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GASTROLIG A Hemorragia Digestiva Baixa

GASTROLIGA - Hemorragia Digestiva Baixa (HDB)

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GASTROLIGA - Hemorragia Digestiva Baixa (HDB) Apresentado no dia 13.08.14

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GASTROLIGA

Hemorragia Digestiva Baixa

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• É todo sangramento agudo no trato gastrointestinal que ocorre após o ângulo de Treitz.

Defi nição

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• A HDB é menos frequente do que a hemorragia do trato digestivo alto

• Mais frequente em indivíduos idosos

• Em aproximadamente 85% dos casos, o sangramento cessa espontaneamente ou em até 48 horas. No entanto, em 10 % dos casos o sangramento é contínuo.

• A intensidade do sangramento inclui desde hemorragias de curta duração, sem repercussão hemodinâmica e sem queda mensurável nos níveis de hemoglobina, até hemorragias maciças (taquicardia e hipotensão).

Epidemiologia

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• Representa 10 a 15% dos casos de hemorragia digestiva aguda.

Epidemiologia

95%

5%

Local do sangramento

CólonIntestino delgado

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• Hematoquezia;

• Melena;

• Alguns pacientes podem cursar com anemia e/ou instabilidade hemodinâmica:– Hipotensão postural;– Síncope;– Choque hemorrágico;

Manifestações clínicas

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CausasOrigem no cólon Origem no delgado

Doença diverticular Angiodisplasia

Angiodisplasia Erosões ou úlceras

Neoplasia Doença de Crohn

Doenças anorretais Radiação

Colite infecciosa / isquêmica / actínica

Divertículo de Meckel

Pós-polipectomia Neoplasia

Doença inflamatória intestinal Fístula aortoentérica

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• Divertículos são que pequenas hérnias de mucosa intestinal nos pontos de fragilidade da parede do órgão, formando pequenas bolsas.

• Surgem por um desequilíbrio nas pressões intestinais, geralmente associado a dietas pobre em fibras.

• A dieta escassa em fibras (a base de carboidratos refinados/massas e proteínas/carnes ) disponibiliza pouco resíduo para a formação de bolo fecal. Esse volume fecal reduzido eleva a pressão dentro do intestino e aumenta a tensão em sua parede.

• É a principal causa de HDB significativa em pacientes com mais de 50 anos.

• Responsável por 30 a 50% dos casos de HDB em adultos.

• São considerados “pseudodivertículos”, pois somente a mucosa e a submucosa intestinal estão presentes na herniação.

Divertículo Colônico

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• O sangramento digestivo baixo ocorre em 15% dos pacientes com diverticulose intestinal.

O local mais comum de sangramento desses divertículos é no cólon direito, já que os divertículos nesse local são maiores e apresentam uma base mais larga, expondo uma extensão maior da artéria penetrante à erosão.

Pacientes hipertensos ou em uso de AINEs têm um risco maior de sangramento diverticular.

• O sangramento geralmente provêm de um único divertículo, ocorrendo na maioria dos casos na ausência de inflamação (diverticulite).

• A maior parte dos casos cursam apenas com hematoquezia autolimitada. Entretanto, alguns pacientes apresentam sangramento maciço (a maioria destes tem entre 50 e 70 anos de idade).

• O sangramento é indolor e sem sinais de proctite.

• O exame abdominal é “inocente”!

Divertículo Colônico

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Divertículo ColônicoDIETAS POBRES EM

FIBRAS CONSTIPAÇÃO CRÔNICA

ELEVADAS PRESSÕES INTRALUMINAIS

HERNIAÇÃO DA PAREDE INTESTINAL ENTRE AS FIBRAS MUSCULARES EM PONTOS DE MENOR

RESISTÊNCIA

DIVERTÍCULOS COLÔNICOS

DEFICIÊNCIA DO COLÁGENO

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Divertículo Colônico

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• É uma malformação vascular, originada por um defeito de embriogenese.

• A angiodisplasia do cólon ou angiodisplasia intestinal consiste em vasos sanguíneos frágeis e inchados no cólon que ocasionalmente resultam em perda de sangue pelo trato gastrointestinal (TGI).

• A angiodisplasia na maior parte dos casos tem origem venosa. Sendo assim, os sangramentos por ela causados tendem a ser menos intensos que os da doença diverticular (que tem origem em um vaso arterial).– Algumas angiodisplasias se associam a fístulas arteriovenosas, o que pode gerar um sangramento de grande

monta.

• Responsável por 20 a 30% de HDB em adultos.

• São encontradas mais frequentemente no cólon, sendo o ceco o local mais comum.

• As angiodisplasias que causam hemorragia digestiva predominam nos idosos (mais de 65 anos).

• Os fatores de risco para angiodisplasia intestinal são:– Estenose aórtica;– Doença de von Willebrand;– Síndrome urêmica crônica;

Angiodisplasia

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• Clínica:– Na maior parte das vezes, a angiodisplasia cursa

com uma hematoquezia indolor e autolimitada.– Os que apresentam associação com fístulas

arteriovenosas podem se manifestar como hemorragia maciça.

Angiodisplasia

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Angiodisplasia

MALFORMAÇÃO VASCULAR

ECTASIA DE PEQUENOS VASOS SANGUÍNEOS

LESÕES ARBORIZADAS OU ARACNEIFORMES VERMELHO-VIVO

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• É a anormalidade congênita mais frequente do trato gastrointestinal.

• É muito comum em pacientes com doença de Crohn (razão ainda desconhecida dessa associação).

• É uma das principais causas de HDB em crianças.

• Causa: Fechamento incompleto do conduto onfalomesentérico (ducto vitelínico).

• Localização: Borda antimesentérica do íleo terminal (45 a 60cm antes da válvula ileocecal).

Divertículo de meckel

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• É um divertículo verdadeiro (pois a formação sacular é composta por todas as camadas da parede intestinal, ao contrário da doença diverticular).

• O divertículo de Meckel contêm mucosa ectópica gástrica e células indiferenciadas. Essa mucosa gástrica é capaz de produzir ácido clorídrico que gera um dano na mucosa intestinal, cursando com sangramento digestivo.

Divertículo de meckel

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Divertículo de meckel

FECHAMENTO INCOMPLETO DO CONDUTO

ONFALOMESENTÉRICO

DIVERTÍCULO DE MECKEL

SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO PELA MUCOSA

ECTÓPICA

DANO À MUCOSA INTESTINAL

SANGRAMENTO DIGESTIVO

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Divertículo de meckel

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• 10% dos casos de HDB, devendo ser um importante diagnóstico diferencial a ser considerado.

• 3ª causa de HDB em pacientes com mais de 50 anos (perdendo apenas para a doença diverticular e a angiodisplasia).

• A hemorragia é mais comum nos cânceres de cólon direito:– Indolor;– Intermitente;– Baixo fluxo;

• Câncer retal:– Predomina hematoquezia de pequena monta, persistente ou intermitente.

Pode estar associada à constipação, tenesmo e eliminação de muco.

Câncer Colorretal

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• Hemorroidas:

– Hemorroida interna: Originada no plexo hemorroidário superior. Localizadas acima da linha pectínea. Manifesta-se como sangramento (sangue ao final da defecação, fezes recobertas por sangue, sangue no vaso sanitário, ou ainda sangramento oculto com anemia ferropriva) e prurido. O sangramento das hemorroidas internas é indolor e não causa repercussões hemodinâmicas.

– Hemorroida externa: Originada no plexo hemorroidário inferior. Localizadas abaixo da linha pectínea. Recobertas por tecido escamoso que contém grande quantidade de terminações nervosas sensitivas. Cursa com desconforto anorretal, dificuldade de higiene e dor (especialmente se houver trombose).

Outras Causas

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• Pólipos intestinais:– O sangramento

derivado dos pólipos pode ser decorrente da presença dos próprios pólipos (adenomatosos ou hamartomatosos) ou pode surgir após o procedimento de retirada destes (pós-polipectomia).

Outras Causas

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• Lesão de Dielafoy:– Vaso arterial submucoso visível;– Embora seja mais comum no estômago, pode

ocorrer também no cólon, reto e intestino delgado;– Quadro clínico: HDB de vulto;

• Fissura anal:– Manifestações clínicas: Sangramento vermelho-vivo,

de pequena monta, observados na toalha ou papel higiênico.

Outras Causas

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• Colite:– O sangramento originário de lesão inflamatória da mucosa

intestinal (colite) pode ter origem infecciosa (E.coli, CMV, Salmonella, Shigella, Clostridium difficile), isquêmica, nas doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa ou doença de Crhon) e actínica (irradiação pélvica).

– Quadro clínico geral: Hematoquezia + dor abdominal + diarreia + febre;

Outras Causas

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Conduta Inicial

• Paciente com sangramento importante com repercussões hemodinâmicas -> Iniciar estabilização hemodinâmica– Fazer acesso venoso periférico calibroso– Colher sangue - tipagem– Reposição com cristalóides– Transfusão de sangue– Cateter vesical de demora– SNG de rotina - HDA duvidosa -> líquido bilioso sem sangue ->

HDB– Sangramento significativo e com instabilidade hemodinâmica ->

U.T.I– Após estabilização hemodinâmica -> investigação diagnóstica e

tratamento específico.

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• Anamnese, Exame Físico - Manifestações clínicas

• EDA: descartar HDA.

• Identifica-se mais de uma fonte potencial de hemorragia em até 40% dos pacientes com HDB, o que torna os exames diagnósticos não tão sensíveis nem específicos como a EDA na HDA.

• Em 25% dos pacientes a origem do sangramento nunca é definida com precisão.

Diagnóstico

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Métodos diagnósticos:Exame Retal

• Inspeção , palpação e toque retal; anuscopia e retossigmoidoscopia–Diagnóstico de

fissuras, fístulas e doença hemorroidária e varizes de reto

• Tratamento

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Colonoscopia• Procedimento de escolha para a

avaliação da HDB• Após estabilização

hemodinâmica• Método diagnóstico e

terapêutico

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• Mais adequada em casos de sangramento mínimo a moderado.

• Opção de preparo: manitol 10% 750ml, VO ou por SNG

• Exemplos de achados: sítio de sangramento ativo; coágulo aderido a um foco na mucosa ou a um divertículo; ectasia vascular sangrante.

Colonoscopia

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• Na véspera do exame:– 2 comprimidos de lactopurga no almoço;– 2 comprimidos no jantar;– 500ml de manitol + 500ml de suco de laranja – tomar

no período de 21h às 22h;– De 22h às 02h – tomar somente água, chá e soro;– A partir de 02h – jejum absoluto

• Uma hora antes do exame:– Fazer um fleet enema

Preparo do paciente - HGP

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• Eritrócitos do próprio paciente são marcados com Tc99m. O sangue marcado é extravasado para a luz do TGI, criando um foco que pode ser detectado por cintilografia;

• As imagens são coletadas até 24 horas após a injeção;• Preparo desnecessário• Somente diagnóstico• É um guia para a utilidade de arteriografias – se a

cintilografia for negativa ou somente positiva após várias horas, a angiografia provavelmente não será reveladora, não sendo necessária sua realização.

Cintilografia Com Radionuclídeos

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Sangramento em topografia de cólon transverso próximo à flexura esplênica

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Arteriografia• Exame invasivo• Cateterização transfemoral das

artérias mesentéricas superior e inferior.

• Sangramento maciço e ativo• Permite avaliar os principais

troncos arteriais• Extravasamento do meio de

contraste• Identificação de malformação

arteriovenosa• Métodos terapêuticos

paliativos:– Vasopressina (59-90% sucesso)– Embolização

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• Hemorragia digestiva de origem indeterminada ou obscura -> Fonte de sangramento geralmente é o intestino delgado.

• Cápsula endoscópica – com 11 x 30mm, abriga sistema miniaturizado de captura de imagem, bateria, fonte de luz e transmissor. Um receptor utilizado pelo paciente armazena as imagens.

Cápsula Endoscópica

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Cápsula Endoscópica

Visão da cápsula endoscópica nos diferentes níveis intestinais

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• Necessário para cerca de 10 a 25% dos pacientes com HDB.

• Indicações mais frequentes:– Instabilidade hemodinâmica não reversível;– Necessidade de mais de 2000ml de hemoderivados em 24 horas;– Indisponibilidade de arteriografia ou recidiva hemorrágica pós tratamento não-

cirúrgico;– Sangramento contínuo por 72 horas;– Tipo sanguíneo de difícil obtenção;– Pacientes com graves comorbidades.

• Local do sangramento identificado – colectomia segmentar com anastomose primária

• Origem não descoberta – colectomia total

Tratamento cirúrgico

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• A – colectomia direita;• B – colectomia direita ampliada;• C – transversectomia;• D – colectomia esquerda.

Exemplos de colectomia

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Tratamento cirúrgico

• Colectomia Laparoscópica:– Minimamente invasiva– Múltiplos trocateres –

pinças e câmera– CO2 para inflar o abdome– Retirada da peça

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OBRIGADA!