecidos objetivos para um programa de auditoria, de modo a direcionar o planejamento e a realização das auditorias. Estes objetivos podem estar baseados nas seguintes considerações: - prioridades da direção, - intenções comerciais, - requisitos de sistema de gestão, - requisitos estatutários, regulamentares e contratuais, - necessidade de avaliação de fornecedor, - requisitos de clientes, - necessidades de outras partes interessadas, - riscos para a organização. Exemplos: - Atender requisitos para certificação; - Verificar conformidade com requisitos contratuais sejam de clientes ou de fornecedores; 5.2.2 Abrangência de um programa de auditoria A abrangência de um programa de auditoria pode variar e será influenciada pelo tamanho, natureza e complexidade da organização a ser auditada, como também, pelo seguinte: - escopo, objetivo e duração da auditoria; - freqüência; - número, importância, complexidade, semelhança e localizações das atividades; - requisitos normativos, estatuários, regulamentares e contratuais e outros critérios de auditoria; - necessidade para credenciamento, certificação; - conclusões de auditorias anteriores ou resultado de análise crítica de um programa de auditoria anterior; - qualquer questão relativa a idioma, cultura e social; - preocupações das partes interessadas; - mudanças significativas para uma organização ou suas operações. Para as auditorias realizadas pelas certificadoras existem tabelas de número de funcionários versus dias de auditoria e caso a organização seja multi site, além disso, uma amostra dos sites deve ser realizada. 5.3 Responsabilidades, recursos e procedimentos do programa de auditoria 5.3.1 Responsabilidades do programa de auditoria Convém que seja designada a responsabilidade para gerenciar um programa de auditoria a um ou mais indivíduos que tenham um entendimento geral de princípios de auditoria, da competência de auditores e da aplicação de técnicas de auditoria.

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Convém que eles tenham habilidades de gerenciamento bem como compreensão técnica e empresarial pertinentes as atividades a serem auditadas. Convém que aqueles designados com a responsabilidade para gerenciar o programa de auditoria: - estabeleçam os objetivos e abrangência do programa, - estabeleçam as responsabilidades e procedimentos e assegurem que os recursos sejam fornecidos, - assegurem a implementação do programa, - assegurem que registros sejam mantidos, e - monitorem, analisem criticamente e melhorem o programa de auditoria. Praticamente todas as normas de requisitos para sistemas de gestão determinam a elaboração de um procedimento documentado para definição do processo de auditoria devido a importância desta ferramenta para melhoria continua. 5.3.2 Recursos do programa de auditoria Quando da identificação de recursos para o programa de auditoria, convém que seja dada consideração a: - recursos financeiros, - técnicas de auditoria, - processos para alcançar e manter a competência de auditores, - disponibilidade de auditores e especialistas, - abrangência do programa de auditoria, e - tempo de viagem, acomodação e outras necessidades para se auditar. Um programa de auditoria tem muitos custos, quando realizamos auditorias internas temos que retirar os profissionais que atuarão como auditores das suas atividades e parar os auditados de suas tarefas para receberem a auditoria. 5.3.3 Procedimentos do programa de auditoria Convém que os procedimentos contemplem: - planejar e programar auditorias; - assegurar a competência de auditores e auditores líderes; - selecionar equipes de auditoria apropriadas e designar suas funções e responsabilidades; - realizar auditorias; - realizar ações de acompanhamento de auditoria, se aplicável; - manter registro do programa de auditoria; - monitorar o desempenho e eficácia do programa de auditoria; - informar para a Alta Direção as realizações globais do programa de auditoria. Para pequenas organizações as atividades apontadas podem ser contidas em um único procedimento. Normalmente a fragilidade do processo de auditoria interna se deve a competência inadequada dos auditores, por falta de prática na realização de auditorias, porque eles realizam esta atividade apenas de uma a duas vezes ao ano.

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5.4 Implementação do programa de auditoria Convém que a implementação de um programa de auditoria contemple o seguinte: - comunicar o programa as partes pertinentes; - coordenar e programar auditorias e outras atividades pertinentes; - estabelecer e manter um processo para avaliação dos auditores e o seu desenvolvimento profissional; - assegurar a seleção de equipes; - fornecer os recursos necessários para as equipes; - assegurar a realização de auditorias de acordo com o programa; - assegurar o controle de registros; - assegurar a análise crítica e a aprovação de relatórios de auditoria e assegurar sua distribuição ao cliente da auditoria e a outras partes interessadas; - assegurar as ações de acompanhamento de auditoria, se aplicável. A agenda dos profissionais envolvidos no processo da auditoria deve ser conciliada, uma auditoria de sistema de gestão deve ser programada e acordada entre todos os envolvidos. 5.5. Registros do programa de auditoria Convém que sejam mantidos e protegidos registros para demonstrar a implementação do programa de auditoria: a) registros relativos a auditorias individuais, como - planos de auditoria, - relatórios de auditorias, - relatórios de não-conformidades, - relatórios de ação corretiva e preventiva, e - relatórios de ações de acompanhamento de auditorias, se aplicável; b) resultados da análise crítica do programa de auditoria; c) registros relativos a pessoal de auditoria - competência do auditor e avaliação de desempenho, - seleção da equipe de auditoria, e - manutenção e aperfeiçoamento da competência. Convém que registros sejam mantidos e salvaguardados adequadamente. As normas de sistema de gestão normalmente especificam que os registros devem ser legíveis, identificados, protegidos, armazenados e recuperáveis e que tenham o tempo de retenção e a forma de descarte definidos. 5.6. Monitoramento e análise crítica do programa de auditoria Convém que a implementação do programa de auditoria seja monitorada e, a intervalos apropriados, analisado criticamente para avaliar se seus objetivos foram alcançados e identificar oportunidades para melhoria. Convém que os resultados sejam relatados a Alta Direção. Convém que indicadores de desempenho sejam usados para monitorar características, tais como: - a habilidade da equipe de auditoria em implementar o plano de auditoria,

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- a conformidade com o programa de auditoria e as programações, - realimentação dos clientes de auditoria, auditados e auditores. Convém que a análise crítica do programa de auditoria considere, por exemplo: - resultados e tendências do monitoramento, - conformidade com os procedimentos, - evolução de necessidades e expectativas de partes interessadas, - registros do programa de auditoria, - práticas alternativas ou novas de auditar, e - consistência no desempenho entre equipes de auditoria em situações semelhantes. Resultados de análise crítica do programa de auditoria podem conduzir a ações corretivas e preventivas e à melhoria do programa de auditoria. 6. Atividades de auditoria 6.1. Generalidades Este item tem como objetivo demonstrar uma orientação para planejar e gerenciar as atividades de auditoria. A abrangência na qual as providências desta seção são aplicáveis depende do escopo e complexidade da auditoria específica e o uso pretendido para as conclusões da auditoria (Tabela 03).

Tabela 03 – Principais atividades da auditoria.

Iniciando a auditoria (6.2)

Realizando análise crítica de documentos (6.3)

Preparando as atividades da auditoria local (6.4)

Conduzindo atividades da auditoria no local (6.5)

Preparando, aprovando e distribuindo o relatório da auditoria

(6.6) Concluindo a auditoria

(6.7) Conduzindo ações de acompanhamento de

auditoria (6.8)

Fonte: Norma ABNT ISO 19011: 2002.

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6.2 Iniciando a auditoria 6.2.1 Designando o líder da equipe da auditoria Convém que aqueles designados com a responsabilidade para gerenciar o programa de auditoria escolham o líder da equipe de auditoria para uma auditoria específica. Onde uma auditoria conjunta é realiza é importante alcançar um entendimento entre as organizações de auditoria antes do início da auditoria sobre as responsabilidades específicas de cada organização, particularmente com respeito à autoridade do líder da equipe designada para a auditoria. O líder da equipe deve ter a competência necessária, como veremos nos últimos módulos do curso, e isto quer dizer que além de ter realizado treinamento para formação de auditores deve ter experiência na realização de auditorias e condução de equipes de auditoria, além disso deve ter experiência no negócio principal da organização que estará sendo auditado, por exemplo se o escopo é produção de remédios devemos colocar um profissional que tenha familiaridade com este segmento, um profissional que trabalhe com mecânica por exemplo e não conheça a produção de remédios poderá não enxergar com clareza para tomar decisões. 6.2.2 Definindo objetivos, escopo e critérios da auditoria Dentro dos objetivos globais de um programa de auditoria convém que uma auditoria individual seja baseada em objetivos, escopo e critérios documentados. Os objetivos da auditoria definem o que é para ser realizado pela auditoria e podem incluir o seguinte: a) Determinação da extensão da conformidade do sistema de gestão auditado, ou partes dele com o critério de auditoria, b) Avaliação da capacidade do sistema de gestão para assegurar a concordância com requisitos estatutários, regulamentares e contratuais, c) Avaliação da eficácia do sistema de gestão em atingir seus objetivos especificados, d) Identificação de áreas do sistema de gestão com potencial para melhoria. Em uma auditoria identificamos não conformidades e oportunidades de melhoria e em função do impacto que estas constatações provocam no sistema podemos determinar o nível de maturidade do sistema de gestão. 6.2.3 Determinando a viabilidade da auditoria Convém que a viabilidade da auditoria seja determinada levando em conta fatores tais como a disponibilidade de: - Informações suficientes e apropriadas para planejar a auditoria, ex: precisamos conhecer os processos e sua extensão, o tempo é um fator limitante e temos que definir um período que seja suficiente. - Cooperação adequada do auditado ex: se o auditado não tem agenda disponível ou a fábrica / escritório está no meio de uma mudança de localidade não há como realizar a auditoria, - Tempo e recursos adequados ex: quando não há um auditor disponível com a competência necessária. Onde a auditoria não é viável, convém que seja proposta uma alternativa ao cliente da auditoria, em consulta com o auditado.

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6.2.4 Selecionando a equipe da auditoria Quando a auditoria for declarada viável, convém que uma equipe de auditoria seja selecionada levando em conta a competência necessária para alcançar os objetivos de auditoria. Se só há um auditor, convém que ele execute todos os deveres aplicáveis a um líder de equipe de auditoria. Ao se decidir o tamanho e a composição da equipe da auditoria, convém que seja dada consideração ao seguinte: a) objetivos, escopo, critério da auditoria e duração estimada da auditoria, b) se a auditoria é uma auditoria combinada ou em conjunto, c) competência global necessária da equipe da auditoria para alcançar os objetivos da auditoria, d) requisitos estatutários, regulamentares, contratuais e de certificação / registro, se aplicáveis, e) necessidade de se assegurar a independência da equipe da auditoria em relação às atividades a serem auditadas e evitar conflito de interesse, f) habilidade dos membros da equipe da auditoria de interagir eficazmente com o auditado e trabalhar em conjunto, g) idioma da auditoria e entendimento das características sociais e culturais particulares do auditado; estes pontos podem ser atendidos pelas próprias habilidades do auditor ou pelo apoio de um especialista. Convém que o processo para assegurar a competência global da equipe da auditoria inclua os seguintes passos; - Identificação do conhecimento e das habilidades necessárias para alcançar os objetivos da auditoria; - Seleção dos membros da equipe da auditoria de modo que todo o conhecimento e as habilidades necessárias estejam presentes na equipe de auditoria. Se necessário deve ser incluído um especialista e auditores em treinamento podem participar, mas convém que auditem com supervisão e orientação. O cliente e o auditado podem pedir substituição de membros da equipe de auditoria por motivos razoáveis como conflito de interesses e comportamento pouco ético, convém que informem o responsável pelo programa de auditoria para que em conjunto solucionem o assunto. 6.2.5 Estabelecendo contato inicial com o auditado O contato inicial com o auditado para a realização da auditoria pode ser informal ou formal, mas convém que seja estabelecido pelos designatários com a responsabilidade para gerenciar o programa de auditoria ou o líder da equipe da auditoria. O propósito do contato inicial é: a) Estabelecer canais de comunicação com o representante do auditado, b) Confirmar a autoridade para conduzir a auditoria, c) Fornecer informações sobre a duração proposta para a auditoria e a composição da equipe da auditoria, d) Pedir acesso a documentos pertinentes, inclusive registros, e) Definir as regras de segurança aplicáveis ao local, f) Fazer arranjos para a auditoria, e g) Concordar com a participação de observadores e a necessidade de guias para a equipe auditora.

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Sempre devemos conversar com o auditado antes de elaborar um plano de auditoria e quando estabelecemos: data, hora e processo em conjunto com o auditado, solicitamos informação sobre os procedimentos e manuais utilizados, abrimos um canal de comunicação e obteremos conhecimento sobre contexto, estrutura e cultura do departamento ou empresa o que vai facilitar a auditoria. 6.3 Realizando análise crítica de documentos Antes da auditoria a documentação do auditado deve ser analisada criticamente para determinar a conformidade do sistema com o critério de auditoria. A documentação pode incluir documentos e registros pertinentes ao sistema de gestão, e relatórios de auditoria anteriores. Convém que a análise crítica leve em conta o tamanho, natureza e complexidade da organização, e os objetivos e escopo da auditoria. A análise pode ser no escritório ou em visita ao local. Se a documentação for inadequada, convém que o líder de equipe da auditoria informe ao cliente da auditoria. Convém que seja tomada uma decisão se convém que a auditoria continue ou seja suspensa até que as considerações sobre a documentação esteja resolvida. 6.4 Preparando as atividades da auditoria no local 6.4.1 Preparando o plano de auditoria Convém que o líder da auditoria prepare um plano de auditoria e que este plano tenha a quantidade de detalhes que reflita o escopo e a complexidade da auditoria e que seja flexível para permitir alterações tais como mudanças no escopo da auditoria. Convém que o plano de auditoria inclua o seguinte: - os objetivos da auditoria; - o critério da auditoria e qualquer documento de referência; - o escopo da auditoria, inclusive com identificação das unidades organizacionais e funcionais e processos a serem auditados; - as datas e locais onde a auditoria será realizada; - o tempo esperado e duração de atividades, inclusive reuniões com direção do auditado e reuniões da equipe da auditoria; - as funções e responsabilidades dos membros da equipe da auditoria e das pessoas acompanhantes; - a alocação de recursos apropriados para áreas críticas da auditoria. Convém que o plano de auditoria também inclua o seguinte, se apropriado: - Identificação do representante do auditado na auditoria; - O idioma de trabalho e do relatório de auditoria, se ele for diferente do idioma do auditor e/ou do auditado; - Os principais pontos do relatório de auditoria; - Arranjos de logística; - Assuntos relacionados a confidencialidade; - Quaisquer ações de acompanhamento de auditoria. Convém que o plano seja analisado e aceito pelo cliente da auditoria e que seja

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apresentado ao auditado antes do início da auditoria. Objeções do auditado deveriam ser solucionadas entre o líder da equipe de auditoria, o auditado e o cliente de auditoria. Revisões do plano devem ser acordada entre as partes interessadas antes da continuação da auditoria. 6.4.2 Designando trabalho para a equipe da auditoria O líder da equipe deve designar responsabilidade especifica a cada membro da equipe; Deve ser levado em conta: independência e competência; Deve ser considerado: auditores em treinamento e especialistas; Tarefas definidas podem ser alteradas em função da necessidade. Durante uma auditoria os auditores devem se reunir periodicamente para trocar informações e realizar ajustes, por exemplo alterar as atividades em função do controle de tempo e de dificuldades que tenham sido identificadas. É boa prática colocar um auditor em treinamento para auditar sendo observado por um auditor experiente, neste caso feedback deve ser realizado pelo auditor experiente ao auditor em treinamento logo que as atividades daquela etapa tenham sido encerradas. 6.4.3 Preparando documentos de trabalho Convém que a equipe auditora se prepare e utilize documentos de trabalho como: - listas de verificação e planos de amostragem de auditoria, e - formulários para registro de informações, tais como evidências de suporte, constatações da auditoria e registros de reuniões. Estes documentos deveriam ser retidos no mínimo até a conclusão da auditoria, após a auditoria a retenção deve ser orientada pelo controle de registros definido. Documentos confidenciais devem ser salvaguardados adequadamente pela equipe de auditoria. Listas de verificação são uma excelente ferramenta para auditores iniciantes que não dominam completamente a norma ou o critério de auditoria, mas elas restringem a flexibilidade do auditor por não permitir que outras trilhas de auditoria sejam seguidas. 6.5. Conduzindo atividades de auditoria no local 6.5.1 Conduzindo a reunião de abertura Convém que uma reunião de abertura seja realizada com a direção do auditado ou com o responsável pelos processos a serem auditados. O propósito de uma reunião de abertura é: - Confirmar o plano de auditoria, - Fornecer um pequeno resumo de como as atividades da auditoria serão empreendidas, - Confirmar canais de comunicação, e - Fornecer oportunidade para o auditado fazer perguntas. A reunião de abertura também é um excelente quebra gelo entre auditores e auditados o que facilita a condução da auditoria.

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A realização da reunião de abertura é uma definição que depende da estrutura, tamanho e cultura da organização, uma auditoria interna em uma pequena empresa esta reunião pode consistir na comunicação dos objetivos e natureza da auditoria, para outras situações os seguintes pontos devem ser considerados: - apresentação dos participantes; - confirmação dos objetivos, escopo e critério da auditoria; - confirmação da programação; - definição de métodos e procedimentos, inclusive amostragem; - confirmação dos canais formais de comunicação; - confirmação do idioma a ser usado durante a auditoria; - confirmação de que o auditado será mantido informado; - confirmação dos recursos e instalações necessários à equipe de auditoria; - confirmação de assuntos relativos a confidencialidade; - confirmação de procedimentos de segurança e emergência; - confirmação dos guias; - método de relatar, incluindo qualquer classificação de NC - informações sobre condições nas quais a auditoria pode ser encerrada; e - informações sobre qualquer sistema de apelação referente a conclusão da auditoria. 6.5.2 Comunicação durante a auditoria Dependendo do escopo e da complexidade da auditoria, pode ser necessário fazer arranjos formais para comunicação dentro da equipe da auditoria e com o auditado durante a auditoria. Convém que a equipe auditora se comunique periodicamente para trocar informações, avaliar o progresso da auditoria e redistribuir o trabalho entre os membros da equipe da auditoria , se necessário. O auditor líder deve comunicar periodicamente ao auditado o progresso da auditoria e qualquer preocupação, principalmente quando uma evidência coletada sugira um risco imediato e significativo. Necessidade de alteração de escopo identificada deve ser analisada pelo auditor líder, aprovada pelo cliente da auditoria e se apropriado pelo auditado. Caso as evidências indiquem que os objetivos da auditoria são inatingíveis o líder da auditoria deveria relatar a situação ao cliente da auditoria e do auditado para determinar a ação apropriada, que pode ser modificação do plano de auditoria, mudanças nos objetivos ou no escopo da auditoria ou o encerramento da auditoria. Qualquer comunicação com o cliente de auditoria e o auditado deve sempre ser realizada com tranqüilidade e empatia, auditorias são estressantes e os auditores devem se preocupar em conduzir a comunicação sem conflitos. 6.5.3 Funções e responsabilidades de guias e observadores Guias e observadores podem acompanhar a equipe da auditoria, mas não são parte dela. Convém que eles não influenciem ou interfiram na realização da auditoria. Quando guias são designados pelo auditado, convém que eles prestem ajuda à equipe da auditoria e ajam a pedido do líder da equipe da auditoria. Suas responsabilidades podem incluir: - estabelecer contato e programas para entrevistas; - organizar as visitas;

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- orientar e garantir que sejam respeitadas as regras de segurança; - testemunhar a auditoria em nome do auditado; - fornecer esclarecimento ou ajuda na coleta de informações. Os guias são uma excelente ajuda para os auditores, eles podem esclarecer perguntas do auditor para o auditado quando por falta de conhecimento da cultura este não usa o vocabulário adequado e vice versa.

6.5.4 Coletando e verificando informações Métodos para coletar informações incluem: - Entrevistas: com empregados e outras pessoas, - Observação de atividades e do ambiente de trabalho circunvizinho, - Análise crítica de documentos como políticas, objetivos, planos, procedimentos, normas, instruções, licenças, permissões, especificações, desenhos, contratos, - Registros, como registros de inspeção, notas de reuniões, relatórios de auditoria, registros de monitoramento, de programas e o resultado de medições, - Resumo de dados, análises e indicadores de desempenho, - Informações sobre programas de amostragem do auditado e sobre processos de medição, - Relatórios de outras fontes, como, por exemplo, realimentação de cliente, outras informações pertinentes de partes externas e classificações de fornecedor, - Bancos de dados e web sites. Durante um processo de auditoria o auditor não consegue ver todos os processos e documentos do auditado, deve-se manter uma trilha e conduzir a auditoria nesta direção, o auditor deve sempre se lembrar que auditoria é uma amostragem e que ela se repete periodicamente, portanto, outros temas serão auditados em uma próxima visita e deve-se buscar cumprir o tempo planejado. Entrevistas são um dos meios importantes para coletar informações e convém que sejam conduzidas de maneira adaptada a pessoa entrevistada, convém que o auditor considere: - Entrevistas devem ser realizadas com pessoas apropriadas – não adianta entrevistar um operador sobre o planejamento das atividades, - Entrevistas devem ser realizadas durante o horário normal de trabalho e no local de trabalho da pessoa que está sendo entrevistada – se houver mais de um turno convém que uma amostra de todos os turnos seja realizada, - O auditor deve colocar o auditado a vontade e explicar qualquer anotação que esteja realizando, - Pedir ao auditado que descreva seu trabalho é um bom início para o processo de entrevista e perguntas direcionadas (resposta sim / não) devem ser evitadas, - Ao término da entrevista um resumo das constatações deveria ser apresentado ao auditado, - Ao final da auditoria convém que se agradeça ás pessoas pela sua participação e cooperação. Muitas vezes o auditor se apressa nas conclusões e coloca palavras na boca do auditado ou insiste em determinada direção por não ouvir e entender o auditado.

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6.5.5 Gerando constatações da auditoria Convém que as evidências de auditoria sejam avaliadas de acordo com o critério de auditoria para gerar as constatações de auditoria, que podem ser conformes ou não conformes com o critério definido e caso seja definido pelo critério de auditoria também podem ser identificadas oportunidades de melhoria. Se necessário a equipe de auditoria deve se reunir para discutir as constatações. Um relatório de auditoria não deve indicar somente as não conformidades e oportunidades de melhoria identificadas junto com as evidências, convém que as conformidades também sejam indicadas, por exemplo por processo ou departamento e que as constatações de evidências de conformidades também sejam documentadas. Não conformidades podem ser graduadas e devem ser analisadas junto com o auditado para garantir que foram corretamente compreendidas e que as evidências são precisas. Convém que todo empenho seja feito para solucionar qualquer opinião divergente relativa às evidências e/ou constatações da auditoria, e convém que sejam registrados os pontos não resolvidos. Normalmente, se identificamos corretamente uma não conformidade e a esclarecemos ao auditado ele não irá contra argumentar, é muito raro que uma não conformidade verdadeira não seja aceita, agora se o auditado insistir em afirmar que não há não conformidade é boa prática ouvi-lo, provavelmente o auditor não levou todos os aspectos em consideração; e uma característica importante em um auditor é a humildade, se estiver errado aceite e diga que errou. 6.5.6 Preparando conclusões de auditoria Convém que a equipe da auditoria se comunique, anteriormente à reunião de encerramento, para: - analisar criticamente as constatações da auditoria e quaisquer outras informações apropriadas coletadas durante a auditoria, contra os objetivos da auditoria, - acordar quanto às conclusões da auditoria, levando em conta a incerteza inerente ao processo de auditoria, - preparar recomendações, se especificado pelos objetivos de auditoria, e - discutir sobre ações de acompanhamento de auditoria, se incluído no plano de auditoria. Conclusões de auditoria podem apontar assuntos tais como: - A extensão da conformidade do sistema de gestão com os critérios de auditoria, - A implementação eficaz, manutenção e melhoria do sistema de gestão, e - A capacidade do processo de análise crítica pela direção em assegurar a contínua pertinência, adequação, eficácia e melhoria do sistema de gestão. Se especificado nos objetivos da auditoria, as conclusões da auditoria podem conduzir a recomendações tendo em vista melhorias, relações empresariais, certificação ou atividades de futuras auditorias. 6.5.7 Conduzindo a reunião de encerramento Convém que seja realizada uma reunião de encerramento, presidida pelo líder da equipe da auditoria para apresentar as constatações e conclusões da auditoria de

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uma tal maneira que elas sejam compreendidas e reconhecidas pelo auditado e para negociar o prazo para o auditado apresentar um plano de ações corretivas e preventivas, se houver. Convém que participem da reunião de encerramento: auditores, auditados e se possível o cliente da auditoria. Em auditorias internas de pequenas organizações a reunião de encerramento pode consistir apenas em comunicar as constatações e conclusões de auditoria. Para outras situações convém que a reunião seja formal. Convém que opiniões divergentes entre auditores e auditados sejam discutidas e resolvidas preferencialmente antes da reunião de encerramento e se não forem resolvidas essas opiniões devem ser registradas no relatório de auditoria. Se especificado pelos objetivos da auditoria podem ser apresentadas oportunidades de melhoria. 6.5.7 Conduzindo a reunião de encerramento Reunião agendada (formal ou informal) ou comunicação das constatações; - Participantes: auditores, auditados, cliente, outros; - Agradecimentos; - Registro de freqüência; - Apresentação das constatações (NC e OM); - Opiniões divergentes (resolvidas / registradas); - Informar sobre situações que diminuem a confiança das conclusões; - Prazo para o plano de ações corretivas / preventivas; - Informação sobre os próximos passos. O tom da reunião de encerramento é muito importante, os auditores precisam mostrar os pontos fortes da organização e/ou dos processos para que os auditados entendam as não conformidades e/ou oportunidades de melhoria identificadas dentro de um contexto global. Normalmente o auditor líder solicita que todos os auditores apresentem suas constatações e no final ele apresenta as suas, a conclusão global e realiza o encerramento da reunião. Quando não conformidades são de maior importância é boa prática planejar uma visita de flollow up em um prazo mais curto do que seria o da programação.

6.6. Preparação, aprovação e distribuição do relató rio de auditoria 6.6.1 Preparando o relatório da auditoria Convém que o líder da equipe da auditoria seja responsável pela preparação e conteúdo do relatório de auditoria. Convém que o relatório da auditoria forneça um registro completo, preciso, conciso e claro da auditoria, e convém que inclua ou se refira ao seguinte: - Os objetivos da auditoria; - O escopo da auditoria, identificação de unidades / processos auditados; - O período de tempo coberto; - Identificação do cliente da auditoria; - Identificação do líder da equipe da auditoria e seus membros; - As datas e lugares; - O critério da auditoria;

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- As constatações da auditoria; - As conclusões da auditoria. O relatório da auditoria também pode incluir ou pode se referir ao seguinte, se apropriado: - Plano de auditoria; - Lista dos representantes do auditado; - Resumo do processo de auditoria incluindo obstáculos e/ou incertezas encontrados que poderiam diminuir a confiabilidade das conclusões da auditoria; - Quaisquer áreas não cobertas, embora dentro do escopo da auditoria; - Quaisquer opiniões divergentes e não resolvidas entre a equipe da auditoria e o auditado; - As recomendações para melhoria, se especificado nos objetivos da auditoria; - O plano de ação de acompanhamento negociado, se existir; - Uma declaração da natureza confidencial dos conteúdos; - A lista de distribuição do relatório de auditoria. É boa prática encerrar a auditoria com a entrega do relatório, isto é, documentá-lo logo após as entrevistas e conclusões e antes da reunião de encerramento da auditoria. 6.6.2 Aprovando e distribuindo o relatório da auditoria Convém que o relatório de auditoria seja emitido dentro do período de tempo acordado, datado, analisado criticamente e aprovado de acordo com os procedimentos do programa de auditoria e então distribuído aos receptores designados e ao cliente da auditoria. Normalmente em auditorias internas o coordenador do SG verifica o relatório antes da sua emissão e distribuição, em auditorias de certificação como o auditor é mais experiente o procedimento das certificadoras normalmente é revisar 100% dos relatórios de certificação e recertificação e fazer uma amostragem nos relatórios de auditorias de manutenção da certificação. O relatório de auditoria é propriedade do cliente de auditoria, convém que todos os auditores e receptores mantenham a confidencialidade do relatório. 6.7. Concluindo a auditoria A auditoria está concluída quando todas as atividades foram realizadas e o relatório aprovado foi distribuído. Convém que documentos de auditoria sejam retidos ou destruídos, conforme acordo entre as partes, considerando leis, procedimentos etc., conforme aplicável. A menos que requerido por lei nenhuma das partes deve revelar o conteúdo dos documentos sem a aprovação explicíta do cliente da auditoria e onde apropriado do auditado. Se a revelação do conteúdo de um documento de auditoria for solicitado o cliente da auditoria e o auditado devem ser informados o mais rápido possível. 6.8. Conduzindo ações de acompanhamento de auditori a As conclusões da auditoria podem indicar a necessidade de ações corretivas, preventivas ou de melhoria, essas ações devem ser decididas e realizadas pelo auditado em um prazo acordado e não são consideradas parte da auditoria.

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Convém que o auditado mantenha o cliente da auditoria informado sobre o resultado de tais ações. Convém que a eficácia das ações seja verificada e esta verificação pode fazer parte de uma auditoria subseqüente. O programa de auditoria pode especificar o acompanhamento por membros da equipe auditora o que agrega valor por usar a experiência adquirida, em tais casos convém que seja tomado cuidado para manter a independência em auditorias subseqüentes. 7. Competência e avaliação de auditores 7.1. Generalidades Segurança e confiança no processo de auditoria dependem da competência daqueles que conduzem a auditoria, esta competência está baseada na demonstração de: _ Atributos pessoais, e _ Capacidade para aplicar conhecimento e habilidades, adquiridos atráves de educação, experiência profissional, treinamento em auditoria e experiência em auditoria. Os auditores desenvolvem, mantém e aperfeiçoam a sua competência através do contínuo desenvolvimento profissional e participação regular em auditorias. Convém que auditores e líderes sejam avaliados. 7.2. Atributos pessoais Convém que auditores possuam atributos pessoais, de forma a permiti-los atuar de acordo com os princípios de auditoria _ Conduta justa; _ Apresentação justa; _ Devido cuidado profissional; _ Independência; _ Abordagem baseada em evidência. 7.3. Conhecimentos e habilidades 7.3.1 Conhecimentos Convém que auditores tenham conhecimento e habilidades nas seguintes áreas: a) Princípios, procedimentos e técnicas de auditoria para permitir ao auditor aplicar o que for apropriado a diferentes auditorias e assegurar que as auditorias sejam realizadas de uma maneira consistente e sistemática. Convém que um auditor seja capaz de: - Aplicar princípios, procedimentos e técnicas de auditoria, - Planejar e organizar o trabalho com eficácia, - Realizar a auditoria dentro da programação acordada, - Priorizar e enfocar assuntos de importância,

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- Coletar informações através de entrevistas eficazes, escutar, observar e analisar criticamente documentos,registros e dados - Entender a conveniência e conseqüências de usar técnicas de amostragem para auditar, - Verificar a precisão das informações coletadas, - Confirmar a suficiência e conveniência de auditoria para apoiar as constatações e conclusões da auditoria, - Avaliar os fatores que possam afetar a confiabilidade das conclusões da auditoria, - Usar documentos de trabalho para registrar atividades de auditoria, - Preparar relatórios da auditoria, - Manter a confidencialidade e a segurança das informações, e - Se comunicar com eficácia através de habilidades lingüísticas ou através de um intérprete.

b) Sistema de gestão e documentos de referência para permitir ao auditor compreender o escopo da auditoria e aplicar o critério de auditoria. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Aplicação de sistema de gestão para diferentes organizações, - Interação entre os componente do sistema de gestão, - Normas de sistemas de gestão, procedimentos aplicáveis ou outros documentos de sistema de gestão usados como critério de auditoria, - Reconhecer diferenças e prioridades entre os documentos de referência, - Aplicação de documentos de referência a diferentes situações de auditoria, - Sistemas de informação e tecnologia para autorização, segurança, distribuição e controle de documentos, dados e registros. c) Situações organizacionais: permitir ao auditor compreender o contexto operacional da organização. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - tamanho organizacional, estrutura funções e relações, - processos gerais de negócio e terminologia relacionada, - costumes culturais e sociais do auditado. d) Leis, regulamentos e outros requisitos pertinentes à disciplina aplicáveis: permitir ao auditor trabalhar e estar atento aos requisitos que se aplicam à organização a ser auditada. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Códigos locais, regionais e nacionais, leis e regulamentos, - Contratos e acordos, - Tratados e convenções internacionais, e - Outros requisitos para os quais a organização é submetida. 7.3.2 Conhecimentos e habilidades genéricas de líderes de equipe da auditoria Convém que líderes de equipe da auditoria tenham conhecimento e habilidades adicionais em liderança de auditoria para facilitar a conduta eficiente e eficaz da auditoria. Convém que um líder de equipe da auditoria seja capaz de: - planejar a auditoria e fazer uso eficaz de recursos durante a auditoria; - representar a equipe da auditoria em comunicações com o cliente da auditoria e o auditado; - organizar e dirigir os membros da equipe da auditoria;

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- fornecer direção e orientação para auditores em treinamento; - conduzir a equipe da auditoria para atingir as conclusões da auditoria, - prevenir e solucionar conflitos; - preparar e completar o relatório de auditoria. 7.3.3 Conhecimentos e habilidades específicas de auditoria de SGQ Convém que auditores de sistemas de gestão da qualidade tenham conhecimento e habilidades nas seguintes áreas: a) Métodos e técnicas relacionadas com qualidade: permitir ao auditor examinar sistemas de gestão da qualidade e gerar constatações e conclusões da auditoria apropriadas. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Terminologia da qualidade; - Princípios de gestão da qualidade e sua aplicação; - Ferramentas de gestão da qualidade e sua aplicação, por exemplo, controle estatístico de processo, análise de modo de efeito e de falha, etc. b) Processos e produtos, incluindo serviços: permitir ao auditor compreender o contexto tecnológico no qual auditoria está sendo realizada. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Terminologia específica do setor; - Características técnicas de processo e produtos, incluindo serviços; - Processos e práticas específicos o setor.

7.3.4 Conhecimentos e habilidades específicas de auditoria de SGA Convém que auditores de sistema de gestão ambiental tenham conhecimento e habilidades nas seguintes áreas: a) Métodos e técnicas de gestão ambiental: permitir ao auditor examinar sistemas de gestão ambiental e gerar constatações e conclusões da auditoria apropriados. Convém que conhecimento nesta área incluam: - Terminologia ambiental; - Princípios de gestão ambiental e sua aplicação; - Ferramentas de gestão ambiental (por exemplo avaliação de aspecto e impacto ambiental, avaliação do ciclo de vida, avaliação de desempenho ambiental, etc.). b) Ciência e tecnologia ambientais: permitir ao auditor compreender as relações fundamentais entre as atividades humanas e o ambiente. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Impactos das atividades humanas no ambiente, - Interação de ecossistemas, - Mídia ambiental (por exemplo, ar, água, terra), - Gestão de recursos naturais (por exemplo, combustíveis fósseis, água, flora e fauna), - Métodos gerais de proteção ambiental.

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c) Aspectos técnicos e ambientais de operações: permitir ao auditor compreender a interação entre atividades, produtos, serviços e operações do auditado com o ambiente. Convém que conhecimento e habilidades nesta área incluam: - Terminologia especificado setor, - Aspectos e impactos ambientais, métodos para avaliar a significância de aspectos ambientais, - Características críticas de processos operacionais, produtos e serviços, - Técnicas de monitoramento e medição, - Tecnologia para a prevenção de poluição. 7.4. Educação, experiência profissional, treinament o em auditoria e experiência em auditoria. 7.4.1 Auditores Convém que auditores tenham a educação, experiência profissional, treinamento e experiência em auditoria, conforme a seguir: a) Educação completa e suficiente para adquirir conhecimento e habilidades. b) Experiência profissional que contribua para o desenvolvimento do conhecimento e habilidades. Convém que essa experiência profissional seja em uma posição técnica, gerencial ou profissional, pares, clientes e/ou partes interessadas. Convém que parte da experiência profissional seja em uma posição onde as atividades desenvolvidas contribuam para o desenvolvimento de habilidades e conhecimento em: - Gestão da qualidade para auditores de sistema de gestão da qualidade, - Gestão ambiental para auditores de sistema de gestão ambiental. c) Treinamento completo em auditoria que contribua para o desenvolvimento do conhecimento e habilidades. O treinamento pode ser provido pela própria organização da pessoa ou por uma organização externa. d) Experiência em auditoria. Convém que esta experiência tenha sido adquirida sob a direção e orientação de um auditor que seja competente como líder de equipe de auditoria na mesma disciplina. 7.4.2 Líderes de equipe da auditoria Convém que um líder de equipe da auditoria tenha adquirido experiência adicional em auditoria para desenvolver o conhecimento e as habilidades necessárias. Convém que essa experiência adicional tenha sido adquirida quando estiver atuando na função de um líder de equipe de auditoria, sob a direção e orientação de outro auditor que seja competente como um líder de equipe da auditoria. 7.4.3 Auditores que auditam SGQ e SGA Convém que auditores de sistemas de gestão da qualidade ou sistemas de gestão ambiental que desejam se tornar auditores na segunda disciplina tenham:

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a) treinamento e experiência profissional necessários para adquirir conhecimento e habilidades para a segunda disciplina, b) realizado auditorias que cubram o sistema de gestão na segunda disciplina sob a direção e orientação de um auditor que seja competente como um líder de equipe da auditoria na segunda disciplina. Convém que um líder de equipe da auditoria em uma disciplina atenda a) e b) acima para se tornar um líder de equipe da auditoria na segunda disciplina. 7.4.4 Níveis de educação, experiência profissional, treinamento em auditoria e experiência em auditoria. Convém que as organizações estabeleçam os níveis da educação, experiência profissional, treinamento em auditoria e experiência em auditoria com os quais um auditor precisa adquirir os conhecimentos e habilidades apropriados a um programa de auditoria, através da aplicação dos passos do processo de avaliação, descrito em 7.6.2. A experiência tem mostrado que os níveis apresentados na tabela 1 (da norma) são apropriados para auditores que realizam auditorias de certificação ou semelhantes. Dependendo do programa de auditoria, níveis mais altos ou mais baixos podem ser apropriados. 7.5. Manutenção e melhoria de auditores 7.5.1 Desenvolvimento profissional contínuo O desenvolvimento profissional contínuo se preocupa com a manutenção e melhoria do conhecimento, habilidades e atributos pessoais. Isto pode ser alcançado por meios tais como experiência profissional adicional, treinamento, estudo privado, treinamento orientado, participação em reuniões, seminários e conferências ou outras atividades pertinentes. Convém que auditores demonstrem seu desenvolvimento profissional contínuo. Convém que as atividades de desenvolvimento profissional contínuo levem em conta mudanças nas necessidades do indivíduo e da organização, a prática de auditoria, normas e outros requisitos. 7.6. Avaliação de auditor 7.6.1 Generalidades Convém que a avaliação de auditores e líderes de equipe da auditoria seja planejada, implementada e registrada conforme procedimentos do programa de auditoria, de modo a fornecer um resultado objetivo, consistente, justo e confiável. Convém que o processo de avaliação identifique as necessidades de treinamento e outros como reforços de habilidades. A avaliação de auditores acontece nas seguintes fases distintas. - a avaliação inicial de pessoas que desejam se tornar auditores; - a avaliação dos auditores, como parte do processo de seleção de uma equipe de auditoria; - a avaliação contínua do desempenho de auditores, de modo a identificar necessidades de manutenção e aperfeiçoamento de conhecimento e habilidades.

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7.6.2 Processo de avaliação O processo de avaliação envolve quatro passos principais. Passo 1 - Identificar os atributos pessoais e conhecimento e habilidade para atender as necessidades do programa de auditoria. Ao decidir o conhecimento e habilidades apropriados, convém que sejam considerados: - Tamanho natureza e complexidade da organização a ser auditada; - Objetivos e abrangência do programa de auditoria; - Requisitos de certificação / registro e credenciamento; - Função do processo de auditoria na gestão da organização a ser auditada; - Nível de confiança requerido pelo programa de auditoria; - Complexidade do sistema de gestão a ser auditado. Passo 2 – Estabelecer o critério de avaliação O critério pode ser quantitativo (como anos de experiência profissional e educação, número de auditorias realizadas, horas de treinamento em auditoria) ou qualitativo (como ter demonstrado atributos pessoais, conhecimento ou desempenho das habilidades em treinamento ou no local de trabalho). Passo 3 – Selecionar o método de avaliação apropriado Convém que a avaliação seja realizada por uma pessoa ou uma bancada usando um ou mais dos métodos selecionados na tabela 2. Ao usar a tabela 2, convém que seja notado seguinte: - Os métodos esboçados representam uma série de opções e podem não se aplicar em todas as situações; - Os vários métodos esboçados podem divergir na sua confiabilidade; - Tipicamente convém que uma combinação de métodos seja usada para assegurar um resultado que seja objetivo, consistente, justo e confiável. Passo 4 – Conduzir a avaliação - Nesse passo as informações coletadas sobre a pessoa são comparadas contra o critério estabelecido no passo 2. Quando uma pessoa não atende ao critério, treinamento adicional, trabalho e/ou experiência em auditoria são requeridos. Convém que seguido a isto haja uma re-avaliação. Um exemplo de como os passos do processo de avaliação poderiam ser aplicados e documentados no caso de um programa de auditoria interno hipotético é ilustrado na tabela 3 da norma.

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9. INSTRUMENTOS DA AUDITORIA AMBIENTAL. Os instrumentos para realização de auditorias ambientais são imprescindíveis para o sucesso do processo de auditorias ambientais. Estes instrumentos auxiliam na obtenção e transmissão das informações importantes para e realização do material final, ou seja, o relatório de auditoria ambiental. Iremos exemplificar o questionário de auditoria ambiental (check list), e posteriormente, o relatório de auditoria ambiental. Os instrumentos são:

• Questionários – check list. • Lista de lembrete. • Protocolos. • Lista de Verificação.

9.1. Questionário de Auditoria Ambiental de Certifi cação.

A seguir cita-se um exemplo geral de questionário de auditoria ambiental de certificação. Ressalta-se que existem vários tipos e exemplos de questionários, check list, mas que seja qual for o modelo todos devem abranger todos os requisitos da norma a ser auditada para que possa receber a certificação. O detalhamento do questionário esta disponibilizado ao final desta apostila (Anexo 03 ).

Questionário de Auditoria Ambiental de Certificação A) Identificação Geral

• Nome da empresa • Setor • Pertence a algum grupo ou corporação? Qual? • Organograma da empresa. • Número total de funcionários. • Regime de trabalho:

B) Produtos, Serviços e Clientes • Quais os principais produtos e serviços? • Pretende mudar estes produtos e serviços em curto, médio e longo prazo? • Quais são os principais tipos de clientes da empresa? Nome/ Localidade?

C) Fornecedores • Liste os principais fornecedores desta empresa. • Os fornecedores possuem certificação ou conformidade com a norma ISO

14001? Cite quais. D) Requisitos da norma auditada – ISO 14001/ SGA

Questões Sim Não NA Obs. Porque a empresa quer implementar um SGA e possuir uma certificação ambiental? Cite os motivos.

Etc... Fonte: MORAES, 2011b.

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9.2. Relatório de Auditoria Ambiental. Segundo Campos (2009) o relatório de auditoria ambiental é a última etapa de uma auditoria, o qual deve conter: - definição do conteúdo, formato, distribuição do relatório e definição do plano de ação (quando acordado no escopo da auditoria). Este é o documento que apresenta as evidências de conformidade e de não-conformidade da empresa auditada de acordo com os critérios de auditoria. Todavia, cabe lembrar que os resultados e evidências contidos no relatório devem ter sido discutidos na reunião de encerramento. O escopo do relatório deve estar conforme com o objetivo da auditoria e os tópicos deverão estar de acordo com o plano da auditoria, sendo recomendável a anuência das partes envolvidas para quaisquer modificações na elaboração do relatório. De forma geral os relatórios devem conter: - Capa: Nome, data, empresa auditada, auditores, tipo de auditoria. - Sumário: neste item apresenta-se de forma resumida as evidências chaves encontradas durante a auditoria, é um resumo do que contém o relatório. - Introdução: unidade da auditada, cliente, local da auditoria, data da realização da auditoria, membros da equipe de auditoria, membros da equipe auditada, objetivos e escopo da auditoria. - Corpo do Relatório : dados da empresa, critérios de auditoria utilizados e as evidências objetivas detectadas na auditoria. Cada não-conformidade deverá conter claramente e evidência do auditado. Pode conter fotos, croquis, como parte do anexo para ilustrar, comprovar este item. - Plano de ação: dependendo do escopo da auditoria o relatório pode incluir o item plano de ação para corrigir as não-conformidades detectadas durante a realização da auditoria. É recomendado que este plano seja elaborado pelos responsáveis pela empresa auditada, que determinarão e iniciarão as ações corretivas a serem tomadas. Geralmente, as organizações contatam especialistas ou consultores para auxiliarem na elaboração e acompanhamento do plano de ação. Se estiver no escopo da auditoria, a equipe de auditores poderá elaborar o plano de ação, porém isso não é recomendado, pois as auditorias, por definição, devem ser realizadas por profissionais independentes da operação da unidade auditada. - Conclusão: apresenta na forma de itens as principais evidências detectadas na auditoria e a conclusão sobre as constatações. - Anexos: correspondem ao detalhamento dos critérios de auditoria utilizados, assim como demais itens que possam subsidiar o entendimento pleno do relatório de auditoria, como fotos, documentos, croquis, mapas, etc. Segue abaixo um exemplo de roteiro de relatório de auditoria ambiental. Também pode ser visto um exemplo prático e resumido do relatório de auditoria ambiental no final desta apostila (Anexo 04 ).

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Relatório de Auditoria Ambiental – Modelo.

Capa Nome, data, empresa auditada, auditores, tipo de auditoria. Sumário Introdução, corpo do relatório (itens detalhados, plano de ação,

conclusão, anexos). Introdução Unidade da auditada, cliente, local da auditoria, data da realização

da auditoria, membros da equipe de auditoria, membros da equipe auditada, objetivos e escopo da auditoria.

Corpo do Relatório

Dados da empresa, critérios de auditoria utilizados e as evidências objetivas detectadas na auditoria. Cada não-conformidade deverá conter claramente e evidência do auditado. Anexo: fotos, croquis, etc.

Plano de ação Plano de ação para corrigir as não-conformidades detectadas durante a realização da auditoria.

Conclusão

Principais evidências detectadas na auditoria e a conclusão sobre as constatações.

Anexos Fotos, documentos, croquis, mapas, etc. Fonte: CAMPOS, 2009; MORAES, 2011b.

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Parte 03 – Sistema de Gestão Integrado (SGI)

10. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO (SGI) NAS ORGANIZAÇÕES. 10.1. O que é SGI? É a integração na implantação e/ o gerenciamento de sistemas de gestão em uma organização. Geralmente é mais comum verificar nas empresas que o SGI é composto basicamente pela ISO 14001 - meio ambiente, ISO 9001 – qualidade, OHSAS 18001 – saúde e segurança. Todavia, muitas das empresas atualmente estão incluindo a questão da responsabilidade social (SA 8000, ISO 16001, ISO 26000), no gerenciamento do seu SGI. Seguem abaixo o resumos das principais normas que fazem parte de um SGI: ISO 14001: norma que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental. ISO 9001: norma que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão da Qualidade. OHSAS 18001: norma que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Saúde e Segurança do Trabalho. SA 8000/ ISO 16001/ ISO 26000: normas que defines os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão de Responsabilidade Social. A AS 8000 é uma norma internacional, já no Brasil temos a ABNT NBR ISO 16001 e a ISO 26000. Como a norma ISSO 14001 já foi apresentada em detalhes nesta apostila, a seguir apresenta-se um detalhe resumido sobre as demais normas do SGI, sendo estas: NBR ISO 9001: 2008 – Sistema de Gestão da Qualidade A ISO 9001 (ABNT, 2008) é uma dentre as normas da série de sistemas de gestão da qualidade. Ela pode ajudar a alavancar o melhor de sua organização ao lhe permitir entender seus processos de entrega de seus produtos/serviços a seus clientes. A série ISO 9001 de normas consiste de:

• ISO 9000 – Fundamentos e Vocabulário: esta norma introduz o usuário aos conceitos de sistemas de gestão e especifica a terminologia usada.

• ISO 9001 – Requisitos: esta norma define os critérios que você terá que cumprir caso deseje operar de acordo com a norma e obter a certificação.

• ISO 9004 – Diretrizes para melhoria de desempenho: baseada nos oito princípios de gestão da qualidade, estas diretrizes são desenvolvidas para serem usadas pela alta administração como uma estrutura para guiar as suas organizações em direção à melhoria de desempenho, ao levar em conta as necessidades de todas as partes interessadas, não somente dos clientes.

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OHSAS 18001: 2007 – Sistema de Gestão para Saúde e Segurança Ocupacional Muitas organizações estão implementando um Sistema de Gestão de Saúde e de Segurança Ocupacional (SGSSO) como parte de sua estratégia de gestão de riscos para lidar com mudanças na legislação e proteger seus colaboradores. Este sistema promove um ambiente de trabalho seguro e saudável através de uma estrutura que permite à sua organização identificar e controlar consistentemente seus riscos à saúde e segurança, reduzir o potencial de acidentes, auxiliar na conformidade legislativa e melhorar o desempenho geral. A OHSAS 18001 (BSI-OHSAS, 2007) é uma especificação de auditoria internacionalmente reconhecida para sistemas de gestão de saúde ocupacional e segurança. Foi desenvolvida por um conjunto de organismos comerciais líderes, organismos internacionais de normas e certificação com foco em uma lacuna para a qual não existe uma norma internacional certificável por organismos certificadores. As áreas que são descritas na OHSAS 18001 são:

• Planejamento da identificação de perigos, avaliação de riscos e controle dos riscos

• Estrutura e responsabilidade • Treinamento, conscientização e competência • Consulta e comunicação • Controle operacional • Prontidão e resposta a emergências • Medição de desempenho, monitoramento e melhoria

A OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer organização que deseja implementar um procedimento formal para redução dos riscos associados com saúde e segurança no ambiente de trabalho para os colaboradores, clientes e o público em geral. SA 8000: 2008 – Responsabilidade Social

Criada em 1997, a Social Accoutability 8000 (SA 8000), é a norma estrangeira de Responsabilidade Social mais conhecida (SAI, 2008). Tal norma, voluntária e certificável, enfoca as relações trabalhistas e certifica o desempenho das empresas em 8 áreas com base nos direitos humanos postulados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT):

- Trabalho infantil - Trabalho forçado - Saúde e segurança - Liberdade de associação e direito à negociação coletiva - Discriminação - Práticas disciplinares - Horário de trabalho - Sistemas de gestão - Remuneração

NBR ISO 26000: 2010 – Diretrizes sobre Responsabili dade Social.

É uma norma de diretrizes e não de especificações, logo não são passíveis de auditoria ou certificação. Tem como objetivo trazer as orientações necessárias para o processo de incorporação da Responsabilidade Social e Ambiental às atividades de uma organização buscando participação das diferentes entidades representantes da sociedade civil (CREDIDIO, 2007).

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A ISO 26000 possui como temas principais: - Direitos Humanos: visando garantir os direitos civis, políticos, econômicos,

sociais e culturais, os direitos fundamentais do trabalhador, resoluções de conflitos, evitar a cumplicidade e a discriminação e cuidar dos grupos vulneráveis

- Práticas Trabalhistas: trata do emprego e das relações de trabalho, condições e proteção social, diálogo social, saúde e segurança do trabalho, desenvolvimento humano dos trabalhadores tanto ao emprego direto quanto aos terceirizados e autônomos

- Meio Ambiente: promove uso sustentável dos recursos, combate e adaptação às mudanças climáticas, proteção e restauração do ambiente natural, prevenção da poluição e os princípios de precaução, ciclo de vida, responsabilidade ambiental e do poluidor-pagador

- Práticas Operacionais Justas: combatendo à corrupção, envolvimento político responsável, concorrência e negociação justas, respeito aos direitos de propriedade, promoção da Responsabilidade Social na esfera de influência da organização

- Questão dos Consumidores: visa práticas justas de negócios, marketing e comunicação, proteção, saúde e segurança do consumidor, consumo sustentável, serviço e suporte pós-fornecimento, privacidade e proteção de dados, educação e conscientização

- Desenvolvimento e Participação da Comunidade: trata do envolvimento com a comunidade na busca de seu desenvolvimento e atuação conjunta nos negócios, investimento social, desenvolvimento tecnológico, criação de empregos e geração de riqueza e renda

- Governança Organizacional: englobam processos e estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e controle. Além disso, trata das mudanças na cultura e valores da organização.

Para Rocha (2010), para países pobres ou de poucos recursos, a adoção de um padrão internacional de RS ajudaria a quebrar a visão pre-concebida que a comunidade internacional possui sobre os seus desafios internos (trabalho infantil, condições sanitárias ruins, alto índice de pobreza, etc), que acabam resultando em embargos e boicotes comerciais. Ao colocar em prática ações de RS aceitas no mundo todo, estes países poderão ganhar maior presença e visibilidade, além de melhor acesso ao comércio internacional.

NBR ISO 16001: 2004 – Sistema de Gestão de Responsa bilidade Social. Criada em 2004, a norma brasileira NBR 16001 estabelece requisitos mínimos

relativos a um Sistema de Gestão da Responsabilidade Social, permitindo à organização formular e implementar uma política e objetivos que levem em conta as exigências legais, seus compromissos éticos e sua preocupação com a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável (ABNT, 2004b). Segundo Ursini & Sekiguchi (2005), dentre os pontos mais relevantes da norma, destacam-se os seguintes:

- Aplicabilidade a organizações de todos os tipos e portes (às pequenas e médias empresas, de qualquer setor, bem como às demais organizações públicas ou do terceiro setor)

- Entendimento amplo do tema “Responsabilidade Social” - Necessidade de comprometimento dos funcionários e dirigentes de todos os

níveis e funções - Necessidade de uma política da Responsabilidade Social e programas com

objetivos e metas. Esta norma prescreve que a alta administração deve definir a política de

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Responsabilidade Social, “consultando as partes interessadas” e assegurando, dentre outros tópicos, que a mesma “inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável”. Os programas (com objetivos e metas) deverão contemplar onze temas da Responsabilidade Social. São eles (MELO et al. 2006):

- boas práticas de governança - combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção - práticas desleais de concorrência - direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho infantil - direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a

remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao trabalho forçado - promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cultural,

de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência) - compromisso com o desenvolvimento profissional - promoção da saúde e segurança - promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção,

distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço, entre outros

- proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras - ações sociais de interesse público.

10.2. Considerações Gerais sobre o SGI 10.2.1. Visão geral de sistemas

• Os sistemas são estabelecidos e implementados para facilitar controle e consistência dentro do negócio.

• Consistem em múltiplas disciplinas e funções. • Os métodos de implementação variam.

10.2.2. Os sistemas terão sucesso quando:

• A Gestão compreende os sistemas e fornece o suporte necessário. • A implementação é bem planejada e efetivamente comunicada à organização. • Os sistemas são regular e continuamente revisados e auditados. • As pessoas em todos os níveis são treinadas e motivadas a ter um papel ativo.

10.2.3. Porque tantas normas?

• Guias para as organizações melhorarem seu gerenciamento em aspectos específicos.

• Critérios para o relacionamento cliente - fornecedor. • Padronização de linguagem e requisitos. • Levam o conhecimento para todas as organizações.

10.2.4. Por que considerar a integração?

As normas compartilham os princípios do PDCA e unindo-as iremos: • Encorajar uma visão holística da organização. • Evitar a duplicação e redundância da documentação. • Economizar tempo e dinheiro unindo as auditorias. • Poderemos tratar de todos os sub-sistemas do negócio se as normas forem

utilizadas de forma abrangente.

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10.2.5. Quando considerar a integração?

• Estiverem ocorrendo reclamações de clientes cuja causa é devida a problemas na comunicação inter-funcional.

• Auditorias internas estiverem focadas em temas de cada função e não abrangerem as inter-relações.

• O tempo e o esforço sendo gasto com clientes internos for grande. • Requisitos de medicina e segurança do trabalho, legais ou ambientais não

estiverem sendo atendidos. • “Conflitos” ocorrerem devido a brechas ou sobreposição de responsabilidades.

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Podemos finalizar este tema com algumas considerações gerais citando algumas finalidades básicas da gestão ambiental empresarial, que no geral serve de instrumento de gestão com vistas a obter ou assegurar a economia e o uso racional de matérias-primas e insumos, destacando-se a responsabilidade ambiental da empresa: - Orientar consumidores quanto à compatibilidade ambiental dos processos produtivos e dos seus produtos ou serviços; - Subsidiar campanhas institucionais da empresa com destaque para a conservação e a preservação da natureza; - Servir de material informativo a acionistas, fornecedores e consumidores para demonstrar o desempenho empresarial na área ambiental; - Orientar novos investimentos privilegiando setores com oportunidades em áreas correlatas; - Subsidiar procedimentos para a obtenção da certificação ambiental nos moldes da série de normas ISO 14.000; - Subsidiar a obtenção da rotulagem ambiental de produtos. A auditoria ambiental é um instrumento importante para a gestão das organizações, bem como para o aprimoramento das questões ambientais, para a proteção dos recursos naturais e melhoria da qualidade de vida. Cabe lembrar que as auditorias podem atender a diversos tipos de finalidades dependendo de cada objetivo específico e particularidades de cada organização. As mesmas devem ser realizadas por profissionais capacitados e com máxima eficiência e clareza, demonstrando a situação atual/ real da empresa auditada. Desta forma, a auditoria ambiental será a base para prováveis ações corretivas e instrumento essencial para a busca da melhoria contínua. Os objetivos e as finalidades inerentes a um gerenciamento ambiental nas empresas evidentemente devem estar em consonância com o conjunto das atividades empresariais. Portanto, eles não podem e nem devem ser vistos como elementos isolados, por mais importantes que possam parecer num primeiro momento. Vale aqui relembrar o trinômio das responsabilidades empresariais: - Responsabilidade ambiental - Responsabilidade econômica - Responsabilidade social Podemos concluir brevemente que as empresas certificadas também têm problemas ambientais com certeza, e que estes devem ser analisados no ponto que em a auditoria e certificação ambiental por si só não bastam para direcionar a uma gestão ambiental empresarial contínua e realmente sustentável. Portanto, além da

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busca da implantação do SGA e certificação ambiental – ISO 14001 em uma empresa, deve-se buscar a melhoria contínua deste sistema, unindo a necessidade de proteção do meio ambiental, bem como satisfazendo as expectativas dos clientes e consumidores e principalmente metas econômicas da organização. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em: http://www.abnt.org.br Acessado em 20/ 01/ 2012. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 14001: 2004. Sistema de Gestão ambiental – Requisitos com Orient ações para uso. Rio de Janeiro, 2004. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 19011: 2002. Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ ou ambiental. Rio de Janeiro, 2002. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 16001:2004 – Responsabilidade social – sistema de gestão – requi sitos . Rio de Janeiro, 2004b. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 14031:2004 Gestão ambiental - Avaliação de desempenho ambienta l – Diretrizes. Rio de Janeiro, 2004. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 14020:2002 Rótulos e declarações ambientais - Princípios Gerai s. Rio de Janeiro, 2002. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT ISO/TR 14062:2004 Gestão ambiental - Integração de aspectos ambientai s no projeto e desenvolvimento do produto. Rio de Janeiro, 2004. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 14063:2009 Gestão ambiental — Comunicação ambiental — Diretriz es e exemplos . Rio de Janeiro, 2009. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 26000:2010 - Diretrizes sobre Responsabilidade Social. Rio de Janeiro, 2010. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 9001: 2008. Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, 2008. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. http://www.abnt.org.br, 2010. ANDRADE, R. O. B. et al. Gestão Ambiental: Enfoque Estratégico Aplicado . São Paulo: Makron Books, 2000. BARBIERI, E. Desenvolver ou preservar o ambiente . São Paulo: Cidade Nova, 1996.

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BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo, Editora Saraiva, 2007. 2ª Edição. BECKE, V. L. Auditorias Ambientais: Teoria e Prática em Evolução. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul . Rio Grande do Sul, maio/ 2003. BSI-OHSAS. OHSAS 18001: 2007 – Sistema de Gestão para Saúde e Segurança Ocupacional. 2007. CAMPOS, L.; LERÍPIO, A. Auditoria Ambiental: uma Ferramenta de Gestão . São Paulo: Atlas, 2009. CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e Natureza: Estudo para uma Socieda de Sustentável . São Paulo: Cortez, 1998. CHIUMMO, Luiz Antonio. Desempenho Ambiental e Processo de Comunicação: Estudo de Caso nos Setores Químico e Petroquímico. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004. 196 p. CREDIDIO, F. ISO 26000 - A norma internacional de responsabilida de social . Revista Filantropia – OnLine, n. 91. 2007. CORAL, E. Modelo de planejamento estratégico para a sustentab ilidade empresarial . Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2002, 282 p. DIAS, R. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Susten tabilidade . Editora Atlas, 2011. 2ª Edição. DONAIRE, D. Gestão Ambiental na Empresa. São Paulo: Atlas, 2004. GRUMMT FILHO, A. WATZLAWICK, L. F. Importância da Certificação de um SGA-ISO 14001 para empresas. Revista Eletrônica Latu Sensu. In: www.unicentro.br. Edição 6. 2008. ISSN: 1980-6116. LA ROVERE, E. Manual de auditoria Ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. LUCENA, L. G. Gestão ambiental empresarial e certificação ISO 140 01: função ambiental ou econômica? Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, 2002. 148 p. MELO, C. M.; GOMES, E. R. NBR 16001: A Norma Brasileira de Gestão da Responsabilidade Social . III SEGeT - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 12 p. 2006. MORAES. C. S. B. Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14001 . Apostila de aula - LCF 694 Auditoria e Certificação Ambiental. LCF/ ESALQ/ USP, 2011a. MORAES. C. S. B. Auditoria e Certificação Ambiental. Apostila de aula - LCF 694 Auditoria e Certificação Ambiental. LCF/ ESALQ/ USP, 2011b.

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MORILHAS, L. J. O estágio emergente das práticas ambientais no desenvolvimento de produtos das organizações inovad oras: Um estudo exploratório. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, 2007. MOURA, L. A. A. Qualidade e Gestão Ambiental. Editora: Juarez De Oliveira, 2002. PERES. W. R et al. As Normas da Série ISO 14000: Contexto Histórico e Análise Crítica. In: VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO - Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão S ustentável. Niterói, RJ, 2010. POMBO, F. R; MAGRINI, A. Panorama de Aplicação da Norma ISO 14001 no Brasil. In: Revista Gestão e Produção . São Carlos: UFSCar, v. 15, n. 1, p. 1-10, jan.-abr. 2008. REIS, M. J. L. ISO 14000: Gerenciamento Ambiental: um Novo Desafio para a sua Competitividade. Rio de Janeiro: Qualitimark, 1995. ROCHA, I. S. Os Novos Rumos da Responsabilidade Social: o Concei to da RSE 2.0 e os Debates sobre a ISO 26000 . UFRJ, RJ. 30 p. 2010. SACHS, I. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável . (Org. Paulo Yone Stroch). Rio de Janeiro: Garamnond, 2002. 2 ª edição. SAI. Social Accountability International. SA 8000: 2008 – Social Accountability. New York. USA, 2008. SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental: implantação objetiva e econômica. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 2010. SEIFERT, M. E. B. Sistema de Gestão Ambiental – SGA-ISO 14001 – Melho ria Contínua e Produção Mais Limpa na Prática e Experiê ncias de Empresas . São Paulo. Editora Atlas, 2011. TIBOR, T; FELDMAN, I. ISO 14000: Um Guia para as Normas de Gestão Ambiental. São Paulo: Futura, 1996. URSINI, T.R.; SEKIGUCHI, C. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social: rumo à terceira geração de normas ISO . In: UNIEMP INOVAÇÃO: INOVAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL, São Paulo: Instituto Uniemp. 2004. WCED, World Commission on Environment and Development. Our Common Future . Oxford, U.K.: Oxford University Press, 1987. 383 p.

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GLOSSÁRIO Melhoria contínua - Processo de aprimoramento do SGA, visando atingir melhorias no desempenho ambiental global de acordo com a política ambiental da organização. Meio ambiente - Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interações. Impacto ambiental - Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. Auditoria do SGA - Processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar de forma objetiva, evidências que determinem se o SGA de uma organização está em conformidade com os critérios de auditoria do SGA estabelecido pela organização, e para comunicar o resultado deste processo à administração. Objetivo ambiental - Propósito ambiental global, decorrente da política ambiental, que uma organização se propõe a atingir, sendo quantificado sempre que exeqüível. Desempenho ambiental - Resultados mensuráveis do SGA, relativos ao controle de uma organização sobre seus aspectos ambientais, com base na sua política, seus objetivos e metas ambientais. Política ambiental - Declaração da organização, expondo suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas ambientais. Meta ambiental - Requisito de desempenho detalhado, quantificado sempre que exeqüível, aplicável à organização ou partes dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos. Parte interessada - Indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de uma organização. Prevenção da poluição - Uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, os quais podem incluir reciclagem, tratamento, mudanças no processo, mecanismos de controle, uso eficiente de recursos e substituição de materiais. Organização (Empresa): Companhia, corporação, firma, empresa ou instituição, ou parte ou combinação destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estrutura administrativa próprias. Gestão Ambiental: é um processo adaptativo e contínuo, através do qual as organizações definem, e redefinem, seus objetivos e metas relacionados à proteção do ambiente, à saúde de seus empregados, bem como clientes e comunidade, além de selecionar estratégias e meios para atingir estes objetivos num tempo determinado através de constante avaliação de sua interação com o meio ambiente externo (Andrade, 2000).

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ANEXO 01

POMBO, F. R; MAGRINI, A. Panorama de Aplicação da Norma ISO 14001 no Brasil. In: Revista Gestão e Produção . São Carlos: UFSCar, v. 15, n. 1, p. 1-10, jan.-abr. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v15n1/a02v15n1.pdf PERES. W. R et al. As Normas da Série ISO 14000: Contexto Histórico e Análise Crítica. In: VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO - Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão S ustentável. Niterói, RJ, 2010. Disponível em: http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg6/anais/T10_0240_1073.pdf

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ANEXO 02

Check List : Implantação do Sistema de Gestão Ambiental - ISO 14001: 200410

REQUISITOS

DESDOBRAMENTO

STATUS

GAP

(Falhas)

AÇÕES PROPOSTAS

RESP.

4.1. Requisitos Gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter

(melhoria contínua) o SGA.

4.2. Política Ambiental

Definição da política ambiental, metas e objetivos, apropriada a seus produtos

e serviços, comprometida com a melhoria contínua e prevenção da poluição, atendendo aos requisitos legais da norma e leis aplicáveis.

4.3. Planejamento 4.3.1. Aspectos Ambientais (LAIA)

Identificação e documentação dos aspectos e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços

dentro do escopo.

4.3.2. Requisitos Legais e Outros

Estabelecer, implementar e manter procedimento para identificar os

requisitos da norma e leis aplicáveis.

ISO 14001

4.3.3. Objetivos, Metas e Programas

A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter

objetivos e metas ambientais documentados, e atribuir

responsabilidades e prazos para atingir as metas.

10 Fonte: Elaborado por MORAES, C. S. B. 2011b.

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REQUISITOS

DESDOBRAMENTO

STATUS

GAP

(Falhas)

AÇÔES

PROPOSTAS

RESP.

4.4. Implantação e Operação 4.4.1. Recursos, funções, responsabilidades e autoridades.

A administração deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para

estabelecer, implementar, manter e melhorar o SGA, como recursos humanos e

especializados, infra-estrutura organizacional, tecnologia e recursos financeiros. Funções e

responsabilidades devem ser definidas, documentadas e comunicadas.

4.4.2. Competência, treinamento e conscientização.

A organização deve assegurar que todas as pessoas envolvidas no processo sejam

treinadas e capacitadas para garantir que a empresa esteja em conformidade com a política

ambiental e requisitos da norma, estejam conscientes dos aspectos e impactos

ambientais significativos e potenciais e conhecimento de suas funções e

responsabilidades.

4.4.3. Comunicação

A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para comunicação interna entre vários níveis e funções da

organização, recebimento, documentação e resposta à comunicações das partes

interessadas externas.

ISO 14001

4.4.4. Documentação

A documentação do SGA deve incluir política, objetivos e metas ambientais, descrição do escopo do SGA, descrição dos principais

elementos do SGA e interação e referência aos documentos associados.

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REQUISITOS

DESDOBRAMENTO

STATUS

GAP

(Falhas)

AÇÕES

PROPOSTAS

RESP.

4.4.5. Controle de Documentos

Os documentos requeridos pelo SGA e por esta norma devem ser controlados e serem

mantidos em registros (4.5.4). A organização estabelecer, implementar e

manter procedimentos para que os documentos sejam aprovados quanto à sua adequação antes de seu uso, atualizados,

legíveis, facilmente identificáveis.

4.4.6. Controle Operacional

A organização deve identificar e planejar as operações que estejam associadas aos

aspectos ambientais significativos identificados de acordo com sua política,

objetivos e metas ambientais, controlando situações onde a ausência da operação possa ocasionar desvios dos objetivos,

determinando os critérios operacionais, e estabelecendo um procedimento aos aspectos ambientais de produtos e

serviços e sua comunicação a prestadores de serviços e fornecedores.

ISO 14001

4.4.7. Preparação de respostas às emergências

A organização deve identificar potenciais situações de emergências e potenciais

acidentes que possam ter impacto sobre o meio ambiente, e como a organização

responderá a estes.

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REQUISITOS

DESDOBRAMENTO

STATUS

GAP

(Falhas)

AÇÕES

PROPOSTAS

RESP.

4.5. Verificação 4.5.1. Monitoramento e Medição

A organização deve monitorar e medir regularmente as características principais de suas operações que

possam ter um impacto ambiental significativo. Deve monitorar o desempenho, os controles operacionais

pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas ambientais da organização.

Deve assegurar que os equipamentos de monitoramento e medição sejam utilizados e mantidos.

4.5.2. Avaliação do Atendimento a Requisitos Legais e Outros.

Avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos legais, e o atendimento a outros requisitos

estabelecidos pela própria organização.

4.5.3. Não-conformidades, ação corretiva e ação preventiva.

A organização deve tratar as não-conformidades reais e potenciais e executar ações corretivas e preventivas.

4.5.4. Controle de Registros

A organização deve estabelecer e manter registros, conforme necessário para demonstrar conformidade

com os requisitos da norma, bem com resultados obtidos.

4.5.5. Auditoria Interna

A organização deve assegurar auditorias internas do SGA com intervalos planejados para determinar se o SGA está em conformidade com os planos, metas e

requisitos; e para fornecer informações a administração sobre seus resultados.

ISO 14001

4.6. Análise pela administração

A alta administração deve analisar o SGA, em intervalos planejados, para assegurar sua continuada

adequação, pertinência e eficácia. Deve avaliar avaliação de oportunidades de melhoria e

necessidades de alterações.

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Exemplo – Aplicação do Check List

REQUISITOS

DESDOBRAMENTO

STATUS

GAP

(Falhas)

AÇÕES PROPOSTAS

RESP.

4.1. Requisitos Gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter

(melhoria contínua) o SGA.

Atende Parcialmente

Não possui documentação do

SGA.

Estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar o SGA. Definir escopo.

SGA

4.2. Política Ambiental

Definição da política ambiental, metas e objetivos, apropriada a seus produtos

e serviços, comprometida com a melhoria contínua e prevenção da poluição, atendendo aos requisitos legais da norma e leis aplicáveis.

Não atende

Não possui definido a política, metas e objetivos.

Definir a política, metas e objetivos ambientais da empresa de acordo com os

requisitos da norma.

SGA e

Diretoria

4.3. Planejamento 4.3.1. Aspectos Ambientais

Identificação e documentação dos aspectos e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços

dentro do escopo.

Atende

Necessita de revisão,

atualização para seguir as próximas

etapas

Atualização da planilha de aspectos e

impactos ambientais.

SGA

4.3.2. Requisitos Legais e Outros

Estabelecer, implementar e manter procedimento para identificar os

requisitos da norma e leis aplicáveis.

ISO 14001

4.3.3. Objetivos, Metas e Programas

A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter

objetivos e metas ambientais documentados, e atribuir

responsabilidades e prazos para atingir as metas.

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ANEXO 03

Questionário de Auditoria Ambiental de Certificação 11

A) Identificação Geral

• Nome da empresa • Setor • Pertence a algum grupo ou corporação? Qual? • Organograma da empresa. • Número total de funcionários. • Regime de trabalho:

B) Produtos, Serviços e Clientes • Quais os principais produtos e serviços? • Pretende mudar estes produtos e serviços em curto, médio e longo prazo? • Quais são os principais tipos de clientes da empresa? Nome/ Localidade?

C) Fornecedores • Liste os principais fornecedores desta empresa. • Os fornecedores possuem certificação ou conformidade com a norma ISO

14001? Cite quais. D) Requisitos da norma auditada – ISO 14001/ SGA

Questões Sim Não NA Obs. Porque a empresa quer implementar um SGA e possuir uma certificação ambiental? Cite os motivos.

4.1 Requisitos gerais 4.1.1.1 Como está definido o escopo do sistema de gestão ambiental?

4.1.1.2 Como é assegurada a manutenção do sistema de gestão ambiental?

4.1.1.3 Como é assegurado que o sistema de gestão ambiental cumpre as exigências / requisitos da ISO 14001?

4.1.1.4 A implementação do sistema de gestão ambiental foi efetivamente completada no local?

4.2 Política ambiental 4.2.1.1 Como e onde a alta administração definiu, documentou e implementou a política ambiental?

4.2.1.2 Até que ponto a política ambiental foi formulada para a unidade organizacional ou local?

4.2.1.3 Esta política ambiental é consistente com a política ambiental corporativa, caso existente?

4.2.1.4 De que modo os aspectos ambientais das atividades, produto e serviços são considerados?

4.2.1.5 Como é refletido o comprometimento com a melhoria contínua e a prevenção da poluição?

4.2.1.6 Até que ponto o comprometimento com o atendimento a legislação e outros regulamentos aplicáveis estão incorporados à política ambiental?

4.2.1.7 Como está assegurada que a política ambiental fornece estrutura para o estabelecimento dos objetivos ambientais?

11 Fonte: Elaborado por MORAES, C. S. B. 2011b.

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4.2.1.8 Que meios são utilizados para comunicar a política ambiental para todos os empregados?

4.2.1.9 Como a política ambiental está disponível ao público?

4.3 Planejamento 4.3.1 Aspectos ambientais 4.3.1.1 Existe um procedimento para identificação e avaliação dos aspectos ambientais?

4.3.1.2 Como é assegurada que é dada a devida consideração aos aspectos ambientais de atividades, produtos e serviços?

4.3.1.3 Quais aspectos / impactos ambientais são identificados?

4.3.1.4 Qual a abrangência dos impactos ambientais considerados como indiretos, mas sobre os quais a organização exerce influência?

4.3.1.5 Como é assegurado que todos os impactos ambientais significativos são identificados e avaliados?

4.3.1.6 Como é assegurado que os impactos ambientais resultantes de operações normais e anormais, incidentes, acidentes, e atividades passada, presente e planejada são identificados?

4.3.1.7 Como os impactos ambientais são avaliados? 4.3.1.8 Como os impactos ambientais significativos são documentados? É mantido um registro de tais impactos ou um plano do local da planta com informações relevantes?

4.3.1.9 Até que ponto e de que forma a avaliação de impactos ambientais influencia a definição dos objetivos ambientais e programa(s) de gestão ambiental?

4.3.1.10 O levantamento e a avaliação dos aspectos ambientais está atualizado?

4.3.2 Requisitos legais e outros 4.3.2.1 Como é assegurado que requisitos legais pertinentes aos aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços são identificados e que estas informações estão disponíveis para todos?

4.3.2.2 Como é assegurado que requisitos ambientais do público (consumidores, comunidade local, partes interessadas) são identificados e comunicados às unidades de operação relacionadas?

4.3.2.3 Como tais requisitos são apresentados e são estes claros e compreensíveis?

4.3.2.4 Como as unidades operativas envolvidas são informadas sobre as exigências e/ou mudanças que os afetam?

4.3.2.5 Como a administração da organização ou da planta é informada sobre qualquer mudança realizada?

4.3.2.6 Como a organização recebe informações sobre mudanças? Como é assegurado que tais informações são sempre atualizadas?

4.3.2.7 Como os requisitos para concessão de licenças/permissões são compilados? Há um sumário

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das licenças / permissões aplicáveis e os requisitos a estas relacionadas? 4.3.2.8 Como é assegurada a tomada de ações corretivas nos casos de não conformidade com requisitos legais?

4.3.2.9 Existe um procedimento para avaliação periódica do cumprimento com as legislações e regulamentações aplicáveis?

4.3.3 Objetivos, metas e programa(s) 4.3.3.1 Como e por quem são estabelecidos os objetivos ambientais? Há um procedimento escrito para isto?

4.3.3.2 Quem aprova os objetivos ambientais? 4.3.3.3 Que considerações são levadas em conta no processo de definição dos objetivos (por exemplo: requisitos legais, aspectos ambientais significativos, melhor tecnologia disponível, ambiente da planta, proteção ambiental, etc.)?

4.3.3.4 Como é assegurado que a política ambiental é refletida nos objetivos ambientais?

4.3.3.5 Como é assegurada a mensuração dos objetivos ambientais?

4.3.3.6 Como os objetivos ambientais de unidades organizacionais separadas são coordenados e harmonizados?

4.3.3.7 Como os objetivos ambientais são comunicados dentro da organização? Como são informadas as unidades organizacionais e os empregados envolvidos?

4.3.3.8 Como é monitorada a implementação dos objetivos ambientais?

4.3.3.9 Como os objetivos ambientais são atualizados, revisados ou reformulados?

4.3.3.10 Como os objetivos ambientais são incorporados nos programas de gestão ambiental?

4.4 Implementação e operação 4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades 4.4.1.1 Como são especificadas as funções, responsabilidades, autoridades e relações mútuas de todas as pessoas com atividades de gestão, execução e inspeção?

4.4.1.2 Como é estabelecida e comunicada a estrutura organizacional de proteção ambiental? (Responsabilidade pessoal para proteção ambiental, leis de proteção ambiental sobre efeitos danosos ao meio ambiente ocasionados por emissões nocivas, representante da gerência, representante da alta administração, representante de planta, responsabilidade de gestão organizacional, etc.)

4.4.1.3 Como os recursos requeridos para a implementação e monitoramento do Sistema de Gestão Ambiental são tornados disponíveis, incluindo o pessoal especialista necessário (p. ex. nomeação do representante)?

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4.4.1.4 Foram estabelecidas a nomeação e autoridade do representante da administração?

4.4.1.5 De que forma o representante da administração informa regularmente o desempenho do Sistema de Gestão Ambiental?

4.4.1.6 Quais representantes estatutários (legais) foram designados (p. ex. para proteção contra emissões nocivas, poluição hídrica, resíduos, incidentes perigosos, produtos perigosos, proteção radiativo)?

4.4.1.7 Estes representantes foram formalmente nomeados (por escrito)?

4.4.1.8 Como foram definidas as suas tarefas? 4.4.1.9 Como as autoridades foram informadas sobre a organização da planta ou os representantes designados?

4.4.1.10 Como é assegurado que os representantes satisfazem as qualificações estatutárias (legais)?

4.4.1.11 Como é assegurado que os representantes estatutários possuem autorização formal para relatar diretamente aos responsáveis pela proteção ambiental (órgãos e agências de controle ambiental)?

4.4.1.12 Como as atividades ambientalmente relevantes são identificadas e os requisitos de qualificação de pessoal correspondentes são definidos?

4.4.2 Competência, treinamento e conscientização 4.4.2.1 Como são determinadas as necessidades de treinamento?

4.4.2.2 Que procedimentos são utilizados para assegurar que os empregados estejam conscientizados: - da importância da conformidade com a política ambiental e o sistema de gestão, - dos impactos ambientais de suas atividades e possíveis melhorias relacionadas, e das funções e responsabilidades, - das potenciais conseqüências dos procedimentos operacionais especificados? 4.4.2.3 Como as resultantes das necessidades de treinamento são especificadas e os recursos correspondentes aprovados (p. ex. cronograma de treinamento aprovado)?

4.4.2.4 Como é assegurado que os representantes estatutários (legais) cumprem as obrigações deles com relação a treinamentos futuros?

4.4.2.5 Como são providos treinamentos futuros àqueles empregados que trabalham com atividades ambientalmente relevantes (p. ex. estação de tratamento de efluentes)?

4.4.2.6 Que cursos de treinamento estatutário (legal) e instruções são conduzidos?

4.4.2.7 Como o pessoal sênior é informado de suas responsabilidades especiais?

4.4.2.8 Como o pessoal sênior está preparado para situações especiais?

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4.4.2.9 Como os empregados estão instruídos com relação a medidas de emergência?

4.4.2.10 Como os empregados estão treinados para o uso de dispositivos / equipamentos de proteção e de salva-vidas (EPI)e para o uso de equipamentos de combate a incêndio?

4.4.3 Comunicação 4.4.3.1 Que procedimentos foram estabelecidos para comunicação interna?

4.4.3.2 Que canais de comunicação interna foram estabelecidos?

4.4.3.3 Com os empregados são informados sobre o desempenho ambiental?

4.4.3.4 Que meios estão disponíveis para os empregados submeterem sugestões?

4.4.3.5 De que forma são requeridos os relatórios dos representantes nomeados? Por quem eles são preparados?

4.4.3.6 De que forma (procedimento) comunicações relevantes de origem externa são recebidas, documentadas e respondidas?

4.4.3.7 Como são mantidas comunicações com autoridades e outras organizações externas (câmaras de indústria e comércio, associações de comércio, etc.)?

4.4.3.8 Como os prestadores de serviços e contratados da unidade são informados da política ambiental e dos requisitos relevantes do Sistema de Gestão Ambiental?

4.4.3.9 Como o público é informado sobre os aspectos ambientais relevantes? 4.4.4 Documentação 4.4.4.1 De que forma os elementos principais do sistema de gestão e sua interação estão descritos?

4.4.4.2 Como está assegurado que os documentos individuais possam ser recuperados?

4.4.4.3 Como a estrutura do Sistema de Gestão Ambiental está documentada?

4.4.4.4 Como está assegurado que os diferentes níveis de documentação estão adequada e logicamente relacionados entre si?

4.4.4.4 Como está assegurado que os diferentes níveis de documentação estão adequada e logicamente relacionados entre si?

4.4.5 Controle de documentos 4.4.5.1 Que procedimentos são aplicados para assegurar o controle dos documentos necessários?

4.4.5.2 Como são especificadas a preparação e revisão de documentos? Como são atribuídas as responsabilidades?

4.4.5.3 Como é assegurado que os documentos podem ser recuperados?

4.4.5.4 De que modo os documentos são regularmente revisados por pessoal autorizado, e quando necessário, sua adequação seja revisada e aprovada?

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4.4.5.5 Como é assegurado que as versões atuais dos documentos pertinentes estão disponíveis em todos os locais?

4.4.5.6 Como é assegurado que documentos obsoletos são prontamente removidos?

4.4.5.7 Como os documentos obsoletos são armazenados quando requerido (p.ex. por lei ou para finalidades de preservação de conhecimento)?

4.4.5.8 Como é assegurada identificação única? Todos os documentos são datados?

4.4.5.9 Como são especificados os períodos de retenção?

4.4.5.10 Como é assegurado que o sistema de controle de documentos não é demasiadamente complexo? É mantido um registro dos documentos atuais?

4.4.6 Controle operacional 4.4.6.1 Como as operações e atividades identificadas são associadas aos aspectos ambientais significativos? 4.4.6.2 Como é assegurado que os procedimentos documentados estão disponíveis para as operações e atividades?

4.4.6.3 Que atividades e operações ambientais relevantes foram identificadas?

4.4.6.4 Como é assegurado que todas as mudanças nas operações e atividades são reavaliadas?

4.4.6.5 Como os procedimentos de compra/aquisição são integrados aos requisitos ambientais?

4.4.6.6 Até que ponto existem procedimentos especiais para a compra / aquisição de materiais e equipamentos ambientalmente relevantes?

4.4.6.7 Como é assegurada que a relevância ambiental de materiais, maquinários, equipamentos e serviços adquiridos é avaliada e que soluções alternativas são identificadas quando apropriado?

4.4.6.8 Até que ponto o procedimento para selecionar e avaliar provedores (p. ex. fornecedores, empresas de disposição de resíduos) inclui requisitos ambientais?

4.4.6.9 Como é assegurado que quando processos e plantas introduzidos ou modificados, as licenças e/ou permissões são obtidas ou complementadas?

4.4.6.10 Como é assegurado que a operação de maquinário e plantas é realizada em conformidade com os requisitos legais ou com as condições em que estes foram aprovados?

4.4.6.11 Como os requisitos legais relacionados com o meio ambiente são incorporados com o desenvolvimento de produtos e serviços?

4.4.6.12 Como isto é assegurado no caso de organizações que operam internacionalmente?

4.4.6.13 Como os requisitos ambientais dos consumidores são identificados e incorporados?

4.4.6.14 Como é assegurado que no desenvolvimento de novos produtos e serviços, é dada a devida

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consideração para tendências correntes e mudanças planejadas/programadas pela legislação? 4.4.6.15 Que critérios internos de operação são estipulados com relação as atividades de desenvolvimento (lista de produtos proibidos, normas ambientais internas)?

4.4.6.16 Como é assegurada a conformidade com requisitos legais ambientais de produtos e serviços?

4.4.6.17 Que exigências ambientais são feitas com relação a embalagem e rotulagem?

4.4.6.18 Como é assegurada a estocagem adequada e o transporte interno correto de materiais ambientalmente relevantes?

4.4.6.19 Como é assegurado o carregamento correto de produtos perigosos? Estas medidas também se aplicam aos resíduos?

4.4.6.20 Até que ponto a gestão de energia foi introduzida? Como os métodos potenciais de economia são identificados? Como as fontes de energia são selecionadas?

4.4.6.21 Que procedimentos foram especificados com relação a evitar, separar, coletar, reciclar e dispor resíduos?

4.4.7 Preparação e resposta à emergências 4.4.7.1 Como são identificados os riscos potenciais e como são especificadas as medidas de precaução correspondentes, mitigação de risco e respostas a emergências?

4.4.7.2 Quais riscos foram identificados? 4.4.7.3 Onde estão documentadas as medidas de emergências? Foram descritos planos para operação de alarme, evacuação, rota de fuga e combate a incêndio?

4.4.7.4 Como está especificada a notificação de organismos externos quando da ocorrência de eventos de incidentes perigosos, acidentes e emergências?

4.4.7.5 Estes planos são coordenados com serviços externos?

4.4.7.6 Como o pessoal é informado sobre as medidas de emergência?

4.4.7.7 Como são especificadas as revisões regulares de adequação? - São realizados regularmente exercícios de soar alarme? - São realizados exercícios de evacuação? - São realizados exercícios de atendimento a emergências e de salvamento e primeiros socorros?

4.4.7.8 As ações de medição são avaliadas e, caso necessário, revisadas?

4.4.7.9 Os acidentes e incidentes com produtos perigosos são registrados e avaliados regularmente?

4.5 Verificação 4.5.1 Monitoramento e medição 4.5.1.1 Quais procedimentos foram especificados para medição e monitoramento regular das operações e

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atividades? 4.5.1.2 Como é assegurado que requisitos legais e regulamentares são considerados na especificação de monitoramento e medição?

4.5.1.3 Quais medições são requeridas e por quem elas são realizadas?

4.5.1.4 Quais parâmetros ambientais relevantes são monitorados em equipamentos e maquinários (p. ex. consumo de energia, consumo de água, consumo de ar comprimido, consumo de recursos operacionais, uso de materiais ambientalmente relevantes, etc.)?

4.5.1.5 Quais controles são regularmente desempenhados pelos empregados? Como eles são documentados?

4.5.1.6 Qual procedimento é aplicado para avaliação periódica de conformidade com os requisitos legal?

4.5.1.7 Quais controles são regularmente executados pelos representantes designados? Como estes são documentados?

4.5.1.8 Que balanços de entrada e saída requeridos legalmente são mantidos? Quando e por quem eles são entregues aos organismos externos (declaração de emissões, inventário de resíduos, esquema de gestão de resíduos)?

4.5.1.9 Como é assegurado que equipamentos utilizados para monitoramento são regularmente inspecionados, calibrados e reparados?

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros 4.5.2.1 De que maneira a organização comprova o atendimento a requisitos legais aplicáveis?

4.5.2.2 Como a organização avalia o atendimento a outros requisitos por ela subscritos?

4.5.3 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva 4.5.3.1 De que forma as não-conformidades são investigadas e como são tomadas as ações corretivas e preventivas apropriadas?

4.5.3.2 A organização não avalia apenas as não-conformidades como também as não-conformidades potenciais?

4.5.3.3 Como são consideradas a magnitude e significância das não-conformidades com relação aos impactos ambientais?

4.5.3.4 Como é feita e registrada qualquer alteração de documentos?

4.5.3.5 Como todas as funções relevantes são informadas sobre as ações corretivas e preventivas?

4.5.3.6 Como e por quem é monitorada a implementação das ações corretivas ou preventivas?

4.5.3.7 Como são disponibilizados os recursos necessários para as ações corretivas ou preventivas?

4.5.4 Controle de registros 4.5.4.1 Qual procedimento é utilizado para assegurar que todos os registros necessários são identificados? Está disponível uma lista destes registros?

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4.5.4.2 Como é assegurado que todos os registros são identificáveis, legíveis, rastreáveis e, quando apropriado, protegidos contra perdas e danos?

4.5.4.3 Como e onde são especificados os períodos de retenção de registros?

4.5.4.4 Como é assegurado que todos os registros legais são mantidos?

4.5.4.5 Qual a abrangência dos registros de cursos de treinamento e instrução?

4.5.4.6 Como são registrados monitoramento, controle e emissões?

4.5.4.7 Como são registrados os resultados de auditorias e avaliações ambientais?

4.5.5 Auditoria Interna 4.5.5.1 Qual procedimento especifica o planejamento, desempenho e documentação da auditoria do SGA ou auditorias ambientais?

4.5.5.2 Como é assegurado que todas as funções relevantes são auditadas dentro de um ciclo apropriado de auditoria?

4.5.5.3 O que determina a freqüência da auditoria? 4.5.5.4 Como é assegurado que auditorias do SGA / auditorias ambientais são realizadas por pessoal qualificado e imparcial?

4.5.5.5 De que forma as constatações são documentadas?

4.5.5.6 Como é assegurado que todo o pessoal envolvido com a gestão sejam informados dos resultados e dos requisitos de ações corretivas?

4.5.5.7 Como é assegurada que a implementação e eficácia de tais ações são verificadas em auditorias do SGA / auditorias ambientais subseqüentes?

4.5.5.8 Como é assegurado que todos os elementos do SGA são regularmente e sistematicamente auditados?

4.6 Análise pela administração 4.6.1.1 Como o sistema de gestão ambiental é regularmente revisado (análise crítica pela administração) em termos de continuidade da sustentabilidade, adequação e efetividade?

4.6.1.2 Que critérios de avaliação foram especificados para isto?

4.6.1.3 Que informações foram coletadas para fins da análise crítica?

4.6.1.4 De que modo as ações são concluídas, registradas, comunicadas e monitoradas?

4.6.1.5 Até que ponto é avaliada a adequação da política ambiental durante a análise crítica?

4.6.1.6 Até que ponto os objetivos e o programa de gestão ambiental são revisados criticamente quanto a sua adequação?

4.6.1.7 Como e onde os resultados são documentados?

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ANEXO 04

Exemplo Relatório de Auditoria Ambiental

Capa

Empresa MGK Metalúrgica Ltda. Auditoria de Certificação Ambiental – ISO 14001. Auditores: João Carlos Moura, Francisco Batista. 27/ 05/ 2010

Sumário Introdução................................................................01 Dados da empresa..................................................04 Critérios de auditoria utilizados. ..............................07 Evidências objetivas detectadas na auditoria..........08 Não-conformidades.................................................16 Etc.

Introdução Unidade da auditada: Piracicaba/ SP Cliente: Empresa MGK Metalúrgica Ltda. Departamento de qualidade e meio ambiente. Local da auditoria: Rua Teodoro Silva, s/n. Distrito Industrial I. Piracicaba/ SP. Data da realização da auditoria: 20 e 21/ 05/ 2010. Horário: Das 8: 30 as 17 horas. Membros da equipe de auditoria: João Carlos Moura (auditor líder), Francisco Batista. Membros da equipe auditada: Marcos Pereira (Gerente QMA), Karina Marques (Analista Ambiental), Marcelo Silva (Técnico Ambiental, operador ETE). Objetivos: auditoria de certificação, atendimento aos requisitos da norma ISO 14001. Escopo da auditoria: toda a área da empresa. Fabricação de peças automotivas – freios.

Corpo do Relatório

Dados da empresa Empresa MGK Metalúrgica Ltda. Rua Teodoro Silva, s/n. Distrito Industrial I. Piracicaba/ SP. Área: 3.950 m ². Área construída: 2.715 m ². Número de Funcionários: 437. Atividade: Fabricação de peças automotivas – freios. Critérios de auditoria utilizados Requisitos da Norma ISO 14001: 2004. Evidências objetivas detectadas na auditoria e Não-conformidades QMA 4 - A meta redução de consumo de energia (10% a menos em relação ao ano anterior) não vem sendo cumprida há 3 meses e não foram apresentadas ações ou ações corretivas. Evidência: Auditoria 20/ 05/ 2010 e Documentação anteriores. Requisito da norma ISO 14001: 4.5.3 Etc.

Plano de ação Plano de ação (oportunidades de melhorias) QMA1 – Os resultados das metas e monitoramentos poderiam ser publicados nos quadros de aviso e não

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somente na internet. Conclusão

Os profissionais conhecem a política e os objetivos de gestão ambiental e estão conscientes do impacto que suas atividades podem causar ao meio ambiente. Todavia para que a empresa posso ser certificada deverão ocorrer adaptações, como o cumprimento da legislação municipal sobre tratamento e disposição final de resíduos (requisito 4.3.2), e corrigir as demais não-conformidades citadas não corpo do relatório. Etc.

Anexos Fotos, documentos, croquis, mapas, etc. Fonte: Elaborado por MORAES, C. S. B. 2011b.