Upload
chirlei-ferreira
View
12.399
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Descreve as principais patologias que acomete de forma aguda o abdomen feminino, em seus sinais, sintomas e tratamento.
Citation preview
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
“Mulheres e homens, em função da organização social das relações de gênero, também estão expostos a padrões distintos de sofrimento, adoecimento e morte”.
(MS 2004 Ano da Mulher)
Chirlei A Ferreira
INTRODUÇÃO
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
CONCEITO
CONDIÇÃO CARACTERIZADA POR DOR ABDOMINAL AGUDA ASSOCIADA À MANIFESTAÇÕES GERAIS E LOCAIS, DECORRENTE DE AFECÇÃO GINECOLÓGICA E/OU OBSTÉTRICA
Chirlei A Ferreira
Murta, et al. 2001. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. v. 28:1
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
ATENDIMENTO
Precisão diagnóstica e terapêutica adequada,
Interação entre especialidades médicas
Relevância dos aspectos clínicos
Importância e gravidade
Chirlei A Ferreira
Murta, et al. 2001. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. v. 28:1
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICOCAUSAS & CONTEXTO
SOCIALGravidez
indesejada
Início de pré-natal tardio
Doenças sexualmente transmissíveis
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICOO CIRCUITO DA VULNERABILIDADE DA MULHER
FRENTE AO CONTEXTO SOCIAL
Chirlei A Ferreira
DST DIPA INFERTILID
ADE
GRAVIDEZ ECTOPICA
GRAVIDEZINDESEJADA
PRÉ-NATAL TARDIO
ABORTO INSEGURO
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICOABDOMEN AGUDO COMO CAUSA DE MORTE
MATERNA
GRAVIDEZ ECTÓPICA
Gravidez ectópica é a
principal causa de
morte materna no
primeiro trimestre
gestacional.
(MS 2004 Ano da Mulher)
Chirlei A Ferreira
1 2 3 4 5 6 7 8 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
RMM / 100mil NVBrasil Sudeste MS
EVOLUÇÃO DA TAXA DE MORTE MATERNA NO BRASILRMM 76,1mortes/100mil NV em 2004
FONTE: DATA SUS JULHO/2008 OPAS/OMS:
Baixa <20Média: 20 e até 49, Alta: 50 e até 149 Muito alta > 150
CAUSAS PRINCIPAIS
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
ETIOLOGIA
Infecciosa,
Hemorrágica,
Isquêmica ou vascular,
Perfurante,
Obstrutiva.
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO GINECOLÓGICO
CASUÍSTICA TOCOGINECOLÓGICA
(10 anos, 287 casos)
DIPA: 95% do abdome inflamatório
Gravidez ectópica 69% do abdome hemorrágico
Torção anexial: 100% do abdome isquêmicos
Chirlei A Ferreira
Hemorrágico25%
Inflamatório71%
Isquêmico4%
Murta, et al. 2001. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. v. 28:1
ABORDAGEM DA DOR PÉLVICA AGUDA GINECOLÓGICA
Chirlei A Ferreira
ABORDAGEM DA DOR AGUDA GINECOLÓGICA
Chirlei A Ferreira
DOR PELVICA AGUDA
Anamnese + exame ginecológico + exames complementares
ALTERADOS NORMAIS
Dor a mobilização do colo, sangramento vaginal anormal,
massa anexial
Causa ginecológica
Causas não ginecológicas
Zimmermmann et al., 2008
ALGORÍTMO PARA CONDUTA NA DOR PÉLVICA AGUDA
Chirlei A Ferreira
Consenso do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Algoritmo no Diagnóstico do Abdome Agudo. Boletim CBC 2006
CAUSAS INFECCIOSAS
Chirlei A Ferreira
CAUSAS INFECCIOSASDOENÇA
INFLAMATÓRIA PÉLVICA
GINECOLÓGICA
Endometrite,
Salpingite,
Abscesso tubo-ovariano,
Peritonite generalizada .
Peri-hepatite
PÓS-ABORTO
Infecções pós abortamento
PÓS-CIRÚRGICA
Infecções pós cirurgias pélvicas
Chirlei A Ferreira
CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DE TRATAMENTO OPORTUNO DA DIP
R$25.462.880,531 é o custo de 93.040 internações com DIPA (2003/04),
Mulheres que tiveram DIP têm probabilidade 6 a 10 vezes maior de desenvolver gravidez ectópica.
Esterilidade resultante de DIPA na América Latina é de aproximadamente 35%
Fonte: MS DATASUS
Chirlei A Ferreira
FATORES DE RISCO E COMPLICAÇÕES
Múltiplos parceiros
Rompimento da barreira do colo: DIU, curetagem, biópsia endometrial
Mulheres jovens, baixa renda e escolaridade
INFECÇÕES COMPLICAÇÕES PROBABILIDADE DE DIP
VAGINOSE DIPTransmissão de HIV
Desconhecida3 vezes
TRICOMONÍASE Transmissão de HIV 3 vezes
CLAMÍDIA DIPAbortamentoTransmissão de HIV
8% a 10% se não tratada10% a 23% (*)3 a 6 vezes
GONOCOCO DIPAbortamentoNatimortalidadeTransmissão de HIV
8% a 40% se não tratada5 % a 40%
2% a 9%
Chirlei A Ferreira
(*) primo-infecção e recidiva, respectivamenteFONTE: MS 2002
ETIOLOGIAFreqüentemente é uma infecção polimicrobiana.
Pode ser causada por micoplasma genitais,estreptococos, Mycobacterium tuberculosis,e as doenças sexualmente transmissíveis, sendo as mais comuns, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae (40%-60% das vezes)
Chirlei A Ferreira
ASPECTOS CLÍNICOS/DIAGNÓSTICO
No diagnóstico clínico o valor de predição positiva da forma aguda é de 65-90% em relação ao diagnóstico laparoscópico;
A maioria dos episódios não são identificados, pois, a mulher pode ser assintomática, pouco sintomática ou apresentar sintomas atípicos.
Dor à mobilização do colo (“ grito de Douglas”),
Dolorimento anexial,
Dispareunia,
Corrimento vaginal muco-purulento,
Queixas urinárias,
Sangramento intermenstrual,
Anorexia, náuseas, vômitos,
Febre maior que 38 °C (20-30% dos casos)
Chirlei A Ferreira
ASPECTOS CLÍNICOS/ DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA
PÉLVICA
Chirlei A Ferreira
Estádio I
Salpingite Aguda Sem Peritonite
Estádio II
Salpingite aguda com peritonite
Estádio III
Salpingite aguda com sinais de oclusão tubária e/ou abscesso tubovariano
Estágio IV
Sinais clínicos de ruptura de abscesso tubovariano ou comprovação ultrassonográfica de abscesso acima de 10 cm.
ASPECTOS CLÍNICOS / TRATAMENTO
Hospitalização em:
• Grávida,
• Ausência de resposta e/ou intolerância a tratamento oral,
• Abscesso,
• Abordagem cirúrgica.
Antibioticoterapia:
Cefuroxima 2g EV 12/12h, ou
Cefoxitina 2 g EV 6/6h + Doxiciclina 100mg VO ou EV 12/12h
Alternativa: Clindamicina + gentamicina
Terapia venosa até 24h após melhora clínica, completar por 14dias VO
Tratamento cirúrgico: drenagem de abscessos, lavagem da cavidade
Outros cuidados:
Tratamento dos parceiros
Oferecer teste HIV. Orientar contracepção
Chirlei A Ferreira
CDC Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines 2006
CAUSAS HEMORRÁGICAS
Chirlei A Ferreira
CAUSAS HEMORRÁGICASGRAVIDEZ
ECTÓPICA ROTA
FATORES DE RISCO
Alto risco: DIP, gravidez ectópica anterior, procedimentos cirúrgicos prévios, uso de DIU
Risco moderado: indução de ovulação, múltiplos parceiros
Pequeno risco: cirurgias abdominais prévias, duchas vaginais, tabagismo, atividade sexual precoce.
CONDIÇÕES LESÃO TUBÁRIA
PROBABILIDADE DE GRAVIDEZ ECTÓPICA
1ª DIP2ª DIP3ª DIP
13%35%75%
1.000 vezes
GRAVIDEZ ECTÓPICA PRÉVIA
10% A 25%
USO DE DIU 3% A 4%
Chirlei A Ferreira
FONTE: NETTO et al. 2004, BRACAT & LIMA 2005
CAUSAS HEMORRÁGICAS
DIAGNÓSTICO Dor súbita
Atraso menstrual
Sangramento genital
Sinais e sintomas de hipovolemia
β-HCG positivo
Hemograma com baixa hematimetria
US: massa anexial + líquido livre
Leucometria e VHS baixos
Chirlei A Ferreira
CAUSAS HEMORRÁGICASDIAGNÓSTICO PRECOCE DA
GRAVIDEZ ECTÓPICAZona discriminatória do βHCG: detecta até 99% das gestações ectópicas de qualquer localização:
• Presença de fator de risco para gravidez ectópica
• Ausência de saco gestacional intra-uterino ao US endovaginal
• β-HCG > 1500 UI/ml
Chirlei A Ferreira
DIAGNÓSTICO
HEMORRÁGICOHISTÓRIA CLINICA
História da dor, corrimento, febre, náuseas e/ou vômitos, contracepção, DUM, fatores de risco
EXAME FÍSICO
Posição do paciente, fácies. Sinais vitais, exame do abdome.Corrimento, sinais de gravidez, dor a mobilização do colo, massas e/ou coleções pélvica.
ISQUÊMICO
HISTÓRICA CLÍNICA
• Dor localizada em
fossa ilíaca
EXAME FÍSICO
Sinais de peritonite
Massa anexial (5 a
15cm)
Chirlei A Ferreira
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma,VHS e/ou PCR, βHCG, Exame de urina rotinaImaginologia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Chirlei A Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIALGastrointestinais:
Apendicite, obstrução intestinal, perfuração intestinal, isquemia mesentérica, úlcera perfurada, diverticulite de Meckel, diverticulite do colon, doença inflamatória intestinal
Urológicas:
Cálculo ureteral, cistite e pielonefrite
Outras causas abdominais:
Pancreatite, colecistite aguda, colangite, hepatite, abscesso hepático, ruptura esplênica, tumores hepáticos hemorrágicos
Causas clínicas:
Crise falciforme, leucemia aguda, Herpes zoster, porfiria, embolia, IAM, pneumonia
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO NA GESTAÇÃO
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO NA GESTAÇÃO
CONDIÇÕES MAIS FREQUENTES
Apendicite aguda
Gravidez ectópica
Colecistite ou colelitíase sintomática
Obstrução intestinal
Torção de cistos ou massas ovarianas
Hérnias sintomáticas
Complicações inflamatórias intestinais
Rotura uterina
Desconhecida
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO NA GESTAÇÃODIAGNÓSTICO
(BASEADO EM EVIDÊNCIAS) O US é seguro e útil na identificação da dor abdominal aguda na gestação (A)
A propedêutica, com radiação ionizante, deve se limitar a 5-10 rads nas primeiras 25 semanas de gestação (B)
A TC expõe o feto a dose de radiação abaixo de níveis prejudiciais e podem ser considerados apropriados durante a gravidez dependendo da situação clínica (B)
RM sem contraste pode ser realizada em qualquer estágio da gestação (B)
Diagnóstico laparoscópico é seguro quando usado seletivamente na avaliação e tratamento processos agudos na gestação (B), em qualquer trimestre (B)
Chirlei A Ferreira
ABDOMEN AGUDO NA GESTAÇÃO
DIAGNÓSTICO
(BASEADO EM EVIDÊNCIAS)
Colangiografia intra-operatória endoscópica expões mãe e feto à radiação mínima e pode ser usada seletivamente com proteção do baixo abdome (B)
Colecistectomia laparoscópica é o tratamento de escolha em gestante com doença da vesícula, independente do trimestre (B)
Apendicectomia laparoscópica pode ser realizada seguramente em gestantes com suspeita de apendicite (B)
Tocóliticos não devem ser usa doprofilaticamente, mas,,consideradono per-operatório quando há sinais de parto pré-termo (A)
Chirlei A Ferreira
Cook DJ, Sackett Dl. Chest 1992;213(2):123-4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Chirlei A Ferreira
•BIGNARDI et al. Is Ultrasound the New Gold Standard for the Diagnosis of Ectopic Pregnancy? Semin Ultrasound CT MRI 29:114-120 © 2008
•Centers for Disease Control and Prevention. Pelvic inflammatory disease. Sexually transmitted diseases treatment guidelines 2006. • •Ministério da Saúde. PRIORIZANDO AS DST –EVITANDO DANOS. VI CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO DAS DST E AIDS. Belo Horizonte, MG –04 a 07 de novembro de 2006.
• MENEGHELLI. ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DO ABDÔMEN AGUDO. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 283-293, abr./dez. 2003
• MURTA et al., Análise retrospectiva de 287 casos de abdome agudo em ginecologia e obstetrícia. Revista do Colégio brasileiro de Cirurgiões vol 28 (1): 44-47. 2000.
• NETTO, H.C. Obstetrícia Básica. Sâo Paulo. Editora Atheneu 2004.
• Society of American Gastrointestinal and Endoscopic Surgeons (SAGES). Guidelines for diagnosis, treatment, and use of laparoscopy for surgical problems during pregnancy. 2007 Sep. 25 p. [178 references]
Muito obrigada!
Chirlei / 2009
Chirlei A Ferreira