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“EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS” Abordagem Terapêutica e Técnicas de Contenção Física na

15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio

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“EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS”

Abordagem Terapêuticae

Técnicas de Contenção Físicana

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• Conceito:Conceito: Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que existe um

risco significativo (vida ou injúria grave) para o paciente ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata. (OMS)

• Conceito:Conceito: Distúrbio dos pensamentos, sentimentos ou ações que envolvem

risco de vida ou risco social grave, necessitando de intervenções imediatas e inadiáveis (tempo medido em minutos ou horas). (Meleiros)

• Conceito:Conceito: Toda alteração psíquica que obriga uma intervenção terapêutica

imediata e imprescindível, com a finalidade de evitar sua evolução danosa, tanto individual como socialmente. (Ministério da Saúde)

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Emergências PsiquiátricasEmergências Psiquiátricas

Atendimentos mais comuns:

• Confusão mental

• Tentativa ou risco de suicídio

• Transtorno de Ansiedade

• Transtorno Depressivo/Mania

• Intoxicação de drogas psicoativas

• Transtorno psicótico

• Violência Doméstica

• Mulher, criança e idoso

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Regra Geral:

Sinais ou sintomas psiquiátricos podem ser a primeira manifestação de:

• problemas clínicos

• problemas neurológicos

• uso ou abstinência de substâncias

• transtornos psiquiátricos

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Objetivos de um Atendimento de Emergências Psiquiátricas

• Estabilizar o quadro• Estabelecer uma hipótese diagnóstica• Excluir uma causa orgânica

– CompreensãoQual o problema? (sintoma alvo)Avaliar a evolução do paciente

– AçãoHistória do pacienteExame físicoExame do estado mental

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• Local de atendimento:

1 – Procurar o local com maior privacidade possível.

2 – Certificar-se de que o local é seguro.

3 – Facilitar o acesso de outros profissionais de saúde e

de segurança ao local de atendimento se o paciente

estiver ou torna-se violento.

4 – Medicação para quadros de agitação psicomotora.

5 – Material para contenção mecânica.

6 – Pessoal de segurança treinado para o atendimento.

7 – Ter acesso a serviços de diagnósticos e contar com

auxilio de outros especialistas.

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Conteúdo da Entrevista

• Problema atual– foco do atendimento de emergência

• problema que motivou a procura pelo atendimento de emergência neste momento

• o paciente deve ser ouvido, mas não devem ser permitidas divagações

– descrição detalhada do quadro clínico• sinais e sintomas, gravidade, início, fatores

desencadeantes

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Conteúdo da Entrevista

• História psiquiátrica pregressa

– descrição da apresentação clínica

– tratamentos anteriores

• drogas utilizadas; doses e resposta

terapêutica

• hospitalizações

– uso de álcool e outras substâncias psicoativas

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Exame do Estado Mental

• Hierarquia

– nível de consciência

– atenção

– orientação e memória

– aparência e comportamento

– pensamento

– afeto

– sensopercepção

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Exame do Estado Mental

UMA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA DEVE RESPONDER AS SEGUINTES QUESTÕES:

– é seguro para o paciente permanecer no local onde está?

– o problema é orgânico, funcional ou uma combinação dos dois?

– o paciente está psicótico?

– o paciente é um suicida ou homicida em potencial?

– qual é a capacidade de autocuidado do paciente?

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Técnica de Entrevista

• Colocar limites de maneira clara

• Sem ameaças ou humilhações

• Não confrontar

• Estimular o paciente a expressar os seus

sentimentos em palavras

• Assegurar ao paciente que você pretende

ajudá-lo a controlar seus impulsos

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Avaliação

• Diagnóstico diferencial

– delírios paranóides

– alucinações de comando

– ideação suicida/homicida

– intoxicação ou abstinência

– delirium

– saber se o terapeuta ou membros da

equipe foram envolvidos no delírio

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Fatores que diminuem o risco de atos violentos

• Experiência da equipe

• Treinamento e reciclagem

• Adequação do comportamento

• Suporte contínuo para membros da

equipe que tenham sofrido

agressões

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Contenção Química

Recomendações

• Tranquilização rápida é uma intervenção de manejo e não é considerada como abordagem primária de tratamento do paciente com agitação psicomotora

• Deve ser usada apenas quando a atenuação ou outras estratégias não obtiveram sucesso

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Contenção Química

Objetivos

• Acalmar o paciente suficientemente

• Minimizar os riscos para consigo mesmo e para com outras pessoas

• Identificar e tratar prontamente a etiologia da

agitação

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Contenção Química

Principais causas

• Natureza orgânica:

– Delirium, catatonia, demência, alucinoses, estados de mal não convulsivos, Sd. Lobo frontal

• Álcool/Drogas/Fármacos

– Abuso, abstinência e intoxicação

• Transtornos Psicóticos

• Transtornos de Humor

• Transtornos Ansiosos

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Contenção Química

Principais causas

• Transtornos Conversivos/Dissociativos• Transtornos de Personalidade• Transtornos Mentais na Infância

– Autismo, TDAH*, retardo mental, transtornos de conduta

• Condições clínicas– Dor, hipóxia, TCE, hipoglicemia, infecção,

uremia, insufiência hepática– *Transtorno de defict de atenção e hiperatividade

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Algoritmo de Tranquilização Rápida

• Deve ser utilizado em consonância com as orientações farmacológicas que constam nas monografias das medicações utilizadas

• Avaliar riscos potenciais

• Médicos e pessoas que administram medicamentos devem ter familiaridade com propriedades de benzodiazepínicos, flumazenil, antipsicóticos, antimuscarínicos* e antihistamínicos

• *Droga que age no Sistema nervoso parassimpatico

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Tratamento Combinado

Via Oral

• Aceitação do paciente

• Abordagem verbal satisfatória

• Sinais indiretos de tensão ou

inquietação

• Risco mínimo de agitação

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Psicose

Agitação leve

Sem Psicose

• Haloperidol + Lorazepam• Olanzapina (zydis)• Risperidona (comb. c/BZD?)• Outras medicações

• Lorazepam• Clonazepam• Diazepam

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Tratamento Combinado

Via Intramuscular

• Administração VO recusada ou falhou

• Comportamento nitidamente agitado

• Necessidade de resposta em minutos

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Psicose

Agitação moderada

• Haloperidol + BZD (Midazolam)• Haloperidol + Prometazina• Zuclopentixol (acetato)• Olanzapina IM*(1h se BZD)• Ziprazidona IM**(Qtc+idosos)

• Midazolam • Prometazina • Haloperidol

Sem Psicose

Não usar Olanzapina e BZDs IM se intoxicação por àlcool

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Tratamento Combinado

Via Intravenosa

• Pouco estudada no Brasil

• Necessidade de ação imediata

• Uso de AP com menor risco de efeitos

EPD

• Considerar riscos potenciais

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Agitação grave

• Haloperidol - precipita em acesso com heparina e fenitoína. Lavar equipo com 2ml de SF. - metade da dose usada IM - risco de Torsades de Pointes

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Condições Especiais

• Idosos

• Intoxições (álcool e sedativos)

• Comoridades clínicas

• Politerapia

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Complicações

• Distonias

• Acatisia ( Impregnação)

• Parkinsonismo

• Rebaixamento do nível de consciência

• Arritmias

• Síndrome Neuroléptica maligna

• Depressão respiratória

• Morte súbita

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Emergências PsiquiátricasEmergências Psiquiátricas

Após Tranquilização Rápida

• Monitorar sinais vitais

• Registrar PA, FC, temperatura, FR e

hidratação

• Recomendável dispor de oxímetros de

leito ungueal

• Atenção os efeitos adversos

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Emergências PsiquiátricasEmergências Psiquiátricas

Revisão Pós-Tranquilização

• Deve-se sempre registrar qualquer incidente que resultou em uso de tranquilização rápida

• Objetivo:– procurar a aprender lições com cada

incidente – dar suporte e orientação à equipe – encorajar um bom relacionamento

entre a equipe, o paciente e os seus cuidadores

• Deve ser feita com a equipe em até 72 hs.

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Gerencia de RiscoGerencia de Risco

Manual de Procedimentos Manual de Procedimentos

Cuidados na Contenção Física , do Cuidados na Contenção Física , do paciente no Hospital Geralpaciente no Hospital Geral

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CONTENÇÃO FÍSICA

A contenção física é um procedimento usado na psiquiatria, com pacientes com alto risco de violência.

Em clínicas gerais pode ser usada para prevenir acidentes em qualquer procedimento técnico ou evitar queda.

Entende-se também que a restrição de movimentos são os últimos recursos para controlar condutas violentas – ameaçadoras e de alto risco para o paciente e a terceiros mas há momentos em que são necessários.

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CONTENÇÃO FÍSICA

Há relativamente pouca literatura sobre o uso de técnicas de contenção física no Brasil

Sabe-se entretanto que não se tratam de intervenções destituídas de risco.

Alguns relatos sugerem que haja cerca de 50 a 150 mortes por ano nos EUA direta ou indiretamente atribuídas à contenção física (Weiss et al., 1998)

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CONTENÇÃO FÍSICA

Objetivo

Intervir de imediato nas situações de crise em que a pessoa põe em risco

sua integridade física ou de qualquer outra pessoa ao seu redor.

SITAR SOBRE O HOSPITAL CLÍNICO!

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CONTENÇÃO FÍSICA

40% dos casos de acidentes os pacientes já estavam contidos

30% aconteceram durante “imobilizações terapêuticas”

30% a equipe não conteve o paciente e o mesmo acabou acidentando-se

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CONTENÇÃO FÍSICA

Fatores que podem contribuir para o aumento do risco de acidentes/ou

morte na contenção

Contenção de pacientes fumantes;

Conter na posição supina (decúbito dorsal)

Predispõe à aspiração, na posição prona (ventral) à sufocação;

Conter em uma sala que não está sob supervisão contínua da equipe.

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CONTENÇÃO FÍSICA

Manual de Normas e Rotinas

O paciente em tratamento em estabelecimento psiquiátrico só deve ser submetido à contenção física por prescrição médica, (Artigo 11 da Resolução CFM nº 1.598 de 09 de agosto de 2000)

Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, orienta que o enfermeiro pode prescrever contenção física, se houver um protocolo compartilhado autorizando a contenção

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CONTENÇÃO FÍSICA

Em hipótese alguma deve-se manter a contenção física como castigo ao paciente, ou por comodidade de quem presta a assistência

Teoricamente um paciente não deve ser contido fisicamente no leito por mais de 2 horas

O paciente contido devera ser assistido pela enfermagem durante todo o tempo que estiver contido

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CONTENÇÃO FÍSICA

Aspectos Técnicos

Número necessário de pessoas para conter um paciente = 5 (devidamente treinadas)

Jogos de faixas de contenção seguras

Cama baixa em quarto privativo