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A gravidez na adolescência não obteve diminuição em seus índices na atualidade, os diapositivos mostram dados estatísticos e alguns ítens específicos dessa fase.
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Chirlei A Ferreira
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Chirlei A Ferreira
DEFINIÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como o período da vida situado entre 10 a 19 anos, dividido em dois subperíodos: de 10 a 14 anos e de 15 a 19 anos, e inclui a definição de juventude na faixa etária de 15 a 25 anos, o que compreende uma parte da adolescência.
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35.302.872 pessoas na faixa etária entre 10 e 19 anos, sendo 21 % da população brasileira.
(Censo 2000, MS 2006)
Média de partos/1000 adolescentes: Brasil: 65/1000
EUA: 45/1000
África sub- Saara: 229/1000(Bearinger LH. Lancet 2007)
EUA e GB: 20% dos partos em pacientes abaixo de 18 anos são reincidentes.(Milne D. Current Opinion in Obst and Gynaecology,
2008)
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MS estima que 1 milhão de meninas ficam grávidas anualmente antes dos 20 anos
700 mil partos acontecem no SUS
150-200 mil em rede particulares
Problemas relacionados à gravidez, ao parto e ao puerpério totalizam 80,3% das
internações das adolescentes
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Concentra-se nas regiões de menor índice socioeconômico e cultural;
Em muitas partes do país coincide com modificações estruturais, com políticas públicas endereçadas a população mal assistida.
Têm mostrado uma queda.
ANO %
2002 19,4
2003 17,6
2004 17
Porcentagem de Partos em Adolescentes
no Estado de São Paulo entre 2002-2004
Fonte: IBGE
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Número de partos de adolescente pelo SUS caiu mais de 22% na segunda metade da década passada.
Entre 2000 e 2009 queda foi de 34,6%
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ASPECTOS ESPECÍFICOS DA FAIXA ETÁRIA
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SOCIEDADE
DESAFIO INOPORTUNO
RITO DE PASSAGEM
NOS PRIMÓRDIOS DO SÉCULO XX ERA UM
ACONTECIMENTO HABITUAL
Chirlei A Ferreira
0
10
20
30
1900 1920 1940 1960 1980 2000
Idad
e (
an
os)
Chirlei A Ferreira
A média da idade da menarca tem apresentado um declínio de aproximadamente quatro meses a cada década, com tendência a estabilização
Do ponto de vista psicológico, a adolescência se caracteriza pela aquisição da identidade adulta, no sentido de: Individualidade;
Separação psicológica da família;
Desenvolvimento cognitivo;
Planejamento do futuro
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Os fatores socioeconômicos e culturais que devem ser identificados e que irão influir sobre os resultados materno-fetais são: O grau de escolaridade,
As condições socioeconômicas,
A presença ou ausência de companheiro,
O apoio ou não dos familiares durante a gravidez e após o parto,
Os hábitos de vida (fumo, álcool e drogas)
Chirlei A Ferreira
Privacidade,
Sigilo,
Consentimento informado,
Educação sexual, inclusive no currículo escolar,
Informação e a assistência em saúde reprodutiva
PRESERVAR
•PRIVACIDADE
•CONFIABILIDADE
•RESPEITO
INDIVIDUAL
Cairo, 1994
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PROBLEMA MÉDICO OU SOCIAL?
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Países Desenvolvidos Políticas de saúde pública
Impacto social menor
Países em Desenvolvimento Problema social grave
Estrutura familiar
Abandono escolar
Causas relacionadas a gravidez na adolescência Estímulo da mídia
Estilo de vida
Capacidade reprodutiva precoce
Amadurecimento sexual precoce
Casamento tardio
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Proporção de puérperas segundo variáveis psicossociais por faixa etária materna –
Município do Rio de Janeiro, Brasil, 1999-2001
VARIÁVEIS PUÉRPERA(12-16 anos) %
PUÉRPERA(17-19 anos) %
X² p-valor
Não desejou a gravidez 69,1 61,4 5,968 0,015
Reação do pai do bebe negativa 18,8 13,3 5,575 0,02
Insatisfação com a gestação 15,6 11,1 4,446 0,038
Tentativa de aborto 13,0 27,2 10,194 0,001
Fumou na gestação 7,8 11,8 3,890 0,058
Usou álcool 6,9 10,3 3,151 0,093
Vítima de agressão 9,5 5,9 4,868 0,037
1 a 6 consultas de PN 52,2 55,0 0,720 0,396
Sentimentos negativos ao bebe 33,6 29,7 1,350 0,244
Abandonou os estudos 21,2 31,0 12,720 0,001
Não pretende trabalhar 39,8 33,0 4,811 0,033
Total da amostra 320 908
Cad. Saúde Pública, v.20, suppl.1, Rio de Janeiro, 2004
Chirlei A Ferreira
Importância social Mudança de status: menina mulher adulta
Constituir família própria
Sentimento de abandono
Falta de carinho e diálogo com seus próprios pais
Auto-afirmação
Agressão aos pais
Testar fertilidade
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Condições financeiras e sociais Perspectivas de vida (em qualquer classe
social) 70% ficarão desempregadas no futuro
Abandono escolar 25% temporariamente 17,5% de forma definitiva
Sair da casa dos pais e não constituir família própria
Chirlei A Ferreira
Divergências
Critérios imprecisos utilizados nas diferentes definições,
Metodologia inadequada usada para interpretar os fenômenos observados,
Falta de controle de variáveis chamadas confundidoras,
Amostras de tamanho insuficiente e não controladas,
Generalização de resultados imprecisos e tendenciosos
Chirlei A Ferreira
RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS PARA DESEMPENHO DE
ADOLESCENTES
Variável Dependente Variáveis Analisadas p r
Desproporção cefalopélvica Idade materna NS
Estatura materna NS
Peso RN <0,005 0,2541
Peso < 2.500 gramas Idade materna NS
Hipertensão arterial <0,005 0,1507
Tabagismo <0,005 0,1259
Estado civil NS
Pequeno para a idade gestacional (PIG)
Idade materna NS
Hipertensão arterial NS
Tabagismo <0,005 0,1149
Estado civil NS
Idade Gestacional < 37 semanas
Idade materna NS
Tabagismo NS
Estado civil NS
Rotura prematura de membranas 0,0257 0,895
Hipertensão arterial NS
Placenta prévia NS
Descolamento prematuro placenta NS
Malformação fetal NS
Motta, 1993
Chirlei A Ferreira
CONTROLE PRÉ-NATAL
Chirlei A Ferreira
Gravidez indesejada,
Necessidade de muitas adolescentes de ocultar sua existência,
Dificuldade de acesso ao pré-natal,
Resistência ao controle do pré-natal,
Poucas informações educacionais e culturais,
Dificuldade em assumir perante a família e a sociedade sua condição.
INICIO TARDIO DO PRÉ -
NATAL
Chirlei A Ferreira
É importante reconhecer a interface médica do problema e providenciar assistência adequada;
Sua complexidade multifatorial requer abordagem interdisciplinar;
Ampla perspectiva biopsicossocial.
Além dos Aspectos Biológicos:
Aproveitar a oportunidade de diálogo
Detectar outros problemas
Observar necessidades
Avaliar expectativas
Chirlei A Ferreira
Estabelecer vínculo da adolescente com o serviço de atendimento;
Oferecer apoio psicossocial;
Fornecer orientações sobre a gravidez, o parto, os cuidados com o recém-nascido, a amamentação, a anticoncepção e outros temas, relacionados ou não à gravidez, por meio de atividades educativas desenvolvidas durante a evolução da gestação;
Estimular, sempre que possível, a participação do parceiro e dos familiares durante as consultas pré-natais e o parto, respeitando o desejo da paciente.
Chirlei A Ferreira
Baixa condição sócio-econômica,
Ingresso tardio ao pré-natal e menor número de consultas
Diretamente relacionado ao prognóstico materno e perinatal,
Ausência de trabalho com equipe multidisciplinar.
Galletta MA, Zugaib M. Revista da SOGIA-BR 2005; 2:12-14
Scholl TO, Hediger ML, Belsky DH. Journal of Adolescent Health 1994; 15:444-56
Diagnóstico tardio da gravidez
Atraso na procura dos serviços por razões diversas
Irregularidade menstrual típica/atraso menstrual
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RISCO CLÍNICO (British Cohort)
Complicações e Características Pré-natais
Proporção (%)
18-34 anos <18 anos Razão de chances
(n = 336.462) (n=5246) (99% CI)
Inicio tardio PN 10,3 23,35 3,35 (3,05-3,69)
Diabetes Gestacional 0,38 0,13 0,19 (0,07-0,50)
Pré-eclampsia 0,78 1,37 1,30(0,94-1,82)
Anemia 10,08 13,90 1,82(1,63-2,03)
Placenta Prévia 0,26 0,10 0,48(0,15-1,52)
Abortamento 0,45 0,36 0,71(0,36-1,24)
Apresentação pélvica 3,66 2,61 0,52(0,41-0,66)
AUMENTO DO RISCO
INICIO TARDIO DO PRÉ-NATAL
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Resultados Fetais – Centro Latino Americano de Perinatologia
Fatores de Risco Perinatais
Idade Materna das Adolescentes
≤15 16-17 18-19 ≤ 19 20-24
(n=33.498) (n=119.723) (n=191.405) (n=344.626) (n=509.751)
Baixo Peso 12,8 10.3 9.6 10.2 8.1
Muito Baixo Peso 1.7 1.6 1.4 1.5 1.3
Parto Pré-termo 14.6 11.0 10.0 10.8 8.9
Parto abaixo 28 sem 2.8 2.3 2.1 2.2 1.5
SARI 17.0 15.9 14.8 15.4 11.6
Morte fetal * 17.0 15.0 16.0 15.7 16.1
Morte neonatal precoce 15.2 12.0 9.8 11.1 8.6
Baixo Apgar 5’ 1.0 1.0 1.2 1.1 1.1
* Taxa por 1.000 nascimentos
American Journal of Obstetrics and Gynecology, 192, 342-9, 2005
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Resultados Maternos – Centro Latino Americano de
Perinatologia
Fatores de Risco Maternos
Idade Materna das Adolescentes
≤15 16-17 18-19 ≤ 19 20-24
(n=33.498) (n=119.723) (n=191.405) (n=344.626) (n=509.751)
Pré-eclampsia 5.9 4.9 4.3 4.7 4.2
Eclampsia 1.1 0.6 0.4 0.5 0.2
Diabetes Gestacional 0.9 1.0 1.2 1.1 2.9
ITU 4.3 4.4 4.3 4.3 4.0
Ruptura Pre Memb 4.9 6.4 7.0 6.6 7.2Sangramento 3° trim 0.2 0.5 0.6 0.5 0.9
Anemia 8.8 7.2 6.2 6.8 6.2
Parto Cesáreo 15.3 14.0 13.9 14.1 17.6
Parto Vaginal 4.1 3.8 3.3 3.5 2.7
Epsiotomia 75.7 71.0 67.2 69.3 53.7
Hemorragia pós-parto 7.0 5.6 5.0 5.4 4.2
Endometrite puerperal 16.7 9.7 7.2 9.0 4.7
Morte materna* 18.5 4.0 4.0 5.4 4.1
* Taxa por 10.000 mulheres American Journal of Obstetrics and Gynecology, 192, 342-9, 2005
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PARTO E PUERPÉRIO
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Elementos consideráveis para a adolescente no momento da parturição são: Presença de um acompanhante para a gestante, seja o
companheiro, a mãe o qualquer pessoa de sua confiança que esteja ao seu lado durante toda a evolução do trabalho de parto e também no momento do nascimento;
A utilização de procedimentos analgésicos ou anestésicos no momento oportuno;
A atenção dispensada pela equipe médica e de enfermagem durante o trabalho de parto
Chirlei A Ferreira
RISCO CLÍNICO (British Cohort)
Complicações no Parto
Proporção (%)
18-34 anos <18 anos Razão de chances
(n = 336.462) (n=5246) (99% CI)
Indução do trabalho 16,88 15,9 0,83 (0,75-0,92)
Parto pélvico 0,78 0,70 0,75 (0,48-1,18)
Parto Vaginal 11,36 10,06 0,46(0,41-0,56)
Cesárea de Emergência 8,65 5,74 0,45(0,68-0,53)
Cesárea eletiva 4,37 1,39 0,47(0,35-0,65)
Hemorragia pós parto 11,24 8,94 0,83(0,72-0,95)
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Estímulo a amamentação;
Alojamento conjunto: oportunidade para aprendizado de cuidados com o recém-nascido;
Consultas de revisão puerperal: Esclarecer dúvidas,
Reduzir ansiedades,
Implantar ações de prevenção e anticoncepção;
Enfatizar a prática da dupla proteção.
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PREVENÇÃO
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Família Diminuir a distância entre pais e filhos
Escola “Programa Saúde e Prevenção nas Escolas” – 1993
Orientação sobre sexualidade, Orientação sobre métodos anticonceptivos, Melhorar o preparo dos profissionais
Governo “Pacto Nacional para a Redução da Mortalidade Materna” - 1993
Serviços de Saúde Atitudes não discriminatórias Acesso a anticonceptivos desde o pós-parto e pós-aborto imediato.
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Campanhas em nível nacional para prevenção de DST/AIDS direcionadas para segmentos da população jovem;
Estratégias de políticas de saúde reprodutiva para adolescentes, incluindo contracepção de emergência;
Recomendação estatal para inclusão de educação sexual nas escolas;
Exposição massiva na mídia das conseqüências negativas da gravidez não planejada entre pessoas jovens.
Elza Berquó, NEPO/UNICAMP, CEBRAP
Suzana Cavenaghi, ENCE, IBGE
Encontro Anual da Associação Americana de População – PAA, Filadélfia,
EUA, 2005.
Chirlei A Ferreira
CONCLUSÃO
Chirlei A Ferreira
A faixa etária da adolescência apresenta uma situação de risco especial, principalmente, porque demonstram características compatíveis com desempenho obstétrico pouco diferente daquele apresentado por mulheres acima de 20 anos;
Necessidade de maiores estudos para se definir com convicção a abordagem nessa fase;
Presença de equipe multidisciplinar para o atendimento a esse grupo;
Evitar a perpetuação de mitos e de preconceitos que afastam a adolescente do atendimento;
O resultado das ações assistenciais devem ser divulgadas para o conhecimento da sociedade como um todo, a fim de garantir espaços para reflexão e de interpretação da dimensão do problema.
Chirlei A Ferreira
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