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Gestão da segurança do doente Gestão da segurança do doente e eventos adversos e eventos adversos as de Fim de Tarde 28 Mar as de Fim de Tarde 28 Mar Margarida Eiras [email protected] Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa Primum non Primum non nocere nocere

Gestão da segurança do doente

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Apresentação nas Conversas de Fim de Tarde (APDH)

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Gestão da segurança do doente Gestão da segurança do doente

e eventos adversose eventos adversos

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Margarida [email protected]

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de LisboaEscola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

Primum non Primum non nocerenocere

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Sumário

1. Breve introdução ao problema

2. Porquê começar?

3. Como começar?

4. Aprender com os outros

5. Síntese final

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A problemática do erro

Centrada no sistema

Não podemos mudar a condição humana mas podemos mudar as

condições em que os humanos trabalhamReason J., BMJ, 2000; 320: 768-70

Enfoque

• erro do indivíduo;

• esquecimento;

• desatenção;

• desmotivação;

• negligência,…

• humanos são falíveis;

• erros são de esperar;

• erros são consequências;

• erros não são causas

Centrada na pessoa

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Identificação de “buracos no sistema”

Identificação das barreiras e defesas

Modelo do “queijo suíço”(James Reason, 2000)

http://faalessons.workforceconnect.org/l1/tool/did

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Há queixa

Há fractura

Há queda

Há condições para a quedaNear miss

Incidente

Evento adverso

Evento sentinela

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Fatal Accident 1

Non-fatal accidents 10

Reportable incidents 30

Unsafe acts 600

O ratio de HeinrichC

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Segurança do doente - prestação de cuidados de saúde livre de

qualquer tipo de dano

Erro - falha na concretização de uma acção conforme planeada ou

ainda a utilização de um plano de acção incorrecto, para atingir um

determinado objectivo

Near miss – qualquer situação ou evento que poderia ter terminado em

acidente.

Incidente – qualquer situação ou evento não esperado que pode ou

não causar danos.

Evento adverso – efeito não desejado que resulta da intervenção de

cuidados de saúde ou da sua falta, mas não da doença ou do

estado do doente

Evento sentinela – ocorrências inesperadas envolvendo morte, danos

físicos ou psicológicos graves

http://www.who.int/about/copyright/en/

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1. Breve introdução ao problema

2. Porquê começar?

3. Como começar?

4. Aprender com os outros

5. Síntese final

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“To Err is Human: Building a Safer Health System“

(IOM, 1999)

Hospitais USA

• 44.000/98.000 mortes/ano em resultado de erros médicos

• 7.000 mortes evitáveis relacionadas com o medicamento

• Custos estimados de 17/29 biliões de dólares

• Erros médicos no internamento - 8ª causa de morte

Estima-se que em Portugal o número de mortes evitáveis seja

1.300/2.900, 30% superior do que com a SIDA (Fragata, 2004).

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Austrália (Wilson et al, 1995) 18.000 mortes/ano por erros médicos.

UK (Department of Health Expert Group, 2000) 850.000 incidentes/ano

causam dano a doentes hospitalizados. Estima-se o custo em £2

biliões (> tempo de hospitalização)

Canadian Adverse Events Study (2004) 7% das admissões

hospitalares ocorriam eventos adversos, e estimou que

9.000/24.000 Canadianos morrem/ano após um erro evitável

(Roos Baker et al, 2004).

Nova Zelândia, Dinamarca e países desenvolvidos em colaboração

com WHO, 1 em 10 pessoas que recebam cuidados de saúde

sofrerão de danos evitáveis.

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Estudo n Ano País AE (%)

Brennan et al. 30 195 1991 US 3.7

Wilson et al. 14 179 1995 Austrália 16.6

Thomas et al. 14 700 2000 US 2.9

Vincent et al. 1 014 2001 UK 10.8

Baker et al. 3 745 2004 Canadá 7.5

Foster et al. 399 2007 Canadá (urgência) 6

Possíve

l preve

nir cerca

de 50%

Taxas de AE em meio hospital

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1. Breve introdução ao problema

2. Porquê começar?

3. Como começar?

4. Aprender com os outros

5. Síntese final

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É um direito dos doentes ter a expectativa de que sejam feitos todos os

esforços para garantir a sua segurança enquanto utilizadores dos serviços

de saúde.

Recomendações às Instituições Europeias

Desenvolvimento de 6 acções conjuntas no grupo de países da EU mas

também com organizações de fora, como a Aliança da WHO

Declaração de Luxemburgo, Patient Safety – Making it Happen!

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Recomendações às Autoridades Nacionais

Desenvolvimento de 10 acções:a) Acesso e garantia da confidencialidade de dados pessoaisb) Implementação e análise de um sistema de notificação de eventos adversos de base nacional, voluntário e confidencialc) Introdução de rotinas de gestão do riscod) Optimização das novas tecnologiase) Criação de fóruns nacionaisf) Inclusão da segurança do doente na formação dos profissionaisg) Criação de uma cultura de aprendizagem pelo erro

Recomendações aos Prestadores de Cuidados de Saúde

Desenvolvimento de 3 acções que visem a implementação de projectos em colaboração entre prestadores, profissionais e doente/familiares

Declaração de Luxemburgo, Patient Safety – Making it Happen!

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008 Recomendation Rec(2006)7

Council of Europe

Committee of ministers to member states on mangement of patient safety and prevention of adverse events in health care

Recomendações (11 áreas):

(i) Assegurar que a segurança do doente é factor prioritário nas politicas de melhoria da qualidade;

(ii) Desenvolver uma política de segurança do doente coerente e em rede que:

a) promova uma cultura de segurança em todos os níveis de cuidados;

b) adopte um desenho do sistema de forma pró-activa e preventiva;

c) assumida como uma prioridade da liderança;

d) enfatize a importância de aprender pelos incidentes

(iii) Promover o desenvolvimento de um sistema de notificação de incidentes

(iv) Analisar outras fontes de informação como “queixas” dos doentes

(v) Promover programas de formação para todos os profissionais

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008 Recomendation Rec(2006)7

Council of Europe

Committee of ministers to member states on mangement of patient safety and prevention of adverse events in health care

(vi) Desenvolver indicadores válidos

(vii) Criar plataformas de cooperação internacional para partilha de experiências e de conhecimento

(viii) Promover a investigação

(ix) Produzir relatórios periódicos

(x) Implementar as medidas em apêndice

(xi) Traduzir este documento e desenvolver estratégias locais que permitam a sua implementação

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008 Recomendation Rec(2006)7

Council of Europe

Committee of ministers to member states on mangement of patient safety and prevention of adverse events in health care

Apêndice

A. Prerequisitos

B. Culturas de segurança

C. Avaliação da segurança do doente – o papel dos indicadores

D. Sistemas de notificação

E. Segurança do medicamento

F. Factores humanos

G. Empowerment do cidadão e sua participação

H. Formação

I. Research Agenda

J. Enquadramento legal

K. Implementação da política de segurança do doente

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008 Recomendation Rec(2006)7

Council of Europe

Committee of ministers to member states on mangement of patient safety and prevention of adverse events in health care

Envolvimento dos profissionais desde o início do processo

Feedback a todos os profissionais e doentes envolvidos num incidente

Ênfase num sistema não burocrático

Implementação de uma “learning organisation”

Publicitação de acções e resultados

Avaliação quantitativa contínua das políticas de segurança do doente

Linhas de financiamento a nível nacional

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1. Breve introdução ao problema

2. Porquê começar?

3. Como começar?

4. Aprender com os outros

5. Síntese final

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USA

UK

National Steering Committee on Patient SafetyCanadian Patient Safety Institute

Australian Council for Safety and Quality

in Health Care

Din

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The belief that one day it may be possible for the

bad experience suffered by a patient in one part

of the world to be a source of transmitted learning

that benefits future patients in many countries is a

powerful element of the vision behind the

WHO World Alliance for Patient Safety.

Característica dos sistemas Característica dos sistemas de saúde:de saúde:

• Dificuldade em aprender com os próprios erros

• Falta de partilha da informação

Consequência:Consequência:

• O mesmo erro ocorre muitas vezes

• O mesmo erro ocorre em muitos ambientes diferentes

• Os doentes continuam a sofrer danos evitáveis

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008 Que solução para o problema?Que solução para o problema?

Objectivo das guidelines:

Facilitar o desenvolvimento ou melhoria de sistemas de notificação

Sistemas de notificação

Principais princípios dos sistemas de notificação:

(i) Aprender a partir de falha dos sistemas de saúde;

(ii) Deve ser seguro (sem consequências para os profissionais);

(iii) A notificação só é válida se conduzir a uma resposta construtiva;

(iv) Deve disseminar informação, criar recomendações de mudança e propor soluções

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Dados conhecidos

(i) 400 pessoas morrem/ano envolvendo dispositivos médicos

(ii) 10 000 eventos adversos são notificados por reacção ao medicamento

(iii) 1 150 pessoas com passagem por instituições psiquiátricas cometeram suicídio

(iv) 28 000 queixas relacionadas com o tratamento, são entregues nos hospitais

(v) £400 milhões/ano são gastos em resultados das queixas

(vi) £1bilião, custo estimado para as infecções hospitalares (15% poderiam ser evitáveis)

(vii) 850 000/ano eventos adversos (em 10% das admissões)

(viii) £2 biliões/ano de custos por dias de internamento

adicionais

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Resposta a eventos adversosResposta a eventos adversos

PassadoPassado Futuro

Medo de represálias Politicas de notificação livres de culpa

Enfoque na pessoa Imparcialidade

Bases de dados dispersas Bases de dados coordenadas

Divulgação de resultados irregular Divulgação de resultados sistemática

Formação individual Formação em equipa

Foco de atenção no erro da pessoa Abordagem pelo sistema

Falta de consciência sobre gestão do risco Sensibilização para a gestão do risco

Soluções a curto prazo Redução do risco de forma sustentável

Aprendizagem passiva Aprendizagem activa

Circulo fechado de partilha do erro Partilha alargada da informação

Adaptado de An Organization with a Memory, 2005, p.79

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envolvimento da liderança

cultura de segurançaaberta e justa

estratégia de gestão do risco

sistema de notificação

partilha de soluções de segurança

banco de soluções

dar voz ao doentedar voz ao doente

Síntese final