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Defensivos Agrícolas
Ricardo K. S. Fermam.Eng. Químico; Doutorando - TPQBq/EQ
18/09/2007
TerminologiaTerminologia
Defensivos Agrícolas
(Econômico Tecnológico)
X
Agrotóxicos
(Ambientalista)
JB
23/10/94
AA Situação MundialSituação Mundial População:- 2007 = 6,6 bilhões de pessoas.- 2050 = 9,2 bilhões! (ONU, mar/07)
AA Situação MundialSituação Mundial (2)(2) Alimentação:• Aproxidamente 30% (1,98 bilhão) da população mundial
passam fome ou têm a chamada fome oculta, ou seja, estão privadas de micronutrientes como vitaminas e sais minerais na alimentação diária. Os dados fazem parte da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são 42 milhões de pessoas privadas do alimento.Fonte: http://www.vitoria.es.gov.br/diario/2007/0330/segurancaalimentar.asp
• População (P.G.) x Alimentação (P.A.) = Thomas Malthus.
Defensivos e a AgriculturaDefensivos e a Agricultura
Claro que custa mais. Nós temos que esmagar os insetos com as mãos.
Você pode não sentir saudável imediatamente, mas você irá
definitivamente sentir mais convencido. .
HistóricoHistórico 12.000 a.C.: Primeiros registros de insetos na sociedade humana.
Séc. XVIII: Petróleo, querosene, creosoto e terebentina usados como inseticidas.
1908: Recomendações para preparação e uso de compostos de arsênico para insetos mastigadores. (arsenato de Pb, arsenito de Ca, Cobre, Púrpura de Londres, Verde de Paris)
1940: Propriedades inseticidas do BHC (França e Inglaterra).
1941/1942: DDT usado em plantações e controle de piolhos humanos na Suíça.
Anos 90: Acelerado registro de pesticidas biológicos e seguros.
1946: BHC contra gafanhotos em SC (Brasil).
• Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos, são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento
DefiniçãoDefinição
Classificação dos DefensivosClassificação dos Defensivos Alvos Preferenciais: Inseticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas,
rodenticidas, etc.
Classe química: Organoclorados, organofosforados, carbamatos, piretróides, triazinas, etc
Toxicidade: Recomendada pela OMS. Baseia-se na dose letal aguda (oral ou dérmica) para ratos.
Parâmetro: Dose, em mg/Kg de peso corpóreo, para matar 50% de umgrupo de ratos em experimentação (DL50).
Classificação:Classificação:Alvos PreferenciaisAlvos Preferenciais
Herbicidas: São substâncias ou misturas de substâncias destinadas à destruir ou impedir o desenvolvimento de vegetais indesejados,denominados ervas daninhas.
Inseticidas: São compostos químicos ou biológicos, letais aos insetos e ácaros, em baixas concentrações e podem ser classificados em inorgânicos, orgânicos sintéticos, orgânicos naturais e biológicos.
Fungicidas: Os fungicidas são agentes controladores das doenças causadas por infestações de fungos nos tecidos vegetais. Usualmente, o termo fungicida é também empregado para denominação dos agentes usados no controle de patógenosbacterianos e viróticos.
HerbicidasHerbicidas
glyphosate 2,4-D ou (2,4-dichlorophenoxy)acetic acid
paraquat
Gerações de InseticidasGerações de Inseticidas 1a. Geração: a) Inorgânicos: enxofre, Arsênico, Fluoretos, etc.
b) Botânicos: nicotina, piretrinas naturais, etc. c) Organo-minerais: óleos minerais.
2a. Geração: a) Organo-sintéticos: brometo de metila, fosfina, etc. b) Organofosforados: paration, malation, diclorvos, dissulfon, etc. c) Carbamatos (aldicarb, carbaril, etc) e Piretróides (permetrina, deltametrina, etc)
3a. Geração: a) Microbianos: fungos, bactérias e vírus. b) Feromônios sexuais: Gossyplure, Grandlure.
4a. Geração: Hormônios juvenis: juvabiona.
5a. Geração: a) Vegetais: precocenos; b) Microorganismos: lactonas(evermectin)
Inseticidas (1)
Organofosforados
Estrutura Geral
S
P
OR
XOR
X: SR' or OR' group
O
P
OR
XORor
O
P
OC2H5
OC2H5O
Paraoxon
S
P
OC2H5
OC2H5O
Parathion
S
P
OCH3
SH3CO CH
C
CH2
O
OC2H5
C
O
OC2H5
Malathion
Inseticidas (2)
Carbamatos
Estrutura Geral
O
COR NHR'
O C
O
NHCH3
Carbaryl
O
CO NHCH3
NHCC
CH3
CH3
H3CS
Aldicarb
Inseticidas (3) - juvenóides
Pyriproxyfen
(imitador)
Hormônio juvenil I
Inseticidas (4) - Piretróides
tetrametrina cipermetrina
cifenotrin
SNC dos Insetos
Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5).
Inseticidas Neurotóxicos e ICG Inseticidas Neurotóxicos e ICG -- Modo de AçãoModo de AçãoSUBSTÂNCIA MODO DE AÇÃO
Organofosforados Interferem com a transmissão de impulsos nervosos,inibindo irreversivelmente a acetilcolinesterase (AChE),responsável por degradar a ACh. Com isso, causahiperatividade, descoordenação motora, tremores,convulsões e/ou paralisia. Efeito irreversível.
Carbamatos Inibidores da AChE. Efeito reversível.
Piretróides Interferem na transmissão dos impulsos nervosos,afetando os canais de Na+ e K+ nas células nervosas,desestabilizando suas membranas.
Organoclorados Similar aos Piretróides.
Inibidores de Crescimento Inibe a síntese de quitina, componente essencial doexoesqueleto dos insetos. Pode imitar hormôniosjuvenis, impedindo o desenvolvimento do inseto.
Lactona Macrocíclica(Fipronil, avermectin)
Inibidor reversível do neurotransmissor GABA (ÁcidoGama Aminobutírico). Afeta o SNC devidoprincipalmente à interferência da passagem de Cl-
através do GABA, causando o descontrole do SNC,superexcitação e subseqüente morte.
• SNC: 96% da produção de inseticidas
Acetilcolinesterase (AChE): É uma enzima cujo papel fundamental é aregulação dos impulsos nervosos através da degradação daacetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa.
Acetilcolina (ACh): Quando a ACh é liberada pelos neurônios da placa motora estimulam (geralmente) as células musculares. A sua remoção da fenda sináptica é efetuada pela acetilcolinesterase que a degrada em acetato e Colina (reabsorvida). Ela é sintetizada nos terminaisaxonais pela Acetil-transferase da Colina a partir da Colina e doAcetil-CoA.
Acetilcolina Acetilcolina x x AcetilcolinesteraseAcetilcolinesterase
Inibidores da Acetilcolinesterase (fosforados e carbamatos) - hiper.
Agonistas da acetilcolina (immidacloprid) - hiperestimulantes.
Moduladores dos receptores de acetilcolina (Spinosad) - hiperest.
Antagonistas de GABA (endosulfan, fipronil) - inibição/paralisia.
Agonistas de GABA (avermectinas) - hiperestimulantes.
Inseticidas que afetam o SNC - Sinapse
Inseticidas que afetam o SNC - Axônio
Moduladores dos canais de Na+ (piretróides, DDT) - hiperestimul.
Bloqueadores dos canais de Na+ (indoxacarb, oxadiazinas) - paralisia
JunçãoJunção SinápticaSináptica((AnticolinesterasesAnticolinesterases))Neurônio Neurônio
((organocloradosorganoclorados, , PiretrinasPiretrinas))
ClCl-- (GABA)(GABA)
ATPase NaATPase Na++
K+K+CaCa++++
Local de Local de AçãoAção de de Inseticidas NeurotóxicosInseticidas Neurotóxicos
CanaisCanais de Cade Ca++++
Membrana Pós-sinápticaMembrana
Pré-sináptica
Receptor de ACh
Sinapse Axônio
Síntese & liberação de neurotransmissor :
Acetilcolina Enzima acetilcolinesterase (Acetilcolina Ác. Acético e Colina)
Canais de Na+
Canais de Cl-
TrasmissãoTrasmissão dodo ImpulsoImpulso
Membrana Pós-sinápticaMembrana
Pré-sináptica
Receptor de ACh
Síntese & liberaçãode neurotransmissor :
AcetilcolinaFosforados, Carbamatos ligam-se à Acetilcolinesterase, inibindo a sua ação
excitação - tremores - morte!
InibidoresInibidores dede AcetilcolinesteraseAcetilcolinesterase
Enzima: Acetilcolinesterase
Imidacloprid
Receptor nicotínico de Acetilcolina
Agonistas da AcetilcolinaAgonistas da Acetilcolina
Spinosad
Na +
Canal de Sódio
Corte transversalde uma célula
nervosa
Condição normal: Na+ entra na célula, desencadeando a transmissão do impulso nervoso
K+Canal de Potássio Membrana do Axônio
Canal de Cloro
Transmissão AxônicaTransmissão Axônica
Na +
Condição alterada: Na+ continua entrando na célulanervosa, causando impulsos repetitivos exaustão e morte
ModuladoresModuladores de de canaiscanais de de NaNa++
Canal de Sódio
Membrana do Axônio
Corte transversalde uma célula
nervosa
Fungicidas
propiconazole prochloraz
procymidone
Classificação dos Defensivos - Toxicidade
Classe DL50 para ratos (mg/Kg de peso corporal)
Oral Dérmica
Sólido Líquido Sólido Líquido
Ia Extremamente perigoso 5 ou menos 20 ou menos 10 ou menos 40 ou menos
Ib Altamente perigoso 5 – 50 20 – 200 10 – 100 40 – 400
II Moderadamente perigoso 50 – 500 200 – 2000 100 – 1000 400 – 4000
III Levemente perigoso Acima de 500
Acima de 2000
Acima de 1000
Acima de 4000
Mercado de Defensivos (1)
Patenteados x Domínio Público (Genéricos – +70% em volume
negociado, no mundo)
Herbicidas: 47% mercado mundial.
Principais mercados: EUA (US$ 9 bi); CE (US$ 8 bi – 52% do
mercado global)
Brasil: US$ 2,5 bi. Vendas: Herbicidas (52%) e inseticidas
(27,5% ). Déficit de US$ 1,5 bi.
Mercado de Defensivos (2)Ano Inseticidas Acaricidas Fungicidas Herbicidas Outros Total
2000 690 66 380 1.301 64 2.500
2001 631 66 363 1.143 85 2.287
2002 468 72 360 988 64 1.952
2003 725 80 714 1.524 94 3.136
2004 1.067 78 1.388 1.831 131 4.495
2005 1.181 83 1.090 1.736 155 4.244
Vendas de Defensivos Agrícolas no Brasil, por categoria
(US$ milhões) (Sindag, 2007)
Mercado de Defensivos (3)
1º Holanda 20,82º Japão 17,53º Bélgica 12,04º França 6,05º Inglaterra 5,86º Iugoslávia 4,07º Alemanha 4,08º USA 3,49º Brasil 3,2
10º Dinamarca 2,611º Rep. Dominicana 1,612º Polônia 1,013º Índia 0,314º Paquistão 0,2
Volume Consumido de Ingrediente Ativo, por País
Posição País Consumo (Kg/ha)
Mercado de Defensivos (4)
50%
11%
10%
7%
7%
4%3% 3% 3% 2%
Soja
As demais
Algodão
Milho
Cana
TS
Trigo
Citros
Café
Arroz
Vendas de defensivos, em 2004, por tipo de cultura (TS: Soja Transgênica).
3241
30
44
18
2018
2518
18
13
16
13
10
9
11
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1995 2000
$m
Desenv. - Registro
Desenv. Ambiental
Desenv. Toxicológico
Desenv. - Ensaios campo
Desenv. Químico
Pesquisa Tox/Ambiental
Pesquisa Biológica
Pesquisa Química
Custos de P&D
Des
envo
lvim
ento
80 De s
e nvo
lvim
ento
90P
esq
uis
a94
Pes
qu
isa
72
Total $ 152 MM.
Total $ 184 MM (2005).
Fonte:ANDEF 2005
Defensivos e Meio Ambiente
Comércio internacional x meio ambiente:
The Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants (POPs).
The Rotterdam Convention on Prior Informed Consent Procedure for Certain Hazardous Chemicals and Pesticides in International Trade.
The Basel Convention on Transboundary Movements of Hazardous Wastes and their Disposal.
The Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants (POPs)
Adoção: 22/05/2001 - Entrada em vigor: 17/05/2004
Signatários (152) e Partes (146 - ratificação).
Visa eliminar e/ou restringir o comércio internacional, aprodução e utilização de substâncias químicas - POPs.
POPs: Têm propriedades tóxicas que são resistentes à degradação, se bioacumulam, são transportados pelo ar, pela água e pelas espécies migratórias através das fronteiras internacionais e depositados distantes do local de sua emissão, onde se acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos.
Banimento dos POPs - 12 iniciais são: Aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptacloro, mirex, toxafeno, os bifenilos policlorados (PCB), o hexaclorobenzeno, as dioxinas e os furanos.(“Dirty Dozen”)
The Rotterdam Convention on Prior Informed Consent Procedure for Certain Hazardous Chemicals and Pesticides in
International Trade.(2001)
Signatários: 73 países - Ratificação, Aceitação, Aprovação, Acessão: 22 países (são necessários 50).
Exportador: Obter Consentimento Prévio do Importador, que pode restringir ou proibir o ingresso das referidas substâncias.
Objetivo: Promover a responsabilidade compartilhada [...] entre as Partes no comércio internacional de certas substâncias químicas perigosas, visando a proteção da saúde humana e do meio ambientecontra danos potenciais e contribuir para o uso ambientalmentecorreto desses produtos, facilitando o intercâmbio de informações sobre suas características, estabelecendo um processo decisório nacional para sua importação e exportação e divulgando as decisões resultantes às Partes.
Aplica-se a: Substâncias químicas proibidas ou severamente restritas- SQP: Substância química que tenha tido todos seus usos, dentro de uma ou mais categoria, proibidos por ação regulamentadorafinal, com vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente.- SQSR: Substância química que tenha tido quase todos seus usos, dentro de uma ou mais categorias, totalmente proibidos por açãoregulamentadora final com vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente, mas para a qual ainda são permitidos determinadosusos específicos.
Formulações de agrotóxicos severamente perigosas.Formulações químicas para serem usadas como agrotóxico que, ao serem utilizadas, produzem efeitos prejudiciais graves à saúde ou ao meio ambiente observáveis em curto espaço de tempo após uma única ou múltipla exposição, nas condições de uso.
Não aplica-se a:
• Drogas Narcóticas e substâncias psicotrópicas; • Materiais radioativos; • Resíduos; • Armas químicas; • Produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos; • Produtos químicos usados como aditivos de alimentos; • Alimentos; • Produtos químicos em quantidades que não afetem a saúde humana ou o meio ambiente (para uso em pesquisa e/ou análise, oupara uso pessoal).
The Basel Convention on TransboundaryMovements of Hazardous Wastes and
their Disposal.
Basiléia/Suíça.
Assinada em 1989 e em vigor desde 1992, a Convenção conta com 160 países-membros, inclusive o Brasil. Dos signatários, apenas Afeganistão, Haiti e Estados Unidos ainda não efetuaram aratificação.
Objetivo: Controlar o movimento transfronteiriço e o depósito de resíduos perigosos. A Convenção regula a exportação de resíduos perigosos tanto aos países signatários quanto a não-membros. Estabelece que a exportação de tais resíduos somente será permitida mediante prévio consentimento, por escrito, do país importador.
A Convenção da Basiléia considerou como resíduos perigosos aqueles que:
- pertencem às seguintes categorias (definidas no Anexo I da Convenção):18 tipos de efluentes industriais da produção e uso de solventesorgânicos ou contendo PCBs, PCTs (terefenilos policlorados) e PBBs(bifenilas polibromadas); óleos oriundos do petróleo, efluentes de clínicas médicas, resíduos de medicamentos e produtos farmacêuticos, etc..27 tipos de efluentes que tem claramente identificadas substâncias como o mercúrio, chumbo, asbestos, cianetosorgânicos, solventes orgânicos halogenados;
- possuem alguma das características definidas no Anexo III: inflamáveis, tóxicos, oxidantes, infecciosos ou corrosivos.