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FRANCISCO CARLOS PELEGATE DIAS TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2005

Topografia subterranea

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FRANCISCO CARLOS PELEGATE DIAS

TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental.

SÃO PAULO 2005

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FRANCISCO CARLOS PELEGATE DIAS

TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Prof. Antônio Calafiori Neto

SÃO PAULO 2005

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Aos meus pais José e Concília pelo amor e total devoção

À minha querida noiva e futura esposa Mayara pelo apoio

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ii

AGRADECIMENTOS

À Deus por tudo

À Base Aerofotogrametria e Projetos S.A. pelo apoio irrestrito desde o início do

Curso

Ao Professor Antônio Calafiori Neto pela orientação nesse trabalho e nas demais

disciplinas

Ao Engenheiro Civil Waldir José Giannotti pela ajuda primordial nesse trabalho, e

também nos dias mais difíceis no curso de Engenharia.

À Companhia do Metropolitano de São Paulo pela concessão da visita técnica, pela

entrevista e material de consulta

Ao Engenheiro Agrimensor Ricardo Savi pelo auxílio na obtenção da literatura

consultada e na explicação da abordagem prática

Aos Professores da Instituição pela colaboração na formação de minha base de

conhecimentos

Aos amigos Alexandre, Rodrigo, Márcio, Waldir, Eliezer, Ageu, Cláudio, Érica, Carla,

Jair, Luciano, entre tantos outros pela convivência no curso

À toda minha família e amigos por torcerem pelo meu sucesso e saúde

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iii

RESUMO

Para qualquer tipo de projeto de Engenharia Civil, a Topografia mostra-se necessária para a garantia de precisão e qualidade desejadas. Nos projetos subterrâneos, foram desenvolvidas técnicas alternativas para garantia desses requisitos. Neste trabalho, foram apresentadas as metodologias para trabalhos altimétricos e planimétricos subterrâneos, as precisões alcançadas e os erros possíveis encontrados nessa técnica. Foi apresentada a técnica utilizada pela empresa responsável pelo transporte subterrâneo de trens de São Paulo, estabelecendo um comparativo entre a teoria e a prática, observando as adaptações realizadas com o avanço das tecnologias disponíveis. Palavras-chave: topografia subterrânea, altimetria, planimetria.

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iv

ABSTRACT For any type of project of Civil Engineering, Survey reveals necessary for the guarantee of desired precision and quality. In the underground projects, alternative techniques for guarantee of these requirements had been developed. In this work, the methodologies for altimetric and planimetric underground surveys, precisions and the possible errors found in this technique had been presented. The technique used by the responsible company for the underground railway of São Paulo was presented, establishing a comparative between theory and practical, observing the adaptations carried through with the advance of the available technologies. Keyworlds: underground survey, altimetry, planimetry.

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v

LISTA DE FIGURAS

Figura 5-1 Esquema de transporte de coordenadas (TATON,1981).........................11

Figura 5-2 Orientação por meio de gisroscópio (OGLOBIN,1979) ...........................12

Figura 5-3 Fita de aço graduada (TATON, 1981 .......................................................14

Figura 5-4 Transporte de cotas (OGLOBIN,1979).....................................................15

Figura 5-5 NivelamentoTrigonométrico(Taton 981)...................................................17

Figura 5-6 Formas possíveis de leituras para nivelamento subterrâneo (Taton,

1981) ..................................................................................................................18

Figura 5-7 Plano inclinado -planta e perfil (Loch,1995) .............................................20

Figura 5-8 Esquema de uma mina de carvão (Loch, 1995) ......................................21

Figura 6-1 Condições de trabalho no nível subterrâneo (CMSP) ..............................23

Figura 6-2 Croqui de localização de RN (CMSP) ......................................................26

Figura 6-3 Foto da base fixa da roldana com fio de prumo (CMSP) .........................28

Figura 6-4 Foto da roldana fixada junto a uma viga de apoio (CMSP)......................28

Figura 6-5 Foto da lata de óleo com o peso já inserido (CMSP) ...............................29

Figura 6-6 Transporte da coordenada para o subterrâneo através de trena (CMSP)29

Figura 6-7 Transporte de Coordenadas Horizontais (CMSP)....................................30

Figura 6-8 Leitura do fio de prumo (CMSP) ..............................................................31

Figura 6-9 Detalhe do fio de prumo (CMSP) .............................................................31

Figura 6-10 Transporte de cotas para o nível subterrâneo (CMSP)..........................32

Figura 6-11 Esquema de medição em áreas pressurizadas (CMSP)........................33

Figura 6-12 Corte esquemático de um poço testemunha (CMSP) ............................34

Figura 6-13 Esquema de anteparos para orientação do "Shield" (CMSP) ................36

Figura 6-14 Esquema de laser e anteparos (CMSP).................................................36

Figura 6-15 Polígono de tolerância para para execução de escavação (CMSP) ......38

Figura 6-16 Profissional do Metrô-SP realizando leituras para o fechamento de

poligonal (CMSP) ...............................................................................................39

Figura 6-17 Levantamento "As-Built" (CMSP)..........................................................40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CMSP Companhia do Metropolitano de São Paulo

GPS Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global

PMSP Prefeitura do Município de São Paulo

RN Referência de Nível

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LISTA DE SÍMBOLOS

L Comprimento (em metros)

∆z Diferença de altura entre pontos do nivelamento x

δ Ângulo entre os pontos em nivelamento trigonométrico

rad

mm

Radianos

milímetros

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viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1

2 OBJETIVOS.........................................................................................................2

2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................................2

2.2 Objetivo Específico.......................................................................................................2

3 METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................3

4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................4

5 LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS SUBTERRÂNEOS................................5

5.1 Histórico ........................................................................................................................5

5.2 Conceitos .......................................................................................................................8

5.3 Planimetria....................................................................................................................9

5.4 Orientação Subterrânea.............................................................................................10

5.4.1 Orientação através de eixo vertical.......................................................................10

5.4.2 Orientação por giroscópio. ...................................................................................12

5.5 Altimetria Subterrânea ..............................................................................................13

5.5.1 Transporte de cotas da superfície para o subterrâneo...........................................13

5.5.2 Nivelamento Subterrâneo .....................................................................................15

5.6 Problemas possíveis em topografia subterrânea......................................................19

5.6.1 Construção do plano inclinado .............................................................................19

5.6.2 Estrutura das galerias de uma mina de carvão......................................................21

5.6.3 Erros de orientação de galerias ou túneis .............................................................22

6 TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA NAS OBRAS DO METRÔ-SP ......................23

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ix

6.1 Introdução ...................................................................................................................23

6.2 Triangulação urbana..................................................................................................24

6.3 Transporte de direção para o nível subterrâneo .....................................................27

6.4 Transporte de direção para a região pressurizada do túnel...................................33

6.5 Poços testemunhas ......................................................................................................34

6.6 Dirigibilidade do Shield .............................................................................................35

6.7 Tolerâncias topográficas na execução de túneis ......................................................37

6.8 Levantamento “As Built” após conclusão do túnel .................................................39

7 ANÁLISE COMPARATIVA................................................................................41

8 CONCLUSÕES..................................................................................................42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................43

ANEXOS ...................................................................................................................45

Anexo 1 – Mapa de Localização da Rede de Triangulação do Metrô-SP .........................46

Anexo 2 – Coordenadas da Triangulação ............................................................................47

Anexo 3 – Nivelamento de precisão ......................................................................................55

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1

1 INTRODUÇÃO

Etimologicamente, Topografia (do grego topos = lugar, local e grafo = descrição )

pode-se definir como descrição minuciosa de uma localidade, transmitindo

informações posicionais (em relação a um sistema de referência), geométricas

(ângulos, distâncias, áreas e volumes, e temáticas (clima, vegetação, obras de

engenharia, etc.)

A Topografia é uma ciência primordial na Engenharia, sendo base necessária para

execução de uma diversidade de projetos; “Qualquer trabalho de Engenharia,

Arquitetura ou Urbanismo se desenvolve em função do terreno sobre o qual se

assenta, como, por exemplo, obras viárias, núcleos habitacionais, edifícios,

aeroportos, hidrografia, irrigação e drenagem, usinas hidrelétricas, telecomunicação,

sistemas de água e esgoto, cadastramento e planejamento urbano e rural,

paisagismo, etc.” (Domingues, 1979)

Com o avanço tecnológico crescente, alguns conceitos tornaram-se obsoletos, e

outros , considerados impraticáveis, fazem parte do cotidiano de obras de

engenharia em geral. Más não bastam o desenvolvimento de softwares e

hardwares, sendo essencial para a qualidade dos levantamentos completa atenção

às metodologias e conceitos presentes nas Normas técnicas vigentes, visando

sempre atingir a precisão necessária para determinado projeto.

Dessa forma, apresenta-se, de maneira sucinta, o embasamento e a metodologia

para um levantamento topográfico subterrâneo, empregando tecnologias disponíveis

no mercado e aplicações em obras de engenharia.

Como estudo de caso, será apresentado a metodologia de levantamentos

topográficos subterrâneos, utilizado para obras do Metrô de São Paulo.

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2

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

A Topografia é base necessária para qualquer tipo de empreendimento. Com a

constante evolução dos sistemas informatizados houve uma ampliação de suas

aplicações, bem como o aumento da eficácia e produtividade. Este trabalho

apresenta um panorama desta evolução e aplicações.

2.2 Objetivo Específico

O tema abordado objetiva mostrar a metodologia utilizada para a execução de um

levantamento topográfico subterrâneo, observando as Normas Técnicas vigentes e

tecnologias disponíveis no mercado.

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3

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O trabalho proposto será realizado a partir da compilação e estudo de dados

oriundos de:

• Literatura existente ;

• Apreciação das Normas Técnicas Vigentes (NBR - ABNT);

• Anais de Congresso e “papers” referentes à Workshops, Seminários, Painéis e

Palestras ,com enfoque em novas tecnologias e processos executivos, tais como:

Sistema de Informações Geográficas para Óleo e Gás;

• Pesquisa Bibliográfica na Internet ;

• Pesquisa Bibliográfica em publicações especializadas;

• Contato com Empresas do ramo de Topografia e profissionais da área.

• Contato com Órgãos Públicos e/ou Privados (Metrô, Sabesp, Comgás, etc.) para

levantamento de informações sobre obras , tecnologia e metodologias adotadas ;

• Visita Técnica.

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4

4 JUSTIFICATIVA

Com a constante expansão urbana e a evolução das técnicas construtivas, as

construções subterrâneas estão sendo alternativas de projeto mais viáveis e

acessíveis. Citando algumas utilizações, temos : os sistemas de distribuição de água

e coleta de esgotos, energia elétrica, comunicações, GNV , ou seja, as utilities,

sistemas de transporte urbano (Metrô), sistemas de transporte de materiais

(oleodutos, gasodutos, etc.) entre outros.

Os projetos de implantação dependem de um mapeamento atualizado e eficaz do

local da obra, sendo feito um cadastro de todas as feições e interferências

encontradas no trecho, de modo a não comprometer estruturas ou sistemas pré-

existentes. Na implantação, a técnica da Topografia subterrânea garante precisão

necessária para a qualidade e segurança das obras.

Page 16: Topografia subterranea

5

5 LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS SUBTERRÂNEOS

Assim como os levantamentos de superfície, os levantamentos topográficos

subterrâneos dividem-se em planimétricos e altimétricos, sendo que os métodos de

levantamento empregados são os mesmos utilizados em superfície.

Para a execução desses levantamentos faz-se uso do processo de poligonação

aberta, isto é, onde não há fechamento, e correção das coordenadas dos pontos.

Isto implica cuidados especiais na locação e orientação dessas poligonais de modo

a garantir a segurança dos trabalhos executados (Taton, 1981).

5.1 Histórico

Os levantamentos topográficos têm origem, provavelmente, no Egito Antigo. As

grandes pirâmides foram construídas com medidas exatas, dentro de

proporcionalidades pré-estabelecidas. Elas são exatamente quadradas e

perfeitamente orientadas para os pontos cardeais da bússola, uma evidência de

comando e de organização.

O Egito antigo têm evidência de levantamentos topográficos primitivos por volta de

1.400 AC., nos vales férteis e planos dos rios Tigre, Eufrates e Nilo. Tábuas de argila

do Sumérios registram medições de terras, planos de cidades e áreas agrícolas

próximas. Limites de lotes de terras marcados com pedras, têm sido preservados.

Representação de terras medidas sobre os muros de um túmulo em Tebas (1.400

AC.) exibindo a medida de um campo semeado com uma corda marcada por nós e

alvos a intervalos uniformes. Eles certamente tinham a groma, que foi utilizada para

estabelecer ângulos retos, constituída de uma cruz de madeira com eixo no centro e

sustentado por cima. Do fim de quatro braços saem um fio de prumo, ao longo de

cada par de fios de prumo permite estabelecer o ângulo reto.

Page 17: Topografia subterranea

6

Outro instrumento utilizado foi o nível, constituído de um A de madeira e vertical -

forma com um fio de prumo sustentado no pico do A, afim de que sua corda

suspensa seja um indicador ou índice na barra horizontal. Desta forma com este

simples dispositivo os egípcios antigos, com competência recolocavam as medidas

das áreas de terras, restabeleciam os ângulos perdidos da propriedade, após as

águas do Nilo que cobriam suas terras, bem como, a construção das enormes

pirâmides que exigiam a colocação de medidas.

Os gregos utilizaram uma forma de linha trave para registrar as distâncias obtidas de

ponto a ponto ao longo da costa, por volta de 325 AC. Os Chineses conheciam o

valor do imã e possuíam alguma forma de bússola magnética; o ocidente através

dos Árabes passou a conhecer a tal bússola no século XII.

O astrolábio foi introduzido pelos gregos no século II AC. Um instrumento para medir

as alturas das estrelas, por ângulos de elevação por cima do horizonte, na forma de

um arco graduado suspenso de uma corda sustentada pela mão. Um ponteiro a girar

sobre um eixo que movimenta sobre a graduação que aponta para a estrela.

Durante a ocupação do Egito, os romanos adquiriram do povo egípcio o

conhecimento dos instrumentos de topografia, que eles aperfeiçoaram ligeiramente e

para qual eles adicionaram o nível d'água e a mesa plana. Perto de 15 AC. o notável

arquiteto romano e engenheiro Marcus Vitruvius Pollio (Séc.I AC.) montou uma roda

de circunferência conhecida utilizada como carrinho de mão, quando impulsionada

ao longo do terreno ele automaticamente pingava um seixo para dentro do recipiente

a cada revolução o que permitia obter a medida da distância percorrida, o que seria

um odômetro.

O nível d'água consiste de um cadinho ou um tubo torneado para cima nos

extremos, enchido com água. Em cada extremo neste ponto tem um sinal feito de

forma de cruz horizontal e vertical, quando estas alinhadas acima do nível d'água, os

sinais determinam uma linha de nível suficiente para estabelecer os desníveis dos

aquedutos Romanos.

Page 18: Topografia subterranea

7

Em sistema de estradas os romanos foram excelentes construtores por terem usado

a mesa plana. Ela consiste de uma prancha de desenho montada em um tripé ou

outro suporte estável e de um fio de prumo, com sinais de direção precisa (a alidade)

para o objeto a ser mapeado - linhas que ao longo são desenhadas. Ele foi o

primeiro plano capaz de registrar ou estabelecer ângulos. Mais tarde, foi adaptada a

bússola magnética à mesa plana. Mesas planas foram usadas na Europa no Século

XVI e a origem da triangulação gráfica por interseção foi experimentado por

agrimensores.

Em 1615 Willebrord Snell, um matemático holandês, mediu um arco de meridiano

por triangulação instrumental. Em 1620 o matemático inglês Edmund Gunter

desenvolveu um levantamento topográfico em cadeia, o qual, foi somente

substituído pela trena de aço no começo do século 20.

O estudo da Astronomia resultou no desenvolvimento da leitura do ângulo horizontal,

sendo este baseado em arcos de raio grande, fazendo semelhantes instrumentos de

grande uso no campo. Com a publicação das tábuas de logaritmos em 1620,

facilitou o cálculo dos ângulos.

Os instrumentos topográficos para a medida do ângulo são chamados de Teodolitos.

Eles incluem braços, eixo para visada e podendo ser usado para a medida do

ângulo horizontal e vertical. O Vernier, uma escala auxiliar permitindo uma leitura do

ângulo mais precisa (por volta de 1631), o microscópio com micrômetro (1638),

visada por meio da luneta (1669) e níveis individuais (por volta de 1700), sendo tudo

incorporado ao teodolito por volta de 1720. Estádia aplicada pela primeira vez por

James Watt em 1771. O desenvolvimento da divisão do círculo em instrumentos por

volta de 1775, um invento para a divisão do círculo em graus com grande precisão,

trazendo um dos grandes avanços nos métodos de levantamento topográfico.

Um dos mais notáveis feitos por agrimensores, foi a medida em 1790 do meridiano

desde Barcelona (Espanha) para Dunkirk na França, por dois engenheiros

Franceses, Jean Delambre e Pierre Méchain, para estabelecer a base da medida do

Sistema métrico.

Page 19: Topografia subterranea

8

Muitas inovações e refinamentos têm sido incorporadas em todos os instrumentos

topográficos. Fotogrametria terrestre e aérea (por volta 1920), distância da medida

eletrônica - incluindo o laser em (1960) e a partir de 1970 incluindo o uso de satélites

para posicionamento de pontos para o levantamento geodésico e a aplicação dos

computadores para o processamento dos dados do levantamento topográfico.

Mais recente, a utilização de sistemas gráficos como o AutoCAD, vêm revolucionar a

confecção das plantas topográficas do terreno, tanto planimétrica como altimétrica.

5.2 Conceitos

Segundo Oglobin (1979), os levantamentos topográficos subterrâneos são

essencialmente as medições lineares e dimensionais e seus respectivos cálculos

realizados com o propósito de:

• Representação gráfica de planos e seções;

• Geometria de distribuição de depósitos minerais;

• Representação de feições específicas do terreno, como cavernas, aberturas;

• Locação e acompanhamento de obras subterrâneas (túneis, galerias)

As etapas compreendidas para os trabalhos de levantamento são:

• Planimetria – descrição e representação da superfície, caminhamento e

locação dos vértices (pontos), medição dos ângulos;

• Orientação – referenciar os dados colhidos a um sistema de coordenadas

conhecido,

• Altimetria – nivelamento geométrico das seções subterrâneas, referenciado

ao plano topográfico da superfície.

Page 20: Topografia subterranea

9

5.3 Planimetria

Antes de toda operação subterrânea , é necessário verificar se a área da superfície

em questão já possui um levantamento ou se já se dispõe de pontos que forneçam

coordenadas confiáveis para a “amarração” dos trabalhos subterrâneos.

Evidentemente, não é possível executar os levantamentos subterrâneos por meio de

triangulações, devido ao relevo inconstante das galerias. Portanto o método se

baseia numa poligonação aberta.

A primeira operação a ser realizada é a materialização dos vértices da poligonal.

Evita-se a cravação de estacas no solo, cuja conservação será incerta, então

cravam-se os vértices no teto da galeria, sendo essas estacas dotadas de um fio

com prumada para centragem posterior dos aparelhos (Taton,1981).

A centragem do aparelho (usualmente o teodolito) deve ser feita com precisão

máxima, pois a precisão da centragem deve ser compatível com a medida angular

do teodolito.

Exemplificando, suponha-se que utilizando um teodolito cujo erro médio é de

radsg 000.12/150 = , para uma visada de 6 metros, usual em galerias, tem-se:

mme 5,0120006000lim ==⋅

Os instrumentos topográficos são adaptados para estes trabalhos, uma vez que a

precisão desejada dificilmente é atingida com aparelhos convencionais.

A medição direta das distâncias se efetua geralmente com fita de 10, 20 ou 50

metros. O material atualmente utilizado é uma liga de aço inoxidável, recobertas por

um esmalte plástico que confere isolamento elétrico, adaptada para as condições

requeridas nos trabalhos subterrâneos, devido a umidade.

Page 21: Topografia subterranea

10

Os vértices podem estar marcados nas paredes por cravos especiais que

permitem enrolar e tensionar cordões. Medem-se então os comprimentos dos

cordões tensionados. A redução na horizontal se efetua por cálculo, conhecidas

as alturas por nivelamento geométrico ou trigonometria através da medição do

teodolito.

Simultaneamente efetuam-se os levantamentos complementares e dos detalhes.

Em cada ponto levantam-se a direção da poligonal e os detalhes que deverão

figurar no plano final. Usualmente escolhem-se como detalhes pontos

característicos situados aproximadamente a 1 metro do solo. (Taton, 1981)

5.4 Orientação Subterrânea

Os trabalhos de orientação visam estabelecer a correlação exata entre os

mapeamentos da superfície e subterrâneos, utilizando o mesmo sistema de

referência para ambos os levantamentos (Taton,1981).

A orientação subterrânea em geral é realizada por dois métodos : por meio de eixos

verticais, ou por medição por giroscópio.

5.4.1 Orientação através de eixo vertical

Segundo Oglobin (1979), o método de orientação através de eixo vertical

consiste em :

• Projeção de pontos da superfície no nível subterrâneo

• Conexão dos pontos projetados na superfície e suas projeções no subsolo.

Page 22: Topografia subterranea

11

A projeção dos pontos de superfície no subterrâneo é geralmente realizada por

meio de dois fios de prumo amarrados com pesos de metal.

O equipamento utilizado para este método está esquematizado na Figura 5.1.

A roldana (3) é montada na superfície, em ponto de coordenadas definidas.

Outra polia (2) é fixada numa estrutura colocada sobre a abertura para o

subterrâneo. O colar de alinhamento (1) que fixa o ponto de suspensão do

cabo está fixado numa estrutura similar a um cavalete (4).

Na ponta livre do cabo está um prumo junto de um peso ( 2 a 3 kgs) que será

imerso num recipiente (5) preenchido por um líquido (6), usualmente óleo, para

evitar oscilações que dificultem as leituras no cabo.

Figura 5-1 Esquema de transporte de coordenadas (TATON,1981)

Page 23: Topografia subterranea

12

Alguns cuidados devem ser observados neste procedimento:

• O cabo deverá ser descido gradualmente, com velocidade média de 1 a 2

metros por segundo, parando a cada 50 metros para redução de oscilações.

• Os trabalhadores do subterrâneo deverão estar distantes do ponto de

projeção.

• O supervisor deve checar o cabo, e combinar a sinalização para a

operação de descida.

Um espelho liso é fixado no colar de alinhamento no ângulo de 45º para uma

de suas escalas; então leituras são feitas a partir de qualquer uma das escalas

com um teodolito, projetando então as leituras para o subterrâneo.

5.4.2 Orientação por giroscópio.

De acordo com Taton (1981), um giroscópio é um corpo em rotação, cujo eixo de

rotação é livre para mover-se em qualquer direção.Sabe-se que o giroscópio oscila

ao redor de uma posição média paralela a direção Norte – Sul geográfica. Este eixo

pode manter-se, por diversos procedimentos, em um plano horizontal; obtém-se

assim uma direção.

Figura 5-2 Orientação por meio de gisroscópio (OGLOBIN,1979)

Page 24: Topografia subterranea

13

Ao montar-se um teodolito sobre esse aparato, seu limbo permite indicar a direção

do eixo. Portanto é possível determinar o azimute geográfico de uma visada sobre

um sinal.

Durante as operações o aparelho é montado sobre um tripé. Para os deslocamentos

laterais o giroscópio é colocado sobre uma armação especial, levado por um

ajudante, após alteração de estação do teodolito.

Múltiplas séries de medições apresentaram erro médio variável de 15 a 35

segundos. É também um sistema utilizável em quase todo tipo de galeria

subterrânea. Apresenta como desvantagem seu custo alto e sua fragilidade.

5.5 Altimetria Subterrânea

De acordo com os autores Espartel e Luderitz (1983), levantamentos topográficos

são altimétricos quando os pontos colhidos contém coordenadas de altura

referenciadas a uma referência de nível conhecida.

Segundo Taton (1981), os trabalhos de altimetria subterrânea devem ter a melhor

precisão possível devido à natureza das obras, pois qualquer erro poderá resultar

em falhas durante o processo construtivo.

5.5.1 Transporte de cotas da superfície para o subterrâneo.

De acordo com Oglobin (1979), a correlação espacial completa entre os trabalhos

subterrâneos e os trabalhos da superfície requer o transporte das elevações da

superfície para o subterrâneo.

Page 25: Topografia subterranea

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Dentre os métodos empregados para a transferência das cotas, o mais usual é

através do emprego de uma fita de aço graduada, e de um teodolito.

Figura 5-3 Fita de aço graduada (TATON, 1981

O método consiste em:

• Definir uma base para a polia, de modo que a distância da fita até o nível

subterrâneo seja conhecida

• Definição de um ponto fixo na superfície, perto da embocadura do poço

• Mede-se pelo aparelho a altura desse ponto, e adicionalmente o comprimento da

fita até este ponto.

• A fita então é descida até o fundo do poço. Na ponta da fita é preso um prumo a

fim de reduzir a movimentação unilateral que possa comprometer a leitura. Esse

prumo poderá ficar imerso num recipiente com óleo a fim de melhorar a eficácia

desse processo.

• Realizam-se então as medições.

Page 26: Topografia subterranea

15

Figura 5-4 Transporte de cotas (OGLOBIN,1979)

5.5.2 Nivelamento Subterrâneo

O nivelamento subterrâneo basicamente compreende as medições e cálculos

efetuados com o propósito de obter as elevações (coordenadas Z) de vários pontos.

Segundo Oglobin (1979), os principais objetivos do nivelamento subterrâneo são:

• Determinar elevações de pontos de referência subterrâneos

• Controlar o grid para vias subterrâneas

• Definir direção e sentido para trabalhos verticais

Page 27: Topografia subterranea

16

De acordo com Taton (1981), os mesmo aparelhos e métodos utilizados na

superfície aplicam-se no nivelamento subterrâneo.

Os nivelamentos são feitos geralmente pelo método geométrico ou pelo método

trigonométrico .

O método geométrico é mais preciso ( Taton, 1981), más caso os erros de medição

( na casa de centímetros ) sejam admissíveis, o método trigonométrico poderá ser

utilizado ( Oglobin, 1979), e também por ser de processo simplificado.

• Nivelamento Trigonométrico

Segundo Espartel e Luderitz (1983), o nivelamento trigonométrico baseia-se na

resolução de um triângulo, e possibilita maior produção de trabalho por ser mais

simples.

Conforme pode ser visto na Figura 5-5,determina-se a altura entre os pontos A e B:

1. O teodolito será estacionado no ponto A e um prumo será suspenso no ponto

B.

2. Um ponto arbitrário b será marcado no fio de prumo.

3. O ângulo será medido entre o aparelho ( ponto a ) e o ponto b e a distância (

L ).

4. Também mede-se o comprimento das verticais P1 = Aa e P2 = Bb.

Page 28: Topografia subterranea

17

Figura 5-5 NivelamentoTrigonométrico(Taton 981)

Tem-se que:

)(sin 21 PPLZAB −−⋅=∆ δ

Para checagem dos resultados a altura dos nivelamentos trigonométricos será

medida duas vezes (vante e ré) (Oglobin, 1966)

• Nivelamento Geométrico

Espartel e Luderitz (1983) definem nivelamento geométrico como determinação de

um plano horizontal e as interseções dele com uma série de verticais tiradas pelos

pontos a nivelar, e em seguida obter as distâncias destes pontos ao plano de

referência arbitrário ou plano datum de cota zero.

Segundo Oglobin (1979), os nivelamentos geométricos podem ser diferenciados

como primários e secundários. Os nivelamentos primários visam a definição de

altura de pontos de controle e pontos permanentes para levantamentos topográficos

subterrâneos.

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18

Os nivelamentos secundários são empregados para traçado de perfis e controle

topográficos de vias de transporte subterrâneas.

Citando ainda Oglobin (1979), o nivelamento subterrâneo é similar ao de superfície,

exceto pelo fato dos pontos de nivelamento subterrâneo poderem ser fixados tanto

no teto como no chão das galerias. Desta forma, leituras obtidas das miras

colocadas no chão terão sinal positivo, enquanto as miras colocadas no teto terão

suas leituras com sinal negativo.

Figura 5-6 Formas possíveis de leituras para nivelamento subterrâneo (Taton, 1981)

A altura da estação é definida pela seguinte fórmula:

LvanteLréz −=∆

onde:

z∆ : diferença de nível entre as visadas;

L ré : Leitura da mira a ré;

L vante : leitura da mira a vante.

Para nivelamentos primários, as leituras são medidas duaz vezes, entre os pontos

de controle ou estações permanentes. O erro máximo no nivelamento ( em

Page 30: Topografia subterranea

19

milímetros) não deverá exceder L15 , onde L é o comprimento do nivelamento em

centenas de metros.

Nivelamentos secundários oriundos de nivelamento primários deverão apresentar

fechamento com erro tolerável de L30 (mm), onde L está expresso em centenas

de metros.

Os cálculos realizados para fechamento dos nivelamentos subterrâneos são iguais

aos da topografia convencional.

5.6 Problemas possíveis em topografia subterrânea

5.6.1 Construção do plano inclinado

Segundo Loch (1995) atualmente é comum a mecanização dos trabalhos numa

mineração:.a extração do mineral e posterior transporte até a superfície exigem a

construção de planos inclinados. Através de esteiras rolantes o material é

transportado até a superfície. ao invés do transporte através de elevadores verticais.

Estes elevadores são sustentados por cabos denominados de cabos sem fim,

exigindo que todo o sistema de cabos de transporte esteja firme. Este sistema

apresenta precária segurança podendo causar inúmeros acidentes.

Page 31: Topografia subterranea

20

Figura 5-7 Plano inclinado -planta e perfil (Loch,1995)

A figura mostra o esquema de construção dos planos inclinados para o transporte de

minério: observa-se que a inclinação limite destas rampas é de 1:8 para que o

material possa ser transportado sem que o mesmo escorregue para o interior da

galeria, com o movimento da esteira.

Tecnicamente, a construção do plano inclinado deve iniciar nas duas extremidades,

ou seja, no interior da galeria e na superfície. Compreende-se logo que este é um

trabalho que exige rigor maior na orientação horizontal como na vertical.

Esta orientação do plano inclinado é muito importante. Haja vista que no subsolo

torna-se muito difícil mudar a posição do ponto de inicio da rampa, uma vez que este

é conectado às diversas galerias de exploração da mina.

Também na superficie, a saída da rampa possui local previamente, planejado para o

despejo do minério e posterior transporte de superfície.

Page 32: Topografia subterranea

21

5.6.2 Estrutura das galerias de uma mina de carvão. De acordo com Loch (1995) a galeria mestre é a principal galeria da mina; a partir

desta inúmeras outras galerias, denominadas galerias secundárias, normalmente

transversais à galeria mestre. Possui dimensões aproximadas de 8 m de largura e 2

a 3 metros de altura e comprimento que pode alcançar 3 ou 4 km.

Uma vez aberta a galeria mestre. inicia-se a exploração nas galerias secundárias.

iniciando-se pela localizada mais ao final da galeria mestre.

Na abertura das galerias é necessário muito cuidado com a orientação horizontal

das mesmas. pois erros desta natureza provocam desvios de rota, o que conduz a

exploração fora dos limites de concessão da mineradora causando sérios problemas

de ordem judicial.

As galerias secundárias possuem comprimento em torno de 200 metros, com 3 a 4

metros de largura. Entre estas galerias. com espessura em torno de 10 metros,

estão os pilares, aí posicionados para fornecerem a sustentação do teto das

galerias.

Figura 5-8 Esquema de uma mina de carvão (Loch, 1995)

Page 33: Topografia subterranea

22

Percebe-se que as galerias secundárias formam uma poligonal aberta; erros de

orientação desta poligonal podem causar o encontro de duas galerias vizinhas,

eliminando assim o pilar, deixando a área suscetível a desabamentos.

O maior problema em Topografia Subterrânea é que qualquer erro cometido pode

colocar em risco a vida dos trabalhadores. O operador dos instrumentos

topográficos, estando confinado no interior das galerias ou túneis, perde a noção de

orientação. o que impossibilita a detecção de erros grosseiros.

5.6.3 Erros de orientação de galerias ou túneis

O encontro de galerias vizinhas, eliminando o pilar de sustentação. pode levar a

sérios desabamentos. Acidentes destas proporções podem acarretar até o

fechamento da galeria,. fato ocorrido nas minas de carvão de Santa Catarina.

Erros como grandes desvios obrigam as empresas mineradoras a pagarem altas

indenizações por invasão de concessões ou exploração em locais proibidos.

No caso de túneis que servirão de ligação do sistema viário, deve-se dar especial

atenção à orientação dos pontos obrigatórios: pontos de saída, de chegada e de

passagem, além dos requisitos de dimensionamento dos processos construtivos,

etc..

A construção do túnel exige um controle rigoroso na orientação tanto horizontal

como vertical. Tratando-se de escavação em maciços rochosos, é uma obra de

custo elevado. Erros de orientação podem até inviabilizar todo o projeto de

construção. Do ponto de vista operacional. a topografia de túneis é mais simples

uma vez que não há necessidade do transporte de cotas e do azimute como

desenvolvido no interior de galerias subterrâneas.

Page 34: Topografia subterranea

23

6 TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA NAS OBRAS DO METRÔ-SP

6.1 Introdução

Os serviços topográficos, quando desenvolvidos em níveis subterrâneos, trazem

uma certa preocupação no sentido de se implantar com exatidão a direção (a

azimute) para orientar a escavação. O trabalho desenvolve-se apoiado em

poligonal aberta, não sendo possível o seu fechamento enquanto o túnel não

estiver vazado, daí a preocupação havida para se escavar os túneis pelo sistema

“ Shield “ do Metrô de São Paulo.

Figura 6-1 Condições de trabalho no nível subterrâneo (CMSP)

Na construção de túneis em “Shield”, como também nos demais métodos

construtivos, é necessário garantir-se que os desvios de construção em relação

ao eixo teórico não ultrapassem os limites geométricos de tolerância, previamente

calculados, evitando-se assim modificações do projeto da via permanente que

poderiam eventualmente acarretar uma diminuição das performances

operacionais previstas.

Page 35: Topografia subterranea

24

Para se obter esse padrão exigido na execução dos túneis, desenvolveu-se uma

metodologia topográfica de controle da obra demonstrada a seguir.

Estudar-se-á a metodologia utilizada pelo Metrô da Cidade de São Paulo para

implantação das linhas de tráfego dos trens. Será apresentado um estudo acerca

dos processos acima descritos (Planimetria, Altimetria e Orientação) bem como a

tecnologia usada nesses levantamentos.

6.2 Triangulação urbana

No início das obras do Metrô-SP, os primeiros projetos foram concebidos

utilizando como base o sistema de projeção Gauss. Segundo os autores Rocha

(1996), Silva (1996) e Xavier (1996), a materialização dos pontos levantados por

este sistema topográfico teve início na região central da cidade, onde foram

definidos como vértices os pontos Apeninos, Fanta, Secretaria da Fazenda e Pilar

do Sul, que serviram de base para a ramificação da rede.

Essa rede contém atualmente 91 marcos distribuídos em 6 ramificações distintas

de quadriláteros, sentido Itaquera,Guarulhos, Lapa, Vila Sônia, São Bernardo e

Oratório (Anexo 1).

A triangulação é feita nas proximidades do traçado geométrico da via permanente,

geralmente em cima dos prédios para permitir perfeita intervisibilidade, com

precisão linear de 1:100.000 nas bases e com fechamentos dos triângulos na

ordem de 3,2 segundos ou 1 miligrado.

Foram utilizados teodolitos da marca Wild T2, usando o método das direções

(reiteração angular) com seis séries de leituras conjugadas. Os dados colhidos

foram analisados e ajustados pelo métodos dos mínimos quadrados. (Anexo 2).

Page 36: Topografia subterranea

25

Esta poligonal está enquadrada na Classe II P (NBR 13133) e servirá como apoio

para o futuro desenvolvimento de toda a obra. Partindo dessa poligonal são

implantadas poligonais secundárias Classe III P (NBR 13133) utilizando nesse

levantamento um teodolito marca WILD T2, Classe 3 (precisão igual ou menor a 2

segundos) e um distânciometro classe 2 (precisão média ± 5m + 5 ppm x

Distância)

Como apoio vertical, é mantida uma rede de referências de nível (RN) com

marcos locados aproximadamente a cada 500 metros, com precisão de

kmm ⋅± 1 ,onde k é o número de quilômetros do circuito da rede.

As RNs estão referenciadas ao sistema da Prefeitura do Município de São Paulo.

O aparelho utilizado é um Nível Marca Wild N3 Classe 4 (NBR 13133) e miras

invar, e é realizado um duplo nivelamento com pontos auxiliares a cada 50 metros

aproximadamente. Ao longo do percurso, sempre que encontrada alguma RN da

PMSP, estas serão checadas por controle de nivelamento, geralmente

alcançando precisão na ordem de 6mm por km de trajeto.

Os dados obtidos são processados em software específico, gerando um

documento técnico (Anexo 3). Convém destacar que atualmente o Metrô-SP

trabalha com uma rede de marcos utilizando o sistema GPS (Global Positioning

System)

A figura 6-2 apresenta um croqui de localização de um marco vertical (Referência

de Nível) implantado e devidamente monumentalizado.

Page 37: Topografia subterranea

26

Figura 6-2 Croqui de localização de RN (CMSP)

Na época da implantação desse apoio altimétrico, optou-se pela utilização de

marcos de concreto , cravados a não mais de 1 metro de profundidade do terreno.

Por se encontrarem instalados muito superficialmente, os marcos sofreram

modificações altimétricas, algumas provocadas pela própria execução da obra.

Esse fato gerou inconvenientes, exigindo-se uma manutenção constante de toda a

rede.

Page 38: Topografia subterranea

27

Nos trechos em túneis, a instalação de “ Bench Marks” com hastes profundas

como datum, para o procedimento de leituras dos instrumentos de medição de

recalques, foi aproveitadas, como referência, para implantar-se a rede altimétrica

no interior do túnel, com a precisão conveniente compatibilizada com a superfície

e com os trechos de ligação .

Dos marcos da triangulação urbana, situados no alto dos prédios, medem-se

ângulos e distâncias para um ou mais pontos situados ao nível do terreno natural

próximo ao poço de emboque do Shield, constituindo assim uma poligonal

auxiliar.

Esses pontos devem ser periodicamente verificados, em virtude de estarem

quase sempre situados em zona com influência de recalques, provocados pelo

desenvolvimento da própria obra.

6.3 Transporte de direção para o nível subterrâneo

Para redução da incidência de erros, estabeleceu-se a sistemática de trabalho

descrita a seguir:

Medem-se ângulos e distâncias de uma base da poligonal auxiliar para dois fios

de aço pendurados da superfície ao fundo do poço, através de roldanas afixadas

em cavaletes metálicos, tensos com pesos imersos em óleo, para se evitar o

efeito de pêndulo.

Page 39: Topografia subterranea

28

Figura 6-3 Foto da base fixa da roldana com fio de prumo (CMSP)

Pode-se observar na Figura 6-3 que a roldana está fixada num suporte, este por sua

vez fixado na viga, para efeito de segurança e precisão dos trabalhos que serão

executados.

Figura 6-4 Foto da roldana fixada junto a uma viga de apoio (CMSP)

Page 40: Topografia subterranea

29

A Figura 6-4 detalha outra roldana fixada na viga

Figura 6-5 Foto da lata de óleo com o peso já inserido (CMSP)

Percebe-se pela foto apresentada na Figura 6-5 que esse procedimento é simples e

funcional, apenas devendo ter precauções quanto ao posicionamento da lata.

Figura 6-6 Transporte da coordenada para o subterrâneo através de trena (CMSP)

Page 41: Topografia subterranea

30

Figura 6-7 Transporte de Coordenadas Horizontais (CMSP)

Considerações Gerais:

• Os fios de aço deverão ser posicionados convenientemente desalinhados em

relação ao ponto onde se instalar o teodolito

• O diâmetro dos fios de aço não deverá exceder 1 milímetro

• A distância entre o instrumento e o fio de aço mais próximo não deverá ser

inferior a 3 metros e, entre os fios, não inferior a 6 metros

• O ângulo de abertura entre os fios de aço não deverá exceder a 1 grado

• O peso para tensionar os fios de aço deverá pesar p , onde p = profundidade

do poço

• Os fios de aço deverão ser tensionados aproximadamente uma hora antes do

início das medições, para que se adaptem à tração exercida pelo peso.

Page 42: Topografia subterranea

31

O sistema de medições de ângulos e distâncias para os fios de aço permite que

se transportem valores no plano horizontal e que permanecem inalterados em

toda sua altura, possibilitando, desta forma, retomar-se esses valores no fundo do

poço.

Figura 6-8 Leitura do fio de prumo (CMSP)

Figura 6-9 Detalhe do fio de prumo (CMSP)

Page 43: Topografia subterranea

32

As figuras 6-8 e 6-9 ilustram a leitura do fio de prumo para determinação de sua

posição. Observa-se que foi colocada uma folha de papel para facilitar a leitura e

evitar erros de direção indesejáveis.

Procedendo à operação de maneira inversa à da superfície, ou seja, posicionando

o instrumento convenientemente desalinhado em relação aos fios de aço,

implanta-se uma base de poligonal ao nível do fundo do poço, levantando e

materializando os pontos de segurança e pontos notáveis para a verificação do

posicionamento de emboque do Shield. Os cálculos dessa última operação irão

definir com exatidão as coordenadas e o azimute a serem utilizados durante os

trabalhos de escavação do túnel.

Figura 6-10 Transporte de cotas para o nível subterrâneo (CMSP)

Esta poligonal não terá fechamento até que o túnel seja vazado e, para que a

metodologia usada garanta segurança e confiabilidade, os pontos de partida

devem ser periodicamente verificados devido aos efeitos de recalque previamente

mencionados.

Page 44: Topografia subterranea

33

Para o apoio altimétrico é efetuado um nivelamento geométrico de precisão, da

superfície ao fundo do poço. Foi utilizado um nível Wild NA2 Classe 3 (NBR

13.133), dotado de uma placa plano-paralela, com leituras em trena de aço

devidamente aferidas. Essas leituras serão transportadas para um ponto de

segurança determinado na laje de fundo do poço.

6.4 Transporte de direção para a região pressurizada do túnel

Transportar direções (azimutes) para a região pressurizada do túnel consiste

basicamente na metodologia já descrita, salvo algumas considerações:

• Os fios de aço devem ser substituídos por fios de nylon

• Os pesos, para tensionarem os fios, deverão ser compatíveis com sua

resistência mecânica

• As roldanas deverão ser afixadas no teto da eclusa, de modo a não

interferir no funcionamento das portas

• O instrumento (teodolito) deverá ser instalado sempre fora da eclusa, pois

esta sofre consideráveis movimentações durante as sucessivas compressões

e descompressões. (A experiência em túneis do Metrô-SP mostrou ser

inconveniente se operar com o instrumento instalado no interior da eclusa)

Figura 6-11 Esquema de medição em áreas pressurizadas (CMSP)

Page 45: Topografia subterranea

34

6.5 Poços testemunhas

Observa-se que, quanto maior a extensão do túnel, maior será o risco de acúmulo

de pequenos, porém inevitáveis erros, que implicarão num desvio do eixo de

projeto.

Para garantia de boa precisão em túneis com extensão superior a 500 metros,

utilizam-se poços testemunhas.

Figura 6-12 Corte esquemático de um poço testemunha (CMSP)

Page 46: Topografia subterranea

35

Os poços testemunhas consistem em dois tubos de PVC rígido, separados entre

si, numa distância de aproximadamente 60 metros, situados entre a superfície do

terreno natural e o teto do túnel, nas proximidades do seu eixo horizontal, para

que seja transferida uma base da superfície para seu interior, através de fios de

aço, tensionados por pesos imersos em óleo.

A maior preocupação aqui deve ser na verticalidade e estanqueidade, quando os

tubos fizerem conexão com o túnel pressurizado.

Este processo foi utilizado nas linhas Norte-Sul e Leste-Oeste do Metrô de São

Paulo, permitindo avaliar-se a precisão da primeira etapa de túnel escavado e

garantir a segunda etapa a se escavar, trazendo ao final resultados plenamente

satisfatórios.

6.6 Dirigibilidade do Shield

O método prático para controlar a dirigibilidade do Shield (responsabilidade da

empreiteira da obra) consiste no acoplamento de um emissor de laser num

teodolito convencional, materializando no espaço uma direção (azimute),

orientada por um facho de luz que se propaga pelo interior do túnel até a face do

terreno a ser escavado, atravessando um par de alvos montados em anteparos

afixados na máquina, na posição do seu eixo longitudinal ou paralelamente a

este.

Estes anteparos são denominados anteparo de cabeça e anteparo de cauda, e

são dotados de dispositivos de correção para o plano horizontal,em caso de

rotação da máquina.

Page 47: Topografia subterranea

36

Figura 6-13 Esquema de anteparos para orientação do "Shield" (CMSP)

São montados os alvos no par de anteparos,trazendo os pontos de incidência (off-

sets) teóricos dos raios no momento da montagem de cada anel.

Os alvos e anteparos poderão ser substituídos por modernos equipamentos

eletrônicos que, instalados na máquina, interceptam o facho de laser em suas

telas e registram num equipamento periférico os valores de afastamento do eixo

horizontal do túnel em X, Y, a rotação do Shield, se houver, e a inclinação em

relação ao greide.

Esses valores poderão ser solicitados e impressos em fitas de papel, registrando

inclusive o horário das leituras.

Figura 6-14 Esquema de laser e anteparos (CMSP)

Page 48: Topografia subterranea

37

Esse equipamento permite, por extrapolação avaliar a posição da máquina em

relação ao eixo do túnel nos metros restantes da escavação,subsidiando assim o

procedimento de correção na dirigibilidade, se for necessário.

A poligonal implantada no interior do túnel situa-se em bases fixas, atirantadas

sobre o teto, aproximadamente na direção do seu eixo vertical, para melhor

aproveitamento do jogo de alvos, montados nos anteparos.

A estação de poligonal,que emite o raio laser nos alvos, deverá localizar-se onde

a influência da movimentação,do túnel devido ao avanço da máquina e às

injeções de argamassa (grouting) seja a mínima possível.

O transporte de referência de nível para este tipo de obra poderá ser pelo método

convencional, observando-se que, como o nivelamento não permite fechamento,

deve-se tomar cuidados extremos neste transporte.

6.7 Tolerâncias topográficas na execução de túneis

Como previamente mencionado, deve-se manter um sistema adequado de

acompanhamento da execução de túneis, de maneira a não serem ultrapassadas

as tolerâncias topográficas de projeto.

No projeto de túneis do Metrô de São Paulo, de seção circular, foram calculados

para pontos determinados do eixo da via permanente os limites de desvios

permissíveis do eixo do túnel, durante a fase da escavação e montagem dos

anéis.

Esses limites, calculados em função do gabarito dinâmico do carro, são

representados pelos denominados “polígonos de tolerância” como indicado na

figura a seguir.

Page 49: Topografia subterranea

38

I

Figura 6-15 Polígono de tolerância para para execução de escavação (CMSP)

Esses dados são fornecidos pela CMSP, através de sua chefia de obra, ao

empreiteiro da obra,que terá então, elementos de segurança para a dirigibilidade

do Shield, cuja operação é de sua responsabilidade.

Page 50: Topografia subterranea

39

6.8 Levantamento “As Built” após conclusão do túnel

Com o túnel vazado e obviamente despressurizado, faz-se o fechamento da

poligonal e da rede de referências de nível para então proceder ao levantamento

“as built” que fornecerá os dados definitivos para a locação efetiva da via

permanente.

Figura 6-16 Profissional do Metrô-SP realizando leituras para o fechamento de poligonal

(CMSP)

É conveniente preparar-se logo no primeiro túnel um gráfico comparativo entre

esse levantamento final e os levantamentos efetuados durante a escavação do

túnel pela equipe de topografia do Metrô-SP, e também das informações da

empreiteira.

Entre outras coisas esse gráfico auxilia na definição de confiabilidade das duas

fontes de informação.

Page 51: Topografia subterranea

40

Nos túneis do Metrô-SP, constatou-se uma variação da ordem de 15 milímetros,

por ocasião da despressurização e acomodação do mesmo, apresentando

portanto, resultados plenamente satisfatórios,comprovando a eficiência da

metodologia utilizada.

Figura 6-17 Levantamento "As-Built" (CMSP)

Page 52: Topografia subterranea

41

7 ANÁLISE COMPARATIVA

Os procedimentos e métodos teóricos abordados ainda apresentam sua eficácia

comprovada em nossos dias, como pode ser observado na descrição do método

utilizado pelo Metrô de São Paulo.

Segundo os tópicos levantados durante uma visita técnica ao Metrô-SP, gentilmente

concedida pelo Engenheiro Civil Waldir José Giannotti, é importante destacar que

toda a metodologia de trabalho foi desenvolvida pelos próprios Topógrafos e

Agrimensores do Metrô-SP, em observância dos métodos teóricos, intercâmbio de

conhecimento com entidades e empresas do mesmo ramo de outros países, e

própria vivência nas obras.

Em uma análise comparativa, o Engenheiro Waldir demonstrou que essa seqüência

dos trabalhos do Metrô-SP possibilitou a obtenção de uma precisão extremamente

satisfatória, aliada com uma boa produtividade. Os métodos apresentados na

literatura foram utilizados, porém no decorrer da obra mostraram-se incompatíveis

com os níveis de praticidade e produtividade desejados, ainda que garantindo

precisão dentro dos limites observados.

Dentro da metodologia desenvolvida pelo Metrô-SP, o processo de definição de

base topográfica da superfície, a ser transportada para o subterrâneo foi o que mais

sofreu alterações e adaptações. De outro modo, esse processo garantiu a precisão

necessária para o prosseguimento das obras, e provou sua confiabilidade no

decorrer das escavações e adequações dos túneis.

Em relação à altimetria, os métodos convencionais de levantamentos altimétricos na

superfície foram utilizados no subterrâneo com sucesso.

Page 53: Topografia subterranea

42

8 CONCLUSÕES

Dentro do âmbito deste trabalho conclui-se que os trabalhos de Topografia

Subterrânea são extremamente eficazes, pois erros de qualquer magnitude

ocasionariam inúmeras dificuldades operacionais e conseqüente prejuízo financeiro.

Destaca-se também a importância que essa técnica vem tomando no decorrer dos

tempos, pois atualmente nas metrópoles a tendência é que seu crescimento e

desenvolvimento tecnológico estejam sempre exigindo o espaço subterrâneo, vide a

implantação de gás encanado, e em maior escala, as obras para o setor de

transporte.

Ficou evidente que a evolução tecnológica trouxe melhorias para a execução dessas

obras. Na década de 60, quando foram realizados os primeiros estudos para a

implantação da rede, ainda não era possível se utilizar aparelhos como a estação

total e o GPS. Atualmente as redes em projeto utilizarão um sistema denominado

Rede GPS Metrô, desenvolvida de acordo com esse crescimento tecnológico.

Em contrapartida, a Topografia no meio subterrâneo é uma técnica pouco difundida,

estando limitada às empresas e aos profissionais atuantes dessa área, e até a

presente data nenhuma norma técnica foi estabelecida para essa finalidade. A

literatura disponível também é escassa, apenas foi possível a realização deste

trabalho com livros estrangeiros de difícil aquisição. Dentro dessas circunstâncias

espera-se que o trabalho apresentado seja um ponto de partida elucidativo.

Page 54: Topografia subterranea

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LOCH, C.; CORDINI, J.; Topografia Contemporânea. Planimetria, Florianópolis;

Edufsc, 1995. 320 p.

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Page 55: Topografia subterranea

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7.,1996, Salvador. BA. P 342-344.

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45

ANEXOS

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Anexo 1 – Mapa de Localização da Rede de Triangulação do Metrô-SP

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Anexo 2 – Coordenadas da Triangulação

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Anexo 3 – Nivelamento de precisão

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