60
VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA HISTOLOGIA BÁSICA Rio de Janeiro / 2008 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Histologia basica

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Histologia basica

VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

HISTOLOGIA BÁSICA

Rio de Janeiro / 2008

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Page 2: Histologia basica

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo Branco - UCB.

Universidade Castelo Branco - UCBAvenida Santa Cruz, 1.631Rio de Janeiro - RJ21710-250 Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696www.castelobranco.br

Un3h Universidade Castelo Branco

Histologia Básica / Universidade Castelo Branco. – Rio de Janeiro: UCB, 2008. - 60 p.: il.

ISBN 978-85-86912-96-2

1. Ensino a Distância. 2. Título.

CDD – 371.39

Page 3: Histologia basica

Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalResponsáveis Pela Produção do Material Instrucional

Coordenadora de Educação a DistânciaCoordenadora de Educação a DistânciaProf.ª Ziléa Baptista Nespoli

Coordenador do Curso de GraduaçãoCoordenador do Curso de GraduaçãoMaurício Magalhães - Ciências Biológicas

ConteudistaConteudistaAna Cristina Casagrande Vianna

Supervisor do Centro Editorial – CEDISupervisor do Centro Editorial – CEDIJoselmo Botelho

Page 4: Histologia basica
Page 5: Histologia basica

Apresentação

Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-

ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profi ssional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-peram retribuir a sua escolha, reafi rmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!Paulo Alcantara Gomes

Reitor

Page 6: Histologia basica

Orientações para o Auto-Estudo

O presente instrucional está dividido em dez unidades programáticas, cada uma com objetivos defi nidos e conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam atingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-plementares.

As Unidades 1, 2, 3, 4 e 5 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das dez unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o conteúdo de todas as Unidades Programáticas.

A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!

Page 7: Histologia basica

Dicas para o Auto-Estudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Não pule etapas.

6 - Faça todas as tarefas propostas.

7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina.

8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.

9 - Não hesite em começar de novo.

Page 8: Histologia basica
Page 9: Histologia basica

SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 11

Contextualização da disciplina ................................................................................................................... 13

UNIDADE I

INTRODUÇÃO À MICROSCOPIA

1.1 - Microscópio Óptico ............................................................................................................................ 151.2 - Como Funciona o Microscópio Óptico .............................................................................................. 15

UNIDADE II

MÉTODOS DE ESTUDOS HISTOLÓGICOS

2.1 - Primeira Etapa: Coleta da Amostra ................................................................................................... 172.2 - Segunda Etapa: Fixação ...................................................................................................................... 172.3 - Terceira Etapa: Processamento ........................................................................................................... 182.4 - Quarta Etapa: Desidratação ................................................................................................................ 182.5 - Quinta Etapa: Diafanização (Clarifi cação) ......................................................................................... 182.6 - Sexta Etapa: Inclusão (Impregnação) ................................................................................................. 192.7 - Sétima Etapa: Microtomia .................................................................................................................. 192.8 - Oitava Etapa: Colagem do Corte à Lâmina ........................................................................................ 192.9 - Nona Etapa: Coloração ....................................................................................................................... 192.10 - Décima Etapa: Montagem ................................................................................................................ 20

UNIDADE III

INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA

3.1 - Histologia ............................................................................................................................................ 213.2 - Tecidos ................................................................................................................................................ 21

UNIDADE IV

TECIDO EPITELIAL

4.1 - Membrana Basal: Alimentação e Suporte ao Tecido Epitelial ........................................................... 234.2 - Tipos de Tecidos Epiteliais ................................................................................................................. 234.3 - Considerações sobre os Epitélios ....................................................................................................... 26

UNIDADE V

TECIDOS CONJUNTIVOS

5.1 - Classifi cação dos Tecidos Conjuntivos ............................................................................................... 27

Page 10: Histologia basica

UNIDADE VI

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)

6.1 - Matriz Extracelular ............................................................................................................................. 286.2 - Células ................................................................................................................................................ 296.3 - Classifi cação do TCPD ....................................................................................................................... 29

UNIDADE VII

TECIDOS CONJUNTIVOS DE TRANSPORTE

7.1 - Tecido Sanguíneo ................................................................................................................................ 337.2 - Tecido Linfático (Linfa) ..................................................................................................................... 35

UNIDADE VIII

TECIDOS CONJUNTIVOS DE SUSTENTAÇÃO

8.1 - Tecido Cartilaginoso ........................................................................................................................... 368.2 - Tecido Ósseo ....................................................................................................................................... 39

UNIDADE IX

TECIDO MUSCULAR

9.1 - Classifi cação do Tecido Muscular ...................................................................................................... 429.2 - Mecanismo Contrátil .......................................................................................................................... 449.3 - Regeneração do Tecido Muscular ....................................................................................................... 45

UNIDADE X

TECIDO NERVOSO

10.1 - Sistema Nervoso Central (SNC) e Periférico (SNP) ........................................................................ 46

Glossário ..................................................................................................................................................... 55

Gabarito ....................................................................................................................................................... 56

Referências bibliográfi cas ........................................................................................................................... 57

Page 11: Histologia basica

11Quadro-síntese do conteúdo programático

UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS

I - INTRODUÇÃO À MICROSCOPIA1.1 - Microscópio Óptico1.2 - Como Funciona o Microscópio Óptico

II - MÉTODOS DE ESTUDOS HISTOLÓGICOS2.1 - Primeira Etapa: Coleta da Amostra2.2 - Segunda Etapa: Fixação2.3 - Terceira Etapa: Processamento2.4 - Quarta Etapa: Desidratação2.5 - Quinta Etapa: Diafanização (Clarifi cação)2.6 - Sexta Etapa: Inclusão (Impregnação)2.7 - Sétima Etapa: Microtomia2.8 - Oitava Etapa: Colagem do Corte à Lâmina2.9 - Nona Etapa: Coloração2.10 - Décima Etapa: Montagem

III - INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA3.1 - Histologia3.2 - Tecidos

IV - TECIDO EPITELIAL4.1 - Membrana Basal: Alimentação e Suporte ao Tecido Epitelial4.2 - Tipos de Tecidos Epiteliais4.3 - Considerações sobre os Epitélios

V - TECIDOS CONJUNTIVOS5.1 - Classifi cação dos Tecidos Conjuntivos

• Conhecer os fundamentos básicos da microscopia;• Diferenciar microscopia de luz e microscopia

eletrônica;• Reconhecer as vantagens e desvantagens de cada

tipo de microscopia.

• Conhecer o método histológico utilizado para preparar e estudar os tecidos animais.

• Conceituar Histologia;• Conhecer os quatro tecidos básicos que compõem

os animais;• Conhecer a origem embrionária dos quatro teci-

dos básicos;• Diferenciar histologica e funcionalmente os quatro

tecidos básicos.

• Conhecer as características histológicas e funcionais do tecido epitelial;

• Classifi car o tecido epitelial;• Relacionar os tipos de tecidos epiteliais com suas

respectivas funções e localizações do corpo.

• Conhecer as características histológicas e funcio-nais dos tecidos conjuntivos;

• Classifi car o tecido conjuntivo;• Relacionar os tipos de tecidos conjuntivos com

suas respectivas funções e localizações do corpo.

Page 12: Histologia basica

12 VI - TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)6.1 - Matriz Extracelular6.2 - Células6.3 - Classifi cação do TCPD

VII - TECIDOS CONJUNTIVOS DE TRANSPORTE7.1 - Tecido Sanguíneo7.2 - Tecido Linfático (Linfa)

VIII - TECIDOS CONJUNTIVOS DE SUSTEN-TAÇÃO8.1 - Tecido Cartilaginoso8.2 - Tecido Ósseo

IX - TECIDO MUSCULAR9.1 - Classifi cação do Tecido Muscular9.2 - Mecanismo Contrátil9.3 - Regeneração do Tecido Muscular

X - TECIDO NERVOSO10.1 - Sistema Nervoso Central (SNC) e Peri-férico (SNP)

• Conhecer as características histológicas e funcionais desse tecido;

• Classifi car o tecido conjuntivo propriamente dito;• Relacionar os tipos de tecidos conjuntivos pro-

priamente ditos com suas respectivas funções e lo-calizações do corpo.

• Conhecer as características histológicas e funcio-nais desse tecido;

• Reconhecer os tipos celulares que compõem esse tecido;

• Relacionar os tipos de células com suas funções específi cas.

• Conhecer as características histológicas e funcio-nais desse tecido;

• Classifi car os tecidos conjuntivos de sustentação;• Relacionar as características desses tecidos com

suas respectivas funções e localizações no corpo.

• Conhecer as características histológicas e fun-cionais desse tecido;

• Classifi car o tecido muscular;• Diferenciar morfológica e funcionalmente os

tipos de tecido muscular.

• Conhecer as características histológicas e funcionais do tecido nervoso;

• Identifi car os tipos celulares encontrados no tecido nervoso;

• Classifi car os tipos de neurônios.

Page 13: Histologia basica

13Contextualização da Disciplina

A Histologia é um ramo das Ciências Morfológicas que estuda os tecidos animais e vegetais. Entretanto, esse instrucional aborda somente os tecidos animais, mais especifi camente, os humanos. Em seu sentido mais am-plo, a palavra histologia é usada como sinônimo de anatomia microscópica, devido a englobar não somente a estrutura microscópica dos tecidos, mas também a das células, órgãos e sistemas orgânicos.

Todavia, a Histologia não deve ser compreendida como o estudo da estrutura isolado da função, mas sim como uma ciência que enfoca a inter-relação e a integração de atividades moleculares e fi siológicas dentro do corpo com as estruturas anatômicas específi cas, isso, conseqüentemente, exige uma conceituação bastante visual.

Sendo assim, a Histologia possui uma relação direta com outras disciplinas e é essencial para a compreensão destas. A Histologia se entrelaça às disciplinas de Anatomia, Citologia, Bioquímica, Fisiologia entre outras. Dessa forma, você, estudante de Biologia, reconhecerá a importância dessa matéria quando precisar recorrer aos seus conhecimentos enquanto estuda os demais conteúdos do curso.

Page 14: Histologia basica
Page 15: Histologia basica

15UNIDADE I

INTRODUÇÃO À MICROSCOPIAINTRODUÇÃO À MICROSCOPIA

1.11.1 - Microscópio Óptico

Um microscópio óptico pode ser simples ou com-posto: o microscópio simples possui uma única lente e só fornece uma imagem moderadamente aumentada do objeto que se está estudando; o microscópio com-posto consiste de uma série de lentes e fornece um aumento muito maior.

Partes de um Microscópio Óptico Composto

Um microscópio composto consiste de partes mecâ-nicas e ópticas.

A parte mecânica tem uma base que estabiliza o mi-croscópio, uma coluna ou canhão que se estende da base para cima, e uma platina na qual é colocado o objeto a ser examinado.

As partes ópticas estão presas à coluna acima e abaixo da platina, são elas: oculares, objetivas, condensador e espelho. Em muitos microscópios, o espelho e a lâmpada estão alojados, com segurança, na base do instrumento.

A ocular consiste de uma combinação de lentes que estão embutidas na extremidade superior do tubo do microscópio. O valor gravado tal como 12,5x indica o aumento da ocular.

As objetivas (pode haver três, quatro ou cinco) são uma combinação de lentes presas à extremidade in-ferior do tubo do microscópio. O valor gravado tal como 10x indica o aumento da objetiva. Uma objeti-va 10x usada em combinação com uma ocular 12,5x dá um aumento total de 125x.

As diferentes objetivas atarraxam-se ao revólver, que por sua vez está preso à extremidade inferior do tubo do microscópio. Troca-se uma objetiva por outra pela rotação do revólver, de modo que quando uma objetiva é substituída outra entra em seu lugar.

O condensador é uma combinação de lentes si-tuada abaixo da platina. Ele projeta um cone de luz sobre o objeto que está sendo observado. O condensador pode ser levantado ou abaixado por um mecanismo de cremalheira, de forma que a luz pode ser focalizada no objeto. A passagem de raios marginais no condensador é impedida pelo diafragma – íris.

O espelho que está situado abaixo do condensador refl ete os raios luminosos emanados da fonte de luz. Situado entre o espelho e o condensador, existe um porta-fi ltro móvel.

O estudo da Histologia depende da utilização da mi-croscopia. Na realidade para se conhecer a “anatomia microscópica” dos tecidos e órgãos, é necessário fa-zer uso do microscópio. Portanto, o aluno de Histo-

logia deve necessariamente conhecer os fundamentos básicos da microscopia.

Assim sendo, passaremos à descrição mais detalha-da de um microscópio óptico.

1.21.2 - Como Funciona o Microscópio Óptico

O objeto a ser estudado é montado em uma lâmina de vidro, que é colocada na platina do microscópio. O objeto é posto em posição sob a objetiva, seja manu-almente ou usando a platina mecânica. Faz-se o foco correto do objeto levantando ou abaixando a platina e levantando ou abaixando o tubo do microscópio, ao qual estão atarraxados a ocular e as objetivas.

Os raios luminosos aqui são defl etidos e conver-gem para o objeto. Então passam através das lentes da ocular e são novamente defl etidos. Emergindo da

ocular, os raios luminosos são dirigidos para a pupi-la do olho, após o que eles incidem sobre a retina. Se o olho está em repouso, como na visão a longa distância, deve-se obter uma clara imagem do objeto quando a objetiva estiver no foco exato.

A posição das lentes do microscópio em relação ao ob-jeto pode ser mudada ajustando os focos fi no e grosso. A focalização grossa produz movimentos amplos, en-quanto a fi na é um mecanismo delicado que se faz com pequenos movimentos (pequenos e grandes aumentos).

Page 16: Histologia basica

16Um microscópio óptico composto é, assim, um sistema

de aumento em dois estágios. Primeiro o objeto é aumen-tado pelas lentes da objetiva e depois novamente pelo se-gundo conjunto de lentes da ocular. O aumento total é o produto dos aumentos da objetiva pelo da ocular.

Um microscópio composto produz uma imagem de cabeça para baixo e invertida lateralmente. A inversão é facilmente demonstrada: se o espéci-me é movido para um lado, a imagem move-se no sentido contrário.

Page 17: Histologia basica

17UNIDADE II

MÉTODOS DE ESTUDOS HISTOLÓGICOSMÉTODOS DE ESTUDOS HISTOLÓGICOS

Vários são os métodos de estudos dos tecidos, va-riando do estudo dos tecidos in vivo até aqueles que utilizam os tecidos mortos.

O método mais utilizado em Histologia é o prepara-do histológico permanente (lâmina histológica), estu-dado em microscópio óptico. A seguir, descrevemos as etapas de produção de uma lâmina histológica:

2.12.1 - Primeira Etapa: Coleta da Amostra

A primeira etapa de todo o processo de prepara-ção de uma lâmina histológica consiste em coletar a amostra, ou seja, obtê-la e isso pode ser feito de cinco diferentes maneiras:

a) Biópsia cirúrgica – obtenção da amostra de teci-do ou órgão através de uma incisão cirúrgica;

b) Biópsia endoscópica – usada para órgãos ocos (estômago, intestino, etc.) através de endoscopia;

c) Biópsia por agulha – a amostra é obtida pela punção do órgão (fígado, pulmão), sem precisar abrir a cavidade natural;

d) Cirurgias amplas (radicais) – a amostra cor-responde a peças grandes (ex. tumores) ou órgãos (ex. mama, útero);

e) Necrópsia – procedimento utilizado para es-tudo anatômico de todos os órgãos ou tecidos, no animal morto.

As peças cirúrgicas grandes ou de autópsia devem ser clivadas previamente para reduzir sua espessura permitindo a penetração fácil do fi xador. O princípio fundamental de clivagem é que o fragmento possua em torno de 4 mm de espessura.

2.22.2 - Segunda Etapa: Fixação

A base de uma boa preparação histológica é a fi xação que deve ser completa e adequada. Para tanto, é preci-so tomar algumas precauções que são obrigatórias:

a) O material coletado deve ser imerso rapidamente no fi xador;

b) O volume de fi xador deve ser no mínimo dez ve-zes (10x) maior que o volume da peça coletada.

Os principais objetivos da fi xação são:

a) Inibir ou parar a autólise tecidual;

b) Coagular ou endurecer o tecido e tornar difusí-veis as substâncias insolúveis;

c) Proteger, por meio de endurecimento, os teci-dos moles no manuseio e procedimentos técnicos posteriores;

d) Preservar os vários componentes celulares e tis-sulares;

e) Melhorar a diferenciação óptica dos tecidos;

f) Facilitar a subseqüente coloração.

A fi xação pode ser física (utilizando-se o calor ou o frio) ou química. A fi xação em Histologia é quase ex-clusivamente química, em que substâncias (fi xadores) são utilizadas com a principal função de insolubilizar as proteínas dos tecidos. Os fi xadores podem agir pre-cipitando as proteínas ou coagulando-as, assim temos como principais fi xadores:

a) Que precipitam as proteínas: cloreto de mercúrio e ácido pícrico;

b) Que coagulam as proteínas: aldeído fórmico (o mais utilizado, conhecido como fi xador universal), tetróxido de ósmio e o aldeído glutárico.

Com o intuito de se conseguir o fi xador ideal, os histologistas elaboraram diversas misturas fi xadoras como o líquido de BOUIN e o líquido de HELLY.

O formol a 10% para microscopia óptica e o aldeí-do glutárico em solução de 2 a 6% para microscopia eletrônica são os fi xadores simples mais comumente utilizados.

Page 18: Histologia basica

18O tempo de fi xação varia de acordo com o tamanho

da peça, constituição do tecido, poder de fi xação do fi xador, objetivos a pesquisar e temperatura ambien-te. No entanto, de forma geral, tendo o fragmento a ser fi xado uma espessura de 4 mm, o tempo mínimo de fi xação é de doze (12) horas.

Observação: Para que se possa examinar o tecido ósseo ou tecido com áreas de calcifi cação, deve-se antes de processá-lo, incluí-lo e cortá-lo, proceder a descalcifi cação, que consiste na remoção dos sais de cálcio que se encontram depositados nos tecidos or-gânicos sem alteração da sua estrutura celular.

Os ossos ou outros materiais calcificados devem ser cortados em pequenos pedaços (cerca de 4

mm) com serra adequada, antes da fixação. De-pois de completada a fixação, coloca-se o mate-rial na solução descalcificadora. Geralmente, são empregados como agentes descalcificadores os seguintes ácidos: nítrico, fórmico, tricloacético, clorídrico, pícrico, EDTA, sulfossalicílico. Não existe uma solução descalcificadora ideal. A úni-ca diferença entre as várias soluções é que umas agem mais rapidamente do que as outras. O ácido usado deve ser completamente removido do te-cido depois de terminada a descalcificação. Isso é feito pela lavagem abundante e cuidadosa em água corrente ou álcool, conforme o descalcifica-dor empregado. Essa lavagem deve ser no mínimo por quatro horas.

2.32.3 - Terceira Etapa: Processamento

Após a preservação do tecido, a etapa seguinte con-siste em prepará-lo para o exame microscópico.

Com a fi nalidade de permitir que a luz o atravesse, cortes muito delgados de tecido têm que ser feitos. In-felizmente, embora o processo de fi xação endureça o tecido, o material não se torna sufi cientemente fi rme ou coeso para permitir cortes delgados perfeitos.

Para que esse grau de fi rmeza seja atingido, o teci-do deve ser completamente impregnado com algum

meio de sustentação que manterá juntas as células e as estruturas intercelulares. Os materiais de sustenta-ção usados são denominados materiais de inclusão.

Certos materiais de inclusão, tais como “Carbowax” e a gelatina, são solúveis em água e os tecidos não precisam ser desidratados antes do uso. Os materiais mais comumente usados são substâncias semelhantes à parafi na que não são miscíveis com água. Quando essas substâncias forem utilizadas, os tecidos terão que ser desidratados antes da inclusão.

2.42.4 - Quarta Etapa: Desidratação

Antes que um material de inclusão, tal como a para-fi na, possa penetrar no tecido, seu conteúdo em água deve ser removido.

A desidratação é levada a efeito imergindo a amos-tra de tecido em concentrações crescentes de álcool etílico. O álcool é o agente mais comumente utilizado nesse processo, sendo empregado numa série cres-cente (70% - 80% - 90% - 100%) para se evitar a retração pronunciada do tecido, ocasionando lesões

estruturais da célula de caráter irreversível. O álcool tem a vantagem de endurecer mais o tecido. O volu-me de álcool deverá ser 10 a 20 vezes maior que o volume da peça.

Várias são as substâncias utilizadas como agentes

de desidratação: álcoois etílico, butílico, metílico e isopropílico, a acetona, o éter, o clorofórmio e o óxi-do propileno. O álcool etílico é o mais utilizado em técnica de rotina.

2.52.5 - Quinta Etapa: Diafanização (Clarificação)

A impregnação do tecido como meio de inclusão é im-possível nesse estágio porque as substâncias semelhantes à parafi na usadas para a inclusão não se misturam com o álcool. O tecido deve, portanto, ser imerso em um produ-to químico em que o álcool e a parafi na sejam solúveis.

Assim a diafanização consiste na infi ltração do te-cido por um solvente da parafi na que seja ao mesmo

tempo desalcolizante. A parafi na não se mistura com água e nem com álcool. Ambos devem ser completa-mente removidos para que a parafi na possa penetrar efi cientemente no tecido.

O xilol é comumente utilizado. Tal produto quí-mico é muitas vezes chamado de agente clarifica-dor porque torna o tecido semitranslúcido, quase

Page 19: Histologia basica

19transparente. Entre os reagentes mais utilizados na fase de diafanização, podemos citar ainda: toluol, clorofórmio, óleo de cedro, benzol e salicilato de metila.

A quantidade de xilol (substância mais empregada) utilizada deve ser 10 a 20 vezes o volume da peça. A duração da clarifi cação varia com as dimensões, a constituição do material e a temperatura.

2.62.6 - Sexta Etapa: Inclusão (Impregnação)

A fi nalidade da impregnação é eliminar completa-mente o xilol contido no material e a total penetração da parafi na nos vazios deixados pela água e gordura, antes existentes no tecido. Esse processo serve também para preparar o material para os cortes, removendo o clari-fi cante e endurecendo-o sufi cientemente e dando-lhe a consistência adequada para que possa ser cortado.

O tecido é passado em duas trocas de parafi na para as-segurar a substituição de todo o agente clarifi cador pela parafi na. Emprega-se a parafi na a uma temperatura de 56 a 60ºC (parafi na fundida). A amostra de tecido per-

manecerá imersa na parafi na fundida (em estufa) duran-te o tempo necessário para a completa impregnação.

Posteriormente, serão retirados da estufa e deixados à temperatura ambiente até que a parafi na endureça, após isso, o bloco de parafi na com o tecido será reti-rado da forma e conduzido ao corte.

Pode-se citar ainda como agentes de impregnação: celoidina, goma arábica, parafi na plástica, polietileno glicol e parafi na esterifi cada.

2.72.7 - Sétima Etapa: Microtomia

Para se obter cortes de material incluído em parafi na ou por congelação é necessário um instrumento espe-cial: o micrótomo. Os micrótomos variam de acordo com os fabricantes e têm como fundamento duas pe-ças principais: o suporte ou mandril (onde é fi xada a peça a cortar) e a navalha.

O suporte é sempre encaixado a um parafuso micro-métrico ou a uma espiral metálica que o faz adiantar segundo seu eixo, em medida conhecida e que pode

ser regulada à vontade. Essa medida tem como unida-de o micrômetro, que corresponde à milésima parte do milímetro.

Normalmente, um micrótomo faz cortes cuja espes-sura varia de 1 a 50 micrômetros, mas a espessura mais utilizada em microscopia óptica é de 4 a 6 mi-crômetros. Há vários tipos de micrótomos: rotativo, tipo Minot, de congelação e o destinado a trabalhos de microscopia eletrônica.

2.82.8 - Oitava Etapa: Colagem do Corte à Lâmina

As fi tas de cortes de parafi na são estiradas cuidado-samente e os cortes individuais são separados por um bisturi. Na superfície de uma lâmina de vidro, é feito um ponto de aderência (normalmente com albumina de ovo)

e o corte de parafi na é colocado em banho-maria (água morna) de forma que as dobras provocadas pelo corte no tecido desapareçam, após o corte é “pescado” com a lâmina, preparada com albumina, na qual se adere.

2.92.9 - Nona Etapa: Coloração

É a técnica tintorial empregada para facilitar o estu-do dos tecidos sob microscopia.

A coloração é de importância fundamental em his-tologia, pois os tecidos não tratados têm pouca dife-renciação óptica. As colorações de um modo geral se efetuam por processos físico-químicos ou puramente físicos e podem ser consideradas, segundo a moda-lidade, a ação, o caráter, o grau de ação, o tempo, o número de corantes e a cromatização.

Quanto à cromatização, ou seja, de acordo com o número de cores conferidas às estruturas pelas co-lorações simples ou combinadas, estas tomam a de-nominação de colorações monocrômicas (uma cor), bicrômicas (duas cores), tricrômicas (três cores) e policrômicas (mais de três cores).

Para se corar convenientemente a célula, deve-se re-correr a um método de coloração sucessiva do núcleo e do citoplasma.

Page 20: Histologia basica

20A combinação mais comum de corantes usada em Histo-

logia e Histopatologia é a Hematoxilina e Eosina (HE). A hematoxilina é um corante natural obtido da casca de pau campeche. Ela não é realmente um corante e deve ser oxidada em hemateína a fi m de tornar-se um corante. Ademais, o corante que resulta (hematoxilina-hemateína) não tem afi nidade para os tecidos. Deve ser usado um mordente, como o alumínio ou o ferro, juntamente com a mistura de hematoxilina antes que ela possa corar os tecidos. A mistura cora em azul-púrpura. A eosina é um corante sintético e produz uma coloração vermelha.

Nas células coradas com HE, os ácidos nucléicos

presentes no núcleo são corados pela hematoxilina, dando ao núcleo um tom azul-púrpura. A eosina é atraída pelos elementos básicos da proteína do cito-plasma da célula, corando-o de róseo a vermelho.

Os componentes dos tecidos que se coram prontamen-te com os corantes básicos são chamados basófi los; os que têm afi nidade pelos corantes ácidos são chamados acidófi los. A hematoxilina comporta-se como um co-rante básico e, portanto, cora o núcleo de modo basófi -lo. A eosina é um corante ácido e cora os elementos bá-sicos da proteína do citoplasma de maneira acidófi la.

Certos corantes reagem com os componentes do te-cido e os coram com uma cor diferente da cor da so-lução corante. A mudança de cor do corante chama-se metacromasia.

O azul-de-metileno, o azul-de-toluidina e a tioni-na são exemplos de corantes simples que exibem metacromasia. Com os corantes azuis, a cor muda para vermelho. A coloração dos mastócitos com o azul-de-metileno constitui um bom exemplo. Os grânulos do citoplasma coram-se em vermelho-púrpura, enquanto o resto do tecido fi ca azul. A causa da metacromasia não é totalmente compre-endida, porém tem sido sugerido que é devido à polimerização das moléculas do corante. Julga-se que a presença de macromoléculas com radicais eletronegativos no tecido facilita a polimerização e provoca a mudança de cor.

Antes que o corte seja corado, a parafi na em que ele foi incluído deve ser removida. O corte, que já foi aderido à lâmina de vidro (pescagem em banho-ma-ria), é banhado no xilol para dissolver a parafi na.

Devido ao fato de muitos corantes serem solúveis em água, torna-se necessário remover o xilol do te-cido e substituí-lo por água (hidratação). O corte é imerso em uma série de concentrações decrescentes de álcool etílico até que esteja hidratado. Depois que o corte estiver hidratado, procede-se à coloração pro-priamente dita. No caso da HE, o tecido é imerso pri-meiramente em hematoxilina, lavado com água para retirada de excedente, depois imerso em eosina e, após isso, também se faz lavagem do tecido.

2.102.10 - Décima Etapa: Montagem

Depois que o corte tiver sido corado com a solução apropriada, ele é passado através de concentrações crescentes de álcool para remover, de novo, a água (desidratação). Objetiva-se com essa desidratação au-mentar a sobrevida do preparado histológico.

Finalmente, o corte é banhado em xilol antes de ser montado em um meio solúvel em xilol, que é o meio de montagem (para os cortes de parafi na, é usado o

bálsamo de Canadá). Uma gota do meio de montagem é colocada sobre o corte e a lamínula é posicionada sobre o corte de forma delicada, de uma forma tal que o meio de montagem cubra completamente o corte. Depois, a lamínula é comprimida com fi rmeza sobre o corte e o meio de montagem se espalha formando uma delgada película entre a lâmina e a lamínula, que posteriormente vão estar fi rmemente aderidas uma à outra pela estabilização do meio de montagem.

Page 21: Histologia basica

21UNIDADE III

INTRODUÇÃO À HISTOLOGIAINTRODUÇÃO À HISTOLOGIA

3.13.1 - Histologia

É defi nida como sendo a ciência, parte da Biologia, que estuda os tecidos. O termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer, que aprovei-tou o termo “tecido” que Bichat (anatomista francês) instituiu, muito tempo antes (por volta de 1800), para

descrever macroscopicamente as diferentes texturas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo.

E o que é tecido?

3.23.2 - Tecidos

Há vários conceitos para tecido. É possível encon-trar alguns autores que defi nem tecido como sendo um conjunto de células que apresentam mesma for-ma, mesma função e mesma origem embrionária.

Mas esse conceito não possui muita sustentação histo-lógica. Se analisarmos, por exemplo, o sangue, veremos que a forma de uma hemácia (disco bicôncavo, anucle-ado na maioria dos animais domésticos) é totalmente diferente de um neutrófi lo (ovóide, quando no sangue, com núcleo lobulado). Quanto à função dessas células: a hemácia transporta oxigênio e gás carbono, enquanto o neutrófi lo é uma célula fagocítica. Portanto, vemos que, apesar de pertencerem ao mesmo tecido, elas não têm a mesma forma e tão pouco a mesma função.

Ainda outro exemplo nos remete a raciocinar: no tecido ósseo, os osteócitos são células arredondadas cuja função é contribuir para a manutenção da matriz óssea, enquanto os osteoclastos são células cuja for-ma varia muito, pois se movem através da emissão de “pseudópodos” e são responsáveis pela reabsorção óssea. Portanto, nem possuem a mesma forma e mui-to menos a mesma função.

Poderíamos discorrer muito mais, mostrando inú-meros exemplos em que se constata que a grande maioria dos tecidos é constituída por células que têm funções e forma diferentes.

Já quanto à afi rmação de que as células de um tecido apresentam mesma origem embrionária, de fato essa afi rmação é aplicável. As células que compõem um

tecido normalmente apresentam mesma origem em-brionária. Assim, como conceituar tecido?

Tecido é um conjunto de células que apresentam a mesma função geral e a mesma origem embrioná-ria. Diríamos a mesma função geral, pois um tecido apresenta uma ou mais funções gerais. Por exemplo: os epitélios de forma geral apresentam como função principal revestir as superfícies corpóreas, assim sua função geral é revestir uma superfície. No epitélio, por exemplo, o da traquéia, têm-se as células ciliadas e as células caliciformes. Ambas apresentam formas e funções diferentes, mas as duas realizam a função geral de revestir.

Origem Embrionária dos Tecidos

Os tecidos embrionários são três: ectoderme, meso-derme e endoderme, deles se formam todos os tecidos do corpo animal, mas quantos e quais são os tecidos encontrados no corpo animal?

Macroscopicamente, Bichat, por volta de 1800, con-seguiu identifi car 21 diferentes tipos de tecidos. Mas com o advento do microscópio, foi possível identifi -car muitos outros tecidos (aproximadamente 41). Mas todos esses tipos podem ser agrupados em quatro di-ferentes tecidos, chamados de tecidos fundamentais:

- tecido epitelial- tecido conjuntivo- tecido muscular- tecido nervoso

Page 22: Histologia basica

22

Cada um desses tecidos apresenta características morfológicas e funcionais próprias, as quais iremos estudar ao longo dessa disciplina.

Page 23: Histologia basica

23UNIDADE IV

TECIDO EPITELIALTECIDO EPITELIAL

4.14.1 - Membrana Basal: Alimentação e Suporte ao Tecido Epitelial

Especializados em revestir e proteger todas as su-perfícies do organismo, os tecidos epiteliais são for-mados por células justapostas e geralmente poliédri-cas. Essa justaposição celular, garantida pela grande quantidade de desmossomos, acarreta a escassez de substâncias intercelulares nos tecidos epiteliais.

Por serem também desprovidos de vasos sangüí-neos, os epitélios são nutridos pelo tecido subja-cente, que é o tecido conjuntivo. De fato, os vasos capilares sangüíneos chegam somente até o tecido

conjuntivo, onde fornecem os nutrientes necessários para a manutenção das células. O tecido conjuntivo, por difusão, passa parte do material nutritivo para o epitélio. Assim, justifi ca-se o fato de se encontrarem células vivas no epitélio, embora esse tecido não seja vascularizado.

Os tecidos epiteliais, portanto, estão sempre apoia-dos sobre uma camada de tecido conjuntivo subjacen-te. Essa camada de tecido conjuntivo é denominada lâmina própria.

O epitélio não se encontra apoiado diretamente na lâ-mina própria. Entre ambos existe uma camada acelu-lar, constituída de proteínas e glicoproteínas, chamada membrana basal. Essa membrana, permeável aos nu-

trientes provenientes da lâmina própria, permite que o epitélio seja convenientemente alimentado, além de servi-lhe de suporte, promovendo sua efi ciente fi xação no tecido conjuntivo subjacente (lâmina própria).

4.24.2 - Tipos de Tecidos Epiteliais

Além de revestir e proteger as superfícies do orga-nismo, os epitélios têm ainda o papel de elaborar se-creções. Pode-se, então, reconhecer dois tipos básicos de tecidos epiteliais: de revestimento ou protetores e glandulares ou secretores.

Os Epitélios de RevestimentoRecobrindo as camadas mais superfi ciais da pele e

de todas as superfícies internas do corpo, os epitélios de revestimento constituem a camada limítrofe entre a matéria viva e o meio ambiente. Isso signifi ca que qual-quer substância, para entrar ou sair do organismo, preci-sa, necessariamente, atravessar o tecido epitelial. Quan-do uma pessoa digere determinado alimento, o fl uxo do bolo alimentar ocorre no sentido: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino. Porém, enquanto o alimento per-

Associação entre o tecido epitelial e a lâ-mina própria ou tecido conjuntivo. Observar a presença da membrana basal.

Page 24: Histologia basica

24manece dentro de qualquer um desses órgãos, a rigor ele se encontra fora do organismo. Apenas quando as partículas alimentares atravessam, por exemplo, o epité-lio que reveste internamente o intestino, e passam para o interior dos vasos sangüíneos, podemos dizer que o alimento penetrou verdadeiramente no organismo.

Nos vertebrados, a associação entre o epitélio e o te-cido conjuntivo que lhe serve de suporte, revestindo as superfícies internas do organismo, constitui a pele. Quando essa associação reveste as cavidades internas que se comunicam com o meio externo, temos as mem-branas mucosas, como a mucosa bucal, a gástrica, a nasal, a intestinal etc. A associação que reveste as cavi-dades internas são chamadas membranas serosas (que reveste o pulmão), o pericárdio (que reveste o coração) e o peritônio (que reveste os órgãos abdominais).

Classificação dos Epitélios de Revestimento

Os epitélios de revestimento podem ser classifi ca-dos de acordo com o número de camadas celulares e o formato das células.

Número de camadas celulares: Levando em conta o número de camadas, o epitélio pode ser:

• simples - quando formado por apenas uma camada de células;

• estratifi cado - quando formado por duas ou várias camadas de células;

• pseudo-estratifi cado - quando formado por apenas uma camada de células, de tamanhos diferentes, que conferem ao epitélio uma aparente estratifi cação; na verdade, trata-se de uma variação do epitélio simples.

Formato celular: Tomando por base o formato das cé-lulas que o compõe, o epitélio de revestimento pode ser:

• pavimentoso ou plano - quando as células são achatadas em forma de ladrilhos;

• cúbico - quando as células têm a forma de um cubo;• cilíndrico ou colunar - quando as células são mais

altas do que largas;de transição - quando constituídos por várias cama-

das de células dotadas de grande fl exibilidade e cujo o formato varia, conforme a distensão ou retração dos órgãos onde ocorre.

Observe o quadro abaixo, em que os epitélios presentes no organismo humano são classificados

quanto ao número de camadas e ao formato das células.

TIPOS DE EPITÉLIOS EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA NO CORPO HUMANO

pavimentoso simples revestimento interno dos vasos sangüíneos, pericárdio

cúbico simples revestimento ovariano

prismático simples revestimento do estômago e intestino

pavimentoso estratifi cado revestimento da pele (epiderme), boca e esôfago

cúbico estratifi cado conjuntiva do olho

prismático estratifi cado epiglote e uretra masculina

Pseudo-estratifi cado revestimento da traquéia, fossas nasais e brônquios

transição revestimento interno da bexiga e das vias urinárias

Page 25: Histologia basica

25Os Epitélios Glandulares

Com função secretora, os epitélios glandulares se originam de grupos de células que proliferam a partir dos epitélios de revestimento, formando as glândulas.

Glândula formada a partir da invaginação do epitélio.

Critérios de Classifi cação das Glândulas

Existem três critérios de classifi cação das glândulas: quanto ao local onde a secreção é eliminada, quanto ao modo de eliminar as secreções e quanto ao número de células que formam a glândula.

Local de eliminação das secreções: Dependendo do local em que eliminam suas secreções, as glândulas classifi cam-se em:

• exócrinas - eliminam o produto elaborado na superfície do epitélio de revestimento que origi-nou a glândula; para tanto, as glândulas exócrinas são dotadas de dutos ou canais que transportam a secreção desde a glândula até o epitélio, exem-plos: glândulas sudoríparas, mamárias, lacrimais, sebáceas e salivares.

• endócrinas - não têm contato físico com o epitélio do qual se originam; são desprovidas de dutos ou ca-nais transportadores, sendo suas secreções coletadas por vasos sangüíneos; tais secreções são chamadas de hormônios, exemplo de glândulas endócrinas: hipófi -se, tireóide, adrenais, ovários e testículos.

• anfícrinas ou mistas - apresentam duplo com-portamento, isto é, são ao mesmo tempo exócrinas e endócrinas; o pâncreas, por exemplo, tem atividade exócrina quando elabora e elimina o suco pancreá-tico, com função digestiva; têm atividade endócrina ao elaborar a insulina e o glucagon, hormônios que regulam a glicemia (taxa de glicose no sangue).

Modo de eliminação das secreções: As secreções glandulares são eliminadas de diversas maneiras. De acordo com esse critério, existem glândulas:

• merócrinas - as células eliminam exclusivamente os produtos secretados; exemplos: glândulas lacri-mais, salivares e sudoríparas;

• holócrinas - as células se desintegram e são elimi-nadas com o produto; nesse caso, a atividade da glân-dula é mantida por um contínuo processo de renovação celular; exemplo: glândulas sebáceas dos mamíferos;

• apócrinas ou holomerócrinas - as células elimi-nam a secreção juntamente com parte de seu conteúdo protoplasmático; em seguida, a célula secretora rege-nera-se; exemplo: glândulas mamárias.

A) Glândulas holócrinas; B) Glândulas merócrinas e C) Glândulas apócrinas.

Page 26: Histologia basica

26Número de células: Considerando o número de cé-

lulas que constitui as glândulas, estas podem ser:

• unicelulares - compõem-se de uma única célula; exemplo: glândulas caliciformes das fossas nasais, cuja função é secretar o muco, uma substância de caráter viscoso que retém as partículas do ar no tubo respiratório;

• pluricelulares - constituídas por grupos de célu-las, podendo ser tubulares (quando a região secretora tem a forma de um túbulo, com diâmentro relativa-mente constante), alveolares ou acinosas (quando a região secretora é arredondada) e túbulo-alveolares (quando a região secretora tem forma intermediária entre as duas, isto é, não é totalmente tubular nem totalmente alveolar).

4.34.3 - Considerações sobre os Epitélios

As células epidérmicas mais externas da pele de animais, como os répteis, as aves e os mamíferos principalmente, são impregnadas por uma proteína impermeabilizante denominada queratina. Uma vez impermeabilizadas, tais células fi cam impedidas de receber nutrientes e morrem. Esse conjunto morto, descamativo e queratinizado de células, constitui a chamada camada córnea. A presença de queratina na epiderme garante uma efi ciente proteção ao animal contra uma desidratação excessiva. Por esse motivo, pode-se dizer que a queratina contribui para a adap-tação à vida terrestre. Além disso, por ser de difícil decomposição, a queratina aumenta a resistência do epitélio à invasão microbiana.

Na superfície epidérmica, podem ser encontrados milhões de microrganismos por centímetro quadrado.

Embora a maioria seja inofensiva, compreende-se a im-portância protetora da camada córnea queratinizada.

Nas traquéias e nos brônquios das vias respiratórias, o epitélio é pseudo-estratifi cado ciliado. Em fuman-tes crônicos, sob a ação irritante dos componentes do fumo, esse tecido é gradativamente substituído por um epitélio pavimentoso estratifi cado que, além de reno-var-se mais rapidamente, é mais resistente que o pseu-do-estratifi cado. A esse processo de mudança de um tipo de tecido para outro dá-se o nome de metaplasia.

O epitélio pavimentoso cilíndrico do intestino apre-senta inúmeras microvilosidades, isto é, expansões da membrana plasmática das células epiteliais. As mi-crovilosidades aumentam consideravelmente a super-fície de absorção dos nutrientes.

Page 27: Histologia basica

27UNIDADE V

TECIDOS CONJUNTIVOSTECIDOS CONJUNTIVOS

5.15.1 - Classificação dos Tecidos Conjuntivos

Ao contrário dos epitélios, os tecidos conjuntivos apresentam elevada quantidade de substância interce-lular. As células que constituem esse tecido apresen-tam um acentuado polimorfi smo, ou seja, possuem formas e funções bastante variadas. Trata-se, portan-to, de um tecido com diversas especializações, algu-mas bastante peculiares, como veremos.

Compõem o suporte estrutural e metabólico para outros tecidos e órgãos. Os tecidos pertencentes a esse grupo podem diferenciar-se posteriormente, pro-duzindo fi bras e substância fundamental amorfa, tor-nando-se as células menos notórias.

Outras funções importantes dessa categoria de teci-dos incluem:

• armazenamento de substâncias (tecido adiposo, por exemplo);

• sustentação (tecido ósseo e tecido cartilaginoso);

• transporte (tecido sanguíneo e tecido linfático).

Todos os tecidos conjuntivos apresentam os mes-mos componentes básicos: células e matriz extrace-lular constituída por fi bras e substância fundamental amorfa. Esses materiais extracelulares são respon-sáveis pelas propriedades físicas dos tecidos con-juntivos e a sua presença é a principal característica desse tipo de tecido.

Às vezes, como acontece nos tecidos ósseos, a matriz extracelular é sólida, com uma rigidez con-siderável; outras vezes, como no plasma sangüíneo, apresenta-se líqüida.

Os elementos que constituem os tecidos conjun-tivos – células e matriz extracelular – variam de acordo com as diversas modalidades desses tecidos.

Considerando essa variação e ainda a função do te-cido, pode-se classifi car os tecidos conjuntivos da seguinte maneira:

Na enorme diversidade de tecidos conjuntivos, ir-se-á considerar:

• Tecido Conjuntivo Propriamente Dito;

• Tecido Adiposo;• Tecido Sanguíneo;• Tecido Cartilaginoso;• Tecido Ósseo.

Page 28: Histologia basica

28 UNIDADE VI

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)

Esse é o tipo de tecido conjuntivo menos dife-renciado, mais genérico, preenchendo todos os espaços entre os outros tecidos, de forma que está presente em todos os órgãos, estabelecendo a liga-ção entre eles. Permite igualmente o transporte de

metabólitos e participa dos mecanismos de defesa do organismo.

Os seus componentes são a matriz extracelular e as células.

6.16.1 - Matriz Extracelular

A substância intercelular ou intersticial do tecido conjuntivo preenche os espaços entre as células e apresenta-se constituída de duas porções: a substân-cia fundamental amorfa e as fi bras.

Substância Fundamental Amorfa

É constituída principalmente por água, polissacarí-deos, proteínas e glicoproteínas.

Fibras

São de natureza protéica e se distribuem conforme o tipo de tecido. Na verdade, o tipo de fi bras predomi-nante pode determinar certas características do teci-

do. Assim, na substância intercelular, destacam-se os seguintes tipos de fi bras:

• colágenas - fi bras mais freqüentes do tecido con-juntivo; formadas pela proteína colágeno – de alta resistência à tração;

• elásticas - fi bras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, são dotadas de elasticidade, ceden-do (ao contrário das colágenas) facilmente à tração; porém, na ausência de forças deformantes, as fi bras elásticas voltam a assumir a forma inicial; são mais delgadas que as fi bras colágenas;

• reticulares - fi bras mais fi nas do tecido conjuntivo. Distribuem-se numa rede; são constituídas por uma pro-teína chamada reticulina, muito semelhante ao colágeno.

Componentes do tecido conjuntivo propriamente dito.

Page 29: Histologia basica

296.26.2 - Células

O tecido conjuntivo é constituído por vários tipos de células, entre as quais se destacam as mesenqui-matosas indiferenciadas (lembre-se de que as células indiferenciadas são dotadas de elevada capacidade reprodutiva), os fi broblastos, os macrófagos, os plas-mócitos e as adiposas.

Células Mesenquimatosas Indiferenciadas

São capazes de formar qualquer outra célula do tecido conjuntivo, com exceção dos macrófagos e dos plasmócitos. As células mesenquimatosas têm o papel de fornecer ao tecido conjuntivo os tipos celulares específi cos, de acordo com a necessidade do organismo.

Fibroblastos

Células mais freqüentes do tecido conjuntivo. Têm grande atividade na síntese de proteínas ne-cessárias à organização e manutenção da matriz extracelular. Por isso, apresentam o Retículo Endo-plasmático rugoso (REr) e o complexo de Golgien-se bastante desenvolvidos. Quando o fi broblasto se torna relativamente inativo, apresenta-se com nú-cleo escuro, poucas mitocôndrias e REr reduzido. É, então, chamado de fi brócito.

Fibrócitos

Células fusiformes resultantes da diferenciação dos fi broblastos, quando estes se tornam menos ativos na síntese de outros componentes do tecido.

Macrófagos

Células grandes, com alta capacidade de realizar fa-gocitose. Originam-se dos monócitos, glóbulos bran-cos que atravessam os capilares sangüíneos e, através de movimentos amebóides, deslocam-se ao longo

do tecido conjuntivo. Sua função é proteger o tecido contra agentes externos.

Os macrófagos podem ser fi xos ou móveis. Os ma-crófagos fi xos têm a forma geralmente estrelada e núcleo ovóide. São também chamados de histiócitos. Os macrófagos móveis têm a forma irregular, com núcleo reniforme (ou seja, em forma de rim). Monó-citos, macrófagos e histiócitos constituem, na realida-de, formas diferentes de um mesmo tipo de célula. O macrófago fi xo, por exemplo, pode se transformar em macrófago móvel e vice-versa, porém mais comum é a transformação do fi xo em móvel.

Mastócitos

Também são células grandes. Dotadas de núcleo central e esférico, contêm heparina, substância de ação anticoagulante, e histamina, substância vaso-dilatadora que aumenta a permeabilidade dos vasos sangüíneos.

Plasmócitos

Células de forma oval que se originam dos linfóci-tos, tipo de glóbulo branco presente do sangue. Os linfóticos atravessam os capilares sanguíneos e, no tecido conjuntivo, formam os plasmócitos. Tais célu-las têm como função principal a produção de anticor-pos, o que signifi ca que se relacionam com a defesa do organismo. Têm núcleo redondo, de localização excêntrica (fora do centro).

Células Adiposas

Grandes células esféricas, que acumulam em seu interior gotas lipídicas. A presença considerável de gordura na célula acarreta o deslocamento do nú-cleo que então fi ca situado próximo à membrana celular. A célula adiposa, portanto, é especializada no armazenamento de lipídios.

6.36.3 - Classificação do TCPD

Vamos começar o estudo do TCPD por aqueles que apresentam propriedades gerais: o tecido conjuntivo frouxo e o tecido conjuntivo denso.

Tecido Conjuntivo Frouxo

Caracteriza-se pela presença abundante de substân-cia fundamental amorfa, porém é relativamente pobre

em fi bras, que se encontram frouxamente distribuí-das. Nesse tecido estão presentes todas as células tí-picas do tecido conjuntivo.

Funções básicas do tecido conjuntivo frouxo:

• preenchimento de espaços entre os órgãos viscerais;• suporte e nutrição dos epitélios;

Page 30: Histologia basica

30• envolvimento de nervos e vasos sanguíneos e

linfáticos; • cicatrização de tecidos lesados.

Tecido Conjuntivo Denso

É pobre em substância fundamental amorfa, porém re-lativamente rico em fi bras, principalmente as colágenas. A célula mais freqüente desse tecido é o fi broblasto.

Quando as fi bras colágenas se distribuem de manei-ra difusa, não-ordenada, o tecido conjuntivo denso é chamado de não-modelado. É o que ocorre na derme, no periósteo (membrana de tecido conjuntivo que en-volve os ossos), no pericôndrio (membrana de tecido conjuntivo que envolve as cartilagens) e nas cápsulas envolventes de órgãos como os rins e o fígado.

Quando as fi bras colágenas se acham dispostas de forma ordenada, formando feixes compactos e para-lelos, o tecido conjuntivo denso é chamado de mode-lado. Como exemplo, podem ser citados os tendões, estruturas dotadas de alta resistência à tração, que promovem a ligação entre os músculos esqueléticos e os ossos nos quais se inserem. De fato, através dos tendões pode-se avaliar o grau de resistência do teci-do conjuntivo denso modelado: quando um músculo recai sobre os tendões, que, por sua vez, “puxam” os ossos de maneira a promover o movimento típico.

Vamos agora prosseguir o estudo do TCPD pelos que apresentam propriedades especiais: o tecido he-matopoiético e o tecido adiposo.

Tecido Conjuntivo Hematopoiético

Também chamado de hematocitopoiético ou reticular, esse tecido tem a função de produzir as células típicas do

sangue e da linfa. Existem duas variações: tecido hema-topoiético mielóide e tecido hematopoiético linfóide.

Mielóide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular dos ossos es-ponjosos. Produz glóbulos vermelhos, certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas.

Linfóide: Encontra-se de forma isolada em estrutu-ras como os linfonodos, o baço, o timo e as amígdalas ou em órgãos diversos como os das vias respiratórias e do aparelho digestório (mucosa intestinal). Tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos).

Tecido Adiposo

Tecido adiposo é uma especialização do tecido conjuntivo, caracterizado pela presença de adipóci-tos, células que armazenam gordura. Os adipócitos são encontrados isolados ou em aglomerados, for-mando o tecido adiposo.

O tecido adiposo tem a função de servir como uma reserva energética para o corpo, atuar como isolan-te térmico, além de proteger o corpo contra choques mecânicos.

Embora possua importantes funções no organismo, o tecido adiposo é indesejável por muitas pessoas. Em animais sedentários, quando o gasto de energia com atividades diárias é menor do que sua inges-tão, o organismo transfere a energia em excesso para a formação de lipídios, depositados no tecido adiposo. Esse depósito aumenta o peso e o volume corporal, implicando em alterações morfológicas e sobrecarga do coração e dos pulmões, responsáveis pela oxigenação de um volume corporal maior do que o esperado.

Page 31: Histologia basica

31Existem dois tipos de tecido adiposo: unilocular e multilocular.

Tecido Adiposo UnilocularTambém chamado de tecido adiposo amarelo.

Sua célula apresenta apenas uma gotícula de lipídio, que ocupa quase todo o espaço celular formando um grande vacúolo. Desta forma, encontramos o cito-plasma e o núcleo deslocados excentricamente, com o citoplasma reduzido a uma fi na camada contendo o núcleo achatado. Caracterizado por um rico supri-mento sanguíneo e diferenciando-se de outros tipos de tecido conjuntivo por apresentar como seu princi-pal componente as células com escassa quantidade de substância fundamental.

Sua cor varia entre o branco e o amarelo-escuro. Essa coloração deve-se principalmente ao acúmulo de carotenóides dissolvidos na gordura.

Forma o panículo adiposo, camada de gordura dispos-ta sob a pele; no recém-nascido é de espessura uniforme, já em adultos o acúmulo é irregular em determinadas posições, sendo a distribuição regulada por hormônios.

Principal lipídio armazenado é o triglicerídeo.

Fontes: alimentação, fígado, síntese a partir de glicose.

O tecido adiposo amarelo apresenta também fun-ção hormonal, pois sintetiza moléculas como leptina e adiponectina. Leptina (hormônio que participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e na ingestão de alimentos).

Fotomicrografi a do tecido adiposo amarelo, mostrando a go-tícula lipídica (Ap), núcleo periférico e achatado (N) e rica vas-cularização sanguínea (Cs).

Tecido Adiposo MultilocularTambém chamado de tecido adiposo pardo.

Formado por células que contêm várias gotículas de gordura, ou seja, possui vários vacúolos de gordura e várias mitocôndrias.

Sua cor castanha é devido à vascularização abun-dante e às numerosas mitocôndrias, que fazem gerar energia mais rápido que o tecido unilocular.

Localiza-se em áreas determinadas, encontrado em grande quantidade em animais hibernantes e em re-cém-nascidos. Tem como principal função gerar calor.

Page 32: Histologia basica

32

Fotomicrografi a do tecido adiposo pardo. Note a presença de várias gotículas lipídicas.

As células adiposas do tecido adiposo branco não se dividem e as novas que surgem no adulto são ori-ginárias das células mesenquimais indiferenciadas do

conjuntivo. No adiposo pardo, não há neoformação após o nascimento e nem ocorre transformação de um tipo adiposo em outro.

Origem e desenvolvimento do adi-pócito. Note que o adipócito pode voltar ao estágio de lipoblasto.

Page 33: Histologia basica

33UNIDADE VII

TECIDOS CONJUNTIVOS DE TRANSPORTETECIDOS CONJUNTIVOS DE TRANSPORTE

Existem duas variedades de tecidos conjuntivos de trans-porte: o sanguíneo e o linfático. Esses tecidos promovem o transporte e a distribuição de substâncias diversas den-tro do organismo, além de participar ativamente do meca-

nismo de defesa do corpo. Dessa maneira, contribuem de forma signifi cativa para a manutenção do equilíbrio inter-no, assegurando uma atividade metabólica adequada nos diversos órgãos que constituem o organismo.

7.17.1 - Tecido Sanguíneo

O tecido sanguíneo – ou simplesmente sangue – é constituído por uma parte líquida denominada plasma e pelos elementos fi gurados.

A medula óssea vermelha é o local de formação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos esponjosos.

Nela são encontradas as células precursoras que originam os elementos fi gurados do sangue: gló-bulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.

Formação dos diversos tipos celulares do sangue.

O plasma (matriz extracelular) é uma solução aquo-sa clara, constituída de água (mais de 90%), sais (car-bonatos, cloretos, sulfatos e outros), aminoácidos, glicose, vitaminas, hormônios, uréia etc.

No plasma pode-se verifi car a presença de determinadas proteínas, como o fi brinogênio (que participa da coagula-ção sanguínea), as globulinas (que atuam como anticorpos) e as albuminas (que participam da regulação do sangue).

Os elementos fi gurados do sangue compreendem os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas.

Glóbulos Vermelhos

Também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as mais numerosas células sanguíneas. Na espécie hu-mana, existem cerca de 5 milhões de eritrócitos por mm³ de sangue no homem e, 4,5 milhões por mm³, na mulher. Em todos os mamíferos, os eritrócitos são anucleados e contêm milhões de moléculas de he-moglobina, pigmento respiratório responsável pelo transporte e distribuição de O2 para todas as células vivas do organismo. Portanto, os eritrócitos têm o pa-pel distribuir o O2.

Page 34: Histologia basica

34

Desenho esquemático demonstrando os elementos fi gurados do sangue.

Glóbulos Brancos

Também chamados leucócitos, são maiores que os eritrócitos e capazes de fagocitar e digerir células di-versas ou partículas estranhas ao organismo.

Alguns deles são muito ativos na produção de an-ticorpos que neutralizam as toxinas elaboradas por um determinado invasor do corpo. Portanto podemos dizer que os leucócitos estão intimamente associados ao mecanismo de defesa do organismo.

Os leucócitos são os elementos fi gurados menos numerosos do sangue. Na espécie humana, existem cerca de 7.000 a 10.000 deles por mm³ de sangue. Em certas circunstâncias, porém, a taxa de leucócitos pode se elevar consideravelmente, chegando a 20.000 ou mais por mm³ de sangue. A esse fenômeno deno-mina-se leucocitose.

A leucocitose é freqüente nos indivíduos portadores de infecção, caso em que o organismo, “numa atitude de defesa”, aumenta a produção de glóbulos brancos.

Em situação inversa, na leucopenia, a quantidade de leucócitos no sangue é baixa, o que aumenta a susce-tibilidade a doenças em geral.

Através da emissão de pseudópodos, os leucócitos têm a capacidade de se deslocar do interior do vaso

sanguíneo para o tecido conjuntivo vizinho. Assim podem abandonar a corrente sanguínea, ampliando de maneira considerável a capacidade de defesa do corpo. A esse fenômeno dá-se o nome de diapedese.

Os glóbulos brancos podem ser classifi cados em granulócitos, quando possuem grânulos no citoplas-ma visíveis sob microscopia óptica e, agranulócitos, quando não possuem grânulos no citoplasma visíveis sob microscopia óptica.

Há diferentes tipos de granulócitos e agranulóci-tos. Vamos começar pelo estudo dos três tipos de granulócitos:

• neutrófi los – os leucócitos mais abundantes do sangue; têm alto poder fagocitário e apresentam o nú-cleo contendo de três a cinco lóbulos; o citoplasma dos neutrófi los tem numerosos grânulos (lisossomos primários), cujas enzimas promovem a digestão das partículas estranhas englobadas; os neutrófi los au-mentam nas infecções e, quando morrem, são chama-dos de piócitos ou corpúsculos de pus;

• eosinófilos ou acidófilos - seu núcleo em geral tem dois lóbulos e o citoplasma possui grânulos grossos; os acidófilos têm movimento amebóide e também são capazes de fagocitar, embora de for-ma mais lenta que os neutrófilos; suas quantidades aumentam nas alergias;

Os eritrócitos são produzidos na medula óssea vermelha.

O tempo de vida de um eritrócito é de cerca de 90 a 120 dias, em média. Por serem continuamente reno-vados, torna-se necessária a remoção constante dos eritrócitos envelhecidos do sangue. Os órgãos encar-

regados dessa remoção e da conseqüente destruição dessas células são o fígado e o baço.

Os eritrócitos têm a forma de um disco bicôncavo. São, portanto, “achatados”, o que é vantajoso no sentido de facilitar a difusão do O2 para os tecidos, além de permitir um relativo aumento da superfície de aquisição de O2. A fi gura abaixo mostra eritrócitos humanos típicos.

Page 35: Histologia basica

35• basófi lo - apresentam núcleo volumoso e com for-

mato irregular; no citoplasma, os basófi los apresentam granulações grossas, maiores que as dos demais leucó-citos; produzem heparina, substância que tem ação anti-coagulante, e histamina, que tem efeito vasodilatador.

Vejamos agora a classifi cação dos agranulócitos:

• linfócitos - células dotadas de núcleo volumoso; embora sejam capazes de fagocitar, os linfócitos se caracterizam por serem muito ativos na produção de anticorpos; são os glóbulos típicos das infl amações crônicas; participam ainda do mecanismo de rejeição de enxertos, como acontece, por exemplo, nos casos de transplante de órgãos, quando o organismo recebe-dor rejeita o órgão doado;

• monócitos - são glóbulos brancos grandes, com nú-cleo excêntrico e de formato variável; têm alto poder fa-gocitário; migrando para tecidos conjuntivos, os monó-citos passam a ser chamados de macrófagos, glóbulos igualmente dotados de elevada atividade fagocitária.

Plaquetas

Elementos fi gurados do tecido sanguíneo, as plaquetas são fragmentos celulares, incolores e portadores de trom-boplastina ou tromboquinase, enzima que participa do mecanismo da coagulação do sangue. Formam-se na me-dula óssea, onde, supõe-se, tenham origem na fragmenta-ção de certas células denominadas megacariócitos.

Na corrente sanguínea humana são encontradas, em média, 300.000 plaquetas por mm³ de sangue.

Uma das mais importantes propriedades do sangue é, sem dúvida, a capacidade de coagular-se. Não fos-se isso, o sangue poderia escorrer, indefi nidamente, através de qualquer vaso lesado.

No sangue circulante existe uma proteína solúvel denominada fi brinogênio, que tem função estrutural. Logo que o sangue começa a sair do vaso, na região do corte, o fi brinogênio se converte em fi brina, uma proteína insolúvel que adere às paredes do vaso. As-sim, organiza-se uma verdadeira rede de fi brinas. Essa rede promove a retenção de glóbulos sanguíneos de tal maneira que se forma massa densa em torno da região lesada, denominada coágulo. Nessas condi-ções, a hemorragia é paralisada.

Para que o fi brinogênio se transforme em fi brina, no entanto, é necessária uma enzima denominada trom-bina, que por sua vez, provém de uma substância pro-duzida no fígado chamada protrombina. A produção de protombina ocorre em presença da vitamina K. Por isso, essa vitamina tem importante participação na coagulação sanguínea.

Para que a protrombina se converta em trombina são necessários, como catalisadores, os íons Ca++ e a en-zima tromboplastina, que provém das plaquetas e dos tecidos lesados.

7.27.2 - Tecido Linfático (Linfa)

A linfa é formada a partir da fi ltração do excesso de líquido intercelular extravasado dos capilares sanguí-neos. Nela, as células mais abundantes são os linfóci-tos. Esse tecido, no entanto, é desprovido de eritróci-tos e de plaquetas.

O sistema linfático é formado pela linfa, por um conjunto de vasos linfáticos e pelos órgãos linfóides, tais como o baço, o timo e os linfonodos. Esse sistema tem, fundamentalmente, o papel de auxiliar o sistema

sanguíneo na remoção de impurezas, coletar e distri-buir ácidos graxos e gliceróis absorvidos no intestino e contribuir para a defesa do organismo, através da produção de anticorpos e linfócitos.

Nos linfonodos, a linfa é fi ltrada através de células que fagocitam corpos estranhos ao organismo, como bactérias e partículas de fumo. Caso os microrganis-mos sejam patogênicos, podem produzir manifestações infl amatórias nos linfonodos, denominadas ínguas.

Page 36: Histologia basica

36 UNIDADE VIII

TECIDOS CONJUNTIVOS DE SUSTENTAÇÃOTECIDOS CONJUNTIVOS DE SUSTENTAÇÃO

São tecidos conjuntivos constituídos por matriz ex-tracelular rígida, que apresentam como função geral

a sustentação de partes moles. São classifi cados em tecido cartilaginoso e tecido ósseo.

8.18.1 - Tecido Cartilaginoso

Também chamado de cartilagem, o tecido carti-laginoso é formado por células grandes e globosas denominadas condrócitos, que se acham localiza-das nos condreoplastos, pequenos espaços (lacunas) escavados na matriz extracelular. Geralmente, um condroplasto contém de dois a oito condrócitos. As células cartilaginosas que estão produzindo grandes quantidades de fi bras protéicas são chamadas condro-blastos. Quando a sua atividade metabólica diminui, passam a ser chamados condrócitos.

O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguí-neos. O alimento, necessário à manutenção de vida na célula, provém dos vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo denso não-modelado que envolve a cartilagem. Essa bainha de tecido conjuntivo é de-nomina pericôndrio (do grego peri = em torno). O tecido cartilaginoso também pode ser nutrido através do líquido sinovial das cavidades articulares.

O tecido cartilaginoso também é desprovido de va-sos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz ex-tracelular serve de trajeto para a difusão de substân-cias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo circundante e os condrócitos.

A matriz extracelular da cartilagem (matriz carti-laginosa) é sólida e fi rme, embora com alguma fl exi-bilidade, sendo responsável pelas suas propriedades elásticas. As propriedades do tecido cartilaginoso, re-lacionadas ao seu papel fi siológico, dependem da es-trutura da matriz, que é constituída por colágeno, ou colágeno mais elastina, em associação com macromo-léculas de proteoglicanas (proteína + glicosaminogli-canas). Como o colágeno e a elastina são fl exíveis, a consistência fi rme das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteo-glicanas e o colágeno, e à grande quantidade de molé-culas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água de solvatação), que conferem turgidez à matriz.

Certos vertebrados, como os peixes cartilaginosos (o tubarão e a arraia, por exemplo), têm esqueleto ex-clusivamente cartilaginoso. Nos outros vertebrados,

o tecido cartilaginoso é gradativamente substituído pelo tecido ósseo, de consistência mais rígida. Mas certas partes do organismo mantêm, mesmo no indi-víduo adulto, uma estrutura cartilaginosa.

Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a forma-ção e crescimento dos ossos longos.

Classificação das Cartilagens

As cartilagens basicamente se dividem em três tipos distintos: 1) cartilagem hialina; 2) cartilagem elástica; 3) fi brocartilagem ou cartilagem fi brosa.

Cartilagem Hialina

Distingue-se pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e amorfa, dotada de fi bras colágenas.

Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que se desenvolverão a par-tir do processo de ossifi cação endocondral. Durante o desenvolvimento ósseo endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa de crescimento epifi sá-rio e essa placa continua funcional enquanto o osso estiver crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está presente somente na superfície articular. No adulto, também está presente como unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais).

A cartilagem hialina geralmente é circundada pelo pericôndrio. O pericôndrio não está presente nos lo-cais em que a cartilagem forma uma superfície livre, como nas cavidades articulares e nos locais em que ela entra em contato direto com o osso. Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem também a função de nutrição, oxigenação, além de ser fonte de novas células cartilaginosas. É rico em fi bras de colá-geno na parte mais superfi cial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é mais rico em células.

Page 37: Histologia basica

37A matriz da cartilagem hialina sofre calcifi cação re-

gularmente em três situações bem defi nidas: 1) a por-ção da cartilagem articular que está em contato com o osso é calcifi cada; 2) a calcifi cação sempre ocorre nas cartilagens que estão para ser substituídas por osso durante o período de crescimento do indivíduo; 3) a cartilagem hialina de todo o corpo se calcifi ca como parte do processo de envelhecimento.

A cartilagem que sofre lesão regenera-se com di-fi culdade e, freqüentemente, de modo incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto, a rege-neração se dá pela atividade do pericôndrio. Havendo fratura de uma peça cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a área da fratura e dão ori-gem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área destruída é extensa, ou mesmo, algumas vezes, em lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido cartilaginoso, forma uma cicatriz de teci-do conjuntivo denso.

Cartilagem Elástica

Essa é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e lâminas de material elástico, além das fibrilas de colágeno e da substância fun-damental amorfa.

O material elástico confere maior elasticidade à car-tilagem, como a que se pode ver no pavilhão auditivo. A presença desse material elástico (elastina) confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada, quando examinado a fresco.

A cartilagem elástica pode estar presente isolada-mente ou formar uma peça cartilaginosa com a carti-lagem hialina. Como a cartilagem hialina, a elástica

possui pericôndrio e cresce principalmente por apo-sição.

A cartilagem elástica é menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode ser encon-trada no pavilhão auditivo, nas paredes do canal audi-tivo externo, na tuba auditiva e na laringe. Em todos esses locais há pericôndrio circundante.

Diferentemente da cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifi ca.

Fibrocartilagem ou Cartilagem Fibrosa

A cartilagem fi brosa ou fi brocartilagem é um tecido com características intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma forma de carti-lagem na qual a matriz contém feixes evidentes de espessas fi bras colágenas.

Na cartilagem fi brosa, as numerosas fi bras coláge-nas constituem feixes, que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fi leiras. Essa orientação depende das forças que atuam sobre a fi brocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se pa-ralelamente às trações exercidas sobre eles.

Na fi brocartilagem não existe pericôndrio.

A fi brocartilagem está caracteristicamente presen-te nos discos intervertebrais, na sínfi se púbica, nos discos articulares das articulações dos joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos ossos. Ge-ralmente, a presença de fi brocartilagem indica que naquele local o tecido precisa resistir à compressão e ao desgaste.

Page 38: Histologia basica

38

© Esevier. Gartner & Hiatt: Color Textbook of Histology 3E - www.studentconsult.com

Tipos de cartilagem.

Crescimento da Cartilagem

A cartilagem possui dois tipos de crescimento: apo-sicional e intersticial.

Crescimento aposicional é a formação de cartila-gem sobre a superfície de uma cartilagem já existen-te. As células empenhadas nesse tipo de crescimento derivam do pericôndrio.

O crescimento intersticial ocorre no interior da massa cartilaginosa. Isso é possível porque os con-drócitos ainda são capazes de se dividir e porque a matriz é distensível. Embora as células-filhas ocu-pem temporariamente a mesma lacuna, separam-se

quando secretam nova matriz extracelular. Quan-do parte desta última matriz é secretada, forma-se uma divisão entre as células e, neste ponto, cada célula ocupa sua própria lacuna. Com a continui-dade da secreção da matriz, as células ficam ainda mais separadas entre si.

Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüente-mente estão situados em grupos compactos ou podem estar alinhados em fi leiras. Esses grupos de condróci-tos são formados como conseqüência de várias divi-sões sucessivas durante a última fase de desenvolvi-mento. Há pouca produção de matriz adicional e os condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são chamados de grupos isógenos.

Page 39: Histologia basica

398.28.2 - Tecido Ósseo

O tecido ósseo é o principal componente dos ossos. É bem mais resistente que o cartilaginoso, pois é cons-tituído de uma matriz rígida – formada basicamente por fi bras colágenas e sais inorgânicos – e composto pelos seguintes tipos de células: osteoblastos, osteó-citos e oesteoclastos. É um tecido vascularizado.

Os osteoblastos são células ósseas jovens em regiões onde o tecido ósseo encontra-se em processo de formação. Têm forma cúbica, lembrando um epitélio. O citoplasma do osteoblasto contém inúmeros grânulos ribossômicos e um retículo endoplasmático bastante desenvolvido. De fato, tais células apresentam grande atividade na produ-ção de proteínas, principalmente o colágeno, fundamental na organização da matriz óssea.

Os osteoblastos originam os osteócitos, células ósseas presentes em cavidades da matriz óssea, de-nominadas osteoplastos. Os osteócitos têm forma de amêndoa e armazenam cálcio.

Os osteoclastos, por sua vez, são células gigantes mul-tinucleadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos, que promovem a destruição da matriz óssea através da ação de enzimas e posteriormen-te reabsorvem a matriz digerida. Dessa maneira, agem “modelando” a peça óssea. Após uma fratura, os oste-oclastos tornam-se muito ativos, participando de forma marcante no processo de regeneração do tecido ósseo.

A matriz óssea é composta por uma parte orgânica e uma parte inorgânica, cuja composição é dada ba-sicamente por íons fosfato e cálcio, formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcifi cado, cora-se com os corantes específi cos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).

O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resis-tência à pressão. Por isso, suas principais funções es-tão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.

Os ossos ainda são grandes armazenadores de subs-tâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato.

A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da in-teração entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz.

Classificação do Tecido Ósseo

A classifi cação baseada no critério histológico ad-mite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjo-so ou lacunar ou reticulado.

Estrutura de um osso longo.

Page 40: Histologia basica

40Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de

matriz extracelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares.

O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medu-lares mais amplos, sendo formado por várias trabécu-las, que dão aspecto poroso ao tecido.

O tecido ósseo compacto praticamente não apre-senta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são per-corridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de Havers.

Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apre-sentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.

Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Es-ses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso longitudinalmente e que po-dem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas.

Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas, é denomi-nado sistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Unidade estrutural do tecido ósseo compacto.

Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamen-te, de tecido ósseo esponjoso.

Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, res-pectivamente. Ambas as membranas são vasculariza-das e suas células transformam-se em osteoblastos.

Portanto são importantes na nutrição e na oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas.

O Processo de Crescimento e Ossificação

O crescimento do osso passa por várias etapas:• diferenciação de células mesenquimatosas em

osteoblastos;

Page 41: Histologia basica

41• produção da matriz orgânica e transformação dos

osteoblastos em osteócitos; • mineralização da matriz orgânica; • formação dos osteoclastos.

O tecido ósseo pode se formar a partir de um tecido conjuntivo denso ou a partir de um “molde” de carti-lagem hialina.

No primeiro caso, a ossifi cação é chamada de in-tramembranosa ou conjuntiva e ocorre nos ossos chatos da caixa craniana.

No segundo, o “molde” cartilaginoso é substituído pelo tecido ósseo; a ossifi cação, nesse caso, é denomi-nada endocondral ou intracartilaginosa. Esse tipo de ossifi cação é o mais freqüente no organismo, ocorren-do em ossos como o fêmur (osso da coxa), tíbia (osso da canela), úmero (osso longo do braço) e outros.

Nos dois tipos de ossifi cação mencionados, a for-mação do tecido ósseo depende da atividade dos osteoblastos que resulta da diferenciação de células mesenquimatosas. Os osteoblastos são células que sintetizam grandes quantidades de colágeno, organi-zando uma matriz descalcifi cada chamada osteóide. Em seguida, promovem na matriz uma forte deposi-ção de sais de cálcio, originando a matriz óssea.

Os osteoblastos são dotados de inúmeros prolonga-mentos; isso permite que haja intercâmbio entre eles, apesar de se acharem bem separados. Após a formação da matriz óssea calcifi cada, os prolongamentos citoplas-máticos retraem-se. Os osteoblastos, então, tornam-se re-lativamente inertes, passando, como vimos, a serem cha-mados de osteócitos. Os locais anteriormente ocupados pelos prolongamentos citoplasmáticos dos osteoblastos servem de “molde” para a formação de pequenos canais que promovem a comunicação entre os osteócitos.

Demonstração esquemática do processo de ossifi cação endocondral.

Page 42: Histologia basica

42 UNIDADE IX

TECIDO MUSCULARTECIDO MUSCULAR

9.19.1 - Classificação do Tecido Muscular

O tecido muscular é constituído por células alongadas, altamente especializadas e de capacidade contrátil, deno-minadas fi bras musculares. A capacidade de contração das fi bras é que proporciona os movimentos dos mem-bros, das vísceras e de outras estruturas do organismo.

As células (fi bras) musculares têm nomes específi -cos para as suas estruturas. Assim, a membrana plas-mática é denominada sarcolema, enquanto o citoplas-ma é chamado de sarcoplasma.

Existem três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

Tecido Muscular Estriado Esquelético

Tem fi bras cilíndricas, com centenas de núcleos periféricos. Essas fi bras organizam os músculos

esqueléticos, assim denominados por se acharem inseridos no arcabouço esquelético através dos ten-dões. A contração desse tipo de célula é rápida e voluntária, como acontece com o bíceps e o tríceps, músculos do braço.

Organização das miofi brilas e dos sarcômeros no interior de uma célula muscular estriada esquelelética.

Page 43: Histologia basica

43Tecido Muscular Estriado Cardíaco

De contração rápida e involuntária, esse tecido mus-cular constitui-se de fi bras com um ou dois núcleos

centrais. Essas fi bras organizam o músculo do cora-ção (miocárdio). Entre uma fi bra e outra verifi ca-se a presença de discos intercalares, que fazem adesão entre células vizinhas.

Organização das células musculares estriadas cardíacas.

A fibra muscular estriada é envolvida por uma bainha de tecido conjuntivo denominada endo-mísio. Um aglomerado de fibras forma um feixe muscular. Cada feixe acha-se envolvido por outra bainha de tecido conjuntivo chamado perimísio. O conjunto de feixes constitui o músculo, que tam-bém se acha envolvido por uma bainha conjuntiva denominada epimísio.

Tecido Muscular Liso

É constituído por fi bras fusiformes dotadas de um núcleo alongado e central. Essas fi bras, de contração lenta e involuntária, ocorrem organizando: os múscu-los eretores do pêlo (na pele); a musculatura da pare-de do trato gastrintestinal (esôfago, estômago e intes-tino), da bexiga, do útero, dos vasos sanguíneos etc.

Organização dos fi lamentos contráteis nas células musculares lisas.

Page 44: Histologia basica

449.29.2 - Mecanismo Contrátil

As fi bras musculares são dotadas de inúmeras mio-fi bras contráteis constituídas basicamente por dois tipos de proteínas: actina e miosina.

Na musculatura lisa, as miofibrilas são muito fi-nas e não se organizam em feixes, de maneira que são dificilmente observadas. Assim, o sarcoplasma apresenta-se com aspecto homogêneo, sem estrias.

É por isso que as fibras desse músculo são deno-minadas lisas.

Na musculatura estriada, as miofi brilas organizam-se em feixes, delimitando um intercalamento de fai-xas claras e escuras, o que confere à fi bra um aspecto estriado. Descrevemos a seguir a estrutura de uma fi bra muscular estriada. Acompanhe a descrição pelo esquema das duas fi guras seguintes.

Organização do sarcômero nas células musculares estriadas esqueléticas. Observe a presença de mitocôndrias.

A fi bra estriada é constituída por inúmeras miofribi-las contráteis, entre as quais pode-se observar a pre-sença de inúmeras mitocôndrias.

Cada miofribila apresenta faixas claras e escuras, de maneira alternada. As faixas claras (faixas I) apresen-tam no seu centro uma estria mais escura (estria Z). As faixas escuras (faixas A) são maiores e apresentam na região central uma zona mais clara (estria H).

O conteúdo existente entre duas estrias Z é denomi-nado sarcômero. Inseridos na estria Z, encontram-se fi lamentos delgados constituídos da proteína actina. Esses fi lamentos terminam ao redor da estria H. Inter-calados aos fi lamentos de actina estão os fi lamentos grossos, constituídos da proteína miosina.

Na faixa A existem fi lamentos de actina e miosina, determinando uma faixa mais densa, o que justifi ca a coloração escura, quando se observa a fi bra ao mi-

croscópio óptico. Na estria H, um pouco mais clara, não existe actina.

A faixa I é constituída apenas pelos fi lamentos fi nos de actina, daí sua coloração clara (é uma região pouco den-sa). A estria Z é uma região de condensação de proteínas.

Quando a fi bra muscular se contrai, os fi lamentos fi nos de actina deslizam sobre os fi lamentos grossos de miosi-na. Dessa maneira, a faixa I diminui (podendo até desa-parecer); a estria H também diminui e pode desaparecer, embora a faixa A não se altere. É evidente que, na fi bra contraída, as estrias Z se aproximam, o que determina o encurtamento do sarcômero. Como o sarcômero é a menor porção da fi bra capaz de sofrer contração (encurtamento), é considerado a unidade contrátil da fi bra muscular.

O mecanismo de deslizamento dos fi lamentos de ac-tina sobre os de miosina é conhecido como Teoria dos Filamentos Interdigitados Deslizantes.

Page 45: Histologia basica

45

Sarcômero e seus componentes.

A Energia para a Contração Muscular

Sabemos que os músculos armazenam glicogênio. Através do mecanismo respiratório, as moléculas de glicose prevenientes do glicogênio liberam energia para a síntese de ATP. A energia liberada pelo ATP permite o deslizamento da actina sobre a contração muscular.

O estoque de ATP nas fi bras musculares é, porém, limitado. Quando a atividade muscular é intensa, esse estoque é rapidamente consumido e, nessas condi-ções, a energia oriunda do mecanismo respiratório não consegue, normalmente, restaurar as moléculas de ATP. Ocorre, no entanto, que a fi bra muscular con-

tém grandes quantidades de uma substância orgânica denominada creatina, capaz de ser fosforilada e amar-zenar fosfatos de alta energia para o ADP, permitindo a rápida formação de novas moléculas de ATP. Quan-do o músculo se encontra em repouso, o mecanismo respiratório fornece energia, permitindo a formação de novas moléculas de creatina-fosfato.

Considerando o mecanismo contrátil, podemos concluir as seguintes funções para as substâncias citadas abaixo:

• Glicose - fonte primária de energia para a contração; • ATP - fonte imediata de energia para a contração; • Creatina-fosfato - reservatório de energia química

para a contração.

9.39.3 - Regeneração do Tecido Muscular

Tecido muscular estriado esquelético: as células desse te-cido não têm capacidade mitótica, porém pode se regenerar devido à presença de células satélites. Essas células podem entrar em atividade mitótica, resultando em hiperplasia. Em resposta às atividades de fi sioculturismo, ocorre uma aumento do volume celular, chamado hipertrofi a.

Tecido muscular estriado cardíaco: é incapaz de se regenerar.

Tecido muscular liso: as células desse tipo de tecido mantêm a capacidade mitótica para formar mais célu-las musculares lisas.

Page 46: Histologia basica

46 UNIDADE X

TECIDO NERVOSOTECIDO NERVOSO

10.110.1 - Sistema Nervoso Central (SNC) e Periférico (SNP)

O tecido nervoso atua com uma estrutura sen-sível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser esti-mulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os

impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se, portanto, de um dos tecidos mais especializados do organismo animal.

No organismo, o tecido nervoso constitui o chama-do sistema nervoso, que anatomicamente pode ser dividido em:

• Sistema Nervoso Central (SNC) - formado pelo encéfalo, cerebelo, tronco encefálico e medula espinal;

• Sistema Nervoso Periférico (SNP) - formado pe-los nervos e gânglios nervosos.

O sistema nervoso é constituído de neurônios (cé-lulas nervosas) e de uma variedade de células de

manutenção, sustentação e nutrição denominadas neuróglias.

a) Os Neurônios

Células altamentes especializadas, os neurônios são dotados de um corpo celular (ou pericário) e nume-rosos prolongamentos. O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e arredondado e organóides comuns às células animais. As mitocôndrias são nu-merosas e o ergastoplasma é bem desenvolvido.

Tipos de neurônios.

Page 47: Histologia basica

47

Bainha de mielina formada pela célula de Schwann.

A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre uma célula de Schwann e outra, existe uma região de descontinuidade da bainha, o que acarreta a existên-cia de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier.

Existem axônios em que as células de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso, há duas varie-dades de axônio: os mielínicos e os amielínicos.

b) As Fibras Nervosas

As fibras nervosas são formadas pelos prolon-gamentos dos neurônios (dentritos ou axônio) e

seus envoltórios. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endo-neutro. Assim, em uma fibra mielinizada, temos três bainhas envolvendo o axônio: bainha de mie-lina (de natureza lipídica), bainha de Schwann e endoneuro.

As fi bras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é envolvido por uma bainha con-juntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupa-dos paralelamente formam um nervo. O nervo tam-bém é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.

Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:

• dentritos (do grego déndron = árvore) - são rami-fi cações semelhantes a galhos de uma árvore, que se tornam mais fi nos à medida que se afastam do neurô-nio; o dentritos têm a função de captar estímulos;

• axônio (do grego axis = eixo) - é o maior prolonga-mento da célula nervosa (varia de frações de milímetros até cerca de 1 metro); cada neurônio tem apenas um axô-nio; com um diâmetro constante, o axônio, em sua parte fi nal, ramifi ca-se em prolongamentos muito fi nos, que freqüentemente delimitam pequenas dilatações, abrigam microvesículas portadoras de neurormônios, que desem-penham papel muito signifi cativo no mecanismo de trans-missão do impulso nervoso, conforme veremos adiante.

Em toda sua extensão, o axônio é envolvido por células que se dispõem em torno de sua superfície, formando um envoltório espiralado que constitui a chamada bainha de Schwann ou neurilema, conforme mostra o esquema abaixo.

Em muitos axônios, as células de Schwann, en-rolando-se em espiral no axônio, determinam a formação de um invólucro membranoso pluries-tratifi cado, formado pelas membranas plasmáticas das próprias células, diversas vezes redobradas e sobrepostas. Este invólucro, de natureza lipídica, é denominado bainha de mielina. Essa bainha atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio.

Page 48: Histologia basica

48

Desenho esquemático de um nervo e gânglio nervoso.

Observe que os nervos são, em última análise, cons-tituídos por feixes de fi bras nervosas. Portanto, os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervo-so central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal.

Quando partem do encéfalo, os nervos são chama-dos de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam-se raquidianos.

Os nervos permitem a comunicação com os órgãos receptores (sensoriais) ou ainda com órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com a direção da tansmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser:

• sensitivos ou aferentes - quando transmitem os impul-sos dos órgãos receptores até o sistema nervoso central;

• motores ou eferentes - quando transmitem os im-pulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores;

• mistos - quando possuem tanto fi bras sensitivas quanto fi bras motoras. Os nervos mistos são os mais comuns no organismo.

c) A Condução do Impulso Nervoso

O interior de um neurônio é rico em potássio (K) e pobre em sódio (Na). Entretanto, os fl uidos do lado externo da célula são ricos em sódio e pobres em

potássio. Considerando as forças de concentração através da membrana celular, verifi ca-se que os íons potássio estão na posição adequada para a difusão ao lado externo da célula. Em relação aos íons sódio, sucede o contrário, ou seja, esses íons acham-se em posição adequada para a difusão ao interior da célula. O que acontece depende, portanto, da permeabilidade da membrana do neurônio a esses íons.

Quando o neurônio encontra-se em “repouso”, o conjunto iônico do lado externo acumula uma positi-vidade maior do que o conjunto iônico situado no lado interno. Diz-se, então, que o neurônio em repouso está plarizado, sendo o lado externo positivo em relação ao lado interno, que é, portanto, considerado negativo. A diferença de potencial que se estabelece entre o am-biente interno (negativo) e o ambiente externo (positi-vo) tem um valor de aproximadamente -60 mV.

Aplicando-se um estímulo adequado, capaz de alte-rar a permeabilidade da membrana, verifi ca-se, num primeiro momento, que a permeabilidade da mem-brana ao sódio aumenta, o que acarreta um fl uxo des-ses íons para o interior do neurônio. A penetração de sódio no neurônio provoca uma modifi cação no po-tencial da membrana: o ambiente interno torna-se po-sitivo e o ambiente externo torna-se negativo. Assim, a diferença de potencial passa de -60 mV para cerca de +20 mV. Dizemos, então, que houve uma inversão polaridade da membrana.

Page 49: Histologia basica

49Num segundo momento, a membrana torna-se mais

permeável ao potássio, que migra para o meio exter-no, possibilitando o retorno ao potencial primitivo de “repouso”. Assim, a membrana torna-se novamente positiva no lado externo e negativa no lado interno.

A inversão de polaridade da membrana, devido à entrada de sódio, determina o surgimento de um po-tencial de ação que se “alastra” ao longo do neurônio, de forma a gerar um impulso nervoso. À medida que o impulso nervoso se propaga, ocorrem sucessivas inversões de polaridade e sucessivos retornos ao po-tencial de “repouso”. Essas alterações elétricas verifi -cadas ao longo do neurônio constituem o potencial de ação que, por sua vez, é uma manifestação eletroquí-mica da passagem do impulso.

Após a passagem do impulso, a pequena quantidade de sódio (Na) que entrou no neurônio é “bombeada” de volta para fora, através de transporte ativo; proces-so semelhante ocorre com o potássio (K) que é “bom-beado” para dentro.

d) As Sinapses

Sinapses são articulações terminais estabelecidas entre um neurônio e outro, ou entre um neurônio e uma fi bra muscular, ou um neurônio e uma célula glandular. Logo, as sinapses podem ser interneurais (entre um neurônio e outro), neuromusculares (entre um neurônio e uma fi bra muscular) ou neuroglandu-lares (entre um neurônio e uma célula glandular).

Um neurônio não se comunica fi sicamente com ou-tro neurônio nem com a fi bra muscular ou com a cé-lula glandular, de maneira que, entre eles, não existe continuidade citoplasmática. O que existe é um mi-croespaço, uma região de contigüidade, denominada sinapse, na qual um neurônio transmite o impulso nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neurormônios. Os neurormônios mais comuns são a acetilcolina e adrenalina. Assim, as fi bras nervosas podem ser classifi cadas, basicamen-te, em colinérgicas (quando liberam acetilcolina) ou adrenérgicas (quando liberam adrenalina).

Desenho esquemático de uma sinapse nervosa.

Exercícios de Auto-avaliação

01) Os tecidos epiteliais de revestimento têm em comum o fato de estarem apoiados em tecido conjuntivo e apresentarem reduzida espessura, mesmo nas modalidades constituídas por várias camadas de células. Tais características estão justifi cadas num dos itens abaixo. Assinale-o.

a) Presença de queratina que impermeabiliza as células, fi cando o tecido conjuntivo responsável pela susten-tação do epitélio.

b) Ausência de vasos sangüíneos, que resulta em nutrição obrigatória por difusão a partir do tecido conjuntivo subjacente.

c) Como a função desses epitélios é meramente revestidora, não há razão para que sejam muito espessos.d) Como servem a funções do tipo impermeabilização e absorção, grandes espessuras seriam desvantajosas.e) A rede de vasos capilares que irriga abundantemente esses epitélios torna desnecessárias grandes espessu-

ras, abastecendo ainda, por difusão, o tecido conjuntivo subjacente.

Page 50: Histologia basica

5002) Marque a afi rmativa incorreta:a) O tecido epitelial de revestimento caracteriza-se por apresentar células justapostas com muito pouco ma-

terial intercelular.b) As principais funções do tecido epitelial são: revestimento, absorção e secreção.c) Na pele e nas mucosas encontramos epitélios de revestimento.d) A camada de revestimento interno dos vasos sangüíneos é chamada endotélio.e) Os epitélios são ricamente vascularizados no meio da substância intercelular.

03) Em relação aos tecidos animais, leia as afi rmativas abaixo:I. Entre os tecidos conjuntivos, incluem-se os tecidos ósseo e cartilaginoso.II. Os tecidos epiteliais apresentam as funções de revestimento, secreção e sensorial.III. Todos os músculos que apresentam estriações transversais são de contração voluntária.IV. Os axônios são prolongamentos neuronais que geralmente conduzem impulsos nervosos expelidos pelo

corpo celular.V. O tecido ósseo apresenta uma matriz mineralizada, rígida, no interior da qual se encontram células vivas,

supridas de vasos sangüíneos e nervos.

Assinale a alternativa correta:a) Todas as afi rmativas são corretas.b) As afi rmativas I, II e IV são corretas.c) As afi rmativas I, III e IV são corretas.d) As afi rmativas I, II, IV e V são corretas.e) As afi rmativas I, III, IV e V são corretas.

04) Têm (ou tem) função hematopoiética:a) As glândulas parótidas d) O cérebro e o cerebelob) As cavidades do coração e) A medula vermelha dos ossosc) O fígado e o pâncreas

05) Encontram-se listadas abaixo algumas propriedades, características ou funções dos elementos fi gurados do sangue humano. Associe um número a cada uma, utilizando o seguinte código:

I. Referente a hemáciasII. Referente a leucócitosIII. Referente a plaquetas- Transporte de oxigênio.- Defesa fagocitária e imunitária.- Coagulação do sangue.- Riqueza em hemoglobina.- Capacidade de atravessar a parede dos capilares intactos para atingir uma região infectada do organismo.

Escolha entre as possibilidades abaixo a que contiver a seqüência numérica correta:a) I, II, III, I, II d) I, II, II, I, IIIb) II, II, III, I, I e) I, II, III, II, IIIc) III, I, III, I, II

06) Qual dos seguintes tecidos é capaz de realizar as funções de proteção, absorção e secreção?a) Tecido conjuntivo propriamente ditob) Tecido epitelialc) Tecido nervosod) Tecido ósseoe) Tecido muscular

07) Pode-se dizer que os folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme) originarão tecidos bem defi nidos nos períodos pós-embrionários. Qual dos tecidos relacionados abaixo pode originar-se a partir dos três folhetos?

a) Conjuntivo d) Muscularb) Ósseo e) Nervosoc) Epitelial

Page 51: Histologia basica

5108) “São as principais células que constroem o tecido ósseo, pois são responsáveis pela fabricação das fi bras

colágenas e a substância fundamental amorfa do osso. Terminada sua função, transformam-se em outro tipo celular. São sempre encontradas naquelas zonas onde há um tecido ósseo em formação”. O texto acima faz referência ao trabalho das células, denominadas:

a) Osteoblastosb) Condrócitosc) Osteócitosd) Adipócitose) Osteoblastos

09) Selecione a alternativa que completa corretamente as lacunas no período que segue:O tecido ...................................... , especializado na produção de glóbulos vermelhos, localiza-se, no homem

adulto, ................................................... .

a) linfático - na medula amarelab) hematopoiético - na medula óssea vermelha c) mielóide - nos gânglios linfáticosd) conjuntivo - nos gânglios linfáticose) ósseo - na medula óssea vermelha

10) Relacione:(1) Tecido nervoso (4) Hemácias(2) Tecido epitelial (5) Plaquetas(3) Tecido muscular( ) Revestimento do corpo e dos órgãos internos.( ) Transporte de oxigênio e gás carbônico.( ) Transmissão de estímulos e respostas.( ) Contração e distenção dos órgãos.( ) Coagulação sangüínea.( ) Secreção glandular.

Indique a ordem correta das colunas, de cima para baixo:a) 3 - 4 - 3 - 2 - 5 - 1 d) 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 1b) 3 - 2 - 1 - 3 - 4 - 1 e) 2 - 4 - 1 - 3 - 5 - 2c) 2 - 5 - 1 - 3 - 4 - 2

11) O crack é uma droga que atua no cérebro, alterando a fi siologia das sinapses nervosas, o que pode levar a paradas cardíacas e convulsões. Sobre as sinapses entre neurônios, é INCORRETO afi rmar que:

a) Possuem mediadores químicos responsáveis pela transmissão do impulso nervoso entre dois neurônios.b) Possuem receptores moleculares específi cos na membrana pós-sináptica, onde se ligam os mediadores

químicos.c) Correspondem a locais onde há continuidade do citoplasma de um neurônio com o citoplasma de outro.d) Possuem mediadores químicos denominados neurotransmissores que fi cam armazenados em vesículas.e) Podem diferir quanto ao tipo de neurotransmissor presente.

12) Nos vertebrados terrestres, aparece, na superfície da epiderme, uma camada córnea formada por uma proteína impermeabilizante chamada:

a) Muco d) Melaninab) Cromatóforo e) Clorofi lac) Queratina

13) Com relação ao tecido epitelial, considere as afi rmações abaixo:(I) O epitélio de revestimento do tipo cilíndrico com microvilosidades é comum aos órgãos relacionados com

a absorção, como o intestino delgado.(II) As glândulas merócrinas, formadas pelo epitélio glandular, são aquelas que apresentam um ciclo secretor

completo, ou seja: elaboram, armazenam e eliminam apenas a secreção.(III) O epitélio pavimentoso estratifi cado queratinizado apresenta uma única camada de células e recobre a

superfície corporal dos mamíferos.

Page 52: Histologia basica

52(IV) As células epiteliais recebem a sua nutrição a partir do tecido conjuntivo subjacente, uma vez que o

tecido epitelial é avascular.(V) Denominamos glândulas endócrinas aquelas que lançam parte de seus produtos de secreção na corrente

sangüínea e parte em cavidades ou na superfície do corpo.

Assinale:a) Se todas forem corretas.b) Se todas forem incorretas.c) Se I, II e III forem corretas.d) Se I, IV e V forem corretas.e) Se I, II e IV forem corretas.

14) Os tendões são estruturas formadas, principalmente, por tecido:a) Ósseo d) Conjuntivo denso modeladob) Muscular e) Cartilaginosoc) Conjuntivo denso não-modelado

15) Podemos afi rmar que os músculos lisos:a) Contraem-se voluntariamente.b) São também chamados de músculos esqueléticos.c) São encontrados apenas em vertebrados.d) Contraem-se lentamente.e) São também chamados músculos cardíacos.

16) O tecido que apresenta a função de unir entre si outros tecidos, fornecendo sustentação e criando uma trama no interior da qual passam vasos linfáticos, vasos sangüíneos e nervos, recebe o nome de:

a) Epitelialb) Conjuntivoc) Musculard) Nervosoe) Hematopoiético

17) O tecido muscular cardíaco apresenta fi bras:a) Estriadas, anastomosadas e de contração involuntáriab) Lisas, não-anastomosadas e de contração voluntáriac) Estriadas, não-anastomosadas e de contração involuntáriad) Lisas, anastomosadas e de contração voluntáriae) Estriadas, anastomosadas e de contração voluntária

18) A formação de células fagocitárias e células transportadoras de gases respiratórios é feita pelo tecido:a) Hematopoiéticob) Cartilaginosoc) Adiposod) Conjuntivoe) Ósseo

19) São dadas, abaixo, algumas características de três tipos de tecidos musculares animais:I. Possui apenas um núcleo, com contração estimulada pelo sistema nervoso autônomo.II. Apresenta células cilíndricas extremamente longas, multinucleadas, de contração estimulada pelo sistema

nervoso motor.III. Tem células normalmente mononucleadas, de contrações involuntárias, com retículo sarcoplasmático

pouco desenvolvido.

As características se referem, respectivamente, aos seguintes tecidos musculares:a) Liso, estriado esquelético e estriado cardíacob) Estriado esquelético, liso e estriado cardíacoc) Estriado cardíaco, liso e estriado esqueléticod) Liso, estriado cardíaco e estriado esqueléticoe) Estriado cardíaco, estriado esquelético e liso

Page 53: Histologia basica

5320) São células características do tecido cartilaginoso e do tecido ósseo, respectivamente:a) Osteócitos e condrócitosb) Osteoblastos e condroblastosc) Condrócitos e osteócitosd) Células condroprogenitoras e osteoclastose) Nenhuma das alternativas acima

21) Tecido conjuntivo especializado caracterizado pela presença de matriz extracelular altamente hidratada, presente na maioria das nossas articulações é:

a) Tecido conjuntivo denso modeladob) Tecido cartilaginoso elásticoc) Fibrocartilagemd) Tecido ósseoe) Tecido cartilaginoso hialino

22) Em relação aos tecidos animais estudados, leia as afi rmativas abaixo:I. Entre os tecidos conjuntivos, incluem-se os tecidos ósseo e cartilaginoso. II. Todos os músculos que apresentam estriações transversais são de contração voluntária. III. O tecido ósseo apresenta uma matriz mineralizada, rígida, no interior da qual se encontram células vivas,

supridas de vasos sangüíneos e nervos. IV. O tecido cartilaginoso é vascularizado, assim como todos os tipos de tecidos conjuntivos. V. A contração das células musculares estriadas cardíacas é estimulada pelo sistema nervoso autônomo.

Assinale a alternativa correta:a) Todas as afi rmativas são corretas.b As afi rmativas I, II, III e IV são corretas.c) As afi rmativas I, III e V são corretas.d) As afi rmativas I e III são corretas.e) As afi rmativas I, II e III são corretas.

23) Tipo de tecido muscular encontrado na bexiga urinária, língua, pupila, útero, esfíncter anal, estômago e coração, respectivamente:

a) Liso, estriado esquelético, estriado esquelético, liso, estriado esquelético, liso e estriado cardíacob) Estriado esquelético, estriado esquelético, liso, liso, estriado esquelético, liso e estriado cardíacoc) Liso, estriado esquelético, liso, liso, estriado esquelético, liso e lisod) Liso, estriado esquelético, liso, liso, estriado esquelético, estriado esquelético e estriado cardíacoe) Liso, estriado esquelético, liso, liso, estriado esquelético, liso e estriado cardíaco

24) Indique a alternativa que contém tecidos com maior capacidade de regeneração.a) Conjuntivo e epitelialb) Nervoso e ósseoc) Epitelial e cartilaginosod) Muscular e nervosoe) Muscular e ósseo

25) Indique a alternativa incorreta a respeito do tecido nervoso:a) Nas extremidades dos axônios, são observadas dilatações denominadas botões terminais.b) Os dendritos recebem os impulsos vindos dos axônios.c) As células de Schwann formam a bainha de mielina nos axônios do SNP. d) Os neurônios amielínicos conduzem estímulos mais rapidamente que os neurônios mielínicos.e) A condução do impulso nervoso é unidirecional.

Page 54: Histologia basica

54

Se você:

1) concluiu o estudo deste guia;2) participou dos encontros;3) fez contato com seu tutor;4) realizou as atividades previstas;

Então, você está preparado para as avaliações.

Parabéns!

Page 55: Histologia basica

55Glossário

Acidófi lo ou acidofílico - estruturas básicas presentes nas células que apresentam afi nidade pelo corante ácido (exemplo: eosina).Basófi lo ou basofílico - estruturas ácidas presentes nas células que apresentam afi nidade pelo corante básico (exemplo: hematoxilina).Calcifi cação - consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e morte das células.Desmossomos - tipo de junção celular que dá força ao epitélio através da associação dos citoesqueletos de células adjacentes.Diapedese - migração dos leucócitos por entre as células endoteliais dos vasos sanguíneos.Endotélio - tecido epitelial pavimentoso simples que reveste internamente os vasos sanguíneos e o coração.Fagocitose - processo de englobamento de materiais particulados grandes.Glicoproteínas - grandes macromoléculas presentes na matriz extracelular que têm a função de mediar a ade-são das células à matriz extracelular.Glicosaminoglicanas (GAGs) - longas cadeias polissacarídeas, negativamente carregadas, em forma de bastão, for-madas por unidades de dissacarídeos que se repetem e que têm a capacidade de se ligar a grande quantidade de água.Proteoglicanas - macromoléculas constituídas por uma proteína central à qual glicosaminoglicanas se ligam covalentemente.Pseudópodos - prolongamentos citoplasmáticos que ocorrem durante o processo da fagocitose.

Page 56: Histologia basica

56Gabarito

Unidade X

01 - B02 - E03 - D04 - E05 - A06 - B07 - C08 - E09 - B10 - E11 - C12 - C13 - E14 - D15 - D16 - B17 - A18 - A19 - A20 - C21 - E22 - D23 - E24 - A25 - D

Page 57: Histologia basica

57Referências Bibliográficas

ALBERTS, B.; BRAY, D.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K.; WALTER, P. Fundamentos da Biologia Celular. São Paulo: Editora Artmed, 2004. __________. Biologia Molecular da Célula. São Paulo: Editora Artmed, 2004. DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, J. Bases da Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001.DI FIORE, M. S. H. Atlas de Histologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. GARTNER, L. Tratado de histologia: em cores. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. GARY, A.; THIBODEUAU, K. T. P. Estrutura e Funções do Corpo Humano. São Paulo: Editora Manole, 2002.GENESER, F. Histologia: com bases biomoleculares. 3 ed. Rio de Janeiro: Buenos Aires: Guanabara Koogan; Panamericana, 2003.JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.__________. Histologia Básica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.ROSS, M. H. Histologia: Texto e Atlas. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

Page 58: Histologia basica
Page 59: Histologia basica
Page 60: Histologia basica