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As Narrativas no Campo da Psicanálise: o que nos faz narrar? • Débora Rocha • Pedro Gabriel

As narrativas no campo da psicanálise

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Apresentação do tutor de Psicologia Pedro Gabriel Contato: [email protected]

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As Narrativas no Campo da Psicanálise: o que nos faz

narrar?

• Débora Rocha• Pedro Gabriel

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Psicanálises e Narrativas: uma “Talking Cure”

As narrativas e a Psicanálise guardam entre si um parentesco óbvio: as duas devem seu essencial à Palavra.

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O Nascimento da Psicanálise

Superação da “Sugestão” e da “Catarse” para a Associação Livre;

Sintoma como sentença linguageira;Momento da abreação;Construções em

análise.

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A Difusão da Psicanálise

Com o termo ‘GEOPSICANÁLISE’, proposto por Jacques Derrida, se entende os modos específicos de implantação da psicanálise nas diversas partes do mundo. Nesse sentido, o que é Psicanálise e qual sua técnica não comporta uma única resposta. O movimento Lacaniano não foi hegemônico e, em paralelo a este, a IPA (herdeira do grupo das quartas-feiras) continuou sua história.

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As Narrativas na Psicanálise

Pré-analítica (constitucional); Existem desejos, expressos em forma de narrativas,

anteriores ao nascimento do sujeito e que responderão por sua (im)possibilidade de falar/narrar;

Narrativa na demanda por um atendimento Lacan: “Eu te demando que recuses aquilo que te

ofereço, porque não é disso que se trata”;Narrativa pós análise: estudos e

apresentação de caso; Prêmio Goethe em 1030 e elogio de

Roland Barthes e demais linguistas.

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Psicanálise e Linguagem

O acesso à linguagem (“matéria prima” do Narrar) se daria por um processo de ruptura, mais do que por continuidade: para Freud haveria um estado autístico a ser superado por um processo de separação;

Não sendo a fala (e consequentemente o Narrar) um fenômeno Natural, o Campo do Signo será um lugar cuja entrada é mediada por um “porteiro”.

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“Outro”: a “portaria” da linguagem

“...o lugar de onde pode ser colocada, para o sujeito, a questão de sua existência e das insígnias de sua inscrição no universo simbólico” (Lacan, 1998)

“O significante, produz-se no campo do Outro” e, como tal, é quem “faz surgir o sujeito de sua significação” (Lacan, 1973)

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Perder para Falar

O conceito de Outro nos faz pensar sobre os lugares envolvidos na produção narrativa: quem fala, de onde fala, para quem fala, de onde esta fala se autoriza.

Sobre Leskov, Benjamin diz que o narrador está cada vez mais longe de ser inteiramentepresente entre nós em sua atividade viva.

O narrar nasce de uma perda que, dealgum modo, refaz o que a Psicanáliseconsidera ser o movimento deconstituição do sujeito falante.

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A Mítica Perda Primitiva

Todorov diz em, “A Narrativa Primitiva” que o canto das Sereias “é a realidade que deve morrer para que nasça a literatura. O canto das Sereias deve cessar para que um canto sobre as Sereias possa surgir.”

De modo correlato, alguns autoresfalam sobre o trauma que geraNarrativas a seu respeito,mobilizados por algo que seperdeu.

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Benjamin e Freud

A Narrativa não está interessada em INFORMAR, “ela mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida retirá-la dele. Assim se imprime na narrativa a marca do narrador como a mão do oleiro na argila do vaso” (Benjamin, p.205)

O que se espera de uma análise? A possibilidade de criar uma narrativa de si onde se investiga a trama de narrativas que decidiu sua presença nesse mundo e que o tenha amarrado em algo que se repete. Nessa experiência o sujeito fala não a qualquer um, há uma fala endereçada a quem se supõe um saber não para o INFORMAR: “a história do sujeito, que se reordena através da fala endereçada ao interlocutor, na medida em que haja escuta, se reescreve” (Betts, p.36)

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“Pour qu’on nous le donne, ce conseil, il faut donc que nous commencions par nous raconter...”

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Narrativa ou Verbalização ?

“A Psicanálise dispõe de apenas um meio: a fala do paciente”. Nessa teia narrativa produzida, há um duplo apelo: “à verdade em seu princípio” e um “apelo ao próprio vazio”. Nesses dois apelos, em nome do narcisismo do “narrador”, há o pedido de que o analista fale, que concorde consigo e assegure suas hipóteses acerca de si.

A arte do analista consistirá então em suspender as certezas do sujeito falante e não de assegurá-la, em desfazer suas miragens. Por isso a fala será tomada num mais além do conteúdo da sentença;

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Concluindo“É justamente essa assunção de sua história pelo sujeito, no que

ela é constituída pela fala endereçada ao outro, que serve de fundamento ao novo método

a que Freud deu o nome de Psicanálise”.

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