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Medicina Chinesa # saude#medicina alternativa# medicina complementar

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226 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva

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© 2007-2009 por Gilberto Antônio Silva - Todos os direitos reservados

Esta obra não pode ser alterada, traduzida ou transcrita para nenhuma finalidade sem oconsentimento por escrito do autor. Ela encontra-se protegida pela Lei Federal n º 9.610/98. Os infratores serão penalizados conforme a lei.

O conteúdo deste livro expressa os estudos do autor, sua opinião e conclusõespessoais. Não se trata de manual de tratamento ou de um sistema que prescinda dastécnicas terapêuticas adequadas. Em caso de problemas de saúde, consulte umprofissional competente. Não nos responsabilizamos por problemas oriundos deinterpretações errôneas ou radicais do conteúdo deste livro.

26 Dicas de Saúdeda Medicina Oriental

Gilberto Antônio Silva

Este livro é uma edição própria do autor, liberada paradistribuição desde que respeitadas as seguintes regras:

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SumárioINTRODUÇÃO.......................................................................... 05

1- Uma Pessoa, Um Universo............................................... 072- Diferenças Entre Medicina Ocidental e Oriental............ I103- Filosofia Oriental e Saúde................................................. 144- Sua Saúde é Você Quem Faz.......................................... 185- Separe “Boa Forma” de “Saúde”..................................... 226- Dietas Alimentares e Você................................................ 267- Como Comer?.................................................................... 338- Derrubando os Mitos dos Alimentos................................ 419- O Estresse Nosso de Cada Dia....................................... I4910- Cuidando dos Pés............................................................. I5611- Vida Longa ao Chá!.......................................................... 6112- Orelhas, Reflexos do Corpo............................................. 6513- Emoções e Saúde............................................................ I6814- Respire e Controle-se....................................................... 7415- Cuidados na Interação com o Ambiente......................... I7716- Relaxe e Viva!.................................................................... 8217- Mitos do Exercício............................................................. 8618- Movimentando-se.............................................................. 9219- A Energia da Vida............................................................. 9620- Práticas Orientais.............................................................I10021- Modismos e Influências Externas....................................10422- Beber Para Viver...............................................................10923- Vestuário e Saúde............................................................I11524- Barulho, Ruído e Silêncio.................................................12025- Em Busca da Longevidade.............................................I12526- Longevidade e Sabedoria...............................................131

BIBLIOGRAFIA.........................................................................134O AUTOR..................................................................................I136CONTATO...................................................................................137

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INTRODUÇÃO

Olá, amigo leitor ou amiga leitora!

Este livro tem o propósito de ajudar as pessoas a terem uma vidamelhor, com mais saúde. Não se trata de um livro sobre doenças,mas sim em como preservar a saúde. A Medicina Oriental, nossotema central, se baseia na preservação da saúde e na prevenção dasdoenças. Isto é muito mais fácil do que consertar as coisas mais tar-de!

Esta obra foi escrita originalmente em 2007, quando decidi ajudar deuma maneira mais ampla as pessoas a melhorarem sua qualidade devida. Planejado para ser um livro vendido em livrarias e sites, foicolocado à venda em vários lugares na internet e enviado para aná-lise a diversas editoras comercias. Mas decorridos dois anos, acheipor bem liberá-lo de vez para a população, de forma gratuita. Acre-dito que possa servir como valioso guia para o auto-conhecimento ea saúde das pessoas. Este é meu maior objetivo!

Você verá que escrevi este livro de uma forma simples e direta, comouma conversa informal entre nós dois. Sem termos técnicos ou voca-bulário difícil em línguas estrangeiras. Nada aqui é difícil de enten-der ou seguir. Você vai perceber que andar com o fluxo natural davida é mais fácil do que tentar resistir a ele.

Falamos aqui sobre Medicina Oriental, assim, de forma mais ou me-nos genérica. Este termo que usei, “Medicina Oriental”, no meu en-tender engloba qualquer técnica que tenha sido desenvolvida combase na cultura do Oriente e fundamentado em suas filosofias nati-vas. Assim, tanto a Medicina Ayurvédica Indiana quanto a MedicinaTradicional Chinesa estão representadas nesta classificação, bem comotécnicas terapêuticas japonesas e massagens como Shiatsu, Anmá, Do-

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In, Reflexologia... A lista é muito grande! O que você deve estarciente é que “Medicina Oriental” significa aqui o conjunto de técnicasmuitas vezes milenares destes povos, que diferem substancialmenteda nossa medicina ocidental moderna. Isto é explicado já nos primei-ros capítulos.

Grande parte das informações deste livro vem de meus estudos emfilosofia oriental, em particular o Taoísmo, e em medicina chinesa,que é mais a minha praia. Portanto não se surpreenda com as váriasreferências à cultura e filosofia chinesa presentes aqui. Algumas des-cobertas da ciência ocidental também são utilizadas, pois hoje em dianão podemos nos afastar completamente desta área. Ser radical emqualquer aspecto vai contra tudo o que aprendi em 30 anos de estu-dos dentro da filosofia e cultura oriental.

Este livro é sobre saúde e também sobre filosofia e espiritualidade.O ser humano é algo coeso, único, global, e não pode ser divididoem partes isoladas para ser “consertado”. Ao analisarmos a saúdedevemos fazê-lo sempre do ponto de vista único. É isto o que signi-fica o termo “holístico”.

Creio que nem seria necessário mas sempre é bom afirmar que estelivro e seus ensinamentos não são um “guia de saúde” que possasubstituir profissionais de saúde, tratamentos ou remédios. Este éum guia para se viver melhor. Problemas de saúde devem ser leva-dos aos profissionais competentes, pois qualquer sintoma indica queo mal já foi feito. Os conhecimentos aqui apresentados são extrema-mente úteis para prevenir e evitar estes problemas antes que se ins-talem.

Espero que goste e utilize esta sabedoria milenar para melhorar asua saúde e de sua família. Distribua em seu site ou blog, envie paraseus amigos e familiares, mande para todo mundo. É gratuito.

Boa leitura.

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1UMA PESSOA, UM UNIVERSO

Ao falar sobre Medicina Oriental, somos forçados a colocar sempreem primeiro lugar a premissa básica deste tipo de terapia: a unicidadeda individualidade humana, ou seja, cada um de nós é um ser únicoe especial.

Através disto podemos tratar cada pessoa como ela mesma, segun-do sua situação no momento e características próprias. Este é o fioprincipal de qualquer tipo de tratamento oriental e que difere subs-tancialmente da metodologia utilizada pela medicina ocidental.

Para os orientais, cada pessoa é um conjunto de circunstâncias soci-ais, familiares, genéticas, kármicas e energéticas que a tornam dife-rente de qualquer outra pessoa do mundo. Cada ser humano é umpequeno universo em si mesmo, com suas próprias necessidades equalidades. Então como podemos tratar 6 bilhões de seres diferen-tes?

A resposta está na conceituação da medicina oriental, que procuracompreender as leis universais e sua operação para podermos entãotratar as pessoas. Independente de quem seja ou de que problematenha, todos estão sujeitos às mesmas leis universais. Apenas o modocomo respondem a estas leis é que difere completamente. Ao se co-nhecer as leis de atuação universais basta analisar minuciosamente apessoa para se descobrir suas particularidades e oferecer um trata-mento compatível com ela. E apenas com ela.

Mas é comum em Acupuntura, por exemplo, que se utilizem deter-minados tratamentos para pessoas com problemas semelhantes. Isto,à primeira vista, conduz a um tipo de “receita de bolo”, que massificao tratamento. Realmente, muitos acupuntores fazem justamente uso

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destas receitas prontas. Mas estas formulações ancestrais ou moder-nas são apenas o ponto de partida, pois em função disto analisamosa pessoa em questão e alteramos, adaptamos, a fórmula para aqueletipo de pessoa. E mais: adaptamos a receita para aquele momentoem particular.

O Taoísmo afirma que tudo no Universo está em constante mutação,sempre alterando seus estados. A cada sessão, devemos analisar opaciente para podermos compreender seu estado NAQUELE MO-MENTO e avaliarmos o progresso do tratamento. Isto é muito im-portante. A medicina oriental não apenas afirma que cada pessoa édiferente de outra como afirma que cada pessoa é diferente em cadamomento. Tudo se transforma, tudo muda.

Isto torna a Medicina Oriental uma técnica terapêutica extremamen-te individualizada, que olha a pessoa como se ela fosse única e obser-va o seu momento. Com base nisto são prescritos os tratamentosadequados.

Então como posso escrever um livro dando dicas “genéricas” de saúdesegundo a Medicina Oriental? Ora, a resposta é muito simples. Ne-nhuma destas dicas é imperativa, definitiva, sempre será acrescenta-da a sua própria observação de si mesmo. Nesta obra sempre procu-ro colocar as informações de um ponto de vista imparcial, de modoque VOCÊ escolha o que deve fazer. Este é o segredo da coisa. Car-ne faz mal para a saúde? Depende. Algumas pessoas não podem che-gar perto enquanto outras se fartam à vontade e vivem muito bem,com saúde e disposição. Este é um dos maiores riscos da auto-medi-cação, pois um remédio que é sensacional para a enxaqueca de seuvizinho pode ser um veneno mortal para você. Em tudo você sempretem que observar: será que isto é bom para mim? Qual a minha expe-riência anterior nestas circunstâncias?

Isto nos leva a um assunto que parece saído de um livro de auto-ajuda, mas que é fundamental na Medicina Oriental: o auto-conheci-mento. Quanto você se conhece? Se você é um ser único no Universo,

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quem pode conhecê-lo melhor do que você mesmo?

À partir da auto-observação podemos começar a perceber como nos-so organismo funciona e como ele se comporta. Há algum tempo,quando ainda tentava me conhecer, eu fiz um prato de frango compimentão que me rendeu uma noite interminável de gases. Não re-comendo isto para ninguém. Se perguntar por aí vão dizer que aculpa é do pimentão, que é indigesto. Pois bem. Através da auto-observação e do estabelecimento de uma dieta baseada em meubiotipo particular pude perceber com surpresa que a culpa era dofrango! Posso comer pimentão até arrebentar, mesmo à noite, mas acarne de frango me é indigesta. Tenho um amigo que se comer pi-mentão ficará com o gosto dele na boca por uma semana. Claro, so-mos diferentes. Mas quem vai saber disto além de nós mesmos?

O auto-conhecimento nos traz a uma outra questão que abordare-mos mais detalhadamente à frente, que toca na nossa responsabili-dade sobre nossa saúde. Costumamos deixar este encargo nas costasdo médico ou de algum remédio “milagroso”, enquanto uma obser-vação atenta de nosso modo de vida irá demonstrar que podemosviver com saúde se respeitarmos quem somos e o que somos. Poissomos únicos. Apenas isto.

Somos únicos na Criação, cada um de nós.Um tratamento individual e particular é a premissa da medicinaoriental.O que ajuda uma pessoa, pode fazer mal a outra.Observar a si mesmo é a primeira diretriz de uma vidasaudável.Auto-conhecimento é o fundamento da saúde.

RESUMO

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2DIFERENÇAS ENTRE

MEDICINA OCIDENTAL E ORIENTAL

O tópico anterior, nossa situação única no Universo, é a base princi-pal das diferenças entre a medicina ocidental, que busca uma abor-dagem científica estabelecida há pouco tempo, e a medicina oriental,que parte de soluções empíricas formuladas e testadas muitas vezespor centenas de anos.

Antes temos que fazer uma conceituação que empregaremos nestetrabalho: medicina ocidental é a técnica científica empregada hojeem hospitais e clínicas modernas e que se utiliza de medicamentos edrogas químicas diversas além de intervenções cirúrgicas. Medicinaoriental é o conjunto de técnicas terapêuticas estabelecidas no Ori-ente e que podem utilizar massagem, agulhas, ervas medicinais, óle-os, exercícios, dieta e outros procedimentos naturais e não-agressi-vos.

A medicina ocidental baseia-se na intervenção direta no organismo.Através de cirurgias e medicamentos (chamados tecnicamente de“drogas”) procura-se alterar artificialmente o estado do paciente paraque ele retorne à condição definida como “normal”. Na medicinaoriental busca-se restabelecer o equilíbrio do paciente através de seuspróprios recursos, como massagem, exercícios, dietas e, se necessá-rio, Acupuntura, ervas ou outras técnicas que possam ajudar o orga-nismo a se recuperar. Mesmo no caso de fármacos naturais, a idéiacentral nunca é suprir o corpo com os elementos de que necessita,mas estimulá-lo a se recuperar espontaneamente. Enquanto a medi-cina ocidental busca uma solução imediata e agressiva, a medicinaoriental busca uma solução gradual e natural para o organismo dopaciente.

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As diferenças saltam aos olhos pela metodologia empregada. A me-dicina ocidental é principalmente baseada no estudo estatístico e noataque aos sintomas. Os medicamentos e tratamentos se concentramnas médias estatísticas dos resultados de testes controlados, primei-ramente com animais de laboratório e depois com pacientes voluntá-rios. Passando nos testes, com mais de 50% de eficiência, o medica-mento começa a ser vendido.

O que intriga muitas pessoas é porque muitas vezes o tratamentonão funciona, funciona pela metade ou tem que ser reavaliado? Aresposta é justamente este fator médio de sucesso. Será que vocêestá na faixa média da população ou pertence às partes que não pos-suem efeito ou possuem efeito muito pequeno? Como muitos dosmecanismos naturais do corpo humano são ainda desconhecidos pe-los médicos, procede-se muitas vezes a um tipo de tratamento portentativa e erro, muito comum, ou por meio de receitas de remédiospara uso geral, caso dos analgésicos e anti-inflamatórios que são re-ceitados freqüentemente quando uma pessoa tem dor e o médiconão encontra a causa.

Muitas vezes um medicamento é receitado e não surte efeito. Entãoele é trocado por outro similar, de outra marca ou princípio ativo. Oprocesso é repetido até que se encontre um medicamento compatívelcom o paciente ou que se tente outra abordagem. Anti-concepcionalé um caso clássico. Minha mulher utilizou três marcas diferentes ten-tando evitar efeitos colaterais (ou amenizá-los). Finalmente desistiu.Você já deve ter passado por este tipo de coisa: troca de medicamen-tos sucessivos até achar um que se encaixe no seu organismo. Comodissemos antes, cada pessoa é uma pessoa mas a medicina modernaenxerga apenas a média da população. Se você está fora dela, a coisase complica.

Allen Roses, chefe do setor de genética da empresa GlaxoSmithKline(GSK), a maior empresa farmacêutica do Reino Unido, afirmou que“a vasta maioria dos remédios - mais de 90%- só funciona para 30%

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a 50% das pessoas”. Para isto citou um estudo sobre as taxas de efi-ciência de uma ampla variedade de remédios realizado por BrianSpear, cientista dos Abbott Laboratories, empresa de diagnósticomédico de Chicago. Ele constatou que as taxas de eficiência variamao redor de 50%, partindo de 25% no caso de drogas contra o câncera 80% de eficácia no caso de analgésicos.

Um medicamento é testado em alguns milhares de voluntários (setanto) e os resultados são extrapolados estatisticamente para toda aRaça Humana. Na média, ele funciona. Mas existem problemas.

Efeitos colaterais dos medicamentos também são comuns. Aliás, co-muns não, quase obrigatórios. Existe uma idéia de que se não exis-tem efeitos colaterais o remédio (denominado tecnicamente de “dro-ga”, como vimos) também não está funcionando. Mas se você estáfora da média populacional da eficiência do medicamento, você podeficar só com os efeitos colaterais.

Um aluno meu teve problemas de pressão alta e lhe receitaram umadroga. Funcionou por algum tempo, já que o problema era o estressee o tratamento atacava apenas o sintoma – pressão alta. Ele começoua ter crises de tosse com a continuidade da medicação, uma tosseque não cessava. Ele me procurou e fiz uma terapia natural com cris-tais que acabou com a tosse, mas esta retornava dias depois. Eleacabou indo a outro médico que informou que a tosse era uma rea-ção alérgica comum aos medicamentos para controle da pressão. So-lução? Nenhuma, pois o efeito colateral faz parte do medicamento eele caiu numa faixa fora dos 50% de eficiência, onde os efeitos secun-dários são mais sentidos.

A medicina oriental é baseada no equilíbrio da pessoa em ressonân-cia com as Leis Universais. Estas leis foram formuladas depois deséculos de observações e experimentações com milhões de pacientes.Quando nos afastamos destas leis naturais, aparece a “doença”, demodo que a medicina oriental é particularmente preventiva, se preo-cupando com a manutenção da saúde. Mas uma vez instalado o

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desequilíbrio, a solução é retornar a pessoa a este estado harmônicoatravés da readequação de seu organismo. Existem muitos métodospara isto, dependendo da cultura de origem (indiana, chinesa, japo-nesa, coreana, tailandesa, vietnamita, etc...). Mesmo os medicamen-tos fitoterapêuticos ou fármacos de origem natural possuem a carac-terística de auxiliar o organismo a retornar ao equilíbrio. Isto é feitocom um mínimo de efeitos colaterais, exceto aqueles oriundos daretomada do nível saudável. Por exemplo, uma pessoa com prisãode ventre por alguns dias pode ter uma diarréia até seu organismoretornar ao normal. Mesmo na extensa farmacopéia chinesa o medi-camento indicado para um paciente possui em geral ao menos quatrocomponentes: um agente para o problema específico, um outro queamplia o efeito do agente principal, um que corta os efeitos colateraisdo medicamento e um último que dirige o efeito do medicamentopara a parte do corpo específica, reduzindo o risco de uma intoxica-ção do organismo.

A medicina oriental também busca a causa dos problemas, seja físico,ambiental, emocional ou energético. Uma enxaqueca pode ser resul-tado de uma tomada de decisão adiada repetidamente, a prisão deventre ou nódulos musculares dolorosos podem ser gerados por umasituação de estresse específica, etc... Os aspectos energéticos tam-bém são um dos fundamentos da medicina oriental e que não sãoreconhecidos pela medicina ocidental.

RESUMOA Medicina Ocidental procura atacar os sintomas e restaurar asaúde através de técnicas invasivas (cirúrgicas) ou pela adoçãode drogas químicas desenvolvidas por análise estatística de re-sultados. Atua geralmente depois da doença se instalar.A Medicina Oriental baseia-se na prevenção das doenças e namanutenção da saúde. Para restaurar a harmonia do organismopode-se utilizar de várias técnicas, sempre procurando utilizaros recursos próprios do paciente. Um de seus fundamentos prin-cipais é o trabalho com a energia vital, assunto ignorado pelaMedicina Ocidental.

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3FILOSOFIA ORIENTAL E SAÚDE

A Medicina Oriental se caracteriza pela forte influência de correntesfilosóficas do pensamento oriental em seus conceitos básicos e pro-cedimentos. Esta influência não se dá simplesmente por motivos re-ligiosos, como rapidamente poderíamos afirmar, mas sim pela filo-sofia de vida deste povos. Sua atitude perante a Vida e o Universonortearam o desenvolvimento de sua medicina.

Por este prisma podemos notar a causa da variedade imensa de es-colas terapêuticas orientais, cada uma versando sobre fundamentosde sua filosofia própria. A maioria das técnicas de Medicina Orientalque conhecemos foram criadas à partir da cultura chinesa, pois suainfluência nos povos do Oriente sempre foi muito marcante. Apesardisto outros países moldaram esta filosofia segundo sua própria cul-tura, como ocorre no Japão. Os dois grandes pólos de cultura e me-dicina da Ásia foram a Índia e a China, com a Ayurveda, medicinaindiana, e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC).

Alguns princípios norteiam a Medicina Oriental praticada no Extre-mo Oriente. Via de regra estes conceitos foram formulados na Chinaantiga, há muitos milênios, dentro do Taoísmo. O Taoísmo é umafilosofia nativa da China baseada na harmonia com o Universo e quebusca compreender a estrutura das coisas, com princípios esboçadospor sábios como Fu Xi, Chuang-Tzu e Lao-Tzu. Longe de ficaremdesatualizados, muitas pesquisas modernas apenas comprovam oaltíssimo grau de conhecimento que estes sábios da antigüidade pos-suíam. Vamos ver alguns destes fundamentos essenciais:

EquilíbrioMuito se fala sobre equilíbrio, mas de onde saiu esta idéia? O serhumano está em permanente contato com as forças da Natureza e

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extrai sua vida deste intercâmbio de forças. Quando ele está em equi-líbrio com o Universo, está saudável. As doenças aparecem quandoeste equilíbrio se desfaz, gerando energias conflitantes com sua na-tureza. A função do terapeuta é ajudar o paciente a manter ou retornara este estado de equilíbrio, que definimos como “saúde”.

EnergiaA base do Universo é energia (Chi para os chineses, Prana para osindianos, Ki para os japoneses e coreanos). É com base na manipula-ção desta energia de inúmeras formas que vamos restaurar o equilí-brio do paciente, pois estes desequilíbrio também ocorre no nívelenergético. Ninguém aqui está lidando com a área dos médicos oci-dentais, pois nosso enfoque é sempre energético, desde o diagnósti-co até o tratamento. Vamos falar mais sobre isto em um capítuloespecial sobre energia.

HolismoHoje em dia ficou comum falarmos de Holismo ou técnicas holísticas.“Holos” em grego significa “tudo” ou “o todo”, por isso usamos estetermo ao nos referirmos aos tratamentos alternativos, em particularaos da Medicina Oriental, pois tratamos a pessoa como um ser com-pleto, incluindo corpo, mente, emoções, conceitos, forma de pensar,energia, predisposições. Não existe um acupuntor especializado nopé, por exemplo, como existem médicos. Ou se resolve o problemaglobalmente ou ele nunca terá solução. Uma dor nas costas pode serum problema emocional e uma enxaqueca pode se originar de umadecisão difícil na vida. Se não houver uma análise e tratamento dapessoa completa o problema pode não ser resolvido ou ser remedia-do por algum tempo, voltando depois. Às vezes ainda pior.

O TerapeutaCada terapeuta é um agente do Universo que serve como intermedi-ário entre as forças da Natureza e a pessoa. Como o paciente estádesequilibrado, necessita de uma ajuda externa para retornar ao equi-líbrio, que é ministrada pelo terapeuta. Como vimos, o próprio paci-ente fará a sua cura, mas o terapeuta é importante para orientar eauxiliar este processo. Ele é apenas um coadjuvante que fará a religação

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entre paciente e Universo.

Yin/YangA polaridade complementar já confundiu muita gente. Ficaria difícilexplicar este conceito neste pequeno espaço, mas podemos resumiralgumas idéias. Tudo em nosso Universo manifestado possui umcomponente de forças dual formado pelo Yin e o Yang. O Yincorresponde a forças contrativas e o Yang a forças expansivas. Umnão existe sem o outro e um gera o outro. São opostos complementa-res dos quais tudo que existe é formado. Nada existe que seja apenasYin ou apenas Yang, mas sempre uma composição dos dois. Noteque o conceito do Yin/Yang pode variar segundo fontes diversas. AMacrobiótica, por exemplo, utiliza uma noção de Yin/Yang muitodiferente da Medicina Chinesa. Procure fontes na cultura chinesa eterá informações mais confiáveis.

Cinco ElementosOs 5 elementos são um dos aspectos mais interessantes da filosofiachinesa, complexos porém simples numa ambigüidade típica da cul-tura da China. Na verdade trata-se de cinco estados energéticos quepermanecem em constante mutação, sempre se transformando, daíserem chamados de Wu Xing, corretamente traduzido como “cincoações” ou “cinco movimentos”. Um gera o outro e um controla ooutro em um ciclo sem fim. Os elementos são: terra, madeira, água,

COR

SABOR

ÓRGÃO

VÍSCERA

ESTAÇÃODO ANO

TERRA

Amarelo

Doce

Baço-Pâncreas

Estômago

5ª estação

METAL

Branco

Picante

Pulmão

IntestinoGrosso

Outono

ÁGUA

Preto

Salgado

Rins

Bexiga

Inverno

MADEIRA

Verde

Ácido

Fígado

VesículaBiliar

Primavera

FOGO

Vermelho

Amargo

Coração

IntestinoDelgado

Verão

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fogo e metal. A eles correspondem cores, estações do ano, sabores eórgãos energéticos do corpo humano como mostra a tabela abaixo.A interação entre estes elementos promoverá a saúde ou odesequilíbrio. As técnicas da Medicina Oriental utilizam os 5 ele-mentos como fator importante na manutenção da saúde ou norestabelecimento do paciente.

RESUMOA Medicina Oriental se baseia fortemente na filosofia oriental.A principal fonte de influência na Medicina Oriental foi a filoso-fia taoísta da China.O Taoísmo busca estabelecer uma harmonia completa com oUniverso e compreender seu funcionamento.Muitos conceitos filosóficos são importantes dentro da Medici-na Oriental:

Equilíbrio- entre a Natureza e o ser humano (que chama-mos de “saúde”)

Energia – a base do Universo, que forma todas as coisas.É fundamental como pedra angular de toda a medicina orien-tal.

Holismo – tratar sempre o ser humano de maneira com-pleta, corpo, mente e espírito

O Terapeuta - é o encarregado de servir como ponteentre o paciente e o Universo visando auxiliá-lo em manter ourecuperar este equilíbrio.

Yin/Yang - polaridade complementar que forma todasas coisas. O Yin corresponde a forças contrativas e o Yang aforças expansivas.

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4SUA SAÚDE É VOCÊ QUEM FAZ

Uma das coisas que mais chamam a atenção na Medicina Oriental éque o paciente tem grande parcela de responsabilidade pela sua me-lhora. Como os ocidentais estão acostumados (mal-acostumados) ase entregarem totalmente à medicina moderna, a recuperação costu-ma ser mais problemática.

O que você tem sempre que ter em mente ao procurar qualquer tipode terapia alternativa é que você mesmo é o principal responsávelpor sua cura. Enfrentei vários problemas neste aspecto em minhaspráticas terapêuticas. É muito comum o paciente não entender quan-do você pede que ele mude sua alimentação ou use outro tipo deroupa. A coisa fica pior quando percebemos que o problema princi-pal está na maneira em que ele percebe alguns aspectos do mundo.Alterar isto é extremamente difícil, embora conseguisse a cura domal que o atormenta.

Nós criamos nossa própria realidade, por isso se fala tanto em “pen-samento positivo” e coisas do gênero. Muitos de nossos problemasfísicos decorrem de interpretações sobre o mundo que nos cerca,muitas vezes percebidos ou interpretados de maneira totalmenteequivocada. Procurar ter uma mente aberta e flexibilidade suficientepara observar problemas de vários ângulos é fundamental na manu-tenção da saúde.

Da mesma forma é altamente complexo cultivar opiniões fixas sobrevários assuntos, mesmo com respaldo “científico”. A ciência mudatodo dia e o que hoje é certeza absoluta amanhã poderá cair porterra como uma tolice.

O estado mental de uma pessoa é diretamente responsável pelo tipo

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de problemas de saúde que tem e pela qualidade de sua recupera-ção. Vários estudos mostram que pessoas otimistas e com bom hu-mor adoecem menos e vivem mais. Nas práticas da Medicina Orien-tal, um estado receptivo do paciente pode ampliar centenas de vezesa eficácia de um tratamento. Não digo que os bons resultados sejamalgum tipo de “efeito psicológico” ou “efeito placebo”, como muitosmédicos mal-informados gostam de dizer, mas pelo motivo de quevocê é diretamente responsável pela sua saúde, pelas suas doenças epela qualidade de sua recuperação.

Nunca cuidei de alguém que não quisesse meus conhecimentos. AMedicina Oriental é real, altamente eficiente organicamente e fisica-mente, e não depende de crença alguma para surtir efeitos. Mas osefeitos se ampliam quando a pessoa que recebe o tratamento se man-têm receptiva e confiante. Do mesmo modo, uma pessoa altamentecética terá menos resultados ou de caráter mais pobre. Estudos mos-tram que um alto índice de ceticismo inibe o funcionamento dohipocampo, uma região do cérebro, e conseqüentemente reduzem aeficiência da Acupuntura, por exemplo. Como regra geral, sempretive o cuidado de verificar se as pessoas que me procuravam queri-am efetivamente ser tratados por aqueles métodos que eu emprego,baseados na Medicina Oriental. Se houver qualquer tipo de resistên-cia, indico outro tratamento ou mesmo a medicina ocidental, já queela não se importa com este tipo de pré-disposição do paciente (em-bora seja comprovado que ao menos 50% do resultado de um medi-camento alopático está ligado ao “efeito placebo” ou “efeito psicoló-gico”). A ironia disto é que a esmagadora maioria dos pacientes quebuscam a Medicina Oriental já passou pela medicina ocidental, àsvezes durante muitos anos, com pouco ou nenhum resultado.

Quando se procura um tratamento alternativo, especialmente den-tro da Medicina Oriental, deve-se estar preparado para seguir asprescrições. Às vezes podem parecer desconexas ou insuficientes,mas o terapeuta sabe o que está fazendo. Se o paciente não seguir asrecomendações, não pode querer ficar bem. Conversando com o Dr.Bokula, indiano especializado em Medicina Ayurveda, fiquei saben-

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do que esta era uma de suas grandes frustrações: o brasileiro nãoseguia as prescrições à risca, muitas vezes preferindo continuar do-ente do que deixar de comer carne de porco, por exemplo! Segundoele, na Índia (onde a maioria do sistema médico ainda é o milenar etradicional Ayurveda) as pessoas fazem absolutamente qualquer coisaprescrita pelos terapeutas pois desejam apenas restabelecer a sua saú-de. Aqui em nosso país temos uma população de pessoas que seautomedicam e da mesma forma procuram interpretar as prescriçõese tratamentos recomendados segundo sua própria lógica, emboranada saibam sobre as técnicas terapêuticas utilizadas.

É comum o paciente suspender seu tratamento por iniciativa pró-pria. Muitas vezes iniciamos o tratamento e, assim que se livra dador ou de outro incômodo, ele some do consultório. Mas o trabalhonão acabou! Apenas aliviamos os sintomas para que se sinta melhoraté terminar o tratamento.

Mas ele acaba voltando, geralmente depois de alguma semanas oumeses, quando aquele problema não-tratado retornar...

Ao procurar um tratamento segundo a Medicina Oriental você devese manter receptivo e seguir as recomendações de maneira adequa-da. Por menos lógicas que estas possam parecer a você.

RESUMOO paciente é altamente responsável pelo sucesso do tratamentodentro da Medicina OrientalDeve-se manter uma atitude receptiva ao tratamento. Não énecessário fé ou crença, mas apenas uma mente aberta.Ceticismo exagerado atrapalha a eficiência do tratamento. Osdois extremos, tanto ceticismo quanto a fé cega, devem ser evi-tados.Siga todas as recomendações do terapeuta.

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Não se submeta a tratamento se tiver qualquer ressalva quantoao profissional ou técnica apresentada.Não existe medicina nem terapia perfeita. Nenhum profissi-onal sozinho, seja terapeuta seja médico, pode curar você.Nenhum medicamento ou tratamento isolado pode curarvocê. Apenas o conjunto terapeuta-paciente-tratamento podesurtir resultados. Faça a sua parte.Médicos não curam. Terapeutas não curam. Apenas o pacien-te pode curar a si mesmo, auxiliado pelo tratamento prescri-to.

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5SEPARE “BOA FORMA” DE “SAÚDE”

Muita gente se confunde com os termos “boa forma” e “saúde” eacham que um corpo sarado, malhado e bronzeado pertence a umapessoa saudável. Nem sempre. Na verdade muitas vezes é mais fácilencontrar saúde na simplicidade de uma dona de casa do que nagatinha malhadora. Já conheci muitas pessoas que tinham uma exce-lente forma física e tomavam caminhões de remédios.

Repare que tanto “forma física” quanto “boa forma” possuem a pala-vra “forma” como característica principal. Ou seja, a sua forma, apa-rência, é boa. Não significa nada em termos de saúde. Muita gentetreina como doida e leva seu corpo até limites perigosos. Os ameri-canos tem um ditado muito repetido pelo mundo afora que eu achoparticularmente ridículo: “no pain, no gain” (sem dor não há ganho).As pessoas acham que levar seu corpo além dos limites é vantajoso.Talvez para se ganhar um troféu ou algo assim , pois para a saúde éextremamente danoso. Quando você sente dor é o seu corpo dandoo alarme de que o esforço é excessivo. Ultrapassar este limite podeser complicado, senão agora, no futuro.

Pense em um carro. Por que as pessoas não gostam de comprar umcarro que pertenceu à frota de uma empresa? Porque ele está muito“surrado”, utilizado até o extremo. Mas todas as revisões foram fei-tas e o diagnóstico do motor, câmbio e suspensão estão OK. Mesmoassim as pessoas hesitam, pois sabem que o desgaste pode ter com-prometido algo ainda não descoberto. Pensamos assim de um carro,por que não de nosso corpo?

Uma pessoa leva seu corpo até além de seus limites durante anos. Oscheck-ups médicos estão corretos, tudo está em ordem. Então, re-pentinamente acontece um rompimento de ligamento, uma tendinite,

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uma contusão muscular, um problema de coluna, e troca-se a acade-mia pela fisioterapia. Isto é muito mais comum do que você pensa. Jácuidei de muitas pessoas com problemas deste tipo. Um rapaz apare-ceu com problemas no joelho e percebi que a cartilagem estava comproblemas. Recomendei que ele fosse a um ortopedista e acabou ten-do que fazer uma cirurgia. Era professor de academia e ainda nãotinha 25 anos de idade. Isto é o que se chama de “overtraining”, umexcesso, um caso isolado, poderia-se perguntar. Mas é a filosofia detreinamento que vemos por aí que está errada. Mais adiante vamoster um capítulo todo voltado para a movimentação do corpo e oexercício saudável e você vai ver, mesmo na academia, como se deveproceder.

Voltando ao nosso texto, as pessoas se esforçam demais para criaruma aparência que pode ser aceita na sociedade. Esta é a verdade.Poucas pessoas se dispõe a malhar três, quatro ou mais vezes porsemana depois de um dia agitado apenas para ficar saudável, salvose for por indicação estrita do médico. A cobrança da sociedade e ospadrões médicos de “saúde”, que mudam com o passar dos anos,contribui muito para este esforço. Somente as pessoas que estão aci-ma do peso tem noção da crueldade com que a sociedade trata aque-les que estão fora dos padrões. Padrões estes ditados por empresase segmentos que estão preocupados em comercializar seus produtose não com sua saúde.

Veja o caso das modelos anoréxicas, por exemplo. Sabe por que elastem que ser tão magras? Porque não se trata de uma pessoa, mas deum cabide que anda! Isso mesmo: a única função delas é mostrar asroupas e, para isto, elas próprias não devem chamar a atenção. Daí anecessidade de serem magras, pois ninguém gosta de mulheres ma-gras. Se assustou? Esta é a verdade, nua e crua. E posso falar comconhecimento de causa pela ala masculina: os homens preferem asredondinhas. Se duvida, procure reparar nas profissionais – não exis-tem prostitutas magricelas. Elas não atraem a clientela. Note tam-bém que as modelos-manequins são maquiadas para parecerem comzumbis mortas-vivas ou algum monstro da 5ª dimensão. Tudo para

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não ficarem bonitas e chamar mais a atenção do que a roupa. Estilistasnão gostam de concorrência.

Bilhões de reais são movimentados pela indústriada “boa forma” em publicações que trazem pessoasmagras nas capas e ensinam como perder 5 Kg emuma semana, livros com a dieta definitiva, apare-lhos que fazem ginástica sem você se mexer, suple-mentos alimentares que emagrecem rapidamente oupermitem que você coma toda a gordura que quiserporque ele vai “absorver” este excesso (esta é boa!).Milhares de produtos são vendidos para que vocêfique em forma, de preferência rápido e sem traba-lho. E tudo em nome da saúde.

Vi a algum tempo uma revista com a Angélica na capa e uma manche-te espalhafatosa: “Angélica magérrima”. Será que alguém acha queser “magérrima” é uma boa coisa? A própria preocupação com a “boaforma” muitas vezes acaba se tornando uma obsessão ou um proble-ma emocional. Como a frustração quando não se consegue obter osresultados cobrados pela sociedade. No Oriente é diferente.

O próprio modelo de aparência dos orientais é muito diferente. NaÍndia é bonito ter algumas gordurinhas a mais, pois a população nogeral é muito magra. Veja que os marajás sempre aparecem comorotundos senhores. No Japão um homem com sua barriguinha é muitobem visto, pois eles acreditam que o modelo ocidental de peito largoe cintura fina é por demais desequilibrado. Uma cintura mais largadá mais estabilidade e segurança à pessoa, em vários sentidos. Nosnegócios eles confiam mais numa pessoa de maneiras tranqüilas ecintura larga do que num executivo irriquieto e “em forma”.

Na China a gordura extra nunca foi um problema. A Medicina Chi-nesa trata de efetuar um diagnóstico energético na pessoa antes dedizer se ela é saudável ou não. A compleição, isto é, a cor e aparênciado rosto, nos diz muito mais sobre a saúde de uma pessoa do que o

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tamanho da sua cintura. O que importa para os chineses é relaxa-mento e flexibilidade do corpo. Os atletas com o corpo “durinho”podem ser considerados “estressados” pela Medicina Oriental. VejaSammo Hung, parceiro e diretor do astro Jackie Chan: ele seria con-siderado obeso pelos padrões ocidentais mas o que ele faz nos filmesé impraticável pelas pessoas “em forma” das academias. Muitos Mes-tres de artes marciais chinesas estavam acima do peso por nossospadrões e mesmo assim exibiam uma saúde de ferro. O Mestre WangShu Jing, do estilo Baguazhang, de Taiwan, pesava mais de 150 qui-los. Diz-se que quando ele descia a rua a calçada trepidava. E era umdos melhores lutadores da Ásia! Seu golpe predileto era abraçar acintura de seu adversário e dar uma “barrigada” nele, quebrandosua espinha. Ria, se puder.

A utilização de exercícios físicos e a noção de saúde dos orientais émuito diferente.

RESUMOBoa forma e saúde são coisas distintas.Não se pode julgar a saúde de uma pessoa pelo seu peso ou“formato”No Oriente não se leva o fator “aparência” em consideração.Saúde é uma coisa mais profunda e possui uma conotação dife-rente.Um corpo saudável, pela Medicina Oriental, deve ser relaxadoe flexível.

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6DIETAS ALIMENTARES E VOCÊ

Antes de mais nada devemos sintetizar o que significa o termo “die-ta alimentar”. Em tom genérico, como o que utilizaremos aqui, elasignifica “sistema normal de alimentação de uma pessoa”. Não é re-gime de emagrecimento, mas o hábito de alimentação das pessoasno dia-a-dia, pois estamos interessados em saúde a longo prazo enão em regimes restritos e de curta duração para algum objetivoespecífico como desintoxicação, emagrecimento, etc... Apenas comocuriosidade, na medicina da antigüidade “dieta” significava todo omodo de vida, que compreendia sono, exercícios físicos, comida ebebida, excreção, relações sexuais, saúde mental.

Perceba que nada do que será analisado aqui provêm de preconcei-tos ou ideologias alimentares, mas apenas e tão somente na análisede fatos através do bom senso, de fundamentos dentro da MedicinaOriental e eventualmente de pesquisas cientificas. Tire suas própriasconclusões e experimente o que for melhor para você. Alimentação éuma das coisas mais pessoais que temos em nossa vida.

Dietas RestritivasHoje existem centenas de tipos de dietas com restrição de algum tipode alimento, incluídos os regimes de emagrecimento cada vez maisestranhos. Alguns exemplos de dietas e regimes restritivos: Dieta daSopa, Dieta do Abacaxi, Vegetarianismo, Ovo-Lacto-Vegetarianismo,Crudivorismo, Frugivorismo, Dieta do Dr. Atkins, Macrobiótica, Dietada Lua e outros tipos de restrição alimentar que se baseiam na idéiade que determinados tipos de alimentos são melhores do que ou-tros, que devem ser evitados a todo custo por todo mundo.

Veja que nenhum tipo de dieta restritiva é saudável durante muitotempo, pois acabam causando algum tipo de deficiência alimentar.

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Mesmo a Dieta do Dr. Atkins, tão criticada pelo mundo afora, quepraticamente elimina os carbohidratos e favorece as proteínas ani-mais e gorduras, o faz por 14 dias. Depois deste período oscarbohidratos voltam a entrar aos poucos na dieta. Isto segue umaregra muito interessante descoberta a respeito de dietas restritivas:TODA dieta restritiva favorece o organismo por até duas semanas,mais ou menos. Este é o tempo em que o organismo descansa dadigestão de algum tipo de alimento e se sente bem. Depois desteperíodo, as carências começam a aparecer. Por isso QUALQUER tipode dieta restritiva funciona bem nos primeiros 15 dias. Daí um mon-te de gente tentar regimes para emagrecer absurdos como a “dietado Abacaxi”, em que se come apenas abacaxi, e conseguir realmenteemagrecer. Pelo menos nos primeiros 15 dias.

Vamos mostrar algumas dietas restritivas mais comuns e seus pro-blemas.

VegetarianismoEste é um tipo de dieta que exclui a carne e, muitas vezes, outrosprodutos de origem animal. Eles se dividem basicamente em tr~estipos:

- Ovo-Lacto-Vegetarianos, que consomem ovos e laticínios,- Lacto-Vegetarianos, que não consomem ovos- Vegetarianos puros, ou “veganos”, que não consomem absoluta-mente nada de origem animal. Dentro desta classe temos oCrudivorismo, que é a dieta na qual se consomem apenas vegetaiscrus, sem qualquer tipo de produto animal, e também oFrugivorismo, dos que se alimentam apenas de frutas. Mais nada.

Muito se fala sobre as vantagens do vegetarianismo como alimenta-ção, que vão de saúde perfeita até aprimoramento espiritual. Na ver-dade, comer ou não carne não fará de você uma pessoa necessaria-mente melhor. Existem vegetarianos saudáveis? Claro. Mas tambémexistem milhares que são anêmicos crônicos. O ferro é o mineral queforma nossa hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio

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pelo sangue. O melhor ferro que pode ser absorvido pelo organismoé o de origem animal, denominado “ferro M”. Sua absorção chega a40% contra 10% do ferro presente nos vegetais.

O vegetarianismo é um dogma levado a sério por muita gente, queatribui a ele até o poder de tornar as pessoas espiritualmente maiselevadas. Do meu ponto de vista, acredito que cada um deve comero que desejar. Mas muitos vegetarianos defendem que a única ali-mentação para o ser humano é a deles. Causa estranheza a ferocida-de e a necessidade que muitos destes adeptos tem em justificar suaescolha alimentar. Quer comer apenas vegetais? Faça. Mas em silên-cio. Não tente impor sua filosofia a todos como se fosse a salvaçãouniversal. Outra coisa que acho intrigante é a quantidade de imita-ções de carne que a maioria dos vegetarianos aprecia: almôndegas,salsichas, hambúrgueres e feijoada feitas com soja. Estes não comemcarne com o corpo mas o comem com a mente...

A saúde fica ainda mais comprometida nos vegetarianos radicais,que eliminam todo tipo de produto animal de suas dietas, pois avitamina B12 que promove a proliferação dos glóbulos do sangue efaz a manutenção da integridade das células nervosas não existe noreino vegetal. Muitas vezes eles recorrem a suplementos vitamínicosartificiais ou acabam com anemias crônicas.

Também a alimentação crua e à base unicamente de frutas reduzem avitalidade humana pois o fogo é grande fonte de energização dosalimentos segundo a Medicina Chinesa. Aliás, na cozinha chinesa setem um provérbio interessante: “cozinhar, sempre. Cozinhar muito,nunca”. Assim se energiza o alimento mas se preservam seus valoresnutricionais, que são reduzidos pelo calor excessivo dos alimentosmuito cozidos.

Mesmo no reino animal existem pouquíssimas criaturas totalmentevegetarianas, pois todos os primatas (de certa forma, nossos “paren-tes”) são onívoros e mesmo uma vaca, ao comer o capim, consomeinsetos, ovos e larvas de insetos. Animais alimentados com feno as-

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pirado, 100% vegetarianos, ficam doentes.

O vegetarianismo não possui qualquer tipo de evidência científica deque seja muito mais saudável que a dieta onívora (em que se come detudo), ao contrário do que seus defensores alardeiam. É uma ques-tão filosófica e não técnica ou científica. Nem mesmo a Medicina In-diana Ayurveda ou a Medicina Chinesa deixam de preconizar a car-ne como alimento. Novamente reafirmo a sentença inicial: cada pes-soa é um Universo. Não existem dietas ideais para toda a Humani-dade.

MacrobióticaEste é um tipo de dieta que se tornou popular na segunda metade doséculo XX. Desenvolvido por Sakurazawa Nyoiti, mais conhecidocomo George Ohsawa, foi difundido à partir da França, lugar ondeele se radicou.

Divulgado como uma espécie de verdade universal que poderia cu-rar todos os males da Humanidade, a Macrobiótica se tornou logoum excelente negócio pois a maioria de seus produtos não podia serencontrado no comércio normal. Lojas macrobióticas e empresas deprodutos macrobióticos proliferaram por todo o mundo.

A base da Macrobiótica são teorias de Ohsawa que ele divulgavacomo sendo utilizadas “no Oriente”, principalmente a interação Yin/Yang. Entretanto a idéia que ele tinha sobre esta polarização se cho-ca frontalmente com os fundamentos da Medicina Chinesa, originá-ria desta idéia e seguida por japoneses e outros povos do extremooriente. Não se sabe de onde a interpretação dele veio, mas não fazparte da Medicina Oriental. Seu grande consumo de soja, excesso decereais e a limitação no consumo de frutas não são, principalmenteem se tratando de um país como o Brasil, recomendáveis. Soja emexcesso irrita os rins e o pâncreas dos ocidentais, pois não temos osdispositivos genéticos dos orientais para trabalhar com este alimen-to. Muito cereal presente na alimentação (70 a 90%, segundo Ohsawa)pode causar espessamento do sangue e diversas incompatibilidades

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orgânicas, pois nem todos toleram carbohidratos em excesso. A idéi-as de limitação no consumo de frutas é muito comum em dietas nas-cidas em países com clima temperado ou frio. Mesmo dietas taoístasque são famosas pela saúde e pela longevidade que podem proporci-onar são extremamente direcionadas para o clima em que foram cri-adas e não podem se aplicar a um país tropical como o Brasil. Aquipodemos e devemos usar mais frutas do que estas dietas orientaispreconizam.

A Macrobiótica pode ser uma interessante opção por algum tempo.Seu conjunto básico prevê uma dieta restritiva com 14 dias de dura-ção, que pode ser experimentada por aqueles que desejam tentaresta forma de alimentação. Mas não se pode recomendar isto paratodos, durante toda a vida, mesmo porque ela viola os fundamentosda Medicina Oriental que afirma seguir.

Dieta de Baixo CarbohidratoConhecida também como “Dieta do Dr. Atkins” ou “Dieta da prote-ína”. Extremamente polemizada, o trabalho do Dr. Atkins não deixade ser interessante. Ele se baseou nos problemas do excesso decarbohidratos e formulou uma dieta baseada no consumo de proteí-nas e gorduras. Este trabalho foi tremendamente combatido, poiscomo vimos, os dogmas referentes à carne vermelha e à ingestão degordura animal são muito fortes.

Na verdade sua idéia era sensata, pois reduzia drasticamente o con-sumo de carbohidratos por duas semanas, retornando aos poucosaté limites aceitáveis. Ele desenvolveu este método depois de expe-rimentar com centenas de pacientes e nele mesmo.

É interessante notar o ódio mortal que muitos desenvolveram dele ede seu trabalho, especialmente vegetarianos radicais. Quando elemorreu, grupos de vegetarianos radicais divulgaram material mos-trando que ele havia morrido do coração, acima do peso e com pres-são alta e outros problemas. Conclusão deles: a dieta era um fracas-so. Entretanto, ela funcionou (e continua funcionando) para milhares

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de pessoas. O que aconteceu, então? Ora, uma pessoa perseguida eatacada violentamente como ele foi por todo o tempo depois de di-vulgar sua dieta, desenvolve vários problemas de saúde. A tensãoemocional, estresse, angústia e mesmo depressão que este tipo deperseguição pode provocar acabam com a saúde de qualquer pessoae provocam muitos problemas, como a hipertensão e a obesidade.Cito este caso por dois motivos: mostrar o que o estresse e outrasemoções fortes podem fazer com uma pessoa e também dar um exem-plo do que um mero dogma alimentar e muito radicalismo pode cau-sar.

Dieta da LongevidadeSegue a idéia de quanto menos calorias ingerimos, mais vivemos.Embora existam comprovações de laboratório (em ratos), não creioque uma restrição muito grande resolva alguma coisa.

Vi a algum tempo atrás uma matéria em uma revista sobre esta dieta.E as pessoas que apareciam na revista elogiando a dieta eram verda-deiras caveiras que tentavam sorrir para mostrar o quanto eram feli-zes sendo pele e osso. Seus olhos encovados me deixaram uma pro-funda impressão, pois dentro da Medicina Chinesa damos muitaimportância à compleição, conjunto de qualidades da fisionomia comocor da pele, brilho dos olhos, cor dos olhos, estado dos cabelos, apa-rência da pele, etc... E, segundo minha experiência e meus estudos,todas as pessoas apresentadas na matéria estavam doentes. Pode serque seus exames médicos estejam em ordem e que estejam satisfeitasdo modo como viviam, mas estavam doentes. E isto irá aparecer,cedo ou tarde. Não creio que atinjam realmente a longevidade. Opróprio site especializado neste tipo de dieta (http://www.calorierestriction.org/) alerta para os vários efeitos colateraise riscos deste tipo de dieta. Existem algumas fotos de membros, to-dos sorridentes com seus olhos fundos e rostos encovados. Não ten-te algo tão drástico.

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RESUMONão existe dieta ou método de alimentação único para toda aHumanidade. Cada pessoa é um caso.Procure se conhecer melhor e crie sua própria dieta. Tenha ummodo pessoal de se alimentar, de acordo com sua idade, tipofísico, fisiologia e estado emocional.Dietas restritivas funcionam por algum tempo, ao redor deduas semanas, pois descansam o organismo da digestão dosalimentos faltantes. Depois disto começam a aparecer as defi-ciências.Cuide de você e ouça a si mesmo.Evite medidas drásticas ou mudanças bruscas de alimentação.Faça tudo devagar e naturalmente.

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7COMO COMER?

Todo tipo de dieta realmente funciona com algum tipo de pessoa oupor algum tempo, por isso vemos esta verdadeira Babel sobre ali-mentação. Todos querem dar seu testemunho de que seu sistemaalimentar é mais funcional, mas se esquecem de que pode funcionarbem apenas com eles mesmos e algumas outras pessoas. Nunca comtodo mundo o tempo todo.

A cada dia assistimos uma enxurrada de informações sobre alimen-tação, muitas vezes baseada em descobertas científicas “derradei-ras”. E nossa compreensão da alimentação, ao invés de aumentar, setransforma em confusão... Conceitos tidos como verdades caem porterra e antigos vilões da alimentação são elevados à categoria deheróis. Tudo porque a ciência ocidental se preocupa em tentar en-contrar leis universais aplicáveis a toda a Humanidade e ignora aindividualidade.

A Medicina Oriental nos mostra que, dentro de leis universais, sem-pre existe a individualidade. Portanto, nos conhecer melhor é umcaminho mais seguro do que apenas seguir os estudos de outros. Aciência é uma referência, um guia, e não a verdade definitiva.

Vamos ver algumas idéias gerais sobre o que comer, como comer,quanto comer e quando comer, dentro da filosofia médica oriental.

O que comerVimos na primeira dica que cada ser humano é um universo próprio.Isto vale também para a alimentação, sendo muito difícil encontrarduas pessoas no planeta que possam comer exatamente as mesmascoisas. Além das características intrínsecas de cada um de nós temosque levar em conta também as alterações criadas pelo meio ambiente

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na forma de poluição, problemas no trabalho, dívidas, problemasfamiliares, entre-safra de alimentos, e outros fatores que se alteramcontinuamente. E nosso organismo precisa ser ouvido se quisermoscomer para ficarmos saudáveis.

A solução é o auto-conhecimento, aquela palavra tão alardeada naNova Era e tão pouco compreendida. Conhece-te a ti mesmo e tudote será revelado, é nossa regra primordial. Vou lhe ensinar agora apreparar uma dieta alimentar totalmente sua, apenas sua, baseadono que faz bem ou mal para você.

Esqueça por um momento tudo o que conhece sobre alimentação:calorias, regimes, colesterol, fibras, açúcar, vitaminas, tudo. À partirdeste momento você começará do zero. Pegue papel e lápis e primei-ramente faça uma lista de tudo o que costuma comer, o mês inteiroem todas as refeições. Será uma lista grande, mas necessária. Depoisfaça outra lista, de tudo o que gosta de comer. Relacione seus praze-res gastronômicos sem culpa. Em seguida crie uma terceira lista comtodos os alimentos que lhe fazem mal. Pode ser uma pequena azia,uma indigestão, enxaqueca, qualquer tipo de distúrbio, até espinhas.Observe que devem ser alimentos que lhe fazem mal, e não os ali-mentos de que não gosta. Existe uma grande diferença entre os doisgrupos. Se sua lista de alimentos problemáticos tiver menos de cincoitens, mal sinal. Você precisa se observar e se conhecer melhor.

Agora compare a primeira lista (alimentos costumeiros) com a ter-ceira lista (alimentos que fazem mal). Você está no caminho certo.Observe cuidadosamente se os problemas de saúde que passou ulti-mamente não foram causados por algum alimento específico. Se teveuma grande dor de cabeça na noite de terça-feira e foi o único dia emque almoçou lingüiça, desconfie. Através desta análise você vai des-cobrir que pode evitar facilmente comer algo que lhe fará mal. Penseem como pode evitar este alimento ou substituí-lo por outro.

Agora compare a segunda lista (alimentos preferidos) com a terceiralista (alimentos que fazem mal) e repare quais alimentos que gosta

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lhe agridem o organismo. É triste mas é a dura verdade. Muitasvezes algo que amamos comer nos é extremamente prejudicial. Istoocorre em alguns casos onde algum sentimento nos empurra numprocesso autodestrutivo. Pode ser uma culpa, um remorso, uma bai-xa auto-estima, uma depressão. Nosso corpo sabe exatamente o quenos faz mal. Se este for o caso, procure ajuda especializada e tentesuperar este problema emocional.

Sempre que tiver um mal-estar em algum dia, anote tudo o que co-meu nas 24 horas antes do problema. Pode ser que não tenha rela-ção, mas é essencial que você comece a compreender a simbiose en-tre saúde e alimentação.

Aos poucos você começará a perceber o que pode comer ou não, emque quantidade e em que horário. Tudo isto é significativo e o bomsenso sempre deve imperar. Eu, por exemplo, posso comer quantacarne de boi eu quiser, mas se comer carne de porco por mais deduas refeições meu rosto fica cheio de espinhas. De qualquer forma,se me oferecer um sanduíche de pernil, eu posso comer. UM sandu-íche. Da mesma forma o molho de tomate me agride o estômago,mas é pior à noite (certeza de acordar com uma baita azia de ma-nhã...). Entretanto, um pouco de molho de tomate no almoço, porexemplo, pode ser tolerado. Desde que seja pouca quantidade (omolho que tem em uma pizza é uma porção aceitável) e não comamais nada agressivo (como pizza de calabresa dois dias seguidos. Eà noite).

Este tipo de informação não está nos manuais de nutrição, repletosde tabelas, gráficos e informações contraditórias. Você terá que apren-der sozinho através do auto-conhecimento. Mas você irá ter muitosoutros benefícios ao se conhecer melhor.

CombinaçãoA combinação entre alimentos é muito importante. Ao começar suacaminhada de auto-conhecimento você pode perceber que determi-nado alimento está em sua lista negra mas que algumas vezes você o

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come sem problemas. A resposta pode estar na combinação dele comalguma outra coisa. Já contei minha experiência com o frango e opimentão, se lembra? Era uma combinação malévola. Cada pessoa éuma pessoa e cada situação é uma situação.

Cuidado com combinações. Parte do amido é digerido na boca masse ela ficar muito ácida a digestão é prejudicada. Portanto comeralgo com amido (pão, macarrão, arroz) depois de comer uma frutaácida pode atrapalhar sua digestão. Almoçar bebendo suco de laran-ja, por exemplo. Via de regra, evite frutas após as refeições. As fru-tas passam direto pelo estômago e são digeridas no intestino, por-tanto se forem consumidas após outros alimentos elas terão queesperar sua vez até serem digeridas e fermentarão no estômago. Istopode não representar nada para você mas para alguém pode ser umproblemão.

Estas são apenas algumas idéias gerais sobre combinações de ali-mentos. O melhor é verificar em sua lista negra se estes alimentoslhe fazem mal sempre ou só quando estão acompanhadas por outracoisa.

QuantidadeA quantidade de comida que ingerimos é umadas causas de muitos de nosso problemas de saú-de. Grandes volumes de alimentos somados ourelacionados com a ansiedade faz mais obesos doque todo o colesterol do planeta. Somos educa-dos a pensar que praticamente morreremos sepularmos uma refeição ou que ficaremos debili-tados e anêmicos ao seguir um regime de restrição alimentar poruma semana. Bobagem. Grande parte da população ingere uma quan-tidade de comida maior do que o necessário, sem contar que os ali-mentos industrializados tem muito mais “sustância” que os naturaise poderiam ser utilizados em menor quantidade.

Fazer três refeições diárias parece ser algo bastante lógico, mas de-

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penderá de cada pessoa. Muitos ficam em jejum a manhã toda e vãoapenas almoçar, sem problemas. Outros comem pequenas porções,seis ou sete vezes ao dia. Tudo dependerá do que for melhor paravocê e do seu costume, também. O fator cultural é muito influente naquantidade de refeições. Mas lembre-se de que deve comer se sentirfome e não quando tiver vontade de comer. Fome e gula são coisasdiferentes e saber esta diferença é um passo importante no auto-conhecimento. Comer se tornou uma forma de preencher lacunas denossa vida. Se alimentar deixou de ser uma necessidade do organis-mo para se tornar uma atividade qualquer que pode ser feita cons-tantemente, ao bel-prazer, como diz na embalagem de um salgadi-nho que eu por acaso li: “a maneira mais divertida de passar o tem-po”. Então comida agora é passatempo, diversão?

Vários trabalhos e estudos constataram que alguma carência na quan-tidade de alimentação torna as pessoas mais saudáveis ao invés dedebilitadas. O Dr. Liu Zhengcai, pesquisador e especialista em medi-cina chinesa, realizou um brilhante trabalho na análise da longevidadede anciãos chineses, todos com mais de 100 anos (e existem milharesna China). Ele descobriu que muitos deles se alimentavam muitopouco. Estudos feitos posteriormente com ratos mostraram que aque-les que tiveram restrições alimentares viveram mais e com mais saú-de do que aqueles que tinham comida à vontade. Estes desenvolve-ram várias patologias, como nefrite e câncer.

Monges orientais, yogues e ascetas em geral se alimentam muitopouco e vivem saudáveis, o que parece comprovar este argumento.Mas veja que falamos “pouco” no sentido de “menos” e não no de“miséria”. Entre comer pouco e ficar desnutrido existe uma grandedistância. A verdade é que geralmente comemos muito mais do quenecessitamos, por gula, problemas emocionais ou outro motivo.

Procure regular a sua alimentação pelo quanto você realmente desejacomer. Normalmente se aconselha que se ingira cerca de 70% dacapacidade do estômago, ou seja, saia da mesa antes de ficar repleto.Isto dá uma sensação de leveza e tranqüilidade. Evite raspar a pane-

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la para não “desperdiçar comida”. Coma somente o que tiver vonta-de e eduque-se para conhecer a fronteira entre “necessidade” e “ex-cesso”. Ao forçar mais comida repetidas vezes, seu estômago se di-lata e seu organismo se acostuma com aquela nova quantidade. Dapróxima vez, sua fome será maior para poder ocupar a nova capaci-dade do estômago e assim por diante.

Modere sua quantidade de comida antes que necessite de uma ope-ração de redução de estômago...

ÉpocaEstamos acostumados a comer mais ou menos do mesmo modo du-rante o ano todo. Isto não é muito sábio, não importa o tipo de dietaque utilizemos a não ser que você more em um lugar que tem apenasum tipo de alimento o ano inteiro, o que não acho que seja sue caso.

Nossa alimentação deve seguir as épocas do ano, as estações do ano.Conhece o I Ching, o Livro das Mutações? É uma obra maravilhosaescrita na China antiga há mais de 3.000 anos que possui uma filoso-fia extremamente profunda. Segundo este livro tudo no Universoestá em constante mutação, nada fica estático o tempo todo. Portan-to nossa alimentação deve seguir o padrão de mutação do Universo,ao menos nas estações do ano.

O melhor seria consumir brotos, alimentos crus e frescos na Prima-vera, época de crescimento e recuperação da letargia do Inverno. É ahora certa para regimes de desintoxicação e emagrecimento. Evitealimentos picantes e diminua os alimentos ácidos.

O Verão é época de plenitude, o clímax, e pede alimentos crus, frutase mais líquidos, mas sem exageros. Reduza a quantidade de comidae faça várias pequenas refeições ao longo do dia. Evite alimentossalgados e diminua os alimentos amargos.

O Outono é a hora de se preparar para o Inverno. Consuma alimen-tos mornos, mais “pesados” como as carnes, e sopas e caldos diver-

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sos. Passe a cozinhar seus legumes. Evite alimentos amargos e dimi-nua os alimentos picantes

Inverno é sinônimo de redução de atividades, de uma menor movi-mentação devido ao frio. Frio este que pede comidas mais gorduro-sas e mais carnes na alimentação. Fuja de alimentos crus e coma no-zes, amendoim e frutos oleaginosos. Evite alimentos doces e dimi-nua os alimentos salgados.

Dentro da filosofia chinesa temos 5 elementos, portanto 5 estaçõesdo ano. Incluímos então a chamada “5ª Estação”, no final do Verão ecomeço do Outono. Uma transição do clímax do Verão para a prepa-ração do Inverno. Recomenda-se alimentação mais neutra como oscereais. Evite alimentos ácidos e diminua os alimentos doces.

Não vou entrar em muitos detalhes, mesmo porque grandes partesdo Brasil não possuem as quatro estações bem definidas. A regrageral é procurar comer alimentos locais e da época, sempre que pos-sível. Aumente os alimentos quentes quando o tempo esfriar e vice-versa (mas cuidado com os gelados, pois atacam sua saúde). Assimvocê estará seguindo as mutações corretamente.

RESUMOA alimentação deve ser algo individual. Não existem regraisgerais aplicáveis a toda a Humanidade.Assuma a responsabilidade pela sua saúde, conforme falamosna dica 4 (Sua Saúde é Você Quem Faz). Se você sabe que co-mer sanduíche todo dia lhe faz mal e continua fazendo, o pro-blema será todo seu. Nenhum médico do planeta, ocidentalou oriental, poderá lhe ajudar.Procure descobrir o alimento que lhe faz mal, quando lhe fazmal e junto com que outro tipo de comida o efeito é pior.Não se esqueça de pesquisar também o que lhe faz bem. Colo-que estes alimentos sempre em seu cardápio.

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Cuidado com as combinações. Nem sempre uma mesa muitovariada é sinônimo de saúde. Muitos alimentos criam proble-mas quando misturados. Procure conhecer o que lhe afeta.Não encha completamente seu estômago. Coma apenas 70%de sua capacidade, mesmo que deixe a mesa com um poucode fome.Quando estiver doente, com algo simples como uma gripe,procure reduzir a quantidade e a variedade de comidaingerida. Dê um tempo para seu organismo se restabelecer.Procure comer sempre os alimentos da estação do ano cor-respondente. Evite coisas muito fora do padrão. Nozes e ave-lãs consumidas no Natal, que é Verão aqui no Brasil, é umbom exemplo de erro.

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8DERRUBANDO MITOS

DOS ALIMENTOS

Alimentação é sempre uma preocupação de todos que buscam umavida saudável. A relação entre o que comemos e como nos sentimosou somos sempre foi muito óbvia na cultura humana. Mas nas últi-mas cinco décadas experimentamos um grande avanço na pesquisacientífica relacionada com a alimentação. Novos estudos analisarama composição e efeitos de vários alimentos e pesquisas ampliaramnosso conhecimento sobre a digestão e assimilação. Embora a rela-ção entre alimentação e saúde seja conhecida desde os primórdiosda Raça Humana, nunca o Homem se preocupou tanto com o quecome e nunca ele comeu tão mal.

No início apenas se comia o que podia ser encontrado e quando eraencontrado. Depois passamos a criar, plantar e colher nossos alimen-tos. À partir do século XX passamos a contar com muito mais alimen-tos, de várias regiões diferentes, e passamos a efetuar grandes in-dustrializações na alimentação. Foi o início de diversos problemas.

Vamos analisar agora alguns mitos da alimentação que ocorrem nãoapenas debaixo das barbas da ciência ocidental mas também em ou-tras correntes de pensamento. Lembre-se de que toda pesquisa ci-entífica é feita à partir de modelos estatísticos, conforme vimos ante-riormente, estando pois sujeita a funcionar apenas na faixa média.Também os avanços científicos acabam por derrubar “verdades”anteriores e acrescentar outras novas, que com o tempo também se-rão descartadas. Mesmo assim estas pesquisas são importantes? Cla-ro! Mas lembre-se sempre de que são apenas referências e nuncaverdades absolutas. Muitas pessoas se enganam neste aspecto e diri-gem toda a sua vida segundo os “últimos avanços” da ciência. Masos “últimos avanços” de hoje amanhã estarão caídos por terra.

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Desenvolva seu auto-conhecimento e descubra o que é realmentebom para você ou não, independente do que outros digam.

DogmasA principal praga que assistimos é a dos dogmas e meias-verdadescientíficas. Pesquisas mal-feitas, superficiais, contraditórias,inconclusivas ou parciais muitas vezes derramam informações pelametade e são avidamente divulgadas pela imprensa com sensaciona-lismo como “a última palavra” da ciência. E estas meia-verdades ouequívocos se propagam e criam uma cultura resistente às mudançasque são normais na ciência. Tornam-se dogmas difíceis de seremderrubados.

É o caso por exemplo do uso da margarina em detrimento da man-teiga. Esta questão será analisada melhor adiante, mas aqui cabe umaconsideração. Nunca fui adepto da margarina e quando se ventilouque existiam riscos potenciais nas gorduras trans, tratei de me infor-mar melhor. Procurei na internet e achei um artigo excelente, de umanutricionista, que explicava detalhadamente o que eram as gordurastrans e seus efeitos maléficos no organismo: enquanto a manteigapode apenas aumentar o “colesterol ruim”, a gordura trans não sóaumenta o “colesterol ruim” como diminui o “colesterol bom”. Con-clusão óbvia: é pior que a manteiga. Mas a nutricionista termina oartigo afirmando que, apesar de todos os problemas da gordura trans,comer margarina ainda é melhor do que a manteiga porque esta é“de origem animal”. Entendeu? Nem eu!

A carne vermelha também sofreu com isto. Ela é acusada de ser aresponsável por pelo menos 75% das desgraças da Humanidade, peloque se nota por aí. Embora seja difícil provar tudo isto. Muitos arti-gos tem sido escritos contra toda esta cultura de condenação à carnevermelha e à gordura animal, mas isto não aparece na imprensa.Como bem demonstra o Dr. Drauzio Varella em seu site, “... ficaclaro que as recomendações atuais para evitar gordura animal nasrefeições são, no mínimo, desprovidas de fundamento científico”(http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/carne_introducao.asp).

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Quando se levantou na imprensa que a carne vermelha pode provo-car o Mal de Parkinson, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN),através de seu Departamento Científico de Transtornos do Movi-mento, teve que emitir uma posição oficial a respeito disto, negandoveementemente a veracidade das informações e mostrando que sãoestudos mal-feitos ou inconclusivos. Mas isto não chegou a ser umanotícia importante.

O leite é considerado como alimento imprescindível, mais por dogmado que por evidências científicas. Para mostrar como funciona umdogma globalizado, existe uma campanha em curso para tentar im-por a alimentação com leite e derivados aos chineses, pois isto nãofaz parte de sua cultura. Os ocidentais não conseguem entender comouma criança cresce forte e saudável sem beber leite, logo os chinesesdevem bebê-lo também. Mas 99% dos chineses não toleram a lactose,embora sejam um mercado enorme e atraente para os laticínios.

Muitos outros dogmas poderiam ser descritos, como o docarbohidrato como alimento indispensável e o consumo excessivo decalorias e sedentarismo como origem da obesidade. Mas podemosacabar queimados numa fogueira em praça pública...

Arroz IntegralApós os anos 60 se tornou muito comum a afirmação de que o arrozbranco é nefasto e que o arroz integral é saudável. Isto nasceu dotrabalho de George Ohsawa, divulgador da Macrobiótica. Segundoesta filosofia os povos do Oriente consomem arroz integral, e poristo são mais saudáveis. É um equívoco, pois os orientais consomemarroz branco, como se pode constatar facilmente com pessoas queviajaram até lá ou em filmes e fotos. Na Índia se consome o arrozintegral, chamado de “arroz com cutícula”, como se fosse um pratodeterminado, como “arroz à grega”. A maioria consome mesmo oarroz branco, assim como japoneses e chineses. O arroz integral, es-curo, pode ser tremendamente indigesto para muitas pessoas e seuuso pode ser liberado após algumas experiências pessoais. Mas nãose sinta obrigado a comer arroz integral como se sua saúde depen-desse disto. Os orientais não o fazem.

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Carne VermelhaEste é um dos alimentos campeões de preconceito e histórias de ter-ror. A carne é o principal fator para que os seres humanos tenhamdesenvolvido sua inteligência, pois proporcionou proteínas abundan-tes e aminoácidos essenciais que desenvolveram nosso cérebro e suascalorias deram um espaço de tempo ocioso para que aprendêssemosa pensar. Repare que os animais herbívoros comem o tempo todo esó se preocupam com isto.

Já mostramos que a carne vermelha e sua gordura não devem sair damesa e que não existem comprovações científicas sérias sobre seusriscos para o coração. Também comentamos sobre a sua riqueza emferro facilmente absorvido pelo organismo e na concentração em vi-taminas do complexo B, principalmente a B12. Também possui abun-dância em Zinco, essencial na cicatrização e no funcionamento dosistema imunológico e o seu consumo aumenta a absorção do ferrodos vegetais também. Além disto nossa carne brasileira vem doschamados “bois verdes”, criados livres em pastos e não emconfinamento e alimentados com rações industrializadas como oseuropeus e americanos. Por isso nossa carne é tão apreciada interna-cionalmente.

Ainda segundo o Dr. Drauzio Varella no artigo citado anteriormen-te, não existe comprovação de que ingerir menos gordura animaldiminua a probabilidade de se ter um ataque cardíaco ou possa au-mentar nossa longevidade. As dietas ricas em carbohidratos são maisperigosas para o coração do que o consumo de gordura animal.

LeiteO leite in natura é o grande tabu da alimentação moderna. Conside-rado indispensável para o crescimento das crianças e para prevenirproblemas de carência de cálcio como a osteoporose, o leite se tor-nou um alimento cada vez mais indispensável. Mas nem tudo é assimcomo parece. Em primeiro lugar o leite de vaca é adequado às vacas.A proteína do leite de vaca é muito diferente daquela do leite huma-no e a maioria das pessoas não consegue digerir a lactose, a proteína

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do leite de vaca. Estima-se que 65% da população brasileira tenhaintolerância à lactose. Mas continua-se apregoando que ninguém con-segue crescer e ser saudável sem tomar três copos de leite por dia.Veja que meio copo de suco de repolho tem mais cálcio do que umlitro de leite. Além disso o processamento do leite para enfiá-lo nascaixinhas ou saquinhos o torna muito diferente do leite cru, maissaudável. Para não falar do leite desnatado, uma água branca queperdeu quase todos os nutrientes. Os orientais não consomem leite elaticínios, com exceção dos indianos. A Medicina Chinesa considerao leite como fator de retenção de líquidos e muco no organismo.

Manteiga e MargarinaPor muito tempo defendi a manteiga em detrimento da margarina.Era considerado maluco, pois a nefasta manteiga era de origem ani-mal, aumentava o colesterol, etc... As pessoas preferiam a margari-na, alimento sintético produzido por processos industriais e cheiode aditivos químicos. Talvez por influência das propagandas quemostravam famílias e velhinhos felizes e saudáveis por usarem mar-garina. Até as evidências da gordura trans aparecerem.

Sempre se suspeitou que estas gorduras pudessem ser danosas, masa indústria se calou com a falta de respaldo científicos. Quando sedescobriu finalmente que as gorduras trans diminuíam o colesterolbom e aumentavam o ruim, a coisa surgiu sem grande alarde. Asindústrias logo apareceram com substitutos da gordura trans, o queprova que eles já sabiam dos problemas e estudavam alternativas.Isto não aparece da noite para o dia. Nenhuma palavra foi dita pelaimprensa sobre os milhões que devem ter morrido do coração porconfiarem nos milagres da margarina. E, por força do dogma, mui-tos médicos e nutricionistas ainda afirmam que a margarina é me-lhor que a manteiga. Será?

> Ambas tem as mesmas calorias > A manteiga é rica em vitamina A, D e E. A margarina tem vitami-nas artificias acrescentadas à sua massa pastosa. > A manteiga é de fácil digestão e não indispõe o organismo. É a

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gordura com absorção mais rápida. > Usada na culinária, aumenta o valor nutritivo e o sabor dos ali-mentos. > Manteiga não engorda. > Por lei, a manteiga não pode ter nenhum aditivo, exceto sal.

A margarina é fabricada artificialmente por hidrogenação de óleovegetal, o que gera as gorduras trans. Mesmo que não tenham gor-dura trans, por usarem óleo de palma, já existem boatos de que estessubstitutos podem fazer tanto mal ou até mais do que as trans. Naverdade a margarina vem de uma massa pastosa preta com fortecheiro de óleo que depois é purificada, clareada, colorida earomatizada. É quase a mesma coisa que passar plástico derretidono pão. Veja você mesmo: deixe um pote de margarina aberto, emcima da mesa, por um mês e veja o que acontece. Nada. Nenhuminseto se aproxima, ela não embolora, nem fica rançosa, nem se es-traga. Afinal, plástico dura centenas de anos..

Ovos e ColesterolOs ovos são outro tipo de alimento banido das mesas nos anos 50depois da descoberta do colesterol. Mas descobriu-se recentementeque existem mais motivos para se comer ovos do que para não comê-los. Sua taxa de gorduras totais é baixa e a de gorduras saturadas,mais maléficas, é menor que uma fatia de queijo branco. Além dissoo ovo é rico em colina, nutriente importante para o cérebro, triptofano,que se torna serotonina (substância associada à sensação de bem-estar), e a maioria de suas gorduras são monoinsaturadas, as gordu-ras benéficas. Tem poucas calorias e é de fácil digestão pela maioriadas pessoas. É interessante que a revista Veja tenha publicado umamatéria sobre estas novas descobertas do ovo e tenha condenadoseu consumo junto com as gorduras trans, por serem reconhecida-mente perigosas. No final, uma das formas saudáveis de se consumiros ovos segundo a revista é fritá-los... em margarina. Olha aí odogma, de novo.

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CaloriasMuita gente se descabela para comer uma refeição, pois tem que con-tar cada caloria do prato. Esta é a ditadura das calorias, que muitaspessoas se sentem forçadas a seguir principalmente para perder peso.Já li um artigo de um médico dizendo que era fácil resolver a obesi-dade: era só comer menos calorias que as que gastamos. Fácil, não?

Então porque a obesidade está se tornando praga mundial? Não temnada de fácil, porque calorias e sedentarismo são apenas parte doprocesso que engloba predisposição genética, ansiedade, traumas,formas equivocadas de encarar a vida. É tudo muito complexo e cadacaso é um caso.

Contar calorias desesperadamente é fonte de ansiedade e frustraçãoque acabam em estresse, depressão e... mais quilos extras! Já conhecipessoas que tinham uma balança na cozinha para pesar cada alimen-to e descobrir quantas calorias existiam no prato. Isto não é saúde, éneurose. Novamente temos que chamar a atenção para o fato de quea tabela de ingestão de calorias é montada em cima de estudos esta-tísticos. Isto muda dramaticamente de pessoa para pessoa, de situa-ção para situação e de época para época.

Para a Medicina Oriental, emagrecer é um processo que deve englo-bar corpo, mente, energia e espírito. Ou na maioria das vezes nãofunciona. Existem pessoas sedentárias que comem como dragões enão engordam nenhum grama. Outras fazem exercícios sempre quepodem e dietas terríveis e pouco oscilam no peso. Cada pessoa é umUniverso. Nunca se esqueça disto. Relaxe e procure uma soluçãoholística para seu problema.

RESUMONão existe dieta ou método de alimentação único para toda aHumanidade. Cada pessoa é um caso.Existem alimentos que são problemáticos para determinadaspessoas e não para outras. Somente o auto-conhecimento traráluz para estas dúvidas.

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“Comprovação científica” é uma referência, nunca uma verda-de absoluta. Use o bom senso.Cuidado com “últimas novidades científicas” alardeadas pelaimprensa. Quanto mais repercussão um estudo tiver, tanto maisdesconfiado você deve ficar.Prefira alimentos naturais, não industrializados.Como tudo na vida, coma com moderação.

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9O ESTRESSE NOSSO DE CADA DIA

À partir dos anos 80 a palavra “estresse” (e sua originária inglesa“stress”) bombardeou nossos noticiários. Esta seria a grande pragado final do século XX, previsão que se revelou mais do que verda-deira.

Hoje o estresse é uma das principais causas da queda na qualidadede vida e de perda de saúde. Muito disto é um subproduto naturalde nosso tipo de vida moderno, principalmente nas grandes cida-des. Em verdade, o estresse faz parte de nossa própria natureza e éperfeitamente natural. O seu excesso é que deve ser evitado.

Muitas das doenças relacionadas à obesidade e ao sedentarismo na maioriadas vezes se originam do estresse, como hipertensão, diabetes, fadigascrônicas, disfunções cardíacas. Incluindo a própria obesidade!

O estresse é um estado fisiológico gerado pela adaptação do orga-nismo a um determinado tipo de estímulo emocional muito forte.Vem do inglês “stress” que significa “tensão”. Esta tensão pode serdesencadeada por diversos fatores, geralmente com forte influênciado ambiente: prazos, frustrações, ansiedade, problemas emocionais,problemas de saúde, poluição, trânsito, compromissos. Aparentemen-te nada podemos fazer com relação a muitos destes fatores. Masexiste sempre um deles em que podemos intervir: nós mesmos. Sealterarmos nossa reação perante estes problemas, nossa fisiologianão precisará desencadear uma guerra hormonal sem vencedores.

A primeira coisa que sempre devemos nos lembrar é que o estresse éum fenômeno natural, que muito nos auxilia em momentos de neces-sidade. A injeção de adrenalina que recebemos pode salvar nossavida em um momento de emergência ou nos ajudar a passar por

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algum sufoco. Portanto o estresse é nosso aliado. O que não pode-mos é manter o estado de emergência o tempo todo. Este é o grandeproblema.

Todos nós passamos por momentos de tensão, no trabalho, em casa,até no lazer. Mas estes momentos devem vir e passar. Quando umasituação estressante é substituída logo em seguida por outra e maisoutra, aí temos um problema. O encadeamento de situaçõesestressantes mantêm nosso corpo em constante estado de emergên-cia, em tensão contínua. O resultado todos nós sabemos. Se ficamostensos e não sentimos o alívio após a crise passar o organismo come-ça a se desgastar. E os problemas de saúde aparecem.

Fica até difícil enumerar todas as complicações que podem vir doestresse excessivo, mas diabetes, pressão alta, transtornos psicológi-cos como fobias são bastante comuns. Grande parte dos casos deobesidade está mais associado a ansiedade (uma forma de estresse)e aos problemas do dia-a-dia do que com as calorias que se consome.

Existem muitas causas para o estresse e também muitos jeitos de selivrar dele. Vamos ver alguns pontos.

Expectativa: manter expectativas sobre qualquer coisa é o cami-nho certo para criar estresse e frustração, pois dificilmente as coisasacontecem exatamente como imaginamos. Costumo dizer que o serhumano é a única criatura que sofre por antecipação: pelo aluguel domês que vem, pelo encontro de quinta-feira, pela festa de aniversá-rio daquele pestinha do apartamento ao lado, pela visita do cunhadofolgado que vem filar o almoço de domingo. Muitas vezes as coisasnão saem tão ruins e o sofrimento todo foi em vão. Da mesma forma,ao se esperar algo muito bom e isto não acontecer, a frustração daráo golpe de misericórdia na expectativa. O resultado é mais estresse.A solução é procurar esperar os acontecimentos do modo mais im-parcial possível, e agir conforme o momento, de acordo com o resul-tado. Os Taoístas tem um princípio denominado Wuwei, que signifi-ca “não-ação”. Isto simboliza não criar problemas novos ou novas

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situações mas reagir conforme elas aparecem. Utilizando um velhoditado, “preocupe-se com a travessia da ponte apenas quando che-gar na ponte”.

Confinamento: ficar fechado, ter seus limites reduzidos, é um dosgrandes incentivadores de estresse. Passar o dia trancado no escri-tório, atrás do balcão, dentro de casa, aumenta bastante nossa ten-dência ao estresse. E se depois do trabalho voltamos para um“apertamento” abafado, estagnado, o estresse de todo o dia aumen-ta ao invés de diminuir. Sempre que puder dê uma volta ao ar livre,de preferência em uma praça ou outra área aberta com pouca agita-ção. Caminhe até o local do almoço ou dê uma volta maior ao retornarao trabalho. Ao sentir a tensão aumentar, saia e fique cinco minutosao ar livre. Se estiver chovendo, fique na porta ou em uma janelaaberta e observe a chuva caindo.

Refúgio: todo animal precisa de um refúgio para se esconder, cui-dar da prole, se recuperar dos ferimentos da luta pela vida. E o serhumano não é diferente. A sua residência tem que ser este refúgio.Procure manter um ambiente calmo, tranqüilo. Use plantas vivas,flores, aquários e fontes para dar mais vida ao lugar. Incensos e óle-os aromáticos são muito bons, se você tiver afinidade. Ao chegar emcasa, espreguice-se e coloque uma música suave, de preferência or-questrada, em um volume baixo. Não precisa ser nada “New Age”,mas tem que ser suave. Tome um banho tépido, nem quente nemfrio. Coloque uma roupa macia e procure esquecer os problemas dodia (e não se preocupar com o dia seguinte!)

Prazo: os prazos são um dos maiores carrascos que temos na vidamoderna. Tudo está sujeito a horários e escalas. A tensão se agigantaao se aproximar o limite de tempo estabelecido, com os devidos da-nos ao seu organismo. Correr atrás de prazos por algumas vezes énormal. O problema é quando este tipo de atitude se torna constan-te. Procure planejar tudo o que for fazer e dê limites de tolerância.Nem tudo tem que ter precisão cirúrgica. No caso de compromissosem uma cidade como São Paulo, dar 15 minutos de tolerância é nor-

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mal e aceito. Se houver um atraso maior ligue e avise. Não arrumenem aceite trabalhos com prazos vencidos ou muito próximos dofim. Isto pode mostrar eficiência profissional mas é o hospital quelhe mandará a conta.

Hobby: sempre recomendei a todos os meus pacientes que encon-trem um hobby, uma diversão, de preferência manual. Trata-se deuma atividade lúdica, sem intenções profissionais, que nada tenha aver com sua profissão. Este é o segredo da coisa: o hobby tem queser uma atividade sem qualquer tipo de vínculo com seu trabalho.Quanto mais diferente, melhor. Eu trabalho com cultura oriental en-tão meus hobbies são modelismo e ler Ficção Científica. Nada a ver.Pode ser jogar xadrez, colecionar selos, pintar quadros, qualquer coisa.Um hobby artesanal combate o estresse de modo extremamente agra-dável. E é mais barato do que a conta da farmácia. Se você achar quenão tem tempo para isto, espere sua próxima internação hospitalar ecomece.

Trânsito: O estresse é responsável pela atitude de luta-ou-fuga quetodos temos frente a situações agressivas. Isto explica a tendência asermos agressivos quando estressado: nosso corpo se preparou parauma boa briga, que acabou não acontecendo. Mas ele está em alerta,tenso, pronto, e qualquer coisa é motivo para desencadear a violên-cia. Vemos isto diariamente no trânsito das grandes cidades. Antesde ficar agressivo veja se é realmente necessário, se o problema érealmente grande e se a solução é realmente complicada. Valorize ascoisas de modo adequado. De qualquer jeito, conte até 10 respiran-do fundo em cada contagem. Funciona.

Exercícios físicos: qualquer tipo de exercício físico pode ser muitosaudável e desestressante. Não precisa exagerar- uma leve caminha-da, natação, até jogar ping-pong. O importante é que se concentre noque está fazendo. Correr enquanto escuta música alta e pensa noescritório não adianta.

Esportes radicais: hoje se tornou muito comum a prática de espor-

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tes radicais como rapel, escaladas livres, montanhismo, rafting. Já vipraticantes afirmando que eles combatem o estresse. Mas a coisa nãoé bem assim. Esportes radicais são extremamente estressantes pornatureza própria. Mas como a carga de estresse passa, tem um limi-te, a pessoa normal experimenta um relaxamento final bastante agra-dável, pois a carga extra de adrenalina elevou os níveis de tensão atéo pico e depois desabou. No dia-a-dia nossas emergências não “aca-bam”, por isso a tensão é constante. O problema é quando a pessoase torna viciada em esportes radicais. É a mesma coisa de uma de-pendência de drogas químicas, pois trata-se da adrenalina, substân-cia química. A pessoa nestas condições busca emoções cada vez mai-ores e com mais perigo para obter uma dose crescente de adrenalina.Quando fica sem a prática, se sente irritado, ansioso, como a síndromede abstinência do drogado. Depois da prática ele sente um tremen-do alívio e relaxamento, como o causado pela satisfação no uso dedrogas. Isto não é combate ao estresse, mas uma dependência. Es-portes radicais podem ser saudáveis, se não acabar em obsessão.

Ponto de vista: muitas vezes o estresse é gerado por um determi-nado jeito de encarar as coisas. Procure ser mais tolerante e flexível.A capacidade de poder ver uma mesma situação sob a ótica de outrapessoa conduz a uma maior compreensão dos que se encontram aonosso redor e é um grande diferencial na liderança empresarial, porexemplo.

Reação::::: a reação aos problemas do dia-a-dia deve ser analisada.Você percebe um problema e logo começa a pensar em uma soluçãoou você fica o dia todo reclamando dele? Lao-Tzu, grande sábio chi-nês, afirmou que é melhor acender uma lanterna do que amaldiçoara escuridão. Busque uma solução e não se estresse com o problema.

Artes Marciais: praticar uma arte marcial é uma boa pedida parase reduzir o estresse. Qualquer tipo de atividade física regular é su-ficiente, mas as artes marciais possuem muitas propriedades a mais.Se você optar por uma arte tradicional do Oriente você terá, além domero exercício físico, mais concentração, disciplina e uma excelente

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filosofia de vida. Particularmente eu recomendo o Tai Chi Chuan ouo Aikidô como ferramentas ideais para deixar o estresse comendopoeira e ampliar sua visão do Universo.

Atividades orientais: além das artes marciais existem muitas ou-tras atividades orientais que podem ser utilizadas como ferramentasde redução do estresse ou como hobbies, como arranjo japonês deflores (Ikebana), árvores miniaturas (Bonsai), caligrafia oriental(Shodô), dobradura de papel (Origami). Elas induzem à concentra-ção e pregam a liberação do pensamento. Terapias em forma de arte.

Massagem: feitas periodicamente, melhoram o relaxamento mus-cular e a circulação de energia removendo e dissolvendo a tensão.Qualquer tipo de massagem sempre ajuda, mas recomendo as tradi-cionais como Tui-Ná, Shiatsu, Anmá ou mesmo o moderno QuickMassage, feito em uma cadeira especial. Uma vez por semana seria oideal, mas em caso de necessidade pode-se recorrer a ela sempre queprecisar.

Relaxamento: relaxar é a ordem para combater o estresse. Relaxa-mento é o oposto da tensão, logo é nosso remédio. Cada pessoa temum jeito de relaxar, apenas tome cuidado para não ser enganado.Muitos jovens acreditam que escutar o som no volume máximo rela-xa. Nada disto. Ele atordoa. Procure espreguiçar-se ao longo do diae quando sentir um músculo tenso faça o seguinte: inspire profunda-mente, prenda a respiração e tensione aquele músculo o máximo quepuder. Solte o ar e relaxe a musculatura. Isto pode ser feito comqualquer parte do corpo ou mesmo o corpo todo de uma vez e utilizao princípio Yin/Yang de Contração/Relaxamento para dissolver tensõesalgumas vezes difíceis de resolver.

Trabalho: faça o que gosta. Nin-guém se estressa fazendo o que gos-ta e seguindo estas dicas.

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RESUMO

Estresse é um termo utilizado para “tensão”.O estresse é uma reação natural do organismo que é salutar emsua devida proporção. Apenas o estresse contínuo e ilimitadoé danoso à saúde.Tensões constantes podem causar diabetes, hipertensão, pro-blemas cardíacos e distúrbios psicológicos.É uma das grandes causas da obesidade.Existem muitas causas para o estresse: Expectativa,Confinamento, Prazo, Trânsito, Ponto de vista, Reação.E muitas soluções: Hobby, Exercícios físicos, Esportes radicais,Artes Marciais, Atividades orientais, Massagem, Relaxamento,Trabalho, Refúgio.O importante é começar AGORA!

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10CUIDANDO DOS PÉS

A maioria das pessoas tem uma enorme preocupação com todo tipode problema no corpo mas se esquece completamente de seus pés. Sónos lembramos deles quando aparece algum problema como um calo,unha encravada ou sapato apertado. Mas devemos ter uma atençãomuito grande a esta parte de nosso corpo que é extremamente im-portante para nossa saúde. Os orientais também possuem muitas téc-nicas de saúde relacionados aos cuidados com os pés, principalmen-te na China e Japão. Eles são os alicerces de nosso corpo.

Neste quesito os orientais estão muito à nossa frente, com suas san-dálias e sapatos de lona folgados. Sapatos de couro fechados, lacra-dos e envernizados é um gosto duvidoso de nossa civilização. Parase manter na moda utilizam-se calçados apertados, com formatosexcêntricos ou em uma constante repetição de modelos que acabapor prejudicar nossos pés. E para quem está pensando nos pés defor-mados e enfaixados das chinesas, lembre-se de que era um modis-mo, pois para os homens ter uma mulher com pés diminutos eramuito elegante e sexy. Estas conseguiam sempre os melhores casa-mentos, embora dificilmente pudessem caminhar na velhice.

O principal é começar a prestar atenção em seus pés. Faça uma inspe-ção minuciosa antes ou depois do banho. Utilize um espelho, se fornecessário. Cheque as unhas, entre os dedos, as solas dos pés e ocalcanhar. Veja se existem manchas, machucados, bolhas, rachadurasou qualquer anormalidade. Se houver problemas que julgar impor-tante procure um profissional para verificar a situação e ensinar-lheos cuidados necessários.

Corte as unhas dos pés com freqüência, não deixando que elas ultra-passem o comprimento dos dedos pois podem se machucar nos cal-çados. Corte a unha sempre reta e nunca com os cantos arredonda-

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dos pois podem provocar o encravamento quando elas crescerem.

Os pés dos diabéticos devem ter mais cuidados ainda pois existeuma tendência para perda de sensibilidade e problemas de circula-ção sangüínea. Qualquer machucado que demorar a cicatrizar deveser comunicado a um médico. Não é raro encontrar problemas decirculação ou cicatrização que podem levar a amputações de dedosou do próprio pé. Todo cuidado é pouco.

Cuidado com os calçados: utilize-os sempre secos. Não use um mes-mo par de calçados por dois dias seguidos, ou você pode desenvol-ver micoses ou o execrável chulé. Eles precisam de no mínimo 24horas parados para secarem do suor do uso. Tênis e sapatos muitofechados ou feitos de materiais sintéticos devem ter seus cuidadosdobrados pois evitam a ventilação dos pés. Evite-os o máximo possí-vel nos dias muito quentes e deixe-os secar 48 horas antes de utilizá-los novamente. É interessante utilizar um talco antisséptico nos sa-patos mas não diretamente nos pés. Eles atrapalham os poros. Nun-ca use sapatos fechados, mesmo tênis, sem meias. As meias absor-vem o suor e mantêm os pés secos e protegidos contra laceraçõesprovocadas pelo atrito com o calçado. Prefira sempre meias de fibrasnaturais como o algodão. Inspecione sempre os calçados e meias an-tes de calçá-los pois podem ter algum tipo de material que prejudi-que os pés durante o dia, como um caroço, pedrinhas, insetos oudefeitos. Especial atenção se a pessoa for diabética, novamente, poisela pode desenvolver certa insensibilidade nos pés que a impeçamde sentir o incômodo, causando machucados e lesões que podem setornar sérias. Para as mulheres existe uma dica que não pude com-provar na prática mas que pode ser útil: evite utilizar saltos altosmaiores do que o comprimento de seu dedão. Parece ser uma medi-da natural. Experimente.

Após o banho seque muito bem os pés e entre os dedos, para evitarmicoses. Pode utilizar papel higiênico ou toalha de papel, que secammelhor do que uma toalha de pano. Procure deixar meias de reservano local de trabalho ou até mesmo um outro par de sapatos para usar

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se chegar com os pés molhados no trabalho devido à chuva ou outroproblema. NUNCA fique com os pés molhados. Os soldados ameri-canos no Vietnã sempre levavam meias de reserva em suas mochilaspara serem trocadas sempre que ficassem molhadas no clima úmidoda selva. O exército americano estacionado na Iugoslávia colocou emseu manual de práticas de saúde da tropa a exigência que os solda-dos lavassem e secassem seus pés e calçassem meias secas ao menosduas vezes por dia nos treinamentos em ambientes gelados. Umida-de causa uma série de problemas, de micoses a lesões. Evite-a a todocusto..

Para a Medicina Oriental os pés são os pontos de conexão com aTerra, a entrada da energia Yin da terra. Na sola dos pés existe umponto de acupuntura, Yongquan, que é o ponto nº 1 do Meridianodos Rins, e que é o grande responsável pela captação desta energiaterrestre. Por isto é sempre benéfico andar descalço pelo menos umavez por semana, mesmo dentro de casa. O melhor seria diretamenteno chão, principalmente na terra e com pedrinhas. Elas massageiamas solas dos pés e é fácil se acostumar com elas. O importante é ocontato direto dos pés com o piso, sem a intermediação dos calça-dos.

Para aliviar os problemas do cotidiano nada melhor que um escalda-pés, velha receita de nossas avós e que se revela excepcional paramelhoria de nossa qualidade de vida. O importante é ter água bemquente, mais do que morna, e mergulhar os pés pelo menos até os

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tornozelos. Nada de colocar só a planta do pé na água, não! Faça seuescalda-pés sempre à noite, pois depois você deve colocar um par demeias e ir para a cama. Tomar friagem neste período é suicídio, por-tanto tome muito cuidado.

Pode-se fazer o escalda-pés com inúmeras ervas, chás e óleos essen-ciais. Uma receita simples seria algumas gotas de essência de eucalipto,que é bactericida, fungicida e cicatrizante, um pouco de sal para dre-nar o excesso de líquidos e desinchar os pés e algumas flores decamomila para acalmar. Esta receita tira o peso das pernas e dos pése proporciona um grande relaxamento e um sono mais tranqüilo.Cerca de 10 a 15 minutos de imersão são suficientes, duas a trêsvezes por semana ou quando se sentir muito “baqueado”. Seque cui-dadosamente os pés antes da calçar suas meias.

Os pés também possuem zonas reflexas que espelham os órgãos epartes do corpo, daí ser importante uma massagem diária. Existemmuitos aparelhos e utensílios como martelinhos para se fazer estasmassagens nos pés, mas nada como pedir a uma pessoa querida queo faça. É muito mais gostoso quando a massagem é feita cuidadosa-mente por outra pessoa. Várias clínicas orientais e Spas oferecemtanto a Reflexologia Podal quanto o escalda-pés. Pode-se tambémacrescentar bolinhas de gude no fundo da bacia do escalda-pés parase pisar de modo a estimular estes pontos reflexos durante a imersão.

À seguir mostro um modelo de mapa reflexo dos pés, identificandoas áreas dos órgãos e partes do corpo, apenas como referência. Co-ceiras e manchas nestas áreas podem representar problemas nas par-tes reflexas, assim como a massagem pode aliviá-las. Procure apertarcom os dedos, especialmente o polegar, esfregar e puxar estas áreas.Explore seu pé como quiser e, se preferir, use um pouco de óleo deamêndoa para hidratar e ajudar na massagem.

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RESUMO

Os pés merecem todo cuidado e atenção. São os alicerces denosso corpo e de nossa saúde.Procure fazer uma inspeção antes ou depois de banhar-se.Cuidado com os calçados. Evite os muito apertados oudesconfortáveis e prefira os de couro natural. Deixe-os secarpelo menos 24 horas antes de reutilizá-los.Seque muito bem seus pés e entre os dedos e NUNCA perma-neça muito tempo com os pés molhados.Em enchentes, permaneça sempre calçado mesmo dentro d’água.A possibilidade de pegar Leptospirose, por exemplo, será bemmenor.Escalda-pés são muito úteis para desintoxicar e desinchar ospés, proporcionando um grande bem-estar.Massageie seus pés diariamente, com as mãos ou utensílios es-peciais. Uma boa idéia é colocar uma bola de tênis no chão episar nela, rolando o pé de modo a que toda a sua área sejamassageada.

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11VIDA LONGA AO CHÁ!

Hoje é comum as pessoas buscarem o chá oriental como alternativade bebida saudável. Por suas propriedades medicinais ou simplesprazer em beber, o chá conquista a cada dia seu devido lugar namesa do brasileiro.

O chá oriental, como o consumido no Japão eChina, é formado por folhas da planta Camelliasinensis, popularmente denominada por “árvoredo chá”. Muitas pessoas acham que é a mesmaplanta do chá mate, mas são completamente di-ferentes (o mate vem da Ilex paraguaiensis e énativo da América do Sul).

O chá mais badalado hoje é o chá verde. Ele tem este nome porquenão possui qualquer tipo de processamento, exceto a secagem outostagem. Ele nem sempre é realmente “verde”. Existem dezenas oucentenas de tipos de chá, dependendo do local da colheita ou do tipoda folha. Sua cor característica depois de preparado é amarelo-dou-rado, podendo ser verde em algumas variedades. Isto não influi naqualidade ou nos benefícios do chá.

O Chá é conhecido na língua principal da China, o Mandarim, como...“cha”! A versão inglesa, “tea”, vem do dialeto de Fujian onde sepronuncia “deh”. Existem três variedades principais:

Verde: chá sem fermentação, muito consumido na China, Japão eSudeste da Ásia.Preto: Chá fermentado (em chinês é chamado de “chá vermelho”).O preferido dos ingleses.Semi-Fermentado: possui as qualidades dos dois tipos principais

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(misturado a botões de jasmim, por exemplo, se transforma no fa-moso “Chá de Jasmim”).

Na China o chá é tomado antes ou após as refeições, mas dificilmen-te durante. Toma-se chá em qualquer hora do dia ou da noite, nor-malmente vertendo água fervente sobre as folhas no copo. Quandosobrar apenas um terço ou um quarto do chá no copo, verte-se maiságua até enchê-lo de novo. Essa segunda infusão é considerada amelhor do ponto de vista do sabor. As folhas usadas de chá sãoaproveitadas como fertilizante em plantas domésticas. Os chinesesnunca colocam derivados de leite no chá, mesmo porque eles nor-malmente não consomem laticínios.

Seus benefícios terapêuticos são realmente indubitáveis e seu consu-mo, durante e após as refeições, melhora muito o processo digesti-vo. Para a medicina chinesa, bebidas geladas durante a refeição pa-ralisam o sistema digestivo, enquanto as quentes o favorecem. Ali-mentos gelados também atrapalham a energia do sistema Baço-Pân-creas, podendo ocasionar muitos problemas, ainda mais quando as-sociado a preocupações excessivas.

As propriedades anti-oxidantes do chá são superiores às da Vitami-na C e Vitamina E, retardando o envelhecimento celular. Seu efeitona aceleração do metabolismo o torna muito eficiente nos regimesde emagrecimento. Também tem efeito termogênico, aumentando ocalor corporal mesmo se tomado frio. Por ter um pouco de cafeínaem sua composição, pessoas sensíveis devem evitar bebê-lo à noiteou poderão perder o sono.

Veja alguns benefícios principais:> Diminui o colesterol> É anti-inflamatório> Normaliza a Tireóide> Anti-depressivo> Anti-gripal> Possui efeitos anti-cancerígenos> Ajuda a prevenir cáries

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Entretanto a forma de preparo que é apresentada normalmente, dese ferver o chá de 4 a 8 minutos, está equivocada. Isto remonta aGeorge Ohsawa, difusor da Macrobiótica no Ocidente. É dele estanoção estranha de se ferver o chá oriental. O que se consegue comisto é um caldo adstringente e amargo, verdadeiramente intragável.

Veja algumas dicas de preparo e utilização:

Em primeiro lugar, evite ferver aágua para o chá. A água deve estar quaseno ponto de fervura, quando solta aque-las “bolinhas” no fundo da vasilha.

É um mito essa história de que o cháverde é amargo. Algumas variedades dechá japonês podem se apresentar amar-gos, mas são variedades especiais (e ca-ras). O segredo é não deixar o chá muito tempo na água quente oucolocar pouca erva no bule/xícara.

O chá verde normal, “banchá” em japonês, deve ser compradoem pacotes, solto, de preferência a saquinhos. São mais baratos, ren-dem uma barbaridade e podem ser bem dosados: uma colher DECAFÉ rasa com a erva por cada 200ml de água. As mercearias deprodutos orientais vendem pacotes de chá bem em conta.

Não jogue fora a erva utilizada! Quando estiver acabando o chá,verta água quente novamente sobre as folhas. Os chineses afirmamque essa segunda infusão dá o verdadeiro sabor do chá. E você fazduas porções com a mesma erva....

Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seusvasos. É um excelente adubo!!!

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RESUMOO chá consumido no Oriente vem da árvore Camellia sinensis.Ela é bem diferente da erva mate, que vem da Ilex paraguaiensis.Nunca se deve ferver o chá pois ele se torna intragável.Os efeitos terapêuticos são enormes e mais estão sendo des-cobertos pela medicina ocidental a cada dia.Consumir o chá quente após as refeições ajuda na digestão,previne cáries e emagrece.Não se esqueça de que o chá, como tudo na vida, deve serconsumido com moderação.

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12ORELHAS, REFLEXOS DO CORPO

As orelha são um acessório curioso do corpo humano, sede de todotipo de penduricalhos desde brincos até piercings. São motivos deorgulho ou de chacota social. Mas a verdade é que, de um jeito ou deoutro, elas chamam nossa atenção.

Do ponto de vista da Medicina Oriental elas são mais do que apenas“antenas” auditivas ou suporte de acessórios, incluindo ummicrocosmo de nosso corpo. Os Indianos, chineses e egípcios já utili-zavam técnicas similares muito antes de Cristo. A Auriculoterapia éa técnica terapêutica moderna que utiliza o estímulo de pontos nasorelhas para tratar uma série de problemas, desde enxaquecas e in-flamações do nervo ciático até dores na coluna e problemas respira-tórios.

Utiliza-se para isto pequenas sementes, muitoduras, que são fixadas nos pontos da orelha comesparadrapo. Pode-se utilizar também esferas demetal, bolinhas de medicamentos, estímulo comequipamentos ou pequenas agulhas especiais cha-madas de “semi-permanentes” porque elas tam-bém são fixadas com esparadrapo. Utilizam-seainda as agulhas maiores, caso da AcupunturaAuricular, que segue vários parâmetros daAcupuntura chinesa. No caso da Auriculoterapia,depois de uma semana retiram-se as sementes,esferas ou agulhas semi-permanentes e se faz uma nova seção paraavaliação das alterações no problema tratado.

A base de seu funcionamento é a existência de uma grande rede denervos na orelha que estão vinculados aos órgãos e partes do corpo.

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Também existem pontos e meridianos energéticos, fazendo da ore-lha um rico meio de se tratar inúmeros problemas de maneira sim-ples e eficiente. Veja algumas vantagens:√ não é necessário se deitar em uma maca√ não é necessário tirar qualquer peça de roupa√ uma consulta completa leva entre 15 minutos e meia hora√ os efeitos são sentidos quase de imediato√ pode-se conseguir muitos dos benefícios da Acupuntura, mas semagulhas√ todo tipo de problema pode ser ao menos amenizado pelaauriculoterapia

Cada órgão e parte do corpo possui uma área correspondente naorelha. Ao estimularmos este ponto, o órgão ou parte do corpo senteo estímulo e começa a se harmonizar. A avaliação é feita através deum exame onde testamos alguns pontos (desequilíbrios levam o pontoa ficar dolorido) e observamos alterações de cor, escamações, pintas,caroços, cravos, veias, etc... Cada informação significa um tipo dedesequilíbrio.

Eu aplico a Auriculoterapia, incluindo a Acupuntura Auricular, háquase 10 anos com excepcionais resultados, inclusive em mim mes-mo. Já perdi a conta das pessoas que se beneficiaram rapidamentecom a técnica com problemas como dores nas costas e nervo ciático,por exemplo.

Você também pode usufruir deste sistemamaravilhoso de reflexo através de uma mas-sagem na orelha. Inicie na parte superior e vádescendo, apertando a orelha com vigor. Aochegar ao lóbulo, suba pela parte central e de-pois desça novamente pela parte de dentro.Faça isto três ou quatro vezes nas duas ore-lhas, duas a três vezes ao dia. É excelente paramelhorar o ânimo, reduzir o estresse e esti-mular todo o organismo.

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Em uma prova ou exame, puxe e massageie com vigor o lóbulo dasorelhas, que é a região do encéfalo. Melhora a memória e a concen-tração mental.

Pode-se também esfregar ambas as orelhas com as palmas das mãos.É um excelente estimulador geral do corpo.

Evite usar muitos brincos ou piercings. Eles afetam os pontos e po-dem causar desequilíbrios. Especialmente os piercings muito gros-sos.

Os brincos são um caso interessante. Se sua orelha recusa bijuterias esó quer ouro ou prata, existe uma boa razão. Dentro da MedicinaChinesa o ouro é tonificador e a prata é sedativa. Então, o pontolocalizado no furo do brinco pode pedir prata para ser sedado (seestiver com excesso de energia) ou ouro para ser tonificado (se esti-ver com carência de energia). Tal é o desequilíbrio causado pelomodesto furinho...

RESUMOA Auriculoterapia é uma modalidade terapêutica muito antiga.Ela se baseia na correspondência entre pontos nas orelhas compartes do corpo ou órgãos internosAnalisando-se a estrutura da orelha, suas formas, cores,escamações, pode-se perceber desequilíbrios energéticos no or-ganismoO tratamento é feito através da fixação de sementes, esferas oupequenas agulhas especiais na orelha por um determinado tem-po. Existe também a Acupuntura Auricular, que utiliza agulhasmaiores e segue os parâmetros da Acupuntura Chinesa.Massagens e manipulações na orelha podem estimular benefi-camente todo o organismo

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13EMOÇÕES E SAÚDE

As emoções tem um papel fundamental na manutenção de nossa saú-de. É de conhecimento popular que nosso estado de ânimo interferesubstancialmente na situação do nosso organismo. Crises emocio-nais fortes conduzem a tremendas alterações fisiológicas que podemcomprometer nossa saúde ou no mesmo momento ou posteriormen-te. Estados emocionais desregulados quando mantidos nesta situa-ção por períodos prolongados de tempo trazem danos incríveis. Esteé um dos motivos pelos quais o estresse da vida moderna é tão da-noso, pois se mantêm constante por um período indefinido. Masdedicamos um capítulo inteiro ao estresse e agora vamos falar umpouco mais da influência das emoções na nossa saúde, principalmen-te do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa.

O que é emoção?Precisamos antes de tudo definir “emoção” e diferenciá-la de “senti-mento”.

Sentimento seria um estado afetivo brando, suave, que ocorre dia-riamente e do qual nenhum de nós está a salvo. Ele se caracterizacomo o prazer, desprazer ou indiferença com relação ao que ocorreao nosso redor. O sentimento varia em função da interação socialhumana, costumes e crenças.

Emoção é uma reação muito forte de prazer ou desprazer, gerandouma reação física intensa. Embora possam possuir os mesmos nomesdos sentimentos (ciúme, raiva, amor, etc…), são muito mais intensose simples em seu funcionamento, ocorrendo mais em um nível fisio-lógico do que intelectual. Essa reação, por ser orgânica, se torna muitopessoal. Duas pessoas com a mesma educação e formação podem terreações muito diversas quando submetidas a um mesmo fato. Isso

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explica a variedade de reações diferentes de pessoas diferentes esuas conseqüentes patologias diversas, frente a uma mesma causa.Logo tanto os problemas quanto as soluções devem ser altamenteindividualizadas. Acrescentamos que os estados emocionais estãoprofundamente ligados às necessidades básicas do ser humano, prin-cipalmente a sobrevivência.

Influência PsicossomáticaO termo “psicossomático” é muito comum hoje em dia. Ele significauma influência dos estados emocionais sobre o funcionamento doorganismo, a correlação entre mente e corpo.

As condições psicossomáticas surgem porque as emoções desenca-deiam reações instantâneas no Sistema Nervoso Autônomo, respon-sável pela manutenção fisiológica de nosso corpo e que não éinfluenciável pela nossa vontade consciente. Por isso as reações físi-cas relacionadas com as emoções não podem ser contidas: elas ousão canalizadas para fora em resposta ao fato ocorrido ou, no impe-dimento disto, são absorvidas e acabam desequilibrando o sistemaorgânico. É a constatação do termo popular “engolir um sapo”!

Quando as reações são por demais intensas, pode advir umdesequilíbrio duradouro, o chamado “trauma”. Depois de uma ex-periência traumática ou choque emocional, a reação orgânica podeperdurar por dias, meses ou mesmo por vários anos, principalmentequando acontece alguma coisa semelhante ao que provocou a reaçãoemocional. Uma pessoa que quase se afogou pode ficar traumatizadacom a água e ter uma reação violenta se for obrigada a se aproximardela.

ControleAs reações mais comuns hoje em dia, particularmente devido ao nos-so modo de vida moderno, são a ansiedade e o estresse. Já falamossobre o assunto e explicamos inclusive como controlar o fluxo emoci-onal através da respiração. Isto é muito importante, pois como asreações orgânicas que respondem às emocionais não são controlá-

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veis, temos que controlar a emoção antes que cause algum estrago.Uma emoção forte é como uma bola de neve, que deve ser detidalogo no início pois depois ela começa a crescer com o passar do tem-po. Depois é tarde demais.

As Emoções sob o Ponto de Vista da MTCAs emoções sempre formaram a parte principal dos tratamentos daMedicina Tradicional Chinesa (MTC). Já no principal livro de medi-cina chinesa, Huang Di Nei Jing (O Livro de Medicina Interna doImperador Amarelo) escrito por volta do século II a.C., existem gran-des referência aos problemas das emoções na saúde. No Capítulo 13da Parte I intitulado Yi Jing Bian Qi Lun - “Acerca da Terapia deTransformar a Mente e o Espírito”, podemos ver o Imperador Ama-relo afirmar:

Disseram-me que nos tempos antigos, quando um médico tratavauma doença, ele apenas transformava a mente e o espírito dopaciente, a fim de extirpar a fonte da doença

Dessa forma, segundo o Imperador Amarelo, a fonte primordial dasdoenças são os desequilíbrios da mente e do espírito. Na resposta deQibo, conselheiro do imperador, depois de enunciar o modo de vidasaudável dos ancestrais, que evitava doenças externas e não necessi-tava da acupuntura e outras medicinas, ele finaliza:

Por isso, quando alguém contraía uma doença, não eram neces-sários tanto os remédios para curar internamente quanto aacupuntura para curar externamente, mas somente alteravam aemoção e o espírito do paciente; só era necessário cortar a fonteda doença.

A fonte principal dos males que afligem a Humanidade, portanto,está no estado emocional e espiritual das pessoas. Isso é conhecidodentro da Medicina Chinesa como Causas Internas das doenças. Es-tas são ativadas ou agravadas muitas vezes por Fatores PatológicosExternos (Frio, Calor, Umidade, Secura, Vento).

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Emoções e ÓrgãosPara a Medicina Tradicional Chinesa, cada órgão “armazena” umdeterminado conjunto de emoções, pelo fato de serem consideradosYin. Por “órgão” não queremos dizer precisamente o órgão físico, deque trata a medicina ocidental mas uma função energética deste ór-gão. Assim, quando falamos em “coração”, estamos falando do sis-tema energético vinculado ao coração físico. Só quando o sistemaenergético fica comprometido é que a doença se apresenta no órgãofísico. Por isso a medicina oriental é predominantemente preventiva,pois tratamos as doenças no sistema energético, antes de se manifes-tar no corpo físico. Vamos demonstrar agora simplificadamente asemoções associadas aos principais órgãos, como referência.

Baço-Pâncreas (Pi, em chinês)Sua emoção é Si, algo como melancolia, contemplação, meditação.Os excessos mentais prejudicam o Baço-Pâncreas: pensar demais, es-tudar demais, pensamentos obsessivos e preocupação.

Pulmão (Fei)A emoção associada ao Pulmão é You, a angústia, melancolia, soli-dão, mágoa ou tristeza. Essa última pode estar associada com defici-ência de espírito (Shen), pois estagnam o Chi no tórax, enfraquecen-do o Pulmão.

Rins (Shen)Kong é a emoção dos Rins, equivalendo ao medo ligado àautopreservação, à vontade ou desejo de viver. Pode corresponderdesde um medo passageiro até o pavor e o terror, podendo provo-car uma perda temporária do controle de micção e evacuação, poisos Rins governam os orifícios inferiores. Por isso se urina nas calçasou se “borra” de medo.

Fígado (Gan)A raiva normalmente é associada ao Fígado, denominada Nu emchinês, e manifesta-se geralmente de forma explosiva, em “ataques”de raiva. Nervosismo, irritabilidade e raiva moderada mas contínua

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também são geralmente relacionadas com problemas na energia doFígado

Coração (Xin)A alegria ou felicidade (Xi) é a emoção atribuída ao Coração. Essasemoções geralmente são advindas da superação de alguma dificul-dade, atribulação ou obrigação. É a sensação de alívio do “devercumprido”. Essas emoções, entretanto, possuem muitas faces, po-dendo aparecer também como excitação, riso, conversas e ativida-des sociais. Excesso de alegria prejudica o Coração, dispersando seuChi, da mesma forma como choque e medo o contraem. Como oCoração é o responsável pela distribuição das emoções pelos outrosórgãos, ele é afetado por todos os problemas emocionais.

Quando sofremos algum impacto emocional o nosso sistema orgâni-co responde, podendo trazer problemas de saúde. Da mesma formaproblemas em algum órgão pode ser causa de disfunções emocio-nais. O bêbado agressivo pode ser explicado em parte pelodesequilíbrio do Fígado causado pela bebida e que gera raiva e vio-lência. Ao efetuar um diagnóstico energético dentro da MedicinaChinesa temos que procurar as causas do problema e não apenasdiminuir seus sintomas.

Muitos casos de enxaqueca na lateral da cabeça que eu cuidei esta-vam relacionados à importantes tomadas de decisão na vida. Se es-tas decisões não forem resolvidas, a enxaqueca se torna crônica. Por-tanto o nosso modo de encarar as coisas, nossa “filosofia de vida”, édiretamente responsável por nossa saúde pois o jeito particular comque olhamos tudo ao nosso redor molda nossas reações emocionaise, conseqüentemente, nossas reações orgânicas.

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RESUMOAs emoções tem um papel fundamental na manutenção de nos-sa saúde. Seu controle pode melhorar estados de desequilíbrioe prevenir problemas.Emoção é uma reação muito forte de prazer ou desprazer, ge-rando uma reação física intensa.Todo impacto emocional resulta em uma reação orgânica cor-respondente e vice-versa.Na Medicina Tradicional Chinesa cada órgão tem relação comum tipo de emoção. A Acupuntura e outros métodosterapêuticos orientais sempre levam em conta o estado emoci-onal do paciente.Emoções e órgãos se relacionam segundo a MTC:· Baço-Pâncreas - Sua emoção está relacionada com me-lancolia, contemplação, meditação, preocupação.· Pulmão - Sua emoção está relacionada com angústia, me-lancolia, solidão, mágoa ou tristeza.· Rins - Sua emoção está relacionada com medo ligado àautopreservação, à vontade ou desejo de viver, pavor e terror.· Fígado - Sua emoção está relacionada com raiva explosi-va, nervosismo, irritabilidade e também raiva moderada mascontínua.· Coração - Sua emoção está relacionada com alegria oufelicidade excitação, riso, conversas e atividades sociais. Seuexcesso prejudica o Coração, que é responsável pela distribui-ção das emoções pelos outros órgãos.Aperfeiçoar nossa filosofia de vida é um importante fator naprevenção de doenças e na manutenção da saúde.

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14RESPIRE E CONTROLE-SE

A capacidade de exercer um auto-controle emocional é um dos fato-res mais importantes na redução do estresse. Mas este auto-controlenão é apenas no sentido racional. Todos sabemos dos problemas oca-sionados por explosões emocionais, que geralmente ocorrem nosmomentos mais equivocados. Porém apenas saber deste problemanão é suficiente, pois a parte emocional não está totalmente sob con-trole consciente. Precisamos então de alguma ferramenta que nospossa permitir dissipar as energias que estão prestes a explodir, sejapor causa de uma prova, de uma agressão verbal, de um problemafamiliar. Sempre podemos nos controlar.

Mas “controle” aqui não significa empurrar os problemas para de-baixo do tapete. Emoções escondidas tendem a aflorar nos pioresmomentos. O que pretendemos é dissipar a carga emocional e recu-perar a razão para resolver a questão E nossa ferramenta númeroum é a respiração.

Esse é um dos mais eficientes meios para se controlar nossas emo-ções. Já há milhares de anos que os orientais descobriram a ligaçãoentre as emoções e a respiração. Também aqui no Ocidente se apren-deu muito sobre essa atividade vital. Um dos pioneiros em tentarrelacionar a respiração e as atividades mentais foi o Dr. WilhelmWundt (1832-1920). O Dr. Wundt e seus associados da Universidadede Leipizig, na Alemanha, concentraram todos os seus esforços nes-sa relação. Após a Guerra do Vietnã, médicos especialistas dos Esta-dos Unidos também se entregaram a pesquisas nessa área, chegandoa resultados surpreendentes.

Foi constatada uma inter-relação entre o estado emocional e mentalcom a amplitude do diafragma. O diafragma é um músculo existente

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em nosso tronco e que separa o abdômen do peito.Quando ele se move para cima, pressiona nossospulmões e expiramos o ar, como se espremesseuma esponja. Quando se move para baixo, criaum efeito de sucção que nos faz inspirar. Foinotado que a amplitude desse movimentovaria conforme nossas emoções: se elasforem agradáveis a amplitude é maior doque nas situações desagradáveis. Umamaior amplitude significa uma respiraçãomais lenta e profunda, caso contrário a respira-ção é mais rápida e curta.

O oposto também foi notado. Se uma pessoa respirar de acordo comdeterminado ritmo e pensar numa certa situação, ela irá experimen-tar a emoção correspondente. O que se nota é que o controle respira-tório é fundamental no controle emocional. E controlando suas emo-ções você poderá reduzir o estresse e caminhar na direção de umavida mais tranqüila.

Quando estiver a ponto de “explodir”, se sentir muito estressado,irritado ou notar que por qualquer motivo sua respiração se acele-rou, procure respirar lenta e profundamente pelo nariz, algumas ve-zes, que seu controle voltará.

Como você pode ver, tudo isso foi escrito para dar aquele velhoconselho: conte até dez e respire fundo. Realmente funciona.

A respiração profunda libera no sangue uma substância chamada“endorfina”. Essa substância afeta o córtex cerebral, ajudando a eli-minar medos e pavores, mantendo o conforto físico e mental e regu-lando vários órgãos.

Preste muita atenção em seu ritmo respiratório, o que está dentro denossa filosofia de auto-conhecimento. Respirações rápidas eentrecortadas é sinal de que alguma coisa não está bem. Pessoas que

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praticam meditação, Yoga, Chi Kung ou Tai Chi Chuan geralmenterespiram bem mais lentamente que uma pessoa normal, pois estasartes possuem um enorme cabedal de exercícios de controle respira-tório. Este é um dos ingredientes para uma vida longa, tranqüila ecom espírito sereno segundo o pensamento oriental.

RESUMOManter-se no perfeito auto-controle emocional é fundamentalpara uma vida saudável e felizA melhor ferramenta para isto é o controle da respiraçãoRespiração longa e profunda indica tranqüilidade; respiraçãocurta e entrecortada indica abalo emocional (estresse, ansieda-de, medos, fobias, pânico, agressividade)Mantenha sua respiração controlada e controle também seuestado emocionalRespiração lenta e profunda é um dos grandes segredos daserenidade interior transmitidos pelo Yoga, Tai Chi Chuan, ChiKung e Meditação.

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15CUIDADOS NA INTERAÇÃO

COM O AMBIENTE

Apesar do título rebuscado deste capítulo, seu objetivo é muito sim-ples: chamar sua atenção para o meio ambiente. Estamos tão acostu-mados a viver em nosso ambiente que continuamente o ignoramos.Se do ponto de vista pessoal e individual isto pode ser ruim paranossa saúde, do ponto de vista global é catastrófico! Já temos provasconcretas e oculares de que o efeito estufa e outros distúrbios afetamnosso planeta agora mesmo. E isto foi causado pela ignorância que oser humano mostrou no trato com seu ambiente.

Hoje já nos preocupamos mais com o planeta mas ainda vamos terque pagar para ver se os grandes governos e grandes companhiasvão fazer algo para minorar o problema, já que uma vez instaladoteremos repercussões por centenas de anos. Isto mesmo: o planetaterá seu equilíbrio desregulado por centenas de anos, mesmo queparemos imediatamente a emissão de gases do efeito estufa ou atitu-des semelhantes. Quando o estrago já foi feito, consertar é semprebem mais difícil.

Isto acontece também com a Medicina Oriental, que como dissemosé caracteristicamente preventiva. E enquanto nossos olhos se voltampara o planeta como um todo, eles perdem de foco o ambiente aonosso redor. Esquecemos que vivemos em um sistema ainda equili-brado, mas que precisamos manter a guarda levantada e muita aten-ção para que nossa saúde não seja prejudicada. Depois, consertar ésempre mais difícil.

O primeiro cuidado que devemos tomar é com o sol. Cerca de 10minutos por dia são suficientes para a produção de vitaminas emnosso organismo. Sempre se aconselha a tomar cuidado com a expo-

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sição solar prolongada no verão,blá, blá, blá. Mas existem algunsdetalhes em que é bom prestar aten-ção.

Você dificilmente verá um chinês oujaponês “bronzeado”. Os orientaisnão costumam tomar banho de solporque a Medicina Oriental ensinaque um excesso de exposição é ruim para o organismo. Afinal foramos chineses que inventaram a “sombrinha”, além do guarda-chuva...

Sabe por que a pele fica “bronzeada”? Ela tende a escurecer parapoder filtrar os raios ultra-violetas da luz solar. Como sabemos, osultra-violeta são um tipo de onda que causa inúmeros problemas emnossas células. Por isso a pele escurece como proteção, para formarum “filtro”. Já reparou como muitas pessoas descascam depois deficarem moreninhas? É porque a pele simplesmente MORREU devi-do à concentração de radiação ultra-violeta!

Com os problemas na camada de ozônio, o Brasil começa a ser ame-açado pelo aumento desta radiação. Isto significa que devemos to-mar muito mais cuidado com nossa saúde, mesmo em dias nublados.Como a radiação danosa é ultra-violeta, seus efeitos não dependemde estarmos em um dia ensolarado. Pelo contrário, em dias nubla-dos as pessoas se descuidam e os danos são piores. Utilize sempreum protetor solar e evite muito sol entre 10 e 16h, quando a radiaçãoultra-violeta está no auge. Veja que falamos em horário solar, por-tanto se estiver no Horário de Verão faça os cálculos de ajuste.

Uma coisa que as pessoas ainda não tem muita consciência é sobre osolhos. Eles são extremamente sensíveis aos ultra-violetas, que po-dem aumentar a chance de desenvolvermos catarata, pterígio, cân-cer de pele nas pálpebras e lesões na retina. Procure usar sempreóculos de sol, mas os de boa qualidade. Embora seja muito difícilseparar os bons dos ruins, tome todos os cuidados e exija uma ga-

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rantia do comerciante. Óculos escuros semproteção UV tendem a fazer as pupilas di-latarem, aumentando as lesões provocadaspelos raios ultra-violetas. Para usar ócu-los sem-vergonha, é melhor ficar semnada. Não se esqueça que os efeitos dosraios UV são cumulativos, ou seja, o pouquinho de hoje vai se juntarao pouquinho de ontem e ao da sua adolescência e ao da sua infân-cia...

Hoje em dia, óculos escuros e protetor solar devem ser utilizadosdurante o ano todo, mesmo que esteja nublado ou frio

A Medicina Chinesa também ensina que devemos ter cuidado comvários outros fatores ambientais. O Livro de Medicina Interna doImperador Amarelo, a “bíblia” da medicina chinesa, explica que nopassado remoto os seres humanos eram muito simples, comiam quan-do tinham fome, dormiam quando anoitecia, seguiam a Natureza ese protegiam das intempéries, podendo viver por mais de cem anoscom saúde. As doenças eram causadas por problemas emocionais epodiam ser facilmente reguladas. Mas o ser humano começou a acharque era senhor das coisas e passou a menosprezar as forças naturais,trabalhando demais, procurando o que fazer à noite, acreditandoque podia controlar o mundo e colocá-lo aos seus pés. O resultadofoi que se precisou criar a Acupuntura e outras práticas para poderdebelar as doenças que o ser humano desenvolveu por viver forados padrões naturais. Estes desequilíbrios tiveram que ser compen-sados posteriormente através de técnicas terapêuticas cada vez maiscomplexas.

Dentre os vários fatores ambientais que a medicina chinesa analisa,vou falar apenas de dois que considero mais importantes e mais co-muns: o vento e a umidade.

O vento parece inofensivo, pelo menos em baixa velocidade. Mas eleé uma gente invasor do sistema. Para a filosofia chinesa, todo fluxo

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de ar (vento) é por conseqüência um fluxo de Chi (energia). De modoque ser atingido por vento de diversas maneiras pode causar umdesequilíbrio energético que se traduzirá no que chamamos de “do-ença”. Os efeitos causados pelo ataque de “vento” podem ser espas-mos, tremores, convulsões, rigidez na nuca ou nos membros, porexemplo. A paralisia facial, relativamente comum, é atribuída pelasabedoria popular a “golpes de ar”, juntamente com resfriados eoutros problemas. Perfeitamente, “golpes de ar” ou “ataques de ven-to”. Evite sair ao vento quando este estiver muito forte e principal-mente evite sentar-se ou trabalhar em correntes de ar. Mova suacadeira ou feche alguma porta ou janela para evitar isto. Proteja prin-cipalmente a nuca, que possui pontos chamados de “porta dos ven-tos” pelos chineses. Um amigo meu se livrou de torcicolos crônicosquando deixou seu cabelo crescer até o ombro, o que protegeu suanuca. O vento também é um agente transmissor de outras complica-ções, principalmente umidade e frio (a “friagem”).

A umidade é outro problema comum. Precisamos procurar nos man-ter sempre secos para evitar este problema. Se tomar chuva, dê umjeito de tirar as roupas molhadas imediatamente. Ficar com elas atésecarem no corpo pode acabar com sua saúde. Também evite de qual-quer jeito os solos e pisos úmidos. Se tiver que trabalhar em umlugar úmido, utilize calçados com solas grossas, de preferência deborracha. Sintomas de “umidade”, pela Medicina Chinesa, se enqua-dram geralmente em estagnação de energia (Chi), sensação de pesono corpo e principalmente nas pernas e muitas vezes se traduz emcansaço generalizado. Evite tomar vento com o corpo ou cabelosmolhados, para que não se intensifique o problema. Procure secar oscabelos assim que puder.

Os efeitos causados por problemas ambientais muitas vezes demo-ram para aparecer. Eles minam as defesas do organismo e ajudam aacumular problemas. Quando os sintomas aparecerem a coisa já esta-rá complicada. Previna e previna sempre.

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RESUMOA saúde deve ser mantida pela observação das forças da Natu-reza e nosso respeito a elas.Evite extremos e procure seguir o que seu corpo deseja. Abri-gue-se bem e mantenha-se seco e quente.Cuidado com os raios solares: use sempre protetor e óculos es-curos com proteção UV.Vento pode ser extremamente danoso à saúde. Proteja-se ade-quadamente.Evite a qualquer custo a umidade, que deteriora as condiçõesdo organismo.

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16RELAXE E VIVA!

O título deste capítulo pode parecer estranho à primeira vista, masvocê verá que realmente faz sentido.

Uma pessoa tensa, dura, rígida, não vive realmente mas apenas so-brevive. Os danos causados pela tensão muscular são enormes e po-dem ser sentidos a qualquer momento através de um mau jeito, umacãibra, uma “fisgada” na perna. Também a tensão mental é extenu-ante, minando a energia de nosso corpo com um trabalho inútil. Re-almente, tanto a tensão física quanto a mental são apenas desperdíci-os de energia, pois não servem a nenhum propósito definido.

O Tao Te Ching, antigo livro da sabedoria taoísta escrito há 2600anos na China por Lao Tsé, afirma em seu capítulo 76:

O homem ao nascer é tenro e brandoAo morrer é rígido e duroA erva, a madeira e os dez mil seres ao brotaremSão como a suave penugem do ventre do pássaroAo morrer são secos e murchosPor isso, os rígidos e duros são companheiros da morteOs tenros e brandos são companheiros da vida

Relaxar e ser flexível é um sinônimo de estar vivo. O duro e o rígidosão conseqüências da morte. Para termos saúde é fundamental quepossamos relaxar. Mas muitos fatores conspiram para que isto sejadifícil de conseguir: problemas do dia-a-dia, ruídos altos e incessan-tes, o tumulto e a agitação dos centros urbanos, dificuldade de enca-rar os problemas corretamente.

Além das causas físicas mencionadas, talvez você tenha estranhado a

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última sentença: dificuldade de encarar os problemas corretamente.Este é um dos grandes fatores de tensão que temos em nossa vida. Oser humano é o único animal que gosta de sofrer prematuramente,por antecipação. Estamos no início do mês e ele já se preocupa comas contas do mês que vem. O chefe o chamou? Ele sofre em antecipa-ção, por tudo que acha que vai acontecer. O que na maioria das vezesnão acontece e todo o sofrimento foi apenas desperdício de energia.

Preocupe-se em como atravessar a ponte apenas quando chegar atéela. Este é um dos fatores principais. Outro ensinamento importanteseria se preocupar apenas com o que pode ser resolvido. Deixar avida acontecer e não querer controlar tudo e todos, pois isto é im-possível. É o caso da morte de uma pessoa querida, que tanto abalaas pessoas. Nada pode ser feito, apenas continuar tocando a vida.Saber encarar este tipo de coisa é poder viver com saúde mesmodurante os piores tormentos e temporais de nossa vida.

Existe um conceito dentro da filosofia taoísta denominado Wuwei, anão-ação. Através dela aprendemos a deixar as coisas prosseguiremnaturalmente, sem no entanto nos acovardarmos. Basta seguir o flu-xo dos acontecimentos, seguir com a correnteza. Este conceito foiinterpretado de várias maneiras equivocadas por pensadores oci-dentais. Achou-se que os chineses gostavam de uma filosofia do tipode laissez-faire, de indolência, ou mesmo de fatalismo, tendo que acei-tar tudo como é. A verdade é que a maioria das coisas que nos acon-tecem estão realmente fora de nosso controle. Nós mais reagimos doque agimos, propriamente. Isto é condizente com o Wuwei, em acei-tar o que acontecer embora tenhamos tomado todas as precauções.

Não é porque um fato ruim ocorreu que deixamos de nos prevenir.Se uma casa está desabando, sair dela é a ação correta embora tenha-mos de aceitar o seu desabamento. Assim, aceitamos o que não podeser mudado e agimos em direção ao que pode ser feito. Seguimos ofluxo dos acontecimentos. Persistir em permanecer na casa traria con-seqüências desastrosas e seria contra o fluxo da Natureza. O investi-dor em ações toma todas as suas providências mas segue o fluxo dos

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negócios, vendendo quando as ações estão em alta e comprandoquando estão em baixa. O Wuwei nos mostra que, ao aceitar o inevi-tável e conduzir nossa vida para o admissível, estamos agindo sabi-amente e diminuindo a tensão emocional de nossas vidas. Lutar con-tra a correnteza é perda de tempo e energia. Daí artes marciais sua-ves como o Tai Chi Chuan e o Aikidô serem terríveis em combate,pois se utilizam de muita pouca força para conseguir grandes resul-tados.

Na administração de uma empresa, saber conduzir as situações porum caminho mais natural reduz os problemas e leva a resultadosexcepcionais. Isto pode ser feito em qualquer assunto. Vejam a histó-ria real a seguir.

Dois americanos foram fazer um retiro espiritual em um templo Zenno Japão. Depois do almoço os monges foram até um morro retirarenormes pedras para poderem criar uma nova horta. Os dois ameri-canos pegaram a primeira pedra, enorme, e tentaram arrastá-la parafora. Ficaram um tempão tentando levá-la até onde achavam queseria adequado. Nisto o Mestre foi até eles e perguntou qual o pro-blema que estavam enfrentando, pois todos os outros monges já ti-nham terminado a tarefa! Eles responderam, incrédulos, que nãoconseguiam mover a grande pedra, ao que o Mestre perguntou: “vocêssabem em que direção ela quer ir?”. Então, para espanto deles, eleobservou a inclinação natural da pedra e a deslocou com um peque-no empurrão. Depois verificou novamente para onde ela tendia enovamente a deslocou. Fez isto até tirá-la completamente do morro.Ao invés de tentar levar a pedra para onde ele queria, ele analisoupara onde a pedra tendia a ir e a ajudou. Isto é Wuwei.

O riso também é um instrumento valiosíssimo para quebraras tensões. Muitos médicos tem utilizado comédias para ali-viar problemas de seus pacientes. Rir desestressa e traz umasensação de satisfação dificilmente obtida por outros méto-dos. Pessoas alegres e otimistas vivem mais e melhor. Não sepode encontrar muitos sábios carrancudos. Bom humor é umamarca característica deles!

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RESUMORelaxar é poder viver de verdade.No estresse das grandes cidades, aprender a relaxar é questãode sobrevivência.Aplique o Wuwei em sua vida: preocupe-se apenas com o quepode ser mudado no momento, e tenha mais saúde.Procure ouvir músicas orquestradas ou clássicas, que tendema induzir um padrão mental mais calmo e a relaxar o corpo.Quando estiver muito tenso fisicamente, tente o seguinte: fi-que em pé e tensione cada músculo do corpo, mantendo estatensão por alguns segundos. Em seguida solte tudo e relaxe.Faça isto por duas ou três vezes e ficará mais relaxado. Istosegue o princípio oriental do Yin/Yang: um excesso deYanggera o Yin.Tente também este outro exercício: inspirar pelo nariz, lenta eprofundamente, prender a respiração por dois segundos e ex-pirar pela boca, lenta e suavemente. Faça isto por 10 vezes enotará que a duração de cada respiração se tornará gradual-mente maior, mostrando o relaxamento.Procure seguir as orientações do capítulo sobre estresse, comoter um hobby, por exemplo.Procure viver com bom humor. Assista filmes de comédia efique longe de gente rabugenta e ranzinza.Faça atividades físicas pouco estressantes com regularidade,como caminhada, tai chi chuan, yoga, dança.

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17MITOS DO EXERCÍCIO

É público e notório que fazer exercícios é bom para a saúde. Na ver-dade, nosso corpo foi feito para o movimento e não para o repouso.Como diz o Taoísmo chinês, “o flexível e o móvel é vida, o rígido e oparado é morte”. Isto sintetiza brilhantemente tudo o que precisa-mos saber sobre exercício físico.

Quando falamos sobre alimentação mencionamos os dogmas queandam rondando por aí. No quesito “exercício” vemos outros dogmasproblemáticos circulando sobre nossas cabeças como abutres esfo-meados. Vamos ver alguns destes espectros.

O primeiro fantasma a nos livrarmos é do pejorativo termo “seden-tário”. O que é um indivíduo sedentário? Segundo a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), órgão da ONU dedicado à saúde, o se-dentário é todo indivíduo que não se exercita pelo menos 30 minutospor dia. Exercício moderado, ainda por cima. E mais: estudos de-monstram que fazer três sessões diárias de 10 minutos tem quasetantos benefícios quanto 30 minutos direto. Ora, você conhece al-guém que não se “exercite” pelo menos 10 minutos três vezes ao dia?Um executivo que caminhe 15 minutos até o restaurante para almo-çar faz 30 minutos de caminhada leve diária (ida e volta). Logo, nãopode ser considerado sedentário.

Este tipo de classificação dogmática engana muito. Vi um programajornalístico de televisão que fez a seguinte experiência: colocou umpedômetro (aparelho que marca quantos passos e qual quilometra-gem você andou) em um carteiro e outro em uma funcionária doCorreio que atendia no balcão. No final do dia o carteiro tinha anda-do cerca de 10 Km e, pasme, a moça do escritório tinha andado 8Km! Claro que a reportagem enalteceu o exercício do carteiro e dimi-

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nuiu o exercício da balconista (lembra-se dos dogmas?). Mas o quenos mostra esta experiência é que a balconista, que tecnicamente po-deríamos classificar como “sedentária” segundo os padrões corri-queiros, andou 8 Km em um único dia de trabalho. Isto sem contar osenta-levanta da cadeira, carregar pacotes pesados, abaixar-se parapegar coisas no chão, etc... Será que ela precisa freqüentar uma aca-demia?

Vimos então que é muito fácil deixar a classe dos “sedentários”. Umadona-de-casa que limpe sua residência está fazendo exercício sufici-ente. Se dividir a limpeza em três etapas intercaladas durante a se-mana fará todo o exercício que precisa. Neste momento em que es-crevo este texto minha esposa está “malhando” aqui em casa...

Muito se fala sobre esportes e a saúde que eles provocam. Isto é umameia-verdade. Esporte enquanto diversão e atividade física recrea-tiva é extremamente saudável. Quando ele fica competitivo come-çam os problemas. Competições significam treinamentos consisten-tes, com fins e metas estabelecidas, significa ficar sempre próximoaos seus limites ou ultrapassá-los e, claro, se tornar melhor do que osoutros competidores. Isto é um esporte: lutar para ser o melhor. Oresultado são lesões, estresse, ansiedade e frustração quando poralguma eventualidade não se alcançam as metas.

Me lembro de uma tirinha de quadrinhos de Calvin, que retrata umacriança com muita imaginação e seu amigo fictício representado porum tigre de brinquedo. Calvin estava brincando com os irrigadoresdo gramado, pulando, correndo, se abaixando. Seu pai passou porali e disse algo como “continue assim e você ficará em forma”. Ogaroto parou imediatamente com a brincadeira porque tinha perdi-do a graça. Tinha virado treino, obrigação.

Esporte só é saudável enquanto for uma diversão e não uma obriga-ção. Colocar crianças em idade muito tenra para praticar esportescompetitivos e sobrecarregá-las com atividade física é criminoso. Ascrianças fazem suas atividades físicas através de jogos e brincadei-

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ras, naturalmente. Muitos tipos de esporte estressam a criança e aca-bam por provocar lesões, pois suas articulações não estão maduraspara um esforço tão grande. Meus pais eram ambos professores deEducação Física e eu soube por eles de muitos casos de criançaslesionadas porque determinados técnicos de clubes exigiam demaisdelas. Tudo para vencer. Mas ganha-se o quê? Um troféu de plásti-co? Um título que na próxima competição será de outra pessoa?

Outra história é que o “condicionamento cardiovascular” que os exer-cícios mais intensos proporcionam o protegerá de problemas cardía-cos. Ainda estou para ser convencido disto. Vemos maisfreqüentemente do que gostaríamos atletas de vários esportes, comtreinamentos sofisticados e acompanhamentos médicos precisos, te-rem problemas no coração ou simplesmente caírem duros. Tambémvemos cardiologistas afirmarem que é difícil fazer algum tipo de pre-visão específica sobre a possibilidade de ocorrência de problemascardíacos. Lembre-se que a ciência trabalha com modelos estatísti-cos.

Outro dogma é o de que basta fazer muito exercício e controlar aalimentação que se emagrece automaticamente. Ora, nada nos sereshumanos ocorre automaticamente. Existem muitos fatores que po-dem interferir nisto, pois como já repetimos até a exaustão, cada umde nós é um ser único. Além disto, a pessoa obesa tem inúmerosproblemas emocionais que dificultam a execução dos exercícios. Asociedade é implacável com os gordos, logo é muito difícil se exporpublicamente para se exercitar. Andar com malhas justas, então, nempensar. Outro problema é que as pessoas obesas sofrem com a baixaauto-estima e de problemas emocionais como a depressão, o que fazcom que larguem o exercício rapidamente no primeiro obstáculo. Esteé um problema que deve ter uma solução global e não uma fórmulamágica como “menos consumo de calorias e mais queima”. Esta rela-ção pode ser importante, mas não é decisiva.

Em 2000 um grupo de estudo da Escola de Saúde Pública da Univer-sidade Johns Hopkins fez uma pesquisa com 1704 estudantes de es-

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colas americanas. Um grupo de crianças fez uma dieta especial, tevemais atividade física e aulas sobre vida saudável (segundo a óticacientífica moderna). O resultado, depois de três anos de estudos:nada. Elas não demonstraram menor índice de gordura corporal queo outro grupo, que viveu normalmente.

Um dos dogmas relativos à obesidade, exercícios físicos e problemascardíacos está relacionado com as referências. Teoricamente, paramuitos, uma pessoa acima do peso tem maiores possibilidades de terproblemas cardíacos. Mas a coisa não é bem assim. Estudos demons-tram que é muito difícil fechar o cerco em cima desta afirmação. Masafinal o que é uma pessoa acima do peso? Qual o peso “certo” paracada um? Para isso muitas escalas de referência foram criadas.

No meu tempo de treinamento intenso, quando fazia musculaçãonos anos 80, a tabelinha de ‘peso x altura’ reinava soberana. Se vocêtivesse uma diferença maior do que dois quilos para mais ou paramenos que sua altura, você era magro demais ou gordo demais. Porexemplo, para uma pessoa com 1,80 cm seu peso adequado estariaentre 78 e 82 Kg. Era ridículo, mas na época era “cientificamentecorreto”.

Aí nos anos 90 passou-se a usar o Índice de Massa Corporal (IMC),que é uma fórmula cabalística onde dividimos o peso pela altura aoquadrado. Bem mais esotérico, não? Recentemente colocou-se emdúvida a precisão do método e resolveu-se... medir a barriga! Istomesmo, agora o “científico” é calcular o IMC e checar o perímetro dacintura, pois a gordura abdominal é a mais “perigosa”. Vejam queeste tipo de coisa foi proposta por cientistas e pesquisadores, porisso foi aceita como válida. Se fosse um chinês do século III a.C. quetivesse dito que os perigos da gordura podem ser relacionados como diâmetro da cintura, seria motivo de piadas...

Bem, você deve estar pensando que estou fazendo apologia à gordu-ra, hein? Nada disto. Apenas defendo uma análise pessoal e específi-ca da pessoa, seus traços genéticos, hábitos familiares, estado emoci-

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onal, estado físico e filosofia de vida. Aí podemos dizer em que péestá o estado de saúde desta pessoa e o que ela deve fazer para ficarmais saudável. Sem regras, esquemas, referências ou receitas genéri-cas.

Outro dogma interessante é o da corrida, muito divulgado nos anos70 pelo Dr. Kenneth Cooper. Aliás, um mal-entendido comum são aspessoas que acham que “fazer cooper” é sair correndo. O métododele é sofisticado, com vários tipos de atividades. Correr, especifica-mente, é desgastante e pode ser perigoso. Para correr é preciso ter olocal adequado, o calçado adequado e o piso adequado, além detomar uma série de cuidados específicos como alongamento,hidratação, etc... Sempre é melhor caminhar.

Uma pessoa que corre nos canteiros centrais ou calçadas de grandesavenidas, muito comum nas grandes cidades, está se envenenandoliteralmente. A concentração de monóxido de carbono nestes locaisé muito grande. Este gás, resultado da queima do combustível pelosveículos, tem grande afinidade com a hemoglobina do sangue e tomao lugar do oxigênio, envenenando as células. Como num esforço con-centrado os brônquios pulmonares estão mais dilatados, a quantida-de de monóxido de carbono absorvida é muito maior que o normalSegundo a CETESB, órgão público que monitora a poluição em SãoPaulo, é mais saudável correr na esteira, dentro de casa ou na acade-mia, do que ao ar livre. O interior dos prédios é menos poluído.Apenas um dado extra: um dos lugares mais poluídos de São Paulo éo Parque do Ibirapuera.

Então o que fazer? Como podemos nos movimentar de forma saudá-vel e natural e fazer o necessário para nós, como pessoas únicas, demodo integral? A medicina oriental tem as respostas, no próximocapítulo.

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RESUMOExercícios fazem bem à saúde. (Você não sabia disto, sabia?)Para deixar de ser sedentário você precisa de 30 minutos diá-rios de atividade física leve ou moderada.É difícil relacionar quantidade de atividade física com menosproblemas cardíacosEsportes só são saudáveis enquanto são meros divertimen-tos.Dançar ou limpar a casa podem ter os mesmos benefícios dese malhar em academia.Correr em grandes avenidas é danoso à saúde. Prefira correrem ambientes fechados.Caminhar ainda é a melhor alternativa.Referências de obesidade são apenas isto: referências. Nadade leis universais.Perder muito peso é uma tarefa complexa e que envolve umaanálise global da pessoa, corpo-mente-espírito-energia.

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18Movimentando-se

Muito bem. Já vimos algumas idéias estranhas ou enganosas sobrecondição física e saúde. Mas então como a Medicina Oriental encaraisto?

Como mostramos anteriormente, a filosofia chinesa relaciona movi-mento com vida, logo para podermos viver saudáveis temos que nosmover. O que não implica em ficar malhando duas horas por dia, seisdias por semana, em uma academia. A compreensão oriental sobreisto é diferente.

Em primeiríssimo lugar o importante é a flexibilidade. A MedicinaChinesa preconiza que com o passar do tempo nossas articulações seendurecem e os tendões ficam rígidos, vindo daí a decrepitude e avelhice. Manter os tendões ativos e firmes e o corpo flexível e fortemantêm a saúde até idade avançada. Os chineses antigos diziam quepara ser saudável e longevo é preciso “esticar o pescoço como umpássaro”, já que as vértebras cervicais são as primeiras a ficarem “en-ferrujadas”.

Mas antes temos que fazer um “diagnóstico” de nossa situação. Me-dir a flexibilidade, simplesmente, não adianta muito porque seu grauvaria de pessoa para pessoa, geneticamente. O peso também não éum fator muito confiável. Por isso eu desenvolvi um método únicopara avaliação da condição física, o “Método Silva de Análise Físi-ca”. Patenteado.

Para saber como você está siga estes passos:1- Sente-se no chão. Pode ser em um tapete ou colchonete de gi-nástica bem fino.2- Agora deite-se completamente.

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3- Relaxe todos os músculos e feche os olhos. Se necessário utilizeas dicas do capítulo sobre relaxamento.4- Fique assim, deitado e completamente relaxado, por uns doisminutos.5- Agora, lentamente, levante-se do chão. SEM APOIO NENHUM.

Muito bem. O grau de dificuldade que você terá lhe dirá exatamentea sua condição física. Precisou usar ambas as mãos? Teve que se apoi-ar em um móvel? Chamou a ajuda de vizinhos? Dos bombeiros? Ouainda não se levantou?

Tudo isto vai indicar o seu estado geral. Seja honesto e sincero emsua avaliação, pois você não pode enganar a si mesmo. Procure sen-tir seu peso e sua condição. Se as suas articulações funcionaram bemou ficaram sobrecarregadas, se foi relativamente fácil mas demora-do ou se foi rápido mas exigiu uma grande dose de esforço. Tudoisto são fatores que indicam seu estado físico, o estado de suas arti-culações, sua flexibilidade e seu peso. Se ao tentar se levantar você sesentiu um hipopótamo manco, está na hora de perder alguns quilos efazer alguns exercícios...

Agora que você já sabe o tamanho de sua desgraça, o que podemosfazer? Para nossa sorte a cultura oriental, está cheia de opções.

Você pode praticar uma atividade integralcomo o Yoga. Ele possui alongamentos,posturas estacionárias, relaxamento, exer-cícios respiratórios, meditação. È extrema-mente completo e pode ser feito por pes-soas de todas as idades, embora algumaslinhagens não admitam isto. Encontre a es-cola na qual se sinta mais à vontade.

Se sua escolha for o Tai Chi Chuan, muito bem. Os benefícios destaprática chinesa são comprovados todos os dias. Você faz relaxamen-tos, exercícios respiratórios, concentração mental, manipulação de

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energia (Chi) e desenvolvimento físico de uma só vez. Sua práticamelhora o sistema nervoso, digestão, sistema respiratório, ossos,articulações e músculos. Relaxa o corpo todo e aperfeiçoa nossa filo-sofia de vida. Melhora o quadro emocional, equilibrando o pratican-te como um todo. Muitas pessoas tem a idéia equivocada de que oTai Chi Chuan é muito fraco, lento, e por isso não tem valor comoatividade física, talvez no máximo um relaxamento físico e mental.Errado. A prática do Tai Chi Chuan é extenuante, principalmente noinício. Fazer movimentos com lentidão extrema exige precisão, con-trole muscular e concentração muito superiores aos movimentos rá-pidos. Este é um dos segredos da arte. Procure um professor quetenha uma idéia da filosofia taoísta e da marcialidade da arte, que naverdade foi criada para combate. Sem estas noções o treino se tornaum tipo de dança coreografada com menos benefícios. Tai Chi Chuané antes da mais nada, arte marcial e filosofia!

Além disto os chineses desenvolveram uma enorme gama de exercí-cios especialmente designados para combater algumas enfermida-des ou manter a saúde em um patamar ótimo. O Liangong é umdestes exercícios. Desenvolvido em 1974 pelo Dr. Zhuang Yuen Ming,um fisioterapeuta chinês, possui exercícios específicos para cada tipode problema de saúde que pode ocorrer ou que já está em progresso.É uma técnica muito completa e fácil de seguir por pessoas de todasas idades e já está bem difundida no Brasil.

Outras técnicas são o Yi Yi Jing, “Transformação de Músculos e Ten-dões”, elaborado pelo monge Ta Mo no século V, e o Ba Duan Jing,“Oito Peças de Brocado”, elaborado pelo general Yue Fei na DinastiaSong (1117-1279). Procure livros de referência ou centros de culturachinesa para desenvolver estas técnicas. Sua saúde irá agradecer.

Qualquer atividade física interessante e di-vertida, ainda que moderada, pode ser utili-zada para melhorar sua saúde: caminhada,dança, subir escadas ao invés de tomar o ele-vador (não é divertido, mas é saudável),

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RESUMOUtilize qualquer tipo de exercício moderado para se manterem forma, principalmente se for divertido. A vida é muitocurta.Verifique sua condição física pelo “Método Silva de AnáliseFísica” (Patenteado).Busque práticas orientais como alternativa, como Yôga, TaiChi Chuan, Chi Kung, Liangong, exercícios chineses. Eles sãosuaves e extremamente completos.Ao procurar uma atividade física, prefira as que promovem aflexibilidade e o relaxamento.Só faça práticas físicas em um ambiente no qual se sinta bem,independente dos méritos do professor, da fama do local ouda técnica apresentada. Sinta o ambiente e só então decida.Outras práticas como natação e dança podem ser úteis. Prati-que aquilo que lhe fizer sentir-se bem com você mesmo e como Universo. Sem compromissos a mais.

atividades circenses, jogos como o tênis, tênis de mesa e peteca,natação, pólo aquático, e “peladas” de futebol regulares. Qualquerdestas atividades, feitas sem compromisso competitivo ou obsessão,são muito saudáveis.

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19A Energia da Vida

Os antigos indianos e chineses perceberam a existência de uma ener-gia que permeia todo o Universo e que foi denominada de Prana ouChi, respectivamente. Vários outros povos tiveram esta consciênciaenergética, sendo que os japoneses a chamaram de Ki, os gregos dePneuma, os egípcios de Ankh, os hebreus de Ruah. Essa energia foipercebida também no corpo humano originando a Medicina Orientalcomo forma de regularizar e harmonizar o fluxo dessa energia. Semenergia o ser morre.

Na China se conhece essa energia e seus efeitos há muitos milênios.Uma das mais antigas referências a essa manipulação energética vemnovamente do Huang Di Nei Jing, Essa obra relata diálogos entre o

célebre Imperador Amarelo eseus conselheiros sobre méto-dos para se manter a saúde eprolongar a vida. Estas técni-cas, em sua maioria, se basea-vam na manipulação da ener-gia universal: o Chi.

Os indianos também possuemum sistema terapêutico extre-mamente avançado que se ba-seia no Prana. Mas a tônicaindiana recai sobre os chakras,sistemas de captação e distri-buição de energia no corpo.Os sete principais se localizamsobre a linha central do cor-po, com conexões na medula

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espinhal e glândulas endócrinas. “Chakra” significa “roda” pois es-tes mecanismos se apresentam à visão clarividente como rodasenergéticas que giram continuamente. Inclusive se admite que a ve-locidade deste girar influencia em nossa saúde e longevidade, masisto é outra história. Eles também perceberam que o Prana circulavapelo corpo através de canais denominados “nádis”. Os indianosmapearam 10.000 nádis no corpo humano...

Para os chineses essa energia tambémcircula em trajetos específicos deno-minados pelo ocidentais como“meridianos” (em chinês é “JingLuo”, algo como “canais ecolaterais”). Em alguns locais essesmeridianos se acham mais acessíveis,originando áreas mais fáceis de se-rem usadas para influenciar o siste-ma energético humano. Essas áreassão os conhecidos “pontos deacupuntura” onde se introduz agu-lhas na técnica da acupuntura. Essespontos servem como verdadeiras “ja-nelas” para o sistema energético hu-mano, podendo ser usadas para equi-librar o sistema da pessoa. Atravésdeles se pode influenciar o fluxo deChi de todo o corpo, restaurando a

harmonia. Existem 14 meridianos principais e diversos outros secun-dários, com um total de mais de 1.000 pontos de acupuntura.

É importante frisar que tanto os chineses quanto os indianos reco-nhecem ambos os sistemas, os meridianos e os chakras, mas as suastécnicas terapêuticas adotaram uma ou outra abordagem comodirecionamento, mais por motivos culturais do que por qualquer tipode desconhecimento. Eu utilizo as duas abordagens em minhas prá-ticas e ambas produzem resultados excelentes.

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Esta energia pode ser desenvolvida através de exercícios que exis-tem em diversas culturas. Na Índia podemos vê-los no Pránáyámado Yôga e na China nos exercícios de Chi Kung (ou Qigong). A prin-cipal semelhança entre estes dois sistemas está nos exercícios respi-ratórios, pois o ar que inspiramos é uma de nossas principais fontesde Chi e a que pode ser controlada mais facilmente. Vamos abordaralguns tópicos sobre o Chi Kung.

Qualquer pessoa pode utilizar a técnica do Chi Kung para melhorarsua saúde e se recuperar de doenças. São exercícios muito indicadospara pessoas sedentárias ou preguiçosas, que necessitem de um“empurrãozinho” energético em suas vidas. Os exercícios são muitofáceis de se fazer e melhoram consideravelmente a saúde das pesso-as. Através de movimentos suaves com o corpo e os braços e o con-trole da respiração, pode-se aumentar a energia absorvida pelo or-ganismo e ajudá-lo a se harmonizar.

Pessoas de todas as idades podem fazer o Chi Kung, inclusive asidosas que muito se beneficiarão destes exercícios. À seguir mostroum deles, que apesar de básico pode promover um grande bem-estar.

1. Em pé, relaxado, com os pés afasta-dos na largura dos ombros, flexione aspernas.2. Relaxe os braços, flexione levemen-te os cotovelos e coloque as mãos naaltura da cintura.3. Inspire lentamente, levantando os bra-ços. Erga os dois juntos, no mesmo tem-po da respiração. Mantenha-os relaxa-dos.4. Levante as mãos até a altura dos om-bros. Não ultrapasse esta altura!5. Solte o ar lentamente, abaixando osbraços no mesmo ritmo até a cintura.6. Repita mais 4 vezes, totalizando 5 seqüências.

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Este exercício é muito bom para energização geral, principalmente sefeito de manhã cedo. Utilize-o sempre que se sentir muito cansadoou indisposto.

RESUMOA vida depende da energia universal.Esta energia, que a ciência ainda não reconhece, é a base daMedicina Oriental. Todas as suas técnicas são baseadas na ma-nipulação desta energia com vista à sua harmonização.Os indianos desenvolveram seu sistema terapêutico com basenos Chakras e Nádis.Os sete chakras principais se localizam na linha central do cor-po e distribuem a energia pelo organismo, além de outras fun-ções.Os chineses desenvolveram seus sistema terapêutico sobre ofluxo da energia nos trajetos conhecidos como Meridianos.Agulhas inseridas em pontos específicos deste sistema alte-ram o fluxo desta energia e é a base da Acupuntura.A energia universal pode ser desenvolvida por qualquer pes-soa através de exercícios simples e fáceis de fazer.

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20Práticas Orientais

A maioria das práticas orientais se baseia na manipulação de ener-gia. Vamos mostrar um pouco sobre algumas práticas dentro da cul-tura taoísta chinesa, que serão muito interessantes para a sua saúde ede sua família. Alguns exercícios e massagens podem parecer estra-nhos ou exóticos, mas são bastante efetivos. Claro que não dá parase ensinar a movimentação exata apenas por figuras, mas dá para seter uma boa idéia e conseguir fazer em casa.

UnhasDescobri certa vez um velho texto taoísta que recomendava que secortassem as unhas apenas às sextas-feiras para elas crescerem for-tes. Experimentei e posso garantir que funciona. Mostrei minhas unhaspara uma manicure e ela ficou admirada, dizendo que eram “unhasde porcelana” (isto deve ser um elogio...). Não sei o porquê distofuncionar, mas com certeza funciona.

Pentear os Cabelos para TrásManter os dedos das mãos entreabertos, pen-teando os cabelos em direção à nuca, com aponta dos dedos, de forma suave. Fazer 36repetições. (Esta prática pode melhorar a ir-rigação sangüínea na cabeça e no couro cabe-ludo, dando mais brilho aos cabelos. Temefeito terapêutico contra dor de cabeça e aju-da a tonificar o cérebro)

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Abrir a Porta CelestialCom os dedos indicador e médio unidos,esfregar a testa para cima, da região do“terceiro olho” entre as sobrancelhas (pon-to Yin Tang), até o começo dos cabelos.Alternar as mãos.

Empurrar o Palácio KanCom os dedos indicador e médio unidos, es-fregar a sobrancelha da região do “terceiroolho” (ponto Yin Tang) entre as sobrancelhas,até a têmpora (ponto Tai Yang). Fazer dozevezes, direita e esquerda simultaneamente.

Girar os OlhosEsquentar as mãos e colocá-las sobre os olhosfechados. Virar os olhos para cima e para bai-xo, por 12 vezes. Em seguida, virar para es-querda e direita mais 12 vezes. Terminar, gi-rando os olhos 12 vezes no sentido horário eoutras 12 vezes no sentido anti-horário.

NarizEsfregar as laterais do nariz para cima e parabaixo, incluindo a região entre as sobrance-lhas (Ponto Min Tan), entre os olhos (PontoShan Ken) e as regiões laterais das narinas(Ponto Yin Shan – IG20), com os dedos mé-dio e indicador unidos. Fazer 12 repetições.

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Ao Tomar BanhoEsfregue com o calcanhar algumas vezes o outro pé, na região logoentre a parte de trás do “ossinho” do tornozelo e o Tendão Calcâneo(ex- Tendão de Aquiles). Existem vários pontos de acupuntura nestaregião ligados ao Meridiano do Rim, que melhorarão seu estadoenergético.

Massagem na cabeçaFeche as mãos em forma de punho, bem relaxados para deixar umburaco em seu interior. Relaxe o pulso e bata repetidamente por todaa região da cabeça com os punhos (no lado das pontas dos dedos).Comece da frente e vá ate a nuca, passando pelas laterais. Repitaalgumas vezes, suavemente. É um exercício utilizado no Aikidô ja-ponês.

BanhosEvitar banhos muito quentes ou muito gelados. Quando fizer muitoexercício físico, principalmente se forem exercícios de energia comoo Chi Kung ou Tai Chi Chuan, esperar um pouco antes de tomarbanho. O corpo está muito aquecido e pode ter um choque térmicocom a água gelada. Por outro lado, para a Medicina Chinesa, quandonos exercitamos muito os poros se abrem para a passagem da ener-gia Yang irradiada e o banho (tanto frio quanto quente) pode fazeruma energia perversa penetrar no organismo por esta abertura.

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RESUMOGostaria de passar aqui 7 Regras Taoístas para aLongevidade, segundo um autor anônimo:

1- Falar pouco, para fortalecer internamente a energia;2- Controlar o instinto sexual para economizar energia;3- Comer pouco, para absorver o Chi mas não sobrecarre-gar o organismo;4- Passar a língua pelos dentes e depois engolir a saliva (asaliva é considerado como uma substância energética muitoespecial pelos alquimistas taoístas);5- Evitar a ira e a raiva, para não enfraquecer o fígado (ór-gão associado à raiva);6- Saber comer somente o que não nos faz mal;7- Cultivar a mente para fortalecer o coração (o coração é asede do espírito para a Medicina Chinesa)

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21Modismos e Influências Externas

Nós, seres humanos, temos duas fontes básicas de estímulos: a inter-na e a externa. A interna é a sensação de fome, sede, cansaço, emo-ções como alegria, tristeza, raiva, entusiasmo e algumas aspiraçõesespeciais, espirituais, que muitas vezes nem mesmo sabemos concre-tamente de onde vem. A fonte externa está representada pela infor-mação que nos chega através de nossos cinco sentidos ordinários:visão, audição, olfato, paladar e tato. É através destes cinco canaisque recebemos as informações externas. E é por onde entra a maio-ria das influências externas que vão moldar o que somos.

Já falamos sobre as fontes internas e é interessante analisarmos ago-ra algumas fontes externas especialmente importantes em nossos dias.

Como o ser humano é um animal social, tendemos a fazer coisas queoutras pessoas também fazem, por um sentimento instintivo de “gru-po”. Isto é perfeitamente natural. Mas eis que em nossa sociedadeconsumista os modismos se tornaram extremamente dominantes, oque muitas vezes pode colocar em risco nossa saúde.

Somos constantemente bombardeados por anúncios e notícias quepenetram em nosso sistema e nos influenciam profundamente. Estainfluência muitas vezes não é percebida conscientemente e acabamosfazendo muitas coisas sem ter muita noção do seu porquê.

O primeiro passo para assumirmos o controle completo de nossasvidas é perceber conscientemente quando está havendo uma influ-ência externa que pode alterar nosso modo de pensar ou agir.Identificada esta influência, podemos pesar os seus possíveis resul-tados e decidir se queremos ou não isto em nossa vida. Esta é apalavra-chave: decidir. Você tem que ter a última palavra na decisão

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pela aquisição de um produto, serviço ou mesmo de uma informa-ção. Se será bom ou não para você é você quem decide, ninguémmais. Não se deixe influenciar pelo que mostram a você, por promes-sas ou mesmo testemunhos de pessoas famosas. Somente você sabeo que é realmente bom para você.

O primeiro passo para se livrar do consumismo exagerado e da in-fluência externa inconsciente é não tomar nenhuma atitude por im-pulso. Esqueça as ofertas maravilhosas, o quanto você vai ficar lindaou como você ficará mais rico. A propaganda é o veículo por ondeestes modismos e consumismo entram em sua vida. Basta mantersua independência e apenas fazer o que tiver certeza de que deseja ecerteza do é bom para você.

No vestuário vemos muitos modismosque acabam atrapalhando a saúde daspessoas, principalmente na moda femi-nina. Os saltos super-alto e “salto agu-lha”, os sapatos de bico fino tipo“aladim”, calças de cintura baixa,blusinhas curtas, e agora, em 2007, asbolsas extra-grandes. Já existem várioscasos de problemas físicos gerados pela moda das bolsas ultra-gran-des. Uma pesquisa de um jornal mostrou que este tipo de bolsa tementre 3 e 4,5Kg de peso. Se a bolsa é enorme, claro que ela terá umatendência a ficar cheia. É o mesmo que você andar o dia todo carre-gando um saco de batatas nas costas. Qual a vantagem disto? Ne-nhuma. Só porque alguns estilistas resolveram que é “fashion” bol-sas enormes. Ano que vem poderá ser a “Era das Mini-Bolsas” evocê perderá o dinheiro investido na big-bolsa, que acabará no fun-do do armário. Somente a fisioterapia irá lembrar-lhe dela...

Piercings são outro modismo em que se necessita pensar muito antesde agir. Em primeiro lugar é grande a quantidade de casos de infec-ção, pois muita gente não toma cuidados na aplicação destespenduricalhos e chegam até a tentar fazer isto sozinhos. O nosso

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corpo não é de borracha e cada piercing terá um envolvimento emsua saúde. Mesmo que seja feito com todo cuidado e a cicatrizaçãofor normal, muitas vezes ele estará danificando ou alterando pontosde energia, do mesmo tipo dos utilizados pela acupuntura, e conse-qüentemente mexendo com sua saúde. Evite especialmente ospiercings nas orelhas, cujos buracos enormes prejudicam muito ospontos reflexos existentes nelas. Na língua, por exemplo, a probabi-lidade de necrose (morte dos tecidos) é extremamente alta. E mes-mo que isto não aconteça, podem existir danos às glândulas saliva-res, às gengivas e aos dentes. A lista é bem grande. Será que vale apena?

Depois das roupas, as dietas são as preferidas pelos modismos mo-dernos. Aparecem cerca de duas dietas por semana, na melhor dashipóteses. Depois do advento da Internet, dietas velhas e novas vãoe vem, multiplicando a confusão sobre a alimentação. Se a atriz Fula-na perdeu 5Kg com a “dieta da couve”, será que isto é saudável paravocê também? E existem as dietas fantasiosas, como a “dieta da sopa”,atribuída ao Hospital do Coração de São Paulo. Claro que eles nuncaouviram falar disto. Como dissemos no capítulo sobre alimentação,QUALQUER tipo de restrição alimentar funciona por até 14 dias.Então aprenda de uma vez a ouvir seu corpo e monte uma dietaideal para você. Não é para seu vizinho, sua filha, seu tio, nem paraa atriz Fulana. Mas apenas para você, Ser único em todo o Universo.

Remédios e tratamentos médicos também são alvo de modismos.Principalmente no Brasil que é um dos campeões mundiais de auto-medicação, usar o remédio “da moda” é muito comum. Você temzumbido no ouvido? A Tia Maricota também teve e ficou boa depoisde tomar o remédio X. E lá vai você atrás do remédio X, pois se foibom para a Tia Maricota também será para você. Espero que depoisde ler este livro você já não esteja mais pensando assim... Lembre-seque medicamentos são chamados tecnicamente de “drogas” e é as-sim que devem ser utilizados. Deve-se evitar tanto os modismos comoas soluções fáceis. Seus filhos são hiperativos, tem falta de atenção?É só dar um remedinho. Nos EUA é comum se receitar

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antidepressivos, soníferos e psicotrópicos para a juventude. Na Eu-ropa já se liberou o uso de Prozac, um anti-depressivo, para menoresde 18 anos. Mesmo na linha mais natural, já vi pais em viagem entu-pirem os filhos de “Maracugina” para ficarem “calminhos”. Será queo problema deles é químico? Não existe outra causa, talvez algumaresponsabilidade dos pais na sua criação e acompanhamento? Noinício do Século XX a moda era a Lobotomia. Uma técnica que remo-via ou danificava o lobo frontal do cérebro, deixando a pessoa mais“tranqüila”. Foi utilizada por centenas de milhares de pessoas, inclu-sive pais querendo “acalmar” seus irriquietos filhos.

Hoje a grande moda são as cirurgias plásticas, principalmente alipoaspiração, encarada como um método fácil e rápido para ema-grecer. Mas é uma cirurgia, com anestesia geral e toda as suas possí-veis complicações. Hoje já existem clínicas que fazem plásticas compagamento por carnê e promoções do tipo “cobrimos as ofertas daconcorrência”. E fazem de tudo para convencer você de que podeser uma pessoa melhor. Você cai nesta história? Acredita realmenteque se mudar o nariz será uma pessoa melhor?

O modismo estético é um dos grandes vilões que temos. Constrói-seuma imagem determinada do que seria “bonito” e vende-se isto comose fosse algum tipo de verdade universal. Na minha infância, nosanos 70, o legal era ser magro até mostrar os ossos. O rapaz que nãotivesse as costelas à mostra e as garotas que não fossem “tábuas”lisas, sem seios nem bunda, eram considerados “gordos”. E, claro,execrados por toda a sociedade. O ser humano é pródigo em conde-nar e humilhar outras pessoas que ele considera diferentes. Nos anos80 isto começou a mudar com a geração saúde, dando mais impor-tância à músculos e corpos mais torneados. Nos anos 90, seios fartose bundas redondinhas ganharam corpo e apareceram as próteses desilicone para as menos “desenvolvidas”. E todos correm em buscado corpo perfeito, do rosto perfeito. Mudamos o nariz, os lábios, asorelhas, a curva dos olhos, o queixo, pintamos os cabelos, fazemos“chapinha” e o que temos? Alguma outra pessoa. Se não é mais amesma pessoa, então quem é?

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Assuma você. Você é você mesmo, com o seu corpo, seu jeito devestir, de andar, de sorrir. Pode ser melhorado? Claro, mas dentrodos limites da Mãe Natureza e da sua saúde. Saúde e modismosraramente combinam, pois modismos são massificações e você é umSer único em todo o Universo. Tomar o remédio da Tia Maricota,carregar malas pesadas (pois já deixaram de ser bolsas) e fazer 23plásticas para parecer outra pessoa não vão ajudar o que você é. Sejavocê mesmo e pense e decida antes de seguir os outros cegamente.

RESUMOTemos duas fontes básicas de estímulos: a interna e a externa.A interna é a sensação de fome, sede, cansaço, emoções comoalegria, tristeza, raiva, entusiasmo e algumas aspirações espe-ciais e espirituais. A fonte externa está representada pela in-formação que nos chega através de nossos cinco sentidos or-dinários: visão, audição, olfato, paladar e tato.Imitar os outros é natural para o Ser Humano.Devemos tomar cuidado para que nossas escolhas sejam feitasde forma consciente e não por mera influência externa.Modismos aparecem em tudo: vestuário, moda, remédios, in-tervenções médicas, dietas, equipamentos eletrônicos, aparên-cia física e comportamento. Toda vigilância é pouca.Modismos são muitas vezes danosos à saúde pois são elabora-dos para as massas e não para pessoas individuais como você.Procure ser você mesmo, valorize quem você é ao invés deprocurar ser como todos os outros.

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22Beber Para Viver

Todos precisamos de líquidos para sobreviver. Somos compostos emmais de 70% por água, portanto é natural que precisemos repor olíquido que perdemos com o suor, urina e processo metabólicos. Estareposição deve ser constante ou corremos o risco de uma desidrata-ção, que nada mais é do que a falta de água no organismo.

O ser humano, como criatura extremamente inventiva, não se con-tentou com a água e criou diversas outras bebidas alcoólicas e não-alcoólicas como cerveja, vinhos, bebidas destiladas, refrigerantes,sucos, café, chá, isotônicos. Como isto afeta sua saúde? Veja a seguir.

ÁguaA água é nosso meio de subsistência. Somos todos filhos da água enos desenvolvemos no útero dentro de uma bolsa de água. Nossaafinidade é imensa como demonstra o antigo hábito humano de ba-nhar-se e o prazer de nadar. A água também deve ser consumidaregularmente para repor nossas perdas e prevenir problemas no or-ganismo. Mas quanto devemos beber?

A resposta, como sempre, depende de cada pessoa e cada situação.Não existe uma regra única e universal como a que se difunde por aí:“beba sempre pelo menos dois litros de água por dia”. A coisa não ébem assim, pois consumimos água o tempo todo, sempre que ingeri-mos algo. O cafezinho do escritório, refrigerantes, sucos, frutas, sa-ladas, são ricas em água. Um bife acebolado tem 80% de água. Atéfarofa tem grande porcentagem de água! Então ingerimos água sem-pre que ingerimos qualquer tipo de alimento. Como a nossa necessi-dade diária de reposição está entre 2 e 3 litros, a alimentação já supremais da metade das nossas necessidades. A regra de ouro é: bebaquando tiver sede. Nada mais. Esqueça fórmulas e receitas mirabo-

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lantes e apenas ouça seu corpo. Tire de sua cabeça a idéia de que“quanto mais água, melhor”.

Lembre-se também de que nossa necessidade de água depende defatores climáticos, ambientais e de atividade. Qualquer exercício irácriar uma necessidade de água proporcional ao esforço dispendido.Se for verão ou inverno, também. O escritório tem ar condicionado?É outro tipo de ambiente. Quanto mais você der atenção a seu corpo,melhor ele irá funcionar.

Excesso de água pode ser extremamente danoso à saúde. Pessoascom problemas cardíacos podem ter edema. Pessoas com baixo pesocorporal ou anorexia podem sofrer intoxicação pela água e causardanos cerebrais, coma e até morte. Realizou-se um estudo na Mara-tona de Boston em 2002 com 488 atletas. Eles fizeram um exame desangue antes e depois da corrida. Dos que completaram a prova àbeira de um desmaio, 65% tinham abaixado o nível de sódio porterem bebido água demais.

Também evite água muito gelada, principalmente nos dias mais quen-tes, pois causam choque térmico e bagunçam o equilíbrio da tempe-ratura corporal. Tomadas durante as refeições, bebidas muito gela-das atrapalham a digestão e causam sérios problemas.

ÁlcoolAs bebidas alcoólicas são responsáveis por muitos problemas emnossa sociedade. A cidade de Diadema, em São Paulo, ordenou ofechamento de bares depois das 23h e reduziu os homicídios em 68%.O alcoolismo também é uma das grandes causas de problemas fami-liares e agressões domésticas e seu uso deve ser restrito, principal-mente para menores de idade. O alcoolismo juvenil cresce a taxasalarmantes e é um problema muito grave no Brasil. É fácil se acostu-mar com a bebida quando jovem e não poder mais viver sem eladepois.

À rigor, um pouco de álcool não faz mal. Pelo contrário, pode trazer

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benefícios à saúde, principalmente as bebidas fermentadas como vi-nhos e cervejas. O metabolismo e absorção de álcool pelo fígado émais lenta nas bebidas fermentadas. O álcool também pode aumen-tar o colesterol bom no sangue. O vinho tinto consumido com mode-ração é reconhecido como protetor do coração, reduzindo os riscosde enfartes e derrames. Aliás, o vinho faz parte da chamada “DietaMediterrânea”, tão alardeada como uma alimentação saudável.

A cerveja é rica em minerais e tem ação antioxidante, além de ser umbom diurético. O grande problema com a cerveja é a quantidade. Setomar até dois copos por dia, é saudável. Um engradado ou mais, éproblema. E é muito fácil para uma pessoa beber várias garrafas decerveja, como pude constatar facilmente nos bares ao redor da facul-dade, em meus tempos de estudante. Se você beber 5 garrafas decerveja convencionais, estará tomando quase 4 litros de líquido...

As bebidas destiladas como vodka, uísque e cachaça devem serconsumidas com muito mais cuidado, pois são rapidamentemetabolizadas no fígado, sobrecarregando-o. A maioria dos benefí-cios da ingestão do álcool desaparece nas bebidas destiladas, quesão produzidas à base de destilação das bebidas fermentadas, au-mentando a concentração de álcool. Evite este tipo de bebida oupelo menos não as misture com bebidas fermentadas numa mesmaocasião. Se beber cerveja, não beba uísque. Não existem provas cien-tíficas sobre os danos que isto causa, mas a tendência é que vocêconsuma mais álcool ao beber os dois tipos. A sabedoria popularafirma que a mistura dá uma tremenda ressaca. Por que arriscar?

No Oriente as bebidas alcóolicas são muito apreciadas, mas trata-segeralmente de bebidas fermentadas. O famoso Saquê, vinho de ar-roz consumido em todo o Oriente é uma bebida fermentada. Naliteratura taoísta é comum nos depararmos com personagens quetenham bebido. Isto não é um motivo de condenação. A MedicinaOriental não possui restrições ao consumo de álcool, desde que sejafeito de maneira moderada.

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RefrigerantesSão a grande fonte de ingestão de líquido para muitas pessoas atual-mente, principalmente pelos mais jovens. Bebida muitas vezes con-denada injustamente, podem ser consumidas desde que comparcimônia. A noção de que refrigerantes causam celulite é incorre-ta, mas existem outros problemas e o pior deles é o gás carbônicocontido nestas bebidas. Se tomado nas refeições ele estufa a barriga,dilatando o estômago e promovendo um espaço maior a ser preen-chido com comida. O resultado todos nós sabemos. Além disto pos-suem muitos tipos de aditivos, já que a maioria dos refrigerantes éartificial.

SucosSão uma boa fonte de líquidos, principalmente sendo o Brasil umpaís tropical. Também são ricos em minerais, vitaminas e anti-oxidantes. Temos grande quantidade de frutas de todos os tipos,formas, cores e sabores. Mas tomar muito suco régiamente adoçadopode levar a um excesso no consumo de açúcar. Cuidado tambémcom os sucos supergelados durante as refeições, já que em muitosestados do Brasil é comum se fazer sucos com polpas de frutas con-geladas. Também deve-se pensar na quantidade, pois um copo desuco possui mais frutas do que você consumiria normalmente de umasó vez. Um copo de suco de laranja puro contêm cerca de 4 ou 5laranjas, por exemplo. Não é saudável consumir mais de uma dúziade laranjas por dia (cerca de três copos), não é mesmo? Moderação,sempre.

Café e CháInjustiçados por muito tempo, o chá e o café não produzem tantosmalefícios assim. A própria cafeína pode ser saudável em pequenasdoses. Uma xícara de café fresco tomado após as re-feições contribui para uma boa digestão por sua com-posição e por ser tomado quente. O chá mate é umaalimento poderoso, tendo sustentado nossas tropasna Guerra do Paraguai por vários dias quando falta-ram provisões. Pode ser tomado de diversas formas,

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tanto quente quanto gelado, acrescido de limão ou com suco de vári-os tipos de frutas. O chá verde tradicional do Oriente é extremamen-te benéfico ao organismo e tem um capítulo todo dedicado a eleneste livro.

IsotônicosSão bebidas ricas em sais minerais e carbohidratos que repõe as per-das do organismo principalmente em atividades esportivas intensas.Foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Flórida parao seu time de futebol americano, os “Gators” (daí o nome“Gatorade”). Seu uso pode ser importante na reposição de mineraise líqüido perdidos pelo organismo nas atividades físicas intensas masdeve ser restrito às práticas esportivas. Isotônicos são complemen-tos nutricionais e não refrigerantes! Seu uso deve ser moderado edentro das necessidades reais de cada atleta. Os isotônicos podemser substituídos sem problemas pela água de coco, muito rica emminerais como potássio, sódio, fósforo e cloro, com rápida absorçãopelo organismo. Também o caldo de cana é um complemento inte-ressante para as práticas esportivas por ter alto teor de sais mineraise carbohidratos. O açúcar (sacarose) presente na “garapa”, comodizemos em São Paulo, é facilmente metabolizado pelo alto teor mi-neral do líqüido, diferente do açúcar branco que precisa retirar mi-nerais do corpo para ser utilizado. Quando era adolescente, há algu-mas décadas, eu era adepto da musculação e sempre tomava um copode caldo de cana (sem gelo) depois dos treinos. Diziam que eu eradoido por causa das calorias que a bebida tinha. Bobagem. Hoje atétimes de futebol “descobriram” que um copo de caldo de cana de-pois dos treinos coloca os atletas em ordem!

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RESUMOSomos 70% de água, logo precisamos de líqüidos para perma-necermos saudáveis.A água é a melhor opção, mas sem exageros. Não precisa ne-cessariamente tomar 2 ou 3 litros por dia, basta ter uma ali-mentação balanceada com verduras e frutas. O resto vem dosdemais alimentos, do cafezinho, do leite, do refrigerante...Beba a água que quiser quando tiver sede. Mas atente tam-bém para o clima da região e a época do ano. Lugares muitoquentes e secos podem causar desidratação mais rápido doque o corpo percebe.Bebidas alcóolicas podem ser consumidas e são até saudáveis,desde que seja com moderação. Dê preferência às bebidas fer-mentadas, especialmente os vinhos.Evite refrigerantes em excesso. Prefira sucos naturais.Café e chá podem ser consumidos normalmente de acordocom sua pré-disposição. O café deve ser fresco e em quantida-des módicas. Consulte o capítulo sobre o chá verde e veja seusbenefícios.Isotônicos podem ser consumidos em caso de atividade físicaintensa. Eles não são refrigerantes, mas complementosnutricionais.

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23Vestuário e Saúde

Qual a relação entre vestuário e saúde? Toda, eu diria. Somos ani-mais com poucos pelos, de modo que necessitamos de vestimentaspara podermos nos abrigar do tempo. E nossa vestimenta deve se-guir o clima da região em que moramos, nossas características étni-cas e fisiológicas. Vamos ver como isto funciona.

O vestuário é um item no qual Oriente e Ocidente menos tem emcomum. Os orientais preferem uma roupa folgada, que ventile o cor-po e o deixe mais livre. A indumentária ocidental é cheia de nós,laços, botões, cintos e outros mecanismos para modelar o corpo demaneira justa. Nós homens apertamos os pés em sapatos de courorígido, apertamos a cintura com cintos e apertamos a garganta comgravatas. As mulheres tem sutiãs, espartilhos, meias de nylon, saltosaltos, vestidos justos. Tudo isto é muito elegante para nós, mas co-bra seu preço na nossa saúde.

Começaremos com as malfadadas calças de cintura baixa, tão na modaentre as moças. Este tipo de calça, muito divulgado no início do sé-culo por ícones pop como Cristina Aguillera e Britney Spears é extre-mamente danosa à saúde, especialmente para as brasileiras. Para estetipo de vestuário ser compatível com suas usuárias seria necessárioque fosse feito sob medida, algo impraticável para a maioria daspessoas.

Acontece que as brasileiras são, por definição étnica, bem guarnecidasde quadris. Como a calça não é feita sob medida, geralmente ela não“encaixa” na silhueta da mulher, deformando seu corpo. Notamosmuitas vezes na rua mulheres com a calça profundamente enterradaem sua cintura, ou melhor, no quadril. Além de ser esteticamentedesagradável isto deforma o corpo, criando uma “linha de cintura”

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no quadril e favorecendo a queda abdominal (denominado de“ptose”), a famosa “barriguinha”. As mulheres tem uma forte ten-dência a acumular gordura no baixo ventre como mecanismo de re-serva e proteção durante a gestação. Sem apoio, esta camada adiposa“cai” para a frente, sendo seguida pelos órgãos internos caso a pes-soa não tenha os músculos abdominais muito bem trabalhados. Parase ter uma noção da crueldade a que estão sujeitas as mulheres, aomesmo tempo em que é moda usar calças de cintura baixa (que cau-sam a “barriguinha”) também é moda a barriga “tanquinho”, lisinha.E tome estresse!

Além do aspecto estético deplorável, a saúde também se ressentedesta prática. O uso indiscriminado e contínuo de calças de cinturabaixa favorecem a parestesia, que é uma sensação de queimação napanturrilha, formigamento ou adormecimento dos membros inferio-res, segundo estudo publicado no Canadian Medical AssociationJournal, em 2003. Isto se deve à pressão extrema exercida sobre ner-vos do quadril. Cessada a utilização deste tipo de calça, a parestesiadesaparece.

Outra moda adolescente muito comum é a das blusas curtas, mos-trando o umbigo. Combinadas com as calças de cintura baixa, cau-sam um grande estrago à saúde feminina. Segundo a Medicina Tra-dicional Chinesa (MTC), o sistema reprodutor feminino se ressentefacilmente de friagem, causando inúmeros transtornos como cólicasmenstruais, por exemplo. Já curei muitos casos de cólicas menstruaisapenas mandando a garota utilizar camisetas mais compridas. A re-gião do útero e ovários devem sempre se manter aquecidos e nãoficar à mercê de correntes de vento, extremamente danosas segundoa MTC. As mulheres grávidas também precisam manter a barrigacoberta para proteger o bebê.

Os orientais tem uma prática interessante que é o “banho de ar”.Apenas fica-se nu ou pouco vestido durante algum tempo, em casamesmo, para que o corpo tome ar e ventile. É uma prática extrema-mente saudável. Pequenos “banhos de ar” são benéficos na gravi-dez, mas deve-se evitar sair por aí com o barrigão de fora...

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Sempre que possível devemos utilizar tecidos confeccionados comfibras naturais ou pelo menos com maioria de fibras naturais. Elesfacilitam a transpiração e causam menos alergias que os sintéticos,que por sinal tem outro efeito colateral.

Uma das secretárias de uma empresa de engenharia americana tinhagrandes problemas em utilizar seu computador. Aliás, qualquer com-putador “pirava” quando ela passava por perto. Intrigados, os enge-nheiros da empresa resolveram medir a carga elétrica estática acu-mulada no vestido sintético da moça. Sabe o que deu? 600V! Istomesmo: seiscentos volts de eletricidade estática. Apenas porque elausava vestidos de material sintético.

Roupas íntimas de tecidos sintéticos não são muito boas justamentepor não permitirem a transpiração natural, ocasionando aumento docalor na região e umidade do suor que se acumula. Local excelentepara micróbios de todo tipo proliferarem e causarem uma série dedoenças.

Por falar em aumento de temperatura, roupas muito justas tem estemesmo incoveniente. No caso masculino, calças muito apertadas po-dem reduzir a fertilidade, causar impotência e até mesmo chegar aum câncer. Os testículos são extremamente sensíveis ao calor do cor-po. Basta ver como o saco escrotal se alonga nos dias quentes, saindode perto do corpo, e se encolhe nos dias frios, se aproximando docalor corporal. Tudo para manter a temperatura dentro dos fatoresideais.

Sutiãs devem ser macios e bem ajustados. Peças apertadas costumamdar sérios problemas de saúde como dores nas costas, problemasrespiratórios e inclusive cistos nos seios.

Uma simples gravata apertada pode aumentar a pressão no globoocular e provocar glaucoma e perda da visão, se insistirmos na práti-ca. Cheque sempre seu colarinho!

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Sapatos apertados podem causar joanetes e vá-rias deformidades nos pés e pernas. Tambémcausam dores nas costas, principalmente na re-gião lombar, como aqueles dos saltos altos.Deve-se evitar o uso contínuo de tênis muitojustos, abafados, que podem causar micoses eoutros problemas de pele. Periodicamente é bom andar descalço, naterra, na grama ou mesmo em casa. O uso de sandálias também éinteressante, para manter o pé arejado. Mantenha os pés sempre se-cos. Se necessário, tenha um par de meias e sapatos extras no seutrabalho.

Ao sair em tempo ruim, com muito vento ou chuva, use uma roupaque proteja o pescoço, especialmente a nuca. Vimos que na MTC anuca é a “Porta dos Ventos” e pode levar a vários desequilíbriosinternos. Nunca saia no vento com os cabelos molhados.

Quando viajar ao exterior ou em regiões do Brasil com clima muitodiferente do que está acostumado, procure observar o que os “nati-vos” usam e copie. Eles estão melhor adaptados para seu próprioclima.

Alguns cuidados simples com o vestuário podem melhorar muitosua saúde. Aprenda a sentir o que está causando seus males. Vocênão precisa virar naturista e andar pelado para ser saudável. Bastausar o bom senso.

RESUMOProcure utilizar roupas folgadas e de tecidos naturais.Moças, respeitem sua cintura: nada de calças de cintura baixaou uso excessivo de blusinhas mostrando o umbigo.Homens, nada de calças apertadas. Seus futuros filhos agrade-cem.

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Proteja sempre a barriga e a nuca de ventos, principalmentefrios.Cuidado na escolha dos sapatos. Podem ser de liquidação, des-de que sejam bem confortáveis.Sempre que possível areje seu corpo. Ir à praia é um bom exem-plo de “banho de ar”. Cuidado com o sol e divirta-se.Procure usar o que as pessoas do lugar usam pois elas estãoadaptadas ao meio.

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24Barulho, Ruído e Silêncio

A vida nas grandes cidades se torna mais e mais barulhenta. E quan-do não bastam os ruídos normais da civilização, saímos em busca deruídos ainda mais altos em músicas, shows, ferramentas, etc...

No Oriente o silêncio sempre foi considerado de grande importân-cia. Técnicas orientais de meditação e exercícios físicos e mentais di-versos são empregadas sem a necessidade de sons ou qualquer ruí-do. Os indianos tem até um termo próprio, múni, para designar apessoa que está guardando voto de silêncio por algum motivo. Gandhiera freqüente usuário desta técnica, ficando um dia inteiro sem falarnada todas as semanas. Alguém aí seria capaz disto?

Para os orientais falar pouco e fazer pouco ruído está associado àobservação do interior, pois não se pode “ouvir” a própria mente seestamos cercados por barulhos por todos os lados. Claro que istonão deve ser levado a extremos, pois a música oriental é muito apre-ciada e sons monossilábicos fazem parte das mais variadas culturas esão empregados em técnicas como os mantras indianos e os sons decura chineses. Mas repare em um jardim japonês ou chinês e verá quegrande parte de sua atmosfera de paz e tranqüilidade vem da faltade barulho ou de pequenos ruídos suaves como uma cascata.

Hoje vivemos em um mundo barulhento, cheio de máquinas, músi-cas amplificadas e sons conflitantes por todos os lados. Na cidade deSão Bernardo do Campo (SP), onde moro, existem parques públicoscom jardins e locais para se caminhar ou correr. Seria um paraísocontra o estresse se não existissem caixas de som espalhadas portodo lado, tocando música incessantemente, mesmo que seja músicasuave. Não se pode nem ouvir os pássaros. Este tipo de anti-ecologiaé um sintoma de nossa dependência psicológica do ruído. Quando

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chegamos em casa corremos a ligar a TV, o rádio ou colocar um CD.Xingamos o vizinho barulhento mas enchemos nossa vida de sonsaltos e desnecessários que minam nossa saúde.

As células auditivas são extremamente sensíveis e quando são ex-postas a um ruído muito forte, simplesmente morrem. Como exis-tem milhões delas os danos não são imediatamente sentidos, mascom o passar dos anos, se a exposição aos ruídos continuar, a dimi-nuição da audição será sentida claramente. Estas células não voltama nascer, então quanto mais delas perdermos menor será nossa sen-sibilidade aos sons.

Os fatores mais nocivos hoje em dia são os barulhos cotidianos (trân-sito, campainhas, sirenes e equipamentos diversos) e as músicas mui-to altas, principalmente quando escutadas através de fone de ouvi-do.

Os barulhos cotidianos muitas vezes passam desapercebidos peloconsciente mas são notados pelo organismo que tenta desesperada-mente se adaptar a eles. Este tipo de ruído, por ser incessante, geraum estresse orgânico inconsciente, que abala todas as fundações dasaúde e é a causa maior da irritabilidade, nervosismo e agressividadedos moradores das grandes cidades. A grande diferença entre vivernuma grande metrópole e numa minúscula cidade do interior, acre-dite, não é a agitação, mas o barulho! Só notamos o barulho a queestamos acostumados quando vamos a algum lugar silencioso. Aomudarmos de casa para um lugar mais silencioso torna-se difícil con-seguir dormir nas primeiras noites devido ao silêncio! É nosso corpoque se adaptou para sobreviver.

Música alta é extremamente prejudicial, tanto em shows e baladasquanto nas casas e mais ainda nos fones de ouvido. Os jovens sehabituaram com a idéia absurda de ouvir música no máximo volume.Na verdade, desta forma ela deixa de ser música para se tornar ape-nas pressão sonora, já que o som é uma onda mecânica. Melodia,letra e cadência deixam de existir em função da “batida” da música,

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pois é só o que se percebe em altos níveis sonoros. Ouvir música altanas baladas ou no fone de ouvido cria perdas auditivas certas e defi-nitivas, que só tenderão a piorar com o passar do tempo. Pena que osjovens não se preocupem com isto e acabem levando este hábito paraa idade adulta, com os conseqüentes efeitos.

As academias de ginástica são especialistas em música altíssima. Au-las de Aeróbica parecem sessões de tortura com barulhos superioresaos de um avião decolando. Certa vez fui pedir informações em umaacademia de musculação e ninguém conseguia me ouvir por causa dovolume da música ambiente. Desisti de treinar lá, pois não gosto deusar protetores de ouvido, o que seria obrigatório para um aprecia-dor do silêncio como eu. Gosto de escutar meus próprios pensamen-tos.

Se você gosta de ficar em frente às caixas de som em shows ou au-mentar o volume do CD, veja que pode não ser apenas por gosto,mas por perda de audição. Pessoas que estão ficando surdas aumen-tam gradualmente os volumes da televisão, rádio ou da música quetentam escutar.

Eis uma pequena tabela de referência de ruídos, elaborada pela As-sociação Americana de Fonoaudiologia, para ver a que ponto chega-mos:

Desagradável ou Doloroso:150 dB = pico de ruído em música de rock140 dB = armas de fogo, sirene de ataque aéreo, motor a jato130 dB = britadeira120 dB = decolagem de avião a jato, música de rock amplificada de4 a 6 pés [1,2 a 1,8 metros] de distância, estéreo de carro, ensaio debanda

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Extremamente alto:110 dB = música de rock, aeromodelo106 dB = sons de tímpano e zabumba100 dB = snowmobile, moto-serra, perfuratriz90 dB = cortador de grama, ferramentas elétricas, tráfego decaminhões, metrô

Muito alto:80 dB = despertador, rua movimentada70 dB = tráfego intenso, aspirador60 dB = conversa, lavadora de pratos

Moderado:50 dB = chuva moderada40 dB = sala tranqüila

Fraco:30 dB = sussurro, biblioteca tranqüila

RESUMOSons e ruídos muito altos abalam nossa saúde, com certeza.Os danos são graduais e irreversíveis.Somos viciados em ruídos, desde nosso lazer e trabalho até aginástica da academia, feita sob músicas em volume máximo.Sons normais do cotidiano causam grande estresse orgânicopor serem contínuos.Música deve ser ouvida em volumes razoáveis. No volumemáximo não trazem nenhum benefício, apenas a perda siste-mática da audição

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Cuidado ao utilizar fones de ouvido. É normal no ônibus, porexemplo, ouvirmos a vários metros o que uma pessoa está es-cutando em seus fones. Isto é um abuso inadmissível contra asua saúde.Procure sair do estresse urbano periodicamente e passeie porparques e jardins que não tenham sistema de som. Deixe anatureza ser o seu disc-jóquei.Visite sempre que possível locais do interior ou do litoral,menos barulhentos.Olhe ao seu redor e procure reduzir o número e o nível deruídos em sua vida. Comece por reduzir o volume da televi-são e falar mais baixo, por exemplo.Preste mais atenção ao seu próprio interior.

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25Em Busca da Longevidade

Muitos buscam a longevidade. Mas longevidade, para nós, é muitomais do que simplesmente “viver muito”. É viver bem, mais feliz,com saúde e disposição. É estar bem disposto, ativo e vibrante, inde-pendente de quanto se viva. Esta é a questão.

A preocupação com o “quanto” se pode viver sempre intrigou osseres humanos e fez parte das investigações básicas de todas as civi-lizações. A verdade é que ninguém quer morrer, tomado pela igno-rância sobre a real condição do Universo e de seu papel nele. Passa-mos a acreditar piamente que tudo o que vemos ao nosso redor é aúnica realidade existente, o que nos limita e nos faz buscar desespe-radamente um prolongamento de nossa existência terrena.

Nos tempos antigos muitas pessoas pereceram buscando o “elixirdas longa vida” ou outro remédio milagroso que pudesse prolongarseus dias na Terra indefinidamente. Na China, esta busca se intensi-ficou entre os séculos II e VI de nossa era, onde os alquimistas chine-ses buscavam muitas formas de se prolongar a vida e alcançar a imor-talidade.

Muitos morreram envenenados por ingerirem pílulas feitas com chum-bo ou mercúrio, elementos comuns nas práticas alquímicas. Inclusiveimperadores chineses. O que eles não compreendiam é que o objeti-vo dos alquimistas chineses taoístas era obter a imortalidade espiri-tual e não simplesmente a continuidade física. Este tipo de enganotambém aconteceu com os alquimistas ocidentais, cujos experimen-tos se basearam em fragmentos do conhecimento alquímico chinêslevado para a Europa pelos árabes. Por trás de todo um glossário determos e o intrincado aparato de materiais e produtos estava na ver-dade uma analogia para a conquista de uma espiritualidade elevada.

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Hoje vemos a ciência correr atrás do velho sonho dos alquimistas,senão da imortalidade ao menos da longevidade. Remédios, dietas etratamentos “miraculosos” surgem todos os dias para retardar oenvelhecimento.

A maioria das pessoas, principalmente as mulheres, procura retar-dar o envelhecimento físico externo, apenas. Com aplicações de botox,implantes e cirurgias plásticas se sucedendo em um ritmo sem fim,acabam por ficar desfiguradas mas acreditando que ainda são jo-vens. Não percebem como enganam-se a si próprias com alteraçõesque, à partir de certo ponto ou de certa idade, se tornam óbvias eartificiais.

Mas todos nós envelhecemos e um dia morreremos. É uma lei davida que não pode ser mudada. O que podemos e devemos evitar éa decrepitude, a degeneração. Sempre respeitando a ação natural dotempo, podemos nos prevenir e agir em conformidade com o Uni-verso para podermos chegar ao nosso fim com um sorriso nos lábios.

Saber envelhecer é o grande segredo para retardarmos a decrepitude.Mas para isto devemos primeiro compreender como esta degenera-ção se dá.

No Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Huang DiNei Jing), obra fundamental da Medicina Chinesa e mencionado an-teriormente, já no primeiro capítulo vemos o Imperador Amareloperguntar ao seu conselheiro taoísta Qibo o porquê dos homens deantigamente viveram até os cem anos conservando uma boa saúde edisposição enquanto no tempo dele os homens declinavam já aos 50anos. A resposta do Mestre Qibo foi muito simples: porque os ho-mens dos tempos antigos norteavam seu comportamento do dia-a-dia pelas leis da Natureza. Seguiam o princípio do Yin/Yang e dasmutações do I Ching, por isso preservavam a sua saúde, mantendoem padrões adequados sua comida e bebida, atividades físicas e tra-balho. Já no seu tempo (e no nosso, também!), eles não preservavam

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sua saúde. Comiam em demasia, bebiam sem limites, eram sonhado-res, extenuavam-se com o sexo gastando sua energia de formadesordenada e trabalhavam em excesso com finalidades egoístas.Você já viu uma situação assim por aí?

Todos temos um ciclo natural de evolução que, segundo a MedicinaChinesa se dá desta forma:

HOMEM(Ciclos de 8 anos)

Aos 8 anos (1x8)

Aos 16 anos (2x8)

Aos 24 anos (3x8)

Aos 32 anos (4x8)

Aos 40 anos (5x8)

SITUAÇÃO

O sistema ósseo se ativapela ativação da energia doRim e os dentes de leite sãosubstituídos

Ocorre o amadurecimento eo sistema reprodutor seequilibra. A menina podeengravidar e o garoto seacha cheio de energia vital epode gerar um bebê

Seus dentes estãoprontamente desenvolvidos eatinge o status de adulto

Seu corpo está na melhorforma e seus músculosestão fortes e desenvolvidos.

Ocorre a mudança daprosperidade para o declínio,onde se abalam os cabelose seus dentes se estragam esua face enfraquece

MULHER(Ciclos de 7 anos)

Aos 7 anos (1x7)

Aos 14 anos (2x7)

Aos 21 anos (3x7)

Aos 28 anos (4x7)

Aos 35 anos (5x7)

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Não se assuste, pois isto está colocado como uma referência natural,que obviamente varia de pessoa para pessoa e de situação para situ-ação. Mas a ordem é esta, de acordo inclusive com as descobertas daciência ocidental, apesar deste conhecimento ter mais de 2000 anosna China.

HOMEM (Ciclos de 8 anos)

Aos 48 anos (6x8)

Aos 56 anos (7x8)

Após os 64 anos (8x8)

SITUAÇÃO

Os canais de energiaYang se enfraqueceme os cabelos setornam brancos e acompleição da facedefinha.

Seu físico começa aficar velho e maisfrágil.Nas mulheres- seuscanais principaisdeclinam, amenstruação some enão pode maisconceber.Nos homens– aenergia do fígadodeclina e os tendõesse tornam duros e osmovimentos lentos.

A energia do Rim seenfraquece, levando àdebilidade dos ossose tendões. A energiavital declina e o corpose torna decrépito

MULHER (Ciclos de 7 anos)

Aos 42 anos (6x7)

Após os 49 anos (7x7)

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Portanto, qual o caminho para evitar a decrepitude segundo a sabe-doria oriental? Seguir as leis da Natureza:

☯ Respeitar as estações do ano- agasalhar-se nos dias friose se refrescar nos dias quentes

☯ Evitar extremos de calor e frio, tanto no ambiente quantona alimentação

☯ Comer e beber moderadamente☯ Ter sempre um período de descanso☯ Participar de alguma atividade de lazer☯ Se exercitar, mas sem competitividade☯ Manter seu corpo relaxado e flexível☯ Procurar prazer nas coisas simples da vida: um jardim

florido, um pôr-do-sol, um cachorrinho brincando, umacriança feliz, uma borboleta, uma flor determinada, umapessoa querida, uma conversa amena, uma pequena via-gem.

☯ Manter-se ativo fisicamente, mesmo em idade avança-da. Tente caminhadas, Tai Chi Chuan, Yoga ou outraatividade que envolva também um processo de quietude mental.

☯ Manter sua mente sempre ativa, através de palavras cruzadas ou jogos de xadrez, por exemplo. Um dos melho-res exercícios para a mente que existe é o xadrez, que émuito fácil de se aprender e jogar. Experimente!

☯ Procurar usar água mineral e alimentos frescos, de pre-ferência sem agrotóxicos e dentro da estação do ano ade-quada.

☯ Ter senso de humor. Praticamente todas as pessoas cen-tenárias que já vi dando entrevistas sobre seu “segredo”de longevidade tem sempre uma coisa em comum: estãosempre rindo! São alegres e animadas.

Este livro é todo baseado nas leis da natureza, que regem a MedicinaOriental. Estude-o e procure compreender os ensinamentos que exis-tem por trás das palavras.

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Busque a longevidade, com naturalidade. Saiba envelhecer, ame avida. Mas não se apegue a ela. E torne-se um ancião ou anciã respei-tável e feliz.

RESUMOViver muito é menos importante do que viver bem.Todos termos um ritmo de envelhecimento. É natural e faz par-te de nossa vida. O que podemos prevenir e atenuar é adecrepitude.Agir segundo a Natureza e ter autoconhecimento são os únicoscaminhos para a longevidade saudável.Medidas simples como respeitar as estações do ano e praticaratividades que ajudem na manutenção da flexibilidade e do re-laxamento são fundamentais.Tenha senso de humor e não deixe de exercitar a mente tam-bém.Aceite sua idade e aja segundo ela. Não tente esconder o óbvio,pois você só engana a si mesmo. Tenha orgulho de envelhecercom dignidade e seja feliz.

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26Longevidade e Sabedoria

Vimos no capítulo anterior sobre o que significa longevidade e comoretardar a decrepitude. Mas qual o objetivo de se atingir uma idadeavançada? Para que você deseja atingir a longevidade?

Dizem que durante nossa vida toda pessoa tem que fazer três coisas:escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho. Você já pensousobre este velho ditado? O que estas três coisas tem em comum?

A resposta é: muitas gerações. Escrever um livro vai transmitir co-nhecimentos e o seu modo de pensar para muitas gerações, durantecentenas de anos. Um filho irá ter outros filhos e assim sucessiva-mente, criando inúmeras gerações. Uma árvore dará sombra e fru-tos por várias gerações. Todas as três atividades podem tornar umsimples ato seu em algo perene, com o poder de influenciar o mundopor décadas ou até séculos.

Pense no que você vai deixar para o mundo depois de sua morte,pois em algum momento isto irá acontecer. Será que estas contribui-ções para a Humanidade, se existirem, serão boas?

Não pense em fama, de jeito nenhum. Os maiores benfeitores daHumanidade foram anônimos mas deixaram sua semente. Tambémnão pense em nada muito complicado, pode ser ajudar alguém emdificuldades, um gesto de simpatia em um momento de desespero,deixar de agredir quando provocado, auxiliar quem necessite. Vocêpode deixar uma grande obra ou centenas de pequenas obras, nãoimporta. Apenas o conjunto delas dirá quem você foi.

Há pouco tempo li sobre um rapaz que mergulhou no rio Tietê parasalvar uma criança que estava sendo afogada pela mãe, e conseguiu.

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O fato deu grande repercussão no momento, mas em breve será es-quecido. Mas aquela garotinha que teria perecido nas águas poluídasdo rio está viva. Ela pode ser a cientista que aperfeiçoará célulassolares mais eficientes e nos dará uma fonte de energia limpa e eco-lógica. Ou a piloto que, em um momento de pane, consiga pousaruma avião com centenas de pessoas à bordo. Talvez aquele rapaztenha feito o único grande ato de sua vida, mas pode ter mudadotodo o destino da Humanidade. Aquela garotinha pode ficar mundi-almente famosa, mas ela terá tido sua chance graças a um anônimo.

Graham Bell, o inventor do telefone, não tinha nenhum sucesso comos investidores e outros cientistas e seu invento estava ameaçado denão ter uma chance. Até que, numa exposição científica, o nosso Im-perador D. Pedro II (freqüentador da comunidade científica) se inte-ressou pelo invento esquecido em um canto do pavilhão. Imediata-mente o mundo se voltou para o telefone! E foi apenas uma curiosi-dade do monarca.

Qualquer pequeno ato pode ter grande repercussão. Todos somosimportantes pois a Humanidade é uma só. Todos contribuímos dealguma forma para a vida de nosso semelhante. Nenhum gesto épequeno demais ou insignificante demais.

Apenas viver muito não é suficiente. Apenas viver muito e com saú-de não é suficiente. O que você faz com sua vida, isto sim é o queimporta. A busca da sabedoria deve se iniciar desde cedo para quetenhamos o que transmitir em nossa velhice. Para que nossalongevidade tenha um propósito.

Em qualquer momento se pode parar e perceber que estamos apenassobrevivendo. E mudar. A busca pelo autoconhecimento, aespiritualidade e a sabedoria não tem idade. É uma necessidade ínti-ma do ser humano. Não tem fim, nem mesmo na nossa morte. Poismorrer significa passar a outro estado e continuar a caminhada. Sem-pre existe espaço para o auto-aprimoramento.

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Não temer a morte e nem procurá-la. Não buscar fama e riquezanem rejeitá-las. Seguir a vida como ela se apresenta, do começo aofim. Aceitar as mutações do caminho como as estações que passam.Semear boas sementes para que as próximas gerações possam sermais felizes e sábias do que nós. Buscar o autoconhecimento, nãopara nossa satisfação pessoal mas para que tenhamos algo de bompara plantar.

Eis o sábio caminho da Longevidade.

RESUMOLongevidade e Sabedoria não podem ser resumidos.Devem ser vivenciados em sua forma integral.

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ROSS, J. Zang Fu - Sistema de Órgãos e Vísceras da Medicina TradicionalChinesa. Ed. Roca, 1994

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SAKURAZAWA, NYOITI Sois Todos Sanpaku. Associação Macrobióticade Porto Alegre

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O Autor

Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Acupuntor, Terapeuta eEscritor. Estudioso de filosofias e culturas orientais desde 1977,pesquisou e analisou com profundidade a cultura e o modo de pen-sar oriental. Atua no mercado editorial como escritor, assessor e editordesde 1991, tendo mais de 250 artigos e matérias já publicadas eminternet, revistas especializadas e jornais diversos.

Foi fundador de várias publicações notáveis dentro da cultura orien-tal, como a revista Oriente, o jornal Oriente ABC e as revistas digitaisSaúde & Longevidade e Budô.

Como terapeuta, se especializou em Terapias Energéticas como CrystalHealing, Acupuntura, Terapia Emocional e Chi Kung. Foi palestranteconvidado na Feira TERAPÊUTICA 2003, com o tema “ManipulaçãoConsciente de Energia nas Práticas Terapêuticas” e palestrante con-vidado do VII Congresso Internacional de Acupuntura e TerapiasOrientais do SATOSP, em 2004, com o tema “SEITAI, a QuiropraxiaJaponesa”. É criador do conceito de Transmutação Pessoal, que jámudou a vida de dezenas de pessoas.

É membro da conceituada Associação de Medicina Chinesa eAcupuntura do Brasil (AMECA), representante oficial da WorldFederation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS) em nossopaís.

Na área de ensino terapêutico regular, foi Professor de Literatura daAcupuntura Chinesa na EOMA - Escola Oriental de Massagem eAcupuntura (SP) e foi Professor dos cursos de Massoterapia,Acupuntura e Formação em Chi Kung da Keiko’s - Prevenção e Saú-de (SP), sempre na área de filosofia e cultura chinesa, filosofia Taoístae fundamentos da Medicina Oriental.

Como Taoísta, procura difundir e utilizar esta sabedoria milenar,berço da Medicina Oriental, em benefício de todas as pessoas.

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