INDICADORES DE SAÚDE E DE SAÚDE

BUCAL

Saúde Coletiva III

Histórico

No início da década de 1950, um comitê formado por iniciativa da ONU sugeriu uma abordagem pluralista para a mensuração de níveis de vida da população.

Medidas que expressassem a natalidade, a mortalidade, a morbidade, o estado nutricional, o nível educacional, a capacidade de consumo, as condições de trabalho, habitação, transporte, vestuário, recreação, segurança e liberdade permitiriam, em conjunto, avaliar a qualidade de vida de uma coletividade. Dentre estas medidas, destacam-se as que expressam o nível de saúde.

Histórico

A elaboração de indicadores de saúde é um processo dinâmico à medida que as sociedades evoluem, novos problemas de saúde ganham relevância. Por conseguinte, novos indicadores de saúde se fazem necessários, de forma que objetivos e metas possam ser revistos e atualizados.

Os primeiros indicadores de saúde eram constituídos por medidas de mortalidade, obtidos a partir de estatísticas de registro civil, referentes a grupos populacionais definidos no espaço e no tempo.

Histórico

Com o processo de transição demográfica e epidemiológica, o predomínio das doenças infectocontagiosas, muitas vezes de caráter epidêmico, passou-se a preponderância das causas externas e das doenças crônico-degenerativas, com isso o foco de interesse em torno do desenvolvimento de indicadores de saúde deslocou-se progressivamente da mortalidade para a morbidade, destacando-se a prevenção e/ou o retardamento do adoecimento.

O que é um Indicador?

São dados agregados e transformados em informações.

Podem ser representações numéricas ou não, que nos permitem elaborar um conhecimento sobre uma determinada situação de saúde.

São medidas (coeficientes, índices) que procuram demonstrar o efeito de determinantes de natureza variada (sociais, econômicas, ambientais, biológicas) sobre o estado de saúde de uma determinada população.

Qual o objetivo de um Indicador?

Avaliar o nível de vida da população.

Identificar os principais problemas de saúde pública.

Avaliar a efetividade das ações de prevenção e assistência.

Refletir a situação de saúde de um indivíduo ou de uma população.

Quantificar e descrever a ocorrência de agravos à saúde, ou mesmo de mortes.

Fazer comparações (populações, tempo, espaço) e planejar intervenções.

Ao todo, temos 93 indicadores formulados pelo Ministério da Saúde, distribuídos nas seguintes categorias:

- - Fatores de risco e proteção - Morbidade- - Sócio-econômicos - Mortalidade- - Recursos e cobertura - Demográficos

Sendo utilizados como referência aos serviços de saúde.

Possui uma base conceitual, um método de cálculo, uma definição de categoria e de fonte de dados.

É muito raro encontrar um indicador com todas essas propriedades.

Cabe ao gestor utilizar o que melhor se adequa a sua realidade.

IDB - Indicadores e Dados Básicos

www.datasus.gov.br/idb

A cada ano, o Ministério da Saúde publica informações atualizadas de todos estes indicadores para os estados e regiões brasileiras, servindo de ferramenta de

análise de gestão.

Requisitos desejáveis para o indicador de saúde

Ser capaz de medir aquilo a que se propôs.

Deve possuir boa representatividade ou cobertura.

Confiabilidade

Simplicidade

Boa relação custo x efetividade

Sinteticidade

Poder discriminatório

Sensibilidade e especificidade

Ética

Principais Indicadores de Saúde

1 - Mortalidade: - Ferramenta mais importante para avaliação do

estado de saúde da população, com o propósito de monitoramento, vigilância epidemiológica e sanitária.

- Expressa a intensidade da ocorrência das mortes.- Influenciado pela estrutura populacional, sexo,

idade e também condicionados a fatores socioeconômicos.

Ex.: coeficiente de mortalidade geral, infantil, neonatal, materna por causas externas, letalidade, índices de Swaroop e Uemura.

Principais Indicadores de Saúde

2 - Morbidade: - Seus dados tem por objetivo o controle de

doenças ou agravos e inferir o risco de adoecer.

- Estudo comparativo que demostra o comportamento das doenças.

Ex.: os coeficientes de morbidade, de incidência, de ataque e de prevalência.

Principais Indicadores de Saúde

1 - Mortalidade:

2 - Morbidade:

TAXA DE MORTALIDADE (%) = Nº DE ÓBITOS DA ÁREA “A” NO PERÍODO “P” x 1000 POPULAÇÃO DA ÁREA “A” NO PERÍODO “P”

TAXA DE MORBIDADE (%) = Nº DE PESSOAS DOENTES NA ÁREA “A” NO PERÍODO “P” x 10n

POPULAÇÃO DA ÁREA “A” NO PERÍODO “P”

Principais Indicadores de Saúde

3 - Indicadores Nutricionais.

4 - Indicadores Demográficos.

5 - Indicadores Ambientais e Sociais.

6 - Indicadores de Serviço de Saúde.

Desafios para o futuro...

Os indicadores clássicos de morbidade e de mortalidade não estão mais sendo suficientes para avaliar a situação de saúde e orientar as políticas públicas.

Surgimento de novos indicadores:- Anos Potenciais de Vida Perdidos Ajustados

para Incapacidades: expressa o efeito das mortes ocorridas precocemente, em relação à duração da vida esperada, para uma determinada população.

- Expectativa de Vida, Esperança de Vida ou Vida Média: resume a experiência de vida e morte de uma população.

Os Indicadores de Saúde Bucal

Teve inicio a partir dos primeiros modelos assistenciais.

No sistema incremental de atendimentos, foi proposta uma série de indicadores de produtividade, utilizando o índice CPO-D ao longo do tempo.

Atualmente...

Através dos indicadores do Pacto de Atenção Básica foram estabelecidos 30 indicadores de saúde, sendo 4 de saúde bucal.

O pressuposto básico era de retirar os dados dos sistemas de informação (SIA, SIAB, SIH e SINASC).

Pacto de Atenção Básica

Nº total de primeiras consultas odontológicas programáticas realizadas em determinado local e

período

População no mesmo local e período

X 100

Indicador 24: Cobertura da 1ª Consulta Odontológica Programática

Utiliza-se este indicador para avaliar o acesso da população aos serviços de saúde bucal.

Método de cálculo:

Arquivo pessoal, 2013. Fonte: Datasus e Dab

Pacto de Atenção Básica

Média anual de pessoas participantes na ação coletiva Escovação Dental Supervisionada realizada em determinado local e período

População no mesmo local e período

X 100

Método de cálculo:

Indicador 25: Cobertura da ação coletiva escovação dental supervisionada

Pacto de Atenção Básica

Nº de procedimentos odontológicos básicos individuais em determinado local e período

População no mesmo local e

período

Método de cálculo:

Indicador 26: Média de procedimentos odontológicos básicos individuais

X 100

Pacto de Atenção Básica

Nº de procedimentos odontológicos individuais especializados realizados em determinado local e

períodoNº total de procedimentos odontológicos

individuais realizados em determinado local e período

X 100

Método de cálculo:

Indicador 27: Proporção de procedimentos odontológicos especializados em relação

às ações odontológicas individuais

O primeiro indicador de saúde bucal (nº 24) pode ser interpretado como indicador de acesso, medida que avalia as consultas em função da população coberta.

Os outros indicadores (nº 25, 26 e 27) apontam para as características do modelo de atenção, indicando se o conjunto das ações tendem mais para as atividades de caráter coletivo, individual ou especializado.

Pacto de Atenção Básica

O primeiro e grande problema reside na origem: o procedimento “Primeira consulta odontológica” é processado das mais diferentes maneiras nos diversos municípios do país, podendo levar a uma superestimação do acesso.

Um segundo problema é que os indicadores, além de proporcionarem uma leitura bastante superficial do modelo de atenção, tem pouca aplicação no nível local.

O desconhecimento e a não apropriação da tecnologia de informação pela ponta, ou seja, quem produz a informação não usufrui dela.

Limitações dos indicadores de saúde bucal

Referências

MEDRONHO, Roberto de Andrade et al. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009.

PEREIRA, Antônio Carlos et al. Tratado de saúde coletiva. Nova Odessa: Napoleão, 2009.

ALMEIDA FILHO , N. ROUQUAYROL, M.Z. Introdução à epidemiologia. 4 ed. Guanabara Koogan, 2006.

www.datasus.gov.br